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Didático Equipe de Física:
(PCNA Março de 2017)
Monitores:
Adrielle de Sousa Nascimento
Diego Ribeiro Pinto de Castro
Ingred Rodrigues da Silva
Marcel Almeida do Amaral
Março 2017 Mayara Gonçalves Costa
Odivaldo Barbosa Dias
Universidade Federal do Pará
Equipe de Professores
Alexandre Guimarães Rodrigues (Coordenação Geral)
Matemática:
Alessandra Macedo de Souza (Coordenação)
Química:
Shirley Cristina Cabral Nascimento (Coordenação)
Física:
Alexandre Guimarães Rodrigues (Coordenação)
Administrativo:
José Benício da Cruz Costa (Coordenação)
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3 LEIS DE NEWTON 27
3.1 Objetivos de aprendizagem: . . . 27
3.2 Introdução . . . . . . . . . . . . . 27
3.3 Referencial do ponto de vista da
dinâmica . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4 Primeira lei de Newton
(Princı́pio da Inércia) . . . . . . . 28
3.5 Relação vetorial entre velocidade
e aceleração . . . . . . . . . . . . 29
3.6 Segunda lei de Newton . . . . . . 30
3.7 Relação entre força e aceleração 31
3.8 Terceira lei de Newton . . . . . . 31
3.9 Diagrama de corpo livre . . . . . 32
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1km/h —— 0, 2778m/s
A dimensão do lado esquerdo da equação não
x —— 1m/s
coincide com a dimensão do lado direito. Logo,
a relação não está correta, pois não faz sentido
trabalharmos com uma fórmula do tipo posição A leitura é feita da seguinte forma: 1km/h
= velocidade. Afinal, estamos medindo posição vale 0,2778m/s. 1m/s (que ainda não sabemos
ou velocidade? Daı́ a necessidade de que a di- quanto vale em km/h) em termos de km/h vale
mensão do “lado esquerdo” da fórmula seja igual à x (incógnita). Em seguida fazemos uma multi-
do “lado direito” e, caso seja composta por mais de plicação em diagonal (repare que de um lado te-
uma parcela, essas devem ter a mesma dimensio- mos somente uma unidade (km/h) e do outro lado
nalidade entre si e a mesma compatibilidade com a com outra unidade (m/s)). Assim ficamos com:
descrição da fórmula em questão. Portanto, todas
as fórmulas que utilizamos, independentemente do 1km/h.1m/s = x.0, 2778m/s
1km/h
contexto em questão, deve ter o dimensionamento x = 0,27778 = 3, 6km/h
consistente. Caso contrário deve ser reanalisada
ou simplesmente descartada. Lembre-se disso ao Portanto, x, que é igual a 1 m/s escrito em
final das suas resoluções de problemas e exercı́cios! termos de unidade de velocidade em m/s vale 3,6
Para a equação x = 21 .v.t temos: km/h.
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1f t —— 0, 3048m
3212f t —— x
3212ft.0,3048m = x.1ft ho ha ha
sen θ = h , cos θ= h , tan θ= ho
x = 979,0 m
o seno, o cosseno e a tangente são números sem
Não se esqueça de fazer o corte nas dimensões unidades (nem dimensões) porque cada um é a
também! ft do lado esquerdo corta com ft do lado razão entre os comprimentos de dois lados de um
direito da equação e a resposta é dada em metros, triângulo retângulo.
conforme desejamos.
Exemplo 1.3 :
1.6 Incertezas e Algarismos Significati-
vos: “A finalidade principal de um teodolito é a
medida de ângulos horizontais e verticais. Indi-
As medidas sempre envolvem incertezas. Em retamente, podem-se medir distâncias que, rela-
muitos casos, a incerteza de um número não é cionadas com os ângulos verticais, possibilita ob-
apresentada explicitamente. Em vez disso, ela é ter tanto a distância horizontal entre dois pon-
indicada pelo número de dı́gitos confiáveis, ou al- tos quanto à diferença de nı́vel entre os mesmos.”
garismos significativos, do valor da medida. Por (Fonte: Teodolitos e Nı́veis Ópticos – Verificação
exemplo, medimos a espessura da capa de um e Ajustes, FERRAZ, A.S; ANTONINO, L.C.). A
livro e encontramos o valor 2,91mm, esse valor Figura 2 mostra uma versão simplificada do Teo-
apresenta três algarismos significativos. Com isto, dolito.
queremos dizer que os dois primeiros algarismos
são corretos, enquanto o terceiro dı́gito é incerto.
