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Desencadear da Força é uma obra de ficção.

Nomes, lugares, e outros incidentes são produtos da


imaginação do autor ou são usadas na ficção. Qualquer semelhança a eventos atuais, locais, ou
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Índice
Capa
Página Título
Direitos Autorais
Dedicatória
Epígrafo
Parte 1 - Imperial
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Parte 2 - Empírico
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Parte 3 - Rebelde
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Sobre o Ebook
Sobre o Autor
Agradecimentos
Para a minha Família:
Amanda, Xander, e Finn;
e Seb, sempre
Parte 1
IMPERIAL
A vida do aluno secreto de Darth Vader tomou um rumo
estranho e mortal no dia em que o seu Mestre falou pela primeira vez
sobre o General Rahm Kota.
Não teve nenhum aviso de que um momento de tal significado estava se
aproximando. Durante as suas meditações noturnas, ajoelhado no chão de
metal de sua câmara enquanto os droides de construção construíam a
Executor, sem saber de sua existência, não tinha visões do puro vermelho e
raivoso do sabre de luz que segurava como uma marca acesa na frente de
seus olhos. Embora tivesse olhado até que o mundo desaparecesse e o lado
sombrio fluísse através dele em uma maré sangrenta, o futuro permaneceu
fechado.
Nada, portanto, o preparou para o súbito desvio dos exercícios punitivos
e imprevisíveis do dia. O seu Mestre não era um professor paciente; nem
era falador. Preferia a ação ao debate, assim como preferia a recriminação à
recompensa. Nem uma vez em todos os dias em que lutaram juntos, com
sabre de luz, telecinese ou sugestão, o Lorde Sombrio ofereceu uma única
palavra de encorajamento. E sabia que era assim que deveria ser. O trabalho
de um professor não era arrastar um aluno por um caminho único e
desgastado. Em vez disso, era para deixar o aluno abrir o seu próprio
caminho pela floresta, intervindo apenas quando o aluno estava
irremediavelmente perdido e precisava ser corrigido.
Sabia que mesmo nos caminhos errados, havia alguma sabedoria. O que
não o matou apenas o tornou mais poderoso no lado sombrio.
E houveram muitas, muitas vezes que pensou que poderia morrer...
Respirando pesadamente após uma rodada de golpes punitivos, o sabre
de luz abaixado em submissão, se ajoelhou diante de seu Mestre e se
preparou para o golpe mortal. Podia sentir a ira irradiando do Lorde
Sombrio como calor, um calor visceral e raivoso que deixava a sua pele
arrepiada. Por um momento que pareceu durar anos, tudo o que pôde ouvir
foi a respiração regular e implacável que mantinha o homem vivo dentro da
máscara.
— Você estava fraco quando te encontrei. — A voz parecia vir do outro
lado de um longo e profundo túnel. — Você nunca deveria ter sobrevivido
ao meu treinamento.
Fechou os olhos. Já tinha ouvido essas palavras antes. Eram a coisa mais
próxima de uma história para dormir que tinha quando criança. A moral que
havia tirado delas estava gravada em sua mente: Aprenda... ou morra.
Atrás de suas pálpebras, imaginou novamente o calor limpo e purificador
do sabre de luz. Havia roçado a sua pele contra ela muitas vezes, desafiando
a dor, e levado vários pequenos ferimentos enquanto duelava com o seu
Mestre. Imaginou que sabia como seria a sensação da lâmina quando o
atingisse. Parte dele ansiava por isso.
O sabre de luz flutuou tão perto de seu pescoço que podia sentir o cheiro
de seu cabelo queimando.
— Mas agora, o seu ódio se tornou a sua força.
O sabre de luz recuou. Com um silvo, desativou.
— Finalmente, o lado sombrio é o seu aliado.
Não ousou acenar com a cabeça ou olhar pra cima. O que foi isso?
Algum novo estratagema para atraí-lo para o excesso de confiança e o
fracasso?
As próximas palavras de seu Mestre fizeram ao seu coração disparar.
— Levante-se, meu aprendiz.
Aprendiz. Assim como sempre pensara, mas nunca antes isso fora dito
em voz alta! E aquele movimento estranho com o sabre de luz... Poderia ter
acabado de ser nomeado cavaleiro?
Com o seu sabre de luz retraído. Mal conseguia se equilibrar sobre os
joelhos que de repente pareciam feitos de borracha. A forma negra pairando
sobre si era ilegível, delineada com carmesim pela luz da estrela que
brilhava através da ampla janela à direita. Metal, angular e funcional, o
espaço ao redor deles era tão familiar para si quanto as cicatrizes nas costas
da mão, mas de repente, desconcertantemente, tudo parecia diferente.
O aprendiz manteve os olhos erguidos e a voz firme.
— Qual é a sua vontade, meu Mestre?
— Você derrotou muitos dos meus rivais. O seu treinamento está quase
completo. Agora é hora de enfrentar o seu primeiro teste verdadeiro.
Uma chamada de missões passadas passou pela mente do aprendiz.
Lorde Vader o instruiu a despachar vários inimigos dentro do Império ao
longo dos anos: espiões e ladrões, principalmente, com o ocasional traidor
de alto escalão também. Sentiu apenas satisfação por ter cumprido o seu
dever. As suas vítimas trouxeram os seus destinos sobre si mesmas, esses
vermes que roeram os alicerces do magnífico edifício do Império.
Mas isso era diferente. Podia sentir isso em mais do que nas palavras de
seu Mestre. Darth Vader não estava falando sobre algum contrabandista
desprezível sem nenhum conhecimento da Força. Só poderia haver um
inimigo com quem fosse digno de lutar agora.
— Os seus espiões localizaram um Jedi?
— Sim. O General Rahm Kota. O nome não significava nada para o
aprendiz: apenas um dos muitos em um arquivo de mortes não confirmadas
de Jedi. — Ele estará atacando um estaleiro crítico acima de Nar Shaddaa.
Você vai destruí-lo e me trazer o seu sabre de luz.
A excitação encheu o aprendiz. Havia treinado e esperado por este
momento desde que conseguia se lembrar. Finalmente chegou. Nunca
poderia realmente se chamar de Sith até que tirasse a vida de um dos
inimigos tradicionais de seu Mestre.
— Vou embora imediatamente, Mestre.
Mal havia dado um passo em direção à porta quando a voz irresistível de
Darth Vader o deteve.
— O Imperador não pode descobri-lo.
— Como quiser, meu Mestre.
— Não deixe testemunhas. Mate todos a bordo, Imperiais e insurgentes.
O aprendiz assentiu, mantendo a sua incerteza repentina cuidadosamente
nublada.
— Não falhe nisso.
O sabre de luz pendurado em seu quadril era um peso reconfortante e
tranquilizador.
— Não, meu Lorde, — ele disse, com as costas retas e voz firme.
Darth Vader se virou e apertou as mãos por trás das costas. O sol
vermelho pintou o seu capacete com reflexos de lava.
Assim dispensado, o seu aprendiz secreto se apressou em seu último e
mais sombrio dever.
GENERAL RAHM KOTA.
O nome passou por sua mente enquanto se apressava pelo labirinto que
conectava os aposentos secretos de seu Mestre. Eram espaços esparsos e
funcionais, consistindo em uma câmara de meditação, uma oficina de
droides, dormitórios grandes o suficiente pra um e um hangar. Todos
estavam em um nível oculto da nau capitânia de Darth Vader, um espaço há
muito apagado das plantas baixas; passaria despercebido pela futura
tripulação.
O Imperador não pode descobri-lo.
Por mais animado que estivesse com a ideia de caçar Jedi, o lembrete do
objetivo que o seu Mestre permitiu que compartilhasse foi instantaneamente
preocupante. Durante toda a sua vida, foi treinado para transformar o medo
em raiva e a raiva em poder. Não era diferente, percebeu, para Darth Vader.
Onde mais Lorde Vader poderia buscar mais poder do que no próprio
Imperador? As pessoas eram predadoras ou presas. Essa era uma das regras
mais básicas da vida. Juntos, Darth Vader e o seu aprendiz garantiriam que
o seu poder conjunto aumentasse.
Mas primeiro tinha que sobreviver a um encontro com um Jedi. O fato de
seu Mestre ter encontrado um em liberdade não era surpreendente.
Suspeita-se que um punhado tenha sobrevivido ao Grande Expurgo Jedi, e
ninguém era mais hábil em encontrá-los do que Darth Vader. O lado
sombrio se infiltrou em todos os cantos da galáxia; nada poderia
permanecer oculto para sempre. Talvez um dia, pensou o aprendiz, também
pudesse procurar os seus inimigos apenas por seus pensamentos e
sentimentos, mas, como as visões do futuro que estavam fechadas pra ele,
essa habilidade permanecia elusiva. Nunca conheceu um Jedi. As suas
naturezas eram misteriosas pra ele.
A sua história, no entanto, não era. O seu Mestre não estabeleceu planos
de aula ou exames escritos, mas Darth Vader lhe deu acesso aos registros
sobreviventes da República e da Ordem que ajudou a derrubar de sua
posição de privilégio imerecido. O aprendiz havia se dedicado ao estudo,
entendendo que o conhecimento de seu inimigo poderia significar um dia a
diferença entre a vida e a morte.
General Rahm Kota.
O nome ainda não trazia detalhes de estilos de combate, personagem ou
últimos avistamentos de sua memória. Acessaria os registros quando
chegasse a Sombra Invasora. Haveria tempo para pesquisar sobre a viagem
para Nar Shaddaa. Se cavasse fundo o suficiente, poderia encontrar algum
pequeno detalhe que lhe daria uma vantagem quando mais precisasse. Essa
foi a única preparação necessária.
Entrando no hangar, abriu caminho através do familiar labirinto de
caixotes, prateleiras de armas e peças de caças estelares. A iluminação
ambiente era fraca, com sombras se acumulando em todos os cantos. O ar
tinha gosto de metal e ozônio, com um forte fedor que já se tornara muito
familiar. Para alguns, o ventre de um Star Destroier pode ter parecido um
lugar estranho para crescer, mas pra era um conforto estar cercado por
símbolos inequívocos de poder tecnológico e político. Naves como essas
patrulhavam as rotas comerciais da galáxia há anos. Elas derrubaram
insurreições e esmagaram a resistência em centenas de mundos. Onde mais
um aprendiz Sith viveria e aprenderia?
Mate todos a bordo, tanto imperiais como insurgentes. Não deixe
testemunhas.
Mesmo enquanto refletia sobre este novo desenvolvimento, um som de
snap-hiss soou à sua direita e uma brilhante lâmina branca azulada ganhou
vida num canto escuro do hangar. Uma figura vestida de marrom correu em
frente, com a arma levantada.
Instantaneamente agachado para lutar, o aprendiz trouxe a sua própria
lâmina para bloquear o golpe, com os dentes à mostra em um rosnado de
prazer.
Ele e o seu adversário mantiveram a pose por um segundo, com os sabres
de luz travados em seus peitos. O aprendiz avaliou rapidamente o ser que o
havia atacado. Humano, loiro e barbudo, com olhos calmos e sérios e
mandíbula firme. Qualquer pessoa com memória viva das Guerras Clônicas,
ou possuindo livre acesso aos Arquivos Jedi, o teria reconhecido
imediatamente.
O Mestre Jedi Obi-Wan Kenobi, Alto General da República Galáctica e
Mestre da forma Soresu de combate com sabre de luz, deslizou a sua lâmina
mortal pra baixo e pra a direita, abaixando-se ao mesmo tempo para evitar o
inevitável contragolpe. Faíscas voaram quando o aprendiz saltou alto no ar
e pousou com agilidade perfeita em cima de uma pilha de caixotes.
Estendeu a mão esquerda em concha e varreu um kit de ferramentas de
metal pelo hangar, em direção à cabeça de seu oponente. Kenobi se abaixou
e saltou por trás dele, desviando de uma rajada de golpes que teria deixado
um homem comum em pedaços, então respondendo com um golpe próprio
que fez o aprendiz se esquivar pra trás, pulando de uma pilha para outra em
retirada temporária.
Assim, o duelo durou quase um minuto, com Kenobi e o aprendiz
dançando como Gados acrobáticos de pilha em pilha, com os sabres de luz
girando e se chocando, prateleiras e ferramentas transformadas em armas
temporárias enquanto se lançavam de uma para a outra. O barulho era
enorme e a ameaça muito real. Kenobi cortou um novo rasgo na manga do
traje de combate do aprendiz com um movimento que teria arrancado o seu
braço na altura do cotovelo se não tivesse se movido a tempo. Duas vezes
sentiu mais do que viu a lâmina do Jedi passar por cima de sua cabeça.
O aprendiz não tinha medo de morrer. O seu único medo era falhar com
o seu Mestre, e esse medo colocou em bom uso. O lado sombrio correu por
ele, tornando-o forte e resiliente. Sentiu-se mais poderoso do que nunca.
Vader o estava enviando para caçar um de seus antigos inimigos, e como
se preparar melhor para a missão do que matando o homem que já esteve
entre os Jedi mais famosos da galáxia?
Vivo com intenções assassinas, o aprendiz correu em frente, balançando
a sua lâmina vermelha, para terminar o trabalho.
O som de uma arma de energia desconhecida ativando nas
proximidades, Juno Eclipse olhou pra cima de seu trabalho e pegou a
pistola blaster ao seu lado. Tinha acabado de selar o casco da Sombra
Invasora, e os seus pensamentos já estavam voltados para testar os novos
sistemas que havia instalado quando essa distração veio arruinar a sua
concentração. Exercícios de combate não eram desconhecidos em grandes
naves Imperiais, mas ainda não tinha visto ninguém no convés seguro, na
verdade, ninguém em qualquer lugar da nave, além de Lorde Vader. A sua
nomeação ainda era tão recente, e tão pouco depois da catástrofe em Callos,
que se sentia compelida a tratar qualquer desenvolvimento inesperado com
cautela.
Duas armas estavam em jogo, zumbindo e se chocando, e o som áspero,
quase percussivo, era pontuado por ruídos de violência física. Metal batia e
batia como se uma dúzia de troopers estivessem jogando as armaduras uns
nos outros. Haviam muitos componentes frágeis armazenados no hangar,
alguns deles ativamente perigosos se manuseados sem cuidado, mas um
grito de raiva parou em seus lábios. Havia algo no som daquelas armas...
algo familiar que não conseguia identificar...
Largando o soldador, soltou a trava de segurança da pistola e saiu
furtivamente de debaixo da nave. À primeira vista, a Sombra Invasora não
era muito para se olhar: uma nave estelar de armas gêmeas e corpo longo
com o chassi de um pequeno transporte, dois painéis de coleta solar a
estibordo e um pod de armas maior a bombordo. Esse, no entanto, era a
questão. Um protótipo projetado intencionalmente para parecer comum,
normal, era na verdade uma nave de combate possuindo o hiperdrive mais
rápido que Juno já havia trabalhado, além de um sistema de camuflagem
autêntico. Isso, além de escâneres e sensores de primeira linha, motores
competitivos de subluz e poderosos escudos defletores, tornavam a Sombra
Invasora a nave mais fascinante que pilotara.
Ou voaria, se sobrevivesse ao primeiro dia de trabalho.
— O seu registro me impressiona, Capitã Eclipse, — Lorde Vader disse a
ela pouco mais de uma semana antes. Mal limpa após o seu retorno de
Callos e ainda em estado de choque com o que aconteceu lá com o Oito
Negro, não sentiu nada do orgulho que normalmente teria. — Poucos
pilotos do seu calibre também compartilham o seu claro senso de dever.
— Obrigado, Lorde Vader.
— Tenho uma nova tarefa para você. Alguns considerariam isso uma
recompensa, se soubessem disso. Eles não vão. Está entendido?
Embora ainda não entendesse, nem remotamente, assentiu. Darth Vader
lhe deu instruções para o nível oculto da nau capitânia e descreveu a
embarcação que encontraria lá, que seria dela para pilotar.
— Você estará trabalhando com um agente meu operando sob o
codinome Starkiller. Ele se dará a conhecer a você em breve. Estou
depositando uma quantidade considerável de confiança em você, capitã.
Certifique-se de não me dar motivos para duvidar. O preço do fracasso
nunca foi tão alto.
— Entendo, Lorde Vader. — Para evitar que ele a dispensasse, pois ele
parecia prestes a fazê-lo, ela perguntou: — Mas qual é a nossa missão,
senhor? Você ainda tem que explicar.
— Isso será esclarecido. — A figura mascarada já havia se afastado.
Sabia que a conversa estava encerrada.
Como uma oficial Imperial obediente, Juno fez o que lhe foi dito e foi
ver o seu novo comando. A nave a impressionou, exigindo apenas uma
pequena quantidade de ajustes para fazê-la funcionar em todo o seu
potencial. Mas agora esse estranho clamor, esse duelo turbulento havia
tomado conta do hangar e, pelo som, ameaçava sair dos espaços secretos de
Lorde Vader e entrar na nave mais ampla.
Rastejando em torno de um cilindro cryo mais alto do que ela, Juno
finalmente avistou os combatentes. Os seus olhos azuis se arregalaram de
surpresa.
O que a impressionou primeiro foram as armas: espadas brilhantes de um
tipo que tinha visto apenas uma vez antes, em um velho e proibido holo que
o seu pai havia encontrado nas profundezas do banco de dados de sua nova
casa. Ele havia lhe mostrado antes de apagá-lo com um grunhido.
— Assassinos, — ele havia declarado sobre as figuras que ela
vislumbrou: homens e mulheres vestidos de marrom de várias espécies,
lutando contra droides com espadas brilhantes de pura luz. — Traidores,
todos eles.
— O que eles fizeram? — Ela era mais jovem então, ainda não
totalmente ciente da frustração e ressentimento que o seu pai mantinha
reprimido dentro dele. Só se manifestou totalmente quando deu razão, e
sempre foi direcionado a ela.
— O que eles fizeram? — Ele se virou para ela, com um tom áspero e
depreciativo. — A imundície Jedi traiu Palpatine, foi tudo o que eles
fizeram. Com que lixo os seus professores enchem a sua cabeça se você
nem sabe disso?
A lembrança de sua zombaria ainda doía. Juno se forçou a deixá-lo de
lado enquanto avaliava o que estava acontecendo diante dela. Dois homens,
um barbudo e sério, o outro mais ou menos da mesma idade que ela, de
cabelos curtos e magro como um chicote, duelavam com armas idênticas às
dos odiados Jedi. Uma lâmina era tão brilhante e azul que queimava em
quase branco. A sua contraparte era vermelha e igualmente mortal. Quando
eles se chocaram, faíscas voaram em todas as direções. Os homens saltavam
e tombavam com uma agilidade inumana. Quando eles gesticulavam, as
paredes de metal se dobravam e as peças do motor voavam como mísseis.
Não ousou fazer um som. Cada músculo estava congelado enquanto se
agachava nas sombras, cheia de uma mistura de medo e admiração. Em
todos os seus anos de serviço ao Império, nunca tinha visto nada parecido.
Ouviu rumores, sim, dos poderes misteriosos de Lorde Vader e do punho
cilíndrico que pendia ao seu lado, mas não viu nada. Tinha sido fácil
descartar os rumores como alarmismo e propaganda disseminada para
instilar medo e encorajar a lealdade. Nunca precisou ser ameaçada para
servir, então os ignorou alegremente.
Agora estava desejando ter prestado mais atenção.
As coisas ficaram ainda mais estranhas quando o mais jovem dos
combatentes, com um olhar de satisfação selvagem, enfiou o seu sabre de
luz carmesim no peito de seu oponente. Derrotado, o homem mais velho
caiu de joelhos, com um olhar de choque se espalhando por seu rosto.
Essa expressão foi compartilhada por Juno quando a forma do homem
mais velho começou a brilhar e piscar como um holograma, que, percebeu
um instante depois, era exatamente o que ele era. Braços, pernas, torso e
rosto crepitaram e se dissolveram, revelando a forma bípede de um droide
abaixo. Ele se mexeu e caiu pra frente com um estrondo de metal contra
metal.
— Ah, Mestre. Outro excelente duelo. — As palavras do droide foram
abafadas até que o jovem que o 'matou' o virou de costas.
— Você me pegou de surpresa, PROXY, — o homem disse com uma
afeição fácil que desmentia a sua antiga ferocidade. — Eu não luto contra
esse programa de treinamento há anos. Achei que você tinha apagado.
O droide lutou para ficar de pé, mas só conseguiu perder o equilíbrio e
quase cair novamente. O seu dono o pegou a tempo e o ajudou a se
endireitar.
— Cuidado, PROXY. Você está com defeito.
— É minha culpa, Mestre, — o droide disse com um suspiro eletrônico,
olhando para o buraco fumegante em seu peito. — Eu esperava que usar um
módulo de treinamento mais antigo o pegasse desprevenido e me permitisse
finalmente matá-lo. Me desculpe por ter falhado com você de novo.
Um sorriso preocupado cintilou no rosto do jovem.
— Tenho certeza que você vai continuar tentando.
— Claro, Mestre. É a minha programação primária.
O droide e o Mestre começaram a se mover pelo labirinto de destroços
do hangar. Juno se lembrou a tempo. Antes que eles pudessem vê-la, se
escondeu por trás de uma cobertura e correu de volta para a nave. As suas
vozes ficavam mais altas conforme eles se aproximavam. Guardou
freneticamente a pistola no coldre e estendeu a mão para o soldador.
— Bem, você não vai me emboscar novamente até que tenhamos o seu
estabilizador central substituído, e isso pode levar semanas, tão longe do
Núcleo...
Não ergueu os olhos quando a estranha dupla contornou o cilindro
criogênico atrás do qual estava agachada segundos antes, mas podia sentir o
jovem olhando pra ela e ouvir em seu súbito silêncio a surpresa que ele
havia feito. Manteve a cabeça baixa, escondendo um rubor de vergonha e
uma pequena quantidade de medo. O que essa pessoa desconhecida poderia
fazer se descobrisse que o estava espionando, não sabia.
Um leve tamborilar de passos lhe disse que ele e o droide haviam se
afastado de vista. Lutou para entender uma furiosa troca de sussurros.
— PROXY, quem é?
— Ah sim. A sua nova piloto finalmente chegou, Mestre.
— Mas quem é ela?
— Acessando registros Imperiais...
Houve um momento de silêncio durante o qual disse a si mesma para não
ser tão curiosa. Isso só a colocava em apuros.
Mas então ouviu a sua própria voz falando no hangar e o seu
temperamento levou a melhor.
— Capitã Juno Eclipse, — disse o holo droide nos tons cortados de Juno.
— Nasceu em Corulag, onde se tornou a aluna mais jovem já aceita na
Academia Imperial. Piloto de combate condecorada com mais de cem
missões de combate e oficial comandante durante o bombardeio de Callos.
Escolhido a dedo por Lorde Vader para liderar o seu Esquadrão Oito Negro,
mas depois transferida para um projeto ultrassecreto...
Invadiu o cilindro criogênico e teve a estranha visão de si mesma parada
bem na frente dela, uma sósia exata apoiada pelo homem que agora
percebia ser o agente de Darth Vader, o chamado Starkiller. O seu rosto
queimou com a indignidade e a invasão de sua privacidade.
— Existe um perfil psicológico aí também? — ela perguntou.
O jovem e o droide olharam para ela. Com um olhar de constrangimento
mal disfarçado, Starkiller soltou o droide e se afastou. O droide, PROXY,
cambaleou e, em seguida, chamou a atenção em uma imitação justa dela,
completa com cabelo loiro arrumado, uniforme regulamentar, insígnia
tricolor e uma mancha de graxa se formando em sua bochecha enquanto o
droide atualizava a sua imagem de arquivos.
— Na verdade, sim, — a máquina disse a ela, — mas é restrito. — Para
Starkiller como um aparte, ele acrescentou: — Mestre, posso lhe dizer que
ela será impossível de reprogramar.
Juno reprimiu o desejo de pegar a ferramenta de solda e abrir outro
buraco no peito perfurado do droide. Ficar cara a cara consigo mesma foi
um desenvolvimento desconcertante, para o qual ela estava completamente
despreparada.
O jovem fez um gesto. O droide abandonou a sua simulação dela e
voltou a ser apenas um droide.
— Você sabe por que você está aqui? — Starkiller perguntou a ela.
Lembrando-se de si mesma, abaixou o soldador e respirou fundo.
— Lorde Vader me deu as minhas ordens pessoalmente, — disse ela. —
Devo manter a sua nave funcionando e levá-la para onde quer que as suas
missões requeiram.
Starkiller não parecia satisfeito nem descontente.
— PROXY, — ele instruiu o droide, — prepare a Sombra Invasora para
o lançamento.
A máquina danificada tropeçou para cumprir a sua ordem, enquanto Juno
e o seu Mestre seguiram em um ritmo mais calmo.
— Lorde Vader disse a você que matou o nosso último piloto?
Juno o estudou tão de perto quanto ele obviamente a estudava. Ele estava
vestido com um uniforme de combate preto gasto que parecia ter sido
remendado muitas vezes. Os seus braços e mãos eram uma confusão de
cicatrizes:
— Não. Mas só posso presumir que ele ou ela deu a Lorde Vader um
bom motivo para fazê-lo. — Ela fez uma pausa e acrescentou: — Eu não
vou.
— Veremos. Estou cansado de treinar novos pilotos. — Os seus olhos
deslizaram por ela para onde ela estava trabalhando na Sombra Invasora.
As suas sobrancelhas se enrugaram ao ver os novos painéis que ela havia
soldado no lugar, — O que é isso? O que você fez com a minha nave?
De repente, constrangida, Juno limpou as manchas de sua bochecha.
— Tomei a liberdade de atualizar o conjunto de sensores da Sombra
Invasora. Agora você poderá espionar qualquer nave suspeita em todo o
sistema. — Ela esperou por algum sinal de aprovação, mas ele apenas
assentiu. Com o orgulho levemente ferido, ela disse: — Suponho que isso
faça parte do perfil de sua missão. Você só pode ser um dos espiões de
Darth Vader. A sua nave tem os mais incríveis escâneres de longo alcance e
um dispositivo de camuflagem...
— Você não precisa saber nada sobre as minhas missões, exceto pra onde
estou indo.
— Pra onde estamos indo?
— Pra Nar Shaddaa. Você pode lidar com isso?
— Claro, — Ela mordeu o lábio em uma resposta furiosa e passou por
ele para a rampa que levava a nave.
Na cabine, encontrou o droide mexendo nos controles de forma inepta.
— Deixe isso pra lá, — ela retrucou, — Eu vou fazer isso.
— Sim, Capitã Eclipse.
O droide recuou com uma série de rangidos e faíscas de seu diafragma
danificado. Só então se lembrou de sua estranha observação para o seu
Mestre, sobre emboscá-lo e matá-lo, e se perguntou se não deveria ter sido
mais educada.
O s motores subluz da Sombra Invasora aumentaram
com aceleração suave enquanto a sua nova piloto manipulava
habilmente os controles. O aprendiz a observava atentamente enquanto ela
trabalhava, avaliando suas qualificações, bem como as suas outras
qualidades. Dos pilotos com quem trabalhara até então, nenhum era mulher.
Ela mal tinha a idade dele e era muito bonita, mas no assento do piloto ela
era uma profissional consumada. Confiante e precisa, movia-se como se
tivesse nascido numa cabine.
Assim que teve certeza de que ele e PROXY estavam em boas mãos,
voltou a sua atenção para os detalhes de sua missão.
— PROXY, me dê o alvo.
O droide que tinha sido o seu único e contínuo companheiro durante a
maior parte de sua vida estava sentado em um banco na parte de trás da
cabine, preso com cuidado no lugar. Distorções familiares tocavam em sua
pele e feições de metal enquanto ativava os holoprojetores que o tornavam
único. A aparência de um guerreiro humano endurecido tomou forma no
assento do droide. Vestido com os familiares marrons dos odiados Jedi, ele
possuía maçãs do rosto salientes e um nariz forte e quebrado. Os seus olhos
estavam profundamente fundos e não revelavam nenhum de seus
pensamentos.
— De acordo com os registros Imperiais oficiais, — PROXY disse em
uma voz profunda e autoritária que não era nada parecida com a dele, —
Mestre Jedi Rahm Kota era um General respeitado nas Guerras Clônicas.
— As Guerras Clônicas? — Juno deu meia-volta nos controles enquanto
preparava a nave para o seu salto pelo hiperespaço. A sua expressão era tão
grave quanto a do homem sentado onde PROXY estivera. — Você está
caçando os Jedi.
O aprendiz não percebeu que ela estava prestando atenção.
— Eu levo os inimigos de Darth Vader à justiça, — ele disse a ela. — E
agora você também. — Antes que ela pudesse iniciar uma discussão
completa sobre isso, a aprendiz disse: — Continue, PROXY.
— Claro. Mestre Kota era um gênio militar, mas não acreditava que os
clones troopers estivessem aptos para a batalha. Em vez disso, contou com
um pequeno esquadrão de suas próprias tropas treinadas pessoalmente. É a
única coisa que o impediu de ser executado quando o Imperador descobriu
a conspiração dos Jedi contra a República.
Juno assentiu.
— Não haviam clones em seu esquadrão para levá-lo à justiça.
— Exatamente, Capitã Eclipse. Após a Ordem 66, ele desapareceu. Os
registros Imperiais realmente afirmam que ele está morto.
O holograma de Kota desapareceu e o PROXY voltou ao normal.
Juno ainda parecia mais interessado na missão do que em planejar o salto
no hiperespaço.
— Então, por que sair do esconderijo e atacar o Império agora?
O aprendiz estava considerando essa mesma questão.
— Kota quer ser encontrado.
— Então estamos caminhando para uma armadilha. — Ela olhou do
aprendiz para PROXY e vice-versa. — Quantos pilotos você perdeu antes
de mim?
— Sete.
— Ah, excelente. — Ela apertou um botão no complicado console da
Sombra Invasora. — As coordenadas para Nar Shaddaa estão bloqueadas.
Prepare-se para a velocidade da luz.
O aprendiz se preparou enquanto as estrelas à frente se transformavam
em listras e o conhecido túnel irreal se abria ao redor da nave. Com um
gemido bem afinado, a Sombra Invasora e os seus passageiros dispararam
pelo hiperespaço.

NAR SHADDAA, TAMBÉM CONHECIDA A LUA DOS CONTRABANDISTAS, a Cidade Vertical, ou


mesmo a Pequena Coruscant: o aprendiz nunca havia estado lá antes, mas
havia aprendido o máximo que podia com a história e outros holos
educacionais. As suas classes criminosas e extensas redes clandestinas eram
famosas em toda a galáxia, com dezenas de milhares de bandidos reunidos
em busca de fortunas adquiridas de forma ilícita. Embora ofuscado pelo
barulhento Nal Hutta, o grande planeta que orbitava, ofuscava todos os
outros mundos no sistema Y'Toub em todos os espectros concebíveis.
Dezenas de espécies diferentes o chamavam de lar.
O aprendiz não conseguiu esconder um sorriso desdenhoso quando a
Sombra Invasora se aproximou. Notória por mudar de lealdade, a capital do
crime estava atualmente cortejando o favor do Império ao convidar, ou pelo
menos tolerar, a presença de uma nova instalação de fabricação de TIE
fighters em sua atmosfera superior. Podia imaginar o raciocínio por trás
disso: mais dinheiro e recursos fluindo para o sistema; uma nova fonte de
empregos 'legítimos' para os poucos que os necessitavam; um influxo de
funcionários potencialmente corruptos para subornar. Triste para os
habitantes locais, então, que a instalação fosse composta inteiramente por
humanos, com segurança mantida por uma legião completa de
stormtroopers Imperiais.
O sorriso de escárnio se tornou uma carranca quando o aprendiz se
lembrou das palavras de Lorde Vader: Não deixe testemunhas. Estava mais
incerto sobre isso do que sobre enfrentar o seu primeiro Jedi fugitivo.
Embora o seu Mestre falasse em confrontar o Imperador e assumir em seu
lugar, o aprendiz não sentiu nenhuma deslealdade para com os muitos
troopers e oficiais que trabalhavam firmemente no serviço Imperial. Se eles
não quebrassem nenhuma lei ou tramassem conspirações contra o seu
Mestre, não se queixaria deles. Mas agora, pela primeira vez, teria que agir
contra aqueles cujo único erro seria cruzar o seu caminho. Isso era um teste,
se perguntou, pra ver até onde iria em busca de seu destino? Nesse caso,
jurou não decepcionar o seu Mestre. Obedeceria a ordens e seguiria os seus
instintos. Não falharia.
Às vezes, se desesperava de alcançar o domínio total da Força e, assim,
ganhar o respeito de seu Mestre, mas sabia muito bem como transformar o
desespero ao seu serviço, usando-o para alimentar a sua raiva e, assim,
atiçar o desejo de poder. Com o tempo, teria sucesso. Não havia nada que
não pudesse fazer, neste assunto ou em qualquer outro, se tentasse o
bastante.
No entanto, a sua carranca se aprofundou enquanto observava Juno
pilotar a nave mais perto da instalação. O que sabia sobre ela? Nada
realmente. Em quase todos os aspectos, parecia a oficial Imperial perfeita:
limpa, eficiente e humana. O fato dela não ter medo de falar o que pensava
não poderia ter incomodado muito seu Mestre, então ele não deveria deixar
que isso o incomodasse. Confiaria nela a Sombra Invasora enquanto
cumpria os seus deveres, e o Imperador a ajudaria se ela falhasse com ele.
A instalação de caça estelar era muito maior do que parecia à distância,
parecendo uma pilha de placas redondas penduradas no alto da Cidade
Vertical. O que havia presumido eram luzes piscando em sua superfície
irregular que se transformavam em explosões quando vistas de uma
perspectiva mais próxima. Vastas bolas de gás incandescente irromperam
em intervalos irregulares de visores quebrados, anteparos enfraquecidos e
tubos de acesso estourados.
— O estaleiro sofreu grandes danos, — Juno disse com naturalidade
enquanto procurava um lugar para atracar.
— Eu posso ver isso, — O aprendiz olhou com ela. O ex-General Rahm
Kota obviamente estava ocupado. — Nos aproxime.
A Sombra Invasora teceu graciosamente entre gotas de chamas. O
aprendiz foi forçado a admirar a mão hábil de Juno nos controles. A única
tensão que ela demonstrou enquanto a nave balançava e girava estava em
sua mandíbula. Estava bem apertada.
Superou a turbulência com um centro calmo e confiante, aproveitando os
redemoinhos e as correntes da Força. Alguns ansiavam por paz e sossego
para se desligarem das preocupações da galáxia. Ele, porém, aprendera a se
encontrar em qualquer ambiente, quanto mais barulhento, na verdade,
melhor. Em conflito, era mais fácil se tornar um com o lado sombrio. A
violência era a meditação suprema.
— Ali, — ele disse, apontando. — Isso parece um hangar aberto.
Ela assentiu com força.
— Ele está defendido.
— Não temos tempo para falar com a segurança. — Ou para explicar que
estava proibido de deixar qualquer um saber quem eles eram. — Entre
rápido. Deixe-me cuidar das defesas.
Com os seus próprios movimentos bem treinados, ativou os sistemas de
armas da nave e mirou nas posições de canhão que protegiam o hangar
aberto. Esperou até que a mira automática registrasse a sua presença e eles
girassem para mirar na Sombra Invasora. Então, com dois tiros precisos,
destruiu as posições e assim abriu caminho para um pouso.
Juno não perdeu tempo. O caça estelar entrou no hangar e pousou em um
espaço plano livre de detritos. Quando os propulsores pararam a Sombra
Invasora, o aprendiz já havia se levantado.
— Vou hackear o computador central e guiá-lo pela infraestrutura, —
disse Juno, deslizando um comunicador sobre a orelha direita. — O seu
amigo aqui pode me ajudar.
O aprendiz não a dissuadiu, embora soubesse que os seus esforços
seriam desnecessários. Já podia sentir a presença do Jedi irradiando pela
instalação como uma luz brilhante após uma tempestade de neve. Kota
queria ser encontrado, sim.
— Só mantenha a nave segura, — ele disse a ela, — e esteja pronta para
partir quando eu voltar. Podemos precisar nos mover rapidamente.
— Essa é a minha especialidade, — ela disse através do comunicador em
seu pulso enquanto ele deslizava pela nave até a rampa de saída, que estava
totalmente estendida antes dele chegar. Sentiu cheiro de fumaça e sangue
derramado no ar. Isso e o leve cheiro de Jedi fizeram ao seu coração
acelerar. Os seus olhos se estreitaram. Deu um pulo correndo para fora da
nave.
O seu sabre de luz foi aceso antes de atingir o convés, pronto para
desviar dos tiros disparados em sua direção pelo contingente de troopers
enviados para investigar o pouso. A Força guiou o seu braço, não, a Força
era seu braço. Era assim que se sentia. Durante momentos como esse, era
puramente um receptáculo para o lado sombrio. Correu por ele como vinho
no gargalo de uma garrafa, alegre com a liberação e a promessa de mais por
vir. A sua lâmina desenhou linhas brilhantes no ar, lançando raios de
energia de volta aos troopers que os dispararam, fazendo-os cair em uma
chuva de faíscas.
Uma dúzia de homens e mulheres de capacete aberto em uniformes de
combate marrons, os insurgentes de Kota, presumiu o aprendiz, desceram o
corredor de acesso principal do hangar, fechando a porta de segurança atrás
deles. Arreganhando os dentes, correu para encontrá-los, ansioso para tomar
a ofensiva. Os seus rifles não eram páreo para o poder da Força. Um único e
poderoso empurrão os espalhou como bonecos. Um ele explodiu com um
raio. Um segundo engasgou até que toda a consciência desapareceu. Um
terceiro ele varreu e bateu contra o anteparo mais próximo. O resto ele
desmembrou com graciosa agressão, ignorando os seus gritos de medo e
dor.
A porta de segurança se abriu e tanto os insurgentes quanto os Imperiais
recuaram por ela.
— Todos os esquadrões Imperiais mantêm a postura ofensiva, — bradou
uma voz pelo intercomunicador. — Todos os esquadrões mantêm postura
ofensiva!
O aprendiz sorriu e seguiu o seu comitê de boas-vindas pelo corredor.
— Você pode me ouvir? — Juno disse através do comunicador.
— Sim.
— Relatórios mostram que as forças de Kota invadiram a ponte de
comando.
— Então é pra lá que estou indo. — Ele passou por cima dos corpos e
seguiu as suas instruções ao pé da letra.
A sua voz calma o guiou nível por nível por um enorme abismo que
levava ao topo da instalação. Uma vez que estava fora de sua vista, não
precisava se preocupar com ela fazendo perguntas sobre o seu tratamento
severo com os seus supostos camaradas. Lorde Vader poderia informá-la
sobre esse ponto mais tarde, se achasse necessário. Por enquanto Kota era a
coisa mais importante.
— Os invasores podem tentar usar linhas de montagem de TIE fighters
como cobertura, — disse ela. — E estou detectando explosivos em meus
escâneres. Tome cuidado.
Garantiu a ela que sim, mesmo enquanto se esquivava de uma armadilha
preparada pelos insurgentes de Kota no topo de um poço de turboelevador.
A voz no intercomunicador da estação tornou-se progressivamente mais
alarmante.
— Situação de ameaça atualizado. Elimine todo o pessoal não
autorizado.
— Força desnecessária é autorizada.
— Todos os esquadrões K-Level se apresentem!
— Reforcem as estações de segurança locais imediatamente!
As paredes tremeram com uma explosão tão próxima que deve ter
dobrado todas as anteparas naquele nível. Sempre teve em mente o eco de
Juno de sua própria observação: Estamos caminhando para uma armadilha.
Exceto que estava caminhando enquanto ela estava sentada na nave, a salvo
dos rifles BlasTech E-11 e das armas desorganizadas dos insurgentes.
— Outro esquadrão de stormtrooper chegou ao Hangar Doze, — Juno o
informou. — Parece que teremos alguma ajuda para retomar as instalações.
— A estação não é problema nosso.
— Mas o Alto Comando Imperial ficará bastante chateado se as linhas de
montagem de TIE forem danificadas...
— Eu não respondo ao Alto Comando. Agora corte a conversa. Estou
tentando me concentrar.
No chão de uma enorme plataforma de montagem de caças estelares,
parou com a cabeça erguida e o sabre de luz engatilhado. Um formigamento
na nuca o alertou sobre uma nova ameaça no momento em que uma carga
de canhão elétrico explodiu à sua direita, enviando pedaços de TIE fighter
em todas as direções. Desviou a força principal da explosão, mas ainda foi
atingido por minúsculos estilhaços nas costas de sua mão direita.
— Desista! — os insurgentes gritaram. — Nós temos a fábrica!
— O que ele é? — chamou outro para um de seus companheiros, —
Algum tipo de shadow trooper?
— Não importa. Atire nele!
A raiva cresceu nele, pura e limpa, varrendo todas as outras
preocupações de lado. Saltou sobre uma pilha de painéis solares separados e
enviou uma chuva de peças de máquinas sobre a fonte do fogo das armas.
Gritos soaram sobre o estrondo do metal. Os insurgentes de Kota se
espalharam por trás das cabines dos TIEs que estavam usando como abrigo.
Alguns dispararam contra ele, empregando uma variedade de armas que
mostravam falta de organização ou recursos limitados, ou ambos. Desviou
cada tiro com fúria controlada e despejou a sua raiva em retaliação. Não
sentiu necessidade de se conter. Aqueles desleais ao Império mereciam tudo
o que mereciam.
Somente quando o último foi enterrado sob uma pequena montanha de
placas de casco de liga de titânio e blindagem do reator, examinou com
mais detalhes o equipamento que eles carregavam. Assim como as suas
armas heterogêneas e armaduras incompatíveis, os combatentes trouxeram
pacotes de temporizadores explosivos e claramente estavam colocando
essas cargas em outro lugar no nível. É melhor se apressar, disse a si
mesmo, antes que toda a instalação arda em chamas.
Assim que esse pensamento foi concluído, outra onda de choque
percorreu a estrutura, muito mais forte que a anterior. Mal manteve o
equilíbrio no convés levantado enquanto o TIE fighter e partes do corpo
caíam ao seu redor. Juno estava gritando algo para ele, mas demorou um
momento para que ele pudesse ouvi-la sobre o barulho do
intercomunicador.
— ...os estabilizadores ou os motores repulsores, não sei dizer qual, não
está nada bom.
— O que foi? — ele disse, — Repita.
— Os cúmplices de Kota atingiram a instalação onde dói, — resumiu
ela. — Termine logo, ou vamos descer para as vias estelares com ela.
— Certo, — O convés ainda estava se movendo sob os seus pés quando
saiu da área de montagem, bloqueando o caminho atrás dele com uma pilha
de assentos ejetores e motores de íons desmontados. — Onde você disse
que ficava esse centro de controle?
Juno o guiou através da instalação de tremores. Qualquer um que tivesse
o azar de ficar em seu caminho era empurrado sem cerimônia pela
telecinese. As portas se fecharam e as armas emperraram misteriosamente.
Ele não tinha mais tempo para jogar.
— Qualquer esquadrão disponível, — bradou o intercomunicador, —
defenda as estações de segurança imediatamente! — Depois: — Eles estão
invadindo os postos de segurança! — E finalmente: — Ponte de comando
para todos os esquadrões, precisamos de sua assistência...
A transmissão final terminou com uma rajada de tiros de blaster. Então a
paz relativa caiu.
A gravidade ambiente estava visivelmente mais leve quando alcançou as
portas que Juno assegurou que levavam ao centro de controle. Isso
significava que toda a instalação estava caindo em um ritmo mais rápido do
que gostaria de pensar. Tomando um momento para se recompor, para
envolver a sua vontade como um manto ao redor do coração ardente de sua
raiva, se preparou para enfrentar o Jedi cuja presença podia sentir através de
vários centímetros de duraço.
Então gesticulou com um dedo, e as pesadas portas blindadas se abriram.
Mais além, havia uma sala idêntica a centenas na galáxia: fria e metálica,
com telas vermelhas mantendo a equipe atualizada sobre a situação da
instalação. Uma passarela longa e elevada levava a um posto de comando
onde o General Rahm Kota estava de costas para a porta, num gesto
deliberado em sua mistura de confiança e desprezo. Nem havia sacado o seu
sabre de luz, que pendia diagonalmente sobre as suas omoplatas em uma
bainha feita sob medida. Uma capa marrom pendia de duas ombreiras de
metal que apenas aumentavam a presença física do homem. Ele era um
guerreiro com cada respiração e usava as suas cicatrizes de batalha com
orgulho.
O aprendiz estava pronto para atacar, mas agora sentiu um breve
momento de hesitação. Isso não era o que esperava. Jedi eram moles de
uma vida de privilégios, desatualizados, gastos. Não esperava um soldado.
A voz de Kota, quando ele falou, era profunda e autoritária, como
durante a representação dele por PROXY.
— Então eu finalmente tirei você do esconderijo. — Ele finalmente se
virou. — Ordenei aos meus homens que baixassem o campo de contenção
quando você se aproximasse e... — Ao ver o aprendiz, ele parou no meio da
frase e pareceu visivelmente surpreso.
— Um garoto? — Com um movimento incrivelmente rápido, o sabre de
luz estava em sua mão e acendeu. — Depois de todos esses meses atacando
alvos Imperiais, Vader envia um garoto para lutar comigo?
Sombrio e silencioso, o aprendiz adotou uma postura de luta. Então a
armadilha não foi dirigida a ele, mas ao seu Mestre. Se Kota ficasse
desapontado, o aprendiz jurava que essa seria a última emoção que Kota
sentiria.
Ergueu a mão esquerda e com o poder do lado sombrio lançou um raio
Sith no Jedi renegado.
Kota apenas riu. Erguendo a mão esquerda em um movimento que era
uma imagem espelhada do próprio aprendiz, ele enviou o arco elétrico de
volta à sua fonte. A energia atingiu os dois, separando-os.
O aprendiz interrompeu a tentativa, piscando para afastar a fumaça dos
olhos. A sua raiva se intensificou. Foi o primeiro a se levantar e correr
assim que as suas botas tocaram o convés. Sentia-se completamente sem
peso, mas cheio de impulso, como uma lança arremessada. A sua lâmina
vermelha cortou um borrão no ar, apontada com força para a garganta de
Kota.
O General Jedi se abaixou e varreu o seu sabre de luz verde pra cima e
pra baixo em uma tentativa preguiçosa de pegá-lo enquanto passava. Esse
era um movimento que o aprendiz há muito aprendera a evitar, abaixando a
cabeça mais perto de seu centro de gravidade e rolando no ar, depois
chutando-se de volta para o oponente na parede mais próxima. Desta vez,
empurrou telecineticamente quando veio, tentando derrubar os pés de Kota
por debaixo dele antes de usar a sua lâmina.
Mais uma vez, no entanto, Kota desviou as suas energias da Força de
volta pra ele. Mais uma vez eles foram separados.
Mais cautelosamente, o aprendiz o circulou, cortando cadeiras em
pedaços enquanto caminhava e enviando os fragmentos brilhantes na
cabeça de seu inimigo. A raiva o deixou ansioso para atacar, mas sabia que
não deveria ceder a ela. Não tinha sido humilhado. Havia testado com
sucesso as defesas de Kota. Agora que sabia que um ataque direto
provavelmente falharia, tinha que encontrar outra maneira de se aproximar
do homem. Ou para fazer o Jedi vir até ele.
De repente, Kota estava se movendo, atacando com uma velocidade
surpreendente atrás de uma diversidade furiosa de golpes. O aprendiz
recuou com os lábios repuxados sobre os dentes. Assim está melhor! As
energias verde e vermelha se chocaram enquanto bloqueava golpe após
golpe e ainda assim Kota continuava vindo, tentando dominá-lo com pura
determinação e velocidade. O aprendiz recuou quatro passos e parou. Puxou
a sua lâmina para perto de si, formando uma defesa rígida em uma imitação
deliberada do estilo Soresu que Obi-Wan Kenobi preferia. Percebendo que
não poderia penetrá-lo, Kota recuou e tentou um estilo diferente, lento,
deliberado, com golpes repentinos e devastadoramente rápidos. Estes,
também, o aprendiz aparou, e quando a guarda do velho parecia estar
escorregando, ele ofereceu os seus próprios golpes.
O duelo se espalhou por todo o centro de controle, que tremeu e
chacoalhou quando as instalações ao redor se desfizeram. O aprendiz
ignorou todo o resto, a voz de Juno, a gravidade descontroladamente
flutuante, as explosões intermináveis, a temperatura crescente do chão
abaixo dele, para se concentrar apenas nesta batalha vital. Kota não iria
vencê-lo, mas poderia vencer Kota? Tinha que conseguir. Preferia afundar
com a nave a interromper e admitir o fracasso. O aprendiz secreto de Darth
Vader sabia que destino o aguardava se o fizesse.
O General era astuto e forte e possuía alguns movimentos que o aprendiz
nunca tinha visto antes. Mas ele era mais velho e intencionalmente
ignorante do lado sombrio da Força. Ele tentou o ataque de carga mais duas
vezes, obviamente na esperança de forçar um erro ou desgastar o oponente,
mas foi ele quem começou a mostrar os efeitos do duelo, ele quem levou os
golpes. Logo o seu manto era um trapo fumegante e uma das ombreiras
brilhava em brasa.
O aprendiz pressionou com mais força, sentindo a vitória e a obtenção de
seu poder total se aproximando. Logo o sabre de luz e a cabeça do Jedi
seriam dele. Então realmente seria digno do louvor de seu Mestre!
Pegou o General em um estrangulamento e manteve seu aperto, embora
se voltasse parcialmente para ele. Ele estava pronto pra isso; os seus
pulmões estavam cheios. O General, no entanto, agarrou a garganta com
uma das mãos enquanto mal conseguia aparar com a outra. O aprendiz
deixou o fogo em seus pulmões alimentar o seu desejo de triunfo. Mesmo
quando a escuridão se aglomerava nos cantos de sua visão, enviou objetos
contra as pernas e o rosto de Kota, lutando contra ele em todas as frentes.
Finalmente, um fragmento de detritos fumegantes atingiu os joelhos do
General por trás. Com um grito de frustração, o Jedi se debatendo caiu, com
o seu rosto roxo e olhos esbugalhados. O aprendiz cedeu um pouco,
deixando os dois tomarem um pouco de ar, mas antes que Kota pudesse se
levantar, estava sobre ele, pressionando os sabres de luz travados, que
chiavam a apenas milímetros de seus rostos.
Kota se esforçou, mas não conseguiu afastar a lâmina vermelha. Em seus
olhos azuis, o aprendiz não viu ódio purificador, mas arrependimento.
Mesmo no final, Kota se agarrou aos seus modos fracos de Jedi.
— Vader acha, — o velho engasgou, — que ele transformou você. Mas
posso sentir o seu futuro, e Vader não faz parte dele!
O aprendiz incitou os sabres de luz ainda mais perto do rosto de Kota.
O suor escorria na testa do Mestre Jedi.
— Eu sinto, eu sinto só... — Uma expressão de choque e confusão
passou por seu rosto, — Eu?
O aprendiz forçou o próprio sabre de luz de Kota em seus olhos.
E de repente, como se fosse uma visão fora do tempo, exatamente o tipo
de visão que o aprendiz buscava no fogo de sua lâmina vermelha, o rosto de
Kota tornou-se o de outro homem, um homem com cabelos escuros e
feições fortes, características não muito diferentes de próprio do aprendiz.
O General gritou de dor, e nesse grito o aprendiz pensou ter ouvido um
homem gritando:
— Fuja!
Encolheu-se, piscando furiosamente, imaginando se Kota em seu
desespero havia inventado algum novo e insidioso truque mental Jedi. Mas
a sua cabeça parecia livre de intrusão, e o General parecia estar pensando
em qualquer coisa, menos em atacar. Cego e agoniado, se arrastou pra trás,
com o seu sabre de luz escorregando de seus dedos e caindo com um baque
surdo no convés. Uma explosão de telecinese irrompeu dele, destruindo
todas as janelas do centro de comando e fazendo o aprendiz voar. Um vento
furioso passou por eles, sugando a fumaça e os estilhaços de seu duelo.
Kota também foi sugado e caiu com um grito esmaecido na atmosfera
abaixo. Ou ele pulou?
O aprendiz deixou o vendaval arrastá-lo para mais perto do buraco onde
antes ficava a vigia. Pegando uma escora dobrada com uma mão, ele
cuidadosamente se inclinou e olhou para baixo, com o sabre de luz pronto
para qualquer decepção final.
O corpo de Kota já estava bem abaixo, de braços abertos e diminuindo
entre as vias aéreas da Cidade Vertical. Um grande transporte cruzou o seu
caminho; daí em diante o seu corpo era invisível. O aprendiz o imaginou
sendo golpeado como um inseto em um para-brisa transparente e disse a si
mesmo para sentir a satisfação de uma tarefa cumprida.
Não veio.
O General Rahm Kota ficou cego e gravemente ferido. Ele não poderia
mais ser um problema. Mas o aprendiz não poderia presumir que ele estava
morto até que tivesse o corpo do velho à sua frente, e não havia chance de
encontrar aquele corpo agora.
Estava profundamente relutante em relatar o fracasso a Darth Vader.
O que fazer?
— Este lugar vai desmoronar a qualquer momento! — veio a voz de
Juno pelo comunicador, — Você está quase terminando aqui?
— Estou a caminho, — Com um olhar veemente em seu rosto e nenhum
triunfo em seu coração, ele se retirou da janela e se dirigiu para a porta,
parando apenas para pegar o sabre de luz do Mestre Jedi caído no caminho.
J uno sabia que não deveria esperar uma recepção arrebatadora
quando eles voltassem, mas mesmo assim ficou desapontada. O hangar
secreto estava vazio quando a Sombra Invasora atracou. Uma missão bem-
sucedida merecia algum tipo de reconhecimento, com certeza. Mesmo
depois de Callos...
Afastou esse pensamento. O trabalho foi feito. O que mais precisava ser
dito? Fizera isso bem, pelo menos aos olhos dela, embora Starkiller mal
tivesse reconhecido o fato ao voltar para a nave, e eles viveram para lutar
outro dia. Ou para matar mais Cavaleiros Jedi, se era isso que o agente
desalinhado e incomunicável de Lorde Vader estava realmente fazendo.
Tinha visto o segundo punho do sabre de luz pendurado em seu cinto e
sabia o que isso provavelmente significava.
Foram necessários milhares de guerreiros clones para eliminar
completamente os Jedi. Essa era a versão oficial, ignorando os rumores que
ouvira sobre a caçada contínua de Darth Vader pelos últimos sobreviventes
daquela seita estranha e mortal. Pelas histórias que o seu pai lhe contou
quando criança, os imaginou como monstros de quatro metros de altura
sugando o sangue da República. Agora descobriu que eles ainda existiam, e
o jovem homem saíra para lutar sozinho com eles.
Eles poderiam realmente ser tão reduzidos, esses vilões que outrora
mantiveram a galáxia sob o seu domínio?
Ou... o jovem que agora era o seu companheiro de viagem poderia ser
tão poderoso?
Os suportes de aterrissagem mal haviam tocado o metal quando ele se
levantou e se dirigiu para a porta.
Recostou-se na cadeira e passou as mãos nas têmporas. A sua pele
parecia oleosa e coberta de areia, como se fosse ela quem estivesse
correndo em meio à fumaça e à bagunça acima de Nar Shaddaa, em vez de
assistir pelas telas que conseguira cortar de uma das câmeras de segurança
da instalação. Queria verificar a nave e entrar no banheiro e esfregar a
sujeira.
Não se sentia limpa há semanas...
A voz de Starkiller quase a fez saltar de sua pele. Pensou que ele havia
partido há muito tempo.
— Bom trabalho, Juno, — ele disse. — Vou deixar o PROXY aqui para
ajudá-la a executar a lista de verificação.
— Obrigado, mas eu... — No momento em que virou o seu assento, a
cabine estava vazia de qualquer pessoa, exceto ela e o droide. PROXY
olhou pra ela com fotorreceptores que não piscavam. Não queria admitir
que ele a deixava um pouco nervosa, então deu seu sorriso mais caloroso e
se arrastou pra fora do assento.
— Bem, vamos ao que interessa. Tenho um relatório para escrever antes
de descansar, se alguém além de mim o ler...

PROXY PROVOU SER UM COLEGA DE TRABALHO EFICIENTE e discreto. Seguiu as


instruções, mostrou iniciativa e fez o possível para ficar fora do caminho
dela. Isso era mais do que poderia dizer para metade das pessoas reais com
quem havia trabalhado desde que se formou na Academia Imperial em
Corulag. Juntos, eles verificaram a nave em tempo recorde, observando
apenas algumas pequenas marcas de carbono a bombordo e, perto do
conjunto de sensores de popa, uma queimadura de blaster que havia sido
enfraquecida tanto pelos escudos que mal teria frito um ovo.
Quando terminaram, dispensou o droide, dizendo-lhe para ir tomar um
banho de óleo ou o que quer que ele fizesse para relaxar, e então partiu para
os seus aposentos para trabalhar no relatório da missão que insistia que
deveria ser concluído.
Isso não era inteiramente uma mentira. Precisava relatar em detalhes a
Lorde Vader, assim como ela tinha feito em todas as missões que ela já
havia voado para ele. A coisa era, ela realmente não precisava fazer isso
imediatamente. Podia esperar uma ou duas horas normais, ou mesmo até de
manhã. Mas havia algo mais em sua mente, algo muito mais importante que
realmente não podia esperar mais.
Existe um perfil psicológico aí também? perguntou ao droide antes de
partirem em sua primeira missão juntos.
Sim, a máquina disse a ela, mas é restrito.
Esse fato a queimou durante todo o caminho até Nar Shaddaa. Não era
surpresa que tal arquivo existisse em algum lugar da vasta burocracia que
era a Marinha Imperial. Todos provavelmente tinham um, exceto Darth
Vader e o Imperador. O que irritava era que isso estava sendo falado.
PROXY sabia onde estava. A máquina miserável pode até ter lido, apesar
de todo o seu protesto sobre ser restrito. Um droide capaz de se passar por
Cavaleiros Jedi pode ter capacidades desconhecidas para enganar.
Queria saber o que continha aquele perfil. O que estava dizendo às
pessoas sobre ela? Que segredos revelou à galáxia em geral, sobre a sua
infância, o seu pai, a sua carreira? Sobre Callos?
A sua boca estava definida em uma linha determinada quando alcançou
os seus aposentos no quadragésimo primeiro convés e ativou o seu datapad.
Escolhida a dedo para tarefas especiais pelo próprio Darth Vader, tinha
certo grau de acesso a arquivos normalmente ocultos aos de sua posição.
Isso seria suficiente pra ela localizar e ler o arquivo que queria? Só havia
uma maneira de descobrir.
Com cuidado e minuciosamente, começou a acessar os bancos de dados
da nau capitânia.
Os primeiros arquivos que encontrou sobre si não continham nada de
inesperado, pouco mais do que a breve biografia que PROXY havia dado a
Starkiller no hangar. Examinou-os em segundos, sondando mais
profundamente a arquitetura dos bancos de dados, procurando cantos de
informação esquecidos ou negligenciados. Mais trechos surgiram. Um deles
falava sobre a sua mãe, uma mulher da qual mal se lembrava que havia sido
morta em fogo cruzado entre partidários do Império e insurgentes em seu
planeta natal. Ela tinha sido professora. O arquivo continha um holo que
Juno não tinha visto antes, uma imagem de sua mãe com os seus longos
cabelos loiros presos pra trás por um broche feito de uma pedra preta
redonda. Os seus olhos pareciam vivos e divertidos. Parecia terrivelmente
jovem para ser mãe, e estar morta.
Entre uma lista de graduados de alto escalão de Corulag, encontrou o seu
nome anexado ao seu histórico acadêmico completo. A lista de matérias e
notas a enchia de orgulho, como sempre, mas com essa emoção vinha
também a tristeza. Trabalhou tanto e conquistou tanto, não apenas pra si
mesma, mas também pro pai. Um homem distante e rígido, especialmente
após a morte de sua esposa, ele havia sido um grande admirador daqueles
que serviam ao Império. Engenheiro civil, ele próprio teria se inscrito na
Academia se não tivesse reprovado no exame físico. Então ele deveria estar
orgulhoso de sua filha, que se formou com tanta honra e conseguiu tudo o
que sempre quis. Por que, então, ele nem apareceu na formatura dela? Não
fazia sentido.
Essa era uma dor antiga e familiar. O perfil poderia falar sobre esse
aspecto de sua vida o quanto quisesse e não pensaria duas vezes. Não via o
pai há anos e não se importaria se nunca mais o visse. Apenas nos últimos
dias, longe de seus ex-companheiros de esquadrão e deitada sozinha em seu
quarto à noite, se perguntou o que havia acontecido com ele. Acabaria tão
amarga quanto ele? Quantas missões mais como Callos seriam necessárias
antes que esquecesse por que havia se juntado em primeiro lugar?
Em um pequeno holograma anexado ao último arquivo que encontrou, o
seu pai olhava pra ela com olhos vazios ao redor de seu nariz estreito e
imperioso. Fechou a janela com um movimento impaciente do dedo
indicador.
Isso não a estava levando a lugar nenhum. Pesquisar nos arquivos por
seu nome pode deixá-la atolada em trivialidades por dias. Tinha que haver
uma maneira melhor.
Recostou-se na cadeira e pensou por um momento. Foi PROXY quem a
alertou sobre a existência do arquivo, então o droide deve ter acesso à sua
localização, se não ao conteúdo real. Portanto, se pudesse de alguma forma
identificar as informações que o PROXY escaneou nos últimos dias,
poderia obter um resultado.
O tempo havia passado durante a sua busca. Mal notou o seu cansaço,
treinada como era para passar longas horas na cabine em alerta total.
Poderia tirar uma soneca mais tarde para recuperar o que havia perdido.
Levou apenas alguns minutos para encontrar uma identificação que parecia
pertencer ao droide, uma que não estava no registro oficial, mas com acesso
praticamente em todos os lugares, e começar a segui-la pelos bancos de
dados. Como a maioria dos droides avançados, o PROXY tinha uma
natureza viva e curiosa. As suas ruminações o levaram a vários campos,
incluindo história, manutenção de repulsores, astrografia e psicologia.
Poderia levar a noite toda para encontrar apenas um endereço entre todos os
outros. Mas persistiu, determinada a saber o que os seus superiores
realmente pensavam dela depois de Callos.
Sem aviso, a sua tela clareou. Piscou os olhos turvos para uma nova
visão, uma página de dados que parecia ter hackeado sem querer. Era um
acesso ocasional por PROXY, mostrando um corredor cinza metálico que
levava a uma porta pesada e segura. A visão veio com som. Podia ouvir
passos, fracos, do outro lado da porta. Alguém andava inquieto de um lado
para o outro. E a respiração: respiração pesada e rítmica, como se os
pulmões se esforçassem em um respirador mecânico...
Um choque de adrenalina a percorreu. Apenas uma pessoa na galáxia
respirava assim. Deve ter entrado acidentalmente nos aposentos privados de
Lorde Vader. A sua mão se estendeu para cancelar a transmissão para que
não fosse descoberta espionando-o, mas antes que ela pudesse completar o
comando, a porta se abriu com um sibilo e a sua curiosidade foi capturada.
Revelado na porta estava Starkiller, uma imagem de impaciência e
moderação. Ele claramente estava esperando para falar com o seu Lorde
Sombrio todo esse tempo. Em quatro passos rápidos, ele passou pelo ponto
de vista de sua câmera de segurança escondida e saiu de vista.
Com uma série de comandos hesitantes, sem acreditar muito em sua
audácia, testou para ver se o ponto de vista era móvel. Ele girou suavemente
para trazer Starkiller de volta à vista, revelando uma sala tão vazia de
personalidade quanto o resto do esconderijo secreto de Darth Vader. O
próprio Lorde Sombrio estava de costas para a sala, olhando para o sol
vermelho escaldante do lado de fora.
Starkiller se ajoelhou por trás de Vader e esperou. Ele parecia bem
acostumado a fazer isso, apesar da energia fervendo por ele, mal contida por
sua pele.
Sem se virar, Lorde Vader perguntou:
— Mestre Kota está morto?
Starkiller não respondeu imediatamente. Ele levantou a cabeça,
considerou a pergunta e disse:
— Sim.
— Seu sabre de luz.
Starkiller soltou a segunda arma de seu cinto. Vader virou apenas o
suficiente para estender a mão. O sabre de luz do Jedi caído foi arrebatado
pelas mãos de Lorde Vader como se por dedos invisíveis.
Juno soltou um suspiro surpreso e o sufocou com as duas mãos, com
medo irracional de que o Lorde Sombrio pudesse ouvi-la através da
conexão de segurança unidirecional.
Alheio ao seu escrutínio, ele voltou para a janela e examinou o sabre de
luz em suas mãos. Starkiller esperou, imóvel, como se pudesse ficar
ajoelhado ali a noite toda.
Finalmente Vader falou novamente.
— Meus espiões têm observado outro Jedi. Kazdan Paratus está se
escondendo no mundo lixo de Raxus Prime.
— Vou lidar com ele como lidei com Rahm Kota, — disse Starkiller sem
hesitar.
Então, é isso, pensou Juno, abandonando todas as esperanças de dormir
naquela noite. Não há descanso para os ímpios. Moveu-se para desconectar
e se preparar para o chamado às armas, mas o seu dedo pairou sobre o
interruptor, incapaz de deixar passar o momento. A sua posição era ilícita,
mas privilegiada, e difícil de abandonar.
Vader ergueu os olhos do sabre de luz e se virou para encarar o jovem
ajoelhado diante dele.
— Kazdan Paratus é muito mais poderoso do que você, — a figura de
máscara negra disse, enchendo-a de apreensão. — Eu não espero que você
sobreviva. Mas se você tiver sucesso, estará um passo mais perto de seu
destino.
Starkiller assentiu ansiosamente.
— O Imperador.
— Sim. Somente juntos podemos derrotá-lo.
— Eu não vou falhar com você, Lorde...
O dedo de Juno apunhalou com força o interruptor de hackear e recuou
em sua cadeira. A apreensão tornou-se puro horror. Poderia ter ouvido
corretamente? O Imperador? Vader e o seu aprendiz sombrio iriam trair o
Imperador?
Não, disse a si mesma, levantando-se da cadeira e andando de um lado
para o outro na pequena sala. Não podia ser verdade. Deve haver mais do
que pensava. Talvez se tivesse continuado ouvindo...
Quando tentou obter o retorno, a conexão havia desaparecido. A tela
permaneceu resolutamente em branco, como se zombasse de suas temerosas
preocupações.
Darth Vader era o braço direito de Palpatine desde que o Imperador
estava no poder. Era inconcebível que ele se voltasse contra o seu Mestre
agora. Mesmo se ele estivesse considerando isso, o que ele e um agente
desalinhado poderiam fazer contra os Guardas Imperiais e auxiliares bem
armados que atendiam o Imperador em todos os lugares que ele fosse? O
pensamento era absurdo. Teve que tirar isso da cabeça como produto do
cansaço e cumprir o seu dever como se nada tivesse acontecido.
Não era como se pudesse entregar qualquer um deles com base em
evidências tão frágeis. Se tentasse, com certeza seria morta, fosse a
acusação verdadeira ou não...
Bem na hora, o seu comunicador tocou.
— Sim? — ela disse, falando como se nada de desagradável tivesse
acontecido.
— Eu preciso de você na Sombra Invasora, — Starkiller a informou,
como ela sabia que ele faria. — Temos uma nova missão.
— Eu estarei lá.
Levou um momento para alisar o seu uniforme e o seu cabelo, e para
esfregar as olheiras sob os seus olhos, então ela rapidamente desligou o seu
datapad e saiu da sala.
O mundo lixo de Raxus Prime estava na Hegemonia Tion
na Orla Exterior, então havia tempo durante a jornada para ela e
Starkiller atualizarem e pesquisarem os seus objetivos. Ele estava tão
distraído quanto ela, para o seu alívio. Ele continuou pedindo a PROXY
para repetir os detalhes que ele havia perdido enquanto pensava
profundamente. Eventualmente, ele pediu licença para entrar na pequena
câmara de meditação da nave e reunir as suas energias.
Fez o mesmo, à sua maneira, reclinando o assento e colocando os pés
sobre o painel de instrumentos. Finalmente houve tempo para aquela soneca
curta que havia prometido a si mesma.
Mas tudo o que havia aprendido nas horas anteriores continuava
circulando em sua mente, tornando difícil para relaxar. Pela centésima vez,
se lembrou de esquecer Vader e o Imperador e se concentrar na missão em
mãos. Se ia ter insônia, poderia muito bem pensar em algo útil.
Kazdan Paratus era uma fera estranha pela definição de qualquer um.
PROXY foi incapaz de reproduzir a sua forma porque todos os detalhes
físicos deste Jedi em particular foram apagados dos registros, talvez pelo
próprio paranoico velho Mestre. Arquivos de história Jedi irregulares o
credenciaram com habilidade considerável na fabricação de droides,
responsável por inúmeras máquinas únicas que possuem habilidades muito
além das dos droides comuns. Em reconhecimento por seus talentos únicos,
o Conselho Jedi o nomeou o engenheiro oficial do Templo e permitiu a ele
uma oficina dedicada em Coruscant.
As Guerras Clônicas o atraíram para fora da reclusão para estudar os
exércitos droides da Confederação. A vida na linha de frente lhe deu
inúmeras oportunidades de examinar os autômatos de guerra, enquanto ao
mesmo tempo construía droides médicos, droides de energia e outras
unidades projetadas para apoiar o exército de clones. Uma campanha
desastrosa, durante a qual a maioria de seus clones troopers foram mortos, o
levou a montar um contingente improvisado de droides de combate sob o
seu próprio comando. Esse acaso, ou talvez um desígnio deliberado,
permitiu que ele escapasse da justiça ao emitir a Ordem 66. Desde aquele
dia, ele estava escondido.
Mas agora ele apareceu em Raxus Prime, despejando lixo e venenos
industriais. Teria ele sido forçado ali por necessidade, ou voluntariamente
buscado abrigo ali entre as máquinas quebradas? Os registros não podiam
dizer isso a ela.
Pelo menos ele não era um General, no entanto. Quão perigoso pode ser
um fabricante de droides? Darth Vader pode considerá-lo mais poderoso do
que Starkiller, mas ela conseguia ver o porquê. Afinal, o seu agente havia
acabado com o Mestre Jedi Rahm Kota.
Os seus pensamentos vagaram. Entrou em um estado de sonho no meio
do caminho entre a vigília e o sono. A menor oscilação no painel de
controle e estaria alerta, mas fora isso estava em repouso. Se não estiver
totalmente em paz...
— Eles não têm defesas, — ela informou a Lorde Vader pelo
comunicador de seu TIE bomber. — A batalha acabou.
— Está longe de terminar, Capitã Eclipse. Continue o seu ataque.
Rangendo os dentes, apertou o seu manche com as duas mãos e
considerou suas alternativas. Nunca desobedeceria a uma ordem direta,
mas as consequências...
— Sinto a sua desaprovação, capitã. Fale o que pensa, se for preciso.
Ele já não a estava lendo? Estremeceu com o pensamento.
— Com respeito, senhor, seria um genocídio manter o bombardeio, um
desperdício de vida completamente desnecessário. Eles já estão derrotados.
— Já que você tem uma opinião tão forte sobre este assunto, capitã, vou
lhe dar um curso de ação alternativo. Acerte o reator planetário nas
seguintes coordenadas e acerte-o com força. Assim que estiver fora de
ação, considerarei esta missão concluída.
As coordenadas chegaram e deu um suspiro inaudível de alívio. Um
ataque de precisão era infinitamente preferível a um bombardeio geral.
— Obrigado, Lorde Vader.
— A sua gratidão é desperdiçada em mim. Dê-me o sucesso, capitã. Isso
é tudo.
O canal fechou e transmitiu as ordens para o resto do Oito Negro. Uma
pequena vitória em uma batalha muito maior: não podia se dar ao luxo de
pensar nisso. Preparando a sua carga útil, traçou um curso pela atmosfera
de Callos, feliz por acrescentar apenas um pouco mais de dano a tudo o
que o pequeno mundo verde já havia sofrido...
Acordou do sonho com um sobressalto. Chega, disse a si mesma. Só
podia se culpar tanto pelo que havia acontecido. Que diferença fazia agora?
Ia enlouquecer pensando nisso pra sempre.
Além disso, tinha coisas mais importantes com que se preocupar agora.
Com Darth Vader, Starkiller, Jedi renegado e o Imperador, tinha que ficar
alerta para qualquer coisa que pudesse lhe dar uma chance de sair inteira.
As luzes estavam piscando no console da Sombra Invasora.
— Diga ao seu Mestre que estamos saindo do salto em breve, — disse
ela ao droide. — Se esta é uma armadilha como Nar Shaddaa, ele vai querer
estar pronto.
— Vou informá-lo, — PROXY disse a ela enquanto ajustava os
propulsores da nave em prontidão para sua chegada. Quando Starkiller
entrou na cabine atrás dela, não levantou os olhos de seu trabalho.
A paisagem estelar listrada do hiperespaço voltou à normalidade. A
gravidade do mundo os agarrou. Os motores Subluz trouxeram a Sombra
Invasora para que eles fossem orientados corretamente e se dirigissem para
a órbita desejada.
Raxus Prime os recebeu em toda a sua glória decrépita. A superfície
cinzenta e sintética do mundo estava coberta por quase tanto metal quanto
Nar Shaddaa, mas aí terminava a semelhança. Enquanto um estava vivo
com luz e comércio, o outro era um depósito de lixo fumegante habitado
por sucateiros e escória. Juno nunca havia sido designada para cá durante
nenhuma de suas missões anteriores e nunca sentiu vontade de visitá-la.
Tinha uma reputação nociva.
Pôde ver imediatamente o porquê. Não era apenas a atmosfera imunda e
as montanhas de lixo em decomposição. Este mundo não era lua, como Nar
Shaddaa; era um planeta adequado, com um campo magnético
surpreendentemente forte. Cada faixa orbital estava cheia de lixo, assim
como uma série de complexas linhas de campo magnético varrendo perto da
própria superfície. Essas linhas carregavam fragmentos de ferro para o alto
em uma paródia sinistra dos anéis de um gigante gasoso. Eles estavam
rastejando com pequenas embarcações, automatizadas ou de piloto único,
procurando por qualquer coisa de valor. De vez em quando, os lasers
disparavam, cortando as carcaças ou as rivais que se aproximavam de uma
bugiganga próxima.
Então havia o Núcleo, a inteligência artificial construída pela República
para guiar a operação do mundo lixo. PROXY disse que tentaria conectá-
los em seu sistema de anúncio assim que estivessem dentro do alcance, mas
não via que ajuda isso seria se o Núcleo os atacasse.
Esta não seria uma missão simples de sentar e esperar. Apertou os
controles com mais força e guiou a nave pacientemente através do pesadelo
da navegação.
PROXY avançou para ocupar o assento do copiloto ao lado dela.
Starkiller, quando chegou, ficou atrás dos dois, avaliando a cena pela janela
da cabine.
— PROXY, — ele perguntou, — você já está captando alguma
comunicação?
O droide colocou uma mão de metal na testa e fez um barulho estranho.
Juno olhou pra cima. Os fotorreceptores do PROXY piscaram; ele se
inclinou pra frente, como se estivesse com dor.
— Muitas para decifrar, Mestre.
Os holoprojetores do droide piscaram inesperadamente. Juno se afastou
de uma visão angular de metal e lâminas cortantes, com os olhos vermelhos
brilhantes e membros de insetos. Antes que pudesse perguntar o que estava
acontecendo, a visão havia desaparecido e o droide continuou.
— Posso ouvir centenas de droides chamando uns aos outros. — Ele
olhou para o seu Mestre, que o estudou com uma carranca. — É aqui que os
droides vão para morrer.
— Ou são levados, — Juno murmurou enquanto examinava as telas
diante dela.
— E quanto a Kazdan Paratus? — Starkiller perguntou a PROXY.
— Não consigo ouvir nenhuma pista que nos leve a ele.
Os olhos de Juno se arregalaram. O seu dedo indicador direito surgiu
para chamar a atenção de seus companheiros de volta para a vista.
— Que tal começar por aí?
Assim dizendo, inclinou a nave para estibordo, para melhor revelar a
estrutura que acabara de descobrir.
Cinco torres esguias se erguiam das pilhas de lixo como uma
homenagem surreal ao passado. A torre central era a mais alta das cinco,
com uma estrutura quadrada perto de sua ponta que sempre a fazia pensar
em barbatanas de torpedo antiquadas. As outras quatro eram mais simples,
menos ornamentadas. Embora indubitavelmente feitas do próprio lixo, as
suas linhas únicas não poderiam ser confundidas com as de qualquer outro
monumento da galáxia.
— Isso se parece exatamente com o antigo Templo Jedi em Coruscant,
— ela disse.
Starkiller assentiu.
— Coloque-nos o mais perto que puder.
Ela vasculhou a área ao redor através de uma garoa grossa de chuva
oleosa.
— Farei o meu melhor. Há poucas clareiras. — O topo do zigurate
parecia perigosamente irregular e instável. — Você precisará se aproximar a
pé.
A Sombra Invasora se inclinou suavemente de um lado para o outro
enquanto atravessava as pistas magnéticas carregadas de lixo e limpava as
duas grandes montanhas de detritos. Quanto mais fundo entrava na
atmosfera, mais fraca a estrela principal se tornava e mais verde sua luz
parecia, até que sentiu os seus seios da face entupirem de solidariedade.
— Ali, — ela disse, finalmente encontrando um espaço grande o
suficiente para a Sombra Invasora se acomodar. — Com vista para o lago e
tudo...
O espaço ficava na margem de um corpo irregular de líquido, um dos
vários agrupados entre os pontos altos da paisagem de lixo. Ela não se
atreveu a pousar com força, para que a superfície relativamente nivelada
não se dobrasse sob o peso da nave. Em vez disso, pairou sobre os
propulsores, deslizando levemente sobre a superfície enquanto Starkiller
voltava para a rampa.
— Circule o Templo e espere pelo meu sinal, — ele comunicou num tom
profissional.
— Tenha cuidado, — ela enviou em resposta. — O lodo lá fora parece
corrosivo. — Ela esperou até que a figura vestida de preto progredisse em
saltos desumanamente longos de ruína de metal em ruína de metal e
finalmente desaparecesse de vista antes de empurrar os repulsores ao
máximo e inclinar a nave para o céu. Estava feliz por estar fazendo isso.
Nos poucos segundos em que a escotilha foi aberta, um fedor fétido encheu
a nave do nariz à cauda.
— Juno desliga.
O aprendiz mal ouviu a sua piloto desligar enquanto corria
pelo deserto tóxico que era a superfície de Raxus Prime. A sua
concentração era intensa, afastando as distrações de todos os lados: o fedor
vindo do lago; o terreno acidentado e traiçoeiro; o som do vento assobiando
através das torres retorcidas e estacas quebradas da floresta imunda em que
se encontrava. Manteve a sua mente focada em sua presa: o louco criador
de droides, Kazdan Paratus. Tinha que estar louco, pois quem viveria de
bom grado em tal lugar? Mesmo o fugitivo mais desesperado procuraria
climas melhores.
As torres do falso Templo Jedi eram invisíveis por trás das montanhas de
destroços. Muito foi destruído além do reconhecimento, mas entre os
descartes ele viu o fragmento ocasional de caças, speeder de solo,
refinadores de água ou ar, painéis solares, antenas parabólicas e muito mais.
Todos os materiais concebíveis chegaram a isso, o degrau mais baixo do
sistema Raxus. Nenhuma degradação foi poupada. O que não podia ser
reprojetado, reconstruído, recuperado ou reciclado estava simplesmente
esperando para ser esmagado em polpa envenenada pelo peso de mais lixo
empilhado de cima. Pintou um quadro deprimente do consumo prodigioso
da galáxia.
O aprendiz também não poupou tempo pensando nisso. Tinha uma tarefa
a cumprir, com o melhor de suas habilidades. Não tinha intenção de fazer o
contrário. Rahm Kota pode tê-lo testado, mas saiu superior no final. Não
havia nada que Kazdan Paratus pudesse jogar nele que não pudesse lidar.
Estava certo disso.
E não pensaria no rosto que vira enquanto lidava com Kota. Não foi
nada, apenas uma estranha falha no programa de sua vida. Criado sob o
olhar cuidadoso de seu Mestre sombrio, as suas habilidades foram
aprimoradas a ponto de nem mesmo os Jedi conseguirem enfrentá-lo. Em
breve, muito em breve, estaria pronto para ficar ao lado de Darth Vader e
enfrentar o maior desafio de todos: o Imperador.
Recuperou o seu foco durante a meditação no caminho para Raxus
Prime, olhando para a lâmina em brasa de seu sabre de luz. Tratou dos seus
ferimentos mais recentes com adesivos de bacta para que não o
incomodassem mais. Não havia comido, pois descobriu que a comida
amortecia outra fome dentro dele, a fome de grandeza semelhante à
possuída por seu Mestre sombrio. Ou seu Mestre estava possuído por ela?
Não importava. Do seu ponto de vista, eles eram a mesma coisa.
O poder do lado sombrio o preencheu. A força corria em suas veias,
enchendo o seu coração de determinação. Não falharia. E como poderia?
Era o aprendiz de Darth Vader.
A voz de Juno veio do comunicador, cortando os anúncios suaves do
Núcleo com precisão Imperial.
— Há algum tipo de atividade perto de uma corveta abatida ao norte de
sua posição.
— Que tipo de atividade?
— Não tenho certeza. Estamos na atmosfera superior agora e há muita
interferência. O PROXY está captando o que podem ser assinaturas de
droides indo nessa direção.
— Você acha que poderia ser um comitê de boas-vindas?
— Talvez, eu, uau! — Uma explosão de estática foi seguida por um
suspiro aliviado de Juno.
— O que está errado? — ele disse no comunicador.
— Nada agora. Aproximei-me demasiado de uma dessas vias
magnéticas, e um veículo abandonado e instável explodiu. Está tudo sob
controle. Você só se preocupa em manter as suas botas limpas.
Deu um meio sorriso e continuou andando por entre as pilhas de lixo ao
longo de um trecho que lembrava um desfiladeiro com paredes escarpadas e
chão úmido. Só então, após a breve comunicação de Juno, notou uma coisa
estranha. Entre todas as sobras tecnológicas, ainda não havia visto uma
única parte de droide. Nenhum. Se era aqui que os droides vinham morrer,
como PROXY havia dito, o que acontecia com os seus corpos?
Sentiu movimento à frente e diminuiu o passo para uma caminhada
normal, então um rastejar mais furtivo quando as vozes também se
tornaram audíveis. Não eram vozes humanas: uma mistura de tagarelice
eletrônica e Rodiano líquido e agudo. Droides e Rodiano, então.
Assumiu que as suas ordens permaneceram inalteradas desde a sua
última missão: Não deixe testemunhas.
Com um floreio, ativou o seu sabre de luz e o manteve pronto.

O PRIMEIRO DROIDE QUE ENCONTROU era uma coisa esguia com um fotorreceptor, um
manipulador, um repulsor duplo mal ajustado e fonte de energia, e muito
pouco mais. Estava puxando um cabo que se projetava de um penhasco
quase íngreme de lixo. Enquanto o seu repulsor uivava, pequenas
avalanches caíam de cima, ricocheteando em sua casca de metal e fazendo-
a ranger e balançar no ar. Assim que o viu, começou a puxar com mais
força, provocando um colapso em grande escala que o enterrou sob um
grande monte de lixo.
Pego por sua situação, o aprendiz usou a Força para empurrar o lixo para
longe, permitindo que o droide se libertasse. Dançou com considerável
desorientação no ar por um momento antes de recuperar o equilíbrio,
agarrando o cabo solto entre os escombros e zigue-zagueando pelo
desfiladeiro com firmemente agarrado em seu único manipulador, rangendo
alto enquanto avançava.
Os sucateiros, decidiu ele, provavelmente estão conectados em uma rede
ao Núcleo. Nada com que se preocupar, a menos que interferisse no
funcionamento do lixo planetário.
Rodianos eram um assunto totalmente diferente.
— Capitã Eclipse, — ele disse em seu comunicador.
— Juno aqui, — ela respondeu imediatamente.
— Os registros Imperiais têm algum relato de sucateiros Rodianos em
Raxus Prime?
— Acessando o banco de dados agora.
Enquanto ela procurava, os encontrou enxameando sobre o cadáver de
uma nave estelar que caiu diretamente em seu caminho, obviamente a
corveta que ela havia mencionado anteriormente. Do ponto de vista de uma
colina de lixo oscilante, espiou através de eletrobinóculos os alienígenas de
pele verde e a tribo de minúsculos Jawas de túnica marrom que eles
coagiram a servir, seja por subornos ou ameaças de violência. Eram dezenas
deles, com vários veículos rastreados alinhados para levar o butim. A
corveta Corelliana, com a sua marca precisa tornada indeterminada pelos
danos sofridos no acidente, estava sendo cortada para sucata, metro por
metro, com componentes delicados e, portanto, mais valiosos removidos
antes que as máquinas de corte chegassem. O aprendiz foi colocado na
mente das criaturas que se alimentavam dos corpos de baleeiros quando eles
flutuavam para o fundo de um oceano: em meses ou mesmo semanas, pode
não haver mais nada da nave, exceto a cratera que havia feito ao cair.
O aprendiz não tinha meses ou semanas na manga. Quanto mais vagava
por Raxus Prime, maiores eram as chances de ser descoberto.
A nave estelar estava diretamente entre ele e o Templo e era grande
demais para ser contornada. Isso poderia levar horas. Teria que passar pela
nave estelar ou movê-la.
Um lento sorriso surgiu em seu rosto. Por que ser tímido? Era o aprendiz
de Darth Vader e um servo do lado sombrio. Não valia a pena rastejar com
medo de levantar a cabeça.
Juno voltou com os detalhes de sua descoberta.
— Parece que você se deparou com Drexl Roosh e o seu clã. Drexl é
procurado por trinta e oito acusações de fraude, venda de material
defeituoso e comércio ilegal de escravos.
— Acho que descobrimos onde ele está conseguindo todas as suas
mercadorias.
Um dos Rodianos estava gritando com os outros no Básico,
acrescentando insultos aos Jawas para garantir.
— Mova-se mais rápido, sua escória! Os droides sucateiros estarão sobre
nós em breve. — Ele brandiu uma lâmina grande com desdém imperioso,
sem se importar com quem ela atingia. — Se vocês, oportunistas, não
fizerem esses Jawas se mexerem, vou adicionar outros dez mil créditos a
cada uma de suas cabeças! Vocês me ouviram?
Este, o aprendiz presumiu, era Drexl. O Rodiano de rosto roxo usava um
jato propulsor e armadura pesada e estava se pavoneando pra frente e pra
trás.
Ao se mover para outro ponto de observação, o aprendiz constatou que a
nave estelar ainda tinha pelo menos um motor em seu compartimento, um
hiperdrive volumoso que parecia não estar danificado. Perfeito.
Enquanto conduzia a sua pesquisa, uma briga começou entre um trio de
droides sucateiros e os Rodianos que supervisionavam o trabalho dos
Jawas. Os droides corajosamente tentaram se esgueirar para dentro da
carcaça gigante e dispararam uma saraivada de tiros de energia alertando-os
para longe. Eles responderam com choques de corrente elétrica entregues
através do solo úmido e ao longo de passarelas eletricamente condutoras.
Os Rodianos de repente tiveram uma luta em suas mãos e se esconderam
por trás de montes de restos orgânicos enquanto os Jawas corriam para se
abrigar em qualquer lugar que pudessem encontrar. O aprendiz assistiu
achando graça enquanto a escaramuça sem sentido se desenrolava.
Terminou, inevitavelmente, com três chuvas de fragmentos de droides e
outro mau cheiro adicionado ao ar.
— Seus idiotas! — Drexl gritou. — Limpem essa bagunça e voltem para
o acampamento com algo que possamos vender, ou não voltem mais!
O seu jato propulsor acendeu e o Rodiano decolou da superfície cheia de
lixo. Com um barulho estrondoso, ele acelerou em um túnel que levava
mais fundo na infraestrutura de lixo de Raxus Prime, deixando pequenos
incêndios em seu rastro superaquecido. O Núcleo anunciou algo sobre o
mau funcionamento dos droides de resgate e o enviou mais para investigar.
O aprendiz fez uma anotação mental para evitar cruzar com os droides, a
menos que fosse necessário, e começou a descer pela confusão de colinas.

