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22 jun
Marlon
O Garoto e o Saxofone
Olá a todos.
Antes de mais nada, eu gostaria de dizer algumas coisas. Quase não tenho tempo hábil e,
portanto, pode ficar dificil para responder a todos.
Eu criei essa conta no Orkut unica e exclusivamente para escrever a minha história. Eu posso
adicioná-los no meu perfil, teclar com muitos de vocês, mas, por favor, não me peçam para que
eu me revele ou para que eu os adicione no MSN. Não quero fazer uma conta fake. Espero que
entendam.
Eu li muitos contos nesta comunidade antes de tomar a decisão por escrever o meu próprio. Em
especial, li o conto "O Médico", do Benjamim (ou Ben para quem é íntimo dele). E tudo isso me
motivou muito a fazer esse exame de consciencia e escrever, que aliás, é uma das minhas
paixões.
Vai demorar um pouco até que o clima de romance chegue no conto. Se por acaso vocês
sentirem pressa por eu chegar "lá", sinto muito. Mesmo que ninguém me leia, eu faço isso pq,
como ja disse, tenho necessidade disso.
22 jun
Marlon
Eu tenho 21 anos, na época eu tinha 17, prestes a fazer 18. Ou seja, não faz muito tempo quando
tudo aconteceu. Na verdade, eu nem sabia que era gay e hoje, me vendo como vejo, acho até
estranho não ter tido o conhecimento disso antes. Mas isso não importa agora. Pelo menos não
agora como estou. Mas comecemos pelo começo.
O resultado saiu, passei. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Laís também estava feliz, é
claro, mas sempre apreensiva.
Eu não falei muito de mim. Sou moreno claro, olhos castanhos-claros, cabelo liso, mas não
muito. Sou alto, 1m82. Sempre joguei bola, mas minha paixão mesmo é o voley, então, dá pra
entender que o meu corpo é firme, mas tbm não é malhadão de academia. Sou muito simpático,
mas também muito machão. Quer dizer, eu era muito machão, metido a homem.
Até então eu nunca havia me interessado por nenhum homem (e olha que homem bonito e
interessante ao meu redor não falta), mas nunca notei a minha sexualidade como observo hoje.
Eu lembro que na época em que passei, muitos dos meus amigos machões riam de mim, diziam
que no curso que eu tinha escolhido fazer sempre tem muito gay. Diziam eles que, de tanto
contato físico com eles, eu acabaria me "infectando com a boiolice".
22 jun
Marlon
Claro que medo de me "infectar" eu não tinha, mas tinha medo de só ter gay e ser o único hétero
do lugar. Isso me apavorava. Vitor, um dos meus melhores amigos na época, dizia que isso era
bom, pelo menos, segundo ele, eu não teria concorrência pra pegar as meninas. Mas nunca tinha
traído a Laís, sempre fui muito fiel e achava horrível quando os meus amigos machões faziam
isso.
Na faculdade tinha muita menina. Mais meninas que meninos e alguns desses meninos ja davam
indicios de que eram gays de fato, mas não eram maioria. Por sorte tinham muitos caras héteros
também. Um deles era o Caio. O Caio era o mais simpático de todos da sala e ao mesmo tempo o
mais tímido. Como isso é possível não sei, mas ele tinha o poder de ser agradável aos olhos de
todos. Era sempre amigo, companheiro, entrosava os mais tímidos com os mais animados e, por
causa dele, ficamos conhecidos como a primeira turma do curso sem panelinhas. Era incrível
como ele cativava a todos.
Vou descrever o Caio. Ele tem um sorriso lindo, todos os dentes brancos e pequenos. Uma boca
pequena e carnudinha. Branco, quase pálido. Alguns sinais espalhados pelo corpo, cabelos
castanhos claros, mais claros que os meus e olhos parecidos com os meus, só que os dele eram
maiores. O cabelo era pouco encaracolado. Ele é um pouco mais baixo que eu e bem mais
magro, mas não esquelético, só não tinha músculos. Ele usava óculos com armação grossa, o que
dava certo charme intelectual e uma voz agradável de se ouvir. Ele quase não tem sotaque
algum.
Não sei, mas ele me conquistou. Claro, ainda não sabia que era gay, mas gostava da presença do
Caio. Todos, inclusive.
No primeiro dia de aula, ele foi o primeiro a se apresentar porque não tem ninguém na minha
sala que tenha nome que comece com as letras A e B. Logo, ele com a letra C estampando o
inicio do nome, deveria começar. O professor disse:
22 jun
Marlon
- Se apresente, diga sua idade, o porquê de ter escolhido esse curso e qual seu maior sonho.
- Quantas perguntas hein?
Era o primeiro dia de aula e ele solta essa piadinha boba. Não era uma piada digna de boas
gargalhadas, mas estávamos todos tensos. Qualquer coisa fora do comum nos arrancaria risos e
foi o que aconteceu. O professor logo disse:
- Bom, o palhaço da turma nós já temos.
- Temos nada - se defendeu o Caio - sou muito tímido.
- Estamos vendo a sua timidez - brincou o professor - Agora deixe de enrolar e responda
- Tá. Bom, meu nome é Caio, nada de chamar de Cacá, Cacazinho, Cacazito, ou outro
diminutivo qualquer. Para os íntimos, pode chamar de Cá, ta bom. Tenho 17, ou seja, nada de
bebidas ou coisas ilícitas na minha frente. Se chegar em casa doidão, vou dizer que a culpa é de
vocês. Escolhi esse curso no dia da matrícula, fechei os olhos e botei o dedo em cima de um
curso qualquer. Estava torcendo por Medicina ou Direito, mas deu esse mesmo...
Antes dele terminar de responder as perguntas do professor, ele já arrancava risos de todos. Mas
ele continuou:
- Mentira, é claro, sempre quis fazer esse curso porque gosto da área e me acho super criativo.
Minha mãe também me acha super criativo, mas não dá pra confiar muito em mãe né? E meu
maior sonho é tocar saxofone.
- Saxofone? Por que? - Perguntou o professor
- Ah, acho o som do sax muito atraente, me lembra cenas de sexo de novela das oito.
Outra vez ele fazia todos rirem. Sem dúvida ele já era o aluno mais popular da turma:
- Brincadeirinha, gosto de sax pq acho o instrumento muito bonito e difícil.
Todos foram se apresentando, até que chega a minha vez:
- Bom, sou o Marlon, também tenho 17 anos, escolhi esse curso porque gosto muito, sempre quis
e meu maior sonho é escalar o Everest.
22 jun
Marlon
Depois disso, o Caio não falou mais. Ele realmente era tímido, mas ja tinha feito amigos e isso o
deixou mais solto. Ali, naquela sala, não havia ninguém que não quisesse ser amigo do Caio.
Ninguém, inclusive eu. Fiquei impressionado com ele, com o jeito simples que ele tinha e o
talento de deixar as pessoas a vontade. Ele era muito fofinho. Ele tinha uma beleza comum, ele
tinha a aparência de um nerd, era despojado e se vestia bem. Ele ficava quietinho e prestava
atenção em tudo que todos diziam. Mesmo ele ficando caladão depois da apresentação, ele ja
tinha conquistado a todos, então, ninguém o deixou em paz depois disso. Qualquer piadinha que
surgia, as pessoas olhavam para o Caio, pra ver se ele não diria algo mais engraçado ainda. Bom,
quase sempre ele dizia, mas nas outras vezes ele só ria como todos naquela sala. A semana se
passou e todos ja estavam mais a vontade, menos eu. Principalmente porque ainda não tinha
conseguido me aproximar do Caio, para a gente trocar uma idéia, conversar e fazer amizade. Ele
sim era um amigo que valia a pena ter.
Na semana seguinte já estava preocupado de não ter conseguido me aproximar do Caio. Era
estranho demais essa sensção. Ninguém nunca tinha me provocado isso. E justo um homem. Mas
disse pra mim mesmo que teria calma, uma hora ou outra a gente se esbarraria. E foi o que
aconteceu. Fui no banheiro e, sem querer, me esbarrei nele:
- Putz, cara, você tá bem? Desculpa, não te vi - disse, todo aflito por ter machucado o Caio
- Não, cara, relaxa, você só encostou em mim.
Ele ficou me olhando nos olhos e começou a franzir a testa:
- Você não estuda comigo? - perguntou ele
- Estudo, estudo sim - respondi sorrindo
- Você é o.. é o Marlon. Acertei?
22 jun
Marlon
- Acertou.
- Ah, vai fazer o seu nº 1 ou nº 2. Eu aqui te empatando...
- Hahahaha, imagina, nem tou apertado.
- Bom xixi ou cocô pra você - disse o Caio saindo.
Fiquei tão feliz de finalmente ter falado com ele. E ele por sua vez foi muito agradável comigo.
Isso só me fez ficar mais fã do Caio.
Claro, voltei pra sala todo bobo por ter finalmente conseguido falar com o Caio. Ele me causava
ansiedade e uma vontade de impressioná-lo. A aula, do mesmo professor do nosso primeiro dia,
era sempre muito divertida e o Caio, como já estava familiarizado com aquela aula, sempre
soltava uma piadinha pra descontrair. O bom era que o Caio não precisava de muito esforço para
ser humorista e nem fazia piadas de mal gosto. Ele era o tipo de cara que consegue agradar
gregos, troianos e a mim.
O professor resolveu fazer uma dinâmica com a turma e dividiu a turma em equipes. Ele deixou
que nós mesmo escolhéssemos os nossos companheiros. De longe, ouço uma voz agradável me
chamando:
- Marlon, vem pra cá - gritou o Caio do canto da sala.
Imaginem o meu coração como ficou naquela hora. Nem imaginava que era gay e já me
acostumava com aquele sentimento forte que sentia por ele.
- Chega aí, Marlon, vamos fazer esse negócio aí.
- Pode deixar - disse, me sentando perto do grupo, feliz da vida.
- Gente, esse é o Marlon. Vocês conhecem né? - disse o Caio
Todos disseram que sim, mas na verdade era o instinto que o Caio tinha de entrosar todo mundo,
de envolver as pessoas. O trabalho era simples, ou pelo menos parecia. A gente teria que
escolher um produto, ou inventar um e fazer uma propaganda para todos na sala. Era bem
simples. O difícil foi achar o produto.
22 jun
Marlon
- Eu acho que a gente tem que pegar um produto que já faça sucesso, aí não tem erro - falou a
Claudinha
- Não, a gente tem que inventar um, porque inventado é mais engraçado e a gente pode atribuir o
que quiser ao produto e pôr um nome engraçado - disse o Caio
- É, deve ser legal - concordou a Ana Luiza
- Mas o que seria? Hum... nossa! Não me vem nada na cabeça... Diz, Marlon.
- Eu, Caio?
- É, cara, você. Tem alguma idéia?
Ele ficou me olhando e fiquei super sem graça. Essa era a minha chance de impressioná-lo
finalmente, mas nada vinha na minha cabeça também, até que tive uma idéia:
- E se a gente inventasse um celular de mil e uma utilidades?
- Fala mais - disse o Caio, interessado.
- Ah, tipo, celular hoje faz tudo: tira foto, filma, tem joguinho e outras coisas. A gente poderia
inventar um celular que fizesse um monte de coisa impossível.
- Ah, gostei, gostei - disse a Claudinha
- É, eu também. Poderia ser um celular que passa café, manda fax, faz faxina e tal. Gostei.
Mandou bem!
Quando o Caio disse isso, fiquei todo sem graça. Pensei comigo mesmo: "conquistei um
amigo!".
- Mas que nome a gente dá? - perguntou a Ana Luiza.
- Ah, que tal Super-Master-System-Surround-Resort-King Size-Pop Center-Plus-Mobile Phone?
- disse o Caio
É claro que foi imediatamente aprovado. Ele tinha o dom de fazer todos gostarem dele e das
idéias malucas que ele tinha. Na hora da apresentação só deu ele, claro. Só o momento em que
ele disse o nome do nosso produto foi o bastante para todos caírem na gargalhada. E ele todo
sério, posudo, mostrando o celular e falando das funções:
- Ele é Resort porque, se por acaso você se perder no meio da mata... vai saber lá o que você faz
no meio da mata, né? Mas isso é problema seu, não nosso... aí você aperta o botão verde,
selecionando a função FofaBed e pode dormir a vontade...
Nem preciso dizer que fomos super aplaudidos. Ele tinha mesmo talento pra coisa. Depois, no
fim da aula, ele veio falar comigo:
22 jun
Marlon
Era estranho isso. Mesmo ficando todo bobo perto dele, tinha o instinto de protegê-lo. Ele era
mais magro, mais fraco, aparentemente mais frágil e mais sensível. Mas todo o seu humor tirava
essa imagem dele. Mesmo assim queria estar sempre por perto, para que nada de mal o
acontecesse. Sensações estranhas para um hétero e para o primeiro contato.
Longe do Caio eu era mais seguro, mais "fortão", mais "machão", inclusive com a Laís e os
caras, meus amigos.
- E a faculdade, amor? Tudo bem?
- Tudo. Conheci um cara super legal. Caio, o nome dele. É uma figura... hahahaha
- Que bom, fez amigos. Tem muita menina?
- Ciúmes?
- Eu não, só quero saber.
- Sei... ô, tem mais mulher que homem.
- Eita!
- Hahahahaha é verdade.
Não falava muito da faculdade pra Laís porque ainda estava no começo e também porque ela
morria de ciumes das meninas do meu curso. Sempre tive uma fama não legal de pegador,
embora não fosse. Isso vai parecer muito arrogante, mas sempre foi mais fácil as meninas darem
em cima de mim que eu delas. Mas por favor, não pensem que é pretensão, é a verdade. Mas
sempre fui fiel. Tenho motivos para ser. Um caso de infidelidade conjugal na minha família me
traumatizou muito (quem sabe um dia não falo para vocês?) e por isso nunca traí. Mas fama é
fama, quando se pega... E a Laís morria de medo disso. Mesmo não tendo motivos. Mas não
posso negar que dava as minhas olhadas e que muitas vezes era cantado na faculdade.
22 jun
Marlon
A minha família é muito conservadora. Meu pai é daqueles machistas que acham que mulher no
volante é perigo constante e que homem que fala fino está precisando de uma mulher para ver se
"conserta". Mas não é só ele, todos os meus tios e primos, e até primas são assim. Meu irmão
mais velho nem se fala. Ele é o clone mais jovem do meu pai no jeito de ser e na aparência. Mas
nunca me senti acuado com essa situação, afinal, pelo que me constava, não era mulher e nem
homossexual. Sempre fui machão também. Perdi a virgindade com 14 anos, com uma menina
que eu "namorava" na escola. Sempre namorei muito, fiquei pra caramba e sempre fui muito
descolado. Tive muitos amigos homens e nenhuma amiga mulher. Toda a menina que se
aproximava de mim, se eu não estivesse namorando, ou ficava ou me afastava. Sei, é grosseria
minha, mas era assim minha vida de adolescente.
Comecei a sair cedo. Quando minha mãe viajava pra casa dos meus avôs, porque eles são
doentes, meu pai permitia que eu trouxesse meninas pra casa e deixava que elas dormissem no
meu quarto. Como um filho de machão, nunca namorei sério com essas meninas com quem
transava de primeira. Até poderia transar mais vezes, mas nunca assumir compromisso. De
preferência, assumia compromisso com meninas virgens. Foi assim que conheci a Laís. Foi uma
brincadeira de girar a garrafa. Eu estava afim de namorar sério, com uma menina séria, mas não
dava pra sair por aí perguntando quem era virgem. Mas nem precisei perguntar, quem perguntou
foi o Vinicius. A garrafa girou e caiu pergunta para o Vinicius e resposta pra Laís:
- Você é virgem? - perguntou o Vinicius
- Sou.
Até então a Laís nunca tinha despertado meu interesse, mas depois que soube que ela era virgem,
decidi investir nela e, quem sabe, começar um namoro. Depois disso foi fácil. A gente começou
a namorar e eu finalmente estava firme com alguém mais de dois meses. Meus namoros nunca
duravam. A minha fama não permitia.
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22 jun
Marlon
Bom, acho que deu pra sacar que não dava pra desconfiar da minha masculinidade. Era o típico
hétero baladeiro de plantão, gente fina, fiel, acima de tudo, mas pegador quando estava solto no
mundo. Quem faria diferente?
Por isso que as vezes me inquietava essa minha fixação no Caio. Mas como tinha certeza da
minha sexualidade, não achava que isso era paixão ou coisa parecida. Então comecei a relaxar
quanto a esse sentimento que nutria por ele e deixei rolar. Dias passam e vejo a nossa amizade se
fortalecendo. Ele passou a frequentar a minha casa e eu a dele. Começamos a compartilhar os
amigos e ficávamos mais próximos a cada dia. Adorava o nosso jeito de ser, tão unidos, tão
grudados. A gente tinha os mesmos gostos por música, comida, lugares, sonhos...tudo! Era
incrível. Ficava com ele e a hora passava rápida como um cometa apressado.
Até abandonei sem querer alguns amigos pra que eu e o Caio ficássemos mais juntos. E era o
que acontecia a cada dia. Meu pai começou a não gostar desse "grude". Estranhou. Mas ele tinha
certeza da minha sexualidade, então ele começou a desconfiar do Caio:
- Acho que esse Caio... hum, sei não - disse o meu pai.
- O que foi, seu Elias, qual é a bronca? - disse descontraído.
- Vocês são tão grudados...
- É né? O Caio é tão legal!
- Legal demais pro meu gosto.
- Como assim?
- Homem com homem dá lobisomem.
- Nossa, pai, você acha mesmo que a gente... - meu pai interrompe.
- De você não acho nada, mas esse Caio anda muito por aqui. Esse menino joga bola?
- Ele não gosta de futebol.
- Homens de verdade gostam.
22 jun
Marlon
Marlon
- Pára, não ri de mim! - disse a Laís já rindo daquela situação constrangedora - mas nem vou te
dar atenção, vou ficar o tempo todo de fru-fru com a aniversariante e tal.
- E o que eu faço?
- Não sei.
- Ah, posso convidar um amigo? Aí ele fica comigo na mesa. Que tal?
- Tá, tudo bem, chama quem você quiser. Agora deixa eu ir porque ainda tenho vou no
cabeleireiro. Beijo.
Eu liguei pro Caio, convidando-o para a festa. Ele resistiu. Não é muito de sair e muito menos de
sair pra ver pessoas com quem ele não tem intimidade. A cada resposta negativa dele, meu
coração ficava mais apertado. Mas acabei o convencendo a ir comigo. Fiquei tão feliz.
Quando chegamos na festa, a Laís já estava lá toda arrumada e bonita. Fui falar com ela:
- Amor, está tão linda! - disse elogiando.
- Ai, bobo, obrigada! - disse ela me abraçando.
- Está sim. Olha, esse é o meu amigo, o Caio.
- Oi, prazer. - disse o Caio dando dois beijinhos.
- Ah, o famoso Caio. - disse a Laís.
- Famoso? - perguntou o Caio.
- Marlon vive falando de você.
- Espero que bem, então.
- Hahahahaha, idiota, é claro que falo bem de você né? - disse, abraçando o Caio.
Depois das apresentações, a Laís não me deu mais atenção porque era uma das 15 damas da
aniversariante. Nem me importei, afinal, estava com o Caio ao meu lado. Escolhemos uma mesa
e sentamos. Os garçons foram servindo bebidas, peguei dois copos de refrigerante pra gente
tomar:
- Valeu, Marlon.
- Ah, bobagem.
Ficamos ali bebendo e não dissemos nada um para o outro. Já estava começando a ficar
preocupado porque a impressão era de que o Caio estava achando tudo muito chato. E eu, é
claro, não poderia deixar que isso acontecesse, afinal, quem tinha chamado ele para essa festa fui
eu. Se por acaso ele achasse tudo um saco, nunca mais aceitaria um convite meu de novo. Fiquei
muito aflito com essa idéia, não poderia deixar o Caio desse jeito:
22 jun
Marlon
Não poderia magoá-lo. Não eu. Fiquei muito sem graça. Quis logo me desculpar com ele:
- Desculpa, cara, não queria encher o seu saco.
- Não encheu.
- Você ficou visivelmente chateado comigo agora.
- Não fiquei.
- É claro que ficou. Desculpa. A gente é tão amigo.
- Aham...
- Ah, sabe do que mais? Laís viaja esse fim de semana com os pais, vão visitar uma tia dele que
mora em Goiás. A gente poderia sair durante esse fim de semana, coisas de homem, só nós dois.
O que você acha?
- Coisas de homem?
- É, coisa que homem faz quando a namorada está fora.
- Tipo chifrar?
- Não, não faço isso. Tipo jogar bola.
- Você sabe que não sei jogar.
- Mas pode aprender...
- Mas além de não saber, também não gosto.
- Pode aprender a gostar.
- Meu pai ja tentou fazer isso. Me disse que futebol era coisa de homem e tal. Me levava no
estádio, mas nunca gostei, não é agora que vou gostar.
Outra bola fora com o Caio. Ficava a cada segundo mais aflito com aquela situação. Não poderia
chatear o Caio. Não me perdoaria se fizesse isso. Tudo o que queria era que ele me achasse o
máximo, queria impressioná-lo e ser o melhor amigo que ele já teve na vida.
Depois desse papo, ficamos calados mais uma vez. Aquela situação já estava constrangedora.
Mas ficou pior quando chegou a hora da valsa das damas da aniversariante. A Laís veio correndo
me puxar pra dançar a valsa:
- Vem, Marlon!
- Mas...
O Caio ficou lá sozinho e eu dançando com a Laís.
22 jun
Marlon
A valsa demorou muito e eu ficava mais preocupado. Quando acabou, a Laís me dispensou:
- Pronto, pode voltar pra mesa. Desculpa, não vou poder te dar atenção, mozinho.
- Tudo bem, Laís, eu entendo.
Nos beijamos e voltei pra mesa. Comecei a puxar papo com o Caio de novo:
- Ai que coisa chata festa de 15 anos né? Sempre tem essas breguices.
Mas ele não falou nada. Assustei ainda mais:
- Tudo bem?
- Tudo. Eles servem bebida aqui?
- Bebida alcoólica?
- Sim.
- Não sabia que você bebia, Caio.
- Bebo muito pouco, mas não sou um beberrão. Bebo vinho, caipirinha... essas coisas. Cerveja
não, ou seja, não vivo bebendo.
- Ah tá.
- E então, eles servem?
- Não sei. Deixa eu ver aqui.
Fui correndo perguntar para a prima da Laís, que também estava na festa, se tinha bebida. Era a
minha chance de impressionar o Caio:
- Tá aqui. Caipirinha.
- Não precisava ir buscar pra mim. - disse o Caio todo tímido.
- Precisava sim, sou praticamente seu anfitrião.
Ele agradeceu com um sorriso e foi tomando a caipirinha:
- Quer mais?
- Não, senão fico bêbado.
- Com um copo só? Você é fraco hein? - brinquei.
- Não sou fraco, até aguento muito, mas se beber mais, vou querer mais e aí sim fico bêbado.
- Se você aceitar beber, bebo junto com você. Topa?
Ele aceitou, fui buscar dois copos. Quando voltei pra mesa, percebi que o Caio estava muito
arrumado. Bonito mesmo. Vestia uma camisa de botão azul marinho e uma calça social preta. A
roupa ficou perfeita nele. Na verdade, tudo caía bem nele. E ele estava uma graça sem óculos,
com os cabelos úmidos e penteados para trás e as bochechas um pouco rosadas. Enfim, o Caio é
o tipo de menino que a gente se apaixona por ser fofinho:
- Aqui estão os nossos copos.
- Você quer me ver bêbado mesmo, hein?
- Ah, deixa de bobagem e bebe logo.
Fomos bebendo, até que a prima da Laís vem na minha mesa com outra menina:
- Marlon, não vai apresentar o seu amigo?
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
Depois que a Laís chegou, tudo entre mim e o Caio piorou. A Laís ficava o tempo todo me
beijando e me abraçando e eu acabava deixando o Caio segurando vela sozinho.
Felizmente aquela noite acabou. No fim da festa, perguntei se o pai da Laís poderia deixar o
Caio em casa. O Caio recusou a carona e disse que iria de taxi mesmo. O que me deixou mais
triste, estava achando que o Caio queria se ver livre de vez de mim naquela hora:
- Mas, Caio, pelo menos você não gasta dinheiro.
- Por outro lado também não dou mais trabalho pra ninguém. - disse o Caio
- Mas não é trabalho nenhum, Caio. Faço questão.
- Prefiro o taxi.
- Prefere o taxi a uma carona com o seu amigo?
- Não é você quem vai dar a carona, é o pai da sua namorada.
Ele saiu, se despediu da Laís e foi embora. No caminho pra casa a Laís ainda disse para mim que
tinha achado a Caio uma boa pessoa, mas que era muito calado. Ainda no caminho, liguei para o
Caio para saber se ele tinha chegado bem em casa. Ele atendeu e disse que sim. Depois desligou
rápido. Fiquei triste pra caramba. No domingo ainda liguei para ele e perguntei se estava bem.
Ele diz que sim e logo dá um jeito de se despedir.
Imaginem como o meu coração ficou...
Quando foi na segunda-feira, chego bem cedo na aula pra falar com o Caio e ele estava
conversando com o grupinho que ele sempre fica todo dia. Ele estava feliz, ria muito e fazia
todos rirem também. Me aproximo e falo com todos e depois pergunto ao Caio:
- Oi amigão, vamos conversar?
- Senta aí. - disse o Caio
- Não, vamos ali no corredor.
- Agora?
- Por favor...
- Depois a gente conversa. - disse ele me dispensando.
Fiquei muito triste com a mudança do Caio comigo. Ele estava visivelmente querendo se afastar
de mim. Maldita hora que tive a idéia de chamá-lo para aquela festa chata.
22 jun
Marlon
Sentei no meu lugar e fiquei quieto a aula toda. Morrendo de tristeza por dentro. Não poderia
conceber a idéia de que o Caio estava com raiva de mim, não o Caio. Porque o Caio pra mim já
havia se tornado meu melhor amigo em anos. Sentia que poderia contar tudo para ele e que ele,
por sua vez, seria fiel aos meus sentimentos. Sentimentos estranhos para um hétero como eu,
mas ainda assim, curtia muito o Caio.
Depois da aula, sinto uma mão passando nas minhas costas. Era ele:
- E aí, Marlon, tudo bem? – ele perguntou.
- Tudo sim. Por que?
- Você ficou calado a aula toda... o que houve?
- Estou chateado com você, quer dizer, comigo mesmo.
- Por que? O que eu fiz?
- Acho que você ficou puto comigo no sábado, não?
- Não, não fiquei. Só tava meio estressado.
- Por que?
- Ah, nada não, não quero falar sobre isso.
- Ah, mas você sabe que pode confiar em mim né? – perguntei, preocupado
- Sei, sei sim, mas não estou afim mesmo de falar sobre.
- Respeito isso.
Bom, fizemos as pazes. O sorriso voltou a estampar meu rosto e fomos todos pra lanchonete da
faculdade. O Caio fez o que sempre fazia: derrubava todo mundo na gargalhada e ainda se fazia
de inocente, o que dava até mais charme para as palhaçadas dele. Ele sempre soltava uma
piadinha e no final perguntava se fazendo de bobo: “O que foi que eu disse?”, “Por que vocês
estão rindo tanto, não disse nada demais!”. Adorava quando o Caio fazia isso. Ele fazia de um
jeito em que realmente passava a impressão de menino-bobinho, principalmente pelo rostinho de
menino que ele ainda mantinha, mas todos sabíamos das malícias daquele garoto que encantava
o meu coração de hétero.
22 jun
Marlon
Os dias foram passando e não tinha como não notar que a nossa amizade crescia muito. Mais que
o normal. Na sala de aula, quando os professores passavam trabalho em dupla, ninguém mais
ousava convidar o Caio para trabalhar junto, porque sabiam que era comigo que ele iria fazer.
Tinha até pessoas que me pediam pra eu deixar que o Caio fizesse o trabalho com elas, mas é
lógico que eu dizia não. Não ia perder a oportunidade de ver o Caio fora da sala de aula. E fora
da faculdade o Caio era ainda mais engraçado e mais íntimo de mim. Era quando estávamos
sozinhos que sentia mais vontade de contar todos meus segredos pra ele e ele sempre retribuía
com sábios conselhos. O Caio era muito inteligente para isso e, apesar de termos a mesma idade,
aparentemente era bem mais maduro e mais vivido. Só que isso era contrastante com vida
fechada que levava. Como ele poderia ser mais vivido se vivia menos que qualquer adolescente
na sua idade? Saía pouco, era tímido e fechado. Eu mesmo achava o Caio uma enorme
interrogação. Mesmo que com o tempo tivesse começado a aprender o que o Caio estava
pensando, de acordo com a expressão que fazia pra mim, ainda haviam muitos mistérios.
Isso me deixava agoniado. Queria saber tudo do Caio. Tudo. Era fã incondicional dele.
Bom, a amizade crescia e as pessoas ao meu redor começaram a perceber isso. Meu pai sempre
falava para ter cuidado, porque o Caio parecia muito gay pro gosto dele. Nem dava bola. O Caio
sempre estava lá em casa e eu vivia enfurnado na casa dele. A gente passava horas e horas no
MSN.
Outra pessoa que começou a notar isso foi a Laís. Ela também achava que ele era gay, mas
também não me importava com o que ela achava do Caio. Mas ela, ao contrário do meu pai, não
achava que ele estava afim de mim. Ainda.
22 jun
Marlon
Mas tinha uma coisa que me chateava muito no Caio, ou em mim. Quando estávamos só nós
dois era tudo perfeito: ríamos, cantávamos, jogávamos vídeo-game... Enfim, era tudo divertido.
Mas quando estávamos com o pessoal da faculdade, ele parecia inalcansável. Não conseguia
participar das brincadeiras dele. Ele não me excluía, mas era como se eu não conseguisse entrar
na onda de todos os presentes. Quando ele estava com a Claudinha principalmente aí era que eu
não conseguia chegar mesmo, porque eles pareciam muito amigos e às vezes a Claudinha dizia
alguma coisa que o fazia rir, mas eu não fazia idéia do que eles estavam falando. Quando
perguntava sobre o que eles estavam rindo, o Caio respondia que tinha sido alguma coisa que
aconteceu quando os dois tinham ido ao shopping, ou quando eles tinham ido à praia, ou em um
barzinho... Enfim, percebi que eles tinham muito em comum e que saíam muito sem mim. Na
verdade saíam muito sem eu ficar sabendo e isso me deixava com mais raiva. Porque era nesses
momentos que me sentia excluído da vida do Caio. Mas a explicação que o Caio tinha para essas
saídas sem mim eram bem plausíveis, tanto é que nem poderia culpá-lo por isso. Quando eles
saíam sem mim era porque ou eu estava com a Laís, ou estava com os meus amigos antigos, que
por sinal não me deixavam mais tão feliz como o Caio.
Diante dessas explicações, só poderia aturar aquilo tudo com uma dor no peito. Como queria ter
o Caio só pra mim. Mas claro, quando pensava nisso, pensava em ter o Caio em casa pra gente
jogar vídeo-game, ou falar besteira, ou no MSN. Ainda sonhava que era hétero.
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22 jun
Marlon
Meu aniversário de 18 anos chegando, estava muito animado. Meus pais organizaram um festão.
Minha casa é enorme e dava pra fazer uma festança, tem piscina e um jardim grande onde no fim
de festa todos se deitam e ficam curtindo a bebedeira. Estava mais animado ainda porque corria
um boato na minha casa que eu ia ganhar um carro, mas não tinha nada certo. E também estava
feliz porque o Caio iria à festa, claro. Na verdade tinha convidado todos meus colegas de classe,
mas o Caio era especial. Não me importaria se ninguém fosse, exceto o Caio.
A festa rolando, o DJ tocando e nada do Caio. A Laís chegou, me deu um livro de presente sobre
Publicidade no Brasil:
- Lindo! Feliz Aniversário. Te amo muito, Marlon – ela disse.
- Também te amo, sua boba!
Meus amigos da escola foram chegando, amigos do meu irmão também, meus primos, tios e
outros agregados. Enfim, era um festão, acreditem em mim. Mas nada do Caio. De repente chega
um taxi com um monte de gente. Desce a Claudinha, a Luiza, o Tom (gay assumido), o Diego
(também gay) e o Caio. Fiquei tão feliz na hora. Saí e fui recebê-los. Quando chego à rua, o Caio
diz que tem uma surpresa pra mim. Fui abraçá-lo e ele disse:
- Nem encosta em mim, deixa primeiro te dar o teu presente, a sua surpresa.
- Tá, manda! – disse todo bobo pensando “Caramba, o Caio fez uma surpresa pra mim!”
De repente todos começam a cantar em coro “Parabéns pra você, nessa data querida, muitas
felicidades, muitos anos de vida!”. Enquanto todos cantavam, o Caio fazia uma coreografia que
era mais ou menos assim: Parabéns pra você = ele batia palmas e apontava pra mim / Nessa data
querida = ele apontava para o chão dizendo que era essa data e o “querida” ele se abraçava /
Muitas felicidades = ele fazia o sinal de “muito” com a mão e a felicidade era abrindo um sorriso
com os dedos / Muitos anos de vida = ele fazia de novo o muito com a mão e começava a pular
como um doido pra demonstrar a “vida”.
22 jun
Marlon
Fiquei sem saber o que dizer. Como o Caio pudera planejar um micão daqueles na frente de todo
mundo só pra me fazer rir?
- Você é louco? Hahahhahaha, adorei!!!
- Que bom, porque não tenho presente pra te dar! – respondeu o Caio
- E quem disse que me importo?
Mas aí ele pegou uma sacola que estava na mão da Luiza e me deu:
- Você acha mesmo que não ia te comprar nada?
- Uma camisa... Ah! Não acredito, com a minha cara? Você que desenhou?
Era uma caricatura minha. O Caio sabia desenhar como ninguém. Fiquei tão feliz. Era mil vezes
melhor que um carro, afinal, ele fez uma camiseta especialmente pra mim. Ninguém no mundo
tinha aquela camiseta.
Depois que o Caio chegou, permiti que cantassem os parabéns. Não ia cantar sem ele, claro.
Depois da cantoria, veio aquela pergunta clássica:
- E aí, pra quem vai o primeiro pedaço de bolo?
Na minha mente só vinha o Caio. Era pra ele que eu queria dar a fatia. Mas pensei bem, achei
que não ia ser legal e que as pessoas estranhariam. Então, dei para a Laís. Todos fizeram tipo de
surpresos:
- Oh! Que novidade... Nunca imaginaríamos que você iria dar a primeira fatia para a sua
namorada.
Mas seria uma surpresa enorme se tivesse dado ao Caio. Depois da primeira fatia, ninguém se
importa para quem vai a segunda. Depois da fatia da Laís, cortei um pedaço generoso para o
Caio e fui levar:
- Pra você. – ofereci ao Caio.
- Tá louco? Que pedação! Não como isso tudo.
- Ah, mas vai ter que comer. Cortei especialmente pra você.
22 jun
Marlon
Ele foi comendo, ficava olhando ele partindo os pedaços com o garfo. Depois que foi comendo
os primeiros pedaços eu me deliciava com a boquinha dele mastigando, começaram a me chamar
de um lado para o outro, para receber mais convidados e receber mais presentes e falar com mais
pessoas. Resultado: não consegui dar atenção ao Caio. E depois a Laís começou a ficar no meu
pé, me beijava toda hora, me abraçava... Depois o Caio e os meus amigos começaram a rir com
alguma coisa e eu os via de longe, morrendo de vontade de estar com eles e não podia. Aquela
festa estava começando a ficar muito chata pra mim.
Chata era pouco. Depois de um tempo pude perceber que o meu irmão começou a zombar dos
meus amigos da faculdade porque todos os caras que estavam lá, exceto o Caio, eram gays.
Então ele e os amigos começaram a rir e soltar piadinhas. Todos na festa começaram a ver isso e
fiquei muito envergonhado pelo Caio. Fui falar com meu pai sobre isso:
- Pai, o Ewerton fica tirando sarro dos meus amigos...
- Besteira, estão se divertindo. – disse o meu pai saindo.
A minha vontade era de bater no meu irmão até ele sangrar por todos os lados, mas tinham os
outros convidados que me chamavam a todo tempo e a Laís que não saía do meu pé.
Depois de um tempo, vejo a Laís se aproximando de mim e me chamando no canto:
- O Caio pediu pra avisar que a festa estava ótima e tal, mas ele teve que ir embora.
- O que? Mas já? Por que tão cedo?
- Não sei, eles pegaram um taxi e foram embora.
- Mas ele nem se despediu de mim... – disse muito irado com isso.
Não poderia crer que o Caio tinha feito essa comigo. Poxa! Meu aniversário... Então liguei pra
ele e ouvi muitas risadas quando ele atendeu:
22 jun
Marlon
- Oi, Marlon!
- Por que você foi embora?
- Por que... ah, Marlon, vou ser bem sincero. Seu irmão e os amiguinhos dele ficaram tirando
sarro da gente, a gente não agüentou, já tava ficando constrangedor ele rindo da nossa cara e
todos vendo. Então, fomos embora.
- Mas... mas... – fiquei sem ter o que dizer. Ele, mais uma vez, estava certo e não tinha como
dizer que ele me abandonou. – Mas você nem se despediu!
- Desculpa cara.
De repente ouço um barulho e começo ouvir outra voz no telefone:
- Alô, Marlon?
- Quem fala?
- É o Tom. Olha cara, sua festa estava muito boa, mas a gente... – eu interrompi.
- Tom, passa pro Caio, quero falar com ele. – disse , dispensando o Tom.
- Alô, Marlon? – disse o Caio.
- Vocês vão pra onde?
- Ah, a gente vai naquele barzinho perto da minha casa, sabe?
- Ah, no dia do meu aniversário você vai se divertir sem mim em um barzinho?
- Ué, mas você tem sua festa aí e todos seus amigos estão aí com você, por que você não iria se
divertir?
- Tem certeza que todos os meus amigos estão aqui? Acho que só esta faltando o melhor de
todos eles aqui.
- Marlon, eu... – interrompi o Caio.
- Caio, vá pro seu barzinho. Xau.
Desliguei.
Para mim, a festa tinha acabado ali. Ficar naquela festa não fazia nenhum sentido mais. Fiquei
muito irado com isso, principalmente porque sabia que o Caio não tinha culpa de nada. E ele
ainda teve a pior impressão da minha família, da minha casa e tudo mais. Quando a festa acabou
a Laís pediu para dormir comigo, mas estava sem ânimo. Ela insistiu e eu deixei. Disse a ela que
não estava me sentindo bem para transar, mas ela disse que se por acaso ficasse só abraçadinha a
mim, não iria se importar.
22 jun
Marlon
De manhã, a gente transou. Não teve jeito. Mesmo eu não querendo, mas se eu não transasse, ela
poderia desconfiar. Depois ela foi embora e eu fui tomar café da manhã. Quando eu chego na
cozinha, vejo o Ewerton e ele diz:
- Deu uma trepadinha com a patroa hein?
Eu nem liguei para o que ele disse da Laís. Só o fato de ele ter falado comigo me subiu uma ira
enorme. Eu avancei nele e dei um soco no olho. Ele caiu no chão e foi se levantando pra revidar.
Meu pai chegou na hora e nos separou, perguntando o que estava acontecendo ali:
- Esse desgraçado, que perguntou se eu dei uma trepadinha com a Laís, falta de respeito!!! – eu
gritei
- Ta todo fresco, esse viado! – retrucou meu irmão.
- Eu não admito que você fale da Laís desse jeito, seu porra! – eu respondi
Meu pai separou a gente, deu uma bronca no meu irmão e eu saí. Fui tomar banho e, quando
chego ao quarto, vejo que no meu celular tem uma ligação não atendida do Caio. Liguei
imediatamente, é claro:
- Caio? Você me ligou?
- E aí, cara, tudo bem? Já se sente mais velhaco? – ele brincou.
- Hahahahaha, só você para me fazer rir.
- O que vai fazer hoje?
- Nada, por quê?
22 jun
Marlon
- Ah, nada de mais. Eu pensei que a gente poderia jogar bola aqui na quadra do prédio.
- Você? Jogando bola? O que te deu? – eu perguntei, curioso.
- Ah, você não disse uma vez que eu poderia aprender? Então. A gente pode jogar hoje se você
quiser. Você vem?
- Me espera que eu já - já estou aí. – Desliguei apressado. Doido pra chegar logo na casa dele e
ver o Caio depois daquela festa traumática.
Quando eu cheguei ao prédio do Caio, fui direto pra quadra. Encontro com ele sentado no banco
de short branco e curto e uma camiseta regata azul clara. Muito fofinho cheio de cachinhos na
cabeça e com as bochechas rosadas:
- Ué, você tem bola de futebol? – eu perguntei, curioso. – Se eu soubesse, não teria trazido a
minha.
- Não, é do meu vizinho. Eu não poderia correr o risco de te convidar pra jogar bola sem a bola.
- Sempre prevenido, hein Sr. Caio? – brinquei.
- Claro, se eu fosse mulher, não sairia de casa sem absorventes na bolsa jamais.
- Hahahahahahaha. Bobão. Deixa de conversa e vamos jogar.
Peguei a bola, joguei no chão e começamos a driblar. Ele, é claro, não conseguia roubar uma
bola. Ficamos nessa por horas. Até que eu parei a bola disse:
- Ta na cara que você não ta curtindo isso. Você não gosta de futebol. Por que me chamou pra
jogar bola?
- Porque eu sei que você gosta e também porque eu quero que você me perdoe por eu ter saído
da sua festa. – respondeu o Caio.
- Mas não tenho o que perdoar não, eu também fiquei muito puto com o meu irmão, até dei um
soco no olho dele hoje.
- Nossa! – disse o Caio, surpreso.
- Eu fiquei com muita raiva. Aquele pessoal que estava na festa... nossa, faz tempo que a gente
não se fala. Depois que eu recebesse todo mundo, eu iria ficar lá com vocês. A festa, no fim, foi
um saco depois que vocês foram embora.
- Foi mal, cara. Mas eu tive uma idéia: próximo fim de semana a gente comemora o seu
aniversário naquele barzinho aqui perto. Aí, depois, se você quiser, você dorme aqui em casa
mesmo.
22 jun
Marlon
- Sério? – perguntei eu, surpreso. Fiquei pensando “Caramba, o Caio me convidou pra dormir
aqui na casa dele.” todo bobo.
- Ah, mas se bem que você namora. Não pega bem sair sem a namorada. Então você chama a
Laís também. Depois vocês vão curtir sozinhos.
Ou seja, não era dessa vez que eu iria dormir na casa do Caio. Fiquei super feliz e murchei logo
em seguida. Mas pelo menos o Caio estava preparando uma saída pra comemorar o meu
aniversário.
A semana foi passando e o Caio combinou tudo com o pessoal da faculdade. Dessa vez parece
que iriam todos da sala, o que só aumentaria a folia. O Caio conseguiu convencer todos de ir.
Quem resistiria a um convite do Caio? Eu convidei a Laís, afinal, o Caio também tinha
convidado ela. Quando falei da festa para a Laís, ela disse:
- O Caio ta organizando uma festa pra você? Por que? – perguntou ela curiosa.
- Porque ele saiu mais cedo da festa e dessa vez vai mais gente.
- Esse Caio... sei não. – disse a Laís.
- O que tem o Caio? – já perguntei bravo.
- Eu sinto que ele gosta muito de você.
- E eu gosto muito dele. Qual o problema?
- Não, você não entendeu. Eu quis dizer que eu acho que o Caio é gay, acho também que ele dá
em cima de você.
Deu-me um ódio na hora que ela disse isso. Mas relaxei e comecei a argumentar:
- Só porque o Caio é tímido não significa que ele seja gay. Você não percebe a diferença dele
para os outros caras que estudam comigo que são gays? E outra, o Caio me respeita muito. Ele é
muito gente boa comigo, não gosto que falem mal dele.
- Não sabia que você era defensor do Caio. – disse a Laís de brincadeira.
- Sou muito. Ele foi o único cara lá na facul que foi com a minha cara e me enturmou com o
pessoal. Eu tenho muita consideração pelo Caio.
- Ta, tudo bem, desculpa.
22 jun
Marlon
O fim de semana chegou e lá fomos eu e Laís para o barzinho perto da casa do Caio. Quando
chegamos lá, todos já estavam. Foi muito legal a chegada. Abracei todo mundo e aí o Caio
chamou o garçom. Quando este veio, trouxe consigo um bolo e as velas acesas. O Caio também
tinha reservado uma mesa nos fundos do bar, o melhor lugar. Na parede tinha uma faixa com os
dizeres “Está ficando velhaco!”. Soube na hora que isso era coisa do Caio. Quando o bolo
chegou, começaram a bater os Parabéns e todo mundo do bar ficou olhando pra gente. Foi um
máximo!
Eu fiquei olhando pra faixa e o Caio perguntou:
- Gostou?
- Isso é bem coisa sua. – disse eu me fingindo de bravo.
- Eu? Eu não, eu seria incapaz. – disse o caio, se fazendo de ingênuo.
- Te conheço, Caio.
Eu nem me lembro o que eu pedi. Depois do pedido, parti o bolo e ofereci o primeiro pedaço pra
o Caio:
- Não, esse primeiro pedaço vai para o meu amigão, Caio, que organizou esse festão pra mim.
22 jun
Marlon
Todos começaram a aplaudir enquanto o Caio pegava a fatia de bolo. Depois todos foram se
servindo e a gente começou a curtir a festa. Recebi mais alguns presentes das pessoas que não
tinham ido a minha festa e tudo estava rolando normal. Depois de um tempo, todos começaram a
beber, inclusive o Caio. Depois, todos começaram a rir muito e fazer muito barulho. Eu pude
sentir que aquele clima da faculdade, onde eu ficava um pouco excluído, começava a reinar no
bar. Isso porque a Laís estava lá. Como ela não conhecia ninguém, então ela ficava no meu pé e
eu tinha que ficar dando atenção para ela. Eu nem consegui participar da conversa direito. Todos
os outros caras héteros e até as meninas que namoravam e que levaram os seus namorados
estavam tranqüilos, porque todos nós já conhecíamos as namoradas e namorados de todo mundo,
então eles também estavam entrosados. A Laís, por outro lado, não fazia questão de se enturmar
e ficava me beijando, me abraçando. Isso acabava me impedindo de participar dos papos.
O Caio, óbvio, já tinha conquistado todo mundo. A festa era minha, mas o centro das atenções
era ele. Eu não me importava com isso, pelo contrário, eu adorava. Mas eu não gostava de não
participar da farra. Até os namorados e namoradas dos meus colegas conheciam a fama de
brincalhão do Caio e se divertiam com ele. Eu não sabia como dizer para a Laís parar de ficar de
agarramento comigo. Eu só conseguia ficar impaciente. Eu só sei que na hora que eu estava
beijando a Laís, ouvi muitas risadas e a voz do Caio dizendo “Vocês acham mesmo que eu seria
capaz de fazer uma coisa dessa?” e todos respondiam que sim, que isso era bem a cara dele e que
ele se faz de inocente pra fazer não sei o que. Fiquei louco de curiosidade para saber do que eles
falavam. Me lembro que na hora em que eu ia perguntar o que era, o Caio saiu da mesa e puxou
a Claudinha e o Tom pra dançar.
22 jun
Marlon
Ótimo! Mais uma festa naufragando. Pelo menos para mim, porque o Caio e os outros se
divertiam muito. Quem não consegue se divertir ao lado do Caio?
A noite acabou e todos começaram a ir embora. Fui me despedindo de quem ia e o Caio foi
ficando. A Laís começou a encher o meu saco para ir embora, mas eu queria saber porque o Caio
não ia também:
- Vai ficar é? – perguntei ao Caio.
- Esqueceu que eu moro na esquina? E ainda ta cedo, ainda são 3 horas da madruga, vou beber
mais uns copos e dançar mais algumas músicas.
- A gente já vai, né amor? – disse a Laís.
Fiquei morrendo de raiva quando ela disse aquilo, porque agora eu não poderia desmenti-la
dizendo que iríamos ficar mais um pouco. Então fiquei calado. O Caio veio me abraçar e se
despedir:
- Feliz aniversário, mais uma vez, Sr. Marlon.
- Poxa, cara! Valeu mesmo por tudo. Você não existe. – disse eu, emocionado.
- Realmente, depois de alguns copos, eu mesmo vou me perguntar se eu existo, quem sou eu,
onde estou, quantos dedos tem na minha mão. Aliás, o que são dedos? – disse o Caio fazendo
piada.
- Hahahahahaha, bobão. E o Tom, não vai não? – perguntei ao Caio.
- O Tom vai dormir lá em casa hoje.
Fiquei mais irado ainda. Quem ia dormir na casa do Caio seria eu, se a Laís não tivesse vindo.
Eu ia deixar a Laís em casa e depois, sem ela saber, eu voltaria para o bar. Mas ela insistiu pra
gente ir ao motel. Eu não queria de jeito algum transar com ela naquele dia. Eu estava muito
raivoso com ela. Aí ela começou a fazer intriga, dizendo que na minha sala tem muita menina
bonita e que ela sacou que eu não parava de olhar para uma delas.
Eu realmente não sei de onde ela tirou isso. Mas aí ela insistiu tanto e eu acabei desistindo de
brigar com ela e fomos ao motel. Transamos e depois fomos pra casa. Já era tarde pra voltar ao
bar e depois, a essa altura, o Caio já deveria estar em casa. Fiquei morrendo de raiva na cama e
nem consegui dormir.
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22 jun
Marlon
A semana passou normal. Aula normal. Diversão ao lado do Caio super normal. No fim de
semana a Laís me chamou pra gente sair com os primos dela e uns amigos de infância que a
gente tem em comum. Tudo ia normal, até que começam a falar de homossexualidade daquele
jeito pejorativo que todo mundo conhece. Aí a Laís solta:
- Os pior vocês não sabem. O Marlon tem um amigo gay que vive dando em cima dele e ele nem
nota, nem percebe. Eu já disse “Marlon, abre o olho” e ele diz que é besteira minha.
Todos caíram na gargalhada. Algumas pessoas ainda disseram “Vai ver que o Marlon gosta, hein
Marlon?”. A Laís ficou rindo com todos e eu, apesar de já saber de quem ela falava, perguntei:
- De quem você ta falando?
- Do Caio, é claro!
Resolvi não brigar com ela ali naquele momento, mas também não ri mais e fiquei emburrado na
mesa. Quando eu fui levá-la em casa, ela pergunta:
- Ta tão calado, amor. O que houve?
- Quem disse a você que o Caio é gay?
- Só você que não percebe.
- E se ele fosse, você tem algo contra? Por que se tiver, é bom dizer logo, porque eu não sabia
que tinha uma namorada preconceituosa.
- Eu não tenho preconceito. Só disse aquilo porque era engraçado.
- Engraçado pra quem? Para os homofóbicos? Fique sabendo que eu não achei engraçado.
- Não precisa ficar desse jeito, Marlon.
- E você ainda diz aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo e todos ficam rindo de
mim.
22 jun
Marlon
- Ai, desculpa, não sabia que você ia ficar desse jeito por causa disso. – disse a Laís, arrependida.
- Da próxima que você me aprontar, eu levanto da mesa e deixo você sozinha. Não estou
brincando.
Aí ela começou a falar de um monte de menina que as pessoas diziam pra ela que era com quem
eu a traía. Começou a dizer que eu estava sendo o grosso e que ela não merecia isso. Que as
pessoas haviam alertado a ela de que eu era grosseiro e mulherengo.
Depois dessa briga, comecei a notar mais o Caio. Não era só a Laís que dizia que o Caio era gay
e que ele era interessado em mim. Meu pai também dizia isso. Meu irmão não dizia, ele zombava
mesmo. E o Caio sempre me ligava, sempre deixava scrap no Orkut, sempre mandava sms e
sempre sentava perto de mim na sala. Comecei a desconfiar se não era verdade o que diziam do
Caio. Acho que passei a acreditar nisso.
No começo me senti estranho, porque eu sabia que era hétero. Por isso, comecei a me afastar um
pouco do Caio, com medo do que ele poderia fazer. Mas depois de um tempo, eu fui sentindo a
falta enorme que o Caio fazia. Meu coração apertava quando eu pensava nele e eu acabava
lembrando de que eu mesmo me afastei dele. Então deixei o meu medo de lado e voltei as boas
com o Caio. Eu achei que o Caio não tinha percebido o meu afastamento, mas foi engano meu:
- Você estava tão afastado. O que houve? – perguntou o Caio, preocupado.
- Brigas. Eu estava brigando muito com a Laís e decidi me afastar um pouco porque não queria
transmitir esse clima baixo-astral pra você. – disse eu, mentindo.
- Mas não somos amigos e não contamos tudo um para o outro?
- Claro que somos. Mas amigos também se reservam e tem segredos.
- É, você tem razão.
22 jun
Marlon
Voltamos às boas. Era um máximo estar ao lado do Caio. Me sentia em um vídeo clipe divertido
e colorido, com uma música super legal de fundo quando eu estava com ele. O fato de ele ser
gay, quer dizer, o fato de ele ser possivelmente gay não me assustava mais. A cada dia eu ia
ganhando certeza de que ele era apaixonado por mim. Era estranho demais. Eu, mesmo hétero,
até que gostava daquela sensação. Ao menos eu teria a amizade do Caio para sempre. Eu nunca
poderia achar que o Caio um dia fosse fazer nada de mal para comigo. O Caio era tudo. Não
importava nada ao meu redor, se eu estivesse com o Caio, tudo estaria bem. Eu até preferia que
nada estivesse ao meu redor. Só ele.
Uma das vezes em que eu constatei esse meu sentimento pelo Caio, foi quando eu dormi na casa
dele. Fomos naquele barzinho na esquina do prédio dele. Eu, ele e a nossa turminha da
faculdade. Depois de umas 5 horas da manhã, fomos pra casa. Combinamos que eu ia dormir na
casa do Caio.
O quarto dele é grande, tem TV, computador, som e uma mesa que ele usa pra estudar e
desenhar. As paredes são cobertas de cartazes de filmes e shows que ele adorava. O quarto dele
era muito moderninho. Bem a cara dele. O Caio arrumou um colchão e colocou ao lado da cama
dele, que era de casal. Depois de uns tempos, eu vi um rato passando no chão e chamei pelo
Caio:
- Caio, você está acordado?
- O que foi?
- Tem um rato enorme passando aqui no chão.
- Me deixa ver... Não, é uma barata.
- Sério? Nossa, que barata enorme!
- Hahahahaha, as baratas daqui são mutantes. Quer dormir comigo na cama?
Eu estranhei muito aquela pergunta. Eu fiquei com medo do que poderia acontecer, então
recusei:
- Não, valeu, o colchão ta bom.
- Tá, você quem sabe. Fica aí com a barata mutante.
22 jun
Marlon
Depois de um tempo, ficamos em silêncio e a barata passou de novo. Eu fui colocando o meu
travesseiro em cima da cama, depois joguei o lençol e fui me deitar com o Caio:
- Ahá! Ficou com medo da barata, hein?
- É enorme! Vocês dão o que para essa barata comer hein? – disse eu, brincando.
- Pão, leite, fermento e fígado. Principalmente fígado. Eu odeio fígado, acho horrível. Minha
mãe diz que fígado é bom para crescer. Eu não estou nem aí, mas as baratas adoram e crescem.
- Hahahahahahaha, a teoria da sua mãe está certa, então.
- É, mas ela não sabe disso. Então não diga a ela que eu ando engordando as baratas da minha
casa, ouviu?
- Pode deixar, Sr, Caio.
Ficamos conversando o resto da madrugada e o inicio da manhã. Acho que fomos dormir umas
10 horas. Foi muito divertido ficar na cama, falando bobagens e soltando piadas com ele.
Quando eu acordei, vi que o Caio estava de costas e tinha se desenrolado do lençol. Ele estava de
cueca azul claro e, mesmo com o quarto ainda escuro, dava para ver como a pele dele era
clarinha e quase sem nenhum pêlo. As pernas tinham pêlos muito lisos. Por outro lado, ele tinha
ombros largos e pés grandes. O que dava certa masculinidade àquele garoto de 17 anos.
Peguei o lençol do Caio e, depois de observá-lo de costas, o enrolei. Segundos depois eu voltei a
dormir. Quando acordei de novo, ele não estava mais na cama. Vesti a roupa e fui procurá-lo na
casa. Ele estava na cozinha, de cueca e chinelos, fazendo alguma coisa no fogão. Ele se vira e me
recepciona com um sorriso lindo e gracioso:
- Olha quem decidiu acordar! – disse ele, brincando.
- Nossa, cara, teu colchão é muito legal. Dormi e nem senti. Nem com dor nas costas eu estou.
- Mas foi só dessa vez, ouviu? Da próxima, você dorme com as baratas. Ô, você quer ovos? –
disse ele me oferecendo um prato.
- Você quem fez?
- Foi.
- Será que isso presta? – disse eu, brincando.
- Tá, então. Morra de fome. – disse ele, fingindo estar bravo.
22 jun
Marlon
- Hahahahaha. Vai, manda o ovo. Ah, onde estão seus pais? – perguntei, enquanto ele me servia.
- Meu pai trabalha logo cedo e minha mãe deve estar na manicure a essa hora.
Tomamos nosso café da manhã na mais perfeita paz. Depois ele tomou banho enquanto eu
assistia TV no quarto dele. Ele reapareceu molhado e de cueca, abriu todas as portas do guarda-
roupa e começou a procurar roupas. Vestiu camiseta e bermuda. Logo em seguida pôs o
desodorante e o perfume. Começou a pentear o cabelo, se olhou no espelho e pôs os óculos. Ele
só usava os óculos fora de casa, ou quando ia para o computador, ou quando lia. Mas achei que
ele nem fosse ler ou fosse para o computador. Então supus que ele iria sair:
- Vai sair?
- Vou. Minha mãe está me esperando no supermercado. Ela gosta de fazer as compras comigo e
depois sempre dar pra botar umas coisinhas que eu gosto no carrinho.
- Então essa é a minha hora de vazar? – perguntei, brincando.
- Se você quiser ir comigo... – disse ele.
- Com essa roupa?
- A camiseta está legal. Se você quiser, eu empresto uma bermuda e uma sandália.
- Tá.
22 jun
Marlon
Depois das compras, a mãe do Caio foi pagar no caixa enquanto eu ele esperávamos no
estacionamento:
- Sua mãe é uma figura, Caio!
O Caio agradeceu o elogio com um sorriso. Depois, chegou a minha vez de pegar no pesado. Eu
pegava as sacolas pesadas do carrinho e ia colocando no porta-malas do carro. Eu vi que o Caio
só pegava sacolas com papel higiênico, ou com produtos de limpeza em geral:
- Não vale, Caio, você está deixando o pesado só para mim. – disse eu fingindo estar bravo.
- Ué, você não é o forte, o musculoso, o robusto? Agora agüente!
- Muito engraçadinho você.
- Ah, isso eu sei que sou. – disse ele soltando um sorriso malicioso.
Depois voltamos para o apartamento do Caio e mais trabalho escravo para mim. Fui para o
quarto do Caio me trocar e depois ir para a casa. Quando eu já ia me despedir do Caio, a mãe
dele nos chama para sair:
- Agora vamos ali tomar um sorvete. – convidou ela.
- Mas eu estou a muito tempo fora de casa, nem liguei para lá. Eles devem estar preocupados. –
disse eu.
- Um homenzarrão desses tendo que dar satisfações para a mamãezinha? Não acredito! – disse a
mãe do Caio fingindo estar decepcionada.
- Pois é, mãe, nem eu acredito. - disse o Caio continuando a brincadeira.
- Ta, eu ligo para os seus pais e digo que você esta comigo. Agora vamos descer. - disse a mãe
do Caio.
Fomos para uma sorveteria. Parecia que eles iam muito ali, porque o Caio e a mãe dele já
entravam falando com todos os funcionários e iam se servindo. Era uma sorveteria self-service.
A mãe do Caio olhou para mim e disse:
- Pode se servir.
22 jun
Marlon
Eu fui me servindo, mas era muito difícil escolher os sabores. Eram muitos e um mais atraente
que o outro. Para se ter uma idéia, havia uma variedade enorme de sabores de chocolate. O Caio,
já familiarizado com o local, serviu-se logo. Ele sabia onde se encontrava cada sabor preferido
dele. Eles sentaram numa mesa e foram tomando o sorvete. Eu cheguei depois:
- Que demora! – reclamou o Caio.
- É que são tantos sabores que eu nem sabia qual escolher. Aí coloquei só os que eu mais
gostava.
- Mas se você quiser, pode botar mais de outros sabores. – disse a mãe do Caio.
- Não, não. Tá bom! – disse eu.
- Pode botar, menino! – insistiu a mãe do Caio.
- Não, não. Obrigado. Essa sorveteria deve ser muito cara.
- Imbecil. Imbecil. Burro. Essa sorveteria é nossa! – disse o Caio rindo de mim.
- Ah é? Eu não sabia. – disse eu, surpreso.
- Vá se servir logo, antes que eu chame você de imbecil outra vez. – disse o Caio, brincando.
Depois, eles me levaram em casa:
- Xau. Entra no MSN hoje?
- entro, entro sim. Vou estar online te esperando. – respondeu o Caio.
- Que horas você entra hoje?
- Ah, lá para umas 2horas da manhã.
- Por que tão tarde?
- Meu filho, eu sou vagabundo. Eu não tenho obrigações mil como você e suponho que você vai
ver a Laís hoje né?
Eu tinha esquecido totalmente que aquele dia eu iria para a casa da Laís.
- Hahahaha, ta bom. – disse eu, sem graça.
Quando cheguei em casa, encontro com o meu irmão:
- Tava na casa da namorada? – perguntou ele.
- Não. Tava na casa do Caio.
- E então, ele não é a sua namorada agora? – disse o meu irmão, zombando.
- Vai te foder, Ewerton.
- Hum, ficou irritadinho foi? Cuidado não com esse Caio. Essa bichinha ta afim de te dar um
creu.
22 jun
Marlon
Nem dei ouvidos. Subi para o meu quarto, tomei banho e fui descansar. Depois que deitei na
cama, fiquei pensando nisso. Será mesmo que o Caio é afim de mim? A cada dia eu tinha mais
certeza. A cada dia isso ficava mais concreto na minha cabeça. Meu único medo era perder a
amizade dele. E se um dia ele revelasse que não dá mais para sermos só amigos por causa disso?
Mas outra pessoa que me fala que o Caio está apaixonado por mim. Se todos enxergavam isso,
exceto eu, então deveria ser verdade. Minha cabeça ficava confusa mais ainda. Mas resolvi não
pensar mais nisso. A noite, eu fui para a casa da Laís. Enquanto namorávamos, ela me disse algo
que me intrigou:
- As vezes eu tenho ciúmes do Caio.
- Por que? – eu perguntei.
- Porque você confia 100% nele.
- E eu não confio em você?
- As vezes eu tenho a impressão de que você só me conta as suas coisas porque sou sua
namorada. Mas você conta para o Caio porque ele é especial para você.
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
O primeiro semestre chegava ao fim. Férias de meio de ano. A turma estava se programando
para passar as férias numa casa de praia de um dos alunos. Mas muitos não iriam porque
viajariam com a família, outros porque não tinham permissão dos pais (mesmo já na
universidade), outros porque não eram tão entrosados com a gente, e eu não iria porque já tinha
planejado passar as férias com a família da Laís.
O Caio foi passar as férias com a turma, que no fim, só foi a nossa turminha de fundo de sala
mesmo. Alto astral e bom humor não iam faltar nessa viagem. Não havia ninguém que não
estivesse morrendo de vontade de ir com eles. Inclusive eu. Mas eu sempre ficava em contato
com o pessoal para saber como a farra estava rolando. A cada ligação que eu fazia eu ficava com
mais vontade de estar com eles. A família da Laís é legal, gostam de mim, mas nada se
comparava a um mês inteiro sem hora para dormir ou para acordar, sem hora para comer, sem
hora para sair, sem hora para voltar. Enfim, sem regras. Ainda mais com a turma da minha sala,
que aprontava muito.
Eu ligava todo dia para o Caio. Em um das ligações que fiz, na última semana de férias, o Caio
me assustou um pouco e só se confirmava cada dia mais que ele estava apaixonado por mim:
- E aí, Caio? Se divertindo muito?
- Nossa, cara, você nem imagina o que fizemos ontem... Eu, Tom e Claudinha. Cada um pegou
um balde, enchemos com água até a metade. Depois enchemos de sabão em pó e fizemos muita
espuma, mas muita espuma mesmo e fizemos guerrinha de espuma.
- Hahahaha, coisa de louco essa de vocês hein? – disse eu, morrendo de inveja.
- Mas no fim era tudo água, aí perdeu a graça. Só que aí a gente encheu o balde de novo com
água e espuma e começamos a acordar quem estava dormindo. Hahahahaha. Imagine um monte
de gente acordando no susto, cheios de espuma e os colchonetes ensopados?!
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22 jun
Marlon
Quando o Caio disse isso, meu coração começou a bater forte, comecei a suar e, na minha
cabeça, eu pensava “Ele está mesmo apaixonado! E agora?”. Fiquei me sentindo mal por aquela
situação constrangedora. O que eu mais queria naquele momento era desligar o telefone:
- Ah, Caio, tão me chamando aqui. Depois eu te ligo para saber mais daí. Abração, amigo. – me
despedi.
- Ok, depois nos falamos. Abraço.
As férias acabaram e eu estava com medo de reencontrar o Caio, ao mesmo tempo em que estava
morrendo de saudades dele. Mas eram saudades fraternas. Eu não sentia por ele o que eu achava
que ele sentia por mim.
Primeiro dia de aula depois do recesso. Chego à sala, falo com todos e com o Caio. Mas com ele
falo como se estivesse falando com qualquer um dali. A aula começa e tudo transcorre
normalmente. No fim, vamos para a lanchonete e começam a falar das férias, fazendo todo
mundo que não foi morrer de inveja. O Caio de novo solta:
- Pois é, Marlon, você fez falta lá, cara. – disse meio triste.
- Da próxima eu vou. – disse eu encurtando o papo.
22 jun
Marlon
Acho que ele não percebeu a minha diferença, porque ele se comportava do mesmo jeito que
semestre passado. Nada com ele mudou, só a cor da pele que estava mais bronzeada. Já comigo...
meu coração estava receoso de interagir com o Caio e acabar confirmando todos os meus medos.
Recusei muitos convites do Caio por conta disso. Ele estava sempre me chamando para a
sorveteria, para o barzinho, para ir ao shopping, para jogar vôlei... e eu dizia não. Parecia mesmo
que ele não desconfiava da minha indiferença. Tanto é que ele parou um pouco de me convidar
tanto, mas continuava o mesmo brincalhão comigo na faculdade e interagia normalmente
comigo, assim como antes.
Como o Caio não havia mudado em nada, desde que eu comecei a ignorá-lo, achei que fosse
coisa da minha cabeça essa coisa de ele ser gay e estar apaixonado por mim. Então, aos poucos,
voltei a me comportar como antes. Mas era eu voltando ao normal e ele começando a se afastar
de mim.
Na verdade ele não se afastou, mas agora era ele quem recusava os meus convites.
Se bem que o Caio recusava os meus convites quando esses envolviam outras pessoas, em
especial a Laís. Mas quando era um programa só para nós dois, ele ia. Mas mesmo assim ele
estava meio diferente. Como se ele quisesse me dizer algo, mas tivesse medo.
Teve uma festa de aniversário na casa da Ellen, colega de sala da gente. Fomos porque não
perdíamos uma festa sequer. Estávamos lá todos animados, curtindo, bebendo e dançando. Eu
levei a Laís e o Caio foi meio frio com ela. Deu “oi”, dois beijinhos e nada mais. A Laís não
notou isso porque nunca se importou com o Caio, mas eu notei. O Caio ficou na rodinha
dançando como todos. Ele adora música eletrônica, então passou a noite mexendo o corpo. A
Laís começou a encher o saco para ir embora, então decidimos que eu a levaria em casa e
voltaria para a festa. Ela ainda discutiu, disse que não queria que eu ficasse. Mas eu bati o pé e
disse que voltaria para a festa. No fim, ela concordou.
22 jun
Marlon
Depois que eu voltei, fui ficar com os meus amigos na pista. Senti falta do Caio naquela farra e
fui procurá-lo. Eu o encontrei na sacada da casa da Ellen, com um copo na mão e olhando para o
horizonte. Achei aquilo tão estranho. O Caio não é de passar uma festa em clima morno. Então,
fui ver o que acontecia com ele:
- Caio? Por que está aí sozinho? – perguntei.
- Ah, que bom que você voltou. Preciso te falar uma coisa muito séria. – disse ele apressado,
como se fosse agora ou nunca.
Assustei-me. Pensei logo que ele poderia estar pensando em se declarar para mim finalmente.
Concordei com ele e fomos para a rua. A cada degrau que eu descia, eu pensava comigo mesmo
“É agora!”. Meu coração batia forte, eu suava frio. Quando chegamos à rua, percebi que o local
que ele tinha escolhido era bem afastado da festa. Longe dos olhos de todos:
- Chegamos! O que de tão importante você tem para me falar? – perguntei as pressas.
- Agora espera um pouco. Me deixa tomar coragem para falar.
Se havia alguma dúvida de que ele ia revelar o que eu temia, já não havia mais:
Ao mesmo tempo em que eu não queria que aquele dia chegasse, eu também queria que essa
situação fosse logo resolvida. Porque, se pudesse ser contornada, ao menos eu ainda teria a
amizade do Caio. Não ter a amizade dele machucava os meus pensamentos. Era triste. Então
decidi levar aquele papo adiante:
- Fala logo, Caio. Parece que é sério, então me conte tudo de uma vez. – disse eu, aflito.
- A Laís está te traindo com um primo dela. – ele disse de olhos fechados e de cabeça baixa.
22 jun
Marlon
Eu não imaginaria nunca que era aquilo o que ele tinha para me dizer. Eu nem acreditei quando
ele falou, a ficha não caiu de imediato:
- O quê?
- É, é isso mesmo. É aquele primo que você me apresentou na festa “Du Baralho”, lembra?
Essa foi uma festa que a turma veterana da nossa faculdade tinha organizado para angariar
fundos para a formatura. Eu levei a Laís, que levou esse primo, que era novo na cidade. Até
então ele morava numa cidade do interior:
- Lembro. – disse eu, sério.
- Eu não queria te contar porque... sei lá, eu não conseguiria ser o portador dessa notícia. – disse
ele quase chorando.
- Eu não acredito!
- É, eu sei. Eu sei que não é fácil. Quer dizer, eu imagino... – ele disse, mas o interrompi.
- Eu não acredito que você está mentido para mim! Como ousa?
- Hã?
Ele levantou a cabeça finalmente, me encarou nos olhos e franziu a testa. Já eu estava com uma
expressão de ódio e sentindo a falsidade dele naquelas palavras:
- Por que você está mentindo para mim?
- Eu não estou mentindo, eu vi... – interrompi mais uma vez.
- Você... não esperava isso de você. Eu sei que você não gosta da Laís, mas não precisava fazer
isso. – disse eu, bravo.
- Não é mentira, Marlon, eu vi. E eu não tenho nada contra a Laís. Por que está dizendo isso?
- Você pensa que eu não sei que você é apaixonado por mim?
22 jun
Marlon
Ele ficou me olhando como se não estivesse entendendo o que eu falava. Depois ele ficou sério e
perguntou:
- É isso o que você acha de mim? – perguntou ele, sério.
- Você não deveria ter feito isso.
- Me responda: é isso o que você acha? Seriamente?
- Vai negar?
- Tá bom! Não preciso dizer que não seremos amigos até o fim da vida não é?
- Não, não precisa. Eu mesmo não quero nem mesmo olhar na sua cara.
Ele olhou para mim como se não acreditasse no que eu dizia. Depois ficou bravo, deu para ver
nos seus olhos, e saiu. Entrou na casa da Ellen, acho que foi falar com alguém e saiu. Esperou
um táxi e sumiu. Eu vi tudo porque continuei lá fora, no mesmo lugar, digerindo aquela mentira.
Como o Caio pôde fazer isso? O que ele pensava? Que eu acabaria com a Laís e ele poderia
investir em mim? Além de ingênuo, ele era maldoso. Não poderia imaginar nunca uma coisa
como essa. Voltei para casa da Ellen, me despedi dela, falei com os outros e depois fui saindo.
Quando eu chegava à rua, a Claudinha me chamou:
- Marlon, espera! – disse ela, gritando.
- Oi.
- O que deu no Caio?
- Depois ele te fala, se tiver coragem.
- Mas... então foi sério? Vocês brigaram?
- Briga mais feia que já tive.
- O que foi?
- Você é mais amiga dele que de mim, eu não quero te contar. É melhor você perguntar para ele.
– disse eu, saindo.
Cheguei em casa, liguei para a Laís e disse que tinha chegado em casa:
- Por que chegou tão cedo? Acho que você não ficou nem 15 minutos depois que me deixou em
casa.
- Porque a festa ficou chata sem você lá. – menti.
- Tá bom, sei. Aconteceu alguma coisa. Me fala. Ah não, já sei, primeiro você tem que contar ao
Caio, depois você me conta. Sempre foi assim.
- Eu nunca mais vou contar com o Caio.
- Ah, então vocês brigaram? Nossa, deve ter sido sério para vocês brigarem.
- Foi, mas não quero falar sobre isso. Só te liguei para você saber que estou em casa.
- Mas relaxa, depois vocês fazem as pazes. Eu não vou muito com a cara dele, mas vocês se dão
bem.
22 jun
Marlon
Nos despedimos e eu fui dormir. De roupa e tudo. Estava tão irado com tudo. Nem acreditei
naquela noite. Tudo o que eu achava do Caio tinha mudado. Eu o adorava, venerava, não me
imaginava sem sua amizade. Mas agora eu descobrira que tudo era falsidade e que todas as vezes
em que ele tentou me agradar, era para me conquistar literalmente. Fiquei com nojo dele.
Aula seguinte. Sentei bem longe dele e não falei mais com ele. A aula acabou e eu fui no
banheiro. Quando eu saí de lá, encontrei a Claudinha:
- Eu quero falar com você.
- Se for sobre o Caio, esquece.
- É sobre ele, mas não vim defendê-lo. Eu acho que acredito em você. Eu acho que ele seja gay e
que gosta de você. Mas você pegou pesado na festa.
- Mas você acredita que ele mentiu para me conquistar?
- Acho que sim... eu não sei bem, mas acho que ele não fez porque é mal. Acho que fez porque
estava desesperado.
- Não é desculpa.
- Eu sei, mas... poxa, vocês são muito amigos.
- Ele te mandou aqui para a gente fazer as pazes?
- Não, ele disse que nunca mais quer olhar na sua cara. Mas eu, Claudia, acho que vocês têm que
voltar a serem amigos.
- Nem morto!
Fomos encerrando a conversa e ela disse:
- Ah, ele não sabe disso. Então, se porventura vocês se falarem o mínimo que seja, não diga a ele
que eu acho isso dele.
- Pode deixar. Nunca falarei com ele. Nem sobre isso, nem sobre nada.
Bom, se até a melhor amiga dele achava isso, só poderia ser verdade. Não havia mais dúvidas.
22 jun
Marlon
Tempos depois, comecei a sentir falta dele, da gente. Mas logo que eu pensava nisso, eu pensava
no que ele tinha me feito, então eu desfazia o pensamento. Ficamos sem nos falar, nos olhar.
Fingíamos que o outro não existia. Trabalho em dupla ou grupo, nunca mais. Eu me sacrificava e
não fazia trabalho no meu antigo grupinho. Deixei que ele fizesse todos os trabalhos com eles.
As vezes que tinha trabalho em dupla, ele fazia com a Claudinha e eu fazia com o Tom. Na
lanchonete, eu evitava ficar na mesma mesa. Mas isso era quase impossível porque tínhamos os
mesmos amigos. Então eu me afastava, mas logo me chamavam. Ou, se era ele quem se afastava,
logo imploravam pela sua volta. No fim, nós simplesmente não nos falávamos, mas
freqüentávamos os mesmos espaços.
A Laís percebeu que eu fiquei mais triste depois que terminei a amizade com o Caio. Ela insistia
para eu ir falar com ele e engolir o orgulho, mas eu não dava ouvidos. Tudo isso porque ela não
sabia o porquê de termos brigado. Se ela soubesse, não me pediria isso. Eu nunca havia confiado
em alguém como confiei nele. Foi uma perda grande. Mas eu ia levando.
O aniversário dele estava chegando. Como a pessoa mais popular, não só da sala, mas também
da faculdade inteira, óbvio que seria um festão e com certeza ninguém faltaria. Foi o período
mais pesado para mim. Quantas coisas eu não havia planejado para aquela data? Eu pensava em
retribuir a festa que ele tinha promovido para mim. Eu pensava no presente que eu daria.
Pensava que ele pudesse me dar a primeira fatia do seu bolo.
Eu não fui, claro. Nem mesmo fui convidado. Mas não se falava em outra coisa aquela semana
senão nessa festa. Muitas pessoas até me perguntavam se eu iria, mas logo se lembravam do que
tinha acontecido e pediam desculpas. Ao que parecia, ninguém, além de mim, Caio e Claudinha
sabiam o motivo de termos brigado.
22 jun
Marlon
Passaram-se dois meses ou mais desde a briga. A cada dia que passava, sentia mais e mais a sua
falta. Com muito ódio no coração, porque o que ele fez não se faz nunca.
Eu aparentemente estava mudado. As pessoas percebiam que algo estava diferente comigo.
Principalmente na faculdade, que era onde eu encontrava o estopim dos meus problemas. Mas o
Caio não mudou em nada. Continuava o mesmo brincalhão e moleque de sempre. Amado e
querido por todos. Tudo isso só reforçava ainda mais a sua falsidade. Porque se ele realmente
sentisse a amizade verdadeira que eu sentia por ele, ele também estaria mau como eu. Mas não.
Supus, então, que, desde o início, o Caio não queria nada mais que me conquistar. Por isso a sua
aproximação imediata desde os primeiros dias de aula.
Tudo começou a se encaixar na minha cabeça. O Caio é o típico cara que consegue agradar todo
mundo, mas que não faz nada de graça. Tempos depois, a Claudinha iria descobrir isso:
- Marlon, posso falar com você? – disse ela, ao me encontrar subindo a escada da faculdade.
- Fala.
- Vamos para a recepção. Lá a gente fala melhor.
22 jun
Marlon
Primeiro dia de aula. O Caio realmente tinha mudado. Eu o encontro no corredor da faculdade,
sentado no chão, encostado na parede. Uma aparência de tristeza. Por um minuto fiquei com
pena. Tive vontade de sentar ao seu lado e consolá-lo. Mas um minuto dura muito pouco e nada
apagaria o ódio que eu sentia dele.
Quando a professora chegou na sala, entrou junto. Parecia que ele queria evitar falar com todos
da sala. Por isso ficou do lado de fora até a aula começar. O mais estranho foi porque ele sentou
no fundo da sala, mas no lado oposto ao nosso. O Tom olhou e perguntou:
- Minha gente, por que o Caio está tão estranho. O que houve com ele nessas férias? Ta tão
diferente!
- Nem me pergunte desse daí. – disse a Claudinha.
- Vocês brigaram?
- Brigar foi pouco. Ele é um desgraçado. Não quero falar dele.
- Primeiro o Marlon, agora você. O que mordeu ele?
- O próximo vai ser você! – eu disse.
- Acho que estamos no caminho. Ele não me atende mais, não fala comigo no MSN. Me ignora
totalmente.
- Bem vindo ao clube, Tom! – disse a Claudinha.
22 jun
Marlon
Dias passaram. O Caio se excluiu de todos, andava pelos cantos, não ia mais as festas nem
chamava ninguém para as suas. Na verdade acho que ele não fez mais festas. Trabalhos em dupla
ou grupo, ele fazia sozinho. Tirava boas notas sempre, mas os professores reclamavam da sua
falta de participação. Até mesmo quem não gostava mais dele (Claudinha, Tom e eu) sentíamos
falta das intervenções dele na aula. Mas falta não no sentido de saudade, mas de sensação de que
algo estava diferente. Ele mudou. Mudou consigo e com todos. Quando o Orkut começou a fazer
sucesso de verdade, ele fez um perfil que tinha apenas duas fotos no álbum e nenhuma era dele.
Se não me engano, uma era de uma estrada sem fim e a outra era de uma rosa murcha.
O perfil demonstrava claramente que ele estava depressivo. Ele não participava da comunidade
da nossa turma e tinha poucos amigos no perfil. Eram mais familiares: primos e tios. Uma vez
estávamos em aula e o Caio começou a passar mal, mas ficou quietinho na sua, ninguém
percebeu nada. Afinal, ele estava diferente, então ninguém desconfiaria das suas atitudes
recentes. Mas aí ele começou a botar a mão na boca. Parecia que iria vomitar, mas ele ficou
prendendo e saiu correndo para o banheiro. Ninguém entendeu nada.
A professora pediu para que alguém fosse atrás dele e ver como ele estava. Ninguém mostrou
iniciativa porque estávamos todos ainda surpresos com o acontecido, mas logo em seguida eu saí
correndo. Eu estava preocupado. Eu o odiava muito, mas sentia sua falta. Tudo na minha casa
me lembrava ele, porque ele vivia por lá, então fazíamos muita coisa juntos. Eu sempre tive
muitos amigos e nenhum como ele. As músicas preferidas dele não poderiam tocar perto de
mim, pois eu já me arrepiava e ficava pensando nele. Era muito triste odiar alguém de quem eu
sentia tanta falta.
Quando eu cheguei ao banheiro, ele já estava se limpando na pia:
- Ta tudo bem?
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22 jun
STROVENGA
Lol!
Vamos Pri
22 jun
Marlon
Ele continuou se limpando e espremendo os olhos de dor. Eu perguntei mais uma vez:
- Você está bem?
- Estou, pode voltar para a sala.
- Quer ajuda com alguma coisa?
- Não, não preciso de você!
Ele me olhou nos olhos quando disse isso. O ódio, que eu vi nos olhos dele, foi o mesmo ódio
que eu vi no dia em que ele disse que a Laís me traía. Senti um arrepio e me perguntei “Como
ele tinha virado uma pessoa rancorosa em tão pouco tempo?”. Fechei a cara e saí do banheiro.
Quando cheguei à sala, a professora me perguntou se ele estava bem. Eu respondi a ela que ele
era grandinho o suficiente para se cuidar. Alguns minutos depois ele volta, não fala com
ninguém, pega a mochila e o caderno em cima da carteira e sai. A Claudinha perguntou depois o
que tinha acontecido. Eu disse que ele tinha sido um grosso e que disse que não precisava de
mim. Então a preocupação dela também tinha se encerrado ali.
Em um dia qualquer, eu estava com a Laís no shopping e, sem querer, me encontrei com a mãe
do Caio. Quando a vi, quis evitar o encontro, mas era tarde. Ela me viu e andava em minha
direção:
- Oi Marlon, tudo bem? Quanto tempo.
- Oi, tudo bem e a senhora?
- Tudo bem. Você não apareceu mais lá em casa. O que houve?
- Ah, sabe como é, ando estudando muito. Ah essa é a minha namorada, Laís. Laís, essa é a mãe
do Caio.
- Prazer! – disse a Laís com um sorriso.
- Que menina linda! Bom, eu estou indo. Vê se aparece lá em casa. O Caio não sai mais do
quarto. Estou achando que a faculdade ta pegando demais no pé de vocês, mas vocês são jovens,
precisam sair mais, se divertir.
- Pois é. – eu disse.
22 jun
Marlon
Até a mãe do Caio não sabia o que se passava com ele. Confundia depressão com estudos. A
Laís depois perguntou:
- Então a mãe dele não sabe que vocês brigaram?
- Pelo visto, não!
- Vem cá, me conta, finalmente, por que vocês brigaram?
- Não quero falar disso!
- Por que?
- Porque!
- Você não confia em mim?
- Você com esse papo de novo?
- Aposto que se você estivesse de bem com o Caio e a gente brigasse você ia correndo contar
para ele.
- Eu odeio o Caio. Nem quero mais ouvir falar dele. Será que dá para você parar de me encher o
saco com esse assunto?
A Laís nunca mais tocou nesse assunto, mas no fundo eu sabia que ela sabia que ele me fazia
falta. Sinceramente eu nunca fui apaixonado pela Laís. Ela era simplesmente interessante, bonita,
inteligente. Agradava-me a sua companhia. Mas nas vezes que ela viajava com os pais ou
quando a gente passava uma semana sem se ver por causa das provas, eu nem sentia a falta dela.
Quando ela pedia para que eu a deixasse ir com as amigas em tal lugar, eu sempre deixava.
Nunca fiquei bolado se ela me traía. Eu não me importava.
22 jun
Marlon
Ela sempre me cobrava ciúmes. Dizia que eu não dava valor a ela. Mas claro, na cabeça dela isso
tudo se devia ao fato de eu ser mulherengo e ter um monte de meninas interessadas em mim.
Acredito até que ela pensava que eu a traía freqüentemente. Mas eu nunca a traí. Mas acho que
ela nunca pensou que eu pudesse simplesmente não gostar dela de fato. Eu sempre fui um bom
namorado para ela. Exceto pela parte dos ciúmes, eu sempre fui um namorado como outro
qualquer.
Vocês bem sabem como é vida de internauta sem nada para fazer em um sábado à noite. Passava
das 4 horas da manhã. Eu estava no MSN como de praxe, conversando com amigos. Não muitos,
afinal, a essa hora, estão quase todos na balada. Como de costume, depois da minha briga com o
Caio, as vezes eu ficava olhando a lista de contatos e sentindo a falta de um certo Hotmail ali. As
vezes eu ficava imaginando se ele estava online, se estava teclando com alguém, ou se estava
dormindo. Ainda havia a possibilidade de ele também estar em alguma balada, com os seus
bilhões de amigos e se divertindo muito.
As vezes os meus contatos online demoravam para responder as minhas perguntas, ou estavam
ocupados, ou só falavam coisas que não me interessavam. Nada disso acontecia quando eu e o
Caio estávamos online. Quantas vezes a minha mãe ou o meu irmão bateram na minha porta
perguntando o porquê de eu rir tanto aquela hora?
Nessa noite em especial, a minha mãe não bateria na minha porta porque eu não fazia barulho
nenhum e o meu irmão porque ele também estava badalando, para variar. Por volta das 4 horas
ele chega em casa e bate na minha porta. Pensei comigo “Chegou bêbado e vai pedir arrego!” .
Mas não.
22 jun
Marlon
Quando eu abro a porta, eu encontro o Ewerton sério, calado, como se algo ruim tivesse
acontecido:
- A gente tem que conversar. – disse ele de forma seca.
- Que foi cara? O que houve? – perguntei preocupado.
Ele foi entrando no meu quarto e sentou na minha cama. Eu fechei a porta, puxei a cadeira do
computador e fiquei olhando para ele. Esperando que ele tomasse fôlego e me contasse o que
estava acontecendo. Ele começou a falar:
- Você não vai gostar do que eu tenho para te falar!
- Você é péssimo para contar as coisas. Você enrola muito. Diga de uma vez. – disse eu já sem
saco.
- Eu vi a Laís hoje se esfregando em um cara lá no bar onde eu estava!
- A Laís?
- É, ela tava lá, aquela puta.
Óbvio que a primeira pessoa que veio à minha mente foi o Caio. Mas para que tudo se
encaixasse, eu precisava saber se o cara era o primo dela:
- Você conhece o cara? – perguntei aflito.
- Não. Isso importa?
- Importa! Me contaram que ela estava de caso com um primo dela... – o Ewerton me
interrompe.
- Quando isso?
- Faz tempo. Muitos meses atrás.
- E você deixou pra lá?
- Eu não acreditei na pessoa, porque não era alguém confiável.
- Mas você deveria ter investigado não é? Que tonto você!!!
- É uma história longa. Enfim... diziam que ela estava de caso com um primo dela que veio
morar aqui na capital. Ele era do interior.
- Faz sentindo: a putinha da capital mostrando a cidade para o caipira corno do interior. – ele
disse isso com muito ódio, como se a Laís fosse namorada dele. Depois ele olhou para mim e se
desculpou. – desculpa, cara, não estou zombando de você.
- Eu sei.
- Mas quem foi que te disse isso?
- Foi o Caio.
- Mas vocês não eram amigos? Por que você não acreditou nele?
22 jun
Marlon
- Lembra que você e todo mundo diziam que ele era gay e que estava afim de mim? Eu achei que
ele estivesse mentindo para eu acabar com a Laís. Sei lá porque eu achei isso, mas daí a gente
brigou.
- Mesmo assim, você deveria ter investigado. As vezes ninguém diz isso a toa, mesmo quando
tem interesse por trás. Mas vem cá, então o Caio é viadão mesmo não é?
- Eu não sei, mas acho que não. Sempre achei que não. Vocês eram que me botavam pilha para
eu acreditar que o cara era gay. Mas se esse cara que a Laís estava no bar for o primo dela, então
o Caio estava certo e eu fui muito idiota em não acreditar nele.
Eu e o Ewerton ainda falamos mais algumas coisas. Eu perguntei como o cara era, para ver se
por acaso ele seria o primo da Laís, mas não consegui identificar pelo o que ele me disse. Depois
ele saiu do meu quarto, disse que sentia muito e foi dormir.
Sabe quando você sente que errou e que as conseqüências do seu erro só magoou alguém que
você admira muito? Quando você sabe que fez merda? E, caramba, é do Caio que eu estou
falando, a pessoa mais carinhosa e amigável que eu conheci nessa vida. Foi inevitável. Eu
comecei a chorar. Desconectei do MSN, saí da internet e desliguei o computador. Fui para a
cama e comecei a pensar em tudo o que eu já tinha dito ao Caio e tudo o que ele passou por
minha causa.
Ninguém tirava da minha cabeça que tudo o que ele estava passando naquele momento era por
minha culpa. Aquele afastamento dele tão repentino e a tristeza que ele agora exibia no rosto.
Tudo minha culpa.
Dali mesmo da cama, eu peguei o celular e comecei a ligar para ele. Eu torcia para que ele ainda
tivesse o mesmo número. O telefone chamava, mas ele não atendia. Provavelmente estava
dormindo ou não estava em casa. Então pensei “Amanhã eu vou à casa dele”.
22 jun
Marlon
Eu não consegui dormir, pensando nas palavras que eu diria para ele e das milhões de
possibilidades de pedidos de desculpa. Eu estava com umas olheiras enormes. Fui tomar banho e
depois tomar café. Dali, eu seguiria para a casa do Caio. Meu irmão acordou e foi usar o
banheiro. Encontrou-me na cozinha e perguntou:
- Ta fazendo o que acordado uma hora dessa?
- Vou tirar aquela história à limpo.
- Vai à casa da Laís?
- Não, vou na casa do Caio. A Laís não vai confirmar que saiu ontem. Só me resta saber se o
Caio estava dizendo a verdade. Se eu descobrir que ele não mentiu, então não importa se o cara
era ou não o primo.
Eu tentava despistar o meu irmão. Eu não estava nem aí se a Laís tinha me traído ou não. Pouco
me importava se ela era infiel. O que eu queria mesmo era reatar com o Caio. Mas o meu irmão
não entenderia, então disse que, o que me importava, era saber se a Laís me traía de fato.
Eu peguei o carro e fui direto para a casa do Caio. Quando lá cheguei, quem me atendeu foi a
mãe do Caio, que já estava de saída. Ela me deixou entrar:
- Fazia tempo que o senhor não aparecia por aqui, hein? – disse ela.
- Pois é. O Caio está aí?
Meu coração já estava pulando de agonia. Fazia tempo que eu não punha os pés naquela casa.
Como eu queria encontrar o Caio e abraçá-lo!
- Está lá no quarto dele. Ele não sai mais de lá. Vamos lá comigo.
- Ah, quando a senhora for chamá-lo, não diga que sou eu, talvez ele não me atenda.
- Por que? Vocês brigaram?
- É. Mas eu vim fazer as pazes... quer dizer, eu vim pedir desculpas.
- Então ta. Vamos lá.
Ela foi na frente e eu a seguia. Começamos a entrar no corredor e eu ficava a cada segundo que
passava com mais medo do que poderia acontecer. Eu sei que eu não merecia o perdão assim tão
fácil, mas a coisa que eu mais queria era que, quando eu chegasse no quarto, o Caio me
recebesse com um sorriso e um abraço.
22 jun
Marlon
A mãe do Caio abriu a porta do quarto dele e foi chamando o seu nome. Quando a porta está
finalmente aberta, eu vejo o Caio encostado no parapeito da janela, olhando o horizonte, do
mesmo jeito que ele estava no dia em que ele me contou sobre a Laís. Quando o Caio ouviu o
seu nome, ele se virou um pouco para ver o que a mãe dele queria e dá de cara comigo. Ele nem
se mostrou surpreso nem nada. Ele olhou para mim como se estivesse olhando para uma parede.
O Caio parecia um morto vivo e estava mais pálido que de costume. O meu coração ficou
apertado dentro do peito. A minha vontade era de chorar ali na frente dele naquela hora, mas eu
me segurei:
- Caio, estou indo para a sorveteria ta? – disse a mãe dele – tchau. Vê se fazem as pazes logo! – e
saiu.
Eu tive medo de ficar ali sozinho com ele. Se ele dissesse um “não”, ou me mandasse embora, eu
não sei o que eu faria. Ele ficou me olhando fixamente, só que ele não expressava emoção
alguma. Não dava para saber se ele estava chateado, feliz, indiferente, doente, cansado,
saudável... ele era um mistério como sempre foi, só que agora era um mistério que eu fazia
questão de desvendar:
- Oi. – eu disse.
- Oi. – disse ele bem calmamente e ainda sem esboçar nada.
- Quanto tempo não é? – perguntei com um sorriso, mas ele nada respondeu. – a gente precisa
conversar. – esperei que ele dissesse algo, mas não disse nada. – pode ser?
Ele ainda olhava para mim e balançou a cabeça dizendo “sim”:
- Você estava certo, a Laís está me traindo. Meu irmão a viu em um bar aí, mas eu não sei se era
o primo dela.
- Você sabe qual era o bar? Sabe se é o (...)? – ele perguntou.
- É esse mesmo!
- Então pode ser, porque foi nesse bar que eu a vi com o primo dela.
- Pois é. – disse eu sem graça.
- Sinto muito! – ele disse isso, mas ainda não havia mudado a expressão, então nem parecia que
ele realmente sentia muito. Mas também não parecia que ele estava gostando disso. Ele parecia
um papel em branco, esperando alguém desenhar algo nele:
22 jun
Marlon
- Não precisa sentir nada, eu nunca gostei dela mesmo. Mas eu é quem tenho que dizer que sinto
muito, eu deveria ter acreditado em você.
- Não, não deveria.
Quando ele disse isso, achei que ele estivesse confessando que tinha mentido, mas que por
coincidência, a Laís estivesse me traindo:
- Como assim?
- Você deveria ter acreditado na Laís mesmo. Era para ele a quem você devia confiança.
- Não estou entendendo.
- Vocês eram namorados, dividiam todo o tipo de intimidade que alguém pode dividir com outra
pessoa. Era a ela a quem você devia confiança. Se eu fosse um familiar seu, um de seus pais, seu
irmão, ou um familiar bem próximo, talvez você devesse ter acreditado em mim, mas eu era
apenas seu amigo. Eu que fiz errado em me meter.
Se eu contasse a alguém, poderiam achar que o Caio estava fazendo tipo com esse papo de que,
acima de tudo, ele estava errado. Mas acreditem, ele estava diferente e isso me assustava. Nem
aquele brilho, que eu enxergava em seus olhos, eu via mais:
- Não, você estava certo, tentou me alertar. Eu que fui burro em não acreditar.
- Não, eu não deveria ter me metido entre vocês. Isso era assunto de vocês. Eu nada tinha a ver.
- Por que você está dizendo essas coisas? Claro que você fez certo. Claro que você tinha a ver.
Você era meu amigo e fez o que qualquer amigo faria em seu lugar.
- Não me entra na cabeça que estava certo.
- Se eu soubesse que alguém estava te traindo, você não ia querer saber?
- Eu nunca pensei nisso, mas em relação a eu me meter, eu sempre pensei que namorados sempre
devem acreditar nos companheiros e ponto final.
- Não, pare com isso. Eu estava errado. Olha, me perdoa. – as lágrimas já rolavam no meu rosto,
mas ele ainda estava impassível.
- Não guardo nenhuma raiva de você.
22 jun
Marlon
- Você mudou de um jeito... olha, eu sei que deve ser difícil para você ser meu amigo estando
apaixonado por mim... – ele me interrompe.
- Não estou apaixonado por você!
- Tudo bem, Caio, eu não me importo, isso é normal.
- Não estou apaixonado por você!
- Caio, é sério, tudo bem isso. Eu já sabia mesmo, e quando eu soube, eu nem liguei tanto.
- Nunca estive apaixonado por você!
- Então por que você disse para a Claudinha que só queria a amizade dela para te ajudar a me
conquistar?
- Porque queria que ela sentisse raiva de mim e se afastasse.
- Assim como você deixou que eu acreditasse que você mentiu? – eu perguntei, mas ele ficou
calado. – Mas... eu não sei, parecia tão real essa paixão...
- Eu sei o porquê disso: ninguém nunca duvidaria da sua sexualidade, mas estranhariam se te
vissem com um cara sempre no seu pé, então é óbvio que o gay seria eu. Quem diria que você,
um garanhão, como sempre foi conhecido, estaria afim de outro cara? Te disseram tanto para que
você tomasse cuidado comigo que você acabou acreditando. Se até a minha melhor amiga te
disse isso, por que você duvidaria? Mas não, eu nunca fui apaixonado por você.
Tudo fazia sentido depois daquela explicação:
- Mas, então você não só magoou a Claudinha para que ela se afastasse de você, mas também fez
ela acreditar que as minhas suspeitas sobre você estavam certas? É isso? – ele ficou calado. –
Mas... você é gay?
- Sou.
Nada do que o Caio tinha dito, ganhou tons de voz mais elevados, mais grosseiros, ou mais
tristes. Ele falava tudo em um único tom de voz. Um tom, digamos, padrão, que não significava
nada. Era como ler uma conversa de MSN: você nunca sabe qual a entonação que a pessoa quer
passar:
- Por que você não me disse antes?
- Tive medo.
- De que? Eu não me afastaria de você.
- Eu não sabia.
- Mas por que você queria que eu, a Claudinha, o Tom... enfim, todos se afastassem de você?
- É uma longa história.
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22 jun
Marlon
- Por que você está fazendo isso com a gente? Eu sei que eu não mereço o seu perdão assim tão
fácil, mas se você não guarda raiva, por que então está me afastando?
- Não serei mais uma boa companhia.
- Deixe que eu julgue isso.
- Eu não quero amizades de ninguém.
- Quem fez isso com você? – Ele não respondeu. – Quem, Caio?
- Se eu ficar ao seu lado, você vai sofrer porque eu não vou conseguir ser o mesmo de antes, e, se
você sofrer por causa disso, eu vou sofrer por estar te fazendo isso. Então é melhor encerrarmos
por aqui.
- Eu não entendo. Você não disse que não sente raiva de mim?
- Você não está entendendo. Desculpa se vou te ofender de novo, mas desde que eu mudei com
todos, nada do que aconteceu no passado tem importância, ou quem viveu no meu passado.
Agora nada mais importa.
- Mas eu posso te ajudar.
- Ninguém pode.
- Como você sabe se eu não posso?
- Eu sei. Ninguém pode.
- Talvez eu possa. Talvez alguém possa.
- Se isso fosse possível, eu já teria ido buscar essa ajuda.
- O que é, me fala.
- Não.
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Marlon
- Não faça isso comigo! – eu gritei. Ele não expressou nem mesmo surpresa pelo meu grito.
- Viu? Você já está sofrendo só de estar ao meu lado. Desculpe-me se eu vou te parecer muito
frio agora, mas eu não posso ter mais preocupações na minha cabeça. Se eu souber que você está
triste por minha causa, então você será mais uma preocupação.
- Deixa eu te ajudar!
- Você não pode me ajudar.
- Não me afaste, por favor!
Ele não falou mais nada. Eu fiquei olhando para ele. Definitivamente aquele não era o Caio. O
que aconteceu com ele o destroçou por completo. Quem fez isso realmente não prestava. Eu não
consegui fazer mais nada, só chorar. Depois eu fui ao encontro dele para abraçá-lo, mas ele ficou
me empurrando:
- Não faz isso, Caio. Deixa eu te abraçar!
- Não.
- Então é isso? Acabou?
- Já acabou há muito tempo.
- Porra, Caio, eu não vou desistir de você. A pessoa que fez isso com você vai me pagar!
Quando eu disse isso, finalmente ele expressou algum sentimento e franziu um pouco a testa,
mas não passou disso:
- Eu tenho medo que você faça alguma besteira. Pelo visto os seus pais não sabem o que
acontece com você.
- Eu não vou me matar, se é isso o que você está insinuando. Isso não resolve o meu problema.
- Mas um psicólogo pode.
- Ninguém pode.
- Por que? Por que, Caio? O que houve? Me diz, por favor, eu estou te implorando. Me fala!
- Não.
- Então é assim, você está se desfazendo de mim?
- Fique feliz por eu não ser um fardo para você.
- Caio, você não é fardo nenhum. Deixa-me te ajudar?! O que você quer que eu faça? Me diz e
eu faço. Qualquer coisa, seja o que for. Peça e eu faço.
- Saia!
- Não.
- Por favor, saia.
- Não vou.
Ele voltou a ficar olhando através da janela, me dando as costas e começou a agir como se eu
não estivesse ali. Eu fiquei minutos ali olhando para ele, não acreditando no que estava
acontecendo:
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Marlon
- Quem fez isso com você não presta. Vai pagar até o último centavo. Merece morrer! – comecei
a provocá-lo para ver se ele me contava alguma coisa. Mas ele nada dizia. – você não sente
minha falta? Mesmo quando eu te odiava, eu sentia saudades da gente.
- Agora eu não sou a mesma pessoa, agora eu não sou um bom amigo. Você não sentirá falta
desse Caio.
- Mesmo que você não me dê atenção, me deixa ficar do teu lado? Eu juro que não vou te
perturbar nem te perguntar nada. Eu paro de dizer que a pessoa que te fez isso vai me pagar e
paro de dizer que você precisa de ajuda. Mas por favor, me deixa ficar!
- Saia, é melhor para nós dois.
Eu não tinha mais forças para continuar implorando e chorando ali naquele quarto. Eu não sabia
como prosseguir aquela conversa (se é que eu posso chamar de conversa). Então eu saí.
Eu não consegui mais implorar. Não que eu achasse humilhante ou coisa parecida. Pelo Caio eu
faria tudo, especialmente naquele momento. Mas é que eu não tinha forças mesmo. Eu fiquei
olhando ele pelas costas, chorei mais alguns segundos e fui saindo da casa dele. Fechei a porta,
entrei no elevador e fui para casa. O desconcerto daquele reencontro foi tanto, que sem querer eu
dei a volta no quarteirão da rua dele. Eu nem conseguia orientar o carro, mas felizmente cheguei
em casa. Mais feliz ainda foi que ninguém estava em casa. Eu fui para o meu quarto e fui tentar
dormir.
Não consegui fechar os olhos. As lágrimas não permitiam. Eu pensei nas palavras dele, nos
possíveis motivos que o fizeram mudar tanto. No dia anterior, ninguém tirava da minha cabeça
que o Caio estava assim por minha causa. Bastou falar com ele para saber que eu estava
enganado. Não tinha nada a ver comigo.
Até onde eu sabia, o Caio não tinha assumido a sua sexualidade para os pais. Poderia ser que ele
estivesse sendo pressionado. Poderia ser que ele estivesse apaixonado por alguém que fosse
hétero. Poderia ser que ele mesmo não se aceitasse.
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Marlon
Eu já estava pirando com tantos “poderia ser”, então liguei para a Claudinha:
- Claudinha? – perguntei já chorando.
- Marlon? O que houve? – perguntou a Claudinha preocupada.
- É o Caio... – ela me interrompe.
- Ah, esse viado de novo?
- Não! Não fala isso! – gritei.
- Por que você ta chorando? O que aconteceu com o Caio?
- Ele não mentiu, Claudinha. A Laís estava mesmo me traindo.
- Sério? Ai, sinto muito, Marlon! Você não merecia.
- Esqueça aquela lá. Eu estou pouco me lixando para ela. É o Caio que me preocupa.
- Por que?
- Porque ele está mal, está diferente, não quer ver ninguém. Ele não é o Caio.
- Me explica isso!
- Só pra começar: ele nunca foi apaixonado por mim; ele mentiu pra você quando disse que só
queria a sua amizade para que você o ajudasse a me conquistar.
- Então por que ele disse isso?
- Porque ele queria que você se afastasse dele. Ele queria que todo mundo se afastasse dele.
- Por que?
- Eu não sei, eu não sei, eu não sei! É isso que eu quero saber, eu quero muito saber! – disse eu
desesperado.
- Mas se ele não mentiu pra você e nem me usou então... ah ta, entendi. Mas você nem suspeita
do motivo?
- Não, não faço a mínima. Eu fui à casa dele hoje. Ele me recebeu, mas foi muito frio, disse que
não quer minha amizade, nem a sua, nem a de ninguém. Quando eu perguntei se ele não sentia
minha falta, ele disse que sentia falta do passado, mas que quer o passado e todo mundo que
pertencia ao passado fique no passado.
- Não faz sentido isso...
- Eu não sei de nada, Claudinha. Eu só quero o meu amigo de volta.
- Se eu for falar com ele, será que ele não me fala?
- Duvido. Duvido muito.
- Eu vou para a sua casa, me espera aí.
Em alguns minutos a Claudinha estava na minha casa:
- O Caio estava diferente, pálido, morto. Você conhece o Caio, sabe como ele é todo elétrico,
mesmo tendo um jeito meio tímido.
- Sei.
22 jun
Marlon
- Não era ele, Claudinha. E os pais dele não sabem que ele está passando por isso. Pelo menos eu
acho que não. Eu tenho medo que ele faça uma besteira.
- Mas o Caio não chegaria a tanto.
- Ele me disse isso, mas eu estou dizendo que não era o Caio. O Caio não faria, mas não era o
Caio. De qualquer forma o meu medo maior não é esse. Ele vai se isolar de tudo, aliás, já está
fazendo isso.
- Quer ir à casa dele agora? A essa hora ele está sozinho em casa. A mãe deve estar na sorveteria
e o pai trabalhando.
- Será que é uma boa?
- Vamos tentar!
Fomos Claudinha e eu para a casa do Caio. Ele estava sozinho. Tivemos que interfonar. Quando
o porteiro falou nossos nomes, o Caio mandou dizer que não nos receberia. Eu insisti. Disse ao
porteiro que, por favor, dissesse ao Caio que era importante e que ele precisava nos deixar entrar,
mas foi inútil. Claudinha e eu não sabíamos o que fazer. Na verdade, nada a partir daquele
momento poderia ser feito sem que o Caio nos desse brecha.
Decidimos que esperaríamos a segunda-feira para poder falar com ele sem grades ou interfones
nos impedindo. Em casa, á noite, eu ainda liguei para o Caio e ele não atendia. Preferi não ligar
para o residencial porque ele diria a mãe ou o pai para dizerem que ele estava dormindo, ou outra
coisa do gênero. E depois eu poderia estar arrumando encrenca para ele: os pais poderiam
desconfiar de alguma coisa.
Mas alguém, que para mim já estava muito distante, me ligou:
- Oi amor! – disse a Laís.
- Olá. – eu respondi como se nada tivesse acontecido. – como foi a farra ontem?
- Ah, foi boa. As meninas estavam muito animadas para dançar. Você deveria ter vindo comigo.
A gente ia se divertir.
- Eu não gosto de bares. Pelo menos não com namorada, eu prefiro sair com você para uma
boate. Mas me conta, seu primo estava lá não é? Meu irmão disse que te viu lá.
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Marlon
- Ah é? – ela deu uma pausa longa – é, eu levei o meu primo. Desde que ele veio para a cidade,
ele não tem saído muito, aí eu chamei ele para apresentar para as minhas amigas. Quem sabe ele
não arruma uma namorada não é?
Esse ditado é velho, mas funciona: “Joguei o verde e colhi o maduro!”. Era o que eu precisava
saber por definitivo. Era realmente o primo com quem ela esteve na noite anterior:
- Mas eu nem vi o seu irmão! – ela continuou.
- Ele disse que não ficou muito tempo.
- Ah ta. Bem que ele poderia ter vindo falar comigo.
- Você sabe como o meu irmão é.
- E ele foi para onde depois?
- Não sei. Olha, tenho que desligar, minha mãe está fazendo panquecas e está me chamando para
ajudar.
- Ah, que fofinho! Meu chefe de cozinha, hahahahahaha, eu queria estar aí e tirar uma foto.
- Mico total. Amanhã a gente se vê, amor. Beijos.
O bom disso tudo é que os chifres não doíam ou pesavam. Percebi que nem ódio dela eu sentia.
Achei até engraçado escutá-la pondo a corda no próprio pescoço. E percebi também que eu só
fiquei com ela no telefone tempo suficiente para descobrir se o cara com quem ela tinha ficado
era o tal primo que o Caio me disse meses antes. Se ela não tivesse ligado, talvez eu nem fosse
procurá-la. Mais engraçado foi que, com essa história toda, eu até tinha esquecido que tinha
namorada. Essa era a única coisa engraçada mesmo, porque o resto...
Com o Caio naquele estado nada me parecia engraçado. Eu só pensava nele. Quando cheguei em
casa, depois da minha tentativa com a Claudinha, me tranquei no quarto e só saía para comer e ir
no banheiro. Essa história da Laís foi perfeita para camuflar o meu comportamento. O Ewerton
já tinha dito aos meus pais o que ele tinha visto na noite anterior. Eles vieram falar comigo,
perguntaram se eu estava bem e eu respondia que não queria falar sobre isso e que queria ficar
sozinho.
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Eles me deram folga. Foi bom porque deu para curtir a fossa (do Caio) que eu estava passando. É
muito “bom” quando você está passando por um momento difícil e te deixam em paz sem fazer
interrogatórios.
Depois das tentativas frustradas de ligar para o Caio, fui tentar dormir e acordar bem disposto no
dia seguinte. Eu precisava recuperar todas as minhas forças para poder penetrar na grande
barreira que o Caio tinha criado entre ele e o mundo. Então, na segunda-feira, eu cheguei bem
cedo. Minha aula começa umas 13hs30min; eu cheguei as 12hs40min mais ou menos. Fiquei
esperando o Caio no hall da faculdade, porque agora ele não chegava e entrava na sala Ele
esperava o professor entra para entrar junto.
Quando ele chegou, me viu, parou, olhou um pouco para mim, abaixou a cabeça e foi entrando
no prédio. Passou por mim e nem falou nada. Eu fui atrás dele:
- Caio! – ele não respondia – Caio, vamos conversar. Caio, pára com isso. A gente precisa se
entender.
Ele entrou na sala, sentou onde costumava sentar depois de toda essa confusão e ficou de cabeça
baixa. Eu sentei ao seu lado e fiquei chamando sua atenção:
- Caio, deixa de fugir de mim e vamos conversar! Você acha que está fazendo a coisa certa?
Você acha que vai ser melhor para você se isolar do mundo, de tudo, dos amigos, das pessoas, de
mim? Caio, olha para mim!!!
E nada:
- Caio, olha para mim! Você tem que dar um fim nisso. Eu não sei qual é o seu problema, mas
você não vai resolvê-lo assim.
- Meu problema não tem solução. Agora me deixa!
Ele nem ao menos levantou a cabeça da carteira para me dizer isso:
- Caio, que problema é esse? Podemos resolver juntos. Eu posso não conseguir resolver, mas
posso te dar uma idéia de como você mesmo pode fazer isso. – não falou mais nada – Caio! Fala
comigo, Caio. Você acha justo o que você está fazendo comigo? Eu sei que eu não sou ninguém
para falar de justiça, mas não seja idiota como eu fui.
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Marlon
Insistia, insistia e nada. A Claudinha chegou, ficou toda emocionada ao vê-lo depois de saber
que ele não a odiava de fato, mas também ficou decepcionada por ele nem ter dado bola para ela.
A aula começou e ele levantou a cabeça. Assistiu a aula como se nada tivesse acontecido, mas
como sempre, ficou “ausente” na aula. Eu não tirava os olhos dele e ficava torcendo para ele
olhar para mim. Nada. Eu ficava desesperado por dentro, puxava de leve os meus cabelos de
tanta agonia. Eu não conseguia nem ficar mais no mesmo lugar em que ele se encontrava. Vê-lo
e não poder falar com ele me angustiava.
A aula acabou, deu o intervalo. Ele não sai da sala. Então lá estava eu de novo tentando falar
com ele:
- Caio, já estou de saco cheio disso! – disse eu aos berros – se você não falar comigo, eu sou
capaz de fazer uma besteira.
- Caio, por favor, querido, fala com a gente! Eu te imploro... Olha, me desculpa por tudo. – disse
a Claudinha, chorando.
- Gente, o que está acontecendo aqui? – perguntou a Luiza.
Eu, Claudia e Luiza fazíamos um círculo em volta do Caio, enquanto ele estava sentado como se
não ouvisse nada:
- Por que vocês estão falando com ele? – a Luiza outra vez.
- Depois a gente fala disso... – respondeu a Claudinha.
- Caio, o que eu preciso fazer para você me dar o mínimo de atenção? Me diz, qualquer coisa, eu
faço! – eu disse.
Depois chegou o Tom:
- Putz, perdi a aula. Oi povo, o que acontece? – perguntou o Tom.
- Caio!!! – eu gritei.
- Que escândalo! Minha gente, por que vocês estão falando com o Caio? – perguntou o Tom.
- Meu, eu já estou puto, aqui. Eu só quero te ajudar. Eu sei que eu fui um merda com você, eu sei
que eu não presto, mas por favor, abre essa boca!!! – berrei mais uma vez.
- Gente, que papo louco! – exclamou o Tom – não sabia que você não prestava.
- Caio!!!
Não agüentei. Sentei na cadeira em frente a dele e comecei a me desabar em lágrimas. A Luiza e
a Claudinha tentavam me consolar e o Tom ficou em pé sem entender nada:
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Marlon
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Já tinha quatro pessoas tentando me deter e eu ainda conseguia me desprender deles um pouco.
Mas andar eu não consegui mais. Finalmente eu sentei em uma cadeira e me trouxeram água. Eu
fui bebendo e chorando. O intervalo geralmente dura 30min. Foi o tempo que durou aquela
confusão toda. Logo depois chega o professor e o Caio atrás. O Caio me olha, percebe que eu
não estou normal e fica meio receoso de entrar. Eu fico olhando para ele fixamente e com os
olhos explodindo de ódio. Acho que eu estava todo vermelho, porque geralmente eu fico quando
estou nesse estado. Mas ele entra e senta. Eu sento ao seu lado.
As meninas foram atrás de mim e eu disse baixinho para não atrapalhar a aula:
- Ta tudo bem, eu só vou ficar aqui sentado. Não vou fazer nada.
Elas retornam aos seus lugares e eu fico ao lado do Caio. Ele me olhava por cima do ombro, mas
não dizia uma palavra. Eu comecei a sussurrar perto dele:
- Eu não saio daqui. Se você sair, eu vou atrás. Vou no mesmo ônibus que você hoje. Vou te
perseguir. Não vou deixar você entrar em casa sem falar comigo, estou te avisando.
E o Caio nada falava. Eu continuava fazendo terrorismo:
- Eu vou atrás de você, não importa onde seja. Você está me ouvindo? É bom que esteja, porque
é bom você ir se preparando.
Claro que essa não era a abordagem perfeita. É óbvio que com isso ele só ia se fechar ainda
mais. Mas eu estava desesperado. Para mim, naquele momento, seria a minha virilidade que faria
o Caio se abrir e nada tirava isso da minha cabeça.
A aula acabou e ele ficou sentado do meu lado, não saiu do lugar. Ele me olhou um pouco,
depois virou para frente e continuou sentado. O pessoal da sala já estava saindo e nós fomos
ficando. Ficamos Claudia, Luiza, Tom, Dalton, Caio e eu:
- Ta tudo bem aí? – perguntou o Dalton.
- Eu não sei, mas por via das dúvidas, você fica caso a gente precise de ajuda. – disse a
Claudinha.
- Caio, você vai embora agora? – perguntou a Luiza, carinhosamente. Mas o Caio não falou
nada.
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Marlon
- Vamos, Marlon, depois a gente resolve isso. Ele não vai falar com a gente. Vamos esperar que
ele se sinta a vontade para nos contar. Ele tem o direito. – disse a Claudinha.
- Eu só saio daqui se ele sair. Se ele ficar, eu fico. – esbravejei.
- Marlon, isso não vai resolver. Você não consegue enxergar isso?
- Claudinha, eu só saio daqui se ele sair.
- Marlon, não é assim que a gente vai resolver isso.
- Agora o Caio é responsabilidade minha. Se você quiser ir, vá. Mas eu fico!
- Eu me importo com ele também e é por isso que é melhor você não fazer pressão, porque não é
desse jeito que ele vai se abrir com a gente.
- Eu quero só ver se ele não vai! – disse eu, olhando para o Caio.
- Você é muito cabeça dura! – disse a Claudinha – Caio, olha, não faz isso com a gente. Eu vou
te adicionar no MSN hoje e, se você quiser falar comigo, eu vou estar lá te esperando. Mas não
demore a fazer isso porque essa sua mudez está acabando com a gente. Eu sei que eu não fui boa
amiga, mas eu pensei que estava fazendo a coisa certa. Você mesmo me fez pensar que você
estava me usando. Mas eu assumo a culpa se você quiser, mas não faça isso com a gente.
Ela ficou olhando para ele, para ver se ele esboçava qualquer coisa e nada:
- Então ta. Eu vou te adicionar no MSN e vou estar online a sua disposição, está bem querido?
Aos poucos, todos foram saindo e nos deixando na sala. Eu também fiquei calado por um tempo,
só olhando para ele. Mas não agüentei ficar muito tempo mudo:
- Caio, olha só o que você está fazendo. Você não vai embora para casa não? – ele não falava
nada – Seremos amigos para sempre, mesmo que você não queira. Eu vou cuidar de você até o
resto da sua vida!
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Marlon
Ficamos ali parados, sentados. Eu não tirava os olhos dele e ele não tirava os olhos da lousa a
nossa frente. Minutos passaram. Não duvido que tenham sido um pouco mais de 30min. Depois
ele respirou fundo, engoliu “seco” e, quando eu pensei que ele iria abrir a boca para me contar o
que acontecia, ele se levantou, foi pegando as suas coisas, pôs a mochila nos ombros e foi se
direcionando para a porta. Ele não andava apressado, nem devagar demais. Começou a andar
normalmente como sempre fez. Ele acreditou em mim quando disse que iria segui-lo, então ele
não se manifestou abruptamente.
Eu, é claro, fui seguindo seus passos. Na minha cabeça ficava martelando que ele tinha algum
plano para se livrar de mim. Mas aparentemente ele estava querendo levar aquilo até o fim.
Talvez me testar para saber até onde eu conseguia ir. No corredor do nosso andar tem um
banheiro. Ele entrou. Ocupou uma cabine e ficou lá. Eu fiquei na porta da cabine, esperando-o.
Não ouvi o barulho da urina atingindo o vaso, ou outra coisa que ele pudesse fazer lá. Depois ele
saiu, lavou a mão e saiu calmamente. Nem me olhou no rosto.
Chegamos à rua, finalmente, e ele ficou no ponto de ônibus. O ônibus dele chegou, subiu, pagou
a passagem e sentou. Sentei ao seu lado. Detalhe: meu carro ficou no estacionamento da
faculdade. Ele não sentou na janela. Como eu não costumava andar com ele de ônibus, então não
o estranhei não sentar na janela. Ele abriu espaço e eu sentei na janela. Mas depois desconfiei
que ele pudesse fazer alguma coisa, então fiquei em pé, de frente ao banco em que ele estava
sentado para barrar uma possível fuga.
Passou um tempo, ele se levanta, puxa a cordinha e desce. Eu estava tão atento a ele que nem
percebi onde estávamos. Ele desceu e eu fui atrás. Quando olho ao meu redor, vejo que não
estamos no bairro dele e estranho muito. Meu coração começou a pular dentro de mim e aquela
coisa de ele tentar me testar, querer saber até eu vou com ele, ficou martelando na cabeça:
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
Fiquei ansioso para que ela lesse. Eu ficava atento para os olhos dela e estava muito curioso para
saber a sua reação. Ela começou a ler em silêncio. Parou. Esbugalhou os olhos. Me olhou com ar
de surpresa e desespero e disse:
- Mas...
O cartão dizia:
“Quem tem a rola mais gostosa: eu ou o seu primo?”
- O que significa isso?
- Responda a pergunta – disse eu calmamente, me divertindo com aquilo tudo.
- Do que você está falando?
- Ah, pára, Laís. Vai dizer que você não sabe responder essa? – irônico.
- Brincadeira chata! – chorando e tremendo.
- Não é brincadeira – me fazendo de inocente.
- Eu nunca nem beijei meu primo.
- Ah, Laís, você já soube mentir melhor, hein?
- O que? O que foi que seu irmão disse? Seja o que for, é mentira.
- Meu irmão?
- Não foi o seu irmão quem te contou isso?
- Não.
- Quem foi?
- Seu primo.
- Hã?
- É, seu primo.
- Mentiroso.
- Liga para ele, então.
- Eu vou ligar mesmo, porque isso é mentira – dizia aos berros.
- Pode ligar! Espero que aproveite as flores, são lindas como você. Beijos.
Fui entrando no carro e dando partida. Ela se pendurou pela janela e começou a berrar:
- Se você sair agora, está tudo acabado! Ta, tudo bem, foi um beijo só, mas não foi nada mais
que isso. Eu estava bêbada. E você? Vai dizer que nunca me traiu? Vai?
- Você só o beijou uma vez só?
- Só! Te juro.
- Laís... me engana que eu gosto. Eu sei que você anda por aquele bar com ele e não é de hoje.
Eu não quis acreditar quando me contaram a meses atrás, mas eu confirmei. Desde que o seu
primo chegou, vocês ficam. Pensa que eu não sei? Isso que eu saiba, não é? Quem sabe nessas
viagens que você fazia por lá você não dava uns pegas com ele hein?
- Mentira, Marlon. Te juro.
- Jure pela morte dos seus pais e de seus avôs, então.
- Hã?
- Avôs paternos e maternos... jure!
- Brincadeira sem graça, Marlon.
22 jun
Marlon
- É, mas brincar de pegar na rola do priminho caipira você gosta, não é? Vou dizer uma coisa
que vai te surpreender muito: nunca te traí. Se tivesse traído alguma vez, não teria problema de
contar agora. Afinal, você já fez isso também. Mas infelizmente eu fui fiel. E sabe do que mais?
Eu nunca gostei de você. Por isso que desde quando eu soube de fato que você estava ficando
com o seu primo ontem, eu até esqueci que tenho namorada. Sabe porquê eu me atrasei? Nem
lembrava desse encontro. Enfim, agora você tem o caminho livre para continuar transando com o
seu primo cowboy. Olha que coisa boa?!
- Pára de zombar de mim!
- Fui.
- Marlon!!! – gritou ela.
Eu fiquei rindo no carro. Estranho demais. Mesmo nunca tido me apaixonado por ela, eu deveria
estar muito bravo. Mas parecia que eu tinha tirado um peso das costas. Parecia liberdade. Livre
para novas relevâncias na minha vida. Eu sempre achei que existem pessoas que, por mais
insignificantes que elas sejam na nossa vida, elas sempre deixam uma marca. A Laís me ensinou
que eu estava errado, me ensinou que, são raras, mas existem sim aquelas pessoas que nem
rastros deixam. A Laís foi uma delas.
Eu ainda ouviria falar da Laís por uns dias. Umas amigas dela me ligando, dizendo o quanto ela
estava arrependida. Por fim, eu disse em resposta que ela deveria ficar caladinha, ou eu faria a
fama dela decair. Ameacei mesmo. No fundo a Laís nunca assumiu nada com esse primo porque
os pais dela não concordavam com esse namoro e, depois, ela tinha vergonha dele por ele ser
pobre.
22 jun
Marlon
Na aula seguinte, eu cheguei e olhei o Caio. Sentei no meu lugar e fiquei a observá-lo. “O que se
passa nessa cabeça? Por que ele está fazendo isso?”. Depois de consumar o término do namoro
com a Laís, nada mais me prendia ao passado. O Caio era o meu presente. Era a minha atual
perspectiva de vida. Mas era distante. Era intransponível, inalcançável. Prestar atenção nas aulas
eu não conseguia mais.
Mandei uma sms pra ele:
“Ñ faz isso! Me deixa ajudar vc”
Ele sentiu o celular vibrar, leu a mensagem e depois devolveu o celular ao bolso. Nem mesmo
me olhou. Veio-me uma vontade de chorar enorme, então saí. Fui ao banheiro. Sentei no vaso,
peguei alguns pedaços de papel higiênico e enxuguei as lágrimas que iam surgindo. Mandei uma
nova sms:
“Ñ vô desistir d vc”
No intervalo, ele ficou na sala e eu fui para a lanchonete como os outros:
- E como foi ontem? – perguntou a Claudinha.
- Não quero falar sobre... só saiba que não deu certo.
- Claro que não. Não é desse jeito que você vai resolver as coisas. A gente tem que se mostrar
sempre disponível, mas nesses casos quem deve tomar a iniciativa é ele – fiquei calado – eu já o
adicionei no MSN. Agora é esperar ele vir falar comigo ou com você.
- Você acha mesmo que ele vai adicionar você? Esqueça, Claudia, eu faço do meu jeito e você
faz do seu.
A aula acabou e eu decidi abandonar a idéia de persegui-lo. Mas não me vinha idéia nenhuma de
como prosseguir. Ele não fazia atividades extras, então ou eu o via na faculdade, ou em lugar
nenhum.
Nessa mesma semana passei na sorveteria. A mãe do Caio estava lá:
- Oi, Marlon. Sorvete?
- Não, o Caio.
- Caio está em casa.
- Está?
- Aham.
- Passei por lá e não respondiam do interfone.
- Vocês brigaram de novo?
- Não. Acho que não. A senhora pode chamá-lo para cá?
- Chamar o Caio para vir aqui?
- Sim?
- Ta certo – disse ela, estranhando o pedido.
Ela pegou o celular, discou os números e começou a falar:
22 jun
Marlon
- Caio? Está em casa?... Por que não atende o interfone? ... Tocaram sim, o Marlon tocou. Ele
está aqui, está pedindo para você vir para cá. Hã? – ela tirou o telefone um pouco da boca e disse
– ele disse que está ocupado.
- Eu posso falar com ele?
- Caio, fale aqui com o Marlon – me passou o celular.
- Caio? – desligou.
- Que foi? Caiu?
- É, acho que sim. Bom, mas ao menos eu sei que ele está em casa. Vou passar lá – disfarcei.
- Tem alguma coisa que vocês dois estão me escondendo! – disse ela.
- Não, não tem.
- Não é uma pergunta, é uma afirmação.
Se a mãe dele não desconfiava de nada, agora ela começaria a investigar. Estava claro para ela
que eu e o Caio já não éramos aqueles grandessíssimos amigos de antes. Eu ainda tentei negar,
dizer que nós apenas tínhamos nos desencontrado, mas ela insistiu na idéia de que estávamos
diferentes. Cedo ou tarde ela desconfiaria.
22 jun
Marlon
Depois da sorveteria fui para casa. Eu pensei em ligar para a Claudinha, mas eu não estava com
saco de ouvir mais uma vez que eu precisava ter paciência. O que eu precisava era que o Caio se
abrisse comigo. Eu não sabia mais manter aquela situação. Por outro lado, não sabia mais o que
fazer. Eu não saía mais de casa. Era casa/faculdade, faculdade/casa. Vivia trancado no quarto.
Passava as madrugadas na internet, mandando emails para ele. Acho que essa loucura durou um
mês.
Um dia qualquer o celular do caio tocou. Ele atendeu e foi saindo da sala. Eu o segui. Ele foi
para o banheiro e entrou em uma cabine. Percebi que eu não o conseguia ouvir com ele ali
dentro, então já estava explicado o taxi daquele dia. Ele saiu da cabine chorando e deu de cara
comigo. Quando ele me viu, tomou um susto. Arregalou os olhos. Quase falou “Ai, que susto!”,
mas conseguiu conter as palavras dentro da boca. Recompôs-se do susto e seguiu para a pia.
Começou a lavar o rosto. A minha idéia era apenas segui-lo e ver se descobria alguma coisa.
Mas além de não ter descoberto nada, essa distância do Caio para comigo me consumia. Só de
vê-lo chorando, um arrepio se alastrava pela minha espinha. Então não consegui me segurar
mais.
Quando ele foi saindo da pia para a porta, eu fiquei em seu caminho. Ele tentou se esquivar, mas
eu o segurei pelos braços. Ele tentou forçar, mas eu era mais forte e já estava em um ponto em
que usaria qualquer coisa para barrá-lo. Ele começou a forçar de verdade e eu comecei a apertar
os braços dele com mais força:
- Me solta, Marlon!
- Você vai falar o que está acontecendo? – disse de forma grosseira.
- Me deixa em paz! – gritou ele.
22 jun
Marlon
Então fiquei ainda mais irado e o arrastei para a zona dos mictórios, que fica na parte dos fundos
do banheiro masculino. Ele continuava resistindo, mas eu fui mais rápido. O espremi contra a
parede e o prendi com as minhas pernas. Fiquei com o meu rosto a menos de 5 cm do dele. Eu o
olhava com fúria. Se o meu objetivo de tentar ajudá-lo não fosse tão claro em minha mente,
talvez eu o tivesse esmurrado de tanto ódio. Os olhos dele ficaram vermelhos, as lágrimas
perderam o controle. Eu sabia que eu tinha usado muito a força, mas também sabia que não o
tinha machucado fisicamente. Ele dava murros contra o meu peito, gritava e eu espremia os
meus lábios para conter a ira que eu sentia. Ele não conseguia me olhar nos olhos, então, com
uma das minhas mãos, segurei o pescoço dele, quase o enforcando:
- Olha para mim! – ele resistiu, então comecei a apertar o pescoço – olha, Caio!
- Ta me machucando!
- Então olha! – ele olhou – o que está acontecendo com você? – comecei a falar de forma mais
doce.
- Nada!
- Me fala, Caio. É comigo?
- Não.
- Então o que é? – não respondeu – me fala, Caio!
- Me solta, por favor.
- Escuta: você não pode fugir. Não pode mais fazer isso. E não estou fazendo isso por
curiosidade, estou fazendo isso porque estou preocupado. Você não pode ficar se isolando desse
jeito. Você pensa que a sua vida acabou? Não, só está começando. Então é bom você ir se
acostumando, porque eu não vou desistir de você. Eu estou muito puto, muito, muito mesmo. E
hoje você não sai desse banheiro sem me contar o que está havendo.
- Me solta, vai. Me solta. Você não pode me ajudar e eu não quero sua ajuda.
- Fala!
- Você não pode me ajudar, entenda isso.
- Fala! – gritei
Alguém apareceu:
- O que é isso aqui?
- Não se mete, cara. Se manda! – gritei.
22 jun
Marlon
Ele veio para cima de mim e iria me bater, mas eu soltei o Caio para um lado e empurrei o cara
para o outro. Ele caiu no chão do banheiro. O Caio tentou fugir, mas eu o segurei. O cara se
levantou e disse:
- Eu vou chamar a segurança do campus.
- Não, não chama. – gritou o Caio desesperado.
- Como é? – perguntou o cara sem entender – então fique aí e morra – saiu.
Eu olhei o Caio nos olhos tentando entender:
- Agora me solta!
- Não vou te soltar. Você não sai daqui até falar.
- Ingrato! – forçando a fuga.
Eu o segurei de novo entre as minhas pernas e o pressionei contra a mesma parede. Eu o fitava e
ele retribuía:
- Quem, Caio? Quem ta fazendo isso com você?
- Vai-te foder, Marlon!
- Ótimo! Então ficamos nós dois aqui.
O Caio começou a chorar de verdade. Ele soluçava forte e não conseguia mais usar a força para
me afastar do corpo dele. Eu não resisti e o abracei, finalmente. O bom foi que ele me abraçou
também. Ficamos chorando juntos e abraçados. Eu fazia carinho nos cabelos dele e tentava
acalmá-lo:
- Eu estou aqui, agora, vou te proteger! Não chora, Caio, não chora – dizia eu chorando também.
Ele me foi tirando os braços e enxugando as lágrimas:
- Você vai me contar agora?
- Não.
- Então me deixe ficar do seu lado.
- Não.
- Então a gente não sai.
- Eu não tenho mais nada o que fazer. Só eu posso superar isso sozinho.
- Superar o que? E se você não agüentar sozinho?
- Sei lá, eu fujo...
- Fugir?
- Fugir de tudo, dessa vida, dos meus pais e de você! – gritou com força.
Tive medo. Medo daquelas palavras e daqueles olhos:
- Do que você está falando?
- De fugir daqui. Não estou falando de suicídio.
- E por que você quer fugir daqui? Você não me ama mais?
Eu nunca tinha usado essa palavra com ele. Eu nunca tinha dito que o amava, nem ele:
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22 jun
Marlon
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Marlon
Em casa ainda continuava aquele clima de “corno coitadinho” nas minhas costas. A minha mãe
tentava me animar, xingava a Laís o tempo todo, dizia que eu merecia coisa melhor. Já estava
ficando chato. Eu não me importava nem um pouco com a Laís. Mas como disse anteriormente,
esse clima foi bom para camuflar o real motivo da minha tristeza.
Nas aulas seguintes, eu não tentava não mais importunar o Caio. Eu sabia que ele não ia contar.
E estava mais tranqüilo quanto a isso também. O que me fazia perder a cabeça era mais a
curiosidade e a preocupação de que algo ruim estava acontecendo com ele. Eu o fitava durante as
aulas, mas já não era aquela preocupação constante. Ao menos ele tinha finalmente falado
comigo e, podemos dizer, que fizemos as pazes. Aquele abraço não tinha sido só abraço. Pelo
menos eu esperava que não.
Mas essas aulas que se seguiram, o Caio passou a me olhar. Muito pouco, é verdade, mas ele
dava umas olhadas. Aproveitava a minha concentração na aula e me olhava por cima do ombro.
Eu ficava mais confuso ainda. Justo quando eu decido que não vou perturbá-lo mais, ele me
inventa de ficar me olhando. Será que era um sinal para eu insistir?
No fundo eu ficava até feliz sabendo que ele, digamos, me espionava. Mas ainda ficávamos
distantes. Um dia qualquer, a mãe do Caio ligou para mim:
- Marlon, você pode vir na sorveteria hoje?
- de que horas?
- À tarde. Pode?
- Posso. Depois da aula eu passo aí.
Nem preciso dizer que fiquei preocupado. Achei que ela queria saber se eu sabia o que acontecia
com o Caio. Eu iria dizer o que? Se eu dissesse que não, ela iria achar que era uma coisa muito
grave e ia investigar de verdade. Por outro lado, se o Caio estivesse passando por uma coisa
séria, talvez fosse bom a mãe dele ficar por dentro:
- Faz tempo que você não vai lá em casa. Você vivia lá. Por acaso o Caio contou alguma coisa
que te afastou?
Estávamos sentados em uma das mesas da sorveteria. Aquela pergunta era muito estranha. Muito
diferente do que eu imaginava:
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
Depois fomos para o quarto dele. Lá dentro ele mudou completamente. Se tornou o Caio ausente
de antes. Ele se deitou na cama e ficou olhando para o nada. Senti-me muito rejeitado. Foi muito
frio. Mas resolvi aproveitar, sabe-se lá quando eu ficaria assim tão pertinho de novo. Então dei
uma de atrevido e me deitei ao seu lado:
- Posso deitar com você? – não respondeu – sua mãe pensou que a gente estava brigado porque
eu tinha me afastado de você. Ela pensou que eu não quisesse mais ser seu amigo porque você é
gay.
Ficamos ali um tempão calados, mas foi tão legal. Ainda era cedo, não tinha pressa de ir para
casa. Desci da cama e apaguei a luz. Ficamos iluminados só pela luz da rua. Voltei para a cama e
fiquei ali. Puxei um dos travesseiros, me encolhi na cama e ficamos caladinhos. Ele de costas pra
mim. Eu percebi que mesmo que ele não falasse nada, estar em sua presença me bastava.
Começou a ficar tarde e eu tinha que ir para casa:
- Está tarde, Caio, eu já vou indo.
Engraçado que eu dizia e fazia as coisas com/para ele já sabendo que ele não se manifestaria.
Então eu só falava para avisá-lo. Disse que estava de saída, fui colocando a minha sandália e
disse “tchau”. Despedi-me dos pais do Caio e fui para casa.
22 jun
Marlon
Aproveitei-me dessa situação favorável que a mãe do Caio me oferecia. Passei a ir à casa do
Caio mais vezes. Eu entrava, falava com a mãe dele e seguia para o quarto. Era engraçado. Eu ia
visitá-lo, era super bem vindo na casa dele, mas o próprio Caio não me queria ali. Mas não podia
me impedir. Eu chegava ao seu quarto, ficava olhando os livros dele na estante, mexia no
guarda-roupa dele, usava o computador, ligava o som, deitava na cama dele... e ele não se
manifestava nem contra nem a favor. A mãe dele trazia lanche, eu comia tudo, porque ele nem se
mexia. Eu ainda oferecia, mas ele não falava nada. Nem me olhar. Eu já estava até me
acostumando. No fim de cada dia desse, eu deitava na cama dele e ficava ali por muito tempo ao
seu lado. As vezes me dava vontade de falar coisas, desabafar, mesmo sabendo que ele não me
responderia. Eu sempre iniciava as frases com “Sabe, Caio...”, “Caio, você não acha que...”, “Eu
sei que eu errei nisso, mas vai dizer que você também não se enganaria?”. Era loucura, mas era
uma loucura gostosa.
Próximo do meu aniversário, eu convenci aos meus pais a não fazerem festa. Eu não queria nada.
Não me dava mais vontade de curtir nada ao lado da minha família e de antigos amigos naquela
situação. Os únicos amigos aturáveis naquele momento eram os da faculdade. Enquanto o Caio
estivesse naquele estado vegetativo, eu não me animaria. Mas aí o pessoal da faculdade insistiu
para que a gente ao menos saísse e eu concordei.
Dois dias antes da farra, eu fui à casa do Caio. Como de costume, deitei em sua cama, enquanto
ele ficava no parapeito da janela, olhando a rua:
- Caio, daqui a dois dias é o meu aniversário. O pessoal da sala vai me levar pra sair. Vou
convencê-los de me trazerem para o bar aqui de baixo. Assim fica mais perto para você, caso te
dê a louca e você decida ir, ta?
Nem me deu ouvidos:
22 jun
Marlon
- Eu nem estava afim, estou tão chatinho esses dias. Na verdade, estou chatinho desde que a
gente se desentendeu pela primeira vez. Mas fiquei ainda mais depois que soube que você estava
certo sobre a Laís.
Despedi-me dele e fui seguindo para a porta do quarto dele:
- Caio, é sério, a única presença que me importa é a sua. Se você puder ir, vá, por favor. Pode ter
certeza que a primeira fatia do meu bolo é a sua.
Dia do meu aniversário. Fomos Claudinha, Tom, Luiza e eu no meu carro. O resto do pessoal eu
encontraria no barzinho. Começamos a conversar sobre a minha idéia de fazer a festa no bar
perto da casa do Caio:
- Ele não vai. Não tenha esperanças. A gente quer que você se divirta e pare de pensar um pouco
no Caio. Você anda muito tristonho – disse a Claudinha.
- Já que é para eu esquecer o Caio essa noite, pelo menos, então parem de falar dele, ok?
- Hahahaha, tem razão. Mas a gente sabe o porquê de você escolher aquele bar para fazer a festa.
A gente só não quer que você se decepcione – continuou ela.
- Eu sei e eu agradeço. Mas eu mesmo não tenho esperanças de que o Caio vá, então vai dar para
curtir legal.
Quando chegamos, só faltavam duas pessoas. Estávamos atrasados. No fundo do bar, uma faixa
me parabenizando, um bolo cheio de velinhas (19 no total) e um monte de gente animada. Se a
idéia era esquecer o Caio, esquece. Tudo ali me lembrava ele: a faixa, o bolo, o lugar e as
pessoas. A diferença é que com o Caio, tudo parecia mais animado. A faixa desse aniversário só
dizia “Feliz 19, Marlon!”, a do Caio insinuava que eu poderia ser preso porque já era de maior; o
Caio conhecia os garçons e sabia quem exatamente chamar; e só ele conseguiria animar até o
mais desanimado ser humano.
A festa foi prosseguindo, cantamos parabéns, começamos a beber e eu já estava um pouco alto.
Era umas duas da madrugada e nada do Caio. Ele não viria mais, não haveria chance para isso.
Então bebi ainda mais.
22 jun
Marlon
Esse bar parece aqueles casebres mexicanos, com paredes meio alaranjadas e muros bem
baixinhos. O Caio surgiu com umas olheiras enormes, um moletom de zíper aberto e All Star
(tênis que ele ama e ele mesmo customiza). Em outras palavras: lindo e fofo como sempre,
mesmo de olheiras. Ele segurava um sacola. Eu estava de costas para a rua. Não lembro quem,
mas alguém grita “Caio, aqui!”. Imaginem o meu coração só de ouvir o nome dele!?
Quando olho para trás, ele estava na porta, com uma cara de sono, com a roupa toda amarrotada.
Parecia um pré-adolescente indo para a sua primeira farrinha com os amigos. Eu não contive a
emoção. Eu corri para a porta, mas parei instantaneamente na frente dele. De longe, eu só via o
Caio, mas de perto eu vi o seu rosto: ele estava com uma cara de bravo. Fiquei com medo, mas
falei:
- Oi.
- Estou tão puto com vocês! – sério – olha o meu estado. Está vendo isso aqui? – apontou para as
olheiras – são olheiras. Eu não sou uma pessoa que costuma ter olheiras. O meu rosto tem que
ser o mais angelical possível. Não dá para ser angelical de olheiras. Vocês estão fazendo muito
barulho, não estão me deixando dormir. Do meu quarto dá para ouvir suas risadas – interrompo.
- Eu não dei risadas até agora!
- Calado! Eu ainda não terminei – tomou fôlego – enfim, não estou conseguindo dormir, então
pensei em vir aqui porque sei que vocês não conseguem fazer uma festa boa sem mim. Mas
quando abro meu guarda-roupa só tem roupa velha, trapo que eu uso pra dormir. Está tudo na
lavanderia. Olha só a roupa que eu estou usando!
- Está lindo!
- Lindo uma ova! Espero que não tenha conhecidos nesse bar além de vocês, se não minha
reputação de bom menino vai para o espaço. Ah, tem outra coisa também. Eu não sei como te
dizer isso, mas eu não trouxe o seu presente. Quer dizer, eu não comprei nada, mas fiz isso aqui.
22 jun
Marlon
Ele tira um chapéu-cone de aniversário da Barbie e põe na minha cabeça. Depois ele pega um
nariz de palhaço e coloca no meu rosto:
- Por favor, não me pergunte porquê eu tenho um chapéu da Barbie!
Óbvio que eu comecei a chorar. Não aqueles choros exagerados. Só caíram algumas lágrimas.
Mas eu estava muito feliz e com um sorriso largo nos lábios. Eu fiquei rindo das palhaçadas que
ele estava contando e me divertindo com o chapéu e o nariz. Fiquei rindo como um tonto:
- Está lindo! Da uma voltinha para eu ver.
- Não vou fazer isso com um chapéu da Barbie na minha cabeça.
- Vai sim, senão eu vou voltar para a cama.
- Ta, ta bom.
Lá vai eu dar um voltinha. Ele ficou ali se divertindo, rindo da minha cara:
- Uhu! Ta gatinho, hein? Hahahahahaha, adoro promover a vergonha das pessoas! – irônico.
- Me abraça logo, por favor! – pedi eu aos prantos.
Nos abraçamos. Nem sei quanto tempo a gente ficou ali grudado. Por mim eu não largava mais.
Depois a Claudinha e Tom foram chegando e fizemos abraço coletivo. Um bando de moleques
chorões:
- Chega de choro, senão minhas olheiras ficam maiores!
Fomos para a mesa e o Caio foi abraçar todo mundo. Até o garçom ele abraçou. Pronto! A festa
agora iria ficar animada. O Caio foi logo pedindo uma caipirinha e dando bronca:
- Quem fez essa faixa?
- Fui eu, porque? – disse a Claudinha, já sabendo do gênio do Caio.
- Ta muito feia. Só pra constar.
- O que vale é a intenção!
- A intenção de ser feia ficou legal.
A Claudinha fingiu uma cara de tristeza e o Caio foi consolar:
- Não, meu amor – abraçou-a – o que vale é a intenção. É a faixa menos feia que eu já vi na vida!
- Hahahahaha, safado!!! – riu a Claudinha.
22 jun
Marlon
Eu fiquei o resto da festa com o meu braço em volta do pescoço do Caio. Nada que nos
comprometesse ou sugerisse algo mais. Quem olhasse, acharia que éramos amigos, apenas. No
meu coração, éramos mais que isso, eu só não sabia o quê. No finzinho da festa, lá para as cinco
da madrugada:
- Desculpa, não deu para guardar o primeiro pedaço de bolo.
- Você não sabe que os últimos sempre serão os primeiros? A última fatia significa que eu seria a
primeira pessoa para quem você daria o bolo.
- Você sempre arruma um jeito de sair por cima não é?
- Isso não são horas de falar de sexo, Marlon? Cinco da madrugada, olha o meu estado! Estou de
olheiras... não penso em sexo quando estou de olheiras.
- Quem falou em sexo, seu pervertido?
- Olheiras, Marlon. Olhe as minhas olheiras! - falou o Caio, choramingando.
- Estão bonitas em seus olhos, deu um realce.
- Você dorme lá em casa hoje?
- Se você quiser...
- Quem manda é o aniversariante!
- Eu que mando? Nossa! Então eu ordeno que a gente nunca mais brigue.
- Eu vou tentar, mas não será fácil. Você sabe como é...
- Sei, eu te conheço bem.
Ele sorriu e ficou se lambuzando com o glacê do bolo. Eu fiquei rindo daquela cena. Não sei se
vocês se lembram, mas na minha primeira festa de aniversário, nesse conto, eu descrevi uma
cena em que eu fico observando a boquinha do Caio comendo o bolo. Não deu para eu ficar lá
observando porque me chamavam a toda hora. Mas dessa vez era fim de festa, mas da metade do
bar já tinha ido embora. Ficamos alguns poucos beberrões embriagados.
Eu fiquei sentado em uma cadeira de frente ao Caio. Os meus joelhos tocavam os deles. Ele
ficou em silêncio, comendo o bolo e eu ficava observando o seu deguste. Ele sujava um pouco os
dedos e chupava-os. Sujava os cantos da boca e passava a língua para tirar o excesso. Até o nariz
ficou branquinho com o chantilly. Eu assistia de camarote a boca do Caio. Que boquinha!
A festa acabou e eu fui dormir com ele, em sua cama.
22 jun
Marlon
Será que existem dias perfeitos? Esse poderia ser qualificado como um? Ainda havia um
empecilho. Eu tinha trazido Tom, Claudinha e Luiza; precisava devolvê-los as suas respectivas
casas. Mas se os levasse, poderia correr o risco de não dormir com o Caio. Então tive uma idéia:
- Caio, eu ainda tenho que levar os meninos pra casa... façamos o seguinte: você vai com a gente
e depois voltamos juntos pra sua casa.
- Ta legal!
Pagamos a conta. Quer dizer, eles pagaram. Eu era o aniversariante não é mesmo?
- Vamos, Tom!
- Espera aí, Marlon, me deixa ir ao banheiro – saiu correndo.
- Bom, então vamos entrando no carro.
- Bem, como eu não tenho mais treze anos, eu vou na frente – disse o Caio.
- Eu também não – resmungou a Luiza.
- Mas você tem vagina, deve ficar calada!
- Hahahahahaha, ta, vou assumir a minha condição de Amélia submissa. Vou deixar você ir na
frente só porque estou boazinha hoje.
- Minha gente, o que deu na Luiza pra ela estar boazinha? Quem te comeu deu uma chinelada
legal hoje hein?
- Queria eu, hahahaha.
- Só porque somos universitários, não significa que devamos falar putaria o tempo todo, não é? –
reclamou a Claudinha.
- Macacos me mordam! Qual a graça de ser universitário e não falar putaria? – eu perguntei.
- É verdade, a Claudinha está certa. Calem-se todos. Nada de falar putaria, agora só vamos fazer.
Vem Claudinha, não se acanhe. Arroche-se em mim – disse o Caio tentando alcançar a
Claudinha no banco traseiro.
- Sai pra lá!!!
- Hahahahahaha. Vai dizer que você não gosta de uma putaria? E aquele dia?
- Que dia?
- Aquele! Ah já sei, você estava tão chapada que não lembrava não é? Deixa-me refrescar sua
memória – foi tentar agarrá-la de novo.
- Hahahahaha, sai, Caio!
- Pronto, cheguei! – disse o Tom, entrando no carro.
- Chegou na hora certa, Tom. Você dá um creu na Luiza e eu na Claudinha – disse o Caio.
- Eu? Dar um creu em mulher? Que nojo! – disse o Tom.
- Hum! Vai negar as xoxotinhas que você já comeu? – perguntou a Luiza.
- Nego até a morte!
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22 jun
Marlon
Eu fui deixando cada um em casa e voltamos Caio e eu para a casa dele. Fomos entrando
devagarzinho, para não acordar os pais dele:
- Marlon, eu vou tomar banho. Você quer ir tomar o seu depois? Eu te empresto uma roupa.
- Você se importa se eu não tomar?
- Não, seu imundo, a creca a sua, faz dela o que você quizer.
- Hahahahahaha.
- Psiu! – Caio me pedindo silêncio.
- Foi mal.
Ele foi tomar banho e eu fiquei no quarto dele esperando. Comecei a tirar a roupa e fiquei só de
cueca. Mas depois eu vesti a roupa de novo e fui na cozinha beber água. Na casa dele eu sempre
tive essa liberdade, mas nunca abusava. Achava um máximo. Me sentia muito bem-vindo.
Depois voltei para o quarto e tirei a roupa de novo. O Caio chegou depois com o cabelo
molhado, de camiseta e cueca, com a toalha pendurada nos ombros. Ele pendurou a toalha na
cadeira do computador depois de enxugar o cabelo e foi deitar:
- Que travesseiro você quer?
- Tanto faz, Caio.
- Toma esse – me oferecendo um – ah, esqueci seu colchonete.
- Não me incomodo de dormir na sua cama. Quantas vezes fizemos isso?
- Ah é? Então ta.
Ele fez uma cara estranha, como se não tivesse gostado de eu ir dormir com ele. Então disse:
- Mas se você preferir, eu posso pegar o colchonete.
- Não, é que... eu achei que depois que eu assumi pra você... bem...
- Relaxa aí, mano, é tudo treta, é tudo nois! – disse eu, brincando.
- Então ta, Mano Brown, mas chega com responsa na minha quebrada, valeu?
- Firmeza!
Deitei do lado dele. Nossa! Como ele estava cheiroso. Ela usa um sabonete super gostoso, bem
suave. Não tem aquele cheirinho de bebê, mas também não tem aquele cheiro forte. Ficamos um
de frente para o outro. Um olhando o rosto do outro. Sorrimos. Ele começou a se encolher na
cama e ficou de conchinha:
- Quando você descobriu que era gay?
- Não sei, acho que sempre soube.
- Desde quando sua mãe sabe?
- Nossa, faz tanto tempo! Eu contei com uns treze anos.
- Foi muita coragem.
22 jun
Marlon
- Na verdade foi imaturidade. Eu não sabia a gravidade daquilo, então não achei que seria uma
coisa absurda a ser contada para a minha mãe. Eu lembro que eu disse para ela que preferia
dançar a quadrilha na escola com um amiguinho meu e não com a minha parceira. Aí ela
estranhou e perguntou porque; eu disse que era porque eu o achava bonito e adorava ficar
abraçado com ele. Ela me disse que eu deveria namorar meninas, mas eu disse que não achava
ruim namorar meninos também. Na verdade, eu preferia os meninos porque eles têm um abraço
mais forte.
- Hahahahhaha, desculpa eu rir, mas é engraçado.
- É um pouco. Às vezes eu fico rindo também. Imagina, eu com treze anos dizendo “Joãozinho,
me abraça fortinho e me chama de meu bem!”
- Hahahahahaha, ai, Caio, só você mesmo.
Que conversa deliciosa! Nós dois na cama, no maior conforto, dividindo a intimidade do sono,
ele cheirosinho e com aquele rostinho de menino nerd. O Bom era que, por mais engraçado que
o Caio fosse, aquela conversa não era um papo descontraído. A gente se olhava nos olhos, sorria
um para o outro e se respeitava:
- Óbvio que minha mãe me levou no psicólogo. Tentou me convencer que era errado, mas não
teve jeito. Depois ela desistiu. O bom é que ela e o meu pai tiveram uma boa educação, não são
esses alienados homofóbicos. Eles só fizeram isso porque sabem como é difícil ser gay. Mas
depois eles aceitaram legal. Mas na minha família só eles sabem.
- Eu pensei que só sua mãe soubesse.
