Você está na página 1de 90

PARTE V

OPERAÇÃO DE CALDEIRAS
NR-13 – Operação da Caldeira

Operação em caldeiras de combustíveis líquidos e/ou gasosos prevê as


seguintes etapas (Flamo/Mistas):

PRÉ - PARTIDA
PARTIDA
OPERAÇÃO PROPRIAMENTE DITA
PARADA
NR-13 – Operação da Caldeira
Pré-partida
a) Verificação do nível d’água no tanque de abastecimento
b) Verificação e alinhamento da alimentação de água;
c) Verificação e alinhamento da alimentação do combustível e limpar os
sistemas de filtros, se necessário;
d) Iniciar processo de aquecimento e efetuar controle de temperatura até atingir
valor suficiente para circulação, no caso de caldeiras a óleo combustível;
e) Verificação geral das válvulas e instrumentos da caldeira
f) Abertura do sistema de tiragem de gases
g) Verificação das funções do painel de comando (testar alarmes)
NR-13 – Operação da Caldeira
Pré-partida

h) Verificação se há combustível suficiente


i) Verificação da operação da bomba de água
j) Drenagem dos indicadores de nível de água
k) Verificação do funcionamento das válvulas de segurança
l) Ajuste do nível de água
m) Verificar posicionamento e condições dos eletrodos de ignição;
n) Limpar a fotocélula.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida

a) Ventilar ou purgar a fornalha por um período suficiente para garantir


eliminação total dos gases;
b) Dar partida no compressor de ar para atomização;
c) Verificar temperatura e pressão, se são ideais para acendimento;
d) Acender queimador piloto;
e) Alinhar a válvula de combustível, com a caldeira já acesa.
f) Ajustar as condições de queima, garantido estabilidade de chama;
g) Desligar o queimador piloto e verificar se a chama se mantém estável;
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida
h) Fazer aquecimento gradual para não danificar refratário e tubos, respeitando
a curva de aquecimento recomendada para cada tipo de caldeira;
i) Passar o controle da caldeira para o automático, quando as condições forem
estabelecidas conforme o manual.
j) Abertura lenta da válvula de saída de vapor para evitar golpe de aríete, e
liberar vapor para consumo quando atingida a pressão de trabalho.
k) Fechar o respiro do superaquecedor, para caldeiras que o possuam.

Obs: O golpe de aríete em linhas de distribuição de vapor normalmente


ocorre durante o suprimento inicial do vapor.
NR-13 – Operação da Caldeira
Operação
Além de seguir os procedimentos do MANUAL DO FABRICANTE:

a) Observação atenta ao nível de água da caldeira, fazendo ajustes necessários;


b) Observação constante da temperatura do economizador e pré-aquecedor de ar;
c) Observação dos indicadores de pressão e temperatura;
d) Realização dos testes de rotina;
e) Analisar se os tanques de suprimento de água estão sendo abastecidos;
f) Abastecer de combustível quando necessário.
g) Vistoriar o equipamento;
h) Verificar se a temperatura dos gases da chaminé está dentro dos parâmetros
normais;
NR-13 – Operação da Caldeira
Operação

i) Fazer regulagem dos dampers, se necessário;


j) Fazer sopragem de fuligem periódica, conforme rotina do equipamento;
k) Realizar descargas de fundo conforme recomendações do laboratório
l) Manutenção da ordem e limpeza na casa da caldeira
m) Nunca se ausentar da caldeira sem notificar algum colega ou superior. (caldeira
não pode ficar operando sozinha)
n) Se a caldeira apagar durante a operação o processo de acendimento só deve
ser iniciado após a garantia de completa purga dos gases remanescentes.
NR-13 – Operação da Caldeira
Parada
Além de seguir os procedimentos do MANUAL DO FABRICANTE

a) Fazer sopragem de fuligem (ramonagem) em caldeira aquatubulares;


b) Interromper o abastecimento de combustível, fazendo a purga da linha;
c) Fazer a purga da linha, no caso de óleo combustível, sem deixá-lo passar pelo
aquecedor de óleo;
d) Fazer a purga da linha, no caso de combustível gasoso, com injeção de vapor;
e) Apagar os queimadores observando a sequência recomendada;
f) Desligar a bomba de alimentação de óleo, na caldeira de óleo combustível;
NR-13 – Operação da Caldeira
Parada
Além de seguir os procedimentos do MANUAL DO FABRICANTE