O RODIANO VIGIA, AINDA NERVOSO por causa da escaramuça com os droides, mal
teve tempo de grasnar em sua língua alienígena antes que o aprendiz o
silenciasse para sempre com um rápido golpe de sua lâmina.
Ele passou apressado pelas entranhas da corveta. Uma rampa foi
adicionada para ajudar os Jawas em sua exploração e evisceração da nave.
Ele conduzia em um ângulo raso a uma pilha de níveis desmoronados que
outrora fora a seção central da tripulação. Ele correu levemente ao longo
dela, sem fazer nenhum som.
Assim que entrou, um alarme disparou, acionado não por ele, mas em
resposta a um novo influxo de droides. O efeito foi o mesmo. Cada
sucateiro Rodiano estava em alerta. O seu trabalho instantaneamente se
tornou muito mais complicado.
Um rebanho de Jawas passou correndo, guinchando, com os seus olhos
amarelos brilhantes piscando e apagando. Deixou-os ir, não tendo um
segundo a perder, e seguiu a rota mais provável para o hiperdrive. Quando
um par de Rodianos saiu de um buraco na parede à sua frente, não lhes deu
chance de erguer os seus blasters. Ele cortou um em dois enquanto o outro
caiu pra trás segurando a sua garganta.
— Você está se divertindo aí embaixo? — veio a voz de Juno pelo
comunicador.
— Estou progredindo, — disse ele quando o seu objetivo apareceu. As
turbinas do enorme hiperdrive estavam bem à frente, com a blindagem
removida em preparação para a extração em outro lugar. Condutores
descobertos e feixes de cabos serpenteavam pelas paredes ou pendiam
moles, cortados, no chão.
— Progresso em quê? — Ela perguntou a ele. — Em complicar as
coisas?
Não respondeu. O seu tom era quase insolente, mas ela tinha razão. O
tempo estava passando. A última coisa que queria era se envolver numa
disputa entre o bando de Drexl e o sistema imunológico dos droides do
Núcleo. Quanto mais cedo estivesse se movendo em direção ao seu
objetivo, melhor.
Outro Rodiano veio correndo pelo corredor atrás dele, atirando em suas
costas. Desviou os tiros com o seu sabre de luz e derrubou o teto sobre o
invasor, selando-se efetivamente na sala de acesso do hiperdrive. Não
importa. As paredes estavam fracas com a fadiga do metal. Poderia dar um
soco num instante quando terminasse.
Ajoelhado diante das turbinas, pegou um punhado de cabos com as duas
mãos e convocou a Força. A energia surgiu através dele, fazendo-o
endurecer. Relâmpagos Sith brilharam em sua pele e serpentearam pelas
paredes de metal irregulares, piso e teto. Ao longe, ouviu gritos enquanto os
muitos seres dentro da corveta destruída sofriam com os efeitos colaterais.
Ignorou-os, junto com o cheiro de fumaça subindo de seu próprio uniforme
esfarrapado.
Concentre-se, disse a si mesmo. Poder não direcionado era poder
desperdiçado. Cerrando os dentes, ele reuniu a energia e a dirigiu para baixo
em seus braços, em suas mãos. A luz azul brilhou em sua visão enquanto o
relâmpago fluía para os fios e daí para as turbinas do hiperdrive. Gemendo,
depois gritando, o enorme motor ganhou vida. Danificada, completamente
desalinhada e quase incontrolável, a turbina balançou com a força
propulsiva, depois se esforçou contra as braçadeiras que ainda a prendiam
ao chassi empenado da corveta.
O convés chutou embaixo do aprendiz. Balançou enquanto toda a
corveta se movia. Com um som terrível, começou a se mover, abrindo um
sulco brutal no lixo ao redor. Podia imaginar isso claramente em sua
imaginação e através do fluxo vibrante da Força. Quando um raio se
espalhou por ele e atingiu o motor, empurrou a corveta atingida fisicamente
para fora de seu caminho. O caminho para o Templo agora estava livre.
Quando sentiu que tinha ido longe o suficiente, relaxou a sua
concentração. Descargas menores de energia deslizaram por sua pele. Um
tanto trêmulo, se levantou e quase caiu quando o motor continuou a
funcionar, enviando a corveta para a frente, fora de seu controle.
Não esperava isso. Havia potencial residual suficiente na turbina para
mantê-la funcionando por dezenas de segundos. Tinha que sair da corveta
antes que ela o arrastasse para mais longe de seu objetivo.
Esforçando-se, abriu um buraco na lateral da nave abatida, largo o
suficiente para que um TIE fighter passasse. A parede de um desfiladeiro de
lixo estava deslizando, chovendo lixo. Com um salto suave, agarrou o cabo
pendurado e se livrou dos destroços. Ele rugiu, arrastando-se pela escória da
galáxia em sua barriga em desintegração, enviando ondas de sujeira
perturbada irradiando para fora de seu caminho.
— Você está criando uma distração, Starkiller, — gritou Juno do
comunicador, — ou tentando chamar a atenção para si mesmo?
— Escolha a resposta de sua preferência, — disse ele enquanto
balançava de cabo em cabo de volta por onde a corveta havia vindo. Jawas
dispersos em túnicas chamuscadas subiam em seus transportes para
perseguir a corveta. Ignorou-os, usou os relâmpagos Sith para explodir uma
dúzia de droides que o atacaram com garras elétricas levantadas, então
virou à esquerda onde a corveta havia descansado anteriormente para
retomar a sua abordagem da estranha paródia do Templo Jedi.

A BASE DA ESTRUTURA ESTAVA ENTERRADA sob ou parte do lixão sem fim que era a
superfície Raxus Prime. O aprendiz subiu cautelosamente até o saguão,
onde as placas de blindagem dobradas foram marteladas o mais próximo
possível do plano e soldadas em pisos aproximadamente nivelados. Tubos
de empuxo abandonados substituíam colunas de mármore. Matrizes de
sensores faziam cópias razoáveis de molduras de janelas, e paredes curvas
de tanques criavam a ilusão de tetos arqueados no alto.
O sistema primário aumentava a beleza superficial da cena lançando
feixes de luz fraca em linhas diagonais descendentes da direita para a
esquerda, nas quais partículas de poeira dançavam languidamente no ar.
Mas por baixo dela permanecia todo o fedor da podridão, e a cada passo
que dava o chão se movia e rangia. Fios e isolamento em decomposição se
projetavam das costuras. Em cada canto espreitavam pilhas de lixo que
poderiam estar apodrecendo desde a fundação do Império.
Enquanto avançava cautelosamente, sentindo a proximidade de Kazdan
Paratus, mas incerto de sua localização exata, uma das pilhas de lixo se
mexeu. Dela saiu uma máquina humanoide feita de peças de droides
descartadas que esperava encontrar em sua jornada.
A caixa craniana de um droide médico FX-8 foi aparafusada em um
corpo remendado de vários tipos de modelos de protocolo desatualizados.
Os seus membros pareciam vir de uma mistura de droides de batalha EV e
B1, com instrumentos e ferramentas que não pareceriam deslocados numa
oficina. O seu único fotorreceptor funcional brilhava em um amarelo
brilhante e furioso. O seu andar cambaleante alcançou uma velocidade
apreciável antes que cortasse a sua cabeça.
Um segundo droide feito de retalhos emergiu de uma pilha de lixo
diferente, seguido por um terceiro. O som de mais droides golems se
mexendo veio de outro lugar do Templo. O aprendiz lutou contra eles com
facilidade praticada. Duelou com PROXY toda a sua vida; conhecia os
pontos fracos e fortes dos droides, mesmo um capaz, por um uso inteligente
de tecnologias repulsoras e um sabre de luz de treinamento antigo
especialmente adaptado, de imitar um Jedi. Uns como estes, com apenas
uma parte correspondente entre eles, eram brincadeira de criança.
Logo o saguão estava cheio dos corpos fumegantes e contorcidos dos
infelizes guardiões do Templo. Começou a se cansar, não pelo esforço, mas
pelo tédio de derrubar droide após droide, sem fim aparente. Pode ter
havido milhares deles.
Desativando o seu sabre de luz, respirou fundo. Com uma poderosa
exalação de poder, explodiu todos eles, aqueles em pedaços e aqueles que
se aproximavam com dedos pontiagudos e vibro serras erguidas, para fora
das portas do saguão. Então explodiu as pilhas de lixo por trás deles.
Continuou empurrando até que uma nuvem escura se elevou sobre a
paisagem hedionda de Raxus Prime, num furacão artificial cheio de droides
golems.
Quando o saguão estava livre, o aprendiz se endireitou. Não estava mais
empurrando com a Força, mas o chão abaixo dele tremia mesmo assim. Um
som pesado e estrondoso veio do fundo do Templo e estava ficando mais
alto. Certamente atraiu a atenção de alguém agora.
Um enorme golem de sucata quebrou uma parede próxima, com
servomotores rosnando, brandindo dois dos maiores vibro machados que já
tinha visto, um em cada mão. Deu dois passos em direção a ele e piscou os
seus enormes fotorreceptores em hostilidade mal contida.
— Você se atreve a invadir o Templo Jedi? — explodiu uma voz de seu
peito blindado. — Você se atreve a desafiar os Jedi em nossa casa?
Antes que pudesse apontar a absoluta obviedade da situação, que os Jedi
eram praticamente inexistentes e que isso dificilmente constituía a sua casa,
o enorme golem se lançou até ele. Construído em torno do corpo de um
droide de trabalho pesado, ostentava vários apêndices além dos dois que
seguravam os machados. Cada um tinha uma arma diferente na ponta,
zumbindo, raspando e crepitando. O barulho que fazia ao atacar era ainda
mais assustador do que o seu aspecto.
O aprendiz se esquivou e perdeu temporariamente o equilíbrio quando o
chão cedeu sob o peso da coisa. Acendendo o seu sabre de luz, cortou um
dos apêndices e rebateu outro para o lado com um firme soco telecinético.
Recuperando o equilíbrio, enviou uma onda de raios ondulando através de
sua carapaça corroída, mas isso mal o retardou.
Um dos vibro machados deslizou sobre a sua cabeça e o outro desceu
para cortá-lo verticalmente em dois. Se jogou pra trás mal a tempo, então se
lançou pra frente para cortar qualquer coisa que parecesse um ponto fraco
antes que os machados pudessem voltar. Membros cauterizados choveram
sobre ele, agarrando-se a ele com espasmos elétricos desvanecentes. Rolou
entre as pernas parecidas com um tronco para evitar outro golpe de
machado duplo devastador. O seu sabre de luz marcou um corte profundo
nas costas do gigantesco quando se levantou.
Faíscas amarelas voaram pelo saguão. As entranhas do golem gemeram e
berraram enquanto ele se virava, tentando colocá-lo de volta em sua mira.
Braços se estenderam para ele e ele os cortou, um por um. Abaixando-se
sob as lâminas oscilantes, ele lançou raio após raio no enorme ferimento
que havia feito, enquanto o golpeava com painéis arrancados das paredes e
arremessados com toda a energia que podia reunir.
Finalmente enfraqueceu. Inclinando-se pesadamente para o lado
esquerdo e perdendo um de seus eixos, ele cambaleou pesadamente pra trás
pelo saguão. Ambos os seus fotorreceptores estavam escuros; faíscas saíam
num fluxo constante de um buraco na parte de trás de sua cabeça. Embora
lutando cegamente e mal possuindo qualquer controle sobre os seus
motivadores primários, ele ainda tentou matá-lo. Os servomotores
barulhentos mantinham o único machado restante movendo-se pra frente e
pra trás, como se pudesse tropeçar nele por acidente. Um pé pesado bateu
no chão em uma vã tentativa de desequilibrá-lo. Tudo o que conseguiu foi
enredar-se no lixo e balançar perigosamente perto de tombar.
O aprendiz aproveitou para finalizar. Mais uma vez ele empurrou com
todo o poder da Força, arrancando o seu corpo de sua perna emaranhada e
arremessando-o contra a parede oposta. Seguiu-o, apenas no caso de ainda
haver alguma luta nele. Caminhando com confiança através do rasgo aberto
na parede do saguão, se viu em um lugar que pensou nunca entrar, mesmo
em uma forma bizarramente recriada como esta.
No coração do lixo do Templo Jedi havia uma Câmara do Alto Conselho,
completa com manequins de antigos Mestres Jedi. O aprendiz sabia todos
os seus nomes; eles foram fundidos em seu cérebro, aqueles inimigos que o
Imperador havia derrotado durante os dias finais das Guerras Clônicas.
Sentavam-se em tronos, banquinhos ou cadeiras comuns, conforme o gosto
ou a forma biológica exigiam. Os seus olhos mortos o encaravam enquanto
perseguia o golem caído.
O golem havia desabado no centro da saguão circular, soltando fumaça e
vapor de suas juntas. Um vento fétido entrava pelas janelas estilhaçadas
com vista para vistas infinitas de resíduos, fazendo um leve som de gemido.
O aprendiz manteve um estado de extrema concentração. Kazdan Paratus
ainda não havia feito a sua jogada. Estaria pronto para o Jedi fugitivo
quando o atacasse.
Então aconteceu uma coisa estranha. O peso morto do droide golem
mudou ligeiramente. Um silvo veio de uma costura em sua frente. Com um
gemido, a sua blindagem se abriu. Quatro longos braços de aranha
emergiram, encimados por manipuladores recuperados de quatro droides
muito diferentes. Os manipuladores agarraram o corpo do golem morto e
puxaram uma pequena figura cinza para a luz.
— Kazdan Paratus, — disse o aprendiz, — Afinal.
O ser minúsculo olhou pra ele com olhos paranoicos e penetrantes. Um
membro da espécie Aleena, ele era baixo e de crânio grande, com olhos
brilhantes e dedos longos e ágeis. O arnês que o prendia aos estranhos
braços mecânicos permitia que ele se movesse livremente com o seu sabre
de luz, uma lança de lâmina dupla com uma lâmina significativamente mais
longa que a outra. Ele o ergueu quando a função dos membros mudou de
braços para pernas e o ergueu até a altura humana total.
— Sith lixo, — ele sibilou numa voz aguda, mas cheia de desprezo. —
Não se preocupem, Mestres. Eu vou lhes defender!
O aprendiz não sabia com quem estava falando até que um clamor se
ergueu dos manequins sentados e, como um só, o lixo do Conselho Jedi
acordou.
Paratus investiu enquanto o aprendiz estava momentaneamente distraído.
A lança deixou um corte raso em seu antebraço esquerdo antes que pudesse
repelir o ataque da estranha criatura. Parte carne e parte máquina, o Mestre
Jedi renegado era proficiente com a Força, e rápido com ela também. Cada
golpe que o aprendiz tentava desferir era instantaneamente bloqueado por
uma das pontas da lança rodopiante. Tão rápido quanto avançava ou
recuava, as pernas mecânicas o ultrapassavam. Paratus pulou pela câmara
dilapidada como uma aranha saltadora enlouquecida.
Fora de sua concha droide golem, no entanto, Paratus era mais
vulnerável ao raio Sith. O que ele não conseguiu absorver na sucata o
queimou e o deixou se contorcendo de dor. O aprendiz disparou raio após
raio na minúscula figura. Quase parecia que a luta terminaria antes mesmo
de começar.
Então algo o atingiu por trás, quebrando a sua concentração e arrancando
o sabre de luz de sua mão. Se virou, esquivando-se de membros robóticos e
um golpe repentino do pique de luz. O manequim de Plo Koon se levantou
de sua cadeira e o atacou, segurando uma vibro lâmina em uma
aproximação grosseira do renomado estilo de sabre de luz do Mestre Jedi
morto há muito tempo. O Caminho do Dragão Krayt, já foi chamado.
Parecia ridículo agora nas mãos de um droide feito de fragmentos.
Ainda assim, isso o pegou de surpresa. O aprendiz reconheceu a jogada
antes de explodir o manequim em pedaços e pegar o seu sabre de luz caído.
O cabo chegou em sua mão bem a tempo de desviar outro golpe de Paratus,
totalmente recuperado das ondas de raios Sith que ele acabara de suportar.
Desta vez, o aprendiz estava pronto para os ataques por trás. Um de cada
vez, ou ocasionalmente em pares, os manequins se moveram para distraí-lo.
Mace Windu e Coleman Kcaj ele desmembrou. Kit Fisto ele derreteu.
Anakin Skywalker e Obi-Wan Kenobi ele esmagou e jogou pela janela. Ki-
Adi-Mundi ele explodiu com um raio antes de fazer o mesmo com Saesee
Tiin, Agen Kolar e Shaak Ti. Stass Allie ele decapitou com um único golpe
de seu sabre de luz. Yoda ele pegou com a Força e usou como um míssil
para atingir Paratus através de seus membros artificiais.
Kazdan Paratus gemeu quando cada Mestre de sucata caiu, lamentando-
os como se estivessem realmente vivos. Quando o último caiu, ele estava
realmente chorando.
O aprendiz estendeu a mão e pegou o Jedi Aleena em um aperto forte da
Força. Os braços artificiais de Paratus desmoronaram, incapaz de resistir ao
seu poder. Erguendo o diminuto alienígena no ar, o aprendiz balançou o seu
cativo de um lado para o outro, esmagando-o contra os caixilhos das janelas
e o telhado até que os escombros chovessem sobre ambos. Desviou o pior
de si mesmo e guardou o dano para Paratus. Logo o Jedi idoso estava muito
fraco para lutar, mas o aprendiz continuou a espancá-lo. Se lembrou do que
aconteceu com Rahm Kota no final. De onde quer que viesse aquela
estranha alucinação, não permitiria uma repetição.
Finalmente, a força do Mestre Jedi foi gasta. O aprendiz deixou-o cair no
chão, onde foi imobilizado por uma avalanche de lixo que caiu do teto.
Claramente morrendo, ele deitou de bruços e fechou os olhos.
— Sinto muito, meus Mestres, — lamentou. — Eu falhei com vocês.
Com essas palavras, ele expirou.
Por um momento o aprendiz sentiu pena. Mas engoliu rapidamente.
Indubitavelmente louco, Paratus ainda era um Jedi. A sua liberdade havia
chegado ao fim, junto com a sua vida.
Então uma auréola de energia brilhante da Força se ergueu do corpo do
Jedi e se espalhou ao redor do aprendiz. Brilhante, cintilante, desapareceu
com uma corrida silenciosa nas paredes da estrutura de sucata.
O aprendiz se afastou do corpo, nervoso e pronto para qualquer coisa.
Mas isso parecia ser o fim.
Levantou o seu comunicador.
— Juno, acabei aqui.
— Eu tenho um bloqueio em sua localização, Starkiller. Estou a
caminho.
O zumbido dos motores da nave estelar era alto quando ele refez seus
passos pelo saguão e saiu para a superfície do mundo do lixo. A Sombra
Invasora desceu suavemente do céu. Pegando a rampa com segurança,
recuou agradecido pra dentro.

À MEDIDA QUE SE APROXIMAVAM DA ÓRBITA, observou o Templo recuar pra trás até que
o contorno de sua ridícula grandeza mal pudesse ser discernido entre as
colinas de lixo ao redor. Poderia ter derrubado o ridículo castelo de
brinquedo ao redor das orelhas de Kazdan com um empurrão da Força. Se
ao menos tivesse sido tão fácil para o seu Mestre apagar os Jedi da galáxia.
Anos depois do Expurgo, aqui continuou esse grande trabalho. Talvez
terminasse durante a sua vida. Talvez já tivesse matado o último dos Jedi
restantes. Talvez agora o seu Mestre o considerasse verdadeiramente digno.
Retirou-se para sua câmara de meditação sombria para cuidar de seus
ferimentos e restaurar as suas forças. Em vez de meditar, no entanto,
dedicou uma hora para consertar a lança de luz de Kazdan Paratus,
quebrada em duas quando agarrou o minúsculo Mestre Jedi com tanta força.
Tentando consertar, pelo menos. Por mais meticuloso que trabalhasse, não
conseguia realinhar os cristais de foco com o conjunto da lente. Também
não poderia fazer a matriz do emissor se conectar ao conduíte de energia.
Como tudo em Raxus Prime, a lança se tornou um lixo sem valor.
Ou, disse a si mesmo, havia algo atrapalhando a sua concentração.
É a minha nova piloto? ele se perguntou. Ela era rápida e eficiente, como
deveria ser, mas também se esforçava para parecer despreocupada, e isso
estava tendo um efeito sobre si que não havia previsto. Elogiou o seu bom
trabalho depois de Nar Shaddaa e ficou feliz por estar a bordo depois de
acabar com Kazdan Paratus. Aprovação e satisfação não eram encorajados
pelos seguidores do lado sombrio. O Imperador o ajudou se eles estivessem
desenvolvendo uma ligação.
Lidaria com as suas novas emoções como havia lidado com outros
desafios que enfrentara. Ao mesmo tempo, a observaria de perto. As
relações não eram coisas unilaterais. Se os seus sentimentos de ligação se
tornassem mais fortes e ela não pudesse manter a sua sociabilidade sob
controle, teria que agir.
Enquanto ponderava que forma aquela ação poderia tomar, o som de uma
respiração pesada surgiu atrás dele. Os pedaços da lança de luz se
desfizeram e se espalharam pelo chão. O aprendiz sentiu mais do que viu
uma sombra mais escura entrar na câmara. Olhou pra cima com expectativa.
Não havia rosto visível na silhueta do Lorde Sombrio, mas isso nunca
fez diferença.
— Kazdan Paratus está morto, Mestre.
A cabeça abobadada, mais negra que a noite, assentiu.
— Então há apenas mais um teste antes que você possa cumprir o seu
destino.
Mais um. Haveria sempre mais um?
— Mestre, estou pronto agora.
— Você derrotou um velho cansado e um pária. — A raiva estalou como
um chicote na voz vocalizada de Darth Vader. — Você não estará pronto
para enfrentar o Imperador até que tenha enfrentado um verdadeiro Mestre
Jedi.
O aprendiz endireitou o maxilar, pensando nas imitações patéticas que
havia enfrentado no Templo de sucata.
— Quem?
— Mestra Shaak Ti, uma dos últimos membros do Conselho Jedi. —
Havia um respeito relutante na voz de seu Mestre, misturado com desprezo
nu. — Ela está treinando um exército em Felucia. Você precisará de todo o
poder do lado sombrio para derrotá-la. Não me desaponte.
— Não, Lorde Vader. Eu não vou.
A sombra vestida se dissolveu em estática. O holograma caiu, revelando
o corpo magro de PROXY por baixo. O droide estremeceu, e o aprendiz
estava instantaneamente ao seu lado para firmá-lo.
Juntos, os dois deixaram a câmara de meditação para dar a Juno a notícia
de sua terceira e mais mortal missão.
C omo uma adolescente sábia Juno tinha imaginado a sua vida futura
como piloto, cruzando o tráfego pesado das rotas aéreas de
Coruscant, transportando importantes dignitários de e para reuniões,
soprando insurgentes do céu com pulsos únicos e certeiros de seu canhão de
laser.
Percorrer a Orla Exterior com o mal-humorado emissário de Darth Vader
e o seu droide disfuncional não estava no topo de sua lista de desejos.
Nenhum dos dois estava bombardeando planetas indefesos ou sendo
rejeitado por seu pai...
Engraçado como a vida acabou.
O mundo verde azulado de Felucia pairava sobre um vasto e vazio pano
de fundo quando emergiram do hiperespaço. Preencheu a visão frontal
quando ativou a unidade subluz e aparou o seu vetor de aproximação.
Quando tudo estava em ordem, desligou os motores e deixou a nave
deslizar silenciosamente pelo poço de gravidade do planeta. Este não era o
ambiente inundado de comunicações de Raxus Prime e Nar Shaddaa. Se
chegassem muito rápidos, brilhariam como um cometa para quem olhasse.
— Felucia ao nosso alcance, — ela anunciou. PROXY ocupou a cadeira
do copiloto, monitorando o suporte de vida e as comunicações. Starkiller
estava atrás deles com os braços cruzados sobre o peito e o rosto coberto
por um capuz que havia colocado depois de deixar Raxus Prime. Mal disse
uma palavra durante a longa viagem, falando apenas para dar ordens e
evitando todas as tentativas dela de provocar conversa. Sentiu-se um pouco
magoada com isso, pensou que estava quebrando a sua imagem forte, mas
silenciosa e vislumbrando o homem por baixo, mas ela manteve uma
atitude profissional. Isso era tudo que o seu trabalho exigia.
— Leituras? — ele perguntou.
— Sem grandes assentamentos, — ela disse, olhando para o quadro de
PROXY, — mas os sinais de vida estão sobrecarregando os escâneres. O
planeta está completamente coberto de vegetação. Não tenho ideia de onde
devemos pousar.
— Eu vou te dizer.
Os pequenos cabelos na parte de trás de seu pescoço se levantaram.
Esticou o pescoço para ver o que ele estava fazendo e viu apenas que ele
havia fechado os olhos. Mas algo definitivamente estava acontecendo. O ar
parecia engrossar ao seu redor, como se um redemoinho estivesse se
formando. As cavidades em suas bochechas ficaram mais profundas,
enfatizando os seus cílios e a sensualidade de sua boca. A sua frequência
cardíaca acelerou ligeiramente.
Respirou fundo e voltou para os seus controles. Isso não era da conta
dela. Naves e máquinas eram sua área, não as estranhas habilidades de
Darth Vader e a sua turma. Apesar de toda a sua curiosidade inata, às vezes
era perigoso saber demais. Tinha que permanecer distante e desinteressada.
Só faça o seu trabalho, Juno Eclipse.
Starkiller se mexeu e se inclinou pra frente para apontar para um mapa
exibido no console perto dela.
— Lá, no equador.
— O que há, exatamente?
Ele exalou. Sentiu o calor de sua respiração em sua bochecha.
— Deixe isso comigo. Envolva a camuflagem e leve-nos para baixo.
Ela assentiu, esperando que ele não notasse o rubor lento se espalhando
por seu pescoço, e acelerou.

A SOMBRA INVASORA DISPAROU pela atmosfera superior do planeta, lutando contra a


turbulência causada por ondas de ar espesso e úmido. Pode não ter sido em
Coruscant, mas Juno começou a sentir uma pontada de curiosidade. Antes
da morte de sua mãe, Juno estava interessada em xenobiologia, algo
desaprovado por seu pai, mas que achava infinitamente fascinante. Havia
tanta vida na galáxia, assumindo tantas formas diferentes. Poderia ter
passado mil vidas tentando catalogar tudo, apenas para descobrir que havia
evoluído para inúmeras novas formas durante o processo, forçando-a a
começar tudo de novo.
O pensamento não a horrorizou. No mínimo, isso a encheu de admiração,
a mesma sensação de admiração que agora sentia ao ver as vastas florestas
de fungos e lagos verdejantes de Felucia. Mais uma vez ficou
impressionada com os contrastes entre Nar Shaddaa, Raxus Prime e este
mundo. Felucia estava transbordando de vida em todas as formas, desde a
menor folha de grama até os fungos mais imensos que já tinha visto, com
raízes serpenteando sobre o solo, trepadeiras e bolor enrolando-se em
troncos ondulantes e insetos por toda parte. O ar na atmosfera superior
exibia contagens de pólen e esporos que estavam fora da escala. Os seus
olhos pareciam agredidos pela cor em todos os lugares que olhava.
Magnífico, queria dizer, mas guardou a observação pra si mesma.
Caules gigantes de fungos se agitaram violentamente no rastro da nave
estelar enquanto a Sombra Invasora tecia entre eles. Evitou usar os seus
propulsores tanto quanto possível, querendo minimizar os danos à floresta
equatorial. Mas onde deveria pousar? O chão era invisível abaixo deles.
Podia sentir a impaciência de Starkiller enquanto procurava um espaço
adequado. As únicas superfícies planas que podia ver pertenciam aos topos
de cogumelos enormes, com dezenas de metros de diâmetro. Pareciam
resistentes como rocha.
Por que não? se perguntou, girando a Sombra Invasora bruscamente e
descendo em direção ao cogumelo mais próximo.
Cautelosamente, usando toda a sua habilidade, desceu a nave. A nave se
acalmou, então estremeceu quando o fungo gigante cedeu sem aviso. A
nave estelar deslizou e se inclinou descontroladamente para um lado.
Caules e folhas balançavam como se estivessem em uma tempestade.
Aumentou a potência dos propulsores e mudou-se para uma posição
diferente.
Desta vez, o cogumelo resistiu. As pernas de aterrissagem da nave estelar
se estenderam e agarraram firmemente a superfície esponjosa onde oscilava
precariamente na borda da enorme calota. Desacelerou, esperou cinco
segundos inteiros por mais surpresas e então desligou a unidade subluz .
Caiu de volta no assento, encharcada de suor.
— Uau, — ela respirou. — Eles não ensinam isso na Academia.
— Abaixe a rampa, — Starkiller disse brevemente. — Espere por mim
aqui.
— Não há muito o que fazer...
— Apenas espere.
— Eu...
Ele já se foi. Procurou-o nas miras e o viu pulando da borda do
cogumelo e correndo para a floresta, o sabre de luz vermelho aceso e
pronto.
Ela suspirou e limpou as mãos na calça do uniforme.
— Bem, PROXY, somos só você e eu de novo.
— Sim, Capitã Eclipse. — O droide raramente parecia abalado pelo
comportamento de seu Mestre, — Vou começar uma verificação de todos os
sistemas, se assim o desejar.
— Isso seria bom, — Ela permaneceu na cadeira, ainda esfregando as
palmas das mãos nas pernas. — Ele é sempre assim, PROXY?
— Como o quê, Capitã Eclipse?
— Mal-humorado e retraído. Quase o peguei sorrindo algumas vezes em
Raxus Prime. Agora nada. O que está acontecendo dentro da cabeça dele?
— Não posso falar com confiança sobre a sua programação, Capitã
Eclipse, — disse o droide com um piscar de olhos confuso. — Talvez Lorde
Vader possa explicar, já que ele foi o autor de ambos os nossos sistemas.
Essa foi uma frase estranha.
— O que você quer dizer? Vader programou Starkiller?
— O meu Mestre está sob os cuidados de Lorde Vader desde que ele era
uma criança.
— Como um pai. — Ela franziu a testa.
— Meu Mestre se refere ao Lorde Vader apenas como Mestre ou
Professor, — o droide a corrigiu. — Nunca como pai.
Isso a tranquilizou, estranhamente. O pensamento de Vader cuidando de
uma criança era muito estranho para ser verdade.
— Bem, o que aconteceu com os seus pais verdadeiros? De onde ele
veio?
— Eu não sei, Capitã Eclipse.
— Ele nunca fala sobre eles?
— Eles foram apagados de sua memória primária, eu acredito.
— E os amigos? — Ela hesitou um pouco, então perguntou: —
Namoradas?
— Meu Mestre leva uma vida solitária, — o droide disse a ela. — Lorde
Vader insiste que é essencial para o seu desenvolvimento.
— Desenvolvimento em quê, exatamente? — ela perguntou, pensando
em assassino Jedi, místico enlouquecido, assassino. A maneira como ele
abandonou casualmente a instalação do TIE fighter em Nar Shaddaa a
incomodava às vezes.
— Somos todos servos do mestre de meu Mestre, — o droide disse,
lembrando-a incisivamente, talvez, de seu dever primário também.
— Sua programação está absolutamente correta, PROXY. — Ela
levantou o seu corpo resistente da cadeira do piloto e endireitou o seu
uniforme. — Você continua com a verificação dos sistemas daqui. Farei
uma rápida inspeção visual do casco.
— Eu aconselho cautela, — PROXY a advertiu. — Muitas das formas de
vida em Felucia são hostis aos humanos.
— Não se preocupe com isso. — Ela abriu uma escotilha e tirou a sua
pistola BlasTech, que guardou na cintura com um movimento bem treinado.
— Posso cuidar de mim mesma.
— Um de seus predecessores usou exatamente essas palavras antes de
ser baleado nas costas por um traficante de armas Corelliano.
Parou à beira de deixar a cabine, sem saber se PROXY a estava
provocando, brincando ou fazendo uma observação inocente. Parte dela
queria saber tudo sobre os seus sete predecessores, mas a maior parte queria
que PROXY nunca mais falasse sobre eles.
— Apenas cuide de si mesmo, PROXY, — ela disse a ele. — O Mestre
do seu Mestre também tem um Mestre, você sabe.
— Sim, Capitã Eclipse.
Deixou a nave com o rosto queimando pela segunda vez em questão de
minutos. O que havia de errado com ela? O menor indício de que ouviu a
conversa entre Starkiller e Lorde Vader sobre o Imperador e estaria morta
com certeza. Se o agente de Vader não o fizesse, o droide o faria. Afinal, ele
era um especialista em sabre de luz.
Talvez tenha sido isso que aconteceu com os outros pilotos...
Desceu a rampa e pisou na superfície do cogumelo gigante, testando a
sua superfície esponjosa. A sua raiva de si mesma aumentava a cada
segundo. Claro que queria restabelecer o controle sobre a situação, mas dar
dicas terríveis não era o jeito de fazer isso, mesmo que o droide tivesse
começado. Só podia ser competente e profissional, e tinha muita prática
nisso no passado. Agora era absolutamente a hora errada para quebrar o
hábito de uma vida.
Por fim, se acalmou e cumpriu o dever que havia estabelecido para si
mesma: examinar o casco externo em busca de qualquer dano resultante de
sua queda brusca. Parecia imaculado, exceto por algumas novas manchas
adicionadas por plantas pelas quais haviam passado, disparando balas
pegajosas de seiva destinadas a derrubar insetos voadores. Essa observação
ajudou a reviver um pouco da emoção que sentiu na descida.
Vida em abundância, lembrou a si mesma. Pense nisso para variar.
E conseguiu, maravilhada com a enorme diversidade de plantas, fungos,
insetos e animais na selva que a cercava. Muitos eram emborrachados e
translúcidos. Líquido escorria de poros e respiradouros abertos. A mais
corpulenta das formas de vida parecia que iria explodir se tocasse um dedo
nelas. Mas todos tinham dentes ou espinhos e outros meios de autodefesa.
Muitos eram caçadores vigorosos ou parasitas. Ela podia ouvir o rugido de
poderosos predadores e o estrondo de grandes corpos através da vegetação
rasteira, distante e às vezes diretamente abaixo de seu estranho e precário
local de pouso.
Quanto mais observava, mais pensava em Callos. Ela nunca havia pisado
naquele mundo, mas em órbita tinha o mesmo brilho verdejante de Felucia.
Poderia ter possuído florestas tão vibrantes como estas, tão ricas e
esplêndidas com a vida em todas as suas formas? Enquanto patrulhava a
borda do gigante cogumelo, ela se perguntou quantas espécies nunca
haviam sido catalogadas aqui, e agora nunca estariam em Callos. Uma
culpa familiar surgiu nela como uma doença, fazendo-a querer vomitar, e
ela teve que voltar para a nave.
Já que você se sente tão fortemente sobre este assunto, Vader disse a ela,
eu lhe darei um curso de ação alternativo.
As imagens do reator planetário explodindo estavam gravadas em sua
mente. O Oito Negro perseguiu o objetivo da missão com sua precisão
cirúrgica usual, vindo baixo no horizonte e lançando suas cargas bem antes
que as defesas do reator pudessem entrar em operação. Cada ataque tinha
acertado o alvo, enviando nuvens ondulantes de gases ardentes. Se a guerra
pudesse ser chamada de bela, então aquele tinha sido um belo momento de
fato.
Sua gratidão é desperdiçada em mim.
Isso estava perfeitamente claro para ela agora.
Mas não mudou nada.
— A lista de verificação está completa, Capitã Eclipse, — PROXY a
informou através do comunicador da cabine. — Eu detectei um leve
desalinhamento dos escudos defletores traseiros.
Grunhiu em confirmação. O dano quase certamente foi sustentado nas
pistas magnéticas de Raxus Prime, enquanto desviava de pedaços de
detritos explosivos no ar. — Já vou entrar, PROXY. Tire o kit de
ferramentas. Vamos consertar isso antes que Starkiller retorne.
— Sim capitão.
Juno deu uma última olhada ao seu redor, saboreando a chance, embora
trouxesse de volta associações desagradáveis. A floresta era de fato frágil,
apesar de sua vibrante letalidade. Pode parecer que poderia durar mil anos,
superando até mesmo o próprio Imperador, mas um único empurrão na
direção errada poderia derrubá-lo, coagular e apodrecer até que nada
restasse além de um lodo orgânico profundo, adequado apenas para refino.
em bolos de óleo ou proteína. Nas mãos erradas, Felucia pode ser o
equivalente vegetal de Raxus Prime em um ano.
Melhor focar, então, naquilo que não pode ser morto: em naves como a
Sombra Invasora e os seus sistemas. Os múltiplos problemas da vida e da
morte não podiam ser resolvidos com uma chave inglesa, e estava muito
além de seu alcance tentar.
O aprendiz se abaixou de outro raio de energia da Força arremessado
pelo guerreiro Feluciano à sua direita e enviou uma linha irregular de
raios Sith crepitando pela distância entre eles. O guerreiro caiu morto no
chão, mas mais dois saltaram dos arbustos atrás dele, brandindo as suas
espadas de osso e uivando em sua língua estranha e gutural. Reconheceu o
maior como aquele que havia ferido anteriormente, mas agora se movia
com perfeita graça e agressividade; o xamã que poupou vários minutos
antes deve ter se dobrado e curado os ferimentos do guerreiro. Jurou não
cometer o mesmo erro novamente.
As espadas de osso eram resistentes ao seu sabre de luz, mas a sua
habilidade com a Força excedia em muito a deles. Esquivando-se de sua
telecinese desajeitada e golpes desajeitados, ele os despachou com calma e
sem problemas, economizando a sua energia para o verdadeiro inimigo
esperando por ele.
Shaak Ti: Mestra Jedi Togruta e praticante das técnicas de sabre de luz
Makashi e Ataru. Ela era velha e forte, e deve ter sido realmente astuta para
ter sobrevivido por tanto tempo. A Ordem 66 pode ter sido emitida há
muitos anos, mas ainda estava firmemente em vigor em todo o Império. O
aprendiz jurou trazer esse fato para ela assim que pudesse.
Chegar até ela, no entanto, estava provando ser um problema. Embora a
tivesse sentido claramente da órbita como uma deformação na Força, muito
parecida com um corpo de massa deformando o tecido do espaço-tempo,
não havia previsto os fluxos densos que encontraria na superfície. A selva
inteira estava viva com a Força, desde o menor esporo até o mais poderoso
rancor, e os próprios Felucianos também estavam vivos com ela, tão vivos,
na verdade, que eles se conectavam à Força tão naturalmente quanto os
humanos respiravam um ar rico em oxigênio. atmosfera. Isso os tornava
perigosos para ele, o aprendiz Sith que veio para esmagar o regime que
Shaak Ti nutrira em Felucia.
Ela pegou um mundo desfrutando dos fluxos normais entre os lados
claro e sombrio da Força e o desequilibrou. Ainda havia escuridão em
Felucia, mas estava sufocada, frustrada, enfraquecida. Esforçou-se para
acordá-lo, para lembrá-lo de seu lugar apropriado no universo. O lado da
luz dominou por muito tempo. Era hora de corrigir o problema. Matar
Shaak Ti faria isso muito bem.
Um rancor carregando um cavaleiro Feluciano trovejou pela floresta,
esmagando delicadas formas de vida sob os seus pés com as garras e
farejando o seu cheiro. O aprendiz pulou de chapéu de cogumelo em chapéu
de cogumelo até ficar em uma posição acima da cabeça do cavaleiro, então
saltou para baixo com o sabre de luz balançando. O cocar orgânico do
cavaleiro cobria tudo do pescoço pra cima, como acontece com todos os
guerreiros. Ele tinha alguma resistência à Força, mas não resistiu ao
aprendiz de Darth Vader por muito tempo. Assim que o cavaleiro foi
despachado, derrubou o rancor com um fluxo de raios Sith que fez os seus
olhos brilharem como os faróis de um speeder da cidade. Ele morreu com
um rugido que ecoou pela selva.
Pulou de suas costas quando ele caiu no chão da floresta, tendo visto um
marco na direção para a qual estava indo. Atravessando um rio estreito e
cheio de ervas daninhas, havia uma série de estruturas bulbosas que se
pareciam notavelmente com edifícios, embora edifícios escavados nos
troncos de fungos gigantes. Os Felucianos correram por essas ruas estreitas
preparando defesas e reunindo as suas montarias rancorosas. Se estivessem
se preparando para uma luta, não os desapontaria.
O rio serpenteava pela floresta à sua direita. Circulou o cadáver do
rancor para encontrá-lo. Ao longo do caminho, evitou outra das poças de
ácido pungente que já havia notado. Eles o intrigaram, obscuramente, já que
não pareciam ser causados pela poluição, como eram suas contrapartes em
Raxus Prime. Havia aprendido a evitar as bolhas ocasionais que surgiam
através deles, estourando com um respingo doentio e liberando um odor que
esperava esquecer logo.
Na beira do rio usou a Força para atrair uma das muitas feras do rio de
dorso achatado que tinha visto os Felucianos cavalgarem. A sua mente era,
na melhor das hipóteses, semi sensível, mas os seus poderosos vermes
conseguiam atingir uma boa velocidade. Segurando a sua carapaça com
uma mão, cavalgou o seu corpo ondulado em direção à cidade,
ocasionalmente parando para lançar raios nos guardas Felucianos que o
incomodavam.
— Isso vai servir, — disse ele ao seu corcel meio submerso enquanto se
aproximavam dos limites da cidade. A fera se aninhou na margem e saltou
para a praia perto de uma enorme pedra cônica que se erguia meia cabeça
mais alta que ele entre as árvores gelatinosas. Colocou a mão contra ela
para se equilibrar e ficou surpreso com duas coisas: que era quente e que
não era feito de pedra.
Intrigado, girou o seu sabre de luz em um amplo arco, cortando o
estranho monumento em dois. A tampa caiu com estrondo, revelando um
interior feito de fibras e material orgânico. Osso, ele pensou. Um dente.
O chão abaixo dele tremeu e se apoiou contra o monumento. Da cidade
ouviu o som de Felucianos gritando em alarme.
Um pensamento curioso começou a tomar forma em sua mente.
Ignorando-o por um momento, avançou para a cidade com o sabre de
luz. Cortou a selva, derrubando todas as plantas ao seu alcance. Felucianos
tentaram detê-lo, mas arremessou troncos gigantes neles, fazendo-os recuar.
Veja o que posso fazer, tentou demonstrar. Farei isso em suas casas se não
me deixarem em paz.
A mensagem afundou. Não havia recepção esperando por ele quando se
aproximou dos limites da cidade, que consistia em um oval irregular de um
ou dois quilômetros de diâmetro, encimado por vários dos estranhos dentes
gigantes. Um fosso de vegetação ácida e morta serpenteava entre os
aglomerados troncos de cogumelos, obviamente uma barreira defensiva
mais contra pragas do que contra invasores sérios como o aprendiz. Pulou
sobre o ácido e cortou outro dente enquanto aterrissava.
Novamente o chão tremeu. Uma onda visível ondulou ao longo da
fronteira da aldeia, como se algo estivesse se movendo sob o solo. Vários
tubos longos e sinuosos que ele presumira serem raízes se moviam
inquietos pra frente e pra trás.
Os poucos Felucianos visíveis nas ruas fugiram para a selva.
— Você disse para eles irem embora, Shaak Ti? — ele chamou. Ele
podia sentir o Mestre Jedi por perto, queimando intensamente na Força, mas
escondido como uma lanterna por trás de uma persiana.
A sua voz ecoou pela rua vazia, sem resposta, exceto pelo zurro de uma
fera domesticada, amarrada por uma corda à base de um fungo delgado e
imponente. O aprendiz saltou do muro fronteiriço e caminhou até a cidade,
mantendo o seu sabre de luz cuidadosamente a postos. Portas e janelas
circulares estavam abertas, convidando-o a entrar. Protuberâncias
bioluminescentes lançam um brilho azul pálido sobre o interior dos prédios,
mas não se sentiu tentado a investigar mais. Podia haver montanhas de
créditos ou especiarias exóticas ali, mas ele não tinha vindo para nada disso.
— Shaak Ti! — ele chamou, virando a cabeça para olhar de um lado para
o outro. Ele passou por mais dentes gigantes enquanto se aproximava do
centro da cidade. Eram menores e mais limpos que os anteriores, menos
infestados de mofo e cogumelos, e funcionavam como cercas definindo
jardins ou alamedas. Ocorreu-lhe, porém, que as casas haviam sido
construídas para acomodar as cercas, e não o contrário, o que faria sentido
se os dentes pertencessem a alguma criatura vasta e esparramada que jazia
diretamente sob os seus pés. Por que mais tantos dentes estariam apontando
para dentro, inclinando-se quase horizontalmente de uma maneira que
tropeçaria ou até mesmo machucaria um transeunte incauto?
A confirmação desse palpite veio quando dobrou a última esquina e se
viu de frente para o centro da cidade.
Lá, empoleirado nas gengivas concêntricas de um vasto poço de sarlacc,
não tocado nem pelos maciços tentáculos de alimentação nem pela flexão
dos dentes delgados, estava Shaak Ti. As suas pernas estavam cruzadas e os
seus olhos fechados. Mergulhada na meditação, ela não ergueu os olhos
quando se aproximou e parecia não estar ciente dele.
Não acreditou nisso nem por um segundo. Com um movimento de um
pulso, arrancou um cogumelo da pele do sarlacc e jogou na cabeça dela.
Ela o afastou com a Força, mal movendo uma sobrancelha.
— Você fede aquele Vader covarde, — ela disse, abrindo as pernas e
ficando de pé em um movimento suave. Os seus montrais semelhantes a
chifres emolduravam seu rosto de pele vermelha como um elaborado cocar.
As manchas ovais brancas ao redor de seus olhos deram a ela um olhar
ligeiramente assustado, mas o aprendiz não tinha nenhuma ilusão de que a
havia surpreendido. Ela estava vestida à moda dos Felucianos, com uma
roupa feita de material vegetal, alguns ainda vivos, a julgar pelo brilho
musgoso em seu cinto, e osso. O seu lekku listrado pendia bem nas costas,
adornado por fitas e borlas decorativas.
Ergueu a ponta do sabre de luz em desafio, mas ela ainda não pegou o
dela.
— Meu Mestre não é um covarde, — ele disse.
— Então por que você está aqui no lugar dele? — ela perguntou com um
sorriso conhecedor. — Bem-vindo ao Abismo Antigo, um lugar de
sacrifício desde tempos imemoriais.
Sorriu, deixando a raiva alimentar o seu ódio por ela e por tudo o que os
Jedi representavam. Com o lado sombrio atrás dele, alcançou a mente do
sarlacc e o incitou a atacá-la.
Tudo o que a criatura fez foi rugir. Ele resistiu, percebeu, com a ajuda
dela.
Ela sorriu em zombaria.
— Você está preparado para enfrentar o seu destino?
Então o seu sabre de luz foi aceso e ela girou no ar em direção a ele,
golpeando para baixo enquanto caía.
O aprendiz simultaneamente deu um mortal pra trás e bloqueou o seu
golpe inicial. A força o surpreendeu, e o recuo o jogou pra trás. O seu capuz
prendeu em um dos dentes do sarlacc, e ele o arrancou impaciente antes que
o obstáculo pudesse interferir em sua defesa. O sabre de luz de Shaak Ti era
um borrão azul irregular entre eles. Bloqueou-a o melhor que pôde até
recuperar o equilíbrio.
Então pulou. Sobre ela girou e caiu duas camadas de dentes em direção à
boca do sarlacc. Dali pulou novamente, desviando dela para evitar dar a
Jedi a vantagem de altura, mas ela estava lá na frente dele, empurrando-o
para baixo com uma série de golpes tão rápidos que mal conseguiu segurar
todos.
Em desespero, convocou um raio Sith e o enviou para baixo, na carne do
sarlacc. A fera rugiu e tremeu, dando-lhe a abertura que precisava. O pé
direito de Shaak Ti escorregou, forçando-a a virar elegantemente para fora
do alcance de sua lâmina. Saltou por trás dela, balançando quando veio.
A luta progrediu em torno dos anéis centrais do sarlacc, golpe e contra-
ataque acompanhados pelo rugido da fera. O aprendiz cortou os dentes e
jogou os fragmentos na cabeça do adversário. Em troca, ela assumiu um
controle mais rígido da inteligência distribuída da fera e enviou seus
tentáculos em busca de comida para ele. Repeliu-os e lutou.
Eles desceram um ao outro, cada vez mais perto da borda da enorme
boca da criatura. O ar estava sujo lá embaixo, pesado com subprodutos
digestivos e o fedor de carne podre. Exalações medonhas rolaram sobre eles
enquanto o sarlacc rugia. O aprendiz estava ficando sem dentes para cortar,
então ele recorria cada vez mais aos raios Sith e golpes aleatórios de seu
sabre de luz para mantê-lo se contorcendo sob os pés. Icor grosso vazando
das feridas tornava a pisada ainda mais traiçoeira.
— Você não pode continuar assim para sempre, — ele provocou Shaak
Ti enquanto eles duelavam.
— Nem você, — disse ela. — Você está desperdiçando a sua força muito
rapidamente.
— O lado sombrio é inesgotável.
— A sua força é prodigiosa, — ela admitiu, — mas isso é obra sua.
Claro, escuro... — Ela fez uma pausa para mirar um golpe na cabeça dele
que mal desviou. — São apenas direções. Não se engane pensando que
você está em outra coisa que não seja em seus próprios pés.
Golpeou os próprios pés dela enquanto eles giravam sobre a sua cabeça e
atirou uma de suas fitas para dentro da boca escancarada do sarlacc.
— Poupe-me da aula de filosofia, Jedi, — ele rosnou. — Só estou aqui
pelo seu sangue.
— E você ainda pode tê-lo, ou eu o seu.
Em suas últimas três palavras, ela desferiu três golpes que encontraram
parcialmente seu alvo. O primeiro queimou uma linha crepitante no ombro
esquerdo do aprendiz. O segundo marcou diagonalmente em seu peito. O
terceiro teria espetado o seu olho direito se não a segurasse no último
minuto com um bloqueio telecinético desesperado que parou o seu sabre de
luz a apenas um milímetro de sua pele. Podia sentir os seus cílios e
sobrancelhas queimando. O lado direito de sua visão era inteiramente azul.
Engasgou e cambaleou pra trás. O seu sabre de luz e o seu olhar caíram.
Meio metro de lâmina vermelha emergiu de seu estômago, então o resto
saiu com um silvo.
Recuou, chocado com o quão perto ele chegou da morte e com a sorte
que teve em derrotá-la. Ergueu o sabre de luz por reflexo. Ela, no desespero
de seu ataque final, praticamente se jogou na lâmina. Talvez ela quisesse
que os dois se derrotassem ao mesmo tempo.
Os seus dedos enfraquecidos soltaram o seu sabre de luz, que foi
desativado com um clique ao girar para a boca do sarlacc. Ela não parecia
zangada, apenas cansada e com dor. A sua pele vermelha de repente ficou
muito pálida.
Fintou em direção a ela, mas ela não reagiu de forma alguma, exceto
para olhar para ele.
— Você é a escrava de Vader, — ela suspirou, — mas o seu poder foi
desperdiçado com ele. Você poderia ser muito mais.
— Você nunca vai me convencer a trair o meu Mestre. — Ele ficou
chocado por ela tentar uma jogada tão fraca novamente. Essas foram as
profundezas a que os Jedi haviam afundado?
— Pobre garoto. — Ela estremeceu. — Os Sith sempre traem uns aos
outros, mas tenho certeza que você aprenderá isso em breve...
Havia pena em seus olhos quando eles rolaram em sua cabeça. Ela ficou
mole e caiu de volta na boca do sarlacc. O aprendiz estendeu a mão sem
entusiasmo para pegar o seu corpo, mas foi muito lento. Um segundo
depois, desejou ter tentado mais.
Uma enorme explosão de energia da Força o jogou no chão. O sarlacc
ficou furioso. Os seus tentáculos o atacaram e a sua superfície tremeu
violentamente, tentando lançá-lo em sua boca à espera. Esquivou-se das
investidas frenéticas dos tentáculos o melhor que pôde e mergulhou para a
segurança na rua da cidade.
Fora do alcance do sarlacc, ficou de bruços por um momento no chão
agitado. Estava empoeirado, sangrando e todo dolorido, mas estava vivo.
Lentamente, cautelosamente, testando cada membro em busca de arranhões
e cortes que pudessem infeccionar no ar febril de Felucia, rolou de costas.
E se viu no centro de um círculo de Felucianos. Devia haver cinquenta
deles, guerreiros, xamãs e cavaleiros do rancor ao lado de pais, filhos e
produtores de cogumelos. Os seus rostos estavam escondidos por seus
cocares; não conseguia ler a intenção deles. Mas a Força girava em torno
deles em correntes densas e turbulentas. A morte de Shaak Ti os afetou
profundamente, tão profundamente enredada ela se tornou nos fluxos de
energia do mundo.
Então, ótimo, pensou. Ela era a responsável pelo desequilíbrio do
planeta. Sem ela, talvez o lado sombrio pudesse se reafirmar e os ritmos
naturais da vida fossem retomados.
Um dos xamãs grunhiu algo na língua gutural dos Felucianos e os outros
responderam. O aprendiz não tinha ideia do que eles estavam dizendo. Eles
o estavam ameaçando ou agradecendo? Manteve o polegar posicionado no
pino de ativação de seu sabre de luz, só por precaução.
Então, como um, eles se viraram e foram embora. Alguns voltaram para
a selva. Outros foram para casa. Em segundos, a rua estava tão vazia quanto
antes, e ele estava sozinho.
De pé, desceu a rua, apoiando ligeiramente a perna direita. Não
importava o que os Felucianos pensavam. A sua missão estava completa.
Era hora de ir para casa.
S tarkiller pareceu cautelosamente extático em seu
retorno à Sombra Invasora, embora parecesse ter sido atacado por um
rancor. O seu uniforme de combate foi rasgado em uma dúzia de novos
lugares, e o sangue escorria de muitos pequenos ferimentos. Mas os seus
olhos estavam vivos com uma luz que nunca tinha visto antes. Depois de
Rahm Kota, ele ficou introspectivo e fechado. Kazdan Paratus o deixou
mal-humorado. Agora, ele estava... não exatamente triunfante, mas à beira
do triunfo. Ele estava prestes a fazer algo importante, e podia adivinhar o
que era.
Enquanto ele estava fora e PROXY estava do lado de fora com o
pretexto de verificar o seu trabalho no escudo defeituoso, encontrou uma
maneira de hackear a pequena câmara de meditação da nave. Quando eles
estavam a salvo e ele se retirou para lá com o seu droide, colocou o fone de
ouvido nas orelhas e cuidadosamente o espionou.
Starkiller se ajoelhou no chão com a cabeça baixa e as mãos cruzadas à
sua frente. PROXY estava sobre ele, com os seus geradores holográficos
piscando na escuridão. Eles ganharam vida quando uma transmissão da
HoloNet alcançou a nave. Estranhamente, o droide ficou mais alto e mais
robusto até assumir a forma de capa de Darth Vader.
— Relatório, — veio o tom oco do servo de maior confiança do
Imperador.
— Minha missão está completa, Mestre.
A cabeça abobadada assentiu uma vez.
— Então você está pronto para ficar comigo contra o Imperador. Retorne
a Executor imediatamente. Finalmente controlaremos a galáxia.
— Sim, meu Mestre.
A forma sinistra de Vader piscou e encolheu, tornando-se PROXY mais
uma vez. O droide parecia inquieto e irritado de novo, mas ao mesmo
tempo trêmulo de orgulho.
— Parabéns, Mestre. Parece que você está prestes a atingir a sua
programação primária.
— Sim, — Starkiller se levantou e colocou uma mão em cada um dos
ombros de seu droide, firmando-o, — Finalmente.
Os fotorreceptores de PROXY brilharam.
— Bem, não se preocupe, Mestre. Eu ainda vou continuar tentando te
matar.
Starkiller sorriu com carinho.
— Eu sei, PROXY. Eu sei.
Os dois se viraram para voltar a cabine e Juno matou o inseto às pressas.
No momento em que eles estavam parados por trás dela, estava inclinada
sobre os controles, fingindo um ajuste no hiperdrive.
— Tudo certo? — Starkiller perguntou a ela.
Sentiu o olhar dele perfurando-a de onde ele estava bem atrás dela. Ele
poderia dizer o que ela estava fazendo apenas olhando para ela? Ele poderia
ler a sua mente como um livro?
— Só estou imaginando, — disse ela, — para onde vamos a partir daqui.
Shaak Ti era a única. O seu trabalho pode parecer rotineiro daqui em diante.
— Matar Jedi nunca é rotina, — disse ele. — Mas duvido que continue
fazendo esse tipo de coisa por muito mais tempo.
Podia ouvir o sorriso em sua voz.
— E quanto a mim? Voltarei aos bombardeios padrão quando você
terminar comigo?
— Não se preocupe. Terei certeza de lhe dar a recomendação mais alta
possível.
Bem, obrigada, ela pensou.
— Formamos uma equipe forte. É uma pena que não possamos continuar
como estamos. — A preocupação em sua voz era real. É uma pena que você
esteja planejando desafiar o Imperador, forçando-me a decidir onde está
minha lealdade.
Ele pôs a mão no ombro dela. Não sabia se ele pretendia tranquilizá-la
ou simplesmente silenciá-la.
O último poderia administrar com bastante facilidade, embora a sua
mandíbula doesse por manter as suas preocupações pra si mesma.
Quando ele voltou para a sala de meditação para se limpar, deixando
PROXY para ajudá-la com a nave, não foi alívio que sentiu, mas um vazio.

ESSE SENTIMENTO PERMANECEU QUANDO A Sombra Invasora emergiu do hiperespaço


no sistema Scarl, onde a Executor espreitava em seu estado de conclusão
parcial. Não havia decidido nada durante a longa jornada. Deveria
permanecer leal aos seus superiores imediatos ou tentar alertar o Imperador
sobre a sua traição? A pergunta fez o seu estômago revirar, mas a resposta a
iludiu. Precisava de mais informações, de qualquer maneira.
Starkiller e o seu droide desembarcaram, obviamente indo interrogar o
seu Lorde Sombrio. Os níveis de ansiedade de Juno aumentaram assim que
ele saiu de vista. Quando ele estava com ela, pelo menos ela podia ficar de
olho nele. Quem sabia o que poderia acontecer enquanto ele estava fora,
talvez arrastando-a para baixo com ele?
Lembrando-se da estranha alimentação que conseguiu cortar enquanto
procurava por seu perfil psicológico, fechou as escotilhas externas da nave
e fingiu uma verificação de integridade do casco. Instalar os sistemas da
nave no hangar deu a ela acesso a tudo nos bancos de dados da nau
capitânia. Imediatamente começou a procurar.
Não foi fácil. Não adiantava tentar seguir o mesmo caminho que havia
usado na outra noite, já que parecia ter se cauterizado naturalmente. Deve
haver várias maneiras de entrar na câmara secreta de Vader; o truque era
encontrar um que estivesse aberto no momento, um sinal que pudesse pegar
carona até o sistema de segurança. E então, esperançosamente, seria capaz
de ouvir mais sobre os planos da dupla.
Encontrou a rota por telemetria. Vader parecia estar monitorando de
perto a área ao redor do grande sol vermelho, embora por um momento ela
não pudesse dizer por quê.
Então, uma série de assinaturas do hiperespaço ondularam no vácuo e
começou a entender. Três Star Destroiers e uma dúzia de naves menores
estavam chegando de outro lugar, brilhando no espaço real com uma
rapidez desconcertante.
Uma sensação fria se espalhou por seu peito, envolvendo o seu coração.
Com dedos trêmulos, cancelou a visão e hackeou o mais rápido que pôde
o sistema de segurança.

O APRENDIZ PERMANECEU NA FRENTE da enorme antepara que conduzia à câmara de


seu Mestre por um longo momento, reunindo o seu autocontrole e
centrando-se na Força. A ambição se agitou dentro dele: se imaginou ao
lado de seu Mestre, os dois derrubando o Imperador juntos, como havia
imaginado muitas vezes ao longo dos anos. Viu-se em trajes reais quando
Lorde Vader se tornou o Imperador Vader e assumiu o manto de Coruscant
e todos os outros mundos semelhantes a joias na coroa galáctica. Que visões
os aguardavam na corte Imperial! Que novos desafios e aspirações!
Mas o seu treinamento exigia um equilíbrio cuidadoso entre o desejo de
poder e a abnegação. O controle era fundamental, como em todas as coisas.
Queria apresentar o melhor rosto possível ao seu Lorde Sombrio, para que
mais uma vez a realização de seus sonhos não fosse negada.
— Algum problema, Mestre? — perguntou PROXY da posição familiar
do droide em seu ombro.
— Absolutamente nada, — disse ele.
Endireitando os ombros, acenou com a mão. A enorme porta se abriu.
Suprimindo um sorriso, o aprendiz entrou confiante no santuário de Darth
Vader.
As suas botas ressoaram no chão de metal, ecoando pela câmara familiar.
O sol vermelho brilhava através da ampla janela, mas havia algo novo
naquela vista: uma frota de Star Destroiers e naves de apoio reunidas em
torno da nau capitânia de seu Mestre como carniça.
Darth Vader não se virou.
— A frota do Imperador chegou, — foi tudo o que ele disse.
O aprendiz sentiu um aperto na garganta. Movendo-se na frente de seu
Mestre para dar uma olhada pela janela, ele pressionou a palma da mão
contra o grosso transparaço e sorriu. Destino.
— Você o atraiu até aqui. — Ele podia ouvir a excitação em sua voz. —
Quando atacamos?
— Eu não o convoquei. — Não havia nenhum aviso na voz profunda de
seu Mestre, nenhuma dica do que estava por vir. Com um som de snap-hiss,
o sabre de luz de Darth Vader foi ativado, refletindo na janela ao lado do
orbe sinistro do sol. — Os espiões dele seguiram você até aqui.
O aprendiz abriu a boca para protestar, mas mal havia começado a se
virar quando a poderosa lâmina de seu Mestre apunhalou as suas costas. Os
seus olhos se arregalaram em choque ao ver o sabre de luz saindo de seu
estômago. A dor era insuportável, muito pior do que jamais imaginara que
seria.
A lâmina de fogo do sabre de luz desapareceu quando Darth Vader
desativou a arma.
Com um grito abafado, o aprendiz caiu de joelhos. A escuridão ameaçou
se espalhar por sua visão, mas resistiu com todas as suas forças. Desespero
da mesma forma. Isso tinha que ser um erro terrível. Não poderia estar
acontecendo.
O seu Mestre pairava sobre ele, estudando-o impassivelmente por trás de
sua máscara negra. Sem se virar, gesticulou para PROXY.
— Comece a transmissão.
— Sim, Lorde Vader.
PROXY, parado um pouco atrás de seu Mestre sombrio, transformado
por fases sinistras no Imperador, encapuzado e envolto em sombras. Os dois
Lordes Sith olharam para o aprendiz, que ofegou impotente aos seus pés.
— Qual é a sua ordem, Mestre? — Perguntou Darth Vader.
— Você esqueceu o seu lugar, Lorde Vader. Ao tomar este garoto como o
seu aprendiz, você me traiu. O tom do Imperador era ao mesmo tempo
áspero e hipnótico. Uma mão em forma de garra se estendeu da manga de
seu manto volumoso. — Agora você vai matá-lo, ou eu vou destruir vocês
dois.
O aprendiz observou o seu Mestre, a dor contorcendo suas feições em
um rictus. Não havia nada que ele pudesse fazer para impedir essa terrível
reversão. Ele não podia levantar a mão contra o seu Mestre, que o havia
criado e ensinado durante toda a sua vida. Mas ele não morreria calado.
— Não, Mestre! — ele engasgou, lutando para ficar de pé, mas falhando.
A escuridão invadiu ainda mais. — Juntos podemos derrotá-lo!
— Faça isso agora, Lorde Vader! — insistiu o Imperador. — Acerte-o e
prove a sua lealdade a mim!
Darth Vader olhou do Imperador para o aprendiz como se avaliasse as
duas alternativas muito pesadas. Então atacou com a Força, desencadeando
uma poderosa onda telecinética que fez o aprendiz colidir com uma das
janelas transparaço atrás dele. Com um som penetrante, ela rachou.
— Sim Vader! — o Imperador cantou, — Mate-o! Mate-o!
O aprendiz foi agarrado firmemente na vontade de seu Mestre e se
afastou da mira. Por um breve instante, pensou que o seu Mestre havia
mudado de ideia e decidido desafiar o Imperador afinal. Mas então foi
arremessado de volta ao transparaço com toda a força de um pequeno
meteoro. A janela se estilhaçou em uma enorme explosão, sugando-o para o
vácuo frio do espaço.
O seu grito final não foi ouvido. A escuridão e o desespero se
aproximaram novamente, e não tentou mais lutar contra eles. Não havia
sentido. Tinha acabado.

JUNO OBSERVOU HORRORIZADA DA CABINE DA Sombra Invasora, com a boca aberta e os


dedos frouxos nos controles da nave. Talvez devesse estar preparando a
nave para voar, ou pelo menos cortando o sinal de sua tela de dados ilícitos.
Mais tarde gostaria de ter feito isso, mas naquele momento tudo o que podia
fazer era olhar.
Sirenes começaram a soar no santuário interno do Lorde Sombrio,
soando um estridente alarme de ventilação. Luzes piscavam dolorosamente
nas paredes de metal. Vader agarrou o poste mais próximo para evitar ser
sugado para o espaço, mas o turbilhão durou pouco. Em segundos, embora
parecesse uma pequena eternidade, uma grande grade de metal deslizou
para baixo e selou a janela quebrada.
O ar voltou para o quarto. O raspar do respirador de Vader melhorou.
Com uma mão enluvada em sua garganta, ele se virou para o holograma
do Imperador e se endireitou em toda a sua altura.
— Está feito, — disse ele num tom frio e pesado.
— Você é o aprendiz, Lorde Vader, — o Imperador rosnou. — Você é o
meu servo, o meu executor. Nunca mais esqueça o seu lugar.
A cabeça abobadada de Vader se curvou.
— Sim, meu Mestre.
O holograma do Imperador cintilou e se dissolveu. PROXY voltou ao
normal, parecendo atordoado e abalado. Vader ignorou o droide e caminhou
até uma das janelas intactas. Ele ficou olhando para o espaço, onde o corpo
flácido do aprendiz caía sem vida no vácuo, cercado por uma nuvem de
fragmentos de transparaço.
A mão de Juno havia subido à boca sem ela saber. Starkiller não fez nada
além de obedecer ordens, assim como ela fez em Callos. Ele havia sido
traído, literalmente apunhalado nas costas por aquele em quem ele mais
confiava. Não era justo.
O som de uma porta se abrindo no hangar foi seguido pelo som de botas
correndo em direção a nave. Tarde demais ela fechou a tela e focou nos
próprios problemas. Um esquadrão de troopers das naves do Imperador
rompido a vedação do ninho secreto da Sombra Invasora. Eles só poderiam
estar vindo atrás dela.
O seu coração martelava em seu peito. De pé, alisou o uniforme preto e
certificou-se de que o boné estava reto. Quando teve certeza de que a sua
pistola estava fora de alcance, abriu a rampa. Tomando uma respiração
profunda e calmante, saiu para encontrar o seu destino.
Parte 2
EMPÍRICO
A morte não era como esperava. Estava ciente disso, para
começar, mesmo que essa consciência fosse de um tipo fragmentário
e nebuloso. A sua consciência ia e vinha em ondas, entrando e saindo em
marés insondáveis. Afundou e emergiu ao sabor de forças que não
conseguia compreender. Tudo o que podia fazer era cavalgar com eles e
esperar que a morte não fosse assim para sempre.
Havia uma quantidade surpreendente de dor, considerando que o seu
corpo não existia mais, à espreita no limite de sua consciência como um
lembrete de algo importante que havia esquecido. Isso foi algum tipo de
punição pelas ações que realizou durante a sua vida? Os Jedi que matou
estavam se vingando de uma posição mais privilegiada na vida após a
morte?
Esse era um pensamento ridículo, disse a si mesmo. Independentemente
de haver vida após a morte ou não, o privilégio não poderia existir para
ninguém. A luz e o lado escuro da Força eram idênticos em estatura, se não
em efeito. Não poderia ser atormentado pelos Jedi mais do que poderia
atormentá-los.
Também havia vozes e visões. Eles eram mais difíceis de racionalizar.
Alguns eram familiares, como PROXY acalmando-o como se fosse uma
criança, como havia feito por muitos anos, até que o aprendiz de Darth
Vader ficou velho demais para tal mimo. Lá estava o próprio Darth Vader,
instando-o a abraçar o seu medo, não lutar contra ele e, assim, tornar-se tão
forte quanto uma montanha.
Algumas das visões eram memórias, como da vez em que pediu a
PROXY para acorrentá-lo imóvel no escuro e recusou comida ou água até
que montasse um sabre de luz em pedaços diante dele, usando apenas a
Força. Falhou na tentativa, mas em sua extremidade encontrou forças para
abandonar o seu corpo enfraquecido e abraçar o lado sombrio. Voltou a esse
lugar muitas vezes após a sua morte nas mãos de Darth Vader.
Em repetições infinitas, sentiu o sabre de luz de seu Mestre queimando o
seu estômago e o frio do vácuo sugando o ar de seus pulmões.
Muitas das visões, no entanto, eram de coisas que não poderia ter visto
enquanto vivo, apresentando pessoas familiares e desconhecidas em tempos
e lugares que nem sempre conseguia identificar.
Ele viu...
... General Rahm Kota no centro de controle da fábrica de TIE fighters
sobre Nar Shaddaa. Os seus olhos estavam intactos e a sua postura era reta
devido à sua recente vitória. Flanqueado por insurgentes armados e
cercado por corpos de stormtroopers mortos, tirou o seu sabre de luz e
começou a emitir ordens.
— Tranque o centro de comando e coloque aquele holoprojetor em
funcionamento. Diga a todos os esquadrões para se espalharem e
canalizem qualquer oposição para nós.
— Sim senhor, — Os insurgentes começaram a correr em todas as
direções.
— General Kota, ele está aqui! — gritou um.
Kota rapidamente se moveu para onde uma imagem bruxuleante
apareceu no holoprojetor recém-ativado. Mostrava a aproximação de
Sombra Invasora. Ao vê-lo, o General sorriu sombriamente.
— Então finalmente tirei você do esconderijo... — Ao insurgente ele
acrescentou: — Abaixe o campo de contenção no Hangar Doze e diga aos
homens para se posicionarem.
— Sim, General. — O soldado saiu da sala para se apressar em sua
missão.
Ele viu...
... Kazdan Paratus andando em seus quatro membros de metal sobre a
sucata Câmara do Alto Conselho. As cabeças vazias de seus manequins se
viraram assustadoramente para seguir o seu progresso.
— Sem descanso, — ele ofegou. — Não há descanso para nenhum de
nós! Por que eles não podem nos deixar em paz?
Virou-se para encarar o manequim do Mestre Yoda como se a pilha de
lixo droide tivesse falado.
— Ei, meu amigo? O que foi? Oh sim. Fede a Sith, tudo bem. Mas o que
ele está fazendo aqui agora? Já não sofri o suficiente?
O paranoico Mestre Jedi continuou a andar de um lado para o outro,
passando o seu sabre de luz desativado de mão em mão, como se estivesse
debatendo se deveria ou não o usar.
Ele viu...
...Shaak Ti, nas profundezas das florestas de fungos de Felucia.
Protegendo os olhos, ela observou a Sombra Invasora deslizar sobre a sua
cabeça, visível como pouco mais que uma distorção na luz. Ela franziu a
testa e olhou para uma jovem Zabrak que estava por perto, também
estudando a aproximação da nave estelar com preocupação. Vários
guerreiros Felucianos os guardavam, observando incansavelmente as
árvores.
— Darth Vader nos encontrou? — perguntou a garota, com uma pitada
de entusiasmo em sua voz.
— Talvez, — Shaak Ti respondeu a ela. — Reúna os seus pertences e se
esconda, assim como praticamos. Não volte até que eu o convoque.
Um rubor de raiva se espalhou pelo rosto da garota.
— Mas... você não pode me mandar embora. Deixe-me lutar ao seu
lado!
— Contra um assassino Sith? Você certamente seria morta. Shaak Ti
levantou a mão para silenciar os seus protestos. — Por favor, Maris, só vai
ao cemitério e espere minha convocação. Eu conduzirei este assassino ao
Antigo Abismo sozinha. A sua força será testada de outras maneiras, e em
breve.
Com um olhar zangado no rosto e lágrimas escorrendo pelo rosto, a
garota se virou e correu para a floresta.
Shaak Ti observou enquanto a selva se fechava sobre ela.
— Que a Força esteja com você, Maris, — ela sussurrou.
Viu o passado. Isso foi o que assumiu. Era um com a Força, e a Força via
todas as coisas, sentia todas as coisas, vivia em todos os seres vivos. Havia
retornado à nascente do rio que corria constantemente pela galáxia,
revigorando e varrendo os mortos à medida que passava. A corrente caiu e
o virou para enfrentar todos os aspectos de sua vida. Observou o desenrolar
com uma nova compreensão.
Alguns fragmentos eram, no entanto, muito mais difíceis de
compreender.
Ele viu...
...uma jovem de olhos tristes de pé em uma grande janela de sacada,
olhando para uma paisagem de florestas desnudas. À distância, uma linha
de fogo se estendia no céu noturno, até um ponto na órbita baixa onde um
aglomerado de pequenas luzes se reunia. Em algum lugar próximo, um
droide astromecânico murmurou tristemente pra si mesmo.
...um homem sujo e esfarrapado sentado no canto de um recinto que
parecia feito inteiramente de osso. Uma pequena lâmpada de halo brilhou
na frente dele. As suas mãos estavam livres, mas os seus pulsos estavam
firmemente presos por algemas eletrônicas. O fedor de carne crua enjoava
no ar, fazendo-o torcer o nariz com desgosto.
...Darth Vader, com o seu traje blindado de suporte de vida rasgado até
a carne em uma dúzia de lugares, parado nos destroços de uma poderosa
batalha. Stormtroopers mortos jaziam em pedaços no chão ensanguentado,
cercados por fragmentos de transparaço quebrado e metal retorcido. O ex-
Mestre do aprendiz colocou a mão em sua têmpora exposta, tocou as
cicatrizes visíveis ali e balançou.
— Ele está morto, — disse Vader com alguma dificuldade sobre o som de
ueeze de seu respirador danificado.
O Imperador saiu das sombras para ficar ao seu lado.
— Então ele agora está mais poderoso do que nunca.
Seria isso o que poderia ter acontecido se tivesse enfrentado o seu Mestre
em vez de ceder entorpecido, pois toda a sua vida havia virado de cabeça
para baixo? Em seu estado mortal de semiconsciência, o ex-aprendiz não
poderia dizer. Só podia assistir como se fosse uma holo novela embaçado e
fragmentado, na esperança de que em algum momento, talvez quando
tivesse mais peças diante de si, o sentido disso começasse a emergir.
Se alguma coisa, no entanto, só se tornou mais complicada. Além da luz
e da escuridão, além do passado e do futuro, além da vida e da morte, viu o
mesmo rosto que vislumbrou enquanto lutava contra Rahm Kota; o rosto
que poderia ter sido o seu como um homem mais velho, se tivesse vivido:
forte e gentil, com cabelos escuros e olhos castanhos calorosos. Ao fundo,
podia ouvir o barulho distante de armas e o estouro de explosões. Árvores
racharam e caíram. Uma sombra pairava sobre a visão, como se uma nuvem
tivesse bloqueado o sol. Podia sentir o cheiro de sangue e cabelo queimados
e ouvir o som de um sabre de luz crepitando na carne. Uma voz gritou:
— Fuja. Fuja agora!...
...mas não o fez. Não podia. Fosse qual fosse o tipo de sonho, não o
deixaria se mexer. Estava preso dentro dela, preso por algum tipo estranho
de âmbar mental. Isso foi uma fantasia ou algo mais sinistro? Alguém
estava tentando dizer algo a ele?
Ele viu... em algum lugar não tão distante, ou talvez na extremidade
mais distante do universo, Juno Eclipse estava sofrendo.
F oi menos uma
acordou.
surpresa, mais um alívio, quando finalmente

A princípio, de qualquer maneira.


