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INSTITUTO SUPERIOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS-ISRI

DEPARTAMENTO DE DIREITO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

3° ANO PÓS-LABORAL

AUDITORIA

Papel das Tecnologias de Informação e Comunicação no Processo de Auditoria na


Administração Pública em Moçambique: Estudo do Caso da Ordem dos Contabilistas
e Auditores de Moçambique (2016-2018)

Discentes Docente

1. Tamisa Percina Raul Nguenha Dra Bernardete Gomana


2. A
3. A
4. A
5. A
6. A
7. A

Maputo, Agosto de 2019


Índice

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3
1.1 Contextualização................................................................................................................3
1.2 Problematização.................................................................................................................4
1.3 Objectivos da Pesquisa.......................................................................................................4
1.3.1 Geral............................................................................................................................4
1.3.2 Específicos..................................................................................................................4
1.4 Perguntas de Pesquisa.....................................................................................................4
1.5 Hipóteses............................................................................................................................5
1.6 Metodologia.......................................................................................................................5
REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................................5
2.1 Conceitos Básicos..............................................................................................................6
2.1.1 Tecnologias de Informação e Comunicação................................................................6
2.1.2 Auditoria.....................................................................................................................6
2.2.3 Tipos de Auditoria.......................................................................................................7
2.2 Benefícios do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no sector público........8
2..2.1 Vantagens ou Consequências das Tecnologias de Informação...................................9
3.3 Contributo das TIC’s na Auditoria.....................................................................................9
ANÁLISE DOCUMENTAL DO IMPACTO DAS TIC’S NO PROCESSO DE AUDITORIA
NA OCAM.............................................................................................................................10
3.1 Benefícios de TIC’s no processo de Auditoria na OCAM................................................11
3.2 Impacto das TIC’s no Processo de Auditoria na OCAM..................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................14
Bibliografia................................................................................................................................15
INTRODUÇÃO
O presente trabalho analisa o impacto que as TIC’s têm no processo de auditoria em
Moçambique, com destaque para a Ordem dos Contabilistas e Auditores de
Moçambique (OCAM).

A evolução acelerada das tecnologias da informação tem afectado significativamente o


ambiente das organizações, estimulando-as para a automação dos seus sistemas de
informação e de controlo interno, a fim de criar vantagens competitivas e obter
melhorias nos processos operacionais.

Dessa forma, surgem novas exigências para a auditoria que passa a assumir um
importante papel no processo da evolução dos sistemas organizacionais, nomeadamente
a partir da modificação dos processos operacionais destas para que se tornem cada vez
mais interligados com o uso de TIC’s e aplicações baseadas na internet.

1.1 Contextualização

Devido a globalização e consequente aumento da competitividade as organizações


enfrentam novos desafios, como um ambiente de mudanças rápidas e de incerteza, para
se manterem no mercado. Desta globalização e mesmo da internacionalização, um dos
resultados é a larga utilização das tecnologias de informação. Os sistemas de
informação da qual as novas tecnologias fazem parte, tem evoluído e cada vez são mais
complexos, o que afecta as organizações e principalmente os utilizadores de tais
tecnologias (Brito, 2015: 10).

No nosso país o cenário das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) foi


introduzido através da Política de Informática aprovada pela Resolução nº 28/2000, de
12 de Dezembro. Para além desta política, foi aprovada a estratégia da sua
implementação, assim como a estratégia de Governo electrónico. Portanto estes
dispositivos deram o início das TIC’s em todas as esferas sociais e das instituições em
Moçambique.

1.2 Problematização

Os processos de melhoria e rapidez na área da gestão, mais especificamente de


auditoria, são vistos como estratégia com o investimento em tecnologias informáticas,

3
mas para o seu manuseamento é exigida formação e compreensão. Portanto as TIC’s
devem ser utilizadas por recursos humanos qualificados para que haja maior
produtividade e sobretudo na auditoria proporcionar maior fiabilidade dos resultados.
Desta forma, é preciso antes saber quais as mudanças que são necessárias executar para
formar recursos e funcionários que não têm experiência na utilização de ferramentas
informáticas.

Segundo o argumento acima exposto, segundo o qual, as TIC’s devem ser


acompanhadas por uma moldura humana capacitada, o grupo propõe a seguinte
pergunta de pesquisa: Qual é o impacto das tecnologias de informação e
comunicação no processo de auditoria em Moçambique?

