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Libânio M. Pinheiro
Colaboradores:
Fevereiro de 2016
ANCORAGEM
1 TIPOS DE ADERÊNCIA
Esquematicamente, a aderência pode ser decomposta em três parcelas:
adesão, atrito e aderência mecânica. Essas parcelas decorrem de diferentes
fenômenos que intervêm na ligação dos dois materiais.
de se aplicar uma ação representada pela força Fb1. Se a força fosse aplicada na
horizontal, não se conseguiria dissociar a adesão do comportamento relativo ao
atrito. No entanto, a adesão existe independente da direção da força aplicada.
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A Figura 4 (LEONHARDT, 1977) mostra que mesmo uma barra lisa pode
apresentar aderência mecânica, em função da rugosidade superficial, devida à
corrosão do aço e ao processo de fabricação da barra, gerando irregularidades na
superfície. Para efeito de comparação, são apresentadas superfícies microscópicas
de: barra enferrujada, barra recém-laminada e fio de aço obtido por laminação a
quente e posterior encruamento a frio por estiramento. Nota-se que essas
superfícies estão muito longe de serem efetivamente lisas.
Portanto, a separação da aderência nas três parcelas (adesão, atrito e
aderência mecânica) é apenas esquemática, pois não é possível quantificar
isoladamente cada uma delas.
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2 TENSÃO DE ADERÊNCIA
Para uma barra de aço imersa em uma peça de concreto, como a indicada na
Figura 5, a tensão média de aderência é dada por:
Rs
b
b
Rs é a força atuante na barra;
é o diâmetro da barra;
b é o comprimento de ancoragem.
Rugosidade da barra;
Posição da barra durante a concretagem;
Diâmetro da barra;
Resistência do concreto;
Retração;
Adensamento;
Porosidade do concreto etc.
3 SITUAÇÕES DE ADERÊNCIA
Na concretagem de uma peça, tanto no lançamento como no adensamento, o
envolvimento da barra pelo concreto é influenciado pela inclinação dessa barra. Sua
inclinação interfere, portanto, nas condições de aderência.
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Essas duas condições fazem com que a NBR 6118:2014 considere em boa
situação quanto à aderência os trechos das barras que estejam em posição
horizontal ou com inclinação menor que 45º, desde que:
4 RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA
A resistência de aderência de cálculo entre armadura e concreto é dada pela
expressão (NBR 6118:2014, item 9.3.2.1):
f bd 1 2 3 f ctd
1,0 para 32 mm
3
(132 ) / 100 para 32 mm
O valor fctd é dado por (item 8.2.5 da NBR 6118:2014):
f ctk,inf
f ctd sendo f ctk,inf 0,7 f ctm
c
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5 COMPRIMENTO DE ANCORAGEM
Todas as barras da armadura devem ser ancoradas de forma que seus
esforços sejam integralmente transmitidos para o concreto, por meio de aderência,
de dispositivos mecânicos ou por combinação de ambos.
Na ancoragem por aderência, os esforços são ancorados por meio de um
comprimento reto ou com grande raio de curvatura, seguido ou não de gancho.
Com exceção das regiões situadas sobre apoios diretos, as ancoragens por
aderência devem ser confinadas por armaduras transversais ou pelo próprio
concreto, considerando-se este caso quando o cobrimento da barra ancorada for
maior ou igual a 3 e a distância entre as barras ancoradas também for maior ou
igual a 3.
Nas regiões sobre apoios diretos, não é necessária armadura de confinamento,
pois a pressão do concreto sobre a barra aumenta da aderência por atrito.
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Rs
As ,calc
f yd
b
As , nec As ,calc
b, disp
A área das barras ancoradas no apoio não pode ser inferior a As,nec.
As,apoio 1/3 (As,vão) se Mapoio for nulo ou negativo e de valor absoluto Mapoio 0,5 Mvão;
Mapoio = 0 Mapoio = 0
Mvão
|Mapoio|<0,5.Mvão
Mvão
As,apoio 1/4 (As,vão) se Mapoio for negativo e de valor absoluto Mapoio 0,5 Mvão.
|Mapoio|>0,5.Mvão
Mvão
Sobre os apoios devem existir sempre ao menos duas barras na face superior
e inferior da viga.
t min be ,min c
c é o cobrimento da armadura que deve ser 3 (Figuras 10a e 10b).
A NBR 6118:2014, item 18.3.2.4.1, estabelece que quando houver cobrimento
da barra no trecho do gancho, medido normalmente ao plano do gancho, de pelo
menos 70 mm, e as ações acidentais não ocorrerem com grande frequência com
seu valor máximo, o primeiro dos três valores anteriores pode ser desconsiderado,
prevalecendo as duas condições restantes.
Para barras lisas, os ganchos devem ser semicirculares. Vale ressaltar que,
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em ângulo reto, com ponta reta de comprimento maior ou igual a 10, porém
não inferior a 7 cm (este tipo de gancho não deve ser utilizado para barras e
fios lisos) – Figuras 14 e 15.
10Øt ou 7 cm
ESTRIBO PARA
CORTANTE
ESTRIBO PARA
TORÇÃO
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Tabela 4 – Valores de 0t
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Vale ressaltar que, nos casos usuais, em que a armadura transversal (estribos)
é normal ao eixo da peça, = 90o e a expressão de a resulta:
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b,nec a
b,nec a
b,nec a
b,nec a
b,nec a
11.21
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b,nec a
b,nec a
10Ø
b,nec a
10Ø
b,nec a
10Ø
10Ø b,nec a
b,nec a BARRA 01
b,nec a BARRA 02
10Ø
b,nec a BARRA 03
10Ø
b,nec a BARRA 04
10Ø
BARRA 05
10Ø b,nec a
BARRA 01
BARRA 02
BARRA 03
BARRA 04
BARRA 05
QUESTIONÁRIO
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AGRADECIMENTOS
Aos colaboradores na redação e na revisão deste texto:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2014). NBR 6118 – Projeto
de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, ABNT.
FUSCO, P.B. (1975). Fundamentos da técnica de armar: estruturas de concreto. v.3.
São Paulo, Grêmio Politécnico.
FUSCO, P. B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo. PINI, 1995.
382 p.
LEONHARDT, F.; MÖNNIG, E. (1977). Construções de concreto: princípios básicos
do dimensionamento de estruturas de concreto armado. v.1. Rio de Janeiro,
Interciência.
PROMON ENGENHARIA (1976). Tabelas para dimensionamento de concreto
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