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Repara a resistência da união e vazamento de não envelhecidos e

Composto Envelhecido de Preenchimento a Granel

Cintia Aquinoa / Caroline Mathiasb / Suelem Chasse Barretoc / Andrea Nóbrega Cavalcantid /
Giselle Maria Marchi e / Paula Mathiasf See More

Objetivo: Este estudo avaliou os protocolos de reparo de um compósito bulk-fill não envelhecido e envelhecido em termos de resistência de união e
vazamento.

Materiais e Métodos: Noventa e seis espécimes de resina bulk-fill foram construídos; metade foi submetida à termociclagem. Os espécimes foram
divididos em seis grupos (n = 16) de acordo com os tratamentos reparadores: GC: sem reparo (grupo controle); Anúncio: adesivo; DbAd: abrasão
com ponta diamantada + adesivo; SbAd: jateamento + adesivo; DbSiAd: abrasão com ponta diamantada + silano + adesivo; e SbSiAd: jateamento +
silano + adesivo. Blocos de resina foram colados às superfícies tratadas para simular o reparo, e os espécimes foram submetidos ao teste de
resistência de união à microtração. A área de falha foi avaliada em estereomicroscópio (ampliação de 40X), e o vazamento após a imersão da
amostra em solução de nitrato de prata por 24 h foi avaliada em um microscópio (ampliação de 200X).

ANOVA de três vias (tratamento de superfície, agente químico, envelhecimento) e teste de Tukey foram realizados.

Resultados: Os grupos Ad e DbAd apresentaram as menores resistências de união, enquanto Ad foi o único grupo influenciado negativamente pelo
envelhecimento. Os demais grupos foram estatisticamente semelhantes ao GC em ambas as condições. Todos os grupos apresentaram infiltração,
mas os grupos sem silano apresentaram maior porcentagem de infiltração, principalmente quando utilizadas pontas diamantadas. A termociclagem
não influenciou o vazamento, nem o tratamento de superfície nos grupos com silano.

Conclusão: Para reparos com compósitos, o uso de silano é recomendado, principalmente quando são utilizadas pontas diamantadas como
tratamento mecânico de superfície.

Palavras-chave: envelhecimento, resinas compostas, reparo, jateamento, silano

Saúde Bucal Prev Dent 2020; 18: 783–792. doi: Enviado para publicação: 10.06.19; aceito para publicação: 17.12.19
10.3290/j.ohpd.a45082

sempre, embora amplamente utilizadas, as restaurações de

As propriedades mecânicas, estéticas e funcionais dos
as resinas compostas tornaram esses materiais uma boa
opção para restaurações diretas anteriores e posteriores.4,32 Como
a Mestranda, Departamento de Bioquímica e Biofísica, Instituto de Ciências da Saúde,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil. Realizou os experimentos em
cumprimento parcial dos requisitos para um mestrado, escreveu o manuscrito.
b Professor do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Tecnologia e
Ciências (UniFTC), Salvador, BA, Brasil. Ideia, projeto experimental, revisão do manuscrito,
realização de testes de ÿTBS e termociclagem.
c Dentista, Exército Brasileiro, Rio de Janeiro, Brasil. Revise o manuscrito, por
análise de vazamento formado e teste ÿTBS.
d Professor do Departamento de Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil. Interpretou os dados, revisou o
roteiro do manuscrito, realizou avaliação estatística, contribuiu substancialmente para a discussão.
e Professor, Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia de
Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas, Piracicaba, São Paulo, Brasil. Revisar o
manuscrito, contribuiu substancialmente para a discussão.
f Professor do Departamento de Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil. Ideia, delineamento experimental,
hipótese, contribuíram substancialmente para discussão, revisão crítica do manuscrito.
Correspondência: Professora Caroline Mathias, Departamento de Odontologia Restauradora
da Faculdade de Tecnologia e Ciências (UniFTC), Avenida Luis Viana Filho 8812, Paralela,
41741-590, Avenida Araujo Pinho, Canela, 40110-040 Salvador, Bahia, Brasil. Tel:
+55-71-99-980-5520; e-mail: caroline.mathias@hotmail.com
resina composta ainda falham, sendo necessária uma decisão
sobre substituir ou reparar a restauração.15 Alguns aspectos
clínicos devem ser considerados na decisão de substituir
completamente ou reparar a restauração. Quando houver cárie
secundária ou descolamento total da restauração, a substituição
completa deve ser indicada. Por outro lado, quando há pequenas
fraturas com margens hígidas ou manchas localizadas, o reparo
da resina composta está indicado.15,33 O reparo de uma
restauração é um procedimento minimamente invasivo no qual a
porção defeituosa do compósito é removida e novo material
composto é adicionado para complementar a restauração.33
Considerando as consequências clínicas, alguns autores
sugeriram que é melhor reparar restaurações defeituosas do que
substituí-las totalmente.10,15 As vantagens de reparar uma
restauração composta incluem: diminuição da remoção da
estrutura dentária remanescente, redução da incidência de lesão
pulpar, e menor custo.1,8 O reparo pode melhorar a longevidade
clínica da restauração e deve ser indicado para defeitos
localizados e porções de restaurações clinicamente insatisfatórias ,
incluindo descoloração marginal superficial , correção de cor,
fratura de restauração ou fratura de dente.15 ,33

