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Livro Explicando A Dor - Rodrigo Rizzo
Livro Explicando A Dor - Rodrigo Rizzo
br
Rodrigo
Rizzo
Tradução
livre
do
livro
“Explicando
a
Dor”
de
David
Butler
e
Lorimer
Moseley,
por
Rodrigo
Rizzo.
www.mapadador.com.br
Rodrigo
Rizzo
Sobre
a
tradução:
Essa
é
uma
tradução
livre
do
livro
“Explicando
a
Dor”
escrito
por
David
Butler
e
Lorimer
Moseley.
Esse
livro
tem
sido
usado
como
guia
para
educar
pacientes
com
dor
crônica
em
pesquisas
cientificas
e
no
ambiente
clinico
ao
redor
do
mundo.
Atualmente
a
educação
mais
moderna
sobre
dor
para
pacientes
com
dor
crônica
é
sobre
neurofisiologia
da
dor.
E
esse
livro
é
uma
das
referências
mais
completas
sobre
o
assunto.
E
pode
ser
lido
e
entendido
facilmente
por
profissionais
da
saúde
e
principalmente
por
pacientes.
Infelizmente
sua
tradução
para
o
português
não
foi
divulgada
por
algum
motivo
especifico.
Dessa
forma
eu,
Rodrigo
Rizzo,
tomei
a
liberdade
de
traduzir
as
partes
essenciais
do
livro
para
minha
pesquisa
de
mestrado.
Sabendo
da
importância
desse
assunto,
decidi
tornar
o
acesso
dessas
informações
público!
Lembre-‐se
que
eu
não
sou
tradutor,
por
isso
não
espere
que
a
tradução
seja
exatamente
igual
ao
original.
Além
disso,
exclui
algumas
partes
igualmente
importantes
por
isso
essa
tradução
não
substitui
a
leitura
completa
do
livro.
Certamente
terão
erros
de
português
ou
digitação.
Eu
realmente
não
utilizei
muito
meu
tempo
para
corrigir
isso,
mas
eu
acho
que
essa
tradução
livre
pode
ser
bem
proveitosa
uma
vez
que
muitas
pessoas
não
falam
inglês
ou
não
conhecem
o
conteúdo
excelente
desse
livro.
Eu
poderia
ter
traduzido
esse
material
para
minha
pesquisa
de
mestrado
e
ter
usado
somente
para
essa
finalidade.
Mas
eu
acho
que
posso
contribuir
muito
mais
para
a
sociedade.
Meu
pai,
minha
mãe
ou
minha
filha
podem
ser
atendidas
um
dia
por
algum
profissional.
E
eu
gostaria
que
esse
profissional
tivesse
esses
conhecimentos.
Além
disso,
é
muito
mais
fácil
para
mim
atender
um
paciente
que
tenha
aprendido
essas
informações
previamente
do
que
aquele
que
nunca
soube
disso!
E
caso
você
queira
saber
mais
sobre
o
assunto
ou
expandir
seus
conhecimentos
na
área
da
dor,
pode
entrar
em
contato
comigo
pelo
site
www.mapadador.com.br
ou
e-‐mail
rodrigorizzo@mapadador.com.br.
Bom
proveito!!
2
www.mapadador.com.br
Rodrigo
Rizzo
Parte
1
Resumo:
-‐ Toda
experiência
da
dor
é
uma
resposta
normal
para
“o
que”
o
seu
cérebro
acha
que
é
ameaçador.
-‐ A
quantidade
de
dor
que
você
experimenta
não
necessariamente
está
relacionada
com
a
quantidade
de
tecido
acometido.
-‐ A
construção
da
experiência
da
dor
no
cérebro
é
baseada
em
muitas
dicas
sensoriais.
-‐ Dor
fantasma
pode
nos
lembrar
que
existe
um
membro
virtual
no
cérebro.
1
-‐
Dor
é
normal
Embora
a
dor
seja
uma
sensação
desagradável
inicialmente
ela
existe
para
nos
proteger
de
alguma
possível
ameaça
ao
nosso
corpo.
De
forma
mais
comum,
a
dor
acontece
quando
o
sistema
de
alarme
do
corpo
alerta
o
cérebro
de
uma
possível
ou
real
ameaça
nos
tecidos.
A
dor
nos
protege,
nos
alerta
de
alguma
ameaça,
frequentemente
antes
mesmo
de
uma
lesão
ou
quando
estamos
com
uma
lesão.
A
dor
faz
nos
movimentarmos
diferente,
pensar
diferente
e
se
comportar
diferente.
E
tudo
isso
faz,
de
alguma
forma,
nos
recuperarmos.
A
dor
pode
ser
tão
eficiente
que
você
não
consegue
pensar,
sentir
ou
focar
em
nada
além
disso.
Se
o
cérebro
achar
que
experimentar
dor
não
é
a
melhor
coisa
para
sua
sobrevivência
(imagine
um
soldado
ferido
na
guerra)
você
pode
não
sentir
dor
naquele
momento
mesmo
com
uma
lesão
severa.
Existem
muitos
mitos,
falta
de
entendimento
e
medos
desnecessários
sobre
dor.
Muitas
pessoas
inclusive
profissionais
da
saúde
não
tem
os
conhecimentos
modernos
sobre
a
dor.
Isso
é
desapontador
porque
o
entendimento
sobre
dor
ajuda
você
gerenciar
a
dor
de
forma
mais
3
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Rodrigo
Rizzo
eficiente.
Duas
coisas
importantes
que
sabemos
sobre
o
entendimento
da
dor:
1-‐
o
conhecimento
da
fisiologia
pode
ser
facilmente
entendido
por
qualquer
homem
ou
mulher
que
esteja
passando
pela
rua,
e
o
entendimento
de
fisiologia
da
dor
muda
a
maneira
da
pessoa
pensar
sobre
a
dor,
reduz
o
valor
de
ameaça
e
melhora
o
seu
gerenciamento.
Por
exemplo:
A
dor
pode
estar
presente
em
muitos
momentos
da
nossa
vida.
Pode
surgir
depois
de
um
tempo
prolongado
usando
o
computador.
Essa
sensação
é
importante
porque
faz
a
pessoa
a
levantar
e
se
mover.
Agora,
as
vezes
o
sistema
da
dor
parece
funcionar
de
forma
estranha.
Por
exemplo,
um
prego
no
pé
não
iria
doer
ate
você
ver
o
sangue
escorrendo
pelo
seu
pé.
Outras
vezes
o
sistema
da
dor
falha.
Pacientes
com
câncer
grave
não
sentem
dor.
E
essa
é
uma
das
razões
que
essa
condição
pode
não
ser
detectada
e
colocar
em
grande
risco
a
vida
da
pessoa.
Por
isso
podemos
dizer
que
a
experiência
da
dor
é
normal
e
embora
desconfortável,
é
uma
excelente
resposta
àquilo
que
o
seu
cérebro
julga
ser
uma
situação
de
ameaça.
Hoje
em
dia
nós
acreditamos
que
mesmo
havendo
realmente
um
problema
nas
suas
articulações,
músculos,
ligamentos,
nervos,
sistema
imune,
ou
qualquer
outro
lugar,
isso
não
iria
doer
se
o
seu
cérebro
julgar
que
você
não
esta
em
perigo.
Da
mesma
forma
se
não
existir
nenhum
problema
nos
tecidos
do
seu
corpo,
você
pode
ainda
sentir
dor
se
o
seu
cérebro
julgar
existir
alguma
ameaça.
Sentir
dor
por
muito
tempo
é
muito
desconfortável,
mas
é
importante
saber
que
você
não
está
sozinho.
Cerca
de
20-‐30%
da
população
tem
dor
por
mais
de
3
meses.
E
de
10
pessoas
que
você
parar
na
rua,
é
provável
que
3
delas
sintam
dor
por
mais
de
3
meses!!
Ao
longo
de
muito
tempo,
muitos
cientistas
tentam
explicar
como
nós
sentimos
dor.
Há
400
anos
existia
um
rapaz
chamado
Rene
Descartes.
Um
dia
sentado
na
sua
mesa,
desenhou
uma
imagem
mostrando
como
ele
entendia
a
dor.
Para
ele,
o
corpo
era
separado
da
mente.
Essa
maneira
de
pensar
é
antiga
e
frente
aos
novos
conhecimentos
sobre
dor
deve
ser
Descartada!
4
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Rodrigo
Rizzo
Atualmente
como
nós
vamos
ver
com
mais
detalhes,
as
mensagens
do
que
está
acontecendo
no
corpo,
são
levadas
por
nervos,
primeiro,
até
a
medula
espinal.
Na
medula
espinal,
a
mensagem
de
uma
possível
ameaça
para
o
corpo,
pode
aumentar
ou
diminuir
de
intensidade
dependendo
da
atividade
do
cérebro.
A
mensagem
de
ameaça
sobe
para
as
diferentes
áreas
do
cérebro.
Essa
mensagem
ainda
não
é
a
dor!
É
uma
mensagem
que
pode
ser
julgada
pelo
cérebro
como
ameaçadora
ou
não,
e
o
cérebro
pode
responder
fazendo
você
sentir
dor
ou
não;
podendo
você
sentir
muita
dor
ou
pouca
dor;
podendo
você
parar
tudo
que
está
fazendo
ou
continuar
fazendo
algo
que
seja
ainda
mais
importante.
Isso
não
quer
dizer
que
você
não
tenha
nada
que
possa
ser
melhorado
na
sua
coluna,
mas
atualmente
nós
sabemos
que
a
experiência
da
dor
de
uma
pessoa
está
relacionada
com
a
atividade
do
cérebro.
1.1
Fantásticas
histórias
que
mostram
que
é
o
cérebro
quem
julga
a
quantidade
de
dor
que
sentimos
Para
ficar
mais
fácil
de
entender
eu
vou
contar
algumas
historias
que
podem
ampliar
a
maneira
que
entendemos
a
dor.
Historias
fantásticas
que
mostram
como
o
cérebro
pode
participar
muito
mais
ativamente
da
experiência
da
dor
de
uma
pessoa.
Existem
relatos
de
médicos
recebendo
no
hospital,
pessoas
com
grandes
lesões,
como
uma
flecha
atravessada
no
ombro
e
mesmo
assim
conversando
calmamente
com
a
atendente,
sem
sentir
nenhuma
ou
pouca
dor.
Existem
soldados
veteranos
de
guerra
que
vão
fazer
um
exame
de
imagem
de
rotina
quando
descobrem
que
tem
uma
bala
na
sua
coluna
há
60
anos!
Eles
nunca
souberam
disso!!
Muitas
historias
de
soldados
que
durante
a
batalha
tem
uma
lesão
severa,
perdem
até
a
perna
e
dizem
não
ter
sentido
5
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Rodrigo
Rizzo
nenhum
dor!
Agora,
por
outro
lado
uma
lesão
muito
pequena
pode
causar
uma
dor
grande!
Uma
folha
de
papel
que
passa
pela
ponta
do
seu
dedo!
Não
tem
nada
muito
grande
acontecendo,
mas
machuca
bastante!
Mesmo
sem
achar
direito
o
corte,
sentimos
uma
dor
muita
chata!
Esses
exemplos
mostram
que
a
quantidade
da
dor
que
você
experimenta
não
necessariamente
está
relacionada
a
quantidade
ou
tamanho
do
tecido
comprometido.
Existem
mais
historias
para
eu
contar
para
vocês.
Dor
lombar
é
uma
condição
muito
comum
e
as
pesquisas
mostram
que
a
quantidade
de
comprometimento
do
disco
e
do
nervo
raramente
está
associada
com
a
experiências
da
dor.
Muitas
pessoas
apresentam
hérnias
de
disco
e
mesmo
assim
não
apresentam
nenhum
sintoma
de
dor!
Quando
vemos
um
exame
de
imagem
com
todas
aqueles
nomes,
pode
ser
amedrontador,
mas
ao
mesmo
tempo
pode
ser
confortante
saber
que
muitas
desses
sinais
fazem
parte
do
processo
de
mudança
por
estarmos
vivos.
Essas
mudanças
não
necessariamente
tem
que
fazer
uma
pessoa
parar
de
levar
uma
vida
completamente
ativa!
É
comum
ver
nomes
como
“artrose,
“degeneração”
no
exame
de
imagem
de
um
praticante
de
Yoga,
que
faz
todos
aqueles
movimentos
contorcidos,
e
mesmo
assim
ele
funciona
muito
bem!!
Então
se
não
existe
dor,
simplesmente
significa
que
essas
mudanças
existem
nos
tecidos,
mas
não
são
percebidas
como
ameaça
pelo
cérebro!
6
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Rodrigo
Rizzo
E
quando
vemos
um
jogador
fazendo
um
gol,
todo
o
time
o
derruba
e
sobe
em
cima
para
comemorar!
Depois
o
jogador
se
levanta
sorrindo,
pulando
talvez
com
mais
energia
que
antes!
Por
outro
lado,
uma
lesão
pequena
pode
ser
suficiente
para
levar
uma
pessoa
a
uma
vida
com
dor
crônica.
Existe
um
caso
de
um
surfista
Australiano
que
estava
sentado
na
sua
prancha
esperando
a
onda.
Ele
sentiu
um
beliscão
na
sua
perna
e
quando
foi
ver
tinha
sido
mordido
por
um
tubarão
que
arrancou
seu
membro!
