Você está na página 1de 62

VENÇA OS BOLETOS

TIRE SUAS DÚVIDAS PARA SAIR DAS DÍVIDAS


O fato de você estar aqui significa duas
coisas.

A primeira: você gasta mais do que ganha.

E a segunda: você é a maioria.

Três a cada quadro brasileiros estão


endividados, mostra pesquisa. Isso significa
que apenas uma pequena parcela da
população tem uma vida financeira em
equilíbrio, e pasme: não quer dizer que elas
são ricas.

Até pessoas que ganham muito bem podem


ter uma péssima relação com o dinheiro e
caírem em escolhas ruins.

Ter uma vida financeira saudável é mais sobre


autoconhecimento, autocontrole e
organização do que a quantidade de dígitos
que o seu salário tem.
Se você está aqui porque entrou em um
financiamento sem ler todas as cláusulas,
contratou um serviço e não leu o contrato, fez
uma compra sem pensar nas consequências
ou simplesmente não sabe o motivo de estar
no vermelho todo mês, quero dizer que as
escolhas já foram feitas e não adianta mais se
desgastar se culpando.

Isso só vai te afundar ainda mais. O que você


precisa agora é entender que sair desse
cenário requer tempo, foco e dedicação.

Mas para isso precisamos também de


conhecimento e você já está dando esse
primeiro passo. Cada capítulo desse Ebook
será importante para a sua nova jornada que
está sendo traçada.

Antes de sair das dívidas, precisamos sair das


dúvidas! Vamos lá?
TERMO DE COMPROMISSO E
RESPONSABILIDADE

Eu, _______________________, declaro que


a partir de hoje assumo inteiro
comprometimento com minha saúde
financeira. Disposto a melhorar, declaro que
farei de tudo para que minhas escolhas sejam
mais responsáveis e que colocarei em
práticas os ensinamentos aprendidos neste
guia.

___ de ______ de 20__

_______________________
Assinatura
ÍNDICE

A RELAÇÃO COM O DINHEIRO: EMOCIONAL 01

AUTOCONHECIMENTO:
VOCÊ CONSCIENTE DAS SUAS ESCOLHAS 02

ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA 03

SAINDO DA CRISE 04

RENDA EXTRA 05

CONSIDERAÇÕES FINAIS 06
A RELAÇÃO COM O DINHEIRO:
EMOCIONAL

O mundo tem uma base de conhecimento


filosófico que separa de forma radical a
“razão” da “emoção”. Entendemos como
pensamento e decisão racional aquela tomada
de maneira fria, analítica e lógica, enquanto a
emocional é aquela recebida de forma
impulsiva e sem credibilidade.
Hoje, as áreas de neurociência, economia
comportamental e psicologia nos trazem
estudos que mostram os problemas causados
pela divisão dessas duas características
puramente humanas.

Um caso hospitalar relatado pelo


neurocientista Guilherme Brockington nos traz
um paciente que, por uma lesão cerebral,
acaba possuindo de forma contínua a divisão
desses dois sistemas.

As pesquisas em torno desse paciente


mostram dificuldades em novos aprendizados
e tomadas de decisões ruins na vida pessoal
e em testes de laboratório.
Logo, a “razão” e a “emoção” funcionam de
forma integrada, e as melhores decisões
financeiras são tomadas quando ambas se
encontram em equilíbrio.

Agora você deve estar se perguntando “Então


não somos seres racionais?”

Nós respondemos aos estímulos externos


com emoção, é assim que entendemos e
interagimos com o mundo a nossa volta.
Por isso, somos, sim, seres emocionais e
impulsivos por natureza.

Emoção significa “colocar em movimento”, e


nenhum objetivo que traçarmos a longo ou
curto prazo será alcançado se não tivermos
esse combustível.

A razão age, apenas, como um conjunto de


estratégias para que nossas vontades se
manifestem da melhor forma.

Imagine que você odeie a ideia de dirigir. Mas


considerando a sua rotina, comprar um
automóvel é uma necessidade. Essa compra
representa um compromisso de médio prazo,
leva de 2 a 5 anos para adquirir um carro, seja
para poupar e pagar à vista ou financiar o
valor e quitá-lo a prazo. Qual a probabilidade
de você concluir essa meta?