Vol 18, nº 4, 2020 783

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Aquino e outros
O grande desafio para o reparo com resina composta é a
dificuldade de união entre resina envelhecida e fresca, pois a
resina sofre alterações após sua inserção na boca, como absorção
de água, degradação química e perda de partículas inorgânicas.11
A absorção de água ocorre devido à degradação química dos
grupos éster, principalmente através da esterase salivar . A
absorção de água também pode ocorrer através dos grupos
hidrofílicos (OH) em alguns monômeros de resina de reticulação.7
Quando expostos a um ambiente muito úmido, como a cavidade
oral, os monômeros se degradam devido ao enfraquecimento da
ligação entre as partículas inorgânicas e a matriz de resina.16
Este processo também leva ao amolecimento da matriz de resina
por intumescimento da rede polimérica, diminuindo as propriedades
mecânicas e influenciando negativamente na adesão do material.16
A superfície de uma restauração consiste em uma matriz
orgânica que já amadureceu, sem ligações duplas não reagidas
(C=C) e, portanto, tornou-se menos reativa; além disso, as
partículas de enchimento são desprovidas de silano e são
incapazes de se ligar quimicamente a um novo compósito.1 Vários
estudos investigaram diferentes tratamentos de superfície de
resinas convencionais para avaliar a resistência de união entre a
resina composta envelhecida e a resina recém- aplicada.23
,26,27,30 Esses tratamentos de superfície removem a camada
superficial de uma resina composta existente que foi alterada pela
exposição ao meio bucal, aumentando a energia superficial e a
área superficial da resina.10 No entanto, estudos usando vários
tipos de resina composta mostraram resultados controversos e
conclusivos sobre qual é o melhor tratamento de superfície.27
O tratamento mecânico da superfície envolve a rugosidade da
superfície da resina usando pontas diamantadas ou abrasão a ar com
partículas de óxido de alumínio para remover a resina envelhecida da superfície.23
Fig 1 Desenho experimental mostrando os blocos feitos para o grupo controle positivo e os blocos feitos para os grupos reparados. Termômetro: apenas 8 dos blocos
inicialmente confeccionados a partir dos grupos reparados passaram por termociclagem, simulando assim uma resina envelhecida que posteriormente receberia um reparo.
784
Comumente, o ácido fosfórico (37%) é usado para limpar a
superfície da resina composta a ser reparada,11 enquanto o uso
do silano promove a ligação química às partículas de carga da
resina, aumentando a fluidez do adesivo em superfícies irregulares.
31 O adesivo é responsável pela ligação química à matriz orgânica
da resina composta servindo como agente de ligação intermediário
que aumenta a molhabilidade da resina composta fresca.23
As resinas bulk-fill (monoincrementais) têm menor contração
de polimerização do que as resinas convencionais e têm a
vantagem de polimerizar em profundidades de até 5 mm.30 Essas
profundidades de polimerização podem ser atribuídas à maior
translucidez desses materiais, permitindo a fotoativação de
incrementos de resina mais espessos.17 Outras modificações
foram feitas na composição das resinas bulk-fill, como o uso de
monômeros específicos que modulam a reação de polimerização
e assim aliviam o estresse, o uso de fotoiniciadores mais reativos,
além do uso de diferentes partículas orgânicas, como partículas
de pré-polímero e segmentos de fibra de vidro.17
Ao considerar o uso crescente e promissor de resinas
compostas bulk-fill, as preocupações com relação à durabilidade
e fatores relacionados à sobrevivência e sucesso clínico dessas
resinas compostas permanecem, uma vez que são comumente
usadas em restaurações extensas e profundas (4-5 mm de
profundidade em dentes posteriores). dentes), onde o reparo traria
inúmeros benefícios, quando bem indicado. Devido à falta de informações na
Para obter informações sobre protocolos de reparo adequados para
resinas bulk-fill, é necessário avaliar e identificar o melhor protocolo de
reparo para essas resinas, uma vez que possuem composições diferentes.
Os objetivos deste estudo foram avaliar a. avaliar diferem
Saúde bucal e odontologia preventiva
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Aquino e outros