Talvez
você
já
tenha
ouviu
falar
de
alguns
homens
que
experimentam
a
dor
do
parto!
Em
alguns
lugares
do
mundo
acredita-‐se
que
quanto
mais
dor
o
papai
sentir,
melhor
pai
ele
será!
Algumas
esposas
costuma
cuidar
do
marido
enquanto
elas
estão
dando
a
luz!
Acupuntura
pode
aliviar
a
dor,
mas
nem
sempre
funciona.
Na
verdade
existem
indícios
que
a
acupuntura
funciona
melhor
quando
é
feita
por
uma
mulher
ou
por
um
homem
chinês
e
na
china.
E
funciona
menos
quando
é
feita
por
alguém
não
chinês
e
fora
da
china.
Mesmo
quando
feita
da
mesma
forma.
Pesquisas
mostram
o
formato
da
aspirina
pode
influenciar
o
efeito
do
medicamento.
Capsulas
transparentes
com
grânulos
coloridos
funcionam
melhor
do
que
com
grânulos
brancos.
Grânulos
bancos
funcionam
melhor
do
que
tablete
colorido,
que
funcionam
melhor
do
que
tabletes
quadrados
sem
pontas,
que
funcionam
melhor
do
que
tabletes
redondos.
Tudo
isso
mostra
que
existem
muitas
dicas
que
podem
chegar
no
cérebro
e
influenciar
a
dor.
Mas
sempre
o
cérebro
que
decide
se
alguma
coisa
vai
doer
ou
não!
100%
das
vezes,
sem
exceção!
7
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Rodrigo
Rizzo
O
contexto
da
experiência
da
dor
é
muito
importante.
Uma
lesão
no
mesmo
dedo
indicador
vai
causar
mais
dor
em
um
violinista
do
que
em
um
dançarino
porque
o
problema
no
dedo
tem
um
valor
muito
maior
de
ameaça
para
o
violinista.
Esse
evento
gera
consequências
maiores
para
a
vida
do
violinista
e
para
sua
identidade.
Isso
acontece
porque
muitas
informações
sensoriais
(visão,
audição...,
inclusive
do
corpo)
chegam
no
cérebro
e
são
avaliadas
levando
em
consideração
o
que
temos
na
memoria,
a
razão,
a
emoção.
Por
exemplo,
levamos
em
consideração
as
consequências
desse
problema
na
nossa
vida
e
a
consequência
das
nossas
respostas
frente
ao
problema.
Uma
pessoa
que
está
jardinando
e
tem
no
seu
pé
um
prego
pode
sentir
dor
imediatamente
ou
não.
O
cérebro
decide
se
a
dor
é
apropriada
naquele
momento.
Muitas
outras
dicas
podem
existir
ao
mesmo
tempo:
o
medo
de
ter
uma
infecção,
medo
de
uma
lesão
seria,
a
necessidade
de
proteger
outras
pessoas,
ter
que
terminar
o
serviço
o
mais
rápido
possível.
Sabe,
para
o
cérebro
não
existe
tanta
diferença
entre
uma
dor
por
um
problema
físico
e
emocional.
Problemas
como
lesão
ou
uma
doença
apresenta
também
emoção
envolvida
que
pode
tornar
a
experiência
da
dor
mais
desconfortável.
Uma
pessoa
que
é
rejeitada
pelo
seu
amor,
apresenta
também
mudanças
na
tensão
muscular,
e
no
trabalho
de
reparação
das
células.
Da
mesma
forma
que
uma
pessoa
que
sente
uma
dor
no
trabalho
ao
levantar
uma
caixa
e
não
é
valorizada
pelo
seu
supervisor
ou
pelo
profissional
da
saúde,
pode
ter
um
componente
muito
forte
emocional
e
físico.
Para
lidar
bem
com
a
dor,
é
importante
identificar
essas
dicas
sensoriais.
Podemos
chamar
de
dicas
(ou
nódulos)
de
ignição.
Que
“dão
partida”
a
uma
experiência
de
dor
mais
desconfortável.
Dor
no
trabalho
é
comum.
Dependendo
da
relação
que
se
tem
com
o
chefe,
a
dor
pode
ser
piorada.
Podem
ter
muitas
dicas
sensoriais
que
fazem
a
dor
incomodar
mais.
Posição
do
corpo
no
computador,
muito
tempo
na
mesma
posição,
quanto
nos
sentimos
cobrados,
erro
no
8
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Rodrigo
Rizzo
trabalho
(senso
de
controle).
Uma
espinha
não
é
muito
desagradável,
mas
pode
ser
horrível
quando
aparece
próxima
de
uma
evento
importante.
A
dor
também
depende
daquilo
que
entendemos
como
fator
causador.
Uma
mulher
que
retirou
a
mama
por
causa
de
um
câncer,
apresenta
dor
mais
intensa
e
desconfortável
quando
ela
atribui
a
dor
com
um
possível
retorno
do
câncer.
Independente
do
que
realmente
está
acontecendo
nos
tecidos
do
corpo.
Outro
exemplo
é
de
um
experimento
em
que
voluntários
recebem
um
choque
na
região
da
cabeça
por
um
estimulador.
Eles
vão
sentido
mais
dor
a
medida
que
dizem
para
eles
que
a
intensidade
está
aumentando.
No
entanto
a
intensidade
permanece
a
mesma.
Além
disso,
a
falta
de
informação
e
de
entendimento
também
produz
impulsos
para
aumentar
o
medo.
Por
exemplo,
dor
inexplicável
e
continua,
e
imaginar
lesões
em
tecidos
profundos
que
você
não
podem
ser
vistos,
aumentam
o
valor
de
ameaça
da
dor.
Existem
estudos
que
mostram
que
quanto
mais
uma
pessoa
souber
do
procedimento
cirúrgico
menos
medicamentos
eles
precisarão
depois
da
cirurgia.
A
quantidade
da
dor
pode
depender
até
de
quem
está
do
seu
lado.
Pesquisadores
perceberam
que
os
homens
sentem
mais
dor
quando
recebiam
um
estimulo
doloroso
de
uma
mulher
do
que
de
outro
homem.
Também
isso
acontece
quando
estão
acompanhados
de
uma
esposa
atenciosa
e
cuidadora.
Um
outro
exemplo
é
sobre
a
dor
de
dente.
Estamos
sentindo
uma
dor
terrível
no
dente.
Marcamos
hora
com
o
e
quando
já
na
sala
de
espera
a
dor
parece
ter
desaparecido.
Esse
é
um
bom
exemplo
que
a
dor
nos
faz
agir
para
resolver
o
problema.
Quando
agimos,
o
cérebro
fica
satisfeito
e
entende
que
não
existe
mais
perigo.
A
ameaça
diminui
e
a
dor
passa.
9
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Rodrigo
Rizzo
Você
já
deve
ter
ouvido
falar
em
dor
fantasma.
Uma
dor
em
um
membro
que
fisicamente
não
existe.
Cerca
de
70%
das
pessoas
que
sofreram
uma
amputação
já
apresentaram
dor
fantasma.
E
a
dor
aumenta
quando
a
pessoa
fica
estressada.
A
dor
pode
aumentar
quando
alguém
chega
perto
da
perna
onde
deveria
estar.
A
dor
fantasma
nos
ensina
que
em
nosso
cérebro
tem
um
mapa
de
todas
as
partes
do
corpo
inclusive
do
membro
que
foi
amputado.
Portanto
mesmo
com
a
ausência
de
uma
parte
do
corpo,
a
perna
ainda
existe
no
cérebro.
Pesquisas
descobriram
que
essa
organização
do
mapa
corporal
no
cérebro
muda
quando
o
membro
é
retirado
e
quando
a
pessoa
sente
dor.
Na
verdade
essa
organização
muda
em
casos
de
dor
crônica.
A
dor
não
é
proporcional
a
idade.
A
dor
lombar
acontece
mais
em
pessoas
abaixo
de
60
anos
do
que
acima
de
60
anos.
E
isso
é
mais
uma
prova
de
que
a
dor
não
tem
a
ver
com
a
degeneração
dos
tecidos.
A
dor,
de
alguma
forma
é
aprendida
porque
vamos
atribuindo
significados
a
dor.
Um
bebe
bate
a
cabeça
no
chão
e
primeiro
olha
para
sua
mãe.
Dependendo
da
sua
reação,
começa
a
chorar
ou
continua
brincando.
Os
profissionais
da
saúde
também
ensinam
os
pacientes
sobre
o
significado
das
informações
que
sentimos.
Gênero:
Existe
um
mito
que
as
mulheres
sentem
mais
dor
do
que
os
homens
até
o
momento
de
terem
o
parto.
Nesse
momento
a
tolerância
à
dor
magicamente
aumenta.
É
mais
provável
que
as
mulheres
relatem
dor
mais
honestamente
antes
de
ter
o
filho.
Depois
elas
tem
a
obrigação
de
ser
duronas.
10
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Rodrigo
Rizzo
Cultura:
Muitas
culturas
apresentam
rituais
de
iniciação
envolvendo
lesões
severas
e
raramente
são
descritos
como
dolorosos.
Porque
sentir
dor
ao
ser
picado
por
milhares
de
formigas
quando
o
resultado
será
entrar
na
fase
adulta?
Parte
2
Resumo:
-‐ Sensores
de
ameaça
estão
espalhados
por
todo
o
corpo
e
estão
sentados
nos
neurônios;
-‐ Quando
o
nível
de
excitabilidade
de
um
neurônio
chega
ao
nível
critico,
a
mensagem
de
ameaça
é
enviada
para
a
medula
espinal;
-‐ Quando
a
mensagem
de
ameaça
alcança
a
medula
espinal,
causa
liberação
de
substancias
químicas
excitatórias
da
sinapses
(facilitam
a
conversa
entre
os
neurônios);
-‐ Na
medula
espinal,
sensores
de
neurônios
são
ativados
pelas
substancias
químicas
e
quando
o
nível
de
excitabilidade
dos
neurônios
chegam
ao
nível
critico,
uma
mensagem
de
ameaça
é
enviada
para
o
cérebro.
-‐ Antes
da
mensagem
de
ameaça
seguir
caminho
ao
cérebro,
o
próprio
cérebro
pode
enviar
analgésicos
naturais;
-‐ A
mensagem
é
processada
dentro
do
cérebro
e
se
o
cérebro
concluir
que
você
está
em
perigo
e
você
precisar
tomar
uma
ação,
ele
vai
produzir
dor;
-‐ O
cérebro
ativa
diferentes
sistemas
que
trabalham
juntos
para
tirar
você
do
perigo.
2-‐
O
fantástico
sistema
de
alarme
Temos
um
fantástico
sistema
sensorial
que
informa
ao
cérebro
sobre
as
mudanças
nos
tecidos
do
corpo.
Um
componente
desse
sistema
sensorial
é
o
“sistema
de
alarme
à
ameaças”.
Um
sistema
sofisticado
construído
para
alarmar
o
cérebro
quando
estamos
sendo
ameaçados.
11
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Rodrigo
Rizzo
O
sistema
de
alarme
tem
um
centro
de
comando
que
é
o
cérebro.
Existem
outros
centros
que
também
tem
um
certo
comando
–
a
medula
espinal
(dentro
da
coluna
vertebral).
Quando
colocamos
o
dedo
numa
superfície
quente,
o
aumento
da
temperatura
começa
a
tocar
algumas
campainhas
localizadas
na
ponta
do
dedo.
Mensagens
de
ameaça
são
enviadas
da
pele.
Mas
o
processo
pelo
qual
transforma
essa
mensagem
em
dor
é
mais
complexo
do
isso.
2-‐1
Olhando
de
perto
os
sinais
de
alarme
Sentados
na
extremidade
das
células
nervosas
existem
sensores
que
tem
a
habilidade
de
transmitir
informações
para
a
medula
espinal.
Alguns
sensores
são
especializados
em
responder
a
forças
mecânicas
como
pressão,
agulhada.
Outros
respondem
a
mudanças
de
temperatura
como
quente
e
frio.
Alguns
outros
respondem
a
presença
de
mudanças
químicas
que
podem
vir
de
fora
do
corpo
como
uma
picada
ou
de
dentro
do
próprio
corpo
como
liberadas
pelas
células
quando
inflamação
e
acido
lático.
Quando
os
sensores
respondem
aos
estímulos,
eles
se
abrem
trocando
partículas
com
a
parte
de
fora
dos
neurônios.
Isso
cria
o
impulso
elétrico
nos
neurônios.
Assim
como
os
sensores
são
especializados,
os
neurônios
que
eles
estão
sentados
também
podem
ser
especializados.
Por
exemplo,
impulsos
elétricos
em
alguns
neurônios
viajam
a
150
quilômetros
por
hora
e
em
outros
neurônios
viajam
somente
a
1
quilometro
por
hora.
Isso
significa
que
essas
informações
são
muito
limitadas.
A
medula
espinal
é
apenas
informada
“aumentou
a
temperatura
no
meu
dedo”,
ou
“aumentou
o
acido
lático
nos
meus
braço”
ou
“Perigo!
Na
minha
coluna”!
Nada
mais
do
que
isso.
