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Regina Lúcia Maciel de Sousa

Vilma Rejane Maciel de Sousa

Responsabilidade
Socioambiental
Responsabilidade
Socioambiental
Regina Lúcia Maciel de Sousa
Vilma Rejane Maciel de Sousa

Responsabilidade
Socioambiental

Natal/RN
2014
presidente
PROF. PAULO DE PAULA

diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES

diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU

diretora de produção de projeto


PROFA. JUREMA DANTAS

FICHA TÉCNICA

gestão de produção de materiais didáticos


PROFA. LEIDEANA BACURAU

coordenação de design instrucional


PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA

projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA

diagramação
MAURIFRAN GALVÃO

revisão de língua portuguesa


ANA AMÉLIA AGRA LOPES

revisão das normas da ABNT


HEVERTON THIAGO LUIZ DA SILVA
LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR

ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA

Catalogação da Publicação na Fonte (CIP).


Ficha Catalográfica elaborada por Heverton Thiago Luiz da Silva - CRB 15/710.

S725r Sousa, Regina Lúcia Maciel de.


Responsabilidade socioambiental / Regina Lúcia Maciel
de Sousa, Vilma Rejane Maciel de Sousa ; edição e revisão
do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2014.
76 p. : il. color.

ISBN 978-85-68100-20-2
Inclui referências

1. Responsabilidade socioambiental. 2. Legislação


ambiental. 3. Sustentabilidade. I. Instituto Tecnológico
Brasileiro. II.Título.

RN/ITB/HTLS CDU 502.14


“Se, na verdade, não estou no mundo para
simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-
lo; se não é possível mudá-lo sem certo sonho ou
projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que
tenha para não apenas falar de minha utopia, mas
participar de práticas com ela coerentes”.
(Paulo Freire)
Índice iconográfico

Atividades Vocabulário Importante

Mídias Curiosidade Querendo mais?

Você conhece? Internet Diálogos

O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:

Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.

Importante – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja consi-
derado muito relevante.

Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.

Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.

Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.

Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.

Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.

Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.

Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional 09
Palavra dos professores autores 11
Apresentação das competências 13

Competência 01
Aplicar conceitos e significados da responsabilidade socioambiental 17
Entendendo a Responsabilidade Socioambiental 17
Evolução histórica da relação homem-natureza 20
Os reflexos da conscientização socioambiental 23
Os Três Pilares da Responsabilidade Socioambiental Empresarial (RSE) 26
Resumo 27
Autoavaliação 28

Competência 02
Aplicar as exigências legais e as normas orientadoras
da responsabilidade socioambiental 33
Legislação ambiental brasileira 33
Normalização: identificando a origem, definição e objetivos 36
Analisando as normas de Responsabilidade Social e Ambiental 37
Resumo 42
Autoavaliação 42
Competência 03
Contextualizar a importância do Terceiro Setor 47
Os três setores que organizam a sociedade 48
A contribuição das ONGs nas lutas socioambientais 50
A legislação que norteia o Terceiro Setor 52
Resumo 55
Autoavaliação 55

Competência 04
Identificar ações empresariais de responsabilidade socioambiental 61
Responsabilidade e Sustentabilidade: uma questão que é de todos 61
Responsabilidade Socioambiental: uma questão de Educação 66
Responsabilidade Socioambiental: uma questão de ação 67
Resumo 69
Autoavaliação 70

Referências 72
Conheça o autor 75
Responsabilidade Socioambiental
Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 9
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
Responsabilidade Socioambiental
Palavra do professor autor
Caro estudante!

Atualmente, é comum ouvirmos falar sobre os efeitos negativos das atividades eco-
nômicas sobre o meio ambiente e nas suas relações com o desenvolvimento do nosso
planeta, como também da responsabilidade que a sociedade tem, através da atuação de
cada cidadão, diante de tudo que se relaciona a esses assuntos (WIKIPÉDIA, 2014). Deste 11
modo, o objetivo do nosso estudo é capacitá-lo a compreender, através de exemplos con-
cretos, a importância da Responsabilidade Socioambiental para o futuro do planeta e os
benefícios de sua adoção para as empresas. Para isto, é importante que você possa conhe-
cer os mecanismos que garantam a efetividade das ações socioambientais, de forma que
possa atuar positivamente na busca por um futuro melhor para o nosso planeta, seja como
cidadão, seja como profissional.
Lembre-se de que, para isso, você será levado a pôr em movimento todo o conhecimen-
to que adquirir. Vamos lá, então?
Responsabilidade Socioambiental
Apresentação das competências
A ocorrência e intensificação de fragilidades sociais e problemas ambientais faz com
que o mercado de trabalho, cada vez mais, procure e valorize profissionais que, além de
capacidades técnicas, apresentem habilidade de conduzir atividades de forma ética em
prol do bem-estar da sociedade. E você, como futuro profissional, está preparado para aju-
dar as companhias na adoção contínua de práticas de Responsabilidade Socioambiental?
Nosso livro o levará a conhecer definições e realizar observações sobre o compromisso 13
das empresas em relação a atitudes éticas, que possam garantir um modelo de desenvol-
vimento que seja viável economicamente, socialmente justo e ambientalmente correto.
Para isso, contamos com a primeira competência, que tornará você capaz de aplicar sig-
nificados e conceitos da Responsabilidade Socioambiental, onde desenhamos a seguinte
estrutura: Entendendo a Responsabilidade Socioambiental; Evolução Histórica da Relação
Homem-Natureza; A Contribuição das ONGs nas lutas da Responsabilidade Socioambien-
tal Empresarial.
Através dos estudos da segunda competência, você será capaz de aplicar as exigências
legais e as normas orientadoras da Responsabilidade Socioambiental. Denominada Co-
nhecer e Internalizar as Exigências Legais e as Normas Orientadoras da Responsabilidade
Socioambiental são tratados os seguintes temas: A Legislação Ambiental Brasileira; Nor-
malização: Identificando a Origem, definição e Objetivos; Analisando as Normas de Respon-
sabilidade Social e Ambiental.
Na terceira competência você vai contextualizar a Importância do Terceiro Setor, com-
preendendo seu desenvolvimento que vem sendo impulsionado pela crescente importân-
cia dada às questões socioambientais. Para esta compreensão, estudaremos: Os Três Se-
tores que Organizam a Sociedade, A contribuição das ONG nas Lutas Socioambientais e A
Legislação no Terceiro Setor.
Na quarta competência, você vai identificar as Ações Empresariais de Responsabilidade
Socioambiental, reconhecendo como são elaboradas e executadas as estratégias de atu-
ação. O estudo foi estruturado da seguinte forma: Responsabilidade e Sustentabilidade:
uma questão de todos; Responsabilidade Socioambiental: uma questão de educação; e
Responsabilidade Socioambiental: uma questão de ação.
Esperamos que os assuntos aqui apresentados contribuam para o desenvolvimento
da sua autonomia intelectual e que eles despertem o seu interesse em compreender a
seriedade da Responsabilidade Socioambiental para o profissional, para a empresa e para
o mercado como um todo, visando à sustentabilidade do planeta para as atuais e próximas
gerações.
Bom estudo e uma prazerosa leitura!
Competência
01
Aplicar conceitos e significados
da responsabilidade socioambiental
Aplicar conceitos e significados
da responsabilidade socioambiental
Você pode observar que os assuntos voltados à conservação do meio ambiente passam
a ser discutidos, cada vez mais e nos mais diversos segmentos da sociedade, que se cons-
cientiza da importância de seus atos em relação à sustentabilidade do planeta que deixará
para as próximas gerações.

Então, para que possamos relacionar argumentos sobre a temática, iniciamos o nosso
trabalho a partir da seguinte questão: O que é Responsabilidade Socioambiental?

Responsabilidade Socioambiental
Entendendo a Responsabilidade Socioambiental
Cada vez mais as organizações buscam colocar em destaque suas ações de Respon-
sabilidade Socioambiental, vejamos o caso da Petrobras. Por algum tempo a imagem
da empresa esteve associada a desastres com vazamentos de óleo e acidentes com
plataformas em alto-mar, mas nas últimas décadas a estatal está investindo para provar
que a exploração de petróleo pode acontecer com importância ao meio ambiente. A em-
presa tem buscado diminuir o impacto de suas atividades sobre a natureza, reduzindo o
volume de efluentes e resíduos em suas unidades, incentivando o desenvolvimento de 17
projetos através do Programa Petrobras Socioambiental.

Internet
Visitando o site: <http://sites.petrobras.com.br/socioambiental>, você po-
derá conhecer as iniciativas adotadas pela empresa quando se trata de
Responsabilidade Socioambiental. Esse é um exemplo a ser seguido por
outras empresas, certo?

A Responsabilidade Socioambiental pode ser definida como uma conduta, uma es-
tratégia de atuação, que deve ser implementada pelas empresas, sejam elas públicas
e/ou privadas. Apesar de objetivarem o lucro, as empresas não devem desrespeitar as
normas e descumprir as leis. Desta forma, a Responsabilidade Socioambiental deve ser
entendida como um conjunto de ações direcionadas para o aprimoramento das relações
sociais e com o meio ambiente.
Há quase quatro anos Vanis Buckholz criou sua própria empresa, a
MyReCycler, que envia latas, vidro, plástico e papel para reciclagem. Ele teve a
ideia quando tinha apenas sete anos de idade, em uma aula que assistiu no Dia
da Terra. Começou a separar os resíduos em casa, com o apoio dos pais, depois
passou a recolher também dos vizinhos e amigos. Aos poucos, Vanis se tornou
um menino de negócios da pequena cidade de Corona del Mar, nos Estados
Unidos. Ele realiza o trabalho praticamente sozinho. Em sua bicicleta, coleta
pela cidade materiais recicláveis de residências e estabelecimentos comerciais.
Vanis diz: “Meu pai e minha mãe me ensinaram a não poluir, por isso, recolher
lixo foi algo que sempre fizemos. Agora, é parte do negócio”. Quando o estoque
em sua casa está cheio, os pais ajudam a transportar de caminhonete todo o
Responsabilidade Socioambiental

lixo para a usina de reciclagem. Além do espírito empreendedor e da preocupa-


ção com o meio ambiente, 25% do dinheiro que ganha com a venda do material
que recolhe é doado para uma ONG que apoia crianças carentes. Vanis é um
exemplo de Responsabilidade Socioambiental. Fonte: <http://gentequecoope-
racresce.com.br/>. Acesso em: 22 abr. 2014.

Estamos certos de que já deu para você perceber que a Responsabilidade Socioam-
biental surgiu diante da preocupação com a degradação das relações sociais e a explo-
18 ração dos recursos naturais.

Importante
Ações predadoras do homem agridem a natureza de tal forma que colo-
cam em risco a sua própria espécie.

Pois bem, saiba que isso é comprovado por estudos recentes, que afirmam que os
recursos naturais existentes no planeta, já são, atualmente, insuficientes para a popu-
lação existente e reconhecidamente predadora. Resumidamente, pode se dizer, então,
que a gestão das questões socioambientais nada mais é do que a promoção da atua-
ção organizacional ética.e/ou privadas. Apesar de objetivarem o lucro, as empresas não
devem desrespeitar as normas e descumprir as leis. Desta forma, a Responsabilidade
Socioambiental deve ser entendida como um conjunto de ações direcionadas para o
aprimoramento das relações sociais e com o meio ambiente.
Ética refere-se aos princípios e aos valores morais que governam o modo
como um indivíduo em particular, ou um grupo de pessoas, ou uma sociedade
em geral, conduz as suas atividades.