O último dı́gito está na casa dos centésimos, de
modo que a incerteza é aproximadamente igual a
0,01mm.
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ho = ha .tan θ = (67, 2m).(tan 50, 0o ) b) Com θ = 9,13o , a função tangente pode ser
ho = (67, 2m).(1, 19) = 80, 0m usada para determinarmos a profundidade desco-
nhecida a uma distância maior da margem, onde
O valor de tan 50,0o é determinado usando a ho = d e ha = 22,0 m. Conclui-se que:
calculadora cientı́fica.
ho = ha .tanθ
Exemplo 1.4 : d = 22, 0m.tan9, 13o = 3, 54m
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não periódicos) exigem descrição em termos de Sigamos com a análise do cı́rculo trigo-
movimentos circulares (isso sem contar a ı́ntima nométrico fazendo referência à duas unidades de
relação entre movimentos oscilatórios harmônicos medida angular: radianos e graus.
e o movimento circular uniforme).
IMPORTANTE!!
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Figura 8: Triângulo para Lei dos Senos. • Para a descrição completa de uma medida an-
gular devem ser especificados a escolha do se-
No triângulo ACH, temos que: mieixo e o sentindo em que a abertura angular
é realizada.
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EXERCÍCIOS
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Portanto,
ax = 8.sen30o = 4m
Figura 20: Exemplo 2.2.
ay = 8.cos30o = 6, 92m
Portanto,
ax =| ~a | .cos θ e ay =| ~a | .sen θ
ax = 5.cos30o = 4, 33m
ay = 5.sen30o = 2, 5m
Figura 22: Exercı́cio 4.
Exemplo 2.3: Quais são as componentes x
e y do vetor A?~ A Figura 21 mostra qual foi 5. Quais são as componentes x e y do vetor ~a
a escolha adotada para os eixos x e y. Consi- na Figura 23? Seu módulo | ~a |= 6, 50m e o
dere | ~a | = 8m e θ = 30o . ângulo θ = 45o .
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Sabemos que:
y
cosα =
| d~ |
Desse modo:
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Sugerimos neste momento que você, leitor, 2.10 Multiplicação de um vetor por
faça as questões a seguir: um vetor
10. Dados os vetores ~a = 2ı̂ + 3̂, ~b = ı̂+̂ e ~c =
Existem duas formas de multiplicar um ve-
−4ı̂ + 2̂. Calcule:
tor por um vetor: uma forma conhecida como
a) ~a + ~b b) ~a + ~c c) ~a − ~b
produto escalar que resulta em um escalar, a
11. Com base nos vetores da 10a questão, calcule: outra conhecida como produto vetorial que
a) 2~a − ~b b) ~b + ~c c) ~a + ~b + ~c resulta em um vetor.
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IMPORTANTE!
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14. No sistema de coordenadas da figura abaixo, 20. Um vetor F~ forma um ângulo θ = 30o com
mosque que: um vetor G.~ Sabendo que | F~ |= 5 e | G
~ |= 8,
ı̂.ı̂=̂.̂=k̂ .k̂ = 1 e ı̂.̂=̂.k̂=k̂ .ı̂= 0 ~
calcule: (a) o módulo da resultante R; (b) o
ângulo formado entre a resultante e o vetor
F~ .
PROBLEMAS ADICIONAIS
17. Sejam dois vetores representados em termos 24. Um explorador polar foi surpreendido por
de suas coordenadas como: uma nevasca, que reduziu a visibilidade a pra-
~a = ax ı̂ + ay ̂ + az k̂ e ~b = bx ı̂ + by ̂ + bz k̂ ticamente zero, quando retornava ao acampa-
mento. Para chegar ao acampamento, deve-
Mostre que: ~a.~b = ax bx + ay by + az bz ria ter caminhado 5,6 km para o norte, em
seguida 3,4 km na direção 30o a nordeste me-
18. Uma força de F~1 , de módulo igual a 2 N forma dido do norte e por fim 2,3 km fazendo um
um ângulo de 30o com o eixo Ox .Uma força ângulo de 85o em relação a oeste no sentido
F~2 , de módulo igual a 6 N forma um ângulo de anti-horário. Quantos quilômetros e em que
80o com o eixo Ox . Calcule: (a) o módulo |F~r| direção o explorador deverá seguir em linha
da força resultante F~r ; (b) o ângulo formado reta para chegar ao acampamento?
entre a resultante e o eixo Ox .
