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Argila e estimulação neuropsicomotora

7,janeiro 2011 · Filed under Uncategorized

Brinque com argila com os alunos e propicie uma experiência riquíssima. A


argila por ser uma material maleável e fluído, permite a criança a ter um maior
contato com os sentidos, liberar seus movimentos, desenvolver a percepção, a
psicomotricidade: fatores importantes na sua formação.

“Assim como os músculos são exercitados, os neurônios 


podem ser trabalhados para aumentar o número de 
ligações nervosas e conseqüente incremento 
da função cerebral”

Rose Koyashiki

Leia o artigo e tenha as suas conclusões:

Argila como instrumento de estimulação neuropsicomotora


Artigo transcrito do Jornal da UEM – Universidade Estadual de Maringá
 

O Ateliê de Escultura em Argila, que funciona na UEM desde 1998, tem uma
proposta inovadora: utilizar o trabalho com argila como instrumento de
estimulação neuro-psicomotora, dentro do conceito da
neuroplasticidade.Embora carregue um nome complicado, a neuroplasticidade
é a capacidade de as células cerebrais, neurônios, modificarem-se, adaptarem-
se, reorganizarem-se e criarem novas vias neurais. Isso significa que, em
casos de danos por doenças ou traumas, os neurônios lesados podem ser
substituídos pelos vizinhos, que assumem as funções das células afetadas.
Cada estímulo pode resultar em novas aprendizagens, que ficarão registradas
na morfologia do sistema nervoso, em forma de sinapses, segundo o professor
Marcílio Hübner de Miranda Neto, citado por Valmir Batista da Silva,
coordenador do Ateliê. Assim como os músculos são exercitados, os neurônios
também podem ser trabalhados para aumentar o número de sinapses, ou seja,
as ligações entre as células nervosas. Quanto maior a sinapse, maior a
eficiência do processamento de informações no cérebro.

Tensões liberadas – Valmir da Silva explica que, ao trabalhar


com argila, a área frontal do cérebro, responsável pelo
planejamento das ações, e a área motora, responsável pelo
movimento intencional, são diretamente estimuladas. Como
resultado, a pessoa tem suas tensões liberadas e apresenta
interação criativa, domínio motor, auto-expressão, interação lúdica, expressão
da forma tridimensional e desenvolvimento interpessoal. Nesse projeto,
também são utilizados os preceitos da arte-terapia, que surgiu para promover a
estruturação psíquica pela arte.

Os resultados da iniciativa são animadores. Edvan Dias de Souza,


33 anos, é um exemplo. Ele nasceu com paralisia cerebral e teve
uma lesão na área ligada à parte motora que afeta seus movimentos
e a fala. Iniciou no projeto em 1998 como aluno e hoje ensina as
técnicas de modelagem e escultura, tanto no projeto como no Centro
de Vida Independente, que funciona no Bloco 14 do câmpus
universitário. No ano passado, entre 100 inscritos, figurou entre os 20
selecionados para a Mostra Paranaense de Artes Visuais. Seus trabalhos,
assim como o de outros artistas do Ateliê, ganharam um espaço na loja Bem
Brasil, uma forma de ganhar visibilidade.

Auto-estima – Valmir da Silva, que é psicólogo, relata que o desenvolvimento


de Edvan de Souza foi registrado por meio de suas obras, que mostram a
evolução estética e o domínio das técnicas utilizadas. Mas não foi só a parte
artística que apresentou melhoras. Houve, ainda, ganhos social, psíquico e
motor, como o reconhecimento de seu talento pelo público, a inclusão social, o
incremento na auto-estima, a autodeterminação e autonomia. Silva lamenta
que a evolução cerebral não tenha sido quantificada por meio de exames
sofisticados, como a tomografia computadorizada, por falta de recursos.
Mesmo assim, ressalta que é possível ver que houve evolução motora pelas
obras. No início, elas eram mais rústicas, toscas, agora, apresentam formas
tridimensionais mais elaboradas e movimentos simétricos, firmes, definidos.

Edvan de Souza também aceita encomendas. Atualmente desenvolve a


escultura Dança dos Cisnes para uma senhora. Seu estilo preferido é o
abstrato, com expressão geométrica, com poucos detalhes, com um “pé” no
cubismo e outro na arte contemporânea. Mas faz também peças utilitárias,
como vasos e jarros. Sua obra preferida é O Abraço, que já foi vendida. Sua
recompensa é ver as pessoas admirando seus trabalhos e tentando entendê-
los.