- Meu pai foi mais esperto que minha mãe. Ele já imaginava que eu fosse, mas ficava na dele.
Quando minha mãe contou pra ele, ele disse “Paciência”.
- Que fofo! Queria um pai assim.
- Por que? Você não é gay!
Estava tudo maravilhoso. Por mim eu dormiria sempre com ele. Sempre. E mesmo sendo hétero,
não me sentia ameaçado por ele. Nem mesmo com perguntas desse tipo:
- Não sou mesmo, mas isso não significa que eu goste do machismo do meu pai. As vezes ele é
um grosso.
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
Eu fiquei pasmo. Que coisa mais estranha a se dizer assim. Se ele ainda fosse mulher...
- Foi mal, eu não medi as palavras. É estranho ser gay pra você.
- Como assim?
- É porque eu não posso brincar com você sobre uma temática gay. Mas é o único tipo de
brincadeira que eu conheço.
- Mas você sempre brinca com todo mundo.
- Você que um hétero tem o tipo de humor que eu tenho?
- Sei lá. Você é engraçado para qualquer pessoa.
- Ta, senta aí.
Continuamos comendo. Depois de um tempo, eu fiquei grilado com o que ele disse:
- Mas você não precisa deixar de brincar comigo só por causa disso. Eu respeito você.
- Eu sei que você respeita, mas eu posso ser constrangedor pra você algumas vezes.
- Vai nada!
- Então imagine um dia em que estaremos na praia e um cara lindo passa. Aí eu comento como
ele é gostoso. Como você vai se sentir?
Era estranho mesmo! Eu nem sei como reagiria se ele um dia fizesse isso:
- Ah, não sei... nunca pensei sobre isso.
- Pois é bom ir pensando. O bom de se assumir para alguém é ser quem sou com essa pessoa.
Senão não há necessidade de contar.
- Você sentia falta de ser quem era com um amigo não é?
- Que história é essa?
- Sua mãe disse que você assumiu uma vez para um amigo e ele se afastou.
- É, ele não era como você. Ele ficou com medo de virar gay também.
- Que estupidez.
- Eu não o culpo. Éramos novos.
- Mas eu consigo segurar essa barra. Pode deixar.
Não sei se conseguiria, mas faria tudo para não perder o Caio. Eu não ia gostar nada-nada que
ele mudasse comigo só para eu não me sentir agredido. Eu queria que o Caio fosse verdadeiro
comigo. Se ele era gay, então que ele fosse gay na minha presença. Não reprimiria o Caio
jamais. Eu o adorava muito para fazer isso com ele.
22 jun
Marlon
Depois fomos almoçar. O Caio fez macarrão ao alho e azeite. Não é que o moleque sabe
cozinhar? Ficou muito suculento. Eu adorei a comida. Eu não ajudei em nada, não sabia fazer
nada. Então fiz o suco. Fomos comer na sala e ficamos conversando:
- Seus pais nunca estão em casa.
- A sorveteria fica aberta de segunda à segunda. Mas você acha que eles ficam só na sorveteria?
- Como assim?
- Motel, filho!
- Sério?
- Claro! Fim de semana é sagrado.
- Hahahahahahaha.
- Eles sempre chegam com um sorriso enorme a noite. E eu fazendo o papel do bom menino:
“Fecharam a sorveteria tarde, hoje!”.
- Você não presta!
- Você queria que eu dissesse o que: “Como foi a foda? Foi gostosa? Fizeram meia-nove?”
- Ai, que tosco!
- Hahahahahaha. Deixa os velhos serem felizes.
- Se bem que seus pais nem são velhos.
- Pois é. Ainda agüentam!
Foi escurecendo e eu fui me despedindo. Peguei o carro e fui pra casa.
Depois desse dia, tudo voltou a ser como era antes. Estava nas nuvens. Mas o Caio ainda
continuava estranho. Eu supunha que era por causa do segredo dele, mas eu decidi não me meter.
Deixei que ele tentasse resolver.
Outra coisa que mudou nele (na verdade não mudou, mas não prosseguiu) era que ele não era
totalmente sincero comigo sobre os seus sentimentos. Aquelas observações gays que ele fez no
dia da bermuda. Parecia que ele evitava isso comigo. Eu não gostei. Queria que o Caio fosse
livre. Queria que ele me contasse tudo. Eu não ia admitir que ele se limitasse:
- Você não precisa reprimir suas brincadeiras gays porque sou hétero.
- Não estou reprimindo por você. Estou reprimindo por mim mesmo.
- Por que?
- Porque quero esquecer que sou gay!
22 jun
Marlon
Como se esquece de ser gay? Como esquecer que você sente atrações por homens e não por
mulheres? Por que o Caio, alguém que parecia ser tão resolvido em relação a sua sexualidade,
agora inventa de querer esquecer quem é de fato?
- Posso saber como você pretende fazer isso? – perguntei meio brincalhão.
- Pretendo reprimir tudo o que eu sentir. É simples! – disse ele calmamente.
- Do que você está falando?
- Nada não, Marlon.
- Nada não? Como você me aparece e diz que quer esquecer que é gay e agora me diz “Nada
não” ?
- Esqueça o que eu disse.
- Você quer que eu esqueça porque você mesmo vai esquecer essa história, ou porque você não
quer que eu me meta na sua vida?
- Só esqueça!
Não falamos mais no assunto.
Na minha universidade estava para ter um festival cultural, onde teria palestras, oficina, dança,
música, teatro, malabarismo, entre outras coisas. É uma festa organizada pelos alunos do último
ano do meu curso. É tradição que, a cada ano, a turma mais velha se encarregue de realizar o
festival. Nós, os mais novos, vamos só para nos divertir e ajudar nos lucros da festa, que tem
parte revertida para a formatura dos veteranos. Óbvio que não deixaríamos de ir.
- Caio, eu passo na sua casa pra te buscar?
- Não, Marlon, eu ainda vou pagar umas contas para o meu pai. Vá na frente, a gente se encontra
lá.
- Ok. Não esquece de ligar quando chegar ta?
- Ta bom, tchau!
- Tchau!
Eu cheguei ao festival, encontrei os amigos e fiquei lá bebendo suco, enquanto os outros
entornavam o vinho. Eu não poderia beber porque estava de carro. O Caio demorou para chegar:
- Demora do Caio! – reclamei.
- Liga pra ele, vê onde ele está – disse a Luiza.
- Ta – o celular chamava e ele não atendia – não atende. Onde será que esse moleque se meteu?
22 jun
Marlon
Entre uma palestra e outra, haviam apresentações culturais, performances individuais de dança e
interpretação. De repente, o apresentador do evento anuncia:
- A seguir, o estudante Caio do terceiro período declamará a poesia “Nós”, escrita pelo próprio
aluno.
Todos nós nos olhamos com cara de quem não entendeu nada:
- Desde quando o Caio recita poesia? – perguntou a Claudinha.
- Gente, o que será que o Caio está aprontando? – disse a Luiza.
Eu não acreditei naquilo, pois se fosse verdade ele teria me contado antes. Liguei para ele:
- Só dá desligado! – resmunguei.
Minutos depois, o Caio sobe ao palanque, ajeita o microfone no pedestal e começa a declamar.
Era uma poesia linda, que falava de duas pessoas que se amavam, mas que não se reconheciam.
Era como se elas se conhecessem todos os dias, se apaixonassem e, no dia seguinte, teriam que
se conhecer de novo.
Ele estava bem tímido, mas se expressou muito bem. Não gaguejou ou falou baixinho. Ficamos
boquiabertos. Eu fiquei pasmo. Nem acreditei que o Caio havia escrito aquilo. Era muito bonito.
Quando ele terminou a poesia, ele disse “A pessoa que amo sabe o que significa tudo isso!”. Ele
foi aplaudido e desceu. Veio a nossa direção e fomos abraçando ele:
- Menino, que poeta! – disse o Tom – estou besta.
- Foi lindo, Caio. Lindo mesmo! – parabenizou a Luiza.
- Mas conta, quem é o seu amor? – perguntou a Claudinha.
- É segredo!
- Ah, pára com isso! – disse a Claudinha.
- E você, Marlon, não vai dizer nada? O que você achou da poesia? – me perguntou o Caio.
Eu ainda estava estranhando tudo aquilo. Não parecia ser real. Eu não sei o porquê da minha
surpresa, mas eu estava meio débil naquele momento:
- Ah, foi lindo, Caio.
- Só isso, Marlon?
- Ah, o que você quer que eu diga? – perguntei sem graça.
22 jun
Marlon
- Nada! – disse o Caio de forma áspera - Agora vamos beber? – disse olhando para os demais.
- Vamos! – animou-se a Luiza.
- Ah, advinha quem perguntou por você, Luiza – disse o Caio enquanto caminhávamos para a
lanchonete.
- Quem? O Bruno?
- Não, o Barreirinha!
- O Barreirinha? Sério? Caracas!!! Aquele gato pintudo?
- Aquele mesmo.
- Quem é o pintudo? – perguntou o Tom.
- Sai, Tom, que ele é meu! – brincou a Luiza.
- Eu não quero o seu Barretinho, só o pinto dele.
- É Barreirinha, e o pinto vem junto, logo, ele é só meu.
- Como você sabe que ele é pintudo? – perguntou a Claudinha.
- Gente, ele estava sentado de pernas abertas. Estava enorme o volume!
- Puta! – disse o Tom.
- Hahahahahahaha, olha quem fala.
Eu não me sentia a vontade com aquela conversa, por isso me mantive calado. Mas o que estava
mesmo me incomodando era o fato do Caio ter ido recitar aquela poesia sem ter me dito. E de
raiva, o Caio começou a me excluir do papo que eles estavam tendo. Ele fazia questão de iniciar
conversas com a qual eu não me identificava. Eu, por conseguinte, fiquei calado o resto do dia.
Conversas rolam, até que o celular do Caio toca e ele sai para atender:
- Deve ser o amor dele!
- Você sabe quem é, Claudinha? – perguntei.
- Nem faço idéia. Estou muito curiosa.
- Estamos todos! – brincou o Tom.
A conversa ao telefone não demora muito e o Caio vem chorando:
- Eu estou indo para casa!
- O que aconteceu? – perguntei preocupado.
- Nada! Tchau a todos...
- Caio, o que houve? – pergunta a Claudinha.
- Esqueça, tchau.
- Que mania da porra de me deixar de fora! O que foi? Está chorando porque? – berrei.
- Não é da sua conta. Me deixa em paz! – revidou o Caio.
- Vamos, eu te levo.
- Eu não vim com você, então não volto com você!
- Vocês vão começar a brigar é? – disse a Luiza.
22 jun
Marlon
Eu nem dava atenção ao que os outros falavam. Eu não tirava os olhos do Caio e estava muito
irado com aquele comportamento dele:
- Vamos, pegue suas coisas e eu te levo!
- Você é surdo? Eu não vou com você. Tchau! – e foi saindo.
Eu fui atrás e, quando fomos chegando perto do estacionamento, acelerei o passo e o agarrei pelo
braço:
- O que é? Vai me bater? – gritou ele.
- Odeio quando você faz isso. Não estou me pedindo que me conte o motivo do seu choro, só
quero te levar em casa.
- Não vou com você!
- Quem era no telefone?
- Ai, ai. Marlon, vê se eu estou na esquina.
- Era o seu “amor”?
Ele me olhou com muito ódio, como se eu tivesse dito alguma besteira e começou a sair:
- Caio, volte aqui! – gritei alto.
Ele se vira e me mostra o dedo médio (banana). Eu fico mais irado ainda e começo a correr atrás
dele. O seguro pelo braço e grito:
- Entra na porra daquele carro agora!
- Está machucando o meu braço. Solta!
- Então entra no carro logo.
- E se eu não entrar?
- Caio, não me provoca...
- Você vai me bater? Vai dar uma de machão?
- Puta, Caio, para de falar merda. Você sabe que eu não vou te bater.
- Não parece. Agora solta a porra do meu braço.
- Não.
- Está agindo como se eu te devesse satisfações...
- Cala a boca, Caio, antes que você fale alguma besteira.
- Que tipo de besteira? Do tipo “Eu não confio em você!”?
Ele sabia ser carinhoso, mas também sabia exatamente como me magoar. Ele sabia da devoção
que eu tinha por ele:
- É, desse tipo mesmo! – disse eu em tom baixo.
Soltei o braço dele e fui para o carro. Cheguei em casa, me tranquei no quarto e, mais uma vez,
estava eu, um machão hétero e bem resolvido sexualmente, chorando na cama por causa de outro
homem.
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22 jun
Marlon
Depois do choro, caí no sono e só acordei no dia seguinte. Fiquei na cama, pensativo. Por mais
hétero que eu fosse, já sentia algo estranho. Algo diferente. Alguma coisa mudou. Tentei pensar
no que poderia ser aquele turbilhão de sentimentos novos, mas não cheguei a nenhuma
conclusão plausível. Mas eu estava chateado com o Caio. Eu não merecia isso. Não merecia essa
agressividade com a qual ele me atacou. Não entendi o porquê de ele ter ficado tão bravo.
Resolvi parar de me preocupar com ele. Por mais problemas que ele estivesse passando, eu
fingiria não me importar mais. Mas eu não só fingiria, como tentaria de fato não me importar.
Seria frio. Não era frieza que ele me ofertava? Então seria frieza o que ele teria.
Não liguei mais para o Caio. Deixei que o fim de semana passasse. Na aula seguinte, fiz questão
de sentar longe dele. Fiz questão de mostrar que eu estava de saco cheio de ficar paparicando o
Caio. Todo mundo notou que eu me afastei. O pessoal perguntou se a briga no estacionamento
tinha sido tão feia assim. Eu dizia que não queria falar sobre isso e mudava o assunto.
Na terça, o Caio veio falar comigo:
- Você está com raiva de mim?
- Não.
- Então porque você está “assim” para o meu lado?
- Assim como?
- Me ignorando.
- Falou a palavra certa: ignorar! Eu não estou com raiva de você, eu estou ignorando você. É
diferente.
- Ah não, hipocrisia não. Se você está me ignorando é porque você está com raiva de mim.
- Ah, agora eu sou hipócrita também?
- Pára com isso, Marlon. Fala direito comigo.
- Caio, vamos fazer o seguinte? Você é cheio de problemas, cheio de frescuras; eu, como bom
amigo, só tentei te ajudar esse tempo todo e só levei patada. Por que você não fica dando pití pra
lá e eu fico na minha aqui?
- Agora eu sou alguém que dá pití?
- Agora não. Desde sempre!
- Isso não é verdade, Marlon. Eu tenho os meus problemas sim, mas eu simplesmente não quero
compartilhá-los com você. Você precisa entender isso.
22 jun
Marlon
- Eu entendo muito bem, mas mesmo assim você me dá patada. Você não precisa me contar o
que é, pois eu só peço pra ajudar no máximo que puder. Naquele dia eu só queria te levar pra
casa porque fiquei preocupado. E o que você fez? Ficou me dando foras.
- Eu estava irritado. Me perdoa.
- Não precisava descontar em mim.
- Eu sei, desculpa!
Como era irresistível fazer as pazes com o Caio. Eu não conseguia ficar bravo com ele. No
máximo, eu ficava bravo com a mudez dele. Mas bastava ele pedir com jeitinho que já me
ganhava.
As ligações ainda eram presentes. Ora ele ligava, ora alguém ligava para ele. Na maioria das
vezes ele só se fechava, mas havia vezes que ele chorava. Eu não interferia mais. Deixava-o
quieto. Mas o Caio estava ficando estranho. Parecia que ele não aceitava mais a sua
homossexualidade. Foi quando as ligações pararam de acontecer. Foi muito estranho. O Caio
mudou de um jeito... não era mais o Caio.
Um dia, estávamos Caio e eu no meu quarto:
- Marlon, faz tempo que você não namora ninguém...
- Ta preocupado comigo?
- Escuta: você tem saído pra dar uns pegas por aí?
- Que pergunta é essa?
- Sim ou não?
Depois que o Caio perguntou isso, percebi que fazia muito tempo mesmo que eu não ficava com
alguém. Desde a Laís. Eu nunca fui de passar mais de duas semanas sem alguém:
- Não, porque?
- A gente bem que poderia sair esse fim de semana para dar uns roles!
- Sair pra ficar?
- Aham!
- Impossível, Caio. Você tem que ir caçar em balada GLS. Eu não posso ir nesses lugares.
- Mas eu não estou falando de eu ficar com homens e sim com mulheres.
- Ué, mas você é bi?
- Ai, Marlon... esquece.
- Que foi?
- Esqueça que um dia eu disse que... – ele deu uma pausa longa – enfim, esqueça!
- Esse papo de novo? Você acha que vai deixar de ser quem é do dia pra noite?
- Só me ajude: não questione.
- Foi o que eu sempre fiz mesmo, não é? Eu nunca sei de nada, mas sempre faço as suas
vontades.
22 jun
Marlon
A gente começou a marcar uma saída. Depois ficamos ali conversando bobagens. Meu irmão
aparece no meu quarto:
- E aí, meninas! Qual a ultima fofoca?
Ficamos calados. Eu sabia que o Caio não ia com a cara do Ewerton, então fiquei na minha:
- Ficaram mudas, as duas?
- Ta bom de renovar o estoque de piadas, hein Ewerton? – disse o Caio, irônico.
- Por que? Meu humor incomoda você?
- Quando a gente ouve a mesma falta de criatividade todos os dias, incomoda!
- Você sabe o que os incomodados têm que fazer, não sabe?
- Matar quem incomoda?
- Vocês não vão ficar discutindo no meu quarto, não é? – eu perguntei.
- Toma – disse o Ewerton me dando dinheiro – papai te mandou entregar a tua mesada. Sabe,
Caio, ta faltando mulher na sua vida. Você precisa relaxar mais, dar umazinha por aí. Marlon,
leva o Caio para pegar umas mulheres.
- Pegar mulheres? Não, obrigado. O tipo de mulher que eu gosto não se “pega”, se conquista.
- Isso é coisa de gay!
- Eu tenho pena da sua mãe, Ewerton. Ela tem um filho que, ao invés de cérebro, tem massa de
modelar na cabeça!
- Não mete minha mãe no meio - disse o Ewerton grosseiramente.
- Ela é mulher também. Quando você fala que vai pegar umas mulheres por aí, você mesmo a
desrespeita e se você acha que a sua atitude é atitude de homem de verdade, fique sabendo que
mulher de verdade não fica com caras como você. Ou seja, você não pega mulheres, você pega
coisas com peitos e vaginas. Você não tem cacife pra conquistar uma mulher, seria muito gasto
de neurônio. Coisa que você não tem. E outra: tomara, tomara, tomara que você tenha muita filha
mulher e que todas elas sejam pegadas por aí, por caras como você!
- Parou, chega! – eu gritei.
- Vai tomar no cu! – berrou o Ewerton.
- Essa é a sua resposta? É, coisa de macho dizer isso não é? – disse o Caio ironicamente.
O Ewerton saiu. Eu fui fechar a porta do quarto:
22 jun
Marlon
- Caio, pára de provocar o meu irmão. Ele é mais forte que você. Se um dia ele ficar puto, e eu
não estiver por perto, ele pode te quebrar em dois.
- Relaxa. Eu não tenho medo dele.
- Deveria ter!
- Esqueçamos isso... Marlon... ?
- Fala.
- Me ensina a pegar mulher?
- Hahahahahahaha, você não presta!
No fim de semana seguinte fomos para a balada só Caio e eu. Ele estava realmente disposto a
ficar com uma mulher. Ficamos no bar da boate observando as meninas na pista. Decidi me
aproximar de duas porque, se você consegue ficar com uma, a outra sempre fica com o seu
amigo para não ficar sozinha.
Essa tarefa não ia ser difícil. Modéstia a parte: Caio e eu somos bonitos. Mas achar uma dupla
foi difícil. Algum tempo depois, uma menina se aproximou de mim e me chamou para dançar.
Eu fiquei com receio de deixar o Caio sozinho, mas ele deu força para que eu fosse dançar. Ele
ficou no bar. No fim da música, a menina e eu nos beijamos. Acabamos ficando e eu nem vi
mais o Caio.
Horas depois eu recebo uma sms do Caio dizendo que ele tinha ido embora e que já tinha
chegado em casa em segurança. Por fim, ele me desejava bom divertimento.
No dia seguinte, o Ewerton revela:
- Mas o Caio não é de nada mesmo, hein? Não pegou ninguém na festa ontem e ainda saiu de
rabo entre as pernas.
- Como você sabe disso? – eu perguntei.
- Eu estava lá, oras!
- Ué, você foi também? Nem te vi.
- O pessoal decidiu ir de ultima, aí eu fui – respondeu meu irmão.
No dia seguinte, eu liguei para o Caio:
- Posso passar na tua casa hoje? Estou sem nada pra fazer...
- Vem, Marlon!
Passei a tarde toda com o Caio. Foi mais um fim de semana perfeito! Parecia que eu só me sentia
atacado pelos meus sentimentos escondidos (ou reprimidos) quando algo ruim acontecia entre a
gente. Pois quando tudo estava as mil maravilhas entre nós, eu não percebia o quanto eu o
adorava.
22 jun
Marlon
Nas férias de meio de ano o Caio viajou sozinho. Foi passar com os avós no nordeste. Fazia
muito tempo que ele não os via e morria de saudades. No fundo eu não gostei dessa decisão dele
porque esse ano a turma repetiria a viagem das férias passada. Férias essas que eu não fui. O
lugar não era o mesmo, mas eram as mesmas pessoas. Afinal, o que torna um lugar atraente são
as companhias. Eu estava combinando tudo na minha cabeça. Seria perfeito. Mas o Caio
choramingou, falou das saudades dos avós e dos primos e foi embora. Só me restou dizer “Se
cuida, moleque!”.
Eu convidei alguns amigos antigos e o meu irmão, pois dessa vez iriam menos gente.
Precisávamos de um número grande de pessoas para dividir melhor os custos da viagem.
Convidei alguns amigos da minha antiga escola. Um deles era o Vinicius, meu melhor amigo na
época. As férias foram quase perfeitas. Fomos para o litoral, alugamos uma casa e armamos a
bagunça.
Com o Caio longe, percebi que eu tinha me afastado de muita gente. Muita gente amiga. O
pessoal da faculdade mesmo. Da Claudia, do Tom, da Luiza, do Dalton... eu tinha me afastado
deles. Dos amigos antigos então nem se fala. Quantas vezes eu dispensei as peladas que o
Vinicius me convidava?
O Caio me cegava. Com ele a hora passava rápida e tudo era perfeito. Mas eu tinha esquecido os
outros. Por um lado vejo que isso é um defeito meu: esse encantamento pelo Caio. Não foi justo
o que eu fiz com os meus antigos amigos. Mas nessas férias me aproximei de todos, inclusive o
Vinicius.
Óbvio que eu me comunicava com o Caio (risos), eu não conseguia largá-lo. Mas eu não ligava
todo dia, era caro. Cada desligada de telefone era um sacrifício. Só faltava a gente ficar “Desliga
você... não você!”.
Quando voltamos pra nossa cidade, ainda faltavam uns dias para as aulas voltarem. Eu e o
Vinicius nos aproximamos mais e saímos durante esses dias. A Luiza, a única menina solteira da
turma, ficou com ele algumas vezes. Ou seja, toda vez q saíamos, eu ficava de vela, porque até o
Tom estava com namorado.
22 jun
Marlon
Eu só fui ver o Caio no domingo, foi quando ele chegou de viagem. Mas nem nos falamos muito.
Eu fui buscá-lo no aeroporto:
- Parece que faz anos que não te vejo – disse o Caio sorrindo e me abraçou.
- Parece mesmo. Nossa! O que você aprontou lá?
- Eu não apronto, tá?
- Aham... sei. Tudo bem por lá?
- Tudo. E por aqui?
- Ah, Caio, foi muito bom. Você deveria ter ido pra lá.
- A gente já conversou sobre isso, lembra?
Parecia discussão de casal. O Caio estava uma gracinha, todo bronzeadinho. Como eu estava
morrendo de saudades dele! O Cheiro que eu senti quando ele me abraçou era o mesmo cheiro
que eu lembrava dele. Depois eu o deixei em casa e segui para a minha. Os dias seguintes
rolaram normal. Em um dos milhões de trabalhos em grupo da faculdade, fomos para a casa da
Claudinha. A casa dela é enorme, as festas lá são as melhores. O Caio chegou atrasado. Eu me
dispus a ir buscá-lo para irmos juntos, mas ele disse que tinha coisas para fazer.
A minha disposição só aumenta com o Caio por perto. Na verdade, o trabalho só fluiu por causa
dele (como sempre!). Pela primeira vez eu vi o Caio de camiseta regata. Ele não usava regata
porque se achava feio com ela e também por ser magro. Mas eu sinceramente gostei. Não tirei os
olhos dele. Foi a partir desse dia que os meus sentimentos em relação ao Caio começaram de fato
a me estranhar.
Nesse dia eu fiquei olhando muito para o Caio. Acho que ninguém percebeu. Ninguém, exceto o
próprio Caio. Mas acho que ele não duvidou do motivo das minhas olhadas. Eu olhava muito o
rosto dele e o tórax, que estava mais a amostra por causa da camiseta. Eu ficava olhando,
olhando, olhando e depois eu me perguntava “Que raios eu estou olhando tanto para o Caio?”.
Ele me pareceu bonito. Pela primeira vez eu pensei como ele era bonito. Claro que um homem,
por mais hétero que seja, reconhece a beleza de outro homem, mas não sente aquilo como uma
sensação agradável.
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
- Vocês vivem brigando também, hein? – resmungou a Luiza – é pior que casal de namorados.
- Eu nunca fui com a cara desse Caio. Menino frescurento, eu hein?
- Hoje foi um dia atípico, Vinicius. O Caio não é chato não! – defendi.
- Mas eu só vejo vocês brigando e você sempre reclamando. Eu já tinha dado um tempo. E eu
não vou com a cara dele porque... você sabe porque.
- Ele não é afim de mim, Vinicius. Dá pra calar a boca? – gritei.
- Ôpa! Chega vocês dois, não vão brigar vocês também não é? – apartou a Luiza.
- Se você não fosse homem, eu iria achar que vocês se pegam – disse o Vinicius em um tom
baixo.
- Cadê a Claudia, hein? – perguntou o Tom.
A farra rolou normal. Bebemos, comemos, dançamos. Mas eu fiquei o resto da festa emburrado,
não por causa da minha briga com o Caio, mas com as ofensas do Vinicius para com o Caio. Eu
odeio quem fala mal do Caio na minha frente. Não admito. Mas decidi relevar, afinal, era um dia
quase especial. O Vinicius pediu mesmo a Luiza em namoro.
22 jun
Marlon
Quando eu cheguei em casa ainda estava escuro, mas não ficaria por muito tempo. eu peguei o
celular e liguei para o Caio. Demorou um pouco para ser atendido, mas finalmente ele aceita a
ligação:
- Ai, Marlon, isso são horas? – com voz de sono.
- Deixa de ser chato comigo. O que eu te fiz hoje?
- Olha, me perdoa por hoje. Desculpa!
- Por que você foi grosso comigo? O que eu te fiz?
- Nada, eu fiz sem motivos. Desculpa, desculpa mesmo. Eu sei que eu não deveria falar daquele
jeito. Você tem toda razão de estar com raiva de mim.
As vezes eu preferia brigar com o Caio que vê-lo em situação de submissão para comigo, pois
sempre me restava perdoá-lo. Eu poderia não perdoar, mas não agüentaria ficar brigado com ele.
Por outro lado, sempre que eu perdôo, perco a chance de descobrir qual foi o bicho que o
mordeu:
- Ta, tudo bem, não foi nada de mais. Você deveria ter ido para a festa, independente de qualquer
coisa que tenha te acontecido hoje.
- Não me aconteceu nada hoje.
- Então por que você agiu daquele jeito?
- Eu não já pedi desculpas?
- Grosso!
- Não é grosseria.
- É claro que é. Eu só quero saber o que foi que te deu hoje.
- Não aconteceu nada. Eu estava dormindo, passei da hora e fiquei indisposto para ir à festa.
- Você sabe mentir melhor – ele ficou calado – perdeu o pedido de namoro do Vinicius para a
Luiza.
- Sei...
- É legal saber que dois amigos meus estão namorando! – ficou calado – não vai falar nada?
- Não tenho o que falar...
- Fala alguma coisa! – disse bravo.
- O que você quer que eu diga? Como foi meu sono?
- Sei lá, pergunte como foi a festa.
- Como foi lá? – sem entusiasmo.
- Já entendi. Olha, depois a gente se fala ta? – disse chateado.
- Ta, tchau! – desligou.
- Caralho, e ele ainda desliga antes de mim!
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22 jun
Marlon
Fiquei irado com aquela situação. Por mais prazer que eu encontrasse no Caio, eu não merecia a
forma com a qual ele me tratava.
Vinicius me ligou no dia seguinte:
- Marlon?
- Oi, cara.
- Olha, sobre ontem, eu queria pedir desculpas. Foi mal.
- Tudo bem, eu não fiquei chateado. Fiquei até feliz que você a Lu estão namorando.
- É, cara. Nossa! Eu gosto muito dessa menina.
- É, e trate ela bem, porque senão você vai se ver comigo ouviu?
- Hahahahaha, pode deixar.
- Hahahahahaha.
- Peladinha hoje? Aproveitar o domingo?
- Vamos. Te vejo lá!
22 jun
Marlon
Segunda-feira eu fiz questão de sentar longe do Caio e fazer o tipo magoado. Só que dessa vez
eu iria resistir a qualquer tipo de pedido de desculpas. Na hora do intervalo ele veio me procurar:
- Marlon, ainda está com raiva de mim?
- Eu não.
- Ta.
- Ta – e fui saindo.
- Vamos ao shopping hoje comigo?
- Não estou afim.
- É o aniversário da minha mãe na quinta-feira, aí eu vou comprar um presentinho. Você me
acompanha?
- Por que você não chama a Claudinha? Ela é mulher, vai te ajudar melhor nessas coisas.
- Mas eu já sei o que comprar, só estou querendo companhia.
- Mas eu estou sem tempo hoje. Convida outra pessoa ta?
Eu ainda estava muito irado com o Caio, por isso nem me senti mal por lhe dar o fora. Estava
precisando de um tempo mesmo. Um tempo pra botar as coisas no lugar, na minha cabeça. Ele,
por outro lado, não me procurou mais. Não ligou, não me procurou na faculdade, não foi na
minha casa. Na quinta-feira eu liguei para a mãe dele, para desejar-lhe os parabéns:
- Alô?
- Oi, Caio, sua mãe está aí?
- Está. Mas, o que você quer falar com ela?
- Desejar os parabéns.
- Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha... ai, ai.
- O que foi?
- Hoje não é aniversário dela.
- Você não disse que era?
- Era uma desculpa pra você sair comigo, naquele dia. Mas você não quis.
- Nossa! Super engraçado, Sr. Caio. Tchau.
- Espera...
Desliguei antes dele falar alguma coisa. Ele ligou segundos depois, mas eu não atendi. Na sexta-
feira ele me procura na faculdade:
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
Fazia tempo mesmo que eu não ficava com ninguém e era bem verdade que eu só não ficava
porque, no fim de cada festa, eu tinha que ficar de companhia do Caio, para ele não segurar vela
sozinho. Apesar de tudo isso, eu não gostei da abordagem dessa garota. Por mais pegador que eu
fosse, não era o tipo de cara que gostava de ficar com meninas dadas. Mas lá fomos nós para o
motel.
O pior aconteceu: eu broxei. Nada me “animava”. Fiquei muito envergonhado e até soltei a
clássica “Isso nunca me aconteceu antes!” e, de fato, nunca tinha mesmo. Para piorar mais ainda,
a menina me pede para devolvê-la a festa. Assim que ela desce do carro, ela já vai catando outro
cara para satisfazer a sua libido. Fiquei com a moral lá embaixo, a auto estima tinha
desaparecido. Então, me despedi do pessoal e fui para casa.
Tomo banho, visto uma cueca e me deito na cama. Assim que a minha cabeça repousa no
travesseiro, eu penso no Caio. “Que merda, esse Caio só vive empatando a minha vida!”, eu
pensei. Logo depois eu dormi.
No dia seguinte o meu irmão pergunta da menina e como foi no motel. Menti. Disse que foi tudo
legal. Mais tarde o Caio liga para minha casa e minha mãe atende:
- Marlon, é para você! – grita ela.
- Alô?
- Oi.
- Oi.
- Tudo bem?
- Tudo e você?
- Tudo indo. Vamos sair hoje? Eu vou fechar a sorveteria hoje e depois estou livre.
- Para onde você quer ir?
- Sei lá. Tem alguma idéia?
- Nenhuma.
Ah, era irresistível. Só de ouvir a voz dele do outro lado da linha, eu me sentia confortado,
acarinhado. Além do mais, eu estava precisando mesmo de um consolo e quem melhor que o
Caio para me servir de ombro?
- A gente faz o seguinte: eu chego aí mais cedo e depois a gente vê o que faz.
- Ta legal.
Minutos antes de ele fechar a sorveteria e despachar os clientes, eu já estava lá:
- Olá! – me recebeu ele, sorrindo.
- Oi.
22 jun
Marlon
22 jun
Marlon
Eu fui conversando com ele, desabafando. Sentamos na grama e ficamos falando besteira. Eu
comecei a falar que o Vinicius estava tentando reunir a antiga galera de novo, mas que eu achava
que os novos amigos também deveriam ser incluídos:
- A Luiza já deu uma mudada. Eu já percebi.
- Como assim?
- Ah, ela esqueceu o Tom e eu.
- Não é verdade, Caio.
- É claro que é. O namorado está marcando em cima. Ele sabe ser machão para cima dela e ela
acata.
- Essa última saída foi dos amigos antigos. Ela só foi porque é namorada do Vinicius.
- Não vem, Marlon. Ela mudou sim.
- Será que não é você com ciúmes?
- Por que eu teria ciúmes dela? Ela não é minha melhor amiga. A Claudia é que é!
- Mas já faz um tempo que você anda implicando com ela. Desde quando ela começou a namorar
o Vinicius.
- Porque desde que ela começou a dar para o Vinicius, ela anda excluindo o Tom e eu porque
somos gays. O Vinicius é um idiota!
- Que história de dar! – me incomodei.
- Ué, ela não está dando para o cara?
- Sim, mas você precisa falar desse jeito?
- Ai, Marlon, deixa de frescura!
- O fresco aqui é você e não eu, hahahaha – brinquei.
- É parece que o seu retorno com o Vinicius está afetando você. Até falar como ele você está
falando.
- Hã?
- E não é? O Vinicius é que me chama de frescurento! Odeio quando ele me chama assim, aquele
hipócrita.
O Caio, mesmo eu gostando muito dele, estava cada dia mais insuportável. Agora entrou numa
onda de ofender as pessoas que eu gostava. Na minha cabeça, ele estava passando dos limites.
Ele não podia sair por aí distribuindo ofensas, ainda mais nos meus amigos:
- Agora vai ofender o Vinicius também? – resmunguei.
- Você não percebeu? Eu já ofendi e ofenderia de novo, se fosse necessário! – ele berrou.
Eu levantei da grama, limpei a calça de alguma possível sujeira e o olhei de cima para baixo:
- Você está cada dia mais insuportável! – gritei.
- Hã? – ele ficou me olhando sentado.
22 jun
Marlon
- É isso mesmo: ofende meu irmão, ofende a Lu, ofende o Vinicius... Quem mais você vai
desferir golpes com as suas palavras?
- E eu sou o grosso? Por que você está gritando comigo?
- Porque você está sendo grosseiro primeiro!
- Você se dói pelas outras pessoas?
- Claro, das pessoas que eu gosto, sim. Por que? Você não se doeria por mim?
- Você vale a pena!
- Então o Vinicius não vale?
- Hahaha – soltou uma risada irônica – esse aí é que não vale nada.
- Você nem conhece o cara e já está julgando?
- Você seria capaz de me dizer a verdade?
- O que? - não entendi.
- Se eu te fizesse uma pergunta, você seria sincero?
- Claro, por que não seria?
- Então me diz: o Vinicius falou com você pedindo que não me convidasse para essa festinha?
Eu fiquei espantado com a pergunta. Como ele saberia isso?
- Como é?
- Sim ou não?
- Por que você está perguntando isso?
- Sim ou não, Marlon?
- Eu já disse, essa foi uma saída da minha turma antiga, do colégio. Você nunca seria convidado,
nem mesmo por mim, porque essa era uma festa só para o meu pessoal antigo – menti.
- Sei...
- Agora me responde: por que você me perguntou isso?
- Não duvido que ele tenha feito isso. O Tom disse que, da última vez que vocês saíram, da vez
que eu não fui e a gente brigou, a Luiza ficou cheia de “não me toque” para o lado dele. Disse
que, depois daquela noite, a Luiza ficava soltando indiretas para o Tom, para que ele não ficasse
de agarramento com o Luciano (namorado do Tom) da próxima vez que a gente saísse e ela
levasse o Vinicius. As indiretas chegaram a um ponto em que, se possível, o Tom nem levasse o
Luciano, para não agredir os olhos do seu amiguinho idiota. Ah, ele que vá a merda com as
babaquices dele. Eu não estou pronto para ficar dando corda para gente como ele. Se ele se sente
incomodado, que não vá e, se a Luiza ficar com raiva, que fique em casa com ele. Da próxima,
você me poupa e, quando a gente for sair e esse seu amiguinho for, faça o favor de não me
convidar mesmo!
22 jun
Marlon
Parecia que ele estava prendendo isso na garganta há muito tempo. Ele gritou tudo isso com
força, com paixão, com convicção e com uma fúria nos olhos que eu jamais pensei que pudesse
ver nele. Eu não tinha palavras para aquele momento. Errado ele não estava, mas agora eu estava
dividido. O Vinicius sempre foi o meu melhor amigo. Sempre. Até o dia em que eu conheci o
Caio. O tempo de amizade que eu tinha com o Vinicius quase que se equiparava com o tamanho
do sentimento que eu nutria pelo Caio:
- Bem, então pelo visto eu nunca vou conseguir unir os meus grupos de amigos.
- Sinto muito, mas se você só tiver amigos do naipe do Vinicius, me poupa dessa ta?
- Talvez você esteja fazendo uma idéia errada do Vinicius. Tudo o que você disse agora só se
baseia em suposições. Você não sabe se o Vinicius realmente faria isso.
- Estou me baseando pelo o que Luiza anda fazendo. Se ela está fazendo isso, é porque o
namorado dela anda controlando a cabecinha dela. Pelo que eu saiba, ela nunca se incomodou
com a minha presença, tampouco com a do Tom. Por que agora ele está se incomodando tanto?
E por que, coincidentemente essa mudança começa quando ela inicia um namoro com o seu
amigo? Mistérios, Marlon, muitos mistérios.
- Dá uma chance para o Vinicius – pedi carinhosamente.
- Chance? Chance de que? De ele me ofender pessoalmente?
- Pára, Caio, você não sabe o que está falando.
- Ta, prefiro continuar ignorante nesse quesito e continuar tecendo suposições malucas a
respeito.
- Caio, facilita a minha vida!?
- Marlon, não vejo porque num fim de semana você sai com os seus amigos antigos e no outro
você sai com os novos. Não faça drama por nada. Aliás, você me vê de segunda a sexta, pode ver
os seus amiguinhos no fim de semana, ir jogar bola com eles. Coisas de macho. Eu não me
importo.
- Mas eu me importo! Não quero essa divisão, porque não é nada saudável. Você poderia ser um
pouco menos egoísta e me fazer esse favor.
22 jun
Marlon
- Egoísta eu? Marlon, eu nem estou fazendo questão de sair com você. Quer passar os seus fins
de semana com a sua antiga turma? Eu não me importo. Sério mesmo.
- Eu quero passar os fins de semana com todos os meus amigos. Você não entende isso?
- Isso é drama seu. Sabe muito bem que isso não é possível. Seus amigos nunca vão me aceitar.
- E você precisa ficar espalhando que é gay?
Ele ficou me olhando como se não tivesse entendendo o que eu disse, depois ele abaixou a
cabeça:
- Caio? O que foi? – perguntei preocupado.
- Nada. Nada não! – respondeu triste.
- Nada não, nada! O que foi?
- Então é assim que você quer? Que eu seja mais um de seus amigos idiotas e que fique me
escondendo e me reprimindo na presença deles? Você quer que eu finja que sou outra pessoa só
para satisfazer um capricho seu? Eu, o egoísta? – ele deu um sorriso mórbido – Olha, Marlon,
passei anos da minha vida até começar a me aceitar. Eu mesmo me odiava por sentir o que eu
sinto. E agora aparece você me pedindo para negar a mim mesmo só para que você tenha fins de
semanas felizes? Sinto muito, cara, você é um amigo legal, mas ninguém nesse mundo vale o
que você está me pedindo. E, se você gostasse de mim de verdade, nunca que pediria isso para
mim. Você tem vergonha de mim? – tentei interrompê-lo nesse momento – olha, eu sabia desde
o início que isso entre a gente não ia durar muito tempo. Você é um hétero aberto, mas ainda
falta muito para que sejamos bons amigos de fato. E eu não estou pedindo para que se afaste dos
seus antigos amigos, eu não tenho esse direito nem prioridade sobre eles. Mas isso está entre a
gente... entre um batalhão de amigos de infância e eu, é melhor você ficar com eles – e foi
saindo.
- Não quis dizer isso – o agarrei pelo braço – eu me equivoquei com as palavras.
- Você disse o que tinha vontade de falar. Não vai negar agora que o que você acabou de dizer é
a sua real vontade. Ou vai?
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22 jun
Marlon
- Não, olha, eu me equivoquei. Não pensei direito no que eu estava te pedindo. Não tinha idéia
das conseqüências. Eu falei por falar.
- Ta, eu acredito em você. De qualquer forma, não tem como eu satisfazer a sua vontade. Eu já
odeio o seu irmão e não me importaria nenhum pouco se o Vinicius morresse agora, nesse exato
momento. Então, é melhor deixar como está.
- Desculpa, eu não tinha idéia das minhas palavras. Me perdoa.
- Tudo bem. Agora eu vou indo, ta?
- Eu te levo.
- Não, não, me deixa ir de ônibus. É melhor.
- Pára, Caio. Eu estou de carro, te trouxe até aqui. Eu te levo!
- Não, eu vou sozinho.
- Pára, Caio – comecei a chorar na frente dele.
- Está chorando?
- Claro! Eu faço uma merda dessas com você. Como você quer que eu me sinta? Me deixa pelo
menos eu te levar em casa!
- Ta, vamos.
Eu enxuguei as lágrimas com o pulso e fomos calados até o carro. A viagem também foi muda.
Na porta do prédio dele, ele me disse “Tchau” e abriu a porta do carro. Nem esperou eu
responder o tchau. Eu fiquei olhando ele abrir o portão, subir as escadas da entrada e desaparecer
entre as primeiras paredes do condomínio.
23 jun
Lion
Valew
ESperando a continuação!
23 jun
Marlon
Já em casa, não havia muito que fazer, a não ser aquilo que eu sempre faço quando essas coisas
acontecem entre o Caio e eu. Eu fui chorar no meu quarto. Eu não fazia idéia das conseqüências
do meu pedido. Na minha cabeça não tinha nada demais o Caio simplesmente não dizer que era
gay para os meus amigos. Realmente não era algo necessário. Mas eu estava enganado.
Ainda nesse mesmo dia, uma coisa martelou na minha cabeça: como o Caio sabia que o Vinicius
o chamava de frescurento? Não seria possível que o Caio tivesse contato com o Vinicius. Pelo
que eu sabia, a única vez que os dois tiveram contato, foi no meu aniversário, há um ano. E
acredito que eles nem se falaram. Duvido muito que um tivesse o outro adicionado no Orkut ou
no MSN.
Mas eu não ia pensar nisso agora. Eu iria pensar em como me redimir de fato com o Caio. Eu
senti uma dor no peito tão grande... Nesse mesmo dia eu fui para internet. Busquei textos que
falassem de gays que não se aceitam e de casos de repressão, queria saber o que se passava na
cabeça do Caio e de como proceder com ele.
Em um dos sites que eu visitei, tinha uma foto de um casal de homens se abraçando
carinhosamente. Na verdade um abraçava o outro por trás. Eram homens muito bonitos, não
muito fortes, mas também não eram magros. Um estava deitado em um sofá e outro, deitado de
costas sobre o primeiro homem, sendo abraçado por ele. O casal sorria e estavam de olhos
fechados. Não parecia uma cena depravada. Muito pelo contrário. Era uma cena de romance, de
felicidade, de carinho. Por um momento eu imaginei que aqueles poderiam ser Caio e eu.
Quando isso me veio na cabeça, eu fechei a página e fiquei pensando “Nossa! O que foi isso?”.
Mas depois eu vi que, na minha cabeça, não seria nada mal abraçar o Caio daquele jeito. Depois
eu pensei “Não, que loucura!”. Gargalhei de nervoso e depois fiquei pensando “Não, eu nunca
senti isso por outro cara, só pelo Caio. Se eu fosse gay, eu já teria sentido isso antes”.
23 jun
Marlon
Eu reabri o site e fiquei observando a foto. Eu relutava para não imaginar o Caio e eu naquela
situação, mas não conseguia. Eu sentia inveja daquele casal e queria não ser um deles, mas sim
estar naquela foto junto com o Caio. “Não, não é possível!” entrei em pânico. Fechei o site, fui à
cozinha e peguei um copo de água. Bebi em segundos e voltei para o computador. Reabri o site e
fui ler os depoimentos. Para piorar mais ainda, um dos depoimentos era de um homem de 27
anos que, só descobrira naquela idade, que era gay e que isso só foi despertado porque ele se
apaixonou pelo seu melhor amigo. “Então eu sou gay?”.
Era estranho pensar em mim como um gay. Eu não me sentia a vontade, ao mesmo tempo em
que tudo começava a fazer sentido na minha cabeça. Toda a devoção que eu sentia pelo Caio
agora era amor. O sentimento mudou pelo simples fato de eu reconhecer a minha verdadeira
identidade.
Desliguei o computador e fui tentar dormir. Na aula seguinte, eu me aproximei do Caio. Fui
tentar pedir desculpas:
- Oi, Caio.
- Oi.
- Olha, cara, me perdoa pelo o que eu te disse – ele me interrompe.
- Você está perdoado. Te perdoei no mesmo dia.
- Eu sei, mas eu queria pedir de novo. Eu não tinha idéia do que eu estava te pedindo. Eu te amo
e não te faria mal por nada.
Ele me olhou com estranheza e espremeu os olhos, como se quisesse enxergar alguma coisa
distante:
- O que foi?
- Você dizendo que me ama.
- Ué, mas eu já te disse uma vez que te amava, lembra?
- No dia em que eu surtei no banheiro. Eu lembro, mas aquele dia foi especial. Não achei que
você algum dia fosse repetir aquelas palavras.
- Por que?
- Ah, porque... sei lá.
- Só porque eu não sou gay não posso te amar? E mais ainda: não posso dizer que te amo?
- Não, eu não disse isso.
- Mas estranhou como se tivesse dito.
- Ta, tudo bem, é que é meio confuso mesmo! - ele sorriu, agradecendo.
23 jun
Marlon
Apesar de eu o amá-lo de fato, o “Eu te amo” fazia parte do plano para que ele me perdoasse
com mais facilidade.
A cada dia que se passava eu me tornava mais convicto de que era gay. Ainda passou pela minha
cabeça a bissexualidade, mas eu percebi que eu não me sentia atraído pelas mulheres. Eu não sei
em que momento da minha vida eu fui desligado da minha verdadeira sexualidade, mas eu tinha
certeza que algo aconteceu para que eu passasse a pensar que era hétero.
Depois que eu me descobri, os meus atos, as minhas palavras, os meus gestos, as minhas
expressões...tudo pasou a ser policiado. Eu não queria que ninguém soubesse que eu era gay,
nem mesmo o Caio. Eu tinha medo de que ele se assustasse e se afastasse. Mas estava difícil para
eu suportar o Caio falando de outros homens com o Tom e a Claudinha. As vezes eu pedia para
que ele se calar e ele se calava pensando que eu estava incomodado com o fato de eu ser hétero e
ter que ouvir um homem falando de outro. Era insuportável também não poder abraçá-lo ou
beijá-lo. Sim. A vontade de beijar o Caio estava cada dia mais latente.
Mas outras coisas atípicas também começavam a acontecer. Um dia desses, a Luiza me pergunta:
- Marlon, você conhece alguma Cátia?
- Kátia? Espera. Ah sim, conheço. Eu tenho uma prima que se chama Kátia. Por que?
- Eu acho que eu conheço essa Cátia. Onde eu a encontro? No seu Orkut?
- Sim, encontra sim!
Suspeitei logo: essa Kátia com certeza era alguém que o Vinicius estava ficando. Na certa, a
Luiza pegou o Vinicius falando com alguma Kátia, ou viu sms dela no celular dele... enfim. Mas
deixei para lá. Dias depois, eu estava na casa do Vinicius, esperando-o para a gente ir jogar bola.
A irmã dele grita lá de dentro da casa para o Vinícius, avisando-o que alguém estava ligando
para ele. Quando ele retorna, traz consigo uma cara de raiva. Decidi não perguntar o que era.
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
Não respondeu e subiu no primeiro ônibus que apareceu. Várias ligações não atendidas no
celular dele provenientes do meu telefone. Ele não me atendia.
No mesmo dia, o Vinícius aparece na minha casa à noite:
- Vamos conversar lá na rua.
- O que foi?
- Lá a gente tem mais privacidade que aqui na sua casa.
- Ta.
Fomos para a calçada da minha casa:
- Fala, Vinicius, o que foi?
- Você sabe de tudo já, não é?
Não seria muita coincidência o Caio e o Vinícius me fazendo a mesma pergunta no mesmo dia?
Talvez não fosse. Então decidi fazer um jogo de palavras com o Vinicius, para que ele me
falasse tudo:
- Depende do que você está falando.
- Não se faça de desentendido. Você sabe! – gritou.
- Não precisa gritar.
- Puta que pariu, Marlon, fala logo!
- Você está falando daquela pessoa que começa com C?
- Cátia?
- Sim, da Cátia mesmo. Eu sei sobre a “Cátia”! – eu disse a palavra Cátia com ironia.
- Você já sabe quem é a Cátia, não é? – fiquei calado – fala, Marlon.
- Eu a encontrei hoje.
- O que ele te disse?
“Ele?”, pensei:
- Perguntou se eu sabia de tudo.
- O que você disse?
- Que eu não sabia de nada.
- E não sabe mesmo, porque aquele viadinho desgraçado inventou tudo! – gritou.
- Não acho que o Caio tenha mentido!
Foi arriscado dizer o nome do Caio. Talvez não fosse do Caio que ele estivesse falando. Se não
fosse, eu perderia a chance de descobrir quem é Cátia:
- É claro que ele está. Você acha que eu sou gay?
- Não sei, me diga você!
Estava confirmado! Me deu um aperto no coração. Os meus dois melhores amigos. O cara por
quem eu estava apaixonado. Juntos:
- Olha bem pra mim, Marlon. Você acha que eu ia ficar com um cara?
- Não é de hoje que a Cátia te liga. Eu sei que “ela” te liga sempre. Por que então você não o
despachou logo?
Ele começou a tremer, a ficar nervoso e depois começou a chorar:
- Marlon, por favor, não conta pra ninguém. Por favor, cara, eu te peço. Eu faço tudo o que você
quiser, mas não diga pra ninguém!
23 jun
Marlon
Ele sentou na beira da calçada, pôs o rosto apoiado nas mãos e se desesperou a chorar. A minha
vontade era de bater nele. Quebrar a cara dele. Mas eu estava tão machucado que me apoiei na
parede e comecei a chorar também. Mas as minhas lágrimas eram contidas, eu não fazia barulho.
Eu não estava agüentando ficar ali na presença dele, então, sem olhar para ele, pedi que fosse
embora e entrei em casa.
Eu entrei em casa, fechei o portão imediatamente e fiquei um pouco parado no jardim, digerindo
aquilo tudo. Era muita informação ao mesmo tempo! Depois fui para a garagem, esperar a minha
vontade de chorar passar, para que eu pudesse entrar em casa e não ser questionado pelas
lágrimas. Sentei no banco da garagem e me pus a chorar. Eu não conseguia entender como tudo
aquilo tinha acontecido.
As primeiras perguntas que eu me fazia, além de não serem pertinentes (só para o meu coração),
eu não encontraria as respostas de imediato. Eu me perguntava como o Caio tinha se apaixonado
pelo Vinicius; como o Caio pôde ter ficado nessa situação por tanto tempo; como o Vinicius
pôde fazer isso com o Caio; etc. Tudo isso porque coração de quem está apaixonado acha que
tem direito sobre a pessoa amada. Depois vieram as perguntas mais cabíveis: como eles se
conheceram; como foi esse relacionamento desde então; por que acabou; como acabou...
Não entrava na minha cabeça o Caio ficando com o Vinicius. O Vinicius não é o tipo de cara que
interessaria ao Caio, ou pelo menos era isso que eu pensava. Também não conseguia enxergar o
Vinicius como gay. Eu surtei. Enlouqueci. Ainda me lembro de ter pego uma chave de fenda e
querer quebrar o meu carro inteiro, mas eu mordi a chave de fenda e joguei dentro da maleta de
ferramentas. Depois eu contive mais a emoção e fui tomar banho. Me sentia sujo por estar
apaixonado pelo Caio. Eu não sei por quê. Ele poderia se apaixonar por quem quisesse. Depois
eu fui para cama e não consegui chorar mais. Só consegui ter ódio de tudo.
23 jun
Marlon
Dia seguinte eu iria me encontrar com o Caio na aula. Queria dizer tudo na cara dele, mas se eu
dissesse, eu revelaria o que eu sentia por ele. Eu fiquei tenso com esse reencontro, mas no fim, o
Caio nem foi para a aula naquele dia. Mas eu não ia deixar barato. Da aula, fui para a casa dele.
Eu chamei no interfone com o porteiro, mas ele não me recebia. Fez a mesma birra quando a
gente estava brigado. O ódio só aumentava. Mas eu não ia deixar barato.
O estranho era que eu agia e sentia como se tivesse direitos sobre o Caio, como se ele tivesse me
traindo. No dia seguinte, eu o esperei na faculdade e, finalmente, ele apareceu. Fui logo falando
com ele:
- Vamos conversar!
- Não tenho nada pra falar com você. Me deixa – berrou.
- Meu filho, eu não pedi para conversar com você, eu estou afirmando que vamos conversar –
gritei também.
- Ah, é assim agora?
- Deixa de ser infantil, Caio, que merda. Vai dar uma de surtado de novo? Que tal brincarmos de
crescer um pouco?
- Vai tomar no cu, Marlon. Não te devo porra nenhuma!
- Me deve sim. Quando você comete injustiça comigo, principalmente porque você estava
revidando em mim o que o Vinicius te fez!
- Ah, então você sabe de quem eu estava falando ontem, não é?
- Eu soube quando o próprio Vinicius veio me procurar anteontem.
- O que? – espantado.
- Eu não fazia idéia de quem era que você estava falando, mas ele foi lá em casa e disse sem
querer.
- Duvido, Marlon. Você sabia sim, ele disse que você já sabia e que eu tinha dito – gritou.
Eu não contive a minha fúria. Peguei o Caio pelos braços e o prendi na parede com
agressividade:
23 jun
Marlon
- Cala a boca, Caio e me ouve! Se você não parar de me julgar eu te dou um murro e eu não
estou brincando – falei com ira – o Vinicius chama você de Cátia entre os amigos e familiares,
para que eles não desconfiem. Eu descobri que ele traía a Luiza com essa Cátia, mas ele achou
que eu sabia quem era a Cátia de verdade. Foi por isso que ele brigou com você, mas eu não tive
culpa de nada. Não tenho culpa se ele dá bandeira. Eu só descobri anteontem que você era a
Cátia porque ele é burro e me contou pensando que eu já sabia de tudo. Ele veio chorando pedir
para que eu não conte a ninguém. Com ele não me importo, mas com você eu me importava. Só
que você não merece, Caio, não merece nada de mim. Quer saber do que mais? Morra!
Eu o soltei, mas na verdade o empurrando ainda mais sobre a parede e saí espumando pela boca.
Depois que eu entro na sala e me sento, ele aparece. Senta do meu lado e demora um pouco para
falar comigo:
- Marlon, eu não sabia, desculpa!
- Você não precisa do meu perdão, precisa aprender a crescer.
- Eu sei que sou um idiota... – o interrompi.
- É mesmo, agora sai daqui.
- Não, Marlon!
- Sai, se ferre sozinho. Vá se arrastar aos pés do Vinicius, porque sabe quando ele vai te querer?
Nunca! Ele nunca vai deixar a vida de machão que ele tem por você. Mas disso você já sabe, não
é? Mas eu acho que você gosta de se humilhar. Você é um nojento.
Eu dizia tudo isso baixinho, para que ninguém ouvisse, dizia lentamente e com entonação de
raiva:
- Não, Marlon, não fala assim comigo. Me perdoa – começando a chorar.
- Você-não-merece!
- Me perdoa, vai? – chorando.
- Me-esquece!
- Não, não, pára...eu não sabia.
- Vá à merda!
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23 jun
Marlon
Me levantei e sentei em outro lugar. Agora era a minha vez de me fazer de difícil, mas não pra
fazer joguinho, mas sim porque eu realmente estava magoado. Não só pelo fato de o Caio estar
apaixonado por outro cara, mas também por ele ficar me julgando erroneamente. Ele ficou o
resto da aula de cabeça baixa. No fim, a Claudinha foi saber o que estava acontecendo. Eu saí da
sala antes que ela viesse me propor fazer as pazes. Eu fiquei na lanchonete e, de repente, recebo
ligações da Claudinha no meu celular. Ignorei todas. Quando o intervalo acabou, eu voltei para
sala e me distanciei de novo. O Caio estava aparentemente mais calmo. No fim da aula, os dois
vieram até mim:
- Marlon, vocês dois precisam conversar – disse a Claudia.
- O Caio precisa de juízo, antes. Quando ele melhorar dos espasmos de loucura dele, a gente
conversa.
- Não fala assim, Marlon. O Caio não tem culpa.
- Não, claro que não. O Caio nunca tem culpa de nada. Ele é um doce sempre. O culpado sou eu.
Na verdade eu sou um idiota. Olha, quer saber, Caio? De verdade, me esquece, cara. Eu estou
cansado de ficar correndo atrás de você, vendo se você está legal, tentando resolver os seus
problemas. Pra mim já deu. Eu só espero que você não trate as outras pessoas, que querem te
ajudar, como você me tratou!
- Marlon, me perdoa, vai? Vamos conversar.
- Eu não quero. Agora sou eu quem não quer. Quando você quer dar uma de mudo, você não fica
na sua e que se foda o mundo? Ótimo, eu também vou dar uma de mudo pra você.
E saí.
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Marlon
Depois aparece um monte de ligações dele no meu celular. Quando ele percebe que eu não vou
atender, ele começa a ligar para a minha casa. A minha mãe me chama, eu pergunto quem é e
peço para ela dizer que eu não estou. Ele deixa recados com ela, mas eu ignoro.
Outra pessoa também me liga, pedindo para conversar. Vinicius. Esse convite eu aceitei. Estava
curioso demais para saber dele como foi que isso tudo se deu. Eu passei na casa dele e fomos
para um barzinho:
- Então, o que você quer? – disse eu de forma ríspida.
- Quero que você não conte a ninguém o meu deslize.
- Seu segredo está seguro – ainda com aspereza.
- Mas eu não quero que você pense que eu sou gay. Eu só... experimentei.
- Vinicius, você sentiu prazer quando ficou com... a Cátia?
- Eu não sei...
- Vinicius, você já está queimado comigo. Não vem dizer que não é gay. Você é e ponto. Você
acha que, se um dia o seu segredo vazar, as pessoas vão ligar se foi só uma experiência ou não?
Eu mesmo não me importo. Assuma, pelo menos para mim, que você é.
- Eu não sei se eu sou. Eu não broxo com a Luiza. Talvez eu seja bi.
- Talvez. Mas isso não descarta o fato de que você sente prazer com homens.
- Ah, sei lá...
- Como foi que você começou a ficar com o Caio?
- Eu não quero falar disso...
- Mas eu quero! – disse em tom imperial.
- Por que isso te interessa tanto?
- Porque você e o Caio vieram, ambos, com quatro pedras na mão pra cima de mim. Agora eu
mereço saber tudo!
- É desagradável para mim, lembrar disso.
- Por que? Não gosta mais do Caio?
- Não!
- Mas você gostava antes...
- Gostei no inicio.
- E como foi que aconteceu?
- Foi na sua festa.
- Sabia! E desde então vocês têm um casinho, não é? – disse eu, irônico.
- Não temos mais. Passou.
- Sei...
- Você me jurou não contar para ninguém.
- E vou cumprir, mas ainda não terminei. Vocês ficaram até quando?
- Eu não lembro?
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Marlon
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Marlon
Ele ficou me olhando com uma cara de espanto. Depois ele abaixou a cabeça e soltou uma leve
risada:
- Eu sou um idiota mesmo! – se lamentou.
- É mesmo – eu confirmei – mais alguma coisa?
- Me prometa, Marlon...
- Ta, ta, ta, eu não abro o bico. Agora me esquece.
- Porra, Marlon, você não era amigo do Caio e sabia que ele era gay?
- Mas ele não fez a cachorrada que você fez comigo.
- Mas fez agora.
- Mas agora eu também não sou amigo dele.
- Poxa, cara, eu não vou te atacar não.
- Já disse que não tenho preconceito. Não é por isso que eu não serei mais seu amigo...
De repente, o celular do Vinicius toca. É o Caio. Ou seria a Cátia?
O celular do Vinicius toca, ele puxa o aparelho do bolso, olha o identificador de chamadas, faz
uma cara de chateação, depois fica triste e abaixa a cabeça:
- É o Caio – disse ele quase mudo.
Meu coração ficou menor que um amendoim. A constatação que eu nunca serei O Namorado do
Caio veio através de uma simples ligação. Mesmo depois de tudo o que o Vinicius fez, ele ainda
se arrastava para tê-lo. Eu não poderia competir contra isso. Foi quando eu comecei a me
conformar de que eu seria o amigo que empresta o ombro e ignora o coração. Em um ato de
imediatismo, eu pedi o telefone:
- Deixa eu atender! alô?
- Vini, vamos conversar? Por favor, meu amor, eu faço tudo o que você quiser! – estava
chorando do outro lado da linha.
Meu coração passou de amendoim para nada em segundos. Uma das coisas mais difíceis para
mim foi ouvir aquilo, sentir o poder daquelas palavras, ouvir o Caio chorando e implorando,
estar na frente da pessoa por quem ele era apaixonado e ainda fingir que não era nada demais:
- Não é o Vinicius.
- Quem é? – disse assustado.
- Não reconhece minha voz?
- (Depois de uma longa pausa) Marlon?
- Olá.
- O que... o que você está fazendo com o celular do Vinicius?
- Estamos conversando.
- Ele está com você?
- Aqui na minha frente.
- O que vocês estão fazendo juntos?
- Somos amigos, ora! – disse irônico.
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Marlon
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O Caio ainda tentou falar comigo nos dias seguintes, mas viu que não teria chance. Eu precisava
de tempo. Quem parecia não muito abalado com isso era o Vinicius. Vez ou outra ele aparecia lá
em casa para jogar bola com o meu irmão. As vezes, quando a porta do meu quarto estava
aberta, ele passava e dava um “Oi”. Eu nunca respondia. Tempos depois, ele mesmo não fazia
mais questão da minha presença ou da minha amizade.
Enquanto eu me resolvia com a minha sexualidade, eu encontrava com os problemas que eu teria
futuramente. O preconceito da minha família e amigos antigos já batia na minha porta. Na
verdade ele sempre batera, só eu que não tinha percebido. As cobranças por uma nova namorada
também me rondavam.
Quando eu comecei a me resolver sexualmente, fiquei mais tranqüilo. Quer dizer, fiquei um
pouco mais tranqüilo. Deixei a vida acontecer com mais naturalidade. Foi quando um trabalho
em grupo da faculdade ocupou a minha cabeça:
- Bem, quem vamos chamar? – perguntou a Luiza.
- No grupo estamos eu, você, Caio, Tom, Letícia e... será que o Marlon aceita? – respondeu a
Claudinha.
Eu estava bem pertinho quando ela respondeu isso, então eu mesmo respondi:
- Por mim tudo bem!
- Beleza, fechamos o grupo.
Seria um trabalho que duraria duas semanas até ser apresentado. Então sabíamos que
praticamente moraríamos uns nas casas dos outros. E que casa seria a mais visitada? Sim, a do
Caio, óbvio. Mas eu não me importei. Como eu disse, eu estava deixando a vida acontecer. No
primeiro dia de reunião, eu cheguei atrasado e o Caio foi me receber na porta:
- Oi.
- Oi. Trouxe pizza pra gente.
- Legal. Deixa que eu coloco na cozinha. O pessoal está no meu quarto – disse enquanto pegava
as pizzas da minha mão.
Eu fui para o quarto do Caio, um caminho ainda familiar. Um monte de gente deitada no chão e
rindo bastante. Parece que estávamos voltando a ser quem éramos nos primeiros dias de aula. Eu
logo me senti a vontade:
- Marlon! – gritou o Tom.
- Oi.
- Pensei que não vinha – disse a Claudinha séria.
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Marlon
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O Caio me olhou e sorriu, como se estivesse entendendo que eu estava fazendo as pazes
finalmente. Brindamos e ficamos comendo o resto de pizza que ainda existia:
- Bem, eu tenho um comunicado: amanhã faz um ano que eu e Luciano estamos juntos e vamos
sair pra dançar muito.
- Ôpa, estou dentro! – se prontificou o Caio.
- Eu também – disse a Claudia.
- E você, Marlon?
- Amanhã? Eu não sei. É boate gay, não é?
- Não. Quer dizer, teoricamente não, mas vai muito gay sim.
Eu fiz uma cara de desgosto e respondi que não ia:
- Gente, o Marlon não é gay e, por mais amigo que ele seja, ele não tem que ficar vendo um
monte de homem se beijando – disse o Caio.
- Ah, mas você não pode ficar nenhum pouquinho? Depois você vai.
- Galera, não estou muito afim não.
- Eu entendo – disse o Tom.
Lá para o fim da tarde, estávamos indo embora:
- Você vai assim, sem a gente conversar como se deve? – perguntou o Caio.
- Eu posso ficar, se você quiser.
- Preciso que fique.
- Já entendeu tudo, não é Tom? Estamos sobrando aqui – disse a Claudinha.
- Percebi, percebi. Vamos! Há lugares que me querem bem.
- Hahahahahaha, besta! – riu o Caio.
Depois os dois foram embora e ficamos só eu e Caio. Ficamos nos olhando um tempo, sorrimos
um para o outro e, sem nenhuma palavra citada, como se sentíssemos que um tinha pedido para o
outro, nos abraçamos:
- É tão bom estar de volta – disse o Caio ainda abraçado a mim.
- É verdade!
- Vem, vamos para o meu quarto. Os meus pais chegam daqui a pouco – sentamos na cama dele
– você ainda está chateado comigo, ou realmente fizemos as pazes?
- Fizemos as pazes.
- Mas eu ainda te devo desculpas.
- Acho que você já saldou sua dívida.
- Não sobrou nenhuma raivinha?
- Não. Como você está?
- Indo.
- Anda ligando para o Vinicius?
- Ele mudou o número.
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Marlon
- Se não fosse por isso, você ainda estaria ligando, não é? – ele não respondeu – Quando você
vai desistir?
- Se eu pelo menos não gostasse mais dele... Mas eu estou tentando esquecê-lo. Tenho obtido
progresso, mas está difícil. E você, ainda fala com ele?
- Não, nunca mais falei desde aquele dia que você ligou. Mas não acho que ele sinta falta.
- Claro que não sente.
- Por que você está dizendo isso?
- Nada, esquece!
- E lá vamos nós outra vez com segredinhos...
- Isso não é da minha conta, então deixe que ele revele um dia, se ele tiver coragem.
- Tem a ver comigo?
- Não. Nada a ver.
- Tem certeza?
- Tenho. Relaxe! Mas me conta, o que você tem feito?
“Resolvendo a minha sexualidade e tentando esquecer você!”, foi o que eu pensei:
- Nada de mais.
- Namorando alguém?
- Não – disse eu rindo um pouco.
- Nossa! Que cara de safado.
- Não inventa, Caio.
- Ta.
- Me promete que você não vai correr mais atrás do Vinicius?
- Não preciso prometer. Tomei juízo e sei que eu fui um estúpido e me contradisse quando fiquei
no pé dele. Pensei ser alguém maduro, mas não sou de verdade. Mas com a sua volta eu vou
conseguir superar isso melhor. Você vai ser meu ombro, não vai?
- Vou – disse eu, confirmando o que eu temia acontecer.
E assim foi o resto da noite. O Caio começou a falar da vida secreta (ou devo dizer dupla?) que
levava. Eu tentava ouvir tudo com a naturalidade de um amigo do peito. Era difícil, mas eu tinha
que passar por isso, se eu quisesse um dia ter alguma chance com ele. Digo isso porque, antes de
qualquer coisa, eu gostaria de saber tudo sobre essa história. Todos os detalhes. Não gosto de ser
enganado:
- O Vinicius me disse que vocês se conheceram na minha festa de aniversário – eu afirmei.
- É, foi lá mesmo.
- E vocês simplesmente bateram o olho e descobriram que era amor? – ironizei.
- Não, demorou um pouco.
- Quanto tempo? Dois minutos?
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Marlon
Apesar de ouvir tudo com paciência, eu não tinha sangue frio de escutar tudo calado:
- Não, também não é assim. Eu fui ao banheiro e ele veio atrás. Aí quando eu estava entrando,
ele entrou também. Eu percebi que ele fez de propósito. Aí ele disse “Ôpa, desculpa, quer ser o
primeiro?”. Quando eu saí, ele estava esperando. Eu pensei que ele ia entrar, mas ele estava
esperando a mim. Aí ele puxou papo, falou umas besteiras e pediu meu número. Eu dei. Aí
depois ele ligou, a gente saiu e começamos a ficar.
- Você gostou de tudo, pelo visto!
- Ele foi legal, eu que comecei a ficar meloso demais – se lamentou.
- Então agora você vai ficar se fazendo de coitado para si mesmo?
- Não estou me fazendo de coitado, estou dizendo o que aconteceu mesmo.
- Ele foi frio com você. Ele não quis abrir mão da reputação dele por você. Você só fez o que
qualquer pessoa apaixonada faria.
- Mas desde o inicio, ele me disse que não seria mais que uma aventurazinha boba. Eu que
insisti.
Estava na cara que eu ainda iria ouvir muitas lamúrias do Caio. Ele se culpava por tudo ter dado
errado entre ele e o Vinicius, mesmo não tendo culpa de nada. Coisa típica de obsessivos
apaixonados:
- Mesmo que você não tivesse insistido, ele trataria você do mesmo jeito.
- É, você tem razão.
- E como terminou?
- Ele me ligou, disse que não poderíamos mais ficar. Pelos motivos que eu já sabia e porque ele
iria pedir a Luiza em namoro.
- Você deve ter odiado a Luiza, não é? Por isso aquelas ceninhas.
- Eu não. Eu sei que ele não gosta dela.
- Claro que gosta, ele é bi.
- Ele é bi mesmo. Uma verdadeira bi-cha!!!
- Então ele não é bi?
- Não, Marlon. Ele é gay.
- A Luiza é só disfarce, então?
- O ódio que eu sinto dela é por causa do preconceito que ela começou a revelar. E tudo por
causa do Vinicius.
- E quando ele terminou tudo, você começou com aquela fase maluca, não é?
- Isso!
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Marlon
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Uma coisa surpreendente era que o Caio não era uma pessoa dada, pelo contrário. Eu já disse
antes que ele era até bem tímido, e era mesmo. Mas não daqueles tímidos sonsos. Me
surpreendeu as coisas que o Caio foi capaz de fazer pelo Vinicius. Tanto é que a idéia de menino
doce que eu tinha dele se desmanchou um pouco e isso me magoou bastante. Eu tinha me
apaixonado por uma menino gentil e afável, mesmo sabendo que ele era humano e sentia
desejos, essa idéia de ele ser uma pessoa como outra qualquer me desanimava um pouco. Eu
queria ver e sentir aquele antigo Caio de novo.
Mas quando não falávamos do Vinicius, o Caio, para mim, voltava a ser quem era. A minha
paixão retornava. A minha vontade de passar uma tarde agarradinho a ele, de fazer cafuné, de
ficar numa cama só de cueca e meias com ele, de colocar a cabeça dele no meu peito enquanto
assistimos um filme de romance, de dizer “Eu te adoro”, de beijá-lo... tudo isso voltava quando o
fantasma do Vinicius não aparecia entre nós.
Semanas depois, o Ewerton me revela que o Vinicius terminou o namoro com a Luiza. Meu
coração começou a temer o pior. Antes que eu pudesse supor qualquer coisa, eu liguei logo para
o Caio:
- Caio? Você já está sabendo da última do Vinicius, não é?
- Não, o que?
- Ele terminou com a Luiza.
- Sério! Quem te disse?
- O Ewerton.
Ele ficou um tempo calado:
- Caio? Está aí ainda?
- Estou.
- Eu pensei que você já soubesse disso.
- Ligou pensando que eu tivesse alguma coisa a ver, não foi?
- Foi.
- Queria eu! – suspirou ele.
- Você sabe por que ele fez isso?
- Provavelmente se cansou dela. Não acredito que tenha outro ou outra na jogada.
- Será?
- Eu acho.
- Então ta.
- É.
- Triste?
- Isso não fez diferença mesmo.
- Então ainda está triste.
- Talvez. Uma coisa é certa: a pessoa que ele quer é impossível de se ter.
- Quem é?
- Não posso dizer.
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Marlon
- Talvez. Uma coisa é certa: a pessoa que ele quer é impossível de se ter.
- Quem é?
- Não posso dizer.
Surgiu uma pulga atrás da minha orelha:
- Seria o meu irmão?
- Quem?
- O Ewerton.
- Não.
- Tem certeza?
- Tenho, tenho.
- Seria eu?
- Hahahahahahaha, não!
- Se você não quer contar, então eu conheço.
- Não sei.
- Mas você está com esperanças agora?
- Não. Ele não gosta de mim.
- De verdade?
- Pode acreditar. Essa noticia não me causou nada, não vai me trazer novidades. A menos que ele
esteja com a pessoa que ele gosta, mas não acredito.
- E se ele estivesse?
- Aí eu saberia que era o fim.
- Então você ainda tem esperança! – disse eu meio bravo.
- Ah, mas é aquele tipo de esperança insignificante: talvez, um dia bem remoto, ele se canse de
insistir, em teimar e ache que, mesmo eu não sendo quem ele quer, eu ficaria com ele.
- Porra! Isso é que é humilhação mesmo. Quer dizer que, mesmo você sabendo que ele só ficaria
com você porque você é a segunda opção, o que sobrou, o resto... mesmo assim você ficaria com
ele?
- Acho que sim.
- Ta, depois a gente se fala – e desliguei.
Quando eu desliguei, o Ewerton aparece no meu quarto de novo:
- Escuta, fim de semana o pessoal vai pra casa de praia do pai do Vinicius. Ele convidou todo
mundo. Ta afim?
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Por que eu passaria o fim de semana com o Vinicius, a pessoa que eu mais odiava naquele
momento? Se eu pudesse, sumia com ele. Faria com que ele nunca tivesse sequer existido. Por
outro lado, minha fase de descobertas estava fazendo uma imagem suspeita de mim. As pessoas
do meu antigo círculo de amigos não me reconheciam mais. Meus pais insistiam que eu saísse,
meu pai e irmão, principalmente, torciam para que eu fosse caçar mulheres com a minha clava.
O mar não estava em momento de calmaria. Isso não me ajudava em nada. Eu precisava de
tempo: tempo para refletir sobre mim, sobre o Caio, sobre relacionamentos gays, sobre os meus
novos desafios. Eu precisava de tempo, mas tempo é a única coisa que um macho libidinoso não
tem. Eu era esse macho libidinoso que as pessoas viam. Eu tinha que ficar com o meu pênis
sempre em alerta para uma possível presa.
o galãzinho mais novo, em quem as meninas poderiam ter mais fé de um relacionamento seguro
e garantias de boas noites de sexo. Seria hipocrisia ou muito duvidoso dizer para vocês (leitores)
que eu estava cansado disso tudo? Não agüentava mais fazer a dupla caipira com o meu irmão e
estava exausto de parecer um cara sexualmente ativo 24hs por dia.
Resultado: eu fui passar o fim de semana com o meu irmão, com os nossos amigos homens que
nos invejavam, com as meninas que nos queriam a todo o momento e... e o Vinicius, meu maior
inimigo.
Eu fiz esse drama todo com as palavras porque era esse o meu sentimento naquele momento, foi
só o Ewerton sugerir o fim de semana e isso tudo acima surgiu na minha cabeça. Eu não sou o
tipo de pessoa que faz drama. Na verdade odeio drama e odeio quem o faz. Odiaria o Caio por
isso, se eu não fosse tão absurdamente apaixonado por ele.
Ainda lembro-me da cara do Vinicius quando eu apareci na casa de praia dele. Ele me olhou com
surpresa, depois disfarçou:
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- Você veio! Não te convidei por causa daquilo, achei que você não viria.
- Na verdade eu não estava afim de vir, mas o Ewerton insistiu e faz tempo que eu não vejo a
antiga galera reunida.
- Faz tempo que você não procura a antiga galera, mas a galera sempre se reúne.
- Me falta tempo, Vinicius.
Eu não gostei de ter ido, e agora ele me faz insinuações descabidas! Segurei os ânimos, soltei um
sorrisinho de leve e o larguei. Fui falar com o pessoal. Estavam todos lá, eu nem sabia que seria
uma farra tão grande. Com o passar das horas percebi que o Vinicius havia convidado todo
mundo e que tinha preparado grandes coisas para esse fim de semana. Exceto por um pequeno
detalhe: ele coincidentemente “esqueceu” de me convidar. Bem questão de estar na casa ou na
festa dele eu não fazia, mas não posso negar que fiquei encucado. Chateado é a palavra certa.
Primeira noite teria um luau. Música, fogueira, churrasco e muita pegação. Elida, uma das
meninas da turma, se agarrou em mim durante toda a festa e não largou. Por mais gay que eu
fosse, eu já tinha passado pela fase hétero (e de forma muito intensa) e não era bobo, ele estava
afim de mim. Mas que isso, estava afim de transar mesmo. Eu não poderia negá-la, seria muito
suspeito. Acabei, então, transando com ela. Por sorte, não broxei. Era o meu maior medo.
A festa continuou, voltamos para a fogueira e ela foi fofocar com as outras meninas. Eu fiquei
bebendo pra desestressar. Para mim estava claro: eu não agüentava mais mulheres. Até um certo
nojo eu tinha de transar com elas. Tocar seus seios, pôr a camisinha, beijá-las... tudo parecia
enfadonho. Meu irmão, por incrível que pareça, ainda não tinha ficado com ninguém. Na
verdade ele jogou bola o dia todo. Depois da pelada, ele veio ter comigo:
- Eu já soube da Elida! Nem perdeu tempo, o Sr. Não é?
- Grande coisa!
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Marlon
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Marlon
- É mesmo! – ele se volta para o carro do Vinicius e grita – Larissa, vem com a gente!
Ela olha da janela, dá um sorriso e pede para o Vinicius ajudá-la a pegar as coisas dela, que
estavam no porta-malas dele. O Vinicius abre a mala com a cara mais raivosa do mundo e coloca
as coisas dela no meu porta-malas. No caminho para casa, eu dou mais força para o meu irmão:
- Vamos fazer o seguinte: eu fico na casa do Caio, preciso falar com ele umas coisas do trabalho
de amanhã e você deixa a Larissa na casa dela. Mas não se preocupa, eu volto de taxi pra casa.
O meu irmão me olha, sorri com gratidão e pergunta:
- Topa, Larissa?
- Pode ser! – responde com um sorriso.
- Então fechado!
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Marlon
Eu fico na casa do Caio, passo a chave para o meu irmão, que retribui com um tapinha nas
costas. Eu entro, comprimento a mãe do Caio e vou direto para o quarto dele:
- Chegou o praiero!
- Foi só um fim de semana e você já sentiu a minha falta?
- Hahahaha, não força, Marlon.
- Passei o fim de semana com o seu amor! – provoquei.
- Realmente, Marlon, não precisa forçar – mudando o humor.
- E sabe o que mais me surpreendeu? Ele está mesmo de quatro pelo meu irmão!
O Caio me olha com espanto e pergunta:
- Hein?
- E não é? Você ainda vai me negar que o do meu irmão que o seu amor gosta?
- Por que você está falando isso?
- Porque é a verdade! Agora toda a raiva que você sentia do meu irmão faz sentido.
- Vê como é impossível? Seu irmão é a pessoa mais machona que eu conheço.
- Bem, o Ewerton ele nunca vai ter mesmo. Já você...
- A mim o que?
- Você ele pode ter quando quiser, basta ele estalar os dedos.
- Por que você está me provocando desse jeito?
- Pelo seu bem. Para você perceber que não pode voltar para o Vinicius.
- Não vou voltar. Ele não terá nem a mim, nem ao Ewerton.
- O Ewerton muito menos. Acabo de empurrá-lo para uma menina, ainda há pouco.
- Nossa! Que amigo, você, hein?
- Por que?
- Porque se você realmente quisesse que eu não ficasse com Vinicius, daria força para que ele
ficasse com o Ewerton, ou pelo menos não provocaria tanto o Vinicius a ponto de ele ficar tão
carente e me procurar – brincou o Caio.
Quando ele disse isso, percebi a burrada que eu fiz. Mesmo que o Vinicius nunca chegue a ficar
com o Ewerton, provocar a sua carência não era uma boa pedida. Não naquele momento. Eu
teria que esperar o Caio ao menos se recuperar dessa paixão idiota:
- Hahahahaha, bestão! – ri de nervoso – mas desde quando você sabe que o Vinicius é
apaixonado pelo meu irmão?
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Marlon
- Desde que eu o conheci. Ele me disse logo, para que eu não me iludisse. Tudo em vão!
- Mas então aquela sua crisesinha não foi por causa do namoro dele com a Luiza. Até porque, se
bem me lembro, você emudeceu bem antes disso.
- Coincidiu o término da minha mudez com o inicio do namoro deles, lembra? Não foi a toa. Foi
quando eu voltei a ter esperanças.
- Mas aí tudo foi se revelando...
- Pois é! Mas o fim de semana foi bom?
- Foi. Foi legal. Teve fogueira, luau, muita cerveja. Até fiquei com uma menina.
- Eca!
- Que foi?
- Meninas!
- Hahahahahaha, eca mesmo!
- Como assim?
- Como assim o que?
- Você dizendo “eca”!!!
Vez ou outra, somos atacados pelas nossas próprias palavras. Elas nos fazem prisioneiros, nos
fazem cair em armadilhas e cometer os mais ridículos atos-falhos. Eu queria sumir naquele exato
momento, voltar o tempo... morrer seria uma boa opção também:
- É sim. Eca porque a menina era nojenta!
- Meninas são nojentas por natureza – brincou o Caio.
- Nada disso. Mas essa... cheirava muito mal lá.
- Lá onde?
- Lá!
- Ah. Eca!!! – gritou.
- Que foi?
- Você cheira lá?
- Não, mas o odor sobe, não é?
- Eca mil vezes. Só de pensar em olhar para aquela coisa molhada e cabeluda... – gritou
escandalosamente – nojo!!!
- Deixa de frescura, Caio! – disse rindo muito.
- Frescura uma ova! É super nojento. Prefiro um falo grande, roliço e bem depiladinho.
Eu imaginei o Caio nu, naquele momento, imaginei o tal falo que ele descrevera. Eu fiquei super
excitado:
- Mas e o que mais? Você pegou uma menina e o que mais?
- Ah, teve futebol...
23 jun
Marlon
Mudamos o assunto. Passamos a noite deitados na cama deliciosa do Caio e falando besteiras.
Como antes. Eu mesmo, se fosse o Caio, desconfiaria de mim. Será que ele era ingênuo? Talvez
não quisesse me pôr contra a parede. Mas se fosse eu em seu lugar, já teria ao menos
desconfiado de mim. Eu vivia enfurnado na cama dele, com ele do lado. Adorava sua companhia
e fazia questão de demonstrar isso para ele. Para ele e para os outros, para que ninguém se
atrevesse a ficar entre a gente. Eu era muito ciumento e possessivo com ele.
Dias depois de tudo esclarecido, a nossa relação ficou mais calma e eu estava mais contente,
mais seguro. Até ensaiar o momento em que eu diria para o Caio que era gay eu estava fazendo.
Mas não diria a ele nem tão cedo. Não diria porque ele agora estava passando por um momento
de negação em relação ao Vinicius. Ele estava ciente que não o queria mais e ficava depressivo
boa parte do tempo.
Quem o consolava? Eu! Dias e dias na cama com o Caio. Ele chorando de um lado e eu dizendo
palavras de conforto do outro. Foi um pouco mais de um mês só nessa história de romance
fracassado, mas depois ele se recuperou bem. Bem demais!
Dia do aniversário da Luiza, fomos para uma baladinha eletrônica. Do caso Caio/Vinicius só
sabíamos Caio e eu. Foi o suficiente para a Luiza convidar um ex-amor.
Uma menina e seu dia de aniversário. Tudo o que ela mais queria era reatar com o seu ex-amor.
Para ela, ex-amor; para ele, ex-camuflagem. Tudo o que a Luiza queria era voltar a ser a
namorada do Vinicius, então ela o convidou para a festa também. Só que eu não sabia, e parece
que o Caio também não. Eu passei na casa do Caio e fomos para a boate. Quando chegamos, a
Luiza estava abraçada ao Vinicius. Eu e o Caio paramos instantaneamente, nos olhamos
espantados e, em apenas um olhar, transmitimos um para o outro aquela sensação de impotência.
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Marlon
A Luiza veio nos cumprimentar, nos abraçou e pegou os presentes sem que ao menos
disséssemos “Feliz aniversário!”. Cumprimentamos as outras pessoas, mas o Caio não
cumprimentou o Vinicius. Eu, por outro lado, apertei sua mão e perguntei como ele estava. Só.
Depois me sentei com os outros. Eu e o Caio ainda nos olhamos mais uma vez, sem acreditar
muito no que estava acontecendo. A festa foi rolando e ficamos todos por fora, todos: eu, Caio,
Vinicius, Tom, Luciano e Claudia. A Luiza sentou no colo do Vinicius com naturalidade e
começou a cochichar no ouvido dele e a sorrir. Era estranho:
- Só eu não me sinto a vontade nessa situação? – perguntou o Tom.
- Não, você não é o único – eu respondi.
- Minha gente, a Luiza poderia ao menos ter falado que ia convidar esse encosto – retrucou o
Tom.
- Se você quiser, amor, a gente vai embora – falou o Luciano.
- Não, deixa. Ela convidou a gente, então seremos educados.
- Eu só não sabia que a Luiza tinha voltado para o Vinicius – estranhou a Claudinha.
- Eu também não – eu respondi.
O Caio ficou calado o tempo todo e só abria a boca para beber. Eu estava tenso porque, se o Caio
estava assim na presença dele, era porque ele ainda sentia algo pelo Vinicius. Eu sentei ao lado e
perguntei:
- Tudo bem?
- Aham.
- Não me pareceu seguro!
- Eu só me assustei. Não esperava isso.
- Quer ir embora?
- Não, não seria educado.
- Quer descer para dançar?
- Não, deixa!
Depois os garçons chegaram com o bolo. Tinha muito mais gente convidada pela Luiza do que
eu imaginava. Foi só quando o bolo chegou, que eu percebi que ela tinha reservado todo o nosso
ambiente para a festa. Cantamos os parabéns e depois o Tom e Luciano saíram para dançar na
pista. O Caio se ofereceu para ir junto. Me deu um “Oi”, disse que iria sair um pouco dali para
esfriar a cabeça e depois voltava. Eu concordei, achei melhor mesmo. Depois, a Claudinha me
enturmou com o namorado dela e ficamos conversando. Ele era um cara muito legal, apesar de
tímido:
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Marlon
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Marlon
Será que ele realmente encontrou alguém no meio do caminho? Alguém que eu conheço? Aquela
euforia de pessoas dançando com aquela música frenética estavam me deixando louco. Eu queria
apertar o “mute” da pick up do DJ e mandar todo mundo embora. Com muito esforço eu cheguei
a banheiro, mas o meu coração já dizia que ele não estava lá. As minhas esperanças estavam
sendo liquidadas a cada batida da música, as lágrimas já surgiam nos meus olhos. Por sorte eu
não conhecia ninguém ali por perto e tudo estava escuro demais para que uma lágrima fosse
vista. Decidi então sair daquela euforia toda e ir para a rua. Cheguei ao estacionamento e,
quando eu ia desativar o alarme do automóvel, eu vejo um casal se beijando apaixonadamente,
encostados em uma das portas do meu carro. Com uma olhada mais examinadora, eu vejo que
não são um homem e uma mulher. Mais de perto ainda vejo tudo aquilo que eu temia, tudo
aquilo que eu tinha certeza e tudo aquilo que eu não queria ver.
Eu custo a acreditar, mas não há como enganar a visão. Todas as lágrimas, que estavam brotando
nos meus olhos, cessaram. Eu parei de chorar e fiquei estático olhando aquele casal, que por
sinal, tinham bastante sincronia nos beijos. Eu olhei para o chão, talvez procurando uma saída
subterrânea ou até mesmo a minha cova. Mas não achei. Então eu voltei para a boate, passei pela
pista de dança, enxuguei minhas lágrimas no banheiro, me recompus, peguei uma bebida no bar
e voltei para a festa da Luiza:
- Estava aonde?
- No banheiro, Claudinha.
- E o Caio, onde se meteu, hein?
- Deve estar dançando com o Tom.
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Minutos depois o Vinicius chega, senta ao lado da Luiza e a beija. A minha vontade era de
quebrar uma garrafa na cabeça dele. Eu o fitava com ódio. Por sorte o escuro e as luzes coloridas
não permitiam que o Vinicius visualizasse minha expressão. Depois chega o Caio, que senta ao
meu lado. Preferi não olhá-lo, ou sabe-se lá o que eu faria:
- Menino, aquela pista está uma coisa! – disse ele ofegante.
- Dançou muito? – perguntou a Claudinha.
- Nossa! Faz tempo que eu não danço assim.
Eu tomava goles enormes, até que o Caio me interrompe:
- Ei, motorista, não pode beber não. Lembra-se? Você tem dois casais e um lindo garotinho para
levar para casa!
Eu pus o copo na mesa, obedecendo-o:
- Hahahahahaha, agora quem bebe sou eu! – disse ele pegando o meu copo.
A festa estava longe de acabar, mas lá para umas 4hs da manhã, nós fomos saindo:
- Marlon, não precisa levar a gente não. O Luciano prefere ir de taxi – disse o Tom.
- Sabemos porquê o Luciano prefere o taxi, não é, Tom? Seria muito constrangedor dizer
“Marlon, querido, para aqui no motel, pois eu e Lu vamos descer!” – brincou o Caio.
- Hahahahahaha, filho da puta! – respondeu o Tom.
Fomos saindo, nos despedimos da Luiza e descemos. Entramos no carro e sumimos dali. No
caminho, o Caio foi soltando piadinhas e demonstrando o quanto ele estava feliz aquela
madrugada. Deixei a Claudia e o namorado e segui, com o Caio, para a casa dele. Quando
chegamos, ficamos alguns segundos calados e sentados dentro do carro:
- Tudo bem, Marlon?
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Eu não respondi. Eu ainda estava com as mãos pousadas no volante e a cabeça baixa. Sentindo
todas as veias pulsando. Eu estava furioso. Eu apertava o volante com vontade. Eu respirava
fundo. Eu pensava nas vezes em que eu tive que ver o Caio chorar por causa do Vinicius e das
vezes que eu tive que consolá-lo e, principalmente, das vezes em que ele me jurava que nunca
mais voltaria com ele, nem mesmo por um dia. Eu estava fervendo. Eu estava sentindo a
impotência da minha condição. Eu pensava um pouco se isso tudo também não era culpa da
minha covardia, mas eu estava mais furioso do que qualquer coisa:
- Marlon?
As lágrimas foram brotando nos olhos, mas eu estava borbulhando de raiva:
- E então, foi bom o beijo?
- Que beijo?
- Ora, vamos, Caio, você acha que eu sou idiota? – gritei furiosamente.
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Assim como um soluço, aquelas palavras saíram de dentro de mim sem eu perceber. Depois do
revelado, ainda estava me sentindo traído e apertando o volante do carro nas palmas das minhas
mãos, enquanto tentava segurar as lágrimas. Depois eu olhei para frente, vi a rua deserta e
escura. Percebi então que, em poucos segundos, eu havia revelado tudo ao Caio. Eu não
acreditava que tudo aquilo tinha sido dito assim, dessa forma. Se eu pudesse, teria esperado o
momento certo. Mas como eu saberia qual seria o momento certo? Eu demorei algum tempo até
olhar o Caio. Mas depois do que eu disse, um silencio constrangedor tomou conta da cena.
Quando eu finalmente tomo coragem, visualizo um Caio sério. Ele estava me olhando, mas não
demonstrava surpresa ou tristeza (dois sentimentos que eu esperava que ele fosse sentir, quando
eu finalmente o dissesse). Ele estava simplesmente sério. Me olhava com um pouco de
curiosidade, talvez:
- Eu já desconfiava – disse ele quase soluçando.
- Já?
- Sim.
- Então você sabia que eu estava apaixonado?
- Não. Eu desconfiava que você fosse gay, mas não pensei que você estivesse apaixonado por
mim.
- Por que não falou nada?
- Porque não queria te pressionar a falar nada. E depois, se você não tinha me contado até agora,
era porque não se sentia seguro para tal. Mas eu estava pronto, para quando você me dissesse
isto. Eu estava pronto para ser o seu amigo de verdade. Eu sempre quis um amigo gay, quando
eu me descobri, alguém para contar minhas lamúrias. Eu estava me preparando para ser esse
amigo para você.
Ficamos em silêncio. Toda a raiva tinha se dissipado. Eu estava ansioso para saber o que viria
depois:
- Quando você descobriu que era gay?
- Quando percebi que estava apaixonado por você! – disse meio bravo.
- E quando foi isso?
- Quando você começou a dizer que queria esquecer que era gay.
Silêncio novamente. Minutos, talvez:
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- Eu não suportaria, porque gosto muito de você. Não consigo imaginar você com raiva de mim.
- Você tem medo que as pessoas não gostem de você!
- As pessoas não. As pessoas que eu gosto sim. E depois, eu não tive culpa. Mesmo
desconfiando de você, certeza eu não tinha, e mesmo se tivesse, eu só saberia que você é... e não
que você gostava de... enfim.
- Se você soubesse, faria diferença?
- Claro que sim.
- Claro que não. Você por acaso não iria aquele estacionamento, se soubesse?
- Eu teria evitado o antes do estacionamento. Eu o procurei antes do estacionamento. E depois,
Marlon, se você gostasse de alguém e essa pessoa quisesse ficar com você, você deixaria de ficar
com ela só porque você sabe que outra pessoa gosta de você?
- Se fosse alguém que não merece, eu não ficaria mesmo. Principalmente no seu caso, que tinha
dois motivos para não fazer isso: o primeiro é o histórico de patadas que ele te deu e o segundo é
que ele tinha voltado a namorar a sua amiga.
- Luiza e eu não somos amigos.
- E isso já é bastante para você ficar com o namorado dela?
- Eles não estão namorando.
- Como não?
- Não estão. Ela o convidou, ele foi. Ela quis ficar com ele, ele concedeu. Só isso!
- Só isso? Parece tão fácil.
- Eu não resisti. Eu estava indo muito bem, fazia semanas que eu não ligava para ele, ou
mandava email, ou teclava pelo MSN. Mas eu o vi ali... eu não consegui me controlar.
- Não é desculpa.
- Você me culpa mais porque gosta de mim e não consegue ver que é difícil sim!
- Talvez seja isso. Mas não tira a sua culpa. Você rasteja para ele. Você se humilha, se for
preciso.
- Você acha que eu me sentia bem depois de cada encontro que eu tinha com ele no passado?
- Mas o reencontrava sempre.
- É difícil largar de quem se gosta. Me diga você mesmo.
- O que quer dizer com isso?
- Você não me largou!
- Não zombe de mim! – falei um pouco mais alto.
- Não estou zombando. Quero que você entenda o que eu sinto e parece que a única maneira de
te fazer entender é fazer comparações com o que você vive.
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- Ouso sim e digo mais: pense bem, se você pudesse dizer o que sente para a sua família e
amigos, sem medo, me fala, o que te impediria de me dizer o que você me disse ontem? Você
disse aquilo no impulso, mas há quanto tempo que eu não importo com o Vinicius? Há quanto
tempo você vem presenciando a minha, digamos, “recuperação”? O que te impedia de me contar
anteontem, por exemplo? Era só o medo de me perder?
Eu não poderia negar que ele estava certo. Apesar de toda a raiva, ele estava certo. Eu poderia ter
contado há mais tempo, eu poderia ter tentado conquistá-lo há mais tempo e nada disso teria
acontecido. Não estava achando que a culpa era minha, mas estava reconhecendo que o Caio
também não tinha a culpa toda que o estava acusando:
- E se eu tivesse dito há mais tempo, você não teria ficado com o Vinicius?
- Talvez não. Você foi me buscar em casa, me levou a festa, me fez companhia. E eu ainda
poderia ter pensado nas vezes em que você me serviu de ombro e me foi amigo verdadeiro. Eu
posso ser tudo de ruim, mas eu não faria essa sacanagem com você. Eu não ficaria com o
Vinicius sabendo que você estava a dois andares acima de nós. Você acha mesmo que eu ficaria?
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- Você acabou de me perguntar se eu deixaria de ficar com alguém só porque eu sei que outra
pessoa gosta de mim. Suponho que você queria que eu respondesse não.
- Supôs certo. Mas eu não ficaria com ele, sabendo que você me deixaria minutos depois em
casa. E não estou falando isso pela carona, é claro, mas pelo respeito e segurança que eu sinto
por você e em você. Marlon, alguma vez eu já te traí? Se alguma vez eu não te disse algo, foi por
mim que eu fiz isso. Você tem raiva de mim pelos motivos errados. Se você não sentisse o que
sente, seria como a Claudinha e o Tom. Eles também não aprovam o Vinicius, mas eles não
agem como você. Você age porque tem outros sentimentos em jogo. Mas eles são somente
amigos, tão bons amigos como você. Eles me dizem o mesmo que você diz. Eles dizem que eu
me humilho e me rebaixo quando... enfim. Mas eles não sentem raiva de mim por isso. Você
sente, porque, além de eu fazer algo que você não aprova, eu machuco o seu coração. Mas eu,
em nenhum momento sabia que te magoava desse jeito e se soubesse, faria um esforço para não
magoar.
Ficamos em silêncio. Ele estava certo! O que dizer? Ele estava certo:
- Então o Tom e a Claudinha sabem do Vinicius?
- Sabem, mas eu pedi que eles não te contassem, porque já havia percebido que você era... e
talvez, se eles ficassem comentando isso com você, bem, talvez te afetasse um pouco.
- Eles sabem que você desconfiava de mim? – perguntei assustado.
- Não, claro que não. Nem mesmo o Tom, que eu sei que é uma pessoa que nos entende. Mas
não, não disse. – depois de uma pausa longa – Está vendo que você tem medo que as outras
pessoas saibam de você?
- É claro que eu tenho!
- E foi esse um dos motivos que te impediu de me dizer antes o que você me disse ontem.
Ficamos mais uma vez calados. Não havia mais nada para ser dito. Tínhamos feito as pazes, mas
não sabíamos se ainda éramos amigos. Até porque eu não queria mais ser apenas amigo:
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- Toma! – disse ele, me oferecendo o chocolate – põe na geladeira, antes que derreta. Eu estou
indo – se levantou.
- (demorei um pouco para me levantar) E nós, como estamos agora? Ou melhor, como ficamos?
- Eu só posso te oferecer a minha amizade.
Mais um momento de silêncio. Foi com o silêncio que eu respondi que a amizade não era o
bastante. Ele entendeu o meu silêncio, como tudo o que eu dizia em silêncio para ele. Ele sorriu,
pôs a mão no meu ombro e saiu:
- Não precisa me acompanhar até a porta. Tchau!
Ele saiu do meu quarto e eu fiquei pensando em como ele estava certo. Mas avaliar a certeza
dele não me deixava menos triste, pelo contrário, me enfraquecia ainda mais. Saber que ele
estava certo em lutar pela paixão dele, deveria me dar força para que eu lutasse pela minha.
Deveria. Por outro lado isso me impedia de julgá-lo por estar correndo atrás do Vinicius, por
mais que o Caio não merecesse esse tipo de relacionamento pela metade (ou menos que isso).
Dar razão ao Caio era estar de acordo com o seu sentimento.
Decidi, então, fingir para mim mesmo que não estava apaixonado. O que mais eu poderia fazer?
Esquecer mesmo eu sei que não o esqueceria. Por outro lado, eu não poderia lutar por ele. Seria
inútil. Então resolvi me anular nessa história. Quanto antes eu me afastasse, mais cedo eu me
curaria dessa paixão.
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Desculpem-me se eu vou ser rápido nessa parte e não me estenderei. Na verdade eu sei que
alguns de vocês (leitores) gostam mesmo quando eu chego aos “finalmente”. Mas eu mesmo não
gosto de ser tão objetivo nesse mérito. Gosto de envolvê-los na historia e depois vir com as
surpresas. Só que dessa vez eu vou abrir uma exceção. Não me sinto a vontade de descrever esse
momento e nem tenho paciência para tal.
Caio e eu falávamos “Oi”, nos cumprimentávamos, íamos as mesmas festas, freqüentávamos os
mesmos lugares, dividíamos os mesmos amigos. Mas nós não éramos mais os mesmos um com o
outro. Evitávamos constrangimentos entre a gente.
Um dia, recebi uma ligação de um dos meus antigos amigos. Ele estava propondo uma partida de
futebol com os caras. Pediu que eu convidasse todo mundo e assim o fiz. O primeiro a ser
chamado foi o meu irmão:
- Cara, o Gustavo chamou a gente pra jogar bola daqui a pouco no campo. Vamos?
- Ta.
- Vai se arrumando, que eu vou ligar para o pessoal convidando.
Eu saí do quarto do Ewerton e fui para o telefone fazer os convites. Não percebi que o Ewerton
veio junto:
- Deixa eu ver para quem eu ligo... – pensei alto.
- Só não chama o Vinicius! – disse o meu irmão.
- Por que?
- Porque sim! – ordenou ele.
- Ta, eu não vou chamar.
“Outro com segredos. Será que todo mundo é gay e eu não sei?”. A partida rolou normalmente,
mas quando acabou, fomos nos despedindo:
- Escuta, você chamou o Vinicius? – perguntou o Gustavo.
- Ligamos para ele, mas ele não atendeu – respondeu meu irmão rapidamente.
Na volta para casa – fomos a pé – eu comecei o papo:
- Por que você não queria chamar o Vinicius?
- Porque não!
- Por que?
- Não enche!
Eu parei abruptamente e segurei o braço do Ewerton:
- O que está rolando?
Ele colocou a mão na testa, soltou uma gargalhada de leve, com ironia e disse:
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Marlon
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Nascemos todos desprovidos de sentimentos elaborados. Alguém pode ser essencialmente bom
ou mal, mas isso, só ao longo da vida, será decidido. Considero-me uma pessoa essencialmente
boa, mas meu coração estava bem vingativo. Quando o Ewerton me contou sobre o Vinicius,
achei que ele teve o que merecia. Depois de tanto usar o Caio, ele merecia que alguém o fizesse
sofrer por amor também. Acredito que uma coisa é você saber que alguém te ama e não
conseguir retribuir esse amor, mas sempre se comportando com zelo e mostrando que, apesar de
tudo, não pode amar do mesmo jeito que é amado (assim era o Caio comigo); outra coisa é você
se beneficiar do amor dos outros, mas só quando lhe é conveniente e dar falsas esperanças a
pessoa que é usada (assim era o Vinicius).
Mas onde o Vinicius buscaria apoio e consolo? Caio? Era o que eu temia. Por mais distante que
eu estivesse dele, eu queria estar agora o mais próximo possível e evitar que o Caio, mais uma
vez, caísse na besteira de dar o ombro ao Vinicius, tudo em nome da sua luta pelo que deseja. O
Caio, obviamente, já deveria ter caído na real, mas isso não impedia que o meu coração se
preocupasse. Mas como me reaproximar do Caio depois de tudo?
Não tive escolha. Aliás, se eu tivesse escolha, não me apaixonaria pelo Caio. Na verdade, eu
nem escolheria ser gay. Mas a vida, a mesma que é feita de escolhas, também é feita de
sacrifícios. O plano era me reaproximar como quem não quer nada. Sondar o campo e ver se ele
estava fértil para possíveis tropeços e recaídas.
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Parecia que estávamos nos conhecendo naquele momento. Estávamos tímidos, aquela sensação
de tentar impressionar as pessoas que acabamos de conhecer, frio na barriga. Bobagem nossa!
- Ah, vou pedir algo pra beber também. O que você esta bebendo?
- Caipirosca.
- O que é isso rosa?
- Morango.
- Hum! Garçom – gritei.
Ficamos nos olhando por detrás de nossos copos. Fitávamo-nos enquanto sugávamos a bebida
pelos canudos. Depois de um tempo ficou engraçado:
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Marlon
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Fomos subindo pelas escadas do prédio do Caio tentando fazer o maior silêncio possível. Mas
não era possível fazer silêncio, não para nós, quatro bêbados. A cada degrau, um dizia “Psiu,
silêncio!” e outro gargalhava. Depois, a mesma pessoa que havia pedido silêncio antes, era a
mesma que agora dava risadas. Mas finalmente chegávamos à casa, sem cair nas escadarias.
O Caio foi pegando o liquidificador, o gelo e alguma fruta e nós fomos pegando as almofadas da
sala e levando para o quarto. Ficamos esparramados pelo chão, outros na cama. O Caio chegou,
começou a fazer as caipiroscas no liquidificador e nós íamos entornando. Uma garrafa de vodka
já tinha ido embora e o que fazer com ela? O que fazer com uma garrafa vazia, de madrugada,
local seguro, quatro amigos bêbados? Jogo da verdade! Alguns chamam de “Verdade ou
conseqüência”:
- Hum, vamos ver. Claudinha, quando foi que você tomou no cu pela primeira vez? – perguntou
o Tom.
- Que merda, Tom! Quem se importa quando foi? O importante é com quem foi!
- É mesmo, tem razão. Com quem foi, Claudia?
- Uma porra que eu respondo! A primeira pergunta é a que vale. Foi no começo desse ano. Até
então eu só tomava na frente.
- Eita, eu não merecia ouvir isso! – disse o Caio brincando.
- Vocês dois precisam de uma xana gostosa na cara, ta?
- Eca, nojenta!
Eu fiquei na cama, olhando de camarote e ouvindo aquelas atrocidades:
- Marlon, vem pra cá. Você não pode só ouvir, tem que revelar os podres da sua vida de menino
casto. Vem! – chamou a Claudinha.
- Ih, me deixa dormir aqui em paz.
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Eu bebi o que sobrou no meu copo e dormi na cama do Caio. Quando acordei, todos já tinham
ido embora. Eu me levantei, fui até a sala e o Caio estava lá:
- Olha quem decidiu acordar!
- Que horas são? – eu ainda me espreguiçava.
- Hora do almoço!
- Já?
- Minha mãe deixou comida pra você na cozinha.
- Ah, esqueci que seus pais são desnaturados e te deixam sozinho em casa.
- E esqueceu mais ainda que hoje é domingo e que eles não trabalham.
- Hein?
De repente eu sinto uma coisa me cutucando nas costas. Quando eu olho para trás, vejo o pai do
Caio:
- Oi, tudo bem? – perguntei todo sem graça.
- Tudo sim. Você estava falando de alguém desnaturado. Quem era?
- Isso, pai, dá nele. Bota ele pra fora. Joga ele da janela! – instigava o Caio.
- Não, não é necessário! – disse todo envergonhado.
- Da próxima vez, olha para trás. É só uma dica – disse o pai do Caio.
- Pode deixar.
- Caio, quem é mesmo aquele seu amigo que bebe e fica dormindo na casa dos outros pra filar a
boia? Ah, desculpa, Marlon, nem vi que você estava aí – brincou o pai do Caio.
- Toma aí. Eu se fosse você, pegava o almoço e ia embora! – disse o Caio rindo.
Eu fui na cozinha, fiz o meu prato e fui comer com o Caio na sala. Pus o prato nas coxas e disse:
- Oi, amigo!
- Oi, Marlon!
Estávamos voltando ao que éramos antes: amigos. Era uma delícia. Não tenho outra palavra para
descrever. Ficamos rindo enquanto eu comia. Eu percebi que o Caio estava um pouco diferente.
Talvez pelo que ele sabia sobre mim. Talvez ele estivesse sendo cauteloso em relação ao seu
comportamento, para não me afetar. De fato, se ele voltasse a ser exatamente como era antes, eu
iria ficar muito mexido, pois ele era muito brincalhão e estava sempre me tocando, me
cutucando, me dando beliscões. Agora, sabendo o que eu sentia, ele ficava mais cuidadoso em
relação aos seus atos para comigo:
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A gente se despede com um abraço breve. Na aula, eu voltei a sentar perto do Caio. Voltei a
sentir o seu perfume e a olhá-lo pela nuca durante a aula. Ele passava todo o tempo fofocando
bobagens com a Claudia e o Tom. Eu achava lindo toda vez que ele olhava para os lados,
agarrava um dos dois pela manga da camisa, puxava e ria. Parecia um moleque de escola. Sim,
lindo e não engraçado. Era engraçado também, mas eu disse lindo porque eu ficava olhando a
nuca dele. De repente, ele olhava para os lados e dava para eu visualizar os seus olhos e a sua
boca. Depois ele se esticava todo e começava a rir. Era, mais uma vez, delicioso ver e ouvir a
risada dele, que sempre culminava com um sorriso de canto de boca.
Minha paixão por ele tinha voltado com força total. E eu tinha voltado a ser aquele apaixonado
do inicio do nosso período na faculdade. A diferença era que agora eu sabia exatamente o que eu
sentia pelo Caio. Até a palavra “Caio” me era gostosa de pronunciar. Chamá-lo. Nossa!
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23 jun
Marlon
No meio dessa semana, durante o intervalo, estávamos Caio, Claudinha, Tom, Luiza e eu. A
Luiza há muito que já não era nossa amiga de verdade. Era mais uma colega que amiga.
Estávamos na lanchonete marcando a próxima saída da turma:
- Nossa, faz tempo que a gente não sai com tanta freqüência!
- Sabemos o porquê disso, não é. Sr. Caio? Se você não andasse por aí arrumando confusão...
- Ah, mas agora as coisas estão se resolvendo – o Caio disse me olhando.
- É – eu respondi.
- Aproveitar que o namorado me abandonou esse fim de semana de novo. Bora? – disse a
Claudinha.
- Te abandonou esse fim de semana? Por que? – perguntei.
- Porque ele tem a formatura do irmão dele para ir.
- Então vamos aproveitar e te arrumar um macho.
- Nada disso, Caio, eu sou fiel, ta?
Marlon
23 jun
Marlon
Não sei se eu ficava feliz ou triste com aquele comentário. Se por um lado ele não queria o
Vinicius, por outro ele também não queria mais ninguém. Sabe quando você sente que a pessoa
que você gosta só te vê como amigo e que, dificilmente ela te verá como amante? É uma
sensação horrível de impotência e de fraqueza. Você não pode fazer muita coisa. Era horrível:
- Eu preciso de tempo para mim. Sabe do que eu preciso? De roupas novas.
- Para que roupas novas?
- Para ficar mais bonito!
- Você já é lindo – disse sem pensar.
Ele me olhou espantado, ficou vermelho e sorriu:
- Ah, pára, Marlon, de tentar me agradar – disse ele rindo.
Foi quando eu percebi que eu o tinha feito corar. “Se ele não quer ninguém agora, eu vou fazer
ele querer!”, eu pensei.
Eu não queria me iludir, investir em algo que não tivesse futuro, ou ainda pior, achar que ele me
daria uma chance, quando na verdade ele só estaria sendo gentil comigo. Isso me atormentava,
mas não mais que a idéia de não tê-lo. Passar o tempo e não poder senti-lo. Doíam os ossos
quando eu pensava nisso. Sentia as minhas articulações congelarem, as juntas dos dedos, mãos,
pés, cotovelos, joelhos, maxilar. Tudo doía quando eu pensava nisso. Eu me encolhia na cama de
noite, me enrolava com o cobertor até o pescoço e ficava gemendo e tremendo durante o sono.
Eu sonhava com ele. Sonhava com beijos, sonhava com abandonos e choros. Um dia eu sentia
esperança. No dia seguinte eu previa o medo.
A nossa farra ficou programada para o próximo fim de semana. Mas antes, algo, sem querer
aconteceu. Estávamos no intervalo de mais um dia de aula. Falando, para variar, sobre sexo:
- Ai, faz tempo que eu não transo.
- Luciano está em falta, Tom? – perguntou o Caio.
- Está muito em falta, baby.
- Eu também estou em falta – disse a Claudinha.
- Ai, eu também – disse o Caio.
Eu fiquei o tempo todo calado:
- E você, Marlon? – perguntou o Tom.
- Eu o que?
- Também está em falta?
- Não, estou em greve mesmo.
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
Enfim, dali não saiu. Ninguém abriu a boca mais. Fiquei com duzentas pulgas atrás de cada
orelha. Fui para casa pensando no porquê do Tom ter dito que eu era bem dotado com tanta
propriedade. No MSN eu o questionei:
- vc pode me dizer o q vc quis dizer hj?
- hj quando?
- deixa de inventar...pq vc disse aquilo de bem dotado?
- eu supus
- mentiroso...fala logo
- me prometa q vc não vai contar nada
- prometo
- foi no dia em q vc dormiu na casa do caio lembra?
- o dia q vcs foram tbm né?
- é...a gente brincou da brincadeira da garrafa...aí eu tava fazendo perguntas pesadas kkkkkkk
- kkkkkkk
- aí o caio e a claudia ficaram com medo de mim e só pediam consequencia
- kkkkkkk... essas perguntas eram pesadas mesmo hein?
- eram...aí eu fui perguntar para o caio e ele pediu conseqüência
- e a prenda era olhar meu pinto?
- era
- :O
- kkkkkkkkkkkkkkkkkk
- medo de vcs...caralho
- ta com raiva?
- ñ...mas vcs são putinhos hein?
Não vou negar que fiquei super excitado quando o Tom me contou isso, mas também fiquei
feliz. Mais feliz que excitado:
- sorry, gato
- ta desculpado...então quer dizer que eu sou bem dotado?
- ñ sei, eu ñ vi
- ñ?
- ñ, só o caio viu, aí ele abriu sua calça, botou pra fora e viu, depois ele voltou e mostrou o
tamanho com as mãos
- kkkkkkkkkkkkkkk
- aí eu e a claudinha “é enorme assim?”
- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
- uahuahuahuahauhauahuahauhauahauhauahuahauhauahuahauha
- e o q ele disse?
- ah, ficou se fazendo de surpreso, de puro, de casto...vc sabe como é o caio
- sei
- :X
Então o Caio me achava bem dotado? Bom saber!
Na noite da festa, eu decidi provocar mais o Caio:
- Eu passo aí já-já, está pronto?
- Estou, pode vir me buscar.
Cheguei, estacionei na rua e dei um toque para o celular dele. Ele desce, abre a porta do carro e
eu:
- Nossa! Você está cheiroso.
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Marlon
- Gostou?
- Gostei. Deixa eu sentir de perto – me aproximei tirando o cinto e esfregando o meu nariz no
pescoço dele – hum, é bom!
Ele não disse mais nada. Quando chegamos na festa, que era rave, ficamos na periferia da pista.
Olhávamos todos e ficávamos bebendo:
- Lembrem-se que vocês têm que ficar pianinhos. Vocês são pessoas comprometidas! – eu disse
ao Tom e a Claudia.
- Mas dançar pode – gritou o Tom.
- As únicas pessoas que podem tudo hoje somos Caio e eu. Não é Caio? – disse olhando
fixamente para ele.
- É – disse ele desviando o olhar e procurando o canudo do refrigerante com a boca.
- Vou me esbaldar naquela pista, aquela, aquela – apontava a Claudinha.
Mas ela não foi. Ficamos dançando ali mesmo. Não rolou nada demais. Só o fim da balada
reservava surpresas:
- Eu vou ao banheiro.
- Me espera, Caio, eu vou com você.
Ele foi para o mictório e eu fique esperando por ele encostado na pia. Quando ele voltou, me
perguntou:
- Não vai mijar?
- Não.
Ele me olhou com estranheza e seguiu para a pia lavar as mãos. Eu o fui cheirar de novo:
- Seu perfume ainda não saiu – esfreguei meu nariz no pescoço dele de novo.
- Não, Marlon, você está bêbado – disse ele afastando o pescoço.
- Não estou.
- Está sim.
- E se estivesse? Quando a gente está bêbado, fazemos o que queremos realmente fazer.
Ele permaneceu calado:
- E se bem me lembro, eu estava bêbado, mas isso não te impediu de olhar o meu pau.
- O que? – me perguntou com surpresa.
- E não foi?
- Quem te disse isso? Foi o Tom?
- Quem disse que eu não me lembro?
- Eu... eu não fiz nada demais.
- Também acho.
- Foi tudo brincadeira. Foi idéia do Tom. Eu não queria pegar em você, nem te beijar.
- Beijar?
- Hein? ...Ai. Sabia que você não se lembrava porra nenhuma. Foi o Tom quem te disse, não foi?
23 jun
Marlon
- Foi, mas ele não falou de beijo. Você me beijou? – perguntei carinhosamente.
Um cara entrou no banheiro e, imediatamente, mudamos nossas posturas:
- Eu vou sair.
- Eu vou também.
E fomos nos encontrar com o Tom e a Claudinha.
A festa foi acabando sem muita surpresa. O Caio ficou retraído, não dançou mais como antes,
contudo, começou a beber mais. Eu fiquei de olho nele, para que nada o acontecesse. Mas as
surpresas realmente acabaram no banheiro:
- Marlon, por que você não me deixa antes que todo mundo? Eu quero chegar logo em casa –
insinuou o Caio.
- Mas não vai demorar quase nada eu deixar a Claudinha e o Tom. Eu posso te deixar por último
sem problemas – insisti.
- Não, prefiro ser o primeiro, pode ser?
Não teve jeito. Pelo menos naquela noite, eu não teria mais algum tempo a sós com ele. Pelo
menos por enquanto. Depois que deixei todos em casa, voltei para a minha, tomei banho, vesti
uma cueca limpa e fui me deitar. Mas eu não conseguia deixar o Caio em casa quieto, ele sempre
ocupava também a minha cabeça. Eram duas coisas acontecendo ao mesmo tempo: uma paixão
avassaladora e um sentimento ainda estranho. Por mais familiarizado que eu estivesse com o
Caio, esse sentimento (gostar de outro homem) era ainda novo. Não posso dizer que não tive
medo do que eu sentia todo esse tempo.
Eu decidi ligar para o Caio:
- Oi, Marlon.
- Você fugindo de mim... Por que?
- Não estava fugindo.
- Não?
- Marlon, o fato de você estar...enfim, não te dá o direito. Eu nunca te dei esperanças. Eu fui
justo com você.
- Só a vida não foi justa – lamentei.
- Marlon, pára com isso. Pára de forçar!
- Ta bom, vou parar – desliguei.
23 jun
Marlon
A vontade era lançar o celular o mais longe e mais forte possível. Contive-me. Apertei o celular
na palma dão mão enquanto as lágrimas rolavam no rosto. Que ódio!
Dia seguinte, não teve jeito. Fui á casa dele. Quando subi, a mãe do Caio estava descendo:
- Ah, oi Marlon, o Caio está no computador – disse descendo as escadas.
- Ah, certo.
Eu fui entrando, sem fazer barulho. A porta do quarto estava aberta e eu entrei. Ele estava
escutando música. Eu me aproximo, ponho as minhas mãos nos ombros dele. Ele estica a cabeça
para trás e me vê de cima para baixo:
- Oi.
- Oi – disse ele tirando os fones do ouvido.
Ele girou a cadeira para me olhar melhor, enquanto eu sentava na cama dele. A gente ficou se
olhando. Parecia que nada seria dito, até que eu respiro fundo e solto:
- Não dá. Ou é do jeito que eu quero, que eu preciso, ou a nossa amizade não continuará.
- Não precisa ser desse jeito.
- Você não entende: não consigo ser seu amigo. Só amigo não.
- Marlon, eu...
- Você o que?
- Não posso. Não consigo.
Eu o olhei nos olhos. Ele estava com um rosto aflito, como se quisesse me satisfazer, mas não
conseguia. Como se ele quisesse gostar de mim como eu gostava dele, mas não conseguia. Era
amizade e ponto. Meu coração bateu forte. Levantei-me:
- Já vou.
- Assim?
- Melhor eu ir logo, antes que eu faça besteira.
- Marlon, eu gosto tanto de você – disse ele se levantando e indo ao meu encontro – mas eu
não...
23 jun
Marlon
Não consegui me controlar. Agarrei-o e forcei um beijo. Pela primeira vez eu senti a língua do
Caio, mas ela não se mexia. Até porque eu nem dava a oportunidade. Fui bruto. Caímos na cama,
eu em cima dele. O prendi com o meu corpo e ele não se mexia. Eu forçava o beijo e ele não
conseguia fugir. Não demorou muito e ele começou a tentar me afastar. Ele começou a empurrar
o meu peito e a tentar tirar a boca. Eu não deixei. Estava excitado demais. Mas quando eu tirei a
minha boca da boca dele, para poder lhe chupar o pescoço, ele susurrou um “Não” com voz
chorosa. Eu parei imediatamente. Quando eu me afastei um pouco, deu para visualizar o rosto
dele inteiro. Ele estava com uma cara de assustado e com os olhos cheios de lágrimas. Foi
quando eu percebi o que tinha feito. Eu forcei demais, parecia um estupro. E de fato era um
estupro, só que eu não consegui chegar ao ponto culminante. Percebi a burrada. Senti-me
imundo e indecente. A expressão no rosto do Caio era de medo. Eu fiquei com medo de mim
também.
Eu me levantei imediatamente e saí correndo para as escadas. Entrei no carro e acelerei o mais
rápido que pude, mas não dirigi muito tempo. Eu logo parei duas quadras depois e comecei a
chorar de pânico. Depois do choro, veio a fúria, que me fez desferir vários murros no volante do
carro, mas ele reagia com buzinadas. Voltei a chorar e a ficar desolado. Por fim, voltei para casa.
23 jun
Marlon
Na segunda-feira, eu não sabia se iria para a aula. Ainda pensei muito se ia ou não, mas acabei
indo. Achei melhor reencontrar logo o Caio e tentar lhe explicar o que eu tinha feito. Uma hora,
duas, três horas e nada do Caio na aula. Eu ficava mal a cada minuto. Desesperei-me. O Caio
deveria ainda estar sob os efeitos do meu ato. Então eu fui lá. Aproveitei que os pais dele nunca
estavam em casa à tarde, dia de semana. Quando eu estacionei na calçada, pensei comigo “Ele
não vai me receber. Não vai me deixar subir”, mas surpreendentemente, o porteiro me deixou
entrar. Eu subi as escadas com cautela e bati na porta. O Caio demorou a abrir. Ele estava sério,
com a cara amarrada. Parecia com raiva:
- Eu te devo desculpas...
- Entra! – ordenou grosseiramente.
Eu entrei, dei uns dois passos para frente. Quando o Caio fechou a porta, eu me virei:
- Caio, eu...
Antes mesmo que eu pudesse ver, o Caio me agarrou e me beijou.
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23 jun
Marlon
Eu não esperava, o meu corpo não esperava, os meus sentidos não esperavam, mas lá estava o
Caio me beijando intensamente. Ele apertou os meus braços na altura dos cotovelos, me puxou e
beijou meus lábios. A língua entrou imediatamente depois. Eu ainda estava de olhos abertos,
surpreso. O beijo foi ficando bom. Muito bom. Muito gostoso. Muito excitante. Os meus olhos
foram fechando lentamente e as minhas mãos começaram a abraçar o Caio. Eu não sentia mais
nada além daquele beijo. Ele foi me puxando pelo braço sem tirar os lábios dos meus, depois ele
foi se deitando no sofá e me puxando para cima dele. Nossas pernas se entrelaçaram; foi quando
meu pênis ficou ereto. Na verdade eu nunca o tinha sentido tão rijo. O Caio beijava com amor e
leveza e me fazia muito carinho enquanto estávamos deitados.
Até então a gente ainda não tinha parado de se beijar. Nenhum segundo sequer. Eu estava me
sentindo levado por ele, guiado pelos seus movimentos. Eu nunca havia sido conduzido numa
situação como essa. Eu sempre, como hétero, tinha sido o condutor. A diferença é que eu não
estava consciente do que estava acontecendo. Eu só queria sentir tudo e saber aonde isso iria me
levar. Fazíamos barulhos com os lábios. A língua do caio é quente e precisa. Ele solta pequenos
gemidos enquanto beija. Nossas pernas começaram a se esfregar mais umas nas outras e, por
conseguinte, os nossos membros se pressionavam mutuamente, provocando uma situação de
excitação ainda maior.
23 jun
Marlon
Minhas mãos foram parar no cós na bermuda do Caio. Foi quando ele parou:
- O que foi? – perguntei ofegante.
- Você quer isso mesmo?
- Por que, você não quer?
- Acho que sim.
- Acha?
- Tenho medo de perder você!
-Medo? Então você está fazendo isso para não perder a minha amizade?
- Não. Eu quero isso também, mas tenho medo de não estar apaixonado, ou de depois a gente
perceber que não quer mais nada um com o outro.
- Eu tenho certeza que isso não vai acontecer. Pelo menos comigo.
- E comigo?
- Você não sabe se me quer?
- Não.
- Então por que você me beijou?
- Por que estava excitado. Quando você me beijou ontem, eu queria, mas tive medo de
prosseguir.
- Mas e hoje, o que você sente por mim?
- Não sei ao certo. Desde que eu te beijei e vi o seu pinto eu fiquei balançado.
Eu não resisti e ri um pouco. Ainda estávamos deitados no sofá. Eu em cima dele:
- Não ri, Marlon, é sério!
- Desculpa – disse eu me contendo.
- Eu fiquei balançado porque foi a primeira vez que te vi como homem, pois até então você era
só amigo. Eu nunca te olhei com outros olhos. Quando o Tom me pediu para eu ver o seu pinto,
eu pensei “Caramba, o Marlon vai ficar puto se souber”, mas quando eu vi, eu vi um pênis
mesmo.
- Você esperava ver outra coisa?
- Não, Marlon, você não entende? Não foi o tamanho, ou a zona depilada, ou sua virilha, ou o
fato de você estar dormindo... enfim, eu não fiquei mexido por causa do pênis em si, mas eu
percebi que, com aquele ato, eu estava notando que você era um homem mesmo, um homem que
sente tesão e que transa.
- Acho que estou entendendo.
- Mas eu não sei se é só tesão, se é carência, ou se estou apaixonado.
- O que você quer que eu diga?
- Se quer que eu pare.
- Claro que não.
- Mas, Marlon, depois eu posso dizer que não quero mais. Amanhã mesmo eu posso fazer isso.
- Tudo bem.
- Prefere arriscar?
- Prefiro.
- Mas eu não. Tenho medo de perder você.
23 jun
Marlon
- Você já perdeu. Se for desse jeito, não quero ficar próximo de você. Dói demais.
Ele me olhou com tristeza. Percebi que o clima tinha mudado. Não dava mais para transar. Eu
me decepcionei. Fiquei ali deitado em cima dele, mas não fazíamos nada. Ele não iria mais
conseguir voltar a me beijar daquele jeito. Eu estava tão perto... Decidi não parar. Eu voltei a
beijá-lo, mas ele não me beijava como antes. Não desisti. Ergui-me um pouco e tirei a blusa. O
olhei nos olhos e voltei a beijá-lo. Depois eu fui pressionando a virilha do caio com a palma da
minha mão, mas logo depois eu estava passando a mão em suas nádegas. Ele abriu mais as
pernas para que eu pudesse pôr a mão atrás deles. Pronto! Voltamos a nos beijar como antes.
Eu comecei a tirar a blusa do Caio. Ele levantou os braços para mim e eu puxei a camisa do
corpo dele. Eu comecei a beijar o seu pescoço e ele se contorcia como se sentisse cócegas, mas
era prazer. Ele soltava pequenos gemidos fraquinhos. Ele respirava fundo. Ele acariciava o meu
couro cabeludo e me dava mais gás para continuar a chupar o seu pescoço. Desci para o peito.
Ele era magro, mas era carnudo. Seu peito tinha pequenas elevações. Eu mordia de leve. Eu
gemia um pouco mais alto. Eu sentia o seu membro tocando o meu abdome. Eu fui descendo
mais com a boca até o umbigo. Foi quando ele começou a se contorcer mais ainda. Parecia que
ele sentia choque. Eu olhei o seu rosto e ele estava de olhos fechados, jogando a cabeça para trás
e gemendo com a minha língua. Isso me deixou mais excitado para continuar beijando o seu
corpo. A essa altura o seu membro se esfregava no meu peito, na altura do pescoço. Tudo me
levava a fazer sexo oral, mas era estranha para mim a idéia de ter um pênis na minha boca. Não
que não me fosse atraente, mas ainda era inviável, eu ainda estava nervoso.
23 jun
Marlon
Eu fui subindo de volta ao rosto do Caio para beijá-lo. Depois do beijo, bem mais intenso agora
com a minha viagem pelo seu corpo, ele me olhou e sorriu:
- Você voltou porque?
- Voltei?
- Sim, não gosta de oral?
- Ah. Não, não é isso. É que eu ainda... eu não sei.
Me senti um principiante, alguém que estava sendo iniciado:
- Tudo bem – disse ele carinhosamente – eu entendo.
E voltou a me beijar. Fiquei muito sem graça. Eu queria impressionar na nossa primeira vez. O
Caio tomou a liderança de vez e me pôs por baixo. Ele foi para o cinto da minha calça, abriu o
botão, depois o zíper, mas não tirou a calça. Depois ele veio diretamente no meu mamilo. Ele
mordiscava e chupava ao mesmo tempo. Era muito delicioso. Por ter uma voz empostada, eu
comecei a gemer um pouco alto demais. O Caio parou e disse:
- É melhor irmos para o meu quarto, você faz muito barulho, mocinho.
Como alguém, que já tinha tanta experiência em sexo, pode ficar tão sem graça e corado como
eu? Eu fiquei todo por fora e sorri. Ele se levantou, pegou a minha e a sua camisa e, segurando a
minha mão, me puxou para o seu quarto.
Parecia uma viagem longa: da sala para quarto. Fiquei muito tenso. Mas ao mesmo tempo era
muito carinho o Caio segurar a minha mão e me arrastar pela casa. A cabeça do Caio fica na
altura do meu ombro mais ou menos, e ele é bem mais “estreito” que eu. Aos 19 anos, me davam
25, então imaginem! O Caio tinha 18 e o davam 15. Eu parecia um moleque. Ele pôs as nossas
camisas na cadeira do computador, enquanto eu fiquei em pé, e ainda de calças, próximo a cama.
Ele voltou, me abraçou, me beijou e me sentou na beirada da cama. Mas ele continuou em pé e
se inclinava para me beijar. Depois ele foi baixando até ficar de joelhos. Ele mordeu o meu
abdome, me fazendo soltar gemidos. Foi puxando a minha calça e eu o ajudei a tirar. Depois ele
me olhou nos olhos. Ele parecia muito afim, mas aparentava meiguice:
- Quer que eu faça isso?
23 jun
Marlon
Como ele poderia me perguntar isso? Mas a pergunta me tocou fundo, assim como os olhos dele.
Eu respondi com muito esforço:
- Eu? Eu... quero. Tem problema?
- Problema? Problema nenhum – respondeu carinhosamente.
Ele foi apertando o meu pênis através da cueca com uma mão e acariciava a minha coxa com a
outra. Eu nunca fiquei tão excitado em toda a minha vida. A minha cueca era preta. Depois ele
começou a morder de leve através do tecido da cueca. Com a mão, que antes apertava o meu
membro, agora ele acariciava o meu peito. A minha mão foi parar nos cabelos encaracolados
dele. Eu fazia carinho em sua nuca. Com as duas mãos ele pôs o meu pênis fora da cueca e,
depois de me olhar mais uma vez nos olhos, passou a língua na glande. Eu não resisti e soltei
mais outro gemido, ainda mais alto. Mas ele nada tinha feito ainda de fato, só a língua de leve.
Ele me lambia como um pirulito, depois ele começou a chupar de verdade. Ele me masturbava
ao mesmo tempo em que me chupava. Ele às vezes me olhava nos olhos, mas logo depois ele os
fechava e continuava no oral. Eu espremia os meus dedos dos pés, mexia os meus quadris e,
acho até que, eu erguia um pouco o meu pênis em direção a boca do Caio.
23 jun
Marlon
Ele também beijava e mordia as minhas coxas e o meu abdome, mas logo voltava a me chupar.
Os meus gemidos ficaram mais altos e fortes. Eu acariciava a cabeça do Caio com mais
intensidade, mas o fato era que eu estava empurrando de leve a cabeça dele em direção ao meu
pênis. Minutos depois ele parou, se levantou e veio em minha direção. Me beijou, me abraçou e
sentou no meu colo. Ele ainda estava de bermuda. Percebi isso quando, de olhos fechados eu o
beijei e fui acariciar o seu membro, retribuindo o seu carinho. Minha sensação foi de absurdo.
Ele não poderia ainda estar de bermuda. Não depois de ter me feito sexo oral. Então eu o tirei do
meu colo e, ainda sentado, arranquei a bermuda dele com um só movimento e a joguei longe.
Vendo agora o pênis do Caio, que era bem grosso, eu não me contive. Eu segurei as suas duas
mãos com as minhas e o fui puxando de leve para próximo de mim. Mas quando eu ia colocar a
boca, hesitei:
- Não precisa fazer isso, Marlon. Eu sou passivo mesmo!
- Eu quero!
- Não parece...
- Tenho medo de te machucar.
- Tente fazer como eu fiz e não me morda.
- Hahahahaha.
23 jun
Marlon
Eu o olhei nos olhos de novo e finalmente pus o pênis dele na minha boca. Senti como se uma
língua quente e grossa estivesse me beijando. Eu o chupava de leve. O gosto era estranho, mas
não era ruim. Ele estava muito cheiroso, o mesmo cheiro de sabonete que ele usava sempre. Um
cheiro que já me era familiar. Parece que ele caprichava nas partes íntimas no banho. Eu o
chupava e o cheirava ao mesmo tempo. Ele não era muito cabeludo e os seus pêlos eram
castanhos muito claros. Eu não demorei muito ali porque ele se afastou de mim. Isso me
preocupou:
- Não gostou?
- Gostei, mas não gosto muito.
- Hã?
- É que eu sinto muito prazer com oral e tal, mas eu prefiro mais fazer que receber. Deve ser
porque eu sou passivo.
- Mas eu fui bem?
- Bobo – ele riu de mim enquanto sentava de novo no meu colo – você foi perfeito – e me beijou.
Ficamos nos beijando ali por um bom tempo. Depois ele se levantou e foi ao guarda-roupa, abriu
uma das portas, foi até a ultima gaveta e trouxe uma camisinha. Sentou ao meu lado na cama e
me deu a camisinha. Ele me olhou nos olhos e disse:
- Seja gentil!
Achei aquilo muito intimo. Claro que tudo o que estávamos fazendo era íntimo. Até demais. Mas
ele me pedindo para ser gentil... eu não sei explicar, para tal eu teria que conseguir explicar
exatamente qual o tom de voz ele usou para me pedir isso. Eu sorri amorosamente para ele e
disse:
- Serei.
Peguei a camisinha, desenrolei em mim. Enquanto isso, o Caio foi se deitando na cama, mas com
o tronco encostado na cabeceira da cama. Eu fui em sua direção, caminhando por sobre a cama
de quatro e o beijei. Ele foi se deitando mais ainda. Eu iria lhe perguntar como ele queria que eu
fizesse, mas parecia óbvio. Elevei as suas pernas até a altura da minha cintura, segurando-o pelos
calcanhares e fui invadindo o seu corpo de leve. Depois que eu me introduzi por completo, o
Caio soltou um gemido doce e sussurrou no meu ouvido:
- Seja bonzinho e faça amor como você nunca fez na vida!
23 jun
Marlon
Quando eu senti os lábios do Caio encostando-se ao meu ouvido e quando eu ouvi aquelas
palavras, eu me arrepiei. Parei. O olhei nos olhos, ele estava de olhos fechados. Mas como eu
havia parado, ele abriu para saber o que tinha acontecido:
- O que foi?
- Nada!
- Fiz alguma coisa errada?
- Não!
Ele ficou me olhando, tentando saber o que se passava em minha cabeça. Eu ainda estava dentro
dele:
- É que eu me arrepiei. Você me pedindo para te amar desse jeito...
Ele sorriu gentilmente e perguntou:
- E o que você está esperando para fazer isso?
Beijou-me. Me fez encostar todo o meu corpo no dele, já que eu estava um pouco elevado. Eu
ainda estava dentro dele e ficamos nos beijando por um bom tempo, mas não fizemos sexo de
fato, até então. Ele acariciava a minha nuca e as minhas costas. Eu o agarrava pela cintura e
sugava a sua boca intensamente, sem parar. Ficamos tão grudados que começamos a produzir
suor entre nossos tórax e pernas. Eu ainda estava dentro dele. Eu fui beijar o seu pescoço,
deixando a boca dele livre. Foi quando ele começou a gemer um pouco mais alto. Eu quis saber
o que estava acontecendo. Eu não me mexia, quer dizer, eu não me movimentava a fim de
transar, mas eu não havia percebido que o Caio, mesmo por baixo e preso pelo meu corpo, se
movimentava por nós dois. Então, sim, nós estávamos fazendo amor e não apenas nos beijando
como eu pensava.
23 jun
Marlon
Foi quando eu percebi que eu estava sentindo muito prazer e que não era somente o beijo que me
provocava isso. Continuei beijando o seu pescoço e não me desgrudei dele, nem mesmo para
fazer movimentos mais intensos. Tudo que eu queria era ficar grudado. O Caio foi tão intenso,
que eu sentia o meu corpo se deslocando na cama, mas eu não me movia para isso. Ele se movia
por nós dois. Não demorou muito e eu senti um fluido quente escorrendo pelo meu abdome. O
Caio mordeu meu lábio de leve, soltou e gemeu desesperadamente. Eu me ergui um pouco do
corpo dele e percebi que ele tinha ejaculado em mim.
Eu me levantava um pouco e o pênis do Caio continuava grudado na minha barriga. Não por
causa do sêmem, mas por causa da ereção mesmo. Afinal de contas, o meu abdome estava
pressionando o pênis dele entre mim e o próprio Caio. Talvez tenha sido isso que tenha feito ele
chegar ao orgasmo. Estávamos nos esfregando tanto... Eu ficava olhando a minha barriga e o
pênis dele grudado. Acho que fiquei mais excitado com aquela cena, do que se eu tivesse
chegado ao orgasmo. Eu podia ouvir o Caio respirando fundo, recobrando os sentidos.
Suspirando. Então eu peguei o pênis dele com a palma da minha mão e fiquei esfregando no meu
abdome, espalhando ainda mais o sêmem que se encontrava ali.
Depois eu voltei para dentro dele, com ainda mais carinho. Fui diretamente para a sua boca e o
beijei. Ele parou de me beijar e me pediu:
- Quero ficar por cima agora.
- Mas você quer... – ele me interrompe.
- Não. Eu sou passivo, lembra?
Então eu saí de cima dele, me deitei de costas e ele sentou em mim. Mas ele sentou de costas
para mim. Eu pensei que ele se sentaria de frente. Eu fiquei observando as suas costas. Mas ele
me surpreende de novo quando se deita sobre o meu peito e diz:
- Agora é com você!
23 jun
Marlon
Eu comecei a elevar os nossos quadris. Agora sim eu estava sendo ativo naquela situação. Pela
primeira vez tomei as rédeas. A impressão que eu tinha era que o Caio espremia o ânus, como
dizem “apertadinho”. Eu só lembro que senti o meu pênis muito duro, mas muito imóvel. Então
era engano meu mais uma vez. Não era eu quem se movimentava ali, apesar de estar nos
erguendo, mas era o Caio quem me proporcionava o prazer. Não demorou muito e eu ejaculei.
Assim que eu literalmente desabei na cama, o Caio saiu de cima de mim e se deitou de bruços e
ficou observando o meu rosto. Eu fiquei olhando o teto e tentando recuperar o fôlego. Depois eu
virei a cabeça e olhei o Caio. Ele estava com o rosto suado. Ele estava sério. Me assustei um
pouco:
- Tudo bem? – eu perguntei.
- Perfeito – me respondeu seriamente.
- Então porque essa cara?
- Eu quero saber se você está bem.
- Estou.
Então ele sorriu, mas eu ainda não tinha entendido a seriedade de antes:
- Mas por que você ficou tão sério?
- Fiquei preocupado.
- Com o que?
- Marlon, não é estranho que você tenha se descoberto a tão pouco tempo?
- As vezes eu estranho também. Mas por que a pergunta?
- Se você já soubesse que era gay antes, com certeza eu já teria me apaixonado por você.
- Então você está apaixonado por mim?
- Não. Ainda não.
- É o Vinicius não é? – perguntei meio bravo.
- (Ele me sorriu) Quem é Vinicius?
- (Eu retribui o sorriso) Então o que é?
- Vai demorar um pouco até que eu perceba que preciso de você da forma como você precisa de
mim.
- Eu espero. O quanto for preciso.
- Eu sei, mas eu estou curioso: o que te fez ser gay? Quer dizer, o que te despertou?
- Achei que já tivesse te contado no carro, aquele dia.
- Não.
- Foi você.
- Como?
- Sendo você mesmo. Ah Caio, você sabe que conquista todo mundo!
- Eu sei, eu sei.
- Hahahahahahaha, besta!
- Besta é você – disse me fazendo carinho no meu nariz com o dedo indicador.
- Mas vai ser fácil se apaixonar por mim, não vai?
- Vai sim. Você é maravilhoso.
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23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
Não me parecia lógica, a explicação do Caio. Como o fato de as pessoas simplesmente não
gostarem de homossexuais iria me impedir de ser feliz com o cara que eu amava, se por acaso
ele também me quisesse? Seria muita idiotice deixar que o mundo se intrometesse de maneira
tão incisiva:
- Não consigo enxergar essa dificuldade.
- Eu sinto a dificuldade todos os dias.
- Veja o Tom e o Luciano. Eles são felizes.
- Realmente, mas ambos são conscientes do que são e do que sofrem.
- E você quis dizer o que com isso?
- Que você ainda não amadureceu a idéia de ser gay. Aposto.
- Pode ser. Mas a idéia de querer você a qualquer custo já está na minha cabeça há muito tempo.
Eu amo você há muito tempo.
- É muito bonito tudo isso. Mas será que você agüenta a prática?
- Parece-me que você não quer nem mesmo que eu tente. Você teve que passar por essa
dificuldade, todo gay que se assume passa por isso. Por que eu não posso tentar também?
- Assumir? Não pensei que estivéssemos falando disso.
- Como assim? Do que você acha que eu estou falando?
- De namorar, mas escondido.
- Podemos fazer isso, se você quiser, mas eu não abro mão de você. A questão é que, se ficar
difícil, eu assumo, sem problemas.
- Problemas será a única coisa que você vai ter quando assumir.
- Mentira! Se você ficar do meu lado, também terei você, que já me basta.
- Só se esqueceu de uma coisa: eu ainda não disse que queria namorar.
Murchei. Meu peito estava inflado de ar, como um super-herói fazendo pose e tomando coragem
para enfrentar o inimigo. A decepção logo me atacou em cheio. As palavras do Caio eram a
minha Kryptonita:
- É, realmente o mundo será monstruoso. Você parece não querer melhorar esse cenário – me
lamentei.
- Só quero te mostrar como tudo pode ser difícil.
- Já está difícil – disse meio bravo.
- Marlon, eu te disse que ainda faltava um pouco de tempo para que eu me apaixonasse.
- Eu sei.
- Mas eu quero sim ficar com você. A gente pode se encontrar aqui sempre que você quiser.
23 jun
Marlon
Ele se esticou um pouco e me selou nos lábios. Eu não mexi um músculo. Ele percebeu minha
frieza:
- O que foi?
- Por que você sempre me magoa?
- Eu sou sempre sincero com você. Não quer que eu te diga sempre a verdade?
- Quero que me ame antes de tudo.
- Antes de tudo, há o tempo. eu só preciso desse tempo para que eu comece a te amar. Você não
pode esperar?
- Já disse que posso – gritei.
- Não seja grosseiro, Marlon.
- Desculpe, é que tudo isso me tira do sério.
Estávamos nus na cama, sentados no meio dela. Eu abaixei a cabeça e cocei um pouco o couro
cabeludo. Eu estava estressado. Como isso poderia ser possível depois de ser amado com tanta
intensidade?
O Caio se aproximou, ficou ajoelhado em cima da cama, ficou mais alto que eu. Ergueu minha
cabeça através do queixo e me olhou nos olhos. Sorriu:
- Você quer ficar comigo até morrer?
- É claro que sim!
- O que são dias diante de uma vida inteira?
- Ta, eu sei.
Ele beijou minha testa, se levantou da cama e estendeu a mão para mim:
- Vem!
- Para onde assim?
- Vem! – disse ele sorrindo.
- Caio?
- Vem, Marlon! – insistiu.
- Ta bom.
Ele foi me arrastando pelo braço. Saímos do quarto dele, atravessamos o corredor e demos no
banheiro. Ele trancou a porta, me empurrou para a pia e me beijou. Ele grudou em mim, me
agarrou pelos ombros e não largou. Eu o segurei pela cintura e retribui com a minha língua. Os
nossos membros ganhavam vida simultaneamente. Um sentia o pênis do outro endurecer,
encostado nos nossos abdomes. Depois ele parou de me beijar e me arrastou para o chuveiro. A
água estava fria, o que fez o Caio pular. Ele regulou a temperatura e voltamos a nos beijar. Eu fui
tocar as nádegas dele, mas ele bateu na minha mão:
- Não! Vamos só tomar banho.
- Ué, mas não posso te tocar?
- Com essa finalidade não.
- Mas... Por que?
- Porque sim – me disse sorrindo de um jeito sapeca.
23 jun
Marlon
Ele pegou um sabonete e me deu. Depois ele me virou de costas e encostou-se a mim. Eu sentia
o meu pênis dividindo as nádegas do Caio em duas. A água escorria morna pelos nossos corpos.
Eu não sabia o que fazer. Eu sentia as veias do meu pênis pulsando e encostado ao Caio:
- Me banhe!
Eu comecei a passar o sabonete em seu peito e braços. Depois lavei seu pênis endurecido entre
os meus dedos e a espuma. Eu o acariciava, era inevitável, mas eu não poderia demorar muito
em uma única parte do corpo dele, pois ele logo tirava a minha mão. E ficamos nesse joguinho
de apenas tomar banho e nada mais:
23 jun
Marlon
Parecia sonho. Eu nunca havia beijado, abraçado, lambido, mordido, suado, transado, deitado,
cheirado, sorrido, rido, amado desse jeito tão gostoso, tão prazeroso. Depois do banho, ficamos
mais um tempinho na cama. Depois ouvimos o barulho da porta principal se abrindo e o barulho
de sacolas. Provavelmente era o pai do Caio. Vestimos-nos imediatamente, apesar de não ser
necessário. O pai do Caio sabia e aceitava a sexualidade do filho, mas preferimos não
surpreende-lo ainda.
Depois eu fui embora feliz da vida. Ia dirigindo e cantarolando. Eu deveria estar com a cara de
bobo. A cara mais boba do mundo. Cheguei em casa e fui direto para o quarto ligar para ele:
- Oi gato!
- Você está em casa? – me perguntou ele.
- Acabei de chegar.
- E você está sozinho?
- Não, está todo mundo aqui, por quê?
- Ta louco? Me chamando de “gato”? Alguém pode ouvir.
- Ah, bobagem.
- Hum.
- Ei, já estou com saudades.
- Eu também.
- Sério? – perguntei surpreso.
- Claro.
- Ai, que bom! Estou tão feliz. Eu te amo, sabia?
- Hahahahahaha, bobão.
- Sou mesmo, sou muito bobão. Hahahahahaha. Vou te buscar amanhã, para a gente ir juntos pra
facul.
- Amanhã eu vou ficar na sorveteria, de lá eu vou com a mamãe.
- Ah, que chato. Deixa de ser filhinho da mamãe e vem comigo!
- Eu queria, mas tenho que ficar na sorveteria.
- Mas eu posso passar na sorveteria e te buscar.
- Mas ela vai na universidade de qualquer jeito, vai falar com a minha tia – a tia do Caio é
professora universitária.
- Merda!
- A gente vai se ver, fique calmo. Que pressa!
- Ah, mas eu tenho pressa mesmo.
- Besta!
- Besta é você.
- Eu não, eu sou esperto.
- Hein?
- Sou sim, porque eu levei você pra cama. Um homem gostoso desses...
- Hahahahahaha, só você consegue me deixar vermelho via telefone.
- Eu sou demais – se gabando.
- Hahahahahaha, o pior é que eu tenho que concordar.
- Claro!
- Beijos.
- Outros.
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
- Gente, para tudo, Marlon já está se comportando como alguém da classe. Só falta uma
purpurina e uma voz mais carregada.
- Vai tomar no cu, Tom!
- Vou já já.
- Não, Tom, aí o Marlon vai perder o charme de lenhador do campo que ele tem. E eu tenho
certeza que o Caio prefere esse jeito “cuspo-no-chão-e-coço-o-saco-na-frente-dos-outros” que o
Marlon tem.
- É verdade, Claudinha, eu mesmo prefiro assim, machão. Ai, bateu saudade do Lu, agora.
Ficamos batendo papo ali no corredor. Depois de um tempo, meu celular vibra:
- Cadê você? Já cheguei, estou aqui no estacionamento.
- Estamos aqui em cima.
- Já começou a aula?
- Não, estamos no corredor.
- Vou ficar aqui, porque a mamãe está conversando com a minha tia. Mas faça o seguinte: desça
e me salve, diga que a aula já começou.
- Ta, espera aí.
Eu desci e fui para o estacionamento. Lá estavam Caio, a sua mãe e a sua tia encostados no
carro:
- Olá!
- Oi Marlon, tudo bem? – perguntou a mãe do Caio.
- Tudo sim. Ah, Caio, a aula já começou.
- Ai, que merda! Viu, mãe? E eu aqui perdendo aula por sua causa. Beijos fui.
Fomos subindo as escadas. Como era bom vê-lo depois de tudo. Ele estava lindo, como sempre:
camiseta branca e uma estampa rosa, calça jeans e All Star branco:
- Sempre lindo, não é Sr. Caio?
- Eu faço o que posso.
- Exibido.
- Gostoso!
Fomos andando pelo corredor e, como ele estava vazio, a gente se abraçou as pressas. Ao fundo
estavam Claudinha e Tom sentados ao chão:
- Tão namorando, tão namorando, tão namorando! – gritavam os dois.
O Caio parou de andar e me perguntou:
- Você contou?
- Contei, por quê? Não era para contar?
- Não sei. Eu confio neles, mas... sei lá.
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
- Por que as vezes quanto mais cedo você assumi, as vezes, repito, as vezes é melhor porque
você sofre logo tudo de uma vez. Mas sofre muito – disse o Caio.
- Foi o meu caso, Marlon. Eu demorei pra contar e quando contei, eu estava com mais medo
porque tinha consciência de todos os problemas já. As vezes, se você conta e não tem idéia dos
problemas, você só fica ciente deles quando já está sofrendo e não antes de sentir, entende?
- Acho que sim.
Tudo o que rodeava a minha a cabeça era a presença do Caio. Se o Caio estivesse sempre ao meu
lado, me dando apoio e amor, tudo estaria bem. Mas ter aquela conversa com o Tom e o Caio me
fez pensar bastante. Realmente, por mais que a minha relação de namorado estivesse firme, não
me livraria de sofrer as repressões que logo seriam impostas. A primeira que tiraria o sono seria
a da família. Era confuso agora ser um corpo estranho no seio da minha família. Sabia que o meu
pai e meu irmão fariam algo muito brusco. Me senti extremamente incomodado. Uma coisa era
certa: eu não poderia viver sem o Caio e não digo isso porque eu o amava, digo pelo simples fato
de que ninguém vive sozinho, sem um parceiro(a). ninguém vive, se não busca a felicidade.
Como eu faria para esconder o que sou? Passei o resto do dia preocupado com todas as questões
sensíveis que permeavam sobre a minha sexualidade, sobre os meus sentimentos. Eu não poderia
viver sem o Caio, mas não conseguia me imaginar recusando a vivência com a minha família. O
pior de tudo era o sentimento de injustiça que começava a reinar sobre mim. Era injusto não
poder livre. É.