1.6 Metodologia

A metodologia deriva, do methodos que significa organização, e logos, estudo


sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos
caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se
fazer ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos
utilizados para fazer uma pesquisa científica (Fonseca,2002 1 citado por Gerhardt &
Silveira, 2009: 13).

Minayo (2007: 44) define metodologia de forma abrangente e concomitante: a) como a


discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema ou o objecto de
investigação requer; b) como a apresentação adequada e justificada dos métodos,
técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas relativas
às indagações da investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua
marca pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados experimentais,
observacionais ou de qualquer outro tipo específico de resposta às indagações
específicas.

1
Fonseca, J. J. S. (2002), Metodologia da pesquisa científica, UEC: Fortaleza.

4
REVISÃO DE LITERATURA
Este capítulo faz a abordagem dos principais conceitos desta pesquisa, assim como
proporcionar maior familiaridade com as variáveis do tema, recorrendo à revisão
bibliográfica. Portanto, para além dos conceitos como TIC’s e Auditoria, fazemos
abordagem dos aspectos mais relevantes, teoricamente.

2.1 Conceitos Básicos

2.1.1 Tecnologias de Informação e Comunicação


O termo, tecnologia, vem do grego tecnhne (arte, oficio) e logos (estudo de) e referia-se
à fixação dos termos técnicos, designando os utensílios, as máquinas suas partes e
operações de ofícios (Blanco & Silva, 1993: 37).

As TIC’s são instrumentos utilizados para alavancar a modernização, aumentar a


competitividade e apoiar o desenvolvimento económico e social de todos os sectores da
economia: local, nacional e mundial – públicos e privados. São o conjunto de todos os
equipamentos computacionais e tecnológicos que têm como objectivo fornecer solução
para um determinado problema. (Paludo, 2012: 147).

Segundo Rezende (2007: 46), TIC é uma área que utiliza a computação como um meio
para produzir, transmitir, armazenar, aceder e usar diversas informações. A tecnologia é
usada para fazer o tratamento da informação, auxiliando o utilizador a alcançar um
determinado objectivo.

2.1.2 Auditoria
A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registos, inspecções e
obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionados com o
controle do património, objectivando mensurar a exactidão desses registos e das
demonstrações contabilísticos deles decorrentes. Os exames são efetuados de acordo
com as normas de auditoria usualmente aceitas e incluem os procedimentos que os
auditores julgarem necessários, em cada circunstância, para obter elementos de
convicção, com o objectivo de comprovar se os registos contabilísticos foram
executados de acordo com princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as
demonstrações contabilísticos deles decorrentes reflectem adequadamente a situação
económico-financeira do património, os resultados do período administrativo
examinado e outras situações nelas demonstradas. (Franco, 2000: 26).

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Segundo Attie (1998), o principal objectivo da auditoria é expressar uma opinião sobre
as demonstrações contabilístico. Deve assegurar que elas representem adequadamente a
posição patrimonial e financeira, o resultado das suas operações, as origens e as
aplicações dos recursos nos períodos analisados, de acordo com os princípios e as
normas da contabilidade aplicadas com uniformidade. Portanto, a auditoria é o processo
pelo qual o auditor se certifica da veracidade das demonstrações contabilísticos
preparadas pelas organizações auditadas, utilizando critérios e procedimentos de modo
que exprimam, com clareza, a real situação da instituição em termos de direitos,
obrigações e resultados das operações realizadas no período em exame, proporcionando
uma interpretação uniforme e de fácil compreensão.

2.2.3 Tipos de Auditoria


Segundo Marques (1997) existem, entre outros tipos de auditoria, os seguintes:

Auditoria operacional: É um aprofundamento da auditoria interna e integra os


controlos operacionais (auditoria dos sistemas de informação e de organização), a
gestão (auditoria das condições de exploração e dos resultados) e a estratégia (auditoria
do julgamento da adequação da escolha e da oportunidade das decisões).

Auditoria de gestão: É um dos segmentos da auditoria operacional. Além de analisar,


vai avaliar e rever o desempenho da organização e verificar como os recursos estão a ser
aplicados. É também usada como medida do desempenho dos gestores e rendibilidade,
eficiência e eficácia da empresa.