Esta conduta ética faz parte do planejamento estratégico das organizações, envol-
vendo toda a cadeia produtiva, respeito pelos colaboradores, fornecedores e clientes,
objetivando a cidadania corporativa.
Cidadania Corpora-
No passado, as empresas valorizavam apenas a opinião e as conveniências de seus tiva: conceito que
acionistas. Com a evolução das discussões socioambientais, há grupos de pessoas, as- define um alto
padrão de conduta
sociações e instituições que também possuem interesses e devem ser considerados no ética da corporação
planejamento da organização. em relação aos

Responsabilidade Socioambiental
seus diferentes
Lemo; Mello e Nascimento (2008, p. 18) traz a definição de Gestão Socioambiental públicos, conjunta-
mente denomina-
Estratégica (GSE):
dos stakeholders.
A sua importância
A Gestão Socioambiental Estratégica é a inserção da variável so-
está no fato de que
cioambiental ao longo de todo o processo gerencial de planejar, orga- o respeito aos direi-
tos humanos, tanto
nizar, dirigir e controlar, utilizando funções que compõem o processo
dos funcionários
gerencial, bem como as interações que ocorrem no ecossistema do quanto da comu-
nidade, é um forte
mercado, visando atingir seus objetivos e metas de forma mais sus-
fator de sucesso
tentável possível. para as empresas. 19
Para entender
De acordo com o Instituto Ethos, a Responsabilidade Social Empresarial (SER - sigla melhor a definição
de stakeholders
em inglês) é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empre-
acesse o endereço
sa com todos os públicos com os quais ela se relaciona, e também pelo estabelecimento eletrônico: <http://
www.youtube.
de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade,
com/ watch?v=
preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a Q1qYuhmypkU>.
Você poderá
diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. A SER, busca, assim, o
assistir a uma
desenvolvimento sustentável, conforme nos referimos anteriormente. explicação em
linguagem simples
e acessível.

Atividade 01
Para compreender de que forma o Instituto Ethos incentiva a gestão em-
presarial, socialmente responsável, acesse o endereço eletrônico: <http://
www3.ethos.org.br/conteudo/gestao-socialmente-responsavel/>, e em
seguida, compartilhe suas impressões com seus colegas através do Am-
biente Virtual de Aprendizagem (AVA).
Evolução histórica da relação homem-natureza
Você já parou para pensar na relação do homem com a natureza? Para entender o
que acontece atualmente, devemos relembrar alguns fatos históricos, que foram aconte-
cendo, gradativamente, em diferentes épocas. Portanto, considerando que o processo de
civilização da humanidade sofreu grandes transformações, torna-se impossível desen-
volver uma consciência acerca das questões sociais e ambientais, sem antes compreen-
dermos a história do próprio homem, bem como de suas descobertas e consequentes
transformações do ambiente.

Cambi (1999, p. 37) define História como:


Responsabilidade Socioambiental

[...] um organismo: o que está antes condiciona o que vem


depois; assim, a partir do presente, da contemporaneidade e
suas características, seus problemas, deve-se remontar para
trás, bem para trás, até o limiar da civilização e reconstruir o
caminho complexo, não linear, articulado, colhendo, ao mesmo
tempo, seu processo e seu sentido.

20
Pois bem! Veja como é interessante olharmos para o passado e observarmos que o
ser humano, desde as épocas mais remotas, sempre interferiu no meio ambiente. Acon-
tece que, durante a pré-história, essa interferência não se mostrou significativa, até que
ele começou a ampliar suas capacidades através do desenvolvimento de ferramentas,
de sua organização em grupo e da própria forma de organizar o trabalho. Os impactos
negativos ao ambiente começaram a se tornar mais evidentes quando os homens co-
meçaram a se fixar na terra. Dias (2011), exemplifica bem a situação quando afirma
que a domesticação de animais e o desenvolvimento das técnicas de plantio provoca-
ram uma revolução na história da humanidade, pois resultou na fixação das pessoas e,
consequentemente, fez surgir às primeiras vilas e cidades.

Essa nova forma de organização em espaços como aldeias, vilas e cidades modificou
a forma como o homem se relacionava com a natureza, aumentando a pressão pelos re-
cursos naturais. No entanto, a intensificação dos problemas ambientais ocorreu através
do avanço tecnológico iniciado na Inglaterra no Século XVIII.
Curiosidade
A Revolução Industrial marcou um novo período na história do mundo. Ela é
considerada como a transição da economia agrária para a economia indus-
trial, significando uma profunda alteração na vida do trabalho, bem como da
população mundial.” (CARVALHO, 2012, p. 160).

Continuando nossos estudos, você poderá observar agora, que muitas mudanças

Responsabilidade Socioambiental
ocorreram durante a chamada Revolução Industrial, em que inúmeros trabalhadores
do campo se deslocaram até as zonas urbanas à procura de emprego nas indústrias e
tornaram-se assalariados, perdendo assim o domínio sobre os resultados dos seus es-
forços. Outro exemplo que podemos dar de uma grande mudança social neste processo
histórico foi o enfraquecimento dos laços familiares, à medida que crianças, mulheres e
homens aglomeravam-se nas indústrias em jornadas de trabalho de até 18 horas por dia,
estando sujeitos às condições desumanas.

Do ponto de vista ambiental, podemos dizer que este período foi marcado pela ace-
leração do desmatamento e da extração de recursos naturais não renováveis, como o 21
petróleo e o carvão mineral, além da poluição causada pela destinação inadequada dos
resíduos (sólidos, líquidos e gasosos) do processo industrial. Você percebe como o ho-
mem não demonstrava nenhuma preocupação com o ambiente? Parece que ele achava
que os recursos naturais eram inesgotáveis!

Os registros históricos indicam que a preocupação da sociedade para com as ques-


tões socioambientais teve início no final do século XVIII. Os acidentes industriais e a
contaminação do ambiente natural e seus impactos na saúde humana mobilizaram a
atenção da opinião pública, para a discussão destes problemas. Porém, até o início do
Século XX, os efeitos da desigualdade social e dos problemas ambientais eram ignorados
pelos governos, que entendiam o desenvolvimento como sinônimo de industrialização.
Segundo a Pearson Education do Brasil (2010), os governos da época preocupavam-se
apenas na manutenção das atividades econômicas. Acreditava-se que o avanço da tec-
nologia resolveria todas as questões socioambientais.

Entretanto, nesse início do Século XX, o agravamento dos problemas serviu para aler-
tar amplos setores da sociedade, mobilizando indivíduos e organizações, e as visões
tradicionais sobre o meio ambiente começaram a ser desfeitas a partir de uma conferên-
cia realizada em 1972 em Estocolmo, capital da Suécia, que contou com a presença da
comunidade científica e de representações diplomáticas de diversos países.

A Conferência de Estocolmo, como foi chamada, foi marcada pela produção das pri-
meiras reflexões sobre os impactos da industrialização e pela disputa entre as nações
que defendiam a proibição da ação, sobre os recursos naturais daquelas que defendiam
a exploração responsável. Neste evento, foi aprovada uma Declaração sobre o Meio Am-
biente Humano, estabelecendo diretrizes para a preservação ambiental em nível mun-
dial, e resultou na criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNU-
MA), organismo internacional para debate da gestão ambiental.
Responsabilidade Socioambiental

Internet
É interessante que você conheça a Declaração de Estocolmo sobre o Am-
biente Humano, de modo que possa acompanhar como foram sendo cons-
truídas as diretrizes, no sentido de amenizar os danos causados ao plane-
ta. Para isso, acesse: <http://www.silex.com.br/leis/normas/estocolmo.
htm>.

22
Com o desafio de orientar aos países como atender a interesses econômicos e am-
bientais, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1983, a Comissão Mundial
para o Desenvolvimento e Meio Ambiente (CMDMA) com o objetivo de estudar o assunto.
O trabalho desta comissão resultou na apresentação do documento “Nosso Futuro Co-
mum” ou “Relatório Brundtland”, que ressaltou que o modelo de crescimento econômi-
co, adotado pelas grandes nações, gerou grandes desequilíbrios; se por um lado nunca
houve a produção de tanta riqueza e fartura no mundo, por outro, a miséria, a degrada-
ção ambiental e a poluição aumentam dia a dia.

Você já deve ter ouvido a expressão desenvolvimento sustentável, certo? Pois ela foi
utilizada pela primeira vez neste relatório sugerindo um modelo que atendesse as neces-
sidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem
às próprias necessidades.

O texto deste relatório defendeu a conservação ambiental e a melhoria dos aspectos


socioeconômicos, ao apresentar uma série de ações a serem tomadas pelas nações e
definir metas a serem realizadas em nível internacional. De fato, este compromisso foi
efetivamente aceito e assumido pelos 113 países envolvidos?
Atividade 02
Considerando o que estudamos até agora, realize uma pesquisa para veri-
ficar a repercussão e se os compromissos assumidos nesse evento contri-
buíram efetivamente, para solucionar os problemas ambientais causados
pelo desenvolvimento econômico mundial. Para validar e avaliar sua pro-
dução socialize-a com seus colegas no Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA).

Responsabilidade Socioambiental
Os reflexos da conscientização socioambiental
Como você deve imaginar a inclusão da sustentabilidade, na noção de desenvolvi-
mento humano, resultou em uma significativa mudança nas ações em prol da melhoria
dos indicadores sociais, da conservação da natureza, proteção dos consumidores, direito
dos trabalhadores etc.

23

Importante
A sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável possui um caráter am-
plo, uma vez que associa três dimensões: ambiental, social e econômica.

Utilizada pela primeira vez na década de 1990 pelo pensador britânico John Elking-
ton, a expressão Triple Bottonline (tripé da responsabilidade, numa tradução livre) refor-
ça que a sustentabilidade está apoiada em um tripé que considera aspectos ambientais,
sociais e econômicos. A associação entre estes aspectos resulta nas articulações que
você identificará na ilustração abaixo.
Figura 1 – Articulações originadas a partir do Triple Bottonline
Fonte: adaptado de Elkington (1990).
Responsabilidade Socioambiental

Com a ampliação da conscientização socioambiental e a discussão desta temática, a


sociedade tem encaminhado demandas para seus representantes políticos e pressiona-
do pela criação de leis, que estabeleçam regras para alcance da sustentabilidade. E já é
possível observar que a pressão exercida pela opinião pública tem provocado mudanças
significativas no modelo de gestão das empresas, que estão procurando se adequar ao
perfil dos clientes do século XXI.

Veja bem: Diante da variedade de produtos em oferta, o consumidor consciente faz


24 uso do seu poder de escolha. Além de considerar o preço e a qualidade, ele procura
conhecer os efeitos ecológicos e sociais originados no processo produtivo e avaliam o
comportamento dos fabricantes diante dos problemas socioambientais. Ações de reflo-
restamento, reciclagem, combate ao trabalho escravo e infantil etc. são exemplos de
práticas valorizadas por este novo consumidor.

Curiosidade
Você sabia que a preocupação com questões socioambientais, também fez
surgir uma classe de consumidores que estão dispostos a pagar um valor
mais alto, por produtos fabricados de forma sustentável?
No ano 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou uma campanha denomi-
nada Pacto Global para estimular que empresas de todo o mundo assumissem, voluntaria-
mente, práticas empresariais que valorizem os direitos humanos, as relações de trabalho,
o meio ambiente e o combate à corrupção.