Passei o resto do dia cabisbaixo. Tinha acabado de conhecer o amor de verdade e estava triste, já
pensando em como manter esse namoro. Sempre lutei por muita coisa, mas parecia que, pela
primeira vez, a batalha seria longa e valeria muito a pena, mas haveriam muitas perdas. Perdas
irreparáveis.
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
- Não. Ele quis espalhar porque teve medo. Se outra pessoa soubesse que eu era gay e sabendo
que ele e eu éramos unidos, poderiam pensar coisas. Então ele preferiu contar primeiro.
- Que idiota!
- Quando eu me mudei pra cá, faz quatro anos isso, ele me ligou pedindo desculpas e explicando
o porquê.
- Como se fosse motivo.
- No fundo, eu o entendo. Eu não o condeno e o perdoei. O perdoei porque passei a ignorá-lo
depois que ele fez isso.
- Assim como você me perdoou, ou seja, me ignorou depois que eu disse que você tinha mentido
sobre a Laís?
- Isso.
-Você consegue ignorar as pessoas com facilidade. Mesmo aquelas que você gosta muito.
- Eu mantenho mecanismos de auto-defesa. Eu me programo para me conformar logo. Quando
acontece algo ruim envolvendo alguém que eu gosto, eu me obrigo a aceitar para não sofrer
mais. Isso é fácil para mim.
- Você sofreu muito, não foi, meu Bebê? – disse eu elevando um pouco mais o rosto para ver os
seus olhos.
Ele olhava para o teto de forma compenetrada:
- Mas eu sempre me levanto. Isso é o mais importante.
Eu beijei o seu rosto e fiquei com o rosto erguido até que ele notasse que eu queria um beijo. Ele
não demorou muito para perceber, virou o rosto e me saldou com um beijo de língua suave:
- Eu te amo, Caio – olhei no fundo de seus olhos.
Ele começou a chorar lentamente e sorriu:
- Está emocionado?
- Ninguém nunca tinha me amado desse jeito antes. Você é a primeira pessoa que me ama desse
assim. Eu vou te amar também, Marlon, pode ter certeza!
23 jun
Marlon
Apesar de todas as dificuldades, namorar quem se ama era muito bom! Saber que a pessoa que
você deseja também te quer é algo inexplicável com palavras. Estávamos indo bem. Dizer ao
Tom e a Claudinha só nos trouxe benefícios, pois saíamos sempre juntos e, portanto, ninguém
desconfiava, além do mais, eles nos davam cobertura. Não sei como foi possível, mas ficamos
mais unidos, nós quatro. Mentira. Eu sei como foi possível sim. Quando se tem amigos
verdadeiros, se tem fortaleza, mas essa fortaleza só te protege quando ela sabe do que você
precisa. O fato de eu agora ser verdadeiro com eles, os deixaram a par do que eu precisava e
como deviam me proteger.
Mas o medo da perfeição acabar era presente. O Vinicius, mesmo nunca mais tendo o visto, me
perturbava. O Caio deixava claro sempre que não me amava do jeito que eu queria. Isso era bom.
O Caio queria ser justo comigo. Mas se ele não me amava tão intensamente, talvez significasse
que ele ainda gostasse do Vinicius, ou pelo menos que pudesse ter recaídas.
E nesse medo, o Caio me comunica:
- Oi, lindo.
- Oi, amor.
Estávamos na sorveteria. Eu estava em uma mesa e o Caio se aproximou com uma taça para
mim. Ele sentou e ficou me olhando. Percebi que ele tinha algo para dizer. Peguei a colher e
fiquei tomando a sobremesa. A cada colherada, eu o olhava:
- Você pediu que eu viesse aqui só para tomar sorvete?
- Não.
- Então conta logo, está com medo de quê?
- Da sua reação.
- Caio, o que foi?
Parei de tomar o sorvete e fiquei olhando para ele, inclinado para a frente:
- Vinicius.
Eu afastei o meu tronco e encostei-me à cadeira. Fiquei olhando para os lados e depois fiquei
olhando para ele. Depois eu me inclinei de novo para a mesa, juntei minhas mãos e fiquei
esperando o resto, apesar de prever o que vinha:
- Sabia que você iria ficar desse jeito.
- O que você esperava? – berrei.
- Psiu! Fala baixo, para não assustar os clientes.
- Vai à merda, Caio! – resmunguei.
- Ai, Marlon, você nem esperou eu terminar.
- Você vai dizer o que? Que foi sem querer?
23 jun
Marlon
- Realmente eu não quis não, mas não aconteceu nada do que você está pensando.
- Então o que foi?
- Ele me ligou, me pediu para encontrá-lo. Disse que está com saudades.
- Saudades! Sei. Que filho da puta! Que cara de pau...
- É.
- E você, o que disse?
- Disse que não, claro.
- Só isso? Caio, eu quero saber tudo: palavra por palavra. Conte-me do inicio.
- Ele me ligou... – eu o interrompi.
- Para o seu celular?
- Não, ele não sabe meu número novo. Ligou para minha casa. Eu atendi e aí ele se identificou.
Aí ele disse que estava se sentindo muito só, que não ficava com ninguém há muito tempo e tal.
Aí eu perguntei o que eu tinha a ver com aquilo, aí ele disse que só pensava em mim e que estava
sentindo a minha falta. Eu disse que ele era o meu passado e que foi um passado muito ruim. Aí
ele choramingou, pediu desculpas e implorou pra gente se encontrar. Mais uma vez eu disse não.
Aí ele perguntou se tinha outro e eu disse que não.
- Por que não disse que sim?
- Quer que ele saiba sobre a gente?
- Sei lá... isso importa?
- Claro que importa. Por mais que ele também tenha teto de vidro, não é nada interessante que
ele saiba sobre você. Eu mesmo não quero.
- Por que?
- Ah, sei lá. Mas acho melhor sempre nos preservar.
Por mais que o Caio tivesse dispensado o Vinicius, eu fiquei chateado com ele. Não sei bem o
porquê. Era como se o Caio tivesse dado brecha, apesar de não ter dado:
- Foi só isso?
- Não. Eu disse para ele não me ligar mais. Disse que eu não gostava mais dele e que queria
distancia.
- E não gosta mesmo?
- Não, seu idiota.
- Será?
- Ora, por que eu estou com você, então?
- Não sei, me diga você!
- Ai, bobo, bobo, bobo.
23 jun
Marlon
Ele puxou a minha taça de sorvete e ficou tomando. Eu fiquei com a cara emburrada, olhando
para ele:
- Está uma delícia isso aqui.
- Você ainda gosta dele.
- Não, não gosto.
- Não foi uma pergunta, foi uma afirmação.
- E a sua afirmação é baseada em quê?
- No que eu sinto.
- Você não tem sentimentos muito confiáveis.
- Por que disse isso?
- Bom, se bem me lembro, uma vez você disse que eu estava apaixonado por você, quando na
verdade eu estava apaixonado pelo Vinicius. Você jurou de pés juntos para si mesmo que isso
era verdade.
- E?
- E eu não estava, lembra?
- Sei lá, parece que você dá brecha para ele, que me esconde coisas...
- Que história é essa? Eu não te escondo nada. Das vezes em que eu escondi, foi para o meu bem
ou o seu bem. Nunca omiti algo para te magoar.
- Eu sei, mas... ah, Caio, eu tenho ciúmes dele.
- Eu sei, por isso que estou te contando. Eu poderia muito bem nem ter falado. Poderia ter dito
não para ele e ter deixado para lá, já que eu não te trairia mesmo. Mas eu preferi te contar.
- É, eu sei.
- E então?
- Ta, ta.
- E outra: dois corpos não ocupam o mesmo lugar simultaneamente. Leis da Física. Acredite!
- Hã?
- Não entendeu?
- Não.
- Burro. Toma o teu sorvete que eu vou voltar ao trabalho.
- Espera, me explica isso.
- Beijo, beijo – disse ele se levantando e me dando uma tapinha na testa.
23 jun
Marlon
Eu estava muito sem paciência para surpreendê-lo, então comecei a dar voltas de carro pelo
centro. Eu estava tenso. Eu estava chateado. Eu estava muito abalado por nada. Depois de muito
rodarmos calados, ele quebra o silêncio:
- Então é assim que você vai se comportar sempre que alguém me cantar?
- Como você quer que eu aja?
- Que pelo menos confie em mim. Acho que é o mínimo.
- Eu sei que você não me traiu.
- Não é bastante. Você ficou com raiva de mim. Parecia que eu era o culpado.
- Eu sei que você não era o culpado.
- Então por que me culpou? – perguntou ele meio bravo.
- Eu fiquei mexido com essa ligação.
- Por que? – perguntou ainda bravo.
- Porque eu tenho medo dele.
- Medo do Vinicius? Hahahahahaha – risada irônica – que ridículo!
- Não é ridículo. Tenho medo de perder você.
- Seu medo é ridículo! – disse ele mais bravo ainda.
- Você me ofende ao dizer isso.
- Você me ofende também. Estou dando o troco.
- Você sabe que a sua ironia é cruel, principalmente quando você a faz para me atingir.
- A intenção é essa.
Marlon
- Ah, não sei quando. E o “como” é a forma misteriosa que você usa para conversar comigo, para
me dizer coisas. É diferente de todo mundo.
- Então agora a forma como eu me comporto para te surpreender, para te agradar é falsa?
- Não quis dizer isso.
- Mas disse – ele gritou.
Eu já havia percebido que ele tinha dado dimensões muito maiores do que realmente era. Eu não
tinha idéia de que ele estava tão magoado. Eu realmente o tinha ferido. Eu parei o carro no
encostamento e o olhei. Ele estava lacrimejando:
- Amor, eu não sabia que você tinha ficado tão chateado.
- Mas eu fiquei – disse ele agora baixo.
- Por que? Me faz entender!
- Porque eu estou apostando todas as minhas fichas no nosso relacionamento. Eu nunca estive
envolvido em algo tão maduro e concreto. Estou dando tudo de mim. Não admito de forma
alguma que você desconfie de mim, tampouco ache que eu minto para você. Não admito mesmo.
- Mas eu nem percebi que estava dizendo essas coisas.
- O que torna pior. Você disse nas entrelinhas, disse sem querer, sem saber, mas disse o que
sente. Ou seja, quem mente aqui é você. Não te escondo nada.
- Esconde sim. Você não me disse que seus pais sabiam da gente.
23 jun
Marlon
- Amor, eu... eu não fazia idéia que você iria ficar assim. Me perdoa!
- Esquece, eu estou exagerando mesmo.
- Não, não. Se você ficou desse jeito, alguma coisa eu fiz.
- Não, eu que estou exagerando mesmo.
- Me fala, o que está acontecendo?
- Eu já disse: estou apostando muito em nós.
- Que bom, meu amor, mas por quê que isso é um problema?
- Estou com medo.
- De quê?
- Eu nunca senti isso.
- Isso o quê?
- Ai, Marlon, não faz idéia do que eu estou sentindo?
- Não.
- Amor, Marlon, amor! Que merda, você não enxerga isso não?
Eu deveria ficar muito feliz, mas fiquei surpreso e confuso:
- Mas... ai, ai, ai, por quê que eu não estou fazendo as conexões na minha cabeça?
- Dois corpos, um mesmo lugar. Lembra?
- O que isso significa?
- Que eu não posso gostar do Vinicius ou de outra pessoa, se de quem eu gosto mesmo é de você.
- Oh, meu amor. Que lindo!
- Não é lindo, é apavorante.
- Por que?
- Porque isso é novidade para mim. Não sei lidar com isso, ainda!
- Mas eu estou aqui. Eu estarei sempre aqui.
- Desconfiando de mim? Achando que eu te escondo coisas? Eu já estou nervoso e você me
aparece dizendo essas coisas...
- Desculpa.
- Lembra que eu te disse que eu consigo controlar meus sentimentos? Pois é, eu não consigo
mais.
- Bobo, e nem precisa. Eu não vou te abandonar. Eu te amo.
Ele me olhou, enxugou as lágrimas, ele estava com uma cara ainda raivosa, mas, pela primeira
vez, ele disse:
- Eu te amo!
23 jun
Marlon
Finalmente ele tinha dito as três palavrinhas mágicas. Palavrinhas que eu esperei muito tempo
para ouvir. Mas quando esse dia finalmente chegou, eu não senti o que eu achava que sentiria,
nem foi do jeito que eu imaginei. Ele disse que me amava, foi sincero, verdadeiro, do fundo do
seu coração, mas não senti a emoção de ser amado. A culpa não tinha sido dele, mas do
momento. Na verdade a culpa foi minha. Ele estava tentando ser um bom namorado, me
contando tudo, me deixando por dentro de sua via e eu o tratei como um qualquer. Nem mesmo
consegui identificar as minhas palavras erradas.
Ele disse:
- Eu te amo! Vamos embora daqui, me leva para casa – disse enquanto enxugava as lágrimas.
Foi horrível. A vida tem dessas coisas, eu sei. Mas quanto tempo eu não esperei por aquelas três
palavrinhas? Odiei-me. Odeio-me até hoje. O deixei em casa, ele me selou com um beijo rápido
e disse “Tchau”. Subiu pelas escadas do condomínio e sumiu.
Eu não entendi como tínhamos chegado até aquele ponto. No momento em que ele me contava
sobre o Vinicius, se comportava, falava em tom cordial, amigável. Tentou me mostrar que estava
calmo em relação a isso, para que eu não achasse que ele tinha ficado mexido com essa ligação.
Mesmo quando o mandei à merda, ele foi gentil. Mas chegou um ponto em que o meu exagero
causou o dele. Não me perdoei.
Poxa vida, ele disse, enfim, “Eu te amo!” seguido de um “Vamos embora...”. Decepcionante. Á
noite, nesse mesmo dia, eu ligo para ele:
- Oi.
- Oi.
- Tudo bem?
- Tudo.
- Escuta, você ainda está chateado comigo?
- Não estive chateado com você. Eu só estou confuso.
- Quanto ao fato de você me amar? – perguntei assustado.
- Não, disso eu tenho certeza. Estou confuso, pois não reconheço a minha reação a isso. Eu me
sinto bem em te amar, mas é como eu te disse, não me controlo mais.
- Você não precisa ter medo disso.
- Sinto como se dependesse de você. Perdi minha autonomia.
23 jun
Marlon
- Eu também perdi a minha, mas eu gosto de depender de você, porque você sacia as minhas
necessidades como homem e como ser.
- Idem, mas não é simples assim. Eu preciso de tempo para analisar tudo e voltar a me
reconhecer, reconhecer quem eu sou agora, reconhecer minhas reações.
- Você está pedindo um tempo?
- Não.
- Mas você disse que precisa de tempo...
- O que eu quis dizer é que você precisa ter calma comigo. Eu posso parecer estranho por esses
dias. Principalmente agora que você sabe que eu te amo.
- Eu espero quanto for preciso. Amor é isso.
- Eu sei. Agora eu sei.
- Me perdoa, tá?
- Não esquenta.
- Eu te amo!
- Eu também te amo.
Então a vida foi seguindo. Eu o amava, ele me amava e estávamos felizes. Mas chegou a um
ponto em que esse jogo de esconde-esconde começou a atrapalhar de verdade. As minhas
constantes saídas com o Caio, mesmo acompanhado por outras pessoas, e as várias vezes em que
eu dormia fora de casa causavam curiosidades na minha família. Os fins de semana eram
explicáveis, mas e os outros dias? E depois, fazia tempo que eu não namorava. Explicar era
difícil. O pior era mentir, mas não porque eu achasse horrível mentir, mas porque a cada mentira
eu me impedia de ser verdadeiramente feliz.
Anular-me para que outras pessoas fossem felizes me magoava. Foi o momento mais feliz da
minha vida, até então, mas também foi o mais estressante:
23 jun
Marlon
Tudo o que eu queria era passar mais tempo fora de casa e fora do seio da minha família. Quanto
mais distante eu estivesse deles, menos explicações eu teria que dar. Mas eu sempre retornava e
sempre teria que dar satisfações:
- Eu não agüento mais, Caio. É um saco. Eu choro sempre quando estou em casa, no quarto.
- É assim mesmo, você tem que se acostumar.
- Nossa, pensei que você fosse me dar algum tipo de apoio.
- E estou dando. Quanto antes você se conformar, mais cedo você vai melhorar com essa
situação.
- A tendência é piorar.
- É, eu sei.
Festa na casa de amigos é sempre uma boa. Você é quem você é de verdade. Pelo menos deveria
ser assim. Principalmente na casa do Tom, onde todos ali sabiam que ele era gay. O Caio, porém,
ficou distante a noite toda. Eu não entendi. Eu o abraçava, mas ele afastava os meus braços
discretamente. Ficamos encostados na escada, Claudinha, seu namorado, Caio e eu:
- Quer cerveja? – perguntei a ele.
- Não, valeu.
Eu fui abraçar a sua cintura, mas ele se esquivou. Eu fiquei chateado e fui tentar de novo e ele
mais uma vez se esquivou:
- Tudo bem?
- Tudo, cara.
- Cara?
- Não posso te chamar de cara?
- Pode, mas você não tem esse costume.
Encostei-me na escada de novo e fiquei tomando minha cerveja emburrado. O Caio parecia não
se importar. Eu estava muito chateado, mas sou daquele tipo de homem que, quanto mais fica
chateado com o namorado, mas quer agarrar, beijar, curtir. Mesmo raivoso. Então, eu fui tentar
mais uma vez e mais uma vez ele se esquiva:
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23 jun
Marlon
Eu cruzei os braços e encostei um dos pés na parede. O Caio deixou pra lá e foi ficar com o
grupinho de amigos gays do Tom. Ele logo se soltou. Eu o via rindo e conversando de maneira
empolgada com os rapazes, mas eu não tinha ciúmes porque todos eram passivos e muito
afeminados. Eu sabia que eles não faziam o tipo do Caio. Só fiquei com raiva porque ele me
abandonou.
Eu também fiz pirraça e não o procurei mais na festa. Foi quando eu conheci uma menina. Ela
era bonita, bem vestida, morena clara e bem falante. Percebi que ela ficou muito interessada em
mim, mas me fiz de ingênuo e não dei atenção. Ela era amiga do namorado da Claudinha,
portanto, não pude fugir dela, pois as únicas pessoas que eu conhecia ali, além do Caio, eram a
Claudinha e seu namorado.
Depois de um tempo, o Caio voltou. Nem parecia que tínhamos nos desentendido, mas também
ele não ficou ao meu lado:
- Do que falam? – perguntou ele.
Ele chegou e eu o olhei nos olhos. Fiz uma cara de bravo (charme de namorado). Ele olhou, mas
nem ligou:
23 jun
Marlon
Eu olhei para o Caio e ele não demonstrou o mínimo de ciúmes, nem mesmo quando ela me
chamou de “Mar”. Na verdade ele continuou rindo e sendo o Caio extrovertido de sempre. Até a
Claudinha mostrou certa preocupação quando a Vitória me abraçou. A partir daí a coisa piorou.
A conversa começou a ficar ao pé do ouvido:
- Mar, você não tem namorada não, né?
- Não.
- Nossa! O que acontece com essas mulheres? Um homem como você solto por aí.
Eu ri. Ri mais pelo nervosismo que pela vergonha. Quanto mais ela falava, mais intima a
conversa ficava. Para adiar o processo, eu me fazia de idiota. Ela quis ir ao banheiro e chamou a
Claudinha com ela. Na certa, foi pedir ajuda, pois eu estava “idiota” demais. Foi a oportunidade
que eu tive de falar com o Caio:
- Você não está percebendo isso não? – perguntei bravo.
- Percebi, claro – disse ele calmamente.
- Não vai fazer nada?
- O que eu posso fazer?
- Bem, pelo menos você sabe que a culpa não é minha.
- Sei sim, Marlon. Fique tranqüilo. Se você quiser ficar com ela, tudo bem.
Eu simplesmente congelei: congelei meu corpo, minhas reflexões, minhas reações... foi a coisa
mais estranha que ouvi:
- Como assim?
- Se você quiser ficar com ela, pode ficar.
- Não entendi.
- Entendeu sim, Marlon, é isso mesmo.
- Por que eu ia querer uma coisa dessas?
- Ah, para despistar.
- Mas...
23 jun
Marlon
Eu não tinha o que dizer. Entrei em pane. Não me vinham palavras. A única coisa que eu fazia
era girar a cabeça de um lado para o outro, demonstrando a minha falta de compreensão. Depois
as meninas voltaram do banheiro, a Vitória deu um tempo com a gente, depois foi dar uma volta:
- Relaxa, Marlon, eu só disse que você não ia ficar com ela, pois a menina que você é afim
também está nesta festa, ok?
- Tudo bem, Claudinha, valeu!
- É a revolução sexual, minha gente. Agora as mulheres também caçam – disse o Caio
ironicamente.
- Caçam mesmo. Principalmente quando o namorado deixa ao vento.
- Ai, Marlon, não faz drama.
Senti-me extremamente ofendido com aquilo. Para mim aquela festa tinha acabado:
- Eu vou embora, você vai? – perguntei irado.
- Vou.
Despedimos-nos de todos e saímos. Entramos no carro, mas foi só o tempo de eu rodar a chave e
virar na primeira esquina:
- O que foi aquilo, hein? – perguntei bravo.
- Nada.
- Nada? Você me empurrou para a menina!
- E?
- Como “e”?
- Ué, você queria ficar com menina?
- Como você pode me fazer uma pergunta dessa? Eu não entendo nada!
- Tudo o que você fizer para despistar é bem vindo. Não me preocupo.
- Caio, estamos falando de eu ficar com outra pessoa, de te trair. Ainda mais na sua frente.
- Eu agüento.
- Desculpe, mas eu não tenho esse sangue frio não.
- Tudo bem, amor.
- Tudo bem nada, Caio. Você... você me deu forças para ficar com outra pessoa. Seja homem,
seja mulher. Você... não tenho palavras.
- Seja mulher, tudo bem. Seja homem, não.
- Faz diferença? – gritei.
- Faz. Eu sei que você não sentiria prazer com ela.
- É traição!
- É pelo seu bem.
- Meu bem? Eu sei o que é o que me serve de bem. E outra, por que você ficou fugindo de mim?
- Marlon, você não assumiu ainda. Tem que maneirar.
- Estávamos entre amigos, qual o problema?
- Mas tinham pessoas que não sabiam. Como a própria menina mesmo.
- Que se fodam!
23 jun
Marlon
Como uma pessoa, que conquistou meu coração, poderia ser a mesma a dizer palavras tão duras?
Como o mesmo Caio, que possui uma legião de admiradores, pode ser o mesmo cara que me
trata com frieza justamente quando estou mais carente?
- Você conseguiu, Caio. Parabéns! – comecei a chorar – Estou chorando e, pelo visto, você não
se comove.
23 jun
Marlon
- Eu me comovo, me vejo em você em épocas passadas. Mas não vou te consolar. Não hoje.
- Afinal de contas, namorado só serve para transar e para empurrar um companheiro para uma
traição, não é?
- Não vou alimentar essa discussão.
- Você me surpreende cada vez mais.
- Não vou fazer o seu jogo.
- Que jogo? Está maluco? – gritei irado.
- Não.
- Sai do meu carro, Caio.
Ele não pensou duas vezes e, como se nada tivesse acontecido, ele abre a porta do carro e vai
descendo calmamente. Quando ele põe o primeiro pé no chão, eu o interrompo, puxo sua perna
para dentro e travo a porta. Ele fica calado, eu enxugo minhas lágrimas:
- Não negue que a sua atitude me fez inferior. Não negue que você me anulou hoje.
- Não vou negar nada, não falo mais nada.
- Eu quero uma explicação.
Ele ficou calado:
- Eu exijo, Caio. Você me deve isso. Tudo o que eu fiz por você...
- Não te devo nada, Marlon – disse calmamente.
- Deve e pague agora! – gritei mais uma vez.
Eu o olhei, então. Ele me olhou em resposta. Ele agitou a cabeça de um lado para o outro,
demonstrando negação. Estalou os lábios, desdenhando do meu choro. Fez um “tsc, tsc, tsc” e
continuou:
- Eu estou aqui para te apoiar, para te fortalecer... – eu o interrompi.
- Você... – ele me interrompe imediatamente.
- Você disse tudo o que poderia dizer. Agora é minha vez!
Ficamos calados: eu fiquei assustado com a imperiosidade dele; ele calou-se para se certificar de
que eu tinha me calado:
23 jun
Marlon
- Você é imaturo, ingênuo, bobo, tolo, estúpido, idiota e há vários outros adjetivos que posso te
oferecer – ele tecia o discurso calmamente – mas te ofereço o adjetivo de infantil. Infantil, pois
lembra infância, que lembra juventude, aprendizado. Vou parecer arrogante agora, mas que se
dane: você tem que aprender muito comigo. Você está na condição de “enrustido”, como dizem,
por opção sua. Você não se sente seguro para assumir o que você é e eu acho isso normal, acho
isso natural. Na minha época, eu sabia que ser gay era errado – ele disse a palavra “errado” com
os dedos indicando as aspas – e eu vivia triste, chorando pelos cantos, pensando em fugas. Mas
eu logo percebi que ninguém ligava. Ninguém se importava e ninguém sentia o que eu sentia. E
por isso eu fui chorar mais? Por isso eu fui dar uma de filósofo e indagar o porquê de o mundo
ser assim? Não estou dizendo para você ser amargo, mas te peço para cair na real. Se tem uma
coisa que eu odeio é gay chorão. Gay que não cai na real. Mas tem uma coisa que eu aprovo e
muito: apoio mútuo. Todo mundo precisa de cálcio, e eu me considero o seu. E sou com todo
prazer. E mesmo que você chore até o fim da sua vida e fique questionando o porquê de o mundo
ser do jeito que é, eu vou estar aqui. Mas não admito gays que pausam nessa fase dos “porquês”.
23 jun
Marlon
- Merda! Não há ninguém por nós. Não defendemos tanto a idéia de que somos homens, mesmo
sentindo atração por outros homens? Então sejamos esses homens, que defendemos tanto, e
vamos à luta. Seja dentro ou fora do armário. Não estou dizendo que sou contra a luta pelo
preconceito. Pelo contrário, sou a favor que se reprima qualquer tipo de opressão, mas nós só
vamos conseguir isso quando pararmos de sentir pena de nós mesmos. Você não se sente a
vontade em assumir para a sua família. Ótimo! Não me oponho a isso, sei o quanto é difícil. Mas
você quer mesmo ficar seguro dentro do seu armário? Assuma as conseqüências e as encare
como homem. Você acha que ficar com aquela menina hoje seria traição? – ele soltou uma
risadinha irônica – besteira. E é por isso que você me parece infantil. Há gays que procuram a
própria morte por não agüentar mais viver sobre pressão e daí me aparece você, um cara que tem
tudo na vida, cheio de dengo dizendo “Ah, assim você me ofende!”. Me poupe, Marlon. Repito,
estou aqui para o que der e vier, mas aprenda que a vida é alicerçada por regras. Quer quebrá-
las? Não me oponho. Vai ser difícil? Com certeza. Você agüenta? Sinceramente? Acho que não.
E isso tudo não quer dizer que eu não te ame. Isso tudo quer dizer que eu te amo o suficiente
para saber que eu tenho que fazer sacrifícios para que você seja feliz. Você acha que foi fácil
para eu ver aquela menina agarrada ao seu braço? Você acha que eu fiquei contente quando te
autorizei ficar com ela?
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
Eu não esperava que um dia o Caio fosse tão frio comigo. Ouvi tudo calado, com as lágrimas
escorrendo pela minha face. Depois de todo o sermão, ele concluiu:
- Não sei fiz certo ou se essa foi a hora certa de te dizer isso. Mas agora já foi. Fique bem, tente
descansar e dirija com cuidado.
Ele foi abrindo a porta para sair do carro, mas eu o detive:
- Para onde você vai?
- Vou pegar um táxi. É melhor.
- Pára, Caio. Eu te levo.
- Não, eu vou de táxi.
- Caio... – ele me interrompe.
- Amanhã você me liga – e desce do carro.
Senti falta de um abraço, de um carinho, um beijo... Faltou calor humano. Talvez aquelas
palavras secas fossem necessárias, mas faltou afeto. Pelo menos eu senti isso. Eu tentei não
chorar quando cheguei em casa, mas foi inevitável. Não sei como, mas consegui dormir.
23 jun
Marlon
Tomei um banho rápido, comi uma maçã e saí. Ele estava sozinho e sentado em um banco:
- O que foi, hein? – perguntei meio bravo.
- Nossa! Você ainda está bem desorientado da noite de ontem.
- Você não sabe nada.
- O Caio me ligou hoje de manhã.
Eu sentei ao lado dele e, demonstrando impaciência, perguntei:
- Ele te mandou me procurar?
- Sim e não. Ele me ligou contando o que aconteceu, demonstrou preocupação com você.
- E por que ele não me ligou?
- Porque ele achou melhor te dar um tempo.
- Sei.
- Aí eu percebi que ele queria noticias suas, mas ele não me pediu isso.
- O que você quer saber?
- Agora? Nada. Quero te dizer umas coisas também.
- Você também?
- Vai fazer pirraça?
- Por que você e o Caio me tomam como uma pessoa mimada?
- Porque você é.
- Não sou não.
- Ta, Marlon. Você não é.
- Eu estou falando sério.
- O seu problema é que você tem uma visão muito romântica sobre isso tudo que está
acontecendo. Esse seu namoro as escondidas... você acha tudo isso muito lindo. Acha que o
amor que um sente pelo outro é o bastante e que a única coisa que vocês têm que fazer é serem
fieis um para o outro; e que o Caio, por ser mais experiente, vai te dar conselhos e que você, por
ser mais forte, vai protegê-lo de tudo. Que toda semana, você vai ter um caso novo de
preconceito e vai correr para os braços do Caio chorar.
- Isso tudo parece piada na sua boca.
- E é.
- Então você não acha que o amor é o bastante?
- Claro que é o bastante. Só que a visão que você tem de amor é muito infantil. Amor é
maturidade, é sobriedade e é consciência. Amor foi o que o Caio demonstrou quando te
autorizou a ficar com aquela menina da festa de ontem.
- Não me venha com essa. Você faria isso com o Luciano?
- Viu só? Não se trata de gostar ou não. Não se trata de atender os desejos mais latentes. Se trata
de saber o que é necessário e, mesmo que isso vá de encontro com os nossos desejos, fazê-lo
com maturidade. O Caio fez isso porque era necessário.
- Mas eu não queria.
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23 jun
Marlon
- Ele te obrigou? Que eu saiba não. Ele te ofereceu uma oportunidade, só isso.
- Oportunidade de que? De eu provar para mim mesmo que não gosto de mulher?
- Ai, viu só? Está vendo como você é cheio de mimo?
- Eu não entendo o porquê dessa perseguição comigo.
- Você dá dimensões que não existem para as coisas. Ele sabe que você não gosta de mulher, ele
sabe que você não quer ficar com uma, ele sabe disso tudo. Mas, para todos os efeitos, você é
hétero, então você tem que pelo menos aparecer com uma menina vez ou outra.
- Não tenho não.
- Ótimo, então se foda.
- Não precisa ser grosso.
- Ah, precisa sim. Pra ver se você acorda, Marlon. Ou você aprende logo, ou você vai se ferrar
no futuro. Pare de fazer birra, porque o Caio não quer o seu mal.
23 jun
Marlon
- Claro!
- Na frente de todo mundo?
- Que “todo mundo”? Um bando gays amigos seus?
- Ah, claro, porque todo gay é confiável, não é? Gay é humano também e, assim como todo ser
humano, gay também fofoca, também faz maldade. Alguém ali poderia te conhecer ou nem isso,
poderia simplesmente um dia te ver em outro lugar e dizer “Olha ali aquele cara que ficou com o
Caio na festa do Tom” e aí isso se espalha. Resumindo: adeus privacidade, olá mundo-cruel.
- Que exagero!
- Marlon, então assuma logo, vá! – disse ele impaciente.
- Não preciso fazer isso agora.
- Mas é o que vai acontecer mais cedo ou mais tarde, se você continuar desse jeito.
- Essa cidade é grande o bastante para eu namorar em paz.
- Como você é ingênuo. Você quer esperar o momento certo para contar aos seus pais, não é?
Então se comporte.
- Ta, ta. O que mais o Caio disse?
- Nada, só ficou preocupado se foi muito duro com você.
- Você não acha que ele foi?
- Não. O que talvez ele tenha errado foi a hora de te contar isso. Mas como você estava fazendo
pirraça, foi necessário ele te abrir os olhos naquele momento.
- Ele foi muito seco!
- Você merecia. Você precisa perceber logo que ninguém espera por nós. Ou a gente se vira ou
viram a gente.
Apesar de eu estar um pouco chateado com o Caio, percebi que as razões que o levaram a dizer
aquelas coisas na noite anterior foram as mais generosas. Mais por saudade que por outra coisa,
eu decidi procurá-lo e fazer as pazes. Assumi a culpa, mesmo não me sentindo culpado e
voltamos a ser namorados como antes. Como no início de tudo.
23 jun
Marlon
Dias se passaram. Em um fim de semana, rolaria futebol como outro qualquer. Eu não queria ir,
queria passar meu fim de semana com o Caio:
- Vá, Marlon.
- Caio, eu não quero ir.
- Mas você tem que ir.
- Não tenho não.
- Marlon, são só algumas horas. Depois você toma um bom banho e a gente se encontra. O que te
custa jogar bola com os seus amigos? Não gosta mais de futebol?
- Gosto, mas prefiro você.
- É muito bom ouvir isso, mas é melhor você ir.
- Não quero, já disse.
- Tá, você quem sabe.
- Porra! Ta bom, eu vou!
Rolou tudo normal. Depois do jogo, ficamos conversando na arquibancada. Só alguns poucos
amigos ficaram. A conversa estava legal, até que alguém diz:
- É, vou chamar o Vinicius para te ensinar a jogar bola.
- Hahahahahahahaha, sai pra lá. Quem gosta disso é você.
- Hahahahahaha.
Não entendi de inicio, mas aos poucos a conversa ficava clara:
- Vou pedir para ele te pagar um boquete, ta bom?
- Ih, eu não, joga essa para o Ewerton.
- Seu pai, aquele viado-velho. Hahahahahaha. Joga essa para o Marlon.
- Eu?
- Aê, Marlon, foi premiado com o boquete do Vinicius.
- Por que vocês estão falando isso? Ele é gay mesmo?
- Claro que é, Marlon – disse o meu irmão, com um olhar de “Você sabe muito bem!”.
- Mas como é que vocês descobriram?
- Rapaz, vamos analisar a situação: ele não vem mais jogar bola, não está namorando aquela
menina que estuda com você, nem está pegando nenhuma outra há muito tempo, vive nas boates
da vida agora. Só dança música eletrônica. Isso é uma bicha louca!
Todos caíram na gargalhada. Todos acharam engraçado. Eu caí na gargalhada. Eu não achei
graça nenhuma.
O que mais me revoltou foi o fato de que eles falavam de forma grosseira sobre algo do qual eles
não tinham certezas, só suposições. “Analisaram” a atual conduta do Vinicius e decretaram: ele é
gay. O pior não é denominar alguém como gay, mas tratar o assunto de maneira preconceituosa
como estava sendo feita. E eu me pergunto: por que eu ri junto?
23 jun
Marlon
Uma risada que poderia ser comparada a um choro camuflado. Ridículo. No caminho para casa,
o Ewerton me questionou:
- Por que você perguntou se os caras tinham certeza de que o Vinicius era viado?
- Ué, queria saber como eles souberam.
- Pra que? Você já não sabia que era verdade?
- Sim, mas eu queria saber como eles souberam. Mas no fundo eles não sabem de nada, eles só
supõem.
- Claro que sabem. O Vinicius é viado e ponto.
- Bom, pelo menos eles não sabem o que ele te fez.
- É.
Nunca a questão homossexualidade me foi tão presente. Eu sempre ouvia falar dos gays, de
como eles eram depravados, nojentos e escrotos, mas nunca que isso tinha me tocado tão fundo.
Agora eu conseguia apreender tudo o que o que se falava sobre a homossexualidade e a pensava
de maneira diferenciada. Eu me magoava com cada risada, com cada palavra pejorativa. Eu me
magoava mais ainda porque eu ria junto.
Dizem que o bom é rir dos problemas. Nessa situação eu não achava nenhum pouco agradável.
Tomei o meu “bom banho” e corri para a casa do Caio. Mas antes de me encontrar com ele, me
interrompem:
- Já vai sair de novo?
- Vou, pai.
- Para onde?
- Vou para a casa do Caio, de lá a gente vai para a churrascada na casa de uns amigos.
- Aniversário de alguém?
- Isso.
- Vê se não vai beber demais, você volta dirigindo. Não esquece.
- Pode deixar, coroa.
- O Caio vai levar a namorada?
- Namorada?
- Sim, ele deve ter uma namorada, não?
- É, tem sim.
23 jun
Marlon
Eu mesmo era mestre em jogar verdes. O que o meu pai tinha feito não era diferente, mas ele
acreditou ter colhido o maduro. Ou pelo menos era o que eu pensava. Parecia inevitável: um dia
eu teria que me assumir. Mais cedo ou mais tarde. E a cada mentira que eu dizia ou a cada risada
que eu dava, eu sentia algumas contradições em mim. Ninguém, nem mesmo o Caio me anulava.
Eu mesmo fazia isso. Mentir, dizer que é hétero, rir de piadas homofóbicas, etc. tudo isso não é
diferente de ficar com uma menina. Na verdade é ainda pior hoje em dia, pois na nossa
sociedade das aparências, mais vale parecer do que realmente ser. Portanto, mentir surtia mais
efeito que executar. E tudo isso eu aprendi na faculdade: a questão da imagem. Hoje nós
idolatramos mais a imagem de uma coisa do que a própria coisa:
- Oi, Marlon. O Caio está no quarto.
- Ok.
- Caio?
Ele estava deitado na cama, escutando música através de fones de ouvido. Como ele estava de
olhos fechados, não me viu. Eu sentei em sua cama (que agora era tão minha quanto dele) e
toquei em sua perna. Ele abriu os olhos, me sorriu e se ergueu:
- Oi!
Eu não pude suportar. Caí aos prantos nos braços dele. O Caio, no entanto, me abandonou na
cama, levantou-se, trancou a porta, apagou a luz e tirou toda a minha roupa, me deixando só de
cueca. Depois ele se deitou ao meu lado, pôs um dos fones de ouvido em mim e nos abraçamos.
Ele me fazia cafuné e eu chorava. Eu comecei a chorar alto demais, então o Caio desligou os
fones e ligou o micro system. Não falamos nada. Acabamos dormindo. Umas duas da
madrugada, meu celular toca. Era a minha mãe:
- Você está onde?
- Na churrascada.
- Onde?
- Na casa de uns amigos. Eu volto de manhã. Não se preocupe, eu vou ficar bem.
- Meu filho, você me deixa preocupada. Você todo fim de semana dorme fora: sexta, sábado e
domingo.
- Mãe, sermão agora não, né?
- Ta bom. Cuidado.
23 jun
Marlon
Beijamos-nos apaixonadamente, enroscamos nossas coxas umas nas outras. As minhas pernas
estavam molhadas de suor em contrapartida com as do Caio, que estavam frias. Eu sentia todos
os pêlos dele riscando as minhas virilhas. O beijo foi ganhando mais forma quando nos
percebemos excitados:
- Por que tudo não pode ser somente desse jeito?
- Não sei.
- A gente poderia passar o resto da vida na cama.
- Não seria nada mal.
- Meu dia foi horrível hoje.
- Percebi.
- Por que não falou nada desde que eu cheguei?
- Porque você também se calou. Achei melhor deixar você desabafar quando estivesse a vontade.
- Mas pensando bem, prefiro não falar.
- Você quem sabe, meu amor.
E voltamos a nos beijar. Preferi não falar nada porque, afinal de contas, isso implicaria em falar
sobre o Vinicius. Então ficamos aos beijos, nos enroscando mais e mais. Meu pênis não estava
mais confortável dentro da minha cueca e ele foi se livrando das amarras, sozinho. Depois, não
sei com que mágica, eu senti as mãos do Caio me tocando. Mágica sim, pois estávamos muito
grudados para que uma mão passasse entre os nossos corpos. Mas enfim, ele conseguiu e que
bom que ele conseguiu. Eu já estava todo lubrificado. Depois ele começou a chupar com força o
meu pescoço e me fez soltar um gemido muito alto. Ele parou imediatamente:
- O que foi?
- Você gemeu muito alto – disse ele rindo.
- Ah, desculpa – eu ri também – Será que seus pais ouviram?
- Acho que não, o som ainda está ligado.
- Nossa! Esse tempo todo? Vamos desligar.
- Não, bobo. Deixa ele ligado.
23 jun
Marlon
E retomamos os beijos:
- Não, chupe o meu pescoço de novo, vai.
- Hahahahaha, ta!
Eu me contorcia com cada chupão. Delicioso. Ele me chupava em cima e me acarinhava
embaixo:
- Tira a minha cueca, Caio – choraminguei.
- Pega a camisinha no criado-mudo.
- Não estão mais no guarda-roupa?
- Não. As coloquei aqui porque é mais perto.
- Safadinho.
Eu peguei a camisinha e imediatamente a desenrolei em mim. O Caio ficou deitado ao meu lado,
tirando a cueca. Depois eu parti para cima dele, abri mais as suas pernas á medida em que eu
erguia os seus quadris para alcançá-lo. Depois da primeira penetração, nos grudamos e deixamos
que os movimentos lentos nos guiassem. Ele não parou de chupar o meu pescoço e eu, de tanto
desejo, mordia a fronha do travesseiro. Ele começou a arranhar as minhas costas de leve e depois
desceu os dedos para as minhas nádegas, mas ele não alcançava o meu ânus. Eu comecei a
penetrá-lo mais forte e o invadia por completo. Ele ficou mais excitado, parou de me chupar o
pescoço e começou a gemer no meu ouvido. Não há estímulo melhor que gemidos ao pé do
ouvido. Geralmente quando começamos com uma posição, não mudamos até ejacularmos.
Estávamos muito suados. Não tardou e eu gozei. Depois de tudo, eu o beijei apaixonadamente e
agressivamente. Ainda estava no gás:
- Pega outra camisinha - pediu ele.
- Então não sou só eu quem está fominha hoje, hein?
23 jun
Marlon
- Está tão vermelhinha, essa cabecinha. Vai, deita aí que eu vou te chupar, Sr. Caio.
Ele se deitou, abriu as pernas e eu me curvei para chupá-lo. Há muito que eu tinha aprendido
como se fazer o sexo oral corretamente e, ao que tudo indicava, eu também havia aprendido
como fazer o Caio “feliz”. Chupar não era o bastante. Eu tinha que chupar e morder o seu
abdome também. As vezes eu chupava as suas coxas internas. Mas o meu dedo dentro do ânus
dele, enquanto eu fazia o oral, era lei. Demorou bastante, o Caio se contorcia muito com a minha
boca:
- Amor, eu vou gozar.
Então eu parei e fiquei mordendo a barriga dele. O impedi de gozar:
- Marlon, parou?
- Sim.
- Por que?
- Pra deixar você doido.
- Não! Me punheta aí, vai.
- Peça com jeitinho.
- Oh, Marlon, vai.
- Implore.
- Vem cá, vem.
Ele me chamou com as mãos para que eu me deitasse em cima dele. Ele começou a chupar e
morder a minha orelha, me deixando todo arrepiado. Depois ele sussurrou:
- Vai, gostosão, me faz gozar.
Então eu voltei a chupá-lo e, quando ele me avisou de novo sobre a ejaculação, eu tirei a minha
boca e o masturbei com os dedos polegar e indicador, somente na glande. Ele atirou na palma da
minha mão um jato quente de esperma. Ficou com a boca entreaberta e ofegando. Com os olhos,
esmolou um beijo. Eu me deitei sobre o seu corpo, o beijei tão intensamente que até esqueci que
tinha posto a camisinha. Dormimos, enfim, assim.
23 jun
Marlon
Nada melhor, depois de um dia de tensão, dormir nu e coladinho com quem a gente ama. O Caio
sempre me foi um ombro gentil e atencioso. Além do mais, ele me entendia. Mesmo que as
vezes a gente tenha se desentendido. Depois daquela noite, eu fui para a casa pela manhã. Todos
ainda estavam dormindo, então fui para cama descansar de verdade. Afinal de contas, quando
você dorme com alguém, você não descansa de fato, mas no almoço, antes de ir para a aula, eu
tive uma surpresa:
- Marlon, o que isso no seu pescoço? – perguntou meu pai.
- Isso o que?
- Esse roxo. Isso foi um chupão?
Eu gelei nesse instante. Pensei que naquele momento eu tinha sido descoberto e ignorei
totalmente que aquele chupão poderia ter sido feito por uma menina, por exemplo:
- Quem foi a menina que te fez isso? – perguntou o meu pai rindo.
- Ah, eu não lembro o nome dela.
- Nossa! Hahahahahahaha.
- Pois é.
- Mas faz tempo que você e essa menina estão ficando?
- Se eu nem lembro o nome dela...
- Pô, mas já está na hora de arrumar uma namorada não é?
- Ah, pai, esse papo de novo?
- Ué, mas você não quer uma namorada?
- Meu irmão é mais velho que eu. Por que você não cobra uma noiva dele?
- Por que seu irmão é espírito livre, você sabe.
- Pronto, então eu também vou ser espírito livre.
- Mas você não combina com isso.
- Como o senhor sabe? Estou de saco cheio dessa cobrança.
Ele se movimentou dando a impressão de que iria falar alguma coisa, mas calou-se. Percebi
naquela hora que ele temia que eu fosse gay. Na verdade era somente uma suposição, mas dizem
que no fundo todos os pais sabem, mas não querem enxergar. Me arrumei e fui para a faculdade.
23 jun
Marlon
Na sala de aula eu já não tinha tantas preocupações em parecer gay. Até porque era comum ser,
dentro do meu curso e os héteros nem se importavam. Mesmo o Caio as vezes chamando a
minha atenção, até ele me deixava solto um pouco para tocá-lo e abraçá-lo. A cada dia que
passava, eu visualizava a cena em que eu me assumiria. Mas ao mesmo tempo, eu presenciava
com mais força o preconceito dentro da minha família e amigos. Não que esse preconceito tenha
aumentado, mas é que só agora eu o percebia como algo ruim.
- Caio, quando eu me assumir, você vai comigo?
- Por que você está me perguntando isso?
- Ué, um dia eu vou assumir.
- Eu sei, mas você está perguntando isso por que acha que isso vai acontecer agora?
- Não sei, não sei de nada. Eu só quero saber se você iria comigo.
- Claro, se você quiser.
- Você seguraria a minha mão enquanto eu falo.
- Bem, se eu segurar a sua mão enquanto você fala, você não vai precisar dizer mais nada – disse
ele rindo – mas se você quiser, segurarei com todo gosto. Por que você já está se preocupando
com isso, coração? – perguntou ele carinhosamente e cheio de dengos.
- Olha o meu pescoço – disse eu esticando a cabeça.
- Nossa! Eu que fiz isso?
- Quem mais?
- Como eu estou violento!
- Hahahahaha, gostoso!
- Gostoso é você.
- Meu pai perguntou quem me fez isso.
- Aí você disse que foi violentado na rua. Acertei?
- Não, besta. Disse que uma super gata me chupou a noite toda.
- Adoro uma baixaria.
- Mas falando sério: isso é tão chato.
- Você já deveria ter se acostumado.
- Não é fácil assim.
- Eu sei, mozão, mas vai demorar um pouco até que você assuma. Fique ciente de que situações
como essa vão acontecer sempre.
- E tipo, eu acho que ele desconfia de alguma coisa. Não que eu seja gay, mas que está
acontecendo uma coisa estranha, sabe?
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23 jun
Marlon
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- Ele ligou aqui para casa, eu atendi e logo reconheci a voz dele. Ele ficou implorando para eu ir
encontrá-lo no shopping e eu disse que não ia com firmeza. Disse de saco cheio. Mas aí ele ficou
chorando, dizendo que estava muito solitário e eu disse que ele mesmo tinha procurado isso. Mas
eu não vou mentir que fiquei com pena dele.
- Pena? Ta louco? – berrei.
- É, Marlon. Eu sei que ele brincou muito comigo e eu tenho muita raiva disso sim. E a minha
pena não significa o que você está pensando. É só solidariedade homossexual, você sabe.
- Não sei.
- Sabe sim, não seja infantil.
- Ta, o que mais ele disse?
- Insistiu só e eu disse que não. Aí ele disse que viria me buscar aqui em casa daqui a pouco e eu
disse que não ia atender.
- Ele vem?
- Acho que não. Relaxa!
A conversa acabou. Ficamos calados. Eu abaixei a cabeça e fiquei inerte. Depois de algum
tempo, ele pergunta:
- Continuo sem beijo.
Eu permaneço calado e de cabeça baixa:
- Você está pensando na sua mãe não é?
- É.
Ele se levantou da cadeira do computador e sentou-se ao meu lado. Abraçou-me e encostou sua
cabeça no meu ombro. Eu pus minha cabeça sobre a dele. Ficamos um tempo assim. Depois ele
saiu:
- Volto logo.
Eu fui para o computador e fiquei fuçando o Orkut dele. Sempre fui ciumento com ele. Ele volta
com uma fatia de bolo e um copo de suco:
- Está fazendo o que, hein? – fingiu uma bronca.
- Mexendo aqui. Quero ver o que você tanto faz.
- Bestão! – disse ele enquanto punha o prato e o copo em cima da mesa.
- Bestão uma ova.
Ele sentou na cama e ficou me olhando. Ele mexia a cabeça de um lado para o outro, como sinal
de reprovação para o meu ato:
- E aí, descobriu quem é meu amante?
- Ainda não.
- Hahahahaha, come o bolo logo!
Eu tirei as mãos do teclado, pus o bolo no meu colo e fiquei comendo:
- Você quem fez?
- Claro. Quem mais cozinha nessa casa?
- Já dá para casar, hein?
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
Passamos um dia ótimo juntos. Ficamos o resto da tarde na cama, só de cuecas e beijinhos. Não
transamos. E quem disse que não foi bom? Ficamos com nossas pernas enroscadas umas nas
outras, com nossas virilhas se tocando e nossos pênis eretos. Ficamos brincando durante todo o
dia.
Mentira! Transamos sim. Mas foi tão suave que nem pareceu que gastamos energia. Eu peguei a
camisinha no criado-mudo e pus em mim. Depois, de conchinha, fizemos amor. Eu me introduzi
nele, o abracei pela cintura e não desgrudamos. Por não haver movimentos rápidos, demoramos
muito. E que bom que foi assim. Ele gemia baixinho e eu chupava seu pescoço e orelha. Não
saímos dessa posição durante todo o ato e não dissemos nada, além de gemidos. Ficamos suados.
Entre as nádegas do Caio e as minhas virilhas era suor puro. Ele gozou antes. Ele se masturbava
enquanto fazíamos amor. Depois eu ejaculei. Ainda ficamos um tempo grudados. Eu gemi um
pouco mais alto no ouvido dele. Depois eu tirei a camisinha e ele me beijou. Fomos tomar
banho. Fizemos muita espuma e ficamos jogando um no outro. O banho foi rápido. Ficou tarde,
então fui para casa:
- Me dá um toque quando chegar em casa viu?
- Ta bom, coração.
Chegando em casa, encontro minha mãe, meu pai e meu irmão na sala:
- Oi, povo! – eu disse.
- Sente aqui, pois a gente vai conversar – disse o meu pai sério.
Eu fiquei um pouco assustado, pois para mim tudo era motivo de alertas. Eu me sentei ao lado do
meu irmão. Ele se levantou do meu lado e sentou em um dos pufs da sala. Eu estranhei. Eu olhei
para o meu pai:
- O que foi?
- Sua mãe disse que você a xingou hoje.
Eu olhei para a minha mãe, que se encontrava de cabeça baixa. Eu achei aquilo tudo muito
estranho:
- Quando eu fiz isso, mãe?
- Por que você xingou sua mãe? – meu pai insistiu.
- Eu não lembro de ter feito isso. Quando eu fiz isso mãe?
Todos ficaram em silêncio. Segundos depois, meu pai continua:
23 jun
Marlon
- Você anda muito apegado com o Caio ultimamente... – eu tremi por dentro – está sempre na
casa dele, vai cedo e volta tarde. Não adianta dizer que o Caio não é gay porque é visível que ele
é sim.
Eu olhava meu pai com estranheza:
- Antes, eu quero saber quando foi que eu xinguei você, mãe!?
- Não importa – disse o meu pai – o que você tanto anda fazendo com o Caio?
- Somos amigos.
- Você tem outros amigos, mas você só quer saber dele.
- Somos grandes amigos, estudamos juntos e nos vemos todos os dias. Obvio que temos
afinidade.
- Com um gay?
- Sim, com um gay! – desafiei.
- O que isso quer dizer?
- Quer dizer que não tenho preconceito.
- E os seus outros amigos? – perguntou meu irmão.
- Que amigos? Além do pessoal da faculdade, eu só tenho colegas.
- E os caras do futebol? – perguntou meu irmão.
- Faz tempo que nós não nos falamos com tanta freqüência, por isso não sinto falta deles.
- Quer dizer que você abandonou os amigos antigos por causa dos amigos novos, inclusive um
gay?
- Isso.
- Você acha isso certo?
- Não vejo coisa errada aí.
- Eu vejo. O que os seus novos amigos têm que os antigos não tem?
- Não tenho mais afinidade com nenhum deles. Minha vida se resume a faculdade, agora. Ou
melhor, a universidade. Pois eu não só estudo, também faço atividades extras na universidade.
Gosto do que faço e isso me ocupa todo o tempo. Nas minhas horas de folga, gosto de estar com
as pessoas que me fazem bem e essas pessoas não são mais os caras do futebol, nem nenhum
outro grupo de pessoas.
- É um gay que te faz feliz agora?
Fiquei um tempo calado:
- Isso tudo é por causa do Caio, ou vocês realmente estão preocupados com fato de eu ter
abandonado os antigos amigos?
- Tem a ver com o fato de que você não namora faz muito tempo, por exemplo – disse o meu pai.
- E isso significa, por acaso, que eu não fico por aí?
23 jun
Marlon
- Nunca mais você trouxe uma menina aqui em casa. Você trazia as meninas pro seu quarto.
- Não trago mais. O problema é esse? Ora, eu não vou trazer ninguém porque eu não estou
namorando ninguém. Se fosse namorada, eu trazia.
- E o Caio tem namorado?
- Eu não sei.
- Ué, vocês não são amigos?
- Mas eu não pergunto essas coisas.
- Ele é gay, pai! – gritou meu irmão.
Assustei-me com o grito. Mais com o grito que com a própria acusação. Meu irmão se levantou
do puf agressivamente e ia saindo. Meu pai se levantou e segurou meu irmão:
- Não diga isso. Seu irmão não é viado! – gritou meu pai.
- Ele é sim, você que não quer enxergar.
Eu me levantei e me tranquei no quarto. Antes que eu pudesse fechar a porta, ainda pude ouvir
meu pai gritando o meu nome. Não consegui chorar, eu só tremia. Meu pai começou a bater na
porta do meu quarto. Eu peguei o celular e liguei para o Caio:
- Oi mozão!
- Caio, vem correndo aqui para casa. Está na hora de você segurar a minha mão!
- O que houve, Marlon? – perguntou o Caio assustado.
- Vem pra cá, me salva!
Ele desligou sem ao menos se despedir. Meu pai continuava a desferir golpes contra a porta do
meu quarto e gritando o meu nome. Tive medo que ele arrombasse a porta antes que o Caio
chegasse. Fiquei de cócoras em cima da cama, esperando o pior:
- Marlon, abra essa porta!
Eu tremia e tentava imaginar o que viria primeiro: se seriam as agressões físicas ou verbais:
- Marlon, abra já essa porta. Saia para a gente conversar direito. Você está me ouvindo? Saia daí
agora!
Fiquei imóvel na cama. Não tinha nada para ser feito. Pelo menos por mim:
- Você não vai ficar aí para sempre. Eu vou esperar você sair – meu pai gritando
incessantemente.
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
Meu pai estava furioso. Ele me olhou com a cara mais raivosa que já vi na vida:
- Você quer que eu morra, Marlon? O que você está me aprontando? – chantageou o meu pai.
- Sejamos práticos. Vamos entrar e conversar – insistiu o pai do Caio.
- Você quer que eu morra? – perguntou meu pai.
- Não vamos resolver essa situação com ameaças.
- Quem é você, que vem na minha casa e ainda fala comigo desse jeito? – gritou meu pai.
- É melhor a gente entrar – disse o pai do Caio no mesmo tom calmo de sempre.
Entramos enfim. Eu e o caio ficávamos lado à lado, mas ainda não tínhamos segurado um a mão
do outro. Meu pai entrou e ficou de pé. Minha mãe estava sentada. A mãe do Caio se aproximou
e cumprimentou a minha mãe com um “Oi”; mas minha mãe só a olhou. Tive vergonha da falta
de educação dos meus pais. Todos ficaram de pé. Meu pai não tirava os olhos de mim. Eu não
conseguia parar de olhá-lo, mas não suportava mais ver os olhos dele. Foi quando o Caio
finalmente tocou a minha mão com os seus dedos até o momento em que ele segurou firme.
Quando ficamos de mãos dadas, senti a segurança do Caio, respirei fundo. Mas meu pai nos
olhou com surpresa, como se ainda não acreditasse. Minha mãe começou a chorar. Eu era motivo
de vergonha:
- Vamos direto ao assunto: seu filho e o meu filho se amam e namoram há algum tempo. Seu
filho é gay – disse o pai do Caio.
Meu pai sentou no sofá ao lado da minha mãe. Ele apoiou o rosto nas palmas das mãos e
começou a chorar. Minha mãe não agüentou e saiu da sala. Eu não senti pena dele. Curiosamente
achei aquela cena um tédio. Eu queria me livrar logo daquilo. Meu pai demorou a levantar a
cabeça, mas quando o fez...:
- Vocês acobertavam essa safadeza? – perguntou meu pai aos pais do Caio.
- Isso não é safadeza... – meu pai interrompeu.
- Isso é nojento. Eu não criei filho para um dia chegar alguém e corromper minha criação.
- Meu senhor... – meu pai interrompe outra vez.
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23 jun
Marlon
- Não sou seu senhor. Você é um depravado, que deixa o seu filho fazer orgia na rua. Seu filho é
um nojento, um anormal...
Meu pai continuou ofendendo o Caio com as piores palavras possíveis. Tive mais vergonha
ainda. Mas eu olhei para o Caio e para os seus pais. Eles olhavam o meu pai com uma paciência
que chegava a ser desconcertante. O imaginável seria que o pai do Caio partisse em defesa do
filho, contra as palavras do meu pai; que a mãe do Caio berrasse alguma coisa como “Não mexa
com o meu filho”; e o Caio, nesse momento, deveria estar chorando. Não. Os três observavam o
meu pai como se estivessem em um zoológico olhando para um orangotango. Meu pai berrou
todas as asneiras possíveis:
- ...o meu filho agora é essa coisa aí, que gosta de macho. Esse não é o meu filho. A culpa é de
vocês, que acobertam esse tipo de safadeza. Vocês deveriam ser denunciados para o juizado de
menores, por ter ludibriado esse menino. Meu filho agora é um palhaço de circo.
O Caio apertou a minha mão. Apertou com força. Contudo, ele não me olhava nos olhos. Ele não
tirava os olhos do meu pai. Parecia que o meu pai tinha esgotado todo o tipo de argumento
grotesco contra mim, contra o Caio e contra os seus pais e se calou, exausto. O pai do Caio
começou:
- Seu filho nasceu assim... – meu pai interrompe de novo.
- Não nasceu assim não. Isso é culpa das más companhias.
Meu pai parecia que iria começar tudo de novo. Então o pai do Caio se calou e, pacientemente,
esperou meu pai acabar de berrar:
23 jun
Marlon
- O Marlon nasceu assim, quer o senhor queira, quer não. Homossexualidade não é doença, não é
síndrome, não é transgressão, não é fase que dá e passa. – dizia o pai do Caio com a maior calma
e sutileza do mundo. Parecia que, quando meu pai falava, estávamos numa feira cheia de pessoas
e quando o pai do Caio discursava, parecia que estávamos num SPA – quando o Caio me disse
que era gay, eu tive a mesma reação que o senhor [mentira], mas percebi que ser gay é como ser
negro, ser francês, ser baixo, ser idoso, ou seja, a gente não escolhe, só aceita.
- Eu não vou aceitar nunca isso... –recomeçou meu pai.
- Veja bem... – interrompido mais uma vez.
- Veja bem uma porra. Saia da minha casa agora, saia!
- Tudo bem, nós já vamos.
Quando o pai do Caio disse isso, eu inevitavelmente perguntei:
- E eu?
O Caio ainda segurava a minha mão:
- Você fica e trate de soltar a mão desse viado agora – disse o meu pai vindo em nossa direção.
Ele iria arrancar as minhas mãos das mãos do Caio. O pai do Caio posicionou-se, temendo uma
agressão física. Mas meu pai parou diante de nós, apontou para as nossas mãos e ordenou:
- Tire as mãos do meu filho!
O Caio ficou encarando o meu pai. O Caio não tinha medo. Eu mesmo já me preparava para
soltar, mas o Caio apertou minha mão e olhou meu pai nos olhos:
- Caio, solte a mão dele! – ordenou o pai dele.
Ele soltou, mas não tirou os olhos do meu pai, que estava a menos de um metro de distancia:
- Caio, vamos! – ordenou o pai dele.
- Não... – sussurrei baixinho.
- Você quer ir com a gente? – perguntou o Caio.
- Ele não vai – gritou meu pai.
- Não perguntei para o senhor, perguntei para o Marlon – desafiou o Caio.
- Caio, cale a boca! – gritou o pai dele.
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
- Está vendo o que você está fazendo com a sua mãe? – perguntava o meu pai.
- Não dê ouvidos a ele, Marlon. Você sabe que a culpa não é sua – gritou o Caio.
- Caio, cale a boca agora! – gritou a mãe dele.
- Mas é verdade, mãe. A senhora sabe disso.
- Não interessa. Não se meta!
Meu pai sentou a minha mãe. Ela estava passando mau. Eu pensei em ir para a cozinha e buscar
água. Quando eu comecei a ir, meu pai gritou:
- Ewerton, pegue água para a sua mãe!
Foi quando eu senti que não pertencia mais àquela família. Meu irmão apareceu com um copo
d’água e o deu a minha mãe. Depois ele ficou me olhando com ódio. Dele eu não tinha
preocupação:
- Parabéns, Marlon. Está vendo o que você está fazendo com a mamãe?
- Vá embora, Marlon! – gritou meu pai.
- Marlon, pegue suas coisas e vamos – falou o pai do Caio com a mesma calma.
- Ele não vai levar nada daqui. Vai só com a roupa do corpo.
- Ótimo, ótimo. Vamos, Marlon – disse o pai do Caio com um tom de tédio, como se estivesse
cansado daquela cena.
Eu ainda fiquei ali, estático, olhando para a minha mãe. Eu ainda não acreditava que não
pertencia mais àquela família:
- Está esperando o que, viadão? Se manda daqui! – gritou meu irmão.
O Caio começou a me arrastar pelo braço:
- Vamos, Marlon. Não tem mais nada aqui para você!
E eu fui.
Um par de sandálias, uma bermuda, uma cueca e uma camiseta. Foi tudo o que eu pude levar
comigo. Claro, se estivermos falando de coisas materiais, pois levei mais que isso. Cheguei à
casa do Caio com uma tristeza enorme no peito. Levei medo, vergonha, angústia, alívio, tensão,
incertezas, certezas... Os pais do Caio entraram no carro. O Caio entrou pela porta traseira e me
deixou a porta aberta. Eu parei diante daquela porta e fiquei olhando-a. O Caio me olhou
estático:
23 jun
Marlon
- Marlon?
Eu ainda não tinha derramado muitas lágrimas. Todos foram muito pacientes comigo. Fiquei um
tempo de pé, olhando a porta do carro. Minutos depois, ouço a mãe do Caio:
- Caio, desça e pegue o Marlon – disse ela carinhosamente.
O Caio desce, me pega pelos dois braços e me arrasta para dentro do carro. Eu sento e fecho a
porta. Mas eu agora olho para outra porta: a da minha casa. Quer dizer, será que naquele
momento ela ainda era a minha casa?
- Podemos ir, Marlon? – perguntou o pai do Caio.
- Sim – eu respondi.
Quando o carro começou a se movimentar, eu respirei fundo. O Caio me abraçou e me fez
cafuné na cabeça. Depois ele foi me deitando no seu colo. Passei a viagem deitado. Eu nem
sentia falta dos meus pais, do meu irmão nem se fala. Só senti um pesar de que eles foram tudo
para mim um dia, mas agora não eram mais. Parecia frio, mas era o que eu sentia. No meio do
caminho, o pai do Caio disse:
- Hoje não é dia de falar nada, não vamos discutir nada. Hoje só vamos comer, tomar banho e
dormir. Amanhã a gente conversa.
- O senhor está dizendo que a gente vai voltar para minha casa, para a gente conversar com os
meus pais de novo?
- Não. Eu disse que nós quatro vamos conversar.
- Sobre o que, pai? – perguntou o Caio curioso.
- Amanhã, Caio. Amanhã!
Chegamos ao prédio, estacionamos o carro e subimos as escadas. Tudo em silêncio. Acredito
que já se passavam da meia-noite. O pai do Caio rodou a chave na porta e entramos. O pai do
Caio jogou as chaves no sofá e soltou uma expiração de cansaço:
- Obrigado por tudo! – eu disse.
- Amanhã, Marlon. Amanhã – repetiu o pai do Caio – Agora vamos dormir. Quem tiver fome,
come, quem quiser tomar banho, toma, mas vamos todos dormir, ok?
23 jun
Marlon
Os pais do Caio se trancaram no quarto. Ficamos Caio e eu na sala. O Caio estava olhando para
o chão, meio perdido naquela situação:
- Caio?
- Oi, amor – me disse ele.
Ficamos calados. Depois:
- Estou orgulhoso de você! – me disse sorrindo.
Fiquei calado. Não tinha muito que dizer. O Caio me estendeu a mão e disse:
- Vamos: quer comer, tomar banho e dormir, ou só dormir?
- Tomar banho e dormir.
- Ta.
Ele foi para o quarto, me deixando na sala. Depois ele apareceu com uma toalha limpa e me deu.
Eu fui para o banheiro. Parecia que nada tinha acontecido. Era só a sensação de mudança
drástica, mas nada que me causasse reações adversas. Era estranho. Eu fui tirando a roupa e me
lembrando que aquele era o meu único pertence material. Dobrei a roupa com zelo, pus em cima
do vaso sanitário e fechei a porta do Box. Tomei um banho frio de no máximo 5 minutos. Depois
saí do banheiro em direção ao quarto do Caio. Me deparei com uma muda de roupa em cima da
cama:
- Para você – me disse o Caio.
Eu fechei a porta, tirei a toalha, me enxuguei e me vesti. Antes disso, o Caio me tomou as roupas
sujas, saiu do quarto e, provavelmente, as colocou na área de serviço. Quando ele voltou, eu já
estava vestido:
- Amanhã não vamos para a facul. Você concorda?
23 jun
Marlon
Agitei a cabeça como sinal positivo. Pronto! Tudo o que deveria ser decidido e feito naquela
noite já tinha sido executado. Olhamos-nos. Eu parecia um cão sem dono, me sentia abandonado,
mesmo com um namorado maravilhoso do lado e um teto sobre a minha cabeça. Ele se
aproximou, me abraçou forte e ficamos nos sentindo assim. Depois nos desatracamos, ele
desligou a luz, acendeu uma vela, pegou algo na gaveta que eu não pude identificar o que era e
se deitou ao meu lado. Ele nos encobriu com o lençol, pós o meu rosto sobre o seu peito e
começou a enfiar algo no meu ouvido. Era um fone. Ele deu o play e em seguida começou a me
fazer cafuné na cabeça. Eu aproximei o meu nariz e o meu queixo no pescoço dele e o abracei.
Ficamos escutando música enquanto ele me acarinhava e consolava sem palavras. Depois eu
fiquei puxando a camiseta dele. Queria que ele a tirasse e assim ele o fez. Eu me levantei um
pouco e ele tirou a camisa. Depois eu voltei a abraçá-lo e comecei a fazer carinho no seu peito.
Dormimos enfim.
Na manhã seguinte, estávamos abraçados. Ele acordou primeiro. Quando abri os olhos, ele
estava me observando:
- Bom dia!
- Bom dia, Caio.
- Vem, me abraça forte.
Tudo era bom, mesmo em um clima melancólico:
- Tudo bem?
- Não sei, parece que a ficha não caiu.
- Você ainda não chorou nem nada...
- Acho que tudo que eu tinha pra chorar eu já chorei. Chorei antecipadamente. Agora eu não
preciso mais chorar.
- Dormiu bem?
- Sim.
Ficamos um tempo abraçados. Depois nos levantamos, nos vestimos de maneira mais composta
e fomos tomar café. Os pais do Caio cochichavam antes de termos entrado na cozinha. Eles
pararam quando nos viram:
- Bom dia, meninos. Dormiram bem? - perguntou a mãe do Caio.
- Sim – respondeu o Caio.
- Bom dia – eu disse.
- Pode se servir, Marlon.
- Obrigado, sogrão.
23 jun
Marlon
Os pais do Caio ficaram se olhando, me deixando assustado. Parecia que eu era um incômodo:
- Eu sei que eu estou sendo inconveniente, mas eu gostaria de agradecer o apoio de vocês – eu
disse.
- Antes de qualquer coisa, coma com paciência. Sem tensões, sem estresse. Me ouça com
atenção: o que aconteceu ontem foi muito surpreendente para nós. Eu me surpreendi com a
atitude dos seus pais. Você já deve saber que a partir de agora a sua situação familiar está
prejudicada. O que você viveu foi muito traumatizante. Pelo menos eu no seu lugar ficaria
abalado. Não ache que você é inconveniente aqui, pois não é. Quantas vezes você dormiu aqui,
comeu aqui, passou o dia todo aqui? Não somos ricos, mas podemos levar a vida, se é isso o que
te preocupa – dizia o pai do Caio.
- Tudo me preocupa. Eu não tenho casa agora, nem como me sustentar. Eu só não quero ser um
problema.
- Não há problemas aqui. Relaxe. Fique tranqüilo. Se for do seu agrado, sua casa é aqui agora.
Eu e sua sogra só estamos em casa pela manhã e no fim da noite, portanto não vemos problema
em você morar aqui. E mesmo que ficássemos em casa boa parte dos nossos dias, ainda não
haveria problema algum. Você é o namorado do meu filho, é um bom rapaz, não temos porque te
cobrar um prazo de permanência nem compartilhamento das despesas da casa.
- Nós conversamos a noite toda, Marlon – iniciou a mãe do Caio – e chegamos a conclusão de
que não há nenhum problema em você ficar. Você sabe que gostamos muito de você. Felizmente
temos um filho muito maduro, que é responsável, é decidido e que não se comporta como um
adolescente mimado. É por isso que damos crédito a você. E outra, não vamos ficar discutindo
normas de convivência ou coisas do tipo porque somos todos adultos aqui e sabemos nossos
limites. Sinceramente, eu não tenho muito o que dizer não.
23 jun
Marlon
- Bem, mas eu tenho. – disse o pai do Caio – Seus pais, sua família. Um dia ou outro, você vai
precisar se reaproximar deles. Eu sugiro que você não faça isso agora. E digo mais, sugiro que
você espere que eles venham até você. Mas o que é mais urgente, é que você saiba que eles estão
errados, que o que eles disseram ontem só demonstra a fragilidade que eles tem diante dessa
situação.
- O senhor quer dizer que meus pais são ignorantes – eu disse.
- Não disse isso!
- Tudo bem, porque eu vi ontem que são. E isso não foi uma pergunta, foi uma afirmação minha.
- Mesmo assim, não os considero ignorantes. De qualquer forma, você não pode esquecê-los,
abandoná-los como eles fizeram com você. Você tem que tentar uma reaproximação. Seja daqui
a alguns dias, meses ou anos. Mas isso tem que ser feito.
- Tudo bem.
- Por hora fique tranqüilo, você tem lugar garantido!
E o café da manhã acabou.
Tomamos café normalmente. Os pais do Caio foram trabalhar logo cedo, como de costume e
ficamos Caio e eu em casa. Eu não queria ser um fardo para ninguém, odeio ser inconveniente,
mas tudo realmente dizia que eu era bem vindo. Quando ficamos sozinhos, eu perguntei:
- Os seus pais foram sinceros em tudo o que disseram?
- Claro! – disse o Caio enquanto tirava a mesa.
- Você sabe que tenho pavor em ser inconveniente.
- Sei.
- Me diz uma coisa: o que você acha que os seus pais estavam cochichando antes de chegarmos?
- Sinceramente? Acho que sobre os seus pais.
- Sabia.
- Mas não da forma como você está pensando. Meus pais não acham os seus ignorantes. Bem, eu
acho que são, mas eles não. Na certa, meus pais estavam discutindo a atitude deles.
- Em outras palavras: seus pais acham os meus ignorantes. Pode confirmar, eu não ligo mais.
- Eu sei que você não liga, mas não foi isso. Tenho certeza.
- Certeza?
23 jun
Marlon
- Marlon, meu pai é antropólogo, lembra? Minha mãe fez Antropologia também, mas não
terminou a especialização. Mas meu pai sim. Ambos pensam de maneiras diferentes. Ambos têm
uma visão mais aguçada sobre as atitudes humanas. Nada pode ser considerado ignorância para
eles.
- Ta, tudo bem.
- Mozão, liga para o Tom ou para a Claudia e avisa que a gente não vai, ta?
- Ta.
Eu fui até a sala e liguei para o Tom:
- Tom?
- Oi, Caio.
- É o Marlon.
- Nossa, nem reconheci a voz. Só vi o número e... enfim.
- Só liguei pra avisar que eu e o Caio não vamos pra aula hoje. Aí, qualquer coisa, você dá um
jeito, ta?
- Por que vocês vão faltar? Vão fugir do país? – brincou ele.
- É uma longa história.
- Hum!
- Sério, Tom.
- Então ta, pode deixar.
Não havia muito que fazer. Depois que o Caio lavou os pratos, ele veio para sala. Eu estava
vendo TV. Ele se sentou ao meu lado e ficamos assistindo juntos:
- Por que você não aceitou minha ajuda para lavar os pratos?
- Ah, porque eu lavo sempre.
- Mas agora eu vou passar um tempo aqui, não é? Então, deixa eu te ajudar na casa.
- Ta, depois a gente vê isso.
- Não, nada de depois. Não me trate como hóspede.
- Ta, Marlon, depois a gente vê isso. Agora eu já lavei os pratos e não há nada para fazer.
Ele deitou a cabeça dele no meu colo e eu fiquei fazendo cafuné. Ficamos vendo televisão até a
hora em que o Caio teve que ir de novo para cozinha, para fazer o almoço:
- Bem, agora eu vou ajudar, não é?
- Não, você só vai atrapalhar.
- Nossa,que grosso!
- Hahahahahaha, benhê, eu não deixo nem minha mãe entrar na cozinha quando eu estou
cozinhando. Quiçá você, não é?
- Isso, vai me humilhando.
- Hahahahaha, vem cá, vem. Dá beijinho.
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23 jun
Marlon
Ele me pediu um selinho, enquanto cozinhava o molho do macarrão. Sem tirar as mãos da
panela, ele esticou o pescoço para trás e fez biquinho. Depois ele voltou toda a sua atenção para
a panela. Eu, como não tinha nada para fazer, fiquei ali colado nele. Enquanto ele mexia a colher
de pau, eu o abracei por trás e pus o meu queixo em cima do ombro dele:
- Tem certeza que não quer que eu ajude? – eu sussurrei.
- Você já está ajudando: está me dando amor. Você não sabe que o melhor tempero é o amor?
- Nossa, que coisa mais Sazon!
- A idéia é essa.
Eu fiquei dando beijinhos no pescoço dele, enquanto ele cozinhava três panelas de uma só vez.
Uma hora ou outra ele tinha que ir a pia fazer não sei o quê, ou ir até a geladeira pegar alguma
coisa. Nessas horas eu o agarrava no meio da cozinha e o enchia de beijos. Ele aceitava alguns
beijos, mas na maioria das vezes ele recusava:
- Marlon, a carne vai queimar!
- Só um beijinho.
- Não. Sai da minha cozinha, seu chato – brincava ele.
- Hahahahahaha, não!
- Marlon, me solta. A carne já está queimando!
- Me dê um beijo e eu te solto.
Ele me selava rápido:
- Assim não vale, eu quero um beijo de verdade.
- Ai, você não acredita no meu beijo? Que horrível! O que importa é a qualidade e não a
quantidade.
- Beijo!
- Marlon, a carne!
23 jun
Marlon
E me batia com a colher de pau; outras vezes ele me chamava para provar uma coisa ou outra. O
Caio é um cozinheiro de mão cheia:
- Eu não disse que um dia você iria viver para cozinhar para mim?
- Eu estou fazendo o favor... veja bem: o favor, o favor de deixar um resto para você. Eu não sou
má pessoa, pois, já que eu vou cozinhar para mim... veja bem: para mim, para mim, aí não custa
fazer um pouco a mais e te dar. Mas eu não cozinho para marmanjo não!
- Nem para o seu marmanjão?
- Muito menos.
O telefone toca:
- Atende lá, amor, para mim.
Eu fui até a sala e atendi:
- Alô?
- O Caio?
- Quem fala?
- É um amigo.
- Que amigo?
A outra pessoa na linha fez silêncio:
- Alô?
- Pode chamar o Caio, por favor?
Reconheci a voz:
- Vinicius?
- Isso. Agora pode chamar o Caio?
Eu pensei em berrar, brigar, xingar... Mas não, eu chamei o Caio:
- Caio, telefone! – gritei.
Ele veio com um pano de prato enxugando as mãos:
- Quem é?
- É o Vinicius! – disse bravo.
Ele me olhou, fez cara de sério e depois riu. Ele ficou rindo sem parar:
- Ta rindo do que? – perguntei bravo.
- De você, oras. Diga que eu não estou.
- Eu não, venha você dizer.
- Faça melhor: diga que o meu namorado não deixa.
- Dizer ao Vinicius que sou gay?
- Ué, você não já disse isso para os seus pais? O que é que tem o Vinicius saber?
Eu ainda não havia me tocado nisso:
- Então ta. – peguei o telefone - Alô?
- Caio?
- Não, aqui é o Marlon.
- Marlon?
- É, o namorado do Caio. Olhe, me faça o favor de não ligar mais para ele. Eu não quero você
rodeando o meu namorado. Deixe-o em paz! – berrei.
- Hã?
- É isso mesmo. Você é surdo? Não quero você ligando para cá.
- Você e o Caio namoram?
- É, algum problema?
- Mas... ta, tchau.
- Adeus!
23 jun
Marlon
E bati o telefone. Fiquei irado com aquilo. O Caio, que estava encostado na porta da cozinha,
ficou me olhando:
- O que foi?
- Estou tão orgulhoso do meu Marlonzinhozinhozinho.
- Pára!
- Não paro não – e veio até mim.
Ele se aproximou, jogou o pano de prato em cima do centro de mesa e me beijou. Eu estava
resistente ao beijo, pois ainda estava chateado. Mas há muito que eu sabia que o Vinicius era
passado na vida dele e sabia também que ele não tinha culpa de nada. O beijo foi ficando
intenso, então eu comecei a participar. Eu abracei a cintura dele e comecei a envolver as nossas
línguas. A coisa foi esquentando, eu fui ficando excitado e ofegante e os nossos pênis ficaram
endurecidos. Mas logo depois:
- Ai, a carne vai queimar!
Quando os pais do Caio chegaram à noite, estávamos vendo TV juntos. Namorando um pouco,
para falar a verdade. Mas nos comportamos quando ouvimos o tilintar da chave na porta. Eles
deram boa noite e foram direto para o quarto. Depois voltaram com roupas mais confortáveis e
aparentemente eles tinham tomado banho. Foram jantar:
- Tem torradas, se vocês quiserem! – gritou o Caio da sala.
- Você fez café? – perguntou a mãe dele.
- Está na cafeteira, oras!
Depois que eles jantaram, foram para a sala. Ficamos vendo TV juntos. Era constrangedor para
mim. Mesmo os pais do Caio aceitando a sua sexualidade e o fato de o namorado dele está junto,
ainda assim era estranho. Eu fui condicionado acreditar que pais e filhos gays nunca poderiam se
dar bem. Mas eles eram diferentes do convencional:
- Marlon, alguma notícia da sua família? – perguntou o pai do caio enquanto olhava as
correspondências.
- Não, nada – respondi meio triste.
- É assim mesmo. Depois eles vão ver que têm um grande filho – e saiu.
Depois de algum tempo, a mãe do Caio também foi dormir:
- Seu pai é tão legal que as vezes me incomoda – sussurrei.
- É verdade!
Fomos dormir logo depois.
23 jun
Marlon
No dia seguinte, fomos a aula normal. Chegamos e fomos logo procurar pela Claudinha e o Tom.
A Claudinha tinha chegado, mas Tom ainda não:
- Oi, lindos!
- Oi, gata! – respondeu o Caio.
- Por que não vieram ontem? Tom me disse que vocês ligaram para ele.
- É, fui eu quem ligou.
- E aí, que mistério é esse?
- Eu fui expulso de casa...
- Não? – disse ela surpresa.
- É sério! – respondi.
- Que absurdo! Me conta tudo, agora...
E fomos contando. No meio da história, o Tom chega:
- Tom, vem pra cá que você precisa saber disso! – intimou a Claudia.
Depois de todas as lamentações:
- Cara, teus pais... Puta merda, hein? – disse o Tom revoltado.
- Eu só queria que vocês soubessem mesmo, mas eu não quero mais falar disso.
Assistimos aula normalmente. No intervalo, fomos para a lanchonete e lá a conversa se estendeu:
- Eu só fico meio bolado de ficar na sua casa e... eu tenho que arrumar um emprego.
- Marlon, você sabe que não precisa de nada disso.
- Mas é ruim desse jeito. Eu preciso de roupas, de calçados, de coisas minhas. Não posso pedir
que seus pais me comprem.
- Não duvido nada que eles te ofereçam tudo.
- O que é pior ainda, pois eu não quero isso.
- Pare de pensar que é inconveniente, mozão. Para de pensar que é despesa.
- Mas eu também não posso ficar de mãos cruzadas, Caio.
- Bem que você poderia ir na casa dos seus pais pegar as suas coisas – disse o Tom.
- Meu pai me proibiu de levar alguma coisa que não fosse a roupa do corpo.
Chegando em casa, de ônibus, pois eu não tinha mais o carro, Caio e eu nos deparamos com uma
surpresa. O porteiro do prédio nos chama a atenção:
- Seu Caio, deixaram uma mala aqui para o senhor.
- Pra mim?
- Sim.
Fomos até a portaria e encontramos quatro malas, na verdade. O Caio não as reconheceu, mas
quando eu vi...
- São minhas! – as lágrimas brotaram dos meus olhos.
23 jun
Marlon
O Caio foi puxando as malas, que estavam pesadíssimas. Eu não consegui fazer mais nada.
Sentei em um dos bancos da portaria e chorei. O Caio veio puxando as malas até mim. Quando
ele chegou, sentou ao meu lado e me abraçou:
- Foi melhor assim, meu amor.
- Caio, agora eu sei que não tenho família – chorava.
- Tem a mim. Eu te prometo nesse momento que eu nunca vou te abandonar, mesmo que você
não me queira mais. Mas não chora assim. A gente vai construir a nossa vida, você vai ver.
Ficamos um tempo ali abraçados naquele banco. Eu chorava descompassadamente e o Caio
chorava por solidariedade a mim. Depois subimos, cada um com duas malas. Colocamos as
malas no quarto do Caio. Do nada, o Caio diz:
- Que cheiro de merda!
- Hã?
- É, não sente?
- Não.
Ele ficou tentando achar a fonte do fedor. De repente ele abre uma das malas e encontramos
fezes dentro da mala e um cartão. Ficamos surpresos:
- Tem um cartão! – disse o Caio – Que nojo, que horror!
Eu peguei o cartão, que dizia:
“Viado é pra viver na merda!!!
Seu ex-irmão”
O Caio pegou a mala e abriu. Era uma mala grande, daquelas de rodinhas. Ele a deitou no chão,
pegou o zíper numa extremidade da mala e o arrastou até a outra, deixando a mala totalmente
aberta. Quando nos deparamos com aquilo, ele, que estava agachado, se levantou em um pulo e
ficou ao meu lado. Depois, vimos que tinha um bilhete. Quando eu li, não sabia o que dizer,
pensar ou agir. O Caio pegou o bilhete e leu também:
- Que nojo!
Ele saiu do quarto com o bilhete. Provavelmente foi jogar no lixo. Eu me sentei na cama e fiquei
olhando para a mala, pasmo. Apoiei meu rosto nas minhas duas mãos e fiquei observando aquele
ato covarde. “Tudo isso é ódio que o meu irmão sente por mim!”, eu pensei. Quando o Caio
voltou, me viu chateado:
- Ao menos ele só sujou uma blusa. O resto parece que está limpo. Vamos ver as outras malas.
23 jun
Marlon
Uma tinha só livros e cadernos, a outra tinha calçados e meias. Na última tinha mais livros, o
meu laptop, celular, bateria do celular e outros aparelhos eletrônicos. Nada estava sujo, só aquela
mala:
- Bem, pelo menos o resto está intacto, aparentemente.
Eu nem dava muita atenção ao que o Caio dizia ou as outras coisas que não foram sujadas. Eu só
conseguia olhar para a mala com fezes. Quando o Caio terminou de examinar as malas, ele veio
se sentar ao meu lado. Abraçou-me, tentou por a minha cabeça no seu ombro, mas eu não quis
consolo naquele momento. Ele percebeu e só ficou sentado, calado. Um misto de ódio e tristeza
tomou conta de todos os meus sentidos:
- Ele me odeia! – disse seco.
- E daí? Ele não é ninguém.
- É o meu irmão.
- Não é mais.
- É, Caio. Ele é o meu irmão.
- Irmão não faz esse tipo de coisa.
- Ele sim.
- Marlon, olha pra mim – ele tentou puxar o meu rosto para vê-lo.
Eu estava muito irado e, portanto, peguei a mão do Caio e a afastei:
- Marlon, olha pra mim! – pediu ele mais uma vez.
- Não quero conversar, não quero paparico, não quero nada.
- Quer ficar olhando para a bosta do seu irmão?
- Talvez.
- Ta bom então, espero que a bosta do seu irmão agrade a sua visão – e saiu bravo.
Obviamente aquele era um ato do meu irmão unicamente. Não acreditava que os meus pais, ou o
meu pai especificamente, fosse pedir para ele fazer isso. Na certa eles pediram para o meu irmão
trazer as malas e ele quis deixar o seu recado. Eu sempre fui muito ligado ao fator sangue. Eu sei
que família é aquela que nos ama, que pais são aqueles que criam, que irmãos são aqueles que
escolhemos, mas eu sempre dei muito valor ao sangue. Afinal de contas, uma mãe já não ama
seu filho antes mesmo de nascer? O mesmo me acontecia. Eu sempre tive planos para ser pai. Eu
sempre quis adotar uma criança, mas não sem antes ter um filho biológico.
Depois de tanto refletir, lembrei que tinha sido grosseiro com o Caio. Então fui procurá-lo. Ele
estava na cozinha, bebendo água:
23 jun
Marlon
- Desculpa, amor!
- Tudo bem.
- Eu sei que não está tudo bem, eu te conheço.
- Não conhece tão bem assim.
- Desculpa.
- Eu já disse que você está desculpado.
E saiu da cozinha. Eu fui atrás:
- Caio, não faz assim, eu estava abalado, poxa!
Ele foi para o quarto. Quando eu cheguei lá, o encontrei pegando a blusa suja com muito
cuidado. Depois ele foi até a área de serviço, pegou um saco plástico e pôs a camisa dentro:
- O que você vai fazer?
- Jogar isso no lixo.
- Me dá, deixa que eu faço isso.
- Já estou fazendo.
- Eu quero fazer isso, Caio.
- Ta bom.
Ele me deu a camisa com cuidado e abriu a sacola para mim. Eu enfiei a blusa e amarrei o saco.
Depois fomos indo em direção ao térreo. Colocamos a sacola no lixo:
- Pronto! – eu disse.
- Agora vamos subir e arrumar suas coisas.
Nas escadas, eu perguntei:
- Você está chateado comigo?
- Fiquei, mas não estou.
- Desculpa.
- Se você pedir desculpas mais uma vez, eu vou jogar você junto com a bosta do seu irmão.
Cada um ficou com uma mala:
- Veja se as outras roupas não ficaram sujas também.
- Não ficaram, eu já vi, Caio.
Ele foi pegando os meus livros e arrumando um lugarzinho para eles na estante do quarto:
- Tem uns livros que você tem que eu tenho também. Então eu vou colocar os repetidos na
dispensa, ta?
- Ok.
Depois dos livros, ele foi para os calçados:
- É uma pena que você tenha o pé tão grande. Você tem uns tênis legais.
- Já quer surrupiar os meus tênis?
- Surrupiar algo que está na minha casa? Isso não é roubo, querido, é uso devido do proprietário.
- Hahahahahahaha.
- Já dobrou todas as roupas?
- Não, ainda não. Também tem roupas que já estavam sujas. Vou colocá-las na máquina.
Parecia um grande mutirão de limpeza e organização. Quando terminamos, os pais do Caio
chegaram. Ainda faltava encaixar algumas calças no guarda-roupa:
- O que fazem, meninos?
- Arrumando as coisas do Marlon, mãe. O irmão dele veio trazer.
- Ah, que bom. E vocês conversaram? – ela me perguntou.
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
Eu e o Caio estávamos tão unidos e eu me sentia tão seguro ao lado dele que nem mesmo tive
ciúmes. Eu só não gostava muito da presença dele por tudo o que ele fez o Caio passar e também
pelo fato de que ele gostava um pouco do Caio. Na verdade, naquele momento, eu não sabia
quais eram os sentimentos do Vinicius em relação ao Caio, mas ele ligava para a casa do Caio a
sua procura, para “matar as saudades”. Então, eu não sabia o que pensar, de fato:
- Então é verdade! – disse o Vinicius.
- É – respondi seco.
- Eu nunca pensei que você fosse, Marlon.
- Posso dizer o mesmo de você.
- Seus pais... ?
- Não moro mais lá. Moro com o Caio agora.
- Você foi expulso?
- Sim.
- Foi a primeira coisa que eu pensei quando você disse pelo telefone que namorava o Caio. Eu
conheço os seus pais, o seu irmão. Ah, nossa! O seu irmão... conheço bem como eles são e
imaginei que eles não tivessem aceitado de jeito nenhum. Sabe, eu estou ensaiando o dia em que
eu vou assumir também. Chegou a um ponto em que não dá mais para esconder. Me sinto
sufocado dentro de casa e os meus pais perguntando sobre as namoradas... é um tormento
constante.
Depois, o Vinicius olhou para o Caio. Olhou-o fixamente. Depois sorriu. Não gostei:
- Oi, Caio.
- Oi.
- Então...
- Então...
- O que você veio fazer aqui? – eu perguntei.
- Vim ver isso de perto.
- Não somos uma atração de circo!
- Eu sei, Marlon. Não vim brigar. Longe disso. Na verdade eu vim mais para a gente resolver
isso entre a gente.
- O que há entre a gente?
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23 jun
Marlon
- Marlon, eu sei que você não gosta nenhum pouco de mim. Mas eu... Ok, eu não posso negar.
Eu, eu não sei mais o que fazer. Os caras me excluíram mesmo. Nem para o futebol eles me
chamam mais. Eu só tinha aquele grupo de amigos, agora não tenho mais ninguém. – ele pausou,
respirou fundo e continuou – Bem, já que é pra falar toda a verdade, eu só estava ligando para o
Caio porque ele seria a única pessoa que me entenderia e que talvez me fizesse companhia.
Quem sabe até eu me apaixonasse de verdade, mas eu não liguei por isso. Liguei porque queria
companhia mesmo.
- Sei.
- Vocês me entendem...
Ficamos calados. Tive pena, não posso negar. Tive mais pena porque sabia de tudo o que ele
sofria. E o Caio então... bem, o Caio além de não guardar mais nenhum rancor, ainda era o maior
defensor da união “da classe”, como ele chama. Mas o Caio aparentava ter maior resistência do
que eu para apoiar o Vinicius:
- Vinicius, porque você não faz o seguinte: dá um tempinho para eu e o Marlon conversarmos.
Depois a gente te liga, te manda um sinal.
O Vinicius colocou a mão no bolso, estava com um semblante bem tristonho, mas concordou e
saiu. Depois que ele saiu, eu e o Caio conversamos:
- Estou com pena dele, mesmo depois do que ele fez.
- Eu também, Marlon. Mas tem outras coisas em jogo. O Vinicius está sozinho e tal, precisa de
apoio... tudo bem, eu entendo. Mas o Vinicius tem uns desvios de caráter que não me agradam
nenhum pouco.
- É, eu sei. Mas quem sabe isso não é decorrente da vida que ele levou? Uma vida da qual a
gente já provou.
- É, eu entendo. Eu não acredito que voltaremos a ser grandes amigos e coisa do tipo. Quer dizer,
voltaremos não, nos tornaremos.
- Eu confio em você. Confio muito. Na verdade eu nem me senti inseguro agora. Mas eu quero te
perguntar e quero que você me responda olhando nos meus olhos: você ainda gosta dele?
23 jun
Marlon
- Não – respondeu ele carinhosamente – nunca senti o que sinto hoje. É diferente com você.
Somos praticamente casados. Se faltava morarmos juntos, agora não falta mais e não me sinto
incomodado com isso. Eu não sei explicar, mas eu sinto que tenho um homem de verdade do
meu lado e para ser bem sincero, adoro tudo entre a gente. Principalmente o sexo.
- Eu só não consigo imaginar nós três juntos. Saca?
- Sim, pois é a mesma coisa que eu estou pensando: não vejo problema no fato de a gente ficar
na presença dele e tal. Tentar formar uma amizade. Eu só não consigo imaginar essa amizade, eu
não consigo ver nós três juntos num mesmo lugar.
Era algo a se pensar com cuidado.
Depois da aula fomos para a sorveteria, mas a mãe do Caio dispensou a gente, então fomos para
casa. Com mais ou menos dois minutos que havíamos chegado em casa, o meu celular toca. O
identificador de chamadas acusou “Pai”. Eu tremi:
- Caio, é o meu pai.
- Atende, atende!
- Alô?
- Marlon? Venha visitar a sua mãe aqui no hospital [...], ela está chamando por você.
- No hospital? O que aconteceu?
- Venha, a gente conversa aqui.
Eu já imaginava o pior. O Caio veio ter comigo:
- Hospital? Ela está bem?
- Eu não sei, ele não disse nada.
O Caio me abraçou forte:
- Vá, vá depressa!
- Vem comigo!
- Não. Melhor não.
- Mas eu vou só?
- É melhor assim, amor. Sua mãe não vai querer me ver lá.
- Tem razão.
Peguei um ônibus e fui aflito até lá. Quando cheguei, liguei para o meu pai:
- Estou aqui na recepção.
- Suba para o 4º andar, no apartamento [...].
- Ok.
Quando eu cheguei, encontrei meu irmão no corredor tomando café. Antes mesmo de eu falar
alguma coisa, ele me atacou:
- Fique ciente que isso é culpa sua.
- Onde é o quarto?
- O que acontecer é culpa sua.
23 jun
Marlon
Todo ódio que eu senti por ele no dia anterior, tinha passado. Eu sentia pena, no sentido de que
eu o achava inferior, burro:
- Vai dizer onde é o quarto? – perguntei impaciente.
- Ta tirando com a minha cara?
Agitei a cabeça em sinal negativo, soltei um “tsc, tsc, tsc” e dei as costas. Logo vi o meu pai
saindo de um dos quartos do corredor:
- Pai?
- Entra – disse ele seco.
O que eu vi quando entrei não era nada parecido com o que estava imaginando.
Pelo tom de voz do meu pai ao telefone, pelas ameaças que o meu irmão fez no corredor do
hospital, pela situação em que nossa família se encontrava, me fizeram pensar coisas horríveis.
Imaginei minha mãe em coma, em estado vegetativo, ou alguma coisa que denotasse gravidade.
Quando eu entrei no quarto, não era nada do que eu imaginava. Minha mãe estava sentada na
maca, tomando um copo de água e com um médico dizendo que ele deveria passar alguns dias
sem se estressar. Ela estava aparentemente bem, considerando a minha imaginação fértil:
- Filho?
- Mãe, o que houve?
- Nada de mais, foi a minha pressão que caiu.
- E os remédios?
- Desde que você saiu de casa que eu não tomo.
- Mas, mãe, não pode!
O médico saiu. Ela começou a demonstrar muita tristeza e eu fiquei muito comovido:
- Meu filho, volte para casa.
Eu olhei para ela, depois olhei para o meu pai que me olhava sério. No fim, não consegui dizer
nada, mas ela continuou:
- Eu não quero que você ache que é chantagem emocional, mas eu só passei mal por sua causa.
Por favor, volte para casa.
- Eu posso voltar, se é o que vocês querem – disse eu sorrindo e chorando.
- Você volta mesmo?
- Volto, mãe.
- Ah, meu filho, que bom!
E ela me abraçou. Pronto! Tudo entre nós estava resolvido. Eu voltaria para a minha casa, para o
seio da minha família e seriamos felizes. Ainda abraçados, minhas mãe completou:
- Mas tudo tem que voltar a ser como era antes.
23 jun
Marlon
Continuei abraçado, tentando imaginar o que ela queria dizer com aquilo. Sabemos bem o que
ela quis dizer, mas eu ainda não acreditava:
- Como assim? – eu perguntei para ela.
- Você vai voltar para casa e vamos fingir que nada aconteceu – disse o meu pai.
- Ainda não entendi.
- Meu filho, preste atenção – disse a minha mãe calmamente – você volta para casa e
esquecemos tudo. Não vamos fazer nada contra você, mas você tem que fazer a sua parte.
- E o que seria a minha parte?
- Voltar a ser homem! – disse o meu pai atrás de mim.
Ficamos calados um tempo. Eu tentava digerir aquilo tudo. O susto de minutos antes em relação
à saúde da minha mãe, a grosseria do meu irmão no corredor, a aparência melancólica da minha
mãe, um quarto bege de hospital e essa “proposta”:
- Eu sou homem!
- Marlon, ou você volta a ser como era antes, ou nada feito.
- Então nada feito!
- Meu filho, por que você tem que teimar assim? – perguntou minha mãe.
- Eu não estou teimando. Vocês não vêem que isso não é brincadeira?
- Isso é pura safadeza, isso sim! – disse o meu pai bravo.
- Não é, pai. Eu... eu já passei muito tempo sofrendo, sem compreender o que eu tinha, mas
agora que eu sei e que me sinto bem assim não vou mudar algo que é natural.
- Isso foi aquele viadinho pequeno que botou na sua cabeça – ele berrou.
- Isso é de mim.
- Esse não é o meu filho. Eu não reconheço isso aí – disse ele apontando para mim.
- É uma pena, pois eu saí daí – eu disse apontando para o pênis dele.
- Me respeite, rapaz!
- Eu respeito. Vocês acham o que? Que eu sou assim por opção? Acham mesmo que eu iria
escolher ser assim, para ser humilhado por vocês e por todo mundo?
- Meu filho, mas você pode se curar... – disse a minha mãe.
- Mãe, por favor, pare com isso. Isso me magoa... – meu pai me interrompe.
- E você acha que faz o que com a gente? Com a sua mãe? Ela esta nessa cama por sua culpa.
23 jun
Marlon
- Eu sinto muito que o que eu sou tenha causado tudo isso. Sinto muito mesmo, mas eu não
posso fazer nada – disse eu quase chorando.
O meu irmão entra no quarto, nesse momento e diz:
- Já vai chorar, boiola?
- Não fale assim, Ewerton! – berrou meu pai.
- Você não vale nada, desgraçado – eu disse.
- Você também, Marlon, não fale assim com o seu irmão. Você é quem menos pode falar aqui.
- Eu?
- Claro! Quem é o bom filho aqui? – perguntou meu irmão.
- Por acaso eles sabem que você pôs merda dentro da minha mala?
- Hã? – exclamou minha mãe.
- Pois é. O filhinho perfeito colocou bosta na minha mala de roupa.
- E daí? Caguei mesmo lá dentro. Vai fazer o que? Vai chorar?
- E então, vocês não vão dizer nada? – eu perguntei revoltado.
- O que você está fazendo é pior – disse o meu pai.
- Então ta. Enquanto vocês esquecem que tem mais um filho, eu vou esquecer que tenho família.
- Você é um desnaturado, mal agradecido!
- Eu não pedi pra ser assim! – eu gritei bem alto.
Comecei a chorar. Não estava agüentando aquilo. Era muita pressão. Mas enxuguei as lágrimas
que podia, porque jorrava água dos meus olhos. Era incontrolável. Olhei para o meu pai, depois
para a minha mãe:
- Vocês não sabem a crueldade que estão fazendo comigo! – e saí.
Quando cheguei à porta, fui passando pelo meu irmão, que me empurrou. Eu me desequilibrei,
mas não caí. Eu iria batê-lo, mas desisti:
- Ta com medo, viado?
Vi que não valia a pena e, não sei como isso me veio à cabeça, mas eu disse:
- Você era o meu ídolo, Ewerton! – e saí.
Agora era eu quem não queria família biológica.
Saí do hospital convicto de que eu não tinha família biológica. Mais que isso. Eu não sentia a
menor falta deles. As lágrimas só consolidavam o meu abandono em relação a eles e não o
contrário. Sim, eu fui abandonado por eles, mas eles me queriam de volta, mesmo que nessas
condições absurdas. Mas eu agora não os queria mais sob condição nenhuma. Quando cheguei
em casa, na minha nova casa, eu encontrei toda a minha nova família presente:
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
- Vocês dois não percebem que isso é uma vitória? – perguntou a mãe do Caio – se os seus pais
quiseram você de volta hoje, mesmo sob essas condições, significa que eles sentem sua falta.
Significa que eles te amam e que esse sentimento está se sobrepondo a vergonha deles. Claro,
isso vai demorar mesmo, mas eles estão sentindo um pouco de culpa por isso. Não percebem?
Essa ida da sua mãe para o hospital. Se ela realmente passou mau por sua causa, coisa que eu
acredito que foi mesmo, significa que ela não está se sentindo bem com essa situação, com o
filho dela fora de casa. Ela está em crise, ela está entre ir de encontro ao que ela acredita e o que
ela ama de verdade. Se o seu pai disse que você pode voltar, mas tem que deixar de ser gay,
mesmo assim, ele está começando a sentir os efeitos dessa expulsão. Daqui há pouco, eles vão
estar tão agoniados e se sentindo tão culpados pelo que fizeram, que vão te aceitar assim mesmo.
As palavras da mãe do Caio faziam todo o sentido. Tudo se encaixava perfeitamente. Mas, ainda
assim, eu estava triste e não queria saber da minha família por muito tempo. Mesmo que eu
tivesse que manter o sentimento de conservação da minha família, acho que eu precisava de um
tempo de revolta mesmo. Por que se para eles o que eu estava fazendo não era justo, para mim
eles também não estavam sendo fáceis de lidar.
23 jun
Marlon
Decidi deixar o tempo passar pra ver no que dava. Decidi não os procurar mais. E assim foi por
um longo tempo. O aniversário do Caio estava chegando e com ele vinha a minha análise de ano.
Um ano que mudou minha vida por completo. Nem adiantava mais fazer uma festa surpresa,
pois estávamos saturados delas. Até porque não tinha como fazer surpresa: o Caio queria fazer
uma festa na casa da tia dele, que fica no interior. É um sítio com piscina, riacho e um enorme
pasto. Ao mesmo tempo em que o Caio queria que fosse uma festa simples, de poucas pessoas,
ele queria que nos divertíssemos ao máximo. Ele economizou cada centavo para contratar o DJ,
ele mesmo elaborou a decoração rave, que foi feita com materiais reciclados. Enfim, o Caio fez o
que sempre costumava fazer: envolver as pessoas na sua teia da felicidade.
Dias antes da festa, o Tom nos pergunta:
- E aí, vocês vão convidar o Vinicius?
- Vocês? A festa é do Caio – eu disse.
- Ai, Marlon. Nada a ver isso. Nem pense em botar o corpo fora nessa questão. Até porque eu só
convidaria se você aprovasse e outra coisa, é “vocês” sim, afinal não somos um casal? Quase
casados!
- Tudo bem, mas se você quiser convidar, eu não me oponho.
- Eu nem tinha pensado nessa possibilidade.
Passamos o resto do dia organizando as coisas que faltavam para a festa. Sim, pois nós iríamos
na sexta, passaríamos o sábado no sítio e a festa só seria no domingo, ou melhor, do domingo
para a segunda. Ficamos confeccionando a decoração no nosso quarto. A Claudinha não pode ir.
Depois que o Tom foi embora, o Caio me falou:
- A presença dele para mim tanto faz. O problema é o constrangimento. Espero que não fique um
clima chato.
- Tem certeza que quer convidá-lo?
- Já disse que para mim tanto faz. Faço mais isso por causa da solidão dele. Apesar de que na
minha cabeça, essa fase de angustias e tal não anulam o caráter duvidoso dele.
23 jun
Marlon
- Sinceramente? Eu não acho que o caráter dele seja duvidoso, foi mais aquela fase mesmo.
Antes de você, o Vinicius era o meu melhor amigo. Não sei se isso vai te magoar, mas eu só
estou aceitando isso porque sei que ele nunca gostou de você de verdade.
Estávamos deitados na cama. Ele estava deitado sobre mim, com a cabeça abaixo da minha.
Quando eu me calei, ele se ergueu e me olhou nos olhos. Achei que ele fosse brigar comigo, ou
até mesmo me bater, porque logo depois do que eu disse, percebi que fui um pouco grosseiro
com as palavras. Ele me olhou, respirou fundo e me beijou. Um beijo bem intenso:
- E quem disse que eu ligo? A única coisa que me importa hoje é esse macho gostoso que eu
tenho aqui debaixo.
Rimos. Sabem aquele tipo de pessoa que sempre te surpreende? Não sei se é o amor que faz isso,
que nos obriga a procurar qualidades a todo o momento naquele em que amamos, mas o Caio
sempre me surpreendia. E suas surpresas sempre eram bem humoradas. Ele sempre dava um
jeito de levantar o meu ego. Eu, no entanto, estava sempre tentando fazer o mesmo: surpreendê-
lo. Mas quase nunca dava certo. A questão é que funcionávamos bem assim: ele como o
combustível e eu como o motor. Ele sentia prazer em ser essa pessoa para mim e eu... como não
amar alguém que te chama de “meu lindo”, “mozão”, “coração”, “querido”, “amor”,
“Marmarzinho”, etc. 24 horas por dia?
- Vamos fazer assim: você liga convidando. É melhor. Vai demonstrar que a gente está tranqüilo
em relação a isso. Só que vamos convidá-lo apenas para a festa e não para passar o fim de
semana com a gente. Ok?
- Ok, Sr. Caio!
23 jun
Marlon
23 jun
Marlon
Quando o Tom disse isso, percebi que eu mesmo não tinha comprado o presente. Eu tinha
esquecido completamente. Claro, eu nem poderia, pois estava sem dinheiro. Mas de qualquer
forma eu havia esquecido. Fiquei louco:
- É não, meu pequerrucho. Eu te amo. – dizia o Caio com voz de bebê e, em seguida, com uma
voz autoritária – Agora me dá meu presente. Já!
- Não, só dou no sítio.
- Te odeio.
- Odeia nada, cara de coruja.
Fomos, finalmente. Depois de muitos abraços, despedidas e recomendações paternas, pegamos a
estrada. Fomos abraçadinhos no canto da van:
- Caio, eu me esqueci do seu presente – disse eu bem tímido ao pé do ouvido.
- Como assim?
- Esqueci, desculpa.
- Desculpa? Você acha que isso tem perdão?
- Eu sei, mas é que eu me esqueci completamente. Estava com a cabeça tão cheia que...
De repente o Caio começa a rir:
- O que foi?
- Ai, bobo, você acha mesmo que eu me importo? Eu já sabia que você não compraria nada.
Nem poderia né?
- É – confirmei ainda tímido.
- E além do mais, eu sou muito contra a essa obrigatoriedade de presentes no dia do aniversário,
no dia das mães, no dia da páscoa... Quem disse que o nosso amor pode se materializar numa
embalagem bonitinha? Isso é só uma desculpa para as corporações nos fazerem de trouxas e
comprarmos sem necessidade. O meu presente ta aqui (apontou para o meu coração), aqui
(apontou para a minha cabeça) e aqui.
Ele me deu um super beijo. Ele puxou meu pescoço de leve e o empurrou para junto de seu
rosto. Deixou sua mão em minha nuca e me fazia carícias enquanto massageava a minha língua
com a sua. Os nossos joelhos começaram a se entregar um ao outro. Só não avançamos mais o
sinal porque a Claudinha nos viu beijando e gritou:
- Ta namorando, ta namorando, ta namorando!
- Hahahahahahaha, notícia velha, meu amor! – o Caio disse.
- E daí? Ta namorando, ta namorando...
23 jun
Marlon
- Oh, Claudinha, se ainda fosse: “estão trepando, estão trepando!” eu daria valor, mas isso? –
disse o Tom.
- Vai se foder! – eu gritei.
- Vou mesmo. Perder tempo com beijo? Isso é coisa de amador.
- Hahahahahahahahaha.
- É coisa de amador mesmo: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos... – disse o Caio.
- A piada acabou? Já está na hora de rir? Ok, deixa eu me preparar... Há-há-há. Pronto! – brincou
o Tom.
- Ta vendo, amor, o que o Tom faz comigo? Me defende!
- Tu já viu o tamanho do Luciano? – eu brinquei.
- Hahahahahahahaha, adoro medo espontâneo.
Quando chegamos, fomos correndo pegar os quartos. A Claudinha ainda ficou ouvindo um
monte do pai dela. Ele estava morrendo de preocupação. Também, que pai não ficaria numa
situação dessas? Mas o resto do dia foi normal. Ficamos fazendo faxina na casa e esperando as
outras pessoas chegarem.
O fim de semana prometia. Depois que o pessoal chegou, começamos a fazer o jantar, pois já
estava escurecendo e estava muito frio para entrar na piscina ou no rio. O Caio ficou a frente da
cozinha, todo o resto eram seus ajudantes. Caio fez sua especialidade: macarronada!
Mas ele tinha preparado muito mais para aquela noite. Depois do delicioso jantar, onde ele ficou
se gabando o tempo todo, durante toda a refeição, de que ele era “O Cara”, o “bam-bam-bam da
cozinha”, “O melhor cozinheiro 4 ever!”. E nós, meros comilões, tivemos que passar o jantar
inteiro agüentando as gracinhas do meu amor. Mas não podíamos negar que estava suculenta.
Depois fomos para fora, para a grama no jardim:
23 jun
Marlon
- Vamos fazer um luau à moda antiga: todo mundo fica pelado e cantando, ok? – disse o Tom.
Fizemos uma fogueira e, como ninguém tocava violão, pegamos um minisystem e colocamos um
cd para tocar. Assamos milho na brasa e ficamos rindo a toa. O Caio começou a me beijar forte.
Eu achava aqueles beijos inocentes e nem percebi que o Caio queria algo mais. Eu retribuía os
seus beijos e voltava para a cantoria. O Caio me pegava pelo pescoço e me beijava. Depois de
todos os beijos, eu voltava a boca para o canto. Quando o Caio veio me beijar de novo, ele
mordeu o meu lábio:
- Ai, mozão, doeu!
- Vamos ver se agora você percebe que eu quero a sua atenção – disse ele maliciosamente.
- Hã?
- Estou aqui há meia-hora tentando chamar a sua atenção e você fica aí cantando.
- Nem percebi – disse eu sem graça.
- Eu vou na frente, depois você vai.
- Ta, já já eu estou no quarto.
- Que quarto? Eu vou para perto da cerca, lá atrás da casa. Vai pra lá, ta?
- Tem certeza? – perguntei com receio.
- Tenho! Vê se não atrasa, hein?
E ele foi. Depois de algum tempo, eu também saí. Foi difícil achá-lo. Estava muito escuro. Eu
fiquei sussurrando o nome dele, e nada de ele me responder. De repente, eu ouço:
- Aqui!
Quando eu o encontro ele me agarra e diz no meu ouvido:
- Cadê o meu presente de aniversário?
Os lábios úmidos do Caio tocaram a minha orelha, me fazendo arrepiar. Uma voz baixa e rouca
me exigindo algo inesperado:
- Aqui? – perguntei assustado.
- Claro! – respondeu ele docemente.
Ele me abraçou, tocou os seus lábios nos meus, mas não nos beijamos. Ele ficou acariciando o
meu rosto com o nariz. Depois começou a esfregar o nariz no meu pescoço e me deu umas
mordiscadas. Eu não contive o ânimo. Eu o abracei e nossas pernas ficaram entrelaçadas. Ele
começou a chupar o meu pescoço e a amassar os músculos das minhas costas com as palmas das
mãos. Ele estava violento. Ele estava terrivelmente excitado. Terrivelmente:
23 jun
Marlon
- Caio, calma!
Mas ele não me dava ouvidos. Ele me empurrou na cerca, cada uma de suas mãos me agarrou
pelo pulso e ergueram os meus braços. Ele puxou a minha camisa e a pendurou na cerca. Depois
de muito eu ter pedido calma, ele me olha no fundo dos olhos e diz:
- Calma não!
Então ele me beija, mas não permanece muito tempo na minha boca. Seus lábios vão descendo
para o meu peito. Ele lambe o mamilo e desce para o abdome. Eu só conseguia gemer e acariciar
os seus cabelos. Ele se ajoelhou e arrancou a minha bermuda. Eu fiquei de cueca em pleno pasto,
no maior frio. Mas nem me lembrei desses pormenores. Ele tirou a cueca e pegou o meu pênis
com uma das mãos. Como dizem, ele encheu a mão, pegou “com gosto”. Ele ergueu a cabeça,
me olhou de novo e disse:
- Essa é só parte do presente.
E começou a me fazer sexo oral. Ele concentrava toda a sua atenção para a glande. Ele até
lambia todo o comprimento do membro, mas era na glande que ele se esforçava mais, fazia mais
pressão. As vezes ele parava e só me masturbava, enquanto beijava o meu abdome, ou a parte
interna das minhas coxas. Eu não percebi, mas enquanto ele fazia tudo isso, ele também tirava a
bermuda dele com a outra mão. Quando ele se levantou, já estava sem a bermuda e sem a cueca.
Ele me abraçou e os nossos membros se encontraram. Estavam quentes e as veias e artérias
pulsavam descontroladamente. A gente riu disso. Nos olhamos e percebemos que aquilo era
loucura, mas foi engraçado. Era tão doce. Tudo era doce. Até mesmo a inocência de cada sorriso
era doce. Então nos beijamos timidamente e nos deitamos na grama.
O Caio pegou uma camisinha na carteira e respirou fundo. Estávamos deitados um de frente para
o outro:
- Meu presente, lembra?
- Claro – respondi eu sorrindo – me dá.
- Não!
- Ué... me dá a camisinha.
- Eu queria tentar algo novo entre a gente.
- Então você quer...
- É.
23 jun
Marlon
Eu fiquei um tempo calado. Na verdade eu não importaria em ser passivo. Desde a nossa
primeira vez que o Caio evitava me por em situações diferentes de um ativo:
- Ta?
- Ta bom, estou curioso.
- É porque eu... sei lá, eu quero experimentar com você hoje.
- Não precisa explicar. É seu aniversário!
Então ele pegou a camisinha e foi desenrolando nele. Eu fiquei observando. Por um momento eu
tive medo, pois, o que faltava de tamanho não faltava de largura ao pênis do Caio. Ele estava
pronto:
- E agora?
- Agora vire de costas para mim, assim dói menos.
- Ta.
Ele pôs a palma da mão dele na minha nádega direita e a afastou, como se quisesse abrir
caminho. Ele avisou que iria começar. Foi complicado; até a hora de ele realmente se introduzir,
ele tentou abrir. Ele não queria forçar, mesmo eu pedindo. Mas quando ele conseguiu, senti dor.
Soltei um pequeno gemido. Ele ficou um tempo lá dentro, depois ele começou a se movimentar
de leve. Ele começou a me beijar o pescoço, mas ele parecia que estava sentindo muito prazer,
então ele só ofegava. Eu ainda sentia dor e o Caio, com toda a sua experiência, disse:
- Relaxa o corpo.
- Estou relaxado.
- Não, você está me prendendo. Relaxa.
Ele falava tão carinhosamente que parecia impossível não relaxar. Ele começou a massagear as
minhas nádegas com as palmas das mãos. Foi quando eu comecei a sentir certo prazer e foi
quando também ele começou a acelerar os movimentos:
- Precisamos ser rápidos.
- Não pára, Caio.
A grama estava úmida. Sentíamos um frio descomunal, mas estava muito gostoso para parar.
Quando ele alcançou o orgasmo, acelerou ainda mais os movimentos e gemeu com mais
precisão. Depois de um tempo ele parou e, sem que eu percebesse, pegou outra camisinha, me
virou de costas para a grama, ou seja, eu estava deitado olhando para o céu. Ele desenrolou a
camisinha em mim:
- O que é isso?
- Meu presente de aniversario.
23 jun
Marlon
Ele sentou em cima de mim. Depois ele foi me puxando, para que eu também ficasse sentado.
Ele se inclinou para trás, apoiou os dois braços na grama e forçou todos os nossos movimentos.
Eu segurei sua cintura, para que ele não caísse. Ele parecia tão cheio de tesão que desistiu de se
apoiar e me abraçou. Deixou que eu tomasse conta dos nossos movimentos. A grama ao nosso
redor já não estava tão fria. Ele me beijou e ficou acariciando a minha nuca. Não demorou muito
e eu já soltava gemidos vitoriosos:
- Ah... uau! Nossa! O que foi isso? – perguntei ofegante.
O Caio não respondeu com palavras. Ele ficou me olhando e eu percebi que o clima de
descontração tinha acabado. Agora era sério. Ele me beijou, um beijo intenso, mas rápido.
Depois ele me abraçou e ficamos um bom tempo nus, na grama, no escuro, eu dentro dele:
- Eu te amo, Marlon!
- Eu te amo também, Caio. Obrigado por tudo. Meu maior presente de vida é você.
Não restavam dúvidas: era amor o que sentíamos. Amor dos mais puros e inocentes.
Depois nos vestimos e fomos direto para o banheiro. Mais do que esperma, estávamos sujos de
terra e de grama. Um esfregou as costas do outro. Saímos daquela ducha morna exaustos e ao
mesmo tempo muito satisfeitos:
- Vamos voltar para a fogueira?
- Ai, Marlon, estou com uma fome enorme. Deixa eu só ir na cozinha fazer uns sanduíches.
- Claro. Faz pra mim também?!
- Vem.
O Caio fez um americano para cada um: pão, ovos, tomates, queijo, presunto, alface. Uma
delícia. Refeição completa. Pegamos um copo de refrigerante para cada um e fomos para a
fogueira. Nem preciso dizer que, quando chegamos lá depois de tanto tempo, de banho tomado e
de roupas limpas, todo mundo ficou zoando com a gente. Mas nem ligamos. Estávamos felizes
demais e com a boca muito ocupada para retrucar as brincadeiras.
E o fim de semana tinha apenas começado!
23 jun
Marlon
Eu e o Caio fomos os primeiros a ir dormir. Depois do sanduíche, ainda ficamos um pouco com
o grupo ao redor da fogueira, mas estávamos muito carentes um do outro. Obviamente, essa
carência não seria saciada ali. Então decidimos ir nos deitar. Fomos para o quarto e tiramos as
roupas, ficamos apenas de cueca, mas o Caio vestiu meias, pois estava com frio. Entramos
debaixo das cobertas. O Caio deitou sua cabeça sobre o meu peito e ficou me fazendo carinho
nos pouquíssimos pêlos que eu tinha no tórax. Já eu fiquei fazendo cafuné em sua cabeça. Ele
pôs a perna esquerda entre as minhas e aqueceu os meus pés com os seus:
- Boa noite, amor!
- Boa noite, mozão!
Pela manhã, eu acordei mais cedo. Tudo planejado. Fui para a cozinha e improvisei um café da
manhã. Fiz queijo-quente, café-com-leite, peguei algumas bolachas e uma geléia de frutas
vermelhas. Corri para o jardim e peguei um pequeno ramo de flores amarelas e espalhei as
pétalas em cima da bandeja onde eu levaria a refeição. Eu entrei no quarto e ele ainda dormia
agarrado ao travesseiro. Eu puxei o travesseiro de leve e, como eu conheço bem o sono do Caio,
desde antes de eu descobrir que era gay, ele sempre, inconscientemente, fica puxando o
travesseiro para si. Eu puxava de um lado e ele, ainda dormindo, puxava do outro. Ele até gemia
como uma criança birrenta, mas ele só acorda quando a pessoa que estiver puxando o travesseiro
finalmente conseguir tirá-lo dele:
- Bom dia, amor!
- Marlon – choramingando – me dá o travesseiro!
- Não. Olha a janela, já é dia.
- E daí? Me dá o travesseiro.
- Não, não, não. Acorde!
- Marlon...
- Eu trouxe o seu café.
- Hã? Onde?
- Aqui.
23 jun
Marlon
Eu peguei a bandeja e a pousei no meu colo. Ele se ergueu e esfregou os olhos. Ele fazia tudo
isso com muita graciosidade. Quando ele esfregou os olhos, achei tão fofo que lhe dei um
selinho enquanto ele se espreguiçava:
- Ah, eu quero um selinho de novo – disse ele com voz infantil.
- O bebê quer um beijinho?
- Aham. Bebê quer beijinho.
Eu ri daquela situação boba, mas era irresistível ser bobo ao lado do Caio. Eu pus a bandeja no
chão, descalcei as sandálias e me deitei em cima dele. Fiquei distribuindo selinhos nos seus
lábios enquanto ele me abraçava as costas. Não eram beijos intensos, nem mesmo eu me
demorava com os lábios nos lábios dele. Eram selinhos mesmo. Vários. Quando terminei, ele
disse:
- Só isso?
- Que bebê difícil de saciar!
- Esse bebê é muito mimado e é muito grande. Ele precisa de uma dose extra de beijinhos-inhos-
inhos.
- Ta bom, ta bom – disse eu imitando uma voz de cansado.
Depois dos selinhos, desci a boca para o pescoço dele e fiquei mordiscando, a fim de lhe fazer
cócegas. Depois eu parei e peguei a bandeja:
- Toma o seu café.
- Ai que namorado prendado!
- Não se acostume, afinal, o cozinheiro aqui é você.
- Ah, tem flores, que lindo!
- Gostou?
- Ai que fofo!
Tomamos o nosso café rapidamente. Ainda era muito cedo. Fomos dormir muito cedo. Depois
de comer, voltamos para debaixo das cobertas, mas para namorar um pouco. Beijinhos com
gosto de café-com-leite. Ficamos abraçadinhos um bom tempo, até que esmurram a nossa porta:
- Bora parando a safadeza aí!
- Invejoso – gritou o Caio.
- Já treparam demais, abre essa porta.
- Deixa a gente em paz, seu mau-comido!
- Mau-comido é a sua madrinha. Abre já essa porta!
Quando eu abri a porta, Tom e Luciano invadiram o quarto e pularam na cama:
- Oba, agora a coisa vai ficar feia de verdade!
Eles começaram a agarrar o Caio debaixo do lençol:
- Marlon, eles querem me comer! – gritou o Caio.
- Seu prostituto. Finge que não gosta, vai!
- Marlon!
23 jun
Marlon
Eu pulei na cama, fiquei de pé em cima do colchão tentando achar o Caio naquela confusão:
- Seus trombadinhas, parem de atacar o meu namorado!
O Luciano me puxou e eu caí deitado em cima dos três. Eu só conseguia sentir cinco dedos
intrusos nas minhas nádegas. A folia era geral naquela cama. Eu não conseguia tirar aqueles
dedos de mim e nem conseguia identificar de quem eram:
- Marlon, arrancaram a minha cueca!
- Quem?
- O Tom vai me comer!
- Hahahahahahahahahaha...
Eu só conseguia enxergar a boca do Caio, que ria a beça. De repente, eu sinto um monte de
camisinhas sendo jogadas em cima da cama. Era a Claudinha:
- Previnam-se, meninos! – gritou ela e saiu do quarto logo em seguida.
A brincadeira não durou muito. O Luciano, que é muito tímido, saiu da cama:
- Ô, amor, agora que estava ficando bom! – choramingou o Tom.
O Luciano deu a volta na cama para puxar o Tom da cama na outra extremidade:
- Bora, a orgia já acabou!
- Por que eu fui arrumar um namorado tão pudico?
Depois que eles saíram, eu corri para trancar a porta. Depois pulei na cama:
- Ele arrancou mesmo a sua cueca?
- Quase!
- Que menino louco!
- Hahahahahahaha.
- Tudo bem? – perguntei sério e já um pouco excitado.
- Tudo. Te fizeram alguma coisa?
- Não, só me dedaram!
- Ah, só isso? – perguntou o Caio irônico.
- Hahahahahahahahaha.
Voltamos a namorar, mas não transamos, mesmo depois de todo o estímulo e daquele monte de
camisinhas espalhadas pela cama. O resto do dia foi normal. Passamos a tarde na piscina e à
noite brincamos de pique – esconde. Idéia do Caio, que dizia estar morrendo de saudades dessa
brincadeira. Todo o sítio servia de esconderijo. Passamos a madrugada brincando. No dia
seguinte, passamos o dia recebendo os equipamentos do DJ, as comidas do Buffet e arrumando a
decoração que foi confeccionada por nós. No fim do dia, tudo estava lindo, mas não estava mais
lindo que o Caio:
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Eu só esperava por uma pessoa em especial: o Vinicius. Ele sim me assustava. Quando ele
chegou, o Caio estava ocupado, então eu fui recebê-lo:
- E aí?
- Oi, tudo bem?
- Tudo tranqüilo e você?
- Bem, bem. Obrigado pelo convite.
- Tudo bem.
Ele estava muito feliz, foi quando o meu medo passou. Senti pena dele, foi inevitável. Deveria
fazer muito tempo que ele não saía, não via “amigos”, não se divertia. Eu o trouxe para perto do
grupo e ficamos bebendo. Eu até gostei de tê-lo convidado. Depois o Caio se aproximou:
- Oi Caio, feliz aniversário – disse o Vinicius animado.
- Oi Vinicius, tudo bem?
Eles se abraçaram:
- Tudo. Ô, seu presente!
- Ah, valeu.
Ele pegou a embalagem e desembrulhou. Era uma camiseta azul:
- Ah, que linda. Obrigado!
- De nada, obrigado pelo convite.
- Vou guardar o presente.
O Caio veio na minha direção, me deu um selinho e saiu. Definitivamente o passado tinha ficado
no passado e eu estava feliz por isso:
- Nossa, que festão, hein?
- Pois é, o Caio não poupou esforços.
- Adorei o kilt dele, hahahahahahaha.
- É, só o Caio mesmo para fazer essas coisas.
Então ficamos dançando até que o DJ pára a musica e chama o Caio:
- O aniversariante, por favor!
24 jun
Marlon
O Caio sobe no palanque e fica todo apreensivo, nervoso. Ele fica me dando tchauzinho e
olhando para as pessoas, que gritavam muito por ele. Atrás do Caio surge um bolo e o DJ puxa
os parabéns. Aí ele fica todo envergonhado, pois todos começam a gritar a música. Depois
gritam “Faça um pedido!”, aí ele fecha os olhos, olha para cima, depois apaga as velas. Foi
quando as pessoas gritaram mais alto. O Tom não perdeu a oportunidade e gritou “Discurso!”.
Foi o bastante para que todos na festa gritassem o mesmo. Não teve jeito, o Caio teve que
discursar. Eu não me lembro muito bem o que ele disse, mas ele agradeceu a presença de todos,
disse que estava muito feliz e que esperava que as pessoas se divertissem muito. Ele pegou a
espátula de bolo e disse no microfone:
- É tradição, gente. Primeiro pedaço é tradição!
Todos começaram a gritar “Me dá!” enquanto ele partia o bolo. Já com a fatia na mão ele disse:
- Não tem como, a minha primeira fatia vai para essa pessoa que eu amo muito!
Aí o Tom gritou:
- Que nojo! Ninguém sabe quem é, né minha gente?
- Hahahahahahahahahahaha, é ele mesmo, meu amorzinho-zinho-zinho, Marlon!
Fiquei com muita vergonha, mas tive que subir no palco e receber o bolo. Quando subi, pude
perceber o quanto aquela festa era grande e a quantidade enorme de pessoas, gente que eu nunca
vi na minha vida. O Caio me deu a fatia e me abraçou:
- Hum, feliz aniversário, meu amor!
- Obrigado, querido. Te amo muitão!
24 jun
Marlon
Depois eu desci do palco comendo minha fatia e matando as pessoas de inveja. Depois ele partiu
uma fatia para ele e o resto do bolo... Bem, ele fez várias fatias e jogou para a multidão. Foi
glacê para todos os lados. Parecia um show de rock, foi hilário. Depois ele desceu e a festa
continuou. Quando a manhã chegou, os garçons serviram um café da manhã para os convidados,
mas a festa não parou, só baixou o clima. Foi lindo. O céu estava com aquele tom de azul que
sabemos bem quando está amanhecendo e os convidados ficaram deitados na grama. Parecia
mesmo uma rave. O café estava uma delícia. Depois o Caio pegou uma garrafa de champanhe,
fez um novo discurso e estourou a bebida. Mas ele não ofereceu a ninguém. Na boca da garrafa
ele foi tomando. Eu que depois me aproximei e pedi um pouco, aí sentamos na grama e ele me
ofereceu a garrafa. Depois ele deitou a sua cabeça nas minhas pernas e eu fiquei bebendo
enquanto lhe fazia cafuné. Ele acabou cochilando, estava cansado. Por sorte, ele já tinha tomado
café, então não precisei acordá-lo para que ele fosse comer, pois eu não o deixaria dormir sem se
alimentar. Fiquei minutos ali sentando, fazendo carinho no meu namorado, quando de repente eu
avisto o Vinicius se beijando com outro cara. Aí eu acordei o Caio:
- Caio, Caio, acorda.
- Oi?
- Olha o Vinicius ali.
O Caio olhou para o Vinicius:
- Parece que o Vinicius já se arrumou.
- Ai não!
- O que foi, Caio? – perguntei bravo.
- Cadê a Luiza?
- O que tem a Luiza?
- Ela não pode ver isso!
- Por que não?
- Porque ela não sabe que o Vinicius é gay. Se ela ver isso, ela vai morrer!
- Mas ela ainda gosta do Vinicius?
- E muito!
24 jun
Marlon
Segundos depois a Luiza passa por nós e vê o Vinicius. Ela fica parada um tempo, depois ela
senta na grama e fica olhando o casal. O Caio se levantou e foi até ela. Ele sentou ao seu lado e a
abraçou. Eu não ouvi a conversa, estavam longe, mas parece que correu tudo bem. Eu fui para
cama, pois parecia que o Caio iria demorar. Nós decidimos trancar a porta do nosso quarto não
só por segurança, mas também porque não queríamos ver ninguém transando na nossa cama.
Quando eu fui chegando perto da porta, um casal de bêbados me pede:
- E aí, cara, beleza? Me empresta esse quarto para eu e minha namorada?
- Olha, cara, vai dar não.
- Por que, cara? Seja camarada!
- Não posso, meu namorado está vindo já já.
- Ah, cara, vai ser rapidinho...
- Não vai dar!
- Pô, que cara chato!
Aí ele se sentou numa cadeira e a namorada sentou no colo dele. Eu fiquei rindo e entrei. Tirei as
roupas, fiquei só de cueca e dormi. Nem sei quanto tempo eu dormi, mas quando eu acordei, o
Caio estava do meu lado:
- Teu irmão está aí, quer falar com você!
Eu estava muito cansado, tinha dançado a noite toda. Na verdade não dancei muito, não sou
muito de dançar, mas fiquei em pé a noite inteira. Quando acordo, recebo uma notícia
inesperada:
- O que?
- Seu irmão está aí?
- Ewerton?
- Sim.
- Mas...mas, o que ele quer?
- Eu não sei. Posso chamá-lo?
- O que será que ele quer, Caio?
- Eu não sei, amor... vou chamá-lo.
Eu me levantei da cama e vesti uma bermuda. Sentei na cama e ainda não acreditava. Levantei-
me e lavei o meu rosto. Foi o tempo exato para ele entrar no meu quarto. Eu tremi um pouco,
mas mantive a firmeza. Estávamos Ewerton, Caio e eu no quarto:
24 jun
Marlon
- Caio, você pode sair para eu conversar com o meu irmão, por favor? – disse ele meio grosseiro.
O Caio estava saindo quando eu disse:
- Não, o Caio fica!
- Eu quero falar com você sem o Caio.
- Eu não escondo nada dele, então pode falar.
- Querido, talvez seja melhor eu sair – disse o Caio.
Quando o Caio disse “querido”, o Ewerton riu com ironia. Senti raiva naquele momento, pois eu
já tinha abandonado a minha família há muito tempo e não admitia que o Ewerton nos
procurasse para rir da nossa cara:
- O que foi, Ewerton? Você riu por que o Caio me chamou de “querido”?
- Eu não ri de nada...
- O Caio fica, pode falar.
- Então é assim que você quer viver sua vida: numa orgia de viados?
- Veio para isso? É melhor você ir embora, porque é assim que eu quero viver. Agora saia, tchau.
- Papai e mamãe não param de sofrer por sua causa.
- E o que eu posso fazer para que eles parem de sofrer: deixar de ser gay?
- Claro!
- Ta, Ewerton, sua vinda foi em vão, pois isso não é possível. Cuidado quando você voltar não
esbarrar em nenhum gay e não se contaminar.
- Eu estou falando sério, Marlon.
- E eu também estou.
- Você não percebe que essa vida que você escolheu não presta? Como é que você vai pôr a cara
na rua? Como é que você vai trabalhar desse jeito? As pessoas sabendo que você é gay... já
pensou nisso?
- Já, agora pode ir embora!
- Mermão, eu estou tentando te ajudar!
- Como, Ewerton? Como? Quantas vezes eu vou ter que repetir que eu não escolhi ser gay? Do
mesmo jeito que eu sinto atração por homem, você sente por mulher. É simples. Você escolheu
sentir tesão por mulher? Eu também não escolhi não. Entenda isso e você já me ajuda.
Ele ficou um tempo calado, me olhando com fúria, como se estivesse fazendo um esforço muito
grande para estar ali:
- Você pode se curar com análise.
24 jun
Marlon
- Vai embora, Ewerton – disse eu com voz de exausto – vá embora. É melhor para mim e para
você. Isso cansa muito. Você vai morrer pensando que eu escolhi isso para mim, vai morrer
pensando que é doença, vai morrer pensando que foram as más influências, vai morrer pensando
que foi uma bactéria... enfim, você vai morrer na ignorância e nunca vai conseguir enxergar que
eu não tenho culpa de nada. O preconceito com os gays hoje não é nada diferente do preconceito
que se tinha com os negros há tempos atrás. Não que hoje não exista esse preconceito, mas hoje
ele é camuflado... enfim, Ewerton, não estou afim de discutir. Vá embora.
- Perdi tempo mesmo – e saiu.
O Caio fechou a porta e eu sentei na cama. Ele sentou-se ao meu lado e me abraçou:
- Tudo bem?
- Tudo ótimo. Não fiquei triste não, na verdade isso me ajudou muito, me deu certeza de que
estou certo.
- E sabe do que mais? Estou orgulhoso de você, bebê.
- É?
- É. E sabe do que mais? Acho que seu irmão está começando a perceber que a sua
homossexualidade não apagou o amor que ele sente por você. Porque ele veio aqui senão porque
ele não agüenta mais amar alguém que é o que ele odeia?
- Você acha?
- Acho. Ele nem disse que os seus pais te querem de volta, que veio aqui só porque os seus pais
pediram. Ele veio aqui por ele próprio.
- No dia que eu vim do hospital, eu disse para ele que ele era o meu herói.
- Ele deve estar sentindo falta de ser esse herói, ou não agüenta mais saber que você o amou
tanto e que ele não consegue aceitar você do jeito que é.
- Ou as duas coisas...
- É...
24 jun
Marlon
Começamos a limpar a casa e o jardim, que estavam imundos, mas era lixo “grande”, então não
deu tanto trabalho assim. Exceto os cacos de vidro. Começamos de manhã, paramos no almoço –
o Caio cozinhou estrogonofe de frango – terminamos no início da noite. Por sorte, alguns
convidados ficaram, então não foi tão trabalhoso. Acabamos com todos no rio, de noite.
Levamos garrafas e mais garrafas de bebidas e petiscos que sobraram da festa. Levamos o
microsystem e fizemos uma fogueira. Foi uma noite muito divertida. Brincamos muito, nadamos
muito, falamos muita besteira e namoramos até demais. O Vinicius ficou a noite com a gente,
junto com o rapaz que ele ficou na festa. Não sei como a Luiza ficou com isso:
- Marlon, o que o seu irmão queria hoje mais cedo? – perguntou o Vinicius.
- Nada de mais.
- Sei...
- Por que?
- Não, não é o que você está pensando. Já aprendi a minha lição. Foi só curiosidade, porque eu
achei que eles não te aceitassem.
- E não aceitam.
- Chato isso...
Depois fomos tomar banho e dormir, pois estávamos exaustos demais para qualquer coisa.
Voltamos para casa no dia seguinte.
24 jun
Marlon
As festas de fim de ano foram chegando, eu não estava preocupado com a minha família. Não
sentia falta deles, na verdade não sabia se os amava ou não. Dizem que amor de família é
inevitável, que é mais forte que a gente, mas eu não tinha tanta certeza disso. Não digo isso tanto
pela decepção, mas mais pela paz e felicidade que eu tinha com o Caio e com a família dele.
Nada me faltava. No dia 24 de dezembro, meu irmão me liga:
- Marlon?
- Ewerton?
- Oi.
- Oi.
- Vai ter ceia na casa do tio [...], você vai?
- Eu nem sabia...
- É, vai ter, você vai?
- Faz diferença se eu for?
- Marlon, não força. Se não quiser ir, não vá.
- Ta bom, então diga que eu recusei o convite – e desliguei.
Horas depois, liga o meu pai...
Foi surpresa. O Caio grita do banheiro: “Marlon, atende o telefone!” e lá vou eu. Quando
pronuncio o “alô”, a voz extremamente familiar me responde e me empalidece. Era o meu pai:
- Marlon? – pergunta ele rispidamente
- Pai? – pergunto surpreso.
- O seu irmão acaba de ligar para você convidando para a ceia de natal e você responde desse
jeito?
Eu não sabia o que dizer. Eu dizia para mim mesmo que eles não me faziam falta e que talvez eu
nem os amasse mais. A questão é que a voz empostada do meu pai me dando uma bronca ainda
me provocava certos medos. Era como ter um pai de volta. Gaguejei e ele interrompeu:
- Quer dizer, não basta você nos causar vergonha, ainda desdenha da nossa boa vontade não é?
- Não foi bem assim...
24 jun
Marlon
- E como é que foi? Seu irmão convida você para vir cear com a gente de bom grado, mesmo
depois de tudo o que você nos causou e você ainda responde desse jeito? Eu não criei você
assim, vai ver é essa sua maluquice que está lhe causando isso, só pode!
- O problema é que eu sei muito bem como vou ser tratado aí. Eu sei muito bem o que vocês
pensam de mim. O senhor acaba de me chamar de maluco. Eu não sou maluco, eu sou gay... –
ele me interrompe.
- O que é pior, não é?
- Não. Está vendo como o senhor me trata?
- Deixe de frescuras. Haja como homem, pelo menos uma vez.
Eu quis chorar, estourar o telefone no chão, mandá-lo para diversos lugares, mas o ódio era tanto
que não consegui fazer nada disso. Calei-me. Ficamos um tempo calados. Mas ele rompe o
silêncio:
- Não vai falar nada?
- Me responde, pai... se é que eu ainda posso chamá-lo assim: por que estão me convidando? Eu
faço falta? Achei que não me amassem mais.
- Não faça drama, já disse. Você não quer uma segunda chance?
- E o que é exatamente essa segunda chance? Adianto que não posso deixar de ser gay, e que não
vou deixar o Caio, e que não vou fazer tipo diante de ninguém.
- Mal agradecido! – gritou alto – Venha, eu não estou mandando?
Nesse momento, o Caio aparece na sala:
- Quem é?
- Meu pai.
- O que ele quer?
- Que eu vá à ceia de natal da minha família.
Meu pai, impaciente, grita mais uma vez:
- Marlon, você está aí?
- Estou.
- Então me responda!
- Eu...
- Vá, Marlon! – disse o Caio.
Isso foi mais surpreendente que a ligação do meu pai. Não imaginei que o Caio fosse dizer isso,
afinal, ele era contra eu procurar a minha família:
- Tem certeza? – eu perguntei ao Caio.
- Sim, vá.
- Pai? De que horas?
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24 jun
Marlon
Pronto, estava confirmada a minha ida à ceia. Depois que desliguei, questionei o Caio:
- Por que disse para eu ir?
- Pensei muito no que o meu pai nos disse. Aliás, tenho pensado muito nisso. Você deve reatar
com a sua família sim. Claro, desde que eles te respeitem, mas você vai precisar deles um dia.
Eles são sua família quer queiramos ou não.
- Mas esse jantar não vai ser nada agradável.
- Eu sei, mas é justamente isso. A sua parte para sanar esse problema você está fazendo, basta ter
fé e esperar que eles façam o mesmo.
- Você acha que eles farão?
- Não. Nem hoje, nem daqui a algum tempo. Talvez demore tempo suficiente para que seus pais
envelheçam e estejam em seus leitos de morte, mas sempre há esperança e você deve sempre
manter essa chama acesa.
- Tudo bem.
Eu me sentei no sofá, triste. Não queria ir, não me parecia uma boa idéia. Mas eu confiava no
Caio, confiava o suficiente para obedecê-lo, sem mesmo refletir sobre o que ele me pedira. Ele
sentou-se ao meu lado e me deitou em seu colo. Pôs minha cabeça em suas pernas e me fez
cafuné:
- Bebê, quer pipoca? Eu faço uma pipoca com chocolate e a gente come com refrigerante. Quer?
- Não precisa me bajular tanto! – disse eu choramingando.
- Ai, Marlon, faço com maior prazerzão-zão-zão! Espera aí.
Enquanto ele fazia a nossa pipoca, eu fiquei esparramado no sofá, assistindo TV. Depois ele
volta com duas tigelas enormes com pipoca de chocolate. Ele se deita no sofá, abre as penas e eu
me deito sobre ele e entre as suas pernas. Lambuzei-me de chocolate. Realmente o Caio sabe
levantar o astral de qualquer um. Depois da pipoca, namoramos um pouco, até o momento em
que tive que tomar banho e ir para a ceia:
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Foi quando começou o meu tormento: ela tirou o prato da minha mão e tudo a partir dali foi
declinando. As mãos não paravam de tremer, então as enfiei no bolso. Depois fiquei olhando os
meus pais e o meu irmão. Eles me olhavam com uma cara sem expressão, não dava para deduzir
o que eles estavam pensando. Os meus outros primos nitidamente me ignoraram, principalmente
os homens. A parte que eu mais temia estava próxima. Eu teria que desejar um feliz natal para os
meus pais e irmão. Mas como fazer isso? Respirei fundo e prossegui. Quando me aproximei,
meu irmão se afastou. Ele poderia ter feito isso antes de eu ter me aproximado, ou até mesmo
depois, mas ele fez questão de sair justamente quando eu cheguei. Bem, eu pensei “Menos um
para desejar ‘Feliz Natal’”. Olhei para minha mãe, que estava sentada com uma taça de vinho na
mão. Ela estava nitidamente apreensiva, ou seja, envergonhada por eu estar ali. Naquele
momento eu pensei que a idéia de me convidar não deve ter partido dela, mas eu poderia estar
enganado, pois, se assim fosse, só me restaria uma opção: meu pai. Com certeza não tinha sido
idéia do meu irmão, pelo menos eu achava. Mas também poderia ter sido idéia dos meus tios,
que acabaram fazendo com que os meus pais me convidassem. Eu iria me inclinar para beijar
minha mãe, mas achei melhor não. Então, com ela sentada e eu de pé, disse:
- Feliz natal, mãe!
Ela sorriu para mim e rapidamente encostou a taça de vinhos nos lábios. Depois me virei um
pouco e desejei feliz natal para o meu pai:
- Pelo menos isso, não é?
- O que?
- Pelo menos você veio. Quer dizer que a minha educação não foi tão em vão assim.
24 jun
Marlon
Não havia resposta para tal, então me calei. Não havia, também, mais pessoas para se
cumprimentar. Sentei na poltrona ao lado do sofá da minha mãe me mantive quieto. Meus pais
ficaram mudos e eu também não fazia questão de falar nada, mas já que era para ficar nessa
situação constrangedora, preferiria estar em casa, na cama com o meu namorado. Eu não tinha
jantado antes de ir - o que foi um tremendo erro – e estava morrendo de fome, mas não levantaria
dali para me servir de nada, nem de bebida ou comida. Passei fome, uma fome tremenda, uma
fome enorme, até o momento em que o meu tio convida a todos para sentarem-se à mesa de
jantar que eles tinham preparado no jardim. Como eu iria me levantar dali? Enfim, tive que fazer
isso. O pior não era essa mudez. O pior eram os meus primos que faziam questão de demonstrar
repulsa pela minha presença. A minha prima, que tinha aberto a porta para mim, senta-se ao meu
lado e começa a puxar papo. Não sabia que ela não era contra mim. Menos mal. Conversamos
enquanto comiamos. Ela me contou que queria conhecer o Caio e sair com a gente algum dia
desses, então eu a convidei para uma festa de amigo-secreto que estávamos organizando com a
turma da faculdade. Achei que tinha arrumado uma companhia para passar o resto da festa, mas
o namorado dela chega minutos depois. Vi-me sozinho outra vez. Depois da ceia, voltei para o
mesmo lugar. Com exceção da minha tia e da minha prima, mais ninguém falou comigo. Já
passavam das duas da madrugada, quando ouço uma voz ao pé do meu ouvido:
- Pronto, Marlon, você já deu o seu show. É melhor para todo mundo que você vá embora!
Não consegui reconhecer aquela voz de imediato devido ao susto que tomei, mas sabia que me
era familiar. Quando me viro, vejo o meu irmão. Fico fitando-o por um tempo e depois me viro,
como se não tivesse escutado nada, mas ele insiste:
- Está esperando o que?
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Então saí do círculo, fui para a mesa, peguei o prato que levei e comecei a ir embora. Abri o
portão, já na rua procurando um táxi. Fiquei com medo de ser assaltado ou coisa pior, mas por
sorte achei um táxi livre e fui para casa. Quando cheguei lá, me lembrei que o Caio e os seus pais
estavam também numa ceia na casa de uns amigos. Eu não sabia bem onde era, então liguei para
o Caio:
- Marlon?
- Caio, estou em casa, mas não tem ninguém aqui não é?
- É, mas... mas... – ele respira fundo e continua – peça a chave ao porteiro e entre.
- Não, quero estar com você. Salve o meu natal.
- Já estou indo aí.
- Não, quero ir para onde você está.
- Está bem, então pegue um taxi e venha para a rua [...], aí depois você pede para o taxista entrar
pela rua da esquerda, se por acaso você estiver vindo no sentido norte. Entendeu?
- Entendi.
- Você vai ver uma farmácia, vou estar em frente te esperando.
- Não é perigoso para você?
- Não, é farmácia 24 horas.
- Amor, leve dinheiro também. Não tenho nenhum.
- Vem logo, Marlon! – gritou o Caio como se estivesse zangado.
24 jun
Marlon
Ele me deu as costas e se sentou no degrau da entrada da farmácia. Sentei ao seu lado. Ficamos
muito tempo, muito tempo mesmo, calados. Decidi não perguntar mais nada e esperar que ele me
contasse:
- É que... olha, sei que te pedi para ir para a casa dos seus parentes... eu... eu não me arrependo,
mas me arrependo, entende? – perguntou chorando.
- Por que você está chorando?
- Desculpa, amor!
- Desculpa pelo o quê?
- Por ter pedido para você ir.
- Não estou entendendo, Caio.
- Você tinha que ir, mas sabia que ia ser uma merda para você, eu sabia. Não me arrependo de
ter pedido para você ir, mas lamento muito que você esteja aqui agora. Entende isso?
- Não.
- Porque você tinha que ir, mas eu sabia que seria ruim.
- Tá, essa parte eu entendi, não entendi o porquê de você chorar desse jeito.
- Me perdoa, amor!
- Perdoo, mas perdoar de quê?
- De ter pedido para você ir.
- Então! Você “pediu”, você não mandou.
- Ah, é a mesma coisa!
Eu ri singelamente. Era de fato gracioso que, mesmo fora do alcance das mãos do Caio, ele
queria me proteger. Ele não explicou muito bem o motivo de estar se sentindo culpado, mas eu
sabia o porquê. Tentei abraçá-lo mais uma vez, para consolá-lo, mas ele se afastou de novo:
- Deixa eu te abraçar!
- Não, não precisa – disse ele enxugando as lágrimas.
- Não quer cuidar de mim? Então, preciso de colo, lá foi horrível.
- Como foi?
- Não, agora não. Agora eu só quero um abraço e depois vamos para a festa.
Nos levantamos, nos abraçamos fortemente com direito a carinho na nuca e beijinhos na
bochecha. Depois fomos de mãos dadas para a festa. No meio do caminho, eu digo:
- Você não me desejou Feliz Natal ainda, sabia?
- Oh, meu Marlonzinho-zinho-zinho, eu esqueci... Oops!
- Hahahahahahahahaha.
Então ele me abraçou de novo bem forte e disse no meu ouvido:
- Feliz Natal, meu ursinho peludinho de chocolate!
- Feliz Natal, Caio!
24 jun
Marlon
A prova de que dinheiro definitivamente não compra felicidade: esses amigos dos pais do Caio
eram super humildes, uma casa simples, modesta. Na casa dos meus parentes havia cerca de 25
pessoas; na casa desses amigos deveriam haver umas 80. Obviamente a casa não comportava
todo mundo, mas todas as mesas estavam no meio da rua. Aparentemente todos os vizinhos
estavam nessa festa. Tinham as mesas de quatro cadeiras, que eram várias, mas também tinha
uma mesa maior, que deveria ter uns 6 metros, cheia de comidas. Na casa dos meus parentes as
pessoas riam, nessa festa as pessoas gargalhavam sem pudor. Tudo era muito simples, mas
cheirava a vida!
- É tudo isso de gente? – perguntei surpreso.
- Aham.
Ainda estávamos de mãos dadas e chegamos assim. O Caio me explicou que na verdade essa não
era a casa desses amigos dos pais dele e sim a antiga casa que esses amigos moraram, mas que a
mantinham por causa das lembranças e da vizinhança, ou seja, eles eram humildes de coração,
digamos assim. Quando chegamos de fato, fomos para a mesa onde os pais do Caio se
encontravam. Eles riam a beça e parece que relembravam o tempo de faculdade. Quando a mãe
do Caio me viu, se surpreendeu:
- Ué, Marlon?
- Oi.
- Longa história, mãe – disse o Caio encurtando a conversa.
- Feliz natal! – desejei para a mãe do Caio.
- Feliz natal! – todos da mesa responderam amistosamente.
- já comeu? – perguntou o Caio.
- Sim e não: comer eu já comi, mas não me saciou.
- Então não comeu. Vem!
Ele saiu ziguezagueando pelas mesas até chegarmos a mesa central. Ele pegou um prato e
perguntou o que eu queria:
- O quê daqui você cozinhou?
- Ah, meu bem, já foi. Eu fiz rabanada e torta de chocolate.
- Ai, aquela torta de chocolate puro né?
- Essa mesma!
24 jun
Marlon
- Merda, você não guardou um pedaço para mim? Sabe que eu mato por essa torta!
- Ah, não fiz torta pensando em você não. Sinto muito!
- Grosso!
- Chato!
- Odeio você!
- Odeia nada. Eu sou sua torta de chocolate, baby.
- Errado: você é a minha máquina de fazer tortas.
- Hahahahahahahahaha.
- Nossa! – exclamei.
- O que foi?
- Esqueci o prato de rabanada na casa da minha tia.
- Ah, besteira. Vai ver foi um sinal.
- Sinal de que?
- De que eu arraso na cozinha e que eles vão lamber o açúcar do prato.
Enquanto eu me servia, o Caio beliscava. Ao lado dele chegou um rapaz negro, que aparentava
ter uns 19 anos e eles ficaram conversando:
- Caio, me passa aquele prato ali.
- Serginho, pega o salpicão aí, por favor.
O rapaz pegou o prato e passou para o Caio:
- Obrigado! – eu disse ao rapaz.
Ele não respondeu, timidez, eu acho:
- Marlon, esse é o Serginho. Ele é meu primo de consideração.
- Oi, Serginho.
- Oi.
- Serginho também é gay.
- Caio! – gritou o Sergio.
- O que foi? O Marlon é meu namorado, bobão, esqueceu?
