GOLFO DE IJENIM A ptqpó8Uo do Ziuro de P W e zar pesquisas sôbre as origens das Verger, edttado peb Centro de Es- religiões africanas da Bahia, inves- tudos A f t O 4 ~ & Z t &(Sé* Edu- t i g a & ~ essas que se procedem no dos n.0 6, IsO), o escritor Josk Ro- Daomé e na Nigéria. berto do AmmZ Lapa publicou no A S S U ~: ~oOerdtido -de,que ora nos Suplemento Lite6rio de O Estado ocupam(b~c&&W m w m de um de BBo Paulo, && i&w- da Capátal dos probiemas abordacios nüm w- Ztsta, o seguinte artigo: lume bem mais ambicioso a apWe- cer na coleção "Le Monde D'Oub'e- Título: O fumo & Bahta e o trd- Mer" da Ecole Pratique dea Hauks fico dos Escravos do GBljd de Bentm, Études, de Paris, intitulado "Plux Centro de Estudos h - o r i e n t a i s . et refiux de la traite negrière enkre &rie E9tudos n.0 6. Universidade la Bale du Benin et la Baie-de- Federal da Bahla, 39 pSgs. Tous-lee-Bainta" . Autor: Píerre Verger, a quem Apredaçtio: O .t#mw continuri conhecemos em 1961, na Bahia, no na Hf8t6rts UoBm&lierturiat€f+ mesmo Centro de Wuâo8 Afro- tacios que mostrarão um Corn*o Orientais que ora edita sua pla- de implicaçóes econ6rnicas dos mais queta e que na época era dtrfgido 'mteresantes, sendo suficiente nes- pelo escritor Agostinho Wva. ~e sentido lembrarmo-nos das co- Suas preocupaçóea, entllo voltavam- riex6es que formavam o triangulo se para 0 estudo do forte porki- aomerciai "~@cBT-eecravas-tabaco" guês de Sã0 João Batista de 4 u - 8nvolvendo os Interês6es do Brasil, da, na costa ocidental da &&a, Africa e Europa para podermos ve de que resaltou, aiiás, seu bem do- rificar o alcance de suas revelaçbes. cumentado trabalho "Le fort 8t. Pierre Verger nos mostra (p4g. 12) Jsan-Bapftafe D'Ajuda" (1721- que em boa parte, as condições de 1981), recentearente editado pelo facilidade e aceitaç8o que o tabaco Instltut de Recherches Apllquêes du braafleiro foi encontrando como Dahomey como a primeira de suas mercadoria da mal6 aita expressão "Medrias" que pretendemos rese- nhar em breve. para ~~ dos escravos tiveram eua &$em numa imgoslção Conhecendo como poucos a Bahia, dos holandeses, que no século XVI de um conhecimento que tem mui- permitiram que, em determfnad~ tos alcances e dímensões, Pierre Ver- portos os traficantes português33 ger conhece também suficiente- a p e n a d e s e m b a r ~ mhmo da mente a Africa, sobretudo as Sreas Bahia e não mercadorias ds Europa, outrora vinculadas aos interêsses o que repm8entou forte a W ~ u i oaos portuguêses . Atualmente é "Char- negodantes baianos em detrimento g6 de Recherches" do C=, de Pa- dos da metrópole. ris e "Research ABauciateâWdo Ins- DA-nos &da o autor o porque da titute of Africm Btudiea da Univer- pemksiio h01 interessada sidade de Ibadan, na NigCrEa, a- também em o b m t euto brasi- cmtrando-se, no momento, a rca- lelro para suas trrrnsaçõea, co- mo a impedir qualquer forma de contra apenas 17 que no mesmo competição h coloaçiio dos artigos periodo seguiram para Angola. europeus na Africa. Ficamos aguardando assim com Claro 6 que, por outro lado, o nos- grande expectrttiva o trabaiho jB so tabaco, ou melhor, o tabaco baia- anunciado pelo autor, no qual n s tornou-se logo mercadoria de abordar8 em maior amplitude o laga aceitação entre as sobas, di- mesmo assunto para verificarmos o fundindo-se rhpldamente seu con- alcance da convergencia da cultura sumo por toda a Africa. iombá para a Bahia, determinada Assim, há muito alnda por ser es- pela aceitaçáo do fumo baiano em tudado no que diz respeito aos es- certas &mas fornecedoras de escra- cravos africanos que vinham para vos africanos. o Brasil, sobretudo o escravo en- auanto na Africa. o escravo en- quanto no mar e 'o escravo destri- balizado geralmente, quando não MONTEIL, ViNCENT - "Anaiyse áes oferecendo uma certa .conünaiidade 25 documents arabes des Malês cultural origin4rla, como nos tem de Bahfa (1895)" BuUetin de demonstrado o próprio P i e m Ver- l'lmtitut Fondarnental dYAfrique ger ao estudar sobreviv6ncias afri- Noire - Sdrie B - Sciences Hu- canas no B r M . mafnes - Tome XXIX - N.os 1-2 - Janvfer-avrfl 1967 Neste opiisculo B demonstrada a maneira de tratar o fumo na Costa O Proi. Vincent Montei1 publi- da Mina (pãg. 131, sôbre informa- ca uma anãlise dos documentos ções que geralmente foram calca- brabes relativos à insurreição dos das em documentos de arquivos eu- malês, na Bahia, em 1835, com ba- ropeus, o que nos permite verifi- se nos "fac-similes" dos meamos, en- car, por exemplo, os códices que tra- viados pelo Centro de Estudos Afro- tam o tema e são conservados nos Orientais ao Institut Fondamental Archives Natimles de Paris. d'Afrique Noire, para estudo e di- vulgação de canclusões a respeito. Mas, a plaqueta tem ainda inú- Na anáiise feita, contudo, h6 pon- meras outras informações de gran- tos a discutir. de interêsse, como B o caso do temor Inicialmente, na pbgina 88, es- do govêrno metropolitano exarado creve V. Monteil - "Ces esclavea ao Governador da Bahia de que a yoruba (en majorité) Btaient sou- concessáo que tinham os negocian- tes da Bahia de colocar o fumo nas . vent musulmans Ceux-ci étaient surnommés Mal&, ,terme qui n'a rien costas afrícanas em detrimento dos B voir avec le Msli (comme an l'a hegociantes portugukes acabasse cru, parfois) ", Ora, sabe-se que a por concorrer para nossa indepen- percentagem de muçulmanos entre dência pelo progresso econdmico os iorubãs era relativamente baixa, que nos traria, recomeatlando en- em compara/çáo com outras etnlas, tão que os pontuguêses tivessem mals tais como os hauçás, fulas, mandin- vantagens que os brasileiros nesse gas, gangaras, igualmente levadas sentido (pág. 15) . para a Bahia, em grande parte, já TambBm se aponta o comércio in- islamizadas. Muitos dos iorubás só tercolonial Brasil-Africa, sem in- foram convertidos ao Islã5 em con- terferência da metrópole (pãg . 171, tato com muçulmanos dessas etnias. assunto jã anterioqmente traitado Quanto a etlmologia da palavra por outros autores e que agora re- malê, provinda do iorubh "irnalê", cebe novos subsídios. Da mesma ri- será oportuno registrar a mudan- queza como sugestão de estudo B o ça de opinião do Prd. V. Monteil, * quadro que nos apresenta A p4g. tomando-se por base o que antes 20 com o total de 368 navios carre- afirmara na sua obra "L'Islam noir" gados de tabaco que de 1681 a 1710 (p. 47) publicada em 1984. Quanto foram da Bahia h Costa da Mina, a possibilidade de a palavra "inUúé" provir do árabe " m u , te= ~ ~ donne ~ ~a penser que certains de ces que hoje aparece como a mais ve- Males avaient encore des prénoms rossimii, pretendo t&ar do assunto musulmans, tandis que d'autres num próximo trabalho. étaient, plus ou moins superficielle- A seguir, na página 90, V. Mon- ment, catholiques" . tefl afirme: - "Mais le texte four- mille de fautes eorthographe, de Parece-me contudo que o m e barbarismes et âe aol6cismes, qui cristão de um escravo não permite montrent bien qrts les Mal& btaient, conclusão alguma sôbre a sua re- pour de8 raisons comprt5hensibles, ligião. Na Bahia, todos os escravos peu instmits et presque illettrés". tinham nomes portugueses, e do No entanto, o que os documentos mesmo modo, os Malb, como pro- revelam é um grau de instrugão vam os autos policiais, onde todos muito variado da parte dos seus os acusados possuem nomes católi- autores. Hh vários dêles prhtica- cos. No entanto, o escravo muçul- mente sem erros (NPs 1-3, 5-11 da mano poderia bem usar seu nome nossa numeração), o que comprova árabe nas relações com seus corre- não haverem sido "pouco instruidos iigionhrios e quase analfabetos" os que os re- . digiram. 8e outros há, que, em ver- Na sua d U e , V. Montefl intro- dade mostram erros, omisaóes e duziu uma nova numeração doa do- solecismos, isto não nas deve levar cumentos, diferente da por 116s apw- g conclusão do Prof. V. Monteil. sentada. Para evitar erros, con- Ainda na página 90 encontra- frontamos no quadro seguinte as mos a seguinte afirmação: "Ce qui duas numerações.
