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Atividade AIC

Produção

Documentário Lado B

O documentário relata a jornada de um grupo de artistas que embarca em um processo de


fazer um longa metragem com pouca verba. Logo de início o documentário nos mostra os
impasses vividos pelo diretor, produtores, atores e toda a equipe que topou fazer esse filme
com poucos recursos financeiros. O documentário mostra em evidência como aquelas
pessoas realmente estavam interessadas e com o forte objetivo de fazer o filme acontecer.
Durante o processo muitas pessoas que estavam na equipe acabam desistindo e tendo de
ser substituídas. Fazer um longa-metragem com dedicação de horas por dia sem receber
nada em troca é de fato algo desafiador e só permanece quem realmente acredita, tem
tempo hábil e interesse no projeto. Uma das maiores formas de trabalho da equipe é por
meio de colaborações e parcerias, sem isso o filme não teria sequer começado. Tais
colaborações são evidentes em todo o processo: seja com relação aos próprios
profissionais que estão ali desempenhando seu trabalho, seja na locação de espaço,
mise-en-cene, figurino e até mesmo nos equipamentos de câmeras, som e iluminação. Para
que o projeto dê certo a equipe de direção tem um grande desafio: convencer e convencer
os outros de que tudo aquilo vai dar certo e valerá a pena, o tempo todo. Por vezes tendo a
crer que nem eles mesmos acreditam naquilo, mas voltar atrás e largar tudo não é uma
opção, não depois de tudo que já foi feito.
Em diversos momentos o documentário nos mostrou o exaustivo trabalho de quem tem
pouca verba para assumir um projeto tão grande. Algumas situações parecem ter sido feitas
de forma, com resumidas palavras: “nas coxas”, pelo simples fato de não haver uma boa
comunicação entre os pares. Talvez por estarem sendo vencidos pelo cansaço, talvez por já
estarem de saco cheio de lidar com tantos impasses. Não se sabe. Mas o fato é que muitos
problemas poderiam ter sido evitados se houvesse melhor comunicação.
Algo que ficou evidente é que o diretor em diversos momentos acabou assunto posições
que não eram dele, ao invés de liderar a equipe para desempenhar tais papéis. O que
resultou em uma extrema sobrecarga para ele e acarretando em situações adversas que
poderiam ter sido evitadas.
No mais, vejo que o documentário evidencia muito a precarização da cultura no Brasil. No
qual profissionais se submetem ao trabalho árduo não remunerado para poder ganhar uma
chance no mercado de trabalho. Esse documentário evidencia também uma sociedade
brasileira hipócrita que se esbalda em pipoca e coca-cola consumindo filmes
hollywoodianos, mas fecha os olhos para a produção local e independente. Mas bem, nessa
altura do campeonato, pouco se pode culpar essas famílias alienadas pela sessão da tarde
e tela quente, quem de fato fecha olhos, boca, ouvidos e bolso são os “colarinho-branco” ou
como eles gostam de ser chamados “white collor”, que apagam a identidade e cultura
brasileira, vendendo filmes estereotipados e caricatos, como se no Brasil a gente só vivesse
de favela, tráfico e futebol.

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