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Resenha: El Método (2005)

EM 6 DE JUNHO DE 20176 DE JUNHO DE 2017 / POR LMTPCIENCIASSOCIAIS / EM CICLO MTC,


RESENHAS DE FILMES, TEXTOS, TEXTOS MTC
A obra “O Método: o que você faria?”, filme dirigido pelo diretor argentino Marcelo Pineyro, traz em sua narrativa
uma realidade cada vez mais abrangente para quem está no mercado de trabalho nas últimas décadas,
competitividade exacerbada e existência social individualizada cada vez mais desvinculada de laços coletivos.
Focando a história em seis personagens, o filme nos traz como estes personagens lidam com uma seleção de
emprego em uma fictícia multinacional chamada Dekia, locada em Madri e em um dia de turbulências na cidade
devido a uma greve e protestos nas ruas.

As cenas do filme se passam quase que integralmente em uma sala de conferência e no banheiro da empresa. Nesta
sala, uma grande mesa ao centro com seis acentos, cada uma tela de computador é ocupada pelos seis personagens
que pleiteiam a vaga de executivo.
Já no começo da seleção o método de seleção e analise dos perfis é comunicado pela empresa nos inúmeros
formulários que tem que preencher – aqui me parece que estão a ver como reagem ao executar tarefas repetitivas
em que nas quais não se vê sentido aparente – o método usado é chamado “Granholm”. Todos os candidatos são
colocados na já referida sal onde são induzidos a interação, em uma dinâmica de grupo com testes psicológicos.

A dinâmica do teste e como ela se desenrola e principalmente, como cada personagem reage a ela é o ponto alto do
filme, talvez sua finalidade. O que vemos a partir daí é cada personagem tentando chegar a um ideal de perfil, um
ideal imaginado por eles próprios, um ideal carregado com suas experiências do passado, mas que em nenhum
momento é explicitado. Cada personagem assume estratégias que “expressem” valores que julgam serem
importantes para o que a multinacional procura em um executivo. Limites éticos, morais e até existências são
colocados a prova, ação autônoma e ação coletiva são confrontadas em situações contraditórias de tomada de
decisão rápida ou incomoda.

As duas personagens femininas nos trazem também reflexões sobre gênero, tanto na interação delas quanto na
forma como constroem suas estratégias de “venda de si”, como em um momento do filme em que é levantada a
questão da mulher inserida no mercado de trabalho e sua importância na maternidade. As ideias de homem
moderno e valores do ocidente também se fazem presentes.

Nota-se no decorrer do filme, que as qualidades que o teste procura identificar em cada candidato não residem nas
experiência laborais anteriores de cada um ou nas suas qualificações técnicas. Fica claro que o que importa são
características psicológicas como, de que forma reagem a pressões, calunias, mentiras, como se impõem e suas
estratégias de convencimento.

Por fim, o fato de toda a tensão política das ruas, causada por protestos contra FMI e contra medidas prejudiciais
aos trabalhadores, não influenciar ou minimamente causar qualquer tipo de empatia dos seis candidatos, que estão
dentro de um arranha-céu da multinacional, nos mostra que o filme trabalha de forma agradável, talvez um pouco
superficial, as transformações que o trabalhador moderno vem sofrendo, tanto na relação com seu trabalho como
com relação com outros trabalhadores e porque não com o estado.

Márcio Dias.
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