25. Uma pesquisadora está indo fazer uma pes-
19. Um vetor ~a forma um ângulo θ = 60 com um quisa em uma caverna e para isso ela deve
vetor ~b. Sabendo que | ~a |= 3 e | ~b |= 4, cal- percorrer 180 m para oeste, depois 210 m fa-
cule o módulo do vetor resultante ~r (unidades zendo um ângulo de 45o em relação a oeste no
de força em Newton). sentido horário e por fim 280 m fazendo um
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estivesse parado. Mas tudo muda quando o meio Essa é a importância. Não enxergar de ma-
de transporte sofre uma variação de direção ou no neira plena a relação entre velocidade e aceleração
módulo da velocidade. pode comprometer seu entendimento sobre as leis
de Newton. Mas agora você já sabe! Se o ob-
3.5 Relação vetorial entre velocidade e jeto está acelerado, ele não está em equilı́brio e,
aceleração portanto, há uma força resultante não nula atu-
ando sobre ele (somente enquanto o objeto estiver
Não são poucos alunos que confundem concei- acelerado).
tualmente e operacionalmente dois conceitos veto-
riais muito importantes para a dinâmica: veloci-
dade e aceleração. Há ainda alguns comentários importantes a se-
rem feitos sobre a primeira lei de Newton. A pri-
meira lei trata sobre estados de equilı́brio (não ace-
São conceitos que estão relacionados, mas são
lerados – força resultante nula). O repouso é ape-
distintos. É fundamental que o leitor tenha em
nas uma forma de equilı́brio (também chamado
mente o seguinte. Velocidade é um vetor, e qual-
de equilı́brio estático). Um objeto que se mova
quer variação nesse vetor (velocidade) corresponde
com rapidez constante numa trajetória retilı́nea
a uma aceleração. Sem exceção! Mas o que isso
também se encontra em equilı́brio. O equilı́brio,
quer dizer? Sejamos ainda mais explı́citos.
do ponto de vista da mecânica, é um estado em
1. Situação em linha reta. Pense num carro ace- que não ocorrem mudanças no estado de movi-
lerando ou frenando (qualquer coisa que al- mento do objeto. Uma bola de boliche rolando
tere o módulo da velocidade). Nesse caso a com rapidez constante numa trajetória retilı́nea
aceleração é facilmente visualizável pela mai- também está em equilı́brio (equilı́brio dinâmico) –
oria dos alunos. Nesse caso, temos uma ace- até que bata nos pinos.
leração associada a uma variação do módulo
da velocidade e que possui a mesma direção A forma vetorial da resultante nula é dada pela
do vetor velocidade. Equação 14 enquanto que as formas escalares são
mostradas na Equação 15.
2. Situação de curva realizada com veloci-
dade escalar constante (curva realizada com F~ = 0
X
(14)
pressão constante no acelerador, resultando
em leitura constante no velocı́metro). Nesse (partı́cula em equilı́brio,forma vetorial)
caso temos aceleração associada à variação de
direção do vetor velocidade. Essa aceleração
X X X
Fx = 0; Fy = 0; Fz = 0 (15)
é perpendicular ao vetor velocidade (veremos
mais a respeito no estudo do movimento cir- (partı́cula em equilı́brio, forma de componentes)
cular uniforme)
Outro ponto importante da primeira lei de
3. Bola que ricocheteia horizontalmente contra
Newton. Um objeto sob a influência de uma
uma parede e retorna com o mesmo módulo
única força jamais pode estar em equilı́brio. A
da velocidade, mas tem seu sentido de movi-
força resultante não poderia ser nula. Apenas
mento alterado. Nesse caso, não temos mu-
quando duas ou mais forças atuam é que pode
dança de módulo ou de direção, mas ainda
haver equilı́brio. Podemos testar se algo está ou
assim temos uma aceleração associada à mu-
não em equilı́brio observando se ocorrem ou não
dança de sentido do vetor velocidade.
alterações em no estado de movimento do corpo.
