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História 9º ano

(pág. 40)

O peso crescente das classes médias

Os progressos económicos do século XIX e as alterações políticas verificadas nos primeiros anos
do século XX provocaram grandes transformações na sociedade europeia.
A alta burguesia enriquece devido ao investimento em setores como o comércio, a indústria e os
transportes, o que lhes vai permitir formar um novo grupo social com base no poder e na riqueza.
Este grupo social (vive nas cidades) e é formado por pequenos e médios empresários,
profissionais liberais e funcionários públicos. A Classe Média será responsável pelas mudanças
políticas e culturais vão alterar os costumes e as mentalidades nas primeiras décadas do século
XX. O crescente peso social deste grupo, faz com que os partidos políticos ambicionassem o seu
apoio.
A crise após a guerra afetou essencialmente a classe média, onde apareceram novos-ricos e
novos pobres. Em contraste, nas classes populares, os operários viviam em péssimas condições
e por isso começaram as reivindicações através de greves e manifestações organizadas pelos
sindicatos que os representam.

Emancipação feminina/mulher

Trata-se da libertação da mulher em relação ao homem

Durante a 1º Guerra, as mulheres substituíram os homens em algumas atividades profissionais. A


partir dos anos 20 desencadearam-se movimentos feministas (muito ativos) → Reino Unido e EUA

Luta pela igualdade de direitos e pelo direito ao voto

Belle Époque

Período de paz nas potências ocidentais europeias (final séc. XIX até à 1º Guerra Mundial). O
ponto marcante desta época foi o estilo boémio francês, marcado pelas criações e avanços
tecnológicos e científicos da altura (o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, o automóvel e o
avião) que facilitaram a vida quotidiana.

(pág. 44)

Valores tradicionais: Dedicação ao trabalho; Esforço individual; Devoção pela família e pela
pátria;

Choque da Guerra: Descrença na superioridade moral; Mudança de costumes; Ânsia de gozar


a vida; Diminuição da influência da igreja; Degradação familiar; Independência da mulher.
História 9º ano
Os loucos anos 20

A alteração de mentalidades atinge o seu auge nos anos 20 (Europa e EUA)

Busca pelo prazer e pelo divertimento. Paixão pelos automóveis, aviões, jazz e dança.
Entusiasmo pela vida noturna. As mulheres passam a usar saias curtas e cabelos à garçonne
(cabelos arrapazados), praticam desporto e fumam.
Travessia do Atlântico Sul (1922) – Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Travessia do Atlântico Norte (1927) - Lindbergh

(pág. 46)

No início do séc. XX, surge a sociedade de massas

(crescimento das classes médias → concentração populacional nos centros urbanos)


Cultura de massas → centra-se no divertimento e na fuga da realidade

(Difusão dos meios de comunicação de massa)

Imprensa: Aumento do nº de leitores (+ instrução pública) ; Rádio: Transmite música e relata política (Anos 30 na
Europa) ; Cinema: produção de filmes mudos (Charles Chaplin)
História 9º ano
(pág. 50)

Arte mais ousada e original:


• Espírito rebelde e reflexão das inquietações do período;
• Paris é a capital da cultura. Berlim e Viena têm importância a nível cultural.

Relativamente à pintura:
Pintor: Estilo:
Van Gogh Expressionismo: surge na Alemanha no final do séc. XIX (Movimento
subjetivo → deforma a realidade)
Gauguin Fauvismo: Surge em França no final do séc. XIX e prolonga-se até ao
início do séc. XX. Neste movimento usam-se cores fortes e pinceladas
violentas (explosão de cor) → sem intenção crítica ou política.
Cézanne Cubismo: Surge no séc. XX em França (1906 a 1909) e usa as formas
Picasso e Braque geométricas para representar objetos da natureza em três dimensões
com base nas formas geométricas, destruindo a imagem natural.
Kandinsky (1907) Abstracionismo (não figurativo) → combinação de linhas, formas,
texturas e cores que permite ao artista representar objetos abstraídos
da realidade. (pintura pura, sem objetos)
Umberto Boccioni Futurismo: Surge na 2º década do séc. XX e predomina em França e
Itália. Este movimento valoriza a tecnologia, a velocidade e o
dinamismo) → Movimento e dinâmica
Freud e Salvador Surrealismo: Surge na 2º década do séc. XX em Paris e representa o
Dalí que está para além da realidade → Mundo inconsciente.