Agora se o objetivo for fazer uma


reorganização financeira para incluir nos seus
gastos mensais um valor para aplicativos de
transporte, não se torna mais possível e
menos desgastante?

Mesmo que demore um tempo, você com


certeza terá mais disciplina e ânimo, e não
deixará qualquer outra “vontade” passar por
cima e tirar seu foco.

Perceba, com esse exemplo, que a razão


entra no jogo para guiar nosso desejo com
mais precisão. Mas para conseguir isso,
acima de tudo, devemos nos conhecer!

E é sobre isso que vamos falar agora.


AUTOCONHECIMENTO: VOCÊ
CONSCIENTE DAS SUAS
ESCOLHAS

Você, caro leitor, acha que tem consciência


das suas tomadas de decisões financeiras?

A área da psicologia já diz há anos: as nossas


escolhas nunca são inteiramente conscientes.
Segundo especialistas, apenas 5% do nosso
cérebro atua como parte consciente. Os
outros 95% são totalmente dominados pela
nossa inconsciência. Ou seja, por mais que
não pareça, a maior parte das nossas
escolhas fazemos sem saber muito bem o
porquê.

Vamos fazer um exercício?

Imagine que você tem duas opções:

Qual opção você escolhe?

A) 1 pirulito agora
B) 2 pirulitos em 1 mês

Mas e se fosse...

A) 1 pirulito em 12 meses
B) 2 pirulitos em 13 meses

E agora? Qual escolheria?


Você deve ter percebido: nossa tendência é
procurar satisfações imediatas.

Esse piloto automático e impulsivo existe


dentro de nós em todas as áreas da vida, e
por vezes, nos fazem cair em armadilhas
como algumas dívidas.

Você já realizou alguma compra e depois de


um tempo pensou “Por que eu comprei isso?”;
ou até mesmo “Como deixei a fatura desse
cartão de crédito ficar tão alta?”

Mas calma, não sejamos tão duros com nós


mesmos. Todo esse sistema de recompensa
tem uma função extremamente importante
para nós que vai além de sentir prazer e
deixar a vida linda e emocionante.

É por causa dele que conseguimos levantar


da cama todos os dias, e existe
instintivamente para auxiliar na nossa
sobrevivência como espécie.
E para frear esses impulsos, temos uma parte
do cérebro chamada “cortéx pré-frontal”, essa
área nos oferece a capacidade de ponderar,
analisar e traçar alternativas para não sermos
refém dos nossos desejos.

É assim que conseguimos trazer nossas


escolhas para a consciência:

Primeiro de tudo, evite as frases justificativas!

“Ah, eu mereço...”

“Porque a vida é agora!”

“Eu trabalho tanto pra quê?”

“Nem vou sentir a parcela!”

“Nem sei se vou estar vivo amanhã!”

“O importante é ser feliz!”

Quando repetimos essas palavras, mandamos


uma mensagem para nosso cérebro dizendo
que está tudo bem se fizermos aquela
escolha, mesmo que ela esteja errada.
Afinal de contas, não justificamos um acerto.

Segunda dica:

Eu sei, e você também já sabe: Nós somos


emocionais.

Sabe quem mais sabe disso? O mercado.

E usa de gatilhos e estratégias para que você


compre mais. Para não ser tão suscetível a
isso, você precisa de novos hábitos. O
primeiro deles é o orçamento doméstico.
ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

“Eu tenho tudo na cabeça!”

Antes de começar esse capítulo, esqueça


para sempre a frase acima.

Ter um orçamento doméstico eficaz é, para os


nossos gastos, o que os olhos são para o
nosso corpo.

Se você tem o costume de gastar enquanto


faz o controle pelo saldo disponível na sua
conta bancária, quer dizer que provavelmente
vive um desequilíbrio orçamentário e cai em
dívidas facilmente.

Agora se você procura ter uma certa disciplina


e tenta controlar as dívidas, mas não se
organiza bem o suficiente para tornar possível
sobras regulares, chega até ser pior. É como
se organizasse o descuido.
A sobra é fundamental para sua qualidade de
consumo, permite respostas rápidas às
emergências e viabiliza lazeres e pequenos
luxos, pois o supérfluo não deixa de ser
importante para nós.

Por isso, você deve ter um conhecimento


detalhado do seu consumo mensal em mãos.
Dessa forma, você será capaz de analisar o
que está sendo feito, refletir sobre suas
prioridades, comparar com os outros meses, e
agir quando for preciso.