Mas por que essa discussão é importante? Para
responder façamos outra leitura da primeira Lei IMPORTANTE!
de Newton: A velocidade de um objeto, vetori-
almente falando, não muda “de graça”. Se há Uma força resultante nula sobre um objeto não
variação do vetor velocidade (seja de módulo, de significa que ele esteja necessariamente em re-
direção ou apenas mudança de sentido) há ace- pouso, e sim que seu estado de movimento
leração e se há aceleração há também a presença mantém-se inalterado. Ele pode estar tanto em
de uma força resultante que perdura enquanto repouso quanto em movimento uniforme em li-
houver mudança do vetor velocidade. nha reta.
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“Quando um corpo A exerce uma força so- num esquema ou representação do objeto de es-
bre um corpo B (uma ‘ação’), então o corpo tudo livre de sua “vizinhança”, contendo, além
B exerce uma força sobre o corpo A (uma do objeto ou corpo, as forças (representadas
‘reação’). Essas duas forças possuem mesmo por vetores) que atuam sobre ele. Vamos ten-
módulo e mesma direção, porém são orienta- tar sistematizá-lo através de perguntas e res-
das em sentidos contrários. Essas duas forças postas.
atuam em corpos diferentes.”
1) Qual o primeiro passo?
“Quando dois corpos interagem, as forças R: Seria desenhar uma figura, um esboço da
que cada força exerce sobre o outro são sem- situação que será estudada, contendo o objeto
pre iguais em módulo e possuem sentidos ou sistema fı́sico que será estudado e a repre-
contrários.” sentação geométrica (vetores indicados por se-
tas) de todas as forças que atuam sobre o
corpo. No primeiro passo, você deve enten-
der e responder por meio desse recurso gráfico
a seguinte pergunta: O que eu estou es-
tudando? Em linguagem de fı́sico, dizemos
que ao responder a essa pergunta você está
delimitando o objeto de estudo. Muitas
vezes, para poupar tempo, representamos o ob-
jeto estudado por um ponto e colocamos sobre
o mesmo a representação geométrica de todas
as forças que atuam sobre o objeto.
Figura 39: Identificação das forças em ação,
quando uma mão puxa uma corda amarrada a um
bloco. a) Mão, corda e bloco. b) Pares de ação e
reação. (As forças verticais não são mostradas).
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Após a representação de todas as forças que mos as componentes do vetor força resultante.
atuam sobre o objeto, em geral é necessário Em geral, podemos afirmar que problemas
escolher um sistema de coordenadas para de dinâmica necessitam de procedimentos de
decompor as forças (se todas as forças soma vetorial. Observação 1: Se for um pro-
estiverem contidas em uma única direção, blema de estática, temos que a força resultante
ou seja, se o problema for unidimensional, sobre o sistema é nula. Nesse caso vamos tra-
basta estabelecer o sentido positivo do eixo). balhar com um sistema de equações em que
cada componente da força resultante é igual
à zero. Observação 2: Ao longo da resolução
IMPORTANTE! dos problemas vamos ganhando experiência na
escolha de eixos coordenados de modo a sim-
Não se deve confundir a representação das
plificar a resolução do problema.
forças que atuam sobre o objeto com as
componentes das forças que atuam sobre
o objeto. As componentes já implicam em 4) Tendo as componentes do vetor força re-
uma escolha de sistema de coordenadas es- sultante, temos todos os elementos para pros-
pecı́fica. seguir até o final da resolução do problema.
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Normalmente usaremos essa relação na forma de atômicas” invisı́veis na superfı́cie da mesa sejam
componentes: comprimidas, produzindo, assim, uma força nor-
X X X mal sobre o bloco.
Fx = max ; Fy = may ; Fz = maz (21)
(segunda lei de Newton, forma de componentes) A terceira lei de Newton tem um papel im-
portante relacionado com a força normal. Na Fi-
gura 43, por exemplo, o bloco exerce uma força
IMPORTANTE! sobre a mesa comprimido-a para baixo. Consis-
tente com a terceira lei, a mesa exerce uma força
Todo corpo que não está em equilı́brio sob a na mesma direção, dirigida no sentido oposto, de
ação de uma ou mais forças está acelerado, e a mesmo módulo sobre o bloco. Esta força de reação
recı́proca é verdadeira. Se o corpo está acele- é a força normal. O módulo da força normal indica
rado é porque há uma força resultante não nula o grau de compressão mútua dos dois objetos.
atuando sobre ele.
