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Caderno de Soluções

Laboratório de Inovação - Edição Julho Sem Plástico

Prefeitura da Cidade do Recife


Geraldo Julio de Mello Filho, Prefeito
Roberto Gusmão, Secretário de Infraestrutura
Tullio Ponzi, Secretário-Executivo de Inovação Urbana
Flaviana Gomes - Gerente Geral de Intervenções Urbanísticas
Alexandre Nápoles Filho - Gerente Geral de Planejamento e Inovação
Luciano Nogueira - Gerente de Gestão e Projetos Especiais
Rebecca Dantas - Gestora de Urbanismo, Concepções e Primeira Infância
César Araújo - Gestor de Prototipagem e Solução Urbana
Raynaia Uchôa - Coordenadora de Desenvolvimento Sustentável
Karla Gonçalves - Assessora de Imprensa
Valéria Cristina Silva - Chefe de Gabinete

Equipe Técnica
Alex Rodrigues - Estudante de Engenharia Mecânica
Aline Mendes - Arquiteta e Urbanista
Angélica Nobre - Gestora Ambiental, especialista em Culinária Sustentável
Augusto Neto - Engenheiro Agrônomo
Camila Inocêncio - Arquiteta e Urbanista, especialista em Geoprocessamento
Edson Alves - Fotógrafo e Videomaker
Felipe Martins - Estudante de Engenharia Civil
Isabelle Santos - Permacultora
João Vitor Pinheiro - Designer
Laís Morais - Arquiteta e Urbanista
Marina Mergulhão - Arquiteta e Urbanista
Rafael Nigro - Engenheiro Civil
Sandy Vieira - Arquiteta e Urbanista
Vitor Douglas - Engenheiro Civil

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Agentes Operacionais

Abrão Mendonça Fábio Trajano de Melo Moisés Olegário do Carmo


Adriano dos Santos Dias Gilmar Soares da Silva Namã Silva de Lima
Alan Barbosa da Silva Gualberto de Souza Romildo dos Santos
Aldo Silva de Medeiros Anderson Hidemburgo Ramos Romualdo Cícero da Silva
Ibneias Ferreira da Silva Ismael Rodrigues de Lima Saulo de Freitas Ramos
Antônio Marcos B. de Melo Jonatha Rocha dos Santos Severino Araújo da Silva
Breno Antônio S. Pacheco José Joaquim da Silva Severino João da Silva
Bruno César da Silva Joseildo Ferreira Alves Severino Félix Ferreira
Cleiton Junior Dias Juraedvan Farias Cavalcanti Sidney Lopes de Brito
Edmilson A. dos Santos Leandro Xavier dos Santos Silas Francisco de Barros
Edmilson José da Silva Luciano F. do Nascimento Valmir Brito de Araújo
Eduardo Cavalcanti Leumin Antônio dos Santos Victor Miguel dos Anjos
Emanuela Mireli B. Leite Márcia Lopes Cordeiro Wellington João dos Santos
Evandro de Lima Micaela N. de Oliveira
Ezaquiel Lira Costa Milton Henrique Carneiro

Livro Digital - Caderno de Soluções do Laboratório de Inovação Urbana - Edição Julho Sem Plástico
Realização: Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife
Criação, Organização e Produção de Conteúdo: Marina Mergulhão, João Vitor Pinheiro, Raynaia Uchôa
e Sandy Vieira
Nome dos participantes: Andréia Myllena Ribeiro Lira; Biatryce Haydée Luna da Rocha; Bruna
Albuquerque; Carlos Guilherme Carvalho de Souza; Eduardo José Araújo Correia Lima; Edvan Isac Santos
Filho; Elder Vinicius Lima Oliveira; Elizabeth de Abrahão Chamié; Geovana Samira dos Santos Silva;
Lacyjane Alves Ferreira Santos; Lívia de Salvi Lazaneo; Luiza bandeira Rodrigues de Carvalho; Maria Vitória
Vilarim Santiago; Mariana Barreto Pereira da Silva; Nadine Bizerril Dos Santos; Sarah Sabryna; Stael Lopes;
Sthefany Virgínia Santos de França Lima; Vitória Eduarda Alencar Passos.
Revisão: Raynaia Uchôa
Projeto Gráfico e Diagramação: João Vitor Pinheiro

Secretaria Executiva de Inovação Urbana


Rua da Aurora, 2000 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50030-230
Telefone: 81 3355-6613 | Instagram: @maisvidanosmorros Facebook: /maisvidanosmorros

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sumário
Apresentação 5
O Laboratório de Inovação - Edição Julho Sem Plástico 7
Manuais 7
Programação 7
Ciclo de Conversas 8
Jornada de Trabalho 12
Mentores Convidados 12
Mentoras da Secretaria Executiva de Inovação Urbana 14
Apresentação das Soluções 15
Banca Avaliadora 15
Resultados 17
Baronesa 18
CasaComposta 20
Jorema 23
RecicloPark 26
Equipe Vencedora 28
Incubação 29
Conclusão 30
Anexos 31
Apresentação

Em um processo de transição entre o isolamento social e o retorno das atividades, as cidades


buscam adaptações nos modos de encontro dos corpos nos espaços. Podemos observar algumas
experiências em cidades mundo afora que podem nos oferecer diretrizes sobre o que nos espera.
No entanto, são muitos fatores a considerar no contexto em que as nossas cidades estão inseridas
e que influenciam diretamente na sustentabilidade e qualidade da vida urbana. É necessário
que estejamos buscando práticas inovadoras e renovadoras que provoquem a mudança de
comportamento da sociedade para com seu ambiente e que alcance as políticas públicas.