O objetivo do Pacto Global é encorajar o alinhamento das políticas e práticas em-


presariais, com os valores e os objetivos aplicáveis internacionalmente e univer-
salmente acordados. Os dez princípios do Pacto são:

Direitos Humanos:

1. As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhe-

Responsabilidade Socioambiental
cidos internacionalmente;

2. Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos;

Trabalho:

3. As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efeti-


vo do direito à negociação coletiva;

4. A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;

5. A abolição efetiva do trabalho infantil;


25
6. Eliminação da discriminação no emprego;

Meio Ambiente:

7. As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;

8. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental;

9. Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis;

Contra à corrupção:

10. As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive


extorsão e propina. Acesse para saber mais: <http://www.pactoglobal.org.br>.

Além de aprimorar, otimizar e tornar mais seguros seus processos de produção e


operação e de implantar programas de uso racional de insumos como água e energia,
as empresas patrocinam iniciativas de Organizações Não Governamentais e do poder
público, fecham convênios com universidades, desenvolvem projetos de educação am-
biental e têm “portas abertas” para os que queiram conhecê-las de perto. (VIVEIROS;
BIANCARELLI, 2003).
Os Três Pilares da Responsabilidade
Socioambiental Empresarial (RSE)
A Responsabilidade Socioambiental Empresarial está baseada na trilogia: ambiente,
sociedade e economia, que são os pilares fundamentais para as organizações. Se por um
lado as empresas objetivam a geração de lucro, por outro devem cumprir com as normas
e os requisitos legais impostos. As empresas que incorporam em seus processos e/ou
produtos aspectos da SER, se destacam das demais criando um diferencial competitivo,
fortalecendo assim, sua imagem perante os stakeholders.

Em 1990, a Câmara de Comércio Internacional (CCI), para poder alcançar o desen-


volvimento sustentável, definiu um conjunto de princípios de gestão ambiental que, se
Responsabilidade Socioambiental

atendidos, podem levar ao sucesso empresarial.

Princípios estabelecidos pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) :

1 – Prioridade organizacional (estabelecimento de politicas e práticas adequa-


das ao ambiente natural);

2 – Gestão integrada como elemento de administração;


26 3 – Processos de melhoria (desempenho ambiental interno e externo);

4 – Educação do pessoal;

5 – Prioridades de enfoque (estudo das repercussões ambientais no desenvol-


vimento de projetos);

6 – Produtos e serviços (ecodesign);

7 – Orientações ao consumidor (disponibilidade de informação ao público);

8 – Equipamentos e operacionalização (busca de eficiência no uso dos equipa-


mentos, insumos e matérias-primas);

9 – Pesquisas (busca de redução dos impactos ambientais);

10 – Enfoques preventivos (prevenção à poluição);

11 – Fornecedores e subcontratados (transferência da responsabilidade para


toda a cadeia produtiva);

12 – Planos de emergência (precaver-se da repercussão de acidentes);

13 – Transferências de tecnologia (disseminação nos setores privado e público);


14 – Contribuições com o esforço comum (participação no desenvolvimento de
politicas públicas e privadas);

15 – Transparências de atitude (antecipar e responder às preocupações da


comunidade em relação aos riscos e impactos de suas operações);

16 – Atendimento e divulgação (monitoramento do desempenho ambiental).

Cabe, portanto, apenas às organizações, o direcionamento de suas políticas de atu-


ação, referenciando a Gestão Socioambiental Estratégica (GSE) como parte do planeja-
mento dos negócios, promovendo, assim, a sustentabilidade.

Responsabilidade Socioambiental
Resumo
Neste estudo você teve a oportunidade de ver que os assuntos voltados à conservação
do meio ambiente passaram a ser cada vez mais discutidos nos diversos segmentos da
sociedade, dando início a uma conscientização coletiva sobre a importância das ações
do homem, em relação à sustentabilidade do planeta. O entendimento do conceito e sig-
nificado da Responsabilidade Socioambiental e o conhecimento da evolução histórica da
relação homem-natureza lhe permitiu reconhecer o impacto das mudanças ocorridas na 27
sociedade e meio ambiente, a partir da Revolução Industrial. Os efeitos da desigualdade
social e o agravamento dos problemas ambientais (acidentes industriais e contaminação
do ambiente natural) chamaram à atenção da opinião pública e mobilizaram indivíduos
e organizações, gerando a realização de eventos e publicação de orientações. Finalmen-
te, você apreendeu que a Responsabilidade Socioambiental Empresarial está baseada na
trilogia: ambiente, sociedade e economia, cujos pilares são fundamentais para as organi-
zações que, se por um lado objetivam a geração de lucro, por outro devem cumprir com
as normas e os requisitos legais impostos. Você pode, ainda, verificar que o consumidor
tornou-se mais consciente, procurando conhecer os efeitos ecológicos e sociais, originados
nos produtos que consome e avaliando o comportamento dos fabricantes, diante dos pro-
blemas socioambientais, discordando de ações como desmatamento, trabalho escravo e
infantil, entre outros.

Afinal, as empresas que incorporam em seus processos e/ou produtos aspectos da Res-
ponsabilidade Socioambiental Empresarial se destacam das demais, trazendo benefícios
para melhorias conceituais da empresa e para o futuro do planeta.
Autoavaliação
1. A Responsabilidade Socioambiental é uma postura que direciona para a adoção de prá-
ticas, ações e iniciativas em benefício da sociedade e do ambiente. Analise as afirma-
ções a seguir:

I – A Responsabilidade Socioambiental tem por objetivo a melhoria da qualidade de vida


das pessoas e o desenvolvimento do ser humano;

II – Ter Responsabilidade Socioambiental implica em preocupar-se exclusivamente no


atendimento dos interesses de investidores e acionistas das empresas;

III – Responsabilidade Socioambiental é um ato livre e voluntário;


Responsabilidade Socioambiental

IV – As ações de Responsabilidade Socioambiental são planejadas e executadas para pro-


mover o crescimento econômico.

Assinale o item que contempla apenas as afirmativas corretas.

a) I, II e III;

b) II e IV;

c) I, III e IV;

d) I e III.
28

2. Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que melhor define a prática da Respon-
sabilidade Socioambiental Empresarial.

a) Promove o crescimento econômico e a redução dos custos de produção;

b) Relação ética com os stakeholders, uso sustentável dos recursos ambientais e redução
das desigualdades sociais;

c) Uso intensivo dos recursos naturais e geração de riquezas;

d) Cumprimento de exigências impostas pelo poder público.

3. Assinale a alternativa que apresenta o fato que teve como consequência, o enfraqueci-
mento das relações sociais, e o agravamento dos problemas ambientais.

a) Domesticação dos animais;

b) Estabelecimento de vilas e cidades;

c) Avanço tecnológico;
d) Desenvolvimento da agricultura.

4. Diante da variedade de produtos em oferta, o consumidor consciente faz uso do seu


poder de escolha. Além de considerar o preço e a qualidade, ele procura:

a) Conhecer os efeitos ecológicos e sociais originados no processo produtivo e avaliam o


comportamento dos fabricantes, diante dos problemas socioambientais;

b) Conhecer as marcas de grife por serem as mais procuradas no mercado;

c) Comprar os produtos mais baratos, produtos de grande industrialização;

d) Adquirir bens descartáveis que não prejudiquem a sustentabilidade do planeta e aumen-


tem o consumo, contribuindo para a lucratividade.

Responsabilidade Socioambiental
5. A expressão desenvolvimento sustentável sugere um progresso duradouro que está am-
parado no tripé:

a) Produção, pessoas e riqueza;

b) Sociedade, pessoas e planeta;

c) Planeta, produção e lucro;

d) Economia, sociedade e ambiente. 29


Competência
02
Aplicar as exigências legais
e as normas orientadoras da
responsabilidade socioambiental
Aplicar as exigências legais
e as normas orientadoras da
responsabilidade socioambiental
Por tudo que já foi analisado, você sabe que o ambiente atual de negócios impõe di-
versos desafios às organizações. Foi a mácula deixada pela exploração do trabalho infantil
nas fábricas fornecedoras da Nike, que impulsionou a empresa a estabelecer metas de
Responsabilidade Socioambiental, dentre as quais se destaca: assegurar melhores condi-
ções de trabalho nas industrias que fabricam os produtos Nike, comprometimento com a

Responsabilidade Socioambiental
sustentabilidade ambiental e olhar diferenciado para as comunidades, promovendo aces-
so ao esporte e às atividades físicas.

A preocupação com os aspectos sociais e ambientais já ocupa papel de destaque dian-


te dos temas competitividade e produtividade. A responsabilidade social que antes era
baseada principalmente na filantropia, assumiu definitivamente o caráter de estratégia
empresarial. Agora você irá conhecer os principais instrumentos que regulam a atuação
empresarial e orientam para o exercício da Responsabilidade Socioambiental.
33
Legislação ambiental brasileira
Até o início da década de 1990, inúmeros empresários achavam que o atendimento à
legislação ambiental era um custo adicional, difícil de ser absorvido pelas empresas. Além
disso, acreditavam que era impossível associar a redução do consumo com o aumento da
produtividade e do lucro. Certo de que essa combinação era possível, o empresário suí-
ço Stephen Schmidheiny investiu na implantação de medidas ecoeficientes na subsidiária
brasileira da Amanco (fabricante de tubos e conexões) e acrescentou 1,2 milhão de dólares
aos cofres da empresa. Além de estar com consonância com a legislação ambiental bra-
sileira, a Amanco associou os salários de seus executivos ao desempenho socioambiental
da empresa.

“O exercício da cidadania se torna mais efetivo quando o governo torna dispo-


nível a legislação e permite ao cidadão seu respectivo conhecimento”. (CABRAL,
1997 apud WINTHER, 2001, p. 13).
Talvez você ainda não saiba, mas a proteção legal do meio ambiente no Brasil
pode ser dividida em três fases distintas. A primeira foi marcada pela existência
de poucos dispositivos protetores para determinados recursos ambientais; esta fase
compreende o período entre o descobrimento do país e a década de 1920. Na se-
gunda fase, que durou até o final da década de 1970, teve início a imposição do
controle legal às atividades exploratórias; o amparo legal só existia para os recursos
ambientais que possuíssem valor econômico. A preocupação com o meio ambiente
de forma integral, como conhecemos hoje, surgiu apenas na década de 80 e marca
a terceira e última fase.

Em nossa história recente, a publicação de normas ambientais mais amplas e efeti-


vas teve início com a Lei nº 6.938/1981, que trata da Política Nacional do Meio Ambien-
Responsabilidade Socioambiental

te. De modo inovador, reconheceu a importância do meio ambiente para qualidade de


vida dos cidadãos.

Importante
Em seu artigo 2º, a Lei que rege a Política Nacional do Meio Ambiente
34 expressa que tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, con-
dições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da seguran-
ça nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

A Lei da Ação Civil Pública (nº 7.347/1985), por sua vez, estabeleceu a ação pública
como um instrumento de defesa do meio ambiente, e permitiu que os danos ambientais
fossem apreciados pelo poder judiciário.

