Você está na página 1de 1

Cortes Constitucionais e Processos de Deliberação: Um diálogo entre Brasil e EUA

Desde da promulgação da Carta Magna de 1988, o Superior Tribunal Federal tem como
responsabilidade tratar de matéria ,predominantemente, constitucional, e por isso recebe o
título de ‘’Guardião da Constituição ‘’ de acordo com o art. 102 da CF/88. Contudo, não é o
que ocorre na contemporaneidade brasileira, visto que a criação do STF foi baseada na
Suprema Corte Internacional, porém a única semelhança entre estes é o fato de serem órgãos
máximos do poder judiciário e são as últimas instâncias para recursos judiciais, já que a
execução de função são realidades completamente discrepantes entre si.

Em primeira análise, a superlotação de processos julgados pelo STF é exorbitante, mesmo


com a existência de outras três instâncias inferiores, de acordo com os próprios dados
ofertados pela Suprema Corte brasileira, no início de 2019 até outubro, ou seja 11 meses,
foram recebidos no total 77.033 processos para 11 ministros dar seu parecer, fica evidente
que é humanamente impossível, enquanto isso, a Corte Internacional julga por ano um limite
máximo de 80 processos que são extremamente bem analisados e deliberados, e tem por
obrigação passar por um colegiado, em que todos os juízes possuem conhecimento do que
está sendo tratado antes de proferir uma decisão.

Em segunda análise, é evidente que a superlotação do STF advém de relativização da


supremacia do órgão, e isso corrobora para uma instabilidade de decisões que os ministro
proferem, além de muitas vezes decidirem monocraticamente, ou quiçá sabem a matéria do
que estão decidindo. Os únicos dentro da Corte que tem conhecimento de fato dos processo
são os relatores, pois são eles que fazem a análise de cada processo levado a corte.
Consonante a isso, fica evidente o desrespeito da própria Corte, pois é a mesma que admite
concessão dos processos que destoam da matéria de competência, e permite que estes sejam
levados ao Supremo Tribunal, enquanto isso, na Suprema Corte Americana existe uma
restrição de publicidade midiática, uma limitação de acesso à Corte Americana, além de
limitarem a julgar temas relevantes ou proferir um único entendimento quando vários
tribunais divergem entre si sobre determinado tema.

Portanto, para que haja uma mudança na realidade judiciária brasileira faz-se necessário uma
reforma para impor a superioridade do STF, aplicando um filtro mais rigoroso no que tange a
admissão de processos levado à Corte. Faz mister, a aplicação desta reforma, para que não
haja uma instabilidade jurídica, uma vez que fazer mudanças sem o devido processo
legislativo, irá ferir com princípios constitucionais e normas atualmente em vigência.

Camylla Costa e Silva Nunes - 2º período matutino ‘’B’’

Você também pode gostar