Tabela 1 Médias de resistência de união de reparo (DP) em MPa por grupo experimental

Tratamento da superfície Envelhecimento Agente químico

Sem silano Com silano

Broca diamantada + adesivo não envelhecido 26,48 (4,29)Bb 32,92 (5,80)Aa

envelhecido 26,28 (2,29)Bb 32,70 (4,15)Aa

Jateamento com partículas não envelhecido 32,78 (5,99)Aa 33,84 (5,30)Aa

de Al2O3 + adesivo
envelhecido 32,20 (4,37)Aa 31,88 (3,89)Aa

As mesmas letras maiúsculas sobrescritas dentro das colunas indicam que não há diferenças significativas (ANOVA de três vias seguida por comparações múltiplas post-hoc de Tukey)
entre os tratamentos de superfície. As mesmas letras minúsculas sobrescritas dentro das linhas indicam que não há diferenças significativas entre os agentes químicos. Nenhuma
diferença estatisticamente significativa foi encontrada entre os espécimes envelhecidos e não envelhecidos.

protocolos de reparo ent na resistência de união de um compósito de
resina bulk-fill antes e depois da termociclagem, b. o modo de fratura de
compósitos de resina reparados, e c. o vazamento da interface adesiva
de resinas compostas reparadas. Assim, as hipóteses nulas deste estudo
foram: (1) O tipo de protocolo de reparo não influencia a resistência de
união de um compósito bulk-fill reparado; (2) o processo de
envelhecimento influencia a resistência de união do compósito bulk-fill
independentemente do protocolo de reparo usado.
MATERIAIS E MÉTODOS
tratamento foi aplicado): condicionamento ácido com ácido fosfórico
a 37% , depois aplicação de adesivo.
DbAd: broca diamantada seguida de condicionamento com ácido
fosfórico a 37% e aplicação do adesivo.
SbAd: jateamento com partículas de óxido de alumínio seguido de
ataque ácido fosfórico a 37% e aplicação de adesivo.
DbSiAd: broca diamantada seguida de condicionamento com ácido
fosfórico a 37% , aplicação de silano e adesivo.
SbSiAd: jateamento com partículas de óxido de alumínio seguido de
ataque ácido fosfórico a 37%, aplicação de silano e adesivo.