Se um objeto estiver em repouso sobre uma
4.5 Forças de contato superfı́cie horizontal e não existirem forças atu-
ando na vertical, com exceção do peso do objeto
Em muitas situações, um objeto está em con-
e da força normal, os módulos destas duas forças
tato com uma superfı́cie, como, por exemplo, a
são iguais; ou seja, | F~N |=| P~ |. Esta é a si-
superfı́cie de uma mesa. Por conta do contato, há
tuação mostrada na Figura 43. O peso deve ser
uma força agindo sobre o objeto. Esta seção dis-
contrabalançado pela força normal para que o ob-
cute apenas uma componente desta força, a com-
jeto permaneça em repouso sobre a mesa. Se os
ponente que atua perpendicularmente à superfı́cie.
módulos destas forças não fossem iguais, haveria
A próxima seção discute a componente que atua
uma força resultante sobre o bloco, e o bloco esta-
na direção paralela à superfı́cie. A componente
ria acelerado para cima ou para baixo, de acordo
perpendicular é chamada de força normal.
com a segunda lei de Newton.
4.5.1 Força normal
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das paredes do cilindro no motor de um carro), A orientação da força de atrito estático é tal que
impedido – as de entrar em contato efetivo. ela se opõe a tendência de deslizamento da caixa.
ATRITO ESTÁTICO
IMPORTANTE!
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da magnitude da força horizontal aplicada. Ex- sua vez, aplica uma força a sua vizinha. Con-
perimentos mostram que µc é aproximadamente sequentemente, a força é aplicada à caixa, como
constante para uma larga faixa de valores de mostra a Figura 49.b.
rapidez.
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v2
arad = (27)
R
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O movimento circular uniforme, como qualquer movimento circular uniforme é dado por:
movimento de uma partı́cula, é governado pela se-
| v |2
gunda lei de Newton. A aceleração da partı́cula | F~total |= m. | arad |= m. (30)
orientada para o centro deve ser produzida por al- R
guma força, ou diversas forças, tais que a soma O movimento circular uniforme pode ser
vetorial F~ seja um vetor sempre orientado para
P
produzido por qualquer conjunto de forças, desde
o centro do cı́rculo (Figura 51). O módulo da ace- que a força resultante F~ seja sempre orientada
P
leração é constante, logo o módulo da força re- para o centro do cı́rculo e possua módulo cons-
sultante F~total também é constante. Caso a força tante. Note que o corpo não precisa se mover
para dentro deixe de atuar, a partı́cula é expelida em torno de um cı́rculo completo: a Equação 30
para fora do cı́rculo descrevendo uma linha reta é valida para qualquer trajetória que possa ser
tangente ao cı́rculo (Figura 52). considerada como parte de um arco circular.
IMPORTANTE!
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23. HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Os 26. (HALLIDAY & RESNICK, 9a Ed) Um
três blocos da figura abaixo são liberados bloco de 4,1 kg é empurrado sobre o piso pela
a partir do repouso. Aceleram com um aplicação de uma força horizontal constante
módulo de 0,500 m/s2 . O bloco 1 tem massa de módulo 40N. A figura abaixo mostra a ve-
M, o bloco 2 tem massa 2M e o bloco três locidade do bloco v em função do tempo t
tem massa 2M. Qual o coeficiente de atrito quando o bloco se desloca sobre o piso ao
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5.1 Objetivos de aprendizagem: • Dando uma ideia geral do que é tratado nessa
área da matemática;
• Entender como ocorre o estudo do movimento
via introdução dos conceitos básicos da ci- • Apresentando caracterı́sticas básicas do
nemática. São eles: posição, deslocamento, cálculo em nı́vel conceitual-operacional, mas
velocidade e aceleração. sem aprofundar no rigor matemático;
• Compreender os fundamentos (aspectos es- • Relacionando a estrutura conceitual-
senciais) do cálculo diferencial e integral apli- operacional do cálculo com as representações
cados em problemas da cinemática. gráficas correspondentes.