g) Ventilar a fornalha para exaustão completa dos gases remanescentes;


h) Drenar visores de nível, fazendo os ajustes necessários para manter a caldeira
com nível operacional;
i) Desligar o ventilador e exaustores, abafamento da caldeira por meio de Dampers
e porta de fechamento de combustível
j) Fechamento da válvula de saída de vapor;
k) Abrir respiro da caldeira.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio

a) Verifique se o desaerador ou tanque de condensado esta no nível normal de


operação;

b) Energizar painel;

c) Teste o controle de nível, para isto abra totalmente o registro de descarga por
aproximadamente 05 segundos com isto a bomba será acionada e o alarme
soará, e em seguida feche imediatamente o registro;
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio

d) O nível de água da caldeira deverá estar visível no indicador de nível para


posteriormente acender o fogo.

e) Verifique se a bomba de alimentação esta na posição automático.


NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio

VÁLVULAS QUE DEVEM FICAR FECHADAS:

Válvula geral de vapor até atingir pressão de trabalho.


Válvula de descarga da coluna de nível.
Válvula de descarga do fundo da caldeira.
Válvula de alimentação de água fria do injetor.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio
VÁLVULAS QUE DEVEM FICAR ABERTAS:

Válvula ‘Vent’ até começar a sair vapor, depois mantenha-a fechada.


Válvula de entrada geral de alimentação d’água.
Válvula de saída de água do desaerador ou tanque condensado ou tanque de água.
Válvula da sucção e recalque da bomba da caldeira.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio
f) Certifique-se que o registro da caixa de fumaça está totalmente aberto. Este
registro tem a função de regular a tiragem / combustão, ou seja, registro todo
aberto máxima combustão, à medida que se fecha a combustão vai diminuindo,
com o registro totalmente fechado o fogo se apaga.

Nota: este registro é inexistente em caldeiras dotadas de inversores de frequência


nos ventiladores e exaustor.

g) Abasteça o sistema de alimentação de combustível


NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio
h) Verifique o suprimento de ar para instrumentos, drenar toda linha para eliminar
condensado.
i) Verificar se a válvula do vent do corpo de vapor está aberta (operação manual).
j) Verificar se o Vent e drenos do superaquecedor estão abertos, para gerador de
vapor, com superaquecedor (operação manual).
k) Abra a porta de alimentação através do botão manual no painel ou IHM (quando
aplicável).
l) Acione o sistema de alimentação de combustível tempo suficiente para encobrir
toda a grelha e em seguida desligue.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio
m) Pela porta de inspeção coloque chumaços de estopas embebidas com diesel
em diversos pontos pela grelha.

n) Coloque fogo;

o) Ligue todos os equipamentos periféricos , válvula rotativa e rosca do


multiciclone, extrator de cinza e a bomba do lavador de gases.

Nota: Multiciclone e lavador de gases são equipamentos opcionais.


NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio

NAS PRIMEIRAS 02 HORAS

Manter o ventilador de ar primário e exaustor ligados no mínimo por 15 minutos


e 15 minutos desligados até atingir 01 kgf/cm²

Abasteça a fornalha quantas vezes se fizerem necessário com combustível


suficiente para a continuidade da combustão e dos trabalhos.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio

Na pressão de 01 a 07 kgf/cm² manter o ventilador primário e exaustor ligados


por 30 minutos e desligados por 15 minutos e assim consequentemente a te
atingir a pressão de 07 kgf/cm².

Na pressão de 07 a PMTO (Pressão Máxima de Operação) , manter o ventilador


de ar primário no mínimo e exaustor no automático até atingir a PMTO, após
atingir ligue o Ventilador de ar secundário e alinha a caldeira no automático.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio

OBSERVAÇÕES:

Após a caldeira já estar gerando vapor pode ocorrer pequenos vazamento de vapor
em guarnições, sendo necessário reapertos de parafusos ou conexões.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a frio
OBSERVAÇÕES:

Lenha - A colocação do combustível na fornalha é importante para um bom


rendimento.
Para iniciar procure colocar lenha mais seca e de menor diâmetro para depois
passar para as toras maiores.