Projeto Experimental Para a aplicação do adesivo nos grupos controle negativo e experimental,
O projeto experimental é mostrado na Fig. 1. Blocos de a superfície de cada espécime foi condicionada com ácido fosfórico a
resina bulk-fill (Filtek Bulk Fill, cor B1, 3M Oral Care; St Paul, 37% (Condac 37, FGM; Join vile, SC, Brasil) por 30 s, em seguida, os
MN, EUA) foram feitos usando duas matrizes metálicas. Uma espécimes foram lavados com água destilada por 15 s e secagem ao ar.
matriz medindo 6 x 6 x 8 mm foi usada para fazer blocos Uma gota de adesivo Adper Single Bond 2 (3M Oral Care) foi aplicada
individuais para o grupo controle positivo (GC, n = 16) que em toda a superfície, o solvente do adesivo foi evaporado por 10 s, após
não recebeu reparo. O grupo GC foi fabricado usando dois o que foi fotopolimerizado por 10 s.
incrementos bulk-fill (4 mm cada) usando uma espátula de
metal (Goldstein XTS flex, Hu-Friedy; Chicago, IL, EUA) para Nos grupos DbAd e DbSiAd, a superfície foi tratada
obter os espécimes de 8 mm de altura. Após a inserção e mecanicamente com broca diamantada cilíndrica nº 4138 (KG
adaptação de cada incremento, a resina foi coberta com uma Sorensen; Cotia, SP, Brasil) que foi mantida em contato com a
tira de poliéster e uma lâmina de vidro sob peso de 500 g por 60 segundos.
superfície por 5 segundos em alta velocidade sob refrigeração ar/água.
As amostras foram fotopolimerizadas usando um diodo emissor de luz A broca diamantada foi trocada a cada cinco espécimes.
(LED) (Valo, Ultradent; South Jordan, UT, EUA) a uma irradiância de Para os grupos SbAd e SbSiAd, os espécimes foram
1000 mW/cm2 por 40 s. Para os demais grupos, foi feito incremento jateados com partículas de Al2O3 de 50 ÿm (Bio-Art, São
único de 80 bulk fill (4 mm) utilizando uma matriz metálica medindo 6 x Carlos, SP, Brasil) a uma distância de 10 mm em um ângulo
6 x 4 mm, processada da mesma forma descrita acima. Posteriormente, de 90 graus e pressão de 4,1 bar por 10 s.
esses blocos foram divididos em 5 grupos (n = 16). Para os grupos DbSiAd e SbSiAd que receberam tratamento químico
de superfície, o silano (Prosil, FGM) foi aplicado na superfície dos
Metade dos espécimes de todos os grupos foram submetidos espécimes por 1 min, que foram então secos ao ar por 10 s para
à termociclagem (5±1°C, 37±1°C e 55±1°C), tempo de evaporação do solvente.
permanência de 30 s por banho, com intervalo de 15 s usando Para realizar o procedimento de reparo, blocos de 4 mm foram
uma térmica de 3 câmaras (MSCT-3e, Elquip; São Carlos, SP, Brasil).
inseridos na matriz metálica (6 x 6 x 8 mm) após os respectivos
Assim, as amostras foram divididas em dois subgrupos: Envelhecidos tratamentos de superfície e, em seguida, os espécimes foram reparados
(A) e Não Envelhecidos (Na). com novos blocos de resina bulk-fill (Filtek Bulk Fill, cor A3, 3M Oral
Posteriormente, os espécimes (exceto o con positivo Care), que foram fabricados conforme descrito acima. Os espécimes
grupo controle) foram submetidos a 5 diferentes protocolos de reparo: foram armazenados em água destilada a 37°C por 24 horas.
Ad (controle negativo, sem superfície mecânica ou química

Vol 18, nº 4, 2020 785

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Aquino e outros

Fig. 2 Resistência de união à microtração de

controles não envelhecidos comparada usando
ANOVA de uma via seguida pelo teste de Dunnett.
As linhas horizontais acima das barras representam
diferenças significativas entre os grupos pareados (p
< 0,05). A barra de colchetes cinza representa
comparações com o controle negativo, grupo As. A
barra preta representa as comparações com o
controle positivo, CG.

Fig. 3 Resistência de união à microtração de controles

envelhecidos em comparação com ANOVA de uma
via seguida pelo teste de Dunnett. As linhas
horizontais acima das barras representam diferenças
significativas entre os grupos pareados (p < 0,05).
A barra de colchetes cinza representa comparações
com o controle negativo, grupo de anúncios. As
barras pretas representam comparações com o
controle positivo, CG.

Fig 4 Distribuição dos modos de falha segundo os

grupos.

