Você está na página 1de 3

Hoje vamos responder à questão “A arte é inútil?

Será que realmente apreciamos a arte ou só a usamos como meio para atingir um fim? -
fiquem a pensar um pouco sobre isso.

Em primeiro lugar devemos esclarecer que não há só uma única definição do que é arte.
Mas ainda assim é possível dizer que ela está relacionada à necessidade de comunicação
humana e, em sua maioria, à expressão de emoções e questionamentos, tanto existenciais,
sociais, ou puramente estéticos.

Apesar de, hoje em dia, o valor estético desempenhar um papel muito importante, o ser
humano continua a sentir a necessidade de se expressar e comunicar através da arte, que
continua a constituir um reflexo da sociedade que a concede, cumprindo simultaneamente a
função de transmitir os valores dessa mesma sociedade.

Pode se dizer também que a arte é uma espécie de fuga aos problemas da vida, uma forma
de nos libertarmos da tensão e do cansaço que sentimos no dia a dia.

As manifestações artísticas podem ser realizadas através de diversas formas tais como a
pintura, a escultura, a dança, a arquitetura, a literatura, a música, o cinema, entre outros.
Vocês gostam desta música por ela em si ou pelo que vos transmite?

Muito bem, então isto faz nos voltar ao dilema inicial: será que realmente apreciamos a arte
ou só a usamos como meio para atingir um fim?

Alguns dizem que a arte tem como fim a comunicação, enquanto que os que amam a arte
pela sua essência dizem que o seu fim é a arte em si, isto é, a arte é inútil.

Mas como assim inútil?

Tudo o que existe tem um fim, isto é, um objetivo, por exemplo: o fim do lápis é escrever, se
o lápis não escreve então ele é inútil, não tem utilidade.

Há dois tipos de inutilidades, a primeira é a mais conhecida, chamamos de inútil tudo aquilo
que não presta ou não alcançou o seu objetivo. Por exemplo, o rádio avariou, o fim do rádio
é captar as ondas para que as possamos ouvir, se não faz isso, não presta, ou seja, é inútil.

A outra inutilidade é desconhecida pela maioria, é aquela que não tem um fim noutra coisa,
mas unicamente em si. Por exemplo, a tela de Van Gogh é inútil, isto é, não tem uma
finalidade noutra coisa, a sua finalidade está em si mesma. o quadro não serve para
pentear o cabelo, não serve para cantar, só serve para ser contemplado.

Todavia, a arte serve ou é útil para se alcançar um fim não artístico, isto é, ela não é
valorizada por si mesma, mas só como meio de se alcançar uma outra finalidade.

Este sentido utilitarista é comum a todos os povos desde as suas formações iniciais. O
homem primitivo, por exemplo, precisava de se cercar de objetos que respondessem à sua
necessidade urgente de sobrevivência. Por isso, os desenhos nas cavernas, as danças e as
representações primitivas precisavam ter utilidade, ou seja, deveriam servir para que os
espíritos dos animais fossem atraídos e aprisionados, ajudando os homens nas caçadas.

Há vertentes e perspetivas diferentes quanto à função da arte. Isso ocorre porque cada
sociedade estabelece uma relação muito específica com os objetos artísticos, definindo
necessidades e importâncias particulares. 

Algumas pessoas defendem que a arte só pode existir ligada a alguma funcionalidade, ou
algo que lhe dê um sentido, tal como ocorria nas sociedades primitivas. Nesta conceção, só
pode haver um objeto artístico se este se relacionar, por exemplo, a uma função social,
histórica, educativa ou psicológica.
“A arte é tão maravilhosamente irracional, exuberantemente sem sentido, mas ainda
assim é necessária. Inútil, porém, necessária, e isso é difícil para um puritano
perceber.” – Günter Grass

Despicable Me 2 - Happy - YouTube

Você também pode gostar