Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O início das atividades de cooperação técnica internacional no mundo, como mecanismo auxiliar
do desenvolvimento dos países, ocorreu no final da Segunda Guerra Mundial, na conferência de
Bretton Woods, em julho de 1944, quando foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário
(FMI).
A expressão "assistência técnica” foi instituída, em 1948, pela Assembleia Geral das Nações
Unidas, que a definiu como a transferência, em caráter não comercial, de técnicas e
conhecimentos, mediante a execução de projetos a serem desenvolvidos em conjunto entre atores
de nível desigual de desenvolvimento, envolvendo peritos, treinamento de pessoal, material
bibliográfico, equipamentos, estudos e pesquisas.
Vários países desenvolvidos, instados pelas Nações Unidas, engajaram-se nos programas de
cooperação, que tiveram continuidade mesmo após a etapa de reconstrução dos países mais
afetados pela guerra. No entanto, à medida que aprofundavam-se os interesses comerciais
subjacentes, os empecilhos ao livre fluxo dos conhecimentos técnicos começaram a ficar mais
evidentes. Neste cenário, a cooperação prestada pelos organismos internacionais passou a
apresentar grande atrativo quando comparada à cooperação bilateral, que frequentemente
limitava os assuntos passíveis de apoio pela cooperação técnica em função de políticas específicas
dos países doadores. Os organismos internacionais - com destaque para o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e para a Organização das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Industrial (ONUDI) - viabilizaram a capacitação dos países em desenvolvimento
em áreas estratégicas, recrutando especialistas disponíveis no mercado internacional para atuar
nos projetos definidos e apoiando financeiramente sua implementação.
O estágio de desenvolvimento alcançado pelo Brasil, entre diversos países que vinham se benefici-
ando intensamente da cooperação internacional nas últimas décadas, fez com que algumas insti-
tuições brasileiras fossem demandadas com crescente intensidade tanto por países interessados
na sua experiência quanto por organismos internacionais. Neste particular, o governo brasileiro,
reco-nhecendo a importância que a cooperação técnica internacional havia representado para o
desen-volvimento nacional, passou a prestar cooperação ao exterior por meio do
compartilhamento das suas experiências e boas práticas acumulados.
O governo brasileiro tem como pressuposto fundamental que a cooperação técnica recebida deve
contribuir significativamente para o desenvolvimento socioeconômico do País e para a construção
da autonomia nacional nos temas abrangidos. A mesma preocupação aplica-se à cooperação téc-
nica prestada pelo Brasil a outros países, a Cooperação Sul-Sul (antiga CTPD). A Agência Brasileira
de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), é a unidade responsável por
planejar, coordenar, negociar, aprovar, executar, acompanhar e avaliar ambas vertentes da
coope-ração técnica internacional desenvolvida pelo Brasil: cooperação do exterior para o Brasil e
coope-ração do Brasil para o exterior. A ABC atua de acordo com as diretrizes da política externa
brasilei-ra. Recorde-se que o artigo 4º, inciso IX, da Constituição Federal reza que “a República
Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais” , entre outros, pelo princípio
da “cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”.
http://www.abc.gov.br/CooperacaoTecnica/Historico