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Dados bibliográficos:
Cansou-se da vida ativa e se aposentou aos 37 anos;
Nomeado conselheiro do rei Carlos IX, Henrique III e depois de Henrique de
Navarra.
Vai para Itália em 1580 e descobre que havia sido eleito prefeito de Bordeaux.
Contexto de guerras de religião entre católicos e protestantes.
Vários de seus parentes se converteram ao protestantismo.
Trabalhos:
Os ensaios são compostos de 3 livros.
o 3 edições: 1580, 1588 e 1595;
Fazia acréscimos a gosto nos capítulos.
Não há continuidade entre os capítulos.
Montaigne filósofo:
o Questiona a suposta superioridade dos homens sobre os animais;
o Questiona a suposta superioridade dos europeus sobre os bárbaros;
o Questiona o padrão universal da razão.
Os ensaios são uma mistura de seus pensamentos e expressões de sua
subjetividade.
Montaigne causou uma revolução na filosofia que passou de uma filosofia como
ciência teorética para a prática do livre pensar.
Pedantismo
Nesse capítulo Montaigne discorre sobre o valor atribuído ao acúmulo de
conhecimento em detrimento de um acúmulo de virtudes.
Faz uma crítica à ciência. P.140
Um convite para nos voltarmos para dentro.
Montaigne utiliza o tempo todo de saberes alheios para construir o seu próprio.
Existem sábios mais ignorantes que o homem comum.
Montaigne parece entender que o exercício da razão não é para qualquer um.
o “Não cabe justapor o saber à alma, cumpre incorporá-lo a ela.” (p.143)
o “O saber é uma boa droga, mas não há droga suficientemente forte para
resistir às falhas do recipiente.” (p.144)
A virtude deve vir primeiro.
o Muito mais vantajoso é a virtude porque ela pode prescindir o saber, mas
o saber não pode prescindir a virtude.
Montaigne quer fugir do sufocamento que o conhecimento causa no
pensamento.
Nossa relação com o conhecimento deve ser a mesma que temos com o prazer.
O homem como ele é:
A instabilidade da natureza humana. (I,I)
Montaigne parece sugerir que é muito difícil tratar a natureza humana a partir de
uma teoria racional, expondo exemplos que mostram que a mesma atitude diante
de um homem para com outro pode levar a fins diferentes, ao passo que
diferentes atitudes de um homem para com outro pode levar aos mesmos fins.
“A razão humana é um amálgama confuso em que todas as opiniões e todos os
costumes, qualquer que seja a sua natureza, encontram igualmente lugar. Infinita
em suas matérias, infinita na variedade de formas que assume.” p.118
Para saber o que é o homem, Montaigne entende que ele não deve falar de como
o homem deveria ser, mas de como ele é.
o “Outros autores têm como objetivo a educação do homem; eu o
descrevo.” p.152
o Ler primeiro parágrafo do Capítulo II do Livro III, que mostra a
indefinibilidade do homem.
“O mundo é movimento; tudo nele muda continuadamente [...],
tudo participa do movimento geral e do seu próprio [...] Não
posso fixar o objeto que quero representar: move-se e titubeia
como sob o efeito de uma embriaguez natural.” p.152.
o Montaigne é um homem que não carrega arrependimentos e possui uma
opinião muito boa a seu próprio respeito; é adepto de uma ética que
valoriza as virtudes, as quais são recompensáveis por si mesmas. A este
respeito, podemos ainda estabelecer uma conexão com a Apologia: [Ler
p.154].
o Devemos ser nossos próprios juízes, visto que só nós podemos conhecer
quem realmente somos. [Ler p.155 que deixa ainda mais evidente o
ceticismo pirrônico de Montaigne].
Objeções a Sebond
1ª [feita pelos católicos] - Sebond tenta justificar racionalmente a fé com
argumentos humanos. A objeção é que isso é um procedimento errado porque a
fé tem muito mais força do que a razão.
2ª [feita pelos protestantes] – a acusação é de que Sebond não apresenta bons
argumentos para justificar os dogmas católicos.