A Ação Civil Pública é o típico e mais importante meio processual de defesa


ambiental, pois ao mesmo tempo em que reprime a prática de atos lesivos ao meio
ambiente, também procura a reparação do dano causado pelo agente causador.
(MOTA; BARBOSA ; MOTA G., 2011).
O meio ambiente alcançou à categoria de bem protegido constitucionalmente na Consti-
tuição Federal de 1988, diretamente no Capítulo IV do Título VIII e indiretamente em diver-
sos outros artigos. O texto constitucional sobre meio ambiente mais conhecido é o artigo
225, que está transcrito abaixo, para que você possa conhecê-lo:

Importante
Art. 225 – “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi-
librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de

Responsabilidade Socioambiental
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (BRASIL, 1988,
não paginado).

Outro importante dispositivo jurídico ambiental brasileiro é a Lei nº 9.605/1998, de


Crimes Ambientais, que determina as penalidades aplicáveis às condutas e atividades da-
nosas ao meio ambiente.
35
Um ponto bem interessante que devemos observar é colocado por Caldas (2011). Se-
gundo o autor, a nossa legislação, atualmente, é considerada uma das mais avançadas e
restritivas do mundo. Basta dizer que ações e atividades consideradas como crimes am-
bientais podem ser punidas com multas altíssimas, e isso vale tanto para pessoas físicas
quanto para jurídicas. Imagine você que o valor pode chegar até R$ 50 milhões!

Internet
Acesse a notícia publicada no endereço eletrônico: <http://www.brasil247.
com/pt/247/portfolio/98014/CSN-pode-ser-multada-em-até-R$-50-mi-
-por-crime-ambiental.htm>, e conheça um exemplo da aplicação da lei de
crimes ambientais.
Normalização: identificando a origem,
definição e objetivos
Você lembra que discutimos sobre como a Revolução Industrial marcou o início de gra-
ves problemas ambientais? Pois bem, ela foi, também, a mola propulsora para a utilização
de normas, pois quando a produção passou a ser mecanizada, existiu a necessidade da
padronização dos produtos e processos. Assim surgiu a normalização!

Importante
Responsabilidade Socioambiental

Normalização é o processo de estabelecer e organizar as atividades pela


criação e utilização de normas, visando a contribuir para o desenvolvi-
mento econômico e social. É considerada uma das bases modernas das
sociedades industriais e abrange os mais diversos setores da economia.
Destaque-se ainda que os consumidores de hoje, cada vez mais exigentes,
estimulam o desenvolvimento das normas técnicas, e as empresas, que
buscam sua permanência em um mercado cada vez mais competitivo, pre-
36 cisam se adequar a elas.

Aprendemos, então, que normalização é um processo orientado por normas. Mas o que
é norma?
Norma: documento
elaborado coletiva- As normas técnicas instituem padrões de qualidade, de desempenho, de segurança, de
mente e aprovado responsabilidade e, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) (2002), também
por uma instituição
normalizadora, que podem estabelecer procedimentos, padronizar formas, dimensões, tipos, usos, estabele-
fornece, para uso cer classificações ou terminologias e glossários, estabelecer a maneira de medir ou deter-
comum e repetiti-
vo, regras para o minar características, como os métodos de ensaio.
desenvolvimento
de atividades e
Mas você sabia que existem normas nacionais e internacionais?
obtenção de resul-
tados.
Em nível internacional, considera-se que a International Organization for Standardization
(ISO) é o principal organismo de normalização. Foi fundado em 1945 e tem sede em Genebra,
na Suíça. Hoje a ISO está composta por 149 países em diferentes graus de desenvolvimento.

Já no Brasil, o único fórum de normalização reconhecido é a Associação Brasileira de


Normas Técnicas (ABNT) que é uma entidade privada, sem fins lucrativos, e desde 1940
fornece a base necessária ao desenvolvimento tecnológico no país.
Curiosidade
A ABNT é membro fundador e representa no país a ISO, a Comissão Paname-
ricana de Normas Técnicas (COPANT) e a Associação Mercosul de Normaliza-
ção (AMN).

Para efeito dos nossos estudos, devemos focar nossos esforços nas normas que regem
a responsabilidade social e ambiental. Vamos em frente!

Responsabilidade Socioambiental
Analisando as normas de Responsabilidade
Social e Ambiental
A seguir, estudaremos as normas NBR 16001, SA 8000, AA 1000, NBR ISO 26000
e NBR ISO 14001e discutiremos a forma como passaram a ser incorporadas pelas em-
presas. Durante a leitura esteja atento ao foco de cada uma, o caráter de aplicação, sua
origem (nacional ou internacional) e ano de publicação, de modo que possa realizar uma
atividade proposta ao final do capítulo. 37

NBR 16001
A Norma NBR 16001 é uma norma brasileira desenvolvida por uma comissão formada
por diversos segmentos do governo e da sociedade civil, publicada pela Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas (ABNT) em 2004. Mas, do que é mesmo que ela trata? Vejamos:

A NBR 16001 é uma norma de sistema de gestão da responsabilidade social, estrutura-


da em requisitos verificáveis, portanto, passível de certificação e que adota como modelo
o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act).

Vamos entender o ciclo PDCA? Observe a ilustração abaixo e as iniciais que formam a
sigla em inglês e sua tradução para o português:
Responsabilidade Socioambiental

Figura 2 – Ciclo do PDCA


Fonte: autoria própria.

Também conhecido como ciclo de Deming, PDCA é um método de gestão em quatro


etapas utilizado para controle e melhoria contínua de processos e produtos:

• Plan (P): Diz respeito a etapa de PLANEJAMENTO e envolve metas, objetivos, pro-
cedimentos e padrões;

• Do (D): Refere-se à EXECUÇÃO das tarefas planejadas;

38 • Check (C): Compreende os procedimentos de VERIFICAÇÃO em que se avaliam os


resultados das tarefas já executadas;

• Act (A): Permite determinar e traçar novos planos de AÇÃO, aprimorando a execu-
ção e corrigindo eventuais falhas.

Atividade 01
Visite o endereço eletrônico: <http://www.inmetro.gov.br/qualidade/res-
ponsabilidade_social/norma_nacional.asp> e conheça melhor a estrutu-
ração da NBR 16001. Ao observar os antecedentes da criação da norma
em 2004, você deve ter identificado o que motivou a sua nova publicação
em 2012, certo? Socialize seu entendimento utilizando o Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA).
SA 8000

A Social Accountability – SA 8000 é uma norma internacional de responsabilidade so-


cial que foi criada em 1997 por uma entidade americana especializada em direitos huma-
nos, a Social Accountability International (SAI).

A norma é voluntária e certificável, tem foco nas relações trabalhistas, incita o combate
ao trabalho infantil e ao trabalho escravo, bem como todo tipo de discriminação.

Como qualquer outra norma de responsabilidade social, atinge duas dimensões: a inter-
na e a externa. Na dimensão interna o foco se volta para a gestão dos recursos humanos
e a gestão dos impactos ambientais e dos recursos ambientais. Já na dimensão externa o
foco aponta para os stakeholders e para gestão global do meio ambiente.

Responsabilidade Socioambiental
Então, pelo que foi comentado, você já pode perceber a importância da SA 8000. Veja
agora o valor dos temas que ela abrange expressos nos nove requisitos da norma:

1. Trabalho forçado;

2. Práticas disciplinares;

3. Remuneração;

4. Horário de trabalho;

5. Trabalho infantil; 39
6. Discriminação;

7. Segurança e saúde no trabalho;

8. Sistema de gestão e liberdade de associação;

9. Direito a Negociação Coletiva.


Importante
Veja um depoimento que mostra o compromisso da Philips com a Res-
ponsabilidade Socioambiental: "Uma empresa socialmente responsável é
aquela que gerencia seus programas e projetos sociais tendo em mente
suas estratégias de negócio. É visível o alinhamento das iniciativas da Phi-
lips com seu core business, e certamente este é um dos elementos que a
destaca e reafirma o seu compromisso junto à sociedade.” (Ismael Rocha–
Diretor de Extensão e Operações – Philips do Brasil. Para aprofundar seus
conhecimentos, visite o endereço eletrônico: <http://www.sustentabilida-
Responsabilidade Socioambiental

de.philips.com.br/fabricas-escritorios-america-latina/varginha-sa-8000.
htmi>. Acesso em: 14 jun. 2014, e veja como essa empresa alcançou a
certificação SA 8000).

AA 1000

40 Você já ouviu falar na Account Abilit – AA1000? Esta norma internacional, criada no
Reino Unido, pode ser considerada a pioneira na gestão da responsabilidade social. Lan-
çada pelo Instituteof Social and Ethical Account Ability em 1999. Tem como foco assegurar
a qualidade da contabilidade, auditoria e relato social ético. Composta por princípios e por
um conjunto de padrões de processos consiste em um modelo de gestão auditável, que
Auditável: palavra estabelece um importante diálogo com os stakeholders norteado pela busca da melhoria
que deriva de
Auditoria, que é
contínua.
o processo de
Os padrões de processo da AA1000 estabelecem os valores da organização de forma
análise sistemática
das atividades a mantê-los em harmonia com sua meta de desempenho. Um dos focos desta norma é o
desenvolvidas em
engajamento com os stakeholders, já que vincula questões sociais e éticas à gestão estra-
uma determinada
empresa ou setor. tégica e operações da organização.

ISO 26000
Segundo a International Organization for Standardization – ISO 26000, a responsabi-
lidade social se expressa pelo desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem
considerações socioambientais em seus processos decisórios e a responsabilizar-se pelos
impactos de suas decisões e atividades, na sociedade e no meio ambiente.
Essa norma orienta um comportamento ético e transparente, que contribui para o
desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja
consistente com as normas internacionais de comportamento. Também implica que a res-
ponsabilidade social, estando integrada em toda a organização, seja praticada em suas
relações e leve em conta os interesses das partes interessadas.

Internet
Para entender melhor os princípios da Responsabilidade Socioambiental,
assista ao vídeo que exibe os valores e crenças expressos na NBR ISO

Responsabilidade Socioambiental
26000, disponível no link: <http://www.ecodesenvolvimento.org/ecodtv/
ISO26000.flv/video_view>.

NBR ISO 14001


Segundo a ABNT é o aumento crescente da consciência ambiental e a escassez de
recursos naturais que vêm influenciando cada vez mais as organizações a contribuírem de
forma sistematizada para redução dos impactos ambientais associados aos seus proces- 41
sos. E qual seria a forma de prestar essa contribuição? De que maneira, as organizações
podem reduzir os impactos ambientais negativos relacionados a seus processos? A certi-
ficação através da norma de Responsabilidade Socioambiental ISO 14001 é um caminho!

Atividade 02
Você concorda que os argumentos apresentados acima justificariam a imple-
mentação da NBR ISO 14001 nas organizações? Compartilhe suas impres-
sões com seus colegas utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

A ISO 14001, pertence ao conjunto de normas ISO 14000 que foi lançada internacio-
nalmente em 1996; é certificável e tem como foco o Sistema de Gestão Ambiental (SGa)
das organizações. Como toda norma de sistema de gestão, ela também adota o ciclo PDCA
como modelo de melhoria contínua.
Você vai conhecer agora quatro bons argumentos para que as organizações adotem
esta norma: Melhora a reputação e consequentemente a imagem da organização; Exigên-
cia dos clientes; Relacionamento com os stakeholders; Busca pela eficiência nos proces-
sos produtivos.

