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Rio de Janeiro
maio de 2019.
III
“Nós somos o que fazemos. O que não se faz, não existe. Portanto, só existimos
quando fazemos. Nos dias que não fazemos, apenas duramos”
(Padre Antônio Vieira)
IV
Agradecimentos
Agradeço aos meus pais pelo carinho e dedicação. Minha mãe, que Deus a
tenha, me inspira com seus princípios e me socorre nas angústias e aflições.
Aos colegas de curso com o qual tive o prazer de conviver nesse período e que
enriqueceram as discussões, além de em muito me ajudarem nessa jornada.
Resumo
SAMPAIO, RENATO. IGREJAS, Rafael. A transversalidade do biogás
demanda uma abordagem integrada. Rio de Janeiro, 2019. X p. Trabalho
de Conclusão de Curso – Especialização em Políticas Públicas e Gestão
Governamental nos Setores Energético e Mineral. Departamento de
Administração - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
The biogas theme is transversal to several sectors. The benefits are diffuse
and require an integrated approach. The issue of biogas and biomethane
as a result of biogas purification is aligned with national environmental
public policies and global agendas. The use of biogas is strongly related to
the circular economy and can contribute to reducing the negative impacts
of various human activities. The country's prominence in the agricultural
sector and the need to establish solutions for the treatment of urban waste
accredit the country to have a national public policy for this biofuel.
Sumário
2 Revisão de literatura 4
2.1. Conceituação de biogás 4
2.2. O estágio do biogás no Brasil 5
2.3. O biogás nas matrizes energética e elétrica brasileira 6
2.4. O biogás no Mundo 8
2.5. A perspectiva ambiental 12
2.5.1. Os gases de Efeito Estufa – visão geral 12
2.5.2. GEE no Brasil 15
2.5.3. O Acordo de Paris 17
2.5.4. MDL, Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões 19
2.5.5. A economia Circular 21
2.6. A perspectiva sócio-ambiental 22
2.7. A perspectiva econômica 23
2.8. Aderência da temática do biogás aos setores agropecuários, de
tratamentos de resíduos urbanos e sucroenergético 24
2.8.1. Produção de biogás por tipo de biomassa 24
2.8.2. A pertinência e a aderência do Biogás em relação ao setor de
resíduos sólidos urbanos 25
2.8.3. A pertinência e a aderência do Biogás em relação ao setor de
águas residuais 28
2.8.4. A pertinência e a aderência do Biogás em relação ao setor
agropecuário 30
VII
6 Referências Bibliográficas 46
Lista de figuras
Lista de Tabelas
1.2.Objetivo do estudo
Para se atingir o objetivo final proposto esse estudo prevê, como objetivos
intermediários a serem alcançados:
2 Revisão de literatura
2.1.Conceituação de biogás
Percentual
Gás
(volume)
Hidrogênio (H 2 ) 0% – 1%
Gás sulfídrico (H 2 S) 0% – 3%
Oxigênio (O 2 ) 0% – 2%
Amoníaco (NH 3 ) 0% – 1%
Nitrogênio (N 2 ) 0% – 1%
Fonte: Cetesb. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/biogas/,
acessado em 16/04/2019
5
Figura 1 – Quantidade de plantas e produção de biogás segundo a situação das plantas em 2015 e
2018. Fonte: Cibiogás (2019), Nota Técnica Cibiogás-ER - 02/2019 que aborda o panorama do
Biogás no Brasil.
Figura 2 – Quantidade de plantas e produção de biogás segundo o porte das plantas em operação
em 2018. Fonte: Cibiogás (2019), Nota Técnica Cibiogás-ER - 02/2019 que aborda o panorama do
Biogás no Brasil.
uso de biogás, seguida pela energia térmica com 16,5%, biometano com 9,7% e
Figura 7 Figura 7 - Capacidade instalada de biogás (MW) - Fonte: International Renewable Energy
Agency – IRENA
Figura 9 - Produção de biometano e o uso do biometano como combustível de veículo nos maiores
países produtores de biometano no mundo (Adaptado). Fonte: Stambaský et. Al. (2015) - IRENA
Biogás for Road Vehicles 2017
10
Figura 10 – Total dos custos de produção do biometano usado como combustível em veículos,
após a inserção na rede (Adaptado) Fonte: Urban et. al. (2009); Urban (2010); Adler et. all (2014).
