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2) Roteiro/Projeto
-Texto Literário / a Pesquisa
-Texto Esquemático ou Propositivo (questões temáticas, conceituais, abordagens e outras
questões de produção/criação)
3) Direção de Documentário
-Entrevista
-Investigação Fílmica (métodos e conceitos)
6) Montagem/Roteiro Final
-Roteiro/projeto de montagem
-Organizar Planilhas, projetos e esquematizar arquivos brutos
As imagens da invasão e destruição do planeta terra por um grupo alienígina, pode ser
filmagens de uma invasão alienígina de verdade.
A história do filme será mostrada pelos próprios eventos que seguirão à invasão e
destruição do planeta.
Pode-se também produzir todo o filme por efeitos visuais e atuações que narrem essa
história, da quase destruição da terra.
Quanto ao filme, sobre a família na casa antiga, para realizá-lo, deveria-se construir uma
casa que pareça estar em ruínas; ou desgastar,envelhecer e deprimir cenicamente
alguma casa que já esteja construida.
As pessoas filmadas, seriam atores ensaiando, buscando narrar a história na sua melhor
mise-en-scene.
Ou fazer como os irmãos Mayslers, quando fizeram o Grey Gardens, filme onde mãe e
filha moram numa casa já muito velha. Acharam essa história num jornal e foram no local
real transformar em uma história de cinema.
"Sem produção, dinheiro, não se faz uma bela luz, mas também não se contratam belas
atrizes nem bons roteiristas. Quando investe, o bom produtor reserva dinheiro para todo
o processo. É normal usar muita luz. É necessário que o fotógrafo saiba disso para não
ficar constrangido na hora de fazer sua lista de material. Se ele pedir fontes fracas,
pequenas, pontuais, fará economia para o produtor e não terá o que difundir na hora de
filmar".
(Edgar Moura - 50 anos - luz, camera e ação).
2.PRODUÇÃO
[...]
O Produtor executivo é o administrador da verba, do dinheiro disponível, e que sabe
exatamente todos os custos do filme para direcionar melhor a produção durante as
filmagens. O Diretor de Produção é o que gerencia as necessidades práticas de um filme.
É ele quem entra em contato com as locadoras de equipamentos, os laboratórios, as
locações, os atores e a equipe técnica, procurando sempre a melhor opção para o
resultado que o diretor espera. O diretor do filme deve ter estreitas relações com o diretor
de produção para poder saber o que é viável a partir do orçamento, pois quem pedirá
mais dinheiro ao produtor executivo, é o diretor de produção. Ele organiza, junto com sua
equipe, o set de filmagem, providencia alimentação, cadeiras e conforto para a equipe e
atores.
O diretor de produção recolhe de cada diretor (fotografia, arte e o do filme), uma lista
com todo o material necessário para cada função preencher as suas necessidades,
construir um orçamento e, a partir da apr ovação pelo executivo, mobiliza sua equipe
para conseguir tudo o que for necessário. É tarefa dele também sentar com o diretor para
organizar o cronograma de filmagem e zelar para que ele seja cumprido. O diretor de
produção deve conhecer o roteiro sistematicamente, para poder avaliar as condições de
ordem de filmagem, e poder substituí-las caso algum inconveniente atrase determinada
cena.
A forma como um filme é planejado e realizado, relaciona-se com o tipo de filme que vai
querer ser feito.
Traçar os dias de filmagens, relacionando o tempo necesário a ser feito e de forma
economica. Nem sempre temos o tempo que precisamos, para realizá-lo em paz, com
paciência. As vezes precisa-se de muita energia para concluir um filme.
E com alguns atrasos que podem acontecer, a realização audiovisual beira à loucura.
Mas, antes de tudo, precisa-se garantir o filme.
Unir o Calendário de realização, juntamente com os profissionais que precisarão estar
disponíveis no dia da filmagem, além do entrevistado.
Os papeis de autorização de uso de imagens. As visitas nas locações. Atendendo
previamente essas questões, garantindo que no dia da filmagem, somente o imprevistos
aconteçam.
O Cinema é, antes de mais nada, uma arte coletiva. Não se faz cinema sozinho. Para
todos aqueles que gostam de lidar com imagens mas preferem o trabalho solitário,
podem escolher à vontade outras artes, que sem dúvida não deixarão de suprir
necessidades similares.
Para tanto, embora possa parecer óbvio, é sempre bom lembrar que, para se fazer
cinema, é preciso estar imbuído da vontade de fazer cinema. Isso deve ser dito porque,
como o fascínio e o poder que as imagens do cinema geram nos espectadores é muito
grande, não pensamos que assistir cinema é muito diferente de fazer cinema. Muitas
vezes somos impelidos a querer mostrar nossa própria concepção da vida ou de um
aspecto dela através do cinema, sem nos darmos conta, conscientemente, que este é
um processo complexo, que exige não apenas um domínio técnico, mas também – e
principalmente – paciência, perseverança, responsabilidade, respeito e, acima de tudo,
humildade.
Cada um deve, dentro da função que escolheu, exercê-la da melhor maneira possível,
independente do que os outros, de mesma ou de outra função, possam estar
desempenhando numa determinada produção. Pois é um erro pensar que a culpa é
sempre de algum contexto externo, da produção, do roteiro, do diretor, do bispo, da morte
da bezerra. Imprevistos sempre haverão, e faz parte deste pacote considerar alternativas
em caso de impossibilidades de realização. Cada um é responsável pelo filme tanto
quanto o outro, e é justamente por isso que é bom lembrar a razão pela qual escolhemos
fazer cinema. É desta razão que devemos estar cientes e nos auto-referir a cada
produção, para que, nas mais complicadas, não percamos de vista nosso objetivo
principal e nem a qualidade de nosso trabalho. Quando essa razão é esquecida, corre-
se o sério risco de ter a qualidade do trabalho igualmente esquecida na primeira
frustração profissional.
E outras palavras, o bom andamento de um filme depende menos do preparo técnico de
sua equipe do que da boa vontade de todos em fazer o melhor. E é preciso dizer: o
cinema exerce sobre as pessoas um fascínio tão grande que por vezes acreditamos que
se trata de um mundo mágico. Nada mais falso, do ponto de vista de quem está do lado
de trás das câmeras. E por isso, não custa lembrar que essa boa vontade não parte de
uma entidade abstrata e indiscernível que paira no ar, parte da responsabilidade
individual de cada um. Isso fará do coletivo uma boa equipe.
A Divisão da Equipe
Direção/Produção/Fotografia/Arte/Som/Montagem e Finalização
Com exceção do montador que, dependendo da produção, pode trabalhar sozinho, todas
as demais funções pressupõe equipes, cujo número de integrantes também é variável
de acordo com a necessidade e/ou disponibilidade da produção. Mas, em linhas gerais,
uma equipe funciona com uma média de 3 integrantes, sendo um diretor e dois
assistentes. Designamos o diretor de um filme por esta função – Diretor – e os demais,
por Diretores Técnicos.
