AGÊNCIA DE GESTÃO E

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

CARTILHA DE GESTÃO DA
INOVAÇÃO DA AGITEC

PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA

2021
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Índice
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O que é Prospecção Tecnológica? 3

Ramos da Prospecção 5

Definições e Conceitos 8

Principais Características 9

Autores Relevantes 12

Prospecção Tecnológica no EB 15

Produtos de Prospecção no EB 17

Referências bibliográficas 19
Cartilha de Gestão da Inovação - N° 03
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O que é Prospecção Tecnológica?
O estudo das circunstâncias que impactam a
vida humana não é recente. Precaver-se
contra eventualidades futuras e desenvolver
ações para enfrentá-las têm motivado
diferentes civilizações a adotar estratégias
curiosas. Ao longo do tempo, inspirações,
premonições, práticas superticiosas ou
mágicas incorporaram-se a ritos religiosos ou
culturais e aconselharam lideranças nas
jornadas de grupos sociais. Registros épicos
mencionam a construção da arca de Noé ou o
armazenamento de grãos em silos e ilustram
a capacidade social de mobilização para
superar adversidades climáticas impostas ou
eventos de grande infortúnio.
Relatos históricos destacam que o Imperador
Alexandre Magno consultava Pitonisas em
Delfos para decidir sobre estratégias bélicas
que se provariam vitoriosas ao considerar a
expansão do Império Macedônico. Outros
documentos enaltecem projetos das
navegações portuguesas como
empreendimento futurístico que lastreou a
evolução do conhecimento em múltiplas
áreas, ensejando a derrocada do
geocentrismo e a descoberta do novo
continente.
A gênese da Prospecção Tecnológica remonta
a estudos de previsão que passaram a auxiliar
o plano de navegação de pilotos. O
planejamento pormenorizado para delinear
rotas de viagens, que poderiam durar de um a
três anos, tendo toda a sorte de imprevistos,
tornou-se essencial. O conhecimento
oportuno das marés, da direção das correntes
3
marítimas, dos ventos e do mapa de astros
ou estrelas viabilizava planejar rotas e
programar datas para a chegada ou saída
dos portos (ANDRADE et al., 2018). Ante às
incertezas marítimas e suas eventuais falhas
ou imprecisões, tornou-se essencial planejar
detalhadamente expedições a partir dos
melhores dados disponíveis, no intuito de
possibilitar a navegação mais segura e o
alcance dos objetivos preestabelecidos.
Com o passar do tempo, outras vertentes da
previsão do futuro convergiriam para
métodos lastreados em fundamentos
científicos ou metodológicos. Modelos
matemáticos, entre outras ferramentas
racionais, se incorporariam gradualmente
ao planejamento, mitigando o grau de
imprevisibilidade do objeto investigado para
empreender o futuro pretendido.
Em meio a II Guerra Mundial, e no período
subsequente da Guerra Fria, a RAND
Corporation (Research And Development),
criada em 1948 pela Douglas Aircraft
Company, iniciava a produção de estudos
confidenciais de previsão tecnológica,
contemplando análises de amplo espectro
nos domínios estratégico-militar, científico-
social, econômico e das relações
internacionais. Tais estudos se mostraram
relevantes para decisões estratégicas dos
EUA, especialmente para os setores
Aeroespacial, de Computação, de Energia e
de Defesa.
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O que é Prospecção Tecnológica?
Desde então, estudos prospectivos passaram a
elucidar cenários e detalhar prognósticos
sobre variados temas de interesse nacional. O
estudo “The Nation’s Energy Future” (WASH-
1281), por exemplo, dispôs, ainda na década
de 70, sobre fontes convencionais e
alternativas de energia necessárias para
equilibrar a expectativa de demanda do setor
energético americano. Documentos dessa
natureza auxiliaram a prevenir colapsos
futuros em infraestruturas críticas,
desencadeando planejamentos e definição de
metas viáveis para diversos setores.
Os avanços tecnológicos das três últimas
décadas legaram protagonismo sem
precedentes à Ciência e Tecnologia, induzindo
mudanças ou rupturas que transbordaram
para as expressões econômica, política e
social. As tecnologias introduzidas habilitam
evoluções multidomínio em lapso temporal
cada vez mais curto, o que dificulta antever
seus impactos. Por essa razão, compreender o
contexto e caracterizar o estado tecnológico
atual mostra-se essencial para planejamentos,
escolha de métodos e técnicas que possam
mitigar os riscos inerentes a negócios ou
projetos inovadores.
As repercussões tecnológicas no mundo pós-
moderno constituem-se em um complexo
emaranhado de componentes, causas e
consequências que turvam a distinção entre o
mundo físico, biológico e digital; incitam a
competitividade econômica e incidem
frontalmente em questões de Defesa e
Segurança Nacional, restando tênue, o limite
entre o estado de beligerância e paz. A
Prospecção Tecnológica nesse sentido, auxilia
a desembaçar a compreensão de cenários e
permitir análises mais consistentes sobre o
domínio tecnológico considerado.
4
Perscrutar cenários futuros em ambientes
de incerteza, de grande volatilidade, volume
e variedade de dados é o desafio técnico
atual que se assemelha ao "plano de
navegação" dos séculos XV e XVI rumo ao
desconhecido, quando se reuniam
informações, rotas e estratégias favoráveis
a "novas expedições". A Prospecção
Tecnológica é um instrumento que coopera,
em entidades públicas ou privadas para
monitorar capacidades tecnológicas atuais
ou pretendidas por empresas e até Estados,
amplificando sua consciência situacional
ante as turbulências induzidas pela
inovação tecnológica. Resultados de
estudos prospectivos, mormente, permitem
identificar documentos ou players
relevantes da CT&I internacional ou
nacional, a fim de instruir Políticas Públicas
estratégicas, instrumentos de cooperação e
parcerias, essenciais para que os interesses
e avanços tecnológicos se equilibrem em
consonância com a promoção de riqueza e
bem estar para a sociedade.
Adicionalmente, a prospecção tecnológica
reduz o grau de desconhecimento sobre
atividades, propósitos de competidores e
imprevisibilidade do setor considerado,
fundamentando-se em evidências, dados
objetivos, além de informações para
geração de conhecimentos sistêmicos, que,
em última análise, otimizam a consciência
situacional e constroem cenários para o
processo decisório multinível, agregando
valor a projetos do Sistema de Inovação
Nacional (SNI).
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Ramos da Prospecção
Prospecção é uma palavra com origem no latim prospectione que significa a ação de
prospectar ou pesquisar. A Prospecção Tecnológica orientada ao planejamento de ações
para o futuro inclui vasto rol de métodos e de aplicações, contemplando desde objetivos do
meio empresarial até órgãos governamentais.