Resumo
Neste estudo constatamos que os aspectos sociais e ambientais ocupam posição de
destaque em organizações, que se preocupam com a produtividade e competitividade de
seus negócios. Você pode perceber que a Revolução Industrial também foi mola propulso-
ra para o estabelecimento de diretrizes que passaram a regular a atuação empresarial,
orientando para o exercício da Responsabilidade Socioambiental. Discutimos sobre os prin-
Responsabilidade Socioambiental

cipais documentos jurídicos e normas que norteiam a forma como os recursos sociais e
ambientais devem ser gerenciados, de forma a propiciar um modelo responsável de desen-
volvimento. Por fim, acreditamos que o conhecimento da importância da Responsabilidade
Socioambiental, para o profissional, para a empresa e para o mercado, lhe permita atuar
em prol da sustentabilidade do planeta.

Autoavaliação
42 1. Sobre a legislação ambiental brasileira são feitas as seguintes afirmações. Analise-as:

I – A importância do meio ambiente para a qualidade de vida dos cidadãos foi expressa
pela primeira vez no texto constitucional de 1988;

II – A partir da década de 1920 surgiram os dispositivos legais para proteção de recursos


ambientais, que não possuem valor econômico;

III – As punições às condutas e atividades danosas ao meio ambiente foram estabelecidas


em 1998, através da Lei de Crimes Ambientais;

IV – O artigo 225 da Constituição Federal confere ao Poder Público e à coletividade o dever


de defender e preservar o meio ambiente.

Assinale o item que contempla apenas as afirmações verdadeiras.

a) I, III e IV;

b) I e III;

c) III e IV;

d) II, III e IV.


2. Em se tratando do tema Responsabilidade Socioambiental, assinale a alternativa que
melhor traduz o desempenho de uma organização que está produzindo bens e/ou ser-
viços com eficiência:

a) Considera as necessidades dos acionistas;

b) Age com responsabilidade ambiental;

c) Atende aos interesses dos stakeholders;

d) Atua com responsabilidade social.

3. Quando uma organização investe em Responsabilidade Socioambiental ela terá como


consequência:

Responsabilidade Socioambiental
a) Melhoria em sua imagem institucional;

b) Ganhos em competitividade;

c) Progresso em seu desempenho;

d) Todas as alternativas estão corretas.

4. A NBR 16001 e a NBR ISO 14001 são normas que regem sistemas de gestão e adotam
o ciclo do PDCA como instrumento: 43

a) De normalização;

b) Que gera benefícios à sociedade;

c) De melhoria contínua;

d) Nenhuma das alternativas anteriores.

5. O quadro exibido a seguir contém aspectos das normas socioambientais quanto à ori-
gem, foco e caráter de aplicação. Com base no que foi estudado, substitua os símbolos
(I, II, III, IV e V) pelo dado apropriado.
NORMA ORIGEM FOCO APLICAÇÃO

I Nacional Sistema de gestão - requisitos Certificável

SA 8000 Internacional II Certificável

AA 1000 Internacional Contabilidade, auditoria e relato social ético III

IV Internacional Diretrizes sobre responsabilidade social Não Certificável

NBR ISO 14001 Internacional V Certificável

Escolha dentre as alternativas a que traz a correspondência correta para o preenchi-


Responsabilidade Socioambiental

mento do quadro:

a) I - NBR 16001; II - Direitos humanos, Leis trabalhistas, Gestão;

b) I - NBR ISO 26000; III - Não certificável;

c) II - Sistema de Gestão Ambiental; III – Certificável;

d) IV - NBR ISO 26000; V - Direitos humanos, Leis trabalhistas, Gestão.

44
Competência
03
Contextualizar
a importância do Terceiro Setor
Contextualizar
a importância do Terceiro Setor
Ana Maria faz o curso de Serviço Social e trabalha como voluntária em um grande hospi-
tal. Sempre costumam perguntar se faz isso para ganhar experiência. Segundo Ana, quem
lhe faz essa pergunta está bastante enganado. Na verdade, ela vai além: quer agregar algo
positivo à sociedade.

O mesmo acontece com Diego, enfermeiro, que trabalha para ganhar experiência; po-
rém, diz ele que a sensação de ser útil à sociedade não tem preço, além do aprendizado

Responsabilidade Socioambiental
que adquire.

Carlos e Marina trabalham prestando consultoria às Organizações Não Governamentais


(as conhecidas ONGs), em projetos que ajudam a negociar com fornecedores para que
façam doações. Dizem que não é fácil, mas que com o tempo, vão aprendendo a negociar
de forma mais convincente e conseguem financiar bons projetos.

Vinícius, dentista que fundou a ONG Sorriso TriLegal, diz que, como gestor, realiza tra-
balhos que nunca imaginou: cria convites, ministra palestras e negocia doação para os
projetos com empresários de vários setores.
47
Antônio deixou o emprego de engenheiro para se dedicar mais a ONG Teto que te Quero
Verde, que constrói casas com materiais recicláveis para pessoas em situação de extrema
pobreza. A remuneração é menor, mas mesmo assim ele se diz gratificado com o trabalho
que desenvolve, por que sabe que está contribuindo para um Planeta Sustentável e para o
bem estar da sociedade carente.

Na competência anterior você aprendeu sobre a aplicação das exigências legais e as


normas orientadoras da Responsabilidade Socioambiental, através dos estudos sobre os
principais instrumentos que regulam a atuação empresarial e orientam para o exercício da
responsabilidade socioambiental. Agora, você estudará sobre a atuação do Terceiro Setor
que cresce a cada dia, impulsionado pela crescente importância dada às questões socio-
ambientais. Trataremos sobre os três setores que organizam a sociedade, a contribuição
das ONGs nas lutas socioambientais, a legislação no Terceiro Setor de modo que, ao final,
você possa contextualizar a importância desse setor tão influente em nossa sociedade
contemporânea.
Curiosidade
“O Terceiro Setor possui 12 milhões de pessoas, entre gestores, voluntários,
doadores e beneficiados de entidades filantrópicas, além dos 45 milhões de
jovens que veem como missão ajudar o Terceiro Setor.” Fonte: <http://www.
filantropia.org>. Acesso em: 18 jun. 2014.

Mas o que é o Terceiro Setor? Qual o seu significado e a sua importância? Bom, para
que você possa compreender, com bastante propriedade, o que é o Terceiro Setor, vamos
Responsabilidade Socioambiental

saber quais são o Primeiro e o Segundo Setor.

Os três setores que organizam a sociedade

48

Figura 3 – Os três setores da sociedade


Fonte: autoria própria.

O Primeiro Setor é o poder público (Governo), responsável pelas questões sociais. Po-
demos incluir todas as entidades que administram as cidades (Presidência da República,
Governos Estaduais, Municipais, Forças Armadas, Assembleias etc.) e que devem visar
à promoção do bem-estar comum. Sabemos, porém, que existem problemas que geram
lacunas, não resolvidas pelo Primeiro Setor, que o Segundo Setor não consegue também
resolver, como expomos a seguir. É importante observar que o dinheiro público deve ser
aplicado em ações para a sociedade.

O Segundo Setor é a iniciativa privada, onde estão, por exemplo, os profissionais liberais
e empresas que exercem atividades privadas, atuando em benefício próprio, e com fins
lucrativos. Apesar de algumas empresas já se preocuparem em desenvolver ações visando
ao bem-estar social, este fator não é inerente a elas, ou seja, não podemos responsabilizá-
-las por isto.

O Terceiro Setor atua com práticas sociais, através de ações sem fins lucrativos. Surge
quando a sociedade civil se cansa da ausência do Estado, que não atende satisfatoriamen-
te aos anseios, principalmente, das classes menos favorecidas, que não conseguem rece-
ber os serviços do Primeiro Setor (Governo), nem contratar os serviços do Segundo Setor
(Setor Privado), o que deixa lacunas em relação ao seu bem-estar. Então, a sociedade se
organiza, para melhorar o que não está bom!

Vamos entender essa “ausência do Estado”? Bem, os programas do governo brasileiro


sempre estiveram associados ao assistencialismo e o Estado tinha sob seu poder o contro-

Responsabilidade Socioambiental
le social. Porém, não conseguia realizar tudo que todos precisavam, em todas as áreas de
interesse público. A partir daí, o seu enfraquecimento foi crescente e a sociedade civil foi se
organizando e começou a criar movimentos em prol das causas sociais importantes, enten-
dendo que também como cidadãos eram responsáveis pelas ações que os beneficiavam.
Então, a partir da década de 1970, a sociedade civil ganhou mais força, fazendo com que
as Organizações Não Governamentais crescessem cada vez mais.

Porém, é importante deixar bem claro, que o Terceiro Setor não pode ser o substituto
das funções do Estado. Na realidade, ele é um complemento realizado pelos cidadãos para
49
resolver tantos problemas presentes na sociedade, o que permite a captação e a mobiliza-
ção de recursos para iniciativas que promovam o bem-estar público. É também interessan-
te que você possa compreender que existe uma articulação entre o setor público e o setor
privado, ou seja, a aplicação de dinheiro da iniciativa privada para fins públicos. Mas isso
também não significa que o poder público não possa nem deva destinar verbas ao 3º Setor.
Afinal, o Estado tem a função de promover o bem-estar social! É importante ressaltar, tam-
bém, que apesar das diferenças entre empresa, associações e fundações, as ferramentas
para a gestão são as mesmas: estratégias, planos de ação, diagnósticos, entre outros.

O ideal, portanto, é a união do Governo, Iniciativa Privada e Terceiro Setor, trabalhando


Voluntariado:
juntos para melhor atender às demandas da sociedade em geral, a partir de ações que
quando alguém re-
contribuam para minimizar a desigualdade social. aliza uma atividade
própria do exercício
As organizações que fazem parte desse setor são criadas principalmente pelo voluntariado, de cidadania, de
maneira espontâ-
realizando práticas de filantropia, proteção à natureza e diversas ações que visam a alcançar
nea e não remu-
objetivos sociais e públicos, como por exemplo, serviços de saúde, campanhas educacionais, nerada, em prol
de solução para
eventos culturais, ações de proteção ao meio ambiente e várias atividades que contribuam
os problemas que
para melhorar a qualidade de vida da população. Enfim, as ONGs participam da resolução de afetam a sociedade
em geral.
problemas sociais, econômicos, ambientais, políticos, entre outros.
Nesse contexto, podemos citar como exemplos de entidades não governamentais:

• As Fundações, que financiam o 3º setor fazendo doações às entidades beneficentes


(temos também, no Brasil, as fundações mistas que doam para terceiros e ao mesmo
tempo executam projetos próprios);

• As Organizações Não Governamentais (ONGs), que, como vimos, são as organizações


sem fins lucrativos e visam a preencher as lacunas deixadas pelo estado em prol do
bem-estar social;

• As Entidades Beneficentes, que cuidam da população carente, ajudam a preservar o


meio ambiente e promovem projetos educativos, como as fundações, as instituições
religiosas, os centros sociais, os clubes, os serviços etc.
Responsabilidade Socioambiental

É interessante que você perceba que a própria sociedade (e a sociedade é formada por
cada um de nós), pode contribuir para desenvolver ações colaborativas com o 3º setor. Não
podemos somente reivindicar direitos, o que é bastante correto, mas devemos, também,
exercer nossos deveres. E colaborar para o bem-estar de todos faz parte dos nossos deve-
res, concorda?

50 Atividade 01
Você conhece alguma instituição do Terceiro Setor que atue no seu bairro, ou
em sua cidade? Procure a que estiver mais próxima de você, faça uma visi-
ta, liste as principais atividades que a instituição desenvolve e procure saber
como são financiados os projetos em execução, ou seja, se tem parcerias com
o Primeiro Setor (Órgão Público) ou Segundo Setor (Iniciativa Privada).