“Importante”: mantenha sempre as grelhas cobertas evitando a entrada de ar


falso, nunca deixe a porta aberta além do necessário para colocação da lenha.
Sempre que necessário movimente a lenha para que as cinzas possam cair.
NR-13 – Operação da Caldeira
Partida a quente

Caldeira pressurizada em regime de operação com pressão superior a 7 kgf/cm².

Basta apenas alimentar a fornalha com combustível e acender o fogo deixando a


caldeira no modo automático.

É importante sempre a verificação do nível de água da caldeira pelo operador,


mesmo que este sistema seja totalmente automatizado não exime o operador da
constante verificação visual do nível.
NR-13 – Operação da Caldeira
Parada da unidade
a) Cessar a alimentação de combustível.

Nota: Programar para deixar de colocar combustível com o tempo suficiente para
que acabe juntamente com o expediente.

b) Desligue o ar secundário e em seguida o ar primário

c) Quando a temperatura dos gases (antes do pré) estiver com um valor menor
que 150º desligue o exaustor;
NR-13 – Operação da Caldeira
Parada da unidade
d) Desligue o extrator de cinza da grelha, multiciclone e demais periféricos;

Nota: No caso de extrator de cinza tipo rosca, o mesmo só pode ser desligado
após a saída de toda a brasa.

e) Deixar a bomba no automático;

f) Fechar a válvula saída de vapor.

Observação: Para se desligar a caldeira a mesma deve estar fria, do contrário


mantenha o painel energizado e na posição automático.
NR-13 – Testando Visor/Garrafa de nível
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
NR-13 – Queda de Nível de água

Uma das mais sérias emergências na operação da caldeira!

Se o nível de água sair fora do controle do indicador a causa pode estar na


alimentação de água ou negligência do operador, exceto no caso de
flutuação momentânea, que pode ocorrer por ocasião de mudanças repentinas
de carga, quando, então, devem-se tomar imediatamente medidas apropriadas
para retomar a posição normal do nível.
NR-13 – Queda de Nível de água

Quando houver problema de queda de nível chegando-se até o ponto de


atuação do “trip” de segurança, a decisão de reiniciar a operação mesmo por
curto período, deverá ser tomada por pessoa autorizada e familiarizada com
as circunstâncias que ocasionaram a emergência, e ter certeza de que o nível
será restabelecido imediatamente sem qualquer prejuízo para a caldeira
NR-13 – Queda de Nível de água

Se a água de alimentação voltar à condição normal e, o operador estiver seguro


de que nenhuma parte de pressão foi danificada, o fluxo de água de alimentação
da caldeira deverá ser gradualmente reduzido (nunca aumentado) através da
válvula manual.

O propósito de se controlar a alimentação deste modo é para evitar o


resfriamento das partes de pressão pela água fria com elevação do nível de
água.
NR-13 – Queda de Nível de água

Quando a água da caldeira atingir o nível desejado para a nova operação, fechar
completamente a válvula controladora de água de alimentação.

Suspeitando-se que tenha sido provocado algum dano nas partes de pressão da
caldeira, fechar à válvula principal de vapor e abrir a válvula de ventilação do
super, deixando a caldeira resfriar até a pressão cair a zero.
NR-13 – Queda de Nível de água

Após certificar-se que a caldeira está totalmente resfriada e em condição para


inspeção, esta deverá ser inspecionada visualmente, a fim de se constatar
alguma deformação nas partes de pressão
NR-13 – Problemas na tubulação da Caldeira

O vazamento em tubos da caldeira é denunciado pela queda de temperatura dos


gases na saída “fumaça branca”

Recomenda-se que o nível da caldeira seja mantido, enquanto a caldeira é posta


em procedimento de parada
NR-13 – Problemas na tubulação da Caldeira

Caso o vazamento seja de grande volume, a ponto de não permitir a


manutenção de nível.

Deve-se optar por colocar a caldeira fora de operação e manter a câmara de


combustão pressurizada até a saída do vapor pela chaminé.
OPERAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
NR-13 – Economizador

- Drenar os coletores periodicamente a fim de se evitar depósitos residuais

- As superfícies de troca de calor devem ser conservadas limpas

- Deverá ser feito um acompanhamento periódico das temperaturas de água e


gás, a fim de se detectar possíveis incrustações que possam vir a ocorrer.
NR-13 – Economizador

- Havendo queda da temperatura da água na saída, provavelmente, isto


justifica a existência de incrustações interna nas serpentinas, as quais
somente poderão ser removidas por meios mecânicos ou químicos.

