A pneumática é um dos ramos da física com diversas aplicações na engenharia,
ela estuda como o ar comprimido pode ser utilizado em aplicações de comando e acionamento de dispositivos. Existem registros históricos de que em 2500 AC já havia a utilização do ar comprimido como fonte de energia pelo ser humano, onde dispositivos como foles e órgãos que funcionavam com o escoamento de ar sob pressão em tubulações e tinham seu acionamento realizado manualmente.
Por volta do século XIX, sugiram equipamentos com aplicações pneumáticas
mais complexas, como locomotivas e perfuradores utilizados em mineração. Esses equipamentos utilizavam vapor em altas temperaturas em vez de ar comprimido, entretanto o princípio de funcionamento é o mesmo de aplicações atuais. Foi somente no século XX que a pneumática começou a ter aplicações na área de automação e passou por um rápido desenvolvimento, tornando-se uma tecnologia muito importante na indústria atual.
A pneumática assim como a hidráulica, utiliza as propriedades de um fluido
para realizar suas aplicações. Um fluido pode ser definido como uma substância
As aplicações em pneumática possuem algumas etapas principais, elas são
geração, distribuição e aplicação. A geração envolve o processo de compressão do ar e da retirada da umidade, retirando a maior parte do vapor d’agua presente no ar comprimido. Na distribuição, o ar passa pela por tubulações que podem ser de metal ou de plástico sendo direcionado para dispositivos como válvulas que vão direcionar o ar de acordo com a necessidade do sistema. Já na aplicação a energia contida no ar comprimido é utilizada para realizar uma tarefa que pode ser um movimento linear ou rotativo.
Os sistemas pneumáticos possuem uma série de qualidades que tornam essa
aplicação útil no ambiente industrial, como não apresentar riscos de produzir faíscas em atmosferas potencialmente explosivas, não contaminarem o ambiente onde são utilizados, o ar comprimido é facilmente armazenado e não precisa de linha de retorno. Apesar dessas qualidades, os sistemas pneumáticos somente são utilizados em aplicações com cargas de até uma tonelada, para cargas acima deste valor são utilizados sistemas hidráulicos.
Como existem diversos componentes pneumáticos disponíveis no mercado,
cada um com propriedades e funções específicas, é necessário seguir uma simbologia padronizada. Essa simbologia gráfica é encontrada na norma ISO 1219-1 e os principais componentes podem ser observados nas Tabelas 1 e 2. Nesta norma também é possível identificar a origem da nomenclatura utilizada em cada válvula. Por exemplo a válvula 5/2 vias recebeu este nome devido ao fato de ser uma válvula que possui 5 saídas/entradas de ar comprimido e possui duas posições distintas, essas posições definem como o ar comprimido vai se deslocar no interior do equipamento.
A válvula de controle de fluxo não foi implementada na versão atual do
laboratório, porém sua ausência não afeta as práticas desenvolvidas. Além das práticas sugeridas no roteiro, o usuário pode montar diversos outros circuitos que permitem verificar o princípio de funcionamento e operação dos principais componentes pneumáticos disponíveis no mercado.
Válvula 3/2 vias com acionamento manual e retorno por mola;
Válvula 3/2 vias com acionamento mecânico e retorno por mola;
Válvula 5/2 vias pilotada por ar e retorno por mola;
Válvula 5/2 vias com duplo solenoide;
Válvula 5/2 vias com solenoide e retorno por mola.
Tabela 2 – Simbologia pneumática de válvulas de acionamento.
Os circuitos eletropneumáticos são esquemas de comando e acionamento que
representam os componentes pneumáticos e elétricos empregados em máquinas e equipamentos industriais, bem como a interação entre esses elementos para se conseguir o funcionamento desejado e os movimentos exigidos do sistema mecânico. Enquanto o circuito pneumático representa o acionamento das partes mecânicas, o circuito elétrico representa a sequência de comando dos componentes pneumáticos para que as partes móveis da máquina ou equipamento apresentem os movimentos finais desejados.
A utilização de sistemas eletropneumáticos em substituição aos sistemas
pneumáticos mostra-se vantajosa em diversas situações que envolvam velocidade de transmissão, perdas, segurança etc. No entanto, os elementos pneumáticos mostram- se imprescindíveis dentro da cadeia de comando em função de seu tipo de construção, da segurança que apresentam e da velocidade de trabalho.