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Terapias Psicodinâmicas

Professor Luiz Fernando Carvalho Maciel


e-mail: luiz.maciel@udf.edu.br
Relações Objetais
Melanie Reizes Klein

 30/03/1882
 22/09/1960
Biografia

Pai – Moriz Reizes

Judeu polonês que abandonou as práticas


religiosas
Muito culto, poliglota

Médico sem grande projeção


Também trabalhava como assistente
odontológico
Biografia

Mãe – Libussa Deutsch Reizes

Administrava loja que vendia plantas e repteis


Biografia

Pais de Klein mudaram-se para Viena (melhorar


situação financeira)

Tiveram 4 filhos:
Emilie (predileta do pai)
Emmanuel (gênio)
Sidonie (mais bonita)
Melanie (predileta da mãe)
Não foi planejada nem amamentada pela mãe –
teve ama de leite
Biografia

Considerava o pai frio e distante

Idolatrava a mãe mas sentia-se sufocada por


ela

Afeição especial por Sidonie (ensinou


aritmética e alfabetização)

 Sidonie (Melanie tinha 4 anos)


Biografia

Outras perdas

 Moriz Reizes
Melanie com 18 anos

 Emmanuel
Melanie com 20 anos
Biografia

Casou-se com Arthur Klein


Engenheiro

Havia sido amigo íntimo de Emannuel

Problemas com sexo


Não desejava a gravidez
Afastamento de seu objetivo
Biografia

Tiveram
3 filhos

1904 – Melitta
1907 – Hans (depressão)
1914 - Erich
Biografia

1908 – ansiedade e depressão – início de


tratamentos longe dos filhos
interferência da mãe -> Melanie
doente e incapaz

1909 - mudança para Budapeste


Conheceu Sándor Ferenczi
(psicanálise)
Biografia

 Libussa Deutsch (1914)


Nova fase de depressão de Melanie

Começou análise com


Sándor Ferenczi

Leu On Dreams (Freud)

Psicanálise em Erich
Biografia

Tentou analisar Melitta e Hans

1919 - Artigo sobre psicanálise infantil (Erich)

Hungarian
Psychoanalytic
Society
Biografia

1919 – separação de Arthur


Deixa Budapeste (antissemitismo)

1921 - Consultório em Berlim

1924 - Começou a se analisar com Karl


Abraham
 Abraham (1925)
Início de auto-análise
Biografia / características
1923 – membro da Berlin Psychoanalytic Society

Diferença com relação a Freud


Como Freud analisava o desenvolvimento infantil?

Inovação de Klein:
analisar a criança diretamente
Biografia / características
1926 – convite para palestras e análise de crianças
em Londres

1927 – mudou-se para Londres onde morou até a


sua morte

Desentendimentos teóricos com psicanalistas

Klein X Anna Freud


Família Freud em
Londres (1938)
Biografia / características
1932 – publicação de sua maior obra teórica
The Psychoanalysis of Children

Divergências sobre
análise com crianças

British Society aceitou 3


procedimentos
. Klein
.Anna Freud
. Intermediário
Biografia / características
Desentendimentos com a filha – Melitta (também tornou-
se psicanalista)

1934 - Morte de Hans (assassinato ou suicídio?)

Distanciamento maior com a filha

Filiação de Melitta à linha teórica antagônica da psicanálise

Dia do funeral de Melanie – Melitta realizou conferência


com botas vermelhas
Aspectos gerais da teoria
Observação cuidadosa de crianças

Importância dos primeiros meses após o


nascimento

Relação da criança
com os seios maternos
Aspectos gerais da teoria
Ênfase maior nos relacionamentos
interpessoais

Ênfase no aspecto materno / feminino

Contato e relação humana X prazer sexual


Aspectos gerais da teoria
Representações internas dos primeiros
objetos significativos (seios, pênis)

Introjetados na infância

Projetados sobre os/as parceiros/as

Relações com os seios tornam-se modelos


para relações posteriores
Vida Psíquica da Criança
Predisposição inata para reduzir ansiedades
(herança filogenética)

Impulsos
Sexuais

ou

Impulsos
Agressivos
Vida Psíquica da Criança
Fantasias do que é bom ou ruim

Seio bom -> estômago cheio

Seio ruim -> estômago vazio


Agitação de pernas
e braços
=
destruição do seio ruim
Vida Psíquica da Criança
Fantasias do que é bom ou ruim

Fantasias inconscientes = realidade +


herança filogenética

Complexo de Édipo = criança agride a mãe


e também tem filhos com ela

Destruição do seio ruim e introjeção do


seio bom
Vida Psíquica da Criança
Primeiras relações objetais

Seios -> rosto -> mãos

Introjetam em sua estrutura psíquica de


forma concreta e física

Poder próprio ≈ Superego


Posições ≈ Estágios de Desenvolvimento

Posição Esquizoparanóide (3/4 meses)


Seio bom + Seio ruim

Pulsão de morte -> seio perseguidor

Pulsão de vida -> seio ideal

Devem permanecer separados


Posições ≈ Estágios de Desenvolvimento

Posição Esquizoparanóide (3/4 meses)

Há introjeção, mas sempre parcial

“seio bom” e “seio mau” são fragmentados

Só será realmente bom o que é integral,


completo
Posições ≈ Estágios de Desenvolvimento

Posição Esquizoparanóide (3/4 meses)