Como se faz Cinema - Parte 1: Funções e equipe
O Documentário é um estilo de cinema que se utiliza dos fatos que estão por aí pelo
mundo (fatos do presente ou do passado – ou uma porção de fatos, que numa trajetória,
sai do passado e se encontra agora no presente); o filme de Documentário usa o
cotidiano, como matéria prima de realização cinematografica. Assim escolhe-se um
tema, um conceito e pode iniciar o processo de realização do Filme. Precisa-se antes de
iniciar o filme: um drama, uma história, um conceito... enfim... é o que o documentarista
percebe e reflete. É daí que uma ideia de filme de documentário pode surgir.
Quando Puccini escreve sobre o controle do universo, nada mais é que as reações da
equipe de filmagem em relação ao que vai ser filmado (praças, pessoas, casas antigas,
eventos passados, pessoas vivas, pessoas mortas, ideias erradas, falsos e verdadeiros
heróis) e com todo o material filmado e dará .
1. Material impresso
2. Material de arquivo (filmes, fotos, arquivos de som)
3. Entrevistas
4. Pesquisa de campo nas locações de filmagem
Seguindo estas quatro etapas, o documentarista deverá ler tudo aquilo que for possível,
dentro dos limites de tempo disponíveis para a produção, referente ao assunto escolhido;
fazer um exaustivo levantamento de material de arquivo, entre fotos, filmes e arquivos
sonoros, buscando garantir permissão para uso no filme; fazer pré-entrevistas com todas
as pessoas que possam estar envolvidas com o tema; além de visitar os locais de
filmagem para se familiarizar com o espaço físico e com as pessoas que os habitam.
Muitas dessas fontes já podem ter sido levantadas e identificadas na primeira etapa de
pesquisa. Cabe ao documentarista aprofundar seu conhecimento sobre o assunto se
certificando da quantidade e qualidade de matéria visual e textual disponível para o filme
além da real viabilidade de todas as possíveis locações. (Nunca é demais lembrar que
existem exceções à regra no que concerne às estratégias de produção e organização do
documentário, como já foi dito no início deste capítulo, tudo vai depender muito do
assunto e do estilo de abordagem).
(Documentário e Roteiro de Cinema; da pré-produção à pósprodução / Sérgio José
Puccini Soares. – Campinas, SP: [s.n.], 2007.) Negritos e sublinhações minhas.
-Texto Esquemático ou Propositivo (questões temáticas, conceituais, abordagens e
outras questões de produção/criação), para a escrita do Argumento.
Sérgio Puccini:
Pesquisa de campo
Mapear e fazer um cuidadoso estudo das locações pode ser útil para prevenir possíveis
imprevistos ou problemas técnicos relacionados à iluminação e captação de som além
de fazer com que o documentarista se familiarize mais com o universo abordado. Em
relação à fotografia, é conveniente estudar a iluminação dos locais de filmagem, a
incidência de luz natural e as fontes de eletricidade caso haja a necessidade de luz
artificial. As condições de som ambiente também podem criar empecilhos para a
captação do som de entrevistas caso o local esteja próximo de fontes de ruído, como
fábricas e aeroportos, ou seja ele mesmo barulhento. Visitas antecipadas às locações de
filmagem servem também para definir equipamentos necessários para cada locação,
tamanho da equipe técnica mais adequado à cada situação, prevenção quanto a
possíveis dificuldades de acesso - obstáculos naturais, resistência de comunidades
locais, risco à integridade física da equipe, etc. Uma maior familiaridade com os cenários
de filmagem auxiliam também na elaboração dos enquadramentos e trabalho de câmera,
possibilitando uma prévia roteirização de filmagem, procedimento que ajuda a dinamizar
o trabalho da equipe em locação.
Ao final da segunda etapa de pesquisa (lembrando que a pesquisa muitas vezes
prossegue durante as filmagens), o documentarista será capaz de reunir uma quantidade
suficiente de materiais que possibilite descrever seu filme com um maior detalhamento
como exige a escrita do argumento.
Quais são seus documentários favoritos? Pense neles! Lembre-se daqueles que usam
imagens antigas de arquivo ou aqueles que entrevistam pessoas e filmam lugares. Assim
lhe ajudará a pensar como vai ser o seu filme.
Tem filmes que você sabe o que é desde o início: um festival de música, ou um evento
muito conhecido. Filmes que contam detalhadamente um acontecimento. Outros filmes
mostram personagens desconhecidos das mídias de maior circulação. A relação entre a
Vida e a História de uma pessoa anônima em relação ao herói nacional.
Para apresentar o seu Argumento em texto, faça uso de imagens, músicas e até trechos
de outros filmes e responda essas questões:
1.DIREÇÃO
O produtor, por ser quem financiava os filmes, escolhia os roteiros, os artistas, e até o
diretor, que se tornava mero técnico, tanto quanto os demais. Mas na Europa foi um
pouco diferente. Como não existia uma produção industrializada, o diretor continuou
sendo o grande realizador, o artista que usava o cinema como meio de expressão. Os
primeiros grandes diretores, com exceção de D.W.Griffith e Edwin Porter, foram
europeus.
Além do mais, deve conhecer detalhadamente cada função técnica do cinema, e saber
o que pode extrair de cada uma com o orçamento que tem. Deve ter uma cultura literária,
musical e dramática elevada, ou pelo menos condizente com o resultado que quer obter
do cinema, pois tudo servirá como referência em sua criação, mas também para poder
escolher a melhor trilha sonora e a melhor forma de extrair a dramaticidade desejada de
seus atores. Conhecimento de técnicas de fotografia serão muito úteis na agilidade do
processo, pois saberá com mais precisão o que quer do fotógrafo. A noção geral da
narrativa dará a ele segurança para supervisionar a montagem, e encaixar depois todos
os elementos de pós-produção, como efeitos, fusões, ruídos e música.
O trabalho do diretor é árduo, pois dele todos da equipe esperam segurança, tanto na
escolha dos planos como na condução da filmagem tecnicamente falando. Ele deve
saber até onde vão suas limitações técnicas frente à verba e/ou possibilidades com o
equipamento disponível, para que não peça coisas impossíveis e crie um pesado
ambiente de discórdia no set (quando todos procuram culpados, o caos está instalado).
Da mesma maneira, deve avaliar até onde seu pedido está sendo atendido pela equipe
de diretores, fotografia, arte e produção, para deixá-los à vontade com a margem de
criação pessoal de cada técnico, sem que, também, seu trabalho seja autoritário e
extravagante. É necessário senso de medida apurado, que só se obtém quando se está
totalmente imerso num projeto.
O diretor é um criador que está lidando com um conjunto de artes que confluem para
uma resultante de imagens, e por isso deve atentar para itens relacionados à filosofia da
arte e teorias da estética. Deve escrever sempre que possível, para treinar a coerência
narrativa, e exercitá-la no cinema, fazendo experiências de propósito bem definido. Deve
aprender a refinar o olhar poético que tem do mundo, como forma de aprimorar sempre
sua linguagem, para que possa contribuir com informações diretas e metafóricas,
efetivando assim a criação artística.