Todo
o
restante
da
experiência
que
temos
de
repuxar,
pressão,
alongar,
agonizar
é
12
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Rodrigo
Rizzo
produzido
pelo
cérebro
e
está
baseado
em
TODAS
as
informações
disponíveis.
Não
só
as
mensagens
de
ameaça.
Algumas
informações
vitais
sobre
os
sensores:
1-‐
Assim
como
existem
sensores
na
pele,
músculos
e
ossos,
muitos
sensores
estão
no
cérebro.
Os
sensores
dos
cérebro
são
especializados
em
responder
a
estímulos
químicos.
Todos
os
tipos
de
pensamentos
podem
fazer
as
campainhas
de
alarme
tocar
no
cérebro,
da
mesma
forma
que
uma
irritação
na
pele
por
uma
picada
faz
campainhas
de
alarme
tocarem
nos
nervos
periféricos.
2-‐
Quando
olhamos
esses
sensores
em
um
microscópio
podemos
ve-‐
los
em
atividade.
Eles
podem
se
fechar
e
abrir.
Quando
você
vai
ao
dentista
e
toma
uma
injeção
de
anestesia,
as
substancias
da
droga
fazem
os
sensores
mecânicos
se
fecharem.
É
por
isso
que
eles
não
conseguem
detectar
estímulos
mecânicos.
Nenhum
impulso
chega
na
sua
medula
espinal.
O
cérebro
não
aprende
com
a
ameaça.
Outros
estímulos
químicos
podem
deixar
os
sensores
abertos
como
uma
ferroada
de
uma
Raia
e
gera
uma
dor
bem
forte.
3-‐
A
vida
dos
sensores
é
curta.
Eles
vivem
só
por
poucos
dias
e
eles
são
substituídos
por
sensores
frescos.
Isso
significa
que
sua
sensibilidade
está
continuamente
em
mudança.
Lembre
desse
ponto.
Se
você
está
sofrendo
por
dor,
isso
pode
lhe
dar
uma
esperança.
Seu
nível
de
atual
de
sensibilidade
não
está
fixo.
4-‐
Sensores
são
proteínas
feitas
pelos
neurônios
que
tem
um
livro
de
receitas
chamado
DNA.
Existem
muitas
receitas
no
DNA
incluindo
aqueles
diferentes
tipos
de
sensores.
Os
sensores
especializados
feitos
por
um
neurônio
particular
depende
de
qual
receita
foi
escolhida
ou
“ativada”.
Qual
receita
é
ativada
depende
do
que
está
acontecendo
no
momento.
O
mix
de
sensores
é
relativamente
estável,
mas
podem
mudar
muito
rapidamente.
Se
o
seu
cérebro
decide
que
o
aumento
da
sensibilidade
é
o
melhor
a
se
fazer
para
sobreviver,
o
DNA
pode
aumentar
a
produção
dos
sensores
que
se
abrem
a
química
do
estresse
como
adrenalina.
5-‐
Similarmente,
a
quantidade
de
sensores
que
são
feitos
é
relativamente
estável,
mas
pode
mudar
rapidamente.
A
mudança
na
quantidade
de
sensores
produzidos
aumenta
ou
diminui
a
sensibilidade
dos
neurônios
aos
estímulos
particulares.
Se
você
tem
13
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Rodrigo
Rizzo
uma
dor
persistente,
você
pode
ter
esperança
porque
a
quantidade
de
fabricação
dos
sensores
pode
ser
reduzida
se
a
necessidade
de
produção
for
reduzida.
Como
os
sensores
e
a
atividade
dos
sensores
estão
relacionadas
com
a
dor?
Apesar
de
estarmos
falando
sobre
dor,
não
existem
receptores
de
dor,
nervos
de
dor,
caminhos
da
dor,
ou
centros
de
dor.
Existem
neurônios
espalhados
pelos
tecidos
do
corpo
que
respondem
se
os
estímulos
forem
suficientes
para
serem
perigosos
aos
tecidos.
Ativação
desses
neurônios
especiais
enviam
sinais
de
alarme
com
prioridade
para
a
medula
espinal
que
são
enviadas
para
o
cérebro.
Esse
tipo
de
atividade
dos
nervos
é
chamada
de
nocicepção
(recepção
de
ameaças).
A
todo
tempo
está
acontecendo
mensagens
de
ameaças,
mas
somente
as
vezes
elas
terminam
em
dor.
Nocicepção
é
o
percursor
mais
comum
da
dor,
mas
isso
não
significa
que
é
o
único.
Por
exemplo,
alguns
pensamentos
podem
ativar
sinais
de
alarme
dentro
do
cérebro
sem
nocicepção
em
nenhum
lugar.
Lembre
que
nocicepção
não
é
suficiente
e
nem
necessária
para
gerar
dor.
2.3
-‐
Enviando
as
mensagens
Os
neurônios
são
ativados
eletricamente.
Toda
vez
que
os
sensores
se
abrem,
são
carregados
por
partículas
positivas
que
correm
para
dentro
deles.
Quanto
mais
sensores
se
abrem
e
a
excitabilidade
dentro
do
neurônio
alcança
um
nível
critico,
uma
onda
rápida
de
corrente
elétrica
viaja
pelo
neurônio.
Isso
é
chamado
de
impulso
ou
mais
tecnicamente
de
potencial
de
ação.
Os
impulsos
são
a
maneira
que
os
nervos
carregam
mensagens.
Um
impulso
é
uma
simples
mensagem.
14
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Rodrigo
Rizzo
No
gráfico,
o
eixo
horizontal
representa
o
tempo
e
o
vertical
representa
o
nível
de
excitabilidade.
Note
no
começo
do
gráfico,
como
o
nível
da
excitabilidade
varia,
principalmente
devido
o
numero
de
sensores
que
estão
abertos.
Note
também
que
existe
um
momento
critico
(de
tudo
ou
nada;
limiar)
que
a
mensagem
ocorre.
Quando
o
nível
de
excitabilidade
chega
no
nível
critico
de
excitabilidade,
mesmo
pequenos
eventos
que
abrem
apenas
poucos
sensores,
podem
disparar
a
mensagem.
Então
se
esse
neurônio
for
especializado
em
carregar
mensagem
de
ameaça,
somente
estímulos
pequenos
como
movimentos
leves
ou
mudança
na
temperatura
podem
ser
suficientes
para
fazer
a
quantidade
de
íons
positivos
alcançarem
o
ponto
critico
de
excitabilidade
e
fazer
sentir
uma
dor
(dependendo
é
claro
da
conclusão
do
cérebro).
Lembre
que
quando
estamos
falando
de
recepção
de
ameaça,
a
mensagem
que
é
enviada,
pelo
seu
nervo
para
a
medula
espinal
só
diz
“ameaça”.
Isso
não
diz
“dor”.
De
alguma
maneira
a
medula
espinal
e
o
cérebro
recebe
e
analisa
esses
impulsos
e
cria
uma
experiência
significativa
que
pode
ou
não
incluir
a
dor.
2.4
-‐
A
mensagem
de
ameaça
chega
na
medula
espinal
Quando
a
mensagem
alcança
a
outra
extremidade
do
neurônio
(dentro
da
coluna
vertebral),
também
despejada
substancias
químicas
que
ficam
ao
redor
de
neurônios
vizinhos.
Muitos
neurônios
que
vem
dos
tecidos
do
corpo
chegam
eu
um
neurônio
que
sobe
para
o
cérebro.
Cada
neurônio
libera
um
certo
mix
de
substancias
químicas.
No
ponta
do
outro
neurônio
existem
sensores
químicos
especializados
em
15
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Rodrigo
Rizzo
responder
a
algumas
das
substancias
químicas
que
foram
liberadas,
mas
não
todas.
Basicamente,
substancias
químicas
com
formato
redondo
encaixam-‐se
nos
sensores
redondos,
as
substancias
químicas
quadradas
encaixam-‐se
nos
sensores
quadrados...
Se
eles
se
encaixarem,
os
sensores
se
abrem.
Isso
é
chamado
de
principio
“chave
-‐
fechadura”.
A
mensagem
de
ameaça
vai
liberar
substancias
químicas.
As
substancias
químicas
são
as
chaves
para
abrir
os
sensores
redondos
do
segundo
neurônio.
Da
mesma
forma
que
antes,
quando
o
nível
de
excitabilidade
do
segundo
neurônio
alcançar
o
nível
critico...
um
potencial
de
ação
surge!
O
segundo
neurônio
envia
a
mensagem
para
o
cérebro.
Essa
mensagem
diz
“ameaça!”
Essa
comunicação
entre
um
neurônio
e
outro
chama-‐se
“sinapse”.
A
sinapse
é
mais
ou
menos
como
um
correio.
O
ponto
de
partida
e
a
saída
do
correio
está
sempre
mudando.
Se
existir
uma
festa
no
correio
e
todos
estão
agitados,
qualquer
tipo
de
mensagem
vai
passar.
No
entanto,
esse
é
apenas
um
correio
regional
e,
de
alguma
forma,
essa
atividade
é
controlada
pela
central
dos
correios
(cérebro).
Na
verdade,
a
central
dos
correios
(cérebro)
pode
até
mesmo
fechar
o
correio
regional
(medula
espinal)
se
for
necessário.
Através
de
um
interno
e
poderoso
sistema
de
controle
de
ameaça.
Como
isso
é
feito?
Neurônios
do
cérebro
descem
para
encontrar
qualquer
impulso
de
chegada.
Não
existe
duvida
da
força
dessa
via
e
já
foi
mostrada
nas
historias
sobre
dor.
Na
verdade
é
aproximadamente
60
vezes
mais
poderoso
do
que
qualquer
droga
injetada
ou
tomada
por
que
você.
Isso
permite
uma
enxurrada
de
substancias
químicas
(hormônios
da
felicidade)
tais
como
opióides
e
serotonina
que
tem
formatos
diferentes.
E
por
ter
formatos
diferentes
podem
ativar
diferentes
sensores.
Esses
sensores
fazem
as
partículas
positivas
do
neurônio
saírem
de
dentro
dele,
tornando-‐os
menos
excitável.
Ou
seja,
os
neurônios
ficam
menos
propensos
a
enviar
a
mensagem
de
ameaça.
Então
o
impulso
descendente
amortece
o
sinal
de
alarme.
Sim,
com
esse
sistema,
você
pode
vencer
uma
grande
final
ou
um
campeonato
mundial
ou
cozinhar
por
vinte
enquanto
ainda
tem
uma
lesão.
16
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Rizzo
2.5
-‐
A
mensagem
é
processada
no
cérebro
O
nervo
mensageiro
da
ameaça
leva
a
mensagem
de
ameaça
da
medula
espinal
para
o
cérebro.
A
mensagem
de
ameaça
chega
junto
com
muitas
outras
mensagens
e
todas
elas
são
processadas
no
cérebro.
O
desafio
para
o
cérebro
é
construir
uma
historia
da
melhor
forma
possível,
baseada
em
todas
as
informações
que
estão
chegando.
O
cérebro
“da
peso”
àquilo
que
acontece
e
responde
fazendo
muitas
coisas.
Uma
delas
é
dando
a
você
uma
percepção
do
que
esta
acontecendo.
Uma
maneira
de
pensar
sobre
a
dor
é
que
ela
é
parte
da
resposta
do
cérebro
à
informação
que
está
chegando.
Uma
das
coisas
mais
importantes
que
nós
aprendemos
com
exames
de
imagem
do
cérebro,
é
que
na
experiência
da
dor,
muitas
parte
do
cérebro
estão
envolvidas
simultaneamente.
Embora
podemos
ver
padrões
consistentes
de
atividade
no
cérebro
durante
a
experiência
da
dor
das
pessoas,
a
quantidade
de
atividade
varia
entre
as
pessoas
e
em
diferentes
momentos
na
mesma
pessoa.
Cada
experiência
da
dor
é
única.
Não
existe
um
único
centro
da
dor
no
cérebro,
como
as
pessoas
costumam
pensar.
Existem
muitos!
Nós
chamamos
essas
áreas
de
“nódulos
de
ignição”.
Essas
partes
do
cérebro
incluem
aglomerados
de
nódulos
usados
para
sensação,
movimento,
emoções
e
memoria.
A
dor
apenas
pega
emprestado
essas
partes
para
se
expressar.
Na
dor
crônica,
alguns
desses
nódulos
são
quase
que
escravizados
pela
experiência
da
dor.
É
quase
como
um
vicio
a
sentir
dor.
Na
imagem
é
possível
identificar
as
partes
do
cérebro
que
são
normalmente
ativadas
durante
a
experiência
da
dor.
Essas
partes
estão
todas
ligadas
uma
com
as
outras
elétrica
e
quimicamente.
É
mais
ou
menos
a
figura
que
se
vê
em
revistas
aéreas
mostrando
as
rotas
que
são
feitas
por
todo
o
pais.
O
padrão
de
atividade
que
cria
a
percepção
da
dor
pode
ser
considerado
uma
assinatura
da
dor.
Agora
nós
sabemos
que
a
mensagem
de
ameaça
que
vem
dos
tecidos
pela
medula
espinal
é
apenas
um
impulso.
Embora
essa
mensagem
seja
uma
parte
importante
no
processamento
no
cérebro,
especialmente
na
dor
aguda,
isoladamente
ela
não
é
suficiente
para
causar
dor.