Não importa como você fará: no caderno, em


planilha eletrônica como o Excel, no celular,
em uma folha A4. O importante é que você
faça!
Abaixo, um exemplo de como você fará esse
controle:

Receitas (Salário, outros) R$ 2.200

Parcela 1 (dívida curto prazo): R$ 250


celular
Parcela 2 (dívida longo prazo): R$ 780
financiamento
Saldo disponível para despesas R$ 1.170
do mês

Alimentação R$ 300
Animais de estimação R$ 50
Educação R$ 300
Lazer e diversão R$ 120
Moradia (água, luz, telefone, etc) R$ 400
Saúde e bem estar R$ 140
Transporte R$ 120
Vestuário R$ 50
Outros R$ 90
Saldo do mês (Sobra ou falta de R$ -400
dinheiro)
Você pode usar essa tabela e editar de acordo
com sua realidade. Preenche e volte aqui!

E então, como foi?

Listar os gastos como acabamos de fazer é


fundamental, mas a prática do orçamento vai
além de fazer contas de subtração, pois só
isso não evitará a dívida. Além disso você
deve:

1. Registrar suas despesas diárias

Anotar os gastos ou guardar comprovantes


fará com que você não se perca do que foi
definido para o mês. Além de visualizar novas
necessidades para uma futura reorganização
no seu orçamento. Existem diversos
aplicativos no celular para facilitar esse
processo.
2. Conheça seu consumo

Um dos primeiros passos para organizar o


orçamento com qualidade é ter a noção do
seu padrão de consumo. Você sabe, por
exemplo, quanto gasta com roupa no ano? Se
dividisse esse valor por mês, quanto ficaria?

Se tem filho, quanto gasta no mês com cada


um? E aplicativos de delivery? Quanto
consome no mês?

Faça esses levantamentos e poderá se


surpreender.
3. Compare seu consumo ao longo do
tempo

Lembra do que eu disse anteriormente sobre


o nosso orçamento ser para os nossos gastos
o que os olhos são para o corpo? Ter o
registro mensal dos seus consumos fixos e
variáveis vai te permitir observar a evolução
do seu consumo ao longo do tempo, inclusive
do abatimento de dívidas. Essa informação é
crucial para tomadas de decisões mais
estratégicas, isto é, maiores e mais
impactantes para a sua vida.
4. Reflita!

Não tenha medo de pensar!

As dívidas e os gastos não se tornarão


menores se nós simplesmente fingirmos que
eles não existem. Refletir sobre suas escolhas
financeiras é uma prática extremamente
saudável para o seu dinheiro. Bote a mão no
queixo, faça aquela cara de paisagem e
pense:

“Será que ainda vale a pena continuar


gastando com isso?”
“Se eu trocar esse consumo por outro, não
terei mais qualidade?” Crie um novo plano de
ação, reorganize seu orçamento e recomece.

5. Disciplina nas novas escolhas

Ao traçar seu planejamento, cedo ou tarde


você precisará fazer novas escolhas, e a
disciplina é a chave desse processo. Você
não se livrará das dívidas e nem evitará de
cair em novas se você não exercitar essa
habilidade. É seguir as regras estabelecidas
por você mesmo! Uma dica interessante é,
sempre que você perceber que está indo
contra o combinado no orçamento, pense em
tudo de ruim que poderá acontecer. Imaginar
o pior cenário pode ajudar você a voltar para a
realidade e esquecer aquele desejo
passageiro e fugir do orçamento.

6. Automotivação: simular as
consequências

É difícil se esforçar tanto para estruturar um


orçamento eficaz, mas quando conseguimos
estimar o resultado de toda essa disciplina,
sentimos o gosto antecipado dessa
recompensa.

Use isso de motivação e veja quanto terá


abatido das suas dívidas ao final do ano. Ou
quanto terá de patrimônio e poupança durante
um determinado período. Isso te dará forças
para continuar cuidando da sua saúde
financeira.

7. O sacrifício é uma realidade

Adie o conforto do presente em detrimento do


conforto do futuro. Os luxos e lazeres são
muito importantes para nossa vida, sim! Mas
sacrificá-los fará parte da sua rotina até você
se recuperar financeiramente. Você precisará
fazer cortes.