O termo Future Technology Analysis (FTA) foi adotado para abarcar práticas de empresas ou
governos que, a despeito da origem, semelhanças ou complementaridades metodológicas,
tivessem a análise de futuro como objeto de estudo. Embora distintas, tais abordagens
convergem para elucidar transformações multidomínio induzidas pelo desenvolvimento
tecnológico, permitindo visualizar oportunidades e riscos emergentes para mercados e projetos
de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) (CAGNIN et al., 2008, 2011; PORTER, 2010;
PORTER et al., 2004).

No Brasil, a prospecção tecnológica é a semântica adotada por autores nacionais e que

melhor corresponde ao termo FTA, abrangendo as diferentes iniciativas que ambicionam
gerar novos conteúdos antecipatórios sobre o futuro e, assim, apoiar processos decisórios
multinível (ANTUNES e colab., 2019; MAYERHOFF, 2008).
Algumas das principais manifestações da FTA são o Technology Foresight, Technology
Assessment, Technology Forecast, Technology Intelligence e Roadmap, sumarizados abaixo:

PROSPECÇÃO
TECNOLÓGICA
FUTURE TECHNOLOGY ANALYSIS (FTA)

Technology Technology Technology Technology

Foresight Assessment Forecast Intelligence
Longo Prazo Curto prazo
Orientar Políticas Públicas Monitorar atividades dos concorrentes
Horizonte temporal: 5-30 anos Horizonte temporal: 0-5 anos