Lembre
das
historia
da
dor
fantasma.
A
parte
do
corpo
17
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Rodrigo
Rizzo
não
existe,
mas
dói
e
ainda
estudos
de
imagem
conseguem
mostrar
atividade
em
todas
as
mesmas
áreas
do
cérebro
incluindo
o
membro
virtual.
Possíveis
partes
da
assinatura
da
dor
1-‐ Córtex
pré-‐motor
e
motor:
organiza
e
prepara
o
movimento
2-‐ Córtex
cingulado:
concentração
e
foco
3-‐ Córtex
pré-‐frontal:
resolução
de
problemas
e
memoria
4-‐ Amidala:
medo,
vicio
5-‐ Córtex
sensorial:
discriminação
da
sensação
6-‐ Hipotálamo/
Tálamo:
resposta
ao
estresse,
regulação
autônoma,
motivação.
7-‐ Cerebelo:
movimento
e
cognição
8-‐ Hipocampo:
memoria,
cognição
espacial,
medo
9-‐ Medula
espinal:
portão
das
informações
que
vem
da
periferia.
2.6
-‐
A
orquestra
no
cérebro
Uma
maneira
de
entender
como
o
cérebro
funciona,
incluindo
como
produz
dor,
é
pensar
em
uma
orquestra.
Uma
orquestra
habilidosa
pode
tocar
milhares
de
melodias.
Pode
tocar
as
mesmas
melodias
em
tempos,
notas
e
ênfases
diferentes,
usando
instrumentos
diferentes.
Novas
melodias
podem
aparecer,
velhas
melodias
podem
ser
revividas,
varias
improvisadas,
dependendo
da
audiência.
A
dor
pode
ser
entendida
como
uma
melodia
que
é
tocada
pela
orquestra.
Uma
boa
orquestra
pode
tocar
todas
as
melodias.
E
pode
facilmente
aprender
muitas
melodias.
No
entanto,
se
a
orquestra
toca
a
mesma
e
a
mesma
melodia...
Torna-‐se
automática,
passa
pela
memoria,
torna-‐
se
mais
e
mais
difícil
de
tocar
qualquer
outra
coisa.
Curiosidade
e
criatividade
tornam-‐se
perdidas.
A
audiência
fica
longe...
18
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Rodrigo
Rizzo
E
essa
orquestra
é
inspiradora.
É
como
uma
porção
amarelada
de
neurônios
com
consistência
de
um
ovo
cozido
e
macio.
Que
contem
bilhões
de
neurônios
e
cada
um
deles
fazendo
milhares
de
conexões.
Existem
mais
conexões
possíveis
no
cérebro
que
partículas
no
universo.
Neurônios
são
tão
bons
em
fazer
conexões
que
um
simples
neurônio
colocado
em
uma
banheira
de
água
salgada
vai
se
espichando
cerca
de
30%
do
seu
comprimento
buscando
um
novo
neurônio.
Bebes
fazem
milhões
de
sinapses
por
segundo,
3
milhões
de
sinapses
podem
existir
em
uma
cabeça
de
alfinete.
Você,
o
leitor,
tem
um
cérebro
em
constante
mudança;
milhões
de
sinapses
se
juntando
e
se
separando
a
cada
segundo.
Você
poderia
doar
10.000
sinapses
para
qualquer
homem,
mulher
ou
criança
desse
planeta,
e
ainda
funcionar
de
forma
sensata!
2.7
-‐
Sistemas
que
livram
você
de
problemas
Mensagens
de
dentro
do
cérebro
não
terminam
no
cérebro.
Em
um
sistema
dinâmico
o
que
acontece
dentro
vai
para
fora
de
alguma
forma.
O
cérebro
faz
um
julgamento
do
valor
dos
impulsos
e
responde
a
eles.
Quando
você
sente
frio
existem
muitas
maneiras
que
o
seu
cérebro
e
corpo
podem
responder.
Quando
você
está
em
perigo,
o
cérebro
chama
muitos
sistemas
para
livrar
você
do
problema.
Esses
sistemas
estão
trabalhando
todo
o
tempo.
Os
exemplos
mais
óbvios
são:
o
sistema
muscular,
que
faz
você
sair
correndo,
segurar
uma
parte
do
corpo,
se
esconder
ou
lutar,
e
o
sistema
simpático,
que
controla
o
suor
e
a
distribuição
de
sangue.
Outros
sistemas
tais
como
os
sistemas
imunes
e
endócrinos
trabalham
silenciosamente,
mas
focados
em
seus
trabalhos.
Juntos,
todos
esses
sistemas
ajudam
criar
a
experiência
da
dor,
ou
experiência
motora,
ou
experiência
do
estresse.
Todos
esses
sistemas
podem
ajudar
você
a
se
livrar
do
perigo.
Em
uma
situação
de
ameaça,
e
especialmente
durante
a
dor,
esses
sistemas
vão
trabalhar
muito
por
você.
Eles
são
os
melhores
em
um
curto
prazo.
Durante
a
dor,
a
atividade
dos
sistemas
é
como
um
corredor
de
100
metros
rasos
que
tem
um
desempenho
em
alto
nível
de
atividade
em
um
curto
período
de
tempo.
No
entanto
se
você
tem
dor
por
um
período
prolongado,
a
atividade
dos
sistemas
começa
a
causar
outros
problemas.
Eles
não
podem
correr
uma
maratona.
Depois
vamos
ver
as
consequências
da
ativação
prolongada
desses
sistemas
de
proteção.
19
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Rodrigo
Rizzo
Sistemas
de
proteção:
1-‐ Sistema
nervoso
simpático:
aumenta
o
batimento
cardíaco,
mobiliza
a
reserva
de
energia,
aumenta
a
vigilância
e
suor.
2-‐ Sistema
motor:
corre,
luta,
protege
a
área
com
dor
ou
lesada.
3-‐ Sistema
endócrino:
mobiliza
a
reserva
de
energia
do
corpo,
reduz
a
atividade
intestinal
e
reprodutiva.
4-‐ Sistema
de
produção
da
dor:
motiva
a
escapar
e
procurar
ajuda,
aumenta
a
atenção
na
dor.
5-‐ Sistema
imune:
tardiamente
-‐
luta
com
invasores
do
corpo,
sensibiliza
neurônios,
produz
febre,
sonolência
para
promover
a
cura.
6-‐ Sistema
parassimpático:
tardiamente
–
nutre
as
células,
tecidos
para
cura.
Parte
3
Resumo:
-‐ Quando
a
dor
persiste,
o
sistema
de
alarme
de
ameaça
se
torna
mais
sensível;
-‐ O
cérebro
começa
ativar
neurônios
que
liberam
substancias
químicas
que
descem
para
a
medula
espinal
e
facilitam
o
envio
da
mensagens
vindas
dos
tecidos;
-‐ O
neurônio
mensageiro
de
ameaça
torna-‐se
mais
excitável
e
produz
mais
sensores
para
receberem
sustâncias
químicas
excitatória;
-‐ O
cérebro
começa
ativar
neurônios
que
liberam
substancias
químicas
na
medula
espinal;
-‐ Sistemas
de
respostas
tornam-‐se
mais
envolvidos
e
começam
contribuir
com
o
problema;
-‐ Pensamentos
e
Crenças
tornam-‐se
mais
envolvidas
e
começam
a
contribuir
com
o
problema;
-‐ O
cérebro
se
adapta
para
ficar
melhor
em
produzir
uma
assinatura
da
dor
(melodia
da
dor);
20
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Rodrigo
Rizzo
-‐ Sensores
de
ameaças
nos
tecidos
contribuem
menos
e
menos
para
chegada
da
mensagem
de
ameaça
ao
cérebro.
3
-‐
Sistema
de
alarme
central
alterado
A
dor
comum
do
dia
a
dia,
muito
frequentemente
envolve
inflamação,
processo
de
cura
lentificado
ou
tecidos
mal
condicionados
ou
não
usados.
Mas
é
muito
importante
saber
que
todas
essas
coisas,
enviadas
pelos
nervos,
isoladamente,
não
são
suficientes
para
gerar
dor.
Somente
se
o
cérebro
julgar
essas
informações
ameaçadores,
a
dor
surge.
Então
você
está
dizendo
que
a
dor
está
toda
no
meu
cérebro?
Essa
é
uma
das
perguntas
mais
frequentes
das
pessoas
que
estão
aprendendo
sobre
fisiologia
da
dor.
Nós
temos
que
ser
honestos
e
dizer
“sim”.
TODA
dor
é
produzida
pelo
cérebro
–
“sem
cérebro,
sem
dor!”
Isso
não
significa
que
a
dor
não
seja
real,
muito
pelo
contrario.
Na
verdade
qualquer
pessoa
que
dizer
que
“tudo
acontece
na
sua
cabeça”
e
implicar
que
isso
não
é
real,
não
entende
sobre
fisiologia.
Entender
sobre
isso
oferece
um
grande
empoderamento.
Saber
sobre
a
medula
espinal
e
os
processos
do
cérebro
pode
oferecer
um
enorme
controle.
Nós
admitimos
que
tudo
isso
é
um
pouco
novo.
A
ciência
por
traz
do
entendimento
é
muito
nova.
Olhando
o
gráfico,
as
lesões
do
tecido
corporal
tem
tempo
de
cura
razoavelmente
definido.
No
entanto
o
tempo
de
cura
do
tecido
pode
variar
de
acordo
com
o
processo
do
problema,
como
o
tecido
é
usado,
e
das
coisas
que
as
pessoas
fazem
na
vida.
Levando
em
consideração
aquelas
fantásticas
historias
sobre
dor,
o
comprometimento
do
corpo
e
o
processo
de
cura
não
necessariamente
relaciona-‐se
com
a
dor.
Nós
sabemos
que
em
muitos
casos,
a
dor
persiste
mesmo
quando
a
lesão
inicial
já
teve
seu
tempo
para
se
curar.
21
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Rodrigo
Rizzo
Nessas
situações,
o
cérebro
conclui
que
a
ameaça
continua
e
que
você
precisa
de
toda
a
proteção
que
você
pode
ter.
Existem
muitas
explicações
do
porque
isso
acontece.
Muitas
dessas
explicações
envolvem
mudanças
da
maneira
em
que
o
sistema
de
alarme
funciona.
Nós
vimos
as
mudanças
na
periferia,
mas
mudanças
também
acontecem
na
medula
espinal
e
no
cérebro.
3.1
-‐
Medula
Espinal
Antes
de
chegar
no
cérebro,
vamos
olhar
para
a
medula
espinal.
O
essencial
da
neurociência
-‐
O
sistema
nervoso
é
altamente
adaptável
e
vai
se
acomodar
a
maioria
das
demandas
que
lhe
são
dadas.
Então
quando
impulsos
dos
tecidos
inflamados,
lesados,
fracos,
cansados
chegam
na
medula
espinal
ou
quando
os
neurônios
do
cérebro
liberam
substâncias
químicas
excitatórias,
os
neurônios
da
medula
espinal
se
adaptam
para
suprir
a
demanda.
A
medula
espinal
vai
ficando
melhor
em
enviar
mensagens
de
ameaças
para
o
cérebro.
Essa
adaptação
começa
a
acontecer
em
segundos
quando
a
demanda
aumenta.
-‐
A
curto
prazo
o
neurônio
mensageiro
de
ameaça
aumenta
sua
sensibilidade
para
a
chegada
de
substancias
químicas
excitatórias.
Isso
significa
que
coisas
que
costumavam
doer
começam
a
doer
mais
agora.
Isso
é
chamado
de
hiperalgesia.
Também
significa
que
coisas
que
não
causavam
dor
antes,
agora
doem.
Isso
é
chamado
de
alodinia.
Hiperalgesia
e
alodinia
significa
aumento
de
sensibilidade.
22
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Rodrigo
Rizzo
-‐
Os
sensores
mudam
sua
maneira
de
trabalhar,
eles
ficam
abertos
por
mais
tempo
quando
se
abrem,
permite
a
entrada
de
mais
partículas
de
cargas
positivas
para
dentro
do
neurônio
mensageiro
de
ameaça.
Finalmente,
o
neurônio
mensageiro
de
ameaça
aumenta
sua
produção
de
sensores
para
as
substancias
químicas
excitatórias
incluindo
sensores
que
ficavam
dormindo
até
serem
requisitados.
Todas
essas
coisas
mudam
a
sensibilidade
do
neurônio
mensageiro
de
ameaça.
Seu
sistema
de
alarme
está
realmente
alerta
por
você.
-‐
Alguns
processos
a
mais
acontecem
a
longo
prazo.
A
“enchente”
de
substâncias
químicas
que
aumentam
a
sensibilidade
pode
“encharcar”
as
sinapses
e
alguns
neurônios
podem
começar
a
brotar.
Por
exemplo,
neurônios
que
nem
mesmo
carregam
mensagem
brotam
perto
do
neurônio
mensageiro
de
ameaça.
Então
as
substancias
químicas
que
eles
liberam
começam
a
ativar
o
neurônio
mensageiro
de
ameaça.
Isso
significa
que
somente
o
toque
na
pele
ou
uma
mudança
leve
da
temperatura
pode
fazer
mensagem
de
ameaça
ser
enviada
para
o
cérebro.