- Mesmo assim, né?
- O que tem de mais?
- Serginho, não esquenta com isso não – eu tentei amenizar.
- É porque ele ainda não assumiu, amor. É neurótico!
- Pára, Caio.
- Paro não!
- É, o Caio é chato assim mesmo. Mas não esquenta não, Serginho, seu segredo está seguro.
- Eu confio em você, eu só não queria que mais pessoas soubessem.
- Você sabe o que falta na sua vida, não é? – disse o Caio.
- Pára de insistir, Caio!
- Não vou parar não. Enquanto eu for seu amigo, eu não paro.
- Então vamos deixar de ser amigos, porque eu não agüento mais isso.
- Pára, Caio, está ficando chato já, né? – eu disse.
- Amor, eu sempre fiz isso e o Serginho sempre foi meu amigo.
24 jun
Marlon
Eu terminei de me servir e fomos os três para uma mesa. Começamos a bater papo e o Caio
continuou cutucando na ferida do Sérgio. Se eu fosse o rapaz, já tinha mandado o Caio ver se eu
estava na esquina, mas depois eu percebi que eles eram íntimos demais e que o Sérgio não
achava ruim o que o Caio falava. O problema é que ele era reprimido demais para conversar
sobre a sua sexualidade. E depois que esse papo cessou, percebi que o tal Sérgio gostava muito
do Caio. Então deixei para lá.
O Caio começou a limpar os meus lábios com os dedos – coisas de namorados – pois estava sujo
de comida. Eu me assustei um pouco, afinal estávamos em público. Mas o Caio era a pessoa
mais cuidadosa do mundo. Se ele fez isso ali era porque não tinha problema, então o susto foi só
inicial. O Sérgio ficou nos olhando e suspirou:
- Que inveja!
- Ah, cala boca, Serginho. Agora quem vai mandar você calar a boca sou eu. Você não pode
fazer isso porque não quer e ponto.
- Não é fácil assim, né Caio?
- Ah, eu posso ajudar, mas você não quer, então feche a boca!
- Serginho, porque você não sai com a gente qualquer dia desses? Aí a gente te enturma mais. Eu
sei o que é isso: assumi recentemente também.
- Ele sabe da gente, Marlon. Sabe tudo.
- E como eu nunca soube dele?
- Porque ele me pede para não falar nada dele para ninguém.
- Mas você não cumpre, né? – disse o Sérgio.
- Cumpro sim, eu só disse para o Marlon porque você estava presente. E depois, Marlon, o
Serginho não sai nunca. Ele é eremita, se enclausura no quarto e vive lá. Come, dorme, peida...
tudo lá. Já cansei de convidar, até mesmo para programas familiares, digamos assim, e ele nada!
- Sair para quê?
- Ué, beijar na boca e ser feliz, oras!
- Não.
- Está vendo, não é Marlon? Você acredita que nem os pais dele sabem que ele é gay?
- Claro, né?
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24 jun
Marlon
- Claro nada! Seus pais estudaram com os meus, pensam igual, agem igual. Veja como eles me
tratam. E ainda tem o agravante de que você tem irmão e irmã super legais e que me aceitam
numa boa. E eu estou dizendo isso você sabe porquê, né? Marlon, você acredita que o Serginho
tem medo de contar porque acha que vai ser uma decepção para os pais?
- Acredito!
- Ah, mas seus pais são uó, os pai do Serginho não.
- Ta bom, né Caio? Chega!
- Ta, come o seu panetone aí e fecha o bico.
Tudo o que o Caio pedia para o Sérgio fazer era diferente do que ele me pediu quando
começamos a namorar escondido. Era diferente também do que ele falava para outros gays que
não tinham se assumido ainda. O Caio dizia que só se assumam quando acharem que agüentam a
barra e não sobre pressão. Mas com o Sérgio ele era completamente diferente. O Caio deveria ter
os seus motivos para fazer isso. Eu confiava no Caio.
A festa continuou, mas só para os mais velhos. Todos os jovens da festa começaram a ir embora.
Uma outra festa começaria, pelo visto:
- Simbora, né Caio? – gritou alguém de longe.
- Sim, sim, vamos!
- Para onde vamos, amor?
- Outra festa.
- Outra?
- É, mas essa é para dançar.
- Ta bom – disse eu já me levantando da cadeira.
- Deixa eu avisar aos meus pais.
E ele partiu, ficamos Sérgio e eu:
- Vamos?
- Não, eu não vou.
- Por que?
- Ah, não estou afim.
- Ué, mas você não gosta de dançar.
- Não.
- Mas acho que vai ser legal, vamos?
- Não, não.
- Pronto! – chegou o Caio – Tchau Serginho.
- Você nem vai convidá-lo, Caio?
- Eu não, ele não vai mesmo.
- Caio, tenha modos!
- Eu tenho, quem não tem é ele, oras!
- Diga para ele que a gente não vai só dançar, porque ele não gosta de dançar!
- Mentira, ele gosta de dançar. Dança muito trancado no quarto. Ele adora as Spice Girls, mas
tem vergonha de dançar em público.
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
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Marlon
- Claro, eu concordo sim que você não deve mais ir atrás deles mesmo que eles te procurem.
Você foi muito humilhado sim e isso eu não aceito – disse o Caio.
Passaríamos o réveillon na praia, em um clube a beira-mar. O Caio não é supersticioso, mas ele
se envolve com o clima de fim de ano. Vestiu uma cueca rosa para fortalecer o amor, usou fitas
coloridas, comeu lentilhas e me obrigou a pular as sete ondas junto com ele:
- Caio, eu vou me molhar todo – choraminguei.
- Deixa de ser fresco e vem logo!
Lá fomos nós atolar os pés na beira do mar. Depois ficamos na praia, de mãos dadas e de olhos
fechados fazendo o pedido das ondas. Eu achava tudo muito engraçado e o Caio também, mas a
graça dele é levar a sério o que na verdade ele não acredita muito. Depois voltamos ao clube,
passaríamos a virada lá. A meia-noite, nos beijamos. Nos despedimos dos pais dele e saímos. Em
festas grandes como essa, nunca parávamos em um lugar só. Ligamos para o Tom e para a
Claudia, nos encontraríamos na praia e iríamos procurar uma festa ou uma boate. O que não
faltava era opção para alguém como o Caio e o Tom. Mas antes, o Caio queria fazer uma coisa:
- O que você está procurando? – perguntei.
- O Serginho.
Ainda estávamos no clube:
- Ele deve estar com os pais.
- Eu sei, por isso estou procurando os pais dele – algum tempo depois – Ali, ali está ele.
O Sérgio se confundia com os mais velhos. Ele sabia como se esconder, como se tornar invisível:
- Serginho, vamos ali – disse o Caio enquanto puxava o seu braço.
- Ali onde?
- Ali.
- Ali onde, Caio?
- Ali, Serginho.
- Não, Caio, eu não confio em você.
- Tia, o Serginho pode sair comigo? – gritou o Caio para a mãe do Sérgio.
- Pode, pode sim.
- Não, mãe!
- Vamos!!!
- Caio, eu não vou.
- Vai sim e cala a boca agora.
- Não.
- Serginho, você vai nem que eu tenha que bater na sua cabeça e deixar você inconsciente.
- Não, Caio.
24 jun
Marlon
O Caio soltou o Sérgio, chegou bem perto do rosto dele e, não sei como, mas ele falou de uma
maneira tão firme que me deixou surpreso. Em voz baixa, mas o suficiente para eu ouvir com
nitidez, ele disse:
- Você vai, Sérgio!
O rapaz não conseguiu mais dizer não, foi vencido pelo cansaço. Talvez não pelo cansaço físico,
mas pelo cansaço íntimo, pessoal. Talvez ele tenha se cansado de fugir de si mesmo. Então
fomos. O Sérgio caminhava atrás da gente, como se estivesse indo apulso, mesmo ninguém o
puxando pelo braço. Era como uma criança birrenta, que sabia que não podia mais escapar:
- Para onde estamos indo, Caio?
- Você vai saber já-já, não tem para quê a pressa!
- Caio!
- Serginho, cala a boca e anda.
Encontramos o Tom, o Luciano, a Claudinha e o namorado no meio da multidão:
- Feliz ano novo, amiguinhos lindos e cheirosos! – gritou o Caio escandalosamente.
- Feliz ano novo! – responderam todos.
- Gente, esse é o Serginho, meu primo. Desejem “Feliz ano novo” para ele também.
- Oi Serginho, feliz ano novo, gato! – disse o Tom o abraçando.
- Para você também.
- Feliz ano novo...
Todo mundo o abraçou e desejaram felicidades. Ele respondia timidamente. Compramos
algumas bebidas com um ambulante que passava e ficamos lá à toa, esquematizando o resto da
noite:
- E então, para onde vamos? Só quero avisá-los de que quero dançar muito – disse o Tom.
- Hã? Eu também, oras. Já viu festa sem dança? Comigo não, violão.
- Ta, então vamos para a festa do meu primo, é aqui perto. É num apê – disse o namorado da
Claudia.
- Aquele primo que fala três línguas e que já viajou toda a Europa? Não, obrigada! – disse a
Claudinha.
- Por que?
- Porque ele é um idiota. Só deve ter gente classe A lá.
- Ai, Claudinha, e nós, por acaso, somos classe B? – perguntou o Caio brincando.
- Claro que somos: somos classe B de bons demais para aquela festa e eles são classe A de
amostrados demais para a minha beleza.
- Ah ta, então, sendo assim... Tchau para o seu primo classe A, hahahahahahaha!
24 jun
Marlon
- Gente, vamos na [...], o DJ de hoje é super cool. Foi o DJ que tocou na rave de setembro,
lembra? – disse o Luciano.
- Vamos! Adorei aquela rave, cara! – eu disse empolgado.
- Tá, então vamos.
Durante todo o caminho, o Sérgio não disse uma palavra sequer. Pôs as mãos no bolso e seguiu o
percurso de cabeça baixa:
- Mar, eu vou caminhando com o Serginho, ta? Aproveito e vou conversando com ele.
- Tudo bem, mas, Caio, o que você está planejando?
- Não vou forçar nada muito forçado, mas vou desarmá-lo um pouco.
- Você tem certeza do que vai fazer?
- Tenho.
- Então tudo bem.
O Caio se aproximou do Sérgio e os dois foram conversando. Não ouvi. Chegamos à boate e a
entrada estava caríssima, mas pagamos. Ficamos muito animados, pois adoramos música
eletrônica:
- O que vocês querem beber? Eu e o Serginho vamos no bar – disse o Caio.
- Nada, por enquanto.
- Ninguém quer nada? Beleza, fui.
Partiu então Caio e Sérgio para o bar:
- De onde surgiu esse menino? – perguntou a Claudinha.
- Ele e o Caio são amigos há muito tempo.
- Ele não disse que era primo?
- De consideração. Os pais deles dois são amigos da época da faculdade.
- Hum... e por que ele é tão tímido?
- Ah, porque é, oras!
- Porque ele é gay, oras! – retrucou o Tom.
- Não dá pra esconder, né? – eu perguntei.
- De mim não. Eu vejo um de longe.
- É, mas ele não é assumido.
- Saquei tudo: o Caio vai fazer a iniciação desse menino hoje!
- Será? – perguntei surpreso.
- Com certeza. Pelo menos beijar o Caio vai conseguir com que ele faça.
- Não sei se ele consegue, ele é muito tímido.
- Mas ele vai tentar, quer apostar?
Enquanto conversávamos sobre o Sérgio, alguém se aproxima do nosso círculo:
- Oi gente. Oi Marlon, beleza? – perguntou ele bem animado.
24 jun
Marlon
Era o Vinicius.
Ele estava muito animado. Eu sei que ele estava há muito tempo sozinho, sem amigos e que a
nossa presença o alegrava. Mas aquela euforia dele me pareceu exagerada:
- Oi, Vinicius. Tudo beleza e você?
- Bem, bem. Cadê o Caio? – perguntou ele enquanto o procurava com a cabeça.
- Ele foi ali com o primo dele.
- O Serginho?
- Hã?
“Como assim ele conhecia o Serginho e eu não?”, pensei. Tive ciúmes. Como o Caio pôde
apresentar o Sérgio ao Vinicius e não apresentá-lo para mim?
- De onde você conhece o Serginho?
- Eu não o conheço, ainda. O Caio que me convidou.
- Quando? Como? Nem nós sabíamos que viríamos para cá. Decidimos agora a pouco.
- Ele me ligou agora a pouco.
- Hum, sei. E por que ele te convidou?
- Para conhecer o Serginho.
É, tudo fazia sentido:
- Bem, o Caio e o Serginho estão no bar.
- Bom, então vou para lá.
Ele saiu e foi em direção ao bar. A boate começava a lotar e a música começou a ficar mais
empolgante. Eu, por outro lado, não estava gostando daquela noite, pois o Caio estava bem
distante. Não só na presença física, mas também na subjetiva. Mas decidi não encucar com
aquilo, a causa era “nobre”. Mais de uma hora se passou e nada do Caio. Decidi, então, ligar para
ele:
- Onde você está? – gritei.
- Não te ouço!
- Onde você está?
- No bar.
- Fazendo o que?
- Hã?
- Eu estou indo para aí.
Despedi-me do pessoal e fui. Quando cheguei lá, estavam Sérgio, Vinicius e Caio bebendo e
conversando. Eu me aproximo e agarro o Caio por trás:
- Oi Mar! – disse o Caio e me beijou.
- Sua idéia de réveillon entre amigos é muito irritante.
- Hã?
- Me deixou lá atrás, me abandonou. O que deu em você?
- Amor, você sabe o que eu estou fazendo, não sabe?
- Não, não sei. Afinal, você não me disse. Nem mesmo me comunicou que iria convidar o
Vinicius.
24 jun
Marlon
Como a música estava alta, eles não nos ouviam, ou pelo menos eu imaginava que não:
- Amor, eu estou mediando aqui. Já-já vou te dar a atenção que você merece.
- E o que eu faço até lá: fico esperando?
- Marlon, seja mais maduro, vai!
- Como assim “mais maduro”?
- Você está agindo de forma infantil. Eu tenho todo tempo do mundo para você, mas agora não.
Eu o puxo pelo braço e o arrasto para um lugar mais reservado. O Caio grita:
- Serginho, volto logo!
Quando chegamos, ele exclama:
- Ai, me machucou!
- Vem cá: quer dizer que esse seu amigo e primo ao mesmo tempo surge do nada e ele aparece
como alguém merecedor de toda a sua atenção. Até aí tudo bem, eu sei como você adora ajudar
as pessoas – disse ironicamente – mas não me exclua das suas ações e fique esperando que eu
entenda. E como se não bastasse você convida o Vinicius para ficar com o Serginho e fica aqui
de papo com os dois.
- Eu te contaria tudo depois, Marlon.
- Depois? E outra coisa: você não acha que já teve decepções demais com o Vinicius? Agora
você vai fazer com que o seu primo, que é novo na área, tenha as mesmas tristezas que você?
- Como é? Não foi você mesmo quem disse que deveríamos dar uma segunda chance para o
Vinicius? Eu estou dando. E outra, o Vinicius agora mudou, ele assumiu, não tem que ficar se
escondendo de ninguém e, portanto, eu suponho que ele não vai fazer a mesma coisa que fez
comigo... – eu o interrompo.
- Quem faz uma vez, faz duas, faz três...
- Então devo supor que, se um dia você errar comigo, eu não deva mais te perdoar não é?
Porque, segunda a sua filosofia de vida, quem erra uma vez, erra sempre!
- Não é a mesma coisa... – ele me interrompe.
- Não? Por que não? Porque você é perfeito e impassível de falhas?
- Por que estamos brigando?
- Por que você chegou com grosseria. Se está se sentindo abandonado, sozinho, excluído, basta
chegar junto e perguntar o que está acontecendo e eu te explico com prazer. Agora não venha
fazer cena, por favor. Não venha pedir satisfações... – eu interrompo.
24 jun
Marlon
Marlon
Quando voltei à lucidez, percebi a besteira que tinha feito. Fiquei surpreso com a minha reação.
Sabia que pensar no passado me fazia enlouquecer, mas não imaginava que fosse perder o
controle dessa maneira. Só que, mais surpreendente que isso, foi a reação do Caio. Ele voltou a
se equilibrar sobre as pernas normalmente, observou se não tinha se sujado durante a quase-
queda e começou a passar a mão na roupa, certificando-se de sua limpeza, levantou o rosto e
nem me olhou. Passou por mim, fingiu que não me via mais e foi saindo. Eu o puxaria de novo
pelo braço, para que ele voltasse e eu o pedisse desculpas. Mas não seria ele que deveria voltar,
seria eu, o certo, que o procuraria para me desculpar. Se é que existem desculpas para isso. Eu
fui atrás. Ele agia como se nada tivesse acontecido e estava sorridente conversando com o Sérgio
e o Vinicius.
Estranho, não? A única vez que o Caio me confundiu tanto com a sua atitude totalmente
inesperada foi quando eu o procurei para contar-lhe de que ele estava certo quanto a infidelidade
da Laís. Naquele dia eu esperava que ele não me perdoasse e ainda tripudiasse sobre mim. Eu já
imaginava o Caio dizendo “Não te disse? Não te avisei?”. Mas não. Ele fez o contrário: me
perdoou, se culpou por tudo e me pediu distância. Vi toda aquela angustia do passado voltando
com essa atitude inédita com a qual ele tratou essa situação. Quando me aproximei, ele estava
atuando, dando uma de ator. Não sabia como puxá-lo de novo, para conversarmos, então fiquei
ali, em pé, como se fizesse parte do grupo. O Sérgio estava resistente quanto ao Vinicius. Acho
que ele ainda tinha medo, aquele medo que conhecemos bem. Aquele medo que todos nós gays
já tivemos:
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Marlon
- Gente, vamos para um lugar mais reservado, então. Aí a gente tem mais intimidade, conversa
melhor, com mais calma. Que tal? – perguntou o Caio aos dois.
- Ah, eu topo – disse o Vinicius.
- E você, Serginho?
- Eu não sei, Caio – respondeu ele timidamente.
- Um lugar mais reservado, onde ninguém pode nos ver! – reforçou o Caio.
- Caio... eu... – respondeu o Sérgio.
- É agora ou nunca, Sérgio!
- Para onde vamos? – perguntou o Vinicius.
- Não sei ainda. A gente tem que ir para um lugar que só tenha a gente e nós estamos tão longe
da minha casa... se bem que...
Aí o Caio puxa o braço do Sérgio e o faz esbarrar no Vinicius. O Vinicius por sua vez agarra o
Sérgio pela cintura e o beija. É um beijo forte, que faz com que o Sérgio se assuste e fique de
olhos abertos por um tempo, mas o beijo vai se demorando e o Sérgio começa a fechar os olhos.
O beijo demora para terminar, mas quando termina, o Caio avisa:
- Quando acabar, me liga!
- Mas, Caio, para onde você vai? – pergunta o Sérgio.
- Não falei isso para você, Serginho, falei isso para o Vinicius. Ouviu né? Quando acabar, me
liga.
- Caio... – chama o Sérgio, mas é interrompido pelo Caio.
- Menino, deixe de ser medroso, eu não vou sair da boate não, nem vou te abandonar, só vou
ficar longe, ali onde estávamos antes, ok?
- Tá bom!
- Vamos, Marlon!
“Vamos, Marlon”? eu pensei. Ele seguiu na frente e eu fui atrás. Enquanto eu caminhava, sentia
o nosso namoro acabando a cada passo. Então eu pego na mão do Caio, que pára, se vira e me
fala:
- Em casa, Marlon. Em casa a gente conversa!
- Mas... – ele me interrompe.
- Em casa! – diz firme.
Quando voltamos, ele volta a atuar:
- Pronto, mais um cliente satisfeito!
- Hahahahahahaha, esse Caio não vale 1 real! – diz a Claudinha.
24 jun
Marlon
Era melhor que fosse em casa mesmo, não ia dar para se ter uma conversa decente naquele lugar.
Então decidi esperar, mas a espera era uma agonia. Todos estavam lá, todos sorriam, todos
dançavam e eu tinha que ficar lá, de pé, me sentindo culpado e vendo que o Caio fingia que nada
tinha acontecido, pois ele fazia tudo o que os outros faziam. Quando amanheceu, os pais do Caio
ligaram para ele, perguntando onde nós estávamos, para que eles viessem nos buscar:
- Marlon, era o meu pai. Ele está vindo nos buscar, ok?
Fiz sinal positivo com a cabeça e continuei de pé, sem fazer nada.
- Eu vou falar com o Serginho, perguntar se ele vem com a gente – e foi.
Ele voltou com o Sérgio e o Vinicius vinha logo atrás. Depois de um tempo o carro chegou e
começamos a nos despedir do pessoal. Saímos da boate e entramos no carro:
- Serginho, vamos levar você para casa, tá bom? – disse a mãe do Caio.
Deixamos o Sérgio em casa e, da janela, o Caio grita:
- Me liga!
- Tá!
Estávamos todos cansados, então o resto da viagem foi silenciosa. O Caio acabou cochilando.
Quando chegamos, a mãe do Caio me pede:
- Acorda o Caio, Marlon!
Como fazer isso depois de tudo?
- Caio? Caio, acorda. Chegamos!
Ele acordou, esfregou os olhos e olhou para a porta do carro. Ficou um tempo a observá-la e saiu
finalmente. Eu saí em seguida. Subimos as escadas com muita preguiça. Entramos e eu já
esperava o que iria acontecer naquele quarto entre a gente. Ele foi na frente, arrastando os
sapatos, entrou no quarto e sentou na cama. Começou a descalçar-se e, enquanto o fazia, ele diz:
- Marlon, fecha aí a porta.
Eu fechei, passei a chave. Eu estava de costas para ele, mas quando voltei com o corpo, ele diz:
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
- Me deu muita raiva na hora do tapa, mas aí quando virei o rosto, vi como você ficou. Você... eu
odeio você. Você tem essa cara de bebê chorão... eu não resisto.
- Pára!
- É sério!
- Eu preferia que você tivesse revidado naquela hora, ou tivesse brigado muito comigo. Parece
que eu não fui totalmente perdoado desse jeito, ainda me sinto culpado.
- Isso passa!
- Não quero que isso aconteça de novo. Caio, não deixa isso acontecer de novo entre a gente, por
favor!
- Tá.
E dormimos com as pernas entrelaçadas. Senti um arrepio no pescoço. eram os lábios do Caio
me presenteando com mais beijinhos:
- Gostoso!
- Não, você que é – eu retruquei.
- Não, você que é!
Então o primeiro dia do ano foi tranqüilo. Foi como uma passagem do tempo, era o destino
querendo mostrar que eu tinha passado pela fase de transição mais importante da vida de
alguém: da adolescência para a maturidade. Acordei maduro no ano seguinte. Acordei homem ao
lado do homem que amava. Na verdade eu não acordei, quem me acordou foi o Caio. Eu estava
deitado no meu lado da cama (homem casado tem muito disso: “o meu lado da cama”) e o Caio
no lado dele. Quando ele acordou, ficou de pé em cima da cama e começou a pular forte para me
acordar. Ele poderia muito bem me empurrar de leve e, com palavras carinhosas, me pedir para
acordar. Mas isso não era o Caio. Ele tinha que causar, fazer diferente. Ele começa a dar saltos
altos e fortes e berra:
- Primeiro dia do ano, primeiro dia do ano, primeiro dia do ano! – grita o Caio.
Eu começo a resistir e me enrolo mais no cobertor. Ele começa a puxar o cobertor e continua
pulando na cama:
- Marlon, txa, txa, txa! Marlon, txa, txa, txa! – grita.
- Deixa eu dormir! – imploro.
- Não, txa, txa, txa! Não txa, txa, txa!
- Caio!!!
- Primeiro de janeiro! Primeiro de janeiro!
- E daí? É só um dia qualquer!
- Oh! – fingiu voz de ofendido.
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
- Não precisamos de você, não é mesmo Escrotinho Mar-mar? Vamos juntos ao cartório,
esfregar a sua cabecinha no borrador do carimbo e fazer o seu RG!
Ele não largou mais o meu pinto. Chamava-o de Escrotinho Maroto o tempo todo, cantava com
ele músicas infantis e até mesmo beijinho-de-esquimó ele fez. Vocês devem estar achando que é
tudo invenção minha, não é? Enfim, não consegui mais dormir. Mas o Escroto Maroto também
não. Fiquei bem excitado com a brincadeira e o Crotinho Mar-mar começou a ganhar mais vida:
- Escrotinho, você está tomando anabolizantes? Ganhou músculos tão depressa!
- Ele se apaixonou!
- Jura? Por quem?
- Adivinha!
- Hahahahahahaha, chega, não consigo mais ser tão cara-de-pau!
- Ué, mas agora que o Escrotinho Maroto estava começando a gostar da brincadeira?
- Pára, pervertido!
- Eu pervertido? Essa é boa!
- Vamos voltar a dormir.
- Isso, vá dormir. Cada uma viu? Você acha mesmo que eu vou deixar você dormir depois de me
acordar?
-Marlon, você ainda está com sono. Basta fechar os olhos e cochilar. Bom dia! – e foi se deitar.
Eu comecei a me encostar nele por trás, comecei a fazer conchinha. Abracei-o e o enchi de
beijinhos na nuca:
- Obrigado por me perdoar, viu?
- Viu. Vamos dormir?
- Você já tem mais um fã!
- Quem?
- Não está sentindo o Escrotinho Maroto chamando o seu amiguinho para brincar?
- Hahahahahaha, pára!
- Hum, que nome vamos dar para o seu amiguinho?
- Nenhum, cala a boca!
- Hum... que tal Poço dos Desejos?
- Nossa, quando você quer, você consegue ser brega, hein?
- Hum... já sei, vai se chamar Porta-Treco.
- Hahahahahahhahahahahahahahahahahahahahaha, nunca no Brasil. Ta louco?
- Vai ser Porta-Treco. Ele gosta de acolher um monte de treco em seu interior.
- Uau! “Um monte de treco”? Comecei a gostar desse nome – disse ele com uma voz safada.
- Mas o único treco que o Porta-Treco gosta de abrigar é o Escrotinho Maroto. Eles são
amiguinhos.
24 jun
Marlon
- Sabe o que eu mais gosto no Escrotinho? Ele é fashion, ele sabe se vestir para namorar. Você já
viu a coleção de roupas de borracha que ele tem?
- Hahahahahahahahahahha.
- É sério! Umas transparências que eu adoro. É muito Victoria’s Secrets!
- Êpa! Escrotinho é macho, não usa roupa intima de mulher.
- Mas ele espirra como uma. Já viu o catarro dele? É nojento, ele não sabe se controlar, é um
nojo só. Porta-Treco me disse que odeia quando Escrotinho espirra.
- Coitadinho do Escrotinho, Sr. Porta-Treco! – disse eu com voz de choro.
E ficamos nessa brincadeira até que pego a camisinha, desenrolo em mim mesmo e, ainda de
conchinhas, começamos a fazer amor no primeiro dia do ano. Ficamos na mesma posição
durante todo o ato. Eu o enchia de beijos na nuca, o lambia e sussurrava algumas coisas. Foi
gostoso como sempre. Sentia as pernas do Caio se rendendo as minhas. Ele enfraquecia nos
meus braços, pois eu o abraçava por trás enquanto me introduzia nele de leve. Começamos a suar
na virilha, ele passou o seu braço por cima do meu ombro e me fez cafuné enquanto chegávamos
ao clímax. Cheguei primeiro e o ajudei a se masturbar. Não gememos, era dia e não queríamos
ser ouvidos. Nós abafávamos os gemidos e ficávamos com mais tesão ainda. Quando ele
ejaculou na minha mão, se virou, me abraçou. Nos beijamos durante muitos minutos e voltamos
a dormir: eu, Caio, Escrotinho Maroto e Sr. Porta-Treco estávamos cansadíssimos. Fizemos uma
das coisas que não se pode faltar numa manhã de réveillon para casal nenhum do mundo: amor.
Sei que naquele dia acordei tarde, já era noite. Quando fui à sala, o Caio estava pendurado no
telefone. Passei por ele, fui para cozinha comer alguma coisa e voltei para o sofá. Perguntei
quem era, mas ele estava muito concentrado no telefonema. Ele me fez um sinal com as mãos
para que eu o esperasse desligar. Mas não demorou muito para que eu soubesse quem era. O
Sérgio estava na outra linha. Eles conversaram um montão, o Caio o encheu de dicas e o
acalmava a todo o momento.
24 jun
Marlon
Parecia que o Sergio tinha gostado, mas ainda estava inseguro. Quando o Caio desligou, veio me
beijar:
- Nossa, você escovou os dentes? – exclamou ele se afastando.
- Acabei de acordar!
- Estou vendo. Vá escovar esses dentes e fique cheirosinho para mim, senão não tem beijo nem
nada.
- O que o Serginho disse?
- Ah, ele esta todo nervosinho, preocupado se alguém o viu, se os pais dele vão saber e tal.
- Mas ele gostou, claro.
- Claro, há tanto tempo que ele esperava por isso.
- E o Vinicius? Tem certeza que ele vai ficar na linha? Sabe como é a primeira vez: a gente
sempre se apaixona.
- É, eu sei. Mas eu já alertei o Serginho, disse que aquilo não passou de uma ficada. Que ele
nunca deve manter expectativas.
- Mas também não precisa ser tão insensível.
- Ah, precisa sim. Se os héteros, principalmente as mulheres, já caem em ilusão o tempo todo,
imagina os gays!? Temos que ser bem frios e secos por um tempo até achar quem se merece.
Lembra como você era todo mimado quando não era assumido? Eu precisei ser bem seco com
você naquela época.
- Não precisava lembrar disso.
- Precisava, você nunca pode se esquecer do que te fez crescer. Agora já para o banheiro, lavar
essa boca encardida.
Quando voltei, namoramos um pouquinho no sofá:
- Onde estão seus pais?
- Na casa dos meus tios. Aproveitando as férias do meu pai. Se prepare. Sempre que o meu pai
entra de férias é assim.
- Hum, então quer dizer que a gente vai ter sempre a casa só pra nós?
- Hahahahahahhaha, você que pensa! Na verdade a gente só não foi junto porque dormíamos,
mas meu pai vai nos arrastar para todos os lugares.
- Ah, tudo bem.
- Mas hoje a gente aproveita – fez uma cara de mal.
- Hahahahahahahahahaha.
Mas não fizemos nada demais, estávamos cansados ainda. Namoramos um pouco, vimos um
filme e ficamos na sala, comendo pipoca. Depois fomos dormir e nem vimos os pais do Caio
chegarem.
24 jun
Marlon
Em fevereiro, bem no inicio do mês, é o aniversário do meu irmão. Eu pensei muito nessa data,
mas não pensei em tentar reaproximação ou algo parecido. Na verdade eu nunca mais tentaria
mais nada com a minha família, talvez até esperasse, mas nada partiria de mim. De qualquer
forma eu não esperaria nada do meu irmão por aqueles dias. Eu sabia que ele não me procuraria
mais, não depois do que aconteceu na festa de natal. Bem, o aniversário dele se aproximava e eu
não queria ficar em casa, se por acaso alguém me ligasse. E também porque ficar em casa,
mesmo com o Caio do lado, eu iria pensar na data. Então saímos. Fomos para o barzinho perto
da nossa casa. Foi legal, fazia tempo que não íamos lá. Estávamos nos divertindo, foi todo
mundo, exceto o Sergio e o Vinicius. Era um bar muito popular e bem próximo da casa do Caio,
ele não queria ser visto ali. Depois de um tempo, o Caio exclama:
- Ai, não!
- O que foi? – perguntei baixinho.
- O seu irmão está no bar com os amigos. Será que ele não sabe que esse bar é próximo da minha
casa?
Eu olhei para o bar. Era ele mesmo. E eu conhecia todas as pessoas que estavam com ele:
- Merda! – eu disse.
- Vamos embora!
- Tem certeza, amor? Você não é de fugir desse jeito.
- Eu sou mais sensato que provocador.
O Caio chamou a atenção da nossa mesa:
- Pessoal, vamos embora para outro bar. Esse está inapropriado.
- O que foi, Caio? – perguntou o Tom.
- Só vamos, depois eu explico.
- Ta, então vão pedindo a conta pro garçom, eu vou no banheiro – e o Tom saiu.
Pedimos a conta e ficamos esperando, torcendo para que o meu irmão não nos visse. Quando o
Tom chegou, parecia assustado:
- Olha, vamos logo embora. Isso vai dar confusão!
- O que foi, Tom? – perguntou o Luciano já se levantando.
- Nada, vamos embora logo! – ele disse nervoso.
Era o que mais queríamos: sair logo dali. E foi o que fizemos. Mas não fomos mais para bar
nenhum. Fomos para a casa da Claudinha. No caminho, conversávamos:
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24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
- O que você quer, Ewerton? Você queria que eu fosse até você e te desse os parabéns? Acho que
fiz bem em não fazer isso. Foi o meu presente de aniversário para você. Eu já sou uma vergonha
para a nossa família, se eu fosse te dar os parabéns na frente dos seus amigos, o que eles
poderiam pensar?
- Realmente, ainda bem que você não foi.
- Pronto, então se sinta presenteado. Espero que eu tenha saído do bar a tempo de nenhum dos
seus amigos terem me visto. Mas eu espero também que você tenha se divertido muito.
As palavras eram irônicas, mas a minha voz não era. Eu falava em um tom, digamos, verdadeiro:
- Ah, pode ter certeza que eu me diverti muito. Me diverti muito mais depois que aquele rebanho
de viados que estavam com você foi embora.
- Aham.
Ficamos um tempo calados:
- Era só isso? Então feliz aniversário atrasado, Ewerton.
- Vá tomar no cu! – e desligou imediatamente.
Dias depois, eu recebo uma surpresa do Caio:
- Marlon, a gente precisa conversar hoje – disse ele durante a aula.
- Falar o que?
- Uma coisa que venho pensando... acho que você não vai gostar.
Pensei mil coisas. Os meus ciúmes me proporcionaram idéias horríveis. Eu pensava que ele
poderia terminar comigo, que ele não me amava mais, que ele tinha me traído e que ele iria
assumir. Também cheguei a pensar coisas bobas, dizer para mim mesmo que esses pensamentos
eram bobos. Mas os meus ciúmes... A aula terminou e fui logo o puxando para longe:
- Me fala logo, quero saber logo. Me diz! – pedi agoniado.
- Calma, menino, não é nada de grave não.
- E o que é? Me fala!
- Marlon, aquiete-se. Deixe de ser afobado. Quando chegarmos em casa, a gente conversa.
- Não me surpreenda com nada, Caio. Por favor!
No ônibus, eu ficava provocando o Caio para me contar, mas ele é persistente. Quando
chegamos em casa, fomos para o quarto:
- E aí, me fala logo!
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Marlon
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- Mas tenho uma boa notícia para você. Na verdade duas: recebi uma proposta de estágio na
agência [...], é um estágio de seis meses, mas se me saísse bem, eles me contratariam. Vou
indicar você no meu lugar, não porque você é meu namorado, mas eu confio no seu trabalho. E
outra, acabei de decidir que vou fazer os dois cursos, mas se a coisa começar a pesar... bem, você
já sabe qual é o curso que vou largar não é? Pelo menos trancar.
- Sei. Quando você recebeu a proposta?
- Ontem. Me mandaram email. Lembra daquele trabalho que a gente fez sobre [...]? Os
avaliadores eram eles, aí como tinha os nossos emails no trabalho, eles me escreveram.
- Ai, esse meu namorado me mata de orgulho!
- Hahahahahahahahaha, pára, besta!
- Viu como você é bom?
- Tá, mas prefiro culinária.
- Tá, né? Fazer o que? Mas enquanto você não muda de curso, o que você acha de fazer os
trabalhos de Marketing, hein? Não precisa relaxar esse curso, até porque você disse que vai fazer
os dois, não é?
- Er... eu já fiz há muito tempo.
- Já? – perguntei surpreso.
- Já.
- Me mata de orgulho, e de raiva, e de inveja, e de ódio...
- Não é só porque não gosto tanto do curso que vou ser irresponsável, não é, Sr. Marlon?
- Ah, vai tomar no cú!
- Hahahahahahahahahahaha, se fode aí, otário!
- Cadê, está aqui na sua pasta?
- Não, nem invente de copiar.
- Oh, só um pouco. Estou morrendo de sono e já está tarde.
- Acorde amanhã cedo e continue, oras.
- Vai, eu só quero ler. Não vou copiar não.
- Mas vai parafrasear. Nem invente.
- Odeio você!
- Sr. Porta Treco saberá da sua teimosia. Ele é muito severo com meninos mau-criados.
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Marlon
Os vestibulares seriam no fim do ano, ou seja, a vida ainda seria a mesma por um bom tempo.
Fui atrás do meu estágio e felizmente consegui. A agência era muito boa. Finalmente iria ganhar
minha própria grana. Não era muito, mas logo me ofereci para ajudar a pagar algumas contas de
casa:
- Comam logo, senão esfria! – avisou o Caio.
- Pessoal, quero ajudar nas despesas aqui de casa. O que ganho não é muito, é um pouco menos
de um salário, mas acho que já está na hora de eu fazer isso.
- Com esse salário, você não ajuda muito, Marlon. É muito mais vantagem você gastar com você
mesmo, com as suas necessidades pessoais – disse o pai do Caio.
- Mas não vou estar ajudando em nada assim.
- Claro que vai. As suas necessidades pessoais também promovem gastos. Quer ajudar? Então
gaste com você mesmo.
- Mas... deve ter alguma coisa que eu possa fazer!
- Me leve pra jantar, amor. Você vai estar gastando comigo, olha que sucesso! – brincou o Caio.
- Uma conta de água, a conta da internet. Não sei, qualquer coisa – eu insisti.
- Filho, não precisa disso. Você não é despesa, é um presente! – disse a mãe do Caio.
Não aguentei e saí correndo da mesa. Acho até que o meu garfo caiu. Corri para o quarto e me
enfiei nos travesseiro. As lágrimas brotavam do meu rosto como uma jovem nascente de rio. Era
incontrolável. Alguns minutos depois, o Caio foi me ver:
- Amor? – me chamava ele enquanto trancava a porta – O que houve?
Fiquei calado:
- Por que você está chorando? – ele sentou na cama ao meu lado.
- Por que os seus pais são assim?
- Assim como?
- Assim tão bons? Me sinto péssimo, me sinto um aproveitador.
- E quem disse que é ruim se aproveitar dos sentimentos que as pessoas nos oferecem? Eles te
ofereceram a casa deles, mas isso não significa só um teto. Significa que eles gostam de você,
Marlon. Então deixe que eles façam isso.
24 jun
Marlon
- Mas dou despesa sim, mesmo que ela não seja sentida.
- E quem liga para o que a gente não sente? Se as despesas não são sentidas, a gente não tem que
lamentar por elas.
- Por que, Caio?
- Olha, meus pais adoram você. Na verdade eles se beneficiam da sua morada aqui. É muito
difícil manter um relacionamento homossexual. Esses relacionamentos são muito instáveis, e não
é porque nós gays temos instinto de pervertido, é porque a sociedade e todo o resto impedem que
a gente seja feliz como a gente bem entende.
- E o que isso tem a ver com as minhas despesas?
- Tem a ver com o fato de que os meus pais se sentem aliviados de eu ter encontrado alguém tão
bom como você e manter um relacionamento firme, duradouro. Duvido que as suas despesas
sejam maiores que o alívio que eles sentem.
- Mas... ainda me sinto um aproveitador.
- Mas você não ultrapassou nenhum limite. Tudo o que você tem acesso foi te dado de bom
grado, foi te dado.
- Eu estou triste porque me sinto bem aqui...
- Eu entendo.
Ficamos um tempo abraçados. Um tempo longo. Era tanto amor, era tanta felicidade que me
incomodava:
- Caio?
- Oi.
- A sua mãe me chamou de filho!
- Ai, pára. Tá me fazendo chorar também.
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Marlon
Pelo menos passei a custear meus próprios gastos. Comprar meu desodorante, meu perfume, os
créditos do celular, meus livros, materiais da faculdade... não sobrava nada no fim do mês. E
quem disse que eu achava ruim? Não tem nada melhor que usar uma coisa que você comprou
com o seu dinheiro. O seu. Não tem nada melhor que você chamar algo de seu. Não sou
consumista e, se dependesse do Caio, nem seria capitalista, mas não tem como não gostar de usar
algo que você mesmo comprou. Isso ele não poderia negar.
Mas, depois de um tempo, dinheiro parece que não seria o meu problema. Um dia qualquer,
quando a minha aula acabou, avistei o meu pai no estacionamento me esperando:
- Caio, o meu pai está ali.
- Onde? Nossa, é mesmo. Está esperando o que?
- Estou com medo!
- Medo de que?
- Sei lá, meu pai sempre me dá medo.
- Vá.
- Vamos comigo.
- Eu não.
- Por que?
- Seu pai também me dá medo.
Então fui:
- Oi – eu disse.
- Tudo bem?
- Tudo e vocês?
- Você está vivendo como? – não me respondeu.
- Como assim? – estranhei a pergunta.
- Como é que você está comendo?
- Eu moro com o Caio, o senhor sabe disso.
- E quem te sustenta são os pais dele. Você não tem vergonha não?
Não respondi:
- Hein?
- O que o senhor quer?
- Eu criei filho meu para viver se aproveitando dos outros. Isso me orgulha muito, sabia?
Continuei calado:
- Hein, Marlon? Não vai dizer nada?
- Estou trabalhando.
- Onde?
- Numa agência de publicidade aí.
- O que será que os pais do seu namoradinho devem achar de mim e da sua mãe? Devem achar
que a gente está se aproveitando da situação para ter menos despesas em casa.
- A gente nem fala de vocês – disse como se não fosse nada de mais.
- Ah, já esqueceu da gente, então?
- Pensei que eu fosse uma vergonha para vocês. Pensei que nem quisessem me ver mais. Pensei
que não fosse mais da família.
- Não somos pessoas ruins.
- Eu não disse isso.
- Você é um mal agradecido!
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Marlon
Fiquei calado:
- O aniversário do seu irmão foi por esses dias. Você nem apareceu para dar os parabéns!
- Mas se nem sou mais da família, como é que o senhor pode dizer que ele é meu irmão?
- É, você dispensa tudo o que já fizemos por você, não é?
- Eu? Olha, só pra te lembrar, não fui eu quem saiu de casa voluntariamente não. Eu fui expulso.
O senhor lembra quem me expulsou?
- Todos os seus amigos saíram com o Ewerton. Quer dizer, ex-amigos, porque agora você só tem
amigo viado.
- Eu sei que saíram.
- Sabe?
- Ué, o seu único filho não te contou? Ele foi para o barzinho perto da minha casa. Ele estava lá
com os amigos bebendo. Quando ele nos viu, porque eu estava com os meus amigos viados, ele
deu um jeito de me mandar dizer que, se eu não saísse do bar junto com o rebanho de viados que
me acompanhavam, iria ter confusão. E eu saí, né? Não sou louco. Seu filho não contou isso
não? Ah, e ainda tem mais, ele me ligou dias depois para me xingar e pedir satisfações,
perguntou porque não fui até ele e o desejei parabéns... – meu pai me interrompe.
- Pois é, por que você não fez isso? Vai ver que ele mandou você ir embora do bar porque você
não foi lá lhe dar os parabéns!
- Ué, mas nesse mesmo telefonema ele disse que foi bom eu não ter ido, porque senão eu o
mataria de vergonha. Eu não entendo.
De tudo o meu pai e o meu irmão queriam me culpar. Se eu não deseja feliz aniversário eu era o
culpado, mas se eu desejasse eu o mataria de vergonha; se dou despesas a outras pessoas sou
aproveitador, mas eu mesmo fui expulso de casa; se não fosse a festa de natal seria um mal
educado, mas indo mataria de vergonha toda a minha família; se digo que não tenho mais família
sou um mal agradecido...
24 jun
Marlon
- Você nos pregou uma peça muito grande quando decidiu ser gay... – interrompi.
- Não decidi, nasci assim. Sua criação não falhou, não aconteceu nada na minha infância que
desencadeou isso... nada, nada. Eu nasci assim.
- Não interessa. A gente não esperava isso de você. Isso não nos agrada.
- Então pronto: por que vocês questionam que eu sumi? Que não os procuro mais? Não é melhor
para vocês me terem longe? Agora não precisam mais ter vergonha de mim. Prometo que nunca
mais procuro vocês e aí, assim, vocês podem viver em paz. Não é melhor assim?
- Não quero que você prometa porra nenhuma para mim! – disse ele sem gritar, mas de uma
forma agressiva – Olhe, vim aqui para dizer que abri uma conta para você no banco. Aqui está o
número e o cartão. Pelo menos você não poderá dizer por aí que a gente te deixou largado no
vento. Não somos maus pais. Pelo menos você vai poder se sustentar sem ninguém dizendo que
a gente se aproveita – ele me oferecia um papel e um envelope.
Meu pai dizia tudo isso com dificuldade. Não posso dizer ao certo se ele prendia um choro, mas
com certeza ele engolia “seco”:
- Não precisa se incomodar comigo. Não precisa se preocupar com o que vou falar ou com o que
vão falar os pais do Caio. Já não disse que a gente não fala de vocês? Do mesmo jeito que vocês
não pensam mais em mim, também não penso mais em vocês. Os pais do Caio não se importam,
pelo contrário, eles mesmo me disseram que se eu quiser trabalhar só depois de me formar posso
fazer isso. E também não ando falando por aí que vocês me expulsaram não. Nem falo de vocês
sobre nada para ninguém. Não se preocupe, não precisa se incomodar mais comigo.
Ele ficou impaciente com o meu discurso. Eu não falava em tom irônico, falava como se eu
mesmo tivesse pena de mim. E de fato eu não tinha? Eu não conseguia dizer ironias para o meu
pai:
- Menino, pegue essa bosta logo e cale a boca! – gritou ele.
- Já disse que não.
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Marlon
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Ela foi à frente. Era uma moça jovem, simpática, mas um pouco rude. Ela apertava os passos.
Quando cheguei à sala, meu pai estava de pé, de frente para a porta, me esperando. Minha mãe
sentada no sofá. Os olhei, eles estavam com os rostos cansados, como se tivessem acabado de
acordar, mas pela movimentação dentro da casa, não fora eu quem os acordara. Eles, de certo,
tinham acordado um pouco antes de eu chegar. Não pareciam tão agressivos como eu imaginava:
- Bom dia – eu disse.
- O que você quer? Não disse que ia esquecer a gente, que nem lembrava mais da gente, que não
éramos mais uma família? O que houve?
- Pois é, também disse que não queria dinheiro nenhum – e tirei o cartão e a senha do bolso.
Eles ficaram calados, se olharam e continuaram calados. Meu pai demonstrou impaciência e
continuou:
- Marlon, enfie já esse cartão no bolso.
Comecei a andar, atravessei a sala e pus o cartão, junto com a senha, em cima da estante.
Quando me voltava para a porta, ele me pegou pelo braço e disse em um tom baixo,
pausadamente, mas agressivo:
- Pegue esse cartão e ponha no bolso agora!
Ele me olhava nos olhos com tanta profundidade... ninguém nunca esteve tão dentro de mim em
toda a minha vida. Surpreendentemente não tive medo:
- Me solte – disse no mesmo tom.
Ele me soltou:
- Pegue o cartão, Marlon.
- Obrigado por tudo, por tudo mesmo. Mas a partir de agora sou eu lá e vocês aqui. Não existe
mais nenhum tipo de elo que nos una. O sangue é só um detalhe. Não fui eu quem procurou isso,
mas é assim que deve ser.
- Você nos envergonha e ainda nos despreza – disse, finalmente, a minha mãe.
- Não os desprezo. Se a senhora se sente desprezada, saiba que eu fui desprezado antes.
Quanto ao fato de eu envergonhar, bem, quanto a isso não posso fazer nada. Não tenho culpa se
vocês sentem vergonha à toa.
- Mais respeito, rapazinho! – alertou minha mãe.
24 jun
Marlon
- Não sei onde está o desrespeito nas minhas palavras. Eu só disse a verdade. Os envergonho?
Então por que me procuram?
- Está porque eu não concordei em você dar o cartão para esse menino? Ele nem agradece! –
disse a minha mãe furiosa para o meu pai.
- Agradeci, mas, se quiser, agradeço de novo: obrigado pela ajuda, mas ela não é necessária.
Meu pai começou a lacrimejar, mas ele segurava o choro com muito esforço:
- Você é uma desgraça na nossa vida, Marlon. Você estragou toda a nossa família!
- Então me deixem livre! – gritei.
Gritei o mais alto que pude. Explodi naquele momento. Não aguentava mais ouvir que eu era a
pior coisa que tinha acontecido na vida deles. Não sentia mais nenhuma pena. Se houve alguma
pena, algum dia, ela se foi naquele momento:
- Não presto, sou uma desgraça, sou uma merda, uma pedra no sapato de vocês, o viado, o filho
mal agradecido, o mal criado, o maldito, o bastardo, o nojento, o pecador. Sou tudo de ruim, sou
tudo o que vocês não querem. Então por que porra vocês não somem da minha vida? Só vim
aqui porque sou homem o suficiente para eu mesmo dizer que não quero o dinheiro de vocês,
não preciso pedir para alguém fazer isso por mim, como o senhor fez! – continuei gritando.
- Saia dessa casa agora, seu maldito! – respondeu meu pai.
- O que é isso? – chegou o meu irmão com cara de sono.
- Já estou indo - e fui saindo.
- O que esse viado está fazendo aqui? – perguntou meu irmão.
Não dei ouvidos e continuei saindo. O jardim era grande. A casa era grande, então, demorou um
pouco até que eu chegasse ao portão. Mas até lá, eu os ouvia berrando, chorando e me xingando
com os piores nomes que se pode dar a um homossexual. Quando abri o portão, escuto o meu pai
me chamando:
- Marlon!
24 jun
Marlon
Olhei para trás, mas não voltei. Fiquei no portão. Acho que eles acharam que eu estava voltando
e ficaram calados, me esperando. Mas só olhei para trás e depois voltei a seguir meu caminho.
Quando pus os pés na calçada, meu irmão aparece ao portão:
- Ô, seu bosta, papai está chamando!
- O que ele quer?
- Meu filho, ele está chamando, então é para vir.
Fiquei um tempo olhando para o meu irmão. Surgiram mil e uma respostas na minha cabeça,
mas decidi fazer o correto. Pelo menos para mim. Entrei. Eu e o meu irmão fomos andando
juntos até a sala, paralelamente. Enquanto não chegávamos, eu perguntei:
- Seu pai me disse que não te dei os parabéns no dia do seu aniversário. Mas você disse para ele
que nos encontramos no seu aniversario?
- Cala a boca!
- Você também contou para eles quem foi que começou aquela briga na festa de Natal?
- “Mermão” você quer apanhar aqui?
- Você só consegue resolver as coisas assim? Não tem cérebro pra conversar não?
A essa altura já estávamos na porta da sala. Assim que entro, ele me empurra e eu caio no chão.
Ele veio para cima de mim, me bater. Mas ele não conseguiu. Meu pai nos apartou:
- Está maluco, Ewerton? – perguntou o meu pai enquanto o segurava.
- Esse menino fica me provocando.
- Pára, Ewerton! – gritou meu pai.
- Mas ele é o culpado e o senhor grita comigo?
- Eu sei que ele é o culpado, mas pare agora!
Ele parou, ficou quieto. Me levantei do chão, me limpei. O meu pai recomeçou a falar:
- Marlon, vamos deixar as coisas claras... – eu o interrompi.
- Vamos! Como foi? O que o senhor disse aí? Disse que “sabe que eu sou o culpado”?
- E não é? – perguntou ele.
24 jun
Marlon
- É né? Devo ser. Tudo de ruim que acontece sou eu. Mas o senhor não quer deixar as coisas
claras? Ótimo! Vocês dois – apontei com o dedo para os dois – não se dizem homens? – disse
“homens” com ironia – então vamos provar se vocês dois são homens de verdade? Quero ver
agora. Aqui e agora. Quero ver se vocês são homens mesmo. Quero ver se vocês são os homens
que dizem que são. Começando por você, Ewerton. Diz aí, quem foi que começou a briga na
festa de Natal?
- Foi você que me provocou!
- Eu estava na minha, sentado, quieto. Você veio até mim. Você. E ficou me provocando, me
falando coisas no ouvido. Eu nem encostei em você, você quem me bateu. Eu nem revidei e
tampouco comecei. Vai negar?
- Vou!
- Parabéns, Ewerton! Você pode mentir até quando quiser, enganar quem quer que seja, mas que
fique claro aqui para nós dois: você é um medroso, fracote. Não tem nem a coragem de um
homem de verdade de assumir o que faz. Isso aí o que você fez é coisa de homem? Isso aí é coisa
de vagabundo. E você ainda se diz homem?
- Marlon... – gritou o meu pai, mas não o deixei continuar.
- Calma, ainda não acabei. Vocês não sabem gritar, me xingar sempre que querem? Por que não
podem escutar umas verdades um pouco também? O senhor tem medo de que? Está com medo
de um viado? O senhor com medo de um viado?
- Você está na minha casa!
- E daí? Vocês dois só são homens quando estão na rua? Não podem ser homens aqui também
não? Ainda não acabei. Muito bem, Sr. Ewerton. Parabéns! Me provou a falta de hombridade
que há em você!
- Cala a boca, seu bosta. Você não sabe nem o que está falando! – gritou meu irmão.
- “Cala a boca” o caralho! Pois bem, o primeiro teste de homem você foi reprovado... – ele me
interrompe.
- Ok, fui quem provoquei sim e fui eu também quem bati. Satisfeito?
24 jun
Marlon
- Não pergunte para mim se estou satisfeito. Pergunte para os seus pais: e aí, vocês estão
satisfeitos com o único filho que vocês têm? Um filho que age desse jeito? Agora vamos para o
segundo teste: quem foi que você expulsou do bar onde rolava a sua festa de aniversário?
- Papai já falou disso. Não é novidade!
- Não é novidade porque eu tive que dizer. Eu. Você não foi homem o bastante para você mesmo
dizer, não é? E ainda teve a cara de pau de me ligar para cobrar “parabéns” depois de ter me
expulsado e expulsado os meus amigos!
- Seus amigos boiolas?
- Pois fique você sabendo que aquele bar é na esquina da minha casa.
- E daí? Vou onde eu quiser ir.
- E eu também! E já que não sou mais seu irmão, por que me ligou para cobrar? Está com
saudades?
- De você? Saudades de você? É pra rir?
- Não sei, quem ligou foi você, implorando os “parabéns”!
- Implorando?
- E não foi? Só pode ser saudades!
- Chega, Marlon! – gritou meu pai.
- Não, não chega! E o senhor? Hein? Já disse antes e repito: não preciso do seu dinheiro. O-B-R-
I-G-A-D-O. Mas eu não preciso dele. Sou homem o bastante para trabalhar e me sustentar
sozinho, eu me viro só. Você me expulsou daqui, então faça o serviço completo!
- Você se vira sozinho? Você está morando na casa dos outros, comendo a comida dos outros!
24 jun
Marlon
- E daí? Não sou mais seu filho. O que você tem a ver com isso?
- Me dá vergonha... – interrompi.
- Se vire com a sua vergonha. Eu não sou mais dessa família, não devo mais satisfações e estou
pouco me lixando para vocês e o que acontece aqui. Então seja homem e faça o mesmo. Vire a
página. Está sentindo vergonha por quê? Não sou mais seu filho, você disse isso. É tão frouxo
que não consegue parar de me amar? Isso é coisa de mariquinha!
- Rua, Marlon. Eu quero que você morra.
- É bom mesmo que eu morra. Quero morrer daqui a pouco, saindo dessa casa. Tomara que um
carro me atropele e esmague a minha cabeça na pista. Vou adorar que você morra sentindo culpa
da minha morte. Odeio você. Você é o culpado de eu ser gay. Se ser gay é nojento para você,
saiba disso: a culpa é sua, porque eu nasci assim e, se eu nasci assim, o único culpado é você!
E saí para a rua torcendo para encontrar um carro em alta velocidade.
24 jun
Marlon
Eu saí desorientado da casa da minha família. Mas não. Não queria morrer. Queria que eles me
deixassem mesmo em paz, pois eu não sentia mais nenhuma falta deles. Queria viver livre como
estava vivendo. Percebi tudo. Na verdade, eu entendi tudo. O que o Caio me dizia era verdade,
mas eu ainda teimava em desconfiar. A minha família me amava, mas não conseguia me aceitar,
então para eles era difícil me ter longe, ter a minha indiferença. Mas me ter por perto era pior
ainda para eles. Eu acho que consegui explicar bem essa relação, mas vou ser bem repetitivo.
Amar alguém em sim já é uma reação de dependência. Quando se ama, se depende daquela
pessoa. No amor verdadeiro, você depende da felicidade do amado, mesmo que ele não te ame.
Para a minha família, que já me amava antes, era difícil odiar algo que eles amavam, era difícil
saber que eu, o amado, não os amava.
Eles não entendiam a minha condição, mas me queriam perto quando eu estava longe. Talvez até
me quisessem longe quando eu estivesse perto, mas o certo seria dizer que me queriam hétero
para me terem perto para todo o sempre. Isso estava claro agora, mas na minha cabeça eu dizia
“que se danem. Quero que sofram me amando, mas que me deixem em paz. Se deixarem de me
amar, melhor ainda. Se me esquecerem por completo, serei feliz!”. Mas querer não é poder.
Cheguei em casa em frangalhos. Eu posso ter tirado uma tonelada das costas, mas tudo o que eu
queria era esquecer. Lembrar que eu havia brigado feio com a minha família não era bom. Não
queria odiá-los, só esquecê-los. Contei tudo ao Caio quando cheguei. Fomos para o quarto e ele
fez o ritual de me devolver a paz como sempre fez. Ficamos deitados juntos, a luz apagada, uma
vela acesa e fones de ouvido. Lembro que choveu naquele dia. Também não fomos à aula. No
jantar, a mãe do Caio me avisou que ligaram da minha casa horas depois de eu ter saído.
Perguntaram se eu tinha chegado bem.
24 jun
Marlon
A minha expectativa depois daquele dia foram duas: ou eles me esqueciam de vez, ou eles
tentariam uma reaproximação mais rápida do que eu havia imaginado. Eu esperava que a
primeira se realizasse.
Enquanto a minha família se mantinha longe, uma pessoa que estava longe se manteve muito
próxima. O Sérgio agora vivia lá em casa. Da noite para o dia, ele havia se revelado. Em menos
de uma semana, assumiu para todo mundo e vivia na rua. Parecia que queria tirar o atraso de
toda a sua repressão. O Caio sentiu-se responsável por ele e vivia no telefone, ligando para o
Sérgio, perguntando onde ele estava, com quem estava e quando voltaria para casa. Ele não
ficava muito, tampouco transava muito. O que ele fazia mais era sair para dançar e beber. O que
assustava não eram os parceiros de cama que ele poderia estar tendo, mas sim os companheiros
de balada com quem ele poderia estar bebendo. Talvez até, quem sabe, se drogando. O Vinicius,
para a minha surpresa, nada tinha a ver com isso. Ele até tentou acompanhar o ritmo do Sérgio,
mas não conseguiu e o deixou. Não culpei o Vinicius por isso.
Uma noite, contudo, o Sérgio convidou o Caio para sair. Disse que os pais dele só deixariam que
ele saísse se o Caio fosse junto. Ele insistiu, fez chantagem emocional. Eu e o Caio estávamos
tão maduros quanto a nossa relação que eu nem ligava muito para os outros. Eu sabia o quanto o
Caio era especial para muita gente e não me importava em dividi-lo. Mas, dessa vez, eu não quis
que o Caio fosse, pois achei a atitude do Sérgio imatura e um pouco psicótica. A forma como ele
vivia agora não me agradava. Nem o Caio queria ir, mas acabou indo. Infelizmente ele foi. Eu
não pude ir, pois tinha um exame médico marcado no dia seguinte.
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24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Nos corredores do primeiro andar havia muita gente querendo usar os banheiros. Foi difícil
atravessar a multidão. Depois entramos em um quarto. O Caio estava deitado no tapete e tinha
um rapaz em cima dele. Eles estavam se beijando. Na verdade, foi isso o que eu vi assim que
entrei no quarto. Assustei-me. Mas foi só olhar mais um pouco, e eu percebi que o cara beijava o
Caio sozinho. O Caio parecia desacordado. Ambos estavam sem camisa. Tinha mais gente no
quarto, mas todos eram casais que não estavam nem aí para o que acontecia. Essas festas são
muito “famosas” na vizinhança porque sempre a polícia é chamada e também porque há muita
prostituição. São aquelas festas onde garotos e garotas perdem a virgindade. É chamada de “A
Primeira Vez Agendada!”. Mas a maioria já é bem experiente no assunto.
Quando percebi que o rapaz se aproveitava do Caio, voei em cima dele e o tirei de cima. Eu
bateria mais no cara, mas ele estava muito bêbado, ou chapado. Mas quando eu pude ver o rosto
do Caio, ele não respirava direito, o peito dele não se erguia normalmente. Comecei a chamar
pelo nome dele, mas ele não respondia. Eu o agitei, mas ele não acordava. Se não era overdose,
era quase isso. Eu olhei para o Sérgio e ele estava encostado na parede, nos olhava com
apreensão. Foi quando eu percebi quem era o culpado disso tudo:
- A gente tem que chamar uma ambulância, Marlon! – disse ele bem calminho, diferente de
minutos atrás.
- E por que você não chamou antes de me chamar? – berrei.
- Eu não sabia o que fazer!
- Chama a ambulância agora!
24 jun
Marlon
Ele pegou o celular e ligou. Tive a idéia de ir descendo com o Caio, mas tive medo de não ser
um procedimento acertado. Então quando eles atenderam, tomei o celular das mãos do Sérgio e
falei com o atendente. Disse que era um possível caso de overdose, disse que estava em uma
casa de primeiro andar e perguntei se poderia descer com o Caio. Ele perguntou se era só isso,
pois se não fosse, como por exemplo, se houvesse fraturas, era melhor deixar o Caio imóvel.
Decidi não arriscar e deixei o Caio como estava. Tive medo da minha sobriedade. Ainda não
tinha derramado uma lágrima sequer e nem olhava para o Caio com desespero. Saí de cima dele,
respirei fundo e disse:
- Você conhece os donos da casa?
- Por quê?
- Não é hora de fazer pergunta. Conhece ou não?
- Não muito.
- Puta que pariu!
- Desculpa – ele começou a chorar.
- Vá falar com os donos, diga que uma ambulância está chegando e que as pessoas têm que dar
espaço para o Caio descer.
- Mas se eu fizer isso, o pessoal vai ter raiva de mim.
- Hã?
- É, eles nunca mais vão me chamar para as festas!
Sabe quando a sua cabeça dá um branco, congela? Foi o que me aconteceu. Aquela resposta foi
tão irreal que eu nem percebi a gravidade da situação. Eu simplesmente parei no meio do quarto:
- Eu vou ligar para os pais do Caio.
- Não!
O Sérgio veio para cima de mim, me atacou, quis tomar o celular. Caímos em cima de um casal.
Dei um soco no rosto do Sérgio e ele caiu no chão, com a mão na boca. O sangue logo se
espalhou na palma da mão dele. Estourei os seus lábios. Não era a intenção, mas isso o manteve
longe de mim. O rapaz que eu caí em cima se levantou e veio tirar satisfações:
- “Qualé”, cara?
- “Qualé” uma porra. Sai de perto de mim.
- Tirando onda comigo?
24 jun
Marlon
- Meu namorado está ali no chão, vocês não viram isso não? Está desacordado!
- E eu com isso?
- Ah é? Chamei a polícia já, é bom todo mundo que tem algo para esconder se mandar daqui
agora! – gritei para todos no quarto.
- Ta maluco, “mermão”? Chamou a polícia?
- É bom você correr, então!
As pessoas foram saindo. O encrenqueiro saiu por ultimo e seguiu pelo corredor gritando:
- Vaza, vaza. Chamaram a polícia!
Eu liguei para casa e eles demoraram a atender:
- Alô?
- Oi, oi. É o Marlon!
- Marlon? – perguntou o pai do Caio.
- É, eu estou aqui na festa que o Caio veio com o Sérgio. Ele está aqui desacordado!
- Como é? Mas você não está no quarto dormindo?
- Não!
- Não entendi.
- Sabe onde é a rua [...]? É perto do posto de gasolina da Shell. Lembra?
- Sei – disse ele ainda sonolento.
- É sério, vem pra cá!
- Chama o Caio aí.
- O Caio está desmaiado, acho que foi "Boa noite, Cinderela"!
- Como é, Marlon? Eu não estou entendendo nada!
- O Caio está desmaiado!
- Cadê o Serginho?
- Tio, entenda! O Caio está desmaiado aqui no chão, drogaram ele, chamei a ambulância agora.
O senhor pode vir aqui?
- Estou indo. É perto do posto da Shell, então?
- É.
- Ta bom, eu acho vocês.
Sentei na cama e fiquei esperando a ambulância:
- Sérgio, desça e vá ver se ambulância está chegando.
- Eu não queria... – chorava.
Minutos depois, a música parou. A notícia de que alguém tinha chamado a polícia se espalhou.
Foi bom, pois quando a ambulância chegou, deu para ouvir a sirene de onde estávamos. Só que,
antes que chegassem no quarto, o Caio acordou!
A sirene tocava lá em baixo e o Caio acordava no primeiro andar. O Caio abriu os olhos
instantaneamente. Os olhos não foram se abrindo lentamente. Foi estranho, assustador. Mas
quando ele abriu, fechou-os de novo e os espremeu. Eu fui até ele, comecei a erguer o seu
tronco, elevando um pouco a cabeça dele. Me ajoelhei no chão e pus a cabeça dele em cima da
minha coxa:
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Mas antes de chegarmos ao hospital e depois de sairmos de lá, o Caio não fazia outra coisa senão
perguntar pelo Sérgio. Enquanto ele era atendido, eu tentava ligar para ele. O Sérgio sumiu.
Depois que ele desceu para chamar os enfermeiros, como eu havia pedido, ele desapareceu. O
celular dava fora de área. Mas eu não estava preocupado com ele. Liguei umas duas vezes e ele
não atendia, então deixei para lá. Voltamos para casa de manhã:
- Eu ainda não sei como você pôde ter caído nesse truque, Caio. Você não é de se passar por isso
– dizia o pai do Caio enquanto dirigia.
O Caio e eu vínhamos no banco de trás. Ele vinha deitado no meu colo:
- Eu também não sei como isso aconteceu. Quando dei por mim, já estava fraco e me apoiando
nos móveis do quarto.
- Você sentiu que tinha um cara se aproveitando de você, enquanto você estava apagado? – eu
perguntei.
- Não – disse o Caio alarmado.
- Você viu esse cara, Marlon? – perguntou o pai do Caio aos berros.
- Vi.
- Você consegue reconhecer?
- Vocês não estão pensando que esse cara pode ter me sedado, né?
- Claro que estamos! – disse o pai do Caio – quem mais poderia ser?
- Eu consigo reconhecer sim.
- Ótimo. No fim do dia de hoje esse cara vai estar preso!
- Pai, não exagera!
- E vou deixar isso assim?
- Marlon, você ligou para o Serginho?
- Liguei, mas só dá fora de área.
- Amor, ligue de novo.
- Depois a gente vê isso, Caio.
- Depois não. Depois pode ser tarde!
- Tarde para que?
- Quem sabe onde ele está? Com quem está?
Fiquei irado que, depois de tudo aquilo, o Caio ainda se preocupava com o Sérgio. Claro, ele não
sabia de nada sobre o que aconteceu no quarto enquanto ele “dormia”:
- Caio, o Serginho não é nenhum bebê não, sabia? – perguntei irritado.
- Eu sei, mas ele sumiu, oras.
- Vá dormir, vá descansar e depois a gente vê isso!
- Está com raiva de mim?
- Não, meu amor, só estou nervoso ainda.
24 jun
Marlon
Passamos numa farmácia para comprar uns remédios receitados para o Caio e depois fomos para
casa. O Caio foi direto para cama e dormiu um bom tempo. O pai do Caio e eu ficamos na sala
conversando. Eu o contei sobre tudo o que tinha acontecido, principalmente tudo o que tinha
acontecido no quarto enquanto o Caio estava apagado. O pai do Caio decidiu ligar para os pais
do Sérgio e contar tudo. Aliás, meu sogro também estava preocupado com o que tinha
acontecido ao Sérgio. Confesso que eu não estava. ele deveria estar com medo da culpa que ele
estava carregando por ter deixado o Caio naquele estado e fugiu. Não por muito tempo, é claro.
Só até as coisas esfriarem. Muito simples!
Mais tarde, eu fui acordar o Caio, para que ele comesse. Acabei levando o almoço para o quarto:
- Não está tão bom como a sua comida, mas é de coração!
-Você não pode dizer que o cara que estava me pegando foi o mesmo que me drogou – disparou
assim, do nada.
- Hã?
- É, você não pode fazer isso – cochichava.
- Você fala de um jeito como se soubesse que ele te agarrava.
- Claro que não, né? Eu estava... eu nem sei como eu estava.
- Eu vou dizer sim, Caio. Me dê um bom motivo para eu não fazer isso?
- Porque esse cara, que eu não faço a mínima de quem seja, é inocente.
- Como assim? Espere... então você sabe quem fez isso com você?
- Marlon, só me prometa... – eu o interrompi.
Ele não precisava dizer mais nada. Eu já sabia quem era o culpado:
- Ah não, foi o Serginho, não foi?
Ele iria falar algo, mas só com o olhar que ele fez antes de responder, respondeu tudo:
- Foi, não foi? Não acredito nisso! – gritei.
- Psiu!
- Não diga para eu calar a boca. Tem alguma coisa que justifique isso?
- Marlon, deixe que eu resolvo isso.
- Não. Uma porra que eu vou deixar isso passar. Ta maluco?
- Marlon... – interrompi.
- Me diz porque ele fez isso.
24 jun
Marlon
- Porque...
- Porque, Caio?
- Porque ele queria sair com um cara aí e eu não quis deixar.
- Como assim?
- É um cara que ele conheceu pela internet. Ele queria sair com o cara, mas quando eu botei os
olhos no infeliz, vi que não era coisa boa.
- Puta que pariu! Aí você foi dar uma de pai do Serginho, aposto!
- Não briga comigo, amor.
- Eu sei, desculpa. Não estou com raiva de você, estou com raiva da situação. Mas aí você bebeu
uma merda lá e caiu?
- Foi.
- E quem te deu essa bebida foi o Sérgio!
- Foi.
- Filho da puta! Eu vou contar, Caio. Vou contar para os seus pais.
- Não, Marlon!
- Não porquê?
- Estou te pedindo.
- Caio... e você vai fazer o que? Vai dar uma de pai dele? Vai dar uma punição para ele?
- Mais ou menos isso.
- Não.
- Marlon!
- Não, Caio. Não está vendo esse absurdo que você está tagarelando aí? Não é obrigação sua
fazer nada não. Aliás, ele quis foder com você. Não está com raiva dele não?
- Claro que estou, mas ele não pode se ferrar com os pais dele.
- Pode sim. Pode e deve. Ele quase te mata, seu idiota.
- Marlon!
- Caio, está decidido para mim. Eu vou contar. Agora come!
- Se eu comer, você promete que não conta?
- Ou você come, ou você come. Porque eu vou fazer você comer de qualquer jeito. E vou contar
de qualquer jeito também.
- Me dê uma chance de... interrompo.
- Chance de nada, Caio. Pirou? Esqueça qualquer plano mirabolante que você tenha arquitetado,
pois você não vai fazer. É a minha palavra final, Caio, queira você ou não. Agora coma!
24 jun
Marlon
Quando o Caio estava terminando de comer, tocam a campanhinha. Quando ele acaba e eu pego
o prato para levar para a cozinha, o pai do Caio entra no quarto:
- Caio, o Serginho está aqui – disse o pai do Caio – Pode entrar, Serginho, pode entrar porque eu,
você e o Sr. Caio vamos ter uma conversinha.
Quando ele entrou, a minha vontade era de esmurrar a cabeça dele contra a parede até ele
morrer. O Caio pegou minha mão e me puxou para perto dele. Ele segurou minha mão e não
soltou. Ele apertava e me olhava nos olhos, me implorando para não contar nada. Para minha
surpresa, entraram o Sérgio e o pai dele. Por essa eu não esperava. Todos foram se acomodando
na cama e nas poltronas que tinham no quarto. O Sérgio só olhava para baixo e não dizia nada:
- O Marlon me contou uma coisas que me assustaram muito, Serginho. Eu liguei para o seu pai e
contei – começou o pai do Caio.
- Pois é, eu já disse a ele – disse o pai do Sérgio em um tom bem mais agressivo – mas a gente
veio aqui porque queremos ouvir do Marlon.
Eu senti a mão do Caio apertando a minha:
- O que é para eu dizer, na verdade?
- Tudo o que você me contou, Marlon – disse o meu sogro.
Eu olhava para o Sergio e ele tremia na cadeira. Eu torcia para que ele me olhasse nos olhos,
porque eu o faria tremer ainda mais enquanto contava tudo:
- O Serginho me ligou, afoito, pedindo para que eu fosse para a festa buscar ele e o Caio, porque
tinha dado merda. Aí quando eu cheguei, ele me disse que a gente tinha que chamar uma
ambulância...
24 jun
Marlon
Enfim, contei tudo o que aconteceu, até o momento em que o pai do Caio chegou na festa.
Depois de tudo isso, o pai do Sérgio começou a falar dos porquês que ele não queria que o
Sérgio fosse para essa festa. Começou a brigar com o Sérgio, fazendo-o chorar na nossa frente.
Eu ficava cada vez mais impaciente. Eu só estava esperando alguém falar de quem poderia ter
sido a bebida que o Caio tinha tomado, ou do cara que estava se aproveitando dele, pois eu
contaria todo o resto. Mas ao invés disso, o pai do Sérgio começou a falar do machucado na boca
do filho:
- Foi na hora da confusão, que todo mundo estava correndo, me bateram na boca.
- Pois é, muito me surpreende você andar agora em festas do ecstasy, no meio de uma confusão...
está indo por um caminho excelente.
- Ainda está bem roxo – disse o Caio.
Foi quando Sérgio e eu nos olhamos pela primeira vez desde que ele chegou. Eu torcia para que
ele dissesse que tinha sido eu. Mas a história de que ele estava tão bêbado quanto o Caio estava
colando e isso me revoltava. Me revoltava mais porque eu me afrouxava. Eu me odiava a cada
segundo naquele quarto, então saí. E porque eu fiz isso?
Foi justamente quando eu saí que tudo o que eu queria aconteceu.Depois que eu saí do quarto,
parece que aquela conversa se encerrou ali. Eu estava tão chateado comigo mesmo por ter me
arrependido de contar a verdade... e estava chateado com o Caio também. Ele sempre me
convence. Eu odeio isso.
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24 jun
Marlon
No dia seguinte, o Caio saiu cedo para se informar sobre um vestibular em Gastronomia. Eu não
pude acompanhá-lo porque minutos depois eu também sairia, mas para o estágio. Estávamos
meus sogros e eu na cozinha, minutos antes de eu sair:
- Eu fiquei com muito medo de ter acontecido algo sério com o Caio – disse a minha sogra.
- O que eu não entendi foi esse descuido do Caio. Como é que ele pôde ter tomado uma bebida
qualquer, dada por um estranho...
Obviamente que a conversa me interessou. Eles continuaram a falar e eu sentia a mentira a cada
letra. Não resisti e interrompi:
- Então foi isso o que o Caio disse para vocês? – perguntei interessado.
- Não. O Caio ficou calado. Quem disse isso foi o Serginho!
Eu não poderia deixar as coisas como estavam. Não consegui ouvir que o próprio Sérgio foi
quem disse que o Caio quem bebeu a droga de um estranho. Isso não. Fiquei possesso!
- Como é?
- Por que? Não foi? - perguntou ingenuamente o pai do Caio.
- Não! – gritei
E comecei a dizer tudo o que eu sabia. Não iria deixar por isso mesmo. Absurdo. Não iria deixar
meu namorado passar por irresponsável. Despejei tudo o que eu sabia, mas carregado com a
raiva que eu estava sentindo:
- Marlon, essas acusações são muito sérias!
- Perguntem ao Caio – gritei furiosamente – não vou deixar o Sérgio falar merda do Caio não!
- Calma... – interrompeu.
- Não vou ter calma, não vou! – ainda gritava.
Perdi a paciência e até quebrei uma xícara. Nem consegui ir ao estágio. Decidimos esperar o
Caio chegar e tirar a prova dos nove. Quando o Caio chegou, estávamos na sala. Ele se
surpreendeu, claro. Os pais dele sentavam em um sofá e eu em outro. Ele fez uma cara de
estranhamento e se sentou ao meu lado:
- Tudo bem por aqui? – perguntou ele apreensivo.
- O que você acha, Caio? - Perguntei com raiva.
- Não sei!
- Ah não sabe não?
O Caio olhou para os pais dele e ficou calado. Abaixou a cabeça e ficou “brincando” com os
dedos:
- Então é verdade o que o Marlon nos contou? – perguntou o pai do Caio.
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Fomos para o hospital. No carro, o Caio foi deitado no meu colo. Quando chegamos, ele se
levantou, olhou para os lados, para as janelas, e se assustou:
- Não vou descer! – disse ele prensando a minha mão com sua.
- Calma, Caio!
- Não, não vou!
- Tudo bem, meu amor. Pode soltar minha mão.
- Não! – disse ele subitamente e ainda apertava a minha mão.
- Caio, calma. Se você não quiser descer, então não desce. Fique aqui com o Marlon. Pronto! –
disse a mãe dele.
Os pais do Caio desceram. Ficamos no carro, eu tentava acalmá-lo. Tive medo de que ele
achasse ser o culpado por essa tragédia. Ele tremia. Eu o abracei forte, para aquecê-lo, fazê-lo se
acalmar, mas parecia não surtir efeito:
- Caio, quer que eu pegue um copo d’água?
- Não, fique aqui – gritou.
- Caio, tenha calma. Eu não vou fugir daqui não.
Ele se pendurava no meu pescoço, pressionava a minha mão. Palavras não adiantavam, então
esperei. Fui paciente com ele. Comecei a abraçá-lo mais forte. Ele foi se acalmando e voltou a se
deitar no meu colo. Eu o fazia cafuné. Depois de uma hora e meia, mais ou menos, a mãe do
Caio aparece com um lanche para nós:
- Caio, você quer ir ver o Serginho?
- Como ele está? – perguntou o Caio.
- Por que você não desce e vem ver?
- Mãe, como ele está? – perguntou mais aflito.
- Caio... - ele interrompe
– Diz logo, mãe!
- O quadro é grave. Ele cortou os pulsos na vertical e não na horizontal. Esse corte é mais grave
e foi muito grande.
- Ele vai morrer? – perguntou o Caio de forma infantil.
A mãe dele não respondeu:
- E os pais dele? – eu perguntei.
24 jun
Marlon
- Estão arrasados no corredor. Estão se sentindo culpados por N motivos: culpa por não ter
assessorado o Serginho quando ele ainda não tinha assumido; eu e o [pai do Caio] alertávamos
sempre, para eles olharem mais o Serginho, mas eles teimavam em esperar o Serginho assumir
por conta própria; também se sentem culpados por terem brigado com ele, primeiro por ter ido a
essa festa infame e segundo por terem brigado mais ainda quando a gente contou quem tinha
dado o copo ao Caio... bem está tudo nebuloso lá dentro.
Pairou um silêncio. O Caio o quebrou logo em seguida:
- Ele vai morrer? – perguntou do mesmo jeito de antes.
- Não, Caio.
- A senhora está mentindo!
- Caio, por que você não desce?
- Não! – gritou agressivamente, de uma maneira absurda.
Depois do grito, que assustou tanto a mim quanto a mãe dele, o Caio voou em cima de mim e me
abraçou forte:
- Saia daqui. Você sabe que ele vai morrer!
- Não vai morrer, Caio! – insistia a mãe dele.
- Vai sim.
- Pode ir, tia, eu cuido dele.
- É melhor mesmo. Eu acho que eu estou deixando ele nervoso.
Depois que ela se foi, eu perguntei:
- Ô Caio, o que foi isso, hein?
- Ele vai morrer!
- Não vai morrer, pare de dizer isso.
- Vai sim e vocês não querem me contar.
- O que deu em você?
- Não brigue comigo agora.
- Não estou brigando.
- Está sim.
- Caio, eu nunca te vi descontrolado desse jeito.
- Vocês querem me deixar doido!
- Hã?
- Marlon... – e começou a chorar.
24 jun
Marlon
Eu não entendia. Aquele não era o Caio. O Caio de verdade não se deixaria levar desse jeito. O
Caio que eu conheço é maduro e sóbrio nos momentos certos. Mesmo quando esses momentos
são tão trágicos como este:
- Caio, você não tem culpa de nada!
- Eu sei que não. Está vendo? Vocês querem me deixar louco, querem pôr a culpa em mim!
- Caio, pára com isso!
- Me largue agora...
- Menino!
- Me solta – gritou.
Eu o soltei. Ele abriu a porta do carro e desceu. Quando ele ficou de pé, demorou um pouco
assim e logo depois ele correu para dentro do carro e me abraçou. Foi tão forte, que a cabeça
dele bateu no meu queixo:
- Ele não vai morrer, não é, Marlon?
A situação era crítica e piorava a cada lágrima que escorria na face do Caio. Ele me preocupava.
Estava claro que ele se culpava pelo ocorrido. Ele voltou correndo para o carro e me abraçou
forte, se refugiou em meus braços. Eu peguei o celular, liguei para o pai do Caio e disse que eu
levaria o carro para um canto mais afastado do estacionamento do hospital. O Caio olhava a todo
momento para o portão. Conduzi o carro para um lugar mais afastado e voltei para o banco de
trás. O Caio estava com uma expressão que me lembrava as vezes em que ele sentia dores no
estômago. Ele sente dores lá quando fica nervoso:
- Está sentindo dor, amor? – disse eu voltando a abraçá-lo.
- Física, não.
- Vem cá, me abraça!
Eu o apertei contra o meu peito. Eu senti a pulsação do peito dele bem acelerada, mas com o
tempo, o coração dele entrava em sintonia com o meu, através da velocidade, que abaixava. Ele
começou a enfiar o rosto entre o meu pescoço e o meu ombro e respirava fundo. Eu sentia o ar
na minha nuca. Ficamos um tempo assim, abraçadinhos:
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Descemos, então. Quando chegamos lá, parecia que estava tudo calmo. Os pais do Sérgio
estavam bem. Eles conversavam com os pais do Caio. Perguntamos ao irmão do Sérgio como ele
estava. Parecia que ele dormia. Ficamos mais um tempo, depois fomos embora. No carro,
conversávamos:
- A [mãe do Sérgio] disse que a discussão foi feia, muito feia. Mas também, o Serginho não
merecia menos. Ele se descontrolou de um jeito... É por isso que eu, modéstia a parte, tenho
muito orgulho de você, Caio. Tenho orgulho da educação demos a você – disse o pai o pai do
Caio – e eu estou dizendo isso porque eu tenho certeza de que foi essa educação que você passou
para o Serginho, mas você não tem culpa se ele se desvirtuou.
- Eu disse isso para ele já. Estávamos conversando sobre isso – eu disse.
- Mas continue, pai. Como foi a briga? – disse o Caio.
- Não, eles não falaram muito. Só disseram que gritaram muito com ele, ele começou a chorar e
correu para o quarto. Se trancou. Aí o resto nós já sabemos.
- Espero que ele se recupere logo. Eu só não sei como é que vai ser a vida dele daqui para frente.
Espero que ele não se reprima mais que antes.
24 jun
Marlon
Depois desse episódio trágico, a nossa vida começava a voltar ao normal. O Caio e o Sérgio
passaram a se evitar. Não sei bem o porquê.
O Caio estava decidido a fazer Gastronomia. As pessoas da nossa turma ficaram desoladas.
Talvez a palavra “desoladas” pareça exagero, mas não era. O Tom e a Claudinha ficaram irados
com o Caio. Chegaram a confundir vocação profissional com abandono. Todos sabíamos o
porquê de o Caio estar fazendo isso, mas não apreendíamos essa notícia muito bem. Não era bem
aceita. Eu estava me dando bem no estágio, consegui me desenvolver na empresa aos poucos. O
meu aniversário estava chegando e eu temia que a minha família quisesse fazer algum contato.
Não queria mais uma “sessão hipocrisia”, que também poderia se chamar de “Nós te amamos,
mas você não presta!”. Não me importava com eles, não sentia falta e tampouco queria
aproximação. Perguntei ao Caio se não haveria a possibilidade de viajarmos, passarmos o fim de
semana em algum lugar fora da cidade. Por outro lado, eu não queria abusar. O dinheiro que eu
ganhava, como já disse antes, só dava para as necessidades básicas, mas não custeava os “luxos”.
Mas como o Caio sempre resolve tudo, ele pediu ao Tom se ele não poderia emprestar alguma
casa, algum lugar longe da cidade para fazermos uma comemoração simples, intima. Contanto
que fosse longe. A mãe do Tom vende imóveis, mas era pouco provável que ela tivesse uma casa
fora da cidade. Aliás, ela só vendia apartamentos. Mas eu não disse que o Caio sempre dá um
jeito?
E o Tom também. Fomos para uma casa de campo bem legal. Pequena, mas confortável. A casa
onde aconteceu a festa do Caio no ano passado estava sendo ocupada. Fomos só os amigos
íntimos. Pouco menos de 10 pessoas. Passaríamos o fim de semana. Quando estávamos com as
malas prontas e com a chave na porta, o telefone toca:
- Alô? – atendeu o Caio – Marlon, é o seu irmão!
24 jun
Marlon
Não seria um fim de semana espetacular. Seria um fim de semana calmo. Pedi ao Caio & Cia
que não me surpreendessem com nada. Queria paz. Um fim de semana no campo e um
aconchego durante a noite. Nada de mais. Talvez até um bolinho e uma vela, mas nada, além
disso. Eu estava bem como estava e estava feliz por namorar quem eu namorava. Isso me
bastava. Era nisso o que eu pensava quando abri a porta para descer com as malas. O telefone
tocou e o Caio, por estar mais próximo, atendeu:
- Como assim o meu irmão? – me surpreendi.
- É o Ewerton.
- Não vou atender.
- E o que eu digo?
- A verdade. Toda a verdade. Diga que estamos de saída, que estou bem aqui pertinho, mas que
não quero atender, diga que estamos com pressa... enfim, diga a verdade.
- Ewerton? O Marlon disse que não quer atender... o que?... não, é que estamos de saída – o Caio
se calou um pouco – Marlon, é melhor você vir atender.
Estranhei. Mas fui atender:
- O que você quer?
- Parabéns!
“Estátua”. Foi o que me disseram no outro ouvido. Eu congelei. Parecia piada, mas não
engraçada, mas de humor negro:
- Como?
- Parabéns!
- Obrigado.
- Você está de saída?
- Estou.
- Vai para onde?
- Viajar.
- Para onde?
- Uma cidade aí.
- Posso ir junto?
“Estátua”. Mais uma vez:
- Posso? – repetiu ele.
- Do que você está falando?
- Eu posso ir com vocês?
- Você quer ir com a gente? – quando disse isso, o Caio se assustou.
- Posso?
- Só vai ter viado.
- Tudo bem!
- Mas nós já estamos de saída.
- Me diz onde fica a casa e eu vou em seguida.
- Ewerton, o que você quer, hein? – perguntei de maneira mais firme e impaciente.
- Passar o aniversário com você.
- Por que isso agora?
- Não sei. Só permita que eu vá.
- Não sei...
- Eu espero você conversar com o Caio.
- Ta certo.
- Eu ligo já-já.
24 jun
Marlon
Desliguei:
- Caio, ele quer ir com a gente!
- Sério mesmo?
- Parece que sim. Ele disse que basta a gente dizer onde fica e ele vai depois.
- Você quer que ele vá?
- Não sei. Tipo, ele vai arrumar confusão. Aposto!
- Talvez não.
- Você quer que ele vá?
- Para mim tanto faz. O irmão é seu.
- Eu não sei não, Caio.
- Então diga para ele não ir, oras.
- A voz dele não parecia... enfim, era uma voz amistosa.
- Você quem sabe, Marlon.
O telefone tocou de novo:
- Ewerton?
- E aí, decidiu?
- Olha, o endereço. Anota aí. [...].
- Tá, quando eu chegar na cidade, te dou um toque.
- Leve roupas, colchonete e escova de dentes.
- Tá!
Desliguei, enfim:
- Talvez seja bom!
- Tá ficando louco? Ele vai estragar tudo – surtei.
- Ué, então por que convidou?
- Não sei. Não consegui dizer não.
- Ele quer ir de bom grado...
- Será?
- Vamos ter esperanças.
- Sei não...
- Vem cá, meu Marlonzinho-zinho-zinho. Deixa eu te dar um beijinho. Quem sabe não foi uma
coisa acertada? Quem sabe não foi melhor assim?
- O que você tem a ver com isso?
- Eu?
- É, você!
- Eu? Nada!
- Acho bom!
Descemos. O carro era do namorado da Claudinha, mas eu é quem dirigia:
- Gente, tenho uma novidade para contar – eu comecei.
- É uma novidade super supimpa – brincou o Caio.
- Diz – disse a Claudinha.
- Meu irmão vai junto!
- Que irmão? O Ewerton? – perguntou o Tom.
- Eu só tenho ele de irmão.
- Por que?
- Porque ele me pediu hoje.
- E por que você não disse um “Não” bem grandão?
- Não consegui.
- Isso vai dar merda. Já estou vendo. Não era você que queria paz?
- Gente, vamos com calma. Quem sabe não vai ser bom? – tentou acalmar, o Caio.
- Vai ser ótimo, Caio. Ótimo mesmo! Uhul! – ironizou o Tom.
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24 jun
Marlon
Eu só não queria que desse algum problema, pois o convite já estava feito. O resto da viagem foi
tenso. O Tom parecia chateado, fiquei meio encucado. Nós chegamos e fomos desembarcando as
coisas. Abri o porta malas e fui retirando as “trouxas”. O Tom se aproximou:
- Marlon, desculpa meu surto no carro. É que seu irmão é um mala.
- Tudo bem, já estou arrependido de ter deixado ele vir.
- Mas é como o Caio disse: quem sabe não vai ser diferente do que estamos pensando?
- Tomara.
Começamos a arrumar a casa. Ela tinha três quartos. Eu, como aniversariante, pedi para ficar
com um só para mim. Tive que brigar por isso. Mas no fim, com muita chantagem emocional,
consegui. Começou a escurecer e o Ewerton não aparecia. No início da noite, ele liga:
- Acho que me perdi!
- Onde você está?
- Num posto de gasolina.
- É um amarelinho, [...]?
- É.
- Pega a transversal, depois pega uma ruazinha estreita do lado, é uma estrada de terra e segue.
Vou estar na porta esperando.
- Beleza. Ah, Marlon, estou levando a minha namorada. Tudo bem?
- Se ela não se importar em dormir com um monte de estranhos num colchonete...
- Ok.
Fiquei mais tranqüilo quando ele disse que tinha trazido a namorada. Nem sabia que ele estava
namorando:
- Caio, meu irmão está chegando. Vou esperá-lo na porta, tá?
- Tá bom.
Fui para o portão e não demorou muito avistei o carro. Era o meu antigo carro, que ganhei de
aniversário de 18 anos. Ele estacionou em frente e quem desceu primeiro foi a namorada. Era
bonita, aparentemente simpática, morena clara de uns 1,75m:
- Você que é o Marlon? – ela perguntou apontando para mim.
- Sou.
- Prazer – e me abraçou – sou a Gabriela, sua cunhada. Feliz aniversário.
- Prazer. Só não sei se você é mesmo minha cunhada.
- Como assim?
- Esqueça.
24 jun
Marlon
Meu irmão deu a volta no carro e veio timidamente. Com uma das mãos abraçou a Gabriela por
trás e com a outra ele estendeu para me cumprimentar:
- Oi.
- Oi – apertando sua mão.
- Feliz aniversário.
- Obrigado.
Falávamos sério, sem entusiasmo:
- Não te trouxe nada, desculpa.
- Não pedi nada.
- Mas trouxe umas coisinhas.
- Que coisinhas? – perguntei com medo.
- Ah, comida, bebida. Essas coisas... me ajuda a descarregar?
Fomos para o porta mala dele, que estava cheio de coisas: uma caixa de cerveja, garrafas de
vodka e muitos salgadinhos. Colocamos as coisas no jardim e depois desembarcamos os
colchonetes e as mochilas:
- E o Caio? – perguntou a Gabriela.
- Está lá dentro.
- Vou entrando, então – disse a minha cunhada.
Foi a “deixa” para nos deixar sozinhos:
- O que você pretende com tudo isso?
- Não sei. Isso tudo foi idéia da Gabriela. Estou gostando muito dela, sabe? Você me conhece... -
eu interrompo.
- Costumava conhecer.
- Enfim, sabe que não sou de me prender em ninguém, mas a Gabi... gosto dela.
- Ela parece ser legal.
- Ela é. Ela é diferente. Estou pensando, finalmente, em me casar.
- Nossa!
- É.
Fiquei surpreso. Parecia mudado, parecia mais maduro:
- Essa coisa de eu vir, foi idéia dela.
- É, tinha que ser alguma coisa desse tipo pra você se prestar a vir para cá.
- Mas isso não significa que não quisesse estar aqui. Só estou dizendo que ela conversou comigo.
Quando nos conhecemos, disse a ela que tinha um irmão gay, que não o aceitava. Ela riu de
mim. Mas só no inicio. Quando ela viu que era sério, ela me deixou.
- Ou seja, você não veio porque já está me aceitando.
- Não. Não é assim. Tive que correr atrás dela, tive que provar que a merecia. Eu poderia ter
todas as qualidades, mas faltava uma coisa. Depois descobri que ela também tem um irmão gay,
que doou um dos rins para ela.
- Nossa! Será que ela vai virar lésbica agora? Quando foi isso? – ironizei.
- Nem vem, Marlon!
- Ué, mas é verdade.
24 jun
Marlon
- Quer parar? Na verdade, na verdade mesmo, ainda não consigo suportar a idéia de que você
beija um cara, transa com ele, dá o cú.
- Você já deve ter comido muitos cús.
- É diferente. Não sei explicar... só sei que... olha, não posso negar, eu te amo. Me sinto culpado
por não conseguir te aceitar. Ainda quero matar você, mas... você é meu irmão. Acho que posso
passar um fim de semana com você, mas não sei se consigo ver você e o Caio juntinhos. Até
posso conversar com ele... eu acho... mas não gostaria de ver vocês se beijando. É nojento.
- Admita: você veio para agradar a Gabriela.
- Também. Mas... queria te dar os parabéns.
- Você já tinha dado por telefone.
- É diferente. Marlon, será que você não entende?
Ficamos um tempo calados:
- E os seus pais?
- Nossos pais! – ele me corrigiu.
- O que os seus pais acham disso?
- Não disse nada pra eles.
- Por que?
- Você sabe porque?
- Sei...
- Mas disse pro papai que liguei pra você, te desejando felicidades – ele deu uma pausa – sabe,
papai é menos resistente à você que a mamãe. Ela é mais casca-grossa. Quando disse pra ele que
tinha te ligado, ele perguntou, tentando disfarçar a emoção, como você estava. Poxa, faz mais de
dois meses mais ou menos que nos vimos. O velho sente a sua falta.
Eu não disse nada, não iria dizer nada. Não iria entregar os pontos, não iria desabar em lágrimas.
Tentei me segurar. Passamos mais um tempo calados:
- Você não me aceita ainda, mas está disposto a me aceitar? Está disposto a aceitar a idéia de que
sinto tesão pelo Caio sim, de que transo com ele, de que faço sexo oral nele?
- Pára, Marlon! – fez uma expressão de nojo.
- Está disposto a me aceitar? Faria um esforço?
- Até faria...
- Mas... ?
- Sem “mas”. Estou aqui para ver se consigo mesmo ser seu irmão.
24 jun
Marlon
- Então você vai ter que aceitar o Caio. Vai ter que aceitar os nosso beijos. E aí de você se
desrespeitar o meu namorado ou qualquer outra pessoa aqui dentro.
- Não vou fazer nada – disse ele de forma rude.
- Acho bom!
Não havia mais muito que dizer para ele. Só queria que ele ficasse ciente de que ele era o
estranho ali e que, se por acaso ele não se comportasse com educação, ele é que estaria errado.
Parecia claro, até porque somente o fato de ele ter se deslocado de uma cidade para outra para
passar o fim de semana com o seu irmão gay já era um atenuante de que ele estava consciente do
que estava acontecendo. Sim, uma mulher, uma outra pessoa era responsável por isso, não foi de
forma natural. Mas eu estava feliz mesmo assim. Já gostava da Gabriela antes mesmo de
conhecê-la:
- Bom, então vamos entrar? – eu perguntei.
- Quantas pessoas têm aí dentro?
- Umas dez, eu acho.
- Quantas... – eu o interrompi.
- São gays?
- É.
- Caio, Tom, Luciano e eu.
Ele pareceu arrependido, fez uma cara estranha. Muito tempo depois desse ocorrido, pensei se
não foi o fato de eu dizer, naquele momento, que me incluía aos gays que o incomodou:
- Vamos ou não?
Ele fez um sinal positivo com a cabeça e fomos entrando. A sala era o primeiro cômodo da casa.
Nela estavam Gabriela, Claudinha, o namorado, Tom, Luciano, Caio, Luiza e mais um casal de
amigos (ou seja, eram oito pessoas). A Gabriela parecia bem instalada. Ela estava ao lado do
Caio e os dois estavam super entrosados. Quando entramos, todos se calaram. Fiquei
constrangido com isso, fiquei constrangido por ele. Queria que ele se sentisse o mais confortável
possível, dentro dos limites dele, é claro, mas que com todo o resto não tivesse problemas. A
Gabriela quebrou o silêncio:
- Oi, Mô!
24 jun
Marlon
Ele só sorriu. Todos olhavam para ele surpresos e apreensivos. Mas eu entrei em pânico nos
instantes que se seguiram: o Caio se levantou do sofá e achei que ele só tinha saído para dar
lugar ao Ewerton se sentar ao lado da namorada, mas não. Ele se levantou, veio em nossa direção
e...:
- Oi Ewerton – cumprimentou com a mão estendida.
Foi questão de segundos, mas me pareceu um pouco mais que a eternidade:
- Oi – apertando a mão do Caio.
- Seja bem vindo, viu? Fique a vontade. Eu só vou à cozinha, ver se o jantar está pronto.
E saiu. Respirei fundo, me recuperei do susto e continuei:
- Você já conhece a Luiza, já namorou com o Vinicius; ali é a Claudinha e o namorado; ali é
mais um casal de amigos; e ali são Tom e Luciano. Pessoal, esse é o meu irmão, Ewerton!
Todos disseram “oi”. O Ewerton deu um sorrisinho de canto de boca e sentou-se ao lado da
Gabriela. Ele parecia arrependido. Quando ele se sentou, ficou evidente que ele não se sentia a
vontade. Mas eu não poderia fazer mais nada e o Ewerton não era a minha prioridade.
Desencanei de fazer a corte pro Ewerton no momento em que ele sentou. Sentei numa cadeira à
frente. Ficamos todos calados. Não havia muito o que dizer. Não havia muito o que fazer. Mas a
Gabriela parecia determinada a salvar o fim de semana:
- Vocês vieram pra cá só por vir ou vai rolar festinha?
- Ah, não sei, pergunta pro Marlon. Ele está que nem “véio”: veio para descansar! – disse o Tom.
- Não, vai ter uma “biritinha” sim. Aliás, festa nossa não pode faltar álcool. Mas quanto a ter
música alta e um monte de gente dançando... bem, eu não sei. Apesar de ser o “dono da festa
inexistente”, não decido essas coisas. Se der a louca no Caio e no Tom, eles tomam todas,
dançam até de manhã e nem se importam comigo.
- Hahahahahahahahaha, eu gosto assim. Também adoro dançar. Adoro eletrônico. Só não bebo.
Mas é tão bom ver as outras pessoas bebendo e fazendo “merda” nas festas... – confessou a
Gabriela.
- Esse é o esporte preferido do Caio – disse o Tom.
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Em pouco tempo, o Caio servia a mesa. [costumo lembrar as comidas que o Caio faz em
ocasiões especiais, mas desse dia não lembro]. A única coisa que ajudamos o Caio foi para trazer
os pratos, talheres e copos para a mesa. O Ewerton ficou no canto da sala com a namorada. Eles
conversavam, cochichavam. Arrependi-me de deixá-lo vir, não por medo dele fazer um barraco,
mas pelo clima tenso que ele gerava em todos. Ninguém se sentiu a vontade de interrompê-los
para jantarmos juntos. Estava ficando muito chato aquilo tudo. Zanguei-me por dentro. Olhei
para o Caio, fiz uma cara de poucos amigos. O Caio fez uma cara apaziguadora. Começamos a
comer sem eles. Depois eles foram para a mesa. O Ewerton continuou calado e continuei
ignorando. Puxei o Tom num canto e disse:
- Não deixe de fazer nada, nem muito menos deixe de ser quem você é por causa do meu irmão,
ouviu?
- Não estou fazendo isso.
- Sei, mas só quero adverti-lo.
- Por que você está dizendo isso para mim?
- Porque além do Caio, só tem o Luciano e você de gays aqui.
- Tudo bem.
E continuamos o que tínhamos programado: abrimos um espaço no meio da sala, sentamos todos
no chão, pegamos as garrafas de vinho e as batidas, caipiroscas... começamos a beber e jogar
baralho. O Ewerton não quis participar. Sentou-se no sofá e fez cara de emburrado. A Gabriela
sentou-se conosco e começou a jogar. Vez ou outra ela olhava para o Ewerton com cara de
reprovação. Começamos a ficar bêbados. Uma gritaria só:
- Bati, bati, bati – gritou o Caio.
- Vai tomar no cú, Caio. Você está roubando, essa porra! – berrou o Tom, brincando.
- Hahahahahahahaha, inveja faz cair o cabelo, viu?
- Se cair cabelo do meu cú já ganho também. Pelo menos não pago a depiladora.
- Nojo de você, seu tratante. Mas enfim, vocês todos vão beber uma dose. Todo mundo, vamos!
24 jun
Marlon
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Marlon
- Não seja mal educado e deixe-me terminar! – disse eu firme - Se for pra estar aqui desse jeito,
era melhor não ter vindo, porque isso não ajuda em nada na nossa reaproximação. Está claro que
você não quer reaproximação, mesmo que você tenha dito que me amava horas atrás. Mas que
amor é esse que você não faz sacrifícios? Pela Gabriela você se sacrificou e veio pra cá. E por
mim? Não pense que não te quero aqui, que estou te ignorando, que tudo isso que estou dizendo
é pra você ir embora logo. Não é isso, mas acredito que se a sua vontade de estar aqui é só pra
agradar sua namorada, então não está valendo a pena, porque você não está fazendo o mínimo de
esforço para nós nos reaproximarmos. Sei que é difícil pra você, mas vai continuar difícil se você
continuar agindo desse jeito. O mundo está mudando, Ewerton. Sua namorada mudou junto com
o mundo. Se você não mudar também, você vai ficar ser pra trás como todas as pessoas. Daqui
há vinte, trinta anos, o número de gays assumidos será maior do que você imagina e o que você
vai fazer em relação a isso? Olhe pra mim, sou seu irmão e sou gay, sou sangue do seu sangue.
Se você não parar agora de fazer birra, vá embora!
Não sei de onde surgiram essas palavras. Na verdade nem sabia que estava concebendo aqueles
pensamentos. Na certa eram acumulados. Palavras acumuladas. Fiquei surpreso comigo mesmo.
Pensei que o fato do Ewerton se comportar daquela maneira não me incomodaria mais, afinal eu
tinha dito para mim mesmo que não me importava mais com ele. Talvez a presença dele me fez
perceber que somos irmãos. E como irmãos, precisamos ficar unidos. Parecia que eu tentava ser
da família de volta:
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Fomos todos dormir. O dia seguinte começou cedo para o Caio. Ele fez o café e todas as outras
comidas. O dia foi tranquilo. O Ewerton não causou mais problemas, ele até interagia um pouco
com o Caio e os demais. Mas ainda de forma contida. Durante a tarde, armamos a churrasqueira
e a rede de vôlei. De inicio, o Caio ficou assando as carnes, mas depois não resistiu ao vôlei. Ele
joga super bem.
- Estão pensando o que? Já ganhei três campeonatos interescolares seguidos, tá? – repetia várias
vezes.
Mas ele jogou poucas partidas. Vez ou outra voltava para as carnes e para a cozinha, para fazer o
almoço. A Gabriela insistiu em ajudá-lo. Ambos cozinharam a tarde toda:
- Amor, vamos revezar, não é justo que você passe a tarde na cozinha!
- Sai, Marlon. Não enche o saco!
- Ô, amor...
- Sai, você está todo suado e está fedendo. Vaza, vaza!!!
Não tinha jeito. Um dia ele abriria um restaurante e comandaria seus auxiliares com mãos de
ferro. Eu mesmo não gostaria de ser um de seus funcionários. Como a tarde foi agitada não
tivemos maiores constrangimentos em relação ao meu irmão. Mas à noite, quando todos estavam
afim de uma festinha, me preocupava. Álcool e música alta fariam com que as pessoas fossem
quem eram. Eu mesmo gostaria de dançar e de me agarrar ao Caio como costumo fazer sempre.
Como já disse antes, a casa era pequena e só tinha um banheiro. Meu irmão foi tomar banho,
mas aí pediram pra ele ir com o carro comprar mais gelo:
- Marlon, você toma banho no meu lugar. Quando eu chegar, eu tomo, beleza?
- Beleza!
Quando fui pegar a toalha, o Caio me viu:
- Vai tomar banho, Marlonzinho?
- Vou.
- Deixa eu tomar com você? – disse com voz infantil.
- Deixa eu pensar... – brinquei.
- Ah, Marlonzinho-zinho-zinho, o sr. porta treco está tão sujinho, precisa de um banhinho.
- Hahahahahahahahahahahahahahahahahahhaha.
- Vai, Marlon!
- Só se você deixar o escrotinho maroto ir também!
O Caio pegou o meu pênis por cima da bermuda e balançou como se fosse um aperto de mão:
- Combinado!
- Hahahahahahahahahaha.
24 jun
Marlon
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Marlon
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Marlon
E é por essas e outras que eu amo o Caio. Depois peguei a camisinha, que ficou enrolada na
minha toalha. Eu iria colocá-la, mas o Caio me impediu para fazer oral. Primeiro ele me
empurrou debaixo do chuveiro, para sair o sabão do meu corpo. Depois ele colocou a camisinha
no para-peito da janela do banheiro. Se ajoelhou e começou a me fazer carinho. Não queria que
ele demorasse muito lá, mas estava tão bom... depois foi subindo e me dando mordiscadas por
todo o tórax: primeiro no abdomem, depois no peito. Peguei seu rosto com as duas mãos e beijei.
Ficamos um tempo assim, eu ainda estava encostado na parede e o Caio me abraçou. Foi muito
aconchegante, nossos corpos, principalmente nossas pernas, se confundiam e o tronco do Caio se
moldou ao meu. Ficamos muito grudados. Ele passou a mão por cima do meu ombro e pegou a
camisinha na janela. Colocou em mim e me beijou mais uma vez:
- Seja carinhoso – disse ele meio rouco ao meu ouvido.
- Pára, Caio, por que você faz isso?
Ele sorriu maliciosamente e me deixou mais alerta que antes. Depois ele virou de costas e eu o
peguei pela cintura. Puxei o seu corpo contra o meu, a fim de nos encaixar. Ele soltou um
gemido abafado e baixinho quando eu me introduzi. Não fizemos movimentos bruscos, na
verdade ficamos “rebolando”. Ele se encostou completamente em mim e gemia no meu ouvido.
Eu o agarrava pela cintura, passando a mão pelo abdomem dele. O prendi ao meu corpo e não
larguei mais, mesmo quando ele se contorcia. Não deixava que ele se movimentasse muito,
queria ter o controle de tudo e proporcionar o melhor. Ele fica enlouquecido quando o prendo,
ele tenta se soltar, mas não consegue, ainda mais quando está ensaboado. Fica louco com isso,
como se quisesse ter o controle também, mas ele é ineficiente. Pra ele só resta o papel de
passivo, mas, além disso, o papel de submisso.
24 jun
Marlon
Comecei a introduzir com pressão e foi quando começamos a ter mais prazer. A pressão
aumentava, mas não o largava. Pelo contrário, eu o prendi com mais força, para que ele não
escapasse:
- Me solta, Marlon – dizia quase sem força.
- Não!
- Marlon...
- Não!
Ele pôs as mãos nos meus antebraços, como se quisesse se livrar de mim, mas não tinha forças.
Então aumentei mais ainda a pressão, ele gemia com mais intensidade e fui agachando. Ele
estava praticamente sentado no meu colo, tirou as mãos do meu braço e, em poucos segundos,
teve um orgasmo. Foram segundos mesmo. Bastou se masturbar para ejacular. Eu também não
tinha mais resistência e ejaculei. Foi como um suspiro de alívio. Eu estava fraco, sentei no chão
do banheiro, levei o Caio junto que encostou-se a mim, deitando a cabeça no meu ombro:
- Cachorro!
Depois de nos enxugarmos, fomos saindo do banheiro:
- Posso abrir a porta? – me perguntou o Caio.
- Pode.
O Ewerton estava do lado de fora, esperando eu terminar de tomar banho.
24 jun
Marlon
Eu estava em êxtase. Tinha sido tudo perfeito: os beijos, as carícias, a água molhando os nossos
corpos, os gemidos, os abraços, a boquinha do Caio me lambendo... como se fosse um flash,
tudo havia sido esquecido. Bastou ver o Ewerton na minha frente. Quando o Caio abriu a porta,
se assustou. O Ewerton arregalou os olhos e deu um passo para trás. Ninguém sabia o que dizer.
O Ewerton ora olhava para o Caio, ora para mim com uma expressão de medo (ou nojo). Ele
começou a esboçar falas, mas da boca dele não saía nada. De repente, parece que ele se
conforma, respira fundo, baixa a cabeça e sai. Caio e eu ficamos com cara de bobos. O Caio se
virou para mim e fez uma cara de “foi sem querer”. Mas a culpa não era nossa. Aliás, não havia
culpa de nada, nem de ninguém. Se fôssemos um casal hétero, a única coisa que aconteceria é
que os três ficariam constrangidos e vermelhos. Fiquei triste.
Saímos do banheiro e fomos para o quarto. O Caio começou a se vestir. Sentei na cama e fiquei
olhando para o Caio:
- Ficou encucado?
- Só não queria que ele nos visse saindo do banheiro.
- Mas é bobagem pensar nisso. Óbvio que ele sabe que transamos. Eu sei que saber e ver é
diferente, mas ele tem que crescer.
- Não tiro a sua razão, só não queria que ele nos visse.
Ficamos conversando um pouco sobre isso enquanto nos trocávamos. Poucos segundos depois
ouvimos o barulho do chuveiro. Terminei de me trocar e fui procurar o Ewerton, para saber se
era ele no banheiro. Achei a Gabriela jogando vôlei com as meninas:
- Gabi, é o Ewerton que está no banho?
- É, acho que sim.
Procurei pela casa e não o encontrei e não faltava ninguém. Ninguém o tinha visto sair, então,
era ele mesmo no banheiro. Fiquei mais aliviado. Quando ele saiu, foi para o outro quarto. Eu o
segui. Passei pelo Tom e perguntei:
- Você viu o meu irmão?
- Vi e, cá entre nós que malão o seu irmão tem hein? E que corpo! E quantos pêlos! Nossa!
- Tom, só me diz onde ele está – disse impaciente.
24 jun
Marlon
- Que grosso!
- Fala!
- Ele passou molhadinho e de toalha para o quarto.
Bati na porta:
- Ewerton, é o Marlon.
- Estou me trocando – gritou ele.
- Deixa eu entrar.
- Já disse que estou me trocando.
- Tudo bem, abre a porta.
- “Mermão”, estou pelado.
- E daí? Já te vi mil vezes pelado. Abre a porta.
Ele abriu e estava de cueca. Tranquei a porta e sentei na cama:
- Vai ficar olhando eu me trocar? – perguntou rudemente.
- Ewerton, por acaso você acha que vou te atacar?
- O que você quer?
- Quero saber... é porque... cara, você sabe que eu e o Caio, a gente... – ele me interrompe.
- Não quero saber das suas intimidades.
- Eu sei, mas... tudo bem?
- Por que a pergunta?
- Sei lá, você saiu todo desconcertado naquela hora.
Ele se virou, finalmente, e disse baixinho:
- Você queria o que? Que eu achasse normal?
- Sei que você não acha normal, mas quero saber se... ah, Ewerton, sei lá. Você está se sentindo
mau em relação a isso?
- Cara, faz da tua vida o que você quiser.
- Está chateado?
- Marlon, não me peça para achar tudo bem de um dia pro outro.
- Não estou pedindo isso, só quero saber se tudo bem, se você vai agir diferente daqui pra frente.
Estamos começando a nos dar bem de novo.
Ele terminou de se vestir, se encostou na cômoda, respirou fundo e perguntou:
- Tu tem prazer mesmo nisso, né?
- “Nisso” você fala em homens?
24 jun
Marlon
Ele balançou a cabeça em sinal afirmativo e começou a passear pelo quarto, como se estivesse
refletindo:
- Ewerton, isso é natural. O que sinto é natural, é biológico, sabia? Durante a gestação tem uma
coisa com hormônios... não sei bem. E o nojo que você sente é cultural, mas veja que muita coisa
ruim é cultural e muitas dessas coisas ruins foram contra ao que era natural. Tipo os negros... –
ele me interrompe.
- Você já me disse isso.
- Então?
- Já disse: não espere que eu aceite isso assim tão fácil. Saber que você e o Caio... vocês... enfim.
- Se ajudar você aceitar, sou o ativo tá?
Ele riu, mas não como se achasse graça de verdade, foi mais para extravasar a tensão instalada
naquele quarto. Foi uma risada curta:
- Estou te aceitando porque é o jeito, mas, sinceramente, não gostaria de ter um filho gay não. E
nem vem com esse papo de “melhor gay que ladrão!”. É foda isso.
- Sei, nem eu gostaria de ter. Mas não gostaria porque foda é ser gay em um mundo onde as
pessoas são ignorantes o bastante para entender que também somos humanos e não temos culpa
se nascemos assim.
- Só que... – ele se senta na cama – você bem que poderia tentar voltar a ser hétero.
- Não acredito que você disse isso – eu disse rindo, mas “rindo para não chorar”.
- Estou falando sério!
- Tá, então vamos fazer um teste: se eu for hétero por uma semana, você vira gay por uma
semana?
- Estou falando sério, Marlon!
- Também estou.
Ele levanta da cama indignado:
- Mas você já namorou mulheres, tinha prazer com elas.
- Isso só demonstra o quanto nós somos influenciados pela cultura, mas a ciência. Freud já dizia
que todos os seres humanos nascem bissexuais.
- Conversa fiada!
- Bem, prefiro acreditar em Freud do que em você.
- Não estou mais afim de discutir.
- Nem eu. Só quero saber se você está bem, se por acaso aquilo que rolou há pouco tempo te
impressionou tanto a ponto de você desistir de voltarmos a ser irmãos.
- Não – disse ele grosseiramente.
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Quando chegamos à cidade, no período da tarde, o telefone de casa toca. Não fomos à aula
naquele dia, obviamente. Era o meu pai:
- Alô?
- Marlon?
- Quem é?
- É o seu pai – disse ele com uma voz de “não está me reconhecendo?”.
- Oi.
- Parabéns atrasado.
- Obrigado.
- Tudo bem com você?
- Tudo e com o senhor?
- Tudo bem. Sua mãe está bem também.
- Que bom – respondi mecanicamente.
- O Ewerton me contou onde passou o fim de semana. Que legal que você o convidou.
- Ele se convidou.
- Ah, tanto faz. Mas e aí, foi legal?
- Foi.
- Que bom. Era só isso mesmo que eu queria saber.
- Ah, ok.
- Ok? Então... ah, você está precisando de alguma coisa, de dinheiro?
- Não, já estou trabalhando.
- Ah, que bom. Mas qualquer coisa...
- Obrigado.
- Tchau.
- Tchau.
E foi assim, da forma mais fria, que meu pai e eu tivemos uma conversa civilizada depois de
tanto tempo. Se ela fosse mais “carinhosa” que isso eu acharia ruim. Foi bom que tenha sido
dessa forma, não parecia forçada. “Coincidentemente”, em um dia em que minha mãe teve que
viajar para ver meu avô que estava doente, meu pai me convida pra almoçar com ele e com meu
irmão em casa. Era tão estranho saber que a algum tempo atrás eu tinha ido até lá e brigado feio
com eles. Mas agora eles mesmos me convidavam para voltar. Almoço em família. Será que
ainda éramos uma família?
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24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
Fingi que nada tinha acontecido. Fui direto para a faculdade. Quando cheguei, a aula já tinha
começado. Pus a cabeça na porta da sala e chamei o Caio. Afastei-me um pouco da sala e o Caio
veio atrás:
- Que foi, amor?
Respirei fundo e disse:
- O Ewerton...
- O que foi dessa vez?
Contei tudo. Ele não disse nada enquanto eu relatava o caso:
- É, seu irmão é mais insensível do que pensei.
- Fui um idiota, um burro, burro, burro que eu sou.
- Calma, você não tem culpa de nada – disse sério.
- Não aguento mais isso, Caio. Juro, não aguento!
- E nem precisa. A partir de agora você vai ignorá-lo por completo.
- Ah, pára, Caio. Cansei desses joguinhos de ignorar.
- Você não entendeu. Não é nenhum joguinho de “se fazer de difícil”. Você vai ignorá-lo.
- Chega, é sério. Quero que ele se dane.
- Você vai fazer isso, mas não vai mais falar com ele. E ponto!
Exatamente no dia seguinte, o Ewerton liga lá para casa, mas eu estava proibido pelo Caio de
atender até mesmo o meu próprio celular. Ele atende:
- Aló? ... Ele não está não ... ta ok, peço para ele retornar ... tchau.
- O que ele queria?
- Não disse. Só disse que queria falar com você.
Não retornei, claro. À noite ele liga mais uma vez e o Caio diz que estou no banho. No dia
seguinte o Caio atende e diz que estou no estágio. O meu celular ficou recheado de ligações
perdidas. Ele desistiu de falar comigo e decidiu falar com o Caio:
- O que o meu irmão disse?
- Que a Gabi quer que a gente saia juntos, pra gente conhecer o irmão dela. Por isso que ele
estava ligando, para combinar com a gente.
- Dane-se.
- Disse que você ligava depois... o de sempre.
- Ele disse quando queria que fosse?
- Um fim de semana qualquer.
24 jun
Marlon
Os dias foram passando. Ele ligou mais uma vez, mas eu não estava realmente. O Caio me disse
que ele perguntou se estava acontecendo alguma coisa, pois eu nunca atendia, respondeu que
“não”. Como ele e o Caio não conversam, então ele não ficou questionando nem puxando papo.
Um dia quem ligou foi a Gabriela, o Caio atendeu. Eu estava presente. O Caio disse pra ela que
gostaria muito que saíssemos juntos, mas que ele falaria comigo. Ela perguntou também se
estava acontecendo alguma coisa e ele disse que não.
O Caio parecia estranho. Parecia que não era só um jogo de ignorar. Mas ele me escondia
alguma coisa. Quando eu estava no estágio, o Caio parece que fez alguma coisa. Só sei que o
Ewerton não ligou mais:
- Que estranho, o Ewerton nunca mais ligou.
- Vai ver que ele desistiu.
- Não. Ele desistiria se não tivesse a Gabi no pé dele pedindo por esse encontro.
- Ah, eu não sei.
- Nem no meu celular ele ligou mais.
- Por que você não aproveita e relaxa?
- O que foi que você fez, Caio?
- Eu? Não fiz nada.
- Te conheço.
- Não fiz nada.
Deixei pra lá. Mas alguns dias se passaram e encontrei a Gabriela na rua. Ela trabalha a cerca de
duas quadras do meu estágio. Nos encontramos no ponto de ônibus:
- Oi cunhadinho!
- Oi – disse surpreso.
- Menino o que é que está acontecendo? Você sumiu, não deu mais as caras...
- É, ando ocupado. Trabalho e faculdade.
- Sei como é, mas agora que a gente se encontrou, vamos marcar né?
- Vou falar com o Caio.
- Então, a gente marca esse fim de semana e pronto!
- Mas tenho que falar com ele antes.
- O que vocês vão fazer nesse fim de semana?
- Ah, não sei.
- Oh, Marlon, está evitando a gente é? – perguntou brincando.
- Não, claro que não.
- Então está combinado.
24 jun
Marlon
Ela marcou hora e local. Não tive como dizer não. O Caio também concordou que não tinha
como eu negar para ela. Então fomos:
- Vou convidar o Tom e o Lu – disse o Caio.
- Mas será que é legal?
- Vai ser ótimo.
- Então chama a Claudinha também.
- Não. Só o Tom e o Lu.
- Por que?
- Por que você acha?
- Porque eles são gays...
- Isso mesmo. Vai ser ótimo seu irmão numa mesa com cinco gays e só ele de hétero. Ele não é o
machão quando está longe da gente? Quero só ver.
Chegamos atrasados de propósito, tudo combinado pelo Caio. O Ewerton arregalou os olhos
quando viu os quatro. Cumprimentamos a Gabriela:
- Oi Gabi!
- Eita, chegaram cedo hein?
- Desculpa, gata – disse o Tom.
- Ah que bom que vocês vieram também.
Meu irmão veio me cumprimentar, me ofereceu a mão para apertar. Apertei, mas não respondi o
“oi” dele. Fui cumprimentar o irmão da Gabriela:
- Oi, cara, beleza?
- Oi.
- Eu sou o Marlon, prazer.
- Augusto.
- Esse é o Caio, meu namorado e aqueles são o Luciano e o Tom.
Sentamos, pedimos as bebidas e o Caio e o Tom começaram a dominar a roda de conversas. Não
consegui disfarçar o que estava sentindo. Aliás, ainda não disse o que senti sobre aquele
episódio: senti raiva, ódio, no inicio; depois me veio tristeza e desmotivação; por mais que
gritasse, por mais que reivindicasse, por mais que me impusesse o Ewerton não mudava; e eu me
odiava por ainda amá-lo. Quando cheguei em casa naquele dia chorei bastante. Era
decepcionante e era tão ruim ficar ao lado dele sabendo que ele estava sendo falso e interesseiro.
Eu só não queria melar o relacionamento dele com a Gabriela. Ela não merecia. Mas não poderia
não melar e ficar ausente, pois a Gabriela queria a mim e o Caio por perto sempre. Permaneci
calado quase todo o tempo. Investi nas bebidas. Meu irmão também permanecia calado, mas era
porque ele não se encaixava ali. O único com quem ele poderia interagir era eu:
24 jun
Marlon
24 jun
Marlon
- Não quero ouvir nada, não venha me falar o que já sei. Só quero que você dê um jeito da gente
não se encontrar mais. Ou você faz isso, ou não tenho outra escolha a não ser te entregar pra
Gabriela.
- Isso é muito injusto.
- Nem vou responder. Olha, acabou. Não tem mais volta. Nunca mais seremos irmãos de novo.
Falo sério.
- Sempre seremos irmãos!
- Não. Nunca mais. Sério. Para mim você morreu. Nem posso dizer que vou te esquecer porque
não vou. Não vou conseguir. Você era o meu irmãozão, me ensinou a jogar bola e tudo mais. Até
fliperama você me ensinou... olha, dá mais não. Não suporto olhar para a sua cara. Você me dá
nojo, você é muito falso, cara. Não me importa que você nunca me aceite, nem aceite os gays. Só
quero mesmo que você morra – dizia tudo enquanto jogava, enquanto olhava pra tela.
O jogo acabou e coloquei mais uma ficha. Comecei uma nova partida. Ele ficou um tempão de
pé ao meu lado. Ele não tinha coragem de dizer mais nada, nem tinha forças pra voltar pra mesa
e ficar lá. Mas ele teve que voltar. Minhas fichas acabaram e fui comprar mais. Fiquei um
tempão jogando. Depois também tive que voltar pra mesa:
- Eita, esse jogo devia estar bom, hein? – brincou a Gabriela.
- Adoro fliperama!
- Percebi.
- O Ewerton ensinou tudo o que sei do jogo, todos os truques e tal. Não é mesmo?
- É – disse ele timidamente.
- Daqui a duas semanas é meu aniversário. Vocês vão, né? – disse o Augusto.
- Depende, vai ter pole-dance? – perguntou o Caio.
- Hahahahahahahahahahaha, vai. Vai ser na [...]. Adorei essa boate, conheci esses dias.
- Como assim? – perguntou o Caio abismado.
- Ué, por quê?
- Todo gay que se preze já foi lá. Adoro os DJs.
- É, cara. São muito bons.
- Ah, então vai ser uma grande farra né bee? – perguntou a Gabriela.
- Eu mereço, né?
- Mas tem que ser duas festinhas: uma mais familiar e outra só pra vocês. Porque tem papai e
mamãe, tem eu, tem o Ewerton... – disse a Gabriela.
24 jun
Marlon
- Ué, mas vai rolar papai-e-mamãe, Gabi. O que não vai faltar é posição!
- Caio, seu pervertido!
- Sinceramente? Não estou afim disso não. De escutar musica chata e nem ver primo feio na
minha festa. O resto que se dane, vou curtir! – disse o Augusto animado.
- Apoiado! – disse o Caio.
- Ué, se você quiser ir... tenho certeza que o Ewerton não vai se importar. Afinal, lá só vai ter
gay – eu disse.
- Vou pensar, vou pensar.
Marlon
- Ele pode ser um namorado legal pra minha irmã e tudo mais, mas não gosto dele. Não vou com
a cara dele. Ainda mais porque sei que ele é homofóbico.
- Sabe? – perguntei surpreso.
- Sei, claro, isso se nota de longe. Mas a Gabi não sabe e nem sabe que eu sei.
- Entendo.
- Por bem ou por mal, a verdade é que ele é bom pra ela. Ele só não é bom pra mim, mas não é a
mim que ele tem que agradar e nem quero que agrade. Fazendo ela feliz já está bom.
- Então me faz um favor?
- O que?
- Me ajuda a me manter longe dele?
Ele me olhou com estranheza quando eu o propus. Naquele momento eu estava farto do
Ewerton, por mais que eu entendesse que era difícil para ele e por mais que eu soubesse que eu
não poderia exigir que ele me aceitasse do nada. Mas o que eu queria era que ele sumisse e que,
se por acaso ele um dia aceitasse, aí sim nós voltaríamos a conversar sobre o asunto. Eu sei que
aceitar demora, mas que ele ficasse longe de mim enquanto exercita a sua homofobia. Eu não
queria que ele saísse prejudicado com a Gabriela. Acho que ela o faria bem, ou pelo menos já
estava fazendo. Era notável o quanto ele estava maduro depois que ela apareceu. O Augusto fez
biquinho e perguntou:
- Como assim? – perguntou ele.
- Não quero, assim como você, que ele e a Gabi terminem, mas eu não agüento mais ficar perto
dele. Eu já sofri muito. Ele esta tentando me aceitar, ou pelo menos diz que quer isso. Mas
enquanto ele não aceita, ele me faz sofrer. Então, enquanto ele não aceita, que fique longe e se
ele nunca chegar a aceitar, já que está longe, que permaneça longe.
- Mas como eu posso te ajudar?
24 jun
Marlon
- A Gabi se apegou muito a mim e ao Caio. Com certeza a noite de hoje, se depender dela, se
repetirá. Ela promoverá mais encontros entre o Ewerton, o Caio e eu. Não sei se a intenção dela
é de realmente fazer o Ewerton me aceitar, ou se ela somente quer que a gente volte a ficar bem
de novo. Eu só sei que eu não quero mais isso. Mas eu não posso negar se ela convidar, ela pode
desconfiar e chegar a terminar com ele.
- Acho que estou entendendo.
- Quero que você evite que ela promova mais encontros como esse.
- É, entendi. Eu não sei como fazer isso, mas eu acho que vai dar para fazer.
- Quando você nos convidou para a sua festa, eu já estava esperando mais outro encontro.
- Hahahahahaha, relaxe, eu quero um festa bem gay-power!
- É, eu percebi. Ainda mais agora que você conheceu o Tom e Caio.
- É verdade! E o Luciano?
- Ah, o Lu é tipo a gente. Tipo machinho.
- Entendi.
Tomamos a nossa saideira, pegamos o ônibus e fomos para casa. Tomamos banho juntos,
namoramos um pouco e fomos descansar, pois o dia tinha sido fatídico. O dia seguinte era um
domigo. O telefone toca e quem era? Sim, era o Ewerton:
- Alô? – quem atendeu foi o Caio – rapaz, eu achei que vocês já tivessem conversado sobre isso,
não? – perguntou impaciente – olha, eu vou ver se ele quer falar com você.
Eu estava na cozinha e de lá dava para ouvir tudo na sala. Quando eu me aproximei, o Caio
perguntou:
- É o seu irmão, quer falar com ele?
24 jun
Marlon
Quando eu desliguei, olhei para o Caio. Quis saber o que ele achou da minha decisão:
- Você fez bem. Eu fui muito ingênuo em insistir no jogo de ignorar.
- Talvez, mas eu ainda quero que ele fique longe.
- Sei...
Esperei o Ewerton pacientemente. Quando ele chegou, o interfone tocou. Pedi ao porteiro que o
deixasse subir. Saí de casa e fiquei ao pé da escada esperando por ele. Ele surgiu nas escadas e
eu estava no topo. Comecei a andar em direção à casa e ele veio me seguindo. Quando ele
entrou, eu fechei a porta:
- Tem alguém aí?
- O Caio está no quarto. Senta aí – eu falava sempre seco.
Por mais cínico que eu estivesse sendo, não conseguia suportar ouvir a voz dele dizendo tudo o
que eu já sabia e ainda pedindo para que eu não o atrapalhasse com a Gabriela:
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24 jun
Marlon
- Olha, vamos ser práticos: você veio aqui porque tem medo que eu faça com que você e a
Gabriela terminem, veio pedir para eu cooperar quando ela convidasse a mim e o Caio para sair.
Disso tudo eu já sei. Você também sabe que eu não quero que você termine com a Gabi, mas
também quero você longe e como isso está ficando difícil, então você corre o risco de perder a
Gabi. Bem, eu vou dizer algo que talvez te surpreenda e te coloque mais medo ainda: o Augusto
sabe que você é homofóbico e agora sabe o meu lado da história também. Mas, assim como eu,
ele também não quer que vocês terminem, ele disse que acha que você é um bom namorado para
ela. Ontem, eu pedi a ajuda dele para evitar que a Gabriela insista fazendo convites para mim e
para o Caio. Ele vai me ajudar com isso. Você também tem que fazer a sua parte. Não se
preocupe, nem eu, nem o Caio, nem o Augusto temos pretensão de te entregar para a Gabriela.
Não ganhamos nada com isso e nem é a nossa vontade. Você ficando longe de mim já está bom.
24 jun
Marlon
- Não quero que aceite. Para mim tanto faz. Se, veja bem, se você um dia vier a aceitar, a gente
conversa. Se não, para mim tanto faz.
- Marlon... – interrompi.
- Eu não já disse que não pretendo melar o seu lance com a Gabi? O que mais você quer? Pode ir
já!
- Deixa eu falar, deixa eu terminar de falar.
- Hum, fale – desdenhei.
- Eu não quero somente que você não me prejudique com a Gabriela, eu também quero
realmente... sei lá, me aproximar de você.
- Faço falta?
24 jun
Marlon
- Então facilite a sua vida. Já não está difícil para você conviver com os seus amigos com eles
sabendo que você tem um irmão gay? Então, cara, para quê você quer ser visto comigo? Eu
estou te dando a oportunidade de você não passar mais vergonha do que você já passa. Porque é
isso o que eu sou para você: uma vergonha. Eu ainda sou uma vergonha e isso me cansa, isso me
dói. E não é justo que você me faça passar por isso. Então fique longe e ganha eu e ganha você!
- Mas eu não quero isso.
- Você deixou de ser meu herói agora não só porque não me aceita, mas também porque é burro!
- Eu sei que eles riem de mim, mas eu sinto que você é mais importante.
- Mas você ainda não tem coragem, não está disposto e não consegue ter publicamente um irmão
gay. Então, enquanto você não ganha coragem, fique longe. É simples. O que te custa? Não
estou dizendo que nunca mais em toda a minha vida eu quero te ver, mas, se por toda a vida você
não conseguir me aceitar, então por toda a vida você sumirá de perto de mim.
- Você está irredutível – reclamou ele.
- Estou!
- Ta, então... uma última coisa: eu me esforçarei para que a Gabi não te convide mais para nada,
mas, se um dia não tiver como evitar isso?
- Se vira!
- Marlon...
- O quê?
- Por favor!
- Não – disse firme – já disse não. E o meu não é não e agora saia daqui!
Eu me levantei e fui em direção para a porta. Ele ainda permaneceu sentado e não se levantou.
Então eu abri a porta para forçá-lo a se levantar, mas ele ainda continuou sentado:
- Vaza, Ewerton!
24 jun
Marlon
Mas ele não se levantou. Eu estranhei aquela atitude completamente. Ele começou a fazer umas
expressões estranhas no rosto, ele franzia a testa, respirava fundo e apertava as mãos mais forte
que antes. Depois eu percebi que ele estava se esforçando para segurar as lágrimas. Ele não
conseguiu e deixou uma lágrima cair. Uma. Ele passou o dedo para enxugá-la e se levantou, veio
em direção a porta e parou de frente para mim:
- Ainda somos irmãos. Eu não queria enxergar que ainda éramos quando você se assumiu, mas
agora não tem nada que consiga tapar os meus olhos.
- É muito cômodo você dizer isso agora que precisa de mim.
- Pense o que quiser, mas eu sei que eu não estou aqui apenas pela Gabriela. Eu estou por mim
também. Eu sinto sua falta, não vou negar.
- Rua, Ewerton!
- Eu me lembrei do dia em que um menino maior que você quis te bater na escola. Lembra que a
farda era branca e vermelha? O sangue se confundia com a farda... eu bati no moleque para te
defender.
- Pára, cala a boca e vá embora!
- Eu só queria voltar a ser seu herói de novo.
- Tarde demais. Heróis não salvam gays.
Ele pegou a minha nuca com força, juntou as nossas testas e sussurrou:
- Eu vou voltar a ser o seu herói. Escreve o que estou te falando!
E saiu.
24 jun
STROVENGA
LOL. Parabens PRI
24 jun
Gin
:D
24 jun
leon
24 jun
sader koy
nós que adoramos o marlon, o caio e este conto maravilhoso, só podemos te agradecer, né pri?
parabéns... vc foi demais...
24 jun
Gin
26 jun
Tom
Foi exatamente na parte que falta depois disso que eu não li mais. Aí já está na parte em que o
Marlon tá digitando!
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26 jun
Tom
Pri, vc é demais!
29 jun
Marlon
O Caio saiu do quarto e veio andando lentamente até a sala (eu estava na porta). Ele se encostou
lentamente na parede, me olhou com compaixão e disse:
- Eu ouvi tudo!
- E...? – já com lágrima nos olhos.
- Tudo o que virá agora é lucro. Seu irmão me pareceu disposto a voltar a ocupar o posto dele.
- É...!
- Vem cá – ele estendeu os braços.
Eu andei até ele, o abracei forte e ele foi me arrastando para o quarto. O ritual do Caio entrou em
ação: luz apagada, vela acesa e fones de ouvido. Acabamos dormindo juntinhos naquela tarde.
No dia seguinte era estágio e aula. Eu estava pensando muito no que o Ewerton e eu havíamos
“conversado”. Não conseguia mais fugir. Eu queria muito que ele voltasse a ser o meu herói,
mas eu não queria que essa volta se desse de qualquer jeito. Até porque o meu coração estava
muito orgulhoso para permitir uma simples volta. E não estou falando de um retorno num cavalo
branco, mas sim em algo que me convencesse de que o Ewerton realmente tentaria me aceitar,
mesmo que demorasse. Eu queria sentir que ele iria se esforçar para apreender a idéia de que o
seu irmão era gay. E não tardou.
A Gabriela me ligou:
- Alô?
- Marlon, é a Gabi!
- Oi, Gabi!
- O Ewerton conversou comigo hoje, eu não sei se você está sabendo.
- Não. Sobre o que?
- Sobre vocês dois. Ele disse que vocês estavam brigados. Ele disse tudo. Disse que não aceitava
você, disse que vocês brigaram muito, disse que apoiou a sua expulsão de casa... eu não queria
conversar sobre isso por telefone, mas é que eu estou sem tempo de sair, me deslocar e nem
posso te pedir para você vir aqui em casa, pois estou muito atarefada.
- Não, tudo bem por telefone – a minha ficha ainda não havia caído.
- Pois é, ele me contou tudo.
- Tudo o que? – perguntei ingenuamente.
- Tudo, oras. Tudo o que eu já disse antes.
- Tudo, tudo?
- Tudo!
29 jun
Marlon
Ela foi dizendo, listando coisa por coisa que o Ewerton tinha feito e, me parece, que não faltou
nada:
- E você? – eu perguntei.
- Ah, não posso negar que fiquei meio puta com ele.
- Mas... ?
- Mas a gente não terminou não.
- Ah, que bom! – suspirei aliviado.
- É. Por mais que o Ewerton tenha me decepcionado, eu gosto muito dele. Os homens da sua
família têm muita lábia, sabe? – brincou ela.
- Hahahahahahaha, sei.
- Pois é, mas ele me disse também que quer se reaproximar de você e disse que quer a minha
ajuda.
- E você acha que consegue ajudá-lo?
- Eu não sei. Me diz você. Você acha que consegue perdoá-lo?
- Eu não sei, Gabi. Olha, eu estou muito confuso desde que vocês foram à minha festa de
aniversário. Eu sinto que ainda quero fazer parte da minha família, mas eu já sofri muito, já
chorei muito, já me magoei demais. Se for para me magoar de novo, eu não quero. Não quero
mais correr esse risco. Eu sei que ele disse que quer tentar. Nós conversamos e ele me pareceu
disposto a isso... – ela me interrompe.
- Aham, para mim também ele pareceu disposto.
- Pois é, mas parecer e ser são diferentes. Ele pode até ir bem nisso, mas se ele tropeçar no meio
caminho, isso vai me magoar. Eu sei que as pessoas erram e tal, mas a cota de erros dele já se
esgotou, então eu não admito que ele erre de novo.
29 jun
Marlon
- Eu entendo você. Aliás, mesmo estando aqui conversando com você, defendendo ele, eu ainda
estou puta com ele. Não vou te negar isso. Estou assim porque o Augusto é o amor da minha
vida e não é porque ele me deu um rim não. Ele assumiu muito cedo, também foi expulso de
casa. Eu só tinha dezoito e ele quatorze. Eu briguei com os meus pais, ameacei sair de casa se
eles não o chamassem de volta... enfim, fiz tudo o que podia, o possível e o impossível. Antes de
ele assumir mesmo, só eu sabia. Claro, no inicio eu também tive os meus estranhamentos com
ele, mas isso não durou muito. Quando eu percebi que era sério, quando eu vi que ele sofria,
chorava todas as noites, eu quis saber “Que raios de doença é essa que faz alguém sofrer tanto
nessa vida?”. Eu amava muito o meu irmão, mas o tomava como um meninão. Mas ele se
mostrou mais forte que eu. Você sabe bem como é. Alguém na idade que ele tinha passar por
isso desde novo... aliás, desde sempre, né? E se manter sóbrio, paciente... nossa! Não é para
qualquer um. Foi aí que eu dei força para ele se libertar, para tentar correr atrás da felicidade
dele. Era o direito dele – ela dizia tudo de forma muito apaixonada – e eu quis lutar por esse
direito. Quando os meus pais o expulsaram, virei uma fera. Lutei mesmo por ele. Anos depois
ele me retribui com um rim. Imagina só! Não tem como não amar esse irmão. Além do mais, por
mais forte que ele seja, ele é frágil também. Eu sou a mãe dele.
- Eu entendo!
- Pois é. Por isso fiquei puta com o seu irmão. Não admito isso não. Mas eu sei que é difícil
aceitar, principalmente alguém que teve a educação que ele teve, uma educação machista. Você
deve conhecer essa educação muito bem.
- Conheço!
- Por isso vou dar uma chance para ele.
- Mas eu quero que você saiba que eu só quero começar a me reaproximar quando eu tiver
certeza de que ele está mudando. Não quero correr riscos.
- Ok.
29 jun
Marlon
Conversamos mais um monte. Parecia que as coisas se acertavam. Meu irmão me ligava as vezes
durante a semana para saber como eu estava. Eu ainda era um pouco frio, mas não era grosseiro
ou não abria espaços. Eu só tentava não me envolver. Meu pai ligava também, mas era raro.
Minha mãe... Ok, continuando.
Na verdade, faltou eu dizer uma coisa importante, que, depois de dita, fará muito sentido para
isso tudo: o meu pai é policial militar. Na verdade a família toda é de policiais. Gays e policiais
só se dão bem no Village People.
O aniversário do Augusto chegou e realmente foi uma festa no melhor estilo gay-power! Do jeito
que ele queria. Fomos só nós: Caio, Augusto, Tom, Luciano, eu e mais uns amigos. Fomos para
a boate preferida do Augusto e nos divertimos muito. O Augusto não quis ficar com ninguém,
mas também não segurou vela. Caio e eu não ficamos namorando o tempo todo. Fazia tempo que
não saímos para dançar, só íamos para barzinhos. Aproveitamos a noite. Eu não danço tanto, mas
o Caio sim:
- Amor, que horas são?
- São... – olhei para o relógio – três horas. Por que?
- Tom, já são três horas! – gritou o Caio.
- É? – perguntou ele.
- O que foi, hein? – perguntei curioso.
- Vamos sair. Vamos para a praia!
- Por que?
- É uma surpresa para o Augusto.
- Que surpresa?
- Você vai ver.
29 jun
Marlon
O Tom começou a cantar “Parabéns para você” e o Caio começou a dançar. A mesma dança que
ele fez para mim no meu aniversário de dezoito anos. O Tom cantava e o Caio fazia a
coreografia. Todos caíram na gargalhada, obviamente:
- Que lindo! – exclamou o Augusto – lindo, lindo!
- Parabéns, Augusto!
Não ficamos na areia, era só para aquele momento. Fomos para uma barraca, sentamos numa
mesa. Pedimos uns petiscos, pois morríamos de fome:
- Eu quero burritos! – disse o Caio.
- Hã? Isso não é um restaurante mexicano! – disse o Tom.
- E daí? Eu quero burritos – e bateu na mesa.
- Você já comeu burritos alguma vez na sua vida vagabunda?
- Err... não?
- Fica quieto, senão eu te obrigo a você pagar o boquete que você está me devendo.
- Será que eles tem churrasco, ou alguma coisa de carne aqui? – eu perguntei.
- Ai, Marlon, falou e disse. Estou morrendo de fome – disse o Augusto.
29 jun
Marlon
Fui para um dos miquitórios e comecei a urinar. Um rapaz se aproximou para urinar também. Eu
não o olhei, nem me interessei por ele. Mas ele fez um ruído estranho, como se tivesse feito algo
errado. Era como um “Oops!”, mas era menos que isso. Aí eu olhei. Quando eu virei meu rosto,
era um dos amigos do meu irmão.
Nunca gostei de urinar em miquitórios. Por mais comum que seja homens verem outros homens
na sua intimidade, eu nunca me senti a vontade. Mas eu fui ao miquitório mesmo, estava
apertado. Quando me apareceu esse cara, eu o olhei no rosto. Quis saber quem era a pessoa que
tirava a minha concentração em mirar aquelas bolinhas brancas desodorantes. Quando o
reconheci, estranhei. É estranho, mesmo em cidade pequena, encontrar pessoas conhecidas “na
rua”. Quando ele me viu, se assustou. Eu o olhei estranho e continuei urinando (até porque,
depois que você começa, não tem mais como parar). Ele já estava com o ziper aberto. Foi então
que ele fechou o zíper e se dirigiu para um miquitório mais afastado do meu. Era óbvio que ele
estava me evitando. Isso me incomodou no inicio, mas depois eu desencanei e continuei o que eu
fazia. Eu terminei e fui para a pia lavar minha mão. Ele terminou e se dirigiu para a pia do lado.
Foi inevitável: um olhou para o outro através do espelho. Mas ele desviou o olhar imediatamente
e abaixou a cabeça. Quando eu peguei o papel para enxugar as mãos e já estava saindo, ele me
chama:
-Marlon? – quase sussurrando.
Eu me virei e olhei. Ele pegou um dos papeis de enxugar mãos e começou a caçar algo no
próprio corpo:
- Você tem uma caneta aí?
- Não.
- Então anota no seu celular como SMS.
- O quê? – estranhei.
- O meu MSN.
- Para quê?
- Eu quero conversar com você.
- Sobre...?
- Por favor...
- Eu tenho namorado.
- Eu sei.
- E então...?
- Por MSN eu te conto.
29 jun
Marlon
Tirei o celular do bolso e comecei a anotar o hotmail dele. Depois eu balancei a cabeça em sinal
positivo e ele sorriu:
- Nem preciso dizer... – interrompi.
- Não, não vou contar para ninguém.
Eu saí e fui para a minha mesa. Enquanto eu caminhava, eu pensava “Por mais que eu saiba que
existem muitos gays no armário, eu não sabia que eram tantos. Por mais que eu entenda a lógica
desse esconde-esconde, eu não imaginava que os gays estivessem por toda a parte”. Era estranho
isso. Bastou me assumir para conhecer vários caras que eram homossexuais. E isso é estranho
sim, mesmo que saibamos que grande parte dos gays estão se escondendo. Eu imaginava que
eram muitos, mas não que eram tantos e que tivessem tão diferentes tipos. Sentei-me intrigado:
- Você demorou... – disse o Caio.
- Em casa eu te conto.
- Como assim? Vai me contar como foi o seu xixi?
- Não. Depois eu te conto.
- Ta tudo bem?
- Sim.
29 jun
Marlon
Fomos tomar banho. Eu fui primeiro e o Caio foi passar um café. Depois eu tomei uma xícara
com leite, vesti uma calça de moletom e fui me deitar. O Caio chegou do chuveiro, vestiu uma
cueca e se deitou do meu lado. Estávamos cansados e eu ainda intrigado:
- Caio, você as vezes não se surpreende com a quantidade de gays que existem?
- Sempre.
- As vezes não acredito que tenho tantos amigos assim. Vê, só esse ano, contando com o amigo
do meu irmão, quantos nós já não conhecemos?
- É verdade. Eu me surpreendo porque sempre acho que já conheci gays o bastante e me surgem
mais gays.
- É. Isso acontece comigo também.
Ficamos embolando mais um pouco na cama e nos trombamos. Nos abraçamos um pouco e
começamos a entrelaçar as pernas. Os beijos foram surgindo, mas eram apenas beijos de lábios
(os meus preferidos). Ficamos assim, nos acariciando e nos beijando até dormir. As vezes
mordíamos a orelha e o pescoço, arranhávamos as nossas costas de leve e nos tocávamos mais
intimamente, mas não fizemos amor. Mais tarde, o meu irmão me liga:
- A Gabi já te contou, né?
- Sim.
- E aí?
- sabe, mas eu já dei entrada na casa. Na verdade, num apartamento Fiquei surpreso. Você corria
o risco de perdê-la.
- Não corria não. Eu pensei bem: se eu assumisse para ela o que eu sentia, ou ainda sinto, não
sei, achei que ela fosse ficar com raiva sim, como ela ficou, mas que ela entenderia. Achei que
ela me daria apoio e me acharia honesto dizendo para ela.
- Entendo.
- Eu só te liguei para dizer que vou ficar um mês fora. Vou para [...] como representante
comercial. É, fui promovido.
- Parabéns – ainda sem muito ânimo.
- Acho que, quando eu voltar, trarei as alianças.
29 jun
Marlon
“Hã? Era o meu irmão na outra linha?”. Não conseguia acreditar. O amor opera milagres mesmo.
Era interessante que, pelo telefone, meu irmão sempre parecia mais carinhoso, mais terno, mais
tenro. A voz dele ficava aveludada. O tipo de voz que as mulheres dos anos 1920 se
apaixonavam quando ouviam as antigas rádios. Ele parecia mais compreensivo. Era como se o
fato de não estar frente-à-frente desse para ele a chance de se expressar melhor. A cada dia que
se passava, eu me apaixonava mais pelo meu irmão. Eu me odiava por isso. Queria poder odiá-
lo, mas não conseguia. Não mais.
29 jun
Marlon
Conversamos mais um pouco e ficamos de nos falar mais vezes. Era mais um de nós pedindo
ajuda, gritando “socorro!”.
29 jun
Marlon
Pessoal, a repostagem acaba aqui. A partir de agora eu vou copiar os posts que estão no
tópico da continuação.
29 jun
Marlon
Eu andava atarefado com a jornada trabalho/estudo. Mesmo sendo estágio, era muita coisa para
ser feita. Muita coisa para escrever e auxiliar. Na faculdade também. Nem poderia pedir muito a
ajuda do Caio, pois ele começava a estudar para o vestibular de Gastronomia:
- Marlonzinho-zinho-zinho! – pulou o Caio no meu colo.
Eu estava sentado na cadeira do computador, fazendo trabalho:
- Nossa, que ânimo!
- Acabei de fazer a inscrição do vestibular.
- Ah, legal! – fingi alegria.
- Você consegue ser mais convincente que isso – esbravejou ele.
Saiu do meu colo e saiu do quarto. Ficou chateado comigo. Como eu o conheço bem, decidi
esperar para depois ir falar com ele. Decisão errada. Fiquei fazendo o trabalho, até que ele
aparece na porta do quarto:
- E você fica aí no computador ainda? Nem se importou que eu fiquei chateado?
Estranhei aquela atitude. Virei a cadeira em direção à porta e falei:
- Não, amor, só esperei você esfriar um pouco a cabeça, para depois ir falar com você. Só isso.
29 jun
Marlon
Ele fez uma cara de quem não acreditou em mim e saiu. Fui atrás, dessa vez:
- Amor, o que houve?
- Você é um egoísta, sabia?
- Por que?
- Porque você não está me apoiando em nada na minha decisão. Fica chateado porque vou fazer
outra faculdade e não vamos mais ficar mais juntos. Não está pensando em mim.
- Isso não é verdade! – estranhei.
- É sim. Me diz, quando foi que você já se ofereceu para ir junto comigo na outra faculdade?
- Estou trabalhando agora, Caio. Você sabe disso!
- E eu só fui no período da manhã?
- À tarde tenho aula.
- Nós temos – me corrigiu ele – e mesmo assim eu falto.
- E eu sou o egoísta? Você quer que eu falte aula para te fazer companhia?
- Óbvio que não aceitaria se você oferecesse!
- Hã? Que loucura foi essa que você disse agora?
- Ah, esquece!
- Não, não, agora me explica isso.
- Não. Esqueça. Estou chateado porque você fica fazendo draminha, acabei falando bobagem.
- Então é “draminha” o fato de eu ficar chateado porque não vou mais te ver com tanta
frequencia?
- Tá, tá, esqueça! – berrou.
Voltei pro quarto e ele, acredito, foi para a cozinha. Foi uma briga boba e atípica ao Caio. Ele é
uma pessoa séria, madura, não se passaria por uma coisa tão boba. Mas se passou. Quando
pensei nisso, até me envaideci um pouco, pois isso significava que ele estava atento à mim.
29 jun
Marlon
Durante a noite, ele se deitou na cama, ao meu lado, se cobriu e me deu as costas. Me aproximei,
comecei a “encoxar” e ele nada fazia:
- Caio, não acredito que você está chateado comigo!
- Não estou. Só não estou afim de namorar agora.
- Por que?
- Porque estou me sentindo mau.
- O que foi? – eu o virei para mim.
- Estou inseguro.
- Menino, você vai passar no vestibular. Você é inteligente.
- E desde quando inteligência aprova alguém em vestibular? Todo mundo sabe que vestibular é
pura sorte.
- Você é o cara mais lindo e mais sortudo da cidade! – brinquei.
- Para, Marlon, é sério – disse ele rindo.
- Ele riu, ele riu, lalalala!!!
- Hahahahahahahaha, eu odeio você!
- Odeia mesmo? – disse, roubando um selinho.
- Odeio muito.
- Odeia quanto? – roubando mais selinhos.
- Muitão assim ó! – abriu os braços.
- Isso é o tamanho do seu ódio ou o tamanho do meu pau?
- Uau! Ele aprendeu a fazer piadas! Yahoo!!!
- Eu só namoro o melhor piadista.
- Idiota!
- Tá, sou idiota!
Comecei a prender as pernas do Caio entre as minhas:
- Ai, o que você está fazendo?
- Hum...
Começamos a nos beijar...
29 jun
Marlon
Tem coisa mais gostosa que namorar? Ainda não inventaram, eu acho. Comecei a prender as
pernas dele dentro das minhas. Eu o imobilizei. Depois segurei os seus pulsos e o deixei a minha
mercê:
- O que você está fazendo?
- Vestibulando também precisa de uma folguinha.
- Ah é? E o que você pretende?
