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ESA (Exército Brasileiro - Escola de Sargentos das Armas)

Cursos de Formação e Graduação de


Sargentos Comum as Áreas:
Geral/Aviação, Música e Saúde

Matemática
1) Teoria dos Conjuntos e Conjuntos Numéricos: Representação de conjuntos, subconjuntos, operações:
união, interseção, diferença e complementar. Conjunto universo e conjunto vazio................................................. 1
Conjunto dos números naturais e inteiros: operações fundamentais, números primos, fatoração, número
de divisores, máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum ................................................................................ 4
Conjunto dos números racionais: operações fundamentais. conjunto dos números reais: operações
fundamentais, módulo, representação decimal, operações com intervalos reais. .................................................. 13
Razões e proporções ........................................................................................................................................................ 17
Grandezas diretamente e indiretamente proporcionais e porcentagem; e números complexos: operações,
módulo, conjugado de um número complexo, representações algébrica e trigonométrica. Representação no
plano de Argand - Gauss, Potencialização e radiciação. Extração de raízes. Fórmulas de Moivre. Resolução de
equações binomiais e trinomiais. ....................................................................................................................................... 19
2) Funções: Definição, domínio, imagem, contradomínio, funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras,
funções pares e ímpares, funções periódicas; funções compostas; relações; raiz de uma função;função
constante, função crescente, função decrescente;função definida por mais de uma sentença;função inversa e
seu gráfico; 3) Função Linear, Função Afim e Função Quadrática: Gráficos, domínio, imagem e
características;variações de sinal; máximos e mínimos; e inequação produto e inequação quociente. ........... 25
4) Função Modular: Definição, gráfico, domínio e imagem da função modular;equações modulares; e
inequações modulares. ......................................................................................................................................................... 36
5) Função Exponencial: Gráficos, domínio, imagem e características da função exponencial, logaritmos
decimais, e equações e inequações exponenciais. .......................................................................................................... 38
6) Função Logarítmica: Definição de logaritmo e propriedades operatórias;gráficos, domínio, imagem e
características da função logarítmica; e equações e inequações logarítmicas. ....................................................... 41
7) Trigonometria: Arcos notáveis; trigonometria no triângulo (retângulo e qualquer); lei dos senos e lei dos
cossenos; unidades de medidas de arcos e ângulos: o grau e o radiano; círculo trigonométrico, razões
trigonométricas e redução ao 1º quadrante; funções trigonométricas, transformações, identidades
trigonométricas fundamentais, equações e inequações trigonométricas no conjunto dos números reais;
fórmulas de adição de arcos, arcos duplos, arco metade e transformação em produto; e sistemas de equações
e inequações trigonométricas e resolução de triângulos. ............................................................................................ 46
8) Contagem e Análise Combinatória: Fatorial: definição e operações; princípios multiplicativo e aditivo da
contagem; arranjos, combinações e permutações; e binômio de Newton: desenvolvimento, coeficientes
binomiais e termo geral......................................................................................................................................................... 61
9) Probabilidade: Experimento aleatório, experimento amostral, espaço amostral e evento; probabilidade
em espaços amostrais equiprováveis; probabilidade da união de dois eventos; probabilidade condicional;
propriedades das probabilidades; e probabilidade de dois eventos sucessivos e experimentos binomiais. ...66
10) Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares: Operações com matrizes (adição, multiplicação por
escalar, transposição e produto); matriz inversa; determinante de uma matriz: definição e propriedades; e
sistemas de equações lineares. ........................................................................................................................................... 70

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11) Sequências Numéricas e Progressões: Sequências numéricas; progressões aritméticas: termo geral,
soma dos termos e propriedades; progressões geométricas (finitas e infinitas): termo geral, soma dos termos
e propriedades. ....................................................................................................................................................................... 82
12) Geometria Espacial de Posição: Posições relativas entre duas retas; posições relativas entre dois planos;
posições relativas entre reta e plano; perpendicularidade entre duas retas, entre dois planos e entre reta e
plano; e projeção ortogonal. ................................................................................................................................................ 85
13) Geometria Espacial Métrica: Prismas: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos;
pirâmide: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; cilindro: conceito, elementos,
classificação, áreas e volumes e troncos; cone: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos;
esfera: elementos, seção da esfera, área, volumes e partes da esfera; inscrição e circunscrição de sólidos. ... 87
14) Geometria Analítica Plana: Ponto: o plano cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio de um
segmento e condição de alinhamento de três pontos; reta: equações geral e reduzida, interseção de retas,
paralelismo e perpendicularidade, ângulo entre duas retas, distância entre ponto e reta e distância entre duas
retas, bissetrizes do ângulo entre duas retas, Área de um triângulo e inequações do primeiro grau com duas
variáveis .................................................................................................................................................................................... 99
Circunferência: equações geral e reduzida, posições relativas entre ponto e circunferência, reta e
circunferência e duas circunferências; problemas de tangência; e equações e inequações do segundo grau com
duas variáveis; ..................................................................................................................................................................... 103
Elipse: definição, equação, posições relativas entre ponto e elipse, posições relativas entre reta e elipse;
hipérbole: definição, equação da hipérbole, posições relativas entre ponto e hipérbole, posições relativas entre
reta e hipérbole e equações das assíntotas da hipérbole; parábola: definição, equação, posições relativas entre
ponto e parábola, posições relativas entre reta e parábola; reconhecimento de cônicas a partir de sua equação
geral. ....................................................................................................................................................................................... 108
15) Geometria Plana: Ângulo: definição, elementos e propriedades; Ângulos na circunferência; Paralelismo
e perpendicularidade; Semelhança de triângulos; Pontos notáveis do triângulo; Relações métricas nos
triângulos (retângulos e quaisquer); Triângulos retângulos, Teorema de Pitágoras; Congruência de figuras
planas; Feixe de retas paralelas e transversais, Teorema de Tales; Teorema das bissetrizes internas e externas
de um triângulo; Quadriláteros notáveis; Polígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus
elementos; Perímetro e área de polígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos;
Fórmula de Heron; Razão entre áreas; Inscrição e circunscrição. .......................................................................... 113
16) Polinômios: Função polinomial, polinômio identicamente nulo, grau de um polinômio, identidade de
um polinômio, raiz de um polinômio, operações com polinômios e valor numérico de um polinômio; divisão
de polinômios, Teorema do Resto, Teorema de D'Alembert e dispositivo de Briot-Ruffini; relação entre
coeficientes e raízes. Fatoração e multiplicidade de raízes e produtos notáveis. Máximo divisor comum de
polinômios; 17) Equações Polinomiais: Teorema fundamental da álgebra, teorema da decomposição, raízes
imaginárias, raízes racionais, relações de Girard e teorema de Bolzano. ............................................................... 132

Português
1) Leitura, interpretação e análise de textos Leitura, interpretação e análise dos significados presentes em
um texto e o respectivo relacionamento com o universo em que o texto foi produzido. ....................................... 1
2) Fonética, ortografia e pontuação Correta escrita das palavras da língua portuguesa, acentuação gráfica,
partição silábica e pontuação. ............................................................................................................................................... 3
3) Morfologia Estrutura e formação das palavras e classes de palavras. ............................................................ 19
4) Morfossintaxe Frase, oração e período, termos da oração, orações do período (desenvolvidas e
reduzidas), funções sintáticas do pronome relativo, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de
concordância (verbal e nominal) e sintaxe de colocação. ............................................................................................ 42
5) Noções de versificação Estrutura do verso, tipos de verso, rima, estrofação e poemas de forma fixa. .. 63
6) Teoria da linguagem e semântica História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo;
níveis de linguagem, funções da linguagem; figuras de linguagem e significado das palavras. .......................... 64
7) Introdução à literatura A arte literária, os gêneros literários e a evolução da arte literária, em Portugal e
no Brasil. .................................................................................................................................................................................. 83
8) Literatura brasileira Contexto histórico, características, principais autores e obras do Quinhentismo,
Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Impressionismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-
modernismo e Mordenismo. ............................................................................................................................................... 94
9) Redação Gênero textual; textualidade e estilo (funções da linguagem; coesão e coerência textual; tipos
de discurso; intertextualidade; denotação e conotação; figuras de linguagem; mecanismos de coesão; a

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ambiguidade; a não-contradição; paralelismos sintáticos e semânticos; continuidade e progressão textual);
texto e contexto; o texto narrativo: o enredo, o tempo e o espaço; a técnica da descrição; o narrador; o texto
argumentativo; o tema; a impessoalidade; a carta argumentativa; a crônica argumentativa; a argumentação e
a persuasão; o texto dissertativoargumentativo; a consistência dos argumentos; a contraargumentação; o
parágrafo; a informatividade e o senso comum; formas de desenvolvimento do texto dissertativo-
argumentativo; a introdução; e a conclusão. ................................................................................................................ 117
10) Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e
Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste, aprovado no Brasil pelo
Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008 e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de
2012........... ............................................................................................................................................................................. 140

História e Geografia do Brasil


1) História do Brasil a) A expansão Ultramarina Européia dos séculos XV e XVI ............................................... 1
b) O Sistema Colonial Português na América Estrutura político-administrativa; estrutura socioeconômica;
invasões estrangeiras; expansão territorial; interiorização e formação das fronteiras; as reformas pombalinas;
rebeliões coloniais; e movimentos e tentativas emancipacionistas. ............................................................................ 3
c) O Período Joanino e a Independência (1) A presença britânica no Brasil, a transferência da Corte, os
tratados, as principais medidas de D. João VI no Brasil, a política joanina, os partidos políticos, as revoltas,
conspirações e revoluções e a emancipação e os conflitos sociais. (2) O processo de independência do Brasil.
d) Brasil Imperial Primeiro Reinado e Período Regencial: aspectos administrativos, militares, culturais,
econômicos, sociais e territoriais; Segundo Reinado: aspectos administrativos, militares, econômicos, sociais
e territoriais; e Crise da Monarquia e Proclamação da República. ............................................................................. 13
e) Brasil República Aspectos administrativos, culturais, econômicos, sociais e territoriais, revoltas, crises e
conflitos e a participação brasileira na II Guerra Mundial. .......................................................................................... 21
2) Geografia do Brasil a) O território nacional: a construção do Estado e da Nação, a obra de fronteiras,
fusos-horários e a federação brasileira. ........................................................................................................................... 36
b) O espaço brasileiro: relevo, climas, vegetação, hidrografia e solos. ................................................................ 39
c) Políticas territoriais: meio ambiente. ..................................................................................................................... 42
d) Modelo econômico brasileiro: o processo de industrialização, o espaço industrial, a energia e o meio
ambiente, os complexos agro-industriais e os eixos de circulação e os custos de deslocamento. ...................... 43
e) A população brasileira: a sociedade nacional, a nova dinâmica demográfica, os trabalhadores e o mercado
de trabalho, a questão agrária, pobreza e exclusão social e o espaço das cidades. ................................................ 49
f) Políticas territoriais e regionais: a Amazônia, o Nordeste, o Mercosul e a América do Sul. ........................ 57

Inglês
1) Competências e Habilidades a) Compreender a utilização de mecanismos de coesão e coerência na
produção escrita; b) Compreender de que forma determinada expressão pode ser interpretada em razão de
aspectos sociais e/ou culturais; c) Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos
e contextos mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de produção .. 1
2) Conteúdos linguístico-textuais: a) Denotação e conotação ................................................................................ 11
b) Sinonímia e antonímia ................................................................................................................................................ 13
c) Correlação morfológica, sintática e/ou semântica ............................................................................................... 13
d) Pronomes e suas referências ..................................................................................................................................... 16
e) Artigos (definidos e indefinidos) ............................................................................................................................. 17
f) Singular e Plural ............................................................................................................................................................ 20
g) Verbos no tempo presente, para expressar hábitos e rotinas, em suas formas afirmativa, interrogativa
ou negativa; h) Verbos no Presente Contínuo, para expressar atividades momentâneas e futuro, em suas
formas afirmativa, interrogativa ou negativa .................................................................................................................. 22
i) Comparativo e superlativo; j) Adjetivos e advérbios e suas posições nas frases ........................................... 24
k) Quantificadores (many, much, few, little, a lotof) ................................................................................................ 29

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MATEMÁTICA

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APOSTILAS OPÇÃO

1) Teoria dos Conjuntos e Conjunto Vazio


Conjuntos Numéricos: Conjunto vazio é aquele que não possui elementos.
Representa-se pela letra do alfabeto norueguês Ø ou,
Representação de conjuntos, simplesmente { }.
subconjuntos, operações:
união, interseção, diferença e Exemplos
- Ø= {x : x é um número inteiro e 3x = 1}
complementar. Conjunto - Ø= {x | x é um número natural e 3 – x = 4}
universo e conjunto vazio - Ø= {x | x ≠ x}

Subconjunto
Como representar um conjunto Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é
Pela designação de seus elementos: Escrevemos os também elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B
elementos entre chaves, separando os por vírgula. ou A é a parte de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos
por A ⊂ B.
Exemplos
{3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos 3, 6, Portanto, A ⊄B significa que A não é um subconjunto de B
7 e 8. ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B.
{a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a, Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo menos,
b, m. um elemento de A que não é elemento de B.
Pela propriedade de seus elementos: Conhecida uma
propriedade P que caracteriza os elementos de um conjunto A, Exemplos
este fica bem determinado. - {2, 4} ⊂{2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4}
P termo “propriedade P que caracteriza os elementos de - {2, 3, 4}  {2, 4}, pois 3 ∉{2, 4}
um conjunto A” significa que, dado um elemento x qualquer - {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∈{5, 6} e 6 ∈{5, 6}
temos:
Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem a Inclusão e pertinência
propriedade P é indicado por: A definição de subconjunto estabelece um relacionamento
{x, tal que x tem a propriedade P} entre dois conjuntos e recebe o nome de relação de inclusão
Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou | ou (⊂).
ainda :, podemos indicar o mesmo conjunto por: A relação de pertinência (∈) estabelece um relacionamento
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda, entre um elemento e um conjunto e, portanto, é diferente da
{x : x tem a propriedade P} relação de inclusão.

Exemplos Exemplo
- { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u} {1, 3} ⊂{1, 3, 4}
- {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo que 2 ∈ {2, 3, 4}
{0, 1, 2, 3}
- {x : x em um número inteiro e x² = x } é o mesmo que {0, Igualdade
1} Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e
indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B
Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-Euler é também subconjunto de A.
consiste em representar o conjunto através de um “círculo” de Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale,
tal forma que seus elementos e somente eles estejam no segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B ⊂ A.
“círculo”. Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e
somente se, possuem os mesmos elementos.
Exemplos Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A
- Se A = {a, e, i, o, u} então ≠ B se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é
subconjunto de A.

Exemplos
- {2, 4} = {4, 2}, pois {2, 4} ⊂ {4, 2} e {4, 2}⊂ {2, 4}. Isto nos
mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve
ser levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto
fica determinado pelos elementos que o mesmo possui e não
pela ordem em que esses elementos são descritos.
- {2, 2, 2, 4} = {2, 4}, pois {2, 2, 2, 4} ⊂ {2, 4} e {2, 4} ⊂ {2, 2,
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então 2, 4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é
desnecessária.
- {a, a} = {a}
- {a, b} = {a} ↔ a= b

Matemática 1
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APOSTILAS OPÇÃO

- {1, 2} = {x, y} ↔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1)
Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos e,
Número de Elementos da União e da Intersecção de portanto, P(A) possui 2n elementos.
Conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura abaixo, União de conjuntos
podemos estabelecer uma relação entre os respectivos A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto
números de elementos. formado por todos os elementos que pertencem a A ou a B.
Representa-se por A∪B.
Simbolicamente: A∪B = {X | X∈A ou X∈B}

𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵)

Note que ao subtrairmos os elementos comuns (𝑛(𝐴 ∩ 𝐵))


evitamos que eles sejam contados duas vezes.
Exemplos
Observações: - {2, 3}∪{4, 5, 6}={2, 3, 4, 5, 6}
a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo um - {2, 3, 4}∪{3, 4, 5}={2, 3, 4, 5}
deles estiver contido no outro, ainda assim a relação dada será - {2, 3}∪{1, 2, 3, 4}={1, 2, 3, 4}
verdadeira. - {a, b}∪{a, b}
b) Podemos ampliar a relação do número de elementos
para três ou mais conjuntos com a mesma eficiência. Intersecção de conjuntos
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por
Observe o diagrama e comprove. todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a
B. Representa-se por A∩B. Simbolicamente: A∩B = {X | X∈A e
X∈B}

Exemplos
- {2, 3, 4}∩{3, 5}={3}
- {1, 2, 3}∩{2, 3, 4}={2, 3}
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) + 𝑛(𝐶) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) − - {2, 3}∩{1, 2, 3, 5}={2, 3}
−𝑛(𝐴 ∩ 𝐶) − 𝑛(𝐵 ∩ 𝐶) + 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵 ∩ 𝐶) - {2, 4}∩{3, 5, 7}=Ø
Observação: Se A∩B=Ø, dizemos que A e B são conjuntos
Conjunto das partes disjuntos.
Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto
formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo
conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes)
de A e é indicado por P(A).

Exemplos
a) = {2, 4, 6}
P(A) = {Ø, {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
Subtração
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado
b) = {3,5}
por todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a
P(B) = {Ø, {3}, {5}, B}
B. Representa-se por A – B. Simbolicamente: A – B = {X | X ∈A
e X∉B}
c) = {8}
P(C) = {Ø, C}

d) = Ø
P(D) = {Ø}

Propriedades
Seja A um conjunto qualquer e Ø o conjunto vazio. Valem
as seguintes propriedades:
O conjunto A – B é também chamado de conjunto
Ø≠(Ø) Ø∉Ø Ø⊂Ø Ø∈{Ø} complementar de B em relação a A, representado por CAB.
Ø⊂A ↔ Ø ∈ P(A) A ⊂ A ↔ A ∈ P(A) Simbolicamente: CAB = A – B = {X | X∈A e X∉B}

Matemática 2
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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos
A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1, 3} e CBA = B – A =Ø
A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}

A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0, 2, 4} e CBA = B – A = {1, 3, 5}

Observações: Alguns autores preferem utilizar o conceito


A análise adequada do diagrama permite concluir
de completar de B em relação a A somente nos casos em que B
corretamente que o número de medalhas conquistadas por
⊂ A.
esse país nessa edição dos jogos universitários foi de:
- Se B ⊂ A representa-se por ̅B o conjunto complementar
(A) 15.
de B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A ↔ ̅B= A – B = CAB´
(B) 29.
(C) 52.
(D) 46.
(E) 40.

04. (Pref. de Camaçari/BA – Téc. Vigilância em Saúde


NM – AOCP) Qual é o número de elementos que formam o
conjunto dos múltiplos estritamente positivos do número 3,
menores que 31?
(A) 9
(B) 10
(C) 11
Exemplos (D) 12
Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então: (E) 13
a) A = {2, 3, 4} → A ̅ = {0, 1, 5, 6}
b) B = {3, 4, 5, 6 } → B̅ = {0, 1, 2} 05. (Pref. de Camaçari/BA – Téc. Vigilância em Saúde
c) C = Ø→ C̅ = S NM – AOCP) Considere dois conjuntos A e B, sabendo que 𝐴 ∩
𝐵 = {3}, 𝐴 ∪ 𝐵 = {0; 1; 2; 3; 5} 𝑒 𝐴 − 𝐵 = {1; 2}, assinale a
Número de elementos de um conjunto alternativa que apresenta o conjunto B.
Sendo X um conjunto com um número finito de elementos, (A) {1;2;3}
representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, (B) {0;3}
ainda, A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de (C) {0;1;2;3;5}
elementos temos: (D) {3;5}
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) (E) {0;3;5}
A ∩ B = Ø → n(A ∪ B) = n(A) + n(B)
n(A - B) = n(A) - n(A ∩ B) 06. (Metrô/SP – Engenheiro Segurança Do Trabalho –
B ⊂ A → n(A - B) = n(A) - n(B) FCC) Uma pesquisa, com 200 pessoas, investigou como eram
utilizadas as três linhas: A, B e C do Metrô de uma cidade.
Questões Verificou-se que 92 pessoas utilizam a linha A; 94 pessoas
utilizam a linha B e 110 pessoas utilizam a linha C. Utilizam as
01. (MGS- Nível Fundamental Incompleto-IBFC) A união linhas A e B um total de 38 pessoas, as linhas A e C um total de
entre os conjuntos A ={ 0,1,2,3,4,5} e B = {1,2,3,5,6,7,8} é: 42 pessoas e as linhas B e C um total de 60 pessoas; 26 pessoas
(A){0,1,2,3,5,6,7,8} que não se utilizam dessas linhas. Desta maneira, conclui-se
(B){0,1,2,3,4,5,6,7,8} corretamente que o número de entrevistados que utilizam as
(C){1,2,3,4,5,6,7,8} linhas A e B e C é igual a:
(D){0,1,2,3,4,5,6,8} (A) 50.
(B) 26.
02. (Pref. de Maria Helena/PR - Professor - Ensino (C) 56.
Fundamental - FAFIPA) Considere os conjuntos A= (D) 10.
{3,6,11,13,21} e B= {2,3,4,6,9,11,13,19,21,23,26}. Sobre os (E) 18.
conjuntos A e B podemos afirmar que:
(A)A ⊂ B Comentários
(B)9 ∉ B
(C)17 ∈ A 01. Resposta: B.
(D)A ⊃ B A ={0,1,2,3,4,5} e B = {1,2,3,5,6,7,8}
A união entre conjunto é juntar A e B:
03. (Metrô/SP – Oficial Logística –Almoxarifado I – {0,1,2,3,4,5,6,7,8}
FCC) O diagrama indica a distribuição de atletas da delegação
de um país nos jogos universitários por medalha conquistada. 02. Resposta: A.
Sabe-se que esse país conquistou medalhas apenas em A "está contido em" B ou seja todos os números do
modalidades individuais. Sabe-se ainda que cada atleta da conjunto A estão no conjunto B.
delegação desse país que ganhou uma ou mais medalhas não ⊂ = A está contido em
ganhou mais de uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, ∉ = não pertence
bronze). De acordo com o diagrama, por exemplo, 2 atletas da ∈ = Pertence
delegação desse país ganharam, cada um, apenas uma medalha
de ouro. 03. Resposta: D.

Matemática 3
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APOSTILAS OPÇÃO

Pelo diagrama verifica-se o número de atletas que 3 - Números Naturais ímpares


ganharam medalhas. Ni = {1,3,5,7,...,2n+1,...} com n ∈ N
No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2 (por
ser 2 medalhas )e na intersecção das três medalhas 4 - Números primos
(multiplica-se por 3). P = {2,3,5,7,11,13...}
Intersecções:
6 ∙ 2 = 12 A construção dos Números Naturais
1∙2 =2 - Todo número natural dado tem um sucessor (número que
4∙2 =8 vem depois do número dado), considerando também o zero.
3∙3 =9 - Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
Somando as outras: antecessor (número que vem antes do número dado).
2+5+8+12+2+8+9=46 Exemplo:

04. Resposta: B.
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}
10 elementos

05. Resposta: E.
Como a intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é - Se um número natural é sucessor de outro, então os dois
elemento de B. números juntos são chamados números consecutivos.
A-B são os elementos que tem em A e não em B. Exemplos:
Então de AB, tiramos que B={0;3;5}. a) 1 e 2 são números consecutivos.
b) 7 e 8 são números consecutivos.
06. Resposta: E.
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
números naturais pares. P = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
números naturais ímpares. I = {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}

Operações com Números Naturais


As duas principais operações possíveis no conjunto dos
números naturais são: a adição e a multiplicação.

- Adição de Números Naturais: tem por finalidade reunir


em um só número, todas as unidades de dois ou mais números.
Exemplo:
92-38+x-x-42+x+94-38+x-x-60+x+110-42+x-x-60+x+38- 5 + 4 = 9, onde 5 e 4 são as parcelas e 9 soma ou total
x+x+42-x+60-x+26=200
X=200-182 - Subtração de Números Naturais: é usada quando
X=18 precisamos tirar uma quantia de outra, é a operação inversa
da adição. A operação de subtração só é válida nos naturais
quando subtraímos o maior número do menor, ou seja quando
Conjunto dos números a - b tal que a ≥ 𝑏. Exemplo:
naturais e inteiros: operações 254 – 193 = 61, onde 254 é o minuendo, o 193
fundamentais, números subtraendo e 61 a diferença.
primos, fatoração, número de Obs.: o minuendo também é conhecido como aditivo e o
divisores, máximo divisor subtraendo como subtrativo.
comum e mínimo múltiplo
- Multiplicação de Números Naturais: tem por
comum finalidade adicionar o primeiro número denominado
multiplicando ou parcela, tantas vezes quantas são as
unidades do segundo número denominadas multiplicador.
CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS - N
Exemplo:
2 x 5 = 10, onde 2 e 5 são os fatores e o 10 produto.
O surgimento do Conjunto dos Números Naturais, deveu-
se à necessidade de se contarem objetos. Embora o zero não
Fique Atento!!!
seja um número natural no sentido que tenha sido proveniente
2 vezes 5 é somar o número 2 cinco vezes:
de objetos de contagens naturais, iremos considerá-lo como
2 x 5 = 2 + 2 + 2 + 2 + 2 = 10.
um número natural uma vez que ele tem as mesmas
Podemos no lugar do “x” (vezes) utilizar o ponto (.), para
propriedades algébricas que estes números.
indicar a multiplicação.

- Divisão de Números Naturais: dados dois números


Subconjuntos notáveis em N: naturais, às vezes necessitamos saber quantas vezes o segundo
1 – Números Naturais não nulos está contido no primeiro. O primeiro número que é o maior é
N* ={1,2,3,4,...,n,...}; N* = N-{0} denominado dividendo (D) e o outro número que é menor é o
divisor (d). O resultado da divisão é chamado quociente (Q). Se
2 – Números Naturais pares multiplicarmos o divisor pelo quociente obteremos o
Np = {0,2,4,6,...,2n,...}; com n ∈ N dividendo. Muitas divisões não são exatas, logo temos um resto
(R) maior que zero.
Matemática 4
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APOSTILAS OPÇÃO

(C)782
(D)988

Comentários
Fique Atento!!!
- Em uma divisão exata de números naturais, o divisor 01. Resposta: D.
deve ser menor do que o dividendo. Sabemos que o minuendo é maior que o subtraendo, pois
35 : 7 = 5 temos como resultado um número natural positivo.
- Em uma divisão exata de números naturais, o Fazendo cada número temos:
dividendo é o produto do divisor pelo quociente. 8–2=H⇾H=6
35 = 5 x 7 A -4=3⇾A=3+4⇾A=7
3–1=2
- A divisão de um número natural n por zero não é B – A = 8, como já sabemos que A = 7; B – 7 = 8 ⇾ B = 8 – 7
possível pois, se admitíssemos que o quociente fosse q, = 15, sabemos que só podemos ter número de 0 a 9, logo 15 –
então poderíamos escrever: n ÷ 0 = q e isto significaria que: 10 = 5, então B = 5. Aqui neste caso o número 5 não tem como
n = 0 x q = 0 o que não é correto! Assim, a divisão de n por subtrair de 7, e pede 1 “emprestado” ao do lado.
0 não tem sentido ou ainda é dita impossível. Sabemos que o I deve ser acrescido de 1, já que
“emprestou” um para o lado. I – 4 = 4 ⇾ logo I = 4 + 4 = 8 ,
Propriedades da Adição e da Multiplicação dos acrescido de 1 = 9
números Naturais B A H I A
Para todo a, b e c ∈ 𝑁 5 7 6 9 7
1) Associativa da adição: (a + b) + c = a + (b + c)
2) Comutativa da adição: a + b = b + a 02. Resposta: A.
3) Elemento neutro da adição: a + 0 = a Como o resto é o maior possível e sabemos que R < d, temos
4) Associativa da multiplicação: (a.b).c = a. (b.c) que: 10 < d. Logo podemos sugerir que d seja igual a 11.
5) Comutativa da multiplicação: a.b = b.a D = 11 . 11 + R ⇾ D = 121 + 10 = 131
6) Elemento neutro da multiplicação: a.1 = a Também podemos montar a equação através do
7) Distributiva da multiplicação relativamente à adição: enunciado:
a.(b +c ) = ab + ac D = d. Q +R
8) Distributiva da multiplicação relativamente à d=Q
subtração: a .(b –c) = ab –ac R = 10
9) Fechamento: tanto a adição como a multiplicação de um D = d. d + 10 ⇾ D = d² + 10 ⇾ D – 10 = x². Observando as
número natural por outro número natural, continua como respostas, temos que o resultado que torna a equação possível
resultado um número natural. é 131. 131 – 10 = x² ⇾ 121 = x² ⇾ x = 11

Referências 03. Resposta: A.


IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 01 – Conjuntos e Sabemos que:
Funções - Todo número par é terminado em um dos seguintes (0,
2, 4,6,8).
Questões - Todo número ímpar é terminado em um dos
seguintes (1, 3, 5, ,9).
01. (UFSBA – Técnico em Tecnologia da Informação – Portanto: O número que NÃO é PAR acima é 123
UFMT/2017) O esquema abaixo representa a subtração de
dois números inteiros, na qual alguns algarismos foram CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS – Z
substituídos pelas letras A, B, H e I.
Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião
do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, o
conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Este
conjunto é denotado pela letra Z (Zahlen = número em
Obtido o resultado correto, a sequência BAHIA representa alemão).
o número:
(A) 69579
(B) 96756
(C) 75695
(D) 57697

02. (Câmara de Sumaré/SP – Escriturário –


VUNESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são
N ᑕ Z – O conjunto dos números Naturais está contido no
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, então
Conjunto do Números Inteiros.
o dividendo é
(A) 131.
Subconjuntos notáveis:
(B) 121.
- O conjunto dos números inteiros não nulos:
(C) 120.
Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, ...};
(D) 110.
Z* = Z – {0}
(E) 101.
- O conjunto dos números inteiros não negativos:
03. (Prefeitura de Canavieira/PI- Auxiliar de serviços
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, ...}
gerais -IMA) São números pares, EXCETO:
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N
(A)123
(B)106
- O conjunto dos números inteiros positivos:

Matemática 5
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APOSTILAS OPÇÃO

Z*+ = {1, 2, 3, 4, ...} Se compararmos as duas igualdades, verificamos que (+6)


– (+3) é o mesmo que (+6) + (–3).
- O conjunto dos números inteiros não positivos: Temos:
Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0} (+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
- O conjunto dos números inteiros negativos: (–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
Z*_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1}
ATENÇÃO: Subtrair dois números inteiros é o mesmo que
Módulo adicionar o primeiro com o oposto do segundo.
O módulo de um número inteiro é a distância ou
afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Fique Atento!!!
Representa-se o módulo por | |. Todos parênteses, colchetes, chaves, números, entre
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0 outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal
O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 invertido, ou seja, é dado o seu oposto.
O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é Multiplicação de Números Inteiros: a multiplicação
sempre positivo. funciona como uma forma simplificada de uma adição quando
os números são repetidos. Poderíamos analisar tal situação
Números opostos ou simétricos como o fato de estarmos ganhando repetidamente alguma
Dois números inteiros são ditos opostos um do outro quantidade, como por exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes
quando apresentam soma zero; assim, os pontos que os consecutivas, significa ganhar 30 objetos e esta repetição pode
representam distam igualmente da origem. ser indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Exemplo: O oposto do número 4 é -4, e o oposto de -4 é 4, Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 + 2
pois 4 + (-4) = (-4) + 4 = 0 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
Particularmente o oposto de zero é o próprio zero. Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos: (–2)
+ (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60

Divisão de Números Inteiros: divisão exata de números


inteiros.
Veja o cálculo:
(– 20): (+ 5) = q  (+ 5) . q = (– 20)  q = (– 4)
Logo: (– 20): (+ 5) = - 4
Operações com Números Inteiros
Considerando os exemplos dados, concluímos que, para
Adição de Números Inteiros: para melhor entendimento efetuar a divisão exata de um número inteiro por outro
desta operação, associaremos aos números inteiros positivos número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do
a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de dividendo pelo módulo do divisor.
perder.
Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+ 5) + (+ 3) = (+8) Fique Atento!!!
Perder 3 + perder 4 = perder 7 (- 3) + (- 4) = (- 7) * (+7): (–2) ou (–19): (–5) são divisões que não podem
Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+ 8) + (- 5) = (+ 3) ser realizadas em Z, pois o resultado não é um número
O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, inteiro.
mas o sinal (–) antes do número negativo NUNCA pode ser * No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é
dispensado. associativa e não tem a propriedade da existência do
elemento neutro.
Subtração de Números Inteiros: a subtração é * Não existe divisão por zero.
empregada quando: * Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade; de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto uma por zero é igual a zero.
delas tem a mais que a outra; Exemplo: a) 0: (–10) = 0 b) 0: (+6) = 0 c) 0: (–1) = 0
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a
uma delas para atingir a outra. Regra de Sinais aplicado a Multiplicação e Divisão

A subtração é a operação inversa da adição.


Observe que em uma subtração o sinal do resultado é
sempre do maior número!!!
3+5=8
3 – 5 = -2
Potenciação de Números Inteiros: a potência an do
Exemplificando: número inteiro a, é definida como um produto de n fatores
1) Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião passou iguais. O número a é denominado a base e o número n é o
de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da temperatura? expoente. an = a x a x a x a x ... x a, a é multiplicado por a n vezes
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) –
(+3) = +3

2) Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante o


dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de 3 graus.
Qual a temperatura registrada na noite de terça-feira?
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) = Exemplos:
+3 33 = (3) x (3) x (3) = 27

Matemática 6
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APOSTILAS OPÇÃO

(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125 Fique Atento!!!


(-7)² = (-7) x (-7) = 49 Ao obedecer à regra dos sinais para o produto de
(+9)² = (+9) x (+9) = 81 números inteiros, concluímos que:
(1) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número
Fique Atento!!! inteiro negativo.
- Toda potência de base positiva é um número inteiro (2) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz
positivo. Exemplo: (+3)2 = (+3). (+3) = +9 de qualquer número inteiro.

- Toda potência de base negativa e expoente par é um


número inteiro positivo. Exemplo: (– 8)2 = (–8). (–8) = +64 Propriedades da Adição e da Multiplicação dos
números Inteiros
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é Para todo a, b e c ∈ 𝑍
um número inteiro negativo. Exemplo: (–5)3 = (–5). (–5) . 1) Associativa da adição: (a + b) + c = a + (b + c)
(–5) = –125 2) Comutativa da adição: a + b = b +a
3) Elemento neutro da adição: a + 0 = a
Propriedades da Potenciação 4) Elemento oposto da adição: a + (-a) = 0
1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva- 5) Associativa da multiplicação: (a.b).c = a. (b.c)
se a base e somam-se os expoentes. Ex.: (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 6) Comutativa da multiplicação: a.b = b.a
= (–7)9 7) Elemento neutro da multiplicação: a.1 = a
8) Distributiva da multiplicação relativamente à adição:
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva- a.(b +c ) = ab + ac
se a base e subtraem-se os expoentes. Ex.: (-13)8 : (-13)6 = (- 9) Distributiva da multiplicação relativamente à
13)8 – 6 = (-13)2 subtração: a .(b –c) = ab –ac
10) Elemento inverso da multiplicação: Para todo inteiro z
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e diferente de zero, existe um inverso
multiplicam-se os expoentes. Ex.: [(-8)5]2 = (-8)5 . 2 = (-8)10 z –1 = 1/z em Z, tal que, z x z–1 = z x (1/z) = 1
11) Fechamento: tanto a adição como a multiplicação de
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. Ex.: (- um número natural por outro número natural, continua como
8)1 = -8 e (+70)1 = +70 resultado um número natural.

5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: Referências


IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
É igual a 1. Ex.: (+3)0 = 1 e (–53)0 = 1 IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 01 – Conjuntos e
Funções
Radiciação de Números Inteiros: a raiz n-ésima (de
ordem n) de um número inteiro a é a operação que resulta em Questões
outro número inteiro não negativo b que elevado à potência n
fornece o número a. O número n é o índice da raiz enquanto 01. (Fundação Casa – Analista Administrativo –
que o número a é o radicando (que fica sob o sinal do radical). VUNESP) Para zelar pelos jovens internados e orientá-los a
respeito do uso adequado dos materiais em geral e dos
recursos utilizados em atividades educativas, bem como da
preservação predial, realizou-se uma dinâmica elencando
“atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no entendimento
dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um classificasse
suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo (+4)
pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Se
- A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a é a um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes
operação que resulta em outro número inteiro não negativo anotadas, o total de pontos atribuídos foi
que elevado ao quadrado coincide com o número a. (A) 50.
(B) 45.
ATENÇÃO: Não existe a raiz quadrada de um número (C) 42.
inteiro negativo no conjunto dos números inteiros. (D) 36.
(E) 32.
Fique Atento!!!
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais 02. (CGE/RO – Auditor de Controle Interno –
didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas FUNRIO/2018) O jornal “O Globo” noticiou assim, em
aparecimento de: √9 = ±3 , mas isto é errado. 10/02/2018, em sua página eletrônica, o desfile
O certo é: √9 = +3 comemorativo do centenário de fundação do tradicional bloco
carnavalesco “Cordão da Bola Preta”.
Observação: não existe um número inteiro não negativo Se o tradicional bloco desfilou pela primeira vez em 1918
que multiplicado por ele mesmo resulte em um número e, de lá para cá, desfilou todos os anos, apenas uma vez por ano,
negativo. então o centésimo desfile do Cordão da Bola Preta realizou-se
ou se realizará no ano de:
- A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a (A) 2016.
operação que resulta em outro número inteiro que elevado ao (B) 2017.
cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os nossos (C) 2018.
cálculos somente aos números não negativos. Exemplos: (D) 2019.
3
(𝐼) √8 = 2, 𝑝𝑜𝑖𝑠 23 = 8 (E) 2020.
3
(𝐼𝐼) √−8 = −2, 𝑝𝑜𝑖𝑠 (−2)3 = 8
03. (BNDES - Técnico Administrativo – CESGRANRIO)
Multiplicando-se o maior número inteiro menor do que 8 pelo

Matemática 7
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APOSTILAS OPÇÃO

menor número inteiro maior do que - 8, o resultado NÚMEROS PRIMOS


encontrado será
(A) - 72 Um número natural P é um número primo quando ele tem
(B) - 63 exatamente dois divisores distintos: o número 1 e ele mesmo
(C) - 56 (P).
(D) - 49 Sendo assim, o número 1 não é primo, pois possui apenas
(E) – 42 um número divisor que é ele mesmo. O número zero também
não é primo, pois possui vários divisores naturais. Já os
04. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – Cachoeira números 2, 3, 5, 7 e 11 são primos, pois possuem apenas dois
Dourada – MPE-GO/2017) Para o jantar comemorativo do divisores naturais.
aniversário de certa empresa, a equipe do restaurante Nota: o número 2 é o único número primo que é par. Os
preparou 18 mesas com 6 lugares cada uma e, na hora do demais são números ímpares.
jantar, 110 pessoas compareceram. É correto afirmar que: Para verificar se um número é primo ou não devemos
(A) se todos sentaram em mesas completas, uma ficou dividir esse número começando pelo menor número primo,
vazia; que é o número 2, e posteriormente com os demais números
(B) se 17 mesas foram completamente ocupadas, uma naturais primos, até que seu quociente seja menor ou igual ou
ficou com apenas 2 pessoas; número que está sendo dividido. Exemplo: o número 127 é
(C) se 17 mesas foram completamente ocupadas, uma ficou primo?
com apenas 4 pessoas; 127: 3 = o resultado é 42 e sobra resto 1; 42 > 3
(D) todas as pessoas puderam ser acomodadas em menos 127: 5 = o resultado é 25 e sobra resto 2 ; 25 > 5
de 17 mesas; 127: 7 = o resultado é 18 e sobra resto 1; 18 > 7
(E) duas pessoas não puderam sentar. 127 : 11 = o resultado é 11 e sobra resto 6; 11 = 11

05. SAP/SP – Agente de Segurança Penitenciária – MS Nesse caso, as divisões foram realizadas pelos números
CONCURSOS/2017) Dentre as alternativas, qual faz a naturais primos e na última divisão, o quociente é igual ao
afirmação verdadeira? divisor. Logo, o número 127 é primo.
(A) A subtração de dois números inteiros sempre resultará O conceito de número primo é muito importante na teoria
em um número inteiro. dos números. Um dos resultados da teoria dos números é
(B) A subtração de dois números naturais sempre o Teorema Fundamental da Aritmética, que afirma que
resultará em um número natural. qualquer número natural diferente de 1 pode ser escrito de
(C) A divisão de dois números naturais sempre resultará forma única (desconsiderando a ordem) como um produto de
em um número natural. números primos (chamados fatores primos): este processo se
(D) A divisão de dois números inteiros sempre resultará chama decomposição em fatores primos (fatoração).
em um número inteiro. Os 100 primeiros números primos positivos são:

Comentários 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 6
1, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113, 127, 131,
01. Resposta: A. 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, 191, 193, 197,
50-20=30 atitudes negativas 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, 257, 263, 269, 271,
20.4=80 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, 331, 337, 347, 349, 353,
30.(-1)=-30 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 401, 409, 419, 421, 431, 433,
80-30=50 439, 443, 449, 457, 461, 463, 467, 479, 487, 491, 499, 503, 509,
521, 523, 541
02. Resposta: B.
Em 1918 ele desfilou uma vez, logo 100 – 1 = 99. Somando Exemplos
1918 + 99 = 2017. 1 não é primo pois D(1)={1}
2 é primo pois D(2)={1,2}
03. Resposta: D. 3 é primo pois D(3)={1,3}
Maior inteiro menor que 8 é o 7 5 é primo pois D(5)={1,5}
Menor inteiro maior que - 8 é o - 7. 7 é primo pois D(7)={1,7}
Portanto: 7(- 7) = - 49 14 não é primo pois D(14)={1,2,7,14}

04. Resposta: E. Observação: 1 não é primo pois tem apenas 1 divisor e todo
Se multiplicarmos o número de mesas por lugares que número natural pode ser escrito como o produto de números
cada uma tem, teremos: 18. 6 = 108 lugares. primos, de forma única.
108 lugares – 110 pessoas = -2, isto significa que todas as
mesas foram preenchidas e 2 pessoas não sentaram. Múltiplos e Divisores
Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro
05. Resposta: A. natural b, se existe um número natural k tal que:
(a) A subtração de dois números inteiros sempre resultará a=k.b
em um número inteiro. – V
(b) A subtração de dois números naturais sempre resultará Exemplo 1
em um número natural. – somente se o primeiro for maior que 15 é múltiplo de 5, pois 15 = 3 x 5.
o segundo - F Quando a = k x b, segue que a é múltiplo de b, mas também,
(c) A divisão de dois números naturais sempre resultará a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que é múltiplo
em um número natural. – somente se o dividendo for maior de 5 e de 7, pois: 35 = 7 x 5.
que o divisor - F Quando a = k x b, então a é múltiplo de b e se conhecemos
(d) A divisão de dois números inteiros sempre resultará b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta fazer k
em um número inteiro. – somente se o dividendo for maior que assumir todos os números naturais possíveis.
o divisor - F

Matemática 8
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APOSTILAS OPÇÃO

Por exemplo, para obter os múltiplos de 2, isto é, os divisor (11). Assim, podemos afirmar que o número 101 é
números da forma a = k x 2, k seria substituído por todos os primo.
números naturais possíveis.
Observação: Um número b é sempre múltiplo dele Vejamos outro exemplo:
mesmo. – Verifique se o número 403 é primo.
a = 1 x b ↔ a = b. Solução: Veja que 403 não é divisível por 2, também não é
por 3 e nem por 5, então começaremos a divisão a partir do 7.
Exemplo 2
Basta tomar o mesmo número multiplicado por 1 para
obter um múltiplo dele próprio: 3 = 1 x 3
A definição de divisor está relacionada com a de múltiplo.
Um número natural b é divisor do número natural a, se a é
múltiplo de b.

Exemplo 3
3 é divisor de 15, pois 15 = 3 x 5, logo 15 é múltiplo de 3 e
também é múltiplo de 5.
Um número natural tem uma quantidade finita de
divisores. Perceba que a última divisão é exata, isto quer dizer que 13
Por exemplo, o número 6 poderá ter no máximo 6 é um divisor de 403, logo 403 tem mais de dois divisores e não
divisores, pois trabalhando no conjunto dos números naturais é primo.
não podemos dividir 6 por um número maior do que ele. Os
divisores naturais de 6 são os números 1, 2, 3, 6, o que significa 2º Modo:
que o número 6 tem 4 divisores. Procuramos um número natural n, cujo seu quadrado seja
mais próximo do número a ser verificado. Se nenhum dos
Decomposição de um número natural em fatores primos menores, ou iguais, a n dividir o número a ser
primos verificado, podemos afirmar que ele é primo, caso contrário,
Para decompor um número natural em fatores primos é não é.
necessário dividir o número pelo seu menor divisor primo, Exemplo: Verifique se o número 181 é primo.
repetindo as divisões até chegar ao quociente 1. Exemplos: Solução: primeiro observe que o quadrado de 13 é o mais
a) 8 = 2.2.2 = 2³ próximo do número 181, isto é, 132 = 169, agora vamos
b) 9 = 3.3 = 3² verificar se, pelo menos um, dos números primos menores ou
c) 54 = 2.3.3.3 = 2.3³ iguais a 13 (2, 3, 5, 7, 11 e 13) divide 181. Verifique você
d)12 = 2.2.3 = 2².3 mesmo que nenhum dos números (2, 3, 5, 7, 11 ou 13) divide
Dentre os exemplos citados podemos dizer que todas essas 181. Assim, podemos afirmar que o número 181 é primo.
formas são formas fatoradas dos números naturais.
Questões
Modos de reconhecimento de um número primo.
1º Modo: 01. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – Ceres – MPE/GO/
Dividimos o número pelos primeiros números primos: 2, 2017) Quais dos números a seguir são primos?
3, 5, 7, 11, 13, 17. …, até encontrarmos: (A) 13.
– um quociente exato. Neste caso, verificamos que o (B) 30.
número não é primo. (C) 49.
– um quociente, na divisão inexata, menor ou igual ao (D) 65.
divisor. Neste caso, verificamos que o número é primo. (E) 87.
Exemplos: 02. (MPCM- TÉCNICO EM INFORMÁTICA - SUPORTE
– Verifique se o número 101 é primo. TÉCNICO-CETAP) Um número primo é um número que pode
Solução: Observe as divisões sucessivas abaixo: ser dividido somente por 1 e por ele mesmo. Segundo esse
critério, selecione a alternativa na qual se listem somente
números primos.
(A) 2, 3, 27, 511.
(B)3, 8, 57, 201.
(C)2, 5, 7, 99.
(D)5,17, 29, 61.
(E)5, 23, 57, 73.

03. (BRDE- ANALISTA DE SISTEMAS-SUPORTE-


FUNDATEC)Considere os conjuntos definidos por:
A = { 2,3,5,7,9,11,13,15}
Assinale a alternativa que apresenta uma sentença
verdadeira para descrever os elementos do conjunto.
(A)Todos os elementos do conjunto A são números pares.
(B)Algum elemento do conjunto A é divisível por 4.
(C)Nenhum elemento do conjunto A é divisível por 3.
(D)Existem elementos do conjunto A que são ímpares e
Executamos as divisões conforme a regra acima veja que a maiores que 15.
última divisão é inexata e o quociente (9) é menor do que o (E)Existem elementos do conjunto A que são primos.

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APOSTILAS OPÇÃO

04. (COPASA-AGENTE DE SANEAMENTO - TÉCNICO EM “30 é divisível por 6 porque existe um número natural (5)
INFORMÁTICA-FUNDEP) Ao fatorar em números primos o que multiplicado por 6 dá como resultado 30.”
número 270, a quantidade de números primos, distintos, que Um número natural a é divisível por um número natural b,
encontramos é não-nulo, se existir um número natural c, tal que c . b = a.
(A)1
(B)2 Conjunto dos múltiplos de um número natural: É
(C)3 obtido multiplicando-se esse número pela sucessão dos
(D)4 números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,...
Para acharmos o conjunto dos múltiplos de 7, por exemplo,
05. (UFAL-AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO- COPEVE- multiplicamos por 7 cada um dos números da sucessão dos
UFAL)Dados os itens acerca dos números inteiros, I. Todos os naturais:
números primos são ímpares. II. Todo número múltiplo de 2 é 7x0=0
par. III. O valor da expressão 8 – 3 x 4 é negativo. verifica-se 7x1=7
que está(ão) correto(s) 7 x 2 = 14
(A)I, apenas. 7 x 3 = 21
(B)II, apenas. ⋮
(C)I e III, apenas.
(D)II e III, apenas. O conjunto formado pelos resultados encontrados forma o
(E)I, II e III. conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14, 21, ...}.

Respostas Observações:
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
01. Resposta: A. - Todo número natural é múltiplo de 1.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos
02. Resposta: D. múltiplos.
Sabe-se que por definição, os números primos 2, 3, 5, 7, 11, - O zero é múltiplo de qualquer número natural.
13, 17 ... são aqueles divisíveis, somente, por um e por ele - Os múltiplos do número 2 são chamados de números
mesmo. E se suas divisões sucessivas por números primos pares, e a fórmula geral desses números é 2k (k N). Os demais
resultarem resto diferente de 0, até o divisor ser maior ou igual são chamados de números ímpares, e a fórmula geral desses
ao quociente. números é 2k + 1 (k N).
Avaliando cada alternativa, podemos verificar que: O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k  Z.
A- ERRADA, pois o 27 pode ser dividido por 9
B - ERRADA pois 8 não é primo Critérios de divisibilidade
C - ERRADA, pois o 99 pode ser divido por 33 São regras práticas que nos possibilitam dizer se um
D - CORRETA número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a divisão.
E - ERRADA, pois o 57 pode ser dividido por 3
Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2 quando
03. Resposta: E. termina em 0, 2, 4, 6 ou 8, ou seja, quando ele é par.
Avaliando cada alternativa, podemos verificar que: Exemplo:
a) Todos os elementos do conjunto A são números 9656 é divisível por 2, pois termina em 6, e é par.
pares.Sao todos impares
b) Algum elemento do conjunto A é divisível por 4.Nenhum Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3 quando
é divisivel por 4 a soma dos valores absolutos de seus algarismos é divisível por
c) Nenhum elemento do conjunto A é divisível por 3.3, 9 e 3.
15 são divisíveis Exemplo:
d) Existem elementos do conjunto A que são ímpares e 65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27, e 27 é
maiores que 15.nenhum elemento e maior que 15 no conjunto divisível por 3.
e) Existem elementos do conjunto A que são
primos. CERTO Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 quando
seus dois algarismos são 00 ou formam um número divisível
04. Resposta: C. por 4.
270/2 = 135 Exemplos:
135/3 = 45 a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00.
45/3 = 15 b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24 é
15/3 = 5 divisível por 4.
5/5 = 1
Portanto, números primos distintos, que são 2, 3 e 5 Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 quando
termina em 0 ou 5.
05. Resposta: D. Exemplos:
Ao avaliarmos cada alternativa, verifica-se que: a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0.
I. Falso. Porque o numero 2 é primo e par. b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5.
III. Verdadeiro. (Porque quando a expressão não delimita
números com parênteses, inicia-se pela multiplicação). Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quando
Portanto, -3x4 = -12+8 = -4 ( sim , valor negativo) é divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo.
Exemplos:
MÚLTIPLOS E DIVISORES a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 e por 3 (4
+ 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18).
Sabemos que 30 : 6 = 5, porque 5 x 6 = 30. b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por 3 (8
Podemos dizer então que: + 0 + 5 + 3 + 0 = 16).

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APOSTILAS OPÇÃO

Divisibilidade por 7: Um número é divisível por 7 quando


o último algarismo do número, multiplicado por 2, subtraído
do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo
de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a
quantidade de algarismos a serem analisados quanto à
divisibilidade por 7.
Exemplo: 41909 é divisível por 7 conforme podemos Divisores de um número natural
conferir: 9.2 = 18 ; 4190 – 18 = 4172 → 2.2 = 4 ; 417 – 4 = 413 Vamos pegar como exemplo o número 12 na sua forma
→ 3.2 = 6 ; 41 – 6 = 35 ; 35 é multiplo de 7. fatorada:
12 = 22 . 31
Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 quando O número de divisores naturais é igual ao produto dos
seus três últimos algarismos forem 000 ou formarem um expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
número divisível por 8. Logo o número de divisores de 12 são:
Exemplos: 22 . 3⏟1 → (2 + 1) .(1 + 1) = 3.2 = 6 divisores naturais

a) 57000 é divisível por 8, pois seus três últimos (2+1) (1+1)
algarismos são 000.
b) 67024 é divisível por 8, pois seus três últimos Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos
algarismos formam o número 24, que é divisível por 8. cada fator da decomposição e seu respectivo expoente natural
que varia de zero até o expoente com o qual o fator se
Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9 quando apresenta na decomposição do número natural.
a soma dos valores absolutos de seus algarismos formam um Exemplo:
número divisível por 9. 12 = 22 . 31 → 22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
Exemplos: 20 . 30=1
a) 6253461 é divisível por 9, pois 6 + 2 + 5 + 3 + 4 + 6 + 1 = 20 . 31=3
27 é divisível por 9. 21 . 30=2
b) 325103 não é divisível por 9, pois 3 + 2 + 5 + 1 + 0 + 3 = 21 . 31=2.3=6
14 não é divisível por 9. 22 . 31=4.3=12
22 . 30=4
Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10 O conjunto de divisores de 12 são: D(12) = {1, 2, 3, 4, 6, 12}
quando seu algarismo da unidade termina em zero. A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28
Exemplo:
563040 é divisível por 10, pois termina em zero. Observação
Para sabermos o conjunto dos divisores inteiros de 12, basta
Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11 multiplicarmos o resultado por 2 (dois divisores, um negativo e
quando a diferença entre a soma dos algarismos de posição o outro positivo).
ímpar e a soma dos algarismos de posição par resulta em um Assim teremos que D(12) = 6.2 = 12 divisores inteiros.
número divisível por 11 ou quando essas somas forem iguais.
Exemplo: Questões
- 43813:
1º 3º 5º  Algarismos de posição ímpar.(Soma dos 01. O número de divisores positivos do número 40 é:
algarismos de posição impar: 4 + 8 + 3 = 15.) (A) 8
4 3 8 1 3 (B) 6
2º 4º  Algarismos de posição par.(Soma dos (C) 4
algarismos de posição par:3 + 1 = 4) (D) 2
(E) 20
15 – 4 = 11  diferença divisível por 11. Logo 43813 é
divisível por 11. 02. O máximo divisor comum entre dois números naturais
é 4 e o produto dos mesmos 96. O número de divisores
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 positivos do mínimo múltiplo comum desses números é:
quando é divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo. (A) 2
Exemplo: (B) 4
) 78324 é divisível por 12, pois é divisível por 3 ( 7 + 8 + 3 (C) 6
+ 2 + 4 = 24) e por 4 (termina em 24). (D) 8
(E) 10
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15
quando é divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo. 03. Considere um número divisível por 6, composto por 3
Exemplo: algarismos distintos e pertencentes ao conjunto
a) 650430 é divisível por 15, pois é divisível por 3 ( 6 + 5 + A={3,4,5,6,7}.A quantidade de números que podem ser
0 + 4 + 3 + 0 =18) e por 5 (termina em 0). formados sob tais condições é:
(A) 6
Fatoração numérica (B) 7
Essa fatoração se dá através da decomposição em fatores (C) 9
primos. Para decompormos um número natural em fatores (D) 8
primos, dividimos o mesmo pelo seu menor divisor primo, (E) 10
após pegamos o quociente e dividimos o pelo seu menor Respostas
divisor, e assim sucessivamente até obtermos o quociente 1. O
produto de todos os fatores primos representa o número 01. Resposta: A.
fatorado. Vamos decompor o número 40 em fatores primos.
Exemplo: 40 = 23 . 51 ; pela regra temos que devemos adicionar 1 a
cada expoente:

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APOSTILAS OPÇÃO

3 + 1 = 4 e 1 + 1 = 2 ; então pegamos os resultados e M*+ (6) M*+ (8) = {24, 48, 72, ...}
multiplicamos 4.2 = 8, logo temos 8 divisores de 40.
Observando os múltiplos comuns, podemos identificar o
02. Resposta: D. mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja: MMC (6,
Sabemos que o produto de MDC pelo MMC é: 8) = 24
MDC (A, B). MMC (A, B) = A.B, temos que MDC (A, B) = 4 e
o produto entre eles 96, logo: Outra técnica para o cálculo do MMC:
4 . MMC (A, B) = 96 → MMC (A, B) = 96/4 → MMC (A, B) =
24, fatorando o número 24 temos: Decomposição isolada em fatores primos
24 = 23 .3 , para determinarmos o número de divisores, Para obter o MMC de dois ou mais números por esse
pela regra, somamos 1 a cada expoente e multiplicamos o processo, procedemos da seguinte maneira:
resultado: - Decompomos cada número dado em fatores primos.
(3 + 1).(1 + 1) = 4.2 = 8 - O MMC é o produto dos fatores comuns e não-comuns,
cada um deles elevado ao seu maior expoente.
03. Resposta: D. Exemplo:
Para ser divisível por 6 precisa ser divisível por 2 e 3 ao
mesmo tempo, e por isso deverá ser par também, e a soma dos
seus algarismos deve ser um múltiplo de 3.
Logo os finais devem ser 4 e 6:
354, 456, 534, 546, 564, 576, 654, 756, logo temos 8
números.

MDC
O produto do MDC e MMC é dado pela fórmula abaixo:
O máximo divisor comum(MDC) de dois ou mais números
é o maior número que é divisor comum de todos os números MDC(A, B).MMC(A,B)= A.B
dados. Consideremos:
Questões
- o número 18 e os seus divisores naturais:
D+ (18) = {1, 2, 3, 6, 9, 18}. 01. Um professor quer guardar 60 provas amarelas, 72
provas verdes e 48 provas roxas, entre vários envelopes, de
- o número 24 e os seus divisores naturais: modo que cada envelope receba a mesma quantidade e o
D+ (24) = {1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24}. menor número possível de cada prova. Qual a quantidade de
envelopes, que o professor precisará, para guardar as provas?
Podemos descrever, agora, os divisores comuns a 18 e 24: (A) 4;
D+ (18) ∩ D+ (24) = {1, 2, 3, 6}. (B) 6;
(C) 12;
Observando os divisores comuns, podemos identificar o (D) 15.
maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja: MDC (18,
24) = 6. 02. O policiamento em uma praça da cidade é realizado por
um grupo de policiais, divididos da seguinte maneira:
Outra técnica para o cálculo do MDC:
Decomposição em fatores primos Grupo Intervalo de passagem
Para obtermos o MDC de dois ou mais números por esse Policiais a pé 40 em 40 minutos
processo, procedemos da seguinte maneira: Policiais de moto 60 em 60 minutos
Policiais em viaturas 80 em 80 minutos
- Decompomos cada número dado em fatores primos.
- O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada um Toda vez que o grupo completo se encontra, troca
deles elevado ao seu menor expoente. informações sobre as ocorrências. O tempo mínimo em
Exemplo: minutos, entre dois encontros desse grupo completo será:
(A) 160
(B) 200
(C) 240
(D) 150
(E) 180

03. Na linha 1 de um sistema de Metrô, os trens partem 2,4


MMC em 2,4 minutos. Na linha 2 desse mesmo sistema, os trens
partem de 1,8 em 1,8 minutos. Se dois trens partem,
O mínimo múltiplo comum(MMC) de dois ou mais simultaneamente das linhas 1 e 2 às 13 horas, o próximo
números é o menor número positivo que é múltiplo comum de horário desse dia em que partirão dois trens simultaneamente
todos os números dados. Consideremos: dessas duas linhas será às 13 horas,
(A) 10 minutos e 48 segundos.
- O número 6 e os seus múltiplos positivos: (B) 7 minutos e 12 segundos.
M*+ (6) = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, ...} (C) 6 minutos e 30 segundos.
(D) 7 minutos e 20 segundos.
- O número 8 e os seus múltiplos positivos: (E) 6 minutos e 48 segundos.
M*+ (8) = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, ...}

Podemos descrever, agora, os múltiplos positivos comuns:

Matemática 12
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APOSTILAS OPÇÃO

Respostas

01. Resposta: D.
Fazendo o mdc entre os números teremos:
60 = 2².3.5
72 = 2³.3³
48 = 24.3
Mdc(60,72,48) = 2².3 = 12
N ᑕ Z ᑕ Q – O conjunto dos números Naturais e Inteiros
60/12 = 5
estão contidos no Conjunto do Números Racionais.
72/12 = 6
48/12 = 4
Subconjuntos notáveis:
Somando a quantidade de envelopes por provas teremos:
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
5 + 6 + 4 = 15 envelopes ao todo.
- Q* = conjunto dos racionais não nulos;
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
02. Resposta: C.
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos;
Devemos achar o mmc (40,60,80)
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos.

Representação Decimal das Frações


𝒎
Tomemos um número racional , tal que m não seja
𝒏
múltiplo de n. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar
a divisão do numerador pelo denominador.
𝑚𝑚𝑐(40,60,80) = 2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 3 ∙ 5 = 240 Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
1º) O número decimal obtido possui, após a vírgula, um
03. Resposta: B. número finito de algarismos (decimais exatos):
3
Como os trens passam de 2,4 e 1,8 minutos, vamos achar o = 0,6
mmc(18,24) e dividir por 10, assim acharemos os minutos 5

2º) O número decimal obtido possui, após a vírgula,


infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se
periodicamente (Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas):
1
= 0,3030 …
33
Mmc(18,24)=72 Existem frações muito simples que são representadas por
Portanto, será 7,2 minutos formas decimais infinitas, com uma característica especial
1 minuto---60s (existência de um período):
0,2--------x
x = 12 segundos Uma forma decimal infinita com período de UM dígito
Portanto se encontrarão depois de 7 minutos e 12 pode ser associada a uma soma com infinitos termos desse
segundos tipo:
1 1 1 1
0, 𝑎𝑎𝑎𝑎. . . = 𝑎. + 𝑎. + 𝑎. + 𝑎. …
Conjunto dos números (10)1 (10)2 (10)3 (10)4

racionais: operações Aproveitando, vejamos um exemplo:


fundamentais. conjunto dos 0,444. . . = 4.
1
+ 4.
1
+ 4.
1
+ 4.
1

números reais: operações (10)1 (10)2 (10)3 (10)4
fundamentais, módulo, Representação Fracionária dos Números Decimais
representação decimal, Estando o número racional escrito na forma decimal, e
operações com intervalos transformando-o na forma de fração, vejamos os dois casos:
1º) Transformamos o número em uma fração cujo
reais numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador
é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quanto
forem as casas decimais após a virgula do número dado:
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS – Q 7
0,7 =
𝑚 10
Um número racional é o que pode ser escrito na forma ,
𝑛
onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser 7
0,007 =
diferente de zero. Frequentemente usamos m/n para significar 1000
a divisão de m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser 2º) Devemos achar a fração geratriz (aquela que dá
obtidos através da razão entre dois números inteiros, razão origem a dízima periódica) da dízima dada; para tanto, vamos
pela qual, o conjunto de todos os números racionais é apresentar o procedimento através de alguns exemplos:
reconhecido pela letra Q. Assim, é comum encontrarmos na
literatura a notação: a) Seja a dízima 0, 444...
m Veja que o período que se repete é apenas 1(formado pelo
Q={ : m e n em Z, n ≠0} 4), então vamos colocar um 9 no denominador e repetir no
n numerador o período.

Matemática 13
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APOSTILAS OPÇÃO

Módulo ou valor absoluto: é a distância do ponto que


representa esse número ao ponto de abscissa zero.

4
Assim, a geratriz de 0,444... é a fração .
9

b) Seja a dízima 3, 1919...


O período que se repete é o 19, logo dois noves no
denominador (99). Observe também que o 3 é a parte inteira,
logo ele vem na frente, formando uma fração mista:
19
3 → 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜 Logo, o módulo de:
99 5 5
316 − é .
→ (3.99 + 19) = 316, 𝑙𝑜𝑔𝑜 ∶ 7 7
99 5 5
𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟: |− | =
316 7 7
Assim, a geratriz de 3,1919... é a fração .
99
5 5
Números Opostos: dizemos que − 𝑒 são números
Neste caso para transformarmos uma dízima periódica 7 7
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do
simples em fração, basta utilizarmos o dígito 9 no 5 5
denominador para cada dígito que tiver o período da outro. As distâncias dos pontos − é ao ponto zero da reta
7 7
dízima. são iguais.

c) Seja a dízima 0,2777... Inverso de um Número Racional


Agora, para cada algarismo do anteperíodo se coloca um a −n b n 5 −2 7 2
algarismo zero, no denominador, e para cada algarismo do ( ) ,a ≠ 0 = ( ) ,b ≠ 0 → ( ) = ( )
b a 7 5
período se mantém o algarismo 9 no denominador.
No caso do numerador, faz-se a seguinte conta: Representação geométrica dos Números Racionais

(Parte inteira com anteperíodo e período) - (parte inteira


com anteperíodo)

Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem


infinitos números racionais.

Operações com Números Racionais

Soma (Adição) de Números Racionais: como todo


número racional é uma fração ou pode ser escrito na forma de
uma fração, definimos a adição entre os números racionais a/b
e, c/d, da mesma forma que a soma de frações, através de:
𝑎 𝑐 𝑎𝑑 + 𝑏𝑐
+ =
𝑏 𝑑 𝑏𝑑
d) Seja a dízima 1, 23434...
O número 234 é a junção do anteperíodo com o período. Subtração de Números Racionais: a subtração de dois
Neste caso temos uma dízima periódica composta, pois existe números racionais p e q é a própria operação de adição do
𝑎
uma parte que não se repete e outra que se repete. Neste caso número p com o oposto de q, isto é: p – q = p + (–q), onde p = e
𝑏
temos um anteperíodo (2) e o período (34). Ao subtrairmos 𝑐
q= .
deste número o anteperíodo (234-2), obtemos como 𝑑
𝑎 𝑐 𝑎𝑑 − 𝑏𝑐
numerador o 232. O denominador é formado pelo dígito 9 – − =
que corresponde ao período, neste caso 99(dois noves) – e 𝑏 𝑑 𝑏𝑑
pelo dígito 0 – que corresponde a tantos dígitos que tiverem o
anteperíodo, neste caso 0(um zero). Multiplicação (Produto) de Números Racionais: como
todo número racional é uma fração ou pode ser escrito na
forma de uma fração, definimos o produto de dois números
racionais a/b e, c/d, da mesma forma que o produto de
frações, através de:
𝑎 𝑐 𝑎𝑐
. =
𝑏 𝑑 𝑏𝑑

232 O produto dos números racionais a/b e c/d também pode


1 → 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜 − 𝑎: ser indicado por a/b × c/d ou a/b . c/d. Para realizar a
990
1222 multiplicação de números racionais, devemos obedecer à
(1.990 + 232) = 1222, 𝑙𝑜𝑔𝑜 ∶ mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática.
990

Simplificando por 2, obtemos 𝑥 =


611
, a fração geratriz da Divisão (Quociente) de Números Racionais: a divisão
495
de dois números racionais p e q é a própria operação de
dízima 1, 23434...

Matemática 14
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APOSTILAS OPÇÃO

multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q = p × 2) 0,216 representa o produto 0,6. 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo,
𝑎 𝑐 𝑑
q-1 onde p = , q = e q-1= ; 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se: 3√0,216 = 0,6.
𝑏 𝑑 𝑐
𝑎 𝑐 𝑎 𝑑
: = . Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o
𝑏 𝑑 𝑏 𝑐
número zero ou um número racional positivo.
Potenciação de Números Racionais: a potência bn do
número racional b é um produto de n fatores iguais. O número Fique Atento!!!
b é denominado a base e o número n é o expoente. Os números racionais negativos não têm raiz quadrada
bn = b × b × b × b × ... × b, (b aparece n vezes) em Q.
Exemplos:
Referências
3 2 3 3 9 IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
𝑎) ( ) = . =
7 7 7 49 IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 1 – Conjuntos e Funções
https://educacao.uol.com.br
http://mat.ufrgs.br
3 3 3 3 3 27
𝑏) (− ) = (− ) . (− ) . (− ) = −
7 7 7 7 343 Questões
Propriedades da Potenciação 01. (SAP/SP – Oficial Administrativo – MS
1) Toda potência com expoente 0 é igual a 1. CONCURSOS/2018) Um menino ganhou sua mesada de
3 0 R$120,00, guardou 1/6 na poupança, do restante usou 2/5
( ) =1
7 para comprar figurinhas e gastou o que sobrou numa excursão
da escola. Quanto gastou nessa excursão?
2) Toda potência com expoente 1 é igual à própria base. (A) 32
3 1 3 (B) 40
( ) =
7 7 (C) 52
(D) 60
3) Toda potência com expoente negativo de um número (E) 68
racional, diferente de zero é igual a outra potência que tem a
base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao 02. (IPSM - Analista de Gestão Municipal –
oposto do expoente anterior. Contabilidade – VUNESP/2018) Saí de casa com
3 −2 7 2 49 determinada quantia no bolso. Gastei, na farmácia, 2/5 da
( ) =( ) = quantia que tinha. Em seguida, encontrei um compadre que me
7 3 9
pagou uma dívida antiga que correspondia exatamente à terça
4) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal parte do que eu tinha no bolso. Continuei meu caminho e gastei
da base. a metade do que tinha em alimentos que doei para uma casa
3 3 3 3 3 27 de apoio a necessitados. Depois disso, restavam-me 420 reais.
(− ) = (− ) . (− ) . (− ) = − O valor que o compadre me pagou é, em reais, igual a
7 7 7 7 343
(A) 105.
5) Toda potência com expoente par é um número positivo. (B) 210.
3 2 3 3 9 (C) 315.
( ) = . = (D) 420.
7 7 7 49
(E) 525.
6) Produto de potências de mesma base: reduzir a uma só
potência de mesma base, conservamos as bases e somamos os 03. (Pref. Santo Expedito/SP – Motorista – Prime
expoentes. Concursos/2017) Qual a alternativa que equivale a 9/40 em
3 2 3 3 3 2+3 3 5 forma decimal
( ) .( ) = ( ) =( ) (A) 0,225
7 7 7 7 (B) 225
(C) 0,0225
7) Divisão de potências de mesma base: reduzir a uma só
(D) 0,22
potência de mesma base, conservamos a base e subtraímos os
expoentes.
04. (Pref. Santo Expedito/SP – Motorista – Prime
3 5 3 3 3 5−3 3 2
( ) :( ) =( ) =( ) Concursos/2017) Ao simplificar a fração 36/100, dividindo o
7 7 7 7 numerador e o denominador por 2, obtemos:
(A) 18/50
8) Potência de Potência: reduzir a uma potência (de (B) 9/25
mesma base) de um só expoente, conservamos a base e (C) 12/50
multiplicamos os expoentes. (D) 9/50
3
3 2 3 2.3 3 6
[( ) ] = ( ) = ( )
7 7 7 05. (Câmara de Dois Córregos/SP – Oficial de
Atendimento e Administração – VUNESP/2018) Uma
Radiciação de Números Racionais: se um número empresa comprou um lote de envelopes e destinou 3/ 8 deles
representa um produto de dois ou mais fatores iguais, então ao setor A. Dos envelopes restantes, 4/ 5 foram destinados ao
cada fator é chamado raiz do número. setor B, e ainda restaram 75 envelopes. O número total de
envelopes do lote era
Exemplos: (A) 760.
𝟏 1 1 1 2
(B) 720.
1) √ , representa o produto . ou ( ) . (C) 700.
𝟐𝟓 5 5 5
1 1 (D) 640.
Logo, é a raiz quadrada de .
5 25 (E) 600.

Matemática 15
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APOSTILAS OPÇÃO

Comentários R = Q U I , sendo Q ∩ I = Ø (Se um número real é racional,


não irracional, e vice-versa).
01. Resposta: D. Lembrando que N Ϲ Z Ϲ Q , podemos construir o diagrama
Ele recebeu 120 de mesada, deste guardou 1/6 na abaixo:
poupança, logo:
120
= 20
6
Então ele guardou na poupança 20 e sobrou 120 – 20 =
100.
Desses 100, gastou 2/5 com figurinhas:
2
100. = 40
5
Ele gastou 40,00 com figurinhas e sobrou 100 – 40 = 60,
que ele gastou com a excursão.
O conjunto dos números reais apresenta outros
02. Resposta: B.
subconjuntos importantes:
Quantia que eu tinha: x
- Conjunto dos números reais não nulos: R* = {x ϵ R| x ≠ 0}
Gastei na farmácia: 2/5 x, logo sobrou em meu bolso 3/5x
3𝑥 1 3𝑥 - Conjunto dos números reais não negativos: R+ = {x ϵ R| x
Compadre pagou 1/3 do que eu tinha no bolso: . = ≥ 0}
5 3 15
- Conjunto dos números reais positivos: R*+ = {x ϵ R| x > 0}
Fiquei com a quantia total de:
- Conjunto dos números reais não positivos: R- = {x ϵ R| x ≤
3𝑥 3𝑥 9𝑥 + 3𝑥 12𝑥
+ = = 0}
5 15 15 15 - Conjunto dos números reais negativos: R*- = {x ϵ R| x < 0}
Gastei metade deste valor em alimentos:
12𝑥 Representação Geométrica dos números reais
15 = 12𝑥 . 1 = 12𝑥
2 15 2 30
Logo o que sobrou(metade) corresponde a 420,00:
12𝑥 12600
= 420 → 12𝑥 = 12600 → 𝑥 = → 𝑥 = 1050
30 12 Ordenação dos números reais
Como o compadre pagou 3x/15, basta substituirmos o A representação dos números reais permite definir uma
relação de ordem entre eles. Os números reais positivos são
valor de x por 1050 e acharmos o valor: maiores que zero e os negativos, menores. Expressamos a
3.1050 relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois números
= 210
15 reais a e b,
a≤b↔b–a≥0
03. Resposta: A.
Basta dividirmos 9/40 = 0,225. Exemplo: -15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0
5 + 15 ≥ 0
04. Resposta: A.
Simplificando temos: Operações com números reais
36/2 = 18 Operando com as aproximações, obtemos uma sucessão de
100/2 = 50 intervalos fixos que determinam um número real. É assim que
Logo temos 18/50 vamos trabalhar as operações adição, subtração, multiplicação
e divisão. Relacionamos, em seguida, uma série de
05. Resposta: E. recomendações úteis para operar com números reais.
X = envelopes
3 Intervalos reais
𝐴= 𝑥 O conjunto dos números reais possui também
8
subconjuntos, denominados intervalos, que são determinados
5 4 4 por meio de desiguladades. Sejam os números a e b , com a < b.
𝐵 = 𝑥. = 𝑥
8 5 8
Em termos gerais temos:
Sobrou 75 - A bolinha aberta = a intervalo aberto (estamos excluindo
Logo o número de envelopes total é aquele número), utilizamos os símbolos:
3𝑥 4𝑥 3𝑥 + 4𝑥 + 600 > ;< ou ] ; [
𝑥= + + 75 → 𝑥 = →
8 8 8 - A bolinha fechada = a intervalo fechado (estamos
8x = 7x + 600 → 8x – 7x = 600 → x = 600 incluindo aquele número), utilizamos os símbolos:
O número total de envelopes é 600. ≥ ; ≤ ou [ ; ]

CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS - R Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] , para indicar as
extremidades abertas dos intervalos.
O conjunto dos números reais1 R será a união entre os
números racionais Q e os números irracionais I. Assim temos:

1 IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática Elementar – Vol. 01 – Conjuntos e


IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
Funções

Matemática 16
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APOSTILAS OPÇÃO

B) apenas I e II são verdadeiras.


C) I, II e III são falsas.
D) apenas II e III são falsas.

03. Na figura abaixo, o ponto que melhor representa a


3 1
diferença − na reta dos números reais é:
4 2

Às vezes, aparecem situações em que é necessário


(A) P.
registrar numericamente variações de valores em sentidos
(B) Q.
opostos, ou seja, maiores ou acima de zero (positivos), como
(C) R.
as medidas de temperatura ou reais em débito ou em haver
(D) S.
etc... Esses números, que se estendem indefinidamente, tanto
para o lado direito (positivos) como para o lado esquerdo
Comentários
(negativos), são chamados números relativos.

Valor absoluto de um número relativo é o valor do número


01. Resposta: D.
que faz parte de sua representação, sem o sinal.
Pontuação atual = 2 . partida anterior – 15
* 4ª partida: 3791 = 2.x – 15
Valor simétrico de um número é o mesmo numeral,
2.x = 3791 + 15
diferindo apenas o sinal.
x = 3806 / 2
x = 1903
Operações com números relativos
* 3ª partida: 1903 = 2.x – 15
1) Adição e subtração de números relativos
2.x = 1903 + 15
a) Se os numerais possuem o mesmo sinal, basta adicionar
x = 1918 / 2
os valores absolutos e conservar o sinal.
x = 959
b) Se os numerais possuem sinais diferentes, subtrai-se o
numeral de menor valor e dá-se o sinal do maior numeral.
* 2ª partida: 959 = 2.x – 15
Exemplos:
2.x = 959 + 15
3+5=8
x = 974 / 2
4-8=-4
x = 487
- 6 - 4 = - 10
* 1ª partida: 487 = 2.x – 15
-2+7=5
2.x = 487 + 15
x = 502 / 2
2) Multiplicação e divisão de números relativos
x = 251
a) O produto e o quociente de dois números relativos de
Portanto, a soma dos algarismos da 1ª partida é 2 + 5 + 1 =
mesmo sinal são sempre positivos.
8.
b) O produto e o quociente de dois números relativos de
sinais diferentes são sempre negativos.
02. Resposta: C.
Exemplos:
I. Falso, pois m é Real e pode ser negativo.
- 3 x 8 = - 24
II. Falso, pois m é Real e pode ser negativo.
- 20 (-4) = + 5
III. Falso, pois m é Real e pode ser positivo.
- 6 x (-7) = + 42
28 2 = 14 03. Resposta: A.
3 1 3−2 1
Questões − = = = 0,25
4 2 4 4
01. Mário começou a praticar um novo jogo que adquiriu
para seu videogame. Considere que a cada partida ele
conseguiu melhorar sua pontuação, equivalendo sempre a 15 Razões e proporções
pontos a menos que o dobro marcado na partida anterior. Se
na quinta partida ele marcou 3.791 pontos, então, a soma dos
algarismos da quantidade de pontos adquiridos na primeira
RAZÃO
partida foi igual a
(A) 4.
É o quociente entre dois números (quantidades, medidas,
(B) 5.
grandezas).
(C) 7.
Sendo a e b dois números a sua razão, chama-se razão de a
(D) 8.
para b:
(E) 10.
𝑎
02. Considere m um número real menor que 20 e avalie as 𝑜𝑢 𝑎: 𝑏 , 𝑐𝑜𝑚 𝑏 ≠ 0
𝑏
afirmações I, II e III: Onde:
I- (20 – m) é um número menor que 20.
II- (20 m) é um número maior que 20.
III- (20 m) é um número menor que 20.
É correto afirmar que:
A) I, II e III são verdadeiras.
Exemplo:
Matemática 17
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APOSTILAS OPÇÃO

Em um vestibular para o curso de marketing, participaram 𝑎 𝑐 𝑎+𝑐 𝑎 𝑎+𝑐 𝑐


= → = 𝑜𝑢 =
3600 candidatos para 150 vagas. A razão entre o número de 𝑏 𝑑 𝑏+𝑑 𝑏 𝑏+𝑑 𝑑
vagas e o número de candidatos, nessa ordem, foi de
5 - A diferença dos antecedentes está para a diferença dos
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠 150 1 consequentes, assim como cada antecedente está para o seu
= = consequente.
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠 3600 24
𝑎 𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 𝑎−𝑐 𝑐
= → = 𝑜𝑢 =
Lemos a fração como: Um vinte e quatro avós. 𝑏 𝑑 𝑏−𝑑 𝑏 𝑏−𝑑 𝑑

- Quando a e b forem medidas de uma mesma grandeza, - Problema envolvendo razão e proporção
essas devem ser expressas na mesma unidade. Em um concurso participaram 3000 pessoas e foram
aprovadas 1800. A razão do número de candidatos aprovados
- Razões Especiais para o total de candidatos participantes do concurso é:
Escala → Muitas vezes precisamos ilustrar distâncias A) 2/3
muito grandes de forma reduzida, então utilizamos a escala, B) 3/5
que é a razão da medida no mapa com a medida real (ambas C) 5/10
na mesma unidade). D) 2/7
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑚𝑎𝑝𝑎 E) 6/7
𝐸=
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙
Resolução:
Velocidade média → É a razão entre a distância percorrida
e o tempo total de percurso. As unidades utilizadas são km/h,
m/s, entre outras. Resposta “B”
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎
𝑉= Referências
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
IEZZI, Gelson – Fundamentos da Matemática – Vol. 11 – Financeira e
Estatística Descritiva
Densidade → É a razão entre a massa de um corpo e o seu IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
volume. As unidades utilizadas são g/cm³, kg/m³, entre outras. http://educacao.globo.com
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝐷= Questões
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜

PROPORÇÃO 01. André, Bruno, Carlos e Diego são irmãos e suas idades
formam, na ordem apresentada, uma proporção. Considere
É uma igualdade entre duas razões. que André tem 3 anos, Diego tem 18 anos e Bruno é 3 anos
mais novo que Carlos. Assim, a soma das idades, destes quatro
𝑎 𝑐 𝑎 𝑐 irmãos, é igual a
Dada as razões e , à setença de igualdade = chama-
𝑏 𝑑 𝑏 𝑑 (A) 30
se proporção. (B) 32;
Onde: (C) 34;
(D) 36.

02. Alfredo irá doar seus livros para três bibliotecas da


universidade na qual estudou. Para a biblioteca de
matemática, ele doará três quartos dos livros, para a biblioteca
- Propriedades da Proporção de física, um terço dos livros restantes, e para a biblioteca de
1 - Propriedade Fundamental química, 36 livros. O número de livros doados para a biblioteca
O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto de física será
é, a . d = b . c (A) 16.
Exemplo: (B) 22.
45 9
Na proporção = ,(lê-se: “45 esta para 30 , assim como (C) 20.
30 6
9 esta para 6.), aplicando a propriedade fundamental , temos: (D) 24.
45.6 = 30.9 = 270 (E)18.

2 - A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro 03. Foram construídos dois reservatórios de água. A razão
(ou para o segundo termo), assim como a soma dos dois entre os volumes internos do primeiro e do segundo é de 2
últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo). para 5, e a soma desses volumes é 14m³. Assim, o valor
𝑎 𝑐 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 absoluto da diferença entre as capacidades desses dois
= → = 𝑜𝑢 = reservatórios, em litros, é igual a
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑
(A) 8000.
3 - A diferença entre os dois primeiros termos está para o (B) 6000.
primeiro (ou para o segundo termo), assim como a diferença (C) 4000.
entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto (D) 6500.
termo). (E) 9000.
𝑎 𝑐 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑
= → = 𝑜𝑢 = Comentários
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑

4 - A soma dos antecedentes está para a soma dos 01. Resposta: D.


consequentes, assim como cada antecedente está para o seu Pelo enunciado temos que:
consequente. A=3
B=C–3

Matemática 18
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APOSTILAS OPÇÃO

C
D = 18 Grandezas diretamente e
Como eles são proporcionais podemos dizer que: indiretamente proporcionais e
𝐴 𝐶 3 𝐶
= →
𝐵 𝐷 𝐶 − 3 18
= → 𝐶 2 − 3𝐶 = 3.18 → 𝐶 2 − 3𝐶 − 54 = 0 porcentagem; e números
complexos: operações,
Vamos resolver a equação do 2º grau: módulo, conjugado de um
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
número complexo,
𝑥=
2𝑎 representações algébrica e
trigonométrica.

−(−3) ± √(−3)2 − 4.1. (−54) 3 ± √225
→ Representação no plano de
2.1 2 Argand - Gauss,
3 ± 15 Potencialização e radiciação.

2 Extração de raízes. Fórmulas
3 + 15 18 3 − 15 −12 de Moivre. Resolução de
𝑥1 =
2
=
2
= 9 ∴ 𝑥2 =
2
=
2
= −6 equações binomiais e
trinomiais
Como não existe idade negativa, então vamos considerar
somente o 9. Logo C = 9
B=C–3=9–3=6 REGRA DE TRÊS SIMPLES
Somando teremos: 3 + 6 + 9 + 18 = 36
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente
02. Resposta: E. ou inversamente proporcionais podem ser resolvidos através
X = total de livros de um processo prático, chamado regra de três simples.
Matemática = ¾ x, restou ¼ de x Vejamos a tabela abaixo:
Física = 1/3.1/4 = 1/12
Química = 36 livros
Grandezas Relação Descrição
Logo o número de livros é: 3/4x + 1/12x + 36 = x
Nº de MAIS funcionários
Fazendo o mmc dos denominadores (4,12) = 12
funcionário x Direta contratados demanda MAIS
Logo:
9𝑥 + 1𝑥 + 432 = 12𝑥 serviço serviço produzido
→ 10𝑥 + 432 = 12𝑥 Nº de MAIS funcionários
12
funcionário x Inversa contratados exigem MENOS
→ 12𝑥 − 10𝑥 = 432 → 2𝑥 = 432 → tempo tempo de trabalho
432 Nº de MAIS eficiência (dos
𝑥= → 𝑥 = 216 funcionário x Inversa funcionários) exige MENOS
2
eficiência funcionários contratados
Como a Biblioteca de Física ficou com 1/12x, logo teremos: Nº de Quanto MAIOR o grau de
1 216 funcionário x dificuldade de um serviço,
. 216 = = 18 Direta
12 12 grau MAIS funcionários deverão
dificuldade ser contratados
03. Resposta: B. MAIS serviço a ser produzido
Serviço x
Primeiro:2k Direta exige MAIS tempo para
tempo
Segundo:5k realiza-lo
2k + 5k = 14 → 7k = 14 → k = 2 Quanto MAIOR for a
Serviço x
Primeiro: 2.2 = 4 Direta eficiência dos funcionários,
eficiência
Segundo5.2=10 MAIS serviço será produzido
Diferença: 10 – 4 = 6 m³ Quanto MAIOR for o grau de
1m³------1000L Serviço x grau dificuldade de um serviço,
Inversa
6--------x de dificuldade MENOS serviços serão
x = 6000 l produzidos
Quanto MAIOR for a
eficiência dos funcionários,
Tempo x
Inversa MENOS tempo será
eficiência
necessário para realizar um
determinado serviço
Quanto MAIOR for o grau de
dificuldade de um serviço,
Tempo x grau
Direta MAIS tempo será necessário
de dificuldade
para realizar determinado
serviço

Exemplos:
1) Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos litros
de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
O problema envolve duas grandezas: distância e litros de
álcool.

Matemática 19
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APOSTILAS OPÇÃO

Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
consumido. flechas. Assim, temos:
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma 7 80 7 808
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que se = , 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑙𝑎𝑑𝑜 → = 5 → 7.5 = 8. 𝑥
𝑥 50 𝑥 50
correspondem em uma mesma linha:
35
Distância (km) Litros de álcool 𝑥= → 𝑥 = 4,375 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
8
180 ---- 15
210 ---- x Como 0,375 corresponde 22 minutos (0,375 x 60 minutos),
então o percurso será feito em 4 horas e 22 minutos
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”), aproximadamente.
vamos colocar uma flecha:
3) Ao participar de um treino de fórmula Indy, um
competidor, imprimindo a velocidade média de 180 km/h, faz
o percurso em 20 segundos. Se a sua velocidade fosse de 300
km/h, que tempo teria gasto no percurso?
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de
álcool também duplica. Então, as grandezas distância e litros Vamos representar pela letra x o tempo procurado.
de álcool são diretamente proporcionais. No esquema que Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade
estamos montando, indicamos esse fato colocando uma flecha (180 km/h e 300 km/h) com dois valores da grandeza tempo
na coluna “distância” no mesmo sentido da flecha da coluna (20 s e x s).
“litros de álcool”: Queremos determinar um desses valores, conhecidos os
outros três.

Armando a proporção pela orientação das flechas, temos: Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas
180 15 são inversamente proporcionais. Assim, os números 180 e 300
= são inversamente proporcionais aos números 20 e x.
210 𝑥
→ 𝑜𝑚𝑜 180 𝑒 210 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 30, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: Daí temos:
3600
180: 30 15 1806 15 180.20 = 300. 𝑥 → 300𝑥 = 3600 → 𝑥 =
= = 300
210: 30 𝑥 2107 𝑥 𝑥 = 12
Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em
→ 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑐𝑟𝑢𝑧𝑎𝑑𝑜(𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠)
105 300 km/h, teria gasto 12 segundos para realizar o percurso.
→ 6𝑥 = 7.156𝑥 = 105 → 𝑥 = = 𝟏𝟕, 𝟓
6 Questões
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.
01. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP) Em 3 de
2) Viajando de automóvel, à velocidade de 50 km/h, eu
maio de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte
gastaria 7 h para fazer certo percurso. Aumentando a
informação sobre o número de casos de dengue na cidade de
velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
Campinas.
percurso?

Indicando por x o número de horas e colocando as


grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as
grandezas de espécies diferentes que se correspondem em
uma mesma linha, temos:

Velocidade (km/h) Tempo (h)


50 ---- 7
80 ---- x

Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos


colocar uma flecha:

Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica


reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade
e tempo são inversamente proporcionais. No nosso De acordo com essas informações, o número de casos
esquema, esse fato é indicado colocando-se na coluna registrados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014,
“velocidade” uma flecha em sentido contrário ao da flecha da teve um aumento em relação ao número de casos registrados
coluna “tempo”: em 2007, aproximadamente, de
(A) 70%.
(B) 65%.
(C) 60%.
(D) 55%.
(E) 50%.

Matemática 20
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APOSTILAS OPÇÃO

02. (FUNDUNESP – Assistente Administrativo –


VUNESP) Um título foi pago com 10% de desconto sobre o
valor total. Sabendo-se que o valor pago foi de R$ 315,00, é
correto afirmar que o valor total desse título era de
(A) R$ 345,00. Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
(B) R$ 346,50.
(C) R$ 350,00. As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais.
(D) R$ 358,50. No nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna
(E) R$ 360,00. “peças” uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna
“dias”:
03. (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.
IMARUÍ) Manoel vendeu seu carro por R$27.000,00(vinte e
sete mil reais) e teve um prejuízo de 10%(dez por cento) sobre
o valor de custo do tal veículo, por quanto Manoel adquiriu o
carro em questão?
(A) R$24.300,00
As grandezas máquinas e dias são inversamente
(B) R$29.700,00
proporcionais (duplicando o número de máquinas, o número
(C) R$30.000,00
de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso será
(D)R$33.000,00
indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma flecha no
(E) R$36.000,00
sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
Respostas

01. Resposta: E.
Utilizaremos uma regra de três simples:
ano %
11442 ------- 100 Agora vamos montar a proporção, igualando a razão que
17136 ------- x 4
11442.x = 17136 . 100 x = 1713600 / 11442 = 149,8% contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas
(aproximado) x
149,8% – 100% = 49,8%  6 160 
Aproximando o valor, teremos 50% segundo a orientação das flechas  . :
 8 300 
02. Resposta: C.
Se R$ 315,00 já está com o desconto de 10%, então R$
315,00 equivale a 90% (100% - 10%).
Utilizaremos uma regra de três simples:
$ % Simplificando as proporções obtemos:
315 ------- 90 4 2 4.5
x ------- 100 = → 2𝑥 = 4.5 → 𝑥 = → 𝑥 = 10
𝑥 5 2
90.x = 315 . 100 x = 31500 / 90 = R$ 350,00
Resposta: Em 10 dias.
03. Resposta: C.
Como ele teve um prejuízo de 10%, quer dizer 27000 é 2) Uma empreiteira contratou 210 pessoas para
90% do valor total. pavimentar uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de
Valor % serviço, apenas 75 km estavam pavimentados. Quantos
27000 ------ 90 empregados ainda devem ser contratados para que a obra seja
X ------- 100 concluída no tempo previsto?
27000 909 27000 9
= 10 → = → 9.x = 27000.10 → 9x = 270000 Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
𝑥 100 𝑥 10
→ x = 30000. As grandezas “pessoas” e “tempo” são inversamente
proporcionais (duplicando o número de pessoas, o tempo fica
REGRA DE TRÊS COMPOSTA reduzido à metade). No nosso esquema isso será indicado
colocando-se na coluna “tempo” uma flecha no sentido
O processo usado para resolver problemas que envolvem contrário ao da flecha da coluna “pessoas”:
mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais, é chamado regra de três composta.

Exemplos:
1) Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em
quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam As grandezas “pessoas” e “estrada” são diretamente
300 dessas peças? proporcionais. No nosso esquema isso será indicado
Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as colocando-se na coluna “estrada” uma flecha no mesmo
grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas sentido da flecha da coluna “pessoas”:
de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma
linha. Na coluna em que aparece a variável x (“dias”),
coloquemos uma flecha:

Matemática 21
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02. Resposta: D.
Operários horas dias área
20-----------------8-------------60-------4800
Como já haviam 210 pessoas trabalhando, logo 315 – 210 15----------------10------------80-------- x
= 105 pessoas. Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo:
Reposta: Devem ser contratados 105 pessoas.
4800 20 8 60
Referências
= ∙ ∙
𝑥 15 10 80
MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição – 20 ∙ 8 ∙ 60 ∙ 𝑥 = 4800 ∙ 15 ∙ 10 ∙ 80
Rio de Janeiro: Elsevier,2013. 9600𝑥 = 57600000
𝑥 = 6000𝑚²
Questões
03. Resposta: B.
01. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO
Temos 10 funcionários inicialmente, com os afastamento
ADMINISTRATIVO – FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m²
esse número passou para 8. Se eles trabalham 8 horas por dia,
de calçada é feita em um dia de trabalho por 18 varredores
passarão a trabalhar uma hora a mais perfazendo um total de
trabalhando 5 horas por dia. Mantendo-se as mesmas
9 horas, nesta condições temos:
proporções, 15 varredores varrerão 7.500 m² de calçadas, em
Funcionários horas dias
um dia, trabalhando por dia, o tempo de
10---------------8--------------27
(A) 8 horas e 15 minutos.
8----------------9-------------- x
(B) 9 horas.
Quanto menos funcionários, mais dias devem ser
(C) 7 horas e 45 minutos.
trabalhados (inversamente proporcionais).
(D) 7 horas e 30 minutos.
Quanto mais horas por dia, menos dias devem ser
(E) 5 horas e 30 minutos.
trabalhados (inversamente proporcionais).
Funcionários horas dias
02. (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma
8---------------9-------------- 27
equipe constituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por
10----------------8----------------x
dia durante 60 dias, realiza o calçamento de uma área igual a
4800 m². Se essa equipe fosse constituída por 15 operários, 27 8 9
trabalhando 10 horas por dia, durante 80 dias, faria o = ∙ → x.8.9 = 27.10.8 → 72x = 2160 → x = 30 dias.
𝑥 10 8
calçamento de uma área igual a:
(A) 4500 m² NÚMEROS COMPLEXOS
(B) 5000 m²
(C) 5200 m² Os números complexos representam uma importante
(D) 6000 m² ferramenta em matemática. Um número complexo tem duas
(E) 6200 m² componentes: uma real e outra imaginária. Assim sendo,
podemos representar um numero complexo na forma:
03. (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Dez Z = a + bi,
funcionários de uma repartição trabalham 8 horas por dia, onde a é a parte real e b a parte imaginária do número.
durante 27 dias, para atender certo número de pessoas. Se um Chamaremos de conjugado de Z o número Z = a – bi.
funcionário doente foi afastado por tempo indeterminado e
outro se aposentou, o total de dias que os funcionários Os números complexos são úteis para resolver equações
restantes levarão para atender o mesmo número de pessoas, do tipo x²+1=0 uma vez que não existe qualquer número real
trabalhando uma hora a mais por dia, no mesmo ritmo de com a propriedade que o seu quadrado seja igual a −1.
trabalho, será: Todo número complexo tem a forma a+bi, onde a e b são
(A) 29. números reais e a unidade imaginária i tem a propriedade
(B) 30. i²=−1.
(C) 33. Dado o número complexo z=a+bi, então a é a parte real de
(D) 28. z, denotada por Re(z) e b é a parte imaginária de z, denotada
(E) 31. por Im(z).
O conjunto dos números reais pode ser considerado como
Respostas um subconjunto dos números complexos com b=0. Se a=0 o
número complexo 0+bi=bi recebe o nome de número
01. Resposta: D. imaginário puro.
Comparando- se cada grandeza com aquela onde esta o x. Exemplos:
M² varredores horas z=3+0i é um número real, pois Re(z)=3 e Im(z)=0.
6000--------------18-------------- 5 z=7+4i é um número complexo, pois Re(z)=7 e Im(z)=4.
7500--------------15--------------- x z=0+5i é um número imaginário puro, pois Re(z)=0 e
Quanto mais a área, mais horas (diretamente Im(z)=−5.
proporcionais) z=−2+0i é um número real, pois Re(z)=−2 e Im(z)=0.
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente z=0+0i é um número real, pois Re(z)=0 e Im(z)=0.
proporcionais)
5 6000 15
= ∙
𝑥 7500 18 Chama-se conjunto dos números complexos, e representa-
se por C, o conjunto de pares ordenados, ou seja:
6000 ∙ 15 ∙ 𝑥 = 5 ∙ 7500 ∙ 18 z = (x,y)
90000𝑥 = 675000 onde x pertence a R e y pertence a R.
𝑥 = 7,5 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 Então, por definição, se z = (x,y) = (x,0) + (y,0)(0,1) onde
horas e 30 minutos. i=(0,1), podemos escrever que:
z=(x,y)=x+yi

Matemática 22
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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos:
(5,3)=5+3i Interpretação geométrica: Como dissemos, no início, a
(2,1)=2+i interpretação geométrica dos números complexos é que deu o
(-1,3)=-1+3i impulso para o seu estudo. Assim, representamos o complexo
z = a+bi da seguinte maneira
Dessa forma, todo o números complexo z=(x,y) pode ser
escrito na forma z=x+yi, conhecido como forma algébrica,
onde temos:
x=Re(z, parte real de z
y=Im(z), parte imaginária de z

Igualdade entre números complexos: Dois números


complexos são iguais se, e somente se, apresentam
simultaneamente iguais a parte real e a parte imaginária.
Assim, se z1=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1=z2<==> a=c e b=d

Adição de números complexos: Para somarmos dois Forma polar dos números complexos: Da interpretação
números complexos basta somarmos, separadamente, as geométrica, temos que:
partes reais e imaginárias desses números. Assim, se z=a+bi e
z2=c+di, temos que:
z1+z2=(a+c) + (b+d)

Subtração de números complexos: Para subtrairmos


dois números complexos basta subtrairmos, separadamente,
as partes reais e imaginárias desses números. Assim, se z=a+bi
e z2=c+di, temos que: que é conhecida como forma polar ou trigonométrica de
z1-z2=(a-c) + (b-d) um número complexo.

Potências de i Operações na forma polar: Sejam z1=ro1(cos t11) e


Se, por definição, temos que i = - (-1)1/2, então: z2=ro1(cos t1+i sent1). Então, temos que:
i0 = 1
i1 = i a)Multiplicação
i2 = -1
i3 = i2.i = -1.i = -i
i4 = i2.i2=-1.-1=1
i5 = i4. 1=1.i= i Divisão
i6 = i5. i =i.i=i2=-1
i7 = i6. i =(-1).i=-i ......

Observamos que no desenvolvimento de in (n pertencente


a N, com n variando, os valores repetem-se de 4 em 4 unidades.
Desta forma, para calcularmos in basta calcularmos ir onde r é Potenciação
o resto da divisão de n por 4.
Exemplo: i63 => 63 / 4 dá resto 3, logo i63=i3=-i

Multiplicação de números complexos: Para Radiciação


multiplicarmos dois números complexos basta efetuarmos a
multiplicação de dois binômios, observando os valores das
potência de i. Assim, se z1=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1.z2 = a.c + adi + bci + bdi2
z1.z2= a.c + bdi2 = adi + bci para n = 0, 1, 2, 3, ..., n-1
z1.z2= (ac - bd) + (ad + bc)i
Observar que : i2= -1 Observe que o item os dois últimos acima representa a
resolução pela Fórmula de Moivre.
Conjugado de um número complexo: Dado z=a+bi, define-
se como conjugado de z (representa-se por z-) ==> z-= a-bi Exemplo
Exemplo: Calcular a raiz quadrada do número complexo:
z=3 - 5i ==> z- = 3 + 5i
z = 7i ==> z- = - 7i
z = 3 ==> z- = 3
A raiz quadrada de um complexo é dada pela segunda
Divisão de números complexos: Para dividirmos dois fórmula de Moivre, com n = 2:
números complexos basta multiplicarmos o numerador e o
denominador pelo conjugado do denominador. Assim, se z1= a
+ bi e z2= c + di, temos que:
z1 / z2 = [z1.z2-] / [z2z2-] = [ (a+bi)(c-di) ] / [ (c+di)(c-di) ]

Módulo de um número complexo: Dado z = a+bi, chama- Para k = 0, teremos:


se módulo de z ==> | z | = (a2+b2)1/2, conhecido como ro

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(E)8

05. (PETROBRAS - Todos os Cargos - CESGRANRIO)


Dentre os números complexos abaixo, aquele cujo módulo é
igual ao dobro do módulo de z = 4 + 6 i é
(A)17 + 3i
(B)8 - 6 i
(C)4√ 3 + 2 i
(D)6 √3 - 10 i
(E)20 - 4 √3 i

06. (PETROBRAS - Técnico de Administração -


Questões CESGRANRIO) Sejam w = 3 - 2i e y = m +pi dois números
complexos, tais que m e p são números reais e i, a unidade
01. (PETROBRAS- Técnico de Administração e imaginária. Se w + y = -1 + 3i, conclui-se que m e p são,
Controle Júnior-CESGRANRIO)Os números complexos z1 e respectivamente, iguais a
z2 estão representados no plano de Argand-Gauss. (A)-4 e +1
(B)-4 e +5
(C)+2 e +1
(D)+2 e +5
(E)+4 e -1

07. (TCE/SP - Agente da Fiscalização Financeira - FCC)


Sabe-se que se i é unidade imaginária do conjunto dos
números complexos, então, para cada número natural n, a
potência é igual a 1, i, -1 ou - i. Usando essa informação, é

correto afirmar que a soma é igual a:


O complexo z 3 tal que z3 = z1/2 - 2 . z2 é] (A)0
(A)12 + 13i (B)-1 - i
(B)12 -11i (C)1 + i
(C)- 4 -11i (D)1 - i
(D)-18 + i (E)i - 1
(E)-18 -7i
Comentários
02. (COBRA TECNOLOGIA S/A (BB)- Técnico
Administrativo-ESPP) O conjugado da divisão entre os 01. Resposta: A.
números complexos z1 cujo afixo é Pelo dados respresentados no plano temos:
Z1= 8+2i
Z2= -4-6i
Z1/2 = 4+1i
, 2.Z2 = -8-12i
nessa ordem, é igual a: Z3 = 4+i - (-8-12i) logo Z3 = 12+13i
−7+𝑖
(A)
2 02. Resposta: B.
−7−𝑖
(B) Temos que
2
7+𝑖
(C)
2
7−𝑖
(D)
2

Dividindo
03. (TRF/2ª REGIÃO- técnico Judiciário - FCC)
Considere a igualdade x + (4 + y) . i = (6 - x) + 2yi , em que x e
y são números reais e i é a unidade imaginária. O módulo do
número complexo z = x + yi, é um número
(A)maior que 10.(B)quadrado perfeito.
(C)irracional.
(D)racional não inteiro. Onde i2 = -1.
(E)primo. Então, o conjugado

04. (PETROBRAS- Técnico de Contabilidade-


de
CESGRANRIO) Sendo i a unidade imaginária e escrevendo o
03. Resposta: D.
complexo na forma z = a + bi tem-se que a + b é z = (3 + i)²/(1 + i)
igual a (3 + i)² = (3 + i)(3 + i) => 9 + 3i + 3i + i² => 9 + 6i -1 => 8 +
(A)-1 6i
(B)1 Portanto:
(C)2 z = (8 + 6i)/(1 + i)
(D)6

Matemática 24
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APOSTILAS OPÇÃO

Resolvendo a divisão(multiplicando o numerador e i⁴⁵ + i⁴⁶ + i⁴⁷ + i⁴⁸ = 0


denominador pelo conjugado do denominador) restando somente i⁴⁹ + i⁵⁰
e o conjugado do denominador é Como,
(1 - i) ==> é só inverter o sinal do número imaginário para i⁴⁹ = i , pois 49/4 tem resto 1 e i¹ = i;
se tornar um conjugado i⁵⁰ = -1 , pois 50/4 tem resto 2 e i² = -1
z = [(8 + 6i)(1 - i)]/[(1 + i)(1 - i) =>(8 - 8i + 6i - 6i²)/(1 - i + A soma será:
i - i²) => (14 - 2i)/2 = 7 – i i⁴⁹ + i⁵⁰ = i – 1
z=7-i
Como pretende determinar a soma de a + b,
onde a = 7 e b = -1 2) Funções: Definição,
7-1=6
domínio, imagem,
04. Resposta: E. contradomínio, funções
Ao tratar de umaigualdade x + (4 + y) . i = (6 - x) + 2yi, injetoras, sobrejetoras e
deve-se igualar as partes reais e imaginárias de cada lado para
bijetoras, funções pares e
determinar os valores de x e y, da seguinte maneira:
x = 6-x → 2x = 6 → x = 3 ímpares, funções periódicas;
4 + y = 2y → y = 4 funções compostas; relações;
Substituindo-se o valores de x e y em z = x + yi, tem-se:
raiz de uma função;função
z = 3 + 4i
Para encontrar o módulo de z basta calcular o valor da raiz constante, função crescente,
quadrada da soma de cada termo ao quadrado: função decrescente;função
|z| = √(3² + 4²) = √(9 + 16) = √25 = 5
Como 5 é um número primo, que por definição: Um
definida por mais de uma
número primo é um número natural maior do que 1 que tem sentença;função inversa e seu
apenas dois divisores positivos distintos, 1 e ele mesmo gráfico; 3) Função Linear,
Função Afim e Função
05. Resposta: B.
Para calcular o dobro: Quadrática: Gráficos, domínio,
2. |z| imagem e
2. (4 - 6i)
características;variações de
8 - 12i
Após encontrar o dobro, calcula-se o módulo : sinal; máximos e mínimos; e
Seja z um número complexo, tal que z = a + bi então o |z| = inequação produto e
raiz quadrada de a² + b²
inequação quociente
Portanto:
|z| = √8² + (-12)² = √64+144 = √208
Para encontrar a resposta:
|6√3) - 10i|= √ (6√3)² + (10)² = √108 + 100 = √208 RELAÇÃO

06. Resposta: B. Plano Cartesiano Ortogonal de Coordenadas


w = 3 - 2i e y = m + pi Foi criado por René Descartes, ao qual consiste em dois
w + y = - 1 + 3i eixos perpendiculares:
(3 - 2i) + (m + pi) = - 1 + 3i 1 - Horizontal denominado eixo das abscissas e
2 - Vertical denominado eixo das ordenadas.
m + pi = - 1 + 3i - (3 - 2i)
m + pi = - 1 + 3i - 3 + 2i
Tem como objetivo localizarmos pontos determinados em
m + pi = - 1 - 3 + 3i + 2i
um determinado espaço. Além do mais, o plano cartesiano foi
m + pi = - 4 + 5i
dividido em quadrantes aos quais apresentam as seguinte
m=-4
propriedades em relação ao par ordenado (x, y) ou (a, b).
pi = 5i
p=5

07. Resposta: E.
Pelo enunciado, os valores de in podem ser: 1, i, 1 e -i
Como i0 = 1 , i1 = i , i2 = -1 , i3 = -i, a partir daí os valores se
repetem com a sequência dos números naturais.

Uma maneira prática de calcular o valor de in é dividir n


por 4 e com o resto (0, 1, 2 ou 3) determina-se o valor:
i⁴ = 1 , pois 4/4 tem resto 0 e i⁰ = 1;
i⁵ = i , pois 5/4 tem resto 1 e i¹ = i;
i⁶ = -1 , pois 6/4 tem resto 2 e i² = -1;
i⁷ = -i , pois 7/4 tem resto 3 e i³ = -i

Na questão pede o somatório de in, n de 1 a 50, portanto, a


cada quatro elementos consecutivos a soma é igual a 0 (zero).
i¹ + i² + i³ + i⁴ = 0 Par Ordenado
i⁵ + i⁶ + i⁷ + i⁸ = 0 Quando representamos o conjunto (a, b) ou (b, a) estamos,
Como o último múltiplo de 4 na série é 0 número 48, os na verdade, representando o mesmo conjunto, sem nos
últimos quatro elementos que zeram a soma são:

Matemática 25
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APOSTILAS OPÇÃO

preocuparmos com a ordem dos elementos. Porém, em alguns


casos, é conveniente distinguir a ordem destes elementos. Exemplo:
Para isso, usamos a ideia de par ordenado que é conjunto Sejam A = {2,3,4} e B = {3,5}. Podemos efetuar o produto
de formado por dois elementos, onde o primeiro é a ou x e o cartesiano A x B, também chamado A cartesiano B, e apresentá-
segundo é b ou y. lo de várias formas.

a) Listagem dos elementos


Propriedade
Apresentamos o produto cartesiano por meio da listagem,
Dois pares ordenados (a, b) = (c, d) são iguais se e
quando escrevemos todos os pares ordenados que constituam
somente se, a = c e b = d o conjunto. Assim, no exemplo dado, teremos:
Ou
Dois pares ordenados (x, y) = (w, z) são iguais se e A x B = {(2,3),(2,5),(3,3),(3,5),(4,3),(4,5)}
somente se, x = w e y = z
Vamos aproveitar os mesmo conjuntos A e B e efetuar o
produto B e A (B cartesiano A):
Exemplos: B x A = {(3,2),(3,3),(3,4),(5,2),(5,3),(5,4)}.
1) (a,b) = (2,5) → a = 2 e b = 5.
2) (a + 1,6) = (5,2b) → a + 1 = 5 e 6 = 2b → a = 5 -1 e b = 6/2 Observando A x B e B x A, podemos notar que o produto
→ a = 4 e b = 3. cartesiano não tem o privilégio da propriedade comutativa, ou
seja, A x B é diferente de B x A. Só teremos a igualdade A x B =
Gráfico cartesiano do par ordenado B x A quando A e B forem conjuntos iguais.
Todo par ordenado de números reais pode ser
representado por um ponto no plano cartesiano. Observação: Considerando que para cada elemento do
conjunto A o número de pares ordenados obtidos é igual ao
número de elementos do conjunto B, teremos: n (A x B) = n(A)
x n(B).
No nosso exemplo temos: n (A x B) = n (A) x n (B) = 3 x 2 =
6

b) Diagrama de flechas
Apresentamos o produto cartesiano por meio do diagrama
de flechas, quando representamos cada um dos conjuntos no
diagrama de Euler-Venn, e os pares ordenados por “flechas”
Temos que: que partem do 1º elemento do par ordenado (no 1º conjunto)
- P é o ponto de coordenadas a e b; e chegam ao 2º elemento do par ordenado (no 2º conjunto).
- o número a é chamado de abscissa de P; Considerando os conjuntos A e B do nosso exemplo, o
- o número b é chamado ordenada de P; produto cartesiano A x B fica assim representado no diagrama
- a origem do sistema é o ponto O (0,0). de flechas:

Vejamos a representação dos pontos abaixo:

A (4,3)

B (1,2)

C (-2,4) c) Plano cartesiano


Apresentamos o produto cartesiano, no plano cartesiano,
D (-3,-4) quando representamos o 1º conjunto num eixo horizontal, e o
2º conjunto num eixo vertical de mesma origem e, por meio de
E (3,-3) pontos, marcamos os elementos desses conjuntos. Em cada um
dos pontos que representam os elementos passamos retas
F (-4,0) (horizontais ou verticais). Nos cruzamentos dessas retas,
teremos pontos que estarão representando, no plano
G (0,-2) cartesiano, cada um dos pares ordenados do conjunto A
cartesiano B (B x A).

Produto Cartesiano
Dados dois conjuntos A e B, chamamos de produto
cartesiano A x B ao conjunto de todos os possíveis pares
ordenados, de tal maneira que o 1º elemento pertença ao 1º
conjunto (A) e o 2º elemento pertença ao 2º conjunto (B).

𝐀 𝐱 𝐁 = {(𝐱, 𝐲)|𝐱 ∈ 𝐀 𝐞 𝐲 ∈ 𝐁}
Noção de Relação
Quando o produto cartesiano for efetuado entre o conjunto Dado os conjuntos A = {4,5,6} e B = {5,6,7,8}, temos:
A e o conjunto A, podemos representar A x A = A2. Vejamos, por A x B = {(4,5), (4,6), (4,7), (4,8), (5,5), (5,6), (5,7), (5,8),
meio de o exemplo a seguir, as formas de apresentação do (6,5), (6,6), (6,7), (6,8)}
produto cartesiano.

Matemática 26
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APOSTILAS OPÇÃO

Destacando o conjunto A x B, por exemplo, o conjunto R


formado pelos pares (x,y) que satisfaçam a seguinte lei de
formação: x + y = 10, ou seja:
R = {(x,y) ϵ A x B| x + y = 10}
Vamos montar uma tabela para facilitar os cálculos.

x 4 4 4 4 5 5 5 5 6 6 6 6
y 5 6 7 8 5 6 7 8 5 6 7 8

9 10 11 12 10 11 12 13 11 12 13 14
x+y

Destacamos os pares que satisfazem a lei de formação:


R = {(4,6), (5,5)}, podemos com isso observar que R ⊂ A x
B.

Dados dois conjuntos A e B, chama-se relação de A em B


qualquer subconjunto de A x B, isto é:
Um jeito prático de descobrirmos se o gráfico
R é uma relação de A em B ↔ R ⊂ A x B apresentado é ou não função, é traçarmos retas paralelas
ao eixo do y e se verificarmos se no eixo do x existem
elementos com mais de uma correspondência, aí podemos
Noção de Função dizer se é ou não uma função, conforme os exemplos acima.
Dados os conjuntos A = {4,5,6} e B = {5,6,7,8}, considerando
o conjunto de pares (x,y), tais que x ϵ A e y ϵ B.
Qualquer um desses conjuntos é chamado relação de A em Elementos da função
B, mas se cada elemento dessa relação associar cada Como já vimos nos conceitos acima, temos que dado dois
elemento de A um único elemento de B, dizemos que ela é conjuntos não vazios A e B chamamos de função a relação que
uma função de A em B. associa a cada elemento de x (ou a) de A um único elemento
Vale ressaltar que toda função é uma relação, mas nem y (ou b) de B, conhecida também como função de A em B.
toda relação é uma função. Na figura abaixo está ilustrado os elementos de uma
função.
Analisemos através dos diagramas de Venn.
Pelo diagrama de Venn:

Representado no gráfico:

- Ao conjunto A dá-se o nome de domínio, ou conjunto


partida, representado pela letra D.
Logo, D(f) = A.
- Ao conjunto B dá-se o nome de contradomínio, ou
conjunto chegada, representado pelas letras CD ou somente C.
Logo, CD(f) = B ou C(f) = B.
- A cada elemento y de B que está associado a um x de A,
denominamos imagem de x. Logo, y = f(x). (Lê-se: y é igual a f
de x).
- Ao conjunto dos elementos y de B, que são imagens dos
elementos x de A dos elementos x de A, dá-se o nome de
Analisemos agora através dos gráficos:
conjunto imagem ou apenas imagem, representado por Im ou
Im(f). Têm:-se que Im ⊂ B.

A notação para representar função é dada por:

Matemática 27
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APOSTILAS OPÇÃO

Tipos de Função
Função constante: é toda função definida f: R → R, para
cada elemento de x, temos a mesma imagem, ou seja, o mesmo
f(x) = y. Podemos dizer que y = f(x) = k.
Exemplo:
Dado A = {-2, -1, 0, 1, 2} vamos determinar o conjunto Observe os gráficos abaixo da função constante
imagem da função f:A→ R, definida por f(x) = x+3.
Vamos pegar cada elemento do conjunto A, aplicarmos a lei
de associação e acharmos a imagem deste conjunto.
F(-2) = -2 + 3 = 1
F(-1) = -1 + 3 = 2
F(0) = 0 + 3 = 3
F(1) = 1 + 3 = 4
F(2) = 2 + 3 = 5

A reresentação gráfica de uma função do constante, é uma


reta paralela ao eixo das abscissas ou sobre o eixo (igual ao
eixo abscissas).

Função Identidade
Se a = 1 e b = 0, então y = x. Quando temos este caso
chamamos a função de identidade, notamos que os valores de
x e y são iguais, quando a reta corta os quadrantes ímpares
e y = - x, quando corta os quadrantes pares.
Domínio de uma função real de variável real
A reta que representa a função identidade é denominada
Para definirmos uma função precisamos conhecer dois
de bissetriz dos quadrantes ímpares:
conjuntos (não vazios) A e B e a lei que associa cada elemento
x de A um único elemento y de B. Para nosso caso vamos
considerar A e B sendo subconjuntos de R e diremos que f é
uma função real de variável real.
O conjunto A, domínio da função f, será formado por todos
os elementos do conjunto real de x, para os quais as operações
indicadas na lei de associação sejam possíveis em R.

Exemplos:
1) y = x2 + 3x E no caso abaixo a reta é a bissetriz dos quadrantes pares.
Vamos substituir x por qualquer número real obtermos
para y um valor real. Logo D(f) = R.

1
2) 𝑦 =
𝑥
Neste caso como o nosso denominador não pode ser igual
a zero, temos que D(f) = R*
𝒙
3) 𝒇(𝒙) =
𝒙−𝟐

Como sabemos que o denominador tem que ser diferente Função Injetora: Quando para n elementos distintos do
de zero, logo x – 2 ≠ 0  x ≠ 2. domínio apresentam imagens também distintas no
D(f) = R – {2} ou D(f) = {x ϵ R| x ≠ 2} contradomínio. Exemplo:

FUNÇÃO DO 1º GRAU OU FUNÇÃO AFIM OU POLINOMIAL


DO 1º GRAU

Recebe ou é conhecida por um desses nomes, sendo por


definição: Toda função f: R → R, definida por:
Reconhecemos, graficamente, uma função injetora quando,
F(x) = ax + b uma reta horizontal, qualquer que seja interceptar o gráfico da
função, uma única vez.
Com a ϵ R* e b ϵ R.
O domínio e o contradomínio é o conjunto dos números
reais (R) e o conjunto imagem coincide com o contradomínio,
Im = R.
Quando b = 0, chamamos de função linear.

Função Sobrejetora: Quando todos os elementos do


contradomínio forem imagens de pelo menos um elemento do
domínio. Exemplo:

Matemática 28
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APOSTILAS OPÇÃO

os elementos simétricos do domínio terão imagens simétricas.


Observe o diagrama abaixo:

Reconhecemos, graficamente, uma função sobrejetora


quando, qualquer que seja a reta horizontal que interceptar o
eixo no contradomínio, interceptar, também, pelo menos uma
vez o gráfico da função.
Função crescente e decrescente
A função pode ser classificada de acordo com o valor do
coeficiente a (coeficiente angular da reta), se a > 0, a
função é crescente, caso a < 0, a função é decrescente. A
função é caracterizada por uma reta.

Função Bijetora: uma função é dita bijetora quando é


injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Exemplo:

Exemplo: Através do gráfico da função notamos que:


A função f : [1; 3] → [3; 5], definida por f(x) = x + 2, é uma -Para função é crescente o ângulo formado entre a reta da
função bijetora. função e o eixo x (horizontal) é agudo (< 90º) e
- Para função decrescente o ângulo formado é obtuso (>
90º).

Zero ou Raiz da Função


Chama-se zero ou raiz da função y = ax + b, o valor de x
que anula a função, isto é, o valor de x para que y ou f(x) seja
igual à zero.

Para achar o zero da função y = ax + b, basta igualarmos y


Função Ímpar e Função Par ou f(x) a valor de zero, então assim teremos uma equação do
Dizemos que uma função é par quando para todo elemento 1º grau, ax + b = 0.
x pertencente ao domínio temos 𝑓(𝑥) = 𝑓(−𝑥), ∀ 𝑥 ∈ 𝐷(𝑓).
Ou seja os valores simétricos devem possuir a mesma imagem. Estudo do sinal da função:
Par melhor compreensão observe o diagrama abaixo: Estudar o sinal da função y = ax + b é determinar os valores
reais de x para que:
- A função se anule (y = 0);
- A função seja positiva (y > 0);
- A função seja negativa (y < 0).

Vejamos abaixo o estudo do sinal:

A função é dita ímpar quando para todo elemento x


pertencente ao domínio, temos f(-x) = -f(x) ∀ x є D(f). Ou seja

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APOSTILAS OPÇÃO

assinale a seguir a equação que descreve, em reais, o valor de


T:
(A) T = 3t
(B) T = 3t + 2,50
(C) T = 3t + 2.50t
(D) T = 3t + 7,50
(E) T = 7,50t + 3

03. Dada a função f(x) = −4x +15 , sabendo que f(x) = 35,
então
(A) x = 5.
(B) x = 6.
(C) x = -6.
(D) x = -5.
Respostas

01. Resposta: E.
Pelo enunciado temos que, a razão constante entre
variação de lucro (ΔL) e variação de quantidade (ΔQ) vendida:
∆𝐿 7000 − (−1000) 8000
𝑅= →𝑅= →𝑅= → 𝑅 = 100
∆𝑄 80 − 0 80
Exemplo:
Estudar o sinal da função y = 2x – 4 (a = 2 > 0). Como se pretende ter um lucro maior ou igual a R$
Qual o valor de x que anula a função? 90.500,00, logo o lucro final tem que ser pelo menos 90.500,00
y=0 Então fazendo a variação do lucro para este valor temos:
2x – 4 = 0 ΔL = 90500 – (-1000) = 90500 + 1000 = 91500
2x = 4 Como é constante a razão entre a variação de lucro (ΔL) e
4 variação de quantidade (ΔQ) vendida, vamos usar o valor
x= encontrado para acharmos a quantidade de peças que
2 precisam ser produzidas:
x=2
A função se anula para x = 2. ∆𝐿 91500 91500
𝑅= → 100 = → 100∆𝑄 = 91500 → ∆𝑄 =
Referências
∆𝑄 ∆𝑄 100
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática Volume 1 – Editora → ∆𝑄 = 915
Moderna
FACCHINI, Walter – Matemática Volume Único – 1ª Edição - Editora Como são em 10 dias, termos 915 x 10 = 9150 peças que
Saraiva:1996
deverão ser vendidas, em 10 dias, para que se obtenha como
lucro pelo menos um lucro total não menor que R$ 90.500,00
Questões
02. Resposta: B.
01. O gráfico apresenta informações do lucro, em reais,
Equacionando as informações temos: 3 deve ser
sobre a venda de uma quantidade, em centenas, de um produto
multiplicado por t, pois depende da quantidade de tempo, e
em um hipermercado.
acrescentado 2,50 fixo
T = 3t + 2,50

03. Resposta: D.
35 = - 4x + 15 → - 4x = 20 → x = - 5

FUNÇÃO COMPOSTA

A função composta, também chamada de função de função,


é um tipo de função matemática que combina duas ou mais
variáveis.
Sendo assim, ela envolve o conceito de proporcionalidade
Sabendo-se que é constante a razão entre a variação do
entre duas grandezas, e que ocorre por meio de uma só função.
lucro e a variação da quantidade vendida e que se pretende ter
Dada uma função f (f: A → B) e uma função g (g: B → C), a
um lucro total não menor que R$ 90.500,00 em 10 dias de
função composta de g com f é representada por gof. Já a função
venda desse produto, então a média diária de unidades que
composta de f com g é representada por fog.
deverão ser vendidas, nesse período, deverá ser, no mínimo,
fog (x) = f(g(x))
de:
gof (x) = g(f(x))
(A) 8 900.
(B) 8 950.
(C) 9 000.
(D) 9 050.
(E) 9 150.

02. Em determinado estacionamento cobra-se R$ 3,00 por


hora que o veículo permanece estacionado. Além disso, uma
taxa fixa de R$ 2,50 é somada à tarifa final. Seja t o número de
horas que um veículo permanece estacionado e T a tarifa final,

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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplo Respostas
1) Ao considerarmos as funções f(x) = 4x e g(x) = x² + 5,
determinaremos: 01. Resposta: E
a) g o f G(2)=2³=8
(g o f)(x) = g(f(x)) F(8)=2.8+3=16+3=19
g(x) = x² + 5
g(4x) = (4x)² + 5 02. Resposta: E
g(4x) = 16x² + 5 a=1/2
(g o f)(x) = g(f(x)) = 16x² + 5 b=-1
f(x)=1/2 x-1
b) f o g G(-2)=3(-2)-2=-8
(f o g)(x) = f(g(x)) F(-8)=-4-1=-5
f(x) = 4x
f(x² + 5) = 4 * (x² + 5) 03. Resposta: D
f(x² + 5) = 4x² + 20 Temos que f(x) = 2x + 3 e f(g(x)) = 8x + 7
(f o g)(x) = f(g(x)) = 4x² + 20 Para calcular f(g(x)) temos que substituir g(x) no lugar de
x na função f:
Referências 2.g(x) + 3 = 8x + 7 (agora isolamos g(x))
IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
www.todamateria.com.br
2.g(x) = 8x + 7 – 3
2.g(x) = 8x + 4 (dividindo por 2)
Questões g(x) = 4x + 2, onde a = 4 e b = 2
a+b=4+2=6
01. (PREF. CARIACICA/ES – AGENTE TRÂNSITO –
FAFIPA) Sejam f e g funções reais, tais que 04. Resposta: C
f(x)= 2x + 3 Temos que substituir g(x) no lugar de x na função f e
g(x)= x3 substituir f(x) no lugar de x na função g:
f(g(x)) = g(f(x))
Então f(g(2)) é igual a: 3 – 4.g(x) = 3.f(x) + m
(A) 8 3 – 4.(3x + m) = 3.(3 – 4x) + m
(B) 9 3 – 12x – 4m = 9 – 12x + m
(C) 7 3 – 12x – 9 + 12x = m + 4m
(D) 17 - 6 = 5m
(E) 19 m = - 6/5

02. (PREF. SÃO PAULO – PROFESSOR DE ENSINO FUNÇÃO INVERSA


FUNDAMENTAL II E MÉDIO – MATEMÁTICA – FCC) Sejam as
funções f: R → R, definida por f(x) = ax + b, cujo gráfico é A inversa de uma função f, denotada por f-1, é a função que
esboçado abaixo, e g: R → R, definida por g(x) = 3x – 2. desfaz a operação executada pela função f. Vejamos a figura
abaixo:

O valor de f (g(–2)) é
(A) –12
(B) –10
(C) –8
(D) –6
(E) –5

03. (FEI-SP) Dadas as funções reais f(x) = 2x + 3 e g(x) = ax


+ b, se f(g(x)) = 8x + 7, o valor de a + b é:
(A) 13
(B) 12
(C) 15
(D) 6 Observe que:
(E) 5 1 - a função f "leva" o valor - 2 até o valor - 16, enquanto
que a inversa f-1, "traz de volta" o valor - 16 até o valor - 2,
04. (MACK-SP) As funções f(x) = 3 – 4x e g(x) = 3x + m desfazendo assim o efeito de f sobre - 2.
são tais que f(g(x)) = g(f(x)), qualquer que seja x real. O valor 2 - outra maneira de entender essa ideia é: a função f
de m é: associa o valor -16 ao valor -2, enquanto que a inversa, f-1,
(A) 9/4 associa o valor -2 ao valor -16.
(B) 5/4
3 - dada uma tabela de valores funcionais para f(x),
(C) – 6/5
podemos obter uma tabela para a inversa f-1, invertendo as
(D) 9/5
(E) – 2/3 colunas x e y.

Matemática 31
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APOSTILAS OPÇÃO

4 - se aplicarmos, em qualquer ordem, f e também f-1 a um Questão


número qualquer, obtemos esse número de volta.
01. (PUC-SP) Estudando a viabilidade de uma campanha
Definição: de vacinação, os técnicos da Secretaria de Saúde de um
município verificaram que o custo de vacinação de x por cento
Seja uma função bijetora com domínio 300𝑥
da população era de, aproximadamente, 𝑦 = milhares de
400−𝑥
A e imagem B. A função inversa f-1 é a função , reais. Nessa expressão, escrevendo-se x em função de y,
com domínio B e imagem A tal que: obtém-se x igual a:
4
(A)
3
f-1(f(a)) = a para a ∈ A e f(f-1(b)) = b para b∈ B 300𝑦
(B)
400−𝑦
Assim, podemos definir a função inversa f-1 por: (C)
300𝑦
400+𝑦
400𝑦
, para y em B. (D)
300−𝑦
400𝑦
(E)
Exemplo: 300+𝑦
A ideia de trocar x por y para escrever a função inversa, nos Resposta
fornece um método para obter o gráfico de f-1 a partir do
gráfico de f. Vejamos então como isso é possível...Levando em 01. Resposta: E.
conta que: Basta isolar o x:
y 300x
= (multiplicando em cruz)
1 400 − x
300x = y(400 − x)
Podemos concluir que: 300x = 400y − xy
300x + xy = 400y (colocando − se o x em evidência)
x(300 + y) = 400y
400y
x=
300 + y

FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU OU FUNÇÃO


QUADRÁTICA

Chama-se “função do 2º grau”, função quadrática, função


polinomial do 2º grau ou função trinômio do 2º grau, toda
função f de R em R definida por um polinômio do 2º grau da
forma:

Propriedade:
Os gráficos cartesianos de f e f -1 são simétricos em relação Com a, b e c reais e a ≠ 0.
a bissetriz dos quadrantes 1 e 3 do plano cartesiano.
Onde:
Regra prática para determinar a inversa de uma a é o coeficiente de x2
função: b é o coeficiente de x
- primeiramente temos que toda função ( f(x), g(x), h(x), ....) c é o termo independente
representa o “y”.
Para determinar a inversa temos dois passos: Exemplos:
y = x2 – 16, sendo a = 1, b = 0 e c = – 16
1° Passo: isolamos o x. f(x) = x2, sendo a = 1, b = 0 e c = 0
2° passo: trocamos x por y e y por x.
Representação gráfica da Função
Exemplo: Determinar a inversa da função f(x) = 3x + 1, O gráfico da função é constituído de uma curva aberta
sabendo que é bijetora. chamada de parábola.
Então, temos que: Exemplo:
y = 3x + 1 Se a função f de R em R definida pela equação y = x2 + x.
Atribuindo à variável x qualquer valor real, obteremos em
1° passo: correspondência os valores de y, vamos construir o gráfico da
y−1
y – 1 = 3x → x = (isolamos o x) função:
3

2º passo: x y
y=
x−1
(trocamos x por y e y por x), temos a inversa de -3 6
3
𝑥−1 -2 2
f(x) → 𝑓 −1 (𝑥) = .
3 -1 0
-1/2 -1/4
Referências
IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática Elementar – Vol. 01 – Conjuntos
0 0
e Funções 1 2
http://www.calculo.iq.unesp.br 2 6

Matemática 32
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APOSTILAS OPÇÃO

1) Como o valor de a > 0 a concavidade está voltada para


cima;
2) -1 e 0 são as raízes de f(x);
3) c é o valor onde a curva corta o eixo y neste caso, no 0
(zero)
4) O valor do mínimo pode ser observado nas
extremidades (vértice) de cada parábola: -1/2 e -1/4

Concavidade da Parábola Coordenadas do vértice da parábola


No caso das funções definida por um polinômio do 2º grau, Como visto anteriormente a função apresenta como eixo
a parábola pode ter sua concavidade voltada para cima (a > 0) de simetria uma reta vertical que intercepta o gráfico num
ou voltada para baixo (a < 0). ponto chamado de vértice.
As coordenadas do vértice são dadas por:

Vértice da parábola
Toda parábola tem um ponto de ordenada máxima ou Onde:
ponto de ordenada mínima, a esse ponto denominamos x1 e x2 são as raízes da função.
vértice. Dado por V (xv , yv).
Valor máximo e valor mínimo da função definida por
um polinômio do 2º grau
- Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada
mínima. Nesse caso, o vértice é chamado ponto de mínimo e
a ordenada do vértice é chamada valor mínimo da função;
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada
máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de máximo e a
ordenada do vértice é chamada valor máximo da função.
- Eixo de simetria
É aquele que dado o domínio a imagem é a mesma. Isso faz
com que possamos dizer que a parábola é simétrica a reta que
passa por xv, paralela ao eixo y, na qual denominamos eixo de
simetria. Vamos entender melhor o conceito analisando o
exemplo: y = x2 + 2x – 3 (início do assunto).
Atribuímos valores a x, achamos valores para y. Temos
que: Raízes ou zeros da função definida por um polinômio
f (-3) = f (1) = 0 do 2º grau
f (-2) = f (0) = -3 As raízes ou zeros da função quadrática f(x) = ax2 + bx + c
são os valores de x reais tais que f(x) = 0, ou seja são valores
Conjunto Domínio e Imagem que deixam a função nula. Com isso aplicamos o método de
Toda função com Domínio nos Reais (R) que possui a > 0, resolução da equação do 2º grau.
sua concavidade está voltada para cima, e o seu conjunto ax2 + bx + c = 0
imagem é dado por:
−∆ −∆
𝑰𝒎 = {𝒚 ∈ 𝑹| 𝒚 ≥ } 𝒐𝒖 𝑰𝒎 = [ ; +∞[ A resolução de uma equação do 2º grau é feita com o
𝟒𝒂 𝟒𝒂 auxílio da chamada “fórmula de Bháskara”.

b 
x , onde, = b2 – 4.a.c
2.a
As raízes (quando são reais), o vértice e a intersecção com
o eixo y são fundamentais para traçarmos um esboço do
gráfico de uma função do 2º grau.
Logo se a < 0, a concavidade estará voltada para baixo, o
seu conjunto imagem é dado por: Forma fatorada das raízes: f (x) = a (x – x1) (x – x2).
−∆ −∆ Esta fórmula é muito útil quando temos as raízes e
𝑰𝒎 = {𝒚 ∈ 𝑹| 𝒚 ≤ } 𝒐𝒖 𝑰𝒎 = ]−∞; ] precisamos montar a sentença matemática que expresse a
𝟒𝒂 𝟒𝒂
função.

Estudo da variação do sinal da função


Estudar o sinal de uma função quadrática é determinar os
valores reais de x que tornam a função positiva, negativa ou
nula.

Matemática 33
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APOSTILAS OPÇÃO

Abaixo podemos resumir todos os valores assumidos pela (E) 8 lotes.


função dado a e Δ (delta).
03. A figura ilustra um arco decorativo de parábola AB
sobre a porta da entrada de um salão:

Considere um sistema de coordenadas cartesianas com


centro em O, de modo que o eixo vertical (y) passe pelo ponto
mais alto do arco (V), e o horizontal (x) passe pelos dois pontos
de apoio desse arco sobre a porta (A e B).
Observe que: Sabendo-se que a função quadrática que descreve esse
Quando Δ > 0, o gráfico corta e tangencia o eixo x em dois arco é f(x) = – x²+ c, e que V = (0; 0,81), pode-se afirmar que a
pontos distintos, e temos duas raízes reais distintas. ̅̅̅̅ , em metros, é igual a
distância 𝐴𝐵
Quando Δ = 0, o gráfico corta e tangencia o eixo dos x em (A) 2,1.
um ponto e temos duas raízes iguais. (B) 1,8.
Quando Δ < 0, o gráfico não corta e não tangencia o eixo (C) 1,6.
dos x em nenhum ponto e não temos raízes reais. (D) 1,9.
(E) 1,4.
Exemplo: Respostas
Considere a função quadrática representada pelo gráfico
abaixo, vamos determinar a sentença matemática que a define. 01. Resposta: A.
Vamos calcular a distância total, fazendo t = 0:
100−02
𝑑(0) = = 100𝑘𝑚
0+1

Agora, vamos substituir na função:


100−𝑡 2
0=
𝑡+1

Resolução: 100 – t² = 0
Como conhecemos as raízes x1 e x2 (x1= -4 e x2 = 0), – t² = – 100 . (– 1)
podemos nos da forma fatorada temos: t² = 100
f (x) = a.[ x – (-4)].[x – 0] ou f (x) = a(x + 4).x . 𝑡 = √100 = 10𝑘𝑚/ℎ
O vértice da parábola é (-2,4), temos:
4 = a.(-2 + 4).(-2) → a = -1 02. Resposta: D.
Logo, f(x) = - 1.(x + 4).x → (-x – 4x).x → -x2 – 4x L(x)=3x²-12x-5x²+40x+40
L(x)=-2x²+28x+40
Referências 𝑏 28
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática Volume 1 – Editora 𝑥𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = − = − = 7 𝑙𝑜𝑡𝑒𝑠
2𝑎 −4
Moderna
FACCHINI, Walter – Matemática Volume Único – 1ª Edição - Editora
Saraiva:1996
03. Resposta: B.
Questões C=0,81, pois é exatamente a distância de V
F(x)=-x²+0,81
01. Duas cidades A e B estão separadas por uma distância 0=-x²+0,81
d. Considere um ciclista que parte da cidade A em direção à X²=0,81
cidade B. A distância d, em quilômetros, que o ciclista ainda X=0,9
precisa percorrer para chegar ao seu destino em função do A distância AB é 0,9+0,9=1,8
100−𝑡 2
tempo t, em horas, é dada pela função 𝑑(𝑡) = . Sendo INEQUAÇÃO PRODUTO E QUOCIENTE
𝑡+1
assim, a velocidade média desenvolvida pelo ciclista em todo o
percurso da cidade A até a cidade B é igual a Inequação Produto
(A) 10 Km/h Chama-se inequação-produto toda inequação do tipo:
(B) 20 Km/h
(C) 90 Km/h 𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) < 𝟎, 𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) ≤ 𝟎,
(D) 100 Km/h 𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) > 𝟎 𝒐𝒖 𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) ≥ 𝟎

02. Uma indústria produz mensalmente x lotes de um Resolver uma inequação produto consiste em encontrar os
produto. O valor mensal resultante da venda deste produto é valores de x que satisfazem a condição estabelecida pela
V(x)=3x²-12x e o custo mensal da produção é dado por inequação. Para isso devemos estudar o sinal de cada função e
C(x)=5x²-40x-40. Sabendo que o lucro é obtido pela diferença também do conjunto solução:
entre o valor resultante das vendas e o custo da produção,
então o número de lotes mensais que essa indústria deve Exemplos:
vender para obter lucro máximo é igual a 1) Resolver a inequação (x + 2). (-2x + 3) ≥0.
(A) 4 lotes.
(B) 5 lotes. Método para resolução:
(C) 6 lotes. 1º) Vamos resolver cada função (encontrar o zero de cada
(D) 7 lotes. função):

Matemática 34
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APOSTILAS OPÇÃO

f(x) = x + 2
x + 2 = 0 → x = -2 A regra de resolução e sinais da inequação produto é a
Como o valor de a > 0, logo a função é mesma para quociente.
crescente.
Exemplos:

𝟑𝒙 − 𝟒
1) >𝟎
𝒙−𝟐

f(x) = 3x - 4
3x – 4 = 0 → 3x = 4 → x = 4/3
Como o valor de a > 0, logo a função é
crescente.
g(x) = -2x + 3
-2x + 3 = 0 → -2x = -3 → x = -3 / -2 →
x = 3/2
Como o valor de a < 0, logo a função é
decrescente.

g(x) = x - 2
x–2=0→x=2
Como o valor de a > 0, logo a função é
crescente.

2º) Colocamos em um chamado quadro de sinais, cada


função e resolvemos através do sinal (aplicando a regra do
sinais válida para multiplicação e divisão) do produto f(x).
g(x), temos:

No quadro de sinais:

𝟑
Solução: 𝑺 = {𝒙 ∈ 𝑹| − 𝟐 ≤ 𝒙 ≤ }
𝟐

Observar os intervalos, se são aberto (< ou >) / fechados 𝑥+5


(≤ ou ≥), para que a resolução satisfaça a solução. 2) ≥0
𝑥−2

f(x) = x + 5 = 0 → x = -5
g(x) = x – 2 = 0 → x = 2
2) (2 - x). (-x2 + 6x - 5) ≤ 0

Observe que no 2 a “bolinha fica aberta”, pois se incluirmos


o mesmo na resolução teremos g(x) = 0, e como por lei de
formação, nosso denominador não pode ser zero.
Solução: S= {x ϵ R | x ≤ -5 e x > 2}
S = {x ϵ R| 1 ≤ x ≤ 2 e x 5}
Referência
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática Volume 1 – Editora
Inequação Quociente Moderna
Chama-se inequação-quociente toda inequação do tipo:
Questões
𝒇(𝒙) 𝒇(𝒙)
> 𝟎, ≥ 𝟎,
𝒈(𝒙) 𝒈(𝒙) 01. (PUC – PR) Determine a solução da inequação (x – 2).
𝒇(𝒙) 𝒇(𝒙) (– x² + 3x + 10) > 0, em relação ao conjunto dos números reais.
< 𝟎 𝒐𝒖 ≤ 𝟎 , 𝒄𝒐𝒎 𝒈(𝒙) ≠ 𝟎.
𝒈(𝒙) 𝒈(𝒙)

Matemática 35
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APOSTILAS OPÇÃO

02. (FGV–SP) Determine os valores reais de x para os 03. Resposta: E.


quais (x² – 8x +12). (x² – 5x) < 0. Resolvendo: f(x) = x2 + 9x + 18 →
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐 −9 ± √92 − 4.1.18
03. (PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) O maior 𝑥= →𝑥=
2𝑎 2.1
número inteiro que pertence ao conjunto −9 ± √81 − 72 −9 ± √9 −9 ± 3
→ → →
2 2 2

−9 + 3 −6 −9 − 3 −12
Solução da inequação é: 𝑥′ = = = −3 𝑜𝑢 𝑥 ′′ = = = −6
(A) 0 2 2 2 2
(B) -1
(C) - 3
(D) - 6
(E) - 7
Respostas
g(x) = -x – 3 → -x – 3 = 0 → -x = 3 .(-1) → x = - 3
01. Resposta: S = {x ϵ R / x < -2 ou 2< x < 5}
f(x) = x – 2
f(x) = 0
x–2=0→x=2

No quadro de sinais:

g(x) = -x2 + 3x + 10
Δ = 49
x' = -2 ou x’’ = 5

Solução: S = {x ϵ R | x < -6}, então o inteiro maior da


resolução é -7, pois -6 não faz parte do intervalo.

Montando o produto teremos: 4) Função Modular: Definição,


gráfico, domínio e imagem da
função modular;equações
modulares; e inequações
modulares

02. Resposta: S = {x ϵ R /0 < x < 2 ou 5 < x < 6} EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES MODULARES


f(x) = x2 – 8x + 12
Δ = 16 O módulo é conhecido como o valor absoluto do número.
x' = 2 e x’’ = 6 Por definição temos:
Seja x um número real. O módulo de x, denotado por |x|, é
definido por
|𝒙| = { 𝒙 𝒔𝒆 𝒙 ≥ 𝟎
−𝒙 𝒔𝒆 𝒙 < 𝟎

Interpretando geometricamente o módulo de um número real


x, na reta, com a distância de x a origem, temos:
g(x) = x2 – 5x
x.(x – 5) = 0 → x’ = 0 e x’’ = 5
Se x ≥ 0

Se x < 0

Montando o produto temos:

Observamos que as distâncias são sempre positivas ou 0, logo:


|x| ≥ 0.

Propriedades: Sendo a um número real positivo e x e y


números reais quaisquer, demonstra-se que:

Matemática 36
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APOSTILAS OPÇÃO
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática – Volume 1 – Versão beta –
a) √𝒙𝟐 = |𝒙|
Editora Moderna

b) |x| = a  x = - a ou x = a Questões
c) |x| < a  - a < x < a 01. Resolver, em R, a equação |2x – 3| = 5.
d) |x| > a  x < - a ou x > a 02. Resolver, em R, a inequação |2x – 5| < 3
e) |x| = | - x|
03. Resolver, em R, a inequação√(2𝑥 − 5)2 ≥ 1.
f) x2 = |x|2 = |x2|
Respostas
g) |x.y| = |x|.|y|
01. |2x – 3| = 5
𝒙 |𝒙| 2x – 3 = 5 ou 2x – 3 = - 5
h) | | = |𝒚| 2x = 5 + 3 2x = - 5 + 3
𝒚
2x = 8 2x = - 2
i) |x + y| ≤ |x| + |y| (Desigualdade Triangular) x=8:2 x=-2:2
x=4 x=-1
V = {- 1, 4}
- Equação modular
Sua resolução está baseada nas seguintes propriedades: 02. |2x – 5| < 3
Pela propriedade c:

* Se |x| = a e a > 0, então x = a ou x = -a - 3 < 2x – 5 < 3


*Se |x| = a e a = 0, então x = 0 - 3 + 5 < 2x < 3 + 5
2 < 2x < 8 (dividindo por 2)
1<x<4
Tendo como conjunto universo: U = R. V = {x ∈ R| 1 < x < 4}

Exemplos: 03. Pela propriedade a:


A) Resolver a equação |2x + 1| = 5.
De acordo com as propriedades, temos: √(2𝑥 − 5)2 ≥ 1 → |2x – 5| ≥ 1
2x + 1 = 5  2x = 4  x = 2 ou Pela propriedade d:
2x + 1 = -5  2x = -6  x = -3 2x – 5 ≤ - 1 ou 2x – 5 ≥ 1
S = {-3,2}. 2x ≤ - 1 + 5 2x ≥ 1 + 5
2x ≤ 4 2x ≥ 6
B) |9x + 2| = -3 x≤4:2 x≥6:2
Sabemos que o módulo é sempre positivo, como o valor do x≤2 x≥3
módulo é igual a -3, não podemos ter |9x + 2| < 0. Portanto o V = {x ∈ R| x ≤ 2 ou x ≥ 3}
conjunto solução da equação é S = ᶲ
FUNÇÃO MODULAR
- Inequação Modular
A resolução de inequações modulares se baseia nas seguintes Chama-se função modular a função f: R  R, definida por: f(x)
propriedades: = |x|.
P1) |x| > a ↔ x < - a ou x > a Por definição:
𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
|𝑥| = { , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑓(𝑥) = |𝑥| = {
−𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 −𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 0

A função modular é definida por duas sentenças: f(x) = x, se


P2) |x| < a ↔ -a < x < a x≥0 e f(x) = -x, se x<0.

Módulo de um número
- O módulo de um número real não negativo é igual ao
próprio número;
Exemplo: - O módulo de um número real negativo é igual ao oposto
Resolvendo a inequação |2x + 1| > 5. desse número;
De acordo com P1, podemos escrever: - O módulo de um número real qualquer é sempre
2x + 1 < -5  2x < -6  x < -3 (I) ou maior ou igual a zero: |x|≥0, para todo x.
2x + 1 > 5  2x > 4  x > 2 (II)
Fazendo a união:

Referências

Matemática 37
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APOSTILAS OPÇÃO

- Construção do Gráfico da f(x) = |x|. x² + 5x – 6 = 0


S = 5, P = -6
f (x) = x , se x ≥ 0 f (x) = - x , se x < 0 f (x) = |x| (x + 6)(x - 1) = 0
x = -6 ou x = 1
Assim, teremos uma solução negativa: -6.

03. Resposta: D.
Aqui, usamos um recurso muito comum na Matemática, chame
|x| de y. Então a equação ficará y² + y – 6 = 0. Resolvendo-a:
y² + y – 6 = 0
S = 1, P = -6
O gráfico é uma O gráfico é uma O gráfico é a (y + 3)(y - 2) = 0
semirreta fechada semirreta aberta reunião das duas y = -3 ou y = 2
com origem no com origem no semirretas. Assim, |x| = -3 ou |x| = 2. Como não existe módulo negativo, |x|
ponto O (0,0). Ela ponto O (0,0). Ela = 2. Então, x = -2 ou x = 2. Portanto, seu produto (2 multiplicado
é bissetriz do 1º é bissetriz do 2º por -2) é igual a 4.
quadrante. quadrante.

- Imagem de uma função Modular


O conjunto imagem da função Modular é R+, isto é, a função
5) Função Exponencial:
assume valores reais não negativos. Gráficos, domínio, imagem e
características da função
Questões
exponencial, logaritmos
01. (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BORJA/RS – Agente decimais, e equações e
Administrativo Auxiliar/Agente Operacional da Saúde/ inequações exponenciais
Monitor – MS CONCURSOS) Observe a figura:

EQUAÇÃO EXPONENCIAL

Chama-se equação exponencial, toda equação onde a


variável x se encontra no expoente.

Exemplos:
3𝑥 = 1 ; 5.22𝑥+2 = 20
Este gráfico é representação de uma função:
(A) Quadrática. Para resolução precisamos achar os valores da variável
(B) Exponencial. que a tornem uma sentença numérica verdadeira. Vamos
(C) Modular. relembrar algumas das propriedades da potenciação para
(D) Afim. darmos continuidade:
02. (UFJF) O número de soluções negativas da equação | 5x-6
| = x² é:
(A) 0
(B) 1
(C) 2
(D) 3
(E) 4

03. (UTP) As raízes reais da equação |xl² + |x| - 6 = 0 são tais


que: Vamos ver o passo a passo para resolução de uma equação
(A) a soma delas é – 1. exponencial:
(B) o produto delas é – 6.
(C) ambas são positivas. Exemplo:
(D) o produto delas é – 4. (3x)2 + 4.3x + 3 = 0.
(E) n.d.a. A expressão dada pode ser escrita na forma:
Respostas (3x)2 – 4.3x + 3 = 0
Criamos argumentos para resolução da equação
01. Resposta: C. exponencial.
O gráfico é simétrico o caracteriza a uma função modular. Fazendo 3x = y, temos:
y2 – 4y + 3 = 0 y = 1 ou y = 3
02. Resposta: B. Como 3x= y, então 3x = 1 = 0 ou
Temos então que 5x-6 = x² ou 5x-6 = -x². Assim, temos que 3x = 3 x = 1
resolver cada uma dessas equações: S = {0,1}
5x – 6 = x²
x² - 5x + 6 = 0 Questões
S = -5 , P = 6
(x - 2)(x - 3) = 0 01. O valor de x na equação é 5 ∙ 3 𝑥+1 + 3 𝑥−2 = 408 é
x = 2 ou x = 3 (A) 1.
5x – 6 = -x² (B) 2.

Matemática 38
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APOSTILAS OPÇÃO

(C) 3. INEQUAÇÂO EXPONENCIAL


(D) 4.
Assim como as equações exponenciais, as inequações são
02. É correto afirmar que a solução da equação aquelas cujo a variável se encontra no expoente. São
exponencial 3 ∙ 9x − 4 ∙ 3x + 1 = 0 é representadas por uma desigualdade > , < , ≤ ou ≥.
(A) S = {0, 1}.
Exemplos:
(B) S = {-1, 0}.
(C) S = {-2, 1}.
(D) S = {1/3,1}

03. (Se 5x+2=100, então 52x é igual a:


(A) 4.
Resolução de inequação exponencial
(B) 8. Resolver uma inequação exponencial é achar valores para
(C) 10. variável que satisfaça a sentença matemática.
(D) 16. Antes de resolver uma inequação exponencial, deve-se
(E) 100. observar a situação das bases nos dois membros, caso as bases
Respostas sejam diferentes, reduza-as a uma mesma base e, em seguida,
forme uma inequação com os expoentes. Atente-se as regras
01. Resposta: C. dos sinais:
3 𝑥+1 (5 + 3−3 ) = 408 Caso a > 1, mantenha o sinal original.
1 Caso 0 < a < 1, inverta o sinal.
3 𝑥+1 (5 + ) = 408
27
136
3 𝑥+1 ( ) = 408 Exemplo:
27
27 4x + 4 > 5 . 2x
3 𝑥+1 = 408 ∙
136 Perceba que, por fatoração, 4x = 22x e 22x é o mesmo
3 𝑥+1 = 81 que (2x)². Vamos reescrever a inequação, temos:
3 𝑥 . 3 = 81 (2x)² + 4 > 5 . 2x
3 𝑥 = 27 Chamando 2x de t, para facilitar a resolução, ficamos com:
3 𝑥 = 33 t2 + 4 > 5t
𝑥=3 t2 – 5t + 4 > 0, observe que caímos em uma equação do 2º
grau, resolvendo a equação encontramos as raízes da mesma
02. Resposta: B. t’ = 1 e t’’ = 4. Como a > 0, concavidade fica para cima; e isto
3. (3 𝑥 )² − 4 ∙ 3 𝑥 + 1 = 0 também significa que estamos procurando valores que tornem
3𝑥 = 𝑦 a inequação positiva, ficamos com:
3𝑦 2 − 4𝑦 + 1 = 0 t < 1 ou t > 4
∆= 16 − 12 = 4 Retornando a equação inicial:
(4 ± 2) t = 2x
𝑦=
6 2x < 1 → x < 0 → lembre-se que todo número elevado a 1
1 é igual ao próprio número, e que todo número elevado a zero
𝑦1 = 1 𝑦2 =
3 é igual a 1.
Voltando: 2x > 4 → 2x > 22 → x > 2.
3𝑥 = 1 S = {x ∈ R | x < 0 ou x > 2}
3 𝑥 = 30
𝑥=0 Questões
1
3𝑥 =
3 01. A soma das raízes da equação 5x2– 2x+1 = 5625 é:
3 𝑥 = 3−1 (A) -4
𝑥 = −1 (B) -2
(C) -1
03. Resposta: E. (D) 2
1 1 (E) 4
+ =8
𝑋1 𝑋2
02. Na função exponencial
(𝑋2 + 𝑋1 ) y = 2x2 – 4x , determine os valores de x para os quais
=8
𝑋1 ∙ 𝑋2 1<y<32.
Respostas
Sendo x1+x2=-b/a
E x1.x2=c/a 01. Resposta: D.
𝑏
(− ) 𝑏 5𝑥
2 −2𝑥+1
= 54 → 𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 4 →
𝑎
𝑐 = −𝑐 = 8 𝑏
𝑎 𝑥 2 − 2𝑥 − 3 = 0 → 𝐴 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑎í𝑧𝑒𝑠 é 𝑑𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 −
𝑎
−2
-b = 8 →− =2
1
b = -8
02 . Devemos determinar esta inequação obtendo

números em mesma base numérica.

Matemática 39
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APOSTILAS OPÇÃO

a>1

Como agora temos somente números na base numérica 2,


podemos escrever essa desigualdade em relação aos
expoentes.
0 < x2 – 4x < 5 → Vamos fazer cada desigualdade
separadamente:
0 < x2 – 4x → Devemos encontrar as raízes da equação do
segundo grau x2-4x=0 e comparar o intervalo de valores em - Domínio = lR
relação à desigualdade. - Contradomínio = lR+
x2 – 4x = 0 → x’ = 0 e x’’ = 4 - f é injetiva
Devemos comparar a desigualdade em três intervalos, (o - f(x) > 0 , ⍱ x Є lR
intervalo menor que o x’, o intervalo entre x’ e x’’ e o intervalo - f é continua e diferenciável em lR
maior que x’’). - A função é estritamente crescente.
Para valores menores que x’’, teremos o seguinte: - limx→ +∞ ax = + ∞
- limx→ -∞ ax = 0
Portanto, os valores menores que x = 0 satisfazem essa - y = 0 é assíntota horizontal
inequação. Vejamos valores entre 0 e 4.
Propriedades da Função Exponencial
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
Portanto, não é um intervalo válido. Agora os valores número racional, então:
maiores que 4. - ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
Portanto para a desigualdade 0 < x2 – 4x a solução é: - (ax) y= ax.y
S = { x ϵ R| x < 0 e x > 4} - (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
FUNÇÃO EXPONENCIAL - a-x = 1 / ax

As funções exponenciais são aquelas que crescem ou Estas relações também são válidas para exponenciais de
decrescem muito rapidamente. Elas desempenham papéis base e (e = número de Euller = 2,718...)
fundamentais na Matemática e nas ciências envolvidas com - y = ex se, e somente se, x = ln(y)
ela, como: Física, Química, Engenharia, Astronomia, Economia, - ln(ex) =x
Biologia, Psicologia e outras. - ex+y= ex.ey
- ex-y = ex/ey
Definição - ex.k = (ex)k
A função exponencial é a definida como sendo a inversa da
função logarítmica natural, isto é: A Constante de Euler
Existe uma importantíssima constante matemática
definida por
Podemos concluir, então, que a função exponencial é e = exp(1)
definida por: O número e é um número irracional e positivo e em função
da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao
Gráficos da Função Exponencial matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos
primeiros a estudar as propriedades desse número.
Função exponencial O valor deste número expresso com 40 dígitos decimais, é:
0<a<1 e= 2,718281828459045235360287471352662497757
Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode
ser escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
ex = exp(x)

Construção do Gráfico de uma Função Exponencial


Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função 𝑦 = 2 𝑥
Vamos atribuir valores a x, para que possamos traçar os
pontos no gráfico.
- Domínio = lR
- Contradomínio = lR+ X Y
- f é injetora -3 1
- f(x) > 0 , ⍱ x Є lR 8
- f é continua e diferenciável em lR -2 1
- A função é estritamente decrescente. 4
- limx→ -∞ ax = + ∞ -1 1
- limx→ +∞ ax = 0 2
- y = 0 é assíntota horizontal 0 1
1 2
Função exponencial 2 4

Matemática 40
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APOSTILAS OPÇÃO

3 8 t = 2 / 0,1
t = 20 anos

6) Função Logarítmica:
Definição de logaritmo e
propriedades
operatórias;gráficos, domínio,
imagem e características da
função logarítmica; e
equações e inequações
logarítmicas
Questões
EQUAÇÃO LOGARÍTMICA
01. As funções exponenciais são muito usadas para
modelar o crescimento ou o decaimento populacional de uma A resolução de uma equação desse tipo baseia-se na
determinada região em um determinado período de tempo. A definição de logaritmo.
função 𝑃(𝑡) = 234 . (1,023)𝑡 modela o comportamento de
uma determinada cidade quanto ao seu crescimento 𝒂𝒙 = 𝒃 → 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒃 , 𝒄𝒐𝒎 𝟎 < 𝒂 ≠ 𝟏 𝒆 𝒃 > 𝟎.
populacional em um determinado período de tempo, em que P
é a população em milhares de habitantes e t é o número de Existem quatro tipos de equações logarítmicas:
anos desde 1980.
Qual a taxa média de crescimento populacional anual dessa 1º) Equações redutíveis a uma igualdade entre dois
cidade? logaritmos de mesma base:
(A) 1,023% 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) = 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒈(𝒙)
(B) 1,23%
(C) 2,3% A solução pode ser obtida impondo-se f(x) = g(x) > 0.
(D) 0,023%
(E) 0,23% Exemplo:
𝐥𝐨𝐠 𝟓 𝟐𝒙 + 𝟒 = 𝐥𝐨𝐠 𝟓 𝟑𝒙 + 𝟏
02. Uma população P cresce em função do tempo t (em Temos que:
anos), segundo a sentença 𝑷 = 𝟐𝟎𝟎𝟎 . 𝟓𝟎,𝟏 .𝒕 . Hoje, no instante 2x + 4 = 3x + 1
t = 0, a população é de 2 000 indivíduos. A população será de 2x – 3x = 1 – 4
50 000 indivíduos daqui a –x=–3
(A) 20 anos. x=3
(B) 25 anos. Portanto, S = {3}
(C) 50 anos.
(D) 15 anos. 2º) Equações redutíveis a uma igualdade entre dois
(E) 10 anos. logaritmos e um número real:
Respostas 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) = 𝒓

01. Resposta: C. A solução pode ser obtida impondo-se f(x) = ar.


𝑃(𝑡) = 234 . (1,023)𝑡
Primeiramente, vamos calcular a população inicial, Exemplo:
fazendo t = 0: 𝐥𝐨𝐠 𝟑 𝟓𝒙 + 𝟐 = 𝟑
𝑃(0) = 234 . (1,023)0 = 234 . 1 = 234 mil Pela definição de logaritmo temos:
Agora, vamos calcular a população após 1 ano, fazendo t = 5x + 2 = 33
1: 5x + 2 = 27
𝑃(1) = 234 . (1,023)1 = 234 . 1,023 = 239,382 5x = 27 – 2
Por fim, vamos utilizar a Regra de Três Simples: 5x = 25
População % x=5
234 --------------- 100 Portanto S = {5}.
239,382 ------------ x
234.x = 239,382 . 100 3º) Equações que são resolvidas por meio de uma
x = 23938,2 / 234 mudança de incógnita:
x = 102,3% Exemplo:
102,3% = 100% (população já existente) + 2,3% (𝐥𝐨𝐠 𝟒 𝒙)𝟐 − 𝟑. 𝐥𝐨𝐠 𝟒 𝒙 = 𝟒
(crescimento) Vamos fazer a seguinte mudança de incógnita:
𝐥𝐨𝐠 𝟒 𝒙 = 𝒚
02. Resposta: A.
𝟓𝟎𝟎𝟎𝟎 = 𝟐𝟎𝟎𝟎 . 𝟓𝟎,𝟏 .𝒕 Substituindo na equação inicial, ficaremos com:
𝟓𝟎𝟎𝟎𝟎
𝟓𝟎,𝟏 .𝒕 =
𝟐𝟎𝟎𝟎
𝟓𝟎,𝟏 .𝒕 = 𝟓𝟐
Vamos simplificar as bases (5), sobrando somente os
expoentes. Assim:
0,1 . t = 2

Matemática 41
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APOSTILAS OPÇÃO

Respostas

01. Resposta: A.
Logb(a.c )= logba + logbc

02. Resposta: C.
log(A/B)=0
Pela propriedade do log:
A/B=1
4º) Equações que envolvem utilização de A=B
propriedades ou de mudança de base:
Exemplo: 03. Resposta: C.
𝐥𝐨𝐠(𝟐𝒙 + 𝟑) + 𝐥𝐨𝐠(𝒙 + 𝟐) = 𝟐 𝐥𝐨𝐠 𝒙 1
log P = log a3 − logb4 + logc 2
1
Usando as propriedades do logaritmo, podemos c23
reescrever a equação acima da seguinte forma: log P = log (a . 4 )
b
log[(2𝑥 + 3)(𝑥 + 2)] = log 𝑥 2
Note que para isso utilizamos as seguintes propriedades: P=
43 √16
= 16
log 𝑥. 𝑦 = log 𝑥 + log 𝑦 24

log 𝑥 𝑛 = 𝑛. log 𝑥
INEQUAÇÃO LOGARÍTMICA
Vamos retornar à equação:
A forma de se resolver a inequação logarítmica é a mesma
Como ficamos com uma igualdade entre dois logaritmos, da equação, mas é preciso ter muito cuidado quando a base for
segue que: 0 < a < 1.
(2x +3)(x + 2) = x2 São dois tipos de inequação logarítmica.
ou
2x2 + 4x + 3x + 6 = x2 1º) Inequações redutíveis a uma desigualdade entre
2x2 – x2 + 7x + 6 = 0 logaritmos de mesma base:
x2 + 7x + 6 = 0 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) < 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒈(𝒙)

Neste caso há ainda dois casos a considerar

a>1
x = -1 ou x = - 6
Nesse caso, a relação entre f(x) e g(x) tem o mesmo
Lembre-se que para o logaritmo existir o logaritmando e a sentido que a desigualdade entre os logaritmos.
base devem ser positivos. Com os valores encontrados para x, 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑓(𝑥) < 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑔(𝑥) ⟹ 0 < 𝑓(𝑥) < 𝑔(𝑥)
o logaritmando ficará negativo. Sendo assim, a equação não
tem solução ou S = ø.
0<a<1
Questões Nesse caso, a relação entre f(x) e g(x) tem sentido
contrário a desigualdade entre os logaritmos.
01. O logaritmo de um produto de dois fatores é igual à 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑓(𝑥) < 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑔(𝑥) ⟹ 𝑓(𝑥) > 𝑔(𝑥) > 0
soma dos logaritmos de cada fator, mantendo-se a mesma
base. Identifique a alternativa que representa a propriedade
do logaritmo anunciada. Exemplo:
(A) Logb(a.c )= logba + logbc A inequação 𝐥𝐨𝐠 𝟑 (𝟑𝒙 − 𝟐) ≤ 𝐥𝐨𝐠 𝟑 𝒙
(B) Logb(a.c) = logb(a + c) Temos a seguinte condição: 0 < 3x – 2 ≤ x.
(C) Logb(a + c) = logba.logbc Fazendo cada membro da equação separadamente:
(D) Logb(a + c) = logb(a.c) 0 < 3x – 2 → x > 2/3 (I)
(E) Loge(a.c) = logba + logfc 3x – 2 ≤ x → 2x ≤ 2 → x ≤ 1 (II)
Da interseção de (I) com (II), resulta:
02. Aplicando as propriedades de logaritmo na equação S = { x ϵ R| 2/3 < x ≤ 1}.
log A - log B = 0, teremos:
(A) A . B = 0 2º) Inequações redutíveis a uma desigualdade entre
(B) A . B > 0 um logaritmo e um número real:
(C) A = B 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) > 𝒓 𝒐𝒖 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) < 𝒓
(D) A / B = 0
(E) A é o inverso de B Para resolver uma inequação desse tipo, basta substituir r
por log 𝑎 𝑎𝑟 ; assim teremos:
03. Sabendo que log P = 3loga - 4logb + 1/2logc, assinale a 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) < 𝒓 𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗𝒂𝒍𝒆 𝒂 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) < 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒂𝒓
alternativa que representa o valor de P. 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) > 𝒓 𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗𝒂𝒍𝒆 𝒂 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) > 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒂𝒓
(dados: a = 4, b = 2 e c = 16)
Referências
(A) 12 http://www.brasilescola.com
(B) 52 BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática – Volume 1
(C) 16 IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
(D) 24
(E) 73

Matemática 42
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões Solucionando Equações Logarítmicas


Vamos solucionar cada uma das equações acima,
01. (SEE-AC – Professor de Matemática e Física – começando pela primeira:
FUNCAB) Resolva a inequação abaixo log 2 𝑥 = 3

Segundo a definição de logaritmo nós sabemos que:


(A) ]1,5/4[ log 2 𝑥 = 3 ⟺ 23 = 𝑥
(B) ]1, 8[
(C) ]- ∞, 5/4[ Logo x é igual a 8: 23 = x ⇒ x = 2.2.2 ⇒ x = 8
(D)] -∞, 1[
(E) ]5/4,8[ De acordo com a definição de logaritmo o logaritmando
deve ser um número real positivo e já que 8 é um número real
02. (SEDUC/SP – Professor de Matemática – FGV) positivo, podemos aceitá-lo como solução da equação. A esta
Considere a desigualdade: restrição damos o nome de condição de existência.
log 2013 (log 2014 ( log 2015 𝑥)) > 0
log 𝑥 100 = 2
o menor valor inteiro de x que satisfaz essa desigualdade
é: Pela definição de logaritmo a base deve ser um número
real e positivo além de ser diferente de 1. Então a nossa
(A) 20132014 +1
condição de existência da equação acima é que: x ϵ R*+ - {1}
(B) 20142013 + 1
(C) 20142015 + 1
Em relação a esta segunda equação nós podemos escrever
(D) 20152014 + 1
a seguinte sentença:
(E) 2016
log 𝑥 100 = 2 ⟺ 𝑥 2 = 100
Respostas
Que nos leva aos seguintes valores de x:
𝑥 = −10
01. Resposta: A. 𝑥 2 = 100 ⟹ 𝑥 = ±√100 ⟹ {
𝑥 = 10
A condição de existência (C.E.).
Note que x = -10 não pode ser solução desta equação, pois
C.E.: x - 1 > 0, este valor de x não satisfaz a condição de existência, já que -10
x>1 é um número negativo.
Já no caso de x = 10 temos uma solução da equação, pois
Obs.: a função é decrescente (0 < x < 1). 10 é um valor que atribuído a x satisfaz a condição de
existência, visto que 10 é positivo e diferente de 1.
Assim, inverte-se o sinal.
7log 5 625𝑥 = 42
log1/2 (x-1) > 2
log1/2 (x-1) > log1/2 (1/2)2 Neste caso temos a seguinte condição de existência:
x – 1 < 1/4 0
x < 1 + 1/4 625𝑥 > 0 ⟹ 𝑥 > ⟹𝑥>0
625
x < 5/4 Voltando à equação temos:
S = {x E R / 1< x < 5/4} 42
]1, 5/4[ 7log 5 625𝑥 = 42 ⟹ log 5 625𝑥 = ⟹ log 5 625𝑥 = 6
7

02. Resposta: D. Aplicando a mesma propriedade que aplicamos nos casos


log 2013 (log 2014 ( log 2015 𝑥)) > 0 anteriores e desenvolvendo os cálculos temos: Como 25
log 2013 (log 2014 ( log 2015 𝑥)) > log 2013 1 satisfaz a condição de existência, então S = {25} é o conjunto
log 2014 (log 2015 𝑥) > 1 solução da equação. Se quisermos recorrer a outras
log 2014 (log 2015 𝑥) > log 2014 2014¹ propriedades dos logaritmos também podemos resolver este
log 2015 𝑥 > 2014 exercício assim:
log 2015 𝑥 > log 2015 20152014 ⇒ log 5 𝑥 = 2 ⟺ 52 = 𝑥 ⟺ 𝑥 = 25
x > 20152014 , logo o menor inteiro será: x > 20152014 + 1
Lembre-se que:
FUNÇÃO LOGARÍTMICA log 𝑏 (𝑀. 𝑁) = log 𝑏 𝑀 + log 𝑏 𝑁 e que log5 625 = 4, pois 54
= 625.
Toda equação que contém a incógnita na base ou no 3 log 2𝑥 64 = 9
logaritmando de um logaritmo é denominada equação
logarítmica. Abaixo temos alguns exemplos de equações Neste caso a condição de existência em função da base do
logarítmicas: logaritmo é um pouco mais complexa:
log 2 𝑥 = 3 1
log 𝑥 100 = 2 2𝑥 > 0 ⟹ 𝑥 > ⟹ 𝑥 > 0
2
7log 5 625𝑥 = 42
3log 2𝑥 64 = 9 E, além disto, temos também a seguinte condição:
log −6−𝑥 2𝑥 = 1 2x ≠ 1 ⇒ x ≠ 1/2

Perceba que nestas equações a incógnita encontra-se ou Portanto a condição de existência é: x ϵ R*+ - {1/2}
no logaritmando, ou na base de um logaritmo. Para
solucionarmos equações logarítmicas recorremos a muitas Agora podemos proceder de forma semelhante ao exemplo
das propriedades dos logaritmos. anterior: Como x = 2 satisfaz a condição de existência da
equação logarítmica, então 2 é solução da equação. Assim

Matemática 43
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APOSTILAS OPÇÃO

como no exercício anterior, este também pode ser solucionado gráfico da função mais simples y = f0 (x) = In x, quando
recorrendo-se à outra propriedade dos logaritmos: fazemos, em primeiro lugar, y=ln(x+m); em seguida,
log −6−𝑥 2𝑥 = 1 y=a.ln(x+m) e, finalmente, y=a.ln(x+m)+k.

Neste caso vamos fazer um pouco diferente. Primeiro Analisemos o que aconteceu:
vamos solucionar a equação e depois vamos verificar quais são - em primeiro lugar, y=ln(x+m) sofreu uma translação
as condições de existência: Então x = -2 é um valor candidato horizontal de -m unidades, pois x=-m exerce o papel que x=0
à solução da equação. Vamos analisar as condições de exercia em y=ln x;
existência da base -6 - x: - a seguir, no gráfico de y=a.ln(x+m) ocorreu mudança de
Veja que embora x ≠ -7, x não é menor que -6, portanto x = inclinação pois, em cada ponto, a ordenada é igual àquela do
-2 não satisfaz a condição de existência e não pode ser solução ponto de mesma abscissa em y=ln(x+m) multiplicada pelo
da equação. Embora não seja necessário, vamos analisar a coeficiente a;
condição de existência do logaritmando 2x: 2x > 0 ⇒ x > 0 - por fim, o gráfico de y=a.ln(x+m)+k sofreu uma translação
vertical de k unidades, pois, para cada abscissa, as ordenadas
Como x = -2, então x também não satisfaz esta condição de dos pontos do gráfico de y=a.ln(x+m)+k ficaram acrescidas de
existência, mas não é isto que eu quero que você veja. O que eu k, quando comparadas às ordenadas dos pontos do gráfico de
quero que você perceba, é que enquanto uma condição diz que y=a.ln(x+m).
x < -6, a outra diz que x > 0. Qual é o número real que além de
ser menor que -6 é também maior que 0? O estudo dos gráficos das funções envolvidas auxilia na
Como não existe um número real negativo, que sendo resolução de equações ou inequações, pois as operações
menor que -6, também seja positivo para que seja maior que algébricas a serem realizadas adquirem um significado que é
zero, então sem solucionarmos a equação nós podemos visível nos gráficos das funções esboçados no mesmo
perceber que a mesma não possui solução, já que nunca referencial cartesiano.
conseguiremos satisfazer as duas condições simultaneamente.
O conjunto solução da equação é portanto S = { }, já que não Função logarítmica de base a é toda função f:R*+ → R,
existe nenhuma solução real que satisfaça as condições de definida por 𝑓(𝑥) = log 𝑎 𝑥 com a ϵ R*+ e a ≠ 1.
existência da equação. Podemos observar neste tipo de função que a variável
independente x é um logaritmando, por isto a denominamos
Função Logarítmica função logarítmica. Observe que a base a é um valor real
A função logaritmo natural mais simples é a função constante, não é uma variável, mas sim um número real.
y=f0(x)=lnx. Cada ponto do gráfico é da forma (x, lnx) pois a A função logarítmica de R*+ → R é inversa da função
ordenada é sempre igual ao logaritmo natural da abscissa. exponencial de R*+ → R e vice-versa, pois:
log 𝑏 𝑎 = 𝑥 ⟺ 𝑏 𝑥 = 𝑎

Representação da Função Logarítmica no Plano


Cartesiano
Podemos representar graficamente uma função
logarítmica da mesma forma que fizemos com a função
exponencial, ou seja, escolhendo alguns valores para x e
montando uma tabela com os respectivos valores de f(x).
Depois localizamos os pontos no plano cartesiano e traçamos
a curva do gráfico. Vamos representar graficamente a função
𝑓(𝑥) = log 𝑥 e como estamos trabalhando com um logaritmo
de base 10, para simplificar os cálculos vamos escolher para x
alguns valores que são potências de 10:
O domínio da função ln é R*+=]0,∞[ e a imagem é o
0,001, 0,01, 0,1, 1, 10 e 2.
conjunto R=]-∞,+∞[.
O eixo vertical é uma assíntota ao gráfico da função. De fato, o
Temos então seguinte a tabela:
gráfico se aproxima cada vez mais da reta x=0
O que queremos aqui é descobrir como é o gráfico de uma
função logarítmica natural geral, quando comparado ao x y = log x
gráfico de y=ln x, a partir das transformações sofridas por esta 0,001 y = log 0,001 = -3
função. Consideremos uma função logarítmica cuja expressão 0,01 y = log 0,01 = -2
é dada por y=f1(x)=ln x+k, onde k é uma constante real. A 0,1 y = log 0,1 = -1
pergunta natural a ser feita é: qual a ação da constante k no
1 y = log 1 = 0
gráfico dessa nova função quando comparado ao gráfico da
função inicial y=f0(x)=ln x ? 10 y = log 10 = 1
Ainda podemos pensar numa função logarítmica que seja
dada pela expressão y=f2(x)=a.ln x onde a é uma constante
real, a 0. Observe que se a=0, a função obtida não será
logarítmica, pois será a constante real nula. Uma questão que
ainda se coloca é a consideração de funções logarítmicas do
tipo y=f3(x)=ln(x+m), onde m é um número real não nulo. Se
g(x)=3.ln(x-2) + 2/3, desenhe seu gráfico, fazendo os gráficos
intermediários, todos num mesmo par de eixos.
y=a.ln(x+m)+k

Conclusão: Podemos, portanto, considerar funções


logarítmicas do tipo y = f4(x) = a In (x + m) + k, onde o
coeficiente a não é zero, examinando as transformações do

Matemática 44
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APOSTILAS OPÇÃO

Ao lado temos o gráfico desta função logarítmica, no qual Questões


localizamos cada um dos pontos obtidos da tabela e os
interligamos através da curva da função: Veja que para valores 01. Se log x representa o logaritmo na base 10 de x, então
de y < 0,01 os pontos estão quase sobre o eixo das o valor de n tal que log n = 3 - log 2 é:
ordenadas, mas de fato nunca chegam a estar. Note também (A) 2000
que neste tipo de função uma grande variação no valor de x (B) 1000
implica numa variação bem inferior no valor de y. Por (C) 500
exemplo, se passarmos de x = 100 para x = 1000000, a (D) 100
variação de y será apenas de 2 para 6. Isto porque: (E) 10

𝑓(100) = log 100 = 2 02. Sabendo-se que log x representa o logaritmo de x na


{
𝑓(1000000) = log 1000000 = 6 base 10, calcule o valor da expressão log 20 + log 5.
(A) 5
(B) 4
Função Crescente e Decrescente (C) 1
Assim como no caso das funções exponenciais, as funções (D) 2
logarítmicas também podem ser classificadas como função (E) 3
crescente ou função decrescente. Isto se dará em função da Respostas
base a ser maior ou menor que 1. Lembre-se que segundo a
definição da função logarítmica f:R*+ → R, definida por 01. Resposta: C.
𝑓(𝑥) = log 𝑎 𝑥 , temos que a > 0 e a ≠ 1. log n = 3 - log 2
log n + log 2 = 3 * 1
- Função Logarítmica Crescente onde 1 = log 10 então:
log (n * 2) = 3 * log 10
log(n*2) = log 10 ^3
2n = 10^3
2n = 1000
n = 1000 / 2
n = 500

02. Resposta: D.
E = log20 + log5
E = log(2 x 10) + log5
E = log2 + log10 + log5
E = log10 + log (2 x 5)
Se a > 1 temos uma função logarítmica crescente, E = log10 + log10
qualquer que seja o valor real positivo de x. No gráfico da E = 2 log10
função ao lado podemos observar que à medida que x E=2
aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos que
a curva da função é crescente. Também podemos observar
através do gráfico, que para dois valor de x (x1 e x2), que
log 𝑎 𝑥2 > log 𝑎 𝑥1 ⟺ 𝑥2 > 𝑥1 , isto para x1, x2 e a números reais
positivos, com a > 1.

- Função Logarítmica Decrescente

Se 0 < a < 1 temos uma função logarítmica decrescente


em todo o domínio da função. Neste outro gráfico podemos
observar que à medida que x aumenta, y diminui.
Graficamente observamos que a curva da função é
decrescente. No gráfico também observamos que para dois
valores de x (x1 e x2), que log 𝑎 𝑥2 < log 𝑎 𝑥1 ⟺ 𝑥2 > 𝑥1 , isto
para x1, x2 e a números reais positivos, com 0 < a < 1. É
importante frisar que independentemente de a função ser
crescente ou decrescente, o gráfico da função sempre cruza o
eixo das abscissas no ponto (1, 0), além de nunca cruzar o eixo
das ordenadas e que o log 𝑎 𝑥2 = log 𝑎 𝑥1 ⟺ 𝑥2 = 𝑥1 , isto
para x1, x2 e a números reais positivos, com a ≠ 1.

