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Maria Vitória Carvalho Silva Bandeira

A cultura não é limitada apenas pela cultura erudita, a cultura é m ais do que a posse de
conhecimento artístico, a cultura faz parte do que é o homem na sua essência, ela é a própria
existência dele na sociedade, sendo mais do que apenas uma caixa limitada de saberes e
conhecimentos eruditos. Chaui ressalta que é importante lembrar que a cultura está ligada a
cuidar, ou seja uma forma de proteção daquela espécie de conhecimento ou costume ligado
aquela sociedade ou povo, podemos exemplificar com uma tribo indígena ao qual cuida de
suas histórias e de seus antepassados e sua cultura da maneira mais preservada possível,
podemos dizer que há os Djelis (nome dos contadores e guardiões das histórias de acordo com
a aldeia Bayo na Guiné) em cada tribo os quais eles têm pra si os conhecimentos mais antigos
de seus antepassados, e sem nomear com nossa forma de classificação eles repassam seus
conhecimentos em sua maioria de forma oral, ou com rituais, ou com objetos artesanais,
sendo usada a linguagem descrito por Marilena como a primeira forma de apresentar a
cultura.

E ante tudo isso temos a Anti-cultura, ou o que podemos dizer o pesadelo dos que empinam o
nariz para erudição, que é o caso da cultura de massa, pois faz uso da cultura da terra, da
cultura do povo originários e seus conhecimentos que são considerados um retraso na vida
para a erudição, e os mescla com a cultura considerada superior, nos fornecendo assim o
entretenimento, nos trazendo uma nova versão e uma nova percepção sobre os dois
extremos, ficando no intermédio entre esses. Tudo isso nos traz a cultura popular que é uma
forma de resistência e que interfere no comportamento das pessoas que vivenciam essas
experiências, fazendo-os reproduzirem o que se é esperado desses que estão inseridos no
meio, é difícil não ser absorvido por isso, interessante que mesmo sendo uma forma de
resistência e de posicionamento da classe popular, se limita a esse saber e a essa nova forma
de diversão encontrada de uma maneira a resistir as classes dominantes.

A tragédia é o estopim final desse englobamento, pois é o saber e


não saber, é a ignorância não conhecida e o conhecimento
inexistente, e se conformam naquele saber que limitados pela
dominação erudita os fazem não ir além daquilo que eles não
compreendem nem possuem conhecimento que o sabem, o poder
e o conhecimento andam de mãos coladas impossibilitando as
vezes a locomoção dessa classe popular e desse conhecimento que
permanece na inércia.

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