Não falei mais nada. Enquanto ele perguntava qual era a minha proposta, eu já avançava com os
lábios em seu pescoço. Ele tentava se mexer, mas em vão. Eu não deixava. Comecei a pressionar
os meus quadris em cima dos dele. Eu ia de um canto do pescoço dele para o outro sem tirar a
boca. A minha barba arranhava as maçãs do rosto dele. Depois o olhei nos olhos. Ele me olhava
com desejo e eu o olhava com carinho:
- Me solta! – sussurrou ele.
Eu o selei nos lábios, juntei os seus pulsos em uma das minhas mãos e, com uma mão livre,
comecei a despi-lo:
- O que você pretende, Mar?
29 jun
Marlon
Depois que ele ficou só de camiseta, eu ergui um pouco as coxas dele e encaixei as suas nádegas
na minha virilha. Eu estava muito excitado e ele sentiu isso imediatamente. Eu pressionava com
mais força e ele ficava tão excitado quanto eu:
- Me solta, vai! – sussurrou mais baixo.
Eu voltei a arranhar o rosto do Caio com a minha barba. Fiquei tão empolgado, que fraquejei um
pouco na mão. Ele conseguiu se livrar de mim. Quando senti que ele fugia, eu abri os olhos, o
olhei fundo e, com um tom imperativo, eu disse:
- Não!
Ele até se assustou com a minha “grosseria” e ficou parado. Eu voltei a imobilizá-lo e a arranhar
a sua face:
- Marlon, seja gentil – sussurrou.
Eu comecei a esmagar a pele das pernas do Caio na palma da minha mão, deixando-o vermelho:
- Vai dizer que você não gosta disso, hã? – o provoquei.
29 jun
Marlon
Comecei a morder os seus lábios e a beijá-lo mais intensamente. Ele perdeu o fôlego e eu ficava
mais ousado. Peguei a camisinha e nem tirei a cueca por completo, só mesmo na região do pênis.
Ergui as pernas do Caio, levei os seus pés a se prenderem nas minhas costas e o introduzi. Fiz de
leve, não queria machucá-lo. Mas depois que eu já estava lá, voltei a ser um pouco mais
agressivo. Para tanto, tive que soltar os pulsos do Caio e apoiar as minhas mãos na cama, para
ganhar o impulso. Ele, por sua vez, enfiou as mãos dentro da minha cueca, na parte de trás e
esmagava as minhas nádegas com as palmas das mãos. Isso me dava gás. Enfiei o meu queixo e
a minha boca entre o pescoço e o ombro dele e comecei a sugá-lo. Aquilo não demoraria muito.
Era muita pressão, muito desejo e uma vontade imensa de fazer as pazes.
Quando eu ejaculei, soltei um jato muito forte. Eu deitei em cima do Caio, tentei recuperar o
fôlego e depois me deitei ao lado dele. Comecei a respirar fundo. Depois eu percebi que o Caio
não dizia nada, nem mesmo respirava. Então eu o olhei. Quando fiz isso, ele se virou para mim e
me deu um tapa no rosto. Eu não entendi, achei que tinha agradado. De repente ele vem para
cima de mim e me beija forte:
- Você é um prostituto de marca maior!
Dormimos enfim.
29 jun
Marlon
As férias não seriam como eram comumente. O Caio se dedicaria aos estudos e eu ainda
trabalharia no estágio. Achamos que seria mais tranqüilo, pois ao menos não teríamos a
faculdade pra se preocupar. Puro engano. O Caio começou a pegar pesado no cursinho e o
estágio me forçava a ir à campo trabalhar. Antes eu ficava só no escritório. Caio e eu pouco nos
víamos durante o dia e a noite estávamos estressados para fazer qualquer coisa. Logo, os nossos
programas de namorados era comer pipoca caramelada e comédia romântica. Na verdade o Caio
ama os clássicos do cinema, mas ele dizia que para assisti-los era necessário estar zen. Não
cobrávamos uma atitude mais animada um do outro, pois nos entendíamos e entediamos o nosso
momento atual.
Passou um mês e o meu irmão chegou da viagem. Ele passou a me ligar pouco, mas eram
conversas gentis. Ele ainda se preparava para arrumar o apartamento e para pedir a Gabriela em
casamento. Mas pelo visto isso demoraria. Sempre apareciam empecilhos. Ele adiou, então, o
pedido para o ano seguinte. Segundo os cálculos dele, seria o momento ideal para a proposta.
Um fim de semana qualquer, o amigo do meu irmão me convida para fazer um programa que há
tempos eu não fazia:
- E aí, Marlon, beleza?
- Oi, beleza!
- Vamos bater uma pelada hoje? Domingão, sol. Faz tempo que eu não jogo.
- Putz, eu também. Vamos sim, deixa eu só avisar ao meu namorado e já-já eu estou aí.
Eu sabia que o Caio deixaria, pois ele não regularia uma saída minha. Além do mais, ele estava
muito ocupado para me dar qualquer atenção:
- Mor, estou indo jogar bola, ta?
- Com quem?
- Com o amigo do meu irmão.
- Só vocês?
- Está com ciúmes, é? – brinquei.
- Dããã, eu não. Mas futebol não se joga com duas pessoas apenas.
- Mas é só um bate-bola. Há tempos que eu não jogo.
- Tudo bem. Volte suadinho e lindo para mim, ok?
- Hahahahahahaha.
E eu fui.
29 jun
Marlon
O bate-bola seria no prédio do amigo do meu irmão. Como ele não era assumido, não queria ser
visto junto comigo. Eu entendia isso, já fui ele um dia. Quando cheguei, ele me esperava no
portão, sentado nas escadas e com a bola ao lado. Eu sabia que não estava atrasado, mas ele
esboçava uma expressão de cansaço. Quando eu cheguei, ele sorriu:
- Me atrasei?
A bola vinha em direção ao meu peito, eu iria retrucar, mas não consegui, então segurei a bola
no ar:
- Perdeu o ritmo? – me perguntou ele.
- Pô, acho que sim – disse surpreso comigo mesmo.
- Também, faz tanto tempo que você não joga...
Entramos e fomos para a quadra. Lá nós driblávamos um ao outro. Foi muito divertido, eu
sempre gostei muito de futebol. Prefiro o vôlei, mas futebol também é uma paixão. Nem vimos a
hora passar. Parecia que não fazia falta outras pessoas jogando. Quando nos cansamos de
verdade, ele me convidou para subir:
- Vamos lá em casa, a gente toma alguma coisa.
- Vamos.
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29 jun
Marlon
Sorri mais ainda. Fiquei envergonhado. Quando o elevador abriu, nos calamos. Depois que
entramos no apartamento dele, fomos para a cozinha. Percebi que ele era bonito. No tipo físico,
ele se parecia comigo: a mesma cor de pele, o mesmo tipo de cabelo bem como a sua cor, e os
olhos também. Ele também era forte e a camiseta regata não escondia perfeitamente os pêlos do
peito. Mas ele não fazia o meu tipo. Quando eu achava que era hétero, eu dizia para mim mesmo
que “tipos” não existiam. Mas eles existem sim. Mas o “tipo”, como a maioria costuma
confundir, não estaciona na aparência. Sim, ele não fazia o meu tipo por causa do físico, ele era
tão forte quanto eu e isso não me agradava. Não me imaginava abraçando alguém tão... largo.
Mas ele não fazia o meu tipo muito mais porque ele não tinha o charme intelectual do Caio, nem
era bem humorado. Ele também se parecia muito com o meu irmão na personalidade, exceto pela
homofobia. Mas eu não poderia negar que ele era bonito. Se for para citar algo físico que me
agradava nele seria as pernas, que eram torneadas.
29 jun
Marlon
Ele me ofereceu suco, mas eu preferi a água. Ele sentou na cadeira em frente a minha e tomou o
suco. Depois que matamos a sede:
- O Caio não tem ciúmes de você, tem?
- Não. O ciumento sou eu.
- É, eu também sou muito ciumento. Mas eu nem tenho por quem ser ciumento.
- Por que você não arrisca mais?
- Nessa cidade minúscula? Eu mal saio e encontro sempre gente conhecida!
- Mas você não está indo aos lugares certos. Vá às baladas gays. Mesmo os encubados que você
encontrar por lá nunca dirão que te viram. Pelo menos eu acho.
- Não, lá tem muitos afeminados. Eu não gosto.
- Isso é preconceito!
- Não, não é. Só estou dizendo que não gostaria de namorar um.
- Mas lá tem variedade.
- É, talvez... Marlon, o Caio é afeminado né?
- Não, por quê?
- Parece, as vezes.
- Bem, se for, eu me apaixonei por ele, por tudo o que ele é.
- Pelo menos é um casal bonito. O Caio é uma graça.
29 jun
Marlon
Conversamos mais um pouco e depois ele me convidou para jogar vídeo-game. Fazia algum
tempo também que eu não brincava disso. Parecia que eu estava matando as saudades do inicio
da adolescência. Quando fui para casa, já escurecia. Assim que cheguei, percebi que não tinha
ninguém em casa, então fui tomar banho. Quando saí do banheiro, encontro o Caio no corredor:
- Nossa, que demora!
- Ele ainda me chamou para jogar Play Station, aí eu não resisti.
- Hum, que amigo mais irresistível! – ironizou ele.
- Hahahahahahaha, vem cá, vem!
- Não. Eu disse que era para você voltar suadinho. Cadê?
- Ah, esqueci.
- Pois você vai dormir no sofá hoje.
29 jun
Marlon
29 jun
Marlon
Namoramos um pouco, até os pais dele chegarem. Depois eu liguei para o Ewerton:
- Alô, Ewerton?
- Marlon, tudo bem?
- Tudo. O que houve?
- Não, é sobre o carro.
- Que carro?
- O seu.
- O meu?
- É, eu comprei outro. Se você quiser o seu de volta, eu te devolvo.
- Como assim?
- É isso. Você quer o seu carro de volta?
- Eu... eu não sei.
- Como não sabe?
- É que eu não imaginava isso.
- Bem, mas agora ele é seu, se você o quiser de volta.
- Não sei se vale a pena.
- Como assim?
- Quem vai pôr o combustível?
- Você não está trabalhando?
- Mas não ganho muito e para quê um carro nessas condições? Para sair só nos fins de semana?
- Bom, o carro está na casa do papai. Se você o quiser, basta ir pegá-lo. Eu não te contei ainda,
mas me mudei para o apartamento novo já.
- Ah, quem bom...
29 jun
Marlon
Conversamos mais alguns segundos e depois desligamos. Além da surpresa, fiquei desorientado,
pois agora eu poderia ter o meu carro de volta, mas sem condições de mantê-lo. Se o meu irmão
e eu não estivéssemos passando por um período de paz, eu acharia que se tratava de uma
provocação. Apesar de não ser, fiquei chateado como se fosse. Não com ele, é claro, mas com a
situação. Era injusto. Decidi conversar com o Caio, que concordou comigo que era inviável
manter um carro na minha posição. Então disse não. Meu irmão achou que era uma espécie de
vingança, de chantagem emocional, mas eu lhe expliquei que não. Ele entendeu por fim.
O Caio passou a sair cada dia menos. Tom e Claudinha viajaram com suas respectivas famílias,
pois ninguém da turma se manifestou acerca de uma viajem para todos. O Augusto eu não via
muito, pois ele era como o Caio, espírito livre, só que, ao contrário do meu namorado, ele estava
realmente livre para curtir e o Vinícius andava sumido. Meu novo melhor amigo era o amigo do
meu irmão. A única coisa ruim era porque não eram todos os lugares que poderíamos ir, mas ele
era uma companhia agradável, sempre conversávamos sobre besteiras:
- ...o insuportável é quando ficam “desliga você!”, “não, desliga você!” – disse ele.
- Ah, não é tão insuportável assim. Quando você tiver alguém com quem fizer isso, você vai
saber como é bom.
- É, você está certo. Mas enquanto isso não acontece, eu ainda acho isso um tédio.
- Hahahaha.
- Como é que o Caio te chama?
- Tipo apelido? Ah, ele me chama de Marlonzinho-zinho-zinho.
- Hã?
- Hahahahahahahahahahahaha, que vergonha!
- Hahahahahahahahaha.
29 jun
Marlon
Um dia ele ligou para minha casa e quem atendeu foi o Caio, que me chamou logo depois.
Quando eu me aproximei, o Caio tampou o microfone do telefone e me perguntou:
- Desde quando ele te chama de Marlonzinho-zinho-zinho?
- Hã?
- “Hã?” nada. Desde quando?
- Ele me chamou assim? – perguntei rindo.
- Está rindo porquê? Gostou?
- Ai, Caio, nada a ver esses ciúmes.
Ele me ofereceu o telefone agressivamente e saiu chateado. Do outro lado da linha, ele me
convidava para sair, mas eu disse que não podia. Depois que ele desligou, fui até o nosso quarto:
- Caio, o que te deu?
- O que deu em você para permitir que os seus amigos te chamem como eu te chamo?
- Que besteira!
- Besteira é? Ok, então eu vou ceder a vez ao seu mais novo amigo. Deixe que ele te chame
assim agora. Eu só vou te chamar de Marlon, e olhe lá! – ameaçou.
- Caio, até o Tom me chama assim.
- Na brincadeira, me imitando.
- E o que é que tem de mais nisso?
- Marlon... nada, não tem nada de mais!
- Caio, o que houve? Por que você está com ciúmes desse jeito? Eu estou dando motivos?
- Ainda não, mas eu não gostei nada-nada dele te chamando como eu te chamo. Só eu posso
fazer isso. Ele não te chamou na brincadeira, ele não me imitou como o Tom faz, ele te chamou
assim como se fosse comum.
- Ta, eu vou dizer para ele não me chamar mais assim.
- Não! – gritou abruptamente.
- Por que não? - disse assustado.
- Porque o que ele vai pensar de mim? Vai me achar um idiota, que pediu para que o amigo do
namorado não o chamasse mais carinhosamente por causa de ciúmes ridículos.
- Eu digo que eu é quem não gostei, pronto!
- Não, deixa pra lá! – e me deu as costas.
- Caio! – chamei.
29 jun
Marlon
Eu fui atrás:
- Caio, me espera!
- Marlon, esqueça. Pode sair com o seu amigo.
- Eu não vou sair.
- E por que não?
- Porque não estou afim.
- Ou é porque eu não me agradei com ele hoje?
- Caio... – perdi a paciência – eu vou levar em consideração que você está muito estressado e
pensando só no vestibular, ok?
Ai, ai...
- Como assim, Sr. Marlon? Você está dizendo que vai me ignorar porque eu estou em um
momento de estresse? É isso?
- Hã? Não estou fazendo certo?
- Certo? Ok, então vamos mesmo considerar o fato de que eu estou ficando maluco e que os
meus ciúmes ridículos atrapalham a sua vida social.
- Eu não estou entendendo nada.
- Você acabou de me chamar de maluco.
- Eu? Ta ficando maluco?
- Não, meu querido, maluco eu já estou!
Quando eu cheguei no quarto, ele estava no parapeito da janela, chorando. Eu não estava
entendendo. Fui consolá-lo e o abracei por trás:
- Caio... – ele me interrompe.
- Não encosta em mim!
- Por que isso, hein?
- Ignore, eu sou maluco.
- Caio, eu não chamei você de maluco!
- Ta, Marlon!
- A gente vai ficar brigado?
- Marlon, ignore tudo isso. Amanhã eu esqueço tudo e você vai ver que eu sou bipolar.
- Por que você não pára de dizer ironias e vamos conversar sério? Se eu errei, me diz onde e eu
te peço desculpas. Não tenho problemas com isso.
- Se você não consegue enxergar onde errou, não sou eu quem vou te dizer.
- É justamente porque eu não consigo enxergar que eu quero que você me diga, para que eu
possa me redimir.
- É justamente porque você não enxerga o erro que denuncia a sua insensibilidade.
29 jun
Marlon
Não adiantava, para o Caio eu estava errado e ponto. Então eu tirei as minhas sandálias, tirei a
roupa, fiquei de cueca e fui dormir. Nem olhei mais para ele. Deitei-me e em pouco tempo caí no
sono. Acordei umas três horas da manhã e encontrei o Caio no computador:
- Caio, por que você ainda está na internet?
- Porque eu quero!
- Então ainda estamos brigados?
- Não sei, talvez não estejamos, mas como eu sou maluco... vai saber né?
E fui dormir.
29 jun
Marlon
No dia seguinte, eu acordei cedo, pois iria para o estágio. Quando cheguei à cozinha, senti falta
do café do Caio. Eu sou uma negação na cozinha, não sei fazer nada, então peguei um suco de
caixa na geladeira e tomei com um pão duro. Não acho que ele não tenha acordado de propósito,
acho que ele estava cansado, pois madrugou no computador. Mesmo assim acredito que ele não
se levantaria se pudesse. Eu não ficaria chateado porque não tinha o meu café, mas sim pelos
motivos pelos quais ele não faria. Parecia injusto ele ficar desse jeito por causa de palavras tão
sem sentido. O que tinha de mais em outra pessoa me chamar pelo apelido? E o que tinha de
mais dizer que eu iria poupá-lo de uma discussão porque ele estava estressado? Nem eu pedi
para que o amigo do meu irmão me chamasse pelo apelido, tampouco chamei o Caio de maluco.
Mas eu já estava ficando maluco com essa história, pois não suportava a idéia do Caio bravo
comigo. Isso me torturava muito.
Nem trabalhei direito. Cheguei em casa durante a tarde e fui logo tomar banho. Quando eu chego
no quarto, o Caio estava no computador. Eu nem falei com ele, fui direto para o guarda roupa.
Enquanto eu procurava uma cueca, ele me informa:
- Seu mais novo melhor amigo em toda a face da Terra te ligou hoje! – disse irônico.
- Obrigado pelo recado.
- Disponha, eu estou aqui para isso.
Eu saí do quarto, não queria brigar mais. Liguei a televisão para me distrair, mas foi em vão. Eu
fiquei chorando calado lá na sala. Depois que a minha cota de lágrimas tinha acabado, fui para
cozinha beliscar algo. Quando eu voltei, o Caio apareceu na sala:
- E aí, ligou para o seu amigo?
- Ainda não.
- Por que não?
- Não estou afim agora.
- Pode deixar que, se ele ligar de volta, eu atendo.
- Você quem sabe.
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29 jun
Marlon
Tentei ignorá-lo, não queria mais discutir. Ele voltou para o quarto e, pelo o que deu para ouvir
das teclas, também voltou para o computador. Eu fiquei lanchando. Ele passava vez ou outra
pela sala para ir á cozinha, mas não nos falávamos. Anoiteceu, ficou tarde e deu a hora de
dormir. Não queria ir para o quarto, não queria encontrar o Caio e iniciar uma nova discussão.
Eu fui, peguei o meu travesseiro e um lençol no guarda roupa e fui dormir no sofá. Ele olhou a
cena, mas não disse nada. Eu voltei a chorar de novo no sofá feito um bobo. O meu celular
tocou, era o amigo do meu irmão:
- Oi cara, beleza?
- Oi, tudo bem?
- Eu queria conversar com você, mas você não entra mais no MSN!
- É, ando sem tempo.
- Eu queria perguntar umas coisas, dar um desabafada sabe?
- Sei...
- Mas não queria que fosse por telefone. Amanhã pode ser?
- Amanhã eu trabalho.
- Depois do trabalho.
- Ta, quando?
- Umas 17hs, pode ser? Eu passo aí.
- Umas 18hs, pode ser?
- Pode.
- Ok, tchau.
Não falei nada, nem olhei para ele. Dirigi-me ao sofá, me enrolei no cobertor e fechei os olhos.
Mas ele não desistiu:
- Não vai falar nada não? Vai me ignorar?
- Caio, estou tentando evitar brigas.
- Por que? Tem medo de descobrir onde errou?
- Boa noite, Caio.
29 jun
Marlon
No dia seguinte, eu cheguei umas 17hs do trabalho, mas pedi para que o amigo do meu irmão
viesse de 18hs, para que desse tempo de eu ter chegado em casa e o Caio não ter que recebê-lo.
Quando ele chegou, eu abri a porta e o cumprimentei. Ele já estava entrando em casa, quando eu
disse:
- Não, vamos conversar lá embaixo.
- Ta, você quem sabe.
Fomos para uma pracinha do condomínio, sentamos em um banco e começamos a conversar:
- Eu estive pensando naquilo que você me disse, sobre eu freqüentar baladas gays.
- E...?
- Não posso ir sozinho. Você pode ir comigo?
- Depende do dia.
- Ah, fim de semana, claro.
- Vamos ver, e tenho que falar com o Caio.
- Ué, chama ele também.
- Ele não está podendo sair, está estudando para o vestibular.
- Mas ele tem que sair um pouco, se distrair. É até recomendável para vestibulandos.
- É, eu falo com ele.
Conversamos um monte. Ele ainda queria saber como se comportar na balada, o que ele deveria
fazer caso surgisse alguém legal, etc. e além disso, nós tínhamos muito em comum e
conversávamos sobre muita coisa. Quando ele foi embora e eu subi, o Caio estava na sala
assistindo TV:
- O papo deveria estar bom. Demorou tanto!
Eu não disse nada. Sentei no outro sofá e fiquei assistindo televisão. Mas ele ainda me
provocava:
- Você está ensinando a ele na prática como é ser gay?
29 jun
Marlon
Fiquei calado:
- Vai me agredir?
- Não, você está estudando muito para esse vestibular. Você não pode se estressar a toa.
- Deixe que dos meus estudos cuido eu!
- Tudo bem.
E me calei. Ficamos horas sem nos falar. Depois eu peguei o meu notebook, levei-o para a sala e
comecei a adiantar alguns trabalhos. Ficou tarde, então eu fui ao quarto pegar o travesseiro e o
lençol. Quando eu voltei, ele ficou me olhando com uma cara feia. Era uma situação
insuportável. Na verdade era IN-SU-POR-TÁ-VEL. Quando eu me arrumei no sofá, ele
continuou a provocação:
- É, quando a gente sabe que está errado, faz de tudo para se sentir “O Coitadinho”!
- Pois é.
- Pois é.
Calei-me:
- Quem sabe o amigo do seu irmão não te deixa dormir na cama dele, junto com ele?
Continuei calado:
- Aposto que ele iria amar!
- Eu prefiro a nossa cama, mas parece que você não.
- Ué, quem está te impedindo de dormir lá? Quem decidiu dormir aqui foi você.
- Ok, Caio! – e fechei o olho.
- Ok, Sr. Marlon.
Eu não agüentava mais. Cobri o meu rosto com o lençol e comecei a chorar em silêncio. Nem
lembro quando caí no sono.
29 jun
Marlon
Nem vi a hora que o Caio foi para a cama. Depois desse dia nós realmente não nos falamos mais.
E quando eu digo que não nos falamos, eu quero dizer que não nos comunicamos de nenhuma
forma (olhares, recados, insinuações...). Isso durante todo o dia seguinte. Para explicar melhor:
eu chorei debaixo dos lençóis e quando acordei para ir trabalhar, tomei o meu café “de ontem”
com um pão com manteiga. Pelo menos na agência eu me distraía um pouco. Nesse dia, eu
encontrei a Gabriela na rua:
- Cunhadinho – me abraçou ela carinhosamente por trás.
- Oi Gabi, tudo bem?
- Tudo ótimo. E o Caio?
- Estudando muito para o vestibular.
- Eita, só tensão!
- Pois é...
- Quando vamos sair de novo?
- Ah, eu não sei. Com o Caio nessa maratona... a gente nunca mais saiu para nenhum lugar.
- Nossa! Mas isso não faz bem não.
- É, mas o Caio não ouve ninguém.
- Sei...
29 jun
Marlon
Cheguei em casa e dei de cara com o Caio na sala, estudando. Ele só me olhou para saber quem
chegava e voltou-se para o livro. eu o olhei com tristeza, mas ele com certeza não viu isso.
Passei por ele pensando “Como eu queria um ‘Um oi, amor!’ seguido de um beijo!”. Mas isso
estava fora dos planos dele. Deixei as coisas no quarto e fui tomar banho. Fui para o quarto me
trocar e fiquei lá pensando no que fazer para passar o tempo. Na sala eu não iria, óbvio. Liguei o
computador e fiquei lendo, ouvindo, vendo algumas coisas. Mas a internet estava cansativa.
Entrei no MSN e lá estava o amigo do meu irmão online:
- E aí, cara, a nossa saída?
- Não vai rolar.
- Por que?
- Caio e eu estamos nos estranhando muito. Com certeza ele não vai.
- Mas por que tudo isso?
- Coisas de casal.
- Me conta.
- Prefiro não falar.
- Tudo bem então.
Marlon
Eu me identificava muito com ele. Sentir as dores dele era como sentir de novo as minhas. Eu
tive o melhor professor do mundo: o Caio. Ele precisava de uma mão também, mas naquele
momento isso não era possível:
- Eu te entendo completamente, mas não vai dar mesmo. Desculpa!
Depois que ele ficou off-line, eu desliguei o computador e fui tentar me distrair de outra forma.
Liguei a televisão do quarto, fechei a porta para não incomodar o Caio. Passava um desses filmes
chatos do período da tarde. Quando os pais do Caio chegaram, eu saí do quarto e fui para a sala,
pois, sempre que os pais dele chegavam, ele se dirigia ao quarto. No momento em que ele
chegava, eu partia. Ele fez questão de mostrar que estava ausente para mim. Quando passamos
um pelo outro, ele abaixou a cabeça para tirar os óculos. Uma desculpa que ele já usou com
muita gente para fingir que não via. Magoa isso. Sabe quando você conhece todos os truques de
fuga de alguém que você gosta e esses mesmos truques depois são usados contra você? É como
ser uma das pessoas a quem o Caio ignora por considerá-las estúpidas. Eu agora era uma dessas
pessoas.
Ele entrou no quarto, sentou-se na mesa do computador, abriu o livro e se fechou. Respirei fundo
e saí. Quando chegou a hora dele jantar, ele foi prático: foi à cozinha, pegou o que queria comer
e voltou para o quarto. O mesmo esquema: passou por mim olhando para a comida. Depois que
ele terminou, passou por mim olhando para o prato, talheres e copo e na volta ao quarto olhou
para o relógio. Mesmo eu estando decidido a não falar com ele, era difícil me controlar. Eu o
olhava na esperança de ele ao menos me olhar de volta. Eu também sabia que ele usaria esse
truque mais vezes e eu o olhava como um impulso irresistível de saber qual seria a nova
artimanha que ele usaria para me ignorar. Os pais do Caio percebiam a movimentação dentro de
casa, mas não falavam nada.
29 jun
Marlon
Uma vez, sem querer, ouvi a mãe do Caio dizendo ao filho que ele ao menos me deixasse dormir
na cama. O Caio se defendia dizendo que não ordenou que eu fosse dormir no sofá. Quando eu
fui dormir, minutos depois eu sinto um tapa na minha cabeça. Eu acordei e me virei para olhar:
- Vamos, deixa de fazer ceninha e vem para a cama! – disse o Caio bravo.
Eu ainda não estava entendendo. Na verdade eu tinha acabado de acordar e as idéias estavam
embaralhadas:
- Marlon, pára de drama e vamos para o quarto!
- Hã?
- Ai, que retardado!
- O que houve?
- Você aí nesse sofá fazendo cena. Vamos, vem para a cama.
- Você está me perdoando?
- Não, só quero que você venha para a cama.
- Como assim?
O Caio ficou impaciente:
- Meu filho, levante-se desse sofá e remova-se para a cama. Entendeu? Eu vou para a cozinha
beber água. Pegue suas coisas e ponha na cama.
Além de entender muito bem, eu ainda me senti ofendido pela forma como o Caio me tratou.
Somente o jeito de me acordar foi no mínimo revoltante. Eu, que não tinha culpa nenhuma, me
vi numa briga da qual era acusado de causá-la, me ofereço para ser o culpado em troca do
perdão, sou humilhado e ainda precisava atender as vontades do Caio, para que ele não fosse mal
visto pelos olhos dos pais. Pensei “Não!”. Continuei no sofá, só que sentado enquanto refletia
sobre toda a situação. Quando ele voltou, pôs a mão na cintura em sinal de repreensão e disse
rudemente:
- Ô, asno, pega a porra do lençol e do travesseiro e vem para cama. É difícil de entender isso?
Com quantas cores você quer que eu desenhe para você entender?
- É desse jeito que você quer que eu te atenda?
- Me poupe... ainda fazendo charminho?
- Pára, Caio, por favor! – despenquei no choro.
- Meu, você ainda vai chorar? Ô, tem um rolo de papel higiênico no banheiro, para você enxugar
as lágrimas e não molhar o lençol, senão você passa frio aqui na sala. Boa noite!
29 jun
Marlon
E saiu. Não que eu tivesse chorado para tentar comovê-lo, mas quando ele disse isso, eu parei
imediatamente de chorar. As lágrimas simplesmente secaram. Passei muito tempo para
apreender cada palavra que ele disse. Eu ainda não acreditava. Eu o visualizei saindo da sala e
sumindo na escuridão do corredor. Depois eu me voltei para frente e fiquei olhando o meu
reflexo na tela da TV. “O que eu fiz de errado?”.
Ainda bem que o dia seguinte era sábado. Não agüentaria trabalhar depois de um golpe como
esse. Eu acordei tarde nesse dia. A mãe do Caio me acordou:
- Vá dormir na cama, o Caio já acordou faz tempo – me disse carinhosamente.
29 jun
Marlon
Depois eu entendi que ele quis me chamar de “cachorrinho”. Foi o cúmulo. Eu saí louco do
quarto, peguei o meu celular e liguei para o amigo do meu irmão:
- E aí, vamos na balada hoje?
- Vamos? Mas você disse que não podia.
- Mas agora eu posso. Vamos?
- Vamos!
Fui tomar banho, belisquei alguma coisa na cozinha e, enquanto me perfumava, disse:
- Caso te interesse ainda, vou sair com o amigo do meu irmão. Vamos na [...]. Tchau!
Peguei um táxi, passei na casa dele e fomos para a balada. Ainda na porta, conversamos um
pouco:
- Por que o Caio não veio?
- Está ocupado.
- Que legal que ele te deixou vir.
- É. Olha só, a gente entra e fica no bar. Se você quiser dançar, a gente dança.
- Não gosto muito de eletrônica.
- Você quem sabe. Então, olha só, é muito simples: todo mundo aqui é gay, então você pode dar
em cima de quem você quiser. Relaxe, fique calmo. Caso apareça alguém que você não se
interesse, basta dizer firmemente que não está afim.
- Ah, mas isso é besteira.
- Não é não. As vezes a gente diz que não está afim, mas eles continuam insistindo e muito.
Então diga firme que não está afim e pronto.
- Ta.
- No mais, a gente vê quando entrar.
29 jun
Marlon
Entramos, ficamos no bar. A música estava boa, mas tudo me lembrava o Caio. Pedimos uma
bebida e ficamos no bar mesmo. Não demorou e um cara me apareceu:
- E aí, vamos dançar? – disse passando a mão na minha barriga.
- Não – disse eu tirando a mão dele.
- Ah, por quê? – passando a mão de novo.
- Não é não – disse enquanto segurava o pulso dele.
- Grosso! – e saiu.
- Entendi – sussurrou o amigo do meu irmão no meu ouvido.
Quando eu disse “firme” para o amigo do meu irmão, eu não quis dizer para ele ser tão firme
quanto eu fui. Na verdade eu estava impaciente e só fui para aquela balada para me rebelar
contra o Caio. Mas, apenas cinco minutos naquele local e eu já queria ir embora. Quando
terminamos as bebidas, ele me diz:
- Ta, vamos dançar, ver os caras.
- Certo!
Fomos para a pista. Ele começava a ir em direção ao centro. Eu o puxei pelo braço e gritei no
ouvido dele:
- No meio não!
- Por que? – gritou de volta.
- No meio rola muita esfregação, é gente pegando gente e fazendo coisas!
Ele me olhou com uma cara de medo e começou a me seguir. Encontramos um lugar legal, perto
do darkroom. Lá as pessoas se pegavam com mais cautela. Ele não dançava muito bem e eu
estava achando tudo um saco. Apareceu um cara e me chamou para dançar:
- Você é quente! – gritou no meu ouvido.
- Não! – eu gritei de volta.
- É sim!
- Não estou afim!
29 jun
Marlon
Ele se aproximou, gritou alguma coisa no ouvido do outro, mas ele também disse não. Quando o
cara saiu, eu disse:
- Ele era bonito!
- Não gostei!
- Parecia uma companhia legal, não chegou pegando. Esses são raros.
- Mas não gostei.
Todos os caras que se aproximavam, ele rejeitava. O achei meio idiota. Exigente demais. No
inicio achei que era medo, mas não era. Surpreendentemente, alguém tapa os olhos do amigo do
meu irmão por trás. De inicio só vi as mãos, mas quando olhei bem era o Vinicius:
- Oi Arthur! – gritou o Vinicius.
- Oi – gritou o Arthur.
- Oi Marlon!
- Vinicius? Sumiu!
- Pois é... sabe como é... ?
- Sei...
Ficamos conversando aos berros. O Arthur ficou visivelmente incomodado com a presença do
Vinicius, por quem já foi apaixonado. O Vinicius estava muito animado. Depois de muito tempo,
o Vinicius grita:
- Marlon, me ajuda a ficar com o Arthur!
O Arthur me olha com os olhos arregalados e balança a cabeça em sinal negativo. O Vinicius
não viu. Eu fiquei sem saber o que fazer:
- Ué, fale com ele diretamente.
- Não, o Arthur é cheio de frescuras – berrou mais uma vez.
- Não, Vinicius, não! – gritou o Arthur.
- Ah, pára Arthur! – brincou o Vinicius.
29 jun
Marlon
O Vinicius começou a agarrar o Arthur, demonstrando estar terrivelmente bêbado. Depois ele
caiu no chão e nós o erguemos:
- Vamos levar o Vinicius em casa! – gritei
- Aí é foda! – com ar de decepção.
Saímos da boate e entramos em um taxi. O Vinicius dormiu no caminho:
- Arthur, você não se importar de eu querer ir para casa depois, né? – disse cansado.
- Não, a noite foi perdida mesmo – disse triste.
- Poxa, cara, mas você também nem arriscou – tentando consolar.
- É, eu sou medroso!
- Relaxa, haverá oportunidades.
- É, você é que é feliz, pois tem o Caio!
Com tudo isso eu havia me esquecido do Caio. Bastou ouvir o seu nome e eu fiquei com o
coração apertado, com aquela sensação de choro preso. Senti-me abandonado. O Arthur por sua
vez encostou a cabeça no meu ombro e seguimos viajem. Durante todo o percurso eu pensava na
minha carência, na minha falta de carinho, nas patadas que o Caio me dava. Depois de um
tempo, o Arthur sussurra:
- As vezes eu só queria um amor, sabia? – levantou-se do meu ombro.
Como eu me surpreendi com essa frase pronunciada muito tempo depois de encerrada a
conversa, eu o olhei. Quando virei meu rosto, vi que ele também me olhava. Estávamos muito
próximos. Ele inclinou o rosto e me selou, mas continuou perto, esperando uma reação minha.
Eu estava tão carente... devolvi o beijo. Começamos a nos beijar com os lábios. Demoramos
muito assim. Quando ele enfiou a língua, eu parei:
- Não!
- Por que? Eu estou tão carente!
29 jun
Marlon
Quando ele disse isso, ainda me virei para beijá-lo mais uma vez. Eu também estava carente.
Nesse estado, se o Caio me dissesse que estava carente também, eu não pensaria duas vezes. Foi
o que me fez pensar em beijar o Arthur de novo. Mas foi só um impulso. Ao ver o rosto do
Arthur, percebi que ele era o Arthur e não o Caio:
- Eu amo o Caio.
E seguimos. Quando chegamos à casa do Vinicius, o Arthur pegou outro taxi e foi embora:
- Eita, mas já vem bêbado! – reclamou a mãe do vinicius.
- Tia, a senhora pode me emprestar uma grana para voltar para casa? Estou sem nenhum.
- Não, menino, eu levo você.
- Obrigado.
Quando cheguei em casa, fui ver se o Caio dormia. Sim, dormia como um bebê. Eu peguei
minhas coisas e fui dormir no sofá. Na manhã seguinte acordei disposto a fazer as pazes. Já
estava insustentável tudo aquilo. Tomei banho, tomei o café e fui ao quarto falar com o Caio. Ele
estava de camiseta rosa, com a estampa dos Ursinhos Carinhosos e de meias, sentado na mesa do
computador, estudando. Eu entrei, sentei na cama e pensei em iniciar a conversa. Eu diria tudo o
que me angustiava e declararia o meu amor da forma mais piegas que fosse possível e
necessário. Estava carente demais para permitir que mais um dia se passasse sem que eu ouvisse
o Caio me chamando de Marlonzinho-zinho-zinho. Mas eu não resisti a tanta graciosidade
daquele nerd fofo e comentei sobre a sua roupa:
- Você de meias e de camiseta dos Ursinhos Carinhosos me derrete todo – disse rindo.
Ele não disse nada, não fez nada, não esboçou nada:
- Eu preciso de você a qualquer custo. Eu te amo demais, Caio. Eu não agüento mais chorar por
você.
29 jun
Marlon
Era tarde. Eu não ia mentir. Não tem como mentir para o Caio. Não só porque eu não consigo
mentir para quem amo, mas também porque ele era esperto demais para se deixar enganar.
Levantei-me e me aproximei dele, pus as mãos em suas costas e comecei o desabafo:
- Foi sem querer. Ele me beijou, mas eu admito que permiti. Mas depois eu neguei, não quis
mais. Ele insistiu e eu não quis. Foi só um beijo, um único beijo. Mas eu te amo, eu disse para
ele. Quando ele me pediu mais, eu disse que te amava.
Ele continuou chorando. Eu não sabia o que fazer e nem conseguia chorar junto. Eu pedia para
que ele me olhasse, acariciava as costas dele, pedia desculpas. Eu me ajoelhei, para ficar na
mesma altura dele, que estava sentado:
- Caio, me perdoa – sussurrava – eu nunca quis te magoar, te amo demais para isso.
Mas ele não fazia mais nada além de chorar e esconder o rosto. Pus a minha mão no joelho dele
e continuei ajoelhado:
- Caio, como você descobriu que eu beijei o Arthur?
29 jun
Marlon
Ele tirou a mão do rosto, ergueu o tronco, levantou a cabeça, enxugou as lágrimas, me olhou de
cima para baixo, soltou um sorriso meio maléfico e disse:
- Da próxima vez que você trair alguém, certifique-se de que o bêbado ao lado está realmente
apagado!
As lágrimas brilhavam no rosto do Caio, mas parecia que a fonte havia secado. No lugar, surgiu
um sorriso maldoso, vingativo. Eu ainda estava de joelhos, na frente dele, com as mãos pousadas
em seus joelhos. Quando ele revelou o seu informante, levantei-me subitamente e o encarei de
pé. Surgiu uma ponta de revolta e mais duas de ciúmes:
- Foi o Vinicius? – perguntei brutamente.
- Foi o Vinicius o tempo todo!
- Como assim “o tempo todo”?
- Você acha mesmo que eu encuquei com o Arthur a toa, que eu não gostei de ele ter te chamado
pelo o meu apelido em vão? Você acha mesmo que o Vinicius encontrou com vocês dois
coincidentemente na boate?
Eu tentava prever as próximas revelações do Caio, mas já tinha caído em mim há muito tempo
de que eu não era páreo para ele:
- Você o mandou nos seguir – disse em tom baixo e conformado.
Ele voltou a demonstrar tristeza e raiva em detrimento ao orgulho e vingança que ele
demonstrara segundos atrás:
- Não mandei ele vigiar vocês, como você pode estar pensando. O mandei causar
constrangimento. Parece que ele conseguiu muito bem.
- Desde quando vocês dois estão de papo? – perguntei enciumado.
- Não tente virar a mesa, Marlon.
29 jun
Marlon
Ele pegou o papel higiênico, tirou alguns rolos, sentou se no vaso e começou a enxugar as
lágrimas:
- Desde quando, Caio?
- No dia em que você e o Arthur foram jogar bola da primeira vez.
- Você disse que foi pegar açúcar... pára de chorar, Caio – pedi carinhosamente.
- Ele me ligou pedindo a câmera de vídeo emprestada, eu disse para ele vir buscar. Ele perguntou
de você e eu disse com quem você estava.
- O Vinicius disse que o Arthur já foi apaixonado por ele?
Ele pegou mais um pedaço de papel. Quando eu fiz a pergunta, ele gargalhou, como se estivesse
zombando de mim. Levantou-se e voltou para o quarto:
- Você é mesmo a pessoa mais burra e fácil de ser enganada! – dizia enquanto caminhava no
corredor.
29 jun
Marlon
Eu o segui, não havia nada que eu poderia fazer ou dizer. Alguma coisa tinha de podre em toda
essa história e o Caio sabia de tudo:
- Então ele te contou que já foi apaixonado pelo Vinicius? Sei... o Vinicius me contou justamente
o contrário: disse que era ele quem estava apaixonado pelo Arthur.
- Não defendo o Arthur, mas o Vinicius pode ser o mentiroso do mesmo jeito que o Arthur.
- Pois é, não é, Marlon? – perguntou irônico – A única diferença é que o Vinicius não tem
interesse nenhum nessa história, já o Arthur...
- O Vinicius já gostou de você.
- E que me importa se ele goste agora? Mas os fatos não dizem isso. Aliás, o Vinicius já gostou
de mim, do Arthur... do seu irmão! – disse de forma estranha.
- O quê é que tem o meu irmão?
- Impressionante como o seu irmão é cobiçado por homens e mulheres. Eu não sei o que as
pessoas vêem nele. Prefiro você, mas a torcida do Flamengo prefere o seu irmão.
- O que o meu irmão tem a ver com isso, Caio? – curiosíssimo.
- O Vinicius me contou que, quando ele namorava com o Arthur... sim, na-mo-ra-va... ora vejam
só como as coisas se repetem... o Arthur vivia dizendo para o Vinicius que sempre foi
apaixonado pelo Ewerton. O Vinicius disse ao Arthur para ele parar de se iludir, pois ele também
já tinha seguido esse caminho e tinha se dado mal.
- E eu entro na história como o prêmio de consolação?
- Bravo, Marlon, bravíssimo! Você não é tão burro como eu pensei. Foi justamente isso que
aconteceu: já que ele não conseguiu o Ewerton, tentou o irmão mais novo dele, que seria um cara
mais possível e mais próximo do tipo que ele queria. Como foi que você disse mesmo um dia?
Ah sim, “tipos agradáveis”. Parabéns, querido Marlon, você é o tipo agradável do Arthur!
- Pouco me importa o Arthur – desdenhei.
- Mas o Vinicius pode ter mentido, vai saber? Você tem o direito de acreditar ou não. Eu já
escolhi o meu lado.
29 jun
Marlon
Não havia como não me sentir revoltado com as humilhações que o Caio direcionava contra
mim, mas agora era uma revolta conformada. Parecia justa. Tudo fazia sentido, mais uma vez.
Mais uma para a galeria de vitórias do Caio. Uma vitória que ele obtinha sem o mínimo de
esforço. Ele nem investigou o Arthur, a história do passado foi quem o procurou. O único
esforço do Caio foi atender um telefonema, descer alguns degraus e abrir um portão. Eu precisei
ser enganado completamente, me desentender com o meu namorado, perder a paciência, sentir
pena de alguém que não merecia, trair a quem eu amava e ouvir a verdade no melhor estilo-Caio
para compreender o quanto fui idiota. Era uma humilhação da qual eu não poderia me revoltar.
Eu estava errado. A única coisa que eu queria era fazer o que já estava fazendo antes: assumir
qualquer culpa (agora uma culpa fundamentada) em troca do perdão. Tudo para mim seria
sanado se o Caio me perdoasse e tentássemos juntos voltar a ser como antes.
Caí em mim enfim. Sentei na cama e comecei a refletir sobre tudo. O Caio foi para a janela. Eu o
olhei de costas:
- O que o Vinicius te disse mais sobre ontem a noite? – ele não respondeu - Caio?
- Ele disse o que você disse: vocês se beijaram, mas depois você recuou. Disse ao Arthur que me
amava – disse de costas.
- E eu te amo.
- Mas foi capaz de me trair.
- Foi um impulso. Eu estava muito carente, louco, querendo o seu perdão.
- Blablabla...
- Não faça isso, não é justo que você me condene por um errinho. Eu tenho o direito de errar,
qualquer um erra. Se fosse você?
29 jun
Marlon
Ele se virou, encostou-se na janela com o cotovelo, me olhou com precisão, parecia pensativo:
- Você acha mesmo que eu faria isso?
- Eu sei o quanto você é perfeito, mas você também erra.
- Com você, não!
- Pode errar um dia.
- E esse é o seu pedido egoísta de perdão: você pode errar porque eu também sou passível de
erros? Então quantas vezes eu posso errar com você, Marlon? Vejamos: quantas vezes você já
errou comigo? Se eu for seguir a sua lógica, então o meu crédito de erros é muito grande, não?
- Eu não sou esperto como você.
- Isso não é desculpa. No mínimo você deve saber se policiar, saber se esquivar. Não é porque
você é um gay “recente” que pode errar. Você já foi um hétero experiente e trair por trair gays,
héteros... até assexuados podem fazer.
- Mas o momento não foi o mais feliz para isso.
- O momento, a sua inteligência, a sua carência... o que mais? Vamos, me fala, o que mais você
vai usar como desculpa?
- Eu só quero que você entenda o quanto eu sou humano.
- Eu também sou humano.
- É, você é perfeito, magnífico!
- Chega, Marlon!
- Eu te amo e foi esse amor que me fez frear.
- Por que não freou antes? Seu amor não é tão grande? Ele não teve força para fazer isso?
- Você estava me maltratando aqui em casa. Eu chorava todo dia. Foi só um beijo, que acabou
em segundos. Apesar da sua perfeição, você também poderia cair.
- Ai, Marlon, se você soubesse quantas vezes já fui cantado...
- Eu imagino – disse furioso.
- É, mas como o seu irmão... Nossa! Nunca vi homem tão desejado.
- Me perdoa.
- Não consigo.
- Eu já sei onde eu errei. O que você queria me mostrar com aquilo tudo era que o Arthur estava
afim de mim e eu não percebia.
- Um pouco tarde, não?
- Não.
- Sim.
29 jun
Marlon
- Você me ama?
- Amo.
- Então me perdoe, por favor.
- Não é porque eu amo que devo perdoar. Quem ama também se magoa.
- Eu sei disso... e como sei.
- Mas sempre quem provoca é você.
- Quando você gostava do Vinicius, eu também me magoava.
- Mas eu não era seu, não dizia que gostava de você e sempre deixei claro.
- Mas mesmo assim eu me magoava.
- Mas eu não era o responsável. Agora que estamos juntos um é responsabilidade do outro.
O Caio ficou ligeiramente assustado com a minha agressividade e avanço. Mas depois ele
recobrou o ânimo triste de antes:
- É mesmo difícil conviver comigo. Eu sei. Você não é a primeira pessoa a me dizer isso e ao
que tudo indica não será a última. O meu erro é tentar ser normal, quando na verdade eu sei que
eu não sou o tipo de pessoa que se esconde fácil na multidão. A minha timidez, que deveria gerar
o desinteresse das pessoas, gera curiosidade e quando elas descobrem quem sou eu e eu fico
sabendo disso, faço de tudo para que elas fiquem ao meu lado.
- Só que essas pessoas ficam porque se apaixonam fácil por você. Elas não ficam obrigadas.
Você é um poço de iscas. Quanto mais você alimenta, mais eu quero. Se não fosse amor que eu
sinto, eu estaria doente.
- Talvez estejamos todos doentes.
- Talvez. É bem possível.
- Então essa pode ser a sua deixa para se ver livre de mim. Você acaba de se desencantar por
mim, então aproveite a chance e corra. Corra o mais longe que puder.
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29 jun
Marlon
Como eu odeio a verdade do Caio. Ele consegue ser tão transparente e verdadeiro. Qualquer
pessoa, até mesmo a mais distante, consegue identificar isso nele. E essa é só uma das mil coisas
que se tornam iscas de corações. Quanto mais verdadeiro e revelador ele fosse, mais o queria por
perto. Essas ultimas palavras do Caio definiam bem quem ele é. E como correr de alguém assim?
Quem já correu do Caio um dia, enquanto corria, pensava na besteira que estava fazendo.
Ninguém é igual a ninguém, mas existem pessoas que são diferentes demais. Nós sempre
compararemos as pessoas, mas aqueles que correram do Caio com certeza viram que as pessoas
que elas avistavam no caminho eram muito iguais. Diferente mesmo só o Caio. Eu sempre tive
uma vida muito igual. Pensei comigo mesmo “Não vou permitir que o Caio se afaste. Não
agüentaria voltar a viver como antes, uma vida igual!”.
Balancei a cabeça em sinal negativo, revoltei-me um pouco e comecei a andar pelo quarto:
- Não vou te deixar – dizia enquanto andava de cabeça baixa.
- Parece que tudo realmente acaba.
- Não vou permitir que acabe! – falei mais alto.
- E que escolha você tem?
Sentei na cama, peguei o travesseiro e comecei a torcê-lo nas minhas mãos. Começamos um
diálogo mecânico e rápido:
- Você me traiu com o Vinicius?
29 jun
Marlon
Ele ficou me olhando um tempo, depois fez uma expressão de dor, caíram algumas lágrimas:
- Não. Nunca.
- Você já me traiu com alguém?
- Não.
- Já teve vontade?
- Uma vez.
- Com quem?
- Não houve quem. Quis te trair quando soube que você me traiu.
- Você acha que eu já te traí antes?
- Sim.
- Com quem?
- Com o Arthur, no primeiro dia em que vocês saíram.
- Mas eu não te traí. Você acredita nisso?
Ele demorou um pouco:
- Agora que você disse, sim.
- Eu não entendo porque você me esconde tanta coisa. Eu fico louco com isso.
- Não te escondo nada. Você é que sempre busca desvendar um mistério meu, quando na verdade
ele não existe. Eu sou o que sou. Sempre fui o que sou. Por isso tento me esconder a todo custo,
pois, se me revelo, fico totalmente exposto. Mas ninguém nunca acreditará que existe alguém
que é sempre 100% ele mesmo e criam segredos escondidos onde não há o que esconder.
- Você não é só a pessoa mais verdadeira, como também é a pessoa que melhor consegue definir
a si mesmo.
29 jun
Marlon
Marlon
Enquanto o Caio me fazia me apaixonar ainda mais por ele, eu havia me esquecido o motivo
para isso tudo. Eu tentava entender o Caio em cada palavra. É como uma das coisas que nos
tornam obcecados. Quando nos interessamos por um grande filme, um grande artista, um
importante fato histórico, buscamos todo tipo de informações, dados, curiosidades sobre o
assunto. Pesquisamos na internet, compramos revistas, visitamos blogs que dão informações
mais específicas, etc. A minha obsessão era o Caio e a fonte de conhecimento estava nele
mesmo. Parar e ouvir o Caio falar era como entrar em êxtase com as notícias da minha obsessão.
Eu sei, parece um amor bobo, uma paixão infantil, mas era o que era.
29 jun
Marlon
29 jun
Marlon
O chão havia se aberto debaixo dos meus pés e eu estava caindo sobre os apartamentos abaixo
do quarto do Caio. Era como estar embriagado, só que com uma enorme dor no peito. Parecia
que eu não conseguiria raciocinar direito, mas eu mesmo me surpreendi:
- Vou arrumar as malas e ir para a casa do meu irmão – disse mecanicamente enquanto olhava
para o chão.
Quando ele me perguntou isso, me veio uma enorme vontade de beijá-lo. Mas não um beijo
intenso. Um selinho. Eu adorava me aproximar dele e roubar beijinhos. Mas ficaria só na
vontade:
- Antes, eu vou ligar para o meu irmão.
- Eu vou começando sozinho.
Fui até a sala, peguei o telefone e disquei os números. Eu não tinha notado, mas eu estava
tremendo. Os dedos mal tocavam as teclas:
- Alô, Ewerton?
- Oi, Marlon, tudo bem?
Por que ele me fez essa pergunta? Caí no choro. Daqueles choros que a gente sente dor na
barriga e fica soluçando:
- N-n-não! – gaguejei.
- O que foi? – perguntou preocupado.
- Eu traí o Ca-io.
- Traiu?
- S-s-sim!
- Vocês brigaram?
- Não, mas vamos termin-n-nar!
- Você quer vir para cá, não é isso?
- É, mas é só por uns dias, eu juro.
- Eu estou de saída, mas vou deixar as chaves com o porteiro. Quando você vier, mostre o RG.
- Ta bom.
- Não chora não, cara. Ele te ama, vai te perdoar depois. Eu tenho que ir, até mais tarde.
- Tchau.
29 jun
Marlon
O telefone ficou ensopado de lágrimas. Eu quase não conseguia devolver o telefone para a base.
Eu tive que pegar a base com as mãos e encaixar o telefone. Sentei-me no sofá, escondi o meu
rosto entre as minhas mãos e mandei ver no choro. Aposto que toda a vizinhança me ouviu. O
Caio não veio me ver, mas eu preferi assim. Quando fiquei mais calmo, fui para a cozinha tomar
um copo de água. Eu estava pegando um de vidro, mas, pelo meu estado, dei preferência a um
copo de plástico. Depois voltei para o quarto.
O Caio estava de joelhos no chão, de frente ao guarda roupa. Tinha uma mala aberta no chão e as
gavetas estavam abertas. Mais da metade das minhas roupas já estavam dobradas e guardadas.
Pela primeira vez senti frieza no Caio, até me ajoelhar junto com ele e perceber que ele tinha
chorado enquanto eu chorei. As minhas roupas estavam salpicadas por algum líquido.
Provavelmente lágrimas.
Ironia.
Quer metáfora melhor que essa? Eu levaria comigo, dentro da mala, as lágrimas do meu amor:
- Se quiser parar...
- Não, tudo bem. Eu estou bem!
Não consegui pegar as minhas roupas, dobrá-las e guardá-las. Fiquei hesitante. Continuei
ajoelhado olhando o Caio dobrar delicadamente as minhas roupas. Ele percebeu:
- Te digo o mesmo: se quiser que eu continue, eu continuo no seu lugar.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Você nem deveria me fazer uma pergunta dessa.
- Você acha que a gente volta um dia?
Ele parou de dobrar roupas, me olhou:
- É no que você está pensando?
- É a minha esperança.
- Eu te amo. Te amo muito mesmo, como nunca pensei que pudesse amar alguém. Mas não
posso te iludir. Não te garanto exatamente nada.
- Mesmo que você diga isso, não arranca a minha esperança.
- Vou ser bem nojentinho agora: que fique claro que é por sua conta e risco.
- Sim, é por minha conta e risco – ele voltou a dobrar – e não, você não foi nojentinho.
29 jun
Marlon
Ele sorriu entre as lágrimas. Eu me levantei, sentei na cama. Em muito pouco tempo, a minha
mala estava pronta. Ele se levantou, saiu do quarto e voltou com a minha escova de dentes.
Depois ele fechou a mala. O ruído do zíper estava agudo. Era como uma navalha cortando o
vento. Eu “engoli seco”. Depois ele se levantou, ficou de pé olhando a mala, de costas para mim:
- Pronto!
Ele finalmente levantou o rosto e me olhou. Os olhos dele estavam inchados. Não resisti. Deixei
a mala cair e o beijei. Eu o agarrei pela cintura com uma mão e, com a outra, segurei o seu rosto.
Eu sentia o seu corpo junto ao meu e ele tremia no mesmo ritmo. Ele ficava evitando o beijo até
conseguir. O descolar dos nossos lábios provocou um estalo. Ele ficou assustado com a minha
reação:
- Tchau, Marlon!
E se dirigiu à janela do quarto. Ele pôs os cotovelos no parapeito e escondeu o rosto com as
mãos. Só me restaram respirar fundo e descer as escadas. Eu não preciso descrever os minutos
seguintes, não há nada de interessante neles. Apenas um rapaz de 20 anos, com a barba mal feita
e uma mala pesada descendo alguns degraus. Nada me passou pela cabeça. Quando eu cheguei
ao portão, um carro parou ao pé da calçada. Um cara bem vestido e de óculos escuros desceu do
carro. Quando eu vi essa cena, não acreditei:
- Vinicius?
29 jun
Marlon
Ele desceu do carro e bateu a porta. Arrumou um pouco o casaco com o qual estava vestido e
tirou os óculos escuros. Quando eu percebi quem era, o chamei pelo nome:
- Oi – me respondeu sorrindo.
Ele estava mais sóbrio que o normal, mais sério que de costume:
- Para onde você está indo?
- Para a casa do meu irmão.
- Entra, eu te dou uma carona.
Ele andou em direção ao carro, me dando as costas. Eu não entendi nada e continuei ali. Quando
ele estava quase entrando no carro, ele me viu parado:
- Vem!
Olhei para o alto do prédio, tentando enxergar o Caio na janela. Mas ele já não estava mais. Eu
desci minha visão para o chão. Do mais alto lugar ao mais baixo: outra bela metáfora. Respirei
fundo e entrei no carro. Antes, abri a porta traseira e pus a minha mala:
- Qual é o bairro do seu irmão?
- [...].
- Então vamos.
29 jun
Marlon
29 jun
Marlon
- Mas o Caio fez a coisa certa. Eu não quero concordar com ele, mas acabo concordando. Essa
palavra “obedecer”, está errada, sabe porquê? Por que o Caio tentou fazer com que você
descobrisse sozinho o que estava acontecendo. O Caio não é o tipo de pessoa que te dá a coisa
pronta, ele te faz ser auto-suficiente. Se você descobrisse sozinho, não haveria carência no
mundo que te faria beijar o Arthur ou qualquer outro cara. Você estaria convicto do seu amor e
da sua escolha. Quer lição melhor que essa? O Caio nada mais estava fazendo do que garantir a
segurança do relacionamento de vocês. Você sabe muito bem que ele trabalha pensando em
longo prazo, demore o tempo que demorar, mas o primordial para ele é a segurança que isso
causa. Ou seja, mais uma vez, mais uma fatídica vez, o Caio estava certo.
29 jun
Marlon
- Mas não pense que você não ajuda as outras pessoas. O fato de você namorar o Caio ajuda
muito. Vocês formam um casal lindo. Quando as pessoas olham para você, elas pensam “Poxa,
ele conseguiu, ele está provando que é possível ser feliz mesmo sendo gay!”. Porque você já foi
um de nós. O Caio pode ter sofrido muito preconceito sim, mas ele não sofreu como nós dois.
Não estou dizendo que sofremos mais e ele menos, mas é que para nós foi diferente. A maioria
de nós vive uma realidade como a gente viveu, teve os amigos que tivemos, a família que
tivemos. Mas você foi contra tudo e conseguiu abocanhar um namorado incrível como o Caio.
Mesmo que a primeira pessoa que você tenha se sentido responsável tenha sido o Arthur, mas
você já ajudou muita gente de muitas maneiras.
Quando chegamos e eu tirei minha mala do carro do Vinicius, eu o perguntei:
- Você acha que a gente ainda volta?
- Eu tenho fé – disse com um sorriso largo.
- Sério?
- Claro. O Caio te ama, seu otário!
- Mas... – hesitei – as vezes eu acho que eu fui a única pessoa a estar mais próxima do Caio. As
nossas discussões sempre foram intensas, cansativas, psicologicamente desgastantes. Essa última
me causou um pânico que nunca vi. Não duvido do amor dele, mas temo que seja o fim de
verdade.
- Não será. Te ajudarei no que for preciso. Espero que não se importe, mas eu e o Caio
começamos a nos aproximar depois que eu desabafei sobre o Arthur com ele. Vou usar essa
proximidade a seu favor.
- Toda a ajuda será bem vinda. Obrigado!
- E o que não te faltará é ajuda. O monte de amigos que vocês têm em comum... nossa! Só o
Tom e a Claudinha vão acampar no pátio do condomínio do Caio e gritar com cartazes “Caio,
volta para o Marlon!” – imitou o som de gritos.
- Hahahahahaha, assim espero.
- Tenho que ir agora, irmão.
- Obrigado por tudo.
29 jun
Marlon
E nos abraçamos enfim. Tinha o meu primeiro aliado para voltar com o Caio. Entrei no prédio
do Ewerton. Era um condomínio aparentemente bem caro. Uma arquitetura arrojada, segurança
de primeira. Eu não fazia idéia, mas o Ewerton deveria estar se dando bem no emprego. Eu só
não enxergava muito bem, porque os meus olhos estavam inchados de tanto chorar. Mostrei o
meu RG ao porteiro, que logo me passou uma chave, me dizendo onde era o andar. Subi pelo
elevador, andei pelo corredor, passei a chave e entrei. O apartamento era bem espaçoso, mas
poderia ser também pela falta de móveis. Procurei um dos quartos pra pôr a minha mala, pois eu
já sabia que dormiria no sofá. Mas me surpreendi. O quarto tinha uma cama de solteiro. Eu
pensei em tomar um banho, mas já estava muito cansado e acabei dormindo. Só acordei quando
o meu irmão chegou:
- Marlon?
Eu fiquei calado:
- Eu trouxe a Gabi. Ela está na sala.
Eu me levantei, calcei os chinelos e fui ao banheiro lavar o rosto. Nem ousei me olhar no
espelho. Se por acaso estivesse muito inchado, a Gabriela entenderia:
- Oi, Marlon! – disse ela meio triste.
- Oi.
- Vocês vão voltar, vocês se amam.
Eu sorri. Ela só era a terceira pessoa a me dizer isso e eu já estava ficando de saco cheio de ouvir
a mesma ladainha “Vocês se amam, vocês nasceram um para o outro, vocês serão felizes!”. A
cada vez que alguém me dizia isso, parecia mentira. Ou pior, parecia que aconteceria o contrário.
Depois de muito consolo, ela foi embora. Ficamos Ewerton e eu:
- Eu não pretendo ficar muito tempo – eu disse.
29 jun
Marlon
29 jun
Marlon
- Também, mas não foi o principal. Ela implica com a Gabi, não gosta dela. Eu tenho a ligeira
impressão de que, como o papai está sempre fora nas patrulhas e tal, só restei eu lá em casa. Ela
ficou grudando em mim. Quando eu comecei a namorar, ela ficou com ciúmes. O ápice foi
quando eu disse que queria casar, ela chamou a Gabi de um monte de coisa e eu não agüentei.
Comecei a gritar com ela, e ela ficou fazendo chantagem emocional. Disse que eu era a única
esperança dela, pois você ela já tinha perdido você para o mundo. Aí eu comecei a te defender.
Ela disse que pessoas como você nunca deveriam ter nascido. Eu só lembrei-me do Augusto
nessa hora. Sem o Augusto eu não teria conhecido a Gabi. Fiquei puto e saí de casa. Agora que
estou fora, sinto saudades do antes, do antes de você se assumir, pois foi quando tudo aconteceu.
Por isso estou tentando preservar o que restou. O papai não criou confusões esse tempo todo,
mas está sempre trabalhando. Só tenho você agora.
29 jun
Marlon
Ao menos eu tinha um teto para ficar e parecia que também tinha uma parcela da família de
volta. Não dormi. Literalmente não dormi. Pensei em cada palavra dita pelo Caio horas antes.
“Felizmente” não consegui chorar mais. Perambulei pelo apartamento. Não tínhamos
computador, só internet, mas como um não funciona sem o outro... Fique na janela vendo a noite
passar. Um desfile de estrelas estúpidas. Elas zombavam da minha desgraça. Eu imaginava que o
Caio também estivesse na janela do nosso ex-quarto. As vezes nos perdemos por tão pouco. Era
uma agonia.
O Ewerton saiu cedo para trabalhar. Como eu já estava um caco, continuei um caco o resto do
dia. Eu pensei em ligar para alguém, mas fiquei com sono o dia todo. Meus olhos ficavam
pesados. Eu só saía da cama para comer e ir ao banheiro. Passei o dia todo sem tomar banho.
Nem vi quando o Ewerton voltou. No dia seguinte a esse, percebi que meu celular tinha um
bocado de ligações não atendidas. Todas de amigos. Com certeza queriam saber algo. Não
respondi, nem atendi as seguintes. Pensei em passar na sorveteria e falar ao menos com a mãe do
Caio. Dar-lhe uma satisfação:
- Marlon? Oi, meu filho, como você está? – perguntou ela enquanto me abraçava.
- Não vou mentir para a senhora: estou muito mau.
- Eu imagino.
- E o Caio? – perguntei já curiosíssimo.
- O Caio? – perguntou ela com preocupação.
- Sim, como está?
- O Caio viajou!
- Como viajou?
29 jun
Marlon
Talvez o motivo para eu ter me conformado com facilidade tenha sido o fato de eu acreditar que,
uma hora ou outra, Caio e eu reataríamos. Amávamo-nos muito. Nunca duvidei do amor que ele
dizia sentir por mim, até porque ele não dizia apenas, ele mostrava. Na minha cabeça seria
questão de tempo até que eu conseguisse ter o Caio de volta. Mas com ele longe... preocupei-me
com o nosso futuro:
- Ele foi para a casa dos avós, no nordeste.
- Por que?
- Porque ele disse que aqui ele não conseguiria estudar para o vestibular. Ele insistiu muito para
ir. O pai dele e eu não tivemos escolha.
- Mas então ele volta...
- Volta.
Fiquei um pouco aliviado. Depois de um momento de silêncio:
- A senhora sabe porque brigamos? – perguntei timidamente.
- Ele disse que você beijou outra pessoa. Mas ele disse também que você não teve culpa. Quando
ele explicou, ele disse que você não o traiu assim... como eu posso dizer?... na intenção de trair.
E foi um beijo só e você mesmo que impediu e blá, blá, blá. Aí eu e o pai dele ficamos sem
entender: "se o Marlon não teve culpava por nada, então porque ele terminou?".
- O Caio é complicado – disse me conformado.
- O Caio é quem complica. Ele põe em jogo coisas que não cabem na situação. Ele faz um
apanhado de todas indisposições que ele teve no namoro de vocês e despeja de uma vez só. Ele é
craque em fazer a pessoa se sentir culpada pelos erros passados, depois ele mesmo se confunde...
olha, sei não – disse ela impaciente – eu só espero que, quando ele voltar, vocês resolvam logo
isso.
- A senhora faria campanha por mim?
- Marlon, você é de casa. Você é praticamente um filho. Pode ter certeza de que se o Caio não
voltar com você, vou fazer da vida do próximo namorado dele um inferno – brincou ela.
29 jun
Marlon
Eu ri um pouco:
- Isso mesmo, meu amor, fique tranqüilo. Eu tenho esperanças que tudo isso não tenha passado
de um estresse. Na época do vestibular de Marketing, ele ficou insuportável do mesmo jeito. É
que, pelo fato de ele ser gay, ele tentava se realizar nos estudos e anulava as coisas que ele
sentia. Hoje ele não anula mais, só que não conseguiu se livrar dessa obsessão pela perfeição.
Fui obrigado a tomar umas bolas de sorvete. Depois que fui embora, me lembrei que não tinha
ido ao trabalho. Peguei um táxi e fui imediatamente para lá. Eu argumentei que estava doente,
mas novatos não têm vez. Eu não consegui mentir muito bem, mas eu estava com uma aparência
de cansado. O meu chefe pediu que eu explicasse melhor. Então eu disse “a verdade”: que a
minha mãe não aceitava a minha sexualidade e disse que eu deveria ter nascido morto. Isso
acabou comigo, tive febre, mas foi por um curto período. Meu chefe se sensibilizou com a
história e me perdoou.
29 jun
Marlon
Eu conseguia concluir o meu trabalho, mas trabalhar já não era a mesma coisa. Eu ficava
pensando o tempo todo que eu deveria ter sido mais firme com o Caio, que eu desisti fácil
demais. Temia ter posto tudo a perder. O Tom chegou da sua viagem familiar primeiro que a
Cláudia, então, fui ter com ele:
- Oi Marlon – disse ele me abraçando.
- Oi.
- Por que você não me atendia?
- Não queria falar com ninguém... o Caio que te contou?
- Ele me ligou. Disse chorando que vocês tinham terminado.
- E o que você acha disso tudo.
- Se ele ligou chorando e foi para longe, para tentar se concentrar nos estudos, é porque ele te
ama muito.
- Mas você acha que ele vai me querer de volta?
- Claro.
- Não estou confiante.
- O Caio tem uma porrada de defeitos e nós dois sabemos quais são. Mas o mesmo defeito dele é
a qualidade: ele se envolve demais. Cara, vocês casaram. Nem vou dizer “praticamente”, vocês
casaram. Ele não iria esquecer o marido assim.
- Estou com tanta saudade dele...
- Vamos para o meu quarto. Eu quero saber tu-do!
Contei tudo ao Tom e ele me ouvia com atenção. Fiquei até a noite na casa dele. Jantei lá e tudo
mais. Passamos a conversar muito pelo MSN. Depois a Claudinha chegou e foi aquela mesma
ladainha. Com exceção de todas as pessoas do mundo, ouvir o Tom e Claudinha dizerem que o
Caio voltaria para mim, me confortava. Eles conheciam muito bem o Caio e o nosso
relacionamento para julgar isso.
29 jun
Marlon
Uma vez, Tom e eu estávamos no MSN, mas ele demorava a responder as minhas perguntas:
- ô chato-loiro ta fazendo o q?
- to lendo
- lendo? vc?
- vai tomar no cu uhuahsu
- kkkkkkkkk
- to lendo contos eróticos
- sabia, só podia ser
- mas ñ é tão erótico assim, é até romântico
- seu nível de romance é muito promiscuo
- é sério, poxa!!!
- kkkkkkkkkk
- toma, lê aí
Então ele me passa um link de uma comunidade no Orkut, “Contos Eróticos [Gay]”, no tópico
intitulado “O Médico”:
- o q é isso?
- é o conto q eu to lendo
- parece mais um livro virtual... alguém já disse a esses caras q eles escrevem demais? contos são
3 págs no máximo.
- marlon vai te catar
- kkkkkkkkkkkkkkkk
Eu queria falar com o Caio, manter algum contato. Escrevi vários emails, mas não enviei
nenhum. Coisas da modernidade. Antigamente se escreviam cartas e as vezes nunca se enviava.
Eu mesmo já fiz isso. Mas hoje, basta selecionar tudo e deletar. Tive medo de enviar e atrapalhar
os estudos dele. Passou-me pela cabeça que ele pudesse ficar chateado. E, assim como todas as
pessoas próximas dele sabem, eu sei o quanto ele é militarista em relação aos estudos. Percebi,
contudo, que nunca nos “encontrávamos” pelo acaso no MSN. Pensei que ele tivesse me
bloqueado ou excluído. Dias depois, eu estava numa conversa com o Tom:
- tom, nunca mais eu vi o caio on
- nem eu, ele ñ ta entrando mais
- eu to pensando q ele me bloqueou
- ñ, axo q ñ
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29 jun
Marlon
Estava sem saco para tudo na vida, os amigos estavam distantes. Na verdade eu é que estava
distante em espírito. Não me restava muita coisa para fazer:
- olha, me passa esse link d novo!
E eu comecei a ler os famosos Contos Eróticos Gays do Orkut. Emocionei-me bastante com
alguns contos. Era diferente ler um livro e ler os contos. Talvez porque os leitores se
comunicassem, mas, ao mesmo tempo, fossem anônimos. O escritor tem um relacionamento
muito direto com quem lê, na verdade é extremamente direto. Enquanto que em um livro o
escritor passa por dificuldades para concluir a sua obra, mas o leitor só tem o trabalho de
comprar tudo pronto “para consumir” e aproveitar, nessa comunidade o escritor pode relatar em
tempo real que está com dor de dentes, que está indisposto, que algum familiar morreu... não sei
qual é a receita desse sucesso, mas para mim é incrível tudo isso.
29 jun
Marlon
Melhor ainda é encontrar tanta gente na mesma situação de submissão em relação aos padrões
sociais e os chamados “bons costumes”. Sentir que a obra do autor realmente influencia o leitor.
Fiquei admirado. Enquanto eu lia algumas postagens, percebi a capacidade de comoção que
aquele meio tinha:
- tom!!!
- q foi?
- gostei da comu
- ñ, ela ñ presta
- kkkkkkkkkkkk chato
- eu tbm viciei
- eita, mas tbm ñ chega a tanto
- mas vicia
- só vc né? eu nunca vou viciar nisso!
29 jun
Marlon
Eu estava morrendo de saudades do Caio. Dormir sem ele era uma tortura. Não só porque eu o
amava e sentia a sua falta, mas também porque era um hábito. Eu dormi com ele durante muito
tempo. Dividimos a mesma cama. Era estranho me cobrir com o lençol e não sentir os pés
gelados de outra pessoa. Eu estava acostumado em, assim que me deitasse, procurar os pés do
Caio com os meus para aquecer. Fazíamos conchinha e dormíamos.
Agora, o que me fazia perder o sono, no bom sentido, eram os contos da comunidade. Eles me
acalmavam um pouco e me davam esperanças. Eu costumava varar a noite com o Tom, lendo.
Era engraçado, parecíamos comadres. As vezes líamos um trecho de um conto que
acompanhávamos com afinco e, por MSN, nos expressávamos “Você leu o que fulano escreveu
sobre cicrano?”, “Li. Nossa, estou chocado!”. Tornou-se o meu passatempo.
Mas não tinha jeito. Tirava o meu sono, mas não tirava o Caio da minha cabeça. Uma vez fui
consultar o site da faculdade onde o Caio faria o vestibular. Vi que em menos de uma semana
seria a prova, ou seja, em menos de uma semana o Caio voltaria. Não nos comunicamos
nenhuma vez desde que ele se foi. Meus dedos se coçavam de vontade de enviar um email. Não
sei como resisti.
29 jun
Marlon
Durante essa última semana, fiz uma conferência por MSN com a Claudia e o Tom:
- gente, o caio tem falado com vocês?
- muito pouco – disse o Tom.
- procuro ñ falar com ele, pois sei o quanto ele é chato com estudo e tal
- é... eu estou louco de saudades... ele nem me mandou email nem nada... ele ñ atualizou foto no
orkut
- é, só vamos vê-lo quando ele chegar mesmo, mas mesmo assim eu vou esperar que ele nos
procure – disse a Claudinha.
- o q vcs acham que eu devo fazer?
- marlon, na boa? – perguntou a Claudinha.
- sim, fale
- fik na sua!
- ué, ñ faço nada?
- é, marlon, fica na sua!!! – reforçou o Tom.
- ele ñ sabe q vc ta morrendo de saudades? ñ sabe q vc o ama? Ñ sabe q vc ta morando com o seu
irmão? Ñ sabe seu tel, email, orkut, msn?
- falou e disse claudinha!
- mas e se ele ñ me procurar?
- é pq ele ñ ta afim e pronto
- :O
- eu adoro o caio, tenho muito carinho por ele e nem estou fazendo dessa conversa um ataque
contra ele, mas estou dizendo a verdade... se ele ñ te procurar mais, eu ñ vou deixar d ser amiga
dele, pq ele é 1 bom amigo e eu o gosto muito, mas tbm ñ deixarei de ser sua amiga
- mas nós ajudaríamos vcs a se reconciliarem se ambos quisessem, né clau?
- é, tom!
- e como eu fico até lá?
- eu ñ queria dizer essa palavra, mas como eu sei q é o q vc vai fazer mesmo... fiq esperando na
sua. na verdade eu mandaria vc seguir sua vida e vê se o caio se aproxima, mas ñ ficar esperando
por ele, entende?
- sim :(
- marlon, seja forte!
- mas e no dia do vestibular? será q eu ñ posso nem desejar boa sorte?
- SÓ SE ELE TE PROCURAR!!!
29 jun
Marlon
Fiz, com muito aperto no peito, o que os meus amigos me aconselharam. Foi a semana mais
longa, sem dúvida. Eu sempre perguntava ao Tom e a Claudia se o Caio já tinha chegado na
cidade. Ambos fizeram um pacto entre si de não me contar nada sobre o Caio. Enlouqueci com
isso. Ele fez a prova num domingo a tarde. Depois da prova, ele promoveu um almoço na casa
dele para os familiares e amigos, incluindo Tom e Claudia. Eu não fui convidado. Soube do
almoço pelo Tom e pela Claudinha, que me disseram que foi o próprio Caio que disse que não se
importava se eles me contassem, porque ele queria ser verdadeiro comigo. Ele disse que não se
sentiria a vontade com a minha presença e que por isso não me chamou.
Bem, por sorte era domingo e eu não trabalhava nesse dia. Fiz desse dia um palco das minhas
choradeiras. Tive ódio. Não fiz mais nada no domingo. Na segunda eu estava com olheiras e as
levei para o trabalho. No computador da empresa, abri a minha caixa de emails. Lá estava um
email do Caio. Ele havia enviado no sábado, um dia antes da prova e do almoço:
29 jun
Marlon
Essa temporada na casa dos meus avós foi muito boa para mim. Eu consegui por a minha
cabeça em ordem e estudar de verdade. Minha mãe me contou que você foi procurá-la e ela te
disse que viajei. Eu te enviaria um email contando, mas já que ela tinha contado antes, preferi
não enviar nada. Eu sei o quanto eu devo estar parecendo maldito para você, mas espero que
me perdoe.
Espero que perdoe a ausência e a falta de comunicação. Sei que não vivemos no mesmo ritmo.
Sei que o silêncio me ajudou e sabia que ele me ajudaria quando decidi me calar, mas sei
também que o oposto te aconteceu. Sei que o meu silêncio te fez sofrer. Eu sinto muito por isso.
Hoje eu sei que não há culpados, mas, se houver alguém para culpar, culpo a mim. Talvez tentar
fazer você descobrir por conta própria não tenha sido a melhor escolha e de fato não foi mesmo.
Eu fui cabeça dura, quis enxergar uma coisa e não consegui pensar em mais nada. Fiquei louco
quando descobri que alguém estava afim de te tirar de mim. Fiquei mais louco ainda quando
percebi que essa pessoa era tão próxima e que vocês estavam ficando amigos. Fiz isso por
ciúmes, fiz por besteira, fiz por imaturidade.
Sim, imaturidade. Não sei se sou eu que não sou maduro, ou se percebo que todas as pessoas no
mundo nunca chegarão a maturidade de verdade. Pois, as pessoas de verdade, sempre terão
ódio, ciúmes, inveja, tristeza... mesmo que por alguns segundos. São sentimentos ruins como
esses que nos fazem perder o controle até mesmo daquilo que mantemos com zelo e amamos
com todo o coração.
Mais do que amar você, eu amava o que tínhamos e éramos juntos. Tenho certeza absoluta que
você pensa a mesma coisa e seria capaz de dar a minha vida em nome dessa idéia. Sim, ainda te
amo muito. Te amo muito.
Suponho que você saiba que nesse domingo, amanhã, será a minha prova. Deseje-me sorte!
29 jun
Marlon
Farei um almoço aqui em casa depois da prova. Convidei a todos que amo, inclusive a
Claudinha e o Tom. Desculpe não te convidar. Ainda não sei o que será de mim quando te ver.
Não sei qual será a minha reação. Talvez eu te magoe com algo que eu faça ou sinta. Talvez eu
me magoe por perceber algo que eu tema.
Não sei qual será o nosso futuro. Eu espero que seja lindo, só não sei se ainda estaremos juntos.
Mas pode ter certeza que esquecer você só será possível se uma amnésia muito forte me abater.
Beijos de quem te ama muito e de quem sempre vai te amar, de uma forma ou de outra,
Caio”
29 jun
Marlon
Eram palavras que anunciavam os dias seguintes: eu e o Caio não seríamos mais felizes juntos.
Nunca mais. Fechei o email e tentei trabalhar como se nada tivesse acontecido. As vezes eu me
sentia um idiota por ter deixado ele partir, outras vezes eu queria matá-lo. Havia vezes em que eu
simplesmente nunca queria ter conhecido o Caio. Mas nada se comparava a minha ira em relação
ao Arthur. Coitado dele e de mim se eu o encontrasse na rua: ele seria morto e eu preso.
Esse email me deu mais forças para continuar incomunicável. Eu sabia que ele sabia como me
encontrar, mas meu coração as vezes me fazia questionamentos: “E se ele esqueceu meu
número? Ou o meu email? Esqueceu como se pega um ônibus...”. Aquele email era a prova
concreta de que ele saberia me encontrar se quisesse. Continuei “na minha”. Foram semanas
assim. As aulas começaram e o Caio não foi. Mesmo que o que ele quisesse fosse a
Gastronomia, ele iria para as aulas normalmente e só trancaria Marketing se fosse aprovado no
vestibular. Mas ele não foi!
Eu não tinha ânimo para nada. Meu irmão passou a viajar cada vez menos, mas eu passava o dia
trancado no quarto. O meu irmão também, só que acompanhado da Gabriela. Isso me
incomodava bastante, pois achava que estava atrapalhando. Alguém surgiu para me salvar:
- Alô?
- Marlon, é Luciano!
- Oi, Lu, tudo bem?
- Tudo. Escuta, eu quero conversar com você, te fazer uma proposta.
- Que proposta?
- Quando a gente pode se ver?
- Depois da aula. Você aproveita e vê o Tom.
- Beleza, então. Mais tarde eu estou lá.
29 jun
Marlon
Nada me surpreendia ou me deixava ansioso. Nem liguei para que o Luciano falava. Quando a
aula chegou ao fim, ele apareceu:
- Oi, Marlon!
- Oi – disse eu apertando a sua mão.
- Então, vamos sentar?
Sentamos numa mesa ao lado da mesa do pessoal da minha turma:
- Eu estou morando sozinho, eu não sei se você sabe. Faz pouco tempo, duas semanas.
- O Tom me falou algo sobre isso.
- Pois é. Estou procurando um colega para dividir o apartamento. Topas?
- Poxa, eu? – perguntei surpreso.
- Sim. Só confio em você e, por sorte, você também está trabalhando.
- Por que você não convida o Tom?
- Por dois motivos: os pais dele não deixariam e eu também não quero. Não me sinto pronto para
isso.
- Sei...
- E então?
- Eu não sei, Lu. Seria muito legal, mas eu não sei... Estou muito bem com o meu irmão.
- Mas pelo o que eu soube, você reclama quando a noiva do seu irmão vai lá.
- É... sabe como é, né?
- Lá não teria isso. O Tom dormiria lá algumas vezes, é claro. Mas eu tenho certeza que você não
se incomodaria.
- É verdade.
- E então?
- Bem, eu quero saber quanto custa.
- O apartamento é meu, não é alugado. Eu só quero ajuda para pagar as contas e para manter a
ordem. E também porque eu não vou mentir que me sinto só lá, mas não queria o Tom, ainda,
queria um amigo, sabe?
- Entendo.
- E aí?
Eu respondi que iria conversar com o meu irmão e que, depois de pensar, eu daria a resposta.
Parecia uma oferta boa. O Luciano é um grande amigo, uma pessoa bastante confiável e séria.
Talvez essa fosse a chance de me livrar de um problema. Quem sabe até o fato de eu ter que me
virar mais ainda para viver não me fosse bom?
29 jun
Marlon
Contei para o meu irmão. Ele resistiu a idéia no inicio. Disse que a intenção dele era reunir a
família de novo, mas eu lhe disse:
- Muito pelo contrário, Ewerton. É o fato de eu estar consultando a sua opinião sobre isso que me
faz perceber que você é importante para mim. O que me faz querer ir é porque te amo muito e
não quero atrapalhar a sua vida. Ainda somos uma família. Sim, você ainda é o meu herói de
cueca por cima da calça e tudo mais!
Ficamos feito bobos enquanto ele me ajudava a fazer as malas e eu me mudei para o meu novo
lar. E parecia que o novo lar já me dava sorte. Assim que cheguei com as malas, o telefone da
casa do Luciano toca:
- Marlon? – me chamou ele com certo cuidado.
- O que foi? Está tão sério!
- É o Caio!
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29 jun
Marlon
Marlon
Eu não esperava que fosse dizer “Te amo!”, mas acho que o Caio esperava menos ainda. Ele
emudeceu no outro lado da linha:
- Caio?
- Oi, oi. Bem, então até domingo né?
- É... – disse decepcionado.
- Tchau.
O fato de o Caio ligar tinha sido uma surpresa, mas, a partir do momento que peguei o telefone,
calculei as minhas palavras. Exceto a minha declaração de amor. Porém, mesmo não planejada,
foi a fala que mais me deu expectativas. Expectativas frustradas. Ele não me respondeu. Mas eu
estava feliz, de certo modo. No fim, foi ele quem me procurou. Ele não me procurava somente
por procurar. Ele me convidava para estar com ele.
Desliguei o telefone. O Luciano estava na outra extremidade da sala, observando a nossa
conversa com ansiedade:
- E aí? – perguntou ele.
- Ele nos convidou para o domingo. É dia do resultado do vestibular. Ele vai fazer uma reunião
na casa dele.
- Então ele finalmente te procurou. Que bacana! – disse o Luciano entusiasmado.
- É – respondi ainda sem saber o que sentia.
- Bom, então só nos resta terminar de arrumar as suas coisas, né?
Nós fomos tirando algumas coisas das malas. As roupas nós deixamos, afinal, eu não tinha ainda
um guarda roupa. Só retirei as roupas sujas e coloquei na lavanderia. Fui me instalando. Depois,
naquele mesmo dia à noite, o meu irmão aparece com a cama que estava no apartamento dele.
Viu que eu não tinha onde guardar as minhas roupas, então me disse que me daria um. Não
estava em tempo de recusar por educação. Qualquer ajuda era muito bem vinda. Foi um dos
momentos mais difíceis, pois pude perceber que as coisas materiais não são importantes, mas
acabam sendo por darmos valores a elas. Valores que elas não merecem. O que é uma cama e um
guarda roupa? Absolutamente nada além de madeira esculpida. E pior ainda, pois é a matança de
árvores. Mas eu me sentia sem lenço e sem documento só de reparar que eu não tinha nada além
de roupas e uma mala.
29 jun
Marlon
Acho que no fim foi tudo bem vindo. Me fez notar que existem muito mais coisas pelas quais eu
devesse chorar. O Caio era tudo, mas depois se tronou uma parcela do tudo. Eu sobreviveria sem
ele, só não seria feliz. Em outros tempos nem mesmo a sobrevivência eu enxergaria. Mas, por
outro lado, viver e ser infeliz pareciam ser pior que a própria morte. Ainda havia uma coisa a ser
revista. Se eu tinha motivos para chorar, também tinha motivos para me sentir afortunado. Não
me faltaram nunca coisas essenciais: amigos, amor, companheirismo, um teto.
Depois do telefonema, Caio e eu não nos comunicamos mais. Também, não tinha muito o que
contar. Só mesmo o cara-à-cara era necessário. No dia do resultado, pedi ao Luciano para que
fosse na frente. Eu só queria estar lá para ouvir o resultado e, dependendo do que viesse depois,
eu voltaria para casa. Outra coisa que percebi: se não fosse para estar ao lado do Caio como meu
namorado, em outra situação seria insuportável. Era insuportável pensar nele, ver fotos, lembrar
de momentos, escutar nossas músicas, chorar... Apesar de que, chorar tornou-se menos
constante. Pareciam que as lágrimas haviam secado.
Luciano foi na frente e eu fiquei em casa respirando fundo e dizendo para mim mesmo “Calma,
você já esteve lá antes, você sabe o quanto você vale e você conhece o Caio. Não há nenhuma
novidade para se preocupar!”. E fui pensando nisso no caminho como se fosse um nome
estranho de remédio e eu estivesse indo à farmácia. Bem, já que as metáforas não param de
surgir, devo dizer que de fato eu buscava uma cura, só não saberia se a farmácia tinha o
medicamento certo no estoque.
29 jun
Marlon
Quando cheguei, o porteiro me deixou entrar sem consultar o interfone. Quantas vezes não
passei por ele e lhe ofereci saudações? Subi as escadas e bati na porta. Antes mesmo dela se
abrir, eu ouvia o barulho de muitas vozes. Parecia uma festa. O Tom abriu a porta:
- Marlonzinho-zinho-zinho! – gritou ele.
Não era culpa do Tom, mas não gostei dele ter me chamado pelo apelido. Foi por causa dele que
tudo começou. Fiz uma cara estranha quando ele me anunciou:
- O que foi? – perguntou ingenuamente.
- Nada não, é só que você gritou muito alto – disfarcei.
- Como se você não soubesse que eu sou uma pessoa efusiva.
Havia poucas pessoas, mas o bastante para fazer muito barulho. Tentei não ficar ansioso para ver
o Caio e acho que consegui camuflar muito bem. A mãe dele veio me cumprimentar:
- Oi, meu filho, tudo bem?
- Oi, mãe.
- Hahahahahahahaha, disponha.
Estavam todos no chão comendo porcarias e gritando pra valer. O rádio estava ligado no mais
alto som. O Caio estava junto de todos ao chão. Quando ele me viu, sorriu. Eu não sorri, mas ele
já estava se levantando para me receber. Ele ficou de pé, deu a volta no sofá e me abraçou:
- Que bom que você veio! – sussurrou no meu ouvido.
- Você convidou não foi?
29 jun
Marlon
Depois do abraço:
- Você parece diferente mesmo!
- Pareço? – perguntei surpreso.
- Sim. Eu não quis acreditar, mas me disseram que você estava um pouco mudado.
- Mudado para melhor?
- Disseram que você estava mais homem.
- E estou?
- Está sim.
- E isso é bom?
- Acredito que sim. Todo menino sonha em ser homem um dia.
- Seria uma ofensa dizer que você está exatamente igual ao último dia em que nos vimos?
- Depende. Se na sua cabeça a ultima visão que você teve de mim for boa...
Fiquei calado:
- Você demorou...
- Estava arrumando as minhas coisas ainda.
- Quer conversar agora ou deixamos para depois do resultado?
- Você quem sabe...
- Você também sabe.
- Eu quase nunca sei de nada. Quem costuma saber tudo é você.
Não tinha intenção de ser frio, mas acabei sendo. Acho que ele se magoou com o que eu disse:
- Bem, eu não quis dizer em tom pejorativo. Você entendeu o que eu quis dizer.
- Entendi.
Não falamos mais. Sentei-me junto dos outros e todos fingimos que tudo era como antes. Não
tardou e o locutor anunciava os aprovados em Gastronomia. Todos ficaram calados. O pai do
Caio aumentou o som do rádio e começou a gritar o nome completo do Caio por duas vezes.
Todos olhávamos para o rádio como se fosse uma televisão. Os nomes já estavam em B e o Caio
me olhou. Eu não olhava para ele, mas percebi que ele me olhava e me virei para ele também.
Ele sorriu e eu retribui, mas me voltei para o rádio primeiro.
29 jun
Marlon
Bem, não deu outra. O único aprovado com a letra C era um tal de Caio. Um cara por quem eu
estava apaixonado. Todos começaram a pular em cima do Caio, que já estava sentando no chão.
Todos fizeram uma pilha em cima dele para comemorar. A minha reação foi me levantar e sentar
no sofá. Eu sabia que o Caio passaria. Não era surpresa para ninguém, mas sempre existe aquele
medo. Eu não tinha esse medo. Tinha tanta certeza da aprovação que apostaria tudo o que eu
tinha. Depois de toda a folia dos amigos, os pais do Caio o abraçaram. Eu continuei sentado no
sofá. Ele veio em minha direção e disse:
- E aí, rapaz? Não vai me dar os parabéns? – abriu os braços.
- Claro! – levantei-me.
Abraçamo-nos. Ele me apertou e juntou nossos rostos. Fiquei surpreso com a força do abraço. Eu
não queria me emocionar, por isso tentava esboçar o mínimo de emoções possível:
- Eu já sabia. Não tem nem graça comemorar – sussurrei.
- Nem por mim? – me perguntou ele quando saímos do abraço.
Acho que tinha sido frio de novo, mas, mais uma vez, foi sem querer. Eu quis brincar, mas errei
na dose:
- Claro, por você tem graça. Mas eu já sabia que você iria passar.
O Tom e o Luciano arrancaram o Caio de mim, o jogaram no sofá e pegaram a máquina para
cortar o cabelo dele:
- Não, por favor, não cortem meu cabelo! – gritou histericamente.
- Claro que vamos cortar! – gritou o Tom.
- Não, por favor, eu imploro!
- Corta ou não corta minha gente?
Todos em coro gritavam “Corta, corta, corta!”. O Caio imprensado no sofá, me olhou de longe e
gritou:
- Marlon, me salva!
29 jun
Marlon
Acho que isso é uma coisa nítida. Vocês devem se lembrar que, quando Caio e eu namorávamos,
havia uma brincadeira intima entre o Luciano & Tom e Caio & eu. Um casal atacava o outro. Na
verdade, um atacava o outro e o atacado pedia ajuda ao namorado, que por sua vez atacava o
namorado do atacante. Todos ali já haviam presenciado cenas como essa. Quando o Caio me
pediu ajuda, todos esperaram uma reação minha, inclusive os próprios Tom e Luciano. Mas eu
não era mais namorado de ninguém. Eu, de braços cruzados, ri quando o Caio me chamou. Ele
estranhou totalmente a minha atitude.
Para a surpresa de todos, o Luciano agarrava as duas pernas do Caio, enquanto o Tom o
ameaçava com o cortador. O Luciano colou um adesivo nas pernas do Caio e gritou:
- Pode soltar amor!
Quando o Tom soltou o Caio, o Luciano arrancou o adesivo com força. Era um adesivo
depilador. O Caio gritou de dor e todos começaram a rir. Então, Tom e Luciano começaram a
atacar as pernas do Caio e começaram a distribuir adesivos para todos:
- Todo mundo vai tirar o couro do Caio hoje!
- Hahahahahahahahahaha , vocês me pagam!
O Tom se aproximou e perguntou:
- Quer um, Marlon?
- Não, tudo bem.
- Poxa, Marlon, vamos participar!
- Não, não, melhor não.
- Tá...
29 jun
Marlon
O Caio ficou com as pernas vermelhas e cheias de cera. Depois atacaram o Caio e começaram a
descer as escadas com ele. Eu esperei todos saírem para ir atrás. Eu andava lentamente.
Encontrei o pai do Caio indo junto comigo pelas escadas:
- Está quieto, Marlon – observou ele – Tudo bem?
- Tudo!
- E aí, garotão, e a vida?
- Vai indo...
- Está trabalhando muito?
- Muito. Muito mesmo.
- É, e agora que você está por conta própria...
- Pois é, tem que ralar.
- Você sabe que nós temos muito orgulho de você, não sabe?
Foi totalmente inesperada aquela frase para mim:
- Hã?
- Não sabe? - questionou ele surpreso.
- Não... é que... eu não esperava o senhor dizer isso agora, assim.
- Não tem hora certa ou errada para se dizer uma coisa dessas.
- É verdade e eu agradeço tudo o que vocês fizeram por mim.
- Quer mesmo me agradecer?
- Se fosse possível...
Ele ficou pensativo. Ainda estávamos descendo as escadas:
- Se quer me agradecer de verdade, então volte a namorar com o Caio!
29 jun
Pri Florzinha
Pessoal, a repostagem está finalizada. O conto está todo aqui, inclusive os posts do Marlon de hj.
Agora é com vc, Marlon! Estamos todos na torcida para que vc e o Caio se entendam!
29 jun
VickViny
Pri!!
Voltei!!!!!
E cheguei bem a tempo.
Marlon!!
Agora é contigo.
Espero que dessa vez sem imprevistos desagradaveis.
Realmente você estava mais maduro, mas não tanto quanto poderia parecer. Percebi que sua
aparente indiferença ao charme do Caio era na verdade uma forma de proteger seu coração.
Sem expectativas sem decepções. Mas creio que retomado o relacionamento com ele a barreira
se romperia e novamente íntimos, ele o veria como era. Desejos, medos, anseios e você exposto
novamente.
Aguardando...
Beijos!!!
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29 jun
Gin
29 jun
STROVENGA
30 jun
Lion
30 jun
Querubim
Atualizado!
Valeu Pri.
Vc é poderosa!
Foi muito boa a repostagem, pq, eu reli tudo de novo... nem perdi o fôlego.
Agora, to atualizado!
Agora aguardamos o Marlon!
Bjos Pri.
30 jun
leon
30 jun
Paixão
Valeu Pri...
agora to no aguardo da continuação!!!
t+
30 jun
sader koy
30 jun
RODRIGO! TO MEIO
30 jun
Flavio
Marcando...
30 jun
sader koy
30 jun
Marlon
A Pri é tudo. Já estava quase desistindo do conto quando tudo aconteceu. Pois quando o conto
sumiu, milhares de outras coisas também caíram na minha cabeça. Mas parece que tudo foi se
resolvendo.
Obrigado, Florzinha!
Boa noite.
Fui.
30 jun
safada
MARLONZINHO HEHEHHE
CONTINUAAA
BEIJOOOSSS
BEIJOOSSS
30 jun
Gin
abração marlon :)
durma bem
30 jun
vitor
ai ai...deus do ceu demorei uma madrugada e uma tarde inteira pra ler...ate faltei o trabalhooo...
muito emocionante...e ainda ao som do belle and sebastian ai ai...
marlon continua aew...e espero que vcs estejam casados hj hehhe(denovo_)
1 jul
Gin
Pri Florzinha
Mas é o que eu falei para o Marlon: fiz isso de coração e faria milhares de vezes se necessário
fosse. Este conto é maravilhoso, esta história é linda e não poderia ser deixada de lado. Ainda
mais se, de alguma maneira, ajudar o Marlon, ou for alguma homenagem, enfim...
Ainda bem que vc não desistiu Marlon (e tomara que não tenha desistido do Caio tb!), pq nós
jamais vamos desistir de vc!
1 jul
» PσpSC «
1 jul
sader koy
"O Caio se aproximou, ficou ajoelhado em cima da cama, ficou mais alto que eu. Ergueu minha
cabeça através do queixo e me olhou nos olhos. Sorriu:
- Você quer ficar comigo até morrer?
- É claro que sim!
- O que são dias diante de uma vida inteira?"
pegando uma carona nas sábias palavras do nosso querido caio pra dizer que estamos aqui te
esperando marlon, o tempo que precisar, cuide-se bem, pois o carinho que temos por vc não
tem tamanho, te queremos em pé, lindo, firme e forte!!!
.
.
1 jul
Cah
Parabéns Pri!!!!
Acompanhei tudo e amei a história Marlon!
Bjo;**
1 jul
STROVENGA
1 jul
safada
AQUII
1 jul
kristen
1 jul
Raul
Pri
Minha querida Florzinha, todos temos muito que lhe agradecer, pelo carinho e empenho!
Eu, bem mais que muitos, sei que sua dedicação vai muito além da repostagem do texto!
Beijãããooo!!!!!!!
_____
Marlon
É uma pena que tantos comentários se foram juntamente com o tópico original. Não foram
poucas as vezes em que externei neles os sentimentos, reflexões, angústias e mesmo
posicionamentos militantes provocados pelo texto.
Desde que os posts se dividiram entre a repostagem e a continuação eu confesso que fiquei meio
perdido, sem me decidir onde comentar, e para isto contribuíram problemas particulares que me
mantiveram (e ainda mantém) com pouco tempo para postar.
Minha sensação de vazio desde o início desta crise com o Caio beira o desencanto.
Quem já passou pelo rompimento de uma relação duradoura sabe ao que me refiro. É dolorido,
mesmo quando simplesmente 'acaba', sem brigas ou motivos maiores.
Mesmo que a joguemos fora o lugar ocupado por ela sempre trairá nossa memória, como um
vaso de cristal quebrado.
Se colamos os pedaços as emendas denunciam as cicatrizes. Se o jogamos fora nos pegamos
pensando nele ao comprarmos ou ganharmos flores.
Qualquer outro pode até cumprir a função, mas será sempre 'outro', e ao percebermos isto
estaremos nos lembrando dele.
E ele continuará lá, pela ausência.
1 jul
Querubim
Raul,
1 jul
Marcell
1 jul
Gin
conto especial ♥
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2 jul
morgan
marcandoOooOoOooOOOoOOOooOoooOo
2 jul
Marlon
Oi gente.
Já li todos os comentários.
2 jul
Marlon
Eu e o meu, até então ex-sogro, descíamos as escadas atrás de todo mundo. Precisávamos de um
pouco de privacidade. Quando ele me disse sobre o seu desejo, eu estacionei no degrau:
- O que o senhor está me dizendo?
- Marlon, eu aceito muito bem a sexualidade do Caio, visto que eu sou uma pessoa esclarecida
sobre esse aspecto. Enfim, não nos cabe discutir os motivos por eu aceitar o meu filho agora.
Você me conhece já. Acredito que me conheça muito bem para ter percebido que eu sou muito
protetor em relação ao Caio e tenho medo quando ele sai à noite, fico nervoso sempre que ele
demora a chegar. A cada matéria que eu leio nos jornais ou vejo na televisão sobre assassinatos
movidos pela homofobia eu penso que poderia ser o meu filho. O Caio... como eu posso dizer?
Ele dá pinta e isso é notório. Nunca que eu vou pedir para ele se repreender ou policiar o seu
jeito de ser. Eu estaria sendo ridículo – quando ele disse isso, pensei no dia em que pedi ao Caio
para ele ser “mais homem” quando estivesse com os meus antigos amigos – mas eu temo que em
uma dessas saídas aconteça o pior. É só uma preocupação de pai.
- Eu entendo o senhor: quer que eu proteja o Caio. Nada mais justo!
- Querido Marlon, esse é só um dos motivos para que eu queira que vocês voltem! – disse ele em
tom de brincadeira.
- Hahahaha, tem mais motivos?
- Bem, vejamos: além de proteger o Caio, gostaria que vocês voltassem porque não gosto desse
revezamento de parceiros, seja hétero ou seja gay, eu não gosto mesmo, mas no caso de vocês é
pior por causa da sexualidade sim. Eu hoje sou pai antes de tudo, antes de ser homem, antes de
ser marido e mesmo que eu seja livre de preconceitos, a gente fica pensando nas dificuldades que
os nossos filhos encontram lá fora.
- Entendo.
2 jul
Marlon
- Bem, um outro motivo seria a segurança sentimental dele. Ele é muito sensível e surta fácil... –
interrompi com uma gargalhada – mas é verdade! – disse ele rindo também – e quando você
morou conosco foi o período mais calmo aqui em casa – ele deu uma pausa – mas todos os
motivos que eu citei são... egoístas. Eu estou pensando no Caio e não em você. Mas eu tenho
motivos para você também. Você ama o Caio, eu sei, ele te ama também. Sobre a questão da
violência homofóbica, eu não me preocupo com você, mas tem a segurança emocional também,
porque você é todo fortão, mas é mais sensível que o Caio, ou você acha que eu nunca te ouvi
chorar?
Eu corei nessa hora. Ele foi listando mil motivos para eu voltar para o Caio. Todos com muita
clareza:
- E o último motivo, é que eu te vejo como um filho também.
- E vocês foram meus pais!
- Agora, quer um conselho meu?
- Manda!
- Continue do jeito que você está indo. Vai dar certo.
- Que jeito?
- Você está ignorando ele, eu percebi hoje.
- Mas eu faço sem querer, não é de propósito.
- Mesmo assim.
Descemos as escadas e já encontramos o Caio todo sujo de farinha e tinta guache. Cada um tinha
que pegar “um dedo” de tinta e sujar o Caio de alguma forma. Quando chegamos, o Tom gritou:
- Marlon, vem sujar o Caio!
Eu olhei para o meu sogro e sorrimos um para o outro. Fui em direção às tintas, sujei meu dedo
indicador. As pessoas que faziam um círculo em torno do Caio me abriram espaço. Ele estava
sendo segurado pelo Luciano. Ele estava rindo a valer. Quando eu me aproximei, ele ficou mais
calmo. Eu parei na frente dele, pensando em como sujá-lo:
- Onde eu vou sujar? Já está todo sujo.
- Vai, Marlon! – gritou alguém.
2 jul
Marlon
Eu pintei o nariz dele. Ele fechou os olhos quando eu o toquei. Do nariz, eu puxei bigodes de
coelho:
- Pronto! Parece um coelhinho...
- Hahahahahahahaha, sujo desse jeito? – perguntou ele.
Eu só retribui o sorriso e saí do meio da muvuca. Sentei em um dos bancos da área social do
condomínio e olhei a bagunça de longe, junto com os meus ex-sogros. Depois o Caio passou por
nós todo sujo:
- Olha para isso: estou imundo!
- Quem mandou passar no vestibular? – perguntou o seu pai.
- Dããã!
Eu estava no banco, entre os pais dele. Ele me olhou, sorriu e foi em direção às escadas:
- Não toque nas paredes! – gritou a mãe dele.
2 jul
Marlon
Não estava afim de ir. Ir como amigo não. Mas tinha que fazer esse sacrifício. Fui cochilar um
pouco. Estava escuro, mas ainda era cedo. Nem vi quando o Luciano chegou. O Tom chegou
com ele, pois se arrumaria lá também:
- O Caio perguntou por você. Ele disse que você esqueceu que vocês conversariam depois –
disse o Tom.
- Não esqueci, só vi que não iria dar para conversarmos ali.
Fomos para um barzinho, pois nem todos que foram dançavam e eram gays. Quando chegamos
nós três, vimos que só faltava a gente:
- Atrasamos? – perguntou o Tom.
- Não. Nós todos é que nos adiantamos! – respondeu o Caio.
- Isso foi uma ironia?
- Não, estou falando sério.
Fomos nos acomodando. Eu nem olhei para o Caio. Ainda não. Me comportei como se fosse
uma noitada qualquer. Cumprimentei a todos:
- Oi – disse eu ao Caio.
- Eu te esperei hoje.
- Temos tempo ainda – disse eu fingindo não se importar.
- Senta aqui do meu lado.
- Estou bem aqui.
2 jul
Marlon
Eu me diverti. Fiquei até surpreso com isso. Depois de tanto chorar, enfim um dia para ser
boêmio. O garçom trouxe, depois de algum tempo, um bolo com velinhas. O Caio ficou
emocionado:
- Ah, gente...!
- Vai, sopra logo e deixa de ser gay – disse o Tom.
- E o primeiro pedaço vai para quem? – perguntou alguém.
Pairou um silêncio. Todos se fizeram de rogados. Achei aquilo um saco, então disparei:
- Isso não é um aniversário. A primeira fatia vai para o Caio. Hoje é o dia dele, oras!
Pronto, pus água no chope. Fiquei orgulhoso de mim mesmo. Eu me diverti muito, mas, durante
a noite, eu fui podando todas as tentativas bobas de reaproximação com o Caio. Eu queria uma
conversa que fosse séria e definitiva. Eu sei que são coisinhas assim que reaproximam, que
fazem voltar o encantamento, mas eu estava magoado demais para tais coisas. Admito que fui
um pouco grosso, mesmo fazendo um bem para mim mesmo. Eram umas quatro ou cinco horas
da manhã e a maioria das pessoas já tinham ido embora:
- E aí, rola uma praia agora? – perguntou o Luciano.
- Não estou muito afim – respondeu o Caio.
- Então vou ligar para chamar o táxi.
2 jul
Marlon
Tirei mais uma fatia do bolo e esperei a bebida. Quando ela chegou, eu comecei a beber e comer.
A mesa era grande, sobraram muito poucas pessoas, então as conversas não eram ouvidas por
outros. Se alguém na ponta da mesa conversasse algo, as pessoas do meio não ouviriam.
Enquanto eu comia o bolo, o Caio disse:
- Eu acho que te daria a primeira fatia...
- Bobagem!
- Bobagem?
- É. Não é um aniversário. Isso foi legal para você, assim você ficaria com a primeira fatia.
Aposto que você gostou disso.
- Mas eu te daria com prazer.
- Não seria necessário e... olha... não estou comendo do bolo, afinal?
- Sim...
Quando o táxi chegou, decidimos deixar o Caio em casa antes. O Tom dormiria na minha nova
casa. Quando já estávamos dentro, o Tom, mais uma vez, insinua algo:
- Caio, por que você não dorme lá hoje?
- Ah, eu não sei... se ninguém se importar...
Fiquei calado. Todos esperavam por uma resposta minha, mas não obtiveram:
- Viu, ninguém vai se importar!
- Err... acho melhor ficar em casa mesmo.
- Não! – gritou o Tom – você vai dormir lá e pronto. Ninguém vai passar na sua casa.
2 jul
Marlon
Ele ficou calado e eu continuei mudo. O Luciano ia na frente, eu e o Caio íamos nas janelas e o
Tom ao meio. Chegamos e subimos imediatamente. Eu fui entrando, sentando no sofá e tirando o
tênis. Tirei as meias, coloquei-as dentro do calçado e fui para o meu quarto. Depois eu fui para a
cozinha preparar um café, para cortar o efeito do álcool. O Caio foi para a cozinha depois:
- Ta fazendo o que?
- Café.
- Quer que eu faça?
- Não precisa, só estou fazendo uma xícara.
- Mas posso fazer para todo mundo.
- Bem, eu já acabei o meu. Se você quiser, pode fazer o de todo mundo.
- Certo.
Eu continuei na cozinha, encostado na pia. Ele foi pegando o coador. Enquanto fazia o café, ele
diz:
- Eu não viria dormir aqui.
- Em casa é mais confortável né? – fingi não saber o motivo.
- Não por isso. Acho que você não queria que eu viesse.
- Eu? Eu não disse nada.
- Justamente por isso.
- Eu sou tão visita aqui quanto você.
- Você mora aqui.
- E por qual motivo eu iria impedir você de vir para cá.
- Sei lá. Você foi áspero a noite toda.
- Eu fui solteiro a noite toda.
- Como assim?
- Você me pediu para sentar ao seu lado, mas eu disse não. Você me daria a fatia do bolo, mas eu
disse que aquilo era bobagem, você se preocupou se eu me importaria com a sua vinda para cá.
Mas tudo o que eu fiz, fiz porque não somos nada. Não faria sentido sentar ao seu lado, nem
comer do seu bolo, nem te impedir de vir para cá porque eu não sou nada seu.
- Mas as vezes, quando a gente se importa,não quer dizer.
- Mas eu não fiz isso, não generalize e tire conclusões precipitadas.
- Desculpe.
- Hahahaaha, também não precisa se desculpar – fingi estar alheio.
- Bem, pelo menos parece que vamos conversar finalmente.
- Hoje não.
- Por que?
- Porque é tarde, estou um pouco bêbado e muito cansado. Quero tomar um banho, dormir bem e
conversar amanhã.
- Você fugiu desde ontem.
- Não tenho do que fugir, não tenho medo de nada. Você é que parece querer se livrar logo disso.
2 jul
Marlon
- E você não? Não quer resolver logo isso?
- Assim as pressas não. Por isso não vamos conversar hoje. Quero um dia que seja tranqüilo e
que tenhamos todo o tempo do mundo para falarmos o que quisermos.
- Mas só poderá ser à noite – lamentou ele.
- Você vai fazer alguma coisa hoje á noite?
- Não.
- Então...
- Tudo bem.
- Quero que seja definitivo. Vamos conversar e será pela última vez!
- Como assim? – exclamou assustado.
- Cansei de ficar nesse chove-não-molha. A gente conversa com calma, com tranqüilidade e
resolve tudo o que tem para resolver. Você não quer resolver logo tudo de uma vez? Será
perfeito.
- Realmente... você mudou!
Ele não falou mais nada. Eu fui para o banheiro tomar banho e dormir. Peguei minhas coisas e
fui para o sofá. Quando eu já estava todo enrolado, ele aparece na sala:
- Não, Marlon. Eu durmo no sofá.
- Já estou acomodado.
- Não, Marlon, eu não vim para cá tirar você da cama.
- Ai, Caio, deixa de formalidades. A gente não precisa fingir que nunca fomos íntimos.
- Mesmo assim, não vou me sentir bem sabendo que você esta dormindo no sofá por minha
causa.
- Ta, ta, ta Caio. Boa noite!
- Marlon...!
- Sim?
- Você é maior que eu. Deixa eu dormir no sofá.
- Não, tchau!
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2 jul
Marlon
É isso gente.
Boa noite.
Fui.
2 jul
safada
AI AI AI AI AI AI
AMOOOO D++++++++++++
BEIJOOOOOOOOOOSSS
BOA NOITEEEEE
2 jul
× Marcos
Amaando :D
2 jul
==>THUOMAS<==
2 jul
Paixão
2 jul
leon
Adorei, por mais que doa, é preciso agir nturalmente, e uma relação não se discute em uma mesa
de bar, e nem alcoolizado, Caio deve estar apavorado com sua mudança, ele gaora não tem mais
certeza de nada, ja paira em sua mente a duvida, isso esta acabando com ele.
Aguardo anciso por esta conversa.
2 jul
» PσpSC «
muito bom ^^
acompanhando.
2 jul
Prof./Dr. Ruy
marcando
2 jul
Flavio
Adorohhhhh...
Marcando!!!
2 jul
мαтєυѕ
Sei não. vc naum mudou... mas parece que ta levando muito ao pé da letra oq o pai dele disse....
ou que muitos disse....
ateh
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2 jul
Pri Florzinha
Tadinho do Caio!
Mas eu acho que depois disso vcs vão se entender!
****
Raul querido! Muito muito muito obrigada pelo carinho! Te adoro demais!!!
Beijão!!!
2 jul
Lion
Mas em relação a conversa...... tem que ser assim, a pessoa tem que saber o pelo menos sentir o
que perdeu!!!
“Percorra qualquer caminho no jardim de Destino e você terá que escolher, não uma, mas
muitas vezes. As trilhas se bifurcam e se dividem. A cada passo que você dá nesse jardim, você
faz uma escolha, e cada escolha determina rumos futuros. Contudo, ao final de toda uma vida
caminhando, você poderia olhar para trás e ver apenas um caminho... ou olhar a diante e ver
somente a escuridão (...)”.
Fui!
2 jul
DANNY -
2 jul
VickViny
Raul!!
Seu post foi lindo, como sempre. E na minha concepção uma cicatriz na pele ou no cristal
restaurado não lhe tira o encanto necessariamente. Pode até atribuir certa personalidade e ar
de mistério.
Marlon!!
Embora um rompimento entre você o Caio não me agrade, tenho que admitir que me pareceu
particularmente cômico ler sobre a forma que você o tratou nesse período.
Depois de todas as situações em que suas atitudes foram em muitos sentidos mais
apaixonadas, te ver indiferente deve ter causado grande impressão nele.
O pai do Caio deve ter pensado que você o amava, mas estava agindo daquela forma por birra
ou auto proteção. Ainda assim, o fato dele conversar com você daquela forma, te convencendo
de que o melhor para vocês era ficarem juntos, sugere que ele considerou uma terceira
possibilidade. A de que você estivesse realmente disposto a tirar o caio da sua vida.
Beijos!!!
2 jul
Alex
marcando...
2 jul
Gin
affe nossa
-acompanhando sempre- ♥
2 jul
Aninha
2 jul
STROVENGA
Marlon
Vc foi rude com o Caio? Talvez. Não vi isso naum. Mas é como o Caio disse: vc está mudado.
Esse tempo todo foi de reflexão, dolorosa, mas importante em todos os aspectos que a cercam.
Parabens!
Continua aí
2 jul
Lih
bjo
2 jul
× Marcos
Eu entendi. Caio tem o costume de ter o controle sobre tudo. Ele sempre sabe de tudo, e com
uma certa frieza pensa em todas as possibilidades, arquitetando planos e até mesmo falas. O
Marlon quis fazer ele se sentir sem o controle da situação, até porque isso de querer controlar
tudo é bem infantil. E é estranho pra uma pessoa que se diz tão madura feito o Caio. Marlon
conseguiu mostrar a ele que ele estava sendo imaturo, e ele mesmo adimitiu isso no email. Agora
ele saberia que ia ter um papo sério de verdade, sem lenga-lengas, definitivo. E se ele gosta
mesmo do Marlon, certamente essa conversa vai levar eles as pases.
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2 jul
× Marcos
Marlon, pesso sua permissão para que depois de o conto tiver terminado, eu copie tudo e
organize em um documento do word. Posso até tirar a parte em que você fala sobre os nossos
comentários para poder transformar em uma espécie de livro, se é que me entende. Obrigado
desde já.
2 jul
sader koy
noooooosssaaaa vc heim marlon? tá loko vey... tá durão heim? mas quando tudo se resolver
tenho dó do escrotinho maroto... coitadinho... o sr. porta treco vai acabar com ele...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... se prepare marlon, tenha uma conversa séria com o escrotinho,
pq o bicho vai pegar... ai ai ai, por enquanto ainda tenho esse conto fantástico para alegrar
minhas manhãs... abraaaaaaaaaaaaço
2 jul
theoo72
2 jul
JONTAN
Acho que agora vai chegar a hora e colocar as coisas no eixo,torço pela felicidade dos dois.
2 jul
Gin
é verdade mesmo, o caio sempre teve o controle da situação, agora é o Marlon quem faz isso, ao
menos dividir o controle das situações.
;)
2 jul
Querubim
2 jul
Whitney
...
2 jul
RODRIGO! TO MEIO
ola marlon!!
bem acho que todo esse tempo foi bom sim, tanto pra vc quanto pra ele,
em relação a seu comportamento achei super normal isso só demostra o quando vc amadureceu
com tudo que aconteceu, e o caio começou a ver que isso era verdade
um grande abraço!!
Rodrigo lima
2 jul
* * Muka * *
Boa Marlon, não é legal ser tratado com essa frieza, você que o diga né. fazer o Caio cair na real,
é bom. As vezes é disso que a gente precisa, de um gelo.
Mas logo vocês se acertam no conto, porque agora vocês devem estar bem já.
2 jul
morgan
2 jul
Marcell
adorei, q evolução sua hein? deixastes de ser cachorrinho, tow gostando muito, mal posso
esperar pela continuação.
boa noite.
3 jul
==>THUOMAS<==
Só no Aguardooo
3 jul
Gin
hj n tem
:((((((((((((((((
vo durmi
bjosboanoite ;*
3 jul
Marlon
Olá pessoal!
3 jul
Marlon
Acabei dormindo no sofá. Fiz de tudo para acordar mais cedo que todos e ir para o trabalho, mas
eu tinha ido dormir muito tarde e não deu tempo de descansar de verdade. Quando acordei, senti
que alguma coisa estava diferente. Na verdade, senti que alguma coisa tinha voltado ao que era
antes. Mas foi por alguns segundos. Acordei e senti o cheiro do café do Caio. Era uma coisa
característica de quando moramos juntos. Tanto eu quanto os meus ex-sogros acordávamos
sentindo o cheiro do café, que invadia todos os cômodos da casa. Quando percebi que não tinha
acordado cedo, me decepcionei.
Até eu estranhava esse pessimismo em mim. Está certo que aquela situação era angustiante, mas
eu sentia tristeza de forma demasiada. E nem havia motivos para isso. Mas eu me sentia como da
vez em que eu confessei ao Caio que eu estava apaixonado por ele e que, se não namorássemos,
eu não aceitaria mais nada dele. Não fazia sentido para mim. Não sou do tipo de pessoa que
gosta de ficar insistindo (não confundam “gostar” com “fazer”). Se ele naquela época dizia que
só poderia me oferecer a amizade, eu decidi me afastar. O mesmo acontecia agora. Não gostava
dessa sessão nostalgia interminável, queria que resolvêssemos logo. Do contrário, enquanto não
resolvíamos, seria cada um no seu canto.
3 jul
Marlon
Oi stalker!
3 jul
leon
Oi Marlon, ao vivo
3 jul
Marlon
Levantei-me e ouvi as vozes na cozinha. Uma conversa animada. Por um momento nos imaginei
morando todos juntos: Caio, Tom, Luciano e eu. Mas depois isso me pareceu impossível e chato.
Fui direto para o banho, caso contrário me atrasaria para o trabalho. Depois corri para o quarto e
me vesti. A coisa mais fácil para mim é escolher roupa de trabalho. Depois, respirei fundo para ir
à cozinha. Se pudesse, iria embora sem comer. Quando cheguei, fui direto à geladeira pegar
suco:
- Bom dia! – gritou histericamente o Tom.
- Bom dia – respondi rapidamente.
- Hum, alguém acordou de mau humor?
- Estou atrasado para o trabalho.
- Marlon, eu fiz café – disse o Caio.
- Ah, nem percebi. Mas deixa, já estou tomando o suco mesmo.
- Quer que eu faça torradas?
- Eu como no meio do caminho. Estou atrasado.
Fui até a mesa, peguei um pão e o enfiei todo na boca. Deixei meio copo de suco em cima da pia.
Fui para o quarto, ainda com o pão na boca, para pôr perfume. Voltei e terminei de tomar o suco:
- Coma com calma, Marlon, isso faz mau – alertou o Caio.
- Mau faz não pagar as contas no fim do mês.
3 jul
Marlon
Oi leon!
3 jul
Marlon
Os planos seriam esperar o Caio para conversarmos. Eu só esperava que ele não tivesse se
esquecido disso. Se ele sairia depois da aula com o pessoal para comemorar, a que horas ele
pretendia efetuar a nossa conversa? Bem, se o Caio era o tipo de pessoa que não dizia as coisas
para que eu aprendesse sozinho, então eu também cometeria o mesmo erro que ele. Saí pensando
se ele associaria o meu “plano para hoje à noite” com a nossa conversa inadiável. Naquele dia o
trabalho a ser feito na agência era fácil de executar. Passei toda a manhã ocupado. Como boa
parte do trabalho é feito por computador, fiquei online no MSN. De repente, uma conversa sobe:
- oi marlon!
Era o Vinicius:
- oi vini, blz?
- e aí, vc e caio?
- na mesma ainda
- pq?
- vc sabe como é... ainda ñ conversamos direito desde q ele chegou de viajem
- ele viajou?
- sim, antes do vestibular
- ah, ele passou?
- sim, 2º lugar
- ah, legal, se bem q td mundo já sabia
-é
- pq vcs ñ comemoram logo essa aprovação juntos, cara?
- é complicado. eu estou pronto para resolver logo td, mas vamos ver no q dá
3 jul
Marlon
À tarde, fui para casa. Almocei qualquer coisa e fui dormir, pois estava morrendo de sono. Acho
que nem dormi duas horas depois que cheguei da primeira comemoração. Dormi e quando
acordei já estava escuro, mas acredito que ainda era tarde e não noite. Tomei banho, peguei um
lanche na cozinha e me pus a assistir TV. Quando o relógio anunciou 18 horas, eu decidi ligar
para o Caio:
- Alô?
- Marlon?
- Oi, vocês ainda estão comemorando?
- Estamos...
- Certo.
- Por que? Quer vir? – perguntou animado.
- Não, vou ficar em casa.
- Por que você não vem? Seria legal.
- Prefiro ficar descansando. Vou precisar estar descansado para hoje à noite.
- Você quem sabe...
- Bem, alguém tem que se preocupar com o nosso futuro.
- Do que você está falando?
- Da conversa que teríamos hoje á noite. Mas acho que você não está muito afim.
- Como assim? Você disse que tinha planos para hoje! – disse ele assustado.
- E antes disso, o que eu te disse que faríamos hoje à noite?
- Mas você foi estranho hoje de manhã...
- Estava atrasado, Caio. Os planos que fiz para hoje à noite incluíam você.
- Bem, eu pensei... – interrompi.
- E eu fiquei pensando: “Por que ele marcou uma saída com a galera justamente no dia em que
resolveríamos tudo?”.
- Sabe, na verdade eu nem toquei nisso no momento em que o Tom me propôs ir à aula hoje.
- Mas você se lembrava que conversaríamos hoje, pelo menos?
- Sim, mas achei que se saíssemos, não teria problema. Era mais uma daquelas saídas que
fazíamos às sextas-feiras depois das aulas.
- Certo.
- E depois eu achei que você também viria.
- Bem, eu vou ficar em casa. Tchau.
3 jul
Marlon
E desliguei. Imediatamente pensei “Será que eu ainda amo o Caio?”. Lembrei-me do dia em que
o vi pela primeira vez: estávamos no jardim da faculdade, a turma de calouros se reuniu para
tirar a primeira foto da turma. Eu era alto, fiquei na fila de trás, o Caio ficou a poucos
centímetros de mim. Lembro de ter ido com a cara dele. Eu tinha gostado da forma como ele se
comportava e da forma como ele se vestia. E depois pensei no dia em que nos esbarramos no
banheiro e eu achei que tinha machucado o braço dele. Pensei em mil bobagens e cheguei a
conclusão que “Sim, eu ainda amo esse pirralho!”. Só não sabia se isso era bom ou ruim.
Eu abri a porta:
- Oi – disse ele como um soluço.
- Oi – disse eu em tom de estranhamento.
- É agora!
- O que é agora?
- Vamos conversar.
3 jul
Marlon
- Sim. Por isso não estava mais suportando ficar perto de você e fingir que não estava
acontecendo nada. Exceto o email que você me mandou no sábado, todos os outros contatos que
tivemos desde que você chegou foram dispensáveis e chatos.
- Até mesmo ontem, no resultado do vestibular?
- Sim.
- Poxa, mas foi um dia especial.
- Era um dia que eu sabia que aconteceria.
- Eu sei que eu cometi os meus erros, que resultaram nisso tudo que está acontecendo entre a
gente, mas... era um dia especialíssimo para mim, gostei de você ter ido. Acho que você foi bem
frio nessa sua colocação.
- Não vejo erros de ninguém, mas isso que aconteceu entre a gente me fez estar como estou
agora. Então não culpe a mim, culpe a situação que não está favorecendo em nada.
3 jul
Marlon
3 jul
Marlon
- Não, tanto faz não. Não menospreze a importância desse fato, senão teremos sempre que achar
culpados para tal. Eu te traí, mas não tive intenção, fiz porque estava carente. Pronto, em relação
a isso eu já te pedi desculpas e você já me disse ter me perdoado, porque não me considera
culpado. Por outro lado, isso causou um desgaste no nosso namoro, mesmo, depois de uma
analise, não haver culpados. Mas, se desconsiderarmos esse fato, seremos idiotas, porque nos
desgastamos a toa.
- E não foi a toa?
- Não. Se você ficou chateado comigo, foi por uma razão que faz sentido a você. E se fez sentido
algum dia, então foi importante.
- Tudo bem, mas do que nos serve preservar esse episódio?
- Para aprendermos no futuro.
- Já aprendemos no presente.
- Costumo repetir os erros.
- Juntos conseguiremos impedir que isso aconteça de novo.
- Juntos?
- É, juntos!
- Então você está disposto a voltar comigo?
- Marlon, eu te amo.
- Eu também te amo. Mas devo admitir que te odiei algumas noites.
- Eu também fiz isso.
- E tudo isso é passado para você.
- É, por quê? Para você não?
- Sim, é também. É que eu tenho medo. Sinto falta da gente, mas não sei se no presente.
- Também sinto o mesmo, mas eu já caí em mim de que não poderemos viver um sem o outro.
- Sim, eu concordo.
Ficamos um tempo calados. Pensei que a conversa resultaria em duas possíveis coisas:
terminaríamos de uma forma terrivelmente amigável, ou voltaríamos com declarações calorosas
de amor. Não imaginei que pudesse haver uma terceira opção: voltaríamos e ficaríamos mornos.
Fiquei decepcionado com aquilo. Eu queria abraçá-lo, arrancar-lhe um grande beijo e dizer mil
vezes “Eu te amo!”. Mas eu não tinha a mínima vontade de fazer isso. Percebi que o que eu
queria mesmo era que ele fosse embora, para eu terminar de dormir.
3 jul
Marlon
Boa noite.
Fui.
3 jul
leon
Desculpa mas vou ler esta parte outra vez, não estou decepcionado não mais sim preocupado.
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3 jul
==>THUOMAS<==
ahsuahsuashaus..Amandoooo
3 jul
leon
Que medo é este, parece que estão em uma sala de puro cristal e que a qualquer momento em um
simples toque todo se arrbente em mil pedaços, quem vai tomar a inciativa do primeiro toque do
primeiro beijo, por mais tranquila que a conversa tenha sido, o coração devia estar a mil por
hora.
Marlon esta conversa foi muito Caio, Caio, onde o Marlon estava? O Marlon emoção, paixão,
tudo esta racional demais. Tudo demais é sobra, quem vai quebrar este este gelo em, se permitam
o amor de voceis e lindo demais para ficar assim.
Aguardando o proximo post.
Abraços.
3 jul
Pri Florzinha
3 jul
sader koy
pela primeira vez estou acreditando na possibilidade desses dois não ficarem juntos... que
agonia!
3 jul
мαтєυѕ
Nussa.. foi só eu que percebi que as coisas entre vcs foram tecnicas.
Ninguem quiz dar o braço a torce... gente existe defeitos em todos e devemos aprender com
eles.... se caso vcs ainda queiram voltar!
o chato é que percebi que da sua parte, vc simplesmente não queria ceder. Queria ser o forte
como o pai do caio disse...
3 jul
Prof./Dr. Ruy
marcando
3 jul
Gabriel
marcando...
3 jul
DANNY -
adorando
3 jul
Gin
ahaaaaaaaaaa :'(
mas eu nao me assustei com a 'volta' dos dois... é normal isso depois de uma separação,
geralmente as coisas demoram a ficarem boas como antes, porém como antes poderia ser pior.
mas é melhor pois os dois ja sabem como fazer daqui pra frente :)
(eu acho.)
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3 jul
Flavio
Marcando...
3 jul
theoo72
Está é a pior parte ,querer estar juntos se amar mas ter medo de se machucar denovo.
3 jul
Cah
3 jul
STROVENGA
Maso fim dele foi mto estranho, pensei que ia ter agarra agarra, ai, eu te amo, te quero, me pega,
O medo é visivel pros dois. Mais pra você do que pra ele. Estou curioso pra saber o desfecho
disso. Estou na torcida viu? A racionalidade empregada nesses ultimos posts me assustou. ai ai
ai, Nem meu Nerd Mode pode com isso. ai ai
continuaaaaaaaaaaaa aí!
3 jul
Zakk
kkkkkkkk
3 jul
safada
TO CHOCADA
HEHEHEHEHE
CONTINUUAAA
BEIJOOSSSS
3 jul
Querubim
ÃH,
EU NÃO ENTENDI NADA!
E vc parou no desfecho........
encha seu coração de amor novamente, Marlon.
Credo.
Kd, o Marlon que conhecemos lá atrás, mais doce?
Bem, aguardando!!!
3 jul
JONTAN
Comentário.
Percebeu que o AMOR que as pessoas imaginam é bem diferente porque a vida é cheia de
nuances bastantes complicadas.
Torço que essa nova chance que o Marlon e o Caio estam se dando,possam fazer com que os
dois saem mais maduros e prontos para uma nova fase de suas vidas.
3 jul
safada
+++++
3 jul
safada
O POST DE NUMEROOO
600
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3 jul
Alex
marcando....
3 jul
Raul
4 jul
Em Busca
aiiinnn...
eu tava tão ancioso por esse encontro...
acabei de me atualizar, Marlon, vc foi terrvelmente perfeito...
tudo fez e faz sentido, acho que todo esse tempo de vcs valeram a pena e tudo que vc fez e falou
fi MARA...
adoureiiii...
aguardando maiss...
SUPER anciosoooo...
rsrs...
4 jul
Gin
==>THUOMAS<==
Esperandooooo..........anciosoo
4 jul
Marlon
Olá pessoal.
4 jul
Marlon
Depois que reatamos, eu pensei “Ok, pode ir embora, pois estou morrendo de sono e preciso
dormir!”. Não tinha a mínima vontade de abraçá-lo, beijá-lo ou expressar qualquer tipo de
carinho. Para mim não havia mais nada para ser feito ou dito. Ficamos calados e eu comecei a
ficar entediado:
- Quer comer alguma coisa? – perguntei enquanto me levantava.
- Não, estou bem, obrigado.
E realmente me virava mesmo. Parecia não existir mais nada que eu não pudesse fazer sozinho.
Parecia que eu não precisava mais de ninguém. Não. De ninguém não. Eu precisava, precisei e
preciso de pessoas sim. Luciano, meu irmão, meus ex-sogros, meu pai, etc. De quem eu não
precisava era do Caio. Imaginei que, depois que reatássemos, a presença dele seria muito bem
vinda, pois, eu só me sentia mau com a presença dele enquanto ainda estávamos naquela fase
estranha. Mas, nem mesmo quando essa fase passou teoricamente, eu me sentia a vontade com
ele por perto.
4 jul
Marlon
Terminei de fazer o sanduíche e fui para a sala. Pus o copo no chão, cruzei as pernas na posição
de lótus em cima do sofá e me pus a assistir TV. Ele ficou no outro sofá, calado e encolhido.
Parecia que ele esperava por mais alguma coisa, talvez um beijo, ou simplesmente uma
aproximação física. Mas eu me mantive afastado fisicamente. Minha mente, porém... seria pouco
dizer que eu estava distante. Ele ficava me olhando e eu olhava para o apresentador do telejornal.
Quando já havia comido metade do sanduíche, percebi que eu o havia abandonado:
- O pessoal ainda ficou lá? – perguntei.
- Sim. Acho que eles não vêm tão cedo.
- Você só veio para conversarmos, não é mesmo?
- Sim.
- É que eu fiquei chateado pensando que você tinha esquecido a noite de hoje. Mas, se eu
soubesse antes, poderia ter adiado um pouco mais a nossa conversa. Olha, se você quiser voltar
para lá, pode ir. Eu sei o quanto você está eufórico pela a sua aprovação.
4 jul
Marlon
Ele me olhava atentamente enquanto eu me fazia de rogado e preocupado com a diversão dele.
Nem eu mesmo me reconhecia, mas, o quanto antes ele fosse, mais rápido eu poderia voltar a ser
o que era. Sentir que o amava e que precisávamos um do outro era uma coisa, mas perceber que
ainda precisava ficar um pouco só era outra. Ele mesmo me dizia que os casais não se
completavam, mas sim eram inteiros que tiveram a doce idéia de conviverem juntos. Eu ainda
era um inteiro que precisava ficar sozinho:
- Bem, na verdade eles não vão ficar lá muito tempo. Se eu voltar para lá, vai ser desperdício de
tempo.
- É, tem razão – fingi concordar.
- Mas, de qualquer forma, já está ficando tarde. Acho melhor ir embora logo.
- Tem certeza?
- É... acho que sim – disse gaguejando.
- Ta, você quem sabe.
Ele se levantou do sofá e eu pensei “Levanto, o beijo e me despeço?”. A minha vontade era de
não. Seria muita frieza minha se eu não fizesse isso. Mas fazer também era demasiadamente
irritante para mim. Parecia que tocá-lo era mais tedioso que a presença dele, então, preferi que
ele ficasse um pouco mais, para que eu não precisasse beijá-lo:
- Mas se você quiser esperar o Luciano chegar... ele pode te levar depois.
- Será que ele se importaria? – perguntou ele voltando para o sofá.
- Claro que não.
- Vou ligar para ele.
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4 jul
Prof./Dr. Ruy
ao vivo
como vai Marlon??? tudo bem??? espero que sim...seu conto é ótimo...gosto muito...abçs
4 jul
Marlon
O Caio me olhou por um tempo, olhou para o teto, olhou para o chão e disse:
- É, não vamos atrapalhar a farra dos outros. Ele vai chegar cansado.
- É.
- Bom, então até mais.
- Eu te ligo.
E se foi.
4 jul
Marlon
Marlon
Quando o carro dobrou a esquina, suspirei de alivio. Acho que nem mesmo se eu continuasse
achando que era hétero, eu teria fugido tanto daquele garoto. Mas já em casa, tive pena dele.
Óbvio que ele percebeu que eu estava fugindo. Foi inevitável: eu me coloquei na posição dele.
Imaginei-me pedindo perdão para ele, ele me perdoando de forma dura e depois me dispensando
prometendo ligar no dia seguinte. Tentei imaginar o que ele estava sentindo enquanto estava
encolhido no sofá me olhando comer o sanduíche. Mas era tarde demais para se lamentar. Até
porque, a idéia de beijá-lo ainda me parecia irritante. Depois do delicioso jantar de sanduíches e
refrigerantes, tentei dormir. Não consegui.
O Luciano estava logo atrás do Tom e ficou me olhando. Ele percebeu que eu não estava feliz:
- Tom, vamos para casa! – disse em tom imperial.
- Ai, que pressa!
- Vamos, já está ficando tarde e eu estou cansado para dirigir.
- Ta. Tchau Marlonzinho-zinho-zinho.
- Tchau.
4 jul
Marlon
4 jul
Marlon
Algumas horas depois, eu acordo. Quando dei por mim, agarrava o travesseiro contra as minhas
pernas e estava na posição de conchinha. Fui abrindo os olhos devagar e dei de cara com a
parede, pois a cama é encostada nela. Senti a pressão do travesseiro contra o meu corpo e o
lençol que se acumulava nos meus braços. Espremi os olhos com as mãos e comecei a me sentir
tremendamente incomodado. O que poderia ser? Virei-me várias vezes na cama e não achava
uma posição confortável para voltar a dormir. Voltei a ficar de conchinha e, por alguns
segundos, a posição me pareceu favorável. Mas não durou muito e eu já estava angustiado de
novo. Ainda de conchinhas, peguei o travesseiro e o amassei entre as minhas pernas. Fiquei mais
confortável para o sono. Comecei a cochilar e acredito que até tenha sorrido. Bocejei mais um
pouco e soltei:
- Boa noite, Caio!
4 jul
Marlon
Olá stalker!
4 jul
Marlon
Fui.
4 jul
safada
SIMPLESMENTE PERFEITOOO
AMOO D++++
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSSSS
BOA NOITE
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4 jul
Em Busca
aiinnn...
só isso nego...
que triste esse volta de vcs...
aguardando mais...
aguardando mais...
4 jul
leon
Quero ver até quando vai durar esta tortura, acho que você gostou de sofrer, senti pena do Caio
agora, nem sei o que ele pensou, deve estar em choque.
O medo é nosso pior inimigo, não podemos permitir sua entrada, fica tudo mais dificil, mais ha
esperança, seu incomodo na cama ja disse tudo.
Aguardando.
4 jul
Flavio
Marcando...
4 jul
Pimentinha
4 jul
STROVENGA
Vc queria que ele fosse embora por que estava muito incomodado com a presença, coisas que a
mente não explica. E depois, quando falou com o Luciano, viu a falta de ele lhe faz de fato.
Mas o seu subconsciente (momento psicologo), lhe pregou uma bela peça. Dormiu abraçado ao
travesseiro, mas sentiu a falta de algo mais, algo que o completasse e fizesse seu sono ser
tranquilo. Obviemante o Caio não pode ser um travesseiro né? Não dá pra amassar, enrolar,
torcer, etc. Mas a falta que aquele momento vc sentiu dele, mostrou a NECESSIDADE da
presença do amado junto. Desta vez, seu corpo pediu e seu consciente também. Uma reação
interessante.
Estou curioso pra saber sobre o dia seguinte. Só quero ver se não vai agarrar logo.
Continua aí
4 jul
Pimentinha
Dá Strovenga
Tirou as palavras da mnha boca ....ou as letras das minhas mãos rs.rs.rs.rs.rs.....
Beijos rapazes !
4 jul
мαтєυѕ
4 jul
RODRIGO! TO MEIO
4 jul
Cah
4 jul
JONTAN
oi,boa tarde,Marlon,sinto que você esta ressentindo com o fato da briga mas percebo que você o
ama,deixe o tempo fazer seu serviço,abraços e esperando a continuação.
4 jul
» PσpSC «
4 jul
Alex
marcando...
4 jul
DANNY -
MARCANDO
4 jul
Aninha
Marcando ;*
4 jul
Gin
nao me surpreendeu o fato de vcs estarem assim, isso acontece.. é como uma fogueira q jogaram
àgua e dps de um tempo tentam reacender :/
demora, é dificil, vem o vento... mas dps acende sim ! e volta a brilhar :)
abraaaaço.
5 jul
Querubim
Dá Strovenga (2)
Tirou as palavras da mnha boca ....ou as letras das minhas mãos rs.rs.rs.rs.rs..... (2)
5 jul
Marlon
Oi pessoal!
5 jul
safada
BOA NOITEE
AQUII
CONTINUAA
BEIJOOSSSS
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5 jul
Marlon
Desejei boa noite ao Caio, mas não obtive resposta. Isso me incomodou. Então repeti:
- Boa noite, Caio!
Mas eu só consegui ver uma parece. Quando dei por mim, estava sozinho na cama e com um
travesseiro entre as minhas pernas. Foi inevitável, eu levei a mão à testa e me bati:
- Burro! – eu falei em um tom mais alto.
Não sou de ter idéias rápidas e mirabolantes. Isso é coisa do Caio. Mas eu peguei o celular e
liguei imediatamente para ele:
- Alô – com voz de sono.
- Caio, te acordei? – perguntei eufórico.
- Marlon? – surpreso, mas ainda com voz de sono.
- Você estava dormindo?
- Estava...
- Eu te desejei boa noite e você nem respondeu.
- Hã? Quando?
- Agora a pouco.
- Como assim?
- Eu estava aqui na cama e fui tentar dormir. Te desejei boa noite e não obtive resposta.
- Ainda estou por fora.
- Já-já eu chego aí.
- O que?
E desliguei. Corri para pegar as chaves do carro do Luciano e depois desci as escadas as pressas.
Fui correndo buscar o Caio e, até o momento, nada me passava pela cabeça. Quando cheguei à
porta do condomínio, eu liguei para ele:
- Desce!
- Não acredito que você está aqui em baixo. Deve ser umas... nossa, são quatro horas da manhã!
- Cala a boca e desce logo!
- Você está nesse carro aqui embaixo?
5 jul
Marlon
Oi safada!
5 jul
Marlon
Não demorou muito e ele apareceu sorrateiramente no portão do prédio, com as chaves. Eu
estava dentro do carro e ficava sussurrando:
- Vem logo, vem logo!
Ele abriu o portão com muita dificuldade e veio correndo para o carro. Entrou e ficou histérico:
- O que é isso? Um seqüestro?
- É, é, vamos!
Eu saí em disparada:
- Para onde vamos?
- Para casa, oras!
- Pensei que fôssemos para um motel.
- Não, porque eu nem avisei o Luciano que peguei o carro.
- Por que você está fazendo isso? – em um tom mais carinhoso.
- Porque sim!
Voltamos para casa e subimos as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível. Quando
entramos em casa, eu fui puxando o Caio pelo braço até o meu quarto. Depois eu tranquei a porta
e agarrei o Caio pelo rosto e o beijei. Ficamos um tempão em pé enquanto nos beijávamos
intensamente. Era como se tentássemos nos equilibrar no chão. Não conseguimos, contudo.
Caímos na cama e batemos nossas cabeças na parede:
- Ai!
- Se machucou? – perguntei preocupado.
- Sim, hahahahahahahahaha, mas não foi nada de mais.
- Ta.
5 jul
Diego
Olá Marlon!
Ao vivo... uhulll
5 jul
Marlon
Voltei a beijá-lo. Não queria mais parar de beijá-lo. Depois da batida, comecei a puxar o rosto do
Caio de novo, só que dessa vez de forma mais carinhosa. Ele se deitou em cima de mim e
começamos a entrelaçar as nossas pernas. Mas ele parou:
- Por que me chamou? – perguntou ele com voz de choro.
- Porque sim!
- Por quê?
- Porque...
- Por quê?
- Porque eu te amo.
- Eu... eu...
- Eu sei.
E voltei a beijá-lo. Ele começou a me beijar com mais força que antes. Começamos a nos ajeitar
na cama e nos deitamos de maneira mais confortável. Ele ainda estava de meias e pijamas. Eu
conseguia sentir um cheirinho familiar. Um cheirinho de quem acabou de tomar banho para ir
dormir. O mesmo sabonete. A mesma espessura macia da pele fria. O cabelo cheirando a xampu.
Era um menino. Não. Era um menininho. Doce e agoniado. Esfomeado. Ele salivava enquanto
me beijava:
- Calma, meu amor!
Ele parou, ficou me fitando. O cabelo dele estava maior e alguns fios tocavam os meus olhos. Eu
o segurava pela cintura e ele me segurava pelo rosto. Ele parou o beijo e ficou assustado:
- É que...
- O que foi?
- Não sei.
- Fala.
- Faz tempo que não fico excitado.
5 jul
Bruna
Marlon
Oi Diego!
5 jul
Marlon
Oi Bruna!
5 jul
Marlon
E voltei a beijá-lo. O que nos deixava excitados eram os nossos posicionamentos na relação. Ele
era o garoto que carecia de cuidados e eu o rude que se derretia por qualquer doçura. Era como
se fossem personagens que fazíamos questão de ser. Não representávamos, nós realmente éramos
aquilo. Por mais forte que ele fosse e por mais bobo que eu pudesse parecer ser, ele era o
menininho e eu o rude. Não havia nada mais prazeroso do que ser o que realmente éramos.
Talvez tenha sido isso que não fora experimentado antes. Tentamos ser o que não éramos e
acabamos distantes. Mesmo que não fôssemos, era o que gostaríamos que o outro fosse. Mas
tenho certeza que isso era o que éramos. Confuso?
Então o puxei para baixo e deitei-me sobre ele. Pressionei todo o meu corpo contra o dele,
deixando-o imóvel. Ele se agarrou ao meu pescoço e simplesmente deixou que eu conduzisse o
nosso beijo. Ele abriu as pernas e juntou os tornozelos na altura das minhas coxas. Ele se
prendeu a mim e deixou que eu conduzisse tudo. Ele estava mole. Percebi que ele estava quente:
- Você está se sentindo bem?
- Estou meio febril.
5 jul
Marlon
Eu toquei o pescoço dele com as costas da minha mão e constatei que ele estava um pouco
quente:
- É, você está quente, mas não é febre.
- É.
- Foi minha culpa, não é?
- Não vamos começar, Marlon – pediu choramingando.
- Mas foi minha culpa.
Então eu enfiei o meu rosto entre o pescoço e o ombro esquerdo dele, pressionando o meu rosto
contra o travesseiro. Ele também se enfiou entre o meu ombro e pescoço e ficamos assim,
abraçados:
- Eu vou cuidar de você.
E acabamos dormindo. O meu celular despertou e eu tive que acordar. Fui tomar banho e depois
fui para o quarto me trocar. Quando lá cheguei, o Caio já não estava na cama. Apostaria tudo o
que tinha: ele estava na cozinha me fazendo o café. Quando fiquei pronto, fui para a cozinha:
- Bom dia! – me saudou com um sorriso.
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5 jul
Flavio
Marcando...
5 jul
Marlon
Eu fui em sua direção, o abracei por trás e o beijei no cabelo. Ele ainda estava coando o café.
Sentei-me na mesa e comecei a comer as torradas que já estavam prontas. Ele se dirigiu a mim,
pôs uma xícara em cima da mesa e sentou-se no meu colo. Eu larguei o pão e o abracei de novo
por trás. Enchi a nuca dele de beijinhos e de cócegas. Depois ele se deitou sobre o meu peito,
ainda no meu colo, e eu voltei a tomar o meu café. Depois ficamos namorando um pouco na
cozinha. O Luciano chegou e me lembrou da hora. Eu fui escovar os dentes. Quando voltei:
- Bem, eu já estou indo.
- Certo, traga o pão e o leite das crianças, viu?
- Hahahahahahaha, pode deixar.
- Arrasa com eles!
5 jul
Marlon
Oi Flavio!
5 jul
Marlon
Boa noite.
Fui.
5 jul
leon
5 jul
Bruna
5 jul
leon
Cratura você nao imagina como fiquei aqui. Pulando igual a um doido e rindo muito, to feliz.
Beijo.
5 jul
Flavio
Marcando...
5 jul
safada
OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
VIVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
CONTINUAAA
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSS
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5 jul
Gin
5 jul
theoo72
5 jul
Em Busca
hehehehe...
lindoOoOOo...
quero mais...
5 jul
Zakk
Não sei descrever a tamanha felicidade que sinto de saber que vcs voltaram
5 jul
==>THUOMAS<==
5 jul
Whitney
5 jul
sader koy
até sonhei esta noite com isso, vcs acreditam? kkkkk... comecei a ler, ainda retardado de sono
(até parece, sou o tempo inteiro!!!) e quando o marlon ligou pro caio, já comecei a chorar...
quando o marlon ficou pulando fora do carro, chorei mais ainda... todo mundo está feliz, só
eu (o bobão número 1 do conto) que estou chorando, né? bem gente, agora que sei que o meu
domingo vai mais sensacional ainda por causa desses dois, vou voltar a dormir um pouco né?
uh ruhhhhh.. iéééééééééé.... M&C M&C M&C M&C M&C M&C M&C M&C M&C M&C...
ah:
- marlon! não esqueça do leitinho das crianças, viu? kkkkkkkkkkkk
.
5 jul
* soltando fogos *
5 jul
JONTAN
Bom dia!
Agora o caminho esta aberto para a felicidade,os dois ja se conhecem,e podem fazer para não se
machucarem.
Parabéns.
Continua a postar.
Marlon.
5 jul
cris
ola
Nunca fiquei tão feliz, pois saber q vcs reataram foi uma noticia pra lá de especial.
Adoro vcs e acho q vcs foram feitos um para o outro, chega até a ser um cliche dizer q formar
um belo casal porem é a mais pura verdade.
um abração
5 jul
Querubim
5 jul
× Marcos
5 jul
VickViny
AAAAAÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! \o/
Beijos!!!
5 jul
Aninha
aaaaaaaa quee mara , que perfeito vcs *-*
5 jul
Prof./Dr. Ruy
marcando
5 jul
Pitty
marcando...
5 jul
Max
5 jul
Tonny
5 jul
Pimentinha
Heeeeeeeeeeeeeeeeeeee
5 jul
kristen
5 jul
мαтєυѕ
to super feliz!
muito mesmo!
5 jul
Lih
nooossa..
lindo demais...
que tudo que vcs voltaram..
vcs nunca deveriam ter se sepadado
bjoo
5 jul
DANNY -
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE .... QUE TUDO ... TO FELIZ POR DEMAIS POR VCS
TEREM VOLTADO ... BJS
5 jul
Raul
Marlon
Quando descreveu o vazio, agarrado ao travesseiro, confesso que senti medo de que o orgulho
atrapalhasse.
Ainda havia, ali, o risco de que as mágoas fossem mais fortes, porque até o sofrimento vicia.
O bom é que aconteceu um daqueles momentos de insanidade, não importava o que aconteceria
a seguir, mas algo tinha que ser feito, um movimento era urgente, e você o fez!
E correu um risco enorme, porque as chances do Caio tentar restabelecer sua dominação
psicológica eram enormes, mas você não parou para pensar... simplesmente agiu!
Tudo que tinha para pensar já o fez durante tanto tempo de afastamento, e chegou a hora do 'tudo
ou nada'...
Ligou o 'foda-se', telefonou, pegou o carro e o arrastou para casa... sem dar tempo para que ele
pensasse, sem argumentações, sem teorias, só a urgência da presença física!
Tinha que tocar, cheirar, abraçar... dormir enroscado...
Tinha que receber a resposta ao 'Boa noite, Caio!', e não dava para ser por telefone.
Não há como dizer que este foi um dos posts especiais... todos eles o são!
Mesmo assim fico aliviado e feliz com ele!
É bom demaaaiiissss!!!!!!!
5 jul
» PσpSC «
5 jul
Cah
Marlon...se soubesse como fiquei feliz por me enganar qto a vcs dois!!!!!!
5 jul
RODRIGO! TO MEIO
um abraço marlon
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5 jul
Alex
marcando...
5 jul
STROVENGA
Marlon
Quando descreveu o vazio, agarrado ao travesseiro, confesso que senti medo de que o orgulho
atrapalhasse.
Ainda havia, ali, o risco de que as mágoas fossem mais fortes, porque até o sofrimento vicia.
O bom é que aconteceu um daqueles momentos de insanidade, não importava o que aconteceria
a seguir, mas algo tinha que ser feito, um movimento era urgente, e você o fez!
E correu um risco enorme, porque as chances do Caio tentar restabelecer sua dominação
psicológica eram enormes, mas você não parou para pensar... simplesmente agiu!
Tudo que tinha para pensar já o fez durante tanto tempo de afastamento, e chegou a hora do 'tudo
ou nada'...
Ligou o 'foda-se', telefonou, pegou o carro e o arrastou para casa... sem dar tempo para que ele
pensasse, sem argumentações, sem teorias, só a urgência da presença física!
Tinha que tocar, cheirar, abraçar... dormir enroscado...
Tinha que receber a resposta ao 'Boa noite, Caio!', e não dava para ser por telefone.
Não há como dizer que este foi um dos posts especiais... todos eles o são!
Mesmo assim fico aliviado e feliz com ele!
É bom demaaaiiissss!!!!!!![2]
Eu sabia que vc não iria resistir. A consciência humana é uma maravilhosa fonte de estudo.
Continuaaaaaaaaaaaaaaaa
6 jul
Flavio
Marcando...
6 jul
Gin
:)
6 jul
Marlon
Oi gente.
6 jul
Marlon
Quando eu senti o beliscão, olhei para trás. Ele estava com um sorriso sapeca e piscou um olho
para mim. Mas, por mais que ele tentasse, não conseguia ver a conotação sexual naquele ato. Eu
via um garoto lindo brincando de ser homem safado. Eu ri e ele riu de volta. Descemos Luciano
e eu. Ele me dava uma carona e seguia para o trabalho dele. Luciano já era formado e atuava na
área que escolheu. Era jovem, mas já bem sucedido. No caminho, ele perguntou o que tinha
acontecido:
- Nada, eu só senti falta do Caio á noite e fui lá.
- Você foi lá?
- Fui.
- Como?
- Com esse carro aqui.
- Hã?
- É, eu peguei o seu carro e fui lá. Seqüestrei-o.
- Nossa!
- Desculpa.