O diretor costuma ter 2 assistentes: o primeiro assistente o segundo, este por vezes
também conhecido como continuista. O primeiro assistente é seu braço direito, que
conhece o roteiro tão bem (ou até melhor) que é capaz de dizer sem pestanejar qual
plano será rodado em seguida, bem como quais são os atores, e qual a intenção
dramática daquele plano. Isso é apenas uma forma de lembrar o diretor para que ele não
se esqueça da linha narrativa do filme, e não se perca com detalhes que poderão
mostrar-se incoerentes. O primeiro assistente ainda confere o tempo de cada plano
através de um cronômetro e preenche um boletim de controle. O segundo assistente por
vezes é quem preenche este boletim, mas sua principal atividade é o cuidado com a
continuidade. Isso significa que ele deve estar atento a cada plano para que o plano
seguinte a este no filme, por mais que seja filmado outro dia, tenha as mesmas
características de cenário, figurino, objetos de cena, maquiagem e iluminação. Quando
a produção é muito grande, pode-se ter até 3 assistentes de direção, o terceiro sendo
exclusivamente continuista.
No cinema em que o diretor é o autor, ele é o responsável pelo filme e pelo resultado, e
deve zelar para que ambos confluam harmonicamente, segundo sua estética.
[...]
BIBLIOGRAFIA
-Entrevista:
Fernando Frochtengarten
O sr. costuma afirmar que seus filmes não são compostos por entrevistas,
mas por conversas. Poderia falar um pouco sobre a preferência por
este termo?
Se há uma coisa que acho que aprendi, por razões obscuras, é conversar com os outros.
Com câmera, porque sem câmera eu não falo com ninguém. A maioria dos que fazem
documentários fazem, efetivamente, entrevistas. As entrevistas têm um lado jornalístico
e de depoimento. Entrevistas e depoimentos são coisas para a História. São coisas que
se fazem com especialistas. E eu trabalho com pessoas comuns. A pessoa conta um
fato histórico e, se ele é verdadeiro ou não, deixa de ter importância.
As conversas são conversas porque falo com pessoas anônimas – ninguém é anônimo,
mas enfim... – relativamente comuns, ordinárias no sentido antigo do termo. Têm pouco
a perder e por isso são interessadas. Um intelectual ou um político de esquerda ou direita
têm muito a perder. Então eles se defendem. E as pessoas mais comuns têm pouco a
perder. Talvez na vizinhança. Essa é a primeira razão pela qual as pessoas ditas comuns
são mais interessantes. A segunda coisa é que, em geral, elas falam a partir da vida
privada. E o que é a vida privada? O que é a vida, no fundo? Pra mim é muito simples e,
em certo sentido, complicado. Todas as pessoas nascem, vivem e morrem. E, aliás,
infelizmente, sabem que vão morrer. O animal não sabe. E se o animal falasse me
interessava. E nesse espaço que você não sabe quanto vai durar, tem uma vida que,
pode ser intelectual ou camponês, é muito próxima uma da outra: uma origem que é
familiar, étnica, cultural, religiosa ou de classe.
E fora isso é tão simples: amor, sexo, casamento, filhos, dinheiro, saúde e aí chegamos
à questão da morte. Isso é o núcleo que me interessa. E nele podem estar Lênin ou São
Francisco de Assis, com todas as suas utopias e sonhos. E dentro disso eu não tenho
que checar nada.
No [Edifício] Master, uma mulher me disse: “Vivi com um alemão por dez anos”. Eu não
vou checar se foram dez ou cinco anos ou se ele era argentino. Eu perguntei se ela foi
feliz e ela disse que foi. É o que me importa. Naquele presente é verdadeiro. O passado
não me interessa, eu não vou pesquisar. Só não me interessa a mentira do mitômano,
que é um belo assunto de filme, mas que factualmente não tem sentido. Fora isso a
memória é, para mim, a coisa mais mentirosa do mundo. O que não quer dizer que não
seja verdadeira. Você me conta sua infância de um jeito como você a conhece hoje. Se
eu for te procurar daqui a um ano você vai me dizer de outro jeito.
Essa questão do verdadeiro e do falso é resumida no Master por uma garota de
programa que me disse: “Eu sou uma mentirosa verdadeira”. Ela achou que tinha uma
avó que tinha morrido. Mas achou tanto que passou a ser verdade para ela. Como no
livro “Assunção de Salviano”, do [Antônio] Callado, sobre um cara que é escolhido para
ser santo, para fazer milagre, e depois de um tempo ele passa realmente a acreditar que
é santo. É por isso que se produzem milagres. A partir disso tem uma questão que eu
considero espiritual. Eu trabalho na incerteza, na ignorância. Porque eu não sei o que é
a vida do outro. Eu posso ter mil teses antropológicas, como no caso de Santo Forte. Às
vezes eu sei aonde eu vou chegar. Mas como eu vou chegar eu nunca sei. O que
interessa são as digressões, hesitações, retomadas de texto, gaguejadas, lapsos
extraordinários. E tem uma questão ridícula que muita gente fala: “Você põe a câmera e
a pessoa muda”. O [Jean] Rouch dizia, há trinta ou quarenta anos, contra o cinema direto
americano, que a presença da câmera não era escondida e produz um “efeito câmera”
em que a pessoa se constrói, faz uma performance, e que isso é tão importante quanto
o fato dela não fazer essa performance. Por isso não dá para julgar se é mentira. A
pessoa se reinventa a partir do que ela acredita.
Há vinte anos se fazia documentários no Brasil em que o diretor não tinha nem microfone.
Quer dizer, era admissível que a pergunta dele não interferisse. Em toda minha
experiência de vida e de filmagem eu vi que, não importa se há pesquisa anterior e se
eu conheço alguns fatos, o acaso está sempre presente. E que há um problema que é
saber quando perguntar, o quê perguntar, quando romper o silêncio e quando não
romper. Eu estou a toda hora errando. Porque o documentário é baseado na
possibilidade de erro humano. Até hoje acontece de eu perguntar na hora em que eu não
devia e o silêncio acaba. Ou eu faço a pergunta errada. Às vezes eu consigo fazer a
pergunta certa. Tudo porque a voz em um filme ou na história oral é imediata. O [Roland]
Barthes diz que existe a fala e a escrita e, entre os dois, a transcrição, que é a castração
da fala. É quando você tira a carne. Uma das coisas é fazer legenda para filme ou
transcrever. A pessoa não fala vírgula, não fala ponto, não fala entre parênteses. Você
tenta dar uma ordem para a fala com sinais gráficos, mas tem que ter cuidado para não
destruí-la. No Pasquim, que renovou a entrevista no Brasil, quando o entrevistado dizia
uma coisa vinha entre parênteses “risos”. Isso se usa muito até hoje e é a coisa mais
odiosa. O corpo você perde e para isso não há solução. Existe um artigo do Ismail Xavier,
na Cinemais, em que ele fala dos filmes com entrevistas. Ele pega o meu caso, em que
só tem entrevistas e, geralmente, sem uma volta. Enquanto em toda a tradição do cinema
clássico há uma progressão histórica do herói que se lasca ou vence. Os meus filmes
são inteiramente de entrevistas. A câmera não se mexe de lugar e não se corta nunca.
Não tem interrupção. E como as pessoas agüentam ver? Tem o “efeito câmera”: a
pessoa sabe que tem uma câmera, eu não escondo, mas de fato você nunca sabe
exatamente quando ela está consciente da câmera ou não está.