Ao invés de pagar uma academia, faça


caminhadas perto da sua casa. No lugar de
gastar em restaurantes, invista na culinária e
aprenda a fazer seus pratos favoritos.
Esse passo vai precisar de uma resiliência
mental para ser posto em prática, a luta é
contra você mesmo.

8. Tabela de vencimentos

Começamos esse capítulo enfatizando que a


frase “Eu tenho tudo na cabeça!” não existe!

É muito interessante manter à vista as datas


de vencimento dentro de cada mês.

Se torna, também, bastante útil para nos


programarmos em situações de férias ou até
mesmo de possíveis internações hospitalares.
Com a vida corrida que levamos hoje é
impossível memorizar todas as datas de
vencimento do que consumimos no mês.

Na próxima página, veja um exemplo de como


você pode criar essa tabela e não pagar juros
indevidamente.

Preencha, imprima e cole em um lugar


próximo. Será muito útil!
SAINDO DA CRISE

Certo, você sabe que tem uma dívida. Mas


você tem noção do tamanho dela?

Conhecer nosso inimigo é o primeiro passo


antes de criar estratégias para derrubá-lo.
Às vezes, por não sabermos o impacto que
pode nos causar, acabamos protelando um
dever que poderíamos cumprir.

Se você tem, por exemplo, R$500,00 de


crédito rotativo (juros aplicados na fatura de
quem atrasa o cartão de crédito) do qual a
taxa é, em média, 12,52% ao mês, em 1 ano
esse valor sobe para R$2.059,33. E em 5
anos atinge a quantia absurda de R$
592.588,77.

Ou seja, em 5 anos você passa a dever mais


de meio milhão de reais!

Por isso, para conhecer o mar que estamos


mergulhando, é importante, também, que você
busque um conhecimento básico de
matemática financeira. Dessa forma, você
poderá evitar armadilhas.

Você já aprendeu a como gerir um orçamento


com qualidade, agora iremos construir nosso
plano de ação para sair da crise.
1. A união faz a força: novos hábitos

Os cortes nos gastos precisarão ser feitos,


mas não adianta mudar o comportamento de
uma só pessoa. A sua família ou quem mora
com você deve fazer parte desse processo.

Afinal de contas, as dívidas podem ter sido


adquiridas para suprir algum anseio ou
necessidade de todos da casa.

Logo, a primeira coisa que você deve fazer é


estabelecer reuniões para conversar sobre o
orçamento familiar, pois todos devem estar
envolvidos. Falar sobre a situação financeira é
essencial para o lar e todos devem estar a
par.

Isso é excelente para um motivar o outro


quando for preciso e o sentimento de trabalho
em equipe vai ajudar no alcance dos
objetivos.

Você pode liderar a reunião e começar


incentivando a reflexão de todos sobre seus
próprios padrões de consumo, fazendo-os
pontuar onde ocorrerão excessos e traçando
metas para eliminá-los ou reduzi-los.

Passe de maneira positiva que vocês irão


precisar estancar a saída de dinheiro. Mas
que esse esforço será temporário e fará muito
bem para todos em breve!

Nunca esqueça que vocês devem se unir para


isso, então nada de cabeça baixa!

Se tiver criança em casa, faça-a encarar como


uma gincana e bote a mão na massa.
Abaixo, algumas sugestões de como fazer
esses cortes:

 Esqueça as compras parceladas. Se


precisar adquirir algo, experimente o
mercado de usados. Faça uma boa
pesquisa e achará coisas excelentes
para consumo. Não compre nada se
não for necessidade básica.
 Diminua sua conta de luz. Determine
uma quantidade máxima de horas por
dia para uso da televisão e computador
e experimentem jogar cartas ou investir
em jogos de tabuleiro para passar o
tempo. Que tal uma boa leitura? Além
disso, diminua o termostato da
geladeira e elimine o ar condicionado.
Se possuir, troque por um ventilador
(as marcas Cadence e Mondial são as
que consomem menos energia).
 Elimine o micro-ondas. O gás é mais
barato, apesar de demorar mais para
aquecer os alimentos. Com isso, você
elimina também a compra de alimentos
prontos e passa a cozinhar mais.
Economiza, rende mais, e pode ser
uma prática para reunir a família e ter
um momento especial.
 Lembre-se, por um tempo, será
necessário ser radical, então
interrompa o curso de idiomas, existem
materiais gratuitos disponíveis na
internet para impressão. O site Kultivi
disponibiliza diversos cursos de
idiomas gratuitos e com certificado
válido em todo território nacional.
Corte a academia, experimente fazer
exercícios funcionais em casa ou fazer
caminhadas. Se tiver carro, venda-o e
compre uma bicicleta, faz muito bem
pra saúde. Se a distância dos seus
compromissos for muito longe, escolha
o ônibus sem pensar duas vezes!
 Compre roupas e calçados em
brechós. Com isso você poderá fazer
uma economia absurda e não é
vergonha para ninguém. Vergonha é
continuar atolado nas dívidas e não ter
coragem de baixar o padrão de vida.
No brechó você pode encontrar roupas
de R$70,00 por R$10,00 em ótimo
estado para consumo! Pesquise os
brechós de sua região. Uma boa opção
também é fazer essa compra em lojas
como Shein e Shopee, as peças são
novas e muito mais baratas do que nas
lojas convencionais de shopping.
 Repense seu aluguel e cogite a
possibilidade de se mudar para um
lugar mais em conta.
 Se tiver um celular muito sofisticado e
caro, pense em trocá-lo também.
Adquira um seminovo, os celulares da
linha Xiaomi são referências em custo-
benefício, por exemplo. Ter um celular
mais barato também te protege de
imprevistos de manutenção. Celulares
mais caros geralmente são mais
custosos para eventuais consertos.

São incontáveis opções para economizar


ajustando seu padrão de vida, mas você
terá que ter força de vontade e foco para
isso! Entenda que é necessário.
2. Listando as dívidas

Sejamos realistas, não vamos conseguir


matar todos os coelhos com uma cajadada só.
É preciso estabelecer um alvo, listar as
dívidas que você possui e calcular qual a mais
fácil para você pagar.

Aqui, estamos tratando das dívidas em atraso,


e não aquelas obtidas conscientemente que
cabem com folga no seu orçamento.

Abaixo, uma sugestão de planilha para você


preencher e analisar.
3. Renegocie

Não esqueça das dívidas, elas só vão


aumentar. Quando os bancos fecham o
balanço do ano, eles já consideram aquilo que
não receberam de você como prejuízo.
Recuperar qualquer quantia daquilo que você
deve, já é lucro para eles!

Entre em contato com seu banco logo e


negocie! O período com mais oportunidades
de conseguir grandes descontos são os
meses de novembro e dezembro, devido ao
pagamento do 13º salário, Black Friday e
Feirões de bancos e grandes empresas para
quitar dívidas dos seus consumidores, como
acontece no Feirão Serasa Limpa Nome. Não
perca tempo!
4. Troque sua dívida por outra

Isso mesmo. Trocar sua dívida por outra


menor pode ser a melhor solução para você.
Você pode sanar um débito através de um
crédito com juros mais baixos.

Claro que essa não é uma fórmula mágica,


mas com certeza vai te ajudar a aliviar seus
gastos com a quitação das parcelas.

Quer um exemplo? Voltemos a situação


exposta no início do capítulo:
Dívida Taxa de Em 1 ano Em 5 anos
(Crédito Juros
Rotativo)
R$500,00 12,52% R$2.059,33 R$592.588,77
ao mês

Se você contrata um Empréstimo Consignado


(que é uma modalidade de crédito com juros
mais baixos), para pagar essa dívida, o seu
cenário se torna esse:

Dívida Taxa de Em 1 ano Em 5 anos


(Consignado) Juros
R$500,00 2,53% R$674,81 R$2.238,86
ao mês

Você vê a vantagem? Esse é apenas um


exemplo, se você não se encaixar no grupo de
pessoas que pode usufruir desse tipo de
crédito (aposentados e pensionistas do INSS,
funcionários de empresas públicas municipais,
estaduais ou federais e trabalhadores com
carteira assinada em que a empresa possui
convênio com alguma instituição financeira),
não tem problema! Existem outras opções:

O Empréstimo Pessoal, por exemplo, pode ser


um excelente aliado e apresentar vantagem
nessa troca, principalmente se a dívida
principal for do cartão de crédito ou cheque
especial, que possuem os juros mais altos do
mercado.