- O processo de limpeza química somente será executado sob


responsabilidade e orientação de equipe especializada e experiente em tal
processo.
NR-13 – Economizador

- No caso da temperatura do gás de saída do Economizador ser muito baixa em


relação à carga da caldeira, verificar os seguintes itens:

a) Baixa porcentagem de excesso de ar (pouca quantidade de O2);


b) Entrada de ar falso nos dutos.
c) Vazamento de água nas serpentinas.
NR-13 – Economizador

- No caso da temperatura dos gases na saída do Economizador ser muito


elevada com relação à carga da caldeira, verificar se ocorre:

a) Excesso de ar elevado;
b) Acúmulo de sujeira nas superfícies de aquecimento;
c) Combustão secundária;
d) Combustão no Economizador de resíduos de combustível não queimado.
NR-13 – Evaporador

- Deverá ser feito um acompanhamento periódico dos gases na saída do feixe e


da capacidade de produção da caldeira, a fim de se detectar possíveis
incrustações ou vazamentos que possam vir a ocorrer.
NR-13 – Válvulas de segurança

- Verificar periodicamente para se certificar de que as válvulas de segurança


estão livres para operar, e de que não haja vazamentos.

- Os vazamentos pequenos deverão ser anotados para posteriores reparos.

- Os vazamentos maiores destruirão rapidamente a capacidade operacional das


válvulas; desta forma, tais vazamentos deverão ser reparados o mais rápido
possível.
NR-13 – Válvulas de segurança

- Periodicamente (a cada 15 dias), as válvulas deverão ser testadas


manualmente, a fim de certificar se as mesmas trabalham livremente.

- Isto deverá ser feito acionando-se a alavanca de cada válvula, observando-se


que a pressão da caldeira seja de, pelo menos, 75% da pressão de ajuste da
válvula.
NR-13 – Chaminé
NR-13 – Componentes x Danos associados
NR-13 – Riscos Inerentes

A utilização de caldeiras implica na existência de riscos de natureza diversificadas,


como:

• Explosões
• Incêndios
• Choques elétricos
• Intoxicações
• Quedas
• Ferimentos
• Queimaduras
NR-13 – Riscos Inerentes

Cabe destacar o risco de explosões, pelos seguintes motivos:

- Necessidade do controle contínuo de funcionamento

- Razão da violência com que as explosões acontecem


• Enorme quantidade de energia liberada instantaneamente

- Envolve não só o pessoal da operação, mas também os trabalhadores que trabalham


na proximidade
NR-13 – Explosão na região da água

Tal risco é comum em todas as caldeiras!

Trata-se de um vaso de pressão, logo temos a compressão de um fluido em volume


bastante reduzido quanto maior for o aumento de pressão

Resumo: “A massa é comprimida ao ponto de o fluido buscar ocupar um espaço maior


através de fendas e rupturas, por isso a explosão”
NR-13 – Explosão na região da água

Sob o ponto de vista desse risco tem-se a combinação de três causa:

• Diminuição da resistência do material


• Superaquecimento ou modificação da estrutura

• Diminuição da espessura
• Corrosão ou Erosão

• Aumento da pressão
• Falha diversas, inclusive de operação
NR-13 – Explosão na região da água

Observação!

- O superaquecimento pode gerar oxidação das superfícies expostas (meio oxidante)


ou sofrer carbonetação (meio redutor)

- Geralmente, o superaquecimento causa danos intermediários antes de explosões:


▪ Empenamento
▪ Envergamento
▪ Abaulamento
NR-13 – Explosão na região da água

Principais causas de superaquecimento:

• Seleção inadequada de materiais no projeto


• Uso de material defeituoso
• Dimensionamento incorreto de tubos
• Queimadores mal posicionados
NR-13 – Explosão na região da água

Incrustação e suas consequências:

• Incrustações generalizadas
• Aço Ttrabalho > Tfusão

• Torna a superfície quebradiça

• Forma zonas de corrosão


NR-13 – Explosão na região da água

Fenômeno HIDE OUT:

• Alta concentração de sólidos dissolvidos

• Atravessando o ponto de saturação

• Formação de cristalização sobre os tubos


NR-13 – Explosão na região da água

Operação em marcha forçada:

• Potência necessária do processo é maior que a potência projetada

• Incremento de temperatura à fornalha

• Gerando superaquecimento nas partes da caldeira


NR-13 – Explosão na região da água

Falta de água nas regiões de transmissão de calor:

- Sem água, não há transferência de calor sem o aumento excessivo de


temperatura
- Superaquecimento = Perca de resistência

Causas:
• Má circulação de água
• Falha operacional
NR-13 – Explosão na região da água

Circulação deficiente da água:

- Exceto em pressões acima de 150 bar, a circulação é realizada de forma


natura (diferença de densidade)
NR-13 – Explosão na região da água

Falha operacional:

- Geralmente ligados ao procedimento de partida e desligamento

- O modo manual está associado a falta de água


• Falsas indicações de nível
• Imperícia na operação
NR-13 – Explosão na região da água

Obstrução ou acumulo de lama na coluna de nível:

- Limpeza/manutenção além do tratamento de água são realizados de forma


deficiente
▪ Indicações incorretas
▪ Induzem ao erro
NR-13 – Explosão na região da água

Erro na instrumentação:

- Relacionado com a variação de consumo de vapor (variações bruscas)


▪ Pode gerar falta de água, uma vez que bolhas de vapor ocupam a região
de superfície da água, fazendo o instrumento “ler” o nível incorretamente
NR-13 – Explosão na região da água

Choques térmicos:

- Relacionado com paradas frequentes


- Caldeiras que trabalham On-Off (sem modulação de chama)
- Influenciadas por incrustações
- Alimentação por água fria (abaixo de 80º)
NR-13 – Explosão na região da água

Corrosão:

- Um dos maiores responsáveis pela degradação das caldeiras


- Acelera o processo de diminuição de espessura
- Possui atuação silenciosa e às vezes não detectável (operação)
NR-13 – Explosão na região da água

Explosão devido à elevação da pressão:

- Sistema de modulação de chama


- Sistema de pressão máxima
- Válvula de segurança
- Operação em modo manual
- Falha em dispositivos (instrumentação)
NR-13 – Explosão na região dos gases

Originado pelo processo de combustão


• geralmente ligado a aumento rápido e violento de pressão

Obs! Geralmente em caldeiras que trabalham com combustíveis gasosos ou líquidos


NR-13 – Explosão na região dos gases

Alguns pontos importantes:

• Névoas de líquidos inflamáveis ou óleos combustíveis apresentam comportamento


semelhante a dispersões gasosas inflamáveis
• mistura que gera combustão instantânea

• Em caldeiras aquatubulares pela construção, há formação de zonas mortas


• acúmulo dos gases não queimados
NR-13 – Explosão na região dos gases

Alguns pontos importantes:

• Falta de limpeza dos queimadores ou carbonização pode levar a interrupção da


alimentação

• Falha no sistema de alimentação de ar


PREVENÇÃO CONTRA
ACIDENTES/EXPLOSÕES
NR-13 – Prevenção contra acidentes

a) Seguir os procedimentos de teste das válvulas de segurança;


b) Assegurar que os sistemas automáticos estão em boas condições de
funcionamento (bombas, sirenes/alarmes, sensores de nível)
c) Conferir se há abastecimento de água suficiente;
d) Verificar se o combustível é suficiente;
e) Verificar se não há vazamentos.
f) Evitar ficar longe da caldeira quando em operação
g) Utilizar E.P.I.
NR-13 – Prevenção contra explosões

CASA DE CALDEIRA COM DIMENSÕES REDUZIDAS


• Dificulta a ventilação
• Dificulta a manutenção

CALDEIRA COM VENTILAÇÃO INSUFICIENTE


• Aumenta a temperatura do ambiente, provocando danos a fiação elétrica,
instrumentos e aos controladores.
NR-13 – Prevenção contra explosões

CASA DE CALDEIRA MAL ILUMINADA


• Dificulta a leitura dos instrumentos de medição

CASA DE CALDEIRA SEM CONDIÇÕES DE HIGIENE


• Propicia condições inseguras
NR-13 – Curiosidades

• Nos USA, entre 1870 a 1910, pelo menos 10.000 explosões de caldeiras foram
registradas, com uma média de 250 explosões por o ano;

• Nos USA, em 1880, foi fundada a ASME (American Society of Mechanical Engineers)
por engenheiros mecânicos