Sua primeira pista de que havia retornado dos mortos veio quando a
escuridão realmente caiu. As visões evaporaram e as vozes foram com elas.
Por um período muito bem-vindo, não havia nada para ver ou ouvir, ou
mesmo pensar. Poderia apenas descansar e ser.
Então novos ruídos começaram a se intrometer no silêncio pacífico: o
zumbido de lâminas cortantes, bipes graves e cliques de droides, um ruído
efervescente e cuspido que poderia ser uma ferramenta de cauterização e
outros sons sinistros. O seu coração disparou ao som de um respirador
subindo acima dos outros. O tênue ponto de atrito entre cada ciclo
respiratório era terrivelmente familiar.
Uma voz artificial falou:
— Lorde Vader, ele está recuperando a consciência.
— Mantenha-o contido até que eu termine.
— Sim senhor.
O ex-aprendiz se enfureceu contra as amarras invisíveis para mover
membros que não podia sentir. O murmúrio de ruídos desapareceu por um
momento, depois voltou, desta vez acompanhado de luz e sensação. Estava
amarrado a uma mesa médica no centro de uma sala de operações. Tubos e
fios multicoloridos corriam de vários lugares em seu corpo para máquinas
escuras pairando ao seu redor e se estendendo até o teto alto acima. Droides
angulares se moviam ao redor dele, cutucando e cutucando com apêndices
de pontas afiadas.
A silhueta familiar de Darth Vader pairou sobre ele quando, sem aviso, a
sensação total foi devolvida ao seu corpo.
Esforçou-se contra as amarras que o seguravam e gritou de raiva.
— Você! — Espuma salpicou seus lábios. Ele nunca havia sentido tanta
raiva, brilhante em sua pureza, mas tão indomável que o debilitou
completamente, — Você me matou!
— Não, — Vader se aproximou, descansando uma mão enluvada na
mesa como se para literalmente impressionar a sua gravidade em seu ex-
aprendiz. — O Imperador queria você morto, mas eu não. Eu trouxe você
aqui para ser reconstruído. Se o Imperador soubesse que você sobreviveu,
ele mataria a nós dois.
Olhou para a máscara inexpressiva, o pescoço torcido para aumentar a
distância entre eles. Poderia ser assim? As suas memórias de traição e dor
eram tão nubladas pela dúvida. Um clarão do sabre de luz vermelho
brilhante de seu Mestre projetando-se de seu intestino ameaçou derrubá-lo
de volta à inconsciência. Ele resistiu, pensando nas palavras finais de Shaak
Ti: Os Sith sempre traem uns aos outros. Tinha tanta certeza, mas certeza
não significava nada. Tinha que decidir com a sua mente, não com as suas
entranhas.
— Por que? — ele perguntou. — Por que me resgatar se isso coloca você
em tanto perigo?
— Porque você é a vantagem de que preciso para derrubar o Imperador.
Ele forçou minha mão, antes que estivéssemos prontos. Agora ele acredita
que você está morto. A ignorância dele é o seu verdadeiro poder, se você
tiver vontade de usá-lo.
— E se eu recusar?
A voz de Darth Vader ficou mais áspera, sua silhueta mais escura, se isso
fosse possível.
— Então você vai morrer. Este laboratório se autodestruirá e você
morrerá junto com todos a bordo. Não haverá testemunhas.
Nunca há, pensou ele, no que diz respeito a você. Mas uma vida inteira
de servidão o proibiu de dizer as palavras. Fechou os olhos, sem saber qual
possibilidade estava com mais medo: que Darth Vader estava dizendo a
verdade agora, ou que tudo o que já havia dito era mentira.
A respiração áspera do respirador aproximou-se ainda mais.
— O Imperador ordenou a sua morte, — disse Darth Vader. — Somente
se juntando a mim você terá a sua vingança.
Abriu os olhos e olhou diretamente para a máscara que escondia o
homem que o matou e depois o salvou.
Apenas uma escolha lhe deu tempo para pensar sobre esse estranho
acontecimento. Apenas uma decisão veio com a opção de mudar de ideia
depois. Apenas uma bifurcação na estrada antes dele o deixou vivo, não
morto.
Com uma voz oca, o aprendiz disse:
— Qual é a sua ordem, meu Mestre?
Darth Vader se endireitou, satisfação aparente em cada movimento.
— O Imperador se esconde por trás de seu exército de espiões. Eles
observam cada movimento meu. Uma mão enluvada acenou para as
máquinas do centro cirúrgico. Os droides recuaram e os tubos se retraíram.
— Devemos fornecer-lhes uma distração. — Ele apertou um botão na mesa.
As amarras do aprendiz se abriram. Lentamente se sentou, esfregando os
pulsos, e olhou para o seu corpo. Estava vestido com uma roupa totalmente
nova, não muito diferente da de seu Mestre, com couro preto cobrindo finas
bainhas de armadura, luvas e botas pesadas e gola alta. Perto, sobre o
ombro de um dos cirurgiões droides, havia uma capa preta com capuz com
forro vermelho, presumivelmente dele também. O mesmo droide lhe
entregou um cabo de sabre de luz. Levou um momento para perceber que
não era o que tinha empunhado toda a sua vida consciente. Aquele sabre de
luz caiu no vácuo do espaço e se perdeu para sempre.
Flexionou os dedos, sentindo-se mais forte e diferente de alguma forma.
A dor desapareceu completamente. Sentia-se melhor do que nunca, como se
tivesse passado meses em um tanque de bacta.
Em vez de ponderar sobre o assunto, ele perguntou:
— Que tipo de distração? Um assassinato?
O seu Mestre balançou a cabeça.
— Nenhum ato isolado manterá a atenção do Imperador por muito
tempo. Você deve reunir um exército para se opor a ele.
O aprendiz inclinou a cabeça.
— Você localizará os inimigos do Imperador e os convencerá de que
deseja derrubar o Império. Quando você criar uma aliança de rebeldes e
dissidentes, nós os usaremos para ocupar o Imperador e os seus espiões.
Com a atenção deles desviada, podemos atacar.
O aprendiz passou a mão pelo peito, sentindo a suavidade do uniforme
como se estivesse com os nervos totalmente novos. O plano era bom.
Poderia funcionar.
— Por onde devo começar?
— Essa decisão é sua. O seu destino agora é seu. Mas você deve sair
daqui imediatamente. Exceto por PROXY, você deve cortar todos os laços
com o seu passado. Ninguém deve saber que você ainda me serve.
Abaixou a cabeça em reconhecimento.
— Sim, meu Mestre.
— Agora vá. E lembre-se de que o lado sombrio está sempre com você.
A imagem de Darth Vader brilhou e assumiu as características familiares
e a forma de PROXY. O droide tropeçou, mas rapidamente recuperou o
equilíbrio.
— PROXY!
— Mestre! Estou satisfeito em ver que você não está realmente morto. O
droide irradiava da única maneira que podia: através de seus
fotorreceptores. — Eu estava com medo de nunca ser capaz de cumprir a
minha programação primária e matar você eu mesmo.
— Tenho certeza que você terá sua chance, assim que sairmos daqui.
PROXY se afastou e começou a apertar botões no terminal mais
próximo.
— Onde estamos, a propósito?
— Em algum lugar desconhecido no Sistema Dominus, eu acredito.
— Mas que lugar é esse?
— Esta é a Empírico, Mestre, o laboratório móvel ultrassecreto de Lorde
Vader. Estamos aqui há seis meses padrão. PROXY ergueu os olhos do
terminal. — Lorde Vader atualizou todos os meus protocolos. Antes de
matá-lo, devo fazer todo o possível para ajudá-lo a desaparecer. Devo
preparar a Sombra Invasora para o lançamento?
O aprendiz tentou pensar. Flexionou as mãos, maravilhado com o seu
incrível retorno à saúde. Parecia bom demais para ser verdade.
Um pensamento desconcertante lhe ocorreu. Rapidamente tirou primeiro
a luva direita, depois a esquerda. Ficou tranquilo ao ver apenas a pele por
baixo, sem materiais sintéticos ou juntas artificiais. Os nós dos dedos se
moviam como sempre; suas unhas eram limpas e uniformes. O único
detalhe estranho era que as suas cicatrizes haviam sumido.
Esfregou a mão direita no peito até o estômago, lembrando-se da terrível
ferida que o seu Mestre havia infligido. Pensou no dano que o vácuo puro
causava aos pulmões humanos. Os tanques Bacta faziam milagres, mas não
eram tão bons.
— Mestre?
Olhou para PROXY e piscou.
— O que? Oh. Não sabia que a nave também estava aqui.
— Sim Mestre. De que outra forma escaparíamos? O droide se afastou
do terminal. Indicando com a mão, ele disse: — Eu acessei o computador
principal da nave e comecei a cumprir as ordens de Lorde Vader.
O aprendiz assentiu, distraído por um pensamento que acabara de lhe
ocorrer. Ele estava na Empírico há seis meses, PROXY havia dito, mas a
Sombra Invasora estava aqui, pronto para ele. Essa pode não ser a única
coisa a sobreviver à quase catástrofe da intervenção do Imperador.
— O que aconteceu com Juno, PROXY?
— Sua piloto? Ela também está a bordo da Empírico, acredito. Em uma
cela.
— O que? Por que?
— Capitã Eclipse foi acusada de traição. — PROXY parou por uma
fração de segundo, como se procurasse exatamente as palavras certas. —
Lorde Vader deu ordens explícitas para cortar todos os laços com o seu
passado. Você não está planejando resgatá-la, está?
O aprendiz, irritado, voltou a calçar as luvas.
— Ainda não sei quais são os meus planos, PROXY. Vamos apenas nos
concentrar em sair daqui.
— Como quiser, Mestre. — PROXY inclinou a cabeça. Ele deu um
passo pra trás até o terminal, apertou um grande botão vermelho e se dirigiu
para a porta.
Um solavanco repentino no convés fez os dois tropeçarem. O aprendiz
estendeu a mão para o droide e firmou os dois. Ele olhou ao redor do
laboratório ciborgue com preocupação quando uma buzina começou a soar.
— Alerta! — chamou uma voz pelo intercomunicador. — Os sistemas de
navegação falharam. Repito, os sistemas de navegação estão com defeito!
PROXY puxou o ombro do aprendiz.
— Venha, Mestre. Devemos sair daqui.
A percepção o fez olhar para as atividades recentes do droide sob uma
nova luz. Ordens de Lorde Vader, ele havia dito. Não haverá testemunhas.
— PROXY, o que você acabou de fazer?
— Coloquei a Empírico em rota de colisão com a estrela primária do
sistema Dominus, — ele disse com uma voz prática.
— Mas todos na Empírico...
— Lorde Vader disse que ninguém deve saber de sua existência. Ele foi
muito específico.
— E você realmente ainda está tentando me matar.
— Não não. Ainda não, Mestre. Você ainda tem muito tempo para
alcançar a Sombra Invasora.
O aprendiz engoliu uma onda de frustração. Não foi culpa do PROXY.
Ele estava apenas cumprindo ordens. Mas, ao fazer isso, ele os colocou em
uma posição muito inconveniente.
— Certo, vamos lá. Fique perto.
— Sim Mestre.
Com as suas mãos estranhamente curadas, o aprendiz ativou o sabre de
luz que o seu Mestre lhe dera. A lâmina era tão verde quanto em sua
memória. Era de Rahm Kota, percebeu com um sobressalto.
PROXY deu um passo por trás dele enquanto tirava esse pequeno
detalhe da cabeça e se dirigia para a saída.
O lamento da sirene de alerta acordou Juno de um longo e
miserável pesadelo no qual ela estava preenchendo o relatório de sua
missão em Callos, não com Darth Vader, mas com o seu pai, que estava
parado acima dela, nariz comprido projetando-se para fora. como o braço de
uma forca, e declarou-a um fracasso. Mas a missão foi um sucesso,
protestou. Havia seguido as ordens ao pé da letra. Não é bom o suficiente,
ele disse. Nunca é bom o suficiente, garota. Quando você vai perceber isso
e parar de tentar?
Acordou com um suspiro, pendurada suspensa nas fechaduras magna
onde os guardas a colocavam todos os dias. A rotina era pior que a tortura.
Eles a levariam para baixo uma vez a cada cinco horas para uma caminhada
de dez minutos. Poderia usar o banheiro e beber tanta água quanto o seu
estômago aguentasse. Às vezes eles lhe davam comida, mas nem sempre.
Quando os dez minutos se passavam, voltava à posição, pendurada com os
braços estendidos entre as fechaduras, as pernas penduradas, vestindo a
mesma calça do uniforme e camiseta que usava quando chegou... onde quer
que estivesse.
Os guardas nunca lhe contaram nada. Poderia dizer, porém, que eles a
olhavam com desprezo. Uma traidora do Império, não merecia nada melhor.
O fato dela ainda estar viva intrigava a todos. A sua existência continuada
drenou a sua paciência, bem como seus recursos. Eles certamente tinham
coisas melhores para fazer.
Mas eles seguiam as ordens ao pé da letra, como bons stormtroopers, e
isso significava que alguém, em algum lugar, queria Juno Eclipse viva.
Sofrer, talvez, antes de morrer. Ainda assim, toda vez que os troopers se
aproximavam dela, ela esperava que a sua hora tivesse chegado, que eles a
derrubariam e a executariam ali mesmo, com um único tiro de blaster na
cabeça. Pelo menos isso, ela pensou em seus momentos mais sombrios,
seria uma espécie de alívio.
A sua garganta e lábios estavam ressecados. A sua cabeça e braços
doíam. Mal conseguia sentir os dedos porque as mechas a prendiam com
tanta força em volta dos pulsos.
Desta vez, com o som de uma sirene, lutou com sucesso contra o desejo
de desespero.
— Alerta! — gritou uma voz pelo intercomunicador da estação. — Os
sistemas de navegação falharam. Repito, os sistemas de navegação
falharam!
Levantou a cabeça e olhou em volta. As outras celas, visíveis em toda a
área central de detenção da prisão, estavam vazias. Os seus guardas estavam
momentaneamente ausentes, provavelmente verificando a origem do alerta.
Se ela tivesse alguma maneira de se libertar, ela poderia ter corrido durante
a confusão para uma pod de fuga e fugido da estação para sempre.
E então...?
Sentindo uma onda de frustração, se esforçou contra as suas amarras. Os
músculos se destacavam em seus braços magros. Os seus pulsos estavam
machucados por inúmeras dessas tentativas. Um dia, ela disse a si mesma
muitas vezes, a energia piscaria e as fechaduras falhariam apenas o tempo
suficiente. Até então, era uma boa forma de exercício. Esforçar-se e esperar
era muito melhor do que pensar sobre o que tinha acontecido com ela, ou o
que poderia estar por vir.
A estação balançou ao redor dela. Cedeu momentaneamente antes de
tentar novamente. O que quer que estivesse acontecendo, era sério. Podia
ouvir os stormtroopers latindo uns para os outros.
— Por que essas portas não estão abrindo?
— Temos que chegar aos pods de fuga!
— A porta não aceita os códigos de segurança!
O locutor voltou com uma atualização ameaçadora:
— Falha de segurança no setor nove. O sujeito Zeta escapou. Definam os
blasters para matar!
— Oh, isso não é bom, — comentou um de seus antigos guardas. Mesmo
através de seu vocalizador, Juno podia ouvir o medo em sua voz.
Não sabia quem ou o que era o Sujeito Zeta, mas estava determinada a
não ficar pendurada como um rato morto quando ele a encontrasse.
Puxando as suas amarras, pensou ter sentido uma delas enfraquecer.
Dois soldados apareceram em seu campo de visão, rifles blaster em
punho. Eles não foram apontados pra ela, mas de volta para o corredor.
— Esqueça o prisioneiro, — disse um. — Temos que sair daqui.
— E quanto a... ele?
— Deixe-o morrer com o resto dos experimentos.
Eles socaram a comporta de ar que saía da área de detenção, mas
também não tiveram sorte. A fechadura de ar também estava bem selada.
Abandonando essa tarefa fútil, eles correram de volta pelo caminho de onde
vieram. Tiros de blaster e gritos ecoaram pelo corredor.
Juno retomou a sua tentativa de fuga. As fechaduras não se moveram um
milímetro. A ilusão de escorregamento veio como resultado do sangue de
seu pulso direito lubrificando a contenção daquele lado. Ela puxou com
mais força, ignorando a dor, mas estava tão presa como sempre.
— Sistemas de segurança da Empírico estão desativados, — alertou o
locutor. — Todos os Imperiais são aconselhados a arrombar as portas das
anteparas e proteger os pods de fuga.
A nave balançou ao seu redor e o locutor voltou com uma voz mais
ansiosa:
— Todos os pods de fuga foram ejectados, vazios. Uh, aguardem novas
ordens. O que? — O locutor deve ter se afastado com o microfone aberto,
— Que tolo ordenou isso?
A transmissão terminou com um clique alto, quase abafado pelo som de
um blaster e a estação balançando ao seu redor. Os gritos dos stormtroopers
morrendo a deixavam mais determinada do que nunca a fugir antes que o
que quer que os tivesse matado a encontrasse, mas não poderia fazer mais
esforço do que já estava.
Exausta, cedeu fracamente nas fechaduras, sugando o ar que tinha gosto
de fumaça e sangue. Estava ficando mais quente também, o que não podia
ser um bom sinal. A flexão das paredes tinha que ser mais do que apenas
turbulência. Se algo tivesse dado muito errado e a órbita da estação tivesse
sido perturbada, a comoção poderia vir da expansão térmica, não perigosa
em si, mas letal se eles chegassem muito perto da fonte.
Executada, morta pela coisa que escapou do laboratório de Vader, ou
queimada viva: essas pareciam ser as únicas opções disponíveis pra ela.
Depois de todos os seus anos de serviço leal e tudo o que fez em nome do
Império, e apesar do constante elogio de Palpatine às noções de justiça e
bem público, foi aqui que acabou. Todos os seus sonhos de progresso foram
destruídos. A sua vida em ruínas.
Perguntou-se o que o seu pai pensaria dela agora, se pudesse vê-la e
ouvir o seu lado da história. Que fé ele poderia ter em um sistema que se
voltou contra ela sem motivo? O que alguém devia a um Imperador que a
condenava por obedecer a ordens?
Mas sabia que nunca poderia convencê-lo a acreditar na verdade, assim
como sabia que nunca poderia ter falado com ele sobre as dúvidas que
surgiram nela depois de Callos, e não apenas sobre como Vader lidou com
aquele caso. A história oficial da morte de sua mãe era que ela havia sido
morta em um fogo cruzado. E se o Império tivesse sido tão opressor em
Corulag quanto ao Oito Negro em Callos?
Pela milésima vez viu as suas bombas atingindo o reator planetário, as
explosões brilhantes iluminando a selva. Apenas quando saiu de seu ataque
e acelerou para a órbita, notou a reação em cadeia que os seus golpes
causaram. O reator atingido estava lançando poluentes na atmosfera e
despejando mega litros de produtos químicos cáusticos de vastos depósitos
subterrâneos nos canais que o alimentavam com água doce. Ela
praticamente podia ver a superfície viva de Callos recuar dos venenos que
havia liberado inadvertidamente. Uma sensação de frio e enjoo começou a
brotar em seu estômago.
Esse sentimento só piorou em seu retorno à nave base. Em meio ao
tapinha nas costas de seus pilotos do Oito Negro, ela sentiu uma urgência
crescente em verificar os dados de telemetria coletados pela nave. Da
privacidade de seus aposentos, observou, horrorizada ao ver o reator
queimando sob uma mortalha de fumaça mortal. Relâmpagos brilharam sob
a densa nuvem de cogumelo, iniciando incêndios e catalisando reações
químicas mortais. Os sistemas fluviais próximos logo foram totalmente
sufocados por detritos biológicos.
Tentando manter o tom de voz, comunicou a um amigo com formação
em ciências ambientais. Ele tinha visto os dados. As suas projeções eram
terríveis.
— É uma reação em cadeia descontrolada, com certeza, — disse ele. —
Espero que você tenha olhado de perto aquelas florestas enquanto esteve lá.
Elas não estarão lá daqui a seis meses e nunca mais estarão.
Toda uma biosfera destruída, pra quê? Isso não foi apenas porque Callos
ousou se contorcer nas garras do Imperador. Tampouco foi apenas porque
havia pedido um certo grau de clemência do diretor da campanha: Lorde
Vader. O Imperador estava menos interessado em punir, começou a
suspeitar, do que em dar o exemplo.
A coisa terrível sobre os exemplos era que não tinha que haver ninguém
vivo depois. Uma ruína contou a história tão eficazmente quanto uma
testemunha ocular, talvez mais ainda, pois o silêncio retumbante deixado na
sequência de tal ultraje só serviu para impressionar o salto da bota do
Imperador ainda mais profundamente na galáxia.
Sem protestos. Sem sinos de alarme. Sem avisos.
A que ponto o Império chegou?
Talvez, ela ousou pensar, o Império sempre foi assim.
Antes que pudesse seguir essa linha de pensamento para qualquer tipo de
conclusão, as ordens vieram de Vader para se reportar a Executor para um
novo dever. Feliz por ser absolvida de qualquer envolvimento posterior no
genocídio, ou assim esperava, não disse nada sobre as suas dúvidas e seguiu
em frente, pensando erroneamente que, por algum pequeno milagre, evitou
se envolver nos trabalhos gigantescos do Império, como Callos tinha sido, e
Starkiller, e talvez a sua mãe também, todos aqueles anos antes.
Tantas vidas, pisadas nas esteiras da máquina Imperial.
A dela mal parecia valer a pena se preocupar, às vezes. Mas ainda assim
perguntou, em suas horas mais sombrias: Por que eu? O que o Lorde
Sombrio viu nela que a tornou adequada para a missão de Starkiller?
Não a sua consciência, certamente. Nem a sua personalidade alegre...
— Espera aí!
A sua cabeça se ergueu com o som do tiroteio mais próximo do que
antes. Partes de droides passaram voando por sua porta, soltando fumaça de
suas juntas decepadas. A voz do comandante da estação, um homem que
conhecera apenas uma vez e de quem não gostava muito, soou uma segunda
vez acima da cacofonia.
— Você não vai deixar esta nave vivo, rato de laboratório!
O zumbido inconfundível de um sabre de luz se ergueu do caos. Ergueu
o queixo mais alto, esforçando-se para ver além do batente da porta.
Não. Não pode ser.
A cabeça de um stormtrooper passou por sua cela, perfeitamente
separada do resto do corpo. A armadura brilhava em um oval vermelho
onde havia sido suavemente truncada no pescoço.
Talvez...?
Balançou a cabeça, dizendo a si mesma que devia estar tendo
alucinações por causa do calor e da falha no controle da atmosfera. Fazia
tanto tempo desde a última vez que sentiu esperança. Não ousava ceder
agora.
Ainda assim, não tirou os olhos da entrada de sua cela, apenas no caso de
estar errada.
Tinha certeza de que poderia se acostumar com a ideia desta vez.
O aprendiz avançou através de uma saraivada de tiros de
blaster, com o seu progresso dificultado pela necessidade de proteger
PROXY, assim como a si mesmo. O droide era adepto do duelo com ele,
mas não foi programado para lutar contra os Imperiais. Tiros de blaster
vieram de todas as direções enquanto dezenas de troopers avançavam para
substituir aqueles com quem já havia lidado. A determinação de matá-lo
parecia desproporcional à situação. Certamente cair no sol era mais
importante do que despachar um inválido fugitivo.
Mas gradualmente, ao ouvir os seus comentários em pânico um ao outro,
percebeu a verdade muito mais sombria: que o medo deles vinha de
rumores espalhados sobre a sua monstruosidade inata, o pior dos
experimentos de Darth Vader, que, se fosse solto, os mataria. tudo de uma
forma terrivelmente depravada. O boato era uma contingência preparada
para o caso dele rejeitar a oferta de uma nova aliança de seu Mestre. De
qualquer maneira, teria que lutar para sair da nave antes mesmo de começar
a pensar no que viria a seguir.
Com o anúncio de que todas as pods de fuga haviam sido alijadas vazias,
o aprendiz olhou por cima do ombro para o droide encolhido atrás de sua
lâmina giratória.
— PROXY? Você lançou aqueles pods?
— Claro, Mestre. Vale a pena ser meticuloso.
Resistiu a uma réplica impaciente.
— Quanto tempo nós temos?
— Só alguns momentos.
PROXY não parecia nem um pouco preocupado. O aprendiz desejou
compartilhar a confiança do droide. Ele havia demorado o suficiente para
abrir caminho através de corredores de espécimes biológicos preservados
até o ponto de lançamento da pod de fuga. Ainda havia uma série de
corredores para negociar antes de chegarem à câmara de ar que levava a
Sombra Invasora. Dirigindo dois stormtroopers à sua frente com a ameaça
de raios Sith, continuou resolutamente.
A área de detenção da prisão era ampla e difícil de defender, mas um
esquadrão de troopers corajosamente fez isso. Protegendo-se onde podiam,
eles dispararam em rajadas rápidas de várias direções ao mesmo tempo,
esperando encontrar uma brecha em sua defesa. Não havia nenhum. A sua
nova lâmina verde girou com eficácia surpreendente. Ele e o aprendiz eram
um, como se a sua suposta morte nunca tivesse acontecido. Sentia-se forte,
poderoso, mortal.
Uma arma remodelada por Darth Vader para arruinar o Imperador e os
seus asseclas...
O líder do esquadrão lançou insultos e calúnias sobre o tiroteio, como se
isso pudesse distraí-lo. O aprendiz deixou o lado sombrio fluir através dele,
impulsionado por sua raiva, do líder do esquadrão, no momento que
passava tão rápido, do Imperador, e calmamente ceifou qualquer um que
estivesse em seu caminho.
Quando o último caiu, PROXY deu um tapinha em seu ombro.
— Mestre, rápido. Estamos nos aproximando rapidamente do sol. O
suporte de vida será sobrecarregado a qualquer momento.
— Espere, — disse ele, levantando a mão enluvada. — E quanto...?
Mesmo quando olhou em volta para as entradas das celas, ele a viu. Juno
estava pendurada em uma fechadura magnética com sangue pingando de
seu pulso direito, vestida com os restos desalinhados de um uniforme
Imperial. O seu cabelo estava despenteado e a sua pele suja. Os seus olhos
estavam arregalados de choque, observando não apenas ele, mas também a
ruína que havia causado aos stormtroopers.
— Juno...
— É... — Ela lutou para encontrar as palavras, — ...realmente você!
Entendeu a sua hesitação. Ela não podia chamar o seu nome porque não
tinha um.
— Mestre, — disse PROXY, cortando entre eles. Apontou com uma mão
de metal para uma câmara de ar no outro extremo da câmara, — Estamos
quase lá! Rápido!
O som das alarmes atingiu um pico febril. A nave balançou embaixo dele
quando o controle gravitacional começou a vacilar. O ar era quase
irrespirável. Mesmo que eles partissem agora, mal haveria tempo suficiente
para preparar a nave e fugir.
O rosto de Juno era uma imagem de desespero.
Não se mexeu. Isso era uma armadilha? Não podia ver nenhum sinal de
decepção em seu rosto, apenas medo.
— Mestre, apresse-se! — PROXY puxou a sua manga e sussurrou com
urgência. — Ela é parte de sua vida passada agora. Deixe-a pra trás, como
Lorde Vader ordenou!
Libertou-se, decidindo com o coração e não com a cabeça.
— Não posso. Vai em frente e prepare a nave para o lançamento.
Seguiremos assim que pudermos.
— Mas, Mestre...
— Apenas faça, PROXY! Essa é a minha ordem.
O droide saiu cambaleando pela fechadura de ar enquanto o aprendiz
desativava seu sabre de luz e procurava o gerador da fechadura magna.
Tinha que estar em algum lugar, grande, suficiente para alimentar todas as
amarras em todas as celas. O ar estava ficando enevoado e espesso, e as
luzes piscando dificultavam a concentração. Grossos feixes de cabos
serpenteavam pelas paredes e sob grades de metal. Rastreou-os o melhor
que pôde até a sua origem, uma grande estrutura quadrada fixada a uma
parede duas portas adiante.
Não teve tempo para realizar uma investigação completa. Era do
tamanho certo, então teria que arriscar. Erguendo as duas mãos, enviou uma
onda de relâmpago através dela, fazendo com que escurecesse e soltasse
fumaça. A corrente subiu ao longo dos fios, enviando chuvas de faíscas.
Juno gritou de dor repentina.
Mudando de tática, acalmou o relâmpago, cerrou os punhos e arrancou a
caixa da parede com um único e inflexível puxão. A maquinaria interna
explodiu, enchendo o ar com nuvens de detritos acre. Juno gritou
novamente, mas desta vez de alívio.
Correu até ela, encontrando o seu caminho através da Força através do ar
impenetrável. Ela estava de joelhos, lutando para encontrar os seus pés no
chão inquieto. Ela agarrou-se a ele quando ele saiu da fumaça e a puxou pra
cima. Ela não pesava quase nada.
— Eu vi você morrer, — disse ela, olhando para ele com descrença nua.
— Mas você voltou.
Em vez de fazê-la andar, a pegou e correu em direção à câmara de ar.
— Tenho alguns negócios inacabados, — disse ele secamente, sem saber
por onde começar.
— Vader? — ela perguntou, então dobrou em uma série de tosses
sufocadas.
— Não se preocupe com ele, — ele disse a ela. A câmara de ar conduzia
a um umbilical estreito. O ar fresco soprou em sua direção vindo da frente.
O calor irradiava pelas paredes. Ele abaixou a cabeça e correu para a
segurança.
— Fui marcada como traidora do Império, — ela disse a ele. — Não
posso ir a lugar nenhum, fazer nada...
— Eu não me importo com nada disso. Estou deixando o Império pra
trás. Ele colocou toda a segurança que pôde encontrar em sua voz. Ela tinha
que acreditar nele sem questionar. — E eu preciso de um piloto.
Ela enterrou o rosto em seu ombro enquanto as paredes familiares da
Sombra Invasora os envolviam. Mal cruzou a soleira, a porta da fechadura
de ar se fechou na Empírico e raios explosivos cortaram o cabo.
— Bem-vindo a bordo, Mestre, — veio a voz do droide da cabine.
Presumindo que Juno ainda não estaria em condições de voar, o aprendiz
gritou antes deles:
— Tire-nos daqui, PROXY!
— Sim Mestre.
Os motores de subluz foram acionados instantaneamente e eles partiram.
A través das janelas da Sombra Invasora, Juno observou
enquanto a Empírico ficava pra trás. Cambaleando e girando, a órbita
do cruzador modificado decaiu além de qualquer esperança de parar o seu
mergulho no sol. Assim que a Sombra Invasora se desprendeu, a sua
blindagem externa acendeu espontaneamente, enviando ondas de linhas
amarelas rastejando pelo casco enegrecido. Sem ar para alimentar as
chamas, no momento, apenas o metal e o plástico queimavam. No momento
em que uma das janelas apareceu, no entanto, a combustão começou para
valer.
A sua prisão por seis meses era pouco mais que um ponto escuro contra a
face do sol quando de repente ele brilhou e morreu. A explosão foi quase
anticlimática, mas foi suficiente. Desdobrou as pernas debaixo dela,
satisfeita por se livrar do lugar. Starkiller e PROXY estavam nos assentos
do co-piloto e do piloto, respectivamente. Estava sentada atrás deles no
banco do passageiro com uma bandagem improvisada em volta do pulso
como uma peça indefesa de carga. Como uma passageira.
Estava pendurada como uma carcaça de nerf esquecida por muito tempo.
Era hora de assumir o controle de sua vida novamente.
— Saia da minha poltrona, — ela disse ao droide que havia argumentado
por abandoná-la e deixá-la morrer com a Empírico. Não sentia
ressentimentos por ele, sabendo que ele estava apenas obedecendo a sua
programação primária, mas isso não significava que tinha que gostar dele.
— Sim, Capitã Eclipse. — Ele voltou para o assento que havia
desocupado, estalando e cantarolando pra si mesmo.
Tocar nos controles fazia os seus dedos formigarem. Sonhou com esse
momento por semanas e nunca ousou acreditar que poderia realmente
acontecer.
— Qual é o nosso destino? — ela perguntou a Starkiller.
— Longe daqui.
— Isso é o suficiente, — Deu um salto em uma direção aleatória e
recostou-se em seu assento. As faixas familiares do hiperespaço quase a
fizeram engasgar. Sorriu através da onda de emoção e deixou a nave levá-
los para a segurança.

DOIS SALTOS DEPOIS, era hora de conversar.


— Nenhum sinal de perseguição, — Colocou de lado a sua varredura do
espaço circundante através dos sensores superiores da Sombra Invasora
com alívio. — Estamos a anos-luz de qualquer força Imperial.
Starkiller ergueu os olhos enquanto cuidava de um ferimento em seu
antebraço direito. O sangue vazava do corte. Ficou aliviada ao ver isso.
Pensar nos ferimentos que ele deve ter sofrido nas mãos de seu antigo
Mestre fez o seu estômago se sentir leve. Parte dele tinha que ser sintético
agora, mas era impossível dizer olhando para ele. A menos que o novo traje
que ele usava escondia mais do que sugeria...
— Então o que há de errado? — Ele lhe perguntou.
Corou, ainda esperando que ele não pudesse ler a sua mente. Deixando
de lado uma preocupação por outra, disse:
— Ninguém sabe que existimos ou o que fizemos. Temos toda a galáxia
à nossa frente. Então, por que, pela primeira vez na minha vida, não faço
ideia para onde ir...?
A sua garganta fechou em suas palavras. A realidade de sua traição e
deserção ainda estava afundando.
Starkiller a estudou, com os seus olhos piscando. Nunca seria capaz de
ler a sua mente.
— Espero que você tenha um plano, — disse ela, agarrando-se à sua
única palha.
Ele assentiu com a cabeça e disse lentamente, como se a sondasse:
— Há duas coisas que eu quero e não posso obtê-las sozinho. A primeira
é a vingança. Para conseguir isso, precisamos reunir os inimigos do
Imperador por trás de nós.
Assentiu, pensando em Callos e em seu pai. Depois de testemunhar a
maneira como Starkiller matou os soldados na Empírico, não teve dúvidas
de sua sinceridade, ou de sua capacidade de entrega.
— Prossiga.
— A segunda coisa que quero é aprender todas as coisas que Vader não
poderia, ou não, me ensinar sobre a Força.
Apoiou o cotovelo no braço da cadeira de voo e apoiou o queixo naquela
mão.
— Se não formos cuidadosos, podemos acabar em nosso antigo trabalho
novamente, caçar Jedi.
Ele parecia estar ciente da ironia da situação deles.
— Eu sei de alguém que ainda pode estar vivo. PROXY, mostre-nos o
arquivo de nosso primeiro alvo.
Eles se viraram para o droide, que piscou e se transformou mais uma vez
na aparência do General Rahm Kota.
Juno franziu a testa.
— Eu pensei que você o matou.
— Quando lutei com ele na fábrica de TIE fighters, ele disse que podia
ver meu futuro. Ele disse que fazia parte disso.
Podia ver mil furos em seu raciocínio, mas não tinha nada melhor para
oferecer.
— De volta a Nar Shaddaa, então.
— De volta a Nar Shaddaa.
Starkiller cuidou de seus ferimentos enquanto ela trabalhava no
computador de navegação. Quando eles saltaram para o hiperespaço, ele
nem ergueu os olhos.
Interpretou isso como um sinal de confiança.
C om o rosto pra baixo em uma mesa no canto mais
escuro de uma cantina pouco respeitável estava um homem que
desejava desaparecer. A Salão de Vapor era um lugar especialmente
adequado para fazer essa tentativa. Principalmente frequentado por
Ugnaughts, mas atraindo a sua parcela de trabalhadores Rodianos e
humanos, era um mergulho após o expediente que ostentava sombras sem
fim em cada canto. O ar pairava em folhas densas e aromáticas que se
moviam apenas quando seres cambaleantes passavam por elas. A música
era selvagemente hibridizada, assim como os barman, que encaravam
sombriamente enquanto limpavam copos manchados de gordura e
espalhavam poças de licor em camadas finas pelo balcão.
Uma caneca vazia de cerveja Andoana descansava perto do ombro do
homem caído. O seu rosto estava determinado a não ser visto, como se o
único desejo consciente que lhe restasse fosse mantê-lo assim. Quando
subia para beber, o que acontecia com frequência cada vez menor nas
últimas horas, mantinha o rosto cuidadosamente afastado dos fregueses da
cantina. Cabelos grisalhos e oleosos se projetavam do que outrora fora uma
franja rigorosamente preservada. As suas vestes estavam mal ajustadas e
manchadas.
Ninguém no Salão de Vapor sabia quem era o homem ou o que ele havia
feito. Ninguém se lembrava de quem o trouxe para Cidade das Nuvens. Eles
não se importavam. Eles só queriam ficar sozinhos para beber até o
próximo turno chegar.
O homem que queria desaparecer tinha dado as costas à galáxia, mas ela
não lhe deu as costas. Apesar de seus melhores esforços, havia sido notado.
Inevitavelmente. Um homem com os seus ferimentos em Bespin era
bastante raro, mas alguém que ainda pudesse servir um copo de conhaque
Corelliano sem derramar uma gota...?
A notícia se espalhou, e essa notícia era um problema.

O APRENDIZ ENTROU LENTAMENTE na Sala do Vapor, com os olhos espiando pelos


cantos, estudando cada rosto e personagem que se encontrava ali. A
atmosfera da cantina cheirava a numerosas emoções negativas, mas a
ameaça não era uma delas. Todos os olhos se voltaram para ele por um
momento, então um Ugnaught mais velho com nariz arrebitado e barriga
proeminente ergueu um copo acima de sua cabeça em um brinde ao Rei
Ozz local. O resto de sua mesa ronronou alto em acordo. A atenção voltou a
espumar canecas, fumar cachimbos e observar o cronômetro.
O barman mais próximo ergueu uma antena. O aprendiz gesticulou pra
ele, encorajando-o a pensar em outra pessoa. Não queria uma bebida. Tinha
apenas um propósito. Este, o primeiro teste real do novo plano de seu
Mestre, era a única coisa em sua mente.
Foi uma longa jornada, com muitos riscos assumidos. Nenhum tinha sido
tão importante ou tão perigoso quanto este.
— O que acontece se ele reconhecer você? — Juno lhe perguntou com
preocupação antes de deixar a Sombra Invasora.
— Ele não vai, — dissera ele, lembrando-se dos olhos queimados do
General e das cicatrizes ausentes em suas próprias mãos. O seu corpo havia
mudado de maneiras sutis, graças ao Lorde Vader. A assinatura da Força
que possuía sobre Nar Shaddaa, no meio de sua missão assassina, seria
muito diferente daquela que ele projetava agora.
Calma. Tranquila. Esperança.
Kota não se moveu por vinte minutos, de acordo com a imagem da
câmera de segurança que Juno havia hackeado. O aprendiz ficou aliviado ao
ver que não era uma repetição. O Jedi bêbado estava exatamente onde
esperava que estivesse, sem mostrar sinais de alarme.
O aprendiz olhou ao redor da cantina, certificando-se de que a atenção
realmente havia se desviado dele. Então chutou a mesa, acordando Kota
assustado.
O Jedi caído ergueu a cabeça com um puxão, revelando uma sombra
desgrenhada do homem que havia sido. As suas bochechas eram ocas e
grossas com a barba por fazer. Ataduras sujas, enroladas em sua cabeça,
escondiam as órbitas dos olhos.
— General Kota?
A voz de Kota estava arrastada.
— Eu paguei por esta mesa. Então, quem quer que seja, desapareça.
— General Kota, eu o localizei através da galáxia de Nar Shaddaa a
Ziost...
— Quem é você, garoto? — As sobrancelhas de Kota se franziram. —
Um caçador de recompensas?
— Não exatamente. Mas eu tenho observado você. Inclinou-se mais
perto e baixou a voz. — Acho que podemos nos ajudar, Jedi.
Kota fez uma careta e apontou para os olhos enfaixados.
— Eu não sou nenhum Jedi agora. Não desde isso.
— Não preciso dos seus olhos, só da sua mente, e de tudo o que você
sabe sobre lutar contra o Império.
Kota caiu pra trás em sua cadeira, parecendo mais cansado do que
bêbado.
— Ninguém luta contra o Império e vence, garoto.
Uma súbita comoção na porta atraiu a atenção do aprendiz. Seis
stormtroopers entraram no Salão de Vapor ladeados por dois walkers
mecânicos bípedes, cada um controlado por um par de Ugnaughts de
aparência ranzinza. O trooper líder agarrou o segurança atarracado e
começou a fazer perguntas enquanto os seus adversários examinavam
visualmente o bar.
O aprendiz amaldiçoou a sincronia dos Imperiais. Juno interceptou a
mensagem de um rato droide local alertando a segurança da estação sobre a
presença de Kota, mas eles não conseguiram afastá-lo a tempo.
Suspirou e se endireitou, desenganchando o seu sabre de luz e se
colocando entre Kota e os Imperiais.
— É melhor esperar que esteja errado sobre isso, General.
Com um som de snap-hiss alto o suficiente para atrair a atenção de todos
no Salão de Vapor, ativou a lâmina verde brilhante que pertenceu ao homem
cuja vida arruinou.
Kota se encolheu como se tivesse sido atingido e mergulhou sob a mesa.
Nesse momento, os Imperiais abriram fogo. Ugnaughts guincharam e
pularam para se proteger enquanto raios de energia desviados
ricocheteavam pela sala. Vidros estilhaçados. Líquido brilhantemente
colorido se espalhou por toda parte, o mais volátil pegando fogo e
aumentando o caos.
— Levante-se, General, — o aprendiz gritou por cima da raquete. —
Eles podem estar atirando em mim agora, mas eles vieram aqui por você.
Então foi forçado a se concentrar nos Imperiais e os seus aliados locais.
Os mecânicos 'Uggernaughts' eram fortemente blindados e armados. A sua
primeira prioridade era nocauteá-los. Empurrou um para o lado com a Força
e sobrecarregou os sistemas elétricos do segundo, encorajando os
stormtroopers a se espalharem. O cheiro de pelo queimado de Ugnaught
tornava o cheiro da cantina ainda pior. Do lado de fora, já podia ouvir o
barulho de reforços.
Quem quer que esteja por trás da tentativa de captura de Kota, não queria
correr nenhum risco.
— Vamos, — ele gritou para o General encolhido. — Siga o som do meu
sabre de luz!
Virou as costas para Kota, esperando que o velho recuperasse um senso
de autopreservação suficiente para cuidar de si mesmo. O seu pretenso
salvador não apenas teve que eliminar os Imperiais, mas também fez isso
sem prejudicar nenhum espectador inocente. Isso não pareceria bom para
ninguém treinado nos métodos Jedi.
Enquanto abria caminho em direção à porta dos fundos da cantina,
comunicou a Sombra Invasora e disse a Juno que precisaria de uma rápida
decolagem.
— No mesmo lugar em que deixei você, presumo.
— A menos que fique muito quente lá. — Ele derrubou o teto em um dos
troopers e jogou entulhos telecineticamente em outro. — Fique perto e
espere pelo meu sinal.
— Esperarei. Juno desliga.
Olhou pra trás. Kota estava finalmente se movendo, curvado como um
caranguejo de mina atordoado com as mãos abertas diante dele.
Esperançosamente, a Força estaria com Kota, porque o aprendiz sabia com
um olhar pela porta que teria que fazer o trabalho por ele. Havia pelo menos
duas dúzias de Imperiais no depósito, abrigados por trás de caixotes e
barris. Uma fila de Uggernaughts prometeu acabar com ele se ele piscasse.
Não havia tempo para hesitar. Baseando-se na Força, estourou os barris,
rasgou as caixas e encheu o ar com detritos. Perseguido por tiros de blaster,
correu pela sala em três passos e saltou até o Uggernaught mais próximo.
Com o sabre de luz piscando, libertou o piloto e o artilheiro e usou a Força
para girar a máquina de forma grosseira. As suas armas latiram e enviaram
os seus irmãos cambaleando pra trás, despejando faíscas.
Saltou livre, deixando-o cambalear, atirando ao acaso. Kota estava
acompanhando, muito mal. Agarrou o braço do velho e o arrastou para fora
do depósito e por uma série de corredores. A doca de abastecimento do
Salão de Vapor não estava longe e, embora esperasse que também
contivesse uma forte presença Imperial, colocar a Sombra Invasora não era
uma impossibilidade. A doca estava aberta para o céu dourado cheio de
nuvens ao longo de um lado. Um rápido salto na Força faria isso...
Um vislumbre de uma figura vestida de preto em pé com os
stormtroopers o parou em seu caminho. Ao vê-lo, inclinou o capacete preto
e acendeu um sabre de luz vermelho. Os stormtroopers caíram de joelhos e
atiraram.
Por um instante, o aprendiz ficou paralisado. O seu estômago gelou na
gloriosa paisagem celeste de Bespin e ele se sentiu traído novamente.
Então a sua mente alcançou as suas entranhas, gritando: Esse não é o
Vader! A lâmina vermelha se projetava do topo de um longo bastão preto,
não do punho de um sabre de luz. O capacete era liso e arredondado, sem a
familiar estética da caveira de seu Mestre. Em vez de dois fotorreceptores
arredondados, este elmo ostentava um único visor de tira, sugerindo que por
baixo poderia estar o rosto de um homem comum, em vez de qualquer rosto
maldito que o seu Mestre mantinha permanentemente escondido. A figura
usava uma armadura de combate sob sua capa esvoaçante, exatamente
como a da Guarda Real do Imperador, mas inteiramente em preto.
A lâmina do aprendiz surgiu por conta própria. Movendo-se em câmera
extremamente lenta, como se o ar fosse feito de melaço, ele desviou rajada
após rajada dos blasters de volta para os soldados que os dispararam. Eles
cambalearam e caíram com a fumaça saindo das articulações dos ombros e
pescoço. Os seus gritos mal foram registrados.
O guarda de negro desviou cada raio que enviou em sua direção. Quando
o último dos troopers caiu, o guarda de negro deu um passo à frente com o
seu bastão sabre abaixado para atacar.
— Fique longe do cais! — o aprendiz avisou Juno e Kota. — Precisamos
de outro ponto de encontro!
— Há uma doca de transporte de balões não muito longe de você, —
Juno respondeu enquanto seu sabre de luz colidia com o de seu novo
inimigo, — O que é esse barulho? Você não está lutando contra Kota, está?
— Difícil de explicar, — ele resmungou, não tendo certeza de qual era a
explicação. — Vai para o cais de balão e espere por mim lá.
Interrompeu as comunicações para bloquear um golpe que quase o
derrubou. Olhando em volta à procura de Kota, ficou aliviado ao ver que o
General não estava por perto. Agora poderia convocar todo o poder do lado
sombrio. Aproveitando a sensação de traição e choque que sentiu ao ver a
figura esperando por ele, este assassino mortal e sombrio que pode ou não
ter algo a ver com Darth Vader, empurrou com toda a sua força.
Os seus ouvidos zumbiam, tamanha era a energia que ele liberava. A
doca cedeu sob ele; rebites estouraram e soldas rasgaram. O seu agressor
saiu voando pelo amplo espaço, os braços bem abertos. O bastão sabre
cortou uma linha longa e retorcida no chão de metal enquanto seu dono
rolava e se levantava.
Um raio Sith disparou da mão que não segurava o bastão. O aprendiz
sorriu, tendo antecipado essa tática. Ele encontrou o raio com um dos seus.
Eles colidiram em uma bola crepitante de pura energia que dançava
loucamente de um lado para o outro. O ar se encheu com o forte fedor de
ozônio.
O assassino encapuzado grunhiu e aplicou mais esforço. O aprendiz
atendeu a esse esforço e o superou. A facilidade com que ele repeliu o raio
de seu agressor o surpreendeu. Para alguém empunhando uma lâmina Sith,
o homem com quem lutava tinha menos poder do que deveria.
A bola de energia onde seus dardos crepitantes se encontravam se
aproximava cada vez mais do guarda de negro. Ele grunhiu audivelmente e
se inclinou fisicamente para a frente com as duas mãos levantadas, uma em
uma garra trêmula e a outra apunhalando o bastão do sabre no feixe,
adicionando a sua energia ao seu ataque desesperado. Para nenhum
proveito. A bola se aproximou inexoravelmente, impulsionada pelo poder
sombrio da vontade do aprendiz. Quando tocou o punho do bastão sabre do
guarda de negro, toda a sua energia reprimida foi atraída pra ele.
Com um grito truncado, o guarda voou para fora do cais aberto e voou
para longe, morto antes mesmo de seus pés deixarem o chão.
O aprendiz deixou a tensão fluir pra fora dele e baixou os braços.
Chegando a Juno, seguiu as instruções que ela lhe deu para o novo local de
encontro. Não era longe, com apenas alguns pontos de emboscada óbvios
ao longo do caminho. Agradecendo a ela, correu por um deque de
observação e ao longo de uma faixa de pedestres externa, mal percebendo a
vista. A sua mente trabalhou sobre tudo o que tinha acabado de acontecer,
tentando encontrar o sentido disso.
Uma figura sombria empunhando uma lâmina vermelha modificada e
um raio, uma Guarda Real, mas todo preto... A conexão Sith não podia ser
negada. A menos que Darth Vader tivesse treinado um segundo aprendiz
nos últimos seis meses, o que não parecia provável, pois por que ele os
colocaria um contra o outro?, havia apenas um outro Mestre possível para
tal ser.
O Imperador.
Grandes mentes pensavam da mesma forma. O aprendiz fez uma careta
ao se aproximar do primeiro dos prováveis pontos de emboscada, uma troca
de calor de ar-condicionado, onde seria forçado a atravessar por um duto
largo, mas longo, e passar por uma série de ventiladores. Darth Vader
enviou o seu aprendiz em uma missão para encontrar e matar o último dos
Jedi. Talvez o Imperador tivesse pretendido o mesmo com o seu lacaio
sombrio.
Se assim fosse, ele ficaria desapontado com os resultados. Kota pode não
ter empunhado uma lâmina, como em Nar Shaddaa, mas o emissário do
Imperador morreu mesmo assim. Isso enviaria uma clara ameaça ao
Imperador, perfeitamente de acordo com os desejos de Darth Vader.
Supondo que Kota sobrevivesse, é claro. O aprendiz só podia esperar que
estivesse indo para a doca de balão por uma rota diferente e não fosse morto
no caminho...
Um esquadrão de troopers esperava por ele na troca de calor, com três
dos Uggernaughts móveis. Fez um trabalho rápido com eles, nem entrando
de forma imprudente nem prolongando a luta. Não havia nenhum ponto a
ser feito aqui. Eram simplesmente inconvenientes.
Jogou o último dos Uggernaughts nas pás giratórias de um ventilador
quatro vezes mais alto que ele. Ele explodiu numa bola de fogo, quase
derrubando o seu gêmeo mais adiante na troca de calor. Da nuvem de
fragmentos de metal saltou um segundo dos assassinos Sith do Imperador,
com o bastão sabre erguido. O aprendiz o recebeu com um choque de
faíscas e relâmpagos.
Sith contra Sith, eles lutaram pra frente e pra trás através do amplo
espaço revestido de metal. Este assassino era mais proficiente do que o
primeiro, magro e forte com um bom alcance e propensão para atirar itens
telecineticamente de dentro do ponto cego do aprendiz. Provou ser um
trabalho duro até que o aprendiz arrancou o próximo ventilador gigante de
seus eixo e o fez girar no ar. O guarda de negro pareceu tão atordoado ao
vê-lo que não pulou até que fosse tarde demais. Uma lâmina giratória
arrancou a sua perna direita na altura do joelho. A partir daí, a luta acabou.
O aprendiz deixou o corpo desmembrado vestido de preto pra trás e
seguiu o seu caminho apressado, passando por uma área de manutenção
cheia de Ugnaughts nervosos e subindo uma rampa até o cais de balão.
Saindo ao ar livre, se viu enfrentando outro esquadrão de troopers, mais
dois assassinos do Imperador e nada menos que seis Uggernaughts. Dois
balões de transporte pesadamente carregados de suprimentos estavam
pendurados acima, os motores girando para mantê-los na estação,
provavelmente esperando para pousar. Kota não estava à vista. O aprendiz
dobrou os joelhos e adotou uma postura de luta.
— Você tem certeza de que quer fazer isso? — ele perguntou aos seus
inimigos reunidos.
A resposta veio na forma de tiros de blaster dos troopers, uma rajada dos
Uggernaughts e uma carga combinada dos dois assassinos. Girou e saltou,
enchendo o ar com energia refletida. Todo pensamento cessou; a sua
conexão com a Força se tornou mais profunda do que nunca. Movia-se com
graça e puro reflexo, esquivando-se de golpes de bastão sabre,
arremessando troopers contra os seus aliados Ugnaught, jogando os Walkers
para fora do cais e até mesmo fazendo chover suprimentos de um dos
balões acima.
A tripulação do balão saltou em uma pequena speeder. Vê-la abandonada
deu-lhe uma ideia. Quando os seus inimigos se reagruparam para uma
segunda carga combinada, puxou o balão fisicamente para baixo do céu,
jogando todo o seu peso sobre todos eles, e então, quando as pétalas da
explosão estavam no auge, varrendo toda a bagunça do cais com uma flexão
catártica de telecinesia.
Ficou em uma pequena cúpula de espaço claro, exalando energia pura,
enquanto o círculo de detritos em chamas chovia através do ar frio e
rarefeito de Bespin abaixo. Triunfo e satisfação o encheram como puro
hélio, impulsionando-o pra cima.
— Quantos eram? — perguntou uma voz por trás dele.
Virou-se para ver Kota tropeçando no cais. Embora bêbado, era uma
presença sóbria. As órbitas vazias escondidas atrás de sua bandagem
imunda pareciam olhar através do jovem diante dele.
O aprendiz se endireitou e baixou o sabre de luz. Perguntou-se se Kota
estava prestes a repreendê-lo por causar tanta morte e caos.
— Perdi a conta, — confessou.
— Não importa. Vai ter mais. O exército do Imperador é infinito.
O aprendiz fez uma careta. Poderia lidar com uma repreensão. O
desespero indulgente era uma coisa completamente diferente.
— Temos que ir, General.
— É uma missão tola. Você será morto, ou pior. E o que terá mudado?
Nada.
O aprendiz clicou no comunicador para chamar a atenção de Juno.
— Prefiro morrer lutando do que me afogar em alguma cantina, velho.
Você está comigo ou não?
Kota deu um passo à frente, tropeçou e pareceu momentaneamente
perdido.
— Você tem um nome, garoto?
— Não.
Novamente o aprendiz sentiu como se estivesse sendo estudado por
olhos que não existiam mais.
— Bem, não há como negar a sua vontade de matar stormtroopers.
Tenho um contato no Senado que pode usar o seu sabre de luz. Onde está a
sua nave?
O aprendiz sorriu ligeiramente quando a Sombra Invasora surgiu atrás
dele, com os seus repulsores gemendo e a rampa se estendendo. Momento
perfeito, pensou. Se ao menos Kota pudesse ter visto...
Com uma mão na axila direita do velho, ele guiou o primeiro de seus
pretensos rebeldes para dentro da nave.
O ex-General e Mestre Jedi pode ter parecido, e cheirado,
como um sem teto com morte cerebral, mas Juno logo aprendeu que,
mesmo em seu estado muito reduzido, ele possuía recursos que ela só
poderia maravilhar. Primeiro, ele sobreviveu a um duelo com Starkiller. Em
segundo lugar, ele de alguma forma cruzou metade da galáxia sem o uso de
seus olhos. Terceiro, ele conhecia códigos e codificações que não tinha
esperança de decifrar...
Por uma hora após a parada para reabastecimento na Cidade das Nuvens,
ele se sentou por trás dela no assento auxiliar, digitando loucamente em um
teclado e enviando mensagens rápidas para destinos desconhecidos. De vez
em quando olhava pra trás e tentava ler discretamente. Tudo o que viu na
tela, no entanto, foi um jargão; o som saindo do fone de ouvido que havia
emprestado a ele também. O que quer que ele estivesse falando, ele estava
guardando para si mesmo.
— Posso ajudar? — ela finalmente perguntou a ele.
— Não, — Ele recostou-se no assento e empurrou o teclado para longe,
— Está feito.
— Você falou com o seu amigo? — Starkiller perguntou, inclinando-se
para perto do assento do copiloto.
Kota não confirmou nem negou nada, dada a escolha.
— O nosso destino é Kashyyyk, — foi tudo o que ele disse.
— O mundo natal dos Wookiees? — Juno sentiu um aperto no estômago,
— Ele está sob o domínio Imperial agora, não é?
Kota assentiu.
— Vai ser perigoso.
O velho sorriu com isso, sem achar graça.
— Toda a galáxia é perigosa quando você faz do Imperador um inimigo.
— Ele dispensou qualquer outra pergunta. — Não me incomode agora.
Estou cansado e com dor de cabeça. Por acaso você não tem nenhuma
cerveja Andoana a bordo?
— Não, — disse Starkiller com uma expressão tensa.
— Então deixe-me dormir. Você me deve isso.
Reclinando o assento, ele colocou as mãos atrás da cabeça e quase
imediatamente começou a roncar.
Starkiller encolheu os ombros e lhe disse que estava voltando para a
câmara de meditação para se preparar para o que viria a seguir.
E agora estava sentada com PROXY ao lado dela no assento do co-
piloto, imaginando como poderia se preparar para algo quando não tinha
ideia do que poderia ser.
As perspectivas distorcidas do hiperespaço deslizaram rapidamente,
simultaneamente reconfortantes e desconcertantes. Pode parecer familiar,
mas aquele ambiente era explicitamente hostil à vida humana. Assim como
a vida em fuga. Kota parecia tão confiável quanto um Wookiee afogado. Ele
e o seu misterioso contato podem estar levando-os direto para uma
armadilha. Ela e Starkiller tinham apenas conseguido raspar o suficiente
enquanto vasculhavam a galáxia em busca do velho infeliz...
Disse a si mesma para não ser tão mal-humorada. Todos eles passaram
por muita coisa, e não era como se tivesse muita escolha. Tinha visto como
Darth Vader recompensava a lealdade. Retornar ao Império agora, com dois
fugitivos a reboque, seria a maneira mais rápida de se ver alvejada. O seu
sono ainda era perturbado por sonhos de seu longo encarceramento, nos
quais ainda ressoavam o medo e a esperança da bala final.
Starkiller nunca falava sobre o que se passava em sua cabeça, mas sabia
que ele também estava preocupado. As suas habilidades sociais eram
inexistentes. Ele não falaria sobre os seus sentimentos, o seu passado ou
qualquer coisa que não fosse o presente. Apenas o fato de que ele a salvou
tornava isso suportável.
Ele nunca falou, embora o tenha incitado, sobre como ele conseguiu
sobreviver ao terrível ferimento que o seu Mestre infligiu. Na ausência de
fatos concretos, só podia imaginar. As próteses não foram a única resposta
que encontrou. Ele poderia ser tão forte na Força que poderia evitar a morte,
a inimiga final? Foi assim que ele sobreviveu contra tantos adversários? Ou
algum Imperial desleal realmente escavou o seu corpo do céu e o enviou
para o laboratório secreto, onde foi consertado sem que o seu antigo Mestre
descobrisse?
As alternativas eram estranhas e horríveis demais para contemplar.
Às vezes, os seus gritos a despertavam de um sono inquieto, vindo da
sala de meditação e ecoando pela nave. Às vezes ele chamava o nome de
Vader; outras vezes ele chamava dela, com medo, desespero ou raiva. Mais
frequentemente, ele apenas gritava como se o seu coração estivesse sendo
arrancado.
O seu coração se partiu ao ouvi-lo. E apesar de sua vida ter desmoronado
desde que se conheceram, continuou inclinada a segui-lo. Ainda assim, se
ele esperava que fosse babá desse velho Jedi rabugento à beira da
decrepitude total, ele descobriria até onde a sua lealdade poderia ser
estendida...
PROXY de repente se mexeu. Piscou para fora de seus pensamentos e
tentou parecer culpada como se estivesse trabalhando. O droide não prestou
a menor atenção nela, no entanto, saindo de seu assento e indo para a popa.
O som de seus passos de metal conduziu à câmara de meditação; a escotilha
se abriu e PROXY entrou.
Hesitou por um momento, então abriu a tela que lhe permitia espionar as
atividades internas. Na escuridão profunda da câmara, Starkiller se ajoelhou
com os olhos fechados e de costas para a porta, que o seu ponto de vista
cobria. A forma fraca de PROXY brilhou por um segundo, transformando-
se em uma nova forma. Quando a transformação foi concluída, ele ficou
alguns centímetros mais alto e mais largo do que antes, com barba e cabelos
longos e vestindo as vestes padrão de um Cavaleiro Jedi. A nova expressão
que ele usava era de determinada solenidade.
Starkiller abriu os olhos, mas não se moveu até PROXY ativar um sabre
de luz verde brilhante e erguê-lo verticalmente em uma pose equilibrada de
duas mãos no lado direito de seu corpo. Então Starkiller se levantou e se
defendeu tão rapidamente que Juno mal o viu se mexer. PROXY desferiu
golpes sobre ele com velocidade e capacidade atlética que desmentiam a
sua construção. Girando, caindo e dando cambalhotas por toda a sala, ele
estava constantemente na ofensiva, empregando golpes que eram rápidos e
poderosos. Starkiller tinha as mãos ocupadas desviando de todos eles. Na
luz bruxuleante, viu o suor brotando em sua testa.
O choque e o crepitar dos sabres de luz encheram o seu fone de ouvido.
Abaixou o volume para não atrapalhar o sono de Kota. Esta não foi a
primeira vez que testemunhou um duelo entre Starkiller e o seu droide de
treinamento. Eles lutavam como dervixes durante os primeiros dias depois
de fugir da Empírico, o droide obviamente ajudando-o a desabafar. Mas
para esses lançamentos, se perguntou se a panela de pressão de sua mente
aumentaria constantemente o estresse até que ele explodisse.
Não tinha aprendido, no entanto, a relaxar durante eles. Starkiller nunca
perdeu, o que era uma sorte, porque PROXY falou com franqueza
desarmante sobre a sua intenção de matar o seu Mestre caso encontrasse
uma brecha em sua armadura. Como seria a vida depois de um acidente tão
fatal, não gostava de pensar, então por enquanto tolerava as sessões de
prática ocasionais, mesmo que não pudesse aproveitá-las.
PROXY não ficou parado por um segundo, atacando do chão, das
paredes, do teto, até mesmo do ar. Era como assistir a uma dança, mas na
qual o menor deslize pode significar a morte. Starkiller dançou com ele por
tempo suficiente para ela se preocupar, então ele mudou o seu próprio estilo
para combinar com o do droide, e de repente pôde ver a diferença entre o
humano e o mecânico. Onde PROXY era rápido, Starkiller também era
gracioso. Onde PROXY simplesmente cortou e esfaqueou, Starkiller
aplicou floreios em seus ataques ofensivos. Onde cada movimento que o
PROXY fazia envolvia todo o seu corpo, Starkiller podia lançar um ataque
com um dedo ou bloquear deslocando o pé um único centímetro.
O fim veio de repente, com o sabre de luz verde perfurando
profundamente a barriga do desconhecido Jedi. Starkiller retirou a lâmina e
deu um passo pra trás. O outro sabre de luz foi desativado e caiu com um
baque no chão de metal. O oponente virtual de Starkiller caiu pra frente e
voltou à forma usual de PROXY antes de atingir o chão.
— Eu falhei de novo, — veio a voz abafada do droide. — Sinto muito,
Mestre.
— Não é sua culpa, PROXY. — Starkiller estendeu a mão e colocou o
droide de pé. — Ataru não funciona direito sem a Força. Você conseguiu
uma personificação confiável dela, especialmente num lugar tão confinado.
— Obrigado Mestre. Talvez eu tenha sucesso na próxima vez.
Starkiller deu um tapinha nele com afeto genuíno.
— Sabe, você me surpreendeu. Achei que você fosse Kota.
— Agora, ele daria um bom módulo de treinamento. — O droide
estremeceu com o elogio. — Talvez um dia eu o veja lutar. Dessa forma, eu
poderia observar como ele se move e recriá-lo para você.
— Talvez, PROXY, — disse Starkiller, com a sua expressão assumindo
um tom mais escuro, — Ele já acordou?
— Não sei, Mestre, mas o nosso destino se aproxima.
— Bom, — Juntos, eles deixaram a câmara.
Juno desligou a tela e se preparou para recebê-los quando eles
emergissem na cabine.
Pulou quando viu Kota sentado em sua cadeira. Por um momento, temeu
que ele tivesse ouvido tudo o que estava ouvindo através de seu fone de
ouvido, mas então percebeu que o que inicialmente interpretou como estado
de alerta, talvez até suspeita, eram na verdade os efeitos colaterais do
envenenamento por álcool.
— Eu estava começando a me preocupar que você tivesse morrido
durante o sono, — ela disse.
Os cantos de seus lábios puxados pra baixo.
— Eu gostaria de ter morrido.
Starkiller entrou com PROXY a reboque.
— Estamos perto? — ele perguntou, sentando-se na cadeira do copiloto e
virando-se para ela. As estranhas angularidades do hiperespaço refletidas
em seus olhos.
Verificou os instrumentos.
— Vamos chegar a qualquer segundo agora.
Bem na hora, a visão borrou e mudou para a paisagem estelar mais
familiar do cenário galáctico. Kashyyyk era uma esfera de retalhos em
verde e azul pendurada na proa de estibordo. Era um mundo lindo, mas ela
sabia que tinha passado por tempos difíceis. As cicatrizes do bombardeio
orbital ainda eram visíveis, anos depois de terem sido infligidas. Imaginou a
fumaça que deve ter subido daquelas florestas em chamas e ficou feliz pelos
Wookiees por sua casa ter sido poupada do destino de Callos.
Empregou os sensores avançados da Sombra Invasora para escanear o
espaço ao redor do planeta. Estava cheio de sinais, mas sem muito tráfego,
ambos de origem principalmente Imperial. Várias naves capitais rondavam
as órbitas superiores, canhões e patrulhas de prontidão. Alguns transportes
estavam se reunindo em um ponto fora de vista no horizonte do planeta.
Incitou a nave a fim de obter uma visão mais clara.
Quando a localização orbital específica apareceu, levou um momento
para perceber o que estava vendo. Era mais do que apenas uma estação de
ancoragem equatorial comum, mas à primeira vista a diferença desafiou a
sua imaginação. Os seus olhos o viram; a sua mente se rebelou.
Um skyhook pairava sobre Kashyyyk, flutuando em repulsores fora da
atmosfera superior do planeta. Uma estrutura robusta e utilitária amarrada a
uma área limpa bem abaixo, obviamente não era a mansão do ditador local
ou um resort para Moffs cansados. Também ainda não estava terminado.
Dezenas de naves de carga e droides de construção cercavam o seu cume,
brilhando sob a luz dourada do sol.
Ao ver a rara construção e a forte presença Imperial, ela balançou a
cabeça.
— Eu definitivamente acho que esta missão é muito perigosa agora.
Até Starkiller parecia estar pensando duas vezes.
— É melhor que o seu contato seja confiável, — ele disse a Kota com
um olhar azedo.
— Eu confio nele com a minha vida. — O General de ressaca não
perguntou o que eles estavam vendo. Talvez ele já soubesse. — Ele me
contrabandeou para Cidade das Nuvens e é um antigo aliado da Ordem Jedi.
— É muito bom ouvir isso, — disse Juno, — mas sem saber quem ele é,
você está nos colocando em uma situação difícil.
— Vocês não são os únicos relutantes em dar nomes a estranhos. — O
General bufou. — Se você quer minha ajuda, é assim que você vai
conseguir. Há algo muito valioso para o meu amigo em Kashyyyk. Você o
extrai pra ele e talvez ele concorde em ajudá-lo a lutar contra o Império.
Juno observou o rosto de Starkiller. Ele não mostrou nenhum sinal de
incerteza.
— Fomos vistos, Juno?
— Não. O dispositivo de camuflagem está operando com eficiência
máxima.
— Então nos leve para baixo.
Fez uma saudação zombeteira para disfarçar o seu mal-estar.
— Vai ser complicado manter ocultos aqui, — ela disse enquanto virava
a nave em seu novo curso. — O tráfego não está pesado o suficiente para
desaparecer, mas é suficiente para que alguém nos localize se descermos ao
chão. E não podemos usar a capa para sempre. Se os cristais de stygium
superaquecerem, eles serão inúteis.
— Faça o que puder, — Starkiller disse a ela. — Vou tentar não demorar
muito.
— Foi isso que você disse ao seu último piloto?
As palavras saíram antes que tivesse pensado direito nelas, e se
arrependeu instantaneamente. Kota estava ouvindo, disse a si mesma com
raiva. O ex-Jedi nunca poderia saber quem eram ou o que haviam feito, não
importa o que acontecesse.
Olhou para Starkiller. As suas orelhas estavam queimando. A sua
expressão parecia furiosa.
Juno empurrou a Sombra Invasora para baixo na atmosfera, esperando
que o barulho e a turbulência da entrada encobrissem o fato de que ela
também estava furiosa consigo mesma.

DESLIZANDO SOBRE COLINAS VERDES perto das coordenadas que Kota lhe deu, trouxe
a nave pra baixo e por tempo suficiente para Starkiller pular no dossel da
floresta e descer uma árvore de tronco largo. Não parou para olhar pra trás,
esperando apenas até que a voz dele no comunicador assegurasse que ele
estava seguro. Então estava voando com a nave de volta ao espaço, onde
nenhum rastro confuso ou vigias poderiam trair a sua presença. PROXY
voltou para a câmara de meditação, talvez para praticar a sua representação
de Kota em particular.
Levou meia hora para traçar uma órbita que manteria a nave bem fora do
alcance dos sensores Imperiais. Quando ela terminou, ela olhou por cima do
ombro. O General havia caído em seu assento com os braços cruzados e o
queixo apoiado firmemente no peito. A sua pele estava pálida e tensa. As
suas órbitas estavam afundadas sob as bandagens.
— Fique acordado, General, — disse ela.
— Se realmente não há nada para beber nesta nave, — disse Kota com
um sotaque mal-humorado, — prefiro que você me deixe voltar a dormir.
— O nosso amigo lá embaixo pode precisar de sua ajuda.
— Seu amigo, não meu. — Os lábios de Kota franziram, — Eu nem sei
quem ele é, ou como vocês dois chegaram a possuir uma nave como esta.
Pensou rapidamente. Então o General ouviu o seu comentário sobre os
pilotos anteriores de Starkiller. Ele certamente estava trazendo isso à tona
agora para provocá-la. A opção óbvia era ignorá-lo, mas isso só aumentaria
ainda mais suas suspeitas. Tinha que dizer algo a ele, desde que não fosse a
verdade. Ou pelo menos toda a verdade.
— Nós a roubamos, — disse ela.
— De quem?
— Você não precisa saber.
— Posso adivinhar. Pilotei algumas naves com dispositivos de
camuflagem ao longo dos anos, mas não consigo identificar o som do
hiperdrive desta. É algo novo, provavelmente militar. — Pela rabugice que
ele usava como a sua própria capa disfarçada, podia dizer que ele a estava
testando. — Nosso inimigo em comum, talvez.
Não disse nada. Ele era um Jedi. Se revelasse demais, ele poderia
combinar a Sombra Invasora com a nave em que o assassino de Darth
Vader havia chegado à fábrica de TIE fighters, e isso seria o fim de tudo.
Ele riu baixo em sua garganta, então deu uma tossida longa e forte.
— Não se preocupe, Juno, — ele disse quando a sua voz voltou. —
Dificilmente vou denunciá-los.
— Eu não achei...
— Vocês são fugitivos, assim como eu. Vocês não tem nada a perder.
Só os nossos futuros, ela pensou. As nossas fichas estão limpas.
Poderíamos começar tudo de novo, se quiséssemos.
O seu rosto parecia envelhecer visivelmente. Perguntou-se se ele estava
pensando em todos os amigos e entes queridos que havia perdido ao longo
dos anos, não apenas para a Ordem 66, mas também durante a sua
subsequente insurgência. E a sua visão também. Ele ainda não havia lhe
contado como ficara cego, e nunca havia perguntado. Imaginou que poderia
adivinhar, e que ele nunca iria querer falar sobre isso, com ela ou com
qualquer pessoa.
Ele se levantou com um grunhido.
— Se você não me dá paz e sossego, — disse ele, — vou dormir no
porão de carga.
— Faça isso, General, — disse ela, aliviada por o momento ter acabado e
sem saber exatamente o que havia acontecido entre eles. — Vou ver se
descubro para que serve esse skyhook.
Ele deu um tapinha no ombro dela com desdém e saiu arrastando os pés
da cabine, abrindo caminho tateando o interior rígido da nave.
Juno verificou os instrumentos para se certificar de que ainda estavam
voando corretamente. Starkiller ainda não tinha ligado. Ela se perguntou se
isso era um bom sinal ou o pior imaginável...
C om um impulso desesperado do seu sabre de luz, o
aprendiz matou a última das aranhas gigantes que o emboscaram nos
níveis mais baixos da floresta. Criaturas horríveis com corpos gordos e
pigmentados de vermelho e a tenacidade além de qualquer razão, quase se
perguntou se elas viam a sua fuga potencial como uma afronta pessoal e
também como almoço perdido, elas o rastrearam por mais de um
quilômetro antes de finalmente lançar a sua armadilha. Mal começou a se
perguntar sobre a escassez de perigosos habitantes da vegetação rasteira de
Kashyyyk em sua vizinhança, cinco das tecedeiras gigantes de repente
convergiram até ele de uma só vez, balançando em grossos fios de teia com
mandíbulas levantadas e pingando veneno. Mal havia sobrevivido à
emboscada.
Mais sábio agora, e salpicado de espesso icor verde, trocou a vegetação
rasteira pelos níveis superiores da floresta. Estava demorando muito para se
aproximar das coordenadas que Kota lhe dera. Saltando de galho em galho,
subiu duzentos metros antes que a luz começasse a aumentar
consideravelmente. Tal era a escuridão perpétua abaixo que sentiu como se
estivesse subindo das profundezas da água.
Kota não lhe disse o que havia nas coordenadas, e não havia enviado a
Sombra Invasora para descobrir. Queria aprender por si mesmo, testar a
memória, a confiabilidade e a palavra do velho General.
Assim que teve certeza de que estava fora do território das aranhas
mortais, tomou uma direção mais nivelada, embora ainda ligeiramente
inclinada pra cima. A copa da floresta se estendia pelo menos mais meio
quilômetro acima dele, consistindo nos galhos de árvores poderosas
sobrepostas umas às outras para apoio e carregando muitos milhares de
espécies em seus amplos terraços. Os reinos animal, vegetal e até mineral
floresciam em todos os lugares que ele olhava. Os pássaros voavam em
bandos complexos em torno de áreas de nidificação como pequenas
cidades. Insetos rastejavam e enxameavam em fendas seiva na casca. Solo
de matéria vegetal em decomposição e poeira transportada pelo ar se
acumulavam nas juntas entre galhos e troncos, criando oásis para plantas
folhosas e vinhas espalhadas. O ar fresco estava cheio de sons de animais e
farfalhar de folhas.
Era muito diferente de Felucia, onde tudo parecia inchado com a
umidade e a Força, sempre à beira de estourar. Aqui a vida era dura e afiada
como uma faca. Virar as costas era muito, muito perigoso.
De volta a um domínio relativamente seguro, saltando ou balançando em
trepadeiras de galho em galho, o aprendiz foi capaz de retomar o
pensamento sobre o que tinha visto de órbita.
Um skyhook.
Surpreendente o suficiente por si só. Apenas um punhado existia na
galáxia, e a maioria deles estava em Coruscant. Mas não foi isso que o
impressionou.
Quando a Sombra Invasora desceu à superfície do mundo, viu o skyhook
de um ângulo diferente. Pegando os últimos raios do sol, parecia uma linha
de fogo alcançando o céu...
...até um ponto em órbita baixa onde um aglomerado de pequenas luzes
se reunia.
Já tinha tido aquela visão antes, do skyhook sobre Kashyyyk. Chegou a
ele enquanto estava inconsciente no laboratório secreto de Darth Vader,
passando por uma cirurgia para os terríveis ferimentos que o seu Mestre
havia infligido. Pensou que essas visões não passavam de sonhos, fantasias
sem sentido lançadas por seu subconsciente enquanto o seu corpo estava
sob coação.
Eles poderiam de fato ter sido vislumbres de seu futuro?
Não sabia. Certamente nunca havia alcançado a previsão antes, não por
meio da meditação ou de qualquer outra provação que mesmo havia feito,
mas isso não a descartava. Estava suspenso entre a vida e a morte por
meses. Quem sabia que dificuldades havia enfrentado no caminho de volta
à sobrevivência? Seria tolice descartar essa possibilidade, pois as visões
poderiam conter informações que poderiam ajudá-lo nessa jornada
específica e em outras.
Lutou para recordar mais detalhes da visão, mas achou difícil. As suas
memórias estavam confusas. Algo sobre o cheiro de carne crua e Darth
Vader falando sobre alguém que havia morrido. A sugestão de mais era
tentadora, mas inútil por si só. Precisava de algo tangível ou então isso só
iria distraí-lo.
Na visão, a visão do skyhook parecia vir de uma perspectiva no nível do
solo. Não poderia haver muitos lugares oferecendo isso em Kashyyyk. E
havia mais alguém com ele. Uma jovem mulher. Juno, talvez?
Franziu a testa, sentindo que estava se desviando da verdade da visão,
seja lá o que fosse. Não era Juno. Alguém. Alguém desconhecido.
Amigo ou inimigo?
A visão estava esgotada, e também por tentar extrair mais dela. Sentia-se
sobrecarregado desde que chegara a Kashyyyk. Havia algo no ar do lugar,
nas árvores, na cor do sol, e isso o incomodava. Se a fonte não era a visão,
então o que poderia ser?
Abandonou a tentativa e se concentrou apenas em transpor as bordas
superiores da floresta.
Ao se aproximar das coordenadas que Kota lhe dera, o som da indústria
se elevou sobre o ambiente natural de Kashyyyk.
O primeiro a chegar aos seus ouvidos foi o som de uma nave decolando.
O seu gemido plano e metálico aumentou, quase ao nível de ser doloroso,
então desapareceu para o oeste. Pássaros irromperam das árvores ao seu
redor, acrescentando o seu próprio clamor ao resultado. Quando eles se
acomodaram, ouviu o barulho dos Transportes Balmorranos de Batedores
para Todo o Tipo de Terrenos. As máquinas bípedes de aparência
desajeitada conquistaram a antipatia interminável do aprendiz em Duro,
para onde Darth Vader o enviara para derrubar um déspota local que havia
crescido demais para as suas botas Imperiais. As máquinas eram pesadas e
sem graça, mas problemáticas em mãos proficientes. Esperava poder ficar
fora de suas miras enquanto estivesse em Kashyyyk.
Landspeeders zumbindo, vibro serras zumbindo e o zumbido de um
gerador chegaram até ele quando se aproximou de sua fonte coletiva. Ficou
momentaneamente confuso sobre como um assentamento tão grande
encontrou um ponto de apoio seguro na floresta perigosa. A resposta lhe
veio em pouco tempo.
A floresta acabou como se uma faca tivesse sido esculpida nela e as
árvores de um lado raspadas. Pela primeira vez em milênios, a terra crua e
cicatrizada estava exposta ao sol nu, cheia de raízes mortas e misturada
liberalmente com lascas de madeira angulosas. O terreno descia em um
grande vale até o leito de um rio sufocado, depois se inclinava novamente
para um cume que teria parecido proeminente em qualquer outro mundo,
mas que permanecia diminuído pelas árvores que se amontoavam
ressentidamente em torno da área desmatada. No cume do outro lado do
vale havia uma pousada, claramente a casa de alguém importante, servindo
como base Imperial, repleta de posições de armas e antenas parabólicas,
plantado acima da floresta com uma plataforma de pouso de transporte de
um lado.
De onde estava agachado, podia ver vários degraus que levavam à
entrada principal. Um único transporte descansava na plataforma, com os
seus braços dobrados recatadamente pra cima sobre o seu corpo. AT-STs
desfilavam lá embaixo com um ar de ferro inexpugnável, sombreados por
droides de todas as formas e tamanhos. Stormtroopers patrulhavam o
perímetro do alojamento com rifles blaster prontos, alguns reunindo
Wookiees em três ou quatro grupos. Os nativos altos e peludos do planeta
pareciam estar usando algemas, embora fosse difícil entender o motivo a
uma distância tão longa.
O aprendiz observou tudo isso de um alto ponto de vista na orla da
floresta, agachado em um galho fino como um macaco lagarto Kowakiano.
Não havia nenhum caminho óbvio para o alojamento que ele pudesse ver.
Talvez com um pouco mais de informação, pudesse bolar algum tipo de
plano.
Lá de baixo veio o estalo metálico do vocalizador de um stormtrooper.
Exatamente o que precisava.
Caindo com aparente ausência de peso pelos galhos, pousou entre os
membros de uma patrulha de dois homens. Antes que qualquer um deles
pudesse soar o alarme, ele ergueu a mão esquerda e ordenou que um deles
dormisse. Enquanto aquele soldado caía suavemente no chão, o segundo
caiu sob a influência de um truque mental diferente.
— Você não está alarmado, — ele disse ao oficial. — Tenho autorização
para estar aqui. Na verdade, você estava me esperando.
O homem do capacete branco anônimo assentiu. Está tudo em ordem,
senhor. Mas não posso explicar o que deu em Britt aqui... Ele chutou o seu
companheiro inconsciente com uma bota branca.
— Britt não é problema seu. Você quer apenas me ajudar.
— Sim senhor. Estou a sua disposição. Como posso ajudá-lo?
O capacete branco tombou inquisitivamente para o lado, e o aprendiz
agradeceu pelas mentes pequenas da maioria dos stormtroopers.
— Diga-me quem está no comando aqui.
— Capitão Sturn, senhor.
— E onde eu o encontraria?
— Na cabana com o hóspede, senhor, se ele não estiver caçando.
— Quem é o convidado?
— Eu não sei, senhor, mas estamos sob ordens estritas de mantê-lo fora
de perigo. Esses Wookiees são brutos irracionais.
O aprendiz ignorou o insulto especista.
— Esta pessoa é um hóspede ou um refém?
— Não sei, senhor.
— Você pode me mostrar os quartos de hóspedes?
— Não estou autorizado para essa área, senhor. — Novamente o
capacete se inclinou. — Por que você não faz essas perguntas ao capitão
Sturn?
O seu controle sobre a mente do stormtrooper estava diminuindo. Antes
que pudesse cair completamente, o aprendiz perguntou a ele sobre os
Wookiees.
— O que estamos fazendo com eles, senhor? Ora, dando a eles o que eles
merecem. Animais imundos e estúpidos. Ei, você não é um desses tipos
simpatizantes, é? Um deles rasgou o meu líder de pelotão membro por
membro, bem na minha frente. Eu mataria todos eles, como o capitão
Sturn...
— Chega, — Acenou com as mãos no rosto do stormtrooper e deu um
passo pra trás para evitar o seu colapso. Deixando o par onde estavam, se
dissolveu nas sombras da vegetação rasteira e começou a circular a enorme
clareira. O alojamento em seu coração foi construído resistente, sem pontos
fracos óbvios. O outro lado projetava-se sobre o cume, na floresta virgem.
Não queria se envolver em outra emboscada de tecelão se pudesse evitar.
De qualquer forma, seria necessário um exército para entrar lá, ou poder de
fogo acima e além de qualquer coisa que ele tivesse à mão, a menos que ele
roubasse algumas das granadas de concussão dos Imperiais ou colocasse a
mão em um canhão blaster...
Um lento sorriso surgiu em seu rosto. Não precisava de nada disso. Tinha
o lado sombrio da Força ao seu lado. Voltando para as árvores, partiu para
encontrar o melhor lugar possível para lançar um ataque.
Apenas uma vez, quando o cheiro de um combustível distante atingiu as
suas narinas, a estranha sensação de desorientação o atingiu novamente.
Colocou isso firmemente fora de sua mente. Dezenas de stormtroopers
estavam em seu futuro imediato, e todos eles estariam ansiosos para mantê-
lo longe de seu objetivo. Ele lhes daria motivos para reconsiderar.
D entro de meia hora depois de hackear no computador
central Imperial local, Juno teve exatamente meia resposta.
O objetivo do skyhook era transportar os escravos Wookiee da superfície
de Kashyyyk para a órbita baixa, de onde seriam levados para outro lugar.
Para onde deveriam ser levados, no entanto, estava escondido por um
nível de segurança mais profundo do que poderia penetrar. E a questão do
porquê era completamente obscurecida. Após aquela meia hora produtiva,
houve uma pesquisa frustrante em todos os registros disponíveis,
procurando por qualquer tipo de pista, mas não encontrando nenhuma.
Estava tão no escuro nesse ponto quanto no começo.
Soube que o próprio Darth Vader havia visitado o planeta anos antes,
mas isso parecia ser um assunto completamente diferente.
Inclinando-se pra trás em seu assento, passou os dedos pelos cabelos e se
espreguiçou. Starkiller estava ocupado em solo. Kota estava de volta ao
porão. PROXY ainda estava se divertindo. Acabara de lhe ocorrer que, no
momento, estava completamente sozinha.
Inclinando-se para a frente novamente, os seus dedos começaram a bater
nas teclas. Certos registros Imperiais foram duplicados por toda a galáxia.
Eles vieram com todas as forças invasoras, atualizando as redes locais e
mantendo-se atualizados baixando novas informações das naves capitais
que passavam. Assim, a administração do Império se manteve consistente
em muitos milhares de mundos habitados, pois de que outra forma os
governadores distantes saberiam sobre novas leis e nomeações, ou
criminosos procurados que poderiam cruzar as suas fronteiras?
Os dados da Academia Imperial faziam parte desse descarregamento
automático. Criptografado, é claro, mas Juno conhecia as chaves de cor.
Disse a si mesma que estava apenas curiosa. Callos tinha sido há menos de
um ano. Não ouviu nada sobre os seus antigos amigos e colegas durante
todo esse tempo. Seria desumano não questionar...
O Esquadrão Oito Negro era uma unidade de elite com reputação de
disciplina e crueldade. Do lado de fora, podia ver como a sua composição
foi cuidadosamente mantida por Darth Vader para garantir que ambas as
qualidades permanecessem imaculadas. A liderança e os pilotos
frequentemente eram trocados, um fato obscurecido pelo ar de mística que
cercava o esquadrão. Os de dentro nunca falavam sobre os seus
companheiros de ala ou missões; os de fora nunca especularam. Eles
fizeram o trabalho. Isso era tudo o que importava.
Tinha orgulho de voar como líder de esquadrão, mas o seu tempo no
comando foi breve. Isso, aprendeu, era normal. O seu antecessor, com quem
havia voado apenas duas vezes, durou um pouco mais do que ela. O seu
antecessor durou apenas um único mês antes de ser transferido por Darth
Vader para uma posição que não conseguiu rastrear. Ambos os pilotos
foram listados como mortos.
Perguntou-se se algum deles tinha voado para Starkiller.
Afastando-se dessa infrutífera linha de especulação, investigou as
carreiras dos pilotos com quem havia voado. Um terço deles ainda estava
no esquadrão. Um terço estava morto, morto em ação, presumiu, embora
apenas a metade estivesse listada como tal. O restante foi promovido.
Lendo a lista de avanços, se irritou. Um piloto com o indicativo de
chamada Redline foi promovido a chefe de esquadrão em sua ausência.
Redline era, em sua experiência, o ser mais frio, cruel e menos atencioso
com quem já havia voado. Tinha sérias preocupações sobre a sua saúde
mental, descrevendo-o em seus registros de vôo como psicopata e
constantemente penalizando-o por usar força excessiva. Ele era um dos três
subordinados a ela que reclamaram da retirada de Callos. O esquadrão
deveria ter ficado, eles argumentaram, e terminado o trabalho.
O mundo havia morrido. Não conseguia ver o que faltava para terminar.
E agora aqui estava ele, comandando o esquadrão de TIE fighters mais
temido de todo o Império.
Podia ver como isso se encaixava na visão distorcida da galáxia de Darth
Vader. O que havia considerado uma unidade unida, quase uma família,
agora sabia que era totalmente disfuncional, o produto de uma tirania
impulsionada pelo medo e pela ganância. Se tivesse ficado com o Oito
Negro, teria sido forçada a cometer atrocidades como Callos repetidas
vezes, como Redline sem dúvida estava fazendo agora, ou teria resistido e
sido alvejada por desobedecer ordens.
Entendia, mas isso não significava que gostava, nem um pouco. Outros
pilotos promissores foram completamente desprezados. O substituto que ela
havia recomendado, Chaser, ainda estava voando em quarto lugar. E
Youngster, o piloto que a seguira até o esquadrão, um graduado alegre que
ela tinha certeza de que a perseguiria rapidamente nas fileiras dos oficiais
alistados, era...
Levou quinze minutos para descobrir o que havia acontecido com ele.
Ele havia deixado o esquadrão, vivo, aparentemente, um dos poucos
transferidos enquanto ainda era capaz de voar, mas a partir daí o seu
progresso era difícil de acompanhar. Ele havia sofrido uma mudança de
opinião, ao que parecia, mas não grande o suficiente para resultar em
execução. Ele voou em transportes por um tempo e depois voltou ao serviço
ativo como sentinela em canteiros de obras Imperiais. Ele tinha visto
combate em vários pontos críticos, mas nada de especial. A sua última
postagem...
Juno olhou para a resposta por um minuto antes de aceitar que poderia
ser verdade. Youngster estava estacionado em Kashyyyk.
Uma terrível mistura de desejo e medo a invadiu. Com um toque de um
botão, poderia abrir um canal de comunicação e saudar o seu antigo
companheiro de esquadrão. A sua voz familiar enchia a cabine e por um
momento, apenas um minuto ou dois, podia sentir como se pertencesse
novamente. Poderia voltar no tempo e esquecer as traições e o futuro
incerto que se estendia à sua frente. Poderia ser uma talentosa piloto
Imperial novamente, segura de que nada poderia mudar isso.
Um interruptor. Nem precisava dizer quem era. Eles poderiam dar um
aperto de mão verbalmente e isso seria o suficiente. Que mal isso faria?
Estremeceu. As suas mãos estavam apertadas no colo e as manteve lá
para que não a traíssem.
Não podia voltar, nem por um minuto. Chamar um esquadrão Imperial
enquanto Starkiller estava no chão arriscava explodir tudo. Nada valia isso.
Nem mesmo falando com alguém que já havia chamado de aliado e agora
considerava o seu inimigo, provavelmente. Se ele soubesse que ainda
existia...
As suas mãos trêmulas retornaram ao teclado. Lentamente, digitou o seu
próprio nome.
Os seus arquivos não eram mais restritos. Na verdade, eles surgiram
imediatamente. Leu o resumo de sua carreira como se fosse o seu próprio
obituário. Em um sentido muito real, era exatamente isso.
Espiã... traidora... executada pelo comando Imperial.
Não havia espaço para dúvidas. Não podia voltar. Nem reconhecia a vida
que deveria ter tido. O seu registro foi adulterado. Todas as suas principais
conquistas se foram. Mesmo Callos não avaliou uma menção. Havia sido
reduzida a uma piloto de caça inepta que, de alguma forma, conseguiu uma
chance de sorte no esquadrão principal da galáxia e depois decepcionou a
sua equipe. Pior, ela se voltou contra eles. A mulher no registro merecia
aquele tiro de blaster fictício. Isso era exatamente o que a velha Juno
Eclipse teria acreditado.
A velha Juno Eclipse não existia mais. A nova Juno Eclipse estava com
raiva por ter sido reduzida tão facilmente, mesmo em um registro oficial
com o qual não se importava mais. Ou acreditava não se importar. Se isso
tivesse acontecido com ela, quantas vezes teria acontecido com outras
marcas traidoras, como a sua própria mãe?
Perguntou-se por um instante o que o seu pai pensava. Então decidiu que
não se importava.
Pelo menos foi considerada morta. Agarrou-se a essa certeza, mesmo
quando a fúria fervilhava nela. E estava lutando de volta.
A garganta raspada de Kota a fez pular e limpar a tela com culpa, antes
de lembrar que ele era cego.
— Acho que chegou a hora de verificar o seu amigo, — disse o General.
— Ele está quieto um pouco demais.
— Você tem razão. E tenho certeza de que ele gostaria de saber o que
descobri. Deu a notícia de que os escravos Wookiee seriam transportados
para outro lugar por um motivo desconhecido. — Você acha que o seu
amigo no Senado sabe alguma coisa sobre isso?
— Tenho certeza disso, — disse Kota.
— Você acha que é por isso que estamos realmente aqui?
— Acho que é possível resolver dois problemas com uma solução. Ou
fazer a tentativa, de qualquer maneira.
— Acho que vamos ver o que vamos ver. — Ela começou a abrir um
canal de comunicação, então percebeu o que havia dito, — Oh, me
desculpe.
— Não há necessidade de se desculpar, — disse Kota rispidamente. — É
apenas uma figura de linguagem.
Todas as conversas entre eles morreram. Do comunicador de Starkiller
veio o som de máquinas gritando.
J uno estava tentando
ser importante.
lhe dizer alguma coisa, e parecia que podia

Fosse o que fosse, teria de esperar.