Diante disso, no mês em que o mundo aderiu à campanha do Julho Sem Plástico e considerando
o atual contexto das nossas cidades, a Secretaria Executiva de Inovação Urbana da Prefeitura do
Recife criou o Laboratório de Inovação - Edição Julho Sem Plástico para cocriação de soluções que
ajudem a minimizar o impacto ambiental que a poluição do plástico provoca no planeta através
de um protótipo de baixo custo e alto impacto para os desafios urbanos que as cidades estão
enfrentando em um cenário de pós-pandemia, de acordo com três pilares: econômico, social e
ambiental.

O “Julho Sem Plástico” é um movimento, que começou em 2011 através de uma proposta do Earth
Carers Waste Education e popularizou-se ao redor do mundo, fazendo um apelo para a população
evitar ao máximo o material descartável durante o mês de julho. Os números sobre o uso e impacto
do plástico no nosso planeta são alarmantes: Um estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza
(WWF sigla em inglês) e divulgado em março do ano passado, apontou que o Brasil é o 4º maior
produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. O país também
é um dos que menos recicla este tipo de lixo: apenas 1,2% é reciclado, ou seja, 145.043 toneladas
dos 11 milhões de toneladas de lixo plástico que são produzidos por ano.

Anualmente, cerca de 12,7 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos. Segundo a
ONU Meio Ambiente, se o consumo continuar desenfreado, em 2050 o mar terá mais plástico do
que peixes. E isso significa que: se você consome animais marinhos na alimentação, com certeza
está ingerindo plástico também.

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Você já havia pensado em transformar o plástico que descartamos no dia a dia em solução para
os desafios urbanos das nossas cidades no pós-pandemia? Essa é a pergunta que moveu o nosso
desafio!

A ideia deste Caderno de Soluções do Laboratório de Inovação - Edição Julho Sem Plástico
é compartilhar e inspirar através dos exemplos aqui encontrados, fruto de todo processo de
construção coletiva, modelos que podem contribuir para a qualidade de vida das cidades, tomando
como base o desenvolvimento sustentável.

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O Laboratório de Inovação - Edição Julho Sem Plástico

Os laboratórios cidadãos são espaços (neste contexto, virtuais) em que são promovidos processos
de participação cidadã que estimulam a articulação em rede, a colaboração e a experimentação,
através da inovação social aberta. A partir da inteligência coletiva e da perspectiva participativa,
buscam-se soluções para resolver problemas reais da sociedade, reforçando e desenvolvendo o
sentido de pertencimento e reconhecimento das pessoas com o lugar onde moram.

Esta edição teve como objetivo promover o desenvolvimento de soluções inovadoras que ajudem
a minimizar o impacto ambiental que a poluição do plástico provoca no planeta através de um
protótipo de baixo custo e alto impacto para os desafios urbanos que as cidades estão enfrentando
em um cenário de pós-pandemia de acordo com três pilares: econômico, social e ambiental.

O Laboratório aconteceu totalmente virtual e foi aberto para toda e qualquer pessoa inquieta com
os desafios urbanos e ambientais das nossas cidades e disposta a mergulhar no tema em busca de
soluções criativas e inovadoras que contribuam para a melhor qualidade de vida no Recife.

Manuais

Assim que a proposta do Laboratório de Inovação - Edição Julho Sem Plástico foi lançada (14/07),
disponibilizamos o Manual do Participante nas redes sociais do Mais Vida nos Morros, onde foi
possível ter acesso ao seguinte conteúdo: data do evento, contexto, objetivo, como participar,
programação, critérios de avaliação e premiação. Depois de encerrada as inscrições (20/07),
enviamos para cada participante o Manual de Orientações Técnicas (em anexo), a fim de orientar
sobre as plataformas que seriam utilizadas, e todas as etapas da nossa dinâmica: primeiro encontro,
ciclo de conversas, jornada de trabalho e o formato das apresentações. Também introduzimos o
tema do plástico e dos recursos disponíveis na Secretaria Executiva de Inovação Urbana, como:
os tipos de plástico; os processos de transformação do plástico (máquinas); os tipos de produtos
originados; as ações de reciclagem criativa do programa Mais Vida nos Morros; as EcoEstações,
EcoPontos e Cooperativas existentes na cidade do Recife e, por fim; disponibilizamos algumas
referências sobre o plástico.

Programação

O Laboratório se dividiu em três momentos. O primeiro momento foi o Ciclo de Conversas, que
aconteceu a partir do dia 21 até 24 de julho, no qual foram convidados profissionais renomados
e experientes nas suas áreas de atuação para abordarem temas emergentes que envolveram as
pautas de tecnologia, inovação e sustentabilidade, em transmissões ao vivo no canal do Youtube
do Mais Vida nos Morros.

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O segundo momento foi a Jornada de Trabalho, que aconteceu no final de semana do dia 25 e
26 de julho, onde os participantes colocaram em prática seus conhecimentos e as informações
absorvidas durante o Ciclo de Conversas com acompanhamento constante da equipe técnica
da Secretaria Executiva de Inovação Urbana e dos mentores convidados que orientaram o
desenvolvimento da solução a partir de suas expertises.

E por último, aconteceu a Apresentação das Soluções, no dia 26 de julho, onde cada equipe
escolheu um ou dois representantes para apresentarem a solução que encontraram. Esta
apresentação foi transmitida ao vivo no canal do Mais Vida nos Morros e contou com a participação
de uma banca de profissionais convidados para avaliarem e definirem a proposta vencedora
com base nos critérios estabelecidos no Manual do Participante e da avaliação dos mentores
convidados sobre cada equipe após a mentoria.