O acaso, a surpresa e a incerteza do resultado é que me interessam. Eu acho que as
relações dão certo quando não são pergunta e resposta, mas um ato colaborativo. O ato
de filmagem é assim: a pessoa me diz alguma coisa que nunca vai repetir, nunca disse
antes ou dirá depois. Surge naquele momento. E isso não é pingue-pongue. As pessoas
interagem comigo. Um português me contou que foi ver Santo Forte e de repente sentiu
que as palavras saíam de um “entre lugar” que não existe na entrevista típica. Eu uso
essa técnica de que a câmera existe, mas fica no lugar dela; a pessoa fica confortável,
pode se mexer, atender o telefone. Mas ela dificilmente vai saber o que eu quero dela.
Por exemplo, dos intelectuais que vão a um lixão, noventa por cento vão para pegar
gente que fala mal do governo, que isso é uma vergonha, etc. E eu fui fazer o filme em
um lixão e usei uma pergunta absolutamente obscena: “Aqui é bom ou mau?”. Tem gente
que ficou maluca. Mas no filme tem pessoas que dizem que é melhor do que trabalhar
em casa de madame. Porque no momento em que você tipifica e desqualifica o outro,
que você diz “o lixo é um inferno e esse cara é um abutre”, ele não tem como se doar
com um certo nível de igualdade utópica. Outro caso é dos cineastas que vão entrevistar
um analfabeto na Amazônia e, em cinco minutos, ele sabe o que querem que ele diga.
Isso mata. Veja o caso do Master, em que uma mulher me diz que todo brasileiro é
preguiçoso. É um discurso com o qual eu não concordo. Mas é um discurso
extraordinário porque ela teve condições de dizer aquilo para mim. E eu não estou lá
para dizer “a senhora está errada”. O discurso é magnífico porque são as razões dela,
não são as minhas. Ela acredita naquilo que está falando e fala com veemência. Eu não
me interesso em filmar os objetos, a casa da pessoa, em detalhar a condição social. O
que me interessa é um rosto que fala. Existem filmes em que, para cortar, mostram um
cachorro no chão, um quadro na parede. Nos meus filmes, não. As pessoas falam com
o verbal e com o gestual. Quando as conversas rendem, têm uma qualidade poética tão
grande que qualquer tipo de ilustração é empobrecimento. Tem filmes em que a pessoa
diz “Eu trabalho em um banco” e então ele aparece trabalhando. Você vai provar o quê?
Que aquilo é real? Isso é absolutamente banal, totalmente inútil. Se botar essa imagem,
ela vira um conceito que aprisiona. As filigranas do discurso é que são o real. Então eu
tenho que ter uma grande fé na possibilidade da palavra. Sobre isso existe um artigo do
[Pierre] Bourdieu – que é uma pessoa admirável e que eu detesto, porque ao mesmo
tempo é um racionalista, materialista, determinista – no livro A miséria do mundo. Eu
joguei fora o livro e fiquei com as dez páginas sobre a entrevista, que também não sei
se perdi. Ele fala que o problema é ouvir o outro em condições em que ele nunca é
ouvido, é tentar se colocar no lugar do outro, ver de que lugar o outro fala aquilo que é
visceral e não opinião.
Nos filmes que eu faço, tento me colocar entre paredes e produzir um vazio que o outro
tem que preencher. Muita gente pergunta se eu não sinto culpa por isso. Eu faço isso
sem culpa nenhuma. Eu faço tudo com culpa na minha vida. Mas filmar e conversar com
as pessoas eu faço sem a menor culpa. No caso do Master teve gente que disse que eu
mostrei intimidade. Ou que teve gente que riu em horas que não devia. Eu não posso
castrar o riso do público. Além disso, existem muitos tipos de riso. Cada pessoa é
dividida, você calcula um público. Tem gente que ri com a pessoa que fala, tem gente
que ri da pessoa que fala e tem o riso nervoso, de medo. Para mim, todas as pessoas
que aparecem no Master não são ridículas. Ou, eu sou tão ridículo quanto elas. Aquelas
pessoas são tão patéticas quanto eu.
...o documentarista deverá ler tudo aquilo que for possível, dentro dos limites de tempo
disponíveis para a produção, referente ao assunto escolhido; fazer um exaustivo
levantamento de material de arquivo, entre fotos, filmes e arquivos sonoros, buscando
garantir permissão para uso no filme; fazer pré-entrevistas com todas as pessoas que
possam estar envolvidas com o tema; além de visitar os locais de filmagem para se
familiarizar com o espaço físico e com as pessoas que os habitam. Muitas dessas fontes
já podem ter sido levantadas e identificadas na primeira etapa de pesquisa. Cabe ao
documentarista aprofundar seu conhecimento sobre o assunto se certificando da
quantidade e qualidade de matéria visual e textual disponível para o filme além da real
viabilidade de todas as possíveis locações. (Nunca é demais lembrar que
existem exceções à regra no que concerne às estratégias de produção e organização do
documentário, como já foi dito no início deste capítulo, tudo vai depender muito do
assunto e do estilo de abordagem.)
Material de arquivo
Pré-entrevistas
Pesquisa de campo
Mapear e fazer um cuidadoso estudo das locações pode ser útil para prevenir possíveis
imprevistos ou problemas técnicos relacionados à iluminação e captação de som além
de fazer com que o documentarista se familiarize mais com o universo abordado. Em
relação à fotografia, é conveniente estudar a iluminação dos locais de filmagem, a
incidência de luz natural e as fontes de eletricidade caso haja a necessidade de luz
artificial. As condições de som ambiente também podem criar empecilhos para a
captação do som de entrevistas caso o local esteja próximo de fontes de ruído, como
fábricas e aeroportos, ou seja ele mesmo barulhento. Visitas antecipadas às locações de
filmagem servem também para definir equipamentos necessários para cada locação,
tamanho da equipe técnica mais adequado à cada situação, prevenção quanto a
possíveis dificuldades de acesso - obstáculos naturais, resistência de comunidades
locais, risco à integridade física da equipe, etc. Uma maior familiaridade com os cenários
de filmagem auxiliam também na elaboração dos enquadramentos e trabalho de câmera,
possibilitando uma prévia roteirização de filmagem,
procedimento que ajuda a dinamizar o trabalho da equipe em locação.
Ao final da segunda etapa de pesquisa (lembrando que a pesquisa muitas vezes
prossegue durante as filmagens), o documentarista será capaz de reunir uma quantidade
suficiente de materiais que possibilite descrever seu filme com um maior detalhamento...
(Documentário e Roteiro de Cinema; da pré-produção à pósprodução / Sérgio José
Puccini Soares. – Campinas, SP: [s.n.], 2007.)
Fazer um filme de Documentário, é supor como vai ser o filme no final, no dia da sua
exibição.
As primeiras ideias de um documentário surge com uma dúvida: como é que acontece
nesse lugar, ou naquele tempo? Quem são as pessoas que se consideram autores disso
(uma música, uma pixação, uns participantes de determinada organização, antigo
elenco, grupo político, enfim...).
nota-se que usualmente ele tem pendurado no pescoço um visor de contraste, que nada
mais é do que um filtro que quando olhamos a cena atravéz dele, mostra como vai ficar
a imagem em termos de latitude e contraste (dynamic range). Como disse certa vez para
alguém que me perguntou o que era aquela “frigideirinha” através da qual eu olhava;
trata-se de um “limitador de visão”, já que a nossa permite mais de 30 f stops de latitude
e a melhor câmera disponível não supera os 15. Na época em que Fellini usava, a latitude
dos filmes preto e branco andava em torno 7 a 9 f stops.