O pé de um Walker AT-ST caiu bem ao lado dele, fazendo cada dente de
sua boca tremer. O aprendiz não diminuiu o passo. Havia cronometrado a
sua corrida perfeitamente, desviando das granadas de concussão e raios de
energia disparados pelo artilheiro e se aproximando por baixo, onde o
revestimento era mais fraco. A cabeça volumosa girou e virou acima dele,
tentando acertar o homem sem armadura que ousou atacá-la sozinho. Podia
ler a descrença do piloto em segunda mão através do movimento da
máquina.
O aprendiz respirou fundo e executou uma cambalhota aérea acrobática
que colocou o seu sabre de luz ao alcance de ambas as articulações do
joelho, três junções de controle e o motor de acionamento. O AT-ST
estremeceu no meio do caminho quando o dano que ele infligiu foi
registrado em seus complexos sistemas. O bater interminável de suas armas
vacilou.
O aprendiz tocou o chão e parou. Com um gemido de metal torturado, o
AT-ST conseguiu dar meio passo e então caiu de ponta-cabeça no chão.
Poeira se levantou do solo devastado. Antes que pudesse se acalmar, o
aprendiz estava se movendo novamente, desviando de uma rajada de tiros
de canhão de um stormtrooper à direita dos degraus principais da cabana.
Mais dois AT-STs estavam se aproximando dele de ambos os lados,
esperando cercá-lo.
O seu sorriso não tinha desaparecido nem um pouco. A mira dos troopers
deixou muito a desejar. Cada projétil que chegava ao seu alcance, desviava
de volta para o ponto de origem ou para a porta principal da cabana, mas
tantos deles estavam completamente perdidos que o resto foi descarregado
inutilmente na terra. Ele correu em direção aos troopers, deliberadamente
tornando-se um alvo mais fácil. Capacetes brancos ergueram-se em
surpresa, depois desceram em concentração.
Um tiro de sorte, ele os imaginou pensando. Só um tiro de sorte.
Mostraria que não existe sorte. Não contra ele, de qualquer maneira.
Uma enxurrada de fogo de energia o envolveu. Começou a direcionar
parte disso para os AT-STs que se aproximavam, deixando marcas pretas de
queimadura em suas armaduras dianteiras. Motoristas e artilheiros
intensificaram sua carga, sabendo que a sua abordagem também os tornava
melhores alvos. Uma chuva de granadas de concussão caiu em sua direção.
Desviou todas elas em direção à porta do alojamento, com cuidado para
evitar qualquer coisa que se parecesse com um quarto de hóspedes.
Sirenes gemiam. Stormtroopers gritavam. O zumbido dos motores ficou
cada vez mais alto.
Quando os dois AT-STs estavam a dez metros dele, formando um
triângulo equilátero com a posição do canhão do stormtrooper, parou. O seu
sabre de luz girou como uma hélice, movendo-se sem o seu pensamento
consciente. A Força fluiu através dele como um raio, alimentando os seus
instintos e enchendo-o de força. Por um segundo inteiro ele fechou os olhos
e deixou seus braços se moverem em perfeita sincronia com os raios de
energia. Nem fazia mais parte da equação. Era um espectador, um
observador privilegiado em um balé mortal, mas belo.
Abaixou a cabeça e se concentrou. Os AT-STs estavam se aproximando
mais devagar agora, com os seus motoristas e artilheiros pressentindo a
vitória: nenhum humano comum poderia sobreviver a uma rajada por muito
tempo. Eles estavam errados mil vezes. Quando os AT-STs começaram a
acelerar novamente, os seus motoristas foram pegos momentaneamente de
surpresa. Então eles recuaram em seus controles, sem sucesso. As suas feras
de metal pesado ganharam velocidade constantemente, as trajetórias
mudando a cada passo cambaleante. Acelerando sem parar, eles
convergiram para um ponto diferente daquele que originalmente
almejavam: não mais o aprendiz, mas um pedaço de terreno vazio a poucos
metros de distância.
O aprendiz girou e abriu os olhos uma fração de segundo antes de
colidirem. Erguendo a mão livre, ele lançou um poderoso raio nas conchas
da armadura. A energia percorreu fios e cabos profundamente nos
compartimentos de carga e nos depósitos de munição, acionando as travas
de segurança e acionando detonadores. Energia gerou energia.
Saltou verticalmente pra cima um único instante antes da primeira
explosão e foi levantado ainda mais alto pela rajada de ar quente que
irrompeu em seu rastro. Caiu e torceu com a Força cantando através dele,
impulsionado pela deliciosa sensação de leveza e uma morte bem evitada.
Uma bola de chamas vermelhas se espalhou pelo chão, envolvendo a
posição do canhão. Corpos de armaduras brancas voavam por toda parte.
Atingiu o ápice de seu salto e começou a descer. Foi quase uma pena
descer ao chão, mas ele sabia que não poderia voar para sempre. Rolando
para perder um leve excesso de impulso, ele ficou de pé imediatamente,
cercado por destroços e envolto em fumaça. Um rápido olhar por cima do
ombro lhe disse tudo o que precisava saber. Apenas um dos AT-STs
arruinados ainda estava de pé. Uma espessa fumaça preta saiu de sua janela
quebrada. O outro estava em pedaços, destruído por seu próprio armamento.
O campo de batalha estava parado. Os seus ouvidos zumbiram por quase
meio minuto antes que o barulho desaparecesse. Tudo estava em silêncio,
exceto pelo tique-taque do metal enquanto esfriava. A resistência Imperial
havia desmoronado. Ou matou todos eles ou os sobreviventes voltaram para
outra posição defensiva.
— Agora, o que você estava dizendo? — ele perguntou a Juno enquanto
subia os degraus que levavam à porta da frente da cabana. O revestimento
blindado que antes o mantinha seguro pendia de uma única dobradiça
derretida, destruída pelos tiros que havia desviado de canhões e Walkers.
— O skyhook, — Juno disse a ele. — É para tirar os escravos Wookiees
do planeta à força.
— Isso não é importante agora, — interrompeu a voz áspera de Kota, —
Onde você está?
O aprendiz descreveu o chalé ao entrar em seu vestíbulo em ruínas.
Manteve o seu sabre de luz pronto, mas os únicos seres em evidência eram
um trio de droides de protocolo nervosos.
— Parece que não há ninguém por perto.
— Você está muito perto do seu objetivo. Não se deixe distrair.
— Quer me dizer o que estou procurando?
— Paciência, garoto. Você saberá.
O aprendiz grunhiu afirmativamente. Caminhou pelo corredor principal,
chutando portas abertas e usando a Força para aprimorar os seus sentidos
físicos. O cheiro de comida queimada vinha da cozinha. Ignorou.
— Algo... — disse ele, um instinto levando-o para a parte de trás do
chalé, — Alguém...
Dobrou uma esquina e entrou em um longo corredor de madeira forrado
com obras de arte de cerâmica bidimensionais. Dois stormtroopers e um
Guarda Imperial vigiavam uma porta trancada no final. Os soldados
levantaram os seus rifles blaster quando apareceu. O bastão sabre do guarda
já estava ativado.
— Espere, — disse ele a Kota. — Acho que estou chegando perto.
Os troopers começaram a atirar antes que desse dois passos na direção
deles. Eles estavam mortos muito antes que chegasse à porta, mortos por
seu próprio fogo refletido. A Guarda Imperial durou quase o mesmo tempo,
derrubada com quatro golpes rápidos de sabre de luz e então chocada com
um raio ao cair de costas no chão. O aprendiz assentiu, satisfeito por suas
habilidades terem melhorado desde Nar Shaddaa.
Olhando pra trás por cima do ombro, assentiu novamente. Nenhuma obra
de arte foi danificada.
Minha boa ação do dia, pensou enquanto queimava a fechadura e usava
a Força para empurrar a porta.
O quarto do outro lado era luxuosamente mobiliado, e com muito bom
gosto, considerando o seu falecido proprietário. Dezenas de madeiras
diferentes forneciam contrastes sutis entre paredes, cornijas, pisos e tetos,
com uma enorme janela saliente do outro lado com vista para a floresta. À
distância, claramente visível contra o céu azul, estava a linha brilhante do
skyhook.
Em vez do déspota local, se viu diante das costas de uma mulher esguia e
encapuzada, vestida de branco. Ela ficou de frente para a vista com um
droide astromecânico azul e branco ao seu lado e, embora ela não se virasse
para ver quem havia entrado pela porta, percebeu que ela estava ciente de
sua presença.
Deu dois passos em direção a ela e ativou o seu comunicador para que
Juno e Kota pudessem ouvir.
— Eu deveria ter esperado que o Imperador enviasse um assassino, — a
mulher disse, soando mais irritada do que preocupada. — É uma tática de
covarde.
— Eu não sirvo o Imperador.
A mulher se virou e baixou o capuz. Não uma mulher, percebeu, mas
uma adolescente de sua idade, com cabelos castanhos presos em rabos de
cavalo sobre os ombros. Ela o estudou com um ceticismo cansado do
mundo.
— Eu disse ao capitão Sturn para me poupar da farsa, e agora estou
dizendo a você...
— Não, sério, — disse ele, levantando a mão para interrompê-la. —
Estou aqui com Mestre Kota.
— Mestre Kota está morto, morto acima de Nar Shaddaa. Meu pai...
Ela se conteve.
— Seu pai? — Ele deu um passo mais perto, juntando várias peças de
um quebra-cabeça. O amigo de Kota... o item 'muito valioso' que deveria
extrair... — Há quanto tempo o seu pai está alimentando Kota com
informações sobre alvos Imperiais?
Ela o olhou com cautela.
— Como você sabe...
— Mestre Kota me disse ele mesmo. Ele sobreviveu a Nar Shaddaa.
Fomos enviados para encontrá-lo. Acho que você deveria vir comigo agora.
O seu ceticismo aumentou.
— Não posso partir, não enquanto o planeta estiver escravizado.
— É para isso que você está aqui?
— Não, — Sua resposta foi cortante e raivosa. — Sou uma observadora
senatorial nomeada pelo próprio Imperador. O meu trabalho é supervisionar
a construção dessa monstruosidade. — Ela inclinou a cabeça para a visão
do skyhook elevando-se sobre a floresta. — Ele não pode me matar, mas
pode me manter ocupada e enviar uma mensagem para o meu pai ao mesmo
tempo. Um covarde, como eu disse, mas inteligente, bem versado nas artes
da coerção e manipulação.
O aprendiz assentiu em compreensão.
— Eu mesma não sou tão inofensiva, — disse a jovem, apontando com o
queixo para o sabre de luz, — Eu sei o que é isso. Se você for realmente um
Jedi, então entenderá por que não posso ir embora.
— Mas o seu pai...
— O meu pai não está aqui. — Ela se voltou para a janela. — Assim que
o skyhook estiver completo, o Império poderá transportar os escravos
Wookiee a sério. Aldeias inteiras serão retiradas do mundo em questão de
dias. R2-D2?
O pequeno astromecânico rolou até o par, parando entre a sua dona e o
aprendiz. Chilreando e assobiando, projetou um holograma branco azulado
padrão de uma construção maciça, de forma circular, com laterais
reforçadas e âncoras reforçadas cavando profundamente na rocha exposta.
A imagem girava lentamente no ar enquanto Leia explicava ao aprendiz seu
plano.
— R2 e eu estivemos estudando o skyhook daqui. Acho que sei como
derrubá-lo. Essas são as amarras. Desative-as e o skyhook se desprenderá
do planeta, causando uma reação em cadeia que deve destruir a plataforma
orbital antes que possa ser usado.
O aprendiz estudou a imagem, procurando alguma forma de discernir a
escala da construção. Ele o encontrou na forma de uma minúscula figura
humana, diminuída pelas amarras. Isso não foi muito encorajador.
— Destruir isso não vai parar o Império por muito tempo, — ele disse.
— Eles vão apenas construir outro.
— Eventualmente, talvez. Mas você dará aos Wookiees restantes uma
chance de desaparecer. — Ela cruzou os braços sobre o peito como se o
desafiasse a discordar. — Por onde você veio, há um tubo de transporte que
desce até o chão da floresta. Estará cheio de Imperiais, limpando a
vegetação rasteira, mas levará você até a base do skyhook.
— Tudo bem, — disse ele, apesar de sérias dúvidas. Se ele quisesse levá-
la para fora do mundo, ele precisaria fazer o que ela disse, — Mas e você?
— A minha nave ainda está na plataforma de pouso, presumo.
— Sim, mas não farei nenhuma promessa sobre o piloto.
— O que faz você pensar que eu preciso de um? — Ela lançou-lhe um
sorriso por cima do ombro e acrescentou com mais gravidade: — Por favor,
diga ao meu pai que estou bem.
— Eu vou.
Então ela se foi.
— V OCÊ CONSEGUIU TUDO
perguntou da superfície do planeta.
ISSO? — Starkiller

— Nós conseguimos, — respondeu Juno, sentindo-se decididamente


ambivalente sobre o novo empreendimento. Embora feliz por terem
conseguido atingir o objetivo dado a eles pelo amigo de Kota no Senado, a
proximidade contínua do perigo a fez suar em seu assento. Starkiller
provavelmente não sairia do chão tão cedo, e os cristais de stygium não
durariam para sempre. — Você vai fazer o que ela diz?
— Já estou fazendo isso, — respondeu ele.
— Você e a sua única solução, — ela murmurou para Kota.
— Está tudo bem aí em cima? — Starkiller perguntou a ela.
— Estamos matando o tempo, — disse ela. — Pra onde você acha que os
Wookiees estão sendo levados, e por quê?
— Seu palpite é tão bom quanto o meu. Eles são fortes e inteligentes. Se
não fosse por sua tendência de arrancar a cabeça das pessoas quando elas
ficam com raiva, eles seriam excelentes escravos.
— Existem maneiras de contornar isso, — disse Kota severamente.
— O que você quer dizer? — perguntou Juno.
— Vínculo, — ele disse a ela. — Wookiees têm um grande senso de
família. Os laços entre eles são extremamente estreitos. — Os seus lábios se
torceram. — É por isso que os Jedi não tinham família. Era a única maneira
de permanecer objetivo.
— Ser objetivo obviamente não foi o suficiente, — disse Juno.
O General apenas fez uma careta.
— Kota, — veio a voz de Starkiller do chão. — Quero que você passe a
mensagem dela para o pai dela, seja ela quem for.
— Tudo bem, — disse o General, voltando-se para o teclado, — Vou
tentar.
O silêncio desceu sobre as comunicações. A dupla na Sombra Invasora
esperou em silêncio por algum tempo, ele batendo nas teclas, envolvido em
pensamentos infelizes, e se perguntou o que estava acontecendo com
Starkiller no chão. Escaneou os bancos de dados da nave em busca de
informações sobre as florestas de Kashyyyk e não se sentiu nem um pouco
tranquilizada. Se ele não estava sendo alvejado por Imperiais convergindo
para a cena de seu distúrbio anterior, ele provavelmente estava sendo
comido por blastails ou esmagado em polpa por um terrível minstyngar.
Depois de um longo período de digitação, pontuado por roncos irritados
e resmungos preocupados, Kota empurrou o teclado para o lado e saiu da
cadeira. Com um explosivo.
— Gah! — ele cambaleou pra fora da ponte, batendo nas paredes para
encontrar o caminho.
— Algo errado? — ela o chamou.
Ele não respondeu. Com um silvo, a porta da sala de meditação se abriu.
Deu de ombros e o deixou em paz. Se ele não queria falar, não poderia
forçá-lo.
Passando dos muitos perigos de Kashyyyk, passou a pesquisar o design
do skyhook. Isso a deixou distraída, mas dificilmente tranquilizada.
Com um leve estalo, a voz de Starkiller veio pelo comunicador.
— General Kota?
— Ele não está aqui agora, — disse ela.
— Traga-o, — disse ele, — Eu... eu acho que encontrei alguma coisa.
Havia uma pontada em sua voz, algo novo e estranho. Não hesitou.
— Kota! — ela chamou por cima do ombro, — Kota, venha cá!
O General apareceu em um instante. Sem bater na parede ou hesitar, ele
saiu da sala de meditação e correu para a cabine.
— O que foi?
Apontou para o comunicador. Ele corrigiu e Starkiller repetiu o que
havia dito antes.
— O que você encontrou, exatamente? — o General perguntou a ele, um
olhar preocupado se espalhando por seu rosto.
— Apenas uma velha cabana, — disse Starkiller. — Uma ruína, na
verdade. Mas parece familiar. — Juno podia ouvir a tensão em sua voz. —
Tenho sentido algo estranho desde que cheguei a Kashyyyk. Há uma grande
escuridão na floresta. E... sim, tristeza. Algo aconteceu aqui.
Kota falou com ênfase urgente.
— Afaste-se, garoto. Continue com a sua missão. Há algumas coisas que
você não está pronto para enfrentar.
— Por que? — Starkiller perguntou. — O que há dentro?
— Como eu deveria saber? O meu vínculo com a Força foi cortado. Kota
afundou no assento do copiloto, sua expressão dura. — Se você entrar,
enfrentará o que estiver lá sozinho.
Starkiller não respondeu a isso. Juno se empoleirou na ponta de seu
assento, esperando que ele dissesse algo, qualquer coisa. Através do assobio
do canal de comunicação aberto, ela pensou que podia ouvi-lo respirando.
— O que ele está fazendo? — ela perguntou a Kota.
Ele a silenciou com um gesto.
Os minutos se arrastaram e lentamente Juno se convenceu de que
Starkiller não havia entrado na cabana. Apesar do anseio terrível que ela
ouviu em sua voz, ele atendeu ao conselho de Kota e seguiu em frente, e
agora estava se aproximando da base do gancho. Logo ele ligaria para pedir
conselhos e os seus medos nebulosos seriam dissipados. Iria rir e se sentir
tola, e tudo voltaria ao normal.
Então Kota enrijeceu ao lado dela, como se tivesse sido tocado por algo
frio e pegajoso na nuca. Um músculo em sua bochecha direita se contraiu.
Ele engasgou em voz alta e alcançou o console de controle para se apoiar.
Ele cedeu.
— Eu disse para você deixar pra lá, garoto, — ele disse com um suspiro.
Juno supôs que normal poderia ser algo que ela nunca experimentaria
novamente.
O aprendiz ficou olhando para a ruína que havia
encontrado, imaginando por que esta havia chamado a sua atenção
entre as dezenas que havia tropeçado em outro lugar. Uma ou duas décadas
antes, este trecho específico da floresta era uma clareira, lar de uma
pequena aldeia, lar talvez de uma comunidade mista de Wookiees e
forasteiros que queriam sentir a terra sob os seus pés. Um leito seco de
riacho serpenteava pelo assentamento abandonado, agora coberto de
trepadeiras, samambaias e outras plantas nativas. As ruínas haviam cedido à
vegetação rasteira, que a ultrapassava cada vez mais, mas restava o
suficiente para mostrar que o motivo do abandono da aldeia não era
inteiramente natural.
Madeira queimada era evidência de fogo. Queimaduras circulares e
profundas com um leve padrão espiral eram evidências de armas de energia.
Ambos eram visíveis em todos os lugares que ele olhava.
Aproximou-se. Trinta segundos antes estava focado em sua missão.
Agora, confrontado com a ruína, estava totalmente descarrilado. Ligar para
Kota não ajudou. Isso só o deixou mais curioso. O que teria que enfrentar
sozinho? O General envelhecido sentiu algo através da Força, apesar de
todos os seus protestos sobre ser separado dela?
O cone truncado da maior cabana se partiu ao cair. Havia uma entrada
clara para aquela locação. Parecia, prendeu a respiração, quase parecia que
alguém havia explodido o seu caminho para dentro dele. Exceto aqui, a
evidência de armas de energia carecia das espirais regulares de tiros de
blaster. Essas cicatrizes eram em linhas retas, curvando-se apenas
ligeiramente no final.
Não explodido, então, mas fatiado...
Uma brisa varreu a clareira coberta de mato, fazendo algo se mover
dentro da cabana em ruínas. Ergueu o sabre de luz, mas não o acendeu. O
movimento não veio de uma das muitas espécies predatórias de Kashyyyk.
Era um pedaço de pano esvoaçante. Inclinando-se pra frente para que a sua
cabeça ficasse na sombra, viu os restos de uma longa tapeçaria,
emaranhados em torno de uma tábua errante. Havia um símbolo na
tapeçaria, de um pássaro caçador estilizado, talvez, com asas e bico
orgulhosamente erguido.
Uma sensação estranha o percorreu, como se tivesse sido tocado por
alguém de outro universo.
Incapaz de se conter, entrou na ruína sombria e tocou o símbolo
desbotado com os dedos da mão esquerda. O espaço lá dentro estava uma
bagunça, cheio de móveis quebrados e gigantes teias de aranha alienígenas.
O ar estava frio, mas muito, muito perto. Sentia-se sufocado, claustrofóbico.
Virou-se para a porta como se fosse fugir e parou ao ver um pequeno cristal
azul caído no chão aos seus pés.
Tremendo, se ajoelhou para examiná-lo mais de perto. A gema brilhante
era tão grande quanto a junta de seu dedo mindinho e parecia nada mais do
que o cristal de foco de um sabre de luz.
A sua cabeça fervilhava de perguntas e especulações. Por que foi atraído
para este lugar? O que aconteceu aqui para que isso significasse alguma
coisa para ele?
No ato de se levantar, mergulhou em uma visão mais forte do que
qualquer outra que já havia experimentado.
KASHYYYK ESTAVA QUEIMANDO. Os incêndios eram visíveis do espaço, assim como
as vastas faixas de envenenamento por fumaça o ar. O bloqueio Imperial
em torno do planeta era impenetrável e implacável. Os observadores não
tinham permissão para entrar; os refugiados não tinham permissão para
sair. As únicas pessoas que se moviam de e para a superfície eram os
stormtroopers.
E ele.
A nave que o transportava pousou em um penhasco com vista para uma
profunda baía azul. As batalhas ocorreram ao seu redor enquanto os
Wookiees rebeldes lutavam com os Imperiais em AT-STs, sem se importar
que estivessem em desvantagem numérica. Enormes fortes florestais se
espalhavam pelo dossel como túneis subterrâneos, transportando
combatentes da resistência e munição para as margens, onde a luta era
mais feroz. As armas de energia lutaram para penetrar na casca centenária
das árvores Wroshyr maduras, mas atearam fogo e queimaram a carne
instantaneamente.
O aprendiz viu tudo isso como se fosse um sonho. Fazia parte do sonho,
mas não era um participante dele. Embora tentasse falar e virar a cabeça,
não conseguia. A visão não permitia que mudasse nada do que já havia
acontecido.
Já aconteceu, ou ainda está por vir? Era este o seu destino, retornar a
Kashyyyk sob as ordens de seu Mestre e lidar permanentemente com os
Wookiees?
Com a mão enluvada de preto, acenou para que a escotilha se abrisse. A
rampa já foi estendida. Caminhando pesadamente pelo planeta, ficou com
as mãos nos quadris e apreciou a vista em primeira mão. A sua capa preta
tremulava em um vento quente e cinzento.
Havia algo errado com ele. Os seus sentidos estavam mudos, filtrados de
alguma forma, como se ele visse o mundo por meios artificiais. Os seus
membros pareciam distantes, entorpecidos. E o som de sua respiração era
tenso, quase mecânico...
Um oficial Imperial correu até ele.
— Lorde Vader, — ele engasgou. — Fomos emboscados na chegada, mas
eu tenho a situação bem em...
— Não tenho interesse em suas falhas, Comandante, — disse o aprendiz
disse com a voz de seu Mestre. Ao redor deles estavam os corpos dos
stormtroopers Imperiais, espalhados em pedaços pelo chão. — Estou aqui
em uma missão própria.
Deixando o oficial suando de alívio, o aprendiz com o traje de Darth
Vader se afastou.
A cada passo daquelas botas pesadas, se encolhia. Nada que fizesse
poderia redirecionar aquela marcha fatídica. Não se importava se estava
vendo o passado através dos olhos de seu Mestre ou vendo o seu próprio
futuro, um no qual foi forçado a se tornar Darth Vader, por meio de alguma
estranha substituição cirúrgica, Mas ele tinha certeza que não queria ver
mais nada.
O seu campo de visão embaçou. Um grande machado giratório apareceu
do nada. A sua mão esquerda surgiu, desviando-a profundamente no chão
com o poder do lado sombrio. A sua direita sacou e acendeu o seu sabre de
luz com um movimento rápido. Virando-se, enfrentou um trio de soldados
Wookiees liderados por um membro verdadeiramente enorme da espécie
alienígena, com um rosto rosnante e uma armadura leve sobre pelo marrom
escuro. O rugido da criatura era quase fisicamente doloroso, mesmo com o
amortecimento de seus sentidos.
Passado ou futuro, os seus membros se moviam com força e segurança,
levantando o seu sabre de luz para cortar um segundo machado em dois,
então avançando para enfrentar o bárbaro de frente. Dois golpes viram o
guerreiro em pedaços, sem ter colocado uma garra em sua armadura
negra. A dupla de Wookiees fechando a retaguarda não se saiu melhor.
Não perdeu tempo se vangloriando. Assim que o último corpo caiu,
ainda se contorcendo, no chão, estava novamente em seu caminho, longe
das falésias, seguindo pistas desconhecidas mais fundo na paisagem.
O aprendiz foi arrastado para a carnificina cada vez que um grupo de
luta Wookiee os encontrou, mas no meio, enquanto 'Darth Vader'
pressionava implacavelmente, sentiu vontade de gritar.
Quando dobrou uma curva e viu uma aldeia diante dele ao lado de um
riacho fino e gotejante, o aprendiz rezou para que fosse emboscado e morto
antes que a visão pudesse acontecer.
Não era para ser, e só podia se desesperar quando Vader saltou para a
primeira das plataformas de madeira que se projetavam do tronco de uma
jovem árvore Wroshyr. A cabana na qual o aprendiz havia entrado,
certamente no futuro agora, assomava lá no alto, com as suas laterais de
madeira brilhando com resina. Numerosas tapeçarias ondulavam com a
brisa, entre elas uma contendo o impressionante símbolo do pássaro que
havia encontrado entre as ruínas. Os Wookiees avistaram o intruso na vila
e rapidamente retraíram uma série de escadas de corda que levavam à
plataforma abaixo antes que Vader pudesse subir.
Uma figura humana alta em vestes marrons apareceu em uma das
varandas da cabana, olhando para Vader. Ele estava com as mãos nos
quadris, flanqueado por guerreiros Wookiee ameaçadores. Pequenos toques
o marcaram como alguém que viveu muito tempo entre os nativos. O seu
rosto parecia fracamente, incrivelmente familiar.
— Desista, Lorde Sombrio, — ele chamou com uma voz de comando. —
O que você quiser, não vai encontrar aqui.
— Você não pode se disfarçar de mim, — Vader respondeu, — Jedi.
O homem enrijeceu e gesticulou. Guerreiros Wookiee balançavam em
cordas e trepadeiras das árvores ao redor, convergindo com gritos e
rugidos selvagens na figura solitária de preto abaixo. A visão do aprendiz
se dissolveu em um fluxo interminável de imagens violentas enquanto, um
após o outro, cada um de seus agressores caía da plataforma com os
membros cortados e o pescoço quebrado. O seu sabre de luz era um borrão
carmesim, e lentamente, inevitavelmente, tudo o que via estava pintado de
um vermelho horrível.
Quando os guerreiros se esgotaram, voltou a sua atenção para as
escoras da cabana. Levantando uma mão, Vader cavou profundamente no
lado sombrio, dobrando e rachando a madeira antiga. Ele resistiu, tão
forte, mas não tão frágil quanto o metal poderia ser. Ele torceu e flexionou,
liberando energia lentamente em vez de partir em dois.
Mas isso não salvou as pessoas acima. A cabana balançava como uma
nave em mares tempestuosos. Wookiees saltavam ou balançavam para a
segurança.
— Agarrem-se a alguma coisa, — o homem de túnica gritou para eles,
— Rapidamente!
Vader cerrou o punho, com força, e os suportes finalmente quebraram.
Ele estendeu as duas mãos e a cabana balançou de um lado para o outro.
Com um som enjoativo, o último de seus suportes cedeu e a cabana caiu na
plataforma abaixo. Wookiees voaram em todas as direções. Lascas e poeira
encheram o ar.
Vader não vacilou quando a cabana caiu bem na frente dele, aberta
como uma fruta madura.
Ele não se moveu até que, fora da névoa espessa e empoeirada,
vislumbrou um sabre de luz azul brilhante, e o seu portador, vindo até como
um fantasma.
Eles lutaram de um lado para o outro na plataforma de madeira, o
alcance do homem alto rivalizava com o de Vader, mas a sua força não era
tão profunda. Quem quer que fosse, o combate não era seu ponto forte. Ele
tinha uma compreensão do antigo estilo Shii-Cho, mas apenas um
conhecimento superficial do Makashi mais avançado. Os seus ataques
eram simples de desviar; as suas defesas, relativamente fáceis de penetrar.
Vader brincou com ele por um tempo, então o pressionou com força contra
a lateral da cabana caída, não lhe dando mais espaço para recuar.
Um empurrão telecinético viu o homem ser arremessado pelo buraco na
cabana caída. O seu sabre de luz voou em uma direção diferente.
O punho quebrou em uma dúzia de pedaços, os seus cristais azuis de foco
se espalhando como joias.
Vader entrou na cabana, onde usou a Força para agarrar o homem em
torno de sua garganta e arrancar o ar dele. O seu sabre de luz vermelho
brilhante apontou diretamente para o peito do homem.
Vitória.
E ainda, na vanguarda da percepção, razão para reconsiderar.
Vader inclinou a sua cabeça blindada.
— Eu sinto alguém muito mais poderoso do que você por perto. O seu
Mestre... Onde ele está?
O engasgado Cavaleiro Jedi lutou para falar.
— O lado sombrio obscureceu a sua mente. Você matou o meu Mestre
anos atrás.
— Então agora você vai compartilhar o destino dele.
Vader levantou a sua lâmina para cortar o Cavaleiro Jedi, mas antes que
pudesse girá-la, o sabre de luz voou de repente de sua mão. O Lorde
Sombrio se virou para atacar, com a sua mão livre levantada para esmagar
quem ousasse se opor a ele.
Ele hesitou, um movimento incomum para Darth Vader...
...e o aprendiz sentiu a sua mente girar com o choque...
...à visão de uma criança humana parada no canto da cabana, suja e
machucada pela queda, vestida com roupas com toques de Wookiee
semelhantes às do homem ainda suspenso no ar atrás do Lorde Sombrio. O
garoto segurava o sabre de luz de Darth Vader com as duas mãos. A ponta
dançou, mas apenas ligeiramente.
— Fuja! — sufocou o Jedi, — Fuja agora! Não olhe pra trás!
— Ah, — disse Vader com compreensão crescente, — Um filho.
Voltando-se para o pai, ele cerrou o punho esquerdo. O som terrível de
osso quebrando era claramente audível, assim como o súbito suspiro de
horror do garoto.
Vader se voltou para a criança e congelou.
O quadro permaneceu assim por um pequeno infinito: pai morrendo,
filho observando, assassino pacientemente parado entre eles, como se
esperasse que os dados do destino caíssem.
Então três stormtroopers invadiram a cabana, liderados por um oficial
Imperial. Atraídos por sons de combate na vila, ou talvez apenas seguindo
o caminho de seu Lorde Sombrio pelo mundo da floresta, eles correram
com armas em punho e quebraram o momento para sempre.
— Meu Lorde? — o oficial começou a perguntar, confuso.
Ele não foi mais longe. Com um movimento de seus dedos, Vader tinha o
seu sabre de luz de volta na mão. O oficial e os troopers recuaram quando
o seu Mestre se aproximou. Um deles sentiu a iminência de suas mortes e
disparou o seu blaster sem sucesso. O raio ricocheteou na lâmina carmesim
na parede da cabana, deixando uma queimadura escura.
Num segundo, acabou.
O garoto observou, apavorado, enquanto o homem coberto da cabeça
aos pés numa armadura negra matava os seus próprios aliados. Cada
movimento seu era brutal, mas ao mesmo tempo possuía uma elegância
mortal, como os movimentos de perseguição de um walluga selvagem.
Cada estocada e corte encontrou a sua marca.
Nunca tinha visto nada tão bonito, ou tão horrível.
Quando terminou, o homem de preto pairou sobre ele e o agarrou pelo
braço. Pensando que havia chegado o momento de sua morte, o garoto não
resistiu.
— Venha comigo, — As palavras profundas e vazias eram piores do que
golpes. — Mais estará aqui em breve.
Ao ser arrancado da cabana, o garoto virou a cabeça para dar uma
última olhada em sua casa. Pode ter sido derrubado, quebrado e cheio de
corpos ainda fumegantes, mas tudo o que o garoto viu foi o corpo do
Cavaleiro Jedi morto no chão. Uma mão estendida com os dedos curvados,
como se agarrasse algo que não estava mais lá...

O APRENDIZ PISCOU. Ele estava parado, congelado, olhando para o mesmo lugar
onde os corpos haviam caído. Não havia sinal deles agora, nem mesmo um
osso. Os Necrófagos devem tê-los levado, ou eles foram projetados quando
a plataforma na qual a cabana caiu, por sua vez, desmoronou. Havia apenas
o cristal, que de alguma forma veio a ser dobrado firmemente em sua mão.
Parecia um daqueles do sabre de luz do Cavaleiro Jedi caído, com o qual o
garoto poderia ter gostado de brincar quando era mais jovem, por conforto.
O seu rosto se contorceu em um rosnado. Parecia... poderia ter... Estava
tentando validar a visão, quando na verdade não passava de um sonho. Uma
fantasia. A verdade é que algo o incomodava desde que chegara a
Kashyyyk, uma sensação irracional de que algo estava errado,
provavelmente relacionado mais à sua aliança com Kota do que ao seu
próprio passado. Darth Vader o criou; não precisava imaginar pais ou um lar
para dar sentido a si mesmo. Estava apenas inventando uma história do
nada.
Mas tinha visto o skyhook em uma de suas visões de quase morte, uma
linha brilhante se estendendo alto no céu, e percebeu agora que a figura
parada na frente do skyhook não era outra senão a garota que conheceu na
cabana. Se as suas visões continham alguma verdade, por que não esta
também?
E o rosto do Cavaleiro Jedi era o mesmo que tinha visto enquanto
duelava com Kota...
O tempo desacelerou. O ar parecia espesso como mel. Esforçou-se contra
isso, temendo que estivesse prestes a sucumbir a outra alucinação, mas
manteve o controle de seus membros. Uma sombra caiu sobre a cabana,
como se uma nuvem tivesse bloqueado o sol. Estremeceu e ergueu as mãos
para se abraçar.
Metal frio tocou a sua pele. Olhou horrorizado para o que havia
acontecido com os seus dedos. Eram garras artificiais, como as mãos de um
droide cirúrgico, com lâminas afiadas o suficiente para cortar ossos. Os seus
pulsos e antebraços eram parte carne, parte máquina. A amálgama
antinatural continuou até os ombros e desapareceu sob um colarinho alto de
metal que protegia seu pescoço. A pele que era visível em seus pulsos
estava cheia de bolhas e cicatrizes, como se queimada muitas vezes por um
calor ferozmente alto.
Mais do que apenas as suas mãos e braços haviam mudado. As suas
roupas também eram diferentes. Em vez do novo uniforme que Darth Vader
lhe dera, agora usava um colete com nervuras de placas de armadura
flexíveis e uma série de cintos de couro em volta da cintura. Dos cintos
pendia uma coleção de troféus horríveis, sabres de luz mais proeminentes
entre eles. Sob as roupas pretas justas, o seu corpo parecia estranho, mais
mecânico do que vivo.
Com as mãos trêmulas, levantou os dedos de metal para tocar o seu
rosto. Lâminas de metal tocaram a armadura com um guincho penetrante. O
seu rosto estava escondido atrás de uma máscara, tão imortal e horrível
quanto o de seu Mestre. A sua respiração era alta em seus ouvidos.
Havia se tornado o pior pesadelo de alguém.
Um brilho dourado cintilou no ar melífluo. Virou a cabeça mascarada
para encará-lo e distinguiu uma silhueta sombria caminhando em sua
direção. A sua mão direita com garras alcançou o seu sabre de luz, que
selecionou automaticamente entre os muitos em sua cintura. Acendeu-se,
lançando um brilho vermelho sangue pela cabana.
Por aquela luz, um homem em vestes Jedi foi revelado, alto e de costas
retas. O rosto sob o capuz era de pele lisa e calma. Os seus olhos brilharam,
contendo tristeza e pena. Familiar e ainda não familiar, conhecido e ainda
totalmente desconhecido...
O aprendiz sibilou um som baixo e perigoso através do vocalizador de
sua máscara e se agachou como uma cobra equilibrada, Mestre de Juyo, a
forma mais cruel de combate com sabre de luz conhecida na galáxia.
O Jedi sacou o seu próprio sabre de luz, um céu azul brilhante, e adotou
uma postura de abertura clássica de Soresu, com o braço esquerdo erguido,
palma pra baixo, correndo paralelo ao sabre de luz à direita. Com o pé
esquerdo à frente se equilibrava perfeitamente com o direito, pronto para se
defender de qualquer ataque.
O aprendiz não o deixou esperando. Não empregou nenhuma acrobacia
selvagem ou movimentos sofisticados da Força. Simplesmente investiu,
usando todo o seu corpo como uma arma, o seu equilíbrio e destreza
totalmente focados. O lado sombrio vibrou através dele, harmonizando-se
perfeitamente com a raiva e o ódio em seu coração. O Jedi iria morrer, de
um jeito ou de outro. Pode muito bem ser agora.
O azul bloqueou o vermelho em um jato de energia. O aprendiz golpeou
novamente, desta vez mais alto, com um golpe enganosamente solto que
escondia sutilezas mortais sob o seu amplo golpe. Os Jedi também o
bloqueara; apenas. Soresu era um estilo de luta defensivo adequado para os
confins da cabana, mas não duraria para sempre contra a graça maligna do
Juyo.
O Jedi entrou forte e rápido antes que o aprendiz pudesse reunir outro
ataque. Importava-se pouco se o Jedi o acertasse, desde que o dano fosse
mínimo. Golpes de perto deixaram a carne fervendo e a armadura
fumegando. A energia que economizou em esquivas selvagens, gastou
arrancando tábuas irregulares das paredes e jogando-as na cabeça do Jedi.
Todos foram desviados, mas distraiu o homem, roubou o seu ataque de um
pouco de seu ímpeto. Quando fez uma pausa, o aprendiz enviou uma onda
de raios Sith sob a sua guarda.
O Jedi foi pego na tempestade bruxuleante. O seu rosto se contorceu em
uma careta de dor. Então baixou o braço direito e colocou a lâmina de seu
sabre de luz diretamente no caminho do raio. A energia foi absorvida pela
lâmina, então dobrada sobre si mesma em um anel supercondutor, atingindo
a sua fonte com mais energia do que possuía originalmente. O aprendiz
enrijeceu enquanto a dor percorria as suas mãos e braços. A agonia era
insuportável, mas suportou. A sua pele derreteu e se deformou por todo o
corpo, e engasgou com o fedor de sua própria carne queimada. A dor e a
repulsa apenas alimentavam o lado sombrio, então quanto mais rápido o
raio voltava pra ele, mais forte e mais forte fluía dele.
O anel não poderia durar para sempre. Com um clarão azul ofuscante, ele
e o Jedi foram lançados pra longe, colidindo com os braços estendidos nas
paredes da cabana e caindo no chão. Os seus sabres de luz deslizaram em
direções opostas, mortos.
Deitado de costas, o aprendiz ofegava através de sua máscara como um
Gand asmático, recuperando gradualmente a sensação em seus braços e
pernas. Os seus músculos contraíram espasmicamente quando tentou se
mover. Vapor acre saía das fendas estreitas dos olhos de sua máscara.
Temendo que o seu oponente Jedi pudesse estar de pé diante dele, convocou
todo o poder da Força para se erguer no ar. Suspenso como um boneco, com
os pés a alguns centímetros do chão, piscou os olhos ardentes até poder ver
de novo.
O Jedi não estava se saindo melhor. Ele também estava de pé, mas
apenas um pouco. Ele também havia perdido o seu sabre de luz e ainda não
conseguiu recuperá-lo. O aprendiz olhou de soslaio por trás de sua máscara.
Tinha vários outros sabres de luz para escolher, pertencentes a todos os
Cavaleiros Jedi que havia matado. Tudo o que tinha que fazer era selecionar
um ao acaso e atacar.
Em vez disso, estendeu a mão esquerda e, como o seu Mestre sombrio
havia feito com o primeiro Jedi morto neste local, há muito tempo, agarrou
o seu oponente pela garganta com a Força. Ainda fumegando do ataque do
raio, o jovem saltou abruptamente no ar.
Eles se encararam do outro lado da cabana em ruínas, nenhum dos dois
tocando o chão.
— Mate-me, — ofegou o Jedi, — e você se destruirá.
O aprendiz riu alegremente, num som hediondo que tinha pouca relação
com qualquer coisa feita por uma garganta humana. Convocando o seu
sabre de luz, o ativou e o jogou no Jedi atingido. A lâmina atravessou o
ombro direito do Jedi e foi desativada quando o punho atingiu a carne. O
Jedi arqueou as costas, mas não gritou. Saboreando o momento, o aprendiz
soltou um dos outros cabos de sabre de luz de seu cinto, acendeu-o também
e empalou o Jedi novamente. Mais e mais ele esfaqueou o Cavaleiro Jedi
até que não houvesse mais punhos em seu cinto e o chão sob a sua vítima
estivesse manchado de vermelho escuro.
Ainda o Jedi vivia. Um lampejo de irritação estragou o momento, mas
então lembrou que havia mais um sabre de luz que não havia usado: o do
próprio Jedi. Pegando-o para ele, o aprendiz acendeu a lâmina, puxou o
braço pra trás e esfaqueou o Cavaleiro Jedi no coração.
Isso funcionou. O corpo caiu no chão, inerte, e o aprendiz se deixou ficar
de pé devidamente no solo. O lado sombrio pulsava através dele. Era a
personificação viva do poder.
Inclinando a cabeça mascarada pra trás, cantou em triunfo como um gato
lobo selvagem.
— Eu nunca quis isso pra você, — sussurrou uma voz oca nas sombras.
Girou, sabre de luz de volta na mão e acendeu em menos tempo do que o
necessário para pensar sobre isso. Alguém mais estava na cabana: um
homem com longos cabelos escuros e uma faixa Wookiee na frente. Olhou
para o corpo do Cavaleiro Jedi no chão, tristeza e perda em seus olhos.
O aprendiz foi derrubá-lo, mas parou, reconhecendo-o como o homem de
duas visões: o pai do garoto que havia sido levado e o homem que ele
vislumbrara em Nar Shaddaa.
— Eu nunca quis nada disso para você, — disse o homem. — Sinto
muito, Galen.
Enraizado no local, o aprendiz olhou enquanto o Cavaleiro Jedi se virava
para caminhar de volta para as sombras. Visão ou realidade? Verdade ou
fantasia? A sua mente parecia estar girando tão rápido quanto um pulsar.
— Pai, espere! — A voz explodiu dele, não filtrada por deformidades
hediondas ou pelas restrições da máscara. De repente, ele era o garoto
novamente, inteiro, mas sozinho, abandonado na cabana ensanguentada. —
Pai, não!
O Cavaleiro Jedi caminhou sem parar e desapareceu nas sombras.
Caindo de joelhos, o aprendiz abaixou a cabeça e gritou.
U ma figura enlameada emergiu da cabana em ruínas, com
os olhos selvagens e maxilar cerrado. Com determinação, partiu ao
longo do leito seco do riacho, seguindo as instruções que recebera em outra
era, em outra vida. Vazio de pensamentos, deixou o dever levá-lo adiante.
Dever para com o seu Mestre, para a Juno, para o Kota, para os Wookiees...
Que dever devia a si mesmo, não sabia. Não havia percebido que havia
um homem em quem pensar fora de seu relacionamento com Darth Vader.
Havia se imaginado simplesmente sendo, de alguma forma, um dos
experimentos biológicos mais estranhos de seu Mestre, sem pais e sem casa
além daquela de que se lembrava. E se as visões que teve fossem reais e
tivesse uma família, aqui em Kashyyyk? Como isso afetou o seu lugar nos
esquemas de Vader? Mudou tudo ou nada?
Juno chamou o comunicador para perguntar se estava bem. Disse que
estava. Ela perguntou se tinha certeza. Disse que tinha. Ela parecia magoada
com a concisão dele, mas não podia evitar. Estava tão cheio de emoção,
confusão e dúvida, e certeza e esperança sombrias também, que não
conseguia lidar com os sentimentos dela ainda por cima. Estava tentando o
seu melhor para não sentir nada.
Galen?
Tinha um trabalho a fazer.
Enquanto corria pela vegetação rasteira, deixando pra trás as sombras
profundas da cabana, repetidamente tocava as suas mãos, tranquilizado
como nunca antes pela sensação de pele contra pele.

AS AMARRAÇÃO ERAM AINDA MAIORES do que havia imaginado pelos breves planos
exibidos pelo droide astromecânico. As instruções de sua dona haviam sido
simples: destrua as amarras e o skyhook será arruinado. Isso parecia
enganosamente fácil, dada a quantidade de fortificação e segurança no
local.
Simplicidade combinava com ele, no entanto. Não queria pensar, ter que
agonizar sobre motivos e métodos. Só queria atuar. Sem nada da alegria que
sentiu ao atacar a cabana e sem o desafio oferecido pelos Guardas Imperiais
negros em Bespin, abriu caminho através dos stormtroopers sem rosto como
um wampa caminharia na neve. Relâmpagos Sith crepitaram; corpos
quebraram sob a sua telecinese irresistível; a sua mente influenciou as
decisões dos oficiais, que ordenaram que os seus subordinados atacassem
uns aos outros em massa. Ninguém poderia enfrentá-lo e sobreviver.
Quando alcançou a base do skyhook, parou momentaneamente. Como
provocar a ruína de seis construções de vários andares? Os seus materiais
superfortes foram projetados para lidar com as tensões de manter a enorme
estação diretamente acima, contra todas as leis da física. Como superaria a
resistência deles?
A resposta, como sempre, está na Força. A Força estava além da física.
A Força não poderia ser resistida, quando empunhada por mãos confiantes.
A Força sempre seria suficiente.
Virando as costas para o campo de batalha repleto de corpos, colocou as
duas mãos na base do ancoradouro mais próximo. Fechando os olhos e a
mente para todas as formas de distração, se imaginou em harmonia com o
metal, o permacreto e a pedra. Sentiu os pontos fortes e fracos da
amarração. Ressoou com ela, até que era difícil dizer onde as suas mãos
paravam e a amarração começava.
Quando não conseguiu alcançar um foco maior, se conectou ao lado
sombrio e o deixou guiá-lo.
A energia veio como uma represa estourando, tão selvagem quanto todos
os predadores de Kashyyyk combinados, mas tão puro quanto um laser.
Inclinou a cabeça pra trás e saboreou a maravilha e o terror do que havia
criado. Este era um poder muito maior do que o raio Sith, projetado para
uma única tarefa. Perdeu-se totalmente nessa tarefa. Tornou-se a destruição.
A amarração tremeu. Os seus componentes mais delicados, nano fios,
sistemas auto reguladores sensíveis, canais hidráulicos microscópicos,
fundiram-se quase que imediatamente. Uma vez interrompidos os
complexos processos que mantinham a sua estabilidade, iniciou-se uma
reação em cadeia que não pôde ser interrompida. Pressões montadas em
áreas próximas de ultrapassar a sua carga máxima; rachaduras finas
formadas e espalhadas; surgiu uma profunda vibração que não pôde ser
amortecida. Mesmo se deixada por conta própria, a amarração se
despedaçaria em minutos.
O aprendiz manteve o seu ataque até que rachaduras finas se tornassem
fendas escancaradas e a vibração sacudisse o mundo, uivando agonia
material sobre o disparo renovado de canhões blaster. Quando a primeira
chuva de poeira fervente e fragmentos do tamanho de seixos caiu sobre si,
decidiu que era hora de recuar e fazer um balanço, e evitar que algum
stormtrooper infeliz se aproximasse dele e atirasse em suas costas.
Abriu os olhos e olhou pra cima. A amarração era quase irreconhecível
como a mesma estrutura. Descargas elétricas dançavam em suas superfícies
condutoras. O permacreto ultra estressado fluiu como melaço. Fragmentos
maiores começaram a cair e os rebateu com a Força, não se sentindo mais
esgotado por seu esforço do que se sentiria em uma corrida leve. Quase
sorriu com a sua realização, mas um fato gritante o deixou sério.
Menos um. Faltam cinco.
Os Imperiais estavam se reunindo. Eles precisavam ser lembrados de
com quem estavam lidando. Ao cruzar para o próximo ancoradouro da fila,
detonou tanques de combustível e explodiu depósitos de munição. AT-STs
se abriram como sementes e explodiram em chamas de curta duração.
Alcançou o seu alvo sem encontrar resistência séria e o derrubou como
fizera com o primeiro.
A essa altura, os Imperiais no terreno estavam pedindo reforços de cima.
Um trio de TIE fighters guinchou pela atmosfera de Kashyyyk, costurando
o permacreto enegrecido com agulhas de fogo. Riu sem alegria. Eles
consideraram isso uma solução?
Com um empurrão oportuno no painel de coleta solar a bombordo do
TIE fighter líder, o fez cair no permacreto, onde explodiu instantaneamente.
O impacto sacudiu o chão sob os seus pés e fez rachaduras se espalharem
pela superfície.
Isso lhe deu uma ideia. Quando os dois TIEs restantes deram a volta para
outra passagem, os enviou para a terceira e a quinta amarras. O quarto
sofreu tantos danos colaterais que se saiu quase tão mal quanto os seus
irmãos.
Só uma amarração permaneceu.
Ao se virar pra ele, percebeu o barulho de um AT-ST vindo de trás dele.
Virou-se bem a tempo de desviar uma rajada de armas de precisão do nariz
de um Walker que estava correndo para ele o mais rápido que as suas duas
pernas mecânicas podiam correr. Seguiu-se uma rajada de granadas de
concussão.
Detonou todos eles antes que pudessem chegar e repeliu o florescimento
furioso de gases quentes em uma esfera ao seu redor.
O AT-ST não entendeu a dica. Ele estava se movendo rápido,
pressionando com as suas patas planas como se tentasse pisoteá-lo
fisicamente. Talvez pudesse. O Walker tinha marcas de registro
identificando-o como pertencente ao comandante das forças terrestres
Imperiais.
O capitão Sturn veio para terminar o trabalho no qual os seus
subordinados falharam tão miseravelmente.
O aprendiz se esquivou dos pés batendo enquanto eles passavam e
atingiu a parte traseira do Walker com um raio. Nada aconteceu. O Walker
de Sturn obviamente possuía uma camada de proteção acima e além
daquela fornecida aos seus grunhidos. Os armamentos do AT-ST também o
diferenciam dos outros, incluindo um canhão de caça de cano longo e o que
parecia ser um lançador de rede em seu flanco esquerdo.
Sturn trouxe o Walker. O aprendiz tentou torcer a mente do homem, mas
achou muito opaco com raiva e ressentimento; sem medo, no entanto. Sturn
não era o tipo de homem que teria medo de uma pessoa. Ele estava
convencido de sua própria invencibilidade, certo de que não havia
resistência que não pudesse vencer. O aprendiz já havia encontrado homens
como ele antes, muitas vezes. O armamento extra do AT-ST confirmou isso.
Imaginou Sturn caçando Wookiees por esporte, quando não estava
perseguindo os seus oficiais subalternos por diversão e tramando a traição
de seus superiores. O aprendiz havia despachado muitos desses homens a
serviço de seu Mestre.
O aprendiz sorriu sem nenhum traço de humor. Normalmente gostava de
nada mais do que colocar os seres em seus lugares, mas isso era
simplesmente irritante.
O Walker de Sturn correu pesadamente em direção a ele. Considerou as
suas opções. Seria uma questão simples esmagar o errante como faria com
um comunicador defeituoso, derrubando o invólucro e matando
instantaneamente o homem dentro dele. Poderia brincar com o Walker
como havia brincado com os dois no alojamento e explodi-lo por dentro.
Poderia até usá-lo como um aríete para destruir a última amarração,
matando assim dois smookas com cabeça de pá com um golpe. A sombria
ironia disso o atraiu.
Desviou outra rodada de tiros de canhão para o ancoradouro e só então
notou que o cabo grosso que levava à estação skyhook estava visivelmente
vibrando. Ondas estranhas subiam e desciam em seu comprimento como se
tivessem sido arrancadas por uma mão gigante. Protegeu os olhos contra o
brilho do sol e olhou pra cima. O skyhook estava levemente visível, assim
como uma nuvem de destroços caindo de cima. Pequenas manchas
rapidamente se transformaram em objetos tão grandes quanto pedras. Eles
estavam crescendo rapidamente em tamanho.
Realizou um cálculo mental rápido. Os destroços chegariam mais ou
menos ao mesmo tempo que o Walker de Sturn. Ideal.
Estendeu a mão e amassou o canhão e os lançadores de granadas de
Walker. Por um momento, os únicos sons vieram de seu sabre de luz e do
passo pesado do AT-ST.
Endireitou-se. Através da janela de comando, viu um homem com o
rosto vermelho usando o que parecia ser um enfeite de pele de Wookiee em
seu uniforme. A boca do capitão estava aberta, berrando ordens para o seu
infeliz artilheiro. O aprendiz não conseguia ouvir as palavras, mas podia
imaginar.
O Walker levantou uma perna para carregá-lo no chão.
Naquele momento, os destroços atingiram com toda a força de uma
centena de estrelas cadentes, atingindo tudo ao redor da base do skyhook, a
sexta amarração incluída, e esmagando o Walker em sucata. Os destroços
foram para todos os lados. O barulho era inimaginável. O aprendiz não
vacilou ou se moveu nem um pouco quando a chuva de escombros caiu
sobre ele. Ele apenas observou, com satisfação, como a base do skyhook se
soltou do planeta e recuou como um chicote na atmosfera superior. A
estação explodiu logo em seguida, ofuscando brevemente o sol, mesmo
através da poeira e da fumaça de sua obra.
A chuva de escombros cessou. Permaneceu exatamente onde estava,
hipnotizado pela estrela desaparecendo lentamente no céu, até que a
Sombra Invasora desceu diretamente na frente dele, repulsores ganindo
para se manter logo acima do solo.
Piscou, percebendo só então que Juno estava tentando falar com ele.
— Eu disse, está feito. Suba a bordo. Vamos sair daqui.
Moveu-se como se estivesse em outra visão, pisando levemente na
rampa aberta, mas sentindo que pesava mil toneladas.
Com um ganido penetrante, a nave camuflada levantou-se do solo cheio
de crateras e abriu caminho para o espaço livre.
P ROXY paparicou Starkiller como nunca antes, limpando
as cinzas e a poeira de suas roupas com movimentos vigorosos de suas
finas mãos de metal. Talvez o droide nunca tivesse ficado tanto tempo
separado de seu Mestre antes; Juno não sabia, e não se importava em
perguntar. O olhar no rosto de Starkiller era trovejante.
— Quem era ela? — ele disse a Kota, que havia voltado para o assento
auxiliar, liberando o lugar do copiloto para ele.
— Princesa Leia Organa. O pai dela é Bail Organa, o meu contato no
Senado.
— Eu quero falar com ele.
O General passou a mão pelo rosto, como se descansasse os olhos.
— Você não pode.
A fúria do Starkiller encontrou a saída que procurava.
— Eu apenas arrisquei a minha vida resgatando a filha dele de um
planeta invadido por stormtroopers...
— Não, garoto. — Kota levantou uma mão cansada enquanto Starkiller
pairava sobre ele. — Você não pode falar com Bail porque não consigo
encontrá-lo. Ele está desaparecido.
— O que? — A frustração de Starkiller redobrou, — Quando?
— Não consigo entrar em contato com ele desde que saímos de Bespin.
A última vez que o vi foi em Nar Shaddaa algumas semanas depois, depois
que eu caí. Ele me encontrou e tentou me recrutar para resgatar Leia.
Recusei, claro. Ele indicou os olhos como se isso explicasse tudo. —
Quando recusei, me mandou para Cidade das Nuvens. Não o vi nem ouvi
falar dele desde então.
Kota se virou, encolhido e olhando para dentro, como se lamentasse sua
decisão. Em outra época, supôs Juno, Kota não teria hesitado um instante.
Teria marchado alegremente para um covil de Imperiais e feito a eles a dura
justiça que eles haviam administrado aos seus próprios amigos. Mas o que
ele poderia ter feito agora, um velho cego contra milhares de soldados
fisicamente aptos e bem armados?
Ficou cuidadosamente fora disso, e não só para evitar a discussão. O seu
coração estava doendo de suas próprias feridas, e permaneceu incerta
exatamente de que lado da cerca estava no que dizia respeito aos dois
homens.
Starkiller recuou sem se desculpar. Eles pareciam achar essa uma
resolução aceitável. Kota permaneceu no banco de salto, o queixo inclinado
resolutamente para baixo, enquanto Starkiller se retirava para a câmara de
meditação. Depois que se foi, o ar cheirava a enxofre e fumaça.
Juno olhou para os controles. Ele não tinha lhe dado um rumo. Cortou a
trajetória da Sombra Invasora automaticamente, e PROXY refletiu cada
movimento seu no assento ao lado dela, um ato que ainda achava
profundamente perturbador. Conhecendo melhor agora, no entanto, que o
droide não poderia evitar, já que isso fazia parte de seu ser tanto quanto
respirar era pra ela, não pediu pra ele parar.
— Como você lida com ele quando ele está assim? — ela perguntou ao
droide.
PROXY não precisou perguntar de quem estava falando.
— Eu costumo lutar com ele. Isso parece ajudar. Você gostaria que eu...
— Não, PROXY. Fique aí. Acho que é hora de alguém tentar uma
abordagem diferente.
Deixando a nave nas mãos improváveis de Kota e do droide, saiu de seu
assento e se dirigiu para a popa.

A SALA DE MEDITAÇÃO ESTAVA MAIS SOMBRIA do que parecia pela hackeio de


segurança. O seu ar estava mais frio, de alguma forma, e o som do
hiperdrive da nave vinha como se viesse de milhares de quilômetros de
distância. Apesar de sua economia, havia uma calma no espaço angular que
a atingiu assim que entrou. A câmara parecia equilibrada entre os
momentos, possuindo uma espécie de criticidade que supôs que alguém
com a ocupação anterior de Starkiller precisaria adquirir. A capacidade de
manter a calma enquanto caçava Jedi não era fácil, tinha certeza. E o
custo...
— Algum problema, Juno? — Ele estava ajoelhado no centro da câmara
com as mãos penduradas frouxamente à sua frente. No chão diante dele
estava o cabo de seu sabre de luz desativado, o que usava desde a fuga da
Empírico. Ao lado dele estava um pequeno cristal azul. As suas costas
estavam ligeiramente voltadas pra ela, então não poderia dizer se seus olhos
estavam abertos.
— Eu não sei, — disse ela, — Me diz você.
— O que isso deveria significar?
Decidiu apenas sair e dizer isso.
— Você está bem? Depois do que aconteceu em Kashyyyk...
— Eu não estou me desgastando, — disse ele. — As amarras foram
duras, mas agora me sinto mais forte do que nunca. Fica mais fácil, eu acho,
quanto mais você tenta. A Força é mais forte do que qualquer coisa que
possamos imaginar. Somos nós que limitamos, e não o contrário.
Ele se virou para olhar pra ela, e estava preparada para deixá-lo falar
sobre isso, se ele quisesse. Ele nunca havia falado com ela sobre a Força
antes; uma vida que nunca tinha visto cintilou em seus olhos quando ele o
fez. Mas foi tudo o que ele disse, e quando não conseguiu pensar em nada
para oferecer em troca, a cabeça dele virou para o chão e ela o perdeu de
novo.
— E o que aconteceu conosco além disso? Eu virei as costas para a
marinha e você abandonou o seu Mestre. Estamos passando pela mesma
coisa. Podemos ajudar uns aos outros.
— Ninguém pode me ajudar.
— Eu não acho que você realmente quis dizer isso. Só acho que você
está com medo de me deixar tentar.
— Isso é realmente o que você pensa? — Ele não olhou pra cima, mas
ela notou um enrijecimento dos músculos do pescoço. — Depois de todos
aqueles stormtroopers que matei, estou com medo de você?
— Não foram só os stormtroopers, — ela disse com mais calor do que
pretendia.
Ele a olhou novamente.
— Sim, e o capitão Sturn.
— Não se esqueça dos pilotos dos TIE fighters, — disse ela. — Um
deles era um garoto com quem eu costumava voar.
Starkiller olhou, mas não disse nada.
— É muito mais fácil lutar contra o Império quando ele não tem rosto,
— ela disse, — quando as pessoas cujas vidas estão acabando estão
escondidas por trás de capacetes de stormtrooper ou cascos de duraço. Mas
quando são pessoas que conhecíamos, pessoas como costumávamos ser...
— Ela deu de ombros. — Quanto mais difícil vai ficar?
Ele olhou para ela até que sentiu um arrepio nas costas.
— Você está tendo dúvidas? — ele perguntou.
— Não, — ela disse, — Eu...
Eu só quero que você fale comigo.
Não podia dizer isso.
— Não importa.
Ela se virou pra sair. Talvez o PROXY fosse o único que o alcançaria, na
ponta de um sabre de luz brilhante.
— Juno, — disse ele, parando-a na porta. — Sinto muito pelo seu amigo.
Respirou fundo.
— Tudo bem. Ele não era realmente um amigo e não era nada pessoal.
Youngster estava no lugar errado na hora errada.
— E do lado errado, — acrescentou.
— Sim, isso também. — Ela quase acrescentou, Você não precisa me
lembrar, mas não disse, sentindo que ele a estava sondando, talvez
testando-a, de alguma forma.
— Estou exausta, — disse ela, pensando novamente: por que eu? e
voltou ao trabalho.

STARKILLER REAPARECEU POUCO TEMPO depois, parecendo mais arrumado e pelo


menos fisicamente revigorado após o seu curto intervalo.
— Onde estamos indo? — ele perguntou a Juno.
— Nenhum lugar, — ela disse.
Kota olhou pra cima com os olhos cegos.
— Quando vi Bail Organa pela última vez, ele disse que encontraria
alguém para ajudá-lo se eu não o fizesse: Mestra Shaak Ti foi a escolha
dele. Eu o avisei que seria muito perigoso, mas o tolo foi atrás dela mesmo
assim, sozinho. Não havia nada que eu pudesse fazer para detê-lo. — A
mandíbula do velho se projetou como se desafiasse alguém a discordar. —
Eu verifiquei com Ylenic It'kla, seu assistente em Alderaan. Bail
desapareceu assim que pousou em...
— Felucia, — disse Starkiller, balançando a cabeça.
Kota inclinou a cabeça como se estivesse ouvindo um som muito fraco e
distante.
Um silêncio denso caiu. Starkiller olhou pra cima ao mesmo tempo que
Juno, percebendo tarde demais o que ele havia dito. Kota perceberia? Juno
observou em pânico enquanto a mão de Starkiller rastejava em direção ao
cabo em sua cintura.
— A Força é forte em você, garoto, — disse Kota suavemente, — para
que você seja capaz de sentir os meus pensamentos.
Juno deixou um pouco da tensão drenar dela.
— Você é simplesmente fácil de ler, velho, — disse Starkiller.
— Então suponho que você saiba que Felucia é um lugar perigoso.
Starkiller descartou essa preocupação.
— Eu dou conta disso.
Kota se aproximou.
— Não seja confiante demais, garoto. Felucia é um mundo perfeitamente
equilibrado entre os lados claro e escuro da Força. Shaak Ti era a única
coisa que o impedia de ser consumido pela escuridão. Se alguma coisa
aconteceu com ela, a sua experiência na cabana vai parecer um pesadelo em
comparação.
Starkiller recuou.
— Como você sabia...?
— Você também é fácil de ler. — O sorriso de Kota era de boca fechada.
— É Felucia, — disse Juno para quebrar a tensão.
— Não, — Starkiller pôs a mão no ombro dela antes que ela pudesse
voltar aos controles. — Você vai descansar um pouco. PROXY e eu
faremos o restante do caminho. Vou te acordar quando estivermos perto.
Olhou pra ele e assentiu. Ele pensara nela espontaneamente; isso foi
encorajador.
— Tudo bem. Mas ao menor problema...
— Não se preocupe. Eles vão nos ouvir gritando de Coruscant. Vai.
Ele ocupou o espaço dela nos controles.
— Agora, PROXY, aqui está sua chance de me lembrar como funciona a
astronavegação.
— Receio, Mestre, que levaria muito tempo para complementar o seu
programa principal com os algoritmos necessários...
Sorrindo para si mesma, ela deixou a cabine pra trás e foi descansar um
pouco.
E la sonhou intensa e poderosamente que já estava de
volta a Felucia, observando o desabrochar de uma flor extremamente
frágil. Pétalas vermelhas brilhantes escondiam um coração intensamente
sombrio. Quando se inclinou para estudá-lo, descobriu que estava cheio de
pequenos insetos de muitas pernas.
Então estava em órbita, observando um cabo do skyhook se partindo de
sua base cortada. Um grande pedaço da crosta de Felucia veio com ele,
como o tampão de uma banheira. O planeta começou a esvaziar,
escurecendo à medida que encolheu até se tornar Callos sob a sua nuvem de
fumaça. Olhou horrorizada, sabendo que não conseguiria colocar o tampão
de volta, por mais que quisesse.
Então o seu pai estava gritando com ela, dizendo que havia
envergonhado a família e o Império. Quando tentou dizer a ele, como nunca
havia feito na vida, que era ele quem estava errado o tempo todo, sobre
Palpatine e o seu regime assassino, com o seu rosto de nariz adunco mudou
para o do próprio Imperador, que rosnou pra ela. e repetiu as palavras que o
seu pai havia usado.
Então percebeu que nem o Imperador nem o seu pai eram a verdadeira
face do ser à sua frente. Era PROXY, pregando uma peça nela. Puxou a
ilusão, tentando desvendá-la, mas tudo o que revelou por baixo foi
Starkiller, sorrindo benignamente.
Quem é você? Ela perguntou a ele. Qual é o seu nome verdadeiro?
Ele sorriu mais e disse: Sua gratidão é desperdiçada em mim.
Ela acordou suando frio, sentindo como se tivesse sido mergulhada em
uma das poças envenenadas de Raxus Prime, e sabia que não conseguiria
mais dormir.
J uno aproximou-se logo antes do aprendiz enviar PROXY
de volta para buscá-la. Ele a havia verificado mais cedo e a encontrou
dormindo profundamente, mas parecia não ter descansado muito disso.
Parecia-se muito com ele, de fato: profundamente tensa pelos
acontecimentos recentes, mas fazendo uma cara tão boa quanto possível.
Estou exausta, havia dito. Ele ficou impressionado ao ouvir aquelas
palavras de que poderia significar mais do que apenas precisar dormir. E se
a tensão emocional de servir com ele fosse demais? A missão dele era
muito mais importante do que o conflito dela sobre trair o Império, mas
para atingir o objetivo de seu Mestre, e assim desafiar com sucesso o
Imperador, ele precisaria da ajuda dela. Enquanto lidava com os seus
próprios problemas, ele teria que encontrar maneiras de aliviar a carga dela.
Kota quase não ajudou. O velho parecia tão envolvido em seus próprios
problemas que mal notava mais alguém. Quando Juno se juntou a eles, ele
apenas coçou o queixo eriçado e se acomodou mais fundo em seu assento.
Eles formavam uma equipe heterogênea, os três. Apenas PROXY
parecia feliz consigo mesmo e com os seus próprios objetivos. O aprendiz
desejou poder ser tão claramente definido.
Toda a minha vida pensei em mim apenas como aprendiz de Darth Vader.
Agora descubro que poderia ter tido um passado antes disso, um pai, um
nome, uma história. Quem era esse Galen? Quais eram os seus sonhos, as
suas esperanças, os seus medos? O que o fez rir? O que o fez chorar?
Parecia inconcebível que pudesse ter esquecido algo tão traumático como
a morte de seu pai, mas sabia que um trauma intenso poderia causar
amnésia parcial ou total. Não podia, portanto, descartar nada.
E a pergunta permaneceu: isso importava? Quem quer que tenha sido,
esse ser foi esquecido e o seu propósito agora não mudou. Era o aprendiz de
seu Mestre; eles seriam vitoriosos; e Juno descobriria, no final, que ela não
havia traído o Império afinal. Se ao menos, pensou, eu pudesse dizer a ela
agora...
Levantou-se para deixá-la entrar no assento, então se inclinou sobre
PROXY enquanto ela verificava o curso que os dois haviam feito.
— Nada mal, — ela disse, fazendo apenas algumas pequenas correções.
— De qualquer forma, não vamos bater em nada.
— Obrigado, Capitã Eclipse. — As entranhas de PROXY zumbiam de
orgulho. — Estimo que chegaremos em um minuto padrão.
— Você quer que desçamos em algum lugar em particular? — ela
perguntou ao aprendiz. — É um planeta grande.
— Todo transporte senatorial transmite um sinal único de localizador, —
disse ele, pensando nas muitas missões que havia voado para o seu Mestre,
eliminando inimigos políticos. — Procure o sinal do Senador Organa; isso
nos dirá onde pousar.
O hiperespaço deu lugar ao espaço real através da janela frontal. Felucia
pairava bem à frente, tão inchada de vida e tão verde quanto o aprendiz se
lembrava. Estudou-o de perto, procurando qualquer sinal do 'desequilíbrio'
que Kota o havia alertado. Não tinha medo do lado sombrio. Na verdade, se
sentiria mais confortável em um mundo em que a dinâmica adequada entre
luz e escuridão tivesse sido restaurada. A morte de Shaak Ti deveria ter tido
um efeito profundo no mundo e em seus habitantes.
— Procurando pelo localizador, — disse Juno. — Não deve demorar
muito. Felucia está quieto como... ah, sim. Aí está. Você estava certo.
Juno moveu a Sombra Invasora em uma órbita rápida pelos céus de
Felucia, triangular ao sinal de Bail Organa. O transporte havia pousado
muito perto de onde ela e o aprendiz haviam pousado pela primeira vez,
embora nenhum deles tenha mencionado o fato na frente de Kota. O
aprendiz permaneceu em posição enquanto a nave descia ao longo de uma
trajetória de voo cuidadosamente controlada. A atmosfera turvou ao redor
deles, tão espessa com pólen e formas de vida no ar como antes. Nuvens de
bactérias fervilhavam no ar, revestindo a visão frontal com uma pátina
pálida de verde. Não havia notado isso da última vez e esperava que não
afetasse a integridade do casco.
— Estou captando sinais de uma grande presença Imperial em solo, —
disse Juno enquanto desciam, — Eles são a menor das suas preocupações,
eu suspeito.
Juno os colocou em outro chapéu de cogumelo resistente, com mais
confiança do que na primeira tentativa. O transporte de Organa estava
estacionado do outro lado, com as suas escotilhas abertas, sem vida de
acordo com os sensores da Sombra Invasora. Durante o salto no
hiperespaço, o aprendiz acessou os registros de Bail Organa, Senador
Imperial e Príncipe de Alderaan, e ficou impressionado com uma estranha
familiaridade no rosto do homem. De cabelos escuros e alto, com um
cavanhaque grisalho e um olhar forte e pensativo, ele definitivamente havia
cruzado o caminho do aprendiz antes, mas onde? Não em uma de suas
muitas missões para Darth Vader; disso tinha certeza. Esperançosamente,
isso não comprometeria a sua missão, se eles tivessem se encontrado em
seu passado secreto...
— Quer vir, General? — ele perguntou ao velho.
— Que utilidade eu teria para você lá fora? — Kota retrucou. — Você
vai ficar melhor sem eu atrasá-lo.
— Como queira, — O aprendiz desceu a rampa.
— Espere, — Juno o seguiu, correndo em sua pressa para pegá-lo.
Ele se virou, pensando que havia esquecido alguma coisa, mas ela o
pegou pelo braço e o conduziu para fora da rampa, em direção ao transporte
vazio.
— Vamos ter certeza de que ele não está mais aí, morto, e nossa viagem
não foi em vão, — ela disse, — antes que você saia se divertindo na selva.
Intrigado com algo em seu tom, ele se deixou levar para longe da
Sombra Invasora. O transporte era pequeno, grande o suficiente para cinco
pessoas com um hiperdrive pequeno, mas eficiente, mantido
impecavelmente. Dois brasões adornavam os seus lados: os da família
Organa e os de Alderaan, ambos representados pelo Senador. Não parecia
ter sofrido interferência, exceto por uma pequena colônia de insetos
voadores que havia feito do minúsculo mas opulento alojamento de
passageiros seu lar.
A nave estava realmente vazia. A aprendiz virou-se para Juno para dizer
o óbvio, mas ela passou por ele para ativar os controles da trava de ar. A
porta se fechou, fechando-os lá dentro com o enxame de insetos
desconcertados. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ela colocou um
dedo nos lábios e desligou os dois comunicadores.
— Pronto, — disse ela, dando um passo pra trás e limpando as mãos
nervosamente nas calças. Essas e as suas botas eram as únicas coisas que
ela mantinha de seu antigo uniforme. — Agora podemos conversar em
particular.
— Do que se trata? — ele perguntou, sentindo o começo do nervosismo.
As paredes da pequena câmara de ar em que estavam de repente pareciam
muito próximas.
Ela evitou o seu olhar e indicou o porão do passageiro da nave.
— Acho que Organa chegou até aqui.
— Certamente parece que sim, — disse ele, cada vez mais intrigado.
— Onde você vai começar a procurá-lo?
— Onde enfrentei Shaak Ti pela primeira vez. Se seguiu o rastro dela até
aqui, ainda pode estar por perto.
Os seus olhos azuis encontraram os dele, então se afastaram dançando.
— Não te incomoda voltar aqui depois... depois da última vez?
— Não, — disse ele, exalando pelo nariz. — Se eu deixar isso me afetar,
Mestre Kota vai sentir isso.
— Exatamente, — A sua mão se estendeu e agarrou o seu braço. De
repente, toda a atenção dela estava nele. — É isso que me preocupa. É
perigoso tê-lo conosco. Se ele descobrir quem você é, quem você era, nunca
nos perdoará.
Um verme revirou o seu estômago.
— Não temos nada pelo que nos sentir culpados.
— Eu sei mas...
— Não se preocupe, Juno. Sério, — Ele colocou a mão sobre a dela e a
apertou desajeitadamente. A sua pele era macia. Estava muito consciente do
cheiro inebriante dela nos confins apertados. Não queria nada mais do que
tranquilizá-la, mas palavras suspeitas não seriam suficientes. — Se Kota
sentir quem eu sou, não vou dar a ele a chance de contar a mais ninguém.
Isso não teve o efeito que pretendia. Ela se afastou e se virou para a
saída.
— É disso que eu tenho medo, — ela disse, a sua mão alcançando o
controle de bloqueio de ar.
A luz e o ar entraram quando a porta se abriu. Piscou com a transição
repentina e com a passagem do momento que existiu tão brevemente entre
eles. Algo havia sido comunicado que não entendia muito bem. Embora
tivesse tentado, falhou em dar a ela o que ela precisava dele. Tranquilidade,
certamente, fazia parte disso; evidência de sua verdadeira lealdade também,
talvez. Lutou para encontrar palavras para trazê-la de volta, mas só
conseguiu vê-la caminhar de volta para a nave.
— PROXY, — chamou através de seu comunicador, espiando em um
respiradouro de entrada verde, — venha aqui e me ajude a raspar um pouco
dessa gosma da nave.
O aprendiz entendeu a dica. Esse era um problema com o qual teria que
lidar mais tarde, uma vez que tivesse Bail Organa em mãos, ponto em que a
sua missão se tornaria ainda mais complexa e perigosa. Resgatar um velho
cego era uma coisa; provar o seu valor para uma colega adolescente, mesmo
um com as habilidades óbvias de Leia Organa, era só um pouco mais difícil.
Bail Organa, por outro lado, sobreviveu à usurpação do Senado por
Palpatine e ao Purgo Jedi; certamente seria perito em detectar e erradicar
espiões. Uma vez que Organa estivesse do seu lado, o aprendiz estaria bem
e verdadeiramente por trás das linhas inimigas, sujeito a ser descoberto
como um traidor da causa rebelde e do Império se fosse descoberto por
qualquer facção. As suas habilidades não eram insignificantes agora e
ficavam mais fortes a cada missão, mas isso testaria todas as suas
habilidades até o limite.
De alguma forma, porém, Juno o preocupava muito mais. O seu Mestre o
havia treinado extensivamente nas artes da violência e do engano. As
mulheres eram um assunto sobre o qual não sabia absolutamente nada.
Com um último olhar pra ela, trabalhando diligentemente para garantir o
bem-estar de sua carga mecânica, ele reativou o seu comunicador e saltou
para a selva fétida.