Matemática 45
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7) Trigonometria: Arcos
notáveis; trigonometria no
triângulo (retângulo e
qualquer); lei dos senos e lei
dos cossenos; unidades de
medidas de arcos e ângulos: o Como podemos notar, 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝑐𝑜𝑠𝛽 e 𝑠𝑒𝑛𝛽 = 𝑐𝑜𝑠𝛼.
grau e o radiano; círculo Em todo triângulo a soma dos ângulos internos é igual a
180°.
trigonométrico, razões No triângulo retângulo um ângulo mede 90°, então:
trigonométricas e redução ao 90° + α + β = 180°
1º quadrante; funções α + β = 180° - 90°
α + β = 90°
trigonométricas,
transformações, identidades Quando a soma de dois ângulos é igual a 90°, eles são
trigonométricas chamados de Ângulos Complementares. E, neste caso, sempre
o seno de um será igual ao cosseno do outro.
fundamentais, equações e
inequações trigonométricas Valores Notáveis
no conjunto dos números A tabela a seguir representa os valores de seno, cosseno e
tangente dos ângulos de 30°, 45° e 60°, considerados os três
reais; fórmulas de adição de ângulos notáveis da trigonometria.
arcos, arcos duplos, arco
metade e transformação em
produto; e sistemas de
equações e inequações
trigonométricas e resolução
de triângulos
Questões
TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
01. Um avião levanta voo formando um ângulo de 30° com
Em todo triângulo retângulo os lados recebem nomes a horizontal. Sua altura, em metros, após ter percorridos 600
especiais. O maior lado (oposto do ângulo de 90°) é chamado m será:
de Hipotenusa e os outros dois lados menores (opostos aos (A) 100
dois ângulos agudos) são chamados de Catetos. (B) 200
Observe a figura: (C) 300
(D) 400
(E) 500

02. Sobre um plano inclinado deverá ser construída uma


escadaria.

Para estudo de Trigonometria, são definidos no


triângulo retângulo, três razões chamadas trigonométricas:
seno, cosseno e tangente. Sabendo-se que cada degrau da escada deverá ter um
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 altura de 20 cm e que a base do plano inclinado medem 280√3
- 𝑠𝑒𝑛 = cm, conforme mostra a figura acima, então, a escada deverá
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑎 ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎
ter:
- 𝑐𝑜𝑠 =
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 (A) 10 degraus
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑎 ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 (B) 28 degraus
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
(C) 14 degraus
- 𝑡𝑔 = (D) 54 degraus
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
(E) 16 degraus

03. A uma distância de 40 m, uma torre é vista sob um


ângulo 𝛼, como mostra a figura.

No triângulo acima, temos:

Matemática 46
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APOSTILAS OPÇÃO

sen x = sen (180º - x)


cos x = - cos (180º - x)

Lei dos senos:


Sabendo que sen20° = 0,342 e cos20° = 0,940, a altura da
torre, em metros, será aproximadamente:
(A) 14,552
(B) 14,391 Resolvendo a situação da figura, temos:
(C) 12,552 Iremos aplicar a lei dos senos:
(D) 12,391
(E) 16,552 100 𝑥 100 𝑥
= ⟶ =
Respostas 𝑠𝑒𝑛 120° 𝑠𝑒𝑛 45° 𝑠𝑒𝑛 60° 𝑠𝑒𝑛 45°

01. Resposta: C. Pela tabela de razões trigonométricas:


Do enunciado temos a seguinte figura. √2 √3
𝑠𝑒𝑛 45° = ∴ 𝑠𝑒𝑛 60° =
2 2
Lei dos cossenos
a² = b² + c² - 2.b.c.cosA
b² = a² + c² - 2.a.c.cosB
600 m é a hipotenusa e h é o cateto oposto ao ângulo dado, c² = a² + b² - 2.a.b.cosC
então temos que usar o seno.
cat. oposto
sen30° =
hipotenusa
Exemplo:
Analise o esquema abaixo:
1 h Se optarmos pelo bombeamento da água direto para a casa,
= → 2h = 600 → h = 600 : 2 = 300 m quantos metros de cano seriam gastos?
2 600

02. Resposta: C.
Para saber o número de degraus temos que calcular a
̅̅̅̅ do triângulo e dividir por 20 (altura de cada degrau).
altura BC
No triângulo ABC, ̅̅̅̅
BC e ̅̅̅̅
AC são catetos, a relação entre os dois
catetos é a tangente.
cat.oposto ̅̅̅̅
BC
tg30° = = ̅̅̅̅
cat.adjacente AC

x² = 50² + 80² - 2*50*80*cos60º


x² = 2500 + 6400 – 8000*0,5
Número de degraus = 280 : 20 = 14 x² = 8900 – 4000
x² = 4900
03. Resposta: A. x = 70 m
Observando a figura, nós temos um triângulo retângulo, Seriam gastos 70 metros de cano.
vamos chamar os vértices de A, B e C.
Referência
http://www.brasilescola.com
Questões

01. Em um triângulo, os lados de medidas 6√3 cm e 8 cm


formam um ângulo de 30º. Determine a medida do terceiro
lado.
Como podemos ver h e 40 m são catetos, a relação a ser
usada é a tangente. Porém no enunciado foram dados o sen e o 02. Determine o valor do lado oposto ao ângulo de 60º.
cos. Então, para calcular a tangente, temos que usar a relação Observe figura a seguir:
fundamental:
𝑠𝑒𝑛𝛼 0,342
𝑡𝑔𝛼 = → 𝑡𝑔𝛼 = → tg𝛼 = 0,3638
𝑐𝑜𝛼𝑥 0,940

̅̅̅̅
𝐴𝐶 ℎ
𝑡𝑔𝛼 = ̅̅̅̅ → 0,363 = → h = 40.0,363 → h = 14,552 m
𝐴𝐵 40

TRIGONOMETRIA EM UM TRIÂNGULO QUALQUER


03. No triângulo abaixo, pede-se determinar o valor de x:
As relações trigonométricas se restringem somente a
situações que envolvem triângulos retângulos.
Na situação abaixo, PÔR é um triângulo obtusângulo, então
não podemos utilizar das relações trigonométricas
conhecidas. Para situações como essa, utilizamos a lei dos
senos ou a lei dos cossenos, de acordo com o mais conveniente.
Importante sabermos que:

Matemática 47
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APOSTILAS OPÇÃO

√2 √3
𝑠𝑒𝑛 45° = ∴ 𝑠𝑒𝑛 60° =
2 2
Lei dos cossenos
a² = b² + c² - 2.b.c.cosA
b² = a² + c² - 2.a.c.cosB
c² = a² + b² - 2.a.b.cosC

Exemplo:
Analise o esquema abaixo:
Respostas Se optarmos pelo bombeamento da água direto para a casa,
quantos metros de cano seriam gastos?
01. De acordo com a situação, o lado a ser determinado é
oposto ao ângulo de 30º. Dessa forma, aplicamos a fórmula da
lei dos cossenos da seguinte maneira:
x² = (6√3)² + 8² - 2 * 6√3 * 8 * cos 30º
x² = 36 * 3 + 64 – 2 * 6√3 * 8 * √3/2
x² = 108 + 64 – 96 * √3 * √3/2
x² = 172 – 48 * 3
x² = 172 – 144
x² = 28
x = 2√7 cm x² = 50² + 80² - 2*50*80*cos60º
x² = 2500 + 6400 – 8000*0,5
02. Pela lei dos cossenos x² = 8900 – 4000
x² = 6² + 8² - 2 * 6 * 8 * cos 60º x² = 4900
x² = 36 + 64 – 96 * 1/2 x = 70 m
x² = 100 – 48 Seriam gastos 70 metros de cano.
x² = 52
√x² = √52 Referência
http://www.brasilescola.com
x = 2√13
Questões
03. Pela lei dos senos:
01. Em um triângulo, os lados de medidas 6√3 cm e 8 cm
𝑥 8 formam um ângulo de 30º. Determine a medida do terceiro
= lado.
𝑠𝑒𝑛45° 𝑠𝑒𝑛30°

𝑥. 𝑠𝑒𝑛30° = 8. 𝑠𝑒𝑛45° 02. Determine o valor do lado oposto ao ângulo de 60º.


Observe figura a seguir:
1 √2
𝑥. = 8.
2 2

𝑥 = 8√2 𝑐𝑚

TRIGONOMETRIA EM UM TRIÂNGULO QUALQUER


03. No triângulo abaixo, pede-se determinar o valor de x:
As relações trigonométricas se restringem somente a
situações que envolvem triângulos retângulos.
Na situação abaixo, PÔR é um triângulo obtusângulo, então
não podemos utilizar das relações trigonométricas
conhecidas. Para situações como essa, utilizamos a lei dos
senos ou a lei dos cossenos, de acordo com o mais conveniente.
Importante sabermos que:
sen x = sen (180º - x)
cos x = - cos (180º - x)
Respostas

01. De acordo com a situação, o lado a ser determinado é


oposto ao ângulo de 30º. Dessa forma, aplicamos a fórmula da
lei dos cossenos da seguinte maneira:
x² = (6√3)² + 8² - 2 * 6√3 * 8 * cos 30º
Lei dos senos: x² = 36 * 3 + 64 – 2 * 6√3 * 8 * √3/2
x² = 108 + 64 – 96 * √3 * √3/2
x² = 172 – 48 * 3
Resolvendo a situação da figura, temos: x² = 172 – 144
Iremos aplicar a lei dos senos: x² = 28
x = 2√7 cm
100 𝑥 100 𝑥
= ⟶ = 02. Pela lei dos cossenos
𝑠𝑒𝑛 120° 𝑠𝑒𝑛 45° 𝑠𝑒𝑛 60° 𝑠𝑒𝑛 45°
x² = 6² + 8² - 2 * 6 * 8 * cos 60º
Pela tabela de razões trigonométricas: x² = 36 + 64 – 96 * 1/2

Matemática 48
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APOSTILAS OPÇÃO

x² = 100 – 48 Então, o valor máximo do ângulo α em radianos será:


x² = 52 2πr
√x² = √52 α= ==> α = 2π rad
r
x = 2√13
Observação: uma volta na circunferência é igual a 360° ou
03. Pela lei dos senos: 2π rad.
𝑥 8
= Conversões
𝑠𝑒𝑛45° 𝑠𝑒𝑛30° - graus para radianos: para converter grau para radianos
𝑥. 𝑠𝑒𝑛30° = 8. 𝑠𝑒𝑛45° usamos uma regra de três simples.
exemplo:
1 √2 Converter 150° para radianos.
𝑥. = 8. 180° π rad
2 2
150° x rad
𝑥 = 8√2 𝑐𝑚
180° π
=
150° x
MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS 180𝑥 = 150𝜋
150π
x= (simplificando)
Arcos (e ângulos) na circunferência 180

Se forem tomados dois pontos A e B sobre uma x=
6
rad
circunferência, ela ficará dividida em duas partes chamadas
arcos. Estes dois pontos A e B são as extremidades dos arcos. - radianos para graus: basta substituir o π por 180°.
exemplo:

Converter rad para graus (ou podemos usar regra de
2
três simples também).
3𝜋 3.180 540
= = = 270°
2 2 2

Questões
Usamos a seguinte representação: AB.
Observação: quando A e B são pontos coincidentes, um 01. Um ângulo de 120° equivale a quantos radianos?
arco é chamado de nulo e o outro arco de uma volta.
5𝜋
02. Um ângulo de rad equivale a quantos graus?
Unidades de medidas de arcos (e ângulos) 4

I) Grau: para medir ângulos a circunferência foi dividida


em 360° partes iguais, e cada uma dessas partes passou a ser 03. (FUVEST) Quantos graus, mede aproximadamente, um
chamada de 1 grau (1°). arco de 0,105 rad? (usar π = 3,14)

1 Respostas
= (𝑢𝑚 𝑡𝑟𝑒𝑧𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑠𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎𝑣𝑜𝑠) 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎.
360 𝟐𝝅
- submúltiplos do grau 01. Resposta: 𝒓𝒂𝒅
𝟑
O grau tem dois submúltiplos (medidas menores que o
grau). São o minuto e o segundo, de forma que: 180° π rad
1° = 60′ ou seja 1 minutos é igual a 1/60 do grau. 120° x rad
1’ = 60” ou seja 1 segundo é igual a 1/60 do minuto.
180° 𝜋
=
II) Radiano 120° 𝑥

A medida de um arco, em radianos, é a razão (divisão)


entre o comprimento do arco e o raio da circunferência sobre 180x = 120π
120𝜋
a qual está arco está determinado. 𝑥= (simplificando)
180
2𝜋
𝑥= 𝑟𝑎𝑑
3

02. Resposta: 225°


5𝜋
=
5.180° l
=
900°
= 225°
4 4 4

α
03. Resposta: 6°
Sendo α o ângulo (ou arco), r o raio e l o comprimento do Neste
r caso, usamos regra de três:
arco, temos: 180° π rad
l x 0,105 rad
α=
r
O arco l terá seu comprimento máximo (ou maior) quando 180°
=
𝜋
𝑥 0,105
for igual ao comprimento total de uma circunferência (C = 2πr
– fórmula do comprimento da circunferência), ou seja lmáximo =
π.x = 180°.0,105
C → lmax = 2πr.
3,14x = 18,9

Matemática 49
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APOSTILAS OPÇÃO

x = 18,9 : 3,14 ≅ 6,01 ordenada positiva, o sinal do seno do ângulo a no segundo


x ≅ 6° quadrante é positivo, o cosseno do ângulo a é negativo e a
tangente do ângulo a é negativa.
CICLO TRIGONOMÉTRICO

A medida do segmento OB coincide com a ordenada y' do


ponto M e é definida como o seno do arco AM que corresponde
ao ângulo a, denotado por sen(AM) ou sen(a).

Outro caso particular importante é quando o ponto M está


sobre o eixo vertical OY e neste caso: cos( /2)=0 e sen(
/2)=1
A tangente não está definida, pois a reta OM não intercepta
a reta t, pois elas são paralelas.
Como temos várias determinações para o mesmo ângulo,
escreveremos sen(AM)=sen(a)=sen(a+2k )=y'
Ângulos no terceiro quadrante
Para simplificar os enunciados e definições seguintes, O ponto M=(x,y) está localizado no terceiro quadrante, o
escreveremos sen(x) para denotar o seno do arco de medida x que significa que o ângulo pertence ao intervalo: <a<3
radianos. /2. Este ponto M=(x,y) é simétrico ao ponto M'=(-x,-y) do
primeiro quadrante, em relação à origem do sistema,
Cosseno: O cosseno do arco AM correspondente ao ângulo indicando que tanto a sua abscissa como a sua ordenada são
a, denotado por cos(AM) ou cos(a), é a medida do segmento negativos. O seno e o cosseno de um ângulo no terceiro
0C, que coincide com a abscissa x' do ponto M. quadrante são negativos e a tangente é positiva.

Em particular, se a= radianos, temos que cos( )=-


Como antes, existem várias determinações para este 1, sen( )=0 e tg( )=0
ângulo, razão pela qual, escrevemos cos(AM) = cos(a) =
cos(a+2k ) = x'
Ângulos no quarto quadrante
O ponto M está no quarto quadrante, 3 /2<a< 2 . O
Tangente
seno de ângulos no quarto quadrante é negativo, o cosseno é
Seja a reta t tangente à circunferência trigonométrica no positivo e a tangente é negativa.
ponto A=(1,0). Tal reta é perpendicular ao eixo OX. A reta que
passa pelo ponto M e pelo centro da circunferência intersecta
a reta tangente t no ponto T=(1,t'). A ordenada deste ponto T,
é definida como a tangente do arco AM correspondente ao
ângulo a.

Quando o ângulo mede 3 /2, a tangente não está


definida pois a reta OP não intercepta a reta t, estas são
Assim a tangente do ângulo a é dada pelas suas várias paralelas. Quando a=3 /2, temos: cos(3 /2)=0, sen(3
determinações: tan(AM) = tan(a) = tan(a+k ) = µ(AT) = t' /2)=-1
Podemos escrever M=(cos(a),sen(a)) e T=(1,tan(a)), para
cada ângulo a do primeiro quadrante. O seno, o cosseno e a Simetria em relação ao eixo OX
tangente de ângulos do primeiro quadrante são todos Em uma circunferência trigonométrica, se M é um ponto no
positivos. primeiro quadrante e M' o simétrico de M em relação ao eixo
Um caso particular importante é quando o ponto M está OX, estes pontos M e M' possuem a mesma abscissa e as
sobre o eixo horizontal OX. Neste caso: ordenadas possuem sinais opostos.
cos(0)=1, sen(0)=0 e tan(0)=0
Ampliaremos estas noções para ângulos nos outros
quadrantes

Ângulos no segundo quadrante


Se na circunferência trigonométrica, tomamos o ponto M
no segundo quadrante, então o ângulo a entre o eixo OX e o
segmento OM pertence ao intervalo /2<a< . Do mesmo
Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo
modo que no primeiro quadrante, o cosseno está relacionado
correspondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao
com a abscissa do ponto M e o seno com a ordenada deste
arco AM', obtemos:
ponto. Como o ponto M=(x,y) possui abscissa negativa e

Matemática 50
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APOSTILAS OPÇÃO

sen(a) = - sen(b) e também das aplicações é: sin²(a) + cos²(a) = 1 que é


cos(a) = cos(b) verdadeira para todo ângulo a.
tg(a) = - tg(b) Necessitaremos do conceito de distância entre dois pontos
no plano cartesiano, que nada mais é do que a relação de
Simetria em relação ao eixo OY Pitágoras. Sejam dois pontos, A=(x',y') e B=(x",y").
Seja M um ponto da circunferência trigonométrica
localizado no primeiro quadrante, e seja M' simétrico a M em
relação ao eixo OY, estes pontos M e M' possuem a mesma
ordenada e as abscissa são simétricas.

Definimos a distância entre A e B, denotando-a por d(A,B),


como:

Se M é um ponto da circunferência trigonométrica, cujas


coordenadas são indicadas por (cos(a),sen(a)) e a distância
Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo deste ponto até a origem (0,0) é igual a 1. Utilizando a fórmula
correspondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao da distância, aplicada a estes pontos, d(M,0)=[(cos(a)-
arco AM'. Desse modo: 0)²+(sen(a)-0)²]1/2, de onde segue que 1=cos²(a)+sin²(a).
sen(a) = sen(b)
cos(a) = - cos(b)
tg(a) = - tg(b)

Simetria em relação à origem


Seja M um ponto da circunferência trigonométrica
localizado no primeiro quadrante, e seja M' simétrico de M em
relação a origem, estes pontos M e M' possuem ordenadas e
abscissas simétricas.
Segunda relação fundamental
Outra relação fundamental na trigonometria, muitas vezes
tomada como a definição da função tangente, é dada por:
sen(a)
tg(a) =
cos(a)
Deve ficar claro, que este quociente somente fará sentido
Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo quando o denominador não se anular.
correspondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao Se a=0, a= ou a=2 , temos que sen(a)=0, implicando
arco AM'. Desse modo: que tg(a)=0, mas se a= /2 ou a=3 /2, segue que cos(a)=0
sen(a) = -sen(b) e a divisão acima não tem sentido, assim a relação
cos(a) = - cos(b) tg(a)=sen(a)/cos(a) não é verdadeira para estes últimos
tg(a) = tg(b) valores de a.
Para a 0, a ,a 2 ,a /2 e a 3
Senos e cossenos de alguns ângulos notáveis /2, considere novamente a circunferência trigonométrica na
Uma maneira de obter o valor do seno e cosseno de alguns figura seguinte.
ângulos que aparecem com muita frequência em exercícios e
aplicações, sem necessidade de memorização, é através de
simples observação no círculo trigonométrico.

Os triângulos OMN e OTA são semelhantes, logo:


AT OA
=
MN ON
Como AT=|tg(a)|, MN=|sen(a)|, AO = 1 e ON = |cos(a)|, para
todo ângulo a, 0 < a < 2 com a /2 e a 3 /2
temos
sen(a)
tg(a) =
Primeira relação fundamental cos(a)
Uma identidade fundamental na trigonometria, que realiza
um papel muito importante em todas as áreas da Matemática

Matemática 51
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Seno, cosseno e tangente da soma e da diferença De maneira geral:


Na circunferência trigonométrica, sejam os ângulos a e b
com 0<a<2 e 0<b<2 , a>b, então; a) Se um arco mede α graus, a expressão geral dos arcos
sen(a+b) = sen(a)cos(b) + cos(a)sen(b) côngruos a ele é dada por αº + k.360º, com k ϵ Z.
cos(a+b) = cos(a)cos(b) - sen(a)sen(b) b) Se um arco mede α radianos, a expressão geral dos
arcos côngruos a ele é dada por α + 2kπ, com k ϵ Z.
Dividindo a expressão de cima pela de baixo, obtemos:
Exemplo:
sen(a)cos(b)+cos(a)sen(b)
Um móvel partindo do ponto A, origem dos arcos,
tg(a+b)=
percorreu um arco de 1690°. Quantas voltas completas deu e
cos(a)cos(b)-sen(a)sen(b)
qual quadrante parou?
Dividindo todos os quatro termos da fração por
cos(a)cos(b), segue a fórmula:
tg(a) + tg(b)
tg(a+b)=
1 - tg(a)tg(b)
Como
sen(a-b) = sen(a)cos(b) - cos(a)sen(b)
cos(a-b) = cos(a)cos(b) + sen(a)sen(b)
podemos dividir a expressão de cima pela de baixo, para Logo, o móvel deu 4 voltas completas no sentido anti-
obter: horário. Como 180º < 250º < 270º, o móvel parou no 3º
tg(a) - tg(b) quadrante.
tg(a-b)=
1 + tg(a)tg(b) Referências
GIOVANNI, José Ruy; BONJORNO, José Roberto; GIOVANNI JR, José Ruy –
Arcos côngruos (ou congruentes) Matemática Fundamental – 2º grau Volume Único – FTD - São Paulo: 1994
Os arcos no círculo trigonométrico possuem origem e
Questões
extremidade. Uma volta completa no círculo trigonométrico
corresponde a 360º ou 2π rad. mas nem todos os arcos
02. (PETROBRAS – Técnico de Estabilidade Junior –
possuem o mesmo comprimento, pois eles podem ter número
CESGRANRIO) No ciclo trigonométrico de centro O,
de voltas completas diferentes. Com isso podemos definir que:
representado na figura, os ângulos PÔB e QÔS são congruentes,
e o arco AP, tomado no sentido anti-horário, mede 164°.
Reduzindo-se o arco AQ ao primeiro quadrante, o valor
encontrado será igual a

1º quadrante: abscissa positiva e ordenada positiva → 0º < (A) 16°


α < 90º. (B) 24°
2º quadrante: abscissa negativa e ordenada positiva → 90º (C) 64°
< α < 180º. (D) 74°
3º quadrante: abscissa negativa e ordenada negativa → (E) 86°
180º < α < 270º.
4º quadrante: abscissa positiva e ordenada negativa → 03. (Marinha – Fuzileiro Naval – Marinha) Qual é o
270º < α < 360º. menor ângulo formado entre os ponteiros de um relógios
quando são exatamente 7 horas?
Dois arcos são côngruos (ou congruentes) quando têm (A) 210°
a mesma extremidade e diferem entre si apenas pelo (B) 180°
número de voltas inteiras. (C) 165°
(D) 150°
Uma regra prática e eficiente para determinar se dois arcos (E) 120°
são côngruos consiste em verificar se a diferença entre eles é
um número divisível ou múltiplo de 360º, isto é, a diferença
entre as medidas dos arcos dividida por 360º precisa ter resto
igual a zero.
Exemplo:
Verificar se os arcos de medidas 6230º e 8390º são
côngruos.
8390º – 6230º = 2160
2160º / 360º = 6 e resto igual a zero. Portanto, os arcos
medindo 6230º e 8390º são côngruos.

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04. (PETROBRAS – Técnico de Estabilidade Junior – Exemplo:


CESGRANRIO) Dado sem x = 1/3 , com π/2 < x < π , obter cos x.
Usando a relação fundamental, temos:
1 2 1 8 8
( ) + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 → 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 − = → 𝑐𝑜𝑠𝑥 = ±√
3 9 9 9
2√2

3
Como o intervalo esta compreendido π/2 < x < π, notamos
que x está no 2º quadrante, e consequentemente, cos x < 0. ,
2√2
assim teremos 𝑐𝑜𝑠𝑥 = −
3

𝒔𝒆𝒏 𝒙 𝝅
Relação II - 𝒕𝒈𝒙 = , 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒐 𝒙 ≠ + 𝒌𝝅, 𝒌 𝝐 𝒁
𝐜𝐨𝐬 𝒙 𝟐
O eixo (vertical) das tangentes é obtido ao se tangenciar,
por uma reta, o ciclo no ponto A, origem da contagem dos
Se o arco AQ mede 294°, o arco PS mede: arcos.
(A) 114°
(B) 156°
(C) 164°
(D) 204°
(E) 246°

Respostas

01. Resposta: D.
Observe que o arco AB possui 180°, Como o arco AP =
164°, nos resta que PB = 180° – 164° = 16°, portanto QS = 16°,
temos que AQ = 270° - 16° = 254°, como a questão pede para Valores Notáveis
encontrar no primeiro quadrante devemos fazer 254° – 180°
𝝅
= 74° 𝒕𝒈
𝟒
02. Resposta: D. Pela relação
fundamental II, temos:
𝜋 √2
𝜋 𝑠𝑒𝑛 4
𝑡𝑔 = = 2 =1
4 𝑐𝑜𝑠 𝜋 √2
4 2

Se observamos a
figura ao lado, o
quadrilátero formado
confirma o valor acima
Observe que no relógio temos 12 horas, como uma volta encontrado.
completa é de 360°, ao dividirmos por 12 obtemos 30° então 𝝅 𝝅
para cada hora possuímos 30 graus. 𝒕𝒈 𝒆 𝒕𝒈
𝟑 𝟔
No exercício, o menor ângulo formado pelos ponteiros do
relógio de 7 para 12 temos 5 horas, logo 5 . 30 = 150°. Pela relação
fundamental II, temos:
03. Resposta: B. 𝜋 √3
Como AQ = 294°, QA (no sentido anti-horário) = 360° – 𝜋 𝑠𝑒𝑛 3
294° = 66°, mas de P até o ponto onde temos no ciclo 180° 𝑡𝑔 = = 2 = √3
3 𝑐𝑜𝑠 𝜋 1
possui o mesmo valor (66°) Então o arco PS = 66° + 90° = 156° 3 2

IDENTIDADES OU RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS 𝜋 1


𝜋 𝑠𝑒𝑛 6 2 = √3
FUNDAMENTAIS 𝑡𝑔 = =
6 𝑐𝑜𝑠 𝜋 √3 3
6 2
Aqui aprenderemos relações que são fundamentais para a
resolução de questões trigonométricas.
Exemplo:
3𝜋
Relação I – sen2 x + cos2 x = 1, para todo x ϵ [0 , 2π[ Para calcular 𝑡𝑔 , devemos unir o centro à extremidade
4
Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo OPP2, do arco, prolongando esse segmento até o eixo das tangentes.
obtermos a fórmula acima.

Matemática 53
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões
Notando a congruência entre os três ângulos assinalados,
concluímos que: 01. (SAMAE – CONTADOR – FUNTEF/PR) Considerando
3𝜋 𝜋 π √5−1 𝜋
𝑡𝑔 = −𝑡𝑔 = −1 que sen = , o valor de 𝑐𝑜𝑠 é:
4 4 10 4 10

Podemos resolver também pela relação fundamental II: √10 + 2√5


(𝐴)
3𝜋 √2 4
3𝜋 𝑠𝑒𝑛 4
𝑡𝑔 = = 2 = −1 √10 − 2√5
4 3𝜋 √2 (𝐵)
𝑐𝑜𝑠 − 4
4 2

7𝜋 √2 √12√5
7𝜋 𝑠𝑒𝑛 4 − (𝐶)
𝑡𝑔 = = 2 = −1 4
4 7𝜋 √2 (D) -1/2
𝑐𝑜𝑠
4 2 (E) 1/4

02. (SANEAR – FISCAL - FUNCAB) Sendo cos x =1/2 com


OUTRAS IDENTIDADES OU RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS 0° < x < 90°, determine o valor da expressão E = sen² x + tg² x.
(A) 9/4
𝒄𝒐𝒔 𝒙
Relação III - 𝒄𝒐𝒕𝒈𝒙 = , 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒐 𝒙 ≠ 𝒌𝝅, 𝒌 𝝐 𝒁 (B) 11/4
𝒔𝒆𝒏 𝒙
(C) 13/4
Assim como para a tangente para a cotangente também é (D) 15/4
necessário acoplar um eixo externo, porém ele é feito no ponto (E) 17/4
B, que corresponde a π/2 radianos.
03. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -
CONTABILIDADE – FCC) O gráfico da função f(x) = cos²x –
sen²x + cos x, no intervalo [0,2π], intercepta o eixo das
abscissas em três pontos distintos (a,0), (b,0) e (c,0), sendo a <
b < c. Nessas condições, a diferença (c − b) vale
(A) π /3
(B) 2π /3
(C) π
(D) π /6
𝟏 𝝅
Relação IV – 𝐬𝐞𝐜 𝒙 = , 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒐 𝒙 ≠ + 𝒌𝝅, 𝒌 𝝐 𝒁 (E) 5π /6
𝒄𝒐𝒔𝒙 𝟐

Respostas

01. Resposta: A.
Sen²x + cos²x = 1
2
√5 − 1
( ) + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1
4
2
1 √5 − 1
Relação V – cossec 𝑥 = , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑥 ≠ 𝑘𝜋, 𝑘 𝜖 𝑍 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 − ( )
𝑠𝑒𝑛𝑥 4
5 − 2√5 + 1
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 −
16
6 − 2√5
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 −
16
2
16 6 − 2√5
𝑐𝑜𝑠 𝑥 = −
16 16
2
10 − 2√5
𝑐𝑜𝑠 𝑥 =
Exemplos: 16
√10 + 2√5
5𝜋 1 1
𝑐𝑜𝑠𝑥 =
1) 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 = 5𝜋 = = −√2 4
4 𝑠𝑒𝑛 √2
4 −
2
02. Resposta: D.
5𝜋 1 1 Sen²x + cos²x = 1
2) 𝑠𝑒𝑐 = = =2 1 2
3 5𝜋 1
𝑐𝑜𝑠 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + ( ) = 1
3 2 2
2
1
𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 1 −
5𝜋 √3 4
5𝜋 𝑐𝑜𝑠 6 −
2 = −√3 3
3) 𝑐𝑜𝑡𝑔 = = 2
𝑠𝑒𝑛 𝑥 =
6 5𝜋 1 4
𝑠𝑒𝑛 2
6 √3
𝑠𝑒𝑛𝑥 = ±
2
Como está no primeiro quadrante
√3
𝑠𝑒𝑛𝑥 = +
2

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APOSTILAS OPÇÃO
2
√3 ∗ 𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) ≡ cos 𝑎. cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑏. 𝑠𝑒𝑛 𝑎
2 ( )
2
𝑠𝑒𝑛 𝑥 √3 2
𝐸 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑡𝑔2 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + =( ) + 𝑡𝑔 𝑎 + 𝑡𝑔 𝑏 2. 𝑡𝑔 𝑥
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 2 1 2 ∗ 𝑡𝑔(𝑎 + 𝑏) ≡ ⇒ 𝑡𝑔 2𝑥 ≡
( ) 1 − 𝑡𝑔 𝑎. 𝑡𝑔 𝑏 𝑎=𝑏=𝑥 1 − 𝑡𝑔2 𝑥
2
3
3 4 3 15 𝑡𝑔 𝑎 − 𝑡𝑔 𝑏
= + = +3= ∗ 𝑡𝑔(𝑎 − 𝑏) ≡
4 1 4 4 1 + 𝑡𝑔 𝑎. 𝑡𝑔 𝑏
4
03. Resposta: B.
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 Exemplos:
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 1 − 𝑐𝑜𝑠²𝑥 1) sen 105º = sen (60º + 45º) = sen 60º . cos 45º + sen 45º
Substituindo na função: . cos 60º
f(x) = cos²x - (1 - cos²x) + cosx
f(x)=cos²x + cos²x + cosx - 1
f(x)=2cos²x + cosx - 1
f(x)=0=2cos²x + cosx -1

∆= 1 + 8 = 9 2) cos 135º = cos (90º + 45º) = cos 90º . cos 45º – sen 90º .
−1±3 sen 45º
𝑐𝑜𝑠𝑥 =
4
−1+3 1
cos 𝑥 = =
4 2
−1−3
cos 𝑥 = = −1
4

3) Demonstre que cos (2π + x) = cos x.


cos (2π + x) = cos 2π . cos x – sen 2π . sen x = 1 . cos x – 0 .
sen x = cos x

5𝜋 4) Utilizando as fórmulas da adição, desenvolva a


𝑐= expressão tg (π + x).
3
𝑏=𝜋
5𝜋 2𝜋
𝑐−𝑏 = −𝜋 =
3 3

TRANSFORMAÇÕES

Estaremos aqui obtendo fórmulas que possibilitem


encontrar funções circulares da soma e diferença de dois
arcos, dobro (ou triplo) de arco e transformações em produto. - Arcos Duplos
Utilizado quando as fórmulas do seno, cosseno e tangente
- Fórmulas de Adição e Subtração de Arcos do arco (a + b), fazemos b = a.
Observe a figura abaixo:
Considerando dois arcos, a e b, cos (a + b):
sen 2a = 2.sen a. cos a

cos 2a = cos2 a – sen2 a

𝟐𝒕𝒈 𝒂 𝝅
𝒕𝒈 𝟐𝒂 = (𝒂 ≠ + 𝒌𝝅)
𝟏 − 𝒕𝒈𝟐 𝒂 𝟒

Exemplos:
̂ e 𝑅𝐴𝑃
Os arcos 𝐴𝑃𝑄 ̂ possuem a mesma medida (a + b) e, Observe o ciclo trigonométrico:
consequentemente, as cordas 𝐴𝑄 ̅̅̅̅ e 𝑃𝑅
̅̅̅̅ também têm medidas
iguais.
As coordenadas dos pontos acimas são:
A (1,0);
P (cos a, sen a);
Q (cos (a + b), sen (a + b) e
R (cosb, - sen b).

Aplicando as fórmulas da distância entre dois pontos


chegamos a:
̂ que mede a.
Nele é mostrado um arco 𝐴𝑀
∗ 𝑠𝑒𝑛(𝑎 + 𝑏) ≡ 𝑠𝑒𝑛 𝑎. cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑏. 𝑐𝑜𝑠
𝑎⇒ 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 ≡ 2. 𝑠𝑒𝑛 𝑥. cos 𝑥 Vamos determinar:
𝑎=𝑏=𝑥 1) sen 2a.
2) cos 2a.
∗ 𝑠𝑒𝑛(𝑎 − 𝑏) ≡ 𝑠𝑒𝑛 𝑎. cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑏. cos 𝑎 3) O quadrante que está o arco que mede 2a.
4) sen 3a.
∗ 𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑏) ≡ cos 𝑎. cos 𝑏 − 𝑠𝑒𝑛 𝑏. 𝑠𝑒𝑛 𝑎
⇒ 𝑐𝑜𝑠 2𝑥 ≡ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 Resolvendo temos:
𝑎=𝑏=𝑥
1) sen 2a.

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APOSTILAS OPÇÃO

Como sen 2a = 2.sen a. cos a e sabemos que sen a = 3/5 ,


com a no 2º quadrante, encontramos o cos através de: sen2 a +
cos2 a = 1  cos2 a = 1 – 9/25  cos2 a = 16/25, como sabemos
que a pertence ao 2º quadrante, logo o seu cosseno é negativo:
cos a = -4/5.
Com isso fazemos:
3 4 24
𝑠𝑒𝑛 2𝑎 = 2. . (− ) → 𝑠𝑒𝑛 2𝑎 = −
5 5 25

2) cos 2a.
Como cos 2a = cos2 a – sen2 a, teremos:
16 9 7 - Transformação da soma em produto
cos 2𝑎 = − → cos 2𝑎 = As fórmulas abaixo relacionadas nos permitirão
25 25 25
transformar somas em produtos.
3) O quadrante que está o arco que mede 2a.
Vamos analisar, como sen 2a < 0 e cos 2a >o , podemos 𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
∗ 𝑠𝑒𝑛 𝑝 + 𝑠𝑒𝑛 𝑞 = 2. 𝑠𝑒𝑛 . 𝑐𝑜𝑠
concluir que o arco que mede 2ª tem extremidade no 4º 2 2
quadrante.
𝑝−𝑞 𝑝+𝑞
∗ 𝑠𝑒𝑛 𝑝 − 𝑠𝑒𝑛 𝑞 = 2. 𝑠𝑒𝑛 . 𝑐𝑜𝑠
4) sen 3a. 2 2
Como sen 3a = sen (2a + a)  sen 3a = sen 2a . cos a + sen 𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
a . cos 2a  ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝑝 + cos 𝑞 = 2. 𝑐𝑜𝑠 . 𝑐𝑜𝑠
2 2
24 4 3 7 117 𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
𝑠𝑒𝑛 3𝑎 = (− ) . (− ) + ( ) . ( ) → 𝑠𝑒𝑛 3𝑎 = ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝑝 − cos 𝑞 = −2. 𝑠𝑒𝑛 . 𝑠𝑒𝑛
25 5 5 25 125 2 2
- Arco Metade
Vamos achar valores que mede a/2, conhecendo os valores Exemplos:
das funções trigonométricas do arco que mede a. Vamos transformar em produtos:
Vamos determinar os valores partindo do cos a, partindo 1) N = sen 4x + sen 6x
𝑎 𝑎 𝑎
dele determinamos os valores de 𝑠𝑒𝑛 , 𝑐𝑜𝑠 𝑒 𝑡𝑔 . Vamos chamar 4x = p e 6x = q
2 2 2
Usando a primeira das fórmulas vistas, obtemos:
Para isso utilizaremos a seguinte fórmula: cos 2x = cos2 x 4𝑥 + 6𝑥 4𝑥 − 6𝑥
𝑁 = 2. 𝑠𝑒𝑛 . 𝑐𝑜𝑠 → 𝑁 = 2. 𝑠𝑒𝑛(5𝑥). cos(−𝑥)
– sen2 x 2 2
→ 𝑁 = 2. 𝑠𝑒𝑛 5𝑥. 𝑐𝑜𝑠 𝑥
Vamos primeiramente ajusta-la ao nosso problema
fazendo 2x = a  cos a = cos2 a/2 – sen2 a/2 (I) 2) N = 1 – sen 4x
𝜋
Como temos que o cos2 a/2 = 1 – sen2 a/2: Vamos substituir 1 por sen π/2, obtemos: 𝑁 = 𝑠𝑒𝑛 −
𝑎 𝑎 𝑎 2
cos 𝑎 = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 → 2𝑠𝑒𝑛2 = 1 − cos 𝑎 → 𝑠𝑒𝑛2 𝑠𝑒𝑛 4𝑥
2 2 2 Onde: π/2 = p e 4x = q
1 − cos 𝑎 𝒂 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 𝒂 𝜋 𝜋
= = 𝒔𝒆𝒏 = ±√ − 4𝑥 + 4𝑥
𝑁 = 2. 𝑠𝑒𝑛 ( 2 ) . 𝑐𝑜𝑠 ( 2 )→𝑁
2 𝟐 𝟐
2 2
𝜋 𝜋
Se em (I) substituirmos sen2 a/2 por 1 – cos2 a/2 = 2. 𝑠𝑒𝑛 ( − 2𝑥) . 𝑐𝑜𝑠 ( + 2𝑥)
𝑎 𝑎 𝑎 1 + cos 𝑎 4 4
cos 𝑎 = 𝑐𝑜𝑠 2 − (1 − 𝑐𝑜𝑠 2 ) → cos 𝑎 = 2𝑐𝑜𝑠 2 =
2 2 2 2
Questões
𝒂 𝟏 + 𝐜𝐨𝐬 𝒂
→ 𝒄𝒐𝒔 = ±√
𝟐 𝟐 01. (PREF. ÁGUAS DE CHAPECÓ/SC – FARMACÊUTICO –
ALTERNATIVE CONCURSOS) O valor de (sen 90º + cos 180º)
E como: é igual a:
𝑠𝑒𝑛
𝑎 (A) 0
𝑎 𝑎 𝜋
𝑡𝑔 =
2 𝐶𝑂𝑆
2
𝑎 ( 𝑐𝑜𝑚
2
≠ + 𝑘. 𝜋, 𝑘 𝜖 𝑍) , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠:
2
(B) 3
2
(C) -1
(D) -2
𝒂 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 𝒂
𝒕𝒈 = ±√ 02. (SANEAR – FISCAL - FUNCAB) Sendo cos x =1/2 com
𝟐 𝟏 + 𝐜𝐨𝐬 𝒂
0° < x < 90°, determine o valor da expressão E = sen² x + tg² x.
(A) 9/4
(B) 11/4
- Funções trigonométricas de arco que mede a, em
(C) 13/4
função da tangente do arco metade.
(D) 15/4
(E) 17/4

03. (ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS –


COMBATENTE/LOGÍSTICA – TÉCNICA/AVIAÇÃO –
EXÉRCITO BRASILEIRO) A soma dos valores de m que
satisfazem a ambas as igualdades senx=(m+1)/m e cos
x=(m+2)/m é
(A) 5

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APOSTILAS OPÇÃO

(B) 6
(C) 4
(D) -4
(E) -6
Respostas

01. Resposta: A.
sen 90°=1
cos〖180°〗= -1
1+(-1)=0 9π/2 = 2 voltas e 1/4 de volta
13π/2 = 3 voltas e 1/4 de volta
02. Resposta: D. 17π/2 = 4 voltas e 1/4 de volta
Sen²x+cos²x=1
1 2 Podemos generalizar e escrever todos os arcos com essa
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + ( ) = 1 característica na seguinte forma: π/2 + 2kπ, onde k Є Z. E de
2
uma forma geral abrangendo todos os arcos com mais de uma
1 volta, x + 2kπ.
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 1 − Estes arcos são representados no plano cartesiano através
4
3 de funções circulares como: função seno, função cosseno e
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = função tangente.
4
√3
𝑠𝑒𝑛𝑥 = ± Características da função seno
2
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o
Como está no primeiro quadrante seu seno, então f(x) = senx. O sinal da função f(x) = senx é
√3 positivo no 1º e 2º quadrantes, e é negativo quando x pertence
𝑠𝑒𝑛𝑥 = + ao 3º e 4º quadrantes. Observe:
2
2
√3
2 ( )
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 √3 2
𝐸 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑡𝑔2 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + =( ) +
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 2 1 2
( )
2
3
3 4
= +
4 1
4
3 15
= +3=
4 4

03. Resposta: E.
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1
𝑚+1 2 𝑚+2 2
( ) +( ) =1
𝑚 𝑚

𝑚2 + 2𝑚 + 1 𝑚2 + 4𝑚 + 4
+ −1=0
𝑚2 𝑚2

𝑚2 + 2𝑚 + 1 + 𝑚2 + 4𝑚 + 4 − 𝑚2 = 0

𝑚2 + 6𝑚 + 5 = 0 Gráfico da função f(x) = senx


S = -b/a → S = -6/1 = -6

FUNÇÃO TRIGONOMÉTRICA

No círculo trigonométrico temos arcos que realizam mais


de uma volta, considerando que o intervalo do círculo é [0, 2π],
por exemplo, o arco dado pelo número real x = 5π/2, quando
desmembrado temos: x = 5π/2 = 4π/2 + π/2 = 2π + π/2. Note
que o arco dá uma volta completa (2π = 2*180º = 360º), mais
um percurso de 1/4 de volta (π/2 = 180º/2 = 90º). Podemos
associar o número x = 5π/2 ao ponto P da figura, o qual é Características da função cosseno
imagem também do número π/2. Existem outros infinitos É uma função f : R → R que associa a cada número real x o
números reais maiores que 2π e que possuem a mesma seu cosseno, então f(x) = cosx. O sinal da função f(x) = cosx é
imagem. Observe: positivo no 1º e 4º quadrantes, e é negativo quando x pertence
ao 2º e 3º quadrantes. Observe:

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APOSTILAS OPÇÃO

Gráfico da função tangente

Função trigonométrica inversa


As funções trigonométricas não são invertíveis em todo o
seu domínio. Mas, para cada uma delas, podemos restringir o
domínio de forma conveniente e definir uma função inversa.

- A função inversa do seno, denotada por arcsen, é definida


como:

Gráfico da função f(x) = cosx

Características da função tangente - Gráfico do Domínio e Imagem do Arsec


É uma função f : R → R que associa a cada número real x a
sua tangente, então f(x) = tgx.
Sinais da função tangente:
- Valores positivos nos quadrantes ímpares.
- Valores negativos nos quadrantes pares.
- Crescente em cada valor.

- A função inversa do cosseno, denotada por arccos, é


definida como:

- Gráfico do Domínio e Imagem do Arccos

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APOSTILAS OPÇÃO

Logo:
cosw = ± Ö 5 / 3. Mas como w = arcsen 2/3, sabemos que o
arco w pode variar de –90º a +90º, intervalo no qual o coseno
é positivo. Logo: cosw = +Ö 5 /3.
Temos então: y = tg(arcsen 2/3) = tgw = senw / cosw =
[(2/3) / (Ö 5/3)] = 2/Ö 5
Racionalizando o denominador, vem finalmente y = (2Ö
5)/ 5 que é o valor de y procurado.

03. Seja 2*sen(3x) + 1 = 0


A solução é 3x = 7π/6 rad, pois sen 7π/6 = - 1/2. Assim,
- A função inversa da tangente, denotada por arctan, é temos: sen 3x = sen 7π/6
definida como: Entao: 3x = 7π/6 + 2kπ ou 3x = - π/6 + 2kπ , k E R.
x = 7π/18 + 2kπ/3 ou x = - π/18 + 2kπ/3
Concluímos que o conjunto solução é:
S = {x E R/x = 7π/18 + 2kπ/3 ou x = - π/18 + 2kπ/3, k E Z}

EQUAÇÕES TRIGNOMÉTRICAS

Para que exista uma equação qualquer é preciso que tenha


pelo menos uma incógnita e uma igualdade.
Agora, para ser uma equação trigonométrica é preciso que,
além de ter essas características gerais, é preciso que a função
trigonométrica seja a função de uma incógnita.
sen x = cos 2x
sen 2x – cos 4x = 0
- Gráfico do Domínio e Imagem do Arctan 4 . sen3 x – 3 . sen x = 0

São exemplos de equações trigonométricas, pois a


incógnita pertence à função trigonométrica.
x2 + sen 30° . (x + 1) = 15
Esse é um exemplo de equação do segundo grau e não de
uma equação trigonométrica, pois a incógnita não pertence à
função trigonométrica.

Grande parte das equações trigonométricas é escrita na


forma de equações trigonométricas elementares ou equações
trigonométricas fundamentais, representadas da seguinte
forma:
sen x = sen α
cos x = cos α
tg x = tg α
Referências
http://www.brasilescola.com Cada uma dessas equações acima possui um tipo de
http://www.uff.br/webmat
solução, ou seja, de um conjunto de valores que a incógnita
Questões deverá assumir em cada equação.

01. Qual o domínio e o conjunto imagem da função y = Resolução da 1ª equação fundamental


arcsen 4x? - sen x = sen α
Para que dois arcos x e α da primeira volta possuam o
mesmo seno, é necessário que suas extremidades estejam
02. Calcule y = tg(arcsen 2/3)
sobre uma única horizontal. Podemos dizer também que basta
que suas extremidades coincidam ou sejam simétricas em
03. Resolver a equação 2*sen(3x) + 1 = 0
relação ao eixo dos senos.
Respostas Assim, os valores de x que resolvem a equação sen x = sen
α (com α conhecido) são x = α ou x = π- α. Veja a figura:
01. Podemos escrever: 4x = seny. Daí, vem:
Para x: -1 < 4x < 1 Þ -1/4 < x < 1/4. Portanto, Domínio = D
= [-1/4, 1/4].Para y: Da definição vista acima, deveremos ter -
p /2 < y < p /2.
Resposta: D = [-1/4, 1/4] e Im = [-p /2, p /2].
Analogamente definiríamos as funções arco coseno e arco
tangente.
- cos x = cos α
02. Seja w = arcsen 2/3. Para que x e α possuam o mesmo cosseno, é necessário que
Podemos escrever senw = 2/3. Precisamos calcular o cosw. suas extremidades coincidam ou sejam simétricas em relação
Vem: sen2w + cos2w = 1 (Relação Fundamental da ao eixo dos cossenos, ou, em outras palavras, que ocupem no
Trigonometria). Substituindo o valor de senw vem: ciclo a mesma vertical.
(2/3)2 + cos2w = 1 de onde conclui-se: cos2w = 1 – 4/9 =
5/9.

Matemática 59
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APOSTILAS OPÇÃO

dos anos 2000, a quantidade de predadores em certa região,


𝜋𝑡
em milhares, era dada pela função P(t) = 5 + 2cos( )em que o
12
tempo t é considerado em meses. A partir dessa situação,
julgue o item seguinte.
O gráfico abaixo corresponde à função: P (t), 0 ≤ t ≤ 35.

Nessas condições, com α dado, os valores de x que


resolvem a equação cos x = cos α são: x = a ou x = 2π- α.

- tg x = tg α
Dois arcos possuem a mesma tangente quando são iguais
ou diferem π radianos, ou seja, têm as extremidades
coincidentes ou simétricas em relação ao centro do ciclo. (certo) (errado)

Resposta

01. Resposta: B
Temos então: sem(2x) = 1/2
Os arcos cujo seno é 1/2 são π/6 e 5π/6.
Resolvendo:
Assim temos x = α ou x = α ±π como raízes da equação tg x 2x = π/6
= tg α x = π/12
ou
Solução geral de uma equação 2x = 5π/6
Quando resolvemos uma equação considerando o conjunto x = 5π/12
universo mais amplo possível, encontramos a sua solução
geral. Essa solução é composta de todos os valores que podem 02. Resposta: certo
ser atribuído à incógnita de modo que a sentença se torne Sendo 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 − √3. 𝑐𝑜𝑠𝑥, então para f(x) = 0, temos:
verdadeira. 𝑠𝑒𝑛𝑥 − √3. 𝑐𝑜𝑠𝑥 = 0
Exemplo: 𝑠𝑒𝑛𝑥 = √3. 𝑐𝑜𝑠𝑥  (passar o 𝑐𝑜𝑠𝑥 dividindo para o 1°
Ao resolver a equação sen x = ½ no conjunto dos reais ( membro)
U=R), fazemos: 𝑠𝑒𝑛𝑥
𝜋 = √3  (das relações fundamentais temos que 𝑡𝑔𝑥 =
𝑐𝑜𝑥
sen x = ½  sen x = sen π/6  ⌊𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥
5𝜋
6 )
𝑐𝑜𝑠𝑥
+ 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
6 𝑡𝑔𝑥 = √3
Obtendo todos os arcos x( por meio da expressão geral dos Verificando no ciclo quais ângulos tem este valor de
arcos x) que tornam verdadeira a sentença sen x = ½ tangente:

Portanto: S = { x ϵ R | x = π/6 + 2kπ ou x = 5π/6 + 2kπ, k ϵ


Z)

Questões x = 60° ou x = 240°

01. (Bombeiros MG) As soluções da equação 03. Resposta: errado


πt
trigonométrica sem(2x) – 1/2 = 0, que estão na primeira P(t) = 5 + 2. cos ( )
12
determinação são: Se t = 0:
(A) x = π/12 ou x = 3π/24 π.0
P(0) = 5 + 2. cos ( )
(B) x = π/12 ou x = 5π/12 12
(C) x = π/6 ou x = 3π/12 P(0) = 5 + 2. cos0 , sabendo que cos0 = 1:
(D) x = π/6 ou x = 5π/24 P(0) = 5 + 2.1
P(0) = 5 + 2 = 7
02. (PC/ES - Perito Criminal Especial – CESPEUnB)
se t = 0  P = 7, temos o ponto de início do gráfico sendo
Considerando a função f(x) = senx - √3 cosx, em que o ângulo x
(0, 7) e não (0, 5) como está no gráfico.
é medido em graus, julgue o item seguinte:
f(x) = 0 para algum valor de x tal que 230º < x < 250º.
INEQUAÇÕES TRIGNOMÉTRICAS
(certo) (errado)
Semelhantemente ao que ocorre com as equações
03. (PREVIC - Técnico Administrativo – Básicos –
trigonométricas do tipo sen x = sen y e cos x = cos y ou com
CESPEUnB) Em um estudo da interação entre caça e predador,
equações trigonométricas do tipo tg x = tg y, uma inequação é
tanto a quantidade de predador quanto a quantidade de caça
dita inequação trigonométrica quando é verificada a
foram modeladas por funções periódicas do tempo. No início

Matemática 60
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APOSTILAS OPÇÃO

ocorrência de alguma função trigonométrica em pelo menos


um dos lados da desigualdade. Ao trabalhar com esse tipo de
inequação, normalmente é possível reduzi-la a alguma
inequação conhecida, que é chamada de inequação
trigonométrica fundamental.
Vejamos os seis tipos de inequações trigonométricas
fundamentais:
Representação da solução da inequação trigonométrica do tipo cos x < n
1° tipo) sen x > n (sen x ≥ n)
Seja n o seno de um arco y qualquer, tal que 0 ≤ n < 1. Se Na primeira volta do ciclo, a solução é S = { x | y < x < 2π –
sen x > n, então todo x entre y e π – y é solução da inequação, y}. No conjunto dos reais, a solução é S = { x | y + 2kπ < x < 2π
assim como podemos ver na parte destacada de azul na figura – y + 2kπ, k }.
a seguir:
5° tipo) tg x > n (tg x ≥ n)
Seja n a tangente de um arco y qualquer, tal que n > 0. Se tg
x > n, há duas soluções como podemos ver na figura:

Representação da solução da inequação trigonométrica do tipo sen x > n

A solução dessa inequação pode ser dada na primeira volta


do ciclo trigonométrico como S = { x | y < x < π – y}. Para
estender essa solução para o conjunto dos reais, podemos Representação da solução da inequação trigonométrica do tipo tg x > n
afirmar que S = { x | y + 2kπ < x < π – y + 2kπ, k } ou S = { x |
y + 2kπ < x < (2k + 1)π – y, k } A solução dessa inequação pode ser dada no conjunto dos
reais como S = { x | y + 2kπ < x < π/2 + 2kπ ou y + π + 2kπ < x
2° tipo) sen x < n (sen x ≤ n) < 3π/2 + 2kπ}. Na primeira volta do ciclo, temos: S = { x | y <
Se sen x < n, então a solução é dada por dois intervalos. A x < π/2 ou y + π < x < 3π/2, k }.
figura a seguir representa essa situação:
6° tipo) tg x < n (tg x ≤ n)
Esse caso é semelhante ao anterior. Se n > 0, temos:

Representação da solução da inequação trigonométrica do tipo sen x < n

Na primeira volta do ciclo, a solução pode ser dada como S


= { x | 0 ≤ x ≤ y ou π – y ≤ x ≤ 2π} . No conjunto dos reais, Representação da solução da inequação trigonométrica do tipo tg x < n
podemos afirmar que S = { x | 2kπ ≤ x < y + 2kπ ou π – y + 2kπ
≤ x ≤ (k + 1).2π, k }. Na primeira volta do ciclo, temos como solução: S = { x | 0
≤ x < y ou π/2 < x < y + π ou 3π/2 < x < 2π}. No conjunto dos
3° tipo) cos x > n (cos x ≥ n) reais a solução é S = { x | kπ ≤ x < y + kπ ou π/2 + kπ < x < (k
Seja n o cosseno de um arco y, tal que – 1 < n < 1. A solução + 1).π, k }.
deve ser dada a partir de dois intervalos: 0 ≤ n < 1 ou – 1 < n ≤
0. Veja a figura a seguir: Referências
IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
http://www.mundoeducacao.com
www.brasilescola.com.br

8) Contagem e Análise
Combinatória: Fatorial:
Representação da solução da inequação trigonométrica do tipo cos x > n
definição e operações;
Para que a solução dessa inequação esteja na primeira princípios multiplicativo e
volta do ciclo trigonométrico, devemos apresentar S = { x | 0 aditivo da contagem; arranjos,
≤ x < y ou 2π – y ≤ x < 2π }. Para estender essa solução para o
conjunto dos reais, podemos dizer que S = { x | 2kπ ≤ x < π + combinações e permutações; e
2kπ ou 2π – y + 2kπ < x < (k + 1).2π, k }. binômio de Newton:
desenvolvimento, coeficientes
4° tipo) cos x < n (cos x ≤ n)
Nesses casos, há apenas um intervalo e uma única solução. binomiais e termo geral
Observe a figura a seguir:

A Análise Combinatória é a parte da Matemática que


desenvolve meios para trabalharmos com problemas de
contagem.

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APOSTILAS OPÇÃO

De forma resumida, e rápida podemos também montar


PRINCÍPIO ADITIVO E MULTIPLICATIVO (PRINCÍPIO através do princípio multiplicativo o número de
FUNDAMENTAL DA CONTAGEM-PFC) possibilidades:

O princípio aditivo é quando tendo possibilidade distintas


as quais precisamos adicionar as possibilidades. Vejamos o
exemplo:

2 x 3 = 6

3) De sua casa ao trabalho, Silvia pode ir a pé, de ônibus ou


de metrô. Do trabalho à faculdade, ela pode ir de ônibus, metrô,
trem ou pegar uma carona com um colega.
De quantos modos distintos Silvia pode, no mesmo dia, ir
de casa ao trabalho e de lá para a faculdade?

Vejamos, o trajeto é a junção de duas etapas:


1º) Casa → Trabalho: ao qual temos 3 possibilidades
O cardápio de determinada escola é constituído de uma
2º) Trabalho → Faculdade: 4 possibilidades.
fruta e uma bebida. De quantas maneiras podemos escolher
Multiplicando todas as possibilidades (pelo PFC), teremos:
um de cada opção?
3 x 4 = 12.
Para as frutas temos... 5
No total Silvia tem 12 maneiras de fazer o trajeto casa –
Bebidas........................2
trabalho – faculdade.
Como precisamos escolher uma de cada, logo somamos as
possibilidades.
Podemos dizer que, um evento B pode ser feito de n
5+2=7
maneiras, então, existem m • n maneiras de fazer e executar
o evento B.
O princípio multiplicativo ou fundamental da contagem
constitui a ferramenta básica para resolver problemas de
contagem sem que seja necessário enumerar seus elementos,
através da possibilidades dadas. FATORIAL DE UM NÚMERO NATURAL
Produtos em que os fatores chegam sucessivamente até a
Exemplos: unidade são chamados fatoriais.
1) Imagine que, na cantina de sua escola, existem cinco Matematicamente:
opções de suco de frutas: pêssego, maçã, morango, caju e Dado um número natural n, sendo n є N e n ≥ 2, temos:
mamão. Você deseja escolher apenas um desses sucos, mas n! = n. (n – 1 ). (n – 2). ... . 1
deverá decidir também se o suco será produzido com água ou Onde:
leite. Escolhendo apenas uma das frutas e apenas um dos n! é o produto de todos os números naturais de 1 até n (lê-
acompanhamentos, de quantas maneiras poderá pedir o suco? se: “n fatorial”)
Por convenção temos que:
0! = 1
1! = 1

Exemplo:
De quantas maneiras podemos organizar 8 alunos em uma
fila.
Observe que vamos utilizar a mesma quantidade de alunos
na fila nas mais variadas posições:

Temos que 8! = 8.7.6.5.4.3.2.1 = 40320


2) Para ir da sua casa (cidade A) até a casa do seu de um
amigo Pedro (que mora na cidade C) João precisa pegar duas - Arranjo simples: agrupamentos simples de n elementos
conduções: A1 ou A2 ou A3 que saem da sua cidade até a B e distintos tomados(agrupados) p a p. Aqui a ordem dos seus
B1 ou B2 que o leva até o destino final C. Vamos montar o elementos é o que diferencia.
diagrama da árvore para avaliarmos todas as possibilidades: Exemplo:
Dados o conjunto S formado pelos números S= {1,2,3,4,5,6}
quantos números de 3 algarismos podemos formar com este
conjunto?

Matemática 62
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Observe que 123 é diferente de 321 e assim Aqui dividimos novamente por p, para desconsiderar
sucessivamente, logo é um Arranjo. todas as sequências repetidas (P1, P2, P3, P4 = P4, P2, P1, P3=
Se fossemos montar todos os números levaríamos muito P3, P2, P4, P1=...).
tempo, para facilitar os cálculos vamos utilizar a fórmula do Aplicando a fórmula:
arranjo. n! 7! 7! 7.6.5.4!
Cn, p = → C7,4 = = =
Pela definição temos: A n,p (Lê-se: arranjo de n elementos (n − p)! p! (7 − 4)! 4! 3! 4! 3! 4!
tomados p a p).
Então: 210 210
𝒏! = = = 35 grupos de professores
𝑨𝒏, 𝒑 = 3.2.1 6
(𝒏 − 𝒑)!
- Combinação circular: aqui os elementos estão dispostos
Utilizando a fórmula: em uma circunferência. Exemplo:
Onde n = 6 e p = 3 Considerando dez pontos sobre uma circunferência,
n! 6! 6! 6.5.4.3! quantas cordas podem ser construídas com extremidades em
An, p = → A6,3 = = = = 120 dois desses pontos?
(n − p)! (6 − 3)! 3! 3!
Então podemos formar com o conjunto S, 120 números
com 3 algarismos.

- Permutação simples: sequência ordenada de n


elementos distintos (arranjo), ao qual utilizamos todos os
elementos disponíveis, diferenciando entre eles apenas a
ordem.
Pn! = n!

Exemplo:
Quantos anagramas podemos formar com a palavra CALO?

Uma corda fica determinada quando escolhemos dois


pontos entre os dez.
Escolher (A,D) é o mesmo que escolher (D,A), então
sabemos que se trata de uma combinação.
Aqui temos então a combinação de 10 elementos tomados
2 a 2.
n! 10! 10! 10.9.8! 90
Utilizando a fórmula da permutação temos: C10,2 = = = = =
(n − p)! p! (10 − 2)! 2! 8! 2! 8! 2! 2
n = 4 (letras)
P4! = 4! = 4 . 3 . 2 . 1! = 24 . 1! (como sabemos 1! = 1) →24 . 45 cordas
1 = 24 anagramas
- Permutação com repetição: Na permutação com
- Combinação simples: agrupamento de n elementos repetição, como o próprio nome indica, as repetições são
distintos, tomados p a p, sendo p ≤ n. O que diferencia a permitidas e podemos estabelecer uma fórmula que relacione
combinação do arranjo é que a ordem dos elementos não é o número de elementos, n, e as vezes em que o mesmo
importante. elemento aparece.
Exemplo: 𝒏!
Uma escola tem 7 professores de Matemática. Quatro deles 𝑷𝒏(∝,𝜷,𝜸,… ) = …
𝜶! 𝜷! 𝜸!
deverão representar a escola em um congresso. Quantos
grupos de 4 professores são possíveis?
Com α + β + γ + ... ≤ n

Exemplo:
Quantos são os anagramas da palavra ARARA?
n=5
α = 3 (temos 3 vezes a letra A)
β = 2 (temos 2 vezes a letra R)

Observe que sendo 7 professores, se invertermos um deles Equacionando temos:


de posição não alteramos o grupo formado, os grupos 𝒏! 𝟓! 𝟓. 𝟒. 𝟑! 𝟓. 𝟒
formados são equivalentes. Para o exemplo acima temos ainda 𝑷𝒏(∝,𝜷,𝜸,… ) = … → 𝒑𝟓(𝟑,𝟐) = = =
𝜶! 𝜷! 𝜸! 𝟑! 𝟐! 𝟑! 𝟐! 𝟐. 𝟏
as seguintes possibilidades que podemos considerar sendo
como grupo equivalentes. 𝟐𝟎
P1, P2, P4, P3 – P2, P1, P3, P4 – P3, P1, P2, P4 – P2, P4, P3, = = 𝟏𝟎 𝒂𝒏𝒂𝒈𝒓𝒂𝒎𝒂𝒔
𝟐
P4 – P4, P3, P1, P2 ...
- Permutação circular: a permutação circular com
Com isso percebemos que a ordem não é importante! repetição pode ser generalizada através da seguinte forma:
Vamos então utilizar a fórmula para agilizar nossos
cálculos: 𝑷𝒄𝒏 = (𝒏 − 𝟏)!
𝑨𝒏, 𝒑 𝒏!
𝑪𝒏, 𝒑 = → 𝑪𝒏, 𝒑 =
𝒑! (𝒏 − 𝒑)! 𝒑! Exemplo:

Matemática 63
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De quantas maneiras 5 meninas que brincam de roda (A) 36.


podem formá-la? (B) 40.
Fazendo um esquema, observamos que são posições (C) 45.
iguais: (D) 49.
(E) 56.

05. Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão


entre o número de anagramas de seus nomes representa a
diferença entre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de
Renato é
(A) 24.
O total de posições é 5! e cada 5 representa uma só (B) 25.
permutação circular. Assim, o total de permutações circulares (C) 26.
será dado por: (D) 27.
5! 5.4! (E) 28.
𝑃𝑐 5 = = = 4! = 4.3.2.1 = 24
5 5
Respostas
Referências
IEZZI, Gelson – Matemática – Volume Único
01. Resposta: B.
FILHO, Begnino Barreto; SILVA,Claudio Xavier da – Matemática – Volume
Único - FTD A questão trata-se de princípio fundamental da contagem,
BOSQUILHA, Alessandra - Minimanual compacto de matemática: teoria e logo vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o
prática: ensino médio / Alessandra Bosquilha, Marlene Lima Pires Corrêa, Tânia pedido:
Cristina Neto G. Viveiro. -- 2. ed. rev. -- São Paulo: Rideel, 2003.
6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras.

Questões 02. Resposta: C.


Pelo enunciado precisa ser um número maior que 4000,
01. Em um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 logo para o primeiro algarismo só podemos usar os números
tipos de carnes, 4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 4,5 e 6 (3 possibilidades). Como se trata de números distintos
tipos de sucos. Se o cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de para o segundo algarismo poderemos usar os números (0,1,2,3
cereal, 1 tipo de sobremesa e 1 tipo de suco, então o número e também 4,5 e 6 dependo da primeira casa) logo teremos 7 –
de opções diferentes com que ele poderia fazer o seu pedido, 1 = 6 possibilidades. Para o terceiro algarismos teremos 5
é: possibilidades e para o último, o quarto algarismo, teremos 4
(A) 19 possibilidades, montando temos:
(B) 480
(C) 420
(D) 90 Basta multiplicarmos todas as possibilidades: 3 x 6 x 5 x 4
= 360.
02. Seja N a quantidade máxima de números inteiros de Logo N é 360.
quatro algarismos distintos, maiores do que 4000, que podem
ser escritos utilizando-se apenas os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 03. Resposta: B.
6. Esta questão trata-se de Combinação, pela fórmula temos:
O valor de N é: n!
Cn, p =
(A) 120 (n − p)! p!
(B) 240
(C) 360 Onde n = 12 e p = 3
(D) 480 n! 12! 12!
Cn, p = → C12,3 = =
(n − p)! p! (12 − 3)! 3! 9! 3!
03. Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 12.11.10.9! 1320 1320
3 deles. Como esse grupo deverá ter um coordenador, que = = = = 220
9! 3! 3.2.1 6
pode ser qualquer um deles, o número de maneiras distintas
possíveis de se fazer esse grupo é: Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo
(A) 4 tem 3 pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
(B) 660
(C) 1 320 04. Resposta: A.
(D) 3 960 Teremos 8 peças com números iguais.

04. Um heptaminó é um jogo formado por diversas peças


com as seguintes características:
• Cada peça contém dois números do conjunto {0, 1, 2, 3, 4,
5,6, 7}.
• Todas as peças são diferentes.
• Escolhidos dois números (iguais ou diferentes) do
conjunto acima, existe uma, e apenas uma, peça formada por
esses números.
A figura a seguir mostra exemplos de peças do heptaminó. Depois, cada número com um diferente
7+6+5+4+3+2+1
8+7+6+5+4+3+2+1=36

05. Resposta: C.
O número de peças do heptaminó é Anagramas de RENATO

Matemática 64
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______ BINÔMIO DE NEWTON


6.5.4.3.2.1=720
Anagramas de JORGE Denomina-se Binômio de Newton, a todo binômio da
_____ forma (a + b)n, sendo n um número natural.
5.4.3.2.1=120
Exemplo:
Razão dos anagramas:
720
=6 B = (3x - 2y)4 ( onde a = 3x, b = -2y e n = 4 [grau do binômio]
120
).
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos
Exemplos de desenvolvimento de binômios de Newton:
NÚMERO BINOMIAL
a) (a + b)2 = a2 + 2ab + b2
Sendo n e k dois números naturais, o número binomial de
b) (a + b)3 = a3 + 3 a2b + 3ab2 + b3
ordem n e classe k, ou simplesmente o binomial n sobre k é um
c) (a + b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4ab3 + b4
novo número natural representado por:
d) (a + b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5ab4 + b5
𝑛 𝑛!
( )= , se n ≥ k Nota: Não é necessário memorizar as fórmulas acima, já
𝑘 𝑘!(𝑛−𝑘)!
que elas possuem uma lei de formação bem definida, senão
𝑛 vejamos:
( ) = 0, se n < k
𝑘 Vamos tomar, por exemplo, o item (d) acima:
Observe que o expoente do primeiro e últimos termos são
- Propriedades dos binomiais: iguais ao expoente do binômio, ou seja, igual a 5.
𝑛 𝑛 A partir do segundo termo, os coeficientes podem ser
a) ( ) = ( ), como consequência dessa propriedade, obtidos a partir da seguinte regra prática de fácil
𝑘 𝑛−𝑘
temos que se os números naturais n, k e p forem tais que n ≥ k memorização:
𝑛 𝑛 Multiplicamos o coeficiente de a pelo seu expoente e
e n ≥ p → ( ) = (𝑝)  k = p ou k + p = n.
𝑘 dividimos o resultado pela ordem do termo. O resultado será o
coeficiente do próximo termo. Assim por exemplo, para obter
𝑛−1 𝑛−1 𝑛 o coeficiente do terceiro termo do item (d) acima teríamos:
b) ( )+( )=( )
𝑘−1 𝑘 𝑘 5 × 4 = 20; agora dividimos 20 pela ordem do termo
𝑛 𝑛−𝑘 𝑛 anterior (2 por se tratar do segundo termo) 20 ÷ 2 = 10 que é
c) ( ) . =( ) o coeficiente do terceiro termo procurado.
𝑘 𝑘+1 𝑘+1
Observe que os expoentes da variável a decrescem de n até
𝑛 𝑛 𝑛 0 e os expoentes de b crescem de 0 até n. Assim o terceiro
d) Temos que ( ) = 1 , ( ) = 1 e ( ) = 𝑛
0 𝑛 1 termo é 10 a3b2 (observe que o expoente de a decresceu de 4
para 3 e o de b cresceu de 1 para 2).
TRIÂNGULO DE PASCAL Usando a regra prática acima, o desenvolvimento do
binômio de Newton (a + b)7 será:
Definição: é uma tabela formada por números binomiais (a + b)7 = a7 + 7 a6b + 21 a5b2 + 35 a4b3 + 35 a3b4 + 21 a2b5
dispostos de tal forma que os binomiais de mesmo numerador + 7 ab6 + b7
situam-se na mesma linha e os mesmo denominador na
mesma coluna. Como obtivemos, por exemplo, o coeficiente do 6º termo
(21 a2b5)?
0
( ) Pela regra: Coeficiente do termo anterior = 35.
0 Multiplicamos 35 pelo expoente de a que é igual a 3 e
dividimos o resultado pela ordem do termo que é 5.
1 1
( )( ) Então, 35 × 3 = 105 e dividindo por 5 (ordem do termo
0 1 anterior) vem 105 ÷ 5 = 21, que é o coeficiente do sexto termo,
conforme se vê acima.
2 2 2
( )( )( )
0 1 2 Observações:
3 3 3 3 1) O desenvolvimento do binômio (a + b)n é um polinômio.
( )( )( )( ) 2) O desenvolvimento de (a + b)n possui n + 1 termos .
0 1 2 3 3) Os coeficientes dos termos equidistantes dos extremos ,

𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 no desenvolvimento de (a + b)n são iguais .
( )( )( )( )( )⋯( ) 4) A soma dos coeficientes de (a + b)n é igual a 2n .
0 1 2 3 4 𝑛

Resolvendo os números binomiais, temos: Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton


1 Um termo genérico Tk + 1 do desenvolvimento de (a + b)n,
1 1 sendo k um número natural, é dado por:
1 2 1
𝑛
1 3 3 1 a) Tk + 1 = ( ) . an – k . bk, feito segundo os expoentes
𝑘
1 4 6 4 1 decrescentes de a.
1 5 10 10 5 1
. 𝑛
. b) T k + 1 = ( ).ak . bn – k , feito segundo os expoentes
𝑘
. crescentes de a.

𝑛!
Sendo (𝑛𝑘) =
𝑘!(𝑛−𝑘)!

Matemática 65
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões n = 6.
Pela fórmula do termo geral, podemos escrever:
01. Determine o 7º termo do binômio (2x + 1) 9, 6 1 6 6
Tk + 1 = ( ). x6 - k . ( )k = ( ). x6 - k . x- k = ( ). x6 - 2p .
desenvolvido segundo as potências decrescentes de x. 𝑘 𝑥 𝑘 𝑘

02. Qual o termo médio do desenvolvimento de (2x + 3y)8? Ora, para que o termo seja independente de x, o expoente
desta variável deve ser zero, pois x0 = 1.
03. Desenvolvendo o binômio (2x - 3y)3n, obtemos um Logo, fazendo 6 – 2k = 0, obtemos k = 3. Substituindo então
polinômio de 16 termos. Qual o valor de n? k por 6, teremos o termo procurado. Temos então:
6 6! 6 .5 .4 .3!
T3+1 = T4 = ( ). x0 = = = 20
04. Determine o termo independente de x no 3 [(6−3)! .3!] 3! .2 .1
1 Logo, o termo independente de x é o T4 (quarto termo) que
desenvolvimento de (x + )6. é igual a 20.
𝑥

05. Calcular 5!. 05. Resposta: 120


5! = 5.4.3.2.1 = 120
5
06. Calcular ( ).
3 06. Resposta: 10
5 5! 5.4.3! 5.4 20
2𝑥 2𝑥 ( )= = = = = 10
07. Resolver a equação ( ) = ( ). 3 3!(5−3)! 3!.2! 2.1 2
𝑥−1 3
07. Resposta: x = 2 ou x = 4
Respostas Esses dois números binomiais são iguais se:
x–1=3 ou x – 1 + 3 = 2x
01. Resposta: 672x3. x=3+1 ou 2 = 2x – x
Primeiro temos que aplicar a fórmula do termo geral de (a x = 4 ou x=2
+ b)n, onde:
a = 2x
b=1
n=9
9) Probabilidade:
Como queremos o sétimo termo, fazemos p = 6 na fórmula Experimento aleatório,
do termo geral e efetuamos os cálculos indicados. experimento amostral, espaço
Temos então:
amostral e evento;
9
T6+1 = T7 = ( ). (2x)9 - 6 . (1)6 =
9!
. (2𝑥)3 . 1 =
probabilidade em espaços
9 .8 .7 .6!
6 [(9−6)! ×6!]
amostrais equiprováveis;
.8𝑥³ = 672𝑥³
3 .2.1 .6! probabilidade da união de
Portanto o sétimo termo procurado é 672x3.
dois eventos; probabilidade
02. Resposta: 90720x4y4. condicional; propriedades das
Temos: probabilidades; e
a = 2x
b = 3y probabilidade de dois eventos
n=8 sucessivos e experimentos
Sabemos que o desenvolvimento do binômio terá 9 termos, binomiais
porque n = 8. Ora sendo T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 os termos do
desenvolvimento do binômio, o termo do meio (termo médio)
será o T5 (quinto termo).
Logo, o nosso problema resume-se ao cálculo do T5. Para O estudo da probabilidade vem da necessidade de em
isto, basta fazer k = 4 na fórmula do termo geral e efetuar os certas situações, prevermos a possibilidade de ocorrência de
cálculos decorrentes. Teremos: determinados fatos.
8 8! A história da teoria das probabilidades, teve início com os
T4+1 = T5 = ( ). (2x)8-4 . (3y)4 = . (2x)4 . (3y)4 = jogos de cartas, dados e de roleta. Esse é o motivo da grande
4 [(8−4)! .4!]
8 .7 .6 .5 .4!
. 16x4 . 81y4 existência de exemplos de jogos de azar no estudo da
(4! .4 .3 .2 .1
probabilidade. A teoria da probabilidade permite que se
Fazendo as contas vem: calcule a chance de ocorrência de um número em um
T5 = 70.16.81.x4 . y4 = 90720x4y4 , que é o termo médio experimento aleatório.
procurado.
Definições:
03. Resposta: 5. A teoria da probabilidade é o ramo da Matemática que
Ora, se o desenvolvimento do binômio possui 16 termos, cria e desenvolve modelos matemáticos para estudar os
então o expoente do binômio é igual a 15. experimentos aleatórios. Alguns elementos são necessários
Logo, para efetuarmos os cálculos probabilísticos.
3n = 15 de onde se conclui que n = 5. - Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam
resultados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as
04. Resposta: 20. condições sejam semelhantes.
Sabemos que o termo independente de x é aquele que não Exemplos:
depende de x, ou seja, aquele que não possui x. a) lançamento de 3 moedas e a observação das suas faces
Temos no problema dado: voltadas para cima
a=x b) jogar 2 dados e observar o número das suas faces
1
b= c) abrir 1 livro ao acaso e observar o número da suas faces.
𝑥

Matemática 66
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APOSTILAS OPÇÃO

- Espaço amostral: conjunto de todos os resultados C = {(3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (3,5), (3,6), (4,1), (4,2), (4,3),
possíveis de ocorrer em um determinado experimento (4,4), (4,5), (4,6), (5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6), (6,1),
aleatório. Indicamos esse conjunto por uma letra maiúscula: U, (6,2), (6,3), (6,4), (6,5), (6,6)}
S , A, Ω ... variando de acordo com a bibliografia estudada.
Exemplo: - Eventos mutuamente exclusivos: dois ou mais eventos
a) quando lançamos 3 moedas e observamos suas faces são mutuamente exclusivos quando a ocorrência de um deles
voltadas para cima, sendo as faces da moeda cara (c) e coroa implica a não ocorrência do outro. Se A e B são eventos
(k), o espaço amostral deste experimento é: mutuamente exclusivos, então: A ∩ B = Ø.
S = {(c,c,c); (c,c,k); (c,k,k); (c,k,c); (k,k,k,); (k,c,k); (k,c,c); Sejam os eventos:
(k,k,c)}, onde o número de elementos do espaço amostral n(A) A: quando lançamos um dado, o número na face voltada
=8 para cima é par.
A = {2,4,6}
- Evento: é qualquer subconjunto de um espaço amostral B: quando lançamos um dado, o número da face voltada
(S); muitas vezes um evento pode ser caracterizado por um para cima é divisível por 5.
fato. Indicamos pela letra E. B = {5}
Os eventos A e B são mutuamente exclusivos, pois A ∩ B =
Ø.

Probabilidade em espaços equiprováveis


Considerando um espaço amostral S, não vazio, e um
evento E, sendo E ⊂ S, a probabilidade de ocorrer o evento E é
o número real P (E), tal que:
Exemplo:
a) no lançamento de 3 moedas: 𝐧(𝐄)
𝐏(𝐄) =
E1→ aparecer faces iguais 𝐧(𝐒)
E1 = {(c,c,c);(k,k,k)}
O número de elementos deste evento E1 é n(E1) = 2 Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja,
todos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.
E2→ aparecer coroa em pelo menos 1 face Onde:
E2 = {(c,c,k); (c,k,k); (c,k,c); (k,k,k,); (k,c,k); (k,c,c); (k,k,c)} n(E) = número de elementos do evento E.
Logo n(E2) = 7 n(S) = número de elementos do espaço amostral S.

Veremos agora alguns eventos particulares: Exemplo:


- Evento certo: que possui os mesmos elementos do Lançando-se um dado, a probabilidade de sair um número
espaço amostral (todo conjunto é subconjunto de si mesmo); ímpar na face voltada para cima é obtida da seguinte forma:
E = S. S = {1, 2, 3, 4, 5, 6} n(S) = 6
E: a soma dos resultados nos 2 dados ser menor ou igual a E = {1, 3, 5} n(E) = 3
12.
n(E) 3 1
P(E) = = = = 0,5 𝑜𝑢 50%
- Evento impossível: evento igual ao conjunto vazio. n(S) 6 2
E: o número de uma das faces de um dado ser 7.
E: Ø Probabilidade da união de dois eventos
Vamos considerar A e B dois eventos contidos em um
- Evento simples: evento que possui um único elemento. mesmo espaço amostral A, o número de elementos da reunião
E: a soma do resultado de dois dados ser igual a 12. de A com B é igual ao número de elementos do evento A
E: {(6,6)} somado ao número de elementos do evento B, subtraindo o
número de elementos da intersecção de A com B.
- Evento complementar: se E é um evento do espaço
amostral S, o evento complementar de E indicado por C tal que
C = S – E. Ou seja, o evento complementar é quando E não
ocorre.
E1: o primeiro número, no lançamento de 2 dados, ser
menor ou igual a 2.
E2: o primeiro número, no lançamento de 2 dados, ser
maior que 2.
S: espaço amostral é dado na tabela abaixo:
Sendo n(S) o número de elementos do espaço amostral,
vamos dividir os dois membros da equação por n(S) a fim de
obter a probabilidade P (A U B).
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) 𝑛(𝐴) 𝑛(𝐵) 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵)
= + −
𝑛(𝑆) 𝑛(𝑆) 𝑛(𝑆) 𝑛(𝑆)

P (A U B) = P(A)
+ P(B) – P (A ∩
B)
E: {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6), (2,1), (2,2), (2,3)
(2,4), (2,5), (2,6)}
Como, C = S – E

Matemática 67
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APOSTILAS OPÇÃO

Para eventos mutuamente exclusivos, onde A ∩ B = Ø, a dois eventos simultâneos (ou sucessivos), que é P (A ∩ B), é
equação será: preciso multiplicar a probabilidade de ocorrer um deles P(B)
pela probabilidade de ocorrer o outro, sabendo que o primeiro
já ocorreu P (A | B).
Sendo:
P (A U B) = 𝐏(𝐀 ∩ 𝐁) 𝐏(𝐀 ∩ 𝐁)
P(A) + P(B) 𝐏(𝐀|𝐁) = 𝐨𝐮 𝐏(𝐁|𝐀) =
𝐏(𝐁) 𝐏(𝐀)

- Eventos independentes: dois eventos A e B de um


espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou
Exemplo: P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos:
A probabilidade de que a população atual de um país seja
de 110 milhões ou mais é de 95%. A probabilidade de ser 110 P (A ∩ B) = P(A). P(B)
milhões ou menos é de 8%. Calcule a probabilidade de ser 110
milhões. Exemplo:
Sendo P(A) a probabilidade de ser 110 milhões ou mais: Lançando-se simultaneamente um dado e uma moeda,
P(A) = 95% = 0,95 determine a probabilidade de se obter 3 ou 5 na dado e cara na
Sendo P(B) a probabilidade de ser 110 milhões ou menos: moeda.
P(B) = 8% = 0,08 Sendo, c = coroa e k = cara.
P (A ∩ B) = a probabilidade de ser 110 milhões: P (A ∩ B)
=? S = {(1,c), (1,k), (2,c), (2,k), (3,c), (3,k), (4,c), (4,k), (5,c),
P (A U B) = 100% = 1 (5,k), (6,c), (6,k)}
Utilizando a regra da união de dois eventos, temos: Evento A: 3 ou 5 no dado
P (A U B) = P(A) + P(B) – P (A ∩ B) A = {(3,c), (3,k), (5,c), (5,k)}
4 1
1 = 0,95 + 0,08 - P (A ∩ B) 𝑃(𝐴) = =
P (A ∩ B) = 0,95 + 0,08 - 1 12 3
P (A ∩ B) = 0,03 = 3%
Evento B: cara na moeda
B = {(1,k), (2,k), (3,k), (4,k), (5,k), (6,k)}
Probabilidade condicional 6 1
Vamos considerar os eventos A e B de um espaço amostral 𝑃(𝐵) = =
S, definimos como probabilidade condicional do evento A, 12 2
𝐴
tendo ocorrido o evento B e indicado por P(A | B) ou 𝑃 ( ), a Os eventos são independentes, pois o fato de ocorrer o
𝐵
razão: evento A não modifica a probabilidade de ocorrer o evento B.
Com isso temos:
𝒏(𝑨 ∩ 𝑩) 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) P (A ∩ B) = P(A). P(B)
𝑷(𝑨|𝑩) = = 1 1 1
𝒏(𝑩) 𝑷(𝑩) 𝑃(𝐴 ∩ 𝐵) = . =
3 2 6
Lemos P (A | B) como: a probabilidade de A “dado que” ou
“sabendo que” a probabilidade de B. Observamos que A ∩ B = {(3,k), (5,k)} e a P (A ∩ B) poder
Exemplo: ser calculada também por:
No lançamento de 2 dados, observando as faces de cima, 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) 2 1
𝑃(𝐴 ∩ 𝐵) = = =
para calcular a probabilidade de sair o número 5 no primeiro 𝑛(𝑆) 12 6
dado, sabendo que a soma dos 2 números é maior que 7. No entanto nem sempre chegar ao n(A ∩ B) nem sempre é
Montando temos: fácil dependendo do nosso espaço amostral.
S = {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6), (2,1), (2,2), (2,3),
(2,4), (2,5), (2,6), (3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (3,5), (3,6), (4,1), Lei Binomial de probabilidade
(4,2), (4,3), (4,4), (4,5), (4,6), (5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), Vamos considerar um experimento que se repete n
(5,6), (6,1), (6,2), (6,3), (6,4), (6,5), (6,6)} número de vezes. Em cada um deles temos:
Evento A: o número 5 no primeiro dado. P(E) = p , que chamamos de probabilidade de ocorrer o
A = {(5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6)} evento E com sucesso.
P(𝐸̅ ) = 1 – p , probabilidade de ocorrer o evento E com
Evento B: a soma dos dois números é maior que 7. insucesso (fracasso).
B = {(2,6), (3,5), (3,6), (4,4), (4,5), (4,6), (5,3), (5,4), (5,5),
(5,6), (6,2), (6,3), (6,4), (6,5), (6,6)} A probabilidade do evento E ocorrer k vezes, das n que o
experimento se repete é dado por uma lei binomial.
A ∩ B = {(5,3), (5,4), (5,5), (5,6)}
P (A ∩ B) = 4/36
P(B) = 15/36
Logo:
4
𝑃(𝐴 ∩ 𝐵) 36 4 36 4
𝑃(𝐴|𝐵) = = = . =
𝑃(𝐵) 15 36 15 15
36

A probabilidade de ocorrer k vezes o evento E e (n - k)


Probabilidade de dois eventos simultâneos (ou vezes o evento 𝐸̅ é o produto: pk . (1 – p)n - k
sucessivos)
A probabilidade de ocorrer P (A ∩ B) é igual ao produto de As k vezes do evento E e as (n – k) vezes do evento 𝐸̅ podem
um deles pela probabilidade do outro em relação ao primeiro. ocupar qualquer ordem. Então, precisamos considerar uma
Isto significa que, para se avaliar a probabilidade de ocorrem

Matemática 68
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APOSTILAS OPÇÃO

permutação de n elementos dos quais há repetição de k (D) 11%


elementos e de (n – k) elementos, em outras palavras isso (E) 89%
significa:
02. Em uma caixa estão acondicionados uma dúzia e meia
𝑃𝑛 [𝑘,(𝑛−𝑘)] =
𝑛!
= (𝑛𝑘), logo a probabilidade de de ovos. Sabe-se, porém, que três deles estão impróprios para
𝑘.(𝑛−𝑘)!
o consumo.
ocorrer k vezes o evento E no n experimentos é dada:
Se forem escolhidos dois ovos ao acaso, qual a
𝒏 probabilidade de ambos estarem estragados?
𝒑 = ( ) . 𝒑𝒌 . 𝒒𝒏−𝒌 (A) 2/153
𝒌
(B) 1/9
A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes (C) 1/51
condições: (D) 1/3
(E) 4/3
- O experimento deve ser repetido nas mesmas
condições as n vezes. 03. O policiamento de um grande evento musical deteve
- Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e 𝐸̅ . 100 pessoas. Sabe-se que 50 pessoas foram detidas por furto
- A probabilidade do E deve ser constante em todas as n de celulares, que 25 pessoas detidas são mulheres, e que 20
vezes. mulheres foram detidas por furto de celulares. Para a
- Cada experimento é independente dos demais. elaboração do relatório, o PM Jurandir montou uma tabela e
inseriu esses dados, para depois completá-la.
Exemplo:
Lançando-se uma moeda 4 vezes, qual a probabilidade de Furto de Outros Total
ocorrência 3 caras? Celulares Motivos
Está implícito que ocorrerem 3 caras deve ocorrer uma Sexo 20 25
coroa. Umas das possíveis situações, que satisfaz o problema, Feminino
pode ser: Sexo
Masculino
Total 50 100

Tomando-se ao acaso uma das pessoas detidas por outros


Temos que: motivos, a probabilidade de que ela seja do sexo masculino é
n=4 de
k=3 (A) 90%.
1 1 (B) 75%.
̅̅̅ = 1 −
𝑃(𝐸) = , 𝑃(𝐸)
2 2 (C) 50%.
(D) 45%.
Logo a probabilidade de que essa situação ocorra é dada (E) 30%.
por:
1 3 1 1 04 A tabela a seguir apresenta dados dos ingressantes em
( ) . (1 − ) , como essa não é a única situação de ocorre
2 2 uma universidade, com informações sobre área de estudo e
3 caras e 1 coroa. Vejamos: classe socioeconômica.

4! 4
𝑃4 3!.1! = =( )
3! .1! 3
=4

Se um aluno ingressante é aleatoriamente escolhido, é


Podemos também resolver da seguinte forma: (43) verdade que a probabilidade de ele
1 3 1 1 (A) pertencer à classe B é de 40%.
maneiras de ocorrer o produto ( ) . (1 − ) , portanto:
2 2
(B) estudar na área de Biológicas é de 40%.
4 1 3 1 1 1 1 1
𝑃(𝐸) = ( ) . ( ) . (1 − ) = 4. . = (C) pertencer à classe B e estudar na área de Biológicas é
3 2 2 8 2 4 de 25%.
(D) pertencer à classe B é de 20%.
(E) estudar na área de Biológicas é de 22,5%.
Questões
05. Suponha que no banco em que Ricardo trabalha, ele
01. Uma loja de eletrodoméstico tem uma venda mensal de faça parte de um grupo de quatro administradores e que no
sessenta ventiladores. Sabe-se que, desse total, seis mesmo banco existam também cinco economistas. Será
apresentam algum tipo de problema nos primeiros seis meses formado um comitê composto por três administradores e três
e precisam ser levados para o conserto em um serviço economistas, todos escolhidos aleatoriamente. Qual é a
autorizado. probabilidade de o comitê formado ter Ricardo como um dos
Um cliente comprou dois ventiladores. A probabilidade de componentes?
que ambos não apresentem problemas nos seis primeiros (A) 0
meses é de aproximadamente: (B) 0,25
(A) 90% (C) 0,50
(B) 81% (D) 0,75
(C) 54% (E) 1

Matemática 69
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APOSTILAS OPÇÃO

Respostas

01. Resposta: B. 10) Matrizes, Determinantes e


6 / 60 = 0,1 = 10% de ter problema Sistemas Lineares: Operações
Assim, se 10% tem problemas, então 90% não apresentam com matrizes (adição,
problemas.
90 90 8100 multiplicação por escalar,
𝑃= . = = 81%
100 100 10000
transposição e produto);
02 Resposta: C. matriz inversa; determinante
𝑃=
3
18
2
. =
17
6
=
306
1
51
(: 6 / 6) de uma matriz: definição e
propriedades; e sistemas de
03. Resposta: A. equações lineares
Vamos completar a tabela:
Furto de Outros Total
Celulares Motivos
Sexo 20 5 25 MATRIZ
Feminino
Sexo 30 45 75 Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos
Masculino segundo linhas horizontais e colunas verticais. Por exemplo:
Total 50 50 100
Assim, a probabilidade é de: 45 / 50 = 0,9 = 90 / 100 = 90%

04. Resposta: B.
O Total de alunos é:
* Exatas: 300 + 200 + 150 = 650 alunos
* Humanas: 250 + 150 + 150 = 550 alunos
* Biológicas: 450 + 250 + 100 = 800 alunos
* TOTAL: 650 + 550 + 800 = 2000 alunos
Agora, vamos analisar cada alternativa:
(A) Classe B: 200 + 150 + 250 = 600 alunos
𝟔𝟎𝟎
𝑷= = 𝟎, 𝟑 = 𝟑𝟎%
𝟐𝟎𝟎𝟎
(B) Área de Biológicas: 800 alunos
𝟖𝟎𝟎
𝑷= = 𝟎, 𝟒 = 𝟒𝟎%
𝟐𝟎𝟎𝟎

05. Resposta: D.
Administradores Podemos expressar a tabela acima em um conjunto
4! ordenado de números que chamamos de MATRIZ, e cada
𝐶4,3 = =4 número de ELEMENTO DA MATRIZ.
1! 3!
Economistas 2,01 2,38 1,90 3,10
5! 3,06 3,62 2,25 3,10
𝐶5,3 = = 10 441,09 522,69 482,32 716,20
2! 3!
Total de possibilidades: 4.10=40 396,33 464,65 437,70 603,52
Com Ricardo presente na comissão, sobra 3
administradores para 2 cargos Representamos uma matriz colocando seus elementos
3! (números) entre parêntese ou colchetes ou também (menos
𝐶3,2 = =3 utilizado) duas barras verticais à esquerda e direita: ( ) ; [ ] e
1! 2!
Economistas tem as mesmas possibilidades || ||
Total: 3.10=30
30 As matrizes são classificadas de acordo com o seu número
𝑃= = 0,75
40 de linhas e de colunas.
Costumamos representar uma matriz por uma letra
maiúscula (A, B, C, ...), indicando sua ordem no lado inferior
direito da letra, fazendo uso, de modo genérico, de letras
minúsculas. Exemplo:

Matemática 70
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APOSTILAS OPÇÃO

Para indicar uma matriz qualquer, de modo genérico, Observe que:


usamos a seguinte notação: A = [aij]m x n, onde i representa a A 1ª linha da matriz A é igual à 1ª coluna da matriz At.
linha e j, a coluna em que se encontra o elemento. Com n ∈ N*. A 2ª linha da matriz A é igual a 2ª coluna da matriz At.

Tipos de matrizes - Matriz oposta: é a matriz obtida a partir de A, trocando-


- Matriz Linha: é uma matriz formada por uma única linha. se o sinal de todos os seus elementos. Representamos por -A
Onde m = 1. Exemplo: tal que A + (-A) = O, em que O é a matriz nula do tipo m x n.
Exemplo:

- Matriz coluna: é uma matriz formada por uma única


coluna. Onde n = 1 Exemplo:
Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a
mesma ordem e seus elementos correspondentes forem iguais.

- Matriz nula: é matriz que possui todos os elementos


iguais a zero. Exemplo:

Operação de matrizes
- Adição: somamos os elementos correspondentes das
- Matriz retangular: é a matriz que possui o número de matrizes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de
linhas é diferente do número de colunas. Onde m ≠ n. Exemplo: mesma ordem. A=[aij]m x n; B= [bij]m x n, obtemos uma matriz
C de mesma ordem. Exemplo:

- Matriz quadrada: é a matriz que possui o número de


linhas igual ao número de colunas. Onde m = n. Exemplo:
- Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de
mesma ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a
Uma matriz quadrada possui duas diagonais: a principal e oposta de B. Exemplo:
a secundária.

- Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma


- Matriz identidade: é a matriz quadrada em que cada matriz de ordem m x n, a matriz k. A é obtida multiplicando-se
elemento da diagonal principal é igual a 1, e os demais têm o todos os elementos de A por k. Exemplo:
valor 0. Representamos a matriz identidade pela seguinte
notação: In. Exemplo:

- Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto


A. B = C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é
necessário, antes de mais nada, determinar se a multiplicação
- Matriz transposta: é a matriz onde as linhas são é possível, isto é, se o número de colunas de A é igual ao
ordenadamente iguais a colunas desta mesma matriz e vice e número de linhas de B, determinando a ordem de C.
versa. Indicamos a transposta da matriz A por At. Exemplo:

Matemática 71
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APOSTILAS OPÇÃO

Depois multiplicamos o 1º elemento da LINHA 1 de A pelo 03. Considere a seguinte sentença envolvendo matrizes:
1º elemento da primeira COLUNA de B, depois o 2º elemento (
6 𝑦
)+(
1 −3
)=(
7 7
)
da LINHA 1 de A pelo 2º elemento da primeira COLUNA de B e 7 2 8 5 15 7
somamos esse produto. Fazemos isso sucessivamente, até Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o
termos efetuado a multiplicação de todos os termos. Exemplo: valor de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.

Respostas

01. Resposta: B.
Vamos ver se é possível multiplicar as matrizes.
Matriz Inversa C(2x3) e B(3x2), como o número de colunas de C é igual ao
Dizemos que uma matriz é inversa A–1 (toda matriz número de colunas de B, logo é possível multiplicar, o
quadrada de ordem n), se e somente se, A.A-1 = In e A-1.A = In resultado será uma matriz 2x2(linha de C e coluna de B):
ou seja: 2 3
2 1 0
𝐶 𝑥𝐵 = [ ] . [4 5 ]
4 6 7
6 6

2.2 + 1.4 + 0.6 2.3 + 1.5 + 0.6 8 11


→[ ]=[ ]
4.2 + 6.4 + 7.6 4.3 + 6.5 + 7.6 74 84

Agora vamos somar a matriz A(2x2) a matriz resultante da


multiplicação que também tem a mesma ordem:
8 11 8 11 2 3
[ ]+𝐴 = [ ]+[ ]
74 84 74 84 4 6

8 + 2 11 + 3 10 14
→[ ]=[ ]
74 + 4 84 + 6 78 90

02. Resposta: E.
𝑎 𝑏 𝑎 𝑐 2𝑎 𝑏+𝑐 1 0
𝐴 + 𝐴𝑡 = [ ]+[ ]=[ ]=[ ]
𝑐 𝑑 𝑏 𝑑 𝑏+𝑐 2𝑑 0 1
2a =1 → a =1/2 → b + c = 0 → b = -c
2d=1
D=1/2

Referências 03. Resposta: D.


IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único 6+1 = 7 𝑦−3= 7
( )
FILHO, Begnino Barreto; SILVA,Claudio Xavier da – Matemática – Volume 7 + 8 = 15 2 + 5 = 7
Único - FTD y=10
Mini manual de Matemática – Ensino Médio

DETERMINANTES
Questões
2 3
01. Considere as seguintes matrizes:𝐴 = [ ],𝐵 = Chamamos de determinante a teoria desenvolvida por
4 6
2 3 matemáticos dos séculos XVII e XVIII, como Leibniz e Seki
2 1 0 Shinsuke Kowa, que procuravam uma fórmula para
[4 5 ] 𝑒 𝐶 = [ ], a solução de C x B + A é:
4 6 7 determinar as soluções de um “Sistema linear”, assunto que
6 6
(A) Não tem solução, pois as matrizes são de ordem estudaremos a seguir.
diferentes. Esta teoria consiste em associar a cada matriz quadrada A,
(B) [
10 14
] um único número real que denominamos determinante de A e
78 90 que indicamos por det A ou colocamos os elementos da matriz
A entre duas barras verticais, como no exemplo abaixo:
2 3
(C) [ ]
4 5
1 2  12
6 6 A=   → det A=
(D) [ ]
20 36  4 5 45
8 11 Definições
(E) [ ]
74 84

𝑎 𝑏 Determinante de uma Matriz de Ordem 1


02. Para que a soma de uma matriz 𝐴 = [ ] e sua Seja a matriz quadrada de ordem 1: A = [a11]
𝑐 𝑑
respectiva matriz transposta At em uma matriz identidade, são Chamamos determinante dessa matriz o número:
condições a serem cumpridas: det A = [ a11] = a11
(A) a=0 e d=0
(B) c=1 e b=1 Exemplos
(C) a=1/c e b=1/d - A = [-2] → det A = - 2
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1 - B = [5] → det B = 5
(E) b=-c e a=d=1/2 - C=[0] → det C=0

Matemática 72
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APOSTILAS OPÇÃO

Determinante de uma Matriz de ordem 2


Seja a matriz quadrada de ordem 2:
a11 a12 
A=  
a 21 a 22 
Chamamos de determinante dessa matriz o número: detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32 - a13 a22 a31
a11 a12 - a11 a23 a32 - a12 a21 a33
det A= =a11.a22-a21.a12
a 21 a 22
Observação: A regra de Sarrus também pode ser utilizada
Para facilitar a memorização desse número, podemos dizer repetindo a 1º e 2º linhas, ao invés de repetirmos a 1º e 2º
que o determinante é a diferença entre o produto dos colunas.
elementos da diagonal principal e o produto dos elementos da
diagonal secundária. Esquematicamente: Determinantes – Propriedades - I
Apresentamos, a seguir, algumas propriedades que visam
a simplificar o cálculo dos determinantes:
a11 a12
det A= = a11.a22-a21.a12
a 21 a 22 Propriedade 1: O determinante de uma matriz A é igual
ao de sua transposta At.

Exemplos Exemplo
1 2
- A= 5 3 a b a c 
  A=    At=  
det A= 1.3-5.2 = - 7
c d b d 
det A  ad  bc 
  det A  det A
t

2  1 det A  ad  bc
t

- B=  
2 3 
Propriedade 2: Se B é a matriz que se obtém de uma
det B= 2.3-2.(-1) = 8 matriz quadrada A, quando trocamos entre si a posição de
duas filas paralelas, então:
detB = - detA
Determinante de uma Matriz de Ordem 3
Exemplo
Seja a matriz quadrada de ordem 3:
a11 a12 a13  a b  c d 

A= a 21 a 22 a 23
 A=   e B=  
  c d  a b 
a31 a32 a33  B foi obtida trocando-se a 1º pela 2º linha de A.
detA = ad - bc
Chamamos determinante dessa matriz o numero: debt = bc - ad = - (ad - bc) = - detA

Assim,
detB = - detA

Consequência da Propriedade 2: Uma matriz A que


possui duas filas paralelas “iguais”tem determinante igual a
zero.

detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 + Justificativa: A matriz que obtemos de A, quando trocamos
entre si as duas filas (linha ou coluna “iguais”, é igual a A.
-a12 a21 a33 - a32 a23 a11 Assim, de acordo com a propriedade 2, escrevemos que detA =
-detA
Para memorizarmos a definição de determinante de ordem

3, usamos a regra prática denominada Regra de Sarrus: Assim: detA = 0

Propriedade 3: Sendo B uma matriz que obtemos de uma


- Repetimos a 1º e a 2º colunas às direita da matriz. matriz quadrada A, quando multiplicamos uma de sua filas
(linha ou coluna) por uma constante k, então detB = k.detA
a11 a12 a13 a11 a12
a21 a22 a23 a21 a22 Consequência da Propriedade 3: Ao calcularmos um
a31 a32 a33 a31 a32 determinante, podemos “colocar em evidência” um “fator
comum” de uma fila (linha ou coluna).
- Multiplicando os termos entre si, seguindo os traços em
diagonal e associando o sinal indicado dos produtos, temos: Exemplo

Matemática 73
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APOSTILAS OPÇÃO

- Sendo A uma matriz quadrada de ordem n, a matriz k. A é


obtida multiplicando todos os elementos de A por k, então:

det(k.A) = kn.detA

Exemplo

Exemplo:

Vamos calcular o determinante D abaixo.


1 0 3 1 0 3 1 0
D=  2 4 1 =  2 4 1  2 4
5 0 2 5 0 2 5 0
Assim: D = 8 + 0 + 0 – 60 – 0 – 0 = -52
det(k.A) = k3.detA
Em seguida, vamos multiplicar a 1ª coluna por 2, somar
Propriedade 4: Se A, B e C são matrizes quadradas de com a 3ª coluna e calcular:
mesma ordem, tais que os elementos correspondentes de A, B
e C são iguais entre si, exceto os de uma fila, em que os 1 0 51 0 5 1 0
elementos de C são iguais às somas dos seus elementos
correspondentes de A e B, então. D1=  2 4  5 =  2 4  5  2 4

detC = detA + detB 5 0 12 5 0 12 5 0


D1 = 48 + 0 + 0 – 100 – 0 – 0 = -52
Exemplos:
Observe que D1=D, de acordo com a propriedade.
ab x abr a b xr
- Consequência
cd y + c d s =c d ys Quando uma fila de um determinante é igual à soma de
múltiplos de filas paralelas (combinação linear de filas
e f z e f t e f z t paralelas), o determinante é igual a zero.

 Propriedades dos Determinantes Exemplo:


1 2 8
- Propriedades 5 (Teorema de Jacobi)
Seja D= 3 2 12
O determinante não se altera, quando adicionamos uma
fila qualquer com outra fila paralela multiplicada por um 4  1 05
número.
Observe que cada elemento de 3ª coluna é igual à 1ª
Exemplo: coluna multiplicada por 2 somada com a 2ª coluna
multiplicada por 3.
abc
8 = 2(1) + 3(2) = 2 + 6
Considere o determinante detA= d e f 12 = 2(3) + 3(2) = 6 + 6
5 = 2(4) + 3(-1) = 8 - 3
g hi Portanto, pela consequência da propriedade 5, D = 0
Use a regra de Sarrus e verifique.

Somando a 3ª coluna com a 1ª multiplicada por m, - Propriedade 6 (Teorema de Binet)

teremos: Sendo A e B matrizes quadradas de mesma ordem, então:


det(A.B) = detA . detB

Exemplo:

1 2 
A= 
   detA=3
 0 3
 4 3
B= 
   detB=-2
2 1
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APOSTILAS OPÇÃO

8 5  3 1
A.B= 
   det(A.B)=-6 A33=(-1)3+3.M33=(-1)6. =5
 6 3 2 1

Logo, det(AB)=detA. detB Dada uma matriz A=(aij)nxm, com n  2, chamamos matriz
co-fatora de A a matriz cujos elementos são os co-fatores dos
Consequências: Sendo A uma matriz quadrada e n  N*, elementos de A; indicamos a matriz co-fatora por cof A. A
temos: transposta da matriz co-fatora de A é chamada de matriz
det(Na) = (detA)n adjunta de A, que indicamos por adj. A.

Sendo A uma matriz inversível, temos: Exemplo:


1  1 3 2
detA-1=
det A  
Sendo A= 1 0  1 , temos:
 
Justificativa: Seja A matriz inversível.  4 2 1 
A-1.A=I
det(A-1.A) = det I
detA-1.detA = det I 0 1
A11=(-1)1+1. =2
1 2 1
detA-1=
det A
1 1
Uma vez que det I=1, onde i é a matriz identidade. A12=(-1)1+2. =-5
4 1
 Determinantes – Teorema de Laplace
1 0
- Menor complementar e Co-fator A13=(-1)1+3. =2
4 2
Dada uma matriz quadrada A=(aij)nxn (n  2), chamamos
menor complementar do elemento aij e indicamos por Mij o 3 2
determinante da matriz quadrada de ordem n-1, que se obtém A21=(-1)2+1. =1
suprimindo a linha i e a coluna j da matriz A. 2 1
Exemplo:
1 2
A22=(-1)2+2. =-7
1 2 3  4 1
 
Sendo A= 4 1 0 , temos:
  1 3
2 1 2 A23=(-1)2+3. =10
4 2
1 0
M11= =2 3 2
1 2 A31=(-1)3+1. =-3
0 1
4 0
M12= =8
2 2 1 2
A32=(-1)3+2. =3
4 1 1 1
M13= =2
2 1 1 3
A33=(-1)3+3. =-3
1 0
Chamamos co-fator do elemento aij e indicamos com Aij o
número (-1)i+j.Mij, em que Mij é o menor complementar de aij.
Assim:
Exemplo:  2 5 2  2 1 3
 3 1 4    3
 1  7 10
cof A= e adj A=  5  7
 2 1 3  , temos: 
Sendo A
   3 3  3   2 10  3
 1 3 0
 Determinante de uma Matriz de Ordem n
1 3
A11=(-1)1+1.M11=(-1)2. =-9 -Definição
3 0 Vimos até aqui a definição de determinante para matrizes
2 3 quadradas de ordem 1, 2 e 3.
A12=(-1)1+2.M12=(-1)3. =-3
1 0 Seja A uma matriz quadrada de ordem n.

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APOSTILAS OPÇÃO

Então:
5 0 1 2
- Para n = 1
3 2 1 0 
A=[a11]  det A=a11 Sendo A= 
4 1 0 0
 
- Para n  2: 3  2 2 0

a11 a12 .... a1n  Devemos escolher a 4ª coluna para a aplicação do teorema
a a22 ... a2 n  n
de Laplace, pois, neste caso, teremos que calcular apenas um
A=   det A   a1 j . A1 j
21 co-fator.
.......................  j 1
Assim:
  detA = 2.A14 + 0.A24 + 0.A34 + 0.A44
an1 an 2 ... ann 
ou seja: 3 2 1
detA = a11.A11+a12.A12+…+a1n.A1n  
A14=(-1)1+4 4 1 0 =+21
 
3  2 2 
Então, o determinante de uma matriz quadrada de ordem
detA = 2 . 21 = 42
n, n  2 é a soma dos produtos dos elementos da primeira
linha da matriz pelos respectivos co-fatores.
Observações Importantes: No cálculo do determinante de
uma matriz de ordem n, recaímos em determinantes de
Exemplos:
matrizes de ordem n-1, e no cálculo destes, recaímos em
a11 a12  determinantes de ordem n-2, e assim sucessivamente, até
Sendo A=   , temos: recairmos em determinantes de matrizes de ordem 3, que
a21 a22  calculamos com a regra de Sarrus, por exemplo.
detA = a11.A11 + a12.A12, onde: - O cálculo de um determinante fica mais simples, quando
A11 = (-1)1+1.|a22| = a22 escolhemos uma fila com a maior quantidade de zeros.
A12 = (-1)1+2.|a21| = a21 - A aplicação sucessiva e conveniente do teorema de Jacobi
pode facilitar o cálculo do determinante pelo teorema de
Assim: Laplace.
detA = a11.a22 + a12.(-a21)
Exemplo:
detA = a11.a22 - a21.a12  1 2 3 1
 0 1 2 1 
Nota: Observamos que esse valor coincide com a definição
vista anteriormente. Calcule det A sendo A= 
 2 3 1 2
 3 0 0 0  
 1 2 3 2   3 4 6 3
- Sendo A=  , temos:
 23 5 4 3 A 1ª coluna ou 2ª linha tem a maior quantidade de zeros.
  Nos dois casos, se aplicarmos o teorema de Laplace,
 9 3 0 2 calcularemos ainda três co-fatores.
Para facilitar, vamos “fazer aparecer zero” em A31=-2 e
A41=3 multiplicando a 1ª linha por 2 e somando com a 3ª e
detA = 3.A11 + 0. A12  0. A13  0. A14 multiplicando a 1ª linha por -3 e somando com a 4ª linha;
 
zero fazendo isso, teremos:

 2 3 2  1 2 3 1
1 4 3 =-11  0 1 2 1 
A11 = (-1)1+1.
  A= 
3 0 2   0 7 7 4
 
Assim:
 0  2  3 0
detA = 3.(-11)  Agora, aplicamos o teorema de Laplace na 1ª coluna:
det A=-33
Nota: Observamos que quanto mais “zeros” aparecerem
na primeira linha, mais o cálculo é facilitado.
 1 2 1   1 2 1
- Teorema de Laplace detA=1.(-1)1+1.
 7 7 4  =  7 7 4 

Seja A uma matriz quadrada de ordem n, n  2, seu   2  3 0   2  3 0
determinante é a soma dos produtos dos elementos de uma fila
(linha ou coluna) qualquer pelos respectivos co-fatores. Aplicamos a regra de Sarrus,
Exemplo:

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1 2 1 1 2 - Determinante de Vandermonde de ordem 3

7 7 4 7 7 1 1 1
2 3 0 2 3 a b c
+ + +
a2 b2 c2
det A = (0 – 16 – 21) - ( - 14 + 12 + 0)
detA = 0 – 16 – 21 + 14 – 12 – 0 = -49 + 14 - Determinante de Vandermonde de ordem 4
detA = -35

- Uma aplicação do Teorema de Laplace 1 1 1 1


Sendo A uma matriz triangular, o seu determinante é o
a b c d
produto dos elementos da diagonal principal; podemos a2 b2 c2 d 2
verificar isso desenvolvendo o determinante de A através da
1ª coluna, se ela for triangular superior, e através da 1ª linha, a 3 b3 c3 d 3
se ela for triangular superior, e através da 1ª linha, se ela for
triangular inferior.
Assim: Os elementos da 2ª linha são denominados elementos
característicos.
1ª. A é triangular superior
- Propriedade

a11 a12 a13 .... a1n  Um determinante de Vandermonde é igual ao produto de


0 a22 a23 ... a2 n  todas as diferenças que se obtêm subtraindo-se de cada um
 dos elementos característicos os elementos precedentes,
A= 0 0 a33 ... a3n  independente da ordem do determinante.
 
 ... ... ... ... ...  Exemplo:
0 0 ... ann 
 0 Calcule o determinante:

1 2 4
detA=a11.a22.a33. … .ann
detA= 1 4 16
2ª. A é triangular inferior
1 7 49
a11 a12 a13 .... a1n 
  Sabemos que detA = detAt, então:
a21 a22 0 ... a2 n 
A= a31 a32 a33 ... a3n  1 1 1
  detAt= 2 4 7
 ... ... ... ... ... 
a an 3 ... ann  1 16 49
 n1 an 2

detA=a11.a22.a33. … .ann
Que é um determinante de Vandermonde de ordem 3,
1 0 0 0  então:
detA = (4 – 2).(7 – 2).(7 – 4)=2 . 5 . 3 = 30
 0 1 0 0 
 Questões
In=  0 0 1  0
  01. (COBRA Tecnologia S-A (BB) - Analista
     Administrativo - ESPP) O valor de b para que o determinante
 0 0 0  1 𝑥
𝑏
da matriz [ 2 ] seja igual a 8, em que x e y são as coordenadas
2 𝑦
𝑥 + 2𝑦 = 7
detIn=1 da solução do sistema { , é igual a:
2𝑥 + 𝑦 = 8
- Determinante de Vandermonde e Regra de Chió (A) 2.
Uma determinante de ordem n  2 é chamada (B) –2.
determinante de Vandermonde ou determinante das (C) 4.
potências se, e somente se, na 1ª linha (coluna) os elementos (D) –1.
forem todos iguais a 1; na 2ª, números quaisquer; na 3ª, os
seus quadrados; na 4ª, os seus cubos e assim sucessivamente. 02. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar
1 𝑥
que o determinante | |é igual a zero para x igual a
−2 4
Exemplos: (A) 1.

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APOSTILAS OPÇÃO

(B) 2. química e na economia, por exemplo, é muito comum a


(C) -2. modelagem de situações por meio de sistemas lineares.
(D) -1.
Definição
03. (CGU – ADMINISTRATIVA – ESAF) Calcule o Toda equação do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3+...anxn = b, onde a1,
determinante da matriz: a2, a3,.., an e b são números reais e x1, x2, x3,.., xn são as
𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 incógnitas.
( )
𝑠𝑒𝑛 𝑥 cos 𝑥 Os números reais a1, a2, a3..., an são chamados de
coeficientes e b é o termo independente.
(A) 1
(B) 0
Observamos também que todos os expoentes de todas as
(C) cos 2x
variáveis são sempre iguais a 1.
(D) sen 2x
(E) sen x/2
Solução de uma equação linear
Na equação 4x – y = 2, o par ordenado (3,10) é uma solução,
04. (PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA
pois ao substituirmos esses valores na equação obtemos uma
ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO –
2, 𝑠𝑒 𝑖 > 𝑗 igualdade.
CETRO) Dada a matriz 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 ) , onde 𝑎𝑖𝑗 = { , 4 . 3 – 10 → 12 – 10 = 2
3𝑥3 −1, 𝑠𝑒 𝑖 ≤ 𝑗
assinale a alternativa que apresenta o valor do determinante
Já o par (3,0) não é a solução, pois 4.3 – 0 = 2 → 12 ≠ 2
de A é
(A) -9.
Sistema Linear
(B) -8.
Um conjunto de m equações lineares na variáveis x1,x2, ...,
(C) 0.
xn é dito sistema linear de m equações e n variáveis.
(D) 4.
Respostas
Dessa forma temos:
2𝑥 − 3𝑦 = 5
01. Resposta: B. 𝑎) { é 𝑢𝑚 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑚 2 𝑒𝑞𝑢𝑎çõ𝑒𝑠 𝑒 2 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠
𝑥+𝑦 = 4
𝑥 + 2𝑦 = 7 (𝑥 − 2)
{
2𝑥 + 𝑦 = 8 𝑥−𝑦+𝑧 = 2
𝑏) { é 𝑢𝑚 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑚 2 𝑒𝑞𝑢𝑎çõ𝑒𝑠 𝑒 3 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠
−3𝑥 + 4𝑦 = 1
−2𝑥 − 4𝑦 = −14
{
2𝑥 + 𝑦 = 8
𝑐){𝑥 − 𝑦 + 2𝑧 − 𝑤
- 3y = - 6
= 0 é 𝑢𝑚 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑚 1 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑒 4 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠
y=2
x = 7 - 2y
Matrizes associadas a um sistema
x=7–4=3
Podemos associar a um sistema linear 2 matrizes
𝑏 (completas e incompletas) cujos elementos são os coeficientes
|3 das equações que formam o sistema.
2| = 8 Exemplo:
2 2
6–b=8 4𝑥 + 3𝑦 = 1
𝑎) {
B=-2 2𝑥 − 5𝑦 = −2

02. Resposta: C. Temos que:


4 3
D = 4 - (-2x) 𝐴=( ) é 𝑎 𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧 𝑖𝑛𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑡𝑎 𝑒 𝐵
2 −5
0 = 4 + 2x 4 3 1
x=-2 =( ) é 𝑎 𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑡𝑎.
2 −5 −2

03. Resposta: C. Solução de um sistema


det = cos²x - sen²x Dizemos que a1,a2,...,an é a solução de um sistema linear
det = cos(2x) de n variáveis quando é solução de cada uma das equações do
sistema.
04. Resposta: A.
−1 −1 −1 Exemplo:
𝐴 = ( 2 −1 −1 ) A tripla ordenada (-1,-2,3) é solução do sistema:
2 2 −1 3𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 2
−1 −1 −1 { 𝑥 − 2𝑦 − 𝑧 = 0
𝐷𝑒𝑡 𝐴 = | 2 −1 −1| 2𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 2
2 2 −1
detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9 1º equação → 3.(-1) – (-2) + 3 = -3 + 2 + 3 = 2 (V)
2º equação → -1 -2.(-2) – 3 = -1 + 4 – 3 = 0 (V)
SISTEMAS LINEARES 3º equação → 2.(-1) + (-2) + 2.3 = -2 – 2 + 6 = 2 (V)

Um Sistema de Equações Lineares é um conjunto ou uma Classificação de um sistema linear


coleção de equações com as quais é possível resolvermos tudo Um sistema linear é classificado de acordo com seu
de uma só vez. Sistemas Lineares são úteis para todos os números de soluções.
campos da matemática aplicada, em particular, quando se
trata de modelar e resolver numericamente problemas de
diversas áreas. Nas engenharias, na física, na biologia, na

Matemática 78
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APOSTILAS OPÇÃO

𝑥 − 𝑦 + 3𝑧 = 5
{
𝑦+𝑧 = 2

Sabemos que não é possível determinar x,y e z de maneira


única, pois há três variáveis e apenas duas “informações” sobre
as mesmas. A solução se dará em função de uma de suas
variáveis, que será chamada de variável livre do sistema.
Vamos ao passo a passo:

1º passo → a variável que não aparecer no início de


Exemplos: nenhuma das equações do sistema será convencionada como
A) O par ordenado (1,3) é a única solução do sistema variável livre, neste caso, a única variável livre é z.
2𝑥 − 𝑦 = −1
{
7𝑥 − 3𝑦 = −2 2º passo → transpomos a variável livre z para o 2º
Temos que o sistema é possível e determinado (SPD) membro em cada equação e obtemos:

3𝑥 − 3𝑦 + 3𝑧 = 3 𝑥 − 𝑦 = 5 − 3𝑧
B) O sistema { apresenta infinitas {
𝑥−𝑦+𝑧 =1 𝑦 =2−𝑧
soluções, como por exemplo (0,1,2), (1,0,0),(2,-1,-2). Dizemos
que o sistema é possível e indeterminado (SPI) 3º passo → para obtermos x como função de z,
substituímos y = 2 – z, na equação:
𝑥−𝑦+𝑧 = 4 x - (2 – z) = 5 – 3z → x = 7 – 4z
C) O sistema {−4𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 0 não apresenta nenhuma
𝑥−𝑦+𝑧 = 2 Assim, toda tripla ordenada da forma (7 – 4z, 2 – z, z),
solução, pois a primeira e a terceira equações não podem sendo z ϵ R, é solução do sistema. Para cada valor real que
satisfeitas ao mesmo tempo. Dizemos que o sistema é atribuirmos a z, chegaremos a uma solução do sistema.
impossível (SI).
z = 0 → (7,2,0) z = 1 → (3,1,1)
Sistemas escalonados z = -1 → (11,3, -1) 1 3 1
z = → (5, , )
Considerando um sistema linear S no qual, em cada 2 2 2
equação, existe pelo menos um coeficiente não nulo.
Dizemos que S está na forma escalonada (ou é escalonado)
se o número de coeficientes nulos, antes do 1º coeficiente não Este tipo de sistema é dado por infinitas soluções, por isso
nulo, aumenta de equação para equação. chamamos de SPI.

Exemplos de sistemas escalonados: Sistemas equivalentes e escalonamento


Dizemos que dois sistemas lineares, S1 e S2, são
𝟒𝒙 − 𝒚 + 𝟓𝒛 = 𝟑𝟔 𝟒𝒙 + 𝒚 − 𝒛 − 𝒕 − 𝒘 = 𝟏 equivalentes quando a solução de S1 também é solução de S2.
𝟑𝒙 − 𝒚 + 𝒛 = 𝟐 { { 𝒛 + 𝒕 + 𝟐𝒘 = 𝟎
𝟑𝒚 − 𝟐𝒛 = 𝟏
𝟐𝒘 = −𝟑 Dado um sistema linear qualquer, nosso objetivo é
𝟐𝒚 − 𝟑𝒛 = −𝟏 transforma-lo em outro equivalente, pois como vimos é fácil
{ −𝒛 = 𝟓
resolver um sistema de forma escalonada. Para isso, vamos
Observe que o 1º sistema temos uma redução de números aprender duas propriedades que nos permitirá construir
de coeficientes nulos: da 1ª para a 2ª equação temos 1 e da 1ª sistemas equivalentes.
para a 3ª temos 2; logo dizemos que ele é escalonado.
1ª Propriedade: quando multiplicamos por k, k ϵ R*, os
- Resolução de um sistema na forma escalonado membros de uma equação qualquer de um sistema linear S,
Temos dois tipos de sistemas escalonados. obtemos um novo sistema S’ equivalente a S.
𝑥−𝑦=4
𝑆{ , 𝑐𝑢𝑗𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 é (3, −1)
1º) Número de equações igual ao número de variáveis 2𝑥 + 3𝑦 = 3

3𝑥 + 7𝑦 + 5𝑧 = −3 Multiplicando-se a 1ª equação de S por 3, por exemplo,


{ 𝑦 + 𝑧 = −2 obtemos:
3𝑥 − 3𝑦 = 12
−2𝑧 = 8 𝑆′ { , 𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑎 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 (3, −1)
6𝑥 + 9𝑦 = 9
Vamos partir da última equação, onde obtemos o valor de
z. Substituindo esse valor na segunda equação obtemos y. Por
fim, substituímos y e z na primeira equação, obtendo x. 2ª Propriedade: quando substituímos uma equação de
Assim temos: um sistema linear S pela soma, membro a membro, dele
-2z = 8 → z = -4 com outra, obtemos um novo sistema S’, equivalente a S.
y + z = -2 → y – 4 = -2 → y = 2 −𝑥 + 𝑦 = −2
𝑆{ , 𝑐𝑢𝑗𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 é (5,3)
3x + 7y + 5z = -3 → 3x + 7.2 + 5.(-4) = -3 →3x + 14 – 20 = - 2𝑥 − 3𝑦 = 1
3 →3x = -3 + 6 →3x = 3 → x = 1
Substituindo a 2ª equação pela soma dela com a 1ª:
Logo a solução para o sistema é (1,2,-4). −𝑥 + 𝑦 = −2
−𝑥 + 𝑦 = −2 (2ª 𝑒𝑞.)+(1ª 𝑒𝑞.) 2𝑥 − 3𝑦 = 1
O sistema tem uma única solução logo é SPD. 𝑆′ { ← (+)
2𝑥 − 3𝑦 = 1
𝑥 − 2𝑦 = −1
2º) Número de equações menor que o número de
variáveis. O par (5,3) é também solução de S’, pois a segunda
também é verificada:
x – 2y = 5 – 2. 3 = 5 – 6 = -1

Matemática 79
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APOSTILAS OPÇÃO

Escalonamento de um sistema (-3) x (1ª eq.) + (2ª eq.):


Para escalonarmos um sistema linear qualquer vamos -3x + 3y – 6z = -3
seguir o passo a passo abaixo: 3x – 2y – z = 0
y – 7z = -3
1º passo: Escolhemos, para 1º equação, uma em que o
𝑥 − 𝑦 + 2𝑧 = 1
coeficiente da 1ª incógnita seja não nulo. Se possível, fazemos
{ 𝑦 − 7𝑧 = −3
a escolha a fim de que esse coeficiente seja igual a -1 ou 1, pois
2𝑦 − 14𝑧 = −6
os cálculos ficam, em geral, mais simples. (-8) x (1eq.) + (3ª eq.)
2º passo: Anulamos o coeficiente da 1ª equação das -8x + 8y – 16z = -8
demais equações, usando as propriedades 1 e 2. 8x - 6y + 2z = 2
3º passo: Desprezamos a 1ª equação e aplicamos os 2 2y – 14z = -6
primeiros passos com as equações restantes.
4º passo: Desprezamos a 1ª e a 2ª equações e aplicamos
os dois primeiros passos nas equações, até o sistema ficar Deixamos a 1ª equação de lado e repetimos o processo
escalonado. para a 2ª e 3ª equação:

Vejamos um exemplo: (-2) x (2ª eq.) + (3ª eq.)


𝑥 − 𝑦 + 2𝑧 = 1 -2y + 14z = 6
Escalone e resolva o sistema: { 𝑦 − 7𝑧 = −3 2y – 14z = -6
−𝑥 + 𝑦 − 2𝑧 = −9 0=0 0 =0
{ 2𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 6
−2𝑥 − 2𝑦 + 𝑧 = 1
A 3ª equação pode ser retirada do sistema, pois, apesar de
Primeiramente precisamos anular os coeficientes de x na ser sempre verdadeira, não traz informação sobre os valores
2ª e na 3ª equação: das variáveis. Assim, obtemos os sistema escalonado:

𝑥 − 𝑦 + 2𝑧 = 1 (𝐼)
{ , 𝑞𝑢𝑒 é 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑆𝑃𝐼.
𝑦 − 7𝑧 = −3 (𝐼𝐼)

A variável livre do sistema é z, então temos:


(I) y = 7z – 3
(II) x – (7z – 3) + 2z = 1 → x = 5z – 2

Assim, S = [(5z – 2, 7z – 3, z); z ϵ R]


Deixando de lado a 1ª equação, vamos repetir o processo Sistemas homogêneos
para a 2ª e a 3ª equação. Convém, entretanto, dividir os Observe as equações lineares seguintes:
coeficientes da 2ª equação por 3, a fim de facilitar o
escalonamento: x – y + 2z = 0 4x – 2y + 5z = 0 -x1 – x2 – x3 = 0
−𝑥 + 𝑦 − 2𝑧 = −9
{ 𝑦 − 𝑧 = −4
O coeficiente independente de cada uma delas é igual a
−4𝑦 + 5𝑧 = 19 zero, então denominamos de equações homogêneas.
Note que a tripla ordenada (0,0,0) é uma possível solução
Que é equivalente a: dessas equações, na qual chamamos de solução nula, trivial ou
-Substituímos a 3ª equação pela imprópria.
soma dela com a 2ª equação, Ao conjunto de equações homogêneas denominamos de
−𝑥 + 𝑦 − 2𝑧 = −9 multiplicada por 4: sistemas homogêneos. Este tipo de sistema é sempre
{ 𝑦 − 𝑧 = −4 possível, pois a solução nula satisfaz cada uma de suas
4𝑦−4𝑧=−16
𝑧=3 −4𝑦+5𝑧=19 equações.
𝑧=3

O sistema obtido está escalonado é do tipo SPD.


A solução encontrada para o mesmo é (2,-1,3)

Observação: Quando, durante o escalonamento,


encontramos duas equações com coeficientes ordenadamente
iguais ou proporcionais, podemos retirar uma delas do
sistema.
Exemplo:
Exemplo: 𝑥+𝑦−𝑧 = 0
Escalonando o sistema {2𝑥 + 3𝑦 + 𝑧 = 0 , 𝑣𝑒𝑚:
Escalone e resolva o sistema:
3𝑥 − 2𝑦 − 𝑧 = 0 5𝑥 + 7𝑦 + 𝑧 = 0
{ 𝑥 − 𝑦 + 2𝑧 = 1
𝑥+𝑦−𝑧=0
8𝑥 − 6𝑦 + 2𝑧 = 2
{ 𝑦 + 3𝑧 = 0 ← (−2)𝑥(1ª 𝑒𝑞. ) + (2ª 𝑒𝑞. )
𝑥 − 𝑦 + 2𝑧 = 1 2𝑦 + 6𝑧 = 0 ← (−5)𝑥(1ª 𝑒𝑞. ) + (3ª 𝑒𝑞. )
{ 3𝑥 − 2𝑦 − 𝑧 = 0
8𝑥 − 6𝑦 + 2𝑧 = 2

Matemática 80
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APOSTILAS OPÇÃO

Dividindo os coeficientes da 3ª equação por 2, notamos 1 0 1 𝐷𝑦


que ela ficará igual à 2ª equação e , portanto poderá ser 𝐷𝑦 = |4 −6 −5| = −12 − 12 + 12 − 15 = −27; 𝑦 =
𝐷
retirada do sistema. 2 −3 2
−27
= =3
Assim, o sistema se reduz à forma escalonada −9
𝑥+𝑦−𝑧 =0
{ 𝑒 é 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑆𝑃𝐼. 1 1 0 𝐷𝑧 9
𝑦 + 3𝑧 = 0
𝐷𝑧 = |4 −1 −6| = 3 − 12 + 6 + 12 = 9; 𝑧 = =
𝐷 −9
Resolvendo-o vem y = -3z e x = 4z. Se z = α, α ϵ R, segue a 2 1 −3
= −1
solução geral (4α,-3α, α).
Vamos ver algumas de suas soluções:
Uma alternativa para encontrar o valor de z seria substituir
- α = 0 → (0,0,0): solução nula ou trivial.
x por -2 e y por 3 em qualquer uma das equações do sistema.
- α = 1 → (4,-3,1)
Assim, S = {(-2,3-1)}.
- α = -2 → (-8,6,-2)
Discussão de um sistema
As soluções onde α = 1 e – 2 são próprias ou diferentes da
trivial. 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 = 𝑒
Consideremos novamente o sistema { , cuja
𝑐𝑥 + 𝑑𝑦 = 𝑓
Regra de Cramer forma escalonada é:
𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 = 𝑒
Consideramos os sistema { . Suponhamos que
𝑐𝑥 + 𝑑𝑦 = 𝑓 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 = 𝑒
a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta desse sistema é {⏟
(𝑎𝑑 − 𝑏𝑐) . 𝑦 = (𝑎𝑓 − 𝑐𝑒)(∗)
𝑎 𝑏
𝑀=( ), cujo determinante é indicado por D = ad – bc. 𝐷
𝑐 𝑑

Escalonando o sistema, obtemos:


𝑎 𝑏
𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 =𝑒 em que 𝐷 = | | é o determinante da matriz incompleta
{ (∗) 𝑐 𝑑
(𝑎𝑑 − 𝑏𝑐). 𝑦 = (𝑎𝑓 − 𝑐𝑒) do sistema.
Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y)
pela coluna dos coeficientes independentes, obteremos Como vimos, se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado
𝑎 𝑒
( 𝑐 𝑓 ),cujo determinante é indicado por Dy = af – ce. e a solução pode ser obtida através da Regra de Cramer.
Se D = 0, o 1º membro de (*) se anula. Dependendo do
Assim, em (*), na 2ª equação, obtemos D. y = Dy. Se D ≠ 0,
𝐷𝑦 anulamento, ou não, do 2º membro de (*), temos SPI ou SI.
segue que 𝑦 = . Em geral, sendo D o determinante da matriz incompleta
𝐷
dos coeficientes de um sistema linear, temos:
Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e
𝑒 𝑏 D ≠ 0 → SPD
considerando a matriz ( ), cujo determinante é indicado
𝑓 𝑑 D = 0 → (SPI ou SI)
𝐷𝑥
por Dx = ed – bf, obtemos 𝑥 = , D ≠ 0.
𝐷
Esses resultados são válidos para qualquer sistema linear
Resumindo: de n equações e n incógnitas, n ≥ 2. Temos que discutir um
𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 = 𝑒 sistema linear em função de um ou mais parâmetros significa
Um sistema { é possível e determinado dizer quais valores do(s) parâmetro(s) temos SPD, SPI ou SI.
𝑐𝑥 + 𝑑𝑦 = 𝑓
𝑎 𝑏 Exemplo:
quando 𝐷 = | | ≠ 0, e a solução desse sistema é dada por
𝑐 𝑑
: Vamos discutir, em função de m, o sistema
𝑫𝒙 𝑫𝒚 𝑥 − 2𝑦 + 3𝑧 = 0
𝒙= 𝒆𝒚=
𝑫 𝑫 { 3𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 2
2𝑥 + 3𝑦 + 𝑚𝑧 = 2
Estes resultados são conhecidos como Regra de Cramer e
podem ser generalizados para um sistema n x n (n equações e 1 −2 3
n incógnitas). Esta regra é um importante recurso na resolução Temos: 𝐷 = |3 1 1 | = 𝑚 − 4 + 27 − 6 − 3 + 6𝑚 −
de sistemas lineares possíveis e determinados, especialmente 2 3 𝑚
quando o escalonamento se torna trabalhoso (por causa dos 7𝑚 + 14
coeficientes das equações) ou quando o sistema é literal.
- Se 7m + 14 ≠ 0, isto é, se m ≠ - 2, temos SPD.
Exemplo: - Se 7m + 14 = 0, isto é, se m = -2 , podemos ter SI ou SPI.
Vamos aplicar a Regra de Cramer para resolver os sistema Então vamos substituir m por -2 no sistema e resolvê-lo:
𝑥+𝑦+𝑧 = 0
{4𝑥 − 𝑦 − 5𝑧 = −6 𝑥 − 2𝑦 + 3𝑧 = 0
2𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = −3 { 3𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 2
2𝑥 + 3𝑦 − 2𝑧 = 2
1 1 1 𝑥 − 2𝑦 + 3𝑧 = 0
De início temos que |4 −1 −5| = −9 ≠ 0. Temos, dessa ⟺{ 7𝑦 − 8𝑧 = 2 ⟵ (−3)𝑥 (1ª 𝑒𝑞. ) + (2ª 𝑒𝑞. )
2 1 2 7𝑦 − 8𝑧 = 2 ⟵ (−2)𝑥 (1ª 𝑒𝑞. ) + (3ª 𝑒𝑞. )
forma, SPD.

0 1 1 ou ainda
𝐷𝑥 18 𝑥 − 2𝑦 + 3𝑧 = 0
𝐷𝑥 = |−6 −1 −5| = 15 − 6 − 3 + 12 = 18; 𝑥 = = { , 𝑞𝑢𝑒 é 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑒 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑆𝑃𝐼.
𝐷 −9 7𝑦 − 8𝑧 = 2
−3 1 2
= −2

Matemática 81
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APOSTILAS OPÇÃO

Assim:
03. Resposta: S = {(1, 2, 4)}.
m ≠ - 2 → SPD
m = -2 → SPI Calculemos inicialmente D, D x, Dy e Dz

Observações: 3 1 1
- Para um sistema homogêneo, a condição D = 0, é D1 3 0  18  0  1  6  0  2  25
necessária para que tenhamos SPI, mas não é suficiente (pois
2 1 2
existe a possibilidade de se ter SI).
- Para um sistema homogêneo, a condição D = 0 é suficiente 5 1 1

para que tenhamos SPI. Dx  7 3 0  30  0  7  12  0  14  25

2 1 2
Questões 3 5 1

Dy  1 0  42  0  4  14  0  10  50
2 x  3 y  8
7
242
01. Resolver e classificar o sistema: 
3x  2 y  1 3 1 5

Dz  1 3 7  36  14  5  30  21  4  100
02. Determinar m real, para que o sistema seja possível e 2 1 4
determinado: 2 x  3 y  5 Como D= -25 ≠ 0, o

 x  my  2
3x  y  z  5
03. Resolver e classificar o sistema: 
x  3 y  7 sistema é possível e determinado e:
2 x  y  2 z  4 D y  50
 x
Dx

 25
 1; y  
D
 2; z  z 
100
4
D  25 D  25 D  25
04. Determinar m real para que o sistema seja possível e
x  2y  z  5 Assim: S = {(1, 2, 4)} e o sistema são possíveis e
determinado.  determinados.
2 x  y  2 z  5
3x  y  mz  0
 04. Resposta: m  R / m  3 .
Segundo a regra de Cramer, devemos ter D ≠ 0.
Respostas
Assim:
01. Resposta: S= {(1, 2)}.
Calculemos inicialmente D, Dx e Dy: 1 2 1
2 3 D  2 1 2  m  12  2  3  2  4m
D  4  9  13
3 2 3 1 m
8 3 D = -5m + 15
Dx   16  3  13
1 2
Assim: -5m + 15 ≠ 0 → m ≠ 3
2 8 Então, os valores reais de m, para que o sistema seja
Dy   2  24  26 possível e determinado, são dados pelos elementos do
3 1 conjunto:
m  R / m  3
Como D =-13 ≠ 0, o sistema é possível e determinado e:
Dx  13 D  26 11) Sequências Numéricas e
x  1 e y  y  2
D  13 D  13 Progressões: Sequências
Assim: S= {(1, 2)} e o sistema são possíveis e numéricas; progressões
determinados. aritméticas: termo geral, soma
dos termos e propriedades;
02. Resposta:  3 .
m  R / m  
 2
progressões geométricas
Segundo a regra de Cramer, devemos ter D ≠ 0, em que: (finitas e infinitas): termo
2 3 geral, soma dos termos e
D  2m  3 propriedades
1 m

3
Assim: 2m -3 ≠ 0 → m ≠ Podemos, no nosso dia-a-dia, estabelecer diversas
2 sequências como, por exemplo, a sucessão de cidades que
Então, os valores reais de m, para que o sistema seja temos numa viagem de automóvel entre Brasília e São Paulo
possível e determinado, são dados pelos elementos do ou a sucessão das datas de aniversário dos alunos de uma
conjunto: determinada escola.
 3 Podemos, também, adotar para essas sequências uma
m  R / m  
 2 ordem numérica, ou seja, adotando a1 para o 1º termo, a2 para
o 2º termo até an para o n-ésimo termo. Dizemos que o termo
an é também chamado termo geral das sequências, em que n é

Matemática 82
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APOSTILAS OPÇÃO

um número natural diferente de zero. Evidentemente, necessidade de determinarmos os termos intermediários,


daremos atenção ao estudo das sequências numéricas. como ocorre na apresentação da sequência através da lei de
As sequências podem ser finitas, quando apresentam um recorrências.
último termo, ou, infinitas, quando não apresentam um último 2) Algumas sequências não podem, pela sua forma
termo. As sequências infinitas são indicadas por reticências no “desorganizada” de se apresentarem, ser definidas nem pela
final. lei das recorrências, nem pela formula do termo geral. Um
exemplo de uma sequência como esta é a sucessão de números
Exemplo: naturais primos que já “destruiu” todas as tentativas de se
- Sequência dos números primos positivos: (2, 3, 5, 7, 11, encontrar uma formula geral para seus termos.
13, 17, 19, ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com 3) Em todo exercício de sequência em que n ∈ N*, o
a1 = 2; a2 = 3; a3 = 5; a4 = 7; a5 = 11; a6 = 13 etc. primeiro valor adotado é n = 1. No entanto de no enunciado
estiver n > 3, temos que o primeiro valor adotado é n = 4.
1. Igualdade Lembrando que n é sempre um número natural.
As sequências são apresentadas com os seus termos entre A Matemática estuda dois tipos especiais de sequências,
parênteses colocados de forma ordenada. Sucessões que uma delas a Progressão Aritmética.
apresentarem os mesmos termos em ordem diferente serão
consideradas sucessões diferentes. PROGRESSÃO ARITMÉTICA (P.A.)
Duas sequências só poderão ser consideradas iguais se, e
somente se, apresentarem os mesmos termos, na mesma Definição: é uma sequência numérica em que cada termo,
ordem. a partir do segundo termo, é igual ao termo anterior somado
Exemplo com uma constante que é chamada de razão (r).
A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à Como em qualquer sequência os termos são chamados de
sequência (5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z = 15; e t a1, a2, a3, a4,.......,an,....
= 17.
Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3, 2, 1, Cálculo da razão: a razão de uma P.A. é dada pela
0) são diferentes, pois, embora apresentem os mesmos diferença de um termo qualquer pelo termo imediatamente
elementos, eles estão em ordem diferente. anterior a ele.
r = a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = a5 – a4 = .......... = an – an – 1
2. Formula Termo Geral
Podemos apresentar uma sequência através de um Exemplo:
determinado valor atribuído a cada de termo a n em função do - (5, 9, 13, 17, 21, 25,......) é uma P.A. onde a 1 = 5 e razão r =
valor de n, ou seja, dependendo da posição do termo. Esta 4
formula que determina o valor do termo an é chamada formula
do termo geral da sucessão. Classificação: uma P.A. é classificada de acordo com a
razão.
Exemplo:
- Determinar os cincos primeiros termos da sequência cujo 1- Se r > 0 ⇒ a P.A. é crescente.
termo geral e igual a: 2- Se r < 0 ⇒ a P.A. é decrescente.
an = n2 – 2n,com n ∈ N*. 3- Se r = 0 ⇒ a P.A. é constante.
Teremos:
- se n = 1 ⇒ a1 = 12 – 2. 1 ⇒ a1 = 1 – 2 = - 1 Fórmula do Termo Geral
- se n = 2 ⇒ a2 = 22 – 2. 2 ⇒ a2 = 4 – 4 = 0 Em toda P.A., cada termo é o anterior somado com a razão,
- se n = 3 ⇒ a3 = 32 – 2. 3 ⇒ a3 = 9 – 6 = 3 então temos:
- se n = 4 ⇒ a4 = 42 – 4. 2 ⇒ a4 =16 – 8 = 8 1° termo: a1
- se n = 5 ⇒ a5 = 52 – 5. 2 ⇒ a5 = 25 – 10 = 15 2° termo: a2 = a1 + r
3° termo: a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
3. Lei de Recorrências 4° termo: a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
Uma sequência pode ser definida quando oferecemos o 5° termo: a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r
valor do primeiro termo e um “caminho” (uma fórmula) que 6° termo: a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r
permite a determinação de cada termo conhecendo-se o seu . . . . . .
antecedente. Essa forma de apresentação de uma sucessão é . . . . . .
chamada lei de recorrências. . . . . . .
n° termo é:
Exemplo: 𝐚𝐧 = 𝐚𝟏 + (𝐧 − 𝟏). 𝐫
- Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência em
que: Fórmula da soma dos n primeiros termos:
a1 = 3 e an+1 = 2an – 4 , em que n ∈ N*.
(𝐚𝟏 + 𝐚𝐧 ). 𝐧
Teremos: o primeiro termo já foi dado. 𝐒𝐧 =
- a1 = 3 𝟐
- se n = 1 ⇒ a1+1 = 2.a1 – 4 ⇒ a2 = 2.3 – 4 ⇒ a2 = 6 – 4 = 2 Propriedades:
- se n = 2 ⇒ a2+1 = 2.a2 – 4 ⇒ a3 = 2.2 – 4 ⇒ a3 = 4 – 4 = 0 1- Numa P.A. a soma dos termos equidistantes dos
- se n = 3 ⇒ a3+1 = 2.a3 – 4 ⇒ a4 = 2.0 – 4 ⇒ a4 = 0 – 4 = - 4 extremos é igual à soma dos extremos.
- se n = 4 ⇒ a4+1 = 2.a4 – 4 ⇒ a5 = 2.(-4) – 4 ⇒ a5 = - 8 – 4 = - Exemplo: (2, 8, 14, 20, 26, 32, 38,......)
12

Observações
1) Devemos observar que a apresentação de uma
sequência através do termo geral é mais pratica, visto que
podemos determinar um termo no “meio” da sequência sem a

Matemática 83
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APOSTILAS OPÇÃO

Soma dos n primeiros termos:


𝐚𝟏 . (𝐪𝐧 − 𝟏)
𝐒𝐧 =
𝐪−𝟏
Soma dos infinitos termos (ou Limite da soma)
Vamos ver um exemplo:
1
Seja a P.G. (2, 1, ½, ¼, 1/8, 1/16, 1/32,.....) de a1 = 2 e q =
2
- como podemos observar neste exemplo, temos um se colocarmos na forma decimal, temos
número ímpar de termos. Neste caso sobrou um termo no (2; 1; 0,5; 0,25; 0,125; 0,0625; 0,03125;.....) se efetuarmos
meio (20) que é chamado de termo médio e é igual a metade a somas destes termos:
da soma dos extremos. Porém, só existe termos médio se 2+1=3
houver um número ímpar de termos. 3 + 0,5 = 3,5
3,5 + 0,25 = 3,75
P.G. – PROGRESSÃO GEOMETRICA 3,75 + 0,125 = 3,875
3,875 + 0,0625 = 3,9375
Definição: é uma sequência numérica em que cada termo, 3,9375 + 0,03125 = 3,96875
a partir do segundo termo, é igual ao termo anterior .
multiplicado por uma constante que é chamada de razão (q). .
Como em qualquer sequência os termos são chamados de .
a1, a2, a3, a4,.......,an,.... Como podemos observar o número somado vai ficando
cada vez menor e a soma tende a um certo limite. Então temos
Cálculo da razão: a razão de uma P.G. é dada pelo a seguinte fórmula:
quociente de um termo qualquer pelo termo imediatamente
anterior a ele. 𝐚𝟏
𝑎 𝑎 𝑎
𝑞 = 2 = 3 = 4 = ⋯……… = 𝑛
𝑎 𝐒= → −𝟏 < 𝐪 < 𝟏
𝑎1 𝑎2 𝑎3 𝑎𝑛−1 𝟏−𝐪
Exemplos: Utilizando no exemplo acima: 𝑆 =
2
1 =
2
1 = 4, logo
1−
- (3, 6, 12, 24, 48,...) é uma PG de primeiro termo a 1 = 3 e 2 2

razão q = 2 dizemos que esta P.G. tem um limite que tenda a 4.


−9 −9
- (-36, -18, -9, , ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = -
1
2 4 Produto da soma de n termos
36 e razão q =
2
5 5
- (15, 5, , ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 15 e razão
|𝐏𝐧 | = √(𝐚𝟏 . 𝐚𝐧 )𝐧
3 9
1
q=
3
Temos as seguintes regras para o produto, já que esta
- (- 2, - 6, -18, - 54, ...) é uma PG de primeiro termo a1 = - 2
fórmula está em módulo:
e razão q = 3
1- O produto de n números positivos é sempre positivo.
2- No produto de n números negativos:
Classificação: uma P.G. é classificada de acordo com o
a) se n é par: o produto é positivo.
primeiro termo e a razão.
b) se n é ímpar: o produto é negativo.
1- Crescente: quando cada termo é maior que o anterior.
Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
Propriedades
2- Decrescente: quando cada termo é menor que o
1- Numa P.G., com n termos, o produto de dois termos
anterior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 <
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes
0 e q > 1.
extremos.
3- Alternante: quando cada termo apresenta sinal
Exemplo: (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64,....)
contrário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
4- Constante: quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de
razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.
5- Singular: quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0. - como podemos observar neste exemplo, temos um
número ímpar de termos. Neste caso sobrou um termo no
Fórmula do termo geral meio (8) que é chamado de termo médio e é igual a raiz
Em toda P.G. cada termo é o anterior multiplicado pela quadrada do produto dos extremos. Porém, só existe
razão, então temos: termos médio se houver um número ímpar de termos.
1° termo: a1
2° termo: a2 = a1.q Questões
3° termo: a3 = a2.q = a1.q.q = a1q2
4° termo: a4 = a3.q = a1.q2.q = a1.q3 01. Descubra o 99º termo da P.A. (45, 48, 51,...)
5° termo: a5 = a4.q = a1.q3.q = a1.q4 (A) 339
. . . . . (B) 337
. . . . . (C) 333
. . . . . (D) 331

n° termo é: 02. Uma sequência inicia-se com o número 0,3. A partir do


an = a1.qn – 1 2º termo, a regra de obtenção dos novos termos é o termo

Matemática 84
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APOSTILAS OPÇÃO

anterior menos 0,07. Dessa maneira o número que


corresponde à soma do 4º e do 7º termos dessa sequência é 12) Geometria Espacial de
(A) –6,7. Posição: Posições relativas
(B) 0,23.
(C) –3,1. entre duas retas; posições
(D) –0,03. relativas entre dois planos;
(E) –0,23. posições relativas entre reta e
03. Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …) plano; perpendicularidade
obedecem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence a entre duas retas, entre dois
N*, é o termo de ordem n dessa sequência, então a30 + a55 é planos e entre reta e plano; e
igual a:
(A) 58 projeção ortogonal
(B) 59
(C) 60
(D) 61 A geometria de posição estuda os três entes primitivos da
(E) 62 geometria ponto, reta e plano no espaço. Temos o estudo dos
postulado, das posições relativas entre estes entes.
04. A soma dos elementos da sequência numérica infinita Na matemática nós temos afirmações que são chamadas de
(3; 0,9; 0,09; 0,009; …) é: postulados e outras são chamadas de teoremas.
(A) 3,1 Postulado: são afirmações que são aceitas sem
(B) 3,9 demonstração. Isto é, sabemos que são verdadeira, porém
(C) 3,99 não tem como ser demonstradas.
(D) 3, 999 Teorema: são afirmações que tem demonstração.
(E) 4
Respostas
Estudo dos Postulados
Na Geometria de Posição, os postulado se dividem em
01. Resposta: A.
r = 48 – 45 = 3 quatro categorias:
𝑎1 = 45
𝑎𝑛 = 𝑎1 + (𝑛 − 1)𝑟 I) Postulados da existência:
𝑎99 = 45 + 98 ∙ 3 = 339
a) No espaço existem infinitos pontos, retas e planos.
02. Resposta: D. (este postulado também é chamado de postulado fundamental
𝑎𝑛 = 𝑎1 − (𝑛 − 1)𝑟 da geometria de posição).
𝑎4 = 0,3 − 3.0,07 = 0,09
𝑎7 = 0,3 − 6.0,07 = −0,12 b) Numa reta e fora dela existem infinitos pontos.
𝑆 = 𝑎4 + 𝑎7 = 0,09 − 0,12 = −0,03
c) Num plano e fora dele existem infinitos pontos e
03. Resposta: B.
retas.
Primeiro, observe que os termos ímpares da sequência é
uma PA de razão 1 e primeiro termo 10 - (10; 11; 12; 13; …).
Da mesma forma os termos pares é uma PA de razão 1 e d) Entre dois pontos distintos, sempre existe um outro
primeiro termo igual a 8 - (8; 9; 10; 11; …). ponto.
Assim, as duas PA têm como termo geral o seguinte
formato: II) Postulados da determinação:
(1) ai = a1 + (i - 1).1 = a1 + i – 1
Para determinar a30 + a55 precisamos estabelecer a regra a) Dois pontos distintos determinam uma única reta.
geral de formação da sequência, que está intrinsecamente (Observe que a palavra distintos esta destacada, tem que ser
relacionada às duas progressões da seguinte forma: distintos e não somente dois pontos).
- Se n (índice da sucessão) é ímpar temos que n = 2i - 1, ou
seja, i = (n + 1)/2; b) Três pontos não colineares determinam um único
- Se n é par temos n = 2i ou i = n/2. plano. (Observe que as palavras não colineares estão
Daqui e de (1) obtemos que:
destacadas, tem que ser não colineares e não somente três
an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar
an = 8 + (n/2) - 1 se n é par pontos).
Logo:
a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e - como consequência deste postulado, temos também:
a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37
E, portanto: b.1) uma reta e um ponto fora dela determinam um único
a30 + a55 = 22 + 37 = 59. plano.
b.2) duas retas paralelas distintas determinam um único
04. Resposta: E. plano.
Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma b.3) duas retas concorrentes determinam um único plano.
da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1.
Assim: III) Postulado da inclusão.
S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma
- Se dois pontos distintos de uma reta pertencem a um
PG infinita para obter S1:
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4 plano, então a reta está contida no plano.

Matemática 85
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condição necessária. Para diferenciar paralelas distintas e


IV) Postulados da divisão. reversas temos duas condições:
- Paralelas distintas não tem ponto em comum e estão no
a) Um ponto divide uma reta em duas semirretas. mesmo plano (coplanares).
- Reversas não tem ponto em comum e não estão no
b) Uma reta divide um plano em dois semiplanos. mesmo plano (não coplanares).

c) Um plano divide o espaço em dois semiespaços. II) Posições relativas entre reta e plano.

Estudo das posições relativas a) Reta paralela ao plano: não tem nenhum ponto em
Vamos estudar, agora, as posições relativas entre duas comum com o plano. A intersecção da reta com o plano é um
retas; entre dois planos e entre um plano e uma reta. conjunto vazio.

I) Posições relativas entre duas retas.

𝑑𝑖𝑠𝑡𝑖𝑛𝑡𝑎𝑠
𝐶𝑜𝑝𝑙𝑎𝑛𝑎𝑟𝑒𝑠(𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 ∶ {𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑎𝑠 {𝑐𝑜𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑐𝑜𝑛𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
Não coplanares: - Reversas

No esquema acima, temos: Observação: uma reta paralela a um plano é paralela com
infinitas retas do plano, mas não a todas.
a) Retas coplanares :estão no mesmo plano. Podem ser:
b) Reta contida no plano: tem todos os pontos em comum
- Retas paralelas distintas: não tem nenhum ponto em com o plano. Também obedece ao postulado da Inclusão. A
comum. intersecção da reta com o plano é igual à própria reta.

- Retas paralelas coincidentes: tem todos os pontos em


comum. Temos duas retas, sendo uma sobre a outra. c) Reta secante (ou incidente) ao plano: tem um único
ponto em comum com o plano. A intersecção da reta com o
representamos por r ≡ s plano é o ponto P.

- Retas concorrentes: tem um único ponto em comum.

Observação: duas retas concorrentes que formam entre si


um ângulo reto (90°) são chamadas de perpendiculares.
III) Posições relativas entre dois planos
b) Retas não coplanares: não estão no mesmo plano. São: a) Planos paralelos: não tem nenhum ponto em comum.
A intersecção entre os planos é um conjunto vazio.
- Retas Reversas: não tem ponto em comum. b) Planos coincidentes: tem todos os pontos em comum.
c) Planos secantes (ou incidentes): tem uma única reta
em comum. A intersecção entre os planos é uma reta. Podem
ser oblíquos (formam entre si um ângulo diferente de 90°) ou
podem ser perpendiculares (formam entre si um ângulo de
90°).

Observação: duas retas reversas que “formam” entre si


um ângulo reto (90°) são chamadas de ortogonais.

Como podemos verificar, retas paralelas distintas e retas


reversas não tem ponto em comum. Então esta não é uma
condição suficiente para diferenciar as posições, porém é uma

Matemática 86
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APOSTILAS OPÇÃO

13) Geometria Espacial


Métrica: Prismas: conceito,
elementos, classificação, áreas
e volumes e troncos; pirâmide:
conceito, elementos,
classificação, áreas e volumes
e troncos; cilindro: conceito,
elementos, classificação, áreas
e volumes e troncos; cone:
conceito, elementos,
classificação, áreas e volumes
e troncos; esfera: elementos,
Questões seção da esfera, área, volumes
01. Dadas as proposições:
e partes da esfera; inscrição e
I) Dois pontos distintos determinam uma única reta que os circunscrição de sólidos
contém.
II) Três pontos distintos determinam um único plano que
os contém. POLIEDROS
III) Se dois pontos de uma reta pertencem a um plano, Diedros
então a reta está contida no plano. Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) α e β, o
espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro
É correto afirmar que: é feita em graus, dependendo do ângulo formado entre os
(A) Todas são verdadeiras. planos.
(B) Todas são falsas.
(C) Apenas I e II são falsas.
(D) Apenas II e III são falsas.
(E) Apenas I e III são falsas.

02. Assinale a alternativa verdadeira:


(A) Todas as afirmações podem ser demonstradas.
(B) Plano, por definição, é um conjunto de pontos.
(C) Ponto tem dimensão.
(D) Para se obter um plano basta obter 3 pontos distintos. Poliedros
(E) Reta não tem definição. São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais
formadas por três elementos básicos: faces, arestas e
03. Assinala a alternativa falsa: vértices. Chamamos de poliedro o sólido limitado por quatro
(A) Duas retas não coplanares são reversas. ou mais polígonos planos, pertencentes a planos diferentes e
(B) Se uma reta não tem ponto em comum com um plano, que têm dois a dois somente uma aresta em comum. Veja
ela é paralela a ele. alguns exemplos:
(C) Duas retas que tem ponto em comum são concorrentes.
(D) Dois planos sendo paralelos, toda reta que fura um fura
o outro.
(E) Dois planos sendo paralelos, todo plano que intercepta
um intercepta o outro.

Respostas

01. D. I) V, II) F e III) F \ 02. E. \ 03. C.

Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices


dos polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Cada vértice pode ser a interseção de três ou mais arestas.
Observando a figura abaixo temos que em torno de cada um
dos vértices forma-se um triedro.

Convexidade

Matemática 87
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APOSTILAS OPÇÃO

Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a S = (v – 2).360º


nenhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos.
Ele não possuí “reentrâncias”. E caso contrário é dito não Poliedros de Platão
convexo. São poliedros que satisfazem as seguintes condições:
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas;
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de
arestas;
- for válida a relação de Euler (V – A + F = 2).

Exemplos:
1) O prisma quadrangular da figura a seguir é um poliedro
de Platão.

Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A
o número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes
relações de Euler:

1) Poliedro Fechado: V – A + F = 2

2) Poliedro Aberto: V – A + F = 1 Vejamos se ele atende as condições:


- todas as 6 faces são quadriláteros (n = 4);
Observação: Para calcular o número de arestas de um - todos os ângulos são triédricos (m = 3);
poliedro temos que multiplicar o número de faces F pelo - sendo V = 8, F = 6 e A = 12, temos: 8 – 12 + 6 = 14 -12 = 2
número de lados de cada face n e dividir por dois. Quando
temos mais de um tipo de face, basta somar os resultados. 2) O prisma triangular da figura abaixo é poliedro de
𝑛. 𝐹 Platão?
𝐴=
2

Podemos verificar a relação de Euler para alguns poliedros


não convexos. Assim dizemos:

Todo poliedro convexo é euleriano, mas nem todo poliedro


euleriano é convexo.
As faces são 2 triangulares e 3 faces são quadrangulares,
Exemplos: logo não é um poliedro de Platão, uma vez que atende a uma
1) O número de faces de um poliedro convexo que possui das condições.
exatamente oito ângulos triédricos é?
A cada 8 vértices do poliedro concorrem 3 arestas, assim o - Propriedade: existem exatamente cinco poliedros de
número de arestas é dado por Platão (pois atendem as 3 condições). Determinados apenas
pelos pares ordenados (m,n) como mostra a tabela abaixo.
𝑛. 𝐹 3.8
𝐴= →𝐴= = 12
2 2 m n A V F Poliedro
3 3 6 4 4 Tetraedro
Pela relação de Euler: V – A + F = 2 → 8 - 12 + F = 2 → F = 6
3 4 12 8 6 Hexaedro
(o poliedro possui 6 faces). Assim o poliedro com essas
4 3 12 6 8 Octaedro
características é:
3 5 30 20 12 Dodecaedro
5 3 30 12 20 Icosaedro

2) Vamos aplicar a relação de Euler em um Poliedro não


convexo.

V – A + F = 2 → 14 – 21 + 9 = 2 → 2 = 2
Assim podemos comprovar que para alguns poliedros não
convexos, podemos utilizar a relação de Euler. Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
Soma dos ângulos poliédricos: as faces de um poliedro - suas faces são polígonos regulares congruentes;
são polígonos. Sabemos que a soma dos ângulos internos de - seus ângulos poliédricos são congruentes;
um polígono é dada Por essas condições e observações podemos afirmar que
todos os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.

Matemática 88
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Observação:

Todo poliedro regular é poliedro de Platão, mas nem todo


- 6 faces
poliedro de Platão é poliedro regular.
quadrangular
es
Por exemplo, uma caixa de bombom, como a da figura a
- 8 vértices
seguir, é um poliedro de Platão (hexaedro), mas não é um
- 12 arestas
poliedro regular, pois as faces não são polígonos regulares e
congruentes.
Hexaedro

- 8 faces
triangulares
- 6 vértices
- 12 arestas
A figura se compara ao paralelepípedo que é um hexaedro,
e é um poliedro de Platão, mas não é considerado um poliedro
regular:
Octaedro

-12 faces
- Não Poliedros pentagonais
- 20 vértices
- 30 arestas

Dodecaedro

Os sólidos acima são: Cilindro, Cone e Esfera, são


considerados não planos pois possuem suas superfícies
curvas.
Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais
definidas por curvas fechadas em superfície lateral curva.
Cone: tem uma só base definida por uma linha curva
fechada e uma superfície lateral curva. - 20 faces
Esfera: é formada por uma única superfície curva. triangulares
- 12 vértices
- Planificações de alguns Sólidos Geométricos - 30 arestas

Poliedro Planificação Elementos Icosaedro

Referências
http://educacao.uol.com.br
- 4 faces http://www.uel.br/cce/mat/geometrica/php/gd_t/gd_19t.php
http://www.infoescola.com
triangulares
- 4 vértices
Questões
- 6 arestas

Tetraedro 01. (PUC RS) Um poliedro convexo tem cinco faces


triangulares e três pentagonais. O número de arestas e o
número de vértices deste poliedro são, respectivamente:
(A) 30 e 40
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9

Matemática 89
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02. (ITA – SP) Considere um prisma regular em que a


soma dos ângulos internos de todas as faces é 7200°. O número
de vértices deste prisma é igual a:
(A) 11
(B) 32
(C) 10
(D) 22
(E) 20

03. (CEFET – PR) Um poliedro convexo possui duas faces Elementos de um prisma:
triangulares, duas quadrangulares e quatro pentagonais. Logo a) Base: pode ser qualquer polígono.
a soma dos ângulos internos de todas as faces será: b) Arestas da base: são os segmentos que formam as
(A) 3240° bases.
(B) 3640° c) Face Lateral: é sempre um paralelogramo.
(C) 3840° d) Arestas Laterais: são os segmentos que formam as
(D) 4000° faces laterais.
(E) 4060° e) Vértice: ponto de intersecção (encontro) de arestas.
Respostas f) Altura: distância entre as duas bases.
01. Resposta: E. Classificação:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, Um prisma pode ser classificado de duas maneiras:
logo, tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem
3 lados e o pentágono 5 lados. Temos: 1- Quanto à base:
5.3+3.5 15+15 30
- Prisma triangular...........................................................a base é
𝐴= = = = 15 um triângulo.
2 2 2
- Prisma quadrangular.....................................................a base é
V–A+F=2 um quadrilátero.
V – 15 + 8 = 2 - Prisma pentagonal........................................................a base é
V = 2 + 15 – 8 um pentágono.
V=9 - Prisma hexagonal.........................................................a base é
um hexágono.
02. Resposta: D. E, assim por diante.
Basta utilizar a fórmula da soma dos ângulos poliédricos.
S = (V – 2).360° 2- Quanta à inclinação:
7200° = (V – 2).360° (passamos o 360° dividindo) - Prisma Reto: a aresta lateral forma com a base um
7200° : 360° = V – 2 ângulo reto (90°).
20 = V – 2 - Prisma Obliquo: a aresta lateral forma com a base um
V = 20 + 2 ângulo diferente de 90°.
V = 22

03. Resposta: A.
Temos 2 faces triangulares, 2 faces quadrangulares e 4
faces pentagonais.
F=2+2+4
F=8
Fórmulas:
𝑨=
𝟐.𝟑+𝟐.𝟒+𝟒.𝟓
=
𝟔+𝟖+𝟐𝟎
=
𝟑𝟒
= 𝟏𝟕 - Área da Base
𝟐 𝟐 𝟐
Como a base pode ser qualquer polígono não existe uma
V–A+F=2 fórmula fixa. Se a base é um triângulo calculamos a área desse
V – 17 + 8 = 2 triângulo; se a base é um quadrado calculamos a área desse
V = 2 + 17 – 8 quadrado, e assim por diante.
V = 11 - Área Lateral:
A soma é: Soma das áreas das faces laterais
S = (v – 2).260° - Área Total:
S = (11 – 2).360° At=Al+2Ab
S = 9.360° - Volume:
S = 3240° V = Abh

SÓLIDOS GEOMÉTRICOS Prismas especiais: temos dois prismas estudados a parte


e que são chamados de prismas especiais, que são:
Sólidos Geométricos são figuras geométricas que possui
três dimensões. Um sólido é limitado por um ou mais planos. a) Hexaedro (Paralelepípedo reto-retângulo): é um
Os mais conhecidos são: prisma, pirâmide, cilindro, cone e prisma que tem as seis faces retangulares.
esfera.

- Sólidos geométricos

I) PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases


iguais e paralelas.

Matemática 90
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Temos três dimensões: a= comprimento, b = largura e c =


altura.

Fórmulas:
- Área Total: At = 2.(ab + ac + bc)

- Volume: V = a.b.c

- Diagonal: D = √a2 + b 2 + c 2
Fórmulas:
b) Hexaedro Regular (Cubo): é um prisma que tem as 6 - Área da Base: 𝐴𝑏 = 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙í𝑔𝑜𝑛𝑜, como a base
faces quadradas. pode ser qualquer polígono não existe uma fórmula fixa. Se a
base é um triângulo calculamos a área desse triângulo; se a
base é um quadrado calculamos a área desse quadrado, e
assim por diante.
- Área Lateral: 𝐴𝑙 =
𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑠 á𝑟𝑒𝑎𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑓𝑎𝑐𝑒𝑠 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠

- Área Total: At = Al + Ab
As três dimensões de um cubo comprimento, largura e
altura são iguais. 1
- Volume: 𝑉 = . 𝐴𝑏 . ℎ
3
Fórmulas:
- Área Total: At = 6.a2 - TRONCO DE PIRÂMIDE
O tronco de pirâmide é obtido ao se realizar uma secção
- Volume: V = a3 transversal numa pirâmide, como mostra a figura:

- Diagonal: D = a√3

II) PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base


e um vértice superior.

O tronco da pirâmide é a parte da figura que apresenta as


arestas destacadas em vermelho.
É interessante observar que no tronco de pirâmide as
arestas laterais são congruentes entre si; as bases são
polígonos regulares semelhantes; as faces laterais são
trapézios isósceles, congruentes entre si; e a altura de
qualquer face lateral denomina-se apótema do tronco.

Elementos de uma pirâmide: → Cálculo das áreas do tronco de pirâmide.


A pirâmide tem os mesmos elementos de um prisma: base, Num tronco de pirâmide temos duas bases, base maior e
arestas da base, face lateral, arestas laterais, vértice e altura. base menor, e a área da superfície lateral. De acordo com a
Além destes, ela também tem um apótema lateral e um base da pirâmide, teremos variações nessas áreas. Mas
apótema da base. observe que na superfície lateral sempre teremos trapézios
Na figura acima podemos ver que entre a altura, o apótema isósceles, independente do formato da base da pirâmide. Por
da base e o apótema lateral forma um triângulo retângulo, exemplo, se a base da pirâmide for um hexágono regular,
então pelo Teorema de Pitágoras temos: ap2 = h2 + ab2. teremos seis trapézios isósceles na superfície lateral.
A área total do tronco de pirâmide é dada por:
Classificação: St = Sl + SB + Sb
Uma pirâmide pode ser classificado de duas maneiras: Onde:
1- Quanto à base: St → é a área total
- Pirâmide triangular...........................................................a base é Sl → é a área da superfície lateral
um triângulo. SB → é a área da base maior
- Pirâmide quadrangular.....................................................a base é Sb → é a área da base menor
um quadrilátero.
- Pirâmide pentagonal........................................................a base é → Cálculo do volume do tronco de pirâmide.
um pentágono. A fórmula para o cálculo do volume do tronco de pirâmide
- Pirâmide hexagonal.........................................................a base é é obtida fazendo a diferença entre o volume de pirâmide maior
um hexágono. e o volume da pirâmide obtida após a secção transversal que
E, assim por diante. produziu o tronco. Colocando em função de sua altura e das
áreas de suas bases, o modelo matemático para o volume do
2- Quanta à inclinação: tronco é:
- Pirâmide Reta: tem o vértice superior na direção do
centro da base.
- Pirâmide Obliqua: o vértice superior está deslocado em
relação ao centro da base. Onde,
V → é o volume do tronco

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APOSTILAS OPÇÃO

h → é a altura do tronco IV) CONE: é um sólido geométrico que tem uma base
SB → é a área da base maior circular e vértice superior.
Sb → é a área da base menor

III) CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases


iguais, paralelas e circulares.

Elementos de um cone:
a) Base: é sempre um círculo.
b) Raio
c) Altura: distância entre o vértice superior e a base.
d) Geratriz: segmentos que formam a face lateral, isto é, a
face lateral e formada por infinitas geratrizes.
Elementos de um cilindro:
a) Base: é sempre um círculo. Classificação: como a base de um cone é um círculo, ele só
b) Raio tem classificação quanto à inclinação.
c) Altura: distância entre as duas bases. - Cone Reto: o vértice superior está na direção do centro
d) Geratriz: são os segmentos que formam a face lateral, da base.
isto é, a face lateral é formada por infinitas geratrizes. - Cone Obliquo: o vértice superior esta deslocado em
relação ao centro da base.
Classificação: como a base de um cilindro é um círculo, ele
só pode ser classificado de acordo com a inclinação:
- Cilindro Reto: a geratriz forma com o plano da base um
ângulo reto (90°).
- Cilindro Obliquo: a geratriz forma com a base um ângulo
diferente de 90°.

Fórmulas:
- Área da base: Ab = π.r2

- Área Lateral: Al = π.r.g

Fórmulas: - Área total: At = π.r.(g + r) ou At = Al + Ab


- Área da Base: Ab = π.r2
1 1
- Volume: 𝑉 = . 𝜋. 𝑟 2 . ℎ ou 𝑉 = . 𝐴𝑏 . ℎ
- Área Lateral: Al = 2.π.r.h 3 3

- Área Total: At = 2.π.r.(h + r) ou At = Al + 2.Ab - Entre a geratriz, o raio e a altura temos um triângulo
retângulo, então: g2 = h2 + r2.
- Volume: V = π.r2.h ou V = Ab.h
Secção Meridiana: é um “corte” feito pelo centro do cone.
Secção Meridiana de um cilindro: é um “corte” feito pelo O triângulo obtido através desse corte é chamado de secção
centro do cilindro. O retângulo obtido através desse corte é meridiana e tem como medidas, base é 2r e h. Logo a área da
chamado de secção meridiana e tem como medidas 2r e h. Logo secção meridiana é dada pela fórmula: ASM = r.h.
a área da secção meridiana é dada pela fórmula: ASM = 2r.h.

Cone Equilátero: um cone é chamado de equilátero


quando a secção meridiana for um triângulo equilátero, para
isto temos que: g = 2r.

- TRONCO DE CONE
Se um cone sofrer a intersecção de um plano paralelo à sua
Cilindro Equilátero: um cilindro é chamado de equilátero base circular, a uma determinada altura, teremos a
quando a secção meridiana for um quadrado, para isto temos constituição de uma nova figura geométrica espacial
que: h = 2r. denominada Tronco de Cone.

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APOSTILAS OPÇÃO

- Equador: “corte” feito pelo centro da esfera,


determinando, assim, o maior círculo possível.

Fórmulas

Elementos
- A base do cone é a base maior do tronco, e a seção - na figura acima podemos ver que o raio de um paralelo
transversal é a base menor; (r), a distância do centro ao paralelo ao centro da esfera (d) e
- A distância entre os planos das bases é a altura do tronco. o raio da esfera (R) formam um triângulo retângulo. Então,
podemos aplicar o Teorema de Pitágoras: R2 = r2 + d2.
- Área: A = 4.π.R2
4
- Volume: V = . π. R3
3

Fuso Esférico:

Diferentemente do cone, o tronco de cone possui duas


bases circulares em que uma delas é maior que a outra, dessa
forma, os cálculos envolvendo a área superficial e o volume do
tronco envolverão a medida dos dois raios. A geratriz, que é a
medida da altura lateral do cone, também está presente na
composição do tronco de cone. Fórmula da área do fuso:
Não devemos confundir a medida da altura do tronco de
cone com a medida da altura de sua lateral (geratriz), pois são 𝛼. 𝜋. 𝑅2
𝐴𝑓𝑢𝑠𝑜 =
elementos distintos. A altura do cone forma com as bases um 90°
ângulo de 90º. No caso da geratriz os ângulos formados são um
agudo e um obtuso.
Cunha Esférica:

Área da Superfície e
Volume

Onde:
h = altura Fórmula do volume da cunha:
g = geratriz
𝛼. 𝜋. 𝑅3
𝑉𝑐𝑢𝑛ℎ𝑎 =
270°
V) ESFERA

Referências
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
DOLCE, Osvalo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da matemática
elementar – Vol 10 – Geometria Espacial, Posição e Métrica – 5ª edição – Atual
Editora
www.brasilescola.com.br

Questões

01. Dado o cilindro equilátero, sabendo que seu raio é igual


a 5 cm, a área lateral desse cilindro, em cm2, é:
(A) 90π
(B) 100π
Elementos da esfera (C) 80π
- Eixo: é um eixo imaginário, passando pelo centro da (D) 110π
esfera. (E) 120π
- Polos: ponto de intersecção do eixo com a superfície da
esfera. 02. Seja um cilindro reto de raio igual a 2 cm e altura 3 cm.
- Paralelos: são “cortes” feitos na esfera, determinando Calcular a área lateral, área total e o seu volume.
círculos.

Matemática 93
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APOSTILAS OPÇÃO

03. Um prisma hexagonal regular tem aresta da base igual


a 4 cm e altura 12 cm. O volume desse prisma é:
(A) 288√3 cm3
(B) 144√3 cm3
(C) 200√3 cm3 - ESFERA INSCRITA NO CONE: Considerando que a esfera
(D) 100√3 cm3 inscrita no cone possui r como raio, altura como h e geratriz
(E) 300√3 cm3 como g, temos:

Comentários

01. Resposta: B.
Em um cilindro equilátero temos que h = 2r e do enunciado
r = 5 cm.
h = 2r → h = 2.5 = 10 cm
Al = 2.π.r.h
Al = 2.π.5.10
Al = 100π
Ao dividir o cone em partes em um plano que contém seu
eixo, o mesmo possuirá um círculo de raio r inscrito num
02. Respostas: Al = 12π cm2, At = 20π cm2 e V = 12π cm3
triangulo com dois lados iguais com medidas 2r e altura h
Aplicação direta das fórmulas sendo r = 2 cm e h = 3 cm.
proporcionais a g.
Al = 2.π.r.h At = 2π.r(h + r) V = π.r2.h
Al = 2.π.2.3 At = 2π.2(3 + 2) V = π.22.3
Al = 12π cm At = 4π.5
2 V = π.4.3
At = 20π cm2 V = 12π cm2

03. Resposta: A.
O volume de um prisma é dado pela fórmula V = Ab.h, do
enunciado temos que a aresta da base é a = 4 cm e a altura h =
12 cm.
A área da base desse prisma é igual a área de um hexágono
regular
6.𝑎2 √3 No triângulo com lados ABC, temos:
𝐴𝑏 =
4

6.42 √3 6.16√3
𝐴𝑏 =  𝐴𝑏 =  𝐴𝑏 = 6.4√3  𝐴𝑏 = 24√3
4 4
cm2
Ao comparar o triângulo ADO, retângulo em D pode-se
V = 24√3.12 notar uma analogia ao triângulo ABC, retângulo em B. Da
V = 288√3 cm3 conformidade desses triângulos, notamos que AO= h-r, assim:

INSCRIÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO DE SÓLIDOS

- ESFERA INSCRITA NUMA PIRÂMIDE REGULAR DE


BASE QUADRADA: A esfera inscrita na pirâmide possui r - CONE INSCRITO NA ESFERA: A esfera inscrita no cone
como raio de uma base quadrada, l como base e h como altura. de raio R possui r como raio e h como altura.

Ao dividir os sólidos em partes e colocá-lo em um plano, o


mesmo possuirá um triângulo com dois lados iguais VAB de
base 2r e altura h no raio R. Assim,

O triângulo VPO, retângulo em P, é considerado idêntico ao Na figura,


triângulo VAM, retângulo em A. Ao fazermos esta comparação, • (O) = o ponto central da esfera.
percebemos que VM = g e VO = h – r, assim: • (M) = centro da base do cone.
Notando que o triangulo OMA é retângulo, teremos:

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APOSTILAS OPÇÃO

- CILINDRO INSCRITO NO CUBO: R representa o raio da


base e h à altura, ambos possuem a como aresta, assim:

- CUBO INSCRITO NO CILINDRO: A medida (altura) do


cilindro é idêntica a aresta do cubo, já o raio R da base do
cilindro representa a metade da diagonal de um quadrado de - CUBO INSCRITO NA ESFERA: Ao possuir um cubo
lado a. ABCDEFGH num raio r com aresta a, temos:
Assim sendo:

Uma seção do cubo possui pontos A, C e o centro possui os


- ESFERA INSCRITA NO CILINDRO: A esfera inscrita num pontos ACGE de tamanhos a√2 e a num círculo com raio r,
cilindro possui r como raio e h como altura. assim:

a) O raio da base do cilindro e igual ao raio da esfera. O triângulo retângulo possui os pontos EGC de catetos a√2,
e a e hipotenusa 2R.
Ao empregarmos o teorema de Pitágoras nesse triangulo
teremos:
b) A altura do cilindro é duas vezes maior que a altura da
esfera.

- CILINDRO INSCRITO NA ESFERA: Considerando r e h, a


altura do cilindro e o raio da base incluso na esfera de raio r.
Ao dividir o cilindro em partes e colocá-lo em um plano, o
mesmo possuirá um retângulo com medidas 2r e h inscrito no Questões
círculo de raio R.
Desta forma: 01. Uma esfera está inscrita em um cubo cujo o volume é
igual a 64 dm³. Calcule o volume da esfera.

02. Em uma esfera, está inscrita um cilindro reto cuja


altura mede 20 cm e cujo raio da base mede 8cm. Calcule a área
da superfície dessa esfera.