Roadmap

Estratégico Tecnológico
Mapa para a consecução de Mapa para alinhar Produto,
objetivos Mercado eTecnologia
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Ramos da Prospecção

Technology Foresight
Termo europeu usado para estudos de futuro de longo prazo que empregam
o pensamento crítico e metodológico para pautar questões de interesse da
sociedade. Debates ou discussões são planejados para desenvolver e regular
ações orientadas a valores caros à sociedade, que enalteçam uma
democracia mais ampla e participativa, o conjunto de competências para
moldar o futuro, com o objetivo de delinear políticas públicas. (HALICKA,
2016; MAGRUK, 2011; SANTOS et al., 2004)

Technology Assessment (TA)

Processo científico, interativo e comunicativo que visa contribuir para a formação
da opinião pública e política sobre os aspectos sociais da ciência e tecnologia.
Permite acompanhar, avaliar e classificar o desenvolvimento da nova tecnologia
desde o surgimento até sua disseminação pelo público, ensejando a formulação de
políticas públicas. Em essência, a TA constitui-se em uma forma de pesquisa que
examina as consequências da aplicação tecnológica de curto e longo prazos, nos
âmbitos social, tecnológico, político, econômico, ambiental, legal e comportamental
(valores) (STPEELV), permitindo regular e incentivar sua adoção em consonância
com interesses da sociedade. (SANTOS et al., 2004; MAGRUK, 2011; HALICKA,
2016)

Technology Forecast
Processo que realiza previsões do futuro com base em dados passados e presentes
e, mais comumente, por análise de tendências, permitindo estimar uma variável de
interesse em data futura específica. Refere-se a métodos estatísticos formais que
empregam séries temporais, dados transversais ou longitudinais. Esse ramo da FTA
engloba previsões de curto prazo ou cíclicas, como, por exemplo, a ciência da
hidrologia, a qual abarca previsões do tempo diárias/semanais, portanto de curto
prazo, ou ainda, previsões sazonais de inundações, ou seja, cíclicas.
(HALICKA, 2016; MAGRUK, 2011; SANTOS et al., 2004)
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Ramos da Prospecção

Technology Intelligence
Conjunto de atividades empresariais que visam identificar oportunidades e
ameaças tecnológicas que possam impactar o crescimento futuro ou a
sobrevivência dos negócios. Objetiva captar e disseminar informações
tecnológicas necessárias ao planejamento estratégico e à tomada de decisões. A
Technology Intelligence favorece aqueles ciclos de vida tecnológicos mais curtos
e que demandam maior assertividade de negócios e produtos futuros, utilizando
a inteligência competitiva para monitorar atividades de terceiros e novos nichos
de mercado. (HALICKA, 2016; MAGRUK, 2011; SANTOS et al., 2004)

Roadmap
Técnica de planejamento flexível que permite apoiar o planejamento
estratégico e de longo prazo, combinando objetivos de curto e de longo prazo
para soluções em tecnologias específicas. Emprega a arquitetura gráfica para
agilizar a comunicação entre diferentes atores, além de promover o
desenvolvimento de estratégias e planos entre os partícipes do projeto
inovador. Tem como objetivo mapear setores ou desenvolver novos produtos
ou processos, permitindo identificar tendências ou tecnologias emergentes.
(SANTOS et al., 2004; MAGRUK, 2011)
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Definições e Conceitos
Capacidades Tecnológicas são manifestações de competências que uma entidade
precisa obter ou desenvolver no processo de inovação para garantir vantagem
competitiva. Elas permitem evidenciar o nível no qual a inovação se encontra e
caracterizam-se segundo os 4 quatro componentes apresentados abaixo:
Organizacional
Sistemas e normas peculiares da instituição, que regulam como ela interage com outras
entidades privadas ou governamentais;
Infraestrutura física
Aspectos patrimoniais, condições físicas, estruturais, laboratoriais e afins;
Pessoas
Recursos humanos, nível técnico, conhecimento tácito e engajamento para absorver,
desenvolver e transferir conhecimentos e tecnologias;
Produtos
Entregáveis que combinam os vetores, sejam comercializáveis ou não.

