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4º ANO – Iº SEMESTRE
1.2. Justificativa
A escolha deste tema resulta do desconhecimento parcial por parte dos cineastas nacionais nas
variedades estratégias de distribuição e exibição de seus filmes actualmente, o que os leva a
maioria de moçambicanos a não conhecerem filmes nacionais.
2. Formulação do problema e questão (ões) de partida (que deverá ser elaborada com base
na revisão de literatura).
2 – Produção de filmes destinados aos festivais como elemento que leva a falha na distribuição e
exibição para público nacional;
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3. Objectivo geral
4.1.Teoria de base
O presente trabalho vai se basear na teoria realista. Pós, pretende-se criar um impacto de
transformação e negócio usando cinema. De acordo com Félix, (2016 pag.31) “a formulação
teórica realista, é aquela que concebe o cinema como uma potência política e cultural capaz de
provocar transformações significativas na experiência social erigida no bojo da mercantilização,
estruturadora da moderna sociedade de massas, sobre as quais os escritos de Kracauer e Bazin se
voltaram”.
Segundo o Dicionário moderno da língua portuguesa (…, p.522), “distribuição é a operação pela
qual se reparte entre vários o que pertence ou toca a cada um deles. Disposição”. E o verbo da
palavra chama-se distribuir, que significa “espalhar em diferentes sentidos, lançar para pontos
diversos (ibdem)”.
No cinema, a palavra distribuição aplica-se ao mesmo sentido, mas com mais ênfase. De acordo
com Régio (2015, p.45), “a distribuição é o sector que faz a ligação da indústria, o encontro da
produção com a exibição, para constituir a circulação dos produtos culturais audiovisuais.
O outro autor vem defender que a distribuição “é o elo central, a ponte entre o produto (filme) e
sua disponibilização (exibição), entre o emissor (director) e o receptor (público), (Brandino,
2013, p.19 appud Silva 2010 p.17) ”.
Antes de avançar com as estratégias, vamos definir a palavra estratégia para melhor entrarmos no
fundo do conteúdo. Na óptica de Brandino (2013, p.14-15), estratégia é o “processo interactivo
de plano de acção para desenvolvimento e ajuste de vantagem competitiva de uma determinada
organização”.
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4.3. Operacionalização dos conceitos
Uma das várias falhas patentes na distribuição de filmes para sua possível exibição e trazer
sucessos no nosso belo país, reside nos próprios produtores ou realizadores, ao considerar o
mercado externo como o destino final das suas obras produzidas, principalmente os festivais,
deixando de lado a cidade e província de Maputo como destino primário e outras províncias que
acolheriam as obras.
Numa visão holística diríamos que no nosso país, não existe nenhuma empresa distribuidora de
filmes. Que é outro elemento imprescindível para o sucesso das exibições nas salas de cinema
em qualquer canto do mundo.
No nosso país quando se produz um filme, poucas vezes divulga-se a sinopse. O que tem se
observado é que os fazedores do cinema depois de terem feito tudo é que recorrem as televisões
como forma de promover suas obras.
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Um dos grandes desafios na distribuição e exibição de filmes no nosso país, vem desde o período
da independência ao se implantar o socialismo como sistema de governo com ideologia de
formação de homem novo, que tivesse uma nova visão e novos horizontes. Para outras áreas foi
uma grande vantagem implantar-se o socialismo. Mas no cinema foi ao contrário e autêntica
falha porque o povo percebeu que o governo é que deve providenciar tudo e apenas o espectador
assistir sem gastar nada. Como a própria ideologia defende: “o de criar condições para o bem-
estar das massas, (Namuholopa, 2016, p.42) ”.
A estratégia de levar o Kuxa Kanema para os bairros foi vantagem porque actualizava as notícias
locais através das palavras do saudoso pai da nação Samora Machel e seus feitos pretendidos.
Mas por outro lado foi um fracasso porque o povo não conhecia o cinema e pela primeira vez
que lhe é apresentado, foi incutido conhecer o cinema sem gastar nenhum recurso ou valor
monetário. E nisso, levou a população a olhar o cinema como algo que se pode assistir a
qualquer momento sem gastar nada.
Diante desta situação, a população da época criou um hábito e costume desde a geração de pós-
independência até a actualidade, em ver o cinema como algo que não se deve gastar nada para
assisti-lo.
Os cineastas da época tiveram que adequar a linguagem cinematográfica para esse público-alvo.
E para nós cineastas da actualidade conseguirmos reter o público, é necessário adequarmos a
linguagem cinematográfica para as circunstâncias actuais.
O “Kuxa Kanema era um jornal cinematográfico de 10 minutos que tinha como objectivo de
filmar a imagem do povo e devolve-la ao povo, (Lopes, 2016, p.21) ”. É necessário acrescentar
como o autor afirma mais adiante que “os documentários rodavam nas salas de cinema
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independentes, e nas salas de cinema móvel sendo divulgado por toda a população. Era a
primeira vez que as pessoas tinham a possibilidade de ver a sua própria imagem reflectida numa
tela (ibdem)”. Isso quer dizer que o governo é que traçava estratégias de distribuição de filmes
para todas salas de cinema e até levava para nos confins onde não tinha salas de cinema fixas,
através da componente móvel.