Posições ≈ Estágios de Desenvolvimento

Posição Esquizoparanóide (3/4 meses)

A introjeção é permanente

Seio mau = seio ausente


seio introjetado (parcial)
. Sadismo
. Sentimento de perseguição
(medo de vingança)
Posições ≈ Estágios de Desenvolvimento

Posição Esquizoparanóide (3/4 meses)

Identificação projetiva
Projeção de partes boas e más

Tendência a união e estabilidade

Problema: Confusão entre “eu” e o “outro”


Posições ≈ Estágios de Desenvolvimento

Posição Esquizoparanóide (3/4 meses)

Semelhança com transferência na terapia


Ou
Sentimentos
ambivalentes
com relação às pessoas
Posições ≈ Estágios de Desenvolvimento
Posição Depressiva (5/6 meses)

Objetos externos como um todo

Bem e mal na mesma pessoa

Reconhece mãe como pessoa independente

Próprios sentimentos destrutivos tolerados


Posições ≈ Estágios de Desenvolvimento
Posição Depressiva (5/6 meses)

Mãe passa a ser objeto de amor e não partes


de objeto de desejo

Medo de objetos parciais matarem o objeto


total -> mãe pode partir para sempre

Sentimento de impotência => depressão


Mecanismos de Defesa

Proteção do Ego contra ansiedade

Fantasias destrutivas
Mecanismos de Defesa

Introjeção
Trazer os objetos bons para dentro de si
-> seio / mãe dentro do corpo = sempre
presente

Às vezes, introjetam objetos maus -> busca de


controle = perseguidores internos

Representações fantasiadas pelas crianças


Mecanismos de Defesa

Projeção
=> sobre objetos externos
Tentativa de se livrar dos objetos
internalizados -> diminuição da ansiedade

Exemplo: menino deseja castrar o pai e


fantasia que o pai quer castrá-lo
Mecanismos de Defesa

Introjeção e Projeção
Mecanismos de Defesa

Cisão
Divisão de pulsões incompatíveis

Imagem do “bom” e “mau”


Percebem aspectos positivos e negativos
nelas próprias

Exagero: o Ego bom não aceita coisas ruins


– pulsões destrutivas reprimidas
Mecanismos de Defesa
Identificação Projetiva

a) Criança se separa de parte inaceitável

b) Projeta em outro objeto

c) Traz o objeto de volta, disfarçado

d) Se identifica com o objeto (obtenção de


controle)
Mecanismos de Defesa

Identificação Projetiva

Pressupõe relações interpessoais

Exemplo:
homem dominador
que se torna submisso
Internalizações

Aspectos do mundo externo

- EGO

- SUPEREGO

- COMPLEXO DE ÉDIPO
Internalizações

EGO (senso de self)

Possibilidade de sentir forças destrutivas e


amorosas

+
Administração com mecanismos de defesa

Introjeção do seio bom e seio mau


Internalizações

EGO (senso de self)


Internalizações

EGO (senso de self)

Em um primeiro momento, também


dividido entre “bom” e “mau”

Posterior integração
Internalizações

SUPEREGO

Também surge precocemente

Não é proveniente do complexo de Édipo

É sombrio e cruel
-> causa terror
Internalizações

SUPEREGO
Internalizações

SUPEREGO

Terror -> mobilização da pulsão de vida

(Pulsão de vida + Pulsão de morte)

Defesa contra suas próprias ações

Superego (- ansiedade) (+culpa)


Internalizações
Internalizações
COMPLEXO DE ÉDIPO

Primeiros meses de vida até o estágio genital (3/4


anos)

Medo da retaliação pela/o mãe/pai

Importância de sentimentos positivos por ambos


os pais

Direcionado a ambos os gêneros (seio / pênis)


Internalizações

COMPLEXO DE ÉDIPO - feminino

Criança enxerga os seios (bom e mau)

Seios passam a ser mais bons do que maus

Mãe torna-se um conjunto de coisas boas


Internalizações

COMPLEXO DE ÉDIPO - feminino

Pênis do pai como provedor de coisas boas

Relacionamento
positivo com
o pai
Internalizações

COMPLEXO DE ÉDIPO - feminino

Desenvolvimento não ideal:


Mãe sentida como rival
Deseja roubar o pênis do pai (inveja do
pênis)
Medo de sofrer vingança
Aliviado quando mulher tem bebê saudável
Internalizações

COMPLEXO DE ÉDIPO - masculino

Criança enxerga os seios (bom e mau)

Desejos passam para o pênis do pai

Desejos voltam para a mãe

Não há medo da castração


Internalizações
COMPLEXO DE ÉDIPO - masculino

Desenvolvimento de pulsões sádico-orais pelo


pai (pênis)

Ansiedade da castração

Relação sexual com a mãe perigosa

Ideal: enxergar pais como objetos inteiros,


juntos e com boas relações sexuais
Psicoterapia

Psicanálise com crianças perturbadas e


saudáveis

Ludoterapia

Redução de ansiedade depressiva


e medo de perseguição
Permissão para experimentar emoções
primitivas
Conceito de Humanidade:
Determinismo X Livre Arbítrio

Pessimismo X Otimismo

Causalidade (passado) X Teleologia (futuro)

Determinantes X Determinantes
Conscientes Inconscientes

Influências biológicas X Influências sociais

Singularidade X Similaridades

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