A preocupação dos diretores com o contraste é compreensível; o que fica fora da latitude
não será visto pelo público: vira preto ou branco absolutos. Controlar o grau de contraste
significa determinar os níveis de visibilidade da imagem, e modular a percepção da
mesma pelo espectador. Cada filme por seu tema, época, contexto, ambientação etc, vai
determinar essa modulação. Num universo de gêneros, comédias romanticas são
luminosas e coloridas e filmes policiais, escuros, contrastados e dessaturados em
dominantes frias. Mas isso são apenas estereótipos extremados. Na realidade
transitamos dentro de um universo de infinitas possibilidades ao modular a imagem nas
suas três variáveis básicas: brilho (luminância), cor (hue) e saturação. Da leitura inicial
do roteiro até a finalização da imagem – com todas as ferramentas digitais de que
dispomos na atualidade, temos infinitas possibilidades de direciona-la para que ela possa
expressar com precisão aquilo que queremos.
Numa engenharia reversa podemos ver o que foi incorporado e o que foi descartado ao
longo do percursos da criação de uma narrativa audiovisual. Às vezes pode ser
esclarecedor… Sem medo das referências portanto. Se a cópia for inconsciente, a culpa
só vai surgir depois de alguém aponta-la. Um amigo músico deleitava-se em mostrar
trechos inteiros de Cole Porter e Irving Berlin dentro da obra do nosso Maestro
Brasileiro…
Comece a rodar com um partido visual definido e cuide para que as possíveis e
inevitáveis alterações ao longo do processo não descaracterizem a proposta inicial que
te seduziu. Ela já foi aprovada pelos seus parceiros…
A intuição não está em oposição à razão, e essa relação dialética é sempre bem-vinda.
E finalmente, não tema a crítica! Cada cabeça uma sentença. Sempre irá existir alguém
para pensar exatamente o inverso do que Vc pensou. E isso é bom…
3.FOTOGRAFIA
O diretor de fotografia trabalha sempre com uma equipe personalizada, pois a harmonia
entre seus membros é fundamental para que a filmagem seja rápida e eficiente. Estes
membros incluem, normalmente em longa-metragem e filmes publicitários, dois
assistentes de câmera, um assistente de iluminação, eletricista e maquinista. Este
número pode variar de acordo com o tamanho e a verba da produção, sendo que em
curta-metragens em geral só há necessidade de um assistente de câmera.
O fotógrafo é o responsável por todo o design da luz do filme, ou seja, ele concebe as
características estéticas dos tipos de iluminação para cada plano, bem como eventuais
efeitos de fitragem na luz (gelatinas nos refletores ou filtros na câmera), para obter
colorações específicas na luz ou mesmo balanceá-las; considera as relações de
contraste da luz e do filme e escolhe qual a exposição correta para cada plano filmado.
Participa também ativamente da pós-produção do filme, fazendo o que se chama
marcação de luz, ou seja, quando o filme está pronto e será feita a primeira cópia
completa, ele vai ao laboratório e marca todos os planos com determinada filtragem, a
fim de balancear todas as luzes e cores para que a cópia não saia desigual (isso
acontece porque os planos são filmados com situações adversas e diferentes de luz e/ou
filmes, e as cópias de cada rolo apresentam diferenças marcantes na luz e na cor).
Depois a cópia é projetada, e só é liberada para exibição pública com a aprovação dele.
Nos EUA, ainda existe uma outra função, a do operador de câmera. Neste caso, o
fotógrafo faz apenas o design do luz, escolha dos equipamentos, filmes, indica a
exposição e eventuais filtragens, mas não opera a câmera. No Brasil isso é pouco
freqüente, sendo que na grande maioria dos casos o fotógrafo também opera a câmera.
Se for este o caso, o primeiro assistente é responsável pela limpeza e manutenção do
equipamento (como objetivas, chassi e da própria câmera), checagem completa da
câmera (baterias, limpeza dos filtros), e dos atributos dela para cada plano (velocidade
de exposição, abertura do obturador e diafragma, filtros, bem como correção de foco,
correção de zoom e verificação da profundidade de campo). Em suma, o primeiro
assistente é o braço direito do fotógrafo, está sempre com ele e conhece profundamente
o equipamento que utiliza, assim como o roteiro, auxiliando o fotógrafo prática e
esteticamente. O segundo assistente é o responsável pelo transporte e guarda dos
equipamentos e filmes, montagem dos tripés e praticáveis, bem como a troca do filme
no chassi e a anotação das informações no boletim de câmera.
A equipe de fotografia, por seu papel de máxima importância, deve estar sempre atenta
e interessada, ter afinidades entre si e com os demais membros da equipe de filmagem,
pois todos os problemas da produção passam, em maior ou menos grau, para a tela se
não forem bem administrados.
5.SOM
Uma vez que não se faz mais filmes mudos desde 1927, o técnico de som em algum
momento com certeza entrará na produção. O que pode ocorrer é ele não estar presente
durante as filmagens, pois há duas maneiras de colocar som no filme: A primeira é o som
direto, captado com um gravador profissional de fita ¼’ chamado Nagra, um DAT (Digital
Audio Tape) ou ainda som digital gravado em cartões de memória, no exato momento
da filmagem. Todos os sons (ruído, música, diálogos) serão captados e estarão em
sincronismo perfeito com a imagem (na parte técnica há mais detalhes sobre isso).
Normalmente, o som direto é preferido, por não precisar recorrer ao ator 2 vezes (uma
para filmar e outra para dublar), e também por agilizar o processo de finalização do filme.
Mesmo assim, há situações em que é necessário dublar, ou quando a locação não
permite o som direto (barulho excessivo), ou ainda quando o filme é de baixo orçamento
e a câmera utilizada não possui motor de quartzo (que mantém a velocidade constante
e permite o sincronismo com o Nagra ou DAT), e ainda faz barulho. Aí é necessário fazer
dublagem.
De qualquer maneira, o som no produto final, no filme terminado, é uma das últimas
etapas a ser finalizada. Inclui a produção e/ou gravação de trilha sonora, inclusão de
ruídos específicos, mixagem e transcrição (ver técnica). Neste caso, por vezes há ainda
um outro técnico encarregado apenas desta etapa.
Considerando uma produção com som direto, normalmente a equipe de som é a mais
sintética, necessitando de apenas duas pessoas: o técnico e o microfonista. O primeiro
é o que seria equivalente ao ‘Diretor de Som’, que escolhe os melhores tipos de
microfones para cada situação, a melhor maneira de gravar, sabe que ambientes
precisam de tratamento acústico, ouve reverberações incômodas e procura saná-las,
conhece os melhores equipamentos e sabe designar qual é o mais apropriado para cada
produção.