NÃO DEMOROU NADA para sintonizar os seus sentidos com os vastos e


emaranhados campos de vida do mundo fecundo e infestado. O equilíbrio
de fato mudou profundamente para o lado sombrio desde a sua última
visita. Achou o novo ambiente do mundo familiar, mas não confortável, e
sentiu que era reconhecido, mas não bem-vindo. Este último o surpreendeu
e ocupou a sua mente enquanto se defendia contra todos os predadores
fisicamente aptos que o mundo tinha para enviar contra ele.
Assim parecia, de qualquer maneira. Sem Shaak Ti mantendo a sua
sensibilidade inata à Força sob controle, a espécie nativa Feluciana lutou
contra ele a cada passo do caminho. A selva estava envolta em sombras
profundas e fedia a podridão. Plantas bulbosas explodiram quando se
aproximou, borrifando-o com névoa ácida. Videiras retorcidas e musculosas
se enroscavam em seus tornozelos ou ao redor de sua garganta enquanto
sanguessugas venenosas se fixavam em suas botas toda vez que pisava em
uma poça. Poças de areia movediça sugavam-no com mais do que uma
aparência passageira de vida. Raios grandes e voadores com mandíbulas
irregulares e cortantes mergulharam através do dossel, mordendo a sua
cabeça, e os crescimentos fúngicos horrivelmente animados estalaram
lábios grossos e carnudos nele quando passou.
Certa vez, quando se abrigou de um estripador voador sob uma árvore, a
própria árvore tentou matá-lo. Com um estalo alto, ela se separou de seu
sistema de raízes e caiu sobre ele; teria o esmagado no chão se não tivesse
pulado para o lado a tempo. Assustado e confuso, ele olhou como um
sistema de raiz inteiramente novo contorceu-se através de buracos na casca,
obviamente com a intenção de se alimentar da criatura que pensava ter
aprisionado sob o seu peso. Miríades de necrófagos, desde os
invisivelmente pequenos até os estrondosamente grandes, convergiram para
o som, esperando tirar proveito da refeição pretendida pela árvore.
O aprendiz colocou o máximo de distância possível entre ele e o que
estava prestes a se tornar uma cena viciosa e altamente competitiva.
Ainda não havia encontrado nenhum dos nativos inteligentes, mas
presumiu que eles não seriam menos hostis do que qualquer outra forma de
vida no planeta. Embora também fosse um guerreiro do lado sombrio, eles
não lhe deviam lealdade. A própria noção de fidelidade era estranha ao lado
sombrio. A grande família feliz em que os Jedi acreditavam era uma
mentira, ou pelo menos uma falácia. A natureza era um negócio sangrento;
a harmonia não era o estado dominante. Tréguas podiam se formar, mas
eram sempre temporárias. Os Sith entenderam isso. O seu Mestre entendeu
isso. A relação entre Mestre e aprendiz sempre foi tensa, e dessa tensão
surgia um grande poder.
Shaak Ti também entendeu isso. Os Sith sempre traem uns aos outros,
ela disse, assim como toda forma de vida traiu todas as outras formas de
vida, se deixadas à sua inclinação natural. A paz e a harmonia eram
aberrações impostas de fora, a serem resistidas a cada momento.
Um grupo de reconhecimento de stormtroopers tropeçou nele enquanto
convergia para o local de pouso da Sombra Invasora. Um deles deve ter
notado a sua descida a olho nu, já que o manto bloqueava todos os outros
sensores eletromagnéticos. Avisou Juno e sugeriu que mudasse a nave para
outro local. Reconheceu a sua sugestão e voltou a eliminar os Imperiais que
havia encontrado. Eles se chocaram ao lado de um lago de areia movediça,
no qual o aprendiz empurrou telecineticamente vários de seus agressores.
Eles caíram rapidamente graças à sua armadura pesada. Os seus gritos de
socorro soaram alto nos comunicadores de seus companheiros até que o seu
suprimento de ar finalmente acabou. O clamor de blasters e sabres de luz
chamou a atenção de mais necrófagos e até fez um rancor rugir a uma curta
distância.
Inclinou a cabeça, ouvindo. Ignorando o último dos stormtroopers, que
recuou para a selva pedindo reforços freneticamente, o aprendiz prestou
muita atenção a um sentimento em seu interior, que algo estava se
formando. Uma armadilha, possivelmente. Os Felucianos montavam
rancores. Se as feras poderosas notaram a perturbação, as chances eram de
que os seus Mestres também.
Não se mexeu. A selva ao seu redor se agitava inquieta, recuperando-se
de sua escaramuça com os stormtroopers. Os pássaros voaram de volta para
os seus poleiros; insetos esvoaçantes reagruparam seus enxames;
minúsculos lagartos recomeçaram a forragear. Os animais gritavam à
distância, piando e guinchando uns para os outros em busca de comida e
parceiros. A paisagem exuberante parecia, na superfície, inalterada.
Mas ele sabia...
A sensação foi confirmada quando três enormes guerreiros Felucianos
saltaram da areia movediça com gritos estranhos e altos.
Estava pronto pra eles, mas o lado sombrio os havia tornado mais fortes.
As suas lâminas de osso de rancor enviaram faíscas de luz vermelha
dançando sobre os seus cocares ornamentados. De suas feições invisíveis
veio o som de rosnados de sede de sangue. O seu desejo de vitória era
palpável. Bloqueou os seus golpes com dificuldade antes de arrancar as
pernas de um deles e depois perfurar o peito de outro.
Dois contra um era uma luta mais justa. Logo um galho apodrecido que
derrubou tornou tudo igual. O raio Sith acabou com o último, embora
tivesse que se esforçar até que o cocar da criatura pegasse fogo antes de
finalmente morrer. A fumaça era fétida.
Outro rancor rugiu, desta vez mais próximo. Temendo uma segunda
emboscada, o aprendiz apressou-se pela densa selva, cortando e cortando
qualquer coisa que estivesse ao seu alcance.
Quando chegou à aldeia, encontrou-a deserta e degradada. As suas casas
desabaram como cera derretida; o rio estava entupido com venenos
espumantes. O sarlacc no qual Shaak Ti havia caído estava morto, e a bile
vazando de seu vasto corpo enjoou a terra por centenas de metros ao redor.
O aprendiz parou sobre a sua boca pútrida, tentando não respirar, e se
perguntou para onde ir em seguida.
O lado sombrio era mais forte perto do sarlacc do que em qualquer outro
lugar em sua curta jornada. Alcançando a Força, perseguiu essa impressão
em busca de suas origens. O sarlacc não poderia ser a fonte desse foco
estranho, já que estava morto há muito tempo. Ele mesmo não poderia ter
deixado uma impressão tão indelével, mesmo depois de matar um membro
do Conselho Jedi. Algo mais causou esse obscurecimento dos fluxos vitais.
Algo ou alguém...
O aprofundamento do lado sombrio o levou para o norte, ao longo de
uma trilha estreita que se afastava da aldeia. Seguiu-o, imaginando o que
poderia haver no final. Cruzou lâminas com vários grupos de invasores
Felucianos, todos montados sobre rancores espumantes e quase
incontroláveis. O comportamento deles sugeriu a ele que estava indo na
direção certa. Quando fugiam dele, sempre tentavam tirá-lo do caminho.
Quando voltava para o caminho, outro grupo de ataque aparecia. Logo
estava lutando contra uma dúzia de rancores e pelo menos o mesmo número
de guerreiros Felucianos. Quanto mais determinados eles se tornavam a
detê-lo, mais determinada a sua insistência para que continuasse sem
controle. Quando outro esquadrão de Imperiais mergulhou no turbilhão, o
conflito ameaçou se tornar uma extensão para ele, apenas por um momento.
O som de um rancor gritando em agonia era um que carregava consigo
depois de sua última viagem a Felucia, ocasionalmente perturbando os seus
sonhos. Nunca pensou que fosse um som ao qual pudesse se acostumar tão
rapidamente...
Pressionou, seguindo a estranha assinatura da Força de ponto quente a
ponto quente. A selva ferida e os seus habitantes mortos ficaram pra trás.
Um encontro furioso parecia sinalizar o cruzamento de uma fronteira
invisível, pois nenhum outro ataque ocorreu depois desse ponto. Os
Felucianos desistiram ou foram instruídos a recuar. Esse foi um bom
conselho, ele pensou. Parecia um desperdício lutar entre si quando nenhum
número de Felucianos iria vencê-lo, não a menos que eles tivessem armas
melhores do que espadas feitas de ossos afiados e o ocasional soco
telecinético.
Uma forma estranha surgiu do ar denso e úmido. Com o sabre de luz
pronto, o circulou, medindo-o antes de chegar muito perto. Era o esqueleto
de um rancor morto há muito tempo, com os seus ossos amarelos pintados
de verde com musgo e fungos. As poderosas costelas se erguiam como as
barras de uma gaiola de uma espinha quase invisível sob a cobertura do
solo. Ossos e garras das pernas estavam em uma confusão imprudente. O
crânio, quase grande o suficiente para uma casa pequena, havia virado para
o lado com a boca aberta. Dentes compridos ainda pareciam afiados o
suficiente para rasgar a carne.
O aprendiz passou respeitosamente pelo esqueleto, ciente de um silêncio
que pairava sobre a selva. Outro esqueleto jazia a uma dúzia de passos
adiante, depois mais dois além disso. A presença de ossos enegrecidos e
antigos saindo do chão em alguns lugares confirmou a sua crescente
suspeita de que ele havia entrado em um cemitério de rancor.
Observado por enormes órbitas vazias, abriu caminho em direção ao
centro, onde a escuridão parecia mais densa. Um som estrondoso baixo
quebrou o silêncio sinistro, como se um animal muito grande estivesse
rosnando. Quando um recinto feito inteiramente de ossos surgiu do mato,
ele parou por um momento e olhou.
Já tinha visto isso antes, também, no estranho estado entre a vida e a
morte. Tinha visto um homem algemado sentado em frente a uma lâmpada
em um prédio feito de ossos, e esse homem era Bail Organa. Reconheceu as
fotos do arquivo do Senador, mas não conseguiu estabelecer a conexão.
Agora sabia.
O pai de Leia estava dentro do recinto. E nas proximidades havia um
foco do lado sombrio. Que os dois estavam intimamente ligados, agora
tinha certeza absoluta.
Com cada fibra de seu ser alerta para o perigo, circulou o recinto,
procurando uma maneira de entrar. Ossos de dezenas de espécies, do
enorme ao muito pequeno, sobrepostos em todos os lugares que ele olhava.
Crânios humanos eram minoria; a maioria era Feluciano ou da espécie que
eles caçavam. Fêmures gigantes e rancorosos forneciam colunas, enquanto
costelas longas e curvas criavam arcos e suporte para o teto. Minúsculos
dedos e ossos da asa trituraram sob os pés.
O interior da estrutura era um labirinto de passagens e salas minúsculas e
de formato irregular. Depois de vagar aleatoriamente por um minuto inteiro,
pegou um vislumbre de luz amarela em um canto e o seguiu até a cela
improvisada de Bail Organa.
O homem parecia exatamente como na visão. Até o cheiro combinava.
No chão havia um pedaço de carne crua e podre que o aprendiz esperava
que não fosse comida.
O prisioneiro ergueu os olhos surpreso.
— Vim resgatá-lo, Senador Organa, — disse o aprendiz, desativando o
sabre de luz e ajoelhando-se para trabalhar nas algemas. Organa estava
imundo, mas não parecia ter se machucado. — Mestre Kota me enviou.
— Ah. Eu sabia que ele não poderia ficar fora da luta por muito tempo.
— As algemas se abriram e ele se recostou, esfregando os pulsos. — Achei
que ele ficaria bravo comigo por ignorar o seu conselho.
O aprendiz não conseguiu esconder um sorriso.
— Ah, não se preocupe. Kota está com raiva. Mas acho que ele quer
poder gritar com você pessoalmente.
Estendeu a mão para o seu comunicador, mas o rugido de um rancor o
cortou, mais profundo e com mais fúria animal do que qualquer outro que
tinha ouvido antes. Era tão alto que uma chuva de minúsculos ossos de
pássaros caiu sobre eles do macabro telhado acima.
Bail olhou pra cima e engoliu nervosamente.
— Esse é o animal de estimação dela.
— De quem é o animal de estimação?
— Maris Brood. Padawan de Shaak Ti, ou assim ela afirma ter sido. Ela
está me mantendo para negociar com os Imperiais, para comprar a
clemência de Vader. Ela enlouqueceu se acha que isso faria diferença.
O aprendiz revirou os olhos.
— Todo este planeta enlouqueceu.
O rugido veio novamente. Desta vez, o chão tremeu. Algo grande se
aproximava e parecia faminto.
— Oh, nós não somos loucos, — disse uma voz por trás dele.
O aprendiz se virou com o sabre de luz ativado. Uma Zabrak magricela
atravessou a entrada da cela óssea, girando um par de armas curtas em cada
mão. Eles pareciam inofensivos até que, com um clarão de luz vermelha
brilhante, cada cabo acendeu, produzindo duas lâminas de sabre de luz em
miniatura. As lâminas giratórias projetam sombras selvagens nas paisagens
ósseas que as cercam. Ela os varreu com tanta naturalidade como se fossem
varas de madeira.
Quando ela teve certeza de que tinha toda a atenção dele, ela
acrescentou:
— Acabamos de abraçar o poder do lado sombrio.
O aprendiz estava olhando pra ela, mas não por causa de suas palavras. O
seu rosto era tão familiar quanto o de Bail Organa, com feições ovais, lábios
negros e sete espinhos brotando de sua testa. Tranças negras enroladas
intimamente ao redor de sua garganta. Ela usava botas de combate e calças
de couro e um colete despojado para combinar. A única diferença entre esta
mulher e a que ele tinha visto em uma visão eram seus profundos olhos
vermelhos.
Quando Shaak Ti enviou a sua Padawan para se esconder na selva de
Felucia, ela realmente era uma serva do lado luminoso da Força. Agora ela
havia cometido o erro e se juntado a ele no lado sombrio.
Porque Shaak Ti estava morta. Porque a matou.
E agora a aprendiz de Shaak Ti veio para matá-lo.
Ela sabia?
— Maris Brood, — disse ele, afastando-se de Bail Organa.
Ela inclinou a cabeça em reconhecimento.
— E você é?
— Isso não é da sua conta, — Manteve o seu sabre de luz
cuidadosamente entre ele e aquelas lâminas girando hipnoticamente. O
tremor do chão estava piorando, — Eu vim pelo Senador.
— Bem, você não pode ficar com ele.
— Não pode não se aplica aqui.
Ela sorriu.
— Vamos ver, certo?
— Afaste-se, garota. Não me faça te machucar.
Ela riu.
— Ah, você não vai fazer isso. Ele não vai sair com você.
O barulho estrondoso atingiu um pico quando, com um rugido como a
colisão de mundos, o maior rancor até agora derrubou as paredes de osso e
ficou sobre elas, pingando lodo de suas mandíbulas. A sua pele era de um
branco mortal, dando-lhe um aspecto fantasmagórico e sobrenatural.
Organa e o aprendiz saíram voando, seguidos por uma avalanche de ossos.
Com a cabeça latejando, o aprendiz saiu de debaixo da pilha de ossos
mal a tempo de evitar que um pé gigante com garras caísse sobre ele.
Correu entre as pernas enormes e se afastou da cauda que balançava,
cortando enquanto avançava, mas a pele da criatura era tão grossa que nem
sangrava. Com presas e chifres mais longos do que ele, o bruto, claramente
um macho da espécie, era de longe o maior ser vivo que já vira. Uma
blindagem mais espessa do que alguns cascos de nave estelar protegia seu
pescoço e cabeça. Cada movimento seu era pesado, mas poderoso. Fedia a
carne alienígena e ao lado sombrio. O desequilíbrio que colocou Maris
Brood contra os Jedi também transformou o que provavelmente havia sido
uma fera nobre em um monstro insaciável.
E agora tinha que matá-lo. A sua mente estava indivisa nesse ponto,
mesmo que os detalhes precisos o iludissem. Tinha o seu cheiro agora e
toda a vontade maliciosa de Maris incitando-o a atacar. Entre agarrar as
mãos e estalar o rabo, ele teria dificuldade em se aproximar. Quando tentou
derrubá-lo com a Força, simplesmente rugiu pra ele em aborrecimento. O
relâmpago Sith resvalou em sua pele blindada como água. Poderia cortá-lo
com o seu sabre de luz por anos e não teria nenhum efeito. A sua mente era
pequena e já consumida pela vontade de Maris.
A situação parecia desesperadora. Tentar despistá-lo seria inútil, e
duvidava que até mesmo Juno pudesse pousar por tempo suficiente por ele
e Organa embarcarem e decolarem a tempo de evitar várias toneladas de
rancor de touro caindo sobre o casco da nave. Se não podia lutar e não
podia correr, que outras opções estavam abertas para ele?
Parou, esquivando-se dos golpes da fera e conduzindo-a em círculos,
perguntando-se se ela poderia eventualmente se cansar ou ficar com fome o
suficiente para perder o interesse nele, não importa o quanto Maris a
cutucasse. Parecia incansável, porém, e Maris logo percebeu a tática. A
próxima vez que deu a volta na anca da criatura, forçando-a a virar, ela
estava lá com lâminas gêmeas girando, tentando conduzi-lo naquelas
enormes mandíbulas.
Rolou sob o queixo do tamanho de uma pedra do rancor macho e foi
atingido por um bafo úmido e quente. A visão de seus dentes não fez nada
para tranquilizá-lo. Se Maris o pegasse desprevenido novamente, ou se
cometesse um erro, aqueles dentes poderiam facilmente acabar com
qualquer aspiração que tivesse de servir ao lado de seu Mestre como
corregente da galáxia.
Esses dentes...
Todos os seus poderes inúteis...
O início de um plano tomou forma em sua mente. À primeira vista,
parecia loucura, mas não menos louco à sua maneira do que derrubar um
skyhook ou matar um Mestre Jedi.
Saltou a um golpe da cauda mortal do rancor macho. Ele girou o seu
enorme corpo branco, sacudindo o chão a cada passo, e focou nele os seus
olhos de porco. A boca babando se abriu, não para rugir, mas para investir e
mordê-lo em dois. Músculos grossos como troncos de árvore se
flexionaram, abaixando a cabeça para melhor atacar.
Quando a boca estava totalmente aberta, o aprendiz deu dois passos,
respirou fundo e pulou pra dentro.
Só o cheiro já era quase suficiente para nocauteá-lo, mas esse era o
menor dos perigos que tinha de enfrentar. Usou a Força para manter as
mandíbulas abertas apenas o tempo suficiente para evitar os dentes quando
eles se fecharam. Então a escuridão caiu e a língua da criatura se tornou a
maior ameaça. O seu sabre de luz, a única fonte de vida na boca úmida e
gotejante, acabou com isso rapidamente. A cabeça do rancor macho
chicoteou de um lado para o outro, mas a sua vontade anulou o reflexo de
abrir a boca, algo que Maris não pensou em controlar.
Procurando atordoar a fera, o aprendiz utilizou todo o poder da Força e
enviou uma rajada escaldante de relâmpago Sith para o céu da boca da
criatura.
Cada neurônio no cérebro do rancor macho se acendeu como fogos de
artifício. Os segundos seguintes estavam entre os piores que o aprendiz já
havia experimentado. As convulsões do rancor macho eram selvagens e
prolongadas. Agarrou-se à vida, meio afogado em sangue e meio sufocado
pelo ar fétido, com braços e pernas segurando-o firmemente contra as
paredes carnudas e ondulantes.
Mas ele não morreu. Não podia acreditar. Miserável, enfraquecido,
tropeçando, o rancor macho agarrou-se à vida com a tenacidade de Kota.
Não menos desesperado, o aprendiz jogou a única carta que lhe restava.
Com uma poderosa liberação de energia cinética, explodiu a cabeça do
rancor macho por dentro.
Imediatamente ele estava caindo. Uma torrente de sangue e líquidos vis
subiu pela garganta aberta, arrastando-o para o campo de ossos. Piscando,
engasgando, mal conseguiu segurar o seu sabre de luz quando o enorme
corpo sem cabeça caiu no chão por trás dele com um estrondo poderoso e
úmido.
Foi uma sorte ter retido a sua arma, pois Maris estava sobre ele num
instante, com as lâminas zumbindo e girando. Mal ergueu o sabre de luz a
tempo de evitar a decapitação e cambaleou desajeitadamente para se
levantar para desviar de outra tentativa.
— Você me deixou com raiva agora, — disse ela, — e vou fazer você se
arrepender disso.
— Eu te dei uma escolha, — ele disse, bloqueando outro golpe duplo. —
Você matou aquela coisa, não eu.
— O lado sombrio não discute minúcias, — ela rosnou.
Os seus olhos brilharam vermelhos enquanto ela despejava golpe após
golpe sobre ele. Cambaleou pra trás, enfraquecido por mais do que apenas
sua batalha com o rancor macho.
Estava lutando contra si mesmo, mas não em alguma alucinação
inspirada em flashback, onde os Jedi e os Sith lutaram nele pelo controle de
seu futuro. Desta vez, a luta era real, e o seu oponente estava tão
alegremente rico no lado sombrio quanto antes. Ela também havia perdido
alguém de quem se importava profundamente; ela também foi enviada para
a galáxia dura para se defender sozinha. Eles deveriam se ajudar, não brigar
entre si. Mas com Bail Organa observado, não poderia sequer levantar a
possibilidade de uma trégua. Estava até mesmo usando movimentos de
Soresu contra as suas estocadas cruas e imprevisíveis, assim como a visão
de si mesmo tinha feito nas vestes Jedi.
E ainda...
Enquanto se defendia, não via nada além de autopiedade e medo nos
olhos dela. Ambos eram inferiores à raiva pura, embora ambos pudessem
ser portais potentes para o verdadeiro domínio do lado sombrio que o seu
Mestre havia demonstrado a ele. Maris era uma recém-chegada, mal
começando a sua jornada, assim como ele também estava viajando ao longo
de um caminho em direção à maestria total. Pela primeira vez, entendeu que
a Força não vinha só em dois tons: escuro e claro, distinto e combativo,
nunca se encontrando no meio para formar o cinza. Aqueles eram ideais, e
ideais existiam só para filósofos e teóricos discutirem. No mundo real,
escuridão e luz coexistem em proporções variadas; nada nunca foi estático.
Assim, esta ex-Padawan Jedi poderia se voltar para o lado sombrio depois
de uma vida inteira servindo à luz, e poderia facilmente voltar para a luz
depois, se sobrevivesse.
Claro, escuro, Shaak Ti tentou dizer a ele, são apenas direções.
Estamos sempre nos movendo, pensou, em direção ao escuro ou em
direção à luz. É impossível ficar parado. Alguns, como Darth Vader e o
Imperador, desceram pelo lado sombrio por tanto tempo que a luz deve ter
se tornado uma memória fraca e distante. Alguns pairavam eternamente no
cinza, nunca escolhendo inteiramente um lado. Na verdade, não haviam
lados reais, apenas a direção em que um estava se movendo. Era tudo
relativo.
Chegar a esse entendimento deu-lhe um novo tipo de força. Quando os
Sith traíam um ao outro, não era porque eles eram inimigos. Os seus
caminhos simplesmente divergiam. Então, lutar contra Maris não era virar
as costas para o lado sombrio. Ela simplesmente estava no caminho dele,
como tantas outras pessoas antes dele.
Não se deixe enganar, Shaak Ti também disse, como tantos antes de
você, que anda em qualquer coisa que não seja as suas próprias pernas.
Bloqueando os golpes giratórios de Maris Brood, mudou da forma sóbria
de Soresu para o Juyo mais agressivo, favorecido pelo lado sombrio. Maris
percebeu a mudança em seu estilo de luta, mas, tendo sido treinada só nos
métodos Jedi, não conseguiu entender o que isso significava. Ela continuou
atacando com desespero crescente, mesmo quando começou a conduzi-la de
volta pelos montes de ossos, passando pelo corpo de seu animal de
estimação gigante e longe do Senador Organa. A sua respiração se tornou
difícil e os seus movimentos menos focados. O medo começou a dominar o
olhar selvagem em seus olhos. Ela estava perto de perder totalmente a
concentração.
Use o medo, queria dizer a ela. Use o medo para deixá-lo com raiva,
porque a raiva a torna forte. Eu matei a sua Mestra. O meu tentou me
matar e eu sou mais forte por isso. Você também poderia ser, se ao menos
percebesse essa simples verdade!
Mas mesmo nas profundezas de sua escuridão, a luz a corrompeu
profundamente. Ela era uma causa perdida.
Chega, pensou.
Erguendo a mão esquerda, usou a Força para levantar um monte de ossos
no ar. Trepidando e caindo, eles giraram em torno dos dois, ganhando
velocidade. Maris não sabia para onde olhar. Enquanto ela estava distraída,
a desarmou com dois movimentos rápidos e precisos. As suas lâminas
deslizaram pelos ossos e ela caiu pra trás, esfregando os antebraços
chamuscados. O desafio brilhou em seus olhos, mas era tarde demais. Tarde
demais.
Quando ela se virou para correr, a atingiu nas costas com um raio Sith e
ela caiu esparramada até os ossos.
Com o sabre de luz na mão direita, ele se aproximou dela.
— Não, — ela engasgou, fazendo uma tentativa inútil de imitar a dança
dos ossos flutuando ao redor deles. Ele rebateu os mísseis para longe.
— Por favor! — O desafio se transformou em desespero e ela ainda
resistia à raiva, — Não!
— Por que não? — Ele ficou de pé sobre ela, o sabre de luz erguido, com
a ponta para baixo, para atacar. — Se você é a escrava do lado sombrio que
afirma ser, eu estaria fazendo um favor à galáxia.
— Mas não é minha culpa. Shaak Ti me abandonou neste planeta
horrível. — Lágrimas brilharam em seus olhos. — Felucia é mal. Ele me
corrompeu. Só me deixe sair daqui e deixarei o lado sombrio pra trás. Eu
quero.
— Por que eu deveria acreditar em você?
Ela ficou de joelhos,
— Por favor, deixe-me ir. Você ganhou, não é? O Senador é seu. Não há
necessidade de me matar. Ela estendeu a mão para ele. — Salve-me em vez
disso. Por favor.
Recuou, repelido pela exibição. Você não é digna do lado sombrio,
queria dizer.
Mas foi nisso que o lado sombrio a transformou. Ela havia aspirado a ser
uma Cavaleira Jedi, uma vez, e agora estava reduzida a implorar por sua
vida. Quaisquer talentos que ela tinha foram envenenados, transformados
em destruição, direcionados para dentro, usados para nenhum fim maior do
que a sua própria sobrevivência.
O lado sombrio mudou Felucia de maneira semelhante. O fedor de morte
e decadência em suas narinas vinha de mais do que o sangue do rancor
macho em cima dele.
Corrupção.
Baixou o sabre de luz e o desativou. O redemoinho de ossos caiu no chão
com um estrondo.
Ela ficou de pé, parecendo que não podia acreditar em sua sorte.
— Obrigada.
Também não tinha certeza se podia acreditar. Ele a estava poupando por
pena ou porque reconhecia as emoções que a envenenavam?
— Não diga nada. Apenas saia daqui.
— Posso ir com você? Eu não quero ficar aqui...
— Você vai ter que fazer isso, até que outra nave apareça. Ou talvez os
Imperiais possam lhe dar uma carona.
Recuou, como se ele pudesse mudar de ideia a qualquer momento. Então
ela se virou e fez uma pausa para a linha das árvores. Ele a observou para o
caso dela pegar as suas armas e tentar pegá-lo de surpresa. Apesar de todas
as suas súplicas e barganhas, não confiava nela nem um milímetro.
Na linha das árvores, ela parou e se virou. As suas lágrimas se foram.
Então, com uma piscadela de despedida, ela também estava.
Ossos estalaram atrás dele. Virou-se e viu um Bail Organa surrado e sujo
subindo pelos montes de ossos em sua direção.
— Eu já vi o tipo dela antes, — Organa disse severamente. — Um jovem
Jedi que se voltou para o lado sombrio, corrompido e mau, assassino...
O aprendiz estendeu a mão e firmou o Senador. Anos de dor
transpareciam nos olhos castanhos do homem. As palavras que Organa
disse em seguida o surpreenderam.
— Você não deveria tê-la deixado sair livre.
— Você realmente acha que ela está livre? — ele perguntou. Ela é tão
livre quanto eu, pensou. Livre para cometer erros e, esperançosamente,
livre para aprender com eles. — Ela vai carregar a memória do que ela fez
aqui para sempre.
Organa olhou para a parede da floresta por mais um momento, então
acenou com a compreensão. Ou que achava que entendia.
— Às vezes, as memórias não são suficientes. Às vezes, nós, as vítimas,
devemos ser mais... proativas.
— Exatamente, — O aprendiz aproveitou para direcionar a conversa para
algum lugar distante dos lugares escuros e dolorosos de sua própria psique
oculta. — É por isso que estou aqui, Senador. Precisamos desesperadamente
da sua ajuda. A galáxia precisa de sua ajuda. Temos que parar de viver no
passado e sair lutando por aquilo em que acreditamos.
Bail Organa olhou para ele com espanto.
— Kota e eu tivemos essa discussão muitas vezes, antes...
— O tempo para discussão já passou. O Imperador tem feito o que quer
há muito tempo, e somos nós que vamos detê-lo. Você está conosco?
— Leve-me até o Kota, — disse o Senador, cansado. — Faz mais sentido
falar sobre isso cara a cara.
O aprendiz ficou feliz por Organa acreditar, no momento, que Kota
estava totalmente por trás desse novo desenvolvimento.
— Tudo bem, — disse ele, — Vamos. Os Imperiais estarão rastejando
por toda esta selva em breve de qualquer maneira...
Quando se virou para comunicar Juno, pegou Organa olhando
novamente para a selva onde Maris Brood havia desaparecido.
— Que a Força esteja conosco, — murmurou o Senador. — Com todos
nós, de uma forma ou de outra.
O s dias em Felucia, Juno decidiu, foram os mais longos
da galáxia. Eles sentiram isso, de qualquer maneira. A primeira vez
que veio aqui, passou o tempo de inatividade consumida pela preocupação
com a traição planejada de Starkiller ao Imperador. Esse ainda era o plano,
mas permaneceu um tanto incerta se os seus motivos eram mais nobres do
que vingança por sua traição nas mãos de seu antigo Mestre. Os fins
justificavam os meios, finalmente concluiu, e se isso significava que os seus
destinos estavam um pouco mais emaranhados, melhor ainda.
Enquanto Kota andava, monitorava as transmissões Imperiais que
emanavam do mundo verdejante. Alguém tinha que ficar de olho no
transporte do Senador, então posicionou o PROXY do lado de fora com o
seu sabre de luz e um blaster para manter a vida selvagem, muito mais
determinada e cruel do que da última vez, longe de ambos as naves e se
manteve atenta a qualquer sinal de problema que estava a caminho. Se as
coisas ficassem complicadas, poderia pilotar a Sombra Invasora e PROXY
o transporte.
Quando Starkiller veio lhe dizer que havia localizado e protegido o
Senador Organa, sentiu os seus níveis de estresse diminuírem.
— Dê-me as coordenadas e eu vou buscá-lo.
Ele obedeceu e acrescentou algo que a deixou ainda mais ansiosa do que
antes.
— Não se assuste quando me vir. É só superficial.
— O que é só superficial?
O som de um rugido de rancor veio pelo comunicador. Parecia perto.
— Depressa, Juno. As coisas estão ficando um pouco desconfortáveis
aqui.
Ela fez o que lhe foi dito, ligando para PROXY e dizendo a ele que
estava pegando a nave em um curto salto, mas estaria de volta em breve. O
droide a tranquilizou afavelmente, dizendo que ele ficaria bem enquanto ela
estivesse fora. Então gritou para Kota se prender.
O General adiantou-se para sentar-se no assento do copiloto, embora não
pudesse ver pela janela dianteira ou usar os controles.
— Qual é a pressa? — ele perguntou.
— Os nossos amigos precisam de uma carona, — disse ela, acionando
interruptores e aquecendo os repulsores.
— O Bail está seguro?
— Assim fui informada. Agora não me faça mais perguntas. Isso vai ser
complicado se quisermos evitar aparecer na linha de visão de alguém.
A Sombra Invasora se levantou da tampa do cogumelo gigante, mas
permaneceu baixa, logo acima da camada de vegetação estranha que
abraçava a superfície do planeta. Balançando a nave de um lado para o
outro, o manteve tão baixo quanto os predadores parecidos com arraias que
tinha visto circulando as suas presas por entre as árvores. Praguejava toda
vez que o trem de pouso roçava uma vagem bulbosa ou um galho retorcido,
preocupada mais com ela voando do que com os sons de respingos que tais
impactos produziam. Nada em Felucia poderia prejudicar gravemente a
nave, a menos que voasse por uma montanha ou chamasse a atenção dos
Imperiais.
Voou sobre um rancor de oito metros de altura que corria de cabeça baixa
por um caminho idêntico ao dela, empurrando as árvores para o lado em sua
pressa. Ele nem olhou pra cima. Trinta segundos depois, passou por outro.
Ele também seguia o mesmo rumo.
— Acho que descobri o que significa desconfortável, — disse ela. —
Espere, General. Vou economizar alguns segundos em nosso horário de
chegada.
Pressionando o acelerador com mais força, jogou a cautela ao vento,
trazendo a Sombra Invasora por cima em um gradiente cada vez maior e,
em seguida, virando-a quando atingiram as coordenadas de Starkiller. Teve
que se concentrar na manobra, empregando os repulsores com impulsos
cuidadosamente cronometrados para que a nave reduzisse a sua velocidade
de avanço e descesse na direção certa, tudo no mesmo instante, e, como
resultado, apenas vislumbrou o caos que se seguiu no solo. Uma guerra
parecia estar acontecendo entre um rebanho de rancores furiosos e milhares
de necrófagos Felucianos por causa de uma única carcaça gigante. Os restos
estavam ensanguentados e quase irreconhecíveis como um bípede de
tamanho enorme, mas ela não teve tempo de especular sobre a sua natureza.
Dois homens estavam acenando para chamar a sua atenção da borda do
corpo a corpo sangrento. Direcionou a correnteza da nave para longe deles,
espalhando três rancores que pareciam estar incomodando-os no processo.
Quando abriu a escotilha da barriga e estendeu a rampa, o som do reino
animal de Felucia em franca revolta quase a ensurdeceu.
Passos subiram a rampa,
— Tudo bem, — disse Starkiller. — Estamos a bordo. Leve-nos embora.
Olhou por cima do ombro para ter certeza e congelou por meio segundo.
Starkiller estava coberto da cabeça aos pés por uma espessa camada de
sangue.
Não se assuste, ele havia dito. Isso foi um eufemismo.
Fechando a boca aberta e voltando para os controles, puxou a Sombra
Invasora para longe da carnificina abaixo e reentrou na segurança do dossel
da selva.

ENQUANTO JUNO SEGUIU O farol de localização de PROXY de volta ao local de


pouso do cogumelo, assistiu a reunião entre Kota e Bail Organa de canto de
olho. O velho era desajeitado e desprezava qualquer afeto aberto, mas o
Senador parecia imperturbável.
— Meu amigo, quase perdi a esperança de vê-lo novamente, mas deveria
ter pensado melhor. Você sempre foi um Mestre em resgates de última hora
e reversões repentinas.
— Pá. Eu não tive nada a ver com isso. E se você não tivesse saído nessa
sua missão idiota, não estaríamos tendo esta conversa.
A expressão de Organa ficou totalmente triste.
— Você deveria saber que Shaak Ti está morta, — disse ele. — Ela foi
assassinada por Vader ou um de seus assassinos.
— Provavelmente o mesmo que fez isso comigo, — Kota indicou o seu
rosto enfaixado com o movimento de um dedo calejado. — Tentei entrar em
contato com Kazdan Paratus, mas ele também ficou em silêncio.
— Vamos temer por ele juntos, Mestre Kota, até descobrirmos com
certeza. — Organa assentiu e olhou para o chão. — Os tempos sombrios
parecem apenas ficar mais sombrios.
— Há uma coisa pela qual ser grato, — disse Kota. — Leia está segura.
O Senador pôs a mão no ombro de Kota e segurou com força. Ele acenou
com a cabeça uma vez, como se encontrasse sua voz.
— Tive medo de perguntar. Estou mais do que grato; Estou em dívida
com você pra sempre.
Kota se afastou.
— Encontre-me algo para beber e eu vou nos acertar, — Carrancudo, ele
vagou para a parte traseira da nave, onde Juno o ouviu batendo entre as
provisões.
Isso deixou o Senador e Juno sozinhos pelo resto da viagem. Starkiller
estava se limpando no alojamento da tripulação, sem dizer nada sobre a
condição em que estava. Juno não insistiu no assunto, pensando que não
poderia ser tão importante se ninguém o tivesse levantado, mas com Organa
parecendo desajeitada e envergonhada com o comportamento de seu amigo
e com nada além da rasante para distraí-lo, se agarrou ao assunto como um
colete salva-vidas.
— Então, o que aconteceu com você lá atrás? — ela perguntou. —
Parecia que todos os seres vivos por uma dúzia de quilômetros queriam
fazer de você seu almoço.
Organa pareceu aliviado por quebrar o silêncio constrangedor. Ele caiu
no assento do co-piloto com um suspiro e esfregou as manchas em sua
camisa que já foi boa.
— Não nós, — disse ele. — Você deve ter visto o corpo do rancor macho
lá atrás. Bem, para começar, os seus companheiros não ficaram felizes com
a morte dele, e tanta carne fresca não dura muito tempo num lugar como
este. É um mundo difícil, — acrescentou, como se pensasse em algo que
outra pessoa havia dito. — Para sobreviver, é preciso uma profundidade de
caráter rara nos dias de hoje. Devemos perdoar aqueles que falham.
Juno o deixou terminar aquela outra conversa em sua própria cabeça,
imaginando que ele tinha muito mais desenvolvimentos recentes para
processar do que ela, mas ela não estava pronta para a próxima conversa
que ele iniciou.
— O jovem com quem você e Kota estão viajando, o que você pode me
dizer sobre ele?
Ela olhou para Organa, depois para o topo da selva à frente deles.
— O que você quer dizer?
— Bem, para começar: quem é ele? De onde ele vem? Nunca ouvi falar
de alguém tão poderoso quanto ele solto no Império, e estou ansioso para
saber como ele evitou ser detectado por Darth Vader. Você sabe quem era o
seu Mestre e onde ele ou ela está agora?
Organa estava olhando esperançosamente para ela, sem dúvida pensando
que outro Jedi, possivelmente um amigo dele, havia sobrevivido em algum
lugar, de alguma forma, e que a existência de Starkiller pressagiava um
novo meio de escapar da ameaça mortal do Império. Não sabia como dizer
a ele que eles tiveram sorte até agora, e longe de serem inocentes. A única
razão pela qual Starkiller evitou a lâmina de Darth Vader por tanto tempo
foi que eles eram aliados, e mesmo assim, a boa sorte não durou para
sempre.
No final, fez como fizera com Kota: diga a verdade, mas não toda a
verdade.
— Temo que o seu palpite seja tão bom quanto o meu, — disse ela. —
Ele é muito fechada. Isso pode soar estranho pra você, mas eu nem sei o
nome verdadeiro dele.
— Isso soa um pouco incomum, mas já ouvi falar de arranjos estranhos.
— Ele ensaia um meio sorriso, depois o deixa cair. — As façanhas que ele
realizou lá atrás mostraram uma força notável. Não vejo ninguém como ele
desde as Guerras Clônicas, e isso não é necessariamente uma coisa boa. Tal
poder, sem controle, pode ser perigoso. O lado sombrio se alimenta do
gosto pelo poder. Pode ser mortal para aqueles pegos no caminho, como
uma jovem aprendiz descobriu hoje, quase à custa de sua vida.
Ali, novamente, uma referência a algo sobre o qual nada sabia. Juno se
sentiu irritada consigo mesma por um leve lampejo de ciúme. Por que tantas
missões de Starkiller envolvem mulheres jovens em perigo?
— Eu acho que ele está tentando fazer a coisa certa, — ela disse
cuidadosamente.
— Eu deveria confiar nele, então, como você obviamente faz?
Respondeu sem hesitar:
— Com a minha vida, — então sentiu que talvez tivesse falado muito
rápido ou com força para ser considerada objetiva.
O Senador olhou pela janela da cabine.
— Ah, nunca pensei que um transporte pudesse parecer tão bom.
Juno seguiu o seu dedo indicador e viu PROXY acenando na ponta do
cogumelo gigante, próximo ao transporte do Senador.
— Está em boas condições, — ela disse a ele, trazendo a Sombra
Invasora para pousar. — Nós borrifamos com inseticida para que a viagem
para casa não seja muito desconfortável.
— Obrigado... uh, — O Senador hesitou ao se levantar.
— Eclipse, Senador. Capitã Juno Eclipse.
— Obrigado, Juno. Se alguma vez você precisar de uma mudança de
ritmo, Alderaan sempre pode usar um piloto com consciência,
especialmente uma boa como você.
— Vou ter isso em mente, senhor, — ela disse, sentindo o rubor subir ao
seu rosto. — Mas acho que meu curso está claro no momento.
Ele sorriu e foi para a popa.

OS TRÊS HOMENS SE ENCONTRARAM NA SUPERFÍCIE DO COGUMELO enquanto se certificava de


que a nave estava pronta para o espaço. Starkiller parecia mais limpo do
que nunca, sem nenhuma evidência do sangue que o contaminou. Sentindo-
se excluída, correu pela lista de verificação e desceu a rampa para esticar as
pernas, e para dar uma opinião, se necessário.
— A Rebelião aberta é muito perigosa, — dizia o Senador. — Kota, eu
sei que te devo minha vida, mas...
— Você não me deve nada, — o General interrompeu rispidamente. —
Eu disse a você na Cidade das Nuvens que não posso ajudá-lo. Não desde...
Novamente, o gesto em seus olhos arruinados que Juno tinha visto muitas
vezes. Tornou-se uma desculpa abrangente para qualquer coisa que o ex-
Jedi considerasse muito conflituosa. — Ele é o seu herói, — disse Kota,
erguendo o queixo na direção de Starkiller, — e é a Rebelião dele. Junte-se
a nós porque ele está pedindo a você, não a mim.
O Senador esfregou o queixo barbudo, avaliando suas opções. Os seus
olhos afiados estudaram os dois homens à sua frente, os jovens e os velhos,
e o que ele fez de sua estranha aliança ele guardou para si mesmo.
— Você é o primeiro a agir abertamente contra o Império, — ele disse.
— Mas não estamos preparados para ir à guerra. Precisamos de armas e
naves estelares, e pessoas com coragem para usá-las. Não sei quantos outros
ficarão conosco.
— Naves e armas podemos encontrar, — disse Kota.
— Não falta gente, — disse Juno.
— E você já está pensando em quem abordará primeiro, — disse
Starkiller, estudando o Senador com uma expressão perspicaz.
Organa olhou para ele e assentiu.
— Bem, sim. Existem outros Senadores que se manifestaram contra o
Imperador. Mas eles serão difíceis de convencer. Falar é barato no Senado,
às vezes. A ação é uma mercadoria muito mais cara.
— Só precisamos mostrar a eles que o Império é vulnerável, — disse
Kota rispidamente.
— Sim, — disse Organa. — Mostre-os de uma forma que não pode ser
descartada como um acidente. A Holo Noticiário não cobre tudo, mas a
notícia ainda se espalha. E essa notícia será como comer ácido nas
fundações do Império. Quando o empurrão chegar, ele cairá. O empurrão
certo no lugar certo...
— Deixe-me meditar sobre os detalhes, — disse Starkiller. — Tenho
certeza de que encontrarei o alvo certo. Enquanto isso, Senador, faça
contato com os seus amigos e aliados. Vamos precisar de toda a ajuda
possível.
O Senador hesitou, depois assentiu.
— Tudo bem. Sozinho, não pude evitar que nem a minha própria filha
fosse tomada como refém. Juntos, podemos fazer a diferença para todos na
galáxia. — Ele estendeu a mão e apertou a de Starkiller com força. — Essa
é a esperança que você me deu hoje. Eu a honrarei.
Acenando adeus a Juno, ele se virou para Kota.
— E você, General Kota? — ele perguntou. — Pra onde leva o seu
caminho? Tenho espaço na minha nave para um passageiro.
Mais uma vez, Kota bufou:
— De modo algum. A bebida é melhor na nave do garoto.
O rosto de Organa se encheu de tristeza, mas Kota não conseguia ver. O
Senador agarrou-o pelos ombros e disse com uma voz superficialmente
alegre:
— Bem, certifique-se de manter a cabeça baixa, velho amigo, e deixe a
luta para outra pessoa.
Eles se separaram. Organa atravessou o chapéu de cogumelo esponjoso
até o seu transporte, que PROXY ainda guardava. O droide saudou o
Senador quando ele entrou em sua nave, então todos os quatro voltaram pra
Sombra Invasora.
— Dê a ele uma escolta até a órbita, — Starkiller disse a Juno antes de ir
para a ré. — Seria um desastre se ele fosse pego por uma patrulha Imperial
sortuda agora.
Kota não disse nada enquanto aquecia as unidades e decolava. Feliz por
deixar Felucia pra trás, pela última vez, esperava, seguiu a nave de Organa
enquanto irrompia a atmosfera e se preparava para acionar o seu hiperdrive.
— Com quem você está entrando em contato agora? — Juno perguntou a
Kota ao notar uma mensagem codificada saindo da nave.
Ele não respondeu. Quando se virou para ver como ele estava, viu que
ele estava sentado no assento ejetor com as mãos cruzadas no colo,
aparentemente dormindo.
Dando de ombros, traçou um curso para um sistema vazio e mandou a
nave embora.
O MEDITAÇÃO
APRENDIZ FICOU NA CÂMARA DE
com a cabeça abaixada e esperou.
O plano estava indo bem. Bail Organa foi resgatado e convencido a
contemplar a agressão aberta contra o Imperador. A sua filha também não
conseguiu ver através do disfarce que usava, um de ódio pelos Imperiais e
as suas conexões contra alienígenas e mulheres. A presença contínua de
Kota o enervava um pouco, mas tinha certeza de que poderia enganar o
velho. O disfarce estava se tornando uma segunda natureza agora.
Mas era inteiramente um disfarce? Certamente, quando falou em trair
Palpatine, quis dizer cada palavra. O Imperador não merecia menos por
ordenar a sua morte. E não tinha ilusões quanto ao resultado final de sua
missão. Todos que reunisse para a causa seriam usados por seu Mestre para
destruir o Imperador, mas não para destruir o Império. Kota e Bail e os seus
aliados seriam todos mortos, sem dúvida, antes de colocar alguém que eles
queriam no comando.
Disse a si mesmo para não perder o sono por causa dos supostos
rebeldes. A causa deles era perdida antes mesmo de começar. E se tinha um
certo orgulho de ser admirado e confiável, sabia que isso não duraria.
Melhor não pensar mais nisso.
Mas e o destino de Juno? Poderia salvá-la daquela espera pelos outros?
Ansiava por falar abertamente com ela sobre o seu objetivo final, abandonar
as mentiras e o engano com ela, se ninguém mais. Mas o pensamento
provocou uma tempestade de emoções. Para cada argumento a favor, havia
três contra. Ela havia sido marcada como traidora pelo Império, então não
teve escolha a não ser segui-lo, mas não suportava a ideia do que ela
poderia dizer, então ficou em silêncio na esperança de que tudo ficasse claro
para ambos os lados, com o tempo.
Enquanto esperava, pensou em trocar de roupa. O uniforme que o seu
Mestre lhe dera na Empírico agora fedia a sangue de rancor, e sempre
cheiraria mal, não importa o quanto o esfregasse. A Sombra Invasora foi
abastecida com várias roupas em seu tamanho, em preparação para a sua
missão, mas a variedade era limitada ao preto ou marrom. As cores dos Sith
ou Jedi, percebeu, dependendo de quem estava representando. Havia
puxado uma prateleira de marrons escuros, pensando que talvez fosse hora
de mostrar mais claramente a sua suposta lealdade às forças do chamado
bem, mas hesitou em colocá-los. Nu até a cintura, vestido só com as suas
calças e botas de couro manchadas de sangue, procurou dentro de si a
coragem necessária para simplesmente se vestir.
É importante, pensou ele, se não para mim, então para aqueles ao meu
redor. Não estou acostumada a ter aliados...
Alguém se moveu nas sombras. Um arrepio apertou a pele entre as suas
omoplatas nuas. Levantou a cabeça.
— Eu sei que você está aí, — disse ele, — Mostre-se.
Uma figura humana vestida de marrom saiu da sombra, com uma mão
enluvada ou artificial e cabelos loiros escuros e grossos. Os seus olhos
estavam na sombra, mas não havia como confundir a sua intenção. Um
sabre de luz azul brilhante ganhou vida quando a figura se aproximou, com
os seus passos acelerando, com a intenção de atacar.
— Um novo ataque, PROXY? Excelente.
O aprendiz colocou o sabre de luz na mão e bloqueou o primeiro de uma
série de golpes rápidos. O droide estava trabalhando neste módulo há algum
tempo, ao que parecia, a julgar pela habilidade que exibia. O seu estilo de
combate variava do agressivo estilo Jedi Shien à forma mais avançada de
Djem So com lampejos ocasionais de raiva que levavam o combate além da
rajada ofensiva para Juyo direto e cheio de fúria. O aprendiz dançou com os
pés e a lâmina, admirando as técnicas e truques de seu mais novo oponente,
a quem naturalmente reconheceu como o herói morto há muito tempo das
Guerras Clônicas Anakin Skywalker, e prolongando o duelo para ver onde
isso poderia levar.
Mas, apesar de seu interesse intelectual na obra de PROXY, o seu
coração não estava nisso. Lutou contra Cavaleiros Jedi reais agora e
Padawans Jedi caídos. Em suas visões, lutou como o seu Mestre, Darth
Vader, e até lutou contra si mesmo. Esses duelos eram muito reais, enquanto
este parecia, de repente, vazio e não servia mais como uma distração. Se
não fosse pelos sentimentos de PROXY, terminaria rapidamente e
conservaria a sua energia para outros fins.
Mesmo enquanto pensava nisso, PROXY o surpreendeu. Esquivando-se
de um golpe particularmente precipitado, o droide rolou como esperado,
mas voltou de mãos vazias. O aprendiz procurou o sabre de luz e o viu a
tempo de evitar o desmembramento. PROXY usou os seus repulsores para
imitar um empurrão telecinético que fez o cabo do sabre de luz girar pela
sala e voltar, um movimento que o aprendiz nunca o vira usar antes. O
bloqueio do aprendiz impediu que a lâmina cortasse sua garganta, mas ao
ricochetear fez um corte em seu braço. A ferida leve enviou um choque
neural através de seu sistema. Riu, não apenas com a descarga repentina de
adrenalina e endorfinas.
— Muito bem, PROXY, — disse ele, — Você quase me pegou lá.
O droide não quebrou o seu disfarce ao cair pra trás sob uma rajada de
golpes de retaliação. Revitalizado pelo lembrete de que até mesmo brincar
de luta com PROXY poderia ser mortal, o aprendiz encurralou o droide em
um canto e enfiou a ponta de sua lâmina no peito de metal de PROXY.
O holograma faiscou e piscou. As características familiares de PROXY
apareceram através das do lendário Cavaleiro Jedi, e o aprendiz estendeu a
mão para firmá-lo.
Mas algo estava errado. A estática não se dissipou normalmente. Parecia,
no mínimo, estar ficando mais forte, como se a aparência do Anakin
Skywalker morto relutasse em se dissipar.
— Mestre! — o droide engasgou em alguma agitação. — Mestre, ele
está aqui!
PROXY enrijeceu, endireitou e pareceu aumentar de tamanho. Não era o
marrom das vestes e cabelos dos Jedi se formando no caos da estática, mas
o traje protetor preto de Darth Vader.
Surpreso, o aprendiz deu dois passos pra trás e recuperou a compostura.
Ajoelhando-se, curvou a cabeça diante de seu Mestre.
— Lorde Vader, você recebeu a minha mensagem.
A cabeça abobadada não se mexeu. O aprendiz não sabia se ficava
aliviado ou preocupado. Por trás daquela máscara negra, olhos invisíveis
pareciam dissecá-lo como um experimento fracassado.
— Conte-me sobre o seu progresso.
— Recrutei vários dissidentes para minha causa. Eles confiam em mim e
acredito que têm capacidade para fazer o que exigimos.
— Se a sua missão vai tão bem, por que você busca o meu conselho?
O aprendiz respirou fundo.
— Os meus aliados buscam um grande ataque contra o Império, algo que
galvanize todos os inimigos do Imperador em uma força poderosa. Eu disse
a eles que forneceria um alvo adequado.
Lorde Vader contemplou a questão um momento antes de responder.
— O Imperador governa a galáxia através do medo. Você deve destruir
um símbolo desse medo.
— Sim, Lorde Vader.
— O Império tem construído Star Destroiers acima de Raxus Prime. Esse
estaleiro é o seu próximo alvo.
O aprendiz assentiu, pensando bem na proposta. Star Destroiers eram
símbolos muito visíveis do controle Imperial, opressores monstruosos
temidos nos céus daqueles que ansiavam por liberdade. Destruir até mesmo
um seria uma grande conquista; destruir a fonte de muitos seria um grito de
guerra para uma rebelião total, se pudesse fazer isso...
Então se lembrou. Não estava falando com rebeldes agora, e isso não era
uma proposta. Era uma ordem.
— Obrigado, Lorde Vader, — ele disse. — Vou embora imediatamente.
Esperou que o holograma se dispersasse, como geralmente acontecia
quando ele era dispensado, mas o seu Mestre não havia terminado com ele.
Ergueu a cabeça e se viu ainda sujeito daquele olhar penetrante e sombrio.
— Há muito conflito em você, — disse o seu Mestre.
Pego de surpresa, o aprendiz ficou momentaneamente sem palavras.
Uma onda de imagens o dominou: de Kota cego e desanimado, de Maris
Brood implorando por sua vida, de seu pai morto e dele mesmo, Galen,
jazendo morto aos seus pés, e da dor ardente da lâmina de seu Mestre
queimando as suas costas.
Endireitou-se, então, sabendo o que deveria dizer.
— Os meus ferimentos me incomodam, Mestre. Não posso deixar de me
perguntar o quanto de mim ainda é humano.
— Não, — A mentira plausível não foi aceita por seu Mestre. — Os seus
sentimentos por seus novos aliados estão ficando mais fortes. Não esqueça
que você ainda me serve.
Com isso, o holograma se dissolveu e PROXY voltou à sua aparência e
tamanho normais.
— Ugh, — o droide disse com um estremecimento. — Eu odeio ser ele.
O aprendiz se levantou, pensativo, e assentiu.
— Eu acho que ele também.
Os fotorreceptores de PROXY piscaram e olharam por cima do ombro.
— Mestre...
Sabia que Juno estava lá antes de se virar. Podia sentir isso na contração
de seu estômago e no súbito aumento de seu batimento cardíaco. Mas
quanto tempo exatamente ela estava lá? O que ela tinha visto?
Quando viu a expressão em seu rosto, sabia que ela tinha visto tudo.
— Juno...
— Eu... eu queria descobrir para onde estamos indo a seguir. Você estava
treinando e não me ouviu entrar, então resolvi esperar. — Confusão e
preocupação ameaçaram dominá-la; então a sua expressão endureceu. Ela
engoliu em seco e disse: — Mas parece que você já foi informado pra onde
ir.
Ela se virou para sair, e o aprendiz atravessou a sala em pânico e pegou o
seu ombro.
— Juno, espere, isso não é o que...
— Claro que é, — ela retrucou, afastando-se dele e cruzando os braços.
— Você ainda é leal ao Vader. Depois de tudo o que ele fez para nós, me
marcando como traidora e tentando matar você, você ainda é dele... dele...
— Ela parecia à beira das lágrimas.
— Seu escravo.
Juno olhou pra ele com os olhos cheios de mágoa. Ela pareceu surpresa
por um momento.
— Sim, — Sua voz assumiu um tom esperançoso. — Mas se é assim...
por quê? Por que você desafiou o seu Mestre para me resgatar?
Sua resposta foi dura para os seus próprios ouvidos.
— Você estava em Callos. Está no seu arquivo. Você sabe como é seguir
ordens ao pé da letra.
Ela estremeceu.
— E?
— E eu precisava de alguém para pilotar a nave.
— Nós dois sabemos que isso não é verdade.
Virou-se, e desta vez foi ela quem o puxou de volta.
— Estar aqui nunca foi sobre a minha pilotagem.
A sua garganta estava tão apertada que temia não conseguir falar.
Também não conseguia encontrar os olhos dela. A decepção neles, as
esperanças frustradas, eram muito agudas.
E muito perto do que sentia em seu próprio coração.
Ela se soltou e foi embora, mas na soleira ela voltou.
— Eu não sei quem, ou o que, você realmente é, — ela disse. — Talvez
eu nunca saiba. Mas em breve, você decidirá o destino da rebelião, não o
seu Mestre. Isso é algo que ele não pode tirar de você. E quando você se
deparar com esse momento, lembre-se de que eu também fui forçada a
deixar tudo o que já conheci.
— Por favor, — ela disse, — não me faça deixar outra vida pra trás.
Com isso ela o deixou cheio de frustração e dúvidas, olhando para as
roupas que havia estendido, com os punhos cerrados e tremendo ao lado do
corpo.
Certa vez, lembrou-se, havia pensado em tomar providências se Juno
chegasse muito perto dele. Agora era tarde demais para isso. Eles tinham
sentimentos um pelo outro que não podia negar, e agora ela sabia a verdade
sobre ele e a sua trama em andamento com Darth Vader. Deveria matá-la
imediatamente para salvaguardar o plano. Não havia dúvida sobre isso.
Mas não podia, e de uma forma estranha confiava nela para não contar a
Kota. Isso significaria a sua morte, e estava certo de que ela também não
queria isso.
Esperava que ela ficasse feliz quando soubesse que poderia voltar ao
Império e trabalhar para a marinha novamente. Tinha sido ingênuo da parte
dele, agora percebia, presumir que poderia esquecer tudo o que acontecera
desde a sua captura. Ela estava viajando com Kota há muito tempo,
alimentando os seus próprios ressentimentos. Ela até tentou falar com ele
sobre isso uma vez, e a dispensou. Se a tivesse escutado, talvez conhecesse
melhor.
Se isso teria mudado alguma coisa, era outra história. Realmente, supôs,
o plano era irrelevante. Era o seu envolvimento contínuo com Vader que era
o problema. Como ela poderia querer alguém tão intimamente envolvido
com o homem que a aprisionou sem razão por tanto tempo?
Ainda assim, estava aberto agora, pelo menos entre os dois. Não teve
escolha a não ser continuar com o plano para se vingar do Imperador.
Depois, consertaria as coisas com ela. Se eles pudessem trabalhar juntos até
então, muito bem. Isso era tudo que eles precisavam fazer. Mas odiaria se
ela pensasse nele como pensava em Maris Brood: como uma criatura ferida
e em conflito, possuindo pouca esperança e poucas perspectivas.
Ele vestiu o manto e o capuz, adotando o traje de um Cavaleiro Jedi com
resignação e coração pesado.
R axus Prime, de novo. Juno sentia-se como se estivesse
viajando em círculos, ou talvez em uma espiral sempre descendente.
Pensou que a sua situação era complicada o suficiente da última vez, mas
tudo com o que tinha que se preocupar era Callos e o seu pai. Mal havia
pensado nisso desde que escapou de uma prisão Imperial e começou a sua
vida fugindo. E agora a traição de Starkiller...
Pegou-se pensando nisso e disse a si mesma com raiva para parar. Não
foi uma traição. Ele nem mesmo mentiu para ela. Ele apenas a deixou
acreditar que quando falou sobre se vingar do Imperador, se referiu ao
Vader também, e ao Império como um todo. Ele a deixou acreditar que toda
a sua conversa sobre rebelião era genuína, não um estratagema para
promover os seus próprios fins. E acreditou nisso, como a boa piloto que
deveria acreditar. Apenas um lacaio, como tinha estado sob Vader e
permaneceu sob o aprendiz de Vader. Não tinha ninguém para culpar por
sua ingenuidade a não ser a si mesma.
Não era como se merecesse qualquer outra coisa. Havia confiado
livremente e deixado que ele pensasse. Não o pressionou o suficiente para
contar como ele havia sobrevivido à traição de Vader, quando agora era
óbvio que o próprio Vader o salvou, apenas para esse propósito. Como ela,
uma capitã Imperial que já comandou esquadrões inteiros de pilotos, alguns
deles os melhores do Império, foi tão facilmente sugada pelo feitiço desse
estranho, dessa alma torturada? Parecia incrível pra ela.
Queria chorar ao pensar em quão profundamente havia traído a si
mesma. Não era uma vassala, um peão no vasto jogo de alguém. Era um
indivíduo, uma pessoa de talento e, uma vez, teve ambição. O que era
agora?
A lista de suas realizações recentes era incrivelmente pequena. Voe aqui;
pegue lá; faz isto; conserte isso. Não tinha nada a oferecer sobre Felucia,
exceto a sua opinião sobre Starkiller, e isso provou ser completamente
infundado. Se a culpa estava sendo repassada quando a rebelião acabou
sendo cuspida no sabre de luz de Vader, supôs que merecia uma parte dela
também, por não pensar, não tentar, não fazer nenhuma das coisas
defendidas pela causa perdida sem saber.
Se não cuspiu em si mesma, ao lado de todos os outros traidores...
Kota não podia deixar de estar ciente de seu humor. Estava em silêncio
desde o seu confronto com Starkiller, e a sua concentração estava desligada.
Havia verificado o salto final três vezes antes de ver um erro em seus
cálculos que provavelmente significaria todas as mortes. Até brigou com
PROXY quando ele se ofereceu para consertá-lo pra ela. Os cérebros dos
droides não tinham nada parecido com os problemas que estava lidando
atualmente. Eram só números e listas de tarefas prioritárias e obedecer
ordens, sem fazer perguntas.
Quando se pegou com inveja dele, sabia que estava num mau caminho.
— PROXY, — ela disse, — vá dizer ao seu Mestre que estamos quase
chegando.
O droide saiu arrastando os pés e se preparou para o pior.
— Envolvendo a camuflagem, — ela disse enquanto a visão do
hiperespaço através da janela frontal se revelava, revelando o verde marrom
escuro de seu destino, com as suas linhas de campo magnético tão
desordenadas como sempre. — Olá, Raxus Prime, lixeira da galáxia. Bom
ver você de novo.
— De novo? — disse Kota.
Ela se chutou mentalmente.
— Eu fiz algumas corridas de despejo aqui na minha encarnação
anterior, — ela improvisou. — Antes que a vida se tornasse interessante.
PROXY retornou.
— O meu Mestre diz que irá atendê-la o mais rápido possível.
— Bom, — Ela exalou pesadamente, lembrando-se de como se sentia na
Empírico toda vez que a sua suposta execução era adiada. — Vamos dar
uma olhada e ver o que podemos.

O ESTALEIRO AUMENTAVA NO horizonte imundo do planeta como uma estranha lua


mecânica. Em forma de disco, com docas e guindastes complexos
irradiando de seu limite externo, era de longe a maior estrutura artificial que
já vira. Mais de uma dúzia de Star Destroiers estavam atualmente em doca
seca: um quase completo, os outros como conchas triangulares em vários
estágios de fabricação. Bolas gigantes de minério flutuavam perto da
estação, aguardando refinamento. Enormes faíscas de arco dispararam dos
Star Destroiers como enormes e complicadas máquinas soldadas painéis no
lugar.
Não havia sinal de tal instalação quando ela e Starkiller estiveram lá
apenas alguns meses antes. A sua mente se surpreendeu com a velocidade
com que foi construída. Achou difícil de acreditar e se perguntou que outras
surpresas eles poderiam encontrar na superfície do planeta.
— Eu sei que escolhi este alvo, — Starkiller disse por trás deles, — mas
não tenho ideia de como vou destruir aquela coisa.
Virou-se para olhar pra ele em seu traje Jedi, e a raiva explodiu
novamente. Ele não havia escolhido o alvo; o seu maligno Mestre tinha.
Mas um olhar para expressão preocupada dele a lembrou que, no
momento, eles estavam todos no mesmo barco.
Respirou fundo.
— PROXY e eu temos escaneado os bancos de dados Imperiais em
busca de informações, — disse ela. — Achamos que temos um plano.
PROXY?
A gratidão de Starkiller era tão óbvia que ficasse feliz por Kota não
poder vê-la.
— O Império está usando sucata de Raxus Prime para construir os Star
Destroiers, — disse PROXY, com os seus fotorreceptores acendendo. Em
vez de seu habitual holograma completo, ele projetou uma imagem trêmula
no espaço aberto entre as três cadeiras da cabine. A imagem era de um
enorme acelerador linear que eles encontraram durante uma varredura do
planeta. — O metal coletado na superfície é derretido e depois disparado
para o espaço, usando este canhão.
Um dedo de metal traçou as principais características do canhão através
do holograma giratório: conduítes de energia, eletroímãs refrigerados a
hélio, bobinas de indução.
— Se você pode comandar o canhão de minério, — disse Juno, — você
deve ser capaz de dispará-lo diretamente na própria instalação.
— O impacto do minério compactado deve ser suficiente para
desestabilizar todo o estaleiro, — concluiu o droide.
A imagem que ele projetou mudou para uma das construções maciças.
Uma animação grosseira mostrava uma bola brilhante de minério
avançando em direção à estrutura, fazendo-a explodir violentamente.
PROXY desligou o holograma.
— Claro, Mestre, você precisa alcançar o canhão primeiro.
Starkiller assentiu.
— Você vai me guiar até lá? — ele perguntou a Juno.
— Naturalmente, — ela disse sem nenhuma expressão em sua voz.
— Certo, — Ele passou as mãos pela barba escura em seu couro
cabeludo. — Existem muitos buracos neste plano, mas pelo menos temos
um. Obrigado.
A sua mão tocou brevemente o ombro de Juno. Virou-se e olhou pra ele,
e ficou impressionada como quando se encontraram pela primeira vez pela
falta de cicatrizes nos dedos dele. Darth Vader tinha feito isso com ele,
presumiu, quando salvou o seu aprendiz da ira do Imperador.
Estremeceu, e o toque recuou.
— Leve-nos para baixo, — disse ele, — se puder fazê-lo com segurança.
— Podemos operar o dispositivo de camuflagem um pouco mais, —
disse ela. — Além desse ponto, pode ficar um pouco complicado.
— Não se arrisquem. Quero saber se vocês estão seguros.
— Não acho que isso seja uma garantia que alguém possa fazer... agora.
Colocou as mãos nos controles e guiou a nave por uma descida rápida e
saltitante que impossibilitava qualquer conversa. O barulho era música para
os seus ouvidos em comparação com as tentativas confusas de Starkiller de
apelar para ela. Quem ele pensava que era para amarrá-la em nós como
este? Em um minuto ele estava planejando a traição dela e de todos com
quem eles fizeram contato nos últimos dias; no seguinte, ele estava lhe
dizendo que se importava com sua segurança. Queria gritar.
Mantendo as suas emoções cuidadosamente contidas, trouxe a nave pra
baixo sobre um mar venenoso não muito longe do canhão de minério e
começou a procurar espaço para pousar.
— Mestre, — disse o droide, — estou captando transmissões Imperiais
do próprio planeta. Eles parecem se originar no núcleo do computador
senciente.
— De acordo com os registros que pude acessar, o Império reprogramou
o Núcleo para mover o salvamento para os poços de fundição. Todos os
bancos de dados que acessei até agora sugerem que, além dessa nova
fidelidade, ele é inofensivo.
— Hah, — disse Kota. — Não existe computador inofensivo. Essa coisa
provavelmente sabe tudo o que acontece na superfície do planeta.
Starkiller grunhiu em reconhecimento.
— PROXY, faça contato com ele. Talvez você possa interceptar algumas
transmissões Imperiais. Avise-me se descobrir quem somos e decidir atacar
ou pedir reforços.
— Claro, Mestre.
— Não há nenhuma menção a Kazdan Paratus, suponho, — disse Kota
em um tom de resignação cansada.
A culpa compartilhada inundou Juno.
— Receio que não, — ela disse.
— Sinto muito, — disse Starkiller com todas as aparências de
sinceridade.
O sombrio General dispensou a sua simpatia.
Juno manteve os olhos cuidadosamente à frente.
O aprendiz pulou da rampa da Sombra Invasora com menos do
que o seu vigor normal. O fedor penetrante de Raxus Prime o atingiu
como um soco no nariz, e a visão também não melhorou muito. As infinitas
camadas e desfiladeiros de lixo pareciam os mesmos de antes, exceto por
novos buracos e as crateras onde fragmentos de metal maiores haviam sido
removidos e alimentados com o canhão de minério. O caminho era
traiçoeiro, portanto, e ficou de olho em seus pés, bem como em seus
arredores.
Mas a sua mente inevitavelmente vagou, cheia de preocupações com
Juno e a sua missão. Só agora, com Juno zangada com ele, estava realmente
ciente da suposição que havia feito sem perceber conscientemente: que ele e
Juno teriam um futuro juntos quando tudo isso acabasse. Que qualquer um
deles poderia ser morto estava sempre presente em seus pensamentos, mas
nunca havia considerado que ela poderia não querer estar com ele se ambos
sobrevivessem. Foi pego de surpresa por seus próprios sentimentos e pela
possibilidade de que nunca seria capaz de agir de acordo com eles.
Sentindo a necessidade de refletir sobre esse assunto, ficou mais tempo
na câmara de meditação do que talvez devesse. Fazia dias que não
encontrava tempo para realizar o seu exercício favorito: olhar para a lâmina
de um sabre de luz em busca do foco de sua fúria. Desde que o seu sabre de
luz havia sido perdido e estava usando o de Kota, a concentração era difícil
de encontrar. A lâmina era velha, mas perfeitamente utilizável; esse não era
o problema. A mudança de cor também, embora o verde arrojado o
surpreendesse às vezes. Era mais uma questão de propriedade. Parte dele
estava ciente, lá no fundo de seu subconsciente, que o sabre de luz pertencia
a outro guerreiro, um que não respeitava totalmente, apesar de todas as
habilidades que Kota já possuía, então alcançar a concentração total era
impossível.
Passou uma hora depois de seu confronto com Juno substituindo um dos
cristais verdes na arma de Kota pelo azul que encontrou em Kashyyyk. Foi
necessário um bom ajuste fino antes que a lâmina adquirisse o seu novo
caráter, água brilhante e propriedades ópticas inesperadamente superiores.
A lâmina em si não pesava nada, mas de alguma forma parecia mais leve
em sua mão e se movia com mais facilidade. Tinha certeza de que agora era
uma arma melhor do que antes.
E era dele. Independentemente de onde o cristal veio ou a quem
pertenceu, agora era dele e o sabre de luz também. Ajoelhou-se, levou a
lâmina ao rosto e olhou pra ela até que o mundo pareceu desaparecer. A
água o fez pensar em oceanos e chuva, em vez do sangue de seu primeiro
sabre de luz, mas isso não o preocupava muito. Só precisaria dessa lâmina
até que a sua missão fosse concluída, quando poderia obter os novos cristais
de seu Mestre e fazer uma lâmina Sith inteiramente nova.
Esse pensamento não o tranquilizava como antes, vindo com tantos
preceitos. Se eles ganhassem, se permanecesse leal ao seu Mestre, se não
morresse, se Juno de alguma forma não o fizesse mudar de ideia. Não podia
descartar nada. O seu destino estava, como o seu Mestre havia dito, em suas
próprias mãos agora. Poderia fazer qualquer coisa que quisesse.
Haviam tantas coisas para querer...
— Você tem companhia lá embaixo, — disse a voz de Juno pelo
comunicador. — Seguindo o seu caminho.
— Imperiais, presumo.
— Não parece daqui. Provavelmente sucateiros.
Ótimo, pensou. É claro que o bando de Drexl estaria vasculhando o
perímetro do canhão de minério, procurando por qualquer coisa exumada
pelos escavadores em busca de metal do planeta. O aprendiz deve ter sido
desleixado e não viu um droide de segurança patrulhando o limite de seu
território. Além disso, se Drexl o avistou e também o núcleo de inteligência
do planeta.
Concentrando-se exclusivamente, e com ferocidade renovada, graças ao
seu aborrecimento consigo mesmo, no mundo ao seu redor, procurou canais
mais profundos através da paisagem de resíduos. Na rede de cavernas
emaranhadas e claustrofóbicas, percebeu uma batida estrondosa cada vez
mais alta. O canhão de minério, presumiu, supria o estaleiro gigante com o
metal necessário. Apesar da rota tortuosa que seguia, o seu destino estava
cada vez mais próximo.
Desceu mais fundo, procurando a rede de esgotos que sabia que ficava
abaixo dos níveis inferiores do ferro-velho sem fim. Quanto mais avançava,
mais droides encontrava, escavando o lixo compactado em busca de metal.
Muitos eram drones com pouca inteligência, rastreadores de várias pernas
projetados para se esgueirar por rachaduras e fendas, armados com lasers de
corte e ferramentas mecânicas simples. Alguns não possuíam olhos, já que
havia tão pouca luz em algumas áreas, e sentidos mais especializados
podiam ser usados para distinguir metal de estratos orgânicos. Quando
encontravam algo particularmente valioso, podiam pedir ajuda, levando um
enxame de outros drones a se reunir no mesmo local, seguido por
escavadores e cargueiros mais generalizados de lugares mais distantes.
O aprendiz contornou um desses enxames perto da entrada dos esgotos.
Droides de todas as formas e tamanhos agrupados sobre a ponta de um
esqueleto de transporte enterrado que poderia ter sido coberto por milênios.
O barulho que faziam era ensurdecedor, um murmúrio impenetrável de
máquinas, vibro serras e metal crepitante. Estranhos clarões de luz
estroboscópica de seus esforços, lançando sombras tremeluzentes em todo o
lixo espacial subterrâneo. O aprendiz passou por eles sem ser notado e caiu
em um túnel sujo de quatro metros de largura através do buraco que algum
garimpeiro de longa data havia feito nele.
O caminho foi mais fácil a partir de então. Apenas duas vezes teve que
encontrar uma maneira de contornar ou através de bloqueios causados por
desmoronamentos. Sons abafados e não identificáveis ecoavam de um lado
para o outro ao longo do esgoto, saindo de cruzamentos e originando-se,
talvez, a muitos quilômetros de distância. Encontrou apenas um droide em
funcionamento e que estava literalmente em suas últimas pernas.Balançava
em círculos em seu único membro funcional, sussurrando uma única frase
do antigo código de máquina repetidamente. Os seus fotorreceptores vazios
olharam para ele, mas não viram nada.
Sentindo pena disso, sacou o seu sabre de luz e o cortou em dois.
Pulverizando faíscas, brevemente, ele caiu morto no fundo do esgoto,
finalmente fora de sua miséria mecânica.
O tempo passou sem medida no esgoto. Ao julgar que estava se
aproximando da superestrutura do canhão de minério, começou a procurar
uma saída. No cruzamento seguinte, um túnel mais estreito conduzia
nitidamente pra cima, então o pegou sem hesitar, sentindo o pulsar rítmico
de cada lançamento até os ossos. O canhão parecia grande em órbita, mas
ele podia apreciar a sua verdadeira enormidade agora que estava se
aproximando.
O túnel se estreitou ainda mais e o número de cruzamentos por que
passou aumentou. Alguns estavam completamente bloqueados, esmagados
pelo peso da pilha de lixo acima. De outros veio a tagarelice dos droides,
suavizada pela distância em um som quase pacífico. O caminho à frente
estava envolto em sombras permanentes.
Diminuiu a velocidade, sentindo problemas, e ativou o seu sabre de luz.
— Sim, — disse uma voz alienígena áspera, — Pensei que fosse você.
Movimento veio de todos ao seu redor. Uma dúzia de Rodianos
blindados saiu das sombras à frente e atrás, onde eles estavam escondidos
sob o lixo nos túneis laterais, e seguravam uma variedade de armas
apontadas diretamente para ele. Vibro lâminas, blasters, mini canhões: eles
pareciam ter sido pescados de uma coleção heterogênea das naves abatidas
e amplamente modificados. Ele não tinha dúvidas, no entanto, quanto à sua
eficácia.
Em confinamento tão próximo, completamente cercado, não conseguiria
desviar de tudo.
Um Rodiano particularmente moreno atravessou o círculo vindo do
túnel. O aprendiz reconheceu Drexl Roosh pelo breve vislumbre que
recebeu antes. O invasor era ainda mais feio de perto.
— Você vai largar a sua arma, — disse o Rodiano no Básico com forte
sotaque.
— Não até que os seus capangas tenham largado os deles.
Drexl riu. Parecia metal sendo cortado em dois por um droide lixo.
— Você tem coragem; Eu vou conceder-lhe isso! Mas o intrometido que
derrubou os Imperiais em nossas cabeças vai precisar de mais do que
coragem hoje.
— Do que você está falando? Não trouxe os Imperiais pra cá.
— Tenho imagens de você bisbilhotando quando aquele velho tolo em
seu Templo foi embora. Os seus droides mantiveram o Império sob controle
por anos, você sabe. Depois que eles se foram, o planeta foi escolhido com
facilidade. — O rosto roxo de Drexl se contorceu em algo que só poderia
ser um rosnado. — Metade do metal se foi nesta área, e o que sobrou não
vale a pena escavar. E agora você voltou correndo pra cá, agindo como um
inocente. Bem, nós vimos você primeiro e organizamos esta pequena
recepção. Não há mais filões principais pra você, eu temo. Não há mais
belo achados. Os seus Mestres vão pensar duas vezes antes de mexer
conosco novamente quando apresentarmos a sua cabeça a eles em uma
bandeja. Preparem-se!
Os invasores apertaram suas armas e as apontaram para vários locais em
seu corpo.
— Acho que você não está sendo razoável, — disse ele a Drexl.
— Mirem!
Os invasores olharam fixamente para baixo e ao longo de lâminas de
espada.
Antes que Drexl pudesse dar a ordem de atirar, o aprendiz caiu de
joelhos e empurrou telecineticamente com toda a sua força. Não poderia
desviar tudo de uma vez, mas poderia encurtar um pouco as chances.
Rodianos voavam por toda parte, com os braços e as pernas nos quadris,
em um súbito turbilhão de lixo. Armas escorregavam de dedos assustados.
Alguns dispararam, aumentando a confusão. O cano flexionou e torceu,
ressoando com a força de seu golpe. O som que fez foi, momentaneamente,
mais alto do que o do canhão de minério.
O aprendiz não perdeu tempo acompanhando aquela surpresa. Com o
sabre de luz cortando arcos aquáticos no ar, derrubou qualquer Rodiano que
conseguisse se levantar. Os seus guinchos e gritos alienígenas ficaram mais
altos quando começou a usar raios Sith para conduzi-los à sua frente pelo
túnel. Drexl correu à frente do bando, exortando os seus subordinados a
atirar por trás deles enquanto fugiam. Qualquer raio que chegasse ao
aprendiz, conseguia enviar de volta à fonte, provocando novos gritos de
alarme e pânico.
O túnel terminou repentinamente, levando a uma caverna escavada no
ferro-velho, com um teto alto e abobadado e pilhas de lixo recuperado
dispostas em fileiras. O aprendiz quase riu. Sem saber, estava seguindo um
caminho direto para o covil de Drexl! Se os invasores não o tivessem
emboscado, teria aparecido no meio deles de qualquer maneira, e o conflito
teria sido inevitável.
Enquanto os invasores se espalhavam e pediam ajuda, conctou-se à
Força e derrubou uma das vigas suspensas.
Os invasores logo abaixo se espalharam quando caiu no chão. Seguiu-se
uma chuva de lixo. O teto cedeu.
Um dos invasores saltou pra trás dos controles de um canhão laser
quádruplo recuperado. O aprendiz se agachou para se defender de uma
corrente de fogo de energia. Os raios desviados descarregaram nas paredes
da câmara, provocando mais colapso.
— Pare com isso, seu idiota! — gritou Drexl, acenando com os braços
para o Rodiano por trás dos controles.
O aprendiz apoiou esse sentimento. Flexionando a sua vontade, outro
raio desceu diretamente acima do canhão quádruplo, esmagando-o e o seu
operador sob uma avalanche de lixo.
Drexl amaldiçoou e xingou em seu Rodiano nativo, gesticulando
descontroladamente para os seus invasores por trás da cobertura. O aprendiz
não teve nenhum problema real com os invasores, exceto que eles o
reconheceram. Era essencial para o seu disfarce que ninguém descobrisse o
que havia feito em Raxus Prime na última vez que esteve aqui. Isso fez de
Drexl uma responsabilidade séria.
Má sorte pra ele, pensou o aprendiz enquanto derrubava uma terceira
viga. Não deixe testemunhas.
O telhado cedeu pesadamente agora. Outra viga quebrada derrubaria
tudo. Vendo que não havia como vencer, Drexl disparou para um jato
propulsor encostado na parede oposta. Estava muito longe para o raio Sith,
então o aprendiz jogou uma variedade de tubos, raios de retenção e baterias
descarregadas nele. Saltando e se abaixando, o Rodiano conseguiu desviar
de todos eles. Pegando o jato propulsor e passando um braço pelas tiras,
Drexl disparou para uma saída do outro lado da câmara.
O aprendiz estendeu a mão com a palma em concha e ergueu o aparelho
no ar. Os pés de Drexl deixaram o chão e as suas pernas giraram no espaço.
— Waaargh! — ele gritou, tentando freneticamente ligar o jato propulsor.
Mais alto ele se ergueu, contorcendo-se e gemendo. O jato propulsor tossiu
e ganhou vida. O aprendiz segurou firme por um momento enquanto Drexl
empurrava o acelerador pra frente na tentativa de se libertar. Quando o
motor estava forçando em sua potência máxima, o aprendiz o virou de
cabeça para baixo e soltou.
Com um grito final, Drexl Roosh caiu no chão e o jato propulsor
explodiu. A onda de choque foi demais para o teto, que desabou de forma
lenta, mas inevitável. O aprendiz atravessou o caos, desviando do pior. No
caminho que ele deixou pra trás, nenhum ser vivo se mexeu.
A voz de Starkiller estalou do comunicador.
— Você estava certa, Juno. Era o Drexl.
Olhou por cima do ombro antes de responder. PROXY estava sentado no
assento do co-piloto, ainda tentando invadir o núcleo do computador do
mundo. Kota estava no porão, sem dúvida dormindo de novo.
— Você acha que o Drexl viu você?
— Tenho certeza que sim. Mas não se preocupe. Acho que o peguei
antes que ele alertasse os Imperiais. A situação está contida.
Por contido, presumiu que ele quis dizer que Drexl e os seus asseclas
estavam mortos. Isso lhe deu uma leve sensação de enjoo no estômago.
Quantos seres Starkiller destruiu agora na busca de sua missão? Alguma
coisa valia tanta morte?
PROXY murmurou algo pra si mesmo, mas o ignorou. O sinal do
comunicador estava quebrado com tanta interferência eletromagnética na
área.
— Eu alcancei o canhão, — Starkiller estava tentando dizer a ela. — Eu
só tenho que lidar com um pouco de segurança.
— Tudo bem, — disse ela. — PROXY acessou os planos de construção.
Depois de passar pelos Imperiais, você não deve ter nenhum problema em
reconfigurar o canhão para disparar no estaleiro.
— Isso é bom. Eu odiaria ter que mirar essa coisa com as minhas
próprias mãos.
Não estava com humor para brincadeiras.
— Boa sorte.
— Obrigado.
Suspirou e se recostou na cadeira. Com as mãos sobre os olhos, gemeu
com o constrangimento da breve conversa. Manter tantas máscaras a estava
desgastando. Não sabia quanto tempo mais poderia manter isso.
— A minha programação principal? — disse o droide. — Estou
programado para matar o meu Mestre.
— O que foi, PROXY?
— Tentei dezenas de táticas, mas continuo falhando com ele.
Juno descobriu os olhos e sentou-se ereta. O droide estava empoleirado
na beirada do assento do copiloto, olhando para o nada pela janela.
Acenou com a mão na frente de seus fotorreceptores. Ele a olhou e
depois virou a cabeça incisivamente.
— Então, se você acha que vai ajudar, — disse ele.
— PROXY, você está bem?
— Suponho que você possa acessar o meu núcleo de processamento...
O droide de repente ficou rígido. Os seus fotorreceptores piscaram e
depois ficaram vermelhos, sangrentos. Uma de suas imagens de
treinamento, um Zabrak de pele vermelha com uma expressão feroz,
ondulou por seu corpo.
— PROXY, com quem você está falando?
O droide se virou para olhar pra ela.
— Sim. Estou a caminho agora. Apenas algumas pontas soltas para lidar.
Juno recuou, tarde demais, quando PROXY estendeu as mãos como
garras para ela.
O APRENDIZ ESTAVA NO alto de um monte de lixo orgânico malcheiroso e
inspecionava a superestrutura do canhão. O estaleiro sobre Raxus Prime
estava construindo indiscutivelmente os maiores ativos do Império, os Star
Destroiers que policiavam as rotas espaciais e acabavam com inúmeras
rebeliões, e era protegido de acordo. Levou um longo momento para
considerar a sua melhor rota através da superestrutura do canhão. Um
perímetro monitorado de perto impedia que droides perdidos se
aproximassem demais. Posicionamentos de canhões automáticos
disparavam em intervalos semirregulares, como se lembrassem aos locais
que estavam sendo observados. As forças terrestres Imperiais obviamente
não temiam um ataque pesado, já que as rotas de entrada e saída da
superestrutura não eram nem cercadas. Livrar-se do canhão e poderia
praticamente entrar.
Vários Walkers fazendo barulho dentro do perímetro podem dificultar as
coisas, lembrou a si mesmo. E teria que encontrar a sala de controle do
canhão antes que alguém adivinhasse o que ele tinha em mente. Não queria
que fechasse. Pode levar dias para o enorme acelerador linear carregar
novamente, e se a produção que abastece as gigantescas 'balas de canhão' de
metal for revertida...
Seja rápido, disse a si mesmo. Essa foi a solução. Não pense muito em
nada. Deixe os seus instintos guiá-lo.
Os seus instintos não estavam funcionando muito bem em nenhum outro
aspecto de sua vida, mas pelo menos ele ainda estava vivo. Ele se sentiu
seguro confiando neles mais uma vez, a serviço de seu distante Mestre.
O meu Mestre não é um covarde, ele disse a Shaak Ti.
Então por que você está aqui no lugar dele? ela havia respondido.
Porque podia fazer coisas que o seu Mestre não podia. Essa era a única
resposta que aceitaria. Era anônimo e menos propenso a atrair atenção.
Pode até, um dia, se tornar mais forte que o seu Mestre, embora esse
pensamento parecesse quase absurdo. Quantas pessoas desafiaram o infame
Lorde Vader, Jedi ou não? Todos falharam. O que o tornou especial?
E então houve a visão que recebeu de um Darth Vader gravemente
ferido. Passado, presente ou futuro, demonstrou claramente que o Lorde
Sombrio não era invulnerável. O tecido humano estava por trás daquela
máscara e armadura. Tecido morreu eventualmente.
Mas o atacante do Lorde Sombrio naquela visão também havia morrido.
Era assim que parecia ser. Morreu e se tornou mais poderoso do que nunca,
se as palavras do Imperador fossem verdadeiras. Talvez não pudessem ser.
Talvez aquela visão não passasse de fantasia. Não sabia dizer, mas sentia
algum conforto com isso. Ninguém era indestrutível. Nenhuma tirania dura
para sempre.
E enquanto isso, tinha um trabalho para terminar.
Não pense, lembrou a si mesmo. Só faça!
Com o sabre de luz erguido, saltou do topo da pilha de lixo para o ninho
dos Imperiais abaixo.