• Em 1866, na Inglaterra, havia 74 explosões da caldeira e 77 mortes. Em 1900 o


número de explosões de caldeira foi reduzido para 17 e 8 mortes. Em 1900, as
inspeções das caldeiras foram estabelecidas em Inglaterra pela Associação de
Operadores de Vapor de Manchester.
NR-13 – Curiosidades
• Por volta de 1840 a 1920, mais de 50.000 pessoas morreram e 2 milhões ficaram
feridas por explosões da caldeira nos USA. A revolução industrial não aconteceu
sem um preço terrível que foram pagos por muitos;

• Em 1911, a ASME criou um comitê de norma de caldeira, onde conduziu à


publicação da primeira norma de caldeira em 1914-15.

• Hoje, ASME é uma sociedade mundial de engenharia focalizada em publicações


técnicas, educacionais e de pesquisa. Possui 125.000 membros e conduz uma das
maiores publicações técnicas do mundo; realizando cerca de 30 conferências
técnicas e 200 cursos de desenvolvimento de profissionais ao ano, desenvolve,
mantêm e publica diversas normas industriais.
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)

Informações:

• Tratava-se de uma planta de GNL e refinaria, sob responsabilidade de uma estatal


argelina
• Produzia 335 mil barris por dia
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)
Informações:

Em Skikda eram seis trens de GNL, sendo quatro trens mais antigos: o 10, 20, 30 e 40,
situados ao lado da área de armazenamento de GNL e dois mais novos: o 5P e o 6P ,
do outro lado da área de armazenamento.

O trem 40, onde a explosão inicial ocorreu diferia dos outros dois trens adjacentes.

O trem 40 utilizava caldeiras para produzir vapor de alta pressão para mover turbinas
para os compressores de refrigeração da usina de energia elétrica utilizados para
liquefazer o gás natural.
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)
O ACIDENTE (sequência dos eventos)

- Às 6:39 h em 19 de janeiro, foi observada o aumento da pressão de vapor da unidade de


GL1-K 40 (trem 40).

- O operador reduziu entrada de combustível para o nível mais baixo na tentativa de abaixar a
pressão da caldeira.

- Segundos mais tarde, às 06:40 houve uma primeira explosão (a caldeira), seguido
imediatamente por uma enorme explosão. Testemunhas relataram que sentiram vibrações
antes da primeira explosão.

- Os tanques contendo líquidos inflamáveis nas redondezas da caldeira romperam,


NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)

- Os tanques contendo líquidos inflamáveis nas redondezas da caldeira romperam,


aumentando ainda mais os danos já que um grande incêndio se alastrou nos trens de 40, 30
e 20, devido à liberação de gás e líquidos inflamável causada pela explosão.

- Após 8 horas, o fogo nos trens 20, 30 e 40 foi extinto.

- Muitos protestaram dizendo que já haviam avisado sobre os defeitos de uma das caldeiras,
mas que a diretoria não lhes deu ouvidos
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)

CONSEQUÊNCIAS

• 27 trabalhadores mortos e 74 feridos;


• Danos materiais estimados em US$ 800,000,000;
• Os lucrativos contratos de fornecimento de GNL da planta foram transferidos para outros
fornecedores;
• A produção de GNL caiu 76% naquele ano;
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)

• A produção da refinaria foi suspensa e o preço do petróleo no mercado internacional subiu a


um nível recorde em 10 meses;
• Novos projetos de plantas eliminou a necessidade de caldeiras, que foram substituídos por
projetos mais eficientes de turbinas a gás e compressores;
• Três dos seis trens (20, 30 e 40) foram completamente destruídos, mas os trens de 10, 5P e
6P retornaram a produzir em novembro de 2004. Os três trens destruídos foram substituídos
por um trem maior.
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)

Quais foram as causas?


NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)
- Investigações apontam que durante uma manutenção de rotina da caldeira do trem 40, uma
purga mal executada propiciou a formações de incrustações no interior dos tubos da
caldeira.

- Essa incrustação não permitiu troca térmica entre a parede dos tubos e a água do interior
do boiler bank (tubos da caldeira).

- Uma das hipóteses é que essa camada interna incrustante começou a se soltar e o tubo
superaquecido (sem troca térmica adequada naquele momento) em contato com a água,
elevou subitamente a temperatura da água e consequentemente a pressão nos tubos.
NR-13 – Estudo de Caso
- Explosão da Caldeira de Skikda (2004)

- Essa sobre pressão teria rompido um ou mais tubos no interior da câmara de combustão
(causa da vibração e da primeira explosão).