O som, embora fundamental em qualquer produção, aqui no Brasil é tratado com certo
desdém, muito pela verba do filme ser excessivamente utilizada na qualidade da
imagem, esquecendo o produtor o mais das vezes que o som de um filme também é caro
e não menos importante. Em geral, no fim de uma produção, ao mesmo tempo em que
o som será finalizado e terá sua qualidade final decidida, a verba do filme também está
no fim (quando não, acabada), e as produções costumavam não dar o devido tratamento,
com cuidado e esmero ao som (a culpa costumava cair, para o leigo, no técnico de som,
mas que fique claro, era antes um problema administrativo que técnico). Atualmente, os
produtores têm administrado melhor a verba e o som dos filmes nacionais tem se
mostrado de excelente qualidade.
[...]
BIBLIOGRAFIA
Como sabemos, som direto é o som captado e registrado em sincronia com as imagens
em uma realização audiovisual. O vínculo da captação simultânea entre som e imagem
determina os procedimentos de trabalho empregado pelo profissional do som direto.
Numa realização audiovisual convencional, espera-se que o áudio gravado pelo som
direto: a) tenha um registro de voz claramente inteligível; b) ocupe um plano sonoro
verossímil à imagem correspondente ou que possa ser manipulado em pós-produção
para alcançar esta verossimilhança; c) entre os planos que constituem uma sequência,
tenha continuidade de timbre e adequação com o espaço fílmico representado; d)
forneça os elementos necessários para a edição de som, com os ambientes próprios das
locações, com os planos sonoros de cobertura e com os ruídos de características
especiais, difíceis de serem recriados na pós-produção.
Nas produções em vídeo digital, a opção por gravar o som e a imagem no mesmo suporte
é uma decisão influenciada por questões que dizem respeito a: os custos de produção;
a maior ou menor necessidade de independência do técnico de som em relação à
câmera; o tempo disponível para a pós-produção; e qualidade técnica desejada.
Diferentes configurações técnicas impõem ao profissional do som diferentes condições
de trabalho.
Estas configurações técnicas podem ser sistematizadas, das mais simples às mais
complexas, do seguinte modo:
Um arranjo ainda mais simples que esse pode ser constituído pela fixação de um
microfone no corpo da própria câmera, procedimento pouco usual em realizações
profissionais.
Uma configuração mais sofisticada desse sistema permite que a conexão entre o mixer
e a câmera seja estabelecida via rádio, suprimindo o “cordão umbilical” que limita a
movimentação da equipe. No entanto, sistemas de radiotransmissão eficientes são
onerosos e criam uma exigência desgastante: a contínua monitoração do sistema de
transmissão. Considerando que, o funcionamento do sistema de transmissão via rádio é
dependente do fornecimento de energia de baterias internas dos transmissores e
receptores, e que a interrupção do sinal, pela queda de energia, pode invalidar uma cena,
cabe ao técnico de som, além de todas as atividades para a captação do som, dedicar
atenção contínua para garantir o funcionamento ininterrupto do sistema de transmissão.
Foto 1 - Equipe de captação configurada em double system portátil com gravador analógico Nagra e
câmera Aaton super 16 mm.
Foto 2 - Equipe de captação do documentário Féiv, configurada em double system portátil: gravador DAT,
mixer e câmera Aaton super 16 mm.
A Foto 3 mostra o técnico de som, durante a tomada de uma cena, com os equipamentos
dispostos sobre a plataforma móvel, “carrinho de som”, num típico arranjo utilizado em
longas-metragens. A composição da equipe de som direto varia também em função da
realidade orçamentária da produção, porém, em geral, integram a equipe, além do
técnico de som, ao menos um microfonista e um assistente de som.
Foto 3 - Configuração double system com portabilidade reduzida. Tomada de cena do longa-metragem O
menino da porteirax, em 2008, na cidade de Brotas/SP.
Como pode ser visto na Foto 4 e na Foto 5, nas quais foi utilizado o “esquema voador”
para ocupar o interior do porta-malas do veículo usado na realização da cena.
Foto 4 – Configuração double system com alta portabilidade. Tomada de cena do longa-metragem Não
por acasoxi, em 2006, na cidade de São Paulo/SP.
REFERÊNCIAS
HOLMAN, tomlinson. Sound for film and television. Boston: Focal Press, 2002.
SEBA, Alejandro; LOREDO, Leandro. Sonido directo: algunas consideraciones. In: Kane 02 – ciudad
universitaria. Buenos Aires: Imprenta Triñanes, 2005, p. 62-70.
XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. São Paulo: Paz e Terra, 1984.
NOTAS
i A captação em double system foi uma prática dominante no registro cinematográfico desde o advento da
captação óptica em câmera separada da imagem em meados de 1929.
iii Taxa de amostragem ou sampling rate é a frequência de amostras do som original, colhidas para serem
representadas numericamente. A taxa de amostragem normalmente empregada na captação de som
direto é de 48 KHz. Na indústria fonográfica, a taxa de amostragem utilizada na confecção dos compact
discs é de 44,1 KHz.
iv O bit depth é um dos parâmetros que determinam a qualidade do som digital. Bit depth é a magnitude
de cada número utilizado para representar o som contido em cada pequena fração de tempo utilizada na
amostragem – sampling rate – do sinal sonoro original. Quanto maior o bit depth, maior o intervalo dinâmico
alcançado pelo som digital. Atualmente, na captação de som direto são empregadas taxas de 16 ou 24
bits.
v Conversores AD/DA são microprocessadores que transformam sinais analógicos em sinais digitais e
vice-versa. A qualidade do processo de conversão analógico-digital/digital-analógica é determinada pelas
características técnicas desses dispositivos.
vi VU é a abreviatura de Volume Unit, dispositivo padrão usado para medição do nível médio do sinal de
áudio. Instalado em diversos equipamentos de som, ele possui tempo de resposta semelhante à audição
humana, o que possibilita a avaliação da chamada “sensação de volume de um sinal de áudio”.
viiPeak Meter é um dispositivo de medição de intensidade sonora que reage instantaneamente aos sinais
que transitam no sistema, propiciam a monitoração visual dos curtos transientes elétricos que podem
causar distorção do sinal sonoro por excesso de intensidade.
viii A TERRA . Direção de Frédéric Létang. 1997. 1 filme (90 min): son., color,; 35 mm.
ix FÉ. Direção de Ricardo Dias. Superfilme: Dist. Riofilme, 1999. (91 min), son., color,; 35 mm.
x O MENINO da porteira. Direção de Jeremias Moreira Filho. Moracy do Val: Dist. Sony Pictures, 2009.
(94 min), son., color,; 35 mm..
xi NÃO POR ACASO. Direção de Philippe Barcinski. Globo Filmes: Dist. Fox Filmes do Brasil, 2007. (90
min): son., color.; 35 mm.
-Operação de Camera instantanea / Operação de captura de áudio
14.02.2014
A prática de captação do som direto - Parte 2
Durante a pré-produção, são feitas sessões de leitura do roteiro com a participação dos
responsáveis pelas diversas áreas técnicas que constituem a equipe de realização
(diretor, diretor de arte, assistente de direção, fotógrafo, técnico de som direto, diretor de
produção, produtor de set, figurinista, entre outros). Essa análise técnica possibilita que
cada profissional defina as necessidades, em suas respectivas áreas, a partir das
indicações contidas no roteiro. Nesse momento, o técnico de som direto detalha todas
as demandas necessárias e define as estratégias de captação, considerando os
equipamentos, a equipe e os materiais necessários.