Respostas

01. Sendo "a" a medida das arestas do cubo, temos que a3


- ESFERA INSCRITA NO CUBO: Ao possuir um cubo = 64dm  a = 4dm.
ABCDEFGH num raio r com aresta a, temos: Assim, a medida do raio da esfera é a = 2.R, portanto, R = 2

dm e seu volume é igual:

Então: 

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APOSTILAS OPÇÃO

02. Na figura, temos que (2R)2 = (20)2 + 162  4R2 = 400


+ 256  R2 = 164  R = 2√41 cm 𝒂𝒊 𝒍𝒊 𝒉
A área da superfície da esfera é igual a 4π.(2√41)2 = 656π = = =𝒌
cm2 𝑨𝒊 𝑳𝒊 𝑯

Propriedades:

Considerando duas pirâmides semelhantes, temos:

1º) A razão entre as áreas das bases é igual ao


quadrado da razão de semelhança.
SÓLIDOS DE REVOLUÇÃO
De fato, as bases são polígonos semelhantes e a razão entre
O sólido de revolução é formado pela rotação de 360º suas áreas é o quadrado da razão de semelhanças.
presente numa área lisa S em volta de uma reta r.
Cilindro circular reto = é um sólido de revolução formado 𝒃
pela rotação de 360º em volta de um dos lados do retângulo. = 𝒌𝟐
Cone circular reto = é um sólido de revolução formado 𝑩
pela rotação de 360º em volta de um dos catetos do triângulo
retângulo.
Vejamos:

𝒉 𝒃 𝒃 𝒉 𝟐
Outros sólidos de revolução: = 𝒌, = 𝒌𝟐 , =( )
𝑯 𝑩 𝑩 𝑯

A propriedade acima é de Geometria Plana, porém sua


demonstração acompanha os itens da propriedade que segue.
Basta fazer a analogia.

2º) A razão entre as áreas laterais é igual ao quadrado


da razão de semelhança.

RAZÃO ENTRE SOLIDOS GEOMÉTRICOS Sendo


Área lateral V (ABC ... MN) = AL
- Razão de semelhança: é a razão entre dois elementos Área lateral de V (A’B’C’ ...M’N’) = Al
lineares homólogos. Representaremos por k.
Assim: Temos:
Pirâmide V (ABC ... MN) ~ Pirâmide V (A’B’C’ ... M’N’) →
(ΔVAB ~ ΔVA’B’, ΔVBC ~ ΔVB’C’, ... ΔVMN ~ ΔVM’N’, ΔVNA ~
ΔVN’A’) →

𝑉𝐴′ 𝑉𝐵′ 𝑉𝑁 ′ 𝐴′ 𝐵′ 𝐵′ 𝐶 ′ 𝑁 ′ 𝐴′ 𝐻
= =⋯= = = =⋯= =
𝑉𝐴 𝑉𝐵 𝑉𝑁 𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝑁𝐴 𝐻
= 𝑘 (𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑙ℎ𝑎𝑛ç𝑎)

Considerando

Área do ΔVA’B’ = t1 ΔVAB = T1


Área do ΔVB’C’ = t2 ΔVBC = T2
. .
. .

Matemática 96
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APOSTILAS OPÇÃO

. .

Área do ΔVN’A’ = t n – 2 Área do ΔVNA = T n - 2

Temos:
𝒕𝟏 𝒕𝟐 𝒕𝒏−𝟐
= =⋯= = 𝒌𝟐
𝑻𝟏 𝑻𝟐 𝑻𝒏−𝟐

Fazendo a razão entre as áreas laterais, vem:

𝐴𝑙 𝑡1 + 𝑡2 + ⋯ + 𝑡𝑛−2 𝐴𝑙 𝑘 2 𝑇1 + 𝑘 2 𝑇2 + ⋯ + 𝑘 2 𝑇𝑛−2
= → = Observamos que V2 – V1 é o volume do tronco, com isso
𝐴𝐿 𝑇1 + 𝑇2 + ⋯ + 𝑇𝑛−2 𝐴𝐿 𝑇1 + 𝑇2 + ⋯ + 𝑇𝑛−2 temos:
= 𝑘2 𝑉2 − 𝑉1 𝑝
=
𝑉2 𝑞
𝑨𝒍 Daí vem que:
= 𝒌𝟐
𝑨𝑳 𝑉
qV2 – qV1 = pV2 → qV1 = (q – p) V2 → 1 =
𝑉2
𝑞−𝑝
𝑞

3º) A razão entre as áreas totais é igual ao quadrado da


razão de semelhança.

𝑨𝒕
= 𝒌𝟐
𝑨𝑻
3) a razão entre as áreas laterais da nova pirâmide (cone)
4º) A razão entre os volumes é igual ao cubo da razão e do tronco obtido seja m / n?
da semelhança Observando a figura temos que:

𝒗
= 𝒌𝟑
𝑽

Observações:
- As propriedades acima são adaptadas para cones
semelhantes.
- Elas podem ser generalizadas para duas superfícies ou
dois sólidos semelhantes quaisquer:
a) a razão entre as áreas de duas superfícies é igual ao
quadrado da razão de semelhança.
b) a razão entre os volumes de dois sólidos semelhantes é Al1 – Al2 é área lateral do tronco, e pelo enunciado temos:
igual ao cubo da razão de semelhança.
𝐴𝑙1 𝑚
= → 𝑛𝐴𝑙1 = 𝑚𝐴𝑙2 − 𝑚𝐴𝑙1 → (𝑚 + 𝑛)𝐴𝑙1 = 𝑚𝐴𝑙2
Exemplos: 𝐴𝑙2 − 𝐴𝑙1 𝑛
𝐴𝑙 𝑚
A que distância do vértice se deve passar um plano → 1=
𝐴𝑙2 𝑚 + 𝑛
paralelo à base de uma pirâmide (ou cone) para que:
Al1 m
1) a razão entre as áreas das bases da nova pirâmide =
Al2 m + n x m 𝐦
(cone) e da pirâmide (cone) dada seja a / b? → =√ → 𝐱 = 𝐇√
A l1 x 2 H m+n 𝐦+𝐧
=( )
{ A l2 H
𝐵1 𝑥 2
=( ) 4) a razão entre os volumes do tronco obtidos e da nova
𝐵2 𝐻 pirâmide (cone) seja r/s?

𝐵1 𝑎
=
𝐵2 𝑏

𝑥 entre
2) a razão √𝑎 os volumes do tronco obtido e da pirâmide
=
(cone) primitiva
→𝑥
seja p / q?
𝐻 √𝑏

Observando a figura, vemos que V2 – V1 é o volume do


tronco, e pelo enunciado temos:

Matemática 97
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APOSTILAS OPÇÃO

𝑉2 − 𝑉1 𝑟 𝑉1 𝑠
= → =
𝑉1 𝑠 𝑉2 𝑟 + 𝑠 Operando com as relações acima, vem:

V1 s
=
V2 r + s x 3 s 𝟑 𝐬
→ =√ → 𝐱 = 𝐇√
V1 x 3 H r+s 𝐫+𝐬
=( ) Construindo os paralelepípedos Y (a, b, y), temos:
{V2 H

- Razão entre paralelepípedo retângulos

A razão entre dois paralelepípedos retângulos de Ora, sendo y submúltiplo de h2, pode variar, e dividindo y,
bases congruentes é igual à razão entre as alturas. aumentamos n. Nessas condições,
Sejam P(a, b ,h1) e P(a, b, h2) os paralelepípedos em que a, 𝑚 𝑚+1
b, h1 e a, b,h2 são as dimensões. 𝑒
𝑛 𝑛
Trata-se de demonstrar que: formam um par de classes contíguas que definem um único
número real, que é
𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ1) ℎ1
=
𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ2) ℎ2 ℎ1 𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ1)
𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (3)𝑒 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (4)
ℎ2 𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ2)
- Demonstração

1º caso: h1 e h2 são comensuráveis (as medidas são Como esse número é único, então:
semelhantes, e podem ser medidas) 𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ1) ℎ1
=
𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ2) ℎ2

- Volume de um sólido: ou medida do sólido é um número


real positivo associado ao sólido de forma que:
1) sólidos congruentes têm volumes iguais;
2) se um sólido S é reunião de dois sólidos S1 e S2 que não
têm pontos interiores comuns, então o volume de S é a soma
Sendo h1 e h2 comensuráveis, existe um segmento x dos volumes de S1 com S2.
submúltiplo comum de h1 e h2:
Dois sólidos são equivalentes se, e somente se, eles têm
volumes iguais na mesma unidade de volume.

Referências
DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da Matemática – Vol.
09 – Geometria Plana – 7ª edição – Editora Atual
DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da Matemática – Vol.
10 – Geometria Espacial, Posição e Métrica – 5ª edição – Editora Atual
Construindo os paralelepípedos X (a, b, x), temos: www.colegioweb.com.br

Questões

01. PETROBRAS – Técnico de Enfermagem do Trabalho


Júnior – CESGRANRIO/2017) A Figura a seguir mostra um
cilindro reto, um cone reto e uma esfera que tangencia a base
De (1) e (2) vem: do cilindro e as geratrizes do cilindro e do cone. O cone e o
cilindro têm como base um círculo de raio 7 cm e a mesma
𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ1) ℎ1 altura que mede 24 cm.
=
𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ2) ℎ2

2º caso: h1 e h2 são incomensuráveis

Qual o volume, em centímetros cúbicos, da região interior


Sendo h1 e h2 incomensuráveis, não existe segmento ao cilindro e exterior à esfera e ao cone?
submúltiplo comum de h1 e h2.
Se pegarmos um segmento y submúltiplo de h2 (y “cabe” (A) 800 π
um certo número inteiro n de vezes em h2, isto é, h2 = ny). (B) 784π
Por serem h1 e h2 incomensuráveis, marcando (C) 748π
sucessivamente y em h1, temos que, chegando a um certo (D) 684π
número inteiro m de vezes, acontece que: (E) 648 π
my < h1 < (m + 1)y.

Matemática 98
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APOSTILAS OPÇÃO

Vdesejado = Vcilindro – Vcone - Vesfera


02. Uma esfera está inscrita em um cubo cujo o volume é Vdesejado = 1176 π - 392 π - 36 π = 748 πcm³
igual a 64 dm³. Qual é o volume da esfera em dm³?
(A)
32π 02. Resposta: A.
3
4π Sendo "a" a medida das arestas do cubo, temos que a3 =
(B) 64dm  a = 4dm.
3
48π
(C) Assim, a medida do raio da esfera é a = 2.R, portanto, R =
3
64π
(D)
3
16π
(E) 2 dm e seu volume é igual:
3

03. Em uma esfera, está inscrita um cilindro reto cuja


altura mede 20 cm e cujo raio da base mede 8cm. Calcule a área Então: 
da superfície dessa esfera.
(A) 320π cm2 03. Resposta: D.
(B) 160π cm2 Na figura, temos que (2R)2 = (20)2 + 162  4R2 = 400 + 256
(C) 20π cm2  R2 = 164  R = 2√41 cm
(D) 656π cm2 A área da superfície da esfera é igual a 4π.(2√41)2 = 656π
cm2
Comentários

01. Resposta: C.
Observe que o que é pedido no exercício é o volume da
região interior ao cilindro e exterior os cone e a esfera, ou seja,

Vdesejado = Vcilindro – Vcone - Vesfera


14) Geometria Analítica Plana:
Vamos calcular cada um dos volumes então: Ponto: o plano cartesiano,
Vcilindro = π.r².h = π.7².24 = 49.24. π = 1176 πcm³ distância entre dois pontos,
Vcone = 1/3 . π.r².h = 1/3.π.7².24 = 1/3.49.24. π = 1176/3 =
392πcm³
ponto médio de um segmento
Vesfera para encontrar este valor teremos que recordar e condição de alinhamento de
alguns conceitos, pois não foi dado o valor do raio da esfera. três pontos; reta: equações
Temos um triângulo retângulo, formado pelo raio do
cilindro, altura do cilindro e geratriz do cone.
geral e reduzida, interseção de
retas, paralelismo e
perpendicularidade, ângulo
entre duas retas, distância
entre ponto e reta e distância
entre duas retas, bissetrizes
do ângulo entre duas retas,
Área de um triângulo e
inequações do primeiro grau
com duas variáveis
Pelo teorema de Pitágoras: AC² = AB² + BC²
AC² = 24² + 7²
AC² = 576 + 49 SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL (OU PLANO
AC = √625 = 25 CARTESIANO)
Pela propriedade de tangência retas no círculo, temos a
seguinte propriedade:
BN = BP
PC = CM
MA = AN
Assim se chamarmos BP de x temos PC = CM =7 - x, mas
como BP = BN = x então NA = 24 – x = AM, portanto
AC = AM + MC = 25
25 = 24 – x + 7 – x
x + x = 24 + 7 – 25
2x = 6
x = 6/2 = 3
Podemos concluir então que o raio da esfera vale 3cm.
Temos dois eixos orientados, um horizontal e outro
vertical, perpendiculares entre si. O eixo horizontal é chamado
de “eixo das abscissas” e o eixo vertical e chamado de “eixo das
ordenadas”.
4 4.27.π Estes eixos dividem o plano em quatro partes chamadas de
Vesfera = π.3³ = = 36 π
3 3 “quadrantes”.

Matemática 99
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APOSTILAS OPÇÃO

O ponto O e chamado de ponto “Zero” ou “Ponto de 02. O ponto P(2 + p, 4p – 12) pertence ao eixo das
Origem” do sistema. abscissas, então:
(A) P(2 ,0)
- Propriedades do Sistema Cartesiano. (B) P(3, 0)
Sendo um ponto p(x, y), temos: (C) P(- 5, 0)
(D) P(5, 0)
1) Se P ∈ ao 1° quadrante: x > 0 e y > 0 (E) P(- 2, 0)
2) Se P ∈ ao 2° quadrante: x < 0 e y > 0
3) Se P ∈ ao 3° quadrante: x < 0 e y < 0 03. O ponto médio entre A(4, - 1) e B(2, 5) é:
4) Se P ∈ ao 4° quadrante: x > 0 e y < 0 (A) M(- 3, 2)
5) Se P ∈ ao eixo das abcissas: y = 0 (B) M(3, - 2)
6) Se P ∈ ao eixo das ordenadas: x = 0 (C) M(- 3, - 2)
7) Se P ∈ à bissetriz dos quadrantes ímpares (1° e 3° (D) M(3, 2)
quadrantes): x = y (E) M(1, 2)
8) Se P ∈ à bissetriz dos quadrantes pares (2° e 4° Respostas
quadrantes): x = - y
01. Resposta: B.
Ponto médio Se o ponto pertence à bissetriz dos quadrantes ímpares
Sendo A(xA, yA) e B(xB, yB) dois pontos do sistema temos que x = y.
cartesiano: x=y
2m + 1 = m + 7
- se M(xM, yM) é ponto 2m – m = 7 – 1
̅̅̅̅,
médio do segmento AB m=6
temos a fórmula do
ponto médio: 02. Resposta: D.
Se P pertence ao eixo das abscissas y = 0.
xA + xB y=0
xM =
2 4p – 12 = 0
4p = 12
𝑦𝐴 + 𝑦𝐵 p = 12/4
𝑦𝑀 =
2 p=3

x=2+p
Distância entre dois pontos x=2+3
x=5
- de acordo com o Teorema Logo: P(5, 0)
de Pitágoras, temos a
fórmula da distância: 03. Resposta: D.
x +x y +y
x M = A B e yM = A B
2 2

𝑑𝐴𝐵 4+2 −1+5


xM = = 3 e yM = =2
= √(𝑥𝐵 − 𝑥𝐴 )2 + (𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 )2 2 2

ESTUDO DA RETA

Inclinação de uma reta


Área do triângulo e condição de alinhamento de três Considere-se no Plano Cartesiano uma reta r. Chama-se
pontos inclinação de r à medida de um ângulo α que r forma com o
eixo x no sentido anti-horário, a partir do próprio eixo x.
Sejam os pontos A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC, yC) os três
vértices de um triângulo ABC, para calcular a área desse
triângulo temos a fórmula:

xA yA 1
|D|
A= , onde D = |xB yB 1|
2
xC yC 1

E a condição para que os três estejam alinhados (mesma


linha ou mesma reta) é que D = 0.

Questões
Coeficiente angular da reta
01. O ponto A(2m + 1, m + 7) pertence à bissetriz dos Definimos o coeficiente angular (ou declividade) da reta
quadrantes ímpares. Então, o valor de m é: r o número m tal que 𝐦 = 𝐭𝐠𝛂.
(A) 5 Então, temos:
(B) 6
(C) 7 - se m = 0
(D) 8 a reta é paralela ao eixo x, isto é, α = 0°.
(E) 9
- se m > 0

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APOSTILAS OPÇÃO

temos um ângulo α, tal que 0° < α < 90°. O ângulo α é agudo. 3- Uma reta passa pelo ponto A(2, 4) e tem coeficiente
angular m = 5. Determinar a equação fundamental dessa reta.
- se m < 0
temos um ângulo α, tal que 90° < α < 180°. O ângulo α é Solução: o ponto por onde a reta passa são os valores de xo
obtuso. e yo para substituir na fórmula, então:

- se m = ∄ (não existe)  a reta é perpendicular ao eixo y − yo = m. (x − xo )  y − 4 = 5. (x − 2) (esta é a


x, isto é, α = 90°. equação fundamental da reta)

Equação geral da reta


Toda reta tem uma Equação Geral do tipo:

𝐚𝐱 + 𝐛𝐲 + 𝐜 = 𝟎 , onde a, b e c são os coeficientes da


equação e podem ser qualquer número real, com a condição de
Sendo A e B dois pontos pertencentes a uma reta r, temos: que a e b não sejam nulos ao mesmo tempo. Isto é se a = 0  b
≠ 0 e se b = 0  a ≠ 0.

Exemplos:
(r) 2x – 3y + 8 = 0  a = 2, b = - 3 e c = 8
(s) – x + 10 = 0  a = - 1, b = 0 e c = 10
(t) 3y – 7 = 0  a = 0, b = 3 e c = - 7
(u) x + 5y = 0  a = 1, b = 5 e c = 0

Da equação geral da reta, temos uma nova fórmula para


−𝐚
o coeficiente angular: 𝐦 =
𝐛

Equação reduzida da reta


No triângulo retângulo: tgα =
cateto aposto
, então Para determinar a equação reduzida da reta, basta “isolar”
cateto adjacente
o y.
temos que o coeficiente angular m é:

yB −yA ∆𝐲
ax + by + c = 0
m= m=
xB −xA ∆𝐱
by = −ax − c

−ax c
Equação fundamental da reta y= −
Considerando uma reta r e um ponto A(x0, y0) pertencente b b
à reta. Tomamos outro ponto B(x, y) genérico diferente de A. −a
Com esses dois pontos pertencentes à reta r, podemos calcular Na equação reduzida da reta temos que é o coeficiente
b
−c
o seu coeficiente angular. angular (m) da reta e é o coeficiente linear (q) da reta.
b
Então, a equação reduzida é da forma:

y = mx + q

O coeficiente linear q é o ponto em que a reta “corta” o eixo


y.

∆y m y−y0
m=  = , multiplicando em “cruz”:
∆x 1 x−x0

y – yo = m(x – xo), fórmula da equação fundamental da


reta.

Exemplos: Observações:
1- Uma reta tem inclinação de 60° em relação ao eixo x. I) A equação reduzida de uma reta fornece diretamente
Qual é o coeficiente angular desta reta? o coeficiente angular e o coeficiente linear.
II) As retas de inclinação igual a 90° (reta vertical ao
Solução: m = tgα  m = tg60°  m = √3 eixo x) não possuem equação reduzida.

2- Uma reta passa pelos pontos A(3, -1) e B(5, 8). Bissetrizes dos ângulos de duas retas
Determinar o coeficiente angular dessa reta.

∆y yB −yA 8−(−1) 9
Solução: m = =  m=  m=
∆x xB −xA 5−3 2

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APOSTILAS OPÇÃO
|3x+4y−1|
dP,r =  substituindo x = 1 e y = 2 (coordenadas
√32 +4 2
A bissetriz do ponto P)
de ângulos de |3.1+4.2−1| |3+8−1| |10| 10
retas, nada mais dP,r = = = = =2
√9+16 √25 5 5
é a que a
aplicação direta
da fórmula da Distância entre duas retas
distância de um Só existe distância entre duas retas r e s se elas forem
ponto a uma reta paralelas. E, neste caso, os valores de a e b na equação geral da
reta são iguais ou proporcionais, sendo diferente somente o
valor de c. Isto é:

(r) ax + by + c = 0 e (s) ax + by + c’ = 0.
Paralelismo e perpendicularismo
Considere-se no Plano Cartesiano duas reta r e s. Exemplos:
(r) 2x – 3y + 8 = 0 e (s) 2x – 3y – 7 = 0 são paralelas, pois a
= 2 e b = - 3 nas duas equações.

(r) 3x + 2y – 10 = 0 e (s) 6x + 4y + 30 = 0 são paralelas, pois


na reta r a = 3 e b = 2 e na reta s a = 6 e b = 2 são proporcionais
(o dobro). Se dividirmos por 2 os coeficientes a e b da reta (s)
obtemos valores iguais.
Então, para calcular a distância entre as retas r e s temos a
seguinte fórmula:

|𝐜 − 𝐜′|
𝐝𝐫,𝐬 =
Se as retas são paralelas, o ângulo 𝛼 de inclinação em √𝐚𝟐 + 𝐛 𝟐
relação ao eixo x é o mesmo. Este ângulo nos dá o valor do
coeficiente angular da reta e, sendo mr e ms, respectivamente
os coeficientes angulares de r e s, temos: Exemplo 1: Calcular a distância entre as retas (r) 4x + 3y –
10 = 0 e (s) 4x + 3y + 5 = 0.
1) Se r e s são paralelas: mr = ms
Solução: temos que a = 4 e b = 3 nas duas equações e
2) Se r e s são concorrentes: mr ≠ ms somente o valor de c é diferente, então, c = - 10 e c’ = 5 (ou c =
5 e c’ = - 10).
3) Se r e s são perpendiculares: mr.ms = - 1
|−10−5| |−15| 15 15
dr,s = = = = =3
√4 2 +32 5
Observação: para que o produto de dois números seja √16+9 √25

igual a – 1, mr e ms devem ser inversos e opostos.


Exemplo 2 : Calcular a distância entre as retas (r) 3x – 2y +
8 = 0 e (s) 6x – 4y – 12 = 0.
Distância entre ponto e reta
Solução: primeiro temos que dividir a equação da reta (s)
Seja uma reta (r) de equação geral ax + by + c = 0 e um
por dois para que a e b fiquem iguais nas duas equações.
ponto P(xo, yo):
(s) 6x – 4y – 12 = 0 :(2)  3x – 2y – 6 = 0

Logo, a = 3, b = - 2, c = 8 e c’ = - 6 (ou c = - 6 e c’ = 8)

|8−(−6)| |8+6| |14| 14


dr,s = = = = , neste caso temos que
√32 +(−2)2 √9+4 √13 √13
racionalizar o denominador multiplicando em cima e em
embaixo por √13.

14 √13 14√13
Para calcular a distância d entre o ponto P e a reta r temos dr,s = . =
√13 √13 13
a seguinte fórmula:
Questões
|𝐚𝐱 𝐨 + 𝐛𝐲𝟎 + 𝐜| 01. (FGV-SP) A declividade do segmento de reta que passa
𝐝𝐏,𝐫 =
√𝐚𝟐 + 𝐛𝟐 pelos pontos A(0, 3) e B(3, 0) é:
(A) 1
(B) – 1
Exemplo: Qual é a distância entre a reta (r) 3x + 4y – 1 = 0 (C) 0
e o ponto P(1, 2)? (D) 3
(E) 1/3
Solução: temos uma equação de reta em que a = 3, b = 4 e c
= - 1. 02. (MACK-SP) Se os pontos (2, - 3), (4, 3) e (5, ) estão
𝑘
2
numa mesma reta, então k é igual a:
(A) – 12

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APOSTILAS OPÇÃO

(B) – 6
(C) 6
(D) 12
(E) 18

03. Escreva a equação fundamental da reta que passa pelo


ponto P e tem coeficiente angular m nos seguintes casos:
a) P(1, 4) e m = 7
b) P(0, - 1) e m = 3
c) P(- 2, 5) e m = - 2

Respostas Com efeito, a reta r divide o plano em dois semiplanos


opostos. Como os pontos (x0, y0) de um mesmo semiplano,
01. Resposta: B. relativamente à reta ax + by + c = 0, conferem à expressão ax 0
Como temos dois pontos, o coeficiente angular é dado por + by0 + c o mesmo sinal, resta apenas dúvida: “qual
∆y
m= . desigualdade, entre 3x + 4y – 12 > 0 e 3x + 4y – 12 < 0 devemos
∆x
𝑚=
𝑦𝐵 −𝑦𝐴
 𝑚=
0−3
=
−3
=-1 escolher?
𝑥𝐵 −𝑥𝐴 3−0 3
Tal escolha deve se a “experimentação” das coordenadas
02. Resposta: D. de um Ponto P qualquer, P ∉ r, na equação da reta delimitadora
Chamando os pontos, respectivamente, de A(2, - 3), B(4, 3) dos semiplanos.
𝑘
e C(5, ) e se esses três pontos estão numa mesma reta, temos:
2
mAB = mBC (os coeficientes angulares de pontos que estão Seja P(0,0); fazendo:
na mesma reta são iguais)
yB −yA yC −yB
=
xB −xA xC −xB

k
3−(−3) −3
2
=
4−2 5−4 E = - 12 < 0
k−6
6
= 2 Como a origem não está contida na região sombreada, é de
2 1 se supor que, para qualquer ponto da região sombreada,
k−6
ocorra a outra hipótese, isto é, E > 0 (sinal escolhido).
3=
2 Assim, 3x + 4y – 12 > 0 é a inequação que expressa a região
k–6=6 assinalada.
k=6+6
k = 12

03. Respostas: circunferência: equações geral


Utilizar a fórmula y – yo = m(x – xo), onde xo e yo são do e reduzida, posições relativas
ponto P. entre ponto e circunferência,
a) y – 4 = 7(x – 1)
b) y – (- 1) = 3.(x – 0)  y + 1 = 3.(x – 0) reta e circunferência e duas
c) y – 5 = - 2(x – (-2))  y – 5 = - 2(x + 2) circunferências; problemas de
tangência; e equações e
INEQUAÇÃO DO 1º GRAU COM DUAS INCÓGNITAS
inequações do segundo grau
É comum aparecerem regiões do plano cartesiano com duas variáveis
delimitado por retas. Vejamos a figura abaixo:

ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Os elementos principais de uma circunferência são o


centro e o raio. Na geometria analítica o raio é representado
por r e o centro por C(a, b).
A essas regiões podemos associar expressões do tipo ax +
by +c < 0 ou ax + by +c ≤ 0, assim como expressões similares,
as quais constituem as chamadas inequações do 1º grau com
duas variáveis ou incógnitas.

Exemplo:
1) A região sombreada da figura abaixo, a qual é definida
pela reta r: 3x + 4y – 12 = 0, pode ser expressa por meio da
inequação:
3x + 4y – 12 > 0

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APOSTILAS OPÇÃO

Equação Reduzida de uma circunferência Respostas


Considerando uma circunferência de centro C e raio r; e
sendo P(x, y) um ponto genérico dessa circunferência, temos 01. Resposta: D.
que a distância entre C e P é igual ao raio. Temos C(2, 4), então a = 2 e b = 4; e raio r = 5.
(x – a)2 + (y – b)2 = r2
𝐝𝐂𝐏 = 𝐫 (x – 2)2 + (y – 4)2 = 52
√(𝐱 − 𝐚)𝟐 + (𝐲 − 𝐛)𝟐 = 𝐫 (x – 2)2 + (y – 4)2 = 25
- elevamos os dois membros da equação acima ao
quadrado: 02. Resposta: C.
𝟐 Temos que C(2, 1), então a = 2 e b = 1. O raio não foi dado
(√(𝐱 − 𝐚)𝟐 + (𝐲 − 𝐛)𝟐 ) = 𝐫 𝟐 no enunciado.
- então, temos a seguinte fórmula: (x – a)2 + (y – b)2 = r2
(𝐱 − 𝐚)𝟐 + (𝐲 − 𝐛)𝟐 = 𝐫 𝟐 (x – 2)2 + (y – 1)2 = r2 (como a circunferência passa pelo
ponto P, basta substituir o x por 0 e o y por 3 para achar a raio.
(0 – 2)2 + (3 – 1)2 = r2
(- 2)2 + 22 = r2
Exemplo: Determinar a equação reduzida da 4 + 4 = r2
circunferência que tem centro C(3, 2) e raio r = 5. r2 = 8
(x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
Resolução:
As coordenadas do centro são os valores de a e b para 03. Resposta: E.
substituir na fórmula. Neste caso temos que fazer um gráfico para determinar o
(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑦 − 𝑏)2 = 𝑟 2 raio que não foi dado no enunciado. Porém foi dito que a
(x – 3)2 + (y – 2)2 = 52 circunferência tangencia o eixo x.
(x – 3)2 + (y – 2)2 = 25

Equação Geral de uma circunferência


Para se obter a equação geral de um circunferência basta
fazer o desenvolvimento da equação reduzida:

(x − a)2 + (y − b)2 = r 2
x 2 − 2ax + a2 + y 2 − 2by + b2 = r 2

Através do gráfico, podemos ver que o raio vale 4


(distância do centro ao ponto de tangência no eixo x), então: a
= - 3 e b = 4.
Observações: (x – a)2 + (y – b)2 = r2
- numa equação de circunferência:
(x – (-3))2 + (y – 4)2 = 42
1) sempre começa por x2 + y2.....
(x + 3)2 + (y – 4)2 = 16
2) não existe termo xy.
3) r > 0
04. Resposta: A.
Através da fórmula (x – a)2 + (y – b)2 = r2.
Questões
(x – 3)2 + (y – 5)2 = 49
01. Uma circunferência tem centro C(2, 4) e raio 5. A a = 3 e b = 5  C(3, 5) e r 2 = 49  r = √49  r = 7
equação reduzida dessa circunferência é:
(A) (x – 2)2 + (y + 4)2 = 25 POSIÇÕES RELATIVAS
(B) (x + 2)2 + (y + 4)2 = 25
(C) (x – 2)2 + (y – 4)2 = 5 - DE UM PONTO E UMA CIRCUNFERÊNCIA
(D) (x – 2)2 + (y – 4)2 = 25 Um ponto pode ser:
(E) (x + 2)2 + (y – 4)2 = 25 - Interno;
- Externo ou
02. (VUNESP) A equação da circunferência, com centro no - Pertencer a uma dada circunferência de centro C e raio r.
ponto C(2, 1) e que passa pelo ponto P(0, 3), é:
(A) x2 + (y – 3)2 = 0
(B) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 4
(C) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
(D) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 16
(E) x2 + (y – 3)2 = 8

03. (CESGRANRIO-RJ) Uma equação da circunferência de


centro C(- 3, 4) e que tangencia o eixo x é:
(A) (x – 3)2 + (y – 4)2 = 16
(B) (x – 3)2 + (y – 4)2 = 9
(C) (x + 3)2 + (y + 4)2 = 16 Para conhecermos a posição de um ponto P em relação a
(D) (x + 3)2 + (y – 4)2 = 9 uma circunferência basta calcularmos a sua distância do ponto
(E) (x + 3)2 + (y – 4)2 = 16 P ao centro da circunferência e compará-la com medida do
raio.

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APOSTILAS OPÇÃO

d(P,C)=r(x-a)²+(y-b)²=r² l e λ são
(x-a)²+(y-b)²-r²=0 (P) exteriores

d(P,C)>r(x-a)²+(y-b)²>r² A reta l não


(x-a)²+(y-b)²-r²>0 (P é externo a ) intercepta a
circunferência λ, e a
d(P,C)>r(x-a)²+(y-b)²<r² distância d entre a
(x-a)²+(y-b)²-r²<0 (P é interno a ) reta e o centro da
circunferência é
maior que o raio.
Assim o plano cartesiano fica dividido em três regiões:
- a região dos pontos pertences à circunferência Resumindo
representam as soluções de f(x,y) = 0 - Para determinarmos a posição relativa entre uma reta
- a região dos pontos internos à circunferência e uma circunferência, basta comparar a distância d (entre a
representam as soluções de f(x,y) < 0 reta e o centro da circunferência) com o raio r.
- a região dos pontos externos à circunferência d(C,l)<r – reta e circunferência secantes
representam de f(x,y) > 0 d(C,l)=r – reta e circunferência tangentes
d(C,l)>r – reta e circunferência exteriores
Exemplo:
Determinar a posição dos pontos A(-2,3), B(-4,6) e C(4,2)
em relação à circunferência de equação x2 + y2 + 8x – 20 = 0. Com isso podemos achar também a posição relativa de
Substituindo as coordenadas dos pontos A, B e C no 1º uma reta e uma circunferência procurando os pontos de
membro da equação da circunferência obtemos: intersecção da reta com a circunferência. Para isso resolvemos
A(-2,3)  x = -2 e y = 3 um sistema formado pelas equações da reta:
x2 + y2 + 8x – 20 = (-2)2 + 32 + 8.(-2) – 20 = -23 < 0
A é ponto interno. 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0
{ 2
𝑥 + 𝑦 2 + 𝛼𝑥 + 𝛽𝑦 + 𝛾 = 0
B(-4,6)  x = -4 e y = 6
x2 + y2 + 8x – 20 = (-4)2 + 62 + 8.(-4) – 20 = 0 Com essa resolução caímos em um sistema de equações do
B pertence à circunferência. 2º grau e através do discriminante (Δ) encontramos as
seguintes condições:
C(4,2)  x = 4 e y = 2
x2 + y2 + 8x – 20 = 42 + 22 + 8 . 4 – 20 = 32 > 0 Para >0 a reta é secante à circunferência (2 pontos
comuns)
- DE UMA RETA E UMA CIRCUNFERÊNCIA Para =0 a reta é tangente à circunferência (1 ponto
Uma reta l e uma circunferência λ podem ocupar as comuns)
seguintes posições relativas: Para <0 a reta é exterior à circunferência (nenhum ponto
comum)
l e λ são
secantes Exemplo:
1) Verifique a posição relativa entre a reta s: 3x + y – 13 =
A reta l 0 e a circunferência de equação (x – 3)2 + (y – 3)2 = 25.
intercepta a Solução: Devemos calcular a distância entre o centro da
circunferência circunferência e a reta s e comparar com a medida do raio. Da
λ em 2 pontos, equação da circunferência, obtemos:
e a distância d x0 = 3 e y0 = 3 → O(3, 3)
entre a reta e r2 = 25 → r = 5
o centro da Vamos utilizar a fórmula da distância entre ponto e reta
circunferência para calcular a distância entre O e s.
é menor que o
raio.

l e λ são tangentes Da equação geral da reta, obtemos:


a = 3, b = 1 e c = – 13
A reta l intercepta a Assim,
circunferência λ em
único ponto de
tangência, e a
distância d entre a Como a distância entre o centro O e a reta s é menor que o
reta e o centro da raio, a reta s é secante à circunferência.
circunferência é
igual ao raio. Questões

01. (ITA-SP) A distância entre os pontos de intersecção da


𝑥 𝑦
reta + = 1 com a circunferência x² + y² = 400 é:
10 20
(A) 16√5
(B) 4√5
(C) 3√3
(D) 4√3

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APOSTILAS OPÇÃO

(E) 5√7 k=8

02. (UFRS) O valor de k que transforma a equação x² + y² - ENTRE DUAS CIRCUNFERÊNCIAS


– 8x + 10y + k = 0 na equação de uma circunferência de raio 7 Duas circunferências distintas, podem ter dois, um ou
é: nenhum ponto em comum.
(A) –4
(B) –8 1. Circunferências tangentes.
(C) 5
(D) 7 a) Tangentes externas
(E) –5 Duas circunferências são tangentes internas quando
possuem somente um ponto em comum e uma exterior à outra.
Respostas A condição para que isso ocorra é que a distância entre os
centros das duas circunferências seja equivalente à soma das
01. Resposta: A. medidas de seus raios.
Resolver o sistema de equações:

dOC = r1 + r2
Simplificando a 1ª equação:
b) Tangentes internas
Duas circunferências são tangentes internas quando
possuem apenas um ponto em comum e uma esteja no interior
da outra. A condição para que isso ocorra é que a distância
entre os dois centros seja igual à diferença entre os dois raios.

Substituindo x na 2ª equação:
x² + y² = 400 dOC = r1 . r2
x² + (20 – 2x)² = 400
x² + 400 – 80x + 4x² ¬– 400 = 0 2. Circunferências externas.
5x² – 80x = 0 Duas circunferências são consideradas externas quando
5x * (x – 16) = 0 não possuem pontos em comum. A condição para que isso
5x = 0 ocorra é que a distância entre os centros das circunferências
x’ = 0 deve ser maior que a soma das medidas de seus raios.
x – 16 = 0
x’’ = 16

Para x = 0, temos:
y = 20 – 2x
y = 20 – 2*0 dOC > r1 + r2
y = 20 3. Circunferências secantes.
(0; 20) Duas circunferências são consideradas secantes quando
possuem dois pontos em comum. A condição para que isso
Para x = 16, temos: aconteça é que a distância entre os centros das circunferências
y = 20 – 2x deve ser menor que a soma das medidas de seus raios.
y = 20 – 2 * 16
y = 20 – 32
y = – 12
(16; –12)
dOC < r1 + r2
Os pontos de intersecção são (0; 20) e (16; –12).
Determinando a distância entre os pontos: 4. Circunferências internas.
Duas circunferências são consideradas internas quando
não possuem pontos em comum e uma está localizada no
interior da outra. A condição para que isso ocorra é que a
distância entre os centros das circunferências deve ser
02. Resposta: B. equivalente à diferença entre as medidas de seus raios.
x² + y² – 8x + 10y + k = 0
Encontrar a equação reduzida (completar os trinômios)
x² – 8x + y² + 10y = –k
x² – 8x + 4 + y² + 10y + 25 = – k + 4 + 25
(x – 4)² + (x + 5)² = –k + 41
Temos que o raio será dado por: dOC < r1 . r2
–k + 41 = 7²
–k = 49 – 41
–k = 8

Matemática 106
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APOSTILAS OPÇÃO

5. Circunferências concêntricas. 3² + (b – 3)² = 25 → 9 + (b – 3)² = 25 → (b – 3)² = 25 – 9 →


Duas circunferências são consideradas concêntricas (b – 3)² = 16
quando possuem o centro em comum. Nesse caso, a distância b–3=4→b=4+3→b=7
entre os centro é nula. b–3=–4→b=–4+3→b=–1
O valor da coordenada b pode ser –1 ou 7.

02. Sabendo que o ponto A(1 ,1) pertence à circunferência


e que o centro possui coordenadas C(2, 1), temos que a
distância entre A e C é o raio da circunferência. Dessa forma
temos que d(A, C) = r.
dOC = 0
Exemplo:
1) Dadas as circunferências λ e σ, de equações:
λ: x2 + y2 = 9
σ: (x – 7)2 + y2 = 16 Se o raio da circunferência é igual a 1 e o centro é dado por
Verifique a posição relativa entre elas. (2, 1), temos que a equação da circunferência é dada por: (x –
2)² + (y – 1)² = 1.
Para resolução do problema devemos saber as
coordenadas do centro e a medida do raio de cada uma das 03. Resposta: B.
circunferências. Através da equação de cada uma podemos Vamos resolver o seguinte sistema de equações:
encontrar esses valores.
Como a equação de toda circunferência é da forma: (x – y-x=0 (equação I) de onde temos y = x
x0)2 + (y – y0)2 = r2, teremos:
x² + y² = 1 (equação II)

Agora vamos substituir na segunda equação o valor de y =


x:
x² + y² = 1

x² + x² = 1

Conhecidos os elementos de cada uma das circunferências, 2x² = 1


vamos calcular a distância entre os centros, utilizando a
fórmula da distância entre dois pontos. x² = 1/2

1
x =± √ ou seja√0,5 que é aproximadamente 0,7071, assim
2
com valores para x se alternando entre maios e menos 0,7071
temos somente a alternativa B.
Referências
IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
GIOVANNI & BONJORNO – Matemática Completa – Volume 3 - FTD INEQUAÇÕES DO 2º GRAU COM DUAS INCÓGNITAS
www.brasilescola.com.br
Quando estudamos as posições relativas entre um ponto e
Questões uma circunferência devemos conhecer um método para
resolver inequações do 2º grau da forma f(x,y) > 0 ou f(x,y) <
01. (PUC-SP) O ponto P(3, b) pertence à circunferência de 0, em que f(x,y) = 0 é a equação de uma circunferência com
centro no ponto C(0, 3) e raio 5. Calcule o valor da coordenada
coeficiente de x2 positivo.
b.

02. (FEI-SP) Determine a equação da circunferência com Dada a circunferência λ de equação f(x,y) = (x – a)2 + (y –
centro no ponto C(2, 1) e que passa pelo ponto A(1, 1). b)2 – r2 = 0 , o plano cartesiano fica dividido em três
subconjuntos:
03. (EBSERH – Analista Administrativo – INSTITUTO
AOPC) Os pontos de intersecção da reta com equação y – x = 0 - subconjunto dos pontos (x,y) exteriores a λ, que é a
com a circunferência do círculo com equação x2 + y2 = 1 são solução para f(x,y) > 0;
aproximadamente: - subconjunto dos pontos (x,y) pertecentes a λ, que é a
(A) (0,152303 ; 0,152303) e (-0,152303 ;-0,152303). solução para f(x,y) = 0;
(B) (0,707107 ; 0,707107) e (-0,707107 ; -0,707107). - subconjunto dos pontos (x,y) interiores a λ, que é a
(C) (1 ; 0) e (-1 ; 0). solução para f(x,y) < 0;
(D) (0 ; 1) e ( 0 ; -1) .
(E) (2; 1) e (-2 ; -1).
Respostas

01. A equação da circunferência que possui centro C(0, 3)


e raio r = 5 é dada por:
(x – 0)² + (y – 3)² = 5² → x² + (y – 3)² = 25.
Sabendo que o ponto (3, b) pertence à circunferência,
temos que: Vejamos o exemplo:

Matemática 107
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APOSTILAS OPÇÃO

1) Encontre a solução de x2 + y2 – 2x + 6y + 6 ≤ 0 A circunferência é, na realidade, uma elipse perfeita, cuja


Resolvendo temos: excentricidade é nula. No caso da elipse já sabemos que:
F(x,y) = x2 + y2 – 2x + 6y + 6 = (x – 1)2 – 1 + (y + 3)2 – 9 + Excentricidade = e = c/a
6 = (x – 1)2 + (y + 3)2 - 4
Sabendo que f(x,y) = 0 é a equação da circunferência λ de Como é válido na elipse que a2 = b2 + c2 , vem que:
centro C(1, -3) e raio 2.
𝑐 √𝑎2 − 𝑏 2
𝑒= =
𝑎 𝑎

Ora, como c < a, vem imediatamente que e < 1. Também,


como a e c são distâncias e portanto, positivas, vem que e > 0.
Em resumo, no caso da elipse, a excentricidade é um número
situado entre 0 e 1 ou seja:

O conjunto dos pontos que tornam f(x,y) ≤ 0 é o conjunto 0 < e < 1.


dos pontos interiores a λ, reunidos com os pontos de λ.
Observa-se que a elipse é tanto mais achatada quanto mais
Se pegarmos como exemplo o ponto P(1, -2), temos para
próximo da unidade estiver a sua excentricidade.
suas coordenadas: Raciocinando opostamente, se o valor de c se aproxima de
F(1, -2) = 12 + (-2)2 – 2.1 + 6.(-2) + 6 = -3 ≤ 0 zero, os valores de a e de b tendem a igualar-se e a elipse, no
caso extremo de c = 0, (o que implica e = 0) transforma-se
numa circunferência. A circunferência é então, uma elipse de
excentricidade nula.
Elipse: definição, equação,
posições relativas entre ponto No caso da hipérbole, já sabemos que c2 = a2 + b2 e,
portanto,
e elipse, posições relativas
entre reta e elipse; hipérbole: 𝑐 √𝑎2 + 𝑏 2
𝑒= =
definição, equação da 𝑎 𝑎
hipérbole, posições relativas
Neste caso, c > a, o que significa que a excentricidade de
entre ponto e hipérbole, uma hipérbole é um número real maior do que a unidade, ou
posições relativas entre reta e seja e > 1.
hipérbole e equações das
Observe na fórmula acima que se as medidas a e b forem
assíntotas da hipérbole; iguais, ou seja a = b, teremos uma hipérbole equilátera, cuja
parábola: definição, equação, excentricidade será igual a e = Ö 2, resultado obtido fazendo a
posições relativas entre ponto = b na fórmula acima.

e parábola, posições relativas Resumindo, observe que sendo e a excentricidade de uma


entre reta e parábola; cônica:
reconhecimento de cônicas a
Cônica e
partir de sua equação geral Circunferência 0
Elipse 0<e<1
Hipérbole e>1
CÔNICAS
Quanto à parábola, podemos dizer, que a sua
As cônicas – hipérbole, parábola, elipse e a circunferência, excentricidade será igual a 1? Em a realidade, a excentricidade
possuem todas elas, um aspecto singular: podem ser obtidas da parábola é igual a 1; Vamos desenvolver este assunto a
através da interseção de um plano convenientemente seguir:
escolhido com uma superfície cônica, conforme mostrado na
figura a seguir: Equação Geral das Cónicas (eq. de 2ograu em x e y): Ax2 +
Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0, (1) com A, B, C, D, E, F ∈ IR, sendo
A, B e C não simultaneamente nulos.

- Se B2 − 4AC < 0, (1) é a equação de uma elipse.


- Se B2 − 4AC = 0, (1) é a equação de uma parábola.
- Se B2 − 4AC > 0, (1) é a equação de uma hipérbole.

Elipse: é o conjunto dos pontos do plano cuja soma das


distâncias a dois pontos fixos (focos) é constante e maior que
a distância entre eles.

Equação Reduzida

Matemática 108
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APOSTILAS OPÇÃO

Focos: (±c, 0) , sendo c2 = a2 − b2


Eixo maior = 2a
Eixo menor = 2b
Distância focal =2c
Vértices: (±a, 0) , (0,±b)

Equação Reduzida Equação Reduzida

y2 = −2px (p > 0)

Focos: (0,±c) , sendo c2 = b2 − a2


Eixo maior = 2b
Eixo menor = 2a
Distância focal =2c
Equação Reduzida
Vértices: (±a, 0) , (0,±b)
x2 = 2py (p > 0)
Equação Reduzida da Elipse centrada em (α, β):

Equação Reduzida

x2 = −2py (p > 0)
Parábola: é o conjunto dos pontos do plano equidistantes
de um ponto fixo (foco) e de uma reta (diretriz), que não
contém o ponto.

Equação Reduzida

y2 = 2px (p > 0)

Matemática 109
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APOSTILAS OPÇÃO

Equação Reduzida da Parábola com vértice em (α, β):

(y − β)2 = 2p (x − α)

Equação Reduzida da Hipérbole centrada em (α, β):

(x − β)2 = 2p (y − α)

Considere o seguinte problema geral:

Determinar o lugar geométrico dos pontos P(x, y) do plano


cartesiano que satisfazem à condição PF = e . Pd, onde F é um
ponto fixo do plano denominado foco e d uma reta
denominada diretriz, sendo e uma constante real.

Veja a figura abaixo, para ilustrar o desenvolvimento do


tema

Hipérbole: é o conjunto dos pontos do plano tais que o


módulo da diferença das distâncias a dois pontos fixos (focos)
é constante e menor que a distância entre eles.

Equação Reduzida

Temos então, pela condição dada, PF = e . Pd, onde e é uma


constante real.
Usando a fórmula de distancia entre dois pontos, fica:
√(𝑥 − 𝑓)2 + (𝑦 − 0)2 = 𝑒. √(𝑥 − 𝑑)2 + (𝑦 − 𝑦)2

Quadrando e desenvolvendo ambos os membros da


expressão acima, vem:
(x – f)2 + y2 = e2 .(x – d)2
Equação Reduzida x2 – 2.f.x + f2 + y2 = e2 (x2– 2.d.x + d2)
x2 – e2.x2 – 2.f.x + e2.2.d.x + y2 + f2– e2.d2 = 0
x2(1 – e2) + y2 + (2e2d – 2f)x + f2– e2.d2 = 0

Matemática 110
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APOSTILAS OPÇÃO

Também as trajetórias dos projéteis, num ambiente sob a


Ou finalmente: ação da força de gravidade, são parabólicas. Já no ambiente
x2(1 – e2) + y2 + 2(e2d – f)x + f2 – e2d2 = 0 terrestre, onde existe a resistência do ar, essas trajetórias são
elípticas, mais propriamente, arcos de elipses. No entanto, por
Fazendo e = 1 na igualdade acima, obteremos y2 + 2(d – f).x vezes, as diferenças entre as trajetórias elípticas e as
+ f2 – d2 = 0 parabólicas são quase indiscerníveis, pelo que, pode-se
facilmente verificar estes fatos tomando atenção ao jato de
Fazendo d = - f, vem: y2 – 4fx = 0 ou y2 = 4fx, que é uma água de uma mangueira, cuja abertura está inclinada para
parábola da forma y2 = 2px, onde f = p/2, conforme vimos no cima. A balística ciência que estuda as trajetória de projéteis,
texto correspondente. faz uso deste fato para determinar o local da queda de um
A constante e é denominada excentricidade. projétil. No estudo dos átomos, um campo da Física e da
Química, as órbitas dos elétrons em torno do núcleo são
Vê-se pois, que a excentricidade de uma parábola é igual a elípticas. Fazendo uso da propriedade refletora da parábola,
1 Arquimedes construiu espelhos parabólicos, os quais por
refletirem a luz solar para um só ponto, foram usados para
Algumas Aplicações das Cônicas incendiar os barcos romanos quando das invasões de Siracusa.
O interesse pelo estudo das cônicas remonta a épocas Lembre-se que a concentração de energia gera calor.
muito recuadas. De fato, estas curvas desempenham um papel De fato, as propriedades refletoras das cônicas, e não
importante em vários domínios da física, incluindo a somente as da parábola, têm contribuído para a construção de
astronomia, na economia, na engenharia e em muitas outras telescópios, antenas, radares, faróis, ópticas dos carros,
situações, pelo que não é de estranhar que o interesse pelo seu lanternas, etc... Na verdade, alguns dos objetos mencionados
estudo seja tão antigo. Vejamos então algumas situações onde também obedecem à propriedade refratora das cônicas. Esta
estas curvas aparecem. propriedade está intimamente ligada à propriedade refletora,
Suponhamos que temos uma lanterna direcionada para pelo que os seus estudos são muito idênticos. Só para dar uma
uma parede, então o feixe de luz emitido desenhará nessa amostra de objetos mais vulgares que usam a propriedade
parede uma curva cónica. Este fato acontece porque o feixe de refratora das cônicas, mencionamos os seguintes: os óculos
luz emitido pela lanterna forma um cone, e também porque a graduados, as lupas e os microscópios.
parede funciona como um plano que corta o cone formado. A partir da propriedade refletora das parábolas, os
Dependendo da inclinação da lanterna relativamente à parede, engenheiros civis construíram pontes de suspensão
assim se obtém uma circunferência, uma elipse, uma parábola parabólica. Se imaginarmos os cabos que predem o tabuleiro
ou uma hipérbole. da ponte como raios de luz, facilmente verificamos que o cabo
Certos candeeiros de cabeceira, cujo quebra luz (abajur) é principal, aquele que passa pelos pilares da ponte, tem forma
aberto segundo uma circunferência, desenham na parede uma de uma parábola.
hipérbole e no teto uma elipse. Os Engenheiros da área da As extremidades das asas do famoso avião britânico
iluminação usam este fato, entre outros, para construírem spitfire, usado com grande sucesso na I grande Guerra, eram
candeeiros, lanternas, etc... arcos de elipses. Embora a razão da sua escolha se prenda ao
O som emitido por um avião a jato supersônico tem a forma fato de se obter mais espaço para transportar munições, este
de um cone, pelo que, ao chocar com a Terra vai formar uma tipo de asa diminuía a resistência do ar, favorecendo melhores
curva cónica. Assim, dependendo da inclinação do avião performances ao avião em voo.
relativamente à Terra, vamos obter elipses, parábolas ou O sistema de localização de barcos denominado por
hipérboles. A audiometria usa este fato, entre outros, para LORAM (Long RAnge Navigation), faz uso das hipérboles
saber a que distância da Terra o avião pode ultrapassar a confocais, onde os radares estão nos focos. A ideia é baseada
velocidade do som. na diferença de tempo de recepção dos sinais emitidos
A superfície formada pela água dentro de um copo é simultaneamente pelos dois pares de radares, sendo um dos
elíptica, sendo circular apenas no caso em que o copo está radares comum aos dois pares. O mapa assim construído
direito, isto é, está alinhado com o nível, na horizontal. Se apresenta curvas hiperbólicas. Esta técnica foi usada na II
animarmos o copo com um movimento rotativo sobre si grande Guerra, para detectar barcos japoneses.
próprio, a superfície do líquido nele inserido será a de um
paraboloide. Esta técnica é frequentemente usada para se Propriedades Refletoras
obter este tipo de superfície. A elipse, a parábola e a hipérbole são curvas que possuem
propriedades que as tornam importantes em várias aplicações.
Aqui vamos ocupar-nos apenas das chamadas propriedades de
reflexão dessas curvas, relacionadas com pontos especiais
chamados focos.

O caso da elipse
Na astronomia, Kepler mostrou que os planetas do sistema A elipse é uma curva fechada para a qual existem dois
solar descrevem órbitas elípticas, as quais têm o sol num dos pontos especiais, os focos. A propriedade de reflexão da elipse
focos. Também os satélites artificiais enviados para o espaço é a seguinte: A partir de um dos focos tracemos um segmento
percorrem trajetórias elípticas. Mas nem todos os objetos que de reta qualquer. Este segmento encontra a elipse num ponto,
circulam no espaço têm órbitas elípticas. Existem cometas que e se a partir deste traçarmos outro segmento que faça com a
percorrem trajetórias hiperbólicas, os quais ao passarem curva um ângulo igual ao do primeiro segmento, o segundo
perto de algum planeta com grande densidade, alteram a sua segmento passa pelo outro foco. (Nota: Os ângulos com as
trajetória para outra hipérbole com um foco situado nesse curvas são os ângulos com as respectivas tangentes nos pontos
planeta. Como a parábola é um caso de equilíbrio entre a elipse em causa.)
e a hipérbole (lembre-se que a excentricidade da parábola é
igual a um), a probabilidade de existir algum satélite com
órbita parabólica é quase nula. Mas isso não impede a
existência de satélites com esta trajetória.

Matemática 111
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APOSTILAS OPÇÃO

Esta propriedade faz com que a elipse tenha várias O caso da hipérbole
aplicações práticas. Uma aplicação óptica vê-se no dispositivo A hipérbole é uma curva com dois ramos e dois focos. A
de iluminação dos dentistas. Este consiste num espelho com a propriedade de reflexão da hipérbole é a seguinte: A partir de
forma de um arco de elipse e numa lâmpada que se coloca no um ponto qualquer tracemos um segmento de reta dirigido a
foco mais próximo. A luz da lâmpada é concentrada pelo um dos focos da hipérbole. Este segmento encontra o
espelho no outro foco, ajustando-se o dispositivo de forma a correspondente ramo da hipérbole num ponto, e se a partir
iluminar o ponto desejado. deste traçarmos outro segmento que faça com a curva um
ângulo igual ao do primeiro segmento, o segundo segmento
passa pelo outro foco.

Uma ilustração acústica da propriedade de reflexão da


elipse pode encontrar-se em salas que têm a forma de meio
elipsoide (um elipsoide é um sólido que se obtém rodando
uma elipse em torno do seu eixo, isto é, da reta definida pelos
dois focos). Se duas pessoas se colocarem nos focos e uma Esta propriedade faz com que a hipérbole tenha várias
delas falar, mesmo que seja baixo, a outra ouvirá aplicações práticas. Um exemplo de uma aplicação óptica é o
perfeitamente, ainda que a sala seja grande e haja outros chamado telescópio de reflexão. É constituído basicamente
ruídos. Existem salas deste tipo (às vezes chamadas “galerias por dois espelhos, um maior, chamado primário, que é
de murmúrios”) em vários edifícios públicos na Europa e nos parabólico, e outro menor, que é hiperbólico. Os dois espelhos
Estados Unidos. dispõem-se de modo que os eixos da parábola e da hipérbole
coincidam e que o foco da primeira coincida com um dos da
O caso da parábola segunda.
A parábola é uma curva com um foco. A propriedade de
reflexão da parábola é a seguinte: A partir de um ponto
qualquer tracemos um segmento de reta paralelo ao eixo da
parábola. Este segmento encontra a parábola num ponto, e se
a partir deste traçarmos outro segmento que faça com a curva
um ângulo igual ao do primeiro segmento, o segundo
segmento passa pelo foco.

Quando os raios de luz se refletem no espelho parabólico


são dirigidos para o foco, pela propriedade de reflexão da
parábola. Como este também é foco da hipérbole, pela
propriedade de reflexão desta os raios de luz refletem-se no
espelho hiperbólico e seguem em direção ao outro foco da
hipérbole. Os raios de luz passam através de um orifício no
centro do espelho primário, atrás do qual está uma lente-
ocular que permite corrigir ligeiramente a trajetória da luz,
Esta propriedade faz com que a parábola tenha várias que chega finalmente aos olhos do observador ou à película
aplicações práticas. Um exemplo são as vulgares antenas fotográfica.
parabólicas, que concentram num aparelho receptor os sinais A vantagem deste tipo de telescópio reside no facto de ter
vindos de um satélite de televisão. um comprimento muito menor do que os telescópios de
refração (isto é, de lentes) com o mesmo poder de ampliação.
Por exemplo, uma objetiva fotográfica com 500 mm de
distância focal é muito grande e pesada se for de refração, o
que já não acontece se for de reflexão, sendo pequena e
manejável, o que pode ser vantajoso.

Uma aplicação óptica são os faróis dos automóveis e das


motocicletas, que são espelhados por dentro e em que se
coloca a lâmpada no foco.

Matemática 112
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APOSTILAS OPÇÃO

A elipse tem eixo maior sobre o eixo x, dessa forma o foco


de coordenadas positivas é F(3,0).

𝐴 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒 𝑜 𝑓𝑜𝑐𝑜 é:


𝑑𝐶𝐹 = √(−4 − 3)2 + (3 − 0)2
{ 𝑑𝐶𝐹 = √49 + 9
𝑑𝐶𝐹 = √58 𝑢. 𝑐

Outro exemplo é o telescópio Hubble (em órbita desde


1990 a 600 km da Terra), que se baseia nestas propriedades
15) Geometria Plana: Ângulo:
de reflexão. O seu espelho primário tem 2.4 metros de definição, elementos e
diâmetro. Como está fora da atmosfera, as imagens que o propriedades; Ângulos na
telescópio Hubble recolhe do espaço são muito mais claras e
rigorosas do que as recebidas pelos telescópios utilizados no
circunferência; Paralelismo e
solo, pois os raios de luz não são absorvidos nem distorcidos perpendicularidade;
pela atmosfera. Um telescópio de refracção com o mesmo Semelhança de triângulos;
poder de ampliação do Hubble seria tão grande e pesado que
nenhum foguetão seria capaz de o pôr em órbita.
Pontos notáveis do triângulo;
Relações métricas nos
Questões triângulos (retângulos e
01. Considere as equações apresentadas na coluna da
quaisquer); Triângulos
esquerda e os nomes das curvas planas descritas na coluna da retângulos, Teorema de
direita. Associe a 2ª coluna com a 1ª coluna. Pitágoras; Congruência de
figuras planas; Feixe de retas
𝑥 2 𝑦2 ( ) Elipse
(𝐼)
4
+
3
=1 paralelas e transversais,
𝑥 𝑦
(𝐼𝐼) + = 1 ( ) Hipérbole Teorema de Tales; Teorema
4 9
𝑥2 𝑦 ( ) Reta
das bissetrizes internas e
(𝐼𝐼𝐼) + = 1
4 9 externas de um triângulo;
(𝐼𝑉) −
𝑦2 𝑥 2 ( ) Circunferência Quadriláteros notáveis;
=1
3 4 Polígonos, polígonos
𝑥 2
𝑦 2 ( ) Parábola
(𝑉) + =1 regulares, circunferências,
9 9
círculos e seus elementos;
A associação que relaciona corretamente a equação ao tipo Perímetro e área de polígonos,
de curva plana na sequencia de cima para baixo, é:
A) I, IV, II, V e III
polígonos regulares,
B) I, V, III, IV e II circunferências, círculos e
C) II, III, V, I e IV seus elementos; Fórmula de
D) III, II, IV, I e V
E) IV, II, V, I e III
Heron; Razão entre áreas;
Inscrição e circunscrição
02. A distância entre o centro da circunferência de equação
x² + y² + 8x – 6y = 0 e o foco de coordenadas positivas da elipse
de equação 𝑓𝑟𝑎𝑐𝑥 2 25 + 𝑓𝑟𝑎𝑐𝑦 2 16 = 1 é: PONTO – RETA E PLANO
Respostas
Ao estudo das figuras em um só plano chamamos de
01. Reposta: A. Geometria Plana.
Para determinar que tipo de curva cada equação A Geometria estuda, basicamente, os três princípios
representa devemos observar algumas características das fundamentais (ou também chamados de “entes primitivos”)
equações, observe: que são: Ponto, Reta e Plano. Estes três princípios não tem
Reta: x e y possuem expoentes iguais a 1, sendo que nem x, definição e nem dimensão (tamanho).
nem y podem estar no denominador, nesse caso item (II) Para representar um ponto usamos. e para dar nome
Circunferência: o número que multiplica x² e y² é sempre o usamos letras maiúsculas do nosso alfabeto. Exemplo: . A
mesmo e temos uma soma de x² e y² nesse caso o item (V) (ponto A).
Elipse: os números que multiplicam x² e y² são diferentes Para representar uma reta usamos ↔ e para dar nome
e temos uma soma de x² e y², item (I) usamos letras minúsculas do nosso alfabeto ou dois pontos por
Hipérbole: temos uma subtração de x² e y², item (IV) onde esta reta passa.
Parábola: temos só x² ou só y², item (III)
Exemplo: t ( reta t ou reta ⃡𝐴𝐵).
02. Resposta:
8 −6
C( , )
O centro C da circunferência é { −2 −2
𝐶(−4,3) Para representar um plano usamos uma figura chamada
𝑎2 = 𝑏2 + 𝑐 2 paralelogramo e para dar nome usamos letras minúsculas do
𝑎2 = 25 𝑒 𝑏 2 = 16 , 𝑙𝑜𝑔𝑜 25 = 16 + 𝑐 2 . 𝑂 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒 é 𝐶(0,0).
𝑁𝑎 𝑒𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒
𝑎=5 𝑏=4 𝑐2 = 9
alfabeto grego (α, β, π, θ,....).
𝑐=3 Exemplo:

Matemática 113
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APOSTILAS OPÇÃO

Semiplano: toda reta de um plano que o divide em outras


duas porções as quais denominamos de semiplano. Observe a
figura:

Ângulos formados por duas retas paralelas com uma


transversal
Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no mesmo
Partes de uma reta plano e não possuem ponto em comum.
Estudamos, particularmente, duas partes de uma reta: Vamos observar a figura abaixo:
- Semirreta: é uma parte da reta que tem origem em um
ponto e é infinita.
Exemplo: (semirreta 𝐴𝐵), tem origem em A e passa por B.

- Segmento de reta: é uma parte finita (tem começo e fim)


da reta.
̅̅̅̅ ).
Exemplo: (segmento de reta 𝐴𝐵
Ângulos colaterais internos: (colaterais = mesmo lado)

Observação: 𝐴𝐵 ≠ 𝐵𝐴 e ̅̅̅̅
𝐴𝐵 = ̅̅̅̅
𝐵𝐴.

POSIÇÃO RELATIVA ENTRE RETAS

- Retas concorrentes: duas retas são concorrentes


quando se interceptam em um ponto. Observe que a figura
abaixo as retas c e d se interceptam no ponto B. A soma dos ângulos 4 e 5 é igual a 180°.

- Retas paralelas: são retas que por mais que se


prolonguem nunca se encontram, mantêm a mesma distância A soma dos ângulos 3 e 6 é igual a 180°
e nunca se cruzam. O ângulo de inclinação de duas ou mais
retas paralelas em relação a outra é sempre igual. Indicamos Ângulos colaterais externos:
retas paralelas a e b por a // b.

- Retas coincidentes: duas retas são coincidentes se


pertencem ao mesmo plano e possuem todos os pontos em
comum. A soma dos ângulos 2 e 7 é igual a 180°

- Retas perpendiculares: são retas concorrentes que se


cruzam num ponto formando entre si ângulos de 90º ou seja
ângulos retos.
A soma dos ângulos 1 e 8 é igual a 180°

Ângulos alternos internos: (alternos = lados diferentes)

Matemática 114
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APOSTILAS OPÇÃO

Os ângulos 4 e 6 são congruentes (iguais)

os ângulos 4 e 8 são congruentes (iguais)

Questões

01. Na figura abaixo, o valor de x é:

Os ângulos 3 e 5 são congruentes (iguais)

Ângulos alternos externos:

(A) 10°
(B) 20°
(C) 30°
(D) 40°
(E) 50°

02. O valor de x na figura seguinte, em graus, é:


Os ângulos 1 e 7 são congruentes (iguais)

(A) 32°
(B) 32° 30’
(C) 33°
(D) 33° 30’
Os ângulos 2 e 8 são congruentes (iguais)
(E) 34°
Ângulos correspondentes: são ângulos que ocupam uma
̂ é reto, o valor
03. Na figura abaixo, sabendo que o ângulo A
mesma posição na reta transversal, um na região interna e o
outro na região externa. de 𝛼 é:

(A) 20°
Os ângulos 1 e 5 são congruentes (iguais) (B) 30°
(C) 40°
(D) 50°
(E) 60°

Respostas

01. Resposta: E.
Na figura, os ângulos assinalados são correspondentes,
portanto são iguais.
os ângulos 2 e 6 são congruentes (iguais)

x + 2x + 30° = 180°
3x = 180°- 30°
os ângulos 3 e 7 são congruentes (iguais) 3x = 150°

Matemática 115
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APOSTILAS OPÇÃO

x = 150° : 3
x = 50° Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a uma
circunferência.
02. Resposta: B.
Na figura dada os ângulos 47° e 2x – 18° são
correspondentes e, portanto tem a mesma medida, então:
2x – 18° = 47° → 2x = 47° + 18° → 2x = 65° → x = 65°: 2

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que


90º.

x = 32° 30’ Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que


90º.
03. Resposta: C.
Precisamos traçar uma terceira reta pelo vértice A paralela
às outras duas. Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semirretas opostas.

Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

Os ângulos são dois a dois iguais, portanto 𝛼 = 40°

ÂNGULOS

Ângulo: É uma região limitada por duas semirretas de


mesma origem. Ângulos Complementares: Dois ângulos são
0
complementares se a soma das suas medidas é 90 .
Elementos de um ângulo:
- LADOS: são as duas semirretas 𝑂𝐴 e 𝑂𝐵.
-VÉRTICE: é o ponto de intersecção das duas semirretas,
no exemplo o ponto O.

Ângulos Replementares: Dois ângulos são ditos


0
replementares se a soma das suas medidas é 360 .

Ângulo Central:
- Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro da Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos
circunferência; suplementares se a soma das suas medidas de dois ângulos é
- Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do 180º.
polígono regular e cujos lados passam por vértices
consecutivos do polígono.

Então, se x e y são dois ângulos, temos:


Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não - se x + y = 90° → x e y são Complementares.
pertence à circunferência e os lados são tangentes a ela. - se x + y = 180° → e y são Suplementares.
- se x + y = 360° → x e y são Replementares.

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a mesma


medida.

Matemática 116
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APOSTILAS OPÇÃO

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são opostos 03. Obtenha as medidas dos ângulos assinalados:
pelo vértice se os lados de um são as respectivas semirretas
opostas aos lados do outro. a)

b)
Ângulos consecutivos: são ângulos que tem um lado em
comum.

Ângulos adjacentes: são ângulos consecutivos que não


tem ponto interno em comum.
c)

̂ B e BO
- Os ângulos AO ̂ C, AO
̂ B e AO
̂ C, BO
̂ C e AO
̂ C são pares
de ângulos consecutivos. d)
̂ B e BO
- Os ângulos AO ̂ C são ângulos adjacentes.

Unidades de medida de ângulos:


Grado: (gr.): dividindo a circunferência em 400 partes
iguais, a cada arco unitário que corresponde a 1/400 da
circunferência denominamos de grado.
Grau: (º): dividindo a circunferência em 360 partes iguais,
cada arco unitário que corresponde a 1/360 da circunferência Respostas
denominamos de grau.
- o grau tem dois submúltiplos: minuto e segundo. E temos 01. Respostas:
que 1° = 60’ (1 grau equivale a 60 minutos) e 1’ = 60” (1 minuto a) 55˚
equivale a 60 segundos). b) 74˚

Questões 02. Resposta: 130.


Imagine uma linha cortando o ângulo î, formando uma
01. As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a medida linha paralela às retas "a" e "b".
do ângulo â, nos seguintes casos: Fica então decomposto nos ângulos ê e ô.

a)

b)

Sendo assim, ê = 80° e ô = 50°, pois o ângulo ô é igual ao


complemento de 130° na reta b.
Logo, î = 80° + 50° = 130°.

03. Respostas:
a) 160° - 3x = x + 100°
160° - 100° = x + 3x → 60° = 4x
x = 60°/4 → x = 15°
02. As retas a e b são paralelas. Quanto mede o ângulo î? Então 15°+100° = 115° e 160°-3*15° = 115°

b) 6x + 15° + 2x + 5º = 180°

Matemática 117
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APOSTILAS OPÇÃO

6x + 2x = 180° -15° - 5° → 8x = 160° → x = 160°/8 1- Quanto aos lados:


x = 20° Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas iguais,
Então, 6*20°+15° = 135° e 2*20°+5° = 45° ̅̅̅̅) = m(BC
m(AB ̅̅̅̅) = m(AC
̅̅̅̅) e os três ângulos iguais.

c) Sabemos que a figura tem 90°.


Então x + (x + 10°) + (x + 20°) + (x + 20°) = 90°
4x + 50° = 90° → 4x = 40° → x = 40°/4 → x = 10°

d) Sabemos que os ângulos laranja + verde formam 180°,


pois são exatamente a metade de um círculo. Triângulo Isósceles: Tem dois lados com medidas iguais,
Então, 138° + x = 180° → x = 180° - 138° → x = 42° ̅̅̅̅) = m(AC
m(AB ̅̅̅̅) e dois ângulos iguais.
Logo, o ângulo x mede 42°.

TRIÂNGULOS

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que


possui o menor número de lados. É o único polígono que não
tem diagonais. Todo triângulo possui alguns elementos e os Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas
principais são: vértices, lados, ângulos, alturas, medianas e ̅̅̅̅) ≠ m(AC
diferentes, m(AB ̅̅̅̅) ≠ m(BC
̅̅̅̅) e os três ângulos
bissetrizes. diferentes.

2 - Quanto aos ângulos:


1. Vértices: A, B e C.
Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são
2. Lados: ̅̅̅̅
AB,BC̅̅̅̅ e ̅̅̅̅
AC.
agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do que 90º.
3. Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um


vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice
̅̅̅̅ é uma altura do triângulo.
formando um ângulo reto. BH

Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso, isto


é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto


médio do lado oposto. ̅̅̅̅
BM é uma mediana.

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto (90°


graus).

Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas


̂ está dividido ao meio e neste caso Ê
partes iguais. O ângulo B
= Ô.

Propriedade dos ângulos

1- Ângulos Internos: a soma dos três ângulos internos de


qualquer triângulo é igual a 180°.
Ângulo Interno: Todo triângulo possui três ângulos
̂, B
internos, na figura são A ̂ e Ĉ

a + b + c = 180º
2- Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC onde
Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triângulo
as letras minúsculas representam os ângulos internos e as
e pelo prolongamento do lado adjacente a este lado, na figura
respectivas letras maiúsculas os ângulos externos. Temos que
̂, E
são D ̂ e F̂ (na cor em destaque).
em todo triângulo cada ângulo externo é igual à soma de dois
ângulos internos apostos.
Classificação
O triângulo pode ser classificado de duas maneiras:

Matemática 118
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APOSTILAS OPÇÃO

̂ = b̂ + ĉ; B
A ̂ = â + ĉ e Ĉ = â + b̂

Semelhança de triângulos
Dois triângulos são semelhantes se tiverem, entre si, os
Observação: temos três critérios de semelhança, porém o
lados correspondentes proporcionais e os ângulos
mais utilizado para resolução de exercícios, isto é, para provar
congruentes (iguais).
que dois triângulos são semelhantes, basta provar que eles tem
dois ângulos correspondentes congruentes (iguais).

Questões

01. O valor de x na figura abaixo é:

(A) 30°
(B) 40°
(C) 50°
(D) 60°
(E) 70°

Critérios de semelhança ̅̅̅̅ = AC


02. Na figura abaixo AB ̅̅̅̅, CB
̅̅̅̅ = CD
̅̅̅̅, a medida do ângulo
1- Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem, DĈB é:
entre si, dois ângulos correspondentes congruentes iguais,
então os triângulos são semelhantes.

(A) 34°
(B) 72°
(C) 36°
(D) 45°
(E) 30°

̂ C é reto. O valor em
03. Na figura seguinte, o ângulo AD
̂ D é igual a:
graus do ângulo CB
2- Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois
lados correspondentes proporcionais e os ângulos formados
por esses lados também são congruentes, então os triângulos
são semelhantes.

(A) 120°
(B) 110°
(C) 105°
(D) 100°
(E) 95°
Respostas

01. Resposta: B.
Da figura temos que 3x é um ângulo externo do triângulo
e, portanto, é igual à soma dos dois internos opostos, então:
3x = x + 80º
3- Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os 3x – x = 80º
três lados correspondentes proporcionais, então os triângulos 2x = 80°
são semelhantes. x = 80° : 2
x = 40°

02. Resposta: C.
Na figura dada, temos três triângulos: ABC, ACD e BCD. Do
enunciado AB = AC, o triângulo ABC tem dois lados iguais,
então ele é isósceles e tem dois ângulos iguais:
AĈB = AB ̂ C = x. A soma dos três ângulos é igual a 180°.

Matemática 119
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APOSTILAS OPÇÃO

36° + x + x = 180°
2x = 180° - 36°
2x = 144
x = 144 : 2
x = 72
Logo: AĈB = AB ̂ C = 72°
Também temos que CB = CD, o triângulo BCD é isósceles:
CB ̂ B = 72°, sendo y o ângulo DĈB, a soma é igual a
̂ D = CD - Incentro: é o ponto de intersecção das três bissetrizes de
180°. um triângulo. É sempre um ponto interno. É o centro da
72° + 72° + y = 180° circunferência circunscrita (está dentro do triângulo
144° + y = 180° tangenciando seus três lados).
y = 180° - 144°
y = 36º

03. Resposta: D.
Na figura temos três triângulos. Do enunciado o ângulo
̂ C = 90° (reto).
AD
O ângulo BD ̂ C = 30° → AD
̂ B = 60º.

- Circuncentro: é o ponto de intersecção das três


mediatrizes de um triângulo. É o centro da circunferência
circunscrita (está por fora do triângulo passando por seus três
vértices). No triângulo acutângulo o circuncentro é um ponto
O ângulo CB̂ D (x) é ângulo externo do triângulo ABD, então: interno, no triângulo obtusângulo é um ponto externo e no
x = 60º + 40° (propriedade do ângulo externo) → x = 100° triângulo retângulo é o ponto médio da hipotenusa.

PONTOS NOTÁVEIS DO TRIÂNGULO

Em um triângulo qualquer nós temos alguns elementos


chamados de cevianas. Estes elementos são:
- Altura: segmento que sai do vértice e forma um ângulo de
- Ortocentro: é o ponto de intersecção das três alturas de
90° com o lado oposto a esse vértice.
um triângulo. No triângulo acutângulo é um ponto interno, no
- Mediana: segmento que sai do vértice e vai até o ponto
triângulo retângulo é o vértice do ângulo reto e no triângulo
médio do lado oposto a esse vértice, isto é, divide o lado oposto
obtusângulo é um ponto externo.
em duas partes iguais.
- Bissetriz do ângulo interno: semirreta que divide o ângulo
em duas partes iguais.
- Mediatriz: reta que passa pelo ponto médio do lado
formando um ângulo de 90°

Um triângulo cujos vértices são os “pés” das alturas de um


outro triângulo chama-se triângulo órtico do primeiro
triângulo.

Observações:
1) Num triângulo isósceles (dois lados iguais) os quatro
pontos notáveis são colineares (estão numa alinhados).
E todo triângulo tem três desses elementos, isto é, o 2) Num triângulo equilátero (três lados iguais) os quatro
triângulo tem três alturas, três medianas, três bissetrizes e três pontos notáveis são coincidentes, isto é, um só ponto já é o
mediatrizes. Os pontos de intersecção desses elementos são Baricentro, Incentro, Circuncentro e Ortocentro.
chamados de pontos notáveis do triângulo. 3) As iniciais dos quatro pontos formam a palavra BICO.

- Baricentro: é o ponto de intersecção das três medianas Questões


de um triângulo. É sempre um ponto interno. E divide as
medianas na razão de 2:1. É ponto de gravidade do triângulo. 01. Assinale a afirmação falsa:
(A) Os pontos notáveis de um triângulo equilátero são
coincidentes.

Matemática 120
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APOSTILAS OPÇÃO

(B) O encentro de qualquer triângulo é sempre um ponto FÓRMULA DE HERON


interno.
(C) O ortocentro de um triângulo retângulo é o vértice do Heron de Alexandria é o responsável por elaborar uma
ângulo reto. fórmula matemática que calcula a área de um triângulo em
(D) O circuncentro de um triângulo retângulo é o ponto função das medidas dos seus três lados. A fórmula de Heron de
médio da hipotenusa. Alexandria é muito útil nos casos em que não sabemos a altura
do triângulo, mas temos a medida dos lados.
(E) O baricentro de qualquer triângulo é o ponto médio de
Em um triângulo de lados medindo a, b e c podemos
cada mediana.
calcular a sua área utilizando a fórmula de Heron:

02. Na figura, o triângulo ABC é equilátero e está


circunscrito ao círculo de centro O e raio 2 cm. ̅̅̅̅
AD é altura do
triângulo. Sendo E ponto de tangência, a medida de AE ̅̅̅̅, em
centímetros, é:
Exemplo:
Calcule a área do triângulo a seguir:

(A) 2√3 p = (9 + 7 + 14) / 2


(B) 2√5 p = 30 / 2
(C) 3 p = 15
(D) 5 A = √15(15 – 9)(15 – 7)(15 – 14)
(E) √26 A = √15 . 6 . 8 . 1
A = √720
A = 26,83 cm2(aproximadamente)
03. Qual das afirmações a seguir é verdadeira?
(A) O baricentro pode ser um ponto exterior ao triângulo e
isto ocorre no triângulo acutângulo. TEOREMA DE TALES
(B) O baricentro pode ser um ponto de um dos lados do
triângulo e isto ocorre no triângulo escaleno. - Feixe de paralelas: é todo conjunto de três ou mais retas
(C) O baricentro pode ser um ponto exterior ao triângulo e e paralelas entre si.
isto ocorre no triângulo retângulo. - Transversal: é qualquer reta que intercepta todas as retas
(D) O baricentro pode ser um ponto dos vértices do de um feixe de paralelas.
triângulo e isto ocorre no triângulo retângulo. - Teorema de Tales: Se duas retas são transversais de um
(E) O baricentro sempre será um ponto interior ao feixe de retas paralelas então a razão entre as medidas de dois
triângulo. segmentos quaisquer de uma delas é igual à razão entre as
Respostas medidas dos segmentos correspondentes da outra.

01. Resposta: E.
O baricentro divide as medianas na razão de 2 para 1, logo
não é ponto médio.

02. Resposta: A.
Do enunciado temos que O é o circuncentro (centro da
circunferência inscrita) então O também é baricentro (no
triângulo equilátero os 4 pontos notáveis são coincidentes),
logo pela propriedade do baricentro temos que AO ̅̅̅̅ é o dobro r//s//t//u (// → símbolo de paralelas); a e b são retas
de ̅̅̅̅
OD. Se ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ = 4 cm. O ponto
OD = 2 (raio da circunferência) → AO transversais. Então, temos que os segmentos correspondentes
E é ponto de tangência, logo o raio traçado no ponto de são proporcionais.
tangência forma ângulo reto (90°) e ̅̅̅̅ OE = 2 cm. Portanto o
̅̅̅̅ 𝐵𝐶
𝐴𝐵 ̅̅̅̅ 𝐶𝐷̅̅̅̅ 𝐴𝐷̅̅̅̅
triângulo AEO é retângulo, basta aplicar o Teorema de = = = = ⋯.
̅̅̅̅ = x: ̅̅̅̅ ̅̅̅̅
𝐸𝐹 𝐹𝐺 𝐺𝐻 𝐸𝐻 ̅̅̅̅ ̅̅̅̅
Pitágoras e sendo AE
̅̅̅̅)2 = (AE
(AO ̅̅̅̅)2 + (OE̅̅̅̅)2
Teorema da bissetriz interna:
42 = x 2 + 22 “Em todo triângulo a bissetriz de um ângulo interno divide
16 − 4 = x 2 o lado oposto em dois segmentos proporcionais ao outros dois
x 2 = 12 lados do triângulo”.
x = √12
x = 2√3 cm

03. Resposta: E.
O baricentro é sempre interno, pois as 3 medianas de um
triângulo são segmentos internos.

Matemática 121
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APOSTILAS OPÇÃO

x = 180 : 30 = 6
Referências
SOUZA, Joamir Roberto; PATARO, Patricia Moreno – Vontade de Saber
Matemática 6º Ano – FTD – 2ª edição – São Paulo: 2012
TEOREMA DE PITÁGORAS
http://www.jcpaiva.net/
Em todo triângulo retângulo, o maior lado é chamado de
Questões hipotenusa e os outros dois lados são os catetos.

01. Na figura abaixo, o valor de x é:

- “Em todo triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa


(A) 1,2 é igual à soma dos quadrados dos catetos”.
(B) 1,4
(C) 1,6 a2 = b2 + c2
(D) 1,8
(E) 2,0 Questões
02. Na figura abaixo, qual é o valor de x? 01. Millôr Fernandes, em uma bela homenagem à
Matemática, escreveu um poema do qual extraímos o
fragmento abaixo:
Às folhas tantas de um livro de Matemática, um Quociente
apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do Ápice à Base:
uma figura Ímpar; olhos romboides, boca trapezoide, corpo
retangular, seios esferoides.
(A) 3 Fez da sua uma vida paralela à dela, até que se
(B) 4 encontraram no Infinito.
(C) 5 “Quem és tu” – indagou ele em ânsia Radical.
(D) 6 “Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode me
(E) 7 chamar de Hipotenusa.” (Millôr Fernandes – Trinta Anos de
03. Calcular o valor de x na figura abaixo. Mim Mesmo).
A Incógnita se enganou ao dizer quem era. Para atender ao
Teorema de Pitágoras, deveria dar a seguinte resposta:
(A) “Sou a soma dos catetos. Mas pode me chamar de
Hipotenusa.”
(B) “Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me
chamar de Hipotenusa.”
(C) “Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me
chamar de quadrado da Hipotenusa.”
(D) “Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode me
chamar de quadrado da Hipotenusa.”
Respostas (E) Nenhuma das anteriores.

01. Resposta: C. 02. Um barco partiu de um ponto A e navegou 10 milhas


2 𝑥 para o oeste chegando a um ponto B, depois 5 milhas para o
= sul chegando a um ponto C, depois 13 milhas para o leste
5 4
5x = 2.4 chagando a um ponto D e finalmente 9 milhas para o norte
5x = 8 chegando a um ponto E. Onde o barco parou relativamente ao
x = 8 : 5 = 1,6 ponto de partida?
(A) 3 milhas a sudoeste.
02. Resposta: B. (B) 3 milhas a sudeste.
2𝑥 − 3 5 (C) 4 milhas ao sul.
=
𝑥+2 6 (D) 5 milhas ao norte.
6.(2x – 3) = 5(x + 2) (E) 5 milhas a nordeste.
12x – 18 = 5x + 10
12x – 5x = 10 + 18 03. Em um triângulo retângulo a hipotenusa mede 13 cm e
7x = 28 um dos catetos mede 5 cm, qual é a medida do outro cateto?
x = 28 : 7 = 4 (A) 10
(B) 11
03. Resposta: 06. (C) 12
10 𝑥 (D) 13
=
30 18 (E) 14

30x = 10.18
30x = 180

Matemática 122
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APOSTILAS OPÇÃO

Respostas 6 Hexágono
7 Heptágono
01. Resposta: D. 8 Octógono
9 Eneágono
02. Resposta: E. 10 Decágono
11 Undecágono
12 Dodecágono
15 Pentadecágono
20 Icoságono

Fórmulas: na relação de fórmulas abaixo temos a letra n


que representa o números de lados ou de ângulos ou de
vértices de um polígonos, pois um polígono de 5 lados tem
também e vértices e 5 ângulos.
x2 = 32 + 42
x2 = 9 + 16 1 – Diagonais de um vértice: dv = n – 3.
x2 = 25
(𝐧−𝟑).𝐧
x = √25 = 5 2 - Total de diagonais: 𝐝 = .
𝟐

03. Resposta: C.
3 – Soma dos ângulos internos: Si = (n – 2).180°.
132 = x2 + 52
169 = x2 + 25
4 – Soma dos ângulos externos: para qualquer polígono o
169 – 25 = x2
valor da soma dos ângulos externos é uma constante, isto é, Se
x2 = 144
= 360°.
x = √144 = 12 cm
Polígonos Regulares: um polígono é chamado de regular
POLÍGONOS quando tem todos os lados congruentes (iguais) e todos os
ângulos congruentes. Exemplo: o quadrado tem os 4 lados
Um polígono é uma figura geométrica fechada, simples, iguais e os 4 ângulos de 90°, por isso é um polígono regular. E
formada por segmentos consecutivos e não colineares. para polígonos regulares temos as seguintes fórmulas, além
das quatro acima:
Elementos de um polígono
(𝐧−𝟐).𝟏𝟖𝟎° 𝐒
1 – Ângulo interno: 𝐚𝐢 = ou 𝐚𝐢 = 𝐢.
𝐧 𝐧

𝟑𝟔𝟎° 𝐒𝐞
2 - Ângulo externo: 𝐚𝐞 = ou 𝐚𝐞 = .
𝐧 𝐧

Semelhança de Polígonos: Dois polígonos são


semelhantes quando os ângulos correspondentes são
congruentes e os lados correspondentes são proporcionais.
Vejamos:
Um polígono possui os seguintes elementos:

- Lados: cada um dos segmentos de reta que une vértices


̅̅̅̅, BC
consecutivos: AB ̅̅̅̅, CD
̅̅̅̅, DE ̅̅̅̅.
̅̅̅̅ e AE

- Vértices: ponto de intersecção de dois lados consecutivos:


A, B, C, D e E.
Fonte: http://www.somatematica.com.br
- Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não
consecutivos: ̅̅̅̅
AC, ̅̅̅̅ ̅̅̅̅, ̅̅
AD, BD CE̅̅ e ̅̅̅̅
BE. 1) Os ângulos correspondentes são congruentes:

- Ângulos internos: ângulos formados por dois lados 2) Os lados correspondentes (homólogos) são
consecutivos (assinalados em azul na figura): , , , proporcionais:
𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝐶𝐷 𝐷𝐴
= = = 𝑜𝑢
, . 𝐴′𝐵′ 𝐵′𝐶′ 𝐶′𝐷′ 𝐷′𝐴′

- Ângulos externos: ângulos formados por um lado e pelo 3,8 4 2,4 2


= = =
prolongamento do lado a ele consecutivo (assinalados em 5,7 6 3,6 3

vermelho na figura): , , , , . Podemos dizer que os polígonos são semelhantes. Mas


a semelhança só será válida se ambas condições existirem
Classificação: os polígonos são classificados de acordo simultaneamente.
com o número de lados, conforme a tabela abaixo.
N° de lados Nome A razão entre dois lados correspondentes em polígonos
3 Triângulo semelhante denomina-se razão de semelhança, ou seja:
4 Quadrilátero 𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝐶𝐷 𝐷𝐴 2
= = = = 𝑘 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑘 =
5 Pentágono 𝐴′𝐵′ 𝐵′𝐶′ 𝐶′𝐷′ 𝐷′𝐴′ 3

Matemática 123
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões I) Triângulo Equilátero:

01. A soma dos ângulos internos de um heptágono é:


(A) 360°
(B) 540°
(C) 1400°
(D) 900°
(E) 180°

02. Qual é o número de diagonais de um icoságono? II) Quadrado:


(A) 20
(B) 70
(C) 160
(D) 170
(E) 200

03. O valor de x na figura abaixo é:


III) Hexágono Regular

Referências
DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da Matemática – Vol.
09 – Geometria Plana – 7ª edição – Editora Atual
(A) 80° www.somatematica.com.br
(B) 90°
(C) 100° Questões
(D) 70°
(E) 50° 01. O apótema de um hexágono regular inscrito numa
circunferência de raio 8 cm, vale, em centímetros:
Respostas (A) 4
(B) 4√3
01. Resposta: D. (C) 8
Heptágono (7 lados) → n = 7
(D) 8√2
Si = (n – 2).180°
(E) 12
Si = (7 – 2).180°
Si = 5.180° = 900°
02. O apótema de um triângulo equilátero inscrito em uma
circunferência mede 10 cm, o raio dessa circunferência é:
02. Resposta: D.
(A) 15 cm
Icoságono (20 lados) → n = 20
(B) 10 cm
(𝑛−3).𝑛 (C) 8 cm
𝑑= (D) 20 cm
2
(E) 25 cm
(20−3).20
𝑑= = 17.10
2 03. O apótema de um quadrado mede 6 dm. A medida do
raio da circunferência em que esse quadrado está inscrito, em
d = 170
dm, vale:
03. Resposta: A. (A) 4√2 dm
A soma dos ângulos internos do pentágono é: (B) 5√2 dm
Si = (n – 2).180º (C) 6√2 dm
Si = (5 – 2).180º (D) 7√2 dm
Si = 3.180º → Si = 540º (E) 8√2 dm
540º = x + 3x / 2 + x + 15º + 2x – 20º + x + 25º
540º = 5x + 3x / 2 + 20º Respostas
520º = 10x + 3x / 2
1040º = 13x 01. Resposta: B.
X = 1040º / 13 → x = 80º Basta substituir r = 8 na fórmula do hexágono
𝑟√3 8√3
𝑎= →𝑎 = = 4√3 cm
POLÍGONOS REGULARES 2 2

Todo polígono regular pode ser inscrito em uma 02. Resposta: D.


circunferência. E temos fórmulas para calcular o lado e o Basta substituir a = 10 na fórmula do triangulo equilátero.
𝑟 𝑟
apótema desse triângulo em função do raio da circunferência. 𝑎 = → 10 = → r = 2.10 → r = 20 cm
2 2
Apótema e um segmento que sai do centro das figuras
regulares e divide o lado em duas partes iguais. 03. Resposta: C.

Matemática 124
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APOSTILAS OPÇÃO

Sendo a = 6, temos:
𝑟√2
𝑎=
2
𝑟√2
6= → 𝑟√2 = 2.6 → 𝑟√2 = 12 (√2 passa dividindo)
2
12
r= (temos que racionalizar, multiplicando em cima e
√2
em baixo por √2)

12.√2 12√2
̅̅̅̅//CD
- AB ̅̅̅̅ e AD
̅̅̅̅//BC
̅̅̅̅
𝑟= →𝑟 = → 𝑟 = 6√2 dm - ̅̅̅̅
AB = ̅̅̅̅
CD e ̅̅̅̅
AD = ̅̅̅̅
BC (lados opostos iguais)
√2.√2 2
-Â = Ĉ e B̂=D ̂ (ângulos opostos iguais)
QUADRILÁTEROS ̅̅̅̅ ≠ BD
- AC ̅̅̅̅ (duas diagonais diferentes)

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes Os paralelogramos mais importantes recebem nomes
propriedades: especiais:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais. - Losango: 4 lados congruentes
- A soma dos ângulos internos Si = 360º - Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- A soma dos ângulos externos Se = 360º - Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Observação: é o único polígono em que Si = Se

Observações:
No quadrilátero acima, observamos alguns elementos
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
geométricos:
(iguais)
- Os vértices são os pontos: A, B, C e D.
- No losango e no quadrado as diagonais são
- Os ângulos internos são A, B, C e D.
perpendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são
- Os lados são os segmentos: ̅̅̅̅
AB, ̅̅̅̅
BC, ̅̅̅̅
CD e ̅̅̅̅
AD.
bissetrizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).
Observação: Ao unir os vértices opostos de um
Fórmulas da área dos quadriláteros:
quadrilátero qualquer, obtemos sempre dois triângulos e (B+b).h
como a soma das medidas dos ângulos internos de um 1 - Trapézio: A = , onde B é a medida da base maior,
2
triângulo é 180 graus, concluímos que a soma dos ângulos b é a medida da base menor e h é medida da altura.
internos de um quadrilátero é igual a 360 graus. 2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é
a medida da altura.
3 - Retângulo: A = b.h
D.d
4 - Losango: A = , onde D é a medida da diagonal maior
2
e d é a medida da diagonal menor.
5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Questões
Quadriláteros Notáveis:
01. Determine a medida dos ângulos indicados:
Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. a)

- ̅̅̅̅
AB é paralelo a ̅̅̅̅
CD b)

Os trapézios podem ser:


- Retângulo: dois ângulos retos.
- Isósceles: lados não paralelos congruentes (iguais).
- Escaleno: os quatro lados diferentes. c)

Paralelogramo: É o quadrilátero que tem lados opostos


02. Com relação aos quadriláteros, assinale a alternativa
paralelos. Num paralelogramo, os ângulos opostos são
incorreta:
congruentes e os lados apostos também são congruentes.

Matemática 125
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APOSTILAS OPÇÃO

(A) Todo quadrado é um trapézio.


(B) Todo retângulo é um paralelogramo.
(C) Todo quadrado é um losango.
(D) Todo trapézio é um paralelogramo.
(E) Todo losango é um paralelogramo.

03. Na figura, ABCD é um trapézio isósceles, onde AD = 4,


CD = 1, A = 60° e a altura vale 2√3. A área desse trapézio é
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 √3 ℎ
- sen60º = → = → 2h = 4√3 → h = 2√3
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 2 4
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 1 𝑥
- cos60º = → = → 2x = 4 → x = 2
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 2 4
- base maior AB = x + 1 + x = 2 + 1 + 2 = 5
- base menor CD = 1

(𝐵+𝑏).ℎ (5+1).2√3
(A) 4. A= →A= → A = 6√3
2 2
(B) (4√3)/3.
(C) 5√3. CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO
(D) 6√3.
(E) 7. Circunferência: A circunferência é o lugar geométrico de
Respostas todos os pontos de um plano que estão localizados a uma
mesma distância r de um ponto fixo denominado o centro da
01. Respostas: a = 70º; b = 162º e c = 18º. circunferência. Esta talvez seja a curva mais importante no
a) x + 105° + 98º + 87º = 360º contexto das aplicações.
x + 290° = 360°
x = 360° - 290°
x = 70º

b) x + 80° + 82° = 180°


x + 162° = 180°
x = 180º - 162º Círculo: (ou disco) é o conjunto de todos os pontos de um
x = 18° plano cuja distância a um ponto fixo O é menor ou igual que
18º + 90º + y + 90º = 360° uma distância r dada. Quando a distância é nula, o círculo se
y + 198° = 360° reduz a um ponto. O círculo é a reunião da circunferência com
y = 360º - 198° o conjunto de pontos localizados dentro da mesma. No gráfico
y = 162º acima, a circunferência é a linha de cor verde escuro que
envolve a região verde claro, enquanto o círculo é toda a região
c) 3a / 2 + 2a + a / 2 + a = 360º pintada de verde reunida com a circunferência.
(3a + 4a + a + 2a) / 2 = 720° /2
10a = 720º Pontos interiores de um círculo e exteriores a um
a = 720° / 10 círculo
a = 72°
72° + b + 90° = 180° Pontos interiores: Os pontos interiores de um círculo são
b + 162° = 180° os pontos do círculo que não estão na circunferência.
b = 180° - 162°
b = 18°.

02. Resposta: D.
Trata-se de uma pergunta teórica.
a) V → o quadrado tem dois lados paralelos,
portanto é um trapézio.
b) V → o retângulo tem os lados opostos Pontos exteriores: Os pontos exteriores a um círculo são
paralelos, portanto é um paralelogramo. os pontos localizados fora do círculo.
c) V → o quadrado tem os lados opostos
Conceitos:
paralelos e os 4 lados congruentes, portanto é um
Raio: Raio de uma circunferência (ou de um círculo) é um
losango. segmento de reta com uma extremidade no centro da
d) F circunferência (ou do círculo) e a outra extremidade num
e) V → o losango tem lados opostos paralelos, ponto qualquer da circunferência. Na figura abaixo, os
portanto é um paralelogramo. ̅̅̅̅, ̅̅̅̅
segmentos de reta OA OB e ̅̅̅̅
OC são raios.

03. Resposta: D. Corda: Corda de uma circunferência é um segmento de


De acordo com e enunciado, temos: reta cujas extremidades pertencem à circunferência (ou seja,
um segmento que une dois pontos de uma circunferência). Na
̅̅̅̅ e DE
figura abaixo, os segmentos de reta AC ̅̅̅̅ são cordas.

Diâmetro: Diâmetro de uma circunferência (ou de um


círculo) é uma corda que passa pelo centro da circunferência.
Observamos que o diâmetro é a maior corda da

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APOSTILAS OPÇÃO

̅̅̅̅ é um
circunferência. Na figura abaixo, o segmento de reta AC Reta tangente comum: Uma reta que é tangente a duas
diâmetro. circunferências ao mesmo tempo é denominada uma tangente
comum. Há duas possíveis retas tangentes comuns: a interna e
a externa.

Posições relativas de uma reta e uma circunferência Ao traçar uma reta ligando os centros de duas
circunferências no plano, esta reta separa o plano em dois
Reta secante: Uma reta é secante a uma circunferência se semi-planos. Se os pontos de tangência, um em cada
essa reta intercepta a circunferência em dois pontos circunferência, estão no mesmo semi-plano, temos uma reta
quaisquer, podemos dizer também que é a reta que contém tangente comum externa. Se os pontos de tangência, um em
uma corda. cada circunferência, estão em semi-planos diferentes, temos
uma reta tangente comum interna.
Reta tangente: Uma reta tangente a uma circunferência é
uma reta que intercepta a circunferência em um único ponto Circunferências internas: Uma circunferência C1 é
P. Este ponto é conhecido como ponto de tangência ou ponto interna a uma circunferência C2, se todos os pontos do círculo
de contato. Na figura ao lado, o ponto P é o ponto de tangência C1 estão contidos no círculo C2. Uma circunferência é externa
e a reta que passa pelos pontos E e F é uma reta tangente à à outra se todos os seus pontos são pontos externos à outra.
circunferência.

Circunferências concêntricas: Duas ou mais


circunferências com o mesmo centro, mas com raios diferentes
Reta externa (ou exterior): é uma reta que não tem ponto são circunferências concêntricas.
em comum com a circunferência. Na figura abaixo a reta t é
externa. Circunferências tangentes: Duas circunferências que
estão no mesmo plano, são tangentes uma à outra, se elas são
tangentes à mesma reta no mesmo ponto de tangência.

Propriedades das secantes e tangentes


Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O,
intercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B e se
M é o ponto médio da corda AB, então o segmento de reta OM
é perpendicular à reta secante s. As circunferências são tangentes externas uma à outra se
os seus centros estão em lados opostos da reta tangente
comum e elas são tangentes internas uma à outra se os seus
centros estão do mesmo lado da reta tangente comum.

Circunferências secantes: são aquelas que possuem


Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O, somente dois pontos distintos em comum.
intercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B, a
perpendicular às retas que passam pelo centro O da
circunferência, passa também pelo ponto médio da corda AB.

Segmentos tangentes: Se AP e BP são segmentos de reta


tangentes à circunferência nos ponto A e B, então esses
Seja OP um raio de uma circunferência, onde O é o centro e P segmentos AP e BP são congruentes.
um ponto da circunferência. Toda reta perpendicular ao raio
OP é tangente à circunferência no ponto de tangência P.

ÂNGULOS (OU ARCOS) NA CIRCURFERÊNCIA


Toda reta tangente a uma circunferência é perpendicular ao
raio no ponto de tangência.
Ângulo central: é um ângulo cujo vértice coincide com o
centro da circunferência. Este ângulo determina um arco na
Posições relativas de duas circunferências

Matemática 127
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APOSTILAS OPÇÃO

circunferência, e a medida do ângulo central e do arco são (D) 98°


iguais. (E) 100°

02. Na figura abaixo, qual é o valor de y?

̂
O ângulo central determina na circunferência um arco𝐴𝐵
e sua medida é igual a esse arco.
(A) 30°
̂
α = AB (B) 45°
Ângulo Inscrito: é um ângulo cujo vértice está sobre a (C) 60°
circunferência. (D) 35°
(E) 25°

03. Na figura seguinte, a medida do ângulo x, em graus, é:

̂
O ângulo inscrito determina na circunferência um arco 𝐴𝐵
e sua medida é igual à metade do arco.
̂
AB
α=
2 (A) 80°
(B) 82°
Ângulo Excêntrico Interno: é formado por duas cordas da (C) 84°
circunferência. (D) 86°
(E) 90°
Respostas

01. Resposta: B.
O ângulo dado na figura (46°) é um ângulo inscrito,
portanto é igual à metade do arco x:

O ângulo excêntrico interno determina na circunferência 𝑥


46° =
dois arcos AB e CD e sua medida é igual à metade da soma dos 2
dois arcos.
̂ + CD
AB ̂ x = 46°.2
α= x = 92°
2

Ângulo Excêntrico Externo: é formado por duas retas 02. Resposta: D.


secantes à circunferência. O ângulo da figura é um ângulo excêntrico externo,
portanto é igual à metade da diferença dos dois arcos dados.
110° − 40°
𝑦=
2
70°
𝑦= = 35°
2
O ângulo excêntrico externo determina na circunferência
̂ e 𝐶𝐷
dois arcos 𝐴𝐵 ̂ e sua medida é igual à metade da diferença 03. Resposta: C.
dos dois arcos. O ângulo x é um ângulo excêntrico interno, portanto é igual
à metade da soma dos dois arcos.
̂ − CD
AB ̂
α= 108° + 60°
2 𝑥=
2
Questões
168°
𝑥= = 84°
01. O valor de x na figura abaixo é: 2

PERÍMETRO E ÁREA DAS FIGURAS PLANAS

Perímetro: é a soma de todos os lados de uma figura plana.


Exemplo:

(A) 90°
(B) 92°
(C) 96°

Matemática 128
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APOSTILAS OPÇÃO

II) sendo dados as medidas dos três lados a, b e c:

Perímetros de algumas das figuras planas:

III) sendo dados as medidas de dois lados e o ângulo


formado entre eles:

IV) triângulo equilátero (tem os três lados iguais):


Área: é a medida da superfície de uma figura plana.
A unidade básica de área é o m2 (metro quadrado), isto é,
uma superfície correspondente a um quadrado que tem 1 m de
lado.

V) circunferência inscrita:

Fórmulas de área das principais figuras planas:

1) Retângulo
- sendo b a base e h a altura:

VI) circunferência circunscrita:

2. Paralelogramo
- sendo b a base e h a altura:

Questões

01. A área de um quadrado cuja diagonal mede 2√7 cm é,


3. Trapézio em cm2, igual a:
- sendo B a base maior, b a base menor e h a altura: (A) 12
(B) 13
(C) 14
(D) 15
(E) 16

4. Losango 02. Corta-se um arame de 30 metros em duas partes. Com


- sendo D a diagonal maior e d a diagonal menor: cada uma das partes constrói-se um quadrado. Se S é a soma
das áreas dos dois quadrados, assim construídos, então o
menor valor possível para S é obtido quando:
(A) o arame é cortado em duas partes iguais.
(B) uma parte é o dobro da outra.
(C) uma parte é o triplo da outra.
5. Quadrado (D) uma parte mede 16 metros de comprimento.
- sendo l o lado:
03. Um grande terreno foi dividido em 6 lotes retangulares
congruentes, conforme mostra a figura, cujas dimensões
indicadas estão em metros.

6. Triângulo: essa figura tem 6 fórmulas de área,


dependendo dos dados do problema a ser resolvido.

I) sendo dados a base b e a altura h:

Matemática 129
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APOSTILAS OPÇÃO

Perímetro = x + 285
8.0,8x + 6x = x + 285
6,4x + 6x – x = 285
11,4x = 285
x = 285:11,4
x = 25
Sendo S a área do retângulo:
S= b.h
Sabendo-se que o perímetro do terreno original, delineado S= 0,8x.x
em negrito na figura, mede x + 285, conclui-se que a área total S = 0,8x2
desse terreno é, em m2, igual a: Sendo St a área total da figura:
(A) 2 400. St = 6.0,8x2
(B) 2 600. St = 4,8.252
(C) 2 800. St = 4,8.625
(D) 3000. St = 3000
(E) 3 200.
ÁREA DO CIRCULO E SUAS PARTES
Respostas
I- Círculo:
01.Resposta: C. Quem primeiro descreveu a área de um círculo foi o
Sendo l o lado do quadrado e d a diagonal: matemático grego Arquimedes (287/212 a.C.), de Siracusa,
mais ou menos por volta do século II antes de Cristo. Ele
concluiu que quanto mais lados tem um polígono regular mais
ele se aproxima de uma circunferência e o apótema (a) deste
polígono tende ao raio r. Assim, como a fórmula da área de um
polígono regular é dada por A = p.a (onde p é semiperímetro e
2𝜇𝑟
a é o apótema), temos para a área do círculo 𝐴 = . 𝑟, então
Utilizando o Teorema de Pitágoras: 2
d2 = l2 + l2 temos:
2
(2√7) = 2l2
4.7 = 2l2
2l2 = 28
28
l2 =
2
A = 14 cm2 II- Coroa circular:
É uma região compreendida entre dois círculos
02. Resposta: A. concêntricos (tem o mesmo centro). A área da coroa circular é
- um quadrado terá perímetro x igual a diferença entre as áreas do círculo maior e do círculo
x
o lado será l = e o outro quadrado terá perímetro 30 – x menor. A = 𝜋R2 – 𝜋r2, como temos o 𝜋 como fator comum,
4
o lado será l1 =
30−x
, sabendo que a área de um quadrado podemos colocá-lo em evidência, então temos:
4
é dada por S = l2, temos:
S = S1 + S2
S=l²+l1²
x 2 30−x 2
S=( ) +( )
4 4
x2 (30−x)2
S= + , como temos o mesmo denominador 16:
16 16
III- Setor circular:
x 2 + 302 − 2.30. x + x 2 É uma região compreendida entre dois raios distintos de
S=
16 um círculo. O setor circular tem como elementos principais o
x 2 + 900 − 60x + x 2 raio r, um ângulo central 𝛼 e o comprimento do arco l, então
S=
16 temos duas fórmulas:
2x2 60x 900
S= − + ,
16 16 16

sendo uma equação do 2º grau onde a = 2/16; b = -60/16


e c = 900/16 e o valor de x será o x do vértice que e dado pela
−b
fórmula: x = , então:
2a

−60 60
−( )
16 = 16
xv =
2 4 IV- Segmento circular:
2.
16 16 É uma região compreendida entre um círculo e uma corda
xv =
60 16
. =
60
= 15, (segmento que une dois pontos de uma circunferência) deste
16 4 4 círculo. Para calcular a área de um segmento circular temos
que subtrair a área de um triângulo da área de um setor
logo l = 15 e l1 = 30 – 15 = 15. circular, então temos:
03. Resposta: D.
Observando a figura temos que cada retângulo tem lados
medindo x e 0,8x:

Matemática 130
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APOSTILAS OPÇÃO

𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐
𝐴 = 𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐 + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔 +
2
𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐
𝐴= + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔
2
𝜋𝑟 2
𝐴= + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔
2

𝜋𝑟 2 𝑙 2 √3
𝐴= +
2 4
Questões (3,14 ∙ 102 ) 202 ∙ 1,73
𝐴= +
2 4
01. A figura abaixo mostra três círculos, cada um com 10 400 ∙ 1,73
𝐴 = 1,57 ∙ 100 +
cm de raio, tangentes entre si. 4
𝐴 = 157 + 100 ∙ 1,73 = 157 + 173 = 330

02. Resposta: A.
A fórmula do comprimento de uma circunferência é C =
2π.r, Então:
Considerando √3 ≅ 1,73 e 𝜋 ≅ 3,14, o valor da área C = 20π
sombreada, em cm2, é: 2π.r = 20π
20π
(A) 320. r=

(B) 330. r = 10 cm
(C) 340. A = π.r2 → A = π.102 → A = 100π cm2
(D) 350.
(E) 360. 03. Resposta: D.
Primeiro calculamos a área do retângulo (A = b.h)
02. A área de um círculo, cuja circunferência tem Aret = 24,8.20
comprimento 20𝜋 cm, é: Aret = 496 m2
(A) 100𝜋 cm2.
(B) 80 𝜋 cm2. 2
4.Acirc = .Aret
(C) 160 𝜋 cm2. 5
(D) 400 𝜋 cm2. 2
4.πr2 = .496
5
03. Quatro tanques de armazenamento de óleo, cilíndricos 4.3,1.r2 =
992
e iguais, estão instalados em uma área retangular de 24,8 m de 5

comprimento por 20,0 m de largura, como representados na 12,4.r2 = 198,4


figura abaixo. r2 = 198,4 : 12, 4 → r2 = 16 → r = 4
d = 2r =2.4 = 8

2
Se as bases dos quatro tanques ocupam da área
5
retangular, qual é, em metros, o diâmetro da base de cada
tanque?
Dado: use 𝜋=3,1
(A) 2.
(B) 4.
(C) 6.
(D) 8.
(E) 16.

Comentários

01. Resposta: B.
Unindo os centros das três circunferências temos um
triângulo equilátero de lado 2r ou seja l = 2.10 = 20 cm. Então
a área a ser calculada será:

Matemática 131
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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos:
16) Polinômios: Função 01. Adicionar x2 – 3x – 1 com –3x2 + 8x – 6.
polinomial, polinômio (x2 – 3x – 1) + (– 3x2 + 8x – 6) → eliminar o segundo
parênteses através do jogo de sinal.
identicamente nulo, grau de + (– 3x2) = – 3x2
um polinômio, identidade de + (+ 8x) = + 8x
um polinômio, raiz de um + (– 6) = – 6
Assim,
polinômio, operações com
polinômios e valor numérico x2 – 3x – 1 –3x2 + 8x – 6 → reduzir os termos semelhantes.
de um polinômio; divisão de x2 – 3x2 – 3x + 8x – 1 – 6
– 2x2 + 5x – 7
polinômios, Teorema do Portanto: (x2 – 3x – 1) + (– 3x2 + 8x – 6) = – 2x2 + 5x – 7
Resto, Teorema de D'Alembert
e dispositivo de Briot-Ruffini; 02. Adicionando 4x2 – 10x – 5 e 6x + 12, teremos:
(4x2 – 10x – 5) + (6x + 12) → eliminar os parênteses
relação entre coeficientes e utilizando o jogo de sinal.
raízes. Fatoração e 4x2 – 10x – 5 + 6x + 12 → reduzir os termos semelhantes.
multiplicidade de raízes e 4x2 – 10x + 6x – 5 + 12
4x2 – 4x + 7
produtos notáveis. Máximo Portanto: (4x2 – 10x – 5) + (6x + 12) = 4x2 – 4x + 7
divisor comum de polinômios.
17) Equações Polinomiais: Subtração
O procedimento utilizado na subtração de polinômios é
Teorema fundamental da análogo ao utilizado na adição, ou seja, envolve técnicas de
álgebra, teorema da redução de termos semelhantes, jogo de sinal, operações
decomposição, raízes envolvendo sinais iguais e sinais diferentes.
imaginárias, raízes racionais, Exemplos:
relações de Girard e teorema 01. Subtraindo – 3x2 + 10x – 6 de 5x2 – 9x – 8.
de Bolzano (5x2 – 9x – 8) – (– 3x2 + 10x – 6) → eliminar os parênteses
utilizando o jogo de sinal.
– (– 3x2) = + 3x2
POLINÔMIOS – (+ 10x) = – 10x
– (– 6) = + 6
Para polinômios podemos encontrar várias definições Assim,
diferentes como por exemplo: 5x2 – 9x – 8 + 3x2 –10x +6 → reduzir os termos
Polinômio é uma expressão algébrica com todos os termos semelhantes.
semelhantes reduzidos. 5x2 + 3x2 – 9x –10x – 8 + 6
- 3xy é monômio, mas também considerado polinômio, 8x2 – 19x – 2
assim podemos dividir os polinômios em monômios (apenas Portanto: (5x2 – 9x – 8) – (– 3x2 + 10x – 6) = 8x2 – 19x – 2
um monômio), binômio (dois monômios) e trinômio (três
monômios). 02. Se subtrairmos 2x³ – 5x² – x + 21 e 2x³ + x² – 2x + 5
- 3x + 5 é um polinômio e uma expressão algébrica. teremos:
(2x³ – 5x² – x + 21) – (2x³ + x² – 2x + 5) → eliminando os
Grau de um Polinômio parênteses através do jogo de sinais.
2x³ – 5x² – x + 21 – 2x³ – x² + 2x – 5 → redução de termos
Assim como nos monômios, os polinômios também semelhantes.
possuem grau e é assim que eles são separados, ou seja, para 2x³ – 2x³ – 5x² – x² – x + 2x + 21 – 5
identificar o seu grau, basta observar o grau do maior 0x³ – 6x² + x + 16
monômio, esse será o grau do polinômio. – 6x² + x + 16
Portanto: (2x³ – 5x² – x + 21) – (2x³ + x² – 2x + 5) = – 6x² +
Exemplos x + 16
5x2 – 9x – 8 o monômio de maior grau possui grau 2, logo é
um polinômio do 2º grau. 03. Considerando os polinômios A = 6x³ + 5x² – 8x + 15, B
4x4 – 10x² – 5x¹ o monômio de maior grau possui grau 4, = 2x³ – 6x² – 9x + 10 e C = x³ + 7x² + 9x + 20. Calcule:
logo é um polinômio do 4º grau. a) A + B + C
(6x³ + 5x² – 8x + 15) + (2x³ – 6x² – 9x + 10) + (x³ + 7x² + 9x
Com os polinômios podemos efetuar todas as operações: + 20)
adição, subtração, divisão, multiplicação, potenciação e 6x³ + 5x² – 8x + 15 + 2x³ – 6x² – 9x + 10 + x³ + 7x² + 9x +
radiciação. 20
6x³ + 2x³ + x³ + 5x² – 6x² + 7x² – 8x – 9x + 9x + 15 + 10 +
Operações com Polinômios 20
9x³ + 6x² – 8x + 45
Adição A + B + C = 9x³ + 6x² – 8x + 45
O procedimento utilizado na adição de polinômios envolve
técnicas de redução de termos semelhantes, jogo de sinal, b) A – B – C
operações envolvendo sinais iguais e sinais diferentes. (6x³ + 5x² – 8x + 15) – (2x³ – 6x² – 9x + 10) – (x³ + 7x² + 9x
+ 20)
6x³ + 5x² – 8x + 15 – 2x³ + 6x² + 9x – 10 – x³ – 7x² – 9x – 20

Matemática 132
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APOSTILAS OPÇÃO

6x³ – 2x³ – x³ + 5x² + 6x² – 7x² – 8x + 9x – 9x + 15 – 10 – 20 02. Divisão de polinômio por monômio
6x³ – 3x³ + 11x² – 7x² – 17x + 9x + 15 – 30
3x³ + 4x² – 8x – 15 Exemplos:
A – B – C = 3x³ + 4x² – 8x – 15 a) (10a3b3 + 8ab2) ÷ (2ab2)

Multiplicação O dividendo 10a3b3 + 8ab2 é formado por dois monômios.


A multiplicação com polinômios (com dois ou mais Dessa forma, o divisor 2ab2, que é um monômio, irá dividir
monômios) pode ser realizada de três formas: cada um deles, veja:
1) Multiplicação de monômio com polinômio. (10a3b3 + 8ab2) ÷ (2ab2)
2) Multiplicação de número natural com polinômio.
3) Multiplicação de polinômio com polinômio. 10𝑎3 𝑏 3 8𝑎𝑏 2
+
2𝑎𝑏 2 2𝑎𝑏 2
As multiplicações serão efetuadas utilizando as seguintes
propriedades: Assim, transformamos a divisão de polinômio por
- Propriedade da base igual e expoente diferente: an . am = monômio em duas divisões de monômio por monômio.
a m
n + Portanto, para concluir essa divisão é preciso dividir
- Monômio multiplicado por monômio é o mesmo que coeficiente por coeficiente e parte literal por parte literal.
multiplicar parte literal com parte literal e coeficiente com 10𝑎3 𝑏 3 8𝑎𝑏 2
coeficiente. +
⏟2𝑎𝑏 2 2𝑎𝑏 2

5𝑎2 𝑏 4
1) Multiplicação de monômio com polinômio
- Se multiplicarmos 3x por (5x2 + 3x – 1), teremos: ou
3x.(5x2 + 3x – 1) → aplicar a propriedade distributiva.
3x.5x2 + 3x.3x + 3x.(-1)
15x3 + 9x2 – 3x
Portanto: 3x (5x2 + 3x – 1) = 15x3 + 9x2 – 3x

- Se multiplicarmos -2x2 por (5x – 1), teremos:


-2x2 (5x – 1) → aplicando a propriedade distributiva.
-2x2 . 5x – 2x2 . (-1)
- 10x3 + 2x2 Portanto, (10a3b3 + 8ab2) ÷ (2ab2) = 5a2b + 4
Portanto: -2x2 (5x – 1) = - 10x3 + 2x2
b) (9x2y3 – 6x3y2 – xy) ÷ (3x2y)
2) Multiplicação de número natural com polinômio
- Se multiplicarmos 3 por (2x2 + x + 5), teremos: O dividendo 9x2y3 – 6x3y2 – xy é formado por três
3 (2x2 + x + 5) → aplicar a propriedade distributiva. monômios. Dessa forma, o divisor 3x2y, que é um monômio irá
3 . 2x2 + 3 . x + 3 . 5 dividir cada um deles, veja:
6x2 + 3x + 15. 9𝑥 2 𝑦 3 6𝑥 3 𝑦 2 𝑥𝑦
Portanto: 3 (2x2 + x + 5) = 6x2 + 3x + 15. − −
3𝑥 2 𝑦 3𝑥 2 𝑦 3𝑥 2 𝑦

3) Multiplicação de polinômio com polinômio Assim, transformamos a divisão de polinômio por


- Se multiplicarmos (3x – 1) por (5x2 + 2) monômio em três divisões de monômio por monômio.
(3x – 1) . (5x2 + 2) → aplicar a propriedade distributiva. Portanto, para concluir essa divisão é preciso dividir
3x . 5x2 + 3x . 2 – 1 . 5x2 – 1 . 2 coeficiente por coeficiente e parte literal por parte literal.
15x3 + 6x – 5x2 – 2 9𝑥 2 𝑦 3 6𝑥 3 𝑦 2 𝑥𝑦 1
Portanto: (3x – 1) . (5x2 + 2) = 15x3 + 6x – 5x2 – 2 − − ⟶ 3𝑦 2 − 2𝑥𝑦 −
3𝑥 2 𝑦 3𝑥 2 𝑦 3𝑥 2 𝑦 3𝑥
- Multiplicando (2x2 + x + 1) por (5x – 2), teremos: Portanto,
(2x2 + x + 1) (5x – 2) → aplicar a propriedade distributiva. (9𝑥 2 𝑦 3 − 6𝑥 3 𝑦 2 − 𝑥𝑦): (3𝑥 2 𝑦)
2x2 . (5x) + 2x2 . (-2) + x . 5x + x . (-2) + 1 . 5x + 1 . (-2)
1 1𝑥 −1
10x3 – 4x2 + 5x2 – 2x + 5x – 2 = 3𝑦 2 − 2𝑥𝑦 − 𝑜𝑢 3𝑦 2 − 2𝑥𝑦 −
10x3+ x2 + 3x – 2 3𝑥 3
Portanto: (2x2 + x + 1) (5x – 2) = 10x3+ x2 + 3x – 2
03. Divisão de Polinômio por polinômio
Sejam dois polinômios P(x) e D(x), com D(x) não nulo.
Divisão
Efetuar a divisão de P por D é determinar dois polinômios
Assim como ocorre na multiplicação, a divisão será
Q(x) e R(x), que satisfaçam as duas condições abaixo:
separada em casos, vamos analisá-los.
1ª) Q(x).D(x) + R(x) = P(x)
01. Divisão de monômio por monômio
Ao resolvermos uma divisão onde o dividendo e o divisor
são monômios devemos seguir a regra: dividimos coeficiente
com coeficiente e parte literal com parte literal, e não podemos
𝑎𝑛
esquecer a propriedade an : am = = a n - m.
𝑎𝑚

Exemplos: 2ª) gr(R) < gr(D) ou R(x)=0


6𝑥 3
6x3 ÷ 3x = , agora faremos 6:3 e x³:x, e obteremos 2x Nessa divisão:
3x
P(x) é o dividendo.
−10 𝑥 2 𝑦 4 D(x) é o divisor.
−10𝑥 2 𝑦 4 : 2𝑥𝑦 2 = = −5𝑥𝑦 2
𝑥 𝑦2
2
Q(x) é o quociente.

Matemática 133
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APOSTILAS OPÇÃO

R(x) é o resto da divisão. , Pm(x) é um polinômio de maior grau M(x) que divide todos
os polinômios P1(x), P2(x), ... , Pm(x) .
Obs.: Quando temos R(x) = 0 dizemos que a divisão é exata,
ou seja, P(x) é divisível por D(x) ou D(x) é divisor de P(x). M(x) também deve só conter coeficientes racionais.

Se D(x) é divisor de P(x)  R(x)=0 Saiba: P(x) = 2x3 + x – 1 é um polinômio de coeficientes


racionais porque todos os coeficientes das potências xn (n = 1,
Exemplo: 2, 3, ...) e o termo independente são números racionais. O grau
Determinar o quociente de P(x) = x4 + x3 – 7x2 + 9x – 1 por deste polinômio é 3.
D(x) = x2 + 3x – 2.
Resolução: Aplicando o método da chave, temos:

Saiba:
P(x) = 140x5 + √2 x3 – x2 + 3 NÃO é um polinômio de
coeficientes racionais porque há pelo menos um coeficiente
das potências xn (n = 1, 2, 3, ...) ou do termo independente que
não é um número racional. No caso, o coeficiente irracional
(que é um número real não racional) é √2 da potência cúbica.
Preste atenção: P(x) não deixa de ser um polinômio! Apenas
não é um polinômio racional.
Verificamos que:
Um polinômio D(x) divide um polinômio A(x) - não nulo -
se existe um polinômio Q(x) tal que

A(x) ≡ Q(x)D(x)
O dispositivo de Briot-Ruffini
Por exemplo, D(x) = x + 2 divide A(x) = x3 + 2x2 – 9x – 18
Utiliza-se para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por pois existe um Q(x) = x2 – 9 tal que A(x) ≡ Q(x)D(x). Veja:
um binômio da forma (ax + b).
x3 + 2x2 – 9x – 18 ≡ (x + 2)(x2 – 9)
Exemplo: Determinar o quociente e o resto da divisão do
polinômio P(x) = 3x3 – 5x2 + x – 2 por (x – 2). Denotamos D(x) | A(x) e lemos: D(x) divide A(x) ou A(x) é
Resolução: divisível por D(x). Q(x) é o quociente.

Procedimento
Obtendo um mdc usando FATORAÇÃO:
Obter a fatoração de P1, P2, etc... Isso quer dizer,
decomponha P1, P2, etc... em fatores com menor grau possível
onde os fatores ainda sejam polinômios racionais.
1) Um mdc entre os polinômios é igual produto dos fatores
Para resolvermos este problema, vamos seguir o passo a comuns dos polinômios.
passo abaixo: 2) Caso não existam fatores comuns, o maior divisor
1) Vamos achar a raiz do divisor: x – 2 = 0 → x = 2; comum é 1, logo o mdc(P1, P2, ...) = 1
2) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do
dividendo ordenadamente na parte de cima da reta, como Exemplos:
mostra a figura acima; 1) Obter um mdc entre (x2 – 2x + 1) e (x2 – 1)
3) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo; x2– 2x + 1 = (x – 1)( x – 1)
4) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente x2– 1 = (x – 1)(x + 1)
repetido abaixo e somamos o produto com o 2º coeficiente do Um mdc é (x – 1) já que é fator comum entre os polinômios
dividendo, colocando o resultado abaixo deste; x2– 2x + 1 e x2– 1.
5) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado
abaixo do 2º coeficiente e somamos o produto com o 3º 2) Obter um mdc entre (x2 – 2x + 1) e (5x2 – 5)
coeficiente, colocando o resultado abaixo deste, e assim x2– 2x + 1 = (x – 1)( x – 1)
sucessivamente; 5x2– 5 = 5(x – 1)(x + 1)
6) Separamos o último número formado, que é igual ao Um mdc é (x – 1) já que é fator comum entre os polinômios
resto da divisão, e os números que ficam à esquerda deste x2– 2x + 1 e 5x2– 5 .
serão os coeficientes do quociente. Entretanto, em se tratando de polinômios, temos sempre a
Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de EXISTÊNCIA de mdc (entre polinômios não nulos); e isso é
P(x), pois o divisor é de grau 1. garantido, uma vez que 1 divide qualquer polinômio. Mas não
Resposta: Q(x) = 3x2 + x + 3 e R(x) = 4. temos a unicidade de mdc para polinômios.
O teorema das divisões sucessivas é aplicado em várias Pela definição, para que um polinômio M(x) seja mdc entre
divisões utilizando este método citado acima. A(x) e B(x) - não nulos - basta que M(x) divida A(x) e B(x).

Máximo Divisor Comum de um Polinômio Perceba, por exemplo, que A(x) = x2 – 2x + 1 e B(x) = x2 – 1
Um máximo divisor comum de um grupo de dois ou mais são ambos divisíveis por x – 1,
polinômios não nulos, de coeficientes racionais, P1(x), P2(x), ... 2x – 2, 3x – 3, – 4x + 4, ... enfim! A(x) e B(x) são divisíveis
por qualquer polinômio da forma

Matemática 134
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a(x – 1) onde a é um número real não nulo. Resolução


Para que P(x) seja divisível por x – 2 devemos ter P(2) =
0, pois 2 é a raiz do divisor:

Assim, para que seja


divisível por x – 2 devemos ter p = 19.
Pelo Teorema de D'Alembert, (x – 1) | A(x) assim como (x
– 1) | B(x), pois A(1) = B(1) = 0. Questões

Dica → O MDC entre polinômios não é único. 01. (Guarda Civil/SP) O resto da divisão do polinômio x³
Mas se P é um mdc entre os polinômios considerados, todo + 3x² – 5x + 1 por x – 2 é:
mdc entre eles pode ser escrito como a·P (a é uma constante (A)1
não nula). (B)2
Não se esqueça que para ser mdc é OBRIGATÓRIO que ele (C)10
seja o produto de TODOS os divisores dos polinômios dados (D)11
(desconsiderando as constantes multiplicativas). O grau do (E) 12
mdc é único.

Teorema do Resto 02. (Guarda Civil/SP) Considere o polinômio


P(x) = 4x4 + 3x3 – 2x2 + x + k
O resto da divisão de um polinômio P(x) pelo binômio ax Sabendo que P(1) = 2, então o valor de P(3) é:
+ b é igual ao valor numérico desse polinômio
(A) 386.
(B) 405.
para , ou seja, . (C) 324.
(D) 81.
Exemplo
Calcule o resto da divisão de P(x) = x² + 5x - 1 por B(x) = (E) 368.
x + 1:
Achamos a raiz do divisor:
03. (UNESP) Se o polinômio P(x) = x3 + mx2 - 1 é divisível
x + 1= 0 x=-1 por x2 + x - 1, então m é igual a:
Pelo teorema do resto, sabemos que o resto é igual a P(-
1): (A)-3

P(-1) = (-1)² + 5.(-1) -1 P(- 1) = - 5 = r (B)-2


Portanto, o resto da divisão de x² + 5x - 1 por x + 1 é - 5. (C)-1
Note que P(x) é divisível por ax + b quando r = 0, ou seja,
(D)1
(E) 2

quando . Daí vem o enunciado do seguinte


teorema: 04. (UFAL) Seja o polinômio do 3° grau p = ax³ + bx² + cx
+ d cujos coeficientes são todos positivos. O n° real k é
Teorema de D’Alembert
solução da equação p(x) = p(- x) se, e somente se, k é igual a:
Um polinômio P(x) é divisível pelo binômio 1 se e (A) 0
(B) 0 ou 1
(C) - 1 ou 1
somente se .
(D) ± √c/a
O caso mais importante da divisão de um (E) 0 ou ± √-c/a
polinômio P(x) é aquele em que o divisor é da forma (x -
).
05 . (UFSM) Considere os polinômios, de coeficientes
Note que é a raiz do divisor. Então o resto da divisão
reais:
de P(x) por (x – ) é:
A(x)= x3 + ax2 + bx + c
r = P( )
Assim: B(x)= bx3 + 2x2 + cx +2
Teremos que A(k)=B(k), qualquer que seja o número real
P(x) é divisível por (x – ) quando r =
k, quando:
0, ou seja, quando P( ) = 0.
(A) a=c=2 e b=1
Exemplo (B) b=c=1 e a=2
Determine o valor de p, para que o (C) a=b=c=1
(D) a=b=c=2
polinômio seja divisível
por x – 2: (E) nunca

Matemática 135
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APOSTILAS OPÇÃO

06. (FUVEST) Um polinômio P(x) = x3 + ax2 + bx + c, P(3) = 4x4 + 3x³ + 2x² + x – 4


satisfaz as seguintes condições:
P(1) = 0; P(–x) + P(x) = 0, qualquer que seja x real. Qual o P(3) = 4.(3)4 + 3.(3)3 + 2.(3)2 + 3 -4
valor de P(2)? P(3) = 4.81 + 3.27 – 2.9 + 3 – 4
(A) 2
P(3) = 324 + 81 – 18 + 3 – 4
(B) 3
P(3) = 386
(C) 4
(D) 5
03. Resposta: E
(E) 6

07. (MACK)

Considerando as divisões de polinômios acima, podemos


afirmar que o resto da divisão de P(x) por x2 – 8x + 12 é: Como é divisível, então o resto deverá ser igual a zero, logo
(A) 3x – 2 teremos que:
(B) x + 1 m–2=0
(C) 2x + 2 m=+2
(D) 2x + 1
(E) x + 2 04. Resposta: E
p(x) = p(- x)
08. (FGV) Sabe-se que o polinômio f = x4 – x3 – 3x2 + x + 2 ax³ + bx² + cx + d = - ax³ + bx² - cx + d
é divisível por x2 – 1. Um outro divisor de f é o polinômio: 2ax³ + 2cx = 0
(A) x2 – 4 2(ax³ + cx) = 0
(B) x2 + 1 ax³+cx=0
(C) (x + 1)2 Como k é solução da equação ax³ + cx = 0, teremos
(D) (x – 2)2 p(k) = ak³ + ck = 0
(E) (x – 1)2 ak³ + ck = 0
k(ak² + c) = 0
09. (FGV) Um polinômio P (x) do 4o grau é divisível por (x k = 0 ou
– 3)3. Sendo P (0) = 27 e P (2) = –1, então o valor de P (5) é: ak² + c = 0
(A) 48 k² = - c/a
(B) 32 k = ± √−𝑐/𝑎
(C) 27
(D) 16 05. Resposta: E
(E) 12 A(x) = B(x)  x3 + ax2 + bx + c = bx3 + 2x2 + cx + 2  x3
+ax + bx +c - bx3 - 2x2 – cx - 2 = 0
2
10. (MACK) Se P (x) = x3 – 8 x2 + kx – m é divisível por (x – x3 (1 - b) + x2(a - 2) + x(b - c) + c – 2 = 0, daí tiramos:
𝑘
2) (x + 1) então , (m≠ 0), vale: b = 1 ; a = 2 ; b = c ; c = 2 , b = 2 , então se b = 1 e b = 2 , b
𝑚
(A) 2/5 não pode ter dois valores, logo não existe resposta correta.
(B) – 5/14
(C) 7/2 06. Resposta: E
(D) 2/7 P(x) = x3 + ax2 + bx + c
(E) 1/2 P(1) = 13+ a12 + b1 + c  a + b + c = - 1
P(- x) + P(x) = - x3 + ax2 – bx + c + x3 + ax2 + bx + c  2ax2 +
Comentários 2c = 0  ax2 + c = 0  a = 0 ; c = 0
Substituindo em a + b + c = - 1, b = - 1
01. Resposta: D P(2) = 23 - 1.2 = 8 - 2 = 6

07. Resposta: E
P(x) = Q(x) (x – 2) + 4; Q(x) = Q1 (x) (x – 6) + 1
P(x) = (Q1 (x) (x – 6) + 1) (x – 2) + 4
P(x) = Q1 (x) (x2 – 8x + 12) + x – 2 + 4
P(x) = Q1 (x) (x2 – 8x + 12) + (x + 2)
R(x) = x + 2

08. Resposta: C

02. Resposta: A
P(1) = 4.1 + 3.1 – 2.1 + 1 + k =2
P(1) = 4 + 3 – 2 + 1+ k = 2
09. Resposta: E
10 + k = 2 P(x) = (x – 3)3 . Q(x) + R(x)
k=2–6 P(0) = – 27 . Q(0) = 27 ⟹ Q(0) = – 1
P(2) = – 1 . Q(2) = – 1 ⇒ Q(2) = 1
k=–4
P(5) = ?
Substituindo k, e fazendo P(3), teremos: Q(x) = ax + b

Matemática 136
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APOSTILAS OPÇÃO

Q(0) = b = – 1 = an.(x + 1).(x - 2- i).(x - 2 + i)


Q(2) = 2a – 1 = 1  a = 1  Q(x) = x – 1 = an.(x + 1).(x²- 4x + 5)
P(5) = (5 – 3)3 . Q(5)  P(5) = 8 . (5 – 1) = 32 = an.(x³ - 3x² + x + 5)
Como p(2) = 9, segue que:
10. Resposta: B P(2) = 9 = an.(2³ - 3.2² + 2 + 5)
Resolução: = an.3 = 9
an = 3
Portanto p(x) = 3(x³ - 3x² + x + 5) = 3x³ - 9x² + 3x + 15

Multiplicidade de Uma Raiz

Podemos decompor a equação polinomial 2x6 + 14x5 + 12x4


- 68x3 - 38x2 + 150x – 72 = 0 da seguinte maneira:
2(x - 1)(x - 1)(x - 1)(x + 3)(x + 3)(x + 4) = 0 ⇒ 2(x - 1)3 (x +
EQUAÇÕES POLINOMIAIS
3)2 (x + 4) = 0
Denominamos equação polinomial2 ou equação algébrica
Temos que as raízes dessa equação são: 1, 1, 1, -3, -3 e -4.
toda equação que pode ser escrita na forma p(x) = 0, em que
p(x) = anxn + an-1xn-1 + na-2xn-2 + an-3xn-3 + ... +a2x2 + a1x + a0 é um
Dizemos que:
polinômio de grau n, com n ≥ 1 e na ≠ 0.
a) a raiz 1 tem multiplicidade 3 ou que 1 é raiz tripla da
O grau e as raízes de uma equação polinomial p(x) = 0 são,
equação;
respectivamente, iguais ao grau e às raízes do polinômio p(x).
b) a raiz - 3 tem multiplicidade 2 ou que - 3 é raiz dupla da
O conjunto solução será o conjunto de todas as suas raízes.
equação;
c) a raiz - 4 tem multiplicidade 1 ou que - 4 é raiz simples
Exemplos
da equação.
a) x² - 4x + 4 = 0
grau: 2.
Note que a multiplicidade de cada raiz da equação
Raízes: -2 e 2.
corresponde ao expoente do fator que contém essa raiz. Por
Conjunto solução: S = {-2; 2}.
exemplo, a raiz - 3 tem multiplicidade 2, e o expoente do fator
que a contém é igual a 2.
b) 3x – 6 = 0
Como a raiz - 3 tem multiplicidade 2, a equação inicial é
Grau: 1.
divisível por (x + 3) e (x + 3)², porém não é divisível por (x +
Raiz: 2.
3)³, por exemplo.
Conjunto solução: S = {2}.
DICA: A quantidade de vezes que um número aparece
c) 3x³ + 8x² - 15x + 4 = 0
como raiz de uma equação polinomial indica a multiplicidade
Grau: 3.
dessa raiz.
Raízes: -4, 1/3 e 1.
Conjunto solução: S = {-4, 1/3, 1}.
Exemplos
A) x2 -10x + 25 = 0 ⇒ (x - 5)(x - 5) = 0 ⇒ (x – 5)² = 0
Teorema Fundamental da Álgebra
Como há dois fatores (x - 5), dizemos que a raiz 5 tem
multiplicidade 2.
O Teorema Fundamental da Álgebra foi demonstrado
satisfatoriamente pela primeira vez em 1798, na tese de
B) x7 - 11x6 + 48x5 - 100x4 + 80x3 + 48x2 - 128x + 64 = 0
doutorado de Carl Friedrich Gauss (1777-1855), que na época
⇒ (x - 2)(x - 2)(x - 2)(x - 2)(x - 2)(x - 2)(x + 1) = 0
tinha apenas 20 anos.
⇒ (x - 2)6 . (x + 1) = 0
Como há seis fatores (x - 2), dizemos que a raiz 2 tem
Definição: Toda equação polinomial de grau n, com n ≥ 1,
multiplicidade 6, e como há um fator (x + 1), dizemos que a raiz
admite pelo menos uma raiz complexa.
-1 é simples.
Como consequência temos o Teorema da decomposição
Raízes Complexas
em fatores:
A seguir está enunciado um teorema que trata das raízes
complexas não reais de uma equação polinomial de
coeficientes reais, ou seja, das raízes complexas da forma z = a
+ bi, com a ∈ IR e b ∈ IR*.
Se o número complexo z = a + bi, com a ∈ IR e b ∈ IR*, é raiz
Uma equação polinomial de grau n tem raízes complexas de uma equação polinomial com coeficientes reais, então o
(não necessariamente distintas). conjugado de z, dado por 𝑧̅ = a - bi, também é raiz dessa
equação.
Exemplo
Escreva o polinômio p(x) de raízes -1, 2 + i e 2 - i, tal que Como consequência desse teorema, temos:
p(2) = 9.
Se uma equação polinomial de coeficientes reais possui
Pelo teorema da decomposição em fatores, o polinômio uma raiz complexa não real z de multiplicidade m, então 𝑧̅
p(x) pode ser escrito como: (conjugado de z) também é uma raiz complexa não real de
P(x) = an.[x - (- 1)].[x - (2 + i)].[x - (2 - i)] multiplicidade m dessa equação.

2
Souza, Joamir. Garcia, Jacqueline. Contato Matemática. Volume 3.
1ªed. FTD. 2016. PNLD 2018.

Matemática 137
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APOSTILAS OPÇÃO

Uma equação polinomial de coeficientes reais possui um 02. (IF/BA - Professor de Matemática - AOPC) A equação
número par de raízes complexas não reais. Portanto, caso o x3 - 147x + 686 = 0 tem por raízes os números m e n, sendo m
grau de uma equação polinomial de coeficientes reais seja raiz dupla e n = - 2 m. Nessas condições, o valor de (m + n) é
ímpar, essa equação necessariamente possui um número (A) 7.
ímpar de raízes reais. (B) -7 .
(C) -7 ou 7.
Exemplos (D) 7 - i.
01. Qual é o grau mínimo de uma equação polinomial de (E) -7 + i.
coeficientes reais que possui 2 como raiz simples, 2 + i como
raiz dupla e 1 – i como raiz tripla. 03. (Pref. de Fortaleza/CE – Matemática – Pref. de
(A) 6 Fortaleza) Considere a expressão E = n.(n + 1) . (2n + 1), onde
(B) 9 n é um número inteiro. A única afirmativa falsa é:
(C) 10 (A) a expressão E é divisível por 2 para todo n ≥ 1.
(D) 11 (B) a expressão E é divisível por 3 para todo n ≥ 1.
(E) 12 (C) a expressão E é divisível por 2 e por 3 para todo n ≥ 1.
(D) a expressão E é divisível por 5 para todo n ≥ 2.
Resolução
Como a equação polinomial possui coeficientes complexos, Comentários
o conjugado de cada raiz complexa também é raiz da equação.
Logo: 01. Resposta: D
2 é raiz; Para que uma raiz real esteja entre 0 e 2 basta tomarmos
2 + i é raiz dupla, então 2 – i também é raiz dupla; com ponto de partida que; f(0)<0 e f(2)>0, para assim saber
1 – i é raiz tripla, então 1 + i também é raiz tripla. que entre 0 e 2 teremos uma raiz, a partir daí descobrir os
Portanto, a equação polinomial possui no mínimo 1 + 2 + 2 possíveis valores de m para que isto ocorra.
+ 3 + 3 = 11 raízes, ou seja, o grau mínimo da equação é 11, f(0) = 05-2.04+4.03 – 11.02 + 9.0+ (m-3) < 0
logo alternativa D. m–3<0
m<3
02. Qual é o conjunto solução da equação x4 - 7x3 + 10x2 +
26x – 60 = 0, sabendo que 3 + i é uma das raízes da equação. f(2) = 25 – 2.24 + 4.23 – 11.22 + 9.2+ (m-3)>0
(A) S = {3 + i, 3 - i,-2, 3} 32 – 32 + 32 – 44 + 18 + m – 3 >0
(B) S = {3 + i, 3 - i} - 47 + 50 + m > 0
(C) S = {3 + i,-2, 3} m>-3
(D) S = {3 + i, 3 - i,-3, 2} Assim
(E) S = {3 + i, 3 - i, 0, -1} -3 < m < 3.

Resolução 02. Resposta: B


Como a equação tem coeficientes reais e 3 + i é uma raiz, Produto das raízes, utilizando uma fórmula é dada por:
então 3 - i também é raiz, então podemos escrever: Sendo o polinômio do 3º grau podemos ter:
(x – (3 + i)) . (x – (3 – i)) = (x – 3 – i) . (x – 3 + i) = x² - 3x + ax³ + bx² + cx + d = 0
ix - 3x + 9 – 3i – ix + 3i – i² = x² - 6x + 9 + 1 = x² - 6x + 10. x1 . x2 . x3= -d/a , temos
Portanto para encontrar as outras raízes basta dividirmos
o polinômio x4 - 7x3 + 10x2 + 26x – 60 por x² - 6x + 10, ou seja: m . m . n = -686/1 , como n = -2m teremos

m² . (-2m) = -681

-2m³3 = -681

m³ = 681/2

m³ = 343
3
x4 - 7x3 + 10x2 + 26x – 60 = (x² - 6x + 10) . q(x) m = √343
e assim as raízes de q(x) = x² - x – 6 serão:
-2 e 3. m = 7 , logo as raízes são, 7, 7 e -14 , portanto m + n = 7 -
Portanto a solução da equação x4 - 7x3 + 10x2 + 26x – 60 = 14 = - 7
0 será:
S = {3 + i, 3 - i,-2, 3}, alternativa A. 03. Resposta: D
Vamos testar para alguns valores de n:
Questões
para n = 1 ; f(1) = 6
01. (IF/BA - Professor de Matemática - AOPC) Para que para n = 2 ; f(2) = 30
a equação x5 - 2x4 + 4x3 - 11x2 + 9x + (m - 3) tenha pelo menos para n = 3 ; f(3) = 84 Não é múltiplo de 5
uma raiz real compreendida entre 0 e 2, devemos ter Assim f(n) não é divisível por 5 para todo n ≥ 2
(A) m > 2 ou m < - 2.
(B) - 2 < m < 2. EQUAÇÕES ALGÉBRICAS OU POLINOMIAIS
(C) m > 3 ou m < - 3.
(D) - 3 < m < 3. Sendo P(x) um polinômio em C, chama-se equação
(E) m múltiplo de 3. algébrica à igualdade P(x) = 0.

Matemática 138
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APOSTILAS OPÇÃO

Portanto, as raízes da equação algébrica, são as mesmas do x1.x2 + x1.x3 + x1.x4 + x2.x3 + x2.x4 + x3.x4 = c/a;
polinômio P(x). O grau do polinômio, será também o grau da x1.x2.x3 + x1.x2.x3 + x1.x3.x4 + x2.x3.x4 = - d/a;
equação. x1.x2.x3.x4 = e/a.

Exemplo: 3x4 - 2x3 + x + 1 = 0 é uma equação do 4º grau Teorema das Raízes Racionais
Seja a equação polinomial ax4 + bx3 + cx2 + dx + e = 0,
𝑝
Propriedades Importantes segundo o teorema, se o número racional for raiz da equação
𝑞
- Toda equação algébrica de grau n possui exatamente n
polinomial, onde p e q são primos entre si, então “e” é divisível
raízes.
por p e “a” é divisível por q.
Exemplo: a equação x3 - x = 0 possui 3 raízes a saber: x = 0
Exemplo
ou x = 1 ou x = -1. Dizemos então que o conjunto verdade ou
Queremos saber se a equação x3 – x2 + x – 6 = 0 possui
conjunto solução da equação dada é S = {0, 1, -1}.
raízes racionais: p deve ser divisor de 6, portanto: ±6, ±3, ±2,
±1; q deve ser divisor de 1, portanto: ±1; Portanto, os possíveis
- Se b for raiz de P(x) = 0, então P(x) é divisível por (x – b).
valores da fração são p/q: ±6, ±3, ±2 e ±1. Substituindo esses
Esta propriedade é muito importante para abaixar o grau de
valores na equação, descobrimos que 2 é uma de suas raízes.
uma equação, o que se consegue dividindo P(x) por x - b,
Como esse polinômio é de grau 3 (x3) é necessário descobrir
aplicando Briot-Ruffini.
apenas uma raiz para determinar as demais. Se fosse de grau 4
(x4) precisaríamos descobrir duas raízes. As demais raízes
- Se o número complexo (a + bi) for raiz de P(x) = 0, então
podem facilmente ser encontradas utilizando-se o dispositivo
o conjugado (a – bi) também será raiz.
prático de Briot-Ruffini e a fórmula de Bháskara.
Exemplo: qual o grau mínimo da equação P(x) = 0,
sabendo-se que três de suas raízes são os números 5, 3 + 2i e 4
O Teorema de Bolzano
- 3i. Ora, pelo que acabamos de ver, se um número complexo é
Também conhecido por “Teorema dos Valores
solução, então o seu conjugado também será solução, assim
Intermédios” ou ainda por “Teorema de Bolzano-Cauchy” é
sendo, os complexos conjugados 3 - 2i e 4 + 3i são também
muito usado na matemática por causa do seu corolário que
raízes. Logo, concluímos que o grau mínimo de P(x) é igual a 5,
permite verificar a existência ou não de zeros numa função
ou seja, P(x) possui no mínimo 5 raízes.
contínua num intervalo. O teorema refere o seguinte:
- Se a equação P(x) = 0 possuir k raízes iguais a m então
Se f é uma função contínua num intervalo [a,b], qualquer
dizemos que m é uma raiz de grau de multiplicidade k.
que seja o valor k compreendido entre f(a) e f(b), existe pelo
Exemplo: a equação (x - 4)10 = 0 possui 10 raízes iguais a 4.
menos um valor c compreendido entre a e b tal que f(c) = k.
Portanto 4 é raiz décupla ou de multiplicidade 10.

- Se a soma dos coeficientes de uma equação algébrica P(x)


= 0 for nula, então a unidade é raiz da equação (1 é raiz).
Exemplo: 1 é raiz de 40x5 -10x3 + 10x - 40 = 0, pois a soma
dos coeficientes é igual a zero, isto é, 40 – 10 + 10 – 40 = 0.

- Toda equação de termo independente nulo, admite um


número de raízes nulas igual ao menor expoente da variável.
Exemplo: a equação 3x5 + 4x2 = 0 possui cinco raízes, das
quais duas são nulas.

- Se x1 , x2 , x3 , ... , xn são raízes da equação a0xn + a1xn-1 +


a2xn-2 + ... + an = 0, então ela pode ser escrita na forma fatorada:
a0(x – x1) . (x – x2) . (x – x3) . ... . (x – xn) = 0. pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_do_valor_intermediário
Exemplo: Se - 1, 2 e 53 são as raízes de uma equação do 3º
grau, então podemos escrever: (x + 1) . (x – 2) . (x – 53) = 0, que Dada a função f(x), para um intervalo aberto ]a,b[, temos
desenvolvida fica: x3 - 54x2 + 51x + 106 = 0. que:
f(a).f(b) < 0 → Existe um número ímpar de raízes no
Relações de Girard intervalo ]a,b[
São as relações existentes entre os coeficientes e as raízes f(a).f(b) > 0 → Existe um número par, ou zero raízes no
de uma equação algébrica. intervalo ]a,b[
Para uma equação do 2º grau, da forma ax2 + bx + c = 0, já f(a).f(b) = 0 → a ou b é raiz.
conhecemos as seguintes relações entre os coeficientes e as
raízes x1 e x2: Esse teorema é bastante intuitivo, pois se f(a). f(b) possui
Soma: x1 + x2 = - b/a; um produto negativo, significa que os sinais de f(a) e f(b) são
Produto: x1 . x2 = c/a. diferentes, e portanto f(a) e f(b) estão em lados opostos em
relação ao eixo x. Com isso, temos que a função deve ter
Para uma equação do 3º grau, da forma ax3 + bx2 + cx + d = cruzado o eixo x um número ímpar de vezes (logo há um
0, sendo x1, x2 e x3 as raízes, temos as seguintes relações de número ímpar de raízes no intervalo dado). Se f(a).f(b) >0, os
Girard: dois estão no mesmo lado em relação ao eixo x. Com isso, f
x1 + x2 + x3 = - b/a; cruzou o eixo um número par ou 0 vezes. Se f(a).f(b) = 0,
x1.x2 + x1.x3 + x2.x3 = c/a; implica que f(a) = 0 ou f(b)=0, logo temos que a ou b são raízes.
x1.x2.x3 = - d/a.
Questões
Para uma equação do 4º grau, da forma ax4 + bx3 + cx2 + dx
+ e = 0, sendo as raízes iguais a x1, x2, x3 e x4, temos as seguintes 01. Uma equação algébrica com coeficientes reais admite
relações de Girard: como raízes os números complexos 2 + i, 1 – i e 0. Podemos
x1 + x2 + x3 + x4 = -b/a; afirmar que o grau dessa equação é, necessariamente:

Matemática 139
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APOSTILAS OPÇÃO

(A) par. 08. (PETROBRAS – Conhecimentos Básicos –


(B) ímpar. CESGRANRIO) Considere a equação polinomial x3 + x2 + kx =
(C) igual a três. 0, onde k é um coeficiente real.
(D) menor ou igual a seis.
(E) maior ou igual a cinco. Se uma das raízes dessa equação é 4, as outras raízes são
(A) – 20 e 0
02. Quais são as outras raízes da equação x3 – 5x2 + 8x – 6 (B) – 5 e 0
= 0, sabendo-se que 1 + i é uma de suas raízes. (C) – 4 e + 5
(A) 1 – i, 3 (D) + 4 e – 5
(B) 1 + i, 3 (E) + 20 e 0
(C) 1 – i, 9
(D) 1 + i, 9 Comentários
(E) 1 – i, 1 + i
01. Resposta: E
03. Sendo 4 + e raízes do polinômio P(x) = – 2x5 Como a equação tem coeficientes reais, além das raízes 2 +
22x4 + 74x3 + 2x2 – 420x + 540, então a soma dos quadrados i, 1 – i e zero, ela admite também 2 – i e 1 + i como raízes. Logo,
das raízes reais desse polinômio é: o menor grau possível para essa equação é 5.
(A) 17
(B) 23 02. Resposta: A
(C) 19 Sendo a equação de coeficientes reais, se 1 + i é uma raiz,
(D) 25 então 1 – i também será raiz desta equação, pois se um número
(E) 21 complexo for raiz, podemos garantir que o seu conjugado
também será. Assim, já temos duas das três raízes da equação.
04. Entre as frações Pelas relações de Girard, temos:

podem ser raízes da


x1+ x2 + x3 = , ou seja, (1+ i) + (1– i) + x3 = 5
equação 16x6 + ax5 + bx4 + cx3 + dx2 + ex + 45 = 0, com a, b, c,
x3 = 3
d e e números inteiros, as frações:
3 5 V = {1 – i, 1 + i, 3}
(A) 𝑒
4 8
9 7
(B) 𝑒 03. Resposta: C
15 8
3 11 Sendo a equação de coeficientes inteiros, se 4 +
(C) 𝑒
7
5
13
7 e são raízes, então 4 – e– também são raízes
(D) 𝑒 desta equação. Assim, já temos quatro das cinco raízes da
11 12
(E)
13
𝑒
5
equação. Pelas relações de Girard, temos:
6 11

05. (ITA/SP) Se , , são raízes da equação x3 – 2x2 + 3x x1+ x2 + x3 + x4 + x5 = , ou seja,

– 4 = 0, então, o valor de é: x=3


1
(A)
4
(B) −
1 As raízes reais são: ,– e 3.
3
4 A soma dos quadrados das raízes reais é:
(C)
4
3
(D) −
2
3
(E) 04. Resposta: A
2
Em todas as alternativas, exceto a primeira, em pelo menos
06. (FUVEST/SP) Sabe-se que o produto de duas raízes da uma das frações ou o numerador não é divisor inteiro de 45 ou
equação algébrica 2x3 – x2 + kx + 4 = 0 é igual a 1. Então, o valor o denominador não é divisor inteiro de 16.
de k é:
(A) – 8 05. Resposta: C
(B) – 4
(C) 0
(D) 4
(E) 8

07. (UFSCAR/SP) Sabendo-se que a soma de duas das


raízes da equação x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0 é igual a 5, pode-se
afirmar a respeito das raízes que:
(A) são todas iguais e não nulas.
(B) somente uma raiz é nula.
(C) as raízes constituem uma progressão geométrica.
(D) as raízes constituem uma progressão aritmética.
(E) nenhuma raiz é real.

Matemática 140
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APOSTILAS OPÇÃO

06. Resposta: A

07. Resposta: C
x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0
Raízes: x1, x2 e x3
Informação: x1 + x2 = 5
Girard: x1 + x2 + x3 = 7 5 + x3 = 7 x3 = 2
Como 2 é raiz, por Briot-Ruffini, temos

x2 – 5x + 4 = 0
x = 1 ou x = 4
S = {1, 2, 4}

08. Resposta: B
Como uma das raízes é 4, basta substituir x por 4 e
encontrar o valor de k.
x3 + x2 + kx = 0
43 + 42 + k4 = 0
64 + 16 + 4K = 0
K = -20
Então nossa equação é x3 + x2 + 4x = 0 (colocando x em
evidência), temos:
x(x² + x – 20) = 0
x=0 ou x² + x – 20 = 0
basta resolver esta equação do 2º grau.
Δ = b² - 4.a.c
Δ = 1² - 4-1-(-20) = 81
−𝑏±√𝑏2 −4𝑎𝑐
𝑥=
2𝑎
−1±√81 −1±9
𝑥= =
2.1 2
x = - 5, ou x = 4.
Assim as raízes são -5; 0 e 4.
Como ele já deu que uma das raízes é 4, as outras duas
raízes serão 0 e -5.

Anotações

Matemática 141
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Matemática 142
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PORTUGUÊS

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APOSTILAS OPÇÃO

Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas


adolescentes.
A linguagem informal típica dos adolescentes.

09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE


TEXTOS
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
assunto;
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
a leitura;
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto
1) Leitura, interpretação e pelo menos duas vezes;
análise de textos Leitura, 04) Inferir;
interpretação e análise dos 05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
significados presentes em um autor;
texto e o respectivo 07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
relacionamento com o compreensão;
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
universo em que o texto foi questão;
produzido. 09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-
melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar


inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a
dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional
narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas
infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura
de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e
isso, devemos entender, primeiro, algumas definições criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise
importantes: de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar
suas dúvidas.
Texto Uma interpretação de texto competente depende de
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas
de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes
um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz
novela de televisão também são formas textuais. suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência
e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode
Interlocutor apresentar aspectos surpreendentes que não foram
É a pessoa a quem o texto se dirige. observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos
do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais
Texto-modelo presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação
com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias
(…) supracitadas ou apresentando novos conceitos.
É normal você querer o máximo de atenção do seu Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram
namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não
mais importante da sua vida.” costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses,
(Revista Capricho) supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso
Modelo de Perguntas na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com
quem é o seu interlocutor preferencial? cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um
Um leitor jovem. analfabeto funcional e ler com atenção é um exercício que deve
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece
permitem a você identificar o interlocutor preferencial do nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos!
texto? Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-
interpretacao-texto.html
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista

Português 1
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Questões (C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela


maioria dos moradores.
O uso da bicicleta no Brasil (D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os
demais meios de transporte.
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil (E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países arriscada e pouco salutar.
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez 02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa objetivos centrais do texto é
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que (A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do
oferecem mais vantagens. ciclista.
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e (B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é
a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na mais seguro do que dirigir um carro.
calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos (C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e no Brasil.
prioridade sobre os automotores. (D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à de locomoção se consolidou no Brasil.
bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, (E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista
pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não deve dar prioridade ao pedestre.
consomem petróleo e produzem muito menos sucata de
metais, plásticos e borracha; a diminuição dos 03. Considere o cartum de Evandro Alves.
congestionamentos por excesso de veículos motorizados, que
atingem principalmente as grandes cidades; o favorecimento Afogado no Trânsito
da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e a
economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro,
nos impostos.
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por
exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da
Prefeitura, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA,
com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São
Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país
aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão com o
projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do
compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em
Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
valor do passe mensal é R$ 10 e o do passe diário, R$ 5,
podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum
aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos é
estratégicos. (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou (D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um (E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas 04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
vezes, discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A Televisão
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é
tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e
deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e
nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado) (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. Adaptado)

01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de É correto concluir que, de acordo com o cartum ,
locomoção nas metrópoles brasileiras (A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra ou pela TV são equivalentes.
devido à falta de regulamentação. (B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido imaginação mais ativa.
incentivado em várias cidades.

Português 2
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(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém (B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas
que não sabe se distrair. pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto comunitário do ato de dirigir.
assistir a um programa de televisão. (C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção
idêntico, embora ler seja mais prazeroso. agressiva.
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de
Leia o texto para responder às questões: experiências e atividades não só individuais como também
sociais.
Propensão à ira de trânsito (E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
emoções positivas por parte dos motoristas.
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro Gabarito
do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como
clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. 1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D)
E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas
não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas
também se engajam num comportamento de risco – algumas
até agem especificamente para irritar o outro motorista ou
2) Fonética, ortografia e
impedir que este chegue onde precisa. pontuação Correta escrita das
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter palavras da língua
antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um
motorista a tomar decisões irracionais.
portuguesa, acentuação
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. gráfica, partição silábica e
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa pontuação.
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos.
Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas
também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no FONÉTICA
momento.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que A fonética, de acordo com Paula Perin dos Santos, estuda
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros os sons como entidades físico-articulatórias isoladas
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao (aparelho fonador). Cabe a ela descrever os sons da linguagem
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um e analisar suas particularidades acústicas e perceptivas. Ela
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos fundamenta-se em estudar os sons da voz humana,
concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto examinando suas propriedades físicas independentemente do
comunitário do ato de dirigir. seu “papel lingüístico de construir as formas da língua”. Sua
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr. unidade mínima de estudo é o som da fala, ou seja, o fone.1
James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são A Fonética se diferencia da Fonologia por considerar os
os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim sons independentes das oposições paradigmáticas e
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças combinações sintagmáticas. Observe no esquema:
aprendem que as regras normais em relação ao
comportamento e à civilidade não se aplicam quando 1. Oposições paradigmáticas: aquelas cuja presença ou
dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em ausência implica em mudança de sentido. Ex.
comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa /p/ata /b/ata /m/ata
continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre com Oclusiva Oclusiva Oclusiva
pressa para chegar ao destino. Bilabial Bilabial Bilabial
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos Surda Sonora Surda
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era Oral Oral Nasal
descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma 2. Combinações Sintagmáticas: arranjos e disposições
situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode lineares no contínuo sonoro. Troca na posição dos fonemas
transformar um incidente em uma violenta briga. entre si. Ex.
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está Roma, amor, mora, ramo
predisposta a apresentar um comportamento irracional
quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior A Fonética e a Fonologia são duas disciplinas
parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando interdependentes, uma vez que, para qualquer estudo de
dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente natureza fonológica, é imprescindível partir do conteúdo
de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo fonético, articulatório e/ou acústico, para determinar as
quando estiver tentado a agir só com a emoção. unidades distintivas de cada língua. Desta forma, a Fonética e
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no- a Fonologia não são dicotômicas, pois a Fonética trata da
transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado) substância da expressão, enquanto a Fonologia trata da forma
da expressão, constituindo, as duas ciências, dentro de um
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é mesmo plano de expressão.
correto afirmar que O termo ‘Fonética’ pode significar tanto o estudo de
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à qualquer som produzido pelos seres humanos, quando o
medida que os motoristas se envolvem em decisões estudo da articulação, da acústica e da percepção dos sons
conscientes.

1 www.infoescola.com/portugues/distincao-entre-fonetica-e-fonologia/

Português 3
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APOSTILAS OPÇÃO

utilizados em línguas específicas. No primeiro tipo de intencionais, distintivas, isto é, que se unem a diferenças de
investigação, torna-se evidente a autonomia da Fonética em significação; estabelecer a relação entre os elementos de
relação à Fonologia. No segundo tipo de investigação, porém, diferenciação e quais as condições em que se combinam uns
as relações entre as duas ciências se tornam patentes. com os outros para formar morfemas, palavras e frases.

VOGAIS Assinale a alternativa CORRETA:


(A) As afirmativas I e II estão corretas.
(B) As afirmativas II e III estão corretas.
(C) As afirmativas I e III estão corretas.
(D) Nenhuma das alternativas.

02. (Pref. de Cruzeiro/SP - Professor Língua Portuguesa -


INST.EXCELÊNCIA/2016)

Qualquer comunicação realizada com sucesso pressupõe


alguns requisitos básicos para os interlocutores: um
funcionamento físico adequado do cérebro, dos pulmões, da
laringe, do ouvido, dentre outros órgãos, responsáveis pela
produção e audição (percepção) dos sons da fala. Além desses,
deve haver o reconhecimento da pronúncia de cada um dos
interlocutores, pois, mesmo que tivessem os órgãos da fala e
da audição em perfeito estado, essa comunicação poderia não
ter sucesso se um deles não compreendesse a língua falada
Transcrição Fonética: pelo outro. Sobre fonética e fonologia, assinale a alternativa
CORRETA.
As transcrições fonéticas são feitas entre colchetes [...] e I - Podemos estudar a fala a partir da sua fisiologia, ou seja,
para fazê-las, os linguistas recorrem ao Quadro Fonético a partir dos órgãos que a produzem, tais como a língua,
Internacional. Nesse quadro há para cada fone um símbolo responsável pela articulação da maior parte dos sons da fala; e
fonético específico. a laringe, responsável principalmente pela produção de “voz”
Segue abaixo uma versão adaptada do quadro: que leva à distinção entre sons vozeados (sonoros) e não
vozeados (surdos).
II - A fala tem como principal objetivo o aporte de
significado, mas, para isso, deve se constituir em uma atividade
sistematicamente organizada.
III - A fala pode ser descrita sob diferentes aspectos, uns
mais próximos do que se convenciona chamar de Fonética,
outros mais próximos do que se convenciona chamar de
Fonética.
IV - Tanto a fonética quanto a fonologia investigam como
os seres humanos produzem e ouvem os sons da fala.
V - A Fonética pode ser vista como a organização da fala
focalizando línguas específicas.
www.fonologia.org/fonetica_articulatoria.php
(A) Somente a alternativa I está correta.
Exemplos de transcrições fonéticas de palavras: (B) As alternativas I, II e IV estão corretas.
(C) Somente as alternativas II e IV estão corretas.
(D) As alternativas III e V estão corretas.

03. (IF/SC - Professor Português - IF/SC)

Durante uma aula de Português, enquanto os alunos de


uma turma do Ensino Técnico Integrado fazem algumas
atividades, uma das estudantes chama a professora e propõe-
lhe o seguinte desafio: “Professora, quero só ver se consegue
pronunciar a palavra ‘bebê’ sem encostar os lábios.” Apesar de
não fazer parte do assunto da aula, a professora decide
explicar à aluna os motivos de sua dificuldade em pronunciar
Questões a referida palavra sem encostar os lábios. No momento da
explicação, a professora modaliza a fala, mas menciona, a título
01. (Pref. de Cruzeiro/SP - Instrutor - de curiosidade, que [b], de acordo com a tabela fonética
INST.EXCELÊNCIA/2016) Sobre fonologia e fonética, observe consonantal, recebe uma determinada classificação.
as afirmativas a seguir:
Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE
I - A fonética se diferencia da Fonologia por considerar os essa classificação.
sons independentes das oposições paradigmáticas e (A)Consoante oclusiva dental/alveolar surda/desvozeada.
combinações sintagmáticas. (B) Consoante oclusiva bilabial surda/desvozeada.
II - A fonética estuda os sons como entidades físico- (C) Consoante oclusiva velar surda/desvozeada.
articulatórias associadas. É a parte da Gramática que estuda de (D) Consoante oclusiva dental/alveolar sonora/vozeada.
forma geral os fonemas, ou seja, os sons que as letras emitem. (E) Consoante oclusiva bilabial sonora/vozeada.
III - À fonologia cabe estudar as diferenças fônicas

Português 4
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APOSTILAS OPÇÃO

Gabarito O: poste (oral), molho (oral, timbre fechado), longe (nasal)


01.C / 02.B / 03.E U: saúde (oral), juntar (nasal)
Y: hobby (oral)
FONOLOGIA – ESTRUTURA FONÉTICA
Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou átonas.
Fonologia Tônica aquela pronunciada com maior intensidade. Ex.:
café, bola, vidro.
Fonologia2 é o ramo da linguística que estuda o sistema Átona aquela pronunciada com menor intensidade. Ex.:
sonoro de um idioma. Ao estudar a maneira como os fones ou café, bola, vidro.
fonemas (sons) se organizam dentro de uma língua, classifica-
os em unidades capazes de distinguir significados. Semivogais
A Fonologia estuda o ponto de vista funcional dos São as letras “e”, “i”, “o”, “u”, representadas pelos fonemas
Fonemas. (e, y, o, w), quando formam sílaba com uma vogal. Ex.: No
vocábulo “história” a sílaba “ria” apresenta a vogal “a” e a
Estrutura Fonética semivogal “i”.

Fonema Os fonemas semivocálicos (ou semivogais) têm o som de I


O fonema3 é a menor unidade sonora da palavra e exerce e U (apoiados em uma vogal, na mesma sílaba). São menos
duas funções: formar palavras e distinguir uma palavra da tônicos (mais fracos na pronúncia) que as vogais. São
outra. Veja o exemplo: representados pelas letras I, U, E, O, M, N, W, Y. Veja:
- pai: a letra I representa uma semivogal, pois está apoiada
C + A + M + A = CAMA. Quatro fonemas (sons) se em uma vogal, na mesma sílaba.
combinaram e formaram uma palavra. Se substituirmos agora - mouro: a letra U representa uma semivogal, pois está
o som M por N, haverá uma nova palavra, CANA. apoiada em uma vogal, na mesma sílaba.
- mãe: a letra E representa uma semivogal, pois tem som
A combinação de diferentes fonemas permite a formação de I e está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba.
de novas palavras com diferentes sentidos. Portanto, os - pão: a letra O representa uma semivogal, pois tem som de
fonemas de uma língua têm duas funções bem importantes: U e está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba.
formar palavras e distinguir uma palavra da outra. - cantam: a letra M representa uma semivogal, pois tem
som de U e está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba (=
Ex.: mim / sim / gim... cantãu).
- dancem: a letra M representa uma semivogal, pois tem
Letra som de I e está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba (=
A letra é um símbolo que representa um som, é a dancẽi).
representação gráfica dos fonemas da fala. É bom saber dois - hífen: a letra N representa uma semivogal, pois tem som
aspectos da letra: pode representar mais de um fonema ou de I e está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba (= hífẽi).
pode simplesmente ajudar na pronúncia de um fonema. - glutens: a letra N representa uma semivogal, pois tem
Por exemplo, a letra X pode representar os sons X som de I e está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba (=
(enxame), Z (exame), S (têxtil) e KS (sexo; neste caso a letra X glutẽis).
representa dois fonemas – K e S = KS). Ou seja, uma letra pode - windsurf: a letra W representa uma semivogal, pois tem
representar mais de um fonema. som de U e está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba.
Às vezes a letra é chamada de diacrítica, pois vem à direita - office boy: a letra Y representa uma semivogal, pois tem
de outra letra para representar um fonema só. Por exemplo, na som de I e está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba.
palavra cachaça, a letra H não representa som algum, mas,
nesta situação, ajuda-nos a perceber que CH tem som de X, Quadro de vogais e semivogais
como em xaveco. Fonemas Regras
Vale a pena dizer que nem sempre as palavras apresentam A Apenas VOGAL
número idêntico de letras e fonemas. VOGAIS, exceto quando está com A ou
quando estão juntas
Ex.: bola > 4 letras, 4 fonemas E-O
(Neste caso a segunda é semivogal)
guia > 4 letras, 3 fonemas SEMIVOGAIS, exceto quando formam um
hiato ou quando estão juntas
Os fonemas classificam-se em vogais, semivogais e I-U
(Neste caso a letra “I” é vogal)
consoantes. Quando aparece no final da palavra é
AM SEMIVOGAL.
Vogais Ex.: Dançam
São fonemas produzidos livremente, sem obstrução da Quando aparecem no final de palavras são
passagem do ar. São mais tônicos, ou seja, têm a pronúncia EM - EN SEMIVOGAIS.
mais forte que as semivogais. São o centro de toda sílaba. Ex.: Montem / Pólen
Podem ser orais (timbre aberto ou fechado) ou nasais
(indicadas pelo ~, m, n). As vogais são A, E, I, O, U, que podem Consoantes
ser representadas pelas letras abaixo. Veja: São fonemas produzidos com interferência de um ou mais
órgãos da boca (dentes, língua, lábios). Todas as demais letras
A: brasa (oral), lama (nasal) do alfabeto representam, na escrita, os fonemas consonantais:
E: sério (oral), entrada (oral, timbre fechado), dentro B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W (com som de V,
(nasal) Wagner), X, Z.
I: antigo (oral), índio (nasal)

2http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/ 3 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos públicos. – 1. ed. – Rio de

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/fonologia.htm. Janeiro: Elsevier, 2013.

Português 5
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APOSTILAS OPÇÃO

Encontros Vocálicos 03. (Pref. Caucaia/CE - Agente de Suporte a


Fiscalização - CETREDE/2016) Assinale a opção em que o x
Como o nome sugere, é o contato entre fonemas vocálicos. de todos os vocábulos não tem o som de /ks/.
Há três tipos: (A) tóxico – axila – táxi.
(B) táxi – êxtase – exame.
Hiato (C) exportar – prolixo – nexo.
Ocorre hiato quando há o encontro de duas vogais, que (D) tóxico – prolixo – nexo.
acabam ficando em sílabas separadas (Vogal – Vogal), porque (E) exército – êxodo – exportar.
só pode haver uma vogal por sílaba.
Ex.: sa-í-da, ra-i-nha, ba-ús, ca-ís-te, tu-cu-mã-í, su-cu-u- 04. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos
ba, ru-im, jú-ni-or. apresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hiato,
ditongo.
Ditongo (A) jamais / Deus / luar / daí
Existem dois tipos: crescente ou decrescente (oral ou (B) joias / fluir / jesuíta / fogaréu
nasal). (C) ódio / saguão / leal / poeira
(D) quais / fugiu / caiu / história
Crescente (SV + V, na mesma sílaba). Ex.: magistério
(oral), série (oral), várzea (oral), quota (oral), quatorze (oral), 05. (Pref. João Pessoa/PB - Enfermeiro - AOCP/2018)
enquanto (nasal), cinquenta (nasal), quinquênio (nasal). Assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam
dígrafos.
Decrescente (V + SV, na mesma sílaba). Ex.: item (nasal), (A) crescente - investir - interesse.
amam (nasal), sêmen (nasal), cãibra (nasal), caule (oral), (B) estabelecimento - naquela - misterioso.
ouro (oral), veia (oral), fluido (oral), vaidade (oral). (C) dinheiro - criada - naquela.
(D) crescente - estabelecimento - misterioso.
Tritongo
O tritongo é a união de SV + V + SV na mesma sílaba; pode Gabarito
ser oral ou nasal. Ex.: saguão (nasal), Paraguai (oral), 01.D / 02.B / 03.E / 04.B / 05.A
enxáguem (nasal), averiguou (oral), deságuam (nasal), aguei
(oral). ORTOGRAFIA

Encontros Consonantais Alfabeto

Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. A –
intermediária. Ex.: flor, grade, digno. B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–
T – U – V – W – X – Y – Z.
Dígrafos: duas letras representadas por um único fonema.
Ex.: passo, chave, telha, guincho, aquilo. Observação: emprega-se também o “ç”, que representa o
fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.
Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos.
- Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç Emprego das Letras e Fonemas
(desça), lh (filho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr
(ferro), gu (guerra). Emprego das letras K, W e Y
- Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, vento), Utilizam-se nos seguintes casos:
im, in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un (tumba, 1) Em antropônimos originários de outras línguas e seus
mundo). derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo;
Taylor, taylorista.
Lembre-se: nos dígrafos, as duas letras representam um
só fonema; nos encontros consonantais, cada letra representa 2) Em topônimos originários de outras línguas e seus
um fonema. derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.

Questões 3) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como


unidades de medida de curso internacional. Exemplos: K
01. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas são as (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.
letras que a compõem é:
(A) importância Emprego do X
(B) milhares Se empregará o “X” nas seguintes situações:
(C) sequer 1) Após ditongos.
(D) técnica Exemplos: caixa, frouxo, peixe.
(E) adolescente Exceção: recauchutar e seus derivados.

02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não 2) Após a sílaba inicial “en”.
um, mas dois fonemas? Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca.
(A) exemplo Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo
(B) complexo “en-”. Ex.: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
(C) próximos encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)
(D) executivo
(E) luxo 3) Após a sílaba inicial “me-”.
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão.
Exceção: mecha.

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APOSTILAS OPÇÃO

4) Se empregará o “X” em vocábulos de origem indígena ou Exemplos: catequese, diocese, poetisa, profetisa,
africana e em palavras inglesas aportuguesadas. sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose.
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu,
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, 5) Após ditongos.
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, Exemplos: coisa, pouso, lousa, náusea.
xale, xingar, etc.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
Emprego do Ch derivados.
Se empregará o “Ch” nos seguintes vocábulos: bochecha, Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse,
bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, puséssemos, quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera,
cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, quiséssemos, repus, repusera, repusesse, repuséssemos.
pechincha, salsicha, tchau, etc.
7) Em nomes próprios personativos.
Emprego do G Exemplos: Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa,
Se empregará o “G” em: Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás.
1) Substantivos terminados em: -agem, -igem, -ugem.
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem. Observação - também se emprega com a letra “S” os
Exceção: pajem. seguintes vocábulos: abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa,
cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena,
2) Palavras terminadas em: -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio,
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio. querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo,
visita, etc.
3) Em palavras derivadas de outras que já apresentam “G”.
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), Emprego do Z
vertiginoso (de vertigem). Se empregará o “Z” nos seguintes casos:
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam Z no
Observação - também se emprega com a letra “G” os radical.
seguintes vocábulos: algema, auge, bege, estrangeiro, geada, Exemplos: deslize – deslizar / razão – razoável / vazio –
gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, esvaziar / raiz – enraizar /cruz – cruzeiro.
rabugento, vagem.
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos
Emprego do J a partir de adjetivos.
Para representar o fonema “j’ na forma escrita, a grafia Exemplos: inválido – invalidez / limpo – limpeza / macio –
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a maciez / rígido – rigidez / frio – frieza / nobre – nobreza / pobre
origem da palavra, como por exemplo no caso da na palavra jipe – pobreza / surdo – surdez.
que origina-se do inglês jeep. Porém também se empregará o “J”
nas seguintes situações: 3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar
substantivos.
1) Em verbos terminados em -jar ou -jear. Exemplos: Exemplos: civilizar – civilização / hospitalizar –
Arranjar: arranjo, arranje, arranjem hospitalização / colonizar – colonização / realizar – realização.
Despejar: despejo, despeje, despejem
Viajar: viajo, viaje, viajem 4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita.
Exemplos: cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito,
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica. avezita.
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji.
5) Nos seguintes vocábulos: azar, azeite, azedo, amizade,
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam “J”. buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz,
Exemplos: laranja –laranjeira / loja – lojista / lisonja – proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
lisonjeador / nojo – nojeira / cereja – cerejeira / varejo –
varejista / rijo – enrijecer / jeito – ajeitar. 6) Em vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no
contraste entre o S e o Z. Exemplos:
Observação - também se emprega com a letra “J” os Cozer (cozinhar) e coser (costurar);
seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, Prezar (ter em consideração) e presar (prender);
jeito, jejum, laje, traje, pegajento. Traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior).

Emprego do S Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z.


Utiliza-se “S” nos seguintes casos: Como por exemplo: exame, exato, exausto, exemplo, existir,
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam “S” no exótico, inexorável.
radical. Exemplos: análise – analisar / catálise – catalisador /
casa – casinha ou casebre / liso – alisar. Emprego do Fonema S
Existem diversas formas para a representação do fonema “S”
2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título no qual podem ser: s, ç, x e dos dígrafos sc, sç, ss, xc, xs. Assim
ou origem. Exemplos: burguês – burguesa / inglês – inglesa / vajamos algumas situações:
chinês – chinesa / milanês – milanesa.
1) Emprega-se o S: nos substantivos derivados de verbos
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e –osa. terminados em -andir, -ender, -verter e -pelir.
Exemplos: catarinense / palmeirense / gostoso – gostosa / Exemplos: expandir – expansão / pretender – pretensão /
amoroso – amorosa / gasoso – gasosa / teimoso – teimosa. verter – versão / expelir – expulsão / estender – extensão /
suspender – suspensão / converter – conversão / repelir –
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa. repulsão.

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APOSTILAS OPÇÃO

2) Emprega-se Ç: nos substantivos derivados dos verbos ter Emprego do O/U


e torcer. A oposição o/u é responsável pela diferença de significado
Exemplos: ater – atenção / torcer – torção / deter – detenção de algumas palavras. Veja os exemplos: comprimento
/ distorcer – distorção / manter – manutenção / contorcer – (extensão) e cumprimento (saudação, realização) soar (emitir
contorção. som) e suar (transpirar).
- Grafam-se com a letra “O”: bolacha, bússola, costume,
3) Emprega-se o X: em casos que a letra X soa como Ss. moleque.
Exemplos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, - Grafam-se com a letra “U”: camundongo, jabuti, Manuel,
sintaxe, texto, trouxe. tábua.

4) Emprega-se Sc: nos termos eruditos. Emprego do H


Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência, descender, Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor
discente, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por força da
miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc. etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo,
grafa-se desta forma devido a sua origem na forma latina hodie.
5) Emprega-se Sç: na conjugação de alguns verbos. Assim vejamos o seu emprego:
Exemplos: nascer - nasço, nasça / crescer - cresço, cresça /
Descer - desço, desça. 1) Inicial, quando etimológico.
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio.
6) Emprega-se Ss: nos substantivos derivados de verbos
terminados em -gredir, -mitir, -ceder e -cutir. 2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh.
Exemplos: agredir – agressão / demitir – demissão / ceder – Exemplos: flecha, telha, companhia.
cessão / discutir – discussão/ progredir – progressão /
transmitir – transmissão / exceder – excesso / repercutir – 3) Final e inicial, em certas interjeições.
repercussão. Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.

7) Emprega-se o Xc e o Xs: em dígrafos que soam como Ss. 4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional, elemento, se etimológico.
exsudar. Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.