Fonte: adaptado pelos autores do diagrama de

Capacidades Tecnológicas de Figueredo (2009)

Estudos de Prospecção Tecnológica baseiam-se nas evidências disponíveis e

relacionadas aos componentes das capacidades tecnológicas, possibilitando inferir
a maior ou menor propensão de sucesso das entregas tecnológicas de entidades
e/ou instituições, sejam universidades, empresas ou países. Esse conjunto de
informações sobre uma entidade específica, ou um conjunto delas, possibilita
antecipar tendências, prevenir riscos, rupturas ou impactos induzidos por novas
tecnologias.
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Principais Características

A prospecção tecnológica se caracteriza por ser instrumento para mitigar o

grau de imprevisibilidade sobre o futuro e fundamentar a tomada de decisão.
Entidades governamentais e não governamentais têm feito uso dessa
ferramenta para elevar a consciência situacional do negócio, apresentar
tendências e prevenir as descontinuidades, riscos ou rupturas de mercado
induzidos pela introdução/disseminação de novas tecnologias.

OPORTUNIDADES RISCOS

Agregar valor a decisões fundamentando-se Evitar o colapso de negócios e mercados;

em dados; Prevenir a obsolescência de Produtos;
Otimizar o esforço dos bens tangíveis e Preservar a competitividade;
intangíveis no esforço inovativo;
Incrementar a competitividade de entidades;
Melhorar a eficiência dos Projetos de PD&I;
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Principais Características
O caso clássico da derrocada do setor fotográfico ilustra didaticamente a
importância da Prospecção Tecnológica. As principais empresas deste setor
colapsaram ou sofreram perdas comerciais significativas na última década do
século XX e na primeira década deste milênio. A empresa de fotografias de
filme Kodak faliu diante da ascensão da líder em câmeras digitais Sony. No
entanto, ambas não compreenderam as mudanças tecnológicas em curso e
deixaram adotar medidas para evitar o colapso mercadológico ou buscar o
reposicionamento do nicho de mercado em que eram dominantes.

Atualmente, o mercado de fotos e imagens é liderado por produtoras de

aparelhos celulares, cujas inovações têm impulsionado a miniaturização e
ganho de qualidade.
A Prospecção Tecnológica se caracteriza pela capacidade de antever
disrupções de mercado ou de tecnologias a partir de embasamento técnico e
ou sinais de mudança no espectro científico e tecnológico.

Fonte: NIELSEN (2019)

Fonte: Pexels (2021)

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Principais Características
A Prospecção tecnológica possui inúmeras aplicações e perspectivas a depender do objetivo da
universidade, da empresa de base tecnológica (EBT), ou da área governamental a que se
destina. Contudo, suas práticas atuais conjugam esforços lastreados nas gerações e princípios
da Prospecção a fim de maximizar a consecução dos benefícios almejados.

1ª Dinâmicas internas com a participação de experts;

2ª Interação entre tecnologia e mercado com participação

e ligações da academia e indústria;

3ª Interação entre mercado e atores sociais, com perspectiva

Gerações orientada para o usuário e participação da sociedade;

4ª Papel disseminado no sistema de ciência e inovação, com

múltiplas organizações articuladas em consórcio, mas para
objetivos individuais;
5ª Mix de estruturas ou atores dentro ou além do SCTI,
mobilizados para responder a questões e desafios sociais e
econômicos mais amplos/transversais
6ª Conceito de NETocracia explorando big data, artificial
intelligence, machine learning e cibernética, dominando o
gerenciamento e as dimensões tecnológicas e sociais

Orientação para transformar o Futuro (atitude)

Participação (Especialista x Analista x Patrocinadores)
Fundamentação em evidências
Princípios
Multidisciplinaridade de Sistemas Complexos
Coordenação: Planejamento + Execução + Controle
Orientar ações e subsídios consistentes à decisão

Melhor compreensão do ambiente x Tomada de Decisão

Opções para lidar com a incerteza x Investimento

Redes de troca de informações internas x externas

Benefícios
Visão global do ambiente e suas interligações
Desenvolvimento da criatividade/competitividade da empresa
Identificação de novas oportunidades de negócios
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Autores relevantes