IRENA BIOGAS FOR ROAD VEHICLES 2017.
Nota: (1) Do inglês; “Overall supply costs after grid injection, without gas grid operantion free and
capital and O&M costs of filling station”. Depreende-se que sejam os custos após a inserção do
gás na rede; a rede não é operada de forma gratuita, não considera custos de capital (capital
investido na rede) e custos de O&M na estação de abastecimento.
1
Seção elaborada com base no artigo - A significant contribution to decarbonising
gas markets?, da Oxford Institute Energy Studies, de junho de 2017.
12
isso poderia ser administrado como parte da rotação de culturas, mas mudanças
no EEG em 2012 e 2014 removeram incentivos para uso de culturas
energéticas.
A mudança resultou na diminuição significativa na expansão no número de
novas usinas. Enquanto, entre 2009 e 2011, 1.000 novas usinas de biogás foram
adicionadas ao sistema, a partir das mudanças na lei o número de novas usinas
foi reduzido para 100 plantas ao ano.
Em 2017, cerca de 5% da demanda total de energia na Alemanha era
oriunda de biomassa.
Ainda nesta época, o Biometano para injeção na rede continuava
relativamente pequeno. Apesar de cerca de 10.000 usinas produzirem biogás
bruto na Alemanha, no final de 2016, havia apenas cerca de 200 plantas
produzindo biometano para injeção na rede de gás natural, com energia total
injetada em torno de 1% por cento do consumo total de gás natural.
Nesta seção será abordada a questão dos gases de efeito estufa que
pauta a busca por soluções que utilizem combustíveis com menores potenciais
de gases que retenham calor na atmosfera.
Os gases que acumulam calor na atmosfera apresentam o potencial de
aquecimento global em termos de Dióxido de carbono equivalente (CO 2 eq ).
Esta seção será dividida em dois tópicos: (i) gases de efeito estufa, uma
visão geral e; (ii) gases de efeito estufa no Brasil.
Os gases do efeito de estufa (GEE) são descritos como substâncias
gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente
pela superfície terrestre, e dificultam a liberação do calor para o espaço, o que
apresentaria como resultado o aquecimento global.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (em inglês,
Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC) apresenta estimativa do
13
Metano CH 4 21
Nota: Indicação da fonte pela CETESB: MUDANÇA do clima 1995: a ciência da mudança do clima:
sumário para formuladores de políticas aprovado pelo grupo de trabalho I do IPCC e aceito pelo
IPCC e sumário técnico do relatório do grupo de trabalho I aceito pelo IPCC. Editorado e traduzido
pela Coordenação Geral de Mudanças Globais, do Ministério de Ciência e Tecnologia, com
autorização do Secretariado do Painel sobre Mudanças do Clima. Tradução Anexandra de Ávila
Ribeiro. Revisão José Domingos Gonzales Miguez. Brasília, DF: MCT, 2000. 56 p. Resumo e
adaptação da tabela original (p. 26) pela Divisão de Mudanças Climáticas – CETESB. Disponível
em aqui. Acessado em: 27 fev. 2013.
2.5.2.GEE no Brasil
Figura 13 (Adaptado) – Estimativas das emissões por setor no Brasil de 1990 a 2015.
Fonte: 4ª Edição das estimativas anuais de gases de efeito estufa no Brasil (2017).
Sistema Nacional de Registro de Emissões (SIRENE). Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovação e Comunicação.