Auditoria de sustentabilidade: Está relacionada com o desenvolvimento sustentável e


vários comportamentos que levam a preocupações ambientais (diversos tipos de
poluição). Existe uma combinação não só com a lucratividade da empresa, o seu
desempenho financeiro e económico, mas também com a sua responsabilidade social e
ambiental. Os principais aspectos relacionados com o ambiente envolvem: reduzir,
reciclar e reutilizar.

Auditoria aos sistemas de informação: Este tipo de auditoria pode ser efectuada por
profissionais da própria empresa, por exemplo, os auditores internos, ou por
profissionais externos. Tem como objectivo principal verificar que existem controlos
apropriados implementados e que funcionam eficazmente em todo o sistema
informático.

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Auditorias estratégicas: Marques (1997), caracteriza este tipo de auditoria como
“instrumentos da maior importância para o sucesso das organizações, porque, no
fundamental, têm em vista identificar o negócio ou os negócios em que a unidade
económica deve operar e onde, a forma como o deve fazer e quais os recursos a utilizar
e, consequentemente, possibilitam redefinições e ajustamentos estratégicos. Estas ações
permitem reavaliar e redefinir a missão, os objectivos estratégicos, as estratégias e as
políticas adoptadas, bem como avaliar da correcção da sua implementação,
designadamente no que respeita à adequação da estrutura e dos meios utilizados face às
necessidades do negócio, tendo em conta a realidade actual e as perspectivas e
tendências previstas para o futuro.

2.2 Benefícios do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no sector


público

A AP é um sistema complexo que age de forma fechada, desarticulada, burocratizada e


hierarquizada. É através da utilização das TIC’s que se podem articular e integrar
melhor os seus serviços, levando a uma melhoria da qualidade dos serviços prestados e
a uma diminuição dos seus custos (Silveira et al.,2017:78). Quando estas são bem
aplicadas no sector público contribuem para uma Administração Pública mais
transparente e eficaz. Estas tecnologias facilitam a gestão e o funcionamento do
Governo em termos do planeamento e execução de políticas públicas, o controlo do
orçamento e a melhoria do fluxo procedimental de cada tarefa.

Para a OCDE (2005), a implementação das TIC’s nos serviços públicos permite
melhorar a inovação, eficácia e qualidade, facilitando a gestão dos líderes quanto ao
controlo do orçamento e dos recursos. Deste modo, as TIC’s tornaram-se um factor
importante para a modernização dos serviços e o melhoramento da produtividade.

Quando as TIC’s são aplicadas no sector público possibilitam uma maior eficiência na
sua gestão, na medida em que permitem o levantamento de informações em tempo real,
integração de sistemas públicos e maior participação dos cidadãos na gestão pública.

Assim, em resumo, pode-se dizer que as TIC’s implementadas ao sector público


melhoram a inovação, a eficácia e a qualidade; facilitam a gestão dos líderes quanto ao
controlo dos recursos; contribuem para a modernização da AP; aumentam a
produtividade; melhoram a articulação e a integração dos serviços públicos; aumentam

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a transparência; melhoram o relacionamento dos serviços públicos com os cidadãos e
com as empresas, entre outras.

2..2.1 Vantagens ou Consequências das Tecnologias de Informação


A introdução das tecnologias traz várias vantagens para o sucesso das empresas. Para
Madeira (2002), as vantagens na introdução das tecnologias de informação nas
organizações, algumas delas são:
melhora as informações para a tomada de decisões; automatiza as tarefas
rotineiras; melhora o controlo interno das operações; melhora o atendimento ao
cliente; aumenta a capacidade de encontrar problemas mais cedo; melhora o
processo produtivo; e aumenta a produtividade e competitividade.

O autor supracitado, refere ainda que as TIC’s trazem vantagens na redução de custos e
risco de incerteza na tomada de decisão; melhora a qualidade dos produtos ou serviços;
aumenta a eficiência e a eficácia; e motivação dos recursos humanos.