786 Saúde bucal e odontologia preventiva

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Fig 5 Imagens representativas dos modos
de falha. a) Falha mista: adesivo (porções
brilhantes indicadas por estrelas vermelhas)
e resina composta (porções opacas) estão
presentes. b) Falha coesiva: nenhum
adesivo é aparente, apenas a resina
composta (superfície de fratura uniforme e
opaca) está presente.
uma
Teste de resistência de ligação à microtração (ÿTBS)
Os blocos foram seccionados longitudinalmente nas direções “x” e “y”
através da interface colada usando uma lâmina diamantada (Buehler;
Lake Bluff, IL, EUA) em uma serra de precisão de alta velocidade
(Isomet 1000, Buehler; Lake Bluff, IL, EUA) sob irrigação constante.
Esse processo resultou em 25 bastões com área de seção transversal
de aproximadamente 1,0 mm2. Palitos da área externa foram excluídos.
Os bastões foram fixados individualmente com cola de cianoacrilato
(gel Super Bond, Loctite, Henkel; São Paulo, SP, Brasil) a um aparelho
feito sob medida em uma Máquina de Teste Universal (EZ Test L,
Shimadzu; São Paulo, SP, Brasil) usando um Célula de carga de
aproximadamente 500 kgf a uma velocidade da cabeça cruzada de
1,0 mm/ min até a falha. A área da seção transversal no local da
fratura foi medida usando um paquímetro digital (Mitutoyo; Tóquio,
Japão) e as forças de união foram relatadas em MPa. Assim, a carga
na falha foi calculada considerando as dimensões da amostra na
interface adesiva, conforme a fórmula: F (MPa) = carga na falha (N)/
área (mm2)
Modo de falha
Após o teste de ÿTBS, um espécime de cada grupo foi avaliado usando
uma lupa estereoscópica (Opton, NTB-3A; Cotia, SP, Brasil). As
imagens foram obtidas com aumento de 40X para determinar o modo
de falha, que foi classificado como adesivo, misto ou coesivo.
Análise de vazamento
Dois bastões de cada grupo (exceto o grupo controle positivo) foram
imersos em solução de nitrato de prata amoniacal a 50% no escuro
total por 24 h, lavados em água destilada e imersos em solução
fotorreveladora por 8 h sob flúor luz escente para reduzir os íons em
grãos de prata metálica ao longo da interface.3 Os bastões foram
então embutidos em resina de poliestireno e polidos com lixa de SiC
de 600, 1200 e 2000 grãos e diamante de 3, 1 e 0,25 ÿm pasta (Arotec;
São Paulo, SP, Brasil). Os espécimes foram limpos por ultrassom
(Ultrasound Ultrason 1440 D, Odontobrás; Rio Preto, SP, Brasil) em
água destilada por 10 min entre cada aplicação de lixa e discos de
feltro, bem como ao final do tratamento de polimento para remoção do
polimento escombros.3
Vol 18, nº 4, 2020
Aquino e outros
b
Os espécimes foram inspecionados usando um microscópio óptico
(Carl Zeiss, Scope A1/AXIO; Jena, Alemanha) com ampliação de
200X, permitindo a visualização de toda a área reparada. As imagens
foram gravadas para avaliar quantitativamente a área infiltrada usando
o software ImageJ (ImageJ, National Institute of Health; Bethesda, MD,
EUA). A extensão da área infiltrada pela solução de nitrato de prata
amoniacal foi obtida em milímetros, que foram então convertidos para
uma porcentagem considerando 100% como a área total da interface
colada.
Análise estatística Os
dados de ÿTBS e vazamento foram confirmados quanto à
normalidade usando o teste de Kolmogorov-Smirnov. Em
seguida, uma ANOVA de três vias seguida do teste post-hoc
HSD de Tukey para comparações múltiplas foi realizada para
analisar os efeitos do tratamento de superfície (broca diamantada
ou jateamento), agente químico (presença de silano ou não) e
envelhecimento (termociclagem ou não). ANOVA de uma via
seguida do teste de Dunnett foi usada para comparar
individualmente o ÿTBS e o vazamento obtidos nos grupos de
controle positivo e negativo contra os protocolos experimentais
de reparo. A significância estatística foi estabelecida em ÿ =
0,05. A análise estatística foi realizada com o software SAS 9.1 (SAS Institute
RESULTADOS
Teste de resistência de ligação à
microtração A média de ÿTBS de todos os grupos está resumida na Tabela 1.
A ANOVA de três fatores não demonstrou interação significativa
entre os três fatores principais (tratamento de superfície x agente
químico x envelhecimento) (p = 0,77). No entanto, observou-se
interação estatisticamente significativa entre o tratamento de superfície
e o agente químico (p = 0,01; teste de Tukey, Tabela 1). O fator
principal 'envelhecimento' foi analisado separadamente, não havendo
diferença significativa (p = 0,57).
Ao considerar o fator 'agente químico', houve diferença
estatisticamente significante para o tratamento com broca
diamantada . Neste caso, o DbAd apresentou menor ÿTBS
(26,48 ± 4,29 MPa) do que o DbSiAd (32,92 ± 5,80 MPa). Mais longe
787
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Aquino e outros

Tabela 2 Interação entre fator de tratamento mecânico e silano (dados de envelhecimento são agrupados) para vazamento (%)

Tratamento da superfície Sem silano silano

Broca diamantada + adesivo 12.01 (2.37)Aa 2,37 (0,85)Ab

Jateamento com partículas de Al2O3 + adesivo 4,54 (2,49)Ba 2,84 (1,06)Aa

As médias seguidas por diferentes letras sobrescritas indicam diferenças estatisticamente significativas (ANOVA de 3 vias, teste de Tukey). Letras maiúsculas sobrescritas
comparam fatores de tratamento de superfície. Letras minúsculas sobrescritas comparam o fator silano (com/sem).