De
alguma
maneira
o
seu
cérebro
está
sendo
enganado.
Está
operando
com
informação
enganosa
sobre
as
condições
dos
seus
tecidos.
Mas
lembre
que
seu
corpo
e
cérebro
estão
agindo
para
o
seu
maior
interesse
–
que
é
proteger
você.
-‐
O
aumento
de
sensibilidade
do
sistema
de
alarme
é
sempre
o
principal
fator
de
uma
dor
persistente.
Lembre
que
a
dor
é
normal,
mas
o
processo
por
traz
dela
está
alterado.
3.2
-‐
A
medula
espinal
como
amplificadora
da
realidade
dos
tecidos
Quando
existem
mudanças
na
medula
espinal
o
cérebro
não
recebe
informações
acuradas
do
que
está
acontecendo
nos
tecidos.
Ao
invés
de
uma
visão
clara
dos
tecidos,
existe
agora
uma
visão
amplificada
ou
distorcida
da
coluna
espinal.
Para
muitas
pessoas
com
dor
persistente,
isto
também
uma
questão
critica
para
entender
e
vale
a
pena
repetir.
Nesse
estado
sensibilizado,
o
cérebro
está
sendo
alimentado
de
informação
que
não
reflete
mais
a
verdade
sobre
a
saúde
dos
tecidos
conectados
as
extremidades
dos
neurônios.
Colocando
de
uma
outra
forma,
o
cérebro
está
recebendo
a
informação
que
existe
mais
ameaça
nos
tecidos
do
que
realmente
existe.
As
respostas
dos
cérebro
como
movimento,
pensamentos,
respostas
autonômicas
e
endócrinas
estão
23
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Rodrigo
Rizzo
baseadas
em
informações
erradas
sobre
a
saúde
dos
tecidos
no
final
dos
neurônios.
Algumas
metáforas
que
podem
ajudar
você
a
entender
o
aumento
da
sensibilidade:
-‐ é
como
um
amplificador
do
som
ligado;
-‐ é
um
pouco
como
se
alguém
tivesse
entrado
na
sua
casa
algumas
vezes
e
você
instalou
um
super-‐sistema
de
alarme,
capaz
de
detectar
qualquer
movimento
até
mesmo
no
escuro.
-‐ Talvez
tenha
sido
instalado
um
motor
de
Ferrari
no
seu
Fusca.
Um
pequeno
toque
no
acelerados
faz
o
carro
se
mover.
-‐ A
medula
espinal
tem
uma
lente
de
aumento
dentro
dela.
Esse
aumento
de
sensibilidade
deveria
terminar
uma
vez
que
a
estrutura
comprometida
fica
sob
controle,
e/ou
quando
você
tem
um
profundo
entendimento
sobre
o
que
está
acontecendo.
3.3
-‐
O
cérebro
se
adapta
e
tenta
ajudar
A
mudança
na
medula
espinal
gera
uma
mudança
no
cérebro.
A
mesma
mudança
que
acontece
na
medula
espinal
com
a
dor
persistente
também
acontece
nas
áreas
de
ignição
no
cérebro.
Além
do
cérebro
processar
e
se
adaptar
a
todas
as
informações
sobre
a
ameaça,
ele
pode
mudar
a
si
mesmo.
Não
fique
em
pânico,
nosso
cérebro
está
mudando
todo
o
tempo,
essa
mudança
tem
como
objetivo
de
aumentar
a
sensibilidade
para
nos
proteger.
A
principal
mudança
que
ocorre
no
cérebro
é
a
produção
de
mais
sensores
nas
áreas
de
ignição
da
dor
e
mais
substância
químicas
no
corpo
para
ativar
os
sensores.
Isso
significa
que
fica
mais
fácil
dar
ignição,
por
exemplo
na
área
da
memoria.
Se
você
tivesse
um
acidente
na
esquina
de
uma
rua,
toda
a
vez
que
você
passar
por
aquela
área,
você
vai
lembrar,
talvez
só
um
tremor,
ou
talvez
uma
assinatura
possa
ser
construída
no
seu
cérebro.
Ainda
bem
que
você
está
começando
a
ver
como
esse
mecanismo
de
proteção
sofisticado
pode
ficar.
Outra
mudança
conhecida
ocorre
na
parte
mais
externa
do
cérebro,
o
córtex.
Áreas
do
cérebro
que
normalmente
fazem
parte
de
diferentes
24
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Rodrigo
Rizzo
áreas
do
corpo
ou
diferentes
funções,
começam
a
se
sobrepor
–
fica
mais
parecida
com
um
borrão
do
que
algo
pontual
e
bem
definido.
Associada
a
isso,
áreas
de
uso
repetido
ficam
mais
largas.
Na
verdade,
quanto
mais
a
dor
cronifica,
mais
mudanças
acontecem
no
cérebro.
Nós
acreditamos
que
ambos
os
tipos
de
mudança
provavelmente
são
estratégias
do
cérebro
ficar
atento
por
você
–
deixando
mais
difícil
o
uso
de
uma
parte
do
corpo
(borrando
a
áreas
motoras
do
cérebro),
ou
fazendo
partes
do
corpo
próximas
sensíveis
também
(borrando
áreas
sensoriais
no
cérebro).
Mas
não
entre
em
pânico,
isso
está
sempre
mudando
de
alguma
forma.
Se
você
ficar
batendo
na
cadeira
com
o
seu
dedo
indicador,
a
área
do
cérebro
relacionada
com
o
seu
dedo
indicador
vai
ficar
mais
larga.
Cegos
tem
dedos
indicadores
mais
largos
no
cérebro,
músicos
com
uma
dor
sem
poder
mexer
a
mão
podem
ter
distorções
na
mão
virtual
no
cérebro.
O
borrão
parece
serio.
Provavelmente
isso
reflete
as
mudanças
que
são
parte
das
mais
avançadas
em
experiência
da
dor
crônica.
A
boa
noticia
é
que
isso
é
reversível.
Da
mesma
maneira
que
músculos
e
articulações
podem
ficar
mais
saudáveis
e
robustos,
a
parte
do
homúnculo
no
cérebro
também
pode.
3.4
-‐
A
orquestra
toca
a
melodia
da
dor
Nós
podemos
usar
a
metáfora
do
cérebro
como
uma
orquestra
para
mostrar
as
mudanças
no
cérebro
que
estamos
falando.
É
como
se
a
orquestra
do
seu
cérebro
tivesse
tocando
a
mesma
melodia
da
dor
de
novo,
de
novo
e
de
novo...
Não
conseguindo
mais
tocar
um
repertorio
mais
amplo
de
melodias.
Não
sendo
mais
criativo,
curioso
ou
procurando
novos
desafios
musicais.
Músicos
que
tocam
instrumentos
de
teclas
deixam
a
orquestra
porque
eles
não
tem
mais
nada
para
tocar.
Outros
músicos
ficam
cansados
e
doentes
porque
tocam
o
tempo
todo.
Outros
músicos
fazem
o
papel
de
outros
(os
músicos
de
percussão
vão
para
a
parte
dos
violinistas).
A
melodia
da
dor
não
é
um
melodia
feliz.
Tours
são
cancelados
enquanto
a
orquestra
fica
em
casa.
Audiência
para
de
vir.
As
vendas
caem.
Você
entendeu,
a
dor
começa
a
dominar
todos
os
aspectos
da
vida
–
25
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Rodrigo
Rizzo
trabalho,
amizades,
vida
familiar,
lazer,
pensamentos,
esportes,
emoções,
devoção,
e
crenças.
É
importante
enfatizar
aqui
que
quando
o
cérebro
está
sensibilizado,
não
é
só
a
experiência
da
dor
que
é
persistentemente
produzida.
Leva
uma
mudança
persistente
no
sistema
nervoso
simpático
e
parassimpático,
sistema
endócrino,
imune
e
motor.
Esses
sistemas
podem
se
combinar
para
perpetuar
a
melodia
da
dor,
que
nós
chamamos
de
neuroassinatura
–
a
ativação
constante
das
áreas
de
ignição
da
dor.
3.5
-‐
Pensamentos
e
crenças
são
impulsos
nervosos
também
O
cérebro
é
responsável
em
fazer
a
decisão
final
se
alguma
coisa
é
ameaçadora
para
os
tecidos
do
corpo
e
em
dar
a
ação
necessária.
Nós
humanos
temos
uma
tremenda
vantagem
de
não-‐humanos
porque
podemos
nos
planejar
para
um
evento,
podemos
aprender
rapidamente
com
as
experiências
e
usar
a
logica
para
prever
o
futuro.
Isso
significa
que
podemos
identificar
uma
situação
como
potencialmente
ameaçadora
antes
de
existir
algum
impulso
no
nível
do
tecido.
Isso
é
ótimo,
mas
quando
o
sistema
está
sensível
(como
na
dor
crônica),
impulsos
não
relacionados
com
tecido
comprometido,
mas
julgados
pelo
cérebro
como
ameaçadores,
podem
ser
suficientes
para
causar
dor.
Isso
acontece
sem
mesmo
você
estar
ciente
disso.
Sabemos
que
algumas
pessoas
com
dor
persistente
precisam
somente
pensar
em
um
movimento
ou
observar
alguém
fazer
um
movimento
para
produzir
uma
dor.
Na
verdade,
em
alguns
pacientes,
somente
imaginar
o
movimento
pode
causar
suor
na
parte
dolorida.
Muitos
pacientes
já
nos
disseram
que
“alguma
coisa
dói
só
de
pensar”.
Isso
é
completamente
compreensível.
Você
não
está
louco.
Na
verdade
isso
faz
muito
sentido
se
você
lembrar
que
seu
cérebro
aprendeu
a
ser
muito
bom
em
proteger
você
de
qualquer
coisa
que
pode
ser
ameaçador
para
seus
tecidos.
Até
pensamentos
como
“esse
medico
acha
que
eu
estou
supervalorizando
a
dor”;
“o
exame
não
pode
achar
o
que
está
acontecendo
então
isso
deve
ser
realmente
grave
e
profundo”,
e
“Fulano
tem
dor
na
coluna
e
ele
está
agora
na
cadeira
de
rodas”,
estão
ameaçando
o
cérebro
preocupando-‐o
em
sobreviver.
Esses
pensamentos
e
o
medo
de
certas
atividades,
ou
um
medo
de
voltar
a
ter
uma
lesão,
pode
aumentar
a
dor.
26
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Rodrigo
Rizzo
Pensamentos
são
impulsos
nervosos
As
pesquisas
cientificas
sobre
o
processo
do
pensamento
na
dor,
mostram
que
eles
são
poderosos
suficientes
para
manter
o
estado
de
dor.
Nós
chamamos
isso
de
“virose
dos
pensamentos”.
Algum
dos
mais
poderosos
vírus
do
pensamento
conhecido
em
causar
e
aumentar
uma
experiência
de
dor
lombar
são
descritas
abaixo.
“
Eu
sinto
dor
então
deve
existir
alguma
coisa
séria
acontecendo
no
meu
corpo”.
“Eu
estou
em
casa,
sem
sair.
Eu
fico
quieto
e
longe
de
todas
as
coisas”.
“Se
esses
modernos
exames
de
imagem
não
podem
encontrar
o
que
está
acontecendo,
deve
ser
algo
muito
sério”.
“Nós
podemos
colocar
uma
homem
na
Lua,
porque
alguém
não
pode
consertar
o
que
está
acontecendo
com
a
minha
dor?”
“Eu
estou
tão
amedrontado
com
uma
nova
lesão
na
minha
coluna
que
eu
não
estou
fazendo
nada.”
“Eu
não
estou
fazendo
nada
até
toda
a
dor
ir
embora
por
completo.”
Todos
esses
pensamentos
são
comuns
em
pessoas
com
dor
persistente
que
não
entendem
fisiologia
da
dor.
Isso
pode
levar
uma
pessoa
para
a
beira
de
um
abismo.
3.6
-‐
O
sistema
de
alarme
central
sensibilizado
A
sensibilização
da
medula
espinal
e
do
cérebro
é
chamado
de
sensibilização
central.
Abaixo
existem
algumas
características
desse
fenômeno.
Talvez
você
tenha
alguns
deles.
Eles
podem
lhe
dar
uma
dica
que
a
sua
dor
está
mais
relacionada
com
o
processo
do
sistema
nervoso
central
do
que
os
processos
do
tecido.
Seu
rótulo
Porque
os
tecido
se
curam,
e
porque
seu
sistema
de
alarme
e
cérebro
mudam
para
proteger
você,
o
diagnostico
baseado
em
alterações
do
tecido
não
se
encaixa
mais.
Frequentemente
você
tem
múltiplos
diagnósticos
incluindo
fibromialgia,
síndrome
miofascial,
dor
lombar
não
especifica,
síndrome
da
dor
psicossomática,
lesão
por
esforço
repetitivo,
dor
neuropática
não
especifica.
Seu
diagnostico
vai
27
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Rodrigo
Rizzo
depender
de
onde
você
mora
e
qual
tipo
de
profissional
da
suade
que
você
passar.
Alguns
diagnósticos
podem
pode
existir
para
você
sair
da
clinica
o
mais
rápido
possível.
Os
sinais
e
sintomas
de
todos
esses
diagnósticos
podem
ser
explicados
pela
sensibilização
do
sistema
de
alarme
central
e
de
como
a
orquestra
do
seu
cérebro
está
tocando.