Por seu turno, Oliveira (2005), considera que a existência das novas tecnologias pode
conduzir às seguintes consequências:
 Os computadores e as redes são susceptíveis de ter avarias ou danos, o que leva
a uma planificação prévia de eventuais emergências;
 Os gestores e auditores devem tomar medidas que garantam a fiabilidade, a
integridade e a confidencialidade dos dados obtidos através dos sistemas
informáticos;
 A não detecção de erros ou fraudes devido à enorme quantidade de dados
controlados pelos sistemas;
 Possível discrepância entre o que está armazenado nas bases de dados e o que é
apresentado nos relatórios; e
 Necessidade mínima de intervenção humana nos processos.
Os objectivos que devem ser considerados no processo de automação de uma auditoria
por meios informáticos são: Melhorar a eficiência e reduzir custos; melhorar a qualidade
do trabalho de auditoria, reduzindo os seus níveis de risco; garantir a formação;
melhorar a qualidade dos relatórios e documentação; corresponder à expectativa dos
clientes; preparar-se para a globalização dos negócios; manter-se entre os mais bem
reconhecidos no mercado.

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3.3 Contributo das TIC’s na Auditoria
Segundo Singleton (2011), os auditores de TIC’s tem contribuído para as auditorias
financeiras desde que se começaram a usar os computadores para os processos de
contabilidade e financeiros, utilizando tais tecnologias como ferramentas de auditoria.
Essas contribuições vão desde os testes de controlo a procedimentos substantivos.

Nos testes de controlo, os controlos que estão automatizados precisam ser testados de
modo a garantir que estão a funcionar correctamente durante todo o período financeiro,
permitindo aos auditores confiarem na performance de tais controlos, assegurando que
funcionam do modo como foram desenhados e implementados. Esta situação leva a que
o risco de controlo seja menor.

Nos testes substantivos, as ferramentas informáticas são utilizadas para complementar


ou até substituir alguns procedimentos substantivos de auditoria manuais, que utilizando
processos tradicionais demoram horas para serem efectuados. Um exemplo para ganhar
eficiência é na selecção dos dados de amostragem, reduzindo significativamente o
tempo de trabalho e aumentando o número da população.

A informatização dos Sistemas de Informação (SI) tem exigido profundas


transformações, nomeadamente no que se refere à área financeira, aos procedimentos
contabilísticos e ao respectivo sistema de controlo interno”.
“Os trabalhos e as análises das auditorias tornam-se por isso mais complexos e é
necessário procurar compatibilizar a necessidade da especialização com a diversidade
das matérias a analisar (Marques, 1997).
O objectivo e âmbito de uma auditoria não se alteram no caso de a informação
contabilística, financeira e de gestão ser processada através da utilização de meios
informáticos, os quais no entanto poderão afectar os procedimentos a realizar pelo
auditor sobretudo no que se refere ao estudo e avaliação do sistema de contabilidade e
de controlo interno.

ANÁLISE DOCUMENTAL DO IMPACTO DAS TIC’S NO PROCESSO DE


AUDITORIA NA OCAM

A OCAM é uma pessoa colectiva de Direito público, independente do Estado e de


quaisquer outras organizações públicas e privadas, que desenvolve uma actividade de

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interesse público e goza de personalidade jurídica, dispondo de autonomia
administrativa, financeira, patrimonial, científica, técnica e regulamentar, tendo sido
criada através da Lei nº 8/2012 de 8 de Fevereiro, com o mandato estatutário de
regulamentar o exercício e licenciamento das profissões de Contabilista e de Auditor.

A sua missão é definir regras de acesso e exercício da profissão de contabilista e de


auditor, exercer a jurisdição disciplinar, promover os direitos e deveres dos membros,
visando alcançar a independência técnica e funcional, defender a dignidade e afirmação
social da profissão através do respeito pelos princípios éticos e deontológicos.

3.1 Benefícios de TIC’s no processo de Auditoria na OCAM


No período em análise (2016-2018), de acordo com a apreciação documental, a OCAM
tem desenvolvido muitas acções no âmbito de informatização dos seus sistemas. Em
2016, desenvolveu-se o Consultório Técnico e Newsletter que se trata de um serviço
interativo que aproxima os membros, partes interessadas e a sociedade à OCAM. O
Consultório, gerido por uma consultoria técnica especializada em Contabilidade e
Fiscalidade, tem como enfoque, o esclarecimento de dúvidas sobre normas de
Contabilidade e sobre Fiscalidade nas suas variadas vertentes (OCAM, 2017).

No ano de 2018, o registo da plataforma indica um nível de utilização de pouco mais de


50 mil acessos, consubstanciando também, mais de 10 mil consultas endereçadas por
membros, Docentes maioritariamente universitários, estudantes e outros interessados
(OCAM, 2019: 13).