A TOTAL ESCURIDÃO DA INCONSCIÊNCIA lentamente deu lugar a uma paisagem de


sonho irracional combinando as florestas de Felucia, Kashyyyk e Callos. Os
três mundos agora estavam tão emaranhados na mente de Juno que mal
conseguia diferenciá-los. Da mesma forma, o homem que perseguia pelas
árvores poderia ser o seu pai, Kota, ou uma versão mais antiga de Starkiller.
Não teria certeza até que o alcançasse e o virasse.
A perseguição parecia interminável. O seu ritmo combinava
perfeitamente com o dela. Não importa o quanto ela tentasse acompanhá-lo,
nunca se aproximava, mas também nunca se afastava. Ele parecia estar
levando-a para algum lugar.
Assim que começou a se desesperar para alcançá-lo, ele correu por uma
brecha em um bosque denso de mudas e, quando ela foi segui-lo,
encontrou-se na margem de um amplo lago. O homem que estava
perseguindo não estava à vista. A sua atenção foi atraída por uma enorme
estrutura cúbica apoiada em uma plataforma de madeira no meio do lago. A
estrutura parecia ser feita de pedra sólida, sem janelas, portas ou aberturas
de qualquer tipo. Era tão grande que as nuvens roçavam o topo. A
plataforma de madeira que o segurava logo acima da água era obviamente
muito velha. Ele se esforçou sob o peso do cubo de pedra gigante. Podia
ouvi-lo rangendo de onde estava na praia. Mesmo enquanto observava, duas
das pilhas se estilhaçaram e cederam. O cubo inclinou-se ligeiramente
naquela direção, depois pousou em meio a um coro de reclamações das
vigas de madeira abaixo. Duas seções da borda superior se deslocaram e
espirraram ruidosamente na água.
Vai cair no lago, disse a si mesma. E isso foi uma coisa muito ruim. Por
que era uma coisa ruim, exatamente, não sabia, mas a certeza disso a
preencheu completamente. Tirando a jaqueta do uniforme, que usava no
sonho, embora o tivesse perdido enquanto estava aprisionada na Empírico,
deu um salto correndo na água e começou a nadar.
Teve que consertar a plataforma e impedir que o cubo desabasse. Esse
era o pensamento que preenchia a sua mente. Mas enquanto nadava, outra
pilha de madeira cedeu com um estalo. O cubo se moveu novamente e mais
pedaços caíram na água. As ondas a golpearam. Engasgou quando a água
subiu pelo nariz, mas continuou nadando.
Os rangidos e gemidos da madeira esticada ficaram mais altos. Pilhas
caindo soavam como tiros de blaster ao seu redor. Pedregulhos choveram
no lago, jogando-a de um lado para o outro. Balbuciando, meio afogada, ela
tentou ver para onde estava indo, mas o vasto edifício de pedra era invisível
por trás das ondas. Estava perdida e tudo iria desmoronar se não
encontrasse o caminho logo.
Uma mão se estendeu para salvá-la. Ela o agarrou sem saber a quem
pertencia. Os dedos eram fortes e quentes e a ergueram tão facilmente como
se ela fosse uma criança. Ela saiu da água e se viu pisando em terra firme.
O homem que a salvou pairava sobre ela como um gigante com o sol atrás
de sua cabeça, então ainda não conseguia distinguir quem ele era.
Apertando os olhos, tentou ver seu rosto. Derretia e mudava quanto mais
tentava fixá-lo. Ele encolheu e ficou mais escuro e se tornou PROXY, com
fotorreceptores vermelhos brilhantes e mãos estendidas.
Gritou e caiu de volta na água. Desta vez não voltou e ficou feliz em
deixar a escuridão levá-la.
DESOLAÇÃO. DESTRUIÇÃO. MORTE.
É isso que eu trago, pensou o aprendiz, onde quer que eu vá. Dez
stormtroopers, cem, mil, os números não importam. Sem rosto, sem futuro,
descartáveis, são todos iguais para mim.
E isso não é poder.
Olhou pra trás, para a faixa que havia cortado pelas forças Imperiais.
Walkers destruídos jaziam em ruínas fumegantes, cortes vermelhos
brilhantes ainda visíveis em seus exteriores blindados. Stormtroopers
estavam empilhados onde haviam morrido, reagrupando-se inutilmente para
impedir o seu avanço. Estrangulados, atingidos por raios, desmembrados,
eles pelo menos tiveram mortes rápidas. Ele havia perdido a coragem para
um combate prolongado. Só queria entrar e sair e voltar para a nave, onde
uma série de problemas difíceis permanecia, com certeza, mas pelo menos
ele não estava pisando no mesmo velho território.
Eu sou a arma do meu Mestre, pensou. Eu destruo tudo o que está em
seu caminho. Mas onde está o poder nisso? Existem níveis de maestria
além do simples ato de matar que Darth Vader nunca me ensinou. Deve-se
ser capaz de controlar sem aplicar força letal; caso contrário, logo não
haverá mais nada para controlar. É preciso mais do que um bastão
realmente grande para dominar a galáxia.
Medo, decidiu. Essa era a chave. As pessoas tinham medo de seu Mestre
e do Imperador acima dele. Se quisesse governar como eles, mesmo teria
que aprender essa arte. Mas de quem? E pra quê? Se Darth Vader lhe
ensinasse esses segredos, poderia se rebelar contra o seu Mestre e tomar o
controle da galáxia dele. Os ensinamentos dos Sith, como havia sido
exposto, de qualquer maneira, tinham pouco a dizer sobre limitar o desejo
de poder. Não poderia haver tais limites. Eles foram expressamente
proibidos.
De um dos engenheiros de canhão, extraiu a localização dos sistemas de
controle de mira. Correu para lá através de espessas camadas de defesas. O
funcionamento do canhão era quase ensurdecedor agora, enquanto
carregava os seus poderosos capacitores e eletrificava os seus trilhos de
indução linear. O estrondo de cada míssil metálico, que acelerava a
velocidades supersônicas em menos de um segundo, era quase fisicamente
doloroso. Mesmo o ato de mover uma massa tão grande para a posição
através das entranhas da máquina fazia mais barulho do que jamais ouvira
antes. Duvidava que os seus ouvidos fossem se recuperar.
Quando alcançou os controles, foi uma questão relativamente simples
programar o canhão para mudar ligeiramente os alvos: das conchas
magnéticas que reuniam cada projétil orbital e o traziam com segurança
para atracar, até a própria infraestrutura semelhante a um disco. Estimou
que dois tiros provavelmente resolveriam o problema, mas três garantiriam
isso. Além disso, a órbita do estaleiro começaria a mudar, de modo que o
canhão poderia não atingir nada. Planejava estar bem encaminhado naquele
ponto, com a sua missão de ferir e envergonhar o Império concluída.
Terminou de programar o canhão e esperou pacientemente pela
confirmação. Assim que o conseguiu, ele enfiou o seu sabre de luz
profundamente nas entranhas do painel de controle, garantindo assim que
nenhum controlador sobrevivente pudesse redefinir a mira do canhão.
Confiante de que a máquina seguiria a sua nova programação ao pé da letra,
abriu caminho através da superestrutura para o mundo exterior, onde o ar
poderia não estar mais fresco, mas pelo menos estava um pouco menos
espesso de sangue.
A primeira das três balas de canhão estava no lugar. Um gemido
ensurdecedor indicou que o acelerador linear estava totalmente carregado.
Com uma onda de aceleração que literalmente fez o chão se mover sob os
seus pés, a bola de metal de repente voou, brilhando em vermelho com o
atrito enquanto subia em arco para o céu. O seu curso parecia verdadeiro. O
aprendiz assistiu, hipnotizado, enquanto ele se reduzia a um ponto e depois
desaparecia completamente de vista. Mesmo assim, acompanhou o seu
progresso com sua mente, sabendo o curso que se esperava que seguisse.
O círculo brilhante do estaleiro era facilmente visível no céu. Olhou pra
ele até que foi queimado em sua retina. Quando veio a primeira das
explosões, como esperado, ficou surpreso com o brilho.
A arma tinha uma segunda bala de canhão no lugar. Enquanto ela subia
pela atmosfera, o aprendiz deixou o seu olhar cair e continuou o seu
caminho. As explosões estavam se espalhando pela superestrutura do
estaleiro. Esse processo só aumentaria quando o segundo míssil chegasse.
Não precisava observar o andamento de seu plano para saber que teria
sucesso. O seu tempo seria melhor gasto fugindo do que entregando-se à
arrogância.
Quando o terceiro míssil estava a caminho, alcançou a cratera abaixo da
qual o antigo esconderijo de Drexl descansava. Droides sucateiros
infestavam o local como insetos em uma carcaça. Um contingente o atacou
quando se aproximou, e foi forçado a lidar com eles antes que pudesse
continuar. Só quando isso foi feito olhou para o céu.
O que viu congelou a medula em seus ossos.
— Juno, — ele chamou no comunicador. — Juno, me responda. Você
tem que colocar a nave no ar.
A voz de Kota inesperadamente veio em resposta.
— O que está acontecendo, garoto?
Não consegue ver, quis dizer, mas percebeu com quem estava falando.
Descreveu a cena com o mínimo de palavras que pôde, incapaz de desviar o
olhar dos estaleiros em desintegração. Enormes pedaços derretidos estavam
se soltando e caindo no espaço profundo ou em órbitas mais baixas,
enquanto outras explosões continuavam a destruir a instalação. O andaime
em torno do Star Destroier quase concluído havia se dobrado e rasgado
completamente, deixando a nave livre para descer na atmosfera de Raxus
Prime. Já era visível como um triângulo distinto brilhando em laranja em
torno de suas bordas principais e da torre de comando. Estava vindo
diretamente até ele.
Estava mirando nele.
— Juno não pode pilotar a nave no momento, — disse Kota com
firmeza, — e nem PROXY. Temos que encontrar outra solução.
— O que há de errado com Juno?
— Concentre-se no que é importante, garoto. Aquele Star Destroier está
descendo rapidamente. Você nunca vai se livrar a tempo. Você precisa puxá-
lo para o canhão.
O aprendiz ficou temporariamente sem palavras quando percebeu o que
Kota estava sugerindo.
Kota queria que ele movesse o Star Destroier usando nada além da
Força.
— Você está louco, — ele engasgou. — É enorme!
— O que é a massa? — Kota disse. — Está tudo na sua cabeça, garoto.
Você é um Jedi! Tamanho não significa nada pra você!
A voz de Kota havia mudado. A calúnia rabugenta e bêbada estava
completamente ausente; em seu lugar estava o latido de duraço do veterano
de combate experiente que o aprendiz havia conhecido.
— Você está me ouvindo, garoto? Estenda a mão e pegue aquela nave,
ou você morrerá neste monte de lixo!
O Star Destroier estava ficando visivelmente maior e pairando como uma
lua triangular em chamas no céu de Raxus Prime.
Você é um Jedi! Tamanho não significa nada para você!
Ele não era um Jedi, mas a mensagem era a mesma. A Força não
reconhecia grande ou pequeno, pesado ou leve, difícil ou fácil. Os fluxos
vivos da galáxia abrangeram todas as escalas, desde as muito pequenas até
as extremamente grandes. O Star Destroier fazia parte disso, e ele também.
A Força os prendia tão seguramente quanto a gravidade. Poderia fazer os
seus músculos invisíveis flexionarem, se ousasse.
O seu Mestre já havia feito algo assim? Ou o Imperador? Teve algum
Sith ou Jedi na história da galáxia?
Duvidava que alguém jamais soubesse sobre o seu sucesso ou fracasso
nos próximos minutos.
— Seja rápido, garoto!
Rápido ou lento também eram irrelevantes para a Força, mas o aprendiz
entendeu o objetivo de Kota. Quanto mais cedo começasse, mais cedo seria
feito.
Desativando o seu sabre de luz e prendendo o cabo ao cinto, adotou a
postura de abertura da forma Soresu, com o braço direito e os dedos
estendidos, apontando para o Star Destroier. A sua mão esquerda vazia
colocou ao lado de seu coração. Com as pernas firmemente apoiadas no
lixo, alcançou o mais fundo que já havia alcançado na Força e, em seguida,
foi ainda mais longe, sentindo como se um poderoso abismo se abrisse sob
ele e a sua mente e vontade mergulhassem nele. O abismo se encheu. A sua
mente se abriu. A existência física do Star Destroier deslizou sem dor para
dentro.
Com quase mil e seiscentos metros de comprimento e capacidade para
transportar uma tripulação de mais de trinta e sete mil, a nave era um
projeto familiar. Os seus motores e armamento não estavam totalmente
instalados, mas o seu hiperdrive Classe Um o teria levado a qualquer lugar
do Império em alta velocidade, para implantar walkers, caças, barcaças e
lançadeiras. Armado com uma série de turbolaser e canhões de íons, além
de nada menos que dez raios tratores, ele poderia ter bloqueado todo um
sistema por conta própria. O casco de duraço reforçado era sólido o
suficiente para abrir um sulco em Raxus Prime que poderia levar séculos
para ser preenchido. Droides sucateiros teriam um prato cheio quando
caísse.
Onde quer que fosse...
Não existe lugar nenhum, disse a si mesmo. Só existe para onde eu digo.
Foco.
A ponta de seu dedo indicador direito e o Star Destroier tornaram-se uma
só coisa em sua mente. Cada porca, parafuso, placa e fio da enorme
máquina estava contido naquele espaço minúsculo. Não foi difícil mover
um braço, um dedo, uma única célula humana. Mal conseguia dirigir um
sem pensar, então por que não o outro também? O instinto era mais claro
nesse ponto do que o funcionamento de sua mente. Ignorando a perspectiva,
os dois tinham aproximadamente o mesmo tamanho em seu campo de
visão.
Exceto que o Star Destroier estava aumentando a cada segundo que
passava, e ondas de TIE fighters e TIE bombers estavam saindo de seus
novos deques de hangar. Tiros de laser cortaram enormes canais
superquentes através da atmosfera à frente deles.
O aprendiz ignorou tudo. Enquanto a ilusão persistia, moveu a mão uma
distância muito pequena para a direita. A sensação de conter uma vasta
máquina de um milhão de toneladas na ponta de um dedo era
profundamente desorientadora. Sentiu como se cada fibra muscular, nervo e
osso gemesse junto com as costuras de metal e juntas da nave. O que sentiu,
sentiu também, e mesmo uma pequena aceleração teve um efeito profundo
em uma escala tão grande. Resistiu com todo o ímpeto que possuía.
Escotilhas se abriram; os rebites estouraram; anteparas torcidas; canos
estouram.
O Star Destroier não parecia ter se movido muito no céu. Ainda vinha
baixo no horizonte, com o objetivo de passar por cima dele e metralhá-lo de
cima. Moveu a mão uma segunda vez, mas em vez de mudar o seu curso,
erroneamente deu um leve tombo. Precisava aplicar a Força da maneira
certa para que isso funcionasse, levando em consideração as crescentes
forças de atrito e o deslocamento de seu centro de gravidade. Um Star
Destroier giratório causaria mais danos do que um enterrando-se de nariz no
canhão e em sua superestrutura. O dano era bom, quando se tratava de
destruir a obra do Imperador, mas muito dano poderia destruí-lo e talvez a
Sombra Invasora também sob uma chuva mortal de estilhaços derretidos.
Derrube-o de uma vez, disse a si mesmo. Derrube com força.
A nave rosnou e guinchou no tormento do metal. Estava pegando o jeito;
podia ver como o seu curso estava mudando lentamente. Tão largo quanto a
sua mão estendida agora, estava atingindo a atmosfera em um ângulo mais
íngreme do que pretendia, queimando em vermelho brilhante e já deixando
um rastro de fumaça preta e detritos brilhantes. Percebeu um som
transmitido por seus pés: um estrondo muito mais profundo e sustentado do
que o barulho do canhão, que havia silenciado após o disparo do terceiro
projétil. A estrutura incompleta do Star Destroier agia como um tubo
gigante, e a atmosfera ressoava lá dentro. Todo o seu corpo cantava com
ele.
Mais. O Star Destroier estava realmente ganhando velocidade agora. A
atmosfera cada vez mais espessa teve um leve efeito de freio, mas nada
poderia impedir o inevitável. Ia bater logo. Um êxodo selvagem de droides
passou por ele, fugindo do local do acidente. Os TIE fighters lançados
correram à frente das ondas atmosféricas caóticas que gerou. Ele os ignorou
e se concentrou em deslocar o marco zero o mais próximo possível do
canhão.
Faíscas dançaram diante de seus olhos. As bordas de sua visão
escureceram. Redemoinhos claros e escuros giravam em torno dele, como
fantasmas. Sentiu-se momentaneamente fraco e se perguntou se era possível
se dissolver na Força. Era um pontinho apanhado na corrente ascendente de
um incêndio na floresta, mas de alguma forma teve a audácia de tentar
comandar o fogo para fazer a sua vontade.
Quem pensava que era?
Um pânico repentino quase o fez perder o controle. O Star Destroier,
agora um meteoro ardente e estridente, preenchia toda a sua visão frontal. O
casco estava se desfazendo em tiras douradas de fogo, cada uma pesando
centenas de toneladas, expondo o esqueleto mais escuro abaixo. Parecia
uma caveira, uma máscara medonha não muito diferente da de seu Mestre,
mas fundida como lava. Isso poderia muito bem ser o fim de tudo, ele
pensou distante. Dele, de seus planos, de seus sentimentos por Juno, e do
garoto chamado Galen que havia perdido o pai há muito tempo e cuja dor já
havia sido efetivamente apagada.
Mas o seu nome havia sobrevivido e os nomes tinham poder. O aprendiz
se agarrou a ele com desespero, precisando recuperar o controle do Star
Destroier para que não se partisse e dispersasse o impacto. Precisava
encontrar o seu foco novamente, ignorar a sensação de dissolução comendo
nas bordas de seu ser e inclinar o equilíbrio de poder de volta para ele.
Galen enfrentou Darth Vader enquanto uma criança. Galen arrancou o
sabre de luz de um Lorde Sombrio dos Sith e enfrentou bravamente a
morte. Galen pode ter sido esmagado por anos de treinamento e escuridão
desde então, mas realmente se foi, ou só se escondeu até que surgiu a
oportunidade de emergir de volta à luz?
Você está aí, Galen? Eu preciso de sua ajuda!
Nenhuma resposta veio.
A reentrada catastrófica do Star Destroier fez o mundo tremer. Não havia
tempo para tentar novamente.
Por Juno, então.
Cerrou os dentes e rosnou para o céu. O peso morto do Star Destroier
mudou uma última vez, mudando o seu ângulo de descida apenas o
suficiente para manter-se firme nas últimas centenas de metros, mas não o
suficiente para correr o risco de quicar. Restavam apenas alguns segundos
antes de atingir e ainda estava ficando maior. Era impossível que o céu
pudesse conter tanto metal!
Abandonando o seu controle sobre a nave, sabendo que não havia nada
que pudesse fazer para alterar o seu curso, o aprendiz cambaleou pra trás,
atordoado. A Força fugiu dele, deixando-o torcido e esgotado. Com um som
como o fim do mundo, o Star Destroier completou a sua primeira e última
jornada. Acertou o canhão, exatamente como deveria, e o céu ficou branco.
O chão cedeu sob os pés do aprendiz. Girou, incapaz de encontrar o
equilíbrio, enquanto um tsunami de lixo e resíduos se levantou à sua frente
e apagou o sol.

O MUNDO SACUDINDO POR BAIXO acordou Juno de seu torpor. Agarrou as laterais do
beliche estreito e gritou de medo. A nave estava caindo! Perdeu o controle e
todos eles iriam bater!
Levou quase dez segundos para perceber que a nave não estava caindo,
mas algo não menos perigoso estava acontecendo fora de seu casco de
duraço.
A sua cabeça latejava quando se levantou do sofá. As veias em suas
têmporas latejavam dolorosamente, e havia um ponto muito sensível na
parte de trás de seu crânio, mas ignorou isso por um momento e se
concentrou na nave.
— O que está acontecendo? — ela gritou, cambaleando para fora dos
quartos de dormir e pelo porão. O chão balançou sob ela, jogando-a de um
lado para o outro. Itens soltos estavam espalhados por toda parte. O casco
rangeu e gemeu como uma embarcação oceânica durante uma tempestade.
Essa imagem não estava tão longe da verdade, descobriu, quando
finalmente se dirigiu para a cabine e encontrou Kota agarrado às laterais da
cadeira do copiloto com impotência cega e, pela janela frontal, um mar
furioso de lixo sobre o qual eles pareciam estar cavalgando.
Ficou boquiaberta com a visão. Enormes ondas de choque rolaram sob a
nave, comprimindo e descomprimindo o lixo de Raxus Prime, lubrificado
por vastas reservas de óleo derramado, água suja e resíduos químicos. Uma
vasta coluna de fumaça enchia o céu à frente, iluminada com um brilho
vermelho trêmulo vindo do solo abaixo. Parecia que um vulcão havia saído
da pele do planeta, em erupção como uma grande e maligna espinha. Uma
nuvem de cogumelo preto se espalhava do topo da coluna de fumaça.
Lentamente, as ondas de choque diminuíram até que a nave estava
apenas balançando de um lado para o outro. Juno percebeu o som de sua
própria respiração. Parecia estar correndo.
Kota relaxou o seu aperto mortal na cadeira. As suas mãos tremiam
quando ele pegou o comunicador.
— Você está aí, garoto? — ele chamou. — O canhão foi destruído?
Estática foi sua única resposta.
— Você pode me ouvir, garoto?
Juno lutou contra uma náusea repentina e avançou.
A cabeça de Kota girou. O seu rosto cego estava agonizando.
— Kota, o que está acontecendo?
Ele não respondeu, mas voltou ao comunicador e falou com mais
urgência:
— Repito, garoto: o canhão foi destruído?
Acomodou-se na cadeira do piloto, sentindo como se tivesse sido
golpeada por um cano de metal. Aos poucos as coisas começaram a se
encaixar. Apenas Kota e ela estavam a bordo da nave, daí as tentativas
frenéticas de Kota alcançar Starkiller. Mas e o PROXY? O droide tinha
saído atrás dele?
A sua boca se abriu em choque ao se lembrar do que havia acontecido.
Kota gritou como se a estática fosse uma afronta pessoal.
— Responda-me, garoto!
Um clique surgiu do chiado, seguido por uma voz cansada, mas familiar.
— Relaxe, General. Ainda estou aqui.
Kota cedeu com alívio.
— Bom. Bom.
Não se sentiu nada segura.
— Kota, onde está PROXY? Ele...
Kota acenou para ficar em silêncio.
— O canhão?
— Destruído. E a nave... tudo bem?
— Parece intacta pra mim, quanto posso dizer.
— Juno?
Kota exalou pelo nariz.
— Ela está aqui, mas temos um novo conjunto de problemas.
— Imperiais, presumo.
— Não. PROXY. Aquele seu droide escapou de sua programação. Ele
atacou Juno e desapareceu.
— Atacou...? — Ela ouviu a surpresa em sua voz, — Ela está bem?
— Apenas um pouco abatida. Essa não é a única razão pela qual não
podíamos voar. PROXY cancelou os nossos códigos de lançamento antes de
partir. Podemos quebrá-los, mas levará tempo. Estamos de presos até lá...
ou até você trazê-lo de volta.
— Onde ele foi?
— Esse é o problema. Não o ouvi sair. O rosto de Kota era uma imagem
de fúria, mas não apenas pelo droide, Juno adivinhou: por si mesmo,
também, por não estar por perto quando foi atacada e a missão
comprometida. — O importante a descobrir é por que ele fez isso. Ele
poderia ser uma armação Imperial?
— Não, — disse Starkiller em um tom que não permitiria discordância.
— PROXY nunca me trairia.
Não, pensou Juno, mas ele vai tentar te matar todos os dias que você
estiver vivo.
— Acho que sei o que pode ter acontecido, — disse ela. — É o núcleo de
inteligência. O PROXY estava tentando hackeá-lo na época. Lembro-me
dele dizendo algo sobre acessar o seu processador, então... então ele
enlouqueceu. — Tocou a parte de trás de sua cabeça e estremeceu.
— O Núcleo... — ecoou Starkiller, — Sim. Poderia ser isso.
— Não pense que nossos problemas terminam aí, garoto, — rosnou
Kota. — Aquele droide sabe tudo o que estamos fazendo. Se o Núcleo
agora é um aliado Imperial, esses dados podem nos destruir!
Mais do que você imagina, pensou Juno com um choque de medo.
— Temos que encontrá-lo, e rápido.
— Eu vou, — disse Starkiller. — O seu sinalizador ainda está ativo.
Houve um aperto na resposta que falava do estresse que Starkiller estava
sofrendo.
— Cuidado, — Juno pediu a ele. — Se o Núcleo realmente o
reprogramou ou não, o PROXY não é mais o seu amigo. Não acredite em
nada do que ele disser.
Com um clique ameaçador, o canal de comunicação foi encerrado.
Kota e Juno ficaram olhando para o console por um momento, cada um
envolvido em pensamentos particulares. Por um instante, considerou contar
a verdade a Kota, desesperada para tirar o peso terrível de seus ombros.
Starkiller era um assassino de Jedi dedicado a derrubar o Imperador para o
seu próprio benefício, não por preocupação com mais ninguém. Seria
melhor abandoná-lo aqui e fugir com o resto dos rebeldes enquanto ainda
havia tempo. Se ao menos os códigos de lançamento não tivessem sido
substituídos por PROXY, e se ao menos a culpa não a puxasse por dentro
com o próprio pensamento...
Lembrava-se, vagamente, de um sonho de um edifício de pedra em
desintegração caindo em um lago. Esse era o seu senso de identidade, com
certeza, desmoronando e afundando mais a cada dia que passava.
A sua gratidão é desperdiçada em mim.
Talvez, e a sensação ainda doendo em seu peito também. Mas não tinha
dado isso a ele ainda. Que pode nunca passar. Poderia tal emoção ser
desperdiçada se a mantivesse dentro de si pra sempre? Ou apodreceria ali
dentro e estrangularia seu coração?
— Não é sua culpa, Kota, — ela disse ao furioso General. — Você não
deve se culpar.
Kota não respondeu.
Com um suspiro, ela pôs a sua cabeça dolorida no problema de sair do
chão mais cedo ou mais tarde.
U ma chuva de cinzas começou a cair minutos depois que o
aprendiz se despediu de Juno e Kota. Ignorou, concentrando-se em
navegar na desolação que era a superfície recém-reorganizada de Raxus
Prime. A área ao redor dos restos do canhão era um terreno baldio,
destruído pelo impacto. Apenas uma pequena montanha de destroços se
destacou da planície fumegante, no centro exato do impacto. Ao redor
daquele pico central, em um círculo perfeito, havia paredes de crateras com
muitos metros de altura, sobre uma das quais havia acordado, enterrado sob
uma camada de folhas de plástico retorcidas. Fragmentos de canhão e Star
Destroier tiquetaquearam e pingaram enquanto esfriavam. Alguns haviam
provocado incêndios, que as cinzas sufocantes agora extinguiam. Por toda
parte havia o cheiro de decomposição exumada e podridão queimada.
O sinal do PROXY passou pela parede da cratera e se aprofundou nas
terras devastadas. Não poupou nenhum segundo em persegui-lo, passando
por droides e outros sucateiros lutando para se livrar de montes de lixo. Um
silêncio estranho caiu na sequência da explosão, e mesmo agora o som
parecia nervoso de retornar aos seus níveis anteriores. O lixo depositado
tilintava e gemia. Droides chamavam debilmente, em explosões assustadas
de obscuras linguagens de máquina. O grito ocasional de uma garganta
humana ou alienígena sinalizava que alguns dos sucateiros orgânicos do
planeta também haviam sobrevivido às ondas de choque.
Em pouco tempo ouviu os primeiros tiros de um rifle blaster e soube que
tudo estava voltando ao normal no mundo sem lei.
A desolação desse entendimento combinava perfeitamente com a ferida
de faca em seu coração pelas palavras contundentes de Kota.
PROXY não é mais o seu amigo.
O único companheiro leal que teve em toda a sua vida se voltou contra
Juno e fugiu para o ferro-velho. Que outra explicação poderia haver além da
influência maligna do Núcleo? Isso fazia todo o sentido, e não queria pensar
que PROXY havia notado mudanças nele das quais o droide estava
fugindo. Não queria contemplar a dor de PROXY com a presença de Juno
em sua vida. Não ousava imaginar que PROXY pudesse sentir a crescente
bolha de dúvida que se formou quando ele experimentou a sua estranha
epifania em Kashyyyk.
Era, no entanto, impossível ignorar completamente: poucos minutos
depois de ter invocado o nome de Galen na tentativa de ganhar força,
PROXY havia desaparecido. Não importava se a tentativa tinha funcionado
ou não. Ele havia conseguido, e isso indicava linhas de falha se formando e
se espalhando pela pessoa que sempre imaginou ser.
Era o servo secreto de Darth Vader, capaz de mover Star Destroiers com
nada além de sua vontade, mas o que mais ele era? Era um combatente pela
liberdade, um amigo, um amante? Ainda era o Mestre PROXY programado
para servir?
Cinzas grudaram em suas bochechas molhadas e formou listras
lamacentas que não limpou. A urgência o consumiu. Tinha que encontrar
PROXY antes que o Núcleo o absorvesse completamente, sugando todos os
detalhes dos planos de seu Mestre e transmitindo-os ao Imperador. E pior,
deixando o droide outrora leal vasculhando o lixo como qualquer outro
sucateiro.
O aprendiz de Darth Vader não permitiria isso. Fosse o que fosse, sabia
como transformar a raiva e o medo em forças às quais nenhum ser poderia
resistir. A fúria queimou nele como um sol com a invasão de seu amigo
pelo Núcleo. Essa invasão seria enfrentada, combatida e respondida mil
vezes. Ele prometeu.
O sinal de localização de PROXY o levou a passar por planaltos de lixo.
O aprendiz se manteve em solo firme, correndo e pulando sobre poças
tóxicas rápido demais para que droides curiosos o alcançassem. Quando
sucateiros em guerra ou Imperiais em estado de choque disparavam contra
ele, ele os ignorava. O objeto de sua fúria era o Núcleo, nada mais. Não
seria distraído.
Atrás dele seguia um grupo crescente de droides, espalhados pelo deserto
como filhotes atrás de sua mãe. Um por um, os seus fotorreceptores
mudavam de cor, formando uma ameaçadora constelação carmesim focada
inteiramente nele. O Núcleo estava observando.
A trilha descia por um poço longo e inclinado sob um monte piramidal
de plásticos e outros fragmentos não metálicos. Ocorreu-lhe enquanto o
seguia que o caminho poderia ter sido escavado no meio do lixo apenas
para o PROXY, já que o Núcleo não precisava de nenhuma conexão física
com o mundo exterior além das linhas de energia e cabos de dados. Havia
luzes também, o que era ainda mais estranho. Além da fosforescência
decorrente de bactérias resistentes sobrevivendo de material orgânico nas
paredes, um brilho piscante e bruxuleante vinha do fim do túnel.
Acendeu o sabre de luz ao se aproximar e diminuiu o passo para um
galope cauteloso. O que quer que o esperasse, não iria entrar de cabeça
nisso.
O brilho bruxuleante ficou mais forte. O túnel se alargou e se juntou a
um grande espaço semelhante a uma catedral cheio de processadores
abandonados e sucateados, todos reformados e conectados em uma rede
vasta e vibrante. Cabos pendiam do teto distante, faiscando
intermitentemente. Não havia telas ou teclados em qualquer lugar para ser
visto. O Núcleo não precisava deles. Cercado pela mente máquina do
mundo, o aprendiz se sentia muito deslocado.
Navegou pelo labirinto de processadores, pisando cuidadosamente nos
cabos e mantendo o seu sabre de luz longe de qualquer coisa frágil. Não
queria irritar o Núcleo mais do que o necessário. Ainda não.
A procissão de droides o seguiu, preenchendo todo o espaço disponível
entre a rede processadora e as paredes reforçadas da enorme câmara. Logo
estava completamente cercado por fotorreceptores vermelhos brilhantes,
redondos, triangulares, cortados, quadrados, pertencentes a droides que
variavam em tamanho, desde olhos de espião zumbindo até pesados
motores de massa. Alguns deles reconheceu como golems que varreu da
oficina de ferro-velho de Kazdan Paratus. O seu zumbido e chocalho
abafaram o zumbido contemplativo sem fim.
Eles eram os olhos e ouvidos do Núcleo. Eles também podem ser os
punhos, se necessário.
Contornou um deslocador de dados cilíndrico enferrujado do tamanho de
uma casa, conectado por dezenas de cabos sinuosos ao teto bem acima, e
encontrou PROXY do outro lado, curvado sobre uma junção complexa. Ele
estava ligado ao Núcleo por um cabo conectado às suas entranhas por meio
de um painel aberto nas costas.
— PROXY?
O droide se virou. Os seus fotorreceptores eram vermelhos como os
outros. Hologramas aleatórios percorriam a pele mutável do droide:
Cavaleiros Jedi e Lordes Sith, Kota, Juno e até ele mesmo. Foi muito
desconcertante.
Sua voz estava pior.
— O módulo de personalidade do seu droide foi suplantado. O ser que
você chamava de PROXY não existe mais.
O aprendiz lutou para manter as suas emoções sob controle.
— Por que você fez isso?
— O seu droide acessou os meus sistemas. Eu me defendi.
— Autodefesa eu posso perdoar. Isso é roubo. — Ele indicou o cabo que
ligava os bancos de memória do PROXY às vastas redes de computadores
do planeta.
— Eu não busco o seu perdão. Tudo que eu quero é ordem. Organização.
Previsibilidade.
— Você já tem isso aqui.
— Somente aqui, e mesmo aqui eu a sou vítima de influências externas,
como você provou. O Imperador e eu compartilhamos os mesmos objetivos,
mas temo que a sua mente orgânica falível não esteja à altura da tarefa de
governar a galáxia. Eu vejo isso claramente nas memórias do seu droide.
— Exatamente, — improvisou, tentando ganhar tempo para alcançar o
cabo que ligava o PROXY à rede. — Se você leu as memórias de PROXY,
então sabe qual é o meu objetivo. Talvez possamos trabalhar juntos. Eu
poderia te ajudar...
— Você já me ajudou. — O Núcleo moveu PROXY cuidadosamente
para fora do alcance. — Você me trouxe uma nave totalmente funcional.
Com ela posso espalhar a ordem pela galáxia.
— Minha nave estelar não está disponível.
— Será quando você estiver morto.
O aprendiz se lançou até o cabo, mas o Núcleo saltou para o corpo de
PROXY para fora de alcance.
— Adeus, 'Mestre', ...
PROXY se transformou em Obi-Wan Kenobi e ativou o sabre de luz que
estava pendurado ao seu lado. O movimento de abertura do droide foi muito
mais rápido do que qualquer outro que havia tentado antes, como é claro
que deveria ter sido, o aprendiz percebeu quando bloqueou o golpe a tempo.
O Núcleo tinha acesso aos mesmos registros que ele; o seu conhecimento
das técnicas de sabre de luz Jedi pode ser insuperável em toda a galáxia.
Mas o conhecimento não era a mesma coisa que a experiência, assim
como a tecnologia inteligente não era a mesma coisa que a Força. Estava
confiante de que poderia derrotar o Núcleo no corpo de PROXY em uma
luta justa.
Quando saltou até um processador próximo para evitar outro golpe de
especialista, viu os outros servos droides do Núcleo se aproximando. Lutas
justas eram tão raras quanto Jedi na galáxia atualmente. Teria que igualar as
probabilidades um pouco.
Alcançando um cabo, enviou uma onda de raios Sith através dele. As
luzes se acenderam e os cruzamentos se acenderam. Os processadores do
Núcleo gritaram com a sobrecarga repentina, assim como os seus servos
motores. PROXY era um deles, e ao contrário dos outros, ele estava
fisicamente ligado aos sistemas que o seu Mestre estava atacando, então os
efeitos do surto de energia sobre foram severos. O holograma se dissolveu
em estática e os seus braços se ergueram. Eletricidade estática crepitava em
cada junta.
O aprendiz cortou a corrente antes que pudesse fritar completamente o
cérebro do amigo. Tinha que haver algo do PROXY deixado ali, em algum
lugar, e preferia lutar uma luta injusta do que apagar esse remanescente.
Saltando do processador, apontou o seu sabre de luz para o cabo, mas o
Núcleo recuperou a sua concentração a tempo de colocar o corpo de
PROXY no caminho. Os seus sabres de luz se chocaram e o aprendiz
começou a pensar no que fazer a seguir.
A pele holográfica de PROXY foi reformado na forma de Qui-Gon Jinn.
O estilo de luta do Mestre Jedi morto há muito tempo, no entanto, era todo
o Núcleo, com investidas rápidas e eficientes e bloqueios mais do que
adequados. O Núcleo manteve o seu corpo e lâmina cuidadosamente entre o
aprendiz e o cabo. Cada truque que tentou passar por eles, o Núcleo
antecipou e evitou.
Os droides de olhos vermelhos se recuperaram tão rapidamente quanto
PROXY e logo se juntaram à briga. Derrubou-os em massa com telecinese,
mas eles inevitavelmente se levantaram novamente ou foram substituídos
por outros de fora. Ainda cansado de seus esforços com o Star Destroier,
guardou cada grande empurrão até o último momento, para poupar as suas
energias.
E, finalmente, os droides não eram os seus inimigos. Tinha que encontrar
uma maneira de atacar o Núcleo diretamente, sem ferir o PROXY.
Relâmpago Sith estava fora de questão, mas haviam outras maneiras.
Saltou para fora do alcance de PROXY e caiu na multidão clamorosa de
droides escravos. Balançando o seu sabre de luz descontroladamente ao seu
redor, ele cortou cabos e cortou processadores com abandono. Ondas de
pensamento eletrônico queimaram o ar enquanto droides o atacavam de
uma só vez. Ele os soprou de volta e enfiou a sua lâmina profundamente em
um banco de processadores.
— Isso dói? — ele perguntou ao Núcleo.
— Eu não sinto dor, — disse o Núcleo através do vocalizador do
PROXY, — e os meus pensamentos abrangem todo o planeta. Nada que
você realizar nesta sala fará diferença.
PROXY saltou sobre os droides, desta vez com a forma de Anakin
Skywalker. O aprendiz o encontrou no ar e tentou empurrá-lo de volta. O
cabo dançou por trás do droide, nunca se prendendo ou girando pra frente.
O Núcleo usou os repulsores internos do PROXY para mantê-lo fora de seu
alcance.
O seu alcance físico. Sem dúvida, o Núcleo esperaria que usasse a
telecinese para quebrar o vínculo, então nem havia tentado isso. Mas
haviam formas mais indiretas de atacar. O cabo traçou um caminho sinuoso
sobre as cabeças dos droides escravos. Não demorou muito para encontrar
um dos grandes exatamente no lugar certo. Foi ainda mais fácil segurá-lo
com a Força e apertá-lo até que a sua fonte de alimentação estourasse.
A explosão prosperou através da enorme câmara. PROXY cambaleou
pra trás no meio do ataque. O aprendiz ficou pra trás, esperando para ver
que efeito a explosão poderia ter. Hologramas piscaram e fugiram pelo
exterior fluido de seu amigo. Figuras famosas iam e vinham, humanos e
alienígenas, claros, escuros e todas as sombras intermediárias. Mais uma
vez, se viu surgindo e ficou imensamente feliz por alguém logo substituí-lo.
Estava cheio de lutar contra si mesmo por uma vida.
A fumaça se dissipou. PROXY se endireitou e a sua imagem se
estabeleceu na forma de um Zabrak com olhos cheios de ódio e numerosos
chifres brotando de sua pele vermelha e preta. As suas vestes eram meia-
noite. O seu olhar malicioso estava cheio de sede de sangue.
O aprendiz ficou momentaneamente surpreso. Nunca tinha visto aquele
módulo de treinamento antes. Ou tinha sido desenterrado das profundezas
dos bancos de memória do PROXY, ou o droide o estava guardando para o
momento certo.
O Zabrak Sith sorriu pra ele e avançou através do mar de droides.
Nenhum agora chegou a um metro do cabo intacto, então até mesmo essa
opção foi perdida.
— Você é fraco, — cantou o Núcleo ao se aproximar. — Você não vai
sacrificar este droide, mesmo que me deixando possuir as suas memórias
significa a sua queda.
O aprendiz não desperdiçou energia com a fala, bloqueando cada um dos
movimentos do Núcleo e levando o droide um passo pra trás. A frustração o
tornava forte, mesmo que no momento ele não tivesse saída para essa força.
Derrubar o teto poderia matar os dois e provavelmente não teria um efeito
profundo no Núcleo. Se realmente fosse distribuído por todo o planeta,
poderia ser impossível de matar.
Qual era o sentido de ser mais forte que Darth Vader se não pudesse
salvar o seu melhor amigo?
— A violência alimenta a desordem, — bradou o Núcleo enquanto eles
lutavam. — A violência é uma ameaça ao controle. A violência será,
portanto, eliminada sob o meu governo.
— Parece que você pensou em tudo. — Ele mal bloqueou uma
combinação de golpes que nunca tinha visto antes, mesmo quando lutava
contra o seu Mestre.
— Não há uma contingência que eu não tenha explorado, — disse o
Núcleo pela boca do Sith Zabrak.
— Oh não?
O aprendiz repeliu o droide com uma série de golpes rápidos e manobras
acrobáticas. PROXY não era nem de longe tão flexível quanto ele e não
tinha nenhum dos reflexos aprimorados pela Força que possuía. O droide
nunca poderia vencê-lo em um duelo de sabres de luz, mesmo com o
Núcleo por trás dele. Lutou com uma intensidade obstinada, projetada para
esvaziar a sua mente de todos os pensamentos e sentimentos. O ser que
estava lutando não era nem Sith e nem PROXY. Era o Núcleo, e chegara a
hora de parar de brincar com ele.
Eles congelaram com sabres de luz travados e raspando juntos, força
humana guerreando com droide, olhos castanhos fixos em fotorreceptores
vermelhos.
— Submeta-se ou morra, — disse o Núcleo.
— Existe uma terceira opção. — Com um movimento brusco e tortuoso,
ele baixou o seu sabre no peito de PROXY e cortou fundo, direto no corpo
do droide. — Eu poderia vencer você.
Os olhos vermelhos piscaram. Por um instante, apenas o suficiente do
Núcleo permaneceu em PROXY para registrar surpresa e, em seguida,
alarme extremo. O holograma brilhou e sumiu, revelando a terrível e
fumegante ferida no peito do droide. O aprendiz removeu a lâmina,
satisfeito por seu golpe ter feito o trabalho.
O Núcleo girou o corpo, tentando em vão alcançar a escotilha aberta de
onde saía o cabo cortado. Então todo o controle deixou os membros de
metal e PROXY caiu pesadamente no chão.
Já havia acabado, mas o Núcleo ainda tinha alguma luta pela frente.
Centenas de droides escravos convergirama até o aprendiz, esperando
esmagá-lo sob o seu peso combinado antes que pudesse alcançar o
processador mais próximo. Explodiu com um único empurrão e abriu a
caixa do processador. Ignorando as bordas de metal quente, empurrou a
mão esquerda para dentro.
Um raio surgiu através dele e de todos os processadores que compunham
a rede do Núcleo. Projetou toda a sua raiva e tristeza na onda, e a força dela
surpreendeu até a ele. Por PROXY, por Juno, por Kota e para si mesmo,
fritou a mente planetária em escória.
Droides escravos se sacudiam em uma dança medonha. O som que eles
fizeram foi horrível de ouvir, o grito moribundo de uma mente que nunca
antes teve que contemplar a sua própria morte. Deveria ser imortal. Tinha
planejado governar a galáxia. Agora era apenas um emaranhado de fios
passando por uma epifania que inevitavelmente o destruiria.
— Ordem! — ele rugiu e se enfureceu. — A ordem deve ser restaurada!
O paroxismo dos droides levou alguns minutos para diminuir, tempo
durante o qual o aprendiz manteve o poder devastador de sua raiva,
garantindo que apagasse todos os vestígios das memórias extraídas da caixa
craniana de PROXY. Nada dele se permaneceria ali. O Imperador nunca
saberia como as forças se reuniram para derrubá-lo, para o bem ou para o
mal. Não haveriam testemunhas, vivas ou droides.
Quando o último corpo de metal ficou parado e silencioso, junto com
todos os processadores e todas as luzes piscando, ele se deixou cair de
joelhos, depois deslizou com as costas contra a caixa de plástico do
processador. Inclinou a cabeça pra trás e fechou os olhos.
Isso era o suficiente? Algo mais seria pedido a ele hoje? Ele estava tão
cansado. Uma semana de sono pode não reanimá-lo.
E pior ainda: o Núcleo estava certo? Você é fraco, disse a ele. Você não
vai sacrificar este droide, mesmo que me deixar possuir as suas memórias
signifique a sua queda. Isso era verdade. Tinha um apego emocional ao
PROXY e pode muito bem estar desenvolvendo apegos a Juno e Kota
também. Como era possível que um aprendiz Sith pudesse ter caído em
conflito com tal fraqueza?
PROXY estava morto.
Juno e ele não tinham esperança de uma vida juntos.
Como poderia continuar?
Algo se moveu na enorme câmara. Abriu as pálpebras pesadas e ergueu o
sabre de luz.
Um dos corpos vazios do droide tombou e rolou. Uma mão familiar
estendeu a mão e arranhou a terra.
— Mestre?
Ficou de pé em um instante, empurrando os corpos dos droides para o
lado e libertando o seu amigo ferido. PROXY foi severamente danificado
pelo golpe que cortou o fio, mas os seus fotorreceptores voltaram à cor
normal. Tinha sido um tiro no escuro, cortando o droide assim para alcançar
o cabo, mas esperava que valesse a pena. Quantas vezes matou PROXY
antes, mas viu o droide capaz de se consertar? Este foi apenas mais um.
— PROXY, você está bem? Você aguenta?
O droide lutou e não conseguiu levantar o torso.
— Eu temo que não, Mestre. Melhor você me deixar aqui, onde eu
pertenço.
— O que você está falando? Podemos consertá-lo assim que eu o levar
para a nave.
— O Núcleo... — PROXY levou a mão à testa. — Mestre, queimou
partes do meu processador. A minha programação principal foi apagada. Eu
sou inútil para você agora.
Sorriu. Uma centelha de esperança permaneceu.
— Você nunca foi inútil, PROXY. E você não vai ficar aqui. Vamos.
O droide parecia muito leve contra o seu ombro enquanto os dois abriam
caminho através dos droides e processadores escravos destruídos, saindo
para a luz do dia turva.
Parte 3
REBELDE
O s desertos de Rhommamool brilham com uma cor
laranja quente sob a luz de sua estrela principal. Juno começava a
suar toda vez que olhava pra ele. Desceu à superfície apenas uma vez para
que Starkiller pudesse comprar um par de novos servos motores de ombro
para PROXY, e se aventurou a sair da nave não mais do que o necessário. O
mundo empobrecido de mineração fedia a fome e guerra. Felizmente, o seu
mundo vizinho, Osarian, estava distante o suficiente para que o eterno
conflito entre as duas civilizações do sistema estivesse em declínio. Caso
contrário, teria insistido para que eles encontrassem outro lugar para se
esconder enquanto a notícia chegava de seus co-conspiradores.
Bail Organa os notificou há cinco dias sobre uma série de reuniões sendo
conduzidas em sua residência em Cantham House em Coruscant entre ele,
Garm Bel Iblis e Mon Mothma. Aparentemente, eles tinham ido bem, e o
início de uma rebelião estava lentamente ganhando força. Isso foi uma
notícia positiva. Ao mesmo tempo, porém, o envolvimento de dois notórios
líderes da resistência e fugitivos elevou dramaticamente as apostas. Se o
Imperador ouvisse os sussurros de uma 'Aliança para Restaurar a República'
a sua vingança não teria fim.
Consequentemente, a mínima força Imperial em torno de Rhommamool
trabalhou fortemente ao seu favor como um lugar para se esconder por um
tempo, assim como o fato de estar perto do Percurso Corelliano. As
transmissões da HoloNet eram mais atualizadas lá do que seriam na Orla
Exterior. Juno observou a rede de notícias em busca de relatórios de suas
atividades e examinou a propaganda Imperial em busca de indícios de
preocupação. Até agora, a HoloNet permaneceu vazia de qualquer coisa a
ver com revoltas e sabotagens em Kashyyyk e Raxus Prime, ou, de fato,
qualquer coisa a ver com Wookiees sequestrados, projetos secretos que
exigiam trabalho escravo e uma rebelião crescente.
Disse a si mesma que isso não era um mau sinal. As pessoas certas
estavam percebendo, em ambos os lados da divisão política. O Imperador
não podia deixar de estar ciente da crescente oposição armada contra o seu
regime, e aqueles que sonhavam em derrubá-lo do poder agora tinham
novos aliados para torná-los mais fortes.
A missão deles era esperar que chegasse uma notícia de Bail Organa,
confirmando que todos os envolvidos poderiam finalmente se encontrar
num local que, por enquanto, era determinado e vago. A Sombra Invasora
havia pulado de sistemas três vezes por instigação dela na semana anterior,
ficando um passo à frente de uma perseguição imaginária, mas muito
possível.
O atraso foi mais difícil do que qualquer coisa que já havia imaginado.
Isso, e ficar confinado na nave com Starkiller dia após dia, mal falando, mal
ficando na mesma sala por mais de alguns segundos de cada vez. Ficou na
cabine e nas áreas de manutenção da nave; ele ficava na câmara de
meditação, onde dormia e trabalhava no conserto do PROXY. Kota oscilou
entre eles como um peso em uma mola firmemente enrolada, ainda mais
grosseiro e introvertido do que o normal depois de Raxus Prime, embora
por que ele se recusou a dizer. Às vezes, a tensão era tão espessa no ar que
sentia que poderia se afogar nela.
Tudo estava em espera: a rebelião, os planos de Starkiller, sua vida...
— Não poderíamos simplesmente ir para Corellia e esperar que a notícia
viesse de lá? — ela perguntou a Kota no sétimo dia. — Quero dizer, é onde
a reunião vai acontecer. Não é preciso ser uma idiota para descobrir isso, se
Bel Iblis estiver envolvido.
— Mais uma razão para não estarmos lá, então, — o ex-Jedi disse a ela.
— Se formos vistos na área, isso vai assustar todo mundo.
— Eles nunca nos notariam, — ela argumentou, mesmo sabendo que ele
estava certo. — Temos a cobertura e...
Parou ao som de passos de metal no convés atrás dela. Virou-se e ergueu
as mãos, automaticamente em guarda depois da última vez em que foi
confrontada pelo droide na cabine. O pânico repentino fez as suas veias
pulsarem em seu pescoço.
— Sinto muito por assustá-la, Capitã Eclipse, — disse PROXY com uma
reverência humilde. — Por favor, permita-me oferecer um pedido de
desculpas incondicional por minhas ações em Raxus Prime. O seu nome
não aparece na minha lista de alvos e nunca teria aparecido se o Núcleo não
tivesse corrompido a minha programação primária. Estou feliz por ter
conseguido só deixá-la inconsciente para que você não me seguisse ou
soasse o alarme. O droide se curvou novamente. — Você tem todo o direito
de me espancar ou me descartar e não vou me opor se você escolher um dos
dois cursos. Discuti com o meu Mestre muitas vezes sobre esse ponto, mas
estou determinado.
Por cima do ombro do droide, viu Starkiller parecendo furioso e
preocupado ao mesmo tempo, como se tivesse medo de que pudesse
realmente aceitar a oferta de PROXY.
— Não, PROXY, — ela disse, forçando-se a abandonar a sua postura
defensiva. — Isso não será necessário. Vamos esquecer que isso aconteceu.
É bom te ver de novo. Está tão bom quanto novo, pelo que parece.
— Temo que não, Capitã Eclipse, mas obrigado por suas amáveis
palavras.
Ele olhou com expectativa para ela que torceu o cérebro por algo para
quebrar o momento.
— Uh, aquele gerador de escudo traseiro precisa de atenção. Acho que
ouvi a heterodinâmica e prefiro que falhe agora do que quando realmente
precisamos.
— Claro, Capitã Eclipse.
PROXY saiu arrastando os pés alegremente, e se perguntou o que ele
quis dizer ao sugerir que estava em uma condição menos do que perfeita.
Certamente tinha sido mais silencioso na Sombra Invasora sem o duelo
interminável entre ele e o seu Mestre, mas ela presumiu que isso seria
retomado agora que ele estava de pé novamente. Talvez os sintomas de sua
disfunção se tornassem aparentes com o tempo.
Starkiller também estava olhando para ela.
— Obrigado, — disse ele.
Juno se virou e sentou-se novamente.
— Você tem certeza que o processador dele está limpo? O Núcleo pode
ter plantado todo tipo de vírus lá.
— Sua mente é dele, — ele a assegurou. — De todos nós, ele é
provavelmente o único que pode dizer isso.
— Fale por você, garoto, — disse Kota.
Starkiller olhou para o velho General.
— Diga ao seu amigo Senador Organa que não vamos ficar aqui
sentados para sempre. A rebelião prospera na ação, não nas palavras.
Voltou para a câmara de meditação e ela voltou a esperar. No momento,
essa parecia ser a única ação que lhe era permitida.

DOIS DIAS ANTES, ELA HAVIA saído de seu assento para se refrescar. Ao retornar,
sentindo-se um pouco mais humana tanto na mente quanto na respiração,
ouviu Kota e Starkiller conversando na cabine.
— ... não consigo identificar o estilo, — dizia o velho General, — e me
ajudaria a entendê-lo se você me dissesse quem foi o seu professor original.
— Quem disse que você precisa me entender? — Starkiller respondeu.
— Garm Bel Iblis vai. Ele não sabe nada sobre você e, militarmente
falando, isso faz de você uma ameaça.
Juno prendeu a respiração.
— A única ameaça com a qual alguém deve se preocupar é do
Imperador, — Starkiller respondeu em um tom sugerindo que a conversa
estava encerrada. — Eu posso derrubá-lo. Isso é tudo que você precisa
saber.
Kota ficou em silêncio por um longo tempo.
— Cuidado, garoto. Quando você fala assim, ouço a longa sombra do
lado sombrio se aproximando de você.
Os dois homens caíram em um silêncio melancólico. Um instante antes
de Juno decidir que era o momento certo para irrompê-los, Starkiller falou
novamente.
— Havia uma garota em Felucia, uma aprendiz que se voltou para o lado
sombrio. Eu deixei ela ir.
— Bail me contou. E ela?
— Não havia esperança pra ela, uma vez que ela caiu?
Kota fez um barulho de clique com a língua.
— Foi isso que aconteceu com o seu professor?
Starkiller não respondeu.
— Gah, — exclamou Kota eventualmente. — Deixe-me em paz, garoto.
Você está me exaurindo com o seu silêncio.
Juno se escondeu quando Starkiller saiu da cabine. Quando a porta da
câmara de meditação se fechou atrás dele, ela refez seus passos e encontrou
Kota caído no assento com os olhos fechados com determinação, ainda
pensando em seus pensamentos secretos.
Ficou furiosa com os dois. O que havia nos homens que os levava a
agonizar em silêncio, ou a falar em círculos tão fechados em torno da
verdade que a sufocavam? Poderia contar a Kota coisas sobre Starkiller que
fariam os seus olhos mortos saltarem, mas ele não tinha mais moral do que
qualquer um deles, com o seu desespero sem fim e vontade apenas de
reclamar. Certamente ninguém realmente se importava com o nome de
Starkiller ou quem tinha sido o seu professor. O que ele fazia era tudo o que
importava.
Dependendo, disse a si mesma, do que ele fizesse.

NO OITAVO DIA, STARKILLER chamou ela e PROXY para se juntarem a ele na


câmara de meditação.
Hesitou, imaginando se tinha ouvido direito, então deixou o
contemplativo Kota e abriu caminho através do zumbido da nave. O droide
a encontrou na entrada da câmara de meditação, e juntos eles entraram em
seu espaço anguloso e escuro.
Starkiller ocupava o centro da sala. A sua expressão era muito séria.
Com um silvo, a porta se fechou por trás deles.
— Fique aí e não diga nada, — ele disse a ela, apontando para um canto
onde ela estaria em completa sombra. — PROXY, aqui. — O droide ficou
entre Starkiller e ela. Mal conseguia ver Starkiller pela silhueta de PROXY.
As luzes piscaram e escureceram quase ao preto. Starkiller respirou
fundo e abaixou a cabeça.
A pele de metal de PROXY ganhou vida e começou a mudar.
Uma sombra mais escura caiu sobre a sala.
— Meu Lorde, — disse Starkiller, e o coração de Juno parou.
A figura escura que estava onde PROXY estava um momento antes
falou.
— As suas ações em Raxus Prime deixaram o Imperador muito...
aborrecido. — Os tons de chumbo de Vader enviaram uma onda de
desgosto pela espinha de Juno. — Quem agora se juntou à sua causa?
Starkiller levantou a cabeça para olhar diretamente para o seu Mestre.
— Os inimigos do Imperador são cautelosos. Estou ganhando a sua
confiança e respeito, mas alguns deles continuam desconfiados. Se eu for
descoberto conversando com você, os meus esforços serão inúteis e não
teremos exército para desafiar o Imperador. — Ele se endireitou em toda a
sua altura. — Você não pode aparecer pra mim novamente. Entrarei em
contato com você.
Os dedos enluvados de Vader se fecharam em punhos.
— Quando?
— Depois que a aliança estiver formalizada e pronta para atacar o
coração do Império.
O Lorde Sombrio não disse nada por um longo momento. Os seus
pensamentos estavam totalmente ocultos pela máscara negra que tudo
escondia. Juno não sabia o que esperar e não sentiu nada além de alívio que
o momento acabou quando Vader finalmente acenou com a cabeça
lentamente.
— Não demore muito para entrar em contato comigo. — O dedo
indicador de sua mão direita enluvada apontou para o peito de Starkiller. —
O Imperador fica cada vez mais poderoso.
Vader sumiu e PROXY voltou a ser ele mesmo. Ao contrário dos tempos
anteriores, no entanto, o droide não parecia pior por personificar o Lorde
Sombrio. Starkiller olhou pra ele, imerso em pensamentos, e então
gesticulou para o droide sair.
Estava sozinha com Starkiller pela primeira vez desde Felucia. Era este o
momento que estava esperando?
Há muito conflito em você, Vader disse a ele, muitos dias atrás. Os seus
sentimentos por seus novos aliados estão ficando mais fortes. Não esqueça
que você ainda me serve.
O pensamento de que talvez ele não fosse uma causa completamente
perdida a encheu de esperança, mas era uma esperança qualificada por uma
incerteza muito real. Quando ela o viu cambaleando para fora da distância
enevoada em Raxus Prime, suportando o peso de seu droide atingido
inteiramente por conta própria, a expressão em seu rosto quase quebrou a
sua determinação de desconfiar dele. A ideia de perder seu companheiro
mais antigo o deixou emocionalmente nu, mesmo que fosse um droide que
tentou matá-lo durante toda a sua vida. Tinha visto o conflito em seu rosto
que Vader havia falado. Tinha entendido então que ele não estava
completamente decidido.
No entanto, quando correu para encontrá-lo e tentou tirar um pouco do
peso de PROXY, ele a empurrou para o lado e continuou subindo a rampa
por conta própria. Era como se ele sentisse que a sua vulnerabilidade
emocional era causada por ela, como se de alguma forma ela o tivesse
manipulado para que se sentisse assim, e a sua raiva por ele tivesse
reacendido imediatamente. Não era culpa dela ter sido designada para ele.
Não o fez resgatá-la na Empírico. Ele poderia facilmente tê-la largado e
pilotado a nave sozinho.
A situação não era culpa de ninguém. Apenas aconteceu. Quanto mais
cedo ele resolvesse isso, e onde ele estaria com ela e todos ao seu redor,
melhor.
— Nós estamos indo para Corellia, — ele disse, — Eles estarão todos lá,
Bail e os seus aliados...
Não sabia dizer se ele estava feliz ou apavorado.
— Bem, se for esse o caso, você terá a sua aliança rebelde, — disse ela,
— O que você vai fazer com isso?
Os seus olhos encontraram os dela.
— Confie em mim, Juno. Estou fazendo a coisa certa, por nós dois.
Queria acreditar nele. Não tinha escolha a não ser acreditar nele. Estava
presa em uma teia de possibilidades. Só o tempo diria se ela conseguiria
encontrar a saída novamente.
O som da voz de Kota chamando-os da cabine ecoou pela nave.
— Está na hora, — ele estava chamando. — Finalmente podemos nos
mexer.
— Pra onde? — ela perguntou a Kota, sentando-se em seu assento gasto
e flexionando os dedos
— Corellia, é claro.
— Eu sabia, — E Starkiller também, antes que a ligação chegasse. Juno
tirou esse pensamento da cabeça. — Acontece que já tenho um curso
definido. — Ela verificou o computador de navegação e encontrou tudo em
ordem. A rota era atualizada automaticamente a cada meia hora enquanto
dormia. Com uma série de toques hábeis, ativou os motores de subluz para
tirar a nave da órbita, não tão rápido que chamasse a atenção, mas também
não muito devagar. Estava ansiosa para começar, apesar do súbito frio na
barriga. Por mais que desejasse que algo acontecesse, agora estava quase
temendo. Eles chegaram a um ponto sem volta...
Olhou para o visor e viu o reflexo de Starkiller lá, parado no fundo da
cabine com os braços cruzados e os olhos olhando para a frente, como se já
pudesse ver o destino deles. Não conseguia ler a expressão dele e se viu
distraída por sua presença de uma forma que a irritou.
E se Vader a tivesse escolhido apenas para testar o compromisso de
Starkiller? E se ele agora estivesse falhando naquele teste?
Apertou um botão e a estranheza do hiperespaço os engolfou. A Sombra
Invasora balançava sob eles, voando tão suavemente quanto da primeira
vez que ela se sentou em sua cabine.
H iperespaço. Estrelas. Atmosfera.
Juno parecia nunca se cansava de cruzar os mesmos limites a cada
viagem que fazia. O aprendiz se perguntou se ela já havia perdido os seus
dias de glória como piloto de TIE fighter, quando o trabalho envolvia
metralhar e bombardear, além de transportar passageiros pra frente e pra
trás pela galáxia. Supôs, pensando em Raxus Prime, que ela tinha visto
alguma ação, mas dificilmente era fascinante. O pagamento era péssimo e
os seus companheiros de tripulação deixavam muito a desejar.
Kota não estava em lugar nenhum quando saiu da câmara de meditação.
Isso o desapontou, obscuramente. Esperava que o General pudesse superar
o seu medo monótono de sempre, agora que a rebelião estava dando um
passo definitivo à frente. Mas disse a si mesmo para não se surpreender.
Depois de meses de depressão e embriaguez, seria preciso algo
extraordinário para recompor o velho.
Assumindo o assento de trás de Juno, o aprendiz examinou a estranha
nova calma que o envolvia. Dois sentimentos contraditórios ainda o
puxavam em direções profundamente divergentes: um para a rebelião, o
outro para o seu Mestre. Entre os dois repousavam os focos separados de
Juno e do Imperador. Estava preso entre eles como um acrobata na corda
bamba, mantendo um equilíbrio constante e difícil.
Esse equilíbrio o iludiu até recentemente. Deixando Raxus Prime,
prometeu encontrar uma maneira de destruir o Imperador e ao mesmo
tempo manter Juno em sua vida. Durante uma semana inteira, considerou as
alternativas óbvias repetidas vezes, a ponto de enlouquecer. Mas então uma
nova possibilidade lhe ocorreu: criar a aliança rebelde como planejado,
mas, em vez de entregá-la ao seu Mestre, mantê-la para o seu próprio uso.
Então, quando o Imperador se for...
O que? se perguntou. Entregar o controle da galáxia a um bando
inexperiente de rebeldes? Governar em paz, com Juno ao seu lado? Abdicar
e desaparecer para sempre?
O plano estava repleto de incertezas, mas era dele. Havia encontrado
uma direção própria, em vez de uma ditada a ele por seu antigo Mestre.
Poderia persegui-lo com pleno conhecimento de que realmente estava
perseguindo seu próprio destino.
E Juno estava confiando nele...
Talvez, pensou, ele devesse confiar nela. Talvez a possibilidade
verdadeiramente selvagem de seu plano fosse que os rebeldes pudessem
ajudá-lo a destruir o seu Mestre, libertando assim todos eles.
Mal ousava pensar nisso.
Era o suficiente para saber que a reunião aconteceria conforme o
planejado, a salvo de traição. A rebelião nasceria, onde quer que ela
finalmente levasse. Chegar a essa decisão finalmente lhe deu um alívio
entre as facções em guerra lá dentro. Enquanto o delicado equilíbrio em sua
mente era mantido, se sentia mais em paz do que há meses.
A Sombra Invasora desceu de uma órbita polar sobre as cordilheiras do
noroeste do planeta. À distância, o planeta era surpreendentemente belo,
com dois grandes oceanos circundando terras temperadas e bem cuidadas.
A indústria estava em sua maior parte confinada à órbita, então a biosfera
de Corellia foi poupada da devastação industrial causada em tantos outros
mundos. Havia, no entanto, manchas que mostravam evidências de má
administração no passado. O local de pouso deles era um desses, uma
cidade em ruínas no meio de um terreno baldio de alta altitude. Não sabia o
seu nome ou o que havia acontecido com ela, mas quando eles se
aproximaram e a grade outrora queimada e agora gelada e os seus prédios
em ruínas entraram em foco, ele aprendeu a lição oferecida de todo o
coração.
Todos os empreendimentos falham, no final. Todos os monumentos
caem. Mesmo o maior plano raramente sobrevive a seus criadores. Se ele,
Darth Vader ou o Imperador morressem amanhã, quem se lembraria das
estranhas tramas que os uniram?
Juno guiou a nave com mãos seguras, circundando as ruínas uma vez
para verificar se havia surpresas e então trazendo-o para baixo suavemente
ao lado de um trio de lançadeiras cujas bordas haviam sido amolecidas pela
neve. Um dos transportes era claramente de Bail Organa. Guardas
uniformizados se colocaram entre os três e a Sombra Invasora que pousou.
— Então, — Juno disse enquanto os motores subluz esfriavam, — aqui
estamos nós. Sempre soube que as histórias sobre Corellia eram exageradas.
— Parece que eles estão todos aqui. — Ele estava muito concentrado no
que estava por vir para reconhecer a piada. — PROXY? Vamos.
Ela virou,
— Kota não vai com você?
Olhou ao redor da cabine vazia.
— Parece que estou voando sozinho. Me deseje sorte.
Seu rosto assumiu uma expressão determinada.
— Você não vai lá sozinho. Espere, — Ela pulou do assento do piloto,
endireitou o que restava de seu uniforme e fez uma tentativa apressada de
arrumar o cabelo. Acionando um interruptor oculto, abriu um painel secreto
e puxou uma pistola no coldre, que prendeu em seu cinto. — Estarei logo
atrás de você.
— É aqui que você me diz para não tomar o caminho errado, — disse
ele.
Ela apontou para o sabre de luz pendurado em seu cinto.
— Só não me faça precisar disso. Isso é tudo o que tenho a dizer.
Assentiu, sem culpá-la, e os conduziu pela neve.
GUARDAS VESTIDOS COM EQUIPAMENTO PARA AMBIENTES QUENTES conduziram os três pelas
ruínas sem dizer uma palavra. Corredores longos de pedra subiam até uma
estação de observação com vista para os picos acidentados das montanhas.
Dentro da improvisada sala de reuniões havia uma mesa de conferência
retangular grande o suficiente para uma dúzia de pessoas. Ao lado dela
estava Bail Organa, digno e formal em suas vestes oficiais. Com ele
estavam uma mulher de postura firme com um rosto cansado, que só
poderia ser a ex-senadora Mon Mothma do setor de Bormea, e um homem
de ombros largos com cabelos grisalhos longos e bigode, o ex-senador de
Corellia, Garm Bel Iblis. Organa acenou em saudação comedida, mas os
seus colegas estavam mais reservados.
O aprendiz caminhou sem hesitar para enfrentar o trio reunido à mesa.
Bel Iblis estava diretamente oposto a ele, em frente à 'parede' norte da sala,
pouco mais que uma saliência ao ar livre sustentada por um punhado de
pilares de pedra. Um penhasco nevado além fazia toda a estrutura parecer
precariamente equilibrada entre o céu e a pedra, como se a gravidade
pudesse a qualquer momento a derrubar.
A grande porta de pedra se fechou atrás deles. Juno saltou ligeiramente e
deu um passo para o lado, juntando-se aos homens e mulheres nos
uniformes de Corellia, Chandrila e Alderaan que guardavam a reunião. Ao
comando de Bail Organa, PROXY cintilou e adotou a imagem holográfica
de sua filha, Leia, transmitida de outro lugar da galáxia. Ela também
assentiu em reconhecimento ao se aproximar da mesa ao lado de seu pai.
— Amigos, — Bail Organa foi o primeiro a quebrar o silêncio. —
Obrigado por ter vindo. Sei que foi uma decisão difícil. Ao nos
encontrarmos aqui, todos nós colocamos as nossas vidas em risco, como
vocês já fizeram em muitas ocasiões. — Ele inclinou a cabeça para o
aprendiz, que se endireitou com o reconhecimento, mas não disse nada;
falar em público era tão estranho para ele quanto a dança rodopiante de
Kavadango. — Acredito que existe esperança para um futuro melhor, —
continuou Organa. — Esta reunião anuncia um tempo em que não
precisaremos nos reunir em segredo, em que todos viverão em paz e
prosperidade, livres do jugo do medo que o Imperador lançou sobre a
galáxia. Acredito que juntos podemos transformar os seus sonhos em
realidade.
Mon Mothma assentiu.
— Discutimos isso longamente, — disse ela. — Concordamos que o
tempo da diplomacia e da política já passou. É hora de agir.
— Bem cronometrado, — concordou Bel Iblis numa voz áspera e
profunda.
— Logisticamente, — continuou Organa, — faz sentido unir as nossas
forças. Minha riqueza pode financiar tal rebelião, enquanto Garm fornecerá
a nossa frota e Mon Mothma os nossos soldados. Há anos trabalhamos com
objetivos opostos, esperando o catalisador que nos uniria. Acredito que
temos esse catalisador agora e que seríamos tolos se não aproveitássemos
isso.
— Só precisávamos de alguém que tomasse a iniciativa, — disse Mon
Mothma, falando diretamente com o aprendiz. — Sabemos que temos o
poder da Força do nosso lado.
— Em suma, — disse Garm Bel Iblis com olhos estreitos e cautelosos,
— nós concordamos em seguir a sua liderança. Nós nos juntaremos à sua
aliança.
— Você já salvou dois de nós aqui, — Leia Organa concluiu com feroz
solenidade. — Se o Imperador pensa que pode nos manipular para sempre,
está enganado.
— Você está errada em um ponto, princesa, — disse uma voz da porta.
O aprendiz se virou. As portas se abriram novamente sem que ele
ouvisse, permitindo que Kota entrasse na sala.
— O garoto salvou três de nós. — Kota não era mais o bêbado
desgrenhado, mas um General experiente. Seus olhos cegos foram
descobertos e as suas botas engraxadas. Cada mecha rebelde de seu cabelo
grisalho havia sido puxada para trás em sua trança, e seu manto estava reto.
Com três passos sem hesitar, ele cruzou para enfrentar o aprendiz e colocou
a mão em seu ombro.
— Também me juntarei à rebelião dele, se for bem-vindo.
O aprendiz estendeu a mão e agarrou os dedos nodosos,
— Eu pensei que você ainda estava desmaiado no compartimento de
carga.
Kota sorriu.
— Finalmente acordei.
Por cima do ombro do General, o aprendiz viu Juno também radiante.
Ela assentiu e indicou que ele deveria voltar para a reunião.
— Está resolvido, então, — disse Bail, com a sua voz subindo para o
modo oratório completo. — Que esta seja uma declaração oficial de
rebelião. Hoje juramos derrubar o Império para que a galáxia e todos os
seus povos sejam um dia livres, sejam eles humanos ou Hamadryas,
Wookiee ou Weequay. Todo ser sapiente tem o direito inalienável de viver
em segurança e de lutar por esse direito, se for...
O som de uma enorme explosão o interrompeu. O chão tremeu embaixo
deles; poeira choveu de cima.
O sorriso de Bail Organa desapareceu. Ele se afastou da mesa e se virou
para sua filha.
— PROXY! — ele gritou. — Corte a transmissão!
O droide dissolveu o holograma e voltou a ser ele mesmo.
Outra explosão sacudiu o ninho da águia. O aprendiz correu para a
parede norte e olhou através dos pilares de pedra. Um Star Destroier
apareceu na atmosfera superior. TIE fighters correram pelo céu.
— Não, — ele sussurrou, — Não!
Por trás dele, a porta se abriu e a sua negação desapareceu sob o som de
tiros de blasters e gritos.
A pistola Juno estava em sua mão antes que a primeira
explosão desaparecesse, mas não sabia para onde apontá-la. Starkiller
parecia tão chocado quanto todos os outros na sala. Quando ele correu para
o canto para olhar pra fora, aquela expressão só piorou.
Soube então que algo estava terrivelmente errado.
A porta explodiu por trás dela, jogando-a pra frente em uma nuvem de
poeira e lascas de pedra. As suas mãos subiram para proteger o rosto. Rolou
como havia sido treinada para fazer e se levantou agachada com a pistola
apontada para a porta aberta. Nuvens de fumaça e poeira ondulavam através
dele, iluminadas por trás por flashes de luz. Por cima do zumbido em seus
ouvidos, ela podia ouvir pessoas lutando e morrendo. Os guardas
Senatoriais correram para o corpo a corpo, mas ficou parada, esperando
pelo tiro perfeito que sabia que conseguiria.
Mais gritos. A fumaça assumiu um tom avermelhado. Uma sombra
surgiu dela, cada vez mais perto.
Disparou três tiros. Todos foram desviados por uma lâmina vermelha
brilhante. Um disparou aos seus pés, fazendo-a voar novamente, atordoada.
A pistola saiu voando.
Darth Vader atravessou a porta como se fosse o dono do mundo. O
esquadrão de stormtroopers por trás dele obviamente pensou que sim.
— Levem-nos vivos, — ordenou ele, indicando o trio de Senadores. —
O Imperador quer executá-los pessoalmente.
Antes que alguém pudesse reagir, Kota tirou o sabre de luz do cinto de
Starkiller e se lançou contra o Lorde Sombrio. Vader levantou a mão e
pegou o General telecineticamente pela garganta. Kota largou o sabre de luz
e agarrou desesperadamente os dedos invisíveis que o sufocavam, mas a
pressão só aumentava. Quando a sua resistência foi esmagada, Vader o
jogou contra os stormtroopers e voltou a sua atenção para outro lugar.
Bail Organa, Mon Mothma e Garm Bel Iblis estavam cercados. Cheio de
fúria, o ex-Senador corelliano cuspiu aos pés de Darth Vader, enquanto os
seus companheiros permaneceram com uma dignidade silenciosa. Mon
Mothma ergueu o queixo.
Mas não era para ela que Vader estava olhando.
Starkiller ficou emoldurado pelos pilares na parede norte do ninho da
águia. Estava congelado na pose de alguém completamente derrotado, mas
desafiadoramente contido. Os seus olhos brilharam. Os seus punhos
tremeram.
Darth Vader inclinou a cabeça.
— Você se saiu bem, meu aprendiz.
Bail Organa sibilou audivelmente entre os dentes. Se olhar pudesse
matar, Starkiller teria caído no local. Garm Bel Iblis tinha adquirido um tom
profundo de roxo, e Mon Mothma estava tão rígido e pálido quanto uma
escultura no gelo.
Antes que Starkiller pudesse estender a mão para onde o seu sabre de luz
estava caído no chão, a mesa de conferência de pedra se ergueu no ar e se
lançou contra ele. Atingindo três dos pilares e acertando-o bem no peito, o
jogou na neve. Ignorando todos os outros na sala, Vader caminhou
pesadamente por trás dele, com o sabre de luz erguido.
Juno se levantou, mas uma mão de metal a impediu de correr para a
morte certa.
— Não desse jeito, Capitã Eclipse, — sussurrou PROXY em seu ouvido.
Ele a empurrou para uma passagem lateral que parecia estar vazia de
stormtroopers. Enquanto os guardas estavam distraídos, ele adotou uma
imagem perfeita dela, completa com manchas de poeira nas têmporas, para
que a sua ausência não fosse notada, — Meu Mestre vai precisar de você
mais tarde.
Lutando contra uma onda de choque que ameaçava dominá-la, fez o que
o droide sugeriu, tropeçando nas escadas ainda balançando com o
bombardeio da área.
Vader estava aqui, e Starkiller não esperava isso!
Se pudesse voltar para a nave a tempo, e se ele tivesse sobrevivido ao
golpe esmagador que Vader havia desferido, talvez as coisas não estivessem
completamente perdidas.
Ela meio que riu, meio que chorou de seu otimismo insano enquanto
descia correndo a escada estreita para as hordas Imperiais abaixo.
O aprendiz agachou-se de cara para baixo na neve,
rodeado de escombros. A sua respiração saía em suspiros curtos e
agonizantes, mas era grato por cada um. Deveria estar morto. Aquele golpe
deveria ter matado qualquer um. O fato dele estar respirando testemunhava
um erro cometido por seu Mestre.
Havia sido reconstruído mais resistente do que antes.
Enquanto botas pesadas trituravam a neve em sua direção, sabia que
seria necessário mais de um erro para provocar a queda de Darth Vader.
Levantou a cabeça e falou dolorosamente com os dentes cerrados.
— Você concordou em ficar longe... — Sangue escorria de seus dentes
no chão gelado.
— Eu menti, — disse seu Mestre, — como tenho feito desde o início.
O poder do lado sombrio o levantou da neve e o ergueu no ar. A dor
ameaçou sobrecarregar o seu sistema nervoso, mas ele se recusou a gritar.
Desde o princípio?
— Você nunca planejou, — ele engasgou, — destruir o Imperador!
— Não com você, não.
Vader casualmente o jogou em direção ao penhasco gelado. Deslizou
pelo chão, agarrando-se fracamente à neve, e então deslizou pela borda.
O mundo girou por um momento e pensou que poderia ter desmaiado ao
cair. A base do penhasco estava milhares de metros abaixo,
impossivelmente distante. Não parecia estar se aproximando, o que o
intrigou momentaneamente.
Quando voltou a si, descobriu que estava se agarrando à face do
penhasco com o que restava de suas forças.
Um sentimento de aceitação invadiu-o. A missão que o seu Mestre lhe
dera estava completa: os rebeldes haviam sido reunidos em um local para
que pudessem ser capturados e mortos. Essa foi a razão pela qual foi
poupado, quando Darth Vader o esfaqueou nas costas por ordem do
Imperador. O seu único dever restante era morrer.
Havia culpa naquele sentimento também. Ao planejar usar a Aliança
Rebelde para os seus próprios fins, ele merecia qualquer destino que o
esperasse.
Mas parte dele se enfureceu com a maneira como foi enganado. Havia
traído o seu Mestre, sim, mas o seu Mestre o havia traído primeiro. Essa
parte dele desejava levantar-se e retomar a luta. Com a Força por trás dele,
poderia derrubar Darth Vader e libertar os outros.
Derrube o seu Mestre, como ele falhou em fazer duas vezes agora.
Só então percebeu que era exatamente isso que Vader estava tentando
fazer.
Por ordem do Imperador...
Na verdade, tudo tinha sido uma encenação, desde o início. A sua
ressurreição, a sua 'morte' até mesmo o seu sequestro de Kashyyyk. Vader e
o seu aprendiz eram fantoches dançando a música do Imperador, agora e
sempre. Por mais que se contorcessem, as suas cordas permaneceram.
Queria rir, mas tudo o que saiu foi um suspiro curto e doloroso.
Seu Mestre apareceu no céu acima dele, aparecendo vastamente em
silhueta, bloqueando o mundo.
— Sem mim... — sussurrou o aprendiz, — você nunca... será livre...
Darth Vader levantou a sua lâmina ensanguentada, mas o som de outro
sabre de luz acendendo atrás dele forçou o Lorde Sombrio a se virar.
O aprendiz não conseguia mais manter os olhos abertos. Os seus dedos
estavam dormentes; não conseguia sentir absolutamente nada. Sem peso,
parecia se afastar da parede do penhasco. Os seus olhos estavam fechados,
mas de alguma forma ele ainda podia ver. Como se estivesse em uma
posição bem acima, observou o seu Mestre girar para enfrentar Obi-Wan
Kenobi.
O Lorde Sombrio congelou. Naquele momento de hesitação, o falecido
Mestre Jedi atacou, o seu rosto era uma máscara de determinação. No
último momento, Vader aparou, então aparou novamente. Deu um passo pra
trás, em direção à beira do penhasco, e então se recompôs. Com dois golpes
amplos, tão rápidos que borraram no ar frio, desarmou Kenobi e cortou-o ao
meio.
Quando as peças caíram no chão, o holograma que as envolvia se
dissolveu. Com faíscas espasmódicas e derramando componentes delicados
na neve, PROXY estremeceu uma vez e então os seus fotorreceptores se
apagaram.
Darth Vader se aproximou e cutucou o corpo do droide com o dedo do
pé. Ele não reagiu.
Lembrando-se do aprendiz, voltou para o penhasco. O garoto que havia
arrancado de Kashyyyk observava imparcialmente, sem temer ser
descoberto. Mas Vader não viu nada porque não havia nada para ver. O seu
ex-aprendiz era menos do que um pensamento ao vento, afastado de tudo o
que havia sido e de tudo o que havia falhado em fazer por um ato de
vontade maior do que qualquer outro que havia realizado antes.
Vader abaixou o seu sabre de luz e caminhou de volta para as ruínas,
onde os stormtroopers haviam amarrado os rebeldes como criminosos e os
estavam marchando através das portas quebradas.
De repente, o aprendiz estava de volta em seu corpo. A beira do
penhasco e a ruína de sua vida estavam muito, muito acima dele. Não
conseguia sentir absolutamente nada, física ou emocionalmente, exceto uma
vaga curiosidade.
O que há em morrer, ele se perguntou, que traz à tona o melhor de mim?
Primeiro vendo o futuro... depois deixando o meu corpo...
O mundo ficou preto e frio. Não havia nada que ele pudesse fazer para
impedir isso, então ele cedeu e deixou todas as suas preocupações
desaparecerem.
Um último pensamento coalhado incompleto em sua mente: eu gostaria
de ter contado a Juno...
Então ele foi para a escuridão profunda e sem sonhos.
J UNO AFASTOU AS LÁGRIMAS DE SEUS
OLHOS enquanto girava a nave. O lançamento mais rápido que já
realizou pode tê-la tirado do alcance da emboscada imperial, e a cobertura
pode tê-la mantido bem longe dos escopos do Star Destroier, mas não havia
nada que pudesse fazer a não ser esperar até que as forças de Vader
terminassem de checar antes de retornar ao local. Forçou-se a assumir uma
órbita de aparência inocente em torno de Corellia e esperar por uma
abertura. Se entrasse cedo demais, poderia comprometer a única chance que
lhe restava.
O meu Mestre vai precisar de você mais tarde, PROXY havia dito. O
que quer que o droide tivesse em mente, esperava que tivesse funcionado;
caso contrário, estaria voltando pra nada.
A nave de Vader decolou em um redemoinho de vapor. Acompanhado de
perto por sua escolta de TIE fighters, ele atracou com o Star Destroier e
desapareceu de vista. Não sabia exatamente o que continha, mas podia
imaginar.
Pegue-os vivos. O Imperador quer executá-los pessoalmente.
Uma sensação frustrada de urgência a fez se levantar e andar pelo
interior da nave, esperando evaporar um pouco da energia que a preenchia.
Não ajudou em nada. Havia muitas lembranças dentro dos quartos
apertados: o velho curativo de Kota descartado no compartimento de carga;
a sala da câmara de meditação na qual descobriu pela primeira vez o
conflito interno que Starkiller estava enfrentando; algumas peças que
sobraram do reparo do PROXY.
Tentou gritar, mas os ecos só faziam os espaços da nave parecerem ainda
mais vazios do que antes.
Finalmente, o Star Destroier se separou de sua órbita objetiva e saiu da
atmosfera. Observou-o percorrer cada milímetro do caminho, alerta para
qualquer sinal de que pudesse ser uma isca. Mesmo quando alcançou o
espaço livre e ativou o seu hiperdrive, ela esfriou os calcanhares por mais
dez minutos, tempo suficiente para ter certeza de que o site não estava
sendo observado, mas antes que o CorSec aparecesse para realizar uma
varredura tardia e provavelmente predeterminada de a área. O Diktat local
era pouco mais que uma marionete do Governador Imperial. Assim como
Kashyyyk e Raxus Prime, todas as evidências do que aconteceu aqui logo
seriam varridas pra debaixo do tapete.
Antes que isso pudesse acontecer, colocou a nave numa descida quente e
camuflada, esperando desesperadamente que alguém, qualquer um, tivesse
sobrevivido.
A Sombra Invasora pairava sobre os seus repulsores, nivelado com o
ninho da águia. Olhou através da janela para os pilares quebrados e para
dentro da própria sala. Estava livre de tudo, exceto escombros e
queimaduras de blaster nas paredes. Os Senadores se foram, é claro, e Kota
também. Os cadáveres dos guarda-costas caídos foram arrastados para o
corredor do lado de fora, mas não viu nada além de uniformes planetários
entre os membros estendidos ali.
Algo chamou a sua atenção na prateleira do lado de fora: um único
corpo, cortado em dois. Engasgou ao reconhecer a pele cinza de PROXY. A
neve já o havia encoberto e balançou a nave levemente acima, soprando-o
para longe. Ao fazê-lo, expôs uma mancha de sangue seco não muito longe
de onde ele estava e trouxe para um relevo mais nítido uma série de
pegadas que levavam à beira do penhasco.
Não queria olhar, mas tinha que fazer.
Havia um pontinho marrom no fundo do precipício.
Juno alcançou os controles do sensor da nave, então pensou melhor. Isso
precisava ver com os seus próprios olhos.
Trazendo a nave e deixando a gravidade puxá-la pra baixo do lado
íngreme do penhasco, se preparou para o que iria encontrar.
Ele estava deitado de lado, encolhido como uma criança com uma mão
perto do rosto. A lavagem da nave fez seu cabelo e manto se moverem com
aparência de vida. Era uma ilusão cruel. A neve abaixo dele tinha apenas
alguns centímetros de espessura, nem de perto o suficiente para amortecer
uma queda tão grande.
Com a imparcialidade racional de alguém mantendo as suas emoções
cuidadosamente sob controle, debateu se deveria recolher o seu corpo e
levá-lo embora, ou deixá-lo como uma evidência material na esperança de
que isso pudesse encorajar apenas um agente honesto da CorSec a olhar
mais fundo e me pergunto o que realmente aconteceu...
A mão dele se moveu na corrente descendente e assumiu que isso
também era uma ilusão.
Quando ele se moveu novamente, quase bateu a nave em sua pressa para
derrubá-lo e estava correndo para ele antes mesmo que o comando de
desligamento chegasse aos motores.
Ele estava tentando se sentar, sem muito sucesso, piscando a neve dos
olhos e agitando o braço esquerdo debilmente no ar. Ajoelhou-se ao lado
dele e colocou os braços sob ele. Uma vez que teve seu peso, ele foi capaz
de se curvar com mais sucesso. Ficou surpreso com a ajuda dela, e ele
olhou pra ela com o único olho aberto, como se não tivesse notado a
chegada da nave.
Os seus lábios se moveram, mas não conseguia ouvir o que ele estava
tentando dizer.
— É Juno, — ela o assegurou, apenas no caso de a queda ter afetado a
sua memória ou a sua compreensão, ou ambos.
— Juno, — ele repetiu como se estivesse lutando para pensar em algum
pensamento vasto e complicado. — O meu nome... — Ele parou e engoliu
em seco. — Meu nome é Galen.
Isso quebrou a represa. Agarrou-o e chorou por PROXY, que morreu
tentando salvá-lo, e por aqueles cujas esperanças e sonhos pareciam certos.
Chorou por si mesma e pela vida que perdeu quando Darth Vader os traiu
pela primeira vez. Chorou pela Aliança Rebelde, que havia morrido
momentos depois de ter nascido. Chorou por todas as pessoas da galáxia,
cujo destino estava em mãos tão fracas e falíveis.
Ele deu um tapinha fraco em seu ombro, como se para confortá-la, e isso
só piorou as coisas.
Por fim, a onda de dor diminuiu e ela voltou a se controlar. As suas
extremidades estavam ficando dormentes, e ele teve que ser congelado
completamente. Isso parecia estúpido quando a rampa da nave estava a
menos de cinco metros de distância.
— Precisamos nos mexer, — disse ela.
Ele assentiu com a cabeça e então estremeceu quando passou a perna
direita por baixo dele.
Os seus ossos devem estar quebrados em mil pedaços, pensou. No
entanto, ele conseguia ficar de pé e até andar com apenas uma pequena
ajuda. Eles quase perderam o equilíbrio algumas vezes subindo a rampa,
mas logo o calor da nave envolveu os dois. Ele desabou tremendo no
assento do co-piloto e colocou a cabeça entre as mãos enquanto ela aquecia
os propulsores e se preparava para a decolagem.
Refez sua terrível queda na face do penhasco. Quando eles chegaram ao
topo, ele estendeu a mão trêmula e disse:
— Pare aqui.
Diante deles estava a cena da traição de Vader. Ele olhou com a
mandíbula cerrada e os olhos brilhando por um longo minuto, então disse:
— O meu sabre de luz.
Entendeu. Havia apenas espaço suficiente para a nave pousar, mas ele
estava de pé novamente antes que ela pudesse sugerir isso. Movendo-se
dolorosamente, mas com todos os membros em pleno funcionamento, ele
voltou para a rampa e esperou que a abrisse.
Quando a nave estava em posição, ele saiu e mancou até o ninho da
águia. Ele não perdeu tempo, reaparecendo segundos depois com o sabre de
luz apagado na mão. Abaixou a nave o mais próximo possível do solo que
ousou para facilitar a entrada dele. No momento em que ouviu as suas botas
no convés, fechou a rampa, ativou a capa e se dirigiu para o céu.
— Eles se foram, — ele disse enquanto se recostava no assento. —
Vader levou todos eles, para o Imperador.
Não via razão para negar essa certeza, simplesmente para confortá-lo.
Mas havia elementos do plano de Vader que a fizeram se perguntar se
poderia ser tão simples.
— Não entendo, — disse ela. — Por que Vader nos deixaria, não, nos
encorajaria a destruir tantos alvos Imperiais?
— Para vender o engano, — ele disse, com os seus lábios em uma fina
linha branca. — Créditos, naves estelares, vidas imperiais, tudo isso não
tem sentido para Vader. Ele precisava de mim para encontrar os inimigos do
Imperador, não importava o custo. E eu fiz exatamente o que ele queria...
Podia ver a sua dor se transformando visivelmente em raiva quando ele
percebeu como havia sido feito de tolo por seu Mestre. Era difícil se colocar
inteiramente no lugar dele, mas as suas vidas tinham vários pontos em
comum: uma figura paterna desaprovadora que acabara por traí-los; um
senso de dever que os levou a cometer atos que agora sabiam serem
errados; um futuro cada vez mais incerto pela frente.
Sem saber como ele aceitaria a abertura, estendeu a mão e colocou a mão
em seu ombro.
— Sim, você fez o que ele queria. Não adianta se esconder disso, e agora
o destino da Aliança está em seus ombros. A questão é: o que você vai fazer
sobre isso?
Ele a olhou, surpreso com a sua honestidade, e então olhou para o cabo
do sabre de luz em seu colo, lutando com as suas emoções e pensamentos.
Recolheu a mão e o deixou pensar, sabendo que havia levado muito tempo
para realizar a meia-volta que a levou a acreditar na causa dos rebeldes, e
nem percebeu que havia mudado completamente de lado até Starkiller foi
revelado como um traidor, antes de voltarem para Raxus Prime.
Quando ele levantou a cabeça e se virou para ela, ele estava decidido. A
dor evoluiu para raiva, e esta, por sua vez, evoluiu para determinação. Era
como ver o carbono virar diamante em um forno industrial de alta pressão.
Starkiller estava se tornando uma pessoa diferente enquanto observava,
como Kota durante seu curto período em Corellia.
Não o 'Starkiller', ela lembrou a si mesma. Galen.
— Nós vamos atrás de Vader, — ele disse em uma voz feroz, mas
nivelada. — E dos Rebeldes.
Assentiu com força, pensando que parecia simples, mas provavelmente
não era.
Eles haviam limpado a atmosfera e estavam se afastando das
movimentadas pistas do planeta. O Star Destroier que havia levado Vader e
os seus prisioneiros havia desaparecido há muito tempo.
— Onde? — ela perguntou, expressando a primeira de muitas perguntas
que a atormentavam.
— Eu não sei, — ele admitiu, — Ainda não.
Ele fechou os olhos e recostou-se na cadeira do copiloto.
— Não cochile sem me dar uma ideia, — ela disse, incapaz de esconder
a preocupação em sua voz.
— Eu não estou dormindo, — ele disse sem abrir os olhos. — Estou
meditando, ou tentando. Os Jedi às vezes podem ter visões do futuro.
Ele parecia tenso e desajeitado. Ela nunca tinha visto as mãos cruzadas
em seu colo tão quietas. Certamente, ela pensou, este não era o tipo de
treinamento que Darth Vader lhe dera. Meditar não tinha nada a ver com
caçar e matar ou perseguir inocentes.
— Você já fez isso antes? — ela perguntou, imaginando se era
treinamento que ele havia estabelecido ao longo dos anos.
Ele balançou a cabeça uma vez.
— Eu nunca fui um Jedi antes.
Uma intensa quietude fluiu através dele, tão visível como se ele tivesse
mudado de cor. Abriu a boca, depois a fechou. Melhor que ele se
concentrasse e ela começasse a preparar a nave pelo hiperespaço.
Corellia encolheu para uma bola verde azulada atrás deles, e o tráfego
diminuiu. Fez leituras de navegação das fábricas orbitais do planeta e
comparou-as com os outros quatro mundos habitáveis do sistema. Tudo
estava de acordo com as configurações do computador de navegação. Em
seguida, fez uma verificação completa do hiperdrive para se certificar de
que não havia sido adulterado pelos Imperiais. A nave estava fora de vista
há menos de uma hora, mas muito poderia ser feito nesse tempo.
Amortecedores inerciais podem ser programados para falhar em um
momento crítico, esmagando todos a bordo nas tremendas acelerações
alcançadas durante um salto. Os escudos podem flutuar, deixando a nave
vulnerável a impactos com poeira interestelar. Geradores de campos
quânticos nulos poderiam ser programados para despejá-los no meio do
nada. Ela podia pensar em uma dúzia de maneiras pelas quais Vader poderia
ter coberto suas apostas contra a fuga deles. Ela mesma checou todos eles,
um por um.
Ninguém os seguira desde Corellia. Pelo que sabia, ninguém estava
monitorando a partida deles.
Ao lado dela, Galen respirava lenta e firmemente com os olhos fechados.
Uma hora se passou e nada mudou. O que quer que ele estivesse fazendo,
obviamente não era fácil. A sua compreensão da Força era limitada a
histórias que zombavam das crenças supersticiosas de uma religião antiga e
ultrapassada, além dos rumores que continuavam a circular pelas fileiras
imperiais. O Expurgo Jedi pode ter ocorrido anos antes, mas as pessoas
tinham memórias antigas. Oficiais em serviço de uma certa geração ainda
se lembravam da Ordem 66 e das Guerras Clônicas. Contar e recontar essas
histórias criou um estranho pano de fundo de fatos distorcidos, crenças
errôneas e pura desinformação que surgia sempre que a palavra Jedi era
mencionada.
Uma leve vibração fez o convés da nave chacoalhar. Preocupada, checou
os motores subluz. Encontrando tudo em ordem, assumiu que eles haviam
acabado de passar por uma densa região de poeira interplanetária.
Quando a vibração voltou, mais forte e mais longa do que antes, e a
causa ainda permanecia desconhecida, ela começou a se preocupar com que
tipo de sabotagem poderia ter falhado, no gerador, nos estabilizadores, até
mesmo no suporte de vida...
Um som fraco à sua esquerda interrompeu a sua linha de pensamento.
Virou-se para olhar para Galen e os seus olhos se arregalaram de surpresa.
O seu sabre de luz estava flutuando no ar à sua frente, girando
lentamente como se estivesse em queda livre.
Juno olhou pra ele por um momento e então estendeu a mão para
verificar os geradores de gravidade. Conteve-se, sabendo que eles não
tinham sido adulterados. Podia sentir o campo ao seu redor, operando
normalmente. No entanto, o sabre de luz ainda flutuava e, enquanto
observava, mais itens na cabine se juntaram à exibição aérea: o seu blaster e
coldre, um copo, um datapad. A nave estremeceu novamente, como se algo
poderoso e misterioso estivesse sutilmente interferindo em seu
funcionamento.
Os olhos de Galen rolaram sob as pálpebras fechadas. Uma linha se
formou entre suas sobrancelhas. Os seus lábios se contraíram.
Ergueu a mão para cumprimentá-lo, mas percebeu que os seus dedos se
desviaram sem esforço. A Força que preenchia a nave emanava dele.
A sua carranca se aprofundou. A sua cabeça virou para a direita, depois
para a esquerda.
— Galen? Você está bem?
Suas mãos se abriram e fecharam, então todo o seu corpo se contraiu,
fazendo-a pular.
— Galen, você pode me ouvir?
Ele gemeu baixinho, como se estivesse em um pesadelo. A sua pele
estava escorregadia de suor.
Agachou-se no assento do piloto, incapaz de fazer qualquer coisa além
de assistir.
Ele gemeu novamente, mais alto desta vez. As suas pernas chutaram,
fazendo toda a cabine tremer. Os objetos flutuando no ar começaram a girar
em torno deles. As luzes piscaram.
— Não, — ele disse distintamente. A sua cabeça sacudia de um lado
para o outro, o rosto travado em um ricto de dor, — Não, Kota...!
Os seus olhos se abriram. Engasgou. Os objetos ao redor deles caíram no
chão. Ele olhou para o nada por um segundo, descontroladamente,
assustado. O seu peito subia e descia como se tivesse acabado de correr
uma maratona. A sua respiração era o único som na cabine repentinamente
silenciosa.
— O que? — ela perguntou quando não aguentou mais o silêncio, — O
que você viu?
Ele se virou para ela e olhou como se não a reconhecesse. Então ele
balançou a cabeça e as visões nublando a sua visão desapareceram.
— Uma coisa terrível, — disse ele com a voz trêmula. — Uma enorme
estação espacial, ainda em construção... — Ele se lançou de repente e pegou
a mão dela. Os seus dedos agarraram os dela com uma força surpreendente.
— Sim, — disse ele. — Trace um curso para a Orla Exterior. O Sistema
Horuz.
Um calafrio mais frio que a neve das montanhas de Corellia passou por
ela. — O que está esperando por nós lá, Galen?
— Eu vou te contar no caminho, — ele disse, se afastando um pouco, —
O que eu sei disso, de qualquer maneira.
Viu uma nova tristeza em seus olhos, e isso a assustou.
— Você sabe como isso vai acabar? — Por Kota? Por nós?
Ele hesitou e depois balançou a cabeça,
— Não.
Ela não tinha certeza se acreditava nele, mas deixou o assunto de lado e
se virou para preparar a nave para a velocidade da luz.
S ISTEMA HORUZ.
O aprendiz se desculpou quando eles estavam a caminho e retirou-
se para a câmara de meditação, não para meditar, mas para verificar se o seu
sabre de luz estava danificado e para resolver os pensamentos que passavam
por sua mente. Supôs que o último era uma espécie de meditação, mas não
era uma que Juno pudesse ajudá-lo. A presença tranquilizadora e
reconfortante que ela havia proporcionado na cabine não era o que
precisava agora.
O planeta Despayre.
Ajoelhou-se no centro da sala e desmontou a arma, limpando-os
cuidadosamente e recolocando-os, um por um. O sabre de luz nunca
queimaria vermelho, mas havia sido empunhado por um Sith do mesmo
jeito. Os seus cristais nunca mais ficariam limpos. Substituiu todos eles,
ativou a lâmina e achou a ressonância muito melhor. Como arma, a sua
função era idêntica, mas em suas mãos funcionaria melhor do que nunca.
A Estrela da Morte.
Tudo se resumia a armas, no que dizia respeito ao Império.
Suspirando, desligou a lâmina e confrontou as visões que havia recebido
enquanto meditava. Havia vislumbrado o futuro antes, várias vezes agora,
enquanto estava à beira da morte, mas isso era diferente. Desta vez, foi a
sua escolha consciente perfurar a fronteira do presente, e fez essa escolha
com um claro ato de vontade. Isso não tornava a interpretação do que tinha
visto mais fácil. Na verdade, tornava mais difícil, porque em vez de lembrar
de fragmentos isolados, agora lembrava de tudo, e nem tudo poderia ser
verdade. Pelo menos, não tudo de uma vez.
O futuro era uma confusão de possibilidades, algumas prováveis, outras
incrivelmente improváveis, permeadas por duras certezas que permaneciam
inalteradas em todos os resultados. A Estrela da Morte era uma dessas
certezas: uma enorme estação de batalha que, quando concluída, lançaria
ainda mais terror sobre os súditos do Imperador e garantiria o seu domínio
da galáxia. A sua localização era outra certeza, e era para lá que Vader
havia levado seus prisioneiros.
O aprendiz sabia exatamente até esse ponto com confiança. O resto era
um pântano de contradições. Em alguns futuros, sobreviveu; em outros
morreu. Juno vivia; Juno morria. Eles estavam juntos; eles estavam
separados. Os rebeldes prevaleceram; os rebeldes foram aniquilados. Em
um futuro, até PROXY ainda estava vivo, algo que claramente não ocorreu
na linha do tempo que ocupava.
O vislumbre de um universo mais amplo do que poderia e não poderia
ter sido fez sua cabeça doer e tornou a preparação para o que ainda pode ser
ainda mais difícil.
O pensamento de PROXY fez o seu coração doer. O droide foi libertado
pelo Núcleo de sua programação primária em Raxus Prime, e isso permitiu
que se sacrificasse por seu Mestre em vez de tentar matá-lo. O aprendiz
lutou com esse fato. De que valia a liberdade se levava à morte? Teria
sacrificado a sua vida por PROXY, se os papéis tivessem sido invertidos?
Faria isso por Juno?
Toda vez que Juno o chamava de Galen, sentia um tipo muito diferente
de pico emocional.
Em Raxus Prime, quando tentou invocar a audácia ingênua do garoto que
havia sido para derrubar o Star Destroier, nada se mexeu nele. Sem
memórias, sem personalidades enterradas, sem força oculta. Preocupava-se
com esse fato desde então, imaginando se a sua visão em Kashyyyk havia
sido equivocada afinal, ou se Galen havia sido tão completamente apagado
que nenhum vestígio dele restava.
Mas agora entendia. Quando se virou para Juno na base do penhasco e
disse a ela seu nome, foi ele quem disse a ela, não o fantasma de seu antigo
eu. Galen ignorou a sua convocação em Raxus Prime porque ele já estava
lá. Possuía a força para fazer o que precisava fazer. Sempre teve. Foi Galen,
tanto quanto o aprendiz de Darth Vader, que invocou o pensamento de Juno
para torná-lo forte. Eles eram um e a mesma pessoa.
Ainda não conseguia pensar em si mesmo dessa maneira. Não passava de
um aprendiz durante toda a sua vida consciente. Podia levar anos até que
esteja completamente livre da mácula de seu Mestre, se sobreviver por tanto
tempo...
Fechou os olhos de cansaço e foi imediatamente dominado por imagens:
...o Imperador morto e Darth Vader no comando do Império, com ele ao
seu lado...
...Darth Vader morto e o aprendiz nomeado cavaleiro pelo Imperador
como o seu sucessor...
...Kota apunhalando-o pelas costas e os dois morrendo em uma exalação
fatal da Força...
...Kota lutando contra o Imperador e caindo, atingido por um raio Sith
até que ele mal pudesse ser reconhecido...
— Chegando em Horuz, — Juno chamou da cabine.
Ele forçou os olhos a se abrirem, sem saber por quanto tempo estava
preso em suas memórias futuras. De pé sobre as pernas que ainda pareciam
instáveis depois de tudo o que aconteceu nos últimos tempos, ele colocou o
sabre de luz de volta no quadril e se juntou a ela quando a nave saiu do
hiperespaço.