Num. Num.de Num. Num. de Num. Num. de
nossa Monteil nossa Monteil nossa Monteii
i * 1 Algumas das noissas fotografias reproduzem dois ou mab documentos
No que se refere a numeração dos de Afio-A&, sobre os documen-
versos corânicas, V. Monteil usa os tos em causa. números da edi- de G. F l w l Finalmente, o Prof. V. Monteii "Corani textus arabicus", Lipsh usa para os textos corbicos a tra- (Leipzíg) -70, os quais, i n f e h e n - dução de R. Blachère ("IR C0ra.U" te, ainda sao empregados em certas obras européias, quando seria pre- - traduit de l'arabe - Paris 1851) bem como os seus comenthrios, ado- ferível utilizar-se a numeração da tando as hipóteses extremamente edição oficial cairina do rei Fu7&d sutis do famoso islamólogo francês. ("Qur'ân Karh" - Cairo A. H. E assim, na anhlise do documento 1342 (1923) como o flz no meu n.O 2, V. Monteii escreve "...la sou- trabalho, pubiicado no número 2/3 rate CVI ("Les Qoraysh"), si dou- a Africa e a âmbrica Latina. Para *te fim, o "Maofanio", comunismo com nóvo alenh, aparece como única ideologia e propulsora. i1 est vrai, ttret ce que Yon veut No que diz respeib ii estratégh mi- d'un texte a- mnius: le eMti- litar, Mao Tse-tung recomenda, em mcnt qui fr#pe "h% hammea de Mdas as partes do Mundo, a cha- Wephant", ttne d6ilsnce envers mada "guerra popular", conforme .~,?üahomet,un f ~ p p e lau maíntien de a experlêncla da China e do Vlet- . .. l'union . . " nH. No decurso dêsse tipo de guer- ra. segundo o pensamenfio maofsta, Acontece W m que o homem do as fdrçaa do adversário eeriom dis- elefante nW aparece no texto da persadas por quantss arenas f&zse -.&ara 106, copiada pelo Maiê mas p s i v e l , tomando-se aaaim fáceis 4im no primeiro verso da Sura an- de serem miperodas. terior aue Bhchère. na aua "versão &te livro apresenta, pela primei- A" junta ODm a de n P 106. As outras ra vez, a completa sistemAtica da - hipóteses de Bla&&re de que a Bura estratégia revolucionária de tipo em questão foi revelada a W m é chinés para o resto do mundo. Atra- -Wrgue &te "sentia a desconfiança vés da me leitura a polftlca chinesa ,sk~~ seus pfWWrios" ou de que se deba de eer a "grande inchgdta" trata de um "ap&la psra a manu- numa perspectiva global. -&nçâo da uniáow&o ainda mais . discutíveis. O que é difícil porém ROLF REICHERT é imaginar-se um MB1ê da Bahia, n 1635, pr%sen*do M a a sutile- .za da Mamologia européia do 8é- culo XX. ROLF REICHERT -Afrfca DffbcU: M W o Conüenadu Diário, Raymuado &uaa ban- tas, Coleção Nova Afríca, Rio, 1965. ALLANÇA COM A MISÉRIA Thh book was the first and, as far as the revíewer knows, the only Heinrich Bechtholdt, L&3 AUkfU in the Coleção Nova AMca of the mjt der Armut, Ed. Rombach, Frei- Editora Leitura, S/A. The sim of burg i. Br. Alemanha ocidental. the Collection is stated as being to O titulo do livro de Heinrich furnish "the Braaiiian reader better Be&taioldt, "A Aliança com a Mi- Isnowledge of the reaUtíes of those séria", B esclarecido pelo seu aubtl- young nations", by making avaiia- tulo: "A Estratégia revolucbnhria ble "worb of national and foreign da China contra a Rússia e a Amé- authors, "about diverse aspects and rica". Segundo o Autor, no cinquen- problems" of Airica. temirio da Revolução de Outubro This book, in many diffemat não tanto Moscou, mas Pequim. está ways, fulfiis this aim. It ie a rsther na liderança da estratégia da trans- unusaal book, ma& up of a ehort .formação revolucionfiria do Mundo. Prova "A Aliança com a Miséria" que Mao Tse-tung transfere a ima- unto the main part - introduction, leading the =der a dairy of the personal experlences of the wri- .gem do mundo centrista da antiga ter, which serve as painb of de- China, deslocando-a do "Império do parture for the author'a ref.iegtlons Meto" para o programa revolucionfr- and comments about Afrlcpõ aifairs. rio commista. Mao Tse-tung, pre- An appendix 1s added an the Bra- ,conizando a supremacia da China etnan "Presente" in W& African Vermelha e passando por cima de counfiries, past and m t . Idescou, quer substituir a Europa e a The writer of tb6 book was the Bmbka do Norte na hegemonia Wst A m b Br- ~ in Oh8- ~ . miui~al;~pmdo em seu lugar a Aaia, na-from Beptanbr 1961 until be reetgaed in