Fig 6 Imagem representativa

do vazamento. a) Grupo SbAd
não envelhecido apresentando
poucas áreas infiltradas pela
solução de nitrato de prata (4,67
± 2,87%) em comparação com
b) grupo Ad não envelhecido
apresentando maior infiltração
pela solução de nitrato de prata
(12,85 ± 1,70).

uma b

além disso, houve diferença para o fator de tratamento de Vazamento

superfície na ausência de silano, onde maiores resistências de
união foram encontradas para os grupos jateados (SbAd, 32,78 ± 5,99 MPa).
O teste de Dunnett mostrou diferenças estatisticamente
significantes entre os grupos controle (negativo e positivo) e grupos interação entre o tratamento de superfície e o agente químico foi
experimentais (p < 0,001) nas condições não-idoso e idoso (Figs. 2
e 3, respectivamente). O controle negativo , Ad, teve a menor
resistência de união entre os grupos não envelhecidos, o que foi
estatisticamente diferente de todas as condições, exceto DbAd. Por
outro lado, o controle positivo não envelhecido, GC, apresentou
apenas diferença estatisticamente significativa em relação ao
controle negativo, sendo semelhante às demais condições (Fig. 2).
O controle negativo envelhecido, Ad, apresentou a menor
resistência de união entre os grupos envelhecidos. No entanto, o
controle positivo idoso , GC, foi apenas estatisticamente diferente
do grupo Ad envelhecido e do grupo DbAd (Fig. 3).
As frequências
dos modos de falha foram analisadas (Fig. 4). O modo de falha
mais comum foi coesivo (Fig. 5b). No entanto, a falha mista (Fig.
5a) foi predominante para os grupos Ad e grupos DbAd. Para todas
as faixas etárias testadas, a taxa de falhas coesivas diminuiu e as
falhas mistas aumentaram, principalmente para os grupos Ad e
DbAd.
Todos os grupos testados apresentaram infiltração de nitrato de
prata. Uma interação significativa entre os três fatores principais
não pôde ser detectada pela ANOVA de três vias (p = 0,44). Já a
estatisticamente significativa (p < 0,001) e as diferenças entre os
níveis foram comparadas com o teste de Tukey (Tabela 2).
O fator principal 'envelhecimento' foi analisado separadamente, não
havendo diferença estatisticamente significativa (p = 0,14). Imagens
representativas de vazamento são mostradas na Fig. 6.
Quando o tratamento de superfície com broca diamantada foi considerado
observado, o uso de silano diminuiu estatisticamente
significativamente os valores de vazamento (2,37 ± 0,85%). Por
outro lado, o uso de silano não alterou estatisticamente
significativamente a porcentagem de infiltração entre os grupos
jateados. Na ausência de silano, os grupos tratados com pontas
diamantadas apresentaram percentual de idade de infiltração
estatisticamente significativamente maior (12,01± 2,37%) em relação
ao grupo SbAd (4,54 ± 2,49%, Fig. 6a). No entanto, quando o silano
foi usado, não houve diferença nos valores de vazamento entre os
tratamentos mecânicos de superfície.
O teste de Dunnett mostrou diferença significativa entre o Ad
não envelhecido e os demais grupos experimentais (p < 0,001),
com exceção do DbAd (Fig. 7). A mesma diferença foi observada
dentro dos grupos de idade (Fig. 8).

788 Saúde bucal e odontologia preventiva

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Aquino e outros

Fig. 7 Porcentagem de vazamento em controles

não idosos comparada usando ANOVA de uma
via seguida pelo teste de Dunnett. As linhas
horizontais acima das barras representam diferenças
significativas entre os grupos pareados (p < 0,05).

Fig. 8 Porcentagem de vazamento em

controles idosos comparada usando ANOVA de
uma via seguida pelo teste de Dunnett. As linhas
horizontais acima das barras representam diferenças
significativas entre os grupos pareados (p < 0,05).