Na modalidade de Empréstimo com Garantia,


você utiliza os seus bens (regularizados e
quitados no seu nome) como garantia, ou
seja, caso não paga, pode ser tomado pela
instituição financeira. Com isso, as parcelas
mais baratas, juros menores e prazos mais
longos para se pagar.

Além disso, existe a Portabilidade de Crédito.


Que é o ato de transferir suas dívidas para um
banco com taxas mais vantajosas. Segundo o
BACEN (Banco Central do Brasil) não se pode
fazer cobranças nas operações de
transferência de dívida.

É só entrar em contato com seu banco e pedir


dados do contrato e da dívida, do qual são
obrigados a fornecerem. E então, é só ir em
busca de opções melhores.
5. Cuide de você

Essa é a parte mais importante dessa jornada.


Você provavelmente se arrepende de
decisões do passado, mas não seja tão duro
consigo. Isso não vai te disciplinar, só vai te
colocar para baixo e te impedir de ter forças
para manter os cortes orçamentários e o plano
de ação para melhorar sua vida financeira.

Existem pessoas que andam com o peso das


dívidas nas costas, e saem por aí despejando
em tudo e todos. Eu sei que não é fácil, mas
se você tem um plano e está executando, já é
motivo para reconhecer que você está
fazendo o seu melhor no momento.
Você não é o único e nem o último a cair em
dívidas. Mas se estiver se sentindo
desmotivado para continuar, preencha esse
exercício:

Minhas qualidades Minhas boas decisões

 

 

 

 

 

Isso será importante para perceber que você


não é apenas o seu erro. Seu único inimigo
aqui não são os juros altos, é você! Então
tenha a coragem de se superar.
Pode parecer bobagem, mas é a pura
verdade: ser capaz de conquistar um
equilíbrio financeiro é ter amor próprio e eu
vou te dizer por quê.

Temos a mania de passar as


responsabilidades para o nosso “Eu” do
futuro, com aquele tom otimista de que “Ah, lá
na frente eu resolvo”. Sempre colocando
nosso futuro para pagar pelas nossas
escolhas.

Mas esquecemos que lá na frente não vai


existir outra pessoa. O “Eu” do futuro é você
do agora. E quando agimos com
irresponsabilidade, estamos nos sabotando e
sendo nocivos para nós mesmos.

Então, quando fazemos um investimento ou


uma poupança, estamos entregando para nós
mesmos lá na frente um “presente”. Porque
mais tarde iremos usufruir do rendimento.
A questão é sempre se você se ama o
suficiente para seguir firmemente as boas
escolhas e ser recompensado lá na frente.

Portanto, desenvolver sua autoestima e


confiança é item fundamental dessa trajetória,
e até mais importante do que saber estruturar
um orçamento. Porque para segui-lo, você vai
precisar de você.

Tente a terapia para se autoconhecer mais e


ser capaz de manter um equilíbrio emocional.
Valorize o tempo com a família e com pessoas
que ama e não deixe os exercícios de lado.

Se puder, sempre tire um tempo para fazer o


que gosta. Essas práticas vão te ajudar a
manter o foco e te manter disposto a tudo,
acredite!
RENDA EXTRA

Para reverter sua situação financeira,


aumentar sua receita será muito importante.
Uma renda extra é qualquer atividade além da
sua fonte principal de trabalho que gere
ganhos para você.

É válido ressaltar que a escolha dessa


atividade seja algo que você tenha afinidade,
pois como será mais uma responsabilidade na
sua rotina corrida, fica mais desgastante
produzir algo que você está odiando fazer e o
cansaço pode falar mais alto.

Mesmo se você estiver desempregado e esse


trabalho autônomo for sua prioridade, é
sempre bom escolher algo que tenha a ver
com quem você é. Dessa forma, terá mais
chances de crescer por gostar do que está
desenvolvendo.
É interessante, também, recrutar a família pra
fazer parte desse processo. Assim, todos se
esforçam igualmente para um bem comum.

1. Serviços de Pet-sitter

Você já ouviu falar em pet-sitter? Na tradução


literal: babá de animais de estimação. Esse
serviço se trata de cuidar temporariamente do
animal de outra pessoa, isso inclui alimentar,
realizar limpeza dos comedouros, limpar
caixa de areia, dar banho, brincar, dar
atenção, passear, administrar medicamentos
e etc.
Muito requisitado para quando a família viaja
e não pode levar o pet, caso o dono tenha
que dormir fora alguma noite, quando algum
problema de saúde dificulta os cuidados do
animal, e até mesmo quando uma rotina
muito pesada de trabalho distancia os tutores
dos seus pets.