O projeto é aberto também a pessoas sem deficiência motora.


Fábio Cisneros Corveloni, aluno do 2º ano de Geografia na
UEM, freqüenta o Ateliê desde 2003. Para ele, a atividade com argila ajuda a
relaxar, acalmar e estimula a criatividade. Embora comercialize algumas obras,
confessa que é difícil se separar delas. Prefere mantê-las para si ou dar para
amigos. Corveloni gosta de passear pelo universo místico, surreal. Seus
trabalhos preferidos são dragões, seres sobrenaturais, guerreiros medievais.
Também participou da Mostra Paranaense de Artes Visuais no ano passado.
Diz que não pensa em fazer da escultura sua profissão, mas também não
descarta a possibilidade. Sua obra preferida é Amor ou Ódio.

Mudança de foco – Valmir da Silva relata que, quando iniciou o projeto em 98,
sua intenção era um espaço para trabalhar a arte. Depois de começar o curso
de pós-graduação em Ciências Morfofisiológicas na UEM, o foco mudou. O
objetivo passou a ser um espaço para desenvolver o indivíduo nos aspectos
neurológico, psicológico e motor. A modelagem em argila auxilia a pessoa a se
reorganizar internamente, a reestruturar-se psiquicamente, a adquirir
autoconfiança e auto-estima, a detectar e descobrir potencialidades, além de
estimular a formação de novas sinapses e de trabalhar os movimentos mais
finos.

O coordenador do projeto ressalta que, em momento algum, interfere na


produção dos alunos. Simplesmente, repassa as técnicas utilizadas na
modelagem e escultura. Para ele, todos têm condições de fazer esculturas. O
problema é que o acesso às práticas artísticas não é disponibilizado no
processo de formação, no processo educativo. Diz que a criatividade se
disponibiliza pelo oferecimento de espaço com atmosfera acolhedora e
receptiva, com liberdade, sem interferência ou julgamento dos trabalhos, onde
as pessoas possam expressar-se livremente. Acrescenta que criativi-dade é a
oportunidade de auto-expressão, bastando apenas ambiente propício,
materiais e técnicas de manipulação dos materiais para que ela aflore e
cresça. 
O Ateliê recebe apoio de infra-estrutura do Diretório Central dos Estudantes e
materiais da Sociedade Éticamente Responsável.

Experiência positiva

A experiência com a argila está sendo empregada fora da UEM pela pedagoga
Silvia Mara da Silva entre crianças que apresentam dificuldades de
aprendizagem. A atividade é um sucesso. Silva, que participou do Ateliê de
Escultura durante três anos, relata que a argila é um ótimo instrumento no
desenvolvimento das pessoas em vários aspectos, quando utilizado de forma
sistemática. “A modelagem em argila promove uma estimulação cerebral, a
criação de novas redes neurais, e os benefícios incluem melhoras na auto-
expressão, na coordenação motora fina, na organização do pensamento, na
auto-estima, no relacionamento interpessoal”, enumera.

Silva, que atua na área de neurociência e arte-educação, diz que as melhoras


podem ser notadas em curto prazo – a partir de três meses – e em qualquer
faixa etária. Aponta que o trabalho parte de situações lúdicas voltadas para o
aprendizado tanto da leitura como da escrita.
Vamos praticar em sala de aula:

Materiais:

-argila;

-jornal;

-copo descartável e água;

-cola colorida;

-tintas variadas;

-palitos de sorvete verdes;

-crepon;

-pincel.

Com a ajuda dos alunos, cubra as carteiras e fale a importância de manter a


sala em ordem e não sujar o ambiente.

Dê a argila para cada aluno e fale para manusear como quiserem. Palitos são
ideais para abusarem da criatividade.

Com a sua ajuda, motive-os a fazerem vasinhos de flores.

Ajude-os a escreverem seus nomes nos vasos e deixe secar por alguns dias.
Faça as flores com papel crepon.

Dependendo da idade do aluno, você terá que fazer e ele observará.

Corte do crepon (enrolado) em formato de pétala. Passe fita dulpe face no


patito e comece a enrolar o crepon cortado. A parte cortada para cima, dando o
formato de flor. Quanto estiver bem cheia, você pode cortar o excesso.

Faça pingos com cola colorida em formatos de flores no vaso depois de seco e
pintado.

Os dedinhos com tintas podem fazer flores e decorar ainda mais!

Presenteie a mamãe com seu vasinho lindo!

Beijoss! 

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