A avaliação dos mentores convidados foi disponibilizada pela organização do evento para a banca
avaliadora após as apresentações das soluções, quando eles tiveram um intervalo para se reunirem
e avaliarem a proposta que mais se encaixava nos critérios.

Ciclo de Conversas

O Ciclo de Conversas foi pensado para proporcionar aos participantes e qualquer pessoa que
tivesse interesse nas temáticas de cidade, inovação, tecnologia e sustentabilidade, um momento
para refletir, conhecer ou aprofundar o conhecimento.

A abertura do Ciclo de Conversas realizada no dia 21 de julho, às 19h, trouxe como tema “Inovação,
Governo e Cidadão: como redesenhar cidades mais resilientes e preparadas para os novos desafios
urbanos?”. Onde o Professor Extraordinário da CESAR School e o Cientista-Chefe na The Digital
Strategy Company Silvio Meira, junto com o Secretário Executivo de Inovação Urbana do Recife
Tullio Ponzi, sob a mediação da jornalista Beatriz Castro debateram sobre como o atual contexto
provocado pela pandemia da covid-19 tem transformado as cidades do mundo todo e acelerado
mudanças que aconteceriam daqui a alguns anos impactando diretamente o meio ambiente, a
economia e a sociedade. Além disso, compartilharam iniciativas públicas e privadas inovadoras
que contribuem na solução de problemas urbanos já existentes, mas que foram evidenciados com
a pandemia, e também os novos desafios que surgiram com o “novo normal” e indicam como será
o mundo pós pandemia.

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No dia 22 de julho, houve duas transmissões ao vivo. A primeira, às 18h, abordou o tema “Como o
poder público pode estimular o hábito de reciclar e promover uma mudança de comportamento
coletivo?”, onde a fundadora do Angu das Artes, Angélica Nobre, falou da importância de praticar
a culinária sustentável como uma das formas de diminuir o lixo ao aproveitar integralmente o
alimento. Já o fundador do Colab, Gustavo Maia, falou sobre como a startup tem promovido a
participação popular nas tomadas de decisões do poder público e como os projetos do Colab
contribuem para o engajamento e incentivam o exercício da cidadania, como por exemplo as
consultas para avaliações dos serviços públicos realizadas com a população. E o consultor da
Bernard Van Leer e especialista em mudança de comportamento e gerenciamento adaptativo
Sam Sternin, que abordou o impacto que o comportamento individual e coletivo provoca em uma
sociedade compartilhando suas experiências, projetos, metodologias e pesquisas. A mediação
ficou por conta da jornalista e fundadora do Sinspire Luciana Nunes.

A segunda, às 20h, levantou a questão “Como a sociedade civil pode contribuir para construção
de uma cidade com julho, agosto, setembro... Sem plástico?”. E contou com a participação da
Superintendente de Meio Ambiente da Administração de Fernando de Noronha Daniele Mallman,
que trouxe a experiência e o exemplo da implementação do projeto Noronha Plástico Zero na ilha.
Já o empreendedor social, Fábio Silva, fundador da plataforma Transforma Brasil e Presidente
do Porto Social abordou a importância do protagonismo do cidadão diante das mudanças que
o mesmo deseja ver no mundo, ressaltando o trabalho voluntário como parte fundamental neste
processo. A mediação ficou por conta da jornalista Raynaia Uchôa, e também Coordenadora de
Desenvolvimento Sustentável na Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife.

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No dia 23 de julho, às 18h, a primeira palestra com o tema “Como o Place Branding contribui
para a criação de uma identidade comunitária em espaços urbanos?”, trouxe o especialista em
Place Branding, fundador da Places for Us e autor do livro Place Branding, Caio Esteves, para
explicar como podemos identificar vocações, potencializar identidades e fortalecer lugares através
do engajamento das pessoas que moram no local. Já a artista plástica Joana Lira, trouxe suas
experiências artísticas e abordou o seu processo de produção na construção de identidades. De
2001 a 2011, ela fez parte da equipe que desenvolveu o projeto de cenografia e identidade visual
do carnaval do Recife. A mediação ficou por conta da Arquiteta e Urbanista Rebecca Dantas,
que também é Gestora de Urbanismo, Concepções e Primeira Infância na Secretaria Executiva de
Inovação Urbana do Recife.

Às 20h, foi a vez de abordarmos “Como a pedagogia urbana e as crianças podem contribuir
para a construção de cidades sustentáveis?”, que contou com a participação da Co-fundadora
e Sócia do Fab Lab Recife, e também Coordenadora de Educação Maker Betita Valentin, falando
sobre os projetos desenvolvidos com crianças e adolescentes em colégios do Recife ressaltando o
potencial criativo que pode ser estimulado pelo fazer e pela experimentação. Já o Físico e Doutor
com especialidade em polímeros não convencionais Francisco Luiz, atual Secretário Executivo de
Educação da Prefeitura do Recife, deu uma verdadeira aula sobre o plástico, trazendo informações
de utilidade pública para saúde dos seres humanos. Ele também abordou os impactos ambientais
que estes materiais provocam no meio ambiente e, principalmente, quando estes são lançados nos
oceanos ameaçando toda a vida marinha, quem sobrevive da pesca e os próprios consumidores.
Além disso, a Verônica Bezerra, arquiteta e especialista em Educação UNICEF Brasil, destacou
a importância de fazer cidades não só para crianças, mas principalmente com as crianças,
valorizando-as como agentes transformadores. O mediador da conversa foi o advogado Alexandre
Nápoles, que também é Gerente Geral de Planejamento e Inovação na Secretaria Executiva de
Inovação Urbana do Recife.