Países destacados no setor de reconhecido para nortear o

defesa como EUA, Rússia, emprego mais eficiente da
China, Suécia, Reino Unido e Prospecção Tecnológica
Turquia, estão entre os que (Halicka, 2016; UNIDO,
possuem órgãos dedicados a 2005a). No entanto, alguns
Prospecção Tecnológica. autores se destacam entre os
Embora prevaleça o consenso pares por suas contribuições
quanto à necessidade de ao desenvolvimento do FTA.
estudos antecipatórios nas Nesta cartilha apresentam-se
esferas governamental e sumariamente o pensamento
corporativa, não se de 4 desses autores: Allan
estabeleceu um guia Porter, Raphael Popper,
metodológico referendado ou Andrzej Magruk e Catarzina
Halicka.

Porter (2010) propõs o emprego combinado de métodos Soft e

Hard (Qualitativo x Quantitativo), para contrabalancear as forças e
fraquezas dos mesmos e obter resultados mais consistentes.
Além disso, identificou ao menos 53 métodos e os classificou em 13
classes ou famílias, segundo suas semelhanças. Entre suas
contribuições, destaca-se a ênfase no esforço a ser despendido para
identificar o objetivo do estudo, coletar informações, conhecer e
explorar as dimensões:
- Tácita, que resulta de experiências de treinamento/conhecimento
dos colaboradores/envolvidos e torna-se acessível a partir do uso de
métodos de interação, entrevistas etc; e
- Explícita, a qual resulta de códigos que denotam o conhecimento e
que podem ser acessados mais facilmente pelo uso de métodos e
procedimentos.
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Autores relevantes
Popper (2008) , revisa 886 estudos e propõe um modelo que também
recomenda combinar métodos . O "Diamante de Popper" apresentava
4 vértices, ou eixos, para caracterizar esses métodos quanto aos
seguintes atributos:
Criatividade: métodos baseados na inventividade ou insights de
especialistas;
Experiência: métodos baseados na experiência e habilidades
diferenciadas de especialistas;
Interação: métodos que requerem interação entre diversos partícipes
do processo de inovação pretendido; e
Evidência: métodos que requerem o uso de documentos e tratamentos
correlatos para revelar o estado da arte da tecnologia alvo.

Fonte: GLOBAL CENTRE FOR PUBLIC SERVICE EXCELLENCE (2018)

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Autores relevantes

Magruk (2011) revisou 117 estudos e enfatizou a necessidade de

combinar métodos e empregá-los conforme o objetivo a ser
alcançado. Além disso, reforça a necessidade de entender os
fenômenos, suas questões e hipóteses, bem como as suas inter-
relações, para uma melhor seleção desses métodos. Ele os dividiu em
10 classes :
1. Consultivo; 6. Simulação;
2. Criativo; 7. Diagnóstico;
3. Prescritivo; 8. Analítico;
4. Multicritério; 9. Pesquisa; e
5. Radar; 10. Estratégico

Halicka (2016) revisou 90 métodos e os classificou a partir de um

MiniDelphi* com especialistas. A classificação proposta facilita o
entendimento dos métodos e suas características, permitindo melhor
selecioná-los no início da concepção e do processo preditivo, sem limitar a
flexibilidade desses estudos. Os métodos foram divididos em 7 classes e
acrescentaram funções às classes:
1. Acumulação - para coletar informação;
2. Criação - gerar novos conhecimentos;
3. Retrospecção - analisar dados históricos e tendências;
4. Exploração - analisar tecnologias em perspectivas STEEPVL;
5. Quantificação - estimar custos associados ao ciclo de vida de
tecnologias;
6. Seleção - identificação, classificação, ranqueamento e análise de
objetos; e
7. Projeção - apresentação do desenvolvimento de caminhos da tecnologia,
análise de tendências e potenciais eventos que possam afetar trajetórias
tecnológicas.
*Mini-Delphi é uma técnica de previsão ou de prospecção tecnológica adaptada e reduzida do
Delphi original, que reúne especialistas para analisar um tema e suas implicações futuras.
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Prospecção Tecnológica no EB

Embora o Exército possua outros órgãos dedicados ao assessoramento

de processos decisórios de alto nível, a AGITEC, por intermédio da
Seção de Informações Tecnológicas (SINFOTEC) é a fração
especializada no apoio de programas e projetos de Ciência Tecnologia
e Inovação (CT&I) no âmbito do Exército Brasileiro.
Para tanto, empreende na escolha de métodos e na aquisição de
conhecimento nas expressões explícita/registrada (consultando
patentes, artigos, fontes de notícias), como bem na dimensão tácita,
incorporando o know how de especialistas e de analistas em tecnologia.