Caso você não tenha espaço em casa para


recebe-los, você também pode oferecer esse
serviço indo direto na casa do dono.

Os valores variam de R$50,00 a R$150,00 a


diária, dependendo da demanda de cada
animal e quantidade de pets para ficarem aos
seus cuidados.

Existe uma plataforma para anunciar esse


serviço, a DogHero. Ela conecta donos de
cachorros aos cuidadores e registra as
avaliações dos clientes e muito mais.

Se você e sua família gostam de animais, vão


adorar essa opção de renda extra. Podendo
até investir mais no espaço de casa para
receber um número maior de pets!

2. Venda de comida por aplicativo

Saber cozinhar faz parte da vida de um adulto


funcional, então por que não ganhar dinheiro
com isso? E o melhor: sem se preocupar com
a venda, apenas com a produção.

Os aplicativos de delivery como IFood,


99Food, Uber Eats, Rappi, entre outros,
facilitaram esse tipo de serviço trazendo mais
praticidade e oportunidade de venda. Hoje,
você não precisa ter um restaurante para
vender como um.

Basta se cadastrar na plataforma que você


deseja, definir o tipo de comida que você quer
oferecer, estabelecer o horário para iniciar e
encerrar suas atividades diariamente, e
organizar sua cozinha para a produção.

É importante você manter a cozinha sempre


muito limpa e tirar boas fotos dos seus pratos.
Antes de comer com a boca, comemos com
os olhos!

Para se cadastrar, você precisará de um


CNPJ. A melhor forma de fazer isso é se
tornando um micro empreendedor individual
(MEI). É muito simples:

 Acesse o Portal do Empreendedor


 Acesse o card “Formaliza-se”
 Informe a conta de acesso ao gov.br
 Preencha o formulário de inscrição de
MEI
 Assinale as declarações
 Finalize

O valor mensal de contribuição para prestação


de serviços é R$60,00. Um valor bem baixo
para o retorno que você terá.

Depois disso, basta acessar a plataforma por


onde você deseja trabalhar e criar seu
cadastro. Você tem a opção de escolher o
entregador do aplicativo (do qual terá que
pagar uma taxa por venda de acordo com os
Planos de Entrega) ou entregador próprio. Se
tiver alguém para trabalhar com você, a
segunda opção é menos custosa.

Não esqueça que você precisa de uma


internet estável e um computador para
administrar os pedidos. E capriche nas
embalagens! Deixe mensagens fofas, elas
melhorarão sua relação com seu cliente!
3. Venda de usados

Você já parou para refletir a quantidade de


coisas que tem na sua casa e você não faz
uso?

O mercado de usados faz uma grande


movimentação financeira. Em 2015, a
plataforma OLX movimentou certa de 70
bilhões de reais. A cada 2 segundos, um item
anunciado é vendido.
Além de você conseguir levantar uma boa
quantia, sua casa agradece! Um ambiente
com menos poluição visual ajuda na
concentração das suas tarefas e facilita a
limpeza.

Mesmo que você pense “mas será que


alguém compraria isso?”

A resposta é: sim!

Tem público para tudo. Inclusive, existem


muitas pessoas que só compram produtos de
segunda mão, e esse hábito tem se valorizado
muito nos últimos tempos, principalmente no
cenário pós-pandêmico que vivemos. Para
você ter uma ideia, o setor de revenda tem
crescimento estimado para 34% até 2024.

Comece separando tudo que está parado sem


uso na sua casa, limpe bem os itens e arrume
um espaço bonito para tirar as fotos. Essa
parte é muito importante para o comprador.
Vídeos também são essenciais.
Procure fazer uma descrição bem detalhada
do produto e seja sempre verdadeiro.

Alguns exemplos de plataforma para esses


anúncios são: OLX, Enjoei, Elo7 e Mercado
Livre.

4. Artesanato

Essa atividade não depende de dom, tire isso


da cabeça!