- Não. A idéia foi ótima. Por que eu nunca pensei nisso antes?
- Hahahahahahahaha.
- Eu sabia que vocês iriam voltar.
- Estou mais aliviado, sabe?
- Imagino. Então, você pegou o carro de madrugada e foi para lá?
- Eu liguei para ele antes.
- Ah, mas aí perdeu de fazer uma surpresa.
- Não. É que... foi assim: eu acordei no meio da noite e fui tentar voltar a dormir. Quando eu
estava quase conseguindo eu disse “Boa noite, Caio!”.
- Não. Sério? – perguntou ele abismado.
- Sim. Aí eu percebi que ele não estava lá né? Então eu peguei o telefone, liguei para ele e disse
“Te desejei boa noite e você nem respondeu!”. Ele ficou sem entender nada. Aí depois eu fui lá.
- Marlon, o romântico – brincou ele.
- É.
- Então vocês fizeram as pazes...
- Ainda não transamos, se é isso que você está insinuando.
- Não?
- Não.
- Por quê?
- Porque... sei lá. Ficamos meio nostálgicos.
- Hum.
6 jul
Marlon
Ele me deixou no trabalho e esse foi um dos dias mais tranqüilos na agência para mim. Eu não
pude sair mais cedo, mas impedi que qualquer coisa extra me chegasse, ou qualquer
contratempo. Corri para voltar para casa. Quando cheguei, tudo estava um pouco diferente. O
Caio tinha feito uma faxina. Não que o apartamento fosse sujo. Pagávamos uma diarista por
semana, mas havia semanas que não podíamos e nós mesmo fazíamos a faxina. Mas o Caio tinha
deixado tudo com um cheirinho mais agradável e tirou alguns móveis do lugar. Pus a mochila no
sofá:
- Caio?
- Oi – gritou ele do meu quarto.
Eu fui até lá. Ele estava dobrando as minhas roupas e arrumando o meu armário:
- Oh, amor, não precisa fazer isso.
- Eu não preciso, mas seu quarto sim.
- Deixa isso aí, vai.
- Não, já estou terminando.
- Você me fez chegar mais cedo para te ver arrumando a casa?
- Hahahahahaha, tarado!
- O que você tinha me preparado?
- Ah, já era.
- Como assim?
- Gastei toda a minha energia fazendo limpeza.
- Não – gritei fingindo estar desesperado.
- Hahahahahhaha.
- Ah, saquei o lance: você arrumou tudo, para que depois desarrumássemos,não é? Danadinho!
- Ai, Marlon, seu pivete!
- E agora, o que eu faço?
- Já está quase na hora de você ir pra aula. Vá tomar banho, pois o almoço está quase pronto.
- Ai, que tédio. Quando nos casarmos, será assim?
- Não. Eu terei o meu restaurante e você cuidará dos nossos seis filhos: Willie Marlon, James
Caio, Aretha Priscila, Latoya Laura, Marlonelson e João.
- João? Por que esse foi menosprezado, coitado?
- Não, só me faltou criatividade mesmo.
- Meu Caio voltou! – disse animado, abraçando-o por trás.
- Pára, está amassando a calça.
- Pára de arrumar essa roupa! – gritei fingindo estar irritado.
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6 jul
Marlon
Tomei a calça das mãos dele, joguei-a no chão, puxei o Caio pela cintura e o beijei. Ele me
abraçou em seguida. Depois ele começou a fazer charme, me empurrando:
- Não, Marlon, pára!
- Seu safado, mentiroso!
- Não, é sério...
- Sei...
E saiu em disparada para a cozinha. Eu fiquei com cara de bobo na cama e pensando “É, o Caio
voltou. Saco!”.
6 jul
Marlon
Oi stalker.
6 jul
Gin
6 jul
Pimentinha
Marlon
6 jul
Gin
6 jul
Raul
6 jul
safada
BEIJOOOSS
CONTINUA MARLON
6 jul
==>THUOMAS<==
MArlon vc não tem vergonha de querer deixar o Caio queimar o Arroz? [:@]
6 jul
Madonna
6 jul
Diego
Euri! kkkkkkkkk
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 711-720 de 2.260
6 jul
Tom
Talvez... adeus!
A cada dia gostaria de ser senhor do tempo. Hj, não sei se quero voltar ao passado para
continuar na situação em que estava ou ir direto ao futuro para “o mal estar” passar. Aliás, não
sei se realmente vai passar.
No sábado passado, à noitinha, entrei no PC pra fazer um trabalho. Durante a semana havia
instalado o Internet Explorer 8, ou seja, não sabia mexer direito nele. Enquanto fazia o
trabalho, entrei no fake e li algumas coisas. Do nada surge meu pai falando que gostaria entrar.
Fiquei gelado, mas ele não viu pq na hora que saí da página ele havia aparecido, então. Eu no
PC, ele no sofá. Ora olha pra mim, ora olha pra TV. Odeio que fiquem me fitando. Não sei, mas
parece que estão me analisando – sim, tenho algumas manias Rs. Pra o deixar entrar logo e
depois voltar, pois precisaria entrar pelo trabalho fechei tudo, passei o Cleaner e mandei-o
entrar. Quer dizer, quase tudo. Deixei uma janela de música online esquecida. Estava no quarto,
quando ele me grita. Quando abro a porta do quarto me deparo com o PC e ele no fake
perguntando o que era aquilo. Fiquei gelado, preto, azul, amarelo,... Enfim, na hora disse que
deveria ser um vírus, falei que há alguns dias já estava achando que o computador tinha sido
invadido e que toda hora apareciam mensagens, sites diferentes,... e comecei a perguntar a ele
se ele não lembrava desses coisas. A cada pergunta – que sabia que sua resposta era sim – ele
respondia com um não ríspido. A cada pergunta ele franzia mais a cara. Consegui fechar tudo
enquanto falava com ele, passei o Cleaner novamente e abri o orkut dele. Não sei como, mas ele
não viu e quando foi abrir o orkut exclamou que nunca o orkut dele havia sido aberto sozinho.
Confirmei por causa do problema e quis imaginar que ele estava engolindo a situação.
A partir daí, não tive sossego. Sim, pois conheço o pai que tenho e sei que esse meu espírito de
investigação, qualquer situação diferente me faz correr atrás de respostas... estilo Sherlock
Holmes não veio com o tempo e sim genético.
6 jul
Tom
Meu nervosismo não é por ele, mas por mim. Tinha certeza que ele conversaria com minha mãe
e meu medo sempre foi ela. Não sua reação, mas o que resultaria na nossa relação. Minha mãe
pra mim é tudo. Meus pais são minha base, mas minha mãe minha essência. A pior luta que o
ser humano trava é consigo mesmo. Sempre pensei nisso e essa semana foi à confirmação. Pra
resumir, essa semana foi à pior da minha vida. Não que já tivessem existido piores, mas como
disse a pior semana de lutas contra mim. Na segunda, como estopim de todo meu nervosismo,
meu pai no almoço vem perguntar sobre minhas intenções pra esse próximo semestre. Não
entendi e perguntei pq. Ele me disse que eu não poderia esquecer que esse semestre era quando
eu teria que me alistar. Acho que já cheguei a comentar aqui que toda a minha família é militar
não foi?! Meu pai, tios, avô, bisavô, padrasto de meu pai... de todas as forças. Ao mesmo tempo
sempre fui à ambição de todos para a vida militar. Uma ambição perdida, pois nunca quis e
posso afirmar que quando pequeno odiava essa idéia. Não por ser hetero, gay, bissexual,...
nada, mas a vida militar nunca me agradou.
Respirei e não falei nada. Disse que separaria as coisas necessárias e ele perguntou se a idéia
de me alistar em BRASÍLIA me agradava. Respondi que não que nem a idéia de me alistar me
agradava. Meus planos de conversar sobre “minha vida” era quando estivesse na facul. Não sei
pq, mas todos os meus planos de vida são todos referentes a época da graduação. Pq Tom? Não
sei. É algo meu. Acho que é pela liberdade que tanto prezei e quis ter. Não sou daqueles filhos
rebeldes que querem liberdades por achar que pais pressionam demais. Muito pelo contrário,
amo-os, mas como dizem: responsabilidades demais, idéias maiores. Desde pequeno sempre tive
uma cabeça acima da minha idade, então, os desejos não ficariam atrás.
Na situação em que eu estava vivendo pra mim, era semelhante se todos já soubessem e todas
aquelas atitudes fossem por conta disso. Eu senti meu mundo abalar.
6 jul
Tom
Todo resultado gerado, toda aquela base e “cabeça feita” por conta de tdos esses anos de
dúvidas, respostas, associações, contradições essa semana foram perdidos. Ali, eu estava
sentindo a vida que eu levaria se todos já soubessem. Quem conhece o Rio de Janeiro vai
entender...
Méier é distante do Leblon? Na terça não sei como, mas fui parar na praia do Leblon. Sai de
casa às 6:30 da manhã indo pro col. e fui parar no Leblon. Uma das praias que eu mais adoro e
que me fascina. O que eu estava sentindo e o que senti durante toda essa semana não tem lógica.
Mistura de medo, nojo de mim por estar passando por aquilo no estado em que estava e não do
jeito que "programava", compaixão pelos outros, dúvidas,... Nada disso tem haver com os
outros, mas comigo. Como disse antes, a ciência dos meus pais com relação a esse assunto seria
como a reação da sociedade pra mim. Não que eu ligue para a opinião dos outros, mas tudo na
vida é necessário de um equilíbrio. Ninguém vive só, mas também ninguém nasce colado aos
outros.
O mar me fez bem. O cheiro de maresia me fez relaxar, pensar na vida, no que estava
acontecendo. A calça do uniforme ficou ensopado. Não só pelas lágrimas, mas nada como um
banho de mar pra se refrescar. O mar tem sobre mim um efeito anestésico. Sempre quando
preciso, vou a ele. Ele me dá soluções. Não o mar, mas o seu Criador. Sei que Deus está em
todos os lugares, mas ali Deus me faz nascer de novo. Pensei até em acabar com todas as
ligações que eu tinha com esse “novo eu”, mas seria inútil. Alguém consegue parar de respirar?
Alguém consegue parar de comer? Conseguem eliminar certos alimentos de sua rotina, mas
ninguém vive sem se nutrir.
Os dias foram passando e só sexta pra sábado consegui dormir tranquilo. Algo me fez relaxar
mais. Quando volto do prevest, um pouco mais cedo do que o de costume tem uma leve euforia
em casa. Tento entender, mas o medo e o nervosismo voltam.
6 jul
Tom
Não irei prolongar muito mais pq aqui não é algo meu, mas é algo que me fez crescer. Uma
história que me ajudou a contar tudo ao meu pai com os sons do choro da minha mãe. Sim, eles
já sabiam. Minha mãe não chegou a participar de nossa conversa. Disse que depois conversaria
comigo – até agora ela não me dirigiu a palavra; está apenas me ignorando, mas até agora
ainda não conversou. Por hoje, não quero conversar mais sobre isso, pois a leveza que me deu
após a conversa com meu pai está me ajudando a estudar para uma maratona de 20 provas essa
semana. Não sei quando volto. Não sei se volto, pois não sei como, mas meu pai depois de tudo
pediu pra abrir o fake, me fez excluir e agora, enquanto estudava senti uma necessidade de
voltar e tentar abrir. Sem querer, consegui apenas logando normalmente. Meu pai depois de
toda a nossa conversa prefere pensar que estou em sobre o muro. Dúvidas tdos nós temos, ele
disse. Espera uma resposta pra minha “indecisão” num tempo determinado.
Até que a conversa foi melhor do que eu previa, mas meu medo é minha mãe. Não pela reação
dela, mas pela minha. Minha mãe é A MÃE! Como disse ao meu pai, se soubesse que meu
estado de espírito depois desta conversa fosse este já teria falado há muito tempo, mas existe
também uma coisa que não mudaria: o meu crescimento. Todo o sofrimento, todas as lágrimas,
todas as dúvidas e respostas me fez crescer. Se não fosse tudo o que vive até hj não me tornaria
o que sou.
Gostaria de ser senhor do tempo. Hj, não sei se quero voltar ao passado para continuar na
situação em que estava ou ir direto ao futuro para “o mal estar” passar.
6 jul
Tom
P.S. Marlon, sempre que puder continuarei lendo sua vida. Não sei se acabo realmente com o
fake e se leio apenas pelo normal ou se continuo com ele. Por enquanto ficará intacto. O msn
continuarei. Quem quiser me manda um depo que darei quando, um dia, entrar. Aqui, existem
pessoas importantes demais que até pelo meu silencio, estiveram comigo ( obrigado RO, Sader,
Pri,... )
Penso depois deste terremoto até em copiar e imprimir e dar para o meu pai. Existem histórias
que gostaria que ele lesse, mas a sua em especial me traz um certo conforto. Conforto que me foi
necessário. O Caio estava segurando a sua mão quando vc precisou. No sábado, tenha certeza,
vcs seguraram a minha mão.
P.S 2. Não podia deixar de dizer: fiquei com conceito B no vestibular. Obrigado a todos que
6 jul
Flavio
Marcando...
6 jul
Pri Florzinha
Amei Marlon!!!
Perfeito!!!
Lindo!!!
6 jul
Pri Florzinha
Bj querido
6 jul
JONTAN
Ola.Marlon.
Boa Tarde.Que maravilhoso perceber como é bom estar ao lado da pessoa amada,a vida tem uma
luz especial,tudo fica mas fácil e bonito dese viver.Continue assim,abraços.
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6 jul
мαтєυѕ
6 jul
SOU NINGUEM
Marlon, será que naum dava pra vc fazer um albm com pedaços de fotos suas e do caio. que
essas fotos NAO mostrasse o rosto, mas que msotrasse pelo menos o corpo pra nós, leitores
podermos imaginar vcs!?!
brigadU
6 jul
Aninha
Não. Eu terei o meu restaurante e você cuidará dos nossos seis filhos: Willie Marlon, James
Caio, Aretha Priscila, Latoya Laura, Marlonelson e João.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kk
ameei , rindo muito aqui *-*
marcando ;*
6 jul
Lih
hahaha...
o velho Caio voltou, com ctz...
adoooooro..
bjoo
6 jul
Querubim
6 jul
Em Busca
6 jul
STROVENGA
Massa!
6 jul
RODRIGO! TO MEIO
6 jul
Lena
6 jul
DANNY -
6 jul
Pimentinha
Acompanhando
6 jul
sader koy
Willie Marlon, James Caio, Aretha Priscila, Latoya Laura, Marlonelson e João.
kkkkkkkkkkkkkkkk... tinha que ser o caio mesmo... não amassa a calça marlon, o arroz está
queimando... é ele voltou!!!
6 jul
morgan
AMOO D++++
7 jul
» PσpSC «
Me emocionei também com o depoimento do Tom, desejo tudo de bom a você e que tudo se
resolva.
7 jul
Marlon
_________________________________________________________
Tom, ou outra pessoa que tenha um contato maior com ele (Pri, Ro, sader...), você manda um
endereço de email por depoimento, para que eu possa te escrever algo?
_________________________________________________________
Boa noite
Fui.
7 jul
Paixão
7 jul
Em Busca
aainn...
saudades entaun...
7 jul
safada
SEMPRE AQUI...
7 jul
Mago
Com ctz esse depoimento do Tom chama atençao de todos nós que estamos nesse conto
7 jul
Gin
ai eu pensei que ele voltaria, ficou um tempo off e só apareceu no conto pra dar esse depoimento,
em breve quem sabe ele volta..
espero q ele nao entre no serviço militar ;_; tadinho, essas coisas nao são pra ele :(
uma hora ele tem que voltar, se nao voltar eu vo no rio de janeiro e apronto um escândalo !
OHAEOHIoaei
7 jul
Alex
marcando...
7 jul
JONTAN
Solidariedade
8 jul
Chris
finalmente... marcando!!!
8 jul
==>THUOMAS<==
8 jul
Marlon
Olá pessoal!
8 jul
Marlon
Quando você sabe que as coisas voltaram ao normal? Quando o que era feito antes volta a ser
visto, talvez? Pois era o que estava acontecendo. Eu estava empolgado com aquele beijo, com
aquelas carícias... Quantas vezes o Caio não interrompeu um “namorinho” para salvar alguma
panela no fogão? Eu fiquei na cama suspirando de tédio. Claro, um tédio gostoso de sentir. Isso
até me animava. Eu saí da cama e fui andando até a cozinha:
- E aí, o arroz queimou?
- Não. Mas a água estava evaporando rápido demais.
Ele pegou a panela e pôs em cima da pia, depois pegou uma peneira e tirou a água. Eu fiquei
encostado na parede, olhando-o dominar cozinha como se ele morasse ali desde que nasceu. Eu
esboçava um leve sorriso com aquela cena. Depois que ele resolveu o “caso do arroz”, virou-se e
me viu:
- Ei, está rindo de que?
- De nada, oras!
- Está sim. Fala, o que é?
- Nada, menino.
- Fala!
- Ué?
Ele se aproxima fazendo charminho, me abraça e mantém o rosto bem próximo do meu:
- Vai, Marlonzinho-zinho-zinho, me diz! – choramingou.
- Assim eu não resisto...
8 jul
Marlon
Mas antes de eu terminar a frase, ele tira os braços de mim, fica sério e até um pouco chocado.
Logo depois ele se vira, sem falar nada, e volta para o arroz:
- O que foi isso? – perguntei estranhando aquela atitude.
- Nada.
- “Nada” não. O que foi?
- Nada, já disse.
- Caio, a gente não vai voltar a esconder coisas um do outro não, né?
Ele se vira e me olha com os olhos apertados, como se quisesse enxergar algo longe:
- Como assim “voltar a esconder coisas”? Por quê? Por acaso você escondia algo?
- Não, Caio. Você entendeu o que eu quis dizer...
- Entendi. Entendi o que você disse. Você disse que eu escondia coisas e que agora estava
voltando a fazer isso.
- A gente não vai voltar a brigar, vai?
- Não sei... – disse bravo.
- Caio... ? – choraminguei.
- Ta, desculpa. É que eu... não, deixa pra lá.
- Não, Caio. Fale logo!
- É que eu te chamei lá daquele apelido infeliz.
- Marlonzinho-zinho-zinho?
- É, é – disse impaciente.
- E o que é que tem?
- Não gosto mais desse nome.
- Ah, mas eu acho tão fofo. Sentia falta de você me chamando assim, sabia?
- Pois eu acho bom você ir se desapegando desse apelido, porque eu nunca mais vou te chamar
assim.
- Que besteira, amor. Você criou esse nome, você sempre me chamava assim quando fazia um
charminho. Eu gosto.
- Mas eu não gosto mais. Ponto.
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8 jul
Marlon
Ele voltou para o arroz e eu continuei encostado na parede. Senti um clima muito pesado, bem
parecido com a época em que brigamos. Eu estava prestes a chorar. Ele pegou uma colher, para
soltar o arroz, mas ele fazia de forma agressiva, raivosa. Temi por aquele momento:
- Caio? – chamei por ele – Eu te amo!
Ele parou de esmagar o arroz, soltou os ombros, que estavam tensos e soltou um pouco mais a
colher:
- Desculpa, amor, desculpa. Eu também te amo.
Eu fui em sua direção e o abracei por trás. Fiquei um tempo assim. Ele se encaixou no meu
corpo e me prometeu:
- Vou te dar um apelido melhor que esse, ta?
- Hahahahahahahaha, ta bom!
Evitei uma briga. Com aquilo, ficou claro que o Caio ainda estava ressentido com o episódio. Eu
só não sei se ele me culpava, culpava a si, ou os dois. Parecia mais que ele se culpava. Não era
novidade que, mesmo em menor quantidade que eu, o Caio sentia ciúmes de mim. Mas era
novidade essa sensação de insegurança nele e esse comportamento quase que imaturo. Percebi
que precisava ter mais tato com ele, nessa nova fase do nosso relacionamento.
Depois que ele terminou de cozinhar, fez um suco e almoçamos. Foi um almoço silencioso. Nada
daquela animação de minutos antes, que estava entre nós. Foi triste. Depois eu fui tomar banho e
fomos juntos para a faculdade. O Caio só voltou a ser ele de novo quando encontramos com o
pessoal da sala. Durante as aulas, o Caio parecia solto e até brincava mais, já que agora não era
mais aluno de Marketing. O professor fazia perguntas e o Caio implorava para responder:
- Eu, eu, eu, aqui – levantava o braço.
- Pára, Caio, você não estuda mais aqui – brincou o professor.
- Caio, diz pra mim – gritava o Tom.
O Caio se esticava na carteira para dizer a resposta ao Tom:
- Eu sei, fessor, eu sei! – gritava o Tom.
- Não! Está fazendo gracinha, é? – continuava o professor na brincadeira.
8 jul
Marlon
De fato o Caio fazia falta para todos. Obviamente que não faltavam momentos de piada durante
as aulas e nem pessoas para “substituí-lo”, mas ninguém conseguia fazer como ele fazia.
Ninguém conseguia passar uma idéia de ingenuidade e graça como ele e, tudo isso, com palavras
e gestos que contrariavam a sua infantilidade. Tudo de uma forma que conquistava a todos a seu
redor. Todos queriam imitá-lo, fazer as mesmas piadas, mas não conseguiam ter o mesmo êxito.
Depois da aula, fomos para a lanchonete, como de praxe. Comemos e rimos. O Caio sentou ao
meu lado e pôs uma das pernas sobre a minha. Quando estávamos em público, costumávamos
entrelaçar as pernas por debaixo das mesas, para sermos discretos. Pensei, então “Voltamos!”.
Nos olhávamos entre os copos e as garrafas e sorríamos um para o outro:
- E quando começam suas aulas? – alguém perguntou
- Nossa, vai demorar um pouco. Porque esse semestre já começou, então só próximo ano.
- E você vem para as aulas, então?
- Não sei. Não com a mesma freqüência de antes. Mas venho sim. E festa eu não vou faltar,
claro.
8 jul
Marlon
Fomos para a casa dele. Os pais não estavam, então decidimos esperá-los. A vontade de fazer
amor com ele era grande, mas os meus sogros poderiam chegar a qualquer momento. Ele pegou
uma mochila e uma muda de roupa. Depois ficamos namorando na sala:
- Sinto falta de você aqui, sabia?
- Eu também, mas eu não quero voltar.
- Sim, eu entendo. Acho que será bom para nós dois que cada um tenha o seu cantinho.
- É.
Depois nós fomos para casa. O Luciano já havia chegado, mas já estava de saída. Ele foi buscar
o Tom para darem uma volta:
- Caio, vamos pedir uma pizza?
- Nada bobo o senhor, hein Marlon?
- Eu? – fingindo inocência.
- Não quer que eu cozinhe o almoço...
- Hum... Não!
- Hahahahahahahaha.
8 jul
Marlon
Então eu parava e ficava sentado ao lado dele. Ele esboçava sorrisos maliciosos e continuava
assistindo a TV. Depois ele me olhava rapidamente e voltava a rir:
- Bem, vou pedir a pizza – eu disse me levantando – você ainda gosta de portuguesa?
- Pode ser...
8 jul
Marlon
Ficamos nessa brincadeira até o entregador chegar. Recebemos a pizza e comemos na sala. O
Caio não agüentou mais que duas fatias. Eu até comeria o resto, mas preferi deixar para o
Luciano:
- Vou lavar as mãos e o rosto – disse o Caio se levantando.
- Por que não toma logo banho?
- Ué, eu só sujei as mãos e o rosto com a pizza.
8 jul
Marlon
E espalmei a minha mão no rosto dele. Ele ficou parado na minha frente com os olhos fechados:
- Oops! – eu disse.
- Oops? – perguntou ele.
- Desculpa, amor. Tropecei.
- Tropeçou?
- É...
Nós estávamos sujos de óleo e queijo e começamos a rir com a cena. Depois eu o abracei e
comecei a beijá-lo. Lambi as suas bochechas, tirando o excesso:
- Que nojo! – gritava o Caio.
- É só óleo e queijo.
- Ai, que nojo, Marlon...
- Vem cá!
- Não... – gritou.
Eu o beijei. Enfiei minha língua na boca dele. Ele resistia, desviava o rosto, mas não era o
bastante:
- A gente está fazendo uma papa na nossa cara, Marlon.
- Hum, delícia. Vem cá minha pizza quatro queijos.
- Pára! – gritava euforicamente em meio aos risos.
- Tá, agora vamos tomar um banhinho, né?
8 jul
Marlon
Obrigado a todos.
Boa noite.
Fui.
8 jul
Paixão
um abraço a todos!
bjos
t+
8 jul
Gin
8 jul
Gin
8 jul
safada
AMOO SEMPREE
ADOROOOOOOOOOOOOOOOOO
HEHEHE
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOSSS
CONTINUAA MARLON
Raul
Quase ao vivo...
8 jul
==>THUOMAS<==
marcandooo
8 jul
Em Busca
Lindoooosss...
saudades desse amor espontaneo...
aguardando mais...
Beijin...
8 jul
Prof./Dr. Ruy
marcando
8 jul
8 jul
Pri Florzinha
Tomara que o episódio do apelido não mais se repita e que o assunto fique no passado.
8 jul
Lion
E Tom, cara sei muito bem o que vc passou e esta passando, pq sei que quando isso acontecer
comigo acho que pode ser até pior!!E nessas horas precisamos de amigos!!
Assim como vc miha mãe é minha essencia,uma parte do meu ser!!e do modo como ela fala, e se
coloca em relação aos gays ou bissexuais é muito precoceituosa mesmo e isso so me afasta masi
da verdade!!Pq bi e homo para as pessoas é tudo a mesma coisa , assim como gay é tudo
promiscuo e depravado coisa que não é verdade!!
Vc vai superar isso e assim como a Marlon e o Caio,vc será a minha esperança de ter uma vida
feliz e verdadeira!!Xau
8 jul
Aninha
8 jul
DANNY -
8 jul
мαтєυѕ
Adorooo....
8 jul
JONTAN
Boa tarde.
Marlon.
Percebo que ainda existem algumas feridas para serem cicatrizadas contudo o amor dos dois é
mais forte.
Abraços.
8 jul
Cassiano
Gente to de volta.....
fico feliz por vcs terem se acertado.......
Esperando mais postagens
8 jul
Lih
que fofos...
adooro
...
8 jul
RODRIGO! TO MEIO
ola marlon!!
me responde uma coisa, depois do acontecido, ficou um clima diferente entre vcs,
posso estar enganado mas é dessa forma que consigo interpretar seus ultimos posts!!
Rodrigo lima!!
8 jul
» PσpSC «
8 jul
Pimentinha
9 jul
Marlon
Olá pessoal!
9 jul
Marlon
Nem eu estava agüentando tanto óleo e queijo no meu rosto. Estava ficando nojento. Fomos para
o banheiro, fechamos a porta e começamos a tirar as roupas. Eu fiquei de pé e ele sentado no
vaso. Ele tirou primeiro e seguiu para o chuveiro, abriu a torneira e começou a lavar o rosto.
Depois que eu me despi, fui em direção ao Box, mas não entrei. Fiquei na porta olhando-o se
lavar. Ele estava de costas para mim. Ele se vira em seguida e me pergunta:
- Está fazendo o que aí parado?
- Te olhando.
- Vem logo!
Eu entrei, fechei a porta e o abracei por trás. Eu ainda não estava ereto, mas conseguia sentir as
nádegas do Caio pressionando o meu membro. Depois que ele lavou o rosto, pedi para lavar o
meu. Ele saiu do chuveiro e eu entrei:
- Qual dessas saboneteiras é a sua?
- A da esquerda.
Ele pega o sabonete e começa a esfregar as minhas costas. Desce para as minhas nádegas, vai
para a coxa e sobe para as nádegas de novo:
- Ai, Caio!
- Hahahahahahaha, adoro fazer isso...
- Se aproveitando porque você não tem pêlos. É um filhote de rato.
- Nem me atinge, nem me atinge – brincou ele.
9 jul
Marlon
O Caio tinha mania (e eu já contei isso aqui) de arrancar tufos de pêlo do meu bumbum. Doía
muito, mas, mais que isso, o susto provocado pela dor era pior. Mas eu não posso negar que é
engraçado ver o Caio nu pulando com a vitória da “Batalha...:
- Venci a “Batalha dos pêlos pubianos”!
- Quero ver você vencer a batalha da pressão que eu vou botar em cima de você.
- Nem me atinge, nem me atinge.
Depois que lavei meu rosto, voltamos a nos beijar. Enquanto estávamos abraçados, procurei
pêlos no ânus dele, mas não tinha nenhum. Então voltei a me concentrar no beijo:
- Seu idiota, nem pegamos camisinha!
- Tem na minha calça, seu energúmeno.
- Por que você anda com camisinha na calça, Marlon?
- Muito comum isso. Desde que me entendo por homem que ando com camisinha na carteira.
- Desculpa se eu não me entendo por homem.
- Você é o meu garotinho, lindo, fofuxinho, bagaceira do papai – disse eu com voz infantil.
- Por que, Marlon?
- Por que sim, Caio. Eu sempre andei com elas, ora.
- E estava usando recentemente?
- Não, geralmente eu pedia emprestado: “Ei, já acabou aí? Me empresta essa camisinha!”.
- Dãã!
Porque só fazer amor não nos satisfaz. A gente tinha que rir, tirar sarro do outro, fingir que um
era melhor que o outro na cama, fazer competições... Senão, não seríamos Marlon & Caio. Eu saí
do Box, peguei a camisinha e a vesti antes de voltar:
- Seu idiota!
- O que foi?
9 jul
Marlon
Ele põe as mãos nos quadris, demonstrando raiva e eu fico sem entender:
- Hã?
- Por que raios você vestiu a camisinha?
- Não era para pôr?
- Ai, ai.
- Ah! – percebi o que era – vou no quarto pegar outra.
Vesti uma toalha e saí correndo pela casa. Peguei uma camisinha e voltei ao banheiro:
- Sentiu minha falta?
- Hahahahahahahaha.
Pus a camisinha nova em cima do parapeito da janela do banheiro e voltei a beijar o Caio. Eu o
pressionava contra a parede e entrelaçava as nossas pernas nuas. Como eu sabia o que
aconteceria em seguida, comecei a ficar excitado e o meu pênis ganhou vida junto com o do
Caio. Pressionei mais ainda o meu quadril contra o dele, fazendo-o soltar alguns gemidos. Ele
começou a morder e chupar o meu pescoço. Foi descendo para o meu peito e mordiscou os meus
mamilos. Com uma mão eu acariciava os cabelos dele e com a outra eu puxava os meus. Eu não
suportava tanto prazer. Fazia tanto tempo que eu não fazia amor e eu estava ainda tão carente.
Ele foi descendo para o meu abdome. Como ele estava com as costas na parede, ele escorregava
por ela. Ele foi descendo com os lábios para a minha virilha. Estávamos molhados, mas eu sentia
a boca quente dele. Ele “encheu a mão” no meu membro, ergueu um pouco e começou a sugar o
meu saco. Eu soltei um gemido alto, parecia de dor:
- Doeu?
- Não. Cala a boca e chupa! – ordenei grosseiramente.
Ele voltou a sugar e eu a gemer. Parecia que eu não acreditava que ele estava me proporcionando
tanto prazer e, as vezes, eu bisbilhotava o Caio em ação. Mas eu não resistia olhar muito tempo e
voltava a jogar a cabeça para trás, fechar os olhos e gemer. Depois ele começou a me fazer oral
de verdade. Começou de leve, mas logo depois ele começou a forçar a entrada em sua boca.
Enquanto ele me chupava, eu peguei o preservativo e o abri. Peguei o Caio pelos braços e o
levantei em um único movimento rápido e agressivo. Eu estava louco para “chegar lá”. Peguei a
camisinha, vesti e girei o Caio:
- Vem! – ordenei.
9 jul
Marlon
Eu me encostei na parede e o puxei pela cintura. Ele pegou o meu membro e o guiou. Depois que
ele me direcionou, eu tirei a mão dele e o puxei com força. Ele soltou um grito e, com cada mão,
ele segurou um pulso meu:
- Isso – gemeu ele.
- Assim? – perguntei ofegante.
O caio deixou que o seu corpo se acomodasse ao meu e me deixou no comando. O meu quadril
se afastava da parede, fazendo com que nossos corpos se inclinassem juntos. Depois eu voltava à
parede e ele voltava junto. Estávamos grudados e parecia que não havia nada que pudesse nos
soltar. O Caio gemia instantaneamente a cada penetração. Mas eu não gostava do “básico”.
Segurei o Caio pela cintura e o arrastei para debaixo do chuveiro. Depois eu afastei as costas do
Caio do meu tórax, fazendo com que ele ficasse inclinado. Com uma mão ele se apoiava na
parede e com a outra se apoiava no Box. Deixei que a água caísse entre nós, no ponto exato em
que nós ficamos unidos. Eu voltei a ser agressivo e o Caio voltou a gritar a cada penetração. Ele
não se agüentava (acho que de prazer) e voltou a se encostar em mim. Fui maldoso. Quando ele
retornou, eu o empurrei para baixo com uma das mãos:
- Não! – sussurrava ele.
- Não, Caio.
9 jul
==>THUOMAS<==
camarotee \o/
9 jul
Marlon
Olá THUOMAS!
9 jul
Marlon
Foi quando comecei a forçar mais ainda. Eu até dobrei um pouco os joelhos para que a
penetração fosse mais longa. A água promovia um ruído a cada penetração:
- Seu filho da puta, me deixa subir!
- Ah... não – disse sem fôlego.
Com umas das mãos ele começou a se masturbar e, em poucos segundos (sim, segundos) ele
ejaculou. Eu não poderia demorar muito e forcei mais ainda e não sei como isso foi possível, não
sei onde encontrei tantas forças. Puxei o Caio para junto do meu tórax, apertei mais ainda a
cintura dele. Creio que eu o ergui um pouco, tirando os seus pés do chão e, finalmente, tive um
orgasmo. Quando ejaculei, soltei o Caio. O meu pênis saiu de dentro dele, mas eu ainda estava
expelindo sêmen. O Caio se virou, viu o que estava acontecendo, se aproximou, agarrou o meu
membro com força e pressionou a glande. Eu gritei, mas o grito foi perdendo forças até sumir.
Quando terminei, o Caio tirou a camisinha, pôs de cabeça para baixo e, enquanto eu ainda
buscava forças para ficar de pé e ainda tentava entender como tudo aquilo aconteceu, o Caio
brincava com o preservativo:
- Vamos ver quanto o meu homem cuspiu!
- Caio... – eu ofegava.
- Sim?
- Estou... sem forças.
- Olha só isso – dizia ele sem se importar com o que estava acontecendo.
Na verdade ele se importava sim, se importava e muito. Naquele meu estado mental, eu não
conseguia fazer nada, ou pensar. Ele se aproveitava para se vingar de mim. Eu o maltratava
durante as nossas transas, agia de forma agressiva e não permitia que ele se movesse muito. Isso
o tirava do sério. Mas logo depois era ele quem me maltratava tirando sarro da minha cara:
- Você gozou muito, meu querido Marlon. Parabéns, é um novo recorde!
- Pára – dizia eu querendo rir e abraçá-lo, mas não conseguia fazer nenhuma das duas coisas.
9 jul
safada
BEIJOOOOSSS
AO VIVOO
9 jul
Marlon
Eu levantei o braço, bati na mão dele e fiz com que a camisinha caísse no chão do banheiro. Um
pouco se sêmen caiu e começou a ser escoado para o ralo:
- Oh, não! Willie Marlon, James Caio, João! - gritou desesperado.
- Pára – disse eu puxando o seu braço.
Eu o abracei, ficamos mais grudados que antes e nos beijamos entre uma risada e outra:
- Me respeita, moleque! - brinquei.
Nos beijamos mais um pouco, nos lavamos, vestimos cuecas e o Caio meias e fomos dormir.
Para quem havia se desfeito da metade da energia do dia em uma transa, dormir era fácil. Quer
dizer, na verdade deveria ser, se a pessoa com quem você transa não fosse o Caio:
- Morreu? – perguntava ele enquanto cutucava no meu pênis.
- Não me provoca, Caio – dizia eu querendo dormir.
- Ele morreu, ele morreu. Velho muxibinha!
- Puta merda, muxibinha, não – disse inconformado.
- Muxibinha enrugado da água gelada.
- Pára, Caio, está me desmoralizando.
Segundos depois:
- Marlon?
- Hum... o que é, chato?
- Você viu o quanto você gozou?
- Caio, eu estou com sono.
- É sério. Você não se masturbava? Acumulou? O que houve?
- Foi alegria em te ver. Agora cala a boca e dorme.
- Está bem, velho muxibinha – disse ele balançando o meu pênis.
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9 jul
Marlon
Olá safada!
9 jul
Marlon
Boa noite.
_______________________________________________
Ainda não pude falar com o Tom, mandar-lhe email, mas, se por acaso você (Tom) estiver lendo
isso, saiba que estou aflito por você.
_______________________________________________
Fui.
9 jul
Raul
9 jul
==>THUOMAS<==
9 jul
Gin
9 jul
safada
AHAHAHAHAHA
ADOROOO
PERFEITOOOOO
CONTINUAA MARLNN
BEIJOOOSS
BYE
9 jul
Raul
Eu ainda não comentei, fiquei entre o choque e a falta de tempo, mas fiquei angustiado com a
situação do Tom...
Tom
Espero que veja o recado e faça contato assim que for possível!
Recebo instantaneamente as notificações de scrap e, se estiver on, responderei imediatamente!
Tenha paciência e força, tudo se resolverá!
Beijãããooo!!!!!!!
9 jul
Em Busca
AdoroooOooOooOO...
aguardando mais...
9 jul
SOU NINGUEM
9 jul
sader koy
post 800... é meu... kkkkk... gente, vem cá: chamar o escrotinho maroto, que é tão solícito, tão
esperto, de "velho muxibinha enrugado da água gelada" é o fim... kkkkkkkkkkkkkkkk...
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9 jul
VickViny
Marlon!!
Sensacional o post!
Ele sabe como te zuar. Primeiro se gaba de vencer a "Batalha dos pêlos pubianos" , na
qual tinha inquestionavel vantagem e não satisfeito tenta desmoralizar o Escrotinho Maroto
que tanto o venera. "Muxibinha enrugado da água gelada" parece nome de peixe.
Huahuahuahuahuahuahuahuahua!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
____________________________________________
Tom!!
9 jul
мαтєυѕ
9 jul
Whitney
Impressionante como vc consegue construir e destruir a imagem do Caio .. nenhum outro conto
que eu leio, eu consegui sentir isso! Você é o melhor, esse conto é o melhor .. enfim deixa eu
parar de encher sua bola ... continuaa
9 jul
Pimentinha
Com dificuldade, mas estou respirando kkkkkkk que apelidinho miserável heim !!! kkkkk
9 jul
Aninha
9 jul
Querubim
9 jul
Cassiano
9 jul
STROVENGA
ahuahauhaua
Realmente, vcs dois são diferentes em relação aos demais. kkkkkkk
9 jul
DANNY -
AHUAHAUAH QUE BOM QUE VOLTOU TUDO COM ERA ANTES ... ESTE CAIO É UM
BARATO MESMO NÉ ... KKKKK
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9 jul
sader koy
- nerd´zinho
- minha pizza quatro queijos
- filhote de rato
- idiota
- energúmeno
- garotinho lindo, fofuxinho, bagaçeira do papai
- cala a boca e chupa
- filho da puta
- cala a boca e dorme...
- muxibinha enrugado da água gelada
9 jul
Prof./Dr. Ruy
marcando
9 jul
Lih
meeeeew..
...continuaa..
bjo
9 jul
Ro'(enzo)
9 jul
Flavio
Marcando...
9 jul
Alex
marcando...
9 jul
Raul
Whitney ARRASOU!!!!!
"... Impressionante como vc consegue construir e destruir a imagem do Caio .. nenhum outro
conto que eu leio, eu consegui sentir isso! ... [2]
9 jul
Gin
esperaaaando D:
9 jul
Marlon
Hoje eu não posto, gente. Desculpem.
O sader listando as falas... nossa! Eu ri só de ler o "cala a boca e chupa" e o "cala a boca e
dorme..."
Fui.
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9 jul
safada
SEMPRE AQUI ;D
BEIJOOOSSSS
10 jul
morgan
MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDOMARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!MARCANDO!!!
10 jul
Thomas
uashuahsuahsuahsuahs
ri pakas com a cena
Amando o conto
10 jul
Pimentinha
10 jul
==>THUOMAS<==
10 jul
Pri Florzinha
Adorei!!!!
10 jul
SOU NINGUEM
Marlon, naum eh querendo puxar o saco naum, ateh pq se puxar vai doer muito, mas o teu conto,
pra mim, eh o melhor conto de toda a comunidade atualmente! parabeins e espero que vc
continue! desde que eu entrei nesta comu venho acompanhando alguns contos, o teu eh o unico
que ainda naum terminou e concerteza eh o melhor! abraçois!
10 jul
STROVENGA
Whitney ARRASOU!!!!!
"... Impressionante como vc consegue construir e destruir a imagem do Caio .. nenhum outro
conto que eu leio, eu consegui sentir isso! ... [3]
Sader tbm listou muito bem a troca de carinho entre vcs. hehehehe
10 jul
sader koy
10 jul
RODRIGO! TO MEIO
acompanhando!!
10 jul
» PσpSC «
acompanhando ^^
o Caio é MARA. hehehe
11 jul
Luka$$
Oie...
Tchau.
11 jul
Gin
esperando :)
11 jul
Marlon
11 jul
Whitney
11 jul
theoo72
ao vivo,bom demais.
11 jul
Marlon
Bem, eu consegui dormir. Acordei cedo, pois fomos dormir cedo. Ao abrir os olhos, visualizo o
Caio de frente para mim. Alguma coisa ele tinha aprontado. Sempre que acordo com o Caio
ainda na cama é sinal de traquinagem. Normal mesmo é quando acordo e sinto cheiro de café.
Mas ele estava ali, na minha frente, esperando eu acordar:
- Oi, amoreco!
- Hum... – ainda acordando – fala, o que você aprontou agora de manhã?
- Ai, que horror! – se fazendo de ofendido – Por que você só pensa o pior de mim?
Então eu sinto algo estranho no meu pênis. Sem olhar, eu vou enfiando a mão dentro do cobertor
e, em seguida, na cueca. Sinto algo felpudo e puxo. Uma meia:
- Por isso! – respondi – por que raios você pôs uma meia no meu pinto.
- Porque ele estava todo enrugadinho, todo murchinho. Senti pena do pobre Escrotinho, Marlon!
– choramingou.
- Sei...
- Viu? Agora ele está quentinho. Passou a noite agasalhado.
- Essa meia ao menos está limpa?
11 jul
Marlon
Oi a todos.
=D
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11 jul
Marlon
Ele se levanta, pega o tênis que estava no chão e o atira no guarda roupa, provocando um
estrondo:
- Que ódio! – gritou enfurecido.
- Calma, Caio! – disse já me levantando.
Eu o abracei forte por trás e o puxei para cama de volta. Deitei-o na cama e pude ver o seu rosto
vermelho de ódio. Todo o sangue subiu a cabeça. Abracei-me a ele (eu por cima) e comecei a
fazer cafuné nos cabelos dele:
- Amor, vamos esquecer isso tudo?
11 jul
Marlon
Ele não me abraçava. No inicio, não dei importância para isso, tentava acalmá-lo, fazer com que
o sangue voltasse a circular normalmente, mas depois comecei a me preocupar com isso.
Levantei um pouco o rosto para poder vê-lo. Ele estava de olhos espremidos, com lágrimas
estocadas nos cílios e os lábios para dentro. O rosto ainda estava muito vermelho. Se eu não
estivesse em cima dele e sentisse o seu peito, poderia jurar que ele estava prendendo a
respiração:
- Caio, olha para mim!
E nada:
- Caio?
Ele obre os olhos e folga a boca. Fiquei preocupado com o que poderia vir depois:
- Caio, você não precisa ficar assim sempre que... Meu amor, nós somos tão maiores que isso!
- Eu sei – disse ele grosseiramente.
- Está com raiva de mim? – perguntei aflito.
- Não, claro que não – disse ele com uma voz mais doce – Estou com raiva de mim mesmo.
Ele me empurrou, tirou-me de cima dele e sentou-se na beira da cama. Escondeu os olhos com as
mãos, embora estivesse de costas para mim, e começou a chorar. Eu me estiquei um pouco e
toquei as suas costas:
- Caio... ?
- Eu vou fazer o café – disse ele se levantando abruptamente.
11 jul
Marlon
Decidi não ir atrás dele. Aprendi que as vezes ele precisa ficar só para se conter e refletir. Passei
a não temer o nosso futuro. A única coisa que eu temia era pela saúde dele. Não que esses
ataques de fúria fossem tão excessivos a ponto de me preocupar, mas obviamente que aquilo não
fazia bem a ele. A ele e a qualquer outra pessoa que sofresse do mesmo mau: mau da culpa,
talvez? Mas culpa de que? Acho que era somente o fato de ele ter, sem querer, permitido que eu
beijasse outra pessoa, que o fazia se sentir tão mau. Conhecendo o Caio do jeito que o conheço,
acredito que ele nunca tenha odiado alguém, ou pelo menos não com tamanha intensidade. Nem
mesmo o Sergio, que o dopou, levando-o ao hospital ele odiava. E não disse “odiava tanto”,
disse que ele “não odiava de forma alguma”. Mas o Arthur...
Esperei. Tomei banho, vesti-me e fiquei a esperar no quarto. De repente ele aparece com um
rosto mais amigável:
- O café está pronto!
Ele entrou no quarto, veio até mim, me abraçou e me selou nos lábios:
- Tudo bem, esquece isso.
- Esqueçamos juntos!
Ele saiu em direção a cozinha e eu fui atrás. O Luciano já estava de pé e tomava o seu café da
manhã:
- Bom dia – me saldou ele.
- Bom dia.
11 jul
Marlon
Sentei-me a mesa e me servi do café e das torradas. O Caio comia uma tigela de cereais, mas nós
não costumávamos comprar aquele tipo de alimento:
- De onde surgiu essa caixa?
- Comprei – disse o Caio.
- Comprou?
- Sim.
- O Caio comprou umas coisas para você, Marlon – disse o Luciano.
- Comprou?
- É. Vê o armário – continuou ele.
Eu me levantei e abri uma das portas. Tinha mais uma caixa de cereais e algumas coisas doces.
Alguns pacotes de café e outros alimentos dos quais não lembro. Virei-me para o Caio e o
questionei:
- Por que você fez isso?
- Você comia essas coisas lá em casa. Vi que aqui faltava e resolvi comprar.
- Com que dinheiro?
- Com o meu dinheiro, oras.
- Não precisava...
- Eu quis.
11 jul
Marlon
Fui trabalhar e, durante o expediente, tive uma idéia fulminante. Comecei a caçar na internet um
tipo específico de restaurante. Decidi levar o Caio para jantar. Demorou muito, muito mais do
que eu imaginei, mas eu encontrei o tal restaurante. Marquei uma reserva. Nunca havia marcado
uma reserva em um restaurante antes, me enrolei todo, mas deu tudo certo. Fui para a aula e o
Caio não foi nesse dia. Liguei para ele:
- Oi, amor – atendeu ele.
- Oi, razão do meu viver.
- Ai, que brega!
- Te odeio!
- Odeia nada, você me ama.
- Humf!
- Diga, diga que me ama.
- Eu te amo.
- Gostoso!
- Cala a boca, Caio – disse rindo.
- Diz, amoreco.
- Vamos jantar hoje?
- Jantar fora?
- Sim. Fiz uma reserva.
- Reserva? Restaurante com reserva não deve ser barato.
- Não importa...
- Marlon, não precisa gastar comigo.
- Não pense nos gastos, pense nos lucros. Tenho uma surpresa para você.
- Surpresa?
- Sim.
- Ai, o que será?
- Você terá que ir se quiser saber. Vou pedir o carro do Lu emprestado.
- Se ele for sair com o Tom hoje, vem para cá cedo e nós vamos no do meu pai.
- Certo.
- Eu preciso urgente tirar a porra dessa carteira.
- Enfim, eu vou falar com o Lu.
- Ta, beijos.
- Beijo.
11 jul
Marlon
Liguei para o Luciano. Ele sairia com o Tom sim, mas ele só iria buscá-lo para dormir lá em
casa. Decidimos que, se eu o esperasse chegar, pegaria o carro e, depois do jantar, eu dormiria na
casa do Caio. Passei a tarde adiantando algumas coisas da faculdade no computador e depois fui
me arrumar. O Tom não tardou a chegar e, antes mesmo que eu estivesse pronto, o carro já
estava disponível:
- Vai pedir o Caio em casamento? – brincou o Tom.
- Quase isso.
- Ai, o que é? – perguntou curioso.
- Segredo!
11 jul
Marlon
Fui.
11 jul
Whitney
continuaaaa.
11 jul
Raul
"Segredo"??!!?!!?
11 jul
Gin
11 jul
safada
MARAVILHOSOO
AMOOOOOOOOOO
CONTINUAA
BEIJOOSSSSS
11 jul
theoo72
Ñ quero ser chato mas é só eu q estou sentindo falta do saxofone.vai ser agora no jantar.
11 jul
==>THUOMAS<==
11 jul
» PσpSC «
acompanhando ansioso
a continuação do restaurante vai ser tudo *-*
11 jul
DANNY -
AII QUE BONITINHO ... AI O CAIO AINDA NAO SE PERDOA PELO QUE ACONTECEU
NÉ ... MAIS ISSO PASSA ... ACOMPANHANDO
11 jul
мαтєυѕ
Marcando..
11 jul
STROVENGA
uui
11 jul
Alex
marcando...
11 jul
Lih
aaaaaaaaaahhh..
odeio quando pára no melhor...
¬¬
...continuaaa...
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11 jul
sader koy
acho que o muxibinha deveria ser agasalhado de outra forma... kkkkk... não com uma meia de
chulé, mas enfim... é mesmo né? será que o caio vai ganhar um saxofone? duvido... ninguém
lembra mais do saxofone... kkkk... vamos ver o que acontece... abraaaaaaaaço meus
queridos!!
11 jul
Max
aaaaaaaaah maldadeeee!!!!
segredo??? assim vc me mata!
não entendi o ataque do Caio...
11 jul
Prof./Dr. Ruy
Sinceramente
Li diversas vezes pra ver se eu não tinha entendido ou pulado alguma parte.
11 jul
sader koy
o arthur, amigo do ewerton, estava a fim do marlon, um dia ligou para a casa deles e pediu
pro caio chamar o marlon-zinho-zinho... o caio ficou com ciúmes pq só quem chama o marlon
assim era ele e o tom (de brincadeira)... toda a confusão começou por causa disso e pelo fato
do marlon ter aceitado, num momento de extrema carência, o beijo do arthur... quando o caio
lembra disso acaba tendo esse tipo de reação...
11 jul
Pimentinha
11 jul
Querubim
Mara, Mara!
Próximo capítulo: cena do restaurante!
O que você aprontou, heim, "muxiba"?
kkkkkkk, brincadeira viu?
Bjão, Marlon, sou seu fã.
12 jul
Flavio
Marcando...
12 jul
[Dstv]
Gin
12 jul
Luuuuu
MArlon apareceeeeeeee
12 jul
Em Busca
Marlonnn...
jah????
12 jul
'
12 jul
Marlon
12 jul
Marlon
Seria uma noite para marcar um novo inicio. Essa era a minha pretensão. Caio e eu havíamos
voltado, mas não era como antes. Ainda nos amávamos, mas o clima entre nós ainda era denso.
Eu temia por um desgaste não promovido por algum novo evento, mas sim pelo tempo. Peguei o
carro e fui buscar o Caio. Ele desceu e foi abrindo o portão do condomínio. Ele estava muito
bem arrumado, como sempre. Vestia um casaco de lã preto e por baixo uma camiseta branca
com uma pintura, feita por ele, do rosto do artista Andy Warhol, um jeans simples e um All Star
(sua paixão). Ele ainda estava de óculos e o cabelo, que havia crescido um pouco, caía nas
lentes. Entrou, fechou a porta e me selou com um beijo:
- Estou muito vagabundo para o jantar? – perguntou preocupado.
- Não – ri um pouco – você está charmoso, como sempre!
- Então por que riu? – perguntou rindo também.
- Porque a sua preocupação foi boba. Você sempre está lindo, sempre se veste bem.
- Estou bem vestido para uma festa, talvez não tão bem vestido para um jantar.
- Está sim bem vestido. Não é a mim a quem você deve agradar? Pois bem, para mim você está
tão charmoso como nos primeiros dias em que te conheci.
- Hahaha, ok.
- Você acha que devo subir e cumprimentar seus pais?
- Não, não é necessário. Eles entendem.
- Certo.
12 jul
safada
BOA NOITE
BEIJOOSSS
AO VIVO
12 jul
Luuuuu
Ao vivo!!!!!!!!!!!!
12 jul
Marlon
Chegamos ao restaurante e fomos para a nossa mesa marcada. Não havia muitas pessoas àquela
hora. O que foi bom para mim. Se eu chegasse lá com um monte de olhos direcionados para nós,
talvez eu me deixasse intimidar. Sentamos e fomos atendidos pelo garçom:
- Por hora, só queremos uma taça de vinho. Pode ser, Caio?
- Sim.
O garçom nos mostrou alguns vinhos e nós pedimos um tinto. Ficamos tomando e conversando:
- É só um jantar? – perguntou o Caio enquanto olhava para a taça.
- Como assim?
- Só saímos para comer, porque achamos que seria uma boa comer fora, ou isso é mais que um
jantar?
- Não sei. Vamos esperar que a noite nos mostre o que ela nos reserva.
- Ok.
- Eu quis sair com você porque quis criar um clima romântico para nós.
- Está conseguindo.
- Uhul – disse baixinho e ele sorriu.
- Então... não vamos tirar uma foto junto com um prato de escargot e mostrar para o Tom morrer
de inveja?
- Hahahahahahahaha.
12 jul
Marlon
Olá safada!
Olá Luuuuu!
12 jul
Marlon
Por sorte a mesa era pequena e, como de costume, entrelaçávamos as nossas pernas debaixo dela.
O Caio tirou um dos tênis para poder fazer carinho no meu calcanhar. Ele me seduzia. Enquanto
ele me fazia feliz debaixo da mesa, olhava para o cardápio como se não estivesse fazendo nada
demais:
- Vou pedir algum prato que tenha salada.
- Certo...
- E você?
- Ainda não decidi.
- Você gosta de carne. Pede alguma coisa com carne.
- É...
Pedimos e ficamos aguardando os pratos. O Caio, que estava inclinado sobre a mesa, encostou-
se à cadeira. Ele começou a me encarar, logo depois eu sinto que os dois pés dele estavam sem o
tênis e ele acariciava as minhas duas panturrilhas. Ele sorriu maliciosamente e espremeu um
pouco os olhos. Eu não conseguia competir com a coragem e a esperteza dele. A única coisa que
me restava era rir:
- Você não presta – sussurrei.
Ele soltou um risinho de canto de boca e continuou me agradando por debaixo da mesa. Eu
continuei bebendo o vinho. Antes de os pratos chegarem, alguns músicos subiram num pequeno
palco que, na verdade, não deveria ter mais de trinta centímetros de altura. Apresentaram-se e
nós aplaudimos. A luz do restaurante baixou e as luzes das luminárias das mesas acenderam.
Mas o Caio, até então, não desconfiava de nada quando, de repente, um dos músicos “veste” um
saxofone. O Caio arregala os olhos para o palco e depois me olha:
- Aquilo é um saxofone?
- Sim.
- Que maravilha!
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12 jul
Marlon
Ele voltou seus olhos para o músico. Mas, antes de tocarem a primeira música, o Caio faz uma
cara de estranhamento, me olha de novo e questiona:
- Você sabia que tocavam sax aqui ou foi só uma coincidência?
Não respondi. Não com palavras. Sorri maliciosamente para ele, que me retribuiu com um
sorriso amistoso. Depois ele pôs os cotovelos na mesa e pousou o queixo em cima das mãos.
Tornou-se um garotinho maravilhado com a cena. Ele ainda estava com os pés em cima dos
meus calcanhares, mas agora ele mexia os pés desordenadamente. Ele estava excitado com
aquilo. Era como se ele quisesse pular, dar um pequeno chilique de felicidade, mas não podia.
Então ele ficou batendo com os pés. Sentindo aquilo, fiquei satisfeito com a minha idéia, mas
não poderia deixar de pensar que diante de mim estava um garotinho sapeca. Então ri:
- Por que está rindo? – perguntou ele rindo mais ainda.
- De você, obvio.
- Ai, o que você queria?
12 jul
Marlon
Os pratos chegaram, mas o Caio nem deu bola. Não tirou os olhos do saxofonista. Ele era um
senhor de cabelos completamente brancos, usava óculos e uma roupa bem típica dos senhores
simpáticos: um casaco de lá com losangos e uma camisa branca de botão por dentro. Ele sentou-
se em um banquinho e arrumava o instrumento. A cada segundo que antecedia a música, os pés
do Caio ficavam mais impacientes. Era divertido e muito gracioso. O Caio é em si gracioso, mas,
naquele dia, estava mais ainda. Minha vontade era de que estivéssemos só nós três, numa sala
com um tapete ao chão e com muitas almofadas; o saxofonista tocaria e nós escutaríamos
abraçadinhos. Comecei a comer, mas o Caio não tirava os olhos do saxofone. Quando a música
começou, os pés do Caio começaram a bater mais forte. Só que o sax não tinha sido introduzido
na música. O saxofonista balançava a cabeça e sorria com a melodia. O Caio olhava para aquele
senhor e se emocionava com tamanha simpatia. Depois, o senhor se levantou, foi em direção ao
microfone, levou o sax a boca e começou a tocar. Os pés do Caio pararam. Ele continuou com as
mãos apoiando o queixo, mas o sorriso se desfez:
- Que coisa linda!
Tive medo de avisar ao Caio de que, se ele não comesse logo, a comida esfriaria e acabaria
quebrando o encanto de tudo. Mas foi necessário avisá-lo:
- A comida chegou, Caio.
- Aham, eu vi – disse sem tirar os olhos do saxofone.
A primeira música demorou para acabar, mas quando enfim acabou, o Caio aplaudiu
incansavelmente:
- Que coisa maravilhosa!
- Sim, é muito bonito.
12 jul
Gin
AO VIVOOOO :D
12 jul
Marlon
12 jul
Marlon
Olá [ro]!
12 jul
Marlon
A segunda música já havia começado, mas ainda estávamos conversando. Ele achava graça
naquele episódio, mas eu não:
- Sério que eu fiz isso? – perguntei triste.
- Sim. No segundo e ultimo email que você me mandou, você disse simplesmente que já tinha
contato e que já havia me dito isso antes e que não tinha culpa nenhuma se eu não havia
conseguido o meu par.
- Como eu fui grosso!
- Hahahhahaha, um pouco. Mas não demorou muito e as aulas começaram. Tive medo de você.
- Medo? – perguntei espantado – Medo de mim?
- Sim. Achei que você tivesse algum tipo de raiva minha. Sei lá... Evitei ficar próximo de você e
tentei não te dar bola. Achei que você pudesse estranhar. Você aparentava... quer dizer, você
ainda aparenta ser um cara violento.
- Caio... – gaguejei – eu nem sei o que te dizer.
- Ria comigo. É engraçado agora. Veja tudo o que construímos e veja que nada do que temos
hoje pode ser comparado a esse episódio. Hoje nos amamos, mas, naqueles emails, tivemos um
momento de estranhamento e nem mesmo nos conhecíamos e nem prevíamos o que iria nos
acontecer. A vida é mesmo engraçada.
- Por isso, então, demorei tanto para te conhecer. Eu ficava ansioso a cada dia de aula, pois ainda
não havia nos aproximado e eu queria muito que fôssemos amigos. Era você quem se afastava e
não era por acaso.
- Sim. Lembra o dia em que você esbarrou comigo no banheiro?
- Lembro. Claro que lembro!
- Você me machucou sim. Mas eu disse que não. Fiquei com medo.
- Caio... – choraminguei.
- Viu? Você não se lembra de tudo! – gabou-se ele enquanto bebia o vinho.
- Desculpa.
- Imagina se eu vou ligar para isso agora.
12 jul
Marlon
Ele deixou a taça na mesa e voltou-se para a melodia do sax. Virou-se mais uma vez para mim e
sussurrou:
- Obrigado pela surpresa!
Eu ri sem graça. Como pude fazer aquilo? Depois de um tempo, também achei engraçado.
Enquanto ele se deliciava com o sax, eu ri de mim mesmo. Consegui enxergar que naqueles
emails eu era o Marlon heterossexual machão e que nunca daria bola para homem algum. Rugi
como um leão para um cara pentelho através de emails e, sem ligar uma pessoa à outra, me
apaixonei sem querer por um homem do qual eu mesmo havia me afastado e hoje eu babava de
todas as gracinhas que ele fazia. Ri de mim:
- Marlon?
- É realmente engraçada a vida.
Ele riu e me fez um carinho rápido no calcanhar. Eu terminei meu prato e chamei o garçom.
Passei-lhe um guardanapo de papel enquanto o Caio se distraia com a música. Depois que o
garçom foi embora, reclamei:
- Caio, sua comida vai esfriar.
12 jul
Marlon
Sem tirar os olhos do palco, ele tateou a mesa com a mão a procura do garfo. Depois que o
achou, catou alguma coisa no prato e o levou a boca sem olhar o que estava comendo. A alface
ficou pendurada na boca dele e era uma folha grande:
- Caio?
- Hum? – sem me dar bola.
- A alface!
Ele sugou a alface como se fosse um macarrão e continuou comendo. Chamei o garçom
novamente e pedi-lhe de novo o cardápio. Queria algo doce que combinasse com o vinho:
- Caio, quer a sobremesa agora?
Ele balançou a mão sem mesmo olhar para mim em sinal negativo. Ri mais ainda e dispensei o
garçom. Depois que a música acabou, ele me olha:
- Queria mais vinho...
- O garçom esteve agora a pouco aqui.
- Ah, nem vi – choramingou.
- Você nem está me dando bola – fingi tristeza.
- Oh, que menino mais chorão.
12 jul
Marlon
Quando o garçom trouxe o doce e o vinho, o pedido que eu o havia feito começava a ser
executado: o saxofonista anunciou:
- A pedidos, “Singing In The Rain”!
O Sax começou a tocar e o Caio começou a cantarolar a música (para quem não conhece, essa é
a música que dá nome ao filme “Cantando na Chuva” e o Caio ama os musicais clássicos). O
Caio dançava com os pés em cima dos meus calcanhares. Percebi que agora era que o Caio não
me daria a menor bola mesmo. Então fiz o pedido de mais uma taça para ele e pedi também o
mesmo doce que eu comia. A cada intervalo da letra da música com a melodia, o Caio levava a
mão ao coração e apertava o peito. Ele estava tremendamente emocionado. Eu quase chorei. O
show do Caio estava no palanque e o meu estava a menos de um metro de distância. Eu olhava
cada mudança nas feições dele e achava tudo lindo. Quase ao fim da música, o Caio canta:
- “Just singing, and singing in the rain” – e suspira em seguida.
A música acaba e ele é o único do restaurante que se levanta e aplaude. As pessoas do local não
eram e não estavam tão animadas como o Caio. Na verdade as pessoas até mesmo conversavam
sem pudor algum enquanto os músicos tocavam. De certo, o fato de o Caio ter levantado e ter
aplaudido chamou a atenção de todos, até mesmo da banda. O saxofonista avistou o Caio e o
saudou levantando o copo de conhaque que tinha ao lado. O Caio imediatamente pegou a sua
taça e respondeu a saudação do velho músico. Depois ele se sentou, pousou a taça, pediu as
minhas mãos com as suas por cima da mesa e disse:
- Esse é um dos dias mais felizes da minha vida!
12 jul
Marlon
Fui.
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12 jul
Luuuuu
12 jul
Gin
ai que lindoooooooo
realmente, musica é tudo qdo se fala de romance *-*
voce soube fazer tudo, marlon.. perfeitamente.. vale a pena, eu ja toquei sax uma vez, eu gostei
mas nao é meu estilo pois prefiro violino, cello, piano.. mas o sax tem um som completamente
romantico e sedutor, o estranho mesmo é q vc vai sentir q tem uma barriga enorme qdo toca
AEHIOOIhaehoIAEOae
abraços
12 jul
Raul
Precisei dar uma saída, mas acabo de voltar e vou (enfim!) ler...
12 jul
safada
CONTINUAAA
BEIJOOOSSS
BOA NOITE ;D
12 jul
Prof./Dr. Ruy
sader koy
Obrigado por me "explicar"...eu até havia cogitado que fosse isso, entretanto achei meio sem
sentido, semplesmente pelo fato de ter sido o próprio Caio quem disse as palvaras que o irritaram
"Marlonzinho zinho zinho"...
Bem...mas o conto é muito bem escrito e somente esta passagem que, para mim, foi um pouco
confuza.
12 jul
Raul
Mas também pode ser porque, contra todas as possibilidades ruins, vejo o resgate de um clima...
não.
Não há um 'clima sendo resgatado'.
O quê acontece é uma evolução a partir de tudo que havia antes, e nada será como antes.
Duas crianças pararam de brincar de amor e resolveram se amar como homens, conscientes de
sua história, de seus erros, amadurecidos a duras penas.
12 jul
sader koy
o marlon disse que às vezes, sem querer antecipamos o que vai acontecer... várias vezes peguei
no pé dele por causa dessa história do saxofone e coincidentemente o theoo72 se referiu ao
sax ontem e eu também... nem imaginando que esse instrumento iria protagonizar uma cena
do conto... marlon, eu não chorei, eu quase me afoguei aqui, pra vc ter uma idéia, fiquei tão,
mas tão emocionado que não conseguia ler, de tantas lágrimas que “deliciosamente” rolavam
pelo meu rosto... essa história é tão linda, que muitas vezes nem parece real... a camiseta do
caio com a pintura do andy warhol (é a cara do caio mesmo, rsrsrs), vc também disse uma vez
que nunca conseguiria surpreender o caio (e surpreendeu a todos nós!), a alegria dele com o
senhorzinho tocando sax e mais a sua sensibilidade ao pedir “singing in the rain”, já comecei
a viajar imaginando vcs dois dançando na chuva como o saudoso genne kelly, que lindo
marlon... vc transborda esse meu coraçãozinho com tantas emoções (fui brega agora, mas
tudo bem, srsrs)... já estou chorando de novo... me fogem as palavras pra dizer o que estou
sentindo... mas são os melhores e mais puros sentimentos que alguém possa ter nessa vida...
obrigado, obrigado, obrigado, obrigado querido marlon... por um momento cheguei a pensar
que ao final desse jantar e dessa surpresa maravilhosa iria aparecer um “the end”... que
medo... ainda falta o caio te levar para escalar o monte everest... kkkkkkkkkkkkkkkkkk...
12 jul
Pimentinha
Lindoooooooooooooooo!
12 jul
[Dstv]
12 jul
Tonny
Esse post foi muito emocionante!!!! legal eu também sou todo bobo quando se tranto de
musicais..... cheiro!!!!!
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12 jul
STROVENGA
Que lindoooooooooooooo
Fiquei emocionadissimo. Demais Marlon
12 jul
Luk
Retomando a leitura...
Bom, antes de td quero reafirmar q sou fã desse seu conto (simplesmente the best!).
Estive afastado e perdi muito da história e fiquei triste por infelizmente por ter sido deletado.
Mas graças a nossa AMIGA Pri-Florzinha (sou seu fã tb desde a criação da comu "O MÉDICO
[the best too]) que nos presenteou com a repostagem.
Enfim, acabei de copiar e salvar este conto e já retomei a leitura... assim que puder estarei vindo
aqui para fazer algum comentário, ok?
Meus parabéns por nos proporcionar tantas emoções através de sua história...
Bye
12 jul
VickViny
Marlon!!
Foi maravilhoso. Creio que nada que eu diga possa exprimir com justiça o efeito dessa
história em mim.
Parabéns!
Beijos!!
12 jul
Flavio
Perfect...
Marcando...
12 jul
» PσpSC «
abraços
bom início de semana.
12 jul
Marlon
12 jul
Marlon
Quando ouvi o Caio dizer aquelas palavras entre lágrimas, me emocionei junto com ele. Ele fez
aquela confissão e imediatamente voltou-se para o saxofone. Ficamos ainda mais um bom
tempo. Quando a banda se retirou, o Caio teve um pequeno ataque de pânico:
- Marlon, eu vou falar com o cara do sax e já volto – e saiu correndo.
Nem me deu a oportunidade de falar nada e foi atrás do músico. As luzes acenderam e eu senti
uma pequena dor nos olhos devido a repentina mudança de iluminação. Depois de algum tempo,
ele volta saltitante. Senta como um raio e engole todo o vinho de uma vez:
- Te amo, te amo, te amo! – sussurrou ele.
- Ama mesmo? Não vai me trocar pelo tiozinho do sax?
- Hahahahahhahahaha, besta!
- Vamos agora ou quer ficar mais um pouco?
- Agora, agora, agora!
- Tudo bem.
12 jul
Marlon
Chamei o garçom para que ele trouxesse a conta. Quando ele se foi, o Caio falou:
- Vamos dividir a conta, ta?
- Não, Caio.
- Sim, Marlon.
- Eu faço questão.
- Eu também faço.
- Mas eu convidei.
- E eu usufrui, devo pagar pelo o que consumi também.
- Caio...! – em tom de bronca.
- Nananinanão!
12 jul
. Guh
\o/ ao vivo :)
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12 jul
Marlon
Quando o garçom voltou com as duas notas, o Caio tirou dez reais do bolso e deu de gorjeta. O
garçom ficou visivelmente contente, agradeceu e saiu:
- Hum, viu o sorriso?
- Pára, Caio! – já rindo.
12 jul
Marlon
Oi . Guh!
12 jul
Raul
12 jul
Marlon
Quando chegamos em casa, o pai do Caio estava na cozinha bebendo água. Quando ele nos
ouviu entrar, dirigiu-se para a sala:
- Olha, chegaram os pombinhos!
- Pai... – gritou histericamente o Caio.
- Caio, quer acordar o prédio inteiro? – brigou meu sogro.
- Desculpa... – se fazendo de ingênuo – é que... pai, tinha um cara tocando sax e aí “Singing in
the rain”!
- Hã? – perguntou o pai dele.
- Tinha sax e tocaram “Cantando na chuva”!
- Tinha onde? O que?
- Pai, pára e pensa – então o Caio falou tudo o que queria dizer bem devagar.
- Ah, vocês foram para um lugar que tinha sax e tocaram “Cantando na chuva”?
- Nossa, demorou, hein? – reclamou o Caio.
12 jul
Marlon
Oi Raul!
12 jul
Marlon
O Caio se jogou no sofá. Então ele faz um gesto com as mãos: aproxima o dedo polegar com o
dedo indicador, fazendo sinal de “pouquinho”:
- Um vinhozinho, só isso!
- Eu não tenho culpa de nada – eu disse.
- Eu sei, Marlon, eu sei – disse o meu sogro olhando para o Caio.
- Eu vou dormir. Eu e ele, ô – disse ao seu pai, apontando para mim.
Meu sogro e eu nos olhamos e fizemos cara de “O que ele está falando?”:
- Caio, vai para cama, vai.
- Boa noite – eu disse para o meu sogro.
- Boa noite, Marlon – disse ele rindo da cena.
12 jul
Marlon
Quando chegamos ao quarto, ele pula na cama e começa a rir com a mão na boca:
- Foi engraçado, né?
- Você estava fingindo?
- Claro. Você acha que eu fico bêbado com duas taças de vinho?
- Então por que você fez isso?
- Para ele ir dormir logo.
- Hahahahahahahaha.
- Vem, deita aqui comigo – disse ele batendo no colchão.
Eu comecei a tirar a roupa e ele também. Depois eu fui deitando, me enrolando ao lençol e me
abraçando a ele. Ficamos agarradinhos. O Caio pousou o seu rosto entre o meu queixo e o meu
ombro esquerdo. Ficamos calados olhando para a porta a nossa frente. Foi um longo tempo
calado:
- Caio?
- Marlon?
- Por que nos calamos?
- Sei lá, não tenho o que falar...
- É, nem eu...
E dormimos.
12 jul
Marlon
12 jul
. Guh
12 jul
Raul
Lindo!
Engraçado!
Comovente!
12 jul
Flavio
Marcando...
Perfect!!!
12 jul
safada
BRILHANTE
PERFEITO
COMOVENTE
LINDO
MARAVILHOSO
AMO
ADORO
AII SEM COMENTÁRIOS RSRSRS
BEIJOOOSS
CONTINUUAAAAA
12 jul
Pimentinha
12 jul
[Dstv]
12 jul
Gin
12 jul
Max
Aaaaaah eu vi que o tópico estava sendo 'upado' com frequência, mas não achei que vc estivesse
postando, pq normalmente vc posta de madruga...
poooxa perdi ao vivo por tão pouco hahahahahah
adorei
12 jul
==>THUOMAS<==
12 jul
Luka$$
13 jul
Lih
AMO DEMAIS...
fuui
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13 jul
Luuuuu
13 jul
morgan
13 jul
Paixão
13 jul
Em Busca
LindooooOoOoOoOO...
13 jul
Querubim
Marlon,
to emocionado pra caramba!
Que passagem linda no seu conto!
Aí entrou o saxofone...
Marlon, só uma coisa: seu conto está acabando?
Sei lá, de certa maneira me bateu uma tristeza,
do conto acabar de maneira triste, como "o terceiro travesseiro".
Está tudo muito maravilhoso...
Boa semana.
Bjão.
13 jul
Tom
Não sei se estou chorando pelo efeito do vinho-,... se estou chorando pelas coisas que estão no
meu profile e pelo conto em si... ou se choro por saber que com um refrão feliz que estou
cantando, cantando na chuva! Ahhhh meu Deus, como pode. Tenho que entregar esse notebook
rapidinho pra vizinha, mas a minha vontade é de roubá-lo e ficar aqui cantando, cantando...
PESSOAL, SE EU NÃO FALAR COISA COM COISA, NÃO LIGUEM É O VINHO! RS.
Vou resumir ao máximo do que eu pretendia falar! Não consigo por tudo o que disse acima.
Tudo está combinando, tudo está se encaixando como um quebra - cabeça.
Estou em Petrópolis, na casa da minha vó. Como na sexta retrasada começaram as minhas
provas ao mesmo tempo foi meu último dia de aula e tudo mais que tem acontecido, quase
enlouqueço. Sexta agora acabaram as minhas provas – pq Deus é Pai – e tive a idéia de ligar
pra minha vó pra pedir a ela se podia ir pra Petrópolis. Pq? Meu pai nesse fim de semana está
viajando a negócios e só volta segunda ou terça. Um fim de semana inteiro, a sós com a minha
mãe seria a morte pra mim. Como vcs devem ter notado a minha relação com ela está naquele
“pão com ovo, feijão e arroz,”... o básico.
Em certo ponto, os últimos acontecimentos foram bons pra mim. Só senti realmente o peso da
situação na sexta agora, pois até então estava dedicando totalmente a minha vida aos estudos.
Essa semana abdiquei de minha vida tudo; sem academia, sem televisão, sem som,... Acordava
às 3 da manhã, ia pro col. às 7 e pouca, fazia a prova, voltava pra casa, estudava, estudava,... ia
dormir às 23:30 no máximo estava na cama dormindo de cansaço e assim passavam-se meus
dias. Dizem que sentimentos contrários aos que queremos nos dá forças catastróficas para
mover o mundo e que em tal situação o movi com as pontas dos pés. Confesso que movi meu
mundo transferindo todas as forças para meus estudos. Nesse meio tempo, não tive tempo de
chorar, lembrar-me de que existia felicidade, de que existia festas, risos,... estou até com a mão
esquerda enfaixada.
13 jul
Tom
Sexta fui pra casa, arrumei minhas malas, fui direto pra casa da minha vó e fui a Petrópolis.
Sem exageros. Dormi de 16 e pouca até meio-dia e alguma coisa de sábado. Sei que mesmo sem
pedir, minha vó avisou minha mãe do que eu estava fazendo. Obvio, se não conheço minha vó
essa semana pintarão por aqui meus primos, tios, se possível até meus pais. Todos aqueles que
puderem me “presentear” com a magnífica presença, não deixando mais a solidão que vivo
agora ficar. Uma solidão gostosa. O clima ameno que não sinto desde a festa dos meus 14 ans -
21 de março fez 3 ans - está sendo tão bom. Uma solidão fortificante. Quer dizer, a tia Ana tem
sido muito mais do que aquela que tem enchido meu bucho – cheguei aqui com 71kg, se sair
daqui com 75 será o mínimo pelo tanto que tenho comido. São doces de todos os tipos - aqueles
de potes, meu Deus -, salgados finos, comidas - ela lembro que eu amo frango! hehe -, etc.
Não paro de comer... haushaush
Está sendo maravilhoso esses dias por aqui. A minha pretensão seria ficar até semana que vem,
véspera do aniversário da minha mãe – dia 29 –, mas depois que terminei de me atualizar de
tudo daqui, quero enfrentar a vida. A única coisa que tenho feito aqui é pensar, tocar piano,
pensar, comer, pensar,...
Cheguei a conclusão que não estou fazendo bem a mim. Por um ponto estou descansando.
Aliviando meus sentidos e me preparando pra uma conversa que, no momento não quero que
tire meu bem estar. Mas por outro lado, estou fugindo dos meus problemas. No sábado
retrasado quando cheguei do prevest, minha mãe estava meio que choramingando na cozinha.
Chegou até me perguntar se eu era amigo dela, se escondia algo dela. Disse que não e era sim
amigo dela. Ela chorou mais ainda e disse que preferia morrer ao invés de estar passando por
aquilo. Minha relação com meus pais sempre foi diferente. Meu pai, médico, sempre em
hospitais, clínicas...
Minha mãe foi aquela que esteve em todos os momentos. Não culpo nunca meu pai.
13 jul
Tom
Sei que ele tem um certo remorso por isso, pois é tão apegado a mim quanto o ar que se respira.
Filho único, mas esse é o preço de termos uma vida num certo ponto bom. Meu pai é aquele que
sempre que podia contava histórias, cantava pra mim, me ensinou a tocar piano, incentivou o
meu desejo pela leitura. Minha mãe é aquela mãe que me ensinou os detalhes de uma conta
matemática - ela é profª de estatistica -, me levava a escola, me ensinava o certo e o errado -
além de tudo é piscopedagoga-, brigava comigo quando tirava uma nota baixa, enfim, uma
mulher de uma riqueza de experiências numa força de olhar. Uma mulher que posso dizer com
M maiúsculo de mãe e mulher. Não teve a boa vida que meu pai teve; sempre lutou por tudo.
Pagou seus estudos médios, sua facul. foi feita com louvor e trabalho. Nasci e sua dedicação foi
toda a mim. Hj, temos uma relação de amigos, mas abalada. Por isso, o meu desespero. Sempre
fui apegado aos 2, mas a ela...
É difícil ter que conviver com uma pessoa que se tem uma relação assim e ela nem olha na tua
cara de uma hora pra outra, nem fala contigo direito, fica te olhando – discretamente – como se
quisesse descobrir quem és, quem é seu próprio filho. Já a relação com meu pai, por sua vez a
maioria dos momentos foi conturbada. Sempre comparei seu amor de pai com aquele amor que
a Flora tinha pela Donatela da novela A favorita. Parece absurdo, mas sei que meu pai é capaz
de tudo por mim – dentro dessas circunstancias que é minha vida. Agora, ele está realizado. O
que ele sempre quis, temos: um segredo comigo. Pra ele isso nos faz mais amigos, entendem?
Se for olhar bem, temos um segredo. Ninguém sabe de mim - ele quer acreditar que estou em
cima do muro e fico chateado por isso... me sinto mal -, minha mãe de um jeito de outro não
dirígisse a mim e ele que sempre ambicionou a nossa relação está no papel dela.
13 jul
Tom
Essa semana tenho até dado risada com seu comportamento, pois mal dava 4hs da manhã e eu
acordava “atrasado” pra continuar estudando e já tinha um Ades e um misto quente pra mim do
lado da cama. Meu pai sempre foi muito fofo comigo, mas seus ciúmes – ele não tem ciúmes com
minha mãe que é estilo aquela mulher morena linda que apresenta o TV Fama – comigo sempre
atrapalharam. Pra uma garota me namorar eu teria que traze-la aqui, assim ele sempre disse!
Kkk
Por esse motivo e outros, com esse assunto de garotas, nunca misturei meus pais. Dizem que sou
galinha...
...não acho! kkk Sou muito chato pra isso, então,...
Hj parecemos dois irmãos! Mesmo em certas situações durante essa semana ele estando ríspido
comigo, dizendo que eu estou errado e ainda quero ficar teimando, estamos neste dualismo.
Uma hora estamos bem outra quando digo algo contrário ao que ele pensa só falta voar em
cima de mim dizendo que eu estou errado com os meus pais e ainda quero enfrentá-los. Errado
no que?! Às vezes me dá raiva de mim mesmo por ter tanta compreensão comigo mesmo e muito
mais com outros... dá raiva saber que a realidade é tal e que pode acontecer isso, isso e aquilo e
eu tenho que ser de tal jeito. Estão me entendendo?! Nem eu me entendo, então não se
preocupem.
Bom meus amigos, estou neste impasse, mas que ao terminar de ler o conto me fez rir - não é o
álcool!
Uma: o crescimento instantaneo do Marlonzinho -zinho -zinho. ups' Foi mallll! kkkk
Dois: Não lembro quem foi que criticou, mas comentou que a relação entre o Marlon e o Caio
era de submissão.
Realmente, quando se está amando a relação entre pessoas é de submissão. Uns cedem... esses
também são priveligiados.
Três: Os últimos posts me fizeram lembra de mim. Eu adooro cinema, música,...
quando começou a aparecer na tv aquele comercial do jornal O globo que o cara adivinhava
tudo que era filme diziam que era eu. haushaus
Meu pc é lotado de música dos clássicos e isso são coisas que não escuto a muito tempo. Ai a
Era de Ouro!
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13 jul
Tom
Quando estava passando o show do Roberto Carlos no sábado, entrou exatamente esse assunto
com a família da tia Ana. Eu, ela, o marido dela, o irmão dela, cantando New Yorkkk, New
Yorkkk! kkkk
Aiai CHARLIE CHAPLIN. Nossa...
Quando começou a surpresa do jantar eu já estava emocionado, mas quando vi Singin in the
rain, comecei a rir e cantar. Os pésinhos nunca podem ficar parados! kkk
Eu, todo encolido, com um taça na mão, na cama cantando i'm happy again, i'm laughing at
clouds, so dark up above, the sun's in my heart,...
Efeito do vinho? pode ser pq não sou muito chegado a bebida alcolica. Únicas coisas que bebi
na minha vida - entre 1 ou 2 copos - é champagne, vinho, acho que só.
Mas que estou feliz realmente por este ponto da história e pelos degraus acima no amor das
duas pessoas mais faladas do orkut - sim, Marlonzito, acredite que as pessoas que passaram no
meu orkut a maioria vieram do seu conto - que me deixa tão feliz. Acredite que eu estou feliz. É
impossível falar que não se preocupem comigo, mas preciso falar: não se preocupem. Obrigado
por tudo e que Deus abençoe a tdos! Chega, né. Vou abrir um tópico só pra mim quando quiser
falar com vcs...
...só não for banidado da comu. antes! hausaushau
BjÃoO pessoas!
P.S. Pessoal, por enquanto não dá pra responder pessoa, por pessoa... depo por depo. 1º que
não estou com o meu notebook; 2º que são 6 e 15 da manhã; 3º é muuuita gente!
P.S 2. MarlonZITO, fiquei super emocionado com a sua preocupação. Por mais dificuldades
que enfrentamos no nosso dia-a-dia sempre estarei rezando por ti e passarei pra dá umas
moitadas dessas que dei agora! Conseguiu o meu e-mail com meus super heróis?! Não se
acanhe de mandar. Estou sempre lendo os e-mails que é mais fácil. O Outlook é meu amigo,
né. kkkkk
13 jul
Tom
P.S 3. Gente, se não me falha a memória vcs sabiam que o Gene K. quando foi gravar tava
tudo muito novo pq esse trabalho seria o 1º falado - sim, ainda era cinema mudo - e que ele
ao gravar esta cena estava muuito doente, com frebra a beça. Aí o diretor dispensou ele,
mas o ator - isso que é profissional - ainda quis gravar. A gravação na chuva não foi apenas
de água...
...mas também "caia LEITE do céu"! haushaus Lindo, lindo, lindo.
13 jul
SOU NINGUEM
13 jul
Diego
Acompanhando Marlon'
_ Ton, meus sinceros votos de felicidades! Que tudo estabilize e você possa aprender muito com
isso e no final das contas - que você fique bem.
13 jul
Pri Florzinha
E choro pelo Tom! Querido, ainda bem que vc nos deu notícias!!! Fico muito mais tranquila! Se
cuida tá! E apareça sempre que conseguir!
13 jul
RODRIGO! TO MEIO
um abraço!!
13 jul
DANNY -
QUE OTIMO ... RUI DE MAIS ... COM O CAIO KKKK ... SO ELE MESMO ... AMANDO
13 jul
STROVENGA
13 jul
Gin
13 jul
Marlon
Fui.
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13 jul
[Dstv]
13 jul
Alex
marcando...
13 jul
JONTAN
conto
adorando tudo.
13 jul
» PσpSC «
xD
13 jul
bruno
Novo leitor.
Amando...
14 jul
Whitney
vcs não vão fazer sexo depois dessa noite ? ... enfim .continua
14 jul
Gin
sexofone kd \cry
14 jul
Math
Olá Marlon...
mas posso dizer uma coisa sobre esse relacionamento d vcs? ELE É MTO DOIDO CARA...
aushuahuahsuhauhsa
mas adorei... vc escreve mto bem e posso dizer q à partir d agora vou ser seu leitor... heheheh
Até mais
Beijos
14 jul
Gin
14 jul
Pri Florzinha
14 jul
sader koy
14 jul
Gin
:D
sader koy
acabei de acompanhar o final de outro conto (e não há lugar no mundo), uma história linda,
emocionante e divertida também... postei pouco lá, o arthur é atencioso e educado, mas me
sinto mais a vontade aqui... mais perto do marlon e do caio, sei lá... loucura minha! então,
nem pense em acabar tão cedo heim sr. marlon? por mim quero ver willie marlon, james caio,
aretha priscila, latoya laura, marlonelson e joão aprendendo a falar, engatinhando, na
escolinha, namorando, fazendo cursinho, prestando vestibular e entrando na facul...
puuuuurrrr favooooorrrr marlon, não nos abandone... tá bom, tá bom, acho que vcs não vão
me aguentar até lá, né? kkkkkk... abraço meus queridíssimos...
14 jul
sader koy
ah! e tem mais: vc e o caio vão ter que dar uma maneirada no "palavriado"... não pega bem
seis criançinhas tão lindas ficarem ouvindo vcs se tratatem daquela maneira tão delicada que
relacionei aqui outro dia...
14 jul
[Dstv]
15 jul
morgan
marcandoO
15 jul
Marlon
Não posto hoje também. Acabei de chegar de uma "coisa importante" aqui em casa (coisa
profissional) e dizer que estou morrendo de dor de cabeça é muito pouco para a dor que esta me
perturbando.
Tom, eu consegui ler o que você escreveu, mas ainda não consegui responder. Devido ao tempo,
talvez eu responda por aqui, ta? Pode ser?
Enfim... obrigado, leitores por tudo!
Fui.
15 jul
Raul
sader koy
Você me mata de rir!!!!!
Marlon
Não se preocupe por não postar!
Espero que a dor de cabeça valha a pena!
Descanse!!!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 971-980 de 2.260
15 jul
Tom
Vcs um dia me matam, viu?! Acho que nada melhor do que uma famílai pra se refugiar. No
caso, eu tenho mais de uma família - sou bobo, né?! -, mas enfim.
Estou indo embora de Petrópolis. Numa péssima condição pq depois do meu último post - que
eu nem sabia que havia postado - fiquei com um certo título de REI.
Bom, preciso falar nada, né?! Culpa minha não é. Concerteza é dos dunit's, do vinho, do frango,
do fondue,... hashUSHauhsuH
Meus pais vieram me buscar ontem. Não necessariamente, foi "a conversa", mas já tive um
prenúncio de tudo o que podemos ter. Foi estilo a minha mamãe:
"Eu não sou uma boa mãe?" "Vc não me ama?" "Foi excesso de amor?" "Foi por eu ter me
dedicado a vc?" "Seu pai sempre reclamou que eu "tirava a autoridade dele", mas acho que ele
estava certo. Nunca gostei de castigos e ele sempre me condenou por te tirar deles 10, 15
minutos depois. Comigo vc sabe que sempre foi na hora. Foi nisso que eu errei?" Fora outras
coisas que não vem ao caso, mas de ambas as partes não ficou claro do que estávamos falando.
O assunto? Não ter falado que cortei o cabelo na sexta - usando meu dinheiro guardado pq eles
bloquearam todas as vias financeiras há algumas semanas - e vim pra cá sem avisar e minha vó
avisando em meu lugar. kkkkk
É pra rir ou chorar? Realmente, eu iria hj ou amanhã - pelo meu estado interno -, mas eles
quando souberam como eu estava chegaram aqui ontem, sem avisar pra me levar embora hj.
Apesar de que já estou melhor depois do chá de boldo que ganhei da tia Ana!
Falando em títulos...
...Marlon, charada pra vc em. Vale um grande abrc:
- QUEM É, QUEM É, QUE DÁ APELIDOS E AINDA TIRA ONDA COM A KRA DO
APELIDADO?
²- QUEM É QUE CHAMA CERTA PESSOA DAQUI DE URSINHO?!
ahushausahsuahsuha
Com esse último eu morri quando soube! Pra deixar claro não sou. Se a pessoa quiser se
pronuncie, mas alguém aqui - só não falo que o Sader pq adoro esse kra - me disse "o nosso
príncipe reapareceu". Que príncipe? Onde? Ele dá autógrafo? kkkk
Gente, só vcs pra me fazerem rir
15 jul
Tom
Bom, só passei por aqui pra dizer que Marlon ta abusando da paciência dos outros e não ta
acreditando nas masmorras – Raulll, saudades suas meu bom!
O nosso castigo concerteza é muuito pior que por chulé no corpo – nem queremos passar por
essa situação desagradável ou correr risco de vida! Aushaushaus
Risco de vida, já basta o que eu estou correndo agora mais um, aí mesmo que eu fujo. Fugir?
Acho que não combina muito comigo, mas me esconder atrás do Sader isso eu posso fazer! Kkkk
P.S. Agradeço a audiência dos telespectadores Pri, Sader, RO, do mais novo Math,...
P.S 2. Esperamos hj que a Rede Marlon’s de televisão volte a transmitir a telenovela “O garoto
e o saxofone”, pois muitos dos telespectadores estão revoltados e desgostosos querendo enviar
cartas, e-mails, telefonar para o dono da emissora Caio Silva!
Por favor, resolva-se logo pois temos fontes concretas informando que um dos telespectadores –
descobrindo quem é, descobre a charada – prometeu revoltado que se isso não acabar irá sair
pelado, gritando “Marlonzinho, Marlonzinho, Marlonzinho...”.
P.S 3. Marlon, meu querido, pode passar o seu recado pra mim por aqui sim! Claro que pode.
Quando eu puder entrar, eu leio.
15 jul
杰弗 Jeffrey
Faz um tempão que não entrava na comunidade, por conta da correria de trabalho e faculdade, ai
essa semana vi esse conto maravilhoso. Não resisti tive que ler ele todo em três dias. bjo a todos
15 jul
Pri Florzinha
Tommmmmmmmmmmmmm!!!
hahahahahaha
Te amo!!!!
Bjs PRINCIPE!
*****
Marlon, espero que a dor de cabeça tenha passado e como disse o Raul, que tenha valido a pena!
Bjs URSINHO!
15 jul
Math
Tom!!!
Beijão menino....
Se cuida, tá?
Sader, Pri e Ro... Valeu pela recepção..... e é vdd... esse conto é mto bom....
15 jul
STROVENGA
Raul, Marlon tá abusando de nossa benevolência. Ele tem de ir fazer um tour pelas masmorras,
pra ver como é lá.
15 jul
sader koy
tom depois que essa poeira baixar, vc vai vir aqui nos contar o comportamento da sua mãe...
posso estar enganado, sei lá, mas acho que vcs vão ser mais amigos do que nunca! vc deve
estar mais lindo ainda de cabelo cortado... põe uma fotinho no seu álbum pra gente ver? acho
melhor vc tomar leite viu? pq quem não sabe beber tem que tomar leite...
usuhauahushuahuhua... ou chá de boldo da tia ana depois!!! quanto aos apelidos e aos
apelidados euzinho não sei de nada não, foi o caio que começou... lá lá lá lá lá... quanto ao
príncipe que eu estava comentando com a nossa amada pri, é vc tom, seu bocó!!! só falta o
cavalo branco! quero autógrafo sim, manda por sedex 10! então né gente... ursinho era uma
exclusividade minha, mas uma certa flor aí já se apoderou do meu apelido... agora virou uma
esculhambação... huahhsuahuahauh... mas tudo bem, nem vou processá-la... tom vc vai se
esconder atrás de mim? como assim? desenha por favor, não entendi...
suhsushuahaauauahua... tô ferrado nada, vcs não imaginam o prazer que é estar aqui,
desfrutar da amizade (mesmo que virtual) de vcs... o carinho da pri... o marlon me chamando
de saderzinho-zinho-zinho (ele me xinga tb, às vezes! shahushuahua)... o nosso príncipe
lindo... esse conto está virando uma família de gente do bem... mudando de assunto, quem
será que vai sair pelado gritando: marlonzinho, marlozinho, marlonzinho? eu que não sou,
não falei nada de sair pelado... ai ai ai... acho que o caio não vai gostar nada disso!!! bjs
nosso príncipe mais lindo de todos os príncipes... vc sempre vai ser nosso campeão de
audiência...
15 jul
Alex
marcando...
15 jul
RODRIGO! TO MEIO
marcando
15 jul
» PσpSC «
aguardando a continuação.
bjos
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 981-990 de 2.260
15 jul
Flavio
Marcando...
16 jul
Marlon
Olá pessoal.
Tom, que bom que você está voltando aos poucos. Quando eu dispor de melhor tempo, a gente
se fala melhor?
Ursinho? Who?
16 jul
Marlon
Apesar de a minha felicidade ser a felicidade do Caio, acredito que eu já tenha tido dias melhores
ao seu lado. Não estou desmerecendo o dia em que o meu garoto encontrou o saxofone, o que
estou dizendo é que esse era o dia dele. Não era o nosso e nem o meu e nem estou dizendo que
não foi um bom dia. Tudo o que acabei de dizer é para justificar a forma como acabamos a noite.
Nada haveria para ser feito depois. Dormimos ao som do saxofone, que ficou na nossa memória.
Sim, também ficou na minha. Afinal de contas, as imagens que eu gostava (e gosto) de lembrar
são as expressões emocionadas que o Caio fazia e os pés daquele menino sapateando em cima
dos meus calcanhares. E tudo isso aconteceu ao som de um sax. Então sim, a música ficou na
minha lembrança também. Ao acordar, vejo o Caio ainda na cama, me olhando. Eu estava
largado de um lado e ele de bruços, com o pescoço erguido e me vigiando com seus grandes
olhos castanhos. Ele esboçava um sorriso débil e com os pés, ainda nas meias, juntos no alto. Ele
agitava os pés e os chocava através dos calcanhares. Eu abri os olhos e foi essa a visão que tive.
Espreguicei-me, espremi os olhos, bocejei e com a maior calma do mundo, perguntei:
- Manda, Caio, o que você fez dessa vez?
- Hã? Hahahahaha, nada.
- Caio...
- Sério, não fiz nada.
- O que você faz acordado aqui na cama?
- Estava te esperando acordar.
- Mentiroso!
- Sério, seu bobão – ele riu – fiquei vigiando o seu sono. Esperei você acordar porque queria
agradecer a noite de ontem e também porque não resisti te olhar mais um pouco.
- Por que será que eu ainda não acredito?
16 jul
Marlon
Ele só riu amigavelmente. Não havia malícia nem qualquer outra coisa que denunciasse que ele
tinha me pregado alguma peça. Aos poucos o sorriso dele se tornou o meu também e eu acreditei
nele:
- Então você só ficou me esperando acordar?
- Sim.
- Por que não me acordou antes, então?
- Já disse o porquê: fiquei te admirando um pouco.
- Me admirando?
- É, Marlon – disse fingindo impaciência.
- E o que você ficou admirando?
- Você está cada dia mais lindo. Está mais homem. Se eu pegar uma das fotos que temos juntos
ano passado, qualquer uma, você verá que estou certo.
- Você também mudou.
- O meu cabelo cresceu? Isso não conta. Não pode ser comparada a mudança que te ocorreu.
Você está bem mais peludo, sabia?
16 jul
Marlon
Ele começou a acariciar o meu peito, que estava totalmente exposto, pois eu estava com os
braços erguidos e jogados em cima da cabeceira da cama:
- Eu ainda lembro de você com a tesoura de unha tentando aparar os pêlos do peito e do abdome
no banheiro.
- Eu achava que você não gostava de muitos pêlos, lembra? – disse rindo.
- Sim, lembro.
- Mas eu também não gostava muito de ser peludo.
- E agora gosta?
- Bem, é mais fácil gostar né? Não preciso ficar me iludindo com a tesourinha e preocupado com
o seu gosto pessoal.
- Mas não é só o peito. O queixo também está bem mais acinzentado. Mesmo que você vá agora
fazer a barba, não conseguirá tirar esse cinza do rosto.
- Já isso eu sei que você gosta, não é?
- Sim. É sexy. E quando você me beija, eu fico sentido a barba roçando.
- E o que mais mudou em mim? – perguntei me espreguiçando mais uma vez.
- Sei lá... Você está mais homem. Suas pernas, seu tórax, seus braços... tudo parece maior.
- Ou seja, eu estou gordo.
- Pode ser.
- Como é?
- Ai, Marlon. E quem te falou que eu não gosto?
- Gosta de gordos?
- Gosto de você. E gosto de homens que são homens de verdade e dos homens que aparentam ser
homens de verdade. Antes você só era homem de verdade, agora você também está no corpo de
um homem de verdade. Você antes era só sexy, hoje você está um perigo.
- Hahahahahaha.
- Ai, é engraçado sim, mas é só olhar para você e perceber o quanto você pode me fazer feliz. E
não digo isso só pelo sexo. O seu corpo está me mostrando que o tempo está passando e nós
ainda estamos juntos. Teremos uma vida segura juntos e... olha só, você será um coroa
gatíssimo.
- Mas eu ainda não quero ser um coroa.
- Tanto faz.
- Acho que você nunca será um coroa.
- Não levo jeito para a coisa.
16 jul
Max
oi Marlon!!
16 jul
Marlon
Ainda estávamos separados. Eu estava descoberto, estirado na cama, com os braços erguidos e
em uma posição vulnerável para qualquer examinada feita pelo Caio. Já ele estava coberto com o
lençol da cintura até a parte de trás dos joelhos. Falávamos carinhosamente sobre um assunto de
teor bastante sexual, mas não nos tocávamos (exceto pela mão do Caio, que passou rapidamente
pelo meu peito). Evidentemente estávamos excitados, mas aparentemente estávamos mais
interessados em falar que fazer amor:
- Então... tudo em mim está maior?
- Hahahahahaha, pára, não força.
- Você parece estar mais homem também.
- Isso não é verdade.
- Eu me lembro das vezes em que eu era hétero e dormia com você na cama. Eu ficava
observando o seu corpo também. Você tem pés grandes e ombros largos. O seu maxilar com
certeza vai ficar maior e você vai ficar com um rosto mais masculino.
- Isso é verdade. Mas é só isso.
- Também não quero que você mude mesmo. Gosto de você assim, já te disse isso.
- Disse que gosta dos garotinhos, mas não serei garotinho a vida toda.
- Será o meu garotinho a vida toda. Você já está nessa idade e nenhum pêlo nasceu no seu peito.
É provável que não nasça mais. É provável também que você não engorde como eu.
- Não disse que você engordou.
- Eu sei... você entendeu o que eu quis dizer – quis dizer que “era provável que ele não ganhasse
tanta massa, seja muscular ou gordurosa” – e é bem provável também que você não fique careca.
- Isso também é verdade. Não conheço casos de calvice na minha família e não tenho aquelas
entradinhas no cabelo.
- Já eu tenho.
- Mas o seu pai não está careca.
- Eu sei que eu posso engordar, ficar careca e perder os dentes, pois você nunca vai me
abandonar.
16 jul
Marlon
Olá ~Max!
16 jul
Marlon
16 jul
'
Oi Marlon!
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16 jul
Marlon
16 jul
Marlon
Eu já estava chorando de tanto rir. Ele falava de forma seqüencial, como se estivesse
enumerando itens de uma feira doméstica. Por exemplo: 1kg de feijão, 12 potes de manteiga, 3
cachos de uva, 1 sardinha em lata... O engraçado do Caio (e creio já ter dito isso muitas vezes) é
que ele fala coisas relacionadas ao sexo como se não fosse nada de mais. Tudo isso misturado
com o rostinho de ingênuo que ele tem resulta numa engraçada prosa. E na verdade o sexo não
deveria ser nada de mais. Se o sexo fosse tratado de forma natural e as pessoas soubessem os
benefícios que uma boa noite de amor proporciona, com certeza não haveria tanta falta de
tolerância no mundo. É mais comum ver na sessão da tarde na televisão um filme onde alguém
explode a cabeça de outra pessoa que fazendo amor. Desde pequenos aprendemos que bombas e
revolveres são coisas comuns e naturais e o sexo é uma coisa feia e suja. Principalmente se for
sexo gay. Mas sexo é tão bom... Imagina então rir dele, ou melhor, rir com ele:
- Pára, pára, pára. Sai! – e me ergui um pouco para me proteger.
16 jul
Marlon
Oi ' Feeh!
16 jul
Max
16 jul
Marlon
O Caio começa a exibir uma expressão maliciosa e começa a se erguer também. Ele fica de
joelhos em cima do colchão e se aproxima de mim:
- Sai, Caio!
Então eu o olho nos olhos e vejo o que eu sempre costumo ver quando ele está excitado. Eu
começo a me arrumar na cama e o olho mais uma vez. Depois eu pego o pênis dele e começo a
pôr a glande para fora, pois o Caio não é circuncidado:
- Quer mesmo que eu mostre?
- Anda logo!
- Foi assim que meu pai ensinou: você põe a cabecinha para fora e segura, depois você pega o
sabonete, uma esponja ou até mesmo a mão e passa nesse espaço entre a cabecinha e a pelezinha
do pinto, pois aqui se acumula muita sujeirinha.
- Seu pai falava “sujeirinha”?
- Hahahahahahahaha, preste atenção no professor.
- Ele não falava “mijo e esperma” não?
- E eu lá sabia o que era esperma?
- Oh, que fofo, que criancinha mais boboquinha!
- Aí, depois que você tira a sujeirinha, vê se não ficou sujeirinha no prepúcio.
- Duvido que o seu pai falava “prepúcio”!
- Psiu, silêncio. Depois disso, você lava o resto normalmente, como se fosse um braço.
- Que braço minúsculo!
- Mas ele fica maior, não fica? – perguntei maliciosamente olhando-o nos olhos.
- Não sei – fingindo ingenuidade – quer testar para ver se cresce?
16 jul
Marlon
Oi Edimundo!
16 jul
Marlon
Fui.
16 jul
'
Paixão
mas...
que bonitinho...
ensinando tudo direitinho eim!!!!
t+
bjo a todos!
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16 jul
safada
AMOOOOOO D+++
PERFEITOOO
CONTINUUAA
PERFEITOO
BEIJOOOSSSSS
16 jul
Pri Florzinha
16 jul
Flavio
Marcando...
16 jul
[Dstv]
16 jul
Pimentinha
Marlon
16 jul
DANNY -
16 jul
Math
Marlon!
16 jul
STROVENGA
Oi Amados!
Pri, Dany, MAth, Raul, Sader e todos os demais amigos.
Que "aulinha" hein? ahuhauhauhauhuah É como diz meu prof de psicologia: "nós sempre
chamamos o ser amado pelo diminutivo e sempre relacionamos coisas do cotidiano e ditas banais
com o ser amado"
Que lindinho e fofo esses dois. É amor demais essas duas criaturas.
Continua aí Marlonnnnnnnnnnn
16 jul
мαтєυѕ
Adorooooo
16 jul
Marlon
:(
Fui.
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16 jul
Lih
num creditoo...
uma semana seem??
tá, né... =/
adoro aki..
bjããoo
16 jul
Em Busca
Beijões...
Boa viagem!
e volte logo!
16 jul
Gin
AOEIHOiaheoHIAEIOoaieoiAOEHoaiehoAIEOI
16 jul
Pri Florzinha
Pode né!!! Ainda mais se a viagem for por uma boa causa...
A gente te espera Marlon, pode ter certeza que estaremos aqui ansiosos pela sua volta!
Bjs
16 jul
Pri Florzinha
16 jul
Chris
Aff... tem como onde vc for viajar não postar um pouquinho para nós não?
kkkkkkkkkk
boa viagem!
16 jul
Math
Marlon...
abração
Pri...
então tá!
não é perva, é? táááá... seeei mto bem disso... kkkkkkkkkkkkkkkk... mas vou abafar o caso...
Bjos linda...
16 jul
Marlon
Acho que não tem como eu fazer post's de onde eu estiver, pois isso implicaria em ir para uma
lan house, onde eu gastaria muito tempo enão teria privacidade. Além do mais, tempo será uma
coisa muito em falta nessa viagem.
Essa viagem é trabalho/diversão. Não sei bem como explicar. Será divertido, sem dúvida. O
máximo que eu poderia fazer são post's-tweet, como se eu atualizasse o que estou fazendo
naquele exato momento, mas também acho difícil que isso acontece, por conta da privacidade
mesmo.
Acredito que eu venha a postar hoje, já que viajo amanhã. Mas é uma possibilidade remota, pois
hoje arrumarei as malas. Estou pior que mulher (me perdoem pela brincadeira, leitoras) não fazia
idéia de que precisava levar tanta coisa.
Bem, é isso.
Fui.
16 jul
Alex
16 jul
sader koy
olha gente, estou pensando em abrir uma escolinha... esse conto me deu tanta inspiração... vcs
não imaginam! o curso é de três anos (até os aluninhos ficarem com muita prática), outra
coisa importantíssima: as aulas são absolutamente gratuitas e as matrículas estão abertas... os
interessados podem deixar scraps para mim... fui...
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16 jul
Gin
qqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq
16 jul
sader koy
16 jul
Gin
16 jul
[Dstv]
16 jul
DANNY -
AIAIAI HEINN RSSS ... MAIS É ASSIM MESMO ... BJS E BOA VIAGEMM MARLON
16 jul
sader koy
oi ro... então, é que fiquei inspirado quando o marlon ensinou o caio a se lavar direitinho...
imagino que muita gente precise aprender... então poderia abrir uma escolinha, entendeu?
tudo grátis pros meus aluninhos... kkkkkkkkk...
16 jul
» PσpSC «
16 jul
Gin
17 jul
Pimentinha
17 jul
safada
SEMPRE AQUII
AMO
17 jul
'
17 jul
Cesar
Olá Marlon é a primeira vez que estou postando no seu conto, eu estava acompanhando outro
conto que terminou terça a resolvi procurar um novo para acompanhar e ai por um acaso escolhi
este e lgo de cara me apaixonei, e gostei tanto q quiria ler tudo de uma só vez, e qdo deipor mim
já era cinco da manhã e eu tinha q entrar no serviço as sete resultado cheguei uma hora atrasado,
minha sorte é que minh diretora tbém se atrasou e chegou depois de mim, rsrsr, e acho que meus
companheiros não me delataram, pois ninguem me chamou a atenção, kkk,mas agor o de
recesso, e pude terminar a leitura e posso dizer até aqui estou amando, um abraço .
17 jul
JONTAN
Comentário.
17 jul
sader koy
já pensaram que chatisse quando o conto chegar ao final? que sexta-feira linda não? pelo
menos aqui no interior de são paulo está um céu azul maravilhoso... ainda não tive nenhuma
matrícula na minha escolinha!!! kkkkkkk.... abraço meus queridos...
17 jul
==>THUOMAS<==
17 jul
sader koy
17 jul
Marlon
Oi gente!
Vez ou outra eu passo aqui para ler os comentários, pois ainda não viajei (viajo na madrugada de
hoje) e estou passando boa parte do tempo na internet, para me atualizar sobre os ultimos
detalhes da viagem.
Já estou prevendo que quando eu chegar terei muita coisa para me atualizar aqui também. Eu sei
que certas pessoas não deixaram esse tópico em paz!
:X
Infelizmente eu não posso responder a todos, mas quero agradecer os elogios e o carinho. Dizer
OI para os leitores antigos e BEM VINDO para os recém chegados.
Fui.
17 jul
sader koy
la la la la la la... certas pessoas... sei sei... esse marlon viu? deve ter um bom seguro de saúde
espero!!! kkkkkkk
17 jul
cris
oi
17 jul
мαтєυѕ
Oiiiii
17 jul
Math
Sader...
eu me matriculo... e como aprendo beeem rápido log posso me tornar profesor tb... pois vai q vc
precise d ajuda, né? *lelele auhsuahsuhauhaushuah
17 jul
Pri Florzinha
Marlon, pode deixar que eu vou colocar ordem na casa, ops, no conto, durante sua ausência!
Ai ai ai, este bando de pervertidos! Deste jeito vão me corromper! Eu, uma moça tão inocente e
pura!
17 jul
Cassiano
Galera
17 jul
Alex
......................
17 jul
Tom
Essa semana está sendo tão nostálgica que não aguento mais. É nostalgia nos meus
pensamentos, é nostalgia nos discursos incessantes dos meus pais, é nostalgia AQUI no conto,...
haushaushau
Mas, sabe, tá sendo tudo tão bom - essa afirmação está acabando com qualquer pensamento de
qualquer um que tenha levado a frase acima como recriminatória ao conto!
Tenho percebido que durante a minha vida toda tenho estado em "uma boate, com músicas de
todos os tipos, danças que vão das mais eletrizantes para a mais sexy em dois, num ambiente
super descontraído e mais ainda: com gente de todos os tipos". Já me falaram AQUI e durante
toda a minha vida que eu falo como se estivesse contando uma história de Shakespeare,
Camões, tocando Beethoven, enfim.
Nostalgia de meus pais por tudo e um pouco mais que acontece. Nostalgia do meu lado por
conseqüência das atitudes deles. Nostalgia daqui por a cada trecho que leio me vem uma cena
familiar e às vezes uma cena claramente nítida.
Se Caio e Marlon não existissem o mundo não seria o mesmo! haushausah
Digo isso pois é pelas histórias deles...
~ que vejo inúmeros amigos que fazem parte de mim;
~ que eu me vejo numa situação conflitante e ao mesmo tempo libertadora;
~ que eu choro de tanto rir a cada parte postada;
Isso daqui que eu não pego, que não exala cheiro, mas que eu sinto, eu vejo e transmito, me faz
um bem que vcs não tem noção. Pode parecer ridículo, mas estou igual um nômade!
Na estrada, vindo pra cá meus primos me chamaram pra ir na estréia do filme do Harry Potter.
Só cheguei em casa, desfiz a mala e fiz outra e parti pra casa deles. Sessão das 21hs, o ingresso
já estava em mãos, cheguei as 19 na casa deles, enfim, tudo uma aventura. Fiquei lá até ainda
pouco!
A realidade estava me gritando. Sei... errei, mas acho que tudo na vida não vem a calhar, mas
sim pq já está tudo escrito. Eu fiz a minha inscrição pro ENEM desse ano, mas não consegui
imprimir boleto algum.
17 jul
Tom
Com toda essa bagunça que tá a minha vida, eu esqueci completamente, mas já havia ligado pro
MEC e eles me informado que me enviariam até dia 10 deste mes. Minha mãe ligou ontem a
noite no parque - sim, só vivo na rua - falando que viu no jornal que hj era o último dia de
inscrição. Falei que ia resolver. Resumindo: não consegui me inscrever por erro do site, minha
mãe citou várias coisas que eu não gostaria de ouvir, mas surpreendentemente eu apenas disse:
"mãe, o futuro é de quem? vc sabe do meu futuro e eu sei dele?" Não sei se ela gostou ou não,
mas disse que eu arcasse com a minha responsabilidade e pronto. Delisgou. Corri pra casa,
passei no banco principal na expectativa de haver oportunidades, fiquei perambulando pela rua
e vim pra casa com uma mala do tamanho de uma televisão. Lembrei que desde pequeno dizia
pra tods que me perguntavam que já tinha uma profissão escolhida. Eu era o orgulho da
família! Aonde que uma criança o que vai fazer? Ele é um gênio! hausahsuahusah
Minha vida está uma zona. Como posso dedicar-me a vesibular, se tenho que dar conta do
último ano do médio tecnico - incluindo que só acabo 3º ano se fizer um estágio, passar nas
matérias normais e técnicas e ainda por cima passar com minha monografia. Quando cheguei
em casa, desfiz tudo, liguei o pc, olhei se havia recebido algo de importante e entrei aqui,
lembrei das "aulinhas" do meu pai no banho. Exatamente assim! hausha
Tomávamos banho juntos sempre que ele chegava do quartel cheio de balas de recheio ou
aquelas dentaturas doces, sabe?! Adoro aquilo. Ele chegava, me acordava escondido, dava-me
os doces e em seguida montavamos um teatrinho pra poder falar pra minha mãe que estava com
insonia e visse meu pai e corresse pra ele! hausahs
17 jul
Gin
:D
17 jul
Tom
Tomávamos banho e ele falava "Segura a linguicinha,... depois enxuga e ao terminar não se
esqueça de esticar novamente a pelezinha e secar senão cria um zoológico! kkkkkkk
Meu pai sempre foi muito mais de substituir nomes por apelidos do que minha mãe. Minha mãe
sempre foi de "limpou esse piru direito?" "Secou as dobrinhas?" Quando pequeno eu era
bolotinha, sabe. kkk
Enfim, um pouco nostálgico, mas inteiramente feliz.
Não pude deixar de rir com o "nos pegam, nos jogam no Google e dizem que nós somos tudo o
que eles procuravam"! kkkk
Não evoluímos apenas com os problemas, mas nosso corpo também. Ahh chega. Vou falar
coisas sem necessidade, criar situações na minha cabeça que não tem valor,...
É, Marlonzinho - ou seria... melhor ficar quieto - boa viagem! Não esqueça do shampoo,
condicionador, escova de dents, perfume,... kkk
Essas sãos as primeiras coisas que separo ao fazer uma viagem. Concordo contigo quando olho
pra minha mala e vejo como parecemos mulheres ao arrumarmos as coisas! kkk
P.S. Saderzinho, contigo me acerto no próximo post! To sem idéias pra te zuar, mas tenha
certeza: esconder atrás de tu depende de ti! ahsuahsuahsu
Uma foto minha de cabelo cortado? Pode ser. To parecendo aqueles playboys com cabelinho
arrepiado e cordão de prata! kkkkk
17 jul
STROVENGA
17 jul
sader koy
18 jul
RODRIGO! TO MEIO
opa!!
adoruuuuu
boa VIAGEM MARLOM!
18 jul
sader koy
quem será que não vai deixar esse tópico em paz? não entendi! kkkk
18 jul
Cesar
19 jul
Alex
marcando....
19 jul
Gin
um up :)
19 jul
» PσpSC «
19 jul
Camillodon
...
19 jul
JONTAN
sader koy
fala aí cesar, e aí PσpSC? ainda tem vagas para a escolinha... façam logo suas matrículas...
kkkkk... tem um aluno do paraná que vai ser meu auxiliar, vcs vão ficar babando... kkkkk
19 jul
Hael
Avalição do Hael
História = Cativante
Personagens = Apaixonantes
Autor = um grande sacana, mas adoro ele. Sua capacidade de escrever bem supera a minha
ansiedade por novos posts.
19 jul
» PσpSC «
===========================
Escolinha do Sader
PROTOCOLO DE MATRÌCULA N° 2469
NOME: POPSC
IDADE: 25 ANOS
OLHOS: AZUIS
CABELO: LOIROS
===========================
19 jul
Alex
Cesar
20 jul
Whitney
...
20 jul
safada
...
20 jul
Tom
haushaus
Esse povo é demais!
Sader, quem é que não vai deixar esse tópico em paz?! Quem?!²²²
Tá igual a música "Cade Dalila? Vai buscar o Sader... Vai buscar o Sader (ups') ligeiro,..."
haushuahsUHSUAHush
Bom dia pessoal! Como vão?!
Como ele disse, aos poucos estou voltando. Mesmo sendo 'o ratão' da informática - hausha
exagerado eu - ainda tenho medo às vezes que entro. É sério...
tenho receios de vez enquando, me cria um panico,...
...é uma frescurite generalizada! kkk
Aos poucos vou voltando. Como estou de férias e só volto dia 3, então, dá pra dar essas
moitadas maiores e aturar o Saiderzinho flando da minha linguicinha. kkk
Up
20 jul
Tom
20 de Julho de 2009
BONS AMIGOS
Machado de Assis.
Bom, esse é um post a parte. Pra quem não entendeu irei dizer em poucas palavras:
Obrigado pela imensa solidariedade e força que tdos etão me dando. É fácil dizer que se tem
amigos, mas é difícil vê-los nas horas mais complicados. Claro que não posso dizer que tenho
vários amigos, mas posso sim falar que tenho pessoas maravilhosas que valem como amigos
pra sempre. Quero desejar a tdos um Dia dos Amigos especialmente maravilhoso! Ligue para
seu amigo, mande um torpedo, deixe um recado no orkut ou simplesmente de um abraço. Ele
é a forteleza que te sustenta em horas difíceis...
...ele é o doce que te faz ver a vida mais bela!
Obrigado minhas fortalezas! kkkk
Tom.
20 jul
sader koy
dá uma saudade dele... mas só de ver que esse menino aí em cima já está marcando presença
aqui, já fico feliz da vida!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.071-1.080 de 2.260
20 jul
Pri Florzinha
Bom dia povo que não vai deixar o conto do Marlon em paz! hahahaha
O Sader, pra variar, com suas contagens! Aliás, foi em uma contagem (Lua Nova) que eu
conheci o Sader, apesar dele não lembrar que me conhece desde aquele conto! [modo
dramático mode on]
Tom, nosso principe (ops, que certa pessoa não veja este "nosso" ), fico muito feliz de te ver
por aqui! Saudades de vc no msn!
20 jul
Math
Pri...
te corromper? ai ai menina... prefiro nem comentar... senão aí q apanho mesmo, né? MNS
Tom....
vc sempre me deixa sem palavras pra falar sobre esses seus comentário menino.. se bem q acho q
eu disse mta coisa pra vc ontem por sms, né? (6~
uahsuahsuhaushuashauh
Bjão guri...
Sader
KKKKK abração
20 jul
Thiag$%
gente entra no meu conto leiem comente o nome do conto é "O padrasto do meu melhor amigo"
vejo vcs la!
20 jul
sader koy
pri.... dramático mesmo... acho que vc viu todas as versões de maria do bairro, né? kkkkkkk....
math viu só que progresso? já foi promovido... enfim, que delícia encontrá-los aqui logo de
manhã... dar uma de pri agora: será que já falei que adoro vcs?
20 jul
sader koy
20 jul
Tom
Quando Sader - falo o nome dele lembro de um desenho e já penso "Sader chot" hausa - falo ai
ai já imaginei ele dando uma volta de 360º falando com uma flor gigantesca na cabeça
segunrado o tanto de cabelo que ele tem - haushau - e gritando "eeeepaaaa, eeeepaaaa... nosso
príncipe não; apenas da nossa realiza!" kkkkk
Maria la de bairro, yo soyy...
haushaus
Só me fazem rir de manhã. Quando o Marlon voltar e ver essa zona básica...
...não vai poder fazer nada! haushaushausha
Bobinho*
Eu nem tinha percebido que vcs estavam por aqui. Tavam conversando com certas pessoas que
me adoram dar títulos nobres e acabei me distraindo.
MAth, deixa quieto que esse buraco converso contigo em casa! kkkk
Olha pra que buraco vc vai levar em Sader chot! kkkk
Pessoal, alguém quer miojo? To nem um pouco a fim de fazer comida. Vou é voltar pra minha
cama e comer meu miojinho improvisado e ficar lendo meu livrinho! Ups', desculpa... vcs não
podem, né?! kkk
20 jul
Math
Sader...
Não vou comentar sobre essa promoção pq senão aí q vou apanhar bonito mesmo...
(só não me deixarão banguela e manco pq isso não é d interesse da parte batedora... kkkkk )
abração
Tom...
Já q os outros te chamam d principe... q eu fique te chamando d outra coisa... hehe
mas apenas por msn.... pq senão "alguém" copia tb... e esse não PODE... kkkkk
Bjão...
20 jul
JONTAN
abraços
20 jul
Math
Ah sim...
P.S.: dia 24/07 não poderei vir aki... vou pra casa da minha mãe comemorar o niver dela... hehe
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.081-1.090 de 2.260
20 jul
Pri Florzinha
Sader! Maria do Bairro é apelar hein!?!??!?!? kkkkkk Eu ODEIO novelas. Não assisto nenhuma!
Math! Depois eu bato em vc! Eu já sei que vc gosta!
Saudades do Marlon!!!!
20 jul
STROVENGA
ai ai ai
20 jul
Math
Stro...
vc santo?
Desde qdo?
20 jul
Camillodon
...
20 jul
Alex
marcando...
20 jul
SOU NINGUEM
20 jul
sader koy
olha tem tanta gente santa por aqui, que acho melhor abrir um convento!!! kkkk... convento é
pra meninas né? como se chama um convento de rapazes? daí ficaremos o dia todo
meditando, pensando em coisas boas, anjinhos... essas coisas bem puras e castas... sexo, nem
pensar... kkkkkkkkkkk
20 jul
Pimentinha
sader koy
20 jul
Cesar
PODE SER CONVENTO TBÉM DESDE QUE SEJA PARA FADES OU SEJA FREIS, SE
FORPARA FORMAR PADRES AI SIM É SEMINARIO, NO CASO DE FICAR APENAS
CONTEMPLANDO É MONGES E O LUARCHAMA-SE MOSTEIRO
20 jul
» PσpSC «
'
21 jul
Tom
BOM DIAAA
Math, vc pode me chamar do que quiser caro amigo. O importante é que me chame, de
resto... hauhsusahauhUahAUhuuhsaus
Alguém copia?! Noooosss, se eu fosse vc tentava a sorte e mandava pau em cima da pessoa!
ups'
P.S. QUEM ESTIVER LENDO E SOUBER O SEU LUGAR NÃO PRECISA FICAR
COM CIÚMES, HEIN...kkk
É ou não Pri?!
PopSC, "
===========================
Escolinha do Sader
PROTOCOLO DE MATRÌCULA N° 2469
NOME: POPSC
IDADE: 25 ANOS
OLHOS: AZUIS
CABELO: LOIROS
==========================="
aiaiai uiui, hein... é isso tudo mesmo?! Sader, tenho mais idéias pro formulário inicial dá
pra ser? kkkkk
Vc leu?! ahhh a Beyoncé vai ser a nova noviça sim! Ela vai fazer o remake de "Mudança
de hábito"! Vc sabia que eu amo ela?! LOL
Feeh, a matrícula pode ser feita que nem o PopSC fez ou diretamente - por aqui - com o
SAder. O Marlon na volta da viagem dará uma especionada e verá se pode te aceitar ou
não.
Gente, tinha até esquecido dessa bendita viagem? haushaush
Parece que o Marlon tá aqui... digitando normalmente, fazendo a gente raxar de rir ou
ficar mais seco de tanto chorar como uma coluna do templo! ahushaushau
To imaginando a vida boa: suco natural, lanchinho de 5 em 5 minutos, deitado naquelas
cadeiras de piscina,... a tarde trabalho! :P
21 jul
Math
Tom...
Posso mesmo? huum... heheh... bem, melhor deixar quieto... te chamo do q tou pensando pelo
celular...
Faltou alguns itens muiiito importantes nesse formulário, não é mesmo Sader?
Abração
21 jul
sader koy
bom dia gurizada... então tem algumas pessoas interessadas no curso... kkkkk... só tem um
detalhe: a escola é em campinas, interior de são paulo... ainda não tenho franquias por todo o
brasil... o curso será dado aqui, ok? mas tô achando que esse povo tá de sacanagem comigo...
kkkk... ou então querem aprender uma nova ténica de como se faz... kkkk... esse número de
inscrição 2469 é bem sugestivo, né messs? considerem-se matriculados então... ah! tive uma
idéia, as aulas podem ser ministradas pela cam... olha só! como ninguém pensou nisso antes?
então ficamos assim tá? tom, pára heim? que história é essa de sobrinho do tio patinhas? vou
sentar o pau em vc, tô avisando! por falar em sentar o pau, oi math pervo lindo, tudo bem? pri
kd vc? stro, cesar, pop, pimentinha... obrigado pelos esclarecimentos sobre o seminário, deu
branco, não me lembrava dessa palavra... é isso! beijos pra todos vcs, criaturinhas puras e
castas... e um monte de churros da dona florinda!!! kkkkkkk
21 jul
Pri Florzinha
kkkk
Se o Stro é santo, eu sou a Madre Teresa! Baiano, não esquece que estamos de mãos dadas no
barco que vai para o inferno! hehehehe
Vc sabe que eu te amo né Math? Mas se quiser apanhar (e uma certa pessoa permitir) eu posso
Saudades do Marlon!!!!
21 jul
IC
Nova comunidade:
http://www.orkut.com/Main#Community.aspx?cmm=91919534
PARTICIPE DO ABAIXO ASSINADO ELETRONICO!
http://www.naohomofobia.com.br
Campanha pela aprovação do Projeto de Lei 5003/2001 (agora Projeto de Lei da Câmara
Nº 122/2006 para aprovação no Senado), que "define os crimes resultantes de
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero,
sexo, orientação sexual e identidade de gênero". Seja solidári@, assinando a carta abaixo e
enviando-a para os parlamentares.
PARTICIPE DO ABAIXO ASSINADO ELETRONICO!
http://www.naohomofobia.com.br
* A cada dois dias, um homossexual é assassinado no Brasil
* Três adolescentes gays se matam por dia (2 A 6 vezes maior que adolecentes não-
homossexuais) motivados por pressões e volência (fisica e verbal) em ambiente familiar,
escolar e de sua comunidade
* O número de assassinatos de homossexuais no Brasil aumentou 27%
PARTICIPE DO ABAIXO ASSINADO ELETRONICO!
http://www.naohomofobia.com.br
21 jul
sader koy
21 jul
Whitney
....
21 jul
Kyle
ooi Marlon.
não sei se vc lembra de miin, mas quando era o primeiro topico , antes de ser apagado, eu sempre
acompanhava e comentava, peguei quase desde o começo seu conto.. e sempre achei
maravilhoso..
tinha parado de ler pois me perdi com td essa transição, mas ja lii tudinho e estou a par de td,
shaushaushuashuahsuahsuasa
marcando ^^
21 jul
STROVENGA
Aff..
Domine, nin sum dignus, ut intres sub tectum meum: sed tantum dic verbo, et sanabitur anima
mea.
Essa escola aí. Han Sei... Sr Sader koy é o reitor. Tou ligado viu?
Bjs migos.
Agora vou curtir o samba que o TOm escreveu aí em cima. Bora, só no sapatinho.
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21 jul
Math
Sader.....
escola d sacanagem é outra... essa é uma escola muito séria (cof, cof, cof...), não é mesmo?
"por falar em sentar o pau, oi math pervo lindo, tudo bem?" >>> prefior nem comentar isso...
Pri!
Qdo vc e o Stro forem santos... podem deixar q eu virei Santo, anjo, Mártir... além d ser puro e
casto... asuahsuahuhaushauhsuha
Beijão linda...
21 jul
sader koy
huahauahahahauah... quero ver quando o urs... ops! quando o marlon voltar e ver essa
bagunça que estamos fazendo aqui... kkkk... pelo menos ele vai ver que não fui o único a não
deixar esse tópico em paz... kd o príncipe que não volta nunca daquela academia, heim math?
21 jul
sader koy
21 jul
sader koy
ninguém gosta de churros da dona florinda? tudo bem, vou levar pra tomar café lá no conto
do rafa amanhã...
21 jul
Math
Sader...
baixou a copélia? iiiiih... vc não me conhece rapaz... kkkkkkkkkk.... eu e ela competimos pra vc
qm é melhor...
aushuahsuahsuhaushuahs
Abração
21 jul
safada
+++
21 jul
» PσpSC «
Ola Tom vi num site sobre cinema que estava a manchete da Beyoncé no filme.
Não não sabia que você ama ela. ^^
hehe eu so coloquei o básico mesmo quando me veio na idéia o formulário xD
21 jul
bruno
Marcando...
21 jul
Ninno
[Dstv]
22 jul
Pimentinha
Acompanhando...sempre...
22 jul
'
Tom, querido!
Tudo bem! Aqui esta a matricula:
Escolinha do Sader
PROTOCOLO DE MATRÌCULA N° 6924
NOME: FeeH
IDADE: 18 [aqui a 3 dia \o/]
OLHOS: castanhos
CABELO: preto
Sader...
As aulas podem ser iguais das Faculdades de ensino a distância!
Cada cidade teria uma Telesala...
AHHSHAHSHAHSHAHSHAHSHAHSHAHSHAHSHAHSHA
22 jul
'
Ea prova MENSAL...
teria que ser feita OBRIGATORIAMENTE em Campinas!!
O que acha da ideia?? =D
22 jul
Jow
Meu Deus, fiquei séculos sem ler... e agora q voltei devorei tudo em uma noite!
22 jul
Cesar
Sader koy, e para onde mando minha inscrição, (matricula), e feeh, que bom q vamos ser
compnheiros de estudo kkkk.
22 jul
Math
OMG!!!
kkkkkkkk
22 jul
Dany
começando a acompanhar, ainda vou demorar um pouco para chegar até aqui,
22 jul
Raul
22 jul
Pri Florzinha
Pri Florzinha
Seja bem vinda Dany!!! Muito bom ter vc por aqui. Vc vai gostar!
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22 jul
Flavio
Marcando...
22 jul
Math
Dany... seja bem vinda menina... com ctza vc vai adorar tb... rsrsrs
Beijos linda
Escola à distância... tou até vendo onde irão essas "aulas"... heheheh
22 jul
Gin
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalokaaaaaaa
aoisehoiahse *beesha*
oiaIOHOIASOEHIASIOEIOASE
♥
22 jul
sader koy
gente fiquei o dia todo num cliente em são paulo! alguém tem que trabalhar nessa
comunidade!!! kkkk... não sei que horas vou chegar em casa e provavelmente vai ser banho e
direto pra cama... se der dou uma entradinha, ok? abraaaaaaaaaaço
22 jul
Cassiano
22 jul
Ninno
22 jul
Matheus
23 jul
Pimentinha
Franquia
\meninos....aco que teremos que abrir uma franquia em São Paulo !!!! huahuahuahua....
Mas vou logo dizendo....tem que ser escola mista !!!!!!
Meninas tb tem necessidades de aulinhas rs
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23 jul
safada
HEHEHEHE
23 jul
'
Quem se habilita?
AHSHAHSHHAHSHAHSHHAHSHAHSHAHSHAH
23 jul
RODRIGO! TO MEIO
na espera!!
23 jul
sader koy
oi meus queridos... ao mesmo tempo que estou adorando essa agitação toda por causa da
escolinha, também fico triste de tanta saudade do marlon... sei que tenho que conviver com
isso, pq o conto não vai durar pra sempre... mais confesso que uma das coisas que mais gosto
quando acordo todas as manhãs é correr pro computador e ler o que o marlon postou... mas
enfim... quanto à escolinha todos são bem vindos... temos que pensar numa franquia para a
ala feminina do conto, né? dai a pri poderia ficar responsável... gente, estou saindo agora pra
são paulo de novo para mais um dia de muito trabalho... mesmo esquema de ontem... então
vou voltar cansadíssimo... no final de semana prometo responder a todos, receber as
matrículas etc etc etc... tchau gente, já que a pri rouba todos meus apelidos, vou roubar sua
fala: já falei que adoro vcs? kkkkkkkkk
23 jul
STROVENGA
ai ai ai... Não vou fazer matricula pra não ser corrompido por vcs. Sader, sempre soube que tu
era pervo. Mas não tão pervo assim. =D
23 jul
Math
Pimentinha...
Beijos
Stro...
ah! eu acho q o Sader não era tão pervo... deve ter ficado assim depois d uma sessão (minúscula)
d conversa comigo pelo msn... kkkkk
Beijos Stro...
23 jul
Pri Florzinha
23 jul
Pri Florzinha
Eu não quero ficar responsavel por ala feminina não!!! Eu quero ficar responsavel pela ala
masculina mesmo! Quero ser surpevisora dos meninos! Digamos que para mim é muito mais
interessante!
Math... o Sader tá assim e olha que ele ainda nem participou de nenhum janelão! Se participar...
ixi, vai ser corrompido na hora! hahahaha
Saudades do Marlon!!!!
23 jul
Dany
finalmente cheguei até aqui, que história linda, vou estar acompanhando com vocês.
Math obrigado pela grande dica
23 jul
Math
é hj q apanho... kkkk
OMG linda... prefiro nem imaginar ele no janelão... kkk! ele se perderia bonito ali... kkkkk
Beijos linda
Dany...
Beijos
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23 jul
JONTAN
SAUDADES
voltalogo,
esperando.
23 jul
Guigo
Tb tô com saudades;
23 jul
Pri Florzinha
Eu acho que a Dany seria uma ótima responsavel pela escola feminina... o que vc acha
Dany?!?!?!?
hehehehe
23 jul
Alex
23 jul
Pimentinha
OOOOOhhhhhh Feeh
23 jul
Pimentinha
Pri Florzinha
23 jul
Pimentinha
Math
23 jul
Lυυυн
23 jul
sader koy
oi lindos(as), tô na área... kkkkkk... caso sério essa escolinha heim? não pensei que teriam
tantos(as) interessados(as)... achei ótima a idéia do feeh, aulas à distância... esclareço que
para as provas práticas mensais em campinas-sp, na grande sede-matriz, não preciso da ajuda
de supervisores(as)/coordenadores(as), podem tirar seus cavalinhos da chuva... kkkkkk...
tenho certeza que a intenção de vcs foi boa, sem segundas intenções, mas podem deixar que
essa parte é minha, tá? afinal sou o fundador da escola, uma espécie de bispo edir macedo da
iurd... e quem manda sou eu! kkkkkkk... lógico, tudo em prol da boa educação... cassiano,
cesar, ro, gúú, logan, feeh, math, considerem-se matriculados... mas para que a matricula seja
efetuada é preciso que me mandem por depo o tamanho do documento para que eu possa
avaliar em qual estágio vcs serão encaixados e também pra ninguém ficar achando que uns
são mais que os outros, ok? pri, vc pode participar apenas das telesalas... kkkkkk... pimentinha
e math a franquia da ala feminina já é 100% de vcs... stro, vc não vai se matricular então? tá
com medo de se perverter? kkkkk
23 jul
» PσpSC «
saudades do Marlon ^^
23 jul
Raul
sader
Minha sala não tem jacuzzi como a do fulano do Senado, mas as viaturas são enooormes!
(e é só ligar o 'giroflex' que ninguém chega perto, qualquer lugar serve... hihihi)
23 jul
Gin
OMG³
><
24 jul
'
Sader:
Fundador, professor, inspetor, supervisor
Raul:
Pelo visto vai ser o segurança!
AHSHAHHSHAHSHAH
24 jul
sader koy
oi gente... ainda bem que não vou pra são paulo hoje, muita chuva e frio aqui em campinas...
mas voltando à "minha" escolinha... sou obrigado a conceder, por livre e expontânea pressão,
o cargo de supervisor master ao raul... tudo bem, visto que supervisor apenas supervisiona,
não é? quem vai literalmente por a mão na massa e em outras coisas sou eu... sader koy,
fundador da escola... kkkkkk... feeh esqueceu que a escola não tem fins lucrativos? é tudo em
prol da boa educação dos alunos... olha acho que a pri vai ficar bem chateada com esse cargo
de "moça da secretaria"... kkkkkkk... outra coisa: gente, o marlon é um rapaz sério (não que
nós não sejamos também), mas ele é comprometido, não pode assumir cargos, pq o caio não
vai achar graça nenhuma nisso, ok? vou trabalhar um pouco, depois volto aqui para
encontrá-los... fuuuiiiiiiii...
24 jul
sader koy
pervo eu? kkkkkkkkkkk....
24 jul
Pri Florzinha
Nem vou comentar este cargo ai tá? Já falei que vou ser supervisora e ponto final. Se não
24 jul
» PσpSC «
hehehe
24 jul
sader koy
tá bom, tá bom... pri também supervisora... mas assim como o raul: apenas, tão somente e
singularmente supervisora... se algum aluno que não seja tão pervo como o math se sentir
constrangido não posso fazer nada, pq a princípio era pra ser uma escola estritamente
"masculina"... enfim, mas não se esqueçam que, apesar das ameaças sofridas, ainda sou o
fundador-mór da instituição... quem vai cuidar da "documentação" dos alunos sou eu...
kkkkk... pop vc tb está matriculado viu? e deixando claro mais uma vez que todos precisam
enviar o documento pra mim... sem documento não há matrícula... kkkkkkk... ai ai ai vai ser
uma confusão... e caso venha sofrer mais alguma pressão, vou fazer como o professor
abobrinha do castelo ra-tim-bum... só que não posso gritar que "esse castelo será
mmeeeeeeeeuuuuuuu, mmmeeeeeeeuuuuuuuuuu", pq a escola já é minha, tá? só pra deixar
claro para certas pessoas... kkkkkkkkkk...
24 jul
VickViny
Sader!!
Eu estou pensando em fazer matricula também, mas antes eu preciso que me confirme uma
coisa. O que exatamente é ensinado nessa escola??
Outra coisa... Não haveria nada contra o Marlon participar do corpo docente se o Caio
também aceitasse o convite. Aliás, a aula seria mais interessante com dois professores
Pri!!
Já vou ti avisando que sendo moça da secretaria ou supervisora, não importa, eu vou dar um
jeito de te incluir na minha rotina de atividades. Você faria esse favor para esse seu amigo que
te adora??
Beijos!!!
24 jul
Tom
Pessoal,
Como vão todos?! To sumidão daqui, né?! Tda vez que venho comentar aqui tem alguma coisa,
mas hj em sim é um motivo especial.
Não li nada do que está atualizado aqui, não vi nada porque essa madrugada tive febre de 39,5.
Ontem tava cheio de dor no corpo, no abdômen, tosse de cachorro morto... todo errado. Acabei
indo pro hospital hj e cheguei ainda pouco. Ahh não estou com o SUÍNO! Kkkkk
Ainda vai ter gente que vai dizer que é emocional – quem será o 1º a sacaniar? -, mas não é!
Haushau
O médico disse que é só uma gripe normal, mas se daqui a 5 dias não melhorar fico internado
em observação pra não resultar em uma sinusite – meu pai encheu o saco do médico pra saber
se não era isso.
Passei por aqui aproveitando que meu pai foi no mercado comprar umas coisas pra fazer canja
– coitado faltou o trabalho e tudo.
Um grande abc e bj a tdos!
P.S. Gente, Marlonzinho tá voltando! Aliás, tá quase na hora dele voltar - se já não passou! kkk
Stro, esse sambinha é pra gente: "É hoje o dia da alegria. E a tristeza, nem pode pensar em
chegar. Diga espelho meu! Diga espelho meu. Se há na avenida alguém mais feliz que eu..."
haushaushaushaush
Quando tem prova, teste de física e que o meu professor mesmo que vai aplicar ele mal chega na
porta e começa cantar... muito tosco! kkkk
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24 jul
Pri Florzinha
24 jul
Pimentinha
Pri
Estou imaginando o Marlon lendo os post e se matando de rir da nossa escola rs.rs.rs......
A parte MENINA do curso ...: Eu e Matt já vamos ver as apostilas e estamos pensando nas aulas
prática huahuahuahuahua !!!!!!!!!!
24 jul
Raul
FeeH
Acho que Vc não entendeu...
A PM e a GM são a minha segurança, minha força de 'apoio'!!! hehehe
Estarão a meu serviço para que EU execute sem obstruções, calmamente e 'a fundo' minhas
revistas gerais!
E isto inclui até o dono e os funcionários da escola!
Geral é 'geral'!!!
E comigo não tem essa história de habeas corpus, primeiro eu revisto, depois eu pergunto!
E se alguém reclamar... 'pau de arara'!!!!!
Mas sei ser bonzinho e só dou uns tapinhas de leve, se me pedirem e estiverem gostando!
Ok... alguns pedem um chicotinho e palmatórias... e meu lema é servir bem para servir sempre!
kkkkkkkkkkkk
24 jul
Math
Pimentinha...
Beijos
Sader
kkkkkkkkkk
Pervo sim Sader.... não quero nem ver depois d nossas seções d conversas nesse fds...
aushaushuashua
abração pervão
Tom
eu tava com medo d ser a "suina" ontem... mas nem falei pq tava foda lá no escritório... =X
se cuida, tá?
Beijão!
Priiiii
24 jul
Flavio
Marcando...
24 jul
Vini Figueroa
Pronto...
Alcancei vcs no post...
Agora ja posso entrar na escolinha...
OBA!!!
24 jul
bruno
Marcando...
25 jul
JONTAN
25 jul
Pimentinha
Hummmmmm
25 jul
Alex
25 jul
Gin
25 jul
theoo72
NOSSA ISTO AQUI VIROU UMA ZONA ,TEM DE TUDO ,EI MG TEM MUITO
ALUNOS,SE RESOLVEREM MONTAR FILIAIS AQUI ,SOU CATEDRATICO,COM
MUITA PRATICA E DISPONIVEL,COM UM CURRICULO EXTENSO E ESTOU A
DISPOSIÇÃO PARA FAZER OS TEXTE DE ADMISSÃO QUANTOS NECESSARIO
FOREM.VOLTA MARLON SE Ñ VC PERDE O CONTROLE AQUI O POVO TA
SURTANDO....
25 jul
sader koy
...
25 jul
STROVENGA
25 jul
» PσpSC «
aguardando o retorno
do Marlon ^^
25 jul
Gin
25 jul
JONTAN
Maravilhoso conto.
Saudades
Como faz falta acompanhar o relato desse maravilhoso conto.
Abraços
Boa Noite.
25 jul
Rob
Hey Oh!
To acompanhando o conto a tempos, mas resolvi postar só agora, depois da criação desse fake
xD
25 jul
gato
Conto perfeito
26 jul
'
26 jul
sader koy
26 jul
JONTAN
cade vc,Marlon?
Volta logo.
Saudades.
26 jul
Alex
26 jul
sader koy
27 jul
safada
+++
27 jul
Pimentinha
27 jul
Marlon
E assim como dois e dois são quatro, certas pessoas não deixaram esse conto em paz. Acho que
preciso urgentemente ir ao Maracanã com um cartaz "Galvão, eu já sabia!".
Eu estava com saudades de vocês. Tudo foi muito bom e perfeito. O tour cultural também foi
maravilhoso. Adoro museu, adoro história, adoro arte, adoro, adoro, adoro arte. Arte é tudo,
tudo, tudo!
Foi uma semana longa. Muito longa. Acordava sempre muito cedo e dormia muito tarde, mas
todo o trabalho e esforço valeram a pena. Quando me sobrava tempo, eu saía para descobrir a
cidade, que eu nunca tinha ido antes e não fazia idéia de como ela era rica culturalmente. Os
museus enormes e as exposições magníficas. Tinha praia? Sim, tinha. Mas eu não gosto de praia
e não fui a nenhuma delas, apesar de tão bem recomendadas. Para mim, muito melhor ficar horas
perdido dentro de um museu. E foi o que eu fiz nas horas de lazer. Tentei não fazer muitas
ligações para casa ou entrar na internet, senão não conseguiria me desprender. E como quem
ama cuida... Mas enfim, sobrevivi. Infelizmente ou felizmente, passei quase que o tempo todo
escutando uma música belíssima e grudenta, que uma certa pessoa "ordenou" que eu escutasse.
Sobre a escolinha, por favor, tratem de desvincular meu nome, meu conto ou qualquer coisa
sobre mim que se relacione com essa instituição de ensino. Não quero ser responsabilizado pelos
acidentes que com certeza ocorreram durante as aulas via webcam e, principalmente, as
presenciais. Não quero o MEC batendo na minha porta e questonando o funcionamento de uma
escola sem registro. Ou ainda pior, temo que tudo isso não passe de propaganda enganosa de
uma certa pessoa e todos os estudantes se decepcionem com a grade curricular e a metodologia
adotada pelo reitor dessa academia. Mas... eu aprovo a iniciativa. O Brasil precisa muito disso!
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27 jul
Marlon
Cheguei ontem de viajem, mas em casa mesmo só cheguei hoje. Ainda não consegui dormir, ou
descansar. Verei a minha cama mais tarde.
Abraços.
Fui
27 jul
Marlon
Ah, a música que escutei essa semana foi "Other side of the world", da Kt Tunstall.
27 jul
Em Busca
aguardando mais...
27 jul
==>THUOMAS<==
27 jul
Bernardo
Marlon
Li seu conto todo em 2 dias, viciei na sua história, que mesmo sendo tão comum a todos
nós, é única!
Você é tão real no sentido, que todos nós já conhecemos pessoas como você, e o Caio é tão
apaixonante...
27 jul
Guigo
Abraços!
27 jul
safada
MARLOOOOOONN
PUTTTZZ MEUUU
Q SUADADE HEHEHE
BEIJAAAUMM
27 jul
sader koy
tá se achando esse marlon, né gente? kkkkkk... olha só onde ele quer ir com a plaquinha pro
galvão bueno: no maracanã!! e todos nós lá gritando: marlon, kd vc, eu vim aqui só pra te
ver... kkkkk.... que lindo, que lindo, que lindo... eu tinha que estar presente nesse momento tão
importante: "o regresso de marlon"... gente os ingressos pro maracanã já estão disponíveis!
vamos lá prestigiar o nosso autor preferido... uh ruh!!!! galvão filma "nóis"... escolinha,
reitor? MEC? lá lá lá lá lá... vcs sabem do que ele está falando gente? nem imagino...
kkkkkk... deu pra notar minha felicidade? tá tá tá tá tá... sou puxa saco mesmo e daí? eu amo
esse muleque!!! (com todo respeito caio lindo)!!!!
27 jul
Pri Florzinha
27 jul
» PσpSC «
27 jul
Math
Ebaaaa!!!
O Marlon voltou...
Até mais
27 jul
Flavio
Marcando...
27 jul
Vini Figueroa
Q bom q voltaste...
Bjs
27 jul
RODRIGO! TO MEIO
EEEEEEEEE!!!!!
que bom que voltou!!
27 jul
STROVENGA
27 jul
Raul
Marlon
Ainda bem que fui 'contaminado' pelo conto do 'Digo' (É Léo, de DiCaprio.) e passei o FDS
lendo desde o primeiro post. Leio tantos que a falta de tempo me fez esperar para começar, e
como já tem muita coisa para ler, ficou mais fácil esperar pelas atualizações dos que já vinha
acompanhando, este entre eles.
Ainda assim passei várias vezes por aqui... 'a esperança é a última que morre...'
Agora estou 'em dia' e com as chaves das masmorras nas mãos, mas como você fez exatamente o
mesmo que eu, deixando as praias e mergulhando nos museus, dou-lhe um desconto!
Da última vez que fui ao Rio eu fiquei dois dias por lá. Um para encontrar amigos, outro entre o
Centro Cultural do Banco do Brasil e um passeio pelo centro...
27 jul
JONTAN
CONTENTE
OLA,
MARLN
SEJA BEM-VINDO
QUE BOM QE APROVEITASTE BASTANTE,
EU ADORO ARTE TÁMBEM.
DESCANSE E ESTAEMOS FELIZES PELA SUA VOLTA.
ATÉ LOGO.
27 jul
bruno
Marcando...
27 jul
Cassiano
Menino,
Que bom que voltou, todos estavam em colicas por seu regresso......
27 jul
Gin
MARLOOOOOOOOON agh !
q bom q voltou *---*
27 jul
Pimentinha
Nosssssa!
Meninão que saudade de ti rs.....Fiquei muito feliz com seu retorno !!!
Bete
27 jul
. Guh
27 jul
VickViny
Marlon!!
28 jul
morgan
CONTINUUAA
PERFEITOO
28 jul
Marlon
28 jul
Marlon
Você pode se testar, ensaiar, treinar... Mas algumas pessoas têm o talento para serem rápidas no
raciocínio. Quando ouvimos, vemos ou sentimos algo, em geral associamos essa experiência a
alguma coisa, dependendo da situação e do humor. Mas até que essa associação se conclua,
demoram-se alguns segundos. Talvez para o Caio essa associação seja instantânea. Não
conseguiria ser tão rápido no gatilho como ele é. Quando ele me provocou desse jeito, senti que
deveria ser quem eu costumava ser quando estávamos na cama. Então me pus de joelhos em
cima da cama também e fiquei de frente a ele. O puxei levemente pela cintura e o beijei. Foi um
beijo longo, que começou com um selinho e estalos de lábios, depois eu introduzi a língua e senti
que ele fazia o mesmo. A boca dele era pequena e não dava espaço para minha língua ficar no
mesmo lugar que a dele. Disputávamos lugar na boca do Caio. Eu senti que o pênis dele, que se
encontrava para fora da cueca, ganhava vida e roçava no meu umbigo. Então parei de beijá-lo e
sentei na cama, mas ainda de frente para ele, peguei o pênis endurecido com a palma da minha
mão, segurei com força e disse:
- Já que não estamos debaixo do chuveiro...
E pus na minha boca. Ele se aproximou um pouco mais e começou a puxar algumas mexas do
meu cabelo:
- Marlon, devagar!
- Devagar?
- Senão vou gemer muito alto.
28 jul
Marlon
Suguei mais uma vez o seu pênis e o abandonei na cama. Fui até o seu guarda roupa e peguei
uma meia limpa:
- Para quê isso?
Subi na cama e pus a meia na boca do Caio, amarrando suas extremidades na nuca dele:
- Pronto!
E voltei a chupá-lo. Claro que um pedaço de pano não cala ninguém, mas nos dava mais gás e
isso me ajudava a incorporar o “Homem do Caio”. Ele voltou a puxar o meu cabelo e eu
continuei acariciando o seu membro com a boca. Ora beijava a sua barriga, ora mordia a parte
interna das suas coxas. Depois parei e tirei a minha cueca rapidamente. Quando estava
completamente nu, o Caio pegou o meu pênis. Eu, no entanto, bati em sua mão, como um sinal
de repreensão:
- Não! – ordenei.
O deitei na cama e, ainda de joelhos, fui aproximando o meu quadril do rosto dele. Explicando
melhor, ele estava deitado e eu por cima, ajoelhado, na altura do rosto dele. Pus um travesseiro
atrás da cabeça do Caio, para ergue-la um pouco e tirei a meia da boca dele:
- Me prometa ficar calado.
- Prometo!
- promete?
- Sim.
- Ta. Mas se você fizer qualquer ruído, eu ponho a meia de volta, ouviu?
28 jul
Alexson
Tesão cara!
28 jul
Marlon
Ele balançou a cabeça em sinal positivo, mas para mim não era o bastante:
- Ouviu, Caio?
- Sim.
- Sim o quê?
- Hã?
- Sim o quê?
- Não sei...
- Diga “Sim, senhor!”.
- Sim, senhor!
Então enfiei o meu pênis na boca dele. Ele veio com as mãos para cima de mim. Uma seguraria
o meu membro e a outra, a minha cintura. Mas não deixei de novo:
- Não!
Peguei suas mãos pelo pulso e as levantei na altura da cabeça dele. Voltei a me introduzir dentro
da boca dele, como se estivesse fazendo um movimento convencional de sexo. Ele me olhava
nos olhos com uma expressão de submissão. Fiquei mais excitado ainda, então acelerei o
movimento. Comecei a fazer biquinho para ele e a gemer baixinho. Os movimentos foram
acelerando e eu comecei a projetar um dos meus braços para trás, para masturbá-lo. Então ele
começou a gemer de leve e eu parei imediatamente:
- O que eu disse antes?
- Desculpa, Marlon!
- Marlon?
- Senhor. Desculpa, senhor – corrigiu-se.
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28 jul
Marlon
Oi Alexson!
28 jul
Marlon
Voltei a fazer o de antes. Introduzia-me na boca dele, enquanto o tocava. Comecei a esticar
demais a pele do pênis dele, provocando certa dor. Eu sabia que o Caio gostava disso e fazia sem
pena de machucá-lo. Fiz de propósito, para que ele gritasse. Pois foi o que ele fez. Soltou um
grito de leve, um “Ai!” contido, temendo as conseqüências. Eu parei e sai de cima dele:
- Não, Marlon, eu me calo, juro!
- Marlon?
- Senhor, senhor!
Sem dizer mais nada, peguei a meia e pus na boca dele. Mas antes disso, ele ainda insistia:
- Desculpa, eu me calo, juro!
Amarrei sua boca e me deitei em cima dele, fazendo pressão contra o colchão. Passei a beijar o
pescoço dele com agressividade e ele soltou um leve gemido. Parei e o olhei com raiva nos
olhos. Ele encolheu o seu pescoço e subiu os ombros. Entendi aquilo como um pedido de
desculpas e voltei a chupá-lo. Parei um pouco e fui até o criado mudo:
- Você ainda guarda as camisinhas aqui?