• Mostrar exemplos de aplicações de cálculo di-
ferencial nas engenharias em nı́vel informa- Além disso, para que essa introdução seja va-
tivo introdutório. liosa e representativa para você, é necessário o
entendimento das relações entre os conceitos ci-
5.2 Introdução: nemáticos tanto do ponto de vista conceitual-
operacional quanto do ponto de vista gráfico. Isso
O cálculo diferencial e integral é um ramo da quer dizer que precisaremos ter domı́nio das fer-
matemática muito adequado para tratar questões ramentas do cálculo (em nı́vel básico) e entendi-
dinâmicas de uma maneira geral. Determinar mento dos conceitos da cinemática conforme aca-
como determinadas quantidades variam ou deter- bamos de mencionar. Mas temos mais uma coisa
minar a quantidade total (valores) de uma gran- para dizer para você, leitor. Não apenas isso é
deza num dado intervalo (de qualquer natureza) possı́vel de ser conseguido como também tem tudo
são problemas gerais que podem ser atacados por para ser muito divertido!
essa área da matemática. Hoje em dia, o cálculo
é usado para achar órbitas de satélites, estimar
5.3 Uma breve discussão sobre referen-
o crescimento populacional, calcular a inflação, e
cial do ponto de vista da cinemática
também é utilizado em questões importantes de
processos de otimização. Assim, o cálculo di- Antes de comentarmos sobre os aspectos de
ferencial e integral é hoje considerado um ins- posição e deslocamento é importante nos basear
trumento indispensável em todos os campos da no fato de que o referencial pode interferir di-
ciência pura e aplicada: em Fı́sica, Quı́mica, Bi- retamente nestas duas grandezas fı́sicas posição e
ologia, Astronomia e principalmente em todas as deslocamento. Por exemplo, numa conversa por
Engenharias. Isso nos mostra que as aplicações telefone, ao dizer a sua posição a alguém, você fa-
de cálculo estão entre as maiores realizações in- talmente adotará um referencial que também seja
telectuais da civilização, tanto do ponto de vista conhecido para a pessoa com quem você está fa-
cientı́fico, como também do ponto de vista cultu- lando (Exemplo: Tô aqui perto do Mercado de
ral e social. E você, prezado leitor, terá oportu- São Braz!).
nidade de ter um primeiro contato com esse ma-
ravilhoso e vasto campo do conhecimento humano Mas afinal de contas o que é referencial?
tendo a cinemática como porta de entrada (aqui
neste capı́tulo nos restringiremos ao movimento
Já discutimos um pouco sobre referencial no
em linha reta, ou seja, restritos a uma dimensão).
capı́tulo de vetores quando tratamos da adoção
Isso mesmo: o estudo do movimento é um dos mui-
tos campos da fı́sica em que o cálculo diferencial integral. Outro inventor do cálculo foi o filósofo, e ma-
e integral é importante.3 temático alemão Gottfried Wilhelm Leibniz. Ambos os
gênios, dos maiores que a humanidade já conheceu, se en-
3
O fı́sico inglês Isaac Newton estudava questões rela- volveram em uma terrı́vel pendenga pela honra de ter a
cionadas ao movimento e às explicações do movimento primazia na invenção do cálculo. Tal briga polarizou boa
(dinâmica). Pelas necessidades matemáticas implicadas em parte dos cientistas europeus daquela época, com os ingle-
tais estudos, com muita labuta e genialidade, desenvolveu ses ficando do lado de Newton enquanto que os cientistas
o inı́cio do que conhecemos hoje como cálculo diferencial e alemães tomaram partido por Leibniz.
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de um sistema de eixos coordenados para fazer a mas também para onde ele anda (direção e sen-
decomposição de vetores (ver Seção 2.5). Também tido). Veremos esses aspectos com mais detalhes
falamos de referencial no inı́cio do capı́tulo de na seção seguinte.
Leis de Newton quando vimos que referenciais
que estão acelerados (referenciais não-inerciais) se
Não vamos desenvolver extensivamente o
comportam e são descritos de maneira diferente
estudo da cinemática. Nosso interesse é abordar
dos referenciais que não estão acelerados (referen-
tudo o que é estritamente necessário para o estudo
ciais inerciais) (Seção 3.2).
da dinâmica. Logo, não vamos desenvolver aqui
estudos e manipulações de equações cinemáticas.