Porque
as
condições
dos
tecidos
do
corpo
não
ser
mais
o
ponto
principal,
frequentemente
não
ajuda
procurar
um
entendimento
de
um
diagnostico
que
rotula.
É
melhor
procurar
uma
compreensão
dos
sintomas
que
fazem
parte
da
característica
única
daquilo
que
você
apresenta.
A
dor
persiste
O
tempo
de
cura
dos
tecidos
conhecido
já
passou.
Existe
alguma
razão
para
a
complicação
do
tecido
ainda
não
ter
sido
curada?
A
dor
é
espalhada
Não
existem
cercas
no
sistema
nervoso.
Sensibilização
do
sistema
de
alarme
e
do
cérebro
significa
que
o
cérebro
está
erradamente
recebendo
a
informação
que
o
corpo
está
mais
em
perigo
e
o
cérebro
então
faz
o
seu
corpo
virtual
doer.
A
dor
está
piorando
Esta
é
a
estratégia
mais
obvia
que
o
seu
sistema
de
alarme
e
o
cérebro
tem
quando
quer
fazer
você
escapar
de
alguma
coisa.
Muitas
das
mudanças
do
sistema
de
alarme
ocorrem
para
aumentar
a
frequência
das
mensagens
de
ameaça
enviadas
para
o
seu
cérebro.
É
sensato
para
seu
cérebro
concluir
que
nível
de
ameaça
tenha
realmente
aumentado.
Ele
fará
doer
mais.
Muitos
movimentos
(mesmo
pequenos)
doem
Cada
aumento
de
sensibilidade
do
sistema
de
alarme
reduzirá
a
quantidade
de
movimento
que
pode
acontecer
antes
do
seu
sistema
de
alarme
fazer
não
deixar
você
ir
mais
longe.
Se
existir
uma
inflamação
continua
nos
tecidos,
os
sensores
de
ameaça
nos
tecidos
ficam
também
sensíveis,
reduzindo
a
quantidade
de
movimento
que
você
pode
fazer
sem
dor.
Quando
a
orquestra
fica
acostumada
a
tocar
a
melodia
da
dor,
mesmo
a
imaginação
de
movimentos
pode
produzir
dor.
Este
é
um
mecanismo
altamente
protetor.
Dor
pode
ser
imprevisível
Pode
doer
um
dia,
mas
não
no
outro.
Você
pode
ser
capaz
de
brincar
com
seus
filhos
por
uma
hora
em
um
dia,
mas
nem
mesmo
carrega-‐
28
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Rodrigo
Rizzo
los
no
dia
seguinte.
De
repente
pode
ocorrer
uma
pontada
que
parece
não
estar
relacionada
com
nada.
A
melhor
explicação
para
essa
imprevisibilidade
é
que
a
dor
surge
muito
mais
do
que
a
sobrecarga
nos
seus
tecidos.
Podem
existir
períodos
latentes
(sem
dor)
antes
da
dor
aparecer
depois
de
uma
atividade.
Pode
existir
um
atraso
de
horas
ou
dias.
Essa
latência
usualmente
não
acontece
quando
os
tecidos
estão
comprometidos
e
é
uma
característica
do
sistema
de
alarme
central.
Existem
outras
ameaças
na
vida:
que
aconteceram,
acontecem
nesse
exato
momento,
e
que
podem
acontecer.
As
vezes
é
possível
identificar
fisicamente
e
emocionalmente
eventos
traumáticos,
mesmo
quando
aconteceram
há
muitos
anos
atrás.
Isso
pode
fazer
o
cérebro
mais
vigilante
à
ameaça.
Claro
que
eventos
traumáticos
recorrentes
ou
múltiplos
doa
ao
cérebro
mais
razoes
para
proteger
o
corpo.
Lembre
que
a
melhor
maneira
de
proteger
o
corpo
é
faze-‐lo
dor.
Você
pode
se
identificar
com
algumas
dessas
afirmações:
“A
dor
vem
quando
eu
penso
sobre
ela”
“Assistir
alguém
fazendo
um
movimento
faz
eu
sentir
dor”
“Começa
de
forma
tão
simples
e
agora
ela
se
espalhou”
“Piora
na
segunda
feira”
“Agora
existe
uma
dor
igual
a
outra
no
outro
lado
do
corpo”
“A
dor
parece
ter
vida
própria”
“Eu
tenho
muitos
diagnósticos
diferentes”
“A
dor
melhora
com
vodca”
“A
dor
parece
aparecer
em
estações,
mensalmente,
semanalmente
ou
em
outro
ciclo”
“Tratamento
só
me
dá
alivio
temporário”
“Minha
dor
piora
quando
eu
estou
ansioso
ou
deprimido”
“É
a
mesma
dor
que
minha
mãe
tinha”
“A
dor
se
move
pelo
meu
corpo”
“Ninguém
parece
acreditar
em
mim”
29
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Rodrigo
Rizzo
3.6
-‐
Respostas
do
sistema
–
sistemas
nervoso
simpático
e
parassimpático
Um
sistema
poderoso
e
rápido
de
resposta
que
permite
você
lidar
e
ajuda
proteger
você
de
ameaças
é
o
sistema
nervoso
simpático.
Esse
sistema
libera
adrenalina
no
seu
corpo.
Normalmente,
adrenalina
faz
vários
trabalhos
de
casa
no
seu
corpo
para
você,
por
exemplo
regula
a
respiração
e
o
sistema
digestivo.
Ele
regula
muitas
coisas
que
você
poderia
nunca
saber
tais
como
pressão
sanguínea.
Existem
dois
sistemas
que
se
combinam
para
liberação
de
adrenalina.
Quando
necessário,
dentro
das
glândulas
adrenal,
rapidamente
despeja
adrenalina
no
sangue.
O
sistema
nervoso
simpático,
uma
rede
de
conexões
de
neurônios
espalhada
pelo
corpo
e
agindo
mais
como
uma
glândula
que
como
um
sistema
elétrico,
distribui
adrenalina
para
todos
os
seus
tecidos.
Com
esses
dois
sistemas,
adrenalina
tem
efeitos
importantes
e
espalhados.
Tudo
feito
pelo
cérebro
e
ocorre
como
resposta
aos
impulsos
sensoriais
dos
tecidos,
olhos
e
ouvidos,
pensamentos,
crenças,
percepções,
humor,
e
memorias.
O
vermelhidão
que
aparece
na
sua
face
quando
você
lembra
de
algo
que
você
fez
há
anos
atrás,
é
um
exemplo
do
sistema
nervoso
simpático
respondendo
a
memoria.
E
lembre,
dicas
de
ameaças
podem
vir
de
cortes,
gatos,
professores,
pregadores,
sanguessugas,
alergias,
empurrões,
vídeos,
monstros
e
assaltantes.
Juntos
com
cortisol,
adrenalina
desvia
energia
do
cérebro,
músculos
e
coração,
faz
oxigênio
ficar
mais
disponível,
deixa
seus
cabelos
em
pé
dilata
suas
pupilas,
contrai
seu
intestino,
suprimi
atividade
imune,
e
reduz
produção
de
esperma.
Tudo
isso
é
extremamente
apropriado
quando
você
tem
que
decidir
lutar
ou
fugir.
Adrenalina
e
dor
O
sistema
nervoso
simpático
é
um
sistema
que
liga
e
desliga.
Rapidamente
se
liga
e
retorna
para
o
normal
(em
até
uma
hora
depois)
quando
a
situação
de
estresse
acaba.
30
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Rodrigo
Rizzo
Dor
crônica
e
estresse
estão
comumente
associados
com
o
aumento
persistente
de
adrenalina
(embora
às
vezes
a
adrenalina
poder
diminuir
bastante).
Muitos
pacientes
dizem
“eu
não
posso
desligar
a
adrenalina”.
Adrenalina
comumente
não
causa
dor
sozinha,
mas
com
um
pouco
de
ajuda
das
mudanças
nas
partes
do
corpo
e
do
aumento
da
sensibilidade
do
sistema
de
alarme,
a
dor
pode
ocorrer.
Inflamação
crônica,
comprometimento
de
nervos,
e
aumento
do
numero
de
sensores
de
adrenalina
significa
que
adrenalina
pode
amplificar
a
mensagem
de
ameaça
e
causa
dor.
Normalmente,
adrenalina
é
uma
coisa
boa.
A
raiva,
ansiedade
e
suor
que
ela
promove
pode
ser
vantajosa,
mas
não
deixe
isso
acontecer
por
muito
tempo.
Sistema
nervoso
parassimpático
Enquanto
a
estimulação
do
sistema
simpático
aumenta
a
liberação
de
energia,
o
sistema
parassimpático
comumente
está
preocupado
em
acalmar
e
conservar
energia.
Isso
ajuda
a
digestão,
guarda
energia,
repõe
as
células,
e
facilita
reprodução.
Ao
invés
de
“lutar
ou
fugir”,
“repousa
e
digere”.
Sentir-‐se
apoiado
e
apreciado
mudam
a
pessoa
de
um
estado
agitado
pelo
simpático
para
uma
estado
mais
calmo
e
protegido
do
parassimpático.
O
sistema
parassimpático
está
mais
ativo
durante
o
repouso.
Falta
de
sono
é
comum
em
dor
persistente
e
pode
contribuir
com
o
problema
de
saúde
e
sensibilidade
dos
tecido.
Sono
insuficiente,
não
oferece
a
continuidade
suficiente
de
reparação.
Isso
pode
ser
uma
boa
razão
para
tentar
algum
relaxamento
ou
meditação
durante
o
dia
ou
tentar
dar
chance
ao
sistema
parassimpático
ajudar
na
reposição
e
crescimento
do
tecido.
3.7
-‐
A
resposta
endócrina
Junto
com
o
sistema
simpático
e
imune,
o
sistema
endócrino
é
a
outra
tecla
que
toca
em
resposta
do
estresse.
Ele
trabalha
com
o
sistema
31
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Rodrigo
Rizzo
simpático,
mas
seu
efeito
pode
durar
por
semanas
ou
meses
do
que
alguns
minutos
ou
horas.
A
glândula
pituitária
e
hipotálamo
são
músicos
chaves
do
cérebro
que
controlam
o
estresse.
Impulsos
de
ameaça,
memorias
e
circunstancias
fazem
o
hipotálamo
liberar
hormônios,
pelos
quais
fazem
a
glândula
pituitária
liberar
hormônios
(adrenocorticotróficos
e
ACTH)
no
sangue.
Em
alguns
minutos
ACTH
entra
em
contato
com
sensores
químicos
na
camada
externa
da
glândula
adrenal.
Essa
glândula
então
produz
um
numero
de
hormônios
necessário
para
manter
o
equilíbrio
na
vida.
Um
hormônio
chave
é
chamado
cortisol.
O
que
o
cortisol
faz?
Serve
para
proteger
você.
Junto
com
adrenalina,
cortisol
é
uma
substancia
química
que
protege
você
quando
você
é
desafiado.
Reduz
o
processo
do
corpo
que
não
é
necessário
para
a
proteção
imediata
e
aumenta
as
funções
que
são
necessárias
para
aquele
momento.
Então
se
você
acabou
de
levantar
um
peso
muito
pesado
e
sentiu
suas
costas,
ou
se
você
está
sendo
assaltado
por
alguém
armado,
ou
se
você
está
fazendo
uma
prova
de
matemática,
provavelmente
você
não
tem
interesse
em
reprodução
ou
digestão.
E
mesmo
a
cura
dos
tecido
não
é
tão
importante
porque
o
processo
de
inflamação
utiliza
muita
energia.
No
entanto,
o
sistema
que
você
vai
precisar
será
o
dos
músculos
(para
lhe
dar
suporte
e
fazer
você
correr),
e
seu
cérebro
(para
pensar
rápido)
e
talvez
algum
suporte
de
endorfina
(produção
do
cérebro
para
suprimir
a
mensagem
de
ameaça).
Como
a
ameaça
envolve
desafio
físico
e
mental,
a
emergência
aumenta
a
produção
de
cortisol.
Níveis
alterados
persistentes
de
cortisol
podem
criar
alguns
problemas.
Aumento
do
cortisol
já
foi
relacionado
com
lentidão
de
reparação,
perda
de
memoria,
depressão,
aflição
e
redução
do
desempenho
físico.
Produção
de
cortisol
muda
durante
o
dia.
Seu
pico
é
de
manhã
cedo,
depois
diminui
até
o
almoço
quando
sobe
um
pouco
e
depois
fica
no
seu
nível
mais
baixo
no
começa
da
noite.
Nossas
habilidades
sensoriais
acompanham
isso.
Pessoas
com
inflamação
32
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Rodrigo
Rizzo
frequentemente
têm
mais
dor
pela
noite
quando
os
níveis
de
cortisol
estão
baixos.
3.8
-‐
O
sistema
imune
Sistema
imune
é
um
sistema
poderoso
que
também
cuida
de
você,
especialmente
quando
as
coisas
complicam.
É
um
músico
chave
da
dor
também,
embora
isso
seja
uma
descoberta
recente.
Tem
uma
ligação
com
o
sistema
de
cortisol
e
adrenalina.