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No dia 24 de julho, o tema “Como transformar um problema ambiental em oportunidades de
inclusão e geração de renda?” foi dividido em dois blocos. No primeiro bloco, às 18h, contamos
com a participação da fundadora da Azulerde, Karla Batista, uma marca de acessórios que visa
enaltecer a economia sustentável reaproveitando resíduos sólidos. E a Diretora da CasaCor
Pernambuco Isabela Coutinho, que trouxe sua experiência em soluções e conceitos que aliam
design e sustentabilidade, tornando os processos de construção dos espaços, uso dos recursos e
desconstrução mais sustentáveis.

Já no segundo bloco, às 20h, o tema reuniu a fundadora da LIXIKI Ana Borba, que trouxe a experiência
da sua empresa de ecodesign que desenvolve produtos a partir do que é considerado “lixo” pela
maioria das pessoas, tendo como meta gerar renda e ajudar o meio ambiente. O fundador do
FabLab Edgar Andrade, comentou sobre os eixos de atuação da startup e anunciou um projeto, em
andamento, de levar o FabLab para Fernando de Noronha a fim de desenvolver, através da cultura
maker e da inovação, soluções em relação a geração de resíduos com o objetivo de tornar a ilha o
lugar mais sustentável do mundo. Também contamos com a participação do empreendedor social
Fábio Moraes, fundador do Favelar, que falou sobre a atuação do seu negócio que visa tornar os
serviços de arquitetura e engenharia acessíveis à população periférica, contribuindo no projeto e
execução de construções mais sustentáveis e seguras, além de contribuir para a construção de uma
cidade mais inclusiva. A Kátia Karina, representante da Cooperativa Palha de Arroz compartilhou
sua experiência na cooperativa de reciclagem apontando os desafios enfrentados nos processo
de recolhimento de resíduos, e como a população pode contribuir realizando a coleta seletiva. A
mediação foi feita pelo Arquiteto e Urbanista César Araújo, que também é Gestor de Prototipagem
e Solução Urbana na Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife.

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Jornada de Trabalho

A Jornada de Trabalho iniciou no sábado (25/07), a partir das 9h30 da manhã, com a
participação do Secretário Executivo de Inovação Urbana do Recife Tullio Ponzi, que deu as
boas-vindas para os participantes. Em seguida foram apresentadas as dinâmicas da Jornada de
trabalho e as ferramentas sugeridas para comunicação entre as equipes e mentores e co criação
das soluções. A jornada foi realizada por meio da plataforma Discord, que permite comunicação
via texto, áudio e vídeo e os grupos desenvolveram as etapas iniciais de discussão de ideias
criando Moodboards na plataforma Jamboard do Google.

Para a Jornada de Trabalho convidamos pessoas especialistas nas áreas de tecnologia, cidade,
inovação, sustentabilidade, marketing e empreendedorismo que participaram do Laboratório
para orientar, dar suporte e trocar conhecimento com os participantes. Também contamos com a
mentoria e acompanhamento da equipe técnica da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do
Recife.

Mentores Convidados

Caio Scheidegger, Gerente de Inovação no Porto Digital. Cientista de


dados. Advogado e gestor ambiental. Consultor em Projetos de Inovação,
Mobilidade, Meio Ambiente, Gerente no Laboratório de Inovação Digital
em Mobilidade Urbana no Porto Digital. Diretor de Projetos e Pesquisador
do Ip.rec. Fundador da Start-up Navegue - mobilidade hidroviária.
Coordenou o Bora - Dados e Mobilidade, apoiado pelo Greenpeace/
Brasil. Foi coordenador de Articulação no INCITI/UFPE. Articulador Local
do do Aetrapp.org , da ONG WWF/ Instituto Invento . Especialista em
Direito Ambiental (USCS), Mestrando em Gestão Ambiental (IFPE) e
Bacharel em Direito pela UNICAP. Especialista em CopyrightX por Harvard
Law. Pesquisador do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos
Tecnológicos, do Instituto Federal de Pernambuco. Desenvolve pesquisas
em inovação aberta. Especialista em negociação, advocacy, articulação.
Artista plástico.

Cristina Ibarra, Designer colombiana, Mestre em Design, Inovação e


Sustentabilidade (ED/UEMG), Doutora em Design (ESDI/UERJ) e Professora
Adjunta da UFPE (Recife), onde coordena o grupo de pesquisa “Design,
antropologia e colaboração”. Ao longo de sua carreira acadêmica, tem
pesquisado tópicos como o papel das habilidades de não-designers em
processos de design, a relação entre design e antropologia, práticas
colaborativas e participativas na cidade, entre outros. Em 2018, fez parte,
como pesquisadora visitante, do Codesign Research Center da The Royal
Danish Academy of Fine Arts em Copenhague (Dinamarca).

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Dani Bezerra, CEO&COO TrêsBê Educação Inovação e Eventos, ​​Mentora
do Programa Nacional​​ InovAtiva​​
Brasil - Sebrae / MTIC, Avaliadora e
Mentora do Programa Conecta - Softex, Organizadora oficial do Nasa
Space Apps Challenge Recife, Coordenadora de Trilha Transformação
Digital e Inovação TDC Recife 2019, Palestrante com reconhecimento na
Campus Party.