Nessa fase, devem ser precisamente indicados os pontos de intersecção com as outras
áreas técnicas da realização que podem interferir no trabalho do som direto e devem ser
buscadas alternativas conjuntas para a criação de condições adequadas para a captação
de som: a) com a fotografia: discussão do tipo de iluminação pretendida considerando a
utilização de microfones aéreos operados pelo boom; b) com a direção de arte e a
cenografia: atenção na construção dos cenários e na escolha dos objetos cenográficos
(móveis e utensílios gerais), que não produzam ruídos indesejados durante as cenas e
auxiliem na absorção do som; c) com a produção de set: apontamento das possíveis
necessidades de controle do tráfego de veículos e a supressão de fontes sonoras
indesejáveis, no caso de filmagens externas, locações, ou mesmo em estúdios sem
isolamento acústico; d) com o departamento do figurino: apontamento da necessidade
de roupas e adereços que não produzam ruídos e que possibilitem a ocultação dos
microfones de lapela sem fio.
• Microfone direcional sustentado pelo boom abaixo da cabeça dos atores, apontando
para cima, posicionado sob a linha inferior do quadro;
Se as condições no set impedem a utilização do boom acima da cabeça dos atores, tanto
pela falta de espaço para o posicionamento do boom acima da linha superior do quadro
quanto pela existência de luzes que projetem sombras visíveis em quadro, a opção do
técnico de som é posicionar o boom abaixo da linha inferior do quadro, apontando-o para
cima em direção à fonte sonora. Essa opção tem duas desvantagens evidentes em
relação à primeira estratégia, são elas: com o microfone mais próximo do peito, são
enfatizadas frequências médias e baixas e eventualmente perda dos agudos da voz
humana, as quais modificam o timbre, tornando-o mais cavo e menos brilhante; a
operação do boom por baixo é sempre mais difícil em função da existência de objetos
do cenário ou de outros atores em cena, os quais obstruem a livre movimentação do
boom, comprometendo o posicionamento do microfone. Em função das circunstâncias
da filmagem, o técnico de som direto deve avaliar se o prejuízo causado pela mudança
no timbre da voz é compensado pela melhoria da relação entre o sinal direto e o ruído
de fundo, quando optar por essa estratégia. Uma situação que exemplifica essa condição
é a captação de diálogos com atores caminhando num piso coberto por cascalho. Os
microfones direcionais são muito sensíveis a esse tipo de ruído e normalmente
intensificam sua própria presença, gerando um registro de voz fortemente contaminado
pelo ruído de fundo. Nessa condição, se o enquadramento da cena permitir, a estratégia
de captação com o direcional apontado para cima pode ser uma opção para tornar o
diálogo mais claro e inteligível.
Quando as condições do set impedem a opção pelo boom, em função de um plano geral
muito aberto ou, numa situação oposta, num espaço muito reduzido que impossibilita a
operação do boom, pode-se optar pela colocação de um microfone fixo (“plantado”) que
não seja visível em quadro e que faça a cobertura para a captação do som de uma
determinada área da cena. Essa estratégia não permite a realização de ajustes na
posição do microfone durante a cena e o técnico de som fica dependente do
posicionamento dos atores para a captação das falas. Em uma proposta de realização
convencional, com cenas rigidamente “marcadas”, o ator coloca-se nessas “marcas”,
favorecendo as necessidades da captação da imagem e do som. No entanto, produções
que optam por cenas improvisadas diminuem a viabilidade dessa estratégia. O uso de
um microfone “plantado” acrescenta uma variável ao processo de captação (o
posicionamento dos atores), sobre a qual o técnico de som direto não exerce real
controle.
• Controle sobre o ruído produzido pela atividade da equipe. Durante a captação dos
diálogos, mesmo com uma experiente equipe de filmagem, é necessária a atenção do
técnico de som direto para combater os ruídos produzidos pela atividade da equipe de
realização. Um controle cuidadoso é realizado, solicitando a cooperação dos
profissionais envolvidos, para evitar a presença de ruídos provenientes da operação de
equipamentos como dolly e grua ou mesmo o ruído provocado pela movimentação da
equipe durante a captação da uma cena com câmera na mão.
• Controle sobre o ruído produzido pelos atores em cena. Ao gravar os diálogos, o técnico
de som dedica especial atenção sobre os ruídos produzidos pela ação dos atores em
cena. Na busca por diálogos inteligíveis e “limpos”, o técnico de som interfere na
realização da cena na tentativa de minimizar a produção de ruídos que prejudiquem a
clareza das “falas”, tais como: as batidas de porta e a manipulação de objetos ruidosos
(talheres, pratos, panelas). O técnico de som atua diretamente sobre a fonte geradora
de ruídos tentando suprimi-la, por exemplo: o ruído proveniente da batida de uma porta
é diminuído com a colocação de feltros autoadesivos nos batentes e com a lubrificação
das dobradiças; copos e xícaras são tratados com borrachas autoadesivas ou fita dupla
face de silicone; o ruído dos passos é normalmente reduzido por meio da colocação de
feltros autoadesivos nas solas dos sapatos ou por intermédio da colocação de
carpetes/mantas de som no caminho que será percorrido pelos atores e membros da
equipe que necessitem deslocar-se durante a cena. Esse procedimento parece
contraditório, pois normalmente os ruídos relacionados com a ação dos personagens
serão pós-sincronizados durante a edição de som, porém, dessa forma é alcançada total
independência entre as “falas” e os ruídos para o controle de nível e equalização que
ocorrerão durante a mixagem. Quando os ruídos de cena são incontroláveis, o técnico
de som solicita a colaboração dos atores para que o texto não seja proferido durante a
ocorrência dos ruídos (como as batidas de porta, por exemplo). Sempre, por meio do
diretor ou do assistente de direção, o técnico de som roga aos atores delicadeza e
cuidado ao manipular louças, talheres e outros objetos de cena ruidosos. Em certas
situações é necessário solicitar aos atores maior projeção de voz.
• Captação monofônica dos diálogos. A captação dos diálogos pelo som direto é
monofônica mesmo com o emprego de múltiplos microfones e plataformas de gravação
multipista. Usualmente, na captação das vozes não interessa a criação de uma
representação que localize a posição da fonte sonora no espaço. Essa localização é
obtida na pós-produção durante a mixagem com a panoramização dos elementos
sonoros. Porém, geralmente os diálogos são mixados para serem reproduzidos pelo alto-
falante posicionado no centro da tela, nas salas de exibição.
• Captação do ruído de fundo. Após a tomada da cena com diálogos, o técnico de som
grava o ruído de fundo (room tones ou presence fill) do local onde a cena foi captada,
utilizando o mesmo microfone empregado na tomada. Os room tones são fundamentais
para o processo de edição dos diálogos, fornecendo elementos sonoros para a ocultação
dos cortes entre os planos de som editados ou para preencher trechos de diálogo que
porventura venham a ser dublados. Dependendo das condições de filmagem, o técnico
de som pode realizar a captação do som ambiente, estereofonicamente, para prover a
pós-produção com matéria-prima para a construção das paisagens sonoras que
acompanham os diálogos e os demais elementos na constituição da trilha sonora
finalizada.
