Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Num fatídico dia Fred foi novamente caçar com o mesmo grupo de sempre.
Porém desta vez ele ficou para trás para recolher algumas conchas e moluscos, a
cada momento que passava parecia que seu grupo se distanciava mais e mais.
Depois de ter finalizado sua coleta Fred foi atrás dos seus companheiros, porém
não encontrou ninguém ao chegar na área de caça, local que normalmente é bem
movimentado. Mas não tinha nenhuma alma por lá, o ambiente parecia bem
sucateado. Ao longe via se algumas lanças, cordas, redes e conchas totalmente
quebradas e rasgadas. Ele sentiu um sentimento de estranheza então resolveu se
aproximar de tudo aquilo. Ao chegar mais perto notou que havia algumas manchas
de sangue pairando na água e outras misturadas na areia.
Preocupado de algo ter acontecido com seus companheiros, o mesmo seguiu
os rastros de luta até a superfície. Se esgueirando em algumas pedras da costa,
avistou um barco próximo a um cais. O olhar dele se enche de espanto quando
avistou seus companheiros totalmente feridos e amordaçados pelos humanos que
os capturaram. Apesar de tudo o Fred não recuou, pegou sua faca de caça e
mergulhou novamente para chegar mais perto dos pescadores. Aproximando-se do
barco, ele viu que uma escotilha estava aberta na lateral. Após ter entrado
escondeu-se numa região cercada de caixotes de madeira. Empunhando a faca o
“peixe morto” esperou o momento certo para soltar seus companheiros. O barqueiro
que comandava a tripulação entrou em sua sala ficando fora de vista, logo depois a
tripulação se deslocava para o cais para desembarcar algumas mercadorias. Esse
parecia ser o momento certo.
Chegando perto do seus companheiros, o pequeno Locathah corta as cordas
de alguns, um deles ergueu a cabeça em sua direção e disse:
- Por que demorou tanto, Peixe morto? Vê se faz alguma coisa de útil e nos
ajude a matar todos esses humanos podres, eles vão pagar pelo que fizeram
com nosso povo.
- A gente tem que sair daqui logo, eles devem está voltando. Não precisamos
machucar mais ninguém hoje.
O moço pega uma vasilha com uma sopa muito quente, apoia a colher com
um pouco da sopa sobre sua boca. Tinha um gosto amargo, mas satisfatório. Após
recuperar as energias, o pequeno Locathah vê com mais clareza onde se encontra.
Ao seu redor ver as ondas do mar, se chocando contra as rochas. Mais ao lado, um
pequeno acampamento improvisado com o homem que o salvou acariciando um
gatinho. Ele tinha duas espadas em sua cintura, seus braços eram totalmente
cobertos por bandagens. Sobre sua cabeça tinha um chapéu de palha coberto de
poeira e arranhões em espiral.
O homem pergunta se ele lembrava de alguma coisa antes de perder a
consciência, o Fred conta com muito receio de ser julgado pela falta de coragem
das suas ações. Depois de ter escutado toda a história o senhor se levanta
estendendo a mão e diz: “ Não sei como você aguentou ficar naquele lugar por todo
esse tempo, e daí se você não gosta de machucar os outros? haha…".
- E ainda por cima eu nem sei lutar….. mas se não tivesse saído, talvez os
outros Locathah estariam viv-
- Mas se você quiser mesmo aprender como lutar, deve primeiro encontrar
alguém para querer proteger. Ter uma motivação, seguir a alguém.
- Esse aqui é Tahm Kench, Deus do Mar - Fala o homem do chapéu - Ele é o
Deus que me inspira a conquistar todas as minhas profundas ambições,
dando Força e fornecendo toda facilidade do mundo.
Ao redor da estátua era possível ver algumas velas apagadas e bilhetes já
cobertos pela areia.
- Seguir um Deus? como isso ajudaria a ter alguma vantagem nas lutas? -
pergunto o pequeno Locathah.
- Acredite em mim, quando falo que com ele ao seu lado, tudo é possível. Não
haverá demônios fortes o suficiente pra te amedrontar. Não haverá
desconfiança forte o suficiente para ofuscar seu caminho. Não haverá batalha
perdida se confiar nele - Afirma o Homem do Chapéu.
- Eu…não entendo muito sobre tudo isso. Mas vou confiar em suas palavras e
usar desse Deus para proteger não só a mim, mas os outros ao meu redor -
Completa o jovem Locathah.
- Sendo assim está feito. Siga-me e te ensinarei tudo o que precisa. A…a
propósito, pode me chamar de Bartolomeu, qual seu nome? - Bartolomeu
falando enquanto o comprimenta.
- Obrigado por tudo que tem feito por mim, Mestre. Prometo deixá-lo orgulhoso
por onde quer que eu esteja - Fred segura as emoções na frente de seu
mentor.
- Haha. Sei que vai fazer de tudo e mais um pouco - O mestre fica com uma
expressão séria logo em seguida - Tenha cuidado nessa jornada meu rapaz.
E lembre-se do seu código de honra
E assim ele parte em sua jornada. Deixando para trás seu novo lar e sua nova
família em busca de mais aprendizado e novas experiências.