Edson (Ninho), Técnico em Edificações pelo Escola Técnica Estadual


Professor Agamemnon Magalhães - ETEPAM. Formado em Pedagogia pela
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Seu trabalho de conclusão de
curso trouxe como tema “É possível uma educação problematizadora na
escola?” tomando como referência o educador e filósofo brasileiro Paulo
Freire. É fundador do Projeto Ary Peter Cidadania na comunidade do Alto
José Bonitácifio, uma iniciativa de Educação Ambiental e Cidadania, que
existe desde janeiro do 2018. Atualmente trabalha como Policial Militar do
Estado de Pernambuco.

Ushi Araújo, Cofundadora da Iönica e Diretora de impacto. Especialista


em Business Management pela Stanford School of Business, Design em
Sustentabilidade pelo Gaia Education e em Design de Sistemas pela
UnSchool of Disruptive Design e Relações Públicas pela PUCRS. Diplomata
Corporativa, Cofundadora e 1ª Presidente da GOMA e Colíder da
Comunidade MulheresB.

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Mentoras da Secretaria Executiva de Inovação Urbana

Camila Inocencio, Arquiteta e Urbanista pela Unifbv | Wyden, técnica


em Meio Ambiente pela Almirante Soares Dutra, especialista em
Geoprocessamento Urbano e Geogestão. Tem experiência no Urbanismo
Social e Colaborativo através da Secretaria Executiva de Inovação
Urbana, onde colaborou com o Gabinete de Crise da Prefeitura do Recife
na pandemia do Covid-19 através de medidas de isolamento social.
Participando ativamente do planejamento e execução do projeto Drone
Recife que teve como missão melhorar cada vez mais as experiências da
gestão pública através da tecnologia de base de dados, mapeamento e
geogestão.

Laís Morais, Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de


Pernambuco, co fundadora do coletivo BRINCarq que tem como missão
levar o olhar e a voz das crianças para o desenho da cidade. Atualmente
é arquiteta especialista em Primeira Infância na Secretaria Executiva de
Inovação Urbana da Prefeitura do Recife.

Marina Mergulhão, Arquiteta e Urbanista, formada pela Universidade


Federal de Pernambuco e co fundadora e integrante do Coletivo Massapê,
uma organização social que tem como missão contribuir para a justiça
socioespacial nas cidades, através de processos colaborativos que
fortaleçam o caráter coletivo dos espaços públicos. Atualmente integra a co
presidência do Instituto de Arquitetos do Brasil Departamento Pernambuco
e a equipe da Secretaria Executiva de Inovação Urbana da Prefeitura do
Recife.

Raynaia Uchôa, Formada em Comunicação Social com bacharelado


em Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP.
Cursou Marketing Digital e Comunicação Corporativa pelo Centro
Universitário UniFBV | Wyden. Pós-Graduanda em Comunicação Política
pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. É co-fundadora do
Jardim Secreto do Poço da Panela, um espaço público movido pelo
trabalho coletivo de amor as pessoas, a natureza e ao bairro. Atualmente
é Coordenadora de Desenvolvimento Sustentável na Secretaria Executiva
de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife onde atua nas áreas de
planejamento, estratégia de comunicação e execução de projetos para
as comunidades, através do programa Mais Vida nos Morros, tendo como
norte o desenvolvimento local sustentável.

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Sandy Vieira, Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de
Pernambuco, tem experiência em processos participativos de projetos de
espaço público e vivência em projetos sociais. Atualmente é Chefe do Setor
de Engajamento e Urbanismo Colaborativo na Secretaria Executiva de
Inovação Urbana da Prefeitura do Recife.

Apresentação das Soluções

No final do domingo (26/07), após algumas horas de trabalho, os participantes apresentaram


suas propostas em uma transmissão ao vivo no canal do Mais Vida nos Morros no Youtube, As
propostas foram avaliadas por uma banca formada por Cris Lacerda, César Araújo e Hamon
Dennovan, a partir dos critérios:
• Conceito: contribua para a diminuição do descarte incorreto do plástico e para a solução
de um desafio urbano frequente no cenário de pós-pandemia nas cidades, considerando
as medidas de distanciamento social e o enfoque na construção de cidades mais
inclusivas e sustentáveis;
• Desafio: identifique um problema frequente nas nossas cidades no cenário pós-pandemia
que possa ser resolvido através da reciclagem criativa do plástico;
• Adaptabilidade e escalabilidade: permite a realização de um protótipo de baixo custo e
alto impacto que pode ser adaptado e replicado em diversos territórios;
• Escala humana: considere os diferentes perfis de pessoas no centro da sua proposta;
• Inclusão: promova soluções que visem a redução das desigualdades sociais e espaciais
no acesso à qualidade de vida;
• Inovação social: novas ideias que atendam as necessidades sociais, inseridas em
modelos de colaboração e que garantem sua capacidade de autogestão e ação.

Banca Avaliadora

Cris Lacerda, Sócia e CTO do Fab Lab Recife, graduada e mestre


em Design pela UFPE, especialista em Futures Thinking pelo IFTF e
doutoranda em Ciência da Computação no CIn, atua em projetos de
Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação com uso de fabricação digital.
Articuladora da iniciativa Fab City Recife, idealizadora do Movimento
Mulheres Makers e do programa global Fab Women, é também community
connector da Singularity University no capítulo Recife e docente da pós-
graduação em Tecnologias do Design na UNICAP-ICAM.

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César Araújo, Gestor de Prototipagem e Soluções Urbanas na Secretaria
Executiva de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife. Arquiteto e
urbanista, Maker, Hacker. Apaixonado por tecnologia e em como estas
podem impactar positivamente a vida das pessoas e o meio ambiente.