(pág. 54)
No final do século XIX surge na Europa e nos EUA a Arte nova → arte decorativa baseada na
forma ondulante, ornamentação exuberante e exótica (Gaudí).

Utilizam-se novas técnicas de construção → cimento armado

A forma dos edifícios é adequada à função do mesmo

No ano de 1919 é fundada na Alemanha, Bauhaus (escola de artes plásticas), por Walter Gropius
(defendia a democratização da arte)

Inaugura a tendência funcionalista

Funcionalismo: a forma dos arquitetónica deve obedecer às exigências dos edifícios. (Le
Corbusier)

Por sua vez, Frank Lloyd Wright, pretendia estabelecer uma ligação entre espaços (interior e
exterior) e construção, integrando o edifício na paisagem.
História 9º ano
(pág. 56)

No início do séc XX, a cultura em Portugal limita-se a Lisboa, Porto e Coimbra.

Neste período dá-se o aumento das sociedades culturais e das revistas literárias

Antes da I guerra mundial → arte com tendências naturalistas representadas por Camilo
Pessanha e Raul Brandão

No ano de 1915 dá-se uma agitação do meio cultural lisboeta quando é criada a Revista Orpheu
(introdução de movimentos vanguardistas – futurismo/modernismo)

Idealizada por um grupo de jovens escritores e artistas:

Fernando Pessoa; Mário de Sá Carneiro; Almada Negreiros.

(pág. 64)

Dificuldades, descontentamento e vontade de mudança

No final do século XIX, Portugal é um país economicamente atrasado e predominantemente


agrícola. A sua indústria centrava-se maioritariamente em Lisboa e no Porto. A balança comercial
portuguesa é deficitária (mais importações do que exportações), recorrendo a empréstimos ao
estrangeiro, endividando-se.
Entre os anos 1890 e 1892, dá-se uma crise económica em toda a Europa, provocando a falência
de bancos e de pequenas e médias empresas. Por sua vez, os operários estavam descontentes
porque viam os seus empregos em risco e viviam com fracas condições de vida, salários baixos
e horários demasiado pesados.
Portugal era regido através de uma monarquia constitucional que alternava o seu poder entre o
Partido Regenerador e o Partido Progressista.
Em 1870 é fundado o Partido Republicano → Intensa campanha contra a monarquia através de
manifestações tendo o apoio da burguesia (descontentes pela economia do país).
A queda da monarquia traria melhores condições de vida para os operários. O Republicanismo
ganha destaque em Portugal no início do século XX e defende o fim da monarquia e a igualdade
perante a lei.

(pág. 66)

Impopularidade da Monarquia → Crise económica e financeira; Descontentamento contra


o governo face à cedência ao Ultimato Inglês;
História 9º ano
O Partido Republicano ganha apoiantes devido ao descontentamento da população e a 31 de
janeiro de 1891 dá-se a 1º Revolta Republicana com a colaboração de organizações como a
Maçonaria e a Carbonaria que descredibilizaram a monarquia.

Em 1907, o Rei D. Carlos dissolve o Parlamento e decreta que João Franco é o líder do governo
(ditadura). Nesse momento estabeleceu-se a censura à imprensa e o desterro de presos políticos
para as colónias.

Em fevereiro de1908 ocorre o Regicídio do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro (D. Luís) no terreiro
do Paço (extremistas republicanos). Após este acontecimento foi o filho mais novo que sucedeu
ao trono (D. Manuel) com apenas 19 anos. Tomou diversas medidas nomeadamente a demissão
de João Franco e restabeleceu a normalidade constitucional sem nunca recuperar a credibilidade
do regime monárquico.

