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Dado um sinal de entrada x(t), diz-se que a saída não está distorcida se diferir da entrada apenas por
uma constante multiplicativa e/ou um delay finito no tempo:
tal que, a resposta em frequência do sistema de transmissão não distorcente é dada por:
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O sistema deve apresentar (a) espectro de amplitude constante e (b) espectro de fase linear com
inclinação negativa:
Note-se que a fase ´arg H(f)´deve passar pela origem ou interceptar em múltiplo inteiro de ± 1800.
O termo ± m1800 foi adicionado à fase para levar em conta valores positivos e negativos de K.
No caso de não haver delay (td = 0), a fase permanece constante em 0 ou ± 1800.
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Importante: as condições acima são exigidas apenas ao longo das frequências onde o sinal de entrada
apresenta conteúdo espectral significativo.
X(f )
2
E= df
−∞
Como a densidade espectral é pequena para f < 200 Hz e f > 3200 Hz, infere-se que um sistema
não distorcente de transmissão de voz precisa satisfazer a condição (3.2-2a-b) para a banda
200 ≤| f | ≤3200 Hz.
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De forma similar, como o ouvido humano somente processa sons entre 20 Hz e 20 kHz, um sistema de
áudio não distorcente deve satisfazer (3.2-2 a-b) apenas nesta faixa.
Contudo, na prática, as exigências (3.2-2a-b) só podem ser satisfeitas de maneira aproximada, e assim,
sistemas de transmissão sempre produzem alguma quantidade de distorção de sinal.
Tipos de distorção:
a) Distorção de amplitude:
Distorção linear
c) Distorção não linear: ocorre quando o sistema inclui elementos não lineares.
Este sistema satisfaz a condição de transmissão sem distorção (3.2-2a-b) para 20 kHz ≤ |f | ≤ 30 kHz.
Ocorre distorção de amplitudes para |f | < 20 kHz e |f | > 50 kHz.
Ocorre distorção de delay para |f | > 30 kHz.
Distorção linear
Corresponde à distorção de amplitude ou de delay/fase associadas a um sistema linear.
a) Distorção de amplitude: normalmente causada por excesso de atenuação ou amplificação nos
extremos de frequências (alta ou baixa) no espectro do sinal.
(Menos comum, mas possível, é a resposta desproporcional à uma banda de frequências dentro do espectro.)
Embora a descrição no domínio da frequência seja fácil, os efeitos no domínio do tempo são menos
óbvios, exceto no caso de sinais muito simples.
Exemplo: Seja
e daí:
o qual é independente da frequência (delay constante) somente se ´arg H(f)´for linear com f.
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Existe uma confusão entre: delay de tempo constante (constant time delay, seconds) ,
e: deslocamento de fase constante (constant phase shift, radians).
O primeiro tipo é desejável para transmissão sem distorção, mas não o segundo tipo!
ou seja, cada componente de frequência (cada nf0) sofrerá o mesmo delay, e assim, o sinal de saída
será apenas uma réplica atrasada da entrada.
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Exemplo:
Caso de delay de tempo constante (desejável, resulta em transmissão sem distorção):
1 1
x(t − td ) = cos ω0 (t − td ) − cos 3ω0 (t − td ) + cos 5ω0 (t − td )
3 5
1 1
= cos(ω0 t − ω0 td ) − cos(3ω0 t − 3ω0 td ) + cos(5ω0 t − 5ω0 td ) Desejável!
3 5
(triplica a frequência, triplica o deslocamento de fase) (continua...)
cos[nω0 (t−td )] = cos[n2πf0(t−td )] = cos[2π(nf0) (t−td )], td ≠ td (f ), td= delay de tempo constante (segundos).
_______________________________________
(continua...)
________________________________________________
Deslocamento de fase constante (constant phase shift): causa distorção.
1 1
x(t ) = cos(ω 0 t − 90 0 ) − cos(3ω 0 t − 90 0 ) + cos(5ω 0 − 90 0 )
3 5
(Conforme será visto adiante, tal tipo de distorção é motivo de preocupação em comunicações digitais.)
(Curiosamente, ambos os sinais acima geram aproximadamente o mesmo som quando alimentam um alto-falante.)
Efeito do delay de fase sobre sinais modulados
sendo x1(t) e x2(t) são sinais em banda base, e ωc é a frequência da portadora (normalmente alta).
Na sequência, procura-se determinar a saída y(t) a fim de se estudar o efeito do canal de transmissão,
especificado por H(f) em (3.2-4), sobre o sinal modulado de entrada (3.2-5).