Hamon Dennovan, Educador Ambiental, Bacharel em Ciências Biológicas


pela Universidade de Pernambuco (UPE), fundador e idealizador do
"Projeto Alto Sustentável” projeto criado em 2014, que visa levar
educação ambiental a cada rua, beco ou viela da comunidade do Alto José
do Pinho-Recife/PE, servindo de referência para comunidades vizinhas.
Embaixador no programa Mais Vida Nos Morros. Agitador social. Policial.
Atualmente está à disposição da Superintendência Militar de Segurança
Legislativa (SMESG). Apaixonado pela biologia, mais especificamente a
educação ambiental(EA) vendo-a como solução para aumento significativo
da qualidade de vida da população das periferias do Recife/PE.

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Resultados

Os 20 participantes do laboratório foram divididos em 4 equipes a partir do primeiro dia do Ciclo


de Conversas, a ideia foi que eles se conhecessem e pudessem acompanhar juntos as palestras,
dialogando sobre o conteúdo de cada ciclo através de uma plataforma que dispusemos. Nesta
plataforma as mentoras técnicas da Secretaria Executiva de Inovação Urbana já estavam presentes
para orientá-los, ajudá-los e incentivá-los durante toda a Jornada de Trabalho. A escolha das
equipes surgiu a partir da multidisciplinaridade de cada indivíduo, onde juntos eles desenvolveram
propostas voltadas para a conscientização ambiental, reciclagem criativa, gestão e tratamento de
resíduos e ainda, despoluição de rios e canais. Ao todo foram criados 4 projetos, são eles: Jorema,
CasaComposta, RecicloPark e Baronesa, que você poderá conhecer abaixo. O texto que segue das
propostas apresentadas foi elaborado por cada equipe.

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Equipe: Bruna Albuquerque, Lacyjane Alves Ferreira
Santos, Luiza bandeira Rodrigues de Carvalho, Elder
Vinicius Lima Oliveira e Maria Vitória Vilarim Santiago.

BARONESA equipe 01
Baronesa

A cidade do Recife é banhada por muitos rios, que abrigam muitas formas de vida e que a
população depende dele direta ou indiretamente para viver. Contudo, os problemas urbanos são
muitos, o nível de poluição é, especialmente, preocupante, sendo esgoto in natura, lixo e muito
material plástico nos rios do Recife. Como ajudar a mudar essa realidade? A tecnologia inspirada
na natureza de usar plantas filtrantes para limpeza de rios urbanos já foi utilizada em muitas
outras grandes cidades como Paris e Londres, agora é a nossa vez de pensar sobre como começar
a limpar nossos rios!

A plataforma que serve de flutuador para o jardim foi pensada para ser executada da seguinte
maneira: o hexágono construído utilizando placas de plástico tipo 2 prensado, tendo fundo, laterais
e topo fechados, formando um colchão de ar no seu interior para ajudar na flutuação. A vedação
pode ser feita soldando as placas com calor. A rede de fundo, que recebe os substratos, será feita
utilizando os filamentos e os trançando, para esse trançado foi pensado formatos irregulares e
orgânicos, reforçando o caráter natural da proposta. Ainda seriam fixadas peças que serviriam
para ancoragem, tanto na parte superior para amarrar alguns módulos do jardim, como na parte
inferior, para ancorar o jardim ao fundo do corpo d’água.

perspectivas elaboradas pela equipe

O projeto do jardim é unitário, no entanto seu formato hexagonal é naturalmente atrativo para sua
replicação de vários jardins próximos aos outros, podendo se articularem através de amarração.
É facilmente replicável em outros corpos d’água da cidade (rios, açudes, lagos) sempre sendo
possível aprimorar a ideia de acordo com as experiências práticas da execução e instalação.
Também pode-se pensar em uma espécie de avaliação pós implantação com a própria comunidade
e técnicos de conhecimentos diversos que se relacionem com a proposta.

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Equipe: Elizabeth de Abrahão Chamié, Marcos Kleyton
Antunes Bezerra, Lívia de Salvi Lazaneo, Nadine Bizerril
dos Santos e Sthefany Virgínia Santos de França Lima.

casacomposta

CASACOMPOSTA equipe 02
CasaComposta

Nas últimas décadas o consumo de plástico cresceu vertiginosamente. A porcentagem que é


reciclada e reinserida à cadeia produtiva é ínfima. Mesmo se parássemos neste exato instante
toda a produção de plástico no globo terrestre, ainda teríamos muito material com que lidar. Assim,
a nossa composteira é feita a partir da reutilização de plástico. Com a progressiva utilização do
nosso produto os cuidados com a alimentação passam a ter outro olhar, uma vez que ao destinar à
composteira os resíduos orgânicos (não cozidos) prestamos mais atenção ao que consumimos e nos
traz de volta à terra e a natureza. O uso da composteira gera composto orgânico e biofertilizante.
Além de fertilizar hortas urbanas individuais e coletivas, pode gerar renda para as pessoas, e
conseqüentemente diminuir o impacto ambiental dos resíduos. O desafio identificado é consolidar
de maneira educacional uma prática sustentável através de um ato simples de coleta seletiva, do
plástico e dos resíduos orgânicos, transformando-os no elemento base: a composteira, que dá
origem ao composto orgânico e ao biofertilizante.