Existem
moléculas
desse
sistema
imune
chamadas
citocinas,
que
fazem
parte
de
uma
sistema
móvel
de
proteção
circulando
por
dentro
do
corpo.
Algumas
citocinas
promovem
a
inflamação
e
algumas
tentam
parar
a
inflamação.
Quando
você
tem
gripe
existem
mais
citocinas
que
promovem
a
inflamação
e
circulam
no
seu
corpo.
Se
você
se
lembrar
da
sua
ultima
gripe,
você
ficou
com
febre,
cansado
e
perda
de
apetite.
Seus
movimentos
ficam
mais
sensíveis
e
ocasionalmente,
antigas
dores
podem
lhe
visitar
novamente.
Isso
é
devido,
em
parte
pelas
citocinas
que
favorecem
a
inflamação.
O
cérebro
e
o
sistema
de
alarme
conversam
um
com
os
outros
todo
o
tempo
e
criam
um
bate
papo
bem
intenso
com
o
sistema
endócrino,
simpático
e
parassimpático.
Por
exemplo,
o
cortisol
ativa
o
sistema
imune,
o
sistema
imune
pode
ser
estimulado
pelo
sistema
simpático,
o
sistema
imune
pode
avisar
o
cérebro,
o
cérebro
ativa
o
sistema
de
cortisol...
Aqui
estão
algumas
coisas
relevantes
para
a
dor
sobre
o
sistema
imune:
1-‐ O
sistema
imune
participa
menos
do
estresse
no
dia
a
dia
e
da
dor
diária.
Participa
mais
quando
as
coisas
ficam
serias
ou
crônicas.
2-‐ As
respostas
do
sistema
imune
podem
ser
respostas
aprendidas.
3-‐ Estresse
e
dor
de
longo
prazo
usualmente
leva
a
uma
alteração
na
atividade
desse
sistema
resultando
em
uma
circulação
maior
de
citocinas
inflamatórias.
33
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Rodrigo
Rizzo
4-‐ Estressores
imunes
podem
ocorrer
por
um
evento
grande
ou
por
vários
eventos
menores
(micro
estressores).
5-‐ O
sistema
imune
pode
sustentar
muitos
estados
de
dor,
tais
como
dor
espelhada
(do
outro
lado
do
corpo),
perda
da
sensibilidade
fina.
Lesões
dos
nervos
periféricos
são
particularmente
reativos
às
citocinas
inflamatórias.
6-‐ Finalmente,
o
sistema
imune,
como
outros
sistemas,
podem
ser
ativados
não
só
por
eventos
que
acontecem
nos
tecidos,
mas
também
pela
interpretação
do
cérebro
sobre
o
evento.
Comportamentos
imunológicos
aumentados
Comportamentos
que
podem
contra-‐atacar
os
processos
do
sistema
imune:
-‐
Influenciar
a
qualidade
da
sua
própria
vida;
-‐ Estar
em
controle
da
sua
vida
e
das
opções
de
tratamento;
-‐ Ter
suporte
da
familiar
e
medico;
-‐ Ter
um
sistema
forte
de
crenças;
-‐ Ter
e
usar
o
senso
de
humor;
-‐ Se
exercitar
apropriadamente.
Quando
esses
comportamentos
estimulam
o
sistema
imune,
eles
também
estimulam
fatores
que
melhoram
o
estado
da
dor.
“Qual
é
o
oposto
de
uma
resposta
de
estresse?”
“É
uma
risada
calorosa
em
um
lugar
seguro
com
amigos”.
3.9
-‐
Estratégias
de
movimento
Aprendemos
que
o
cérebro
produz
dor
para
te
motivar
a
escapar.
O
cérebro
também
usa
os
músculos
para
te
ajudar
a
fazer
isso.
Isso
é
ótimo
a
curto
prazo,
fazendo
você
imediatamente
correr
ou
lutar
usando
seus
grandes
músculos.
Esses
músculos
são
os
mais
adequados
para
fazer
esse
trabalho
porque
eles
podem
produzir
uma
força
grande,
particularmente
porque
eles
cruzam
mais
do
que
uma
articulação
e
podem
se
encurtar
bastante.
A
longo
prazo,
a
ativação
desses
músculos
não
é
inteligente
porque
eles
não
são
projetados
para
ficarem
em
prontidão
constante.
Como
uma
regra
geral,
quando
esses
músculos
ficam
ativos
por
muito
tempo,
tendem
a
contrair
e
encurtar.
Depois
eles
tendem
a
ficar
rígidos:
produzem
acido
lático,
ombros
ficam
doloridos,
dor
nas
34
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Rodrigo
Rizzo
costas
sobem
pela
sua
coluna,
dor
no
pescoço
se
espalha
pela
sua
nuca
e
pelos
seus
olhos.
Alteração
na
atividade
dos
músculos
podem
ser
particularmente
importantes
quando
associada
a
dor
da
coluna.
Por
exemplo,
dor
na
coluna
pode
causar
mudanças
na
atividade
nos
músculos
do
tronco.
As
mudanças
provavelmente
ajudam
o
cérebro
segurar,
enrijecer
o
tronco.
No
entanto,
atividade
muscular,
as
vezes
não
volta
ao
normal
mesmo
quando
a
dor
eventualmente
se
resolver.
Essa
falha
em
voltar
ao
normal
tem
um
custo:
as
estruturas
da
coluna
podem
ser
mais
comprimidas
e
ter
menos
controle.
Medo
ou
antecipação
a
uma
dor
pode
ser
suficiente
para
não
deixar
a
mudança
voltar
ao
normal.
Parece
que
o
vírus
do
pensamento
tem
um
efeito
em
todo
o
sistema.
Essas
mudanças
podem
acontecer
em
diferentes
partes
do
corpo
que
estão
em
risco,
ou
evitar
que
partes
do
corpo
se
recuperam
normalmente.
A
longo
prazo
mudanças
motoras
fazem
você
se
comportar
diferentemente,
se
segurando,
movendo
diferentemente
e
até
falando
de
forma
diferente.
Quando
esse
novo
padrão
motor
é
aprendido,
ele
pode
ter
dificuldade
de
ser
revertido.
Não
é
muito
difícil
notar
alguém
que
tem
uma
lesão
antiga
no
braço
pela
maneira
que
se
ensaboa,
ou
notar
uma
pessoa
com
uma
lesão
antiga
no
tornozelo
pela
maneira
que
sobe
escadas.
Parte
4
Educação
como
ferramenta
Resumo:
-‐ Educação
e
entendimento
são
críticos
para
você
superar
a
dor
e
retornar
sua
vida;
-‐ Um
ponto
importante
é
entender
porque
sua
dor
não
vai
ameaçar
você
e
que
seu
sistema
nervoso
agora
usa
sua
dor
para
proteger
você
a
todo
custo,
e
não
para
informar
você
sobre
uma
complicação;
-‐ Voluntariamente
procure
atividades
que
produzem
substancias
químicas
que
reduzem
a
ameaça
35
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Rodrigo
Rizzo
O
essencial
do
manejo
da
dor
De
tantas
ferramentas
que
não
usam
medicamentos
propostos
para
o
manejo
da
dor,
existem
quatro
delas
que
consistentemente
podem
ser
uteis.
Estão
relacionadas
ao
movimento
e
ao
entendimento
e
se
necessário
elas
podem
ser
combinadas
com
terapia
a
curto
prazo
de
medicamentos.
Educação,
conhecimento,
e
entendimento
oferece
os
alicerces
para
a
terapia
pelo
movimento.
Porque
fazer
atividades
que
geram
dor
se
você
não
entende
o
porque
que
elas
geram
dor?
Isso
provoca
mecanismos
de
proteção.
Educação,
conhecimento,
e
entendimento
reduz
a
ameaça
associada
com
a
dor.
Redução
da
ameaça
tem
efeito
positivo
em
todos
os
sistemas
de
impulsos
e
respostas.
Movimento
não
só
aumenta
a
saúde
das
articulações,
tecidos
moles,
sistema
circulatório
e
respiratório,
ele
tem
outra
função
importante.
Movimento
com
educação
é
um
alimento
ao
cérebro,
porque
estabelece
uma
representação
fina
sensorial
e
motora
no
cérebro,
ajustando
os
caminhos
do
medo
e
da
ignorância.
O
objetivo
é
ensinar
a
orquestra
tocar
todos
os
sons
novamente,
para
voltar
sua
criatividade,
curiosidade
e
resiliência.
Ferramenta
1:
Educação
e
entendimento
(o
primeiro
passo
no
manejo)
Nesse
momento
que
você
chegou
nessa
etapa
do
livro,
e
você
entende
o
que
nós
estamos
dizendo,
você
vai
saber
mais
sobre
dor
do
que
muitos
profissionais
da
saúde.
A
não
ser
que
os
clínicos
estejam
informados
sobre
a
ciência,
algumas
noções
apresentadas
aqui
podem
ser
não
familiares
para
eles.
Teste-‐se.
O
rato
tem
uma
chance
de
seguir
por
três
rotas.
1-‐
uma
rota
percorrida
muitas
vezes
da
“sem
dor,
sem
ganho”;
2-‐
“deixe
sua
dor
ser
seu
guia”;
3-‐
“a
rota
menos
percorrida”.
Qual
rota
deverá
ser
seguida?
36
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Rodrigo
Rizzo
Vamos
pensar
na
rota
“sem
dor,
sem
ganho”.
Pessoas
falam
em
passar
as
barreiras
da
dor.
Nós
não
suportamos
isso,
embora
para
algumas
pessoas
não
existe
malefícios
em
fazer
exercícios
vigorosos
desde
que
eles
entendam
qual
dor
é
provocada.
Por
exemplo,
algum
desconforto
quando
você
se
reabilita
de
uma
articulação
rígida
e
músculos
tensos
é
provavelmente
necessário.
E
em
relação
a
rota
“deixar
a
dor
ser
seu
guia”?
Para
muitas
pessoas
com
dor
crônica
isso
não
é
apropriado.
Se
você
deixar
sua
dor
ser
seu
guia
você
não
faria
nada.
Claro,
isso
pode
ser
útil
em
uma
dor
aguda,
para
você
não
interferir
com
o
processo
de
reparação
tecidual.
Mas
mesmo
nessa
situação
você
normalmente
não
evita
dor
a
qualquer
custo.
Deixar
a
dor
ser
seu
guia
normalmente
significa
que
você
está
cedendo
a
ela,
fazendo
dela
seu
mestre,
encorajando
você
ficar
amedrontado
por
ela.
Você
tem
que
ter
controle.
Nós
pode
seguir
a
terceira
rota:
entender
a
dor
de
uma
maneira
que
você
não
fica
com
medo
dela.
Essa
é
a
“rota
menos
viajada”,
mas
é
a
rota
da
recuperação.
Aqui
estão
alguns
pontos
importantes
que
nós
sabemos
sobre
explicando
a
dor:
1-‐ Pessoas
sem
qualquer
treinamento
como
profissional
da
saúde
ou
biologia
podem
entender
fisiologia
da
dor,
embora
alguns
profissionais
da
saúde
achem
que
não
podem.
2-‐ Aprender
sobre
fisiologia
da
dor
reduz
o
valor
de
ameaça
sobre
a
dor.
Reduzir
ameaça
vai
reduzir
a
ativação
de
todos
os
sistemas
de
proteção:
simpático,
endócrino
e
motor.
Isso
pode
restaurar
a
função
imunológica.
3-‐ Combinando
educação
de
fisiologia
da
dor
com
abordagens
de
movimento
aumenta
capacidade
física,
reduz
dor,
e
aumenta
capacidade
de
vida.
Um
objetivo
de
entender
fisiologia
da
dor
é
facilitar
o
que
se
chama
de
“aprendizagem
profunda”,
a
qual
a
informação
é
retida
e
entendida
e
aplicada
aos
problemas
existentes.
Somente
aprender
sobre
o
que
fazer,
mas
não
entender
o
porquê,
pode
ser
um
aprendizado
superficial.
Ou
seja,
a
informação
é
lembrada,
mas
não
é
entendida
ou
integrada
com
atitudes
e
crenças.
37
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Rodrigo
Rizzo
Então,
entenda
o
máximo
possível
sobre
o
que
causa
a
dor,
não
somente
o
que
você
deveria
fazer
com
a
dor.
Lembre
–
o
conhecimento
é
o
grande
libertador.
Ferramenta
2:
Sua
dor
não
machuca
você
Teste-‐se...
se
você
entendeu
sobre
essas
aulas
então
você
será
capaz
de
entender
que
“quando
eu
estou
com
dor,
isso
não
significa
que
eu
estou
necessariamente
me
machucando”.
Você
deveria
saber
que
por
causa
da
maneira
que
o
sistema
nervoso
e
o
cérebro
funcionam
para
proteger
seus
tecidos,
nós
podemos
confiar
que
a
dor
persistente
não
necessariamente
reflete
uma
condição
dos
tecidos.
Então,
se
sua
dor
já
persiste
por
mais
tempo
que
os
tecidos
levam
para
se
reparar,
então
o
aumento
da
dor
na
necessariamente
significa
que
você
tem
uma
nova
complicação.
Da
mesma
maneira,
dores
recorrentes
são
frequentemente
para
proteger.
Se
você
tem
uma
dor
recorrente
por
muitos
anos,
cada
recorrência
não
significa
uma
re-‐lesão
de
articulações,
músculos,
ligamentos
ou
nervos.