1 1
a) Para φ = 00: v(t ) cos ω c t ↔ V ( f − fc ) + V ( f + fc )
2 2
0 0
e − j 90 e j 90
b) Para φ = −900: v(t )senω c t = v(t ) cos(ω c t − 90 0 ) ↔ V ( f − fc ) + V ( f + fc )
2 2
1 1
v(t )senω c t ↔ V ( f − fc ) − V ( f + fc )
j2 j2
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Ou seja,
e portanto:
Interpretação:
A portadora está atrasada por td td é denominado phase delay ou carrier delay do canal.
x1(t) e x2(t) estão atrasados por tg tg é denominado envelope delay ou group delay do canal.
a) Como no caso geral de transmissão sem distorção discutido anteriormente, a resposta de amplitude
deve ser constante:
b) A fim de se recuperar os sinais originais x1(t) e x2(t) , o delay de grupo tg deve ser constante.
Note-se que esta condição é menos restritiva que (3.2-1), pois permite a existência de φ0 ≠ 0.
d) Obviamente, no caso φ0 = 0, de deduz-se que td = tg , o caso trivial.
Equalização
A distorção linear (tanto a de amplitude quanto a de delay) pode ser sanada através do uso de redes
equalizadoras.
Na Figura 3.2-6, HC(f) corresponde ao canal de transmissão distorcente e Heq(f) é o equalizador.
Desde que a resposta em frequência global é , a saída final será não distorcida se
., e portanto, é deseja-se que
São raros os casos onde o equalizador pode ser projetado para satisfazer (3.2-8) com exatidão.
Porém, excelentes aproximações são possíveis, tal que a distorção linear possa ser reduzida a níveis toleráveis.
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No passado era comum o uso de loading coils
como equalizadores em linha telegráficas de par
trançado.
Tratam-se de indutores concentrados colocados
em shunt através da linha a cada quilômetro.
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Generalizando para o caso de linha de retardo com tempo de delay 2MΔ e com (2M+1) taps:
série no domínio f
que tem a forma de uma série exponencial de Fourier com periodicidade em frequência 1/Δ (?).
Periodicidade em frequência 1/Δ (?).
Delay Δ segundos, frequência 1/Δ hertz.
(série de Fourier de um sinal em frequência)
______________________________________________________________________________________________
f
1 −W 0 +W 1
− +
2Δ 2Δ
Pode ocorrer perda do vigor do sinal na saída do canal, como no caso de interferência destrutiva
mostrada a seguir:
Solução: usar um equalizador do tipo taped-deay-line!!
(continua...)
Exemplo 3.2-2: Distorção multipercurso (multipath)
Supõe-se que a saída de um canal seja: , t2 > t1 , cuja segunda
parcela corresponde a um eco da primeira.
1
na qual foi aplicada série binomial: = 1 − a + a 2 − ... , a <1, a fim de gerar uma expressão do tipo
1+ a
sinal eco
_____________________________________________________________
Assumindo que o eco é pequeno (K2<<K1) → k=K2/K1 << 1, desconsideram-se os termos de ordem
superior para se obter:
... delay 2Δ, 3 taps, M =1
Equalizador:
Y(f)=HC(f) X(f)
. e − j ωΔ . e − j ωΔ continua ...
defasador defasador
(sinal distorcido
(Δ = t0 )
pelo canal: −k amplificador k2 amplificador
multipercurso) inversor
c−1 =1 c0 = −k c1 = k 2 H C ( f ) X ( f ) H eq ( f ) =
Ke − jωtd
HC ( f ) X ( f )
HC ( f )
+ +
= Ke − jωtd X ( f )
Distorção Não Linear e Companding
Um sistema contendo elementos não lineares não pode ser descrito por uma resposta em frequência
H(f) clássica. (Como no caso [RC (j2πf)+1] Y(f) = X(f), e assim, H(f)=1/ [RC (j2πf)+1].)
Por exemplo, se y(t) = x2(t), então, Y(f) = X*X(f) ... Com isso, não é possível se extrair uma expressão
explícita para H(f) = Y(f)/X(f).
Em vez disso, é melhor trabalhar com os valores instantâneos de entrada e saída, relacionados através
da curva y = T [x(t)], denominada “curva característica de transferência de entrada-saída”.
Curva verdadeira
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Sob condições de pequenos sinais de entrada, é possível linearizar, por partes, a característica de
transferência (ver a Figura 3.2-10).
No caso contrário, o modelo mais geral emprega uma aproximação polinomial da curva y = T [x(t)]:
o qual evidencia definitivamente não ser possível obter uma função explícita H(f) = Y(f) / X(f).