A composteira é formada por: quatro tipos de peça, torneira e tela. A primeira peça, aqui chamada
de A, tem 40×30cm, com um chanfro de 6cmx6cm para facilitar a colocação de recipiente para
coleta do chorume. Ela é a base da caixa de baixo e não possui furos. A peça B tem 14×31cm e é
uma das laterais da caixa. Uma vez que há três caixas, há seis peças destas na composteira. Ela
também é fixada no topo da peça C, na peça A, na última caixa e na peça D nas demais caixas. A
peça C tem 14×24cm e é a outra lateral das caixas. Pelo mesmo motivo há seis delas. A peça D tem
30×40cm e há três delas na composteira. Duas delas são as bases das caixas e tem furos da broca
8mm, o que seria suficiente para respiração dos microorganismos e para as minhocas transitarem
de uma caixa pra outra. A peça de cima é a tampa e possui furos menores, o suficiente apenas
para deixar o ambiente ventilado e controlar sua temperatura. Tampinhas de garrafa servem para
limitar a movimentação entre as peças. Podendo ter como fixação a solda quente e/ou parafusos
com cola de cano. A espessura das placas é de 1,5cm.
perspectivas elaboradas pela equipe

A composteira ainda está em fase de prototipagem. Desejamos fazer diferentes soluções que se
adequem ao maquinário disponível de quem quiser reproduzir a CasaComposta, seja um espaço

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maker, um ambiente escolar ou uma oficina comunitária, entre outros. Algumas opções de encaixe
estão sendo estudadas, além da solução por parafusos já apresentada.

Os tamanhos podem se adequar às dimensões dos fornos existentes. O grupo pretende divulgar
o produto com design aberto e, assim, contribuições de diferentes partes do mundo servirão para
o aprimoramento coletivo do projeto. Também temos como objetivo implementar em ambientes
parceiros, tais como, escolas públicas e particulares da cidade do Recife, empresas, condomínios
e comunidades envolvidas no projeto Mais Vida nos Morros. Tais parcerias visam acoplar ao nosso
projeto de maneira incentivadora, patrocinadora e sustentável.

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Equipe: Carlos Guilherme Carvalho de Souza, Geovana
Samira dos Santos Silva, Vitória Eduarda Alencar Passos,
Biatryce Haydée Luna da Rocha e Mariana Barreto Pereira
da Silva.

JOREMA equipe 03
Jorema

Identificou-se certa precariedade de brinquedos e equipamentos de lazer em espaços públicos, em


comunidades e nas escolas (principalmente da rede pública) em Recife além da necessidade de
reforçar a conscientização ambiental e o incentivo à reciclagem. Portanto, tendo em vista a análise
da necessidade de fortalecer a educação ambiental na cidade, reafirmamos a importância da
implantação e uso do objeto do jogo como ferramenta, a fim de fomentar a participação popular e
beneficiar o público alvo (crianças da cidade), assim como todos os atores ligados à esse público
(famílias e educadores) podendo suprir a falta de brinquedos educativos em escolas e espaços
públicos além de introduzir na prática a cooperação à conscientização ambiental, o incentivo à
reciclagem e mostrar a problemática do consumo do plástico.

A partir das problemáticas, a equipe desenvolveu a proposta de um mobiliário urbano na forma


de um brinquedo educativo que seria feito 100% de plástico reutilizado, arrecadado através da
mobilização de escolas, comunidades e sociedade, promovendo interação lúdica e educativa
sobre a natureza. O brinquedo seria em forma de jogo da velha e jogo da memória, onde teria
informações ilustrativas sobre, por exemplo, o plástico e o meio ambiente. A sua estrutura seria feita
com três apoios verticais de aproximadamente 1,5 metros e quatro barras horizontais, contendo em
três delas três cubos, sendo duas faces com o jogo da velha (X e O) e duas com o jogo da memória.
Tudo isso seria feito de plástico dos tipos 1 (PET) e 2 (PEAD), por exemplo, utilizando o maquinário
do laboratório, as barras com a extrusora e os cubos com a compressora.

perspectivas elaboradas pela equipe

Em relação a escala, o projeto pode ser implementado nos mais variados ambientes. Nas
escolas, seriam feitas atividades educativas em sala de aula, com os professores e formações
de conscientização com as famílias, além de gincanas para arrecadar o plástico utilizado como
matéria prima do brinquedo, onde a premiação seria a instalação do brinquedo na escola; nas
comunidades, poderia haver campanhas de mobilização da população para arrecadação do
plástico como, por exemplo, através de mutirões de limpezas, podendo até ser implementado nas
ações do Mais Vida nos Morros. Além disso, após a arrecadação, poderia haver uma interação

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na montagem do equipamento com as crianças, e também, a realização de atividades de
conscientização aos fins de semana em praças ou nas comunidades, em parceria com a Secretaria
de Meio Ambiente, instruindo crianças e familiares sobre o uso do plástico e sobre o meio ambiente.
Dessa forma, não apenas as crianças (principal público alvo), mas também os seus pais e toda a
comunidade estariam diretamente envolvidas com a campanha.

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Equipe: Edvan Isac Santos Filho, Sarah Sabryna, Eduardo
José Araújo Correia Lima, Andréia Myllena Ribeiro Lira e
Stael Lopes.

RECICLOPARK equipe 04
RecicloPark

Segundo o Panorama de Resíduos Sólidos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza


Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), de 2018, o Brasil gera 79 milhões de toneladas de resíduos
sólidos por ano e apenas 3% dele é destinado para a reciclagem.