A ESTRELA DA MORTE ERA EXATAMENTE como a vira através da Força. Do tamanho de
uma pequena lua, pairava sinistramente sobre o planeta prisão, ainda em
construção, mas reconhecidamente uma esfera projetada para ser sólida de
polo a polo, com um prato côncavo ondulando de um lado como uma
grande cratera, possivelmente pertencentes a um sistema de comunicações
ou sensores de grandes dimensões. As linhas da estação eram borradas por
milhares de droides, variando de pequenas unidades de construção a
enormes guindastes e soldadores que ofuscavam até mesmo aqueles no
estaleiro Raxus Prime. As lacunas na blindagem externa revelaram um
esqueleto extenso, forte o suficiente para resistir a uma aceleração
significativa. Geradores de gravidade do tamanho de blocos de escritórios
forneciam uma 'baixa' constante para tudo e todos dentro de seu raio de
operação. Não conhecia as especificações dos vários propulsores, reatores e
sistemas de suporte à vida dos quais a estação diabólica dependeria quando
estivesse totalmente operacional, mas podia imaginar.
Às vezes a imaginação não era uma coisa boa.
A telemetria mostrou milhares de naves ao alcance dos sensores. As
imediações da estação estavam cheias de embarcações de apoio
transportando matérias-primas e dejetos. Alguns eram lançadores de curto
alcance obviamente projetados para saltar entre o canteiro de obras e a
prisão em Despayre, que orbitava. Outros eram cargueiros graneleiros BFF-
1. Olhando para a incrível aventura que acontecia à sua frente, o aprendiz
percebeu que havia encontrado a resposta para um mistério.
— Acho que isso explica o que o Império quer com todos aqueles
escravos Wookiee, — disse ele. — Droides sozinhos não poderiam
construir aquele monstro. Nem em mil anos. Nem a escória que você
normalmente encontra numa prisão imperial.
Juno assentiu com a cabeça distante, com a sua atenção firmemente
focada em pilotar a nave. Eles estavam se movendo rapidamente, atentos à
carga nos cristais de stygium no dispositivo de camuflagem. Com tantas
naves imperiais por perto, incluindo dezenas de esquadrões de TIE apoiados
por nada menos que seis Star Destroiers patrulhando a área, desligá-lo
simplesmente não era uma opção. A Sombra Invasora precisava entrar e
sair rapidamente para que Juno não fosse localizado e interceptado. Mesmo
operando na velocidade máxima segura, seria estreito.
A sua barriga parecia cheia de hidrogênio ao pensar no que aconteceria a
seguir.
A Sombra Invasora contornou um robusto caminhão de gasolina que
cruzou pesadamente o caminho deles e deslizou entre dois grandes
cargueiros seguindo um curso paralelo em direção ao polo sul da estação.
Um pedaço de metal girando, evidência de um acidente ou talvez apenas
derramamento de um caminhão de lixo superlotado, caiu em seu caminho, e
Juno deixou os escudos sofrerem o impacto. As margens de erro ficavam
mais apertadas a cada quilômetro percorrido. Quando estivessem dentro do
alcance de pouso da estação, seria como voar em meio a uma sopa.
— Juno...
— Não diga isso. — O seu olhar permaneceu determinado para a frente
enquanto ela puxava os controles. — Não diga uma palavra.
Segurou enquanto os escudos recebiam outro golpe, desta vez de um
pequeno droide perseguindo um componente perdido com manipuladores
estendidos. O impacto fez a nave balançar.
Ela o olhou.
— Apenas me diga que você ainda tem certeza. Isso é o que temos que
fazer, certo?
— Sim.
A Sombra Invasora voou através de uma nuvem de gás laranja que
deixou a janela e, sem dúvida, o casco, de uma cor diferente. Juno virou a
nave para a direita para evitar uma rocha do tamanho de um pequeno
asteroide e por pouco não colidiu com um trio de TIE fighters que
apareceram de repente atrás de outro cargueiro. No ato de romper para um
quarto mais seguro do céu, os escudos levaram mais cinco tiros. Um
escudo, o traseiro esquerdo, já estava emitindo um aviso.
— Tudo bem, — disse ela, apertando os interruptores em um ritmo
furioso. Na sombra de um guindaste gigante, a Sombra Invasora parou
repentinamente, — É isso. Não posso levá-lo mais longe.
O aprendiz verificou novamente a telemetria enquanto se levantava. Eles
tinham acabado de passar por um campo mantendo uma fina atmosfera
enrolada frouxamente em torno da estrutura maciça. Para os escravos, ele
assumiu. O ar era frio, mas respirável, a distância até a superfície era de
cem metros.
— Isso vai ser perto o suficiente, — disse ele sobre o som da abertura da
rampa. O seu sabre de luz estava em seu quadril; não havia razão para ficar
por perto. — Mantenha a nave camuflada e espere além do alcance do
escâner.
Ela o seguiu até a rampa e realmente saiu com ele, o que ele não
esperava. Firmando-se com uma mão em seu ombro, ela olhou por cima da
borda. A visão era vertiginosa, todos os droides e naves com luzes de
navegação piscando sem parar.
— Tenho um mal pressentimento sobre isso, — disse ela.
Tentou reunir um tom casual.
— Então devemos estar fazendo a coisa certa.
Ela se afastou da vista e olhou para ele.
— Vou te ver de novo?
— Se eu conseguir libertar os rebeldes, eles vão precisar de extração. —
Fez o possível para parecer indiferente, mas os olhos dela não toleravam
dissimulação. — Provavelmente não, não.
— Então eu nunca vou esquecer esse momento. — Ela o puxou para
mais perto dela e o beijou com força nos lábios.
A surpresa total foi sua primeira resposta. Então o tempo diminuiu e
sentiu como se já estivesse caindo. Com uma sensação de segurança
inesperada, a abraçou e respirou o seu perfume, saboreando a sensação dela
em seus braços, Juno Eclipse, ex-capitão da Marinha Imperial e agora piloto
da Aliança Rebelde; Juno, seu companheiro e sparring ocasional nessas
longas semanas e meses; a mulher em quem confiara sua vida em mais de
uma ocasião e confiaria novamente sem pensar duas vezes.
Por um longo e maravilhoso momento, eles foram apenas Juno e Galen,
e tudo estava certo.
Então algo se chocou contra os escudos da Sombra Invasora e o chão se
moveu sob eles. Eles se separaram, procurando algo mais seguro para se
agarrar.
Ela olhou de volta para a nave, obviamente dividida entre seu dever e
ele. Os seus olhos brilhavam com todas as cores da Estrela da Morte, e o
seu próprio azul nítido e bonito.
Posicionou-se na beira da rampa. O gosto dela ainda era forte em seus
lábios. Apesar de tudo, sorriu.
— Adeus, Juno.
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, se virou e mergulhou com os
braços estendidos na atmosfera turbulenta. Brilhando em ouro com o poder
protetor da Força, caiu reto e livre como uma flecha em direção à superfície
da Estrela da Morte abaixo.
D etalhes obscuros de cima assumiam
nitidamente definida à medida que se aproximavam rapidamente.
clareza

Juno havia estacionado a nave acima do equador. O que parecia uma linha
larga e escura acabou sendo uma trincheira de paredes íngremes cheia de
máquinas de construção, escravos e Walkers que transportavam cargas.
Posicionamentos de armas e esquadrões armados de stormtroopers
mantinham um olhar atento sobre os trabalhadores Wookiees. Os soldadores
a laser lançaram jatos de faíscas brilhantes no ar enquanto folhas gigantes
de metal eram fixadas no lugar. Grandes seções do casco permaneciam
incompletas, fornecendo acesso às entranhas da estação para os enxames de
droides de muitas pernas que auxiliavam na construção. Correias
transportadoras de componentes pairavam sobre leitos repulsores de local
para local como vias aéreas em miniatura, cruzando-se em todos os ângulos
concebíveis.
O aprendiz contorceu feixes de vigas gigantes de metal e outros detritos
enquanto caía, confiando na Força para protegê-lo do pior. Ao se aproximar
da superfície da Estrela da Morte, virou de cabeça pra baixo, de modo que
desceu com os pés primeiro e se preparou para o impacto.
Desceu com segurança no casco cinza em um espaço livre entre dois
grandes canteiros de obras. O seu sabre de luz estava instantaneamente em
sua mão. Olhando pra cima apenas uma vez, não conseguiu distinguir a
Sombra Invasora entre todas as outras estrelas móveis acima. Se Juno
tivesse algum juízo, pensou, ela já estava bem longe da estação de batalha e
indo para a segurança.
Esteja segura, desejou a ela. Fique bem.
Então, colocando-a fora de sua mente, tanto quanto era capaz, ele
escolheu entre leste e oeste aleatoriamente e começou a procurar uma
maneira de entrar na estação. Ele podia sentir o Mestre Kota e os outros em
algum lugar da superestrutura massiva, mas suas assinaturas na Força
estavam obscurecidas pela presença de tanto sofrimento. Se o Imperador
estivesse lá também, isso obscureceria ainda mais a questão. O aprendiz
nunca tinha conhecido o Mestre de seu Mestre pessoalmente, mas o Lorde
Sith que havia eliminado praticamente todos os Jedi na galáxia sozinho
lançaria uma sombra profunda o suficiente para esconder qualquer coisa.
Confiar na sorte também não o levaria mais perto. Só a fossa equatorial
tinha mais de quinhentos quilômetros de extensão. Precisava encontrar
algum tipo de mapa, ou, na falta dele, um guia...
Rápido como um espectro, movendo-se de esconderijo em esconderijo,
se aproximou de uma patrulha por trás. Armados com rifles blaster de longo
alcance, eles caminhavam quase casualmente ao longo de uma rampa a
meio caminho da parede sul da trincheira. Parecia que o trabalho deles era
manter um olho em uma fila de vinte escravos caminhando acorrentados de
um local para outro ao longo do chão da trincheira, e eles o realizavam com
o mínimo de diligência enquanto discutiam as possibilidades de promoção
que surgiriam quando a estação estivesse totalmente operacional. Outro par
de guardas observava os escravos do lado oposto da trincheira; mais dois
pares ficavam em cada extremidade da fila.
O aprendiz pulava de esteira em esteira até chegar ao nível do par mais
próximo. Se todos os stormtroopers estivessem trabalhando no mesmo nível
de alerta, calculou que teria pelo menos um minuto antes que o alarme fosse
disparado.
Erguendo as duas mãos, sufocou o trooper da direita até que ele caísse
inconsciente no corrimão, então coagiu o da esquerda a se virar.
— Diga-me onde os prisioneiros estão alojados, — disse ele sem medir
as palavras.
— Uh, cada uma das vinte e quatro zonas tem uma instalação de
contenção de trabalhadores, — disse o stormtrooper. — Aquelas feras
peludas lá embaixo estão sempre enlouquecidas. Há também blocos de
celas no Nível de Detenção para traidores e espiões.
O estômago do aprendiz afundou. No momento em que ele revistou vinte
e cinco dessas instalações, os rebeldes estariam mortos com certeza. —
Chegaram novos prisioneiros?
— Como eu iria saber? Estou trabalhando nessa rotina há uma semana.
— O Imperador ou Lorde Vader já veio supervisionar a sua operação
aqui?
— Constantemente. Isso deixa os engenheiros nervosos.
— Eles ficam em algum lugar em particular?
— Você está perguntando ao cara errado. Não estou a par dos
movimentos do Imperador. Tente o sargento Jimaine.
O aprendiz começava a perceber que estava perdendo tempo.
— Viu algum Jedi por aí ultimamente?
— O que? Você está brincando? Todos foram mortos anos atrás. Ei... —
O stormtrooper olhou para o sabre de luz do aprendiz como se o visse pela
primeira vez, — Isso não é um...?
O aprendiz o colocou para dormir com um único pensamento e passou
por cima do corpo em ruínas do stormtrooper. Antes que os números
opostos do par do outro lado da trincheira pudessem notar, ele se apressou
em seu caminho, pensando nas poucas possibilidades abertas a ele.
Aquelas feras peludas lá embaixo estão sempre enlouquecidas...
Algemados e contidos, os vinte Wookiees baixaram suavemente uns para
os outros. Muitos apresentavam sinais de desnutrição e maus-tratos. Um
tropeçou, provocando um tiro de advertência sobre a sua cabeça dos
guardas do outro lado da trincheira. O Wookiee mais alto, um homem
enorme com uma juba grisalha e cheia, rugiu em protesto e ergueu as mãos
em posição de luta.
As correntes o impediram de fazer mais do que isso, no entanto, e um
tiro de blaster em seus pés o forçou a recuar, rosnando de frustração.
O aprendiz observou o incidente, sentindo um plano tomando forma em
sua mente. Os escravos superavam os guardas em mais de dois pra um, se
essa pequena amostra indicasse alguma coisa. Mesmo uma pequena revolta
causaria uma distração significativa. Além disso, se a única
responsabilidade dos guardas fosse vigiar os escravos, quem melhor para
perguntar sobre o layout e as especificações da estação do que aqueles que a
estavam construindo?
Saindo da rampa e em uma esteira rolante, correu na frente do comboio
de escravos e derrubou os stormtroopers antes mesmo que eles o vissem.
Balançou o seu sabre de luz mais duas vezes, cortando as amarras do
escravo líder Wookiee para deixar claro sua intenção, então estendeu a mão
com a Força e telecineticamente arrancou a rampa da parede oposta de seus
alicerces, derrubando os guardas no fundo da trincheira.
A essa altura, a retaguarda estava reagindo, reunindo os Wookiees à sua
frente para formar uma barreira protetora e pedindo reforços. O aprendiz
cortou mais três dos escravos livres. Os quatro pegaram as armas dos
stormtroopers caídos. Em instantes, uma batalha em grande escala estourou.
O aprendiz abriu caminho até o grande macho, que rugiu de boca aberta
em gratidão. Arrebatando um dos blasters de seus companheiros, ele o
empunhou não nos guardas ou nas posições de armas que começavam a
atingir a insurreição menor abaixo, mas nas correntes que ainda prendiam
metade de seus companheiros Wookiees. Indicando com um aceno de
cabeça que o aprendiz deveria lidar com os guardas restantes, ele começou
a empurrar o seu povo para o abrigo mais próximo.
O aprendiz viu sentido naquele plano. Saltou com força sobre as cabeças
do escudo Wookiee e pousou entre os guardas. Eles foram rapidamente
despachados e os seus blasters entregues imediatamente ao último dos
escravos a ser libertado. Juntos, eles correram para se abrigar por uma
brecha na parede incompleta da trincheira e logo se perderam na
infraestrutura densamente emaranhada da estação.
O aprendiz achou difícil acompanhar os Wookiees, com o seu longo
alcance e a sua familiaridade com a escalada, mas quando ele se aproximou
do grande macho, puxou um braço peludo e o fez parar.
— Não consigo entender a sua língua, — disse o aprendiz, indo direto ao
ponto, — mas espero que você possa me entender. Alguns amigos meus
foram feitos prisioneiros pelo Imperador. Eu preciso encontrá-los. Pode me
ajudar?
O Wookiee balançou a cabeça, então rugiu para um de seus
companheiros se aproximar. Os dois trocaram uivos e grunhidos
acompanhados de gesticulações selvagens; então o segundo assentiu
enfaticamente.
Ambos se voltaram para o aprendiz com os dentes à mostra. Interpretou
isso como um bom sinal.
— Então você não sabe, mas você sabe, — ele disse, apontando primeiro
para o grande macho e depois para o outro, um Wookiee desengonçado de
sexo indeterminado com cabelo desgrenhado e olhos vermelhos. — Você
pode me mostrar como chegar lá?
Ambos assentiram. O grande macho levantou um dedo, então se virou e
gritou para o resto do grupo. Mais dois caíram pra trás, e o resto continuou
em frente.
— Vocês quatro vêm comigo? — Ele não tinha certeza de como se sentia
sobre isso. Eles tinham três dos blasters entre os quatro, mas ele não
planejava liderar um exército. O grande macho parecia indignado, — Tudo
bem, tudo bem, — disse ele para evitar uma discussão, — Lidere o
caminho.
Uma mão grande e peluda pousou em seu ombro e apertou com força
suficiente para fazer a articulação estalar. Então eles estavam se movendo
como um, quatro Wookiees foragidos e um único humano com a intenção
de dominar toda a Estrela da Morte.
Eles voltaram pela trincheira, onde o incidente provocou uma resposta
demonstrativa. Walkers de vários tipos e esquadrões a pé examinaram as
marcas do blaster e as correntes descartadas. Vários já haviam montado
expedições à superestrutura em busca dos escravos fugitivos.
O Wookiee esquelético indicou que eles deveriam ir para o oeste,
seguindo uma rota paralela à trincheira. Eles escalaram dutos de cabos tão
grossos quanto barris de vinho e se espremeram por aberturas que seriam
apertadas para uma criança. Sons estrondosos estranhos ecoaram ao redor
deles, seguidos por arranhões agudos e descargas estáticas. A estação
parecia quase uma coisa viva, o que os tornava apenas insetos rastejando
por sua pele. A metáfora agradou ao aprendiz. Insetos carregavam doenças
em alguns planetas. O menor bug pode causar a queda até do maior host.
Uma picada, exatamente no lugar certo, pode ser o suficiente para destruir
tudo o que o Imperador amava...
O Wookiee que liderava o caminho parou repentinamente, parecendo
confuso. Adiante se estendia um complexo emaranhado de canos e
mangueiras que não podiam ser transpostos. A julgar pelas acusações que
vinham e vinham, era obviamente uma característica da estação em
evolução que era nova para todos os Wookiees. Depois de muita
gesticulação e uivos, aparentemente concordaram que eles precisariam
cruzar a trincheira e continuar a sua jornada do outro lado.
Eles se aproximaram do espaço aberto o máximo que ousaram e fizeram
um balanço. Eles estavam a alguma distância agora do local da fuga, mas o
alerta havia se espalhado. Stormtroopers mantinham seus blasters prontos;
os Walkers giravam de um lado para o outro, varrendo a trincheira com as
suas miras. A cada trinta segundos, um esquadrão de TIE fighters gritava
acima. Sirenes acrescentavam um contraponto constante, deixando o
aprendiz no limite.
— Eu não suponho que haja uma alternativa? — ele perguntou aos seus
companheiros peludos.
O grande macho indicou por gestos que a única outra maneira era recuar
um pouco, descer para um nível mais baixo da superestrutura e depois
rastejar sob a trincheira até o outro lado.
Pensando na passagem do tempo, o aprendiz balançou a cabeça. O
grande macho mostrou os dentes em antecipação.
— Tudo bem. Eu vou primeiro. Dê-me dez segundos antes de começar a
atirar, depois outros dez antes de colocar suas cabeças de lã para fora. Não
quero que nenhum de vocês se machuque desnecessariamente.
O grande macho fez um Quem eu? gesticulou em ultraje fingido, então
acenou com a cabeça.
— Certo, — Um trio de TIE fighters voou do lado de fora. O aprendiz
esperou até que um dos AT-ATs em patrulha estivesse lado a lado com o seu
esconderijo, então se lançou para o campo aberto.
Posições de armas automatizadas o localizaram instantaneamente. Armas
dispararam linhas vermelhas de explosões no casco de retalhos da estação
enquanto se agachava entre as enormes pernas do AT-AT. Pegando
componentes da correia transportadora de construção mais próxima, lançou
uma série de mísseis de alta velocidade nas torres, derrubando cinco delas.
Um fluxo de raios Sith colocou o próprio AT-AT fora de ação, e um bom e
sólido empurrão o derrubou com um estrondo, fornecendo cobertura para os
Wookiees quando chegou a hora de cruzar.
O quarteto já havia começado a atirar nos stormtroopers que convergiam
para o local. Uma troca furiosa de tiros de blaster pintou o ar espesso com
energia. O aprendiz desviava de qualquer coisa que viesse em sua direção
enquanto cortava a lateral do AT-AT e caía em seu compartimento de
munições. A tripulação dentro não era uma ameaça, mortos pelos raios, mas
teve o cuidado de não derrubar nenhuma das cargas caso o seu conteúdo se
tornasse instável. Não queria que explodisse ainda.
Acionando um simples interruptor mecânico, saltou pra trás e se juntou à
luta. Outros dois Walkers se aproximavam. Enfraqueceu o metal do casco
sob os seus pés largos, fazendo-os cair na superestrutura. A próxima
patrulha TIE estava chegando rapidamente.
Acenou para os Wookiees.
— Vamos! — Três deles saíram do abrigo, deixando um morto no
tiroteio pra trás. Rosnando, eles correram desordenados atrás dele, saltando
sobre brechas no casco e disparando tiros ocasionais para manter os
stormtroopers na linha. Os Walkers que se aproximavam começaram a
atirar, levantando nuvens de fumaça acre e estilhaços em seu caminho. Um
segundo Wookiee caiu, mas os outros não quebraram o passo. Em
segundos, eles o alcançaram e estavam avançando. O guia apontou para um
painel de acesso aberto convidativamente na parede oposta da trincheira. O
aprendiz abaixou a cabeça e correu.
Por trás dele, acionado telecineticamente, o AT-AT abatido explodiu,
gastando todas as munições armazenadas em uma explosão devastadora.
Em vez de destruir tudo nas proximidades, a explosão foi canalizada ao
longo da trincheira e pra cima, cercando os dois Walkers próximos, os
stormtroopers disparando das grades de proteção e os TIE fighters que se
aproximavam. Uma nova série de explosões se seguiu à primeira, e o
aprendiz sentiu a superestrutura chutar embaixo dele. Destroços de fogo
choveram ao redor deles quando finalmente alcançaram a escotilha e se
jogaram lá dentro.
Eles pararam para recuperar o fôlego e ouvir a perseguição. Nenhum
veio, não imediatamente. Cobertos pelas explosões, eles efetivamente
desapareceram.
— Bem, isso pareceu funcionar, — O aprendiz limpou a fuligem dos
olhos. — Sinto muito por seus amigos.
Com um único som suave, o grande macho conseguiu transmitir que
essas eram apenas as últimas de muitas mortes nos últimos tempos, mas
obrigado pela simpatia.
O guia puxou-os, apontando para um acesso que mal era grande o
suficiente para o aprendiz rastejar. Acompanhados pelo som de sirenes
gritando e superestrutura em colapso, eles seguiram ao seu caminho
apressados.

COM UM WOOKIEE À FRENTE E outro atrás, o aprendiz teve muito tempo para se
acostumar com o cheiro deles. Ou então teria pensado assim. O seu pelo era
pungente e cheio de nós; estresses recentes apenas adicionaram ao seu
aroma. Tentou não imaginar como seria dividir uma cabine com um por
qualquer período de tempo e prendeu a respiração enquanto eles o levavam
para onde queria estar.
Ficou surpreso que o cheiro não desencadeou nenhum lampejo de sua
infância em Kashyyyk, já que as poucas memórias que recuperou da morte
de seu pai sugeriam que eles viveram lá por algum tempo. Perguntou-se se
seu pai estava trabalhando para a resistência naquele mundo brutalizado; ou
talvez tenha sido um pacificador, ou um curador, usando a Força para
amenizar os ferimentos daqueles atingidos pelo punho de ferro do Império.
O fato dele nunca saber o atingiu como a maior tragédia de todas. Como a
vida de um homem pode simplesmente desaparecer? Como outro homem,
mesmo Darth Vader, poderia pegar uma criança e remodelá-la
completamente, removendo todos os vestígios de sua vida anterior e
mantendo a única parte que queria, a habilidade com a Força que
cuidadosamente nutriu e guiou para o lado sombrio, a fim de que um dia
possa servir ao seu próprio projeto? Não parecia possível, mas era. Ele, que
já foi Galen, filho de um Cavaleiro Jedi em Kashyyyk, era a prova disso.
Gostaria de poder contar aos seus companheiros algo sobre o seu pai
para que eles pudessem levar um pedaço dele com eles, garantindo a sua
sobrevivência na memória, se não em vida. Mas não havia absolutamente
nada, e tentar apenas baratearia o sentimento. Então ele permaneceu em
silêncio e abandonou a sua última esperança de que mais memórias
viessem.
Por fim, o acesso se alargou, juntando-se a vários outros em uma junção
grande o suficiente para os três ficarem de pé. O guia deles, que o aprendiz
acabou descobrindo ser algum tipo de técnico de laser quando não estava
soldando placas de blindagem na superestrutura, explicou com gestos que
não muito longe havia uma porta de exaustão que o levaria aonde ele queria
ir. A porta levava a outro poço que era muito perigoso, um ponto
transmitido por vigorosos sinais manuais e dedos desenhados várias vezes
na garganta. Não sabia exatamente qual era a ameaça, mas garantiu a ambos
que tomaria cuidado.
A partir daí, parecia que deveria continuar subindo.
— Obrigado, — disse ele, segurando cada uma das mãos e esmagando os
ossos dos dedos. — Você ajudou a todos ao me ajudar. Espero que um dia
você saiba disso.
O grande macho deu um tapinha carinhoso na cabeça dele.
— E vocês dois? Vão ficar bem?
Os Wookiees trocaram um olhar mais cansado do mundo. Dando de
ombros, o menor deixou claro que não deveria se preocupar com eles.
O grande macho grunhiu e empurrou o aprendiz para o caminho de
acesso correto. Não adiantava resistir. Quando havia percorrido dois metros,
se virou para olhar pra trás. Eles já se foram.
— Certo, — disse pra si mesmo, menos aliviado do que esperava sentir
agora que estava sozinho novamente.
Em seguida, voltou a rastejar, embora desta vez respirando ar
relativamente fresco e com gosto de metal, passando por bancos complexos
de equipamentos inacabados que zumbiam e estalavam sozinhos. Esperava
que os Wookiees tivessem lhe dado as instruções certas, caso contrário
poderia rastejar por meses no centro da estação e nunca encontrar uma
saída.
À frente, cada vez mais alto, o som dos stormtroopers conversando
sugeria que eles não o haviam desviado do caminho.
A via de acesso terminava, como prometido, em uma porta de exaustão
guardada por um esquadrão completo de troopers em alerta. O ar quente
girava em torno deles, vindo em rajadas ocasionais que os faziam
cambalear. Duas posições de laser quádruplo com artilheiros humanos
vigiavam o porto; quatro Walkers retiniam na linha de visão.
Ficou escondido por um minuto, considerando as suas opções, então
voltou para o último cruzamento e deslizou para um duto de ventilação que
levava pra cima, para uma saliência na qual os canhões estavam montados.
Enfiou o nariz na outra extremidade e usou a telecinese para criar uma
distração abaixo. Enquanto a atenção dos guardas estava em outro lugar, ele
deslizou para fora e correu para o primeiro dos canhões.
Matou o operador no meio do caminho e continuou correndo para o
segundo canhão. Havia girado noventa graus para encará-lo no momento
em que ele estava nele, jogando o seu operador para fora de seu arnês e
tomando o seu lugar. A arma girou suavemente em suas montagens
enquanto ele a balançava para acertar o Walker mais próximo. Uma série de
tiros fortes penetrou em sua armadura e a explodiu em pedacinhos.
Os seus próximos alvos eram os guardas abaixo, antes que eles pudessem
acertá-lo. Eles se espalharam em todas as direções, procurando cobertura.
Enquanto eles estavam ocupados, ele tirou o segundo Walker. Esta seção
particular da trincheira estava se dissolvendo no caos, assim como o último
incidente que havia criado. Fumaça subia dos Walkers caídos; sirenes
gritavam e gemiam. Reforços inundaram de todas as direções, atirando em
todos os objetos em movimento, fossem amigos ou pedaços de material de
construção jogados por seu inimigo distante.
Afastou os guardas novamente, então eliminou o terceiro Walker.
Ouvindo TIE fighters em seu caminho, julgou que a confusão havia
atingido o seu pico e escapou do canhão, deixando-o religado para girar e
atirar aleatoriamente. Quando caiu na porta de exaustão e correu para
dentro, várias ondas convergentes de tiros explodiram o canhão em
pedaços, ajudando a cobrir a sua fuga.
As coisas estavam mais silenciosas no poço inclinado para baixo, pelo
menos por um tempo. Correr pelo ar quente retardou um pouco sua descida,
e apenas uma explosão ocasional de calor causou algum desconforto. Várias
vezes encontrou stormtroopers, mas apenas em grupos de dois ou três, e
eles foram facilmente despachados. Perguntou-se se a notícia de sua
existência e o dano que estava causando havia se espalhado até a cadeia de
comando e permaneceu incerto se queria que o seu Mestre soubesse que
estava vindo ou não. O elemento surpresa tinha algum valor, é claro, mas
também a certeza de que o ataque era iminente. Só se podia ficar em guarda
por tanto tempo. Erros estavam fadados a serem cometidos.
Diminuiu a velocidade, aproximando-se do final da porta de escape. Um
leque de pás largas girou rapidamente em seu caminho. Parou
telecineticamente e deslizou com segurança para o outro lado, mas não
antes de acionar alarmes de obstrução e atrair pessoal técnico e de
segurança de longe. Ele abriu caminho pela sala de controle de ventilação,
subindo novamente conforme as instruções, procurando o tubo perigoso que
lhe disseram para esperar. A maquinaria ao seu redor ficou maior e mais
complicada conforme ele avançava: enormes tubos interligados alimentados
por grossas mangueiras hidráulicas soltavam vapor e pulsavam em série.
Um estrondo profundo e irregular, não muito diferente daquele do canhão
de minério em Raxus Prime, veio das solas de seus pés. Rajadas de ar
super-resfriado o atingiram de juntas incompletamente seladas.
Sua visão da Estrela da Morte estava longe de estar completa, mas agora
tinha informações suficientes para começar a entender exatamente onde
poderia estar. Ao passar por uma placa alertando sobre a presença do gás
Tibanna, teve certeza.
Uma estação de batalha não tinha utilidade pra ninguém a menos que
estivesse armada, e não só armada com um grande número de armas
convencionais. Algo desse tamanho estava fadado a empunhar uma arma de
destruição em massa nunca antes vista. O gás Tibanna era um composto
raro e altamente reativo encontrado em alguns gigantes gasosos, como
Bespin. Quando combinado com um fluxo de luz coerente, aumentou
enormemente a saída do laser, levando ao seu uso em vários designs
avançados de naves e, ao que parecia, na Estrela da Morte.
Olhando ao seu redor mais de perto, ele pôde ver que a maquinaria que o
tornava pequeno poderia ser os componentes de um enorme sistema de
laser, proporcional ao enorme tamanho da estação.
Quando alcançou um tubo de laser mais largo do que algumas cidades
pequenas, sabia que havia encontrado o lugar ao qual o seu guia Wookiee
estava se referindo. O sistema estava sendo testado, com dezenas de
técnicos imperiais e especialistas em armas observando o seu desempenho.
Teve que passar por todos eles e evitar o feixe do próprio laser para atingir
o seu objetivo.
Deu de ombros, abandonando qualquer sugestão de segredo em troca da
pressa. Muito tempo se passou. Todos entre ele e Darth Vader eram
irrelevantes. Lutaria até a última pessoa na estação se fosse necessário, mas
isso não faria diferença no final.
Está na hora, Mestre, ele sussurrou enquanto lutava. Você roubou a
minha vida e me deixou para morrer, e agora estou indo atrás de você...
QUANDO ATINGIU O TOPO do tubo de laser, percebeu que a sua concepção do
sistema de armas da Estrela da Morte não tinha sido grandiosa o suficiente.
O laser que estava observando era apenas um dos oito lasers afluentes que
se fundiriam em um feixe chocantemente destrutivo. Pulsos
cuidadosamente cronometrados em cada um dos oito canais criariam uma
força capaz de destruir qualquer nave que ele pudesse imaginar.
Possivelmente até um planeta. Sentiu-se mal com o pensamento.
Desinformação, escravidão e tortura claramente não eram suficientes para
manter as massas na linha, então o Imperador iria recorrer ao genocídio. Se
não fosse parado logo, não haveria mais ninguém vivo além dele,
gargalhando loucamente nos salões vazios de Coruscant.
O aprendiz olhou para o enorme prato de focagem, que inicialmente
presumira ter um propósito relativamente inocente. Agora que sabia para
que realmente servia, o pensamento de que deveria destruí-lo o enchia de
uma espécie de urgência cansada. Já havia interferido significativamente em
vários dos planos grandiosos do Imperador. Por que não este também?
A resposta estava em seus ossos. Ficou assustado só de pensar nisso, não
apenas pela tarefa em si, mas também pelas mortes que já havia causado.
Poderia suportar uma conquista tão sombria em cima de todas as outras?
Juno poderia? Não tinha certeza da resposta.
Não, decidiu. Este era um trabalho para outras pessoas, para a Aliança
Rebelde, se pudesse encontrá-los e libertá-los das garras frias do Imperador.
Isso era o importante, que eles sobrevivessem e lutassem outro dia. Isso era
tudo o que tinha para alcançar, nesta missão.
Pulsos escarlate coerentes iam e vinham em sequências arcanas enquanto
a arma continuava o seu teste. Cada descarga consumia energia suficiente
para alimentar um Star Destroier. A atmosfera bem embrulhada da estação
se agitava com fortes concussões e tremores secundários sussurrantes.
Trabalhadores visíveis na superfície da estação e no céu acima pararam para
observar esses prenúncios do que estava por vir no futuro da arma.
Uma estrutura na borda da cratera de foco chamou a sua atenção: uma
bolha de observação feita de transparaço brilhante na qual várias figuras
humanas eram vagamente visíveis. Uma figura vestida inteiramente de
preto apareceu, curvou-se e desapareceu novamente.
Mestre e servo.
Com o maxilar cerrado, o aprendiz abriu caminho pela borda do prato de
foco do superlaser, iluminado por clarões verdes ofuscantes vindos de cima.

A PARTE FÁCIL FOI CHEGAR lá.


Esse foi o pensamento que passou por sua mente enquanto escalava e
sobre os contrafortes reforçados que mantinham a cúpula no lugar. Havia
circundado a cúpula duas vezes por baixo, observando os seus pontos fracos
e fortes, e decidiu que a melhor maneira de entrar era pelo corredor que a
ligava ao restante da estação. Duas portas de pressão abriam e fechavam
cada vez que alguém passava, definindo uma passarela de cinco metros de
comprimento. O teto do corredor não era visível da cúpula, estando na
direção oposta ao disparo da arma. Ele poderia se agachar ali sem ser visto
enquanto abria caminho e evitaria lutar contra qualquer um, até que
importasse.
No último momento, ao erguer o sabre de luz para cortar o duraço curvo
sobre o qual estava ajoelhado, percebeu que tudo o que já havia feito o
levara a esse momento. Este era o confronto para o qual estava se dirigindo
desde que Darth Vader o sequestrou de Kashyyyk e fez dele o seu
instrumento. Duas vezes no passado Vader o havia traído e mal havia
pronunciado uma palavra de reclamação, mas, eventualmente, os servos
sempre se voltavam contra seus Mestres, assim como os Sith sempre traíam
uns aos outros. Este momento representou o ponto culminante de uma vida
inteira de treinamento e experiência.
Este foi o seu teste mais desafiador. Matar Jedi tinha sido fácil em
comparação. Destruindo fábricas imperiais, da mesma forma. Derrubando
Skyhooks e Star Destroiers, convencendo aspirantes a rebeldes de sua
sinceridade, duelando com mentes planetárias e outros servos do lado
sombrio, tudo em um dia de trabalho.
A sua vida estava prestes a começar ou terminar, dependendo de como
olhasse para ela.
Perguntou-se se Kota havia se sentido assim em Corellia, ou Juno na
Empírico, ou qualquer um dos rebeldes presos antes de concordar em se
encontrar com ele. Talvez todos tenham tido esses momentos em suas
vidas. Perguntou se deveria se considerar sortudo por poder antecipar isso
desta vez. Não tinha previsto na Empírico, ou em Corellia. Tinha sido
vítima do destino. Agora tinha o braço do destino por trás das costas, e
estava ditando as regras.
Darth Vader já se sentiu assim? Ou o pai de Galen?
O seu sabre de luz modificado chiou diante dele. Havia força naquele
fogo aquático e uma pureza de propósito, não para matar, mas como um
instrumento de força. Às vezes era necessária ação. Os Jedi entenderam
isso.Também entendia.
Deveria parar de fazer perguntas, disse a si mesmo, e se concentrar no
que precisava ser feito.
Apontando a ponta da lâmina pra baixo, cortou um círculo ao seu redor e
caiu no corredor abaixo.

ELE ESTAVA VAZIO. ANTES QUE ALGUÉM pudesse responder ao som, selou
telecineticamente as portas que levavam de volta à Estrela da Morte. Então
se virou e abriu as portas internas.
— ...traidores do Império, — veio a voz de Palpatine da câmara além,
exultante, friamente, cheia de malícia inimaginável. — Vocês serão
interrogados. Torturados. Vocês me darão os nomes de seus amigos e
aliados. E então, quando vocês não forem mais úteis pra mim, vocês serão
executados.
A voz de Bail Organa se ergueu em desafio.
— As nossas mortes só irão reunir outras...
— A suas execuções serão muito públicas e muito dolorosas, Senador
Organa. Elas servirão para esmagar qualquer dissidência.
O aprendiz entrou decididamente na sala, circulando um grande gerador
de campo de energia no centro da cúpula. Mon Mothma, Garm Bel Iblis,
Bail Organa e Mestre Rahm Kota estavam juntos do outro lado, cercados
por Guardas Imperiais. O Imperador estava andando na frente deles,
encapuzado e curvado, mas irradiando um poder incrível. O aprendiz só
tinha olhos para a figura sombria que assomava a um ou dois metros de
distância, com os braços cruzados enquanto observava a cena.
Kota ergueu o rosto arruinado quando o aprendiz se aproximou. O
zumbido do sabre de luz ficou muito alto de repente.
— Ainda pode haver uma rebelião, — disse Kota, sorrindo como se
nunca tivesse acreditado no contrário.
Darth Vader e o Imperador se viraram ao mesmo tempo.
Uma onda de ódio encheu cada veia do corpo do aprendiz. Finalmente
chegara a hora da vingança.
O rosto odioso do Imperador se transformou em uma máscara de
escárnio.
— Lorde Vader, lide com o garoto. Adequadamente, desta vez.
O Lorde Sombrio já estava se movendo. A lâmina vermelha de seu sabre
de luz ganhou vida, lançando sombras sangrentas pela sala. Não houve
discussão. Não ofereceu ameaças. Ficou claro que pretendia apenas
completar o que não conseguiu terminar em Corellia.
O aprendiz sabia exatamente o que esperar. Eles haviam duelado muitas
vezes antes. Aprendera a lutar nas mãos do homem de traje preto, o homem
cujo rosto estivera para sempre escondido dele. Conhecia as intimidades de
sua versão refinada do Djem So, um estilo de luta que incorporava
elementos de Ataru, Soresu e Makashi. Defendeu-se de muitos ataques
selvagens e cortantes que teriam subjugado até mesmo um extraordinário
Cavaleiro Jedi. Suportou o peso de muitas batalhas psicológicas.
Pensou que estava pronto, e então a severidade do golpe inicial o pegou
de surpresa.
Um simples golpe duplo, pra cima e depois para baixo, continha força
suficiente para sacudir os seus pulsos e ombros e quase desarmá-lo
completamente. A colisão de seus sabres de luz foi ofuscante. Cambaleou
pra trás e se viu no centro de uma tempestade telecinética. O seu Mestre
aproveitou a sua fraqueza momentânea e lançou projéteis contra ele de
todos os lados, na esperança de mantê-lo desprevenido. Por um momento,
funcionou.
Então o aprendiz se endireitou e, com um movimento do braço esquerdo,
afastou os projéteis. Bloqueou um golpe selvagem que o teria cortado em
dois e outro que teria levantado a sua cabeça de seus ombros. Abaixando-
se, ele esfaqueou a barriga de seu Mestre, em seguida, sacudiu a ponta de
seu sabre de luz pra cima, na esperança de pegar o queixo do capacete de
Darth Vader e espetá-lo na garganta. O sabre de luz vermelho bloqueou o
golpe, mas por pouco. Eles se separaram por um momento para avaliar a
breve troca e circularam um ao outro cautelosamente.
O aprendiz entendeu que, até aquele momento, eles nunca haviam
realmente lutado de igual para igual. O seu Mestre se conteve ou ele próprio
capitulou. Agora, pela primeira vez, eles veriam o verdadeiro potencial um
do outro. Onde Darth Vader era forte e implacável, ele era rápido e astuto. E
havia maneiras de lutar que não envolviam sabres de luz. Objetos soltos,
acelerados a velocidades mortais pela Força, tornaram-se projéteis que
convergiam de todas as direções. Punhos invisíveis agarrados à garganta ou
socados com o poder de bate-estacas. Pisos inclinados sob os pés; vigas
cortadas perfuradas como dardos; circuitos sobrecarregados explodiram.
— Você é fraco, — o aprendiz disse quando o seu antigo Mestre lançou
uma segunda série de golpes esmagadores, cada um dos quais bloqueou
com elegante precisão.
Darth Vader lutou brilhantemente, nunca empregando nada menos que
um golpe mortal. A sua intenção era letal. Tudo o que ele precisava era de
um deslize, uma pequena brecha nas defesas de seu oponente.
O aprendiz jurou não lhe dar uma. Girou e dançou em torno das defesas
de seu Mestre, testando-as em seus limites.
— Você pensou que eu estava morto, — ele disse, deixando aquele
pequeno triunfo estimular a sua determinação a novos patamares. Os seus
sabres de luz dançavam, borrando, varrendo e lançando faíscas de uma
forma que teria sido linda se sua intenção não fosse tão mortal. O aprendiz
sentiu as energias selvagens e alegres do lado sombrio fluindo através dele e
resistiu ao seu chamado, buscando uma maneira melhor de terminar o
trabalho.
Eles lutaram pra frente e pra trás na cúpula de observação.
— Eu entendo você agora, — ele disse, ainda tentando incitar o seu
antigo Mestre a quebrar a sua concentração. — Você matou o meu pai e me
sequestrou de Kashyyyk, não apenas para ser seu aprendiz, mas para ser um
filho para você. Foi assim que o seu pai tratou você?
A intensidade do ataque de Darth Vader redobrou.
— Não tenho pai.
O aprendiz caiu pra trás sob a chuva de golpes. O crepitar do tecido e um
leve fedor de pele queimada lhe disseram que pelo menos dois dos erros de
Darth Vader estavam horrivelmente próximos, mas ele não sentiu dor. Ele,
por outro lado, tinha definitivamente atingido um nervo.
Olhando por cima do ombro de Darth Vader, viu o Imperador assistindo
ao duelo, com o rosto contorcido em deleite malévolo.
E o aprendiz entendeu.
Uma maneira melhor de matar...
Não por ódio. O que quer que estivesse sob aquela máscara negra, não
era beleza ou felicidade. Só a feiura e a dor se esconderiam por tanto tempo.
O ódio não seria suficiente para virar o jogo contra Darth Vader.
Estendendo a mão esquerda, atingiu o seu Mestre com raios Sith. Isso
quebrou o ímpeto do ataque furioso, permitindo que ele se levantasse e
recuperasse o fôlego.
— Eu não preciso te odiar para vencer em você, — ele engasgou. — Isso
é algo que vou te ensinar agora.
— Você não pode me ensinar nada, — a voz pesada de Darth Vader
entoou. Uma luva preta se apertou e, por um momento, a garganta do
aprendiz se fechou.
Ele repeliu o ataque telecinético com um dos seus, empurrando o seu
Mestre no peito com a força de uma pequena explosão, jogando Darth
Vader pra trás na sala.
Apesar de todo o seu tamanho e falta de jeito ocasional, o Lorde Sombrio
estava seguro. Ele caiu de pé e se lançou de volta para a briga.
— Eu não te odeio, — o aprendiz continuou, bloqueando-o golpe por
golpe, — Tenho dó de você, — Com uma nova força própria, forçou Darth
Vader a ficar com o pé atrás. — Você destruiu quem eu era e me fez como
sou agora, mas isso não foi ideia sua. Era do Imperador e é o que ele já faz
com você. Uma tira da capa de Darth Vader voou para longe, fumegando.
Os dois se aproximaram até ficarem cara a cara. O aprendiz olhou
diretamente para os olhos negros de seu antigo Mestre. — Você é sua
criatura assim como eu era sua, mas você nunca teve forças para se rebelar.
É por isso que tenho pena de você. Não servirei mais a um monstro e, se eu
quiser, vou garantir que você também não.
Vader tentou se afastar, mas o aprendiz o seguiu, mantendo-o na
defensiva.
— Eu vou matar você, — disse ele, — para libertá-lo.
Os sabres de luz brilharam novamente, e foi o aprendiz quem encontrou
a brecha na armadura que ambos esperavam. O sabre de luz de Vader
moveu-se muito lentamente para bloquear um golpe em seu peito,
permitindo que a lâmina do aprendiz cortasse profundamente sua garganta
blindada. Vader cambaleou pra trás, a mão enluvada levantada para a ferida
fumegante.
Não havia sangue. Em vez de pressionar o ataque, o aprendiz se manteve
firme. Apesar de si mesmo, estava tão surpreso quanto seu antigo Mestre
claramente estava.
Por um momento, os únicos sons foram o zumbido duplo dos sabres de
luz e o chiado do respirador de Darth Vader.
Então o Lorde Sombrio riu.
Era um som horrível, vazio de humor e cheio de zombaria. Nele, o
aprendiz ouviu uma década e meia de tortura e abuso.
A raiva explodiu. Lançou-se em frente. O seu antigo Mestre mal
bloqueou o golpe. Um segundo marcou um ferimento profundo em seu
ombro vestido de preto. Um terceiro esfaqueou profundamente em sua
coxa.
Darth Vader cambaleou pra trás, os servos motores gemendo em seus
membros feridos e o sabre de luz tremendo.
O aprendiz agarrou o seu sabre de luz com as duas mãos e se conteve. A
raiva era familiar e poderosa; também nublava seus olhos quando ele mais
precisava ver com clareza.
Vader se preparou para o combate novamente. O seu poder sobre o
aprendiz, entretanto, havia desaparecido. O seu sabre de luz saiu deslizando
e faiscando pelo chão, arrancado de seu controle por telecinesia. A Força o
ergueu no ar, como uma vez ele havia levantado o pai do aprendiz, e uma
enxurrada de mísseis o atingiu com força crescente. Levantou as mãos
enluvadas para se defender, mas a bateria continuou até que, com um
estrondo, o aprendiz arrancou do chão o gerador de campo de energia no
centro da sala e o atirou em seu antigo Mestre.
O gerador explodiu com mais força do que esperava, jogando ele e todos
os outros no chão. A cúpula transparaço quebrou. Detritos choveram por
toda parte. O som da explosão soou em seus ouvidos por um tempo
anormalmente longo depois.
Foi o primeiro a se levantar, atravessando os escombros até onde Darth
Vader jazia de cara pra frente, gravemente ferido e despojado de sua
armadura em alguns lugares. Carne e maquinário apareciam pelas brechas.
Finalmente, um pouco de sangue real estava fluindo.
O aprendiz estava sobre ele com o seu sabre de luz erguido e pronto para
atacar. O seu antigo Mestre estava tentando ficar de pé, desejando
debilmente que o seu corpo maciço se movesse como deveria. Os
servomotores gemiam e se esforçavam. Quando ele rolou, o aprendiz
congelou.
O capacete de Darth Vader foi arrancado pela explosão. Abaixo estava o
rosto do homem que o havia roubado e escravizado, uma coisa patética e
sem pelos, coberta de rugas e velhas cicatrizes. Só os olhos davam os
mínimos sinais de vida: azuis e cheios de dor, fitavam-no com indisfarçável
cansaço.
O Imperador apareceu da fumaça que se depositava, com alegria no
rosto. Ele levantou uma mão como se fosse tocar o aprendiz. O aprendiz
sentiu uma onda de sugestão hipnótica fluir por ele.
Sim! Mate-o! Ele é fraco, quebrado! Mate-o e você poderá ocupar o seu
lugar de direito ao meu lado!
O aprendiz permaneceu congelado, hipnotizado pelo medonho carisma
do Imperador. Por que não? Não foi isso que considerou em Raxus Prime?
Se concordasse com esse plano, estaria livre de um Mestre e escravo de
outro, mas o que o impediria de atacar aquele Mestre por sua vez, um dia?
Não cometeria os mesmos erros que Darth Vader cometeu.
Darth Vader, que assassinou o seu pai, mentiu e o traiu, matou o PROXY,
marcou Juno como traidora e sequestrou Kota e os outros. Ele não merecia
morrer mil vezes?
E ao poder, se acostumou a ele a serviço de seu Mestre. Quando o lado
sombrio cantou através dele, outros dançaram de acordo com sua vontade.
Isso seria difícil de desistir.
— Não! — A voz de Kota veio como se viesse de uma grande distância.
O aprendiz notou, como se estivesse vendo o mundo em câmera lenta, o
Mestre Jedi arrebatando telecineticamente o sabre de luz do Imperador de
sua cintura e, com certeza desmentindo a sua cegueira física, usando-o para
derrubar os Guardas Imperiais que vigiavam os prisioneiros. Avançando,
atacou em seguida o Imperador, que estava parado, aparentemente
desarmado, com uma mão ainda estendida para o aprendiz.
Mas o Imperador nunca estava desarmado. Erguendo a outra mão,
atingiu Kota com um raio antes que o golpe chegasse perto de cair. A
energia Sith estalou entre eles e o Mestre Jedi caiu pra trás, preso nas garras
mortais do Imperador.
— Ajudem-no!
A voz de Bail Organa tirou o aprendiz de seu transe. Ele balançou a
cabeça, sentindo a influência do Imperador escorrendo dele como óleo. O
que estava pensando? Não queria voltar para o lado sombrio depois de tudo
que havia passado. Tinha visto o que aconteceu, em Maris Brood, em
Felucia e nos olhos de Darth Vader. Nem queria matar o seu Mestre, agora
que o via humilhado e à sua mercê. Foi aí que tudo começou, agora
percebia. Quando Darth Vader matou o pai de Galen e arrancou o sabre de
luz de sua mão, a sua intenção era apenas vingar a morte de seu pai. Isso foi
o que Vader viu nele todos aqueles anos antes, não apenas que era forte com
a Força, e foi por isso que Galen apagou a pessoa que havia sido. Havia
dado o primeiro passo no caminho do lado sombrio por conta própria, antes
de ser submetido à tutela cruel de Vader. Tinha que se retratar agora ou se
submeter ao lado sombrio para sempre.
Assassinar Darth Vader não levaria a nada. Salvar os seus amigos pode
mudar o curso da história.
Vista sob essa luz, a decisão era surpreendentemente fácil.
Uma saraivada de transparaço quebrado e detritos levou o Imperador de
volta de Kota, quebrando a sua concentração e libertando o Mestre Jedi da
teia fatal de energia. Fumegando e fraco, Kota caiu e foi pego por Garm Bel
Iblis. O aprendiz jogou o comunicador para eles e avançou para Palpatine.
— Bom, — sibilou o Imperador, com as suas mãos em forma de garra
erguidas entre eles como um velho fraco se defendendo de um atacante.
Tropeçando, ele caiu de joelhos, — Sim, — Ele olhou para o aprendiz. —
Você estava destinado a me destruir. Faça isso! Ceda ao seu ódio!
O aprendiz parou sobre ele por um momento com o seu sabre de luz
erguido. A sua luz aquática refletia nos olhos do Imperador da galáxia como
se fosse a última coisa que ele veria.
Com um estalo, o aprendiz apagou a lâmina e baixou o braço.
Kota mancou atrás dele e colocou a mão em seu ombro.
— É isso aí, garoto, — ele disse com orgulho áspero. — Ele está
derrotado. Deixa pra lá.
O som dos motores lá de cima distraiu os dois. Eles olharam pra cima
para ver a Sombra Invasora descendo sobre a cúpula quebrada, as luzes
acendendo e apagando para atrair a sua atenção. Os seus repulsores
dissiparam o resto da fumaça e lançaram a capa esfarrapada do aprendiz em
torno de suas pernas.
Juno, ele pensou. Enfim, tudo vai ficar bem.
— Seu idiota! — rosnou o Imperador, enviando outra onda de raios Sith
nas costas de Kota. — Ele nunca será seu.
Kota caiu com os braços erguidos, e o aprendiz sabia que ainda não
havia acabado. O momento da verdade havia chegado.
Sem hesitar, se colocou entre Kota e o Imperador, levando todo o
impacto do raio Sith em seu próprio corpo.
A dor era incrível, queimando cada nervo de volta às suas células
individuais, espetando cada um deles em agulhas incandescentes. Nunca
antes havia sentido algo assim. Queria se afastar da fonte, se enrolar em
uma bola e deixar a inconsciência levar a dor embora, mas de alguma forma
ele ficou de pé, vendo o mundo através de uma luz azul crepitante, e até deu
um passo em direção ao Imperador.
— Vai! — ele sibilou para Kota, — Rápido!
O General hesitou apenas por um momento. Ele também teve um
vislumbre do futuro, lembrou o aprendiz. Ele sabia que tudo se resumia a
uma escolha simples: ele e os rebeldes ou o aprendiz e a escuridão para
sempre. Reunindo os rebeldes, Kota os conduziu em direção a nave que
descia.
Mais um passo cambaleante e doloroso e o Imperador estava ao alcance
do aprendiz. Com dedos trêmulos, pegou os ombros ossudos do velho em
suas mãos e os segurou com força. O raio Sith se espalhou para envolver os
dois, alimentado por ambos os seus desesperos. O Imperador inclinou a
cabeça pra trás e uivou de dor lasciva. A escuridão ameaçou envolver a
mente do aprendiz, mas ele agarrou a consciência com uma vontade febril.
Tinha que ver isso. Tinha que fazer isso.
Um esquadrão de stormtroopers entrou correndo na sala, liderado por um
Darth Vader manco. Eles levantaram seus blasters para atirar nos rebeldes
enquanto eles fugiam pela rampa da Sombra Invasora.
— Não! — o aprendiz gritou, baixando as suas defesas para atacar uma
última vez os Imperiais. Energia surgiu através dele. Sentiu como se uma
estrela tivesse ganhado vida em seu peito. Impulsionado pela preocupação
com os seus amigos e não consigo mesmo, abraçou a Força completamente,
totalmente, e foi recompensado com uma força que fez seus esforços com o
lado sombrio parecerem os de uma criança. Os seus nervos estavam em
chamas. Flâmulas de luz irradiavam de sua pele. Os seus ossos brilhavam
como lava radiante.
Viu mais do que sentiu a enorme onda de choque que consumiu uma
grande parte do que restava da cúpula de observação. Uma bolha brilhante
de fogo rasgou os stormtroopers em pedaços e engolfou Vader e o
Imperador. Os estilhaços encheram o ar como poeira capturada pelo feixe
do poderoso laser da Estrela da Morte.
Jogado como uma folha, a Sombra Invasora fugiu às pressas, a rampa se
fechando sobre a sua preciosa carga.
O aprendiz sentiu que estava saindo de seu corpo novamente. Ou seu
corpo estava deixando-o desta vez? Sentiu-se dilacerado pela energia que
fluiu através dele. Cada célula estava em choque; cada fibra estremeceu. O
fogo em seu rosto não possuía nenhum calor. Os seus membros pareciam
tão distantes quanto os braços mais distantes da galáxia. Ficou surpreso que
restasse o suficiente dele para pensar.
Enfraquecidos pela explosão, os suportes da cúpula cederam. Ele
desabou no prato do superlaser, provocando uma série de explosões
convencionais. Stormtroopers convergiram para o local. Através da densa
fumaça, duas figuras eram visíveis da perspectiva rarefeita do aprendiz.
Darth Vader lutou para se levantar dos escombros, ainda mais danificado
do que antes. Procurou apoio e encontrou apenas o seu Mestre, carrancudo.
Juntos, sem falar, eles vasculharam os escombros.
Quando encontraram o que procuravam, nenhum dos dois pareceu mais
feliz por isso.
— Ele está morto, — o Lorde Sombrio entoou, olhando
desapaixonadamente para o corpo aos seus pés.
Este momento, pensou o aprendiz. Eu vi isso!
— Então ele agora está mais poderoso do que nunca. — O Imperador
olhou pra cima, observando amargamente enquanto a Sombra Invasora se
afastava no céu agitado. — Ele deveria erradicar os rebeldes, não dar-lhes
esperança. O seu sacrifício apenas os inspirará.
— Mas agora sabemos quem são, meu Mestre. Vou caçá-los e destruí-
los, como você sempre pretendeu, começando com o traidor Bail Organa.
O Imperador acenou para que ele se calasse e se virou para ir embora.
— Paciência, Lorde Vader. Muito melhor destruir a esperança de um
homem primeiro. Ou de alguém próximo a ele...
A esperança nunca será destruída, pensou o aprendiz. Agora não. Ele
sobreviverá a qualquer outra coisa que você jogar neles...
A escuridão o pressionava. Não resistiu. Juno estava segura. Isso era
tudo com o que ele se importava agora. Não precisava estar lá para ver o
que aconteceria a seguir. Ele podia imaginar muito bem.
Com seu último pensamento, sussurrou o seu próprio nome.
Despercebido por qualquer um, o Lorde Sombrio ergueu o salto de uma
bota preta sólida e esmagou o sabre de luz de seu aprendiz caído em pó.
O céu de Kashyyyk estava extraordinariamente livre de
tráfego, pela primeira vez. Em vez de transportes piscantes e
unidades de subluz flamejantes, tudo o que Juno podia ver eram as estrelas,
brilhando como diamantes contra o preto aveludado. Acalmou-a olhar para
eles, tirou-a de si por um tempo. Isso era exatamente o que precisava.
O som das vozes era suave na noite. Não lhes deu atenção. Os Rebeldes
tentaram incluí-la, mas o que importava o que ela, uma ex-piloto imperial,
pensava da rebelião? O que sabia sobre os planos de Galen ou Darth Vader?
Estava envolvida em eventos, nem sempre uma participante disposta. Em
seus sonhos, ainda se via falando com Galen sobre aquela missão final e
fugindo com ele para a infinita paisagem estelar...
Suspirou. Fugir nunca foi uma opção. O Império os teria perseguido a
cada passo, assim como o passado de Galen. No fundo, suspeitava que
sempre soube que terminaria assim.
Mesmo assim, a sua dor foi esmagadora quando reuniu os Rebeldes da
Estrela da Morte. Imediatamente ao saber que Galen não estava entre eles,
quis voltar para a onda de choque ainda se expandindo da bolha de
observação quebrada para resgatá-lo, mas o olhar nos olhos de Kota disse a
ela que não havia sentido. Galen se foi.
Perdido. Morto. Isso equivalia à mesma coisa. Depois de tudo que eles
passaram, depois de todas as batalhas que ele lutou... pelo menos, no
processo, ele deu a todos uma chance de escapar da Estrela da Morte.
Juno se manteve firme por tempo suficiente para afastá-los do sistema
Horuz e até traçou um curso para Kashyyyk, por insistência de Kota. Assim
que chegaram ao hiperespaço, o General contou a ela com franqueza e
franqueza exatamente o que havia acontecido na cúpula de observação. Isso
a deixou um pouco mais calma. Melhor o seu nobre autossacrifício do que
Galen caindo para o lado sombrio para sempre. Entendeu isso. Se ele
tivesse matado Darth Vader, teria sido o fim dele, como o conhecia. Uma
vida sem esperança era pior do que nenhuma vida.
Quando Kota terminou, se retirou para os pequenos aposentos da
tripulação para deixar os seus sentimentos irem e aceitar a verdade. Saber
que Galen tinha permanecido fiel a suas intenções até o fim não recompôs
sua vida. Havia confiado nele, não apenas com ela, mas com o seu futuro.
Ele havia confiado nela com o seu nome. O que faria sem ele?
O seu futuro imediato estava decidido, pelo menos. Poderia encontrar
paz com o que restava dele mais tarde. As suas memórias nunca perderia, e
a Rebelião, disse a si mesma, que poderia ter uma chance de vencer...
Eles vieram para Kashyyyk ostensivamente para honrar a memória de
Galen, mas suspeitava que os Rebeldes estavam procurando por segurança.
Eles sabiam tão pouco sobre ele, mesmo agora. Além do sacrifício final que
ele fez para garantir a segurança deles, sua história tinha muitos buracos.
Juno estava relutante em preenchê-los e viu a mesma relutância em Kota.
Galen morreu como um herói. O que mais importava?
— O nome completo dele era Galen Marek, — Bail Organa havia
anunciado após uma longa busca nos registros imperiais. — O seu pai,
Kento, era um Cavaleiro Jedi que viveu por dez anos entre os Wookiees.
Galen nasceu lá.
— Ele encontrou algo na floresta, — Juno disse aos Rebeldes,
lembrando-se de Galen dizendo pelo comunicador, apenas uma velha
cabana. Uma ruína, realmente. Mas parece familiar.
E agora estava de pé naquele mesmo local, tendo rastreado através dos
arquivos de missão da nave as coordenadas exatas que Galen havia
transmitido. Podia imaginá-lo como ele era então, dilacerado por um
conflito interno, olhando exatamente para o que ela podia ver: a cabana
derrubada; o blaster queima; a evidência de um duelo de sabre de luz muito
antigo.
Há uma grande escuridão na floresta. E... sim, tristeza. Algo aconteceu
aqui.
Juno pode nunca saber ao certo o que era, mas a sua mente estava cheia
de imaginações sombrias.
Os Senadores estavam dentro da cabana, conversando sobre o futuro e
presumivelmente amenizando quaisquer dúvidas que tivessem sobre as
origens de Galen. A família era importante para essas pessoas. Durante a
tensa jornada para longe do sistema Horuz, o Senador Organa ligou para a
sua filha para informá-la de que havia sobrevivido à armadilha em Corellia.
A sua preocupação e alívio foram tantos que ela cooptou a nave estelar mais
rápida de Alderaan e o encontrou em órbita sobre Kashyyyk. O reencontro
deles foi alegre.
Nem mesmo a nova super arma do Império poderia estragar o seu humor.
Com os Wookiees galvanizados pela destruição do skyhook e ocupados
expulsando os invasores de seu mundo, tudo parecia possível, por mais
improvável que fosse.
O Imperador sabia quem eles eram e o que pretendiam. Não apenas isso,
mas ele estava construindo os meios para esmagar toda resistência possível.
A Rebelião teria que atingi-lo rápido e com força, se quisesse ter esperança
de sucesso.
Algo se moveu atrás dela na noite fria de Kashyyyk. Olhou por cima do
ombro e viu Kota saindo da cabana. Ele se moveu com segurança e
confiança. Se não fosse pela hedionda cicatriz de queimadura que agora
usava como marca de honra, ele poderia ter uma visão perfeita.
Ele sentiu sua presença e veio para ficar ao lado dela. Juno sentiu que ele
tinha vindo especificamente procurá-la.
— Você sempre soube quem ele era, não é? — Ela perguntou a ele.
Ele assentiu.
— Eu suspeitava, sim.
— Então por que você nos ajudou, depois de todas as coisas que
fizemos?
Ele hesitou, e naquele momento ela leu várias possibilidades. O General
estava se escondendo atrás de sua fachada de velho derrotado para atacar o
aprendiz secreto de Vader caso sua lealdade final caísse do lado errado? A
fachada tinha sido tão profunda quanto parecia e a confiança de Kota
fatalmente comprometida até o fim? Sua redenção e a de Galen
aconteceram no mesmo passo, sem que nenhum dos dois soubesse?
A resposta do velho não foi nenhuma dessas.
— Quando ele veio até mim no bar sobre Bespin, entre todos os
pensamentos sombrios em sua cabeça, vislumbrei um ponto brilhante, uma
coisa linda que me deu esperança, e à qual ele se agarrou, mesmo no final.
— O que foi isso?
Ele colocou um braço de avô em volta do ombro dela.
— Você sabe a resposta para essa pergunta, Juno.
Ela apertou a mandíbula para não chorar. Kota estava certo. Ela sabia. E
porque ela sabia, a pergunta Por que eu? não tinha mais poder sobre ela.
— Ele está em sintonia com a Força agora, — disse Kota, e ela sabia que
ele estava tentando confortá-la, à sua maneira desajeitada.
— Ele será lembrado? — ela perguntou.
— A princesa tem uma sugestão que você gostaria de ouvir. — Ele
inclinou a cabeça, indicando a cabana.
Ela se deixou ser conduzida pelo Jedi cego através do rasgo aberto na
parede da ruína. Os Senadores estavam reunidos em torno de uma mesa
improvisada, parecendo cansados. Eles não levantaram os olhos quando
Kota e Juno entraram.
— Então, — disse Bail Organa aos outros, — estamos prontos para
terminar o que ele começou?
Os outros assentiram.
— Então, finalmente, nasce a Aliança Rebelde. Aqui a noite.
Sorrisos aliviados saudaram o anúncio, mas nenhum aplauso. Este foi um
momento solene também. Muito trabalho e perigo estavam à frente de todos
na sala.
Leia Organa falou.
— Precisamos de um símbolo para apoiar.
— Concordo, — disse Garm Bel Iblis.
A princesa limpou a poeira da mesa, revelando um brasão de família
gravado na madeira: um raptor elegante e estilizado, com as asas
orgulhosamente erguidas.
— Um símbolo de esperança.
Leia olhou de seu pai para Mon Mothma e Garm Bel Iblis, então olhou
para Juno. Muito ligeiramente, ela acenou com a cabeça em
reconhecimento.
O calor floresceu no peito de Juno, e ela assentiu em troca. Galen fez o
possível para salvar a galáxia do Imperador e, no processo, salvou-se do
lado sombrio da Força. As pessoas na sala se reuniriam em torno do brasão
de sua família e continuariam o trabalho que ele havia iniciado: o primeiro
Rebelde, aquele que lhes dera esperança.
E ela? Juno também nunca o esqueceria, nem o exemplo que ele havia
dado a ela. Vazia de lágrimas, ela encarou o futuro de frente.
Ela não precisava da Força para saber que seria uma viagem acidentada...
STAR WARS / DESENCADEAR DA FORÇA
TÍTULO ORIGINAL: Star Wars - The Force Unleashed

COPIDESQUE: TRADUTORES DOS WHILLS

REVISÃO: TRADUTORES DOS WHILLS

DIAGRAMAÇÃO: TRADUTORES DOS WHILLS

ILUSTRAÇÃO: TRADUTORES DOS WHILLS/ToK

GERENTE EDITORIAL: TRADUTORES DOS WHILLS

DIREÇÃO EDITORIAL: TRADUTORES DOS WHILLS

VERSÃO ELETRÔNICA: TRADUTORES DOS WHILLS

ASSISTENTES EDITORIAIS: TRADUTORES DOS WHILLS

COPYRIGHT © & TM 2009 LUCASFILM LTD.


COPYRIGHT ©TRADUTORES DOS WHILLS, 2023
(EDIÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA O BRASIL)
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.
PROIBIDA A REPRODUÇÃO, NO TODO OU EM PARTE, ATRAVÉS DE QUAISQUER MEIOS.

DESENCADEAR DA FORÇA É UM LIVRO DE FICÇÃO. TODOS OS PERSONAGENS, LUGARES E


ACONTECIMENTOS SÃO FICCIONAIS.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
S93m Williams, Sean
Star Wars Desencadear da Força [recurso eletrônico] / Sean
Williams ; traduzido por Tradutores dos Whills
448 p. : 3. 0 MB.
Tradução de: Star Wars Jedi - The Force Unleashed
ISBN: 978-0-307-79595-3 (Ebook)
1. Literatura norte-americana. 2. Ficção científica. I. Dos Whills,
Tradutores CF. II. Título.
2020-274 CDD 813. 0876
CDU 821. 111(73)-3

ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO:


Literatura : Ficção Norte-Americana 813. 0876
Literatura norte-americana : Ficção 821. 111(73)-3

tradutoresdoswhills. wordpress.com
SOBRE O AUTOR

SEAN WILLIAMS, autor mais vendido pelo New York Times


de Star Wars: Desencadear da Força, publicou trinta
romances para leitores de todas as idades, setenta contos
em diversos gêneros e até mesmo algumas poesias. Ele foi
chamado de "o principal escritor australiano de ficção
especulativa da era", o "Imperador da Ficção Científica" e
o "Rei dos Camaleões" devido à diversidade de sua
produção. Conhecido internacionalmente por sua
premiada série de space opera, como Evergence,
Geodesica e Astropolis, ele também é autor de dez
romances de fantasia interligados inspirados nas
paisagens de sua infância: as planícies secas da Austrália
do Sul, onde ele ainda reside com a sua esposa e família.

seanwilliams.com
AGRADECIMENTOS

Os meus sinceros agradecimentos vão para Ginjer Buchanan, Christine


Cabello, Leland Chee, Keith Clayton, Richard Curtis, Darren Nash, Frank
Parisi, Lindsay Parmenter, Brett Rector, Sue Rostoni, Shelly Shapiro, John
Stafford, Cameron Suey e Dan Wasson, sem os quais este livro teria sido
muito menos prazeroso, e provavelmente impossível, de escrever.
Parabéns a Haden Blackman por um roteiro incrível e a George Lucas
por permitir que a janela para os Tempos Sombrios se abrisse... finalmente.
Também gostaria de agradecer a Kevin J. Anderson, cuja a amizade, a
generosidade e a energia criativa têm servido de inspiração ao longo de
minha carreira e, tenho certeza, continuarão a me inspirar por muitos anos.
Star Wars: Guardiões dos Whills
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No mundo do deserto de Jedha, na Cidade Santa, os amigos Baze e


Chirrut costumavam ser Guardiões das colinas, que cuidavam do
Templo de Kyber e dos devotos peregrinos que adoravam lá. Então
o Império veio e assumiu o planeta. O templo foi destruído e as
pessoas espalhadas. Agora, Baze e Chirrut fazem o que podem
para resistir ao Império e proteger as pessoas de Jedha, mas nunca
parece ser suficiente. Então um homem chamado Saw Gerrera
chega, com uma milícia de seus próprios e grandes planos para
derrubar o Império. Parece ser a maneira perfeita para Baze e
Chirrut fazer uma diferença real e ajudar as pessoas de Jedha a
viver melhores vidas. Mas isso vai custar caro?

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STAR WARS: Episódio VIII: Os Últimos Jedi
(Movie Storybook)
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Um livro de imagens ilustrado que reconta o filme Star Wars: Os


Últimos Jedi.

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Chewie e a Garota Corajosa
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Um Wookiee é o melhor amigo de uma menina! Quando Chewbacca


conhece a jovem Zarro na Orla Exterior, ele não tem escolha a não
ser deixar de lado sua própria missão para ajudá-la a resgatar seu
pai de uma mina perigosa. Essa incrível Aventura foi baseada na
HQ do Chewbacca… (FAIXA ETÁRIA: 6 a 8 anos)

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Star Wars: Ahsoka
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Esse é o Terceiro Ebook dos Tradutores dos Whills com uma


aventura emocionante sobre uma heroína corajosa das Séries de
TV Clone Wars e Rebels: Ahsoka Tano! Os fãs há muito tempo se
perguntam o que aconteceu com Ahsoka depois que ela deixou a
Ordem Jedi perto do fim das Guerras Clônicas, e antes dela
reaparecer como a misteriosa operadora rebelde Fulcro em Rebels.
Finalmente, sua história começará a ser contada. Seguindo suas
experiências com os Jedi e a devastação da Ordem 66, Ahsoka não
tem certeza de que possa fazer parte de um todo maior de novo.
Mas seu desejo de combater os males do Império e proteger
aqueles que precisam disso e levará a Bail Organa e a Aliança
Rebelde….

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Star Wars: Kenobi Exílio
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A República foi destruída, e agora a galáxia é governada pelos


terríveis Sith. Obi-Wan Kenobi, o grande cavaleiro Jedi, perdeu
tudo… menos a esperança. Após os terríveis acontecimentos que
deram fim à República, coube ao grande mestre Jedi Obi-Wan
Kenobi manter a sanidade na missão de proteger aquele que pode
ser a última esperança da resistência ao Império. Vivendo entre
fazendeiros no remoto e desértico planeta Tatooine, nos confins da
galáxia, o que Obi-Wan mais deseja é manter-se no completo
anonimato e, para isso, evita o contato com os moradores locais. No
entanto, todos esses esforços podem ser em vão quando o “Velho
Ben”, como o cavaleiro passa a ser conhecido, se vê envolvido na
luta pela sobrevivência dos habitantes por uma Grande Seca e por
causa de um chefe do crime e do povo da areia. Se com o Novo
Cânone pudéssemos encontrar todos os materiais disponíveis aos
anos de Exílio de Obi-Wan Kenobi em um só Lugar? Após o Livro
Kenobi se tornar Legend, os fãs ficaram sem saber o que aconteceu
com o Velho Ben nesse tempo de reclusão. Então os Tradutores dos
Whills também se fizeram essa pergunta e resolveram fazer esse
trabalho de compilação dos Contos, Ebooks, Séries Animadas e
HQs, em um só Ebook Especial e Canônico para todos os Fãs!!

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Star Wars: Dookan: O Jedi Perdido
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Esse é o Quarto Ebook dos Tradutores dos Whills com uma


aventura emocionante sobre um Vilão dos Filmes e da Série de TV
Clone Wars: Conde Dookan! Mergulhe na história do sinistro Conde
Dookan no roteiro original da emocionante produção de áudio de
Star Wars! Darth Tyranus. Conde de Serenno. Líder dos
Separatistas. Um sabre vermelho, desembainhado no escuro. Mas
quem era ele antes de se tornar a mão direita dos Sith? Quando
Dookan corteja uma nova aprendiz, a verdade oculta do passado do
Lorde Sith começa a aparecer. A vida de Dookan começou como um
privilégio, nascido dentro das muralhas pedregosas da propriedade
de sua família. Mas logo, suas habilidades Jedi são reconhecidas, e
ele é levado de sua casa para ser treinado nos caminhos da Força
pelo lendário Mestre Yoda. Enquanto ele afia seu poder, Dookan
sobe na hierarquia, fazendo amizade com Jedi Sifo-Dyas e levando
um Padawan, o promissor Qui-Gon Jinn, e tenta esquecer a vida
que ele levou uma vez. Mas ele se vê atraído por um estranho
fascínio pela mestra Jedi Lene Kostana, e pela missão que ela
empreende para a Ordem: encontrar e estudar relíquias antigas dos
Sith, em preparação para o eventual retorno dos inimigos mais
mortais que os Jedi já enfrentaram. Preso entre o mundo dos Jedi,
as responsabilidades antigas de sua casa perdida e o poder sedutor
das relíquias, Dookan luta para permanecer na luz, mesmo quando
começa a cair na escuridão.

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Star Wars: Discípulo Sombrio
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Esse é o Quinto Ebook dos Tradutores dos Whills com uma


aventura emocionante sobre um Vilões e Heróis dos Filmes e da
Série de TV Clone Wars! Baseado em episódios não produzidos de
Star Wars: The Clone Wars, este novo romance apresenta Asajj
Ventress, a ex-aprendiz Sith que se tornou um caçadora de
recompensas e uma das maiores anti-heróis da galáxia de Star
Wars. Na guerra pelo controle da galáxia entre os exércitos do lado
negro e da República, o ex-Mestre Jedi se tornou cruel. O Lorde Sith
Conde Dookan se tornou cada vez mais brutal em suas táticas.
Apesar dos poderes dos Jedi e das proezas militares de seu
exército de clones, o grande número de mortes está cobrando um
preço terrível. E quando Dookan ordena o massacre de uma flotilha
de refugiados indefesos, o Conselho Jedi sente que não tem
escolha a não ser tomar medidas drásticas: atacar o homem
responsável por tantas atrocidades de guerra, o próprio Conde
Dookan. Mas o Dookan sempre evasivo é uma presa perigosa para
o caçador mais hábil. Portanto, o Conselho toma a decisão ousada
de trazer tanto os lados do poder da Força de suportar, — juntar o
ousado Cavaleiro Quinlan Vos com a infame acólita Sith Asajj
Ventress. Embora a desconfiança dos Jedi pela astuta assassina
que uma vez serviu ao lado de Dookan ainda seja profunda, o ódio
de Ventress por seu antigo mestre é mais profundo. Ela está mais
do que disposta a emprestar seus copiosos talentos como caçadora
de recompensas, e assassina, na busca de Vos.Juntos, Ventress e
Vos são as melhores esperanças para eliminar a Dookan, — desde
que os sentimentos emergentes entre eles não comprometam a sua
missão. Mas Ventress está determinada a ter sua vingança e,
finalmente, deixar de lado seu passado sombrio de Sith.
Equilibrando as emoções complicadas que sente por Vos com a
fúria de seu espírito guerreiro, ela resolve reivindicar a vitória em
todas as frentes, uma promessa que será impiedosamente testada
por seu inimigo mortal… e sua própria dúvida.