Vamos falar mais um pouco sobre referencial, Mas fica o alerta! Quando for tratar problemas
agora no contexto de cinemática. Conforme ex- de cinemática, não tente apenas decorar as
presso no inı́cio desta introdução, a nossa dis- equações e usa-las cegamente. Estabeleça o seu
cussão está restrita a movimentos em uma di- referencial, ou seja, estabeleça a origem do
mensão. Ou seja, tudo acontece em cima de uma seu sistema de medidas e oriente o sistema
linha reta. Essa discussão pode ser facilmente ge- de eixos coordenados que você estiver traba-
neralizada para duas e três dimensões, pois nós lhando. Esse é o primeiro passo. Sempre! Depois
temos conhecimento de vetores! veja como essa escolha afeta as equações que
você está trabalhando. Caso resolva “pular” essa
Mas voltemos à discussão. Toda medida de etapa, com alta probabilidade você encontrará
posição se faz a partir de um ponto. Fisicamente o resultado errado para o problema que está
esse ponto é a nossa origem (onde a gente põe o resolvendo ou de fato não será capaz de explicar
“zero” da fita métrica, por exemplo). Matema- como o resolveu, mesmo que esteja “certo” (a
ticamente, é a origem do nosso sistema de eixos última parte tem probabilidade igual a 100%).
coordenados (lá na Seção 2.5 nós já havı́amos fa-
lado sobre a necessidade de adotar formalmente
um sistema de coordenadas para efetuar medidas IMPORTANTE!
de posição). Todo eixo coordenado possui uma Para estabelecer um referencial do ponto de
parte positiva a partir da origem e uma parte ne- vista da cinemática, precisamos estabelecer a
gativa a partir da mesma. Veja a Figura 53. origem do seu sistema de coordenadas, bem
como a orientação do sistema de eixos
coordenados.
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IMPORTANTE!
O vetor velocidade média é um vetor que
IMPORTANTE! aponta na mesma direção e no mesmo sentido
É importante reconhecer a diferença entre que o deslocamento, pois a constante ∆t é
deslocamento e distância percorrida. A sempre positiva. Do mesmo modo que no
distância percorrida por uma partı́cula é o deslocamento, usaremos os sinais de mais (+)
comprimento do caminho descrito pela e o de menos (-) para indicar os dois sentidos
partı́cula de sua posição inicial até a sua possı́veis para uma dada direção.
posição final. Deslocamento é a variação de
posição de uma partı́cula.
Velocidade Escalar Média
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Calcule a velocidade média entre os instantes função varia em função de um parâmetro ponto-
t = 1s e t = 2s. a-ponto (taxa de variação instantânea da função).
x(2) − x(1) 20 − 5 Veremos que quanto maior for a taxa de variação
v= = = 15m/s; ∆t = 1s da função num dado ponto maior será a inclinação
t1 − t0 2−1
(tangente) da função naquele ponto. No estudo do
Agora, entre t = 1s e t = 1, 1. movimento a partir do cálculo diferencial vemos
que encontrar a reta tangente à função horária da
x(1,1) − x(1) 6, 05 − 5
v= = = 10, 5m/s; ∆t = 0, 1s posição em função do tempo e o problema para
t1 − t0 1, 1 − 1 encontrar a velocidade de um objeto num deter-
minado instante envolve determinar o mesmo tipo
E então, entre t = 1s e t = 1, 01. de limite. Esse tipo especial de limite é cha-
x −x(1)
mado de derivada e veremos que pode ser inter-
5,1−5
v = (1,01)
t1 −t0 = 1,01−1 = 10, 05m/s; ∆t = 0, 01s pretado como uma taxa de variação ou razão
incremental tanto nas ciências quanto na enge-
nharia. Veremos que o estudo de cálculo integral
relaciona-se ao processo inverso da derivada (so-
IMPORTANTE!
matório das áreas).
À medida que ∆t diminui, a velocidade média
se aproxima de um valor-limite, que é a
velocidade instantânea. Para poder entender
melhor a definição de velocidade instantânea, Conceito
precisamos aprimorar o entendimento do que
vem a ser cálculo diferencial e integral.