Atenção - não se esqueça que uso da letra X apresenta Observações:


algumas variações. Observe: 1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note
1) O “X” pode representar os seguintes fonemas: que nos substantivos derivados como baiano, baianada ou
“ch” - xarope, vexame; baianinha ele não é utilizado.
“cs” - axila, nexo;
“z” - exame, exílio; 2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra
“ss” - máximo, próximo; “h” na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos
“s” - texto, extenso. sempre são grafados com h, como por exemplo: herbívoro,
hispânico, hibernal.
2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-
Exemplos: excelente, excitar. Questões

Emprego do E 01. (FIOCRUZ – Assistente Técnico de Gestão em Saúde


Se empregará o “E” nas seguintes situações: – FIOCRUZ/2016)
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar
Exemplos: magoar - magoe, magoes / continuar- continue, O FUTURO NO PASSADO
continues.
1 Poucas previsões para o futuro feitas no passado se
2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e
anterior). era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade
Exemplos: antebraço, antecipar. perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel
particular e só recentemente começou-se a experimentar
3) Nos seguintes vocábulos: cadeado, confete, disenteria, carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando
empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc. seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de
trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de
Emprego do I convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da
Se empregará o “I” nas seguintes situações: impossibilidade da coexistência de desiguais.
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir. 2 A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de
Exemplos: guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não
Cair- cai poupam civis, mas não trouxe a democratização da
Doer- dói prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema
Influir- influi prometiam ultrapassar os limites da imaginação.
Ultrapassaram, mas para o território da banalidade
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra). espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída,
Exemplos: anticristo, antitetânico. mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As
revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a
3) Nos seguintes vocábulos: aborígine, artimanha, chefiar, prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem,
digladiar, penicilina, privilégio, etc. nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que
a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço,
como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada.

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APOSTILAS OPÇÃO

Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso praticou. Nesse caso específico, infere-se que a pessoa é
terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não explosiva, impulsiva e sem freios, provável portadora de
contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão. algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum
Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global. estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o
3 Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pensamento e determinou a conduta.
pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só
falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe golpe, premeditado, com ocultação de cadáver, concurso de
espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão. cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o lado do
Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão criminoso comum, que entendia o que fazia.
nuclear fria. Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime,
4 É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um saber-se tudo do diagnóstico do criminoso. Mas, por outro
passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência lado, é na maneira como o delito foi praticado que se
chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas encontram características 100% seguras da mente de quem o
procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E praticou, a evidenciar fatos, tal qual a imagem fotográfica
quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes revela-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento
sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram
do leigo. feitas revela muito da pessoa que as fez.
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.) PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82.

“e era natural que o futuro IDEALIZADO então fosse o da Tal como ocorre com “interpretaÇÃO ” e “dissimulaÇÃO”,
cidade perfeita.” (1º §) O vocábulo em destaque no trecho grafa-se com “ç” o sufixo de ambas as palavras arroladas em:
acima grafa-se com a letra Z, em conformidade com a norma (A) apreenção do menor - sanção legal.
de emprego do sufixo–izar. (B) detenção do infrator - ascenção ao posto.
(C) presunção de culpa - coerção penal.
Das opções abaixo, aquela em que um dos vocábulos está (D) interceção do juiz - contenção do distúrbio.
INCORRETAMENTE grafado por não se enquadrar nessa (E) submição à lei - indução ao crime.
norma é:
(A) alcoolizado / barbarizar / burocratizar. 04. (Câmara Municipal de Araraquara/SP – Assistente
(B) catalizar / abalizado / amenizar. de Tradução e Interpretação – IBFC/2016)
(C) catequizar / cauterizado / climatizar. Leia as opções abaixo e assinale a alternativa que não
(D) contemporizado / corporizar / cretinizar apresenta erro ortográfico.
(E) esterilizar / estigmatizado / estilizar. (A) Plocrastinar - idiossincrasia - abduzir
(B) Proclastinar - idiosincrasia - abduzir
02. (Pref. De Biguaçu/SC – Professor III – Inglês/2016) (C) Plocrastinar- idiossincrasia - abiduzir
De acordo com a Língua Portuguesa culta, assinale a (D) Procrastinar - idiossincrasia - abduzir
alternativa cujas palavras seguem as regras de ortografia:
(A) Preciso contratar um eletrecista e um encanador para 05. (Pref. De Quixadá/CE – Agente de Combate às
o final da tarde. Endemias – Serctam/2016) Marque a opção em
(B) O trabalho voluntário continua sendo feito que TODOS os vocábulos se completam com a letra “s”:
prazerosamente pelos alunos. (A) pesqui__a, ga__olina, ali__erce.
(C) Ainda não foram atendidas as reinvindicações dos (B) e__ótico, talve__, ala__ão.
professores em greve. (C) atrá__, preten__ão, atra__o.
(D) Na lista de compras, é preciso descriminar melhor os (D) bati__ar, bu__ina, pra__o.
produtos em falta. (E) valori__ar, avestru__, Mastru__.
(E) Passou bastante desapercebido o caso envolvendo um
juiz federal. Gabarito

03. (PC/PA – Escrivão de Polícia Civil – FUNCAB/2016) 01.B / 02.B / 03.C / 04.D / 05.C
Dificilmente, em uma ciência-arte como a Psicologia-
Psiquiatria, há algo que se possa asseverar com 100% de Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
certeza. Isso porque há áreas bastante interpretativas, sujeitas
a leituras diversas, a depender do observador e do observado. Inicial Maiúscula
Porém, existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense que é Utiliza-se inicial maiúscula nos seguintes casos:
100% de certeza e não está sujeito a interpretação ou a 1) No começo de um período, verso ou citação direta.
dissimulação por parte de quem está a ser examinado. E
revela, objetivamente, dados do psiquismo da pessoa ou, em Disse o Padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer
outras palavras, mostra características comportamentais lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.”
indissimuláveis, claras e objetivas. O que pode ser tão exato,
em matéria de Psicologia-Psiquiatria, que não admite “Auriverde pendão de minha terra,
variáveis? Resposta: todos os crimes, sem exceção, são como Que a brisa do Brasil beija e balança,
fotografias exatas e em cores do comportamento do indivíduo. Estandarte que à luz do sol encerra
E como o psiquismo é responsável pelo modo de agir, por As promessas divinas da Esperança…”
conseguinte, tem os em todos os crimes, obrigatoriamente e (Castro Alves)
sempre, elementos objetivos da mente de quem os praticou.
Por exemplo, o delito foi cometido com multiplicidade de 2) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
golpes, com ferocidade na execução, não houve ocultação de Exemplos: Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
cadáver, não se verifica cúmplice, premeditação etc. Registre-
se que esses dados já aconteceram. Portanto, são insimuláveis, 3) Nos topônimos, reais ou fictícios.
100% objetivos. Basta juntar essas características Exemplos: Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
comportamentais que teremos algo do psiquismo de quem o

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APOSTILAS OPÇÃO

4) Nos nomes mitológicos. Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor


Exemplos: Dionísio, Netuno. reitor
Santa Maria ou santa Maria
5) Nos nomes de festas e festividades.
Exemplos: Natal, Páscoa, Ramadã. c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
disciplinas.
6) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais. Exemplos:
Exemplos: ONU, Sr., V. Ex.ª. Português ou português
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas
7) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, modernas
políticos ou nacionalistas. História do Brasil ou história do Brasil
Exemplos: Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Arquitetura ou arquitetura
Nação, Pátria, União, etc.
Questões
Observação: esses nomes escrevem-se com inicial
minúscula quando são empregados em sentido geral ou 01. (Câmara de Maringá/PR – Assistente Legislativo
indeterminado. – Instituto)
Exemplo: Todos amam sua pátria.
Longe é um lugar que existe?
Emprego Facultativo da Letra Maiúscula
1) No início dos versos que não abrem período, é facultativo Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele
o uso da letra maiúscula, como por exemplo: disse: "Não entendo muito bem o que você falou, mas o que
menos entendo é o fato de estar indo a uma festa."
“Aqui, sim, no meu cantinho, — Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de
vendo rir-me o candeeiro, tão difícil de se compreender nisso?
gozo o bem de estar sozinho Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma
e esquecer o mundo inteiro.” Gaivota sobrevoando o mar, viajar é sentir-se ainda mais
pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de
2) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios. uma ave mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada,
Exemplos: Rua da Liberdade ou rua da Liberdade / Igreja do sobrevivendo apenas de alpiste da melhor qualidade e água
Rosário ou igreja do Rosário / Edifício Azevedo ou edifício filtrada. Ou ainda, pássaros presos na ambivalência
Azevedo. existencial... fadado ao fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou
viver presos em suas próprias armadilhas...
Inicial Minúscula Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos
Utiliza-se inicial minúscula nos seguintes casos: ascendentes; que pássaro quer ser; que lugares quer
1) Em todos os vocábulos correntes da língua portuguesa. sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por
Exemplos: carro, flor, boneca, menino, porta, etc. mais e mais, qual a serventia dessas asas enormes, herança
genética de seus pais e que lhe confere enorme envergadura?
2) Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, Diga para quê serve? Ao primeiro sinal de perigo, debique e
usa-se letra minúscula. pouse na cerca mais próxima. Ora, não venha com desculpas
Exemplo: “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: esfarrapadas e vamos dona Gaivota, espante a preguiça, bata
ouro, incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois, como é
de conhecimento dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um
3) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana. lugar que não existe para quem voa rente ao céu e viaja léguas
Exemplos: janeiro, julho, dezembro, etc. / segunda, sexta, e mais léguas de distância com a mochila nas costas, olhar no
domingo, etc. / primavera, verão, outono, inverno. horizonte e os pés socados em terra firme.
Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não
4) Nos pontos cardeais. deve ser, não; pois as Gaivotas sacodem a poeira das asas,
Exemplos: “Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.” limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem o toc-toc
/ “Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, lá.
sudoeste.” <http://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/6031227>

Observação: quando empregados em sua forma absoluta, O uso do termo “Gaivota” sempre com letra maiúscula ao
os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula. longo do texto se deve ao fato de que
Exemplos: Nordeste (região do Brasil) / Ocidente (europeu) (A) o autor busca, com isso, fazer uma conexão mais
/Oriente (asiático). próxima entre o leitor e o animal.
(B) o autor quis dar destaque ao termo, apesar de não
Emprego Facultativo da Letra Minúscula haver importância da referência ao animal para o texto.
1) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. (C) há uma mudança no texto, em que, no início, as
Exemplos: personagens eram duas pessoas e, a partir do segundo
Crime e Castigo ou Crime e castigo parágrafo, é uma gaivota.
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas (D) o texto faz uma reflexão sobre a ação humana de viajar,
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido porém comparando os seres humanos com gaivotas.
(E) o autor utiliza o termo “Gaivota” como símbolo de
2) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em imponência, o que se relaciona à forma como os seres
nomes sagrados e que designam crenças religiosas. humanos são tratados no texto.
Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II

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02. (MGS – Todos os Cargos de Nível Fundamental Palavras ou Expressões que geram dificuldades
Completo – IBFC/2017)
Algumas palavras ou expressões costumam apresentar
Estranhas Gentilezas dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar
(Ivan Angelo) ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você
aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as incorporar tais palavras certas em situações apropriadas.
pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da gentileza.
Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos A anos: Daqui a um ano iremos à Europa. (a indica tempo
ônibus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de futuro)
espera, nos embates familiares, e depois economizam com a Há anos: Não o vejo há meses. (há indica tempo passado)
gente. Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. Já
captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de Acerca de: Falávamos acerca de uma solução melhor. (a
asas de borboleta, quase nada. A impressão de que há algo respeito de)
estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um Há cerca de: Há cerca de dias resolvemos este caso. (faz
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o tempo)
engano que nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e
que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a Ao encontro de: Sua atitude vai ao encontro da verdade.
amizade, mas a inimizade morria ali. (estar a favor de)
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de De encontro a: Minhas opiniões vão de encontro às suas.
algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez surgir em (oposição, choque)
meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até
pessoas distantes. E as próximas? A fim de: Vou a fim de visitá-la. (finalidade)
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem Afim: Somos almas afins. (igual, semelhante)
motivo. Durante o telefonema fico aguardando o assunto que
estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um Ao invés de: Ao invés de falar começou a chorar. (oposição,
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com ao contrário de)
acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas, sorriem Em vez de: Em vez de acompanhar-me, ficou só. (no lugar
transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o de)
maître2, com uma piscadela, fura a demorada fila de executivos
à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um A par: Estamos a par das boas notícias. (bem informado,
homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me ciente)
cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga sua banca Ao par: O dólar e o euro estão ao par. (de igualdade ou
na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal equivalência entre valores financeiros – câmbio)
chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.
[...] Aprender: O menino aprendeu a lição. (tomar
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é conhecimento de)
este? Que vão pedir em troca de tanta gentileza? Apreender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino.
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz. (prender)
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco,
desço pelas escadas porque alguém segura o elevador lá em Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços
cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos
entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
meus cheques para pagar contas em nome de minha mulher, Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos
saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando (sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto)
a vida entre bólidos3 , um caminhão joga-me água suja de uma da gasolina.
poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a Bebedor: Tornei-me um grande bebedor de vinho. (pessoa
sonhar com gentilezas. que bebe)
Bebedouro: Este bebedouro está funcionando bem.
Vocabulário: (aparelho que fornece água)
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São
Paulo Bem-Vindo: Você é sempre bem-vindo aqui, jovem.
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras (adjetivo composto)
coisas nos restaurantes Benvindo: Benvindo é meu colega de classe. (nome
3 carros muito velozes próprio)

Em “nas ruas dos Jardins1" (4º§), a palavra em destaque Câmara: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal.
foi escrita com letra maiúscula por se tratar de: (local de trabalho)
(A) um erro de grafia. Câmera: Comprei uma câmera japonesa. (aparelho que
(B) um destaque do autor fotografa)
(C) um substantivo próprio.
(D) um substantivo coletivo. Champanha/Champanhe (do francês): O
champanha/champanhe está bem gelado.
Gabarito
Cessão: Foi confirmada a cessão do terreno. (ato de doar)
01.D / 02.C Sessão: A sessão do filme durou duas horas. (intervalo de
tempo)

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APOSTILAS OPÇÃO

Seção/Secção: Visitei hoje a seção de esportes. (repartição Se não: Se não houver homens honestos, o país não sairá
pública, departamento) desta situação crítica. (se por acaso não)

Demais: Vocês falam demais, caras! (advérbio de Tampouco: Não compareceu, tampouco apresentou
intensidade) qualquer justificativa. (Também não)
Demais: Chamaram mais dez candidatos, os demais devem Tão pouco: Encontramo-nos tão pouco esta semana.
aguardar. (equivale a “os outros”) (intensidade)
De mais: Não vejo nada de mais em sua decisão. (opõe-se a
“de menos”) Trás ou Atrás: O menino estava atrás da árvore. (lugar)
Traz: Ele traz consigo muita felicidade. (verbo trazer)
Descriminar: O réu foi descriminado; pra sorte dele.
(inocentar, absolver de crime) Vultoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. (volumoso)
Discriminar: Era impossível discriminar os caracteres do Vultuoso: Sua face está vultuosa e deformada. (congestão
documento. (diferençar, distinguir, separar) no rosto)
Descrição: A descrição sobre o jogador foi perfeita.
(descrever) Questão
Discrição: Você foi muito discreto. (reservado)
01. (TCM/RJ – Técnico de Controle Externo –
Entrega em domicílio: Fiz a entrega em domicílio. (lugar) IBFC/2016) Analise as afirmativas abaixo, dê valores
Entrega a domicílio: Enviou as compras a domicílio. (com Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego do acento
verbos de movimento) circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo Ortográfico.
( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo
Espectador: Os espectadores se fartaram da apresentação. conjugado no passado) para diferenciá-la de 'pode' (o verbo
(aquele que vê, assiste) conjugado no presente).
Expectador: O expectador aguardava o momento da ( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá
chamada. (que espera alguma coisa) a mesma grafia de 'por' (preposição), diferenciando-se pelo
contexto de uso.
Estada: A estada dela aqui foi gratificante. (tempo em algum ( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do
lugar) plural do presente do indicativo dos verbos crer, dar, ler, ter,
Estadia: A estadia do carro foi prolongada por mais vir e seus derivados.
algumas semanas. (prazo concedido para carga e descarga)
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
Fosforescente: Este material é fosforescente. (que brilha cima para baixo.
no escuro) (A) V F F
Fluorescente: A luz branca do carro era fluorescente. (B) F V F
(determinado tipo de luminosidade) (C) F F V
(D) F V V
Haja: É preciso que não haja descuido. (verbo haver – 1ª
pessoa singular do presente do subjuntivo) 02. (Detran/CE – Vistoriador – UCE-CEV/2018) Na frase
Aja: Aja com cuidado, Carlinhos. (verbo agir – 1ª pessoa “... as penalidades são as previstas pelo bom senso...”, a palavra
singular do presente do subjuntivo) destacada é homônima de censo. Assinale a opção em que o
emprego dos homônimos destacados está adequado.
Houve: Houve um grande incêndio no centro de São (A) O reitor da faculdade solicitou que todos os
Paulo. (verbo haver - 3ª pessoa do singular do pretérito funcionários participassem do censo anual para verificar
perfeito) quem realmente está na ativa.
Ouve: A mãe disse: ninguém me ouve. (verbo ouvir - 3ª (B) Foi pedido para que todos os motoristas respondessem
pessoa singular do presente do indicativo) ao senso, a fim de se obter o número real de carros no pátio da
universidade.
Mal: Dormi mal. (oposto de bem) (C) Os infratores são penalizados com a “multa moral” por
Mau: Você é um mau exemplo. (oposto de bom) não demonstrarem censo crítico.
(D) Se o infrator tiver censo, saberá o que dizer na hora da
Mas: Telefonei-lhe mas ela não atendeu. (ideia contrária) punição.
Mais: Há mais flores perfumadas no campo. (opõe-se a
menos) Gabarito

Nem um: Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la. 01.A / 02.A
(equivale a nem um sequer)
Nenhum: Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso. Emprego do Porquê
(oposto de algum)
Orações Interrogativas Exemplo:
Onde: Onde fica a farmácia mais próxima? (lugar em que se (pode ser substituído Por que devemos nos
está) por: por qual motivo, por preocupar com o meio
Aonde: Aonde vão com tanta pressa? (ideia de movimento) qual razão) ambiente?
Por
Por ora: Por ora chega de trabalhar. (por este momento) Que
Exemplo:
Por hora: Você deve cobrar por hora. (cada sessenta Equivalendo a “pelo Os motivos por que não
minutos) qual” respondeu são
desconhecidos.
Senão: Não fazia coisa nenhuma senão criticar. (caso
contrário)

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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos:
uma sensação ruim ao ouvirmos uma música com notas
Você ainda tem coragem de agudas.
Por Final de frases e seguidos
perguntar por quê?
Quê de pontuação
Você não vai? Por quê?
Não sei por quê! Aí podemos acrescentar outro fator. Uma nota de violão
tem um número limitado e pequeno de frequências –
Exemplos: formando um som mais “limpo”. Já no espectro de som
A situação agravou-se porque
Conjunção que indica proveniente de unhas arranhando um quadro-negro (ou de
ninguém reclamou.
explicação ou causa
Ninguém mais o espera, atrito entre isopores ou entre duas bexigas de ar) há um
Porque porque ele sempre se atrasa. número infinito delas. Assim, as células vibram de acordo com
muitas frequências e aquelas presentes na parte inicial da
Conjunção de Finalidade Exemplos: cóclea, por serem mais frágeis, são lesadas com mais
– equivale a “para que”, Não julgues porque não te facilidade. Daí a sensação de aversão a esse sons agudos e
“a fim de que”. julguem. “crus”.
Ronald Ranvaud, Ciência Hoje, nº 282.
Exemplos:
Função de substantivo –
Não é fácil encontrar o Assinale a frase em que a grafia do vocábulo sublinhado
vem acompanhado de
Porquê porquê de toda confusão. está equivocada.
artigo ou pronome
Dê-me um porquê de sua
saída.
(A) Por que sentimos calafrios?
(B) A razão porque sentimos calafrios é conhecida.
(C) Qual o porquê de sentirmos calafrios?
1. Por que (pergunta); (D) Sentimos calafrios porque precisamos defender nossa
2. Porque (resposta); audição.
3. Por quê (fim de frase: motivo); (E) Sentimos calafrios por quê?
4. O Porquê (substantivo).
Gabarito
Questões
01.D / 02.B
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VUNESP)
Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou até PONTUAÇÃO
sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre
........................ praticar atividade física..........................benefícios Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar
terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o principais funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo
avanço da idade. uso da língua portuguesa.4
(Ciência Hoje, março de 2012)
Ponto
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com: 1) Indica o término do discurso ou de parte dele.
(A) porque … trás … previnir Ex.: Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
(B) porque … traz … previnir que se encontra. / Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga
(C) porquê … tras … previnir e leite.
(D) por que … traz … prevenir
(E) por quê … tráz … prevenir 2) Usa-se nas abreviações.
Ex.: V.Exª (Vossa Exelencia) , Sr. (Senhor), S.A (Sociedade
02. Pref. de Salvador/BA - Técnico de Nível Médio II – Anonima).
FGV/2017)
Ponto e Vírgula
Por que sentimos calafrios e desconforto ao ouvir certos
sons agudos – como unhas arranhando um quadro-negro? 1) Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância.
Esta é uma reação instintiva para protegermos nossa Ex.: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo
audição. A cóclea (parte interna do ouvido) tem uma pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida;
membrana que vibra de acordo com as frequências sonoras os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
que ali chegam. A parte mais próxima ao exterior está ligada à (Vieira)
audição de sons agudos; a região mediana é responsável pela 2) Separa partes de frases que já estão separadas por
audição de sons de frequência média; e a porção mais final, por vírgulas.
sons graves. As células da parte inicial, mais delicadas e frágeis, Ex.: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros
são facilmente destruídas – razão por que, ao envelhecermos, montanhas, frio e cobertor.
perdemos a capacidade de ouvir sons agudos. Quando
frequências muito agudas chegam a essa parte da membrana, 3) Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
as células podem ser danificadas, pois, quanto mais alta a decreto de lei, etc. Ex.:
frequência, mais energia tem seu movimento ondulatório. Isso, - Ir ao supermercado;
em parte, explica nossa aversão a determinados sons agudos, - Pegar as crianças na escola;
mas não a todos. Afinal, geralmente não sentimos calafrios ou - Caminhada na praia;
- Reunião com amigos.

4 http://tudodeconcursosevestibulares.blogspot.com/2013/04/pontuacao-
resumo-com-questoes.html

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APOSTILAS OPÇÃO

Dois Pontos b) Da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão


produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
1) Antes de uma citação. c) Das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias
Ex.: Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:... não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem
abrir mão dos lucros altos.
2) Antes de um aposto.
Ex.: Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à 2) Para marcar inversão:
tarde e calor à noite. a) Do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
3) Antes de uma explicação ou esclarecimento. b) Dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
Ex.: Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
vivendo a rotina de sempre. c) Do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
de 1982.
4) Em frases de estilo direto. Ex.:
Maria perguntou: 3) Para separar entre si elementos coordenados (dispostos
- Por que você não toma uma decisão? em enumeração): Era um garoto de 15 anos, alto, magro. / A
ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
Ponto de Exclamação
4) Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós queremos
1) Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, comer pizza; e vocês, churrasco.
súplica, etc.
Ex.: - Sim! Claro que eu quero me casar com você! 5) Para isolar:
a) O aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira,
2) Depois de interjeições ou vocativos. possui um trânsito caótico.
Ex.: - João! Há quanto tempo! b) O vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

Ponto de Interrogação Questões

Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. 01. Assinale a alternativa em que a pontuação está
“Então? Que é isso? Desertaram ambos?” corretamente empregada, de acordo com a norma-padrão da
(Artur Azevedo) língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
Reticências embora, experimentasse, a sensação de violar uma intimidade,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
1) Indica que palavras foram suprimidas. que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
Ex.: Comprei lápis, canetas, cadernos... (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e,
embora experimentasse a sensação, de violar uma intimidade,
2) Indica interrupção violenta da frase. procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
Ex.: Não... quero dizer... é verdade... Ah! que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
3) Indica interrupções de hesitação ou dúvida embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
Ex.: Este mal... pega doutor? procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
4) Indica que o sentido vai além do que foi dito (D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e,
Ex.: Deixa, depois, o coração falar... embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo
Vírgula que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
Não se usa Vírgula embora, experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
Separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam- procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo
se diretamente entre si: que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.

1) Entre sujeito e predicado. 02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a
Todos os alunos da sala foram advertidos. ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as
sujeito predicado lacunas da frase abaixo:
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas
2) Entre o verbo e seus objetos. devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
V.T.D.I .O.D .O.I. (A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
(B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
3) Entre nome e complemento nominal; entre nome e (C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
adjunto adnominal. (D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
A surpreendente reação do governo contra os sonegadores (E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
despertou reações entre os empresários.
adj. adnominal nome adj. adn. Compl. nominal 03. Os sinais de pontuação estão empregados
corretamente em:
Usa-se a Vírgula (A) Duas explicações, do treinamento para consultores
1) Para marcar intercalação: iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a
a) Do adjunto adverbial: O café, em razão da sua construção de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar
abundância, vem caindo de preço. das metas de vendas associadas aos dois temas.

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APOSTILAS OPÇÃO

(B) Duas explicações do treinamento para consultores De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a como oxítona, paroxítona e proparoxítonas, independente de
construção de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar levar acento gráfico:
das metas de vendas associadas aos dois temas.
(C) Duas explicações do treinamento para consultores Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar
das metas de vendas associadas aos dois temas. Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se
(D) Duas explicações do treinamento para consultores evidencia na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque –
iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a retrato – passível
construção de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar
das metas de vendas associadas aos dois temas. Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
(E) Duas explicações, do treinamento para consultores evidencia na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara –
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a tímpano – médico – ônibus
construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar
das metas, de vendas associadas aos dois temas. Como podemos observar, mediante todos os exemplos
mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas
04. Assinale a alternativa em que o período, adaptado da em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente, no
revista Pesquisa Fapesp de junho de 2012, está correto quanto qual são os chamados de monossílabos, que quando
à regência nominal e à pontuação. pronunciados apresentam certa diferenciação quanto à
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, intensidade.
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos
outros. observar no exemplo a seguir:
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam
rapidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o “Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor.”
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
exemplo!, do que em outros. Os monossílabos em destaque classificam-se como
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam tônicos; os demais, como átonos (que, em e de).
rapidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um Acentos Gráficos
exemplo, do que em outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam Acento agudo (´) – colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam
avanço seja mais notável em alguns países - o Brasil é um as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público,
exemplo - do que em outros. parabéns.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente,
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais Acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e”
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado. Ex.: tâmara –
outros. Atlântico – pêssego – supôs

05. Assinale a alternativa em que a frase mantém-se Acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
correta após o acréscimo das vírgulas. artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrônica Trema)¨( – de acordo com a nova regra, foi totalmente
ao grupo ou acione o código na internet. abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de
código foi acionado. Müller)
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados,
recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a Til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
criança foi encontrada. nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega
primeiro às, areias do Guarujá. Regras Fundamentais
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone
de quem a encontrou e informar um ponto de referência Palavras oxítonas - acentuam-se todas as oxítonas
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s):
Respostas Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s).
1.C / 2.C / 3.B / 4.D / 5.E
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
ACENTUAÇÃO
Monossílabos tônicos - terminados em “a”, “e”, “o”,
Acentuação Tônica seguidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há

Implica na intensidade com que são pronunciadas as Formas verbais - terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais seguidas de lo, la, los, las. Ex.: respeitá-lo – percebê-lo – compô-
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como lo
são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas
de átonas. Paroxítonas - acentuam-se as palavras paroxítonas
terminadas em:
- i, is

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APOSTILAS OPÇÃO

táxi – lápis – júri - Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos


- us, um, uns que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
vírus – álbuns – fórum acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
- l, n, r, x, ps
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps Repare:
- ã, ãs, ão, ãos 1) O menino crê em você
ímã – ímãs – órfão – órgãos Os meninos creem em você.
2) Elza lê bem!
Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que essa Todas leem bem!
palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são 3) Espero que ele dê o recado à sala.
acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará Esperamos que os dados deem efeito!
mais fácil a memorização! 4) Rubens vê tudo!
Eles veem tudo!
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de
“s”. Ex.: água – pônei – mágoa – jóquei Cuidado! Há o verbo vir:
Ele vem à tarde!
Regras Especiais Eles vêm à tarde!

Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de plural de:
acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras ele tem – eles têm
paroxítonas. ele vem – eles vêm (verbo vir)
Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento. reter, deter, abster.
Ex.: ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
Antes Agora
ele retém – eles retêm
assembléia assembleia
ele convém – eles convêm
idéia ideia
jibóia jiboia
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes
apóia (verbo apoiar) apoia
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções,
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos,
como:
acompanhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
Pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do
– baú – país – Luís
indicativo).
Pode (terceira pessoa do singular do presente do
Observação importante: Não serão mais acentuados “i” e
indicativo). Ex.:
“u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de
Ela pode fazer isso agora.
ditongo. Ex.:
Elvis não pôde participar porque sua mãe não deixou.
Antes Agora
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
bocaiúva bocaiuva
preposição por. Ex.:
feiúra feiura
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, con-
Questões
tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
(A) Tem a última sílaba como tônica.
seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
(B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
(C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
(D) Não tem sílaba tônica.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
02. Indique a alternativa em que todas as palavras devem
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz,
receber acento.
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”
(A) virus, torax, ma.
não serão mais acentuadas. Ex.:
(B) caju, paleto, miosotis.
(C) refem, rainha, orgão.
Antes Agora
(D) papeis, ideia, latex.
apazigúe (apaziguar) apazigue
(E) lotus, juiz, virus.
argúi (arguir) argui
03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo
Ex.:
mesmo motivo que:
Antes Agora
(A) túnel
crêem creem
(B) voluntário
vôo voo
(C) até
(D) insólito
(E) rótulos

Português 16
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APOSTILAS OPÇÃO

04. Analise atentamente a presença ou a ausência de Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de;


acento gráfico nas palavras abaixo e indique a alternativa em
que não há erro: - Letras dos dígrafos: rr, ss, sc, sç xc.
(A) ruím - termômetro - táxi – talvez. Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-
(B) flôres - econômia - biquíni - globo. te;
(C) bambu - através - sozinho - juiz - Encontros consonantais das sílabas internas, excetuando-
(D) econômico - gíz - juízes - cajú. se aqueles em que a segunda consoante é l ou r.
(E) portuguêses - princesa - faísca. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car.

05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO: Acento Tônico


(A) saúde
(B) cooperar Ao pronunciar uma palavra de duas ou mais sílabas,
(C) ruim percebe-se que há sempre uma sílaba de maior intensidade
(D) creem sonora em comparação com as demais. Exemplo:
(E) pouco
Calor - a sílaba lor é a de maior intensidade.
Gabarito Faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade.
1.B / 2.A / 3.B / 4.C / 5.E Sólido - a sílaba só é a de maior intensidade.

SÍLABA Classificação da sílaba quanto à intensidade


-Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.
A sílaba é, normalmente, um grupo de fonemas centrados - Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensidade.
numa vogal. Toda sílaba é expressa numa só emissão de voz, - Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária.
havendo breves pausas entre cada sílaba. Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas,
Isso fica mais perceptível quando pronunciamos uma correspondendo à tônica da palavra primitiva.
palavra bem pausadamente.
Por isso, intuitivamente, a melhor maneira de separar as Classificação das palavras quanto à posição da sílaba
sílabas é falar bem pausadamente a palavra. Exemplo: FO... tônica
NO... LO... GI... A. Percebeu?5 De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos da
Fique sabendo que a base da sílaba é a vogal e, sem ela, não língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas são
há sílaba, ok? Há palavras com apenas uma vogal formando classificados em:
cada sílaba: aí, que se pronuncia a-í (duas sílabas). - Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última. Ex.:
Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-se avó, urubu, parabéns.
em: - Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.
- Monossílabas (uma vogal, uma sílaba): mão. Ex.: dócil, suavemente, banana.
- Dissílabas (duas vogais, duas sílabas): man-ga. - Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a
- Trissílabas (três vogais, três sílabas): man-guei-ra. antepenúltima. Ex.: máximo, parábola, íntimo.
- Polissílabas (mais de três vogais, mais de três sílabas):
man-guei-ren-se. Observações:
- São palavras oxítonas: cateter, mister, Nobel, novel, ruim,
Ou quem sabe esta: pneu-mo-ul-tra-mi-cros-co-pi-cos-si- sutil, transistor, ureter.
li-co-vul-ca-no-co-nió-ti-co. - São palavras paroxítonas: avaro, aziago, boêmia,
Se eu ainda sei contar, são 20 vogais, logo 20 sílabas. caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano, filantropo,
Quanto à tonicidade, há sílaba tônica (alta intensidade na fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impudico, inaudito,
pronúncia) e átona (baixa intensidade na pronúncia). Sempre intuito, maquinaria, meteorito, misantropo, necropsia (alguns
há apenas uma (1) sílaba tônica por palavra. Ela se encontra dicionários admitem também necrópsia), Normandia, pegada,
em uma das três sílabas finais da palavra (isto é, se a palavra policromo, pudico, quiromancia, rubrica, subido (a).
apresentar três sílabas). - São palavras proparoxítonas: aerólito, bávaro, bímano,
Dica: se houver acento agudo ou circunflexo em uma das crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano,
vogais, aí estará a sílaba tônica da palavra. trânsfuga.
- As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla
Divisão Silábica tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo,
Oceânia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil,
A divisão silábica deve ser feita normalmente a partir da réptil/reptil, zângão/zangão.
soletração. Usa-se o hífen para marcar a separação silábica.
Questões
Não se separam:
- Ditongos e Tritongos 01.
Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou; A carta de amor

- Dígrafos: ch, lh, nh, gu, qu. No momento em que Malvina ia pôr a frigideira no fogo,
Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa; entrou a cozinheira com um envelope na mão. Isso bastou para
que ela se tornasse nervosa. Seu coração pôs-se a bater
- Encontros consonantais que iniciam a sílaba. precipitadamente e seu rosto se afogueou. Abriu-o com gesto
Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co; decisivo e extraiu um papel verde-mar, sobre o qual se liam,
em caracteres energéticos, masculinos, estas palavras: “Você
Separam-se: será amada...”.
- Vogais dos hiatos.

5 PESTANA, Fernando. A Gramática para concursos. Elsevier. 2013..

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APOSTILAS OPÇÃO

Malvina empalideceu, apesar de já conhecer o conteúdo raros da fauna e da flora. O Parque possui 1.197 metros de
dessa carta verde-mar, que recebia todos os dias, havia já uma altitude e é um observatório natural que permite que os
semana. Malvina estava apaixonada por um ente invisível, por visitantes contemplem do alto toda cobertura vegetal
um papel verde-mar, por três palavras e três pontos de acompanhada de relevos e fontes de água dos municípios
reticências: “Você será amada...”. Há uma semana que vivia vizinhos. Uma paisagem rica em belezas naturais, que atrai a
como ébria. atenção de turistas brasileiros e estrangeiros.
Olhava para a rua e qualquer olhar de homem que se (...) O Pico do Jabre surpreende por suas belezas, clima
cruzasse com o seu, lhe fazia palpitar tumultuosamente o agradável e uma visão de encher de entusiasmo e energia
coração. Se o telefone tilintava, seu pensamento corria célere: positiva qualquer visitante. Com uma panorâmica de 130 km
talvez fosse “ele”. Se não conhecesse a causa desse transtorno, de visão, de onde se pode ver, a olho nu, os Estados do Rio
por certo Malvina já teria ido consultar um médico de doenças Grande do Norte e Pernambuco, o Mirante do Sertão, título
nervosas. Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa mais que merecido, é um dos lugares mais belos da Paraíba,
carta. Fora em todas as papelarias à procura desse papel com potencialidade para se tornar um dos complexos
verde-mar e, inconscientemente, fora até o correio ver se turísticos mais bem visitados do Estado.
descobria o remetente no ato de atirar o envelope na caixa. (...) Cenário ideal para os praticantes de esportes radicais,
Tudo em vão. Quem escrevia conseguia manter-se o Pico do Jabre atrai turistas de todas as partes do país,
incógnito. Malvina teria feito tudo quanto ele quisesse. equipados com seus acessórios de segurança. A existência de
Nenhum empecilho para com o desconhecido. Mas para que trilhas fechadas é outro atrativo para os desportistas,
ela pudesse realizar o seu sonho, era preciso que ele se incansáveis na busca de aventura.
tornasse homem de carne e osso. Malvina imaginava-o alto, O entorno do Parque Estadual do Pico do Jabre abrange
moreno, com grandes olhos negros, forte e espadaúdo. cinco municípios com atividades econômicas voltadas para a
O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era. agricultura. A turística no meio rural é uma das perspectivas
Seria pobre? Não podia ser. Seria um grande industrial? Quem para o desenvolvimento desta economia. O Parque Estadual do
sabe? Pico do Jabre, dentro da malha turística do estado da Paraíba,
As cartas de amor, verde-mar, haviam surgido na vida de com roteiros alternativos envolvendo esportes, cultura,
Malvina como o dilúvio, transformando-lhe o cérebro. gastronomia e lazer, traz benefícios a uma população, com a
Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi geração de mais empregos.
uma coisa tão dramática, tão original, tão crível, que Malvina O Parque Ecológico, como atrativo turístico natural desta
não teve nem um ataque de histerismo, nem uma crise de região, faz surgir novos serviços, tais como mateiros, guias,
cólera. Ficou apenas petrificada. taxistas, cozinheiros, dentre outros, os quais estão
“Você será amada... se usar, pela manhã, o creme de beleza diretamente ligados ao visitante. Os novos empreendimentos
Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido em todas as farmácias que surgirão, vão gerar recursos utilizados para a adequação
e drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua da infraestrutura local. Assim, surgirão novos horizontes para
Cheia. a região do entorno do Pico do Jabre, contribuindo para
Era o que continha o papel verde-mar, escrito em enérgicos permanência de sua população, que não mais migrará em
caracteres masculinos. busca de empregos e melhor qualidade de vida. Com a
Ao voltar a si, Malvina arrastou-se até o telefone: preservação da natureza, que está pronta para despertar uma
-Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casar- nova visão desta atividade tão promissora que é o turismo no
me com você. Sim, Jorge, amo-o! Ora, que pergunta! Pode vir. meio rural.
A voz de Jorge estava rouca de felicidade! (http://www.matureia.pb.gov.br).
E nunca soube a que devia tanta sorte!
(André Sinoldi) 03. Algumas palavras do texto estão escritas com acento.
Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras turística,
Assinale a opção em que as duas palavras foram agradável e país são RESPECTIVAMENTE:
corretamente separadas em sílabas. (A) Paroxítona - oxítona - proparoxítona.
(A) in-cóg-ni-to; trans-tor-no (B) Proparoxítona - oxítona - paroxítona.
(B) in-co-ns-ci-en-te-men-te; é-bria (C) Paroxítona - paroxítona - proparoxítona.
(C) em-pa-li-de-ce-u; a pa-i-xo-na-da (D) Proparoxítona - paroxítona - paroxítona.
(D) tu-mul-tuo-sa-men-te; e- ni-gma (E) Proparoxítona - paroxítona - oxítona.
(E) re-ti-cên-ci-as; em-pe-cil-ho
04. (Pref. de Cipotânea/MG -Operador de Máquinas
02. Assinale o item em que todas as sílabas estão Pesadas - REIS & REIS) Marque a opção em que a sílaba tônica
corretamente separadas: está marcada incorretamente:
(A) a-p-ti-dão; (A) Estrela.
(B) so-li-tá-ri-o; (B) Futebol.
(C) col-me-ia; (C) Remendados.
(D) ar-mis-tí-cio; (D) Mínimo.
(E) trans-a-tlân-ti-co.
05. Leia o texto abaixo e, depois, responda a questão.
Leia o texto e responda à questão 03.
As algas
O Mirante do Sertão
As algas
Parque ambiental que, segundo dados da Sudema, possui das águas salgadas
aproximadamente 500 hectares de área composta de espécies são mais amadas,
de Mata Atlântica e Caatinga, a Serra do Jabre é reconhecida são mais amargas
pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como uma das
maiores fontes de pesquisas biológicas do país, pois possui As algas marinhas
espécies endêmicas que só existem aqui na reserva ecológica e não andam sozinhas,
devem ser fruto de estudo para evitar extinção de exemplares de um reino maravilhoso

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APOSTILAS OPÇÃO

são as rainhas. (B) su-bli-nhar;


(C) subs-cri-ção;
As algas muito amigas (D) sé-rie;
inventam cantigas (E) a-ve-ri-gue
pra embalar
os habitantes do mar. Gabarito
01.A / 02.D / 03.E / 04.C / 05.D / 06.E / 07.C / 08.D / 09.A
As algas tão sábias / 10.B
são cheias de lábias
se jogam sem medo
e descobrem 3) Morfologia Estrutura e
o segredo
mais profundo formação das palavras e
que há bem no fundo classes de palavras.
do mar.

As algas em seus verdores MORFOLOGIA


são plantas e são flores.
Um pouco de tudo: de bichos, de gente, de flores, de Elias A Morfologia6 é o estudo a respeito da estrutura, formação
(José. São Paulo: Paulinas, 1982.)
e classificação das palavras. Estudar morfologia significa
estudar, isoladamente, as classes das palavras; diferentemente
Escolha a alternativa em que a palavra retirada do texto
da sintaxe, que trata do estudo das funções das palavras na
apresenta-se com a sua correta justificativa de acentuação
oração.
gráfica.
Podemos dividir o estudo das classes morfológicas da
(A) “águas” – oxítona terminada em ditongo.
seguinte forma:
(B) “sábias” – proparoxítona terminada em ditongo.
(C) “lábias” – paroxítona terminada em s.
- Processos de estrutura e formação das palavras;
(D) “há” – monossílaba tônica terminada em a(s).
- Classe de Palavras: substantivo, adjetivo, artigo, numeral,
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
06. Assinale a alternativa em que a divisão silábica de
todas as palavras está correta:
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
(A) e – nig – ma / su – bju – gar / rai – nha
(B) co – lé – gi – o / pror – ro – gar / je – suí – ta
Observe as seguintes palavras:
(C) res – sur – gir / su – bli – nhar / fu – gi – u
escol-a
(D) i – guais / ca- ná – rio / due – lo
escol-ar
(E) in – te – lec – ção / mi – ú – do / sa – guões
escol-arização
escol-arizar
07. Dadas as palavras:
sub-escol-arização
1) des – a – ten – to
2) sub – es – ti – mar
Percebemos7 que há um elemento comum a todas elas: a
3) trans – tor – no
forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis,
responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por
Constatamos que a separação silábica está correta:
exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se
(A) apenas em 1.
escolar pelo acréscimo do elemento destacável: ar.
(B) apenas em 2.
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas
(C) apenas em 3.
palavras que selecionamos, podemos depreender a existência
(D) em todas as palavras.
de diferentes elementos formadores. Cada um desses
(E) n.d.a
elementos formadores é uma unidade mínima de significação,
um elemento significativo indecomponível, a que damos o
08. Os vocábulos abaixo aparecem separados em sílabas.
nome de morfema.
Assinale aquele em que a separação não obedece às normas do
sistema ortográfico vigente:
Classificação dos Morfemas
(A) car-re-ga-dos;
(B) es-tá-tuas;
Radical: há um morfema comum a todas as palavras que
(C) cam-ba-Iei-a;
estamos analisando: escol-.
(D) es-pi-ra-is;
É esse morfema comum - o radical - que faz com que as
(E) es-cal-da-vam.
consideremos palavras de uma mesma família de significação.
- Nos cognatos o radical é a parte da palavra responsável
09. Há erro de divisão silábica em uma das séries.
por sua significação principal.
Assinale-a:
(A) ist-mo, á-gua, pror-ro-gar, trans-a-tlân-ti-co, cai-ais;
Afixos: como vimos, o acréscimo do morfema - ar - cria
(B) pneu, nup-ci-al, bi-sa-vô, flu-iu, su-bo-fi-ci-al;
uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o
(C) ne-crop-si-a, ru-a, sais, prai-a, cou-sa;
acréscimo dos morfemas sub e arização à forma escol
(D) ap-to, de-sá-gua, jói-a, mne-mô-ni-ca, dor;
criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de
(E) ad-li-ga-ção, sub-lin-gual, a-ven-tu-ra, sa-ir, ca-í-da.
afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece
10. A divisão silábica só não está correta em:
com sub, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como
(A) cor-rup-ção;

6 https://portugues.uol.com.br/gramatica/morfologia.html 7 http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-
i.htm

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APOSTILAS OPÇÃO

arização, surgem depois do radical os afixos são chamados Vogais temáticas verbais: são -a, -e e- i, que caracterizam
de sufixos. três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações.
- Prefixos e Sufixos, além de operar mudança de classe Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira
gramatical, são capazes de introduzir modificações de conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
significado no radical a que são acrescentados. segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem
à terceira conjugação.
Desinências: quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se
formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, primeira conj. segunda conj. terceira conj.
amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra
vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse
(primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se realiz-a-sse mex-e-rá g-i-mos
modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara,
amasse, por exemplo). Vogal ou consoante de ligação: as vogais ou consoantes
Assim, podemos concluir, que existem morfemas que de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos,
indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma
surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação
desinências, no qual podem ser divididos em: na palavra escolaridade: o - i - entre os sufixos- ar- e -dade
facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos:
a) Desinências nominais: indicam o gênero e o número gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira,
dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma tricota.
opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina.
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o Processos de Formação de Palavras
morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de
morfema, que indica o singular: garoto/garotos; Composição
garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas. Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
No caso dos nomes terminados em –r e– z, a desinência de radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de
plural assume a forma -es: composição: justaposição e aglutinação.
mar/mares; a) Justaposição: ocorre quando os elementos que formam
revólver/revólveres; o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos. Por
cruz/cruzes. exemplo: Corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.

b) Desinências verbais: em nossa língua, as desinências b) Aglutinação: ocorre quando os elementos que formam
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde sua
indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e integridade sonora. Por exemplo: Aguardente (água +
aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna + alta),
(desinência número-pessoais): vinagre (vinho + acre)
cant-á-va-mos
cant-á-sse-is Derivação por Acréscimo de Afixos
cant: radical É o processo pelo qual se obtêm palavras novas
cant: radical (derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A
-á-: vogal temática derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
-á-: vogal temática
a) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
-va-: desinência modo-temporal(caracteriza o pretérito acréscimo de prefixo.
imperfeito do indicativo). In------ --feliz des----------leal
-sse-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito Prefixo radical prefixo radical
imperfeito do subjuntivo).
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira b) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
pessoa do plural). acréscimo de sufixo.
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda Feliz---- mente leal------dade
pessoa do plural). Radical sufixo radical sufixo

Vogal Temática: observe que, entre o radical cant- e as c) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
desinências verbais, surge sempre o morfema– a. simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado o sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não
de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, “existiria”). Por parassíntese formam-se principalmente
constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal verbos.
temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos En-- -----trist- ----ecer
como os nomes apresentam vogais temáticas. Prefixo radical sufixo

Vogais Temáticas Nominais: são -a, -e, e -o, quando en----- ---tard--- --ecer
átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, prefixo radical sufixo
triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que
essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Outros Tipos de Derivação
a mesa, a escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem
É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora que haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva
de plural: e a derivação imprópria.
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais
tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam
vogal temática.

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APOSTILAS OPÇÃO

a) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por 04. “Sarampo” é:


redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação A) forma primitiva
de substantivos derivados de verbos. B) formado por derivação parassintética
Por exemplo: A pesca está proibida. (pescar). Proibida a C) formado por derivação regressiva
caça. (caçar) D) formado por derivação imprópria
E) formado por onomatopeia
b) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é
obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra 05. As palavras são formadas através de derivação
primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão parassintética em
somente na classe gramatical. Por exemplo: A)infelizmente, desleal, boteco, barraco.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê B)ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer.
deriva da conjunção porque) C)caça, pesca, choro, combate.
Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui, D)ajoelhar, pesca, choro, entristecer.
substantivo)
Gabarito
Outros processos de formação de palavras 01.B / 02.B / 03.B / 04.C / 05.B
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes. CLASSES DE PALAVRAS
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego) Em Classes de Palavras, estudaremos artigo, substantivo,
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego) adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição,
interjeição e conjunção. E dentro de cada uma, abordaremos
- Abreviação vocabular: cujo traço peculiar manifesta-se seu emprego e quando houver, sua flexão.
por meio da eliminação de um segmento de uma palavra no
intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente Artigo
aquelas mais longas. Vejamos alguns exemplos:
metropolitano – metrô É a palavra que acompanha o substantivo, indicando-lhe o
extraordinário – extra gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. Os
otorrinolaringologista – otorrino artigos podem ser:
telefone – fone Definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata de
pneumático – pneu um ser já conhecido; denota familiaridade: “A grande reforma
do ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do
- Onomatopeia: consiste em criar palavras, tentando médio.”
imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por Indefinidos: um, uma, uns, umas; Trata-se de um ser
exemplo: zum-zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá- desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando
blá-blá. um caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima)

- Siglas: as siglas são formadas pela combinação das letras Usa-se o artigo definido:
iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome. - com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados
Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e foram punidos.
Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). - com nomes próprios geográficos de estado, país, oceano,
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o
ser que haja mais de três letras e a sigla seja oceano Pacífico. Ex.: Conheço o Canadá mas não conheço
pronunciável sílaba por sílaba. Brasília.
Por exemplo: Unicamp, Petrobras. - depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos
os vinte atletas participarão do campeonato.
Questões - com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais
lindas flores da floricultura.
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam - com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo
pelo mesmo processo: tem dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e
A) ajoelhar / antebraço / assinatura simpático.
B) atraso / embarque / pesca - antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da
C) o jota / o sim / o tropeço primavera vem o verão.
D) entrega / estupidez / sobreviver - com expressões de peso e medida: O álcool custa um real
E) antepor / exportação / sanguessuga o litro. (=cada litro)

02. A palavra “aguardente” formou-se por: Não se usa o artigo definido:


A) hibridismo - antes de pronomes de tratamento iniciados por
B) aglutinação possessivos: Vossa Excelência, Vossa Senhoria. Ex.: Vossa
C) justaposição Alteza estará presente ao debate?
D) parassíntese - antes de nomes de meses: O campeonato aconteceu em
E) derivação regressiva maio de 2002.
- alguns nomes de países, como Espanha, França,
03. Que item contém somente palavras formadas por Inglaterra, Itália podem ser construídos sem o artigo,
justaposição? principalmente quando regidos de preposição. Ex.: “Viveu
A) desagradável - complemente muito tempo em Espanha.”
B) vaga-lume - pé-de-cabra - antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos
C) encruzilhada - estremeceu quatro, amigos de João Luís e Laurinha.
D) supersticiosa - valiosas
E) desatarraxou - estremeceu

Português 21
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APOSTILAS OPÇÃO

- antes de palavras que designam matéria de estudo,


empregadas com os verbos: aprender, estudar, cursar,
ensinar. Ex.: Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês.

O uso do artigo é facultativo:


- antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência
é irritante.
- antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou
Luciana / a Luciana?
- “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (Para a
Internet: <http://educacaoepraxis.blogspot.com.br>.
frente: exige a preposição)

Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o = ao No segundo quadrinho, correspondem, respectivamente, a


/ de + o, a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela. substantivo, pronome, artigo e advérbio:
(A) “guerra”, “o”, “a” e “por que”.
Usa-se o artigo indefinido: (B) “mundo”, “a”, “o” e “lá”.
- para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns (C) “quando”, “por que”, “e” e “lá”.
oito anos. (D) “por que”, “não”, “a” e “quando”.
- antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em (E) “guerra”, “quando”, “a” e “não”.
pares: Usava umas calças largas e umas botas longas.
- em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é 03. (SESAP/RN - Técnico em Enfermagem -
uma meiguice só. COMPERVE/2018)
- para comparar alguém com um personagem célebre: Luís
August é um Rui Barbosa. Nas décadas subsequentes, vários estudos
correlacionaram os hábitos dos pacientes como fatores de
O artigo indefinido não é usado: risco para doenças cardiovasculares. Sedentarismo,
- em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte, tabagismo, obesidade, entre outros, aumentam drasticamente
gente, quantidade. Ex.: Reservou para todos boa parte do lucro. as chances de enfarte.
- com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente. Ex.:
Não há suficiente espaço para todos. Com relação à quantidade de artigos no trecho, há
- com substantivo que denota espécie. Ex.: Cão que ladra (A) cinco.
não morde. (B) três.
(C) quatro.
Formas combinadas do artigo indefinido: Preposição de e (D) dois.
em + um, uma = num, numa, dum, duma.
04. (Prefeitura Tanguá/RJ - Técnico de Enfermagem -
O artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra MS Concursos/2017) Considere as afirmações sobre artigo e
transforma-a em substantivo. O ato literário é o conjunto do numeral e assinale a alternativa correta:
ler e do escrever. I - Algumas palavras que atendem o substantivo, como um,
em “um dia”, podem modificar-lhe o sentido. Podemos
Questões entender a expressão como “um dia qualquer” e também como
“um único dia.” Na primeira situação, a palavra um é artigo; na
01. (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão segunda, um é numeral.
Contábil - FGV/2018) A frase abaixo em que o emprego do II - Artigo é a palavra que antecede o substantivo,
artigo mostra inadequação é: definindo-o ou indefinindo-o. Numeral é a palavra que
(A) Todas as coisas que hoje se creem antiquíssimas já expressa quantidade exata de pessoas ou coisas, ou lugar que
foram novas; elas ocupam numa determinada sequência.
(B) Cuidado com todas as coisas que requeiram roupas III - Os numerais classificam-se em: cardinais (designam
novas; uma quantidade de seres); ordinais (indicam série, ordem,
(C) Todos os bons pensamentos estão presentes no posição); multiplicativos (expressam aumento proporcional a
mundo, só falta aplicá-los; um múltiplo da unidade); fracionários (denotam diminuição
(D) Em toda a separação existe uma imagem da morte; proporcional a divisões, frações da unidade).
(E) Alegria de amor dura apenas um instante, mas IV - O numeral pode referir-se a um substantivo ou
sofrimento de amor dura toda a vida. substituí-lo; no primeiro caso, é numeral substantivo; no
segundo, numeral adjetivo.
02. (IF/AP – Auxiliar em Administração –
FUNIVERSA/2016) (A) Apenas II, III e IV estão corretas.
(B) Apenas I, III e IV estão corretas.
(C) Apenas I, II e III estão corretas.
(D) Apenas I, II e IV estão corretas.

Gabarito

01.D / 02.E / 03.C / 04.C

Substantivo

É a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os nomes de


pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritual ou
mitológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, respeito,
criança.

Português 22
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APOSTILAS OPÇÃO

Classificação Alguns substantivos que mudam de sentido, quando se


- Comuns: nomeiam os seres da mesma espécie. Ex.: troca o gênero:
menina, piano, estrela, rio, animal, árvore. o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar);
- Próprios: referem-se a um ser em particular. Ex.: Brasil, o capital (dinheiro) - a capital (cidade);
América do Norte, Deus, Paulo, Lucélia. o cabeça (chefe, líder) - a cabeça (parte do corpo);
- Concretos: são aqueles que têm existência própria; são o guia (acompanhante) - a guia (documentação).
independentes; reais ou imaginários. Ex.: mãe, mar, água, anjo,
alma, Deus, vento, saci. São masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o
- Abstrato: são os que não têm existência própria; depende champanha, o soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete,
sempre de um ser para existir. Designam qualidades, o Hosana, o espécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa,
sentimentos, ações, estados dos seres: dor, doença, amor, fé, o lança-perfume, o praça (soldado raso), o pernoite, o
beijo, abraço, juventude, covardia. Ex.: É necessário alguém ser formicida, o herpes, o sósia, o telefonema, o saca-rolha, o
ou estar triste para a tristeza manifestar-se. plasma, o estigma.

Formação São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a


- Simples: são aqueles formados por apenas um radical: análise, a cal, a gênese, a entorse, a faringe, a cólera (doença),
chuva, tempo, sol, guarda. a cataplasma, a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês,
- Compostos: são os que são formados por mais de dois a sentinela, a sucuri, a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama,
radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia. a Xerox, a aguardente.
- Primitivos: são os que não derivam de outras palavras;
vieram primeiro, deram origem a outras palavras. Ex.: ferro, Número (plural/singular)
Pedro, mês, queijo. Acrescentam-se:
- Derivados: são formados de outra palavra já existente; - S – aos substantivos terminados em vogal ou ditongo:
vieram depois. Ex.: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão. povo, povos / feira, feiras / série, séries.
- Coletivos: os substantivos comuns que, mesmo no - S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens /
singular, designam um conjunto de seres de uma mesma abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes,
espécie. Ex.: abdômenes, hífenes.
- ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz,
Álbum de fotografias Colmeia de abelhas cartazes / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em
de bispos em R mudam sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter,
Alcateia de lobos Concílio
assembleia caracteres / sênior, seniores.
de textos - IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal,
Antologia Conclave de cardeais
escolhidos
jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções:
Arquipélago ilhas Cordilheira de montanhas
mal, males / cônsul, cônsules / real, réis.
- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S:
Reflexão do Substantivo cidadão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos.
Os substantivos apresentam variações ou flexões de gênero
(masculino/feminino), de número (plural/singular) e de grau Trocam-se:
(aumentativo/diminutivo).
- ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões
/ mamão, mamões.
Gênero (masculino/feminino)
- ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão,
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e
alemães / cão, cães.
feminino. A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a,
- il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis /
ou o acréscimo da vogal a, no final da palavra: mestre, mestra.
pernil, pernis.
- por eis (paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil, répteis /
Formação do Feminino
projétil, projéteis.
O feminino se realiza de três modos:
- m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs /
- Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha /
atum, atuns.
mestre, mestra / leão, leoa;
- zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão,
- Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um balões. 2º elimina-se o S + zinhos.
sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul, Balão – balões – balões + zinhos: balõezinhos.
consulesa / cantor, cantora / reitor, reitora.
Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos.
- Utilizando-se uma palavra feminina com radical
Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos.
diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro,
ovelha / cavalo, égua.
Alguns substantivos terminados em X são invariáveis
(valor fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix,
Substantivos Uniformes
as fênix / uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax.
- Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero,
quer se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea
Substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma
/ a cobra macho ou fêmea.
no plural:
- Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam
aldeão, aldeões, aldeãos;
indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A
verão, verões, verãos;
indicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou anão, anões, anãos;
feminino: o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a guardião, guardiões, guardiães;
pianista. corrimão, corrimãos, corrimões;
- Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero
ancião, anciões, anciães, anciãos;
para homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a
ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos.
testemunha (homem, mulher) / o cônjuge (marido, mulher).

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APOSTILAS OPÇÃO

Metafonia - apresentam o “o” tônico fechado no singular e - adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta-
aberto no plural: caroço (ô), caroços (ó) / imposto (ô), metragem = curtas-metragens / má-língua = más-línguas /
impostos (ó). - numeral ordinal + substantivo: segunda-feira =
segundas-feiras / quinta-feira = quintas-feiras.
Substantivos que mudam de sentido quando usados no
plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. Composto com a palavra guarda só vai para o plural se
(Patrimônio); Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram for pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos / guarda-
maravilhosas. (Descanso). florestal = guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis /
guarda-marinha = guardas-marinha.
Substantivos empregados somente no plural: Arredores,
belas-artes, bodas (ô), condolências, cócegas, costas, exéquias, Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas
férias, olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames, / os Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os
viveres, idos, afazeres, algemas. Silvas.

Plural dos Substantivos Compostos Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs /
DVDs / ONGs / PMs / Ufirs.
Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:
Grau (aumentativo/diminutivo)
- palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir
= girassóis / autopeça = autopeças. intensidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é
- verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha- que damos o nome de grau do substantivo. Os graus
céu = arranha-céus / bate-bola = bate-bolas / guarda-roupa = aumentativos e diminutivos são formados por dois processos:
guarda-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição =
vale-refeições. - Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou
- elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = diminutivo: peixe – peixão; peixe-peixinho; sufixo inho ou
sempre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém- isinho.
nascido = recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / auto-
escola = auto-escolas. - Analítico: formado com palavras de aumento: grande,
- palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico- enorme, imensa, gigantesca (obra imensa / lucro enorme /
tico = os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres. carro grande / prédio gigantesco); e formado com as palavras
- substantivo composto de três ou mais elementos não de diminuição (diminuto, pequeno, minúscula, casa pequena,
ligados por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres / peça minúscula, saia diminuta).
o bem-te-vi = os bem-te-vis / o sem-terra = os sem-terra / o
fora-da-lei = os fora-da-lei / o João-ninguém = os joões-ninguém - Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns
/ o ponto-e-vírgula = os ponto e vírgulas / o bumba meu boi = substantivos exprimem também desprezo, crítica, indiferença
os bumba meu bois. em relação a certas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo,
- quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: narigão, gentinha, coisinha, povinho, livreco.
grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer - Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho,
= bel-prazeres. Toninho, mãezinha.
- Em consequência do dinamismo da língua, alguns
Somente o primeiro elemento vai para o plural: substantivos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram
um significado novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha
- substantivo + preposição + substantivo: água de colônia (calendário).
= águas-de-colônia / mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça / - As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em
pão-de-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz. sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo
- quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão
ideia de tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredo / (sílaba nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú
pombo-correio = pombos-correio / salário-família = salários- (hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho.
família / banana-maçã = bananas-maçã / vale-refeição = vales- - As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas
refeição (vale = ter valor de, substantivo+especificador) consoantes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país =
paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza =
Os dois elementos ficam invariáveis quando houver: belezinha.
- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por
- verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o prefixação: minissaia, maxissaia, supermercado,
cola-tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os bota-fora minicalculadora.
- os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai
= os entra-e-sai / o leva-e-traz = os leva-e-traz / o vai-e-volta Questões
= os vai-e-volta.
01. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da
Os dois elementos, vão para o plural: mesma forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
(A) vulcão, abaixo-assinado;
- substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis / (B) irmão, salário-família;
abelha-mestra = abelhas-mestras / tia-avó = tias-avós / (C) questão, manga-rosa;
tenente-coronel = tenentes-coronéis / redator-chefe = (D) bênção, papel-moeda;
redatores-chefes. (E) razão, guarda-chuva.
- substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-
perfeitos / capitão-mor = capitães-mores / carro-forte = 02. Assinale a alternativa em que está correta a formação
carros-fortes / obra-prima = obras-primas / cachorro-quente do plural:
= cachorros-quentes. (A) cadáver – cadáveis;
(B) gavião – gaviães;

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APOSTILAS OPÇÃO

(C) fuzil – fuzíveis; Angelical de anjo Etário de idade


(D) mal – maus; Abdominal de abdômen Fabril de fábrica
(E) atlas – os atlas. Apícola de abelha Filatélico de selos
Aquilino de águia Urbano da cidade
03. A palavra livro é um substantivo
(A) próprio, concreto, primitivo e simples. Flexões do Adjetivo
(B) comum, abstrato, derivado e composto. Como palavra variável, sofre flexões de gênero, número e
(C) comum, abstrato, primitivo e simples. grau:
(D) comum, concreto, primitivo e simples.
Gênero
04. Assinale a alternativa em que todos os substantivos são
masculinos: - uniformes: têm forma única para o masculino e o
(A) enigma – idioma – cal; feminino. Funcionário incompetente = funcionária
(B) pianista – presidente – planta; incompetente.
(C) champanha – dó(pena) – telefonema; - biformes: troca-se a vogal “o” pela vogal “a” ou com o
(D) estudante – cal – alface; acréscimo da vogal “a” no final da palavra: ator famoso = atriz
(E) edema – diabete – alface. famosa / jogador brasileiro = jogadora brasileira.

05. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas
um significado; e no feminino têm outro, diferente. Marque a no segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa cívico-
alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao religiosa / são – sã.
seu significado: Às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos
(A) O capital = dinheiro; ou como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como
A capital = cidade principal; substantivo: acompanha um artigo). A cerveja que desce
(B) O grama = unidade de medida; redondo. (adjetivo como advérbio: redondamente).
A grama = vegetação rasteira;
(C) O rádio = aparelho transmissor; Número
A rádio = estação geradora;
(D) O cabeça = o chefe; O plural dos adjetivos simples flexiona de acordo com o
A cabeça = parte do corpo; substantivo a que se referem: menino chorão = meninos
(E) A cura = o médico. chorões / garota sensível = garotas sensíveis.
O cura = ato de curar.
- quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o
Gabarito segundo vai para o plural: questões político-partidárias, olhos
castanho-claros, senadores democrata-cristãos.
01.C / 02.E / 03.D / 04.C / 05.E - composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se
a cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis,
Adjetivo não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-
petróleo (adjetivo azul, substantivo petróleo); saia amarelo-
É a palavra variável em gênero, número e grau que canário = saias amarelo-canário (adjetivo, amarelo;
modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, substantivo canário).
estado, ou modo de ser: laranjeira florida; céu azul; mau tempo. - as locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo,
Os adjetivos classificam-se em: ficam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa /
- simples: apresentam um único radical, uma única palavra olho cor-de-mel = olhos cor-de-mel.
em sua estrutura: alegre, medroso, simpático. - são invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias
- compostos: apresentam mais de um radical, mais de duas sem-par, piadas sem-sal.
palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras; sapatos
marrom-escuros. Grau
- primitivos: são os que vieram primeiro; dão origem a
outras palavras: atual, livre, triste, amarelo, brando. O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades
- derivados: são aqueles formados por derivação, vieram dos seres. O adjetivo apresenta duas variações de grau:
depois dos primitivos: amarelado, ilegal, infeliz, comparativo e superlativo.
desconfortável.
- pátrios: indicam procedência ou nacionalidade, referem- O grau comparativo é usado para comparar uma
se a cidades, estados, países. Amapá: amapaense; Amazonas: qualidade entre dois ou mais seres, ou duas ou mais
amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra dos Reis: qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade, de
angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano. superioridade e de inferioridade:

Pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como: - de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou
afro-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino- tão alto quão / quanto / como você. (As duas pessoas têm a
japonês (China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira; mesma altura)
nipo-argentina (Japão e Argentina); teuto-argentinos
(alemão). - de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que
uma é mais do que a outra: Minha amiga Manu é mais
Locução Adjetiva: é a expressão que tem o mesmo valor elegante do que / que eu. (Das duas, a Manu é mais) Podem
de um adjetivo. É formada por preposição + um substantivo. ser:
Vejamos algumas locuções adjetivas: Analítico: mais bom / mais mau / mais grande / mais
pequeno: O salário é mais pequeno do que / que justo (salário
pequeno e justo). Quando comparamos duas qualidades de um

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APOSTILAS OPÇÃO

mesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau, coração não é o órgão do amor! Ao contrário do que dizem, não
mais bom, mais pequeno. é ali que moram os sentimentos. Puxa, para que serve ele,
Sintético: bom, melhor / mau, pior / grande, maior / afinal? Calma, não jogue o coração para escanteio, ele é
pequeno, menor: Esta sala é melhor do que / que aquela. superimportante. “É um órgão vital. É dele a função de
bombear sangue para todas as células de nosso corpo”, explica
- de inferioridade: um elemento é menor do que outro: Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital do Coração.
Somos menos passivos do que / que tolerantes. O coração é um músculo oco, por onde passa o sangue, e
tem dois sistemas de bombeamento independentes. Com essas
O grau superlativo apresenta característica intensificada. “bombas” ele recebe o sangue das veias e lança para as
Pode ser absoluto ou relativo: artérias. Para isso contrai e relaxa, diminuindo e aumentando
de tamanho. E o que tem a ver com o amor? “Ele realmente
- Absoluto: atribuída a um só ser; de forma absoluta. Pode bate mais rápido quando uma pessoa está apaixonada. O corpo
ser: libera adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos e a
Analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, pressão arterial”.
bastante, extremamente, excepcionalmente + adjetivo (Nicola é (O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6)
extremamente simpático).
Sintético: adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo (Minha Nas frases “ele é superimportante” e “Ele realmente bate
comadre Mariinha é agradabilíssima). mais rápido quando uma pessoa está apaixonada”, há dois
exemplos de variação de grau.
- o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos
terminados em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer Sobre essas variações, assinale a afirmativa correta.
(magro) = macérrimo; (A) Apenas na primeira frase há uma variação de grau de
- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo adjetivo.
(pobríssimo); (B) Nas duas ocorrências ocorre o superlativo de adjetivos.
- adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = (C) Apenas na segunda ocorrência ocorre o grau
amabilíssimo; comparativo do adjetivo.
- adjetivos terminados em eio formam o superlativo (D) Na primeira ocorrência, a variação de grau ocorre por
apenas com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo. meio de um sufixo.
- os adjetivos terminados em io forma o superlativo em (E) Apenas na primeira frase há variação de grau.
iíssimo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo /
frio = friíssimo. 03. (Banestes - Técnico Bancário - FGV/2018) O
adjetivo ilimitado corresponde à locução “sem limites”; a
Usa-se também, no superlativo: locução com igual estrutura que NÃO corresponde ao adjetivo
abaixo destacado é:
- prefixos: maxinflação / hipermercado / (A) Os turistas ficaram inertes durante a ação policial /
ultrassonografia / supersimpática. sem ação;
- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem (B) O turista incauto ficou assustado com a ação policial /
sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena. sem cautela;
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / (C) O vocalista da banda saiu ileso do acidente / sem
linda, linda (=lindíssima). ferimento;
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / (D) O presidente da Coreia passou incógnito pela França /
grandalhão / gostosão / bonitão. sem ser percebido;
- linguagem informal, sufixo érrimo, em vez de íssimo: (E) O novo livro do autor estava ainda inédito / sem editor.
chiquérrimo, chiquetérrimo, elegantérrimo.
04. (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão
- Relativo: ressalta a qualidade de um ser entre muitos, Contábil - FGV/2018) Na escrita, pode-se optar
com a mesma qualidade. Pode ser: frequentemente entre uma construção de substantivo +
De Superioridade: Wilma é a mais prendada de todas as locução adjetiva ou substantivo + adjetivo (esportes da água =
suas amigas. (Ela é a mais de todas) esportes aquáticos).
De Inferioridade: Paulo César é o menos tímido dos filhos.
O termo abaixo sublinhado que NÃO pode ser substituído
Questões por um adjetivo é:
(A) A indústria causou a poluição do rio;
01. (COMPESA - Analista de Gestão - Advogado - (B) As águas do rio ficaram poluídas;
FGV/2016) A substituição da oração adjetiva por um adjetivo (C) As margens do rio estão cheias de lama;
de valor equivalente está feita de forma inadequada em: (D) Os turistas se encantam com a imagem do rio;
(A) “Quando você elimina o impossível, o que sobra, por (E) Os peixes do rio são bem saborosos.
mais improvável que pareça, só pode ser a verdade”. / restante
(B) “Sábio é aquele que conhece os limites da própria 05. (Pref. Paulínia/SP - Engenheiro Agrônomo -
ignorância”. / consciente dos limites da própria ignorância. FGV/2016) “O povo, ingênuo e sem fé das verdades, quer ao
(C) “A única coisa que vem sem esforço é a idade”. / menos crer na fábula, e pouco apreço dá às demonstrações
indiferente científicas.” (Machado de Assis)
(D) “Adoro a humanidade. O que não suporto são as
pessoas”. / insuportável No fragmento acima, os dois adjetivos sublinhados
(E) “Com o tempo não vamos ficando sozinhos apenas possuem, respectivamente, os valores de
pelos que se foram: vamos ficando sozinhos uns dos outros”. / (A) qualidade e estado.
falecidos (B) estado e relação.
(C) relação e característica.
02. (SEPOG/RO - Técnico em Tecnologia da Informação (D) característica e qualidade.
e Comunicação - FGV/2018) Temos uma notícia triste: o (E) qualidade e relação.

Português 26
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APOSTILAS OPÇÃO

Gabarito - os numerais fracionários concordam com os cardinais


que indicam o número das partes: Dois terços dos alunos foram
01.C / 02.A / 03.E / 04.A / 05.E contemplados.
- o fracionário meio concorda em gênero e número com o
Numeral substantivo no qual se refere: O início do concurso será meio-
dia e meia. (Hora) / Usou apenas meias palavras.
Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série,
multiplicação e divisão. Daí a sua classificação, Número
respectivamente, em: - os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros,
variam em número: Venderam um milhão de ingressos para a
- Cardinal - indica número, quantidade: um, dois, três, festa do peão. / Somos 180 milhões de brasileiros.
quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, - os numerais ordinais variam em número: As segundas
catorze ou quatorze, quinze, dezesseis, vinte..., trinta..., cem..., colocadas disputarão o campeonato.
duzentos..., oitocentos..., novecentos..., mil. - os numerais multiplicativos são invariáveis quando
usados com valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da
- Ordinal - indica ordem ou posição: primeiro, segundo, sua. (Valor de substantivo – invariável)
terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, - os numerais multiplicativos variam quando usados como
décimo primeiro, vigésimo..., trigésimo..., quingentésimo..., adjetivos: Fizemos duas apostas triplas. (Valor de adjetivo –
sexcentésimo..., septingentésimo..., octingentésimo..., variável)
nongentésimo..., milésimo. - os numerais fracionários variam em número,
concordando com os cardinais que indicam números das
- Fracionário - indica uma fração ou divisão: meia, metade, partes.
terço, quarto, décimo, onze avos, doze avos, vinte avos..., trinta - Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos
avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., milésimo. equivalem a 750 ml.

- Multiplicativo - indica a multiplicação de um número: Grau


dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos
nônuplo, décuplo, undécuplo, duodécuplo, cêntuplo. numerais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um
“gato”! / Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola.
Os numerais que indicam conjunto de elementos de
quantidade exata são os coletivos: Emprego dos Numerais
- para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na
BIMESTRE: período de dois meses poesia épica), empregam-se: os ordinais até décimo: João Paulo
CENTENÁRIO: período de cem anos II (segundo), Canto X (décimo), Luís IX (nono); os cardinais
DECÁLOGO: conjunto de dez leis para os demais: Papa Bento XVI (dezesseis), Século XXI (vinte
DECÚRIA: período de dez anos e um).
DEZENA: conjunto de dez coisas - se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal.
LUSTRO: período de cinco anos O XX século foi de descobertas científicas. (vigésimo século)
MILÊNIO: período de mil anos - com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeral
MILHAR: conjunto de mil coisas
ordinal: O pagamento do pessoal será sempre no dia primeiro.
NOVENA: período de nove dias
- na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares,
QUARENTENA: período de quarenta dias
QUINQUÊNIO: período de cinco anos
portarias e outros textos oficiais, emprega-se o numeral
RESMA: quinhentas folhas de papel ordinal até o nono: O diretor leu pausadamente a portaria 8ª
SEMESTRE: período de seis meses (portaria oitava); emprega-se o numeral cardinal, a partir de
TRIÊNIO: período de três anos dez: O artigo 16 não foi justificado. (artigo dezesseis)
TRINCA: conjunto de três coisas - enumeração de casa, páginas, folhas, textos,
apartamentos, quartos, poltronas, emprega-se o numeral
Algarismos cardinal: Reservei a poltrona vinte e oito. / O texto quatro está
Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II, 3-III, 4-IV, na página sessenta e cinco.
5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX, 10-X, 11-XI, 12-XII, 13-XIII, 14-XIV, - se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o
15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX, 20-XX, 30-XXX, 40- ordinal. Paulo César é adepto da 7ª Arte. (sétima)
XL, 50-L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90-XC, 100-C, 200-CC, 300- - não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos
CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700-DCC, 800-DCCC, 900-CM, reais é muito para mim.
1.000-M. - o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão,
milhar e bilhão, devem concordar no masculino:
Flexão dos Numerais - emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada
Gênero unidade após o numeral que a indica, sem espaço ou ponto:
- os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de 10h20min – dez horas, vinte minutos.
duzentos apresentam flexão de gênero: Um menino e uma
menina foram os vencedores. / Comprei duzentos gramas de Questões
presunto e duzentas rosquinhas.
- os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a 01. Marque o emprego incorreto do numeral:
nona colocada no vestibular. (A) século III (três)
- os numerais multiplicativos, quando usados com o valor (B) página 102 (cento e dois)
de substantivos, são Invariáveis: A minha nota é o triplo da sua. (C) 80º (octogésimo)
(Triplo – valor de substantivo) (D) capítulo XI (onze)
- quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão (E) X tomo (décimo)
de gênero: Eu fiz duas apostas triplas na loto fácil. (Triplas
valor de adjetivo) 02. Indique o item em que os numerais estão corretamente
empregados:

Português 27
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APOSTILAS OPÇÃO

(A) Ao Papa Paulo seis sucedeu João Paulo primeiro. - Retos - exercem a função de sujeito da oração.
(B) após o parágrafo nono, virá o parágrafo dez. - Oblíquos - exercem a função de complemento do verbo
(C) depois do capítulo sexto, li o capítulo décimo primeiro. (objeto direto / objeto indireto). São: tônicos com preposição
(D) antes do artigo décimo vem o artigo nono. ou átonos sem preposição.
(E) o artigo vigésimo segundo foi revogado.
Pessoas do Retos Oblíquos
03. (Pref. Chapecó/SC - Procurador Municipal - Discurso Átonos Tônicos
IOBV/2016) Quanto à classificação dos numerais, os que Singular 1ª pessoa eu me mim,
indicam o aumento proporcional de quantidade, podendo ter 2ª pessoa tu te comigo
3ª pessoa ele/ela se, o, a, ti, contigo
valor de adjetivo ou substantivo são os numerais:
lhe si, ele,
(A) Multiplicativos. consigo
(B) Ordinais. Plural 1ª pessoa nós nos nós,
(C) Cardinais. 2ª pessoa vós vos conosco
(D) Fracionários. 3ª pessoa eles/elas se, os, as, vós,
lhes convosco
04. (Pref. Barra de Guabiraba/PE - IDHTEC/2016) si, eles,
Assinale a alternativa em que o numeral está escrito por consigo
extenso corretamente, de acordo com a sua aplicação na frase:
(A) Os moradores do bairro Matão, em Sumaré (SP), - Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª
temem que suas casas desabem após uma cratera se abrir na pessoa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo
Avenida Papa Pio X. (décima) do teatro.
(B) O acidente ocorreu nessa terça-feira, na BR-401 - As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os
(quatrocentas e uma) pronomes pessoais do caso reto: Eu vi só ele ontem.
(C) A 22ª edição do Guia impresso traz uma matéria e teve - Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª
a sua página Classitêxtil reformulada. (vigésima segunda) pessoa apresentam as formas:
(D) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral:
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em Encontrei-a sozinha. Vejo-os diariamente.
erro, mediante artifício, ardil. (centésimo setésimo primeiro) o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z,
(E) A Semana de Arte Moderna aconteceu no início do assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo,
século XX. (século ducentésimo) consequentemente, as terminações R, S, Z. Preciso pagar ao
verdureiro. (= pagá-lo); Fiz os exercícios a lápis. (= Fi-los a
05. (MPE/SP - Oficial de Promotoria I - VUNESP/2016) lápis)
lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos - Eis a
O SBT fará uma homenagem digna da história de seu prova do suborno. (= Ei-la); O tempo nos dirá. (= no-lo dirá).
proprietário e principal apresentador: no próximo dia 12 (eis, nos, vos perdem o S)
[12.12.2015] colocará no ar um especial com 2h30 de duração no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m,
em homenagem a Silvio Santos. É o dia de seu aniversário de ão, õe: Deram-na como vencedora; Põe-nos sobre a mesa.
85 anos. lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural,
(http://tvefamosos.uol.com.br/noticias) terminado em S não modificado: Nós entregamoS-lhe a cópia
do contrato. (o S permanece)
As informações textuais permitem afirmar que, em nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural,
12.12.2015, Sílvio Santos completou seu perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café rápido.
(A) octogenário quinquagésimo aniversário. me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos
(B) octogésimo quinto aniversário. transitivos diretos (TD), têm sentido possessivo, equivalendo
(C) octingentésimo quinto aniversário. a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a
(D) otogésimo quinto aniversário. esperança. (sua, dele, dela possessivo)
(E) oitavo quinto aniversário.
Os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o
Gabarito nome de pronomes recíprocos quando expressam uma ação
mútua ou recíproca: Nós nos encontramos emocionados.
01.A / 02.B / 03.A / 04.C / 05.B (pronome recíproco, nós mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei.
/ Eu jà se arrumei; Eu me apavorei. / Eu me arrumei. (certos)
Pronome - Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos
por mim e ti após preposição: O segredo ficará somente entre
É a palavra que acompanha ou substitui o nome, mim e ti.
relacionando-o a uma das três pessoas do discurso. As três - É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu,
pessoas do discurso são: quando funcionarem como sujeito: Todos pediram para eu
1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou relatar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no
emissor; infinitivo). Lembre-se de que mim não fala, não escreve, não
2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se compra, não anda.
fala ou receptor; - As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas
3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de como complemento de verbos transitivos diretos ao passo
quem se fala ou referente. que as formas lhe, lhes são empregadas como complementos
de verbos transitivos indiretos: Dona Cecília, querida amiga,
Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento, chamou-a. (verbo transitivo direto, VTD); Minha saudosa
possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e comadre, Nircléia, obedeceu-lhe. (verbo transitivo
relativos. indireto,VTI)

Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais dividem-se em:

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APOSTILAS OPÇÃO

- É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo Masculino Feminino


a gente, substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve Singular Plural Singular Plural
fazer caridade com os mais necessitados. meu meus minha minhas
- Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes teu teus tua tuas
que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu- 1ª seu seus sua suas
pessoa- sujeito / me- pronome pessoal reflexivo) nosso nossos nossa nossas
vosso vossos vossa vossas
- Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser
seu seus sua suas
empregados somente como pronomes pessoais reflexivos e
funcionam como complementos de um verbo na 3ª pessoa,
Emprego dos Pronomes Possessivos
cujo sujeito é também da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com
elegância e levou consigo (com ela própria) todos os olhares.
- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode
(Nicole- sujeito, 3ª pessoa / levantou- verbo, 3ª pessoa /
provocar, às vezes, a ambiguidade da frase. Ex.: João Luís disse
se- complemento, 3ª pessoa / levou- verbo, 3ª pessoa /
que Laurinha estava trabalhando em seu consultório. O
consigo- complemento, 3ª pessoa).
pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir-se
- Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de
tanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No
Objeto Indireto) juntam-se a o, a, os, as (formas de Objeto
caso, usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambiguidade.
Direto), assim:
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações
me+o (mo). Ex.: Recebi a carta e agradeci ao jovem, que ma
numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus
trouxe.
trinta anos.
nos+o (no-lo). Ex.: Venderíamos a casa, se no-la exigissem.
- Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu
te+o: (to). Ex.: Dei-te os meus melhores dias. Dei-tos.
Ricardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma
lhe+o: (lho). Ex.: Ofereci-lhe flores. Ofereci-lhas.
alteração fonética da palavra senhor.
vos+o: (vo-lo). E.: Pedi-vos conselho. Pedi vo-lo.
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
concorda com o mais próximo. Ex.: Trouxe-me seus livros e
No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to,
anotações.
lho, no-lo, vo-lo), são usadas somente em escritores mais
- Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me,
sofisticados.
te, lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir-lhe os
passos. (os seus passos)
Pronomes de Tratamento
- Deve-se observar as correlações entre os pronomes
São usados no trato com as pessoas. Dependendo da
pessoais e possessivos. “Sendo hoje o dia do teu aniversário,
pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o
apresso-me em apresentar-te os meus sinceros parabéns;
tratamento será familiar ou cerimonioso.
Peço a Deus pela tua felicidade; Abraça-te o teu amigo que te
preza.”
Vossa Alteza - V.A. - príncipes, duques;
- Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando
Vossa Eminência - V.Ema - cardeais;
se trata de parte do corpo. Ex.: Um cavaleiro todo vestido de
Vossa Excelência - V.Ex.a - altas autoridades, presidente,
negro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada
oficiais;
em sua, mão. (usa-se: no ombro; na mão)
Vossa Magnificência - V.Mag.a - reitores de universidades;
Vossa Majestade - V.M. - reis, imperadores;
Pronomes Demonstrativos
Vossa Santidade - V.S. - Papa;
Indicam a posição dos seres designados em relação às
Vossa Senhoria -V.Sa - tratamento cerimonioso.
pessoas do discurso, situando-os no espaço ou no tempo.
- São também pronomes de tratamento: o senhor, a
Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis.
senhora, a senhorita, dona, você.
- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico.
este, esta, isto, estes, estas
Ex.:
Nas comunicações oficiais devem ser utilizados somente Não gostei deste livro aqui.
dois fechos: Neste ano, tenho realizado bons negócios.
Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive Esta afirmação me deixou surpresa: gostava de química.
para o presidente da República. O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual,
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia mas esta é mais oprimida.
ou de hierarquia inferior. esse, essa, esses, essas
Ex.:
- A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada Não gostei desse livro que está em tuas mãos.
Nesse último ano, realizei bons negócios.
quando se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não Gostava de química. Essa afirmação me deixou surpresa.
compareceu à reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa) aquele, aquela, aquilo, aqueles, aquelas
- A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando Ex.:
se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajou para Não gostei daquele livro que a Roberta trouxe.
um congresso. (falando a respeito do cardeal) Tenho boas recordações de 1960, pois naquele ano realizei
- Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria, bons negócios.
Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual,
pessoa (com quem se fala), exigem que outros pronomes e o mas esta é mais oprimida que aquele.
verbo sejam usados na 3ª pessoa. Vossa Excelência sabe que
seus ministros o apoiarão. - para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e
variações) para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este
Pronomes Possessivos (e variações) para o que foi referido em último lugar. Ex.: Pais
São os pronomes que indicam posse em relação às pessoas e mães vieram à festa de encerramento; aqueles, sérios e
da fala. orgulhosos, estas, elegantes e risonhas.
- dependendo do contexto os demonstrativos também
servem como palavras de função intensificadora ou
depreciativa. Ex.: Júlia fez o exercício com aquela calma!

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APOSTILAS OPÇÃO

(=expressão intensificadora). Não se preocupe; aquilo é uma - O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual,
tranqueira! (=expressão depreciativa) de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e
- as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de o termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
então ou nesse momento. Ex.: A festa estava desanimada; nisso, - O pronome relativo pode vir sem antecedente claro,
a orquestra tocou um samba e todos caíram na dança. explícito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um não vem precedido de preposição. Ex.: Quem casa quer casa;
elemento anteriormente expresso. Ex.: Ninguém ligou para o Feliz o homem cujo objetivo é a honestidade; Estas são as
incidente, mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo. pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer.
- Só se usa o relativo cujo quando o consequente é
Pronomes Indefinidos diferente do antecedente. Ex.: O escritor cujo livro te falei é
São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de paulista.
modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse que Paulo - O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois
César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis de si.
em gênero e número; outros são invariáveis. - O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a:
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, em que, no qual. Ex.: Desconheço o lugar onde vende tudo
certo, vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer. mais barato. (= lugar em que)
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, - Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados
nada, cada, mais, menos, demais. depois de tudo, todos, tanto. Ex.: Naquele momento, a querida
comadre Naldete, falou tudo quanto sabia.
Emprego dos Pronomes Indefinidos
Pronomes Interrogativos
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um São os pronomes em frases interrogativas diretas ou
substantivo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem indiretas. Os principais interrogativos são: que, quem, qual,
dólares cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.) quanto:
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos - Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade?
quando colocados antes dos substantivos, e adjetivos quando (interrogativa direta, COM o ponto de interrogação)
colocados depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da - Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade.
situação. (antes do substantivo= indefinido); Eles voltarão no (interrogativa indireta, SEM a interrogação)
dia certo. (depois do substantivo=adjetivo).
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a Questões
qualquer: Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser;
indetermina, generaliza). 01. (CRP 2º Região/PE - Psicólogo Orientador - Fiscal -
- Outrem significa outra pessoa. Ex.: Nunca se sabe o Quadrix/2018)
pensamento de outrem.
- Qualquer, plural quaisquer. Ex.: Fazemos quaisquer
negócios.

Locuções Pronominais Indefinidas: são locuções


pronominais indefinidas duas ou mais palavras que equivalem
ao pronome indefinido: cada qual / cada um / quem quer que
seja / seja quem for / qualquer um / todo aquele que / um ou
outro / tal qual (=certo).

Pronomes Relativos
São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma
palavra que já apareceu na oração anterior. Essa palavra da
oração anterior chama-se antecedente: Comprei um carro que
é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se que o
pronome relativo que, substitui na 2ª oração, o carro, por isso
a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por
o, a, os, as, qual / quais.
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e
invariáveis.
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja,
cujas, quanto, quantos; Em "Mas ele não tinha muitas chances", as palavras
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. classificam-se, morfologicamente, na ordem em que aparecem,
como
Emprego dos Pronomes Relativos (A) preposição, pronome, advérbio, ação, nome e adjetivo.
(B) conjunção, pronome, advérbio, verbo, pronome e
- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de substantivo.
relativo universal. Ele pode ser empregado com referência à (C) interjeição, pronome, nome, verbo, artigo e adjetivo.
pessoa ou coisa, no plural ou no singular. Ex.: Este é o CD novo (D) conector, nome, adjetivo, verbo, pronome e nome.
que acabei de comprar; João Adolfo é o cara que pedi a Deus. (E) conjunção, substantivo, advérbio, verbo, advérbio e
- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome adjetivo.
demonstrativo o, a, os, as. Ex.: Não entendi o que você quis
dizer. (o que = aquilo que). 02. (IF/PA - Auxiliar em Administração -
- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre FUNRIO/2016) O emprego do pronome relativo está de
precedido de preposição. Ex.: Marco Aurélio é o advogado a acordo com as normas da língua-padrão em:
quem eu me referi. (A) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto
por ele.

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APOSTILAS OPÇÃO

(B) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho (A) Dá uma conotação irônica à frase.
direito. (B) Representa uma forma indireta de se dirigir ao casal.
(C) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator (C) Permite situar no espaço aquilo a que se refere.
apresentou ontem. (D) Indica posse do falante.
(D) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros (E) Evita a repetição do verbo.
nos orgulhamos.
(E) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram 05. (Pref. Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala -
muita sordidez. FEPESE/2016) Analise a frase abaixo:

03. (Eletrobras/Eletrosul - Técnico de Segurança do “O professor discutiu............mesmos a respeito da


Trabalho - FCC/2016) desavença entre .........e ........ .

Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a Assinale a alternativa que completa corretamente as
energia solar lacunas do texto.
(A) com nós - eu - ti
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo. (B) conosco - eu - tu
Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente por (C) conosco - mim - ti
causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das (D) conosco - mim - tu
maiores usinas de energia solar do mundo. (E) com nós - mim - ti
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas
renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra Gabarito
por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e
poluir menos. Uma aposta no futuro. 01.B / 02.C / 03.B / 04.C / 05.E
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do
papel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do Verbo
planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que
deixa os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas É a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da
são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É natureza, estado, mudança de estado. Flexiona-se em:
perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o - número (singular e plural);
calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar corredores - pessoa (primeira, segunda e terceira);
de brisa. - modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formas
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a nominais: gerúndio, infinitivo e particípio);
energia solar”. Disponível
em:http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-
- tempo (presente, passado e futuro);
cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html) - e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva).

Considere as seguintes passagens do texto: De acordo com a vogal temática, os verbos estão agrupados
I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi em três conjugações:
construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia 1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
solar do mundo. (1º parágrafo) 2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por 3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.
mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo)
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor,
fora. (3º parágrafo) compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua
IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça origem latina poer.
sombra no outro. (3º parágrafo)
Elementos Estruturais do Verbo
O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o As formas verbais apresentam três elementos em sua
qual” APENAS em estrutura: radical, vogal temática e tema.
(A) I e II. Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o
(B) II e III. significado essencial do verbo. Observe as formas verbais da
(C) I, II e IV. 1ª conjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses
(D) I e IV. verbos, nota-se que há uma parte que não muda, e que nela
(E) III e IV. está o significado real do verbo.
cont é o radical do verbo contar;
04. (Pref. Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo - esper é o radical do verbo esperar;
IDHTEC/2016) brinc é o radical do verbo brincar.

Se tirarmos as terminações ar, er, ir do infinitivo dos


verbos, teremos o radical desses verbos. Também podemos
antepor prefixos ao radical: desnutrir / reconduzir.

Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a qual


conjugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ª
conjugação: a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i.

Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal


temática. Ex.: contar - cont (radical) + a (vogal temática) =
tema. Se não houver a vogal temática, o tema será apenas o
radical (contei = cont ei).
O emprego do pronome “aquela” na charge:

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APOSTILAS OPÇÃO

Desinências: são elementos que se juntam ao radical, ou - Futuro do Pretérito: para expressar um acontecimento
ao tema, para indicar as flexões de modo e tempo, desinências posterior a um outro acontecimento passado. Ex.: Compraria
modo temporais e desinências número pessoais. um carro se tivesse dinheiro

Contávamos 1ª Conjugação: -AR


Cont = radical Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais,
a = vogal temática dançam.
va = desinência modo temporal Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos,
mos = desinência número pessoal dançastes, dançaram.
Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava,
Flexões Verbais dançávamos, dançáveis, dançavam.
Flexão de número e de pessoa: o verbo varia para indicar Pretérito Mais-Que-Perfeito: dançara, dançaras, dançara,
o número e a pessoa. dançáramos, dançáreis, dançaram.
- eu estudo – 1ª pessoa do singular; Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará,
- nós estudamos – 1ª pessoa do plural; dançaremos, dançareis, dançarão.
- tu estudas – 2ª pessoa do singular; Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria,
- vós estudais – 2ª pessoa do plural; dançaríamos, dançaríeis, dançariam.
- ele estuda – 3ª pessoa do singular;
- eles estudam – 3ª pessoa do plural. 2ª Conjugação: -ER
Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.
- Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma
Pretérito Perfeito: comi, comeste, comeu, comemos,
diferente da fala culta, exigida pela gramática oficial, ou seja,
comestes, comeram.
tu foi, tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens.
Pretérito Imperfeito: comia, comias, comia, comíamos,
- O pronome vós aparece somente em textos literários ou
comíeis, comiam.
bíblicos.
- Os pronomes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª Pretérito Mais-Que-Perfeito: comera, comeras, comera,
pessoa, é o mais usado no Brasil. comêramos, comêreis, comeram.
Futuro do Presente: comerei, comerás, comerá,
Flexão de tempo e de modo: os tempos situam o fato ou a comeremos, comereis, comerão.
ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em Futuro do Pretérito: comeria, comerias, comeria,
plena ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três comeríamos, comeríeis, comeriam.
possibilidades básicas, mas não únicas, são: presente,
pretérito e futuro. 3ª Conjugação: -IR
Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.
O modo indica as diversas atitudes do falante com relação Pretérito Perfeito: parti, partiste, partiu, partimos,
ao fato que enuncia. São três os modos: partistes, partiram.
- Modo Indicativo: a atitude do falante é de certeza, Pretérito Imperfeito: partia, partias, partia, partíamos,
precisão. O fato é ou foi uma realidade. Apresenta presente, partíeis, partiam.
pretérito perfeito, imperfeito e mais que perfeito, futuro do Pretérito Mais-Que-Perfeito: partira, partiras, partira,
presente e futuro do pretérito. partíramos, partíreis, partiram.
- Modo Subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de Futuro do Presente: partirei, partirás, partirá, partiremos,
dúvida, exprime uma possibilidade. O subjuntivo expressa partireis, partirão.
uma incerteza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta Futuro do Pretérito: partiria, partirias, partiria,
presente, pretérito imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, partiríamos, partiríeis, partiriam.
Lourdes; Se tivesse dinheiro compraria um carro zero;
Quando o vir, dê lembranças minhas. Emprego dos Tempos do Subjuntivo
- Modo Imperativo: a atitude do falante é de ordem, um - Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou
desejo, uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um duvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição. Ex.:
pedido, uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e Duvido de que apurem os fatos; Que surjam novos e honestos
imperativo negativo. políticos.
- Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma
Emprego dos Tempos do Indicativo condição ou hipótese. Ex.: Se recebesse o prêmio, voltaria à
- Presente do Indicativo: para enunciar um fato universidade.
momentâneo. Ex.: Estou feliz hoje. Para expressar um fato que - Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético,
ocorre com frequência. Ex.: Eu almoço todos os dias na casa de pode ou não acontecer. Quando você fizer o trabalho, será
minha mãe. Na indicação de ações ou estados permanentes, generosamente gratificado.
verdades universais. Ex.: A água é incolor, inodora, insípida.
- Pretérito Imperfeito: para expressar um fato passado, 1ª Conjugação –AR
não concluído. Ex.: Nós comíamos pastel na feira; Eu cantava Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que
muito bem. nós dancemos, que vós danceis, que eles dancem.
- Pretérito Perfeito: é usado na indicação de um fato Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se
passado concluído. Ex.: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi... ele dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles
- Pretérito Mais-Que-Perfeito: expressa um fato passado dançassem.
anterior a outro acontecimento passado. Ex.: Nós cantáramos Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele
no congresso de música. dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes,
- Futuro do Presente: na indicação de um fato realizado quando eles dançarem.
num instante posterior ao que se fala. Ex.: Cantarei domingo
no coro da igreja matriz. 2ª Conjugação -ER
Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que
nós comamos, que vós comais, que eles comam.

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APOSTILAS OPÇÃO

Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se ele


comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles - Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se
comessem. referir a um sujeito determinado. Ex. Querer é poder.
Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele Fumar prejudica a saúde. É proibido colar cartazes neste
comer, quando nós comermos, quando vós comerdes, muro.
quando eles comerem. - Quando tem valor de Imperativo. Ex. Soldados,
marchar! (= Marchai!) Esquerda, volver!
3ª conjugação – IR - Quando é regido de preposição (geralmente
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que precedido da preposição “de”) e funciona como
nós partamos, que vós partais, que eles partam. complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da
Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele oração anterior. Ex.: Eles não têm o direito de gritar assim.
partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles As meninas foram impedidas de participar do jogo. Eu os
partissem. convenci a aceitar.
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele
partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar",
quando eles partirem. "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar)
deve ser flexionado. Exs.:
Emprego do Imperativo Eram pessoas difíceis de serem contentadas.
Imperativo Afirmativo Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
- Não apresenta a primeira pessoa do singular. Os jogos que você me emprestou são agradáveis de serem
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do jogados.
subjuntivo.
- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”. - Nas locuções verbais. Ex.: Queremos acordar bem cedo
- O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo. amanhã. Eles não podiam reclamar do colégio. Vamos pensar
no seu caso.
Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós - Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da
amamos, vós amais, eles amam. oração anterior. Ex. Eles foram condenados a pagar pesadas
Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele multas. Devemos sorrir ao invés de chorar. Tenho ainda alguns
ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. livros por (para) publicar.
Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos
nós, amai vós, amem vocês. Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não,
preceder ou estiver distante do verbo da oração principal
Imperativo Negativo (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do
- É formado através do presente do subjuntivo sem a período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação
primeira pessoa do singular. verbal. Exs.:
- Não retira os “s” do tu e do vós. Na esperança de sermos atendidos, muito lhe
agradecemos.
Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem
ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. futebol.
Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
amemos nós, não ameis vós, não amem vocês. Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas
crianças.
Além dos três modos citados (Indicativo, Subjuntivo e
Imperativo), os verbos apresentam ainda as formas nominais: - Com os verbos causativos "deixar", "mandar" e
infinitivo – impessoal e pessoal, gerúndio e particípio. "fazer" e seus sinônimos que não formam locução verbal
com o infinitivo que os segue. Ex.: Deixei-os sair cedo hoje.
Infinitivo Impessoal8 - Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão.
isso significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, Ex.: Vi-os entrar atrasados. Ouvi-as dizer que não iriam à
não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. festa.
Assim, considera-se apenas o processo verbal. Ex.: Amar é
sofrer. Infinitivo Pessoal
Podendo ter valor e função de substantivo. Ex.: Viver é É o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na
lutar. (= vida é luta); É indispensável combater a corrupção. (= 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências,
combate à) assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente se da seguinte maneira:
(forma simples) ou no passado (forma composta). Ex.: É 2ª pessoa do singular: radical + ES. Ex.: teres (tu)
preciso ler este livro; Era preciso ter lido este livro. 1ª pessoa do plural: radical + mos. Ex.: termos (nós)
Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª 2ª pessoa do plural: radical + dês. Ex.: terdes (vós)
pessoas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo 3ª pessoa do plural: radical + em. Ex.: terem (eles)
impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas
pessoas do discurso (o que será esclarecido apenas pelo Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa
contexto da frase). Ex.: Para ler melhor, eu uso estes óculos. colocação.
(1ª pessoa); Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)
Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso
significa que ele atribui um agente ao processo verbal,
flexionando-se.
O infinitivo impessoal é usado: O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

8 https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf69.php

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APOSTILAS OPÇÃO

- Quando o sujeito da oração estiver claramente 01. (UNEMAT - Psicólogo - 2018)


expresso. Exs.:
Se tu não perceberes isto...
Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos (sujeito desinencial, sujeito
implícito = nós) desta regra.

- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração


principal. Exs.: Disponível
O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos https://www.facebook.com/tirasamandinho/photos/a.488361671209144.11396
estudarem bastante para a prova. 3.
488356901209621/1568398126538821/?type=3&theater.
Perdoo-te por me traíres. Acesso em: fev.2018.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.
O guarda fez sinal para os motoristas pararem. Na tirinha, Fê conversa com Camilo sobre o que ela
considera ser machismo na cerimônia de casamento, enquanto
- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na Pudim diz a Armandinho que tudo aquilo que a garota
terceira pessoa do plural). Exs.: questiona é algo natural.
Faço isso para não me acharem inútil. Nas falas atribuídas à menina, o verbo ter aparece em Tem
Temos de agir assim para nos promoverem. casamentos [...] (quadro 1) e em [...] essas coisas têm
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua significados! (quadro 2).
conduta.
Em relação a esses empregos do verbo ter, assinale a
- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade alternativa correta.
de ação. Exs.: (A) Em ambos, o verbo é impessoal.
Vi os alunos abraçarem-se alegremente. (B) Ambos estão na terceira pessoa do plural do presente
Fizemos os adversários cumprimentarem-se com do modo indicativo.
gentileza. (C) Ambos estão na terceira pessoa do singular do presente
Mandei as meninas olharem-se no espelho. do modo indicativo.
(D) Ambos estão no presente do modo indicativo, embora
Gerúndio o primeiro esteja na terceira pessoa do singular e o segundo na
Pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Ex.: Saindo de terceira pessoa do plural.
casa, encontrei alguns amigos. (Função de advérbio); Nas ruas,
(E) Ambos estão no presente do modo subjuntivo, embora
havia crianças vendendo doces. (Função adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; o primeiro esteja na terceira pessoa do singular e o segundo na
na forma composta, uma ação concluída. Ex.: Trabalhando, terceira pessoa do plural.
aprenderás o valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o
valor do dinheiro. 02. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2018)

Particípio O drama dos viciados em dívidas


Quando não é empregado na formação dos tempos
compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma Apesar dos sinais de recuperação da economia, o número
ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Ex.: de brasileiros endividados chegou a 61,7 milhões em fevereiro
Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o passado – o equivalente a 40% da população adulta. O número
particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação é alto porque o hábito de manter as contas em dia não é apenas
temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo uma questão financeira decorrente do estado geral da
(adjetivo verbal). Ex.: Ela foi a aluna escolhida para economia – pode ser uma questão comportamental. Por isso,
representar a escola. há grupos especializados que promovem reuniões semanais
com devedores, com a finalidade de trocar experiências sobre
1ª Conjugação –AR consumo impulsivo e propensão a viver no vermelho. Uma
Infinitivo Impessoal: dançar. dessas organizações é o Devedores Anônimos (DA), que
Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele, funciona nos mesmos moldes do Alcoólicos Anônimos (AA).
dançarmos nós, dançardes vós, dançarem eles. Pertencer a uma classe social mais alta não livra ninguém
Gerúndio: dançando. do problema. As pessoas de maior renda são justamente as que
Particípio: dançado. têm maior resistência em admitir a compulsão. Pior. É comum
que, diante dos apuros, como a perda do emprego, algumas
2ª Conjugação –ER tentem manter o mesmo padrão de vida em lugar de cortar
Infinitivo Impessoal: comer. gastos para se encaixar na nova realidade. Pedir um
empréstimo para quitar outra dívida é um comportamento
Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele,
recorrente entre os endividados.
comermos nós, comerdes vós, comerem eles.
Para sair do vermelho, aceitar o vício é o primeiro passo.
Gerúndio: comendo.
Uma vez que o devedor reconhece o problema, a próxima
Particípio: comido.
etapa é se planejar.
(Felipe Machado e Tatiana Babadobulos, Veja, 04.04.2018. Adaptado)
3ª Conjugação –IR
Infinitivo Impessoal: partir. Assinale a alternativa em que os verbos estão conjugados
Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele, de acordo com a norma-padrão, em substituição aos trechos
partirmos nós, partirdes vós, partirem eles. destacados na passagem – É comum que, diante dos apuros,
Gerúndio: partindo. como a perda do emprego, algumas tentem manter o mesmo
Particípio: partido. padrão de vida.
Questões (A) Poderia acontecer que ... mantêm

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APOSTILAS OPÇÃO

(B) Pôde acontecer que ... mantessem


(C) Podia acontecer que ... mantivessem Uma locução verbal9 é a combinação de um verbo
(D) Pôde acontecer que ... manteram auxiliar e um verbo principal. Esses dois verbos, aparecendo
(E) Podia acontecer que ... mantiveram juntos na oração, transmitem apenas uma ação verbal,
desempenhando o papel de um único verbo. Exemplo:
03. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2018) A vida - estive pensando
de Dorinha Duval foi, ____ . O processo ainda não havia ido a - quero sair
Júri quando a tese da defesa foi mudada. Não seria mais - pode ocorrer
violenta emoção, mas legítima defesa. Ela não teria atirado no - tem investigado
marido por ter sido ___ e chamada de velha, mas ______ o marido - tinha decidido
passou a agredi-la. De fato, o exame pericial de corpo de delito
realizado em Dorinha constatou a existência de _______ em seu Função dos verbos auxiliares nas locuções verbais
corpo. A versão da legítima defesa era ______ . Apenas o verbo auxiliar é flexionado. Verbo auxiliar é o
(Luiza Nagib Eluf, A paixão no banco dos réus. Adaptado) que perdendo significado próprio, é utilizado para auxiliar na
conjugação de outro, o verbo principal. Assim, o tempo, o
As expressões verbais empregadas em tempo que exprime modo, o número, a pessoa e o aspecto da ação verbal são
a ideia de hipótese são: indicados pelo verbo auxiliar.
(A) seria e teria.
(B) foi e seria.
(C) teria e ter sido.
(D) foi e constatou.
(E) ter sido e passou. Os auxiliares mais comuns são: “Ter, Haver, Ser e Estar”.
Contudo, outros verbos também atuam como verbos auxiliares
04. (Pref. Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo - nas locuções verbais, como os verbos poder, dever, querer,
IDHTEC/2016) Morto em 2015, o pai afirma que Jules Bianchi começar a, deixar de, voltar a, continuar a, entre outros.
não __________culpa pelo acidente. Em entrevista, Philippe
Bianchi afirma que a verdade nunca vai aparecer, pois os Função dos verbos principais nas locuções verbais
pilotos __________ medo de falar. "Um piloto não vai dizer nada Nas locuções verbais o verbo auxiliar aparece conjugado e
se existir uma câmera, mas quando não existem câmeras, o principal numa das formas nominais: no gerúndio, no
todos __________ até mim e me dizem. Jules Bianchi bateu com infinitivo ou no particípio.
seu carro em um trator durante um GP, aquaplanou e não
conseguiu __________para evitar o choque. Locução verbal com verbo principal no gerúndio
(http://espn.uol.com.br/noticia/603278_pai-diz-que-pilotos-da-f-1- Ex.: Estou escrevendo
temmedo-de-falar-a-verdade-sobre-o-acidente-fatal-de-bianchi) verbo auxiliar flexionado: estou
verbo principal no gerúndio: escrevendo
Complete com a sequência de verbos que está no tempo,
modo e pessoa corretos: Locução verbal com verbo principal no infinitivo
(A) Tem – tem – vem - freiar Ex.: Quero sair
(B) Tem – tiveram – vieram - frear verbo auxiliar flexionado: quero
(C) Teve – tinham – vinham – frenar verbo principal no infinitivo: sair
(D) Teve – tem – veem – freiar
(E) Teve – têm – vêm – frear Locução verbal com verbo principal no particípio
Ex.: Tinha decidido
05. (Prefeitura Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala - verbo auxiliar flexionado: tinha
FEPESE/2016) Assinale a alternativa em que está correta a verbo principal no particípio: decidido
correlação entre os tempos e os modos verbais nas frases
abaixo. Em todos os exemplos a ideia central é expressa pelo verbo
(A) A entonação correta ao falarmos colabora com o principal, os verbos auxiliares apenas indicam flexões de
entendimento que o outro tem do assunto tratado e reforçaria tempo, modo, pessoa, número e voz. Sem os verbos principais,
a nossa persuasão. os auxiliares não teriam sentido algum.
(B) Para falar bem em público, organize as ideias de acordo
com o tempo que você terá e, antes de falar, ensaie sua Questões
apresentação.
(C) A capacidade de os adolescentes virem a falar em 01. (CISSUL/MG - Condutor Socorrista - IBGP/2017)
público, teria dependido dos bons ensinamentos da escola.
(D) Quem vier a comparar a fala dos jovens de hoje com os
da geração passada, haveria de concluir que os jovens de hoje
leem muito menos.
(E) O contato visual também é importante ao falar em
público. Passa empatia e envolveria o outro.

Gabarito

01.D / 02.C / 03.A / 04.E / 05.B

Assinale a alternativa que contém uma locução verbal


Locução Verbal extraída do cartum.

9 https://www.conjugacao.com.br/locucao-verbal/

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) Não terão. Lugar: aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além,
(B) Como andar. algures (=em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar),
(C) Vai chegar. dentro, defronte, fora, longe, perto.
(D) Todos terão. Modo: assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ),
devagar, mal, melhor, pior, e a maior parte dos advérbios que
02. (CRQ 4ª REGIÃO/SP - Fiscal - QUADRIX) termina em mente: calmamente, suavemente, rapidamente,
tristemente.
Afirmação: certamente, decerto, deveras, efetivamente,
realmente, sim, seguramente.
Negação: absolutamente, de modo algum, de jeito
nenhum, nem, não, tampouco (=também não).
Intensidade: apenas, assaz, bastante, bem, demais, mais,
meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco.
Dúvida: acaso, eventuamente, por ventura, quiçá,
possivelmente, talvez.

Locuçoes Adverbiais: são duas ou mais palavras que têm


o valor de advérbio: às cegas, às claras, às toa, às pressas, às
escondidas, à noite, à tarde, às vezes, ao acaso, de repente, de
chofre, de cor, de improviso, de propósito, de viva voz, de
medo, com certeza, por perto, por um triz, de vez em quando,
sem dúvida, de forma alguma, em vão, por certo, à esquerda, à
direta, a pé, a esmo, por ali, a distância.
- De repente o dia se fez noite.
- Por um triz eu não me denunciei.
- Sem dúvida você é o melhor.

Graus dos Advérbios: o advérbio não vai para o plural, são


palavras invariáveis, mas alguns admitem a flexão de grau:
comparativo e superlativo.
Qual forma verbal substituiria, sem causar alteração de
sentido, a locução verbal "vou ter", que aparece no primeiro Comparativo de:
quadrinho? Igualdade - tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz
(A) "terei". quanto / como você.
(B) "teria". Superioridade - Analítico: mais do que. Ex.: Raquel é mais
(C) "tivera". elegante do que eu.
(D) "tenha". - Sintético: melhor, pior que. Ex.:
(E) "tinha". Amanhã será melhor do que hoje.
Inferioridade - menos do que: Falei menos do que devia.
03. (Pref. João Pessoa/PB - Professor Língua
Portuguesa - FGV) Uma locução verbal é o conjunto formado Superlativo Absoluto:
por um verbo auxiliar + um verbo principal, este último Analítico - mais, muito, pouco,menos: O candidato
sempre em forma nominal. Nas frases a seguir as formas defendeu-se muito mal.
verbais sublinhadas constituem uma locução verbal, à exceção Sintético - íssimo, érrimo: Localizei-o rapídíssimo.
de uma. Assinale‐a.
(A) Todos podem entrar assim que chegarem. Emprego do Advérbio
(B) Se os grevistas querem trabalhar menos, não vou - Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do
atendê‐los. sufixo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativo
(C) Deixem entrar todos os atrasados. sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho,
(D) Elas não sabem cozinhar como antigamente. depressinha, rapidinho (bem rápido). Exs.: Rapidinho chegou
(E) A plantação foi‐se expandindo para os lados a casa; Moro pertinho da universidade.
- Frequentemente empregamos adjetivos com valor de
Gabarito advérbio: A cerveja que desce redondo. (redondamente)
- Bastante - antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai
01.C / 02.A / 03.C para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante
simpáticas e gentis.
Advérbio - Bastante - antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai
para o plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas
É a palavra invariável que modifica um verbo (Chegou no céu.
cedo), um outro advérbio (Falou muito bem), um adjetivo - Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau
(Estava muito bonita). (adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei-a de
mau humor.
De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio - Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal:
pode ser de: Ficamos mais bem informados depois do noticiário notumo.
Tempo: ainda, agora, antigamente, antes, amiúde - Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se
(=sempre), amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente, fazem professores como antigamente. (=não se fazem mais)
depois, depressa, hoje, imediatamente, já, lentamente, logo, - Na locução adverbial a olhos vistos (=claramente), o
novamente, outrora. particípio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleide
emagrecia a olhos vistos.

Português 36
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APOSTILAS OPÇÃO

- Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que
último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a respostas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que
todos. formulamos. Talvez essas respostas venham a ser tais que
- A repetição de um mesmo advérbio assume o valor farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente,
superlativo: Levantei cedo, cedo. é sua frase menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)
Palavras e Locuções Denotativas: São palavras
semelhantes a advérbios e que não possuem classificação Nos trechos – … Talvez porque o autor das ideias não esteja
especial. Não se enquadram em nenhuma das dez classes de mais aqui… – ; – … nunca se apaixonou por suas ideias… – ; – A
palavras. São chamadas de denotativas e exprimem: Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas…
Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem. Ex.: Ainda – e – Provavelmente, é sua frase menos citada. –, os advérbios
bem que você veio. destacados expressam, correta e respectivamente,
Designação, Indicação: eis. Ex.: Eis aqui o herói da turma. circunstância de:
Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, (A) lugar; tempo; modo; afirmação.
sequer: Ex.: Não me disse sequer uma palavra de amor. (B) lugar; tempo; afirmação; dúvida.
Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso, (C) lugar; negação; modo; intensidade.
de mais a mais. Ex.: Também há flores no céu. (D) afirmação; negação; afirmação; afirmação.
Limitação: só, apenas, somente, unicamente. Ex.: Só Deus é (E) afirmação; negação; modo; dúvida.
perfeito.
Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo. Ex.: Sei lá o que ele Gabarito
quis dizer!
Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes. Ex.: Irei à 01.B / 02.C / 03.D / 04.B / 05.B
Bahia na próxima semana, ou melhor, no próximo mês.
Explicação: por exemplo, a saber. Ex.: Você, por exemplo, Preposição
tem bom caráter.
É a palavra invariável que liga um termo dependente a um
Questões termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As
preposições podem ser: essenciais ou acidentais.
01. Assinale a frase em que meio funciona como advérbio:
(A) Só quero meio quilo. As preposições essenciais atuam exclusivamente como
(B) Achei-o meio triste. preposições. São: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
(C) Descobri o meio de acertar. entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Exs.: Não dê
(D) Parou no meio da rua. atenção a fofocas; Perante todos disse, sim.
(E) Comprou um metro e meio.
As preposições acidentais são palavras de outras classes
02. Só não há advérbio em: que atuam eventualmente como preposições. São: como (=na
(A) Não o quero. qualidade de), conforme (=de acordo com), consoante, exceto,
(B) Ali está o material. mediante, salvo, visto, segundo, senão, tirante. Ex.: Agia
(C) Tudo está correto. conforme sua vontade. (= de acordo com)
(D) Talvez ele fale.
(E) Já cheguei. - O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um
substantivo, é flexionado: a casa, as casas, a árvore, as árvores,
03. Qual das frases abaixo possui advérbio de modo? a estrela, as estrelas. A preposição a nunca vai para o plural e
(A) Realmente ela errou. não estabelece concordância com o substantivo. Ex.: Fiz todo o
(B) Antigamente era mais pacato o mundo. percurso a pé. (não há concordância com o substantivo
(C) Lá está teu primo. masculino pé)
(D) Ela fala bem. - As preposições essenciais são sempre seguidas dos
(E) Estava bem cansado. pronomes pessoais oblíquos: Despediu-se de mim
rapidamente. Não vá sem mim.
04. Classifique a locução adverbial que aparece em
"Machucou-se com a lâmina". Locuções Prepositivas: é o conjunto de duas ou mais
(A) modo palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra
(B) instrumento é sempre uma preposição. Veja quais são: abaixo de, acerca de,
(C) causa acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, dentro de,
(D) concessão embaixo de, em cima de, em frente a, em redor de, graças a,
(E) fim junto a, junto de, perto de, por causa de, por cima de, por trás
de, a fim de, além de, antes de, a par de, a partir de, apesar de,
05. (PC/SP - Investigador de Polícia - VUNESP/2018) através de, defronte de, em favor de, em lugar de, em vez de,
Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as (=no lugar de), ao invés de (=ao contrário de), para com, até a.
ideias do fundador são institucionalizadas e defendidas por - Não confunda locução prepositiva com locução adverbial.
discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não Na locução adverbial, nunca há uma preposição no final, e sim
responder às necessidades atuais da sociedade. Talvez porque no começo: Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”.
o autor das ideias não esteja mais aqui para atualizá-las. (locução adverbial); O acidente ocorreu perto de meu atelier.
Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia (locução prepositiva)
as bases do comportamento. Como a tecnologia de então não - Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com
lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a outra preposição: Abola passou por entre as pernas do
psicanálise. Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por goleiro. Mas é inadequado dizer: Proibido para menores de até
suas ideias, revisando sua obra ao longo da vida. Ele chegou a 18 anos; Financiamento em até 24 meses.
afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades
ilimitadas do qual podemos esperar as elucidações mais

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APOSTILAS OPÇÃO

Combinações e Contrações Em
Combinação: ocorre quando não há perda de fonemas: (lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos.
a+o, os= ao, aos / a+onde = aonde. Matéria: As queridas amigas Nilceia e Nadélgia moram em
Contração: ocorre quando a preposição perde fonemas: Curitiba.
de+a, o, as, os, esta, este, isto = da, do, das, dos, desta, deste, Especialidade: Minha amiga Cidinha formou-se em Letras.
disto. Tempo: Tudo aconteceu em doze horas.
- em+ um, uma, uns, umas, isto, isso, aquilo, aquele, aquela,
aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso, Entre (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro
naquilo, naquele, naquela, naqueles. entre dois suportes.
- de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele,
daquela, daquilo. Para
- para+ a = pra. Direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa.
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes Tempo: Pretendo vê-lo lá para o final da semana.
demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome de Finalidade: Lute sempre para viver com dignidade.
crase e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: A preposição para indica permanência definitiva. Vou
à, às, àquele, àquela, àquilo. para o litoral. (ideia de morar)

Valores das Preposições Perante (posição anterior): Permaneceu calado perante


todos.
A
(movimento=direção): Foram a Lucélia comemorar os Por (percurso, espaço, lugar): Caminhava por ruas
Anos Dourados. desconhecidas.
Modo: Partiu às pressas. Causa: Por ser muito caro, não compramos um pendrive
Tempo: Iremos nos ver ao entardecer. novo.
Apreposição a indica deslocamento rápido: Vamos à praia. Espaço: Por cima dela havia um raio de luz.
(ideia de passear)
Sem (ausência): Eu vou sem lenço sem documento.
Ante
(diante de): Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a Sob (debaixo de / situação): Prefiro cavalgar sob o luar.
emoção. Viveu, sob pressão dos pais.
Tempo (substituída por antes de): Preciso chegar ao
encontro antes das quatro horas. Sobre
(em cima de, com contato): Colocou as taças de cristal
Após (depois de): Após alguns momentos desabou num sobre a toalha rendada.
choro arrependido. Assunto: Conversávamos sobre política financeira.

Até Trás (situação posterior; é preposição fora de uso. É


(aproximação): Correu até mim. substituída por atrás de, depois de): Por trás desta carinha
Tempo: Certamente teremos o resultado do exame até a vê-se muita falsidade.
semana que vem.
Atenção: Se a preposição até equivaler a inclusive, será Questões
palavra de inclusão e não preposição. Os sonhadores amam
até quem os despreza. (inclusive) 01. (PC/SP - Papiloscopista Policial - VUNESP/2018)

Com (companhia): Rir de alguém é falta de caridade;


deve-se rir com alguém.
Causa: A cidade foi destruída com o temporal.
Instrumento: Feriu-se com as próprias armas.
Modo: Marfinha, minha comadre, veste-se sempre com
elegância.

Contra
(oposição, hostilidade): Revoltou-se contra a decisão do
tribunal.
Direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu.

De (origem): Descendi de pais trabalhadores e honestos.


Lugar: Os corruptos vieram da capital.
Causa: O bebê chorava de fome.
Posse: Dizem que o dinheiro do povo sumiu.
Assunto: Falávamos do casamento da Mariele.
Matéria: Era uma casa de sapé.
A preposição de não deve contrair-se com o artigo, que
precede o sujeito de um verbo. É tempo de os alunos
estudarem. (e não: dos alunos estudarem)

Desde No 3º quadrinho, nas três ocorrências, o sentido da


(afastamento de um ponto no espaço): Essa neblina vem preposição “sem” e o das expressões que ela forma são,
desde São Paulo. respectivamente, de
Tempo: Desde o ano passado quero mudar de casa.

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) negação e causa. 04. Assinale a alternativa em que a preposição destacada


(B) adição e condição. estabeleça o mesmo tipo de relação que na frase matriz:
(C) ausência e modo. Criaram-se a pão e água.
(D) falta e consequência. (A) Desejo todo o bem a você.
(E) exceção e intensidade. (B) A julgar por esses dados, tudo está perdido.
(C) Feriram-me a pauladas.
02. (Pref. Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem - (D) Andou a colher alguns frutos do mar.
IDHTEC/2016) (E) Ao entardecer, estarei aí.

MAMÃ NEGRA (Canto de esperança) 05. (TJ/AL - Técnico Judiciário - FGV/2018)

Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama Ressentimento e Covardia
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias legislação específica que coíba não somente os usos mas os
semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A
enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol- crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune
posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos
vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente indébita.
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, No fundo, é um problema técnico que os avanços da
formando, anunciando -o dia da humanidade. informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)
dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me
Em qual das alternativas o acento grave foi mal valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-
empregado, pois não houve crase? história.
(A) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na
escola de samba Império Serrano, na Zona Norte do Rio.” internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e
(B) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos
direitos à moradia, a um trabalho digno, à integridade cultural, ou deformados que circulam por aí e que não podem ser
a vida e ao território." desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou
(C) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte revista é processado se publicar sem autorização do autor um
do Moa no dia 11 de maio.” texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em
(D) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de
custas da entidade.” falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a
(E) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a desmentir e dar espaço ao contraditório.
chegada de Edgardo Bauza no fim do ano passado.” Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do
cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão
03. (TJ/AL - Analista Judiciário - Oficial de Justiça de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira
Avaliador - FGV/2018) liberdade. (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)

Além do celular e da carteira, cuidado com as figurinhas O segmento do texto em que o emprego da preposição EM
da Copa indica valor semântico diferente dos demais é:
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 (A) “Tenho comentado aqui na Folha em diversas
crônicas”;
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo (B) A maioria dos abusos, se praticados em outros meios”;
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoitos (C) “... seriam crimes já especificados em lei”;
pelos cromos possam até roubá-los, muitos jornaleiros estão (D) “...a comunicação virtual está em sua pré-história”;
levando seus estoques para casa quando termina o expediente. (E) “...ainda que em citação longa e sem aspas”.
Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de
roubo de figurinha espalhados por mensagens de celular. Gabarito

No texto aparecem três ocorrências da preposição DE. 01.C / 02.E / 03.E / 04.C / 05.D
1. “troca-troca de figurinhas”;
2. “roubo de figurinha”; Interjeição
3. “mensagens de celular”.
É a palavra invariável que exprime emoções, sensações,
Sobre o emprego dessa preposição nesses casos, é correto estados de espírito ou apelos.
afirmar que:
(A) os termos precedidos da preposição DE indicam Locução Interjetiva: é o conjunto de duas ou mais
pacientes dos vocábulos anteriores; palavras com valor de uma interjeição: Muito bem! Que pena!
(B) os termos precedidos da preposição DE indicam Quem me dera! Puxa, que legal!
agentes dos termos anteriores;
(C) os termos “de figurinha” e “de celular” são Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas
complementos dos termos anteriores;
(D) os termos “de figurinhas” e “de celular” são adjuntos As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas de
dos vocábulos precedentes; acordo com o sentido que elas expressam em determinado
(E) os termos “de figurinhas” e “de figurinha” são contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode
complementos dos vocábulos precedentes. exprimir emoções variadas.

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APOSTILAS OPÇÃO

Admiração ou Espanto: Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu Gabarito


Deus!, Céus!
Advertência: Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!, 01.E / 02.A / 03.C / 04.E / 05.D
Olha lá!
Alegria: Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!; Conjunções
Ânimo: Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!
Aplauso: Bravo!, Parabéns!, Muito bem! Exercem a função de conectar as palavras dentro de uma
Chamamento: Olá!, Alô!, Psiu!, Psit! oração. Desta forma, elas estabelecem uma relação de
Aversão: Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh! coordenação ou subordinação e são classificadas em:
Medo: Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai! Conjunções Coordenativas e Conjunções Subordinativas.
Pedido de Silêncio: Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!,
Chega!, Basta! Conjunções Coordenativas
Saudação: Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!
Concordância: Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida! 1. Aditivas (Adição)
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me E
dera! Nem
Não só... Mas também
Observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes Mas ainda
são formadas por palavras de outras classes gramaticais: Senão
Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).
Exemplos:
Questões Viajamos e descansamos.
Eu não só estudo, mas também trabalho.
01. Assinale o par de frases em que as palavras destacadas
são substantivo e pronome, respectivamente: 2. Adversativas (posição contrária)
(A) A imigração tornou-se necessária. / É dever cristão
praticar o bem. Mas
(B) A Inglaterra é responsável por sua economia. / Havia Porém
muito movimento na praça. Todavia
(C) Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de
Entretanto
drogas é condenável.
No entanto
(D) Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. /
Pesca-se muito em Angra dos Reis.
Exemplos:
(E) Os prejudicados não tinham o direito de reclamar. /
Ela era explorada, mas não se queixava.
Não entendi o que você disse.
Os alunos estudaram, no entanto não conseguiram as
notas necessárias.
02. Assinale o item que só contenha preposições:
(A) durante, entre, sobre
3. Alternativas (alternância)
(B) com, sob, depois
(C) para, atrás, por
(D) em, caso, após Ou, ou
(E) após, sobre, acima Ora, ora
Quer, quer
03. Observe as palavras grifadas da seguinte frase: Já, já
“Encaminhamos a V. Senhoria cópia autêntica do Edital nº
19/82.” Elas são, respectivamente: Exemplos:
(A) verbo, substantivo, substantivo Ou você vem agora, ou não haverá mais ingressos.
(B) verbo, substantivo, advérbio Ora chovia, ora fazia sol.
(C) verbo, substantivo, adjetivo
(D) pronome, adjetivo, substantivo 4. Conclusivas (conclusão)
(E) pronome, adjetivo, adjetivo Logo
Portanto
04. Assinale a opção em que a locução grifada tem valor Por conseguinte
adjetivo: Pois (após o verbo)
(A) “Comprei móveis e objetos diversos que entrei a
utilizar com receio.” Exemplos:
(B) “Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos.” O caminho é perigoso; vá, pois, com cuidado!
(C) “Pediu-me com voz baixa cinquenta mil réis.” Estamos nos esforçando, logo seremos recompensados.
(D) “Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras...”
(E) “Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem 5. Explicativas (explicação)
escrúpulos não se apoderassem do que era delas.” Que
Porque
05. O "que" está com função de preposição na alternativa: Porquanto
(A) Veja que lindo está o cabelo da nossa amiga! Pois (antes do verbo)
(B) Diz-me com quem andas, que eu te direi quem és.
(C) João não estudou mais que José, mas entrou na Exemplos:
Faculdade. Não leia no escuro, que faz mal à vista.
(D) O Fiscal teve que acompanhar o candidato ao banheiro. Compre estas mercadorias, pois já estamos ficando sem.
(E) Não chore que eu já volto.

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APOSTILAS OPÇÃO

Conjunções Subordinativas Questões

Ligam uma oração principal a uma oração subordinativa, 01. (PC/SP - Papiloscopista Policial - VUNESP/2018)
com verbo flexionado.

1. Integrantes: iniciam a oração subordinada substantiva


– Que / Se / Como

Exemplos:
Todos perceberam que você estava atrasado.
Aposto como você estava nervosa.

2. Temporais (Tempo) – Quando / Enquanto / Logo que /


Assim que / Desde que
Exemplos:
Logo que chegaram, a festa acabou.
Quando eu disse a verdade, ninguém acreditou.

3. Finais (Finalidade) – Para que / A fim de que


Exemplo:
Foi embora logo, a fim de que ninguém o perturbasse.

4. Proporcionais (Proporcionalidade) – À proporção que Na fala do personagem no segundo quadrinho “Apesar da


/ À medida que / Quanto mais ... mais / Quanto menos... menos aparência, sou um homem ultramoderno!”, a expressão
Exemplos: destacada estabelece entre as informações relação de sentido
À medida que se vive, mais se aprende. de
Quanto mais se preocupa, mais se aborrece. (A) comparação.
(B) finalidade.
5. Causais (Causa) – Porque / Como / Visto que / Uma vez (C) consequência.
que (D) conclusão.
Exemplo: Como estivesse doente, não pôde sair. (E) concessão.

6. Condicionais (Condição) – Se / Caso / Desde que 02. (Prefeitura Trindade/GO - Auxiliar Administrativo
Exemplos: - FUNRIO/2016)
Comprarei o livro, desde que esteja disponível.
Se chover, não poderemos ir. OMS recomenda ingerir menos de cinco gramas de sal
por dia
7. Comparativas (Comparação) – Como / Que / Do que /
Quanto / Que nem Se você tem o hábito de pegar no saleiro e polvilhar a
Exemplos: comida com umas pitadas de sal, é melhor pensar duas vezes.
Os filhos comeram como leões. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou esta
A luz é mais veloz do que o som. quinta-feira que um adulto consuma por dia menos de dois
gramas de sódio – ou seja, menos de cinco gramas de sal – para
8. Conformativas (Conformidade) – Como / Conforme / reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças
Segundo cardiovasculares.
Exemplos: Pela primeira vez, a OMS faz recomendações também para
As coisas não são como parecem. as crianças com mais de dois anos de idade, para que as
Farei tudo, conforme foi pedido. doenças relacionadas com a alimentação não se tornem
crônicas na idade adulta. Neste caso, a OMS diz que os valores
9. Consecutivas (Consequência) – Que (precedido dos devem ainda ser mais baixos do que os dois gramas de sódio,
termos: tal, tão, tanto...) / De forma que devendo ser adaptados tendo em conta o tamanho, a idade e
Exemplos: as necessidades energéticas.
Teresa Firmino Adaptado de publico.pt/ciencia
A menina chorou tanto, que não conseguiu ir para a escola.
Ontem estive viajando, de forma que não consegui
participar da reunião. Em para reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças
cardiovasculares, a palavra para expressa o seguinte
10. Concessivas (Concessão) – Embora / Conquanto / significado:
Ainda que / Mesmo que / Por mais que (A) oposição
Exemplos: (B) finalidade
Todos gostaram, embora estivesse mal feito. (C) causalidade
Por mais que gritasse, ninguém o socorreu. (D) comparação
(E) temporalidade

03. (SEDUC/PA - Professor Classe I - Português -


CONSULPLAN/2018)

Coisas & Pessoas

Desde pequeno, tive tendência para personificar as coisas.


Tia Tula, que achava que mormaço fazia mal, sempre gritava:
“Vem pra dentro, menino, olha o mormaço!”. Mas eu ouvia o

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APOSTILAS OPÇÃO

mormaço com M maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho Respiramos a cultura da medicalização. Não nos perguntamos
que pegava crianças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando por que há tantas enfermidades e enfermos. Esta indagação
leio que alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo não convém à indústria farmacêutica nem ao sistema cujo
com estes olhos o Sr. Clamor Público, magro, arquejante, de objetivo primordial é a apropriação privada da riqueza.
preto, brandindo um guarda-chuva, com um gogó
protuberante que se abaixa e levanta no excitamento da Sobre os itens lexicais destacados no fragmento, estão
perseguição. E já estava devidamente grandezinho, pois devia corretas as afirmativas, EXCETO:
contar uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de (A) A conjunção “nem” liga dois itens (indústria / sistema)
colegas, a ver o lançamento da pedra fundamental da ponte indicando oposição entre eles.
Uruguaiana-Libres, ocasião de grandes solenidades, com os (B) A conjunção “porque” introduz uma relação de
presidentes Justo e Getúlio, e gente muita, tanto assim que causalidade entre as partes do período de que faz a ligação.
fomos alojados os do meu grupo num casarão que creio fosse (C) O conectivo “se” poderia ser substituído por “caso” e
a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e Argentina. indica condicionalidade.
Era como um alojamento de quartel, com breve espaço entre (D) O pronome “algum” transfere sua indefinitude ao
as camas e todas as portas e janelas abertas, tudo com os substantivo que acompanha, “transtorno”.
alegres incômodos e duvidosos encantos, um vulto junto à
minha cama, senti-me estremunhado e olhei atônito para um Gabarito
tipo de chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e
chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda 01.E / 02.B / 03.D / 04.B / 05.A
interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida calma:
– Pois é! Não vê que eu sou o sereno…
E eis que, por milésimo de segundo, ou talvez mais, julguei 4) Morfossintaxe Frase,
que se tratasse do sereno noturno em pessoa. [...]
(Mário Quintana. Caderno H. 5. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 153-154.) oração e período, termos da
oração, orações do período
Após a leitura do texto e considerando seu conteúdo, pode-
se afirmar quanto ao emprego da conjunção em relação à
(desenvolvidas e reduzidas),
titulação do texto que o sentido produzido indica funções sintáticas do pronome
(A) compensação de um elemento em relação ao outro. relativo, sintaxe de regência
(B) acrescentamento de um elemento em relação ao outro.
(C) sobreposição do último elemento em detrimento do
(verbal e nominal), sintaxe de
primeiro. concordância (verbal e
(D) estabelecimento de uma relação de um elemento para nominal) e sintaxe de
com o outro.
colocação.
04. (IF/PE - Técnico em Enfermagem - 2016)

Crônica da cidade do Rio de Janeiro SINTAXE

No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o Sintaxe10 é a parte da gramática que estuda a disposição
Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os das palavras nos períodos, bem como a relação lógica entre
netos dos escravos encontram amparo. elas.
Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e De maneira geral, podemos dizer que a sintaxe é o conjunto
apontando seu fulgor, diz, muito tristemente: das regras que determinam as diferentes possibilidades de
- Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar associação entre as palavras da língua para a formação de
Ele daí. enunciados verbais.
- Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se Para que a comunicação/interação verbal ocorra de
preocupe: Ele volta. maneira eficiente e organizada entre os falantes, as línguas
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na possuem não somente um léxico composto por milhares de
cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques, palavras, mas também algumas regras que determinam o
ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses modo como as palavras podem combinar-se para formar os
africanos. Cristo sozinho não basta. enunciados a partir de uma relação lógica. Essas regras são
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM Pocket, aquilo que definem a sintaxe das línguas.
2009.)

Funções e Relações Sintáticas


Na construção “A polícia mata muitos, e mais ainda mata a
economia”, a conjunção em destaque estabelece, entre as
O enunciado11 se encaixa em uma
orações,
organização/estruturação específica prevista na língua. Essa
(A) uma relação de adição.
organização é sempre regulada pela sintaxe, a qual define as
(B) uma relação de oposição.
sequências possíveis no interior dessas estruturas.
(C) uma relação de conclusão.
(D) uma relação de explicação.
Funções Sintáticas
(E) uma relação de consequência.
Consiste na função específica de cada elemento na
sentença ao se relacionar com outros elementos que também
05. (COPASA - Analista de Saneamento - Administrador
compõem o enunciado.
- FUMARC/2018)

Se você não corresponde ao figurino neoliberal é porque


sofre de algum transtorno. As doenças estão em moda.

10 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/sintaxe.htm 11 https://portugues.uol.com.br/gramatica/sintaxe.html

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Relações Sintáticas Atenção: Algumas frases só podem ser entendidas quando


Consiste nas relações estabelecidas entre as palavras que compreendemos o contexto em que são empregadas, como por
definem as estruturas possíveis na sintaxe das línguas. exemplo em frases que contém ironia, sarcasmo, deboche e
escárnio. Pois estas as vezes acabam expressando o contrário
Quando falamos em sintaxe, devemos estudar os seguintes do que aparentemente se diz.
assuntos dentro da gramática:
- Análise Sintática; Questões
- Regência Nominal e Verbal;
- Concordância Nominal e Verbal; 01. Marque apenas as frases nominais:
- Colocação Pronominal; (A) Que voz estranha!
(B) A lanterna produzia boa claridade.
ANÁLISE SINTÁTICA (C) As risadas não eram normais.
(D) Luisinho, não!
A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide
e classifica as orações que o constituem e reconhece a função 02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa,
sintática dos termos de cada oração. exclamativa, optativa ou imperativa.
(A) Você está bem?
Frase (B) Não olhe; não olhe, Luisinho!
(C) Que alívio!
É todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer (D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
comunicação. Pode expressar um juízo, indicar uma ação, (E) Você se machucou?
estado ou fenômeno, transmitir um apelo, uma ordem ou (F) A luz jorrou na caverna.
exteriorizar emoções12. São exemplos de frases13: (G) Agora suma, seu monstro!
(H) O túnel ficava cada vez mais escuro.
“Por favor!”
“Bom dia, tudo bem com você?” 03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o
modelo:
Os sinais de pontuação são as pausas especiais nas frases, Luisinho ficou pra trás. (declarativa)
e quando ocorre a inversão do sujeito + predicado, a sua Lusinho, fique para trás. (imperativa)
compreensão depende do contexto.
(A) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos.
Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o (B) Luisinho procurou os fósforos no bolso.
verbo ou seja frases constituídas apenas por nomes, (C) Os meninos olharam à sua volta.
substantivo, adjetivo e pronome.
Exemplo: Cada louco com sua mania. 04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm
verbos. Assinale, pois, as frases verbais:
Tipos de Frases (A) Deus te guarde!
Declarativas: anuncia algo de forma afirmativa ou (B) As risadas não eram normais.
negativa, ou juízo acerca de alguma coisa ou alguém: (C) Que ideia absurda!
Pedro estuda muito. (afirmativa) (D) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.
Jamais comprarei aquele carro. (negativa) (E) Tão preta como o túnel!
(F) Quem bom!
Interrogativas: pergunta alguma coisa (com ponto de (G) As ovelhas são mansas e pacientes.
interrogação) ou de forma indireta (sem o ponto de (H) Que espírito irônico e livre!
interrogação).
Por que quebraste o vidro? Respostas
Gostaria de comprar uma casa.
01. “a” e “d”
Imperativas: expressa uma ordem, pedido, pode ser
afirmativa ou negativa. 02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d)
“Silêncio! Respeite o professor.” (afirmativa) optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h)
Não faça loucuras. (negativa) declarativa

Exclamativas: expressa uma admiração, surpresa, 03. a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho,
arrependimento e etc. procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!
Como ela é inteligente!
Não acertaram mais! 04. a = guarde / b = eram / d = quebrou / g = são

Optativas: exprimir um desejo. Oração


Deus te acompanhe!
Que você consiga passar no concurso. É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há,
necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra uma
Imprecativas: uma imprecação (lançar uma praga, frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período,
maldição). completando um pensamento e concluindo o enunciado
Não conseguindo atingir seu intento, dirigiu maldições através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns
contra seu desafeto. casos, através de reticências.
Maldito seja quem encontrar você. Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes
elípticos - ocultos).

12 OTHON, Garcia, Comunicação em Prosa Moderna. FGV.2011.

Português 43
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Não têm estrutura sintática, portanto não são orações, sujeito: inexistente.
assim não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
Socorro! nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
Com licença! nome se refere a objetos da primeira e segunda pessoa, o
Que rapaz impertinente! sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto
(eu, tu, ele, etc.).
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, sua
partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou representação pode ser feita através de um substantivo, de um
as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
desempenha uma função sintática. cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Os termos da oração na língua portuguesa são classificados
em três grandes níveis: Eu acompanho você até o guichê.
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa.
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Vocês disseram alguma coisa?
Agente da Passiva). vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa (tu)
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal,
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
Marcos: sujeito = substantivo próprio.
Termos Essenciais da Oração
Dois termos fundamentais da oração: sujeito e predicado. Ninguém entra na sala agora.
ninguém: sujeito = pronome substantivo.
Sujeito Predicado
O andar deve ser uma atividade diária.
Felicidade é estar satisfeito.
o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa
Os jovens compraram os doces.
oração.
Um carro forte tombou nas ruas.
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de
pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma oração substantiva subjetiva:
coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto
semântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto É difícil optar por esse ou aquele doce...
estilístico (o tópico da sentença). É difícil: oração principal.
Já que o sujeito é depreendido de uma análise sintática, optar por esse ou aquele doce: oração substantiva
vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na subjetiva.
sentença: aquele que estabelece concordância com o núcleo do
predicado. O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou
Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é sempre um por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:
verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um
nome. 14Tendo assim por características básicas: O sino era grande.
- Estabelecer concordância com o núcleo do predicado; Ela tem uma educação fina.
- Apresentar-se como elemento determinante em relação Vossa Excelência agiu com imparcialidade.
ao predicado;
- Constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
ou, ainda, qualquer palavra substantivada. Exemplo: substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer
palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas,
O banco está interditado hoje. etc.). Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham
está interditado hoje: predicado nominal. uma voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
interditado: nome adjetivo = núcleo do predicado.
O banco: sujeito. Classificação dos Sujeitos
Banco: núcleo do sujeito - nome masculino singular. Simples - tem um só núcleo, no singular ou plural: O
cachorro tem uma casinha linda.
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo Composto - apresenta mais de um núcleo: O garoto e a
determinante, ao passo que o predicado é o termo menina brincavam alegremente.
determinado. Essa posição de determinante do sujeito em Expresso - está explícito, enunciado: Eu trabalharei
relação ao predicado adquire sentido com o fato de ser amanhã.
possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas Oculto (ou elíptico) - está implícito, não está expresso,
nunca uma sentença sem predicado. Exemplos: funciona como algo que não está claro, porém, no texto está o
significado dele: Trabalharei amanhã. (se deduz “eu” a partir
As formigas invadiram minha casa. da desinência do verbo).
as formigas: sujeito = termo determinante. Agente - ação expressa pelo verbo da voz ativa: O garoto
invadiram minha casa: predicado = termo determinado. chutou a bola.
Paciente - recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo
Há formigas na minha casa. passivo: A bola é chutada pelo menino. Construíram-se
há formigas na minha casa: predicado = termo açudes. (= Açudes foram construídos.)
determinado.

14 www.portalsaofrancisco.com.br/portugues/sujeito

Português 44
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Agente e Paciente - quando o sujeito realiza a ação predicado: era jogador.


expressa por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe núcleo do predicado: jogador = atributo do sujeito.
os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; tipo de predicado: nominal.
Regina trancou-se no quarto.
Indeterminado - quando não se indica o agente da ação Predicativo do sujeito - é o nome dado ao núcleo do
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem predicado nominal, é atribuído uma qualidade ou
atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a característica ao sujeito. Os verbos de ligação (ser, estar,
atropelou.); Come-se bem naquele restaurante (quem come).15 parecer, etc.) são a ligação entre o sujeito e o predicado.
Exemplo:
Observações:
- Não confunda sujeito indeterminado com sujeito oculto. A prefeitura comprou várias coisas na licitação.
- Sujeito formado por pronome indefinido não é predicado: comprou várias coisas na licitação.
indeterminado, mas expresso: Ninguém lhe telefonou. núcleo do predicado: comprou = nova informação sobre o
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o sujeito
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente tipo de predicado: verbal
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com
admiração. “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a Os meninos jogavam bola contentes.
moça”. predicado: jogavam bola contentes.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo núcleos do predicado: jogavam = nova informação sobre o
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. sujeito; contentes = atributo do sujeito.
O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do tipo de predicado: verbo-nominal.
sujeito. Pode ser omitido junto de infinitivos. Exemplos:
Aqui paga-se bem. Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é
Devagar se vai ao longe. responsável também por definir os tipos de elementos que
Quando se é jovem, a vida é vigorosa. aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho
basta para compor o predicado (verbo intransitivo).
- O verbo no infinitivo impessoal, ocorre a indeterminação Em outros casos é necessário um complemento que,
do sujeito. Exemplo: É legal assistir a estes filmes clássicos. juntamente com o verbo, constituem a nova informação sobre
o sujeito. De qualquer forma, esses complementos do verbo
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a não interferem na tipologia do predicado.
posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo,
língua. Exemplo: Da casa próxima apareceu aquela moça. / É quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por
difícil esta situação. estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:

Sem Sujeito - são enunciados através do predicado, o “A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
verbo não é atribuído a nenhum sujeito. Construídas com inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo
verbos impessoais na 3ª pessoa do singular: Havia gatos na é depois de algozes)
sala. / Choveu durante a festa. “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da
Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir,
acontecer, realizar-se, decorrer). Predicação verbal - tem como núcleo um verbo que
Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo. transmite ideia de ação, pode ser uma locução verbal (dois
Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, verbos). Alguns verbos, por natureza, têm sentido completo,
anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos. podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos
de predicação completa denominados intransitivos.
Predicado - é a soma de todos os termos da oração, exceto Exemplos: A planta nasceu. / Os meninos correm.
o sujeito e o vocativo. É tudo o que se declara na oração
referindo-se ao sujeito (quando há sujeito). Sempre apresenta Outros verbos, que tem predicação incompleta (sentido
um verbo.16 Exemplo: incompleto) conhecido como transitivos (precisam de
complemento) Exemplos: Paulo comprou cinco pães. / A casa
Victor conhece os amigos do rei. pertence ao Júlio.
sujeito: Victor = termo determinante.
predicado: conhece os amigos do rei = termo determinado. Observe que, sem os seus complementos, os verbos
“comprou” e “pertence” não transmitiriam informações
No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um nome, completas, pois ainda fica a dúvida: Comprou o quê? Pertence
quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, a quem?
ou um verbo (ou locução verbal).
Predicado nominal - (seu núcleo significativo é um nome, Os verbos de predicação completa denominam-se de
substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo intransitivos e os de predicação incompleta de transitivos.
de ligação). Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos
Predicado verbal - (seu núcleo é um verbo, seguido, ou diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e
não, de complemento(s) ou termos acessórios). Quando, num indiretos (bitransitivos).
mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância,
ambos constituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de Além dos verbos transitivos e intransitivos, que encerram
predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: uma noção definida ou conteúdo significativo, ainda existem
um verbo e um nome). Exemplos: os de ligação, verbos que entram na formação do predicado
nominal, relacionando o predicativo com o sujeito.
Victor era jogador.

15 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 16 PESTANA, Fernando. Gramática para concursos. Elsevier.2011.

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Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em: preposição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe,
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc.
pois têm sentido completo. Exemplo: “Três contos bastavam, Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os
insistiu ele.” (Machado de Assis) que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe,
lhes, construindo-se com os pronomes retos precedidos de
Observações: Os verbos intransitivos podem vir preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
predicativo (qualidade, características). Exemplos:
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam
Fui cedo; Passeamos pela cidade; Cheguei atrasado; a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e
Entrei em casa aborrecido. pouco mais, usados também como transitivos diretos.
Exemplos:
As orações formadas com verbos intransitivos não podem João paga (perdoa, obedece) o médico.
“transitar” (= passar) para a voz passiva. 17 O médico é pago (perdoado, obedecido) por João.
Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos
quando construídos com o objeto direto ou indireto. Exemplo: Há verbos transitivos indiretos, como atirar, investir,
contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem
“Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do mudança de sentido. Outros mudam de sentido com a troca da
Nascimento) preposição. Exemplos:
“Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Trate de sua vida. (tratar=cuidar).
Jardim) É desagradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar).
“Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves
Dias) Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de
“Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo significação conforme sejam usados como transitivos diretos
que já morreu...” (Ciro dos Anjos) ou indiretos.

Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, Transitivos Diretos e Indiretos: utilizam com dois
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, objetos: um direto, outro indireto, ao mesmo tempo.
chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc. Exemplos:
A jornalista fornece informações para os concorrentes.
Transitivos Diretos: pedem um objeto direto, ou seja, Oferecemos rosas a nossa amiga.
sempre um complemento sem preposição. Alguns verbos Ceda o carro para sua mãe.
deste grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar,
designar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: De Ligação: ligam ao sujeito o predicativo, uma palavra.
Comprei um terreno e construí a casa. Esses verbos, formam o predicado nominal. Exemplos:
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de A casa é feia.
Maricá) A carroça está torta.
A menina anda (=está) alegre.
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os A vizinha parecia uma mulher virtuosa.
que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o
complemento acompanhado de predicativo. Exemplos: Observações: os verbos de ligação não servem apenas de
Consideramos a situação difícil. anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais
Fernando trazia os documentos. se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por
Em geral, os verbos transitivos diretos são usados na voz exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto
passiva. transitório. Exemplos:
Podem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, Ele é doente. (aspecto permanente)
as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as. Ele está doente. (aspecto transitório).
Podem ser construídos acidentalmente com preposição, a Muito desses verbos passam à categoria dos intransitivos
qual lhes acrescenta novo sentido: arrancar da espada; puxar em frases como por exemplo: Era = existia) uma vez uma
da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir princesa.;
com o dever; Eu não estava em casa. / Fiquei à sombra. / Anda com
Alguns verbos transitivos diretos: abençoar, achar, colher, dificuldades. / Parece que vai chover.18
avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar,
desculpar, dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir, Os verbos, relativamente à predicação, não fixos. Variam
imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, conforme apresentado na frase, a sua regência e sentido
ter, unir, ver, etc. podem pertencer a outro grupo. Exemplos:
O homem anda. (intransitivo)
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um O homem anda triste. (de ligação)
complemento regido de preposição, chamado objeto indireto.
Exemplos: O cego não vê. (intransitivo)
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)
adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e Predicativo: expressa estado, qualidade ou condição do
neutros.” (Érico Veríssimo) ser ao qual se refere, ou seja, é um atributo. Dois predicativos
são apontados.
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos
importa distinguir os que se constroem com os pronomes
objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a

17 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 18 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.

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Predicativo do Sujeito: exprime um atributo, estado ou do livro, ela o faz com cuidado; “Que teria o homem percebido
modo de ser do sujeito, aparece como verbo de ligação, no nos meus escritos?”
predicado nominal. Exemplos:
O aluno é estudioso e exemplar. Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos,
A casa era toda feita de pedras raras. dando-se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da
mesma esfera semântica. Exemlos:
Outro tipo de predicativo, aparece no predicado verbo- “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
nominal. Exemplos: (Vivaldo Coaraci)
José chegou cansado. “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
Os meninos chegaram cansados. Machado)
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.”
O predicativo subjetivo pode estar preposicionado; E pode (Machado de Assis)
o predicativo ser antes do sujeito e do verbo. Exemplo: Em tais construções é de rigor que o objeto venha
São horríveis essas coisas! acompanhado de um adjunto.19
Que linda estava Amélia!
Completamente feliz ninguém é. Objeto Direto Preposicionado: antecipado por preposição
não obrigatória. Exemplos:
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto Identifiquei a vocês todos naquela foto (quem identifica,
de um verbo transitivo. Exemplos: identifica a algo, o verbo não pede preposição).
As paixões tornam os homens felizes.
Nós julgamos o fato estranho. Em certos casos, o objeto direto, vem precedido de
preposição, e ocorrerá:
Observações: O predicativo objetivo, pode estar regido de - Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
preposição. É facultativo, as vezes. E o predicativo objetivo em Deste modo, prejudicas a ti e a ela; “Mas dona Carolina amava
geral se refere ao objeto direto. Em casos especiais, pode mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Exemplo: hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava
Chamavam-lhe poeta. o seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
Podemos também antepor o predicativo a seu objeto como - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
por exemplo: O advogado considerava indiscutíveis os Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a
direitos da herdeira. / Julgo inoportuna essa viagem. / “E até todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo
embriagado o vi muitas vezes.” / “Tinha estendida a seus pés desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia
uma planta rústica da cidade.” / “Sentia ainda muito abertos manobrar com ele, com aquele homem a quem na realidade
os ferimentos que aquele choque com o mundo me causara.” também temia, como todos ali”.
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
Termos Integrantes da Oração que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
Complementam o sentido de certos verbos e nomes para construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado;
que a oração fique completa, são chamados de: “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como
a um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto); - Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza
- Complemento Nominal; e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos
- Agente da Passiva. outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às outras.”;
“Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma à outra”.
Objeto Direto: complementa o sentido de um verbo - Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
transitivo direto, não regido por preposição. Dica: faça as principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
perguntas “o quê?” ou “quem?”. Exemplos: eufonia da frase: Judas traiu a Cristo; Amemos a Deus sobre
O menino matou o passarinho. (o menino matou quem ?) todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O
Geraldo ama Andressa. (Geraldo ama o quê?) estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto
Características do objeto direto: direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este
- Normalmente, não vem regido de preposição; confrade conheço desde os seus mais tenros anos”.
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um - Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
verbo ativo. Ex. Caim matou Abel. caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva. Ex. Abel foi ambos...”.
morto por Caim. - Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes
a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e
O objeto direto pode ser constituído: odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O também aos outros.; A quantos a vida ilude!.
lavrador cultiva a terra; Unimos o útil ao agradável. - Em certas construções enfáticas, como puxar (ou
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever,
Espero-o na estação; Estimo-os muito; Sílvia olhou-se ao atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas
espelho; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.” do caso.”
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
loja; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativo; A

19 PESTANA, Fernando. Gramática para concursos. Elsevier.2011.

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substituição do objeto direto preposicionado pelo pronome Objeto Indireto Pleonástico: sempre representado por um
oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) pronome oblíquo átono para dar ênfase a um objeto indireto
e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo que já tem na frase. Exemplos:
(convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa a mim o
ocorre com verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, incapazes de
as razões ou finalidades do emprego do objeto direto se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
preposicionado: a clareza da frase; a harmonia da frase; a
ênfase ou a força da expressão. Complemento Nominal: completa o sentido de um (nome)
substantivo, de um adjetivo e um advérbio, sempre regido por
Objeto Direto Pleonástico: aquele que se repete na preposição. Exemplos: A defesa da pátria; “O ódio ao mal é
sequência da frase. Quando queremos dar destaque ou ênfase amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; “Ah,
à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no início da frase não fosse ele surdo à minha voz!”
e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome
oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama- Observações: O complemento nominal representa o
se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
O pão, Paulo o trazia dentro da sacola. nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de
Seus cachorros, ele os cuidava em amor. assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor de
músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas no
Objeto Indireto: por meio de uma preposição obrigatória, objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Dica: faça complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
às perguntas “para quê, em quê, de quê, ou preposição mais adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que
quem?” requerem complemento nominal correspondem, geralmente,
Exemplos:Meu irmão cuidava de toda a sua casa. (cuidava a verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o
de quê ?) João gosta de goiaba. (gosta do quê ?) próximo ;perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente
aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à
- Transitivos Indiretos: Assisti ao filme; Assistimos à pátria; etc.20
festa e à folia; Aludiu ao fato; Aspiro a uma casa boa.
Agente da Passiva: complementa um verbo na voz
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva. Sempre representa quem pratica a ação expressa pelo
passiva): Dou graças a Deus; Dedicou sua vida aos doentes e verbo passivo. Vem regido na maioria das vezes pela
aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.) preposição por, e menos frequentemente pela preposição de:
O vencedor foi escolhido pelos jurados.
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras O menino estava cercado pelo seu pai e mãe.
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe ou pelos pronomes:
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável. O cão foi atropelado pelo carro.
Este caderno foi rabiscado por mim.
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na
Deus por nós; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para voz ativa:
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto A menina foi penteada pela mãe. (voz passiva)
direto com o complemento nominal nem com o adjunto A mãe penteou a menina. (voz ativa)
adverbial; Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”, Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
“Para ele nada é impossível”, os pronomes em destaque
podem ser considerados adjuntos adverbiais. Observações: Frase de forma passiva analítica sem
complemento agente expresso, ao passar para a ativa, terá
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa sujeito indeterminado e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi
ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes expulso da cidade. (Expulsaram-no da cidade.); As florestas
objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. são devastadas. (Devastam as florestas.); Na passiva
Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. pronominal não se declara o agente: Nas ruas assobiavam-se
(=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); as canções dele pelos pedestres. (errado); Nas ruas eram
Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo);
preposição é expressa, como característica do objeto indireto: Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo)
Recorro a Deus; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com
pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; Termos Acessórios da Oração
Conto com você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti São os que desempenham na oração uma função
agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os
que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a substantivos, exprimir alguma circunstância. São três os
conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são muitos.; As termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto
pessoas com quem conto são poucas. adverbial e aposto.

Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é Adjunto adnominal: é o termo (expressão) que se junta a
representado pelos substantivos (ou expressões substantivas) um nome para melhor função especificar, detalhar ou
ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: caracterizar o sentido desse nome (substantivos).21 Exemplo:
a, com, contra, de, em, para e por. Meu irmão veste roupas vistosas. (Meu determina o
substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosas

20 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 21 AMARAL, Emília. Novas Palavras. Editora FTD.2016.

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APOSTILAS OPÇÃO

caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases
adnominal). seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: sujeito. Ex.
água fresca, animal feroz; Pelos artigos: o mundo, as ruas; Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco sal, As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de
muitas rãs ,país cuja história conheço, que rua? Pelos cores.
numerais: dois pés ,quinto ano; Pelas locuções ou expressões
adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra Os apostos, em geral, têm pausas, indicadas, na escrita, por
especificação: vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não
- presente de rei (=régio): qualidade haverá vírgula, como nestes exemplos:
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença O romance Tróia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem Colégio Tiradentes, etc.
- fio de aço, casa de madeira: matéria “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade (Graciliano Ramos)

Observações: Não confundir o adjunto adnominal O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
formado por locução adjetiva com complemento nominal. Este vezes, está elíptico. Exemplos:
representa o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
eleição do presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da
empréstimo de dinheiro, plantio de árvores, colheita de alma humana.
trigo, destruidor de matas, descoberta de petróleo, amor ao
próximo, etc. O adjunto adnominal formado por locução O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
adjetiva representa o agente da ação, ou a origem, pertença, Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de
qualidade de alguém ou de alguma coisa: o discurso do tempestade iminente.
presidente, aviso de amigo, declaração do ministro, O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
empréstimo do banco, a casa do fazendeiro, folhas de
árvores, farinha de trigo, beleza das matas, cheiro de Um aposto refere a outro aposto, às vezes:
petróleo, amor de mãe.22 “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)
Adjunto adverbial: termo que exprime uma circunstância
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que O aposto pode vir antecedido das expressões explicativas,
modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. ou da preposição acidental como:
Exemplo: “Meninas numa tarde brincavam de roda na
praça”. O adjunto adverbial é expresso: Pelos advérbios: Dois países sul-americanos, isto é, a Colômbia e o Chile,
Cheguei tarde; Maria é mais alta; Não durma na cabana; Ele não são banhados pelo mar.
fala bem, fala corretamente; Talvez esteja enganado.; Pelas
locuções ou expressões adverbiais: Compreendo sem O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
esforço.; Saí com meu pai.; Paulo reside em São Paulo.; nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição:
Escureceu de repente. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes coisas.” (Raquel Jardim)
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No Vocativo: termo que exprime um nome, título, apelido,
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De usado para chamar o interlocutor.
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
adverbial de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, de Lourdes Teixeira)
companhia, meio, assunto, negação, etc. É importante saber “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado
distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal, de objeto de Assis)
indireto e de complemento nominal: sair do mar (ad. adv.); “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
água do mar (adj. adn.); gosta do mar (obj. indir.); ter medo
do mar (compl. nom.). Observação: Profere-se o vocativo com entoação
exclamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo
Aposto: um termo ou expressão que associa a um nome inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um
anterior, e explica ou esclarece o sentido desse nome. chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª
Geralmente, separado dos outros termos da oração por dois pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um animal, uma
pontos, travessão e vírgula. coisa real ou entidade abstrata personificada. Podemos
Exemplos: antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!):
Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de estômago.
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” “Tem compaixão de nós, ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
(Carlos Drummond de Andrade) “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
(Graciliano Ramos)
O núcleo do aposto pode ser expresso por um substantivo “Esconde-te, ó sol de maio ,ó alegria do mundo!” (Camilo
ou por um pronome substantivo. Exemplo: Castelo Branco)
Os responsáveis pelo projeto, tu e a arquiteta, não podem O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura
se ausentar. da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.23

Questões

22 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 23 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.

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APOSTILAS OPÇÃO

Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma


01. O termo em destaque é adjunto adverbial de oração)
intensidade em: Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas
(A) pode aprender e assimilar MUITA coisa locuções verbais, duas orações)
(B) enfrentamos MUITAS novidades
(C) precisa de um parceiro com MUITO caráter Há três tipos de período composto: por coordenação, por
(D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo
(E) assumimos MUITO conflito e confusão tempo (também chamada de período misto).

02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há Período Composto por Coordenação – Orações
dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são Coordenadas
respectivamente:
(A) sujeito – objeto direto; Considere, por exemplo, este período composto:
(B) sujeito – aposto; Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os
(C) objeto direto – aposto; tempos de infância.
(D) objeto direto – objeto direto; 1ª oração: Passeamos pela praia
(E) objeto direto – complemento nominal. 2ª oração: brincamos
3ª oração: recordamos os tempos de infância
03. Assinale a alternativa em que o termo destacado é As três orações que compõem esse período têm sentido
objeto indireto. próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência
(A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma
Quintana) relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não depende
(B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca da outra sintaticamente.
teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” As orações independentes de um período são chamadas de
(Fernando Pessoa) orações coordenadas (OC), e o período formado só de
(C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a orações coordenadas é chamado de período composto por
sonhar / Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” coordenação.
(Alphonsus de Guimarães)
(D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a As orações coordenadas são classificadas em assindéticas
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para e sindéticas.
a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães - As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando
Rosa) não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram.
04. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase OCA OCA OCA
o sujeito de “fez”?
(A) o prêmio; “Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de
(B) o jogador; Assis)
(C) que; “A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.”
(D) o gol; (Antônio Olavo Pereira)
(E) recebeu. “O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.”
(Coelho Neto)
05. Assinale a alternativa correspondente ao período onde
há predicativo do sujeito: - As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando
(A) como o povo anda tristonho! vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
(B) agradou ao chefe o novo funcionário; O homem saiu do carro / e entrou na casa.
(C) ele nos garantiu que viria; OCA OCS
(D) no Rio não faltam diversões;
(E) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação. As orações coordenadas sindéticas são classificadas de
acordo com o sentido expresso pelas conjunções
Gabarito coordenativas que as introduzem. E podem ser:
01.D \ 02.C \ 03.D \ 04.C \ 05.A
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não
Período só... mas também, não só... mas ainda.
Saí da escola / e fui à lanchonete.
Toda frase com uma ou mais orações constitui um período, OCA OCS Aditiva
que se encerra com ponto de exclamação, interrogação ou
reticências. Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
O período de uma oração pode ser: simples quando só traz conjunção que expressa ideia de acréscimo ou adição com
uma oração, também conhecida como oração absoluta; ou referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
composto quando traz mais de uma oração. Exemplo: coordenativa aditiva.
Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absoluta.)
Quero que você aprenda. (Período composto.) O menino comprou pães e um leite.
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há As crianças não gritavam e nem choravam.
num período, e para isso basta contar os verbos ou locuções Os celulares não somente instruem mas também
verbais. Num período haverá tantas orações quantos forem os divertem.
verbos ou as locuções verbais neles existentes. Exemplos:
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração) porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
Estudei bastante / mas não passei no teste.

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APOSTILAS OPÇÃO

OCA OCS Adversativa (C) condição


(D) lugar
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma (E) consequência
conjunção que expressa ideia de oposição à oração anterior, ou
seja, por uma conjunção coordenativa adversativa. 04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem,
entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido.
O aluno é estudioso, porém, suas notas são baixas. 1. Correu demais, ... caiu.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles) 2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz.
3. A matéria perece, ... a alma é imortal.
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, 4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens com
por isso, pois, logo. detalhes.
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde.
Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
OCA OCS Conclusiva (A) porque, todavia, portanto, logo, entretanto
(B) por isso, porque, mas, portanto, que
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma (C) logo, porém, pois, porque, mas
conjunção que expressa ideia de conclusão de um fato (D) porém, pois, logo, todavia, porque
enunciado na oração anterior, ou seja, por uma conjunção (E) entretanto, que, porque, pois, portanto
coordenativa conclusiva.
05. Reúna as três orações em um período composto por
Vives mentindo; logo, não mereces fé. coordenação, usando conjunções adequadas.
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
Os dias já eram quentes.
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou... ou, A água do mar ainda estava fria.
ora... ora, seja... seja, quer... quer. As praias permaneciam desertas.

Seja mais educado / ou retire-se da reunião! Respostas


OCA OCS Alternativa
01. Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma surgiram.
conjunção que estabelece uma relação de alternância ou Não durma sem cobertor, pois a noite está fria.
escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los.
conjunção coordenativa alternativa.
02. E\03. C\04. B
Cale-se agora ou nunca mais fale.
Ora colocava a luca, ora a retirava. 05. Os dias já eram quentes, mas a água do mar ainda
estava fria, por isso as praias permaneciam desertas.
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
porque, pois, porquanto. Período Composto por Subordinação
Vamos andar depressa / que estamos atrasados. Observe os termos destacados em cada uma destas
OCA OCS Explicativa orações:
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção Vi uma cena triste. (adjunto adnominal)
que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação à Todos querem sua participação. (objeto direto)
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de
explicativa. causa)

Não comprei o carro, porque estava muito caro. Veja, agora, como podemos transformar esses termos em
Cumprimente-a, pois hoje é o seu aniversário. orações com a mesma função sintática:
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada
Questões com função de adjunto adnominal)
Todos querem / que você participe. (oração subordinada
01. Relacione as orações coordenadas por meio de com função de objeto direto)
conjunções: Não pude sair / porque estava chovendo. (oração
(A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões subordinada com função de adjunto adverbial de causa)
surgiram.
(B) Não durma sem cobertor. A noite está fria. Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma
(C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los. certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto,
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a
marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de: subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele
(A) causa é classificado como período composto por subordinação.
(B) explicação As orações subordinadas são classificadas de acordo com a
(C) conclusão função que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
(D) proporção
(E) comparação Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
São aquelas que exercem a função de adjunto adverbial da
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração oração principal (OP). São classificadas de acordo com a
sublinhada pode indicar uma ideia de: conjunção subordinativa que as introduz:
(A) concessão
(B) oposição

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APOSTILAS OPÇÃO

- Causais: expressam a causa do fato enunciado na oração OP OSA Final


principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que,
visto que. “O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.”
Não fui à escola / porque fiquei doente. (Marquês de Maricá)
OP OSA Causal Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor.
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que =
O tambor soa porque é oco. para que)
Como não me atendessem, repreendi-os severamente. “Instara muito comigo não deixasse de frequentar as
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de para que não deixasse)
Sousa)
- Consecutivas: expressam a consequência do que foi
- Condicionais: expressam hipóteses ou condição para a enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como
ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, (= porque), pois que, visto que.
contanto que, a menos que, a não ser que, desde que. A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
Irei à sua casa / se não chover. OP OSA Consecutiva
OP OSA Condicional
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos “A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.”
ofensores. (José J. Veiga)
Se o conhecesses, não o condenarias. De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond As notícias de casa eram boas, de maneira que pude
de Andrade) prolongar minha viagem.
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência
tenha êxito. - Comparativas: expressam ideia de comparação com
referência à oração principal. Conjunções: como, assim como,
- Concessivas: expressam ideia ou fato contrário ao da tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado
oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização. com menos ou mais).
Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais Ela é bonita / como a mãe.
que, mesmo que. OP OSA Comparativa
Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
OP OSA Concessiva A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que ferro.” (Marquês de Maricá)
ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente. Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro.
Embora não possuísse informações seguras, ainda Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.
assim arriscou uma opinião. Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo luz daquele olhar.
quando ou ainda quando ou mesmo que) todos nos
critiquem. Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam
Por mais que gritasse, não me ouviram. claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está
subentendido o verbo ser (como a mãe é).
- Conformativas: expressam a conformidade de um fato
com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo. - Proporcionais: expressam uma ideia que se relaciona
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado. proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
OP OSA Conformativa Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais, quanto menos.
O homem age conforme pensa. Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi. OSA Proporcional OP
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de À medida que se vive, mais se aprende.
informação. À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai
- Temporais: acrescentam uma circunstância de tempo ao diminuindo.
que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando,
assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal Orações Subordinadas Substantivas
(=assim que). As orações subordinadas substantivas (OSS) são
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei. aquelas que, num período, exercem funções sintáticas
OP OSA Temporal próprias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas
conjunções integrantes que e se. Elas podem ser:
Formiga, quando quer se perder, cria asas.
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: é
esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti) aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
(Marquês de Maricá) O grupo quer / que você ajude.
Enquanto foi rico, todos o procuravam. OP OSS Objetiva Direta

- Finais: expressam a finalidade ou o objetivo do que foi O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O
enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de mestre exigia a presença de todos.)
que, porque (=para que), que. Mariana esperou que o marido voltasse.
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar. Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.

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APOSTILAS OPÇÃO

O fiscal verificou se tudo estava em ordem. Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício
do país.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: é OP OSS Apositiva
aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da
oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma
indireto) coisa: a sua felicidade)
Necessito / de que você me ajude. Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
OP OSS Objetiva Indireta “Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto:
de que virias a morrer...” (Osmã Lins)
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua “Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum
viagem.) motivo oculto?” (Machado de Assis)
Aconselha-o a que trabalhe mais. As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de
Daremos o prêmio a quem o merecer. dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à
Lembre-se de que a vida é breve. oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho
recuperasse a saúde, tornou-se realidade.
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: é aquela
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as
Observe :É importante sua colaboração. (sujeito) orações substantivas podem ser introduzidas por outros
É importante / que você colabore. conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
OP OSS Subjetiva Não sei quando ele chegou.
Diga-me como resolver esse problema.
A oração subjetiva geralmente vem:
- Depois de um verbo de ligação + predicativo, em Orações Subordinadas Adjetivas
construções do tipo é bom ,é útil ,é certo ,é conveniente, etc. As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a
Ex.: É certo que ele voltará amanhã. função de adjunto adnominal de algum termo da oração
- Depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta- principal. Observe como podemos transformar um adjunto
se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade. adnominal em oração subordinada adjetiva:
- Depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada
seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos adjetiva)
participem da reunião.
As orações subordinadas adjetivas são sempre
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é introduzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem,
necessária.) etc.) e podem ser classificadas em:
Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa. - Subordinadas Adjetivas Restritivas: são restritivas
Importa que saibas isso bem. quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que
se referem. Exemplo:
- Oração Subordinada Substantiva Completiva O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
Nominal: É aquela que exerce a função de complemento OP OSA Restritiva
nominal de um termo da oração principal. Observe: Estou
convencido de sua inocência. (complemento nominal) Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica
Estou convencido / de que ele é inocente. o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não
OP OSS Completiva Nominal aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º
lugar. Exemplo:
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão
dele.) Pedra que rola não cria limo.
Estava ansioso por que voltasses. Os animais que se alimentam de carne chamam-se
Sê grato a quem te ensina. carnívoros.
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas
cedo.” (Graciliano Ramos) escreveram.
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: é Mariano)
aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração
principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O - Subordinadas Adjetivas Explicativas: são explicativas
importante é sua felicidade. (predicativo) quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se
O importante é / que você seja feliz. referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem
OP OSS Predicativa restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
Minha esperança era que ele desistisse. novo livro.
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. OP OSA Explicativa OP
Não sou quem você pensa.
Deus, que é nosso pai, nos salvará.
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
que exerce a função de aposto de um termo da oração Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
principal. Observe: Ele tinha um sonho a união de todos em Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.
benefício do país. (aposto) Observação: As explicativas são isoladas por pausas, que
na escrita se indicam por vírgulas.24

24 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.

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Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a


Orações Reduzidas oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
Observe que as orações subordinadas eram sempre imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e Essa noção de causa e efeito não existe no período
apresentavam o verbo na forma do indicativo ou do composto por coordenação. Exemplo:
subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há Rosa chorou porque levou uma surra. Está claro que a
outras que se apresentam com o verbo numa das formas oração iniciada pela conjunção é causal, visto que a surra foi
nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos: sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. período agora é composto por coordenação, pois a oração
(infinitivo) iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se
Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio) revelou na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. efeito: o fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é
(particípio) causa de ela ter chorado.

As orações subordinadas que apresentam o verbo numa Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
das formas nominais são chamadas de reduzidas. OP OSA Comparativa OSA Condicional
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: Questões
colocamos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao
sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo ou 01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que
subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma estava para ser mãe”, a oração destacada é:
classificação da oração desenvolvida. (A) subordinada substantiva objetiva indireta
(B) subordinada substantiva completiva nominal
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. (C) subordinada substantiva predicativa
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de (D) coordenada sindética conclusiva
inglês. (E) coordenada sindética explicativa
OSA Temporal
Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial 02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há
temporal, reduzida de infinitivo. reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na
realidade.” A oração sublinhada é:
Precisando de ajuda, telefone-me. (A) adverbial conformativa
Se precisar de ajuda, / telefone-me. (B) adjetiva
OSA Condicional (C) adverbial consecutiva
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial (D) adverbial proporcional
condicional, reduzida de gerúndio. (E) adverbial causal

Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. 03. “Esses produtos podem ser encontrados nos
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com
vestiário. características adaptadas às dificuldades para mastigar e para
OSA Temporal engolir dos mais velhos, e preparados para se encaixar em seus
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal, hábitos de consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter
reduzida de particípio. sua forma verbal reduzida adequadamente desenvolvida em
(A) para se encaixarem.
Observações: (B) para seu encaixotamento.
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de (C) para que se encaixassem.
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas (D) para que se encaixem.
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de (E) para que se encaixariam.
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
cidade. 04. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. orações seguintes?
Exemplos: (A) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
Preciso terminar este exercício. (B) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
Ele está jantando na sala. (C) O aluno fez-se passar por doutor.
Essa casa foi construída por meu pai. (D) Precisa-se de operários.
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma (E) Não sei se o vinho está bom.
reduzida. Exemplo:
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. 05. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração oração sublinhada é:
coordenada sindética aditiva) (A) subordinada substantiva completiva nominal
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de (B) subordinada substantiva objetiva indireta
gerúndio. (C) subordinada substantiva predicativa
Qual é a diferença entre as orações coordenadas (D) subordinada substantiva subjetiva
explicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas (E) subordinada substantiva objetiva direta
podem ser iniciadas por que e porquê? Às vezes não é fácil
estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas como Respostas
o próprio nome indica, as causais sempre trazem a causa de 01.B \ 02.A \ 03.D \ 04.E \ 05.B
algo que se revela na oração principal, que traz o efeito.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

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verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são,


Regência Verbal quando complementos verbais, objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos: abandonar, abençoar,
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar,
os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar,
e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, eleger,
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar, dentre
conhecermos as diversas significações que um verbo pode outros.
assumir com a simples mudança ou retirada de uma Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como
preposição. o verbo amar:
Observe: Amo aquele rapaz. / Amo-o.
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, Amo aquela moça. / Amo-a.
contentar. Amam aquele rapaz. / Amam-no.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
ou prazer", satisfazer.
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
"agradar a alguém". adnominais).
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Saiba que: Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
O conhecimento do uso adequado das preposições é um Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e
também nominal). As preposições são capazes de modificar Verbos Transitivos Indiretos
completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os Os verbos transitivos indiretos são complementados por
exemplos: objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma
Cheguei ao metrô. preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os
Cheguei no metrô. pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que
podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a,
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com
"Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se
lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em
sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
verbos, e a regência culta. a) Consistir - tem complemento introduzido pela
preposição "em".
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é todos.
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
formas em frases distintas. b) Obedecer e Desobedecer - possuem seus complementos
introduzidos pela preposição "a".
Verbos Intransitivos Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É Eles desobedeceram às leis do trânsito.
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. c) Responder - tem complemento introduzido pela
a) Chegar, Ir; preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais quem" ou "ao que" se responde.
de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para Respondi ao meu patrão.
indicar destino ou direção são: a, para. Respondemos às perguntas.
Fui ao teatro. Respondeu-lhe à altura.
Adjunto Adverbial de Lugar Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
Ricardo foi para a Espanha. analítica. Veja: O questionário foi respondido corretamente. /
Adjunto Adverbial de Lugar Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

b) Comparecer; d) Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos


O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido introduzidos pela preposição "com".
por em ou a. Antipatizo com aquela apresentadora.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último Simpatizo com os que condenam os políticos que governam
jogo. para uma minoria privilegiada.

Verbos Transitivos Diretos Verbos Transitivos Diretos e Indiretos


Os verbos transitivos diretos são complementados por Os verbos transitivos diretos e indiretos são
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem
o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses destaque, nesse grupo:
verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os,
as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem Agradecer, Perdoar e Pagar
assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais
terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas

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São verbos que apresentam objeto direto Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Prefiro trem a ônibus.
Veja os exemplos: Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado
Agradeço aos ouvintes a audiência. sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
Objeto Indireto Objeto Direto um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
existente no próprio verbo (pre).
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador.
Objeto Direto Objeto Indireto Mudança de Transitividade versus Mudança de
Paguei o débito ao cobrador. Significado
Objeto Direto Objeto Indireto Há verbos que, de acordo com a mudança de
transitividade, apresentam mudança de significado. O
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com conhecimento das diferentes regências desses verbos é um
particular cuidado. Observe: recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a
Agradeci o presente. / Agradeci-o. correta interpretação de passagens escritas, oferece
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. principais, estão:
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as. Agradar
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
acariciar.
Informar Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto quando o revê.
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. /
Informe os novos preços aos clientes. Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado
preços) a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido
pela preposição "a".
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as O cantor não agradou aos presentes.
construções: O cantor não lhes agradou.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre Aspirar
eles) - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar.
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
como ambição.
Comparar Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as elas)
preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento Obs.: como o objeto direto do verbo "aspirar" não é
indireto. pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja
criança. o exemplo:
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na Assistir
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
pessoa. assistência a, auxiliar. Por Exemplo:
Pedi-lhe favores. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Objeto Indireto Objeto Direto
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver,
Pedi-lhe que mantivesse em silêncio. presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta
Exemplos:
Saiba que: Assistimos ao documentário.
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem Não assisti às últimas sessões.
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No Essa lei assiste ao inquilino.
entanto, é considerada correta quando a Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é
palavra licença estiver subentendida. intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
lugar introduzido pela preposição "em".
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Assistimos numa conturbada cidade.

Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma Chamar


oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
(para ir entregar-lhe os catálogos em casa). solicitar a atenção ou a presença de.
2) A construção "dizer para", também muito usada Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-
popularmente, é igualmente considerada incorreta. la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Preferir - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
indireto introduzido pela preposição "a". Por Exemplo: predicativo preposicionado ou não.

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A torcida chamou o jogador mercenário. - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar,
A torcida chamou ao jogador mercenário. fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
A torcida chamou o jogador de mercenário. O homem visou o alvo.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. O gerente não quis visar o cheque.
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
Custar objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a".
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor O ensino deve sempre visar ao progresso social.
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
Frutas e verduras não deveriam custar muito. público.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitivo indireto. Regência Nominal

Muito custa viver tão longe da família. É o nome da relação existente entre
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos
Intransitivo Reduzida de Infinitivo regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada
por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o
atitude. mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva -
Subjetiva Reduzida de Infinitivo de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que nomes correspondentes: todos regem complementos
atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por introduzidos pela preposição "a". Veja:
pessoa. Observe o exemplo abaixo: Obedecer a algo/ a alguém.
Custei para entender o problema. Obediente a algo/ a alguém.
Forma correta: Custou-me entender o problema.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da
Implicar preposição ou preposições que os regem. Observe-os
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: atentamente e procure, sempre que possível, associar esses
a) dar a entender, fazer supor, pressupor nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
Suas atitudes implicavam um firme propósito.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, Substantivos
acarretar, provocar Admiração a, por
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de Devoção a, para, com, por
um povo. Medo a, de
Aversão a, para, por
- Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, Doutor em
envolver Obediência a
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. Atentado a, contra
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo Dúvida acerca de, em, sobre
indireto e rege com preposição "com". Ojeriza a, por
Implicava com quem não trabalhasse arduamente. Bacharel em
Horror a
Proceder Proeminência sobre
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter Capacidade de, para
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, Impaciência com
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de Respeito a, com, para com, por
adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como Adjetivos
refutá-las. Acessível a
Você procede muito mal. Diferente de
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a Necessário a
preposição" de") e fazer, executar (rege complemento Acostumado a, com
introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto. Entendido em
O avião procede de Maceió. Nocivo a
Procedeu-se aos exames. Afável com, para com
O delegado procederá ao inquérito. Equivalente a
Paralelo a
Querer Agradável a
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter Escasso de
vontade de, cobiçar. Parco em, de
Querem melhor atendimento. Alheio a, de
Queremos um país melhor. Essencial a, para
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, Passível de
estimar, amar. Análogo a
Quero muito aos meus amigos. Fácil de
Ele quer bem à linda menina. Preferível a
Despede-se o filho que muito lhe quer. Ansioso de, para, por
Fanático por
Visar Prejudicial a
Apto a, para

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APOSTILAS OPÇÃO

Favorável a ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes


Prestes a desiguais...
Ávido de O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o
Generoso com grifado acima está empregado em:
Propício a (A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a
Benéfico a extremos de sutileza.
Grato a, por (B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos
Próximo a troncos mais robustos.
Capaz de, para (C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam,
Hábil em não raro, quem...
Relacionado com (D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na
Compatível com serra de Tunuí...
Habituado a (E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
Relativo a gentio, mestre e colaborador...
Contemporâneo a, de
Idêntico a 04. (Agente Técnico - FCC)
Satisfeito com, de, em, por ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
Contíguo a O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da
Impróprio para frase acima se encontra em:
Semelhante a (A) A palavra direito, em português, vem de directum, do
Contrário a verbo latino dirigere...
Indeciso em (B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
Sensível a sociedades...
Curioso de, por (C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela
Insensível a justiça.
Sito em (D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações
Descontente com da justiça...
Liberal com (E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o
Suspeito de sentimento de justiça.
Desejoso de
Natural de 05. Leia a tira a seguir.
Vazio de

Advérbios
- Longe de;
- Perto de.

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir


o regime dos adjetivos de que são formados: paralela à;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.25

Questões

01. (Administrador - FCC)


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras
ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o
grifado acima está empregado em:
(A) ...astros que ficam tão distantes...
(B) ...que a astronomia é uma das ciências...
(C) ...que nos proporcionou um espírito...
(D) ...cuja importância ninguém ignora...
Considerando as regras de regência da norma-padrão da
(E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro...
língua portuguesa, a frase do primeiro quadrinho está
corretamente reescrita, e sem alteração de sentido, em:
02. (Agente de Apoio Administrativo - FCC)
(A) Ter amigos ajuda contra o combate pela depressão.
...pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos
(B) Ter amigos ajuda o combate sob a depressão.
do sueco.
(C) Ter amigos ajuda do combate com a depressão.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de
(D) Ter amigos ajuda ao combate na depressão.
complementos que o grifado acima está empregado em:
(E) Ter amigos ajuda no combate à depressão.
(A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO...
(B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
06. (Escrevente TJ SP - VUNESP) Assinale a alternativa
(C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de
(D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
junho de 2012, está correto quanto à regência nominal e à
(E) O delegado apenas olhou-a espantado com o
pontuação.
atrevimento.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente,
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais
03. (Agente de Defensoria Pública - FCC)
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em
outros.

25 www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Português 58
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APOSTILAS OPÇÃO

(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam


rapidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o Respostas
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um 1.D / 2.D / 3.A / 4.A / 5.E / 6.D / 7.A / 8.C / 9.A / 10.C
exemplo!, do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam CONCORDÂNCIA NOMINAL
rapidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos
exemplo, do que em outros. demais termos da oração para que concordem em gênero e
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o
rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos
avanço seja mais notável em alguns países - o Brasil é um também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
exemplo - do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, Regra geral: o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais concordam em gênero e número com o substantivo.
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em A pequena criança é uma gracinha. / O garoto que encontrei
outros. era muito gentil e simpático.

07. (Papiloscopista Policial - VUNESP) Assinale a Casos especiais: veremos alguns casos que fogem à regra
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. geral mostrada acima.
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
responsabilidade pelo problema. a) Um adjetivo após vários substantivos
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se 1- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
perdido. plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. / Irmão
um índio na porta do prédio. e primo recém-chegados estiveram aqui.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
perdido de sua família. 2- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à plural masculino ou concorda com o substantivo mais
garotinha. próximo.
Ela tem pai e mãe louros. / Ela tem pai e mãe loura.
08. (Analista de Sistemas - VUNESP) Assinale a
alternativa que completa, correta e respectivamente, as 3- Adjetivo funciona como predicativo: vai
lacunas do texto, de acordo com as regras de regência. obrigatoriamente para o plural.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já O homem e o menino estavam perdidos. / O homem e sua
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem esposa estiveram hospedados aqui.
corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
mídia pode exercer sobre os jovens. 1- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
(A) dos … na próximo.
(B) nos … entre a Comi delicioso almoço e sobremesa. / Provei deliciosa fruta
(C) aos … para a e suco.
(D) sobre os … pela 2- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
(E) pelos … sob a concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos. / Estava ferido o pai e os
09. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças filhos.
Públicas - VUNESP) Considerando a norma-padrão da língua,
assinale a alternativa em que os trechos destacados estão c) Um substantivo e mais de um adjetivo
corretos quanto à regência, verbal ou nominal. 1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava
(A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
dez mil tomadas. 2- coloca o substantivo no plural. Falava fluentemente as
(B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver línguas inglesa e espanhola.
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
(C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar d) Pronomes de tratamento
logotipos e negociar. Sempre concordam com a 3ª pessoa. Vossa Santidade
(D) O taxista levou o autor a indagar no número de esteve no Brasil.
tomadas do edifício.
(E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
reparasse a um prédio na marginal. Concordam com o substantivo a que se referem.
As cartas estão anexas. / A bebida está inclusa.
10. (Assistente de Informática II - VUNESP) Assinale a
alternativa que substitui a expressão destacada na frase,
conforme as regras de regência da norma-padrão da língua e f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
sem alteração de sentido. Após essas expressões o substantivo fica sempre no
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de singular e o adjetivo no plural.
direitos dos trabalhadores domésticos. Renato advogou um e outro caso fáceis. / Pusemos numa e
(A) da noutra bandeja rasas o peixe.
(B) na
(C) pela g) É bom, é necessario, é proibido
(D) sob a Essas expressões não variam se o sujeito não vier
E) sobre a precedido de artigo ou outro determinante.

Português 59
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É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. obter certa autonomia econômica.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
é proibida. 02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de
gênero, número ou pessoa):
h) Muito, pouco, caro (A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. a diferença.”
Comi muitas frutas durante a viagem. / Pouco arroz é (B) Todos sabemos que a solução não é fácil.
suficiente para mim. (C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã.
2- Como advérbios: são invariáveis. (D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de
Comi muito durante a viagem. / Pouco lutei, por isso perdi longe...
a batalha. (E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais
compreensivo.
i) Mesmo, bastante
1- Como advérbios: invariáveis 03. A concordância nominal está INCORRETA em:
Preciso mesmo da sua ajuda. (A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. envolvimento da empresa.
(B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
2- Como pronomes: seguem a regra geral. desnecessária.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. (C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. empresa e a campanha.
(D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
j) Menos, alerta desnecessárias.
Em todas as ocasiões são invariáveis.
Preciso de menos comida para perder peso. / Estamos alerta 04. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos
para com suas chamadas. parênteses.
(A) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/
k) Tal Qual necessária)
“Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o (B) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas)
consequente. (C) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/
As garotas são vaidosas tais qual a tia. / Os pais vieram bastantes)
fantasiados tais quais os filhos. (D) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
(E) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino.
l) Possível (meio/ meia)
Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou
“pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. 05. Quanto à concordância nominal, verifica-se ERRO em:
A mais possível das alternativas é a que você expôs. (A) O texto fala de uma época e de um assunto polêmicos.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. (B) Tornou-se clara para o leitor a posição do autor sobre
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da o assunto.
cidade. (C) Constata-se hoje a existência de homem, mulher e
criança viciadas.
m) Meio (D) Não será permitido visita de amigos, apenas a de
1- Como advérbio: invariável. parentes.
Estou meio (um pouco) insegura.
Respostas
2- Como numeral: segue a regra geral. 01.D / 02.D / 03.B / 04. a) necessária b) alerta c)
Comi meia (metade) laranja pela manhã. bastantes d) vazia e) meio / 05. C

n) Só CONCORDÂNCIA VERBAL
1- apenas, somente (advérbio): invariável.
Só consegui comprar uma passagem. Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos
referindo à relação de dependência estabelecida entre um
2- sozinho (adjetivo): variável. termo e outro mediante um contexto oracional.
Estiveram sós durante horas.
Casos Referentes a Sujeito Simples
Questões 1) Sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em
número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou
nominal: 2) O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo do
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical. singular, o verbo permanece na terceira pessoa do
singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
(B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam Observação: no caso de o coletivo aparecer seguido de
encontros semanais com os diversos interessados no assunto. adjunto adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular
(C) Alguma solução é necessária, e logo! ou poderá ir para o plural: Uma multidão de pessoas saiu aos
(D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a gritos. / Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
não pode prosperar. 3) Quando o sujeito é representado por expressões
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D. partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de, a
João VI ter também elevado sua colônia americana à condição metade de, uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode
de Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o

Português 60
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substantivo que a segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo
/ A maioria dos alunos resolveram ficar. ser, este permanece no singular, contanto que o predicativo
também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões Cubas é uma criação de Machado de Assis.
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas. mundial.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele
5) Em casos em que o sujeito é representado pela nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos
expressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais é uma potência mundial.
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação: no caso da referida expressão aparecer Casos Referentes a Sujeito Composto
repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando
de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha relacionado a dois pressupostos básicos:
de doação de alimentos. / Mais de um formando se - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
abraçaram durante as solenidades de formatura. demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na
6) O sujeito for composto da expressão “um dos que”, o 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. / Tu e ele são primos.
verbo permanecerá no plural: Paulo é um dos que mais
trabalhar. 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer
anteposto (antes) ao verbo, este permanecerá no plural: O pai
7) Quanto aos relativos à concordância com locuções e seus dois filhos compareceram ao evento.
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto (depois) ao
nos atermos a duas questões básicas: verbo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
o verbo poderá com ele concordar, como poderá também dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
concordar com o pronome pessoal: Alguns
de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão. 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
no singular, o verbo também permanecerá no singular: Algum Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do
de nós o receberá. mundo.

8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do sinônimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
singular ou poderá concordar com o antecedente desse poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu
Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é
fruto de meu esforço.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que Questões
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós
que tomamos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. 01. A concordância realizou-se adequadamente em qual
alternativa?
10) No caso de o sujeito aparecer representado por (A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior
expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará potência econômica do planeta, mas há quem aposte que a
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa China, em breve, o ultrapassará.
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão da (B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos
diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. que chegarão atrasados, tenho certeza disso.
Observações: (C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de comê-las sem receio!
porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: (D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. janela do hotel!
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no
singular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da 02. Uma pergunta
diretoria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de Frequentemente cabe aos detentores de cargos de
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador e
11) Quando o sujeito estiver representado por pronomes político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a
de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira decisão: - Quem sofrerá?
pessoa do singular ou do plural: Vossas Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a
Majestades gostaram das homenagens. Vossas Excelência agiu se considerar.
com inteligência. (Salvador Nicola, inédito)

12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:
que os determinam: (A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de

Português 61
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APOSTILAS OPÇÃO

corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. para os passageiros que chegavam à cidade.
(B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre (D) Passou anos, mas a atriz não se esqueceu das calorosas
o peso de suas mais graves decisões. lembranças que seu tio lhe deixou.
(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer) (E) Deve existir passageiros que aproveitam a corrida de
tomar decisões sem medir suas consequências. táxi para bater um papo com o motorista.
(D) A toda decisão tomada precipitadamente ......
(costumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas. Respostas
(E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade, 01.C / 02.C / 03.E / 04.C
recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
humana. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS
ÁTONOS
03. Em um belo artigo, o físico Marcelo Gleiser, analisando
a constatação do satélite Kepler de que existem muitos De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi26, a
planetas com características físicas semelhantes ao nosso, colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais
reafirmou sua fé na hipótese da Terra rara, isto é, a tese de que oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se
a vida complexa (animal) é um fenômeno não tão comum no referem.
Universo. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe,
Gleiser retoma as ideias de Peter Ward expostas de modo lhes, nos e vos.
persuasivo em “Terra Rara”. Ali, o autor sugere que a vida O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na
microbiana deve ser um fenômeno trivial, podendo pipocar até oração em relação ao verbo:
em mundos inóspitos; já o surgimento de vida multicelular na 1. Próclise: pronome antes do verbo;
Terra dependeu de muitas outras variáveis físicas e históricas, 2. Ênclise: pronome depois do verbo;
o que, se não permite estimar o número de civilizações extra 3. Mesóclise: pronome no meio do verbo.
terráqueas, ao menos faz com que reduzamos nossas
expectativas. Próclise
Uma questão análoga só arranhada por Ward é a da A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
inexorabilidade da inteligência. A evolução de organismos - Palavras com sentido negativo: Nada me faz querer sair
complexos leva necessariamente à consciência e à dessa cama. / Não se trata de nenhuma novidade.
inteligência?
Robert Wright diz que sim, mas seu argumento é mais - Advérbios: Nesta casa se fala alemão. / Naquele dia me
matemático do que biológico: complexidade engendra falaram que a professora não veio.
complexidade, levando a uma corrida armamentista entre
espécies cujo subproduto é a inteligência. - Pronomes relativos: A aluna que me mostrou a tarefa não
Stephen J. Gould e Steven Pinker apostam que não. Para veio hoje. / Não vou deixar de estudar os conteúdos que me
eles, é apenas devido a uma sucessão de pré-adaptações e falaram.
coincidências que alguns animais transformaram a capacidade
de resolver problemas em estratégia de sobrevivência. Se - Pronomes indefinidos: Quem me disse isso? / Todos se
rebobinássemos o filme da evolução e reencenássemos o comoveram durante o discurso de despedida.
processo mudando alguns detalhes do início, seriam grandes
as chances de não chegarmos a nada parecido com a - Pronomes demonstrativos: Isso me deixa muito feliz! /
inteligência. Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 2012.)
- Preposição seguida de gerúndio: Em se tratando de
qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa
A frase em que as regras de concordância estão
escolar.
plenamente respeitadas é:
(A) Podem haver estudos que comprovem que, no passado,
- Conjunção subordinativa: Vamos estabelecer critérios,
as formas mais complexas de vida - cujo habitat eram oceanos
conforme lhe avisaram.
ricos em nutrientes - se alimentavam por osmose.
(B) Cada um dos organismos simples que vivem na
Ênclise
natureza sobrevivem de forma quase automática, sem se
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não
valerem de criatividade e planejamento.
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A
(C) Desde que observe cuidados básicos, como obter
ênclise vai acontecer quando:
energia por meio de alimentos, os organismos simples podem
preservar a vida ao longo do tempo com relativa facilidade.
- O verbo estiver no imperativo afirmativo: Amem-se uns
(D) Alguns animais tem de se adaptar a um ambiente cheio
aos outros. / Sigam-me e não terão derrotas.
de dificuldades para obter a energia necessária a sua
sobrevivência e nesse processo expõe- se a inúmeras ameaças.
- O verbo iniciar a oração: Diga-lhe que está tudo bem. /
(E) A maioria dos organismos mais complexos possui um
Chamaram-me para ser sócio.
sistema nervoso muito desenvolvido, capaz de se adaptar a
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da
mudanças ambientais, como alterações na temperatura.
preposição “a”: Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
/ Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
04. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
a concordância verbal está correta em:
- O verbo estiver no gerúndio: Não quis saber o que
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois
aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se,
acabou os créditos.
beijando-me a face.
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis
que executa diversos serviços para os clientes.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: Se passar no
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis

26 http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.htm

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vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante. / Se


não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
5) Noções de versificação
Mesóclise Estrutura do verso, tipos de
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no
futuro do presente ou no futuro do pretérito:
verso, rima, estrofação e
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se poemas de forma fixa.
realizará).
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
proposta a você).
MÉTRICA E RIMA
Questões
Métrica: Arte que ensina os elementos necessários à
01. Considerada a norma culta escrita, há correta feitura de versos medidos. Sistema de versificação particular a
substituição de estrutura nominal por pronome em: um poeta. Contagem das sílabas de um verso. Verso é a
(A) Agradeço antecipadamente sua Resposta // Agradeço- linguagem medida. Para medir devemos ajuntar as palavras
lhes antecipadamente. em número prefixado de pés. Chama-se pé uma sílaba métrica.
(B) do verbo fabricar se extraiu o substantivo fábrica. // do O verso português pode ter de duas a doze sílabas. Os mais
verbo fabricar se extraiu-lhe. comuns são os de seis, sete, oito, dez e doze pés. Como o verso
(C) não faltam lexicógrafos // não faltam-os. mais comum, mais espontâneo é o de sete pés, comecemos nele
(D) Gostaria de conhecer suas considerações // Gostaria a contagem métrica. Exemplo:
de conhecê-las.
(E) incluindo a palavra ‘aguardo’ // incluindo ela. Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
02. Caso fosse necessário substituir o termo destacado em As aves que aqui gorjeiam
“Basta apresentar um documento” por um pronome, de acordo Não gorjeiam como lá.
com a norma-padrão, a nova redação deveria ser
(A) Basta apresenta-lo. Eis como se contam as sílabas:
(B) Basta apresentar-lhe.
(C) Basta apresenta-lhe. Mi | nha | ter | ra |tem | pal | mei|
(D) Basta apresentá-la.
(E) Basta apresentá-lo. Não contamos a sílaba final "ras" porque o verso acaba no
último acento tônico. O verso a quem sobra uma sílaba final
03. Em qual período, o pronome átono que substitui o chama-se grave. Aquele a quem sobram duas sílabas finais
sintagma em destaque tem sua colocação de acordo com a chama-se esdrúxulo. O terminado por palavra oxítona chama-
norma-padrão? se agudo, como o segundo e o quarto do exemplo supra. Eis
(A) O porteiro não conhecia o portador do embrulho – como se decompõe o segundo verso:
conhecia-o
(B) Meu pai tinha encontrado um marinheiro na praça On | de | can | ta o | sa | bi |á|
Mauá – tinha encontrado-o.
(C) As pessoas relatarão as suas histórias para o registro Nesse verso "ta o" se leem como t'o formando um pé, pela
no Museu – relatá-las-ão. figura sinalefa (fusão) . Sabiá, modernamente, se deve contar
(D) Quem explicou às crianças as histórias de seus dissílabo, porque biá, em duas silabas, forma hiato. Em geral
antepassados? – explicou-lhes. devemos sempre evitar o hiato, quer intraverbal, quer
(E) Vinham perguntando às pessoas se aceitavam a ideia interverbal. Os autores antigos e os modernos pouco
de um museu virtual – Lhes vinham perguntando. escrupulosos toleram muitos hiatos.

04. De acordo com a norma-padrão e as questões Sinalefa: Figura pela qual se reúnem duas sílabas em uma
gramaticais que envolvem o trecho “Frustrei-me por não ver o só, por elisão, crase ou sinérese.
Escola”, é correto afirmar que
(A) “me” poderia ser deslocado para antes do verbo que Sinérese: Contração de duas sílabas em uma só, mas sem
acompanha. alteração de letras nem de sons, como, p. ex., em reu-nir, pie-
(B) “me” deveria obrigatoriamente ser deslocado para da-de, em vez de re-u-nir, pi-e-da-de.
antes do verbo que acompanha.
(C) a ê nclise em “Frustrei-me” é facultativa. As| aves | que a| qui | gor| jei |
(D) a inclusã o do advé rbio Nã o, no inı́cio da oraçã o
“Frustrei-me”, tornaria a pró clise obrigató ria. Não | gor | jei| am | co | mo | lá |
(E) a ê nclise em “Frustrei-me” é obrigató ria.
No caso o verso é um heptassílabo, porque só contamos
05. A substituição do elemento grifado pelo pronome sete sílabas. Se colocarmos uma sílaba a mais ou a menos em
correspondente foi realizada de modo INCORRETO em: qualquer dos versos, fica dissonante e perde a beleza e
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu harmonia. Vale lembrar que quando a palavra seguinte inicia
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os com vogal, dependendo do caso, pode haver a junção da sílaba
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la da primeira com a segunda, como se faz na língua francesa.
(D) que desviava a água = que lhe desviava Exemplo:
(E) supriam a necessidade = supriam-na
Para verificar a quantidade de silabas podemos contar nos
Respostas dedos. Vejamos neste trechinho de Patativa do Assaré:
01.D/02.E/03.C/04.D/05.D
Nes | ta | noi | te | pas | sa | gei | ra
1 2 3 4 5 6 7
Português 63
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conquistadores romanos. Damos o nome de neolatinas às


Há | coi| sa | que | mui | to | pas | ma línguas modernas que provêm do latim vulgar. No caso da
1 2 3 4 5 6 7 Península Ibérica, podemos citar o catalão, o castelhano e o
galego-português, do qual resultou a língua portuguesa.
Um mote: O domínio cultural e político dos romanos na península
Ibérica impôs sua língua, que, entretanto, mesclou-se com os
Vou | fa | zer | se | re | na | ta | na | cal | ça | da substratos linguísticos lá existentes, dando origem a vários
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 dialetos, genericamente chamados romanços (do latim
romanice, que significa "falar à maneira dos romanos"). Esses
Da | me | ni | na | que a | mei | na | mi | nha | vi | da dialetos foram, com o tempo, modificando-se, até constituírem
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 novas línguas. Quando os germânicos, e posteriormente os
árabes, invadiram a Península, a língua sofreu algumas
Rima modificações, porém o idioma falado pelos invasores nunca
conseguiu se estabelecer totalmente.
Rimas consoantes: As que se conformam inteiramente no Somente no século XI, quando os cristãos expulsaram os
som desde a vogal ou ditongo do acento tônico até a última árabes da península, o galego-português passou a ser falado e
letra ou fonema. Exemplo: fecundo e mundo; amigo e contigo; escrito na Lusitânia, onde também surgiram dialetos
doce e fosse; pálido e válido; moita e afoita. originados pelo contato do árabe com o latim. O galego-
português, derivado do romanço, era um falar
Rimas toantes: Aquelas em que só há identidade de sons geograficamente limitado a toda a faixa ocidental da Península,
nas vogais, a começar das vogais ou ditongos que levam o correspondendo aos atuais territórios da Galiza e de Portugal.
acento tônico, ou, algumas vezes, só nas vogais ou ditongos da Em meados do século XIV, evidenciaram-se os falares do sul,
sílaba tônica. Exemplo: fuso e veludo; cálida e lágrima; "Sem notadamente da região de Lisboa. Assim, as diferenças entre o
propósito de sonho / nem de alvoradas seguintes, / esquece galego e o português começaram a se acentuar. A consolidação
teus olhos tontos / e teu coração tão triste." Cecília Meireles, de autonomia política, seguida da dilatação do império luso
Obra Poética, p. 516. No caso da literatura de cordel consagrou o português como língua oficial da nação. Enquanto
nordestina, faz parte da tradição do gênero o uso de rimas isso, o galego se estabeleceu como uma língua variante do
consoantes. Se um folheto de cordel usa rimas toantes, o espanhol, que ainda é falada na Galícia, situada na região norte
conhecedor de cordel pensa logo que o autor daquele folheto da Espanha.
desconhece a existência destas regras. Um cordel escrito assim As grandes navegações, a partir do século XV d.C.
pode até ser um grande poema, mas não se pode dizer que se ampliaram os domínios de Portugal e levaram a Língua
trata de 'um cordel autêntico'. Portuguesa às novas terras da África (Angola, Moçambique,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe), ilhas próximas da costa
africana (Açores, Madeira), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu),
Oceania (Timor) e América (Brasil).
6) Teoria da linguagem e
semântica História da Língua A Evolução da Língua Portuguesa
Portuguesa; linguagem, Destacam-se alguns períodos:
língua, discurso e estilo; níveis
de linguagem, funções da Período Pré-Românico
Compreende o período anterior ao século XII, com textos
linguagem; figuras de escritos em latim bárbaro (modalidade usada apenas em
linguagem e significado das documentos, por esta razão também denominada de latim
palavras. tabeliônico).
Os linguistas têm hoje boas razões para sustentar que um
grande número de línguas da Europa e da Ásia provém de uma
mesma língua de origem, designada pelo termo indo-europeu.
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA27 Com exceção do basco, todas as línguas oficiais dos países da
Europa ocidental pertencem a quatro ramos da família indo-
Curiosamente, o português surgiu da mesma língua que europeia: o helênico (grego), o românico (português, italiano,
originou a maioria dos idiomas europeus e asiáticos. Com as francês, castelhano, etc.), o germânico (inglês, alemão) e o
inúmeras migrações entre os continentes, a língua inicial céltico (irlandês, gaélico). Um quinto ramo, o eslavo, engloba
existente acabou subdividida em cinco ramos: o helênico, de diversas línguas atuais da Europa Oriental.
onde veio o idioma grego; o românico, que originou o Por volta do II milênio a.C., o grande movimento migratório
português, o italiano, o francês e uma série de outras línguas de leste para oeste dos povos que falavam línguas da família
denominadas latinas; o germânico, de onde surgiram o inglês indo-europeia terminou. Eles atingiram seu habitat quase
e o alemão; e finalmente o céltico, que deu origem aos idiomas definitivo, passando a ter contato permanente com povos de
irlandês e gaélico. O ramo eslavo, que é o quinto, deu origem a origens diversas, que falavam línguas não indo-europeias. Um
outras diversas línguas atualmente faladas na Europa Oriental. grupo importante, os celtas, instalou-se na Europa Central, na
O latim era a língua oficial do antigo Império Romano e região correspondente às atuais Boêmia (República Tcheca) e
possuía duas formas: o latim clássico, que era empregado pelas Baviera (Alemanha).
pessoas cultas e pela classe dominante (poetas, filósofos, Os celtas estavam situados de início no centro da Europa,
senadores, etc.), e o latim vulgar, que era a língua utilizada mas entre o II e o I milênios a.C. foram ocupando várias outras
pelas pessoas do povo. O português originou-se do latim regiões, até ocupar, no século III a.C., mais da metade do
vulgar, que foi introduzido na península Ibérica pelos continente europeu. Os celtas são conhecidos, segundo as
zonas que ocuparam, por diferentes denominações: celtíberos

27 Base e Adaptação do site SóPortuguês; e dos autores: MEDEIROS, Adelardo


Adelino Dantas de; Sarhanis Antonios; Amado, Augusto Borges através do link
http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/pt_index.php.

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na Península Ibérica, gauleses na França, bretões na Grã- século XIV. Encontra-se na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa. Das
Bretanha, gálatas no centro da Turquia, etc. suas 310 cantigas, quase todas são de amor.
O período de expansão celta veio entretanto a sofrer uma
reviravolta e, devido à pressão exterior, principalmente Cancioneiro da Vaticana - Trata-se do códice 4.803 da
romana, o espaço ocupado por este povo encolheu. As línguas biblioteca Vaticana, copiado na Itália em fins do século XV ou
célticas, empurradas ao longo dos séculos até as extremidades princípios do século XVI. Entre as suas 1.205 cantigas, há
ocidentais da Europa, subsistem ainda em regiões da Irlanda composições de todos os gêneros.
(o irlandês é inclusive uma das línguas oficiais do país), da Grã-
Bretanha e da Bretanha francesa. Surpreendentemente, Cancioneiro Colocci-Brancutti - Copiado na Itália em fins
nenhuma língua céltica subsistiu na Península Ibérica, onde a do século XV ou princípios do século XVI. Descoberto em 1878
implantação dos celtas ocorreu em tempos muito remotos (I na biblioteca do conde Paulo Brancutti do Cagli, em Ancona, foi
milênio a.C.) e cuja língua se manteve na Galiza (região ao adquirido pela Biblioteca Nacional de Lisboa, onde se encontra
norte de Portugal, atualmente parte da Espanha) até o século desde 1924. Entre as suas 1.664 cantigas, há composições de
VII d.C. todos os gêneros.

O Período Românico O Português Arcaico


Embora a Península Ibérica fosse habitada desde muito À medida em que os cristãos avançam para o sul, os
antes da ocupação romana, pouquíssimos traços das línguas dialetos do norte interagem com os dialetos moçárabes do sul,
faladas por estes povos persistem no português moderno. A começando o processo de diferenciação do português em
língua portuguesa, que tem como origem a modalidade falada relação ao galego-português. A separação entre o galego e o
do latim, desenvolveu-se na costa oeste da Península Ibérica português se iniciará com a independência de Portugal (1185)
(atuais Portugal e região da Galiza, ou Galícia) incluída na e se consolidará com a expulsão dos mouros em 1249 e com a
província romana da Lusitânia. A partir de 218 a.C., com a derrota em 1385 dos castelhanos que tentaram anexar o país.
invasão romana da península, e até o século IX, a língua falada No século XIV surge a prosa literária em português, com a
na região é o romance, uma variante do latim que constitui um Crónica Geral de Espanha (1344) e o Livro de Linhagens, de
estágio intermediário entre o latim vulgar e as línguas latinas dom Pedro, conde de Barcelos.
modernas (português, castelhano, francês, etc.).
Durante o período de 409 d.C. a 711, povos de origem Entre os séculos XIV e XVI, com a construção do império
germânica instalam-se na Península Ibérica. O efeito dessas português de ultramar, a língua portuguesa faz-se presente em
migrações na língua falada pela população não é uniforme, várias regiões da Ásia, África e América, sofrendo influências
iniciando um processo de diferenciação regional. O locais (presentes na língua atual em termos como jangada, de
rompimento definitivo da uniformidade linguística da origem malaia, e chá, de origem chinesa). Com o Renascimento,
península irá ocorrer mais tarde, levando à formação de aumenta o número de italianismos e palavras eruditas de
línguas bem diferenciadas. Algumas influências dessa época derivação grega, tornando o português mais complexo e
persistem no vocabulário do português moderno em termos maleável. O fim desse período de consolidação da língua (ou de
como roubar, guerrear e branco. utilização do português arcaico) é marcado pela publicação do
A partir de 711, com a invasão moura da Península Ibérica, Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516.
o árabe é adotado como língua oficial nas regiões
conquistadas, mas a população continua a falar o romance. O Português Moderno
Algumas contribuições dessa época ao vocabulário português Inicia-se a partir do século XVI, quando a língua se
atual são arroz, alface, alicate e refém. uniformiza, adquirindo as características do português atual.
No período que vai do século IX (surgimento dos primeiros A literatura renascentista portuguesa, notadamente produzida
documentos latino-portugueses) ao XI, considerado uma por Camões, desempenhou papel fundamental nesse processo
época de transição, alguns termos portugueses aparecem nos de uniformização. Em 1536, o padre Fernão de Oliveira
textos em latim, mas o português (ou mais precisamente o seu publicou a primeira gramática de Língua Portuguesa, a
antecessor, o galego-português) é essencialmente apenas "Grammatica de Lingoagem Portuguesa". Seu estilo baseava-se
falado na Lusitânia. no conceito clássico de gramática, entendida como "arte de
falar e escrever corretamente".
Fase do Português Arcaico
Do século XII ao século XVI, compreendendo dois períodos O mundo lusófono (que fala português) é avaliado hoje
distintos: entre 190 e 230 milhões de pessoas. O português é a oitava
língua mais falada do planeta, terceira entre as línguas
- do século XII ao XIV, com textos em galego-português; ocidentais, após o inglês e o castelhano. O português é a língua
- do século XIV ao XVI, com a separação entre o galego e o oficial em oito países de quatro continentes:
português. - Angola (10,9 milhões de habitantes)
- Brasil (185 milhões)
O Galego-Português - Cabo Verde (415 mil)
No século XI, à medida que os antigos domínios foram - Guiné Bissau (1,4 milhão)
sendo recuperados pelos cristãos, os árabes são expulsos para - Moçambique (18,8 milhões)
o sul da península, onde surgem os dialetos moçárabes, a - Portugal (10,5 milhões)
partir do contato do árabe com o latim. Com o início da - São Tomé e Príncipe (182 mil)
reconquista cristã da Península Ibérica, o galego-português - Timor Leste (800 mil).
consolida-se como língua falada e escrita da Lusitânia. Em
galego-português são escritos os primeiros documentos
oficiais e textos literários não latinos da região, como os
cancioneiros (coletâneas de poemas medievais):

Cancioneiro da Ajuda - Copiado (na época ainda não havia


imprensa) em Portugal em fins do século XIII ou princípios do

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O português é uma das línguas oficiais da União Europeia


(ex-CEE) desde 1986, quando da admissão de Portugal na
instituição. Em razão dos acordos do MERCOSUL (Mercado
Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte, o português é
ensinado como língua estrangeira nos demais países que dele
participam. Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), que reúne os países de língua
oficial portuguesa com o propósito de aumentar a cooperação
e o intercâmbio cultural entre os países membros e
uniformizar e difundir a língua portuguesa.

No Brasil28
O Brasil foi “descoberto” por Portugal no ano de 1500, e
desde então, com a grande presença dos portugueses nos
territórios brasileiros, a língua portuguesa foi se enraizando,
enquanto as línguas indígenas foram aos poucos
desaparecendo. Uma delas, talvez a que mais influenciou o
atual português falado no Brasil, era o Tupinambá ou Tupi-
guarani, uma língua do litoral brasileiro da família tupi-
guarani, foi usado como língua geral na colônia, ao lado do
português, principalmente graças aos padres jesuítas que
haviam estudado e difundido a língua. Em 1757, a utilização do
tupi foi proibida por uma Provisão Real. Tal medida foi
possível porque, a essa altura, o tupi já estava sendo
suplantado pelo português, em virtude da chegada de muitos
imigrantes da metrópole. Com a expulsão dos jesuítas em
1759, o português fixou-se definitivamente como o idioma do
Brasil. Das línguas indígenas, o português herdou palavras
ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju, tatu,
piranha), bem como nomes próprios e geográficos.
No ano de 1757 uma Provisão Real proibiu a utilização do
Tupi, época esta, em que o Português já suplantava esta língua,
ficando ele, o Português, com o título de idioma oficial. Em
1759 os jesuítas foram expulsos, e a partir de então a língua
portuguesa se tornou definitivamente a língua oficial do Brasil.
A língua portuguesa, falada no Brasil, herdou, no entanto, um
vasto vocabulário das línguas indígenas, principalmente no
que se diz respeito às denominações da fauna, flora, e demais
palavras relacionadas à natureza.
Os portugueses trouxeram, então, muitos escravos
capturados na África, para trabalhar nas terras brasileiras, e

28 Adaptado de ARAÚJO, Ana Paula de.


http://www.infoescola.com/portugues/historia-da-lingua-portuguesa-no-
brasil/.

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estes vieram falando diversos dialetos, os quais contribuíram Mudanças


para a construção da nossa língua. Muito do que temos hoje,
foi herdado das línguas africanas, bem como itens culturais Alfabeto
que vieram junto com os escravos e aqui se instalaram. Deste Nova Regra: O alfabeto agora é formado por 26 letras
modo, a língua portuguesa falada no Brasil, foi se distanciando Regra Antiga: O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras
da língua portuguesa falada em Portugal, pois enquanto aqui, do nosso alfabeto.
a língua recebia as influências dos índios (nativos) e dos Como Será: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos,
imigrantes africanos, em Portugal a língua recebia influência nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados.
do francês (principalmente devido à cultura, educação, etc., Exemplos: km, watt, Byron, byroniano
que na época era prestigiada na França.)
Quando a família real veio para o Brasil, entre 1808 e 1821, Trema
as duas línguas novamente se “aproximaram”, pois devido à Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa.
grande quantidade de portugueses nas grandes cidades, a Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por
língua foi sofrendo novamente a influência dos mesmos e se exemplo: Müller, mülleriano
parecendo com a língua-mãe. O português brasileiro sofreu, Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta,
ainda, influências dos espanhóis, holandeses e demais países qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente,
europeus que invadiram o Brasil após a independência (1822). argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça
Isso explica o porquê de algumas diferenças de vocabulário Como Será: aguentar, consequência, cinquenta,
e/ou sotaque existentes entre algumas regiões do Brasil. quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente,
Com a influência do Romantismo (movimento artístico- arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.
literário que aconteceu no início do século XIX), a literatura
produzida no Brasil se intensificou, e a língua portuguesa Acentuação
falada no Brasil foi se encorpando e ganhando uma nova Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais
forma, diferenciando-se ainda mais da língua portuguesa acentuados em palavras paroxítonas
falada em Portugal. Foi despertado no país o individualismo e Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia,
o nacionalismo através da literatura, além da realidade política panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico,
que impulsionava o país a se distanciar e diferenciar ainda paranóico
mais de Portugal. Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia,
A normatização da língua foi como que consagrada pelo panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico,
movimento modernista (1922), que trouxe como crítica a paranóico
valorização excessiva que ainda se dava à cultura europeia, e
motivou o povo a valorizar sua própria língua como Observações:
“brasileira”. Recentemente tivemos uma reforma ortográfica, - nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas
implantada no ano de 2009, a partir de um acordo feito entre o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
os países que tem como idioma oficial a língua portuguesa, e - o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu,
algumas regras de escrita que diferenciavam a norma, foram ilhéu.
modificadas, deixando-a unificada. A oralidade, no entanto, Nova Regra: O hiato 'oo' não é mais acentuado
continua mantendo consideráveis distinções. Regra Antiga: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo,
povôo
Novo Acordo Ortográfico Como Será: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo,
povôo
Falar sobre o novo acordo ortográfico implica saber que
em termos históricos já se fizeram várias tentativas de Nova Regra: O hiato 'ee' não é mais acentuado
unificação da ortografia da língua portuguesa, sendo que a Regra Antiga: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem,
primeira data de 1911, que culminou em Portugal na primeira revêem
grande reforma. Depois existiram várias tentativas, sendo a Como Será: creem, deem, leem, veem, descreem, releem,
mais importante a de 1990 que é a que está por trás de todo o revêem
celeuma levantado atualmente sobre esta questão.
Seguindo o disposto numa reunião da Comunidade dos Nova Regra: Não existe mais o acento diferencial em
Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Julho de palavras homógrafas
2004 em São Tomé e Príncipe, ficou decidido que para o novo Regra Antiga: pára (verbo), péla (substantivo e verbo),
acordo ortográfico entrar em vigor, bastaria que três países o pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo),
ratificassem. O Brasil em Outubro de 2004, Cabo Verde em pólo (substantivo)
Abril de 2005 e São Tomé em Novembro de 2006 ratificaram Como Será: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo
o acordo, estando assim cumprido o disposto nessa reunião da (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo
CPLP. Em Portugal, este acordo ortográfico foi ratificado pelo (substantivo)
governo a 6 de Março de 2008, faltando a aprovação no
Parlamento ou pelo Presidente da República. Observação:
- o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder'
O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - 'pôde') e no
2009, mas a implementação obedecerá ao período de transição verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por'
de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015, durante o Nova Regra: Não se acentua mais a letra 'u' nas formas
qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a verbais rizotônicas, quando precedido de 'g' ou 'q' e antes de
nova norma estabelecida. 'e' ou 'i' (gue, que, gui, qui)
Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe,
No Brasil 0,5% das palavras sofrerão modificações, em enxagúemos, obliqúe
Portugal e nos restantes dos países lusófonos, as mudanças Como Será: argui, apazigue, averigue, enxague,
afetarão cerca de 2.600 palavras, ou seja, 1,6% do vocabulário ensaguemos, obliqúe
total.

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Nova Regra: Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com
paroxítonas quando precedidos de ditongo mesma vogal = com hífen
Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, - uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra
feiúme inicia-se com a vogal 'o', não utliza-se hífen.
Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume
Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que,
Hífen pelo uso, perdeu-se a noção de composição
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista,
formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento
+ palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista,
dobradas paralama, parabrisa, parachoque, paravento
Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-
social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto- Observação:
regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, - o uso do hífen permanece em palavras compostas que não
contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra- contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e
som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas
supra-sensível que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-
Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva,
antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-
autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal,
ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, O uso do hífen permanece
suprassensível - Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice', 'soto': ex-
marido, vice-presidente, soto-mestre
Observação: - Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' +
- em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-
palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, navegação
hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter- - Em palavras formadas com prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' +
regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super- palavras que tem significado próprio: pré-natal, pró-
resistente etc. desarmamento, pós-graduação
- Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém',
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras 'recém', 'sem': além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano,
formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto
+ palavras iniciadas por outra vogal
Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto- Não existe mais hífen
aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, - Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas,
contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra- pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou
escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra- conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite,
uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à
semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi- vontade, abaixo de, acerca de etc.
obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa,
Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.
autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo,
contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, Consoantes não pronunciadas. Fora do Brasil foram
infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, eliminadas as consoantes não pronunciadas:
neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, - ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico,
semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado. óptimo, baptismo

Observações: Grafia Dupla: de forma a contemplar as diferenças


- esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em algumas
existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico palavras: António/Antônio, facto/fato, secção/seção.
etc.
- esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte LINGUAGEM
iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-
herbáceo etc. É a capacidade que possuímos de expressar nossos
pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A linguagem está
Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é relacionada a fenômenos comunicativos; onde há
formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal comunicação, há linguagem.
+ palavra iniciada pela mesma vogal. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para
Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório, estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais,
antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais
arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico (linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo).
Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti- Num sentido mais genérico, a linguagem pode ser
inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui- classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os
irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico indivíduos para comunicar-se. Podendo ser dividida em:

Observações: Linguagem Verbal (falada): aquela que faz uso


- esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo das palavras para comunicar algo.
termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não

Português 68
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Linguagem Não Verbal (escrita): aquela que utiliza Fala


outros métodos de comunicação, que não são as palavras.
Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato
trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala,
um gesto, etc. pode escolher os elementos da língua que lhe convém,
conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a
Língua situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente
sociocultural em que vive, etc.
É um instrumento de comunicação, sendo composta por Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande
regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo diversificação nos mais variados níveis da fala. Cada
de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que
comunicar-se e compreender-se. Como por exemplo, os os outros falam; é por isso que somos capazes de dialogar com
falantes da língua portuguesa. pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem
A língua também possui um caráter social e pertence a um sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa.
conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. E cada
membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma Níveis da fala
de expressão, mas por outro lado, não é possível criar uma Devido ao caráter individual da fala, é possível observar
língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. alguns níveis:
Dessa forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular
a língua comunitária, originando a fala. Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das
A fala está sempre condicionada pelas regras socialmente pessoas utilizam no seu dia a dia, principalmente em situações
estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo,
permitir um exercício criativo da comunicação. Deste modo não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não
um indivíduo pode pronunciar um enunciado das seguintes com as regras formais estabelecidas pela língua.
maneiras: A família de Regina era paupérrima; ou A família de
Regina era muito pobre. Nível formal-culto: é o nível da fala normalmente
As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às utilizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se
diversas manifestações da fala de cada um. Note, além disso, por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às
que essas manifestações devem obedecer às regras gerais da regras gramaticais estabelecidas pela língua.
língua portuguesa, para não correr o risco de produzir
enunciados incompreensíveis, como por exemplo: Família a Questões
paupérrima de era Regina.
01. (CGE/RO - Auditor de Controle Interno -
Língua Falada e Língua Escrita FUNRIO/2018)

Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois Entrevista de Carlos Heitor Cony
meios de comunicação distintos. A escrita representa um
estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais “Hoje, se os Mamonas Assassinas [banda de pop-rock que
espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua estourou em 1995, morta em um acidente de avião 1 ano
totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, depois] escreverem um livro sobre a teoria do quanta, não vai
algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua faltar editor e não vai faltar leitor. (...) A indústria do livro era
escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim muito elitista naquela época, havia um certo elitismo. O livro
um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta era considerado um objeto, quase um totem, uma coisa
com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante. sagrada. Acho o fenômeno do Paulo Coelho muito útil. É um
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, homem que vende milhões de exemplares, faz o editor ganhar
mas existem usos diferentes da língua devido a diversos dinheiro, e esse editor pode investir em outras coisas.” (Em
fatores. Dentre eles, destacam-se: entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura).

Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação O nome de “Mamonas Assassinas” dado à banda de pop-
cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram rock mostra um traço de modernidade, que é:
para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada (A) a preferência pela linguagem coloquial.
utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não (B) a presença da linguagem figurada.
teve acesso à escola. (C) a busca de originalidade criativa.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo (D) a utilização de imagens infantis.
com a situação em que nos encontramos, quando conversamos (E) a falta de coerência, gerando incomunicabilidade.
com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se
estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura. 02. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário -
Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades VUNESP/2018)
requer o domínio de certas formas de língua Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no português
chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos extremamente culto e correto que é falado pelos personagens
específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao da novela. Com frases que parecem retiradas de um romance
intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais antigo, mesmo nos momentos mais banais, os personagens se
da área de direito, informática, biólogos, médicos, linguistas expressam de maneira correta e erudita.
entre outros especialistas. Ao UOL, o autor da novela, Alcides Nogueira, diz que o
Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre linguajar de seus personagens é um ponto que leva a novela a
influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança se destacar. “Não tenho nada contra a linguagem coloquial, ao
não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí fala- contrário. Acho que a língua deve ser viva e usada em sintonia
se em linguagem infantil e linguagem adulta. com o nosso tempo. Mas colocar um português bastante culto
torna a narrativa mais coerente com a época da trama. Fora

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isso, é uma oportunidade de o público conhecer um pouco “- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
mais dessa sintaxe poucas vezes usada atualmente”.
O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Discurso Indireto
Bia Corrêa do Lago, conta que a decisão de imprimir um
português erudito à trama foi tomada por ele e apoiada pelo O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das
diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa.
diversos cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para
inclusive, o dicionário. “Muitas vezes é preciso recorrer às reproduzir aquilo que foi dito pela personagem. Exemplos:
gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador. Aos
poucos, a escrita foi ficando mais fácil”, afirma Nogueira, que “Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis)
também diz se inspirar em grandes escritores da literatura
brasileira e portuguesa, como Machado de Assis e Eça de “Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo
Queiroz. cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e
Para o autor, escutar os personagens falando dessa forma mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da
ajuda o público a mergulhar na época da trama de modo masmorra, imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto)
profundo e agradável. Compartilhou-lhe o sentimento Jayme
Monjardim, que também explica que a estética delicada da Passagem do discurso direto para discurso indireto
novela foi pensada para casar com o texto. “É uma novela que
se passa no fim dos anos 1920, então tudo foi pensado para Na passagem do discurso direto para o discurso indireto,
que o público entrasse junto com a gente nesse túnel do tempo. ocorre mudança nas pessoas do discurso, mudança nos
Acho que isso é importante para que o telespectador consiga tempos verbais, mudança na pontuação das frases e mudança
se sentir em outra época”, diz. nos advérbios e adjuntos adverbiais.
(Guilherme Machado. UOL. https://tvefamosos.uol.com.br. 15.11.2017.
Adaptado) Mudança das pessoas do discurso: toda a narrativa que
se encontre na 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª
No texto, há exemplo de uso coloquial da linguagem na pessoa no discurso indireto, incluindo nessa mudança não só
passagem: o verbo, mas também todos os pronomes que aparecem na
(A) então tudo foi pensado para que o público entrasse frase, como os pronomes eu, nós e meu, que passam para
junto com a gente nesse túnel do tempo. ele/ela, eles/elas e seu no discurso indireto.
(B) Com frases que parecem retiradas de um romance
antigo, [...] os personagens se expressam de maneira correta e Mudança de tempos verbais nos tempos do indicativo:
erudita. o presente no discurso direto passa para pretérito imperfeito
(C) Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no no discurso indireto, o pretérito perfeito no discurso direto
português extremamente culto e correto... passa para pretérito mais-que-perfeito no discurso indireto e
(D) o autor da novela [...] diz que o linguajar de seus o futuro do presente no discurso direto passa para futuro do
personagens é um ponto que leva a novela a se destacar. pretérito no discurso indireto.
(E) Ele revela que toma diversos cuidados na hora de
escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. Mudança de tempos verbais nos tempos do subjuntivo:
O presente e o futuro no discurso direto passam para pretérito
Gabarito imperfeito no discurso indireto.
01. C / 02.A
Mudança de tempos verbais no imperativo: o
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE imperativo no discurso direto passa para pretérito imperfeito
do subjuntivo no discurso indireto.
Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles
escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática Mudança na pontuação das frases: frases interrogativas,
social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o exclamativas e imperativas no discurso direto passam para
contexto em que se encontra, assim como as personagens e as frases declarativas no discurso indireto.
condições de produção do texto.
Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos Mudança nas noções temporais: as noções temporais
de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso como ontem, hoje e amanhã no discurso direto passam para no
indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão dia anterior, naquele dia e no dia seguinte no discurso indireto.
separados, eles podem aparecer juntos em um texto, mas
dependerá de quem o produziu. Mudança nas noções espaciais: as noções espaciais como
Vejamos cada um deles: aqui, aí, este e isto no discurso direto passam para ali, lá, aquele
e aquilo no discurso indireto.
Discurso Direto Discurso direto: Iremos de férias amanhã.
Discurso indireto: Eles disseram que iriam de férias no dia
Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que seguinte.
ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que traços da
fala e da personalidade das personagens sejam destacados e Discurso Indireto Livre
expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as
falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a
entre outros, servem para que as falas das personagens sejam história, mas as personagens têm voz própria, de acordo com
introduzidas e elas ganhem vida, como em uma peça teatral. a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura
Ao ponto que travessões, dois pontos, aspas e exclamações dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem.
são muito comuns durante a reprodução destas falas. Exemplos:
Exemplos: “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que
que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!”
guaxinim do banhado!...”

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“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. O narrador desse texto mistura-se de tal forma à
Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado) personagem que dá a impressão de que não há diferença entre
eles. A personagem fala misturada à narração. Esse discurso é
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. chamado:
Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos (A) discurso indireto livre
irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)29 (B) discurso direto
(C) discurso indireto
Questões (D) discurso implícito
(E) discurso explícito
01. Sobre o discurso indireto é correto afirmar, EXCETO:
(A) No discurso indireto, o narrador utiliza suas próprias Gabarito
palavras para reproduzir a fala de um personagem. 01.D / 02. C / 03. B / 04.A
(B) O narrador é o porta-voz das falas e dos pensamentos
das personagens. FUNÇÕES DA LINGUAGEM
(C) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são
iniciadas com o sujeito, mais o verbo de elocução seguido da A linguagem vai muito além do que imaginamos, pois
fala da personagem. apresenta determinadas funções dentro do processo
(D) No discurso indireto as personagens são conhecidas comunicativo.
através de seu próprio discurso, ou seja, através de suas As funções da linguagem tratam do relevo dado a um dos
próprias palavras. elementos da comunicação, ao qual compõe:
- Emissor: o que emite a mensagem.
02. Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte - Receptor: o que recebe a mensagem.
trecho: - Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
No plano expressivo, a força da ____________ em _____________ - Código: a combinação de signos utilizados na transmissão
provém essencialmente de sua capacidade de _____________ o de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o
episódio, fazendo ______________ da situação a personagem, receptor souber decodificar a mensagem.
tornando-a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena de - Canal de Comunicação: por onde a mensagem é
teatro __________ o narrador desempenha a mera função de transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar…
indicador de falas. - Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também
(A) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir – chamado de referente.
onde; Podendo variar de acordo com a proposta ou intento do
(B) narração - discurso onisciente - vivificar - demonstrar- texto. É certo também que um texto pode apresentar mais de
se – donde; uma função da linguagem, que é o concorre com a função
(C) narração - discurso direto - atualizar - emergir - em predominante. Assim organizamos a linguagem de tal modo a
que; atender nossa finalidade. E lembramos que para cada
(D) narração - discurso indireto livre - humanizar - imergir elemento da comunicação, há uma função da linguagem.30
- na qual;
(E) dissertação - discurso direto e indireto - dinamizar - Tipos de Funções da Linguagem
protagonizar - em que.
O linguista russo chamado Roman Jakobson caracterizou as
03. Faça a associação entre os tipos de discurso e assinale seis funções de linguagem, ligadas ao ato da comunicação:
a sequência correta.
1) Função Referencial: a linguagem que serve para
Reprodução fiel da fala da personagem, é demarcado pelo informar.
uso de travessão, aspas ou dois pontos. Nesse tipo de discurso, - O referente é o centro da mensagem.
as falas vêm acompanhadas por um verbo de elocução, - O assunto da mensagem é o objeto, sempre de forma clara
responsável por indicar a fala da personagem. e objetiva.
Ocorre quando o narrador utiliza as próprias palavras para - Marcas gramaticais e discursivas, impessoalidade,
reproduzir a fala de um personagem. denotação, frases declarativas, e uso da 3ª pessoa.
Tipo de discurso misto no qual são associadas as - Esta função é encontrada em textos jornalísticos,
características de dois discursos para a produção de outro. científicos, didáticos. Ex.: “Estados Unidos invadem o Iraque”,
Nele a fala da personagem é inserida de maneira discreta no no qual tem como finalidade informa-nos sobre um
discurso do narrador. acontecimento do mundo.
Observação: a função referencial da linguagem tem
( ) discurso indireto importância central na vida das pessoas, consideradas
( ) discurso indireto livre individualmente ou como grupo social. Para cada indivíduo,
( ) discurso direto ela permite conhecer o mundo; para o grupo social, possibilita
o acúmulo de conhecimentos e a transferência de experiências.
(A) 3, 2 e 1. Por meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
(B) 2, 3 e 1. É a função referencial que permite a realização do trabalho
(C) 1, 2 e 3. coletivo e operar bem essa função da linguagem possibilita que
(D) 3, 1 e 2. cada indivíduo continue sempre a aprender.
A função referencial também costuma ser chamada de
04. “Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos função denotativa ou informativa, pois seu principal propósito
pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto é fazer com que as palavras revelem, da maneira mais clara
de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e possível, as coisas ou os eventos a que fazem referência.
suspirou. Coitada de Sinhá Vitória, novamente nos
descampados, transportando o baú de folha.” 2) Função Conativa: a linguagem que serve para

29 Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição 30 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier.2011.

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influenciar e ser influenciado. comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está
- O receptor é o centro da mensagem, na qual ele é empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e
estimulado, provocado, seduzido, amparado etc. “capital”, “dinheiro”.
- Normalmente o interlocutor é conduzido a adotar uma Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas,
determinada postura. com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio
- É um texto normalmente claro e objetivo que visa à Guimarães:
persuasão. “ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
- Algumas marcas gramaticais: verbos e pronomes de 2ª continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer
pessoa (ou 3ª pessoa - você), vocativos, imperativos, bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de
perguntas ao interlocutor etc. consciência e bata em retirada.”
- É a linguagem das músicas e dos poemas românticos, das (Folha de S. Paulo)
propagandas e afins.
Ex. “Vem pra Caixa você também.” Observe então que a linguagem pode ser usada
utilitariamente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é
3) Função Emotiva: a linguagem que serve para expressar utilizada para informar, para influenciar, para manter os laços
a subjetividade. sociais, etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de
- Centro da mensagem é o “eu”, aparece os sentimentos. descoberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
- Expressão de emoções, sentimentos, atitudes. é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo, pelo
- Pessoalidade e subjetividade. arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
- Verbos e pronomes de 1ª pessoa, exclamação, interjeições, Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
vocativos, reticências. Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/,
- Linguagem romântica e poemas. /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
Ex. “Eu fico possesso com isso!”
E o bosque estala, move-se, estremece...
4) Função Fática: a linguagem que serve para criar e Da cavalgada o estrépito que aumenta
manter laços sociais. Perde-se após no centro da montanha...
- Centro da mensagem (contato). Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
- Estabelece ou encerra o contato entre o emissor e o Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos .
receptor (cumprimentos, saudações, etc).
- Ocorre interação verbal. Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos
- Marcas linguísticas: “Boa tarde. Oi. Tudo bem. Tchau”. ocorre no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos
cavalos aumenta.
5) Função Metalinguística: a linguagem que serve para Quando se usam recursos da própria língua para
falar sobre a própria linguagem: acrescentar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
- Comunicação é o centro da mensagem, usa-se um signo que estamos usando a linguagem em sua função poética.
para explicar a si próprio, ele é instrumento de explicação.
- Esclarecedora, reflexiva, discute o processo discursivo, usa- No entanto para a melhor compreensão das funções de
se a linguagem para falar sobre ela própria. linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da
- Encontramos em poemas que falam sobre o fazer poético comunicação.
(metapoema), sambas que abordam esse gênero musical, Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era
filmes que discutem o cinema, palavras usadas para explicar desenvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta -
outras em dicionários, narradores que refletem sobre a arte de alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro
narrar (metanarração) etc. escuta em silêncio, etc.). Exemplo;
Exemplo:
– “Samba, / Eterno delírio do compositor / Que nasce da alma, ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
sem pele, sem cor (...)”
(Fundo de Quintal) Emissor emite, codifica a mensagem
Receptor recebe, decodifica a mensagem
6) Função Poética: a linguagem que serve como fonte de Mensagem conteúdo transmitido pelo emissor
prazer:
conjunto de signos usado na transmissão e
- Destaque na forma construída, criativa e inusitadamente. Código
recepção da mensagem
- Utiliza vários recursos gramaticais: figuras de linguagem,
conotação, neologismos, construções estruturais não Referente contexto relacionado a emissor e receptor
convencionais, polissemia etc. Canal meio pelo qual circula a mensagem
- É a linguagem dos poemas e prosas poéticas (literária),
da publicidade criativa e afins.31 Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu
Neste tipo de função brincamos com as palavras. Os jogos certa modificação, pois, chegou-se à conclusão de que ao se
com o sentido e os sons são formas de tornar a linguagem um tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que
lugar de prazer. Assim divertimo-nos com eles. Manipulamos é um veículo democrático (observe a função fática), assim,
as palavras para delas extrairmos satisfação. admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz (diálogo interativo):
“Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase
shakespeariana “To be or not to be”. Locutor quem fala (e responde)
Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, quando soube
que uma mulher muito gorda se sentara no banco de um Locutário quem ouve e responde
ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a primeira Interlocução diálogo
vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”.
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel

31 Idem, 1.

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As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, 02.


faciais etc. Por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SONETO DE MAIO
As atitudes e reações dos comunicantes são também Suavemente Maio se insinua
referentes e exercem influência sobre a comunicação. Por entre os véus de Abril, o mês cruel
E lava o ar de anil, alegra a rua
Lembramo-nos: Alumbra os astros e aproxima o céu.
Até a lua, a casta e branca lua
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” Esquecido o pudor, baixa o dossel
do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função E em seu leito de plumas fica nua
está, por norma, a poesia lírica. A destilar seu luminoso mel.
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de Raia a aurora tão tímida e tão frágil
mensagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este Que através do seu corpo transparente
assuma determinado comportamento; há frequente uso do Dir-se-ia poder-se ver o rosto
vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é Carregado de inveja e de presságio
frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade. Dos irmãos Junho e Julho, friamente
- Função metalinguística: função usada quando a língua Preparando as catástrofes de Agosto...
explica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de (Vinícius de Moraes)
um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ou
semânticos). Em um poema, é possível afirmar que a função de
- Função informativa (ou referencial): função usada linguagem está centrada na:
quando o emissor informa objetivamente o receptor de uma (A) Função fática.
realidade, ou acontecimento. (B) Função emotiva ou expressiva.
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção (C) Função conativa ou apelativa.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos (D) Função denotativa ou referencial.
publicitários (centra-se no canal de comunicação).
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem 03. O exercício da crônica
com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada,
agradáveis, etc. como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual
este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que,
Também podemos pensar que as primeiras falas azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a
conscientes da raça humana ocorreram quando os sons coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha
emitidos evoluíram para o que podemos reconhecer como através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato
“interjeições”. As primeiras ferramentas da fala humana. qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da
véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de
mais profundamente distingue o homem dos outros animais. olhar em torno e esperar que, através de um processo
Podemos considerar que o desenvolvimento desta função associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos
cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela
da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao
par do desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no
facial. ato de escrever, pode surgir o inesperado.
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia.
e escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais, das Letras, 1991.
desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em
diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre
surdos, mas também para utilizar em situações especiais, Predomina nesse texto a função da linguagem que se
como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se constitui
encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem
observar entre si. (A) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
Questões (B) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
(C) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
01. (D) no papel da vida do cronista no processo de escrita da
Alô, alô, Marciano
Aqui quem fala é da Terra crônica.
Pra variar, estamos em guerra (E) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio
Você não imagina a loucura de uma crônica.
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society [...] 04. Sempre que há comunicação há uma intenção, o que
(LEE, Rita. CARVALHO, Roberto) determina que a linguagem varie, assumindo funções. A função
da linguagem predominante no texto com a respectiva
Os dois primeiros versos do texto fazem referência à
função da linguagem cujo objetivo dos emissores é apenas característica está expressa em:
estabelecer ou manter contato de comunicação com seus
receptores. Nesses versos, a linguagem está empregada em (A) referencial - presença de termos científicos e técnicos.
função (B) expressiva - predominância da 1ª pessoa do singular.
(A) expressiva. (C) fática - uso de cumprimentos e saudações.
(B) apelativa. (D) apelativa - emprego de verbos flexionados no
(C) referencial. imperativo.
(D) poética.
(E) fática. Gabarito

01.E / 02.B / 03.E / 04.D

Português 73
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APOSTILAS OPÇÃO

FIGURAS DE LINGUAGEM32 - O lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar


um Porto. (= a vinho da cidade do Porto).
Também chamadas de Figuras de Estilo. Podemos
classificá-las em quatro tipos: - O símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os
- Figuras de Palavras (ou tropos); revolucionários queriam o trono. (= império, o poder).
- Figuras de Harmonia;
- Figuras de Construção (ou de sintaxe); - A parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os
- Figuras de Pensamento. necessitados. (= a casa).

Figuras de Palavra - O indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o


judas do grupo. (= espécie dos homens traidores).
São as que dependem do uso de determinada palavra com
sentido novo ou com sentido incomum. Vejamos: - O singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal
racional. (o singular homem está sendo usado no lugar do
Metáfora: é um tipo de comparação (mental) sem uso de plural homens).
conectivos comparativos, com utilização de verbo de ligação
explícito na frase. Exemplo: - O gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Nós
“Sua boca era um pássaro escarlate.” (Castro Alves) mortais, somos imperfeitos. (= seres humanos).

Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido - A matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel.
próprio de outra, utilizando-se formas já incorporadas aos (= moeda).
usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da
associação de ideias, o mesmo não ocorre com a catacrese, que Observação: os últimos 5 casos recebem também o nome
já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada. de Sinédoque.

Exemplos: Sinédoque: significa a troca que ocorre por relação de


Batata da perna Azulejo vermelho compreensão e que consiste no uso do todo, pela parte do
Pé da mesa Cabeça de alho plural pelo singular, do gênero pela espécie, ou vice-versa.
Exemplo: O mundo é violento. (= os homens)
Comparação ou Símile: é a comparação entre dois
elementos comuns; semelhantes. Normalmente se emprega Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão
uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como, que que facilita a sua identificação.
nem. Exemplo: Exemplo: O país do futebol acredita no seu povo. (país do
“Como um anjo caído, fiz questão de esquecer...” (Legião futebol = Brasil)
Urbana)
Figuras de Harmonia
Sinestesia: é a fusão de no mínimo dois dos cinco sentidos
físicos. Exemplos: São as que reproduzem os efeitos de repetição de sons,
“De amargo e então salgado ficou doce, - Paladar ou ainda quando se busca representa-los. São elas:
Assim que teu cheiro forte e lento - Olfato
Fez casa nos meus braços e ainda leve - Tato Aliteração: repetição consonantal fonética (som da letra)
E forte e cego e tenso fez saber - Visão geralmente no início da palavra.
Que ainda era muito e muito pouco.” (Legião Urbana) Exemplo: “Sonhei que estava sonhando um sonho
sonhado...” (Martinho da Vila)
Antonomásia: quando substituímos um nome próprio
pela qualidade ou característica que o distingue. Exemplos: Assonância: repetição da mesma vogal no decorrer de um
O Águia de Haia (= Rui Barbosa) verso ou poema. Exemplo:
O Pai da Aviação (= Santos Dumont) “Sou Ana, da cama
Da cana, fulana bacana
Metonímia: troca-se uma palavra por outra com a qual ela Sou Ana de Amsterdã.” (Chico Buarque)
se relaciona. Ocorre a metonímia quando substituímos:
- O autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Paronomásia: reprodução de sons semelhantes através
Jorge Amado (observe que o nome do autor está sendo usado de palavras de significados diferentes. Exemplos:
no lugar de suas obras). “Berro pelo aterro pelo desterro
Berro por seu berro pelo seu erro
- O efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Ganho a vida Quero que você ganhe que você me apanhe
com o suor do meu rosto. (o suor é o efeito ou resultado e está Sou o bezerro gritando mamãe...”
sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”). (Caetano Veloso)

- O continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma Figuras de Construção


caixa de doces. (= doces).
Dizem respeito aos desvios de padrão de concordância
- O abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplo: A quer quanto à ordem, omissões ou excessos. Dividem-se em:
velhice deve ser respeitada. (= pessoas velhas).
Omissão
- O instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele Assíndeto: ocorre por falta ou supressão de conectivos.
é bom volante. (= piloto ou motorista). Exemplos:
"Saí, bebi, enfim, vivi." (Nel de Moraes)

32SCHICAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niterói:


Impetus, 2007.

Português 74
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APOSTILAS OPÇÃO

"Vim, vi e venci." (Júlio César) “Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de
rosas na cabeça.”
Elipse: supressão de vocábulo(s) que são facilmente Sínquise: há uma inversão violenta de distantes partes da
identificável(is). Exemplos: oração. É um hipérbato "hiperbólico". Exemplos:
"(Eu) Queria ser um pássaro dentro da noite." “...entre vinhedo e sebe
"No céu, (há) estrelas que brilham indômitas." corre uma linfa e ele no seu de faia
de ao pé do Alfeu Tarro escultado bebe.”
Zeugma: elipse especial que consiste na supressão de um (Alberto de Oliveira)
termo já, anteriormente, expresso no contexto. Exemplos: “Uma linfa corre entre vinhedo e sebe, e ele bebe no seu
"Nós nos desejamos e (nós) não nos possuímos." Tarro escultado, de faia, ao pé do Alfeu.”
"Foi saqueada a vila, e (foram) assassinados os partidários
dos Filipes." (Camilo Castelo Branco) Quiasmo: inversão de palavras que se repetem. Exemplos:
"Tinha uma pedra no meio do meu caminho. / No meio do meu
Repetição caminho tinha uma pedra."
Anáfora: é a repetição intencional de palavras, no início de (G. D. Andrade)
um período, frase ou verso. Exemplos:
“Eu quase não saio Concordância Ideológica
Eu quase não tenho amigo Silepse: é a concordância feita pela ideia, e não através das
Eu quase não consigo prerrogativas das classes das palavras. São três:
Ficar na cidade sem viver contrariado."
(Gilberto Gil) a) De Gênero: masculino e feminino não concordam. Ex.:
"A vítima era lindo e o carrasco estava temerosa quanto à
Polissíndeto: repetição enfática de conjunções reação da população."
coordenativas (geralmente e). Exemplos: Perceba que vítima e carrasco não receberam de seus
"E saber, e crescer, e ser, e haver adjetivos lindo e temerosa a 'atenção' devida, por quê? Isso se
E perder, e sofrer, e ter horror." deve à ideia de que os substantivos sobrecomuns designam
(Vinícius de Morais) ambos os sexos, e não ambos os gêneros, portanto, por
questões estilísticas, o autor do texto preferiu a ideia à regra
Pleonasmo: repetição da ideia, isto é, redundância gramatical rígida que impõe que adjetivos concordem em
semântica e sintática, divide-se em: gênero com o substantivo, não em sexo.
a) Gramatical: com objetos direto ou indireto redundantes,
chamam-nos pleonásticos. Exemplos: b) De Número: singular e plural não concordam entre si.
"Perdoo-te a ti, meu amor." Ex.: "O esquadrão sobrevoaram o céu azul daquela manhã
"O carro velho, eu o vendi ontem." de verão."
Ocorre algo semelhante na silepse de número, apenas se
b) Vicioso: deve ser evitado por não acrescentar ressalve que nesses casos o 'desprezo' se dá quanto à
informação nova ao que já havia sido dito anteriormente. concordância verbal, afinal, esquadrão é palavra de natureza
Exemplos: subir para cima; descer para baixo; repetir de novo; coletiva (coletivo de aviões) e, mais uma vez por questões
hemorragia sanguínea; protagonista principal; monopólio estilísticas, o autor preferiu à regra, na qual se baseia a
exclusivo. Gramática Normativa, o livre voar de suas ideias.

Ruptura c) De Pessoa: sujeito e verbo não concordam entre si. Ex.:


Anacoluto: a construção do período deixa um ou mais “A gente não sabemos escolher presidente.”
termos sem função sintática. Dê atenção especial porque o “A gente não sabemos tomar conta da gente."
anacoluto é parecido com o pleonasmo, ou melhor, na (Ultraje a Rigor)
tentativa de um pleonasmo sintático, muitas vezes, acaba-se Nos casos de silepse de pessoa há, por parte do autor, uma
por criar a ruptura. Exemplo: clara intromissão, característica do discurso indireto livre,
"Os meus vizinhos, não confio mais neles." - a função quando, ao informar, o emissor se coloca como parte da ação.
sintática de os meus vizinhos é nula, não há; entretanto, se
houvesse preposição (Nos meus vizinhos, não confio mais Figuras de Pensamento
neles), o termo seria objeto indireto, enquanto neles seria o
objeto indireto pleonástico. São recursos de linguagem que se referem ao aspecto
semântico, ou seja, ao significado dentro de um contexto.
Inversão
Anástrofe: inversão sintática leve. Exemplos: Antítese: é a aproximação de palavras de sentidos
"Tão leve estou que já nem sombra tenho." (ordem contrários, antagônicos. Exemplos:
inversa) (Mário Quintana) "Onde queres prazer, sou o que dói
"Estou tão leve que já não tenho sombra." (ordem direta) E onde queres tortura, mansidão
Onde, queres um lar, Revolução
Hipálage: inversão de um adjetivo (uma qualidade que E onde queres bandido, sou herói."
pertence a um é atribuída a outro substantivo). Exemplos: (Caetano Veloso)
“A mulher degustava lânguida cigarrilha.”
Lânguida = sensual, portanto lânguida é a mulher, e não a Paradoxo ou Oximoro: é mais que a aproximação
cigarrilha como faz supor. antitética; é a própria ideia que se contradiz. Exemplos:
"Em cada olho um grito castanho de ódio." (Dalton Trevisan) "O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa)
Castanhos são os olhos, e não o grito. "Mas tão certo quanto o erro de seu barco a motor é insistir
em usar remos."
(Legião Urbana)
Hipérbato: inversão complexa de termos da frase.
Exemplos:
Apóstrofe: é a evocação, o chamamento. Identifica-se
"Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas
facilmente na função sintática do VOCATIVO. Exemplos:
cabeças pôr de rosas." (Camões)

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APOSTILAS OPÇÃO

"Ó lindo mar verdejante, "Você está exagerando. Não subestime a sua inteligência."
tuas ondas entoam cantos, - porque ela é inteligente.
és tu o dono reinante
das brancas marés espumantes..." Questões
(Nel de Moraes)
01. (IF/PA - Assistente em Administração - FUNRIO/2016)
Perífrase: designação dos objetos, acidentes geográficos, “Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as marés
indivíduos e outros que não queremos simplesmente nomear. de silêncio da palavra ainda não escrita nem pronunciada, /
Exemplos: que vergue o ferruginoso canto do oceano / e reviva a ruína
"Última Flor do Lácio33, inculta e bela, que são as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha
és a um tempo esplendor e sepultura." insônia.” (Olga Savary, “Insônia”)
(Olavo Bilac)
Cidade Luz [z: Paris)
Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes
Veneza Brasileira (= Recife)
figuras de linguagem:
Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro)
(A) silepse e zeugma
Rei dos Animais (= leão)
(B) eufemismo e ironia.
(C) prosopopeia e metáfora.
Gradação: é uma sequência de palavras ou ideias que
(D) aliteração e polissíndeto.
servem de intensificação numa sequência temporal. Ex.:
(E) anástrofe e aposiopese.
"Dissecou-a a tal ponto, e com tal arte, que ela, rota, baça,
nojenta, vil."
(Raimundo Corrêa)
02. (IF/PA - Auxiliar em Administração - FUNRIO/2016)
“Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar / Eu
Ironia: consiste em dizer o oposto do que se pensa, com sou de lá / Terra morena que eu amo tanto, meu Pará.” (Pe. Fábio
de Melo, “Eu Sou de Lá”)
intenção sarcástica ou depreciativa. Exemplos:
"A excelente Dona lnácia era mestra na arte de judiar de
Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém,
criança." (Monteiro Lobato)
encontramos a seguinte figura de linguagem:
"Dona Clotilde, o arcanjo do seu filho quebrou minhas
(A) antítese.
vidraças."
(B) eufemismo.
(C) ironia
Hipérbole: é a figura do exagero, a fim de proporcionar
(D) metáfora
uma imagem chocante ou emocionante. Exemplos:
(E) silepse.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac)
"Existem mil maneiras de preparar Neston."
03. (Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem
- IDHTEC/2016)
Eufemismo: Figura que atenua ideias desagradáveis ou
penosas. Exemplos:
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)
"E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague." (Chico Buarque)
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama
Paz derradeira = morte
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da
"Aquele homem de índole duvidosa apropriou-se (ladrão)
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia
indevidamente dos meus pertences." (roubou)
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias
Disfemismo: expressão grosseira em lugar de outra,
semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a
suave, branda. Exemplo:
enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos
“Você não passa de um porco ... um pobretão.”
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol-
posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo! ...) mas
Personificação ou Prosopopeia: Consiste em dar vida a
vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende
seres inanimados. Exemplos:
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente
"O vento beija meus cabelos
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando,
As ondas lambem minhas pernas
formando, anunciando - o dia da humanidade.
O sol abraça o meu corpo." (Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)
(Lulu Santos - Nelson Motta)

O poema, Mamã Negra:


"Sob o sol respira o mar,
(A) É uma metáfora para a pátria sendo referência de um
dedilhando as ondas, belo olhar.
país africano que foi colonizado e teve sua população
Faiscando espumas, lágrimas
escravizada.
saúdam sereias amantes:
(B) É um vocativo e clama pelos efeitos negativos da
Te escutam, te amam, te lambem."
(Nel de Moraes)
escravização dos povos africanos.
(C) É a referência resumida a todo o povo que compõe um
Reificação: consiste em 'coisificar' os seres humanos. país libertado depois de séculos de escravidão.
Exemplo: "Tia, já botei os candidatos na lista." (D) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na
terra e teve seus filhos levados pelo colonizador.
Lítotes: consiste em negar por afirmação ou vice-versa. (E) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o
Exemplos: poder por meio da opressão foi “ninado “ela Mamã Negra.
"Ela até que não é feia." -logo, é bonita!

33 Flor do Lácio (= Língua Portuguesa)

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APOSTILAS OPÇÃO

04. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala - linguagem culta, literária, científica ou poética (orador e
FEPESE/2016) Analise as frases abaixo: tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo).
Exemplos:
1. “Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.” - Adversário e antagonista.
2. A mulher conquistou o seu lugar! - Translúcido e diáfano.
3. Todo cais é uma saudade de pedra. - Semicírculo e hemiciclo.
4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas. - Contraveneno e antídoto.
- Moral e ética.
Assinale a alternativa que corresponde correta e - Colóquio e diálogo.
sequencialmente às figuras de linguagem apresentadas: - Transformação e metamorfose.
(A) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia - Oposição e antítese.
(B) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora
(C) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se
(D) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora sinonímia, palavra que também designa o emprego de
(E) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora sinônimos.

05. (COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho - Antônimos


IBFC/2016) Leia o poema abaixo e assinale a alternativa que
indica a figura de linguagem presente no texto: Trata de palavras, expressões ou frases diferentes na
forma e com significações opostas, excludentes. Normalmente
Amor é fogo que arde sem se ver ocorre por meio de palavras de radicais diferentes, com
Amor é fogo que arde sem se ver; prefixo negativo ou com prefixos de significação contrária.
É ferida que dói e não se sente; Exemplos:
É um contentamento descontente; - Ordem e anarquia.
É dor que desatina sem doer; - Soberba e humildade.
(Camões) - Louvar e censurar.
- Mal e bem.
(A) Onomatopeia
(B) Metáfora A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido
(C) Personificação oposto ou negativo.
(D) Pleonasmo Exemplos:
- bendizer/maldizer
Respostas - simpático/antipático
01.C / 02.D / 03.A / 04.C / 05.B - progredir/regredir
- concórdia/discórdia
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS - explícito/implícito
- ativo/inativo
O significado das palavras34 é estudado pela semântica, a - esperar/desesperar
parte da gramática que estuda não só o sentido das palavras
como as relações de sentido que as palavras estabelecem entre Questões
si: relações de sinonímia, antonímia, paronímia, homonímia...
Compreender essas relações nos proporciona o 01. (MPE/SP – Biólogo – VUNESP) McLuhan já alertava
alargamento do nosso universo semântico, contribuindo para que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não
uma maior diversidade vocabular e maior adequação aos implica necessariamente harmonia, implica, sim, que cada
diversos contextos e intenções comunicativas. participante das novas mídias terá um envolvimento
gigantesco na vida dos demais membros, que terá a chance de
Sinônimos meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que quiser das
informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa
Trata35 de palavras diferentes na forma, mas com sentidos pública carrega consigo o risco de fim da privacidade e a
iguais ou aproximados. Tudo depende do contexto e da superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas
intenção do falante. morais ao julgamento da comunidade de que escolhemos
Vale lembrar também que muitas palavras são sinônimas, participar.
se levarmos em conta as variações geográficas (aipim = Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais,
macaxeira; mexerica = tangerina; pipa = papagaio; aipo = apenas em número de atualizações nas páginas e na
salsão...). capacidade dos usuários de distinguir essas variações como
Exemplos de sinônimos: relevantes no conjunto virtualmente infinito das
- Brado, grito, clamor. possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir. labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial. habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a
extrair informações relevantes de um conjunto finito de
Na maioria das vezes não tem diferença usar um sinônimo observações e reconhecer a organização geral da rede de que
ou outro. Embora tenham sentido comum, os sinônimos participam.
diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por nuances de O fluxo de informação que percorre as artérias das redes
significação e certas propriedades que o escritor não pode sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos
desconhecer. recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens
Com efeito, estes têm sentido mais amplo, aqueles, mais a esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem
restrito (animal e quadrúpede); uns são próprios da fala conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o
corrente, vulgar, outros, ao invés, pertencem à esfera da

34 https://www.normaculta.com.br/significacao-das-palavras/ 35 Pestana, Fernando. A gramática para concursos públicos / Fernando

Pestana. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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APOSTILAS OPÇÃO

sentimento de pânico experimentados por um número Só o contexto é que determina a significação dos
crescente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo homônimos. A homonímia pode ser causa de ambiguidade,
móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa por isso é considerada uma deficiência dos idiomas.
informação, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto
os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em:
um veneno para o espírito.
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes
Revista USP, no 92. Adaptado) no timbre ou na intensidade das vogais.
- Rego (substantivo) e rego (verbo).
As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho - Colher (verbo) e colher (substantivo).
/ estimar parâmetros / embotar a razão – têm sinônimos - Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
adequados respectivamente em: - Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
(A) procurar / gostar de / ilustrar - Para (verbo parar) e para (preposição).
(B) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer - Providência (substantivo) e providencia (verbo).
(C) interferir / propor / embrutecer - Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de
(D) intrometer-se / prezar / esclarecer per+o).
(E) contrapor-se / consolidar / iluminar
Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e
02. (Pref. Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC) A diferentes na escrita.
entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes - Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam-se; - Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).
comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, - Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de
naquele armistício transitório, uma legião desarmada, consertar).
mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o - Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
das trincheiras em fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela - Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar
gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres (acelerar).
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os - Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos - Censo (recenseamento) e senso (juízo).
molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e - Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
escalavros – a vitória tão longamente apetecida decaía de - Paço (palácio) e passo (andar).
súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com - Hera (trepadeira), era (época), era (verbo).
efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos - Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar =
de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento anular).
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e - Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão
sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos olhos, (tempo de uma reunião ou espetáculo).
num longo enxurro de carcaças e molambos...
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na
arma, nem um peito resfolegante de campeador domado: pronúncia.
mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças - Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade, - Cedo (verbo), cedo (advérbio).
escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris - Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos - Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando; - Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de - Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e
mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante. Parônimos
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos.
Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.) São palavras parecidas na escrita e na pronúncia:
- coro e couro,
Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de - cesta e sesta,
sinônimos? - eminente e iminente,
(A) Armistício – destruição - degradar e degredar,
(B) Claudicante – manco - cético e séptico,
(C) Reveses – infortúnios - prescrever e proscrever,
(D) Fealdade – feiura - descrição e discrição,
(E) Opilados – desnutridos - infligir (aplicar) e infringir (transgredir),
- sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder),
Gabarito - comprimento e cumprimento,
- deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente,
01.B / 02.A divergir, adiar),
- ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir),
Homônimos - vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e
vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).
Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas
com significados diferentes. Exemplos: Questões
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
- Aço (substantivo) e asso (verbo). 01. (Pref. Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo –
FAEPESUL) Atento ao emprego dos Homônimos, analise as
palavras sublinhadas e identifique a alternativa CORRETA:

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) Ainda vivemos no Brasil a descriminação racial. Isso é campo semântico, isto é, todos são frutas inclusive típicas da
crime! Amazônia.
(B) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente. Tais termos destacados, em relação à palavra “fruta”, são
(C) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão designados como:
agora expiar seus crimes. (A) hiperônimos.
(D) Em todos os momentos, para agir corretamente, é (B) hipônimos.
preciso o bom censo. (C) cognatos.
(E) Prefiro macarronada com molho, mas sem estrato de (D) polissêmicos.
tomate. (E) parônimos.

02. (Pref. Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico 02. “O caminhão atravessou a pista e bateu na mureta de
e Mecânico – Instituto Excelência) Assinale a alternativa em proteção, o veículo ficou totalmente destruído”. Na frase acima
que as palavras podem servir de exemplos de parônimos: a palavra “veículo” representa um caso de:
(A) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem (A) polissemia;
gentil). (B) antonímia;
(B) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo). (C) hiponímia;
(C) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se (D) hiperonímia;
senta). (E) heteronímia.
(D) Nenhuma das alternativas.
Gabarito
03. (TJ/MT – Analista Judiciário – Ciências Contábeis –
UFMT) Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, 01.B / 02.D
seja no modo de falar ou no de escrever. A palavra sessão, por
exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada Polissemia
uma apresenta sentido diferente. Esse caso, mesmo som,
grafias diferentes, denomina-se homônimo heterográfico. A palavra polissêmica é aquela que, dependendo do
Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram contexto, muda de sentido (mas não muda de classe
nesse caso. gramatical!). Por exemplo, veja os sentidos de “peça”: “peça de
(A) taxa, cesta, assento automóvel”, “peça de teatro”, “peça de bronze”, “és uma boa
(B) conserto, pleito, ótico peça”, “uma peça de carne” etc.
(C) cheque, descrição, manga Agora, observe mais estes exemplos:
(D) serrar, ratificar, emergir Desculpe o bolo que te dei ontem.
Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica.
Gabarito Tenho um bolo de revistas lá em casa.38

01.C / 02.A / 03.A Monossemia é o oposto de polissemia, ou seja, quando a


palavra tem um único significado.
Hiperonímia e Hiponímia
É possível perceber que alguns desses contextos passaram
Partindo do princípio de que as palavras estabelecem a fazer sentido por questões sociais, culturais ou históricas
entre si uma relação de significado, observe este enunciado36: adquiridas ao longo do tempo. Vale ressaltar, no entanto, que
Fomos à feira e compramos maçã, banana, abacaxi, melão... o sentido original descrito no dicionário é o que prevalece,
Nossa! Como estavam baratas, pois são frutas da estação. sendo os demais atribuídos pela analise contextual.
Atenção aos vocábulos “maçã”, “banana”, “abacaxi”,
“melão” e também “frutas”, perguntamo-nos: existe alguma Polissemia e Homonímia
relação entre eles? Toda, não é verdade? Desse modo, ao Não confunda polissemia e homonímia. Polissemia remete
observar o conceito de hiperonímia e hiponímia, chegaremos a uma palavra que apresenta diversos significados que se
à conclusão pretendida. Note: encaixam em diversos contextos, enquanto homonímia refere-
se as duas ou mais palavras que apresentam origens e
Hiperonímia37 - como o próprio prefixo já nos indica, esta significados distintos, mas possuem grafia e fonologia
palavra confere-nos uma ideia de um todo, sendo que deste idênticas.
todo se originam outras ramificações, como é o caso de frutas. Por exemplo, “manga” é uma palavra que representa um
Palavras e expressões de sentido mais geral. caso de homonímia. O termo designa tanto uma fruta quanto
uma parte da camisa. Não se trata de uma polissemia por que
Hiponímia - demarcando o oposto do conceito da palavra os dois significados são próprios da palavra e têm origens
anterior, podemos afirmar que ela representa cada parte, cada diferentes. Por esse motivo, muitos especialistas defendem
item de um todo, no caso: maçã, banana, abacaxi, melão. Sim, que a palavra “manga” deveria possuir duas entradas distintas
essas são palavras hipônimas. Palavras e expressões com no dicionário.
sentido mais restrito, mas estão associadas ao conjunto maior
que são as frutas. Polissemia e Ambiguidade
Tanto a polissemia quanto a ambiguidade são elementos
Questões da linguagem que podem provocar confusões na interpretação
de frases. No caso da ambiguidade, geralmente, o enunciado
01. Os vocábulos destacados em “Na banca da feira da apresenta uma construção de palavras que permite mais de
vinte e cinco, havia cupuaçu, bacuri, taperebá e outras frutas uma interpretação para a frase em questão.
regionais.”, têm relação entre si por possuírem o mesmo Nem sempre se trata de uma palavra que tenha mais de um
significado, mas de como as palavras estão dispostas na frase,

36https://portugues.uol.com.br/gramatica/hiperonimia-hiponimia.html 38 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier. 2013.


37 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/hiperonimia-
hiponimia.htm

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permitindo que as informações sejam interpretadas de mais 02. (SEDUC/PI - Professor Temporário - Língua
de uma maneira. Ex. Jorge criticou severamente a prima de sua Portuguesa - NUCEPE/2018)
amiga, que frequentava o mesmo clube que ele. Nesse caso, o
pronome que pode estar referindo-se a amiga ou a prima.
Já no caso da polissemia, por uma mesma palavra possuir
mais de um significado, ela pode fazer com que as pessoas não
compreendam o sentido usado no primeiro contato com a
frase e interpretem o enunciado de uma maneira diferente do
que ele era intencionado. Neste caso, para que isso não ocorra,
é importante que fique claro qual é o contexto em que a
palavra foi usada.
O efeito de humor, na tirinha, é explorado pelo recurso
Questão semântico da:
(A) Sinonímia.
01. (SANEAGO/GO - Agente de Saneamento - CS/2018) (B) Polissemia
(C) Contradição.
Predestinação (D) Antonímia.
(E) Ambiguidade.
Tinha no nome seu destino líquido: mar, rio e lago.
Pois chamava-se Mário Lago. 03. (SAMAE de Caxias do Sul/RS - Assistente de
Viu a luz sob o signo de Piscis. Planejamento - OBJETIVA/2017)
Brilhava no céu a constelação de Aquário.
Veio morar no Rio.
Quando discutia, sempre levava um banho.
Pois era um temperamento transbordante.
Sua arte preferida: água-forte.
Seu provérbio predileto: "Quem tem capa, escapa".
Sua piada favorita: "Ser como o rio:
seguir o curso sem deixar o leito".
Pois estudava: engenharia hidráulica.
Quando conheceu uma moça de primeira água.
Foi na onda.
Teve que desistir dos estudos quando
já estava na bica para se formar.
Então arranjou um emprego em Ribeirão das Lajes.
Donde desceu até ser leiteiro.
Encarregado de pôr água no leite. Considerando-se a representação semântica da palavra
Ficou noivo e deu à moça uma água-marinha. “vendo” no contexto da tirinha abaixo, é CORRETO afirmar
Mas ela o traiu com um escafandrista. que ocorre:
E fugiu sem dizer água vai. (A) Denotação.
Foi aquela água. (B) Conotação.
Desde então ele só vivia na chuva (C) Homonímia.
Virou pau de água. (D) Homofonia.
Portanto, com hidrofobia. (E) Sinonímia.
Foi morar numa água-furtada.
Deu-lhe água no pulmão. 04. (Pref. Videira/SC - Agente Administrativo -
Rim flutuante. ASSCONPP/2016) Observe as frases abaixo:
Água no joelho. I. A mãe vela pelo sono do filho doente.
Hidropsia. II. O barco à vela foi movido pelo vento.
Bolha d’água.
Gota. A palavra vela presenta vários sentidos, esta propriedade
Catarata. das palavras é denominada:
Morreu afogado. (A) Homonímia;
FERNANDES, Millôr. Trinta anos de mim mesmo. Editora (B) Polissemia;
Círculo do Livro: São Paulo, 1975. (C) Sinonímia;
(D) Antonímia;
O humor do texto é construído por meio do jogo entre (E) Nenhuma das alternativas anteriores.
palavras denotativas e conotativas. O principal recurso de
sentido usado, portanto, foi a: 05. (Pref. Fronteira/MG - Contador - MÁXIMA/2016)
(A) polissemia.
(B) ironia.
(C) intertextualidade.
(D) ambiguidade.

A mensagem dessa tirinha apoia-se no duplo sentido de


uma palavra através de um recurso:
(A) Vida - homonímia;
(B) Balanço - polissemia;

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(C) Balanço - sinonímia; animados, não se formou por aglutinação, mas por
(D) Vida - polissemia. justaposição.
Em linguagem científica é muito comum restringir-se o
Gabarito significado das palavras para dar precisão à comunicação.
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol,
01.D / 02.B / 03.C / 04.B / 05.B não pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que
gira em torno do Sol, seu sentido sofreu restrição, e ela serve
Sentido Próprio e Sentido Figurado para designar apenas um tipo de flor que tem a propriedade
de acompanhar o movimento do Sol.
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou Há certas palavras que, além do significado explícito,
no sentido figurado. Exemplos: contêm outros implícitos (ou pressupostos). Os exemplos são
- Construí um muro de pedra. (Sentido próprio). muitos. É o caso do adjetivo outro, por exemplo, que indica
- Ênio tem um coração de pedra. (Sentido figurado). certa pessoa ou coisa, pressupondo necessariamente a
- As águas pingavam da torneira. (Sentido próprio). existência de ao menos uma além daquela indicada.
- As horas iam pingando lentamente. (Sentido figurado). Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que
nunca lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu
Denotação e Conotação outro livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao
menos um livro além daquele que está sendo autografado.
Denotação é o sentido da palavra interpretada ao pé da
letra, isto é, de acordo com o sentido geral que ela tem na Questões
maioria dos contextos em que ocorre. É o sentido próprio da
palavra, aquele encontrado no dicionário. Exemplo: “Uma 01. (PC/CE – Delegado de Polícia Civil – VUNESP)
pedra no meio da rua foi a causa do acidente.”
A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal, ou A morte do narrador
seja, o objeto mesmo.
Recentemente recebi um e-mail de uma leitora
Conotação é o sentido da palavra desviado do usual, isto é, perguntando a razão de eu ter, segundo ela, uma visão tão dura
aquele que se distancia do sentido próprio e costumeiro. para com os idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito,
Exemplo: “As pedras atiradas pela boca ferem mais do que as em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais
atiradas pela mão.” vovôs e vovós, porque estavam todos na academia querendo
“Pedras”, nesse contexto, não está indicando o que parecer com seus netos.
usualmente significa, mas um insulto, uma ofensa produzida Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas o fato de ela ter
pelas palavras. me entendido mal, o que acontece com frequência quando se
discute o tema da velhice, é comum, principalmente porque o
Ampliação de Sentido próprio termo “velhice" já pede sinônimos politicamente
Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a corretos, como “terceira idade", “melhor idade", “maturidade",
designar uma quantidade mais ampla de significado do que o entre outros.
seu original. Uma característica do politicamente correto é que, quando
“Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada ele se manifesta num uso linguístico específico, é porque esse
para designar o ato de viajar em um barco, ampliou uso se refere a um conceito já considerado como algo ruim. A
consideravelmente o sentido e passou a designar a ação de marca essencial do politicamente correto é a hipocrisia
viajar em outros veículos. Hoje se diz, por ampliação de articulada como gesto falso, ideias bem comportadas.
sentido, que um passageiro: Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia
- embarcou em um trem. que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no
- embarcou no ônibus das dez. abandono, e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que
- embarcou no avião da força aérea. eles estão fugindo da condição de avós, usava isso como
- embarcou num transatlântico. metáfora da mentira (politicamente correta) quanto ao medo
que temos de afundar na doença, antes de tudo psicológica,
“Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que devido ao abandono e à solidão, típicos do mundo
escala os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por contemporâneo. Minha crítica era à nossa cultura, e não às
ampliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de vítimas dela. Ela cultua a juventude como padrão de vida e está
praticante de escalar montanhas. intimamente associada ao medo do envelhecimento, da dor e
da morte. Sua opção é pela “negação", traço de um dos
Restrição de Sentido sintomas neuróticos descritos por Freud.
Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que
inverso, isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade na modernidade o narrador da vida desapareceu. Isso quer
mais restrita de objetos ou noções do que originariamente. É o dizer que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a
caso, por exemplo, das palavras que saem da língua geral e vida e propor sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os
passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um mais velhos querem “aprender" com os mais jovens (aprender
universo restrito do conhecimento. a amar, se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura sociais). Esse fenômeno, além de cruel com o envelhecimento,
gramatical, é bom exemplo de especialização de sentido. Na é também desorganizador da própria juventude. Ouço
língua geral, ela significa qualquer junção de elementos para cotidianamente, na sala de aula, os alunos demonstrarem seu
formar um todo, porém em Gramática designa apenas um tipo desprezo por pais e mães que querem aprender a viver com
de formação de palavras por composição em que a junção dos eles.
elementos acarreta alteração de pronúncia, como é o caso de Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a
pernilongo (perna + longa). combater essa desvalorização dos mais velhos. As ferramentas
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens,
aglutinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por aumentam a percepção negativa dos mais velhos diante do
exemplo, que designa uma personagem de desenhos acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores,

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que questionam as “verdades constituídas do passado". A (A) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a
própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna nata dos especialistas...
– ciência, técnica, superação de tradição – agrava a (B) Os dados do Ranking Universitário publicados em
invisibilidade dos mais velhos. Em termos humanos, o passado setembro de 2013...
(que “nada" serve ao mundo do progresso) tem um nome: (C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber
idoso. Enfim, resta aos vovôs e vovós ir para a academia ou que o país não dispõe de recursos...
para as redes sociais. (D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos
(Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014, p. 31. Adaptado) de ensino...
(E) ... todas as despesas que contribuem direta e
O termo empregado com sentido figurado está em indiretamente para a boa pesquisa...
destaque na seguinte passagem do texto:
(A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece 03. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP)
com frequência quando se discute o tema da velhice… Leia o texto para responder a questão.
(segundo parágrafo).
(B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de Um pé de milho
minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e
vovós… (primeiro parágrafo). Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra
(C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um
que na modernidade o narrador da vida desapareceu. pé de capim – mas descobri que era um pé de milho.
(Penúltimo parágrafo). Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa.
(D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele
moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um
invisibilidade dos mais velhos. (Último parágrafo). amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo era
(E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem capim. Quando estava com dois palmos veio outro amigo e
se afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto afirmou que era cana.
parágrafo). Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu
tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas
02. (PC/CE – Escrivão de Polícia Civil – VUNESP) folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o
leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto
Ficção universitária centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho
sozinho, em um anteiro, espremido, junto do portão, numa
Os dados do Ranking Universitário publicados em esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo
setembro de 2013 trazem elementos para que tentemos e independente. Suas raízes roxas se agarra mão chão e suas
desfazer o mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e folhas longas e verdes nunca estão imóveis.
ensino são indissociáveis. É claro que universidades que fazem Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos
pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou.
mais inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando- Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho
se assim instituições que se destacam também no ensino. não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical,
O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho
cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas em vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma
termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de
estão relativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre
frente em inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou
decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos.
seja capaz de ensinar. (Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001)
O gasto médio anual por aluno numa das três
universidades estaduais paulistas, aí embutidas todas as Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há
despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa termos empregados em sentido figurado.
pesquisa, incluindo inativos e aportes de Fapesp, CNPq e (A) ... beijado pelo vento do mar... (3º §) / Meu pé de milho
Capes, é de R$ 46 mil (dados de 2008). Ora, um aluno do é um belo gesto da terra. (3º §)
ProUni custa ao governo algo em torno de R$ 1.000 por ano em (B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim.
renúncias fiscais. (1º §)
Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber (C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um
que o país não dispõe de recursos para colocar os quase sete ignorante... (2º §)
milhões de universitários em instituições com o padrão de (D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto
investimento das estaduais paulistas. E o Brasil precisa centenas de milharais... (2º §)
aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa (E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas
taxa bruta de escolarização no nível superior beira os 30%, flores belas no mundo... (3º §)
contra 59% do Chile e 63% do Uruguai.
Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA 04. (IF/SC – Técnico de Laboratório)
(89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir na ficção Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em sentido
constitucional de que todas as universidades do país precisam conotativo.
dedicar-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo (A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter.
como ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para (B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência
a produção de conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. pacífica.
O Brasil tem necessidade de ambas. (C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos
(Hélio Schwartsman,: http://www1.folha.uol.com.br, 2013.) coloridos do próprio pensamento
(D) Choviam risadas naquela peça de humor.
Assinale a alternativa em que a expressão destacada é (E) A sabedoria abre as portas do conhecimento.
empregada em sentido figurado.

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05. (FAPESE - Assistente em Administração - versos seguindo estruturas formais ou livres (sem rima) sobre
UFS/2018) No período “Tomara que a revolta que eu e muitos diferentes assuntos. Essas especificações com relação às
sentiram não morra nas redes sociais”, a forma verbal “morra” formas é o que caracterizam os gêneros textuais.
(do verbo morrer) é: O que diferencia a literatura dos demais textos do “dia a
(A) usada em sentido denotativo; dia” é o seu caráter ficcional. Porém, esse conceito também é
(B) 3ª. pessoa do singular do pretérito perfeito, do modo questionável, uma vez que temos diversas manifestações
indicativo; textuais que podem ser consideradas literatura, como por
(C) uma flexão regular da 3ª. pessoa do singular, do exemplo, livros escritos baseados em acontecimentos reais,
pretérito imperfeito, do modo subjuntivo; como é o caso do livro A sangue frio do escritor e jornalista
(D) a flexão de 3ª. pessoa do singular, do futuro do norte-americano Truman Capote. Esse livro ficou conhecido
pretérito, do modo indicativo; como pertencente a um gênero intitulado “jornalismo
(E) usada em sentido conotativo. literário”, pois Capote acompanhou pessoalmente o
desenrolar do caso registrou os fatos presenciados e os
Gabarito depoimentos das testemunhas em forma de romance. Nele, o
autor se baseia em um evento não ficcional para produzir um
01.D / 02.A / 03.A / 04.B / 05.E romance no estilo jornalístico, porém, permeado de
subjetividade e de literalidade.
O mesmo acontece com o livro Os Sertões, do brasileiro
Euclides da Cunha. Considerado um clássico da literatura
7) Introdução à literatura A brasileira, seu relato acerca do conflito em Canudos é preciso,
arte literária, os gêneros porém, o texto literário deve-se ao estilo narrativo de Euclides,
literários e a evolução da arte recheado de elementos do gênero, e segue sendo estudado nas
escolas e nas faculdades de Letras.
literária, em Portugal e no Outro exemplo são os documentos dos viajantes que
Brasil. vieram ao Brasil na época de seu descobrimento. Seriam eles
considerados textos literários? É pouco provável, pois,
formalmente, tratam-se de textos descritivos responsáveis
pelo levantamento da vida e dos costumes no território
CONCEITO DE LITERATURA brasileiro caracterizando o que se convencionou chamar de
“literatura informativa”, que não possuiria o mesmo status da
Não há uma definição estabelecida acerca do conceito de literatura ficcional. Porém, é inegável que a Carta a el-Rei Dom
literatura39. Ela varia de acordo com o momento histórico e Manuel sobre o achamento do Brasil, de autoria de Pero Vaz de
com as condições de recepção de seu material (porque embora Caminha e outros documentos relativos ao descobrimento,
a literatura seja basicamente composta por textos literários, tenham valor literário, pois se tratam de belíssimos textos,
ainda há inúmeras discussões acerca do que seria esse “texto” ricos não apenas em descrições, mas também na narrativa de
e de quais seriam seus meios de difusão). Além disso, pode-se alguns episódios ocorridos durante a expedição liderada por
acrescentar que a literatura é, na realidade, uma reunião de Pedro Álvares Cabral, no caso da narrativa de Caminha.
diversos aspectos estruturais, sociais e culturais dentro de Há também uma forte discussão em torno das Histórias em
uma manifestação textual. Há artistas, como o poeta norte- Quadrinhos. Embora inseridas em uma linguagem diferente da
americano Ezra Pound, que afirmam que o poeta tem uma literária (isto é, a linguagem gráfica), a parte narrativa das
função social porque sua obra e suas palavras estão carregadas histórias assemelha-se muito ao material literário em prosa e
de significado. O poeta também diz que os escritores possuem verso. Não é à toa que a adaptação de romances e contos para
uma função social definida em razão de se encontrarem na histórias em quadrinhos se mostrou uma atividade popular e
posição de escritores, de trabalhadores das palavras e, que tem se desenvolvido bastante no final do século XX e início
portanto, possuem responsabilidade social. Sabemos que a do XXI.
literatura além de refletir a realidade vista pelos olhos dos
artistas, é um veículo de disseminação de ideias e, OBRA LITERÁRIA
independentemente de seu teor, causa determinados impactos
e sensações no imaginário de seus leitores. Uma obra literária apresenta-se a nós, em princípio, como
Segundo o teórico Jonathan Culler a literatura é um ato de uma realidade concreta. Essa realidade concreta é apenas a
fala que contrasta com outros tipos de atos de fala. O que forma da obra, sua expressão, porque seu conteúdo, ou aquilo
acontece, geralmente, é que os leitores acabam identificando o que ela expressa, é uma realidade abstrata, que existiu no
ato de fala literário por este se encontrar em um meio espírito do autor e passará a existir no espírito dos seus
associado à literatura (como por exemplo: livro de poemas, leitores, auditores ou espectadores. Os elementos
seção indicada em uma revista literária, biblioteca etc.), além fundamentais da obra literária: forma e conteúdo. A forma,
disso, o texto literário se diferencia dos textos não literários expressão ou linguagem, é um elemento concreto e
em razão da atenção dispensada nesse tipo de texto, isto é, não estruturado. Concreto porque podemos ler, ouvir ou ver e
é esperado que se leia um romance ou um poema como se podemos analisar objetivamente. A forma é o elemento que
fosse uma manchete de jornal ou um anúncio nos classificados, fixa o conteúdo e o transmite do espírito do escritor ao do
ou ainda como se estivéssemos ouvindo uma notícia veiculada leitor, auditor ou espectador. O conteúdo fixado e carregado
no rádio ou na televisão. pela forma é uma realidade imaterial; por exemplo: as
Podemos ir ainda mais além e pensar que o que diferencia personagens de um romance e suas ações são criadas pela
um texto literário de um não literário é a maneira como a imaginação do escritor, e passam a existir para o leitor apenas
narrativa é construída. No romance, predomina a narrativa na sua imaginação.
ficcional em forma de prosa (geralmente uma história O conteúdo e a forma de uma palavra, de uma frase e de
inventada, com personagens inventados e um conflito uma obra surgem concomitantemente no ato criador do artista
específico que norteia as atitudes dos personagens), na poesia, e concomitantemente se impõem à consciência do leitor,

39CULLER, Jonathan. Teoria Literária: uma introdução. São Paulo: Beca


Produções Culturais, 1999.

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auditor e espectador. Daí dizer-se que formam uma unidade. desde que sejam objeto de nossa consciência. Ao
Conteúdo e forma são, portanto, realidades concomitantes no conscientizarmos uma realidade, criamos, no espírito, uma
espírito e, de tal modo inter-relacionadas e interativas, que a ideia (noção abstrata) ou uma imagem (figuração) dessa
Teoria da Literatura as vê como unidade perfeita. Se realidade. O conteúdo de uma obra literária é um conjunto de
penetrarmos profundamente no espírito do escritor ideias e imagens da realidade ou supra realidade.
chegaremos à conclusão de que um escritor, apesar do
empenho que põe em expressar o máximo de estado Os dois Mundos da Realidade: o Natural e o
emocional que o domina, o máximo de sua intuição da Sobrenatural
realidade e o máximo de seu pensamento, depois de realizada
sua obra ainda fica dentro de si muita coisa que ele não A realidade física chega a esse psiquismo por intermédio
conseguiu dizer. No ato criador do artista há um fundo de nossas percepções sensoriais (vista, olfato, audição,
indizível que é um conteúdo sem forma. paladar, tato, etc.) a realidade psíquica é esse mesmo
psiquismo, de cujos fenômenos extremamente complexos
A Obra Literária: suas formas temos consciência (os sentimentos; as manifestações do
inconsciente; o raciocínio). O mundo sobrenatural – mundo
Na música a forma é o som, a frase musical, o ritmo, a sem as limitações impostas ao nosso mundo pelas leis da
harmonia e a melodia; na pintura é a linha, o desenho, a natureza física e psíquica. No conteúdo das obras literárias
composição, a perspectiva e a cor; na escultura e na podem ser tanto uma imagem do mundo natural (físico e
arquitetura são os volumes, suas formas e sua composição; na psicológico) como do sobrenatural. A arte literária é um tipo
coreografia são as posições e os movimentos rítmicos; e na de conhecimento da realidade.
literatura é fácil compreender, a forma é a linguagem,
composta de fonemas, palavras, frases e, quando escrita, Os Gêneros Literários
transformada em imagem visual. A linguagem falada e escrita
não é apenas o processo usado para nos comunicarmos com os Gênero Lírico
nossos semelhantes, mas também a forma ou “material” que os
escritores trabalham para conseguir expressar, da melhor É certo tipo de texto no qual um eu lírico exprime suas
maneira, o que conscientizam de seus estados criativos. emoções, ideias e impressões ante o mundo exterior.
Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e
Tipos de Forma ou Linguagem há predomínio da função emotiva da linguagem.

Um escritor não é apenas um homem que pensa e sente de Ardo em desejo na tarde que arde! Oh, como é belo dentro
modo diferente do comum dos homens; é também um artista, de mim Teu corpo de ouro no fim da tarde: Teu corpo que arde
que se empenha, tecnicamente, na expressão estrutural da dentro de mim Que ardo contigo no fim da tarde.
obra, para que a estrutura obtida seja a mais adequada ao
conteúdo que deseja expressar e a mais eficaz para levar o Manuel Bandeira
leitor a compreender e sentir sua obra.
Olhei até ficar cansado
A Arte de Escrever De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
A arte de escrever não consiste em saber a gramática da As flores que estão no canteiro
língua em que se escreve; é infinitamente mais: é saber obter
todos os efeitos nocionais, sonoros e visuais da expressão Os pulsos e os punhos que estão cortados
linguística; e quando os materiais linguísticos manipulados E o resto do meu corpo inteiro
não satisfazem às necessidades expressivas do estado criativo
ou artístico, a arte de escrever passa a ser também criadora de Titãs
expressão.
Gênero Épico: Nesse gênero há a presença de um narrador,
A Obra Literária: sua forma poemática que quase sempre conta uma história que envolve terceiros.
Isso implica certo distanciamento entre o narrador e o assunto
Quem pensa em estabelecer a diferença entre prosa e verso tratado, o que não ocorre no gênero lírico. Os verbos e os
ou, entre forma prosaica e forma poemática, parte do princípio pronomes quase sempre estão na 3ª pessoa, porque se trata
de que a prosa é a linguagem natural, enquanto que a “dele” ou “deles”. Além disso, os textos épicos pressupõem a
linguagem da poesia é artificial. presença de um ouvinte ou de uma plateia. Os textos épicos são
geralmente longos e narram histórias de um povo ou uma
- A prosa literária, se bem semelhante à linguagem comum, nação. Envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos
não é, evidentemente, uma linguagem comum, pois é sempre o e apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de
resultado de um trabalho estético do escritor. heróis e seus feitos.
- A linguagem poemática é também trabalhada
estilisticamente pelo escritor. Gênero Dramático: Trata-se do texto escrito para ser
- Poesia é o conteúdo do poema; e nesse caso o poema encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador
resulta em ser a expressão ou a forma da poesia (distinção que contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é
de pronto percebemos quando verificamos que poesia só os representada por atores, que assumem os papeis das
poetas são capazes de criar; ao passo que poema qualquer personagens. Todo o texto se desenrola a partir de diálogos,
pessoa aprende a construir). obrigando a uma sequência rigorosa das cenas e de suas
relações de causa e consequência.
Relação entre conteúdo da obra literária e a realidade
Estilos de Época
Realidade é tudo aquilo de que temos consciência. Todos
os seres, concretos e abstratos, verdadeiros ou imaginados, e O homem se modifica através dos tempos e, com ele,
todos os fatos ou fenômenos passam a ser, para nós, realidade, mudam também as formas de expressão acústica.

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ERA MEDIEVAL em textos escritos em prosa, em slogans, ditos populares.


Primeira Época Segunda Época Logo, não se trata de uma função exclusivamente encontrada
(Trovadorismo) em poesias.
1189(?)1198 1434
“Cantiga da Ribeirinha” de Paio Criação do cargo O que é literatura? Literatura é a arte da palavra. Recria a
Soares de Taveirós cronista-mor do reino realidade, dando origem a uma supra realidade ou realidade
D. Dinis Fernão Lopes ficcional.
Martim Codax Gil Vicente
João Garcia de Guilhade Garcia de Resende Os Gêneros Literários
Peri da Ponte
- Gênero Lírico: é certo tipo de texto no qual um eu-lírico
A Plurissignificação da Linguagem Literária (a voz que fala no poema, que nem sempre corresponde à do
autor) exprime suas emoções, ideias e impressões ante o
Denotação: mundo exterior.
- palavra com significação restrita; - Gênero Épico: Nesse gênero há a presença de um
- palavra com sentido comum, aquele encontrado no narrador, que quase sempre conta uma história que envolve
dicionário; terceiros. Isso implica certo distanciamento entre o narrador e
- palavra utilizada de modo objetivo; o assunto tratado, o que não ocorre no gênero lírico. Os textos
- linguagem exata e precisa. épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo
ou uma nação. Envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos
Conotação: heroicos e apresentam um tom de exaltação, isto é, de
- palavra com significação ampla, criada pelo contexto; valorização de heróis e seus feitos.
- palavra com sentidos que carregam valores culturais e - Gênero Dramático: Trata-se do texto escrito para ser
sociais; encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador
- palavra utilizada de modo criativo, artístico; contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é
- linguagem expressiva, rica em sentimentos. representada por autores, que assumem os papéis das
personagens.
Texto Literário e Não Literário
Trovadorismo (Século XII –XIV)
Texto literário:
- linguagem pessoal, contaminada pelas emoções e valores; - Trovador: membro da nobreza ou do clero; era o autor da
- linguagem plurissignificativa, conotativa; letra e da música das composições que executava para o seleto
- função poética da linguagem; público das cortes.
- recriação da realidade, intenção estética; - Jogral: cantor de origem popular, raramente compunha,
- ênfase na expressão. limitando-se a executar composições dos trovadores.
- no Trovadorismo: os poemas eram sempre cantados e
Texto não literário: acompanhados de instrumentos musicais e de dança – por isso
- linguagem impessoal, objetiva, informativa; o nome das produções poéticas é Cantiga.
- linguagem que tende à denotação; - as cantigas: foram reunidas em cancioneiros (coleções de
- função referencial da linguagem; cantigas), merecendo destaque:
- informações sobre a realidade. - O Cancioneiro da Ajuda;
- O Cancioneiro da Vaticana;
Funções da Linguagem - O Cancioneiro da Biblioteca Nacional.
- o primeiro texto literário em galego-português de que se
Diálogo das funções: numa mesma mensagem, porém, tem registro data do final do século XII – Cantiga da Ribeirinha
várias funções podem ocorrer, uma vez que, atualizando ou Cantiga da Guarvaia (Garvaia) do escritor Paio Soares de
concretamente possibilidades de uso do código, entrecruzam- Taveirós.
se diferentes níveis de linguagem.
Características Gerais da Linguagem das Cantigas
Função Referencial da Linguagem
- Função cognitiva, ou referencial ou denotativa é a função Quanto à forma:
que ocorre quando o destaque é dado ao referente, ou seja, ao - estrutura simples, de fácil memorização;
contexto, ao assunto. A intenção principal do autor é informar - repetição de palavras e versos inteiros;
o leitor. As principais características desse tipo de texto são: - presença constante de refrãos;
- Objetividade: linguagem direta, precisa, denotativa. - escrito em galego-português.
- Clareza nas ideias;
- Finalidade é traduzir a realidade, tal como ela é; Quanto ao conteúdo:
- Presença predominante em textos informativos, - lírica – temas de amor e saudade.
jornalísticos, textos didáticos, científicos. - satírica – crítica aos costumes.

Função Poética da Linguagem A Lírica


- Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque,
ou seja, chama-se a atenção para o modo como foi organizada Cantigas de Amigo:
a mensagem; - ambientação rural;
- Centralizada na mensagem, revelando recursos - linguagem e estrutura simples;
imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, - tema frequente: lamento amoroso da moça cujo
conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas namorado partiu para a guerra.
combinações.
- Exemplos de textos poéticos: além dos provérbios e letras Cantigas de Amor:
de música, conforme citado, encontramos esse tipo de função - amor cortês;

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-coita amorosa (sofrimento); Enquanto acontecer o Que me aconteceu,


- o homem é submisso à amada, sendo o homem um Pois eu morro por vós e ai! Minha senhora alva e rosada,
vassalo e a amada uma suserana. Quereis que vos lembre
Que já vos vi na intimidade! Em mau dia eu me levantei
A Satírica Pois vi que não sois feia! E, minha senhora
Desde aquele dia, ai!
Cantigas de Escárnio: Venho sofrendo de um grande mal
-crítica indireta; Enquanto vós, filha de Dom Paio Muniz, a julgar forçoso
-linguagem trabalhada, com sutilezas; Que eu lhe cubra com o manto
-ironia. Pois eu, minha senhora
Nunca recebi de vós
Cantigas de Maldizer: A coisa mais insignificante.
- crítica direta;
- linguagem agressiva, obscena; O Trovadorismo: foi a primeira manifestação literária da
- zombaria. língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média,
período em que Portugal estava no processo de formação
- os poemas eram sempre cantados e acompanhados de nacional.
instrumentos musicais e de dança. Por esse motivo foram
denominados cantigas. Humanismo
- criadas por um trovador (alguém que fazia Trovas,
Rimas), as cantigas deram origem ao Trovadorismo, período - Humanismo é o nome que se dá à produção escrita do
na Literatura Portuguesa que se entendeu do século XII a final da Idade Média e início da Idade Moderna, ou seja, parte
meados do século XIV. do século XV e início do século XVI, mais precisamente, de
1434 a 1527.
Características da Cantiga Trovadoresca - Há três tipos de atividades literárias que mais se
destacam nesse período: a produção historiográfica de
Os paralelismos têm um papel importante na construção - Fernão Lopes, a produção poética dos nobres, por isso
das cantigas, pois facilitam a memorização do texto e assim, dita Poesia Palaciana e a atividade teatral de Gil Vicente.
sua transmissão oral. Além de refrão, outros dois tipos de - no final do século XV, a Europa passava por grandes
paralelismos são frequentes nas cantigas: o paralelismo de par mudanças, provocadas por invenções como a bússola (China),
de estrofes e o leixa-pren (deixa-toma) Observe: pela expansão marítima que incrementou a indústria naval e o
desenvolvimento do comércio com a substituição da economia
de subsistência, levando a agricultura a se tornar mais
intensiva e regular.
- deu-se o crescimento urbano, especialmente das cidades
portuárias, o florescimento de pequenas indústrias e todas as
demais mudanças econômicas provenientes do Mercantilismo,
inclusive o surgimento da burguesia.
- todas essas alterações foram agilizadas com o surgimento
dos humanistas, estudiosos da cultura clássica antiga. Alguns
eram ligados à Igreja; outros, artistas ou historiadores,
independentes ou protegidos por mecenas.
- esses estudiosos tiveram uma importância muito grande
porque divulgaram, de forma mais sistemática os novos
conceitos, além de identificarem e valorizarem os direitos dos
cidadãos.
- acabaram por situar o homem como senhor de seu
próprio destino e elegeram-no como a razão de todo
conhecimento, estabelecendo, para ele, um papel de destaque
Apesar de algumas diferenças, as cantigas trovadorescas
no processo universal e histórico.
que se enquadram no gênero lírico geralmente tratam de
- essas mudanças na consciência popular, aliados ao
temas como amor e saudade. As que se enquadram no gênero
fortalecimento da burguesia, graças à intensificação das
satírico se voltam à crítica de costumes.
atividades agrícolas, industriais e comerciais, foram, lenta e
gradativamente, minando a estrutura e o espírito medieval.
Cantiga da Ribeirinha
- Em Portugal, todas essas alterações se fizeram sentir,
evidentemente, ainda que algumas pudessem chegar ali com
No mundo non me sei parelha,
menor força ou, talvez, difusas, sobretudo porque o impacto
Mentre me for como me vay, Ca já moiro por vos – e ay!
maior vivido pelos portugueses foi proporcionado pela
Mia senhor branca e vermelha,
Revolução de Avis (1383-1385), na qual D. João, mestre de
Queredes que vos retraya Quando vus eu vi en saya!
Avis, foi ungido rei, após liderar o povo contra injunções de
Mao dia me levantei,
Castela.
Que vus enton non vi fea!
- alguns fatores ligados a esse quadro histórico indicam sua
E mia senhor, dês aquel di’ay! Me foi a mi muyn mal,
influência no rumo que as manifestações artísticas tomaram
E vos, filha de Don Paay
em Portugal.
Moniz, e bem vus semelha D’aver eu por vos guarvaya, Pois
eu, mia senhor, d’alfaya Nunca de nos ouve nen ei Valia d’ua
São eles:
Correa.
- as mudanças processadas pelo país pela Revolução de
Avis;
Tradução para a Língua Portuguesa
- os efeitos mercantilistas;
No mundo não conheço Ninguém igual a mim,

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- a conquista de Ceuta (1415) fato que daria início a um que as poesias palacianas foram desligadas da música, ou seja,
século de expansionismo lusitano; o texto poético passou a ser feito para a leitura e declamação,
- o envolvimento do homem comum com uma vida mais não mais para o canto.
prática e menos lirismo cortês, morto em 1325;
- o interesse de novos nobres e reis por produções O Teatro Vicentino
literárias diferentes do lirismo;
O teatro vicentino tem como característica principal a
Tudo isso explica a restrição do espaço para o exercício e a sátira. Por meio dela Gil Vicente criticou todas as camadas
manifestação da imaginação poética, a marginalização da arte sociais: a nobreza, o clero e o povo. Apesar de sua extrema
lírica e o fim do Trovadorismo. A partir daí, o ambiente se religiosidade o alvo das sátiras de Gil era o frade que se
tornou mais propício à crônica e à prosa histórica, ao menos entregava enlouquecidamente aos amores proibidos, a venda
nas primeiras décadas do período. de indulgências, ao misticismo, ao mundanismo, à depravação
dos costumes. Gil não fez exceção à hierarquia clerical; criticou
Características do Humanismo desde o frade de aldeia até o papa. No âmbito dos fiéis, criticou
aqueles que rezavam mecanicamente; os que solicitavam, a
Culturalmente, a melhoria técnica da imprensa propiciou Deus, favores pessoais e os que assistiam à missas por
uma divulgação mais ampla e rápida do livro, democratizando obrigação social:
um pouco o acesso a ele. O homem desse período passa a se Sapateiro: Quantas missas eu ouvi, / nom me hão elas de
interessar mais pelo saber, convivendo com a palavra escrita. prestar? Diabo: Ouvir missa, então roubar – / é caminho para
Adquire novas ideias e outras culturas como a Greco-latina. O aqui. (diálogo entre um sapateiro e o Diabo; enxerto do Auto
homem, sobretudo, percebeu-se capaz, importante, agente. da Barca do Inferno). Digno de observação é que, no teatro de
Acreditando-se dotado de “livre arbítrio”, isto é, capacidade de Gil Vicente, o diabo nunca força ninguém ao pecado. As
decisão sobre a própria vida, não mais determinada por Deus, próprias pessoas o cometem por si só. Por exemplo: na peça
afasta-se do teocentrismo, assumindo, lentamente, um Auto da Feira, o Diabo, do mesmo modo que um camelô, monta
comportamento baseado no antropocentrismo. sua banca para oferecer os pecados, quando é interpelado por
Isso implica profundas transformações culturais, de uma um anjo que assim argumenta o Diabo:
postura religiosa e mística, o homem passa gradativamente a
uma posição racionalista. O Humanismo funcionará como um [...]
período de transição entre duas posturas. Por isso, a arte da Mas cada um veja o que faz, porque eu não forço ninguém.
época é marcada pela convivência de elementos espiritualistas Se me vem comprar qualquer clérigo, ou leigo, ou frade falsas
(teocêntricas) e terrenos (antropocêntricos). A Historiografia, manhas de viver, muito por sua vontade, senhor, que lhe hei-de-
a poesia, a prosa doutrinária e o teatro apresentaram fazer?
características específicas. Outra classe social muito criticada por Gil foi a baixa
nobreza, representada pelo fidalgo decadente. Por outro lado,
Prosa Doutrinária: Com o aumento de interesse pela ele tinha especial carinho pelo "lavrador", que considerava o
leitura, houve um significativo e rápido crescimento da cultura "verdadeiro povo", vítima da exploração de toda a estrutura
com o surgimento de bibliotecas e a intensificação de social:
traduções de obras religiosas e profanas, além de atualização Sempre é morto quem do arado há - de viver.
de escritos antigos. Esse envolvimento com o saber atingiu Nos somos a vida das gentes, E morte de nossas;
também a nobreza, a ponto de as crônicas históricas passarem A tiranos – pacientes
a ser escritas pelos próprios reis, especificamente da dinastia Que a unhas e a dentes nos tem as almas roídas.
de Avis, com os exemplos de D. João I, D. Duarte e D. Pedro. [...]
Essa produção recebeu o nome de doutrinária, porque (excerto do Auto da Barca do Purgatório)
incluíam a atitude de transmitir ensinamentos sobre certas
práticas diárias, e sobre a vida. Dos outros tipos humanos que povoaram os textos de Gil
Vicente temos: O judeu ganancioso; a velha beata, o médico
Poesia Palaciana: O Mercantilismo e outros incompetente, a mulher adúltera, o padre corrupto, o sapateiro
acontecimentos de âmbito português modificaram o gosto que rouba o povo, a alcoviteira, o velho apaixonado que se
literário do público, diminuindo-o quanto à produção lírica, o deixa roubar. Gil Vicente não tem a preocupação de fixar tipos
que manteve a poesia enfraquecida durante um século (mais psicológicos, e sim sociais; pondo em relevo os vícios da época.
ou menos de 1350 a 1450). No entanto, em Portugal, graças à Ridiculariza a imperícia dos médicos (físicos) na Farsa dos
preferência do rei D. Afonso V (1438-1481), abriu-se um Físicos; as práticas da feitiçaria, no Auto das Fadas, o
espaço na corte lusitana para a prática lírica e poética. Assim, relaxamento dos costumes clericais, no Clérigo da Beira, no
essa atividade literária sobreviveu em Portugal, ainda que Auto da Barca do Inferno e na Farsa de Inês Pereira. Porém, a
num espaço restrito, e recebeu o nome de Poesia Palaciana, maior parte das personagens de seu teatro, não tem nome de
também identificada por quatrocentista. Essa produção batismo; são designados pela profissão ou pelo tipo humano
poética tem certa limitação quanto aos conteúdos, temas e que representam.
visão de mundo, porque seus autores, nobres e fidalgos, Quanto à forma (cenários e montagens) o teatro de Gil é
abordavam apenas realidades palacianas, como assunto de extremamente simples. O texto apresenta estrutura poética,
montaria, festas, comportamentos em palácios, modas, trajes e com predomínio da redondilha maior, havendo varias cantigas
outras banalidades sem implicação história abrangente. O populares no corpo de sua peça, promovendo a participação
amor era tratado de forma mais sensual do que no da plateia. A produção completa de Gil Vicente constitui-se de
Trovadorismo, sendo menos intensa a idealização da mulher. 44 peças, sendo 17 escritas em português, 11 em castelhano e
Também neste gênero poético, ocorre a sátira. 16 bilíngues.
Formalmente são superiores à poesia trovadoresca, seja
pela extensão dos poemas graças à cultura dos autores, seja O Auto da Barca do Inferno
pelo grau de inspiração, seja pela musicalidade ou mesmo pela
variedade do metro estes dois últimos recursos conferiam a Antes de mais nada, "auto" é uma designação genérica para
cada poema a chance de possuírem ritmo próprio. A diferença peça, pequena representação teatral. Originário na Idade
mais significativa em relação às cantigas do Trovadorismo é Média, tinha de início caráter religioso; depois tornou-se

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popular, para distração do povo. Foi Gil Vicente (1465-c. 1537)


que introduziu esse tipo de teatro em Portugal. O "Auto da Representantes do judiciário
Barca do Inferno" (1517) representa o juízo final católico de
forma satírica e com forte apelo moral. O cenário é uma espécie O corregedor e o procurador, representantes do judiciário,
de porto, onde se encontram duas barcas: uma com destino ao chegam, a seguir, trazendo livros e processos. Quando
inferno, comandada pelo diabo, e a outra, com destino ao convidados pelo diabo para embarcarem, começam a tecer
paraíso, comandada por um anjo. Ambos os comandantes suas defesas e encaminham-se ao anjo. Na barca do céu, o anjo
aguardam os mortos, que são as almas que seguirão ao paraíso os impede de entrar: são condenados à barca do inferno por
ou ao inferno. manipularem a justiça em benefício próprio. Ambos farão
companhia à Brísida Vaz, revelando certa familiaridade com a
Chegam os mortos cafetina - o que nos faz crer em trocas de serviços entre eles e
ela...
Os mortos começam a chegar. Um fidalgo é o primeiro. Ele O próximo a chegar é o enforcado, que acredita ter perdão
representa a nobreza, e é condenado ao inferno por seus para seus pecados, pois em vida foi julgado e enforcado. Mas
pecados, tirania e luxúria. O diabo ordena ao fidalgo que também é condenado a ir ao inferno por corrupção. Por fim,
embarque. Este, arrogante, julga-se merecedor do paraíso, chegam à barca quatro cavaleiros que lutaram e morreram
pois deixou muita gente rezando por ele. Recusado pelo anjo, defendendo o cristianismo. Estes são recebidos pelo anjo e
encaminha-se, frustrado, para a barca do inferno; mas tenta perdoados imediatamente.
convencer o diabo a deixá-lo rever sua amada, pois esta "sente
muito" sua falta. O diabo destrói seu argumento, afirmando O bem e o mal
que ela o estava enganando.
Um agiota chega a seguir. Ele também é condenado ao Como você percebeu, todos os personagens que têm como
inferno por ganância e avareza. Tenta convencer o anjo a ir destino o inferno possuem algumas características comuns,
para o céu, mas não consegue. Também pede ao diabo que o chegam trazendo consigo objetos terrenos, representando seu
deixe voltar para pegar a riqueza que acumulou, mas é apego à vida; por isso, tentam voltar. E os personagens a quem
impedido e acaba na barca do inferno. O terceiro indivíduo a se oferece o céu são cristãos e puros. Você pode perceber que
chegar é o parvo (um tolo, ingênuo). O diabo tenta convencê- o mundo aqui ironizado pelo autor é maniqueísta: o bem e o
lo a entrar na barca do inferno; quando o parvo descobre qual mal, o bom e o ruim são metades de um mundo moral
é o destino dela, vai falar com o anjo. Este, agraciando-o por simplificado. O "Auto da Barca do Inferno" faz parte de uma
sua humildade, permite-lhe entrar na barca do céu. trilogia (Autos da Barca "da Glória", "do Inferno" e "do
Purgatório"). Escrito em versos de sete sílabas poéticas, possui
O frade e a alcoviteira apenas um ato, dividido em várias cenas. A linguagem entre os
personagens é coloquial - e é através das falas que podemos
A alma seguinte é a de um sapateiro, com todos os seus classificar a condição social de cada um dos personagens.
instrumentos de trabalho. Durante sua vida enganou muitas
pessoas, e tenta enganar também o diabo. Como não consegue, Valores de duas épocas
recorre ao anjo, que o condena como alguém que roubou do
povo. O frade é o quinto a chegar... com sua amante. Chega Escrita na passagem da Idade Média para a Idade Moderna,
cantarolando. Sente-se ofendido quando o diabo o convida a a obra oscila entre os valores morais de duas épocas: ao
entrar na barca do inferno, pois, sendo representante mesmo tempo em que há uma severa crítica à sociedade, típica
religioso, crê que teria perdão. Foi, porém, condenado ao da Idade Moderna, a obra também está religiosamente voltada
inferno por falso moralismo religioso. para a figura de Deus, o que é uma característica medieval. A
Brísida Vaz, feiticeira e alcoviteira, é recebida pelo diabo, sátira social é implacável e coloca em prática um lema, que é
que lhe diz que seu o maior bem são "seiscentos virgos "rindo, corrigem-se os defeitos da sociedade". A obra tem,
postiços". Virgo é hímen, representa a virgindade. portanto, valor educativo muito forte. A sátira vicentina serve
Compreendemos que essa mulher prostituiu muitas meninas para nos mostrar, tocando nas feridas sociais de seu tempo,
virgens, e "postiço" nos faz acreditar que enganara seiscentos que havia um mundo melhor, em que todos eram melhores.
homens, dizendo que tais meninas eram virgens. Brísida Vaz Mas é um mundo perdido, infelizmente. Ou seja, a mensagem
tenta convencer o anjo a levá-la na barca do céu inutilmente. final, por trás dos risos, é um tanto pessimista.
Ela é condenada por prostituição e feitiçaria.
O Renascimento Cultural
De judeus e "cristãos novos"
Como já sabemos anteriormente que a intensificação do
A seguir, é a vez do judeu, que chega acompanhado por um comércio e da produção artesanal resultou no
bode. Encaminha-se direto ao diabo, pedindo para embarcar, desenvolvimento das cidades, no surgimento de uma nova
mas até o diabo recusa-se a levá-lo. Ele tenta subornar o diabo, classe social a burguesia e na posterior formação das
porém este, com a desculpa de não transportar bodes, o monarquias nacionais. Estas transformações vieram
aconselha a procurar outra barca. O judeu fala então com o acompanhadas de uma nova visão de mundo, que se
anjo, porém não consegue aproximar- se dele: é impedido, manifestou na arte e na cultura de maneira de geral. A cultura
acusado de não aceitar o cristianismo. Por fim, o diabo aceita medieval se caracterizava pela religiosidade. A Igreja Católica,
levar o judeu e seu bode, mas não dentro de sua barca, e, sim, como vimos, controlava as manifestações culturais e dava uma
rebocados. Tal trecho faz-nos pensar em preconceito interpretação religiosa para os fenômenos da natureza, da
antissemita do autor, porém, para entendermos por que Gil sociedade e da economia. A esta cultura deu-se o nome de
Vicente deu tal tratamento a esse personagem, precisamos teocêntrica (Deus no centro). A miséria, as tempestades, as
contextualizar a época em que o auto foi escrito. Durante o pragas, as enchentes, as doenças e as más colheitas eram vistas
reinado de dom Manuel, de 1495-1521, muitos judeus foram como castigos de Deus. Assim como a riqueza, a saúde, as boas
expulsos de Portugal, e os que ficaram, tiveram que se colheitas, o tempo bom, a fortuna eram bênçãos divinas. A
converter ao cristianismo, sendo perseguidos e chamados de própria posição que o indivíduo ocupava na sociedade (nobre,
"cristãos novos". Ou seja, Gil Vicente segue, nesta obra, o clérigo ou servo) tinha uma explicação religiosa.
espírito da época.

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APOSTILAS OPÇÃO

A arte medieval, feita normalmente no interior das Igrejas, vida urbana e à burguesia. Basta lembrar que Veneza e Gênova
espelhava esta mentalidade. Pinturas e esculturas não tinham foram duas importantes cidades portuárias italianas, ambas
preocupações estéticas e sim pedagógicas: mostrar a miséria com uma poderosa classe de ricos mercadores.
do mundo e a grandiosidade de Deus. As figuras eram rústicas, - a Itália foi o centro do Império Romano e por isso tinha
desproporcionais e acanhadas. Os quadros não tinham mais presente a memória da cultura clássica. Como vimos, o
perspectiva. Como as obras de arte eram de autoria coletiva, o Renascimento inspirou-se na cultura greco-romana.
artista medieval é anônimo. A literatura medieval era - o contato com árabes e bizantinos, por meio do comércio,
composta de textos teológicos, biografias de santos e histórias deu condições para que os italianos tivessem acesso às obras
de cavalaria. Isto refletia o domínio da Igreja e da nobreza clássicas preservadas por esses povos. Quando Constantinopla
sobre a sociedade. Essa visão de mundo não combinava com a foi conquistada pelos turcos, em 1453, vários sábios
experiência burguesa. Essa nova classe devia a sua posição bizantinos fugiram para Itália levando manuscritos e obras de
social e econômica ao seu próprio esforço e não à vontade arte.
divina, como o nobre. - O grande acúmulo de riquezas obtidas no comércio com
O sucesso nos negócios dependia da observação, do o Oriente, formou uma poderosa classe de ricos mercadores,
raciocínio e do cálculo. Características que se opunham às banqueiros e poderosos senhores. Esse grupo representava
explicações sobrenaturais, próprias da mentalidade medieval. um mercado para as obras de arte, estimulando a produção
Por outro lado, era uma classe social em ascensão, portanto intelectual. Muitos pensadores, pintores, escultores e
otimista. Sua concepção de mundo era mais materialista. arquitetos se tomaram protegidos dessa poderosa classe. À
Queria usufruir na terra o resultado de seus esforços. E essa prática de proteger artistas e pensadores deu-se o nome
também claro que o comerciante burguês era essencialmente de mecenato. Entre os principais mecenas podermos destacar
individualista. Quase sempre, o seu lucro implicava que outros os papas Alexandre II, Júlio II e Leão X. Também ricos
tivessem prejuízo. A visão de mundo da burguesia estará mercadores e políticos foram importantes mecenas, como, por
sintonizada com a renovação cultural ocorrida nos fins da exemplo, a família Médici.
Idade Média e no começo da Idade Moderna. A essa renovação Já no século XIV surgiram as primeiras figuras do
denominamos Renascimento. Renascimento, como, por exemplo, Giotto (na pintura), Dante
Allighieri, Boccaccio e Francesco Petrarca (na literatura). No
Características do Renascimento Cultural século XV a produção cultural atingiu uma grande intensidade.
Mas foi no século XVI que o Renascimento atingiu o auge.
O Renascimento significou uma nova arte, o advento do
pensamento científico e uma nova literatura. Nelas estão A Decadência do Renascimento Italiano
presentes as seguintes características:
- antropocentrismo (o homem no centro): valorização do A decadência do Renascimento italiano pode ser explicada
homem como ser racional. Para os renascentistas o homem por diversos fatores. As lutas políticas internas entre as
era visto como a mais bela e perfeita obra da natureza. Tem diversas cidades-estados e a intervenção das potências
capacidade criadora e pode explicar os fenômenos à sua volta. políticas da época (França, Espanha e Sacro Império
- otimismo: os renascentistas acreditavam no progresso e Germânico), consumiram as riquezas da Itália. Ao mesmo
na capacidade do homem de resolver problemas. Por essa tempo, o comércio das cidades italianas entrou em franca
razão apreciavam a beleza do mundo e tentavam captá-la em decadência depois que a Espanha e Portugal passaram a
suas obras de arte. liderar, através da rota do Atlântico, o comércio com o Oriente.
- racionalismo: tentativa de descobrir pela observação e
pela experiência as leis que governam o mundo. A razão O Renascimento em outras partes da Europa
humana é a base do conhecimento. Isto se contrapunha ao
conhecimento baseado na autoridade, na tradição e na O renascimento comercial e urbano ocorreu em várias
inspiração de origem divina que marcou a cultura medieval. partes da Europa. Desta forma, criaram-se as condições para a
- humanismo: o humanista era o indivíduo que traduzia e renovação cultural, assim como ocorreu na Itália. Nos Países
estudava os textos antigos, principalmente gregos e romanos. Baixos, uma classe de ricos comerciantes e banqueiros estava
Foi dessa inspiração clássica que nasceu a valorização do ser ligada ao consumo e à produção de obras de arte e literatura.
humano. Uma das características desses humanistas era a não Um dos grandes pintores flamengos foi Brueghel, que viveu em
especialização. Seus conhecimentos eram abrangentes. Antuérpia. Ele pintou, principalmente, cenas da vida cotidiana,
- hedonismo: valorização dos prazeres sensoriais. Esta retratando o estilo de vida da classe burguesa em ascensão (A
visão se opunha à ideia medieval de associar o pecado aos bens Dança do Casamento, de 1565). Destacaram-se ainda os
e prazeres materiais. irmãos pintores Hubert e Jan van Eyck (A Virgem e o Chanceler
- individualismo: a afirmação do artista como criador Rolin). A crítica à intolerância do pensamento religioso
individual da obra de arte se deu no Renascimento. O artista medieval foi feita por Erasmo de Roterdan (1466-1529) com
renascentista assinava suas obras, tomando-se famoso. sua obra Elogio da Loucura.
- inspiração na antiguidade clássica: os artistas Na França, o Renascimento teve importantes expoentes:
renascentistas procuraram imitar a estética dos antigos gregos - na literatura e filosofia, Rabelais (1490-1 553), autor de
e romanos. O próprio termo Renascimento foi cunhado pelos Gargantua e Pantagruel, obra na qual critica a educação e as
contemporâneos do movimento, que pretendiam estar táticas militares medievais. Montaigne (1533-1592), autor de
fazendo renascer aquela cultura, desaparecida durante a estudos filosóficos céticos intitulados Ensaios, nos quais o
“Idade das Trevas” (Média). principal objeto de crítica é o clero.
- nas ciências, Ambroise Pare (1517-1590) destacou-se
Itália: o Berço do Renascimento com estudos de medicina. Inventou uma nova técnica para
sutura das veias.
O Renascimento teve início e atingiu o seu maior brilho na Na Espanha, a forte influência da Igreja Católica e o clima
Itália. Daí irradiou-se para outras partes da Europa. O repressivo da Contra-Reforma, dificultaram as inovações.
pioneirismo italiano se explica por diversos fatores: Desta forma, as realizações culturais marcadamente
- a vida urbana e as atividades comerciais, mesmo durante renascentistas foram reduzidas. Nas artes plásticas destacou-
a Idade Média, sempre foram mais intensas na Itália do que no se El Greco (1575-1614), o grande pintor espanhol do
resto da Europa. Como vimos, o Renascimento está ligado à Renascimento (O Enterro do Conde de Orgaz e A Visão

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Apocalíptica). Na literatura, a Espanha produziu um dos de juros, estranhos a essa economia, passaram a ser essenciais
maiores clássicos da humanidade. Trata-se de D. Quixote de La depois do renascimento comercial. De modo que a burguesia
Mancha, de Miguel de Cervantes, obra na qual o personagem tendia a não aceitar aqueles dogmas religiosos.
principal (D.Quixote) é um cavaleiro romântico que imagina - Político. Como vimos em capítulo anterior, o poder
estar vivendo em plena Idade Média. A metáfora é referente à nacional do rei, surgido com a centralização política, se
decadência da cavalaria e ao conflito entre a mentalidade contrapunha ao poder supranacional da Igreja. Os conflitos
moderna e a medieval. Na ciência, a Espanha contribuiu com entre os interesses das monarquias nacionais e os de Roma se
Miguel de Servet, que se destacou pelo seus estudos da manifestavam nos direitos de cobrar impostos, na
circulação do sangue. administração da justiça e na nomeação dos bispos. Os reis não
Na Inglaterra, um dos principais expoentes do podiam admitir que as rendas obtidas pela Igreja em seus
Renascimento foi Tomas Morus (1475-1535), autor de Utopia, domínios fossem enviadas para Roma. Por outro lado,
obra que descreve as condições de vida da população de uma precisavam impor sua justiça em todo o território nacional, e
ilha imaginária, onde não havia classes sociais, pobreza e isto significava a supressão dos tribunais eclesiásticos.
propriedade privada. É também inglês o maior dramaturgo de Além disso, os reis disputavam com os papas o direito de
todos os tempos, William Shakspeare (1564-1616). Foi sob o nomear os bispos, pois estes tinham um grande poder político.
reinado de Isabel 1 que Shakspeare produziu a maioria de suas Portanto, o rompimento dos Estados Nacionais com a Igreja
obras, dentre as quais destacam-se Hamlet, Ricardo III, Católica, foi uma decorrência natural desses conflitos de
Macbeth, Otelo e Romeu e Julieta. Destaca-se ainda no interesses. Foram ainda fatores importantes para a Reforma a
Renascimento inglês, o filósofo Francis Bacon (1561-1626), crise e a decadência da Igreja Católica. O luxo do clero, a
autor de Novun Organun. Esse autor pode ser considerado um compra de cargos eclesiásticos, o envolvimento da Igreja nas
dos precursões do Iluminismo. questões políticas, a má formação teológica dos padres, a
Em Portugal, o grande representante do renascimento venda de indulgências (perdão da Igreja aos pecados) e de
literário foi Luís Vaz de Camões (1525-1580), autor de Os falsas relíquias religiosas contribuíam para o desprestígio da
Lusíadas, poema épico que narra os grandes feitos da instituição diante dos fiéis.
navegação portuguesa. O teatro português renascentista foi
imortalizado por Gil Vicente, autor das obras Trilogia das Antecedentes da Reforma - As Heresias
Barcas e a Farsa de Inês Pereira.
Na Alemanha, a pintura renascentista consagrou os nomes A Igreja Católica considerava como herética toda e
de Hans Holbein (1497-1553) e Albert Durer (1471-1528). qualquer manifestação religiosa (ou não) que não estivesse
Podemos destacar ainda, como representantes do conforme a sua doutrina e submetida a sua autoridade. Uma
Renascimento científico, o monge polonês Nicolau Copérnico das heresias que floresceram durante a Baixa Idade Média foi
(1473-1543), que formulou, antes de Galileu, a teoria a de John Wycliffe (1320-1384), professor de Oxford
heliocêntrica (sol no centro do sistema planetário); e Kepler (Inglaterra). Ele achava que a Igreja deveria ser subordinada
(1571-1630), inventor do telescópio e estudioso das leis da ao Estado. Não admitia a veneração de imagens, nem a
mecânica celeste. Demonstrou que a órbita que os planetas confissão e o perdão que a Igreja dava aos pecados. A salvação
descrevem em torno do sol é elíptica. dos homens era uma questão direta entre estes e Deus. Estes
ensinamentos foram suficientes para transformar Wycliffe em
A Reforma Religiosa um herético.
Também em Praga, na Boêmia, Jan Huss (1369-1415),
Podemos definir a Reforma Religiosa como o movimento reitor da universidade local, atacou os abusos da Igreja e
que rompeu a unidade religiosa da Europa ocidental, dando defendeu princípios semelhantes aos de Wycliffe. Sua
origem a novas igrejas cristãs. Com ela a Igreja Católica perdeu influência foi tão grande que o papa decidiu pela sua
o monopólio religioso que mantivera durante a Idade Média. A excomunhão. Huss foi queimado por heresia. Wycliffe e Huss
Reforma Religiosa foi contemporânea do Renascimento, e foram precursores do movimento reformista do século XVI.
também pode ser explicada pelas transformações econômicas Muitas revoltas populares tiveram inspiração religiosa. Os
e sociais ocorridas na Europa na transição da Idade Média para ensinamentos de Wycliffe inspiraram propostas radicais,
os tempos modernos. Todavia, enquanto o Renascimento foi como as do monge John Baíl. Elas acabaram desencadeando
um movimento de elite, a Reforma envolveu todas as camadas uma revolta camponesa liderada por Watt Tyler (1381). Por
sociais europeias. meio de uma nova interpretação do cristianismo, tentava-se
também criar formas alternativas de organização social. Este
Fatores que explicam a Reforma foi o caso dos cátaros (albigenses) e dos valdenses,
movimentos heréticos aniquilados com extrema violência pela
Os fatores que explicam a Reforma Religiosa são de ordem Igreja.
cultural, econômica e política.
- Cultural. O racionalismo e a valorização do homem, A Reforma Luterana
próprios do Renascimento, deram origem a uma mentalidade
que se opunha a religiosidade católica medieval. O espírito Martinho Lutero (1483-1546), era um monge agostiniano
crítico do Renascimento colocou em xeque os tradicionais alemão de sagaz inteligência e estudioso da bíblia. Com base
ensinamentos da Igreja. A divulgação e a leitura dos textos nos seus estudos começou a criticar os abusos da Igreja.
bíblicos, dos escritos dos sábios da antiguidade e dos santos da Depois de uma viagem à Roma voltou abalado com o luxo, a
Igreja criaram um clima de debate e questionamento das decadência de costumes e a corrupção do alto clero. O conflito
verdades estabelecidas. Tanto que os primeiros movimentos de Lutero com a Igreja começou com suas críticas à venda de
que questionaram a autoridade da Igreja surgiram no interior indulgências na Alemanha. Lutero criticou não só o fato de
das Universidades. O homem renascentista exigia uma religião serem vendidas, mas o próprio valor espiritual dessas
mais adequada aos novos tempos. indulgências. Segundo ele, a Igreja não tinha o poder de
- Econômico. O renascimento comercial criou uma nova conceder perdão aos pecados. Isto só caberia a Deus. A
realidade econômica na Europa. A Igreja teve dificuldade em polêmica acabou levando à excomunhão de Lutero. O monge
adequar os seus ensinamentos a essa nova realidade. Os rebelde rasgou a bula da excomunhão e afixou na porta da
dogmas católicos tradicionais combinavam com a economia de catedral de Wittemberg as famosas 95 teses. Neste documento
subsistência da Idade Média. No entanto, o lucro e a cobrança já estão presentes as linhas mestras de sua doutrina.

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Basicamente, a doutrina luterana divergia do catolicismo nos por Deus, resultando no progresso econômico. O estudioso
seguintes pontos: alemão Max Weber, na obra A Ética Protestante e o Espírito do
- Livre-exame. O crente teria direito de ler a bíblia e tirar Capitalismo, mostrou a relação existente entre o calvinismo e
suas próprias conclusões. Desta forma, Lutero negava à Igreja o desenvolvimento do capitalismo. Segundo esse autor, o
o direito de ser a intérprete da palavra divina. calvinismo favorece a acumulação capitalista, prescrevendo
- Salvação pela fé. Com base em São Paulo, Lutero afirmava uma vida dedicada ao trabalho e à poupança. Coincidência ou
que o homem está destinado a pecar. Para São Paulo o homem não, os países do norte da Europa, onde o capitalismo mais se
não é capaz de fazer o bem que quer mas faz o mal que não desenvolveu, localizam-se exatamente nas áreas onde a
quer. Assim não se salvará pelas obras, mas sim pelo reforma calvinista mais se implantou.
arrependimento e pela fé.
- Condenação do celibato. Para Lutero não havia A Expansão do Calvinismo
fundamento bíblico para o celibato do clero. Sendo assim, os
ministros da Igreja deveriam se casar. A partir da Suíça, os pregadores calvinistas conseguiram
- Condenação da veneração ou culto aos santos. A difundir sua doutrina em várias partes da Europa. Na
veneração e culto deveriam ser prestados somente a Deus. As Inglaterra os calvinistas ficaram conhecidos como puritanos.
imagens que enchiam as Igrejas católicas eram vistas por Foram perseguidos e imigraram em grande número para a
Lutero como pura idolatria. América. Na Escócia, ficaram conhecidos como presbiterianos,
- Negação do dogma da transubstanciação. O vinho e o pão e na França como huguenotes. A burguesia encontrou no
não se transformariam no sangue e no corpo de Cristo. A calvinismo a doutrina adequada à seus interesses e ao seu
comunhão seria apenas uma reafirmação da fé na ressurreição modo de vida. Incompatibilizada com o princípio católico do
de Cristo e na sua promessa de resgatar os pecados. justo preço e da proibição da usura, a burguesia abraçou a
- Negação da infalibilidade papal. Para Lutero os papas nova doutrina.
estavam sujeitos ao erro como qualquer ser humano. Um dos
fatores principais da vitória da Reforma Luterana foi o apoio A Reforma Anglicana
que o ex-monge recebeu dos nobres alemães. Como a Igreja
era a maior proprietária de terras na Alemanha, os príncipes De todos os movimentos reformistas, a Reforma Anglicana
viram no conflito religioso uma oportunidade de se apossarem foi a que mais claramente revelou motivos políticos. Ela teve
destas terras. origem no conflito entre o rei Henrique VIII (1509-1547) da
Inglaterra e o papa Clemente VII, que não concordou em
Os camponeses alemães, oprimidos pela miséria, viram na conceder ao rei o divórcio de sua primeira esposa, Catarina de
pregação reformista uma esperança para seus males. Eles Aragão. Esse conflito, aparentemente simples, escondia
também queriam as terras eclesiásticas. Todavia, Lutero não divergências mais profundas. Vimos que a centralização
endossou as pretensões camponesas, pois estava identificado política opunha os monarcas nacionais à Igreja. Além disso,
com os interesses da nobreza. O reformador que apoiou e Henrique VIII pretendia confiscar as terras da Igreja em solo
liderou as revoltas camponesas foi Tomas Mtinzer, o teólogo inglês. A questão do divórcio serviu como pretexto para o
da revolução. Segundo Miinzer, o reino de Deus deveria ser rompimento definitivo. Por meio do Ato de Supremacia,
implantado neste mundo. O conflito entre nobres e Henrique VIII tornou-se o chefe da Igreja inglesa. Os membros
camponeses deu origem a uma guerra civil na Alemanha. Os do clero inglês tiveram que jurar fidelidade ao rei e romper
camponeses foram massacrados pelos nobres, em 1523, com com o papa. Os que se recusaram, foram destituídos e
pleno apoio de Lutero. perseguidos. As terras confiscadas da Igreja foram vendidas à
Na época, o Sacro Império Germânico era composto por nobreza inglesa, que, desta forma, se tornou fiel partidária da
vários estados semi-independentes. A rebeldia e a ambição Igreja Anglicana.
dos príncipes alemães ameaçava mais ainda a pouca Como se pode perceber, esta reforma não se deu por
autoridade do imperador. Dessa forma, o imperador condenou motivos doutrinários e sim claramente políticos. Por isso,
a Reforma e apoiou a Igreja. A oposição entre o Imperador inicialmente, a religião anglicana pouco diferia da católica. Se
(apoiado pela Igreja) e os nobres alemães (apoiados por diferenciava apenas pelo uso do inglês em lugar do latim e pela
Lutero), resultou em uma prolongada guerra político- obediência ao rei e não ao papa. Mais tarde, sofreu algumas
religiosa. Depois dessa guerra, a Alemanha ficou dividida em mudanças introduzidas pela rainha Isabel 1, filha de Henrique
estados católicos e luteranos. Uma das características do VIII.
luteranismo, certamente em virtude da vinculação entre
Lutero e os príncipes alemães, é a defesa da união Estado- A Contra-Reforma
Igreja. A Igreja Luterana já nasceu vinculada ao Estado.
Podemos definir a Contra-Reforma como o conjunto de
A Reforma Calvinista medidas tomadas pela Igreja Católica para deter o avanço das
igrejas reformadas. A principal providência tomada foi a
João Calvino (1509-1564), francês e seguidor das ideias convocação do Concílio de Trento (1545-1563). Neste
luteranas, se estabeleceu em Genebra (Suíça), onde escreveu Concílio foram reafirmados os dogmas e os princípios católicos
As Instituições Cristãs. Nessa cidade começou a pregar a sua negados pelos reformadores. Foram criados o Index Libro rum
doutrina, que tinha muitos pontos em comum com o Prohibitorum (relação de livros proibidos); o Catecismo, para
luteranismo. A diferença mais importante se refere à doutrina dar educação religiosa, principalmente às crianças, e
da salvação. Para Lutero, como vimos, a salvação se dá pela fé Seminários, para formar melhor o clero. O Tribunal do Santo
e para Calvino pela predestinação. Baseando-se em Santo Ofício (Inquisição) foi remodelado e reativado para perseguir
Agostinho, Calvino diz que nós viemos ao mundo os que se desviassem dos princípios católicos. A Contra-
predestinados por Deus a sermos salvos ou condenados. Desta Reforma reafirmava ainda que só à Igreja era permitida a
forma, a nossa salvação não depende da fé e nem das boas interpretação da bíblia.
obras, mas sim da escolha divina. Nesta época, a ordem religiosa fundada por Inácio de
Os sinais da escolha divina se manifestariam na vida dos Loiola, Companhia de Jesus, foi reconhecida pela Igreja. Esta
indivíduos. O trabalho, a pureza de costumes, o cumprimento ordem teria importante papel da difusão do catolicismo na
dos deveres para com a sociedade e a família seriam alguns América. Os jesuítas, submetidos a uma rigorosa disciplina, se
desses sinais. Esse cidadão teria também a sua vida abençoada dedicavam à educação e à catequese. A Contra-Reforma

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conseguiu afastar a ameaça reformista do sul da Europa. Até “Então, tu és Virgílio, aquela fonte
hoje, Itália, Espanha e Portugal são países essencialmente Que expande de eloquência num largo rio?”
católicos. Mas, muitos estudiosos atribuem o relativo atraso - perguntei-lhe, baixando humilde a fronte.
cultural e científico dos países católicos à atuação repressiva “Dos outros poetas honra e desafio, Valham-me o longo
da Igreja. esforço e o fundo amor Que ao teu poema voltei anos a fio.
Na verdade, és meu mestre e meu autor; Ao teu exemplo
Classicismo (Século XVI) devo, deslumbrado,
O belo estilo que é meu só valor.”
A história da cultura renascentista nos ilustra com clareza
todo o processo de construção do homem e da sociedade O Renascimento foi um amplo movimento cultural que
contemporânea. Nela se manifestam os germes do aconteceu na Europa ocidental nos séculos XV e XVI, que
individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, conheceu seu apogeu entre 1490 e 1560, embora se possam
típicos de comportamentos mais imperativos e considerar antecedentes e prolongamentos isolados. Apesar
representativos do nosso tempo. Ela consagra a vitória da de o termo Renascimento ser normalmente empregado para
razão abstrata, que é a instância suprema de toda a cultura designar as transformações desses séculos ocorridas no
moderna, versada no rigor das matemáticas, que passarão a campo da cultura, suas ligações com outros domínios da
reger os sistemas de controles do tempo, do espaço, do sociedade europeia são evidentes. Alguns historiadores
trabalho e do domínio da natureza. chegam a falar também em renascimento comercial, político e
A literatura renascentista caracteriza-se por imitar as religioso. Pode-se afirmar que o Renascimento é a expressão
obras de escritores da Antiguidade Clássica Greco- Latina; por artística dos sentimentos e anseios do homem dos séculos XV
isso, é chamada Classicismo. Portanto, o Classicismo do século e XVI, uma época de profundas transformações sociais e
XVI é a expressão literária de um movimento mais amplo, o ideológicas.
Renascimento, que envolveu as artes, a ciência e a cultura em Marcada por um espírito de euforia econômica, de
geral. O interesse pela cultura Greco-Latina e a imitação de coragem e ousadia decorrente das navegações e por uma
seus autores, porém, não se restringem ao século XVI. profunda revisão de valores provocada pelas descobertas
Estendem-se até o final do século XVIII, formando uma científicas e pela Reforma, essa foi uma época em que o
verdadeira Era Clássica, introduzida pelo Classicismo e homem, acreditando em sua capacidade de explorar e dominar
seguida pelo Barroco e pelo Arcadismo (ou Neoclassicismo). o mundo substitui a visão terrestre, fechada pelos limites do
feudo medieval, por uma visão marítima, aberta, em
ANTIGUID IDADE ERA CLÁSSICA consequência das navegações e das conquistas. Sendo o
ADE MÉDIA resultado dos esforços empreendidos pelos primeiros
Cultura Alta Baix Classicis Barro Arcadis humanistas do século XIV e das transformações que se
Greco- Idad a mo co mo operaram nos séculos XV e XVI, a arte renascentista está
Latina e Idad voltada para dois horizontes: de um lado, a cultura clássica
Méd e Greco-latina, fonte de inspiração e modelo para humanistas e
ia Méd renascentistas; de outro, o seu próprio tempo, um tempo em
ia que o homem desafiou os limites do mundo conhecido e se
Século XII Sécu Sécu Século Sécul Século lançou na conquista do globo terrestre.
a.C. – II a.C lo V lo XVI o XVII XVIII Entre os séculos XV e XVI, Portugal tornou-se um dos
– XI XII - países mais importantes da Europa, em virtude de seu papel
Sécu XV decisivo no processo de expansão marítima e comercial. O país
lo amadurecia como Estado, povo, língua e cultura; contudo,
XII faltava aos portugueses uma grande obra literária que
consagrasse a euforia que viviam. O poema épico Os Lusíadas,
Classicismo e Humanismo de Luís Vaz de Camões, é a resposta concreta a esse desejo,
- a literatura renascentista portuguesa do século XVI projetando a literatura portuguesa entre as mais significativas
resultou das inovações que vinham ocorrendo na Europa, do cenário europeu nesse momento histórico.
particularmente na Itália, desde o final do século XIII.
- bem mais adiantados do que os escritores de outros Quinhentismo – Classicismo
países – ainda mergulhados no espírito religioso da Idade
Média – os artistas e intelectuais italianos, desde aquela Medida Nova – decassílabos heroicos e sáficos, oitava-
época, já se empenhavam em traduzir para o italiano e imitar rima...
as obras da Antiguidade Greco-Latina, além de difundir suas
ideias. Características Gerais da Estética
- esse grupo de artistas, chamados humanistas, defendia
que a cultura pagã, anterior ao aparecimento do cristianismo, As armas e os barões assinalados,
era mais rica e expressiva, pois valorizava o indivíduo, seus Que da ocidental praia Lusitana,
feitos heroicos e sua capacidade de dominar e transformar o Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além
mundo. da Taprobana,
- a atitude de valorização das capacidades físicas e Em perigos e guerras esforçados,
espirituais do homem foi chamada de antropocentrismo e, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota
naturalmente, contrapunha-se à visão teocêntrica do mundo edificaram
imposto pela Igreja. Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas Daqueles Reis, que foram
Texto I dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando; E aqueles, que por
Neste fragmento do Canto I da Divina Comédia, Dante obras valerosas,
desce ao inferno e, perdido, encontra um vulto. Pede- lhe ajuda Se vão da lei da morte libertando; Cantando espalharei por
e, pela resposta recebida, percebe se tratar do espectro de toda parte,
Virgílio, poeta latino. Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

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APOSTILAS OPÇÃO

Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes Se lá no assento etério, onde subiste, Memória desta vida
que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano se consente,
A fama das vitórias que tiveram; Não te esqueças daquele amor ardente
Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Que já nos olhos meus tão puro viste.
Marte obedeceram: E se vires que pode merecer-te
Cesse tudo o que a Musa Antígua canta, Que outro valor mais Alguma cousa a dor que me ficou
alto se alevanta. Da mágoa, sem remédio, de perder-te;
Roga a Deus que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me
Características: leve a verte,
Quão cedo de meus olhos te levou.
- Comedimento racional;
-Valorização do homem, colocado no centro do universo IV
(antropocentrismo);
- Superioridade humana ante a natureza e os deuses; Busque Amor novas artes, novo engenho, Para matar-me,
- A universalidade; e novas esquivanças;
- A retomada dos ideais Greco-romanos e a busca da Que não pode tirar-me as esperanças,
perfeição, do rigor métrico, do equilíbrio e da harmonia. Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas
Poesia Lírica - composta utilizando-se da forma poética seguranças!
tradicional (a medida velha, utilizada no Período Medieval) e Que não temo contrastes nem mudanças, Andando em
da forma renascentista (medida nova) e tem como base a bravo mar, perdido o lenho.
angústia interior que o “eu” sente ao sondar seu próprio Mas, conquanto não pode haver desgosto
mundo e o de sua amada, irmanando-se a todos os homens Onde esperança falta, lá me esconde
pelo sofrimento universal causado pelo amor. Além disso, Amor um mal, que mata e não se vê.
também se preocupa com o propósito da existência humana, Que dias há que n'alma me tem posto
tentando analisar o porquê dos atos humanos, buscando Um não sei quê, que nasce não sei onde, Vem não sei como,
justificativas para a existência humana. e dói não sei porquê.

Sonetos V

I Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do


Sete anos de pastor Jacó servia muito imaginar;
Labão, pai de Raquel serrana bela, Mas não servia ao pai, Não tenho logo mais que desejar,
servia a ela, Pois em mim tenho a parte desejada.
Que a ela só por prêmio pertencia. Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o
Os dias na esperança de um só dia Passava, contentando- corpo de alcançar? Em si somente pode descansar,
se com vê-la: Porém o pai usando de cautela, Pois consigo tal alma está liada.
Em lugar de Raquel lhe deu a Lia. Mas esta linda e pura semideia,
Vendo o triste pastor que com enganos Assim lhe era Que, como o acidente em seu sujeito, Assim co'a alma
negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida, minha se conforma,
Começou a servir outros sete anos, Dizendo: Mais servira, Está no pensamento como ideia;
se não fora Para tão longo amor tão curta a vida! E o vivo e puro amor de que sou feito, Como matéria
simples busca a forma.
II Ambiguidades e paradoxos em que o autor revela a
profunda contradição em que se encontra e, ao mesmo tempo,
Um mover de olhos, brando e piedoso, Sem ver de quê; um aponta as características do próximo movimento literário – o
riso brando e honesto, Barroco.
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso; VI
Um despejo quieto e vergonhoso; Um repouso gravíssimo
e modesto; Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se
Uma pura bondade, manifesto sente;
Indício da alma, limpo e gracioso; é um contentamento descontente,
Um encolhido ousar; uma brandura; Um medo sem ter é dor que desatina sem doer.
culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento: É um não querer mais que bem querer;
Esta foi a celeste formosura é um andar solitário entre a gente;
Da minha Circe, e o mágico veneno é nunca contentar-se de contente;
Que pôde transformar meu pensamento. é um cuidar que ganha em se perder.
Medida Nova – influência de Petrarca – surge a idealização
da mulher e do amor, a revelação do microcosmo e do É querer estar preso por vontade;
macrocosmo do escritor – o particular e o universal – dor / é servir a quem vence, o vencedor;
Dor; amor / Amor. é ter com quem nos mata, lealdade.

III Mas como causar pode seu favor nos corações humanos
amizade,
Alma minha gentil, que te partiste se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no Céu Epopeia;
eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

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APOSTILAS OPÇÃO

Os Lusíadas índios (o grande nome desse período foi o padre José de


Anchieta).
Divisão das partes: Fase da literatura brasileira do século XVI, tem este nome
pelo fato das manifestações literárias se iniciarem no ano de
INTRODUÇÃO – proposição, invocação, dedicatória. 1.500, época da colonização portuguesa no Brasil. A literatura
NARRAÇÃO; brasileira, na verdade, ainda não tinha sua identidade, a qual
EPÍLOGO. foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e
europeia em geral. Logo, não havia produção literária ligada
Carga mágica dada pela fábula mitológica, pela intriga dos diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que
deuses e o equilíbrio racional, o herói representado pelo povo davam significação aos europeus. No entanto, com o passar
português – toda a coletividade é heroica. dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas, foi dando
lugar a denotações da visão dos artistas brasileiros.
Outros Gêneros do Classicismo Português Enquanto o homem europeu se dividia entre a conquista
material e a espiritual (Contrarreforma), o cidadão brasileiro
Historiografia encontrava no Quinhentismo semelhante dicotomia: a
Literatura de viagens; Prosa doutrinária. literatura informativa, que se voltava para assuntos de
natureza material (ouro, prata, ferro, madeira) feita através de
Autores menores: João de Barros. cartas dos viajantes ou dos cronistas e a literatura dos jesuítas,
Frei Amador Arrais. que tentavam inserir a catequese.

Literatura de informação
8) Literatura brasileira Na carta de Pero Vaz de Caminha, há uma minuciosa
Contexto histórico, descrição dos nativos, tanto em termos de aparência quanto de
características, principais comportamento. Do mesmo modo, são citados direta e
indiretamente cerca de dezoito membros da tripulação e sua
autores e obras do interação com os nativos. O primeiro escambo (troca) ocorre
Quinhentismo, Barroco, em clima amistoso, embora Caminha relate a ansiedade dos
Arcadismo, Romantismo, navegantes em relação a possível presença de metais
preciosos na nova terra. Cita as reações dos índios diante do
Realismo, Naturalismo, que era oferecido pelos europeus, desde alimentos até objetos.
Impressionismo, O escritor também se detém na descrição física dos nativos,
Parnasianismo, Simbolismo, destacando suas pinturas e enfeites corporais, a limpeza e a
saúde de seus corpos, que muito lhe impressionam, bem como
Pré-modernismo e a “inocência” dos nativos e nativas com relação à nudez.
Mordenismo.

LITERATURA BRASILEIRA40

A literatura brasileira é subdividida em duas grandes eras


que acompanham a evolução política e econômica do País.
A Era Colonial e a Era Nacional são separadas por um
período de transição que corresponde à emancipação política
do Brasil.
As datas que delimitam fim e início de cada era são, na
verdade, marcos onde acentua-se um período de ascensão e
outro de decadência. As eras são divididas em escolas
literárias, também chamadas de estilos de época.
Outro aspecto importante diz respeito à religião. Caminha
QUINHENTISMO narra as cerimônias cristãs celebradas pelos sacerdotes
presentes na esquadra, bem como a aparente curiosidade dos
Contexto histórico nativos com relação a essas celebrações. Destaca-se aí a
descrição da Primeira Missa, celebrada no domingo, dia 26 de
O Brasil foi descoberto em 1500 e a partir de agora começa abril.
a Literatura Brasileira. O Quinhentismo (uma referência ao Caminha encerra a carta aconselhando ao rei de Portugal
ano de 1500) é o período literário brasileiro dos anos 1500 e uma grande tarefa civilizatória, que deveria ser a catequização
tudo o que tínhamos sobre o Brasil eram os textos dos nativos.
informativos que os navegantes europeus escreviam para
descreverem a terra descoberta (Literatura de Informação). Literatura Jesuítica
Sendo assim, o marco inicial da Literatura Brasileira foi A Carta
de Caminha, primeiro documento escrito sobre o Brasil (foi Os jesuítas utilizaram como principal instrumento para
escrito por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal com o atingir os objetivos pretendidos (moralizar os costumes dos
objetivo de dar notícias sobre a terra descoberta e descrever brancos colonos e catequizar os índios) o teatro. Para isso,
as suas características). Também temos a ocorrência da chegaram a aprender a língua tupi, utilizando-a como veículo
Literatura de Catequese, que tinha o objetivo de catequizar os de expressão. Os índios não eram apenas espectadores das
peças teatrais, mas também atores, dançarinos e cantores.

40 https://www.todamateria.com.br/origens-da-literatura-brasileira/

Português 94
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José de Anchieta (1534 – 1597) foi o principal no país era organizada em função de pequenos núcleos
representante da literatura dos jesuítas. econômicos, não existindo efetivamente um público leitor para
Anchieta deixou como legado a primeira gramática do tupi- as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX. Por
guarani, verdadeira cartilha para o ensino da língua dos esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com
nativos (Arte da gramática da língua mais usada na costa do características barrocas, influenciados por fontes estrangeiras
Brasil). Destacou-se também por suas poesias e autos, nos (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a constituir
quais misturava a moral religiosa católica aos costumes dos um movimento propriamente dito. Nesse contexto, merecem
indígenas. destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do
Entre as peças de teatro da época, destaca-se o Auto de São padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões.
Lourenço, nela, o autor conta em três línguas (tupi, português Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial
e espanhol) o martírio de são Lourenço, que preferiu morrer em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de
queimado a renunciar a fé cristã. Anchieta intentou conciliar Bento Teixeira.
os valores católicos com os símbolos primitivos dos habitantes Conheça a seguir os trechos selecionados:
da terra e com aspectos da nova realidade americana. O
sagrado europeu ligava-se aos mitos indígenas, sem que isso Prosopopeia
significasse contradição, pois as ideias que triunfavam nos
espetáculos eram evidentemente as do padre. I
A obra do padre Anchieta também merece destaque na
poesia. Além de poemas didáticos, com finalidade catequética, Cantem Poetas o Poder Romano,
também elaborou poemas que apenas revelavam sua Sobmetendo Nações ao jugo duro;
necessidade de expressão. Os poemas mais conhecidos de José O Mantuano pinte o Rei Troiano,
de Anchieta são: “Do Santíssimo Sacramento” e “A Santa Inês”. Descendo à confusão do Reino escuro;
Veja, abaixo, um trecho do poema: Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
A Santa Inês Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,
Pode estancar a Lácia e Grega lira.

II
Cordeirinha linda,
Virginal cabeça,
Como folga¹ o povo,
Pela fé cortada, As Délficas irmãs chamar não quero,
Porque vossa vinda
Com vossa chegada que tal invocação é vão estudo;
Lhe dá lume² novo!
Já ninguém pereça; Aquele chamo só, de quem espero
Cordeirinha santa,
Vinde mui depressa A vida que se espera em fim de tudo.
De Jesus querida,
Ajudar o povo, Ele fará meu Verso tão sincero,
Vossa santa vida
Pois com vossa vinda Quanto fora sem ele tosco e rudo,
O Diabo espanta.
Lhe dais lume novo. Que per rezão negar não deve o menos
Por isso vos canta
Quem deu o mais a míseros terrenos.
Com prazer o povo,
Vós sois cordeirinha
Porque vossa vinda
De Jesus Formoso; Esse poema, além de traçar elogios aos primeiros
Lhe dá lume novo.
Mas o vosso Esposo donatários da capitania de Pernambuco, narra o naufrágio
Nossa culpa escura
já vos fez Rainha. sofrido por um deles, o donatário Jorge Albuquerque Coelho.
Fugirá depressa,
Também padeirinha Apesar de os críticos o considerarem de pouco valor literário,
Pois vossa cabeça
Sois do vosso Povo, o texto tem seu valor histórico pois foi a primeira obra do
Vem com luz tão pura.
pois com vossa vinda, Barroco brasileiro e o marco inicial do primeiro estilo de época
Vossa formosura
Lhe dais trigo novo. a surgir no Brasil.
Honra é do povo,
¹folga: se alegra
Porque vossa vinda
²lume: luz Gregório de Matos Guerra: o Boca do Inferno
Lhe dá lume novo.

Gregório de Matos
Esse poema fala do confronto entre o bem e o mal com Guerra nasceu em Salvador
bastante simplicidade: a chegada de Santa Inês espanta o diabo (BA) e morreu em Recife
e, graças a ela, o povo revigora sua fé. A linguagem é clara, as (PE). Estudou no colégio
ideias são facilmente compreensíveis e o ritmo faz com que os dos jesuítas e formou-se em
versos tenham musicalidade, ajudando o poeta a envolver o Direito em Coimbra
ouvinte e a sensibilizá-lo para sua mensagem religiosa. (Portugal). Recebeu o
apelido de Boca do Inferno,
BARROCO NO BRASIL graças a sua irreverente
obra satírica.
O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos
jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um
movimento apenas destinado à catequização. A partir do Gregório de Matos firmou-se como o primeiro poeta
século XVII, o Barroco passa a se expandir para os centros de brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa.
produção açucareira, especialmente na Bahia, por meio das O que se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas,
igrejas. Assim, a função da igreja era ensinar o caminho da pois Gregório não publicou seus poemas em vida. Por essa
religiosidade e da moral a uma população que vivia razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos textos que
desregradamente. lhe são atribuídos.
Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a
formação de uma consciência literária brasileira. A vida social

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O poeta religioso O poeta erótico


A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande Também alcunhado de profano, o poeta exalta a
número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do sensualidade e a volúpia das amantes que conquistou na Bahia,
homem. No soneto a seguir, o poeta ajoelha-se diante de Deus, além dos escândalos sexuais envolvendo os conventos da
com um forte sentimento de culpa por haver pecado, e cidade.
promete redimir-se. Observe:
Necessidades Forçosas da Natureza Humana
Soneto a Nosso Senhor
Descarto-me da tronga, que me chupa,
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Corro por um conchego todo o mapa,
Da vossa alta clemência me despido; O ar da feia me arrebata a capa,
Porque quanto mais tenho delinquido O gadanho da limpa até a garupa.
Vos tem a perdoar mais empenhado. Busco uma freira, que me desemtupa
Se basta a voz irar tanto pecado, A via, que o desuso às vezes tapa,
A abrandar-vos sobeja um só gemido: Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que a mesma culpa que vos há ofendido, Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.
Vos tem para o perdão lisonjeado. Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
Se uma ovelha perdida e já cobrada E na hora de ver repleta a tripa,
Glória tal e prazer tão repentino Darei por quem mo vase toda Europa?
Vos deu, como afirmais na sacra história. Amigo, quem se alimpa da carepa,
Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada, Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Recobrai-a; e não queirais, pastor divino, Ou faz da mão sua cachopa.
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Padre Antônio Vieira
O poeta satírico
Gregório de Matos é amplamente conhecido por suas Padre Antônio Vieira
críticas à situação econômica da Bahia, especialmente de nasceu em Lisboa, em 1608,
Salvador, graças à expansão econômica chegando a fazer, e morreu na Bahia, em
inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio 1697. Com sete anos de
Luis da Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a idade, veio para o Brasil e
religiosidade presente naquele momento. Essa atitude de entrou para a Companhia de
subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de Jesus. Por defender
"Boca do Inferno", por satirizar seus desafetos posições favoráveis aos
índios e aos judeus, foi
Triste Bahia condenado à prisão pela
Inquisição, onde ficou por
Triste Bahia! dois anos.
ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado! Padre Antônio Vieira,
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante. por Arnold van Westerhout
A ti tricou-te a máquina mercante, (1651-1725)
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e, tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante. Responsável pelo desenvolvimento da prosa no período do
barroco, Padre Antônio Vieira é conhecido por seus sermões
O poeta lírico polêmicos em que critica, entre outras coisas, o despotismo
Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um dos colonos portugueses, a influência negativa que o
poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia Protestantismo exerceria na colônia, os pregadores que não
lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma mulher bela cumpriam com seu ofício de catequizar e evangelizar (seus
que é constantemente comparada aos elementos da natureza. adversários católicos) e a própria Inquisição. Além disso,
Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos defendia os índios e sua evangelização, condenando os
corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do horrores vivenciados por eles nas mãos de colonos e os
pecado. cristãos-novos (judeus convertidos ao Catolicismo) que aqui
se instalaram. Famoso por seus sermões, padre Antônio Vieira
À mesma d. Ângela também se dedicou a escrever cartas e profecias.

Anjo no nome, Angélica na cara! Mito do Sebastianismo


Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Com o desenvolvimento do mercado marítimo, Portugal
Ser Angélica flor, e Anjo florente, vivenciou um período de ascensão e grandeza. Porém, com o
Em quem, senão em vós, se uniformara: declínio do comércio no Oriente, Portugal viveu uma crise
Quem vira uma tal flor, que a não cortara, econômica e dinástica. Como consequência, o então rei de
De verde pé, da rama fluorescente; Portugal D. Sebastião resolve colocar em prática seu plano de
E quem um Anjo vira tão luzente, organizar uma cruzada em Marrocos e levando à batalha de
Que por seu Deus o não idolatrara? Alcacer-Quibir em 1578.
Se pois como Anjo sois dos meus altares, A derrota na batalha e seu de desaparecimento (provável
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, morte em batalha), gerou especulações acerca de seu
Livrara eu de diabólicos azares. paradeiro. A partir de então, originou-se a crença de que o rei
Mas vejo, que por bela, e por galharda, retornaria para transformar Portugal novamente em uma
Posto que os Anjos nunca dão pesares, grande potência econômica. Padre Antônio Vieira era um dos
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. que acreditavam no Sebastianismo e, mais adiante, Antônio

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Conselheiro anunciava o retorno de D. Sebastião nos episódios tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem,
da Guerra de Canudos. não os havia.