Ele balançou a cabeça em sinal positivo. Peguei uma e desenrolei em mim. Subi em cima da
cama e comecei a puxar o Caio por uma das pernas:
- Aprendi uma coisa nova!
28 jul
Alexson
Olá!
28 jul
Marlon
Eu o puxava com uma mão e com a outra eu pegava os travesseiros. O pus de bruços e comecei a
enfiar os travesseiros entre a barriga dele e o colchão, fazendo com que as suas nádegas ficassem
erguidas. Era como a posição de quatro, mas ele fica muito mais deitado. Fui me deitando de
leve em cima das costas dele, mas não me introduzi. Pus meus lábios próximos ao seu ouvido e
sussurrei:
- Isso vai doer!
Após algumas mordiscadas na orelha dele, iniciei a transa. Essa geralmente é uma posição que
machuca porque o ânus fica muito exposto. Parecíamos duas tartarugas copulando. Como sou
bem maior que ele, meu corpo o cobriu quase todo. Ele começou a sentir a dor e passou a puxar
os travesseiros ainda mais para si, como forma de exteriorizar a dor. Eu o abraçava com força,
mas me movimentava com leveza. Mesmo que não quisesse, devido a posição, eu detinha todo o
controle sobre ele. Ele tentava não gemer, mas não conseguia. Soltava alguns gritinhos abafados
pela meia. Eu parava e o repreendia:
- Caio, o que eu disse antes?
28 jul
Marlon
Depois continuava. Como não dava para acelerar naquela posição e eu já estava ficando muito
cheio de tesão, quis mudar. Ele continuou agarrado aos travesseiros. Tirei-os dele e o deitei de
costas. Fiquei de joelhos e pus os travesseiros nas costas dele, erguendo-o mais uma vez. O
famoso “frango assado”. Peguei os calcanhares e os coloquei em cima dos meus ombros. Então,
os travesseiros foram inúteis, pois ele ficou mais levantado ainda. Entrei com violência e ele
gritou. Soltei seus calcanhares em cima da cama, fazendo o cair em cima dos travesseiros:
- O que eu disse, Caio? Hein?
Puxei a meia da boca dele, arranquei a camisinha de mim e o puxei pelos cabelos. Pus a boca
dele próxima ao meu pênis e o ordenei que lambesse. Ficamos alguns minutos assim. Depois,
enquanto ele ainda me lambia, me estiquei para o criado mudo, para pegar outra camisinha.
Afastei o Caio e vesti o preservativo, peguei a meia e amarrei na boca dele e voltamos ao frango
assado. Entrei do mesmo jeito que antes, mas ele conseguiu se conter. Comecei de leve, para
ganhar impulso e garantir a segurança do movimento, depois acelerei. O Caio levou as duas
mãos a boca e segurou os ruídos. Como eu o segurava pelos ombros, as mãos ficaram livres,
então o masturbei. Vez ou outra eu esticava demais a pele dele, mas decidi não o maltratar tanto.
As vezes, até eu tinha medo de machucá-lo, mesmo ele pedindo. Ele ejaculou primeiro que eu e
o seu esperma escorreu entre os meus dedos. Ele fechou os olhos quando chegou ao orgasmo.
Senti-me satisfeito. Poderia acabar ali mesmo. Acelerei mais um pouco, para acabar logo.
Quando percebei que estava chegando a hora, desci as pernas do Caio e fui me deitando sobre
ele. Abraçamos-nos e eu ejaculei. Joguei-me para o lado dele e tentei buscar o fôlego. Ele
buscava a minha mão com a sua, pois ambos olhávamos para o teto. Quando ele achou, levou-a
até o seu coração:
- O que foi isso?
- Isso o quê?
- Isso o que você fez... Foi tão bom – dizia ofegando.
28 jul
Marlon
Girei a 90º o meu pescoço para enxergá-lo. Ele fez o mesmo. Olhamos-nos e sorrimos:
- Foi tão bom assim?
- Foi. Foi o melhor!
- Ai, Caio, não me diz isso, senão vou ter que passar o resto da vida tentando me superar.
- E isso não é bom? Morreremos tentando.
- Daqui para lá espero que a minha bengala seja bem lubrificada e que a minha dentadura esteja
firme.
Ele ajeitou-se de bruços na cama, se aproximou, deitou sobre mim e me beijou. Eu demorei para
recuperar o fôlego, mas depois eu o abracei de volta, rolamos na cama até ficarmos na posição
certa. Ajeitamos os travesseiros, nos cobrimos com o lençol e namoramos um pouco.
28 jul
Marlon
Fui.
28 jul
Alexson
Abraço!
28 jul
'
Nossa!! /MORRI
Realmente, você se superou!
28 jul
VickViny
Uffa!!!!!!
28 jul
Guigo
28 jul
Tom
Depois do post de hj, marlonzinho duvido o Sader parar de te encher o saco com essa escola!
Vai te fazer professor de KAMA SUTRA! Veio, o que foi isso?! Fez parte do tropa de Elite é?!
Haushaushaus
Tudo bem que aquele lado mandão, ríspido, existe em todos ainda mais quem está no círculo de
pessoas que são assim, mas que que isso... imagino o Caio igual aqueles bonecos de
cachorrinhos de carro que só fica mexendo a cabeça e com aquele olhar de sem dono!
Haushausa
Depois explica aí umas coisas Marlon, pq preciso fazer com certa pessoa que ta saindo da linha.
^^
“quero ver quando o urs... ops! quando o marlon voltar e ver essa bagunça que estamos fazendo
aqui... kkkk...”
~> Sader, meu caro, amigo do amigo do tio Patinhas, ele viu, leu, fico quieto pq o que seria das
estrelas se não fossem os fãs?! Ahhhh gostou NE! Haushaushaushaus
Sério, Marlon teve algum problema no que fizemos durante essa semana?! Eu acho que não pq
bombamos o conto. Mesmo com vc longe, várias pessoas pensaram que o autor estivessem
postando e começou a ler e assim... só vivia num dos primeiros lugares – parece até MTV! Kkk
E Sader, a Copélia gosta de andar pelada não gosta? O Math gosta de... prefiro não comentar!
Kkkkkkkkkkkkkk
~> PRI, eu acho que contigo a escola de pervos fica menos turbulenta e não vejo problemas em
que fosse te bater Math. Quem seria essa péssima pessoa?! Fico revoltado com essas coisas...
ahsuhushauHAUSHAUSHAUhaushauhaus
Só acho que deveriam ser mais divididas as tarefas pro MAth não ficar SOBRECARREGADO!
Perdoa-me flor! Não quis te preocupar. Já to melhor já... nariz escorrendo – que nojo -, mas to
melhor! Colo? Só se for o seu!!!!
~> Stro, vms montar a nossa banda?! Ir pra frente da praia de Copacabana, em frente ao
Copacabana Palace e começa a pagodiar ou seria melhor favelar?! Ahsuahsu
Esse conto tem tudo...
28 jul
Tom
Marlon, o Sader tava parecendo aquelas pessoas que foram obrigadas a saírem da sua rotina e
de tão fanáticas, começam a tremer o corpo todo, só pensa nisso, nisso,... kkk
Quando vc falou do Maracanã, me veio a cena: maracá lotaaaaado num jogo do Vasco – claro,
ele só lota com o VASCO! – e de repente naquela decisão de final de jogo, corre um maluco
pelado no campo com um cartaz escrito “Marlon, NÓ TE AMAMOS... Marlon, NÓS TE
AMAMOS!...” e a arquibancada fazendo OOOOOOLLLLAAAAA, OOOOOOLLLLAAAA!
Kkkkkkkkkkkkkk
Viajei bonito...
28 jul
» PσpSC «
28 jul
Dany
28 jul
Math
Acompanhando...
abração
Tom..
eu gosto do q mesmo?
uahsuhasuhauh
Pois é... pode uma coisa dessas? Tapa só "naquela" hora, não é mesmo?
kkkkkkkkk
Quer me ajudar com a ala feminina Tom? tenho certeza q eu e vc daremos ótimos supervisore e
ótimos professores...
uahsuahuahsuhaushauhsua
Beijos
28 jul
Vini Figueroa
28 jul
мαтєυѕ
Sexo selvageria....
adorooo
28 jul
RODRIGO! TO MEIO
simplesmente perfect!!!
um abraço Marlon!!
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28 jul
sader koy
marlon esse povo pirou... ficam colocando coisas, ops, palavras na minha boca... não falei
nada de vc ser meu sócio (né feeh?), tadinho a vida dele é tão corrida, só que falta arrumar
mais uma coisa pra ele fazer... tom, depois eu falo com vc meu príncipe... ainda bem que lí
esta parte excitante do conto em casa... pq o saderzinho (ou seria saderzão???) aqui embaixo
ficou num estado tão sólido... acho que nem jogando água fria viu? kkkkkk... esse marlon está
com requintes de crueldade... tadinho do caio, do caio não né? tadinho de nós que não temos
um marlon em nossas vidas... lá lá lá lá lá lá... tchau meus queridíssimos, depois eu volto...
estou cheio de trabalho hoje...
28 jul
JONTAN
ola
boa tarde
tudo bem
continue assim
abraços.
28 jul
Pri Florzinha
Tom, será que comigo as coisas ficam mais tranquilas? Sei não viu!
hahahaha
28 jul
Cassiano
Muito bommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
bruno
Marcando...
28 jul
DANNY -
COMO SEMPRE MUITO BOMMM ... E NAO DEMORA MUITO PARA POSTAR VIUU
28 jul
Em Busca
aguardando mais...
28 jul
Lih
fuui
28 jul
Whitney
28 jul
Raul
28 jul
STROVENGA
Sexo selvagem.. ui
28 jul
Bernardo
AMAAAAAAAAAAAANDO!!!
28 jul
safada
AAAAAAAAAAAAAAAMMMMMMMMMMMMMMMOOOOOOOOOOOO
ULA LA LA HAHAHA
MAMA MIA
SEXY BEIBE
PICANTE RSRSRSRSRSRS
PERFEITOOOOOOOOOOOO
BEIJAAAUMMM
28 jul
Pimentinha
Alguém me empresta a bombinha para asma !!!???
28 jul
. Guh
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
28 jul
Flavio
Marcando...
28 jul
∫̶▫›› Diih.lúvio
Primeiro comentário meu. Oush. to lendo a no maximo 3 dias e to adorando. to louco pra ter
mais posts
28 jul
Gin
ai q FOGO ! :D
adorei marlon !
29 jul
Alex
to sem palavras....
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29 jul
Diego
Ui!
29 jul
Marlon
Oi gente!
29 jul
Alexson
29 jul
Bernardo
29 jul
Tom
P.S. Posso parar de ler a qualquer hora, então, vou ficar quieto hj! hasuhsu
29 jul
Marlon
A vida flui calmamente quando nada há que se temer e nada há pelo o que se reclamar. As coisas
pareciam se ajeitar a cada dia que se passava e, o que não tinha conserto, eu deixava de lado.
Exemplo: minha mãe, que a cada dia estava mais distante e, as vezes, eu nem lembrava que ela
existia. Mas, em relação a minha vida, tudo estava bem, eu tinha um emprego, um lar, amigos,
estudava o que gostava, etc. e tinha também um namorado. O que dizer do “namorado”? Acho
que não é necessário.
Era a voz do Tom. Há tempos eu não ficava contente ao ouvir esse nome. Quando me virei, ele
vinha correndo em minha direção:
- Será que estamos atrasados?
- Não, acho que não – disse eu com um sorriso bobo.
- O que houve?
- Nada... Momento nostalgia!
- O que? Me conta.
- Nada de mais. Você me chamando pelo apelido do Caio... sabe, sinto saudades de quando ele
me chamava assim.
- Mas eu achei que vocês já tivessem superado aquilo tudo.
- E superamos, mas ele não quer mais me chamar assim.
- Ah, besteira.
29 jul
Marlon
Olá
Alexson
Bruno!!!
Bernardo
e Tom.
29 jul
Marlon
29 jul
Marlon
Caio e eu fomos mais algumas vezes ao restaurante onde o velho saxofonista tocava. As vezes
também íamos em grupo, os três casais de amigos: Tom & Luciano, Claudinha & Diogo, Caio &
Marlon. Sempre que íamos, o saxofonista tocava “Singing in the rain”. O Caio e ele estavam
ficando amigos:
- Me esperem aqui, eu vou dar um “oi” para o saxofonista – disse o Caio correndo.
- Vai depressa que a gente já está pedindo a conta – eu disse.
- Eita, Marlon, quem diria, hein? Passado para trás por um velho muxiba – brincou a Claudinha.
- É verdade. Nessa altura da vida, eu não me surpreendo com o Caio – eu disse.
- Qual será a posição preferida do casal? – perguntou o Tom.
- Bem, pela idade que o cara do sax aparenta ter, acho que ele só agüenta papai-e-mamãe –
respondeu o Luciano.
- Vocês querem parar? – pedi já rindo.
- Mas 69 também é fácil – retrucou o Tom – basta deitar e tudo certo.
- Hum, deve ser uma delícia. Boca de velho, dentadura solta, salivando sem parar... imaginem
uma oral agora – disse a Claudinha.
- Minha filha! – disse o Tom fingindo estar horrorizado – Diogo, querido, depois dessa eu
prenderia a sua mulher na corrente, ao pé da cama, viu?
- Que nojo! – disse o Luciano.
- Gente, olhem o ambiente no qual estamos, contenham-se! – pedi.
- Glam-sex é comigo mesmo – disse o Tom.
29 jul
Marlon
Descobrimos que o Seu Guilherme também tocava numa churrascaria, mas tocava acordeão. A
churrascaria era decorada sob a temática de bar pirata, ou algo parecido. Para o aniversário do
Caio, que já se aproximava, ele fez um trato com o dono da churrascaria e com o Seu Guilherme:
o dono do estabelecimento deixaria que, ao invés da sanfona, o Seu Guilherme tocasse saxofone
e, em troca, o Caio faria a sua festa lá. Seria um almoço onde ele convidaria todos que pudesse.
Tudo isso porque, no restaurante onde se tocava sax, não seria possível levar tanta gente e juntar
as mesas. E também porque uma churrascaria dá um aspecto mais informal. Como o Seu
Guilherme só tocava duas horas na churrascaria e o Caio ficou com pena de explorar o velho
saxofonista, ele fez um outro trato com o dono da churrascaria, pedindo para que ele também
pudesse levar um DJ. Eu não sabia como o Caio era espertinho e antenado para negociações.
Nesse dia, fomos Caio, seu pai e eu conversar com o dono:
- Mas como assim, você pretende fechar a churrascaria só para a sua festa?
- Não... como é o nome do senhor mesmo? – perguntou o Caio.
- Ademar.
- Não, Seu Ademar, eu não quero prejudicar o senhor, só quero que o senhor permita que a gente
traga um DJ.
- Mas não é prejuízo nenhum. O único problema é que os outros clientes geralmente não gostam
de música de DJ. Mas, se você fechar a churrascaria, negócio fechado.
O Ademar também era um grande negociador, de fato. Na verdade ele aparentava ser aquele tipo
de bicheiro que vemos em filmes, que engana a todos nas ruas, dando truques e golpes em
garotinhos inocentes como o Caio. Mas, o Caio, de inocente não tinha exatamente nada:
- Ah, mas assim quem sai no prejuízo soy yo!
29 jul
Marlon
Já em casa:
- Caio, agora que estamos só nós dois... – o Caio me interrompe.
- Vamos trepar?
- Não. Me conta o que você está pensando em fazer.
- Eu? – fingindo inocência.
- Sim, o senhor mesmo, como pretende pagar o prejuízo?
- Não vai ter prejuízo!
- E você tem tanta certeza porque...
- Porque eu tenho um plano.
- Hum, me conta esse plano.
Haveria o saxofone por duas horas, haveria DJ antes do sax e depois até o inicio da noite. O
plano do Caio consistia em pagar o DJ e não correr o risco de ainda pagar ao seu Ademar. E
como ele faria isso? Muito simples, ele usaria a sua popularidade. Como alguém como ele
abandona Publicidade para fazer Gastronomia? Bem, eu não sei. O Convite seria assim: uma
garrafa vazia de vinho e dentro viria um papel envelhecido, como se fosse um pedaço de um
mapa antigo; o escrito, com letras manuscritas, seria:
29 jul
Marlon
“Olá, marujos
Hoje o mar não está para peixe. Como somos todos lobos do mar e precisamos de carne, a minha
festa será na churrascaria [...]. Infelizmente o nosso capitão só liberou a primeira rodada de
tubarões á milanesa, o resto deverá ser descontado dos nossos sacos de moedas de ouro. É uma
pena, eu sei, mas sem isso, perderemos metade da tripulação na prancha. O bom disso tudo é que
pirata que se preza sempre tem amigos e os amigos dos seus amigos também estão convidados!
O DJ está garantido!
Tragam os seus bons gostos musicais, pois terá saxofone [e ai daquele que reclamar!].
29 jul
Marlon
Depois que vi o convite pronto, que não custou quase nada para ser confeccionado, eu disse ao
Caio:
- Isso nunca vai dar certo. Ninguém vai vir para a sua festa sabendo que vão pagar a partir da
segunda rodada!
- Hum, ok, quer apostar?
29 jul
Marlon
Boa noite.
Fui.
29 jul
safada
MARAVILHOSOOO
BOA NOITE
BEIJAAUMMM
29 jul
Raul
29 jul
Gin
29 jul
Bernardo
Tá de parabéns Marlon!
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29 jul
Cesar
fiquei o final e semana fora e que surpresa boa ao entrar na net hj ver que o Marlon voltou a
postar, pena que minhas férias estão acabando amanhã e ai vou poder entrar só e vez em quando,
mas ta lindo o conto, um abraço.
29 jul
Raul
29 jul
Gin
adorando *-*
29 jul
Pri Florzinha
29 jul
Math
Hum.... tou vendo q pelo visto essa festa do Caio vai bombar (só pra variar um pouco... kkk)
29 jul
SOU NINGUEM
29 jul
Dany
29 jul
Vini Figueroa
Tenho certeza que haverá MUITAS festas piratas, daqui para frente, pois pelo visto
TODOS amaram a idéia...
Marlo, é uma pena, mas creio que nunca estarei ao vivo, pois às 2:00h estou dormindo...
kkkkkkk
29 jul
STROVENGA
Hehehehe
A idéia dele foi fantástica. Se bem que por aqui em Salvador, especialmente no bairro onde
moro, todos fazemos assim. Fechamos um bar e o povo paga depois de 3ª rodada e com música
ao vivo. hehehehe
Continuaaaaaaaaaa
29 jul
Em Busca
Adoureiiii...
aguardando mais...
29 jul
Lih
hahaha..
adoreei...
29 jul
RODRIGO! TO MEIO
29 jul
Pimentinha
29 jul
Alex
marcando....
29 jul
» PσpSC «
safada
+++
29 jul
Flavio
Marcando...
29 jul
bruno
Marcando...
29 jul
Michael
oi gentee eu vim aki pra falar que eu comecei a escrever meu conto ontem mais eu perdi ele ,
então hj eu voltei a escrever tudo dinovo e gostaria que vcs lecem ele...
agradecido
abraços
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?
cmm=15061107&tid=5363830299294576521&start=1
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.301-1.310 de 2.260
30 jul
Marlon
Oi gente!
Desculpem, mas hoje eu não vou conseguir postar. Estou muito cansado e morto de sono.
Se eu tivesse tempo, escreveria antes e viria só para postar, mas quase nunca tenho tempo
mesmo...
Sinto muito.
Boa noite.
Fui.
30 jul
Guigo
Teeem problema não Marlon, amanha se você postar, vou estar esperando!
30 jul
Em Busca
aguardando...
30 jul
Gin
30 jul
safada
ATE AMANHA
BOA NOITE
ADORO VOCE
BEIJAUM
30 jul
STROVENGA
30 jul
JONTAN
tudo bem
querido
descanse
e volte logo
abraços
30 jul
==>THUOMAS<==
30 jul
мαтєυѕ
Boa a dele.....
ateh
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.311-1.320 de 2.260
30 jul
_●•ЗЯЇСΘ●•_
Parabéns Marlon!
Marcando ^.^
30 jul
Camillodon
...
31 jul
morgan
continue assim
31 jul
Marlon
Olá gente!
31 jul
Marlon
Todas as pessoas íntimas disseram que não daria certo. Obviamente que iriam pessoas e
possivelmente iriam muitas, mas não faria sucesso a ponto de não dar o tal prejuízo do Seu
Ademar e ainda sobrar dinheiro para pagar o DJ. Os pais do Caio foram os primeiros a dizerem
que essa idéia era furada e de que ele deveria tomar cuidado, pois, se desse prejuízo, ele se
responsabilizaria sozinho pelos gastos. Depois vieram Claudinha e Tom alertando. Mas o Caio
não ouvia ninguém. Enquanto os convites estavam sendo enviados, o Caio preparava a
decoração com as próprias mãos (assim como foi na festa rave). Tom, Claudinha e eu nos
oferecemos para ajudá-lo, mas ele recusou. Disse que era questão de honra ele fazer essa festa
dar certo. Minha única preocupação era com o meu bolso. Eu não conseguiria dar um presente
do meu agrado. Eu sei, o Caio não liga e nunca ligou para dinheiro, no sentido de que ele
economizava centavo por centavo de suas mesadas, fazia as suas próprias camisetas,
customizava tênis e sempre teve uma visão diferente dos outros jovens que costumamos
conhecer. Mas, apesar disso, eu queria, também por questão de honra, dar-lhe um bom presente.
Enquanto eu procurava algo barato, mas de bom gosto para presenteá-lo, recebia constantemente
ligações como essa:
- Alô, Marlon?
- Oi, amor, tudo bem?
- Tudo, tudo. Me diz uma coisa: tem cabo de vassoura velho aí?
- Hã? Para quê você quer isso?
- Tem ou não?
- Não sei, depois eu dou uma olhada.
- Não, dê uma olhada agora!
- Agora?
- Dãã!
- Ta.
31 jul
Marlon
E lá vai eu procurar algum cabo de vassoura que não estivesse sendo usado:
- Não tem não, amor.
- Ta, tchau.
- Ei! – gritei.
- Oi.
- Liga, nem pergunta como eu estou, não sirvo pra nada e se despede assim?
- Ai, que grudinho... você não vem aqui em casa hoje?
- Sim, mas... – me interrompe.
- Então, quando você chegar, eu pergunto como você está – soltou uma gargalhada –
beijomeliga! – e desligou.
No dia seguinte:
- Amor único da minha vida!
- Diz, Caio.
- Tem roupa velha aí?
- Que tipo de roupa?
- Qualquer uma que seja de pano? – irônico.
- Grosso!
- Vai, Marlon, deixa de fazer doce.
- Espera... tem umas camisas minhas que não dão mais.
- Trás mais tarde?
- Ta. Mais alguma coisa?
- Tem garrafas aí?
- Pet, serve?
- Serve, serve. Tchau!
- Tchau amor da... – desligou.
31 jul
Marlon
Quando eu chegava a casa dele para namorarmos “de portão” (sim, fazíamos isso), ele nunca me
deixava entrar no quarto dele. Aliás, nem eu nem ninguém. Lá havia todo o tipo de lixo e
porcarias possíveis:
- Quando a gente vai poder dormir na sua cama, hein?
- Ué, quer dormir comigo? Vamos para a sua.
- Não. Sinto falta da sua.
- E eu da sua.
- É sério, deixa eu ver?
- Tipo, não? – irônico.
- Tão engraçado você, né?
- Né? Também me acho engraçado pacas!
Mas enquanto ele causava toda essa curiosidade em mim, não se comentava outra coisa na
faculdade. Afinal, ele ainda não estava estudando Gastronomia, então sua turma ainda era a de
Marketing. Calouros e veteranos estavam ansiosos: os calouros porque seria a primeira festa
grande em que eles iriam e os veteranos por já conhecerem a fama do Caio em festas. Depois
que o Caio começou a estudar lá, era ele quem organizava as festas do nosso curso. Foram
tempos de glória, sem exageros. Ele tirava patrocínio não sei da onde e toda a decoração sempre
era reciclada, angariávamos fundos para as formaturas e tudo isso em conjunto com os alunos do
centro acadêmico.
31 jul
Marlon
Já eu tentava achar um presente coerente. As primeiras coisas que surgem são os presentes
comuns. Comum para o Caio é até piada. Vinha-me perfume, roupa, calçado, cd, celular... mas
nada disso me agradava. Eram coisas muito simples e coisas das quais ele não sentia
necessidade. O Caio, assim como eu, adora arte. Quer dizer, eu aprendi a gostar mais ainda por
causa dele. Pensei em dar um quadro-cópia de um dos artistas que ele gostava, como Van Gogh,
Kandinsky, Romero Brito, Andy Warhol... estive prestes a comprar um do Warhol, o da Jack
Onassis, ou o da sopa Campbells, mas acabei não comprando. Pensei em fazer algo, mas não
tenho a mesma habilidade manual do Caio. Passeando pelo centro, onde eu tinha que pagar umas
contas, passei por uma loja que nunca me chamaria a atenção, se não fosse pela situação atual do
Caio. Vi algo que me interessou e eu comprei. Ainda liguei para o Tom, para ver se ele me dava
uma luz:
- Ah, eu achei bacana a idéia sim.
- Então você acha que eu devo comprar?
- Sim, sim. O Caio realmente não é alguém que você dá um vale-presente e solta ele dentro de
um shopping. Eu também estou suando para comprar um, não está fácil.
- Compra um dos quadros que eu ia comprar.
- Pode ser. Estive mesmo pensando em comprar um Kandinsky para mim, talvez eu compre um
para ele também.
- Beleza, tchau.
- Tchau, Marlon.
Eu ainda tinha que levar o que tinha comprado para outro lugar, para que o presente ficasse
completo. Depois, sosseguei satisfeito.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.321-1.330 de 2.260
31 jul
Marlon
No dia da festa, o Caio estava cedinho na churrascaria para arrumar os preparativos e todo o
resto. Até então, pelo o que eu soube do Caio logo depois, era que o Seu Ademar não tinha
gostado nada-nada dessa idéia de decoração, mesmo que ela combinasse com o estilo do
restaurante. Mas, com a lábia do Caio, o Seu Ademar foi deixando. O Caio chegou a churrascaria
umas cinco horas da manhã e saiu de lá às oito, hora essa em que a churrascaria é aberta. Foi
para casa descansar para a tarde. A festa estava programada para as treze horas. Para a festa,
comprei um chapéu de pirata, estilo napoleônico. Tive medo que o Caio comprasse um chapéu
parecido, mas como eu não pretendia ficar com o chapéu o dia todo, o levei assim mesmo.
Liguei para a casa dele:
- Alô?
- Oi Marlon.
- Oi sogrinha, cadê o Caio?
- Já foi.
- Já foi?
- Ele quis ir cedo, antes que todos.
- Para receber os convidados, não é?
- É.
- Bem... – ela me interrompe.
- Você iria passar aqui?
- É, eu estava pensando nisso.
- Se quiser, passamos aí para te buscar.
- Ah, eu gostaria sim, pois o Luciano foi buscar o Tom, aí eles vão de lá mesmo.
- Certo. Já-já passamos aí.
Eu sei que é tudo frescura minha e que a minha possessão me cega, mas me senti muito
abandonado pelo Caio nesse período. Quando eu entrei no carro, começamos a conversar sobre
essa festa:
- Pois é, Marlon, não foi só você a quem ele abandonou esse mês. Ele trancou o quarto e levava a
chave para onde quer que fosse. Para ir ao banheiro, ele trancava a porta do quarto – disse a mãe
dele.
- Eu nem me senti abandonado por isso, eu acho que foi mais essa autonomia dele de não pedir
ajuda em nada e de fazer as coisas sem nem me informar que me deixou com pulgas atrás das
orelhas.
- Eita namorado ciumento da poxa! – brincou me sogro – A única coisa que eu quero mesmo é
que essa festa vingue. Eu sei que o Caio é responsável e tal, mas eu não estou confiante.
31 jul
Marlon
Quando chegamos, já haviam alguns carros no estacionamento. O DJ já tocava e não estava tão
alto quanto pensei. O Caio queria mesmo preservar os outros clientes, mas, ao mesmo tempo,
assim que chegamos, percebi que ele andava por outras mesas, mesas de desconhecidos. Mas eu
só via o Caio de longe, não conseguia ver como ele estava vestido. A roupa dele era um dos
mistérios. Mas a decoração logo se abriu em nossos olhos e ficamos abismados com o que ele
fez com o lixo. Das pilastras da churrascaria desciam garrafas pet cortadas em formas
helicoidais, para darem a impressão de algas marinhas. O fundo das garrafas com fitinhas de
papel eram águas-vivas e as bolinhas de desodorantes roll-on eram bolhas. Na entrada do
restaurante havia um painel enorme de papelão, onde nele o Caio havia desenhado um velho
pirata, que nos pedia para deixarmos um recado para o aniversariante. As paredes também
tinham fotos retrô de piratas, que pareciam tirados de filmes, desde Gregory Peck, em “Moby
Dick”, até Johnny Depp em “Piratas do Caribe”. Mas a decoração toda convergia para uma peça
em especial. No centro, uma pilastra foi totalmente coberta com algum tipo de material que dava
a impressão de madeira, havia uma colcha de retalhos e dois bonecos infláveis. Explicando
melhor, a pilastra era um mastro de navio, a colcha eram as velas (tinha até caveira com dois
ossos cruzados) e os bonecos... Bem, um dos bonecos na verdade era uma boneca. Ela vestia
uma roupa de garçonete de taberna e ela estava de cabeça para baixo, como se ela estivesse
fazendo pole-dance. O outro boneco era um pirata, que ficava no ponto mais alto do mastro, o
ponto de observação, mas ele apontava a luneta para a saia levantada (ou seria caída?) da boneca.
Ou seja, era uma enorme alegoria.
Quando olhamos aquilo, o pai do Caio exclamou:
- O que é que esse menino me aprontou?
31 jul
Marlon
Eu não conseguia dizer nada. Depois de toda a surpresa, o que eu mais queria era abraçá-lo e
desejar-lhe “Feliz aniversário!”. Ele conversava com os outros clientes, era uma coisa que eu não
entendia, mas fui. Quando me aproximei, percebi que o Caio não estava de pirata e sim de
marujo. Com aquelas roupas do Kiko do seriado Chaves, só que de branco. Ele também vestia
um tapa-olho, e tinha uma placa pendurada ao pescoço “O Inocente Marujo Caolho”:
- Inocente, é? – perguntei ironicamente.
- Marlon! – disse ele me abrindo o mais lindo sorriso de todos.
- Oi, marujo!
Ele me abraçou forte. Se não fossem as outras pessoas, teríamos nos beijado. Percebi que ele
tinha dificuldade de andar:
- O que é isso?
31 jul
Marlon
Quando olhei para o seu pé, vi uma perna de pau. Ele dobrou o joelho direito e improvisou uma
prótese com um cabo de vassoura:
- Nossa, tem perna de pau e tudo!
- Claro!
- Não está te incomodando isso?
- Não, está até confortável e é divertido também. Pensei que não vinha mais...
- É que seus pais ainda passaram lá em casa para me buscar. Eu pensei que vínhamos juntos.
- Eu tive que vir antes. Garantir que a decoração não fosse danificada e receber as pessoas.
- Aliás, que decoração, hein?
- Eu disse que não pouparia.
- Disse e cumpriu.
- Ah, você trouxe um chapéu de pirata. Que fofo!
- Eu tive medo de trazer, tive medo que você estivesse com um igual.
- Ué, e se tivesse? Que besteira.
- Não quis estragar a sua roupa.
- É uma festa pirata, o que não vai faltar são chapéus e tapas-olhos. Por isso vim de marujo.
- “O Inocente Marujo Caolho”? Não era pirata?
- Era, mas pirata é tão do mal, eu sou tão do bem, tão fofo, tão cuti-cuti, tão ingênuo, tão puro,
tão casto...
- Ok, você bebeu?
- Vai, veste logo esse chapéu e vem tirar uma foto comigo.
- Não quer saber do presente?
- Oh, amor, não precisa me comprar nada. Juro!
- Eu sei, mas que quis. Eu te... – percebi que estávamos em público – Por que você está com esse
povo estranho?
- Estou convidando a todos os clientes.
- Por quê?
- Porque se eles colaborarem com a festa, ficam mais um pouco, gastam mais um pouco e ainda
permitem que o DJ toque mais alto.
- Espera, ainda não entendi: “O Inocente Marujo...”? Inocente?
- Ah, inocente sim, burro nunca.
- Esse é o meu amor! – sussurrei.
- Ta, agora me dá meu presente.
31 jul
Marlon
Olá Bruno!!!
31 jul
Marlon
Fui.
31 jul
safada
ASSIM NÃO VALE RSRSRS
PERFEITOOOOO
AMOO D+++
MARAVILHOSOOO
SEM COMENTARIOOOSS
BEIJAAUMM
BOA NOITE
ATE AMANHA ;D
31 jul
VickViny
Marlon!!
Aguardando... ¬¬
Beijos!!!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.331-1.340 de 2.260
31 jul
Paixão
marcando!!!!
31 jul
' Diego
31 jul
Math
Falou td...
aushuashuahsuhaushuahsuahsuah
Parabéns Marlon... principalmente por ter achado um Caio pra vc... o cara é show... hehehe
continua...
31 jul
RODRIGO! TO MEIO
VAMOS EMBRACAR NESTE NAVIO PIRATA QUE PELO VISTO ESTA FESTA VAI SER
MASSA !!!
UM GRANDE ABRAÇO MARLON!!
31 jul
Pri Florzinha
31 jul
Tom
Bom, visando a confiança do Caio neste aniversário que seria um fiasco total pelos outros...
...realmente, ele estaria aprontando alguma! huahuahsa
Muuuito bom! Muuuito bom mesmo. Se fosse eu, concerteza já haveria pensado na possibilidade
- de primeira - em fechar a churrascaria! Porém, a probabilidade de ser um fiasco aumentaria.
Mas esse presente... hum, aposto que o Marlon teve o pau, ups' a perna de pau cortada de tanta
felicidade do Caio! kkkkkkkkkkkkkkkkk
Ancioso pra saber o que é...
Ancioso pra saber o resultado da festa - óbvio que vai ser maravilhosa, mas os fatos são mais
interessantes que a intuição -...
Ancioso... sei lá mais pra que, continua Marlon! kkk
Abcs!
P.S. Gente, o Sader não passou por aqui é isso mesmo?! Que milagre... \o/
31 jul
Vini Figueroa
Ansioso, esperando!
31 jul
Math
Vai chover canivete com punho d ouro... o Sader ainda não veio postar nada? OMG O_O'
31 jul
. Guh
31 jul
sader koy
pronto, passei, kkkkk... tô que nem o marlon hj... sem tempo pra nada... mas aguardem...
abraaaaaaaaço
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.341-1.350 de 2.260
31 jul
JONTAN
Chamem os bombeiros!!!!!!
oi
Marlon
tudo bem
Adorando o conto.
31 jul
мαтєυѕ
supercurioso!
31 jul
STROVENGA
curioso aqui
31 jul
Ivan
31 jul
Pimentinha
huhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
31 jul
Gin
31 jul
Lih
nem comento... =P
bjãão
31 jul
DANNY -
QUE MASSA ... E O QUE VC COMPROU PRO CAIO ... MARLON ... BJS
31 jul
Raul
31 jul
Flavio
Marcando...
31 jul
Bernardo
31 jul
Raul
31 jul
∫̶▫›› Diih.lúvio
estou curioso
31 jul
sader koy
.
...
“pirata é tão do mal, eu sou tão do bem, tão fofo, tão cuti-cuti, tão ingênuo, tão puro, tão casto...”
...
31 jul
bruno
Marcando...
31 jul
» PσpSC «
aguardando a continuação. xD
1 ago
Camillodon
...
1 ago
Alex
marcando...
1 ago
Guigo
1 ago
Marlon
Se eu terminar, talvez (com ênfase no "talvez") eu venha postar algo. Mas, é provável que eu não
venha.
Ps.: Raul, você faz arquitetura? Adoro o Wrigth também. Já viu um pequeno vídeo de
computação gráfica que tem no Youtube da Fallingwater?
Fui...
1 ago
Luuuuu
Marlon
1 ago
Gin
1 ago
Raul
Marlon
Agora eu vi...
Maravilhoso, completo em cada detalhe, até as peças de decoração e várias obras de arte foram
digitalizadas.
Sequei os olhos e já adicionei a este perfil alternativo e ao original!
E sim, sou arquiteto...
1 ago
Marlon
Hahhahahahahahhahahahahahaha.
Vamos ver...
1 ago
Gin
._.
1 ago
Raul
PS: sabia que Fallingwater foi considerada 'a obra prima' da arquitetura do Século XX?
A história (e as histórias) da casa é fantástica, FLW cuidou da estrutura ao enxoval, posicionou
cada peça.
Edgar Kaufmann Jr, filho único do dono da casa acabou estudando Arquitetura com FLW e é o
autor do livro que citei...
1 ago
Gin
1 ago
Marlon
Dizem que ele desenhou a casa horas ou minutos antes de os clientes chegarem ao seu escritório.
Dizem que ele tinha tudo literalmente arquitetado na cabeça, mas que não tinha desenhado ainda
por medo de plágio e tal. Aí, no dia de mostrar o projeto, ele começou a desenhar e, assim como
no vídeo, do nada surge essa "casinha"!
1 ago
Gin
ah marlon, isso é normal ... geralmente mtos gênios(de várias outras ciencias) fazem as coisas no
ultimo minuto.
Comparação estranha, mas arrisco...
Amadeus wolfgang mozart, ele era um genio e quando estava compondo a missa do Réquiem,
ele morreu enquanto estava compondo a 'Lacrimosa'. Foi aclamada(e é até hoje) como a mais
bela das suas composiçoes.
Não é muito diferente, geralmente na beira do impossivel nós evoluimos :D
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.371-1.380 de 2.260
1 ago
Luuuuu
Entro aqui atrás de uma safadeza e vejo vcs falando de arquitetura de música....
vou chorarrrrrr
1 ago
Gin
CONTOLATRAS ANONIMOS eu ri
AISHOEIHAOSHIEOAIOSEIOASIOHEIAIOSEIOHASIOEAIOSEAHEOAHISEOAHISE
1 ago
Marlon
hahahahahahhahahaha
é verdade! Ao invés de escolinha para perversão, por que não uma para discussões filosóficas,
sociológicas e estéticas?
1 ago
Gin
1 ago
Marlon
Para mim, o inicio verdadeiro do nosso último desentendimento aconteceu no momento em que
o Caio sentou abruptamente no meu colo e me contou cheio de felicidade que acabara de fazer a
inscrição para o vestibular de Gastronomia. Para mim, isso foi o inicio de tudo, pois eu não fui
muito receptivo a essa idéia e acabamos brigando rapidamente. Achei que aquele fosse o
presente perfeito para o nosso atual momento. Quando ele desembrulhou e viu o seu nome
bordado, com o nome “Chef” antecipadamente, emocionou-se:
- Não acredito, Marlon!
- Acredite!
Era uma roupa de chef, com o chapéu e tudo. No peito esquerdo estava bordado “Chef Caio
[...]”. Ele tirou a roupa da sacola, segurou-a com as duas mãos e ficou a observar. Parecia
realmente não acreditar no que os seus olhos viam. Ficou boquiaberto. Eu fiquei surpreso com a
reação dele. Não imaginei que ele fosse ficar tão tocado. Ele começou a lacrimejar e enfiou
cuidadosamente a roupa na sacola, mas fez isso o mais rápido que pôde. Depois ele pegou minha
mão e me arrastou para longe do salão. Ele me puxava para a rua. Decidi não perguntar para
onde ele estava me levando. Começamos a andar ligeiramente entre os carros no estacionamento.
Foi então que ele parou, me empurrou contra um dos automóveis e me beijou. Tomei um susto e
permaneci por um bom tempo com os olhos abertos, mas depois, ao sentir aquele carinho, fechei
os olhos e comecei a experimentar o mais doce agradecimento:
- Ai, como eu te odeio, sabia?
- Odeia nada!
- Odeio sim!
- Não esperava que você fosse ficar desse jeito.
- Você já está aceitando a minha mudança de curso...
- Sim, foi no que eu pensei quando comprei.
- Ah, foi lindo. Espero que não tenha sido muito caro.
- Caio! – em tom de bronca.
- Mas é verdade. Não quero você gastando comigo!
- Do meu dinheiro eu faço o que bem entender.
- Ta, não vamos falar disso agora.
- Certo.
1 ago
Marlon
Nos beijamos mais uma vez, depois ele foi correndo na frente, mas tropeçou no pára-choque de
um dos carros com a perna de pau e caiu. Corri para ajudá-lo, pensei que tinha sido grave:
- Caio, você está bem?
- Hahahahahahaha, que marujo mais molenga eu sou!
- Você não se machucou?
- Não, não.
- Ta, pega a minha mão para levantar.
Depois que ele levantou, saiu correndo outra vez. Parecia um manco com aquela prótese. Ficou
até engraçadinho (o Caio ainda mais engraçado do que já é). Sentei-me em uma das mesas
preparadas para os convidados e fiquei esperando que o pessoal da turma chegasse. Parecia que
ninguém queria atrasar, pois, foi só eu sentar para que as pessoas começassem a aparecer.
Chegaram algumas pessoas da sala, abraçavam o Caio, riam da roupa dele e lhe entregavam
presentes. As carnes começaram a ser servidas, mas as pessoas só petiscavam e iam para uma
área vaga na churrascaria, uma espécie de hall, para dançar. Como eram muitas pessoas, os
outros clientes se sentiram a vontade para dançarem juntos também. Quando vi esta cena, me
veio de imediato à cabeça: “Caio, sacana, seu plano está dando certo!”. Não quis ir para a pista
improvisada ainda, decidi esperar pelo Tom e pela Claudinha, ou pelo menos pelo meu irmão, a
Gabriela e o Augusto. Enquanto isso, comecei a almoçar de verdade. Os pais do Caio
começaram a se entrosar com os outros pais de convidados e ficaram também em pé, petiscando
e bebendo. Fiquei sozinho na mesa. “Melhor, sobra mais!”, pensei eu com a minha cabeça
gulosa. Depois o Caio apareceu:
1 ago
Marlon
Está aqui, [ro]!
:D
1 ago
Marlon
Ele saiu mancando com a sua perna de pau, eu engasguei um pouco, pois não parava de rir dele e
depois voltei ao grafo e a faca. Quando estava terminando de comer, os convidados começaram a
ocupar as mesas e a almoçarem também. Mas os outros clientes continuaram dançando. Porém, a
música ainda continuava baixa. Eu tinha certeza que, mais cedo ou mais tarde, todos pediriam
por mais alguns decibéis. Aproximei-me do Caio:
- E você, já almoçou?
- Já.
1 ago
Marlon
E fui ter com o pessoal da sala. Logo em seguida chegaram o meu irmão, a Gabriela e o
Augusto. Os vi cumprimentando e entregando presentes ao Caio de longe. Levantei-me e me
aproximei deles:
- Cunhadinho! – gritou a Gabriela.
- Oi, cunhadinha! – disse abraçando-a - Oi, Augusto, tudo bem?
- Tudo, cara, e você?
- Tudo indo.
Meu irmão ainda conversava com o Caio, pareciam falar dos bonecos infláveis. Eles riram um
pouco juntos e depois meu irmão me cumprimentou:
- Oi, mala!
- Oi, irmão querido – disse irônico.
- Vamos sentar?
- Vamos.
- Preciso conversar com você – disse em um tom simpático, mas com uma aparência séria.
- Sobre...?
- Conversamos quando um pedaço de picanha pingar no meu prato, ok?
Fomos nós quatro para a mesa e o Caio foi atender a outros convidados. Gabriela e Augusto
sentaram lado-a-lado e meu irmão e eu sentamos de frente para eles. O garçom começou a nos
servir e eu repeti o prato, para acompanhar o meu irmão:
- Então...
- É sobre os nossos pais.
1 ago
Luuuuu
au vivuuuu
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.381-1.390 de 2.260
1 ago
Marlon
Marlon
Bêbado?
Hahahhahahahaha
1 ago
Marlon
- Sim. Ela parou no tempo...sei lá...papai disse que depois que você saiu de casa, ela entrou em
depressão. Ela não consegue aceitar você de jeito nenhum. Por isso que o papai começou a te
aceitar com o tempo. Pelo menos foi o que ele me disse. Ele disse que ela te rogava pragas, batia
todo dia na mesma tecla e aí o papai não estava agüentando e começou a observar o que é que
ela realmente criticava. Aí ele começou a perceber que sim, que era estranha essa coisa de você
ser gay e tal, começou a se perguntar onde ele tinha errado e outras coisas mais, aí ele começou a
sentir sua falta. De inicio ele disse que parecia que ele só estava te aceitando para provocar a
mamãe, mas aí ele viu que não era, ele viu que ele realmente se incomodava com as coisas que
ela dizia sobre você.
- Não entendo, sabe? Em geral são as mães que aceitam com mais facilidade, mas a minha...
- É, é uma pena.
- Sorte minha não sentir falta dela.
- Você não precisa dizer isso, Marlon.
- Mas é a verdade. Eu tento achar um motivo para não sentir falta dela. Tipo, eu fico tentando
puxar no passado alguma coisa que me fez desgostar dela, mesmo quando eu era hétero e não
acho nada. Do meu pai também não, mas dele, muito antes dele começar a me perdoar, eu
percebi que sentia a falta dele.
- Para mim a mamãe deve ter alguma coisa no passado que está fazendo cometer essas coisas.
- Sabe, engraçado você dizer isso. Uma vez supus que algum ex-namorado da mamãe fosse gay.
- É, sabemos que o casamento deles foi quase que arranjado, pois o vovô queria porque queria
que a mamãe se casasse com um militar.
- Enfim... Não vou dizer que não fico triste com essa notícia, afinal eles são meus pais e acho
que o papai não merecia essa chateação da mamãe, mas...
1 ago
Marlon
Fiquei triste pelo o papai por alguns segundos, pois ele deveria estar mesmo sofrendo. Imaginem
ter um trabalho tenso como o de um policial militar. Você persegue gente perigosa, lida com o
perigo o tempo todo, arrisca a vida e tudo mais que o cotidiano de um policial reserva e aí,
quando ele chega em casa, onde ele deveria descansar e relaxar, tem uma esposa apática, que
parou em algum tempo e que reclama o dia todo. Escrevendo isso agora vejo como eu estou
sendo frio em relação a minha mãe, mas não deixou de ser verdade o já exposto. Enfim, peguei o
meu grafo, peguei a minha faca e voltei a comer. Depois de voltar a gargalhar e a curtir a festa,
percebi que Tom, Claudinha, Luciano e Diego demoravam muito.
1 ago
Marlon
Amanhã, ou melhor, mais tarde irei a uma festa e, provavelmente, não virei postar. Mas quem
sabe?
Fui.
1 ago
Luuuuu
1 ago
Marlon
Hahahahhahahahahahahahhahaha.
A-do-ro os bêbados!!!
Sempre tão criativos...
1 ago
Gin
Luuuuu
.... o único problema... TELEFONE..... Celular na mão de bebado é arma, mas hj nao vou ligar
pra ninguem
1 ago
Raul
Até!!!
VALEEEEEEEUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.391-1.400 de 2.260
1 ago
Gin
nossa marlon, estranha essa historia,... algo me diz HOJE, que a minha mãe sabe mesmo eu nao
contando. Dizem mesmo que as mães sabem antes dos pais, pq geralmente tem a cabeça mais
aberta e tal... acredito nisso sim. Mas quando a ficha delas caem e percebem que o filho é gay,
isso muda e ela se revolta ou não.
1 ago
Raul
Marlon
"Dizem que ele desenhou a casa horas ou minutos antes de os clientes chegarem ao seu
escritório. Dizem que ele tinha tudo literalmente arquitetado na cabeça, mas que não tinha
desenhado ainda por medo de plágio e tal. Aí, no dia de mostrar o projeto, ele começou a
desenhar e, assim como no vídeo, do nada surge essa "casinha"!..."
Um dado interessante é que ela é inspirada em templos japoneses, é preciso dar a volta,
circundando toda a construção, para se entrar nela.
Outro dado é que a obra 'nunca acabava'.
É uma casa para férias e FDS, porque na maior parte do tempo é impossível passar longos
períodos lá, por causa do barulho contínuo e constante da queda d'água...
1 ago
Gin
nossa, mas hoje em dia provavelmente ja devem ter colocado vidros e madeiras anti-ruido, pra
abafar estes barulhos né ?
ou não AIOSHEOAISEHOAISHEIOAOSIE ;S
1 ago
Vini Figueroa
Não é por nada não, mas seria mto clichê o Marlon dar um sax para o Caio...
Adorei o presente!!!
Mto criativo!
1 ago
JONTAN
Comentário.
ola.
Marlon
Infelizmente os pais não assimilam bem quando os filhos se assumem pois distoem de tudo
aquilo que eles sonhavam para os seus filhos.
Contudo a dor e a indiferença de um dois pais torna um clima desagradavel,por isso que muitos
de nos distanciamos dos familiares para obtermos liberdade necessaria para sermos
nosmesmo,verdadeiros.
A vida é bastante complexa e cheia de meandros que a familía nem sempre saber suportar.
ABRAÇOS E
BOM DIA.
1 ago
. Guh
mas ja ta atualizado \o
1 ago
Cesar
1 ago
DANNY -
NOSSA QUE TUDO ... E DEVE SER MUITO CHATO MESMO TUDO ISSO NÉ ...
AGUARDO MAIS POSTAGENS
1 ago
RODRIGO! TO MEIO
humm!!que bom que a festa deu certo e mas uma vez o caio se superou!!
1 ago
demolidor
Olá, descobri o conto essa semana e hoje consegui chegar na fase atual, parabéns cara, incrível
história de vida, uma lição de como se pode lutar pela felicidade, pelo respeito e pelo amor,
obrigado pela oportunidade de conhecer tudo isso que se passou com você, e eu vou acompanhar
daqui pra frente com lágrimas e risos e muita torcida pra que tudo dê certo.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.401-1.410 de 2.260
1 ago
safada
MARLON RSRS
AMANDO D++
PERFEITIOOO
BEIJAUMMMMMM
1 ago
Pimentinha
Acompanhando
1 ago
» PσpSC «
Alex
marcando...
2 ago
∫̶▫›› Diih.lúvio
marcando.
2 ago
Guigo
2 ago
Flavio
Marcando...
2 ago
==>THUOMAS<==
Acompanhandoo fielmente
2 ago
sader koy
seu presente foi demais... imagino a carinha do caio... família é tão importante e ver um lar
desmoronar é muito triste, fiquei com dó dos seus pais, principalmente da sua mãe que
poderia estar desfrutando da sua companhia, do caio, do ewerton, da gabriela... mas nem
sempre as coisas saem como imaginamos ou queremos... por falar em coisas que não saem
como imaginamos, vamos combinar? o raul poderia ser contratado como arquiteto da
escolinha e vc, marlon-sabe-tudo, como coordenador para discussões filosóficas, sociológicas
e estéticas... que tal? o lance da perversão pode deixar comigo, com a pri, com o math, tom, ro
(não vai faltar candidatos)... kkkkkkkk... puxa vida, gostaria tanto de estar com vcs nas
madrugadas, mas não consigo... também adoro os bebados, além de criativos, tem aquele
velho ditado que todos nós conhecemos, não é mesmo? outro detalhe: os bebados esquecem
das coisas, por exemplo, de aparecer... mas alguns merecem nosso perdão... fuuuuiiii...
2 ago
STROVENGA
MAs o que seu irmão contou de seus pais me deixou intrigado. Será que sua mãe devia ter algo
no passado dela que tenha tido relação com algum homossexual? Pode ser. Mas, isso não vem ao
caso agora.
2 ago
Em Busca
MARAAAAAAAAAAAAAAAA...
aguardando mais...
2 ago
Tom
A festa parece ter sido linda... decoração, vestuário, enfim, o Caio realmente é arrasa em festas!
Está óbvio que a idéia do dinheiro deu certo. Ainda a picanha... não sou muito chegado a carne
não, mas quando rola um churrasco... prefiro deixar pra lá! Ta me dando fome! Kkk
2 ago
Tom
Talvez passe pelas mesmas situações ou então se reduza apenas as atitudes. Só o tempo pode
dizer, né!
Esperando mais picanha com lingüiça no meu prato, por favor! – Sader, sem piadinha, ok?!
Ahsuahusahus
P.S. Pra não ficar muito extenso, acabei não comentando, mas será rápido. Talvez neste caso,
pode até ser, mas não generalizo a idéia de “mães” com atitudes como a minha, como a do
Marlon,... terem sofrido algum tipo de desilusão ou coisa do gênero pra tanta antipatia de gays.
Acho que isso são casos mais de formação de imagem que não aconteceram ou sofrimento que
talvez, as pessoas mais importantes das vidas delas – como a minha, pelo que eu entendi a mãe
do Marlon largou tudo pra cuidar dele e mais o irmão, né -, possam vir a sofrer por “culpa”
delas mesmos e pela 1ª vez elas não podem fazer nada.
2 ago
Marlon
Talvez...
Raul, como assim alguém só vai para aquela casa de vez em quando?
Mas hoje em dia ela não é mais um residência, ou é?
2 ago
Camillodon
...
2 ago
Raul
Não Marlon, em 1963 ela foi doada por Edward Kaufmann Jr ao Western Pennsylvania
Conservancy e é mantida como museu, em associação com a The Frank Lloyd Wright
Foundation.
2 ago
JONTAN
continuação.
ola
Marlon
volta logo
adorando.
3 ago
Gin
CADE A ANIMAÇÃO rs
3 ago
safada
ANIMAÇAUUU
3 ago
Gin
ANIMAÇ~OA rs
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.421-1.430 de 2.260
3 ago
Marlon
Acabei de acabar um trabalho e estou moído. Ainda tenho que acordar cedinho, então...
Desculpem.
Fui.
3 ago
Whitney
td bem Marlon ..
mais só pq vc é lindo, absoluto e seu nome não é Stephany ..!kkk
vou estar sempre aquii !
3 ago
Pri Florzinha
3 ago
Math
Adorei o presente e as discussões... pena q num deu pra ler td... vou ler mais tarde
Marlon... adorei saber q seu pai tá te aceitando já... pena q com sua mãe não foi a mesma coisa..
=/
Até mais... abração
3 ago
Dany
ótima festa e que pena seus pais, sua mãe pirou mesmo.
3 ago
STROVENGA
hummm
nome:
Pervolândia
ou
3 ago
'
Nem sei como a minha mãe vai reageir se algum dia descobrir de mim!
Mas acho que normalmente! [espero!]
3 ago
_●•ЗЯЇСΘ●•_
Marcando \0/
....................
3 ago
Cassiano
3 ago
JONTAN
boa tarde
esperando
adorando o conto.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.431-1.440 de 2.260
3 ago
sader koy
lá lá lá lá lá lá lá... não sei de nada gente... vcs estão confundindo tudo... kkkkk... sou que nem
o caio: um marujo do bem, fofo, cuti-cuti, ingênuo, puro e casto... acho que não convém a
minha pessoa comprar um lote nesse empreendimento não... kkkkkk...
3 ago
Igor
eu quero Strovenga
3 ago
Pri Florzinha
Lulu
Eu sou um antigo leitor da comunidade, devorador de muitos contos. Mas como a vida é bem
corrida... eu nunca fiz o profile, e por isso nunca me manifestei em nenhum (embora, em muitos
deles eu cheguei cogitar a hipótese)
O Garoto e o Saxofone
Foi peculiar terminar de ler "O Médico" do Benjamim - que por sinal, quase me levou a criar um
fake - e ver aquele paraquedistazinho anunciando que iria escrever um conto porque tinha
necessidade. Resolvi acompanhar...
E tenho feito isso quase em tempo real, de onde estou dou um jeito de dar uma olhadinha no
tópico.
Eu acho que o Marlom nao fez/faz PP. Eu na verdade acho q ele leva jeito pra uma outra
profissão... mas eu nao tenho certeza se é isso mesmo, algo me diz.
Meu... que história é essa??? Nao consigo parar de acompanhar, arquitetar e imaginar o que vem
pela frente.
A fallingwater!
Eu sou estudande de AU e logo no inicio da faculdade tive que fazer um trabalho sobre a
fallingwater. Sempre fui apaixonado pelas obras do Wright, e a FW sem dúvida é a minha
preferida. Como fiz uma pesquisa científica sobre Arquitetura Orgânica e o Wright, posso contar
um pouquinho do que sei:
O Wright era um tremendo fanfarrão... típico arquiteto sem tempo, e quando seu aluno pediu o
projeto da Casa ele idealizou, mas nao concebeu a idéia. nao por medo de plágio... mas pq ele
era lezo mesmo.
Foi entao que o Pai desse aluno ligou cobrando o projeto e disse que passaria para buscar em 2
horas. Wright fez o projeto nesse intervalo.
A casa foi construida e considerada a Casa mais famosa do MUNDO a concepcção arquitetônica
unifamiliar mais criativa do século XX, por simplesmente ser uma casa "pousada" sobre a
cascata. Consagrando entao o nome de Wright.
3 ago
Teodoro
3 ago
bruno
Marcando...
3 ago
sader koy
stro agora que o logan está interessado num lote, acho que vou repensar minha decisão de
não participar desse empreendimento... quero um lote ao lado do dele, pode ser?
kkkkkkkkkkkkkkkkk... sem perversidade nenhuma, claro!!!
4 ago
Marlon
Acreditem ou não, hoje eu esqueci a senha desse perfil e quase pirei. Já imaginaram se...
hahahahaha, melhor nem pensar nisso.
Mas não é por isso que não posto. Tenho que conceber umas idéias hoje. Como diz o Caio:
"Parir um filho de minhas entranhas e dizer 'Upa, upa, eu sou um gênio!'"
Abraços.
Fui.
4 ago
safada
Ok meu querido Marlon hehehehe
Beijaaaumm
ATE AMANHA ;D
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.441-1.450 de 2.260
4 ago
Marlon
Ps.: Neverland está vazia. Por que vocês não se mudam para lá?
É só trocar "Never" por "Perver" e, pensem pelo lado positivo, além de ser um lugar famoso,
chamará atenção dos gringos...
4 ago
'
SADER PURO?
CAIII DA CADEIRA AGORA!
AHSHAHSHAHSHAHSHAHSHAHSHAHSHAHSHASHAHSHAHSHAS
4 ago
==>THUOMAS<==
vamos Esperar =D
4 ago
Tom
Sader Puro?!
Cai da cadeira agora! [2]
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Marlon, se vc perdesse a senha desse, pense! Teria o perfil extra que a pri criou especialmente!
Duvido que ela se rejeitaria de te dar! Aqui... unidos na alegria... unidos ferrados. Entenda isso!
(Y)
Enquanto todos estão se ajeitando pra um dia bonito... um dia florido... levantando de suas
caminhos quentinhas eu to de partida! O negócio hj é aturar o dia inteiro num calor desgramento,
ouvindo palestras chatas de professores conhecidos e desconhecidos com mais de não sei quants
mais pessoas iguais a mim - sem saco - sobre um assunto que ninguém aguenta mais. De 7:30 da
manhã até 16hs, o colégio irá promover um dia 'especial' sobre o assunto mais badalado: o suíno!
hehe volta as aulas antecipadas tudo sobre o suininho mais famoso do Brasil - pq não do
mundo?! - e que ainda pra te imprensar na parede, vale nota sua presença... É UM SACO!!!
Minha kra não está das melhores, mas ao pensar no Sader com uma estátua na Perverland foi
como um café pra mim... rii muuuuito! kkkk
Marlon, boa sorte nas idéias aê. Cuidado pra não queimar a mufa - acontece de vez enquando
comigo! haushausha
Pedi silêncio em casa - como se funcionasse educadamente -, tranca-se no quarto, colaca uma
música leve de fundo - de vez enquando dá vontade de dar um tiro no rádio de tanta anciedade -
e se concentra e vai. Cuidado pra não dormir pq já tá me dando um sono... até bocejei agora!
kkkkk
4 ago
» PσpSC «
acompanhando
^^
4 ago
» PσpSC «
4 ago
Math
Stro!
Hum... sobre esses lotes... eu quero um do lado "daquela pessoa q vc sabe quem é"...
uahsuhsuahsuhau
4 ago
Pri Florzinha
Sader Puro?!
Cai da cadeira agora!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk [3]
Boa sorte lá Tom!!!
Se o Marlon perdesse a senha deste perfil, ele já possui a senha do outro, mas eu passaria
novamente, sem problemas!!! Tudo seria resolvido Marlon. Sempre damos um jeito!
Bom dia queridos pervos!!!
4 ago
RODRIGO! TO MEIO
4 ago
sader koy
certas pessoas estão denegrindo minha imagem... ainda bem que sou publicitário e não
advogado, né? kkkkk...
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.451-1.460 de 2.260
4 ago
STROVENGA
HUmmm Sader Puro??? Pri, ai ai ai, esse menino quer tirar meu posto de homem casto.
Marlon. É melhor NeverLand lá, meu querido, ali não dá, tem pq de diversões, zoológico e
tantas coisas, e tbm não quero ficar na casa que foi do MJ. Eu ia ficar mapeando cm por cm
daquele lugar. ai ai, saudades de MJ.
A PerverLand vai ser no sertão nordestino, às margens do Rio São Francisco. Me perguntam pq
lá... Simples, muito sol causa uma sensação térmica ótima e como lá faz mto mto sol durante o
dia, todo mundo ia andar com pouca roupa. À noite, o local tem temperatura de 15º pra baixo,
podendo chegar até os 9º fácil. Logo, todo mundo vai querer ficar juntinho. Quanto ao
transporte, nós podemos dar um jeito em tudo depois.
Math, vc e meu amigo carioca já tem lote, Pri tbm tem um, quem mais pediu aí? Olha gente, a
região é de montanha tbm e é buraco entre uns 4 estados do Nordeste do Brasil, uma área muito
grande tá?
Façam suas inscrições.
4 ago
Math
Stro...
4 ago
JONTAN
recado
boa tarde
stro
blz
eu tb quero.
4 ago
Pri Florzinha
O que o Sader quis dizer que ainda bem que é publicitário e não advogado?!?!?!? Não entendi
Stro, que posto de santo?!?!?!? Vc e o Sader, se juntar tudo não dá nem metade de um santo!!!
hahahaha
4 ago
Moreno
4 ago
Lucas
4 ago
sader koy
kkkkk... é que vcs estão manchando a minha excepcional reputação, os leitores novos que
entrarem aqui vão pensar o que de mim? ai ai ai... acho que vou contratar o lucas, pai do
rafa, pra me defender... ele é um ótimo advogado... kkkkkk... já disse essa semana que adoro
vcs?
4 ago
bruno
Marcando...
4 ago
Math
Sader
4 ago
Gin
marcando.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.461-1.470 de 2.260
5 ago
Alex
marcando....
5 ago
Marlon
Não se preocupem quanto a senha, pois foi burrice a minha. A senha é a coisa mais fácil do
mundo.
Desculpem.
Fui.
5 ago
Cesar
5 ago
morgan
M.A.R.C.A.N.D.O
M.A.R.C.A.N.D
M.A.R.C.A.N
M.A.R.C.A
M.A.R.C
M.A.R
M.A
M
5 ago
Luuuuu
Stro
Aproveitando
Já que aqui tem tantos SANTOS e castos poderia ter um mosteiro em Peverland rsrs
5 ago
==>THUOMAS<==
ohh Demora
5 ago
safada
5 ago
Flavio
Marcando...
5 ago
Pimentinha
Haja masmorra pra todo este povo !!!!!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.471-1.480 de 2.260
6 ago
Gin
marcando..
6 ago
Pri Florzinha
6 ago
Marlon
Mas eu quero muito vir hoje, pois quero acabar o conto logo, pois, infelizmente, as vezes esse
compromisso de vir postar frequentemente me atrapalha bastante.
Abraços.
Fui.
6 ago
Guigo
6 ago
Camillodon
...
6 ago
STROVENGA
Amados, vou por uma foto depois da área pra vcs viu? E as masmorras, vcs já pódem admirar no
album. Raul e eu vamos comprar um castelo novo pra ampliar nossas salas de tortura.
6 ago
JONTAN
continuação.
tudo bem.
6 ago
Em Busca
6 ago
safada
;)
7 ago
Marlon
Oi gente!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.481-1.490 de 2.260
7 ago
Marlon
A festa, apesar de ter tudo para dar certo, ainda estava no inicio e não se parecia em nada com as
tão famosas festas promovidas pelo Caio. Mas decidi não me preocupar. A fama de boas festas
do Caio seguiam em paralelo com as idéias e surpresas daquele garoto. Depois de algum tempo,
apareceu o Tom sozinho. Ele atravessou o salão, cochichou alguma coisa ao ouvido do DJ e
correu para fora da churrascaria novamente. Creio que o Caio não tenha visto. Vi porque não
parava de olhar para a porta, esperando por ele e os outros. Estranhei, mas resolvi esperar. Antes
mesmo de ele aparecer, eu já previa que viria uma surpresa. Segundos depois que o Tom saiu,
ele reapareceu com a Claudinha e o Luciano. O Diego veio junto com eles, mas logo veio ter
comigo:
- Oi! – me disse o Diego sentando-se ao meu lado.
- Oi. O que é tudo isso?
- Uma surpresa que eles prepararam para o Caio.
Claudinha e Luciano apareceram atrás do Tom empurrando uma mesa com rodinhas. Em cima
havia um notebook e uma outra máquina, que não consegui identificar. Eles empurraram-na para
perto da pick-up do DJ e conectaram alguns fios. O Caio percebeu a movimentação, parou e
ficou a olhá-los. O Tom pegou o microfone, enquanto conectavam os fios:
- Alô...som...1,2,3..Oi!
7 ago
Diego
Oi Marlon!
Tu vai postar agora??
Aguardando aqui'
7 ago
Marlon
O Caio, que estava bem longe de mim, me olhou e fez expressões e gestos de “O que é isso?” e
eu agitei a cabeça para um lado e para o outro, dizendo-lhe que não sabia de nada. Ele pôs a mão
na boca e começou a olhar para os amigos malucos. O Tom pegou o microfone de novo e pediu
ao Caio:
- Caio, olha pra lá! – apontando para a parede.
7 ago
Guigo
7 ago
Marlon
Oi Diego!
Oi Bruno!
7 ago
Diego
7 ago
Marlon
Apareceram algumas palavras por cima da foto: “Parabéns, Caio: 20 anos cozinhando a alegria
de viver!”. Não dá para contar muito do vídeo, pois seria por demais cansativo. Mas, em síntese,
eram depoimentos do Tom, da Claudinha, do Luciano e de outras pessoas da turma da faculdade.
Apareciam algumas fotos da turma, em especial, fotos onde estávamos fazendo trabalhos em
grupos, na lanchonete da faculdade e nas festas. E tudo isso ao som de “Paint The Silence” da
banda South. No fim, eu apareci falando. Mas, detalhe, eu não sabia que apareceria, tampouco
como vídeo, falando sobre o Caio. E como eles fizeram isso? Um dia, na lanchonete, eles
começaram a falar da falta que o Caio fazia em sala de aula e pediram a minha opinião sobre
isso. Eu falei pouco, disse que também sentia muita falta, mas que precisava ser forte o bastante
para entender que ele precisava partir, buscar o seu caminho, o seu futuro. No fim, aparecíamos
todos juntos, na mesma foto do inicio (a do chopp), pois essa foto havia sido cortada para a
introdução do vídeo, mas na verdade, quando a tiramos, estávamos todos juntos e cada um fazia
uma pose diferente. Surgia uma frase “Cozinhando a alegria em nossos coraçõezinhos de
cogumelo!”. (Percebi que talvez eu nunca tenha contado, mas o Caio as vezes falava isso “Eu
tenho coraçãozinho de cogumelo!”). Obviamente o Caio caiu no choro. As pessoas que
apareciam no vídeo se levantaram, reuniram-se no salão, Diego me chamou para compor
também o grupo. Havia uma faixa, que foi desenrolada. Era um banner cheio de fotos e tinha
recados de cada pessoa:
- Vem logo, está esperando o quê? – berrou o Tom.
7 ago
Marlon
O Caio veio aos prantos, mancando com a perna de pau. Eu também não me contive e chorei um
pouco. Chorei o bastante. Chorei expressivamente. Ok, chorei muito! Ele abraçou o Tom, ficou o
tempão agarrado a ele e a Claudinha se agarrou aos dois. Depois o Caio começou a abraçar a
todos. Quando ele veio me abraçar, me bateu antes no braço:
- Seu desgraçado, nem me avisou! – me abraçando.
- Nem eu sabia!
- Mentira!
- Juro, juro, juro.
- Ai, queria tanto te beijar aqui!
Saímos do abraço, ele passou a mão no meu rosto, enxugando as minhas lágrimas. O Tom foi ao
microfone de novo e deu inicio aos parabéns:
- Garçom, poderia trazer o bolo, por favor!
A partir daí o resto já não era surpresa para o Caio, afinal, era o bolo que ele havia
encomendado. Cantamos os parabéns e, no momento em que ele partiria a primeira fatia,
chamou os seus pais:
- Ai... Bom, a primeira fatia...não tem como...vai para os meus pais. Essas pessoas de tamanha
paciência e inteligência, porque...só assim mesmo para me suportarem – algumas risadas – então,
pai, mãe, esse pedaço vai para vocês, que me apóiam tanto nessa vida.
7 ago
Marlon
A mãe do Caio já estava com a maquiagem toda borrada e o pai do Caio tentava não chorar, mas
sem muito sucesso. Depois sentamos todos na mesa e o Caio começou a comer do bolo:
- Me senti traído agora: por que vocês não me falaram do vídeo? – perguntei.
- Para você sair correndo contar ao Caio? – insinuou a Claudinha.
- Eu não faria isso!
- Será?
- Juro que não. Claro que não.
- Enfim, preferimos não correr o risco.
- Ai gente, foi lindo, obrigadão mesmo! – disse o Caio.
- Lindo o bastante para você desistir de Gastronomia? – perguntou alguém da turma.
- Haha – irônico – não!
- Ah, então vamos embora gente, vamos, vamos!
- Hahahahahhahaha...
A banda do Seu Guilherme começou a se arrumar no palco. Quando prontos, o velho saxofonista
falou:
- Estamos aqui hoje comemorando o aniversário desse garoto simpático, que gosta de boa
música e que me convidou para tocar na sua festa. Parabéns, Caio!
7 ago
Diego
abraçãoooo
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.491-1.500 de 2.260
7 ago
Guigo
7 ago
Marlon
A primeira musica tocada foi “Singing In The Rain”. A banda de jazz tocou durante todo o
almoço. Para aqueles que torciam o nariz para esse gênero de música, surpreendeu-se, pois foi
até muito divertido. Depois da primeira canção, o repertório se mostrou bem agitado. O Caio não
resistiu, tirou a perna de pau e foi dançar. Alguns casais formaram pares e também ocuparam a
pista. O Caio balançava o dedo indicador enquanto chacoalhava os quadris. Depois da banda, o
Caio abraçou o Seu Guilherme e cumprimentou toda a banda, convidando-os para comer bolo:
- Marlon, fica de olho nesse velho muxiba, pois ele está pegando o Caio! – alertava o Tom.
O DJ voltou a tocar no mesmo volume de antes, mas não demorou muito e as pessoas
começaram a reclamar, inclusive os clientes. Então o DJ perguntou:
- Pessoal, se todo mundo concordar, eu posso aumentar o volume. Todo mundo é a favor?
- Sim! – gritaram todos; creio que tenha sido unânime.
Pronto, a festa agora poderia ser chamada de sucesso, mesmo só estando na metade.
7 ago
Marlon
Desculpem a ausência.
Fui.
7 ago
Guigo
7 ago
Pimentinha
É por isto...
7 ago
Gin
marcando.
7 ago
Raul
Depois dessa, o dono da churrascaria deve ter convidado o Caio para promoter!!!
7 ago
» PσpSC «
7 ago
RODRIGO! TO MEIO
um grande abraço!!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.501-1.510 de 2.260
7 ago
Leno
7 ago
Math
Eita...
q festa!!!
7 ago
Vini Figueroa
Adorei a surpresa!
7 ago
Pri Florzinha
Uau!!! Adorei!!!
7 ago
Ivan
7 ago
STROVENGA
continua aí please!
marcando!
7 ago
safada
BEIJAAAUMMM ;D
7 ago
Mateus e
“...gosta de boa música...”? Ele sabe que você vai até o chão ao som do funk? Ele sabe que você
canta Britney no chuveiro?
.
.
.
adoroo!
7 ago
JONTAN
ola,
Marlon,
7 ago
Camillodon
...
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.511-1.520 de 2.260
7 ago
Em Busca
hehehehe...
adourei...
aguardando mais...
7 ago
Tom
Esses dias eu estava vindo da academia e uma vizinha - 14 ans - parou e começou a conversar
comigo sobre profissão. Que ela queria fazer facul., mas estava em dúvida pois pensava em
fazer E.M. técnico. Como faço, ela veio conversar comigo. Conversa vai,... conversa vem,
expliquei sobre graduação, pós, mestrado...
enfim, coisas que até eu tinha dúvida, mas que a resposta estava debaixo do nariz eu respondi!
kkkk
Perguntei a ela o que ela queria fazer e ela falou que queria Propaganda e Marketing.
Conversamos mais um pouco, ela se demonstrou bem interessada realmente. No final, do nada,
solto que tenho um amigo, chamado Marlon que faz o que ela queria fazer. Pelo que ele falava,
acho que se sentia muito bem e pensando no que ele vivenciava falei que realmente, se ela gosta,
vá em frente. Ela perguntou se esse amigo estava no meu orkut pq de repente poderiam
conversar e tal, trocar uma idéia... quando caí em mim fiquei tão vermelho, mas tão vermelho
que ela percebeu e pensou que eu estivesse passando mal! haushaushaus
Resumida básica: Pq disse isso tudo?! O que vivemos aqui é muito mais do discutir a vida de
uma pessoa sobre um determinado problema e assim rimos um pouco ou emocionarmos, apenas
naquele momento e pronto. Pelo menos aqui, é uma vida. Aqui, dependendo de com quem se
vive, une-se o fictício a realidade.
Aonde "O Garoto e o Saxofone" entra?!
Pra ser sincero, eu não esperava acompanhar essa 'novela orkuteira' com tanto fervor.
Interessei-me pelo nome - mais pelo instrumento que como toco piano, o saxofone faz a ligação
muito ao lúdico que os dois instrumentos exercem sobre uma pessoa -, mas imaginei que fosse
mais uma estória e que eu desistiria logo no final da 1ª página. Como grandes novelas
televisivas, esta novela orkuteira está chegando ao fim - se não estiver eu te mato, Marlon* -
sendo ovacionada desde a metade de seus capítulos. Pelo menos pra mim, que passei por
agitação durante este tempo, Marlon me ajudou muito.
7 ago
Tom
O cara se dispôs a por sua vida particular ao mundo inteiro – se em contos existem pessoas da
argentina lendo, aqui não duvido -, sua história incluindo suas fraquezas e vitórias,... coisas que
comparando com didática escolar só se aprende com professor! Fico triste por estar acabando.
Porém é chegada a hora. Realmente, mas vms imaginar: vida profissional complicadíssima. Fim
de facul. Eu que estou nervoso por estar prestes a entrar imagine ele a que estar prestes a sair e
enfrentar a vida?! Somos todos iguais e ele só tem 21 ans, ou seja, pensamos, sentimos,
experimentos e descobrimos igualmente na mesma pressão e longitude. Foi e é um profº para
todos nós. Professor, Tom?! Sim, pois aqui como minha tia diz, o mar não está pra peixe, mas
existem pescadores com muitos peixes. Faça vc valer o que eles te ensinam de errado, buscando
ali o certo! Ao mesmo tempo em que ele busca... nos ensina. Concerteza nós o ajudamos muito
também pq aqui é uma via de mão dupla!
O que era ser uma resumida... kkkkkkkkkk
São essas festas que fizeram a todos um pouco mais felizes; são as situações difíceis em que o
Marlon viveu e que alguns vivem que hj os fazem ver uma luz no fim do túnel; pessoas como
Caio e Marlon que eu adoraria conhecer e ter uma amizade, assim,... sem palavras; a amizade
entre Lu, Dani, Tom, que desejamos que seja pra sempre e queremos pra gente; Talvez um dia
eu poste minha história e dizer que tive exemplos para galgar e continuar nessa árdua estrada,
que influenciaram muito na minha vida. Atrevendo-me, acho que em nome de todos os seus
leitores, Marlon, agradeço a oportunidade e desejamos tudo de bom em sua vida e aos que vão
ler um dia o nosso muito obrigado!
P.S. Postei essa despedida já, pois como vemos já está finalizando “O GAROTO E O
SAXOFONE” e acho que tudo isso que tinha que falar, talvez depois eu não tenha coragem...
que sabe não se perca aos ventos! Are baba.
P.S 2. Nunca imaginei o Caio dançando funk... bom, prefiro não comentar! kkkk
7 ago
Tom
P.S. "Paint the Silence" foi música do seriado The O.C. não foi?! Adoro séries e me lembro um
pouco de uma música desse estilo... vou jogar no Yotube! kkk
7 ago
demolidor
7 ago
bruno
Festa SUPER...
7 ago
Flavio
Marcando...
7 ago
isaac
Perdidoooooooooooooo
Gente, com essa bagunça de sumiço de tópico eu não consigo mais acompanhar a história, estou
totalmente perdido.... alguém aí tem em formato de texto ou então alguém aí pode me explicar
como faço pra seguir? o problema é que parei bem no meio da transição entre o sumiço do tópico
e a reedição, acho q perdi partes importantes no meio dos posts....
socorrroooooooooooooo
8 ago
» PσpSC «
8 ago
Camillodon
...
8 ago
sader koy
isaac
tudo bem? não fique perdido... kkkk... aqui o conto está completo, vc só vai ter o trabalho de
procurar onde parou, antes de tudo sumir... mas caso não queira ter esse trabalhão todo pode
fazer uma coisa, que (com certeza) vai te dar mais prazer: começar do começo e ler tudo de
novo... pq esse conto é S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L... abraço issac
8 ago
sader koy
tom
8 ago
sader koy
logan
sexta-feira de madrugada vc por aqui? pensei que vc ia estar em um evento aí da sua cidade,
seu chapado... e que história é essa de cancelar o lote no empreendimento do stro? de jeito
nenhum, e só esclarecendo, você não vai morar "perto" de mim, vai morar "ao lado"... kkk...
nossos vizinhos vão ser: pri, tom e math... ninguém perguntou nada pra vc... estou falando
que "vai ser assim" e pronto... vc tb é uma surpresa boa aqui do conto... estou te esperando no
msn hoje! abraço lindo...
8 ago
sader koy
.
Depois do pequeno discurso, o Tom começou a fazer piadas:
- “...garoto simpático...”? – perguntou ele – O Caio está dando pro Seu Guilherme, o Caio está
dando pro Seu Guilherme! – cantarolou.
- Hahahahahahahaha, cala a boca, pervertido! – disse o Caio.
.
o tom me mata de rir... kkkk... o caio dando pro seu guilherme? kkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
.
.
8 ago
STROVENGA
kkkk Só podia ser coisa dos amigos do Caio naquele momento mesmo. Não é à toa que estou
criando a PerverLand.
8 ago
JONTAN
boa noite
ola,
Marlon.
tudo bem
adorando o conto
9 ago
» PσpSC «
9 ago
Marlon
Oi gente.
Já li todos os comentários e acho tudo muito gracioso. Mas é aquela velha história do tempo de
responder a cada um, que não dá. Mas eu li, ta gente? Citar nomes seria injusto.
9 ago
Marlon
Era domingo. Em geral, esse é um dia que associamos a programas enfadonhos. Todo domingo é
almoço em família, visita de primos antipáticos e piadinhas sem graça dos tios. Tudo isso pode
ser feito em casa, mas também podemos transportar essa chatice a uma churrascaria. Aquele
domingo era uma celebração a criatividade, a felicidade e a boa companhia e Seu Ademar
percebeu isso assim que viu. Enquanto o Caio recebia os convidados e envolvia os outros
clientes no clima, o dono do lugar se aproximou:
- Olá – disse o homem com um sorriso.
- Oi – disse o Caio.
- Tudo bem por aí?
- Tudo.
- Que bom!
- O estacionamento sempre fica cheio de carros desse jeito? – provocou o Caio.
- As vezes.
- É que essa churrascaria é caminho para a minha antiga faculdade e eu nunca vi tantos carros
por aqui.
- É... Você poderia fazer aniversário mais vezes, não acha?
- Hahahahahahahahaha, o senhor é tão, mas tão engraçado, sabia? – ironizou o Caio, que lhe deu
as costas e foi embora, me puxando junto com ele.
9 ago
Marlon
Já ultrapassava as dezessete horas e a casa ainda estava cheia. Onde no mundo uma churrascaria
chega a esse ponto? Aliás, de churrascaria só restavam as carnes, pois o pessoal estava dançando
muito. Os clientes mais velhos foram saindo mais cedo, mas com um sorriso no rosto de
surpresa, pois não esperavam por isso. Os mais jovens ficaram admirados: não era um domingo
qualquer. Um grupo de meninas de uma faixa de quinze anos procurou saber se poderiam
continuar na festa, mesmo que seus pais fossem embora. Isso se tornou freqüente. O Caio se
tornou o pai dos pré-adolescentes. Ele juntava a molecada e ia de encontro aos pais, para
convencê-los a permitirem que os filhos ficassem. O que isso significava? Mais consumação. Os
pais iam, mas o dinheiro ficava. Foi aí que percebi. Sim, o Caio sabe fazer propaganda, mas tudo
isso envolvia um restaurante, comida, ambiente, música. O Caio deveria ser mesmo um
proprietário de uma casa de comidas. E digo “casa de comidas” pois ele é versátil para ser chef
de um restaurante francês ou o balconista de um boteco. Sim, o Caio poderia unir os dois
talentos que ele tinha. Dois dos milhões que ele tinha, na verdade.
9 ago
Marlon
Depois da certeza absoluta do sucesso alcançado, o Caio sentou-se. Sentei ao seu lado:
- Parabéns, você é um grande chef de verdade!
- Consegue entender o que eu quero da minha vida agora?
- Sim.
- Fico tão feliz. Esse é o melhor presente que você poderia me dar. Isso é o que quero fazer até
morrer e quero você ao meu lado. É importante para mim que você entenda. Que bom que você
entende!
- Você nasceu para isso. Por isso você ficou chateado com o Ademar. Ele te colocou limites, mas
o seu estilo de fazer um restaurante não tem limites.
- Quero que as pessoas entrem no meu restaurante achando que vão comer e saiam morrendo de
fome de voltar para se divertir.
- Que lindo isso!
- Não é? Olha os meus olhos brilhando.
- Tive uma idéia: vamos fazer o Seu Ademar falir e comprar esse lugar a preço de banana.
- Hahahahahahahaha, que maldade!
- Hahahahahaha. Ei, já pensou em que nome dar ao seu futuro restaurante?
- Claro! – disse ele entusiasmado – vai se chamar “O Saxofone”.
- Hã? Por quê? – estranhei.
- É um nome que me agrada, é um nome que quando ouço o acho sonoro. Para mim tem cara de
diversão, tem tudo a ver com comida. Não necessariamente tocarão sax todos os dias, mas é um
nome gostoso. É um conceito!
9 ago
Marlon
Quando o Tom disse isso, arregalei os olhos e o Caio deixou o garfo cair no prato
propositalmente, provocando um tilintar do metal com a louça:
- Oops! – disse o Tom.
- Tom! – briguei.
- Ai, desculpa, foi sem querer.
- Ta, mas não repete mais isso – eu continuei.
O Caio não disse nada, só olhava para o Tom com a boca aberta:
- Ah, o quê que é também? Vocês têm que parar com essa bobagem, né?
- Não é bobagem! – disse o Caio.
- É claro que é. Não está vendo que esse cara aí te ama? Agora fica com criancice...
- Chega, Tom! – eu brigeui.
- “Chega” nada. Vai dizer que você não sente falta do Caio te chamando assim?
- Não, ele não sente. Não é, amor? – perguntou-me o Caio olhando para o Tom.
9 ago
Marlon
Eu fiquei calado. Não sabia o que responder. Não sabia se mentia. Sim, eu sentia muita falta dele
me chamando de “Marlonzinho-zinho-zinho”. Muita mesmo. Tanto que eu nem achei que fosse
possível. Não soube como prosseguir. Eu comecei a gaguejar. O Caio se virou para mim e
insistiu:
- Não é, amor?
- Eu...não sei.
- Como não sabe?
- Eu sei...eu sinto.
- Sente?
- Viu? Ele sente sim. Agora parem de se fazer de desentendidos e resolvam isso o quanto antes.
E que se foda que isso é assunto só entre vocês. Eu vou me meter sim! – brigou o Tom.
- Bem, se isso é uma bobagem, então por que sentir falta de um apelido tão bobo? – perguntou o
Caio.
- Boba é essa sua atitude de ainda ficar dando créditos ao Arthur. Nossa, aquele lá já morreu.
Pare você de se fazer de “namoradinho chateado”. Isso nem combina com você!
9 ago
Marlon
O Caio ficou um tempo olhando para o Tom, depois ele me olhou, baixou a cabeça e voltou a
comer. Ele respirou como se fosse dizer algo. A expectativa era de que ele dissesse algo em um
tom humilde, não importa o que ele dissesse, mas seria um tom brando:
- Mas eu não consigo mais dizer, ponto! – disse agressivamente.
- E o Marlon continuará sentindo falta, ponto! – disse o Tom dando-lhe o troco.
Fiquei com medo dessa briga dos dois. Temi que Caio e eu voltássemos a nos estranhar, mas, no
fundo, o que eu queria mesmo era que o Tom ganhasse a batalha:
- Mas tudo bem, a gente não precisa ficar nesse climão! – disse tentando apaziguar.
9 ago
Marlon
Mas Caio e Tom ficaram calados e se estranhando o resto da noite. O Tom se levantou da mesa
calado. O Caio continuou comendo:
- Caio?
- Sim?
- Tudo bem?
- Tudo. Só não gostei do que aconteceu.
- Deixa pra lá.
- Deixarei, mas o Tom não deixará.
- Como assim?
- Ele ainda vai insistir nisso.
- Não dá bola.
- Não posso.
- Por quê?
- Ele é meu amigo. Não posso ignorá-lo.
- Não se preocupa com isso, eu não ligo mesmo.
- Liga, liga sim.
- Não... ah, esquece.
9 ago
Marlon
Boa noite.
Fui.
9 ago
. Guh
9 ago
Luuuuu
Marlonnnnn
To lendo seu conto e ouvindo Maria Callas por favor nao venha com brigas sem final feliz
que eu me mato....rsrsrsrs
Adorando
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.541-1.550 de 2.260
9 ago
VickViny
Marlon!!
Aguardando.
Beijos!!!
9 ago
safada
SEMPRE
MUITO MESMO
CONTINUAA
BEIJAAAUMM
9 ago
Guga
9 ago
Vini Figueroa
As vezes só nos damos conta de algo qdo nos é esfregado na nossa frente...
Esperando...
9 ago
demolidor
Acompanhando
9 ago
Em Busca
hehehehehe...
aguardando mais...
9 ago
Cassiano
To aguardando a continuação.........................
9 ago
» PσpSC «
aguardando a continuação.
9 ago
Flavio
Marcando...
9 ago
JONTAN
Boa Tarde.
Oi,
Marlon,
O momento que estam passando parece que esta mais solido, com diaólogo entre os dois,isso é
bom pois parece.
9 ago
Gin
marquei. \rere
9 ago
RODRIGO! TO MEIO
9 ago
Guigo
9 ago
gato
Acompanhando
10 ago
Raul
"... Talvez não fosse só um nome, talvez fosse mais que isso. ..."
Certamente era mais.
Era a memória afetiva daquele 'algo mais' que se quebrou lá atrás, daquela ingenuidade, daquela
pureza.
Talvez seu uso, para o Caio, fosse mais que o apelido e uma lembrança constante de que a
relação poderia estar sujeita a riscos, a ser rompida.
Mas sua negação, a do uso, não tem afinal o mesmo efeito?
Ao se lhe negar o uso a existência dele fica reafirmada exatamente pela falta!
É um fantasma a ser superado...
Depois que me separei, nas primeiras vezes em que encontrei meu ex e seu 'atual', foi difícil me
forçar a não usar um tratamento que surgiu como um 'apelido íntimo' (põe difícil nisso, 17 anos
usando!).
Não tinha como, saía automaticamente e o atual ficava uma fera!
Superamos quando assumimos que era pior o esforço para evitar do que o uso eventual.
Ficou apenas como um tratamento carinhoso que 'sai' quando estamos distraídos ou animados...
E hoje o outro também é meu amigo e está bem seguro da relação deles!
10 ago
bruno
Marcando...
10 ago
Marlon
Oi gente!
10 ago
'
17 Anos Raul?
=0
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.561-1.570 de 2.260
10 ago
Marlon
A festa, que aparentemente não tinha hora para acabar, acabou por volta das vinte e uma horas.
Acabou “cedo”, pois era domingo. Segunda feira é dia de trabalho, escola e faculdade. As
pessoas se despediam do Caio com um enorme sorriso no rosto. O Aniversário era dele, mas a
surpresa era dos convidados e demais clientes. Ninguém nunca imaginara comemorar algo de
forma tão animadora numa churrascaria. Mas, para mim, a festa tinha acabado antes mesmo
disso. O Caio terminou de comer e foi dançar com os outros. Passou o resto da festa na pista
improvisada até o momento de partir.
Ele se despediu do Tom, quando este decidiu ir. Não estava próximo na hora, mas vi que eles
não estavam zangados um com o outro. Eles já tiveram brigas muito mais feias que esta e sempre
faziam as pazes numa boa. Na verdade essa nem pode ser considerada uma briga, era mais uma
bronca do Tom no Caio. As outras brigas eram sempre bem sérias, mas as pazes entre eles era
sempre a coisa mais bonita de se ver. Ambos muito criativos em tudo na vida não poupavam
esforços para reatarem. O Caio já lhe fez várias camisetas e o Tom já lhe fez serenatas na
lanchonete da faculdade. Eles entendiam que a briga entre eles era uma atitude de renovação,
entendiam que aquele momento era uma euforia que tomava os dois no intuito de fazer o outro
enxergar a sua visão a qualquer custo. Isso era amor e eles sabiam disso. Por isso sempre se
perdoavam e o errado sempre reconhecia os erros. O errado, na verdade, sempre eram os dois.
Mas isso não era importante. Eles se abraçaram, riram e provavelmente tiraram alguma piada do
bolso. Nesse momento em que estive longe percebi que isso era algo que Caio e eu não
tínhamos. Nossas brigas eram sempre muito fortes e quase nunca sobravam espaços para um
reconhecimento de erro e de um futuro perdão imediato.
10 ago
Marlon
Quando o Tom estava preste a ir, ambos me olharam, me procuravam. Quando me acharam,
chamaram-me com as mãos:
- Já estou indo, tampinha! – disse o Tom.
- Tchau.
- Tchau – me abraçou – use camisinha, por favor!
- Hahahahahahahahaha, vai embora logo!
Olhei para o Caio, que me olhou com uma cara de cansado. Ele me abraçou, como se estivesse
pedindo um apoio para continuar em pé:
- Estou morto!
- Mas valeu a pena...
- Sim, tudo valeu a pena.
- Foi uma festa surpreendente.
- Surpreendente até mesmo para mim.
- Meu amor, tão cansadinho...
- É. E olhe que ainda precisamos bater um papinho, né?
- É?
- Claro. Vamos discutir isso hoje depois de um banho. É melhor, pois a idéia ainda está fresca na
nossa cabeça.
- É justamente disso que tenho medo. Não seria melhor descansar, organizar as idéias e depois
discutirmos?
- Bem, eu prefiro hoje, mas se você prefere amanhã...
- Sim, eu prefiro.
- Então está certo.
10 ago
Marlon
Fomos para a casa dele, tomamos banho juntos e fomos para a cama. Dormimos rapidamente.
Ambos estávamos muito cansados. Na manhã seguinte, acordei mais cedo, fui para o banho,
tomamos café juntos:
- Então fazemos assim: quando eu chegar da faculdade, vou para casa, pego uma muda de roupa
e venho para cá. Aí aproveito e durmo aqui.
- Não, é melhor eu ir para lá. Não vou fazer nada a tarde toda mesmo...
- Não vai pegar as coisas na churrascaria?
- Sim, mas vou agora de manhã.
- É, é melhor então.
Não parecia que brigaríamos. Estávamos muito centrados do que queríamos de nossas vidas.
Queríamos ficar juntos e não seria um apelido que mudaria nossos planos. Estava tranqüilo
quanto a isso. Estava disposto a abdicar de ser chamado de Marlonzinho-zinho-zinho pelo bem
do nosso relacionamento. Da casa do caio para casa, de casa para o trabalho e, em seguida,
faculdade. Eu estava louco para encontrar a Claudinha e o Tom para conversarmos. Depois de
um tempo de faculdade, conversar com os amigos fica cada vez mais difícil, pois parece que
mesmo próximos, estamos distantes pelos afazeres. Nos encontramos na lanchonete, só nós três:
- Você e o Caio fizeram as pazes mesmo, né? – perguntei.
- Nem brigamos... – disse o Tom.
- É, em compensação Caio e eu sempre brigamos.
- Brigaram?
- Não, não. Estou comparando a briga de vocês dois com as minhas. Vocês sempre se perdoam
com facilidade.
10 ago
Marlon
10 ago
Marlon
10 ago
Marlon
10 ago
Marlon
A Claudinha estava certa. Eu estava antigamente inserido numa lógica quadrada de relação
conjugal. Não posso generalizar e dizer que essa é uma idéia heterossexual, mas era uma idéia
que eu tinha quando me achava hétero. Mas essa era uma idéia que eu mantinha com todo o
respeito. Juro! Desde o momento em que eu buscava só as virgens para me tornar seu marido, o
meu propósito era sempre de ficar com uma e permanecer com ela até o fim da vida. Por isso
uma virgem não só de sexo, pois eu a moldaria de acordo com o meu gosto. São coisas como
essa que me mostram como eu evoluí. Hoje eu enxergo essa lógica como uma das coisas mais
estúpidas que um homem heterossexual possa pensar. Ainda mais agora que eu sou feminista (o
Caio também é responsável por eu ser defensor da causa):
- Sim, era essa a idéia – disse envergonhado, pois todos somos feministas.
- Mas com o caio você sabe que a coisa é mais séria. E não é porque é o Caio, ou porque ele é
homem, é porque você sabe que o relacionamento de vocês é para valer e que vocês estão em pé
de igualdade, então todo cuidado é pouco na hora de analisar as questões.
10 ago
Marlon
E quantos caminhos nós temos que percorrer para entender que somos complicados e que tudo o
que devemos fazer é tentar encurtar a caminhada, para não nos cansarmos demais durante o
percurso? Por que somos todos tão complicados se todos queremos a mesma coisa e sabemos
como obtê-la?
10 ago
Marlon
Sim, está chegando ao fim o conto. Mais alguns post's e eu encerrarei a história.
Boa noite.
Fui.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.571-1.580 de 2.260
10 ago
safada
SEMPRE AQUI
CONTINUAAA
BEIJAUMM
BOA NOITE MEU QUERIDO
10 ago
'
10 ago
Em Busca
aguardando mais...
10 ago
Raul
Brilhante!!!
"... Eu estava antigamente inserido numa lógica quadrada de relação conjugal. Não posso
generalizar e dizer que essa é uma idéia heterossexual, mas era uma idéia que eu tinha
quando me achava hétero. Mas essa era uma idéia que eu mantinha com todo o respeito.
Juro! Desde o momento em que eu buscava só as virgens para me tornar seu marido, o meu
propósito era sempre de ficar com uma e permanecer com ela até o fim da vida. Por isso uma
virgem não só de sexo, pois eu a moldaria de acordo com o meu gosto. São coisas como essa
que me mostram como eu evoluí. Hoje eu enxergo essa lógica como uma das coisas mais
estúpidas que um homem heterossexual possa pensar. ..."
10 ago
Dany
10 ago
Diego
Atualizando'
10 ago
» PσpSC «
aguardando continuação.
10 ago
_●•ЗЯЇСΘ●•_
Marcando
...
..
.
10 ago
Math
abraço
10 ago
Pri Florzinha
Perfeito Marlon!!!
Os posts deste fds foram cheios de reflexões... espero que as conclusões sejam boas, já que
estamos próximos do "fim"...
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.581-1.590 de 2.260
10 ago
RODRIGO! TO MEIO
10 ago
JONTAN
Ola.
Marlon.
Boa Tarde.
Estou muito feliz por compartilhar com os leitores deste maravilhoso conto.
Abraços
Boa Tarde.
10 ago
Moreno
10 ago
STROVENGA
Continua!
Marcando!
10 ago
gato
O Tom...
10 ago
bruno
Marcando...
10 ago
VickViny
Marlon!!
"- Hello! – disse o Tom – mulher não tem cérebro, logo você nunca chegaria a esse nível de
discussão com elas.
- Foda-se – disse a Claudinha."
Beijos!!!
10 ago
demolidor
acompanhando
10 ago
Bernardo
Tô meio dividido, não sei se fico triste pelo conto estar acabando ou feliz pelo desfecho...
Enfim, acompanhando!
10 ago
DANNY -
nossa nem no dia do niver do Caio a turma nao consegue ficar sem uma discusão ... meu deus
heinn ... bjs
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.591-1.600 de 2.260
10 ago
andarilho
bom demais, espero que se entendam e que isso não vire outro rompimento
10 ago
sader koy
como vão ser minhas manhãs sem uma piadinha do caio, sem o bom humor do tom, sem o
marlon? ai ai ai... hoje não estou muito bom não gente, desculpem... claro que a comu não se
resume em "o garoto e o saxofone", tem outras histórias bacanas também... mas me envolvi
de corpo e alma aqui... sofri, chorei, dei muita risada com o caio (com os apelidos que ele
inventa pro marlon e pro “escrotinho”), com as palhaçadas do tom (que deve ser uma
figura)... com a claudinha (amiga fiel)... enfim... foi uma fase tão boa pra mim... outros contos
virão, outras experiências, a vida continua, a fila anda... mais o som do sax com “singing in
the rain” vai ficar guardado pra sempre na minha memória, no meu coração... obrigado
marlon... agora chega senão vou chorar... tchau!
10 ago
Vini Figueroa
10 ago
Mago
10 ago
Guigo
São coisas que naturalmente o tempo explicará, e o Caio tem que conviver com isso.
Que pena o conto estar indo pro final, mas tudo que tem começo, acaba um dia.
Só os adjetivos da vida, que não tem fim.
10 ago
Flavio
Marcando...
11 ago
morgan
M.A.R.C.A.N.D.O
M.A.R.C.A.N.D
M.A.R.C.A.N
M.A.R.C.A
M.A.R.C
M.A.R
M.A
M
11 ago
Marlon
Li todos os comentários e, como já disse antes, é muito gratificante receber tanto carinho. Pena
não poder responder um por um, mas sintam-se respondidos pelo fato de eu ter lido [pode ser?].
Boa noite.
Fui.
11 ago
safada
BEIJAAAAAAAAAUUMM
SEMPRE AQUI ;D
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.601-1.610 de 2.260
11 ago
Cesar
NOSSA QDO LEIO A PALAVRA FIM, CHEGA DÁ UM APERTO NO PEITO, ESTE
CONTO É MARAVILHOSO, E FICO A PENSAR COMO VAI SER MINHAS NOITES SEM
ELE, COMO JA DISSE AO MARLON EM OUTRAS OPORTUNIDADES, ESTE CONTO
ME FEZ CRESCER, ABRIU MINA MENTE, E POR ISSO JA SITO FALTA DELE, BJO A
TODOS.
11 ago
STROVENGA
ai ai ai
Oa amigos do Caio e do Marlon são fantásticos. O Tom e a Claudinha então? Sem coments a
discussão deles dois. ahuahuahuahuahuhauha
11 ago
David
Olá Marlon!
Comecei a ler seu tópico semana passada e terminei ele hoje, o q posso dizer é q seu relato é
simplesmente perfeito. Você e o Caio são pessoas maravilhosas!
Estou acompanhando... (pena que ta acabando)
Legal saber que vc e o Caio curtem arte!!! (sou estudante de arte) Ainda mais Andy Warhol e
Kandinsky, amo demais eles!
Abraço! ;)
11 ago
RODRIGO! TO MEIO
marcando e já na espera!
11 ago
Lulu
aguardando, ancioso!
11 ago
Marlon
Desculpem!
Fui.
12 ago
Alex
aguardando anciosamente....
12 ago
morgan
M.A.R.C.A.N.D.O
M.A.R.C.A.N.D
M.A.R.C.A.N
M.A.R.C.A
M.A.R.C
M.A.R
M.A
M
12 ago
JONTAN
comentario
oi,
Marlon,
abraços
até mais
boa tarde.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.611-1.620 de 2.260
12 ago
RODRIGO! TO MEIO
na espera!!
12 ago
Gin
marcando.
12 ago
sader koy
um dia, ou melhor, uma noite ainda estarei ao vivo com o marlon aqui... mas agora vou
dormir... abraço galera!
13 ago
sader koy
kd esse povo... ei... owww.... kd vcs? vamo bomba isso aqui... bom dia a todos!!!! afinal o
autor dessa bagaceira vive falando que eu não deixo ninguém em paz, não é mesmo?
kkkkkk... um dia "sensacional" pra todos nós, e vamos esperar o nosso urs... ops... o marlon
voltar... fuuuuuuuiiii.....
13 ago
Leno
STROVENGA
13 ago
sader koy
lá lá lá lá lá... eu na farra? eu bagunceiro? não sei de nada não... kkkk... já disse que vou
contratar o lucas, pai do rafa, pra me defender de tantas calúnias... kkkkkkkkk....
13 ago
Camillodon
...
13 ago
bruno
Marcando.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.621-1.630 de 2.260
13 ago
Raul
Sader
O Lucas? huahuhuahuahua!!!!!!!!!!!!!
Ele vai é pedir sua prisão perpétua!!!!!
13 ago
devorador
sader koy
não acho que o lucas faria isso comigo raul, mas até que essa idéia das masmorras não é má...
kkkkkk... quem vai estar lá comigo?
13 ago
Marlon
Fui.
14 ago
David
Marlon
14 ago
Paixão
14 ago
Guigo
Se cuida aê Marlon!
14 ago
Raul
Marlon
Hidrate-se bastante e alimente-se bem.
Não há tratamento para gripes, apenas paliativos para os efeitos delas.
E fique bom logo!!!
Beijão!!!
14 ago
» PσpSC «
14 ago
STROVENGA
Ai Marlon!
*************************
Sader... Vc vai parar nas masmorras viu? Se for bonzinho, podemos mandar vc pra filial nova da
tortura orkutiana. As SENZALAS. Já viu lá as fotos? ainda falta pouco, mas não se engane...
Apesar do Verde, de ar puro... Lá é trabalho forçado! Ahhh, apenas de sungão viu e embaixo de
sol forte!
14 ago
Aninha
Melhoras Marlon (:
14 ago
Pri Florzinha
sader koy
tudo bem stro, vou conversar com meu advogado lucas e depois te dou uma resposta...
kkkkkkkkkkkkkk
14 ago
RODRIGO! TO MEIO
14 ago
Em Busca
Melhoras, querido...
14 ago
JONTAN
MELHORAS....
OI,
MARLON.
EPERANDO NA TORÇIDA.
ABRAÇOS
14 ago
Camillodon
...
14 ago
sader koy
14 ago
gato
Se cuida garotão!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.641-1.650 de 2.260
15 ago
Marlon
Oi gente!
15 ago
Marlon
Eu só queria acabar com isso de vez. Resolver as pendências que eu tinha com o Caio. O que eu
previa do futuro era que não teríamos mais tanto tempo hábil para resolvermos os nossos
problemas. Na verdade, acredito que nenhum casal que cresce junto, amadurece junto, dura
muito tempo se os problemas crescem e não são imediatamente resolvidos. Isso porque, com o
tempo... quer dizer, não haverá tanto tempo. E essas briguinhas bobas demandam tempo para
serem sanadas. Só que eu estava enganado. Não seria aquele o dia em que Caio e eu
conversaríamos sobre o fatídico apelido. Minha mãe havia reservado justamente esse dia para ter
uma conversa definitiva comigo.
Enquanto eu me dirigia para casa, pois o Caio iria para lá, o meu celular toca:
- Alô?
- É o Marlon?
Reconheci de imediato a voz da minha mãe. Arregalei os olhos de susto. Dizem que durante o
medo, uma das reações que temos é a aceleração dos batimentos cardíacos. Bem, posso dizer que
o meu coração parou de pulsar naquele momento. Acho que até ele se surpreendeu ao ouvir
aquela voz:
- M...Mãe?
- Oi.
- Oi.
15 ago
Marlon
Desligamos sem nem mesmo dizermos “tchau” um para o outro. Quando tirei o celular do
ouvido, olhei para ele tentando arrancar respostas dali. Eu queria interrogar o aparelho, pergunta-
lhe o que tinha sido aquilo. Quando percebi que ele não responderia, guardei-o no bolso.
Demorei um tempo até digerir aquilo. Depois, desci do ônibus. No ponto, eu liguei para o Caio:
- Alô, amor, você já está aí em casa?
- Estou, pode vir.
- Eu vou demorar para chegar.
- Aconteceu alguma coisa?
- Sim, minha mãe ligou.
- Ligou para você? – surpreso.
- É, ainda há pouco.
- E o que ela queria?
- Quer que eu vá lá conversar com ela.
- Sobre o quê?
- Não sei ainda, ela não disse.
- Ah.
- Você fica chateado se... – ele me interrompe.
- Não, não, não. Claro que não. Corra para lá, agora! – animado.
- Eu estou indo já.
- Certo, certo, amanhã a gente conversa.
- Mas você já vai para a sua casa?
- Não. Vou te esperar chegar. Posso dormir aqui também, se você quiser. Só que não vai dar para
a gente conversar hoje, né? Um problema por vez, por favor.
- Pois é.
- Beijos, meu amor. Boa sorte!
- Beijos.
15 ago
Marlon
O ônibus estava demorando a chegar. Decidi ligar para o meu irmão. Quem sabe ele não tinha
conhecimento do que a minha mãe queria?
- Alô, Ewerton?
- Oi.
- Escuta, você está sabendo o que a mamãe quer comigo?
- Com você? Não. O que foi?
- Ela me ligou e pediu para eu ir lá. Aliás, como ela tem meu número?
- Papai tem o seu número.
- Hum...
- Ela ligou agora?
- Há pouco tempo.
- Ela não disse o que quer?
- Não.
- É, eu não sei. Estou tão surpreso quanto você.
- O que você acha que é?
- Não faço a mínima.
- Ta...
- Ô, mas me liga para me contar, hein?
- Certo.
- Tchau, boa sorte!
- Tchau.
15 ago
Marlon
Eu iria precisar de sorte? Bem, de qualquer forma eu tinha duas delas agora. O ônibus chegou e
eu senti que ele não deveria ter chegado. Enquanto me sentava, percebi que eu preferiria ficar
brigado com minha mãe e não falar com ela o resto da vida que ir ao seu encontro e ouvir dela o
que o meu irmão e o meu pai já tinham me falado do que ela falava de mim. Quando o ônibus
chegou, andei mais duas quadras até a minha antiga casa. Eu sempre demorava muito para voltar
lá, mas sempre que voltava parecia que ela ficava cada dia menor. Toquei a campanhinha e
comecei a tremer. Não demorou muito e ela abriu. Não sei por que, mas eu sorri. Tive medo de
ficar com cara de bobo sem fazer ou falar nada. Nesses momentos, eu sorrio. Ela não sorriu.
Olhou-me e disse “oi, entre!”. Ela seguiu para a sala e eu fui atrás. Ela sentou em um sofá e eu
em outro:
- Tudo bem? – perguntou ela.
- Tudo.
- E a faculdade?
- Estou indo bem. Estou estagiando agora.
- Eu sei.
- Pois é...
- Não sei se você soube, mas eu e o seu pai vamos nos separar.
- Eu soube já.
- Não estava dando mais e decidimos que era o melhor.
- Se era o melhor... então tem que ser feito.
- Estou pensando em voltar para o interior.
- Para morar?
- Sim.
- É, a senhora é quem sabe.
- Você sabe por que o seu pai e eu estamos nos separando?
- Não.
15 ago
Marlon
- É por sua causa, mas não da forma como você está pensando. Eu tenho que contar uma história
para você. Quando eu tinha 16 anos, e isso eu morava no interior, você sabe muito bem, sua tia
(irmã mais velha dela) já estava se casando nessa época. Só tinha sobrado eu em casa. O seu avô
queria se livrar logo das filhas mulheres, porque, para ele, filha era um problema. Ele vivia
dizendo para eu me casar logo. Naquela época, menina de 16 anos ainda brincava de boneca e eu
não era diferente. Mas meu pai queria... Eu me interessei por um rapaz muito bonito, eu era
louca por ele. Mas a gente não se conhecia, na verdade ele nem sabia que eu existia. Então o que
eu fiz? Comecei a fazer amizade com a irmã dele, que estudava no mesmo colégio que eu. Ai a
gente ficou amiga rapidinho e eu ia muito a casa dela. Depois de um tempo eu disse a ela que
gostava do irmão dela e ela me disse que não era boa idéia, porque o irmão dela não prestava
para mim, ela dizia que eu não ia gostar dele depois que o conhecesse de verdade e tal. Aí eu
insisti mais um pouco, mas depois deixei para lá. Continuamos amigas. Um dia eu estava na casa
dela, nós estávamos no quarto... – ela parou de falar e começou a chorar. Enxugou algumas
lágrimas e continuou - ...ela me agarrou e me beijou. Ela era bem mais forte e eu não consegui
me soltar. A mãe dela chegou na hora e nos viu. Para encurtar a história: ela disse para mãe dela
que tinha sido eu quem tinha provocado o beijo e espalhou na escola toda. Meu pai soube,
passou uma semana me batendo. Ele e o seu avô, pai do seu pai, eram amigos, o seu pai estava
chegando daqui da capital, pois ele estava em serviço e o seu pai nunca tinha namorado firme
com alguém. Depois que ele servisse o exército, ele seguiria na carreira, aí sabe-se lá quando ele
teria tempo de arrumar uma esposa. Então os seus avós nos casaram.
15 ago
Marlon
Eu nem sabia o que pensar. Não poderia imaginar que coisas tão medievais pudessem acontecer
em pleno século XX. Nem tenho como descrever o que senti, ou o que se passou em minha
cabeça. Não tem como. Depois de todo o choque, perguntei:
- Por isso que você não me aceita?
- E o que você queria que eu pensasse?
- Sei lá. Achei que me amasse...
- Eu amava, mas aí você surge com isso...
- E “isso” apaga todo o bom filho que eu fui?
- Você poderia muito bem ter seguido outro caminho.
- Você também. Poderia não ter se casado com o papai, se não era o que você queria.
- E eu tinha escolha?
- Tinha. E eu tive também. Entre fazer o que os meus pais queriam e o que o meu coração queria,
eu fiz o que o meu coração estava pedindo. Eu tive escolha assim como você teve. Mas ao
contrário do que você pensa, essa escolha não era para... enfim, escolher entre ser hetero ou gay.
Você acha que eu acordei um dia e pensei “Ah, vou chocar o mundo. Vou virar gay!”? As
pessoas nascem assim. Assim como você nasceu mulher. Você escolheu nascer mulher? Acho
que não. Eu também não escolhi nascer gay. Você poderia ter agido diferente: o vovô achava que
filha era um problema, mas você não tinha culpa de ter nascido assim. Eu também, mãe, eu
também não tenho culpa de ter nascido assim. Você me tratou do mesmo jeito que o seu pai fez
com você.
- É diferente, Marlon... – interrompi abruptamente.
- Não é nada diferente. Nada mesmo!
- Como não é?
15 ago
Marlon
- Eu acho tão engraçado, sabia? Vocês homofóbicos são hilários. Você acha que alguém em sã
consciência iria escolher um estilo de vida como esse? Você acha que alguém que pudesse
escolher, escolheria ser odiado pela família, apontado na rua, ser discriminado na escola, ser
chamado de pecador...? Você acha que eu sou maluco? Do mesmo jeito que você não teve culpa
do que te aconteceu, eu também não. E outra, não é só porque essa menina aí te beijou desse
jeito grosseiro e espalhou mentiras que todo gay é desse jeito não. Somos humanos como outro
qualquer. Tem hetero bom e hetero ruim, não tem? Pronto, tem gay bom e gay ruim também.
Assim como tem mulher vadia e mulher religiosa. Assim como tem homem que estupra e
homem que faz voto de castidade. E se no fim de tudo isso que eu te disse você ainda não me
aceitar, vou te dizer uma coisa que serve para você e serve para todo mundo que é homofóbico:
se eu sou tão nojento assim, ignore as minhas nojeiras e finja que eu não existo, cada um vive a
sua vida e acabou.
Eu estava decidido a gritar com ela. Não dei espaço para ela falar e despejei tudo o que eu tinha
na garganta. Agora era o fim de verdade. Eu estava com medo de ser o fim, com ela me dizendo
coisas horríveis. Mas eu até gostei. Gostei do fato desse ser o fim, o fim desse jeito. Ela me
odiaria para sempre, mas ficaria claro, pelo menos para mim, de que eu estava certo.
15 ago
Marlon
Fui.
15 ago
sader koy
bom dia meu povo querido... que delícia acordar com os posts do marlon, com certeza, meu
sábado vai ser bem melhor... concordo que não devemos deixar nada pra depois, tudo tem que
ser resolvido na hora, com o tempo ou a falta dele, os problemas, as magoas vão se
acumulando e chega num ponto que não tem como voltar atrás pra resolver... que pena que
sua mãe passou quase uma vida inteira sofrendo pelo que aconteceu... que pena que ela
deixou de enxergar o filho que vc sempre foi... mas como esse assunto parece não estar
encerrado, quem sabe não teremos uma surpresa? você é uma caixinha de surpresas, né
marlon? não tenho tanta esperanças pq ela parece ser sempre tão fria... imaginei que pelo
tanto de tempo que ela ficou sem te ver pelo menos te daria um abraço... mas enfim... é isso...
adorei que vc voltou, viu? cuide-se bem... abraaaaaaaaaaaaaaaço
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15 ago
Vini Figueroa
Q tenso...
Esperando!!!
15 ago
DANNY -
NOSSA QUE COISA HEINN ... PELO MENOS ELA TOMOU A INICIATIVA DE
PROCURAR PARA CONVERSAR ... E PELO VISTO NAO FOI UMA CONVERSA NADA
AGRADAVEL PARA NENHUM DOS DOIS NÉ ... AGUARDANDO SUPER ANSIOSA ...
BJS
15 ago
Flavio
Marcando...
15 ago
RODRIGO! TO MEIO
boa conversa com sua mãe hem!!
vc simplesmente deu um show de maturidade, isso só demostra o quanto vc cresceu
com tudo que te aconteceu...
e quanto a sua mãe, mas vale a dor da verdade de que a dúvida da incerteza!!
Rodrigo
15 ago
Guigo
15 ago
bruno
Marcando
15 ago
JONTAN
Comentario
Querido Marlon.
Percebe-se que a sociedade brasileira não está preparada para a diferença,para o respeito
mutuo,para a ética.
Marlon,acho que você não sabe o bem que nos fazem com esse relato singelo e sincero de um
casal que se descobrem em meio a novidades,discobertas e aceitações.
Desejo que esta reabilitado e feliz por esta fazendo um serviço de esclarecimento e divertimento
através do conto O GAROTO E SAXOFONE.
Mil beijos
abraços.
Boa Tarde.
15 ago
Gin
tenso.
marquei.
15 ago
» PσpSC «
bjos
15 ago
Aninha
Marcando
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16 ago
Marlon
Fui.
16 ago
Gin
ta bom, Marlon :)
16 ago
Em Busca
heheheh...
Marlon, aguardando mais...
16 ago
demolidor
16 ago
JONTAN
melhoras, Marlon.
volta logo,
abraços
boa sorte.
boa tarde.
16 ago
safada
CARACOLES
MARAVILHOSOOOO
EU AMO MUITO ESSE CONTO, FICO TRISTE POR SABER Q ESTA ACABANDO =/
CONTINUUUAAA LOGOO
BEIJAAAUMMM
TENSÃO....
ESPERANDO.
16 ago
Aninha
Maarcandoo (:
16 ago
Camillodon
...
16 ago
Querubim
Voltei!!!
16 ago
_●•ЗЯЇСΘ●•_
marcando...
17 ago
Marlon
Desculpem.
Fui.
17 ago
Math
Marlon,
Q bom q vc tá melhor...
Abração e continua.
17 ago
Pri Florzinha
Se cuida Marlon!
Adorei que vc tenha falado tudo para sua mãe. Um problema a menos.
17 ago
Raul
Ponto final... na paciência, na condescendência, na boa vontade.
Ponto final na adolescência.
Se alguém não entende porque não quer entender, o que fazer?
Eu mesmo já havia comentado algo bem parecido, e na mesma linha, do dito pelo Tom, sobre
voltar para 'o bem de antes', mas esta conversa com a mãe desvenda outro 'caminho'.
Não se trata de retomar o antigo, porque ele não faz mais sentido, nem de continuar no atual,
porque ele não satisfaz, mas de encontrar, com maturidade, um terceiro, novo e condizente com
as expectativas de ambos, que traga aos dois a mesma felicidade de antes.
Tudo é ilusão
É tudo como correr atrás do tempo
Moreno
até entendo sua mãe, mas isso não justifica o que ela fez.
17 ago
Pedro
Depois de dias lendo chego aqui pra acompanhar. Nao preciso nem comentar pq esse conto
dispensa qualquer comentário, pq nao vou encontrar palavras para qualificá-lo. Já li vários
contos aqui e esse um dos melhore se não for o melhor. Não existe história melhor do que a
que a que é escrita pela vida. Obrigado Marlon por estar dividindo conosco a sua história, é
um prazer lê-la, ler as peripécias do Caio, do Tom, enfim é muito bom mesmo. ''Thanx''
♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥
♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥
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17 ago
STROVENGA
Então havia algo no passado de sua mãe. Meu PAI que bafão!
17 ago
morgan
18 ago
Marlon
Desculpem.
Fui.
18 ago
JONTAN
Comentario
tudo bem
aguardando ansioso,
volta logo
adorando o conto
saudades
abraços
boa tarde.
18 ago
мαтєυѕ
Nussa!
18 ago
Gin
é, o tempo ta correndo...
18 ago
sader koy
saudade das nossas bagunças aqui no conto... saudade do marlon, do caio, do tom, do luciano,
da claudinha, do diego, do ewerton, da gabi, do augusto... até do vinícius estou com saudade...
kkkkkk... abraço pra todos...
18 ago
Camillodon
...
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.691-1.700 de 2.260
18 ago
» PσpSC «
18 ago
Guigo
Na espera Marlon!
19 ago
Marlon
Desculpem.
Fui.
19 ago
Cesar
sader koy
que bom que o marlon anda ocupadíssimo, assim demora mais pra acabar... kkkkk... sabe
quando vc está comendo chocolate e os últimos pedacinhos são sempre os mais gostosos?
então... fico com saudade, mas em compensação tem a certeza de que ele vai ficar mais tempo
aqui com a gente... bom dia galera, apesar do frio e da chuva que está aqui na região
sudeste... abraaaaaaaaaaaço
19 ago
Tom
P.S. Este recado não foi postado por mim. apenas pedi a uma pessoa e ela veio aqui e postou, ou
19 ago
sader koy
19 ago
STROVENGA
Amados!
A PerverLand já está quase toda concluída! Como todos são meus amigos, não precisarão
comprar nada. Basta construir. Ahhhh, sem querer ser chato, mas já sendo, os lotes próximos do
lago são da família do Stro.
19 ago
safada
SEMPRE AQUI ;D
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19 ago
JONTAN
saudades,
volta logo,Marlon,
adorando, abraços.
19 ago
demolidor
19 ago
Camillodon
...
19 ago
sader koy
a única coisa que não me faz falta neste conto, ou melhor, a única pessoa, é o serginho...
agora de vc marlonzinho, nem me fale... sempre sentirei saudade...
19 ago
Shindouh
Sem palávras.
Triste , mas tem coisas sem solução. Espero que esse não tenha sido o fim como você disse.
20 ago
Marlon
Fui.
20 ago
Shindouh
Logo agora que está perto do final, nós ficamos cada vez mais curiosos, mas ainda temos
paciencia
20 ago
JONTAN
conto aguardando.
ta virando sacanagem.
que coisa!
20 ago
Aninha
Maarcando ;*
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.711-1.720 de 2.260
20 ago
Marlon
Não estou tentando criar expectativas em vocês ou algo do tipo. Simplesmente não consigo mais
postar com a mesma frequencia.
Eu, mais do que qualquer um, quero encerrar logo o conto. Já disse aqui antes para todos que não
vejo a hora em que o conto será concluido, pois, mesmo eu gostando de postar, escrever esse
conto tem me feito perder muito tempo, tem me feito ir dormir tarde (e eu acordo cedo) e são
muito raras as vezes em que chego da rua com disposição para escrever, desde que as férias
acabaram. Mais raras ainda são as vezes em que ligo o computador para vagabundar.
Desculpem.
Fui.
20 ago
JONTAN
esperando
esperando.
20 ago
morgan
M.A.R.C.A.N.D.O
M.A.R.C.A.N.D
M.A.R.C.A.N
M.A.R.C.A
M.A.R.C
M.A.R
M.A
20 ago
Raul
Marlon
Vc não foi grosseiro e é visível o seu cuidado, avisando sempre quando não pode postar.
Só fico frustrado porque não nos dá chances de programar sua estadia nas masmorras ou
senzalas... hehehe
21 ago
Shindouh
Não estou tentando criar expectativas em vocês ou algo do tipo. Simplesmente não consigo mais
postar com a mesma frequencia.
Eu, mais do que qualquer um, quero encerrar logo o conto. Já disse aqui antes para todos que
não vejo a hora em que o conto será concluido, pois, mesmo eu gostando de postar, escrever
esse conto tem me feito perder muito tempo, tem me feito ir dormir tarde (e eu acordo cedo) e
são muito raras as vezes em que chego da rua com disposição para escrever, desde que as férias
acabaram. Mais raras ainda são as vezes em que ligo o computador para vagabundar.
Desculpem.
Fui.
Claro que demora, não o culpamos, pelo contrario, eu acho que vc teve uita coragem em fazer
esse conto enorme!
21 ago
» PσpSC «
21 ago
Tom
Por que somos todos tão complicados se todos queremos a mesma coisa e sabemos como
obtê-la?
Há 2 SEMANAS que não entro aqui, então, já viu. Só pra resumir e não precisar me estender:
Falou tudo Marlonzito, e creio que irá nos proporcionar um discurso, talvez em atitudes,
continuando sobre o grande defeito do ser humano. Somos assim: ora estamos apitos a agir de
forma direta e certeira sem saber quem está em nossa volta se magoar ou não. Ora pensamos
até no céu, se está um tempo bom para tomar decisões sábias que possam nos levar ao poço –
figura de linguagem – ou nos deixar nas alturas. Com sua mãe o efeito certo foi feito: agir de
forma direta sem saber se magoaria ou não. Se não fosse aquela hora, não seria nunca, mas
creio que depois de todas as cartas postas na mesa...
...tudo se torna mais brando e manso podendo voltar ‘ao normal’.
-> esse apelido tem efeito tem reação muito além do que um simples apelido. Quando somos
gordinhos e nos chamam de barriuzinho, bolotinha,... haushaush
...morremos por isso, certo?! Não queremos ser titulados por nossos defeitos. Mau comparando
do mesmo modo é essa relação com esse apelido no momento. Ninguém quer ser titulado –
numa relação amorosa – por ter indiretamente criado um mal estar ainda mais numa situação
que venha ter sido tão drástica assim. Pro Caio esse apelido é um dos elementos – se não o
PRINCIPAL – que está nesse episódio dramático em que o mesmo elemento tenha sido a água
gelada em que o fez despertar pra poder dizer: pronto, o circo está armado!
Isso, na visão dele – foi assim que eu tentei compreender pq pelo menos pra mim foi uma das
partes mais difíceis de decifrar. Não sei se são pelas dores de cabeça ou sono – essa noite me
atacou a maldita da sinusite - ou feliz pq Marlon não tem postado! Kkk
21 ago
Tom
ahhhh
21 ago
Pri Florzinha
Marlon, entendemos que vc não consegue postar sempre. E agradecemos sua preocupação em
nos avisar.
Tomzinhoooooooooo, muito bom ver um post seu querido! Estava com saudades!!!
21 ago
STROVENGA
Marlon... Todos temos vidas particulares, não somos robôs para ficarmos 24 ligados, sem
dormir, sem comer e sem beber. Entemos completamente isso e eu particularmente espero o
21 ago
RODRIGO! TO MEIO
Enfim....
21 ago
Guigo
21 ago
Camillodon
...
22 ago
DANNY -
NAO ESQUENTA NAO MARLON ... EU ENTENDO VC ... VC POSTA QUANDO PUDER
VIUU ... BJS
22 ago
Luuuuu
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=93404220
Galera tomei a liberdade de criar um comu para esse conto que todos adoramos
Entrem e sintam se a vontade
22 ago
Marlon
Fui.
22 ago
Cesar
Marlon não esquenta, quanto mais vc demora para postar mais tempo demora para acabar, assim
é bom sofro menos, qdo penso que ta acabando fico triste, gosto muito do conto e mesmo sem te
conhecer pessoalmente aprendi a gostar de vc, um abraço.
22 ago
sader koy
22 ago
Heidan
www.meninus.blogspot.com
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.731-1.740 de 2.260
22 ago
bruno
Marcando.
22 ago
Em Busca
Marlon querido...
acho que todos lhe entendemos...
mas, porque vc não vai digitando no Word e depois faz só postar, e posta tudode vez...
ateh o final...
mas estamos aguardando vc...
22 ago
Querubim
Ok, Marlon!
Estou contigo pro que der e vier!
Aguardando!!!
Bjaum.
22 ago
LUCAS,
Sei que o título não inspira ser grande coisa, mas creio que o conta tenha boa qualidade.
Digo isso sem querer ser arrogante.
Fico a vontade de fazer esta propaganda aqui, pois foi justamente este conto que me
inspirou a escrever.
Lucas
22 ago
Vini Figueroa
Marlon...
Acredito q se vc digitasse no word, como disse o Em Busca, e postasse, nem que fosse ao
menos uma vez na semana seria melhor para vc... e para nós tb, claro!!!
Esperando...
22 ago
Shindouh
22 ago
Camillodon
...
23 ago
Marlon
Oi gente!
23 ago
Marlon
Ela ficou um tempo pensativa. Talvez refletisse sobre tudo o que eu acabara de despejar. Ela
enxugou um pouco as lágrimas e disse:
- Se eu não te amasse, tudo seria mais fácil.
- Não faz diferença para mim.
- Isso porque você não me ama.
- Você não sabe. Como pode saber se te amo?
- Sei lá... já não sei de mais nada.
- Antes que eu comece a falar de você, falemos de mim: entendeu tudo o que eu disse?
- O que você vai falar de mim? O que você tem para falar? – perguntou desafiadora.
- Deixemos isso para depois. Entendeu o que eu disse?
- Do que está falando?
- Da minha culpa, da minha suposta culpa.
- Me perdi na conversa.
- Eu acabei de berrar que não tenho culpa de ser gay.
- Ah sim...
- E então?
- Será que não tem mesmo?
- Bem, se eu tiver, a culpa é toda sua.
- Minha? – assustada.
- Sim, sua. Quem me criou? Quem me educou? Quem me ensinou ou deveria me ensinar o que é
certo e errado? O papai esteve fora de casa durante todo esse tempo. Se algo poderia ser feito
quanto a minha sexualidade, então a culpa é sua.
- Isso não é justo!
- Não, não é. Mas se houver culpados, então a senhora é a culpada.
- Talvez realmente tenha sido a falta do seu pai em casa.
23 ago
Marlon
- E porque o Ewerton não é gay? A mesma falta que o papai fez para mim também fez para ele.
Temos os mesmos pais, moramos na mesma casa, dividimos o mesmo espaço, os mesmos
brinquedos, saíamos para os mesmos lugares. No entanto eu sou gay, ele não – respirei fundo –
Entenda, mãe, por favor, não há culpados. Ninguém é culpado. Eu nasci assim. Livro-te de toda
a culpa, pois não há culpa nenhuma. Já te disse, isso não compete a ninguém. Não é justo que
você me odeie, não é justo que me atire pedras. Eu não tenho culpa de nada e não fiz nada de
propósito, tampouco fiz para te magoar. Não me trate como o seu pai te tratou. Sabe? Se você
me tratar como o seu pai te tratou, te odiarei sem culpa. Se você me tratar com o meu avô, você
será pior que ele. Você sentiu na pele o que é sofrer por algo que você não tem culpa e somente
por causa da ignorância de uns e outros, que nada têm a ver com a sua vida. Não faça o mesmo
que o vovô fez. Não seja como ele. Não estou te implorando, nem pedindo isso por mim. Já
disse, não faz diferença se você me odiar com ou sem fundamento. Ódio é ódio. Mas faça isso
por você mesma. Não quer uma vida nova? Comece por nós.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.741-1.750 de 2.260
23 ago
Marlon
Ela ainda soluçava e enxugava as lágrimas. Eu mesmo não acreditava que tinha dito tudo aquilo.
Não faço idéia de onde aquelas palavras haviam surgido. Eu tinha acabado de conhecer a história
da minha mãe com o meu avô e já comentava como se soubesse desse fato há muito tempo.
Talvez porque sofrimento pela ignorância dos outros, por mais distintos que eles sejam, ainda é
sofrimento e ainda é ignorância:
- E então? – perguntei.
- Eu não sei, Marlon. Eu não queria sentir isso, mas eu sinto.
- Não tenho pressa. Só quero sair daqui e saber que você sabe que eu não tenho culpa.
- Eu posso entender isso.
- Pode mesmo?
- Acho que sim, mas ainda não gosto da idéia de você namorar um rapaz.
- E que mal eu te faço ou faço ao mundo se eu beijo um homem ao invés de uma mulher?
- Não é agradável.
- Quem disse isso? Seu pai?
- Já chega de falar do meu pai – disse zangada.
- Já chega por quê? Ele ainda te magoa, você também me magoa.
- Se é o que você quer para a sua vida, então seja feliz.
- Mãe! – gritei furioso.
- O que é, menino? – assustou-se.
- Acabei de dizer mil vezes que não tenho culpa! – continuei gritando agressivamente.
- E eu ouvi. Estou dizendo para você fazer da sua vida o que quiser. Está achando ruim?
- Estou.
- O que você quer de mim?
- Você diz para eu ser feliz como eu quiser. Droga, mãe, eu não escolhi. Devo repetir? Quando
você diz que eu devo fazer da minha vida o que quiser, ao mesmo tempo você diz que isso é uma
escolha. Não é uma escolha. Eu não tive escolha. O que eu sinto é que gosto de homens, então
não diga para eu fazer o que quiser, pois não namoro rapazes porque quero, porque escolhi. Não!
- E eu já entendi.
- Então não diga para eu fazer da minha vida o que eu quiser. Você gosta de homens também,
então não vou dizer “faça da sua vida o que quiser”, pois o único gênero pelo qual você pode se
apaixonar é o masculino. Não é uma escolha: ou você se sente atraída por homens, ou nada feito.
- Ta, ta, ta...
- Ponha isso na cabeça!
23 ago
Marlon
Acho que a partir daquela conversa eu nunca mais deixaria que alguém dissesse que
homossexualidade é uma escolha. Estava tão determinado, que senti as veias pulsando quando eu
me defendia:
- E você, vai mesmo voltar para o interior?
- Está decidido.
- Certo. Eu quero que você seja feliz. Quero mesmo. Faça o que eu fiz: se permita.
- Eu não contei tudo, Marlon. Eu traí o seu pai.
- Traiu? Com quem? – perguntei espantado.
- Com quem você acha?
- Com o cara lá irmão da menina lésbica?
- Ele mora aqui na cidade, mas está voltando para o interior. Ele é viúvo.
- Nossa! – disse sorrindo.
- Está sorrindo? – perguntou estranhando.
- Você já estava se permitindo e eu nem sabia. Hahahahahahaha.
- Me respeite, Marlon.
- Não é falta de respeito. Juro que essa risada é de felicidade. Um pouco de surpresa também,
pois não imagino você traindo o papai.
- Não fale assim. Eu não traí por trair.
- Não estou julgando. Mas...o papai já sabe disso?
- Sabe. Mas ele não pode falar nada. Ele sempre me traiu também.
- E você sempre soube?
- Claro, não sou burra!
23 ago
Marlon
Fechei-me. Era estranho a mamãe falando que traía o papai e ouvi-la dizer que sempre soube que
o papai a traía também. Era péssimo, na verdade. Percebi naquela hora que esse era o tipo de
relacionamento que eu não gostaria de cultivar. Isso não é viver. Mamãe estava se permitindo só
agora, mas ela teve que trair para isso. Percebi que a minha atitude em assumir e brigar com o
mundo era muito mais digna, mesmo que eu não seja ninguém para julgar:
- Bem, então...seja feliz! – disse ainda abobalhado.
- Obrigada – disse ela envergonhada.
- Quando você vai mesmo para o interior?
- Antes de ir, eu te comunico. Mas vou em breve.
Pensei em pedir-lhe um abraço, mas nem eu mesmo sabia se queria um. Fiquei um tempo a olhá-
la e me senti tímido para qualquer coisa:
- Bem, então...tchau né? – disse eu.
- Tchau, Marlon – disse ela de forma doce.
Eu sorri e fui andando para o portão. Ela veio atrás. Quando eu abri a tranca, ela passou a mãe
pelo meu ombro. Era um ensaio de um abraço. Eu me virei, a abracei, mas foi um abraço rápido.
Sorri de novo e saí.
23 ago
Marlon
Fui.
23 ago
Gin
marcando.
23 ago
safada
Q BOM Q VOLTOUUU
AMANDO MUITOO
CONTINUAAA
BEIJAAAUM
23 ago
VickViny
Uffa!!!!
23 ago
bruno
Marcando.
23 ago
Cesar
que bm que desta vez a conversa fluiu bem melhor, afinal, mãe é mãe é sangue, não dá pra
ignorar é importante em nossas vidas.
23 ago
Shindouh
23 ago
RODRIGO! TO MEIO
conversa dificil!
mas acho que foi bom te-la, isso demostra o quanto adulto vc se tornou!
23 ago
Vini Figueroa
Tenso...
MUITO tenso!!!
23 ago
demolidor
Palavras verdadeiras, bem colocadas, imagino que tenha se sentido mais leve depois dessa
conversa.
23 ago
Luuuuu
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=93404220
Galera vamos entrar na comu do conto ai
Abrasss
23 ago
» PσpSC «
hum tenso mesmo a história.
aguardando a continuação.
23 ago
JONTAN
oi,tudo bem,
ainda que voltaste a postar,
é muito bom ler um conto que nos faz reflitir sobre a vida.
23 ago
Alex
marcando...
23 ago
Em Busca
Fui rapido ateh pra ler, e percebi que vc foi rapido pra postar em Marlon...
rsrsrs...
aguardando...
23 ago
STROVENGA
mãe é mãe é sangue, não dá pra ignorar é importante em nossas vidas. [2]
Emocionante
23 ago
Kaai
MARATONA!!!
Porra, to chei de coisa da facul pra fazer e num fiz pra ler esse conto... Acho que viciei nessa
comunidade
o.O
Ah, Foda-se É MARA
amooooo!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.761-1.770 de 2.260
24 ago
Marlon
Desculpem.
E desculpem também a minha grosseria ontem. Vocês são compreensíveis, mas devo admitir que
postei morrendo de raiva.
Enfim...
Boa noite.
Fui.
24 ago
gato
Acompanhando
24 ago
Paixão
24 ago
Dany
muito boa a conv ersa com sua mãe, assim ficam os dois mais leves e prontos para viverem a
própria vida sem culpas
24 ago
Math
ainda bem q pelo q parece sua mãe ficou mais light depois dessa conversa, né?
24 ago
Vini Figueroa
Esperando...
24 ago
Shindouh
Desculpem.
E desculpem também a minha grosseria ontem. Vocês são compreensíveis, mas devo admitir que
postei morrendo de raiva.
Enfim...
Boa noite.
Fui.
tem um monte de escritor que passa a semana sem nem aparecer e você todo dia aparece aqui
paara dizer se vai ou não postar.
Cassiano
Feliz por seu regresso, e continua logo que estamos em colicas hehehehehehe
24 ago
Moreno
a conversa com sua mãe foi boa demais, seu conto é 10 cara
24 ago
andarilho
24 ago
Guigo
24 ago
» PσpSC «
No Problem Marlon ^^
Somos humanos.
Até mais, ficamos no aguardo.
24 ago
morgan
24 ago
Flavio
Marcando...
24 ago
Kaai
Loving it!
24 ago
STROVENGA
Sem problem
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.781-1.790 de 2.260
25 ago
JONTAN
conto aguardando.
Ola,
tudo bem viseu,
te entendo,sei que vc tem uma vida off orkut,e compreendo que vc faz por prazer e não por
obrigação.
Abraços
Boa Tarde.
25 ago
Pedro
MARCANDO ♥♥♥
25 ago
Querubim
25 ago
мαтєυѕ
To besta!
25 ago
Henrique
Fala Marlon, faz um tempo que eu não posto em seu conto, mas continuo muito fã e
acompanhando com assiduidade. Ele está cada vez maior e cheio de reviravoltas que eu não
imaginava que pudesse ocorrer. Parabens por sua historia e obrigado por compartilhar conosco,
abração...
26 ago
Marlon
Eu estou odiando isso. Sério mesmo. Não é para fazer charminho não.
Enfim...
26 ago
Shindouh
26 ago
Yago
26 ago
JONTAN
esperando.
tudo bem
aguardando
abraços
e
bm dia.
26 ago
STROVENGA
Tudo bem!
26 ago
Gin
fazer o q né...
26 ago
LUCAS,
Peço a vcs que leiam o meu conto, que escrevi justamente por admirar demias o conto "O
garoto e o saxofone"
Prometo que vcs não irão se decepcionar. Peço que se tiver algum leitor aqui de
"Adolescentes em ação" que fale algo em favor do conto para que possamos ter mais
leitores;
segue o link
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=15061107&tid=5370898866536741289
26 ago
Alex
aguardando....
27 ago
Guigo
Esperando!
27 ago
Marlon
Oi gente!
27 ago
Mago
AO VIVO!!!
27 ago
Marlon
A viagem até a minha casa era longa. Deu para pensar em toda a vida. Desde o momento em que
descobri o sexo, passando pela descoberta do Caio, descoberta da minha sexualidade e
descoberta do mundo que enxergo hoje. Se fosse para resumir em uma palavra, eu diria
“decepção”. Nada me animava. Parece que tudo conspira para que você chegue a conclusão de
que nada é perfeito e de que tudo deve ser errado ou ruim porque é da natureza das coisas que
isso aconteça. Com exceção do Caio. Eu amo muitas pessoas nessa vida, mas me parece que
todas elas podem sumir que não sentirei falta. Não o Caio. Não posso dizer que ele é a única
coisa que me faz feliz, pois seria injusto, mas sem ele eu não vivo não. Era o meu consolo.
Ao chegar, subi as escadas, abri a porta e encontrei o Caio no sofá assistindo TV:
- Oi meu amor! – disse ele docemente.
Ele não fez cerimônia e me abraçou imediatamente. Ele não disse uma palavra. O único som que
ouvíamos era o da televisão:
- Cadê o Lu?
- Saiu. Foi comprar alguma coisa.
- Então me põe para dormir?
27 ago
Marlon
Olá Mago!
27 ago
Marlon
Ele desfez o abraço, me olhou nos olhos, sorriu como se estivesse achando tudo muito gracioso.
Levantou-se, estendeu a mão para mim e disse:
- Vem!
Eu achei aquilo de um carinho imenso. Sorri e lhe dei a mão. Ele me puxou para o quarto e me
sentou na cama, sentou-se no chão e começou a tirar os meus tênis, depois as meias. Levantou-se
e se inclinou para tirar o meu cinto e desabotoar a calça:
- Levanta os braços – pediu ele.
Tirou a minha camisa, me empurrou na cama, me fazendo deitar, e começou a puxar a minha
calça. Depois ele tirou a bermuda e se deitou comigo. Ele enfiou o rosto entre o meu ombro e o
pescoço, enroscou as suas pernas nas minhas e me abraçou:
- Caio, tira a camisa – choraminguei.
Ele se ergueu um pouco e tirou a camisa. Voltou a deitar-se. Comecei a enchê-lo de selinhos:
- Seu cheirinho está tão bom... – disse ele.
- Cheiro da rua?
- O seu cheiro original.
- Você gosta?
- Muito.
27 ago
Marlon
27 ago
Marlon
Ele ergueu a cabeça para me ver. Ele me olhou com estranhamento e comoção:
- Marlon, querido, o que houve? Não precisa ficar assim. É claro que eu nunca vou te deixar. Eu
fui um idiota no passado, mas o passado é passado. Eu também sinto que você já faz parte de
mim e também sei que perder você seria a coisa mais triste.
- Eu sei que não faz sentido esse me choro agora, mas é que hoje eu cheguei a conclusão de que
você é tudo o que eu tenho. Eu não tenho mais nada além de você.
- É claro que você tem, meu amor. Você tem o seu irmão, tem o seu pai, tem os seus amigos, que
são verdadeiros... – eu interrompi.
- Não, Caio. Tudo isso eu conquistei com você e por você. Eu nunca tive a minha família, pois
me censurava a dizer um simples “te amo” para eles; nem tinha amigos de verdade. Tudo surgiu
depois de você. Nada terá mais valor se eu te perder.
- Mas você não vai me perder!
- Promete?
- Prometo, prometo, prometo!
27 ago
Marlon
Ele me abraçou forte e começou a chorar também. Eu sentia as suas lágrimas banhando o meu
ombro. No fim, ele acabou dormindo em meio as lágrimas e eu fiquei admirando o teto e
guardando o sono do meu amor. Parecia infantilidade minha, mas eu queria mais que nunca que
o Caio me chamasse de Marlonzinho-zinho-zinho. Queria esquecer isso. Isso pouco importava
diante do meu medo infundado de perder o Caio, mas eu ainda pensava nisso. E pensava forte.
Quando o relógio já registrava a madrugada, eu me conectei à internet. Encontrei o Tom online:
- pq ñ veio dormir aqui hoje?
- meus pais ñ deixaram... acho que eles tem medo que eu emagreça por estar transando d+
- kkkkkkkkkkkk
- :P
- ta fazendo o q?
- lendo contos
- eu pensei que vc já tivesse parado com esse vício
- eu tbm, mas hj ñ tem nada interessante pra fazer
- vai, manda o link
- pera
27 ago
Marlon
E eu recomecei a ler os contos desta comunidade. Alguns ainda valiam a pena ler. Debrucei-me
em cima da mesa e passei os olhos nos textos. Eles não me prendiam mais a atenção como antes,
mas algo voltou a me chamar a atenção e me fez enxergar um fato novo. Os leitores realmente se
envolviam. Achei curioso. Achei uma idéia:
- tom, sabe que eu tava pensando agora? e se eu escrevesse um conto?
- vc? pq?
- pro caio
- pq? homenagem?
- + ou – isso
- e o q é então?
- to cansando de pedir pra ele voltar a me chamar de marlonzinho-zinho-zinho, então vou pedir
para que outras pessoas façam isso por mim
- os leitores?
- sim
- :O
- o q vc acha?
- q lindooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
- hehehehe então está decidido, quando as férias vierem eu começo a escrever, mas ô, é segredo
de estado viu?
27 ago
Marlon
Boa noite.
Fui.
27 ago
Raul
27 ago
Shindouh
\o
:)
27 ago
Shindouh
27 ago
Mago
Shindouh
Mas ainda tem mais conto sim, não acabou penso eu.
27 ago
Shindouh
Parece que acabou, sei lá, acho que so falta um pouco né. Depois agente vai ajuda o marlon a
perdi pro caio chamar ele de marlonzinho-zinho-zinho.
27 ago
Tom
Não tá dando pra segurar... Precisava expressar só isso pra quando comentar, talvez entender.
27 ago
Vini Figueroa
Lindo momento...
27 ago
Dany
27 ago
Lulu
sei lá o que é.
Eu vou me jogar da ponte ali na frente, vcs esperam um pouquinho?!
27 ago
Kaai
Shindouh desde que eu terminei minha maratona eu tava na sensação que o fim tva próximo sei
lá, qndo vc le tudo de uma vez, não querendo comparar a vida deles com uma novela ou algo
assim, mas já comprando, vc se da conta que os pontos que estavam abertos estão se fechando...
a única coisa que falta pro "final" feliz deles dois é eles se acertarem por causa do apelido...
Acho que o "fim" se aproxima
=(
so sad
Mas amo essa história no fim no meio no inicio, amo ele todo!
27 ago
RODRIGO! TO MEIO
marlonzinho-zinho-zinho.
simplesmente perfeita tua historia!!
27 ago
JONTAN
CONTO ADORAVÉL.
...singelo,lindo,simplismente maravilhoso....
Marlon.
Como é bom acompanhar seu conto,pois ele é verdadeiro,humano e cheio de amor,carinho e
atenção.
abraços
e
beijos.
27 ago
STROVENGA
Marlonzinho-zinho-zinho.
27 ago
safada
OHH MARAVILHOSOO
MARLONZINHO-INHO-INHO HEHEHEHEHE
PERFEITOOO
UM SUPER BEIJO ;D
27 ago
Em Busca
hehehehheheeh...
lindooooo...
aguardando mais...
27 ago
DANNY -
Shindouh
Eu acho que ele vai fazer o caio ler antes pra ele deixar agente mandar ele chamar ele de
marlonzinho-zinho-zinho.
Agora eu entendo o que o Marlon quis dizer no início da história quando ele disse que
PRECISAVA escrever isso aqui :)
27 ago
Cassiano
Marlon
Ja estou esperando vc dar o sinal verde para poder pedir ao Caio que volte a te chamar pelo
apelido que o batizou no inicio.......
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
AGUARDANDO
27 ago
daniel
27 ago
Teodoro
27 ago
zeus
27 ago
Whitney
27 ago
sader koy
27 ago
Pedro
27 ago
bruno
Marcando...
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27 ago
• Ψ Gúúh
Akkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'
É verdade, ninguém esperou o start. Mas já to apostos aqui pra entrar na campanha :P
27 ago
sader koy
é isso aí gúúh... acho que vou colocar uns outdoor aqui em campinas pra ajudar na
campanha do marlon... kkkkkk...
27 ago
» PσpSC «
27 ago
Flavio
Marcando...
27 ago
sader koy
27 ago
• Ψ Gúúh
Huhsuahauhuahuahsuashuahauhsauhausasuhs'
Pow, boa idéia. Uns desses aqui na Cidade Maravilhosa também ajudariam pacas!
28 ago
Paixão
nossa...
to amando a história...
um super abraço..
bjo a todos!!!
t+
28 ago
sader koy
28 ago
Querubim
ÃH?!
Gente, que clima de fim!
Mas, to adorando participar da conclusão atual...
Quando falar valendo, dou todo o apoio Marlon!
E todo mundo aqui, pelo jeito, também
kkkkkkkkkkk
Bjaum!
28 ago
Marlon
Hahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
Seguinte: hoje eu não posto. Realmente falta pouquíssimo para o conto acabar. Talvez em apenas
um ou dois post's eu terminarei esse conto.
O start virá quando eu terminar. Darei mais detalhes sobre a participação de vocês ao fim de
tudo. Ou melhor, ao fim da minha parte. Ainha haverá a parte de vocês, ou seja, quem vai
concluir esse conto são vocês.
E, como já está claro, pedirei ao Caio que leia todo o conto e no final ele lerá os pedidos de
vocês.
Fui.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.841-1.850 de 2.260
28 ago
Kaai
28 ago
JONTAN
oi,
Marlon,
tudo bem,
vou sentir saudades do conto,vou torçe que o Caio venha dar seu ponto de vista será otimo se
isso acontesse.
Abraços e Bom dia.
Volta logo.
28 ago
мαтєυѕ
28 ago
RODRIGO! TO MEIO
ai que lindroooooooooo!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
pode contar comigo!!
28 ago
safada
FICO MUITO FELIZ EM TER LIDO ESSA HISTORIA, E MAIS FELIZ AINDA POR
EU TER LIDO ESSE CONTO DESDE O COMEÇO E DE AGORA ESTAR
PRESENCIANDO ESSE FINAL SIMPLESMENTE PERFEITO, MAGICO,
INEXPLICAVEL
SEMPRE SEMPRE
CONTINUA...
UM SUPER IPER BEIJO......
SAIBA Q ESTAREMOS SEMPRE AQUI ;)
28 ago
Em Busca
Que Lindooooooo...
aguardando mais...
Caio, volta a chamar ele de Marlonzinho - zinho - zinho...
eh tão fofu, eh tão Intimo de vcs...
28 ago
STROVENGA
voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
28 ago
Guigo
28 ago
VickViny
28 ago
Tom
28 ago
Tom
Agora eu entendo esse afastamento do Marlon com os leitores no começo. Cada um vem parar
aqui com um objetivo. O meu foi entender o que eu poderia viver; o que estava acontecendo
comigo e o qual seria +/- o meu futuro. O do Marlon é encontrar algo que de alguma forma
grite na cabeça do Caio que tudo o que passaram não vale a pena ser vigiado como uma bomba
que a qualquer momento será acionada. O bom da vida é isso... viver. Problemas?! Passamos a
cada minuto, mas se não fosse por eles não saberíamos o que era o certo.
Desculpa pelo tamanho, mas como disse precisava encontrar palavras. Já que estamos,
REALMENTE no final. Acho que só nos resta dizer: Caio, cadê seu namorado?! “O Marlozinho,
-zinho, Zinho?! ” haushaushaushaushauhsuahsuas
P.S. kra, pelas minhas contas: vc ta desde de +/- dezembro, janeiro, escrevendo sua vida como
súplica pra seu namorado voltar a ser o que era?! Eu já teria berrado no ouvido dele! Kkk
Isso que é amor! ♥
28 ago
Tom
P.S 2. kra, tem como vc segurar o final até domingo a noite?! Pode ser sábado, sei lá, mas deiar
passar um tempinho e avisar que tá acabando mesmo antes?!
Hj, no col. contei tudo pra uma amiga. Precisava desabafar. Como vc no dia do encontro com a
sua mãe, precisava do seu amor...
...infelizmente eu não o tinha por perto, então, precisava explodir de alguma forma. Contei pra
ela que era a única pessoa que eu pensava que pelo menos nunca teria a reação que teve. Altos
28 ago
Aninha
marcando ;*
28 ago
David
Q lindo!!!
pode contar com minha ajuda!;)
28 ago
Ellen
Marlon, *-*
Abracos, Ellen.
28 ago
Douglas
MAS JÁ VAI ACABAR??? NÃO FAÇA ISSO...PARA TUDO!!! ENFIM...EU ADORO O SEU
CONTO...MARLON!!! AGORA NOS FALE...JA FAZ TEMPO Q VC NAO COMENTA
SOBRE O SEU IRMÃO E SEU PAI, COMO ELES ESTÃO EM RELAÇÃO A VC HJ,
ENFIM...ESPERO Q ESTEJA TUDO BEM CAMPEÃO...AGUARDANDO A SUA
POSTAGEM...ABÇS!!!
28 ago
sader koy
28 ago
sader koy
tá chegando? aí aí aí, viu? bom, amanhã primeira coisa que vou fazer é ligar esse pc e ver se
vc postou alguma coisa... tenho que aproveitar que é um dos últimos sábados que faço isso
né? afinal está acabando... snif... como o logan sempre me diz: sem dramas sader...
kkkkkkkkkkkk...
.
.
29 ago
» PσpSC «
O que posso dizer que o conto não seria o mesmo se não tivesse os comentários do Tom, do
Sader, da Pri que repostou o conto, do STROVENGA, do Math, e outros que não me vem na
mente agora, mesmo eu não tido falado com algum de vocês ainda.
Bjos.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.861-1.870 de 2.260
29 ago
Alex
conto perfect!!!!
29 ago
Marlon
Hehehehehehehehehehe
Eu estou tão ansioso, sabiam? O que será que o Caio vai pensar quando ler?
Estou me programando para mostrar o conto para ele. Eu pensei em mostrar numa sexta feira,
pois aí ele teria tempo de começar a leitura e terminá-la antes da segunda. Para quem se lembra,
o Caio já está estudando Gastronomia, então não quero que ele se atrapalhe com as aulas.
Tenho medo que ele fique zangado. Ele não gosta do apelido, mas isso nunca foi problema. Mas
agora muita gente que ele nem conhece sabe o porquê. Fico preocupado. Mas acredito que ele
gostará sim da surpresa.
O Tom (do conto) está lendo junto com vocês, ou seja, ele lê em paralelo a minha escrita.
Segundo ele o Caio irá gostar muito. Pedi ao Tom para ele também vir aqui e pedir ao Caio que
me chame pelo apelido, mas o Tom não quer fazer perfil fake e nem postar com o original.