Faz
mais
sentido
cientifico
concluir
que
a
recorrência
acontece
porque
alguma
dica
ou
conjunto
de
dicas
está
sendo
suficiente
para
ativar
a
representação
virtual
da
lesão
antiga.
Um
pouco
como
se
o
cérebro
tivesse
checando
suas
condições
–
tendo
certeza
que
seu
corpo
está
OK
e
seguro.
Talvez
sua
orquestra
tenha
decidido
tocar
a
melodia
da
dor
para
ter
certeza
dele
não
esquecer
isso.
Então,
dor
nem
sempre
é
igual
a
um
machucado.
Simplesmente
uma
lembrança
disso
a
cada
momento
que
você
está
com
uma
dor
pode
ajudar
acalmar
o
sistema;
o
nome
sofisticado
desse
estratégia
é
“auto-‐conversa”.
Mas
espere!
Isso
não
significa
que
você
tem
que
sair
por
ai
pulando
de
bungee
jumping,
atravesse
a
cidade
caminhado
ou
faça
uma
maratona.
Seu
corpo
não
está
preparado
para
dar
um
passo
tão
longo
e
seu
sistema
nervoso
ainda
sensível
vai
fazer
alguma
coisa
para
você
parra
de
fazer
essas
coisas
novamente.
Na
verdade,
quando
o
sistema
nervoso
central
está
realmente
desesperado
para
prevenir
você
de
complicação,
ele
pode
paralisar
seus
músculos
(chamado
choque
espinal)
ou
faz
você
desmaiar,
vomitar
ou
qualquer
coisa
que
precisa
ser
feito.
38
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Rodrigo
Rizzo
Quando
você
entender
que
dor
não
quer
dizer
maleficio
ou
machucado,
nós
esperamos
que
você
entenda
também
porque
seu
sistema
nervoso
não
vai
deixar
você
fazer
qualquer
coisa
a
mais
do
que
aumentar
gradualmente
sua
atividade
e
nível
do
exercício.
Um
exercício
prático:
Vamos
supor
que
você
sentou
em
algum
lugar
e
sentiu
dor.
Pense
nisso.
Pense
sobre
o
que
você
sabe
sobre
dor.
Pense
o
que
pode
ter
acionado
os
sistemas
de
alarme.
Reflita
sobre
quais
dicas
podem
ter
dado
partida
nas
áreas
de
dor
no
cérebro.
Porque
a
orquestra
começou
a
melodia
da
dor
embora
você
não
tenha
tocado
nos
tecido?
Conheça
sua
dor.
Ferramenta
3:
Ajuste
do
ritmo
e
Exposição
gradual
Movimento
é
essencial
para
a
saúde
de
todos
os
sistemas
e
processos
do
copo.
Ela
é
a
primeira
função
do
corpo
que
é
afetada,
alterada
e
as
vezes
controlada
quando
se
tem
uma
dor.
Os
tecidos
do
corpo,
especialmente
os
músculos,
articulações
e
nervos
foram
projetados,
e
amam
atividade.
Movimento
sempre
será
benéfico
para
os
tecidos.
Músculos
podem
ficar
mais
fortes
ao
longo
da
vida
e
todos
os
tecidos
podem
ficar
felizes
em
poder
deslizar
com
o
movimento.
Muitas
terapias
usam
o
termo
“movimento
é
loção”.
Existem
muitos
profissionais
habilidosos
na
reabilitação
do
movimento
e
no
preparo
dos
tecidos.
Mas
se
você
está
com
dor
por
muito
tempo,
você
pode
saber
que
você
precisa
de
movimento,
você
realmente
quer
se
mover,
mas
está
preso
na
dor.
Você
precisa
ser
inteligente
aqui:
é
necessário
fazer
atividade
de
forma
inteligente.
Se
você
puder
entender
sua
dor,
e
você
souber
que
ela
não
machuca
seus
tecidos,
você
pode
se
mover.
Aqui
estão
os
princípios
básicos
que
você
pode
usar
como
guia:
1-‐ Decida
o
que
você
quer
fazer.
Se
você
achar
que
quer
fazer
mais
de
tudo,
isso
pode
ser
tolo.
No
entanto,
comece
escolhendo
uma
atividade
que
você
particularmente
quer
fazer
mais,
por
exemplo
ler,
caminhar,
levantar
pesos,
trabalhar,
brincar
com
os
filhos,
sentar,
dormir,
dirigir
etc.
Você
poderia
também
considerar
também
o
que
você
precisa
fazer
mais.
39
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Rodrigo
Rizzo
2-‐ Ache
a
sua
linha
de
base:
A
linha
de
base
é
a
quantidade
de
atividade
que
você
pode
fazer
e
sabe
que
a
dor
não
vai
chegar
ao
pico.
Pico
é
o
aumento
da
dor
que
ocorre
normalmente
de
repente,
que
faz
você
ficar
incapacitado
por
horas,
as
vezes
dias,
e
faz
se
sentir
desesperado.
Tente
conversar
com
sua
mente:
Quanto
tempo
eu
posso
caminhar
antes
de
ter
um
pico
de
dor?
Eu
posso
caminhar
por
30
minutos,
mas
eu
pago
por
isso
no
dia
seguinte.
Eu
posso
caminhar
por
20
minutos
sem
chegar
no
pico?
Não,
eu
ainda
vou
pagar
por
isso.
Eu
posso
caminhar
por
10
minutos
sem
chegar
no
pico?
Provavelmente
não
–
definitivamente
não.
E
caminhar
5
minutos
em
um
terreno
plano?
Provavelmente
sim.
E
3
minutos
no
plano?
Definitivamente
sim.
Então,
para
caminhar,
sua
linha
de
base
seria
3
minutos
em
uma
superfície
plana.
Você
pode
fazer
esse
processo
para
cada
atividade.
Lembre
que
sair
para
uma
festa
ou
fazer
algo
também
é
atividade.
3-‐ Planeje
sua
progressão.
Porque
você
sabe
que
“deixar
a
dor
ser
seu
guia”
e
“sem
dor,
sem
ganho”
não
são
os
melhores
caminhos
para
escolher,
você
precisa
planejar
sua
linha
de
base.
Seja
gentil
com
você
mesmo.
Veja
o
exemplo
de
cima,
você
poderia
planejar
caminhar
um
pouquinho
a
mais
cada
dia
na
próxima
semana
–
3
minutos,
4,
5...
Frequentemente
o
tempo
é
uma
boa
medida.
Ajustar
um
alarme
para
o
seu
período
pre-‐pragramado
permite
você
se
beneficiar
contra
distrações
(exemplo:
ler
um
bom
livro)
sem
exceder
o
limite
e
chegar
no
pico.
Quando
você
planeja
de
antemão,
você
vai
completar
a
quantidade
de
atividade
e
vai
sentir-‐se
realmente
bem.
Não
caia
na
tentação
de
mudar
o
plano
e
ir
além.
Isso
é
uma
armadilha.
Um
passo
de
cada
vez
–
seja
paciente.
4-‐ Não
chegue
no
pico,
mas
não
se
desespere
se
você
chegar!
Porque
o
sistema
de
alarme
está
sensível,
é
muito
difícil
evitar
completamente
o
pico.
Se
você
chegar
no
pico,
não
de
para
você
40
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Rodrigo
Rizzo
um
momento
de
estresse
ou
um
momento
difícil!
Lembre
que
ao
chegar
no
pico,
seu
sistema
de
alarme
está
tentando
proteger
você.
Quando
você
chega
no
pico,
pode
ser
tentador
desistir,
esquecer
o
que
você
sabe
sobre
dor,
e
procurar
alguma
ajuda
radical
mas
inapropriada
de
tratamento
que
visa
“consertar
você
rapidamente”.
Não
desista
–
seja
persistente.
5-‐ É
um
estilo
de
vida.
Em
um
curto
prazo
você
terá
que
planejar
sua
vida
um
pouco
mais.
Você
vai
se
beneficiar
em
procurar
“atividade
felizes
ou
prazerosas”,
porque
sabe-‐se
que
elas
tem
efeitos
positivos
no
sistema
de
alarme
e
nas
áreas
de
partida
da
dor
no
cérebro.
Escolha
atividades
divertidas
se
você
puder,
ou
faça
atividades
com
pessoas
divertidas,
ou
com
sua
musica
preferida.
Desafie
algumas
atividades
que
você
tenha
medo
quando
você
ficar
mais
confiante.
Nós
sabemos
que
isso
parece
simples.
No
entanto,
se
você
tem
dor
por
longo
tempo
você
vai
saber
como
é
difícil
isso.
Esse
processo
faz
algo
muito
complexo
no
seu
cérebro.
No
entanto,
nós
sabemos
que
se
você
seguir
esses
princípios
você
vai
gradualmente
retornar
a
sua
vida
normal
e
superar
sua
dor.
Essa
figura
da
montanha
é
uma
boa
maneira
de
entender
a
relação
entre
sua
dor,
as
mudanças
do
sistema
nervoso
que
ocorrem
com
a
dor
persistente,
e
as
atividades
de
re-‐treinamento
do
cérebro
do
ajuste
do
ritmo
e
exposição
gradual.
(TT)
A
linha
antiga
de
tolerância
do
tecido
Antes
da
sua
dor
começar,
seus
tecidos
estavam
em
forma
e
saudáveis.
Existia
uma
quantidade
de
atividade
que
você
podia
fazer
antes
dos
seus
tecidos
falharem
de
alguma
maneira.
Muitos
tecidos
sao
comprometidos
quando
alcançam
a
linha
de
tolerância
do
tecido
muito
rapidamente
(exemplo:
queda,
levantar
um
peso,
acidente
de
41
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Rodrigo
Rizzo
carro).
As
vezes,
essa
linha
é
alcançada
vagarosamente
enquanto
você
está
distraído
(exemplo:
trabalhando
ou
treinando).
(LPD)
Linha
de
proteção
da
dor
Sensores
de
ameaça
são
ativados
antes
de
uma
complicação
nos
tecidos
acontecer
e
seu
cérebro
é
alarmado.
Normalmente,
as
áreas
de
ignição
da
dor
são
ativadas,
a
assinatura
da
dor
é
produzida
e
dói.
Dor
motiva
você
a
parar
ou
mudar
de
atividade
para
tirar
os
seus
tecidos
de
perigo.
Um
ótimo
sistema.
Você
poderia
ir
além
ou
subir
mais
alto,
mas
é
perigoso.
(NTT)
A
nova
linha
de
tolerância
dos
tecidos
Olhe
para
a
montanha
da
direita.
Se
você
tem
dor
há
algum
tempo,
a
linha
muda.
Seus
tecidos
não
são
como
eram
anteriormente.
Especialmente
se
eles
tem
uma
lesão.
Embora
os
tecidos
possam
ser
reparados,
eles
não
tem
o
mesmo
desempenho.
Mais
importante,
é
que
você
não
tem
usado
os
tecidos
tento
ou
da
mesma
maneira
desde
que
a
dor
começou.
Eles
estão
descondicionados,
mais
fracos,
mais
fatigados.
Essa
é
uma
das
razoes
que
você
não
deveria
exagerar
com
dor,
aumentar
os
analgésicos
ou
escalar
uma
montanha
enorme,
por
exemplo.
(NLPD)
Nova
linha
de
proteção
da
dor
Seu
sistema
de
alarme
e
as
áreas
de
ignição
da
dor
estão
sensibilizados.
Você
tem
dor
em
níveis
muito
baixos
de
atividades
–
talvez
todo
o
tempo.
Seu
cérebro
está
realmente
tomando
cuidado
de
você.
Note
o
tamanho
da
proteção
entre
o
inicio
da
dor
e
o
nova
linha
de
tolerância
dos
tecidos.
Se
você
progredir
vagarosamente,
será
impossível
ter
uma
nova
lesão
dos
tecidos
porque
vai
doer
tanto
que
nem
mesmo
vai
chegar
perto
dessa
linha.
FUL
–
Linha
do
pico
(nível
que
incapacita
você
por
dor
nas
próximas
horas
ou
dias)
BL
–
A
linha
de
base
de
onde
começa
atividade
E
agora
planeje
seu
treino.
Vamos
caminhar
pela
primeira
das
pequenas
montanhas
da
figura
abaixo.
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Rodrigo
Rizzo
A. Comece
abaixo
da
linha
do
pico
(FUL),
gradualmente
aumente
sua
atividade,
planejando
os
avanços
das
etapas:
“sempre
faça
mais
que
você
fez
ontem,
mas
não
muito”.
B. A
linha
de
pico
(FUL)
vai
vagarosamente
subir
com
seu
nível
de
treino
(porque
você
está
treinando
seu
cérebro,
reduzindo
a
ameaça
percebida,
acessando
o
corpo
virtual
de
uma
maneira
não
ameaçadora).
C. A
linha
de
proteção
da
dor
vai
vagarosamente
subir
–
a
sensibilidade
do
sistema
reduz.
D. A
linha
de
tolerância
dos
tecidos
vai
também
subir
–
essa
é
uma
das
incríveis
propriedades
de
seres
altamente
adaptáveis
–
os
tecidos
ficam
mais
fortes,
mais
condicionados,
com
melhor
controle.
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