DISCUSSÃO os adesivos são mais hidrofílicos, têm maior potencial de

degradação.13 Esse achado corrobora o estudo de Melo et al,25
A primeira hipótese nula deste estudo foi rejeitada, pois houve que concluiu que o adesivo (37% ácido fosfórico mais adesivo)
diferenças entre os tratamentos de superfície estudados, não deve ser usado isoladamente como tratamento de superfície
considerando que os grupos Ad e DbAd diferiram dos demais em reparos protocolos de uma resina microhíbrida envelhecida.
grupos. A segunda hipótese nula também foi rejeitada, uma vez O uso de ácido fosfórico não é capaz de criar microrretenções
que o processo de envelhecimento não influenciou na resistência em uma superfície de resina composta;25 ele é usado com
de união proporcionada pelos procedimentos experimentais de reparo.tratamento mecânico apenas para remover detritos da superfície
O Grupo Ad apresentou a menor resistência de união de reparo a ser reparada, expondo as irregularidades da superfície e
para a resina bulk-fill em condições não envelhecidas e envelhecidas. aumentando a área total disponível para adesão.11 Com relação
Isso pode ser devido a uma camada remanescente de resina ao tratamento mecânico de superfície, o uso de ponta
envelhecida, que não teria ligações duplas não reagidas, resultando diamantada resultou em menor resistência de união do que o
em menor ligação à nova resina. Superfícies submetidas ao processo grupo em que o jateamento foi usado como tratamento de
de envelhecimento apresentaram resultados ainda piores para este superfície . Rodrigues Jr et al 27 examinaram superfícies tratadas
grupo, devido à degradação química dos monômeros e absorção de com broca de resinas microhíbridas e nanoparticuladas com SEM
água mais pronunciadas, além da perda de partículas inorgânicas.16 Ainda,ecomo
encontraram uma superfície muito irregular e não retentiva quando um