Figura 1 - Boletim de som direto diagramado para captação com plataforma multipista.
1.2.2.2 A monitoração do som direto
É indiscutível que filmar com som direto torna o set mais complexo e demorado, pois são
mais variáveis que precisam ser satisfeitas simultaneamente. Além das necessidades da
imagem, há, também, as necessidades do som; portanto, a demanda de tempo para
obtenção do resultado desejado é maior. Os diretores que valorizam a opção do som
direto reconhecem as vantagens estéticas e orçamentárias do direto sobre o dublado e,
compreendendo as limitações técnicas da captação, estabelecem procedimentos de
filmagem que possibilitam o registro sincrônico.
Desde que não impeça a compreensão do texto, a sobreposição das falas durante a
tomada da cena não se configura num problema para o som direto. O cuidado do técnico
de som em alertar sobre o acavalamento das falas está relacionado com a montagem e
é, em última análise, uma opção de direção. Se por necessidade de uma atuação mais
natural o diretor optar pelo acavalamento das vozes, o técnico de som deve cuidar para
que as falas sejam captadas com a mesma presença, independentemente de o ator estar
dentro ou fora de quadro, pois, caso os atores consigam reproduzir a sobreposição do
texto sempre no mesmo ponto, a montagem da sequência não será dificultada pela
diferença na intensidade ou na textura das vozes.
Captar o diálogo dos atores principais em cenas com a presença de grande contingente
de figurantes pode tornar-se um problema para o som direto. Normalmente, em cenas
como essas é pressuposta a compreensão das falas e, portanto, o padrão de qualidade
da captação do som direto segue o protocolo convencional: obter um diálogo nítido e o
mais destacado possível do ruído de fundo. Figurantes profissionais conseguem simular
conversas convincentes de forma silenciosa, o que permite ao técnico de som obter uma
relação adequada entre o sinal direto e o ruído de fundo. Durante a montagem, a pós-
sincronização de um ambiente sonoro com vozerio constante, captado durante a própria
filmagem ou gravado na dublagem, permite reforçar a materialidade das ações da
figuração em cena. No momento da tomada da cena, o técnico de som grava o diálogo
“limpo”, prestando atenção para que a potência da emissão e a intenção das vozes dos
atores sejam coerentes com o nível de ruído do vozerio que existirá após a sequência
montada, garantindo verossimilhança à atuação. A tendência da atuação em uma
situação como essa é a gradual diminuição no volume da voz em função do baixo nível
de ruído no momento da captação; no entanto, os atores devem “falar alto, acima do
nível de ruído que não existe lá” (HOLMAN, 2002, p.108, tradução nossa).
Alguns diretores apontam que as ações de uma figuração silenciosa não são
convincentes, provavelmente pelo baixo grau de profissionalismo da figuração
empregada, e por isso optam por ações “reais”, com emissão de falas que resultam na
produção de intenso ruído de fundo. Sob essas condições, que decorrem da opção de
direção, a qualidade do som direto será comprometida.
REFERÊNCIAS
HOLMAN, Tomlinson. Sound for film and television. Boston: Focal Press, 2002.
SEBA, Alejandro; LOREDO, Leandro. Sonido directo: algunas consideraciones. In: Kane 02 – ciudad
universitaria. Buenos Aires: Imprenta Triñanes, 2005, p. 62-70.
XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. São Paulo: Paz e Terra, 1984.
NOTAS
1 Visita técnica se origina de technical scout ou tec scout, termo usado na realização audiovisual norte-
americana para designar as visitas, organizadas pela produção, com todos os chefes de equipe às
locações aprovadas. Nessas visitas, cada departamento detalha as necessidades operacionais e materiais
para a filmagem. Em geral participam das visitas o diretor, o assistente de direção, o diretor de arte, o
fotógrafo, o chefe de elétrica, o eletricista, o maquinista, o diretor de produção, o produtor de set e o técnico
de som direto. No cotidiano da produção brasileira, o termo é normalmente utilizado em inglês.
2 O termo "decupagem" é utilizado com o sentido de processo de decomposição da ação em planos que
constituirão as unidades de montagem para a construção de uma sequência.
3 Grid é o termo utilizado para designar uma estrutura quadriculada suspensa acima do cenário que
permite a fixação de refletores e outros dispositivos necessários para a realização cinematográfica.
4 Gaffer é o eletricista chefe, responsável pela coordenação das equipes de eletricistas e dos maquinistas.
É o profissional responsável pela execução da iluminação das cenas.
5 A “maquinária” é o departamento responsável pela instalação das estruturas para a fixação dos refletores
de luz e pela operação dos equipamentos que movimentam a câmera, tais como, dollys e gruas.
6 Vídeo assist é o sistema de vídeo que registra a imagem e o som da tomada e permite ao diretor assistir
a cena captada.
7 Resposta plana é a característica de um sistema de áudio em captar ou reproduzir um sinal sem alterar
a intensidade das frequências que o compõe.
8 Espectro de audição é o intervalo de frequências, audíveis para os seres humanos, que se estende de
20 a 20.000 Hertz.
Assim o mesmo com o operador de áudio. Este terá que se preocupar onde fixará o
microfone para melhor capturar o áudio.
Sempre observando...
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6) Montagem/Roteiro Final
6.MONTAGEM E FINALIZAÇÃO
Entende-se por montagem ou edição a ordenação dos planos filmados de tal maneira
que formem um contínuo de ações que geram sentido de acordo com o roteiro. É como
se um escritor pensasse previamente em todas as palavras que fosse escrever, e só
depois de selecioná-las é que as colocaria em ordem para fazer sentido. É uma
comparação exagerada, pois um escritor lida com milhares de palavras, e os cineastas
lidam com algumas dúzias (ou centenas, no caso de um longa) de planos, um número
muito menor de elementos. Mas a importância da montagem fica bastante clara através
deste exemplo, pois o filme não está pronto sem este arremate importantíssimo, a
ordenação dos elementos selecionados.
Neste quesito, seu trabalho não é apenas colocar em ordem, mas também imprimir ritmo
e harmonia nos cortes de cada plano, de tal maneira que as mudanças de um plano para
outro fiquem tão naturais que passem despercebidas.
Há pouco tempo atrás diferenciava-se montador de editor pelo primeiro ser aquele que
exercia esta função no cinema, e o segundo no vídeo. Atualmente não há mais essa
distinção e ambos podem ser chamados pelos dois termos, mesmo porque, cada vez
mais, se edita cinema em suporte eletrônico. O montador pode trabalhar sozinho ou com
um assistente, se for um filme longo ou com muitos cortes.
A quantidade desses processos, bem como sua qualidade e suas possibilidades, variam
bastante de acordo com a tecnologia (e principalmente segundo o orçamento), mas é
preciso reconhecer já que a preparação para as filmagens, principalmente no que diz
respeito à equipe de fotografia, deve atualmente levar em conta a maneira como o filme
será finalizado. Ou seja, antes, a fotografia cuidava de toda essa parte. Hoje, ela divide
a tarefa com um profissional que supervisiona a finalização, e que portanto pensará quais
processos são mais adequados para alcançar a textura e o look da imagem final do filme.
E o fotógrafo deve pensar no seu trabalho também em função disso.
[...]
BIBLIOGRAFIA