A contribuição das ONGs nas lutas socioambientais


A crescente importância dada às questões ambientais, segundo Dias (2011), resultou
no aumento do número de organizações ecológicas que se ocuparam de diversos temas
da agenda ambiental.

Talvez você não soubesse, mas desde o início da década de 1960 as Organizações Não
Governamentais (ONGs) passaram a se destacar na história das lutas socioambientais,
apresentando propostas e exercendo pressão sobre governos, empresas e órgãos de finan-
ciamento em prol da sustentabilidade.
Curiosidade
A aproximação do setor privado com o 3º Setor tem auxiliado na melhoria da
reputação das empresas diante da opinião pública e resultado na implemen-
tação de práticas sustentáveis. Talvez você ainda não saiba, mas em nosso
país, empresas do agronegócio deixaram de adquirir soja cultivada na região
amazônica após uma campanha organizada pelo Greenpeace.

Várias Organizações Não Governamentais, entre elas algumas internacionais, como o

Responsabilidade Socioambiental
Greenpeace e o World Wildlife Fund (WWF), surgiram com o propósito de chamar a atenção
da opinião pública para os efeitos da exploração irresponsável dos recursos naturais, da
destruição do habitat de inúmeras espécies e da poluição registrada em diversos ambien-
tes do planeta.

Internet 51
Nesses links você terá acesso às duas ONGs, conhecendo e até participan-
do dos seus projetos:
Greenpeace: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/?gclid=CjgKEAjwq_
qcBRDZPeZ7NGQiVwSJAATT7q2ROHaRMt4K89HUZJMBGcqfA9-ASu-
d0b7TMbBx98NDFPD_BwE>.
World Wildlife Fund: <http://www.wwf.org.br/>.

Nesse cenário, Guimarães (1998 apud DIAS, 2011) afirma que as organizações não
governamentais incluíram definitivamente a interação homem-natureza na agenda pública
mundial e alteraram a forma e o conteúdo das relações e negociações internacionais.

Entre os atores não governamentais ambientais de maior expressão mundial, está o Gre-
enpeace. Fundada no Canadá, em 1971, a ONG tem como ideal a defesa incessante do
meio ambiente. Expandiu-se rapidamente por diversos países, fato que originou a criação do
Greenpeace Internacional, em Amsterdã – Holanda. Sua principal função é iniciar e gerenciar
campanhas e programas a serem realizados em escala mundial, repassando-os aos escri-
tórios nacionais. Definiu como escopo de seu trabalho os seguintes temas: florestas, clima,
energia, oceanos, agricultura sustentável (transgênicos), tóxicos e desarmamento/promoção
da paz. Conta, atualmente, com 2,8 milhões de colaboradores, em 41 países, entre eles o
Brasil. O Greenpeace se destaca entre os demais atores não governamentais, principalmente
por promover estratégias de ação diretas, bem como pressionar os Estados durante con-
ferências internacionais (Disponível em: http://www.fca.pucminas.br/omundo/a-influencia-
-das-ongs-no-cenario-internacional-o-caso-do-greenpeace/>. Acesso em: 15 jun. 2014.)
Responsabilidade Socioambiental

Fonte: <http://koopvaardijfoto.files.wordpress.com/2013/01/arctic-sunrise-2jan2013-mc.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2014.

O MV Arctic Sunrise é um navio quebra-gelo adquirido pela ONG Greenpeace. É um dos


quatro barcos de investigação e pesquisas da ONG.
52

Atividade 02
Pesquise no site do Greenpeace <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/O-
que-fazemos/#tab=0&gvs=false&page=3>; quais as campanhas que a ONG
promove no Brasil. Escreva suas impressões sobre pelo menos dois projetos
e troque ideias sobre o que escreveram seus colegas no Fórum Virtual (AVA).

A legislação que norteia o Terceiro Setor


Para regulamentar a atuação do Terceiro Setor e distribuir o poder que antes era con-
centrado apenas no Estado, criou-se uma legislação específica para nortear as relações
entre o Estado e a sociedade civil. Várias leis e decretos foram criados para atender o 3º
setor. Observe algumas:
• Lei nº 9.790/99 - dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado
sem fins lucrativos, como Organização Civil de interesse Público (OSCIP). Também é
conhecida como a Lei do Terceiro Setor;

• Lei Orgânica da Assistência Social - organiza e providencia outros direitos sociais a um


indivíduo;

• Decreto que trata das Entidades e Organizações de Assistência Social - decreto que
dá abertura ao processo de seleção dos representantes do Conselho Nacional de Assis-
tência Social;

• Certificado das Entidades Beneficentes - concedida às pessoas jurídicas de direito


privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência
social, com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde

Responsabilidade Socioambiental
ou educação.

• Decreto de Regulamentação da lei 12.101/2009 - fala sobre o processo de certifica-


ção das entidades beneficentes de assistência social, para isenção das contribuições
para a seguridade.

A Constituição Federal (CF), em seus artigos 203 e 204 reza que a assistência social, a
ordem social e a seguridade social devem ser prestadas a qualquer indivíduo que necessite
de ajuda.
53
De acordo com Drucker (1999), o Terceiro Setor possui conhecimento das necessida-
des da comunidade que o Estado não consegue atingir, uma vez que atua de maneira cen-
tralizadora e burocrática. Assim, requer o envolvimento de novos atores com competência
e agilidade para identificar oportunidades e assumir responsabilidades. Deste modo, é
interessante perceber que, para as organizações do Terceiro Setor desenvolverem uma
gestão eficiente, o envolvimento das pessoas é fundamental.

Mídias
No site da Revista EXAME.com, especialistas falam sobre o que é neces-
sário para os profissionais que desejam apostar no 3º Setor. Vá até o link
indicado e confira sete requisitos básicos para desenvolver com sucesso
uma carreira em organizações sociais. Acesse: <http://exame.abril.com.
br/carreira/noticias/7-requisitos-basicos-para-trabalhar-no-3o-setor>.
Você conhece?
Peter Drucker foi um escritor, professor e consultor administrativo austría-
co, considerado o “pai da administração moderna”

Drucker (1999) indica dois fatores fundamentais para que as pessoas sejam eficazes
em uma organização: compreender claramente o que irão fazer e assumir a responsabili-
dade de decidir que precisam fazê-lo.
Responsabilidade Socioambiental

Outro fato relevante é que, independente da sua dimensão e área de atuação, as ONGs
tiveram sua capacidade de mobilização fortemente ampliada, com o surgimento e popula-
rização de novos meios de comunicação.

Diante do que estudamos até agora, você já pode perceber a importância do 3º Setor,
concorda?

54

Mídias
No site da Revista EXAME.com, especialistas falam sobre o que é neces-
sário para os profissionais que desejam apostar no 3º Setor. Vá até o link
indicado e confira sete requisitos básicos para desenvolver com sucesso
uma carreira em organizações sociais. Acesse: <http://exame.abril.com.
br/carreira/noticias/7-requisitos-basicos-para-trabalhar-no-3o-setor>.
Resumo
Neste estudo você teve a oportunidade de contextualizar a importância do Terceiro Se-
tor na sociedade e a sua relação com Primeiro e Segundo setores, percebendo que ele
surge quando a sociedade civil se cansa da ausência do Estado (Primeiro setor) e das
lacunas por ele deixadas, e não pode contratar o Segundo Setor (privado), se organizando
em busca de melhorias socioambientais. Identificou as entidades que compõem o Terceiro
Setor, observando que são criadas principalmente pelo voluntariado, realizando práticas
de filantropia, proteção à natureza e diversas ações que visam a alcançar objetivos sociais
e públicos, que contribuem para melhorar a qualidade de vida da população e que realiza
atividades de interesse público, e não lucrativas independentes do Primeiro e do Segundo
Setor (Estado e Iniciativa Privada), mas que pode receber colaboração desses segmentos.

Responsabilidade Socioambiental
Entendeu que as Organizações Não Governamentais (ONGs) passaram a se destacar na
história das lutas socioambientais apresentando propostas e exercendo pressão sobre go-
vernos, empresas e órgãos de financiamento, em prol da sustentabilidade e pôde constatar
que para as organizações do Terceiro Setor conseguir desenvolver uma gestão eficiente, o
envolvimento das pessoas é fundamental.

Autoavaliação
55
1. O Terceiro Setor atua com práticas sociais, através de ações sem fins lucrativos. Surge
quando a sociedade civil se cansa da ausência do Estado, que não atende satisfato-
riamente seus anseios deixando lacunas, em relação ao seu bem-estar. Com base na
premissa, podemos afirmar que:

I - O Terceiro Setor pode substituir as funções do Estado, pois tem como obrigação captar e
mobilizar recursos para iniciativas que promovam o bem-estar público;

II - O Terceiro Setor não pode ser o substituto das funções do Estado, pois é um comple-
mento para resolver problemas presentes na sociedade, através de iniciativas que pro-
movam o bem-estar público;

III - O poder público não pode e nem deve destinar verbas ao Terceiro Setor;

IV - As organizações que fazem parte do Terceiro Setor são criadas principalmente pelo vo-
luntariado, realizando práticas de filantropia, proteção à natureza e diversas ações que
visam a alcançar objetivos sociais e públicos.

Assinale o item que contempla apenas as afirmativas corretas.


a) I, II;

b) I, III e IV;

c) II e IV;

d) I, III.

2. Analise as alternativas e assinale a que melhor define a contribuição das ONGs nas Lu-
tas Socioambientais:

a) Atua apresentando propostas e exercendo pressão sobre governos, empresas e órgãos


de financiamento em prol da sustentabilidade;
Responsabilidade Socioambiental

b) Atua exercendo forte pressão sobre a sociedade;

c) Exerce forte pressão sobre a geração de riquezas;

d) Concentra o poder que antes era apenas do Estado.

3. Várias Organizações Não Governamentais (ONGs) surgiram com o propósito de chamar


a atenção da opinião pública para:

a) As vantagens do crescimento econômico;


56
b) A exploração responsável dos recursos naturais pelo homem contemporâneo;

c) A maneira correta como vem sendo preservado o habitat de todas as espécies do


planeta;

d) Os efeitos da exploração irresponsável dos recursos naturais e da poluição registrada


em diversos ambientes do planeta.

4. Sobre as Organizações Não Governamentais (ONGs) com atuação socioambiental, pode-


-se dizer que:

a) Associam-se a partidos políticos para realizar protestos desorganizados;

b) Defendem relações sociais justas e a preservação do meio ambiente;

c) Não exercem pressão sobre governos, empresas e órgãos de financiamento;

d) Apresentam pouca capacidade de mobilização e agem localmente.


5. Para regulamentar a atuação do Terceiro Setor e distribuir o poder que antes era concen-
trado apenas no Estado, criou-se uma legislação específica para:

a) Produzir riquezas para a economia do país e repassá-las para o Terceiro Setor;

b) Nortear as relações entre a comunidade e o Governo;

c) Nortear as relações entre as ONGs e a sociedade civil. Poucas Leis foram criadas para
atender o Terceiro Setor;

d) Nortear as relações entre o Estado e a sociedade civil. Várias leis e decretos foram criados.