- O jato de água e vapor pressurizado desprendido dos tubos rompidos incidiu diretamente
na superfície dos refratários impregnados de fuligem e cinzas, criando uma grande nuvem
desse material no interior câmara de combustão.

- Esse material suspenso (fuligem), altamente explosivo, em contato com a chama dos
queimadores entrou em ignição transformado a câmara da caldeira em uma verdadeira
bomba, aprisionada pelas paredes da caldeira.
Questões

1. De acordo com a passagem de gases e água, como podem ser classificadas as caldeiras?

2. Cite algumas utilizações do vapor?

3. Quais os principais dispositivos de alimentação de uma caldeira?

4. Por que a bomba de água não deve apresentar uma pressão inferior a pressão de
operação da caldeira?

5. Qual a finalidade do injetor em caldeiras de pequeno porte?


Questões

6. Qual a finalidade do pressostato de uma caldeira?

7. Quando o indicador de nível de água apresentar oscilações que providências o operador


deverá tomar?

8. De acordo com a figura abaixo, identifique os componentes clássicos de uma caldeira


Aquatubular “complexa”. (Eficiência energética).
Questões
Questões

9. Quais são os tipos convencionais de caldeira tratados na NR 13?


a) Caldeiras flamotubulares, caldeiras aquotubulares e mistas
b) Caldeiras aquotubulares, caldeiras mistas e de recuperação
c) Caldeiras mistas
d) Caldeiras elétricas

10. As caldeiras flamotubulares operam com:


a) Fogo nos tubos e no tubulão de fogo e água no costado.
b) Água na fornalha e fogo no feixe tubular.
c) Água nos tubos e fogo na fornalha
d) Água no interior do feixe tubular e fogo na fornalha.
Questões

11. Quais são os itens de segurança obrigatórios em uma caldeira?

12. Sobre a NR-13 – Caldeiras e vasos de pressão, assinale a alternativa CORRETA.

a) Caldeiras da categoria B são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 5,99 kgf/cm²
b) Caldeiras da categoria B são aquelas cuja pressão de operação é superior a 19,98 kgf/cm²
c) Caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 5,99 kgf/cm²
d) Caldeiras da categoria B são aquelas cuja pressão de operação é superior a 0,61 kgf/cm² e
inferior a 19,98 Kgf/cm²
Questões
13. Quais itens precisão ser calibrados anualmente?

14. Sobre pressão em caldeiras, considere que:


I. A caldeira pode funcionar com temperaturas próximas a PMTA;
II. A Pressão de teste sempre será maior que a PMTA;
III. A PMTA é a pressão de trabalho.

É correto o contido em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I, II e III.
Questões

15. Em relação a caldeiras, assinale a alternativa correta.

a) Caldeiras fogotubulares são alimentadas por combustíveis gasosos e caldeiras aquatubulares por
combustíveis líquidos ou sólidos.
b) As caldeiras devem ser submetidas à inspeção de segurança periódica, constituída por exames
interno e externo no prazo máximo de 12 meses para caldeiras tipo A e B ou 24 meses para
caldeiras da categoria A, desde que, aos 12 (doze), meses, sejam testadas as pressões de abertura
das válvulas de segurança.
c) As caldeiras devem ser submetidas à inspeção de segurança periódica, constituída por exames
interno e externo no prazo máximo de 12 meses para caldeiras tipo A, 24 meses para tipo B.
d) As caldeiras devem ser substituídas nas inspeções de segurança inicial, periódica e extraordinária.
Questões

16. O que é Vapor superaquecido?

17. De forma geral, diferencie a inspeção inicial, periódica e a extraordinária.

18. Em um vaso de pressão, caso tenhamos uma mistura de gases, como é feita a
categorização desse vaso?
Questões

19. Cite três vantagens e três desvantagens de uma caldeira Aquatubular e de uma
Flamotubular.

20. Considerando os elementos listados abaixo, descreva as vantagens e desvantagens das


caldeiras flamotubular e aquatubular.
a) Grau de combustão e vaporização específica
b) Peso e volume
c) Qualidade da água de alimentação

Você também pode gostar