Os sermões Sermão de Santo Antônio (1654):


Escreveu cerca de duzentos sermões em estilo conceptista,
isto é, que privilegia a retórica e o encadeamento lógico de Também conhecido como "O Sermão dos Peixes", pois nele
ideias e conceitos. Estão formalmente divididos em três o padre usa a imagem dos peixes como símbolo para fazer uma
partes: crítica aos vícios dos colonos portugueses que se
aproveitavam da condição dos índios para escravizá-los e
Introito ou Exórdio: a apresentação, introdução do sujeitá-los ao seu poder. Leia um trecho do sermão:
assunto. Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois
Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam
com base na argumentação. na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção;
Peroração: parte final, conclusão. mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa,
havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual
Seus sermões mais famosos são: pode ser a causa desta corrupção? (...) Enfim, que havemos de
pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os
Sermão da Sexágésima (1655): peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam.
Uma só cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente
O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por tratar os peixes que se não há-de converter. Mas esta dor é tão
da arte de pregar. Nele, Padre Antônio Vieira condena aqueles ordinária, que já pelo costume quase se não sente (...) Suposto
que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia. Para isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso
ele, a palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas
semeada pelo pregador. Por fim, o padre chega à conclusão de atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...)
que, se a palavra de Deus não dá frutos no plano terrreno a
culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não Resumo
cumprem direito a sua função. Leia um trecho do sermão:
Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o O Barroco: século XVII
pregador evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece
este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas Contexto histórico
também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos - Contrarreforma;
de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre - Renascimento.
os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há
outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que Características
vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, - Conflito entre corpo e alma;
são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua - Passagem do tempo;
razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, - Cultismo e conceptismo;
pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão - Figuras de linguagem.
longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os
passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis Principais autores
com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) - Bento Teixeira;
Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação - Gregório de Matos Guerra;
depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do - Padre Antônio Vieira.
ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do
ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...) BARROCO MINEIRO

Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal No Brasil, o Barroco foi uma das formas de expressão
contra as de Holanda (1640): artística mais visíveis entre o século XVII e a primeira metade
do século XVIII. Desenvolvido junto aos primeiros núcleos
Neste sermão, o padre incita os seguidores a reagir contra urbanos, as principais manifestações do barroco foram as
as invasões Holandesas, alegando que a presença dos construções religiosas levantadas em Salvador e Recife. Mas o
protestantes na colônia resultaria em uma série de auge do barroco se deu em Minas Gerais, influenciado pelas
depredações à colônia. Leia um trecho do sermão: riquezas da mineração e o forte apelo religioso dos mineiros.
Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está No início, a arquitetura ocorreu em São Paulo com
determinado em vosso secreto juízo, que entrem os hereges na construções dos arraias, instalações provisórias e
Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito deveras, é rudimentares, ranchos de sapé com armações de paus toscos,
que, antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no de vãos barreados. A evolução trouxe a taipa e pilão, os quais
que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso não se adaptaram em Minas Gerais, assim, utilizavam a técnica
coração enquanto é tempo, porque melhor será arrepender das estruturas autônomas de madeira, cujos vãos eram
agora, que quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais preenchidos por taipa de sebe com pau-a-pique ou “taipa de
na intenção e alusão com que digo isto, e na razão, fundada em mão”, como ficou conhecido.
vós mesmo, que tenho para o dizer. Também antes do dilúvio Aos poucos, surgiram construções de pedras, casas
estáveis vós mui colérico e irado contra os homens, e por mais modestas e capelas humildes.
que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca houve remédio
para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as
cataratas do céu, cresceu o mar até os cumes dos montes,
alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita vossa justiça, senão
quando ao terceiro dia começaram a boiar os corpos mortos, e a
surgir e aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e
então se representou sobre as ondas a mais triste e funesta

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Fragmento de construção em taipa de mão (pau a pique)


Fachada da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto, Minas Gerais
O mineiro que teve maior destaque na arquitetura foi
Antônio Francisco de Lisboa, o Aleijadinho. Suas obras ARCADISMO
possuem grande apelo religioso e eram feitas de madeira e
pedra sabão. Grande parte da formação artística de O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou
Aleijadinho lhe foi dada pelo próprio pai arquiteto. Além disso, Neoclacissismo, é o movimento que compreende a produção
aprendeu muito de suas técnicas de escultura com seu tio, literária brasileira na segunda metade do século XVIII. O nome
Antônio Francisco Pombal, que era entalhador. Além da faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua
formação artística, Aleijadinho viveu a atmosfera das ideias vez, foi nomeada em referência ao semideus Arcas (filho de
liberais que se propagaram em Minas Gerais no século XVIII e Zeus e Calisto).
que deram o tom da Inconfidência. Denota-se, logo de início, as referências à mitologia grega
que perpassa o movimento.
Profundas mudanças no contexto histórico mundial
caracterizam o período, tais como a ascensão do Iluminismo,
que pressupunha o racionalismo, o progresso e as ciências. Na
América do Norte, ocorre a Independência dos Estados Unidos,
em 1776, abrindo caminho para vários movimentos de
independência ao longo de toda a América, como foi o caso do
Brasil, que presenciou inúmeras revoluções e inconfidências
até a chegada da Família Real em 1808.
O movimento tem características reformistas, pois seu
intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos
e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu sua riqueza
esvair-se e dar lugar a uma nova organização econômica
liderada pelo pensamento burguês.
Ao passo que os textos produzidos no período
convencionado de Quinhentismo sofreram influência direta de
Portugal e aqueles produzidos durante o Barroco, da cultura
espanhola, os do Arcadismo, por sua vez, foram influenciados
pela cultura francesa devido aos acontecimentos movidos pela
burguesia que sacudiram toda a Europa (e o mundo
Ocidental).

Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História


Concisa da Literatura Brasileira houve dois momentos do
Arcadismo no Brasil:
a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos
seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia.
Nossa Senhora das Dores – Museu de Arte Sacra de São Paulo - Aleijadinho b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no
Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos
Podemos citar algumas obras de Aleijadinho: Os Doze da nobreza e do clero.
Profetas e Os Passos da Paixão, na Igreja de Bom Jesus de Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa,
Matozinhos, em Congonhas do Campo (MG). Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão.
Além de Aleijadinho, outros artistas barrocos se No Brasil, o ano convencionado para o início do Arcadismo é
destacaram: o pintor mineiro Manuel da Costa Ataíde e o 1768, quando houve a publicação deObras, do poeta Claudio
escultor carioca Mestre Valentim. Manoel da Costa.
A Igreja de São Francisco de Assis, de Aleijadinho, em Ouro
Preto, é considerada uma obra prima do barroco brasileiro.
Sua construção foi iniciada em 1776 e concluída em 1794.

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Arcádia Ultramarina Direito em Coimbra, onde teve contato com as principais ideias
do Iluminismo e, ao voltar para o Brasil, fundou da Arcádia
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Ultramarina em Vila Rica. Era um homem muito rico e de
Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundada em posses que influenciou a elite intelectual da época. Por ter
1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes participado da Inconfidência Mineira, foi preso e encontrado
artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por enforcado na cadeia em 1789.
isso que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro Os temas iniciais de sua obra giram em torno das reflexões
publicavam suas obras com nomes inspirados na mitologia morais e das contradições da vida com forte inspiração nos
grega e romana. modelos barrocos.
Posteriormente, dedicou-se à poesia bucólica e pastoril na
Principais características qual a natureza funciona como um refúgio para o poeta que
- inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e busca a vida longe da cidade e reflete o as angustias e o
renascentistas, como por exemplo, em O Uraguai (gênero sofrimento amoroso com sua musa inacessível Nise. Estes
épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas poemas fazem parte do conjunto intitulado Obras (1768).
Chilenas (gênero satírico); Cláudio Manoel da Costa também se dedicou à exaltação
- influência da filosofia francesa; dos bandeirantes, fundadores de inúmeras cidades da região
- mitologia pagã como elemento estético; mineradora e desbravadores do interior do país e de contar a
- o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques história da cidade de Ouro Preto no poemeto épico Vila
Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem menção Rica (1773).
à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e pastoril;
- tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)
aristocracia;
- pastoralismo: poetas simples e humildes;
- bucolismo: busca pelos valores da natureza; Tomás Antônio
- nativismo: referências à terra e ao mundo natural; Gonzaga, poeta árcade,
- tom confessional; ilustrAdo por artista
- estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos; desconhecido. Patrono da
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza. cadeira de número 37 da
Academia Brasileira de
Termos em latim Letras, Gonzaga deixou
O uso de expressões em latim era comum no como legado importantes
neoclacisssimo. Elas estavam associadas ao estilo de vida obra líricas e satíricas.
simples e bucólico. Conheça algumas delas:

Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos


cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas Nasceu na cidade de Porto, em Portugal, porém, filho de
primavam pela simplicidade. mãe portuguesa e pai brasileiro, vive parte da vida no Brasil.
Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, muda para
Horácio; o Brasil para trabalhar como ouvidor e juiz. Aqui, pretendia se
Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em casar com a jovem Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão,
detrimento dos centros urbanos monárquicos; sua musa Marília.
Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da No entanto, como participara da Inconfidência Mineira, é
efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o preso e levado para o Rio de Janeiro. Quando sai da prisão,
momento presente. muda-se para Moçambique, na África, onde casa com Juliana
de Sousa Mascarenhas.
Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia Tomás Antônio Gonzaga é o pastor Dirceu, pseudônimo
eram todos burgueses e habitantes dos centros urbanos. Por criado pelo poeta para seu conjunto de liras famosas
isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a intitulado Marília de Dirceu, publicadas em três partes nos
simulação de sentimentos fictícios. anos de 1792, 1799 e 1812. Nessa obra, Dirceu é o pastor que
cultiva o ideal da vida campestre, que vive entre ovelhas em
Autores uma choupana e aproveita o momento presente ao lado da
amada Marília.
Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) Essa oscilação, segundo o crítico, demonstraria o
compromisso árcade entre o real e os padrões de beleza do
lirismo inspirado no poeta clássico Petrarca. Outra oscilação
presente nos poemas é entre o pastor bucólico e o intelectual
da cidade.
Percebe-se, no entanto, uma mudança considerável no
Cláudio Manoel da Costa, o
discurso do poeta, coincidindo com a época em que o autor
poeta mineiro nascido em
esteve preso e passa a refletir sobre as angústias do
1729, ilustrado por Newton
aprisionamento, a justiça e o destino dos homens.
Resende.
Cabe ressaltar, no entanto, que, embora o conjunto de liras
seja dedicado à amada Marília, em momento algum temos a
voz da personagem idealizada. É apenas Dirceu quem discorre
acerca dos seus sentimentos. Segundo alguns críticos
literários, esse fato é um reflexo da sociedade patriarcal em
que Gonzaga vivia, não permitindo que suas personagens
Também conhecido como o "guardador de rebanhos" pudessem expressar suas vozes.
Glauceste Satúrnio, seu pseudônimo, Cláudio Manoel da Costa
nasceu na cidade de Mariana (em Minas Gerais). Estudou

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Por fim, Tomás Antônio Gonzaga também ficou conhecido Foi para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio dos
por suas Cartas Chilenas, compostas por 13 poemas satíricos Jesuítas e era noviço quando os jesuítas foram expulsos do
escritos antes da Inconfidência Mineira. Novamente, Gonzaga país. Exilou-se na Itália e filiou-se na Arcádia Romana, sob o
cria personagens e pseudônimos: aqui, Critilo assina as cartas pseudônimo de Termindo Sipílio. É preso por jesuitismo, em
e as envia para Doroteu. O conteúdo das "cartas" são críticas Lisboa, e enviado para Angola, livrando-se do exílio ao
ao suposto governador do Chile (onde vive Critilo) Fanfarrão escrever um poema para a filha do Marquês de Pombal.
Minésio, uma referência ao governador de Minas Gerais Luís Em 1769 publica o poema épico O Uraguai, criticando os
da Cunha Meneses. jesuítas e defendendo a política do Marquês de Pombal que o
transforma em oficial da Secretaria do Reino. A crítica recaía
Santa Rita Durão (1722-1784) no fato de que os jesuítas não defendiam os índios, apenas
pretendiam falsamente libertá-los e usar a mão de obra
indígena para proveito próprio.
Em 1750, com o Tratado de Madrid, a missão dos Sete
José de Santa Rita Durão
Povos passaria aos portugueses enquanto que Colônia de
nasceu em Cata-Preta, nas
Sacramento, no Uruguai, passaria para os espanhóis. O poema
proximidades de Mariana
narra a luta dos portugueses contra os índios das Missões
em Minas Gerais. Ingressa
(instigados pelos jesuítas espanhóis) que se recusam a sair de
na Ordem de Santo
suas terras, dando início aos conflitos conhecidos como as
Agostinho, em Portugal, e lá
Guerra Guaranítica (1754-56).
permanece até sua morte
A crítica recai, principalmente, sobre o personagem Balda,
em 1784.
padre jesuíta que encarna o mal. Corrupto e desleal, seduz uma
índia e tem um filho com ela, Baldeta. Na aldeia moram
também o chefe da tribo Cacambo e sua mulher Lindóia, casal
que representa a força do guerreiro e a beleza e delicadeza da
Seu trabalho mais conhecido é o Caramuru (1781), cujo índia. Balda quer forçar Lindóia a se casar com Baldeta,
subtítulo, Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta ao enviando Cacambo para as batalhas na esperança de que o
tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e índio morra para uni-la a seu filho.
travaram contato com os nativos. No Canto II, Basílio da Gama relata o encontro entre os
Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares caciques Sepé Tiaraju e Cacambo com o comandante
Correia que passa a viver entre os índios Tupinambás após português Gomes Freire de Andrada, ocorrido às margens do
sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um rio Uruguai (chamado então de "Uraguai"). O comandante
herói "cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros" tenta estabelecer um acordo com os índios, sem sucesso,
que aqui viviam, ganha o respeito dos índios ao disparar uma dando início aos combates.
arma de fogo. Os índios, assustados, equiparam-no a Tupã e O cacique Sepé Tiaraju lidera a disputa e acaba morto.
passam a respeitá-lo como uma entidade eviada. Ele se Cacambo, seu sucessor, é capturado e descobre que o perigo
encanta com Paraguaçu, a bela índia de pele branca. Já estava o tempo todo na mão dos jesuítas. Os portugueses,
instalado na tribo, Diego percebe a possibilidade de difundir a então, permitem que ele retorne a sua aldeia para alertar seus
fé cristã para os índios, doutrinando-os após ter encontrado companheiros contra os perigos dos jesuítas. De volta, o
uma gruta que se assemelharia a uma igreja. valente guerreiro é envenenado por Balda e Lindóia, vendo-se
Mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um forçada a casar com Baldeta, comete suicídio, deixando-se
barco espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de picar por uma cobra venenosa.
retornar à Europa através da nau francesa que viera resgatar Segundo o crítico literário Alfredo Bosi no estudo História
aquela tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: Cultrix, 2006),
belas índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Basílio da Gama é o homem do fim do século XVIII "cujos
Moema, a mais bela, que se atira ao mar em direção ao navio valores pré-liberais prenunciam a Revolução e se manteriam
na tentativa de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, com o idealismo romântico". Assim, pode-se dizer que O
Paraguaçu é batizada de Catarina, ambos são festejados e Uraguai prenuncia muitos dos aspectos que serão
recebem as honras da realeza lusitana. desenvolvidos durante o movimento do Romantismo.
O poema segue a estrutura dos versos camonianos (de
Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da Características principais do poema
mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, - exaltação da natureza e do "bom selvagem", atribuindo
oitava rima camoniana. Segue também com a divisão aos jesuítas a culpa pelo envolvimento dos índios na luta;
tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, - rompimento da estrutura poética camoniana;
narração e epílogo. - inovação no gênero épico: versos decassílabos brancos,
isto é, sem rima, sem divisão de estrofes e divididos em apenas
Basílio da Gama (1741-1795) cinco cantos;
- ao contrário da tradição épica, o poema conta um
acontecimento recente na história do país;
- inicia o poema pela narração;
José Basílio da Gama - discursos permeados por ideias iluministas;
nasceu em 1741 na cidade
de São José do Rio das Resumo
Mortes, atual Tiradentes,
em Minas Gerais. Falece em O Arcadismo: século XVIII
Lisboa no dia 31 de julho de CONTEXTO HISTÓRICO
1795. - Iluminismo;
- Lutas pela independência do Brasil.

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CARACTERÍSTICAS desperta nos intelectuais e nos artistas a necessidade de se


- Modelo greco-romano e renascentista; formar uma identidade nacional, votada, principalmente,
- Mitologia pagã; paras suas raízes históricas, linguísticas e culturais. Dessa
- Pastoralismo, nativismo, bucolismo; forma, busca-se valorizar a natureza exuberante e exótica,
- Expressões em latim. retorno às bases da história de formação do território, a partir
dos primórdios da colonização com a presença dos povos
PRINCIPAIS AUTORES indígenas e portugueses, bem como a presença da cultura
- Claudio Manoel da Costa; desses dois povos e a identidade linguística de cada um desses
- Tomás Antônio Gonzaga; povos.
- Basílio da Gama;
- Santa Rita Durão. Características Fundamentais do Período

ROMANTISMO Subjetivismo: É a emoção retratando de forma pessoal


realidade interior de um eu lírico.
O Romantismo surgiu na Inglaterra e na Alemanha na Liberdade de criação: o autor expressa-se através de uma
metade do séc. XVIII a partir de escritores que descreviam os atitude pessoal, individual e única. O que importa é o que cada
tempos medievais; valorizavam os heróis nacionais e os um tem de característico, ocorrendo uma forte valorização do
sentimentos populares; falavam de amor e saudade de forma sentimento do “eu lírico”.
pessoal e íntima. Esse subjetivismo era intenso na nova Sentimentalismo: o eu lírico expressa e analisa a realidade
literatura e então surgiu o Romantismo. Esse estilo chega à por meio de seus sentimentos, como o predomínio da emoção.
França e estende-se aos demais países da Europa. É um estilo É o sentimento que determina a importância das coisas.
rico de características, onde algumas delas são: Individualismo/Egocentrismo: o lirismo é característica
- busca por liberdade política; dominante, reproduzindo um "eu" interior num mundo
- valorização da natureza, sinal da manifestação divina que exterior idealizado.
serve como refúgio para o homem angustiado; Idealização: o romântico não vê as coisas como são,
- exposição de sentimentos íntimos, dos estados da alma e contudo como deveriam ser. O olhar romântico arruma,
das paixões; organiza, elimina as imperfeições tornando os detalhes ainda
- preferência por ambientes noturnos, solitários que mais belos.
propiciam aos desabafos mais íntimos. - idealização do país: perfeito e belo;
- descarta a ideia centrada na razão do estilo anterior e - idealização da mulher: virgem, pura, frágil, delicada,
inspira-se em subjetividades como a fé, o sonho, a intuição, a nobre, submissa, inatingível, musa inspiradora, de beleza
saudade e as lendas nacionais. incomum;
- idealização do amor: quase sempre espiritual, supremo,
O que propiciou que o Romantismo se difundisse com inatingível, puro, perfeito, seguindo a ideia de platonismo
maior velocidade foi o desenvolvimento do meio de amoroso;
comunicação jornalístico e a ascensão da classe burguesa que - idealização do herói: belo, forte, perfeito, honrado - o
tinha acesso aos jornais, onde começaram a ser publicados os índio é o nosso herói nacional, o "bom selvagem", contudo
folhetins com histórias românticas e de suspense publicadas moldado com as qualidades e padrões europeus.
em capítulos. Então, a literatura começou a popularizar-se. Medievalismo: no Romantismo houve um retorno ao
passado com o objetivo de espelhar-se nos antigos valores,
O Romantismo no Brasil sendo assim, as origens do país, de seu povo e de seus heróis
serão ressuscitados. Na Europa, voltou-se à Idade Média, com
No Brasil, o Romantismo inicia-se com a publicação do sua atmosfera de sombras e de mistério o que fascinava a
livro de poesias de Gonçalves de Magalhães, “Suspiros poéticos imaginação do romântico. No Brasil, buscaremos no índio a
e saudades” e no mesmo ano é lançada em Paris a revista personagem de exaltação do passado.
“Niterói” por iniciativa de Araújo Porto Alegre, Torres Homem, Nacionalismo, patriotismo e lusofobia: nesse período
Pereira da Silva e Gonçalves de Magalhães. Tornando uma ocorre uma intensa exaltação do país e das coisas nacionais,
porta-voz dos ideais românticos. Também, junto à política o existindo também um sentimento de aversão à ex-metrópole,
Romantismo se expressou envolvido pelo entusiasmo da Portugal.
independência proclamada em 1822, surgindo daí o desejo de Escapismo psicológico: Fuga (evasão) da realidade. O
criar uma literatura com autenticidade nacional, apesar dessa romântico que ir e estar além de sua realidade, por isso a volta
atitude ser bastante criticada por alguns autores puristas que ao passado tanto individual (sua própria infância) quanto
prezavam pela linguagem poética praticada em Portugal. histórico (época medieval).
Com a invasão de Napoleão em Portugal, a Coroa Evasão: o eu lírico, tomado pelo sofrimento, busca alívio
portuguesa é obrigada a transferir-se para o Brasil em 1808. para a sua dor fugindo da realidade - no tempo, no espaço, na
Esse fato ocasiona uma série de mudanças: morte ou na religiosidade.
- O Brasil passa de colônia à Reino Unido, ao lado de - evasão no tempo: busca um passado histórico (heroico)
Portugal e Algarves; ou na infância (onde tinha felicidade);
- Desenvolvimento na educação: reformas do ensino, - evasão no espaço: busca na natureza um lugar que suavize
criação de escolas de nível superior e uma universidade; o seu sofrimento; e também no sonho.
- Incentivo e desenvolvimento da cultura, das artes e das - evasão na morte: vê a morte como solução radical e
ciências; definidora do seu sofrimento.
- Desenvolvimento da imprensa: criação de tipografias, - evasão na religiosidade: vê a religiosidade como solução
iniciação da atividade editorial, imprensa periódica, comércio para o seu sofrimento.
do livro; Mal-do-século: a impossibilidade de realizar os sonhos,
- Instalação de biblioteca pública, museus, arquivos; provoca no eu romântico uma reação de profunda tristeza,
desilusão, angústia, dor, desespero, frustração, inquietação. O
A vida brasileira foi alterada profundamente com esses eu lírico dominado por todo esse sentimento, entrega-se ao
acontecimentos que favoreceram o processo de pessimismo, ao gosto pela melancolia e sofrimento; busca da
independência política da nação ocorrida em 1822. Esse fato solidão, que levam o homem à atração pela morte (suicídio).

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Religiosidade: a vida espiritual retoma sua força e Cecília é morta. Os índios ganham uma imagem de herói neste
influência no Romantismo. Acontece uma reação ao estilo literário, é considerado nobre, valoroso, fiel e cavalheiro
Racionalimo materialista dos clássicos. A crença em Deus é na intenção de valorizar as origens da nacionalidade. O índio
uma forma de escape das frustrações e desilusões da vida e do surge com símbolo do nacionalismo romântico, umas das
mundo. características básicas do Romantismo.
Supervalorização do amor: coisa mais importante da
vida; tema mais desenvolvido pelos românticos. A perda ou Romantismo (poesia)
irrealização do amor leva, geralmente, à morte, à loucura ou ao
suicídio. As três gerações de poetas românticos:
Instabilidade emocional (ilogismo): causado pelo
predomínio da emoção (subjetivismo - com o desprezo da Primeira Geração Romântica: foi a geração que
lógica e da razão), demonstrado através das antíteses introduziu as ideias românticas no Brasil e tem como
(alegria/tristeza) características principais a exaltação da natureza, o
Idealização da mulher: é vista, na maioria das vezes, indianismo, a expressão da religiosidade e o sentimento
divinizada e envolta em mistérios. Figura inatingível e amoroso. Representantes dessa geração são: Gonçalves Dias e
poderosa, capaz de mudar a vida de um homem, de levá-lo à Gonçalves de Magalhães. Caracterizada pelo indianismo e
morte ou à loucura. nacionalismo.
Liberdade de criação e despreocupação com a forma:
abandono das formas fixas (sonetos, redondilhas, oitava-rima Gonçalves de Magalhães
etc.), das rimas; valorização do verso branco aproximando a - publica em 1836 a obra inaugural do período - Suspiros
linguagem literária da linguagem oral e coloquial, para Poéticos e Saudades. Obra medíocre do ponto de vista literário,
aproximar a literatura do leitor da época. tendo importância por seu valor histórico.
Predomínio da metáfora e de figuras de linguagem dela - apresenta como características românticas os temas:
derivada nacionalismo; religiosidade, a poesia da saudade e da
natureza.
- Metáfora: quando um termo é utilizado para substituir - não utiliza a liberdade expressiva cultivada no
outro através de uma relação de semelhança, mas também romantismo.
pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que
o conectivo (como, parece, ser semelhante, etc.) não está Gonçalves Dias
expresso, mas subentendido. - primeiro poeta brasileiro autenticamente romântico
“A criança é um touro.” - temas desenvolvidos: indianismo; lirismo amoroso;
“Minhas sensações são um barco de quilha pro mar.” exaltação à pátria
- poesia indianista: o fez conhecido e é destacada como a
- Prosopopeias: atribui ações ou qualidades humanas para principal marca do nacionalismo romântico.
seres inanimados ou irracionais. - lirismo amoroso: mostra, quase sempre a impossibilidade
“O dia amanheceu tristonho.” de realização de anseios afetivos, tendo a mulher sempre como
“A chuva semeou a esperança.” idealizada.
- exaltação à pátria: vista sempre com saudade, mostrando
- Sinestesia: mistura de sensações (ruído áspero; música também exaltação à natureza (saudosismo: lembrança da
doce; perfume adocicado) pátria e da infância).
“Uma melodia azul tomou conta da sala.”
“A sua voz áspera intimidava a plateia.” Segunda Geração Romântica: considerada “mal do
século” ou “ultrarromântica” é uma geração que tem uma visão
O Romantismo e o Teatro trágica da existência e um profundo desencanto pela vida. Seus
poemas falam de morte, tédio, solidão e melancolia. Seus
Com a ascensão sociocultural dos brasileiros e com a poetas morreram muito jovens. Seus melhores representantes
chegada da família real em 1808, que trouxe consigo costumes foram: Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de
da corte portuguesa; o Brasil era frequentemente visitado por Abreu e Fagundes Varela.
companhias portuguesas de teatro e ópera. Então, foi
crescendo a vontade pela criação de um teatro brasileiro. O Alvares de Azevedo - principal representante do mal-do-
ator e empresário João Caetano fundou, em 1834, a Companhia século
Dramática Nacional e deu a seu teatro o nome de Teatro - poesia cerebral: revela mais de suas leituras do que de
Nacional. Em 1836, o poeta Gonçalves de Magalhães lhe sua experiência de vida;
entregou a peça “Antônio José ou o Poeta e a Inquisição”, - presença constante do álcool: que é tomado como fonte
encenada em 1838, representando a primeira obra teatral de de inspiração, sendo temas constante de sua obra (“cognac” e
assunto e autor brasileiros. O teatro brasileiro ampliou-se com “Johannisberg”);
o comediógrafo Martins Pena tornando-se autenticamente - presença de objetos que cercam a intimidade do poeta
popular. Em 1843, foi criado o Conservatório Dramático e em (cômoda, cama, travesseiro,etc)
1855, o teatro Ginásio Dramático, recebendo o apoio de
escritores como José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo. Casimiro de Abreu
- pessimismo decorrente do mal-do-século; do amor
O Indianismo Romântico simples e espontâneo
- saudosismo: da família, da terra natal e da infância
Nos países da Europa os autores voltavam-se aos heróis - visão idealizada da mulher: meiga e ideal
nacionais dos tempos medievais. No Brasil, a literatura - considerado um dos poetas mais populares do
desenvolveu a corrente indianista responsável pelo Romantismo brasileiro por sua linguagem simples e pelo
nacionalismo romântico. Como exemplo dessa linha podemos lirismo ingênuo.
citar o romance “O guarani”, de José de Alencar, onde o índio
Peri salva Cecília, filha do colonizador português D. Antônio de Terceira Geração Romântica: sua característica principal
Mariz em razão de um ataque indígena onde toda a família de é a preocupação com os problemas sociais, tendo com objetivo

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denunciar as injustiças e lutar pela liberdade. Seu maior Principais Romances do Romantismo
representante é Castro Alves. Poesia social, condoreira.
1844- A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.
Castro Alves - poeta revolucionário (“poeta dos escravos”) 1845- O moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo.
- poeta da liberdade e da denúncia das desigualdades 1852/53- Memórias de um sargento de milícias, de Manuel
sociais (mostra a África chorando seus filhos) Antônio de Almeida.
- poemas lírico-amorosos: visão do amor e da mulher mais 1856- Cinco minutos, de José de Alencar.
sensual. As mulheres são mais concretas, mais materializadas, 1857- O guarani, de José de Alencar.
mesmo sendo sempre belas e perfeitas. 1862- Lucíola, de José de Alencar
- características: poesia lírica e poesia social 1865- Iracema, de José de Alencar.
1872- Inocência, de Taunay; O seminarista, de Bernardo
Poesia Lírica - experiência amorosa em sua plenitude Guimarães
sentimental e carnal; 1874- Ubirajara, de José de Alencar.
- mulher sensual, amante, individualizada, carnal (bela e 1875- Senhora e o Sertanejo, de José de Alencar; A escrava
perfeita). Isaura, de Bernardo Guimarães.
1876- O cabeleira, de Franklin Távora.
Poesia Social - “poeta dos escravos”.
- poesia próxima do discurso, com ênfase à oratória (arte Joaquim Manuel de Macedo: Nasceu no Rio de Janeiro,
de discursar) e abandono da retórica (regras), mas com grande em 1820 e ali morreu em 1882. Escrevia textos com assuntos
poder de significação corriqueiros e tradicionais, reproduzia a vida social da
- poeta da liberdade e da denúncia das desigualdades burguesia, com seus mocinhos e mocinhas, casos amorosos,
sociais (dignidade aos sentimentos dos escravos, mostrando cenas engraçadas e finais felizes. Não há análises sociais, mas
sua dor e seu amor) um pouco de suspense e muita emoção passageira.
- romance urbano A Moreninha (Augusto e Carolina)
Temas - obra folhetinesca (novelesca), servindo como documento
- amor: realização plena dos costumes da Corte do século XIX, com retratação da vida
- mulher: sensual, caminhando juntas a mulher-anjo e a doméstica e social da burguesia da época.
prostituta (causa decepção) - linguagem oscila entre o coloquialismo informal e o
- morte: vista com amargura pela sua pouca idade português culto
(tuberculose), vista também como empecilho para suas
grandes realizações. A moreninha: Conta a história de uma aposta entre dois
- natureza: aspectos grandiosos (infinito, oceano, deserto, rapazes, Filipe e Augusto. Augusto, que se diz incapaz de se
condor, águia) apaixonar por uma mulher, aposta com Filipe que se isso
acontecer ele irá escrever um romance contando sua história
Outros poetas românticos e suas obras de amor. Ele encontra seu grande amor, Carolina, irmã de
Filipe. Ele perde a aposta e escreve o romance intitulado A
Junqueira Freire: Inspirações do Claustro; moreninha.
Casimiro de Abreu: As primaveras;
Fagundes Varela: Vozes da América; Estandarte Manuel Antônio de Almeida: Anonimamente escreveu o
auriverde; Cantos do ermo e da cidade; Cantos religiosos; folhetim “Memórias de um sargento de milícias”, que fez muito
Diário de Lazaro; Anchieta ou O Evangelho nas selvas. sucesso entre os leitores. Este folhetim retratava com riqueza
de detalhes os becos, as praças, as tradições e os moradores da
Romantismo (prosa) cidade do Rio de Janeiro. Mais tarde publicou a história em
livro e se destacou entre os escritores do romance brasileiro.
Com o Romantismo surgiu o romance brasileiro. O - Memórias de um Sargento de Milícias, romance publicado
romance tornou-se popular entre os jovens da classe média, em folhetins de julho de 1852 a julho de 1853.
principalmente do Rio de Janeiro; liam apenas por distração. - linguagem coloquial, direta com ausência de descrições
Acompanhavam as histórias dos folhetins e torciam por um diretas, presença de camadas populares e ausência de heróis e
final feliz que sempre acontecia. Literatura folhetinesca que vilões. Surgimento do anti-herói (Leonardo) com
captava os costumes da época (saraus, fofocas, histórias de características de vadio.
amor - uma visão superficial da vida). - foge às convenções românticas; é considerada como uma
- Teixeira e Souza: O filho do pescador (1843) - iniciador transição para o realismo/naturalismo, por construir um herói
cronológico. não idealizado.
- Joaquim Manoel de Macedo - A Moreninha (1844) -
iniciador qualitativo. Memórias de um sargento de milícias: Conta a história de
um menino, Leonardo, filho enjeitado de Leonardo Pataca.
Romance Romântico: preocupação nacionalista com a Relata seus dramas cotidianos, casos engraçados e o cotidiano
preocupação de exaltar as paisagens e nossos costumes, da vila onde morava. Diferentemente de “A moreninha” sai do
voltou-se em 3 direções. ambiente burguês e dá ao romance um toque de realismo.
- passado: romance histórico, voltado para lendas e
histórias, mas sem a preocupação com a veracidade dos fatos, José de Alencar: José Martiniano de Alencar nasceu no
somente com a nacionalidade (índios). Ceará em 1829 e morreu no Rio de Janeiro em 1877. É o mais
- cidade: romance urbano e de costumes (retratar a importante prosador do nosso Romantismo. Ele abrange com
sociedade - a Corte - do Rio de Janeiro). seus romances as quatro linhas da época:
- regionalismo: campo e sertão com a finalidade de exaltar - consolida o romance romântico brasileiro
a terra e o homem brasileiro, retratando seus costumes e - trata com perfeição literária os temas nacionais (sociais,
ambientes. geográficos e temáticos)
- uso de brasileirismos na língua literária, defende o
nacionalismo linguístico, ou seja, uma língua brasileira.

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Social ou Urbana: retrata a sociedade carioca apontando Escrava Isaura: (antecipa o abolicionismo) - obra popular,
aspectos negativos da vida urbana e dos costumes burgueses. mais medíocre.
Seus romances giram em torno de intrigas amorosas, O seminarista: enfoca o celibato clerical forçado, onde
diferenças econômicas, mas acaba com final feliz, pois o amor relaciona os personagens ao meio.
sempre vence. No romance urbano traça 3 “perfis femininos”:
Lucíola: prostituta que se julga indigna de amor Visconde de Taunay: utiliza a vida rural brasileira como
verdadeiro. cenário nacional, com peculiaridades da fala sertaneja, cercada
Diva: luta entre o ódio e o amor; vence o amor. de uma história tipicamente romântica.
Senhora: amor puro entre dois jovens; separação motivada Inocência: retrata o sertão no Mato Grosso, a natureza e os
por dinheiro; o caça-dotes; o casamento por vingança e o amor costumes da região.
triunfa. Romance baseado na história de uma mulher (Aurélia)
que dividida entre o amor e o desejo de vingança por ter sido Franklin da Távora: criador da literatura do Norte, que
abandonada quando era pobre; ao herdar uma herança resolve para ele representa a face real do Brasil, tematiza a violência e
comprar o homem que a abandonou (Fernando Seixas) em o banditismo do Nordeste.
busca de um casamento rico e espera ansiosamente que ele O cabeleira: José Gomes, bandido, ao tentar violentar uma
não aceite o trato feito por Lemos, seu porta-voz. Mas, para seu rapariga reconhece nela um amor de infância, regenerando o
descontentamento ele aceita se casar por dinheiro e aceita bandido.
também a condição de conhecer a noiva apenas alguns dias
antes da cerimônia. REALISMO
Quando Fernando descobre quem é a noiva fica feliz
porque ele ainda a ama, mas ele cai no conceito de Aurélia que O Realismo foi um estilo oposto ao Romantismo, seus
o maltrata e o humilha após o casamento. Apaixonado e ferido autores escreviam sobre a realidade de forma nua e crua, foi
ele resolve trabalhar com afinco e depois de onze meses um abandono das realidades do modo de vida burguês para a
devolve à Aurélia o dinheiro que recebeu por ter se casado com realidade da população anônima, marginalizada da sociedade
ela. Sem terem mais motivo para ficarem separados, os dois se do séc. XIX. Teve início na França, em 1857,com a publicação
reconciliam e vivem um grande amor. Esse romance é uma do romance “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. Em 1881,
crítica à sociedade que dava mais valor ao dinheiro do que ao iniciou no Brasil com a publicação do romance de Machado de
caráter e por isso, seu livro é dividido em quatro capítulos que Assis “Memórias póstumas de Brás Cubas”, e de Aluísio de
representam o sistema financeiro: preço, quitação, posse e Azevedo “O mulato”.
resgate. Foi uma época de apogeu dos progressos científicos na
medicina, nas ciências, biológicas, genética e das filosofias
Cinco minutos; A viuvinha; Lucíola; Diva; A pata da gazela; (Positivismo de Augusto Conte, Determinismo de Hippolyte
Sonhos d’ ouro, Senhora (considerado seu 2º melhor livro); Taine, Darwinismo de Charles Darwin, Evolucionismo social
Encarnação. de Herbert Spencer, Socialismo Utópico de Saint-Simon e
Socialismo científico de Karl Marx). O Realismo apresenta um
Regionalista: O sertanejo (sertão nordestino); O Gaúcho trabalho realizado na realidade da vida humana e deixa o
(pampas gaúchos); Til (planalto paulista); O tronco do Ipê sentimentalismo e o subjetivismo romântico de lado, o
(zona da Mata Fluminense) - retrata as diferentes partes do romance deixa de ser visto como pura distração e passa a ser
país salientado seus hábitos, sua linguagem e tradições. crítico e realista.
Segundo Felipe Araújo41, na segunda parte do século XIX,
Histórica: procura tratar figuras históricas ou lendárias, três importantes movimentos literários floresceram: o
situando-as em seu tempo e momentos reais. Usa tanto o índio Parnasianismo, o Realismo e o Naturalismo. O Realismo é
como fatos voltados para o período colonial do país. considerado a pintura objetiva da realidade, uma forma de
As minas de prata: início da procura de metais pelos reação ao excesso e à espiritualidade. Alguns autores
aventureiros e bandeirantes no sertão, aos quais se deve o seu consagrados que escreveram obras realistas são: Homero, na
povoamento. tragédia e comédia clássica, Cervantes, Chaucer, Balzac e
A guerra dos mascates: lutas entre as cidades de Olinda e Dostoiévski. De acordo com Eça de Queirós, um dos mais
Recife, este desejava a sua autonomia. importantes escritores lusos, “o Romantismo era apoteose do
O guarani (livro épico, considerado seu melhor livro). sentimento, o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do
homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para
Indianista: volta ao passado - os índios representam o nos reconhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros
aspecto mais autêntico de nossa nacionalidade. Idealiza tanto ou falsos, para condenar o que houver de mau em nossa
os índios como os nativos da colonização portuguesa, que com sociedade”.
sua mistura, formam a raça brasileira (isto é visto em O No Brasil, o início do Realismo ocorre em duas direções. A
Guarani através de Peri e Cecília, a Ceci). Iracema, Ubirajara. primeira é relacionada aos problemas sociais, ambiente
urbano e elementos do cotidiano. Já a segunda, aconteceu no
Autores Sertanistas flerte do realismo com o Naturalismo. Assumindo uma posição
- procura substituir o indianismo pelo regionalismo, pois ideológica regionalista, na qual se elevou a cor local, a vida
os traços tipicamente nacionais estão caracterizados no sertão difícil no ambiente rural brasileiro e o determinismo, negando
(homem simples que trabalha na terra e vive no interior do a existência do livre-arbítrio. Entre as principais
país, agora como herói nacional). características do Realismo brasileiro, influenciado pelo
- o sertão do Brasil tinha ainda intactos e naturais alguns Determinismo de Taine e pelo Positivismo de Augusto Comte,
traços peculiares de nossa cultura (língua e costumes) e de existem duas linhas:
nossa paisagem. Marcada por Machado de Assis, de análise das classes mais
abastadas da sociedade carioca, com foco em temas políticos
Bernardo Guimarães: considerado um dos criadores do do século XIX. Com ênfase na análise comportamental dos
romance sertanejo e regional, com uma linguagem repleta de seres humanos das camadas menos privilegiadas. Estabelece-
adjetivos. se o condicionamento do homem. Nesta segunda vertente, foi

41 http://www.infoescola.com/literatura/realismo-no-brasil/

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criado um laço entre a conduta humana e a terra, o problema enfermeiro”, “A cartomante”, “A igreja do diabo”, “O alienista”,
de relações entre o ambiente e o homem, verificadas na “Pai contra mãe”, “A causa secreta”, “Conto de escola”, “Umas
abordagem Realista/Naturalista. Ainda no que se refere ao férias”, “Noite de almirante”, “O espelho”, “Missa do galo”, “Uns
regionalismo, o realismo consolidou as expressões regionais, braços” etc.
populares e profissionais. Os romances: Na primeira fase de sua produção, Machado
Entre os escritores de ficção realista brasileiros estão: de Assis, escreveu quatro romances com traços românticos:
Manuel Antônio de Almeida, Aluísio Azevedo, Inglês de Souza, Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá
Adolfo Caminha, Júlio Ribeiro, Machado de Assis e Raul Garcia (1878). Após essa fase ele assume um aspecto realista
Pompéia. Os dois últimos estão em posição singular. No caso em suas obras com Memórias póstumas de Brás Cubas (1881),
de Machado de Assis, por ter criado um estilo que reproduzia Quincas Borba (1891), Dom casmurro (1899), Esaú e Jacó
a realidade utilizando-se de relativa indiferença formal e sem (1904), Memorial de Aires (1908) e aprofunda suas análises
fetichismo. Já Raul Pompéia, pela independência dos tons psicológicas dos personagens.
impressionistas que são características marcantes de sua obra. Dom Casmurro: É um de seus romances mais famosos pela
As características dos romances realistas da primeira fase, incerteza que ele nos causa em relação à ambiguidade da
influenciada pelo romantismo, são: vocabulário claro e personagem Capitu, onde ao final da história, não se sabe se
simples, tonalidade natural à prosa, estudo da psicologia dos ela traiu ou não seu marido Bentinho com seu amigo Escobar.
personagens e narrativa linear e imaginativa. Na segunda fase, Bentinho fez o seminário, mas, por influência de Capitu, não se
simbolizada por Machado de Assis, o estilo fica maleável, ordenou padre para casar-se com ela e, Escobar, seu amigo de
rompe-se com a linearidade, acrescenta-se o humor ligado ao seminário, casou-se com a melhor amiga de Capitu, tornando-
pessimismo e ao desencanto. se muito próximos. Bentinho e Capitu têm um filho, mas ele
desconfia que o filho seja do suposto amante de Capitu.
Principais Romances Realistas Bentinho é apelidado Dom Casmurro por viver recluso e o
texto é uma retrospectiva de sua vida.
1881- O mulato, de Aluísio Azevedo; Memórias póstumas de Memórias Póstumas de Brás Cunha: Brás Cubas é um
Brás Cubas, de Machado de Assis homem rico e solteiro que, depois de morto, resolve se dedicar
1884- Casa de pensão, de Aluísio Azevedo à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite
1888- O missionário, de Inglês de Sousa; O Ateneu, de Raul opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos
Pompéia podem fazer dele. De sua infância, registra apenas o contato
1890- O cortiço, de Aluísio Azevedo com um colega de escola, Quincas Borba, e o comportamento
1891- Quincas Borba, de Machado de Assis de menino endiabrado, que o fazia maltratar o escravo
1893- A normalista, de Adolfo Caminha Prudêncio e atrapalhar os amores adúlteros de uma amiga da
1895- Bom-crioulo, de Adolfo Caminha família, D. Eusébia. Da juventude, resgata o envolvimento com
1899- Dom Casmurro, de Machado de Assis uma prostituta de luxo, Marcela.
1903- Luzia-Homem, de Domingos Olímpio Depois de retornar de uma temporada de estudos na
1904- Esaú e Jacó, de Machado de Assis Europa, vive uma existência de moço rico, despreocupado e
1908- Memorial de Aires, de Machado de Assis fútil. Conhece a filha de D. Eusébia, Eugênia, e a despreza por
ser manca. Envolve-se com Virgília, uma namorada da
Aluísio Azevedo: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo juventude, agora casada com o político Lobo Neves. O adultério
nasceu em São Luís, no Maranhão e faleceu em 1913, em dura muitos anos e se desfaz de maneira fria. Brás ainda se
Buenos Aires, na Argentina. Escreveu várias obras, mas nem aproxima de Nhã Loló, parenta de seu cunhado Cotrim, mas a
todas tinham a mesma qualidade literária. As melhores são os morte da moça interrompe o projeto de casamento.
romances “O mulato”, “Casa de Pensão” e “O cortiço”. Desse ponto até o fim da vida, Brás se dedica à carreira
O Cortiço: Este romance tem como personagem principal política, que exerce sem talento, e a ações beneficentes, que
João Romão, vendeiro português, que tem por meta de vida pratica sem nenhuma paixão. O balanço final, tão melancólico
ascender socialmente; tinha por amante uma escrava fugida quanto a própria existência, arremata a narrativa de forma
que o ajudou a enriquecer (Bertoleza). Seu sonho era adquirir pessimista: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura
boa posição social com a de seu patrício Miranda, que tinha um o legado da nossa miséria”.
sobrado ao lado do cortiço, e ficar noivo de sua filha. Mas para Esaú e Jacó: Publicado em 1904, Esaú e Jacó é o penúltimo
isso ele tinha de se livrar de Bertoleza que poderia atrapalhar romance de Machado de Assis.
sua ascensão. Então, ele a delata como escrava fugida. Ao Tendo como título uma história retirada da Bíblia,
perceber a traição de João, Bertoleza suicida-se. É um texto remetendo-nos ao Gênesis: à história de Rebeca, que privilegia
povoado de tipos humanos como lavadeiras, operários, o filho Jacó, em detrimento do outro filho, Esaú, fazendo-os
prostitutas, mascates que vivem num ambiente marginalizado, inimigos irreconciliáveis. A inimizade dos gêmeos Pedro e
degradante e corruptor. Paulo, do romance de Machado, não tem causa explícita, daí a
denominação de romance "Ab Ovo" (desde o ovo).
Machado de Assis: Joaquim Maria Machado de Assis A narrativa começa com a visita de Natividade, grávida de
nasceu no Rio de Janeiro, em 1839, e ali morreu em 1908. gêmeos, e sua irmã, Perpétua, a uma cabocla do Morro do
Mestiço, gago, epilético foi considerado símbolo de esforço por Castelo. A futura mãe queria conhecer o destino dos filhos
nunca ter ido à escola. Foi tipógrafo, revisor, colaborador da gêmeos, Pedro e Paulo. A previsão da cabocla é animadora:
imprensa da época e primeiro presidente da Academia “serão grandes”. Isso, porém, não é suficiente para desfazer a
Brasileira de Letras, que ajudou a fundar em 1897; o melhor inquietação de Natividade, que se preocupa com as possíveis
escritor brasileiro do séc. XIX e um dos mais importantes de brigas dos irmãos ainda no ventre.
toda a história literária em língua portuguesa. Ao chegar em casa, a mulher relata as previsões a Santos,
Possuía um estilo preciso, não falava demais nem de seu marido. O homem fica feliz, mas resolve procurar o amigo
menos, usava frases curtas, tinha um misto de graça e e mestre espírita Plácido para saber sobre as brigas. O amigo o
amargura. tranquiliza, afirmando os meninos seriam grandes homens e
Os contos: Machado de Assis tinha uma grande habilidade por isso brigavam antes mesmo do nascimento.
para escrever histórias curtas baseadas na realidade e na Pedro e Paulo crescem idênticos fisicamente, mas
análise do comportamento humano (os contos). Seus contos completamente diferentes na personalidade. Paulo,
eram verdadeiras obras-primas. Dentre eles, estão: “O republicano, ingressa na faculdade de Direito, e Pedro,

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monarquista, cursa Medicina. Ambos encantam-se por Flora, Nas páginas de Memorial de Aires são apresentadas
filha do político oportunista Batista e de Dª Cláudia. Com a pessoas com quem o narrador conviveu, citações de leituras e
nomeação de Batista para presidente de uma província do obras que leu quando era diplomata e reflexões sobre fatos
norte, a jovem, dividida entre os gêmeos, se desespera, sem passados que ocorreram na política. Uma das principais
querer deixar o Rio. Com a proclamação da república, a moça personagens descritas por Aires é Fidélia, moça mais jovem
acaba permanecendo na cidade. No entanto, ainda indecisa, por quem ele se interessou. Devido à idade avançada, Aires
resolve ir para a casa da Rita, irmã do Conselheiro Aires, e nunca revelou seu amor à Fidélia, considerada uma filha para
assim ter mais tempo para escolher um dos irmãos. Antes de o casal Dona Carmo e Aguiar, que não pode ter filhos.
decidir, a jovem adoece e morre. Os irmãos sofrem, mas logo Histórias sem data: Histórias sem data reúne 18 contos de
dão curso às suas carreiras. Machado de Assis publicados ao longo de 1883 em periódicos
Os dois se enfrentam na vida política como deputados em cariocas.
lados opostos no parlamento. Com a morte de Natividade, A escolha do título, "Histórias sem Data", de acordo com o
atendendo a seu último pedido, cessam os desentendimentos. próprio Machado de Assis no prefácio de advertência da 1ª
A paz dura pouco, logo os irmãos voltam a trocar farpas e edição:
terminam separados. De todos os contos que aqui se acham há dous que
Quincas Borba: Publicada entre 15/06/1886 a efetivamente não levam datas expressas; os outros a têm, de
15/09/1891 na revista Estação, a obra é a continuação do livro maneira que este título Histórias sem Data parecerá a alguns
Memórias Póstumas de Brás Cubas. ininteligível, ou vago. Supondo, porém, que o meu fim é definir
Inicialmente o livro de Romance, que tem um foco estas páginas como tratando, em substância, de cousas que não
narrativo em 3 pessoa, tem como tema a loucura despertada, são especialmente do dia, ou de um certo dia, penso que o
através de um processo que ativa fatores latentes. título está explicado. E é o pior que lhe pode acontecer, pois o
A história gira em torno da vida de Pedro Rubião de melhor dos títulos é ainda aquele que não precisa de
Alvarenga, ex-professor primário, que torna-se enfermeiro e explicação. M. de A.
discípulo do filósofo Quincas Borba, que falece no Rio, na casa À primeira vista, como num prefácio normal, Machado de
de Brás Cubas. Com isso, Rubião é nomeado herdeiro universal Assis anuncia sua independência de seu tempo, sua
do filósofo, sob a condição de cuidar de seu cachorro, de nome extemporaneidade. Com efeito, mais de um século decorrido,
Quincas Borba também. verificamos que o tempo atua a seu favor, como um aliado que
Rubião, então, parte para o Rio de Janeiro e, na viagem, cronicamente o desvela e fortalece. Fato indiscutível é que o
conhece o capitalista Cristiano de Almeida e Palha e também autor não nos quer presos a qualquer data, e nem sequer à
Sofia que lhe dispensava olhares e delicadezas. Sofia era descrição que faz de seus próprios personagens.
mulher de Crtistiano, mas Rubião se apaixonou por ela, tendo Histórias sem Data foi publicado em 1884, três anos depois
em vista o modo em que os dois entraram em sua vida. de Memórias póstumas de Brás Cubas e quando o autor
O amor era tão grande que Rubião foi obrigado a assumi-lo provavelmente já idealizava o romance Quincas Borba. Este
perante Sofia. Para o espanto, Sofia recusa seu amor, mesmo quarto livro de contos tem todos os ingredientes que fazem de
tendo lhe dado esperanças tempos atrás, e conta o fato para Machado de Assis um contista modelar.
Cristiano. Os contos de Histórias sem data são: A Igreja do Diabo, O
Apesar de sua indignação, o capitalista continua suas Lapso, Último Capítulo, Cantiga de Esponsais, Singular
relações com Rubião pois queria obter os restos da fortuna que Ocorrência, Galeria Póstuma, Capítulo dos Chapéus, Conto
ainda existia. Alexandrino, Primas de Sapucaiana, Uma Senhora, Anedota
O amor de Sofia, não correspondido, aos poucos começa a Pecuniária, Fulano, A Segunda Vida, Noite de Almirante,
despertar a loucura em Rubião. Essa loucura o levou à morte e Manuscrito de um Sacristão, Ex-Cathedra, A Senhora do
foi comparada à mesma que causou o falecimento de Quincas Galvão, As Academias de Sião.
Borba. Louco e explorado por várias pessoas, principalmente Várias Histórias: Os contos de Várias Histórias constituem
Palha e Sofia, Rubião morre na miséria e assim se exemplifica rico material para um estudo da psicologia do homem e de
a tese do humanitismo. como ele se comporta no grupo em que vive. Vemos neles a
Memorial de Aires: Escrita em 1908, mesmo ano da morte análise das fraquezas humanas, norteadas muitas vezes pela
do autor, Memorial de Aires é considerada uma obra de caráter preocupação com a opinião alheia. Em inúmeros casos as
autobiográfico, pois nota-se uma relação entre o romance e a personagens fazem o mesmo que nós: mentem, usam
velhice do escritor. Sem apresentar um enredo único, a máscaras, para não entrar em conflito com o meio em que
história é dividida em diversas entradas de uma espécie de estão e, portanto, conviver em sociedade. O pior é que levam
diário, apresentando anedotas e episódios que se permeiam ao tão a sério essa máscara que chegam até a enganar a si
longo dos capítulos. mesmas, acreditando nela como a personalidade real.
O romance é considerado por críticos literários como um Contos: A Cartomante, Entre Santos, Uns Braços, O Homem
romance de caráter psicológico, pois apresenta temas como a Célebre, A Desejada das Gentes, A causa Secreta, Trio em Lá
frivolidade da elite da sociedade brasileira ao final de 1800 e a Menor, Adão e Eva, O Enfermeiro, O Diplomático, Mariana,
dificuldade das relações amorosas. Ao contrário de outros Conto de Escola, Um Apólogo, D. Paula, Viver!, O Cônego ou
romances de Machado de Assis, esta obra não é permeada pelo Metafísica do Estilo.
sarcasmo ou pela ironia. Além disso, a narração não é feita por
um narrador onisciente. Desenrola-se através de um Raul Pompéia: nasceu no dia 12 de abril de 1863 no
observador tentando desvendar o íntimo de personagens vilarejo de Jacuecanga, município de Angra dos Reis, Rio de
bondosos e simples. Janeiro. Começou a escrever muito cedo, editando um
Memorial de Aires apresenta um enredo narrado pelo jornalzinho que circulava no colégio. Através dele, ele criticava
Conselheiro Aires, que remonta em um diário os anos de 1888 tanto professores como alunos. Na ocasião, ele estava
e 1889, em que viveu como um diplomata idoso e aposentado empenhado em traduzir trechos do tratado de Charles Darwin,
no Rio de Janeiro. Com várias observações argutas em suas “A origem das espécies”.
memórias, Aires chega a enganar e confundir os leitores. Mudou-se para São Paulo, onde foi cursar Direito na
Segundo Alfredo Bosi, crítico, professor universitário e Faculdade do Largo de São Francisco, passando a participar na
historiador da literatura nacional, o Conselheiro Aires “ouve campanha abolicionista e defendendo a causa republicana.
mais do que fala e concilia o quanto pode”. Publica em forma de folhetim o romance “As Joias da Coroa”,
obra explicitamente antimonarquista. Nesse mesmo ano

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publica também suas primeiras poesias do livro “Canções sem perícia, cuidado e engrandece a estética formal “Serena
metro”. Juntamente com 90 colegas da faculdade, transfere-se Forma”.
para a cidade de Recife para concluir o curso de Direito, Além disso, observamos no poema a forma fixa dos
provavelmente em consequência da defesa dos ideais sonetos, a rima rica e a perfeita ou rara em contraposição aos
abolicionistas e republicanos. Em 1888 publica “O Ateneu” em versos livres e brancos dos poetas românticos.
forma de folhetim na Gazeta de notícias.
Inquietante como escritor e como pessoa, o escritor O Parnasianismo no Brasil teve como marco inicial a
envolveu-se em inúmeras polêmicas, inimizades e crises publicação da obra "Fanfarras", de Teófilo Dias, em 1882.
depressivas, chegando até a desafiar o poeta Olavo Bilac para Os mais importantes escritores brasileiros do período
um duelo. Afastado pelos amigos e caluniado nos meio formavam a chamada "Tríade Parnasiana" composta por Olavo
jornalísticos e intelectuais, Raul Pompéia suicidou-se na noite Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.
de natal de 1895. Os escritores parnasianos buscavam o sentido para a
existência humana por meio da perfeição estética. Por isso, a
PARNASIANISMO NO BRASIL preocupação residia na "Arte pela Arte", ou seja, a forma
como caraterística principal da poesia.
Os poetas Teófilo Dias, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e
Raimundo Correia auxiliaram a implantação do Parnasianismo Características do Parnasianismo
no Brasil. Arte pela arte
O Parnasianismo42 tem seu marco inicial com a publicação Objetivismo e universalismo
de “Fanfarras” de Teófilo Dias, em 1882. Contudo, Alberto de Cientificismo e positivismo
Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a Temas baseados na realidade (objetos e paisagens), fatos
implantação do Parnasianismo no Brasil. históricos, mitologia grega e cultura clássica
A estética parnasiana, originada na França, valorizava a Busca da perfeição
perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos Sacralidade e o culto à forma
poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a Preocupação com a estética, metrificação, versificação
apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a Utilização de rimas ricas e palavras raras
sensualidade, a mitologia greco-romana. Além disso, a Preferência por estruturas fixas (soneto)
doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos poemas Descrição visual bem detalhada
parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade.
Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os Escritores Parnasianos Brasileiros
acordos propostos pelos franceses, pois muitos poemas
apresentam subjetividade e preferência por temas voltados à Teófilo Dias (1854-1889)
realidade brasileira, contrariando outra característica do Teófilo Odorico Dias de Mesquita, sobrinho do
parnasianismo francês: o universalismo. poeta Gonçalves Dias, foi professor, jornalista, advogado e
Os temas universais, vangloriados pelos franceses, se poeta brasileiro.
opunham ao individualismo romântico, que revelava aspectos Patrono da cadeira 36 na Academia Brasileira de Letras,
pessoais, desejos, aflições e sentimentos do autor. em 1882 publicou "Fanfarras", obra que marca o início do
Outra característica que o Parnasianismo brasileiro não parnasianismo no Brasil.
seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à Outras obras que merecem destaque: Flores e
espiritual. Olavo Bilac, principalmente, enfatizou o amor Amores (1874), Cantos Tropicais (1878),Lira dos Verdes
sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo. Anos (1878), A Comédia dos Deuses (1888).
No Brasil, os principais autores parnasianos são: Olavo
Bilac e Raimundo Correia. Olavo Bilac (1865-1918)
O poema “Profissão de fé” de Olavo Bilac é uma Um dos grandes escritores parnasianos, Olavo Brás
representação da estética parnasiana no Brasil: Martins dos Guimarães Bilac, conhecido como "Príncipe dos
Poetas Brasileiros", foi jornalista, tradutor, poeta e um dos
Veja um trecho: fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Sua obra é caracterizada pela linguagem clássica, com
(...) conteúdos: históricos, patrióticos, emotivos, platônicos e
E horas sem conta passo, mudo, sensuais. Vale lembrar que o Hino à Bandeira do Brasil foi
O olhar atento, escrito por Olavo Bilac.
A trabalhar, longe de tudo Suas principais obras são: Poesias (1888), Crônicas e
O pensamento. Novelas (1894), Crítica e Fantasia(1904), Conferências
Porque o escrever – tanta perícia Literárias (1906), Dicionário de Rimas (1913), Tratado de
Tanta requer, Versificação (1910), Ironia e Piedade (1916) e Tarde (1919).
Que ofício tal... nem há notícia
De outro qualquer. Alberto de Oliveira (1857-1937)
Assim procedo. Minha pena Antônio Mariano de Oliveira, mais conhecido pelo
Segue esta norma, pseudônimo "Alberto de Oliveira", foi um poeta, professor,
Por servir-te, Deusa serena, farmacêutico e um dos fundadores da Academia Brasileira de
Serena Forma! Letras.
Publicou sua primeira obra “Canções Românticas” em
Vemos nas estrofes acima aspectos parnasianos, como “a 1878. A despeito desse livro apresentar características
arte pela arte”: o poeta deixa claro que a arte poética exige do românticas, Alberto de Oliveira foi um exímio poeta
autor o afastamento quanto ao que acontece no mundo. parnasiano cuja obra é caracterizada por temáticas e
Ainda vemos a exaltação e procura por um rigor técnico, estruturas parnasianas, por exemplo, descrição minuciosa,
purismo na forma: o poeta diz que escrever requer muita composição de retratos, quadros e cenas.

42 https://www.todamateria.com.br/parnasianismo-no-brasil/ http://brasilescola.uol.com.br/literatura/parnasianismo-no-brasil.htm

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Suas obras que merecem destaque cultas do país, sobretudo em virtude do preciosismo da
são: Meridionais (1884), Versos e métrica e linguagem. Embora não contasse com o mesmo
Rimas (1895),Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto prestígio, a poesia simbolista brasileira deixou uma
da Forma na Poesia Brasileira (1916). contribuição significativa, prenunciando os movimentos
literários do século XX. Seus principais representantes foram
Raimundo Correia (1859-1911) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
Raimundo da Motta de Azevedo Corrêa foi um juiz, poeta e Apesar da estética simbolista ser oposta à estética
um dos fundadores do Sodalício Brasileiro. Maranhense, parnasiana, especialmente no que se refere à ideologia, ambas
publicou seu primeiro livro de poesias "Primeiros Sonhos" em se preocupavam com a linguagem e com o rigor formal, sendo
1879. possível encontrar algumas influências parnasianas nos
Sua obra apresenta características românticas, versos do poeta Cruz e Sousa. O simbolismo nasceu do
parnasianas e simbolistas. Dessa maneira, suas poesias descontentamento de escritores contrários ao Naturalismo e
possuem um caráter pessimista e subjetivo, ao mesmo tempo ao Realismo, que pregavam uma visão materialista e
que apresentam grande preocupação métrica. Outras obras cientificista da vida defendida pelo Positivismo. Os primeiros
que merecem destaque são: Sinfonias (1883), Versos e simbolistas apresentavam uma estética marcada pela
Versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898). subjetividade, elemento presente no misticismo e na sugestão
sensorial, diametralmente oposta aos valores defendidos pela
Parnasianismo em Portugal estética realista.
Em Portugal, o movimento parnasiano não teve a No Brasil, as inovações estiveram relacionadas com o
representação e a força que se desenvolveu no Brasil e noutros plano temático e com o plano formal, com uma poesia
países. permeada pelo subjetivismo, representado pelos sofrimentos
Os autores parnasianos portugueses que se destacaram universais, o amor, a morte e a religiosidade. Todos esses
foram: João Penha (1838-1919), Gonçalves Crespo (1846- assuntos foram expostos através de um cuidadoso trabalho
1883), António Feijó (1859-1917) e Cesário Verde (1855- com a linguagem, privilegiando o uso de figuras de linguagem,
1886) . sobretudo da sinestesia, além de versos com elaboradas
construções sonoras, tendo por finalidade conferir
SIMBOLISMO NO BRASIL musicalidade e ritmo às palavras:

O simbolismo no Brasil surge em 1893, com a publicação Ismália


de "Missal" e "Broquéis", de Cruz e Souza, considerado o maior
representante do movimento no país, ao lado de Alphonsus de Quando Ismália enlouqueceu,
Guimarães. Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Características do Simbolismo Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
- Não-racionalidade Banhou-se toda em luar...
- Subjetivismo, individualismo e imaginação Queria subir ao céu,
- Espiritualidade e transcendentalidade Queria descer ao mar...
- Subconsciente e inconsciente E, no desvario seu,
- Musicalidade e misticismo Na torre pôs-se a cantar...
- Figuras de linguagem: sinestesia, aliteração, assonância Estava longe do céu...
Estava longe do mar...
O Simbolismo no Brasil foi representado, principalmente, E como um anjo pendeu
por Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens. A temática As asas para voar. . .
simbolista apoia-se na subjetividade. Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
Musselinosas como brumas diurnas As asas que Deus lhe deu
descem do ocaso as sombras harmoniosas, Ruflaram de par em par...
sombras veladas e musselinosas Sua alma, subiu ao céu,
para as profundas solidões noturnas. Seu corpo desceu ao mar...
Sacrários virgens, sacrossantas urnas, (Alphonsus de Guimaraens)
os céus resplendem de sidéreas rosas,
da Lua e das Estrelas majestosas Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens foram os
iluminando a escuridão das furnas. responsáveis por incorporar a estética simbolista na
Ah! por estes sinfônicos ocasos Literatura brasileira. Embora o Realismo tenha supostamente
a terra exala aromas de áureos vasos, chegado ao fim — de acordo com a divisão arbitrária proposta
incensos de turíbulos divinos. pelas Escolas Literárias — no ano em que os
Os plenilúnios mórbidos vaporam ... livros Missal e Bróqueis, ambos de Cruz e Sousa, foram
E como que no Azul plangem e choram publicados (era o ano de 1893), podemos dizer que o
cítaras, harpas, bandolins, violinos ... Simbolismo conviveu paralelamente ao Realismo, mesmo
(Sinfonias do Ocaso – Cruz e Sousa) porque obras importantes de Machado de Assis, como Dom
Casmurro e Esaú e Jacó, foram publicadas já nos primeiros
O poema que você leu pertence a Cruz e Sousa, principal anos do século 20.
poeta simbolista brasileiro. O Simbolismo constituiu-se na
Europa, principalmente na França e na Bélgica, alcançando a Autores Brasileiros Simbolistas
poesia brasileira no final da década de 80, século XIX.
Ao contrário do que aconteceu na Europa, onde o Cruz e Sousa (1861-1898)
Simbolismo contou com maior destaque em relação ao Considerado o precursor do simbolismo no Brasil, João da
Parnasianismo, no Brasil o movimento ficou à sombra da Cruz e Sousa foi um poeta brasileiro nascido em Florianópolis.
poesia parnasiana, que ganhou a simpatia das camadas mais

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Sua obra é marcada pela musicalidade e espiritualidade Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro
com temáticas individualistas, satânicas, sensuais. Suas Lobato e Augusto dos Anjos. Assim, abordaremos o período
principais obras: Missal (1893), Broquéis (1893), Tropos e que se inicia em 1902 com a publicação de dois importantes
fantasias (1885), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905). livros – Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça
Aranha – e se estende até o ano de 1922, com a realização
Alphonsus de Guimarães (1870-1921) da Semana da Arte Moderna.
Um dos principais poetas simbolistas do Brasil, Afonso
Henrique da Costa Guimarães possui uma obra marcada pela Momento Histórico
sensibilidade, espiritualidade, misticismo, religiosidade, com
temas como a morte, a solidão, o sofrimento e o amor. Enquanto a Europa se prepara para a Primeira Guerra
Sua produção literária apresenta características neo- Mundial, o Brasil começa a viver, a partir de 1894, um novo
romântico, árcades e simbolistas. Suas.principais obras: período de sua história republicana: com a posse do paulista
Setenário das dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística Prudente de Morais, primeiro presidente civil, inicia-se a
(1899), Kyriale (1902), Pastoral aos crentes do amor e da “República do café-com-leite”, dos grandes proprietários
morte (1923). rurais, em substituição a “República da Espada” (governos do
marechal Deodoro e do marechal Floriano). É a áurea da
Augusto dos Anjos (1884-1914) economia cafeeira no Sudeste; é o movimento de entrada de
Augusto dos Anjos foi um dos grandes poetas brasileiros grandes levas de imigrantes, notadamente os italianos; é o
simbolistas, embora, muitas vezes, sua obra apresente esplendor da Amazônia com o ciclo da borracha; é o surto de
características pré-modernas. urbanização de São Paulo.
Patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Mas toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais
Letras, publicou um livro intitulado "Eu" e foi chamado de claros os fortes contrastes da realidade brasileira. É, também,
"Poeta da morte" uma vez que seus poemas exploram temas o tempo de agitações sociais. Do abandono do Nordeste
sombrios. partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX,
na Bahia, ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de
Não alcançado na Literatura brasileira a mesma relevância Euclides da Cunha; nos primeiros anos do século XX, o Ceará é
que alcançou na Literatura europeia, infelizmente o o palco de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero,
Simbolismo no Brasil não pôde romper com a Literatura o famoso “Padim Ciço”; em todo o sertão vive-se o tempo do
oficial, já que apresentava uma temática que parecia cangaço, com a figura lendária de Lampião.
distanciar-se dos problemas sociais enfrentados àquela época. O Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais
Porém, podemos afirmar que o Simbolismo abriu caminhos intensa revolta popular, sob o pretexto aparente de lutar
para o Modernismo, que notadamente foi influenciado pelas contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz;
tendências irracionalistas desse movimento literário. na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de
vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, há
PRÉ-MODERNISMO outra importante rebelião, desta vez dos marinheiros
liderados por João Cândido, o “almirante negro”, contra o
O pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas castigo corporal, conhecida como a “Revolta de Chibata”. Ao
iniciais deste século, até 1922, quando foi realizada a Semana mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras sob a
da Arte Moderna. Serviu de ponte para unir os conceitos orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas por
prevalecentes do Parnasianismo, Simbolismo, Realismo e melhores condições de trabalho.
Naturalismo. Essas agitações são sintomas de crise na “República do
O pré-modernismo não foi uma ação organizada nem um café-com-leite”, que se tornaria mais evidente na década de
movimento e por isso deve ser encarado como fase. 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da
Não possui um grande número de representantes mas Semana da Arte Moderna.
conta com nomes de imenso valor para a literatura brasileira
que formaram a base dessa fase. Características
O pré-modernismo, também conhecido como período
sincrético. Os autores embora tivessem cultivado formalismos Apesar de o Pré-Modernismo não constituir uma escola
e estilismos, não deixaram de mostrar inconformismo perante literária, apresentando individualidades muito fortes, com
suas próprias consciências dos aspectos políticos e sociais, estilos às vezes antagônicas – como é o caso, por exemplo, de
incorporando seus próprios conceitos que abriram o caminho Euclides da Cunha e Lima Barreto -, podemos perceber alguns
para o Modernismo. pontos em comum entre as principais obras pré-modernistas.
Essa foi uma fase de uma grande transição que nos deixou Apesar de alguns conservadorismos, são obras inovadoras,
grandes joias como Canaã de Graça Aranha; Os Sertões de apresentando uma ruptura com o passado, com o
Euclides da Cunha; e Urupês de Monteiro Lobato. academismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteadas de
O que se convencionou em chamar de Pré-Modernismo, palavras “não poéticas” como cuspe, vômito, escarro, vermes,
no Brasil, não constitui uma escola literária, ou seja, não era uma afronta à poesia parnasiana ainda em vigor; a
temos um grupo de autores afinados em torno de um mesmo denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário
ideário, seguindo determinadas características. Na realidade, herdado de Romantismo e Parnasianismo; o Brasil não oficial
Pré-Modernismo é um termo genérico que designa toda uma do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos
vasta produção literária que caracterizaria os primeiros vinte subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo;
anos deste século. Aí vamos encontrar as mais variadas - o regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro:
tendências e estilos literários, desde os poetas parnasianos e o Norte e Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba
simbolistas, que continuavam a produzir, até os escritores que e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito do Santo
começavam a desenvolver um novo regionalismo, outros com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto;
preocupados com uma literatura política e outros, ainda, com - os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino,
propostas realmente inovadoras. o caipira, os funcionários públicos, os mulatos;
Por apresentarem uma obra significativa para uma nova - uma ligação com fatos políticos, econômicos e sociais
interpretação de realidade brasileira, bem como pelo valor contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a
estilístico, limitaremos o Pré-Modernismo ao estudo de ficção.

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Pré-Modernismo no Brasil com a estética tradicionalista, libertando-se dos paradigmas,


formalismos e regras que até então imperavam.
Nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do No Brasil, o Modernismo preconizava a independência
século XX, o Brasil também viveu sua bélle époque. Nesse cultural do país, sendo valorizada a cultura cotidiana
período nossa literatura caracterizou-se pela ausência de uma brasileira, em específico, a linguagem popular. As obras
única diretriz. Houve, isso sim, um sincretismo estético, um modernistas são de suma importância e extremamente
entrecruzar de várias correntes artístico-literárias. O país vivia enriquecedoras da literatura brasileira.
na época uma constante tensão. Impossível falar sobre o Modernismo brasileiro sem citar
Nesse contexto, alguns autores refletiam o inconformismo a Semana de Arte Moderna de 1922, evento realizado em São
diante de uma realidade sociocultural injusta e já apontavam Paulo que representou um divisor de águas em nossa cultura.
para a irrupção iminente do movimento modernista. Por outro Embora não tenha sido o começo do movimento, haja vista que
lado, muitas obras ainda mostravam a influência das escolas o processo de transformação de nossa arte iniciara no início do
passadas: realista/naturalista/parnasiana e simbolista. Essa século XX influenciado pelas vanguardas europeias, a Semana,
dicotomia de tendências, uma renovadora e outra que aconteceu entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922,
conservadora, gerou não só tensão, mas sobretudo um clima aproximou e apresentou os principais nomes do movimento e
rico e fecundo, que Alceu Amoroso Lima chamou de Pré- chamou a atenção dos meios artísticos de todo país para o
Modernismo. debate em torno das novas questões estéticas propostas por
seus representantes. Entre seus principais organizadores,
Quanto à prosa, podemos distinguir três tipos de Guilherme de Almeida, Paulo Prado, Godofredo Silva
obras: Telles, Mário e Oswald de Andrade; esses dois últimos
formaram, com o principal poeta modernista, Manuel
1- Obras de ambiência rural e regional – que tem por Bandeira, aquela que ficou imortalizada como a tríade
temática a paisagem e o homem do interior. modernista, responsável por definir os novos parâmetros das
letras brasileiras.
2- Obras de ambiência urbana e social – retratando a
realidade das nossas cidades. Fases do Modernismo no Brasil

3- Obras de ambiência indefinida – cujos autores Três momentos distintos, chamados de fases ou gerações,
produzem uma literatura desligada da realidade caracterizaram o Modernismo no Brasil.
socioeconômica brasileira.
Primeira Fase (1922 a 1930)
Características:
Durante a primeira fase o movimento buscou concretizar-
A) ruptura com o passado – por meio de linguagem se no Brasil. Foi um período de grande produção de arte
chocante, com vocabulário que exprime a “frialdade moderna e de materiais que divulgavam esta arte (orgia
inorgânica da terra”. intelectual). Em meio a essa “orgia”, quatro correntes de
B) inconformismo diante da realidade brasileira – pensamento ganharam força e foram ganhando teor ideológico
mediante um temário diferente daquele usado pelo ao longo da década de 20. São elas: Pau Brasil, Verde
romantismo e pelo parnasianismo: caboclo, subúrbio, miséria, Amarelismo, Escola da Anta e Antropofagia.
etc..
C) interesse pelos usos e costumes do interior – Pau Brasil
regionalismo, com registro da fala rural. Fundado por Oswald de Andrade com o Manifesto Pau
D) destaque à psicologia do brasileiro – retratando sua Brasil, o movimento Pau Brasil fazia críticas ao passado
preguiça, por exemplo nas mais diferentes regiões do Brasil. cultural brasileiro, que imitava os modelos europeus,
E) acentuado nacionalismo – exemplo Policarpo propondo um olhar para o Brasil com o olhar do brasileiro,
Quaresma. apesar das influencias europeias.
F) preferência por assuntos históricos.
G) descrição e caracterização de personagens típicos – Verde Amarelismo
com o intuito de retratar a realidade política, e econômica e Em resposta a isso, o Verde Amarelismo vinha com a defesa
social de nossa terra. de um nacionalismo exagerado, valorizando os elementos
H) preferência pelo contraste físico, social e moral. nacionais sem qualquer influência europeia. Esta corrente, que
I) sincretismo estético – Neorrealismo, originaria a Escola da Anta, tinha inclinações nazistas e, de
Neoparnasianismo, Neossimbolismo. certa forma, possuía ideais xenófobos.
J) emprego de uma linguagem mais simples e
coloquial – com o objetivo de combater o rebuscamento e o Antropofagia
pedantismo de alguns literatos. A Antropofagia, também fundada por Oswald de Andrade,
vinha como uma nova resposta às duas correntes, pregando a
Principais autores : aceitação da cultura estrangeira, mas sem cópias e imitações.
Esta cultura deveria ser absorvida pela brasileira, que
Na poesia: Augusto dos Anjos, Rodrigues de Abreu, Juó colocaria na arte a representação da realidade do Brasil e do
Bananére, etc.. elemento popular, valorizando as riquezas nacionais.
Na prosa: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha,
Monteiro Lobato, Afonso Arinos, Simões Lopes, Afrânio Transição
Peixoto, Alcides Maia, Valdomiro Silveira, etc… Apesar dos movimentos contrários, vemos na primeira
fase modernista uma arte descontraída, com poemas que
MODERNISMO NO BRASIL: POESIA E PROSA desestruturavam as velhas escolas literárias e que traziam
uma linguagem que fugia às regras gramaticais, aproximando-
No início do século XX consolidou-se um movimento se da fala popular. A construção da imagem brasileira foi sendo
literário e artístico que tinha como principal objetivo romper aproximada do povo, da realidade popular e a principal

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temática comum a todas as obras era a valorização e Desde o Romantismo, a busca de traços particulares da
reconstrução do nacionalismo. realidade brasileira já estava presente em algumas obras,
A transição da primeira para a segunda fase modernista entretanto, neste período, a partir das conquistas da primeira
ocorreu em meio a revoltas contra a política brasileira do café- fase modernista e das idéias socialistas, os autores dão um
com-leite e à crise econômica ocasionada pela crise de 1929, novo tom a esse regionalismo. O livro A bagaceira de José
que impossibilitava a importação do café, principal riqueza Américo é considerado o primeiro romance regionalista do
brasileira. As Grandes Guerras também viriam compor o Modernismo. Mas seu valor deve-se mais à temática histórica
cenário histórico da época. da seca, dos retirantes e ao aspecto social do que aos aspectos
A busca pela nacionalidade no final da década de 1920 já literários.
começava a ganhar ares ideológicos e os conflitos da época
também pediam a tomada definitiva de uma posição Principais autores da prosa da segunda fase:
ideológica. O resultado disso é a arte engajada que surgiu na - Raquel de Queirós
segunda fase modernista, com uma reflexão sobre a época de - Graciliano Ramos
crise e pobreza. - Jorge Amado
- Érico Veríssimo
Principais autores da Primeira Fase - José Lins do Rego
- Mário de Andrade;
- Oswald de Andrade; Quase todos esses autores voltaram-se basicamente para
- Manuel Bandeira; os temas do Nordeste, como a seca, o cangaço e o ciclo
- Alcântara Machado. açucareiro.
Com exceção de Érico Veríssimo que apresentou uma
Poesias da Primeira Fase obra voltada para as relações do homem e a paisagem do Sul
do Brasil.
Pronominais Raquel de Queirós foi a primeira mulher a se “eleger
Dê-me um cigarro imortal” na Academia Brasileira de Letras. Suas obras
Diz a gramática regionalistas destacam-se pela reflexão sobre a figura
Do professor e do aluno feminina numa sociedade patriarcal.
E do mulato sabido Em seu livro O quinze, conta a história da luta de um povo
Mas o bom negro e o bom branco contra a seca e a miséria, tema marcante da prosa modernista
Da Nação Brasileira da segunda geração. A força da mulher nordestina também é
Dizem todos os dias tratada em toda sua obra. Entre as suas figuras femininas
Deixa disso camarada destacam-se: Conceição em “O quinze” e Maria Bonita em “O
Me dá um cigarro Lampião”.
(Oswald de Andrade) Graciliano Ramos é considerado pela crítica literária o
melhor ficcionista dessa segunda fase.
Erro de português Sua obra é marcada pela ausência de sentimentalismo e por
Quando o português chegou um forte poder de síntese, refletida na linguagem direta e
Debaixo de uma bruta chuva precisa. Entre seus livros destacam-se “Memórias do Cárcere”
Vestiu o índio e “São Bernardo”.
Que pena! Jorge Amado é talvez um dos autores mais conhecidos
Fosse uma manhã de sol pelo público jovem. Isto porque, muitos de seus livros foram
O índio tinha despido adaptados para a TV e o cinema. E ainda hoje, é um dos
O português. escritores brasileiros que mais vendeu livros. Seus livros
(Oswald de Andrade) traçam um verdadeiro e completo quadro do povo brasileiro,
em especial do povo baiano. A linguagem simples, marcada por
Segunda Fase (1930 a 1945) expressões populares, a preocupação com os costumes e as
tradições populares e o bom humor fizeram de Jorge Amado
Também chamada de Fase Heroica e geração de 30, foi a um dos mais queridos escritores brasileiros.
mais radical no rompimento com os paradigmas tradicionais. Érico Veríssimo é o grande representante da região Sul do
Houve a redescoberta e valorização do cotidiano brasileiro, Brasil nessa segunda fase. E assim como Jorge Amado, também
com grande destaque da linguagem coloquial e espontânea, foi muito querido pelo público leitor. Sua obra é
com suas gírias, erros e capacidade expressiva (humor, ironia frequentemente dividida em romances urbanos, históricos e
e sarcasmo). Ocorreu também a negação brusca do passado a políticos. Em seus romances urbanos analisa os conflitos e os
nível formal, sendo desvalorizadas as regras de rima e métrica valores de uma sociedade em crise. Entre os principais livros
da poesia. dessa categoria estão: “Clarissa” e “Olhai os lírios do campo”. A
Como citado anteriormente, esta fase buscava refletir a sua grande obra prima é a trilogia histórica “O tempo e o
realidade social e econômica brasileira. Os romances eram vento”, que narra a disputa pelo poder político entre
carregados de denúncias e mostravam as relações do “eu” com importantes famílias na região Sul. Entre as personagens
o restante do mundo. O regionalismo teve grande importância principais estão Ana Terra e Rodrigo Cambará.
nesta fase, destacando a seca, a migração, os problemas do José Lins do Rego foi um autor muito identificado com os
trabalhador rural e a miséria. Dentre as temáticas trabalhadas, costumes do povo e sua obra pautou-se fundamentalmente
entraram também os romances urbanos e psicológicos. Se nas recordações de um menino que conviveu com as fazendas
comparado à era naturalista, o modernismo, em sua segunda produtoras de cana. Seus principais temas são: da decadência
fase, afastou-se do apego ao cientificismo. dos engenhos produtores de açúcar e da estrutura patriarcal,
A prosa da 2ª fase modernista caracteriza-se pelo as disputas políticas na região nordeste e o cangaço. Entre seus
regionalismo, pela relação do homem com o meio em que livros destacam-se: Menino de Engenho e Fogo Morto.
vive. Esta segunda fase, foi uma fase de consolidação do
A Literatura Brasileira já apresentava uma tendência Modernismo brasileiro. Sendo uma fase mais madura, foi
regionalista. quando o movimento ganhou mais força e se criaram obras
essenciais da literatura brasileira.

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Na prosa, houve uma grande reflexão e crítica da realidade social, político, filosófico e religioso, muito explorado pela
brasileira, sendo retratados problemas sociais das diferentes poesia da geração de 1930. Enquanto muitos retomaram a
regiões, com destaque para o regionalismo nordestino. Na estética parnasiana, outros buscaram uma linguagem sintética
poesia, houve um questionamento do sentido da existência, e precisa, dando continuidade à estética de Carlos
com profunda análise dos sentimentos humanos e das Drummond de Andrade e Murilo Mendes, grandes
angústias sociais. representantes da segunda fase modernista.
Na prosa, especialmente nos gêneros conto e romance,
Principais autores da Segunda Fase na poesia escritoras como Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles
- Carlos Drummond de Andrade; aprofundaram a sondagem psicológica das personagens e
- Cecília Meireles; introduziram inovações nas técnicas narrativas, quebrando a
- Vinicius de Moraes; frequência e a estrutura do gênero narrativo, canonizado na
- Jorge Amado; fórmula “começo, meio e fim”. Outros escritores, como
- Graciliano Ramos; Guimarães Rosa e Mário Palmério, dedicaram-se ao
- Érico Veríssimo; regionalismo, estética muito desenvolvida nos anos 30,
- Rachel de Queiroz. renovando-a. No caso de Guimarães Rosa, a inovação atingiu
fortemente a linguagem, através do emprego do discurso
Poesias da Segunda Fase direto e do discurso indireto livre, revolucionando vocabulário
e sintaxe:
Retrato Conhecida também como Geração de 45, a última fase do
Eu não tinha este rosto de hoje, Modernismo, considerada por muitos como já Pós-
assim calmo, assim triste, assim magro Modernismo, é caracterizada pela liberdade. Abandonam os
nem estes olhos tão vazios, diversos ideais defendidos pela primeira geração do
nem o lábio amargo. Modernismo, como a exploração da realidade brasileira e a
Eu não tinha estas mãos sem força, linguagem popular. Na poesia há inclusivamente um retorno à
tão paradas e frias e mortas; forma, sendo encarada como a arte da palavra. Nesta última
eu não tinha este coração fase, houve a exploração da psicologia humana, sendo
que nem se mostra. abordados conteúdos inovadores.
Eu não por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil: Principais autores da Terceira Fase
-Em que espelho ficou perdida a minha face? - Guimarães Rosa;
(Cecília Meireles) - Clarice Lispector;
- Mário Quintana;
No Meio do Caminho - João Cabral de Melo Neto;
No meio do caminho tinha uma pedra - Lygia Fagundes Telles;
tinha uma pedra no meio do caminho - Ariano Suassuna.
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra. Poesias da Terceira Fase
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas. Morte e Vida Severina
Nunca me esquecerei que no meio do caminho [...]
tinha uma pedra E se somos Severinos
tinha uma pedra no meio do caminho iguais em tudo na vida,
no meio do caminho tinha uma pedra. morremos de morte igual,
(Carlos Drummond de Andrade) mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
Terceira Fase (1945 a 1960) de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
A terceira fase é marcada pela ruptura com a 1ª e a 2ª fases de fome um pouco por dia
modernistas, experimentação estética e a busca por uma nova (de fraqueza e de doença
expressão literária foram as principais características da é que a morte severina
terceira geração modernista. ataca em qualquer idade,
Grandes escritores, preocupados principalmente com a e até gente não nascida).
pesquisa em torno da própria linguagem, surgiram, afinal o [...]
contexto político, relativamente tranquilo em relação às (João Cabral de Melo Neto)
gerações anteriores, fomentou o trabalho estético e linguístico,
pois menos exigidos social e politicamente, puderam explorar Poeminha do Contra
com maior afinco a forma literária, tanto na prosa quanto na Todos estes que aí estão
poesia. Em 1945, terminada a Segunda Guerra Mundial e, no Atravancando o meu caminho,
Brasil, a ditadura de Vargas, o Brasil vivia um período Eles passarão.
democrático e desenvolvimentista, cujo ápice ocorreu nos Eu passarinho!
anos de governo do presidente Juscelino Kubitschek. (Mário Quintana)
Em virtude da grande discrepância com o padrão estético
inaugurado por nomes como Mário e Oswald de Andrade e Prosa da Terceira Fase
Manuel Bandeira — a tríade do Modernismo de 1922 —, - Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa;
muitos críticos literários consideram a terceira geração como - Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa;
pós-modernista, na qual se pode notar um rigor formal - A Hora da Estrela, de Clarice Lispector;
distante do proposto pelos precursores do movimento. Na - A cidade sitiada, de Clarice Lispector.
poesia, um novo princípio literário surgiu, alterando assim a
antiga concepção sobre o gênero: para os pós-modernistas, a
poesia era a arte da palavra, rompendo assim com o caráter

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PÓS-MODERNISMO Do boom ao bit ao blip

Pós-modernismo43 é o nome dado às mudanças ocorridas Simbolicamente o pós-modernismo nasceu em 1945, ali a
nas ciências, nas artes, nas sociedades desde 1950. Mas, existe modernidade, equivalente a civilização industrial, encerrou
o medo, o medo de mudança, o medo do novo e a perda do seu capítulo na história superando o poder criador e pela sua
conservadorismo. força destruidora.
Ele nasce com várias mudanças na arquitetura e Nos anos 60, foi a época de grandes mudanças e
principalmente na computação, entra na filosofia nos anos 70 descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, cientificas e
como crítica da cultura ocidental, ou seja, são mudanças gerais arquitetônicas.
desde as artes até na tecnologia, e se alastra por todos os lados A sociedade industrial descende da máquina, de artigos de
e meios, sem saber se é uma forma de decadência ou se é um série padronizados, onde o ferro celebra a liberdade individual
renascimento cultural. do burguês capitalista para o progresso, onde foi criado o
O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a tecnologia Projeto Iluminista da modernidade, o desenvolvimento
eletrônica em massa e individual, onde a saturação de material e moral do homem pelo conhecimento, foi creditado
informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pós- o imenso progresso das nações capitalistas nos séculos XIX e
moderno, com a tecnologia programando cada vez mais o dia- XX, progresso fundado nas grandes fábricas, ferrovias,
a-dia dos indivíduos. navegação e, claro, na exploração, com elas vieram o
A importância do pós-modernismo na economia foi automóvel, o telefone, a TV, etc.…
“mostrar” aos indivíduos a capacidade de consumo, a Completando o cenário moderno as metrópoles
adotarem estilos de vida e de filosofias, o consumo industriais, as classes médias consumidoras de moda e de
personalizado, usar bens e serviços e se entregarem ao lazer, surgiu a família nuclear, pessoas isoladas em
presente e ao prazer. apartamentos, e a cultura de massa (revistas, filmes, novelas,
Os pós-modernistas querem rir levianamente de tudo, nos …), dando vitória a razão técnico-científica, inspirada
quais encaram uma ideia de ausência de valores, de vazio, do no Iluminismo, a máquina fez a humanidade recuar seus
nada, e do sentido para a vida. hábitos religiosos, morais e foi ditado novos valores, mais
A sociedade se torna emergente ou decadente, pois são livres, urbanos, mas sempre atrelados no progresso social.
baseadas nas sociedades pós-industriais na informação que Com a sociedade industrial e a multinacional, chegaram os
tem como referência o Japão, os EUA e os centros europeus. serviços da tecnologia em geral, como informações e
A essência da pós-modernidade vem através das cópias e comunicações em tempo real, o que proporciona uma
imagens de objetos reais, a reprodução técnica do real, economia pela informação, isso constitui o cenário pós-
significa apagar a diferença entre real e o imaginário, ser e moderno.
aparência, ou seja, um real mais real e mais interessante que a A sociedade industrial produz bens materiais, enquanto a
própria realidade. pós-industrial consome serviços, isto é, mensagens entre
Um exemplo disso é a televisão, que aliada ao computador pessoas. Comercio, finanças, lazer ensino, pesquisas cientificas
simula um espaço hiper-real, espetacular que excita e alegra. não exigem fábricas com linha de montagem mas pedem um
O hiper-real simulado fascina porque é o real intensificado aceleramento no sistema de informação.
na cor, na forma, no tamanho, nas suas propriedades, é quase Codificar e manipular o conhecimento, a informação é vital
um sonho, onde somos levados a exagerar nossas expectativas para as sociedades pós-industriais, ou também chamadas de
e modelamos nossa sensibilidade por imagens sedutoras. sociedades programadas, onde a programação da produção do
O ambiente pós-moderno significa simulação, ele não nos consumo e da vida social significa projetar o comportamento.
informa sobre o mundo, ele o refaz à sua maneira, hiper- O objetivo é aumentar a performance, e o desempenho.
realizam o mundo, o transformando-o num espetáculo. As sociedades pós-industriais são programadas e
No ambiente pós-moderno à informação e à comunicação, perfomatizadas pela tecnociência para produzir mais e mais
é o que representa a realidade para o homem, que vieram rápido tudo o que produzem, para facilitar a vida das pessoas,
ampliar e acelerar a circulação das mensagens através dos e com essa rapidez poupa-se tempo e dinheiro.
livros, jornais, cinema, rádio, TV. O ambiente pós-moderno é povoado pela cibernética, a
Através destas mensagens, o homem procura sua imagem robótica industrial, a biologia molecular, a medicina nuclear, a
“comprando” discursos, para lhe proporcionar Status, bom tecnologia dos alimentos, as terapias psicológicas, a
gosto, na moda, na aparência, no narcisismo levando muitas climatização, as técnicas de embelezamento, o trânsito
vezes a extravagâncias, ou então imitando modelos exóticos. computadorizado, e os eletroeletrônicos.
No pós-modernismo o homem vive banhado num rio de Os indivíduos na condição pós-moderno são um sujeito
testes permanentes, onde a informação e a comunicação “blip”, alguém submetido a um bombardeio maciço e aleatório
transportam a impulsividade para o consumo. de informações parcelares, que nunca formam um todo, e com
Saturação, sedução, niilismo, simulacro, hiper-real, digital, importantes efeitos culturais, sociais e políticos. Pois a vida no
desreferencialização, são consideradas senhas para “nomear” ambiente pós-moderno é um show constante.
o pós-moderno, ele significa mudanças com relação à O sistema pós-industrial tem-se mostrado resistente aos
modernidade, ele é um fantasma que passeia por castelos mecanismos de luta modernos, como sindicatos e partidos.
modernos. O consumo e atuação no cotidiano são os únicos horizontes
O individualismo atual nasceu com o modernismo, mas o oferecidos pelo sistema. Onde surge o neo-individualismo pós-
seu exagero narcisista é o acréscimo pós-moderno, ele é um moderno, no qual o sujeito vive sem preconceitos, sem ideias,
princípio esvaziador, diluidor, ele desenche, desfaz princípios, a não ser cultuar sua auto=imagem e buscar a satisfação aqui
regras, valores, práticas e realidades, promove a dês- e agora.
referencialização do real e a dês-substancialização do sujeito. No Brasil, o aparato do pós-moderno é ainda pobre, o pós-
O pós-modernismo é eclético, mistura várias tendências e modernismo está nas ruas, nos mass media; óculos coloridos,
estilos sob o mesmo nome, ele é aberto, plural e muda de cabelos new-wave, cintos metaleiros, rock punk, e entre
aspecto se passamos da tecnociência para as artes plásticas, da outros, os travestis.
sociedade para a filosofia, ou seja, ele flutua no indecidível.

43 Por: Renan Bardine

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As diferenças formas gastas e de massa, surgi o nouveau roman que destrói


Entre as sociedades pós-modernistas, existiam diferenças a forma romance banindo o enredo, o assunto e o personagem
em relação à arte. A literatura pós-moderna é intertextual, para lê-la, é
Foi mudada, destruída, a estética tradicional, e impunha-se preciso conhecer outros textos.
a representação realista da realidade, que supunha que a
literatura ou a pintura espelhava ponto por ponto o real. Anartistas em nuliverso
A arte devia ser uma ilusão perfeita do real. A “desordem”, da antiarte que não apresenta propostas
O modernismo é a crise da representação realista do definidas e nem coerentes, onde os estilos se chocam, pelas
mundo e da arte. suas diferenças, as tendências mesmo assim se sucedem com
Novas linguagens deveriam surgir, para não apenas rapidez. Não há grupos ou movimentos unificados, onde surge
representar mais interpretar livremente a realidade, segundo a transvanguarda (além da vanguarda).
sua visão, diferenciando a arte da realidade. Nas artes o pós-modernismo apareceu primeiro na
Esta linguagem deveria ser nova e não imitativa, onde daí arquitetura, na Bauhaus seu dogma era “a forma segue a
nasce o formalismo e o hermetismo da arte moderna, que são função”, onde a reação pós-modernista era contra o estilo
um jogo de formas inventadas. universal modernista (Bauhaus), os pós modernistas se
Elas não se referem, deformando ou banindo o real, ela cria voltam para o passado resgatando os conceitos passados mais
formas novas e auto referenciadas, elas formam seus próprios utilizando materiais diferenciados para criarem uma
assuntos, como: Linhas, cores, volumes e composição. arquitetura que falasse a linguagem cultural das pessoas.
Os modernistas não estavam sós à frente “do novo”, Eles barateavam os projetos e suas execuções, resgatavam
estavam também contra ao público burguês, eram boêmios, valores simbólicos, organizavam o espaço e eram prestigiados
bizarros e críticos, queriam e gostavam de “aparecer”, com o retorno dos estilos passados.
expunham suas emoções e suas visões subjetivas e Colocavam, humor, emoção, buscavam vida com as cores e
declaravam-se anjos condutores da humanidade. mantiam o equilíbrio combinatório de linhas e formas curvas
Foi na época das guerras que os expressionistas explodem com linhas e formas oblíquas, dava-se alegria e fantasia.
seus sentimentos, em borrões, os surrealistas dão vida ao Nos móveis aparecem com desenhos fantasiosos e
sonho com humor ou terror, na poesia quebram a sintaxe, revestimentos em cores berrantes, o ecletismo rompe a
usam imagens irracionais, soltam as palavras em liberdade. E fronteira entre o bom e o mau gosto.
os enredos realistas, na música, injetam harmonias A Pop Art foi a primeira expressão pós-moderna nas artes
dissonantes onde na primeira audição são desagradáveis. plásticas, objetos e imagens tiradas do consumo popular
A arte modernista se resume como uma arte irracional, entravam em cena.
emotiva, humanista. No Brasil a Pop arte estará ligada na transformação da
Na arquitetura a escola Bauhaus, fará triunfar a paisagem urbana e social do país após o golpe militar.
racionalidade funcional contra o ornamento clássico, O hiper-realismo ou fotorrealismo é uma forma de arte Pop
projetando com ferro, concreto, vidro, e ângulos retos, as e pós-moderna, pois copiam minuciosamente em tinta acrílica,
megalópoles atuais. fotografias de automóveis, paisagens, fachadas, …Que depois
Com o passar do tempo a impulsividade modernista havia são apresentados em tamanho natural ou monumental.
perdido o seu impolamento inicial, a sociedade industrial A foto-realista no Brasil teve um abandono, na escultura,
incorpora no design, na moda, nas artes gráficas não só a as peças hiper vêm cobertas com matérias reais como, roupas,
estética como o culto do novo pregado pelas vanguardas, era óculos, celofane, etc., e não representados com tintas acrílicas.
usada em objetos, literatura, decoração; a assimetria e A antiarte pós-moderna inventou o minimalismo, onde a
desenhos abstratos. teoria dizia: vamos tirar os traços estéticos do objeto artístico
Foi com o descaso da sociedade de massa que surgiu a arte e reduzi-lo a estruturas primarias, apenas aquele mínimo que,
Pop, que foi contra o subjetivismo e o hermetismo, surgindo de longe, lembra arte.
assim a primeira bomba pós-moderna. A Pop e o minimalismo desdefinem, desestetizam a arte,
Convertida em antiarte, ela abandona museus, galerias, e mas mantém seu objeto; a arte conceitual dá um passo a mais
teatros e é lançada nas ruas com outra linguagem, assimilável em direção ao vazio pós-moderno, desmaterializa a arte ao dar
pela massa, onde é passada a dar valor a arte “banal” cotidiana, sumiço em seu objeto. Grandes ou pequenas, boas ou más,
como os gibis, rótulos, sabonetes, fotos, anúncios, … pinturas e esculturas são supérfluas. Só interessa a ideia, a
Na pintura e na escultura Pop, houve a fusão da arte com a criação mental do artista registrada num esboço, esquema ou
vida, onde não queriam representar o realismo, e nem frase.
interpretar, mas mostrar os verdadeiros objetivos. “Se a arte é linguagem, ela pode ser reduzida a frases
A antiarte é a desestetização e a desdefinição da arte, ela simples e diretas que valham por um objeto”.
abandona a beleza, a forma, o valor ao supremo e eterno e “Um trabalho artístico deve ser compreendido como um fio
ataca a própria definição, utilizando matérias do cotidiano e condutor da mente do artista para a mente do espectador”.
abandonando os convencionais. A antiarte pós-moderna se desestetiza porque a vida se
O artista Pop dilui a arte na vida porque a vida já está acha estetizada pelo design, a decoração. Os ambientes atuais
saturada de modelos estéticos massificados. já são arte e assim pintura e escultura podem se fundir com a
A antiarte é uma ponte entre a arte culta e a arte de massa, arquitetura, a paisagem urbana, tornando-se fragmentos do
pela singularização do banal, ou pela banalização do singular. real dentro do real.
Ela também revive o dadaísmo, pois o importante era o O acontecimento é a intervenção preparada ou de surpresa
gesto, o processo inventivo e não a obra. do artista no cotidiano, não através da a obra, mas fazendo da
A antiarte é participativa, o público reagindo pelo intervenção uma obra. É o Máximo de fusão arte/vida como
envolvimento sensorial, corporal, pois ela se apoia nos objetos, querem os pós-modernos, pois utiliza a rua, a galeria, pessoas
na matéria, no momento, no riso e não somente no homem, ela e objetos que estão na própria realidade para desencadear um
´e pouco crítica, não aponta valores. acontecimento criativo. É uma a provação com o público, mas
Na literatura, o pós-modernismo prolonga a liberdade de amplia sua percepção do mundo onde vive.
experimentação e invenção modernista, mas com algumas Houve outras manifestações artísticas, o op-art, arte
diferenças do modernismo, pois eles queriam a destruição da cinética, arte pobre, arte da terra, mas os movimentos vieram
forma romance e querem a o pastiche, a parodia, o uso de com o essencial do pós-modernismo; comunicação direta,
fusão com estética de massa, matérias não artísticos,

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objetividade, anti-intelectualismo, anti-humanismo, A massa fria com narciso no trono


superficialidade, efemeridade. Nos anos 80 o pós-modernismo chegou aos jornais e
Mas com o cansaço de tanta experimentação o pós- revistas, caiu, na boca da massa.
modernismo enfrentou cara a cara sua verdade, onde a Esta massa, consumista, narcisista, hedonista, com estilos
invenção parecia estar esgotada. de vida cheio de modismo, ideias, gostos e atitudes, sempre
A solução foi voltar ao passado pela paródia, o pastiche, e voltado para a extravagância e o humor.
o neo-expressionismo, ou então se atolar no presente. O pós-modernismo se preocupava muito com o presente,
Na literatura, o noveau roman vem tentando matar o onde muitas vezes ocorreram problemas porque, como ele
romance. Para isso ele se recusa o realismo, recusa o enredo seduzia a massa, o indivíduo era “obrigado” a consumir,
com começo, meio e fim, o herói metido em aventuras, o movido pelo domínio da sedução que o envolvia.
retrato psicológico e social a mensagem política ou moral. Eram grandes as quantidades de informações que o pós-
Contra o modernismo, ele quer valorizar os objetos, que são modernismo trazia, sendo que na maioria das vezes inúteis,
analisados pelo olhar como câmara cinematográfica, pois os indivíduos foram se tornando passivos, dependentes
embaralha a ordem espacial e temporal dos acontecimentos, da tecnologia e da mídia, os tornando inseguros e limitados em
pretendem dizer que a realidade atual é impenetrável e seus desejos, porque a mídia, a propaganda, a moda
desordenada. determinava seus limites.
Na literatura como nas demais artes, o pós-modernismo é Os valores eram muitos, as variedades eram diversas, para
um monte de estilos convivendo sem brigas no mesmo saco. todos os gostos e vontades, e a ideia do pós-modernismo era
No Brasil a literatura apresenta apenas traços superficiais. realmente criar um mundo sem limites, e voltado para o prazer
Na música, dança, teatro e no cinema, há quebras do do consumo.
formalismo surgem letras de músicas descontraídas, Para ele só o presente é importante, pois os valores são o
bailarinas gorduchas, altos efeitos especiais que nostalgia que está acontecendo e não o que foi, ou melhor, o que já se
onde sempre reina o ecletismo e o minimalismo. passou.
O pós-modernismo produz uma desordem fértil, sem Não há diferenciação entre religião, política, ideologias,
preconceitos, sem hierarquias onde não há regras absolutas e família, etc., o pós-modernista crê na realização pessoal, o neo-
que rompe as barreiras entre os gêneros. individualismo.
O indivíduo se torna narcisista e é atingido pela
Adeus às ilusões dessusbstancialização, falta de identidade, onde tudo é
O pós-modernismo desembarcou na filosofia de uma descartado, o que prevalece é o modismo e as vontades de cada
mensagem demolidora, mas os filósofos ocidentais disseram um.
as coisas num determinado modo: “Desconstruir o discurso
não é destruí-lo, nem mostrar como foi construído, mas por a Demônio terminal e anjo anunciador.
nu o não dito por trás do que foi falado. Com os pensadores Foram tantas as mudanças nas ciências, tecnologia, nas
pós-modernos, a filosofia e a própria cultura ocidental caíram artes, no pensamento, no social, que o pós-modernismo se
sob um fogo cerrado”. instalou de uma grande forma que foi formado uma teia no
Alguns filósofos pós-modernos não querem restaurar os cotidiano da massa.
valores antigos, mas desejam revelar sua falsidade e sua Ele teve um “des”, um princípio esvaziador, como por
responsabilidade nos problemas atuais, para isso eles lutam exemplo:
em duas frentes: Des – refencialização do real.
1- Desconstrução dos princípios e concepções do Des – materialização da economia.
pensamento ocidental, promovendo a crítica da tecnociência e Des – estetização da arte.
seu casamento com o poder, o sistema. Des – construção da filosofia.
2- Desenvolvimento e valorização de temas antes Des – politização da sociedade.
considerados menores ou marginais em filosofia, elementos Des – substancialização do sujeito.
que abrem novas perspectivas para a liberação individual e
aceleram a decadência dos valores ocidentais. E outros, …
Nietzsche entrou em moda, ele entrou fundo no niilismo, E com qual resultado?
onde ele agride a razão, o estado, a ciência, a organização social Dará o zero da representação, não se pode representar o
moderna por domesticarem o homem; suas críticas fim da representação!
desconstrutivas vão ser desmascaradas, o fim, unidade, e a O pós-modernista vive a irrealidade, niilismo, onde o
verdade, para ele a própria criação de valores supremos mundo para ele se resume em: consumo, informação, moda,
significou o niilismo, ela acha que o niilismo será a fonte para individualismo, sem uma identidade definida, e nem definitiva.
uma transvaloração de todos os valores.
Para superar o niilismo, a transvaloração de todos os Finalizando
valores perseguida por Nietzsche ergueria uma cultura O pós-modernismo é tudo o que se refere ao novo foi
voltada para o prazer na alegria, o corpo integrado a quando ocorreu a total mudança, ou melhor, uma mudança
imaginação poética, a arte, em suma. geral, em quase todos os aspectos, desde, nas artes até nas
Eclético por natureza o pensamento pós-moderno cruzou ciências.
várias posições o filosofo Gilles Deleuze e o psicanalista Félix Ele é individualista, liberto de crenças, medos,
Guattari bagunçaram as ideias contemporâneas com um preconceitos, pelo contrário, foi uma fase de se colocar ideias
petardo chamado O antiédipo. A sociedade e individuo eram e pensamentos livres de objeções.
uma coisa só, máquinas desejantes, onde a ideia de que a Com isso o pós-modernismo invadiu o mundo dos
máquina desejante era a filha do cruzamento da sociedade indivíduos, através da mídia, da tecnologia, da eletrônica,
capitalista com o inconsciente individual. enfim das informações em massa, levando e seduzindo o
Outros filósofos achavam o niilismo um barato, pois libera indivíduo ao um consumo frenético.
o indivíduo das velharias e alimenta seu desejo de Ele encarna vários estilos de vida e de filosofia, mas com a
personalização e responsabilidade por si mesmo, num mundo total ausência de valores, mas por outro lado o pós-
sem Deus nem o Diabo. modernismo tem a participação do público, é de fácil
compreensão e vivencia o real, o presente, o aqui e o agora.

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O pós-modernismo é indefinível, mais é sensível, liberto, e Alguns Autores desse período na literatura
ao mesmo tempo integrado, e aceito pela massa, devido a sua João Cabral de Melo Neto; Adélia Prado; Mario Quintana;
“simplicidade” e facilidade de expor o seu significado. Ferreira Gular; José Paulo Paes; Manoel de Barros; Antônio
Callado; Josué Montello; José Candido de Carvalho; João
Contexto histórico, autores e obras do Pós-Modernismo Ubaldo Ribeiro; Ana Miranda; Rubem Fonseca; Fernando
e Produções Contemporâneas Sabino; Luis Fernando Veríssimo; Rachel de Queiroz; Carlos
O Pós-Modernismo44 caracteriza-se pela diversidade de Heitor Cony; entre outros.
obras, na medida que o Brasil e o mundo experimentam
inúmeras mudanças, especialmente com o fim da Segunda Questões
Guerra Mundial. Depois do fim do conflito entre Eixo e Aliados,
o mundo passou a viver com a ameaça da Guerra Fria. No 01. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Brasil, esse período foi marcado por uma forte instabilidade
política, a democracia pós-getulista foi interrompida por um Dos vícios já desligados
golpe civil-militar que a historiografia convencionou nos pajés não crendo mais,
denominar como golpe militar. Assim, a partir de 1964, as nem suas danças rituais,
liberdades individuais foram suprimidas, assim como as nem seus mágicos cuidados.
eleições diretas. Depois de vinte e um anos, o país deixou de (ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e
ser administrado por militares e a democracia dava sinais de adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
seu retorno. Mas foi apenas em 1989 que ocorreram as
primeiras eleições diretas para presidente da República e o Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe
Brasil passou a viver a chamada "Nova República" ainda em acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão:
plena transformação e com suas desigualdades sociais e (A) Os meninos índios representam o processo de
regionais sob o contexto do mundo globalizado. aculturação em sua concretude mais visível, como produto
O Pós-Modernismo na literatura brasileira consiste num final de todo um empreendimento do qual participaram com
período em que os autores apresentam um amadurecimento, igual empenho a Coroa
tanto na poesia quanto na prosa. Portuguesa e a Companhia de Jesus.
(B) A presença dos meninos índios representa uma síntese
Na prosa destacam-se: perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de
literatura informativa.
João Guimarães Rosa - autor considerado um bruxo das (C) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua
palavras por apresentar uma linguagem repleta de arcaísmos, própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias
neologismo, enfim as mais variadas expressões. praticadas pelos pajés.
Clarice Lispector - continuou com o intimismo de Cecília (D) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja
Meireles. O principal eixo de sua obra é o questionamento do construção como personagens atende a todos os requintes da
ser, a pesquisa do ser humano, resultando num romance mais dramaturgia renascentista.
introspectivo. (E) Os meninos índios representam a revolta dos nativos
Dalton Trevisan - retrata a sociedade brasileira por meio contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem
da ironia e do sarcasmo. libertar-se tão logo seja possível.

Na poesia destaca-se: 02. A importância das obras realizadas pelos cronistas


portugueses do século XVI e XVII é:
João Cabral de Melo Neto - caracteriza-se pela (A) determinada exclusivamente pelo seu caráter literário;
objetividade na constatação da realidade. Constrói uma poesia (B) sobretudo documental;
calculada, utiliza-se de uma linguagem enxuta e concisa. (C) caracterizar a influência dos autores renascentistas
europeus;
Vanguardas poéticas (D) a deterem sido escritas no Brasil e para brasileiros;
(E) n.d.a.
No cenário nacional dos anos 50, surgiram as vanguardas
poéticas chamadas de: poesia concreta; 03. Anchieta só não escreveu:
poema-processo; poesia-práxis; poesia social. (A) um dicionário ou gramática da língua tupi;
(B) sonetos clássicos, à maneira de Camões, seu
Alguns dos poetas que compõe esse quadro são: contemporâneo;
Haroldo de Campos; Augusto de Campos; Décio Pignatari, (C) poesias em latim, portugueses, espanhol e tupi;
Wladimir Dias Pino, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de (D) autos religiosos, à maneira do teatro medieval;
Andrade, Ferreira Gullar, Ronaldo de Azeredo, Reynaldo (E) cartas, sermões, fragmentos históricos e informações.
Jardim, José Lino Grunewald, José Paulo Paes, Pedro Xisto,
Edgard Braga, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Adélia 04. (Unifesp-SP) Sobre Manuel Bandeira, é correto afirmar
Prado, Mário Quintana, José Paulo Paes, Murilo Mendes. que
(A) a insistência em temas relacionados ao sonho e à
Produções contemporâneas fantasia aponta para uma concepção de vida fugidia e
Pode-se considerar como produção contemporânea as distanciada da realidade. Dessa forma, entende-se o poeta na
obras e movimentos surgidos nas últimas décadas. Esse transição entre o Realismo e Modernismo.
período de acentuado desenvolvimento tecnológico, industrial (B) sua obra é muito pouco alinhada ao Modernismo, pois
e cultural, refletiu numa ampla produção na música, no sua expressão exclui por completo a linguagem popular,
cinema, no teatro, na literatura enfim, nas artes de um modo
priorizando a erudição e a contenção criadora.
geral.

44

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=
283

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(C) o desapego aos temas do cotidiano o aponta como um 07. (UC-MG) Graciliano Ramos é autor que, no
poeta que, embora inserido no Modernismo, está muito Modernismo, faz parte da:
distanciado das causas sociais e da busca de uma identidade (A) fase destruidora, que procura romper com o passado.
nacional, como fizeram seus contemporâneos. (B) segunda fase, em que se destaca a ficção regionalista.
(D) o movimento modernista teve com seu trabalho e com (C) fase irreverente, que busca motivos no primitivismo.
o de poetas como Oswald e Mário de Andrade a base de sua (D) geração de 45, que procura estabelecer uma ordem no
caos anterior.
criação. Bandeira recriou literariamente suas experiências
(E) década de 60, que transcendentaliza o regionalismo.
pessoais, com temas como o amor, a morte e a solidão, aos
quais conferiu um valor mais universal. Gabarito
(E) o poeta trata de temas bastante recorrentes ao
Romantismo, como a saudade, a infância e a solidão. Além 01.A / 02.B / 03.B / 04.D / 05.A / 06.B / 07.B
disso, expressa-se como os românticos, já que tem uma visão
idealizada do mundo. Daí seu distanciamento dos demais
modernistas da primeira fase. 9) Redação Gênero textual;
05. Enem textualidade e estilo (funções
da linguagem; coesão e
coerência textual; tipos de
discurso; intertextualidade;
denotação e conotação;
figuras de linguagem;
mecanismos de coesão; a
ambiguidade; a não-
contradição; paralelismos
sintáticos e semânticos;
continuidade e progressão
textual); texto e contexto; o
texto narrativo: o enredo, o
tempo e o espaço; a técnica da
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 27 set. descrição; o narrador; o texto
2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012.
argumentativo; o tema; a
O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a impessoalidade; a carta
brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da argumentativa; a crônica
identidade nacional, as anotações em torno dos versos
constituem argumentativa; a
(A) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de argumentação e a persuasão;
dados histórico-culturais. o texto
(B) forma clássica da construção poética brasileira.
(C) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol. dissertativoargumentativo; a
(D) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de consistência dos argumentos;
leitura poética. a contraargumentação; o
(E) lembretes de palavras tipicamente brasileiras
substitutivas das originais. parágrafo; a informatividade e
o senso comum; formas de
06. Assinale a alternativa em que se encontram desenvolvimento do texto
preocupações estéticas da Primeira Geração Modernista:
(A) Principal corrente de vanguarda da Literatura dissertativo-argumentativo; a
Brasileira, rompeu com a estrutura discursiva do verso introdução; e a conclusão.
tradicional, valendo-se de materiais gráficos e visuais que
transformaram a estrutura do poema.
(B) Busca pelo sentido da existência humana, confronto
GÊNEROS TEXTUAIS
entre o homem e a realidade, reflexão filosófico-
existencialista, espiritualismo, preocupação social e política,
Os gêneros textuais são classificados conforme as
metalinguagem e sensualismo.
características comuns que os textos apresentam em relação à
(C) Os escritores de maior destaque da primeira fase do
Modernismo defendiam a reconstrução da cultura brasileira linguagem e ao conteúdo.
sobre bases nacionais, revisão crítica de nosso passado Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma
histórico e de nossas tradições culturais, eliminação do interação entre os interlocutores (emissor e receptor) de
determinado discurso.
complexo de colonizados e uso de uma linguagem própria da
São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade,
cultura brasileira.
receita de bolo, menu do restaurante, bilhete ou lista de
(D) Amadurecimento da prosa, sobretudo do romance,
supermercado.
enfoque mais direto dos fatos, influência da estética Realista-
É importante considerar seu contexto, função e finalidade,
Naturalista do século XIX e caráter documental, como no
pois o gênero textual pode conter mais de um tipo textual. Isso,
livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a
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lista de ingredientes necessários (texto descritivo) e o modo • Carta de opinião


de preparo (texto injuntivo).45 • Resenha
• Artigo
Distinguindo • Ensaio
• Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é Texto Expositivo
referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma Os textos expositivos possuem a função de expor
possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma determinada ideia, por meio de recursos como: definição,
breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: conceituação, informação, descrição e comparação.
Gênero Literário - é classificado de acordo com a sua
forma, podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos:
narrativo e etc. • Seminários
Tipo Textual - este é a forma como o texto se apresenta, • Palestras
podendo ser classificado como narrativo, argumentativo, • Conferências
dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma • Entrevistas
dessas classificações varia de acordo como o texto se • Trabalhos acadêmicos
apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito. • Enciclopédia
• Verbetes de dicionários
Tipos de Gêneros Textuais
Texto Injuntivo
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional,
existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias é aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor
tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor
estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: (receptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos
narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e no imperativo.
injuntivo.
Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:
Texto Narrativo • Propaganda
Os textos narrativos apresentam ações de personagens no • Receita culinária
tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: • Bula de remédio
apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. • Manual de instruções
• Regulamento
Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos: • Textos prescritivos
• Romance
• Novela Outros Exemplos
• Crônica
• Contos de Fada Carta
• Fábula Esta, dependendo do destinatário pode ser informal,
• Lendas quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem
intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou
Texto Descritivo que não se tenha intimidade.
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa estilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou
forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do saudação, o corpo da carta e para finalizar a despedida.
locutor (emissor).
Propaganda
São exemplos de gêneros textuais descritivos: Este gênero geralmente aparece na forma oral, diferente
• Diário da maioria dos outros gêneros. Suas principais características
• Relatos (viagens, históricos, etc.) são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da
• Biografia e autobiografia propaganda é fazer com que o destinatário se interesse pelo
• Notícia produto da propaganda. O texto pode conter algum tipo de
• Currículo descrição e sempre é claro e objetivo.
• Lista de compras
• Cardápio Notícia
• Anúncios de classificados Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar.
Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto
Texto Dissertativo-Argumentativo é informar algo que aconteceu.
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos
um tema ou assunto por meio de argumentações. São existentes e tem como intenção nos informar acerca de
marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo determinada ocorrência. Bastante recorrente nos meios de
que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida comunicação em geral, seja na televisão, em sites pela internet
em três partes: tese (apresentação), antítese ou impresso em jornais ou revistas.
(desenvolvimento), nova tese (conclusão). Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples,
clara, objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que
Exemplos de gêneros textuais dissertativos: interessam ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e
• Editorial Jornalístico objetiva, uma vez que se trata de uma informação.

45 https://www.todamateria.com.br/generos-textuais/

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Editorial Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e


O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente há o predomínio da função emotiva da linguagem.
aparece no início das colunas. Diferente dos outros textos que
compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são Elegia
textos opinativos. Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor
apresentar certa objetividade. Isso porque são os editoriais expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte.
que apresentam os assuntos que serão abordados em cada É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e
seção do jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, Yufa, de William Shakespeare.
Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que Epitalâmia
expressam as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites
assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de
meio de comunicação (revista, jornal, rádio, etc.). epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os
editoriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Ode (ou hino)
Editor”. É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à
Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada,
apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com
quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da acompanhamento musical.
linguagem que, mesmo em se tratando de impressões
pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que Idílio (ou écloga)
prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular, ocupa lugar de Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem
destaque. à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o
poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de
Reportagem tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão.
nos meios de comunicação de massa. A reportagem informa, A écloga é um idílio com diálogos (muito rara).
de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela
situa-se no questionamento de causa e efeito, na interpretação Sátira
e no impacto, somando as diferentes versões de um mesmo É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém
acontecimento. ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo,
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas pode abordar críticas sociais, a costumes de determinada
geralmente costuma estabelecer conexões com o fato central, época, assuntos políticos, ou pessoas de relevância social.
anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-
se a narrativa do fato principal, ampliada e composta por meio Acalanto
de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados Canção de ninar.
estatísticos, pequenos resumos, dentre outros recursos. É
sempre iniciada por um título, como todo texto jornalístico. Acróstico
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso
versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e formam uma palavra ou frase. Ex.:
contribuindo para formar sua opinião.
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, Amigos são
dinâmica e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos Muitas vezes os
meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma Irmãos que escolhemos.
linguagem acessível a todos os públicos, mas pode variar de Zelosos, eles nos
formal para mais informal dependendo do público a que se Ajudam e
destina. Embora seja impessoal, às vezes é possível perceber a Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira
opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação.46 e
Eterna
Gêneros Textuais e Gêneros Literários https://www.todamateria.com.br/acrostico/

Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se Balada


referem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são
literários se referem apenas aos textos literários. cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão
Os gêneros literários são divisões feitas segundo vocal que se destinam à dança.
características formais comuns em obras literárias,
agrupando-as conforme critérios estruturais, contextuais e Canção (ou Cantiga, Trova)
semânticos, entre outros. Poema oral com acompanhamento musical.
- Gênero lírico;
- Gênero épico ou narrativo; Gazal (ou Gazel)
- Gênero dramático. Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente
médio.
Gênero Lírico
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no Soneto
poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois
suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. quartetos e dois tercetos.

46 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e

interação. São Paulo, Atual Editora, 2000

Português 119
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APOSTILAS OPÇÃO

Vilancete Questões
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de
escárnio e de maldizer); satíricas, portanto. 01. (Pref. Teresina/PI - Professor de Língua
Portuguesa - NUCEPE/2016) Ainda sobre gênero, é correto
Gênero Épico ou Narrativo afirmar que uma característica predominante nos gêneros
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários textuais é a:
reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com (A) forma linguística.
o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado (B) clareza das ideias.
apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao (C) função sociocomunicativa.
surgimento de concepções de prosa com características (D) assunto temático.
diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. (E) correção gramatical.

Épico (ou Epopeia) 02. (MPE/GO - Secretário Auxiliar - 2018)


Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias
de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, A Outra Noite
viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um
tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite
feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para
e Odisseia, de Homero. casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar
Ensaio lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade
É um texto literário breve, situado entre o poético e o eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas,
didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e uma paisagem irreal.
filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer
flexível que o tratado. aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua
subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e
em formalidades como documentos ou provas empíricas ou torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.
dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a – Mas, que coisa...
tolerância, de John Locke. Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu
fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente.
Gênero Dramático Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. – Ora, sim senhor...
Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa
Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão
assumem os papéis das personagens nas cenas. veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(Rubem Braga, Ai, Copacabana, disponível em
http://biscoitocafeenovela.blogspot.com.br/2014/09/sessao-leitura-outra-noite-
Tragédia rubembraga.html. Acesso em 14/01/2018)
É a representação de um fato trágico, suscetível de
provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a Quanto ao gênero, o texto sob análise apresenta
tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma características de:
extensão e completa, em linguagem figurada, com atores (A) Uma crônica.
agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex.: Romeu e (B) Uma fábula.
Julieta, de Shakespeare. (C) Um artigo.
(D) Um ensaio.
Farsa (E) Nenhuma das alternativas.
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego
de processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, 03. (SEE/PE - Professor - FGV/2016) Os diversos
a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em gêneros textuais destacam uma qualificação predominante
especial, o engano. para cada enunciador; em um texto informativo, por exemplo,
o enunciador tem como marca específica
Comédia (A) o interesse de convencimento.
É a representação de um fato inspirado na vida e no (B) o domínio de um conhecimento.
sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada (C) a necessidade de expressão de uma emoção.
às festas populares. (D) a condição de prever conhecimentos futuros.
(E) o objetivo de ensinar procedimentos.
Tragicomédia
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e 04 (IF/PA - Professor - Letras - IF/PA/2015) A inserção
cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o dos gêneros textuais no ensino vem mudando a dinâmica da
imaginário. educação em língua portuguesa no Brasil. É importante
trabalhar a língua em uso, através de textos e dos gêneros nos
Poesia de cordel quais eles se manifestam isso tem mobilizado professores e
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte educadores, que procuram adaptar‐ se a essas novas
apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da perspectivas. De acordo com os estudos sobre os gêneros
sociedade e da realidade vivida por este povo. textuais podemos afirmar que os exemplos de textos como,
receita culinária, tutorial, manual de instruções, guia
rodoviário tem em comum por possuírem um caráter:
(A) injuntivo.
(B) prescritivo.

Português 120
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APOSTILAS OPÇÃO

(C) descritivo. - logo após (tempo)


(D) expositivo. - ocasionalmente (tempo)
(E) dissertativo. - posteriormente (tempo)
- atualmente (tempo)
05. (FGV - Professor de Ensino Fundamental II e Médio - enquanto isso (tempo)
- SME/SP/2016) Os diversos textos a serem interpretados em - imediatamente (tempo)
um livro didático devem ser distribuídos segundo o seguinte - não raro (tempo)
critério: - concomitantemente (tempo)
(A) textos literários e não literários. - igualmente (semelhança, conformidade)
(B) textos de épocas variadas. - segundo (semelhança, conformidade)
(C) textos de gêneros textuais variados. - conforme (semelhança, conformidade)
(D) textos de vários gêneros literários. - quer dizer (exemplificação, esclarecimento)
(E) textos de linguagem formal e informal. - rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento)

Gabarito Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso


cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui uma melhor
01.C / 02.A / 03.B / 04.A / 05.C qualidade de vida.

COESÃO - Coesão por referência: existem palavras que têm a


função de fazer referência, são elas:
Coesão47 é a conexão e a harmonia entre os elementos de - pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...
um texto, como descreve Marina Cabral. Percebemos tal - pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...
definição quando lemos um texto e verificamos que as - pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...
palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um - pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo...
dando continuidade ao outro. - pronomes relativos: que, o qual, onde...
- advérbios de lugar: aqui, aí, lá...
Os elementos de coesão determinam a transição de ideias
entre as frases e os parágrafos. Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal
resultado demonstra que ela se esforçou bastante para
Observe a coesão presente no texto a seguir: alcançar o objetivo que tanto almejava.

“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a - Coesão por substituição: substituição de um nome
política agrária do país, porque consideram injusta a atual (pessoa, objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do
distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o próximo, evitando a repetição no corpo do texto.
projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de
sem-terra.” Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital
(JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, 2007) gaúcha”;
Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos
As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do Escravos”;
texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do João Paulo II: Sua Santidade;
texto. Vênus: A Deusa da Beleza.
Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os
principais são: Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária.
Não é por acaso que o “Poeta dos Escravos” é considerado o
- Palavras de transição: são palavras responsáveis pela mais importante da geração a qual representou.
coesão do texto, estabelecem a interrelação entre os
enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados
conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais. agrupados em conjuntos.

Veja algumas palavras e expressões de transição e Questões


seus respectivos sentidos:
- inicialmente (começo, introdução) 01. Bem tratada, faz bem
- primeiramente (começo, introdução)
- antes de tudo (começo, introdução) O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória:
- desde já (começo, introdução) “O carro é o cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a
- além disso (continuação) reversão cultural que se deu no consumo do tabaco?
- do mesmo modo (continuação) Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente.
- acresce que (continuação) Este jornal, em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou
- ainda por cima (continuação) o privilégio que os governos dão ao uso do carro e o desprezo
- bem como (continuação) ao transporte coletivo. Surpreendentemente, houve
- outrossim (continuação) entrevistado que opinou favoravelmente, valorizando Los
- enfim (conclusão) Angeles – um caso típico de cidade rodoviária e dispersa.
- dessa forma (conclusão) Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta
- em suma (conclusão) geração com o futuro da humanidade e contra o aquecimento
- nesse sentido (conclusão) global – para o qual a emissão de CO2 do rodoviarismo é
- portanto (conclusão) agente básico. (A USP acaba de divulgar estudo advertindo que
- afinal (conclusão) a poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.)

47
http://brasilescola.uol.com.br/redacao/coesao.htm

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APOSTILAS OPÇÃO

O transporte também esteve no centro dos protestos de A comunidade internacional tem diante de si um desafio
junho de 2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a enorme, mas é ainda maior a necessidade de agir com rapidez.
moradia, o emprego, o lazer. Como se vê, não faltam razões Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo perdido conta
para o debate do tema. a favor da doença.
(Sérgio Magalhães, O Globo)
( http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512104-editorial-corrida-contra-o-
ebola.shtml, 2014)
“Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.”
Assinale a opção em que se indica, INCORRETAMENTE, o
Substituindo o termo destacado por uma oração
referente do termo em destaque.
desenvolvida, a forma correta e adequada seria:
(A) “quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual” (5º§) –
(A) para que se debatesse o tema;
organização
(B) para se debater o tema;
(B) “A agência passou a dar mais ênfase” (6º§) – OMS
(C) para que se debata o tema;
(C) “Pesa contra o órgão da ONU”(7º§) – OMS
(D) para debater-se o tema;
(D) “Seus esforços iniciais foram limitados” (7º§) –
(E) para que o tema fosse debatido.
gravidade da situação
(E) “A comunidade tem diante de si” (10º§) – comunidade
02. “A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a
internacional
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”.
A oração em forma desenvolvida que substitui correta e
4. Leia o texto para responder a questão.
adequadamente o gerúndio “advertindo” é:
As cotas raciais deram certo porque seus beneficiados são,
(A) com a advertência de;
sim, competentes. Merecem, sim, frequentar uma
(B) quando adverte;
universidade pública e de qualidade. No vestibular, que é o
(C) em que adverte;
princípio de tudo, os cotistas estão só um pouco atrás. Segundo
(D) no qual advertia;
dados do Sistema de Seleção Unificada, a nota de corte para os
(E) para advertir.
candidatos convencionais a vagas de medicina nas federais foi
de 787,56 pontos. Para os cotistas, foi de 761,67 pontos. A
03. Corrida contra o ebola
diferença entre eles, portanto, ficou próxima de 3%. IstoÉ
entrevistou educadores e todos disseram que essa distância é
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África
mais do que razoável. Na verdade, é quase nada. Se em uma
Ocidental despertou a atenção da comunidade internacional,
disciplina tão concorrida quanto medicina um coeficiente de
mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para
apenas 3% separa os privilegiados, que estudaram em colégios
refrear o avanço da doença tenham sido eficazes.
privados, dos negros e pobres, que frequentaram escolas
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000
públicas, então é justo supor que a diferença mínima pode,
contaminações registradas neste ano ocorreram nas últimas
perfeitamente, ser igualada ou superada no decorrer dos
três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da
cursos. Depende só da disposição do aluno. Na Universidade
enfermidade. A escalada levou o diretor do CDC (Centro de
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das mais conceituadas
Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a
do País, os resultados do último vestibular surpreenderam. “A
afirmar que a epidemia está fora de controle.
maior diferença entre as notas de ingresso de cotistas e não
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De
cotistas foi observada no curso de economia”, diz Ângela
um lado, as condições sanitárias e econômicas dos países
Rocha, pró-reitora da UFRJ. “Mesmo assim, essa distância foi
afetados são as piores possíveis. De outro, a Organização
de 11%, o que, estatisticamente, não é significativo”.
Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um (www.istoe.com.br)
contingente expressivo de profissionais para atuar nessas
localidades afetadas. Para responder a questão, considere a passagem – A
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se diferença entre eles, portanto, ficou próxima de 3%.
explica por problemas financeiros. Só 20% dos recursos da O pronome eles tem como referente:
entidade vêm de contribuições compulsórias dos países- (A) candidatos convencionais e cotistas.
membros – o restante é formado por doações voluntárias. (B) beneficiados.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa (C) dados do Sistema de Seleção Unificada.
área, e a organização perdeu quase US$ 1 bilhão de seu (D) dados do Sistema de Seleção Unificada e pontos.
orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para (E) pontos.
comparação, o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013,
com cerca de US$ 6 bilhões. 05. Leia os quadrinhos para responder a questão.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A
agência passou a dar mais ênfase à luta contra enfermidades
globais crônicas, como doenças coronárias e diabetes. O
departamento de respostas a epidemias e pandemias foi
dissolvido e integrado a outros. Muitos profissionais
experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para
reconhecer a gravidade da situação. Seus esforços iniciais
foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais
possível enfrentá-lo de Genebra, cidade suíça sede da OMS. Um enunciado possível em substituição à fala do terceiro
Tornou-se crucial estabelecer um comando central na África quadrinho, em conformidade com a norma- padrão da língua
Ocidental, com representantes dos países afetados. portuguesa, é:
Espera-se também maior comprometimento das potências (A) Se você ir pelos caminhos da verdade, leve um
mundiais, sobretudo Estados Unidos, Inglaterra e França, que capacete.
possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa e Guiné, (B) Caso você vá pelos caminhos da verdade, lembra-se de
respectivamente. levar um capacete.

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(C) Se você se mantiver nos caminhos da verdade, leve um eliminamos estruturas ambíguas, bem como o uso inadequado
capacete. dos conectivos.
(D) Caso você se mantém nos caminhos da verdade, lembre
de levar um capacete. Coerência semântica: para que a coerência semântica
(E) Ainda que você se mantêm nos caminhos da verdade, esteja presente em um texto, é preciso, antes de tudo, que o
leva um capacete. texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está
relacionada com as relações de sentido entre as estruturas.
Respostas Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma
01.C / 02.C / 03.D / 04.A / 05.C leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e
inferência.
COERÊNCIA
Coerência temática: todos os enunciados de um texto
A coerência textual48 não está na superfície do texto: a precisam ser coerentes e relevantes para o tema, com exceção
construção de sentidos será feita de acordo com o das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser
conhecimento prévio de cada leitor evitados, impedindo assim o comprometimento da coerência
Quando você se propõe a escrever um texto, certamente se temática.
lembra de quem vai ler, não é verdade? Provavelmente, você
também se lembra de que alguns cuidados devem ser tomados Coerência pragmática: refere-se ao texto visto como uma
para que o leitor compreenda o texto. Nessa tentativa de fazer- sequência de atos de fala. Os textos, orais ou escritos, são
se compreendido, você estabelece alguns padrões mentais que exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às
diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido, condições para a sua realização. Se o locutor ordena algo a
certo? alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um
Pois bem, intuitivamente, você está seguindo um princípio pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém,
básico para uma boa redação, chamado de coerência textual. esperamos receber como resposta uma afirmação ou uma
Você pode até não conhecer a exata definição desse elemento negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo
da linguística textual, mas possivelmente evita construções que foi indagado. Quando essas condições são ignoradas,
ininteligíveis em sua redação e recorre aos seus temos como resultado a incoerência pragmática.
conhecimentos sociocognitivos. A coerência é uma
conformidade entre fatos ou ideias, próprio daquilo que tem Coerência estilística: diz respeito ao emprego de uma
nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo de variedade de língua adequada, que deve ser mantida do início
construção de sentidos do texto e à articulação das ideias. Por ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A
serem os sentidos elementos subjetivos, podemos dizer que a incoerência estilística não provoca prejuízos para a
coerência não pode ser delimitada, pois o leitor é o interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros
responsável pela constituição dos significados do texto. - como o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem
formal - deve ser evitada, principalmente nos textos não
Três princípios básicos são necessários para literários.
compreendermos melhor o que é coerência textual:
1) Princípio da Não Contradição: um texto deve Coerência genérica: refere-se à escolha adequada do
apresentar situações ou ideias lógicas que em momento algum gênero textual, que deve estar de acordo com o conteúdo do
se contradigam; enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social
2) Princípio da Não Tautologia: a tautologia nada mais é exige que ele tenha como objetivo ofertar algum serviço, bem
do que um vício de linguagem que repete ideias com palavras como vender ou comprar algum produto, e que sua linguagem
diferentes ao longo do texto, o que compromete a transmissão seja concisa e objetiva, pois essas são as características
da informação; essenciais do gênero. Uma ruptura com esse padrão,
3) Princípio da Relevância: um texto com informações entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos
fragmentadas torna as ideias incoerentes, ainda que cada encontrar um determinado gênero assumindo a forma de
fragmento apresente certa coerência individual. Se as ideias outro.
não dialogam entre si, então elas são irrelevantes. É importante ressaltar que em alguns tipos de texto,
especialmente nos textos literários, uma ruptura com os tipos
É importante ressaltarmos que o uso adequado dos de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos
conectivos também colabora na construção de um texto demais textos, a coerência contribui para a construção de
coerente: a coesão textual é um importante mecanismo de enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na
estruturação do texto, presente em dois movimentos compreensão do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência
essenciais: retrospecção e prospecção. Lembre-se de que a depende de outros aspectos, como o conhecimento linguístico
coerência é um princípio de interpretabilidade, portanto, cabe de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a
a você depreender os sentidos do texto. informatividade, a intertextualidade e a intencionalidade.

Tipos de Coerência Sendo assim não se esqueça que coerência49 é a relação


semântica que se estabelece entre as diversas partes do texto,
São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao entendimento,
temática, pragmática, estilística e genérica. Conhecê-los à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.
contribui para a escrita de uma boa redação. Enquanto a coesão está para os elementos conectores de ideias
no texto, a coerência está para a harmonia interna do texto e
Coerência sintática: está relacionada com a estrutura sentido.
linguística, como termo de ordem dos elementos, seleção
lexical etc., e também à coesão. Quando empregada,

48http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/coerencia-textual.htm 49 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier. 2011.


http://portugues.uol.com.br/redacao/tipos-coerencia.html

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Questões enquanto a gente dorme


Por que os dentes caem
01. Sobre a coerência textual, é incorreto afirmar: Por onde os filhos saem
(A) A coerência é uma conformidade entre fatos ou ideias, Por que os dedos murcham
própria daquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos quando estou no banho
associá-la ao processo de construção de sentidos do texto e à Por que as ruas enchem
articulação das ideias. quando está chovendo
(B) Por serem os sentidos elementos subjetivos, podemos Quanto é mil trilhões
dizer que a coerência não pode ser delimitada, pois o leitor é o vezes infinito
responsável pela constituição dos significados do texto. Quem é Jesus Cristo
(C) A coerência é imaterial e não está na superfície textual. Onde estão meus primos
Compreender aquilo que está escrito dependerá dos níveis de Well, well, well
interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um Gabriel (...)”.
mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações.
(D) A não contradição, a não tautologia e o princípio da (Paula Toller/Dunga. CD Partimpim, de Adriana Calcanhoto, São Paulo,
2004)
relevância são elementos básicos que garantem a coerência
Julgue as seguintes proposições:
textual.
I. Pode-se dizer que se trata de um conjunto de frases
(E) A coerência textual dispensa o uso adequado dos
interrogativas sem ligação entre si, configurando então um
conectivos, elementos que apenas colaboram para a
texto desprovido de coerência.
estruturação do texto sem apresentar relação direta com a
II. Embora o texto apresente uma série de interrogações
semântica textual.
aparentemente sem ligação entre si, existem nele elementos
linguísticos que nos permitem construir a coerência textual.
02. Observe a tirinha Calvin e Haroldo, de Bill
III. A letra da canção é constituída por uma “lista” das
Watterson, e responda à questão:
perguntas que um filho faz para a mãe, e a sequenciação de
perguntas aparentemente desconexas, na verdade, explicita o
grande número de questionamentos que povoam o imaginário
infantil.
IV. A ausência de elementos sintáticos, como conectivos,
prejudica a construção de sentidos do texto.

(A) Todas estão corretas.


(B) Apenas II e III estão corretas.
(C) Apenas I e IV estão corretas.
(D) Apenas I e III estão corretas.
Para cada situação interativa existe uma variedade de (E) I, III e IV estão corretas.
língua adequada. O falante pode optar pela variedade padrão
ou pela variedade não padrão. Gabarito
01.E / 02.C / 03.D / 04.B
Sobre o nível de linguagem adotado por Calvin, podemos
afirmar que se trata, em relação aos tipos de coerência, de uma INTERTEXTUALIDADE
(A) incoerência pragmática.
(B) incoerência genérica. 50Diálogo entre dois ou mais textos, que não precisam ser
(C) incoerência estilística. necessariamente de um mesmo gênero, a intertextualidade é
(D) incoerência temática. um fenômeno que pode manifestar-se de diferentes maneiras.
(E) incoerência semântica. Essa ocorrência pode ser implícita ou explícita, feita por
meio de paródia ou por meio da paráfrase. O que esses
03. Observe o discurso de Calvin e responda à questão: variados tipos têm em comum? Todos eles resgatam
referências nos chamados textos-fonte, que são aqueles textos
A identificação de elementos textuais como as figuras de considerados fundamentais em uma cultura.
linguagem é essencial para a interpretação de textos. Para que você entenda melhor o conceito de
intertextualidade, basta analisar a estrutura da palavra: inter
A incoerência na fala de Calvin sobre a TV pode ser é um sufixo de origem latina e faz referência à noção de
explicada através da seguinte figura de linguagem: relação. Por isso, é correto afirmar que a intertextualidade
(A) Eufemismo. refere-se às relações entre os textos, assim como é correto
(B) Hipérbole. afirmar que todo texto, em maior ou menor grau, é um
(C) Paradoxo. intertexto, e isso acontece em virtude das relações dialógicas
(D) Ironia. firmadas. Veja só um exemplo:
(E) Personificação.
Bom conselho
04. Ouça um bom conselho
Oito Anos Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
“Por que você é Flamengo Espere sentado
E meu pai Botafogo Ou você se cansa
O que significa Está provado, quem espera nunca alcança
“Impávido colosso”?
Por que os ossos doem

50brasilescola.uol.com.br/redacao/intertextualidade-.htm
escolakids.uol.com.br/intertextualidade.htm

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APOSTILAS OPÇÃO

Venha, meu amigo Minha terra tem mais terra


Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo Ouro terra amor e rosas
Venha se queimar Eu quero tudo de lá
Faça como eu digo Não permita Deus que eu morra
Faça como eu faço Sem que volte para lá
Aja duas vezes antes de pensar
Não permita Deus que eu morra
Corro atrás do tempo Sem que volte pra São Paulo
Vim de não sei onde Sem que veja a Rua 15
Devagar é que não se vai longe E o progresso de São Paulo.
Eu semeio o vento (Oswald de Andrade)
Na minha cidade
51Gonçalves Dias é um dos principais representantes da
Vou pra rua e bebo a tempestade.
(Chico Buarque) primeira fase do Romantismo brasileiro. A partir dele, Oswald
de Andrade, integrou o movimento modernista, construiu uma
Ao ler a letra da música composta por Chico Buarque, você paródia, transportando o poema escrito no século XIX para a
notou algo familiar? Provavelmente sim! Isso aconteceu então realidade da segunda década do século XX, dando-lhe
porque o cantor e compositor apropriou-se de alguns ditados assim um ar de modernidade.
populares, mas em vez de citá-los, isto é, empregá-los como Como você pôde perceber, a intertextualidade pode
eles exatamente são, Chico optou por parodiá-los, invertendo acontecer com textos dos variados gêneros: pode surgir em
seus significados e atribuindo-lhes novos sentidos, o que uma letra de música, em um poema, nos textos em prosa e até
confere à música o efeito de humor. Esse tipo de estratégia mesmo nos textos publicitários. Só é capaz de reconhecê-la o
textual é muito comum na literatura brasileira, recorrente leitor habilidoso, aquele que já entrou em contato com
principalmente no gênero poema. Veja outro exemplo de diversos textos-fonte ao longo da vida.
intertextualidade: Isso significa que a interpretação de texto não depende
apenas do conhecimento do código (nossa língua portuguesa),
Canção do Exílio mas também das relações intertextuais que influenciam de
Minha terra tem palmeiras, maneira decisiva o processo de compreensão e de produção de
Onde canta o Sabiá; textos.
As aves, que aqui gorjeiam, Nas nossas conversas do dia a dia, muitas vezes fazemos
Não gorjeiam como lá. referência ao modo de dizer, aos gestos, às palavras ditas,
manifestados por uma determinada pessoa, seja aquele
Nosso céu tem mais estrelas, personagem da televisão, aquele amigo de quem gostamos
Nossas várzeas têm mais flores, muito, alguém da família, enfim, várias são as pessoas às quais
Nossos bosques têm mais vida, podemos nos referir. Quando escrevemos, também podemos
Nossa vida mais amores. proceder da mesma forma, fazendo alusão (referência) às
palavras ditas por aquele escritor que admiramos, àquela
Em cismar, sozinho, à noite, canção de que gostamos, entre outros casos. Saiba que todas
Mais prazer encontro eu lá; essas situações representam casos de intertextualidade. No
Minha terra tem palmeiras, entanto, ela pode estar presente em muitas outras
Onde canta o Sabiá. circunstâncias. Veja alguns exemplos:

Minha terra tem primores, - A ilustração abaixo se trata de um anúncio publicitário de


Que tais não encontro eu cá; uma marca de produto de limpeza (Bombril), no qual
Em cismar — sozinho, à noite — referência a obra de Leonardo da Vinci - “Mona Lisa”.
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;


Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias)

Canto de regresso à pátria


Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui - Nesse temos um anúncio publicitário de um produto
Não cantam como os de lá alimentício (Leite Moça) que faz referência à música de Rita
Lee – “Mania de você.’
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro

51http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-
redacao/exercicios-sobre-intertextualidade-explicita-implicita.htm

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APOSTILAS OPÇÃO
(Cazuza e Roberto Frejat)

E as ilusões estão todas perdidas (v. 3)


Este verso pode ser lido como uma alusão a um livro
intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac. Tal
procedimento constitui o que se chama de:
(A) intertextualidade
(B) pertinência
(C) pressuposição
(D) metáfora
(E) anáfora.

02.
Hora do mergulho

Feche a porta, esqueça o barulho


- Aqui temos a intertextualidade realizada entre a criação feche os olhos, tome ar: é hora do mergulho
de Matt Groening, criador dos Simpsons, e a obra “A
persistência da memória”, de Salvador Dalí. eu sou moço, seu moço, e o poço não é tão fundo
super-homem não supera a superfície
nós mortais viemos do fundo
eu sou velho, meu velho, tão velho quanto o mundo

eu quero paz:
uma trégua do lilás-neon-Las Vegas
profundidade: 20.000 léguas
“se queres paz, te prepara para a guerra”
“se não queres nada, descansa em paz”
“luz” - pediu o poeta
(últimas palavras, lucidez completa)
depois: silêncio
Ao analisarmos todos esses exemplos, chegamos à
conclusão de que intertextualidade se conceitua como o esqueça a luz... respire o fundo
diálogo que se estabelece entre os textos verbais e não verbais. eu sou um déspota esclarecido
nessa escura e profunda mediocracia.
Questões
(Engenheiros do Hawaii, composição de Humberto Gessinger)
01.
Ideologia Na letra da canção, Humberto Gessinger faz referência a
um famoso provérbio latino: si uis pacem, para bellum, cuja
Meu partido tradução é Se queres paz, te prepara para a guerra. Nesse tipo
É um coração partido de citação, encontramos o seguinte recurso:
E as ilusões estão todas perdidas (A) intertextualidade explícita.
Os meus sonhos foram todos vendidos (B) intertextualidade implícita.
Tão barato que eu nem acredito (C) intertextualidade implícita e explícita.
Eu nem acredito (D) tradução.
Que aquele garoto que ia mudar o mundo (E) referência e alusão.
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do “Grand Monde” 03. a)

Meus heróis morreram de overdose


Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum rock ‘n’ roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo (Super Interessante. Editora Abril, 2014.)

(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro b)
O gordo é o novo fumante
Meus heróis morreram de overdose Nunca houve tanta gente acima do peso – nem tanto
Meus inimigos estão no poder preconceito contra gordos.
Ideologia De um lado, o que há por trás é uma positiva discussão
Eu quero uma pra viver sobre saúde. Por outro, algo de podre: o nascimento de uma
Ideologia nova eugenia.
(Super Interessante. Editora Abril. 2012.)
Eu quero uma pra viver
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APOSTILAS OPÇÃO

Em relação ao texto, considere as afirmativas a seguir: O cartum Vida de Passarinho, do cartunista Caulos,
I. O código não verbal, principalmente no que se refere ao estabelece um interessante diálogo com um famoso texto-
segundo desenho, revela o discurso preconceituoso e, fonte de nossa literatura. Assinale a alternativa que cita esse
consequentemente, um aspecto ideológico. texto-fonte:
II. O sentido de proibição é captado por meio da (A) Canção do exílio, de Gonçalves Dias.
intertextualidade estabelecida entre os códigos não verbais a (B) Erro de português, de Oswald de Andrade.
qual, por sua vez, revela aspectos ligados ao gênero do humor. (C) No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade.
III. O conteúdo expresso na placa revela que, futuramente, (D) Não há vagas, de Ferreira Gullar.
indivíduos obesos sofrerão ainda mais discriminação social. (E) José, de Carlos Drummond de Andrade.
IV. O efeito de sentido expresso pelo conteúdo não verbal
serve para reforçar o caráter polissêmico da placa. Gabarito
01.A / 02.B / 03.D / 04.D / 05.C
Assinale a alternativa correta:
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas. AMBIGUIDADE / PARALELISMO
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. Ambiguidade
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. A ambiguidade surge quando algo que está sendo dito
admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão
04. Sobre a intertextualidade, assinale a alternativa do conteúdo. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a
incorreta: conclusões equivocadas na interpretação do texto. A
(A) A intertextualidade implícita não se encontra na ambiguidade é um dos problemas que podem ser evitados.
superfície textual, visto que não fornece para o leitor A inadequação ou a má colocação de elementos como
elementos que possam ser imediatamente relacionados com pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo
algum outro tipo de texto-fonte. enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido,
(B) Todo texto, em maior ou menor grau, é um intertexto, comprometendo a clareza do texto. Observe os exemplos que
pois é normal que durante o processo da escrita aconteçam seguem:
relações dialógicas entre o que estamos escrevendo e outros "O professor falou com o aluno parado na sala"
textos previamente lidos por nós. Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção
(C) Na intertextualidade explícita, ficam claras as fontes sintática deste enunciado. Quem estava parado na sala? O
nas quais o texto baseou-se e acontece, obrigatoriamente, de aluno ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar
maneira intencional. Pode ser encontrada em textos do tipo "parado na sala" logo ao lado do termo a que se refere: "Parado
resumo, resenhas, citações e traduções. na sala, o professor falou com o aluno"; ou "O professor falou
(D) A intertextualidade sempre acontece de maneira com o aluno, que estava parado na sala".
proposital. É um recurso que deve ser evitado, pois privilegia
o plágio dos textos-fonte em detrimento de elementos que "A polícia cercou o ladrão do banco na Rua Santos."
confiram originalidade à escrita. O banco ficava na Rua Santos, ou a polícia cercou o ladrão
nessa rua? A ambiguidade resulta da má colocação do adjunto
05. adverbial. Para evitar isso, coloque "na Rua Santos" mais perto
do núcleo de sentido a que se refere: “Na rua Santos, a polícia
cercou o ladrão”; ou “A polícia cercou o ladrão do banco que se
localiza na rua Santos”.

"Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com


frequência apresentam sintomas de irritabilidade e
depressão."
Mais uma vez a duplicidade de sentido é provocada pela
má colocação do adjunto adverbial. Assim, pode-se entender
que "As pessoas que, com frequência, consomem bebidas
alcoólicas apresentam sintomas de irritabilidade e depressão"
ou que "As pessoas que consomem bebidas alcoólicas
apresentam, com frequência, sintomas de irritabilidade e
depressão".

Em certos casos, a ambiguidade pode se transformar num


importante recurso estilístico na construção do sentido do
texto. O apelo a esse recurso pode ser fundamental para
provocar o efeito polissêmico do texto. Os textos literários, de
maneira geral (como romances, poemas ou crônicas), são
textos com predomínio da linguagem conotativa (figurada).
Nesse caso, o caráter metafórico pode derivar do emprego
deliberado da ambiguidade.
Podemos verificar a presença da ambiguidade como
recurso literário analisando a letra da canção "Jack Soul
Brasileiro", do compositor Lenine:

Já que sou brasileiro


E que o som do pandeiro é certeiro e tem direção
Já que subi nesse ringue
E o país do suingue é o país da contradição

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APOSTILAS OPÇÃO

Eu canto pro rei da levada Se eles comparecessem à reunião, ficaremos muito


Na lei da embolada, na língua da percussão agradecidos. Eis que estamos diante de um corriqueiro
A dança, a muganga, o dengo procedimento linguístico, embora considerado incorreto,
A ginga do mamulengo sobretudo, pela incoerência conferida pelos tempos verbais
O charme dessa nação (...) (comparecessem/ficaremos). O contrário acontece se
Podemos observar que o primeiro verso ("Já que sou disséssemos: Se eles comparecessem à reunião, ficaríamos
brasileiro") permite até três interpretações diferentes. A muito agradecidos.
primeira delas corresponde ao sentido literal do texto, em que
o poeta afirma-se como brasileiro de fato. A segunda Ambos relacionados à mesma ideia, denotando uma
interpretação permite pensar em uma referência ao cantor e incerteza quanto à ação. Ampliando a noção sobre a correta
compositor Jackson do Pandeiro - o "Zé Jack" -, um dos maiores utilização destes recursos, analisemos alguns casos em que
ritmistas de todos os tempos, considerado um ícone da eles se aplicam:
história da música popular brasileira, de quem Lenine se diz
seguidor. A terceira leitura para esse verso seria a referência à - Não só... mas (como) também: “A violência não só
"soul music" norte-americana, que teve grande influência na aumentou nos grandes centros urbanos, mas também no
música brasileira a partir da década de 1960. interior”. Percebemos que tal construção confere-nos a ideia
de adição em comparar ambas as situações em que a violência
Na publicidade, é possível observar o "uso e o abuso" da se manifesta.
linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jogos - Quanto mais... (tanto) mais: “Atualmente, quanto mais
de palavras. Esse procedimento visa chamar a atenção do se aperfeiçoa o profissionalismo, mais chances há de se
interlocutor para a mensagem. Para entender melhor, vamos progredir”. Ao nos atermos à noção de progressão, podemos
analisar a seguir um anúncio publicitário veiculado por várias identificar a construção paralelística.
revistas importantes. - Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora: “A cordialidade é
“Sempre presente - Ferracini Calçados” uma virtude aplicável em quaisquer circunstâncias, seja no
ambiente familiar, seja no trabalho. Confere-se a aplicabilidade
O slogan "Sempre presente" pode apresentar, de início, do recurso mediante a ideia de alternância.
duas leituras possíveis: o calçado Ferracini é sempre uma boa - Tanto... Quanto: “As exigências burocráticas são as
opção para presentear alguém; ou, ainda, o calçado Ferracini mesmas, tanto para os veteranos, quanto para os calouros.”
está sempre presente em qualquer ocasião, já que, supõe-se, Mediante a ideia de adição, acrescida àquela de equivalência,
pode ser usado no dia a dia ou em uma ocasião especial. constata-se a estrutura paralelística.
- Não... E não/nem: “Não poderemos contar com o auxílio
Paralelismo de ninguém, nem dos alunos, nem dos funcionários da
secretaria.” Recurso este empregado quando se quer atribuir
Notadamente, a construção textual é concebida como um uma sequência negativa.
procedimento dotado de grande complexidade, haja vista que - Por um lado... Por outro: “Se por um lado, a desistência
o fato de as ideias emergirem com uma certa facilidade não da viagem implicou na economia, por outro, desagradou aos
significa transpô-las para o papel sem a devida ordenação. Tal filhos que estavam no período de férias”. O paralelismo
complexidade nos remete à noção das competências inerentes efetivou-se em virtude da referência a aspectos negativos e
ao emissor diante da elaboração do discurso, dada a positivos relacionados a um determinado fato.
necessidade de este se perfazer pela clareza e precisão. - Tempos verbais: “Se a maioria colaborasse, haveria mais
Infere-se, portanto, que as competências estão organização”. Como dito anteriormente, houve a concordância
relacionadas aos conhecimentos que o usuário tem dos fatos de sentido proferida pelos verbos e seus respectivos tempos.
linguísticos, aplicando-os de acordo com o objetivo pretendido
pela enunciação. De modo mais claro, ressaltamos a Polissemia
importância da estrutura discursiva se pautar pela pontuação,
concordância, coerência, coesão e demais requisitos Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem
necessários à objetividade retratada pela mensagem. de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos
Atendo-nos de forma específica aos inúmeros aspectos que em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras
norteiam os já citados fatos linguísticos, ressaltamos polissêmicas:
determinados recursos cuja função se atribui por conferirem - Cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da
estilo à construção textual, o paralelismo sintático e vassoura, da faca).
semântico. Que caracterizam-se pelas relações de semelhança - Banco (instituição comercial financeira, assento).
existente entre palavras e expressões que se efetivam tanto de - Manga (parte da roupa, fruta).
ordem morfológica (quando pertencem à mesma classe
gramatical), sintática (quando há semelhança entre frases ou Questões
orações) e semântica (quando há correspondência de sentido
entre os termos). 01. (AL/GO - Analista Legislativo - CS/UFG)
Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita
indicando que houve a quebra destes recursos, tornando-se
imperceptíveis aos olhos de quem a produz, interferindo de
forma negativa na textualidade como um todo. Como podemos
conferir por meio dos seguintes casos:

Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a


Holanda. Constatamos a falta de paralelismo semântico, ao
analisarmos que o time brasileiro não enfrentará o país, e sim
a seleção que o representa. Reestruturando a oração,
obteríamos: Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai A ambiguidade gerada na tira se deve à:
enfrentar a seleção da Holanda. (A) impossibilidade prática de se vender o pôr do sol em
qualquer circunstância.

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APOSTILAS OPÇÃO

(B) coincidência entre as formas do verbo “ver", no (C) o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas
gerúndio, e do verbo “vender", na primeira pessoa do presente sem perder a visão crítica da realidade brasileira.
do indicativo. (D) o texto B, em oposição ao texto A, revela
(C) incompreensão dos adultos em relação às crianças que distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria.
ainda se mantêm inocentes no que diz respeito às práticas (E) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem
comerciais extremas brasileira.
(D) habilidade inata das crianças de perceberem que a
língua é guiada pelo princípio da economia das formas. 03. (ENEM) Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que
lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de
02. (Enem) trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam
verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao
Texto A lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar
infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro
Canção do exílio afora.
(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema
As aves, que aqui gorjeiam, que também se encontra nos versos transcritos em:
Não gorjeiam como lá. (A) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas
Nosso céu tem mais estrelas, mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)
Nossas várzeas tem mais flores, (B) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a
Nossos bosques tem mais vida, de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João
Cabral de Melo Neto)
Nossa vida mais amores.
(C) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu
[...]
salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
Minha terra tem primores,
(D) “Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer
Que tais não encontro eu cá;
ser nada. /À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do
Em cismar - sozinho, a noite -
mundo.” (Fernando Pessoa)
Mais prazer eu encontro lá;
(E) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/
Minha terra tem palmeiras
Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam, /
Onde canta o Sabiá.
mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas
Não permita Deus que eu morra,
costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Gabarito
Que não encontro por cá;
01.B / 02.C / 03.B
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.
(DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.) Progressão textual

Texto B De nada adianta você dominar conceitos gramaticais se


você não consegue expressar bem as suas ideias. Entenda a
Canto de regresso à Pátria importância da progressão textual.

Minha terra tem palmares Para garantir um bom texto, não bastam boas ideias. É
Onde gorjeia o mar preciso saber organizar seus argumentos. Para que o seu texto
Os passarinhos daqui esteja bem estruturado há dois fatores fundamentais que
Não cantam como os de lá devem ser seguidos: a coesão e a coerência.
Minha terra tem mais rosas Mas, antes de falar sobre a estrutura da redação, serão
E quase tem mais amores apresentados alguns conceitos importantes. A essência de uma
Minha terra tem mais ouro boa redação passa por você saber como defender suas ideias
Minha terra tem mais terra em um texto dissertativo argumentativo. Você sabe como fazer
Ouro terra amor e rosas isto? Se ainda não, revise este conteúdo antes de prosseguir.
Eu quero tudo de lá Veja nesta dica a seguir:
Não permita
Deus que eu morra Saiba como defender suas ideias em um texto
Sem que volte para lá dissertativo argumentativo:
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo Você sabe o que a palavra texto significa? - Antes de
Sem que eu veja a rua 15 começar a colocar suas ideias no papel após ler a exposição do
E o progresso de São Paulo. tema de uma redação é importante conhecer algumas
definições. Resume-se aqui em três frases o que diversos
(ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro.) estudiosos dizem sobre o tema. Leia, releia, e tire pelo menos
dois minutos para entender cada uma delas e pensar em sua
Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais utilização futura:
diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem - O texto não é uma soma de sentenças, mas o
brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se encadeamento semântico dessas sentenças que resulta em sua
que: textualidade.
(A) o ufanismo, atitude de quem se orgulha - O texto é uma unidade de língua em uso: uma unidade de
excessivamente do país em que nasceu, é o tom de que se semântica.
revestem os dois textos. - O texto não é simplesmente um aglomerado de frases.
(B) a exaltação da natureza é a principal característica do
texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A. A principal dificuldade dos candidatos na hora de colocar

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APOSTILAS OPÇÃO

o texto no papel está em estruturar as ideias de forma que os A intenção do escritor não ficou evidente. Isso significa que
argumentos fiquem claros para os leitores. Será preciso treinar o texto não está coerente. De forma resumida, a coerência
muito para que o seu texto tenha uma construção lógica - que refere-se à concatenação das ideias do texto, enquanto a
também é chamada de progressão textual. coesão diz respeito ao modo como elas serão agrupadas.
O que os avaliadores esperam ver na redação - Como se
sabe, o modelo de texto mais cobrado nas redações é o da TIPOS TEXTUAIS
dissertação argumentativa. Esse modelo de texto exige um
distanciamento por parte do escritor. Isso significa que o seu É a forma como um texto se apresenta. É importante que
texto deve ser impessoal e que você não pode expressar suas não se confunda tipo textual com gênero textual.
opiniões pessoais. Existe uma variedade enorme de entendimentos sobre a
A melhor forma de produzir uma dissertação forma correta de definir os tipos de texto. Embora haja uma
argumentativa é focar no tema e desenvolvê-lo. Não se esqueça discordância entre várias fontes sobre a quantidade exata de
de que o foco no tema é crucial para garantir a qualidade do tipos textuais, vamos trabalhar aqui com 5 tipos essenciais:
texto. - Texto Descritivo;
Um texto dissertativo-argumentativo possui uma - Texto Narrativo;
introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Nesse tipo - Texto Dissertativo;
de texto o que conta é a força dos seus argumentos. - Texto Injuntivo;
Todos os dados precisam estar bem encadeados de modo - Texto Expositivo.
a manter uma progressão.
Se acertar na estrutura, produzir bons argumentos e não Texto Descritivo
cometer nenhum erro gramatical grave, certamente
conquistará a nota máxima. Mas não se engane. Para alcançar É a representação com palavras de um objeto, lugar,
a excelência, é preciso muito trabalho e dedicação. situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais
particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer
Dicas para conquistar um bom texto: elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado,
com palavras, em imagens.
Intencionalidade e Aceitabilidade – A intencionalidade Não é, por norma, um tipo de texto autônomo,
nada mais é do que o empenho do escritor em construir um encontrando-se presente em outros textos, como o texto
discurso coerente, coeso e capaz de estabelecer uma narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração
comunicação com o leitor. A meta pode ser informar, quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para
argumentar ou polemizar. caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou
Por outro lado, a aceitabilidade refere-se à expectativa do uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar
receptor, como ele recebe o seu texto. Você deve estar se a atenção do leitor.
perguntando: o que isso tudo tem a ver com o meu texto?
Esses dois conceitos querem dizer que não adianta querer Exemplo:
fazer uma boa redação sem pensar na compreensão do seu Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado,
leitor. Ao revisar o texto, observe se o conteúdo está claro e inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter
objetivo. Descarte todas as frases desnecessárias. aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos;
Uma boa técnica é fazer uma leitura em voz em alta. Assim vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro.
fica mais fácil detectar algum erro. Outra dica bastante útil é Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida,
pedir pra outras pessoas lerem o seu texto. Pode ser o seu cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois
colega de aula, um amigo, ou qualquer pessoa da sua família. do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do
Certifique-se de que eles entenderam todas as informações que conosco.
sem precisar fazer nenhuma pergunta. Afinal, você não vai (Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974)
estar ao lado dos avaliadores da banca no momento em que
seu texto for corrigido. Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor
Não tenha dúvida de que todas essas técnicas vão lhe da escola que o escritor frequentava.
ajudar na hora da prova. Depois de treinar bastante sua Deve-se notar:
escrita, você vai ser capaz de produzir um texto coerente, - que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
coeso, útil e relevante. mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha
Coesão e Coerência - Tudo o que foi escrito sobre grande medo ao pai);
encadeamento de ideias está ligado ao conceito de coesão e - por isso, não existe uma ocorrência que possa ser
coerência textual. A coesão é um processo de retomar e considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de
avançar no texto. Veja um exemplo: vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola
Pedro tinha um grande desejo… (‘de quê?’) …de ser é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do
engenheiro metalúrgico! relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente:
Como você pode ver, o importante é que cada enunciado o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino,
estabeleça relações de modo que o texto tenha uma estrutura e não traçar a cronologia de suas ações);
coesa. - ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se),
Já a coerência se refere à progressão textual, veja o todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica
exemplo: concomitância em relação a um marco temporal instalado no
“Os problemas de um povo tem de ser resolvidos pelo texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava a
presidente. Este deve ter ideais muito elevadas. Esses ideais se escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma
concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu transformação de estado;
mandato deve ser respeitado por todos.” - se invertêssemos a sequência dos enunciados, não
Como você pode observar, o parágrafo acima é coeso. Mas correríamos o risco de alterar nenhuma relação
você consegue me dizer qual é o assunto abordado? Seriam os cronológica - poderíamos mesmo colocar o últímo período em
problemas do povo? O presidente? O mandato? Ficou primeiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era
complicado de definir, não é mesmo?

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mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de
do pai e retirava-se antes... texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo
Estrutura de texto recebe o nome de enredo.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no
ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor foque sua episódio que está sendo contado. As personagens são
atenção nesse ser ou objeto. identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos
Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou substantivos próprios.
ser em foco, apresentando seus aspectos mais gerais e mais Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo
pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e sem querer) ele acaba contando "onde" (em que lugar) as
outras mais subjetivas. ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar
Conclusão: A descrição está concluída quando a onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço,
caracterização do objeto ou ser estiver terminada. representado no texto pelos advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
Características "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através
O texto descritivo não se encontra limitado por noções dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de
temporais ou relações espaciais, visto descrever algo estático, tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele
sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu.
predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, A história contada, por isso, passa por uma introdução
em detrimento de verbos, sendo maioritariamente necessária (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar... o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e
O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
rico e variado, bem como o uso de enumerações e Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser
comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª
melhor apresentar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo pessoa: Ele).
o texto e tornando-o mais interessante para o leitor. Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos
A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e
físicos, ou mais subjetiva, focalizando aspectos emocionais e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os
psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações
os dois tipos de descrição, sendo o objeto ou ser descrito expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história
apresentado nas suas diversas vertentes. contada.
Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta
ou seja, aquilo que pode ser observado e a descrição de a história.
aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter,
personalidade, humor…, apreendidos pelo convívio com a Principais elementos da narrativa
pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de Os principais elementos da narrativa, também chamados
lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a de elementos da narração, são:
descrição do ambiente social, econômico, político... Na Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a
descrição de objetos, embora predomine a descrição de ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social
aspectos físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que (características do ambiente social) e psicológico (vivências,
estimule os sentidos do leitor. pensamento e sentimentos do sujeito,…).
Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a
uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O
predominam. Porque toda técnica descritiva implica tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das
contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de
redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de espírito das personagens em cada momento.
sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou Personagens: São caracterizadas através de qualidades
interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de
ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras
personagens, através de autocaracterização ou
Texto Narrativo heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas
atitudes e comportamento das personagens).
O texto narrativo é caracterizado por narrar uma história,
ou seja, contar uma história através de uma sequência de As personagens possuem diferentes importâncias na
várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de narração, havendo personagens principais e personagens
acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada secundárias. As personagens principais desempenham papéis
em introdução, desenvolvimento e conclusão.52 essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja,
Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha,
principais elementos da narração: espaço, tempo, impede). As personagens secundárias desempenham papéis
personagem, enredo e narrador. menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na
narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com caracterização de um espaço social).
quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; comportamentos ao longo da narração (personagem

52
https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/

Português 131
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modelada ou redonda), bem como estáticas, não se (Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre:
modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há Mercado Aberto)
ainda personagens que representam um grupo específico
(personagem-tipo). Exemplo - Espaço

Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o Considerarei longamente meu pequeno deserto, a
enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de
determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a
personagens. As ações seguem-se umas às outras por insipidez."
encadeamento, encaixe e alternância. (Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto
Alegre: Movimento, 1981)
Existem ações principais e ações secundárias, mediante a
importância que apresentam na narração. Além disso, o Exemplo - Tempo
enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o
final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e “Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a
conhecido para a narrativa. mulher lhe pediu que a chamasse cedo."
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados)
Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou
seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador: Estrutura:
Narrador onisciente e onipresente: Conhece - Apresentação: é a parte do texto em que são
intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de apresentados alguns personagens e expostas algumas
forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a
3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto ação se desenvolverá.
livre, tendo sua voz confundida com a voz das personagens, tal - Complicação: é a parte do texto em que se inicia
é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
Narrador personagem, participante ou presente: Conta conduzindo ao clímax.
a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu
é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações
conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e dos personagens.
sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais
subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do Tipos de Personagens:
narrador. Os personagens têm muita importância na construção de
Narrador observador, não participante ou ausente: um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser
Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora principais ou secundários, conforme o papel que
tenha conhecimento das ações, não conhece o íntimo das desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou
personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. indiretamente.
Utiliza a narração na 3.ª pessoa. A apresentação direta acontece quando o personagem
Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que aparece de forma clara no texto, retratando suas
conhecemos o desenrolar da história e as ações das características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação
personagens, mas é através da voz das personagens que indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e
conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do
como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e
é chamada de discurso. do modo como vai fazendo.

Através de uma correta utilização dos tipos de discurso, a - Em 1ª pessoa:


narrativa poderá assumir um caráter mais ou menos dinâmico,
mais ou menos natural, mais ou menos interessante, mais ou Personagem Principal: há um “eu” participante que conta
menos objetivo,… Existem três tipos de discurso, ou seja, três a história e é o protagonista. Exemplo:
formas de introdução das falas das personagens na narrativa:
- O discurso direto é caracterizado por ser uma “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o
transcrição exata da fala das personagens, sem participação do coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me
narrador. atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei
- O discurso indireto é caracterizado por ser uma a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e
intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas andava outra vez e estacava.”
próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. (Machado de Assis. Dom Casmurro)
- O discurso indireto livre é caracterizado por permitir
que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, Observador: é como se dissesse: É verdade, pode
estando as falas das personagens direta e integralmente acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo:
inseridas dentro do discurso do narrador.
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do
Exemplo - Personagens Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista
que fez cancha nos banhados do Brocai.
"Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. Esse gaúcho desamotinado levou a existência inteira a
Amâncio não viu a mulher chegar. cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da
- Não quer que se carpa o quintal, moço? Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...;
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca
passado, os olhos)." desandou cruzada! ...
(...)

Português 132
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Aqui há poucos - coitado! - pousei no arranchamento dele. - é um conjunto de transformações de situação;


Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não nos víamos desde muito - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e
tempo. (...) fatos concretos;
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal
matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.” que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) posterioridade.

- Em 3ª pessoa: Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre


pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no
pessoa. Exemplo: romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas,
quando o narrador começa contando sua morte para em
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações
à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de de anterioridade e de posterioridade.
vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais
ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o Texto Dissertativo
sentimento impreciso de ridículo.”
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) O texto dissertativo tem-se a intenção de explicar, provar,
analisar, expor ideias e/ou discutir determinado assunto.53
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como Na dissertação, o escritor geralmente defende uma tese ou
sendo vista por uma câmara ou filmadora. expõe uma série de fatos e ideias que levam a uma constatação.
O texto dissertativo é impessoal e utiliza-se de estruturas
Sequência Narrativa lógicas para se sustentar. Existem duas subdivisões na
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: tipologia dissertativa: a dissertação expositiva (exposição) e a
uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma dissertação argumentativa (argumentação).
subordina-se a outra. A narrativa típica tem quatro mudanças
de situação: Características
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou - ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é
um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); temático;
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma - como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação;
competência para fazer algo); - ao contrário do texto narrativo, nele as relações de
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); maior importância - o que importa são suas relações lógicas:
- uma em que se constata que uma transformação se deu e analogia, pertinência, causalidade, coexistência,
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens correspondência, implicação, etc.
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os - a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de
maus). redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem
características próprias a cada tipo de texto.
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a Dissertação Expositiva e Argumentativa
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela A dissertação expositiva é voltada para aqueles fatos que
efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve estão sendo focados e discutidos pela grande mídia. É um tipo
fazê-la. de acontecimento inquestionável, mesmo porque todos os
Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um detalhes já foram expostos na televisão, rádio e novas mídias.
apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato de Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma
compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer reflexão maior sobre os temas. Os pontos de vista devem ser
ou dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar declarados em terceira pessoa, há interações entre os fatos que
aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, se aborda. Tais fatos precisam ser esclarecidos para que o
por exemplo). leitor se sinta convencido por tal escrita. Quem escreve uma
Algumas mudanças são necessárias para que outras se dissertação argumentativa deve saber persuadir a partir de
deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar sua crítica de determinado assunto. A linguagem jamais
um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, evidências e
carro, é preciso antes conseguir o dinheiro. concretudes.

Narrativa e Narração São partes da dissertação: Introdução /


Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A Desenvolvimento / Conclusão.
narratividade é um componente narrativo que pode existir
em textos que não são narrações. A narrativa é a Introdução
transformação de situações. Por exemplo, quando se diz Em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia
“Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento.
temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um Tipos:
componente narrativo, pois contém uma mudança de situação:
do não incentivo ao incentivo da imigração europeia. - Divisão: quando há dois ou mais termos a serem
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de discutidos. Ex.: “Cada criatura humana traz duas almas
texto, o que é narração? consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três fora para dentro...”
características:

53
https://segredosdeconcurso.com.br/tipologia-textual/

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- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados
fato presente. Ex.: “A crise econômica que teve início no estatísticos.
começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
inflação que a década colecionou, agravou vários dos prováveis resultados.
históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, - Interrogação: toda sucessão de interrogações deve
principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente apresentar questionamento e reflexão.
identificada pela população brasileira.” - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. valores, juízos.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
coisa apresentada no texto. Ex.: Você quer estar “na sua”? Quer porquês de uma determinada situação.
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha - Exemplificação: dar exemplos.
desse momento!
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex.: Exposição de elementos que vão fundamentar a ideia
“É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não principal que pode vir especificada através da argumentação,
é a solução no combate à insegurança.” de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica,
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex.: “Em da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de exposição da ideia.
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) Conclusão
e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais É uma avaliação final do assunto, um fechamento
recebidos). (...)” integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
do texto. Ex.: “A principal característica do déspota encontra- - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu quem lê.
poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer
necessidades.” de forma muito mais convincente, uma vez que já foi
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um
compõem o texto. parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo
- Interrogação: questionamento. Ex.: “Volta e meia se faz a proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese,
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo acrescida da argumentação básica empregada no
futebol não é uma prova de alienação?” desenvolvimento.
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a
curiosidade do leitor. Exemplo:
- Comparação: social e geográfica.
- Enumeração: enumerar as informações. Ex.: “Ação à Redução da maioridade penal, grande falácia
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem,
triunfo das massas, holocausto: através das metáforas e das O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que
realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a é contrário à mudança na maioridade penal.
verdadeira doença do século...” Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um
- Narração: narrar um fato. crime bárbaro foi praticado por um adolescente, penalmente
irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP,
Deve conter a ideia principal a ser desenvolvida 104 do ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá
dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do mais discussão, para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a
desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam
ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. idade menor de 18 anos como definição legal de adulto.
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma
Desenvolvimento como fazemos com os adultos, estamos admitindo que eles
É a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e
progressiva. É a parte maior e mais importante do texto. não lhes deu a proteção constitucional que é seu direito. A
Podem ser desenvolvidas de várias formas: prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o,
este tipo de abordagem. para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade penal,
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.
ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam
definição. delitos contra o patrimônio ou por atuarem no tráfico de
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra
distintas. a vida. Afirmar que os adolescentes não são punidos ou
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita,
pontos favoráveis e desfavoráveis. transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou impunidade, mas a falta de ação do Estado. Ao contrário do que
descrever uma cena. muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são
punidos com muito mais rigor do que os adultos.