Augiret 1963. He wiw Gaae Kofi Antubrm of Achimote lirst Msck BmWan to be ,rP#abi anã N a n a IfbbliiP NkeWa, tsd to a c h a Mgh occured in #e short pzid!zf thenattached to thb -tute ried when African Studies, of of Jânio Quadros - more was done than thszh! or after Ghana . Much of his time waa, hClárer, to bring Brazíi and Africa closer. spent iu tnidng contacts wfth -tae Before being appdniad an Amba8- descendants of "Brazilian" Africans. sador, Mr. Souza D a n b had been Many of these had returned, when - in a difficult 6Ut persbtent life they regained their freedom, to - a journalist, an rrathor (two no- West Africa eettllng all along the veis, two sh& mwis, a book of then se c W d ''8lave Coast" as far tales, one biúgwgby) and a n offi- as Lagos and also on the Gtold cial in the Minbtry of Foreign coast . Affairs under Preaident Quadros. Many of these descendants sW A ke.en obseroer, and interested retain vestiges of their Braziiian personaliy in what was going on, stay. (Freed slaves had returned to Mr. Souza Dantss tried to see West Africa much earlier, but in things not slmply as a diplomat. As the ninete- centary were . he writes, "I wanted ... . to live many more, es$e&W oiter tLse &Ia- with the African, feel with hirn hls ve Revolt of 1835 in Bahia, the problems, old and new ..... since, freeing of the "Free Africana" in I repeat, I belong to another uni- 1864, and the final a b o l i t h of verse, 1 am a negro of another ci- 1888. In 1897, Nina Rodrigues Ln Os vilization". (Book p. 35-36). Thls Africanos no Brasi2 personaliy wit interest he expressed in long pri- nessed the embarking of many N a vate wsllrs around Accra, the C& gos and Hausas for Africa.) pital of Ohana, a citg he calls not Souza Dantas had contacts with v. the most authentic african capital, those in Accra, Togo and even in stll "more genuine than Dakar or Dahomey where he met the descen- Abidjan, for example". It also in- dants of the famoua Xaxá gOUS8, volved four trips inland. (an early nineteenth c&rrturg Bra- What he found he tells us in his zilian who settled a t the coast of clear matter-of-fact way. He shows Dahomey and gained much wealth a world tn mpid change and deve- and influence through trade) . lopment, a world trying to overccl- A feeiing of tnietration and pes- me "the retardation" of centuries simism comes out strongly in the "in six years, what o@m ecmntries, dia-. This was due to what the without the surcharge of the mis- wrlter felt was his "condenned mis- fortunes which it suffered, attahed sion". The criticlsms which follo- through many years" (P. 15). Of wed his appointment, the laCk of Ghana, he reveais a country with home support and interest in a pro- dynamic leadership trying through gressive African poiicy, following the many original formulas to solve its renurdiation of Janio Quadros, and problems, going to its rich past and the consequent reduction of the present examples to form coherent mbassy to what he cai& a "dmple policias. In a11 these he shows an bureaucratic office" combined tu understanding and concern which irritate Mr. Souza greatly; and he 'mak88 0 1 1 ~ overi,pok some s t a b dicin't Nde this. in thb connection, ments made out of impatience or it would appear the book has pride. wrong t i a "Airica Difícil" since Mr. Souza also tells us much what was difficult was not Africa about some -ta of Ghanaian or African a f f a h but his mission. culture most of which he coliected Because of the author's interest from personal reading (often in the in followlng thinga as they were t%aimew Library of the University going on and trying to understand of Ghana) anã tallrs with weii- them, the boog glves a good idea of b o w n cultural leadere ííke the an Attlcan muntry of the pment. I t does not portray Africa through realities opposed to the myths rigid anthropologicai theories nor and distortions perpetuated through does the author seek to confirm productions like "Africa Adeus" and any old biases and prejudices. ~t 1s the recent article in "Manchete (Au- hoped this book will be read by gUSt 9th) - many in Brazil and will incite a SAMUEL BOADI-SIAW - (formerly of the desire in some to know about the Crriuersity of (;lcnnn Legoir)