Obs: Deve ser lembrado que, se x(t) é limitado à banda W, a saída de uma rede linear não conterá
frequências acima de | f | < W.
f f
−W +W −W +W
_______________________________________________________
Porém, se o sistema é não linear, a saída inclui termos como:
f f
−W +W −2W −W +W +2W
X(f) Y(f)=X*X(f)
f f
−W +W −2W −W +W +2W
A não linearidade gera componentes de frequência na saída que não estavam presentes na entrada.
Como X*X(f) também pode conter componentes para | f | < W, esta porção de espectro se superpõe
àquela de X(f).
Usando filtros, a componente acrescida em | f | > W pode ser removida, mas não existe nenhuma forma
de separar o espectro de sinal da componente acrescida em | f | < W. #
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Uma medida quantitativa da distorção não linear é proporcionada utilizando-se uma forma de onda
senoidal, x(t) = cos ω0t, como entrada.
(continua...)
Usar uma forma de onda senoidal, x(t) = cos ω0t, como entrada.
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Sabendo-se que cos a × cos b = [cos(a + b) + cos(a − b)] / 2 , e usando (3.2-12a), ou seja:
harmônicos
As distorções de harmônicos superiores são tratadas da mesma forma (embora seus efeitos, em geral,
sejam menores).
X(f)*δ(f+f2) f
−f2−f2 −f1−f2 f1−f2 f2−f2
X(f)*δ(f+f1) f
−f2−f1 −f1−f1 f1−f1 f2−f1
X(f)*δ(f−f1) f
−f2+f1 −f1+f1 f1+f1 f2+f1
X(f)*δ(f−f2) f
−f2+f2 −f1+f2 f1+f2 f2+f2
Espectro de saída
X(f)*X(f) f
−2f2 ,−f1−f2 ,−2f1, f1−f2,0,−f1+f2, 2f1 , f1+f2, 2f2
Generalização: intermodulação para sinais arbitrários
Se x(t) = x1(t) + x2(t) , então, y(t) = x2(t) contém produtos cruzados, como x1(t) x2(t) e vários outros.
mesmo que X1(f) e X2(f) sejam separados em frequência, X1*X2(f) pode se superpor a estes,
produzindo crosstalk.
X1(fi -λ) ∞
X1(f) X2(f) X1 * X 2 ( f ) = X 2 * X1 ( f ) = X 2 ( λ ) X 1 ( f − λ ) dλ
→ −∞
f
0
f=fi
X1*X2(f)
f
0 f=fi crosstalk
Crosstalk: ocorre quando um sinal atravessa a banda de outro sinal, devido a distorção não linear
num canal.
O termo de produto cruzado pode ser desejável, quando dispositivos não lineares (diodos de junção,
transistores JFET, etc.) são usados para fins de modulação, multiplicação de frequência, etc.
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Observação:
É importante distinguir entre crosstalk por distorção não linear, e certos tipos de interferência linear (linha
cruzada): pick up em conversas com telefones sem fios ocorre porque o espectro de frequência alocado para tais
dispositivos teria de ficar muito populoso para acomodar todos os usuários em frequências portadoras diferentes.
Portanto, algum “compartilhamento” pode ocorrer de tempos em tempos.
Atualmente, o crosstalk por distorção não linear é muito raro em transmissões telefônicas devido aos avanços
tecnológicos.
Companding
Embora o problema da distorção não linear não possa ser completamente eliminado, ele pode ser
minimizado, providenciando-se para que o sinal nunca exceda a faixa de operação linear da
característica de transferência do canal.
Estratégia: usar dois processadores não lineares de sinal, consistindo de um compressor na entrada
e um expansor (expander) na saída.
O compressor aplica mais amplificação para os níveis baixos do que para os níveis altos do sinal e,
portanto, comprime a faixa (compliance) do sinal de entrada.
Com isso, sinais com amplitude muito pequenas são amplificadas, ficando acima do ruído de fundo.
Se o sinal comprimido cair dentro da faixa linear do canal, o sinal na saída desse canal é proporcional a
Tcomp[x(t)], o qual é distorcido pelo compressor mas não pelo canal.
A característica do expansor deve ser a mais próxima possível do complemento do compressor, tal que
a saída expandida é proporcional a Texp{Tcomp[x(t)]} = x(t).
Companding for Audio Processing
Two nearly identical standards are used for companding curves: μ255 law (also called mu law),
used in North America, and "A" law, used in Europe.
y y Vout
Nonlinear
transmission
Expander
channel
x t t
menor
x
compressão
Para todos os efeitos, é como se a compliance do
maior
compressão canal aumentasse para além do joelho da curva
característica.
t
Compressor
Vin
t