Figura 14 (adaptado) - Participações de emissões de gases de efeito estufa por setor no ano de
2015. Fonte: 4ª Edição das estimativas anuais de gases de efeito estufa no Brasil (2017). Sistema
Nacional de Registro de Emissões (SIRENE). Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e
Telecomunicações – MCTIC. Disponível em: http://sirene.mctic.gov.br/portal/opencms/, acessado
em 06/04/2019
Biogás (suinocultura e
63 18,6 25.072.484 6,7
águas residuais)
Gas de Aterro 50 14,8 88.066.690 23,5
Fonte: MCTIC, Status dos Projetos de MDS 2016. Disponível em:
https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/ciencia/SEPED/clima/mecanismo_de_desenvol
vimento_limpo/Mecanismo_de_Desenvolvimento_Limpo.html - acessado em 09/04/2019
2
1 Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC
na sigla em inglês)
21
Produção de biogás
Biomassa 3
(m /ton biomassa)
Lodos de esgoto 40 - 60
O gás oriundo de aterro, tratado pela sigla LFG (do inglês, Landfill Gas)
pode ser aproveitado de duas maneiras: primeiro, ele pode ser transportado até
um usuário final por meio de um gasoduto dedicado, após o processo de limpeza
leve. O gás resultante preserva o seu conteúdo energético original e o gás
natural oriundo de aterro substitui – ou é misturado com – gás natural no ponto
de uso (ABRELPE, 2013).
A segunda maneira de substituir o gás natural é injetá-lo em uma rede de
distribuição de gás natural já existente. Quando distribuído aos clientes através
dos dutos, o gás natural deve atender a severos padrões de qualidade. Os
operadores do gasoduto somente permitirão a entrada do LFG nos dutos após o
processamento para aumentar seu conteúdo energético e atender às severas
normas relativas a sulfeto de hidrogênio, umidade, dióxido de carbono e
NMOCs 3. A necessidade de praticamente dobrar o conteúdo energético do LFG
tem levado o setor de utilização de LFG a chamar de gás de “alto BTU” ao gás
purificado para atingir qualidade para bombeamento nos gasodutos.
Segundo o estudo em 2011, foram gerados aproximadamente 198 mil
toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos no Brasil, o que corresponde a
cerca de 62 milhões de toneladas por ano.
Do total de resíduos gerados, 90% foram coletados, o que equivale a
aproximadamente 180 mil toneladas por dia. Dos resíduos coletados em 2011,
3
Non-methane Organic Compounds, no inglês. Compostos Orgânicos Não
Metanos.
26
Figura 19 - Índice de tratamento dos esgotos gerados no País e nas macrorregiões, em 2010 e
2017, segundo dados do SNIS, Fonte: Ministério do Desenvolvimento Regional, Plano Nacional de
Saneamento Básico – PLANSAB – versão revisada 2019.
3.3.Limitações do Estudo
Item Descrição
Figura 23– Percentual de municípios que dispõem seus resíduos sólidos domiciliares em aterro
sanitário, no País e nas macrorregiões, em 2010 e 2016. Fonte: Ministério do Desenvolvimento
Regional, Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB – versão revisada 2019.
Figura 24 Esquema representativo do ciclo do biogás (Adaptado). Fonte: IEA Bioenergy. Task 37.
Governance of Enrironmental Sustainability of manure-based centralised biogas production in
Denmark. Task 37: 7:2018.
Nota (1): A barra cinza clara representa a quilometragem a partir dos subprodutos associados ao
combustível. Ex: no caso do álcool, considera a torta de filtro e a palha.
% redução em relação à
Matéria Prima gCO 2 eq/MJ gasolina
Biogás de restos
21,40 74%
orgânicos
Estrume úmido/molhado
14,40 83%
Item Descrição
Item UF Descrição
6 Referências Bibliográficas
https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/ciencia/SEPED/clima/mecanismo_de_d
esenvolvimento_limpo/Mecanismo_de_Desenvolvimento_Limpo.html.