Responsabilidade Socioambiental
57
Competência
04
Identificar ações empresariais
de responsabilidade socioambiental
Identificar ações empresariais
de responsabilidade socioambiental
Na competência anterior você pôde contextualizar a importância do Terceiro Setor e verifi-
car que realizam atividades de interesse público e não lucrativas, independentes do Primeiro
e do Segundo Setor, podendo, no entanto, receber colaboração desses setores. Distinguiu as
entidades que o compõe e pôde identificar que as ações são desenvolvidas principalmente
por voluntários, através de práticas de filantropia, proteção à natureza e diversas ações que
visam a alcançar objetivos sociais e públicos que contribuem para melhorar a qualidade de

Responsabilidade Socioambiental
vida da população. Agora, você identificará Ações Empresariais de Responsabilidade Socio-
ambiental. Nosso ponto de partida é destacar a importância da atuação das empresas no
contexto socioambiental e como elaboram e executam suas estratégias de atuação. Para
isto, discutiremos os temas: Responsabilidade e Sustentabilidade: uma questão que é de
todos; Responsabilidade Socioambiental: uma questão de educação e Responsabilidade So-
cioambiental: uma Questão de ação. As situações práticas refletem a atuação das empresas
em prol da sustentabilidade do planeta tanto para a atual como para as próximas gerações.

Bom estudo!
61
Responsabilidade e Sustentabilidade:
uma questão que é de todos
Uma lavanderia industrial ganha dinheiro com a preservação ambiental. A empresa lava
uniformes, aventais e luvas de várias indústrias. Recebe uniformes provenientes das indús-
trias químicas e automobilísticas, que são o carro-chefe do negócio. Segundo o gerente co-
mercial, as roupas chegam sujas de resíduos: graxa, tinta, óleo, verniz de cabine de pintura. O
material é colocado em máquinas e lavado com água e detergente. Uma hora e meia depois,
a roupa sai limpa. A tubulação leva a água suja até uma estação de tratamento. Nos tanques,
junto com reagentes químicos, a água fica em decantação por uma hora e meia. O processo
separa os resíduos, que são comprimidos numa prensa e se transformam numa borra.

A estação de tratamento custou R$ 150 mil. Um investimento que se pagou e hoje gera
lucros. Com os equipamentos, reutilizam-se 30 mil litros de água por dia, que volta limpa
para a fábrica. Uma economia de R$ 10 mil por mês. Para organização, investir no ambien-
te projeta a empresa no mercado. Além disso, aprendeu a utilizar vários recursos naturais
em outros setores (reutilização de lenha usada nas caldeiras, teto translúcido e reutiliza-
ção de sacos plásticos), inclusive realizando até um trabalho de conscientização com todos
os colaboradores para usar menos energia elétrica, com medidas simples, como apagar a
luz cada vez que sair de um ambiente.

Já em uma fábrica de cilindros para siderúrgicas, a empresária manda lavar as luvas


dos funcionários, que são reutilizadas. Segundo ela, o par de luvas custa cerca de R$ 3,0 e
a lavagem custa R$ 1,50; como a luva tem a durabilidade de seis meses, esta medida gera
uma grande economia, contribuindo também para a preservação da natureza. E garante:
Cuidar do meio ambiente compensa, pois além de trazer economia, traz bons resultados,
bons clientes e bons negócios.

A lavanderia em questão conseguiu, com suas ações, a certificação ambiental e se tor-


nou mais competitiva, pois com a economia gerada pelo baixo consumo de água, energia,
lenha e sacos plásticos, conseguiu baixar seus preços em 1,05 em relação aos concorren-
Responsabilidade Socioambiental

tes, aumentando seu número de clientes.

Como vimos, o interesse na defesa e preservação do ambiente é do Poder Público e da


coletividade, incluindo aí a iniciativa privada. Deste modo, vemos que as ações de Respon-
sabilidade Socioambiental começam a ganhar cada vez mais espaço entre as empresas,
mesmo considerando que temos ainda muitos desafios para avançar. A má utilização dos
recursos não renováveis comprometem o equilíbrio do planeta e da vida humana e isso faz
com que as pessoas, em todos os segmentos, comecem a refletir sobre o futuro (e como
diz aquela musiquinha conhecida, “o futuro já começou”, não é mesmo?).
62
Assim, Organizações não Governamentais, governos e consumidores passam a questio-
nar e pressionar as empresas a rever suas ações em relação ao ambiente, além delas pró-
prias sentirem que podem lucrar ao mesmo tempo em que desenvolvem um comportamento
sustentável. Vemos isso claramente nos dois primeiros exemplos acima: a empresa não só
obteve sucesso com suas ações, como também economizou e aumentou sua lucratividade.

Importante
Na discussão sobre a responsabilidade das empresas, configuram-se
modelos que buscam o estado de equilíbrio social e o funcional. A Res-
ponsabilidade Socioambiental leva ao compartilhamento, aprendizagem,
comprometimento e práticas entre pessoas e organizações, o que caracte-
riza um desafio permanente aos profissionais das empresas para articular
interesses. (ALIGLERI; ALIGRERI, Luis; KRUGLIANSKAS, 2009).
Vemos, portanto, que as organizações, hoje, já começam a valorizar comportamentos
ecologicamente corretos, a qualidade de vida dos colaboradores, a postura ética, incorpo-
rando, por fim, novos valores, visando à produtividade aliada à qualidade e Responsabili-
dade Socioambiental. Entre as preocupações das empresas em relação à sustentabilidade
ambiental podemos citar, por exemplo, o aproveitamento da luz natural, uso racional da
energia, estações de tratamento e reuso de água, uso de materiais naturais reciclados e/
ou renováveis, coleta seletiva, entre outras.

Responsabilidade Socioambiental
Fonte: : Oliveira (2014).

Isso tem sido bastante motivado pelo aumento do novo tipo de consumidores, os cha- 63
mados “consumidores verdes”, que conforme sabemos se tornaram mais conscientes, pro-
curando conhecer os efeitos ecológicos e sociais dos produtos que consomem e que estão
atentos ao comportamento dos fabricantes diante dos problemas socioambientais. Isso fez
com que as empresas começassem a produzir serviços e produtos sustentáveis, de acordo
com as perspectivas da sociedade.

Internet
Acesse o link: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/as-20-em-
presas-modelo-emresponsabilidade-socioambiental#8>, do site Exame.
com você vai encontrar um artigo bem interessante: 20 empresas-modelo
em Responsabilidade Socioambiental. Através dessa leitura você ficará
ainda mais por dentro da atuação das empresas em projetos socioam-
bientais.
As práticas de responsabilidade social surgem como uma nova forma de pensar o so-
cial, em que as empresas se tornam divulgadoras de uma nova cultura e unem a sociedade
e as organizações em torno do bem-estar social.

Você lembra que aprendemos na competência 1, que a Responsabilidade Socioam-


biental empresarial está baseada na trilogia: ambiente, sociedade e economia, que são os
pilares fundamentais para as organizações?

Pois é! Você já deve ter percebido que, com todas essas transformações, a preocupa-
ção com posturas socialmente corretas, ambientalmente sustentáveis e economicamente
viáveis estará cada vez mais presente na cultura das empresas, de modo que a falta de
políticas socioambientais consistentes pode trazer complicações para aquelas que não a
adotarem, como, por exemplo, prejuízos materiais e morais, o que incide tanto na elevação
Responsabilidade Socioambiental

dos custos como na perda de clientes. Isso se explica porque toda iniciativa de negócio
causa um impacto sobre o lucro e sobre a humanidade.

Atividade 01
Baseado no que estudamos até agora proponho que você pesquise e identi-
64
fique dois aspectos importantes de ações empresariais de Responsabilidade
Socioambiental.

Pois bem, o problema é que, como diz o ditado, nem tudo são flores, pois algumas em-
presas parecem ainda não entender que a Responsabilidade Socioambiental representa
também essa oportunidade em lucratividade, tanto no que se refere ao financeiro, como
em termos humanitários.

Agora, vamos analisar a seguinte situação:

Três empresas foram acusadas de manterem negócios com fornecedores que exploram
o trabalho infantil em uma comunidade no interior de Minas Gerais. As três multinacionais
tiveram que gastar tempo e energia para dar explicações à imprensa, às ONGs de defesa
dos direitos das crianças, a sindicatos e até à embaixada do país de origem. A perda da
reputação vivenciada por essas empresas levam à publicidade negativa, perda de clientes
e processos judiciais de alto custo. (ALIGLERI; ALIGRERI, Luis; KRUGLIANSKAS, 2009).
Veja que existem ações que não condizem com atitudes de responsabilidade social e/
ou ambiental. Quando isso acontece, algumas empresas procuram se redimir e passam a
adotar ações politicamente corretas, enquanto outras apenas fingem fazê-lo.

Atividade 02
Considere que você trabalha em uma dessas empresas do interior de Minas
Gerais. Que argumentos você usaria para convencê-los a se preocupar com
as ações socioambientais? Compartilhe o resultado com seus colegas no AVA.

Responsabilidade Socioambiental
Aqui, é importante que você relembre as normas que estudamos na competência II,
como por exemplo, a Social Accountability – AS 8000 que tem foco nas relações trabalhis-
tas e incita o combate ao trabalho infantil e ao trabalho escravo, bem como a todo tipo de
discriminação.

65

Fonte: : Oliveira (2014).

É também fundamental que lembremos sempre de que para minimizar os impactos


negativos e potencializar os ganhos para que se efetivem ações de Responsabilidade So-
cioambiental é necessária à participação de todos (Governos locais, ONG, fornecedores,
consumidores, colaboradores e comunidades) uma vez que essa participação é que opor-
tuniza a construção de uma sociedade sustentável e justa.
Responsabilidade Socioambiental:
uma questão de Educação
Em uma empresa florestal com unidades distribuídas por mais de 120 municípios, os pro-
fissionais se relacionam com diversos tipos de comunidade, precisando, portanto, desenvol-
ver a habilidade de construir pontes entre a empresa e a sociedade em diferentes situações.
Por isso, a empresa tem procurado contratar profissionais com essa competência. Segundo
o gerente, a formação não é o fator mais importante no processo de seleção, mas sim as
experiências acumuladas ao longo de suas trajetórias. Ele relata que demorou seis meses
para contratar um gerente de sustentabilidade. A experiência que o profissional selecionado
acumulou por meio de projetos realizados na Amazônia, e junto a órgãos governamentais, foi
Responsabilidade Socioambiental

determinante para a sua contratação. Ressalta que além de sólida formação, buscam pro-
fissionais que não sejam apenas solucionadores de problemas, mas capazes de encontrar
respostas a partir do relacionamento com diferentes públicos de interesse.

Já o Presidente da Federação das Indústrias de um estado brasileiro ressalta que a ino-


vação social é uma competência a ser desenvolvida. Diz que a inovação social voltada para
a sustentabilidade depende de habilidades pessoais, como aprender a aprender, aprender
a entender, aprender a se relacionar e a fazer coisas em conjunto; aprender a conhecer a
si próprio e ter a compreensão do contexto onde se situa. O desafio seguinte é transformar
66
esses conhecimentos em produtos e serviços sustentáveis (GAZETA MERCANTIL, 2008).

Internet
Convido você para acessar o site da Revista Ideia Socioambiental. É uma
publicação bastante interessante, que vale a pena ser conhecida. Lá você
poderá ler o artigo Ideias e Empreendedores que Mudam o Mundo.

Você vê a importância da educação no ambiente organizacional?