Vol 18, nº 4, 2020 789

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Aquino e outros
broca diamantada de grão médio foi usada. Esses autores27
encontraram uma topografia mais uniforme nas superfícies tratadas
com jateamento com partículas de Al2O3 , o que resultou em maior
resistência de união, sugerindo retenção mecânica mais eficaz . No
entanto, outros estudos não encontraram diferenças estatisticamente
significativas entre esses dois tipos de tratamento mecânico.25,34
Outro estudo encontrou uma diminuição na resistência de união
quando as superfícies foram jateadas com partículas de Al2O3 ,
atribuindo isso a uma redução da quantidade de material disponível
resina com exposição excessiva de partículas de carga.2 Portanto ,
encontrar um equilíbrio entre a rugosidade da superfície e as
partículas de carga remanescentes parece ser um fator determinante
para otimizar a resistência da união de reparo.23,29 No presente
estudo, broca diamantada seguida de aplicação de silano rendeu
forças de ligação semelhantes às dos grupos SbAd e SbSiAd.
Portanto, brocas diamantadas podem ser usadas para remover a
camada superficial de resina se seguidas da aplicação de silano em
situações que não possuem um jato de areia intraoral para fornecer
rugosidade superficial adequada para o reparo. Este processo pode
contribuir para aumentar a resistência de união do reparo para
resinas bulk-fill. Além disso, o jateamento intraoral com partículas de
Al2O3 requer o uso de isolamento absoluto com dique de borracha
para proteger os tecidos moles e excelente sucção para evitar que
partículas abrasivas finas contaminem o ambiente, o que pode ser
prejudicial ao paciente e ao operador.23
O silano tem dois grupos funcionais principais: silanol, que se liga
a partículas de sílica na resina, e um grupo organofuncional que se
liga a metacrilatos no adesivo.23 Estudos sobre uma camada
intermediária de silano obtiveram resultados conflitantes.25,30
Devido à sua viscosidade, maior capacidade de umedecimento da
superfície e capacidade de se ligar a componentes inorgânicos de
compósitos, o silano poderia aumentar a resistência de união das
resinas.30 No entanto, o silano possui grupos hidrofílicos que podem
criar uma grande quantidade de pontes de hidrogênio; se aplicado
generosamente, pode aumentar a absorção de água e a degradação
hidrolítica ao longo do tempo.16,24,31 Esta degradação pode ocorrer
via hidrólise do silano principalmente sob pHs levemente ácidos,
resultando na descolagem ou liberação das partículas de enchimento
em resinas compostas ou adesivos sive.14 Por outro lado, os
resultados de resistência de união em relação ao uso de silano
poderiam ser explicados pelo maior umedecimento e penetração do
silano nas irregularidades da superfície, melhorando as propriedades
mecânicas de reparo quando o silano foi aplicado após o uso de
pontas diamantadas na superfície a ser reparado. No entanto ,
quando a superfície foi jateada com partículas de Al2O3 , o silano
não melhorou a resistência de união, provavelmente porque o
processo de jateamento depende da microestrutura da resina
composta. Assim, em uma resina nanoparticulada, como a resina
bulk-fill testada, o jateamento pode romper as partículas de enchimento , o superficial
Outra função do silano é ressilanizar as partículas inorgânicas
da superfície antiga, melhorando a ligação entre as partículas do
compósito polimerizado e a matriz orgânica do novo compósito.31
Este efeito pode ser dependente do tipo de compósito reparado, uma
vez que acoplamento entre silano e compósito é influenciado pela
quantidade de sílica disponível na superfície.33 A resina bulk-fill no
presente estudo é composta de diuretano dimetacrilato (UDMA),
dimetacrilato uretano aromático (AUDMA), dodec
790
ane dimetacrilato (DDDMA) e contém cerca de 1-10% em peso de
sílica tratada com silano, que pode ter melhorado a resistência da
união de reparo do grupo DbSiAd.
Estima-se que 10.000 termociclos representam cerca de
um ano de serviço clínico.18 A literatura frequentemente
menciona a diminuição da resistência de união da resina
composta após o envelhecimento, mas há apenas alguns
relatos sobre o desempenho de resinas bulk-fill reparadas.6,
9,22,30 Embora o processo de absorção de água seja
multifatorial, é em grande parte devido à natureza hidrofílica
dos monômeros que compõem o polímero.16 A falta de
diminuição na resistência de união após o envelhecimento
pode ser atribuída à composição do Filtek Bulk Compósito de
preenchimento, que contém um monômero de fragmentação
adicional, bem como uretano dimetacrilato aromático, que é
um monômero de peso molecular superior aos dimetacrilatos
tradicionais e que apresenta menor absorção de água devido à presença
A maioria das fraturas encontradas neste estudo foram coesivas,
principalmente nos grupos não envelhecidos que apresentaram as
maiores resistências de união (grupos SbAd, DbSiAd e SbSiAd).
Esse resultado pode sugerir que a resistência de união do reparo
superou a resistência coesiva da resina, não devendo o reparo ser
considerado como a parte mais fraca do compósito.34 Houve
aumento de fraturas mistas após o envelhecimento, principalmente
no Grupos de anúncios e DbAd. Esses achados estão de acordo
com a literatura, de que maior resistência de união leva a um maior
número de fraturas coesivas e a um menor número de fraturas mistas
em compósitos.5
A infiltração é um importante preditor da capacidade de selamento
interfacial por um material adesivo.28 A infiltração de fluidos orais e
produtos bacterianos através da interface pode comprometer a
estabilidade do reparo em resinas compostas e pode aumentar a
coloração nesta interface. Apesar de nenhum tratamento de superfície
ter sido capaz de prevenir a infiltração, os grupos SbAd, DbSiAd e
SbSiAd apresentaram menor infiltração do que os grupos Ad e DbAd,
apesar do menor envelhecimento. Esse resultado destaca o risco de
usar apenas o adesivo ou a ponta diamantada no reparo com resina
composta sem silano. Esses achados concordam com outro estudo
que também não encontrou diferenças nos níveis de infiltração entre
os grupos envelhecidos e não envelhecidos de resinas bulk-fill que não foram repar
Uma resistência de união de reparo entre 15 e 25 MPa é
considerada clinicamente aceitável, pois são resistências de união
dadas entre dentina e resina.1 Com exceção do grupo Ad, os outros
grupos experimentais tiveram resistências de união acima de 25
MPa. No entanto, a investigação da resistência de união e infiltração
no mesmo estudo permite uma avaliação mais precisa do
comportamento adesivo e da permeabilidade da superfície de união
do reparo. Assim, confirmam-se os benefícios do tratamento
que reduz combinado
sua interação
mecânico
com o silano.27
e químico, onde o uso de apenas
um adesivo deve ser evitado no reparo de resinas bulk fill. Além
disso, outros pré-tratamentos superficiais testados com sucesso em
materiais resinosos híbridos, como a sili cação por Co-Jet, que
apresentou boa resistência de união de reparo19, devem ser
considerados como possíveis alternativas para o reparo de resinas
compostas. No entanto, ensaios clínicos randomizados de longo
prazo devem ser realizados no futuro para confirmar esses resultados,
especialmente em condições orais onde as resinas bulk-fill podem
estar sujeitas a maior degradação.
Saúde bucal e odontologia preventiva
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CONCLUSÃO
O uso de um adesivo sem qualquer tratamento mecânico não é
recomendado para reparos de resina bulk-fill. Além disso, o uso de
silano deve ser recomendado para melhorar a resistência da união e
diminuir o vazamento quando uma broca diamantada é usada como
tratamento mecânico de superfície. O envelhecimento afetou a
resistência de união quando o reparo foi feito apenas com adesivo. O
tratamento com jateamento de óxido de alumínio tornou desnecessário
o uso subsequente de silano. Neste estudo, o vazamento ocorreu em
todas as interfaces de reparo.
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