Fonte: VILELA FERREIRA e colab. (2017)

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Prospecção Tecnológica no EB

A SINFOTEC possui uma equipe Os documentos, recentemente

multidisciplinar de Prospecção normatizados, e em contínua
Tecnológica que empreende e evolução, de autoria da SINFOTEC
aperfeiçoa métodos, além de elaborar ambicionam agregar valor a processos
relatórios de assessoramento ao decisórios de alto nível do EB e, assim,
processo decisório de obtenção de confirmar a relevância da PT em
Sistemas e Materiais de Emprego proveito da Força. Nesse sentido,
Militar (SMEM). alguns documentos como o Sumário
de Informações e Previsões
O contexto de imprevisibilidade Tecnológicas (SINPRETEC), Mapas de
induzido pelos avanços tecnológicos Tecnologias (MAPATEC), Sumário de
desafia a capacidade de Informações Doutrinárias de Ciência e
transformação da Força Terrestre Tecnologia (SIDCT), Relatórios de
para reduzir o hiato tecnológico entre Informação Tecnológica (REITEC) ou
as nações líderes no Setor de Defesa de Prospecção Tecnológica (REPTEC)
e o Brasil. Diante de um cenário e Notas Técnicas (NT) estão entre os
nacional e global multifacetado, com entregáveis que monitoram e analisam
crescentes desafios técnicos e as principais pesquisas em CT&I.
limitados recursos humanos e Esses estudos contribuem para
materiais, estudos de PT são desenvolver sistemas e produtos de
essenciais para identificar interesse da Força, disponibilizando
tecnologias e capacidades informações críticas como:
militares/tecnológicas que serão infraestruturas laboratoriais e
decisivas para a Guerra do Futuro. pesquisadores relevantes no domínio
Em suma, indicam o estado da arte da tecnológico de interesse; tecnologias
tecnologia alvo, tendências e e componentes; startups e empresas
instituições de potencial parceria. promissoras, entre outras informações
Estudos prospectivos sobre entidades necessárias a futuros projetos de
nacionais e internacionais PD&I.
constituem-se em um esforço A prospecção tecnológica investiga
preliminar para reconhecer capacidades tecnológicas autóctones
debilidades e potencialidades a serem e internacionais, cooperando para a
exploradas e, assim, orquestrar consciência situacional da alta
estratégias e políticas públicas que administração, para o o planejamento
colaborem com o estado de prontidão e descentralização de recursos, com
pretendido para a Base Industrial de impacto favorável na consecução e
Defesa (BID). desenvolvimento de SMEMs pela BID,
em consonância com do Plano
Estratégico do Exército.
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Produtos de Prospecção Tecnológica no EB

Sumário de Informações e Previsões Tecnológicas (SINPRETEC)

Relatório que consolida estudos sobre o panorama de políticas e
outros documentos voltados para Pesquisa, Desenvolvimento e
Inovação (PD&I) nacionais e de alguns países de destaque
internacional. Tais documentos são utilizados para elaborar listas de
Áreas Tecnológicas (tecnologias, linhas de pesquisa etc.) e suas
aplicações, a fim de instruir a agenda estratégica do Exército para
CT&I.
Mapas Tecnológicos (MAPATEC)
São documentos destinados a assessorar o alto escalão, a fim de instruir
o processo de obtenção/aquisição de SMEMs em consonância com a
Instrução Geral que regula o Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de
Emprego Militar (EB10-IG-01.018).
De forma geral, o MAPATEC apresenta informações concernentes ao
cenário atual de domínio tecnológico do SMEM pretendido, identificando
as tecnologias presentes em seus componentes, sistemas e subsistemas.
Mais especificamente, o MAPATEC possui os seguintes objetivos:
• Identificar tecnologias associadas ao SMEM de interesse, bem como o
seu nível de capacidade tecnológica nacional;
• Indicar tecnologias componentes do SMEM considerado, bem como as
indústrias brasileiras em condições de desenvolvê-las, ou que já as detêm;
• Revelar o estado da técnica, no Brasil e no mundo, das tecnologias
críticas, negadas ou pouco acessíveis para o SMEM considerado.

