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2022
PORTO ALEGRE – RS
Ao realizar a leitura do artigo “Nem crioulo doido nem negra maluca: por um
aquilombamento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, dos autores Emiliano Camargo
David e Maria Cristina Gonçalves Vicentin, deparamo-nos com um tema
negligenciado ao longo dos anos de luta antimanicomial no Brasil e América Latina.
Vemos com o Manifesto da Carta de Bauru que desde os primeiros passos dados no
movimento da RP brasileira, já se sabiam que as opressões interseccionalizadas de
gênero, raça e classe são determinantes sociais que incidem diretamente na saúde
mental e no modo com as políticas públicas neste campo são sistematizadas. No
entanto, apesar da aparente consciência de que as opressões estruturais do colonial-
capitalismo incidem sobre as políticas de saúde mental, o histórico processo de
genocídio sistemático da população negra ocupou um lugar marginal em nossas
discussões, aparecendo em pouco ou quase nenhum momento como temática central
na compreensão da manicomialização.
Referências Bibliográficas