A construção de negócios sustentáveis demanda colaboradores educados e capacitados


para atuar com efetiva Responsabilidade Socioambiental, avaliando sempre suas ações e
pensando no impacto que elas causarão para as gerações do presente e futuro. É impor-
tante, portanto, que para suprir essas demandas, as pessoas sejam educadas para iniciar
pela prática de pequenas ações no seu dia a dia; ações essas que muito pesam para que se
atinjam um verdadeiro patamar de sustentabilidade. É necessário que se assumam compro-
missos, rumo à construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Mas, atenção! Não
basta ser somente educado. É necessário ter educação para a sustentabilidade, pois um dos
maiores desafios postos para a humanidade está relacionado à necessidade de garantir o
desenvolvimento econômico sem comprometer a qualidade de vida das gerações presentes
e futuras.

Nesse cenário, não é difícil constatar que no momento em que falamos sobre Respon-
sabilidade Socioambiental não podemos excluir a educação. Meio Ambiente, Sociedade e
Aprendizagem estão intrinsecamente relacionadas. Por este motivo, as empresas encon-
tram-se, atualmente, bastante empenhadas em desenvolver programas educativos não só
para os seus colaboradores, mas para a comunidade em geral.

Responsabilidade Socioambiental
Responsabilidade Socioambiental:
uma questão de ação
Em uma grande empresa um projeto Inclusão Digital propicia aos colaboradores que têm
pouco, ou nenhum contato com o computador a possibilidade de conhecer estes recursos.
As aulas são ministradas por colaboradores internos e voluntários. Terminado o curso, a
empresa disponibiliza, na sala de leitura, dois microcomputadores para que os novos inter-
67
nautas possam fazer pesquisas, pagar contas ou, simplesmente, navegar e adquirir novos
conhecimentos.

Já em uma grande mineradora o diálogo com a comunidade é uma das práticas de Res-
ponsabilidade Social que mais chamam atenção. Periodicamente, a empresa realiza encon-
tros com os moradores dos municípios onde está presente.

Nas reuniões chamadas de "Fórum Comunitário" são discutidas as aplicações de inves-


timentos em projetos sociais. No ano passado, a empresa investiu 5,2 milhões de reais em
projetos sociais e 13,2 milhões de reais em projetos de proteção ambiental. No mesmo pe-
ríodo, a empresa conseguiu reciclar e reutilizar 83% da água consumida em seu processo
produtivo. Fonte: <http://www.montana.com.br/Nossa-Empresa/Responsabilidade-Social-e-
-Ambiental#sthash.gKsicKVR.dpuf>. Acesso em: 20 jun. 2014.

Pelo que estudamos até o momento, é certo que você já consegue evidenciar que para al-
cançar a Responsabilidade Socioambiental empresarial, os valores éticos no relacionamento
social e ambiental são imprescindíveis. É necessário, portanto, o respeito ao ambiente e a
adoção de uma postura positiva em relação aos colaboradores e consumidores.
Você conhece?
Aqui, podemos resgatar a International Organization for Standardization
(ISO 26000), quando diz que a responsabilidade social, estando integrada
em toda a organização, deve ser praticada em suas relações e levar em
conta os interesses das partes.

Veja ainda que o investimento nas ações internas é primordial, pois a formação da cultura
ambiental dos colaboradores vai refletir na imagem externa da organização. Trabalhadores
Responsabilidade Socioambiental

capacitados, motivados, que trabalham com segurança e tranquilidade, vão, certamente,


difundir a cultura da empresa.

Essas empresas são as que implementam, verdadeiramente, ações de Responsabilidade


Socioambiental, sem deixar de buscar a prosperidade econômica.

Muitas ações de Responsabilidade Socioambientais por parte das empresas já ajudaram


o Brasil a avançar consideravelmente em relação a vários setores.

68

Internet
No link: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/as-20-empresas-
-modelo-em responsabilidade-socioambiental#8>, do site da Exame.com
você vai encontrar um artigo bem interessante: 20 empresas-modelo em
Responsabilidade Socioambiental. Através dessa leitura você ficará ainda
mais por dentro da atuação das empresas em projetos socioambientais.

Aqui, torna-se importante registrar que saber identificar ações empresariais de Responsa-
bilidade Socioambiental levará você a compreender e internalizar a importância dessa nova
economia, fundamentada no respeito às pessoas, à natureza, que busca a sustentabilidade
e mais igualdade na distribuição de renda; enfim, uma economia que visa à sustentabilidade
do planeta para a atual e as próximas gerações.
Mídias
No YouTube, o vídeo Responsabilidade Social é Para Todos, de Jamil Mi-
chael, traz um pouco da realidade mundial, e serve para que possamos re-
fletir nossas ações no lugar que habitamos, observando que ações de hoje
refletirão nas consequências de amanhã. Assista o vídeo no link: <www.
youtube.com/watch?v=wYm7mMBSW4E>.
A História das Coisas é um documentário que explica o funcionamento do
Capitalismo e como as Corporações manipulam Governos e pessoas para
consumirem cada vez mais. Revela a ideologia por trás do consumismo e a

Responsabilidade Socioambiental
causa das grandes diferenças sociais. Mostra também o porquê da nossa
sociedade produzir tanto lixo e destruir o meio ambiente.
No endereço a seguir, você assiste o documentário, na íntegra. <https://
www.youtube.com/watch?v=Q3YqeDSfdfk#t=22>

Resumo
69
Chegamos ao final da nossa competência em que você pôde Identificar ações empresa-
riais de Responsabilidade Socioambiental, observando como elaboram e executam suas
estratégias de atuação, que começam a ganhar cada vez mais espaço, mesmo conside-
rando que temos ainda muitos desafios a enfrentar para avançar. Constatou que ao falar-
mos sobre Responsabilidade Socioambiental não podemos excluir a educação e, que para
alcançá-la, os valores éticos são imprescindíveis, e que as empresas podem implementar
ações de Responsabilidade Socioambiental, sem deixar de buscar a prosperidade econô-
mica, garantindo o desenvolvimento econômico sem comprometer o bem-estar de todos.
Autoavaliação
1. As práticas de responsabilidade social surgem como uma nova forma de pensar o social,
em que as empresas se tornam divulgadoras:

a) De uma nova cultura e unem a sociedade e as organizações em torno do bem-estar social;

b) De uma cultura que investe na produtividade visando ao lucro;

c) Da publicidade negativa contra os Governos;

d) Da perda de clientes e processos judiciais quando se torna lucrativa.

2. Para minimizar os impactos negativos e potencializar os ganhos para ações efetivas de


Responsabilidade Socioambiental

Responsabilidade Socioambiental é necessária:

a) A contribuição apenas das ONG;

b) A participação apenas dos colaboradores, uma vez que oportuniza um vínculo;

c) Parceria em prol da construção de uma sociedade sustentável e justa;

d) A participação de todos uma vez que oportuniza um vínculo de parceria em prol da cons-
trução de uma sociedade sustentável e justa.

70
3. A construção de negócios sustentáveis demanda colaboradores educados e capacitados
para atuar com efetiva Responsabilidade Socioambiental, que assumam comportamen-
tos tais como:

a) Saber garantir o desenvolvimento econômico sem pensar na qualidade de vida das gera-
ções presentes e futuras;

b) Avaliar sempre suas ações, pensando na lucratividade que elas trarão para as organiza-
ções do presente e futuro;

c) Avaliar sempre suas ações, pensando no impacto que elas causarão para as gerações do
presente e futuro;

d) Saber garantir a produtividade e a lucratividade. O que importa é o desempenho em rela-


ção a esses fatores.

4. A formação da cultura ambiental dos colaboradores vai refletir na imagem externa da or-
ganização, por quê:
a) Os maiores desafios postos para os colaboradores estão relacionado à necessidade de
garantir a lucratividade e o marketing da empresa;

b) Trabalhadores capacitados, motivados, que trabalham com segurança e tranquilidade vão


difundir a cultura da empresa;

c) Trabalhadores não interferem na cultura da empresa;

d) Dar lucro, estabilidade e visibilidade às empresas.

5. Leia com atenção:

Para alcançar a Responsabilidade Socioambiental é necessário o respeito ao ambiente e a


adoção de uma postura positiva em relação aos colaboradores e consumidores. De acor-

Responsabilidade Socioambiental
do com a premissa, podemos afirmar que:

I - O investimento nas ações internas é primordial, pois a formação da cultura ambiental dos
colaboradores vai refletir na imagem externa da organização;

II - Trabalhadores capacitados, motivados, que trabalham com segurança e tranquilidade,


vão, certamente, difundir a cultura da empresa;

III - As empresas que implementam, verdadeiramente, ações de Responsabilidade Socioam-


biental, deixam de buscar a prosperidade econômica;
71
IV - Até hoje as ações de Responsabilidade Socioambientais por parte das empresas não
ajudaram o Brasil a avançar em relação aos vários setores.

Assinale o item que contempla apenas as afirmativas corretas.

a) I, II e III;

b) I, II e IV;

c) I e II;

d) III e IV.
Referências
A HISTÓRIA das Coisas. Direção de Annie Leonard. EUA, 2005. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=wYm7mMBSW4E>. Acesso em: jul. 2014.

ALIGLERI, Lilian; ALIGRERI, Luiz Antônio; KRUGLIANSKAS, Isak. Gestão Socioambiental:


Responsabilidade e Sustentabilidade do Negócio. São Paulo: Atlas, 2009.

ALMEIDA, Josimar Ribeiro de. Gestão ambiental para o desenvolvimento Sustentável.


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Responsabilidade Socioambiental

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Conheça o autor

Responsabilidade Socioambiental
Vilma Rejane Maciel de Sousa
Sou Graduada em Ciências Biológicas e Especialista em Educação Ambiental pela
Universidade Potiguar e Mestre em Administração com Ênfase em Políticas Públicas de
Meio Ambiente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atuo como coordena-
dora de vários Programas e Projetos Ambientais de grande relevância para o Estado do
Rio Grande do Norte, dentre os quais destaco: Programa de Recuperação do Estuário do
75
Potengi, Projeto Barco-Escola Chama-Maré, Programa Estadual de Unidades de Conser-
vação, Projeto para criação do Monumento Natural Cavernas de Martins, Programa de
Controle das Cotas de Visitação Turística e Monitoramento das Práticas de Manejo na
APA Recifes de Corais.

Sou Professora Pesquisadora da Universidade Potiguar onde já lecionei diversas dis-


ciplinas para os Cursos de Ciências Biológicas e Gestão Ambiental. Atuo ainda como
consultora técnica nas áreas de Planejamento Ambiental, Gestão Ambiental, Geotecno-
logias, Políticas Públicas de Meio Ambiente e Educação Ambiental. Meu percurso acadê-
mico e minha experiência profissional me fizeram eleger o meio ambiente como objeto
de estudo.
Regina Lúcia Maciel de Sousa
Responsabilidade Socioambiental

Sou Graduada em Pedagogia, Especialista em Gestão e Organização Escolar e Mestre


em Administração, com ênfase em Gestão de Pessoas, pela Universidade Potiguar-UnP,
de onde sou Professora e leciono diversas disciplinas ─ nas modalidades Presencial,
Online e Graduação Executiva ─ nas Escolas de Educação, Gestão de Negócios, Admi-
nistração e Saúde. Sou Professora Concursada na Secretaria Municipal de Educação de
Natal, e desenvolvo projetos em diversas áreas da Educação, em contextos escolares
e não escolares. Sou autora de Livro Didático sobre Currículo Escolar e minha atuação
acadêmica está bastante focada no Ensino a Distância e Híbrido, campos para os quais,
76 especialmente, dedico meus estudos.

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