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Apresentar propostas legislativas visando à redução da Exemplos:


menoridade penal com a modificação do disposto no artigo
228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois Manual de instruções de um computador
o artigo 60, § 4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite
que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os “[...] Não instale nem use o computador em locais muito
direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula quentes, frios, empoeirados, úmidos ou que estejam sujeitos a
pétrea. vibrações. Não exponha o computador a choques, pancadas ou
A prevenção à criminalidade está diretamente associada à vibrações, e evite que ele caia, para não prejudicar as peças
existência de políticas sociais básicas e não à repressão, pois internas [...]”.
não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas
sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão Texto Expositivo
social.
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013 Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013
determinado assunto, informa e esclarece sem a emissão de
qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos
Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição)
recursos que permite uma segurança maior no momento de
dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são
Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre:
atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no
- Assuntos e fatos específicos;
desenvolvimento de um texto dissertativo.
- Expõe ideias;
- Explica;
Ainda temos:
- Avalia;
- Reflete.
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o
assunto que vai ser abordado.
Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
haja sua opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara,
discutido.
objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente do
Argumentação: é um conjunto de procedimentos
indicativo.
linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer
Exemplos: Notícias Jornalísticas.
argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma
determinada tese.
Questões
Pontos Essenciais
01. (IF Sertão/PE - Técnico em Laboratório de
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade
Informática - IF Sertão/PE/2016)
de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
Texto V
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
A borboleta e a chama
- impõem-se sempre o raciocínio lógico;
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
Uma borboleta multicor voava na escuridão da noite
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração
quando viu, ao longe, uma luz. Imediatamente voou naquela
do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original,
direção e ao se aproximar da chama pôs-se a rodeá-la,
nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser
olhando-a maravilhada. Como era bonita!
impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).
Não satisfeita em admirá-la, a borboleta resolveu
aproximar-se mais da chama. Afastou-se e em seguida voou em
Texto Injuntivo
direção à chama passando rente a ela. Viu-se subitamente
caída, estonteada pela luz e muito surpresa por verificar que
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas
as pontas de suas asas estavam chamuscadas.
mais variadas situações, como por exemplo quando
— Que aconteceu comigo? - pensou ela. Mas não conseguiu
adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar
entender. Era impossível crer que uma coisa tão bonita quanto
manual de instruções para o funcionamento, ou quando vamos
à chama pudesse causar-lhe algum mal. E assim, depois de
fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos
juntar um pouco de forças, sacudiu as asas e levantou voo
a bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita.
novamente.
Os textos injuntivos são aqueles textos que nos orientam, nos
Rodou em círculo e mais uma vez dirigiu-se para a chama,
ditam normas, nos instruem.54
pretendendo pousar sobre ela. E imediatamente caiu
queimada, no óleo que alimentava a brilhante e pequenina
Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção):
chama.
Como são textos que expressão ordem, normas, instruções
— Maldita luz - murmurou a borboleta agonizante - pensei
tem como característica principal a utilização de verbos no
que ia encontrar em você a felicidade e em vez disso encontrei
imperativo. Pode ser classificado de duas formas:
a morte. Arrependo-me desse tolo desejo, pois compreendi,
-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma
tarde demais, para minha infelicidade, o quanto você é
indicação e não uma ordem.
perigosa.
-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação
— Pobre borboleta - respondeu a chama - eu não sou o Sol,
dada no texto é uma imposição.
como você tolamente pensou. Sou apenas uma luz. E aqueles
que não conseguem aproximar-se de mim com cautela são
queimados.
Leonardo Da Vinci

54
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/tipologia-
textual

Português 135
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APOSTILAS OPÇÃO

Analise as proposições do texto em relação à tipologia e a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha
gênero textual: casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe.
1. A Fábula é uma Tipologia textual e não um gênero de Sorriu.
texto; Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico
2. O gênero textual fábula pertence à tipologia narrativa; engessou minha perna e em poucas semanas eu estava
3. O Gênero e a tipologia textual se definem igualmente recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E
4. São características que definem a fábula: os animais que tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em
falam e uma linguagem erudita minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana
Custódio.
Assinale a alternativa correta: (SCLIAR, Moacyr. In: revista Nova Escola, seção Era uma vez. São Paulo:
Abril, agosto de 2004).
(A) 1 e 2
(B) 1, 2 e 3
Este texto “Bruxas não existem”, se encaixa na tipologia
(C) 2 e 4
textual de:
(D) Apenas 2
(A) Descrição.
(E) Todas estão corretas
(B) Narração.
(C) Dissertação.
02. (Pref. de Lauro Muller/SC - Professor de Pedagogia
(D) Nenhuma das alternativas.
- Pref. de Lauro Muller/SC/2016) Este texto é referente à
questão.
03. (Câmara Santa Rosa/RS - Procurador Jurídico -
INST.EXCELENCIA/2017)
BRUXAS NÃO EXISTEM
Retrato
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres
Eu não tinha este rosto de hoje,
malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas
assim calmo, assim triste, assim magro,
perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A
nem estes olhos tão vazios,
prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona
nem o lábio amargo.
que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa
rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de
Eu não tinha estas mãos sem força,
“bruxa”.
tão paradas e frias e mortas;
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam
eu não tinha este coração
palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme verruga no
que nem se mostra.
queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos
entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos
Eu não dei por esta mudança,
isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande
tão simples, tão certa, tão fácil:
caldeirão. Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e
- Em que espelho ficou perdida
meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e
a minha face?
quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José
pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando Aguilar, 1958.
"bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A Para expressar as mudanças físicas de seu corpo e como o
quem pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo mesmo se encontra depois delas, o eu lírico utiliza
descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O predominantemente os recursos da:
que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela (A) Narração.
manhã, e talvez por esquecimento, ela deixará aberta a janela (B) Descrição.
da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, (C) Dissertação.
levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com (D) Nenhuma das alternativas.
muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-
lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina. 04. (Pref. Cruzeiro/SP - Professor Língua Portuguesa -
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa INST.EXCELENCIA/2016) São várias as situações
apareça. E ela apareceu. No momento exato em que, comunicativas cotidianas, sejam elas orais ou escritas. O
finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a dinamismo da comunicação é responsável pela criação dos
porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo diversos gêneros textuais, mas, antes deles, existem os tipos
de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o textuais, estruturas nas quais os gêneros se apoiam. Os
último. aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e finalidade do texto: contar, descrever, argumentar, informar,
caí. De imediato senti uma dor terrível na perna e não tive etc. Um único texto pode apresentar passagens de vários tipos
dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas de texto. A tipologia textual apresenta características
não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas intrínsecas, como vocabulário, relações lógicas, tempos
com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura verbais, construções frasais e outras peculiaridades inscritas
a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher em, basicamente, cinco tipos.
sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de Assinale a alternativa CORRETA.
raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente mudou. (A) Narração; Dissertação; Descrição; Exposição; Injunção.
Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma (B) Conjunção; Dissertação; Descrição; Exposição;
habilidade surpreendente. Comunicação.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. (C) Comunicação; Conjunção; Dissertação; Descrição;
Não se preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, Exposição.
trabalhei em hospital. Confie em mim. (D) Narração; Descrição; Injunção; Exposição; Coesão;
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e Dissertação.
com seu cinto de pano, improvisou uma tala, imobilizando-me

Português 136
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05. (João Pessoa/PB - Técnico Controle Interno - Os argumentos devem ter um embasamento, nunca deve-
CESPE/2018) se afirmar algo que não venha de estudos ou informações
previamente adquiridas.
Os exemplos dados devem ser coerentes com a realidade,
ou seja, podem até ser fictícios, mas não podem ser
inverossímeis.
Caso haja citações de pessoas ou trechos de textos os
mesmos devem ser razoavelmente confiáveis, não se pode
citar qualquer pessoa.
Experiências que comprovem os argumentos devem ser
também coerentes com a realidade.
Há de se imaginar sempre os questionamentos, dúvidas e
pensamentos contrários dos leitores quanto à sua
argumentação, para que a partir deles se possa construir
melhores argumentos, fundamentados em mais estudo e
pesquisa.
Quanto a estrutura do texto, este deve apresentar uma
lógica de pensamentos. Os raciocínios devem ter uma relação
entre si, e um deve continuar o que o outro afirmava.
Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, No início do texto deve-se apresentar o assunto e a
julgue o item subsequente. problemática que o envolve, sempre tomando cuidado para
O texto apresentado combina elementos das tipologias não se contradizer.
expositiva e injuntiva. Ao decorrer do texto vão sendo apresentados os
( ) Certo ( ) Errado argumentos propriamente ditos, junto com exemplificações e
citações (se existirem).
Gabarito No final do texto as ideias devem ser arrematadas com uma
tese (a conclusão). Essa conclusão deve vir sendo prevista pelo
01. D / 2. B / 3.B / 04.A / 05.CERTO leitor durante todo o texto, à medida que ele vai lendo e se
direcionando para concordar com ela.
ARGUMENTAÇÃO A argumentação não trabalha com fatos claros e evidentes,
mas sim investiga fatos que geram opiniões diversas, sempre
Argumentar55 é a capacidade de relacionar fatos, teses, em busca de encontrar fundamentos para localizar a opinião
estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções a fim de mais coerente.
embasar determinado pensamento ou ideia. Não se pode, em uma argumentação, afirmar a verdade ou
Um texto argumentativo sempre é feito visando um negar a verdade afirmada por outra pessoa. O objetivo é fazer
destinatário. O objetivo desse tipo de texto é convencer, com que o leitor concorde e não com que ele feche os olhos
persuadir, levar o leitor a seguir uma linha de raciocínio e a para possíveis contra-argumentos.
concordar com ela. Caso seja necessário se pode também fazer uma
Para que a argumentação seja convincente é necessário comparação entre vários ângulos de visão a respeito do
levar o leitor a um “beco sem saída”, onde ele seja obrigado a assunto, isso poderá ajudar no processo de convencimento do
concordar com os argumentos expostos. leitor, pois não dará margens para contra-argumentos. Porém
No caso da redação, por ser um texto pequeno, há uma deve-se tomar muito cuidado para não se contradizer e para
obrigatoriedade em ser conciso e preciso, para que o leitor ser claro. Para isso é necessário um bom domínio do assunto.
possa ser levado direto ao ponto chave. Para isso é necessário
que se exponha a questão ou proposta a ser discutida logo no Organização Textual
início do texto, e a partir dela se tome uma posição, sempre de
forma impessoal. O envolvimento de opiniões pessoais, além O ser humano se comunica por meio de textos. Desde uma
de ser terminantemente proibido em textos que serão simples e passageira interjeição como “Olá” até uma
analisados em concursos, pode comprometer a veracidade dos mensagem muitíssimo extensa. Em princípio, esses textos
fatos e o poder de convencimento dos argumentos utilizados eram apenas orais. Hoje, são também escritos. Nesse processo,
Por exemplo, é muito mais aceitável uma afirmação de um os textos ganharam formas de organização distintas, com
autor renomado ou de um livro conhecido do que o simples propósitos nitidamente distintos também. As principais
posicionamento do redator a respeito de determinado formas de organização textual registradas na humanidade são,
assunto. assim:
Uma boa argumentação só é feita a partir de pequenas - Narrativa: aquela que compreende textos que contam
regras as quais facilmente são encontradas em textos do dia a uma história, relatam um acontecimento.
dia, já que durante a nossa vida levamos um longo tempo - Argumentativa: a que visa ao convencimento do
tentando convencer as outras pessoas de que estamos certos. interlocutor.
- Descritiva: cuja finalidade é apresentar concreta ou
metaforicamente uma dada descrição.
Cada uma dessas formas de organização textual desdobra-
se em inúmeros gêneros textuais distintos, que nada mais são
do que cada concretizável possível a cada um dos objetivos
textuais. Assim, por exemplo, a diferentes formas e formatos
para se narrar: fábula, conto de fadas, romance, conto, notícia,
fofoca, etc.

55http://www.infoescola.com/redacao/argumentacao/ http://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-
argumentativo/argumentacao.html

Português 137
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Texto Argumentativo apresentada assim:


Esse tipo de texto, que é aplicado nas redações do Enem, Para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a
inclui diferentes gêneros, tais quais, dissertação, artigo de essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que
opinião, carta argumentativa, editorial, resenha o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11).
argumentativa, dentre outros. A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade
Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa ao intelectual de compreender que a regra expressa uma
convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se racionalidade em si mesma equilibrada.
baseia em uma tese, ou seja, o ponto de vista central que se O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto,
pretende veicular e a respeito do qual se pretende convencer assim, tal estratégia poderá funcionar bem.
esse interlocutor. Nos gêneros argumentativos escritos,
sobretudo, convém que essa tese seja apresentada, de maneira - Argumentação por comprovação: a sustentação da
clara, logo de início e que, depois, através de uma argumentação se dará a partir das informações apresentadas
argumentação objetiva e de diversidade lexical seja (dados, estatísticas, percentuais) que a acompanham.
sustentada/defendida, com vistas ao mencionado Esse recurso é explorado quando o objetivo é contestar um
convencimento. ponto de vista equivocado. Veja:
A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o
introdução, desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir
uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro da de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da
composição do texto: Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos
que estão fora das escolas em cada Estado.
Introdução: é a parte do texto argumentativo em que Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5
apresentamos o assunto de que trataremos e a tese a ser % da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a
desenvolvida a respeito desse assunto. qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do
correspondendo aos desdobramentos da tese apresentada. Estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito
Esse é o coração do texto, por isso, comumente se desdobra em Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas,
mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo,
defesa da tese geral do texto corresponde a um parágrafo. com 3,2% (168,7 mil).
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese (Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)
central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos
ao longo do texto. Nesse tipo de citação o autor precisa de dados que
demonstrem sua tese.
Relação entre Tese e Argumento
De modo geral, a relação entre tese e argumento pode ser - Argumentação por raciocínio lógico: a criação de
compreendida de duas maneiras principais: relações de causa e efeito é um recurso utilizado para
Argumento, portanto, Tese (A→ pt→T) ou Tese porque demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é
Argumento (T→ pq→A): necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode
ser contestada. Veja:
(A→ pt→T) “O fumo é o mais grave problema de saúde pública no
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de
tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos
tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro
compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Além disso deveriam ser proibidas terminantemente. Para os
(Ainda, e, também, relação de adição → quando se enumeram desobedientes, cadeia.”
(VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000 .)
argumentos a favor de sua tese), as empresas têm grandes
prejuízos por causa de afastamentos de trabalhadores devido
aos males causados pelo fumo. Portanto (logo, por Para a construção de um bom texto argumentativo faz-se
conseguinte, por isso, então → observem a relação semântica necessário o conhecimento sobre a questão proposta,
de conclusão, típica de um silogismo), é mister que sejam fundamentação para que seja realizado com sucesso.
proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os
meios de comunicação.” Questão

(T→ pq→A) 01. Identifique o sentido argumentativo dos seguintes


O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer textos, e separe, por meio de barras, a tese e o(s)
forma de propaganda de cigarro, porque (uma vez que, já que, argumento(s).
dado que, pois → relação de causalidade) ele gasta, todos os (A) “Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o
anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas que preciso. É econômico, nunca dá defeito e tem espaço
doenças relacionadas ao tabagismo; e, muito embora (ainda suficiente para transportar toda a minha família.”
que, não obstante, mesmo que → relação de oposição: usam- (B) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais;
se as concessivas para refutar o argumento oposto) os ganhos além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola.
com os impostos sejam vultosos, nem de longe eles Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais
compensam o dinheiro gasto com essas doenças. modernos do mundo, definitivamente, somos o país do futuro.”
(C) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo
Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa para dar errado: nossa diferença de idade é grande e nossos
consolida o texto. gostos são quase que opostos. Além disso, a família dela é
- Argumentação por citação: sempre que queremos terrível.”
defender uma ideia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que (D) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda política
pensam como nós acerca do tema em evidência. social por aqui implementada é vista como demagogia,
Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma paternalismo.”
informação extraída de outra fonte. A citação pode ser

Português 138
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Gabarito Lembre-se de que se trata da introdução, portanto a


comparação apenas será apresentada para, no
a) O sentido aí presente é (T→ pq→A), uma vez que, após desenvolvimento, ser discutido cada elemento da comparação
uma constatação, se seguem as motivações que a em um parágrafo.
fundamentam.
Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que Conceito ou Definição de uma Ideia ou Situação
preciso (TESE)./ É econômico (argumento 1), /nunca dá Em alguns temas de dissertação surgem palavras-chave de
defeito (argumento 2)/ e tem espaço suficiente para extrema importância para a argumentação. Nesses casos,
transportar toda a minha família (argumento 3). pode-se iniciar a redação com a definição dessa palavra, com o
significado dela, para, posteriormente, no desenvolvimento,
b) Nesse exemplo, já encontramos a orientação (A→ pt→T), trabalhar com exemplos de comprovação.
uma vez que se parte de exemplificações para, a partir delas,
enunciar uma proposição. Contestação de uma ideia ou citação (em partes)
Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais Quando o tema apresenta uma ideia com a qual não se
(argumento 1);/ além disso, todo ano batemos recordes de concorda inteiramente, pode-se trabalhar com este método:
produção agrícola (argumento 2)./ Sem contar que nosso concordar com o tema, em partes, ou seja, argumentar que a
parque industrial é um dos mais modernos do mundo ideia do tema é verdadeira, mas que existem controvérsias.
(argumento 3)./ Definitivamente, somos o país do futuro. Discutir que o assunto do tema é polêmico e que há
(TESE). elementos que o comprovem, e elementos que discordem dele,
igualmente.
c) Aqui, o sentido é (T→ pq→A), em que de uma afirmação Não se esqueça de que o desenvolvimento tem que ser
inicial se desdobram exemplos que a justificam. condizente com a introdução, estar em harmonia com ela, ou
Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para seja, se trabalhar com esse método, o desenvolvimento deve
dar errado (TESE):/ nossa diferença de idade é grande conter as duas comprovações, cada uma em um parágrafo.
(argumento 1) e nossos gostos são quase que opostos
(argumento 2). Além disso, a família dela é terrível (argumento Refutando o Tema (contradição total)
3). Refutar significa rebater os argumentos; contestar as
asserções; não concordar com algo; reprovar; ser contrário a
d) Nesse exemplo, o movimento é (A→ pt→T), já que se algo; contrariar com provas; desmentir; negar. Portanto
parte de uma causa que funciona como justificativa a uma refutar o tema é escrever, na introdução, ao contrário do que
enunciação que, por sua vez, é a consequência constatada. foi apresentado pelo tema. Deve-se tomar muito cuidado, pois
Como o Brasil é um país muito injusto (argumento),/ toda não é só escrever o contrário, mas mostrar que se é contra o
política social por aqui implementada é vista como demagogia, que está escrito. O ideal, nesse caso, é iniciar a introdução com
paternalismo (TESE). “Ao contrário do que se acredita...”
Artigos Relacionados Não se esqueça, novamente, de que o desenvolvimento tem
Redação Enem 2014: apostas para o tema que ser condizente com a introdução, estar em harmonia com
Faça uma boa redação no Enem: dicas para prova de 2014. ela, ou seja, se trabalhar com esse método, o desenvolvimento
deve conter apenas elementos contrários ao tema. Cuidado
INTRODUÇÃO para não cair em contradição. Se for, na introdução, favorável
ao tema, apresente, no desenvolvimento, apenas elementos
A Introdução é a informação do assunto sobre o qual a favoráveis a ele; se for contrário, apresente apenas elementos
dissertação tratará. O parágrafo introdutório é fundamental, contrários.
precisa ser bem claro e chamar a atenção para os tópicos mais
importantes do desenvolvimento. Série de Interrogações
O primeiro parágrafo da redação pode ser feito de diversas Pode-se iniciar a redação com uma série de perguntas.
maneiras diferentes, vejamos: Porém, cuidado! Devem ser perguntas que levem a
questionamentos e reflexões, e não perguntas vazias que
Tipos de Introdução levem a nada ou apenas a respostas genéricas. As perguntas
devem ser respondidas, no desenvolvimento, com
Trajetória Histórica argumentações coerentes e importantes, cada uma em um
Traçar a trajetória histórica é apresentar uma analogia parágrafo. Portanto use esse método apenas quando já possuir
entre elementos do passado e do presente. Já que uma analogia as respostas, ou seja, escolha primeiramente os argumentos
será apresentada, então os elementos devem ser similares; há que serão utilizados no desenvolvimento e elabore perguntas
de haver semelhança entre os argumentos apresentados, ou sobre eles, para funcionar como introdução da dissertação.
seja, só usaremos a trajetória histórica, quando houver um fato Pode-se transformar a introdução em uma pergunta. O
no passado que seja comparável, de alguma maneira, a outro mesmo já citado anteriormente, mas com apenas uma
no presente. pergunta.
Quando apresentar a trajetória histórica na introdução,
deve-se discutir, no desenvolvimento, cada elemento em um Enumeração de Informações
só parágrafo. Não misture elementos de épocas diferentes em Quando se tem certeza de que as informações são
um mesmo parágrafo. A trajetória histórica torna convincente verídicas, podem-se usá-las na introdução e, depois, discuti-
a exemplificação; só se deve usar esse argumento, se houver las, uma a uma, no desenvolvimento.
conhecimento que legitime a fonte histórica.
Caracterização de Espaços ou Aspectos
Comparação Social, Geográfica ou Histórica Pode-se iniciar a introdução com uma descrição de lugares
Também é apresentar uma analogia entre elementos, ou de épocas, ou ainda com uma narração de fatos. Deve ser
porém sem buscar no passado a argumentação. É comparar uma curta descrição ou narração, somente para iniciar a
dois países, dois fatos, duas personagens, enfim, comparar dois redação de maneira interessante, curiosa. Não se empolgue!
elementos, para comprovar o tema. Não transforme a dissertação em descrição, muito menos em
narração.

Português 139
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Resumo do que será Apresentado no Desenvolvimento Ao analisar o (a, os, as)..., é possível conhecer o (a, os, as)....,
Uma das maneiras mais fáceis de elaborar a introdução é pois...
apresentar o resumo do que se vai discutir no
desenvolvimento. Nesse caso, é necessário planejar
cuidadosamente a redação toda, antes de começá-la, pois, na 10) Alterações introduzidas
introdução, serão apresentados os tópicos a serem discutidos
no desenvolvimento. Deve-se tomar o cuidado para não se na ortografia da língua
apresentarem muitos tópicos, senão a dissertação será portuguesa pelo Acordo
somente expositiva e não argumentativa. Cada tópico Ortográfico da Língua
apresentado na introdução deve ser discutido no
desenvolvimento em um parágrafo inteiro. Não se devem Portuguesa, assinado em
misturá-los em um parágrafo só, nem utilizar dois ou mais Lisboa, em 16 de dezembro de
parágrafos, para se discutir um mesmo assunto. O ideal é que 1990, por Portugal, Brasil,
sejam apresentados somente dois ou três temas para
discussão. Angola, São Tomé e Príncipe,
Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Paráfrase Moçambique e,
Uma maneira de se elaborar a introdução é valendo-se da
paráfrase, que consiste em reescrever o tema, utilizando suas posteriormente, por Timor
próprias palavras. Deve-se tomar o cuidado, para não apenas Leste, aprovado no Brasil pelo
substituírem as palavras do tema por sinônimos, pois isso será Decreto nº 6.583, de 29 de
demonstração de falta de criatividade; o melhor é reestruturar
totalmente o tema, realmente utilizando "suas" palavras. setembro de 2008 e alterado
Observe o que traz o Michaelis - Moderno Dicionário da pelo Decreto nº 7.875, de 27
Língua Portuguesa, quanto à definição da palavra paráfrase: de dezembro de 2012.
explicação ou tradução mais desenvolvida de um texto por
meio de palavras diferentes das nele empregadas. Portanto
sua frase deve ser mais desenvolvida que a frase apresentada
como tema, e as palavras devem ser diferentes, e não NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
sinônimas.
Falar sobre o novo acordo ortográfico implica saber que
Frases Modelo para Início da Introdução em termos históricos já se fizeram várias tentativas de
unificação da língua portuguesa, sendo que a primeira grande
Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de reforma foi em Portugal em 1911.
usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o Depois existiram várias tentativas, sendo a mais
desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo importante a de 1990, por estar por trás de todo o celeuma
que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas levantado atualmente sobre a questão.
frases: Segundo o disposto da reunião da Comunidade dos Países
É de conhecimento geral que... de Língua Portuguesa (CPLP), realizado em Julho de 2004 em
Todos sabem que, em nosso país, há tempos, observa-se... São Tomé e Príncipe, ficou decidido que para o novo acordo
Nesse caso, utilizei circunstância de lugar (em nosso país) ortográfico entrar em vigor, bastaria que três países o
e de tempo (há tempos). Isso é só para mostrar que é possível ratificassem. Assim o Brasil em Outubro de 2004, Cabo Verde
acrescentar circunstâncias diversas na introdução, não em Abril de 2005 e São Tomé em Novembro de 2006
necessariamente estas que aqui estão. Outro elemento com o ratificaram o acordo disposto pela CPLP.
qual se deve tomar muito cuidado é o pronome “se”. Nesse Em Portugal, o acordo ortográfico foi ratificado pelo
caso, ele é partícula apassivadora, portanto o verbo deverá governo em 6 de Março de 2008, faltando a aprovação do
concordar com o elemento que vier à frente (singular ou Parlamento e do Presidente da República.
plural). No Brasil o novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em
Janeiro de 2009, mas a implementação obedecerá ao período
Cogita-se, com muita frequência, de... de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
O mesmo raciocínio da anterior, agora com a circunstância 2015, durante o qual coexistiu a norma ortográfica atualmente
de modo (com muita frequência). em vigor e a nova norma estabelecida.
Muito se tem discutido, recentemente, acerca de... Apenas 0,5% das palavras sofrerão modificações no Brasil,
Muito se debate, hoje em dia... já em Portugal e nos restantes dos países lusófonos, as
mudanças afetarão cerca de 2.600 palavras, ou seja, 1,6% do
Obs: Partícula apassivadora novamente. Cuidado com a vocabulário total.
concordância. Assim vejamos as mudanças que ocorreram em nossa
língua.
O (A)... é de fundamental importância em...
É de fundamental importância o (a)... Alfabeto
É indiscutível que... / É inegável que...
Muito se discute a importância de... Nova Regra: o alfabeto agora é formado por 26 letras.
Comenta-se, com frequência, a respeito de... Regra Antiga: o ‘k’, ‘w’ e ‘y’ não eram consideradas letras
Não raro, toma-se conhecimento, por meio de..., de do nosso alfabeto.
Apesar de muitos acreditarem que... (refutação) Como Será: essas letras serão usadas em siglas, símbolos,
Ao contrário do que muitos acreditam... (refutação) nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados.
Pode-se afirmar que, em razão de... (devido a, pelo)... Exemplos: km, watt, Byron, byroniano.
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as
causas de...
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...

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APOSTILAS OPÇÃO

Trema paroxítonas quando precedidos de ditongo.


Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra,
Nova Regra: não existe mais o trema em língua feiúme.
portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura,
derivados, como por exemplo: Müller, mülleriano. feiume.
Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta,
qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, Hífen
argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça.
Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, Nova Regra: o hífen não é mais utilizado em palavras
quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal
arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça. + palavras iniciadas por ‘r’ ou ‘s’, sendo que essas devem ser
dobradas.
Acentuação Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-
social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto-
Nova Regra: ditongos abertos (ei, oi) não são mais regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra,
acentuados em palavras paroxítonas contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-
Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal,
panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, supra-sensível.
paranóico. Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato,
Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade,
panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento,
paranoico. extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal,
ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal,
Observações: suprassensível.
- Nos ditongos abertos de palavras oxítonas e
monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, Observação:
papéis. - Em prefixos terminados por ‘r’, permanece o hífen se a
- O acento no ditongo aberto ‘eu’ continua: chapéu, véu, palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista,
céu, ilhéu. hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-
regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-
Hiato “oo” resistente etc.
Nova Regra: o hiato ‘oo’ não é mais acentuado. Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras
Regra Antiga: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal
abençôo, povôo. + palavras iniciadas por outra vogal.
Como Será: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-
povôo. aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução,
contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-
Hiato “ee” escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-
Nova Regra: o hiato ‘ee’ não é mais acentuado. uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto,
Regra Antiga: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-
relêem, revêem. obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado.
Como Será: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem,
revêem. autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo,
contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial,
Acento Diferencial infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista,
Nova Regra: não existe mais o acento diferencial em neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido,
palavras homógrafas. semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.
Regra Antiga: pára (verbo), péla (substantivo e verbo),
pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), Observações:
pólo (substantivo). - Esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já
Como Será: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico
(substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo etc.
(substantivo). - Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte
iniciar por ‘h’: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-
Observação: herbáceo etc.
- O acento diferencial ainda permanece no verbo ‘poder’
(3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - ‘pôde’) e no Nova Regra: agora utiliza-se hífen quando a palavra é
verbo ‘pôr’ para diferenciar da preposição ‘por’. formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal
+ palavra iniciada pela mesma vogal.
Acento na Letra “u” Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório,
Nova Regra: não se acentua mais a letra ‘u’ nas formas antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo,
verbais rizotônicas, quando precedido de ‘g’ ou ‘q’ e antes de arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico.
‘e’ ou ‘i’ (gue, que, gui, qui). Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-
Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-
enxagúemos, obliqúe. irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico.
Como Será: argui, apazigue, averigue, enxague,
enxaguemos, oblique. Observações:
- Esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo
Acento na Letra “i” termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não
Nova Regra: não se acentua mais ‘i’ e ‘u’ tônicos em tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com

Português 141
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APOSTILAS OPÇÃO

mesma vogal = com hífen. (C) Esta é a última vez que fico no mesmo lugar no
- Uma exceção é o prefixo ‘co’. Mesmo se a outra palavra estacionamento.
inicia-se com a vogal ‘o’, não utiliza-se hífen. (D) Ele faz as provas de modo médiano.
(E) Quando falar de seus professores, não se esqueça de
Nova Regra: não usamos mais hífen em compostos que, elevá-los com dignidade.
pelo uso, perdeu-se a noção de composição.
Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, 03. (CRF/SP - Agente Administrativo - QUADRIX) Observe
pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento. as alternativas e assinale aquela em que a acentuação está
Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, correta.
paralama, parabrisa, parachoque, paravento. (A) A superfície do lago é bastante bonita.
(B) A saída de emergencía está logo ao lado.
Observação: (C) Os últimos a chegar serão repreendidos.
- O uso do hífen permanece em palavras compostas que (D) De-me um café sem cafeína, por favor
não contêm elemento de ligação e constitui unidade (E) Este sanduíche está explendido!
sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem
como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: Gabarito
ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda- 01.D / 02.D / 03.A
chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor,
erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

O Uso do Hífen Permanece Anotações


- Em palavras formadas por prefixos ‘ex’, ‘vice’, ‘soto’: ex-
marido, vice-presidente, soto-mestre.
- Em palavras formadas por prefixos ‘circum’ e ‘pan’ +
palavras iniciadas em vogal, M ou N. Ex.: pan-americano,
circum-navegação.
- Em palavras formadas com prefixos ‘pré’, ‘pró’ e ‘pós’ +
palavras que tem significado próprio. Ex.: pré-natal, pró-
desarmamento, pós-graduação.
- Em palavras formadas pelas palavras ‘além’, ‘aquém’,
‘recém’, ‘sem’. Ex.: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano,
recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto.

Não Existe mais Hífen


- Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas,
pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou
conjuncionais): Ex.: cão de guarda, fim de semana, café com
leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho,
à vontade, abaixo de, acerca de etc.
Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa,
mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.

Consoantes não Pronunciadas

Fora do Brasil foram eliminadas as consoantes não


pronunciadas. Ex.: acção, didáctico, óptimo, baptismo.
No qual a forma correta agora é: ação, didático, ótimo,
batismo.

Grafia Dupla

De forma a contemplar as diferenças fonéticas existentes,


aceitam-se duplas grafias em algumas palavras:
Ex.: António – Antônio / facto – fato / secção - seção.

Questões

01. (CRF/SC - Designer - IESES) Assinale a alternativa


com ERRO de acentuação.
(A) Aquele guri pareceu não entender a rubrica do diretor.
(B) À medida que se distancia, o ímã deixa de atrair o metal.
(C) O advogado redargui com propriedade durante o júri
de seu cliente, o réu.
(D) O ítem do acordo relacionado à acentuação gráfica foi
respeitado.

02. (CRF/SP - Advogado - QUADRIX) Assinale a


alternativa na qual a acentuação está incorreta.
(A) Não brinque na rua próxima ao mercado.
(B) O indivíduo foi embora sem pagar a diária do hotel.

Português 142
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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO
BRASIL

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APOSTILAS OPÇÃO

Mitos e as Grandes Navegações

Uma das barreiras para concretizar as viagens no além mar


eram os medos que os navegantes possuíam em relação ao mar
aberto, um lugar desconhecido que na mente de muitos
marinheiros era povoado por seres extraordinários e criaturas
fantásticas.
Esses medos eram originários do imaginário medieval e da
1) História do Brasil a) A falta de conhecimento sobre lugares ainda não mapeados, em
expansão Ultramarina Europeia uma época de pouco ou nenhuma divulgação cultural ou
dos séculos XV e XVI científica. Vale lembrar que os europeus, até o século XVI
conheciam apenas o norte da África e a região que hoje
chamamos de Oriente Médio.
EXPANSÃO ULTRAMARINA

A Expansão Ultramarina europeia dos séculos XV e XVI foi


liderada por Portugal e Espanha, que conquistaram novas
terras e rotas de comércio, como o continente americano e o
caminho para as Índias pelo sul da África.
Desde o Renascimento Comercial, durante a Baixa Idade
Média, até a expansão ultramarina, as cidades italianas foram
os principais polos de desenvolvimento econômico europeu.
Elas detinham o monopólio comercial do mar Mediterrâneo,
abastecendo os mercados europeus com os produtos obtidos
no Oriente (especiarias), especialmente Constantinopla e
Alexandria.
Durante a Idade Média, as mercadorias italianas eram
levadas por terra para o norte da Europa, especialmente para
o norte da França e Países Baixos. Contudo, no século XIV, Fonte: Raisz, Erwin. Cartografia Geral, 1969
diante da Guerra dos Cem Anos e da peste negra, a rota
terrestre tornou-se inviável. A partir de então, começou a ser O mapa acima é uma reprodução de um tipo de mapa muito
utilizada uma nova rota, a rota marítima, ligando a Itália ao comum na Idade Média, conhecido como Orbis Terrarum, ou
mar do Norte, via Mediterrâneo e Oceano Atlântico. mapa T no O, por sua forma. No mapa é possível perceber a
Esta rota transformou Portugal num importante representação do mundo conhecido na Idade Média, em que
entreposto de abastecimento dos navios italianos que iam haviam apenas três continentes, não sendo incorporados nem
para o mar do Norte, estimulando o grupo mercantil luso a a América, a Antártida ou Oceania. Apesar da forma
participar cada vez mais intensamente do desenvolvimento arredondada, a terra era entendida como um disco plano,
comercial europeu. No início do século XV, Portugal partiu cercada por mares que terminavam em um abismo profundo.
para as grandes navegações, objetivando contornar a África e Apesar das teorias de que o mundo possuía um formato
alcançar as Índias, para obter diretamente as lucrativas esférico existirem desde a antiguidade, ainda era comum
especiarias orientais. aceitá-lo como uma tábula cercada pelos astros celestes.
A expansão marítima portuguesa foi acompanhada, em Outro fator importante a ser notado no mapa é a influência
seguida pela espanhola e depois por vários outros Estados que a religião (cristianismo) exercia sobre todos os aspectos
europeus, integrando quase todo o mundo ao da vida dos europeus. A orientação geográfica coloca a Ásia
desenvolvimento comercial capitalista da Europa. onde o norte está localizado, lugar que em um mapa moderno
seria ocupado pela Europa. Antes da utilização da bússola de
Motivos Para as Expansões maneira definitiva na Europa, o norte não possuía a primazia
da parte superior dos mapas e cartas. A parte superior era
- O desejo de descobrir uma nova rota para o Oriente com reservada ao Oriente, a terra do Sol nascente, da luz, do
o objetivo de reduzir o custo dos produtos comercializados na paraíso, de onde haviam sido expulsos Adão e Eva. Por essa
Europa; razão, acreditava-se que o paraíso, descrito no livro bíblico de
- Obter acesso aos metais preciosos, que eram necessários Gênesis, estava localizado em algum lugar da Ásia, que não
para a cunhagem de moedas e para o desenvolvimento havia sido ainda reencontrado pelos cristãos. Jerusalém,
econômico. Esses metais eram pouco encontrados na Europa; cidade de importante significado religioso e alvo de conquista
- Aumento do poder da burguesia (mercadores), que das cruzadas é entendida como o centro do mundo.
ambicionavam expandir seus negócios;
- Aumento do poder real, fundamental para a organização Expansão Ultramarina Portuguesa e a Chegada ao
das expedições marítimas; Brasil
- Desenvolvimento de novos instrumentos e técnicas de Portugal foi o primeiro país a investir na expansão
navegação, como o astrolábio, o quadrante, a bússola, além de marítima em virtude de uma série de fatores:
melhorias na construção dos navios, permitindo viagens mais - Desenvolvimento comercial, que proporcionou o surgi-
longas; mento de uma burguesia dinâmica e economicamente forte;
- Queda de Constantinopla em 1453, que apesar de ter - Interesse do grupo mercantil em expandir suas
ocorrido após o início das primeiras expedições marítimas, transações comerciais; consolidação do poder real por meio da
ajudou a acelerar o desejo europeu por novas rotas, já que a Revolução de Avis (1383-85) promovida pela burguesia;
cidade era o principal entreposto comercial entre Ocidente e - Aperfeiçoamentos náuticos pela invenção da caravela,
Oriente. utilização da vela triangular ou “latina” e, possivelmente, a
existência de um centro de estudos náuticos em Sagres;
- Posição geográfica favorável em direção à costa africana.

História e Geografia do Brasil 1


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APOSTILAS OPÇÃO

Os empreendimentos marítimos portugueses são unidade de Incas e Astecas, e tinham de ser conquistados um
divididos em duas etapas distintas: por um. A existência de grupos não pacificados ou dominados
gerava uma grande perda para a economia local, pois os gastos
- Reconhecimento e exploração do litoral da África e com a defesa desses lugares eram muito grandes, além dos
procura de um novo caminho marítimo para o Oriente prejuízos gerados pelos ataques, como são os casos das
(Índias). A primeira foi iniciada pela tomada de Ceuta em 1415, Guerras de Arauco na região do Chile e as rebeliões no norte
um entreposto mercantil norte-africano até então controlado do México causados por Mixtecas.
pelos mouros (árabes). Nessa fase, durante a qual foram
fundadas várias feitorias na costa africana para traficar A Escravidão no Brasil
escravos e produtos locais (ouro, marfim, pimenta-vermelha), O domínio da América portuguesa se deu de forma muito
descobriram-se as ilhas atlânticas da Madeira, dos Açores e de diferente da América espanhola. O território brasileiro possuía
Cabo Verde; as ilhas Canárias foram descobertas em um uma grande variedade de povos indígenas, de diferentes
período anterior. culturas e costumes. É importante destacar a heterogeneidade
- “Périplo africano” (contorno do continente) - Com a dos povos que aqui viviam. Há uma estimativa de que no
conquista de Constantinopla pelos turcos em 1453, os preços momento do contato com os europeus viviam aqui entre 2 e 4
das especiarias orientais elevaram-se repentinamente, milhões de pessoas, que estariam, segundo alguns autores,
incentivando ainda mais a busca de uma rota para as Índias. divididos em mais de 1000 povos diferentes, que
Assim, com a morte do Infante D. Henrique (1460), que até desapareceram por conta de epidemias, conflitos armados e
então dirigira a expansão marítima portuguesa, o Estado luso desorganização social e cultural.
empenhou-se em completar o “périplo africano”. Nessa nova Para os portugueses o desafio foi diferente do enfrentado
etapa, destacaram-se as viagens de Bartolomeu Dias (Cabo das pelos espanhóis. A mão de obra indígena era indispensável
Tormentas ou Boa Esperança, em 1488) e de Vasco da Gama para as intenções mercantilistas de Portugal, que pretendia
(chegada a Calicute, na Índia, em 1498). Pouco depois a iniciar a produção da cana-de-açúcar para a produção do
esquadra de Pedro Álvares Cabral, que chegou ao Brasil, em açúcar voltada para a exportação para o mercado europeu.
1500. Isso gerava a necessidade da existência de uma grande
Já no século XVI, sob o comando do almirante Francisco de quantidade de mão de obra barata para gerar lucros.
Almeida, novas tentativas são desenvolvidas, mas somente por Apesar de serem considerados súditos da coroa e portanto,
volta de 1509 os portugueses vêm a conhecer suas vitórias não poderem ser escravizados, a legislação criada por Portugal
mais significativas. Entre esse ano e aproximadamente 1515, o permitia recursos legais para a prática da dominação das
comandante alm. D. Afonso de Albuquerque — considerado o populações nativas. Os grupos indígenas que sofreram o maior
formador do Império português nas Índias — passou a ter impacto da escravidão foram aqueles localizados no nordeste
sucessivas vitórias no Oriente, conquistas que atingiram desde do país, nas capitanias de Pernambuco e Bahia. Durante o
a região do Golfo Pérsico (Áden), adentraram a Índia (Calicute, período de 1540 a 1570 muitos colonos que habitavam as
Goa, Diu, Damão), a ilha do Ceilão (Sri Lanka) e chegaram até à citadas capitanias fizeram contato com indígenas da região e
região da Indochina, onde foi conquistada a importante Ilha de começaram a estabelecer trocas. Pelo fato de existirem muitos
Java. grupos indígenas no Brasil, existiam também muitas
diferenças e as guerras entre eles eram algo constante. Muitos
Conflito, Dominação e Resistência dos Indígenas dos prisioneiros feitos nesses conflitos eram trocados com os
portugueses, que os utilizavam como escravos.
Resistências à Escravidão Uma das formas de resistência indígena, consistia no
O processo de interação e dominação entre indígenas e isolamento, eles foram se deslocando para regiões mais
europeus começa com os primeiros contatos nas ilhas da pobres, onde o homem branco ainda não havia chegado. Isso
América Central em 1492. Lá foram implantados os permitiu que houvesse a preservação da herança biológica,
“repartimentos” que consistiam na distribuição de indígenas a social e cultural. Apesar de muitos índios terem se isolado, o
alguns espanhóis, conhecidos como encomendeiros, que número de mortos foi ainda maior. Estima-se que viviam no
tinham a função de cuidar e os catequizar na fé cristã, Brasil cerca de quatro milhões de índios quando os
ganhando em troca a mão de obra indígena. Em 1500 a coroa colonizadores chegaram, hoje em dia, segundo o IBGE, são
espanhola tornou os indígenas livres e não mais sujeitos a cerca de 817 mil índios1.
servitude. Ao mesmo tempo ainda era possível dominar e
escravizar indígenas através da chamada “Guerra Justa”, Ocupar, Dominar e Colonizar o Brasil
quando as ações dos espanhóis pudessem ser consideradas Os portugueses chegam ao Brasil em 22 de abril de 1500,
morais. com a esquadra de Pedro Alvares Cabral, iniciando o período
O impacto da escravidão das populações indígenas foi conhecido como Pré-Colonial.
imenso. Poucos anos após a chegada de Colombo em 1492 Durante os primeiros trinta anos o Brasil foi atacado pelos
grande parte da população nativa da América havia sido holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de fora do
dizimada por doenças e conflitos com europeus. Em 1512, Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que
tentando regular o funcionamento das Encomiendas, surgiu a dividiu as terras recém descobertas em 1494). Os corsários ou
Lei de Burgos (primeiro código de leis que deveria guiar o piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil,
comportamento os espanhóis na América, entre suas o que gerava medo por parte da coroa portuguesa em perder
diretrizes, estava a proibição ao mal trato indígena). Porém, a o território brasileiro para um outro país. Para tentar evitar
lei pouco adiantou, pois a ação intensiva dos encomendeiros e estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as
a falta de fiscalização sobre suas ações não acabaram com as Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.
práticas de morte e trabalhos forçados. Os portugueses continuaram a exploração da madeira,
Apesar dos impérios americanos constituírem grande construindo feitorias no litoral que serviam em resumo como
parte do território de ação dos espanhóis, alguns grupos armazéns e postos de trocas com os indígenas.
autônomos renderam aos espanhóis grandes preocupações e No ano de 1530, o rei de Portugal, D. João III, organizou a
conflitos. Grupos como os Araucanos e Mixtecas, que viviam primeira expedição com objetivos de colonização efetiva,
nas fronteiras dos grandes impérios, não possuíam a mesma comandada por Martin Afonso de Souza. A intenção era povoar

1 https://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html

História e Geografia do Brasil 2


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APOSTILAS OPÇÃO

o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo


de cana-de-açúcar no Brasil. b) O Sistema Colonial
Questões Português na América
Estrutura político-
01. No final do Século XIV, o único Estado centralizado e administrativa; estrutura
livre de guerras, o que lhe permitiu ser o pioneiro na expansão
ultramarina, era o socioeconômica; invasões
(A) espanhol. estrangeiras; expansão
(B) inglês. territorial; interiorização e
(C) francês.
(D) holandês. formação das fronteiras; as
(E) português reformas pombalinas;
rebeliões coloniais; e
02. A expansão marítima e comercial empreendida pelos
portugueses nos séculos XV e XVI está ligada: movimentos e tentativas
(A) aos interesses mercantis voltados para as "especiarias" emancipacionistas.
do Oriente, responsáveis inclusive, pela não exploração do
ouro e do marfim africanos encontrados ainda no século XV;
(B) à tradição marítima lusitana, direcionada para o "mar
BRASIL PRÉ-COLONIAL
Oceano" (Atlântico) em busca de ilhas fabulosas e grandes
tesouros;
“Brasil Pré-Colonial” é o período entre o descobrimento e
(C) à existência de planos meticulosos traçados pelos
1530. Recebeu esse nome devido à pouca atenção que a Coroa
sábios da Escola de Sagres, que previam poder alcançar o
portuguesa dedicou ao processo de colonização. Fato que
Oriente navegando para o Ocidente;
mudou a partir de 1530, com o envio da expedição de Martin
(D) a diversas casualidades que, aliadas aos
Afonso de Souza.
conhecimentos geográficos muçulmanos, permitiram avançar
O termo “Descobrimento do Brasil” traz uma visão pautada
sempre para o Sul e assim, atingir as Índias;
no eurocentrismo, que é a valorização da cultura europeia em
(E) ao caráter sistemático que assumiu a empresa
detrimento das outras, já que expõe a chegada (termo mais
mercantil, explorando o litoral africano, mas sempre em busca
apropriado) dos portugueses ao Brasil como o início da
da "passagem" que levaria às Índias
civilização e da presença humana no país, desconsiderando a
presença e a cultura indígena já presentes há milhares de anos
03. A partir dos estudos realizados pelo governo
neste território.
português, o pioneirismo na expansão ultramarina estava em
O Pau-brasil2
suas mãos, como grande marco do início da dominação
portuguesa, responda qual foi o marco que dá início a sua
O comércio de pau-brasil, árvore assim chamada devido à
dominação.
cor de brasa do interior de seu tronco, era o grande interesse
(A) Colonização da Guiné
de Portugal nesse início de colonização.
(B) Chegada dos portugueses ao Brasil
Havia pau-brasil em abundância no litoral que ia de
(C) Dominação de Ceuta
Pernambuco até Angra dos Reis e a exploração era monopólio
(D) Chegada as Índias
da Coroa portuguesa. Isso significava que ninguém poderia
(E) Realização do chamado “périplo africano”
retirá-lo das terras brasileiras sem prévia autorização do
governo e pagamento de impostos correspondentes. Isso não
Gabarito
intimidava os estrangeiros, especialmente ingleses e franceses
principalmente.
01.E / 02.E / 03.C
A primeira concessão de exploração dada por Portugal foi
para o comerciante português Fernão de Noronha, em 1502.
Seus navios foram os primeiros a chegar à ilha que hoje é
Fernando de Noronha.
Os comerciantes de pau-brasil eram chamados brasileiros,
termo que com o tempo irá designar todo e qualquer colono
nascido na colônia. O pau-brasil chamou atenção dos
comerciantes portugueses, pois do seu lenho era preparada
uma tinta de cor vermelha empregada no tingimento de penas.
Este corante de imediato passou a ser utilizado pelos
europeus, o que gerou lucros a Coroa e justificou o interesse
dos estrangeiros. Além da tinta, a madeira do pau-brasil era
útil na confecção de instrumentos musicais, móveis e outros
utensílios domésticos.
Os índios encarregavam-se de derrubar as madeiras,
cortá-las em toras, transportá-las para as feitorias e acomodá-
las; em troca, recebiam objetos como miçangas, tecidos,
vestimentas diversas, canivetes, facas e outros utensílios desse
gênero. Essa prática (troca) era chamada de escambo. Dando
e recebendo presentes os índios acreditavam selar acordos de
paz e de apoio quando houvesse alguma guerra.

2 “Terra do Brasil”: Período Pré-Colonial(1500-1532). https://www.promilitares.com.br/content/aula/62VJ-


5F8Y/terra_do_brasil_-_periodo_pre-colonial_(1500-1532).pdf

História e Geografia do Brasil 3


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APOSTILAS OPÇÃO

A chegada dos europeus revelou a eles um universo brasileira tornava impossível policiá-la integralmente e
completamente novo, de tecnologias, animais e modo de impedir o tráfico por contrabandistas.
pensar. Pero Vaz de Caminha, o escrivão daquela empreitada Indiretamente a concorrência entre franceses e
descreve a curiosidade dos nativos ao conhecerem a galinha. portugueses deixou marcas na costa brasileira. Foram
“Quase tiveram medo dela – não lhe queriam tocar, para logo construídas fortificações por ambas as facções nos trechos
depois tomá-la, com grande espanto nos olhos”. mais ricos e proveitosos para servir de proteção em caso de
O fim da extração do pau-brasil não livrou a espécie do ataque e para armazenamento do pau-brasil à espera do
perigo de extinção. As atividades econômicas subsequentes, embarque. As fortificações não duravam muito, apenas alguns
como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do meses, o necessário para que se juntasse a madeira e se
crescimento populacional, estiveram aliadas ao embarcasse.
desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu A exploração do pau-brasil era uma atividade que tinha
drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o necessariamente de ser nômade, pois a floresta era explorada
comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata intensivamente e rapidamente se esgotava, não dando origem
Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram a nenhum núcleo de povoamento regular e estável.
recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização
preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se A Colonização Acidental do Brasil
considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente
extinta. * A respeito da “colonização acidental” do Brasil, fique
atento. Normalmente ela é contextualizada em duas situações:
As Feitorias - A primeira e menos comumente cobrada é a respeito da
História de Diogo Álvares Correa, o quase folclórico Caramuru.
Durante o período pré-colonial não teremos a fundação de Nessa linha, acredita-se que desde o seu naufrágio (1510) e
cidades, apenas a instalação de feitorias. Era o nome dado aos estabelecimento entre os Tupinambás da Bahia, foi iniciado
entrepostos comerciais europeus em territórios estrangeiros. gradativamente o processo colonizador, mesmo que não
Inicialmente estabelecidas nos diferentes estados na Europa intencional. Caramuru estabeleceu família, e oferecia
medieval, foram mais tarde adaptadas às possessões coloniais. facilidades a negociadores estrangeiros que ao Brasil
Uma feitoria podia ser desde uma simples casa até um chegavam. O mesmo ocorreu com João Ramalho, que tinha as
conjunto de equipamentos e estruturas militares ou de mesmas características, porém viveu na região de São Vicente
acolhimento e manutenção de navios, no caso do Brasil pré- entre os índios Guaianá.
colonial o principal objetivo era o armazenamento do pau- - A segunda entende que todos os esforços anteriores a
brasil. 1530 (experiências com feitorias, missões guarda-costas)
“acidentalmente” iniciaram a colonização do Brasil. É
As Primeiras Expedições considerada acidental porque apenas após o envio de Martín
Afonso de Souza, a experiência das Capitanias e o Governo
As principais expedições marítimas portuguesas enviadas Geral é que o governo português realmente mostrou intenção
ao Brasil após a passagem da esquadra de Pedro Álvares de colonizar o território.
Cabral, e chamadas de expedições exploratórias foram:
Expedição de Gastar de Lemos (1501) – explorou E é justamente a instabilidade e a insegurança do domínio
grande parte do litoral brasileiro e deu nome aos principais português sobre o Brasil que estão na origem direta da
acidentes geográficos então encontrados (ilhas, cabos, rios, expedição de Martim Afonso de Sousa, nobre militar lusitano,
baías). Esses batismos aconteciam conforme o santo de cada e a posterior cessão dos direitos régios a doze donatários sob
dia e as festas religiosas comemoradas na época. Assim, o sistema das capitanias hereditárias. Em 1530, D. João III
surgiram nomes como Ilha de São Vicente, Cabo de São Rock, mandou organizar a primeira expedição com objetivos de
rio São Francisco, Ilha de São Sebastião, etc. colonização.
Participava da tripulação o experiente navegador Esta tinha como objetivos: povoar o território brasileiro,
florentino Américo Vespúcio, que verificou a existência de expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no
grande quantidade de pau-brasil em longas faixas do litoral, o Brasil.
que provocou contentamento em diversos comerciantes. Não bastando o risco de invasão, os portugueses não
Expedição de Gonçalo Coelho (1503) – organizada a alcançaram o lucro esperado com a construção de uma rota
partir de um contrato entre a Coroa e ricos comerciantes de marítima que os ligassem diretamente às Índias. O desgaste
olho no pau-brasil, dentre os quais se destacava Fernão de causado pelo longo percurso e a concorrência comercial de
Noronha. outros povos acabou fazendo com que o comércio com o
Esse contrato tinha essencialmente duas cláusulas: enviar Oriente não fosse muito atrativo. Desse modo, o governo
seis navios anualmente ao Brasil para explorar até trezentas português voltaria suas atenções para a exploração do espaço
léguas do seu litoral e construir feitorias destinadas à proteção colonial brasileiro.
do litoral, mantendo-as pelo prazo de três anos. Para Portugal
a construção de feitorias significava a proteção da terra, Questões
medida fundamental já que diversos estrangeiros visitavam a
costa brasileira. 01. (ESPCEX - Aman) “Os primeiros trinta anos da
Expedição de Cristóvão Jacques (1516 e 1520) – essas História do Brasil são conhecidos como período Pré-Colonial.
expedições foram chamadas de guarda-costas ou de Nesse período, a coroa portuguesa iniciou a dominação das
policiamento, já que o objetivo era vigiar o litoral terras brasileiras, sem, no entanto, traçar um plano de
especialmente temendo uma invasão francesa. Durante o ocupação efetiva. […] A atenção da burguesia metropolitana e
século XVI, franceses e portugueses tiveram vários confrontos do governo português estavam voltados para o comércio com
disputando o comércio do pau-brasil. o Oriente, que desde a viagem de Vasco da Gama, no final do
Tinham um caráter basicamente militar, pois sua missão século XV, havia sido monopolizado pelo Estado português.
era aprisionar os navios franceses que sem pagar tributos à […] O desinteresse português em relação ao Brasil estava em
Coroa Portuguesa retiravam enormes quantidades de pau- conformidade com os interesses mercantilistas da época,
brasil do nosso litoral. O resultado alcançado por essas como observou o navegante Américo Vespúcio, após a
expedições foi pouco significativo. A grande extensão da costa

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exploração do litoral brasileiro, pode-se dizer que não com recursos particulares sem que a coroa tivesse que investir
encontramos nada de proveito”. dinheiro.
Berutti, 2004. O regime de capitanias já havia sido aplicado com êxito nas
ilhas atlânticas (Madeira, Açores, Cabo Verde e São Tomé) e no
Sobre o período retratado no texto, pode-se afirmar que próprio Brasil já existia a capitania de São João,
o(a) correspondente ao atual arquipélago de Fernando de Noronha.
(A) desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos O território brasileiro foi dividido em 14 capitanias e
de colonização, deu-se em decorrência dos tratados doadas a doze donatários. Os limites de cada território
comerciais assinados com a Espanha, que tinha prioridade definido sempre por linhas paralelas iniciadas no litoral,
pela exploração de terras situadas a oeste de Greenwich. estavam especificados na Carta de Doação. Este documento
(B) maior distância marítima era a maior desvantagem estipulava que a capitania seria hereditária, indivisível e
brasileira em relação ao comércio com as Índias. inalienável, podendo ser readquirida somente pela Coroa.
(C) desinteresse português pode ser melhor explicado pela Nesse processo havia um segundo documento: o Foral,
resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o que regulamentava minuciosamente os direitos do rei. Na
desembarque e o reconhecimento das novas terras. realidade, os donatários não recebiam a propriedade das
(D) abertura de um novo mercado na América do Sul, capitanias, mas apenas sua posse. Ainda assim possuíam
ampliava as possibilidades de lucro da burguesia amplos poderes administrativos, militares e judiciais,
metropolitana portuguesa. respondendo unicamente ao soberano. Tratava-se portanto de
(E) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros um regime administrativo descentralizado.
trinta anos de História, explica-se pela aparente inexistência São Vicente e Pernambuco foram as únicas capitanias que
de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses daqueles prosperaram. O fracasso do projeto como um todo decorreu de
que patrocinavam as expedições. vários fatores: falta de coordenação entre as capitanias, grande
distância da metrópole, excessiva extensão territorial, ataques
Gabarito indígenas, desinteresse de vários donatários e, acima de tudo,
insuficiência de recursos.
01.E Motivado por esses fracassos, a saída encontrada pelo rei
foi uma mudança na forma de administrar a colônia, com a
BRASIL COLONIAL criação do Governo-Geral.
As capitanias hereditárias não desapareceram de uma vez
Da Organização da Colônia ao Governo Geral com a criação do Governo-Geral, elas foram gradualmente
readquiridas pela Coroa até serem totalmente extintas, na
 A organização colonial mostrada aqui é aquela a partir de segunda metade do século XVIII pelo Marquês de Pombal.
1530, após o chamado período pré-colonial. É o período após
o envio da expedição de Martin Afonso de Souza com a * A relação de propriedades e nomes dos donatários e suas
intenção de policiar, ocupar e explorar efetivamente o capitanias já não é alvo de questões (é mais pedida em
território brasileiro, aceito como início real da colonização. vestibulares do que em concursos). De qualquer forma a lista
segue abaixo. Sugiro que foquem sua atenção mais nas
As Capitanias Hereditárias características e motivos do fracasso do que na relação
capitania-donatário.

Principais Capitanias Hereditárias e seus donatários:


São Vicente (Martim Afonso de Sousa), Santana, Santo Amaro
e Itamaracá (Pêro Lopes de Sousa), Paraíba do Sul (Pêro Gois
da Silveira), Espírito Santo (Vasco Fernandes Coutinho), Porto
Seguro (Pêro de Campos Tourinho), Ilhéus (Jorge Figueiredo
Correia), Bahia (Francisco Pereira Coutinho), Pernambuco
(Duarte Coelho), Ceará (António Cardoso de Barros), Baía da
Traição até o Amazonas (João de Barros, Aires da Cunha e
Fernando Álvares de Andrade).

Governo Geral

A ideia de D. João III era centralizar a administração


colonial subordinando as capitanias a um governador-geral
que coordenasse e acelerasse o processo de colonização do
Brasil. Com esse objetivo elaborou-se em 1548 o Regimento do
Governador-Geral no Brasil, que regulamentava as funções do
governador e de seus principais auxiliares — o ouvidor-mor
(Justiça), o provedor-mor (Fazenda) e o capitão-mor (Defesa).
Fonte: http://www.estudopratico.com.br/ O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, fundador
de Salvador, primeira cidade e capital do Brasil. Com ele
A implantação do regime de capitanias hereditárias no vieram os primeiros jesuítas.
Brasil em 1534 está vinculada com a incapacidade econômica A administração do segundo governador-geral, Duarte da
do Estado português em financiar diretamente a colonização. Costa, apresentou mais problemas que seu antecessor:
Lembrando que o comércio com as Índias, maior responsável - revoltas dos índios na Bahia
pelo excedente da balança comercial portuguesa já não era tão - conflito entre o governador e o bispo
lucrativo. - a invasão francesa do Rio de Janeiro (criação da França
Por essa razão, e considerando a necessidade de se Antártica).
colonizar o país, D. João III decidiu dividir o território em
capitanias hereditárias para que elas se “auto colonizassem”

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Em compensação, o terceiro governador-geral, Mem de Sá, era mais aberta, mais heterogênea e marcada por uma relativa
mostrou-se tão eficiente que a metrópole o manteve no cargo mobilidade social, portanto mais avançada em relação à
até sua morte. Foi ele quem conseguiu expulsar os invasores sociedade rural e escravista dos séculos XVI e XVII.
franceses, com ajuda de seu sobrinho Estácio de Sá. Os folguedos (festas populares) das camadas mais pobres
Depois de Mem de Sá, por duas vezes a colônia foi dividida conviviam com os saraus e outros eventos sociais da camada
temporariamente em dois governos-gerais: a primeira teve dominante. Com relação a esta, o hábito de se locomover
como divisão a Repartição do Norte, com capital em Salvador, em cadeirinhas ou redes transportadas por escravos,
e a do Sul, com capital no Rio de Janeiro. evidencia o aparecimento do escravo urbano, com destaque
A segunda divisão foi durante a União Ibérica3, onde o para os chamados negros de ganho5.
Brasil foi transformado em duas colônias distintas: Estado do
Brasil (cuja capital era Salvador e, depois, Rio de Janeiro) e Escravos e homens livres na Colônia
Estado do Maranhão (cuja capital era São Luís e, depois, No Brasil colonial a mão de obra escrava foi utilizada
Belém). A reunificação só seria concretizada pelo Marquês de amplamente. A escravidão está presente na formação do país,
Pombal, em 1774. desde os índios aos negros que chegavam em navios, a
Além das Capitanias e do Governo-Geral, as Câmaras utilização do trabalho escravo se deu pela intenção de
Municipais nas vilas e nas cidades desempenhavam papel maximizar lucros através da super exploração do trabalho e do
menor na administração do Brasil colonial. O controle das trabalhador. Apesar da ampla utilização do trabalho escravo,
Câmaras Municipais era exercido pelos grandes proprietários este não foi o único. Uma parte da sociedade era livre,
locais, conhecidos como "homens-bons". Entre suas composta de trabalhadores livres, que no início eram apenas
competências, destacavam-se a autoridade para decidir sobre os portugueses condenados ao exílio na América como
preços de mercadorias e a fixação dos valores de alguns punição.
tributos. Ser livre, mas pertencer ao último estamento social na
As eleições para as Câmaras Municipais eram realizadas colônia significava apenas não ser escravo. Mesmo sendo
entre os já citados homens-bons. Elegiam-se três vereadores, livres, os mais pobres eram marginalizados e tinham poucas
um procurador, um tesoureiro e um escrivão, sob a chances de ascensão sendo privados de exigir melhores
presidência de um juiz ordinário (juiz de paz). situações econômicas. No grupo de trabalhadores livres
estavam os desgredados portugueses, escravos forros
Sistema Colonial (libertos) e os pardos.
O cultivo do açúcar e os engenhos motivaram essa variação
Sociedade de posição dos trabalhadores livres, em que os senhores de
No topo da pirâmide social do período estavam os engenhos consideravam estar no topo da sociedade. A divisão
senhores de engenho. Eles dominavam a economia e a política, da terra através das sesmarias6 beneficiava os mais abastados
exercendo poder sobre sua família e sobre outras pessoas que que se tornavam os grandes proprietários e arrendavam uma
viviam em seus domínios sob sua proteção – os agregados. Era parte para colonos que não possuíam condições para ter sua
a chamada família patriarcal. própria terra, denominando assim os senhores de engenhos
Na camada intermediária estavam os homens livres, como (produtores de açúcar) e os agricultores (produtores de cana).
religiosos, feitores, capatazes, militares, comerciantes, As relações entre senhores de engenho e agricultores, unidos
artesãos e funcionários públicos. Alguns possuíam terras e pelo interesse e pela dependência em relação ao mercado
escravos, porém não exerciam grande influência internacional, formaram o setor açucareiro.
individualmente, principalmente em relação à economia.
Na base estava a maior parte da população, que era A Resistência à Escravidão
composta de africanos e índios escravizados (sendo os índios Onde quer que tenha existido escravidão, houve
a primeira tentativa de escravidão). Os escravos não eram resistência escrava. No Brasil os escravizados criaram diversas
vistos como pessoas com direito a igualdade. Eram maneiras de resistência ao sistema escravista durante os
considerados propriedade dos senhores e faziam quase quatro séculos em que a escravidão existiu entre nós. A
praticamente todo o trabalho na colônia. Os escravos nas resistência poderia assumir diversos aspectos: fazer “corpo
zonas rurais não tinham nenhum direito na sociedade e mole” na realização das tarefas, sabotagens, roubos,
começavam a trabalhar desde crianças. sarcasmos, suicídios, abortos, fugas e formação de quilombos.
A sociedade colonial brasileira foi um reflexo da própria Qualquer tipo de afronta à propriedade senhorial por parte do
estrutura econômica, acompanhando suas tendências e escravizado deve ser considerada como uma forma de
mudanças. Suas características básicas entretanto, definiram- resistência ao sistema escravista.
se logo no início da colonização segundo padrões e valores do As motivações que levavam um escravizado a fugir eram
colonizador português. Assim, a sociedade do Nordeste variadas e nem todas as fugas tinham por objetivo se livrar do
açucareiro do século XVI, essencialmente ruralizada, domínio senhorial. De forma contrária, às vezes, o escravizado
patriarcal, elitista, escravista e marcada pela imobilidade fugia à procura de um outro senhor que o comprasse; caso o
social, é a matriz sobre a qual se assentarão as modificações seu senhor não aceitasse a negociação, ele poderia continuar
dos séculos seguintes4. fugindo e, portanto, dando prejuízos e maus exemplos, até que
No século XVIII, a sociedade brasileira conheceu seu senhor resolvesse vendê-lo.
transformações expressivas. O crescimento populacional, a Era comum a fuga por alguns dias, quando em geral o
intensificação da vida urbana e o desenvolvimento de outras escravizado ficava nas imediações da moradia de seu senhor,
atividades econômicas para atender a essa nova realidade, às vezes para cumprir obrigações religiosas, outras para
resultaram indubitavelmente da mineração. Embora ainda visitar parentes separados pela venda, outras ainda, para fazer
conservasse o seu caráter elitista, a sociedade do século XVIII algum “bico” e, com o dinheiro, completar o valor da alforria.

3 *A União Ibérica foi o período em que o império português e espanhol 4 https://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/sociedade-colonial-


estiveram sob a mesma administração. Quando D. Sebastião – Rei de Portugal - brasileira
desapareceu durante conflitos contra os mouros na África sem deixar herdeiros 5 Escravos que repassavam todos os ganhos de seu trabalho aos seus donos.

diretos, o trono português foi ocupado provisoriamente por seu tio-avô. Após seu 6 Sesmarias nada mais eram do que pedaços de terra doados a beneficiários

falecimento, Felipe II, rei da Espanha e tio de D. Sebastião assume o trono para que estes a cultivassem. Assim como no exemplo das capitanias, a posse real
português. Esse período durou 60 anos (1580 – 1640). Ele influenciou ainda era da Coroa e os beneficiários, deviam cumprir uma série de exigências para
definitivamente as relações entre Portugal e Espanha e alterou de forma marcante garantir sua posse. Diferentemente das capitanias, ela não podiam ser divididas
nosso território originalmente definido pelo Tratado de Tordesilhas. em novos lotes.

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Os Quilombos Os portugueses que vieram para o Brasil estavam inseridos


Os quilombos ou mocambos (conjunto de habitações no ideal similar ao das cruzadas, adotando o catolicismo como
miseráveis) existiram desde a época colonial até os últimos símbolo do poder da coroa.
anos do sistema escravista e assim como as fugas, foram Diante desta ideia, todo o não católico era considerado um
comuns em todos os lugares em que existiu escravidão. A inimigo em potencial, a não aceitação da fé em cristo era vista
formação de quilombos pressupõe um tipo específico de fuga, como contestação do poder do rei e afronta direta a todo
a fuga de rompimento, cujo objetivo maior era a liberdade. português, uma motivação que incentivou, dentre outros
Essa não era uma alternativa fácil a ser seguida, pois fatores, o extermínio dos indígenas, vistos como pagãos e
significava viver sendo perseguido não apenas como um infiéis.
escravo fugido, mas como criminoso. Havia também o outro lado da moeda, em que o gentil era
O Brasil teve em sua história vários grandes quilombos e o visto como potencialmente um servo da coroa e de Deus, desde
mais conhecido foi Palmares. Palmares foi um quilombo que tivesse a devida instrução. Essa ideia era defendida por
formado no século XVII, na Serra da Barriga, região entre os muitos jesuítas, como o padre Manuel da Nóbrega, conhecido
estados de Alagoas e Pernambuco. Localizado numa área de por defender o direito de liberdade dos nativos cristianizados.
difícil acesso, os aquilombados conseguiram formar um Estado Dentro deste contexto, a construção de igrejas passou a
com estrutura política, militar, econômica e sociocultural, que delimitar a conquista territorial, garantindo a soberania do
tinha por modelo a organização social de antigos reinos Estado.
africanos. Calcula-se que Palmares chegou a possuir uma
população de 30 mil pessoas. A Religiosidade Africana
Depois da abolição definitiva da escravidão no Brasil, em Vigiados de perto por seus senhores e fiscalizados pelos
1888, as comunidades negras deram outro sentido ao termo eclesiásticos católicos, na qualidade de escravos, considerados
“quilombo”, não sendo mais utilizado como forma de luta e utensílios de trabalho semelhantes a uma ferramenta, os
resistência ao cativeiro, mas sim como morada e sobrevivência africanos foram obrigados a aceitar a fé em cristo como
da família negra em pequenas comunidades onde seus valores símbolo da submissão aos europeus e a coroa portuguesa8.
culturais eram preservados. Tais comunidades receberam Apesar disso, elementos das religiões africanas
diferentes nomeações: remanescentes de quilombos, sobreviveram se ocultando em meio à simbologia cristã.
quilombos, mocambos, terra de preto, comunidades negras Associações de caráter locais, as irmandades negras
rurais, ou ainda comunidades de terreiro. contribuíram para forjar a polissemia (múltiplos sentidos de
uma palavra) e sincretismo9 religioso brasileiro.
Educação Impedidos de frequentar espaços que expressavam a
A história da educação no Brasil tem início com a vinda dos religião católica dos brancos, as irmandades representavam
padres jesuítas no final da primeira metade do século XVI, uma das poucas formas de associação permitidas aos negros
inaugurando a primeira, mais longa e a mais importante fase no contexto colonial. Surgiram como forma de conferir status
da educação no país, observando que a sua relevância e proteção aos seus membros, sendo responsáveis pela
encontra-se nas consequências resultantes para a cultura e construção de capelas, organização de festas religiosas e pela
civilização brasileiras7. compra de alforrias de seus irmãos, auxiliando a ação da igreja
Os jesuítas se dedicaram à pregação da fé católica e ao e demonstrando a eficácia da cristianização da população
trabalho educativo. Logo perceberam que não seria possível escravizada.
converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e Entretanto, ao se organizarem geralmente em torno da
escrever. devoção a um santo específico que assumiu múltiplos
De Salvador a obra jesuítica estendeu-se para o sul e, em significados, incorporando ritos e cultos que eram originais
1570, vinte e um anos depois da sua chegada, já eram aos deuses africanos, permitiram o nascimento de religiões
compostos por cinco escolas de instrução elementar – cursos afro-brasileiras como o acotundá, o candomblé e o calundu.
de Letras, Filosofia e Teologia -, localizadas em Porto Seguro,
Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga, Os Judeus
e três colégios, localizados no Rio de Janeiro, Pernambuco e Perseguidos pelo Tribunal do Santo Ofício na Europa, os
Bahia. judeus sempre estiveram em situação de perigo iminente,
A educação era privilégio apenas das classes abastadas, sendo obrigados a converterem-se ao cristianismo em
pois as famílias tradicionais faziam questão de terem entre Portugal.
seus filhos um doutor (médico ou advogado) e um padre. A Aos olhos do Estado, os convertidos passaram a ser
educação era usada como instrumento de legitimação da considerados cristãos-novos, vigiados de perto pela Inquisição
colonização, inculcando na população ideias de obediência sofrendo preconceitos e perseguições esporádicas.
total ao Estado português. Os jesuítas impunham um padrão O Brasil se transformou na terra prometida para os
educacional europeu, que desvalorizava completamente os cristãos-novos portugueses, compelidos a migrarem para
aspectos culturais dos índios e dos negros. novas terras em além-mar.
Em relação às mulheres, mesmo as das famílias mais Foi uma saída viável à recusa da aceitação de sua fé no
abastadas raramente recebiam instrução escolar, e esta reino, tendo em vista o fato da Inquisição nunca ter se
limitava-se às aulas de boas maneiras e de prendas instalado por aqui, embora tenham sido instituídas visitações
domésticas. As crianças escravas por sua vez estavam do Santo Ofício em 1591, 1605, 1618, 1627, 1763 e 1769.
excluídas do processo educacional, não tendo acesso às Alojados sobretudo na Bahia, em Pernambuco, na Paraíba
escolas. e no Maranhão; os cristãos-novos recém-chegados
integraram-se rapidamente ocupando cargos nas Câmaras
Religião Municipais em atividades administrativas, burocráticas e
A origem do processo de ocupação territorial do Brasil, comerciais, destacando-se também como senhores de
serviu também para as intenções da igreja católica. engenho, algo impensável em Portugal.

7 OLIVEIRA, M. B. AMANDA. Ação educacional jesuítica no Brasil colonial. 8 MOREIRA, S. ANTONIA. Intolerância Religiosa em Acapare. UNILAB.

Revista Brasileira de História da Religiões. http://repositorio.unilab.edu.br:8080/jspui/bitstream/123456789/373/1/Anton


http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf8/ST6/005%20- ia%20da%20Silva%20Moreira.pdf
%20AMANDA%20MELISSA%20BARIANO%20DE%20OLIVEIRA.pdf 9 Fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpretação de

seus elementos.

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Sem a Inquisição em seus calcanhares, os cristãos-novos - Outras atividades econômicas


continuaram a exercer práticas judaicas no interior de seus Na região Nordeste a atividade pastoril expandiu-se
lares, mantendo vivos os laços familiares e comunitários rapidamente, pois o capital necessário para a montagem de
clandestinamente e ao mesmo tempo, adotando uma postura uma fazenda de gado era bastante reduzido. As terras eram
pública católica respondendo a uma necessidade de adesão, fartas e o criador precisava somente requerer a doação de uma
participação e identificação. sesmaria ou simplesmente apossar-se da terra.
As instalações das propriedades pastoris eram comuns,
Cultura com poucas casas e alguns currais feitos com material
As manifestações artístico-culturais foram até o século encontrado nas localidades. O método de criação também era
XVII, condicionadas às atividades desenvolvidas aos centros muito simples, feito de maneira extensiva (o gado vivia solto
de educação, que eram os colégios jesuíticos. No trato social no campo), o que dispensava mão-de-obra numerosa ou
alicerçavam-se práticas, usos e costumes que seriam especializada.
marcantes para a formação da sociedade brasileira. A partir do Na região amazônica a geografia impedia a implantação de
século XVIII esse cenário mudou. fazendas de cultivo ou a criação de animais. Ao penetrarem os
Com a emergência da mineração, inúmeras manifestações rios e selvas da região os portugueses notaram que os índios
tornaram-se presentes, como a arte barroca (seja ela plástica utilizavam uma grande variedade de frutas, ervas, folhas e
ou literária), as manifestações árcades e parnasianas, raízes para fins medicinais e alimentícios. Os produtos
principalmente ligadas a uma referência mais letrada e utilizados, em especial cacau, baunilha, canela, urucum,
influenciada pelos matizes europeus (a produção cultural não guaraná, cravo e resinas aromáticas foram chamados de
era mais monopólio da igreja). drogas do sertão, e possuíam bom valor de comércio na
Europa, podendo ser vendidas como substitutas ou
Economia complementos das especiarias. Além das plantas, outras
 A primeira atividade extrativista lucrativa da colônia foi variedades de drogas do sertão incluíam: gordura de peixe-
em torno da exploração do pau-brasil. É considerado seu ápice boi, ovos de tartaruga, araras e papagaios, jacarés, lontras e
ainda no período pré-colonial, anterior a 1530 com a chegada felinos.
de Martin Afonso e o empenho dos primeiros engenhos.
Tratamos aqui a partir do cultivo de cana e produção do - O ciclo do ouro
açúcar. Quando foi divulgada a notícia da descoberta de jazidas
auríferas, muitas pessoas dirigiram-se para as regiões onde foi
- A cana-de-açúcar encontrado o ouro, em especial para o atual território do
Houveram muitos motivos para a escolha da cana como estado de Minas Gerais. Praticamente todas as pessoas que se
principal produto da colônia, sendo o principal a ocorrência do deslocaram para a região o fizeram na intenção de dedicar-se
solo de massapê, propício para o cultivo da cana-de-açúcar. exclusivamente na exploração do metal, deixando de lado até
Além disso, era um produto muito bem cotado no comércio mesmo atividades essenciais para a sobrevivência, como a
europeu. produção de alimentos.
As primeiras mudas chegaram no início da ocupação Isso gerou uma profunda escassez de mercadorias na
efetiva do território brasileiro, trazidas por Martim Afonso de região. Era comum entre os anos de 1700 e 1730 a ocorrência
Souza e plantadas no primeiro engenho, construído em São de crises de fome caso o acesso a outras regiões das quais os
Vicente. produtos básicos eram adquiridos fossem interrompidas. A
Os principais centros de produção açucareira do Brasil situação começa a mudar com a expansão de novas atividades,
localizavam-se nos atuais estados de Pernambuco, Bahia e São e com a melhoria das vias de comunicação.
Paulo.
A ocupação do Brasil no Século XVI esteve profundamente - Impostos e a administração da coroa
ligada à indústria açucareira. A economia de plantation10 Com as primeiras notícias de descobrimento das jazidas
possui relação intensa com os interesses dos proprietários de em Minas Gerais, a Coroa publicou o Regimento dos
terras que lucravam enormemente com as culturas de Superintendentes, Guardas-Mores e Oficiais-Deputados para
exportação. as minas de ouro, no ano de 1702.
O latifúndio formou-se nesse período tendo consequências Para executar o regimento, cobrar impostos e
até os dias de hoje. A produção da cana-de-açúcar também superintender o serviço de mineração, foram criadas as
contribuiu para a vinculação dependente do país em relação Intendências de Minas, uma para cada capitania em que
ao exterior, a monocultura de exportação e a escravidão com houvesse a extração de ouro.
suas consequências. A colônia portuguesa de exploração Quando uma nova jazida era descoberta, era obrigatória a
prosperou graças ao sucesso comercial de sua produção. comunicação para a Intendência. O Guarda-mor, então, dirigia-
Em 1630 os holandeses invadiram o nordeste da colônia, se ao local, ordenando a demarcação do terreno a ser
na região de Pernambuco, que era a maior produtora de açúcar explorado. Este era dividido em lotes, que eram chamados de
na época. Durante sua permanência no Brasil, os holandeses datas.
adquiriram o conhecimento de todos os aspectos técnicos e As datas eram entregues através de sorteio. No dia da
organizacionais da indústria açucareira. Esses conhecimentos distribuição, comunicado com certa antecedência, deviam
criaram as bases para a implantação e desenvolvimento de comparecer todos aqueles que estivessem interessados em
uma indústria concorrente, de produção de açúcar em grande receber um lote; não se admitiam procuradores ou
escala, na região do Caribe. A concorrência imposta pelos representantes. O descobridor da jazida não só tinha o direito
holandeses, que haviam sido expulsos pelos portugueses, fez de escolher uma data, mas também de receber um prêmio em
com que o Brasil perdesse o monopólio que exercia no dinheiro. A Intendência separava em seguida uma data para si,
mercado mundial do açúcar, levando a produção a entrar em vendendo-a depois em leilão público. As datas restantes eram
declínio. sorteadas entre os presentes. Encerrado o sorteio, se
sobrassem terras auríferas, fazia-se uma distribuição
suplementar. Se o número de interessados era muito grande, o

10 Possui como características: latifúndio, mão de obra escrava e interesses

voltados à exportação.

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tamanho das datas era reduzido. Normalmente as datas eram preando índios ou comercializando as ervas do sertão), as
lotes com no máximo 50 metros de largura. entradas eram expedições financiadas pela Coroa,
No início da atividade mineradora foi estabelecido um normalmente composta por soldados portugueses e
imposto para as pessoas que se dedicavam à extração: o brasileiros. Embora o objetivo inicial fosse mapear o território
quinto. Correspondia a 20% do ouro extraído, que deveria ser brasileiro e facilitar a colonização, as entradas também
pago para a Coroa. Como era difícil determinar se uma barra envolviam-se em conflitos com os índios (principalmente
ou saca de ouro havia sido ou não quintada, a sonegação era aqueles que apresentavam resistência) e, como era de se
uma pratica fácil de ser realizada. esperar, também lucravam com isso.
Com o objetivo de regularizar a cobrança, foi criado um
imposto adicional chamado finta11 que não funcionou como A Caça ao Índio
planejado e acabou sendo extinto. Para resolver o problema o Inicialmente a caça ao índio (preação) foi uma forma de
governo criou as Casas de Fundição, das quais a mais famosa suprir a carência de mão-de-obra para a prestação de serviços
foi a de Minas Gerais, inaugurada em 1725. domésticos aos próprios paulistas. Porém logo transformou-se
Nas casas de fundição o minerador entregava seu ouro, que em atividade lucrativa, destinada a complementar as
era fundido e transformado em barras, das quais era necessidades de braços escravos, bem como para a triticultura
descontado o quinto. Após as Casas de Fundição, também foi (cultura do trigo) paulista.
proibida a comercialização e exportação de ouro em pó. É Na primeira metade do século XVII os vicentinos
possivelmente dessa época o surgimento dos “Santos do pau (bandeirantes da Vila de São Vicente) realizaram incursões
oco” (imagens de santos esculpidas por dentro e preenchidas principalmente contra as reduções jesuíticas espanholas,
com ouro em pó, para fugir da fiscalização e da cobrança). resultando na destruição de várias missões, como as do Guairá,
Em 1735 a Coroa começou a cobrar um novo imposto, a Itatim e Tape, por Antônio Raposo Tavares. Nesse período, os
Capitação. Era um imposto per capita, pago em ouro pelas holandeses, que haviam ocupado uma parte do Nordeste
pessoas e estabelecimentos comerciais da área mineradora. açucareiro, também conquistaram feitorias de escravos
Em 1750 a capitação foi extinta, restando apenas o quinto. negros na África, aumentando a escassez de escravos africanos
Apesar disso, era exigida uma arrecadação mínima de 100 no Brasil.
arrobas de ouro por ano. Caso não fosse atingida a arrecadação
era decretada a derrama: cobrança da quantidade que faltava O Bandeirismo de Contrato
para completar as 100 arrobas de arrecadação. A ação de bandeirantes paulistas contratados pelo
Conforme as jazidas foram se esgotando, a produção de governador-geral ou por senhores de engenho do Nordeste
ouro caiu assim como a arrecadação de impostos. As suspeitas com o objetivo de combater índios inimigos e destruir
de sonegação de impostos e a violência da Intendência quilombos, corresponde a uma fase do bandeirismo na
aumentaram juntamente, gerando atritos e conflitos entre segunda metade do século XVII. O principal acontecimento
autoridades e mineradores, uma das causas da Inconfidência desse ciclo de bandeiras foi a destruição de um conjunto de
Mineira de 1789. quilombos situados no Nordeste açucareiro, conhecido
Para a extração do ouro foram organizados dois tipos de genericamente como Palmares.
empreendimentos: lavras e faiscações. A atuação do bandeirismo foi de fundamental importância
As lavras eram unidades de produção relativamente para a ampliação do território português na América. Num
grandes, podendo até possuir equipamento especializado e o espaço muito curto os bandeirantes devassaram o interior da
trabalho de mais de 100 escravos, o que exigia o investimento colônia explorando suas riquezas e arrebatando grandes áreas
de alto capital, sendo rentável apenas em jazidas de ouro de do domínio espanhol, como é o caso das missões do Sul e
tamanho suficientemente grande. Sudeste do Brasil.
Nas faiscações, que eram pequenas unidades produtoras, Antônio Raposo Tavares, depois de destruí-las, foi até os
trabalhavam somente algumas pessoas (por vezes eram até limites com a Bolívia e Peru atingindo a foz do rio Amazonas,
mesmo compostas de trabalhadores individuais). Era comum completando assim o famoso périplo brasileiro. Por outro lado,
a prática do envio de escravos por homens livres para os bandeirantes agiram de forma violenta na caça de indígenas
faiscação, sendo o ouro encontrado dividido entre ambos. e de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção do
sistema escravocrata que vigorava no Brasil Colônia.
Expansões Geográficas
Conquistas e Tratados
Entradas e bandeiras, conquista e colonização do nordeste, Fato curioso na ação das bandeiras e entradas é que eles
penetração na Amazônia, conquista do Sul, Tratados e limites. não tinham real noção do tamanho do nosso território. Era
comum pensarem que se adentrassem o suficiente, logo
Bandeiras e Bandeirantes chegariam às colônias espanholas. As necessidades
As bandeiras, tradicionalmente definidas como expedições econômicas (que já falamos acima) levaram os portugueses a
particulares, em oposição às entradas, de caráter oficial, adentrar muito mais do que o combinado no Tratado de
contribuíram decisivamente para a expansão territorial do Tordesilhas e posteriormente obrigou os governos a
Brasil Colônia. A pobreza de São Paulo, decorrente do fracasso reconhecerem novos acordos.
da lavoura canavieira no século XVI, a possibilidade da No século XVII um evento ajudou para que essa expansão
existência de metais preciosos no interior e particularmente, a ocorresse sem maiores problemas. Trata-se da União Ibérica.
necessidade de mão-de-obra para o açúcar nordestino durante Para a expansão territorial brasileira isso foi ótimo. Primeiro
a União Ibérica, levaram os paulistas a organizar a caça ao por estreitar as relações entre colônias portuguesas e
índio, o bandeirismo de contrato e a busca mineral. espanholas e depois por, quando dos portugueses adentrarem
o território além do estabelecido não encontrarem nenhum
 As entradas tinham uma origem diferente, porém com problema, afinal os espanhóis entendiam que o seu povo
finalidade semelhante à dos bandeirantes. Enquanto o estava povoando a sua terra.
movimento das bandeiras tratava-se de uma expedição Os limites estabelecidos em Tordesilhas foram tão
particular (normalmente financiada pelos próprios paulistas) alterados e de forma tão definitiva (várias novas colônias já
com objetivo de obter lucros (encontrando metais preciosos, haviam sido estabelecidas) que um novo acordo sobre os

11 30 arrobas de ouro cobradas anualmente.

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limites territoriais entre Portugal e Espanha foi estabelecido: possuíam um objetivo em comum: derrotar os colonizadores
o Tratado de Madri (1750). Em resumo ele reconhecia que a portugueses.
maioria do território desbravado pertencia a Portugal, Em 1555 os franceses fundaram na baía de Guanabara a
baseado no princípio da posse por uso. França Antártica, criando uma sociedade de influências
 No período colonial, que dura até o ano de 1815 quando protestantes. Através dos franceses, algumas partes do litoral
o Brasil é elevado à categoria de Reino Unido de Portugal e brasileiro ganharam diversas feitorias e fortes.
Algarves, ainda teremos o início dos conflitos da Cisplatina Por aproximadamente cinco anos ocorreram conflitos
(1811 – 1828) – disputa entre Portugal e Espanha em torno da entre os portugueses e a Confederação dos Tamoios. Em 1567
fronteira do RS devido às pretensões espanholas de controlar os portugueses derrotaram a Confederação e expulsaram os
o rio da Prata -. Porém esse conteúdo é mais comumente franceses do litoral brasileiro, o que não desencorajou os
pedido dentro do período imperial, talvez pelo seu final ter ideais franceses.
sido após 1822. No século XVII (1612), fundaram a França Equinocial,
correspondente à cidade de São Luís, capital do estado do
União Ibérica Maranhão.
Em 1578, na luta contra os mouros marroquinos em Com a intenção de conter a expansão francesa, Portugal
Alcácer-Quibir, o rei D. Sebastião de Portugal, desapareceu. enviou uma expedição militar à região do Maranhão. Essa
Com isso teve início uma crise sucessória do trono português, expedição atacou os franceses tanto por terra quanto por mar.
já que o rei não deixou descendentes. O trono foi assumido por Em 1615, foram derrotados e se retiraram do Maranhão,
um curto período de tempo por seu tio-avô, o cardeal Dom deslocando-se para a região das Guianas onde fundaram uma
Henrique, que morreu dois anos depois, sem deixar herdeiros. colônia, a chamada Guiana Francesa.
Logo após, Filipe II da Espanha e neto do falecido rei Após duas tentativas mal sucedidas de estabelecimento de
português D. Manuel I, demonstrou o interesse em assumir o uma civilização francesa no Brasil colonial, os franceses
trono português. Para alcançar o poder, além de se valer do passaram a saquear através de corsários (piratas), algumas
fator parental, o monarca hispânico chegou a ameaçar os cidades do litoral brasileiro no século XVIII. A principal delas
portugueses com seus exércitos para que pudesse exercer tal foi a cidade do Rio de Janeiro, de onde escoava todo ouro
direito. Assim foi estabelecida a União Ibérica, que marca a extraído da colônia rumo a Portugal. Uma primeira tentativa
centralização de Portugal e Espanha sob um mesmo governo. de saque, em 1710, foi barrada pelos portugueses; entretanto,
A vitória política de Filipe II abriu oportunidade para que no ano de 1711, piratas franceses tomaram a cidade do Rio de
as finanças de seu país pudessem se recuperar após diversos Janeiro e receberam dos portugueses um alto resgate para
gastos em conflitos militares. Para tanto, tinha interesse em libertá-la: 600 mil cruzados, 100 caixas de açúcar e 200 bois.
estabelecer o comércio de escravos com os portugueses que Terminavam, então, as tentativas de invasões francesas no
controlavam a atividade na costa africana. Além disso, o Brasil.
controle da maior parte das possessões do espaço colonial
americano permitiria a ampliação dos lucros obtidos através Invasões Inglesas
da arrecadação tributária. As incursões inglesas no Brasil ficaram restritas a ataques
Apesar das vantagens, o imperador espanhol manteve uma de piratas e corsários.
significativa parcela dos privilégios e posições ocupadas por William Hawkins foi o primeiro corsário inglês a aportar
comerciantes e burocratas portugueses. na colônia. Entre 1530 e 1532, percorreu alguns pontos da
Mesmo preservando aspectos fundamentais da costa e fez escambo de pau-brasil com os índios. Outro foi
colonização lusitana, a União Ibérica também foi responsável Thomas Cavendish, que atracou em Santos em 1591.
por algumas mudanças. Com a junção das coroas, as nações Conhecido como “lobo-do-mar”, Cavendish estava a serviço da
inimigas da Espanha passam a ver na invasão do espaço rainha inglesa Elizabeth I.
colonial lusitano uma forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta O corso realizado pelos ingleses entretanto, intensificou-se
maneira, no tempo em que a União Ibérica foi vigente, ingleses, apenas na segunda metade do século XVI, quando os conflitos
holandeses e franceses tentaram invadir o Brasil. entre católicos e protestantes tornaram-se intensos na
Entre todas essas tentativas, podemos destacar Inglaterra e os mercadores empolgaram-se com as
especialmente a invasão holandesa, que alcançou o monopólio possibilidades comerciais abertas pelas novas rotas
da atividade açucareira em praticamente todo o litoral marítimas.
nordestino. No ano de 1640 a Restauração definiu a vitória A primeira incursão pirata dos ingleses ao litoral brasileiro
portuguesa contra a dominação espanhola e a consequente foi em 1587. Em 1595, o inglês James Lancaster conseguiu
extinção da União Ibérica. Ao fim do conflito, a dinastia de tomar o porto do Recife. Retirou grande volume de pau-brasil,
Bragança, iniciada por dom João IV, passou a controlar que levou para a Inglaterra depois de realizar saques na
Portugal. capitania durante mais de um mês.

Invasões Invasões Holandesas


As invasões holandesas na primeira metade do século XVII
Invasões Francesas estão relacionadas com a criação da União Ibérica. Antes do
A França foi o primeiro reino europeu a contestar o domínio dos Habsburgos12, as relações comerciais e
Tratado de Tordesilhas que dividiu as terras descobertas na financeiras entre Portugal e Holanda eram intensas. Pouco
América entre Portugal e Espanha em 1494. Visitaram antes de Filipe II tornar-se rei de Portugal, os Países Baixos
constantemente o litoral brasileiro desde o período da iniciaram uma guerra de independência tentando libertar-se
extração do pau-brasil mantendo relações amistosas com os do domínio espanhol. Iniciada em 1568, essa guerra de
povos indígenas locais. Deste acordo surgiu a Confederação libertação culminou com a União de Utrecht13, sob a chefia de
dos Tamoios (aliança entre diversos povos indígenas do Guilherme de Orange. Em 1581, nasciam as Províncias Unidas
litoral: tupinambás, tupiniquins, goitacás, entre outros), que dos Países Baixos, mas a guerra continuou.
Assim que Filipe II assumiu o trono luso, proibiu o
comércio açucareiro luso-flamengo. O embargo de navios

12 Poderosa família que dos séculos XVI ao XX governaram diversos reinos na 13 A União de Utrecht foi um acordo assinado na cidade holandesa de Utrecht,

Europa, entre eles Áustria, Nápoles, Sicília e Espanha. em 23 de Janeiro de 1579, entre as províncias rebeldes dos Países Baixos - naquele
tempo em conflito com a coroa espanhola durante a guerra dos 80 anos.

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holandeses em Lisboa provocou a criação de companhias Revolta de Beckman (1684)


privilegiadas de comércio. Entre 1609 e 1621, houve uma Na segunda metade do século XVII, a situação da economia
trégua que permitiu a normatização temporária do comércio maranhense que nunca fora boa, tendia a piorar. A Coroa,
entre Brasil-Portugal e Holanda. Em 1621, terminada a trégua, pressionada pelos jesuítas proibiu a escravização de
os holandeses fundaram a Companhia de Comércio das Índias indígenas, os quais eram a base da mão-de-obra local
Ocidentais cujo alvo era o Brasil. Começava então a Guerra do utilizados na coleta de “drogas do sertão” e na agricultura de
Açúcar. subsistência.
A primeira invasão foi na Bahia, realizada por três mil e Visando melhorar a situação da capitania, o governo
trezentos soldados. Salvador foi ocupada sem muita português criou em 1682 a Companhia de Comércio do
resistência e o governador Diogo de Mendonça Furtado foi Maranhão, a qual recebia o monopólio do comércio
preso, tendo a cidade saqueada. A população fugiu para o maranhense e em troca deveria promover o desenvolvimento
interior onde a resistência foi organizada pelo bispo D. Marcos da agricultura local.
Teixeira e por Matias de Albuquerque. Os baianos também A má administração da empresa gerou uma rebelião de
receberam a ajuda de uma esquadra luso-espanhola (“Jornada colonos em 1684, sob a chefia dos irmãos Manoel e Thomas
dos Vassalos”) e, em maio de 1625 os holandeses foram Beckman. O objetivo dos rebeldes era o fechamento da
expulsos. Companhia e a expulsão dos jesuítas. A revolta foi sufocada
A segunda invasão holandesa no Nordeste foi direcionada pela coroa, mas a Companhia encerrou suas atividades.
contra Pernambuco, uma capitania rica em açúcar e pouco
protegida. Olinda e Recife foram ocupadas e saqueadas. A A Guerra dos Emboabas (1708-1709)
resistência foi comandada por Matias de Albuquerque a partir Apesar da fome que assolou as Minas em 1696-1698 ter
do Arraial do Bom Jesus, e durante alguns anos impediu que os sido terrível, uma crise de desabastecimento ainda mais
invasores ampliassem sua área de dominação. Mas a traição de devastadora aconteceu na região em 1700. Três anos depois
Domingos Calabar alterou a situação. da descoberta das primeiras jazidas, cerca de 6 mil pessoas
Entre 1637 e 1644, o Brasil holandês foi governado pelo haviam chegado às minas. Na virada do século XVIII, esse
conde Mauricio de Nassau-Siegen, que expandiu o domínio número quintuplicara: 30 mil mineiros perambulavam pela
holandês do Nordeste até o Maranhão e conquistou Angola área.
(fornecedora de escravos). Porém, em 1638 fracassou ao Pouco depois surgiram os conflitos entre paulistas, que
tentar conquistar a Bahia. foram os descobridores das jazidas e primeiros povoadores e
Quando Portugal restaurou sua independência e assinou a os Emboabas, forasteiros, normalmente portugueses,
Trégua dos Dez Anos com a Holanda, Nassau continuou pernambucanos e baianos.
administrando o Brasil holandês de forma exemplar. Os dois grupos disputavam o direito de exploração das
Urbanizou Recife, fundou um zoológico, um observatório terras. Os paulistas argumentavam que deveriam ter o direito
astronômico e uma biblioteca, construiu jardins e palácios e de exploração, por serem os descobridores. Já os emboabas
promoveu a vinda de artistas e cientistas para o Brasil. defendiam que por serem cidadãos do Reino também
Além disso, adotou a tolerância religiosa e dinamizou a possuíam o direito de exploração das riquezas. Entre 1707 e
economia canavieira. Sua política garantiu o apoio da 1709, ocorreram lutas violentas entre os dois grupos, com
aristocracia local, mas entrou em choque com os objetivos da derrotas sucessivas por parte dos paulistas.
Companhia das Índias Ocidentais. O desgaste com a O governador Albuquerque Coelho e Carvalho promoveu a
Companhia levou Nassau a deixar o Brasil em 1644. Enquanto pacificação geral em 1709, quando foi criada a capitania de São
isso, os próprios brasileiros organizaram a luta contra os Paulo e Minas de Ouro, pertencente à coroa.
flamengos com a Insurreição Pernambucana. Os líderes foram
André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique A Guerra dos Mascates (Pernambuco, 1710-1714)
Dias (negro) e o índio Filipe Camarão. Luta entre os proprietários rurais de Olinda e os
Em 1648 e 1649, as duas batalhas de Guararapes foram comerciantes portugueses de Recife, originada pela expulsão
vencidas pelos nativos. Em 1652, o apoio oficial de Portugal e dos holandeses no século XVII. Se a perda do monopólio
as lutas dos holandeses na Europa contra os ingleses em brasileiro do fornecimento de açúcar à Europa foi trágica para
decorrência dos prejuízos causados pelos Atos de Navegação os produtores pernambucanos, não foi tanto assim para a
de Oliver Cromwell, levaram os holandeses a Capitulação da burguesia lusitana de Recife, que passou a financiar a
Campina do Taborda14. produção olindense, com elevadas taxas e grandes hipotecas.
Os holandeses foram desenvolver a produção de açúcar A superioridade econômico-financeira de Recife não tinha
nas Antilhas, contribuindo para a crise do complexo açucareiro correspondente político, visto que seus habitantes
nordestino. Mais tarde, Portugal e Holanda firmaram o continuavam dependendo da Câmara Municipal de Olinda. Em
Tratado de Paz de Haia (1661), graças a mediação inglesa. 1710, Recife conseguiu sua emancipação político-
Segundo tal tratado a Holanda receberia uma indenização de 4 administrativa transformando-se em município autônomo. Os
milhões de cruzados e a cessão pelos portugueses das ilhas olindenses, comandados por Bernardo Vieira de Melo
Molucas e do Ceilão, recebendo ainda o direito de invadiram Recife, provocando a reação dos Mascates,
comercializar com maior liberdade nas possessões chefiados por João da Mota.
portuguesas, em razão da perda do Brasil holandês. A luta entre as duas cidades manteve-se até 1714, quando
foi encerrada graças à mediação da Coroa. O esforço da
As Rebeliões Nativistas aristocracia fora inútil: Recife manteve sua autonomia.
A população colonial já enraizada na terra e portanto, com
fortes sentimentos nativistas, manifestou seu Os Movimentos Emancipacionistas
descontentamento frente às exigências metropolitanas. Em
vista disto, surgiram os primeiros sinais de rebeldia, As revoltas emancipacionistas foram movimentos sociais
denominados rebeliões nativistas. ocorridos no Brasil Colonial, caracterizados pelo forte anseio
de conquistar a independência do Brasil com relação a

14 Acordo que estabelecia, entre tantas cláusulas que o governo holandês

abdicava de suas terras no Brasil.

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Portugal. Entre os principais motivos para esses movimentos ele foi enforcado, decapitado e esquartejado. Os outros
estavam: participantes foram condenados ao desterro na África.
- a alta cobrança de impostos;
- limites estabelecidos pelo Pacto Colonial que obrigava o Conjuração Baiana (1798)
Brasil de comercializar somente com Portugal; A conjuração Baiana, ou Revolta dos Alfaiates, assim
- a falta de autonomia e representação na criação de leis e como a Conjuração Mineira, foi influenciada pelos ideais
tributos, além da política dominada por Portugal; iluministas, em especial a Revolução Francesa. Ocorrida na
- os ideais iluministas e separatistas vindos da Europa e Bahia em 1798, buscava a emancipação e defendeu
dos Estados Unidos. importantes mudanças sociais e políticas na sociedade.
Entre as causas do movimento estava a insatisfação com
A Inconfidência Mineira (1789) Portugal pela transferência da capital para o Rio de Janeiro em
Na segunda metade do século XVIII, a produção de ouro 1763. Com tal mudança, Salvador (antiga capital) sofreu com a
nas Minas Gerais vinha apresentando um grande declínio, o perda dos privilégios e a redução dos recursos destinados à
que aumentou os choques e conflitos entre a população local e cidade. Somado a tal fator, o aumento dos impostos e
as autoridades portuguesas. Quanto menos ouro era extraído, exigências à colônia vieram a piorar sensivelmente as
maiores eram os boatos e ameaças do acontecimento da condições de vida da população local. O preço dos alimentos
Derrama15, atitude que afetaria boa parte da elite local. também gerou revolta na população. Além de caros, muitos
Os grupos mais influenciados pelas ideias iluministas, que produtos tornavam-se rapidamente escassos pelas restrições
eram também os que mais teriam a perder com as medidas do impostas sobre o comércio e as importações.
governo português, resolveram tomar uma atitude dando Os revoltosos defendiam a separação da região do restante
início em 1789 ao movimento que seria chamado pela da colônia, buscando independência de Portugal e instalando
metrópole de Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira. um governo baseado nos princípios da República. Também
Os inconfidentes tinham como objetivo a imediata defendiam a liberdade de comércio (fim do pacto colonial
separação da colônia, criando uma República moldada pelo estabelecido), o aumento dos soldos16 e a igualdade entre as
pensamento liberal-iluminista e pela Constituição dos Estados pessoas, resultando na abolição da escravidão.
Unidos, que havia conquistado sua independência em 1776. O movimento ganhou o nome de Revolta dos Alfaiates pela
Após conquistada a liberdade em relação à metrópole, grande adesão desses profissionais no movimento, entre eles
estabeleceriam São João del-Rei como capital, criariam a Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do
Universidade de Vila Rica e dariam estímulo à abertura de Nascimento. Outros setores também aderiram ao movimento,
manufaturas têxteis e de uma siderurgia para o novo Estado. como o militar, representado pelo soldado Luís Gonzaga das
Em relação à escravidão as posições eram divergentes. Virgens.
A revolta foi suspensa quando participantes da O movimento contou com a participação de pessoas
conspiração denunciaram o movimento ao governador. O pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, escravos e
coronel Joaquim Silvério dos Reis foi apontado como principal ex-escravos.
delator. Endividado com a coroa assim como outros A revolta foi impedida antes mesmo de começar. O ferreiro
inconfidentes, o coronel resolveu separar-se do movimento e José da Veiga informou sobre os detalhes do movimento ao
apresentar um depoimento formal para o governador da governador, que pôde mobilizar tropas do exército para conter
capitania, Visconde de Barbacena. O governador suspendeu a os revoltosos.
cobrança e mandou prender os inconfidentes.
Após a confissão de Joaquim Silvério e a prisão dos Questões
suspeitos foi instituída a devassa, uma investigação levada a
cabo pelas autoridades da época, constatando que 01. (TJ/SC - Analista Administrativo - TJ) Sobre o
envolveram-se no movimento da Capitania das Minas grandes Período Colonial Brasileiro, assinale a alternativa INCORRETA:
fazendeiros, criadores de gado, contratadores, exploradores (A) De 1500 a 1530 a economia brasileira gravitou em
de minas, magistrados, militares, além de intelectuais luso- torno do pau-brasil. Após 1530, declinando o comércio com as
brasileiros. Índias, a coroa portuguesa decidiu-se pela colonização do
Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Brasil.
Correia de Toledo, José de Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues (B) A extração do pau-brasil foi declarada estanco, ou seja,
da Costa, além do cônego Luís Vieira da Silva; o tenente- passou a ser um monopólio real, cabendo ao rei conceder a
coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante permissão a alguém para explorar comercialmente a madeira.
militar da capitania, os coronéis Domingos de Abreu Vieira, O primeiro arrendatário a ser beneficiado com o estanco foi
também comerciante, e Joaquim Silvério dos Reis, rico Fernando de Noronha, em 1502.
negociante; e os letrados Cláudio Manuel da Costa, Inácio José (C) A administração colonial foi efetuada inicialmente por
de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga. meio do sistema de Capitanias Hereditárias. Com seu fracasso
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único foram instituídos os Governos Gerais, não para acabar com as
“conspirador” que não fazia parte da elite. Conhecido como capitanias, mas para centralizar sua administração.
alferes (primeiro posto militar) e dentista prático, foi talvez (D) No sistema de Capitanias hereditárias a ocupação das
por sua origem o mais duramente castigado. A memória de terras era assegurada pela Carta de Doação e pelo Foral. A
Tiradentes passou a ser celebrada no Brasil com a carta de doação determinava os direitos e deveres dos
Proclamação da República, quando foi considerado herói donatários e o Foral cedia aos donatários as terras, bem como
nacional pelo regime estabelecido em 15 de novembro de o poder administrativo e jurídico das mesmas.
1889. Sua representação mais conhecida é muito semelhante (E) O primeiro núcleo de colonização do Brasil foi a Vila de
à imagem de Cristo, reforçando a construção da imagem de São Vicente, fundada no litoral paulista em 1532.
mártir.
Assinada em 19 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, a
sentença de morte de Tiradentes cumpriu-se dois dias depois:

15 No Brasil Colônia, a derrama era um dispositivo fiscal aplicado em Minas 16 A palavra ¨soldo¨ (em latim ¨solidus¨), remuneração por serviços militares e

Gerais a fim de assegurar o teto de cem arrobas anuais na arrecadação do quinto. ¨soldado¨, têm sua origem no nome desta moeda.
O quinto era a retenção de 20% do ouro em pó ou folhetas que eram direcionadas
diretamente a Coroa Portuguesa

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02. (TJ/SC - Assistente Social - TJ) Sobre o Período joanino ou após o período colonial, estamos falando das
Colonial brasileiro, assinale a única alternativa que está CORTES portuguesas, uma vez que a presença lusitana no
INCORRETA: nosso território é ininterrupta desde o descobrimento.
(A) Portugal só deu início à colonização das terras
conquistadas, que passaram a chamar-se Brasil, devido à Realizações Político-sociais das Cortes no Brasil
pressão que sofria com o declínio de seu comércio com o
oriente e com a sistemática ameaça estrangeira no território As mudanças econômicas e políticas que vinham soprando
brasileiro. suas ideias da América do Norte e da Europa para as colônias
(B) O sistema de Capitanias Hereditárias foi implantado
é fator chave para entendermos porque a família real
por D. João III mas não teve o sucesso esperado. Entre os
portuguesa mudou-se com toda a sua Corte da “civilizada”
fatores que contribuíram para o fracasso das capitanias
Lisboa para a abandonada colônia brasileira.
podemos citar: falta de terras férteis em algumas regiões, falta
O absolutismo viu suas bases estremecerem na segunda
de interesse dos donatários, conflitos com os indígenas, falta
metade do século XVIII principalmente pelo sucesso das
de recursos financeiros para o empreendimento por parte de
Revoluções Estadunidense e Francesa com suas ideias
quem recebia a capitania.
democráticas. No mesmo sentido, sua política econômica - o
(C) Tomé de Souza foi o primeiro Governador-Geral do mercantilismo - via o capitalismo industrial começar a tomar a
Brasil e a sede do governo geral foi estabelecida na Bahia. dianteira frente ao capitalismo comercial, marca desses
(D) A estrutura econômica brasileira do período colonial governos.
tinha como principais características a monocultura, o Mas foi da França o empurrão fundamental para a
latifúndio, o trabalho escravo e a produção para o mercado mudança da Corte lusitana17. Quando da expansão
externo. napoleônica na Europa, apenas a Inglaterra conseguia fazer
(E) O primeiro núcleo de colonização do Brasil foi a Vila de frente aos franceses. Em uma tentativa de enfraquecer seu
Santos, fundada em 1532.
maior adversário, a França decreta um bloqueio comercial à
Inglaterra por todos os países que estavam sob sua influência,
Gabarito
entre eles, Portugal, que não aceita manter o bloqueio,
desencadeando a invasão francesa, consequência da fuga da
01.D / 02.E
Corte para o Brasil.
Os motivos que o leva a não aceitar manter o bloqueio
dizem respeito a uma série de acordos econômicos entre
Portugal e Inglaterra (mal feitos), que tornou Portugal uma
c) O Período Joanino e a nação dependente. As premissas dos acordos mantinham os
Independência (1) A presença portugueses como uma economia basicamente agrária
britânica no Brasil, a enquanto os ingleses desenvolviam sua indústria.
O Tratado de Methuen exemplifica bem isso: Portugal
transferência da Corte, os forneceria vinho aos ingleses (campo) e a Inglaterra forneceria
tratados, as principais tecidos aos portugueses (indústria). Sem opção e por exigência
medidas de D. João VI no da Inglaterra, Portugal recusa o bloqueio.
Por sua vez, Napoleão foi um cão que latia e também
Brasil, a política joanina, os mordia. Ao ver a recusa portuguesa nos seus planos, a França
partidos políticos, as revoltas, invade e divide Portugal com a Espanha (Tratado de
conspirações e revoluções e a Fontainebleau) além de declarar extinta a Dinastia dos
Bragança.
emancipação e os conflitos
sociais. (2) O processo de A Fuga para o Brasil
independência do Brasil. d) Portugal contou com o apoio naval inglês para sua fuga.
Cerca de 15 mil pessoas que compunham a Corte fizeram a
Brasil Imperial Primeiro viagem que durou cerca de dois meses com escolta e medidas
Reinado e Período Regencial: de segurança como colocar membros da família real em
aspectos administrativos, diferentes navios, caso houvesse ataques.
Ao chegar, D. João tomou duas medidas que afetaram tanto
militares, culturais, França quanto Inglaterra, sendo:
econômicos, sociais e - a retaliação à Napoleão, invadindo e conquistando a
territoriais; Segundo Reinado: Guiana Francesa; e
- premiando a Inglaterra e visando o próprio conforto,
aspectos administrativos, ainda em 1808 assinou uma Carta Régia com a medida que
militares, econômicos, sociais ficou conhecida como “Abertura dos Portos às Nações Amigas”,
e territoriais; e Crise da beneficiando basicamente o país inglês.
A medida mudava o status do Brasil, mas beneficiou muito
Monarquia e Proclamação da os ingleses que agora não precisavam mais negociar com a
República. metrópole suas relações comerciais em território nacional.
Além das mudanças que afetavam política e economia
externas, D. João também realizou mudanças internas.
Temos que ter em mente que até então o Brasil é uma
PERÍODO JOANINO E A INDEPENDÊNCIA colônia. Isso significa que todo o aparato administrativo,
judiciário e econômico são da metrópole. Com a vinda da Corte,
Só passando para lembrar que quando tratamos sobre todos os tipos de decisões nesse sentido que eram tomadas em
a chegada dos portugueses no Brasil a partir do período Lisboa, teriam que ser tomadas no Rio de Janeiro e para isso

17 Que se refere à Lusitânia, antiga região situada na península Ibérica.

Atualmente, refere-se ao território português.

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seguiu-se uma série de mudanças: nomeou ministros de Estado, apenas algumas fizeram algo a respeito, como foi o caso de
criou secretarias públicas, criou tribunais de justiça, o Banco do Pernambuco.
Brasil e o Arquivo Central. Com ideais republicanos, separatistas e anti-lusitanos, a
Mudanças na cidade também foram realizadas com a Revolução Pernambucana ia contra os pesados impostos,
intenção de tornar a capital do Brasil uma cidade mais próxima descaso administrativo e opressão militar.
do que a Corte estava acostumada na Europa: foram criados A Revolução apenas teve início após a delação do
jornais de circulação diária, uma biblioteca real com mais de 60 movimento. Quando os líderes conspiradores foram presos, a
mil exemplares vindos de Lisboa, Academias militar e da luta começou. A revolta chegou a contar com a participação da
marinha, faculdades de medicina e de direito, observatórios, Paraíba e Rio Grande do Norte, porém a coroa conseguiu
jardim botânico, teatros (...) Estruturalmente a cidade ganhou encerrá-la através da força militar.
iluminação pública, ruas pavimentadas, chafarizes e pontes. Alguns líderes foram executados e outros receberam o
Culturalmente a principal mudança se deu pela vinda da perdão real anos depois, como Frei Caneca.
Missão Francesa para a criação da Imperial Academia e Escola
de Belas-Artes, tendo como principal nome o artista Jean- O Retorno de D. João para Portugal
Baptiste Debret.
Apesar de os trabalhos realizados pela Missão Francesa Lisboa e Rio de Janeiro literalmente inverteram os papeis
não influenciarem o grosso da população brasileira e carioca, nesse período. Se antes Lisboa era o centro do império
foram de grande importância para o conhecimento do Brasil português com suas instituições e riquezas colhidas pela
na Europa. forma de governo colonial, agora ela via o Rio de Janeiro
Como era no Rio de Janeiro que as coisas aconteciam, foi assumir esse papel.
natural o crescimento populacional. Além do número Os comerciantes portugueses viram sua economia
crescente de brasileiros que migravam em busca de emprego despencar quando das assinaturas de D. João nos novos
na capital, o número de escravos também aumentou – para acordos com os ingleses. O Brasil era o principal mercado
atender a maior demanda de serviços – assim como o de lusitano. Não bastasse isso, o rei de Portugal não tinha planos
estrangeiros que faziam negócios e já pregavam a ideia de de regressar e ainda deixou o governo do país a cargo de um
trabalhadores assalariados. inglês (general Beresford).
Economicamente, apesar de D. João autorizar a instalação Fórmula certa para insatisfação, foi o que ocorreu: Em 24
de manufaturas no país, os acordos desiguais feitos com a de agosto de 1820 eclodiu a Revolução do Porto, onde,
Inglaterra castravam as intenções empreendedoras dos vitoriosa, a nova Assembleia Constituinte (Cortes
brasileiros. portuguesas) adotou nova Constituição, exigindo o retorno da
Em 1810 foi assinado o Tratado de Comércio e Navegação Família Real para jurar à ela e a volta do Brasil à condição de
em que os produtos ingleses entravam em nosso país com colônia. Não foi o que aconteceu.
taxas menores até do que os produtos portugueses. D. João garantiu que sua família ainda governasse os dois
territórios. Para agradar os portugueses, ele regressou à
O Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves Portugal. Para agradar os brasileiros ele deixou seu filho, D.
Pedro I como regente, assegurando que o Brasil não voltaria a
Após a derrota de Napoleão, o Congresso de Viena18 ser colônia.
contou com os principais representantes dos países europeus
e decidiu os caminhos que seriam tomados a partir de então. O Dia do Fico e a Independência do Brasil
Em uma disputa de interesses entre Inglaterra e França, D.
João acaba sendo influenciado pelas ideias francesas e decide Apesar dos planos de D. João, as Cortes portuguesas não
continuar com a Corte no Brasil, além de declará-lo como encararam bem o fato de D. Pedro I ter ficado no Brasil como
Reino Unido de Portugal e Algarves. regente. A partir daí ele passa a ser pressionado a voltar para
No Congresso de Viena ficou decidido que toda e qualquer Portugal e prestar homenagens às Cortes.
mudança realizada durante a expansão napoleônica seria Por outro lado a aristocracia brasileira sabia que a única
desfeita. Reis destituídos – como os casos de Portugal e forma de garantir que o país não regressasse à condição de
Espanha – teriam seu governo restaurado. Essa era uma colônia era apoiar o movimento emancipacionista em volta de
medida que beneficiaria novamente a Inglaterra. Se D. João D. Pedro I.
voltasse a Portugal, dificilmente ele conseguiria fazer com que Em janeiro de 1822 com grande apoio do movimento
as mudanças realizadas no Brasil (econômicas) voltassem ao emancipacionista brasileiro D. Pedro I não cumpre às
modelo antigo, aquele em que a metrópole tem controle sobre exigências das Cortes e afirma que permaneceria no Brasil
a colônia. (“Dia do Fico”). Esse dia foi seguido de negociações e mudanças
A Inglaterra já havia estabelecido negócios e influência na administração brasileira até finalmente em 7 de setembro
dentro do nosso país, e os próprios comerciantes e classe alta do mesmo ano ser declarada a independência do Brasil.
brasileiros não aceitariam o retorno à condição de colônia.
Do outro lado do Atlântico tínhamos uma Lisboa O Reconhecimento da Independência
financeiramente debilitada ao ponto de a Corte preferir O simples fato de D. Pedro I declarar o Brasil independente
permanecer no Rio de Janeiro. A solução para manter a posição não o tornava assim. Era necessário que externamente essa
em Lisboa e o controle sobre o Brasil foi elevá-lo a categoria de independência fosse reconhecida. Portugal, claro, não o fez. No
Reino e não mais colônia. início apenas alguns reinos africanos com o qual o Brasil tinha
relações comerciais (negociação de escravos) e os Estados
Revolução Pernambucana Unidos (dois anos depois) reconheceram nossa autonomia.
A Inglaterra, embora continuasse fazendo negócios com o
Todas as melhorias que foram descritas há pouco ficaram Brasil não reconheceu de imediato a nova condição, uma vez
restritas apenas ao Rio de Janeiro. As outras províncias do que não queria perder Portugal como parceiro/dependente
Brasil ainda sofriam com a precariedade econômica e social. dentro da Europa. Visando os próprios interesses foi ela quem
Esse cenário gerou descontentamento em várias regiões mas

18 O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente
potências europeias que aconteceu na capital austríaca, entre maio de 1814 e europeu após a derrota da França napoleônica

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intercedeu para que um acordo fosse realizado entre Brasil e brasileiras. O nordeste, já marginalizado nesse período e com
Portugal. histórico de revoltas contra a coroa, novamente se
Em 29 de agosto de 1825 foi assinado o Tratado de Paz e movimentou. Com início em Pernambuco e com apoio popular,
Aliança, em que mediante o pagamento de dois milhões de outras províncias se juntaram ao movimento (Rio Grande do
libras esterlinas como indenização, e a continuidade do título Norte, Ceará e Paraíba).
de imperador do Brasil para D. João, Portugal reconhecia a Apesar de iniciada por lideranças populares, entre eles
emancipação do Brasil. Cipriano Barata e Frei Caneca, as elites regionais também
O dinheiro foi conseguido junto à Inglaterra que reviu seus apoiaram o movimento. Do ponto de vista social foi o mais
acordos comerciais com o Brasil e conseguiu o “compromisso” avançado do período com reformas sociais, mudança de
do fim da escravidão no país, além do pagamento da própria direitos políticos e abolição da escravidão.
dívida. A partir daí outras nações da América e do mundo Essas mesmas mudanças radicais levaram as elites
também reconheceram o Brasil como nação autônoma. regionais a abandonar o movimento, pois temiam perder seus
próprios privilégios.
O Primeiro Reinado (1822-1831) Sem o apoio da aristocracia local e com forte repressão do
governo, o levante foi contido com dezesseis membros sendo
De cara, alguns fatores chamaram a atenção a respeito da condenados à morte, entre eles, Frei Caneca.
independência do Brasil:
- éramos o único país na América que após a emancipação A Cisplatina
da metrópole continuamos a viver em um regime monárquico; A região da Cisplatina20 sempre foi alvo do interesse do
- a população não teve participação alguma no processo e governo português que desejava expandir suas fronteiras até
até mesmo províncias mais distantes só ficaram sabendo da o rio da Prata. Após a “bagunça” feita por Napoleão às Coroas
mudança meses depois; europeias, mais precisamente à Coroa espanhola que teve sua
- a aceitação não foi total e pacífica como era de se esperar. continuidade interrompida e retomada após a queda do
general francês, as colônias americanas viviam um período de
Algumas regiões, principalmente aquelas com instabilidade e descentralização. Todos os movimentos de
conservadores portugueses e acúmulo de tropas lusitanas não independência dessas colônias, apesar de bem sucedidos, as
apenas recusaram-se a aceitar a autoridade de D. Pedro I como debilitaram econômica e politicamente. Foi quando dessa
lutaram contra ela. instabilidade que D. João viu a oportunidade de realizar um
As províncias da Bahia, Cisplatina, Maranhão, Piauí e Pará antigo desejo português, em 1820 ele ordena às tropas
resistiram ao novo governo e apenas com o uso da força imperiais invadirem a região da Cisplatina.
aceitaram a nova condição. Mesmo após o retorno de D. João à Portugal e à
Na prática, nossa política não teve mudanças, ainda independência, a Cisplatina continuou sendo parte do Brasil
vivíamos em uma monarquia centralizadora e mesmo os (até 1828), porém à duras custas, a região nunca aceitou o
defensores de ideias republicanas só pensavam em sua domínio brasileiro, e constantemente D. João e posteriormente
projeção política e não em uma mudança de fato. D. Pedro I tinham de enviar expedições para conter as revoltas.
Isso não apenas gerava custos aos cofres imperiais como
A Primeira Constituição Brasileira também atacava a imagem do imperador, que se mostrava
D. Pedro I havia convocado uma Assembleia Constituinte incapaz de resolver a questão. A opinião pública era avessa à
antes mesmo de declarar o Brasil independente. E desde o causa de gastar com os conflitos e insistir em manter a posse
primeiro momento houve desacordo. de uma região que nem era semelhante culturalmente ao povo
A Assembleia, liderada pelos irmãos Andrada, tinha a brasileiro.
intenção de fazer uma Constituição similar à portuguesa, onde Enfim, em 1828, com apoio do governo argentino, as forças
D. Pedro teria seus poderes limitados. Já o monarca, que era cisplatinas fazem com que o Brasil se retire do conflito e
conhecido por ser autoritário e centralizador trabalhou para proclamam a República Oriental do Uruguai.
permanecer com todos os poderes em torno de si. A imagem de D. Pedro I sai abalada após o episódio. Seguiu-
Apesar da Constituição elaborada por influência dos se a isso o misterioso assassinato de Libero Badaró (jornalista
Andrada ter a intenção de limitar os poderes de D. Pedro I, ela declarado opositor e crítico de D. Pedro I), maior força do
garantia os privilégios da aristocracia rural. Popularmente movimento liberal e aumento das críticas a respeito da
conhecida como Constituição da Mandioca19 ela garantia os conduta política do imperador.
privilégios à quem tivesse a posse da terra e defendia a Além da pressão política, do exército e da população, D.
manutenção da escravidão. Pedro I teve de superar uma crise sucessória. Quando D. João
Acontece que essa Constituição, onde o legislativo faleceu, D. Pedro I abdica do trono português em favor de sua
predominaria pelo executivo nem chegou a ser concluída. Em filha. Em Portugal é iniciado então um conflito sucessório
12 de novembro de 1823 D. Pedro I ordenou o fechamento da entre D. Maria da Glória e o irmão de D. Pedro I, D. Miguel.
Assembleia (episódio conhecido como “Noite da Agonia”), D. Pedro passa a gastar recursos brasileiros para garantir
convocou um Conselho de Estado e encomendou a nova o trono de sua filha, o que gera mais descontentamento
Constituição do país, onde seu poder estaria assegurado. nacional. Com a pressão interna e a necessidade de cuidar de
A nova Constituição dividia o Estado em quatro poderes: seus interesses em Portugal, D. Pedro I abdica do trono
executivo, legislativo, judiciário e moderador. O poder brasileiro e retorna para seu país, deixando como herdeiro seu
moderador era exclusivo de D. Pedro I e estava acima de todos filho, D. Pedro II.
os outros. Assim ele mantinha todas as características
centralizadoras e absolutistas de uma monarquia e não via O Período Regencial (1831-1840)
precedentes de verdadeira oposição.
D. Pedro II, herdeiro do trono brasileiro tinha apenas cinco
A Confederação do Equador anos de idade quando D. Pedro I retornou a Portugal. A maioria
A tendência autoritária de D. Pedro I e a nova Constituição dos políticos brasileiros ainda eram favoráveis à manutenção
desagradaram em vários aspectos muitas províncias do império e se preocuparam com as possíveis revoltas que

19 Apenas pessoas com mais de 150 alqueires de mandioca poderiam se 20 Província do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e, posteriormente,

candidatar ou votar. do Império do Brasil. A província correspondia ao atual território do Uruguai.

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haveriam tendo uma criança como governante. Ficou então Regência Una
decidido que o país seria governado por regentes até a idade Apesar de uma tentativa frustrada de assumir o poder em
apropriada de D. Pedro II. 1832, abandonando o cargo de Ministro da Justiça logo em
Politicamente esse foi o período mais conturbado desde a seguida, o padre Feijó obteve a maioria dos votos na eleição
colonização. Além dos grupos regionais que se revoltaram, o para Regente em 1835. Sendo empossado em 12 de outubro
próprio cenário político não tinha unidade. Apesar de todos do mesmo ano para um mandato de quatro anos, não
fazerem parte basicamente dos mesmos segmentos e terem completando nem dois anos no cargo. Seu governo é marcado
interesses econômicos semelhantes, politicamente estavam por intensa oposição parlamentar e rebeliões provinciais,
divididos entre: como a Cabanagem, no Pará, e o início da Guerra dos Farrapos,
no Rio Grande do Sul. Com poucos recursos para governar e
- Restauradores (conhecidos como Caramurus, eles isolado politicamente, renunciou em 19 de setembro de 1837.
defendiam a continuidade de D. Pedro I no poder e
acreditavam que a tranquildade política passava pela ação Segunda Regência Una
absolutista. José Bonifácio fazia parte desse grupo que foi Com a renúncia de Feijó e o desgaste dos liberais, os
articulador do Golpe da Maioridade anos depois); conservadores obtêm maioria na Câmara dos Deputados e
- Liberais moderados (apesar do nome, esse grupo era elegem Pedro de Araújo Lima como novo regente único do
composto em grande parte pela aristocracia rural. Eram contra Império, em 19 de setembro de 1837. A segunda regência una
reformas sociais e lutavam por manter seus privilégios. é marcada por uma reação conservadora, e várias conquistas
Defendiam a monarquia, porém de forma menos autoritária do liberais são abolidas. A Lei de Interpretação do Ato Adicional,
que D. Pedro I empregava. Eram chamados de Chimangos); aprovada em 12 de maio de 1840, restringe o poder provincial
- Liberais exaltados (era o grupo mais variado, tinha e fortalece o poder central do Império. Acuados, os liberais
desde aristocratas até trabalhadores livres e sem terras. Esse aproximam-se dos partidários de D. Pedro II. Juntos, articulam
grupo buscava reformas sociais e políticas, maior autonomia o chamado golpe da maioridade, em 23 de julho de 1840.
das províncias e mudanças constitucionais. Eram conhecidos
como Chapéus-de-palha). Revoltas no Período Regencial

A Regência Trina Provisória Em muitas partes do império a insatisfação com o governo


A Constituição previa que caso o soberano não tivesse um cresceu muito, levando alguns grupos a apelarem para a luta
parente próximo com mais de 35 anos para governar em seu armada e a revolta como forma de protesto.
lugar, uma regência trina (composta por três pessoas) deveria
fazê-lo. Cabanagem (1833-1840)
Como na época em que D. Pedro I abdicou os deputados A Cabanagem foi uma revolta que ocorreu entre 1833 e
estavam de férias, foi formada uma Regência Trina Provisória. 1839, na região do Grão-Pará, que compreende os atuais
Suas principais ações foram a manutenção da Constituição estados do Amazonas e Pará. A revolta começou a partir de
de 1824, reintegração do ministério demitido por D. Pedro I, pequenos focos de resistência que aumentaram conforme o
anistia aos presos políticos e a promulgação da Lei Regencial governo tentava sufocar os protestos, impondo leis mais
de abril de 1831, que limitava os poderes dos regentes. rígidas e a obrigação de participação no exército para aqueles
que fossem considerados praticantes de atos suspeitos. A
A Regência Trina Permanente cabanagem contou com grande participação da população
Foi eleita em junho de 1831. Com o padre Digo Antônio pobre, principalmente os Cabanos, pessoas que viviam em
Feijó como ministro da justiça e composta por Bráulio Muniz, cabanas na beira dos rios. Os revoltosos tomaram a cidade de
Costa Carvalho e Francisco de Lima e Silva, essa regência teve Belém, porém foram derrotados pelas tropas imperiais.
como principal realização a criação da Guarda Nacional.
A criação da Guarda Nacional gera uma série de Revolução Farroupilha (1835-1845)
consequências que serão vistas até o século XX, A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos foi uma
principalmente no período da República Velha. A Guarda foi revolta promovida por grandes proprietários de terras no Rio
uma tentativa de baratear os custos da segurança no país Grande do Sul, conhecidos como estancieiros. O objetivo de
“terceirizando” as funções de polícia e do exército. Os seus líderes era de separar-se do restante do país.
chamados coronéis compravam suas patentes militares e A revolta começa pelo descontentamento de produtores do
recebiam autonomia para organizar suas próprias forças sul em relação aos produtores estrangeiros de charque,
armadas locais. principalmente os platinos e argentinos que comercializavam
Embora na teoria seu papel fosse garantir a ordem e concorriam com os estancieiros pelo mercado do produto no
regional, essa força só servia aos seus interesses, como as leis Brasil, utilizado principalmente na alimentação de escravos.
garantiam que apenas ingressasse na Guarda quem dispusesse Em 1835, insatisfeitos com o governo, os estancieiros
de altos ganhos anuais, e estes eram apenas os grandes iniciam a revolta, tendo Bento Gonçalves como principal chefe
proprietários de terras, apenas a aristocracia rural ficou do movimento, comandando as tropas farroupilhas que
identificada com os coronéis. dominaram Porto Alegre. Com as vitórias obtidas foi
A mesma administração ainda promulga a “Lei Feijó” que proclamado um governo independente em 1836, conhecido
proibia o tráfico e tornava livre todos os africanos como República do Piratini, com Bento Gonçalves como
introduzidos em território brasileiro. Essa lei nunca foi presidente.
respeitada de fato e a escravidão permaneceu até 1888. Em 1839, o movimento farroupilha conseguiu ampliar-se.
Forças rebeldes, comandadas por Giuseppe Garibaldi e Davi
Ato Adicional de 1834 Canabarro, conquistaram Santa Catarina e proclamaram a
O Ato Adicional de 1834 foi uma revisão da Constituição de República Juliana.
1824. Promulgado em 12 de agosto, possuía caráter A revolta consegue ser contida somente após a coroação de
descentralizador, instituindo a criação de assembleias D. Pedro II e com os esforços do Barão de Caxias, encerrando
legislativas nas províncias, a supressão do Conselho de Estado os conflitos em 1 de março de 1845.
e a Regência Una (governante único). O Rio de Janeiro foi
considerado um território neutro. Também foi reduzida a
idade para o imperador ser coroado, de 21 para 18 anos.

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Revolta dos Malês (1835) a monarquia e manter a unidade do império. Em 1840, com
Em Salvador, nas primeiras décadas do século XIX, os uma regência conservadora o parlamento aprova adiantar a
negros escravos ou libertos correspondiam a cerca de metade maioridade de D. Pedro II.
da população. Pertenciam a vários grupos étnicos, culturais e
religiosos, entre os quais os muçulmanos – genericamente Segundo Reinado
denominados malês -, que protagonizaram a Revolta dos
Malês, em 1835. Ao contrário do que aconteceu com seu pai, a preparação
O exército rebelde era formado em sua maioria, por política de D. Pedro II parece ter sido melhor. Mesmo sem
“negros de ganho”, escravos que vendiam produtos de porta abandonar o aspecto autoritário em seu governo,
em porta e, ao fim do dia, dividiam os lucros com os senhores. politicamente ele soube trabalhar com as aristocracias rurais.
Podiam circular mais livremente pela cidade que os escravos D. Pedro II dava a elas a condição de crescerem
das fazendas, o que facilitava a organização do movimento. economicamente e em troca recebia seu apoio político.
Além disso, alguns conseguiam economizar e comprar a Falamos em aristocracias porque nesse período uma nova
liberdade. Os revoltosos lutavam contra a escravidão e a elite agrária e mais poderosa surgiu representada pelos
imposição da religião católica, em detrimento da religião cafeicultores do sudeste frente a antiga elite nordestina. O café
muçulmana. passou a ser o principal produto do país e assim permaneceu
A repressão oficial resultou no fim da Revolta dos Malês, até a república.
que teve muitos mortos, presos e feridos. Mais de quinhentos
negros libertos foram degredados para a África como punição. Liberais e Conservadores21
Liberais (chamados de Luzia) e conservadores
Sabinada (1837-1838) (Saquarema) diferiam em suas teorias e aspirações políticas
A Sabinada ocorreu na Bahia, com o objetivo de implantar em seus discursos, porém, durante todo o Segundo Reinado
uma república independente. Foi liderada pelo médico ficou claro que quando no poder, ambos eram iguais.
Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, e por isso ficou Os liberais defendiam a descentralização e autonomia das
conhecida como Sabinada. O principal objetivo da revolta era províncias enquanto os conservadores, como o próprio nome
instituir uma república baiana, mas só enquanto o herdeiro do sugere, defendiam um governo forte e centralizado.
trono imperial não atingisse a maioridade legal.
Diferentemente de outras revoltas ocorridas no período, a As Eleições do Cacete
sabinada não contou com o apoio das camadas populares e Ao assumir, D. Pedro II vivenciou um grande impasse
nem com os grandes proprietários rurais da região, o que político: para auxiliá-lo em seu governo foi criado o Ministério
garantiu ao exército imperial uma vitória rápida. da Maioridade. O problema se deu porque o Ministério tinha
sua maioria composta por liberais, enquanto a Câmara era
Balaiada (1838-1841) composta maioritariamente por conservadores. Qualquer
Balaiada ocorreu no Maranhão, em 1838, e recebeu esse decisão a ser tomada gerava grande debate pelas divergências
nome devido ao apelido de uma das principais lideranças do entre ambos.
movimento, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, o "Balaio", A solução encontrada para acabar com essa disputa foi
conhecido por ser vendedor do produto. dissolver a Câmara e convocar novas eleições: As Eleições do
A Balaiada representou a luta da população pobre contra Cacete. O nome não foi por acaso. Para garantir a vitória, o
os grandes proprietários rurais da região. A miséria, a fome, a partido liberal colocou “capangas” para trabalhar nas eleições
escravidão e os maus tratos foram os principais fatores de e através de coerção e ameaças eles venceram.
descontentamento que levaram a população a se revoltar. Os liberais mantiveram-se no poder por pouco tempo.
A principal riqueza produzida na província, o algodão, Apesar de serem maioria, as pressões externas (Inglaterra) e
sofria forte concorrência no mercado internacional, e com isso internas (Guerra dos Farrapos), e a má impressão que ficou
o produto perdeu preço e compradores no exterior. Além da após o uso da força nas eleições fez com que o imperador
insatisfação popular, a classe média maranhense também se novamente dissolve-se a Câmara e formasse um novo
encontrava descontente com o governo imperial e suas ministério, este composto por ambos os lados.
medidas econômicas, encontrando na população oprimida
uma forma de combatê-lo. Revolução Praieira
Os revoltosos conseguiram tomar a cidade de Caxias em A Revolução Praieira ocorreu na metade do século XIX
1839 e estabelecer um governo provisório, com medidas que (1848) em um contexto onde o nordeste já sofria as
causaram grande repercussão, como o fim da Guarda Nacional consequências econômicas da crise do açúcar, enquanto a
e a expulsão dos portugueses que residiam na cidade. região sudeste já era a “favorita” do Império com a
Com a radicalização que a revolta tomou, como a adesão de prosperidade econômica ocasionada pelo café.
escravos foragidos, a classe média que apoiava as revoltas Pernambuco era uma província conturbada na época:
aliou-se ao exército imperial, o que enfraqueceu bastante o eram os portugueses quem controlavam o comércio e a
movimento e garantiu a vitória em 1841, com um saldo de política local. O cenário de problemas econômicos, sociais e
mais de 12 mil sertanejos e escravos mortos em batalhas. Os políticos criou o clima para um conflito entre os partidos
revoltosos que acabaram presos foram anistiados pelo Liberal e Conservador.
imperador. Os portugueses se concentravam em torno do partido
conservador. Os democratas e liberais brasileiros em torno do
A Maioridade e a Tranquilidade Política partido liberal. Após as eleições de 1848 que tiveram como
Toda a instabilidade do período regencial colocou tanto resultado a eleição de um conservador para o cargo de
liberais quanto conservadores em xeque, uma vez que ambos presidente de província, os liberais revoltam-se pegando em
haviam ocupado o poder mas nenhum conseguiu trazer armas e lançando o Manifesto ao Mundo, documento que
estabilidade ao país. A ideia de antecipar a maioridade de D. exigia o fim dos privilégios comerciais portugueses, liberdade
Pedro II começou a agradar ambos os grupos: os liberais de imprensa, fim da monarquia e proclamação da república,
esperavam que com isso teriam a chance de voltar ao governo. fim do voto censitário, extinção do poder moderador e Senado
Os conservadores viam nisso uma oportunidade de preservar vitalício.

21 Adaptado de MARTINS. U. (Segundo Reinado – 1840 – 1889)

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Com adesão popular os revoltosos chegaram a derrubar o além de características físicas distorcidas (a obra Moema –
presidente de província e controlar Olinda, porém as tropas Victor Meirelles - é representada com pele quase branca).
imperiais os contêm em 1849. No campo das instituições, D. Pedro II revelou-se grande
entusiasta e apoiador. Sempre demonstrou interesses pelas
O Parlamentarismo às Avessas atividades do IHGB (Instituto Histórico e Geográfico
Em 1847 D. Pedro II cria no Brasil um sistema Brasileiro) do qual chegou a receber o título de protetor da
parlamentarista até então inédito no mundo. instituição. Pouco depois fundou a Ópera Nacional, a Imperial
Um sistema parlamentarista tradicional funciona com o rei Academia de Música e o Colégio Pedro II, onde ele
(ou presidente) sendo o chefe de Estado, porém não sendo o frequentemente fazia visitas.
chefe de governo. Isso implica nas responsabilidades políticas Por fim, manteve incentivos financeiros em campos de
do cargo, onde o chefe de governo as têm em muito maior estudo como medicina e direito.
quantidade.
Normalmente é o parlamento quem elege o Primeiro O Caso Indígena
Ministro para chefe de governo. No Brasil as coisas No século XVIII a metrópole desenvolveu um projeto
aconteceram um pouco diferentes: o Parlamentarismo às civilizador que foi incorporado à colônia. O conceito era
Avessas, como ficou conhecido, contava com um novo cargo, o simples à primeira vista: povos que não respondiam ao poder
de Presidente do Conselho de Ministros (que em um sistema real precisavam ser subjugados.
normal seria o Primeiro Ministro), submisso e escolhido por D. Acontece que as elites locais ao incorporar a ideia não
Pedro II, que poderia destitui-lo quando quisesse. levavam em conta o fator “civilizador”, mas sim o econômico.
Era uma forma de manter o parlamento e o Presidente sob Caso não houvesse a possibilidade de angariar recursos (de
controle e que acabava descaracterizando o sistema como qualquer natureza) a intervenção não era justificada. De uma
Parlamentarista. forma mais simples: o projeto só aconteceu em regiões que
dariam algum retorno financeiro para as expedições, para as
A Influência do Café elites ou para a metrópole.
O sistema de produção rural no Brasil sempre foi o mesmo, Civilizar ou não o indígena tinha um segundo lugar de
baseado na monocultura, grande propriedade e trabalho importância nessa empreitada.
escravo. Desde a crise do açúcar e esgotamento das jazidas de
ouro, o país procurava seu novo salvador econômico. Este se A Questão Agrária
apresentou na figura do café, que além da mudança em relação Do início da colonização até o século XIX a questão e a
à mão de obra, mostrou poucas mudanças na estrutura de política agrária no Brasil eram definidas pelas sesmarias. Ao
produção. mesmo tempo em que a concessão de uma sesmaria era a
Graças ao aumento do consumo europeu, clima e solos garantia legal de posse da terra, apenas quem tivesse relações
favoráveis, além da já estabelecida estrutura de grandes e contatos políticos conseguiam esse acesso.
propriedades e monocultura, o café já na primeira metade do Outras formas como a ação de posseiros também eram
século XIX despontava como principal produto nacional. Das comuns, porém até o ano de 1850 ela era ilegal mediante
primeiras fazendas comerciais no Rio de Janeiro, até sua algumas condições.
expansão para o interior de Minas Gerais, São Paulo e norte do O que muda em 1850 é o advento da Lei nº 601, conhecida
Paraná, até quase a metade do século seguinte o café não como Lei de Terras. A criação dessa lei não apenas afirmava a
apenas conseguia sozinho equilibrar nossa balança comercial, legalidade das sesmarias como garantia o direito legal da terra
mas foi responsável pelo desenvolvimento da malha a posseiros (desde que as terras tivessem sido possuídas
ferroviária, algumas cidades que a acompanhavam e pela anteriormente à lei e fossem devidamente cultivadas).
introdução da mão de obra livre. A Lei de Terras veio para garantir o valor de um novo
Com crescente demanda, maior necessidade de braços produto, a própria terra, uma vez que a escravidão via seus
para a lavoura, com a pressão da Inglaterra pelo fim do tráfico dias contados desde a aprovação da Lei Eusébio de Queirós. A
e posteriormente fim da escravidão, os cafeicultores não lei que proibia o tráfico de escravos dificultou a obtenção de
encontraram outra solução que não trazer trabalhadores mão de obra para os grandes fazendeiros, que então
imigrantes europeus para suas fazendas. importavam escravos de outras regiões do país. Com a
Esse foi um período que marca o país em todos os aspectos: escassez de escravos, a terra passaria a ser o principal produto
- sociais com o surgimento de novas classes; e símbolo de status (da mesma forma que ter um grande
- políticos com a mudança do eixo central da velha número de escravos destacava as pessoas de maiores fortunas
oligarquia açucareira para a nova oligarquia cafeeira (Barões e influência, agora a terra garantia essa imagem).
do Café); e A Lei de Terras ainda tinha um segundo propósito: garantir
- econômicas com o desenvolvimento de cidades, serviços que apenas quem tivesse capital (normalmente quem já tinha
e ensaios de industrialização. terras) conseguisse obtê-las. As terras devolutas (aquelas
“desocupadas”22) não mais seriam entregues por doação ou
Cultura ação de posseiros, o que garantia que os trabalhadores
A cultura no século XIX desenvolveu-se de acordo com os dependessem de um emprego em fazendas.
padrões europeus. O governo arrecadou mais impostos com demarcação e
Na literatura tínhamos o romantismo como principal vendas e com isso conseguiu financiar, junto de cafeicultores a
gênero seguindo as devidas influências exteriores. José de vinda de mão de obra imigrante no período.
Alencar com sua obra O Guarani nos dá um bom exemplo
disso, descrevendo o índio Peri como herói que enfrenta tribos Imigração23
menos civilizadas. Vários são os motivos que explicam o movimento de
No campo das artes os indígenas também eram retratados imigração para o Brasil: internamente havia o preconceito dos
de maneira ao imaginário europeu: passivos e martirizados, grandes produtores rurais que, quando obrigados a abrir mão
do trabalho escravo por motivos de lei ou econômicos, não

22 Quando falamos em terras “desocupadas” falamos do ponto de vista do 23 Adaptado: UNOPAREAD <
governo da época. Eram terras no qual o governo não havia recebido rendimentos. http://www.unoparead.com.br/sites/museu/exposicao_sertoes2/Imigrantes-e-
Indígenas e posseiros sem permissão ocupavam essas terras e eram expulsos sem migracoes.pdf>
cerimônia ou compensação.

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admitiam ter que pagar para os mesmos negros trabalhar em de Queiroz, que a partir da data de sua publicação proíbe o
suas terras. Havia a desinteligência de que a partir daquele tráfico negreiro no Brasil.
momento o escravo não seria ideal para o trabalho rural e Como o governo não tinha intenção nenhuma de acelerar o
ainda as aspirações do governo de uma “recolonização”, processo que levaria o fim da escravidão, a Lei Eusébio de
principalmente da região sul ainda alvo de disputas de Queiroz garantia apenas o fim do tráfico de importação. O
fronteiras ou povoada por indígenas. tráfico ou troca interna ainda era permitido, o que ocasionou
Externamente víamos na Europa um exemplo inverso ao grande deslocamente de contingente negro escravo do
Brasil: aqui tinham terras de sobra e poucos trabalhadores, lá nordeste para as colheitas de café no Vale do Paraíba no
eles tinham muitos braços livres e poucas terras. A Europa do sudeste.
século XVIII e XIX viu um aumento na taxa de natalidade, Uma segunda consequencia foi que com o capital que agora
expulsão dos trabalhadores do campo e pequenos estava “sem destino”, uma vez que a compra de escravos se
proprietários, além de perseguições políticas e religiosas. tornava mais difícil com o tempo, novas atividades econômicas
Pareceu à época uma solução natural que os imigrantes começaram a receber esse dinheiro: bancos, estradas de ferro,
europeus arriscassem a sorte no novo continente. indústrias, companhias de navegação...
A região sudeste, principalmente o estado de São Paulo, A modernização do pensamento econômico, mesmo que de
apesar de ter tido grande influência imigrante demorou a certa forma forçada, também provocou mudanças na política
“engrenar”. As primeiras experiências receberam o nome de externa do país. Em 1844 o ministro da Fazenda Alves Branco
sistema de parceria. Nesse sistema os imigrantes promulga uma lei que levaria seu nome, e que aumentava as
trabalhavam no cultivo e colheita do café, e dividiam os lucros taxas alfandegárias para os produtos importados. Era uma das
e eventuais prejuízos com o dono da terra. O maior exemplo poucas vezes até então em nossa história que o governo
desse sistema (e seu fracasso) foi o implantado pelo Senador tomava medidas que beneficiavam nossa indústria em relação
Campos Vergueiro. Apesar da promessa, a fazenda tinha o à estrangeira.
monopólio de tudo que os imigrantes necessitavam adquirir
(sempre com preços mais elevados), o que resultava em uma Processo Abolicionista25
dívida viciosa com o fazendeiro. Além disso, devido à Em maio de 1888, a princesa Isabel Cristina Leopoldina de
proximidade do contato com o trabalho escravo, o tratamento Bragança conhecida posteriormente como “A Redentora”
com os imigrantes era semelhante, o que chegou a fazer com assina o documento que finalmente colocou fim à escravidão
que o próprio governo italiano recomendasse que seus no país.
cidadãos não viessem para o Brasil. A História normalmente nos ensina a respeito do ato
Nos últimos anos do século XIX, com a situação se generoso dessa figura, mas não podemos ignorar que o dia 13
agravando na Itália e com a maior necessidade de mão de obra de maio foi apenas o cume de uma empreitada que vinha sendo
no Brasil, governo e fazendeiros oferecem melhores construída há muito tempo.
condições, o que abre as portas definitivamente para a A resistência à escravidão por parte dos negros existiu
chegada do europeu. sempre que houve a escravidão. Fugas, violência contra os
O sul, como falamos acima, mostrou uma colonização senhores e formação de quilombos eram algumas das práticas
diferente. Composto por pequenas propriedades familiares ou comuns que existiam desde a colônia. A partir da segunda
comunidades rurais, a região não atendeu os interesses do metade do século XIX, talvez por algumas leis já existirem, elas
mercado externo e o governo tinha maior preocupação em se tornaram mais comuns.
garantir a posse do Brasil na região do que garantir as A sociedade também já contava com um número maior de
exportações da época. entusiastas que estavam dispostos a lutar pelo fim dessa
prática e pressionar o governo. O império inglês junto desses
Tráfico Negreiro, Lutas Abolicionistas e o Fim da fatores finalmente consegue se colocar em posição de forma
Escravidão24 que o Brasil não podia mais ignorá-lo.
À época da independência D. Pedro I se viu pressionado As seguintes leis são o resultado dessas pressões e
por dois lados muito importantes para manter seu governo: mostram a evolução do processo de abolição:
- De um lado a Inglaterra, nação industrializada que via na
extinção do comércio de escravos (e na própria instituição Lei no 581 (Lei Eusébio de Queirós), de 4 de setembro de
escravista) maior possibilidade de capital e mercado 1850: a partir dessa data é proibido o tráfico de escravos para
consumidor. Seu apoio político e financeiro ao Brasil no o Brasil. Trocas internas entre províncias de escravos que já
processo de independência estava condicionado ao estão no país ainda são permitidas.
compromisso do país em abolir essa prática.
- Do outro lado estavam os grandes proprietários de terra, Lei no 2.040 (Lei do Ventre Livre), de 28 de setembro de
motivo pelo qual nem D. Pedro I, nem a regência e nem D. 1871: considerava livre todos os filhos de mulheres escravas
Pedro II conseguiram cumprir o acordo. nascidas a parte dessa data.
No curto período anterior ao aumento da produção
cafeeira no país, o tráfico de escravos de fato diminuiu em Lei no 3.270 (Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-
números visto que a necessidade de mão de obra era menor. A Cotegipe), de 28 de setembro de 1885: a Lei concedia
partir do momento em que os grandes fazendeiros sentiram liberdade a escravos com mais de 60 anos de idade.
necessidade de mais braços em suas lavouras, mesmo com leis
da regência proibindo a importação de escravos, o volume Lei no 3.353 (Lei Áurea), de 13 de maio de 1888: Art. 1o É
voltou a crescer. As consequências foram a maior pressão declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.”
inglesa sobre o Brasil no aspecto político, e na prática uma
perseguição real da marinha inglesa a navios negreiros. A Questão Platina26
Sentindo a pressão britânica surtir mais efeito que a
interna, finalmente em 1850 o governo brasileiro promulga A questão da Cisplatina foi um conflito entre Brasil e
uma lei com a verdadeira intenção de cumpri-la. A Lei Eusébio Argentina pelo controle de parte da bacia do Prata,

24 Adaptado de FOGUEL, I. Brasil: Colônia, Império e República. < 26 Adaptado de: JARDIM, W. C. A Geopolítica no Tratado da Tríplice Aliança.

https://bit.ly/2Iqul4S> Anais do XXVI Simpósio Nacional de História - ANPUH


25 História do Negro no Brasil. CEAO/UFBA.

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especificamente na região Cisplatina (que corresponde ao a autonomia uruguaia e um acordo com o Uruguai que garantia
atual Uruguai). ajuda mútua.
Deve-se entender que apesar de em parte da história o Foi a partir das intervenções brasileiras no governo
Uruguai pertencer ao Brasil ou ser tomado pela Argentina, o uruguaio (quando depôs Aguirre e assume Flores) que o
conflito nunca envolveu apenas duas partes. Paraguai quebra sua política de neutralidade. Considerando
Historicamente o que hoje corresponde ao território que o Brasil perturbava a harmonia da região e temendo que
uruguaio foi uma colônia portuguesa (Colônia de Sacramento). ele mesmo fosse o próximo alvo (além do fato de Solano Lopes
Quase um século depois (1777) a colônia passa a ter domínio ser simpatizante de Aguirre, derrotado no Uruguai com ajuda
espanhol, que dura até a transferência da coroa portuguesa brasileira), o Paraguai direcionou vários avisos preventivos ao
para o Brasil que volta a anexá-lo. Brasil. Não surtindo efeito, no final de 1864 Solano Lopes
Acontece que o período em que a Espanha controlou a ordena o aprisionamento do navio brasileiro Marquês de
região deixou marcas mais fortes que o período colonial Olinda e declara guerra do Brasil, é o início da Guerra do
português (cultura e língua). Não se sentindo como parte do Paraguai.
império português, a Cisplatina (Uruguai) inicia um
movimento de separação. O Conflito
A Argentina que já era independente e tinha interesses O início do conflito envolveu apenas os dois países, porém
expansionistas à região não demorou a comprar o lado do o próprio Paraguai acabou fomentando os seus vizinhos a se
Uruguai enviando além do apoio político, suprimentos. juntarem a causa brasileira.
O governo brasileiro não recuou, além de fazer frente ao O Paraguai mostrou clara vantagem tomando partes do
Uruguai ele declarou guerra à Argentina. Apesar de haver território brasileiro (MS) e posteriormente invadindo até a
algum equilíbrio durante o início do conflito, o nosso governo Argentina (queria através dela dominar o Rio Grande do Sul).
sofreu com grande pressão interna. O país já estava endividado A vantagem do país se mantém até a formação da Tríplice
com os gastos da independência e bancar um conflito em tão Aliança, unindo Brasil, Argentina e Uruguai.
pouco tempo depois causou insatisfação geral (aumento de A partir daí o conflito se torna desfavorável. Apesar de o
impostos). Paraguai estar estruturado, os números não podiam ser
Em 1828, com mediação inglesa e se vendo muito ignorados. O Paraguai contava com uma população total de
pressionado, Brasil e Argentina chegam a um acordo e ambos 800.000 habitantes no período contra 13.000.000 dos aliados.
concordam que a região da Cisplatina se tornaria O Rio da Prata, única via de comunicação do Paraguai para fora
independente. Tinha início a república do Uruguai. do continente foi bloqueado pelo maior número de navios
Posteriormente Brasil e Argentina ainda brigaram aliados. Por fim, países como a Inglaterra ofereciam apoio
indiretamente dentro do território uruguaio: a política do financeiro aos aliados enquanto o Paraguai se matinha
novo país estava dividida principalmente entre dois partidos, sozinho.
os “colorados” e os “blancos” (federalistas e unitários A partir de 1868, muito sob o domínio de Caxias a
respectivamente) onde o Brasil apoiava os colorados e a vantagem já havia passado para os aliados e a Guerra se passou
Argentina os blancos. apenas em território paraguaio. Em março de 1870, já com o
Internamente o Uruguai sofreu com sucessivas trocas no conflito vencido, Conde D’Eu, genro de D. Pedro II, substituto
comando por parte de generais ou de acordo com os interesses de Caxias no comando das tropas aliadas persegue o restante
vizinhos até o ano de 1865, contando com grande contingente das forças paraguaias e executa Solano Lopes.
brasileiro (gaúcho) quando o general Flores assume o poder e
cessam os conflitos internos. As Consequências da Guerra
Apesar de os países aliados ganharem territórios, seu saldo
A Guerra do Paraguai comum dessa guerra foi o aumento da dívida externa além do
número de vidas perdidas.
A Guerra do Paraguai foi um conflito envolvendo Brasil, Para o Paraguai as perdas foram irremediavelmente mais
Paraguai, Uruguai e Argentina que durou entre os anos de pesadas e mostram sequelas até hoje.
1864 e 1870 e teve consequências que marcam o continente Cerca de 75% de sua população morreu nesse período
até hoje. (90% dos homens). Ele perdeu 150.000 km² de seu território,
O Paraguai não era o país mais rico da América Latina até teve seu parque industrial destruído, sua malha ferroviária
o início do conflito, mas é correto dizer que era o mais vendida a companhias inglesas a preço de sucata, reservas de
desenvolvido socialmente e menos dependente madeira e erva-mate praticamente entregue aos estrangeiros.
economicamente. Por fim, todas as terras passaram para o controle de
Desde 1811, ano de sua independência, o país fora banqueiros estrangeiros que as alugavam aos paraguaios.
governado por apenas três governantes, não encontrando a
turbulência política interna que aconteceu com alguns A Crise do Império
vizinhos, como o Uruguai.
Era Francisco Solano Lopes o líder uruguaio no período do A partir da década de 1870 o império brasileiro vê seus
conflito e assim como seus antecessores ele garantiu algumas melhores dias passarem. Uma crise iniciada com o conflito do
medidas que tornavam o Paraguai um país único na América Paraguai resultaria em quase vinte anos depois na
Latina: apesar de não ser democrático, seu governo proclamação da república.
beneficiava as camadas populares, não havia elite agrária e as A crise do império pode ser baseada em quatro pilares:
terras eram garantidas aos trabalhadores rurais, seus
principais produtos (erva-mate e madeira) eram de - Questão abolicionista e de terras: durante muito tempo
monopólio do Estado, a maioria das famílias tinham garantido a escravidão foi a base econômica das elites que apoiavam a
o direito a emprego, comida, moradia e vestuário. O monarquia. Com a grande campanha abolicionista e as
analfabetismo quase não existia, não tinha dívida externa e já medidas graduais tomadas pelo império, a antiga aristocracia
havia iniciado um processo de industrialização. escravista que ainda apoiava D. Pedro II ficou descontente com
seu governo. As novas elites, que faziam fortuna com o café e
As Causas da Guerra se adaptaram ao trabalho livre imigrante europeu, ansiavam
O Paraguai se manteve fora dos conflitos na região desde por mais autonomia política, e passaram a fazer grande
sua independência. Tinha um acordo com o Brasil que garantia campanha em favor da república.

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A sociedade, agora com crescente número de imigrantes favorecendo a permanência dos libertos como trabalhadores
também convivia com novas ideias (entre elas o nas fazendas já existentes.
abolicionismo).
D. Pedro II se viu sem o apoio da classe média da sociedade, Gabarito
da nova aristocracia e também da antiga.
01.B / 02.E
- Questão religiosa: a Constituição de 1824 declarava o
Brasil um país oficialmente católico. A Constituição fixava que
a Igreja deveria ser subordinada ao Estado, razão pelo qual já e) Brasil República
haviam alguns atritos. O problema maior se dá a partir de 1860
quando o Papa Pio IX publica a Bula Syllabus, excluindo
Aspectos administrativos,
membros da maçonaria de irmandades católicas. Apesar de o culturais, econômicos, sociais
imperador não acatar as recomendações, os bispos de Olinda e territoriais, revoltas, crises e
e Belém seguem as instruções do Papa. Em consequência, D.
Pedro II ordena que ambos sejam presos, o que leva a Igreja a
conflitos e a participação
também dar as costas a coroa. brasileira na II Guerra
Mundial.
- Questão militar: até a Guerra do Paraguai o exército
brasileiro não tinha qualquer influência ou importância para o
governo. Durante as regências a criação da Guarda Nacional
BRASIL REPÚBLICA
garantiu que a necessidade de um exército forte quase não
existisse.
A palavra República possui várias interpretações, sendo a
A Guerra do Paraguai vem para mudar essa situação.
mais comum a identificação de um sistema de governo cujo
Forçados a se modernizar e se estruturar, após a guerra o
Chefe de Estado é eleito através do voto dos cidadãos ou de
exército não apenas exige maior participação no governo do
seus representantes, com poderes limitados e com tempo de
país como passa a ter setores contrários às ideias
governo determinado.
monarquistas.
A República tem seu nome derivado do termo em latim Res
Como a Coroa continuava intervindo em assuntos militares
publica, que significa algo como “coisa pública” ou “coisa do
e punindo alguns de seus membros a ponto de censurar a
povo”.
imprensa em determinados assuntos relacionados às forças
Em 15 de novembro de 1889 foi instituída a República no
armadas, o exército também dá as costas a monarquia e com
Brasil. Entre os fatores responsáveis para o acontecimento,
isso deixa D. Pedro II sem nenhum apoio de peso.
estão a crise que se instalou sobre o império, os atritos com a
Sem apoio após a abolição da escravatura por parte da
Igreja e o desgaste provocado pela abolição da escravidão.
princesa Isabel, em novembro de 1889 com a ação militar, sem
Com a Guerra do Paraguai e o fortalecimento do exército, os
conflitos ou participação popular, termina o império brasileiro
ideais republicanos começaram a ganhar força, sendo
e tem início o período Republicano.
abraçados também por parte da elite cafeicultora do Oeste
Paulista.
Questões
O Movimento Republicano e a Proclamação da
01. (Prefeitura de Monte Mor/SP – Agente de Transito
República
– CONSESP) Historicamente, o primeiro passo para o
advento do Parlamentarismo no Brasil, ocorreu na época do
Mesmo com a manutenção do sistema escravista e de
Império com:
latifúndio exportador, na segunda metade do século XIX o
(A) A Constituição outorgada em 1824
Brasil começou a experimentar mudanças, tanto na economia
(B) A criação da presidência do Conselho de Ministros por
como na sociedade.
D. Pedro II
O café, que já era um produto em ascensão ganhou mais
(C) A abdicação de D, Pedro I
destaque quando cultivado no Oeste Paulista. Juntamente com
(D) A declaração da maioridade
o café na região amazônica a borracha também ganhava
mercado.
02. (IF/AL – Professor-História – CEFET/AL) No
Com a ameaça do fim da escravidão, começaram os
processo crescente que levou à abolição dos escravos
incentivos para a vinda de trabalhadores assalariados gerando
(1888), o Brasil passou a instituir uma legislação que iria
o surgimento de um modesto mercado interno, além da
culminar com a abolição. Em 1850 foi sancionada a Lei
criação de pequenas indústrias. Surgiram diversos organismos
Euzébio de Queiróz (proibição do tráfico de escravos). Em
de crédito e as ferrovias ganhavam cada vez mais espaço,
contrapartida o império instituiu a Lei das Terras, que
substituindo boa parte dos transportes terrestres, marítimos e
significou:
fluviais.
(A) Objetivando regularizar os quilombos que existiam no
As mudanças citadas acima não alcançaram todo o
Brasil, foi criada a Lei das Terras, dessa forma, os quilombolas
território brasileiro. Apenas a porção que hoje abrange as
poderiam permanecer nas terras ocupadas.
regiões Sul e Sudeste foram diretamente impactadas, levando
(B) O império objetivava com a criação da LEI DAS TERRAS
inclusive ao crescimento dos núcleos urbanos. Em outras
facilitar a aquisição de terras pelos negros libertos e dificultar
partes como na região Nordeste, o cultivo da cana-de-açúcar e
para os imigrantes.
do algodão, que por muito tempo representaram a maior parte
(C) A Lei das Terras tinha o objetivo de restringir terras
das exportações nacionais, entravam em declínio.
para os novos libertos e facilitar para os imigrantes.
Muitos dos produtores e da população dessas regiões em
(D) Pensando em proteger os negros libertos, a Lei das
desenvolvimento passavam a questionar o centralismo
Terras seria um arcabouço jurídico que protegeria todos os
político existente no império brasileiro que tirava a autonomia
brasileiros.
local. A solução para resolver os problemas advindos da
(E) Visando a aumentar os valores das terras, a lei foi
mudança pela qual o país passava foi encontrada no sistema
criada dificultando, assim, a compra por parte dos libertos,
federalista, capaz de garantir a tão desejada autonomia
regional. Não é de se espantar que entre os principais

História e Geografia do Brasil 21


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apoiadores do sistema federalista estivessem os produtores de Conforme salientado pelo ministro Aristides Lobo, a
café do oeste paulista, que passavam a reivindicar com mais proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de
força seus interesses econômicos. forma bestializada.
Apesar das influências republicanas nas revoltas e
tentativas de separação desde o século XVIII, foi apenas na O Governo Provisório e a República da Espada
década de 1870, com a publicação do Manifesto Republicano,
que o ideal foi consolidado através da sistematização Proclamada a República, o primeiro desafio era
partidária. estabelecer um governo. O Marechal Deodoro da Fonseca ficou
O Manifesto foi publicado em 3 de dezembro de 1870, no responsável por assumir a função de Presidente até que um
jornal A República, redigido por Quintino Bocaiúva, Saldanha novo presidente fosse eleito. Os primeiros atos decretados por
Marinho e Salvador de Mendonça, e assinado por cinquenta e Deodoro foram o banimento da Família Real do Brasil,
oito cidadãos entre políticos, fazendeiros, advogados, estabelecimento de uma nova bandeira nacional, separação
jornalistas, médicos, engenheiros, professores e funcionários entre Estado e Igreja (criação de um Estado Laico, porém não
públicos. Defendia o federalismo (autonomia para as laicista), liberdade de cultos, secularização dos cemitérios e a
Províncias administrarem seus próprios negócios) e criticava Grande Naturalização, ato que garantiu a todos os estrangeiros
o poder pessoal do imperador. que moravam no Brasil a cidadania brasileira, desde que não
Após a publicação do Manifesto, entre 1870 e 1889 os manifestassem dentro de seis meses a vontade de manter a
ideais republicanos espalharam-se rapidamente pelo país. Um nacionalidade original.
dos principais frutos foi a fundação do Partido Republicano No plano econômico, Rui Barbosa assumiu o cargo de
Paulista, fundado na Convenção de Itu em 1873 e marcado pela Ministro da Fazenda lançando uma política de incentivo ao
heterogeneidade de seus membros e da efetiva participação setor industrial, caracterizada pela facilitação dos créditos
dos cafeicultores do Oeste Paulista. bancários, a especulação de ações e a emissão de papel-moeda
Os republicanos brasileiros divergiam em seus ideais, em excesso. As medidas tomadas por Rui Barbosa que
criando duas tendências dentro do partido: A Tendência buscavam modernizar o país, acabaram por gerar uma forte
Evolucionista e a Tendência Revolucionária. crise que provocou o aumento da inflação e da dívida pública,
Defendida por Quintino Bocaiuva, a Tendência a quebra de bancos e empobrecimento de pequenos
Evolucionista partia do princípio de que a transição do investidores. Essa dívida ficou conhecida como Encilhamento.
império para a república deveria ocorrer de maneira pacífica, Em 24 de fevereiro de 1891 foi eleito um Congresso
sem combates. De preferência após a morte do imperador. Constituinte, responsável por promulgar a primeira
Já a Tendência Revolucionária, defendida por Silva Constituição republicana brasileira, elaborada com forte
Jardim e Lopes Trovão, dizia que a República precisava “ser influência do modelo norte-americano. O Poder Moderador, de
feita nas ruas e em torno dos palácios do imperante e de seus uso exclusivo do imperador foi extinto, assim como o cargo de
ministros” e que não se poderia “dispensar um movimento Primeiro-Ministro, a vitaliciedade dos senadores, as eleições
francamente revolucionário”. A eleição de Quintino Bocaiúva legislativas indiretas e o voto censitário.
(maio de 1889) para a chefia do Partido Republicano Nacional Em relação ao poder do Estado, foi adotado o sistema de
expurgou dos quadros republicanos as ideias revolucionárias. tripartição entre Executivo, Legislativo e Judiciário, com um
O final da Guerra do Paraguai (1870) aumentou os sistema presidencialista de voto direto com mandato de 4 anos
antagonismos entre o Exército e a Monarquia. O exército sem reeleição. As províncias, que agora eram denominadas
institucionalizava-se. Os militares sentiam-se mal Estados, foram beneficiadas com uma maior autonomia
recompensados e desprezados pelo Império. Alguns jovens através do Sistema Federalista.
oficiais, influenciados pela doutrina de Augusto Comte Em relação ao voto, antes censitário, foi declarado o
(positivismo) e liderados por Benjamin Constant, sentiam-se sufrágio universal masculino, ou seja, “todos” os homens
encarregados de uma "missão salvadora" e estavam ansiosos alfabetizados e maiores de 21 anos poderiam votar. Na prática
por corrigir os vícios da organização política e social do país. A o voto ainda continuava restrito, visto que eram excluídos os
"mística da salvação nacional" não era privativa deste pequeno mendigos, os padres e os praças (soldados de baixa patente).
grupo de jovens. Generalizara-se entre os militares a ideia de No Brasil de 1900, cerca de 35%27 da população era
que só os homens de farda eram "puros" e "patriotas", ao passo alfabetizada. Desse total ainda estavam excluídas as mulheres,
que os civis, as “casacas” como diziam eram corruptos venais já que mesmo sem uma regra explícita de proibição na
e sem nenhum sentimento patriótico. constituição, “considerou-se implicitamente que elas estavam
A Proclamação resultou da conjugação de duas forças: o impedidas de votar”28
exército descontente, e o setor cafeeiro da economia, A Constituição também determinava que a primeira
pretendendo este eliminar a centralização vigente por meio de eleição para presidente deveria ser indireta através do
uma República Federativa que imporia ao país um sistema Congresso. Deodoro da Fonseca venceu a eleição por 129
favorável a seus interesses. votos a favor e 97 contra, resultado considerado apertado na
Portanto, a Proclamação não significou uma ruptura no época. Para o cargo de vice-presidente o Congresso elegeu o
processo histórico brasileiro: a economia continuou marechal Floriano Peixoto.
dependente do setor agroexportador. Afora o trabalho A atuação de Deodoro foi encarada com suspeita pelo
assalariado, o sistema de produção continuou o mesmo e os Congresso, já que ele buscava um fortalecimento do Poder
grupos dominantes continuaram a sair da camada social dos Executivo baseado no antigo Poder Moderador. Deodoro
grandes proprietários. Houve apenas uma modernização substituiu o ministério que vinha do governo provisório por
institucional. um outro, que seria comandado pelo Barão de Lucena,
O golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889 foi tradicional político monárquico. Em 3 de novembro de 1891 o
reafirmado com a proclamação civil de integrantes do Partido presidente fechou o Congresso, prometendo novas eleições e a
Republicano, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao revisão da Constituição.
contrário do que aparentou, a proclamação foi consequência A intenção do marechal era limitar e igualar a
de um governo que não mais possuía base de sustentação representação dos Estados na Câmara, o que atingia os
política e não contou com intensa participação popular. grandes Estados que já possuíam uma participação maior na

27 Souza, Marcelo Medeiros Coelho de. O analfabetismo no brasil sob 28 FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1999. Página 251.
enfoque demográfico. Cad. Pesqui. Jul 1999, no.107, p.169-186. ISSN 0100-1574

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política. Sem obter o apoio desejado dentro das forças conflitos e mortos posteriormente, o que garantiu o apelido de
armadas, Deodoro acabou renunciando em 23 de novembro de “revolução da degola”.
1891, assumindo em seu lugar o vice Floriano Peixoto.
Floriano tinha uma visão de República baseada na Características da Primeira República
construção de um governo estável e centralizado, com base no
exército e no apoio dos jovens das escolas civis e militares. A O período que vai de 1889, data da Proclamação da
visão de Floriano chocava-se diretamente com a visão dos República, até 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder,
grandes fazendeiros, principalmente os produtores de café de é conhecido como Primeira República. O período é marcado
São Paulo que almejavam um Estado liberal e descentralizado. pela dominação de poucos grupos políticos, conhecidos como
Apesar das diferenças, o presidente e os fazendeiros oligarquias, pela alternância de poder entre os estados de São
conviveram em certa harmonia, pela percepção de que sem Paulo e Minas Gerais (política do café-com-leite), e pelo poder
Floriano a República corria o risco de acabar, e sem o apoio dos local exercido pelos Coronéis.
fazendeiros, Floriano não conseguiria governar. Com a saída dos militares do governo em 1894, teve início
Os dois primeiros governos republicanos no Brasil o período chamado República das Oligarquias. A palavra
ganharam o nome de República da Espada devido ao fato de Oligarquia vem do grego oligarkhía, que significa “governo de
seus presidentes serem membros do exército. poucos”. Os grupos dominantes, em geral ligados ao café e ao
gado, impunham sua vontade sobre o governo, seja pela via
A Revolução Federalista legal, seja através de fraudes nas votações e criação de leis
Desde o período imperial, o Rio Grande do Sul fora palco específicas para beneficiar o grupo dominante.
de protestos e indignações com o governo, como pode ser
observado na Revolução Farroupilha, que durou de 1835 até O Coronelismo
1845. Com a Proclamação da República, a política no Estado Durante o período regencial, espaço entre a abdicação de
manteve-se instável, com diversas trocas no cargo de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II, diversas revoltas e
presidente estadual. Conforme aponta Fausto, entre 1889 e tentativas de separação e instalação de uma república
1893, dezessete governos se sucederam no comando do aconteceram no Brasil. Sem condições de controlar todas as
Estado29, até que Júlio de Castilhos assumiu o poder no Estado. revoltas, o governo regencial, pela sugestão de Diogo Feijó,
Dois grupos disputavam o controle do Rio Grande do Sul: o criou a Guarda Nacional.
Partido Republicano Rio-grandense (PRR) e o Partido Com o propósito de defender a constituição, a integridade,
Federalista (PF). a liberdade e a independência do Império Brasileiro, sua
O Partido Republicano era composto por políticos criação desorganiza o Exército e começa a se constituir no país
defensores do positivismo, apoiadores de Júlio de Castilhos e uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural,
de Floriano Peixoto. Sua base política era composta com organização descentralizada, composta por membros da
principalmente de imigrantes e habitantes do litoral e da Serra elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da
do Rio Grande do Sul, formando uma elite política recente. Guarda nacional era necessário possuir amplos direitos
Durante o conflito foram conhecidos como Pica-paus. políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais,
O Partido Federalista defendia um sistema de governo poderiam fazer parte dela apenas aqueles que dispusessem de
parlamentarista e a revogação da constituição do Estado, de altos ganhos anuais.
caráter positivista. Foi fundado em 1892 e tinha como líder o Com a criação da Guarda e suas exigências para
político Silveira Martins, conhecida figura política do Partido participação, surgiram os coronéis, que eram grandes
Liberal durante o império. A base de apoio do Partido proprietários rurais que compravam suas patentes militares
Federalista era composta principalmente de estancieiros de do Estado. Na prática, eles foram responsáveis pela
campanha, que dominaram a cena política durante o império. organização de milícias locais, responsáveis por manter a
Durante o conflito ganharam o apelido de Maragatos. ordem pública e proteger os interesses privados daqueles que
O conflito teve início em fevereiro de 1893, quando os as comandavam. O coronelismo esteve profundamente
federalistas, descontentes com a imposição do governo de enraizado no cenário político brasileiro do século XIX e início
Júlio de Castilhos, pegaram em armas para derrubar o do século XX.
presidente estadual. Desde o início da revolta, Floriano Após o fim da República da Espada, os grupos ligados ao
Peixoto, então presidente do Brasil, colocou-se do lado dos setor agrário ganharam força na política nacional, gerando
republicanos. Os opositores de Floriano em todo o país uma maior relevância para os coronéis no controle dos
passaram a apoiar os federalistas. interesses e na manutenção da ordem social. Como
No final de 1893 os federalistas ganharam o apoio da comandantes de forças policiais locais, os coronéis
Revolta Armada que teve início no Rio de Janeiro, causada configuravam-se como uma autoridade quase inquestionável
pelas rivalidades entre o exército e a marinha e o nas áreas rurais.
descontentamento do almirante Custódio José de Melo, A autoridade do coronel, além de usada para manter a
frustrado em sua intenção de suceder Floriano Peixoto na ordem social, era exercida principalmente durante as eleições,
presidência. para garantir que o candidato ou grupo político que ele
Parte da esquadra naval comandada pelo almirante representasse saísse vencedor. A oposição ao comando do
deslocou-se para o Sul, ocupando a cidade de Desterro (atual coronel poderia resultar em violência física, ameaças e
Florianópolis), em Santa Catarina, e a partir daí ocupando perseguições, o que fazia com que muitos votassem a
parte do Paraná e a capital Curitiba. O prolongamento do contragosto, para evitar as consequências de discordar da
conflito, com grandes custos aos revoltosos, levou à decisão de autoridade local, gerando uma prática conhecida como Voto
recuar e manter-se no Rio Grande do Sul. de Cabresto.
A revolta teve fim somente em agosto de 1895, quando os Na república velha, o sistema eleitoral era muito frágil e
combatentes maragatos depuseram as armas e assinaram um fácil de ser manipulado. Os coronéis compravam votos para
acordo de paz com o presidente da república, garantindo a seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais. Como
anistia para os participantes do conflito. Apesar de curta, a o voto era aberto, os coronéis mandavam os capangas para os
Revolução Federalista teve um saldo de mais de 10.000 locais de votação, com o objetivo de intimidar os eleitores e
mortos, a maior parte deles de prisioneiros capturados em

29 FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1999.

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ganhar os votos. As regiões controladas politicamente pelos temporário da nova Câmara eleita, o que até antes da reforma
coronéis eram conhecidas como currais eleitorais. de Campos Salles significava o mais velho parlamentar eleito.
Os coronéis costumavam alterar votos, sumir com urnas e Com a reforma, o presidente da nova Câmara deveria ser o
até mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. Este presidente do mandato anterior, desde que reeleito. Dessa
último consistia na falsificação de documentos para que forma, o novo presidente da Câmara seria sempre alguém
pessoas pudessem votar várias vezes ou até mesmo utilizar o ligado ao governo, e caso algum deputado oposicionista ou que
nome de falecidos nas votações. desagradasse o governo fosse eleito, ficava mais fácil removê-
Dessa forma, a vontade política do coronel era atendida, lo do poder.
garantindo que seus candidatos fossem eleitos em nível
municipal e também estadual, e garantindo também Convênio de Taubaté
participação na esfera federal. Desde o período imperial o café figurava como principal
produto de exportação brasileiro, principalmente após a
Prudente de Morais segunda década do século XIX. Consumido em larga escala na
Europa e nos Estados Unidos, o cultivo da planta espalhou-se
Floriano tentou garantir que seu sucessor fosse um aliado pelo vale do Paraíba fluminense e paulista. Continuando sua
político, porém as poucas bases de apoio de que dispunha não marcha ascendente, houve expansão dos cafeeiros na
lhe foram suficientes para concretizar o desejo. No dia 1 de província de Minas Gerais (Zona da Mata e sul do estado), ao
março de 1894 foi eleito o paulista Prudente de Morais, mesmo tempo em que a produção se consolidava no interior
encerrando o governo de membros do exército, que só de São Paulo, principalmente no “Oeste Paulista”.
voltariam ao poder em 1910, com a eleição do marechal A grande oferta causada pela produção em excesso levou a
Hermes da Fonseca. uma queda do preço, visto que havia mais produto no mercado
Prudente buscou desvincular o exército do governo, e menos pessoas interessadas em adquiri-lo.
substituindo os cargos que eram ocupados por militares por O convênio de Taubaté foi um acordo firmado em 1906,
civis, principalmente representantes da cafeicultura, último ano do mandato de Rodrigues Alves (1902-1906), entre
promovendo uma descentralização do poder. os presidentes dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Suas principais bandeiras eram a de uma república forte, Janeiro, na cidade de Taubaté (SP), com o objetivo de pôr em
em oposição às tendências liberais, antimonarquistas e prática um plano de valorização do café, garantindo o preço do
antilusitanas. produto por meio da compra, pelo governo federal, do
excedente da produção. O acordo foi firmado mesmo contra a
Campos Salles vontade do presidente, e foi efetivamente aplicada por seu
sucessor, Afonso Pena.
Em 1898 o paulista Manuel Ferraz de Campos Salles
assumiu a presidência no lugar de Prudente de Morais. Antes O Tratado de Petrópolis e a Borracha
mesmo de assumir o governo, Campos Salles renegociou a O espaço físico que constitui o Estado do Acre, era, até o
dívida brasileira, que vinha se arrastando desde os tempos do início do século XX, considerado uma zona não descoberta, um
império. território contestado pelos governos boliviano e brasileiro.
Para resolver a situação, ele se reuniu com os credores e Em 1839, Charles Goodyear descobriu o processo de
estabeleceu um acordo chamado Funding-Loan. Este acordo Vulcanização, que consistia em misturar enxofre com borracha
consistia no seguinte: o Brasil fazia empréstimos e atrasava o a uma temperatura elevada (140ºC/150ºC) durante certo
pagamento da dívida, fazendo concessões aos banqueiros número de horas. Com esse processo, as propriedades da
nacionais. Como consequência a indústria e o comércio foram borracha não se alteravam pelo frio, calor, solventes comuns
afetados e as camadas pobres e a classe média também foram ou óleos.
prejudicadas. Apesar do surto econômico e da procura do produto,
A transição de governos consolidou as oligarquias de São favorável para a Amazônia brasileira, havia um sério problema
Paulo e Minas Gerais no poder. O único entrave para um para a extração do látex: a falta de mão-de-obra.
governo harmônico eram as disputas políticas entre as Isso foi solucionado com a chegada à região de nordestinos
oligarquias locais nos Estados. O governo federal acabava (Arigós) que vieram fugindo da seca de 1877. Prisioneiros,
intervindo nas disputas, porém, a incerteza de uma exilados políticos e trabalhadores nordestinos misturavam-se
colaboração duradoura entre os Estados e a União ainda nos seringais do Acre, fundavam povoações, avançavam e se
permanecia. Outro fator que não permitia uma plena estabeleciam em pleno território boliviano.
consolidação política era a vontade do executivo em impor-se A exploração brasileira na região incomodava o governo
ao legislativo, mesmo com a afirmação na Constituição de que boliviano, que resolveu tomar posse definitiva do Acre.
os três poderes eram harmônicos e independentes entre si. Fundou a vila de Puerto Alonso, em 03 de janeiro de 1889, e
A junção desses fatores levou Campos Salles a criar um foram instalados postos da alfândega para arrecadar tributos
arranjo político capaz de garantir a estabilidade e controlar o originados da comercialização de borracha silvestre. Essa
legislativo, que ficou conhecido como Política dos atitude causou revolta entre os quase sessenta mil brasileiros
Governadores. que trabalhavam nos seringais acreanos. Liderados pelo
Basicamente, a política dos governadores apoiava-se em seringalista José Carvalho, do Amazonas, os seringueiros
uma ideia simples: o presidente apoiava as oligarquias rebelaram-se e expulsaram as autoridades bolivianas, em 03
estaduais mais fortes, e em troca, essas oligarquias apoiavam de maio de 1889.
e votavam nos candidatos indicados pelo presidente. Após o episódio, um espanhol chamado Luiz Galvez
Na Câmara dos Deputados, uma mudança simples garantiu Rodrigues de Aurias liderou outra rebelião, de maior alcance
o domínio. Conhecida como Comissão de Verificação de político, proclamando a independência e instalando o que ele
poderes, essa ferramenta permitia decidir quais políticos chamou de República do Acre, no local conhecido como
deveriam integrar a Câmara e quais deveriam ser “degolados”, Seringal Volta da Empresa, em 14 de julho de 1889. Galvez, o
que na gíria política da época significava ser excluído. “Imperador do Acre”, como auto proclamava-se, contava com
Quando ocorriam eleições para a Câmara, os vencedores o apoio político do governador do Amazonas, Ramalho Junior.
em cada estado recebiam um diploma. Na falta de um sistema Entretanto, a República do Acre durou apenas oito meses. O
de justiça eleitoral, ficava a cargo da comissão determinar a governo brasileiro, signatário do Tratado de Ayacucho, de 23
validade do diploma. A comissão era escolhida pelo presidente de março de 1867, reconheceu o direito de posse da Bolívia,

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prendeu Luiz Galvez Rodrigues de Aurias e devolveu o Acre ao de-obra, o que possibilitou uma produção expressiva, já no ano
governo boliviano. de 1900. Gradativamente, a produção asiática foi superando a
Mesmo com a devolução do Acre aos bolivianos, a situação produção amazônica e, em 1912 há sinais de crise, culminando
continuava insustentável. O clima de animosidade persistia e em 1914, com a decadência deste ciclo na Amazônia brasileira.
aumentava a cada dia. Em 11 de julho de 1901, o governo Para a economia nacional, a borracha teve suma
boliviano decidiu arrendar o Acre a um grupo de empresários importância nas exportações, visto que em 1910, o produto
americanos, ingleses e alemães, formado pelas empresas representou 40% das exportações brasileiras. Para a
Conway and Withridge, United States Rubber Company, e Export Amazônia, o primeiro Ciclo da Borracha foi importante pela
Lumber. Esse consórcio constituiu o Bolivian Syndicate que colonização de nordestinos na região e a urbanização das duas
recebeu da Bolívia autorização para colonizar a região, grandes cidades amazônicas: Belém do Pará e Manaus.
explorar o látex e formar sua própria milícia, com direito de Durante o seu apogeu, a produção de borracha foi
utilizar a força para atender seus interesses. responsável por aproximadamente 1/3 do PIB do Brasil. Isso
Os seringueiros brasileiros, a maior parte formada por gerou muita riqueza na região amazônica e trouxe tecnologias
nordestinos, não aceitaram a situação. Estimulados por que outras cidades do sul e sudeste do Brasil ainda não
grandes seringalistas e apoiados pelos governadores do possuíam, tais como bondes elétricos e avenidas construídas
Amazonas e do Pará, deram início, no dia 06 de agosto de 1902, sobre pântanos aterrados, além de edifícios imponentes e
a uma rebelião armada: a Revolta do Acre. Os seringalistas luxuosos, como o Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o
entregaram a chefia do movimento rebelde ao gaúcho José Mercado Municipal e o prédio da Alfândega, no caso de
Plácido de Castro, ex-major do Exército, rebaixado a cabo por Manaus, o Mercado de São Brás, Mercado Francisco Bolonha,
participar da Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, ao Teatro da Paz, Palácio Antônio Lemos, corredores de
lado dos Maragatos. mangueiras e diversos palacetes residenciais no caso de
A Revolta por ele liderada, financiada por seringalistas e Belém.
por dois governadores de Estado, fortalecia-se a cada dia, na
medida em que recebia armamentos, munições, alimentos, Industrialização e Greves
além de apoio político e popular. Em todo o país ocorreram Ao ser proclamada a República em 1889, existiam no Brasil
manifestações em favor da anexação do Acre ao Brasil. 626 estabelecimentos industriais, sendo 60% do ramo têxtil e
A imprensa do Rio de Janeiro e de São Paulo exigia do 15% do ramo de produtos alimentícios. Em 1914, o número já
governo brasileiro imediatas providências em defesa dos era de 7.430 indústrias, com 153.000 operários.
acreanos. Por seu lado, o governo brasileiro procurava Após o incentivo para abertura de novas indústrias
solucionar o impasse pela via diplomática, tendo à frente das decorrentes do período de 1914 a 1918, em que a Europa
negociações o diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior, esteve em guerra, diversas empresas produtoras
o Barão do Rio Branco. Mas todas as tentativas eram inócuas e principalmente de matéria-prima iniciaram atividades no
os combates entre brasileiros e bolivianos tornavam-se mais Brasil. Em 1920, o número havia subido para 13.336, com
frequentes e acirrados. 275.000 operários. Até 1930, foram fundados mais 4.687
Em meio aos conflitos, o presidente da Bolívia, general José estabelecimentos industriais.
Manuel Pando, organizou sob seu comando uma poderosa Há que se levar em conta que a industrialização se
expedição militar para combater os brasileiros do Acre. O concentrou no eixo Rio-São Paulo e, secundariamente, no Rio
presidente do Brasil, Rodrigues Alves, ordenou que tropas do Grande do Sul. O empresariado industrial era oriundo do café,
Exército e da Armada Naval, acantonadas no Estado de Mato do setor importador e da elite dos imigrantes.
Grosso, avançassem para a região em defesa dos seringueiros Durante o período republicano fica evidente o descaso das
acreanos. O enfrentamento de tropas regulares do Brasil e da autoridades governamentais com os trabalhadores. O país
Bolívia gerou a Guerra do Acre. passava por um momento de industrialização e os
As tropas brasileiras, formadas por dois regimentos de trabalhadores começam a se organizar.
infantaria, um de artilharia e uma divisão naval, ajudaram Em sua maioria imigrantes europeus que possuíam uma
Plácido de Castro a derrotar o último reduto boliviano no Acre, forte influência dos ideais anarquistas e comunistas, os
Puerto Alonso, hoje Porto Acre. Em consequência, no dia 17 de primeiros trabalhadores das fábricas brasileiras possuíam um
novembro de 1903, na cidade de Petrópolis, as repúblicas do discurso inflamado, convocando os colegas a se unirem em
Brasil e da Bolívia firmaram o Tratado de Petrópolis, através associações que resultariam posteriormente na fundação dos
do qual o Brasil ficou de posse do Acre, assumindo o primeiros sindicatos de trabalhadores.
compromisso de pagar uma indenização de dois milhões de Os líderes dos movimentos operários buscavam melhores
libras esterlinas ao governo boliviano e mais 114 mil ao condições de trabalho para seus colegas como redução de
Bolivian Syndicate. jornada de trabalho e segurança no trabalho. Lutavam contra
O Tratado de Petrópolis, aprovado pelo Congresso a manutenção da propriedade privada e do chamado “Estado
brasileiro em 12 de abril de 1904, também obrigou o Brasil a Burguês”.
realizar o antigo projeto do governo boliviano de construir a Ocorreram entre 1903 e 1906 greves de pouca expressão
estrada de ferro Madeira-Mamoré. A Bolívia, aproveitando-se pelo país, através de movimentos de tecelões, alfaiates,
do momento político, colocou na pauta de negociações seu portuários, mineradores, carpinteiros e ferroviários. Em
ambicionado projeto. Em contrapartida, reconheceu a contrapartida, o governo brasileiro criou leis para impedir o
prioridade de chegada dos primeiros brasileiros à região e avanço dos movimentos, como uma lei expulsando os
renunciou a todos os direitos sobre as terras do Acre. estrangeiros que fossem considerados uma ameaça à ordem e
segurança nacional.
O Declínio da Borracha A greve mais significativa do período ocorreu em 1917, a
Em 1876, Henry Alexander Wyckham contrabandeou Greve Geral em São Paulo, que contou com os trabalhadores
sementes de seringueiras da região situada entre os rios dos setores alimentício, gráfico, têxtil e ferroviário como mais
Tapajós e Madeira e as mandou para o Museu Botânico de Kew, atuantes. O governo, para reprimir o movimento utilizou
na Inglaterra. Muitas das sementes brotaram nos viveiros e inclusive forças do Exército e da Marinha.
poucas semanas depois, as mudas foram transportadas para o A repressão cada vez mais dura do governo através de leis,
Ceilão e Malásia. decretos e uso de violência acabou sufocando os movimentos
Na região asiática as sementes foram plantadas de forma grevistas, que acabaram servindo de base para a criação no
racional e passaram a contar com um grande número de mão- ano de 1922, inspirado pelo Partido Bolchevique Russo, do

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PCB, Partido Comunista Brasileiro. Os sindicatos também A Guerra do Contestado


começam a se organizar no período. Na virada do século XX uma grande parte da população que
vivia no interior do estado era composta por sertanejos,
Revoltas pessoas de origem humilde, que viviam na fronteira com o
Paraná. A região foi palco de um intenso conflito por posse de
Guerra de Canudos terras, ocorrido entre 1912 e 1916, que ficou conhecido como
A revolta em Canudos deve ser entendida como um Guerra do Contestado.
movimento messiânico, ou seja, a aglomeração em torno de O conflito teve início com a implantação de uma estrada de
uma figura religiosa capaz de reunir fiéis e trazer a esperança ferro que ligaria o Rio Grande do Sul a São Paulo, além de uma
de uma vida melhor através de pregações. madeireira, em 1912, de propriedade do empresário Norte-
Canudos formou-se através da liderança de Antônio Americano Percival Farquhar.
Vicente Mendes Maciel, conhecido também por Antônio A Brazil Railway ficou responsável pela construção da
Conselheiro, um beato que, andando pelo sertão pregava a estrada de ferro que ligaria os dois pontos. Como forma de
salvação por meio do abandono material, exigindo que seus remuneração por seus serviços, o governo cedeu à companhia
fiéis o seguissem pelo sertão nordestino. uma extensa faixa de terra ao longo dos trilhos,
Perseguido pela Igreja, e com um número significativo de aproximadamente 15 quilômetros de cada margem do
fiéis, Antônio Conselheiro estabeleceu-se no sertão baiano, à caminho.
margem do Rio Vaza-Barris, formando o Arraial de Canudos. As terras doadas pelo governo foram entregues à empresa
Ali fundou a cidade santa, à qual dera o nome de Belo Monte, na categoria de terras devolutas, ou seja, terras não ocupadas
administrada pelo beato, que contava com vários subchefes, pertencentes à união. O ato desconsiderou a presença de
cada qual responsável por um setor (comandante da rua, milhares de pessoas que habitavam a região, porém não
encarregado da segurança e da guerra, escrivão de possuíam registros de posse sobre a terra.
casamentos, entre outros). Apesar do contrato firmado, de que as terras entregues à
A razão para o crescimento do arraial em torno da figura companhia pudessem ser habitadas somente por estrangeiros,
de Antônio Conselheiro pode ser explicada pela pobreza dos o principal interesse do empresário era a exploração da
habitantes do sertão nordestino, aliada à fome e a insatisfação madeira que se encontrava na região, em especial araucárias e
com o governo republicano, sendo o beato um aberto defensor imbuias, com alto valor de mercado. Não tardou para a criação
da volta da monarquia. da Southern Brazil Lumber and Colonization Company,
A comunidade de Canudos, assim, sobrevivia e prosperava, responsável por explorar a extração da madeira e que
mantendo-se por via das trocas com as comunidades vizinhas. posteriormente tornou-se a maior empresa do gênero na
Devido a um incidente entre os moradores do arraial e o América do Sul.
governo da Bahia - uma questão mal resolvida em relação ao A derrubada da floresta implicava necessariamente em
corte de madeira na região - o governo estadual resolveu remover os antigos moradores regionais, gerando conflitos
repreender os habitantes, enviando uma tropa ao local. Apesar imediatos. Os sertanejos encontraram na figura de monges que
das poucas condições materiais dos moradores, a tropa baiana vagavam pelo sertão pregando a palavra de Deus a inspiração
foi derrotada, o que levou o presidente da Bahia a apelar para e a liderança para lutar contra o governo e as empresas
as tropas federais. estrangeiras. O primeiro Monge que criou pontos de
Canudos manteve-se firme diante das ameaças, resistência ficou conhecido como José Maria. Adorado pela
derrotando duas expedições de tropas federais municiadas de população local, o monge era visto pelos sertanejos como um
canhões e metralhadoras, uma delas comandada pelo Coronel salvador dos pobres e oprimidos, e pelo governo como um
Antônio Moreira César, também conhecido como "corta- empecilho para os trabalhos de construção da estrada de ferro.
cabeças" pela fama de ter mandado executar mais de cem O governo e as empresas investiram fortemente na
pessoas na repressão à Revolução Federalista em Santa tentativa de expulsão dos sertanejos, e em 1912 próximo ao
Catarina. A incapacidade do governo federal em conter os vilarejo de Irani ocorreu uma intensa batalha entre governo e
revoltosos, com derrotas vergonhosas, gerou diversas revoltas população, causando a morte do Monge. A morte do líder
no Rio de Janeiro. causou mais revolta nos sertanejos, que intensificaram a
Com a intenção de resolver de vez o problema, foi resistência, unindo sua crença em outras figuras que
organizada a 4ª expedição militar ao vilarejo, com 8.000 despontavam como lideranças, como Maria Rosa, uma jovem
soldados sob o comando do general Artur de Andrade de quinze anos de idade, que foi considerada por historiadores
Guimarães. Dotada de armamento moderno, a expedição levou como Joana D'Arc do sertão. A jovem afirmava receber ordens
um mês e meio para vencer os sertanejos, finalmente espirituais de batalha do Monge Assassinado.
arrasando o arraial em agosto de 1897, quando os últimos O conflito foi tomado como prioridade pelo governo
defensores do vilarejo foram capturados e degolados. federal, que investiu grande potencial bélico na contenção dos
Canudos foi incendiada para evitar que novos moradores revoltosos, como fuzis, canhões, metralhadoras e aviões. O
se estabelecessem no local. Nos jornais e também no conflito acaba em 1916 com a captura dos últimos lideres
pensamento do governo federal, a vitória sobre Canudos foi revoltosos. Assim como em Canudos, a Revolta do Contestado
uma vitória “da civilização sobre a barbárie”. foi marcada por um forte caráter messiânico.
Os combates ocorridos em Canudos foram contados pelo
Jornalista Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões. O livro A Revolta da Vacina
busca trazer um relato do ocorrido, através do ponto de vista A origem dessa revolta ocorrida no Rio de Janeiro deve ser
do autor, que possuía uma visão de “raça superior”, comum do procurada na questão social gerada pelas desigualdades
pensamento científico da época. De acordo com esse sociais e agravada pela reurbanização do Distrito Federal pelo
pensamento, o mestiço brasileiro seria uma raça de prefeito Pereira Passos.
características inferiores, que estava destinada ao O grande destaque do período foi a Campanha de
desaparecimento por conta do avanço da civilização. Saneamento no Rio de Janeiro, dirigida por Oswaldo Cruz.
Não só Euclides da Cunha pensava da mesma forma. O Decretando-se a vacinação obrigatória contra a varíola,
pensamento racial baseado em teorias científicas foi comum ocorreu o descontentamento popular.
no Brasil da virada do século XX. Isso ocorreu devido a forma que a campanha foi conduzida,
onde os agentes usavam da força para entrar nas casas e
vacinar a população. Não houve uma campanha prévia para

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conscientização e educação. Disso se aproveitaram os cangaceiros, que andavam em bandos armados e espalhavam
militares e políticos adversários de Rodrigues Alves. o medo pelo sertão nordestino. Promoviam saques a fazendas,
Assim, irrompeu a Revolta da Vacina (novembro de 1904), atacavam comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para
sob a liderança do senador Lauro Sodré. O levante foi obtenção de resgates. A população que respeitava e acatava as
rapidamente dominado, fortalecendo a posição do presidente. ordens dos cangaceiros era muitas vezes beneficiada por suas
atitudes. Essa característica fez com que os cangaceiros fossem
Revolta da Chibata30 respeitados e até mesmo admirados por parte da população da
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910 época.
no Rio de Janeiro. Entre outros, foi motivada pelos castigos Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo,
físicos que os marinheiros brasileiros recebiam. As faltas eram perseguidos constantemente pelos policiais. Usavam
graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos,
situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros. durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga.
O estopim da revolta se deu quando o marinheiro Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os
Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter conhecimentos que possuíam sobre o território nordestino
ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem
Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a ou obterem esconderijos.
punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais
desencadeou a revolta. conhecido e temido da época foi o bando comandado por
O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo
comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da apelido de “Rei do Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo
Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930.
marinheiros do encouraçado São Paulo. De 1921 a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários
O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o subgrupos, dentre os quais os chefiados por Corisco, Moita
Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos Brava, Português, Moreno, Labareda, Baiano, José Sereno e
castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos Mariano. Entre seus bandos, Lampião sempre teve grande
que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as apreço pelo bando de Corisco, conhecido como “Diabo Loiro” e
reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a também grande amigo de Virgulino.
cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil). Lampião morreu numa emboscada armada por uma
volante33, junto com a mulher Maria Bonita e outros
Segunda Revolta31 cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças
Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo
resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os queria assustar e desestimular esta prática na região.
marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o A morte de lampião atingiu o movimento do Cangaço como
presidente solicitou a expulsão de alguns deles. A insatisfação um todo, enfraquecendo e dividindo os grupos restantes.
retornou e no começo de dezembro, os marinheiros fizeram Corisco foi morto em uma emboscada no ano de 1940,
outra revolta na Ilha das Cobras. encerrando de vez o cangaço no Nordeste.
Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo
governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas A Semana de Arte Moderna de 1922
subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde
as condições de vida eram desumanas alguns prisioneiros O ano de 1922 representou um marco na arte e na cultura
faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a brasileira, com a realização da Semana de Arte Moderna, de 11
Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na a 18 de fevereiro. A exposição marcava uma tentativa de
produção de borracha. introduzir elementos brasileiros nos campo da arte e da
O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e cultura, vistas como dominadas pela influência estrangeira,
internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de principalmente de elementos europeus, trazidos tanto pela
1912, foi absolvido das acusações junto com outros elite econômica quanto por trabalhadores imigrantes,
marinheiros que participaram da revolta. principalmente italianos que trabalhavam na indústria
paulista.
O Cangaço no Nordeste32 Na virada do século XX, São Paulo despontava como
Entre o final do século XIX e começo do XX (início da segunda maior cidade do país, atrás apenas do Rio de Janeiro,
República), ganharam força, no nordeste brasileiro, grupos de capital nacional. Apesar de ocupar o segundo lugar em
homens armados, conhecidos como cangaceiros. Estes grupos tamanho, a cidade possuía grande taxa de industrialização,
apareceram em função principalmente das péssimas mais até que a capital, principalmente pelos recursos
condições sociais da região nordestina. O latifúndio que proporcionados pela produção de café.
concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava a O contato proporcionado pelos novos meios de transporte
margem da sociedade a maioria da população. e de comunicação proporcionou o contato com novas
Existiram três tipos de cangaço na história do sertão: tendências que rompiam com a estrutura das artes
predominante desde o renascimento. Entre elas estavam o
O defensivo, de ação esporádica na guarda de futurismo, dadaísmo, cubismo, e surrealismo.
propriedades rurais, em virtude de ameaças de índios, disputa No Brasil, o espírito modernista foi apresentado por
de terras e rixas de famílias; autores como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima
O político, expressão do poder dos grandes fazendeiros; Barreto e Graça Aranha, que se desligaram de uma literatura
O independente, com características de banditismo. de “falsas aparências”, procurando discutir ou descobrir o
“Brasil real”, frequentemente “maquiado” pelo pensamento
O Cangaço pode ser entendido como um fenômeno social, acadêmico. As novas tendências apareceram em 1917, em
caracterizado por atitudes violentas por parte dos

30 http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/revolta-da- 32 http://www.seja-ead.com.br/2-ensino-medio/ava-ead-em/3-ano/03-
chibata ht/aula-presencial/aula-5.pdf
31 http://www.abi.org.br/abi-homenageia-filho-do-lider-da-revolta-da- 33 Tropa ligeira, que não transporta artilharia nem bagagem.

chibata/

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APOSTILAS OPÇÃO

trabalhos: da pintora Anita Malfatti, do escultor Brecheret, do Em outubro de 1921, os ânimos dos militares foram
compositor Vila Lobos e do intelectual Oswaldo de Andrade. exaltados com a publicação de cartas no Jornal Correio da
Os modernistas foram buscar inspiração nas imagens da Manhã, do Rio de Janeiro, assinadas com o nome do candidato
indústria, da máquina, da metrópole, do burguês e do Artur Bernardes e endereçadas ao líder político mineiro Raul
proletário, do homem da terra e do imigrante. Soares. Em seu conteúdo, criticavam a conduta do ex-
Entre os escritores modernistas, o que melhor reflete o presidente e Marechal do Exército, Hermes da Fonseca, por
espírito da Semana é Oswald de Andrade. De maneira geral, ocasião de um jantar promovido no Clube Militar.
sua produção literária reflete a sociedade em que se forjou sua As cartas puseram lenha na fogueira da disputa, deixando
formação cultural: o momento de transição que une o Brasil os militares extremamente insatisfeitos com o candidato.
agrário e patriarcal ao Brasil que caminha para a Pouco antes da data da eleição dois falsários assumiram a
modernização. Ao lado de Oswald de Andrade, destaca-se autoria das cartas e comprovaram tratar-se de uma armação.
como ponto alto do Modernismo a figura de Mário de Andrade, A conspiração não teve maiores consequências, e as eleições
principal animador do movimento modernista e seu espírito puderam transcorrer normalmente em março de 1922.
mais versátil. Cultivou a poesia, o romance, o conto, a crítica, a Como era de se esperar, a vitória foi de Artur Bernardes. O
pesquisa musical e folclórica. problema foi que nem a Reação Republicana nem os militares
aceitaram o resultado. Como o governo se manteve inflexível e
Os Anos 1920 e a Crise Política34 não aceitou a proposta da oposição de rever o resultado
eleitoral, o confronto se tornou apenas uma questão de tempo.
Após a Primeira Guerra Mundial, a classe média urbana
passava cada vez mais a participar da política. A presença O Tenentismo35
desse grupo tendia a garantir um maior apoio a políticos e Após a Primeira Guerra Mundial, vários oficiais jovens de
figuras públicas apoiados em um discurso liberal, que baixa patente, principalmente tenentes (e daí deriva o nome
defendesse as leis e a constituição, e fossem capazes de do movimento tenentista) sentiam-se insatisfeitos. Os soldos
transformar a República Oligárquica em República Liberal. permaneciam baixos e o governo não fazia menção de
Entre as reivindicações estavam o estabelecimento do voto aumentá-los. Havia um grande número deles, e as promoções
secreto, e a criação de uma Justiça Eleitoral capaz de conter a eram muito lentas. Um segundo-tenente podia demorar dez
corrupção nas eleições. anos para alcançar a patente de capitão.
Em 1919, Rui Barbosa, que já havia sido derrotado em Sua reinvindicações oficiais foram contra a desorganização
1910 e 1914, entrou novamente na disputa como candidato de e o abandono em que se encontrava o exército brasileiro. Com
oposição, enfrentando o candidato Epitácio Pessoa, que o tempo os líderes do movimento chegaram à conclusão de que
concorria como novo sucessor pelo PRM (Partido Republicano os problemas que enfrentavam não estavam apenas no
Mineiro). exército, mas também na política.
Permanecendo ausente do Brasil durante toda a Com a intenção de fazer as mudanças acontecerem, os
campanha, devido à sua atuação na Conferência de Paz da revoltosos pressionaram o governo, que não se prontificou a
França, Epitácio venceu Rui Barbosa no pleito realizado em atendê-los, o que gerou movimentos de tentativa de tomada de
abril de 1919 e retornou ao Brasil em julho para assumir a poder por meio dos militares. Esse programa conquistou
presidência da República. ampla simpatia da opinião pública urbana, mas não houve
Apesar da derrota, o candidato oposicionista conseguiu mobilização popular e nem mesmo engajamento de
atingir cerca de um terço dos votos, sem nenhum apoio da dissidências oligárquicas à revolução (com exceção do Rio
máquina eleitoral, inclusive conquistando a vitória no Distrito Grande do Sul), daí o seu isolamento e o seu fracasso.
Federal.
Mesmo com o acordo de apoio conseguido com a Política Os 18 do Forte
dos Governadores, e o controle estabelecido por São Paulo e Como citado anteriormente, a vitória de Artur Bernardes
Minas Gerais no revezamento de poder a partir da década de em março de 1922 não agradou os setores oposicionistas.
1920, estados com uma participação política e econômica Durante o período em que aguardava para assumir a posse,
considerada mediana resolveram interferir para tentar acabar que acontecia no dia 15 de novembro, houveram diversos
com a hegemonia da política do “Café com Leite”. protestos contra o mineiro.
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia se Em junho, o governo federal interveio durante a sucessão
uniram nas eleições presidenciais de 1922, lançando um estadual em Pernambuco, fato que foi extremamente criticado
movimento político de oposição - a Reação Republicana - que por Hermes da Fonseca. O presidente Epitácio Pessoa, que
lançou o nome do fluminense Nilo Peçanha contra o candidato ainda exercia o poder, mandou prender o ex-presidente e
oficial, o mineiro Artur Bernardes. ordenou o fechamento do Clube Militar em 2 de julho.
A chapa oposicionista defendia a maior independência do As ações de Epitácio geraram uma crise que culminou em
Poder Legislativo frente ao Executivo, o fortalecimento das uma série de levantes na madrugada de 5 de julho. Na capital
Forças Armadas e alguns direitos sociais do proletariado federal, levantaram-se o forte de Copacabana, guarnições da
urbano. Todas essas propostas eram apresentadas num Vila Militar, o forte do Vigia, a Escola Militar do Realengo e o 1°
discurso liberal de defesa da regeneração da República Batalhão de Engenharia; em Niterói, membros da Marinha e do
brasileira. Exército; em Mato Grosso, a 1ª Circunscrição Militar,
O movimento contou com a adesão de diversos militares comandada pelo general Clodoaldo da Fonseca, tio do
descontentes com o presidente Epitácio Pessoa, que nomeara marechal Hermes. No Rio de Janeiro, o movimento foi
um civil para a chefia do Ministério da Guerra. A Reação comandado pelos "tenentes", uma vez que a maioria da alta
Republicana conseguiu, em uma estratégia praticamente oficialidade se recusou a participar do levante.
inédita na história brasileira, desenvolver uma campanha Os rebeldes localizados no Forte de Copacabana passaram
baseada em comícios populares nos maiores centros do país. a disparar seus canhões contra diversos redutos do Exército,
O mais importante deles foi o comício na capital federal, forçando inclusive o comando militar a abandonar o Ministério
quando Nilo Peçanha foi ovacionado pelas massas. da Guerra. As forças legais revidaram, e o forte sofreu sério
bombardeio.

