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Em certas parábolas, Cristo ilustra o princípio da responsabilidade humana quando do juízo final. Na das
Dez Virgens, a ênfase está na responsabilidade por nossa 𝑝𝑟𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎𝑐̧𝑎𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑖𝑡𝑢𝑎𝑙 (Mat. 25:1-13). Na dos
Talentos, a área de responsabilidade é a 𝑚𝑜𝑟𝑑𝑜𝑚𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑐̧𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠, como tempo, dinheiro e talentos
(Mat. 25:14-30). Na das Ovelhas e Cabritos, a área coberta é nossa 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑠𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑐̧𝑖𝑎𝑙 quanto às
necessidades alheias (Mat. 25:31-46).
𝙈𝙊𝙍𝙏𝙊𝙎 𝙍𝙀𝙎𝙎𝙐𝙍𝙍𝙀𝙏𝙊𝙎 𝙅𝘼́ 𝙅𝙐𝙇𝙂𝘼𝘿𝙊𝙎. A responsabilidade de cada um é decerto decidida antes que
Cristo venha buscar “os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o
mal, para a do juízo” (João 5:28-29). A ressurreição da vida e da condenação representam o juízo executivo
de Cristo que pressupõe a terminação do juízo avaliativo. Neste texto se indica que as pessoas serão
ressuscitadas 𝑛𝑎𝑜̃ 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑟𝑒𝑚 𝑗𝑢𝑙𝑔𝑎𝑑𝑎𝑠, mas 𝑗𝑎́ 𝑗𝑢𝑙𝑔𝑎𝑑𝑎𝑠. Do contrário, teríamos uma situação de
incoerência--os resultados do juízo atribuídos antes da convocação do próprio juízo.
A fase da “ressurreição do juízo” realmente significa “ressurreição da condenação”, uma vez que é
contrastada com a “ressurreição da vida”. Esse significado é muito bem exposto pela New International
Version: “aqueles que fizeram o bem “ressuscitarão para viver, e os que fizeram o mal ressuscitarão para
serem condenados”. Esse juízo decisório de vida ou condenação deve obviamente dar-se antes da própria
ressurreição. Tal ideia é expressa por Cristo num diálogo com os saduceus quando fala dos que “são julgados
dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos” (Luc. 20:35).
𝘼 𝙉𝙊𝘾̧𝘼̃𝙊 𝘿𝙀 𝙎𝙀𝙋𝘼𝙍𝘼𝘾̧𝘼̃𝙊. A ideia de separação quando da Vinda de Cristo entre salvos e perdidos
também pressupõe um Juízo Pré-Advento. Jesus descreve essa separação quando do Advento de vários
modos. Ele a compara com a separação ao tempo da colheita entre o joio e o trigo. Note-se que os que fazem
a colheita são instruídos: “ajuntai . . . o joio . . .; o trigo . . . recolhei-o” (Mat. 13:30). Não se faz necessário
definir qual é o trigo e qual é o joio, pois pelo tempo da colheita essa distinção já é estabelecida.
Jesus ilustra a separação do Advento também pela parábola dos maus e bons peixes, quando a tarefa dos
anjos não é determinar quais são os “bons” e quais os “justos”, mas simplesmente separar uns dos outros
(Mat. 13:49). Fica implícito que já ocorreu a determinação da condição de cada.
No Discurso do Monte das Oliveiras Jesus fala do dia da “vinda do Filho do homem” declarando: “…
estando dois homens no campo, será levado um e deixado outro; estando duas mulheres a trabalhar no
moinho, será levada uma e deixada a outra” (Mat. 24:40-41). A súbita separação entre os salvos e os
perdidos pressupõe uma determinação prévia de seus respectivos destinos.
Por certo, o rei examinou os convidados ANTES do início da festa nupcial. Em Apocalipse 19, a Vinda
de Cristo é comparada com as “bodas do Cordeiro” (vs. 7, 17). Esta imagem sugere que a festa nupcial de
Mateus 2 alude à celebração que acompanhará o Segundo Advento. A Igreja, esposada com Cristo pela fé
(Efé. 5:32), aguarda, como na parábola das Dez Virgens, a Vinda do Noivo Celestial para celebrar a festa
matrimonial. Se esta interpretação for correta, então o exame pelo rei dos convidados à festa 𝐴𝑁𝑇𝐸𝑆 das
bodas representaria um processo de avaliação que se dá antes da Vinda de Cristo.
Cada um dos temas examinados (recompensa, responsabilidade e separação) pressupõe uma obra de
investigação pré-Advento que determina quem é “considerado digno” de alcançar a ressurreição da vida e
quem merece a ressurreição da condenação (Luc. 20:35; João 5:28-29). Esta noção de um juízo avaliativo
pré-Advento está implicitamente expresso, por outros escritores neotestamentários, como analisado em outro
estudo abrangendo demais autores neotestamentários.