Sumário de Informações Doutrinárias de Ciência e Tecnologia (SIDCT)

Relatório que consolida os SMEM produzidos, as capacidades industriais
e os projetos de PD&I das Forças Armadas com potencial impacto na
Doutrina Militar Terrestre, bem como a infraestrutura laboratorial
nacional de pesquisa científica disponível.
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Produtos de Prospecção Tecnológica no EB

Relatórios de Informação Tecnológica (REITEC)

São estudos prospectivos que têm o objeto de esclarecer o perfil de um
tema, tecnologia ou entidade. No primeiro caso, pretende-se investigar o
estado da arte do tema, as expressões científico-tecnológicas e
informações não estruturadas, como notícias. Quanto às entidades, as
diligências incluem caracterizar o perfil tecnológico da entidade, sejam
pesquisadores, instituições ou países, revelando, quando possível, suas
capacidades tecnológicas.

Relatórios de Prospecção Tecnológica (REPTEC)

São documentos do processo de obtenção de Sistemas e Materiais de
Emprego Militar (SMEM) dedicados a instruir o processo de planejamento
tecnológico que possibilitam identificar, selecionar e desenvolver
tecnologias alternativas que satisfaçam as necessidades futuras
ambicionadas pelo Exército. Seu objetivo consiste em analisar tecnologias
para o desenvolvimento de SMEMs e prover subsídios para o
planejamento, coordenação e controle do desenvolvimento tecnológico.

Nota Técnica
São documentos de assessoramento destinados a subsidiar processos
decisórios que incluem a obtenção de Sistemas e Materiais. Nesse sentido,
promovem o levantamento de dados e geração de conhecimento sobre a
tecnologia ou entidade de interesse, relacionando-os às capacidades
tecnológicas de PD&I de empresas nacionais.
Cartilha de Gestão da Inovação - N° 02 19
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Referências bibliográficas

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Esta cartilha é uma publicação da Agência de Gestão e Inovação Tecnológica,
produzida pela Seção de Informações Tecnológicas.

Chefe da Agência de Gestão e Inovação Tecnológica

Cel Aldélio Bueno Caldeira

Chefe da Seção de Informações Tecnológicas

Cel Antonio Victorino Pereira Balthazar Neto

Equipe

Maj José Adalberto França Junior

Maj Ricardo Wagner Amorim Guimarães
Maj José Luiz Andrade Júnior
Cap Giselle de Farias Rosa
Cap Ligia Lopes Fernandes
Cap Fernanda Castello Branco Madeu

SINFOTEC
(21) 2410 - 6412
 MISSÃO
Realizar a Gestão da Inovação Tecnológica, com a criação de um
ambiente favorável ao desenvolvimento de novos sistemas de defesa, para
o aumento das capacidades científico-tecnológicas da Força Terrestre.

PRODUTOS
- Nota Técnica,
- Mapa de Tecnologias,
- Sumário de Informações Doutrinárias de Ciência e Tecnologia,
- Sumário de Informações e Previsões Tecnológicas,
- Relatório de Informações Tecnológicas,
- Relatório de Prospecção Tecnológica,
- Diagnóstico de maturidade em Gestão do Conhecimento Científico-Tecnológico,
- Mapeamento de Conhecimentos Científicos-Tecnológicos,
- Assessoramento em Gestão do Conhecimento Científico-Tecnológico,
- Gestão de processos de proteção de Propriedade Intelectual (PI) junto ao INPI,
- Valoração tecnológica de PI,
- Assessoramento em PI,
- Curso Executivo em Gestão da Inovação (IME/AGITEC),
- Prêmio de Inovação (PremIA).