O que você precisa para criar itens lindos e


criativos é vontade de aprender. Existem
diversos tutoriais de canais do Youtube
direcionados à criação de objetos de
decoração, de uso pessoal e opções de
presentes incríveis.
Defina seu tipo de público e crie! Quanto mais
original você for, mais você vai chamar a
atenção dos seus clientes. Um aplicativo
muito bom para aguçar sua criatividade é o
Pinterest.

Tire boas fotos das suas criações e divulgue


nas redes sociais, o Instagram é um excelente
lugar para abrir sua lojinha virtual e mostrar
seu trabalho.

5. Afiliação Digital

Nesse caso, você não se preocuparia em


criar o produto. Aqui, você vende os produtos
digitais de outras pessoas e ganha uma
comissão por isso! Entre os mais vendidos
estão os e-books e cursos online.

O mercado online está em constante


crescimento e tem uma expansão prevista
para 57% até 2024. O salário médio de um
Afiliado no Brasil é R$1.728,00!

O Programa de Afiliação mais popular é o


Hotmart, e para entrar é muito simples: basta
se cadastrar na plataforma como vendedor e
escolher dentre os diversos nichos de
produtos que você pode trabalhar.

Temas como negócio, culinária, apostilas


para concurso público, cursos técnicos,
literatura, adestramento de animais, cultura,
workshops de saúde e esporte, finanças e
muito mais.

As vendas são efetivadas por meio de um link


exclusivo, ele as identifica para você receber
suas comissões.
Para ter sucesso nessa modalidade, é
importante que você estude bastante sobre
marketing digital, pois você terá que ser
assíduo nos canais de comunicação para
realizar suas vendas.

Você pode criar um site gratuito usando a


plataforma do WordPress, por exemplo. Além
disso, terá que investir em criação de
conteúdo nas redes sociais para atrair
clientes.

A vantagem de trabalhar na internet é que


você tem flexibilidade para trabalhar de onde
quiser. Assim como tudo na vida, você só
precisa de muito estudo e dedicação para
conseguir bons resultados.

Outras sugestões de Programas de Afiliados


além do Hotmart são: Amazon, Lomadee,
Monetizze, Magazine Você, Shopify, Lojas
Americanas e Eduzz.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse conteúdo, aprendemos a origem das


nossas decisões financeiras e as estratégias
para nos blindar dos impulsos que o dia a dia
traz.

Ademais, vimos como construir e manter um


orçamento bem estruturado e a importância
que é adquirir bons hábitos e disciplina nas
nossas escolhas. Sempre entendendo que os
sacrifícios serão necessários, apesar de
temporários. A realidade é que precisamos
proteger nosso dinheiro de nós mesmo!
E que sair das dívidas e voltar a estar em
equilíbrio financeiro não é impossível. É
preciso de dedicação, motivação e muita
organização.

Tivemos orientações valiosas, inclusive sobre


novos tipos de rendas, que vão te ajudar
muito nesse processo.

A vida financeira que você sonha em ter não


depende de salários exorbitantes, depende de
um consumo consciente, planejamento e foco.

Para finalizar, listarei todas as dicas que


aprendemos para você ler, reler, relembrar,
refletir e levar tudo para sua rotina! É de
graça!

1. Emergências e crises são realidades!


Prepare-se para elas.
2. Reduza seu padrão de vida, os cortes
são necessários.
3. Aprenda o básico de matemática
financeira, alguém precisa cuidar do
seu dinheiro.
4. Se organize! Saiba na ponta da língua
todos seus gastos.
5. Se ame! Você precisa de você em todo
esse processo.
6. Descubra novos talentos e monetize
eles! Você precisará de novas receitas!
7. Sua família precisa estar junto.
8. Não tenha vergonha de falar das
dívidas, você pode até esquecer dela,
mas ela não vai te esquecer.
9. Exercite sua visão a longo prazo. 10
anos passa rápido! Não ignore o futuro!
10. Guardar dinheiro nunca é demais.
Invista! Deixe um presente para você lá
na frente.
11. Pode parecer redundante, mas:
priorize as prioridades! Consuma o que
não é necessário com muito cuidado.
12. Se qualifique! Se mantenha
competitivo no mercado e no seu
trabalho.
13. Tenha o cuidado com seu dinheiro
como um hábito.

E acima de tudo: deixe o pessimismo de lado.


Você vai conseguir.

Agora que já saiu das dúvidas, se prepare


para sair das dívidas!

Você também pode gostar