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109
Pelotas, RS
2002
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
1a edição
1a impressão (2002):100 exemplares
ISSN 1516-8840
CDD 6302515
© Embrapa 2002
Autores
João Mielniczuk
Eng. Agr. PhD., Prof. da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em
Ciência do Solo, 91540-000, Porto Alegre, RS
e-mail: mieln@vortex.ufrgs.br
Introdução
Países como o Brasil, com 160 milhões de hectares cultivados, com grande
parte do seu território situado em regiões tropicais, de elevadas temperaturas,
assumem grande importância como emissores de gases do efeito estufa
oriundos da agricultura, especialmente quando não são adotadas práticas
conservacionistas de manejo do solo, como por exemplo, o plantio direto. Em
contrapartida, a adoção de práticas de manejo que propiciem o acúmulo de
matéria orgânica no solo ao longo do tempo, fator chave para manutenção e
melhoria da qualidade dos nossos solos, poderão contribuir não somente para
redução das emissões de CO2 do solo para atmosfera, mas também para
atingirmos a sustentabilidade agrícola. Existem indicativos fortes de que o
seqüestro de C pelo solo torne-se uma "commodity" mundial, onde os
agricultores receberiam bônus ou incentivos pela sua contribuição para a
redução das emissões de CO2 em qualquer parte do planeta.
Outros
Produção Comb . 8%
Fósseis (50-95 Tg)
13%
Fontes naturais
33%
115-345 Tg
Animais
domésticos 17%
65-100 Tg
16%
13%
Queima biomassa Produção arroz
50-100 Tg 60-170 Tg
Fig.1. Emissões anuais de metano por fonte. Burke & Lashof (1990).
4,8%
3%
9%
Bovinos
8,3% Búfalo
Ovelhas
Caprinos
74,9% Outros
Dos principais gases do efeito estufa, o óxido nitroso (N2O) é o que apresenta
maior potencial para absorver radiação infra-vermelho na atmosfera. Além
disso, possui alta estabilidade e afeta também a camada de ozônio.
O manejo do solo tem, pelo menos, dois papéis importantes. O primeiro diz
respeito a redução da contribuição destas atividades para a emissão de gases
do efeito estufa e o segundo, não menos importante, indica que os nossos
solos, quando bem manejados, podem seqüestrar gases emitidos por outras
atividades em qualquer parte do planeta, contribuindo para a melhoria da
qualidade ambiental e para o desenvolvimento sustentável.
Referências Bibliográficas
BURKE, L.M.; LASHOF, D.A. Greenhouse gas emissions related to agriculture
and land-use practices. In: KIMBALL, B.A.; ROSENBERG, N.J.; ALLEN, L.H.
(Eds.). Impact of dioxide, trace gases, and climate change on global
agriculture. Madison: American Society of Agronomy, 1990. p.27-43. (Special
Publication, 53)
LAL, R.; KIMBLE, J.; STEWART, B.A. World soils as a source or sink for
radiatively-active gases. In: LAL, R.; KIMBLE, J.; LEVINE, E.; STEWART, B.A.
Soil Management and greenhouse effect. Boca Raton: CRC Press, 1995. p.1-
7.