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Comentário de Hebreus 9.

24-28

“Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém
no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (v.24).

O santuário terrestre foi feito conforme o modelo que Moisés recebera no monte,
todavia ele fora confeccionado por mãos humanas. Cristo, ao contrário, entrou no
santuário celeste do qual o terrestre era apenas uma figura. Nesse santuário celeste
Ele esta oficiando como sumo sacerdote em favor da igreja (Rm 8.34).

“Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada
ano entra no santuário com sangue alheio” (v.25).

O sistema sacerdotal da antiga aliança exigia que ano após ano o sumo sacerdote
entrasse no santuário para apresentar o sacrifício da expiação. O sacerdócio de Cristo,
visto ser de natureza eterna e definitiva, não apresenta essa imperfeição.

“De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do
mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar
o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (v.26).

O problema do pecado, que entrou no mundo através de Adão, nunca havia sido
tratado de forma definitiva até a vinda de Cristo. Desde a instituição do sistema
sacerdotal levítico, os sacerdotes no santo lugar e o sumo sacerdote no santo dos
santos, necessitavam ano após ano oferecer seus sacrifícios. Tudo isso terminou
quando Cristo entrou no santuário celeste.

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o
juízo” (v.27). 

Há uma analogia entre a morte dos homens e a morte de Cristo, todavia há uma
diferença abissal entre ambas. A morte dos homens foi “ordenada”, como tem como
escapar e fugir dela! Todavia a morte de Cristo foi voluntária, uma entrega a favor dos
homens. “Ninguém está isento desta experiência. A diferença entre a morte de Cristo e
todas as demais é que a dEle foi voluntária, ao passo que para todos os demais é
ordenada (apokeitai), i.é,armazenada para eles. A expectativa de que alguns escaparão
à morte (cf.1 Ts 4.15ss.) é uma exceção à regra geral declarada, ocasionada pelo
evento especial da vinda de Cristo. Não está, portanto, em conflito com esta
declaração em Hebreus”.

“Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (v.28).

O autor ressalta o caráter voluntario do sacrifício de Cristo, todavia colocando-o dentro


da esfera escatológica. A figura é tirada da redação da Septuaginta, Isaias 53.12.
Quando Cristo veio a primeira vez, ele veio para fazer expiação pelo pecado. Mas
agora o autor diz que Ele voltará uma segunda vez, não mais para tratar do problema
do pecado, mas para aqueles que o esperam para a salvação. Donald Gutrhie
comentou oportunamente que “as palavras sem pecado (chòris hamartias– “não para
tratar dos pecados” — RSV) rapidamente colocam um aspecto diferente na analogia. O
pecado não precisa de mais expiação. Tudo quanto é necessário é a apropriação da
salvação que a oferta que Cristo fez de Si mesmo obteve por nós.

O verbo traduzido aguardam (apekdechomenois) ocorre em 1 Coríntios 1.7, Filipenses


3.20 e Romanos 8.19,23,25, e em cada caso a respeito da grande expectativa dos
crentes que aguardam as glórias do por vir”.

(Texto extraído do livro “Ânimo, Esperança e Fé em Tempos de Apostasia”, editado


pela CPAD) GUTHRE, Donald. Hebreus – introdução e comentário. Editora Vida Nova.
GUTHRIE, Donald. Idem. pp.189. Marcelo Oliveira de Oliveira Editor da Revista Lições
Bíblicas Adultos

FONTE: CPAD

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