Esta parcela é direcionada a cooperativas de reciclagem a partir da coleta e transporte dos


catadores de materiais nas ruas e da doação de consumidores que mantém um sistema de coleta
seletiva em suas residências. As cooperativas recebem um material que ainda é preciso passar
pelas fases da triagem e trituração para então serem usados para produzir um novo material.
Esse processo de conseguir e posteriormente tratar o plástico foi identificado como um gargalo,
diminuindo o potencial de reciclagem do plástico que é produzido diariamente.

perspectivas elaboradas pela equipe


Foi proposto uma estrutura de parque de pallets com bicicletas ergométricas estruturadas de
formas simples com os seus pedais acoplados a uma trituradora à mecânica, funcionando assim:

• As pessoas serão incentivadas, por um programa de recompensa, a separarem seus resíduos


plásticos e os encaminharem para local público, conforme orientações presentes no mesmo
e ampla campanha educativa de divulgação, introduzindo-os em um dos orifícios presentes;

• A partir do movimento mecânico realizado no ato de pedalar, esse material plástico é triturado,
se tornando mais compacto, logo mais econômico de transportar;

• A ideia do parque seria aplicado a locais públicos à céu aberto que possam ser usados para
o lazer e ao mesmo tempo com uma função ecológica;

• Quando o reservatório chegar a um volume que possa ser coletado, cooperativas e coletores
de materiais seriam acionados para buscar;

• Nas cooperativas o resíduo poderia ser utilizado para produzir utensílios domésticos, objetos
de arte, mobiliário urbano, agregando valor aos mesmos e se transformando em renda
adicional para essas comunidades.

Os parques de pallets tem um protótipo simples de serem aplicados e distribuídos em locais


onde é identificado os desafios que o projeto propõe a superar. Nos inspiramos no projeto “Maya
Pedal”, que usa um mecanismo semelhante que leva benefícios à comunidades desde 1997 e que
é replicado até hoje.

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Equipe vencedora

Segundo os critérios estabelecidos no Manual do Participante, que teve como base o conceito,
desafio, adaptabilidade, escalabilidade, inclusão e inovação social, somados a opinião dos
mentores convidados que participaram da construção da solução, a equipe do projeto Baronesa
foi a vencedora.

A ideia tem como finalidade promover a despoluição dos recursos naturais hídricos da cidade com
a utilização de materiais reciclados e de baixo custo, somados as plantas que filtram as impurezas
da água. Os chamados jardins flutuantes, são uma alternativa sustentável de alto impacto que
fortalecerá ações já iniciadas pela Prefeitura do Recife e outras iniciativas da sociedade, de
revitalização das margens do Rio Capibaribe, como a criação de espaços públicos que reconectam
as pessoas com as águas, ações de limpeza, navegabilidade e conscientização ambiental.

O fator visual e estético presente na proposta tem o potencial de torná-la um símbolo da


conscientização ambiental na cidade motivando outras ações transformadoras que contribuam
para o avanço das práticas sustentáveis no dia a dia.

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Incubação

A equipe vencedora passará por uma mentoria especializada para aprofundar o projeto. Essa
incubação tem como objetivo desenvolver um protótipo do projeto Baronesa e implementar em uma
área da cidade do Recife. Esta incubação terá início com estudos coordenados por especialistas
para discussão sobre os materiais e processos que viabilizarão a execução do projeto. Após esse
procedimento, será realizada a prototipagem para testar modelos que atendam ao resultado
esperado. Ao final, o modelo de melhor desempenho será executado e implementado em um curso
d’água da cidade do Recife considerado ideal para receber o projeto piloto dos jardins flutuantes.
O processo de incubação continuará promovendo a articulação de diversos atores, estimulando a
participação cidadã e a construção coletiva.

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Conclusão

A Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife acredita que a criação de um Laboratório


de Inovação é um passo fundamental para acelerar ideias e soluções de forma colaborativa na
cidade, possibilitando mais um espaço de diálogo direto entre o cidadão e o poder público, mas
principalmente unindo os diversos setores da sociedade. Ao fomentar a criatividade e ativar a
inteligência coletiva através desses espaços livres e abertos para a experimentação, aprendizado e
trocas de conhecimento entre os envolvidos, é possível ter uma visão holística dos desafios a serem
enfrentados, permitindo que apareçam soluções pensadas por ângulos diferentes, mas mantendo
sempre o foco na construção de cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis. Do ponto
de vista prático, um laboratório de inovação serve como um espaço lúdico, onde novas soluções
podem ser testadas com protótipos de baixo custo antes de serem implementadas.

No contexto atual de pandemia, em que todas as cidades do mundo enfrentam novas demandas
e repensam o modo de vida urbano e seus impactos no meio ambiente, iniciativas que promovam
o desenvolvimento de soluções inovadoras e de alto impacto social, ambiental e econômico, são
necessárias. Dessa forma, somando os problemas já enfrentados do descarte incorreto do lixo
plástico e seu crescente consumo, a Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife aderiu a
campanha de conscientização mundial do Julho Sem Plástico, e criou o Laboratório de Inovação
para unir esforços e discutir junto à população alternativas que solucionem os desafios urbanos
existentes.

Certos de que foi uma experiência enriquecedora, queremos continuar descobrindo, explorando,
cocriando e reunindo os diversos setores (público e privado) e a sociedade civil na construção
colaborativa de soluções para problemas reais da nossa cidade, assim como vem acontecendo nas
comunidades do Recife através da experiência do programa Mais Vida nos Morros. A dedicação,
empenho e envolvimento da população no “pensar e fazer” cidades reforça o protagonismo
cidadão tão valorizado e defendido pela Secretaria Executiva de Inovação Urbana. Esperamos
que essa seja a primeira de muitas edições e, para isso, contamos com você e sua vontade de
transformar a sua cidade!

Com carinho,

Equipe da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife

30
anexos

31
Desejamos um bom aproveitamento e
qualquer dúvida você já sabe, né?
Pode entrar em contato conosco
através do e-mail ou instagram

inovacaourbana@gmail.com
@maisvidanosmorros

Equipe da Secretaria Executiva de


Inovação Urbana do Recife

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