Chato-loiro, aff.
Também não garanto que o Caio poste algo. Afinal, não posso prometer nada por ele, né?
Por fim, não pretendo me mostrar porque meu pai é PM e há uma série de complicações. Desde
pequeno que eu e meu irmão fomos educados a nunca falar sobre a profissão do meu pai à
estranhos. Não que eu ache que algum de vocês vá me sequestrar, mas, como dito antes, agora
muitas pessoas de todo o país sabem da minha história em muitos detalhes. Até mesmo a minha
rotina, pois ela não mudou nada. Espero que compreendam.
E como vocês já devem ter percebido, eu não posto hoje. Amanhã acordo cedo e será um dia
longo.
Vão pensando aí numas palavras bem bonitas, umas frases de efeito para metralhar o Caio de
pedidos.
:)
Fui.
29 ago
Pablo
29 ago
Kaai
Amo essa história de paxão, e ser capaz de auxiliar o escritor, nosso querido Marlon, a fazer uma
surpresa e com ela deixar o Caio feliz, acho que vai fazer todos os leitores muito felizes... É algo
inedito...
Mesmo com o fim, triste fim dos posts do Marlon [n fim da história porque a históra de vcs ainda
tem muito o que dar...], desejo tudo de bom pra vocês dois, hoje, e sempre... vocês merecem isso
e muito mais...
^^
29 ago
sader koy
"Por fim, não pretendo me mostrar porque meu pai é PM e há uma série de complicações. Desde
pequeno que eu e meu irmão fomos educados a nunca falar sobre a profissão do meu pai à
estranhos. Não que eu ache que algum de vocês vá me sequestrar, mas, como dito antes, agora
muitas pessoas de todo o país sabem da minha história em muitos detalhes. Até mesmo a minha
rotina, pois ela não mudou nada. Espero que compreendam."
29 ago
Heyck
Bom.. acho q sou o ultimo leitor....comecei a ler recentemente e ainda naum terminei....mas pelo
o q eu li aqui, eu acredito q coisas inemaginaveis pode ocorrer na vida de uma pessoa....esse
conto foi além ateh mesmo do q os contos ficticios foram...e naum falo soh por gostar dele falo
pelas coisas q aconteceram....coisas q nem em uma historia ficticia como eu falei poderia
acontecer....quem imaginaria q logo o marlon um hetero q naum tinha nenhuma duvida da sua
sexualidade se mostrasse tão apaixonado por uma pessoa do mesmo sexo assim?
isso eh prova de q coisas boas podem acontecer com a gente...e o amor q envolve esse conto tb
mostra isso..... me envolvi mt com o conto...nuss eu mal toh terminando de ler e sinto cm se jah
quisesse conhecer o caio e o marlon q os parabenizar pelo grande amor q ele vivem.....
espero q sejam mt felizes ao longo de suas vidas (mas do q jah são neah).... e que aproveitem a
dadiva do amor q foi concedido a vc's pq o amor eh a base de tudo, naum importa o sexo a cor
ou a religião....se tiver amor td fica mais bonito e melhor
Bjoo
e se cuidem !
29 ago
sader koy
heyck, como diz o velho ditado: "os últimos serão os primeiros"... bem vindo ao clube dos fãs
de carteirinha desse conto... (já estou me achando o promoter do conto, kkkkkkkkkkkkkkk)... é
que o autor vive falando que eu não deixo esse conto em paz... então estou fazendo valer
minha fama... kkkk...
29 ago
Ellen
to muito anciosa.
espero que o Caio nao se chateie, :D
29 ago
» PσpSC «
29 ago
JONTAN
oi,Marlon,adorando o conto.
29 ago
~>Xtina
Leitora Nova!
Candyman Candyman
29 ago
LUCAS,
sader koy
Escrevi um conto que tem tido boa aceitação, inspirado justamente na boa escrita e poesia
existente neste con to que adoro, que é o Garoto e o Saxofone, entretanto, em relaçao ao que vc
diz sobreo autor, ao qual respeito muito, concordo em gênero, número e grau...Ele se acha o
máximo...para dizermos pouco e não sermos grosseiros.
Rrsrsrs
29 ago
sader koy
oi lucas... vc é autor do "adolescentes em ação", né? vc deve estar zuando, só pode! tudo bem
que o marlon tá se achando o último biscoito do pacote, mas só eu que posso falar isso, tá?
não vem não... kkkkkkkkkkk... pode parar... sabe quando sua mãe mete o pau em vc, te
esculacha até e quando a vizinha fala: é isso mesmo... daí sua mãe briga com a vizinha? pois
é, só eu que posso falar mal do marlon aqui, tá? kkkkkkkkkkkkkkkkkk... amo muito tudo
isso... lembrando: vcs já foram lá contribuir com o mc dia feliz?
29 ago
Gem
Olá!
Pessoal,
Sempre acompanhei este conto, desde que ele tinha apenas uns 20 posts (ainda antes dele ser
excluído), mas pouquíssimas vezes comentei ...
Fiquei tão feliz com o desenrolar desta história que como disse o Sr. Sader já me sinto parte do
circulo de amizades do Sr. Marlon e Cia Ltda...
Não só vale, como é parte fundamental da existência do ser humano, acho Marlon que vc
conseguiu atingir muitas pessoas com suas palavras simples e bem colocadas, o amor que vc
sente pelo Caio é tão radiante que radia para todos os seus leitores.
Abraços
Gem
29 ago
Querubim
29 ago
sader koy
oi gem, lindas palavras... querubim, não é de pelúcia não... kkkkkk... o clima aqui está
parecendo coisa de filme, né? como disseram os atores do segredo de brokeback mountain: o
marlon nos pegou de jeito... agora que o final está se aproximando parece que leitores que
nunca tiveram coragem de postar, estão aparecendo... se emocionando... o marlon é tudo de
bom, um homem de verdade... mas ainda não vou falar nada pro caio, pq o marlon ainda não
disse o: VALENDO!!! kkkkkkk...
29 ago
Shindouh
Marlon
29 ago
Heyck
sader
\õ enton somos dois pq eu num voh dexar ess conto em paz mesmo naum u.u
asuashaushasau'
obrigado pelo bem vindo (:
tenho mt pra ler mas toh emocionado com td cada vez mais e num saio daqui ateh terminar u.u
sauashasuahsaus'
29 ago
Guigo
29 ago
safada
HAHAHA
INEXPLICAVEL....
PERFEITTOOO
TO TE ESPERANDO MARLONN
SUPER ANSIOSA...
CONTINUAA
BEIJAAAAUMM
29 ago
Gin
semi-despedida rs
[Eu mudei meu fake por motivos secretos. Mas eu ainda sou o [ro] se alguem ainda se
lembra...
Eu só queria dizer que, como o conto esta chegando ao fim, eu me sinto honrado em ser uns
dos primeiros leitores à se interessar por essa historia, pois sempre gostei do som do
sax(apesar de odiar aerofones ;_; )...
Marlon, eu digo que pelo seu conto, aprendi muito sobre a vida.. graças ao seu exemplo e
sua determinação em se tornar alguem melhor, amando alguem, lutando por esse alguem e
sempre sendo um cara melhor :]
Eu tenho certeza de que voce ajudou muitos caras q nem eu, que no começo estavam
perdidos e sem noçao do que era ter uma vida como a sua, mas você foi unico e
exclusivamente um grande professor na arte de superar desafios !
Juro que se te conhecesse pessoalmente seria melhor te agradecer com um abraço e aperto
de mãos, mas muitas coisas nos impedem de realizar feitos assim...
infelizmente.
Mas, queria dizer também que nunca vou me esquecer das madrugadas lendo isso, e me
lembro desde o primeiro post no tópico apagado, com a foto do cara de terno com guarda-
chuvas, com um nome q eu axo bonito, Marlon.
Valeu por tudo até aqui, e conte comigo pra ter mais leitores no futuro ! alguns amigos
meus leem escondidos e aprovam muito a sua escrita e também se emocionam com a tua
historia ! :]
30 ago
Math
Marlon...
como estou tendo alguns problemas d entrar na net agora... aguns amigos q fiz aki e antes daki
sabem o q me aconteceu...
então, caso vc termine os posts antes d eu voltar novamente saiba q seu conto foi d grande
ajuda... sua história d vida é mto comovente... teve vezes q tive vontade d te esganar, e em outra
foi o Caio... kkk
me indentifiquei com vcs dois tb...
Bem, não quero e não sou d falar mto... deixo isso pa outra pessoa, né amor? xD
30 ago
morgan
Marlonzinho-zinho-zinho.
30 ago
Marlon
Hahahahahahahahahahahahaha
É verdade, vocês são muito malvados comigo, poxa! Sader, não é verdade que pessoas de todo o
país leem essa comunidade? Menti em algum momento? E outra, meu medo é infundado? Você
sempre me pondo para baixo, né? [expressão de tristeza]. Mas a minha vingança será maligna:
quando o Caio ler que você perguntou se as pessoas foram ao Mc Donalds hoje, ele vai te odiar
pelo resto da vida, pois, ele como estudante de Gastronomia odeia todo e qualquer fast food!
30 ago
Marlon
Caio e eu teríamos uma conversa logo em seguida. Teríamos. Quando ele acordou, eu ainda
estava no computador:
- Tão cedo na internet?
Ele estava deitado, espremia os olhos para me ver melhor. Depois de alguns bocejos, ele se
levantou e veio até mim. Sentou-se no meu colo e beijou a minha testa:
- O que está vendo aí?
- Nada, só estou no MSN.
- Hum... olha, o Tom!
- Estávamos conversando. Mas ele já está off.
30 ago
Marlon
Voltei minha atenção para o Caio. Fechei mais um pouco as pernas e abracei a sua cintura,
puxando-o para o meu peito. Ele se deixou cair em cima do meu tórax e deitou-se. Pôs a cabeça
em cima do meu ombro e começou a acariciar os meus antebraços:
- E quanto a nossa conversa? – perguntou ele em outro bocejo.
- Deixa para lá.
- Deixar para lá?
- É.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Mas...você quem quis conversar...
- Não quero mais.
- Por quê?
- Não sei, não vejo muito sentido nisso agora. Vamos deixar as coisas esfriarem mais ainda.
Vamos ver mais água passando debaixo dessa ponte. Quem sabe,se depois disso tudo, a gente
não acerta essas contas de vez?
- Lembro-me de uma vez que você disse o quanto era difícil resolver coisas que já se passaram.
Elas sempre voltam e com muito mais força. Tem certeza de que é isso o que você quer?
- Sim, pois não enxergo mais isso como um problema. Pelo menos não agora. E você também
não enxerga. Então eu vou deixar isso passar. Se eu perceber que esse tempo não deu certo, a
gente conversa de novo, ok?
- Sim, senhor, Capitão Gelatina!
- Capitão Gelatina?
- É – levantou-se do meu peito – olha só essas bochechinhas de gelatina! – disse enquanto
apertava-as com as mãos.
- Hahahahahahahahahaha, mas você, hein?
Beijamo-nos apaixonadamente e voltamos para a cama, para dormir o que nos restava de sono e
de conchinha.
30 ago
Marlon
Passaríamos o réveillon na praia, mais uma vez. O pai do Caio estava fechando um negócio com
um outro empresário, que tinha uma casa na praia. E como uma coisa leva a outra e essas coisas
de sociedades todos fingem ser da mesma família, o pai do Caio resolveu aceitar o convite do
futuro sócio. Mas não ficaríamos, Caio e eu, muito tempo nessa festa. Antes disso, a minha mãe
me ligou do interior. Ela estava morando com o tal cara por quem ela foi apaixonada na
adolescência. Entre a conversa que tivemos e essa ligação de feliz ano novo, minha mãe e eu nos
falamos muitas vezes. Ela me contou que o meu agora padrasto tinha um pequeno rancho, criava
um pequeno rebanho de ovelhas e fazia queijo para o comércio local. No inicio eu achava tudo
muito estranho, pois nunca imaginei minha mãe no campo. Exceto pelo preconceito que ela tinha
contra a minha sexualidade, ela sempre me pareceu moderna. Mas isso era um pré conceito meu
e pré conceito por preconceito, eu preferi simplesmente desejar-lhe sorte. Meu pai estava
“solteiro”, mas nunca sozinho. Não é porque é o meu pai, mas eu devo concordar com o Caio de
que o meu coroa era/é realmente um homem muito bonito e que desperta muita segurança, além
de transmitir muita virilidade. É estranho falar assim do próprio pai, mas se fosse uma filha ela
falaria a mesma coisa. Ainda mais, se fosse uma filha falando que sua mãe é uma “verdadeira
gata” ninguém estranharia, então eu também vou tentar abandonar esse meu pré conceito de que
achar o próprio pai bonito é estranho. Com ele também passei a falar mais e ele me ligou para
desejar feliz ano novo.
30 ago
Marlon
Meu irmão passaria o réveillon comigo, mas a família da Gabriela iria para outra cidade e ele,
como quase marido, foi junto. Quem não gostou muito foi o Augusto, pois ele também passaria
as festividades de fim de ano conosco, mas não pôde. Nós sentimos falta dele. Outra pessoa
também que sentimos falta, mas que se mantinha sempre e a cada dia mais distante era o
Vinícius. Não era de propósito. Ele estava trabalhando muito e o novo namorado não era
assumido, então ele tinha certas privações.
Da festa do sócio do pai do Caio, fomos para uma famosa balada de réveillon da nossa cidade.
Era sempre assim, desde que nos tornamos amigos: Caio, Tom, Luciano, Claudinha, Diego,
Luiza e eu sempre saíamos nos réveillons juntos. Sim, a Luiza voltou a nos acompanhar mais nas
nossas andanças.
Quando chegamos à festa, o Caio imediatamente comprou duas garrafas de champanhe e taças
de plástico:
- Tão cedo, amor? – questionei a compra das bebidas.
- Não, é só para reservar logo as nossas garrafas.
30 ago
Marlon
Dançamos muito antes dos fogos que anunciariam o ano de 2009. Antes das explosões,
enchemos nossas taças e brindamos a nossa amizade. Foi um momento lindo, cheio de lágrimas
e sorrisos bobos. Na contagem regressiva, chocamos mais uma vez nossas taças e bebemos. O
Caio me abraçou forte, de uma maneira inesperada:
- Nossa, que abração! – disse eu com o Caio ainda agarrado à mim.
- Feliz 2009, meu amorzão querido!
- Feliz 2009 para você também, meu Cacazito!
- Nossa – ele desfez o abraço - Cacazito?
- É, hahahahahahahaha.
- Isso é tão, tão, tão inicio das aulas, lembra?
- Lembro de algumas coisas...
- Se eu te pedisse para tirar a camisa agora, você tiraria?
- Hã? Por quê?
- Porque sim.
- Mas...
- Por favor!
- Mas por que isso agora?
- É rápido, juro!
- Qual a sacanagem?
- Não é sacanagem... juro!
Olhei mais um pouco para o Caio com um olhar examinador. Ele fez um cara de cachorrinho
molhado, ajoelhou-se diante de mim, juntou as mãos e começou a implorar com os olhos. Então,
ali, na frente de todos, eu tirei a camisa. No momento em que fiz isso, algumas pessoas vaiaram,
outras aplaudiram, outras assobiaram. Fiquei envergonhado. Mas assim que tirei a camisa, o
Caio tirou um volume do bolso. Era uma outra camiseta branca. Ele me ofereceu e eu, sem
perguntar nada, a vesti:
- Gostou?
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.891-1.900 de 2.260
30 ago
Marlon
30 ago
Marlon
A partir daqui eu dou inicio ao conto “O Garoto e o Saxofone”, com a esperança de que o meu
namorado o leia e goste da minha singela homenagem. Não sei escrever como ele escreve, mas
eu acho que consegui transmitir tudo o que eu sinto. Cada vírgula, cada palavra, cada erro de
digitação ou ortográfico mostra, de maneira muito fiel, o que eu sou, o que eu vejo, o que eu
sinto e o que eu prevejo para o nosso futuro. Talvez se eu nunca o conhecesse, descobrisse de
maneira muito pior acerca da minha identidade sexual. Talvez se eu nem sonhasse que existe
alguém como ele, eu saberia o que significa o amor. É inexplicável que um sentimento tão
simples e tão banalizado, as vezes, hoje signifique tudo o que foi esses últimos quatro anos. Eu
esperava escrever muitas coisas para esse fim, mas estou sem criatividade. É uma pena, mas
acredito que tudo o que já escrevi compensa a minha falta de capacidade de agora.
30 ago
Marlon
Tudo o que já foi dito, Caio (sim, agora falo diretamente com você, meu amor) é um pedido
bobo de desculpas por ter te traído. É também um pedido bobo para que você nunca me deixe. É
uma súplica para que você nunca se canse de mim. Quero que sejamos felizes e estejamos unidos
para todo o sempre. Unidos até “dois mil e sempre!”.
Queria te dizer que o amor que eu sinto por ti é imensurável, não por ser um sentimento, mas por
ser de origem desconhecida. Desconhecida dentro de mim. Não sei de onde surgiu tanto amor e
tampouco sei porque amo um homem. O que sei é que te amo porque você é bom e nada mais
me resta a dizer sobre você. E, por fim, é este conto um pedido bobo para que você volte a ser
um pouco o Caio que você já foi. Lembro de você como um garoto aparentemente ingênuo e
serelepe, que me fazia rir das coisas mais infantis que já ouvi. Quer queira, quer não, sinto falta
disso. Obviamente você não deixou de ser o moleque que já foi, mas me falta uma coisa:
30 ago
Marlon
Mas eu não estou sozinho nessa. Muita gente que você e eu não conhecemos, de alguma forma,
nos querem muito bem. Leram o que escrevi sobre nós e estão dispostos a me ajudar nessa
homenagem:
Brankela
30 ago
Yago
30 ago
Cesar
nossa fiquei sete dias sem ler e pego o final que triste, como será minhas noites sem este conto
lindo e maravilhoso, Marlon, amei este conto parece até que te conheço e ao Caio, como ja disse
antes aprendi muito com ele, a ter mais auto confianç,amor próprio entre outras coisas, foi tudo
lindo, bjão, amo vcs, e Caio, chama ele de Marlonzinho-zinho-zinho, chama, ele merece e vc
tbém.
30 ago
Mago
Marlon....
O que posso dizer desta tua história....por ela eu fiquei aqui noites e noites (inclusive em dias de
semana) esperando teus posts. Esta tua historia que me cativou do inicio ao fim, que enfim só fez
bem a mim chega ao fim, porém chega ao fim com este casal maravilhoso feliz p/ sempre, eh o
que todos aqui esperam. Quem sabe num "sonho de verão" eu possa me encontrar com este casal
algum dia e conhecê-los.
30 ago
sader koy
meu ursinho querido, agora, logo às 07:47 da manhã, ainda não consigo pedir nada pro caio,
preciso me recompor, mal consigo digitar, vcs são pessoas privilegiadas, nem posso dizer que o
caio é um menino de sorte e nem mesmo dizer isso de vc... pq ambos tem muita sorte e estão
numa importantíssima fase da vida, de se encontrar nos estudos e na profissão, de muita
correria, de muitas baladas... ter alguém especial para se amar, para se entregar nessa fase de
tantas dúvidas e incertezas é fundamental... já passei por tudo isso, faz tempo... tive algumas
paixões, claro, mas alguém lá em cima esqueceu de colocar um marlon ou um caio na minha
vida... em compensação tenho muitos tons, lucianos, claudinhas, diegos, e ana luizas, amigos
que valem a pena... alguns deles feitos aqui, graças à vc, graças ao caio, graças ao amor de
vcs... assim como aconteceu com vc nestes últimos posts, me faltam palavras no momento...
mas em todo este tempo que estivemos juntos aqui (e as lágrimas insistem em rolar) acho que
deu pra vc me conhecer um pouquinho, pra sentir o carinho e a consideração que sinto por
vc, pelo caio... duvido que ele vai me odiar, duvi-de-o-dó... kkkkk... sintam-se abraçados e
acarinhados aqui pelo saderzinho-zinho-zinho... caio faça o favor né, de chamar o seu
principe de armadura branca... (arma dura branca seria o escrotinho maroto? kkkkkk) de:
MARLONZINHO-ZINHO-ZINHO... vou parar agora pra chorar mais um pouquinho e
pensar na vida, nessa manhã de um céu azul maravilhoso que está fazendo aqui em
campinas... até a natureza se rende ao amor de vcs... já estou morrendo de saudade meu
ursinho querido... caio, não fique bravo comigo, roubei todos os seus apelidos... adorei o
capitão gelatina... vc é ótimo... olha, eu não curto muito o mc donalds não tá? só os sucos, os
sorvetes e o mc chiken, não como carne vermelha... tá marlon? ele não vai me odiar...
kkkkkkkkkkk... como esta história não tem um final, então até breve... muita água ainda vai
rolar... tchau meus queridos... abraço à todos!
30 ago
sader koy
o som do sax com “singing in the rain”, tocado pelo seu guilherme... vai ficar guardado pra
sempre na minha memória, no meu coração, obrigado marlon...
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.901-1.910 de 2.260
30 ago
Guilherme Luccas
Marlon
Que história impressionante. Nunca fui de escrever, mas TODOS OS DIAS estava aqui
procurando saber se vc tinha atualizado a história.
Sua maneira de escrever nos envolve de uma maneira encantadora.
É tão carinhosos este tratamento e na época que o Marlon contou aqui como surgiu este apelido
foi tão lindo, marcante, CAHAM ELE ASSIM!!!
Quero mais, hein?! Não termine agora não já que a história de vcs tem ainda este ano de 2009
todo aqui para ser postado viu Sr. Marlon?!
30 ago
Kaai
CAIOOOOOO
Chama ele de Marlonzinho-zinho-zinho de novo!!!!!!!!!!!!!!!!
30 ago
Pablo
Nossas vidas são sempre direcionadas para aquele que amamos, no dedicarmo-nos e nos
ofertamo-nos inteiramente a eles.
Vcs dois fazem o casal perfeito, um casal lindo, com um futuro ainda mais bonito pela frente, e
tenho certeza que serão felizes até "dois mil e sempre" com toda certeza.
E nessa certeza dessa felicidade que vcs são chamados à viver JUNTOS te peço Caio que não
deixe que nada mude o teu jeito meigo e lindo de tratar o Marlon, assim, tb espero e peço que
você Caio volte a chamá-lo de "Marlonzinho-zinho-zinho" pois é algo lindo q reflete a
intimidade e o amor de vcs.
Infelizmente eu não poderei ouvir vc falando isso para o Marlon, mas não sou eu quem devo
ouvir, mas o seu amor é quem precisa desse jeitinho carinhoso e lindo q vc um dia criou para
chamá-lo, lembre q veio do seu coração esse apelido, não importa quem um dia fez uma mal
utilização dele, mas oq importa é o teu coração que emana um amor verdadeiro pelo Marlon e
que faz os teus lábios falarem "Marlonzinho-zinho-zinho".
Então, volta a chamar o Marlon assim, volta a acordar ele com o seu "Marlonzinho-zinho-
zinho". xD
30 ago
JONTAN
contente
oi,Marlon,
seu conto foi simplismente lindo,como foi bonito a sua trajetoria na busca de um amor
verdadeiro,o AMOR puro e verdadeiro pelo Caio,como foi comovente e singelo enxergar um ser
lindo especial que é o CAIO,um ser iluminado assim como você,me emocionei bastante com as
suas descobertas,suas emoções brotando com muito sacrificio e desejo,
Caio,volte a chamar o Marlon de Marlon-zinho-zinho.
Mil beijos ao casal.fico contente pelo final feliz e por constatar um casal lindo e unido,
abraços e bom dia.
30 ago
Luuuuu
Ah Marlon o conto tinha que durar até "200...e sempre", mas vamos lah né:
Acompanho esse conto desde o início da primeira postagem, foi o segundo conto que eu
acompanhei aqui... durante esses meses eu ri mtas vezes, chorei mtas outras, aprendi em várias e
várias situações da sua vida... cada dia que se passava eu, assim como os leitores iamos
mergulhando em sua vida como se nós fizéssemos parte da mesma...isso tudo sem jamais
imaginar que esse conto que vc compartilhou conosco era não apenas um simples conto e sim
uma homenagem pro seu namorado. Não tenho mto mais o que falar queria apenas agradecer por
ter confiado a nós essa missão de trazer de volta algo que se perdeu lá atrás.
Caio:
Vou sentir muita falta de tudo isso aqui.... mas espero que venham nos contar qdo chegarem os
meninos
30 ago
Gin
ele quer tanto ! mesmo q isso seja um tanto banal, essas coisas se tornam muito importantes qdo
vc gosta de alguem...
Caio, essa homenagem de todas essas pessoas que voce não conhece, nao é a toa... ele(Marlon)
sentiu que devia fazer isso, que tava presa na garganta dele essa historia toda, todas essas
tristezas, felicidades e etc que se tem numa vida como a de voces dois.
MARLONZINHO-ZINHO-ZINHO
30 ago
Flavio
Caio, vc nao me conhece, mas eu ja lhe conheço um pouco de tanto o Marlon falar e
gostaria de lhe pedir um favor: o chame deMarlonzinho-zinho-zinho quando você for
acorda-lo amanhã de manhã...
30 ago
Musa
o chame de Marlonzinho-zinho-zinho quando você for acorda-lo amanhã de manhã ... [+1]
30 ago
• Ψ Gúúh
Cara!
Simplesmente me faltam palavras. Foram tantas emoções nesse conto que é dificil acreditar que
acabou. Que amor de vocês dure até "dois mil e sempre" e inspire muitos outros por aí. Vocês
são exemplo de um casal feliz e que se ama. E como não poderia deixar de ser:
Caio, volta a chamar o Marlon de Marlonzinho-zinho-zinho, por favor? *_*.
30 ago
Heyck
30 ago
Helio
kra comecei a ler sua história agora, ser, e ter uma história tão impolgante, não é pra qualquer
um ............................................... vou continuar ok..........
30 ago
DANNY -
AIII É TRISTE SABER QUE É O FIMMM ... MAIS FOI TUDO MUITO BOMMM ... E SEI O
QUANTO VCS SOFRERAM POR TUDO DURANTE ESTE TEMPO QUE ESTAO JUNTO ...
MAIS SEI QUE TUDO FOI PARA UM MELHOR CRESCIMENTO DE AMBOS ... COMO
VC MESMO DISSE TEM MUITAS PESSOAS QUE NAO OS CONHECEM E TROCE POR
VCS E QUEREM A FELICIDADE DE VCS TB ... E CAIO VAII VOLTA A CHAMAR ELE
DE MARLONZINHO ZINHO ZINHO ... VAII VOLTA ... QUE SEJEM MUITO FELIZES E
QUE ESTE AMOR QUE HÁ ENTRE VCS CRESÇAM NESTA EMPREITADA DE VCS ...
SAO OS VOTOS DE UMA AMIGA VIRTUAL ... E QUE VCS POSSAM CONTAR COMIGO
ONTEM HJ E SEMPRE ... BJS
30 ago
Em Busca
30 ago
safada
PARABENS MARLON!!!!!!!!!!!!!
NÃO SOME NÃO HEINN, VOU SENTIR MUITA FALTA DISSO TUDO RSRSRS
MUITAA MESMO
TE ADORO MARLON
AMO ESSE CONTO
30 ago
Gem
Marlon,
Como falei antes, o AMOR que vc sente pelo Caio, ilumina nossos corações.
Desejo a vcs, os dias mais ensolarados, as noites com os mais belos luares, para que juntos vcs
possam ser o mais belo dos casais.
Caio,
Sei que deve ser difícil para vc mas, por favor:
Bjs de seu fã
Gem
Shindouh
No início o Marlon disse que tinha necessidade de escrever esse conto e agora eu sei
porque.
Caio, se eu tivesse alguem como o Marlon do meu lado eu não hesitaria em chama-lo de
Marlonzinho-zinho-zinho quando acordade de manhã.
É uma grande besteira mas que deixará o Marlon feliz, e eu sei que deixar o Marlon feliz é
uma felicidade para você também. Então esqueça o passado e viva o dois mil e sempre do
seu amor e não deixe um simples nome abalar , por menor que seja o abalo o que vocês
podem fazer um pelo outro.
30 ago
Tyler
Marlon, acompanho sua história desde do primeiro dia (verifiquei no tópico apagado, sou seu
quarto leitor), logo se via que seria algo especial e marcante. Valeu por todos esses meses, sou fã
de você e do Caio (e ele escreve ainda melhor que vc?? É mesmo um casal fora de série), espero
mesmo que sejam felizes até "dois mil e sempre"!
E Caio: faço o que o Marlon lhe pede, volte a chamá-lo Marlon de Marlonzinho-zinho-zinho,
fica até difícil de imaginar a felicidade que isso lhe trará!!
30 ago
Vini Figueroa
LIndo...
Fui às lágrimas...
30 ago
Tom
30 ago
Tom
Sei que vc não vai se chatear por nada que ele fez pq se eu recebesse uma declaração assim
piraria! FATO. Ele é louco por ti... vc é louco por ele... vcs se perdem juntos...
haushaushaushaus
Sério agora, kra, não é por um apelido bobo que vcs irão voltar a brigar, encontrar dificuldades –
que, aliás, serão necessários pra que vcs se amam mais e mais. Olha, se eu fosse vc até criaria
um prato especial com esse nome: MARLONZINHO, ZINHO, ZINHO!
Haushaushaushuas
[espaço]
Quero desejar a vcs dois tooooda à felicidade do mundo! Se hj vcs são felizes, em tdos os “dois
mil e sempre ans” serão mais e mais. Marlon e Caio, sucesso na vida na vida profissional,
sucesso nas amizades e que juntos continuem sendo o exemplo que pra mim são! Grande bj a vcs
e saibam que sentirei falta de dois
P.S. Caio e Tom – aê xarááá -, sei que vcs farão um fake e nos alegraram com a ilustre presença
de cada um! hauahUHUhsUHSUHUSA
Tom, vc que presenciou tudo e está aqui em off com a gente: cria, kra e enche mais um pouco o
saco do Caizito! [ ] Amigo é pra essas coisas mesmo: tudo o que ta pior sempre pode piorar,
então, o mínimo que ele fará contigo é lhe rogar uma praga ou então... prefiro não dar idéia! Rs.
30 ago
Ellen
Caio,
Lembra quando voce sbrigaram que disse que nao conseguiria mais beijar ele ?
E agora beija sempre, acho que do mesmo modo poderia voltar a chama-lo de Marlonzinho-
zinho-zinho.
30 ago
sader koy
nossa também quero ir no Saxofone... já pensou o Tom no piano e o seu Guillherme no sax?
eu quero... eu quero...
30 ago
STROVENGA
Tudo que foi dito pelo Marlon foi brilhante e nos envolveu de tal forma que não há palavras
minhas para o descrever. O começo de uma amizade, a paixão, a negação, as brigas, o
rompimento familiar, as reconciliações... Tudo tão perfeito e narrado de um modo que
transmitisse uma singeleza e uma singularidade perfeita.
Esse conto vai para os anais da comunidade dos contos eróticos gays por tudo que proporcionou
aos leitores, ávidos por devorar a cada dia um pouco mais desta história.
Não irei colocar mais comentários, por que, o Tom, o Sader e tantos outros já o fizeram por mim,
CHAMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
30 ago
» PσpSC «
Beijos
30 ago
Pedro
Parabéns pela história linda de vcs e obrigado por compartilhá-la conosco. Foi um prazer
ler esta história. Caio chama ele de Marlonzinho-zinho-zinho. ♥♥♥♥♥
30 ago
Hael
Não poderia deixar de participar disso... Afinal acredito piamente em um amor verdadeiro
que supera qualquer dificuldade que se apresente.
30 ago
LUCAS,
Caio
30 ago
Japa
30 ago
Raul
CAIO
Se não o fizer, rogarei uma praga que transformará sua vida num inferno:
- todos os seus soufflés irão flopar;
- seus molhos ficarão talhados;
- seu canard a l'orange parecerá um um bichinho de borracha para deixar na banheira;
- seus steaks ressecarão;
- suas massas jamais ficarão 'no ponto';
- seus purées não servirão nem como argamassa...
Quer mais?
Posso estender para os erros no sal...
30 ago
Math
ele quer tanto ! mesmo q isso seja um tanto banal, essas coisas se tornam muito importantes qdo
vc gosta de alguem...
30 ago
bruno
Marcando...
30 ago
Ellen
30 ago
gato
Caio
30 ago
sader koy
cacazito.... vai acostumando comigo tá? eu não saio daqui, amanhã de manhã já sabé, né?
MARLOZINHOOOOOOOOOOOOO... MARLOZINHO-ZINHO-ZINHO...
30 ago
Querubim
To chorando pakassssssssssssssssss
Caio,
chama este teu príncipe de quem sou fã
de Marlonzinho - zinho - zinho - zinho - zinho!
Desejo toda a felicidade do mundo e de DEUS pra vcs dois!
Parabéns, Marlon, pelo maravilhoso e envolvente conto!
Caião, agora é com vc...
30 ago
chris
Anime
30 ago
morgan
31 ago
'
31 ago
Luuuuu
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=93404220
Comu do conto
entra ai gnt
31 ago
==>THUOMAS<==
Ameiii
Caio....NÓS TE PEDIMOS....VOLTA A CHAMÁ-LO DE MARLONZINHO-ZINHO-
ZINHO PARA O BEM DA NAÇÃO (2)
31 ago
Paixão
Marlon...
sua historia é perfeita... ri, chorei.... fiquei noites sem dormir pensando no que viria no proximo
post...
percebi que um amor assim... é moravel, digno de se dizer que são verdadeiras almas gemeas!
Caio
vc tem ao seu lado uma pessoa fantástica, um homem de verdade...
quisera eu ter a sorte de encontrar uma pessoa assim... para viver uma história como essa..
31 ago
Shindouh
passei aqui pra pedir denovo para você chamar ele de marlonzinho-zinho-zinho, quando eu
lia eu achava tão legal isso ai voce vai e para.
31 ago
Raul
Abri um tópico na comunidade do conto para que , como numa lista de chamada ou
abaixo-assinado, os participantes cobrem do Caio que ele volta a chamar o Marlon de
'MARLONZINHO-ZINHO-ZINHO'.
Quem não estiver na comunidade, entre logo e deixe lá também o seu recado!
E para mim este texto ainda não está fechado, não 'terminou'.
Isto só começará a acontecer quando o Caio ler e se manifestar sobre ele, e mesmo assim meus
votos são para que tudo esteja ainda no começo, esperando atualizações frequentes!
31 ago
Rick
Caio, meu Deus, que cara de sorte que você é. Um namorado desses é muito difícil de se
encontrar, aliás, praticamente impossível. Essa declaração de amor do Marlon foi muito linda,
apesar de ter um pouco de medo de sua reação, enfim ...
Sei que a vida de vocês não é sempre um mar de rosas (como a de todos) mas pelo menos vocês
VIVEM, o que é o mais importante.
Você não tem obrigação de acatar o pedido dele mas que seria uma prova de amor pra ele isso
seria (mais uma).
Volta a chamar ele de Marlonzinho-zinho-zinho!!!!!
E o que é um amor sem concessões, não é verdade.
Adoraria te conhecer.
Abraço
31 ago
Pri Florzinha
CAIO
Se não o fizer, rogarei uma praga que transformará sua vida num inferno:
- todos os seus soufflés irão flopar;
- seus molhos ficarão talhados;
- seu canard a l'orange parecerá um um bichinho de borracha para deixar na banheira;
- seus steaks ressecarão;
- suas massas jamais ficarão 'no ponto';
- seus purées não servirão nem como argamassa...
Quer mais?
Posso estender para os erros no sal...
E praga de gourmet gruda mais que chiclettes em cabelo de perua oxigenada!!! [2,3,4,5...]
*******************************
Marlon, obrigada por compartilhar uma parte de sua vida conosco. Ainda mais esta parte
tão especial. Tenho certeza que vcs continuarão a ser felizes e tb tenho certeza que depois
de tudo isso, o Caio voltará a te chamar de Marlonzinho-zinho-zinho!
Caio, o Ursinho merece, não merece???? Ele criou coragem e escreveu a história de vcs.
Nos cativou e fez com que todos nós nos apaixonassemos por vcs. Sim, por vcs dois.
Sofremos com vcs dois, sorrimos, brincamos...
Depois o conto foi excluido sem explicações. O Marlon quase teve um treco, e nós também.
Uma história tão linda não poderia ficar esquecida jamais. E olha que nem sabiamos que
ao final ainda teriamos uma missão!!! Então eu repostei o conto, palavra por palavra. Reli
este conto, conferimos tudo pra ver se não faltava pedaços (Tyler e Sader me ajudaram)... e
o Marlon deu seguimento... continuamos sofrendo com vcs dois separados, nos
emocionamos com a reconciliação. Esta história é emocionante do início ao fim...
E sabe o que mais deixaria o nosso Ursinho feliz??? Que o grande amor da vida dele aceite
esta linda homenagem e volte a chama-lo de MARLONZINHO-ZINHO-ZNHO!!!
Amo vcs e a historia de vcs entra para o rol das melhores da comunidade!!!
31 ago
sader koy
cacazito, por favor né? anda logo heim, quando eu fico bravo vc não imagina o que
acontece... e aquele chato-loiro do tom pode ir fazendo o favor de aparecer também viu? e a
claudinha não vai falar nada não? vamo gente anda, anda, anda, anda...
tem gente que até roubou meus apelidos... né?
.
.
marlonzinho-zinho-zinho...
.
.
31 ago
sader koy
logan, te adoro muleque... ebaaaaa quero ir no saxofone... vamos fazer uma excursão... tô
dentro!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.951-1.960 de 2.260
31 ago
Pri Florzinha
hahahahaha
Então Caio, por favor, chama o Marlon de Marlonzinho-zinho-zinho antes que o Sader comece a
chorar?!?!?!?
31 ago
sader koy
como vc é não pri? pq vc faz isso heim? kkkkkk... queria deixar o caio branco de susto... e vc
me faz perder a moral com ele... kkkk... se bem que quando ele tiver tempo de ler essa nossa
bagunça, vai ver que o que eu mais fiz foi chorar... são tantas emoções... kkkk...
31 ago
STROVENGA
31 ago
sader koy
stro que história é essa do conto entrar pros "anais" da comunidade? kkkkk.... mas é pervo
demais, tá ganhando longe do math... kkkkkkkkkk
31 ago
Lulu
Caio
Caramba, eu li esse conto o tempo todo, e senti necessidade de criar esse fake pra poder postar
aqui, antes mesmo de saber que eu teria alguma participação ativa nele.
Namorei um cara, que foi meu único namorado. Há exatos 1ano e meio atrás.
O zão (apelido pelo qual eu o chamava) era um cara perfeito, e eu me sentia exatamente como o
Marlon se sente com o Caio. Foi com ele que me descobri, me aceitei e me assumi. Foi barra
pesadíssima.
Sei que ele é minha alma gêmea, e que jamais eu vou amar alguem como ele... Mas, por motivos
que talvez um dia eu conte, nao estamos mais juntos.
EU, sinto falta de um abraço dele, e EU sinto falta de ver o zão e chamá-lo pelo apelido, e
receber em retribuição aquele sorriso lindo que ele tinha.
Zão me ensinou muitas coisas, Caio, e uma das mais bonitas é amar sobretudo. Vc ama o
Marlonzinho-zinho-zinho, nao espere sentir saudades para lembrar que você poderia cháma-lo
pelo apelido.
Pq saber que vc nao pode mais fazer aquilo pelo menos mais uma vez doi, e aperta o peito.
Por isso, o que passou passou, e desejo a vcs (que me encantaram com essa história linda) um
2000 e sempre, para todo sempre, pq almas gêmeas sempre se encontrarão.... e se reconhecerão.
Abrace o Marlon, e diga aquilo que nós todos esperamos, com seu jeitinho que soh vc sabe:
Nao se esqueça: faça tudo enquanto há tempo para fazer feliz que te faz feliz!
31 ago
sader koy
Pablo
Caioooooo
volta a chamar o marlon de marlonzinho-zinho-zinho
xD
31 ago
cris
Caio
Eu acompanhei todo o conto, nunca fui de postar, mas todo santo dia venho ver se teve alguma
atualização.
Sei q de certa forma chamar ele pelo apelido pode te trazer uma recordação triste por causa do
episódio acontecido, mas vc conseguindo chamar ele pelo apelido mesmo q não sendo com o
mesmo significado de antes pra ti vc pode ter certeza q será de um extremo significado pro
marlon e vc verá e sentirá muita felicidade ao ver o sorriso com q ele vai te retribuir, pois não
existe nada mais gostoso e gratificante do q ver um verdadeiro sorriso no rosto de quem agente
ama e isso enche o nosso peito de uma alegria imensuravel.
Faz uma forcinha pra este primeiro chamado q depois tudo voltará a ter o mesmo significado de
antes.
to muito feliz por vcs estarem juntos. amei toda a história e chorei muito tb, mas cada vez mais
feliz por ver a felicidade de pessoas tão especiais.
ps. espero receber noticias de vcs cada vez contando mais coisas alegres pra gente
31 ago
Rick
Marlon, deixei um recado pra vc ontem no seu profile mas hj não está mais lá. Não sei o q
aconteceu, se você, alguém ou o próprio orkut apagou. Só queria saber se vc leu o recado.
Abraço
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.961-1.970 de 2.260
31 ago
Tom
QUEM ACHOU QUE O TÓPICO IRIA MORRER DEPOIS DE UNS 3,4 DIAS, TIRE SEU
CAVALINHO DA CHUVA, DEIXE A ÁGUA MOLHAR OS CABELOS, CORRA PELAS RUAS E
P.S. Esqueci de comentar. Ontem fui num concerto de piano. Lindo Lindo Lindo. Tve um
saxofone. Chorei horrores! Pq será?
31 ago
sader koy
que lindo que vc escreveu príncipe... mas quem rogou a praga nas comidinhas do caio (se ele
não voltar atrás foi o raul) mas enfim, isso não vem ao caso agora... eu, saderzinho enchendo
o saco do marlon? lá lá lá lá lá lá, quando? ele me adora, se eu não for lá ele fica super
triste... kkkkkkkkk... adoro vc tom... graças a deus, através do marlon e desse conto
maravilhoso te conheci... e só pra não perder o costume...
http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=13280071864858399598&aid=1251701256
.
.
31 ago
Thomás
Se depois disso tudo o Caio ainda não tiver coragem de fazer isso... vou chamar a bruxa do
Jaspion pra almaldiçoar ele pra que fique com 150Kg...
31 ago
demolidor
Marlon parabéns pela história, história de vida, você lutou, sofreu, enfrentou os outros e até
algumas vezes a si mesmo pra que tudo desse certo, cara você é um vencedor e deixa pra nos que
vivemos nesse mundo conturbado da homossexualidade uma grande lição: vale a pena batalhar
pelo amor, pela felicidade sem ter vegonha do que realmente somos.
E Caio, você deve ser um grande cara também, o apoio e o carinho que você dedicou ao Marlon
nos momentos mais difíceis da vida dele, demonstra isso. Então se é importante para o Marlon e
se for possível você esquecer a chateação do passado, volta chamá-lo de Marlonzinho-zinho-
zinho...
Meninos toda a felicidade do mundo pra vocês, fiquem com DEUS e muito obrigado.
31 ago
Cassiano
Marlon
Fico triste por ter chegado ao fim este conto. Mais muito FELIZ por saber que existem pessoas
como vc que realmente tem sentimentos puros e os nutre por vc CAIO ou melhor cacazito
hehehe.
Caio
Agora por gentielza, após todas essa leitura vc não terá condições de não aceitar o pedido não o
de seu amor, mais te tanta gente que vc mesmo nem sabia que existia e muito menos etsa
torcendo por vcs.
31 ago
sader koy
outdoor que vai ser veiculado em todo o país, inclusive na: globo, record, sbt, band, rede tv,
rede famíllia... estados unidos: fox, bbc, abc... kkkk... daqui a pouco até na áfrica...
.
.
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?
uid=13280071864858399598&pid=1251726594737&aid=1251701256$pid=1251726594737
.
.
bora participar galera... caio vamo garoto!!! kkkk
já deu pra reparar que não vou deixar ninguém em paz? lá lá lá lá lá lá... kkkkk... participem
da campanha pra esse menino das sopas campbel e tênis all start chamar o marlon de
marlonzinho-zinho-zinho.... vamos bombar isso aqui!!! iéééé... uh ruh... hoje estou com a
corda toda...
.
.
31 ago
indio
Caioooooo
volta a chamar o Marlon de marlonzinho-zinho-zinho, se é importante para ele, vale a pena seu
esforço, o amor de vocês é lindo demais.
31 ago
Alex
CAIO
Se não o fizer, rogarei uma praga que transformará sua vida num inferno:
- todos os seus soufflés irão flopar;
- seus molhos ficarão talhados;
- seu canard a l'orange parecerá um um bichinho de borracha para deixar na banheira;
- seus steaks ressecarão;
- suas massas jamais ficarão 'no ponto';
- seus purées não servirão nem como argamassa...
Quer mais?
Posso estender para os erros no sal...
caio se tu não quiser esse homem ae que te faz tão feliz pode dexar que a gente na comu toma
conta dele....
31 ago
Heyck
31 ago
Querubim
Thomás
31 ago
» PσpSC «
Marlon-zinho-zinho !
Marlon-zinho-zinho !
Marlon-zinho-zinho !
Marlon-zinho-zinho !
Marlon-zinho-zinho !
Marlon
Eu dei a minha senha pro Tom, mas é bem provável que aquele louco apareça aqui dando o meu
aviso de qualquer forma hahahaha.
Bom, eu, como já disse antes, vou pedir ao Caio que leia na sexta feira, para que ele tenha tempo
no fim de semana de ler.
Eu gostaria de pedir outro favor: se possível, vocês poderiam dizer de que cidade vocês
escrevem? Eu queria que o Caio tivesse dimensão do alcance da nossa história.
31 ago
RODRIGO! TO MEIO
Desde já quero que os dois saibam o quanto linda é a historia de vcs, e a vc marlon quero te
dar os parabens pela coragem de contar aqui sua historia,suas alegrias, seus medos, sua
angustia, e confesso que como muitos aqui chorei, sorri, me emocionei e a cima de tudo
fiquei muito feliz pela historia de amor de vcs, e quero que saiba que sua historia é
simplesmente MARAVILHOSA....
E A VC CAIO
que garotão inteligente, meigo, simpático vc é hem...
sem nem te conhecer já amamos vc, e quero que vc saiba que desejo a vcs dois muita saúde
sucesso e toda felicidade do mundo pois vcs merecem
ah Caio volta a chamar marlom de:
Marlonzinho zinho zinho...rsrsrsrsrr
fico aqui com meu agradecimento a belissima historia que vcs nos proporcionaram
um forte abraço
ah MORO EM NATAL RN
Rodrigo Lima
31 ago
safada
RIBEIRÃO PRETO - SP
31 ago
Pablo
Eiiii Caioooooooooooooooo
hehehe
escrevi já duas vezes, a primeira eu preferi caprichar, espero q tenha gostado (Marlon e Caio xD)
bom, mais uma vez...
sou de Recife...
31 ago
Brankela
Duque de Caxias - RJ
31 ago
Hael
31 ago
Shindouh
CAIO
Chame-o de marlon-zinho-zinho-zinho
Olha a frescura heim!
Eu escrevo de Maceió/AL
31 ago
» PσpSC «
31 ago
Gin
31 ago
• Ψ Gúúh
Volto aqui pra reforçar o pedido: Caio, volta a chamar o Marlon de Marlonzinho-zinho-
zinho???? *_*
1 set
Rick
Querubim
1 set
morgan
´PALMAS TOCANTINS................................................
1 set
chris
SANTOS- SP
1 set
Shindouh
Se não chamar de marlonzinho-zinho-zinho, nós iremos falar mal do "O saxofone" para
que você não tenha nenhum cliente. Mesmo antes de você abrir , quando você abrir já vai
ter má fama !
1 set
Li
Marlon!!
Criei esse perfil só pra participar da campanha!!
Torço demais para que vc e o Caio sejam muito felizes juntos até 20... e sempre...
ah, e principalmente, que vc seja acordado todos os dias por um certo alguém te chamando de
MARLONZINHO-ZINHO-ZINHO!!!
Bjooo
Ribeirão Preto - SP
1 set
Pedro
Caio, Belo Horizonte - MG clama, por favor volte a chamar o seu amado de Marlonzinho-zinho-
zinho!!!
1 set
Raul
Estou adorando que a minha 'praga gastronômica' seja reforçada por outros gourmets!
A Pri e eu até já trocamos confidências gastronômicas, somos batatólatras assumidos e adoramos
comer bem!
Agora, em paralelo às masmorras, poderemos criar nossa confraria para trocas de receitas e
experiências exóticas em meio às panelas e bancadas de cozinha... kkkkkkk
Mas cuidado!
Nossas facas são muuuito afiadas e um comensal pode acabar 'comido' em fatias finíssimas,
como um sashimi de Baiacu!
Então...
CAIO, VOLTE A CHAMAR O MARLON DE MARLONZINHO-ZINHO-ZINHO!!!
Senão... já sabe!!!
Ah... atendendo mais um pedido do nosso querido Marlon, estou em Campinas, SP.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 1.991-2.000 de 2.260
1 set
Shindouh
marlonzinho-zinho-zinho-zinho-zinho-zinho!
marlonzinho-zinho-zinho-zinho-zinho-zinho!
marlonzinho-zinho-zinho-zinho-zinho-zinho!
marlonzinho-zinho-zinho-zinho-zinho-zinho!
marlonzinho-zinho-zinho-zinho-zinho-zinho!
1 set
Dani
Marlon,
Acompanho o seu conto já faz uns meses, mas nunca postei, uma vez criei um topico
agradecendo a comunidade, não sei se vc viu... Enfim, o seu conto me fez enchergar a vida de
uma outra forma, hoje tenho certeza de que sou uma pessoa melhor. E como agradecimento à
você não pude deixar de aderir a campanha. Muito obrigada!!
Caio,
Pode parecer banal, pode parecer infantilidade, mas cada um tem um jeito de ver a vida, de sentir
o amor, e pro Marlon, hoje, o simples fato de ouvir um Marlonzinho-zinho-zinho é se sentir
amado e totalmente perdoado. Às vezes a gente tem um orgulho, que nem percebe que tem, e por
causa desse orgulho, acaba perdendo pequenas coisas na vida, mas que fazem uma diferença
enorme nas nossas vidas.
1 set
VickViny
Caio!!
Chame com carinho esse homem que te ama e que te homenageia com este conto, que acabou
ajudando tantos de forma indireta.
Chame com o apelido que traz a ele e a nós, que agora conhecemos essa história, uma
sensação gostosa de bem-querer e dengo.
1 set
Lulu
1 set
Vini Figueroa
Bom...
Acho que o Caio não tem mais opção, depois de todas as ameaças feitas a ele - adorei a do
Raul - se não, voltar a chamar o Marlon pelo apelido q ele ama...
1 set
Dany
1 set
sader koy
bom dia meus queridos... vim aqui marcar presença costumeira de todas manhãs... a pri (que
repostou o conto), o raul, o logan e eu somos quase vizinhos, moro em campinas (uma linda
cidade do interior de são paulo)...
a campanha continua para aquele menino branquinho de cabelos castanhos encaracolados
atender nossos pedidos, vamos lá no meu álbum fazer comentários no outdoor que criei
exclusivamente pra ele:
.
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?
uid=13280071864858399598&pid=1251726594737&aid=1251701256$pid=125172659473
.
marlonzinho, quem diria heim? a encantadora lição de vida de vcs cruzou fronteiras e foi
parar do outro lado do mundo (japão e paris)... me sinto honrado de ter participado e
continuar participando dessa bagunça que a gente faz aqui... lembrando a todos que é bom
pararem de tentar denegrir minha imagem aqui na comu (e até fora dela, né sr. marlon?)...
tenho certeza que o caio não vai acreditar em vcs, pois sou um cara sério, responsável,
durão... e até já contratei o dr. lucas, de belo horizonte-mg (que alguns já conhecem) para
processar qq pessoa que fique me caluniando [cara de paisagem!!!]... kkkkkk... amo muito
tudo isso e vcs... bjs pras meninas e abraço de motoqueiro pros meninos... alguém tem que
trabalhar por aqui, né gente? chato-loiro trate de aparecer logo e traga o lu e a claudinha...
fui....
1 set
rafa
Li e amei esse conto, Marlom seja muito feliz em sua vida, já que a vida lhe deu o privilégio
desse amor eterno seje feliz e viva "DOIS MIL E SEMPRE"
1 set
rafa
Ahhh novamente ao post 2000 me lembro que passei por ele anteriormente...hehehehehe
1 set
Pri Florzinha
Aliás, eu ADORO um faca bem afiada... huahuahauhuahua [risada maligna do Raul, mode
on!]
1 set
Pri Florzinha
Não se esqueça que eu tb sou advogada, Sr. Sader!!! E temos muitos outros advogados por
aqui...
E se vc abusar demais, peço pro Raul e pro Stro inventarem um castigo bem simpatico pra
vc!
1 set
demolidor
Direto de São Paulo: Caio como sou um bom paulistano adoro uma fila então, venho ser mais
um nessa enorme fila de admiradores do AMOR de vocês e mais uma vez peço antes que o
metrô lote, antes que o ônibus quebre e antes que seja batido o record de 190 kms de
engarrafamento nas marginais: CHAMA O MALON DE MARLONZINHO-ZINHO-ZINHO-
ZINHO!
1 set
sader koy
1 set
sader koy
1 set
Math
Londrina-Pr
1 set
Paixão
1 set
sader koy
STROVENGA
Caio
1 set
Pablo
é isso ai...
a campanha continua.... xD
CAIOOOOO
1 set
Prof./Dr. Ruy
Caio,
Se você soubesse a falta qe sinto do meu falecido, e de chmálo pelo apelido que costumava
chamar, jamais cometeria a bsteira que está cometendo.
Acho o Marlon um pouco esnobe, mas, por favor, volte a chamá-lo pelo apelido
Marlonzinho zinho zinho
Como não tem foto sua, li odo o conto imaginando-o com um biotipo semelhante ao do ator
Caio Blat - o Ravi, da novela Caminho das Indias.
A descrição que o Marlon fez de você, fez com que eu tivesse uma admiração muito grande
por sua pessoa, mesmo sem conhecê-lo.
Porém, aquelas crises e acessos de loucura e aquela filosofia de mesa de botequim, enchiam
o saco de qualquer um. Não sei como o Marlon não lhe deu umas porradas. Pois, muitas
vezes vc mereceu...
1 set
Tyler
1 set
Heyck
ORrá desgraça
soh eu q soh de manaus eh =/
asuahasausahsa'
num gostei u.u
:P
1 set
Heyck
reforçando
1 set
Kaai
Capital Federal
Ellen
Por favor.
1 set
Guigo
Caramba nem sei muito o que dizer, mas lá vai: comecei a ler esse conto, pelo que me falavam
dele, e que o cara ia voltar a postar. Comecei a ler, e em uma madrugada eu cheguei onde o
Marlon estava. É gratificante porque alguns conhecidos meus, não tiveram paciência de ler, mas
eu estive até aqui.
Teve vários acontecimentos fodás nessa história de 4 anos de vocês e espero durar muiito mais, e
que venha mais acontecimentos por ai. Outra coisa nova que o Marlon trouxe por aqui, foi nóis
Leitores terminarmos esse conto. E é pra isso que eu estou aqui.
Caio por favor, diga que o ama (sabemos que é super verdade) e o chame: MARLONZINHO, -
ZINHO, -ZINHOOOOO!
É isso meu irmão, foi maravilhoso tudo que li aqui, vou levar muitas coisas, e assim que possivel
volte para nos dar noticiias, os dois.
1 set
Marlon
Oi gente!
O Tom, aquele filho de uma barata fashionista nem apareceu né? Aff... Mas eu já falei com a
Claudinha e ela topou. Então eu vou dar o meu perfil para ele vir aqui pedir, certo?
Fui.
1 set
safada
;)
1 set
sader koy
1 set
gato
Caiooooo
Volte a chama-lo de Marlonzinho - Zinho - Zinho ... ame ...e permita se sentir amado...
Gato
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.021-2.030 de 2.260
2 set
Aninha
muuuuito perfeitoo !
Porto Velho-RO
2 set
Gem
Caxias do Sul - RS
Caio
bjs
Gem
2 set
Shindouh
Caiooo
Chame-o De marlonzinho-zinho-zinho
O amor é tão lindo, o que te incomoda em chama-lo assim pode ser vencido pelo amor.
Assim como você pode um dia destruir todos os restaurantes fast-foods com seu imperio de
saxofones, você pode superar isso e da felicidades ao Marlon, e a você mesmo, pois o
Marlon feliz é o Caio feliz, e o Caio feliz é comidas melhor preparadas. Imagina você triste
cozinhando, a clientela do O saxofone vai reclamar.
sader koy
2 set
David
Caio!!!
Desde que comecei a ler este conto umas semanas atrás, uma música sempre me vem a cabeça...
é uma das minhas músicas referidas, pq... Enfim, ela representa uma parte importante da minha
vida... e eu queria dedicar ela pra vc e pro Marlon...
Nothing Fails - Madonna
Eu estou apaixonado por você,
Por você, seu idiota
Qualquer um pode ver
Que é somente por você
Seu idiota
Tire isso de mim
Nosso encontro não foi por acaso
Sinta as batidas do meu coração
Você é 'o cara'
Você poderia acabar com isso,
acabe logo
Mas para mim nada acabaria
Pois eu escalei a árvore da vida
E por isso não tenho mais medo de
cair
Quando eu estou perdido no espaço
Eu posso voltar para cá
Porque você é 'o cara'
Nada falha
Não tenho mais medo
Nada falha
Você lavou minhas lágrimas
Nada falha
Não tenho mais medo
Nada falha
Nada falha
Eu não sou religioso
Mas me sinto tão emocionado
Me faz querer rezar,
Rezo para que você sempre esteja aqui
Eu não sou religioso
Mas sinto um amor tão grande
Que me faz querer rezar
Quando eu estou perdido no espaço
Eu posso voltar para cá
Porque você é 'o cara'
Eu não sou religiosa
Mas me sinto tão emocionado
Eu não sou religioso
Me faz querer rezar,
Eu não sou religioso
Mas me sinto tão emocionado
Eu não sou religioso
Me faz querer rezar
Eu não sou religioso
Mas sinto tanto amor
Me faz querer rezar
Eu não sou religioso
Mas isso me faz querer rezar.
video da música:
http://www.youtube.com/watch?v=-Hd0_Um-t0E
E o mais impotante:
Volte a chamar o Marlon de Marlonzinho - zinho - zinho!!! E que vocês sejam felizes até dois
mil e sempre!!!
SÃO PAULO - SP
2 set
Shindouh
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
ELE MERECE
2 set
Shindouh
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
2 set
Shindouh
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Merece sim XD
2 set
Ellen
Guaratuba - Pr
-
ain to tao anciosa! :)
2 set
» PσpSC «
Bjos
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.031-2.040 de 2.260
2 set
sader koy
oi gente... quase não venho aqui, né? kkkkk... só pra dar um "upzinho" num dos contos mais
lindos da comu...
2 set
Shindouh
Marlonzinho-zinho-zinho!
2 set
Mr.
mr.bergamota. Proc
Caio, se vc não voltar a chamar o Marlonzinho zinho zinho de novo eu fazendo coro com a Pri, o
Raul e outros alquimistas da cozinha coloco aqui as minhas pragas tambem.
Que o seu sauce hollandaise fique cheio de grumos.
Que o seu buerre blanc tenha a aparência e cor de molho pardo.
Que o seu sauce béarnaise talhe ainda na panela.
Se quiser posso aumentar as pragas é só não chama-lo de Marlonzinho zinho zinho, e olha que
praga de alquimista é fogo.
2 set
Guigo
Caio por favor, diga que o ama (sabemos que é super verdade) e o chame: MARLONZINHO, -
ZINHO, -ZINHOOOOO!
2 set
sader koy
outdoor do caio!
.
.
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?
uid=13280071864858399598&pid=1251726594737&aid=1251701256$pid=1251726594737
.
.
a campanha continua companheiros!
.
.
3 set
Logan
falaaaa galerinhaaaa
o google pode tentar mais ele não vai conseguir me tirar do ar hahahaha
prometo q amanhã ponho um post descente jah q o meu assim como meu perfil foi apagado ¬¬
faloowwww
ow povo add eu de volta aewww kkk
3 set
Marlon
oi genty
esse é o M que a gente conhece, esse é o cara que merece todo tipo de mimo.
um apelido não é nada de mais, e se vc esta se trocando por um apelido, desculpa, mas vc
não merece namorar o M não, sorry
HEIN?
HEIN?
HEIN?
3 set
Pri Florzinha
O conto, nosssos pedidos, estes fatos lembrados pela Claudinha... e não se esqueça de
nossas pragas culinárias!
sader koy
ai ai ai... comecei bem minha quinta-feira... claro, lógico, evidente que fiquei emocionado, que
vcs acham? tá certo que chamei chamei chamei, mas não é que a claudinha veio mesmo? que
linda... tinha certeza que ela era assim: bem humorada e divertida, como já disse pro marlon
várias vezes, uma amiga de verdade que os dois podem contar... que delícia... agora só falta
aquele chato loiro aparecer... caioooooo pára heim!!! bora chamar o marlon de marlonzinho-
zinho-zinho...
nem precisei fazer um outdoor pra claudinha... uh ruh... que máximo isso aqui...
beijos claudinha... sempre fui seu fã...
.
.
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?
uid=13280071864858399598&pid=1251726594737&aid=1251701256$pid=1251726594737
.
.
bom dia meus amigos queridos... também tenho que trabalhar, mas entro o dia todo para ver
vcs... acho que estou mais ansioso que o marlon de pensar que a partir de amanhã o caio vai
estar aqui... tenho a impressão que ele vai amar... enfim... é esperar pra ver... beijo pras
meninas e abraço de motoqueiro pros meninos...
.
.
3 set
STROVENGA
UP!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.041-2.050 de 2.260
3 set
sader koy
caio adorei a maneira como a claudinha te trata.... tão carinhosa essa menina... kkkkkkkk
3 set
RODRIGO! TO MEIO
humm!! claudinha inha inha, valeu pela força que vc tem dado a esses dois, seja bem vinda
mesmo!!
um grande abraço!!
3 set
Luuuuu
Caiooooo meooo volta vai, o Marlon zinho zinho zinho, te ama tanto... Vc supera isso cara
Galera
Na comu do conto tem umas discussões legais.... como o Caio é um bom menino, estamos
até planejando de ir no Saxofone
http://www.orkut.com.br/Main#Community?rl=cpp&cmm=93404220
3 set
• Ψ Gúúh
________________________________________________________________
Post perfeito!
3 set
Ellen
volte sempre :D
3 set
sader koy
3 set
Heyck
3 set
Cassiano
Marlon
Claudinha que bom que vc tambem esta fazendo parte desta CORRENTE.
3 set
kristen
._.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.051-2.060 de 2.260
3 set
Mago
Escrevo de Maceió-AL
3 set
Heyck
3 set
sader koy
gente vcs tem noção que amanhã, à essa hora, é bem provável que o caio estará aqui lendo?
só de pensar nisso me dá uma ansiedade!!!
3 set
Li
Chorou muito?
Foi limpeza da alma.
Pois é!
Agora é hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Tá se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que você afastou
com o seu "período de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de você.
Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.
Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.
[continua...]
3 set
Li
[continuação...]
-------------------------------------------------------------------------------------
Caio, por mais difícil que possa ser, só peço (e todo mundo que está aqui também pede) que você
passe por cima de tudo que estiver te impedindo nessa hora... e volte a chamar o Marlon de
Marlonzinho-Zinho-Zinho...
3 set
» PσpSC «
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
Bjos
3 set
Cesar
3 set
Marlon Brando
_____________
História amor, amizade, família e cumplicadade perfeitaaa.
Marlon e Caio,
Desejo todo amor e sucesso pra vc's.
Enfim
Caioooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo.........
volta a chamar o Marlon de marlonzinho-zinho-zinho
Bjs*
3 set
Logan
4 set
Shindouh
Marlonzinho-zinho-zinho Forever
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.061-2.070 de 2.260
4 set
sader koy
bom dia galera de todo brasil, ou melhor, de todo o mundo... é hoje heim? será que o caio vem
mesmo? o marlon sumiu... vou começar de novo uma contagem regressiva... kkk... [cara de
cachorrinho sem dono!]... kkkkk... feriadinho de sete de setembro, quem sabe não vai todo
mundo viajar heim? só eu mesmo que não desgrudo daqui... abraço a todos...
4 set
Ellen
Aninha
4 set
SOU NINGUEM
marlonzinhu-zinhu-zinhu
♥
Caiozinhu-zinhu-zinhu
4 set
Edu
É uma história muito boa, e justo hoje o Caio vaii ler o conto.
Então quando terminar de ler, poorfavor faça o que a gente tá pedindo?!
Marlonzinho-zinho-zinho
Marlonzinho-zinho-zinho
4 set
Gin
Claudinha q sensa !
4 set
sader koy
dois dias que o marlon não aparece.... que palhaçada, vou conversar com o raul e com o stro e
pensarmos em conjunto num castigo cruel... rsrsrs
.
.
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?
uid=13280071864858399598&pid=1251726594737&aid=1251701256$pid=1251726594737
.
.
caio vc está aí? caioooo, já chegou? cacazito vai demorar? (vivo fazendo isso com o marlon),
adoro encher o saco dele! kkkkk
.
.
4 set
Alex
Claudinha tu é demais!!!!!
4 set
Ellen
4 set
Ro(enzo)
o Sader aliás ja fez um outdoor haushasuhausahusa é, vou colaborar com o meu daqui a pouco
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.071-2.080 de 2.260
4 set
sader koy
oi ro(enzo)... estou aqui de plantão esperando o caio... kkkk... ou o marlon!!! que bom que vc
apareceu, todos nós temos que exteriorizar esse carinho por esses dois e pela história linda
deles...
4 set
Ro(enzo)
Sou de Joinville \o/ .\o/ .\o/ .\o/ .\o/ .\o/ .\o/ .\o/ .\o/ .\o/ .\o/
A tempos que não venho aqui, passei só pra tirar um pouco das teias de aranha, logo me atualizo.
4 set
Tom
P.S. Adorei o que a Claudinha disse! Claudinha, saiba que vc tdos nós achamos vc demais.
HaushuSHUSUhuHSUhsu
Agora, conta mais podres do Caio, conta... ri demais quando vc disse que ele vira camarão por
ser um branco-papel. Kkk
Nós franceses ficamos assim, mas como eu tenho um pé na senzala... dereee dereeee
derederedere!
4 set
» PσpSC «
Estou aqui mais uma vez a pedir a você Caio chama o Marlon de Marlon-zinho-zinho .
Marlon-zinho-zinho!
Marlon-zinho-zinho!
Marlon-zinho-zinho!
Bjs
4 set
Ellen
Marlonzinho????
POR FAVOR DE NOTICIAS.
4 set
Gem
olá!!!
Tá demorando mesmo!!!
Cadê o MArlon e o Caio???
Abraços
Gem
5 set
Querubim
5 set
Ellen
5 set
Gusta
iaÊ? =D
5 set
Raul
Caio
Espero que já esteja lendo!
Falando bem sério agora, saiba que este relato é um dos mais belos e envolventes dentre os
postados neste espaço.
Sei que é tarefa difícil, mas espero que o leia com isenção, como espectador e não como
personagem, pois isto o fará compreender muitos equívocos de parte a parte.
Numa conversa nos perdemos, somos levados pelas emoções e até mágoas, interrompemos e não
deixamos o outro completar o que diz ou, simplesmente, ficamos tão preocupados em formular
uma resposta que prestamos pouca atenção aos detalhes, baseando-nos naquilo que já
estabelecemos como a 'verdade dos fatos'.
Não existe 'verdade', apenas pontos de vista, e cada um os tem a partir de suas vivências que,
ainda bem, são diferentes para cada um. Nisto reside a beleza dos relacionamentos.
Então, leia primeiro e pense depois!
O apelido, em si, deve ser apenas um símbolo de algo ou uma fase que você não desejava e quer
manter longe da lembrança, mas ao cuidar para não voltar a ele você provoca o efeito inverso.
Temos que 'desarmar' as palavras.
Quando o movimento homossexual adotou o termo 'GAY', o que fez foi desqualificar a palavra
que era usada como ofensa. 'Desarmou' o termo.
Retomar o apelido é uma ação equivalente, conservando para ele o sentido original e relegando
ao passado e ao esquecimento os motivos de sua censura.
Ainda que eu desconte os filtros da paixão, a partir do relato do Marlon posso inferir que você é
uma pessoa inteligente e 'acima da média', então é justo inferir que compreenda, muito bem e
sem dificuldades, este comentário.
Não estou dizendo que outros não o façam, mas que você certamente o fará sem problemas.
Boa leitura!!!
Beijão para os dois!!!!!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.081-2.090 de 2.260
5 set
Luciano
5 set
sader koy
5 set
Heyck
5 set
Marlon
Caramba!!!
Sem palavras para essa movimentação. Só me resta agradecer a colaboração de todos né?
O Caio começou a ler ontem a noite. Provavelmente ele vai passar o fim de semana inteiro
lendo, pois não acredito que ele leia tudo de uma vez. Se bem conheço o meu namorado, ele vai
parar a cada crise de choro (amor, chora não, senão eu choro também, tá?).
Mas eu vim por outro motivo. O Tom está aqui do meu lado. Eu tive que arrastá-lo para frente
do computador. Como vocês sabem, eu moro com o Luciano. Aproveitei que o Tom veio aqui
transar com ele (hahahahaha) e ele vai escrever algumas coisinhas.
Abraços a todos!!!
5 set
Luuuuu
Ta vendo Caio: Daqui a pouco vai ter post dos pais do Caio aqui
usahasuhasuhashuas
5 set
Marlon
Oi povo
Antes eu só queria dizer que a Claudinha não é nada disso que o M falou. Ela é falsa, mentirosa,
rouba os namorados das pessoas e é maria-purpurina. Prontofalay!!!
E também queria dizer que não é inveja não, mas a primeira pessoa que deveria vir aqui seria eu,
mas ela se adiantou e veio na frente #vaca
E outra coisa, esse povo que me chama de chato-loiro isso é inveja porque eu sou loiro natural,
tah?
------------------------------------------------------------------------------------------------------
Caio,
enxuga os olhos (porque eu sei que você está chorando horrores tah?) para me ler melhor.
Eu te amo muito e não consigo imaginar um mundo sem você. Eu já era assumido quando nos
conhecemos, mas eu nunca me senti tão livre depois que te conheci. Você consegue ser
imprecindível mesmo quando não há necessidade e você sabe do que eu estou falando (lembra?).
E se um dia a gente ficar distante (fisicamente falando) eu espero que você pratique a sua
criatividade para que a gente se una de novo, pois não conseguiria viver sem o seu sorriso bobo
de menininho e sem o seu coraçãozinho de cogumelo.
Mas você consegue ser mais especial ainda ao lado do M e em nome disso que eu vim para te
implorar para que volte a chamá-lo pelo nome que VOCÊ CRIOU, VOCÊ QUEM CRIOU
ISSO!.
Amanhã de manhã, ou quando você treminar de ler o romance, eu quero que o M me ligue louco
gritando que você voltou a chamá-lo de Marlonzinhozinhozinho!
5 set
Bruno
Marlon e Caio
Marlon, desde os primeiros posts acompanhei teu conto, a cada dia primeira coisa a fazer era
saber se vc havia postado e uma das coisas q me chamavam a atenção (além da história, é claro)
era que quando não podia postar vc sempre avisava e isso é uma atenção (troca) admirável com
seus leitores, que como eu estavam ansiosos por novidades...
Nunca opinei, sempre tive vontade mas não sei algo sempre me trava na hora de dizer algo...
Torcendo por vcs.................. SEMPRE,
Como sempre sentirei saudades de participar, mesmo que indiretamente e sem me manifestar, da
história de vcs.
Um beijo imenso nos dois.
Caio meu lindo ( Marlon só hoje chamo ele assim sei q é teu lindo) vc deve ser a coisa mais
gostosinha de pegar no colo, esse homem aí te AMA MUITÃO.
Estou aqui tbm na torcida...
MARLONZINHO ZINHO ZINHO...
5 set
sader koy
não é só o caio que está chorando não... valeu a pena meu plantão aqui... quase peguei vcs ao
vivo... tooooommmm não fala assim da claudinha não... kkkkk... gente estou super
emocionado... eu que não conheço esses dois "amo eles", imagino vc heim tom? eu já tinha
certeza que o caio era tudo que o marlon mostrou aqui, vc só veio confirmar... emoção pura...
ai ai ai...
5 set
• Ψ Gúúh
Hushuahauhsuahsuahsuahauhs'
5 set
Gem
Olá!!!
Estou revendo meus conceitos em relação ao TOM (do conto) .... antes eu te amava .... agora
tenho q rever .... vc foi muito maldoso com o comentário sobre a Claudinha ....
falando em Claudinha .... kd vc???
Marlonnnnn ... to muito nervoso em relação ao q o Caio vai achar sobre o q vc escreveu ....
uahsuahs
Caio ...
Mais uma vez eu peço [cara do cachorro sem dono e de joelhos] chama ele de
MARLONZINHO-ZINHO-ZINHO
Bjs Gem
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5 set
Luuuuu
5 set
Ellen
MARLON, *-*
Nossa, voces nao fazem nocao do quanto estou torcendo pra tudo dar certo.
To torcendo muito,muito,muito.
Vou sentir muita saudade disso tudo,
Adorei participar de tudo isso.
Aposto que todos os leitores desse conto adorariam te conhecer pessoalmente,
por que atraves dele, nos entrometemos na vidinha de voces,
e nos sentimos parte dela, e como se conhecessemos voces,
Boa sorte pra voce Marlon,
Abracos.
5 set
Edu
Caio viu quanto é grande a torcida, todos estamos na esperança que você volte a chamá-lo de
MARLONZINHO ZINHO ZINHO!
É simples, e fácil.
Estamos no aguardo.
Valeu :)
5 set
Raul
Marlon
Que bom ter notícias suas!
Se o Caio vai interromper a cada crise de choro... vai demorar!!!
(Fui reler algumas passagens e lá se foi um pacotinho de Kleenex!)
Tom
Vc foi o responsável por alguns momentos muito especiais, principalmente quando 'situou' o
Marlon sobre o significado de se assumir. De resto, algumas das passagens mais divertidas
contaram com sua influência direta.
E, sim, ser loiro natural causa inveja (eu sou!) e 'Madonna com pênis' é óóótimooooo!!!!!
KKKKK
Caio
Só uma coisa:
>>> o Marlon o ama!!!
5 set
sader koy
se não fosse pelo tom nós nunca iríamos ficar sabendo da existência do marlon e do caio, era
o tom que conhecia a comunidade e a indicou para o marlon... vlw tom...
5 set
STROVENGA
Ahuahuauhauh Madonna de pênis é MARA!
6 set
Logan
como o unico post significativo q eu postei akiiiii foi apagado [:@], tentarei falar antes de ser
pego algo util
caiooooo, hj eu tava pensando na vidaaa, mi bateu carenciaaaa, i no meio das voltas dos meu
pensamentos cheguei a conclusãoooo, q todos os seres vivossss precisa de carinhooo, afetooooo,
nomess e apelidosssss, pois eh, ateh de apelidos, pq são esses pequenossss nomes q nos mostram
o carinhooo das pessoas q nos cercam, daquelas q nos amam
i si pararmos pra pensar desde q nascemos jah temos um apelidoooo, intão caioooo vc eh o
criador desse apelidoooooo tão carinhosoooo, não vale a penaaa deixa-lo de ladoo por um erroo,
sei q ti machuca mais esse homem ti ama mlk olha isso ele mobilizou quase q o brasil soh por
tiiii
abrasss
6 set
sader koy
6 set
Summer Doll
Nossa.. li a história inteira, desde o começo, e agora resolvi postar algo aqui!! Caramba,
não consigo parar de chorar aqui.. essa história foi muito especial pra mim, e de algum
modo eu senti que vocês faziam parte da minha vida, vinha aqui toda noite ver se o Marlon
tinha postado alguma coisa.. e agora achei que não era justo eu aqui, acompanhando tudo e
não escrever nada!
Bom, pro Marlon não tenho tanta coisa pra falar, apenas que vc me fez perder noites de
sono só pra ficar aqui lendo(não, não estou reclamando)! Você me fez ver como pode
mesmo existir um amor como o que vocês sentem um pelo outro, de verdade, sincero..
(bom, só isso, senão não acabo d escrever d tanto chorar aqui)..
E agora, pra vc Caio: assim, desde o começo quando comecei a ler, te achei mto especial, e
várias vezes tentei até me parecer com vc, com seu jeito.. e principalmente, por vc ser tão
especial e ter alguém especial também do seu lado, que te ama de vdd! e tipo, td que vcs
passaram juntos e que eu pude acompanhar aqui, é como se vcs realmente fizessem parte
da minha vida, e eu sinto que posso dizer, alias, implorar pra vc deixar de ser bobo e voltar
a chamar o Marlon pelo apelido que ele ama tanto.. caramba, é só um apelido, mas pra ele
é uma coisa mto importante, pois representa o amor que vcs sentem um pelo outro, é uma
forma inconsciente de sentir esse amor, sabe(nossa, meu lado psicóloga falou aqui agora),
mas é sério, eu imagino como deve ser super importante pra ele isso, senão não estaria
aqui, pedindo isso..
Então querido, please, chama ele de Marlonzinho-zinho-zinho! Ele quer tanto Caio..
Eu adoro vcs, mto, msm só conhecendo por aqui, mas msm assim, como eu disse, vcs fazem
parte da minha vida! e eu me sinto no direito(to me achando agora), de falar isso pra vcs!
Adoro vcs mtoooooooooo!!
E desejo msm toda a felicidade desse mundo! Vcs são mto especiais, e juntos então, ja é
covardia!! rsrs! Bjus! ;*
(PS. Tom e Claudinha, adoro vcs tbm!! bjus!)
6 set
Guilherme Luccas
jah falei antes e eu não sou muito presente..mas SEMPRE estou aqui, ouvindo e lendo o Marlon
escrevendo..e espero ler vc Caio...
6 set
Tom
Meu Deusss
Até o Tom passou por aqui??? Só falta agora os pais do Caio... pronto. Kkkk
Eu nem imagino o scrap que eles iriam deixar.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tom: kra, vc foi um TOM que deu certo. Ajoelho-me aos seus pés e saúdo. Nascer loiro e
continuar, não é pra qualquer um nãooo viu. Tem que ter muuuito banca! Kkkk
Nasci loirinho, dos olhos claros – azuis esverdeados – e fiquei isso... bom, prefiro não comentar
muito. Como disse vc foi um Tom que deu certo! [:( ]
Mas realmente, como disseram o Tom tem uma boa participação nisso tudo. Ele que indicou a
comunidade pro Marlon e o mesmo teve esta idéia mirabolante do tempo de Chiva! Haushaus
Pra ser justo, a Claudinha e o Tom foram as pessoas que mais... como posso dizer... estiveram
presentes em tdos os momentos mesmo nas entrelinhas. Não cito o Lu pq ele ta sempre dentro do
Tom então aonde um vai o outro ta atrás. Kkkkkk
| não quis dizer no sentido pervo da coisa, mas... haushUashUAHUshUASHas |
Marlon posso te pedir um favor?! Conta como que foi que vc falou pro Caio sobre aqui, por
favor! Falou direto, disse que teria uma surpresa e mandou o link, só deixou aberto e mandou
ele ler... enfim, qual foi a reação dele?!
Gente, brincadeira não, mas to com medo do mlk ter um troço. Kkkkkk
Vai que o cogumelo derrete, os neurônios queime de tanta emoção e aí... só o Super
Marlonzinho entra em ação! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Se ele começou na sexta, deve estar terminando hj – se a cadeira da casa dele tiver cola aí que
ele termina à tarde de hj – ou talvez amanhã já que é feriado. Se possível Caio, meu querido, dá
um up, vlw?! Nunca flei com a Madonna, mas já falei com o Jesus Luz!
Se isso tudo acontecer hj é bem provável que eu não esteja aqui pq viram visitas aqui em casa e
como amanhã é feriado... huuuu rende a coisa, mas saiba que vou moitar. Novidades?! Dêem
um alô na minha página galera.
Bjsenãoseesqueçam!
6 set
Tom
Já cheguei a chamar ele de gogoboy por causa desse bendito apelido! kkkk
6 set
sader koy
6 set
Math
6 set
Marlon
Oi gente.
Eu nem consigo digitar (se tiver algum erro de digitação, perdoem). Gente, eu estou muito
nervoso. Preciso de um abraço, de um carinho... gente, eu vou ter um troço!
Me ajuda, alguém!!!
Ah, é verdade Tom, eu deveria mesmo ter contado como foi que eu informei ao Caio sobre o
conto:
Na sexta feira eu cheguei do trabalho e, como não tinha aula, fui para a casa dele. Antes de ir
para casa, eu o chamei para conversar. A gente estava deitado na cama aí eu disse assim...oops,
parece até continuação do conto né? hahahaha:
- Amor, eu fiz uma coisa para você! - nervoso.
- O quê? - curioso e todo alegrinho.
- Eu escrevi a nossa história na internet.
- A nossa história?
- É.
- Por quê?
- O porquê você vê depois que ler.
- Mas por quê tudo isso?
- Você vê depois que lê. Mas me promete uma coisa? Promete não ficar zangado comigo?
- Não creio que eu fiquei, mas nunca se sabe né?
- Ai, Caio, não diz isso. Eu vou ter um troço!
- É brincadeira.
- Eu te amo muito.
- Eu sei. É por isso que eu te amo também.
- Então eu vou fazer o seguinte: eu vou deixar o link no computador e você começa a acessar e
ler depois que eu for embora, tá?
- Tá!
- Não me ligue, não se comunique comigo de forma alguma depois que começar a ler. Eu só
quero saber de você quando estiver terminando, aí você me liga, ok?
- Nossa, que mistério!
- Me promete?
- Prometo.
6 set
Marlon
Nós nos beijamos e ficamos agarradinhos na cama. Eu passei o resto da noite fazendo cafuné nos
cachinhos dele. Depois o beijei na testa, levantei-me e pus o link:
- Tchau, meu amor - disse já chorando.
- Por que você está chorando? - disse ele se levantando.
- Nada, só estou emocionado!
6 set
Vini Figueroa
6 set
Marlon
Fui
6 set
Me conquiste
para CAIO
caio se vc estiver lendo este conto e nao gostar dessa demostracao de amor eu te capo , pq uma
demonstracao dessas sao poucos os kras q fazem e resolvem expor perante uma comunidade.
sinta-se amado por este jovem. pq se vc nao quiser tem milhares aqui qrendo este gato do marlon
(ui, deu ate arrepios). mas atende o desejo dele e chama da forma como vc sempre o chamou. um
nome q tem um significado mto especial. bjos
6 set
Me conquiste
6 set
Tom
6 set
safada
CONTINUAAA
BEIJAAAUMM
6 set
Em Busca
Nervozãooooooooooooooooooooooo...
6 set
STROVENGA
Nossa, nem acredito que está perto do Caio postar aqui! Gente, Vamos flodar isso aqui com mais
mensagens pedindo pro Caio chamar o Marlon pelo apelido que ele criou!
De antemão, gostaria de dizer ao Caio que o admiro muito, por sua humanidade, por sua
perspicácia e por aquilo que ele representa pro Marlon. Pena que o conto original foi deletado,
senão, teria de ler muito mais do que está escrito aqui.
6 set
» PσpSC «
Bjos se cuidem.
Até Mais.
6 set
RODRIGO! TO MEIO
po cara!!
acho que como eu muitos aqui estão anciosos pra saber esse desfecho, mas acho que tudo
vai dar certo sim, uma demostração de amor dessa forma é tão única que naum tem como
deixar passar...
CAIO...
quero que saiba o quanto a sua historia com esse mlk, foi importante pra muita gente aqui,
conhecer vcs atravez dessa historia, me fez ver, ou melhor acreditar que ainda é possível
sim, amar e ser amado de uma forma tão intensa e carinhosa, saber o quanto somos
importante para outra pessoa, e isso a cada post do marlon ficava mas claro pra todos
aqui, saber o quanto vc é importante pra ele e ele pra vc.
voltei acreditar no amor algo que ja há muito tempo naum fazia parte da minha vida
enfim só tenho a agradecer a vc e marlon, MUITO OBRIGADO POR COMPARTILHAR
SUA HISTORIA COM TODOS AQUI...
E PRA NAUM PERDER O COSTUME::
AHH CAIO CHAMA O MARLOM DE MARLONZINHO ZINHO- ZINHO
UM GRANDE ABRAÇO
RODRIGO LIMA
6 set
Li
Caio!!!
Gostaria de dizer o quanto eu te admiro, por tudo o que você fez até agora por todas as pessoas
que o cercam... E aposto que a minha admiração vai se manter se você acatar todos os pedidos
pra você voltar a chamar o Marlon de Marlonzinho-Zinho-Zinho!!!
Se você conseguiu chegar até aqui são e salvo, após várias páginas, com pessoas do mundo
inteiro pedindo a mesma coisa, rs... esse pedido será a coisa mais fácil de você fazer... basta um
6 set
Gem
Oiiii!!
Caraca ... acabei de chegar do sitio... credoooo naum conseguia mais ficar lá, só pensando no q
estava acontecendo aqui ....
A 1ª coisa q fiz qndo cheguei aqui foi ligar o PC e correr para ver se tinha mais noticias;;;
CAIOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
BJS
Gem
6 set
Ellen
vai Caio,
fassa isso por todos nos. *-*
6 set
sader koy
eu estava em uma chácara no meio do mato, sem computador e sem sinal de celular, fiquei
quase doido... acabei de chegar em casa e corri pro meu quarto voando pra ver o que estava
acontecendo por aqui... nossa, então quer dizer que não sou só eu o chorão do conto? tom e
marlon também... kkkk... mas nem tenho moral pra falar nada, só de ver a agonia do marlon e
imaginar que o caio está lá na casa dele lendo tudo isso aqui já me dá uma emoção muito
forte... e pra não perder o costume lá vai o outdoor que fiz com todo carinho para esse menino
branquelo de cachinhos... kkkkkk
.
.
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?
uid=13280071864858399598&pid=1251726594737&aid=1251701256$pid=1251726594737
.
.
estou de plantão aqui caioooooooooo... depois que vc ler, poderia dar a sua versão de tudo isso
né? assim a gente teria o garoto e o saxofone por mais tempo no ar... que vc acha?
.
.
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6 set
Raul
Só não estou mais ansioso porque já sei que o Caio vai adorar.
É bem possível que faça um 'charminho' ou apronte alguma encenação só para deixar o Marlon
preocupado... mas, pelo que sabemos dele, estará apenas sendo 'o Caio'... KKKKK
6 set
'
6 set
Cassiano
Caio
6 set
Lara
sader koy
passadinha básica antes de dormir.... caiooooooo... tá bom, tá bom... não vou pedir nada pra
vc não... kkkkkk...
7 set
Marlon
Eu sou o Caio
Bem, eu não saberia traduzir em palavras o que palpita no meu coração. Eu espero que todos
entendam que eu sou um ser humano e que erro também. Não é arrogância, mas eu sei e tenho
consciência disso, de que represento muita coisa para muitas pessoas. Os meus amigos vêem em
mim força e determinação, vêem apoio e fraternidade. Mas apesar de tudo isso, eu sou humano.
Concordam? Pergunto-lhes isso porque eu sei que errei muito e, mesmo sabendo que não devo
satisfações da minha vida a ninguém, compreendo a importância que vocês dão em obter uma
resposta minha. Não se assustem, não estou falando em um tom grosseiro.
Ler esse enorme texto (aliás, por que essa comunidade se chama “Contos Eróticos”?) era como
sentir um imenso deja vu. Vi toda a minha vida passar diante dos meus olhos. Marlon, me
impressiona muito que você se lembre de tantos detalhes. Obviamente também me lembro de
tudo, mas talvez não soubesse exteriorizar isso da forma como você fez.
É estranho, não sei para quem direcionar esse texto, se para os leitores ou se para o Marlon.
Quando comecei a ler, tomei um susto, pois era um texto escrito em primeira pessoa e muita
coisa que eu não sabia me foi revelada. Muitos dos sentimentos do Marlon me surpreenderam.
Ao meio da leitura, eu já havia me acostumado com o fato de que eu era um personagem em uma
história online. Mas foi mais surpreendente ainda saber que essa “homenagem” não era
desinteressada. A cada vez que eu lia o tal apelido no monitor, eu me sentia traído. Mas eu mal
sabia que, ao fim da leitura, tudo não passou de um pedido para que eu voltasse a chamá-lo por
esse nome que eu criei. Espero não estar parecendo frio, pois essa é a minha forma de falar
mesmo.
7 set
Marlon
Tenho plena certeza de que, se fosse eu a escrever esse texto, ele seria bem maior. Primeiro
porque eu tentaria justificar tudo: as minhas atitudes, os meus gestos, os meus pensamentos, as
minhas falas... Eu sou o tipo de pessoa que gosto que me vejam da maneira que sou. Se me
interpretam errado, eu já acho que tem algo errado. Não gosto que tenham uma imagem irreal de
mim, pois me esforço para parecer quem realmente sou – e que isso não se confunda com
“parecer quem gostaria de ser”. Não me lembro de fazer tipo para ninguém. Ou eu me omito ou
eu me mostro 100%. Marlon sabe disso.
Se fosse eu a escrever esse texto, pode ter certeza, querido, que você leria muito mais do que eu
li. Eu escreveria muito sobre o que penso e sobre o que pensei em cada minuto. Você se
surpreenderia. Nada que uma conversa não resolva a sua curiosidade por saber o que eu pensei
em cada momento, pois posso te contar depois, serei sempre um diário aberto (nesse caso, um
blog aberto). Mas talvez você tivesse mais raiva de mim do que eu tive de você. Você é
impulsivo, age como se fosse o fim. Eu me controlo até o último minuto, mas para tanto eu
preciso pensar. E se a gente não controla o que pensa, pode ter certeza de que eu escreveria
pensamentos sobre você, sobre nós, coisas que você não gostaria de saber. No que concerne ao
período em que nos conhecemos, não tem nada de tão grave. Gostei de você no inicio, mas a sua
macheza me afastou e me fez me apaixonar por um dos seus melhores amigos. Disso você e
todos os leitores sabem. Ou seja, isso, além de não ser novidade, não é nada que mereça
destaque. Quando você se revelou para mim, pensei em coisas das quais acredito que você saiba
também. Mas quando você começou a me namorar e a se esconder do mundo ao mesmo tempo...
É a partir daí que os meus pensamentos sobre você e sobre nós ficam estranhos e nebulosos.
7 set
Marlon
Não chore, caso esteja lendo e esteja espantado. Não precisa chorar. Eu já chorei por nós dois.
Sim, você me traiu e eu me traí. Levei até as últimas conseqüências a minha obsessão pela minha
auto-confiança e auto-determinação e quantos outros autos não seria necessário pôr aqui? Fui
muito seguro de mim quanto ao Arthur (?) – não entendi porquê você deu esse nome tão lindo a
uma pessoa tão feia, mas enfim... – e acabei perdendo você em um beijo. Mesmo que sem
querer, mesmo que eu tivesse a minha parcela de culpa. Perdi você em um beijo, por alguns
segundos, pois, em alguns segundos, você desejou a boca dele.
Isso é passado? Era, até eu me ler nesse texto. Sabe o que mais me surpreendeu? Como eu sou
intransigente. Talvez eu quisesse, por muitas vezes, algo de você que você não poderia me dar
nunca, ou pelo menos naquele momento em que eu pedia. Eu não consegui ser compreensivo.
Me vejo como alguém que errou mais do que eu mesmo sabia. Não gostei de mim nesse texto.
Não sabia que eu era assim. Li algumas das minhas falas nos seus diálogos e reconheço que era
eu, mas custei a acreditar que eu tive coragem de falar tanta asneira.
Se me lembro, só de uma coisa não me arrependo: de ter sido firme com você no período em que
namoramos escondido. Eu sei que as pessoas erram e eu disse isso ao começar a escrever, mas
não consigo entender como eu possa ter errado tanto. Talvez você não entenda porquê eu estou
martelando tanto nisso, acho que você não consegue enxergar os erros que eu cometi. Eu não sei
porque sou tão complexo. Eu não sei, sinceramente, porque você me ama. Eu sou tão difícil e
você é tão doce. Eu não sei o que pensar.
7 set
Marlon
Por outro lado, gostei de rever alguns momentos. Mas não quero falar deles. Não gostei das
descrições das nossas relações. Totalmente desnecessário. Não sou uma pessoa cheia de pudores
e nem poderia ser, mas acredito que ninguém deveria ficar sabendo disso. Na verdade, “esses
sexos aí” eram os momentos que freavam as minhas lágrimas. Eu lia algo tão significativo e, de
repente, sexo. Aí eu parava de chorar para “ver” que eu estava fazendo sexo oral. Não gostei. Eu
peço desculpa aos leitores que vêm a essa comunidade no intuito de ler esse tipo de coisa, mas
eu sou uma pessoa comum. Mais uma vez, não sou recatado ou coisa parecida, só sou alguém
que tem o direito a sua privacidade.
Voltando ao tal beijo, se foi realmente daquela forma que tudo aconteceu, acho que precisamos
conversar sobre. Há muitos pontos em que minha cabeça se esforçava por apreender aquelas
palavras. Mas se foi realmente assim que aconteceu, eu, de certa forma, me sinto um pouco mais
aliviado.
Mesmo não querendo, acho que estou sendo muito rígido. Eu não sou rígido não é? Então eu
devo dizer também que gostei de ver o nosso amor traduzido em palavras. Gostei de ver que
você me ama de verdade. Gostei de ver que você reconhece o meu amor. Gostei de ver os seus
ciúmes bobos e as suas defesas do nosso amor perante a sua família e as outras pessoas. vejo que
você cresceu muito. Já eu acho que regredi bastante. Muita coisa se aprende com os erros, mas
eu não aprendi muito. Me tornei bobo. Ao menos foi interessante essa retrospectiva. Deu para
avaliar muita coisa. Você realmente se tornou o homem que eu gostaria de ter ao meu lado. Sim,
você é um homem de verdade, um homem que muita gente gostaria de ter para chamar de seu.
Eu tenho sorte, não nego.
7 set
Marlon
Não consigo pensar em mais nada que não seja nos meus erros. Está difícil digeri-los. Muito
mais que um pedido, esse texto deveria ser um exemplo para todos os casais. Foi uma boa idéia,
de fato! Imagino todos os casais que se amam escrevendo sobre o tempo que se passou entre
eles. Com exceção das “cenas” de sexo, que, mais uma vez, foram muito desnecessárias.
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7 set
Marlon
Ainda estou muito emocionado. É estranho ver um monte de gente desconhecida dando pitaco. É
confuso. Foi confuso algumas vezes. Muita gente desaprovou as coisas que fiz e expressou isso
em comentários. Olha, sou humano como qualquer outro e no meu lugar muita gente faria pior
do que fiz. O meu erro é pensar demais, pensar nas conseqüências de tudo e enxergar por todos
os ângulos as minhas atitudes. Enquanto eu faço tudo isso, muita gente simplesmente age. Nada
do que faço é impensado, mas mesmo assim eu erro. Prefiro muito mais errar assim, a errar na
ignorância. Eu peço perdão aos que se sentirem ofendidos, peço do fundo do meu coração. Não
sou uma pessoa falsa. Quando falo que é “do fundo do meu coração” é porque é mesmo. Acho
muito válido que vocês tenham tomado essa história para si e tenham posto o Marlon no colo.
Acho justo que vocês o defendam e que palpitem, mesmo que os acontecimentos narrados já
tenham se passado. E acho justo também que me critiquem, ao mesmo tempo que li muitos
elogios e mensagens carinhosas, que me emocionaram muito. Também senti o carinho de vocês
em relação a mim. Mas, quanto aos erros, quero que pensem o que fariam no meu lugar, mas
sendo vocês mesmos e não sendo eu. Ou seja, eu errei porque sou quem sou. Vocês errariam
sendo vocês mesmos, mas na minha posição? Como seria esse erro? Em que proporção? Muitos
disseram que não se importariam com coisa tal, que perdoariam muitas coisas das quais eu não
perdoei com facilidade. Mas eu não fecho os olhos diante de nada. Os meus íntimos as vezes me
chamam de revolucionário, de “salvador da pátria” na ironia, mas eu não ligo. Prefiro ser alguém
não hipócrita, que reconhece os seus valores e sabe das suas obrigações, que uma besta alienada
que diz “deixa para lá” enquanto os erros se multiplicam. Tem muito erro meu que eu me
arrependo de tê-lo cometido, mas são erros conscientes, de alguém que sabe quem é de verdade.
Saber quem somos de verdade não é fácil e eu tenho a certeza de que eu sei quem sou.
7 set
Marlon
Enfim, quanto ao apelido, não vou falar nada agora. Marlon, você deveria muito bem saber que,
após ler isso, eu iria me fechar num casulo e pensar, pensar e pensar sobre tudo. Então, se você
queria uma resposta imediata, dançou. Você me conhece, sabe que eu ainda vou reler tudo e tirar
meus posicionamentos e fazer apontamentos acerca de cada detalhe que eu ache “curioso”.
Quanto aos leitores, relaxem, eu nunca vou deixar esse homem me escapar de novo. Mas é
justamente essa palavra, o “novo”, que precisa ser reformulada para o nosso futuro como casal.
Eu realmente espero não ter sido grosso, mas esse foi um dos raros momentos de impulsividade
que já me acometeu. E eu reconheço todo o carinho e respeito dos leitores. Gostaria de agradecer
a cada palavra de afeto para comigo e para com o Marlon. Vocês também escreveram esse conto,
pois muita coisa que eu li entre uma postagem e outra do Marlon mudaram algumas reflexões
minhas. Isso é muito interessante: um livro onde os leitores acompanham o passo-à-passo.
Não tenho mais muito o que dizer, só agradecer a tudo e todos e Boa noite.
7 set
Marlon
Virei outra vez para comunicar a minha conclusão. Por mais sincero e cru que eu seja, eu tenho
certeza ABSOLUTA que muita gente vai me achar arrogante. É SEMPRE ASSIM, ISSO É UM
SACO. As pessoas costumam me julgar sem me conhecer. As pessoas costumam me acusar sem
perceber que esse é um juízo errado e que me magoa profundamente. As pessoas tem medo da
verdade, mas eu não tenho culpa se no fundo é a verdade a única coisa que importa e é a verdade
a única coisa que quero praticar. Não, não sou o dono dela, mas serei sempre seguidor de seus
rastros.
E Marlon, querido, já que não nos falamos diretamente enquanto eu lia a nossa história, então
também não nos falaremos até eu voltar a escrever aqui. Ou seja, será por aqui que você terá a
minha resposta. Não me ligue, não me mande email, não venha aqui em casa. Peço permissão
para usar a conta desse perfil, ok? Falo sério.
Beijos a todos.
Caio A.
7 set
safada
OMG
CAIO ;O
7 set
Em Busca
MELDELS...
O Caio...
adourei tudo que ele disse aqui...
acho que tudo que vc disse não seria surpresa pra ninguem, e acho que após toda essa sua
história o conhecemos, e qualquer decisão que vc tomar, não será surpresa pra nós...
aguardamos super anciosos, enfim, o "final" dessa história...
muito bom, ler suas palavras Caio, e saiba que estamos torcendo para que o de melhor aconteça
cm vcs...
amamos muito os dois...
adimiramos, muito a atitude dos dois...
enfim...
^^~>Kelvin
Mas agora falando sério. Bom Caio eu acho que ninguém aqui está na condição de julgar ou até
mesmo ser julgado(não estou sendo puxa-saco), claro que o Márlon por postar a história de vc's
aqui na comunidade iria receber opiniões diferentes. Na verdade não só opiniões, como também
reações diferentes de cada membro a ler a história, pois se quem lia a história e se envolvia nela
de modo que pudesse sentir uma emoção a cada post sabe o que eu estou falando.
Por isso digo que te compreendo, apesar de querer matar vc algumas vezes ! kkkkk
Também só vc sabe o que passou ou melhor que se conhece bem ou também não.. Mas como vc
disse, vc é humano e também erra mas quem nunca errou né ? E também errar faz parte vida e eu
acho que o erro nos ajuda a amadurecer e ver as coisas por outro lado !
Ahh e eu tbm peço volte a chamar o Márlon de Marlonzinho-Zinho-Zinho!!!
Sou chato e também vou aderir a essa "campanha" HOHO³..
Mas acho que é isso
7 set
Luuuuu
OMFG
7 set
Kaai
digerindo!!!!
hauhauhauah
Adorei!
;D
7 set
Raul
Caio
Não o achei grosseiro ou arrogante, mesmo porque confesso que em seu lugar minhas reações
seriam muito parecidas.
Um pouco frio e racional, duro até, é verdade, mas é exatamente onde mais nos parecemos.
Estou anos-luz longe de ser puritano, mas também conservo minhas reservas quanto a detalhes
privados. Tive discordâncias sérias com meu ex, com quem vivi por 17a ao vê-lo comentando os
mesmos detalhes com amigos íntimos de longa data e não consigo imaginar minha reação diante
de um texto na internet, mesmo protegido pelo anonimato de um fake.
Ao mesmo tempo, pondero que em nenhum trecho percebi como gratuitas ou vulgares as
citações, levando em conta que cumpriram a função de ilustrar o desenvolvimento do grau de
intimidade e envolvimento de um casal saudável.
Ao contrário do que primeiramente se esperaria de um 'conto erótico' percebi apenas um
romance explícito, uma aula sobre intimidade em que a excitação ficou longe de ser o foco.
Chegando agora é impossível avaliar a interação que foi evoluindo entre o Marlon e a teia de
leitores e comentaristas. Há um filtro virtual, mas fora isto o envolvimento entre as partes é bem
real.
Eu, por exemplo, uso este perfil alternativo para esta comunidade, mas atuo exatamente como o
faço em meu perfil original.
Por quê?
Apenas para não 'arrastar' para cá os homofóbicos que patrulham meu outro perfil, visado pela
atuação em comunidades contra o preconceito.
Não seja duro com o Marlon, veja o lado romântico disto tudo e deixe-se levar pela mágica de
redescobrir, a cada dia, o amor entre vocês!
>>> Releve meu tom 'professoral'... deve ser o peso de meus 48 anos...
7 set
Guigo
7 set
Prof./Dr. Ruy
Caio,
Sou seu fã de carteirinha.
Surpreendi-me ao ver como o Marlon o bem descreveu. Sua mensagem para nós leiores foi
digna de um Caio, personagem do conto "O garoto e o saxofone".
Já disse uma vez, não sei se viu, que li o conto imaginando-o com o biotipo do ator Caio
Blat, o Ravi, da novela CDI. Errei muito?
Achei você arogante sim. Não vou negar. Sou tão sincero quanto você. Mas, não acho a
arrogãncia um pecado dos maiores. E mais, eu como ser humano, usando palvras suas,
erro, e quem sabe me enganei nesta avalaição que fiz de você. Porém, estou me referindo
apenas à esta mensagem que você escreveu.
Do restante, te achei uma pessoal genial e invejei o Marlon (que também achei arrogante
na condição de escritor e nosso colega de comunidade) em dezenas de moentos que ele nos
descreveu.
Em relação ao apelido, concordo com você plenamente. Inclusive, você não seria o Caio que
aprendi a gostar e desejar um namorado igual ( quase consegui, mas acabei magoando o
menino que eu via como sendo seu igual e espero que ele -Riick- tenha me perdoado), se
você se rendesse à campanha publicitária que o Marlon organizou.
Só peço a você, já que a vida de vocês foi colocada na berlinda para pitacos, que analise
tudo isso que ele fez como sendo uma prova de amor sem igual ( tanto a PROVA) como o
AMOR. E assim sendo, você reveja alguns conceitos e atitudes, pois uma das melhores
características dos seres humanos inteligentes é justamente mudar de opinião. Não me
refiro a ser "Maria-vai-com-as-outras", mas sim uma pessoa que colhe informações, as
analisa, reflete sobre elas e toma uma forma opinião sobre determinada questão, ou,
permanece com a opinião que já tinha, porém mais findamentada.
Chame ele de Marlonzinho zinho zinho ou não o chame. Entretanto não se deixe levar pela
excelente campanha publicitária que se inciou com este conto. Faça de forma pensada, pois
a racionalidade foi umas das principais características que o Marlon fixou ao descrevê-lo.
7 set
Prof./Dr. Ruy
Permaneçam sempre na companhia de Deus e juntos neste amor que o Marlon demonstrou
que ambos nutrem um pelo outro, e que você comfirmou em sua mensagem
Finalizando: O que eu mais me dói, pelo fato do falecido não estar ao meu lado é de não
ouvi-lo me chamar pelo apelido que me deu.
Dói muito. Mas ele não está ao meu lado. E você está bem ao lado do Marlon. Por isso
compreendo a dor e o desejo deste escritor arrogante, que admiro muito.
Resumindo: chamar o Marlon pelo apelido ou não é um detalhe menor. Mais importante é
saber e esclarecer os motivos que fundamentam tal decisão e se eles valem a pena. Pois o
amor entre ambos já existe e o resto será detalhe, capricho.
beijos fraternos,
Ruy.: (sou também muito arrogante, e luto para mudar isso de mim)
7 set
Tom
Eu li, mas o fiz como se estivesse no começo de um livro e só as primeiras palavras pra mim já
me faziam querer ler as últimas. Eu esperava +/- isso, porém é como você esperasse uma
criança vir ao mundo, soubesse todos os procedimentos, tivesse visto partos como testes, mas
quando chega O MOMENTO nunca é o que vc pensava sentir. Caio vc me fez perder as
palavras. Geralmente, quando eu ouço, vejo algo eu penso muito bem no que vou falar. Logo
que acontece eu já produzo algo e vou desconstruindo ou reforçando o que já estava sendo
arquitetado. Não é por nada, mas opiniões – construtivas ou más – demonstram o que você é. É
como se fizesse uma dissertação. Vc está ali e sou igual à você: não gosto que pensem errado de
mim. Por mais que opiniões alheias não influenciem diretamente a você, é do ser humano se
proteger do que vc não é. Seria total ignorância se fizesse do modo que tantos dizem “não me
interessa o que pensem de mim. Não me sustentam, não vivo por eles,...” cada um depende do
outro e do que seria nossa espécie se aquele que criou o fogo não tivesse um amigo que cassasse
o animal pra que o mesmo seja utilizado? Do que seria nossa espécie se a COMUNIDADE fosse
cada um por si e nenhum por todos?! Somos responsáveis por nossos atos e aquilo que fazemos
aqui, agora, responderemos em qualquer minuto de nossas vidas. É a Lei da vida.
Como disse, já esperava essa reação sua Caio. Do mesmo modo que o Marlon, o Tom, a
Claudinha,... tdos já esperavam. Não se torture! É normal, depois de ler sua história você
reconhecer seus erros e se torturar por isso. Quem não tira fotos e já vai diretamente ao arquivo
da câmera pra ver como que saiu?!
Queremos uma vida linear, mas nada é tão bom quanto os erros se não os assumisse de forma
generosa e humilde para nós mesmos e com eles agirmos no certo.
7 set
Tom
Creio que já leu algo meu do gênero, mas não me canso de dizer: se erramos, estamos sendo
humanos. Vamos fazer de nossos erros um atalho certo e aprender com eles para não voltar e
persistirmos no mesmo erro ou em muitos mais. Se em algum momento você errou, Caio, seria
admirável e extraordinário se não errasse. És anormal?
O Marlon se apaixonou por você assim: Por seus erros e acertos! Do mesmo modo que você se
apaixonou por ele e assim criamos nossas vidas.
Se você pudesse ler o 1º tópico... o original da sua história, acho que se surpreenderia muito
mais. Lembra de quando o Marlon teve um ataque de ciúmes e na boate – se não me falha a
memória – deu um tapa no seu rosto??? Acho que pelo tanto de pessoas que estavam lendo, pelo
menos 99, 9% não o acusou e crucificou. OLHA QUE JÁ HAVIA SE PASSADO DOIS ANOS
NO MÍNIMO, hein...
A exposição assusta, mas aprendemos a viver com ela. Eu comecei a ler com 13, 14 ans +/- -
hoje tenho 17 – e com os hormônios a flor da pele e tudo tão abafado em mim eu já me assustava
com tanta exposição. Olha que eu nem comentava. Assustava-me como as pessoas falavam tanto
de si para o mundo.... quanto as pessoas falavam de suas vidas para milhares de pessoas
desconhecidas e pudessem fazer-lhe mal. Já pensou algum dia alguém bater na porta da minha
casa: “oi, vc é o tom?! Vc não me conhece, mas eu sim. Sou lá do conto tal da comunidade tal.
Posso tomar um café contigo?”
Não leve no pior sentido ou o tamanho da proporção que tem as passagens de sexo que o Marlon
postou. Ele poderia ter postado em outro lugar, não sei. Acho que deveria ser feito uma nova
comunidade, com novas regras, com novos objetivos. Aqui a pretensão é compartilhar
experiências sexuais, não lições de vida. O que o Marlon fez foi compartilhar – e com louvor –
sua lição de vida, como o Fernando Brandini do conto “Sedução na academia”, Leonel Viseu do
conto “Agroboy” como tantos outros.
7 set
Tom
Aqui, felizmente, não se fazem apenas sexo, diversão e rock roll – só pra ficar descontraído
huahs -, mas também se fazem amizades, namoros. De tudo que vive e de toda a construção do
meu caráter, amizades,..., é anormal eu namorar com alguém que conhecia na internet e sentir
algo que nunca senti. É como se o tivesse conhecido no mercado, na igreja, nos estudos, no
cursinho de Francês, enfim, se você acha que algo é incomum aposte que tudo pode ficar mais
ainda!
Antes de falarem algo eu digo: Você é um dos meus! Nossos posts passam dos limites oferecidos
pelo orkut! Kkkkkkkkkkkkkk
Caio, meu querido, saiba que aqui vc encontrará de tudo! Pessoas boas, pessoas ruins, pessoas
chatas, pessoas legais, pessoas de todo Brasil e mundo. Vc fará seu filtro e decidirá se quer se
relacionar ou não. Eu, me expus muuuito, muuuito mesmo. Se fosse rever tudo o que fiz, talvez
não faria pois estarei em sanidade normal, porém se não tivesse feito não encontraria pessoas
MARAVILHOSAS NA MINHA VIDA e que sei que ficaram pro resto da minha vida! Com
elas... huuuu, melhor parar por aqui. A sua criatividade irá lhe levar as próprias conclusões!
Você foi arrogante? Um pouco, mas no seu direito. Todos temos espaços pra ser o que quiser
sermos. Como disse ESPAÇOS e os mesmos tem limites. Você não utilizou nem 15% do seu!
Ahsuahsuahus
Sou se fã e pode contar comigo para o que precisar. Falo isso pro Marlon...
...agora para você!
Um grande abc. Fica tranquilo! O tempo é todo seu!
Tom Bento.
P.S. AGORA É PRA TODOS: ACHO QUE NOSSA PARTE FIZEMOS. NÃO DEVEMOS
MAIS INSISTIR EM APELIDOS, NOMES OU ATITUDES. SURPRESA FEITA, SURPRESA
ACABADA. A REALIDADE É OUTRA AGORA. ACHO QUE SERIA INCOVENIENTE SE
CONTINUASSE A FORÇAR UMA BARRA. VAI A DICA!
P.S. Quem puder: posta o link da repostagem solta que o Marlon tinha feito depois que deletaram
o original, antes de postar aqui, por favor!
7 set
sader koy
“Talvez eu quisesse, por muitas vezes, algo de você que você não poderia me dar nunca, ou pelo
menos naquele momento em que eu pedia.”
.
.
acho que essa frase do caio resume bem as nossas expectativas quanto às pessoas em todos os
níveis de relacionamento... na maioria das vezes não temos o direito de esperar determinadas
atitudes de ninguém, mas no fundo no fundo nosso lado romântico e irracional sempre
espera... me senti um bobão agora com as palavras do caio, sempre estive o tempo todo por
aqui, torcendo, rindo, chorando (muuuuuito), até criei um outdoor para a campanha do
marlon... e estou me sentindo um idiota: primeiro pq não sou mais adolescente faz tempo e
segundo pq o caio tem uma maneira toda especial de enxergar as situações... não é meia dúzia
de “desconhecidos” que vai fazer ele mudar de idéia quanto à um apelido que ele não
consegue nem pronunciá-lo aqui para nós, se refere a ele como “apelido” mesmo... e é o que
é... não acho vc arrogante caio, respeito sua maneira de ser, vc é um menino especial, único...
e o marlon é um homem de verdade (como vc mesmo disse), homem com “H” maiúsculo
(como eu disse várias vezes)... um homem que todos gostariam de ter...
.
.
ps. desculpe caio, sei que o inferno está cheio de boas intenções, mas posso te garantir que as
minhas sempre foram boas...
.
.
7 set
Li
Caio!!!
Depois do teu post, minha admiração por você só aumentou...
Talvez tenha sido pela minha identificação com você por pensar em tudo muito bem antes de
falar ou fazer alguma coisa... Coisa que sempre faço também, o que nos permite tomar todas as
decisões conscientemente... Mas, enfim, muitas pessoas não conseguem entender isso...
Bom, agora que você já "colheu todas as informações", leve o tempo que você achar necessário
para tomar tua decisão... Esqueça do mundo real e virtual e concentre-se no teu objetivo, tá!!
Seja lá o que você decidir, todos nós sabemos que será uma decisão bem pensada... E Nada por
impulso
Bjoo para todos
7 set
» PσpSC «
Abraços
Tudo de bom.
7 set
JONTAN
Comentario
oi,Caio,que bom que você nos encontrou,há muito tempo que leio o conto,relatando a sua vida,o
romance dos dois,não te acho uma pessoa grosseira,e sim autêntica r honseta,claro que você tem
o direito de presevar fatos que você acha intimos,eu sou um dos que considera um fã, não se
cretique por xe ver uma pessoa que errou,isso faz parte do aprendizado,enquanto ao Marlon,o
vejo como um homem que mudou,e encontrou o seu amor,você caio,espero que possa viver um
amor verdadeiro com o Marlon,boa sorte e esperando pela sua resposta ao MARLON,
ABRAÇOS
BOA TARDE.
7 set
Yago
7 set
gustavo
uai sô
7 set
Gin
nem li.
brinks li sim AHIHAIOHUOAUHOIUHIOAUA legal :]
7 set
RODRIGO! TO MEIO
De certa forma acho que algunhas pessoas aqui tentavam imaginar como seria a reação do
caio ao termino da sua propria historia
sem ter muito o que comentar depois de algunhs comentarios que vi, pude perceber que
esse seu lado ""arrogante"" (que vc acha) é uma forma de preservar sua intimidade e seus
conceitos, e acho completamente justo td que vc falou, na verdade naum sei como seria
minha reação ao ver minha ""vida"" esposta de tal forma e com tanta gente dando opniôes
boas e ruins, mas sei tambem que como eu muitos aqui torcem por vcs.
fiquei surpreso com suas palavras isso só demostra o quanto inteligente vc é, e de que
forma vc conseque ver as coisas, em momento algum achei que vc foi arrogante ou chato.
enfim é a vida de vcs dois e apenas vcs vivem essa relação, então as únicas pessoas que
podem dizer o que é bom ou ruim pra são vcs mesmos e mais ninguem.
Rodrigo Lima!
7 set
Gin
:]
7 set
Gem
Caioooo!!
Vc é perfeito .... não é como a maioria, que na hora q terminasse a leitura já sairia por ai
berrando ao quatro ventos o apelido do marlonzinho-zinho-zinho... heheh
Espero que vc tenha o tempo suficiente para se restabelecer do choque inicial q foi ter a sua vida
exposta num blog .... desejo a vc tudo de bom.... e q sejas feliz..
Marlon!!!
É meu amigo .... quem mandou vc se apaixonar por uma pessoa com o caráter formado ... naum
é fácil ... mas tb naum é dificil ..... seja sempre sincero no que vc fizer e tudo será resolvido.
Ao dois!
Amei ter lido está história de amor!!! Narrada de forma simples, mas bem escrita ... vcs me
fizeram ver o mundo de outra forma ... uma forma um tanto quanto mais realista...
Fico muito feliz por vcs existirem
Um forte abraço
Gem
7 set
DANNY -
UAU ... NOSSA ESTOU TOTALMENTE SEM O QUE DISSER ... SEI COMO SE SENTE
CAIO ... E O RESPEITO ... E PARABENS PELO GAROTO HOMEM QUE VC TEM AO SEU
LADO ... E SEI QUE O AMOR QUE UM TEM PELO OUTRO É MUITO GRANDE ... E O
QUE VCS PASSARAM FOI PARA O CRESCIMENTO DE AMBOS ... E ESPERO COM
MUITA ANSIEDADE A SUA DECISÃO SOBRE TUDO ... E COMO VC MESMO FALOU
QUE SOMOS HUMANOS E TEMOS O DIREITO SIMMM DE ERRAR ... E QUEM NUNCA
ERROU QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA ... MAIS ESPERO SIMM DO FUNDO DO MEU
CORAÇÃO QUE VCS SEJEM MUITO FELIZ E QUE TUDO DAQUI PRA FRENTE COISAS
BOAS PRA VCS ... BJS DANY
7 set
Heyck
O.M.G
Tava no meio do mato praticamente, sem pc nem tel. nem nada ¬¬'(se é que me entendem)
Adorei a atitude do caio quanto a tudo eu faria o mesmo que ele fez, mesmo que eu ache um
pouco errado (cada um tem sua opinião não é?)
Enfim, espero que tudo der certo e que a gente não demore a ter noticias dos dois.
Aguardando anciosamente ,
7 set
Marlon
Justamente o que pensei: a maioria, senão todos me interpretaram errado. Mas isso foi bom. Me
fez enxergar com mais nitidez algo que eu já imaginava. O que eu digo, por muitas vezes, não
condiz com o que penso. A questão é que gosto de ser direto e claro, mas acabo me tornando
rígido. E vou voltar a bater na tecla do “não sou arrogante!”, pois acho necessário que vocês
tenham essa visão. Acho que vocês mesmos não sabem da importância que têm nesse
episódio e estão todos se anulando agora. Não façam isso, por favor. A diferença entre uma
história escrita pelo Marlon e uma história escrita por mim é que ele sabe fazer com que as
pessoas enxerguem a verdade, já eu iria impô-la a qualquer custo. Ainda bem que vocês, pelo
menos, têm a visão correta de mim. Uma visão desenhada pelo Marlon.
Hoje passei o dia inteiro relendo o “conto”. Mas como já estava familiarizado, me voltei mais
para as narrações que para os diálogos. É, eu sou idiota mesmo. Não consegui enxergar o
romance em tudo isso. Mas não mudei de opinião quanto ao que eu disse antes.
Estou super cansado, pois madruguei relendo e só acabei agora. O Marlon me ligou hoje e eu
disse que ele viesse ver o que escrevi. Não sei se ele leu (acredito que sim), mas ainda não deu
sinal de vida. Liguei de novo pedindo permissão para usar essa conta e ele me disse em meio as
lágrimas que eu estava autorizado. Perguntei-lhe o porquê de estar chorando e ele respondeu que
estava com medo das coisas que disse. Eu ri. Perguntei-lhe se ele estava surpreso, perguntei-lhe
se ele esperava outra coisa de mim, pois, se esperava, então ele não me conhece de verdade.
7 set
Marlon
No fim de tudo eu ri. Fiz tempestade em copo d’água. Essa é a verdade. É como muitos
disseram, inclusive o Raul, a minha identidade está segura, então não há o que temer. E também
nem era isso o que eu temia. Recebi alguns depoimentos e, como o Marlon parece que não vai
usar essa conta até o momento da minha resposta, eu responderei por ele, posso?
Eu realmente queria que vocês não tivessem a imagem errada de mim. Me esforço tanto para ser
compreendido, para ser amável...
E eu gostaria de agradecer mais uma vez as mensagens afetuosas, que me fizeram pensar
bastante. Então teve uma outra versão dessa história? Mas como assim? Ela era diferente desta?
O que tinha de diferente?
Não sei se o Marlon aparecerá para falar algo. Acredito que não. Acho que ele virá apenas para
ler. Então, coração, se você estiver lendo isso, pare de chorar, por favor. Como já disse ontem, eu
já chorei por nós dois. E não chore só porque eu choro. Fique firme para que, nos meus
momentos de fraqueza, você seja a minha fortaleza, o meu cavaleiro de armadura branca. Vou
manter o meu “coraçãozinho de cogumelo” quietinho, ta?
7 set
Marlon
Também não sei se o Tom e a Claudinha aparecerão, mas, de qualquer forma, obrigado amigos.
Eu também os amo muito. O Marlon conseguiu descrever vocês com perfeição. Pude rir com
vocês, como se estivessem ao meu lado. Foi bom porque também pude conhecer fatos em que
vocês participaram, mas que eu não estava presente. Que bom que vocês sempre mantiveram a
sinceridade. Vocês sabem o quanto eu prezo por ela.
Tom, querido amigo, se você soubesse o quanto te amo, não teria tanto medo de me ver longe.
Claudinha, raio de luz, a sua dedicação ao meu namoro é linda e confortante. Nunca deixe
Marlon e eu abandonados. Precisamos muito do seu zelo.
Beijos a todos.
Caio A.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.161-2.170 de 2.260
7 set
Ellen
Caio.
Acho que todos aqui torciamos por outra reacao sua, mas essa sua reacao na verdade nao nos
surpreendeu, por que pelo que lemos sobre voce, esse e seu modo.
E nao o achamos arrogante, alias voce tem toda a razao.
claro que como voce disse muita gente em seu lugar sairia por ai gritando o apelido aos quatro
ventos, ( nao lembro direito as palavras que usou), mas voce e um cara sensato e sabe o que faz.
Mas me remoi o coracao, em pensar na angustia do Marlon.
Mas acho que nao posso fazer nada a nao ser esperar para ver o rumo que isso vai ter.
Beijos e abracao.
E desculpe a falta de acentos e pontuacao, meu teclado ta com defeito, mas logo mandarei
arrumar. :)
7 set
Ellen
7 set
Querubim
Achei muito difícil escolher palavras para expor minha opinião perante tudo o que o Caio disse.
Bem, se ele diz não ser arrogante, não é. E sou convicto disso mesmo não o conhecendo
pessoalmente, mas por tudo aquilo que foi possível "ver" através dos escritos do Marlon. Para
não ficar enrolando, desejo, contudo, que vocês dois sintam renovar, reaquecer o amor entre
ambos, pois são lindos e se completam.
Bjaum aos dois.
7 set
sader koy
chorei tanto com vc agora caio... desculpe mais uma vez, se vc ver meus posts aí pelo conto vai
ver que sou todo emoção, me dediquei de corpo e alma à sua história... fiquei desesperado
quando o orkut deletou o conto... na primeira parte não tem nada de diferente... a pri apenas
repostou o conto até o ponto em que foi deletado e o marlon continuou depois... pena que os
comentários todos foram perdidos, mas a partir do momento que o marlon reassumiu ele está
completo... eu disse que me senti um idiota, pq sou um pouco mesmo... kkkk... fiquei assustado
com a sua primeira manifestação, mas agora na segunda achei vc mais doce, mas perto da
gente... realmente está difícil de segurar aqui... só tenho que te agradecer, que vergonha...
agora vc vai ver o quanto eu xingo o marlon e que roubei todos seus apelidos... um beijo
carinhoso...
7 set
JONTAN
Comentario
oi,meu lindo
sei que tudo aqui é novo,
eu te entendo
e desejomuita sorte para vocês,
abraços.
7 set
» PσpSC «
Bjos
7 set
kristen
Agora que pude ler esse seu comentário Caio, comecei a gostar mais de vc! vi que vc nem e
arrogante assim, como eu pensava.
Eu so quero que vcs sejam felizes! e que volte a chamar ele de Marlonzinho- zinho- zinho.
Marlon posta logo alguma coisa aqui, ta td mundo querendo saber como vc esta se sentindo .
*-*
7 set
Rick
Caio, assim como todos aqui, tava muito ansioso (e preocupado) pela sua reacao. Acho que
entendi perfeitamente o que voce quis dizer e nao achei nada arrogante. Deve ser muito estranho
ver a sua vida sendo contada e exposta dessa maneira. So gostaria que voce nao ficasse chateado
com o Marlon por ele ter escrito o conto (ou seria a historia). Ao meu ver foi um ato de amor
maravilhoso e ele descreveu tao bem voces, teve tanto carinho.
Enfim, como disse, estava esperando muito a sua opiniao sobre tudo e gostei das ponderacoes
que voce fez. E muito louco isso, a gente passa a gostar de pessoas que nunca vimos, soooooooo
weird.
Marlon, mais uma vez parabens pela criatividade, amei essa iniciativa da homenagem/pedido
STROVENGA
Olá amados!
O Stro veio falar também! hehehehehe
Em primeiro lugar, saudar o Caio por ter vindo aqui e deixado todas as suas impressões sobre o
conto. Realmente meu caro, creio que vocês demonstrou tudo o que é para nós, o que é bom,
pois como você mesmo disse, é um ser humano falando. Com todas as manias, todos os gostos,
erros e acertos.
Queria também reiterar o que o meu nobre amigo Raul Ghost escreveu. Então Raul, o Strovenga
dá um UP pra tudo que você disse de modo brilhante. Expressou tudo o que imaginaria.
Caio, não é necessário justificativa de nada para nós! Talvez e possivelmente alguns de nós
vamos reler o que postaste para compreender o que disse. Logo, se alguma impressão negativa
que porventura você tenha passado aqui será jogada por terra, até por que, é inerente ao ser
humano compreender o outro, pode levar algum tempo, mas no fim todo mundo tem isso
impregnado em si próprio.
Queria poder dizer mais palavras, mas a conexão aqui está muito boa pra que eu não teça
comentários sobre ela. E, também, essa semana foi difícil pra mim em alguns aspectos e
ainda não estou com todas as minhas idéias organizadas para raciocinar melhor.
Sem mais a acrescentar, despeço-me desejando tudo de bom e muita sorte. Um abraço caloroso
Marlon
Oi pessoal.
Não se preocupem comigo, pois estou bem. O Caio me ligou hoje e conversamos um pouco. Ele
disse que tinha postado uma segunda vez aí vim ver. Estou tranquilo porque ele não ficou
chateado, zangado, irado... enfim. Ele não gostou de eu ter contado as nossas relações, mas ele
não ficou me pondo culpa, pois ele sabia que eu não tinha má intensão.
Eu nem tenho mais esperanças de que ele volte a me chamar de Marlonzinho-zinho-zinho. Acho
que nem precisa ser intimo para saber que ele não vai voltar a me chamar, né? Basta ler o
primeiro post dele. Mas não estou triste, só decepcionado, pois eu mesmo me iludi.
Mas agora falando de uma forma mais solta e menos melancólica: dá pra sacar porquê eu amo
esse menino agora? Hahahahahahahahahaha Ele me deixa louquinho da Silva. Eu fui mesmo
meio bobo em achar que eu pudesse esperar outra coisa do Caio. E sabem do que mais? Valeu
muito a pena escrever a nossa história aqui. Eu tenho certeza que ele achou romântico, pelo o
que ele me falou via telefone. Estou mais leve e todo bobão agora.
Mas vamos ter esperanças, né gente? O Caio ainda não deu a resposta definitiva. Quem sabe ele
não nos surpreende. E só um aviso: agora ele também tem a conta desse perfil, então cuidado viu
(sader) com o que vocês vão escrever!
Ah, por falar em sader, eu ainda não apresentei os leitores a ele. Quando essa tensão toda passar,
independente da resposta dele, eu faço as honras. (Se cuida, sader...)
Fui.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.171-2.180 de 2.260
Ellen
Abracos.
-
E so reforcando, a falta de acentos e cedilhas e porque meu teclado ta com um probleminha.
Guilherme Luccas
Marlon
Até o jeito de postar aqui é de amor explícito... Jeito carinhoso, cativante, é amor demais. E mais
amar é ser COMPREENSIVEL e creio que vcs chegaram neste ponto.
Raul
Percebi uma referência sua a algo que postei e preciso desfazer o mal-entendido.
Não houve 'outra versão', o texto do Marlon não teve qualquer alteração.
Ocorre que quando o tópico original foi apagado com ele se foram os comentários que
entremeavam o texto, o histórico da tal interação entre autor e leitores.
Provavelmente a Pri, e certamente o Tyler, tem o arquivo completo salvo em HTML, mas seria
muito complicado republicar os comentários originais junto com o texto.
O processo de redação, nestes termos, acaba sendo influenciado pelo questionamento dos
leitores. Não é uma 'obra fechada' entregue para leitura, mas se assemelha a uma conversa em
que, ao interromper para beber algo, o narrador é bombardeado por perguntas e impressões de
quem o ouve.
Várias vezes eu me perguntava como Vc estaria vendo este 'conto' (sim, eu também coloco
aspas...) até que apareceu a revelação de que Vc ainda não sabia dele.
Confesso que me preocupei, principalmente porque me coloquei em sua posição e imaginei
como eu reagiria.
Seria um choque e acho que Vc se saiu melhor do que eu o faria!
Beijão!!!!!
sader koy
lá lá lá lá lá lá... pára heim marlon!!! ou eu ligo pro ibama ou pra WWF agora e vc vai ver
só... tem zoológicos ótimos na patagônia para animais em extinção... kkkkkk... fiquei
assustado hoje, chorei, mas agora estou bem mais leve, o caio já falou comigo tá? não tenho
medo de vc não... kkkkkk... também estou todo bobão e hoje vou dormir feliz da vida... eu é
que tenho que agradecer por existirem pessoas como vcs, por tudo de bom que trouxeram para
a minha vida... sem palavras... senão já vou chorar de novo... abraço de motoqueiro (já
explicou pra ele como é?) hahahahahaha...
• Ψ Gúúh
Nossa mãe
Nem acredito que o Caio passou por aqui (e duas vezes!). Sinceramente não tenho palavras para
descrever. Foi uma sensação no mínimo diferente ler tudo o que li, mas valeu.
Sabe, que em nenhum momento te achei arrogante? Em muitas partes se suas postagens me
reconheci. Embora eu seja diferente em vários pontos, acabo sofrendo com o mesmo mal de ser
julgado pelas aparências. É frustante.
Não pude deixar de rir com a sua desaprovação as cenas de sexo. Foi engraçado!
Enfim, nem tenho mais o que dizer. Só que foi uma honra pra mim, leitor mortal, ler e responder
um post de uma das razões disso tudo aqui existir!
safada
SEM PALAVRAS..
Pablo
Caio
VickViny
Caio!!
Você, a meu ver, acabou se mostrando como eu imaginava. E fiquei muito satisfeito com suas
manifestações.
Nós é que seriamos arrogantes se considerássemos que conhecemos Marlon e você melhor
que vocês mesmos. Não é arrogância falar de si, dos próprios sentimentos e intenções, com
tanta confiança.
Você escreveu: “Tenho plena certeza de que, se fosse eu a escrever esse texto, ele seria bem
maior. Primeiro porque eu tentaria justificar tudo: as minhas atitudes, os meus gestos, os
meus pensamentos, as minhas falas... Eu sou o tipo de pessoa que gosto que me vejam da
maneira que sou. Se me interpretam errado, eu já acho que tem algo errado.”
E confirmou isso ao longo de todo o seu primeiro post. Justificando ou esclarecendo cada
impressão sua sobre a publicação desta história tão intima. E não satisfeito, você postou uma
Esta é a maior comunidade de narrativas eróticas gay do Orkut, em torno de 30.340 membros,
que muitas vezes lêem sem se manifestar. Não é difícil imaginar por que Marlon quis por aqui
e não numa comunidade criada por ele, a história de vocês. Ele pretendia que a história fosse
lida pela maior quantidade possível de pessoas. E deu certo.
A exposição dos momentos de intimidade entre vocês, eróticos, esplícitos ou não, é um preço
pago por se valer de um publico que inicialmente procuraria por esse gênero literário.
Espero que você entenda que embora o erotismo seja o chamariz da comunidade, em muitos
textos ele acaba perdendo para o romance ou para uma trama mais complexa, em narrativas
fictícias ou verídicas.
Continua.
Continuação.
Quero dizer que admiro você desde a primeira descrição feita pelo Marlon. Sua forma de
pensar o mundo me fascina e por vezes comuniquei ao Marlon, ainda no antigo tópico, que
estava copiando uma passagem ou outra do texto e divulgando-a para conhecidos, por
concordar com suas idéias e querer compartilhá-las.
Como você pode ver, o que você pensa foi tema de reflexão e discussão, tanto na comunidade
quanto fora.
Aqui na comunidade temos alguns membros que são como Sábios Peregrinos. Sempre indo de
um “conto” a outro, nos brindando com inteligentes reflexões ou irreverentes comentários.
Despertando admiração e movimentando as postagens. Um deles é o Raul. Concordo com
tudo o que ele disse.
Você se surpreenderia se continuasse acompanhando essa comunidade para saber mais dele e
de tentos outros membros interessantíssimos.
Beijos!!!
Cesar
Pelo que o Marlon descreveu do Caio durante o conto eu não espeava outra reação dele, mas
também observei que o caio mudou durante o conto, assim com o o próprio Marlon termina o
conto mais maduro, mais homem, mas certo de suas escolhas, o caio também mudou,
amadureceu junto com o amor que envolve os dois, e assim também tenho o certeza, que não
haverá briga ou separação, porque já é um relacionamento, construido, vivido, maduro,
trabalhado, não é uma aventura, um amor de verão. Um abraço Marlon e outro pra ti Caio, a
história de vcs é linda e ja disse isso uma vez aqui, cresci e amadureci muito com ela, até mais.
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sader koy
bom dia meus amores... (olha só a inspiração), não é mais bom dia meus queridos... kkkk...
depois dos acontecimentos de ontem estou tão leve que vou precisar de algemas pra ficar preso
na minha mesa e não levitar... kkkk... esse caio vou te contar viu? esse menino é uma caixinha
de surpresas... o marlon, nem falo nada, sou suspeito... muitos estão voltando hoje de viagem e
vão se deliciar com os últimos posts... desejo a todos uma semana maravilhosa e feliz, pq a
minha, com certeza, já está sendo... beijo pras garotas e um abraço pros marmanjos... fui...
8 set (6 dias atrás)
Pri Florzinha
Caioooooooooooooooooooo!!!!
Que legal vc por aqui! Adorei ler vc e conhecer um pouco mais de seus sentimentos e
emoções.
Bom, lá atras vc perguntou pq esta comunidade se chama Contos Eróticos... bom, nem nós
mesmo sabemos... hj eu acho que ela deveria chamar Contos Romanticos... e tenha certeza
que o sexo não é o que mais nos interessa nos contos... o que mais nos interessa aqui é o
romantismo, os fatos, a história de amor... o sexo sempre é uma complementação na
narração, mas nunca o mais importante (pelo menos para a maioria).
Quanto a outra versão da história: não há outra versão. Se vc ver lá no começo, o conto
está postado por mim (com outro perfil). É que o Marlon estava postando a história de vcs
e ela foi excluida, junto com os milhares de comentários, então eu criei um novo tópico
(com a autorização do Marlon) e repostei a história, ajudando assim o Marlon que não
tinha tempo habil de postar toda a história novamente.
Acho que eu já mandei para o Marlon o arquivo da primeira postagem, posso mandar de
novo se for de seu interesse. Basta me avisar, aqui, por depo ou por scrap.
Ahhhhh, e depois eu quero saber pq só o Sader ganhou depo viu! Justo o Sader, este
chorão?!?!?!?!? hahahaha
E tenha certeza que todos aqui te amamos e te admiramos. O Marlon sempre nos mostrou
a pessoa maravilhosa que vc é, e nos apaixonamos por vc. Saiba que é muito muito muito
bom ter vc aqui.
Muito obrigada por vc vir aqui nos dizer algumas palavras, por se expressar. Apareça mais
vezes, será sempre muito bem vindo.
A história de vcs entra para a Top List da comunidade e jamais será esquecida. E com
certeza vai ajudar muita gente.
Bj enorme pra vc! Continue cuidando bem do nosso Ursinho (com todo respeito viu!
).
Pri Florzinha
Marlonnnnnnnnnnnn!!!
Querido, que namorado lindo que vc tem. Isso a gente já sabia. Mas adorei o carinho dele
para com os leitores, vindo aqui se manifestar!
lista! hahahaha
Bjão!!!
sader koy
ai ai essa pri, viu? kkkkk... é um dos presentes que este conto me trouxe... então, esse lance de
depo é pq o marlon não me aguenta mais... não vê a hora de se ver livre de mim, pq eu falo
um monte pra ele... kkkkkk... agora ele fica ameaçando queimar meu filme com o caio... mas
como o dr. lucas é muito ocupado e de belo horizonte, acho que vou contratar vc pra me
defender pri, pelo menos somos vizinhos, que vc acha? estou sendo difamado, caluniado, se o
caio não fosse tão esperto e inteligente ele iria me odiar... kkkkkk... ah! não posso te contratar,
pq vc também fala mal de mim... ó vida... ó azar... shuahauhaushuhauahuahuahus... minha
vida já é boa, mas todos vcs a deixam melhor ainda... muito, muito, muito obrigado...
Dany
Caio,
entendo seu sentimento quando não gostou de ver seus momentos de tesão e desejo estampados
na internet.
Convenci um grande amigo a contar sua história aqui e seu namorado, meu irmão de coração, se
sentia desta mesma forma.
O que expliquei para ele e tomo a liberdade de dizer o mesmo para você é que atraves desses
momentos podemos compartilhar mais que sexo, podemos viver com vocês momentos de
entrega onde todos podemos entender que há muuuuuuuuuuuuuito mais que puramenter sexo.
Meu irmão é gay e durante muito tempo eu o vi sofrendo, sem entender ou respeitar seus
desejos, como se eles fossem mesmo errados.
Nossos comentários, tenho certeza que você viu isso, apoiávamos um ou outro, mas sempre
houve respeito por vocês.
Por isso não se aborreça com o Marlon, releia os textos em que ele fala dos dois e tenha certeza,
muitos aqui, se sentiram mais confiantes em aceitar seus próprios desejos.
Isso é muito, muito, mais que uma terapia, muito mais que uma conversa de bar.
Sobre o apelido, ele tem seu significado e talvez seja só uma desculpa, a importância dele deve
ser vista por voces.
Me sinto honrada em compartilhar desse historia linda.
Deixo um beijo enorme para os dois e meus votos para que busquem juntos a solução para
tirarem cada pedra que aparecer no caminho de vocês.
Felicidades aos dois
Flavio
É interessante ver os dois lados da história, assim sendo nao ficamos como se estivessemos
lendo "Machado de Assis", onde ele coloca so a versao dos fatos dele. Achei legal o
posicionamento do Caio, é realmente a cara dele ser ponderado em tudo o que faz e fala.
Espero ver o resultado de tudo isto logo, logo. Amo vocês...
STROVENGA
RODRIGO! TO MEIO
Marlon!!
Realmente vc tirou a sorte grande, o caio é simplesmente um amor de menino, um carinha
inteligente, enfim....
mas ele tambem tem sorte de ter vc, sua dignidade é simplesmente grandiosa, e sua
maneira ao falar do caio só demostra o quanto vc ama esse mlk
um grande abraço!!
Rodrigo Lima!!
sader koy
JONTAN
oi,querido Marlon
adorei pelo Caio ter compreendido seu ato de amor para com ele,estou satisfeito pelo final ,pois
vocês estam juntos.
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» PσpSC «
bjos
até mais
Raul
Dany
Vc é fogo!!!
Evitei o tempo todo citar a história do Willie e do Diego!!!
___
Sader
Vc é terrível!
Não sei se lhe aperto as bochechas ou se entrego logo algumas palmadas! KKKKK
E não se esqueça de que somos vizinhos!
Combino com a Pri e o pegamos de jeito!!! KKKKKKKKK
Heyck
sader koy
eu terrível? olha, se não bastassem as calúnias e difamações, até as bochechas (que não
tenho!) estão sendo ameaçadas, isso para não citar as palmadas! como é preciso mais de três
pessoas para se caracterizar formação de bando ou quadrilha (segundo o art. 288 do código
penal), então isso deve ser um complô da pri, do raul e do autor desse conto contra a minha
pessoa!!! kkkkk... não tem jeito mesmo, vou ter que ligar para o dr. lucas, pai do rafa, para ele
me defender... apesar de tudo, amo vcs... kkkkkkkkk...
Sader acho que o Lucas está ocupado esganando o Luã, em todo caso..........
kristen
adoro! (:
STROVENGA
» PσpSC «
Bjos
sader koy
fala aí devorador, blz garoto? sabe que no fundo tenho dó do luã viu? ter um homem como o
lucas... poder desfrutar da amizade e da convivência do rafa e do léo... pára tudo! coitado
dele... mas tudo bem, em breve o lipe volta pro brasil e vamos ver o que acontece... ops!
estamos no conto do marlon, né? kkk... ainda bem, pq aqui os dois se amam e estão juntos...
vlw devorador, já "ví" vc aí pela comu... abraaaaaaaço
Marlon
e foi assim...
Oi pessoal querido!
Ontem a noite cheguei da faculdade e encontrei o Caio aqui em casa. Fiquei surpreso, pois,
desde o dia em que ele soube do conto, nós não nos vimos. Perguntei-lhe o que fazia aqui e ele
disse apenas que veio dormir comigo. Já fiquei alerta. Poderia ser que ele tivesse vindo para me
dizer "aquilo" durante a manhã, mas poderia ser também uma forma de ele me dizer que não
conseguiria me chamar mais por "aquele" nome. Era mais provável, convenhamos, que na
manhã seguinte (no caso a manhã de hoje), que ele me acordasse para justificar os motivos que o
levariam a não conseguir mais me chamar de [...]. Eu mesmo já estava conformado.
Pois bem, nem sei como consegui dormir. Na verdade ele percebeu que eu estava tenso, então
fez um pouco de tudo para me acalmar e me pôr para dormir. O que fizemos? Namoramos,
claro! Mas não posso falar muito sobre isso, porque, como vocês já sabem, ele não gosta que eu
conte das nossas intimidades. Então eu durmi super bem hoje, obrigado.
Pela manhã ele acordou depois de mim. Eu fiquei acordado, rolando na cama, esperando
ansiosamente para que ele acordasse também. Quando isso aconteceu, ele se espreguiçou,
espremeu os olhinhos (super fofo né?) e me sorriu com um "Bom dia!". Namoramos mais um
pouco, mas eu não aguentava mais esperar e perguntei se ele não tinha esquecido de nada. E
sabem o que ele me respondeu?
- Esqueci do quê, Marlonzinho-zinho-zinho?
Fui.
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sader koy
que lindooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!
Kaai
Choquei!
hauhauhauhauahuahauha
Lindos!
safada
LINNNNNNNNNDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOO
PERFEITOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Li
hehehe
feliz demais!!! \o/\o/\o/\o/
Tudo de bom pra vcs 2!!!!
Bjooo
safada
CHOQUEI [2]
TO AZUL TURQUESA
Marlon
Gente, ou amanhã, ou no fim de semana, eu aparecerei para contar mais um pouco. Só que, além
de ocupado, eu quero curtir mais o meu namorado, pois a gente quase não se viu essa semana.
Não só por causa do conto, mas essas últimas semanas têm sido cansativas.
» PσpSC «
Huhuuuuuuuuuuuuu ^^
» PσpSC «
Logan
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
q lindoooooooooooo, fofo meigo guti-gute
perfeitooooooo
abrasss
ps: desculpa me manter afastado do conto povo, mais o enem tah aewww i eu preciso muito ir
bem nele
fuii
Guilherme Luccas
Marlon
Vcs se merecem e transmitem o amor nas palavras. Que bom eu ter lido toda esta história de
amor!!
Parabéns ao casal!!!
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.211-2.220 de 2.260
Gem
Simplesmente
PERFEITOOOOOOOOOOO!!!!!!
gato
Caioooo
Paixão
que show!!!
amei do Caio ter te chamado de MARLONZINHO ZINHO ZINHO!!!!!
AMEI MESMO!!!!
bjo a todos...
estou aguardando o retorno do Marlon para contar como está sendo esse novo momento para os
dois!!!!
Summer Doll
Pablo
Perfeito xD
10 set (4 dias atrás)
Leno
espero que se curtam mesmo e que aproveitem todos os momentos. sejam muito felizes
VickViny
Que alegria.
Nessas horas que consigo perceber de forma nítida como um ser humano pode se sentir
radiante com a simples consciência da felicidade do outro.
Marlon!!
Parabéns pelo amor que você construiu esplendidamente ao lado desse rapaz admirável.
Beijos!!!
Pri Florzinha
Ai que delicia!!!!
Adorei!
Cassiano
Concordo Florzinha
Rick
Êêêêêê.....
Gin
JONTAN
CONTO ADORAVÉL.
Ellen
Me abanem. ahauhauhuahuahuhauhauhuahuhau
Adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Heyck
beautiful beautiful
I loved it
Felicidades(mais ainda) para vc's meninos, aguardando noticias !
Em Busca
Que Lindoooooooooooooooooooo...
aiinnn que bom que no final ficou tudo bem!
como diz minha amiga Ivete...
rsrsr...
mandem noticias desse amor lindo...
o casal do ano!
rsrsrsrs...
beijos e felicidades queridos...
torcendo muito por vcs...
Mago
• Ψ Gúúh
Uhuuuuuuuulllllll!
Que bom que o Caio voltou a usar o apelido. Realmente tudo isso aqui passou a valer ainda mais
depois disso!
10 set (4 dias atrás)
Tyler
Eita, que legal!! Que bom que essa conto teve o "final" mais perfeito possível...
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.231-2.240 de 2.260
kristen
Shindouh
marlonzinho-zinho-zinho!!!!!!!!!!
Tom Welling
Vc curte sauna gay?!?Não?!? Então é pq nunca foi nessa sauna! Dá uma olhada na comu!!! Se já
curte então entra tb!!!
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=91454378
==>THUOMAS<==
Whitney
O MELHOR CONTO !
Que bom que as coisas sairam do jeito que você planejou !
Boa Sorte Sempre!
Luk
QUE DEMAIS!!!!!!!!!!
Big abraços
sader koy
esses dois devem estar se divertindo! o caio só enchendo aquele marmanjo do marlon de
mimo... kkkkk...
Marlon
Oi, apareci!
Sim, não vou mentir que estive namorando muito nesse tempo. E como ainda estou meio bobo,
nem sei o que falar. Ele já me chamou umas vinte vezes de Marlonzinho-zinho-zinho. Depois de
um tempo achei que ele estivesse fazendo isso só para me agradar, aí o chamei para conversar.
Disse a ele que não precisava me chamar pelo apelido se ele não quisesse, mas ele disse que
surpreendentemente se sente a vontade me chamando assim. Ele disse que as impressões iniciais
que ele teve do conto estão passando. Ele disse que foi legal se ler, deu para refletir sobre muitas
coisas que já passaram, mas que ficaram insolúveis. Mesmo assim ainda disse que o sexo era
desnecessário (eu ri muito quando ele disse isso). Aí ele me contou que a coisa boa disso tudo é
que ele deixou de odiar o "Arthur". Contou que durante todo esse tempo ele guardava ódio dele e
que por isso toda vez que ele lia "Marlonzinho-zinho-zinho" no conto ele se sentia mau. Mas ao
saber do fim de tudo e de como se deu aquele terrível beijo, ele percebeu que o ódio não tinha
sentido em existir.
"Você matou dois coelhos com uma cajadada só. E olhe que eu amo os coelhinhos!", disse ele ao
fim da conversa. Pergunta repetitiva: dá para não amar alguém assim?
Ele nem foi para casa ainda. Trouxe uma muda de roupa e está ficando aqui. Eu adoro porque ele
acaba cozinhando para mim e eu estou me alimentando muito bem, obrigado. Ontem ele foi
estagiar (estágio de um dia) em uma festa, cozinhando. Quando ele chegou eu já estava
dormindo. Ele nem me acordou e ficou na sala. Mas eu acordei sozinho e fui até lá. Aí a gente
ficou namorando e ele me fazendo massagem (porque eu sim trabalhei e muito e estava super
cansado) aí ele se ofereceu para esquentar a comida que ele trouxe da festa e foi lá preparar. Aí
eu percebi eu estou meio chato, meio "maridão mandão". Mas ele disse que gosta e não tá nem
aí. Fofo!
• Ψ Gúúh
Akkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'
Vidão hein? Vendo coisas assim, faz até agente repensar em políticas como á de ser solteirão.
Gin
Ah, minha mãe está gravida mentalmente. Vou ter um irmãozinho, ou irmãzinha. Ela e o marido
novo pretendem adotar. Minha mãe não pode mais ter filhos por causa da idade. Minha mãe
também disse que o marido dela e a irmã lésbica estão brigados por causa de tudo o que
aconteceu. Aí eu fiquei com medo de ela ainda estar magoada com a minha orientação, mas ela
disse que não. Disse que quer que nas férias Caio e eu façamos uma visita, talvez até passar uns
dias no sítio. Meu pai recebeu bem a notícia, afinal ele não ama a minha mãe mesmo...
Ah, sabem porquê o Tom chamou o Caio de Madonna de pênis? Porque o Caio deu a idéia da
nossa turma fazer a nossa formatura com o tema "Confessions" (eu não gostei da idéia, mas...).
A roupa dos formandos vai ser tipo Xanadu + anos 80 + Hung up + Studio 54. O Tom e a
Claudinha estão brigando para ver quem vai vestir o colant roxo. O Caio desenhou a minha
roupa, por isso não gostei. Vai ser shortinho, camisetinha, tênis de basket, meia até o joelho e
óculos escuros. Mas eu não vou vestir esse carnaval, aí ele é quem vai assim. Eu sei que eu sou
gay, mas isso é muito, muito, gay, até mesmo para mim.
Tirando isso, acho que não tenho novidades. Estamos todos bem (até que enfim).
Abraços.
Boa noite.
Rick
A D O R O esse conto
Paixão
100000000000!!
Tonny
TÔ TODO EMOCIONADO
MARLON
PARABÉNS E QUE DEUS ABENÇOE SEMPRE VCS DOIS!!! SEJAM MUITO FELIZES
Em Busca
Lindooooooooooooo...
clarooo que o Caio agora não liga mais que o "Arthur", falasse o marlonzinho - zinho - zinho...
O país inteiro falou aki nessa comu...
kkkkkkkkkk...
saudades imensas de vc Marlon...
que bom que tudu está bem...
mande noticias sempre...
Pablo
sader koy
“Aí eu percebi eu estou meio chato, meio "maridão mandão". Mas ele disse que gosta e não tá
nem aí. Fofo!”
.
marlon, cuidado heim! daqui um tempo vc vai ficar de pijamas deitadão no sofá, vendo
futebol e: “caioooooooooooooooooo, traz uma ceva! caioooooooo faz pipoca”... kkkkkkkk
.
sader koy
“O Tom e a Claudinha estão brigando para ver quem vai vestir o colant roxo. O Caio desenhou a
minha roupa, por isso não gostei. Vai ser shortinho, camisetinha, tênis de basket, meia até o
joelho e óculos escuros. Mas eu não vou vestir esse carnaval, aí ele é quem vai assim. Eu sei que
eu sou gay, mas isso é muito, muito, gay, até mesmo para mim.”
.
fala pro tom e pra claudinha irem os dois de colant roxo, pronto, resolvido... nem precisa
brigar... kkkkk... e que que tem vc colocar essa roupinha discreta que o caio desenhou pra vc?
Que que tem, que que tem? pra encerrar com chave de ouro só falta mesmo a festa de
formatura ser numa boate gls... daí sim o caio ia se superar! kkkk... olha, veja pelo lado bom
marlon, pro caio desenhar uma roupa assim pra vc é pq a confiança dele está 100%... pq vc,
com certeza, ia fazer sucesso, fala aí? fui... abraço m/c, abraço galera...
.
.
primeira | < anterior | próxima > | última mostrando 2.251-2.260 de 2.260
contente
estou feliz por vocÊs se acertarem e ficarem numa boa,que o amor que foi o mais
importante,parabéns,
abraços
e
bom dia.
Flavio
Marcando...
Bruno
O Garoto e o Saxofone
Gente que saudades de todos os dias vir aqui e ler um pouquinho deste conto que foi
maravilhoso e do cuidado que o Marlon tinha em nos avisar quando não podia postar...
RODRIGO! TO MEIO
Rodrigo lima
» PσpSC «
hehehe
bjs
Pri Florzinha
Marlonnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn!!!
Obedeça seu namorado e vá com a roupa que ele desenhou pra vc!!!! Humpf! Vc é gay, a roupa
é gay e quem a desenhou foi o amor da sua vida, então use!!!
Olha que nós vamos começar a campanha pra vc ir com esta roupa na formatura! E nossas
campanhas são fodásticas viu!!!
STROVENGA
sader koy
hilário... kkkkkkkk... o "nosso" marlon machão, com seu estilo lenhador do campo, usando
esse shortinho curto.... kkkkk... nada contra os caras que usam shortinho curto e muito menos
contra o "artista" que desenhou a roupa... que merece todos os agrados do mundo... mais que
ia ser muito engraçado isso ia sim... eu pagava pra ver... kkkkkkkkkk... estou me matando de
rir aqui só de imaginar a cena...
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