(pág. 68)

A 4 de novembro de 1910 deu-se uma revolta militar com o apoio da população que provoca a
Queda da Monarquia.

O comando das operações é assumido por António Machado Santos. As forças apoiantes da
Monarquia quase não saíram à rua para defender o rei.

Os navios (movimento revolucionário) ancorados no rio Tejo bombardeiam o Palácio das


Necessidades onde estava D. Manuel II. A família real abandona secretamente a cidade de Lisboa,
exilando-se no estrangeiro.

A 5 de outubro de 1910 é proclamada a Implantação da República à qual não existiu qualquer


resistência. De seguida, nomeia-se um Governo provisório que tem como líder Teófilo Braga.
Dá-se assim início à 1º República Portuguesa que perdura até 1926. Este governo elabora as
primeiras leis e prepara as eleições para a Assembleia Constituinte que ocorrem em 1911. Esta
elaborou a primeira constituição republicana portuguesa → Constituição de 1911

Poder legislativo (faz as leis) → Cabe ao Parlamento

Poder judicial (Julga quem não cumpre as Leis) → Compete aos Tribunais

Poder executivo (Executa as Leis) → Pertence ao Presidente da República

O Parlamento escolhia ou destituía o Presidente da República enquanto o Governo só podia


exercer funções se tivesse o apoio da maioria dos deputados.

Parlamentarismo → Predominância do Parlamento sobre o poder executivo.


História 9º ano
(pág. 70)

Afonso Costa (ministro) tomou medidas essenciais em quatro áreas:

Legislação social: autorização e regulamentação das greves; descanso semanal;


limitação dos horários de trabalho → medidas lentas e limitadas para satisfazer os operariados.

Laicização do Estado: lei da separação da Igreja e do Estado; Expulsão das ordens


religiosas e nacionalização dos seus bens; criação do registo civil obrigatório e legalização do
divórcio.

Ensino: instrução obrigatória e gratuita (7-12 anos); fundação das universidades de


Lisboa e Porto.

Finanças: diminuição da despesa pública e o défice.

Pouco tempo depois, foram sentidas dificuldades → Oposição da Igreja Católica; Divisão do
Partido Republicano em partidos mais pequenos (rivais); Descontentamento do operariado que
realizavam movimentos grevistas frequentes; A monarquia conspirava contra o regime
republicano.

(pág. 70)

Reforço do apoio
Neutralidade
interno à República
População
dividida
Intervenção ao Quebra do
lado doss isolamento de
Aliados Portugal

Garantir a posse das


colónias africanas

Os intervencionistas venceram e em 1917 o governo republicano envia para a frente de combate


francesa o CEP (Corpo Expedicionário Português)
A participação na guerra desencadeou → Forte esforço militar; Aumento das dificuldades
económicas; Descontentamento da população; Agitação Política (Período de ditadura (1917-1918)
com Sidónio Pais)
História 9º ano
(pág. 72)

Os problemas económico-financeiros do após guerra

Inflação descontrolada; Desvalorização da moeda;


Diminuição do nível de vida dos operários/funcionários e militares (o salário não acompanhava a
subida constante de preços).
Défice financeiro (despesas maiores do que as receitas); Acumulação de empréstimos ao
estrangeiro difíceis de pagar.
Mudanças constantes de governo – instabilidade política
Manifestações e greves constantes do operariado;
Atentados da extrema-esquerda que sobressaltavam a população → Clima de insegurança

Golpe de Estado provoca o fim da 1º República a 28 de maio de 1926

(1910-1926 – 45 governos e 8 presidentes)

Entre 1926 e 1933, o país entra num período designado por Ditadura Militar

Dissolução do Parlamento e suspensão das liberdades individuais → Militares ao poder

Em 1928 confirmou-se no cargo de presidente da república interino o General Carmona → ganha


eleições como único candidato. No mesmo ano, António Oliveira Salazar (conhecido pelas suas
competências técnicas e pelas suas ideias conservadoras → assume ministério das finanças

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