Seja uma função f (x) qualquer, e sobre ela
traçamos uma reta que intercepta dois pontos
quaisquer desta função, f (x). A essa reta, cha-
5.7 Noções de cálculo diferencial mamos de reta secante, conforme segue na Figura
53, que mostra como extraı́mos o fator coeficiente
Para começar, qual o problema fundamen- angular da reta.
tal que o cálculo diferencial responde? Procura-
remos responder intuitivamente a essa pergunta
(portanto em nı́vel básico) tanto do ponto de
vista conceitual-operacional quanto do ponto de
vista gráfico. Começando pelo ponto de vista
conceitual- operacional. O cálculo diferencial, cuja
operação matemática correspondente é chamada
de derivada, busca responder a seguinte questão
fundamental: Como uma função varia ponto a
ponto? Ou ainda, de maneira equivalente: Qual
a taxa de variação que uma função apresenta em
função de um determinado parâmetro? É difı́cil
superestimar a importância dessa pergunta. Tal-
vez não seja difı́cil imaginar que responder como a Figura 54: Reta secante a uma função f (x)
posição de um corpo varia em função do tempo é
importante para o estudo da cinemática e que essa
variação da posição do corpo em função do tempo,
ou melhor, a taxa de variação da posição do corpo IMPORTANTE!
em função do tempo tem algo a ver com a veloci- A reta secante a uma curva é uma reta que
dade do corpo. Veremos que quanto menor for o cruza dois ou mais pontos desta mesma curva
intervalo de tempo considerado, mais nos aproxi- e o coeficiente angular da reta secante acima é
mamos do conceito matemático da derivada, que é dado pela fórmula da geometria analı́tica:
definido em termos de um processo de limite. Gra-
ficamente, grosso modo, tudo o que vamos fazer é f (x + h) − f (x)
m= (34)
sair acompanhando a tangente à função, ponto- h
a-ponto, para responder a questão de como uma
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∆v dv
a = lim = (41)
∆t→0 ∆t dt
Vimos que a derivada nada mais é do que f 0 (t) = u0 (t) ± v 0 (t) (47)
a taxa de variação da função. Para o caso da
função constante, a resposta da pergunta “Como A derivada da soma (subtração) é igual à soma
varia a função em termos de x ?” é simples. A (subtração) das derivadas.
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CONSTANTE k MULTIPLICANDO A
FUNÇÃO
(kf (t))0 = kf 0 (t) (48)
IMPORTANTE!
A derivada obedece, portanto, à propriedade
da distributividade para a soma e subtração.
Ou seja, para calcular a derivada de uma
função com dois ou mais termos, derive cada
um dos termos e depois some tudo. A regra
exposta em 5.7 expõe que a derivada de uma
função f (t) multiplicada por k é igual a
derivada de f (t) vezes k. Ou seja, a constante
fica “esperando” para ser multiplicada pelo
resultado da derivada de f (t).
ANÁLISE DA DERIVADA
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IMPORTANTE!
O estudo dos máximos e mı́nimos de uma
função é uma das aplicações mais importantes
da derivada para um engenheiro, o qual usa
essa ferramenta, entre outras finalidades, para
minimizar o custo de seus projetos.
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CONCEITO DE INTEGRAL
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IMPORTANTE!
NOTAÇÃO Como se podem perceber, essas duas últimas
propriedades da integral são análogas às da
A integral deR uma função f (x) é denotada por derivada.
R
f (x)dx, onde se assemelha a um S estendido,
de soma. Tal qual fizemos em relação à derivada,
vamos colocar algumas propriedades da integral. 5.11 Aplicação na cinemática
A derivada foi usada para obter a velocidade
IMPORTANTE! instantânea a partir do espaço e a aceleração ins-
As propriedades de distributividade da soma e tantânea a partir da velocidade instantânea. Já
da multiplicação de uma integral por uma que a integral é o processo inverso da derivada,
constante são mantidas na integração, tal como dito no inı́cio do capı́tulo, era de se esperar
como na operação de diferenciação. que a integral fosse usada para calcular a variação
de espaço em função da velocidade instantânea
e a velocidade instantânea a partir da aceleração
instantânea. Essa suposição, felizmente, é verda-
PROPRIEDADES DA INTEGRAL deira, da qual vêm as equações:
Z
∆S = vinstantânea dt (54)
Assim como na seção derivadas, f , u e v são
funções de x. Vamos considerar c uma constante Z
arbitrária que aparece no processo de integração. vinstantânea = ainstantânea dt (55)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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