Outro desafio foi o surgimento da televisão. Até se quisermos ir mais a fundo fazendo uma
comparação na actualidade, parece que, os que desenvolveram a televisão apoderaram-se das
técnicas do Kuxa Kanema porque este, alinha-se a televisão na actualidade. A única diferença é
que a televisão está mais avançada de acordo com o período actual e melhoria de inovações. Mas
não podemos acusar tanto visto que não temos bases para sustentar. Nesse giro, o cinema foi
deixado de lado, passando a ser algo novo e até desconhecido por alguns moçambicanos.
A primeira alternativa para a distribuição, exibição e conhecimento dos filmes nacionais pela
população moçambicana é a recuperação e construção de salas de cinema a nível nacional, até
aos distritos. Como Régio (2015) afirma que “ a distribuição cinematográfica em relação aos
filmes nacionais sofre com a falta de espaço para o público frequentar”.
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distritos para promoverem suas obras. Lá pode não haver salas de cinema, mas existem casas de
cultura que podem servir de alternativa para dialogar com o público pelo menos.
Os cineastas nacionais devem passar a produzir suas obras, conscientes que concorrem o mesmo
público com estrangeiros, fazendo o máximo possível de trazer obras que cativem o público.
Caso contrário, pode-se reactivar salas de cinema e não se conseguir manter o público através de
tipos de filmes feitos. Não deixamos de lado aquilo que cada fazedor tem como seu estilo próprio
que o identifica, mas é necessário virar as rédeas e ver as coisas num outro paradigma para se
alcançar o que se pretende.
“Os títulos concorrem entre si, e principalmente com o produto estrangeiro, por esses espaços de
tela, e quanto maior a concorrência, mais difícil é a manutenção das obras em exibição, (Régio,
2015, p.47) ”.
5. Metodologia
Para a concretização deste trabalho, usou - se o método de pesquisa qualitativa que, de acordo
com Batista et All (2017, p.3 appud Minayo, 2010, p.57), o método qualitativo é "aquele que se
aplica ao estudo da história, das relações das representações, das crenças, das percepções e das
opiniões, produtos das interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem". E a
metodologia usada foi a revisão bibliográfica ou de literatura de modo a dar credibilidade e
melhor esclarecer com base em estudos já feitos. Na pesquisa bibliográfica foi necessário
pesquisar matéria referente aos assuntos como distribuição, estratégia, cinema, exibição,
desafios, alternativas, entre outros conteúdos importantes para enriquecer a pesquisa e vários
outros manuais afins. Também, prevê-se o uso da entrevista no futuro.
Para concretização deste trabalho, vai se usar o método indutivo. Que é um método responsável
pela generalização, isto é, parte do particular para o geral, com objectivo de chegar a conclusões
mais amplas do que o conteúdo estabelecido pelas premissas nas quais está fundamentado.
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Na aplicação deste método vai se usar as seguintes etapas:
Vai se usar o método histórico e comparativo. O método histórico será útil para o que se verifica
hoje sobre a distribuição de filmes em Moçambique, e aquilo que já aconteceu nos períodos
anteriores, de modo a acompanhar a evolução. Enquanto o método comparativo vai servir para
confrontar os elementos, levando em consideração os atributos que encontrarei dentro da
pesquisa, obtendo semelhanças e diferenças constatadas e as devidas relações.
Na técnica de recolha de dados, irei usar a entrevista. “Enquanto técnica de colecta de dados, a
entrevista é bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem,
crêem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das
suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes (Maiela…p.14-15, apud Selltiz et
al., 1967, p. 273) ”.
1. CONCLUSÃO
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A cativação do público através de produção de filmes que os identifica no seu dia-a-dia, a
reactivação de salas de cinema e o domínio de estratégias de distribuição, são factores que
podem levar o público moçambicano a ver o cinema numa outra dimensão e abordagem. Caso
contrário nos manteremos no espírito de Kuxa Kanema e apenas os cineastas sairão frustrados.
Não porque o Kuxa Kanema não foi bom modo de fazer cinema, é porque o Kuxa Kanema foi
um modo de fazer o cinema daquela época, e agora estamos numa outra época e os desafios são
diferentes.
A produção constante de filmes por parte de fazedores, considerando o cinema como fonte de
sobrevivência e não alternativa, é outra solução. Pós, os levará a produzir filmes com intenção de
negócio.
O tipo de cinema que se faz hoje pela maioria, desde documentário até a ficção, parece uma
forma de justificar dinheiro aos investidores, porque não existe nenhum método de distribuição
de filmes a nível nacional, apenas produz-se obras, que muitas vezes ficam nas prateleiras,
aguardando festivais.
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8. Referências bibliográficas
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