A Newsletter é uma plataforma de comunicação, criada e gerida pela OCAM, que serve
de meio informativo e formativo quer para os membros quer para outras partes
interessadas. Tem a força de aproximar a OCAM à sociedade, levando a imagem do que
os diversos sectores têm estado a fazer e vincando a imagem de marca da OCAM no
mercado. É um pilar fundamental para o fortalecimento da presença da OCAM na
sociedade. Todas as edições podem ser a qualquer momento revisitadas na página da
internet, twiter, facebook, youtube, watsaap, assegurando maior divulgação das
actividades realizadas (Idem).

No que diz respeito aos benefícios das TIC’s no processo de auditoria na OCAM, no
período em análise ao nível de informática, foram introduzidas as seguintes soluções:

 Criação do Canal de Youtube da OCAM;

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 Criação do Google+;
 Introdução do Dropbox para partilha de ficheiros e respectiva segurança;
 Integração dos serviços de redes sociais Instagram, Twitter, Facebook de modo a
permitir maior divulgação das acções da OCAM;

A auditoria tecnológica e de inovação fornece informações do ponto de vista interno da


OCAM, ou seja, o olhar para dentro da mesma, mas também possibilita a comparação
com outras organizações. Algumas das metodologias analisadas fazem uso do banco de
dados para fornecer um parâmetro para a organização avaliada de como ela se encontra
diante de seus concorrentes no sector (OCAM, 2016).

Os procedimentos em sistema de tecnologias de informação pelos quais as transacções


são registadas, processadas e relatadas nas demonstrações financeiras, a OCAM faz
registos contabilísticos electrónicos, relacionados com informação de suporte ou
asserções das demostrações financeiras.

3.2 Impacto das TIC’s no Processo de Auditoria na OCAM


Hoje o exercício da actividade de auditoria impõe uma constante aprendizagem, uma
constante procura de saber, de trocas de experiências profissionais, de debate das novas
reformas legislativas, das normas e até de novas formas de interacção, o que exige
conhecimentos na área das novas tecnologias.

As TIC’s trazem um impacto em todas as actividades na qual são aplicadas. É muito


importante zelar pela segurança das informações, estejam elas contidas ou não em
sistemas computacionais. Informações são recursos patrimoniais críticos, importantes
para qualquer organização, tanto para a concretização de negócios como para a tomada
de decisão em questões governamentais, sociais, educativas e económicas.

De acordo com MATI (2017: 09), como a sociedade moderna depende de informações
para tomar decisões ou de bem-estar social, a segurança dessas informações deve ser
preservada. Informações adulteradas, não disponíveis, ou sob conhecimento de pessoas
de má-fé podem comprometer instituições do mercado financeiro, indústrias, bancos,
sistemas de telecomunicações, de assistência médica, enfim, podem afectar a sociedade
de várias maneiras.

Na OCAM, podemos verificar que as TIC’s proporcionam um impacto positivo


principalmente nos aspectos básicos da Segurança da Informação: a autenticidade, a
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preservação da disponibilidade, a integridade e a confidencialidade da informação
(OCAM, 2016).

As TIC’s na OCAM proporcionam a garantia da veracidade da fonte de informações por


meio de autenticação, é possível confirmar a identidade da pessoa ou entidade que
presta as informações, isto é, se ela é realmente quem deveria ser. É também possível
proporcionar a propriedade de estar acessível e utilizável sob demanda por uma entidade
autorizada. As TIC’s salvaguardam a exactidão e completude de activos e garantem que
a informação não esteja disponível ou revelada a indivíduos, entidades ou processos não
autorizados.

De acordo com a revisão de literatura feita, verificamos que muitos auditores são
obrigados a especializarem-se na área de auditoria de sistemas de informação, a qual
inclui o sistema de controlo interno e as rotinas de informação contabilística e de gestão
operacional.

