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Universidade Federal do Amazonas

Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia


ITB013 - Evolução

Relatório de Aula Prática Inferência Filogenética


Filogenia das Aves Ratitas

Discentes: Crisleny Sakamoto


Francielle Romão
Docente: Welma Carneiro

Itacoatiara – AM
2023
INTRODUÇÃO
A filogenia ou filogênese consiste em definir hipóteses sobre as histórias evolutivas
das espécies, desde os seus ancestrais até os seres recentes. A Filogenia nasceu em
1966, a partir dos estudos de Willi Henning.

Com os princípios da teoria da evolução de Darwin, a determinação da história de


vida dos descendentes e a elaboração de cladogramas são fundamentais para elaborar
um sistema de classificação dos seres vivos. Daí a importância da filogenia.

A filogenia é a história genealógica de uma espécie e de suas hipotéticas relações


de ancestrais e descendentes. Baseia-se em estudos morfológicos, comportamentais e
moleculares. A cladística ou filogenética é o ramo da sistemática que reconstrói a
filogenia. A sistemática é a área da Biologia que se preocupa principalmente em
compreender a filogenia, ou seja, a história evolutiva das espécies. Para estudos de
sistemática, a descrição da espécie é fundamental. Assim, as características genéticas,
ecológicas, fisiológicas, evolutivas, entre outras, proporcionam melhores resultados
(MAGALHÃES, Lana. 2018).

Para esta aula, teve-se como objeto de estudo a filogenia das aves ratitas que são
aquelas que possuem características como: gigantismo, asas atrofiadas, osso esterno sem
quilha no peito, pernas longas, pescoço comprido, penas pouco desenvolvidas e são
incapazes de voar. Tais aves compartilham esses aspectos morfológicos: ema, avestruz,
kiwi, casuariz, emu entre outras

Figura 1: Aves ratitas

Depois de fazer uso do programa MEGA-X, partindo-se das sequencias de rDNA


de algumas aves ratitas, foi possível obter diferentes formas da árvore filogenética.
Primeiramente foi utilizado o método de máxima parcimônia a qual obteve tal árvore
filogenética não enraizada, ou seja, sem representar uma linhagem ancestral geral, com
índices de consistência, retenção e consistência reescalonado como representado na
figura a seguir:
Figura 2: Árvore (Fenograma) de máxima parcimônia não enraizada.

Em inferência filogenética, a parcimônia corresponde ao princípio de que a


filogenia exige o menor número de mudanças evolutivas para se obter a melhor
estimativa da filogenia real, contando os eventos evolutivos e os gerando como uma
nova condição de caráter derivada, assim o número de passos da filogenia destas aves
foi correspondente a 160.

Figura 3: Número de passos

Há duas maneiras de retratar a filogenia das espécies, sendo uma o filograma, que
possui ramos com tamanhos diferenciados e o cladograma. Tais representações tem
como objetivo representar a história filogenética de um grupo ordenada em sequência de
organismos ancestrais e descendentes e expressar as relações filogenéticas apenas entre
táxons terminais evidenciados por caracteres derivados compartilhados, ou seja, a
ancestralidade e o grau de divergência adaptativa, e após clicar no perdiz (grupo
externo) foi possível obter a árvore já enraizada:
A

Figura 4: Diferença entre cladograma e filograma, Cladograma A. Filograma B


Figura 5: Árvore enraizada
Pode-se notar que o enraizamento da árvore retrata a linhagem ancestral e as
ramificações retratam os descendentes do ancestral, conforme se avança da raiz para as
pontas, está avançando no tempo também. Dessa forma, definindo o perdiz como grupo
externo, pode-se notar que ele não pertence ao grupo de estudo em questão. Nas árvores
filogenéticas, existem diferentes formas de representação, como por exemplo, o formato
circular e o formato de raiz, como representado na figura:

Figura 6: Exemplos de formato das arvores filogenéticas. A. Circular. B. Raiz

Também pôde-se obter os cálculos de apoio do apoio estatísticos para então obter a
seguinte árvore:
Figura 7: Arvore construída após o Bootstrap

Máxima verossimilhança

Utilizando o método estatístico da máxima verossimilhança, o mesmo escolheu


entre as hipóteses a HKY-G (Figura 10), que é a que torna os dados mais prováveis, ou
melhor, a que retrata um maior grau de adequação a um modelo de substituição, e
assim, o melhor modelo evolutivo com taxas variáveis entre sítios seguindo o parâmetro
Gamma.

Figura 8: Modelo evolutivo de melhor entendimento

E após isso, foi possível obter a seguinte árvore filogenética por meio deste método
de máxima verossimilhança:
Figura 9: Árvore de verossimilhança

Para finalizar foi assumido a seguinte matriz de distância entre agrupamentos dadas
nas seguintes árvores:

Figura 10: Matriz de distância por agrupamento


Figura 11: Árvore de junção de grupos vizinhos

Conclusão

Sabe-se que há métodos quantitativos e qualitativos para a inferência de filogenia.


Métodos como os de aproximação dos vizinhos (distância) e máxima parcimônia que
considera a árvore mais curta (em número de passos de transformação) a melhor
hipótese sobre a relação filogenética de um dado conjunto de terminais. Passo de
transformação é o custo atribuído à mudança de estado de caráter em um dado ramo da
árvore enquadra-se naqueles que são utilizados para a construção de uma filogenia
inicial, que posteriormente é submetida a algum método do grupo qualitativo. Já o de
máxima verossimilhança que é um método para estimar os parâmetros de um modelo
estatístico a partir de um conjunto de dados e dado um modelo estatístico, a estimativa
por máxima verossimilhança estima valores para os diferentes parâmetros do modelo,
logo enquadra-se naqueles que atribuem um critério de otimização para escolher a
melhor filogenia existente.

Referências

MAGALHÃES, Lana. Filogenia. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/filogenia/. Acesso em: 23 fev. 2023
Storer, Traci  i. et al. Zoologia Geral. 6ª ed. São Paulo.  Companhia Editora Nacional,
2007.

Sick, H.; P. Barruel. Livro: Ornitologia Brasileira. Editora Universidade de Brasília.


1984.

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