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Rose Koyashiki
O Ateliê de Escultura em Argila, que funciona na UEM desde 1998, tem uma
proposta inovadora: utilizar o trabalho com argila como instrumento de
estimulação neuro-psicomotora, dentro do conceito da
neuroplasticidade.Embora carregue um nome complicado, a neuroplasticidade
é a capacidade de as células cerebrais, neurônios, modificarem-se, adaptarem-
se, reorganizarem-se e criarem novas vias neurais. Isso significa que, em
casos de danos por doenças ou traumas, os neurônios lesados podem ser
substituídos pelos vizinhos, que assumem as funções das células afetadas.
Cada estímulo pode resultar em novas aprendizagens, que ficarão registradas
na morfologia do sistema nervoso, em forma de sinapses, segundo o professor
Marcílio Hübner de Miranda Neto, citado por Valmir Batista da Silva,
coordenador do Ateliê. Assim como os músculos são exercitados, os neurônios
também podem ser trabalhados para aumentar o número de sinapses, ou seja,
as ligações entre as células nervosas. Quanto maior a sinapse, maior a
eficiência do processamento de informações no cérebro.
Mudança de foco – Valmir da Silva relata que, quando iniciou o projeto em 98,
sua intenção era um espaço para trabalhar a arte. Depois de começar o curso
de pós-graduação em Ciências Morfofisiológicas na UEM, o foco mudou. O
objetivo passou a ser um espaço para desenvolver o indivíduo nos aspectos
neurológico, psicológico e motor. A modelagem em argila auxilia a pessoa a se
reorganizar internamente, a reestruturar-se psiquicamente, a adquirir
autoconfiança e auto-estima, a detectar e descobrir potencialidades, além de
estimular a formação de novas sinapses e de trabalhar os movimentos mais
finos.
Experiência positiva
A experiência com a argila está sendo empregada fora da UEM pela pedagoga
Silvia Mara da Silva entre crianças que apresentam dificuldades de
aprendizagem. A atividade é um sucesso. Silva, que participou do Ateliê de
Escultura durante três anos, relata que a argila é um ótimo instrumento no
desenvolvimento das pessoas em vários aspectos, quando utilizado de forma
sistemática. “A modelagem em argila promove uma estimulação cerebral, a
criação de novas redes neurais, e os benefícios incluem melhoras na auto-
expressão, na coordenação motora fina, na organização do pensamento, na
auto-estima, no relacionamento interpessoal”, enumera.
Materiais:
-argila;
-jornal;
-cola colorida;
-tintas variadas;
-crepon;
-pincel.
Dê a argila para cada aluno e fale para manusear como quiserem. Palitos são
ideais para abusarem da criatividade.
Ajude-os a escreverem seus nomes nos vasos e deixe secar por alguns dias.
Faça as flores com papel crepon.
Faça pingos com cola colorida em formatos de flores no vaso depois de seco e
pintado.
Beijoss!