Segundo Sayana (2003), o auditor necessita saber detalhes técnicos da aplicação,


conhecer os ficheiros ou as tabelas onde estão arquivados os dados, a sua descrição, tipo
e códigos chave. Os dados da empresa têm de ser passados para o software de auditoria,
como cópia fidedigna, de modo a não afectar os dados reais que estão na base de dados
da empresa. Após o auditor ter acesso a estes dados é feita a análise pelo software de
auditoria, pelo que o auditor necessita saber o controlo que vai ser testado e validado,
deve projectar os procedimentos e testes. Os testes que o auditor realiza são desenhados
usando o conhecimento da aplicação informática e das regras de negócio relacionadas
com a função e o conhecimento.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a revisão documental e bibliográfica podemos constatar que a OCAM encontra-se
ainda no processo de reestruturação dos seus sistemas internos, embora haja avanços
consideráveis, com destaque para Newslettaer e outros aspectos. É importante realçar
que a informação sobre as TIC’s na OCAM foi extraída a partir dos documentos
disponíveis na internet, com destaque para os relatórios anuais. O impacto é positivo e
muito significativo para o processo de auditoria pois proporcionam os dados e
informações em tempo real.

As hipóteses anunciadas são confirmadas ou validadas porque realmente as TIC’s na


OCAM proporcionam vários benefícios no processo de auditoria uma vez que reduzem
o custo e tempo na divulgação da informação, ultrapassam as limitações do relato
tradicional e aumentam a quantidade e tipo de informação a divulgar. Modernizaram os
procedimentos tradicionais através de equipamentos e sistemas informáticos que
possibilitam o fornecimento de dados e informações em tempo real.

É necessário destacar que as TIC’s não apenas proporcionam aspectos positivos, como
também negativos, quando os recursos humanos não estão capacitados para lidar com as
tecnologias, podem distorcer os relatórios. Para tal, é preciso que haja uma formação
contínua. O mundo digital encontra-se em constante adaptação, daí que os auditores
devem se actualizarem sobre as inovações nas técnicas e procedimentos usados nos
processos contabilísticos e de auditoria.

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Bibliografia

a) Livros

Attie, William (1987), Auditoria: conceitos e aplicações, 2ª ed. Atlas: São Paulo.

Crepaldi, Silvio A. (2000), Auditoria contábil: teoria e prática, Atlas: São Paulo..

Gerhardt, T. E. & Silveira, D. T. (2009) Método de Pesquisa, 1ª ed., UFRS: Rio


Grande do Sul.

Gil, A. C. (2002) Como elaborar projecto de pesquisa, Atlas: São Paulo.

Gil, A. C. (2008) Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, 6ª ed, Atlas: São Paulo

Mayo, A. (2003), O valor humano da empresa: valorização das pessoas como activos,
Pearson Prentice Hall: São Paulo

Paludo, A. V. (2012). Administração Pública: Teoria e Questões. 2.ª Edição Revista e


Actualizada, Elsevier: Rio de Janeiro.
Rezende, Alcides Denis. (2007), Sistemas de Informações Organizacionais. Atlas, São
Paulo.

b) Artigos

Alves, A. A., & Moreira, J. M. (2004). Cidadania Digital e Democratização


Electrónica. Porto: SPI - Sociedade Portuguesa de Inovação.
Amaral, J. N. G. (1997), Auditorias de inovação, (Dissertação de Mestrado) Faculdade
de Engenharia da Universidade do Porto: Porto. Brito, Tânia F. C. de (2015),
Tecnologias de Informação de Suporte à Auditoria: Lisboa.

Blanco, E. & Silva, B. (1993) Tecnologia Educativa em Portugal: Conceito, Origens,


Evolução, Áreas de Intervenção e Investigação, Revista Portuguesa de Educação, Vol.
6, n.3, 37-55, IE: Universidade de Minho
MATI - Manual de Auditoria em TI (2017), Tecnologia da Informação do Tribunal
de Contas do Estado de Rondônia: Porto Velho

Marques, Madeira (1997) Auditoria e Gestão, 1ª ed. Editorial Presença.

14
OCDE (2005), Proposed Guidelines for Collecting and Interpreting Technological
Innovation Data – Oslo Manual, OECD, Paris.

Oliveira, José A. (2005) Abordagem metodológica à auditoria a sistemas de


informação. IGC.

Sayana, S. Anantha (2003) Using CAATs to Support IS Audit. ISACA, Information


Systems Control Journal, Volume 1.

Singleton, Tommie (2011) Como o Auditor de TI pode fazer contribuições substantivas


para uma auditoria financeira, ISACA Journal, Vol 1

c) Legislação

Boletim da República (2012), Cria OCAM, Lei 08/2012, de 12 de Fevereiro. I Série,


nº41. Publicação Oficial da República de Moçambique: Maputo.

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