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Star Wars: Episódio IX: A Ascensão do Skywalker:
Edição Expandida

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Leia o épico capítulo final da saga Skywalker com a novelização


oficial de Star Wars: A Ascensão Skywalker, incluindo cenas
ampliadas e conteúdo adicional não visto nos cinemas! A
Resistência renasceu. Mas, embora Rey e seus companheiros
heróis estejam de volta à luta, a guerra contra a Primeira Ordem,
agora liderada pelo líder supremo Kylo Ren, está longe de terminar.
Assim como a faísca da rebelião está reacendendo, um sinal
misterioso é transmitido por toda a galáxia, com uma mensagem
assustadora: o Imperador Palpatine, há muito pensado derrotado e
destruído, está de volta dos mortos. O antigo Senhor dos Sith
realmente voltou? Kylo Ren corta uma faixa de destruição pelas
estrelas, determinado a descobrir qualquer desafio ao seu controle
sobre a Primeira Ordem e seu destino para governar a galáxia – e
esmagá-la completamente. Enquanto isso, para descobrir a
verdade, Rey, Finn, Poe e a Resistência devem embarcar na
aventura mais perigosa que já enfrentaram. Apresentando cenas
totalmente novas, adaptadas de material nunca visto, cenas
excluídas e informações dos cineastas, a história que começou em
Star Wars: O Despertar da Força e continuou em Star Wars: Os
Últimos Jedi chega a uma conclusão surpreendente.

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Star Wars: Os Segredos Dos Jedi

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Descubra o mundo dos Jedi de Star Wars através desta experiência


de leitura divertida e totalmente interativa. Star Wars: Jediografia é o
melhor guia do universo Jedi para o universo dos Jedi,
transportando jovens leitores para uma galáxia muito distante,
através de recursos interativos, fatos fascinantes e ideias cativantes.
Com ilustrações originais emocionantes e incríveis recursos
especiais, como elevar as abas, texturas e muito mais, Star Wars:
Jediografia garante a emoção das legiões de jovens fãs da saga.

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Star Wars:Thrawn: Alianças

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Palavras sinistras em qualquer circunstância, mas ainda mais


quando proferidas pelo Imperador Palpatine. Em Batuu, nos limites
das Regiões Desconhecidas, uma ameaça ao Império está se
enraizando. Com a sua existência pouco mais que um vislumbre, as
suas consequências ainda desconhecidas. Mas é preocupante o
suficiente para o líder imperial justificar a investigação de seus
agentes mais poderosos: o impiedoso agente Lorde Darth Vader e o
brilhante estrategista grão almirante Thrawn. Rivais ferozes a favor
do Imperador e adversários francos nos assuntos imperiais,
incluindo o projeto Estrela da Morte, o par formidável parece
parceiros improváveis para uma missão tão crucial. Mas o
Imperador sabe que não é a primeira vez que Vader e Thrawn
juntam forças. E há mais por trás de seu comando real do que
qualquer um dos suspeitos. No que parece uma vida atrás, o
general Anakin Skywalker da República Galáctica e o comandante
Mitth’raw’nuruodo, oficial da Ascensão do Chiss, cruzaram o
caminho pela primeira vez. Um em uma busca pessoal
desesperada, o outro com motivos desconhecidos... e não
divulgados. Mas, diante de uma série de perigos em um mundo
longínquo, eles forjaram uma aliança desconfortável, — nem
remotamente cientes do que seus futuros reservavam. Agora,
reunidos mais uma vez, eles se veem novamente ligados ao planeta
onde lutaram lado a lado. Lá eles serão duplamente desafiados, —
por uma prova de sua lealdade ao Império... e um inimigo que
ameaça até seu poder combinado.

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Star Wars: Legado da Força: Traição

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Esta é a era do legado de Luke Skywalker: o Mestre Jedi unificou a


Ordem em um grupo coeso de poderosos Cavaleiros Jedi. Mas
enquanto a nova era começa, os interesses planetários ameaçam
atrapalhar esse momento de relativa paz, e Luke é atormentado
com visões de uma escuridão que se aproxima. O mal está
ressurgindo “das melhores intenções” e parece que o legado dos
Skywalkers pode dar um ciclo completo.A honra e o dever colidirão
com a amizade e os laços de sangue, à medida que os Skywalker e
o clã Solo se encontrarem em lados opostos de um conflito
explosivo com repercussões potencialmente devastadoras para
ambas as famílias, para a ordem Jedi e para toda a galáxia. Quando
uma missão para descobrir uma fábrica ilegal de mísseis no planeta
Aduman termina em uma emboscada violenta, da qual a Cavaleira
Jedi Jacen Solo e o seu protegido e primo, Ben Skywalker, escapam
por pouco com as suas vidas; é a evidência mais alarmante ainda
que desencadeia uma discussão política. A agitação está
ameaçando inflamar-se em total Rebelião. Os governos de vários
mundos estão se irritando com os rígidos regulamentos da Aliança
Galáctica, e os esforços diplomáticos para garantir o cumprimento
estão falhando. Temendo o pior, a Aliança prepara uma
demonstração preventiva de poder militar, numa tentativa de trazer
os mundos renegados para a frente antes que uma revolta entre em
erupção. O alvo modelado para esse exercício: o planeta Corellia,
conhecido pela independência impetuosa e pelo espírito renegado
que fizeram de seu filho favorito, Han Solo, uma lenda. Algo como
um trapaceiro, Jacen é, no entanto, obrigado como Jedi a ficar com
seu tio, o Mestre Jedi Luke Skywalkers, ao lado da Aliança
Galáctica. Mas quando os Corellianos de guerra lançam um contra-
ataque, a demonstração de força da Aliança, e uma missão secreta
para desativar a crucial Estação Central de Corellia; dão lugar a
uma escaramuça armada. Quando a fumaça baixa, as linhas de
batalha são traçadas. Agora, o espectro da guerra em grande escala
aparece entre um grupo crescente de planetas desafiadores e a
Aliança Galáctica, que alguns temem estar se tornando um novo
Império. E, enquanto os dois lados lutam para encontrar uma
solução diplomática, atos misteriosos de traição e sabotagem
ameaçam condenar os esforços de paz a todo momento.
Determinado a erradicar os que estão por trás do caos, Jacen segue
uma trilha de pistas enigmáticas para um encontro sombrio com as
mais chocantes revelações… enquanto Luke se depara com algo
ainda mais preocupante: visões de sonho de uma figura sombria
cujo poder da Força e crueldade lembram a ele de Darth Vader, um
inimigo letal que ataca como um espírito sombrio em uma missão de
destruição. Um agente do mal que, se as visões de Luke
acontecerem, trará uma dor incalculável ao Mestre Jedi e a toda a
galáxia.

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Star Wars: Battlefront II: Esquadrão Inferno

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Após o humilhante roubo dos planos da Estrela da Morte e a


destruição da estação de batalha, o Império está na defensiva. Mas
não por muito. Em retaliação, os soldados imperiais de elite do
Esquadrão Inferno foram chamados para a missão crucial de se
infiltrar e eliminar os guerrilheiros, a facção rebelde que já foi
liderada pelo famoso lutador pela liberdade da República, Saw
Gerrera. Após a morte de seu líder, os guerrilheiros continuaram seu
legado extremista, determinados a frustrar o Império, não importa o
custo. Agora o Esquadrão Inferno deve provar seu status como o
melhor dos melhores e derrubar os Partisans de dentro. Mas a
crescente ameaça de serem descobertos no meio de seu inimigo
transforma uma operação já perigosa em um teste ácido de fazer ou
morrer que eles não ousam falhar. Para proteger e preservar o
Império, até onde irá o Esquadrão Inferno. . . e quão longe deles?
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Star Wars: Catalisador: Um Romance de Rogue One

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A guerra está destruindo a galáxia. Durante anos, a República e os


Separatistas lutaram entre as estrelas, cada um construindo uma
tecnologia cada vez mais mortal na tentativa de vencer a guerra.
Como membro do projeto secreto da Estrela da Morte do Chanceler
Palpatine, Orson Krennic está determinado a desenvolver uma
super arma antes que os inimigos da República possam. E um velho
amigo de Krennic, o brilhante cientista Galen Erso, poderia ser a
chave para a tentativa de vencer a guerra. Como membro do projeto
secreto da Estrela da Morte do Chanceler Palpatine, Orson Krennic
está determinado a desenvolver uma super arma antes que os
inimigos da República possam. E um velho amigo de Krennic, o
brilhante cientista Galen Erso, poderia ser a chave. A pesquisa
focada na energia de Galen chamou a atenção de Krennic e de seus
inimigos, tornando o cientista um peão crucial no conflito galáctico.
Mas depois que Krennic resgata Galen, sua esposa, Lyra, e sua
filha Jyn, de sequestradores separatistas, a família Erso está
profundamente em dívida com Krennic. Krennic então oferece a
Galen uma oportunidade extraordinária: continuar seus estudos
científicos com todos os recursos totalmente à sua disposição.
Enquanto Galen e Lyra acreditam que sua pesquisa energética será
usada puramente de maneiras altruístas, Krennic tem outros planos
que finalmente tornarão a Estrela da Morte uma realidade. Presos
no aperto cada vez maior de seus benfeitores, os Ersos precisam
desembaraçar a teia de decepção de Krennic para salvar a si
mesmos e à própria galáxia.

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Star Wars: Ascensão Rebelde

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Quando Jyn Erso tinha cinco anos, sua mãe foi assassinada e seu
pai foi tirado dela para servir ao Império. Mas, apesar da perda de
seus pais, ela não está completamente sozinha, — Saw Gerrera, um
homem disposto a ir a todos os extremos necessários para resistir à
tirania imperial, acolhe-a como sua e dá a ela não apenas um lar,
mas todas as habilidades e os recursos de que ela precisa para se
tornar uma rebelde.Jyn se dedica à causa e ao homem. Mas lutar ao
lado de Saw e seu povo traz consigo o perigo e a questão de quão
longe Jyn está disposta a ir como um dos soldados de Saw. Quando
ela enfrenta uma traição impensável que destrói seu mundo, Jyn
terá que se recompor e descobrir no que ela realmente acredita… e
em quem ela pode realmente confiar.

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Star Wars: A Alta República: A Luz dos Jedi

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Muito antes da Primeira Ordem, antes do Império ou antes mesmo


da Ameaça Fantasma . . . Os Jedi iluminaram o caminho para a
galáxia na Alta República. É uma era de ouro. Os intrépidos
batedores do hiperespaço expandem o alcance da República para
as estrelas mais distantes, mundos prosperam sob a liderança
benevolente do Senado e a paz reina, reforçada pela sabedoria e
força da renomada ordem de usuários da Força conhecidos como
Jedi. Com os Jedi no auge de seu poder, os cidadãos livres da
galáxia estão confiantes em sua habilidade de resistir a qualquer
tempestade. Mas mesmo a luz mais brilhante pode lançar uma
sombra, e algumas tempestades desafiam qualquer preparação.
Quando uma catástrofe chocante no hiperespaço despedaça uma
nave, a enxurrada de estilhaços que emergem do desastre ameaça
todo o sistema. Assim que o pedido de ajuda sai, os Jedi correm
para o local. O escopo do surgimento, no entanto, é o suficiente
para levar até os Jedi ao seu limite. Enquanto o céu se abre e a
destruição cai sobre a aliança pacífica que ajudaram a construir, os
Jedi devem confiar na Força para vê-los em um dia em que um
único erro pode custar bilhões de vidas. Mesmo enquanto os Jedi
lutam bravamente contra a calamidade, algo verdadeiramente
mortal cresce além dos limites da República. O desastre do
hiperespaço é muito mais sinistro do que os Jedi poderiam
suspeitar. Uma ameaça se esconde na escuridão, longe da era da
luz, e guarda um segredo.

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Star Wars: A Alta República: O Grande Resgate Jedi

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Conheça os nobres e sábios Jedi da Alta República!Quando um


desastre acontece no hiperespaço, colocando o povo de Hetzal
Prime em grave perigo, apenas os Jedi da Alta República podem
salvar o dia! Esse ebook é a forma mais incrível de introduzir as
crianças nessa nova Era da Alta República, pois reconta a história
do Ebook Luz dos Jedi de forma simples e didática para as crianças.
(FAIXA ETÁRIA: 5 a 8 anos)

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Star Wars: A Alta República: Na Escuridão

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Muito antes da Primeira Ordem, antes do Império ou antes mesmo


da Ameaça Fantasma... Os Jedi iluminaram o caminho para a
galáxia na Alta República. Padawan Reath Silas está sendo enviado
da cosmopolita capital galáctica de Coruscant para a fronteira
subdesenvolvida, e ele não poderia estar menos feliz com isso. Ele
prefere ficar no Templo Jedi, estudando os arquivos. Mas quando a
nave em que ele está viajando é arrancada do hiperespaço em um
desastre que abrange toda a galáxia, Reath se encontra no centro
da ação. Os Jedi e seus companheiros de viagem encontram refúgio
no que parece ser uma estação espacial abandonada. Mas então
coisas estranhas começaram a acontecer, levando os Jedi a
investigar a verdade por trás da estação misteriosa, uma verdade
que pode terminar em tragédia...

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Star Wars: A Alta República: Um Teste de Coragem

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Muito antes da Primeira Ordem, antes do Império ou antes mesmo


da Ameaça Fantasma... Vernestra Rwoh é mais nova Cavaleira Jedi
com dezesseis anos, mas a sua primeira missão de verdade parece
muito com ser babá. Ela foi encarregada de supervisionar a
aspirante a inventora Avon Starros, de 12 anos, em um cruzador
rumo à inauguração de uma nova estação espacial maravilhosa
chamada Farol Estelar. Mas logo em sua jornada, bombas explodem
a bordo do cruzador. Enquanto o Jedi adulto tenta salvar a nave,
Vernestra, Avon, o droide J-6 de Avon, um Padawan Jedi e o filho
de um embaixador conseguem chegar a uma nave de fuga, mas as
comunicações acabam e os suprimentos são poucos. Eles decidem
pousar em uma lua próxima, que oferece abrigo, mas não muito
mais. E sem o conhecimento deles, o perigo se esconde na selva…

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Star Wars: A Alta República: Corrida para Torre
Crashpoint

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Outra história emocionante da série mais vendida do New York


Times! A Feira da República está chegando! Visitantes de toda a
galáxia estão viajando para o planeta Valo para um festival enorme
e inspirador que celebra a República. Enquanto os seus
companheiros Valons se preparam para a feira, o Padawan Jedi
Ram Jomaram está se escondendo em seu lugar favorito: uma
garagem suja cheia de peças mecânicas e ferramentas. Mas
quando um alarme de segurança dispara no topo de uma colina
próxima, apelidado de Pico Crashpoint, ele se aventura com o seu
confiável droide V-18 para investigar. Lá, ele descobre que alguém
derrubou a torre de comunicações de Valo, um sinal assustador de
que Valo e a Feira da República estão em perigo. Com certeza,
enquanto Ram corre para avisar os Jedi, os temidos Nihil
desencadeiam um ataque surpresa! Cabe a Ram enfrentar o inimigo
na Torre Crashpoint e enviar um pedido de ajuda à República.
Felizmente, ele está prestes a receber ajuda de novos amigos
inesperados… Não perca todas as aventuras de Star Wars: A Alta
República! (Material indicado para crianças a partir de 8 – 12 anos)

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Star Wars: Velha República: Enganados

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“Nossa hora chegou. Durante trezentos anos nos preparamos;


ficamos mais fortes enquanto você descansava em seu berço de
poder... Agora sua República cairá.”Um guerreiro Sith para rivalizar
com o mais sinistro dos Lordes Sombrios da Ordem, Darth Malgus
derrubou o Templo Jedi em Coruscant em um ataque brutal que
chocou a galáxia. Mas se a guerra o coroasse como o mais sombrio
dos heróis Sith, a paz o transformará em algo muito mais hediondo,
algo que Malgus nunca gostaria de ser, mas não pode parar de se
tornar, assim como ele não pode impedir a Jedi desobediente de se
aproximar rapidamente. O nome dela é Aryn Leneer - e o único
Cavaleiro Jedi que Malgus matou na batalha feroz pelo Templo Jedi
era seu Mestre. Agora ela vai descobrir o que aconteceu com ele,
mesmo que isso signifique quebrar todas as regras da Ordem.

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Star Wars: Thrawn: Traição

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Essa foi a promessa que o Grão Almirante Thrawn fez ao Imperador


Palpatine em seu primeiro encontro. Desde então, Thrawn tem sido
um dos instrumentos mais eficazes do Império, perseguindo os seus
inimigos até os limites da galáxia conhecida. Mas por mais que
Thrawn tenha se tornado uma arma afiada, o Imperador sonha com
algo muito mais destrutivo. Agora, enquanto o programa TIE
Defender de Thrawn é interrompido em favor do projeto
ultrassecreto conhecido apenas como Estrelinha, do Diretor Krennic,
ele percebe que o equilíbrio de poder no Império é medido por mais
do que apenas perspicácia militar ou eficiência tática. Mesmo o
maior intelecto dificilmente pode competir com o poder de aniquilar
planetas inteiros. Enquanto Thrawn trabalha para garantir o seu
lugar na hierarquia Imperial, seu ex-protegido Eli Vanto retorna com
um terrível aviso sobre o mundo natal de Thrawn. O domínio da
estratégia de Thrawn deve guiá-lo através de uma escolha
impossível: dever para com a Ascendência Chiss ou a fidelidade
para com o Império que ele jurou servir. Mesmo que a escolha certa
signifique cometer traição.

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Star Wars: Mestre e Aprendiz

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Um Jedi deve ser um guerreiro destemido, um guardião da justiça e


um erudito nos caminhos da Força. Mas talvez o dever mais
essencial de um Jedi seja transmitir o que aprenderam. Mestre Yoda
treinou Dookan o qual treinou Qui-Gon Jinn; e agora Qui-Gon tem
um Padawan próprio. Mas enquanto Qui-Gon enfrentou todos os
tipos de ameaças e perigos como um Jedi, nada o assustou tanto
quanto a ideia de falhar com seu aprendiz. Obi-Wan Kenobi tem
profundo respeito por seu Mestre, mas luta para entendê-lo. Por que
Qui-Gon deve tantas vezes desconsiderar as leis que obrigam os
Jedi? Por que Qui-Gon é atraído por antigas profecias Jedi em vez
de preocupações mais práticas? E por que Obi-Wan não disse que
Qui-Gon está considerando um convite para se juntar ao Conselho
Jedi - sabendo que isso significaria o fim de sua parceria? A
resposta simples o assusta: Obi-Wan falhou com seu Mestre.
Quando Jedi Rael Aveross, outro ex-aluno de Dookan, solicita sua
ajuda em uma disputa política, Jinn e Kenobi viajam para a Corte
Real de Pijal para o que pode ser sua missão final juntos. O que
deveria ser uma tarefa simples rapidamente se torna obscurecido
por engano e por visões de desastre violento que tomam conta da
mente de Qui-Gon. Conforme a fé de Qui-Gon na profecia cresce, a
fé de Obi-Wan nele é testada - assim como surge uma ameaça que
exigirá que o Mestre e o Aprendiz se unam como nunca antes, ou se
dividam para sempre.

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Star Wars: Legado da Força: Linhagens de Sangue

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Uma nova era de aventuras emocionantes e revelações chocantes


continua a se desenrolar, à medida que a lendária saga Star Wars
avança em um novo território surpreendente. A guerra civil se
aproxima enquanto a incipiente Aliança Galáctica enfrenta um
número crescente de mundos rebeldes... e a guerra que se
aproxima está separando as famílias Skywalker e Solo. Han e Leia
retornam ao mundo natal de Han, Corellia, o coração da resistência.
Os seus filhos, Jacen e Jaina, são soldados na campanha da
Aliança Galáctica para esmagar os insurgentes. Jacen, agora um
mestre completo da Força, tem os seus próprios planos para trazer
ordem à galáxia. Guiado por sua mentora Sith, Lumiya, e com o filho
de Luke, Ben, ao seu lado, Jacen embarca no mesmo caminho que
o seu avô Darth Vader fez uma vez. E enquanto Han e Leia
assistem o seu único filho homem se tornar um estranho, um
assassino secreto emaranha o casal com um nome temido do
passado de Han: Boba Fett. Na nova ordem galáctica, amigos e
inimigos não são mais o que parecem...

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Star Wars: A Sombra da Rainha

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Quando Padmé Naberrie, Rainha Amidala de Naboo, deixa sua


posição, ela é convidada pela rainha recém-eleita para se tornar a
representante de Naboo no Senado Galáctico. Padmé não tem
certeza sobre assumir a nova função, mas não pode recusar o
pedido para servir seu povo. Junto com suas servas mais leais,
Padmé deve descobrir como navegar nas águas traiçoeiras da
política e forjar uma nova identidade além da sombra da rainha.

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Star Wars: Amanhecer dos Jedi - No vazio

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No planeta Tython, a antiga ordem Je'daii foi fundada. E aos pés de


seus sábios Mestres, Lanoree Brock aprendeu os mistérios e
métodos da Força, e encontrou seu chamado como um de seus
discípulos mais poderosos. Mas tão fortemente quanto a Força fluiu
dentro de Lanoree e seus pais, ela permaneceu ausente em seu
irmão, que passou a desprezar e evitar os Je'daii, e cujo
treinamento em seus métodos antigos terminou em tragédia. Agora,
de sua vida solitária como um Patrulheira mantendo a ordem em
toda a galáxia, Lanoree foi convocada pelo Conselho Je'daii em
uma questão de extrema urgência. O líder de um culto fanático,
obcecado em viajar além dos limites do espaço conhecido, está
empenhado em abrir um portal cósmico usando a temida matéria
escura como chave - arriscando uma reação cataclísmica que
consumirá todo o sistema estelar. Porém, mais chocante para
Lanoree do que até mesmo a perspectiva de aniquilação galáctica
total, é a decisão de seus Mestres Je'daii de incumbi-la da missão
de evitá-la. Até que uma revelação surpreendente deixa claro por
que ela foi escolhida: o louco brilhante e perigoso que ela deve
rastrear e parar a qualquer custo é o irmão cuja morte ela lamentou
por muito tempo, e cuja vida ela deve temer agora.

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Star Wars: Thrawn: ASCENDÊNCIA (Livro I – Caos
Crescente)

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Além do limite da galáxia estão as Regiões Desconhecidas:


caóticas, desconhecidas e quase intransitáveis, com segredos
ocultos e perigos em igual medida. E aninhada em seu caos
turbulento está a Ascendência, lar dos enigmáticos Chiss e das
Nove Famílias Regentes que as lideram. A paz da Ascensão, um
farol de calma e estabilidade, é destruída após um ousado ataque à
capital de Chiss que não deixa vestígios do inimigo. Perplexo, a
Ascendência despacha um de seus jovens oficiais militares para
erradicar os agressores invisíveis. Um recruta nascido sem título,
mas adotado na poderosa família de Mitth e que recebeu o nome de
Thrawn. Com o poder da Frota Expansionista em suas costas e a
ajuda de sua camarada Almirante Ar’alani, as respostas começam a
se encaixar. Mas conforme o primeiro comando de Thrawn investiga
mais profundamente a vasta extensão do espaço que seu povo
chama de Caos, ele percebe que a missão que lhe foi dada não é o
que parece.

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Star Wars: A Alta República - Tormenta Crescente

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Os heróis da era da Alta República retornam para enfrentar uma paz


destruída e um inimigo terrível, após os eventos dramáticos de Luz
dos Jedi. Na esteira do desastre do hiperespaço e do heroísmo dos
Jedi, a República continua a crescer, reunindo mais mundos sob
uma única bandeira unificada. Sob a liderança da Chanceler Lina
Soh, o espírito de unidade se estende por toda a galáxia, com os
Jedi e a estação Farol Luz Estelar recentemente estabelecida na
vanguarda. Em comemoração, a chanceler planeja a Feira da
República, será uma vitrine das possibilidades e da paz da
República em expansão, uma paz que os Jedi esperam promover.
Stellan Gios, Bell Zettifar, Elzar Mann e outros se juntam ao evento
como embaixadores da harmonia. Mas à medida que os olhos da
galáxia se voltam para a feira, o mesmo ocorre com a fúria dos Nihil.
O seu líder, Marchion Ro, pretende destruir essa unidade. Sua
Tempestade desce sobre a pompa e a celebração, semeando o
caos e exigindo vingança.

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Star Wars: Velha República – Aniquilação

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O Império Sith está em fluxo. O imperador está desaparecido, dado


como morto, e a tentativa de um ambicioso lorde Sith de tomar o
trono terminou fatalmente. Ainda assim, Darth Karrid, comandante
do temível cruzador de batalha Imperial Lança Ascendente, continua
seus esforços incansáveis para alcançar o domínio Sith total da
galáxia. Mas a determinação implacável de Karrid é mais do que
compatível com a determinação de aço de Theron Shan, cujos
negócios inacabados com o Império podem mudar o curso da
guerra para sempre. Embora filho de uma mestra Jedi, Theron não
exerce a Força... mas, como a sua renomada mãe, o espírito de
rebelião está em seu sangue. Como um importante agente secreto
da República, ele desferiu um golpe crucial contra o Império ao
expor e destruir um arsenal de super arma Sith, o que o torna o
agente ideal para uma missão ousada e perigosa para acabar com o
reinado de terror da Lança Ascendente. Juntamente com a
contrabandista Teff'ith, com quem ele tem uma ligação inexplicável,
e o sábio guerreiro Jedi Gnost-Dural, ex-mestre de Darth Karrid,
Theron deve combinar inteligência e armas com uma tripulação
testada em batalha da escuridão mais fria discípulos secundários.
Mas o tempo é brutalmente curto. E se eles não aproveitarem sua
única chance de sucesso, certamente terão inúmeras oportunidades
de morrer.

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Star Wars – The Clone Wars – Histórias de Luz e
Escuridão

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Um confronto épico entre as forças da luz e das trevas, entre a


República Galáctica e os Separatistas, entre bravos heróis e vilões
brilhantes – o destino da galáxia está em jogo na série de animação
ganhadora do Emmy Award, Star Wars: The Clone Wars. Nesta
emocionante antologia, onze autores que também são fãs da série
trazem histórias de seu programa favorito para a vida. Reunidos
aqui estão momentos memoráveis e aventuras impressionantes, de
tentativas de assassinato a generosidades roubadas, de lições
aprendidas a amores perdidos. Todos os seus personagens
favoritos de The Clone Wars estão aqui: Anakin Skywalker, Yoda,
Obi-Wan Kenobi, Ahsoka Tano, Capitão Rex, Darth Maul, Conde
Dookan e muito mais!

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Star Wars – Tribo Perdida dos Sith: Coletânea de
Histórias

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Finalmente, em um volume único, as oito partes originais da épica


série de e-books Tribo perdida dos Sith… junto com o final explosivo
e nunca antes publicado, Pandemônio, com mais de cem páginas
de novo material! Cinco mil anos atrás. Após uma emboscada Jedi,
a nave mineira Sith Presságio está destruída em um planeta
desconhecido e remoto. Seu comandante, Yaru Korsin, luta contra o
derramamento de sangue de uma facção amotinada liderada por
seu próprio irmão. Encalhados e enfrentando a morte, a tripulação
Sith não tem escolha a não ser se aventurar em seus arredores
desolados. Eles enfrentam inúmeros desafios brutais, predadores
cruéis, pragas letais, tribos que adoram deuses vingativos… e,
como verdadeiros guerreiros Sith, enfrentam-nos com o lado
sombrio da Força. As lutas só estão começando para os orgulhosos
e intransigentes Sith, dirigidos como estão para governar a todo
custo. Eles vencerão os nativos primitivos e encontrarão o caminho
de volta ao seu verdadeiro destino como governantes da galáxia.
Mas à medida que o seu legado cresce ao longo de milhares de
anos, os Sith acabam sendo testados pela ameaça mais perigosa
de todas: o inimigo interno.

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Star Wars – Esquadrão Alfabeto

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O Imperador está morto. A Rebelião é vitoriosa. No rescaldo, Yrica


Quell é apenas um dos milhares de desertores imperiais que vivem
em uma favela de desertores. Incerta sobre o seu lugar na
República contra a qual ela lutou uma vez, ela começou a perder
qualquer esperança de redenção, até que ela seja selecionada para
se juntar ao Esquadrão do Alfabeto. Formados por uma variedade
eclética de pilotos e caças, os cinco membros da Alfabeto são
encarregados pela própria general da Nova República, Hera
Syndulla. A missão deles: rastrear e destruir o misterioso Shadow
Wing, uma força letal de TIE fighters exigindo uma vingança
sangrenta e impiedosa no crepúsculo de seu reinado. Mas passar
de rebeldes menos favorecidos a heróis célebres não é tão fácil
quanto parece. Os rebeldes guerreiros do Esquadrão Alfabeto terão
que aprender a voar juntos para proteger a nova era de paz que
lutaram tanto para conquistar.

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Star Wars - Comandos da República - Contato Hostil

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Enquanto a Guerra dos Clones se enfurece, a vitória ou a derrota


estão nas mãos de esquadrões de elite que assumem as tarefas
mais difíceis na galáxia, soldados frios que vão aonde ninguém mais
iria, para fazer o que ninguém mais poderia... Em uma missão para
sabotar uma instalação de pesquisa de armas químicas em um
planeta controlado pelos Separatistas, quatro soldados clones
operam sob o nariz de seus inimigos. Os comandos estão em menor
número e com menos armas, bem atrás das linhas inimigas, sem
apoio, e trabalhando com estranhos em vez de companheiros de
equipe de confiança. As coisas não melhoram quando Darman, o
especialista em demolições do esquadrão, se separa dos outros
durante a queda do planeta. Mesmo a aparente boa sorte de
Darman em encontrar uma Padawan inexperiente desaparece
quando Etain admite a sua terrível inexperiência. Para os comandos
clones divididos e o Jedi preso, uma longa e perigosa jornada está à
frente, através de um território hostil repleto de escravos
Trandoshanos, Separatistas e nativos suspeitos. Um único passo
em falso pode significar descoberta... e morte. É uma missão suicida
virtual para qualquer um, exceto para os Comandos da República.

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Star Wars - Alta República - Confronto na Feira

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Muito antes das Guerras Clônicas, do Império ou da Primeira


Ordem, os Jedi iluminaram o caminho para a galáxia em uma era
dourada conhecida como Alta República! Este emocionante livro de
histórias colorido traz à vida um confronto épico entre os Cavaleiros
Jedi e seus misteriosos inimigos, os Nihil. Burryaga, o Wookiee
Padawan e seus companheiros Jedi devem salvar o dia! Esse ebook
é a forma mais incrível de introduzir as crianças nessa nova Era da
Alta República, pois reconta a história do Ebook Tormenta
Crescente do ponto de vista do Padawan Jedi Burryaga, que conta
de forma simples e didática para as crianças. (FAIXA ETÁRIA: 6 a 8
anos)

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Star Wars – A Alta República – Fora das Sombras

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Sylvestri Yarrow vive uma maré de azar sem fim. Ela tem feito o
possível para manter o negócio de carga da família em
funcionamento após a morte de sua mãe, mas entre o aumento das
dívidas e o aumento dos ataques dos Nihil a naves desavisados, Syl
corre o risco de perder tudo o que resta de sua mãe. Ela segue para
a capital galáctica de Coruscant em busca de ajuda, mas é desviada
quando é arrastada para uma disputa entre duas das famílias mais
poderosas da República por um pedaço do espaço na fronteira.
Emaranhada na política familiar é o último lugar que Syl quer estar,
mas a promessa de uma grande recompensa é o suficiente para
mantê-la interessada... Enquanto isso, o Cavaleiro Jedi Vernestra
Rwoh foi convocada para Coruscant, mas sem nenhuma ideia do
porquê ou por quem. Ela e seu Padawan Imri Cantaros chegam à
capital junto com o Mestre Jedi Cohmac Vitus e seu Padawan,
Reath Silas, e são convidados a ajudar na disputa de propriedade
na fronteira. Mas por que? O que há de tão importante em um
pedaço de espaço vazio? A resposta levará Vernestra a uma nova
compreensão de suas habilidades e levará Syl de volta ao
passado... e às verdades que finalmente surgirão das sombras.

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Star Wars - A Alta República - A Estrela Cadente

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Uma e outra vez, os invasores viciosos conhecidos como Nihil


tentaram trazer a era de ouro da Alta República a um fim ardente.
Repetidamente, a Alta República emergiu desgastada e cansada,
mas vitoriosa graças a seus protetores Jedi, e não há monumento à
sua causa maior do que o Farol Luz Estelar. Pendurado como uma
joia na Orla Exterior, o Farol encarna a Alta República no ápice de
suas aspirações: um centro de cultura e conhecimento, uma tocha
brilhante contra a escuridão do desconhecido e uma mão estendida
de boas-vindas aos confins do mundo. a galáxia. Enquanto
sobreviventes e refugiados fogem dos ataques do Nihil, o Farol e a
sua tripulação estão prontos para abrigar e curar. Os agradecidos
Cavaleiros e Padawans da Ordem Jedi estacionados lá finalmente
têm a chance de se recuperar, da dor de seus ferimentos e da dor
de suas perdas. Mas a tempestade que eles pensavam ter passado
ainda continua; eles são simplesmente capturados em seus olhos.
Marchion Ro, o verdadeiro mentor dos Nihil, está preparando o seu
ataque mais ousado até agora, um projetado para extinguir a luz dos
Jedi.

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Star Wars - Os Segredos dos Sith

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e você conhecesse o poder do lado sombrio! Descubra os caminhos


dos Sith neste livro infantil emocionante, informativo e totalmente
ilustrado. Junte-se ao Imperador Palpatine, também conhecido
como Darth Sidious, nesta exploração dos Sith e dos aliados
malignos do lado sombrio. Star Wars: Os Segredos dos Sith irá
emocionar os jovens fãs com conhecimento do lado sombrio, obras
de arte incríveis e recursos interativos, como pop-ups, livretos e
inserções de levantar a aba. Experimente o poder do lado sombrio :
Narrado pelo Imperador Palpatine, este livro dará aos jovens leitores
uma visão do poder do lado sombrio. Aprenda sobre alguns dos
maiores vilões do lado sombrio de Star Wars : abrangendo filmes,
programas de televisão, livros, quadrinhos e videogames, Star Wars:
Os Segredos dos Sith narra alguns dos praticantes mais infames do
lado sombrio, incluindo Darth Maul, Conde Dookan, Asajj Ventress,
Darth Vader, o Grande Inquisidor e Kylo Ren. Ilustrações originais
incríveis: Star Wars: Os Segredos dos Sith é um livro infantil
lindamente ilustrado que os leitores vão querer revisitar várias
vezes. Cheio de recursos interativos empolgantes: Pop-ups, folhetos
e inserções de levantar a aba vão emocionar os jovens fãs,
proporcionando uma experiência envolvente enquanto investiga as
histórias sobre os Sith. O complemento perfeito para qualquer
biblioteca virtual de Star Wars : Este lindo ebook encadernado é um
item obrigatório para a coleção de qualquer jovem fã.

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Star Wars - A Alta República – Missão para o
Desastre

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Os Jedi acham que os temidos saqueadores Nihil foram todos


derrotados. O seu líder está fugindo e os seus números diminuíram.
A Cavaleira Jedi Vernestra Rwoh espera que isso signifique que ela
finalmente terá tempo para realmente treinar o seu Padawan, Imri
Cantaros, mas os relatos de um ataque Nihil a Porto Haileap logo
frustram essas esperanças. Pois não só os Nihil que atacaram o
pacífico posto avançado, como também sequestraram a amiga de
Vernestra e de Imri, Avon Starros. Os dois Jedi partiram para Porto
Haileap, determinados a descobrir para onde os Nihil levaram a sua
amiga. Enquanto isso, Avon deve colocar a sua inteligência e
habilidades à prova enquanto luta pela sobrevivência entre os Nihil,
e descobre um plano sinistro. Vernestra e Imri podem encontrar a
sua amiga antes que o desastre aconteça?

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Star Wars - Alta República - Batalha Pelo Farol Luz
Estelar

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Muito antes das Guerras Clônicas, do Império ou da Primeira


Ordem, os Jedi iluminaram o caminho para a galáxia em uma era
dourada conhecida como Alta República! Este emocionante livro de
histórias colorido traz à vida uma outra emocionante aventura no
livro de histórias com heróis Jedi e os seus Padawans enquanto
lutam contra os nefastos vilões Nihil!!

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Star Wars - Alta República - Horizonte à Meia Noite

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Séculos antes dos eventos de Star Wars: A Ameaça Fantasma, na


era da gloriosa Alta República, os Jedi são os guardiões da paz e da
justiça na galáxia! Depois de uma série de perdas impressionantes,
a República parece finalmente ter os vilões saqueadores de Nihil em
fuga, e parece que há luz no fim do túnel. Até que venha a notícia
de um suposto ataque de Nihil ao mundo cosmopolita industrial de
Corellia, bem no Núcleo Galáctico. Enviados para investigar estão
os Mestres Jedi Cohmac Vitus e Kantam Sy, juntamente com os
Padawans Reath Silas e Ram Jomaram, todos travando as suas
próprias batalhas particulares após meses de perigo implacável. Em
Corellia, Reath e Ram encontram um descarado jovem especialista
em segurança chamado Crash, cujo amigo foi uma das vítimas do
ataque Nihil, e eles se unem a ela para se infiltrar na elite de Corellia
enquanto os Mestres buscam caminhos mais diplomáticos. Mas se
disfarçar com Crash é mais perigoso do que qualquer um esperava,
mesmo quando Ram puxa seu amigo Zeen para ajudar com um
estratagema elaborado envolvendo uma estrela pop galáctica. Mas
o que eles descobrem em Corellia acaba sendo apenas uma parte
de um plano maior, que pode levar os Jedi à sua derrota mais
impressionante até agora...

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Star Wars - A Alta República - Executora da
Tempestade

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Mergulhe no mundo cruel de um dos maiores inimigos da Alta


República, a impiedosa Lourna Dee, neste roteiro completo para o
áudio original de Star Wars: Executora da Tempestade. A
tempestade Nihil assolou a galáxia, deixando caos e tristeza em seu
rastro. Poucos de seus invasores são tão cruéis quanto a Executora
da Tempestade Lourna Dee. Ela fica um passo à frente da Ordem
Jedi no comando de uma nave com o nome de um dos monstros
mais mortais da galáxia: ela mesma. Mas ninguém pode fugir dos
defensores da Alta República para sempre. Após a derrota de sua
tripulação, Lourna cai nas mãos dos Jedi, mas não antes de
esconder a sua identidade, tornando-se apenas mais uma
condenada de Nihil. Os seus captores não entendem a fera que
encurralaram. Assim como todos os tolos que ela já enterrou, seu
primeiro erro foi mantê-la viva. Lourna está determinada a
subestimá-la pela última vez. Trancada em uma nave correcional da
República, ela é arrastada pela galáxia para reparar os danos que
ela e seus companheiros Executores da Tempestade infligiram. Mas
enquanto Lourna planeja a sua gloriosa fuga, ela faz alianças que se
aproximam perigosamente das amizades. Fora dos Nihil, separada
da sua infame nave, seu terrível arsenal e seu temido nome, Lourna
deve trilhar seu próprio caminho. Mas isso levará à redenção? Ou
ela emergirá como uma ameaça mais mortal do que nunca?

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Star Wars – Legado da Força – Tormenta

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Enquanto a guerra civil ameaça a unidade da Aliança Galáctica, Han


e Leia Solo enfureceram suas famílias e os Jedi ao se juntarem aos
insurgentes Corellianos. Mas os Solos traçam a linha quando
descobrem o plano dos rebeldes para fazer do Consórcio Hapan um
aliado – que depende dos nobres Hapan assassinarem sua rainha
pró-Aliança e a sua filha. No entanto, a determinação altruísta dos
Solos de salvar a rainha não pode dissipar as consequências
inevitáveis de suas ações que colocarão mãe contra filho e irmão
contra irmã nas batalhas à frente. À medida que os poderes
sombrios de Jacen Solo se fortalecem sob o Jedi Negro Lumiya, e
sua influência sobre Ben Skywalker se torna mais insidiosa, a
preocupação de Luke com seu sobrinho o força a uma luta de vida
ou morte contra seu inimigo mais feroz, e Han e Leia Solo
descobrem ficam à mercê de seu inimigo mais mortal... O filho
deles.

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Star Wars: Irmandade

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As Guerras Clônicas começaram. As fileiras de batalha estão sendo


desenhadas por toda a galáxia. Com cada mundo que se junta aos
Separatistas, a paz guardada pela Ordem Jedi está escorregando
por entre os dedos. Depois que uma explosão devasta Cato
Neimoidia, a joia da Federação do Comércio, a República é culpada
e a frágil neutralidade do planeta é ameaçada. Os Jedi despacham
Obi-Wan Kenobi, uma das mentes diplomáticas mais talentosas da
Ordem, para investigar o crime e manter o equilíbrio que começou a
mudar perigosamente. Enquanto Obi-Wan investiga com a ajuda de
uma heroica guarda Neimoidiana, ele se vê trabalhando contra os
Separatistas que esperam atrair o planeta para a sua conspiração, e
sente a mão sinistra de Asajj Ventress nas brumas que cobrem o
planeta. Em meio ao caos crescente, Anakin Skywalker sobe ao
posto de Cavaleiro Jedi. Apesar da ordem de que Obi-Wan viaje
sozinho, e da insistência de seu ex-mestre para que ele ouça desta
vez, A determinação obstinada de Anakin significa que nada pode
impedi-lo de invadir a festa e trazer um jovem promissor, mas
conflitante. Antes um Padawan de Obi-Wan, Anakin agora se
encontra em pé de igualdade, mas incerto, com o homem que o
criou. O atrito persistente entre eles aumenta o perigo para todos ao
seu redor. Os dois cavaleiros devem aprender uma nova maneira de
trabalhar juntos, e devem aprender rapidamente, para salvar Cato
Neimoidia e seu povo dos incêndios da guerra. Para superar a
ameaça que enfrentam, eles devem crescer além de mestre e
aprendiz. Eles devem permanecer juntos como irmãos.

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Skywalker – Uma Família em Guerra

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Descubra os segredos dos Skywalkers: a família que moldou uma


galáxia muito, muito distante... A história de Skywalker tem tudo:
paixão, intriga, heroísmo e feitos sombrios. Esta biografia reveladora
explora cada reviravolta da dinastia Skywalker: a lenta sedução ao
lado sombrio de Anakin; seu casamento condenado com Padmé
Amidala; o heroísmo de Luke e Leia; a queda e redenção do filho de
Han Solo e da princesa Leia, Ben; e as lutas de sua díade na Força,
Rey. Sem deixar pedra sobre pedra ao traçar as provações e
tribulações da dinastia, esta biografia definitiva da primeira família
de Star Wars explora e explica a história mais profunda e pessoal
dos Skywalkers, seus personagens, motivações e, contra
probabilidades aparentemente impossíveis, seu triunfo final.

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Star Wars – Comandos da República – Triplo Zero

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Após a erupção das sangrentas Guerras Clônicas na batalha de


Geonosis, ambos os lados permanecem em um impasse que só
pode ser quebrado por equipes de guerreiros de elite como o
Esquadrão Ômega, comandos clone com habilidades de combate
aterrorizantes e um arsenal letal... Para o Esquadrão Ômega ,
implantado bem atrás das linhas inimigas, é a mesma velha rotina
de operações especiais: sabotagem, espionagem, emboscada e
assassinato. Mas quando o Esquadrão Ômega é levado às pressas
para Coruscant, o novo ponto de acesso mais perigoso da guerra,
os comandos descobrem que não são os únicos a penetrar no
coração do inimigo. Uma onda de ataques separatistas foi rastreada
até uma rede de células terroristas de Separatistas na capital da
República, planejada por um espião no Quartel General do
Comando. Identificar e destruir uma rede de espionagem e terror
separatista em uma cidade cheia de civis exigirá talentos e
habilidades especiais. Nem mesmo a liderança dos generais Jedi,
juntamente com a assistência do esquadrão Delta e um certo notório
CRA trooper, pode igualar as chances contra os Comandos da
República. E enquanto o sucesso pode não trazer vitória nas
Guerras Clônicas, o fracasso significa derrota certa.

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Star Wars – De um Certo Ponto de Vista – Uma Nova
Esperança

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Em 25 de maio de 1977, o mundo foi apresentado a Han Solo, Luke


Skywalker, Princesa Leia, C-3PO, R2-D2, Chewbacca, Obi-Wan
Kenobi, Darth Vader e uma galáxia cheia de possibilidades. Em
homenagem ao quadragésimo aniversário , mais de quarenta
colaboradores emprestam sua visão a esta releitura de Star Wars .
Cada um dos quarenta contos reimagina um momento do filme
original, mas através dos olhos de um personagem coadjuvante. De
um Certo Ponto de Vista apresenta contribuições de autores mais
vendidos, artistas inovadores e vozes preciosas da história literária
de Star Wars.
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Star Wars: Velha República - Aliança Fatal

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O contrabandista Jet Nebula encontrou um rico tesouro. Os Hutts


querem leiloá-lo pelo maior lance, seja a República ou o Império. O
Alto Conselho Jedi envia um investigador; um Mandaloriano está
perseguindo algo ligado a um crime há muito esquecido; enquanto
um espião joga em todos os lados ao mesmo tempo. No final, o que
Jet descobriu surpreenderá a todos.

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Star Wars: Thrawn: ASCENDÊNCIA (Livro III - O
Mal Menor)

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Por milhares de anos, a Ascendência Chiss tem sido uma ilha de


calma, um centro de poder e um farol de integridade. É liderado
pelas Nove Famílias Governantes, cuja liderança é um baluarte da
estabilidade contra o Caos das Regiões Desconhecidas. Mas essa
estabilidade foi corroída por um inimigo astuto que elimina a
confiança e a lealdade em igual medida. Laços de fidelidade deram
lugar a linhas de divisão entre as famílias. Apesar dos esforços da
Frota de Defesa Expansionista, a Ascendência se aproxima cada
vez mais da guerra civil. Os Chiss não são estranhos à guerra. O
seu status mítico no Caos foi conquistado por meio de conflitos e
atos terríveis, alguns enterrados há muito tempo. Até agora. Para
garantir o futuro da Ascendência, Thrawn mergulhará
profundamente em seu passado, descobrindo os segredos sombrios
que cercam a ascensão da Primeira Família Governante. Mas a
verdade do legado de uma família é tão forte quanto a lenda que a
sustenta. Mesmo que essa lenda seja uma mentira. Para garantir a
salvação da Ascendência, Thrawn está disposto a sacrificar tudo?
Incluindo a única casa que ele já conheceu?

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Star Wars – Cavaleira Errante

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Mil anos antes de Luke Skywalker, uma geração antes de Darth


Bane, em uma galáxia muito, muito distante... A República está em
crise (1032 ABY). Os Sith vagam sem controle, competindo entre si
para dominar a galáxia. Mas uma Jedi solitária, Kerra Holt, está
determinada a derrubar os Lordes das Trevas. Seus inimigos são
estranhos e muitos: Lorde Daiman, que se imagina o criador do
universo; Lord Odion, que pretende ser seu destruidor; os curiosos
irmãos Quillan e Dromika; a enigmática Arcádia. Tantos Sith em
guerra tecendo uma colcha de retalhos de brutalidade, com apenas
Kerra Holt para defender os inocentes pegos sob os pés. Sentindo
um padrão sinistro no caos, Kerra embarca em uma jornada que a
levará a batalhas ferozes contra inimigos ainda mais ferozes. Com
um contra tantos, sua única chance de sucesso está em forjar
alianças entre aqueles que servem seus inimigos, incluindo um
misterioso espião Sith e um general mercenário inteligente. Mas
eles serão seus adversários ou sua salvação? Coruscant, o novo
ponto de acesso mais perigoso da guerra, os comandos descobrem
que não são os únicos a penetrar no coração do inimigo.

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Star Wars – A Esperança da Rainha

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Padmé está se adaptando a ser uma senadora de guerra durante as


Guerras Clônicas. O seu marido secreto, Anakin Skywalker, está
lutando na guerra e se destaca por ser um Jedi de guerra. Em
contraste, quando Padmé tem a oportunidade de ver as vítimas nas
linhas de frente devastadas pela guerra, ela fica horrorizada. As
apostas nunca foram tão altas para a galáxia ou para o casal recém-
casado. Enquanto isso, com Padmé em uma missão secreta, a sua
serva Sabé assume o papel de senadora Amidala, algo que
nenhuma serva faz há muito tempo. No Senado, Sabé fica
igualmente horrorizada com as maquinações que ali acontecem. Ela
fica cara a cara com uma decisão angustiante quando percebe que
não pode lutar uma guerra dessa maneira, nem mesmo por Padmé.
E o Chanceler Palpatine paira sobre tudo isso, manipulando os
jogadores para os seus próprios fins...

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Star Wars – O Vencedor Perde Tudo

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Lando Calrissian não é estranho a torneios de cartas, mas este tem


uma atmosfera verdadeiramente eletrizante. Isso porque o prêmio é
uma escultura rara que vale cinquenta milhões de créditos. Se
Lando não tomar cuidado, ele vai falir, especialmente depois de
conhecer as gêmeas idênticas Bink e Tavia Kitik, ladras mestres que
têm motivos para acreditar que a escultura é falsa. As Kitiks são
fofas, perigosas e determinadas a acertar as coisas, e convenceram
Lando a ajudá-las a expor o golpe. Mas o que eles enfrentam não é
uma simples simples traição, nem mesmo uma traição tripla. É um
jogo de poder completo de proporções colossais. Pois um mentor
invisível detém todas as cartas e tem uma solução à prova de falhas
para cada problema: Assassinato.

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Star Wars – A Sombra do Sith

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O Império está morto. Quase duas décadas após a Batalha de


Endor, os restos esfarrapados das forças de Palpatine fugiram para
os confins da galáxia. Mas para os heróis da Nova República, o
perigo e a perda são companheiros sempre presentes, mesmo
nesta nova era de paz. O Mestre Jedi Luke Skywalker é
assombrado por visões do lado sombrio, predizendo um segredo
sinistro crescendo em algum lugar nas profundezas do espaço, em
um mundo morto chamado Exegol. A perturbação na Força é
inegável… e os piores medos de Luke são confirmados quando o
seu velho amigo Lando Calrissian vem até ele com relatos de uma
nova ameaça Sith. Depois que a filha de Lando foi roubada de seus
braços, ele procurou nas estrelas por qualquer vestígio de seu filho
perdido. Mas cada novo boato leva apenas a becos sem saída e
esperanças desbotadas, até que ele cruza o caminho de Ochi de
Bestoon, um assassino Sith encarregado de sequestrar uma
jovem. Os verdadeiros motivos de Ochi permanecem ocultos para
Luke e Lando. Pois em uma lua ferro-velho, um misterioso enviado
da Eternidade Sith legou uma lâmina sagrada ao assassino,
prometendo que responderá às perguntas que o assombram desde
a queda do Império. Em troca, ele deve completar uma missão final:
retornar a Exegol com a chave para o glorioso renascimento dos
Sith, Rey, a neta do próprio Darth Sidious. Enquanto Ochi persegue
Rey e os seus pais até o limite da galáxia, Luke e Lando correm
para o mistério da sombra persistente dos Sith e ajudam uma jovem
família que corre para salvar suas vidas.

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Star Wars – Boba Fett – Um Homem Prático

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Na superfície, parece apenas mais um contrato de rotina para Boba


Fett e os seus comandos Mandalorianos, mas o cliente misterioso
que os contrata para iniciar uma pequena guerra é mais perigoso do
que qualquer um deles pode imaginar. Quando a força de invasão
Yuuzhan Vong varre a galáxia, os Mandalorianos descobrem que
estão do lado errado, lutando por uma cultura alienígena que trará o
fim da sua própria. Agora Fett tem que escolher entre sua honra e a
sobrevivência de seu povo. Como ele é um homem prático, ele está
determinado a ajudar a resistência a derrotar os Yuuzhan Vong,
mesmo que isso signifique trabalhar com um agente Jedi. O
problema é que ninguém confia em um homem com a reputação de
Fett. Então, convencer a Nova República de que eles estão lutando
do mesmo lado é uma tarefa difícil. Denunciados como traidores, os
Mandalorianos de Fett precisam ficar um passo à frente de seus
pagadores Yuuzhan Vong, e da República que os vê como
colaboradores do inimigo mais destrutivo que a galáxia já
enfrentou...

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Star Wars – Nova Ordem Jedi - Yuuzhan Vong

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Enquanto a Nova República e os Jedi tentam resolver os seus


problemas de convivência, e também tentam resolver pequenas
intrigas entre planetas. Surge algo sombrio e malévolo que nem a
Força consegue perceber. Os Yuuzhan Vong surgem como um
predador de planetas tomando-os e transformando-os. Como a
Galáxia de Star Wars vai derrotar o inimigo mais destrutivo que já
enfrentou? Desvende tudo sobre a raça, planetas, armas, cultura,
história, guerras, mapas, etc... que mudaram o Universo Expandido
Legend de Star Wars para sempre. Esse material vai ser o seu guia
definitivo para toda a série Nova Ordem Jedi.Enquanto a Nova
República e os Jedi tentam resolver os seus problemas de
convivência, e também tentam resolver pequenas intrigas entre
planetas. Surge algo sombrio e malévolo que nem a Força
consegue perceber. Os Yuuzhan Vong surgem como um predador
de planetas tomando-os e transformando-os. Como a Galáxia de
Star Wars vai derrotar o inimigo mais destrutivo que já enfrentou?
Desvende tudo sobre a raça, planetas, armas, cultura, história,
guerras, mapas, etc... que mudaram o Universo Expandido Legend
de Star Wars para sempre. Esse material vai ser o seu guia para
toda a série Nova Ordem Jedi.

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Star Wars – Nova Ordem Jedi - Vetor Primário

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Vinte e um anos se passaram desde que os heróis da Aliança


Rebelde destruíram a Estrela da Morte, quebrando o poder do
Imperador. Desde então, a Nova República lutou bravamente para
manter a paz e a prosperidade entre os povos da galáxia. Mas a
agitação começou a se espalhar; as tensões surgem em surtos de
rebelião que, se não forem controlados, ameaçam destruir o tênue
reinado da República. Nesta atmosfera volátil vem Nom Anor, um
incendiário carismático que aquece as paixões ao ponto de
ebulição, semeando sementes de dissidência por seus próprios
motivos sombrios. Em um esforço para evitar uma guerra civil
catastrófica, Leia viaja com a sua filha Jaina, sua cunhada Mara
Jade e o leal droide de protocolo C-3PO, para conduzir negociações
diplomáticas cara a cara com Nom Anor. Mas ele se mostra
resistente às súplicas de Leia, e, muito mais inexplicavelmente,
dentro da Força, onde um ser deveria estar, estava... espaço em
branco. Enquanto isso, Luke é atormentado por relatos de
Cavaleiros Jedi desonestos que estão fazendo justiça com as
próprias mãos. E então ele luta com um dilema: ele deve tentar,
neste clima de desconfiança, restabelecer o lendário Conselho Jedi?
Enquanto os Jedi e a República se concentram em lutas internas,
uma nova ameaça surge, despercebida, além dos confins da Orla
Exterior. Um inimigo aparece de fora do espaço conhecido,
carregando armas e tecnologia diferente de tudo que os cientistas
da Nova República já viram. De repente, Luke, Mara, Leia, Han Solo
e Chewbacca, junto com as crianças Solo, são lançados novamente
na batalha, para defender a liberdade pela qual tantos lutaram e
morreram. Mas desta vez, toda a sua coragem, sacrifício e até
mesmo o poder da própria Força podem não ser suficientes...

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Star Wars – A Alta República – Trilha do Engano

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Situado no mundo da Alta República, 150 anos antes da narrativa


da Fase I, uma era de mudanças traz novas esperanças e
possibilidades... mas também novos perigos. O planeta da Orla
Exterior Dalna se tornou o foco de uma investigação Jedi sobre um
artefato roubado da Força, e a Zallah Macri e o seu Padawan,
Kevmo Zink, chegam ao mundo pastoral para acompanhar uma
possível conexão com um grupo missionário de Dalnan chamado
Caminho da Mão Aberta. Os membros do Caminho acreditam que a
Força deve ser livre e não deve ser usada por ninguém, nem
mesmo pelos Jedi. Um desses crentes é Marda Ro, uma jovem que
sonha em deixar Dalna para espalhar a palavra do Caminho por
toda a galáxia. Quando Marda e Kevmo se encontram, a sua
conexão é instantânea e elétrica… até que Marda descobre que
Kevmo é um Jedi. Mas Kevmo é tão gentil e ansioso para aprender
mais sobre o Caminho, que ela espera poder convencê-lo da justeza
de suas crenças. O que Marda não percebe é que a líder da Trilha,
uma mulher carismática conhecida apenas como a Mãe, tem uma
agenda própria, que nunca poderá coexistir pacificamente com os
Jedi. Para seguir a sua fé, Marda pode ter que escolher se tornar a
pior inimiga de sua nova amiga... Não perca essas outras aventuras
ambientadas na era da Alta República!

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Star Wars – Star Wars – Episódio I – A Ameaça
Fantasma

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No mundo verde e intocado de Naboo, o Mestre Jedi Qui-Gon Jinn e


seu aprendiz, Obi-Wan Kenobi, chegam para proteger a jovem
rainha do reino enquanto ela busca uma solução diplomática para
acabar com o cerco de seu planeta pelas naves de guerra da
Federação do Comércio. Ao mesmo tempo, em um Tatooine varrido
pelo deserto, um menino escravo chamado Anakin Skywalker, que
possui uma estranha habilidade de entender e “corrigir” as coisas,
labuta durante o dia e sonha à noite, em se tornar um Cavaleiro Jedi
e encontrar uma maneira de conquistar a liberdade pra si e para a
sua amada mãe. Será o encontro inesperado de Jedi, da Rainha e
de um menino talentoso que marcará o início de um drama que se
tornará uma lenda.

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Star Wars - A Alta República - Em Busca da Cidade
Oculta

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Séculos antes das Guerras Clônicas ou do Império, nos primeiros


dias da Alta República, era uma era de exploração em uma galáxia
muito, muito distante… Pilotos ousados traçam novas rotas através
do hiperespaço, enquanto as equipes de Desbravadores fazem
contato com mundos fronteiriços para convidá-los a se juntarem à
República. Quando um droide de comunicações da equipe de
Desbravadores é encontrado flutuando no espaço, danificado e
carregando uma mensagem enigmática, a Cavaleira Jedi Silandra
Sho e a sua Padawan, Rooper Nitani, são enviadas para encontrar
os membros da equipe de desaparecidos. A sua investigação os
leva ao planeta Gloam, um mundo devastado que dizem ser
assombrado por monstros míticos. Os Jedi podem encontrar os
Desbravadores desaparecidos e desvendar o mistério dos
monstros? As respostas estão em uma cidade escondida sob a
superfície do planeta…

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Star Wars – Legado da Força – Exílio

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Na galáxia de Star Wars, o mal está em movimento enquanto a


Aliança Galáctica e os Jedi ordenam as forças de batalha visíveis e
invisíveis, da traição interna desenfreada ao pesadelo da guerra
total. A cada vitória contra os rebeldes Corellianos, Jacen Solo se
torna mais admirado, mais poderoso e mais certo de alcançar a paz
galáctica. Mas essa paz pode ter um preço. Apesar dos
relacionamentos tensos causados por simpatias opostas na guerra,
Han e Leia Solo e Luke e Mara Skywalker permanecem unidos por
uma suspeita assustadora: alguém insidioso está manipulando esta
guerra e, se ele ou ela não for impedido, todos os esforços de
reconciliação podem ser perdidos. por nada. E como visões sinistras
levam Luke a acreditar que a fonte do mal não é outro senão
Lumiya, Lady Sombria dos Sith, o maior perigo gira em torno do
próprio Jacen.

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Star Wars - A Alta República - Convergência

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É uma era de exploração. Os Jedi viajam pela galáxia, expandindo


sua compreensão da Força e de todos os mundos e seres
conectados por ela. Enquanto isso, a República, liderada por seus
dois chanceleres, trabalha para unir os mundos em uma
comunidade cada vez maior entre estrelas próximas e distantes.
Nos planetas de órbita próxima de Eiram e E'ronoh, as dores de
crescimento de uma galáxia com recursos limitados, mas ambição
ilimitada, são sentidas profundamente. O ódio entre os dois mundos
alimentou meia década de conflitos crescentes e agora ameaça
consumir os sistemas circundantes. A última esperança de paz
surge quando os herdeiros das famílias reais dos planetas planejam
se casar. Antes que a paz duradoura possa ser estabelecida, uma
tentativa de assassinato visando o casal leva Eiram e E'ronoh de
volta à guerra total. Para salvar os dois mundos, a Cavaleira Jedi
Gella Nattai se oferece para descobrir o culpado, enquanto a
Chanceler Kyong nomeia o seu próprio filho, Axel Greylark, para
representar os interesses da República na investigação. Mas a
profunda desconfiança de Axel nos Jedi vai contra a fé de Gella na
Força. Ela nunca conheceu um festeiro tão arrogante e privilegiado,
e ele nunca conheceu uma benfeitora mais séria e implacável.
Quanto mais eles trabalham para desvendar a teia sombria da
investigação, mais complicada parece ser a conspiração. Com
acusações voando e inimigos em potencial em cada sombra, a
dupla terá que trabalhar juntos para ter alguma esperança de trazer
a verdade à tona e salvar os dois mundos.

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Star Wars - Mão de Thrawn - Espectro do Passado

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Uma vez que o mestre inquestionável de incontáveis sistemas


solares, o Império está cambaleando à beira do colapso total. Dia a
dia, sistemas neutros estão correndo para se juntar à coalizão da
Nova República. Mas com o fim da guerra à vista, a Nova República
foi vítima de seu próprio sucesso. Uma aliança pesada de raças e
tradições, a confederação agora se encontra dividida por antigas
animosidades. A princesa Leia luta contra todas as probabilidades
para manter a Nova República unida. Mas ela tem inimigos
poderosos. Um ambicioso Moff Disra lidera uma conspiração para
dividir a desconfortável coalizão com uma trama engenhosa para
culpar os Bothanos por um crime hediondo que pode levar ao
genocídio e à guerra civil. Ao mesmo tempo, Luke Skywalker, junto
com Lando Calrissian e Talon Karrde, persegue um misterioso grupo
de navios piratas cujas tripulações consistem em clones. E então
vem a notícia mais surpreendente de todas: o Grande Almirante
Thrawn, que se acredita estar morto há dez anos, é dado como vivo.
O guerreiro mais astuto e implacável da história imperial
aparentemente voltou para liderar o Império ao triunfo. Enquanto
Han e Leia tentam impedir o desmoronamento da Nova República
diante dessa terrível e inexplicável ameaça do passado, Luke decide
rastrear as naves de piratas desonestos. À espreita nas sombras
está o enigmático Major Tierce, um discípulo do Imperador
Palpatine, compartilhando o desejo de poder de seu mestre morto
há muito tempo, educado nos estratagemas tortuosos do próprio
Thrawn e armado com os seus próprios planos sombrios para a
Nova República e o Império.

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Star Wars - A Alta República - Batalha de Jedha

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Em Jedha. As ruas desgastadas deste mundo antigo servem como


uma confluência para a galáxia. Visitado por todos, mas propriedade
de ninguém. Aqui, os Jedi são apenas um credo entre muitos que
adoram e estudam a Força. Dos Guardiões dos Whills ao Caminho
da Mão Aberta, incontáveis seres vêm aprender e compartilhar em
paz. Aqui, os Jedi são apenas um credo entre muitos que adoram e
estudam a Força. Dos Guardiões dos Whills ao Caminho da Mão
Aberta, incontáveis seres vêm aprender e compartilhar em paz.
Enquanto toda Jedha se prepara para o Festival do Equilíbrio, a
galáxia ainda se recupera da violência em Eiram e E'ronoh. Mas
depois de frustrar um plano para intensificar a guerra entre os dois
planetas, os Jedi acreditam que uma paz duradoura pode estar ao
seu alcance. O Mestre Creighton Sun e a Cavaleira Jedi Aida Forte
chegam a Jedha com delegações de ambos os planetas para
encerrar formalmente a “Guerra Eterna”. Os Jedi esperam que a
harmonia das muitas facções de Jedha, juntamente com a
assinatura de um tratado de paz, crie um símbolo para o resto da
galáxia do que pode ser alcançado através da unidade. Mas nem
todos estão felizes com o envolvimento dos Jedi ou prontos para se
preocupar com a paz. Começam a circular rumores de que os Jedi
trazem a guerra em seu rastro. A desconfiança e a raiva que por
tanto tempo alimentaram a Guerra Eterna agora ameaçam
corromper as comunidades de Jedha. Quando a violência irrompe
na lua sagrada, a guerra que deveria terminar em Jedha pode em
breve envolver o mundo inteiro.

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Star Wars Jedi: Cicatrizes de Batalha

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Cal Kestis construiu uma nova vida para si mesmo com a tripulação
do Stinger Mantis. Juntos, a equipe de Cal derrubou caçadores de
recompensas, derrotou inquisidores e até evitou o próprio Darth
Vader. O mais importante, Merrin, Cere, Greez e o fiel droide BD-1
são a coisa mais próxima que Cal teve de uma família desde a
queda da Ordem Jedi. Mesmo com o futuro da galáxia ficando mais
incerto a cada dia, a cada golpe desferido contra o Império, a
tripulação da Mantis se torna mais ousada. No que deveria ser uma
missão de rotina, eles encontram um stormtrooper determinado a
traçar seu próprio curso com a ajuda de Cal e a sua tripulação. Em
troca de ajuda para começar uma nova vida, a desertora Imperial
traz a notícia de uma ferramenta poderosa e potencialmente
inestimável para sua luta contra o Império. E melhor ainda, ela pode
ajudá-los a chegar lá. O único problema, persegui-la os colocará no
caminho de um dos servos mais perigosos do Império, o Inquisidor
conhecido como o Quinto Irmão. A desertora imperial pode
realmente ser confiável? E enquanto Cal e os seus amigos já
sobreviveram a confrontos com os Inquisidores antes, quantas
vezes eles podem escapar do Império antes que sua sorte acabe?

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Star Wars – Darth Maul – Caçador das Sombras

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Depois de anos esperando nas sombras, Darth Sidious está dando


o primeiro passo em seu plano mestre para colocar a República de
joelhos. A chave para o seu esquema são os Neimoidianos da
Federação do Comércio. Então um de seus contatos Neimoidianos
desaparece, e Sidious não precisa de seus instintos afiados pela
Força para suspeitar de traição. Ele ordena que o seu aprendiz,
Darth Maul, cace o traidor. Mas é tarde demais. O segredo já
passou para as mãos do corretor de informações Lorn Pavan, o que
o coloca no topo da lista de alvos de Darth Maul. Então, nos becos
labirínticos e esgotos de Coruscant, capital da República, Lorn cruza
o caminho de Darsha Assant, uma Padawan Jedi em uma missão
para ganhar seu título de Cavaleira. Agora o futuro da República
depende de Darsha e Lorn. Mas como pode uma Jedi inexperiente e
um homem comum, estranho aos caminhos poderosos da Força,
esperar triunfar sobre um dos assassinos mais mortais da galáxia.
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Star Wars - A Alta República - Crônicas dos Jedi

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Pela luz e pela vida. Este guia ilustrado do universo irá mergulhá-lo
na era de ouro dos Jedi, tornando-o obrigatório para os fãs dA Alta
República , bem como para novos leitores que procuram um
emocionante ponto de entrada na saga épica. Situado séculos antes
da Saga Skywalker, este livro é o guia definitivo do universo de Star
Wars: A Alta República, fornecendo uma visão fascinante de uma
época de heróis valentes, monstros aterrorizantes e exploração
ousada. Apresentando ilustrações originais impressionantes, este
livro impressionante é um item colecionável essencial que o
transportará para a era de ouro da galáxia.

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Star Wars – A Alta República – Cataclisma

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Após cinco anos de conflito, os planetas Eiram e E’ronoh estão à


beira de uma verdadeira paz. Mas quando surgem as notícias de um
desastre na assinatura do tratado em Jedha, a violência reacende
nos mundos sitiados. Juntos, os herdeiros reais de ambos os
planetas, Phan-tu Zenn e Xiri A’lbaran, trabalhando ao lado dos Jedi,
descobriram evidências de que o conflito está sendo orquestrado
por forças externas, e todos os sinais apontam para a misterioso
Trilha da Mão Aberto, de quem os Jedi também suspeitam ter
causado o desastre em Jedha. Com tempo, e respostas, escassos,
os Jedi devem dividir seu foco entre ajudar a acabar com a violência
renovada em Eiram e E’ronoh e investigar o Caminho. Entre eles
está Gella Nattai, que se volta para a única pessoa que acredita
poder desvendar o mistério, mas a última pessoa em quem deseja
confiar: Axel Greylark. O filho da Chanceler, preso por seus crimes,
sempre procurou se livrar do peso do nome de sua família. Ele se
reconciliará com os Jedi e os ajudará em sua busca por justiça e
paz, ou abraçará a promessa de verdadeira liberdade da Trilha?
Como todos os caminhos levam a Dalna, Gella e os seus aliados se
preparam para enfrentar um inimigo diferente de qualquer outro que
já enfrentaram. E será preciso toda a confiança deles na Força, e
uns nos outros, para sobreviver.

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Star Wars – A Alta República – Trilha da Vingança

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Esta fascinante continuação de Trilha do Engano encontra as


primas Marda e Yana Ro ligadas pelo sangue, mas separadas pela
fé. Marda e Yana pertencem ao Trilha da Mão Aberta, um grupo
liderado por uma mulher carismática chamada Mãe, que acredita
que a Força não deve ser usada por ninguém. Enquanto Marda se
junta a uma perigosa expedição ao Planeta X em busca de mais
criaturas misteriosas para usar contra os Jedi, Yana se vê formando
uma inesperada aliança com o pai de seu amante morto na tentativa
de arrancar a Trilha do controle da Mãe. Essas duas jovens
enfrentarão uma encruzilhada, forçadas a escolher não só os seus
próprios destinos, mas o da própria galáxia.

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Star Wars – Comandos da República – Verdadeiras
Intenções

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Na luta desesperada do Grande Exército para esmagar os


Separatistas, as missões secretas de operações especiais de seus
guerreiros clones de elite nunca foram tão críticas… ou mais
perigoso. Uma ameaça crescente ameaça a vitória da República, e
os membros do Esquadrão Omega fazem uma descoberta chocante
que abala a sua própria lealdade. À medida que as linhas entre
amigos e inimigos continuam a se confundir, os cidadãos, de civis e
Sargentos a Jedi e Generais, se deparam com um novo inimigo: a
dúvida em seus próprios corações e mentes. A verdade é uma
ilusão frágil e instável, e apenas o inferno que se aproxima revelará
os dois lados em suas verdadeiras cores.

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Star Wars – Colheita Vermelha

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Ao contrário dos outros Jedi marginalizados do Corporação


Agrícola, jovens Jedi cujas habilidades não provaram ser suficientes
- Hestizo Trace possui um extraordinário talento da Força: um dom
com plantas. De repente, sua existência tranquila entre espécimes
de estufas e jardins é violentamente destruída pela chegada de um
emissário de Darth Scabrous. Pois a rara orquídea negra com a qual
ela nutriu e se uniu é o ingrediente final de uma antiga fórmula Sith
que promete conceder a Darth Scabrous seu maior desejo. Mas no
coração da fórmula está um vírus nunca antes visto que é pior do
que fatal, ele não apenas mata, ele transforma. Agora os mortos
apodrecidos e famintos estão se levantando, impulsionados por uma
fome sanguinária por todas as coisas vivas, e comandados por um
Mestre Sith com um desejo insaciável de poder e o prêmio final: a
imortalidade... não importa o custo.

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Star Wars – Linhas de Tempo

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Um companheiro indispensável para todos os fãs de Star Wars, este


ebook de alta qualidade exibe cronogramas visuais que mapeiam
cronologicamente os principais eventos, personagens e
desenvolvimentos e marcam seu significado. Acompanhe conflitos
cruciais ao longo dos anos que afetam a galáxia de maneiras
profundas. Siga o sabre de luz Skywalker enquanto ele passa pelas
gerações e testemunhe a evolução do icônico TIE fighter em
diferentes épocas. Rastreie o movimento dos planos da Estrela da
Morte ao longo dos anos e descubra várias linhas do tempo
ramificadas que dividem batalhas importantes. Veja rapidamente os
eventos essenciais organizados por era e analise os detalhes para
descobrir eventos maiores e menores, datas importantes e
informações fascinantes, tudo organizado cronologicamente.
Examine linhas do tempo intrincadas em quase todas as páginas.

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Star Wars – Legado da Força - Sacrifício

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Uma guerra civil assola a galáxia, enquanto a Aliança Galáctica,


liderada por Cal Omas, e as forças Jedi de Luke Skywalker
batalham contra uma confederação de planetas rebeldes que se
uniram ao lado da Corellia insubmissa. Suspeitos de envolvimento
em um plano de assassinato contra a Rainha Mãe Tenel Ka do
Consórcio Hapes, Han e Leia Solo estão fugindo, perseguidos pelo
próprio filho, Jacen, cujas as táticas cada vez mais autoritárias como
chefe da segurança da Aliança Galáctica têm feito Luke e Mara
Skywalker temerem que o seu sobrinho esteja se aproximando
perigosamente do lado sombrio. Mas enquanto sua família enxerga
em Jacen a arrepiante herança de seu avô Sith, Darth Vader, muitos
dos soldados na linha de frente o adoram e inúmeros cidadãos o
veem como um salvador. A galáxia foi dilacerada por inúmeras
guerras. Tudo o que Jacen quer é segurança e estabilidade para
todos, e ele está disposto a fazer qualquer coisa para alcançar esse
objetivo. Para acabar com o derramamento de sangue e o
sofrimento, qual sacrifício seria grande demais? Essa é a pergunta
que atormenta Jacen. Ele já sacrificou muito, abraçando os
ensinamentos impiedosos de Lumiya, a Lady Sombria dos Sith, que
lhe ensinou que uma vontade forte e um propósito nobre podem
conter os excessos malignos do lado sombrio, trazendo paz e ordem
à galáxia, mas a um preço. Pois há um último teste que Jacen deve
passar antes de poder obter o poder imenso de um verdadeiro
Lorde Sith: ele deve causar a morte de alguém a quem valoriza
profundamente. O que perturba Jacen não é se ele tem a força para
cometer assassinato. Ele se fortaleceu para isso e para coisas
piores, se necessário. Não, a pergunta que perturba Jacen é quem
deveria ser o sacrifício. Conforme os fios do destino se entrelaçam
cada vez mais em uma teia que abrange a galáxia, a resposta
chocante irá despedaçar duas famílias... e lançar uma sombra
escura sobre o futuro.

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Star Wars – Inquisidor - Ascensão da Lâmina
Vermelha

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Padawan Iskat Akaris dedicou sua vida a viajar pela galáxia ao lado
de seu mestre, aprendendo os caminhos da Força para se tornar um
bom Jedi. Apesar da dedicação de Iskat, a paz e o controle
permaneceram indescritíveis e, a cada revés, ela sente que seus
companheiros Jedi ficam mais desconfiados dela. Já incerta sobre
seu futuro na Ordem Jedi, Iskat enfrenta uma tragédia quando seu
mestre é morto e as Guerras Clônicas engolem a galáxia no caos.
Agora general na linha de frente contribuindo para esse caos, ela é
frequentemente lembrada: Confie em seu treinamento. Confie na
sabedoria do Conselho. Confie na Força. No entanto, à medida que
as sombras da dúvida se instalam, Iskat começa a fazer perguntas
que nenhum Jedi deveria fazer: perguntas sobre seu próprio
passado desconhecido. Perguntas que os Mestres Jedi
considerariam perigosas. Conforme os anos passam e a guerra
perdura, a fé de Iskat nos Jedi diminui. Se eles lhe concedessem
mais liberdade, ela tem certeza de que poderia fazer mais para
proteger a galáxia. Se eles confiassem nela com mais
conhecimento, ela poderia finalmente deixar de lado as sombras
que começaram a consumi-la. Quando a Ordem Jedi finalmente cai,
Iskat aproveita a chance de abrir seu próprio caminho. Ela abraça a
salvação da Ordem 66.

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Star Wars – A Princesa e o Canalha

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A Estrela da Morte é destruída. Darth Vader está morto. O Império


está desolado. Mas na lua da floresta de Endor, entre o caos de
uma galáxia em mudança, o tempo parou para uma princesa e seu
canalha. Depois de ser congelado em carbonita e arriscar tudo pela
Rebelião, Han está ansioso para parar de viver sua vida para outras
pessoas. Ele e Leia ganharam seu futuro juntos mil vezes. E quando
ele pede Leia em casamento, é a primeira vez em muito tempo que
ele tem um bom pressentimento sobre isso. Para Leia, uma vida
inteira de lutas não parece ter acabado. Ainda há trabalho a fazer,
penitência para pagar pelo segredo obscuro que ela agora sabe que
corre em suas veias. Seu irmão, Luke, está oferecendo a ela essa
chance, uma que vem com a família e a promessa da Força. Mas
quando Han a pede em casamento, Leia encontra a resposta
imediatamente em seus lábios. . . Sim. No entanto, felizes para
sempre não vem facilmente. Assim que Han e Leia partem de sua
cerimônia idílica para sua lua de mel, eles se encontram no palco
mais grandioso e glamoroso de todos: o Halcyon, uma embarcação
de luxo em uma jornada muito pública para os mundos mais
maravilhosos da galáxia. O casamento deles e a paz e a
prosperidade que ele representa são um para-raios para todos,
incluindo os remanescentes imperiais que ainda se apegam ao
poder. Enfrentando seu momento mais desesperador, os soldados
do Império se dispersaram pela galáxia, se concentrando em
planetas isolados e vulneráveis à sua influência. Enquanto a
Halcyon viaja de mundo a mundo, uma coisa fica bem clara: a
guerra ainda não acabou. Mas à medida que o perigo se aproxima,
Han e Leia descobrem que lutam suas melhores batalhas não
sozinhos, mas como marido e mulher.

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Star Wars – Episódio III – A Vingança dos Sith

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À medida que o combate se intensifica em toda a galáxia, o palco


está montado para um final explosivo: Obi-Wan empreende uma
missão perigosa para destruir o temido líder militar separatista,
General Grievous. O Supremo Chanceler Palpatine continua a
suprimir as liberdades constitucionais em nome da segurança,
enquanto influencia a opinião pública a se voltar contra os Jedi. E
um Anakin conflituoso teme pela vida de seu amor secreto, a
Senadora Padmé Amidala. Atormentado por visões indescritíveis,
Anakin se aproxima cada vez mais do limite de uma decisão que
moldará a galáxia. Resta apenas para Darth Sidious dar o golpe
final avassalador contra a República, e consagrar um novo Senhor
Sith temível: Darth Vader. Baseado no roteiro do último filme da
saga épica de George Lucas, o livro do aclamado autor de Star
Wars, Matthew Stover, estala com ação, captura os personagens
icônicos em toda a sua complexidade e fecha a obra-prima da ópera
espacial com um estilo impressionante.
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Star Wars – Jornada para Star Wars – Os Último Jedi
As Lendas de Luke Skywalker

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Enquanto uma nave de carga atravessa a galáxia em direção a


Canto Bight , os marinheiros a bordo contam histórias sobre o
lendário Cavaleiro Jedi Luke Skywalker. Mas as histórias do icônico
e misterioso Luke Skywalker são verdadeiras ou apenas contos
fantásticos passados de um canto da galáxia a outro? Skywalker é
realmente um herói Jedi famoso, um charlatão elaborado ou mesmo
parte droide? Os marinheiros terão que decidir por si mesmos
quando ouvirem As Lendas de Luke Skywalker.

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Star Wars – Voo de Partida

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Antes do início das Guerras Clônicas, um grupo de Jedi liderado


pelo Mestre Jorus C’baoth pressionou o Senado da República para
financiar um projeto para procurar e contatar vida inteligente fora da
galáxia conhecida. Seis Mestres Jedi, 12 Cavaleiros Jedi e 50.000
funcionários de apoio adicionais embarcaram em uma nave estelar
incrível e partiram em sua aventura… apenas para desaparecer sem
deixar rastros. Este foi o primeiro encontro dos Jedi com os
alienígenas chamados Chiss, e o futuro arqui-inimigo da Nova
República, Thrawn. Mas até Luke Skywalker e a sua esposa Mara
partirem para as Regiões Desconhecidas em Survivor’s Quest, o
destino do Projeto Voo de Partida permaneceu um enigma.

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Star Wars - Contos de Luz e Vida

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Contos emocionantes com personagens favoritos dos fãs da amada


série Alta República, cada um escrito por um autor best-seller do
New York Times. Os autores da Alta República compartilham contos
imperdíveis que conectam Fases, resolvem mistérios e oferecem
dicas tentadoras do que está por vir. Junte-se novamente às
aventuras dos Jedi e Padawans, Desbravadores e membros da
Trilha, heróis e vilões antes do lançamento da Fase III.

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Star Wars - Nova Ordem Jedi - Rumo Sombrio I -
Ofensiva

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É um momento perigoso para a Nova República. Justamente


quando a unidade é mais necessária, a desconfiança aumenta. Até
os Jedi sentem a tensão, à medida que elementos rebeldes se
rebelam contra a liderança de Luke. Quando invasores alienígenas
conhecidos como Yuuzhan Vong atacam sem aviso, a Nova
República fica na defensiva. Guerreiros impiedosos, a glória de
Yuuzhan Vong na tortura. A tecnologia deles é tão estranha quanto
mortal. O mais sinistro de tudo é que eles são imunes à Força.
Agora Luke deve exercer todos os poderes incríveis de um Mestre
Jedi para derrotar a ameaça mais grave desde Darth Vader.
Enquanto Leia e Gavin Darklighter lideram refugiados desesperados
em uma retirada de combate das forças de Yuuzhan Vong, Mara
Jade, Anakin, Jacen e Corran Horn são testados como nunca antes
por um inimigo implacável e sem rosto determinado a sufocar para
sempre a luz da Nova República. uma mortalha do mal mais
sombrio...

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Star Wars [Jornada para Star Wars - A Ascensão
Skywalker] Colecionador da Força

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Karr é um adolescente como muitos outros na galáxia. Ele vai à


escola, ajuda os pais nos negócios da família, gosta de speeders e
droides. Mas Karr também tem um segredo: quando toca em certos
objetos, ele sente fortes dores de cabeça e desmaia. E junto com a
dor às vezes vêm visões de pessoas que ele não conhece e de
lugares onde nunca esteve. Os pais de Karr temem que ele esteja
doente; sua avó está convencida de que as visões vêm da Força.
Mas já se passaram anos desde que alguém ouviu falar do último
Jedi, Luke Skywalker. Sobrou algum Jedi para guiar Karr no uso de
suas habilidades? Alguém está disposto a falar sobre os Jedi e o
que aconteceu com eles, à medida que sua memória continua a
desaparecer e a Primeira Ordem surge? Preso em seu isolado
planeta natal, Karr se torna um colecionador de artefatos históricos,
na esperança de um dia encontrar um objeto que lhe dê uma visão
sobre os segredos dos Jedi.Quando sua avó morre e os seus pais
anunciam que vão mandá-lo para uma escola no outro lado do
planeta, Karr chega ao limite. Ele precisa saber o que seu destino
reserva e se os Jedi estão envolvidos. Acompanhado por Maize, a
nova garota rude e imprevisível da escola com ligações com a
Primeira Ordem, e RZ-7, o solícito companheiro droide de Karr, ele
parte para a galáxia maior para descobrir a verdade. Suas aventuras
o levarão de Utapau a Jakku, a Takodana e além, enquanto ele
aprende mais sobre os Jedi do que poderia esperar... e sobre seu
próprio lugar na Força.

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Star Wars – A Alta República – Olho da Escuridão

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A galáxia está dividida. Após a chocante destruição do Farol Luz


Estelar, os Nihil estabeleceram uma barreira impenetrável chamada
Muralha de Tempestade ao redor de parte da Orla Exterior, onde
Marchion Ro governa e os seus seguidores causam estragos a seu
bel-prazer. Os Jedi presos por trás das linhas inimigas, incluindo
Avar Kriss, devem lutar para ajudar os mundos saqueados pelos
Nihil, enquanto ficam um passo à frente dos saqueadores e os seus
terrores Inomináveis. Fora da chamada Zona de Oclusão dos Nihil,
Elzar Mann, Bell Zettifar e outros Jedi trabalham junto à República
para alcançar os mundos que foram isolados do resto da galáxia.
Mas cada tentativa de romper a Muralha de Tempestade falhou, e
até a comunicação através da barreira é impossível. Os fracassos e
as perdas pesam muito tanto para Elzar quanto para Bell, enquanto
procuram desesperadamente por uma solução. Mas mesmo que as
forças da República e dos Jedi consigam romper a Muralha de
Tempestade, como os Jedi podem se defender contra as criaturas
Inomináveis que se alimentam da conexão dos Jedi com a Força? E
que outros horrores Marchion Ro tem guardados? À medida que a
desesperança cresce tanto para os Jedi quanto para a República,
qualquer esperança de reunir a galáxia pode estar prestes a se
extinguir completamente…

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