34 http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica 35

http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Movi
mentoTenentista

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Os revoltosos continuaram sua resistência até a tarde de 6 1925. Formou-se assim o contingente que deu início à marcha
de julho, quando resolveram abandonar o Forte e marchar da Coluna Prestes.
pela Avenida Atlântica, indo de encontro às forças do governo
que enfrentavam. A Coluna Prestes
Em uma troca de tiros com as forças oficiais, morreram Enquanto alguns militares se rebelavam em São Paulo, Luís
quase todos os revoltosos, que ficaram conhecidos como “Os Carlos Prestes, também militar, organizava outro grupo no Rio
18 do Forte de Copacabana”. Apesar do nome atribuído ao Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas frentes de oposição,
grupo, as fontes de informação da época não são exatas, com a Paulista liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes,
vários jornais divulgando números diferentes. Os únicos uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma caminhada
sobreviventes foram os tenentes Siqueira Campos e Eduardo pelo Brasil.
Gomes, com graves ferimentos. Sempre vigiados por soldados do governo, os revoltosos
evitavam confrontos diretos com as tropas, por meio de táticas
A Revolta de 192436 de guerrilha.
Os participantes das Revoltas de 1922 foram julgados e Por meio de comícios e manifestos, a Coluna denunciava à
punidos em dezembro de 1923, acusados de tentar promover população a situação política e social do país. Num primeiro
um golpe de Estado. Novamente o exército teve suas relações momento, não houve muitos resultados, porém o movimento
com o governo federal agravadas, com uma tensão crescente ajudou a balançar as bases já enfraquecidas do sistema
que gerou uma nova revolta militar, novamente na oligárquico e a preparar caminho para a Revolução de 1930.
madrugada, em 5 de julho de 1924 em São Paulo, articulada A Coluna Prestes durou 2 anos e 3 meses, percorrendo
pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, pelo major Miguel cerca de 25 mil quilômetros através de treze estados do Brasil.
Costa, comandante do Regimento de Cavalaria da Força Estima-se que a Coluna tenha enfrentado mais de 50 combates
Pública do estado, e pelo tenente Joaquim Távora, este último contra as tropas governistas, sem sofrer derrotas.
morto durante os combates. Tiveram ainda participação A passagem da Coluna Prestes, gerava reações diversas na
destacada os tenentes Juarez Távora, Eduardo Gomes, João população. Como forma de desmoralizar o movimento, o
Cabanas, Filinto Müller e Newton Estillac Leal. governo condenava os rebeldes e associavam suas ações a
O objetivo do movimento era depor o presidente Artur assassinos e bandidos.
Bernardes, cujo governo transcorria, desde o início, sob estado Iniciando a marcha, a coluna concluiu a travessia do rio
de sítio permanente e sob vigência da censura à imprensa. Paraná em fins de abril de 1925 e adentrou no Paraguai com a
Entre as primeiras ações dos revoltosos, ganhou intenção de chegar a Mato Grosso. Posteriormente percorreu
prioridade a ocupação de pontos estratégicos, como as Goiás, entrou em Minas Gerais e retornou a Goiás.
estações da Luz, da Estrada de Ferro Sorocabana e do Brás, Após a passagem por Goiás, a Coluna partiu para o
além dos quartéis da Força Pública, entre outros. Nordeste, chegando em novembro ao Maranhão, ocasião em
Logo após a ocupação, no dia 8 de julho o presidente de São que o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e enviado a São
Paulo, Carlos de Campos, deixou o palácio dos Campos Elíseos, Luís. Em dezembro, penetrou no Piauí e travou em Teresina
sede do governo paulista na época. No dia seguinte, os sério combate com as forças do governo. Rumando então para
rebeldes instalaram um governo provisório chefiado o Ceará, a coluna teve outra baixa importante: na serra de
pessoalmente pelo general Isidoro. O ato foi respondido com Ibiapina, Juarez Távora foi capturado.
um intenso bombardeio das tropas legalistas sobre a cidade, Em janeiro de 1926, a coluna atravessou o Ceará, chegou
principalmente em bairros operários de São Paulo na região da ao Rio Grande do Norte e, em fevereiro, invadiu a Paraíba,
zona leste. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram enfrentando na vila de Piancó séria resistência comandada
os mais atingidos pelo bombardeio. pelo padre Aristides Ferreira da Cruz, líder político local. Após
A partir do dia 16, sucederam-se as tentativas de ferrenhos combates, a vila acabou ocupada pelos
armistício. Um dos principais mediadores foi José Carlos de revolucionários.
Macedo Soares, membro da Associação Comercial de São Continuando rumo ao sul, a coluna atravessou
Paulo. Num primeiro momento, o general Isidoro condicionou Pernambuco e Bahia e retornou para Minas Gerais, pelo norte
a assinatura de um acordo à entrega do poder a um governo do Estado. Encontrando vigorosa reação legalista e precisando
federal provisório e à convocação de uma Assembleia remuniciar-se. O comando da coluna decidiu interromper a
Constituinte. A negativa do governo federal, somada às marcha para o sul e, em manobra conhecida como "laço
consequências do bombardeio da cidade, reduziu as exigências húngaro37", retornar ao Nordeste através da Bahia. Cruzou o
dos revoltosos à concessão de uma anistia ampla aos Piauí, alcançou Goiás e finalmente chegou de volta a Mato
revolucionários em 1922 e 1924. Entretanto, nem essa Grosso em outubro de 1926.
reivindicação foi atendida. Àquela altura, o estado-maior revolucionário decidiu
Como as exigências dos revoltosos não foram atendidas e enviar Lourenço Moreira Lima e Djalma Dutra à Argentina,
a pressão do governo aumentava, a solução foi mudar a para consultar o general Isidoro Dias Lopes quanto ao futuro
estratégia. Em 27 de julho os revoltosos abandonaram a da coluna: continuar a luta ou rumar para o exílio.
cidade, indo em direção a Bauru, no interior do Estado. O Entre fevereiro e março de 1927, afinal, após uma penosa
deslocamento foi facilitado graças a eclosão de diversas travessia do Pantanal, parte da coluna, comandada por
revoltas no interior, com a tomada de prefeituras. Siqueira Campos, chegou ao Paraguai, enquanto o restante
Àquela altura, já haviam eclodido rebeliões militares no ingressou na Bolívia, onde encontrou Lourenço Moreira Lima,
Amazonas, em Sergipe e em Mato Grosso em apoio ao levante que retornava da Argentina. Tendo em vista as condições
de São Paulo, mas os revoltosos paulistas desconheciam tais precárias da coluna e as instruções de Isidoro, os
acontecimentos. revolucionários decidiram exilar-se.
Em outubro, enquanto os paulistas combatiam em Durante o tempo em que passou na Bolívia, Prestes
território paranaense, tropas sediadas no Rio Grande do Sul dedicou-se a leituras em busca de explicações para a situação
iniciaram um levante, associadas a líderes gaúchos contrários de atraso e miséria que presenciara em sua marcha pelo
à situação estadual. As forças rebeladas juntaram-se aos interior brasileiro. Em dezembro de 1927 foi procurado por
paulistas em Foz do Iguaçu, no Paraná, no mês de abril de Astrojildo Pereira, secretário-geral do Partido Comunista

36 37 Recebia esse nome devido ao percurso da manobra lembrar o desenho

http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Leva aplicado na platina dos uniformes dos oficiais de antigamente, o “laço húngaro”.
ntes1924

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Brasileiro, que fora incumbido de convidá-lo a firmar uma O governador mineiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrada,
aliança entre "o proletariado revolucionário, sob a influência que esperava ser o indicado para a sucessão presidencial,
do PCB, e as massas populares, especialmente as massas propôs o lançamento de um movimento de oposição para
camponesas, sob a influência da coluna e de seu comandante". concorrer contra a candidatura de Júlio Prestes. O apoio partiu
Prestes, contudo, não aceitou essa aliança. Foi nesse de outros dois estados insatisfeitos com a situação política: Rio
encontro que obteve as primeiras informações sobre a Grande do Sul e Paraíba.
Revolução Russa, o movimento comunista e a União Soviética. Do Rio Grande do Sul surgiu, após inúmeras discussões
A seguir, mudou-se para a Argentina, onde leu Marx e Lênin. entre os três estados, o nome de Getúlio Vargas – governador
gaúcho eleito em 1927, que fora Ministro da Fazenda de
A Defesa do Café Washington Luís – para presidente, tendo como vice o nome
Os acordos para a manutenção do preço do café elevaram do governador da Paraíba e sobrinho do ex-presidente
a dívida brasileira, principalmente após as emissões de moeda Epitácio Pessoa, o pernambucano João Pessoa Cavalcanti de
realizadas entre 1921 e 1923 por Epitácio Pessoa, o que gerou Albuquerque.
uma desvalorização do câmbio e o aumento da inflação. Artur Definidos os nomes, foi formada a Aliança Liberal, nome
Bernardes preocupou-se em saldar a dívida externa brasileira, que definiu a campanha. O Partido Democrático de São Paulo
retomando o pagamento dos juros e da dívida principal a expressou seu apoio à candidatura de Getúlio Vargas,
partir do ano de 1927. enquanto alguns membros do Partido Republicano Mineiro
Com o objetivo de avaliar a situação financeira do Brasil, resolveram apoiar Júlio Prestes.
em fins de 1923 uma missão financeira inglesa, chefiada por A Aliança Liberal refletia os desejos das classes
Edwin Samuel Montagu chegou ao país. Após os estudos, a dominantes regionais que não estavam ligadas ao café,
comissão apresentou um relatório à presidência da República, buscando também atrair a classe média. Seu programa de
em que apresentava os riscos decorrentes da emissão governo defendia o fim dos esquemas de valorização do café, a
exagerada de moeda e o consequente receio dos credores implantação de alguns benefícios aos trabalhadores, como a
internacionais. aposentadoria (nem todos os setores possuíam), a lei de férias
A defesa dos preços do café representava um gasto e a regulamentação do trabalho de mulheres e menores de
entendido pelo governo federal como secundário nesse idade. Além disso, insistiam no tratamento com seriedade pelo
momento, mesmo em meio às críticas de abandono proferidas poder público das questões sociais, que Washington Luís
pelo setor cafeeiro. A solução foi passar a responsabilidade da afirmava serem “caso de polícia”. Um dos pontos marcantes da
defesa do café para São Paulo. Em dezembro de 1924 foi criado campanha da Aliança Liberal foi a participação do
o Instituto de Defesa Permanente do Café, que possuía a função proletariado.
de regular a entrada do produto no Porto de Santos e realizar
compras do produto para evitar a desvalorização. Reflexos da Crise de 1929 no Brasil
No plano externo, a quebra da bolsa de valores de Nova
O Governo de Washington Luís York, seguida da crise que afetou grande parte da economia
mundial, também teve repercussões no Brasil.
Em 1926, mantendo a tradicional rotação presidencial O ano de 1929 rendeu uma excelente produção de café,
entre São Paulo e Minas Gerais, o paulista radicado tudo que os produtores não esperavam. A colheita de quase 30
Washington Luís foi indicado para a sucessão e saiu vencedor milhões de sacas na safra 1927-1928 representava
nas eleições de 1926. Seu governo seguiu com relativa aproximadamente o dobro da produção dos anos anteriores.
tranquilidade, até que em 1929 uma série de fatores, internos Esperava-se que, devido a alternância entre boas e más safras
e externos, mudaram de maneira drástica os rumos do Brasil. 1929 representasse uma colheita baixa, já que as três últimas
No plano interno, a insatisfação das camadas urbanas, em safras haviam sido boas.
especial da classe média, crescia cada vez mais. A estrutura de Aliada a ideia de uma safra baixa, estava a expectativa de
governo baseada no poder das oligarquias, dos coronéis e da lucros certos, garantidos pela Defesa Permanente do Café, o
predominância dos grandes proprietários e produtores de café que levou muitos produtores a contraírem empréstimos e
da região de São Paulo não atendia as exigências e os anseios aumentarem suas lavouras.
de boa parte da população, que não fazia parte ou não era A produção, ao contrário do esperado, graças às condições
beneficiada pelo sistema de governo. climáticas e a implantação de novas técnicas agrícolas. O
Em 1926 surgiu o Partido Democrático, de cunho liberal. O excesso do produto foi de encontro com a crise, que diminuiu
partido desponta como oposição ao PRP (Partido Republicano o consumo, e consequente o preço do café. O resultado foi um
Paulista), que repudiava o liberalismo na prática. Seus endividamento daqueles que apostaram em preços altos e não
integrantes pertenciam a uma faixa etária mais jovem em quitaram suas dívidas.
comparação aos republicanos, o que também contribuiu para Em busca de salvação para os negócios, o setor cafeeiro
agradar boa parte da classe média insatisfeita com o PRP. recorreu ao governo federal na busca de perdão das dívidas e
Formado por prestigiados profissionais liberais e filhos de de novos financiamentos. O presidente, temendo perder a
fazendeiros de café, o partido tinha como pauta a reforma do estabilidade cambial, recusou-se a ajudar o setor, fator que foi
sistema político, através da implantação do voto secreto, da explorado politicamente pela oposição.
representação de minorias, a real divisão dos três poderes e a Apesar do esforço em tentar combater o candidato de
fiscalização das eleições pelo poder judiciário. Washington Luís, a Aliança Liberal não foi capaz de derrotar
Júlio Prestes, que foi eleito presidente em 1º de Março de 1930.
A Sucessão de Washington Luís
Voltando à política do Café-com-leite, em 1929 começava a A Revolução de 1930
campanha para a escolha do sucessor de Washington Luís. Pela
tradição, o apoio deveria ser dado a um candidato mineiro, já Em 1º de março de 1930 Júlio Prestes foi eleito presidente
que o presidente que estava no poder fora eleito por São Paulo. do Brasil conquistando 1.091.709 votos, contra 742.794 votos
Ao invés de apoiar um candidato mineiro, Washington Luís recebidos por Getúlio Vargas. Ambos os lados foram acusados
insistiu na candidatura do governador de São Paulo, Júlio de cometer fraudes contra o sistema eleitoral, seja
Prestes. A atitude do presidente gerou intensa insatisfação em manipulando votos, seja impondo votos forçados através de
Minas Gerais, e ajudou a alavancar o Rio Grande do Sul no violência e ameaça.
cenário político.

História e Geografia do Brasil 30


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APOSTILAS OPÇÃO

A derrota Getúlio Vargas nas eleições de 1930 não - 1919: Delfim Moreira da Costa Ribeiro (vice de Rodrigues
significou o fim da Aliança Liberal e sua busca pelo controle do Alves, assumiu em seu lugar);
poder executivo. Os chamados “tenentes civis” acreditavam - 1919-1922: Epitácio da Silva Pessoa;
que ainda poderiam conquistar o poder através das armas. - 1922-1926: Artur da Silva Bernardes;
Buscando agir pelo caminho que o movimento tenentista - 1926-1930: Washington Luís Pereira de Sousa (deposto
havia tentado anos antes, os jovens políticos buscaram fazer pela Revolução de 1930);
contato com militares rebeldes, que receberam a atitude com - 1930: Júlio Prestes de Albuquerque (eleito presidente em
desconfiança. Entre os motivos para o receio dos tenentes, 1930, não tomou posse, impedido pela Revolução de 1930);
estava o fato de que alguns nomes, como João Pessoa e Osvaldo - 1930: Junta Militar Provisória: General Augusto Tasso
Aranha, estiveram envolvidos em perseguições, confrontos e Fragoso, General João de Deus Mena Barreto, Almirante Isaías
condenações contra o grupo. de Noronha.
Porém, depois de conversas e desconfianças dos dois lados,
os grupos chegaram a um acordo com a adesão de nomes de Questões
destaque dos movimentos da década de 20, como Juarez
Távora, João Alberto e Miguel Costa. A grande exceção foi o 01. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário - História -
nome de Luís Carlos Prestes, que em maio de 1930 declarou- FCC) Seu Mundinho, todo esse tempo combati o senhor. Fui eu
se abertamente como socialista revolucionário, e recusou-se a quem mandou atirar em Aristóteles. Estava preparado para
apoiar a disputa oligárquica. virar Ilhéus do avesso. Os jagunços estavam de atalaia, prontos
Os preparativos para a tomada do poder não aconteceram para obedecer. Os meus e os outros amigos, para acabar com a
da maneira esperada, deixando o movimento conspiratório em eleição. Agora tudo acabou.
uma situação de desvantagem. Porém, em 26 de julho de 1930 (In: AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela)
ocorreu um fato que serviu de estopim para o movimento
revolucionário: por volta das 17 horas, na confeitaria “Glória”, O texto descreve uma realidade que, na história do Brasil,
em Recife, João Pessoa foi assassinado por João Duarte Dantas. identifica o
O crime, motivado tanto por disputas pessoais como por (A) tenentismo, que considerava o exército como a única
disputas públicas, foi utilizado como justificativa para o força capaz de conduzir os destinos do povo.
movimento revolucionário, sendo explorado seu lado público, (B) coronelismo, que se constituía em uma forma de o
e transformado João Pessoa em “mártir da revolução”. poder privado se manifestar por meio da política.
A morte de João Pessoa foi extremamente explorada por (C) mandonismo, criado com o objetivo de administrar os
seus aliados como elemento político para concretizar os conflitos no interior das elites agrárias do país.
objetivos da revolução. Apesar de ter morrido no Nordeste e (D) messianismo, entidade com poderes políticos capaz de
ser natural da região, o corpo do presidente da Paraíba foi subjugar a população por meio da força.
enterrado no Rio de Janeiro, então capital da República, fator (E) integralismo, que consistia em uma forma de a
que reuniu uma enorme quantidade de pessoas para oligarquia cafeeira demonstrar sua influência e poder político.
acompanhar o funeral. A morte de João Pessoa garantiu a
adesão de setores do exército que até então estavam 02. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário - História -
relutantes em apoiar a causa dos revolucionários. FCC) Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Feitos os preparativos, no dia 3 de outubro de 1930, nos ... A forma federativa deu ampla autonomia aos Estados, com
estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Nordeste, a possibilidade de contrair empréstimos externos, constituir
estourou a revolução comandada por Getúlio Vargas e pelo forças militares próprias e uma justiça estadual.
tenente-coronel Góes Monteiro. As ações foram rápidas e não [...] A representação na Câmara dos Deputados,
encontraram uma resistência forte. No Nordeste, as operações proporcional ao número de habitantes dos Estados, foi outro
ficaram a cargo de Juarez Távora, que contando com a ajuda da princípio aprovado...
população, conseguiu dominar Pernambuco sem esforços. [...] A aceitação resignada da candidatura Prudente de
Em virtude do maior peso político que os gaúchos Moraes, que marcou o início da república civil oligárquica,
detinham no movimento e sob pressão das forças consolidada por Campos Sales, se deu em um momento difícil,
revolucionárias, a Junta finalmente decidiu transmitir o poder quando Floriano dependia do apoio regional [...].
a Getúlio Vargas. Num gesto simbólico que representou a (Adaptado de: FAUSTO, Boris. Pequenos ensaios de História da República
(1889-1945). São Paulo: Cebrap, 1972, p. 2-4)
tomada do poder, os revolucionários gaúchos, chegando ao
Rio, amarraram seus cavalos no Obelisco da avenida Rio
O principal mecanismo para a consolidação da república a
Branco. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira
que o texto se refere foi a
República.
(A) política de “salvação nacional", desencadeada pelos
militares ligados aos grandes fazendeiros mineiros e paulistas
Candidato (a), segue abaixo a lista completa dos
com a finalidade de fortalecer o poder das oligarquias
presidentes da República Velha com a cronologia correta:
estaduais do sudeste.
(B) “campanha civilista" que defendia a regulamentação
- 1889-1891: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca;
dos preços dos produtos de exportação e garantia os
- 1891-1894: Floriano Vieira Peixoto;
empréstimos contraídos no exterior aos fazendeiros das
- 1894-1898: Prudente José de Morais e Barros;
grandes propriedades.
- 1898-1902: Manuel Ferraz de Campos Sales;
(C) “política dos governadores", que consistia na troca de
- 1902-1906: Francisco de Paula Rodrigues Alves;
apoio entre governo federal e governos locais, com a finalidade
- 1906-1909: Afonso Augusto Moreira Pena (morreu
de manter no poder os representantes dos grandes
durante o mandato)
fazendeiros.
- 1909-1910: Nilo Procópio Peçanha (vice de Afonso Pena,
(D) política do “café-com-leite", que incentivava uma
assumiu em seu lugar);
disputa acirrada entre os representantes dos pequenos
- 1910-1914: Marechal Hermes da Fonseca;
Estados e enfraquecia o poder dos fazendeiros paulistas e dos
- 1914-1918: Venceslau Brás Pereira Gomes;
mineiros.
- 1918-1919: Francisco de Paula Rodrigues Alves (eleito,
(E) política de “valorização do café" realizada pelos
morreu de gripe espanhola, sem ter assumido o cargo);
Estados contribuía para o enfraquecimento do poder local e

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garantia a troca de favores entre os fazendeiros e o governo As manifestações de rua começaram a ocorrer com o apoio
federal. de todas as forças políticas do Estado, até por aquelas que
tinham simpatizado com o movimento de 1930 (exemplo do
Gabarito Partido Democrático - PD). Diante das pressões crescentes,
Getúlio resolveu negociar com a oligarquia paulista, indicando
01.B / 02.C um interventor do próprio Estado. Isso foi interpretado como
um sinal de fraqueza. Acreditando que poderiam derrubar o
A ERA VARGAS governo federal, os oligarcas articularam com outros estados
uma ação nesse sentido.
Dentro das divisões históricas do período republicano, a Manifestações de rua intensificaram-se em São Paulo.
“Era Vargas” é dividida em três intervalos distintos: Numa delas, quatro jovens, Miragaia, Martins, Dráusio e
1 - um período provisório, quando assume o governo após Camargo (MMDC) foram mortos e se transformaram em
o movimento de 1930; mártires da luta paulista em nome da legalidade
2 - um período constitucional, quando eleito após a constitucional. Getúlio, por seu lado, aprovou outras
promulgação da Constituição de 1934, e; “concessões”: elaborou o código eleitoral (que previa o voto
3 - um autoritário, com o golpe de 1937, que deu início ao secreto e o voto feminino), mandou preparar o anteprojeto
período conhecido como Estado Novo. para a Constituição e marcou as eleições para 1933.

Período Provisório A Revolução Constitucionalista de 1932


A oligarquia paulista, entretanto, não considerava as
As Forças de oposição ao Regime Oligárquico concessões suficientes. Baseada no apoio popular que
No decorrer das três primeiras décadas do século XX conseguira obter e contando com a adesão de outros estados,
houveram uma série de manifestações operárias, insatisfação desencadeou em 9 de julho de 1932, a chamada Revolução
dos setores urbanos e movimentos de rebeldia no interior do Constitucionalista.
Exército (Tenentismo). Eram forças de oposição ao regime Ela visava a derrubada do governo provisório e a
oligárquico, mas que ainda não representavam ameaça à sua aprovação imediata das medidas que Getúlio protelava.
estabilidade. Entretanto, o apoio esperado dos outros estados não ocorreu
Esse quadro sofreu uma grande modificação quando, no e, depois de três meses, a revolta foi sufocada. Até hoje, o
biênio 1921-30, a crise econômica e o rompimento da política caráter e o significado da Revolução Constitucionalista de
do café-com-leite por Washington Luís colocaram na oposição 1932 geram polêmicas. De qualquer forma, é inegável que o
uma fração importante das elites agrárias e oligárquicas. Os movimento teve duas dimensões:
acontecimentos que se seguiram (formação da Aliança Liberal, No plano mais aparente, predominaram as reivindicações
o golpe de 30) e a consequente ascensão de Vargas ao poder para que o país retornasse à normalidade política e jurídica,
podem ser entendidos como o resultado desse complexo baseadas numa expressiva participação popular. Nesse
movimento político. sentido, alguns destacam que o movimento foi um marco na
Getúlio Vargas se apoiou em vários setores sociais luta pelo fortalecimento da cidadania no Brasil.
liderados por frações das oligarquias descontentes com o Num plano menos aparente, mas muito mais ativo, estava
exclusivismo paulista sobre o poder republicano federal. o rancor das elites paulistas, que viam no movimento uma
possibilidade de retomar o controle do poder político que lhe
O Governo Provisório fora arrebatado em 1930.
Ao final da Revolução de 1930, com Washington Luís Se admitirmos que existiu uma revolução em 1930, o que
deposto e exilado, Getúlio Vargas foi empossado como chefe do aconteceu em São Paulo em 1932, foi a tentativa de uma contra
governo provisório. As medidas do novo governo tinham como revolução, pois visava restaurar uma supremacia que durante
objetivo básico promover uma centralização política e mais de 30 anos fez a nação orbitar em torno dos interesses da
administrativa que garantisse ao governo sediado no Rio de cafeicultura. Nesse sentido, o movimento era marcado por um
Janeiro o controle efetivo do país. Em outras palavras, o reacionarismo elitista, contrário ao limitado projeto
federalismo da República Velha caía por terra. modernizador de 1930.
Para atingir esse objetivo, foram nomeados interventores
para governar os estados. Eram homens de confiança, As Leis Trabalhistas
normalmente oriundos do Tenentismo, cuja tarefa era fazer Como forma de garantir o apoio popular, Getúlio Vargas
cumprir em cada estado as determinações do governo consolidou um conjunto de leis que garantiam direitos aos
provisório. trabalhadores, destacando-se entre eles: salário mínimo,
Esse fato e o adiamento que Getúlio Vargas foi impondo à jornada de oito horas, regulamentação do trabalho feminino e
convocação de novas eleições desencadearam reações de infantil, descanso remunerado (férias e finais de semana),
hostilidade ao seu governo, especialmente no Estado de São indenização por demissão, assistência médica, previdência
Paulo. As eleições dariam ao país uma nova Constituição, um social, entre outras.
presidente eleito pela população e um governo com A formalização dessa legislação trabalhista teve vários
legitimidade jurídica e política. Mas poderia também significar significados e implicações. Representou a primeira
a volta ao poder dos derrotados na Revolução de 30. modificação importante na maneira de o Estado enfrentar a
questão social e definiu as regras a partir das quais o mercado
A Reação Paulista de trabalho e as relações trabalhistas poderiam se organizar.
A oligarquia paulista estava convencida da derrota que Garantiu, assim, uma certa estabilidade ao crescimento
sofreu em 24 de outubro de 1930, mas não admitia perder o econômico. Por fim, foi muito útil para obter o apoio dos
controle do Executivo em “seu” próprio estado. A reação assalariados urbanos à política getulista.
paulista começou com a não aceitação do interventor indicado Essa legislação denota a grande habilidade política de
para São Paulo, o tenentista João Alberto. Às pressões pela Getúlio. Ele apenas formalizou um conjunto de conquistas que,
indicação de um interventor civil e paulista, se somou à em boa parte, já vigoravam nas relações de trabalho nos
reivindicação de eleições para a Constituinte. Essas teses principais centros industriais. Com isso, construiu a sua
foram ganhando rapidamente simpatia popular. imagem como “Pai dos Pobres” e benfeitor dos trabalhadores.

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O Controle Sindical anticomunismo, tendências ditatoriais e apelo à violência


A aprovação da legislação sindical representou um grande eram traços que aproximavam as duas ideologias.
avanço nas relações de trabalho no Brasil, pois pela primeira Um exame mais atento, entretanto, mostra que eram
vez o trabalhador obtinha individualmente amparo nas leis projetos distintos. Enquanto o nazi fascismo era apoiado pelo
para resistir aos excessos da exploração capitalista. grande capital e buscava uma expansão econômico-industrial
Por outro lado, paralelamente à sua implantação, o Estado a qualquer custo, ao preço de uma guerra mundial se
definiu regras extremamente rígidas para a organização dos necessário, os integralistas queriam voltar ao campo. Num
sindicatos, entre as quais a que autorizava o seu certo sentido, o projeto nazifascista era mais modernizante
funcionamento (Carta Sindical), as que regulavam os recursos que o integralista. Assim, as semelhanças entre eles escondiam
da entidade e as que davam ao governo direito de intervir nos propostas e projetos globais para a sociedade radicalmente
sindicatos, afastando diretorias se julgasse necessário. distintos.
Mantinha, assim, os sindicatos sob um controle rigoroso.
- Nacionalismo Revolucionário
Período Constitucional Frações dos setores médios urbanos, sindicatos,
associações de classe, profissionais liberais, jornalistas e o
Eleições Presidenciais de 1934 Partido Comunista prestaram apoio a outro movimento
Uma vez promulgada a Constituição de 1934, a Assembleia político: o nacionalismo revolucionário. Este defendia a
Constituinte converteu-se em Congresso Nacional e elegeu o industrialização do país, mas sem que isso implicasse
presidente da República por via indireta: o próprio Getúlio. subordinação e dependência em relação às potências
Começava o período constitucional do governo Vargas. estrangeiras, como a Inglaterra e os Estados Unidos.
O nacionalismo revolucionário propunha uma reforma
O Governo Constitucional e a Polarização Ideológica agrária como forma de melhorar as condições de vida do
Durante esse período, simultaneamente à implantação do trabalhador urbano e rural e potencializar o desenvolvimento
projeto político do governo, foram se desenhando duas industrial. Considerava que a única maneira de realizar esses
ideologias para o país: uma defendia um nacionalismo objetivos seria a implantação de um governo popular no Brasil.
conservador, a outra, um nacionalismo revolucionário. Esse movimento deu origem à Aliança Nacional Libertadora,
cujo presidente de honra era Luís Carlos Prestes, então
- Nacionalismo conservador membro do Partido Comunista.
Esse movimento contava com o apoio das classes médias
urbanas, Igreja e setores do Exército. O projeto que seus As Eleições de 1938
apoiadores tinham em mente decorria da leitura que eles Contida a oposição de esquerda, o processo político
faziam da história do país até aquele momento. evoluiu sem conflitos maiores até 1937. Nesse ano,
Segundo os conservadores, o aspecto que marcava mais começaram a se desenhar as candidaturas para as eleições de
profundamente a formação histórica do país e do seu povo era 1938, destacando-se Armando Sales Oliveira, paulista que
a tradição agrícola. Desde o descobrimento, toda a vida articulava com outros estados sua eleição para presidente.
econômica, social e política organizou-se em torno da Getúlio Vargas, as oligarquias que lhe davam apoio e os
agricultura. Todos os nossos valores morais, regras de militares herdeiros da tradição tenentista não viam com bons
convivência social, costumes e tradições fincavam suas raízes olhos a possibilidade de retorno da oligarquia paulista ao
no modo de vida rural. poder. Uma vez mantido o calendário eleitoral, isso parecia
Dessa forma, tudo o que ameaçava essa “tradição agrícola” inevitável. Como forma de evitar que as eleições
(estímulos a outros setores da economia, crescimento da acontecessem, Getúlio Vargas coloca em prática o famoso
indústria, expansão da urbanização e suas consequências, Plano Cohen.
como a propagação de novos valores, hábitos e costumes Segundo as informações oficiais, forças de segurança do
tipicamente urbanos) representava um atentado contra a governo tinham descoberto um plano de tomada do poder
integridade e o caráter nacional, uma corrupção da nossa pelos comunistas. Muito bem elaborado, esse plano colocava
identidade como povo e nação. em risco as instituições democráticas do país.
O movimento se caracterizava como nacionalista e Para evitar o perigo vermelho, Getúlio Vargas solicitou ao
conservador por ser contrário a transformações Congresso Nacional a aprovação do estado de sítio, que
modernizadoras de origem externa (induzidas pela suspendia as liberdades públicas e dava ao governo amplos
industrialização, vanguardas artísticas europeias, etc.). poderes para combater a subversão.
Para que a coerência com a nossa identidade histórica
fosse mantida, os ideólogos do nacionalismo conservador Período Autoritário
propunham o seguinte: os latifúndios (grandes propriedades
rurais) deveriam ser divididos em pequenas parcelas de terras A Decretação do Estado de Sítio e o Golpe de 1937
a ser distribuídas. Assim, as famílias retornariam ao campo A fração oligárquica paulista hesitava em aprovar a
tornando o Brasil uma grande comunidade de pequenos e medida, mas diante do clamor do Exército, das classes médias
prósperos proprietários. e da Igreja, que temiam a escalada comunista, o Congresso
Podemos concluir a partir desse ideário, que eram autorizou a decretação do estado de sítio. A seguir, com amplos
antilatifundiários e antiindustrialistas. Na esfera política, poderes concentrados em suas mãos, Getúlio Vargas outorgou
defendiam um regime autoritário de partido único. uma nova Constituição ao país, implantando, por meio desse
Nesse contexto o maior defensor dessas ideias foi o golpe o Estado Novo.
movimento que recebeu o nome de Ação Integralista
Brasileira (AIB), cujo lema era Deus, Pátria e Família, que Estado Novo (1937-1945)38
tinha como seu principal líder e ideólogo Plínio Salgado. A ditadura estabelecida por Getúlio Vargas durou oito
Tradicionalmente, a AIB também é interpretada como uma anos, indo de 1937 a 1945. Embora Vargas agisse
manifestação do nazifascismo no Brasil, pela semelhança entre habilidosamente com o intuito de aumentar o próprio poder,
os aspectos aparentes do integralismo e do nazifascismo: não foi somente sua atuação que gerou o Estado Novo. Pelo
uniformes, tipo de saudação, ultranacionalismo, feroz menos três elementos convergiam para sua criação:

38 MOURA, José Carlos Pires. História do Brasil.1989.

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1 - A defesa de um Estado forte por parte dos cafeicultores, No período de 1937 a 1940, a ação econômica do Estado
que dependiam dele para manter os preços do café; objetivava racionalizar e incentivar atividades econômicas já
2 - Os industriais, que seguiam a mesma linha de defesa dos existentes no Brasil. A partir de 1940, com a instalação de
cafeicultores, já que o crescimento das indústrias dependia da grandes empresas estatais, o Estado alterou seu papel
proteção estatal; passando a ser um dos principais investidores do setor
3 - As oligarquias e classe média urbana, que assustavam- industrial.
se com a expansão da esquerda e julgavam que para “salvar a Os investimentos estatais concentravam-se na indústria
democracia” era necessário um governo forte. pesada, principalmente a siderurgia química, mecânica
pesada, metalurgia, mineração de ferro e geração de energia
Além disso Vargas tinha também o apoio dos militares, por hidroelétrica. Esses eram setores que exigiam grandes
alguns motivos: investimentos e garantiam retorno somente no longo prazo, o
que não despertou o interesse da burguesia brasileira.
- Por sua formação profissional, os militares possuíam uma Como saída, existiam duas opções para sua implantação: o
visão hierarquizada do Estado, com tendência a apoiar mais investimento do capital estrangeiro ou o investimento estatal.
um regime autoritário do que um regime liberal; O segundo foi o escolhido. A iniciativa teve êxito graças a um
- Os oficiais de tendência liberal haviam sido expurgados pequeno número de empresários e também do exército, que
do exército por Vargas e pela dupla Góis Monteiro-Gaspar associava a indústria de base com a produção de armamentos,
Dutra39; entendendo-a como assunto de segurança nacional.
- Entre os oficiais do exército estava se consolidando o A maior participação do Estado na economia gerou a
pensamento de que se deveria substituir a política no exército formação de novos órgãos oficiais de coordenação e
pela política do exército. A política do exército naquele planejamento econômico, destacando-se:
momento visava o próprio fortalecimento, resultado atingido CNP – Conselho Nacional do Petróleo (1938)
mais facilmente em uma ditadura. CNAEE – Conselho Nacional de Aguas e Energia Elétrica
(1939)
Com todos esses fatores a seu favor, não houveram CME – Coordenação da Mobilização Econômica (1942)
dificuldades para Getúlio instalar e manter por oito anos a CNPIC – Conselho Nacional de Política Industrial e
ditadura no país. Durante o período foi implacável o Comercial (1944)
autoritarismo, a censura, a repressão policial e política e a CPE – Comissão de Planejamento Econômico (1944)
perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do
Estado. As principais empresas estatais criadas no período foram:
CSN – Companhia Siderúrgica Nacional (1940)
Política Econômica do Estado Novo40 CVRD – Companhia Vale do Rio Doce (1942)
Por meio de interventores, o governo passou a controlar a CNA – Companhia Nacional de Álcalis (1943)
política dos estados. Paralelamente a eles, foi criado em cada FNM – Fábrica Nacional de Motores (1943)
um dos estados um Departamento Administrativo, que era CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco (1945)
diretamente subordinado ao Ministério da Justiça com
membros nomeados pelo presidente da república. Desse modo, apesar da desaceleração do crescimento
Cada Departamento Administrativo estudava e aprovava industrial ocasionado pela Segunda Guerra Mundial devido à
as leis decretadas pelo interventor e fiscalizava seus atos, dificuldade para importar equipamentos e matéria-prima,
orçamentos, empréstimos, entre outros. Dessa forma os quando o Estado Novo se encerrou em 1945, a indústria
programas estaduais ficavam subordinados ao governo brasileira estava plenamente consolidada.
federal.
Na área federal foi criado o Departamento Administrativo Características Políticas do Estado Novo
do Serviço Público (DASP). Além de centralizar a reforma Pode até parecer estranho, mas a ditadura estadonovista
administrativa, o Departamento tinha poderes para elaborar o possuía uma constituição, que é uma característica das
orçamento dos órgãos públicos e controlar a execução ditaduras brasileiras, onde a constituição afirmava o poder
orçamentária deles. absoluto do ditador.
Com a criação do DASP e do Conselho Nacional de A nova constituição foi apelidada de “Polaca”, elaborada
Economia, não só a atuação administrativa e econômica do por Francisco Campos, o mesmo responsável por criar o AI-1
governo passou a ser muito mais eficiente, como também (Ato Institucional) em 1964, que deu origem à ditadura militar
aumentou consideravelmente o poder do Estado e do no Brasil. A constituição “Polaca” era extremamente
presidente da república, agora diretamente envolvido na autoritária e concedia poderes praticamente ilimitados ao
solução dos principais problemas econômicos do país, governo.
inclusive com a criação de órgãos especializados: o instituto do Em termos práticos, o governo do Estado Novo funcionou
Açúcar e Álcool, o Instituto do Mate, Instituto do Pinho, etc. da seguinte maneira:
Por meio dessas medidas, o governo conseguiu solucionar - O poder político concentrava-se todo nas mãos do
de maneira satisfatória os principais problemas econômicos presidente da república;
da época. A cafeicultura foi convenientemente defendida, a - O Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e as
exportação agrícola foi diversificada, a dívida externa foi Câmaras Municipais foram fechadas;
congelada, a indústria cresceu rapidamente, a mineração de - O sistema judiciário ficou subordinado ao poder
ferro e carvão expandiu-se e a legislação trabalhista foi executivo;
consolidada. - Os Estados eram governados por interventores
Com essas medidas, as elites enriqueceram, a classe média nomeados por Vargas, os quais, por sua vez, nomeavam os
melhorou seu padrão de vida e o operariado ganhou a prefeitos municipais;
proteção que lutou por anos para conseguir. Dessa forma, - A Polícia Especial (PE) e as polícias estaduais adquiriram
mesmo com a repressão e perseguição política em seu regime, total liberdade de ação, prendendo, torturando e assassinando
Vargas atingiu altos níveis de popularidade. qualquer pessoa suspeita de se opor ao governo;

39 Ambos foram ministros da Guerra no período em que Vargas estava no 40 http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-


poder. Monteiro (1934-1935). Dutra (1936-1945) 45/PoliticaAdministracao/DASP

História e Geografia do Brasil 34


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- A propaganda pela imprensa e pelo rádio foi largamente Sem Terra), nascido nos encontros da CPT- Comissão Pastoral
usada pelo governo, por meio do Departamento de Imprensa e da Terra, em 1985, no Paraná.
Propaganda (DIP). Enquanto isso, a PE continuava agindo: prendia pessoas,
sendo que a maioria jamais foi julgada, ficando apenas presas
Os partidos políticos foram fechados (até mesmo o Partido e sendo torturadas durante anos a fio.
Integralista que mudou seu nome para Associação Brasileira Após o fim do Estado Novo foi formada uma comissão para
de Cultura.). Em 1938 os integralistas tentaram um golpe de investigar as barbaridades cometidas pela polícia durante o
governo que fracassou em poucas horas. Seus principais período de ditadura, chamada de “Comissão Parlamentar de
líderes foram presos, inclusive Plínio Salgado, que foi exilado Inquérito dos Atos Delituosos da Ditadura”. Mas os
para Portugal. levantamentos feitos pela comissão em 1946 e 1947, eram
Nesse meio tempo, o DIP e a PE prosseguiam seu trabalho. quase sempre abafados, fazendo-se o possível para que
Chefiado por Lourival Fontes, o DIP era incansável tanto na caíssem no esquecimento, por duas razões:
censura quanto na propaganda, voltada para todos os setores
da sociedade – operários, estudantes, classe média, crianças e 1 - A maioria dos torturadores e assassinos permaneciam
militares – abrangendo assuntos tão diversos quanto na polícia depois que a PE havia sido extinta, sendo apenas
siderurgia, carnaval e futebol. transferidos para outros órgãos e funções;
Procurava-se assim, formar uma ideologia estadonovista 2 - Muitos civis e militares envolvidos nas torturas e
que fosse aceita pelas diversas camadas sociais e grupos assassinatos fizeram mais tarde rápida carreira, chegando a
profissionais e intelectuais. Cabia também ao DIP o preparo ocupar postos importantes na administração e na política.
das gigantescas manifestações operárias, particularmente no
dia 1º de Maio, quando os trabalhadores, além de Também era comum durante o período a espionagem feita
comemorarem o Dia do Trabalho, prestavam uma homenagem por militares e civis, que eram conhecidos como “invisíveis”.
a Vargas, apelidado de “o pai dos pobres”41. Sua função poderia ser a de espiar alguém em específico ou
fazer uma espionagem generalizada em escolas,
Leis trabalhistas no Governo de Getúlio Vargas universidades, fábricas, estádios de futebol, transporte
As concessões garantidas por Getúlio criavam a imagem de público, cinemas, locais de lazer, unidades militares e
Estado disciplinando ao mercado de trabalho em benefício dos repartições públicas. Formaram-se milhares de arquivos
assalariados, porém também serviram para encobrir o caráter pessoais com informações minuciosas sobre as pessoas, que
controlador do Estado sobre os movimentos operários. seriam utilizadas novamente 19 anos após o fim do Estado
O relacionamento entre Getúlio e os trabalhadores era Novo, na Ditadura Militar.
muito interessante, temperado pelos famosos discursos do
governante nos quais sempre começavam pela frase Fim do Estado Novo
“trabalhadores do Brasil...”. Utilizando um modelo de política O início da Segunda Guerra Mundial em 1939, possibilitou
populista, Vargas, de um lado, eliminava qualquer liderança algumas variações ao Brasil.
operária que tentasse uma atuação autônoma em relação ao Permitiu ao governo de Vargas neutralidade para negociar
governo, acusando-a de “comunista”, enquanto por outro lado, tanto com os Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, Rússia...)
concedia frequentes benefícios trabalhistas ao operariado. como com o Eixo (Itália, Alemanha e Japão). Conseguiu
Desse modo, por meio de uma inteligente mistura de financiamento dos Estados Unidos para a construção da usina
propaganda, repressão e concessões, Getúlio obteve um amplo siderúrgica de Volta Redonda, a compra de armamentos
apoio das camadas populares. alemães e fornecimento de material bélico norte-americano.
Apesar da neutralidade de Getúlio, que esperava o
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) entrou em desenrolar do conflito para determinar apoio ao provável
vigor em 1943, durante a típica comemoração do 1º de maio. vencedor, em seu governo haviam grupos divididos e definidos
Entre seus principais pontos estão: sobre quem apoiar:
- Regulamentação da jornada de trabalho – 8 horas diárias. Oswaldo Aranha, que era ministro das Relações
- Descanso de um dia semanal, remunerado. Exteriores era favorável aos Estados Unidos, enquanto os
- Regulamentação do trabalho e salário de menores. generais Gaspar Dutra e Góis Monteiro eram favoráveis ao
- Obrigatoriedade de salário mínimo como base de salário. nazismo. Com a entrada dos Estados Unidos na guerra em
- Direito a férias anuais. 1941 e o torpedeamento de vários navios mercantes
- Obrigatoriedade de registro do contrato de trabalho na brasileiros, o país entra em guerra ao lado dos aliados em
carteira do trabalhador. agosto de 1942.
Em 1944 foram mandados 25.000 soldados da Força
As deliberações da CLT priorizaram em 1943 as relações Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália, marcando a
do trabalhador urbano, praticamente ignorando o trabalhador participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
rural que ainda representava uma grande parcela da Mais do que a vitória contra as forças do Eixo na Europa, a
população. Segundo dados do IBGE, em 1940 Segunda Guerra Mundial teve um efeito na política brasileira.
aproximadamente 70% da população brasileira estava na zona Muitos dos que lutavam contra o Fascismo na Europa não
rural. aceitavam voltar para casa e viver em um regime autoritário.
Essas pessoas não foram beneficiadas com medidas O sentimento de revolta cresceu na população e muitas
trabalhistas específicas, nem com políticas que facilitassem o manifestações em prol da redemocratização foram realizadas,
acesso à terra e à propriedade. mesmo com a forte repressão da polícia. Pressionado pelas
Para organizar os trabalhadores rurais, a partir da década reivindicações, em 1945 Vargas assinou um Ato Adicional que
de 1950 surgiram movimentos sociais como as Ligas marcava eleições para o final daquele ano.
Camponesas, as Associações de Lavradores e Trabalhadores Foram formados vários partidos: UDN (União Democrática
Agrícolas, até o mais estruturado destes movimentos, o MST nacional), PSD (Partido Social Democrático), PTB (Partido
(Movimento dos Trabalhadores dos Trabalhadores Rurais Trabalhista Brasileiro), o PCB (Partido Comunista Brasileiro)
foi legalizado, além de outros menores.

41 Referência: <
http://pessoal.educacional.com.br/up/50240001/1411397/12_TERC_7_HIST_26
5a326%20(1)-%20AULA%2075.pdf>

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Apesar dos protestos para o fim do Estado Novo, muitas Questões


pessoas queriam que a redemocratização ocorresse com a
continuação de Getúlio no poder. Daí vem o movimento 01. (MPE/GO – Secretário auxiliar – MPE) Sobre o
conhecido como “Queremismo”, que vem do slogan Estado Novo de Getúlio Vargas, é incorreto afirmar:
“Queremos Getúlio”. (A) que foi implantado por Getúlio Vargas sob a
justificativa de conter uma nova ameaça de golpe comunista
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA no Brasil.
MUNDIAL (B) que tomado por uma orientação socialista, o governo
preocupava-se em obter o favor dos trabalhadores por meio
II.d – Participação do Brasil na Segunda Guerra42 de concessões e leis de amparo ao trabalhador.
(C) financiava o amplo desenvolvimento do setor
Neutralidade brasileira na primeira fase da guerra industrial brasileiro, ao realizar uma política de
Desde 1939, início do conflito, o Brasil assumiu uma industrialização por substituição de importações e com
posição neutra na Segunda Guerra Mundial. O presidente do criação das indústrias de base.
Brasil na época era Getúlio Vargas. (D) para dar ao novo regime uma aparência legal,
Francisco Campos redigiu uma nova Constituição inspirada
Ataques nazistas e entrada do Brasil na 2ª Guerra nas constituições fascistas italiana e polonesa.
Mundial (E) adotou o chamado “Estado de Compromisso”, onde
Porém, esta posição de neutralidade acabou em 1942 foram criados mecanismos de controle e vias de negociação
quando algumas embarcações brasileiras foram atingidas e política responsáveis pelo surgimento de uma ampla frente de
afundadas por submarinos alemães no Oceano Atlântico. A apoio a Getúlio Vargas.
partir deste momento, Vargas fez um acordo com Roosevelt
(presidente dos Estados Unidos) e o Brasil entrou na guerra ao 02. (IPEM/RO – Agente de Atividades Administrativas
lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, União – FUNCAB) O processo histórico da formação do estado de
Soviética, entre outros). Era importante para os Aliados que o Rondônia possui muitos capítulos importantes, com diferentes
Brasil ficasse ao lado deles, em função da posição geográfica atores. Um dos marcos nesse processo foi a criação do
estratégica de nosso país e de seu vasto litoral. Território Federal do Guaporé por meio do Decreto-Lei nº
5.812, de 13 de setembro de 1943. O Presidente da República
Participação efetiva no conflito que assinou o referido documento foi:
A participação militar brasileira foi importante na (A) Getúlio Vargas.
Segunda Guerra Mundial, pois somou forças na luta contra os (B) Gaspar Dutra.
países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O Brasil enviou para (C) Juscelino Kubitschek.
a Itália (ocupada pelas forças nazistas), em julho de 1944, 25 (D) Jânio Quadros.
mil militares da FEB (Força Expedicionária Brasileira), 42 (E) João Goulart.
pilotos e 400 homens de apoio da FAB (Força Aérea
Brasileira). Gabarito
As dificuldades foram muitas, pois o clima era muito frio
na região dos Montes Apeninos, além do que os soldados 01.B / 02.A
brasileiros não eram acostumados com relevo montanhoso.

Vitórias
Os militares brasileiros da FEB (também conhecidos como
2) Geografia do Brasil a) O
pracinhas) conseguiram, ao lado de soldados aliados, território nacional: a
importantes vitórias. Após duras batalhas, os militares construção do Estado e da
brasileiros ajudaram na tomada de Monte Castelo, Turim,
Montese e outras cidades.
Nação, a obra de fronteiras,
Apesar das vitórias, centenas de soldados brasileiros fusos-horários e a federação
morreram em combate. Na Batalha de Monte Castelo (a mais brasileira
difícil), cerca de 400 militares brasileiros foram mortos.

Outras formas de participação


Além de enviar tropas para as áreas de combate na Itália, A Organização Política e Administrativa do Brasil
o Brasil participou de outras formas importantes. Vale lembrar
que o Brasil forneceu matérias-primas, principalmente A cartografia da formação territorial brasileira revela, em
borracha, para os países das forças aliadas. diferentes períodos, os processos que levaram o Brasil a
O Brasil também cedeu bases militares aéreas e navais chegar até a forma territorial e as divisões internas atuais.
para os aliados. A principal foi a base militar da cidade de Natal Desde 1500, o país passou por diversas conformações
(Rio Grande do Norte) que serviu de local de abastecimento territoriais, fruto de diferentes organizações políticas e
para os aviões dos Estados Unidos. administrativas.
Foi importante também a participação da marinha Em 1621, durante a União Ibérica, o rei Felipe III decretou
brasileira, que realizou o patrulhamento e a proteção do litoral a separação da Colônia portuguesa em dois estados: Estado do
brasileiro, fazendo também a escolta de navios mercantes Maranhão, com capital em São Luís, e o Estado do Brasil, com
brasileiros para garantir a proteção contra ataques de capital no Rio de Janeiro. Cada um desses Estados encontrava-
submarinos alemães. se dividido em várias capitanias. Nesse ano, o Estado do
Maranhão era composto pelas capitanias do Grão-Pará e do
Maranhão, tendo sua capital transferida para a cidade de
Belém. Em 1763, foi a vez de mudar a capital do Estado do
Brasil, passando de Salvador para o Rio de Janeiro. Em 1774, a

42 O Brasil na Segunda Guerra Mundial. Sua Pesquisa. https://bit.ly/2Og74Gs

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Coroa portuguesa decretou a reunificação da Colônia, que dispor de recursos que lhes permitem explorar, até a exaustão,
permaneceu assim até a sua independência. os cardumes que se deslocam em alto-mar.
A partir de 1709, o Brasil já estava dividido em sete Essa acelerada evolução tecnológica trouxe novas
estados. Onde hoje abrange parte da Amazônia, no Norte do perspectivas às nações, que passaram a considerar o mar não
país, localizava-se a província do Grão-Pará. Abaixo, na área só uma via de transportes ou fonte de alimentos, mas um
que pertence atualmente a Rondônia, Mato Grosso, Mato grande gerador de riquezas e matérias-primas. Assim, os
Grosso do Sul, Tocantins, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e parte mares e oceanos tornaram-se estratégicos, e muitos países
do Paraná, era dominada pelo Estado de São Paulo. O estado passaram a tentar incorporar áreas marítimas aos seus
do Nordeste era ocupado apenas por Maranhão, Pernambuco territórios.
e Bahia. Na região Sul, apenas a província de São Pedro. A Depois da Segunda Guerra Mundial, a ONU patrocinou
Sudeste, o Rio de Janeiro. diversas reuniões sobre os limites marinhos. Elas ficaram
Em 1822, os limites do território brasileiro assemelhavam- conhecidas como Conferências das Nações Unidas sobre o
se aos atuais. Nesse caso, deve-se destacar a região da Direito do Mar. Nessa época, muitos defendiam que os
Cisplatina, que na época pertencia ao Brasil. Pouco tempo recursos dos fundos marinhos, situados além das jurisdições
depois, a Cisplatina tornou-se independente do Brasil e passou nacionais, fossem considerados patrimônio comum da
a se chamar Uruguai. humanidade. Dessa maneira, passou a ser necessário
No ano de 1823, um ano após a Declaração da determinar os limites marítimos de cada Estado costeiro.
Independência, foram acrescentados ainda mais territórios. O Enquanto ocorriam essas negociações, o Brasil adotou, em
Brasil ganhou os estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, 1970, para resguardar os interesses econômicos do país e por
Paraíba, Alagoas, Ceará e Piauí. No Sul, houve o acréscimo do razões de segurança nacional, o limite de 200 milhas náuticas
estado de Santa Catarina e da Província da Cisplatina, o atual (cerca de 370 quilômetros) para exploração das águas
Uruguai. territoriais brasileiras.
Na época da independência, a divisão político- Nessas águas – cerca de 2 milhões de quilômetros
administrativa brasileira era baseada em províncias, e não em quadrados de superfície aquática – somente navios brasileiros
estados, como hoje em dia. Repare como as diversas províncias e de empresas estrangeiras com autorização do governo
existentes em 1822, assim como suas fronteiras, deram origem brasileiro poderiam exercer alguma atividade. Navios
a muitos estados atuais. estrangeiros sem licença pagariam multas e seriam
Até o fim do Império e a formação da República, em 1889, apreendidos.
o território brasileiro sofreu algumas pequenas modificações. Em 1982, na Jamaica, foi assinada a Convenção das Nações
Da mesma forma, alguns territórios deixaram de pertencer a Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM). Foi nessa convenção
algumas províncias e foram incorporados a outras. que os limites marítimos dos países foram definidos, da
Com a instauração da República, a divisão político- seguinte forma:
administrativa brasileira, que antes compunha várias
províncias, passou a se basear em estados. Dessa forma, o * mar territorial: compreende a faixa de 12 milhas
Brasil tornou-se uma República Federativa, composta por marítimas (cerca de 22 quilômetros) de largura, medidas a
diferentes unidades. partir do litoral e das ilhas brasileiras. Nesse espaço marítimo,
Desde 1889 foram criados alguns estados novos, bem o Estado costeiro tem total controle sobre as águas, o espaço
como uma nova divisão político-administrativa: os territórios aéreo e o fundo do mar;
federais. Esses territórios integravam diretamente a União,
sem pertencer a nenhum estado. Em 1988, os territórios * zona contígua: delimitada por 12 milhas além do limite
federais existentes foram extintos e suas áreas foram do mar territorial. Essa faixa é importante, pois se trata de uma
incorporadas a estados vizinhos. área de segurança, onde os países podem fiscalizar todas as
embarcações que nela navegarem;
As Unidades Federativas do Brasil
* zona econômica exclusiva: área que se estende até 200
As unidades federativas são entidades político- milhas além do mar territorial. Pela convenção da ONU, os
administrativas e territoriais vinculadas ao Estado Nacional – Estados costeiros têm o direito de explorar e a obrigação de
no caso brasileiro, à República Federativa. conservar os recursos (sejam eles minerais ou pesqueiros) que
Elas possuem autonomia no que diz respeito à eleição de se encontram em toda essa região. Desde o início da década de
seus governantes, à criação de determinadas leis e à cobrança 1980, o Brasil vem realizando estudos para identificar o
de impostos. potencial de pesca no Oceano Atlântico e zelar pela
Atualmente, o Estado brasileiro é composto por 27 manutenção dele;
unidades federativas: 26 estados e o Distrito Federal, onde se
localiza Brasília, a capital do país. * plataforma continental: conforme a convenção de
O estado é composto por diversos municípios. Todos os 1982, corresponde ao leito e ao subsolo das áreas submarinas
estados possuem um governador e uma assembleia legislativa que se estendem além do seu mar territorial.
que são responsáveis por gerir e regular as políticas dentro de
seu território. Os países que tiverem intenção de ampliar sua atuação
para além das 200 milhas devem apresentar um relatório para
Fronteiras marítimas do Brasil a Convenção da ONU, provando que a plataforma continental
se prolonga para além de 200 milhas.
Nas últimas décadas do século XX, uma nova fronteira Para cumprir essa determinação, o governo brasileiro
chamou a atenção da sociedade e do governo brasileiro: e as criou, na década de 1980, o projeto Levantamento da
águas do Oceano Atlântico que banham nosso território. Plataforma Continental (Leplac). Cientistas, militares e
Isso tem um motivo: a tecnologia desenvolvida durante a técnicos da Petrobras participaram dessa empreitada, e o
Segunda Guerra Mundial criou navios mais rápidos que os relatório em 2013 já havia sido praticamente todo aprovado
anteriores e com maior capacidade de carga, que podem viajar pela comissão da ONU. Assim, o Brasil controlaria a área de 4,5
a grandes distâncias, explorando economicamente as águas milhões de quilômetros quadrados no mar, o que praticamente
longe de seus territórios de origem. Gigantescos navios equivale, em extensão territorial, a uma nova Amazônia. Foi
frigoríficos japoneses e europeus, por exemplo, passaram a

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por isso que muitos passaram a chamar essa região de


Amazônia Azul. Como a Terra leva aproximadamente vinte e quatro horas
Nessa área ocorre quase 80% da exploração petrolífera para completar o ciclo do movimento de rotação – que resulta
brasileira. Muitos especialistas afirmam que em um futuro na existência alternada entre dias e noites –, o planeta é
próximo será possível explorar outros minerais que existem dividido em 24 fusos horários, em que cada fuso representa
no fundo do mar. uma hora em sua área de abrangência. Essa contagem é feita a
Por esse tratado, o Brasil também é responsável, por partir do Meridiano de Greenwich, uma linha imaginária
exemplo, por operações de resgate em uma área muito maior estabelecida por convenção e que “corta” a cidade de Londres
que a Amazônia Azul. Trata-se de uma nova fronteira que e toda a sua extensão em direção ao sul.
ainda precisa ser muito estudada e conhecida. Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste
(oriente) em relação a Greenwich tem suas horas somadas
A divisão regional do IBGE pelo número de fusos de distância, enquanto tudo o que se
encontra a oeste (ocidente) tem suas horas diminuídas.
Os primeiros estudos de divisão regional datam de 1941 e
foram realizados sob a coordenação do engenheiro, geógrafo e O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério
professor Fábio Macedo Soares Guimarães (1906-1979). Ao ocidental, possui o seu horário atrasado em relação ao
avaliar as diversas propostas de divisão regional que já meridiano mencionado. Além disso, em razão de o país possuir
existiam naquela época, esse trabalho visava a elaborar uma uma ampla extensão, sua localização é dividida em quatro
única divisão regional do Brasil para a divulgação de dados fusos horários.
estatísticos sobre a realidade socioespacial de nosso país. O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas
Foi assim que, em 1942, surgiu a primeira divisão regional horas atrasado em relação ao Meridiano de Greenwich e uma
do IBGE, que levava em conta sobretudo as características hora adiantado em relação ao horário de Brasília. Esse fuso
naturais. Era constituída por cinco grandes regiões: Norte, abrange apenas algumas ilhas oceânicas pertencentes ao
Nordeste, Leste, Sul e Centro-Oeste. A região Nordeste foi Brasil, como Fernando de Noronha e Penedos de São Pedro e
subdividida em Nordeste Ocidental e Nordeste Oriental. Por São Paulo.
sua vez, a região Leste foi subdividida em Leste Setentrional e O segundo fuso horário do país encontra-se três horas
Leste Meridional. atrasado em relação a Greenwich e abrange a maior parte do
Em 1945, o IBGE divulgou uma nova divisão regional do território nacional, com a totalidade das regiões Nordeste,
Brasil, levando em consideração, agora, sub-regiões Sudeste e Sul, além dos estados do Pará, Amapá, Tocantins,
denominadas zonas fisiográficas, baseadas no quadro físico do Goiás e o Distrito Federal. É o horário oficial de Brasília.
território, com vistas ao agrupamento de dados estatísticos O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas
municipais, em unidades espaciais de dimensão mais reduzida atrasado em relação a Greenwich e uma hora em relação ao
que as das unidades da federação. horário de Brasília. No horário de verão, essa diferença
Desde então, uma sucessão de divisões regionais foi aumenta para duas horas, pois os estados abrangidos (Mato
proposta pelo IBGE. Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia e a maior parte
Ressalta-se que, em todas as divisões regionais propostas do Amazonas) não fazem parte desse horário especial.
pelo IBGE, há um aspecto importante em comum: os limites O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado
das regiões coincidem com os limites estaduais. em relação a Greenwich e duas horas em relação ao horário de
Evidentemente, essas divisões regionais não levam em Brasília, aumentando para três horas durante o horário de
conta as especificidades naturais do nosso país. O norte de verão. Abrange somente o estado do Acre e uma pequena parte
Minas Gerais, por exemplo, apesar de abrigar paisagens oeste do Amazonas. Esse fuso foi extinto no ano de 2008,
naturais típicas do Sertão nordestino, integra a região Sudeste. onde a área passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em
setembro de 2013, essa extinção foi revogada após
Os Fusos Horários no Brasil aprovação em um referendo promulgado em 2010.
Devido à sua grande extensão no sentido leste-oeste, o
Brasil apresenta quatro fusos horários diferentes. Referências Bibliográficas:
A maior parte do território fica no segundo fuso horário
(atrasado três horas em relação a Greenwich), que ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e
Humano. Coleção Objetivo – Livro 24. Editora Sol.
corresponde à hora oficial do Brasil – ao horário de Brasília. FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: Editora
Nesse fuso estão incluídas as regiões Sul, Sudeste, AJS, 2015.
Nordeste e parte das regiões Norte e Centro-Oeste. LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo
O limite prático dos fusos acompanha a divisão política do Lazaro Branco; Cláudio Mendonça. 3ª edição. São Paulo: Saraiva.
SCALZARETTO, Reinaldo. Geografia Geral – Geopolítica. 4ª edição – Livro 2.
país para evitar a existência de dois fusos dentro do mesmo São Paulo: Anglo.
estado, exceção feita ao Amazonas e ao Pará (os maiores TAMDJIAN, James Onnig. Geografia: estudos para compreensão do espaço.
estados do país). James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. 2ª edição. São Paulo: FTD.

Lembre-se: Questões
Equinócio é a data em que o dia e a noite apresentam a
mesma duração; 01. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Julgue
Solstício é a data em que o dia e a noite apresentam a (C ou E) o próximo item, relativo à formação histórica do
maior assimetria possível. O solstício de verão ocorre quando território brasileiro.
o período de insolação (dia) é o maior do ano. Por sua vez, o A formação histórica do território brasileiro iniciou-se com
solstício de inverno ocorre quando se registra a noite mais a assinatura do Tratado de Madri, que determinou, por meio
longa do ano. da criação de uma linha imaginária, o primeiro limite
territorial da colônia portuguesa nas Américas.
O Brasil, desde setembro de 2013, possui novamente (....) Certo (....) Errado
quatro fusos horários.
Veja abaixo, como ocorreu tal processo:43

43 http://brasilescola.uol.com.br/brasil/fuso-horario-brasileiro.htm>.

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02. (TJ/SC – Analista Administrativo – TJ/SC) Sobre o áreas nas quais o processo de erosão é mais intenso do que o
território brasileiro, sua localização geográfica e sua de sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em
organização política-territorial, todas as alternativas estão que o processo de sedimentação supera o de erosão foram
corretas, EXCETO: denominadas planícies.
(A) O Brasil é uma república federativa formada por 27 Nota-se, assim, que essa classificação não leva em conta as
unidades sendo, 26 estados e um Distrito Federal. cotas altimétricas do relevo, mas os aspectos de sua
(B) A divisão política do território brasileiro tem mudado modelagem, ou seja, a geomorfologia.
no decorrer do tempo, assim até a Constituição de 1988 existia
no Brasil a denominação de Território Federal. A classificação do relevo de Jurandyr Ross:
(C) Os Territórios Federais eram divisões internas do país Em 1989 o professor Jurandyr Ross elaborou uma outra
administradas diretamente pelo governo federal. classificação do relevo, dessa vez usando como critério três
(D) Na divisão política-administrativa do Brasil, em 1988 é importantes fatores geomorfológicos:
extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, que * a morfoestrutura – origem geológica;
passa a fazer parte do Estado de Pernambuco. * o paleoclima – ação de antigos agentes climáticos;
(E) O Brasil ocupa a porção centro-ocidental da América do * o morfoclima – influência dos atuais agentes climáticos.
Sul, portanto, apresenta fronteiras com quase todos os países Trata-se de uma divisão inovadora, que conjuga o passado
sul-americanos exceto, o Chile e Equador. geológico e o passado climático com os atuais agentes
escultores do relevo.
03. (DPE/SP – Oficial de Defensoria Pública – FCC) O Com base nesses critérios, o professor Ross identifica três
Estado Brasileiro organiza-se, política e administrativamente, tipos de relevo:
sob a forma de * planaltos – porções residuais salientes do relevo, que
(A) confederação democrática. oferecem mais resistência ao processo erosivo;
(B) república parlamentarista. * planícies – superfícies essencialmente planas, nas quais
(C) república federativa. o processo de sedimentação supera o de erosão;
(D) federação parlamentarista. * depressões – áreas rebaixadas por erosão que
(E) confederação parlamentarista. circundam as bordas das bacias sedimentares, interpondo-se
entre estas e os maciços cristalinos.
04. (IF/PI – Assistente em Administração – FUNRIO) A
organização político-administrativa da República Federativa Classificação climática
do Brasil compreende Segundo Lísia Bernardes, existem no Brasil cinco tipos
(A) a União e os Estados, somente. climáticos principais:
(B) a União, os Estados e o Distrito Federal, somente.
(C) a União e o Distrito Federal, somente. Equatorial
(D) os Estado, o Distrito Federal e os Municípios, somente. Abrange a maior parte da Amazônia Brasileira. Apresenta
(E) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. temperaturas elevadas o ano todo, pequena amplitude térmica
anual, chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano
Gabarito todo (2.000 – 3.000 mm/ano);

01. Errado/02. E/03. C/04. E Tropical


Tipo climático predominante no Brasil (Centro-Oeste,
Meio-Norte, maior parte da Bahia e Agreste). Apresenta
temperaturas elevadas (verão 25º C, inverno 21º C), com duas
b) O espaço brasileiro: estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco;
relevo, climas, vegetação,
Tropical de altitude
hidrografia e solos Abrange o domínio de mares de morros no Sudeste (maior
parte de Minas Gerais e trechos do Espírito Santo, Rio de
Janeiro e São Paulo). É um clima mesotérmico, com
temperaturas amenas (verão 25º C, inverno 18º C) e com
O relevo brasileiro e suas classificações
chuvas concentradas no verão;
A classificação do relevo de Aroldo de Azevedo:
Semiárido
Uma das mais antigas divisões do relevo foi feita na década
Característico do Sertão Nordestino, abrangendo o Vale
de 1940 pelo professor Aroldo de Azevedo e serviu de base
Médio do São Francisco e norte de Minas Gerais, apresenta
para todas as outras divisões feitas posteriormente. Ao
temperaturas elevadas (superiores a 25º C), chuvas escassas e
elaborar sua divisão, ele levou em conta principalmente as
irregulares. Caracterizado pelas estiagens bem pronunciadas;
diferenças de altitude.
Desse modo, as planícies foram classificadas como as
Subtropical
partes do relevo relativamente planas com altitudes inferiores
Predominante na porção meridional do Brasil (parte de
a 200 metros. Por sua vez, os planaltos foram considerados as
São Paulo, Paraná, além de Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
formas de relevo levemente onduladas, cujas altitudes
Mesotérmico, com temperaturas amenas, apresenta grande
superam 200 metros.
amplitude térmica (verão 25º C, inverno 15º C) e chuvas
Essa classificação divide todo o território brasileiro em
distribuídas regularmente durante o ano todo, sem estação
planaltos, cuja área total ocupa 59% de toda a superfície do
seca, com índices pluviométricos entre 1.700/1.900 mm/ano.
país, e planícies, que ocupam os 41% restantes.
A vegetação brasileira
A classificação do relevo de Aziz Ab’Saber:
Entre outras classificações de nossa vegetação, uma das
No final da década seguinte, de 1950, o professor Aziz
mais didáticas (proposta pela geógrafa Dora Amarante
Nacib Ab’Saber aperfeiçoou a divisão do professor Aroldo de
Romariz) é a que identifica no Brasil quatro grandes
Azevedo, introduzindo critérios geomorfológicos,
especialmente as noções de sedimentação e de erosão. As

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formações vegetais: florestais, complexas, campestres e Floresta aciculifoliada subtropical


litorâneas). A floresta aciculifoliada é uma formação típica do clima
subtropical, menos quente e úmido que o equatorial e o
Formações Florestais tropical. Suas árvores têm folhas finas e alongadas (em forma
Segundo suas características, as formações florestais de agulha), o que evita a excessiva perda de umidade.
classificam-se em dois tipos: latifoliadas e aciculifoliadas. Relativamente homogênea, apresenta poucas variedades,
As latifoliadas caracterizam-se pela presença de árvores predominado a Araucária angustifólia ou pinheiro-do-paraná.
que têm folhas largas e que se agrupam densamente. Quase Estendia-se orginalmente do sul de São Paulo ao norte do
todas atingem grande altura e abrigam sob suas copas árvores Rio Grande do Sul. Mas o fato de ser uma formação aberta
menores, arbustos e herbáceas. Distribuem-se amplamente no facilitou sua exploração intensa e não racional.
Brasil, graças ao predomínio de climas quentes e úmidos.
As aciculifoliadas compõem-se de espécies com folhas Domínios morfoclimáticos do Brasil - Solos
pontiagudas, adaptadas às baixas temperaturas. No Brasil,
ocorrem especialmente nas áreas mais elevadas da bacia do O imenso território brasileiro apresenta uma grande
Paraná, onde se verifica o clima subtropical, com verões variedade de climas, vegetação, relevo e rios. A interação
brandos. desses elementos resulta na formação de uma extraordinária
diversidade de paisagens naturais.
Floresta latifoliada equatorial O geógrafo Aziz Ab’Saber classificou essas paisagens em
Também conhecia como Floresta Amazônica ou Hileia, domínios morfoclimáticos, separados uns dos outros por
essa formação ocupa cerca de 40% do território brasileiro, faixas de transição – paisagens heterogêneas, compostas por
estendendo-se pela quase totalidade da região Norte, pela elementos vegetais de dois ou mais domínios. Essa
porção setentrional de Mato Grosso e pela porção ocidental do classificação considera a interação do relevo com os outros
Maranhão. elementos naturais, como o clima, a vegetação, o solo, a
Característica de clima quente e super úmido, é uma estrutura geológica, etc.
floresta extremamente heterogênea e densa, apresentando-se
dividida em três estratos: A divisão morfoclimática e as províncias
Igapó – corresponde à parte da floresta que se assenta fitogeográficas de Aziz Ab’Saber
sobre o nível mais inferior da topografia, onde o solo está
permanentemente inundado. Sua principal área de ocorrência Domínios Morfoclimáticos
é o baixo Amazonas; Amazônico – Terras baixas florestadas equatoriais;
Várzea – ocupa parte de média altitude do relevo, onde as Mares de Morros – Áreas mamelonares tropicais-
inundações são periódicas; atlânticas florestadas;
Terra firme – localiza-se na parte mais elevada do relvo, Cerrado – Chapadões tropicais interiores com cerrados e
livre das inundações, e por isso é o trecho mais desenvolvido e florestas-galerias;
exuberante da floresta. Caatingas – Depressões intermontanas e interplanálticas
semiáridas;
Floresta latifoliada tropical Araucária – Planaltos subtropicais com araucárias;
Formação exuberante, bastante parecida com a floresta Pradarias – Coxilhas subtropicais com padrarias mistas.
equatorial. Heterogênea, intrincada e densa, aparece em
diferentes pontos do país onde há temperaturas elevadas e Faixas de Transição
alto teor de umidade. Não-Diferenciadas.
No litoral, com o nome de Mata Atlântica, estendia-se do
Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, porém foi Domínio amazônico: terras baixas florestadas
intensamente devastada pela cultura canavieira desde o equatoriais
período colonial, sobretudo na região Nordeste. No litoral Caracteriza-se pela presença de baixos planaltos e
sudeste e sul, a presença da serra do Mar dificultou a ocupação planícies, drenados pela bacia hidrográfica do rio Amazonas.
humana e a exploração florestal, mas vem ocorrendo Essa paisagem, marcada pela presença da Floresta Amazônica,
devastação, por causa das empresas madeireiras e da latifoliada, densa e bastante heterogênea, é dominada pelo
construção de estradas; além disso, a vegetação é destruída clima equatorial (sempre quente e úmido).
pela poluição industrial, como ocorreu em Cubatão, na Baixada Apesar de constituir o ambiente mais preservado do país,
Santista. esse domínio vem sofrendo profunda degradação, marcada
No interior da região Sudeste, aparecia em quase toda a pelo desmatamento indiscriminado, que ocorre sobretudo
área drenada pelo rio Paraná e seus afluentes, sendo por isso para viabilizar a expansão da pecuária bovina e das áreas de
denominada Mata da Bacia do Paraná. Com o avanço da cultura garimpo.
cafeeira em São Paulo e Minas Gerais, no final do século XIX e
início do século passado, foi quase toda devastada, restando Domínio da caatinga: depressões semiáridas entre
como vestígios, hoje, estreitas faixas de árvores que margeiam chapadas
os rios da região, denominadas matas galerias ou ciliares. A irregularidade e a relativa escassez das chuvas são
responsáveis por uma vegetação ímpar existente no Brasil: a
Mata dos Cocais caatinga, uma associação de cactáceas e gramíneas. A erosão
Formação de transição, concentrada no Meio-Norte ou típica local é a pediplanação: o intemperismo físico e o vento
Nordeste Ocidental (região composta pelos estados do aplainam o topo dos morros mais resistentes à erosão.
Maranhão e do Piauí), ladeada por climas opostos – o Formam-se assim as chapadas, como a Diamantina, na Bahia.
equatorial super úmido a oeste e o semiárido a leste. A histórica concentração fundiária reduz a área ocupada
Na área um pouco mais úmida, que abrange o Maranhão, o pela agricultura de subsistência, confinada nos brejos: áreas
oeste do Piauí e o norte de Tocantins, é comum a ocorrência de mais úmidas localizadas nas encostas das chapadas e nos vales
babaçu. Na área menos úmida, que abrange o leste do Piauí e fluviais.
os litorais do Ceará e do Rio Grande do Norte, encontra-se a
carnaúba.

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APOSTILAS OPÇÃO

Domínio do cerrado: chapadões interiores com Subafluente é o rio que escoa suas águas para um afluente
cerrados e florestas-galerias do rio principal da bacia hidrográfica.
O cerrado ocupa o Brasil Central, área de atuação do clima
tropical típico (alternância de verões quentes e úmidos e Os limites entre as bacias hidrográficas encontram-se nas
invernos amenos e secos). Caracteriza-se por ser uma partes mais altas do relevo e são denominados divisores de
vegetação complexa, uma vez que reúne estratos arbóreos e água, pois separam as águas de bacias. O declive entre o
herbáceos ao lado do estrato dominante, o arbustivo. Este é divisor de água e o rio principal, por onde correm as águas dos
composto por espécies de caules tortuosos envolvidos por afluentes, chama-se vertente. As águas são depositadas no
cascas grossas. Possuem ainda raízes profundas, uma leito do rio que, em época de cheia, pode transbordar para as
adaptação à longa estação seca. margens baixas e planas que o acompanham, que constituem
A partir dos anos 1970, graças ao uso da calagem para a sua várzea.
corrigir a acidez de seu solo, passou a ser intensamente O Brasil dispõe de uma das mais densas redes
ocupado. Suas terras são muito valorizadas, estando ocupadas hidrográficas da Terra, que representam cerca de 14% das
principalmente pela soja. Por isso, foi recentemente reservas mundiais de água doce. No entanto, o abastecimento
considerado pela ONU como bioma seriamente ameaçado de das regiões mais desenvolvidas economicamente e mais
extinção. populosas muitas vezes fica comprometido, pois é cada vez
maior não só o consumo de água provocado pelo crescimento
Domínio das araucárias: planaltos subtropicais com populacional e urbano, como o de energia elétrica. Quando os
araucárias níveis dos reservatórios estão baixos, em decorrência da falta
As araucárias são ainda encontradas no Sul do País, de chuvas, as hidrelétricas limitam o fornecimento de água
precisamente entre o centro-sul do Paraná e norte do Rio para não faltar energia elétrica, o que tem provocado
Grande do Sul, locais dominados por altitudes acima dos 800 racionamentos de água e até mesmo de energia.
metros. O clima subtropical (grande amplitude térmica e Esses grandes centros urbanos também estão situados
chuvas regulares) é acentuado por essa altitude, o que resulta distantes dos rios de maior navegabilidade, nos quais o
frequentemente em nevascas e geadas durante o inverno. transporte fluvial poderia construir uma excelente alternativa
A vegetação marcante, a floresta aciculifoliada (composta de transporte. No Sudeste, na bacia do Paraná – que cobre boa
principalmente por araucárias), foi quase destruída. Esse fato parte dessa região – estão sendo feitos investimentos em obras
se deu não só devido à expansão da agricultura, mas também que viabilizem a navegação dos rios que cortam áreas
em decorrência da exploração de sua madeira pela indústria economicamente importantes.
da construção civil e pela indústria de papel e celulose. Assim, De acordo com a classificação de relevo de Jurandyr Ross,
resta atualmente menos de 5% da cobertura original. os principais dispersores de água das maiores bacias
brasileiras estão situados:
Domínio das pradarias: coxilhas subtropicais com * na Cordilheira dos Andes, onde nascem os formadores do
pradarias mistas rio Amazonas;
Esse domínio é formado por extensos campos que * nos Planaltos Norte-amazônicos, origem dos rios da
recobrem os baixos planaltos do centro-sul gaúcho. margem esquerda do rio Amazonas;
Denominada também campanha gaúcha e região dos pampas, * no Planalto e na Chapada dos Parecis, que separam a
essa vegetação atravessa fronteiras para recobrir todo o bacia Amazônica de rios da bacia Platina (rio Paraguai);
Uruguai e o centro-leste da Argentina. O relevo dessa área é * nos Planaltos e nas Serras de Goiás-Minas e nos Planaltos
levemente ondulado, e suas colinas são chamadas e nas Chapadas da Bacia do Parnaíba, que são divisores de
regionalmente de coxilhas. água das bacias do Tocantins e São Francisco;
Seja pelo relevo suave, seja pelas pastagens naturais, a * nos Planaltos e nas serras do Atlântico-Leste-Sudeste,
principal atividade econômica do domínio das pradarias é a onde nascem o rio São Francisco, os rios formadores do Paraná
pecuária, destacando-se a bovina e a ovina. (Paranaíba e Grande) e os seus afluentes da margem esquerda.
De modo geral, os rios brasileiros recebem águas das
Domínio dos mares de morros: áreas mamelonares chuvas. Por isso, em sua maioria, são caracterizados pelo
tropicais atlânticas florestadas regime pluvial.
Essa paisagem é constituída por maciços antigos que
datam do período Pré-Cambriano. Tais formações Regime de um rio é a variação de água de um rio durante
apresentam-se levemente onduladas, lembrando o aspecto de um ano, a qual está relacionada à origem das suas águas.
meia-laranja (mares de morros ou áreas mamelonares). Quando a variação do nível depende das chuvas, o regime é
Originalmente eram recobertos pela Mata Atlântica. Área de pluvial, como, por exemplo, ocorre em todos os rios brasileiros.
predominância do clima tropical de altitude, apresenta Quando a variação depende de degelo, o regime é nival. O
temperaturas amenas. Coincide com as terras altas do Sudeste, Amazonas é considerado um ri ode regime misto, pois as águas
segundo a classificação do relevo de Aziz Ab’Saber. Em parte, próximas à nascente dependem do degelo dos Andes, mas maior
a intensa degradação desse domínio deve-se ao fato de que parte é alimentada pelas chuvas abundantes da região
abriga grandes centros urbanos, como São Paulo e Belo equatorial.
Horizonte.
Também abriga em seu interior a agricultura comercial. As principais Bacias Brasileiras
Como acontece com o cerrado, a sua cobertura vegetal também
está sob séria ameaça de extinção, segundo a ONU. No estado As quatro maiores bacias – Amazônica, Tocantins-Araguaia,
de São Paulo, por exemplo, restam apenas 3% de sua cobertura São Francisco e Platina (Paraná, Paraguai e Uruguai) – cobrem
vegetal original. mais de 80% do território brasileiro.

Bacias Hidrográficas do Brasil São principais Bacias Brasileiras:


* Bacia Amazônica;
Bacia Hidrográfica corresponde à área drenada por um * Bacia do Tocantins – Araguaia;
rio principal, seus afluentes e subafluentes, que formam, dessa * Bacia do São Francisco;
maneira, uma rede hidrográfica. *Bacia Platina;
* Bacia do Paraná;

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* Bacia do Paraguai; Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o


* Bacia do Uruguai. item que se segue.
No estado do Mato Grosso, predominam os climas
As Bacias Secundárias: equatorial úmido e tropical seco e úmido.
(....) Certo (....) Errado
As bacias secundárias reúnem um conjunto de bacias
localizadas nas proximidades do litoral; apresentam rios de 03. (MPOG – Geógrafo – CESPE/2015) O clima do Brasil,
pequena extensão, geralmente com poucos afluentes. São fortemente influenciado pela intensidade de interferência das
consideradas bacias secundárias: massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em:
* Bacias do Nordeste; equatorial úmido, tropical seco e úmido, tropical seco,
* Bacias do Leste; litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados
* Bacias do Sudeste-Sul. brasileiros apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção
da Bahia que apresenta três tipos.
As Águas Subterrâneas e o Aquífero Guarani: Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o
item que se segue.
O subsolo do território brasileiro armazena grande O clima predominante no bioma Pantanal é o equatorial
quantidade de água, inclusive sob as áreas semiáridas do úmido.
Nordeste. (....) Certo (....) Errado
As águas subterrâneas nem sempre são apropriadas para
consumo. 04. (MPOG – Geógrafo – CESPE/2015) O clima do Brasil,
O volume das águas encontradas próximo à superfície, as fortemente influenciado pela intensidade de interferência das
quais formam os lençóis freáticos, não só é pequeno como massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em:
pode estar contaminado. Essas águas, bastante exploradas, equatorial úmido, tropical seco e úmido, tropical seco,
podem conter toxinas oriundas tanto da agricultura como de litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados
atividades industriais. brasileiros apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção
Os reservatórios subterrâneos, localizados a centenas de da Bahia que apresenta três tipos.
metros de profundidade e que apresentam enorme volume de Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o
água (centenas de milhares de Km³), são denominados item que se segue.
aquíferos. Esses aquíferos provavelmente não estão Na região litorânea brasileira, que se estende do Rio
contaminados. Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, predomina o clima
No trecho odo subsolo brasileiro encontra-se parte do litorâneo úmido, com chuvas denominadas orográficas, cujo
maior aquífero do mundo – o Sistema Aquífero Guarani -, volume atinge médias anuais em torno de 1.500 mm.
localizado justamente numa das áreas de maior concentração (....) Certo (....) Errado
populacional e de maior consumo de água do país.
As águas desse aquífero também ocupam trechos do Gabarito
subsolo da Argentina, do Paraguai e do Uruguai. Portanto, para
preservar esse imenso manancial de água doce e de boa 01. Certo/02. Certo/03. Errado/04. Errado
qualidade, é necessário implantar uma política conjunta de
exploração e de controle ambiental.

Referências Bibliográficas c) Políticas territoriais:


meio ambiente
ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil:
Quadro Natural e Humano. Coleção Objetivo. Editora Sol.
GARCIA, Hélio Carlos; e GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia
do Brasil. 4ª edição: Anglo. No presente tópico faremos apenas uma prévia sobre as
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e Geografia do Brasil. 3ª políticas ambientais visto que as políticas territoriais serão
edição. São Paulo: Saraiva. abordadas no tópico f deste material.
TAMDJIAN, James Onnig. Geografia geral e do Brasil:
estudos para compreensão do espaço. São Paulo: FTD. Políticas ambientais no Brasil

Questões Políticas Ambientais são um conjunto de ações


ordenadas e práticas tomadas por empresas e governos com o
propósito de preservar o meio ambiente e garantir o
01. (MPU – Analista em Geografia- CESPE) No que desenvolvimento sustentável do planeta. Esta política
concerne à zoogeografia e à fitogeografia, julgue o item ambiental deve ser norteada por princípios e valores
seguinte. ambientais que levem em consideração a sustentabilidade.
Segundo a classificação de Ab'Saber para a vegetação
brasileira, os domínios morfoclimáticos apresentam uma Estas políticas são, portanto, importantes instrumentos
distribuição zonal. para a garantia de um futuro com desenvolvimento e
(....) Certo (....) Errado preservação ambiental. São também fundamentais para o
combate ao aquecimento global do planeta (verificado nas
02. (MPOG – Geógrafo – CESPE/2015) O clima do Brasil, últimas décadas), redução significativa da poluição ambiental
fortemente influenciado pela intensidade de interferência das (ar, rios, solo e oceanos) e melhoria na qualidade de vida das
massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: pessoas (principalmente dos grandes centros urbanos).
equatorial úmido, tropical seco e úmido, tropical seco, A Lei nº 6.938/81 dispõe sobre a Política Nacional do
litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados Meio Ambiente e institui o Sistema Nacional do Meio
brasileiros apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção Ambiente, seus fins e mecanismos de formação e aplicação, e
da Bahia que apresenta três tipos. dá outras providências. Essa é a mais relevante norma
ambiental depois da Constituição Federal da 1988, pela qual

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foi recepcionada, visto que traçou toda a sistemática das desenvolveu tecnologias e novas formas de aproveitamento de
políticas públicas brasileiras para o meio ambiente. recursos naturais e intensificou a articulação entre os
Com o advento da Lei nº 6.938/81 o país passou a ter diferentes países num grande mercado mundial. Esse processo
formalmente uma Política Nacional do Meio Ambiente, uma pode ser considerado, junto com a Revolução Agrícola do
espécie de marco legal para todas as políticas públicas de meio Neolítico, a outra grande revolução pela qual passou a
ambiente a serem desenvolvidas pelos entes federativos. sociedade humana.
Antes disso, cada Estado ou Município tinha autonomia para Até o século XIX não houve um desenvolvimento autônomo
eleger as suas diretrizes políticas em relação ao meio ambiente do Brasil, pois o país estava atrelado aos interesses de
de forma independente, embora na prática poucos realmente Portugal. Dessa forma, a industrialização brasileira, assim
demonstrassem interesse pela temática. como a urbanização, chegou tardiamente por aqui em
comparação à Europa.
Código Florestal Embora no começo do século (mais precisamente em
1808, quando a família real portuguesa instalou-se no Rio de
O Código Florestal Brasileiro dispõe sobre a proteção da Janeiro – fugindo das Guerras Napoleônicas e tornando o
vegetação nativa e estabelece normas gerais sobre a proteção Brasil a sede do Império), D. João tenha começado a incentivar
da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de a incipiente indústria brasileira, a concorrência com os
Reserva Legal. produtos ingleses e as barreiras impostas pelos proprietários
Trata também de temas acerca da normatização geral da de terras imobilizaram esse setor por mais um tempo.
proteção da vegetação do Brasil, com destaque à Áreas de Por isso, até o começo do século XX, o país caracterizou-se
preservação permanente; Áreas de reserva legal; Áreas de uso como um exportador de produtos primários. O café, além de
restrito; Áreas verdes urbanas; Uso sustentável dos apicuns e criar as condições econômicas necessárias para a indústria,
salgados; Exploração florestal; Suprimento de matéria-prima também forneceu as bases materiais para tal. Para exportar o
florestal; Controle da origem dos produtos florestais; Controle café, criou-se uma rede ferroviária importante, sobretudo nos
e prevenção de incêndios florestais; Programa de Apoio e estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa rede contribuiu
Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio Ambiente; também para a expansão urbana. O café dominava o cenário
Instrumentos econômicos e financeiros para a proteção econômico, e as elites até então não tinham interesse ou não
florestal. possuíam condições econômicas suficientes para investir no
setor industrial.
Unidades de Conservação
A indústria só conseguiu desenvolver-se mais
Através da Constituição de 1988 adveio a Lei nº. 9.985 de efetivamente graças a três processos complementares:
18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de → Acumulação de capital: a indústria é um setor
Unidades de Conservação, bem como regulamentou o § 1º, I, II, econômico que necessita de demanda de investimento inicial
III e VII, do art. 225 da Constituição Federal de 1988. para investimento em maquinarias, na construção do espaço a
A Lei nº. 9.985/2000 aduz objetivos que garantem a ser utilizado, entre outras coisas. O café foi o produto agrícola
sustentabilidade do espaço territorial destinado à proteção, que gerou esse capital necessário para a indústria se
bem como diretrizes que se voltam para a constituição e desenvolver, sobretudo no Sudeste, onde a cidade de São Paulo
funcionamento das unidades de conservação, busca-se, no já funcionava como um espaço de gestão do mercado cafeeiro
entanto, vislumbrar a identidade dos ecossistemas brasileiros. e onde se concentrou a maioria dos investidores;
Tanto os objetivos quanto as diretrizes, estão respectivamente
apresentados pelos artigos 4º e 5º da lei 9.985/2002. → Mudanças nas relações de trabalho: em 1888 o
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação trabalho escravo finalmente tornou-se ilegal no Brasil, um dos
(SNUC) é o conjunto de unidades de conservação (UC) últimos países no mundo a promover o fim da escravidão. A
federais, estaduais e municipais. É composto por 12 categorias partir desse momento a migração foi incentivada para suprir a
de UC, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à demanda de trabalhadores no estado de São Paulo;
forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de
maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e → Aumento da capacidade de consumo interno: uma
aquelas que podem ser utilizadas de forma sustenta vez assalariados, os trabalhadores passaram a ter a capacidade
de consumir os produtos que começaram a ser
industrializados no Brasil.
d) Modelo econômico A crise mundial de abastecimento na primeira metade do
brasileiro: o processo de século XX, causada pelas Guerras Mundiais (a primeira entre
industrialização, o espaço 1914 e 1918, e a segunda entre 1939 e 1945), também para
que finalmente entrássemos na era industrial. Como os países
industrial, a energia e o meio industriais estavam envolvidos no conflito, coube ao Brasil
ambiente, os complexos começar a produzir produtos próprios. Foi dessa forma, para
agroindustriais e os eixos de substituir as importações, que o Brasil diminuiu
paulatinamente a vinda de produtos de fora para começar a
circulação e os custos de produção industrial em nosso território.
deslocamento O primeiro setor que se desenvolveu foi o de bens de
consumo não duráveis, produzidos em um tipo de indústria
que não necessita de uma tecnologia muito complexa,
Modelo econômico brasileiro: o processo de tampouco de grandes investimentos. Mas sua produção era
industrialização e o espaço industrial muito dependente de tecnologia e maquinaria produzidas
externamente.
O processo de industrialização intensificou e acelerou as O presidente Getúlio Vargas, que adotou uma política
mudanças na organização espacial do mundo e do Brasil. nacionalista em seus governos (1930-1945 e 1951-1954),
O processo de industrialização concentrou atividades criou as primeiras leis trabalhistas e buscou incentivar a
econômicas e população, acentuou processos poluidores, indústria brasileira, desistindo da busca de mão de obra

História e Geografia do Brasil 43


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imigrante a fim de incentivar a contratação de brasileiros para recebem essas indústrias, por sua vez, oferecem vantagens
trabalhar nas indústrias do Brasil. Vargas criou indústrias de para atraí-las, que vão desde isenções de pagamento de
base, como a Companhia Siderúrgica Nacional (1941), impostos até a construção de obras de infraestrutura.
responsável pela produção de aço, a então chamada Porém, mesmo com esse movimento de desconcentração
Companhia Vale do Rio Doce (1942), de exploração de industrial, o Sudeste continua despontando como a região que
minérios, e a Petrobras (1953), que extrai petróleo e seus polariza esse setor.
derivados.
Posteriormente, no governo do presidente Juscelino Regiões Industriais do Brasil: regiões tradicionais e
Kubitschek (1956-1961), foi criado o Plano de Metas, que descentralização industrial
priorizou a indústria e o transporte em nível nacional, criando
uma malha rodoviária no país. Foi durante esse período que As indústrias, ao se instalarem em determinados lugares,
São Paulo se confirmou como a região industrial por excelência consideravam estrategicamente a presença ou proximidade
do país. Kubitschek orientou a maior parte dos projetos de dos seguintes elementos:
desenvolvimento industrial em São Paulo e também no Rio de * mercado consumidor;
Janeiro e em Minas Gerais. Naquele momento, estes eram os * disponibilidade de matérias-primas;
estados com as melhores condições nos setores elétrico e de * oferta de energia;
transportes e também que possuíam um mercado consumidor * custos com transportes;
promissor. * mão de obra.

Organização espacial das indústrias Esses elementos determinaram, durante muito tempo, a
localização espacial das indústrias. Desse modo, a presença
Por causa da própria experiência na economia cafeeira, desses elementos na região Sudeste, especialmente em São
que criou condições materiais para o processo de Paulo, favoreceu um processo de concentração espacial das
industrialização, a Região Sudeste, sobretudo o estado de São atividades industriais no Brasil, no entanto, deve-se
Paulo, concentrou desde o começo as atividades industriais e considerar que existem diversas regiões industriais no Brasil.
acabou polarizando economicamente o setor industrial e o de
serviços. Além disso, o Brasil não possuía até então uma Áreas industriais tradicionais
unidade territorial tão marcada, parecia mais uma espécie de
arquipélago, pois as regiões pouco se relacionavam Áreas industriais tradicionais são aquelas caracterizadas
economicamente entre si. por um processo mais antigo de industrialização, assentando
Ao longo do século XX, a indústria tornou-se o carro-chefe no padrão fordista-taylorista de produção.
de nossa economia em nível nacional, tendo a cidade como seu Esse modelo de produção na indústria pode ser
par espacial. A partir dos anos 1950, por causa da emergente caracterizado, de modo geral, por:
indústria automobilística, a rodovia substituiu a ferrovia como * economia de escala;
meio preponderante de circulação de mercadorias e pessoas. * produção estandardizada (padronizados);
Devido ao interesse das grandes empresas, e com o auxílio do * competição via preços;
Estado, expandiu-se a lógica do automóvel. * existência de um mercado de consumo de massas;
As rodovias foram direcionadas sobretudo para o interior, * combinação entre a utilização de equipamentos
mesma concepção de construção de Brasília, que era a de automatizados e trabalhadores não qualificados;
acabar com o cenário de “Brasil arquipélago”. As rodovias * divisão e especialização do trabalho;
tiveram um papel importante nesse movimento junto à * separação entre a concepção e a execução das tarefas.
indústria, a qual, embora concentrada no Sudeste, possuía o
mercado consumidor em todo território. A partir das mudanças e novas demandas do processo
Na metrópole de São Paulo, principalmente na região do produtivo, as áreas industriais baseadas nesse modelo
“ABCD paulista” (Santo André, São Bernardo, São Caetano e sofreram profundos impactos econômicos e sociais. Esse
Diadema), encontramos o paradigma dessa concentração processo, denominado genericamente desindustrialização,
industrial naquele estado do Sudeste. Ali estavam as maiores caracterizou-se pelo fechamento e/ou deslocamento das
indústrias automobilísticas de todo o país. Ao redor dessas indústrias para outras áreas, atraídas por maiores
indústrias, gravitam outras que se concentraram também ali possibilidades de realização de lucros. Um exemplo
para abastecê-las: borracha, plásticos, vidros, peças, etc. mundialmente conhecido desse processo é a cidade de Detroit,
O Sudeste, ao longo do século XX, exerceu uma posição de nos Estados Unidos, que, a partir da década de 1980, assistiu
dominância econômica pela capacidade de polarizar a ao fechamento de inúmeras empresas e ao aumento do
indústria e os serviços em torno dela. Por isso, passou a desemprego em massa.
abastecer o mercado das outras regiões brasileiras, que
também fornecem matéria-prima e mão-de-obra. Nos anos Região Sudeste
1970, durante a ditadura militar (1964-1958), foram criados
diversos órgãos de desenvolvimento econômico regional – A região Sudeste representa uma das regiões do Brasil de
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); mais antiga e intensa industrialização.
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene); Suas principais regiões industriais são centros
Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste polindustriais, na medida em que nessas cidades encontramos
(Sudeco); e Superintendência da Zona Franca de Manaus praticamente todos os ramos da indústria.
(Suframa), que tinham a intenção de diversificar a produção A partir das décadas de 1980-90, as indústrias localizadas
espacial industrial do país. na região metropolitana de São Paulo assistiram a um
Contudo, desde a década de 1990 vem ocorrendo um crescente deslocamento rumo ao interior do Estado, utilizando
processo chamado de “desconcentração industrial”, que se os principais eixos viários como os sistemas Anchieta-
refere ao deslocamento de empresas em direção a outros Imigrantes, Anhanguera-Bandeirantes e a Rodovia Dutra.
estados do país, motivadas pelo aumento dos preços do Historicamente, o estado de São Paulo também concentrou
terreno, congestionamento, impostos e outras características a indústria automobilística instalada no Brasil até a década de
que encarecem e dificultam a produção nas tradicionais 1970. A partir de então, essa indústria passou a se deslocar
cidades industriais brasileiras. As cidades e os estados que

História e Geografia do Brasil 44


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para outros estados. São exemplos dessas transferências da Desconcentração industrial


indústria automobilística:
* a implantação da fábrica da Fiat, em Minas Gerais, na A partir do final da década de 1980, com progressiva
década de 1970; abertura da economia brasileira e profundas transformações
* a implantação dos parques industriais da Renault e da nos processos produtivos nas empresas, genericamente
Audi/VW, na década de 1990, no Paraná; denominados “toyotismo”, as indústrias procuraram
* a implantação da Ford em Camaçari, na Bahia, em 2001. reordenar os padrões de localização espacial, tendo por
pressupostos:
Região Sul * a proximidade ou facilidade do escoamento da produção,
em detrimento da localização dos recursos;
A industrialização da Região Sul associa-se à sua produção * a crescente utilização de tecnologia, exigindo mão de
agropecuária, à influência da imigração europeia e à obra cada vez mais qualificada, o que levou as empresas a
proximidade com a principal área industrial do Brasil – São buscarem proximidades com centros produtores de ciência
Paulo. Destacam-se indústrias metalúrgicas, têxtis, de material em detrimento do excedente de mão de obra pouco
mecânico e transporte, automobilísticas, alimentícias, de qualificada;
bebidas, calçados, madeiras e móveis. * o deslocamento de empresas intensivas em mão de obra
As principais regiões industriais do Sul são: para áreas cada vez mais periféricas e com legislações
Porto Alegre, Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves, São trabalhista e ambiental cada vez mais flexíveis.
Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
Blumenau, Brusque (Vale do Itajaí), Joinville, Criciúma e Tal processo é genericamente conhecido como
Siderópolis (zona Carbonífera), em Santa Catarina. “desconcentração industrial”.
Curitiba, no Paraná. Nesse caso, não necessariamente o “cérebro” da empresa
se desloca. O deslocamento ocorre nas linhas de produção,
Região Nordeste sendo que as decisões mais importantes e os lucros
permanecem concentrados em outro lugar, geralmente um
O processo de industrialização da região Nordeste é centro financeiro mais importante.
associado à ação da Sudene (Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste, criada em 1959). Entre as Reconcentração espacial
ações da Sudene para impulsionar a industrialização dessa
região, podemos citar: A partir de meados da década de 1990, o processo de
* doação de terrenos; desconcentração industrial tendeu a diminuir ou mesmo
* concessão de empréstimos a juros muito baixos; reverter seu fluxo rumo a uma reconcentração espacial nas
* isenção de impostos; regiões mais ricas e industrializadas do Brasil (Sudeste e Sul).
* concessão de subsídios à produção. Entre as causas desse processo de reconcentração,
podemos citar:
Associada à Sudene, destaca-se a criação da CHESF * novos requisitos locacionais da acumulação flexível
(Companhia Hidrelétrica do São Francisco), que, ao elevar a (“toyotismo”);
oferta de energia para a região, tornou-se também fator de * melhor oferta de recursos humanos qualificados nas
atração das empresas. regiões de industrialização mais antiga;
As principais regiões industriais do Nordeste são: * maior proximidade com os centros de produção do
Salvador, Polo Petroquímico de Camaçari e Distrito conhecimento e de tecnologia;
Industrial de Aratu, na Bahia; * maior e mais eficiente dotação de infraestrutura;
Recife e os Distritos Industriais de Cabo e Paulista, em * mudanças tecnológicas que reduzem os custos de
Pernambuco; investimento;
Fortaleza, no Ceará. * abertura comercial, favorecendo “focos exportadores”;
* a criação do Mercosul, que reforça a tendência a arrastar
Região Norte o crescimento industrial para as regiões Sul e Sudeste.

O processo de industrialização dessa região associa-se à Desse modo, configura-se uma nova espacialização da
ação da SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da indústria brasileira dentro de um polígono que envolve as
Amazônia), e, sobretudo, da SUFRAMA (Superintendência da cidades de Belo Horizonte (MG), Uberlândia (MG), Maringá
Zona Franca de Manaus). (PR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR),
Nessa região, existem indústrias de produtos fechando-se novamente em Belo Horizonte (MG). Os processos
eletroeletrônicos, atraídas por benefícios como isenção de de concentração e desconcentração espacial (e industrial)
impostos, concessão de subsídios, doação de terrenos. Em demonstram o caráter seletivo dos investimentos industriais,
termos de áreas industriais, o destaque é para a Zona Franca que privilegiam alguns espaços específicos nas regiões
de Manaus no Amazonas e para o polo extrativo-mineral de brasileiras.
Carajás, no Pará, implantado para explorar as ricas jazidas Atualmente, a tendência é de que os investimentos mais
minerais dessa região. dinâmicos se concentrem nas regiões onde se iniciou e se
consolidou a atividade industrial brasileira (Sudeste e Sul).
Região Centro-Oeste As metrópoles globais (São Paulo e Rio de Janeiro) também
têm suas principais funções modificadas: de centros
Nessa região, predominam indústrias ligadas ao industriais, especializam-se cada vez mais em atividades do
beneficiamento da produção agropecuária, como empresas setor terciário (serviços), na área financeira e no
alimentícias, de bebidas, têxteis e calçadistas. As principais desenvolvimento de novas tecnologias. Desse modo, as
áreas industriais localizam-se próximas às cidades de Goiânia, indústrias estratégicas atuais continuam a concentrar-se
Brasília, Anápolis, Corumbá e Campo Grande. nessas metrópoles, assim como a sede das empresas, o
mercado financeiro e o setor de serviços.
Aquelas indústrias mais leves, que exigem menores
investimentos e utilizam muita mão de obra (em vez de muita

História e Geografia do Brasil 45


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tecnologia), e que, portanto, apresentam um custo menor, (E) Uma das influências diretas da inserção do Brasil nos
tendem, por sua vez, a se concentrar em regiões de menor mercados globais é a disseminação no território brasileiro dos
nível de desenvolvimento e custo de mão de obra (como o polos tecnológicos próximos de centros universitários e de
Nordeste, o Norte e o Centro-Oeste). pesquisas.
Outra diferença desse processo em relação à concentração
anterior (das décadas de 1950 a 70) refere-se à atração 02. (Prefeitura de Nilópolis/RJ – Professor de
locacional exercida por cidades de porte médio (em torno de Geografia – FUNCEFET) A industrialização promove a
100 mil habitantes), especialmente por aquelas cidades concentração espacial da riqueza e dos recursos financeiros e
localizadas próximas a eixos de transportes (portanto, com produtivos. Em certo ponto do desenvolvimento econômico, a
boas condições de acesso), em vez da concentração industrial tendência de concentração espacial da indústria arrefece e dá
nas metrópoles. lugar a movimentos de desconcentração.
Além dessa reconcentração espacial da indústria, observa- Assinale a alternativa que indica os movimentos geradores
se, no Brasil, uma tendência à constituição de clusters (ou de desconcentração industrial no Brasil.
aglomerados industriais). (A) Evolução das tecnologias, infraestrutura de
Portanto, a formação de clusters parece ser uma outra transportes e comunicações
tendência da economia brasileira. Exemplos de clusters em (B) Escassez de mão de obra e poluição
alguns estados brasileiros: (C) Segregação espacial e ação dos movimentos sociais
* a indústria do mobiliário em Votuporanga, São Paulo; (D) Concentração de infraestrutura e poluição
* a indústria de joias em Limeira, São Paulo;
* a produção de artefatos de couros e calçados em Franca, 03. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) A partir
São Paulo; de meados da década de 90 do século passado, a denominada
* produção de móveis em Uberlândia, Minas Gerais; guerra fiscal entre os estados brasileiros intensificou-se. A
* indústrias de software em Campina Grande, Paraíba; abertura econômica atraía, então, novos fluxos externos de
* indústrias de software em Juiz de Fora, Minas Gerais, cuja investimentos industriais para o país e estimulava a guerra
especialização está nos aplicativos para o setor de dos lugares.
agronegócios; A respeito desse assunto, julgue (C ou E) o item que se
* indústrias de software em Fortaleza, Ceará; segue.
* indústrias de software em Petrópolis, Rio de Janeiro; O processo de desconcentração regional da indústria
* indústrias de software em Pato Branco, Paraná, em que se brasileira favorece o prolongamento da disputa entre as
destacam os produtos para apoio, avaliação e terapia de fala e unidades federativas com base na renúncia fiscal.
linguagem; gestão e avaliação de escolas de idiomas; software (....) Certo (....) Errado
educacionais multimídia;
* empresas de informática em Ilhéus, na Bahia. 04. (Petrobras – Profissional Júnior –
CESGRANRIO/2015) Como tantos outros países periféricos, o
Referências Bibliográficas Brasil era exportador de matérias-primas e importador de
produtos manufaturados. Há um momento em que o minério
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São de ferro do Brasil impressiona os técnicos das indústrias
Paulo: Editora AJS, 2015. siderúrgicas da Europa e dos Estados Unidos, mas o Brasil
MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata importa até as grades de ferro que cercarão as árvores da
Soares Del Gaudio. 3ª edição. São Paulo: IBEP, 2013. recém-aberta Avenida Central, no Rio.
Nessas poucas palavras, sobre a coação da história a
Questões estrangular o futuro dos países como o Brasil, encerra-se toda
a política econômica da Revolução de 30, do presidente que a
01. (TJ/SC – Analista Jurídico – TJ/SC) Sobre o espaço levou ao poder e de toda a Era Vargas: fazer do Brasil um país
econômico brasileiro, suas características e o processo que transforme em aço o ferro de seu subsolo, que explore seu
industrial do Brasil, todas as alternativas abaixo estão petróleo e suas fontes de energia elétrica, que produza
corretas, EXCETO: tratores, caminhões, automóveis e até aviões, um país não
(A) Dentre os fatores responsáveis pela concentração mais vítima, mas protagonista e criador de seu futuro.
industrial na região Sudeste, podemos afirmar que a região foi RIBEIRO, José Augusto. A Era Vargas, o suicídio e o petróleo.
se organizando como área de atração da população e de Revista Caros Amigos, São Paulo, n.209, p.41, ago. 2014.
capital, tornando-se região concentradora de riquezas. O Com base no texto, é possível associar a realidade
mercado consumidor que aí se formou, o desenvolvimento do socioeconômica e a política brasileira da Era Vargas
sistema rodoviário, os recursos naturais favoráveis e a (A) à expansão da agroindústria
imigração contribuíram para a concentração industrial nesta (B) à opção pelo neoliberalismo
região. (C) ao modelo de substituição de importações
(B) São Paulo concentra a maior parte da produção (D) ao processo produtivo de acumulação flexível
industrial do país, cujas raízes encontram-se nas etapas (E) às privatizações no setor de produção de energia
iniciais do processo da industrialização do Brasil. Mas, nos
últimos anos, a participação relativa do Estado começa a Gabarito
diminuir, o que reflete o início do processo de dispersão
industrial espacial, no país. 01. D/02. A/03. Certo/04. C
(C) O processo industrial brasileiro se firmou nos anos 70,
os anos do “milagre brasileiro”, baseado em um tripé, Os recursos minerais, as fontes de energia e os impactos
representado pela forte participação do capital estatal, pelos ambientais
grandes conglomerados transnacionais e um mercado
consumidor em ascensão. Sobre a superfície da Terra, vamos encontrar basicamente
(D) Uma das características do processo industrial atual do dois tipos de minerais: os fósseis e os não-fósseis. Os minerais
Brasil, corresponde à forte dispersão financeira das empresas fósseis são aqueles originários da decomposição de restos de
e à grande concentração espacial. animais e vegetais que ficaram depositados em camadas de
rochas sedimentares como o carvão, o petróleo e o xisto. Já os

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minerais não-fósseis são os compostos químicos metálicos e energia elétrica produzida no Brasil está sob a
não-metálicos que se consolidaram no interior das rochas, responsabilidade das grandes empresas do setor privado.
geralmente cristalinas, como, por exemplo, o ouro, o
manganês, o ferro, o silício, o caulim. Quem controla o setor elétrico no Brasil?
Isso significa que os diversos elementos vão surgir em uma Dentre os órgãos governamentais controlam o setor de
determinada região, de acordo com o tipo de formação produção de eletricidade no Brasil, destacam-se os pioneiros –
geológica do local. É evidente que, quanto maior for a área de a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o ONS
um país, maior será a possibilidade desse país contar com (Operador Nacional do Sistema).
todos os tipos de rochas e assim possuir todos os tipos de A ANEEL foi criada em 1996. É responsável pela
minerais. regulamentação e fiscalização de todos os setores elétricos
Entretanto, mesmo para um país de enormes dimensões ligados à produção e distribuição de energia.
como o Brasil, que contém todos os tipos de rochas, os O ONS foi criado em agosto de 1998. Coordena e controla a
minerais não surgirão na quantidade que a nossa economia operação da geração e transmissão de energia elétrica entre as
exige. Assim, poderíamos classificar os minerais quanto à diversas usinas e sistemas de distribuição espalhados pelo
disponibilidade em três tipos: país.
a) abundantes: aqueles que surgem em enormes
quantidades, sendo usados tanto internamente quanto Referências Bibliográficas
exportados, como por exemplo, o ferro, o manganês, o
alumínio, o nióbio. ANGLO: GARCIA, Hélio Carlos; GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil.
São Paulo, 4ª edição: Anglo.
b) suficientes: os que existem em quantidade suficiente COLEÇÃO OBJETIVO – Sistema de Métodos de Aprendizagem – ANTUNES,
apenas para o abastecimento interno, não podendo ser Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e Humano.
exportados. LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo
c) carentes: aqueles cuja quantidade seja insuficiente para Lazaro Branco; Cláudio Mendonça. 3ª ed. São Paulo: Saraiva.
MARTINEZ, Rogério. Novo olhar: Geografia. Rogério Martinez, Wanessa
atender às necessidades internas como, por exemplo, o carvão Pires Garcia Vidal. 1ª edição. São Paulo: FTD, 2013.
mineral. MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata Soares Del Gaudio. 3ª
edição. São Paulo: IBEP, 2013.
A importância dos Recursos Minerais
Questões
Os recursos minerais são vitais para o desenvolvimento de
um país, por sua importância como matéria-prima para a 01. (SEDUC/AL – Professor de Geografia –
indústria – em particular para os setores industriais de base, CESPE/2018) Com relação à exploração de recursos naturais
como a metalurgia e a química pesadas (assim qualificadas por pelos seres humanos, julgue o item subsecutivo.
utilizarem muita matéria-prima. Na primeira, destacam-se as O pau-brasil foi o primeiro elemento da rica natureza
unidades produtivas voltadas para a fabricação de metais brasileira explorado pelo mercantilismo europeu.
como aço, alumínio, cobre, chumbo e estanho. Na segunda, (....) Certo (....) Errado
aquelas voltadas para a fabricação de ácidos como o sulfúrico,
o nítrico e o clorídrico. 02. (SEDUC/AL – Professor de Geografia –
CESPE/2018) Com relação à exploração de recursos naturais
A Energia Hidrelétrica no Brasil: pelos seres humanos, julgue o item subsecutivo.
O Brasil possui cerca de 450 usinas hidrelétricas em Os processos de destruição ambiental no Brasil foram
funcionamento, entre as quais duas das dez maiores do denunciados ainda no início do processo de colonização
mundo. portuguesa.
De modo geral, as bacias dos principais rios que banham (....) Certo (....) Errado
estados do Nordeste e do Sudeste estão com o seu potencial
bastante aproveitado. Já as bacias do Uruguai, do Tocantins e 03. (ARTESP – Economia – FCC/2017) Ao considerar os
do Amazonas oferecem ainda muito potencial a ser explorado. recursos ambientais e naturais, é correto afirmar que
Na Amazônia, tanto as hidrelétricas em operação quanto as (A) a utilização de fontes de energia renovável afeta os
planejadas têm provocado muita polêmica. Embora a rendimentos imediatos dos recursos naturais sem afetar o
Eletronorte alegue que elas são uma opção para todo o Brasil, longo prazo desses mesmos recursos.
a transmissão dessa energia para o Centro-Sul tem um custo (B) a reciclagem pode gerar benefício econômico a curto
muito alto em razão das enormes distâncias. Na realidade, em prazo e exercer impacto nulo no estoque de capital natural.
parte, foram construídas na região para fornecer energia aos (C) se regeneram, e o consumo presente de recursos não
projetos mineradores de grandes empresas, principalmente as gera impacto de longo prazo no estoque de capital natural.
produtoras de alumínio, que consomem muita eletricidade (D) o extrativismo pode comprometer o estoque de
(eletrointensivas): cerca de um terço da energia elétrica recursos ambientais e naturais do planeta.
gerada por Tucuruí. No Rio Tocantins, no Pará, é consumido (E) na área ambiental não existe um dilema de decisão
pelas indústrias de alumínio que atuam na região amazônica. intertemporal quanto à utilização desses mesmos recursos, já
As usinas hidrelétricas são, em sua maioria, empresas que os recursos naturais se renovam.
estatais. A partir de 1995, o setor de geração de energia, antes
restrito à esfera governamental, foi aberto às empresas Gabarito
privadas, as quais poderiam adquirir as empresas estatais em
leilão. No entanto, apenas algumas estatais do setor 01. Certo/02. Errado/ 03. D
hidrelétrico foram vendidas e, a maior parte delas, pelo preço
mínimo. Os complexos agroindustriais, eixos de circulação e
Se, de um lado, as empresas privadas mostravam-se custos de deslocamento
desinteressadas em investir no setor de geração de energia,
por outro lado, havia grande interesse em outro setor – o de Agropecuária é a denominação dada para as atividades
distribuição de energia, o qual apresentava perspectivas de que usam o solo com fins econômicos e que são voltadas à
retorno mais rápido dos investimentos. Desde o final do século produção agrícola associada à criação de animais.
passado e início do século XXI, a distribuição da maior parte da

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Sistemas Agroflorestais


Estatística (IBGE), referentes ao Censo Agropecuário de 2006:
→ Aproximadamente 2,8% das propriedades rurais Com o crescimento dos danos ambientais provocados pelo
ocupavam mais da metade da extensão territorial agricultável modelo agrícola atual, muitas pessoas vêm buscando criar e
do país, o que correspondia a pouco mais da metade do resgatar alternativas de produção de alimentos de forma a
território brasileiro. gerar menos impactos ao meio ambiente. Uma dessas
→ As pequenas propriedades, que representavam 62,2% alternativas é chamada de agroflorestal.
dos imóveis, ocupavam apenas 7,9% da área total. Um Sistema Agroflorestal, também chamado de SAF, é um
tipo de uso da terra no qual se resgata a forma ancestral de
As propriedades rurais brasileiras apresentam não só cultivo, combinando árvores com cultivos agrícolas e/ou
tamanhos diferentes, como também distintas formas de animais. A agrofloresta busca utilizar ao máximo todos os
organização do trabalho. recursos naturais disponíveis no local, sem recorrer a agentes
A chamada agricultura familiar é aquela em que a mão de externos, como insumos químicos. Assim, torna-se um sistema
obra predominante é composta por integrantes da família extremamente benéfico ao meio ambiente, além de muito mais
proprietária da terra. Geralmente trata-se de pequenas barato para o agricultor, já que elimina os gastos com insumos
propriedades onde é praticado o policultivo, ou seja, o cultivo químicos.
de diferentes espécies.
Já nas grandes propriedades, onde se pratica o A expansão da fronteira agrícola
agronegócio, a mão de obra é contratada, e a produção,
altamente mecanizada. Além disso, uma característica O conceito de fronteira agrícola é utilizado para designar
marcante é o monocultivo, ou seja, o cultivo de uma única as áreas limítrofes entre o chamado meio natural e o local onde
espécie. se praticam atividades agropecuárias.
A tendência dessas áreas é a de se expandir
Agronegócio é a denominação das atividades constantemente, acompanhando o ritmo da produção agrícola.
comerciais e industriais que envolvem a produção de A expansão da fronteira agrícola traz uma série de
alimentos em larga escala, desde o cultivo na propriedade mudanças no espaço geográfico, implicando uma nova
rural até a chegada aos consumidores. organização espacial. São ampliadas infraestruturas de
transporte, comunicação e geração de energia, o que eleva a
Embora as propriedades sejam menores, em termos concentração populacional e impulsiona o desenvolvimento
gerais, na agricultura familiar trabalham mais pessoas do que econômico das regiões em questão.
na agricultura não familiar. Segundo dados da Companhia No Brasil, a partir da década de 1960, houve o avanço da
Nacional de Abastecimento (Conab), a agricultura familiar é fronteira agrícola para a Região Centro-Oeste, estimulados
responsável pela geração de mais de 80% da ocupação no pelos projetos do governo federal de ocupação e
campo e responde no Brasil por sete de cada dez empregos desenvolvimento do interior do país.
ligados à terra, além de produzir cerca de 40% dos alimentos Nesse período, foram oferecidos diversos incentivos, como
no país. créditos agrícolas e vendas de lotes de terra a preços baixos,
Existem estabelecimentos rurais de propriedade familiar com o objetivo de atrair agricultores do Sul, Sudeste e
que vendem sua produção para grandes empresas agrícolas. Nordeste para a região.
No entanto, é a agricultura familiar que produz uma parcela Atualmente, a fronteira agrícola expande-se em direção à
significativa dos alimentos consumidos no Brasil. Amazônia.
A expansão traz sérios danos ambientais, como o
As áreas produtivas e as questões ambientais desmatamento e poluição dos solos e dos rios. Além disso,
como a expansão da fronteira agrícola geralmente é baseada
Se, por um lado, a estrutura da produção agropecuária na mecanização e na utilização de insumos químicos, ela
moderna envolve o uso de máquinas e técnicas com avançadas agrava o problema da questão fundiária, já que pequenos
tecnologias, por outro implica em sérias questões ambientais. proprietários rurais são obrigados a vender suas terras por
O modelo atual explora os recursos naturais de tal forma que não terem condições de arcar com os custos da produção.
muitas vezes leva-os ao esgotamento.
O desmatamento é uma prática muito comum para a A Revolução Verde
realização da agropecuária. A retirada da cobertura vegetal
resulta em inúmeras consequências: redução da A partir dos anos 1960, o espaço agrícola brasileiro passou
biodiversidade, erosão e redução dos nutrientes do solo, por intensas mudanças, ligadas principalmente à implantação
assoreamento dos corpos hídricos, entre outras. de novas tecnologias na agropecuária. Essas transformações
No caso da pecuária, além da retirada da cobertura vegetal estão ligadas a um processo mundial, conhecido como
e de sua substituição por pastagens, o pisoteio do rebanho de Revolução Verde.
animais provoca a compactação dos solos, o que dificulta a A Revolução Verde iniciou-se na década de 1950, nos
infiltração de água no terreno. Além do desmatamento, em Estados Unidos, e consistia na aplicação da ciência ao
algumas áreas também é comum a utilização de queimadas, o desenvolvimento de técnicas agrícolas com o objetivo de
que pode trazer inúmeros danos, como a perda de fertilidade aumentar a produtividade da agricultura e da pecuária. Nas
do solo. décadas seguintes, esse conjunto de mudanças foi implantado
Outro agravante muito discutido é a utilização de insumos em vários países, inclusive no Brasil, com o objetivo de
químicos – fertilizantes, inseticidas e herbicidas, conhecidos erradicar a fome por meio do aumento na produção de
como agrotóxicos -, que causam contaminação do solo e das alimentos.
águas. Os insumos são conduzidos pelas águas da chuva: uma A indústria química desenvolveu os agrotóxicos. Os
parte penetra no solo, atinge o lençol freático e o contamina, e laboratórios de genética criaram sementes padronizadas e
outra parte é levada até os mananciais. Desde 2008, o Brasil é mais resistentes a doenças, pragas e aos próprios agrotóxicos.
o país que mais usa agrotóxicos no planeta, chegando em 2009 A indústria mecânica desenvolveu tratores, colheitadeiras e
à marca de mais de 1 bilhão de litros de agrotóxicos aplicados, outros equipamentos para o plantio, a colheita e a criação de
o que equivale, em média, a um consumo médio de 5,2 kg de animais.
agrotóxico por habitante.

História e Geografia do Brasil 48


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Esse conjunto de transformações tinha como objetivo (C) Redução do êxodo rural com o aumento da produção
aproximar a agricultura de um padrão industrial de produção. agrícola e, como consequência, a valorização do trabalhador
Portanto, uma das propostas da Revolução Verde era a adoção rural.
do mesmo padrão de cultivo em todos os lugares do mundo, (D) Desenvolvimento das pequenas e médias
desconsiderando as variações locais das condições naturais, propriedades, resultando em um modelo de produção
como o clima ou a fertilidade natural do solo, e as necessidades competitivo com os países europeus.
e possibilidades dos agricultores.
A adoção de monoculturas, largas propriedades de terra 03. (MPE/GO – Secretário – MPE/GO/2017) A
destinadas ao cultivo de uma única espécie, foi outra medida característica fundamental é que ele não é mais somente um
imposta pela Revolução Verde, já que a eficiência dos insumos agricultor ou um pecuarista: ele combina atividades
químicos e do maquinário dependia da uniformidade do agropecuárias com outras atividades não agrícolas dentro ou
cultivo. fora de seu estabelecimento, tanto nos ramos tradicionais
No Brasil, a implantação da Revolução Verde foi urbano-industriais como nas novas atividades que vêm se
estimulada por meio de políticas públicas que promoviam o desenvolvendo no meio rural, como lazer, turismo,
financiamento e a assistência técnica aos produtores rurais, conservação da natureza, moradia e prestação de serviços
oferecendo créditos e subsídios. Houve um significativo pessoais.
aumento na produção, maior até que o aumento na área Essa nova forma de organização social do trabalho é
plantada. Isso porque os cultivos tornaram-se mais denominada:
produtivos. (A) Terceirização.
No entanto, tal processo foi feito às custas de danos ao (B) Agroextrativismo coletivo.
meio ambiente e de aumento de desemprego no campo, já que (C) Grilhagem.
muitos trabalhadores foram substituídos por máquinas. (D) Agronegócio.
Esse processo de modernização da agricultura não se deu (E) Cooperativismo.
de forma uniforma e igualitária ao longo do território
brasileiro. Além disso, gerou desemprego e concentração de Gabarito
renda, beneficiando somente os grandes produtores.
01. B/02. A/03. D
Referências Bibliográficas

FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São e) A população brasileira: a


Paulo: Editora AJS, 2015.
Questões sociedade nacional, a nova
dinâmica demográfica, os
01. (SEDU/ES – Geografia – FCC/2016) Nas últimas trabalhadores e o mercado de
décadas do século XX, o espaço social agrário tornou-se mais
complexo como consequência da modernização da trabalho, a questão agrária,
agropecuária. Um dos grupos sociais do campo brasileiro é pobreza e exclusão social e o
descrito em:
espaço das cidades
(A) o camponês do Sul vivencia a expansão do binômio
trigo-soja e se transfere para as regiões Sudeste e Centro-
Oeste, passando a se dedicar ao agronegócio canavieiro.
(B) os trabalhadores permanentes foram reduzidos e A população brasileira: a sociedade nacional e a nova
aumentaram os temporários nas médias e grandes dinâmica demográfica
propriedades do Centro-Sul e zona da mata nordestina.
(C) os posseiros, em luta pela posse da terra na região Diversos intelectuais buscam definir o que seria o povo
central do país, tornam-se os pilares da resistência contra a brasileiro. Obviamente, essa tarefa não parece ser uma das
expansão do agrobusiness no Centro-Oeste. mais fáceis, levando em conta a diversidade étnica e cultural
(D) o camponês, descendente de imigrantes europeus, da nossa população, além do processo histórico de
torna-se o colono tecnicamente mais moderno que desenvolve povoamento das diversas regiões do país.
as bases da agricultura familiar nas periferias urbanas. Se adotarmos como critério o tempo de ocupação, os
(E) os trabalhadores sem-terra pressionam o Estado e são indígenas foram os primeiros habitantes do que hoje é o
os beneficiários de programas de colonização oficiais e território brasileiro. Porém, os indígenas dividem-se em
particulares que são implantados na Amazônia Ocidental. diversos grupos étnicos, logo é impossível afirmar que eles
representam uma única nação, pois não possuem os mesmos
02. (Prefeitura de Juatuba/MG – Geografia – vínculos históricos e culturais.
CONSULPLAN/2016) “Quando se analisa a modernização da Atualmente representam a menor parcela da população do
agricultura, é comum que se pense apenas na modernização Brasil e vivem em áreas menores e diferentes daquelas que
das técnicas – substituição de trabalhadores por máquinas, ocupavam em 1500.
uso intensivo de insumos e desenvolvimento da biotecnologia Para conhecer as características e as diferenças da
– e que se esqueça de observar as consequências dessa população brasileira, é necessário compreender como se deu
modernização nas relações sociais de produção e na qualidade o processo histórico de povoamento da região que hoje é o
de vida da população.” (Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Brasil.
Geografia Geral e do Brasil – Espaço geográfico e globalização.
São Paulo: Editora Moderna, p. 240, v. 3.) A população no Brasil Colonial
Assinale a alternativa que faz referência a um dos efeitos
da modernização agrícola no Brasil. O território do Brasil atual era ocupado exclusivamente
(A) Subordinação da agropecuária ao capital industrial, por povos indígenas até o início do Século XVI. Mesmo após a
intensificando a valorização das terras agricultáveis. chegada da primeira embarcação portuguesa na região no ano
(B) Fortalecimento da agricultura familiar, possibilitando de 1500, comandada por Pedro Álvares Cabral, a Coroa
melhores condições de vida a milhares de família.

História e Geografia do Brasil 49


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portuguesa não promoveu nenhuma política concreta de econômico e cultural ocorreu de modo diferente. Ao longo do
colonização do local até 1530. século XIX, portanto, a preocupação era promover a
Estima-se que, no final do século XVI, a população branca construção da identidade brasileira e do entendimento sobre
na Colônia era de cerca de 30 mil habitantes, concentrada no quem era o povo com o qual contávamos para construir o país.
litoral, especialmente na região correspondente ao atual Até 1888, a sociedade brasileira esteve estruturada com
Nordeste brasileiro, na época o centro econômico do país. base em relações escravocratas, nas quais os negros eram
Entre os imigrantes portugueses, estavam: nobres e pessoas considerados socialmente inferiores. Dessa forma, o fato de a
ricas ligadas à produção de açúcar ou à administração da população brasileira ser, em sua maioria, afrodescendentes
Colônia; membros do clero; aventureiros; e pessoas representava um incômodo para a elite local: branca e
condenadas por crimes em Portugal. culturalmente vinculada com a Europa.
Nesse mesmo século, parte da Colônia portuguesa foi Assim como em outros países vizinhos, o debate sobre a
ocupada por franceses que se estabeleceram na região do Rio construção da identidade nacional no Brasil envolveu um
de Janeiro. Mais tarde, a França também ocupou a região do embate ideológico: valorizar a cultura dos povos originários
Maranhão, entre os anos de 1594 e 1615 – enviando colonos ou adotar como referência a cultura europeia. No caso
para lá. brasileiro, devido aos vínculos culturais da elite local, o modelo
No período colonial, o número de mulheres brancas que cultural europeu foi adotado como ideal de civilização. Com
imigravam para a Colônia não era muito significativo – uma isso, no século XIX, o Estado brasileiro passou a promover
vez que as terras na América eram vistas como selvagens e gradualmente a imigração de colonos europeus, visando
perigosas pelos europeus. Dessa forma, a Coroa portuguesa “embranquecer” a sua população.
enviava garotas órfãs para se casarem com os brancos que Um dos primeiros fluxos migratórios foi o de colonos
aqui viviam. O pequeno número de mulheres brancas solteiras alemães para o Sul do país, nos estados do Rio Grande do Sul,
na Colônia foi um dos motivos que levaram à miscigenação dos Santa Catarina e Paraná. Em seguida, deu-se início a um
colonos europeus com mulheres indígenas ou negras – que, intenso processo de imigração de italianos nessas regiões e,
por serem escravas, muitas vezes eram forçadas a tal pelos principalmente, no estado de São Paulo.
homens brancos. Com isso, ao longo do período colonial, Devido ao seu grande desenvolvimento econômico a partir
ocorreu a formação de uma população mestiça na Colônia. da segunda metade do século XIX, São Paulo passou a receber
Durante o século XVII, deu-se continuidade ao processo de a maior parte do fluxo de imigrantes estrangeiros nesse
colonização portuguesa no Brasil, de modo que a ocupação de período.
territórios no continente avançou para as regiões do Pará e do Em um primeiro momento, a região recebeu um intenso
Maranhão (onde também ocorreu um intenso processo de fluxo de italianos, que foram trabalhar nas plantações de café
miscigenação). no interior do estado. Posteriormente, os imigrantes italianos
Porém, entre 1630 e 1654, a região de Pernambuco foi passaram a se dirigir para as zonas urbanas em busca de
ocupada por holandeses e também por judeus, que imigraram emprego. O principal destino foi a cidade de São Paulo que,
para lá por conta da liberdade religiosa que o governo local devido ao seu crescimento econômico, possuía maior oferta de
lhes propiciava (algo que na época não costumava acontecer trabalho.
em territórios católicos). A partir do final do século XIX e no início do século XX, São
Após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a Coroa Paulo recebeu diversos fluxos de imigrantes europeus (entre
portuguesa buscou retomar as políticas de povoamento, de eles espanhóis, portugueses e judeus), como também de sírios,
modo a proteger a Colônia de novas invasões estrangeiras. libaneses e japoneses. Mais tarde, ocorreria a migração de
Estima-se que no final do século XVI a população branca na nordestinos para a região. Essa população tinha como objetivo
Colônia era de cerca de 100 mil pessoas, o que representava trabalhar em diversas atividades econômicas, como
cerca de 30% da população local. O restante era composto por agricultura, comércio, indústria e construção civil.
negros, indígenas e mestiços.
Porém, com a descoberta de ouro em Minas Gerais e A população brasileira nos dias atuais
também nas atuais regiões de Goiás e Mato Grosso, houve um
grande aumento do fluxo migratório de europeus ao longo do Atualmente, a população estimada do Brasil é de um pouco
século XVIII. Esses imigrantes mudaram-se para o território mais de 200 milhões de habitantes, número que o classifica
brasileiro e povoaram as regiões das minas em busca de como o quinto país mais populoso do mundo.
metais preciosos e enriquecimento. Nesse período verificou-se Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro
um aumento significativo da população da Colônia. A de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2014,
população local passou a ser de 3,2 milhões de habitantes no 51,3% da população brasileira à época, era feminina. Já os
final daquele século. homens representavam 48,7% do total de habitantes.
Em relação à distribuição dos habitantes no território
A composição da população brasileira brasileiro, pode-se dizer que é um reflexo do processo
histórico de povoamento durante o período colonial, uma vez
O brasileiro no período pós-independência que há maior concentração nas regiões onde historicamente
houve maior desenvolvimento econômico.
Com a independência brasileira em 1822, o recém-criado
Estado brasileiro tinha como difícil tarefa manter a sua O crescimento da população nos séculos XX e XXI
unidade territorial, combatendo movimentos separatistas.
Para isso, era de fundamental importância a criação de um O processo de desenvolvimento econômico e urbano
sentimento nacional – inexistente até então. Em outras ocorrido no Brasil no século XX trouxe avanços que resultaram
palavras, era necessário que os habitantes das diversas regiões no aumento significativo da expectativa de vida da população
do Brasil se sentissem pertencentes a uma mesma nação, com brasileira e na redução das taxas de mortalidade. Esses
os mesmos vínculos históricos e culturais. avanços estão relacionados tanto à medicina como às
Não devemos esquecer que, até a independência brasileira, infraestruturas urbanas, como saneamento básico e água
o sentimento de ser brasileiro não existia. O único vínculo tratada, à maior produção de alimentos e à redução da
histórico que os habitantes possuíam era a relação com a pobreza.
Coroa portuguesa. Além disso, em cada região do território, o A redução das taxas de mortalidade no Brasil, associada ao
processo de povoamento, miscigenação e desenvolvimento alto número de nascimentos ainda registrados no início do

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século XX, provocou um grande aumento populacional. Porém, (TMI) de crianças entre 0 e 5 anos de idade era de 53,7 mortes
a partir das décadas de 1940 e 1950, a população brasileira por mil nascidos vivos em 1990 e passou para 17,7 em 2011.
passou a apresentar uma diminuição de suas taxas de O relatório mostra que a queda mais significativa registrada da
natalidade e de fecundidade, o que reduziu a sua taxa de mortalidade na infância ocorreu na faixa entre um e quatro
crescimento vegetativo. anos de idade.
A diminuição das taxas de natalidade observadas no Brasil A leitura do texto e os conhecimentos sobre a dinâmica
indica que a nossa população vem reduzindo o número de demográfica brasileira permitem afirmar que
filhos. Esse fenômeno, associado ao aumento da expectativa de (A) em 2011, o Brasil atingiu a meta de redução da TMI
vida, tem provocado um envelhecimento da população prevista pelos Objetivos do Milênio estabelecidos pela ONU.
brasileira – uma vez que o número de jovens diminui e o (B) a redução da TMI observada no período 1990-2011
número de idosos aumenta. teve grande influência no crescimento demográfico do país.
A queda das taxas de natalidade no Brasil está relacionada (C) ao longo do período 1990–2011 pôde-se constatar uma
a uma série de transformações culturais e econômicas. Entre relativa homogeneização das TMI em todas as regiões do país.
elas, pode-se destacar a inserção das mulheres no mercado de (D) a queda da TMI em duas décadas possibilitou ao Brasil
trabalho, o que fez que muitas delas optassem por ter filhos tornar-se o país com menores TMI em toda a América Latina.
mais tarde ou não tê-los. Da mesma forma, o elevado custo de (E) a diminuição da TMI produz inúmeras consequências,
vida nas cidades, onde vive a maioria dos brasileiros, também dentre as quais o aumento da base da pirâmide etária do
levou à queda na média de filhos por família. Brasil.

A dinâmica demográfica do Brasil torna-se mais 02. (IBGE – Recenseador – CESGRANRIO) Com relação à
compreensível a partir da análise de dois processos que a expectativa de vida dos brasileiros, os recenseamentos do
compõem: IBGE comprovam que, nos últimos anos, verificou-se
* Crescimento vertical, mais conhecido como (A) retrocesso significativo.
crescimento vegetativo; (B) estagnação relativa.
* Crescimento horizontal, resultante dos fluxos (C) desaceleração abrupta.
migratórios internacionais. (D) aumento progressivo.

O comportamento das populações muda ao longo do 03. (IF/SE – Analista – IF/SE) O Brasil já ultrapassou a
tempo, bem como o ritmo de sua dinâmica. Por isso, o estudo etapa de elevado crescimento vegetativo e, sob o impacto da
da população sempre acompanha as mudanças históricas. urbanização, apresenta redução contínua das taxas de
Geralmente, toma-se como ponto de partida o período natalidade. Essa dinâmica da sociedade brasileira tem
posterior à Segunda Guerra Mundial, quando profundas repercussões na estrutura etária e exerce influência sobre as
transformações socioeconômicas afetaram o Brasil, políticas públicas. A partir da reflexão sobre o texto e de seus
provocando grandes variações na dinâmica demográfica. conhecimentos sobre a sociedade brasileira, aponte a
afirmativa correta:
O Crescimento vegetativo de um país é o índice que (A) Atualmente, verifica-se na população brasileira um
resulta da diferença entre a taxa de natalidade e a de gradual aumento das taxas de natalidade.
mortalidade observadas num determinado período. Pode ser, (B) A população brasileira é, hoje, predominantemente
portanto, positivo ou negativo. urbana e a força de trabalho concentra-se no setor secundário
da economia.
O Crescimento horizontal de um país resulta da diferença (C) As habitações e o intenso favelamento das cidades
entre o total de imigrantes e o de emigrantes registrada num diminuíram em face das medidas governamentais preventivas
dado período. Pode ser, também, positivo ou negativo. e das políticas públicas que favorecem a população mais
precária.
Envelhecimento Populacional e Previdência Social no (D) Com relação às tendências do mercado de trabalho, no
Brasil Brasil, há uma redução expressiva do número de pessoas
ocupadas no mercado informal do trabalho.
No Brasil, o déficit da previdência aumenta a cada ano, (E) Umas das razões da mobilidade populacional brasileira
pois, se por um lado há um aumento da expectativa de vida da está na diferença de desenvolvimento econômico existente
população, por outro, há uma grande quantidade de entre as várias regiões do país.
trabalhadores que não são contribuintes do sistema
previdenciário – em 2001, os não – contribuintes perfaziam 04. (ANTT – Especialista em Regulação – CESPE) Julgue
50% da população ocupada em alguma atividade econômica. o seguinte item, relativo ao perfil da população brasileira,
Mas a mudança na dinâmica demográfica, por si só, não incluindo suas desigualdades.
explica os problemas da previdência social. Um novo padrão de ocupação do território revela
O sistema permite alguns milhares de aposentadorias acelerado processo de urbanização e de concentração da
extremamente elevadas ao lado de milhões de aposentadorias pobreza em áreas urbanas. A atual dinâmica demográfica
miseráveis. acentua a concentração populacional nas grandes cidades e em
Além disso, a previdência foi fraudada durante décadas e cidades de porte médio que compõem a rede urbana brasileira,
não são raros os casos de quadrilhas formadas no Brasil para com o consequente esvaziamento do campo e mudanças na
roubar o sistema previdenciário. natureza e na concentração da pobreza.
(....) Certo (....) Errado
Referências Bibliográficas
Gabarito
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: Editora
AJS, 2015.
01. A/ 02. D/ 03. E /04. Certo
Questões

01. (SEDU/ES – Professor de Geografia – FCC/2016)


Segundo relatório do IBGE, a taxa de mortalidade infantil

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Os trabalhadores e o mercado de trabalho Peonagem no Brasil

No Brasil É uma reedição da "escravidão por dívida" que existiu no


século XIX no Brasil, com os imigrantes que vieram trabalhar
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas fazendas de café.
demonstra, a partir da sua pesquisa sobre domicílios, que o Devido à miséria que assola grande parte da população
papel da mulher no mercado de trabalho está crescendo brasileira e à falta de perspectivas, os aliciadores de
exponencialmente ao longo das últimas décadas. Na década de trabalhadores rurais, chamados de "gatos", contratam jovens
1970, 18 das mulheres em idade produtiva trabalhavam fora; desempregados de áreas pobres para serviços temporários em
hoje esse percentual subiu para 50%. fazendas, sobretudo do Pará e de Mato Grosso.
Em meados da última década do século passado, 20,81% Após um período de trabalho, o indivíduo é informado que
dos lares tinham como chefe uma mulher. Em 2000, houve o tem dívidas com o dono da propriedade. As dívidas referem-se
acréscimo desse percentual para 26,55%. Em 2011, a Pesquisa à alimentação e moradia que sempre ultrapassam o valor a ser
Nacional por Amostra de Domicílio revelou que esse índice recebido. Dessa forma, enquanto a dívida não for quitada, o
aumentou para 37,4%. Isso indica que em mais de um terço trabalhador não pode deixar a propriedade.
das famílias brasileiras, as mulheres são as responsáveis pelo Os fiscais do Ministério do Trabalho, com ajuda policial, já
orçamento. conseguiram desmantelar dezenas de propriedades que
Segundo dados da Fundação Carlos Chagas e do IBGE, no mantinham trabalho escravo, mas acredita-se que existam
início do século XXI, 25 dos chefes de família brasileiros eram outras dezenas ainda praticando o trabalho escravo.
do sexo feminino. Como exemplo dessa prática, observemos o caso de Unaí,
em Minas Gerais:
Onde as mulheres brasileiras são chefes de família: Em janeiro de 2004, três fiscais e o motorista da Delegacia
→ A maior taxa encontra-se na região Norte, 28,7%; Regional do Trabalho (DRT) foram mortos, em meio a
→ O estado do Amapá lidera a taxa de mulheres que investigações de denúncias de trabalho escravo na zona rural
sustentam as famílias no Brasil, com percentual de 40,7%; daquela cidade.
→ A maioria recebe rendimentos de até 3 salários Nove acusados, entre pistoleiros, contratantes,
mínimos; intermediários e fazendeiros, ainda aguardam julgamento. Um
→ Nos últimos dez anos quadruplicou a proporção de dos fazendeiros acusados, Antério Mânica, foi eleito prefeito
famílias chefiadas por mulheres (em relação aos casais sem para o mandato de 2005-2008 e, portanto, teve direito a foro
filhos, o índice passou de 4,5% para 18,3% desde o início da privilegiado.
primeira década do século XXI, enquanto entre casais que têm Está em trâmite no Congresso um projeto de lei que prevê
filhos subiu de 3,4% para 18,4%). o confisco de terras dos proprietários que utilizarem trabalho
escravo.
Outro dado refere-se à cor das mulheres chefes de família:
na maior parte dos estados elas são negras ou pardas. Com Trabalho infanto-juvenil e políticas públicas
relação aos rendimentos, eles são menores que os masculinos,
o que ajuda a manter a situação de pobreza e desigualdades É preciso destacar que trataremos, nesta seção, tanto do
sociais, especialmente nos países mais pobres ou emergentes. trabalho desenvolvido por crianças e adolescentes, com idades
Em relação à proporção de trabalho, as mulheres estão sujeitas variando entre 5 e 16 anos, como jovens na faixa etária entre
a uma jornada mais longa que os homens. 15 e 25 anos.
Isso ocorre pela sobrecarga de trabalho doméstico Duas questões alarmantes: o aumento da violência e a
acumulado ao profissional. Enquanto os homens gastam, em exploração de crianças e jovens, inclusive a sexual. Novamente
média, 9,2 horas com trabalhos domésticos, as mulheres essas questões remetem à problemática inicial do presente
dedicam 20,9 horas no mesmo período. capítulo: as mudanças nas relações de trabalho, com o
Relatório divulgado pela OIT (Organização Internacional crescente desemprego, a desregulação do trabalho, a
do Trabalho) em 2010 demonstrou que permanece no Brasil, concentração de terras e renda.
a desigualdade de gênero. O trabalho infanto-juvenil (entre 5 e 16 anos), apesar de
De acordo com esse relatório, o desemprego entre as ser condenado e passível de punição, representa, de um lado,
mulheres ainda é superior ao dos homens e, a despeito de sua a possibilidade de sobrevivência para as famílias ou grupos
escolaridade média ser maior que a dos homens (em média muito pobres; de outro, mão de obra farta e barata para
três anos a mais de estudo), elas encontram maiores fazendeiros e empresários.
dificuldades em conseguir trabalho. Historicamente, desde a primeira Revolução Industrial, no
O mesmo relatório da OIT apontou crescimento do número século XVIII, utiliza-se trabalho infanto-juvenil, por ser mais
que mulheres que são chefes de família (responsáveis pela barato, pelo fato de as crianças e jovens serem mais ágeis e por
manutenção de filhos, netos, sobrinhos, pais): de 25,9% em não existir uma legislação reguladora desse tipo de trabalho
1998 para 34,9% em 2008. até recentemente.
Associando-se as atividades do trabalho às tarefas No Brasil, a inserção de crianças e adolescentes no mundo
domésticas, as mulheres trabalham, em média, 57,1 horas por do trabalho é decorrência do baixo rendimento salarial de seus
semana na atualidade. pais. O trabalho infanto-juvenil, dessa forma, é considerado
Políticas de equiparação salarial e de oportunidades de complemento da renda familiar.
trabalho para homens e mulheres tenderiam a reduzir a Desde 1891, existem tentativas de regulamentação do
pobreza. trabalho infanto-juvenil. Em 1927, o primeiro Código de
Desse modo, a busca pela equidade social de gênero Menores limitava a idade mínima para ingresso no mercado de
implica não apenas em ganhos econômicos e sociais, mas trabalho em 12 anos e proibia o trabalho noturno para
também em maior solidariedade e melhoria geral da condição crianças e adolescentes. Em 1943, a Consolidação das Leis do
humana para homens e mulheres. Trabalho (CLT) regulamentou as normas especiais de tutela e
proteção do trabalho infanto-juvenil e, em 1969, a Emenda
Constitucional número 1 fixou a menoridade trabalhista de 12
a 18 anos de idade. Em 1988, a nova Constituição brasileira
fixou em 14 anos a idade mínima para ingresso no mercado de

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trabalho, exceto na condição de "aprendiz" (que não foi desenvolvimento posterior desse contingente populacional,
regulamentada nem esclarecida). Em 1990, com o Estatuto da afetando sua escolaridade e sua renda.
Criança e do Adolescente, a lei passou a prever proteção Mas segundo resultados do Censo 2010, a exploração do
integral às crianças e adolescentes, inclusive no caso daqueles trabalho infanto-juvenil diminuiu em várias regiões do Brasil.
que estavam ingressando no mercado de trabalho.
Recentemente, o Brasil ratificou acordo internacional junto à Trabalho, consumo e violência
OIT, prevendo como idade mínima para ingresso no mercado
de trabalho os 16 anos. Para compreendermos essa associação, é preciso
No entanto, por ser uma atividade "invisível", uma vez que considerar um pouco de sua historicidade. Na década de 1970,
a exploração do trabalho infanto-juvenil é ilegal, e no caso das no Brasil, havia quase uma associação imediata entre pobreza
meninas que trabalham, essa atividade pode ser realizada no e violência: as regiões e populações mais pobres eram
lar (o emprego doméstico), fora da ação de fiscais, os dados consideradas mais violentas, e esta violência era provocada
sobre trabalho infanto-juvenil não são exatos. principalmente pela necessidade de sobrevivência. Assim, a
Os dados apontam para um contingente de 3,8 milhões de violência era associada quase que somente a um problema
crianças e adolescentes com idades entre 5 e 16 anos estrutural do capitalismo: por ser concentrador de renda,
trabalhando no Brasil atualmente. Todavia, esses valores não impossibilitava o acesso a melhores condições de vida - em
são exatos e variam conforme as grandes regiões brasileiras e alguns casos, impedia inclusive a sobrevivência - e isto era a
entre o meio rural e urbano. causa maior das manifestações violentas. Valia aquela ideia de
O trabalho em idade precoce dificulta o pleno que, quanto maior a pobreza, maior a violência.
desenvolvimento do ser humano, incidindo sobre sua No entanto, a partir do final da década de 1980, essas ideias
escolaridade que, por sua vez, influenciará seus salários. passaram a ser muito criticadas, uma vez que, se por um lado
Quanto maior for o nível de escolaridade de uma pessoa, havia trabalhadores super explorados ou desempregados que
maiores serão suas chances de ingressar no mercado de se tornavam violentos, de outro centenas de trabalhadores nas
trabalho formal e obter bons ganhos salariais. Por sua vez, mesmas condições não apelavam para a violência como forma
crianças e jovens que começam a trabalhar muito cedo logo de sobrevivência. E mais: inúmeras pesquisas constataram a
abandonam a escola (em média, os jovens brasileiros possuem expansão da violência para áreas consideradas nobres,
7,4 anos de estudo) e recebem uma baixa remuneração por seu atingindo populações de maior poder aquisitivo.
trabalho (em torno de 1,46 salário mínimo).
Em razão desses problemas, a Unesco (Organização das Atualmente, acredita-se que as causas do aumento da
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) violência sejam múltiplas: pobreza; maiores dificuldades de
preparou e divulgou em 2007 um relatório sobre o índice de acesso aos bens públicos (saúde, educação, lazer); desemprego
Desenvolvimento da Juventude (IDJ - que considera jovens na e/ou trabalho precário; características pessoais como
faixa etária dos 15 aos 25 anos), semelhante ao IDH para os necessidade de autoafirmação (para integrar gangues, por
estados brasileiros. exemplo); necessidade de consumir drogas; problemas
O IDJ varia de O a 1. Próximo de zero (O) são encontrados psíquicos (como as psicoses e esquizofrenias); necessidade de
os piores resultados, ao passo que, quanto mais próximo de 1, atender às demandas do consumo (associado não
melhores são os indicadores sociais para a juventude. Os necessariamente à pobreza, mas à vaidade e à autoafirmação);
estados brasileiros foram classificados, portanto, de acordo participação em grupos ultrarradicais (caso dos skinheads, por
com sua melhor posição no ranking (Distrito Federal, Santa exemplo, que praticam violência gratuita contra grupos raciais
Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, com os melhores ou sexuais).
indicadores - entre 0,673 e 0,622). Porém, uma constatação pode ser feita: a violência é, em
geral, maior nas áreas ocupadas por populações de menor
O tipo de atividade desenvolvida por crianças e poder aquisitivo e menor acesso aos bens públicos, apesar de
adolescentes também varia conforme a região. ocorrer em todas as classes sociais.
De acordo com o Unicef, o trabalho infanto-juvenil Outra constatação que pode ser feita, observando a
prejudica o desenvolvimento físico, intelectual e emocional realidade atual, é o aumento da violência associada aos
desses jovens trabalhadores. Desse contingente de crianças diversos tipos de tráfico: drogas, armas, pessoas, órgãos
trabalhando, estima-se que 20% não frequentem escolas e, humanos, Esse aumento do tráfico não é um fenômeno isolado,
entre os adolescentes que trabalham, somente 25,5% mas está presente em todo o globo. Assim, se falamos de
conseguiram concluir oito anos de escolaridade. globalização econômica, é preciso considerar que houve
No ano de 2007, o IBGE calculou um elevado índice de também uma globalização da violência, com difusão global das
exploração do trabalho infantil no território brasileiro, apesar máfias (italianas, japonesas, russas etc.).
de a legislação brasileira proibir qualquer tipo de trabalho Um exemplo de violência relacionada à baixa renda é
para menores de 14 anos. constatado em um estudo que mostra a chance de
A partir de ações associadas à geração de renda e sobrevivência de crianças carentes. As crianças que recebem
assistência às famílias mais pobres implantadas pelo Estado exclusivamente alimentação oferecida pelos pais de baixa
brasileiro, o IBGE também avaliou que houve uma queda do renda têm mais chance de desenvolver qualquer tipo de
trabalho infantil, de 4,5% em 2006, para 4% em 2007. A subnutrição do que aquelas que saem das suas casas quando
exploração do trabalho infantil também demonstra as os pais estão trabalhando e pedem esmolas ou alimentos nas
desigualdades do Brasil, pois o perfil médio do trabalhador ruas. Estas acabam ingerindo uma quantidade maior de
mirim é constituído principalmente por crianças oriundas de proteínas do que as que se mantiveram em casa.
famílias de baixa renda (até um salário mínimo). Em resumo, a precariedade dos baixos salários e o
Muitas dessas crianças e jovens que trabalham, enfrentam, desemprego impelem as crianças para a rua. Soma-se a isso a
além de irregularidades trabalhistas, atividades aviltantes: violência doméstica, e temos um contingente de crianças e
carvoarias, atividades potencialmente mutilantes como adolescentes vivendo à margem da sociedade, extremamente
quebra de pedras ou corte de sisal, entre outras, redes de suscetíveis ao aliciamento de grupos criminosos.
prostituição e tráfico de drogas, semi-escravidão ou O consumo também é um gerador de violência na medida
escravidão. E como observado pela análise do IDJ, a entrada em que ele demarca o “status” social do indivíduo. Quando o
precoce no mundo do trabalho pode ser prejudicial ao consumo ocorre frequentemente num ritmo além da
necessidade, ele sinaliza uma necessidade pessoal de

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autoafirmação, de sublimação do ego, de relativizar carências colônia. As sesmarias vigoraram no Brasil até 1822, ano de sua
pessoais ou, ainda, da necessidade de se sentir aceito por um independência.
determinado grupo ou esfera social. A propaganda trabalha Obviamente, essa concessão de terras abrangia apenas as
com esses vínculos para produzir novos consumidores. pessoas nobres ou ricas – que possuíam algum tipo de relação
Dessa forma, existem violência e auto violência em nome com a Coroa portuguesa e teriam condições de desenvolver
do consumismo. economicamente suas propriedades. Nesse caso, as doações de
sesmarias correspondiam às áreas produtivas e já exploradas
A sujeição de jovens de todas as classes aos apelos do no litoral ou próximas dessa região.
consumo reflete o poder da mídia e a mudança de valores. Ao receber uma sesmaria na Colônia e produzir em suas
Quando as relações humanas são “coisificadas”, temos uma terras, o proprietário tinha o direito de posse por toda avida,
sociedade doente e insensível a qualquer tipo de repassando-as para seus herdeiros depois da sua morte. Nesse
responsabilidade, seja de natureza ambiental ou social. contexto, a Colônia assistia à formação de uma elite, composta
O grau de individualismo desemboca no "consumo por famílias que concentravam em suas mãos as maiores
alienado", em que se vislumbra apenas a satisfação pessoal, terras e, consequentemente, a riqueza local oriunda da
ainda que efêmera. Vive-se numa situação de isolamento exportação do açúcar que produziam.
social, em que nada do que ocorre fora do círculo individual de Apesar da necessidade de concessão por parte da Coroa ou
relacionamentos interessa. Essa alienação também se do governador-geral para obtenção de sesmarias, essa não era
constitui numa forma de violência. a única forma de se conseguir a posse de terras na Colônia.
O trabalho alienado, o consumo alienado são traços da Devido à abundância de áreas inexploradas no território e ao
globalização econômica, em que tudo é padronizado e baixo número de habitantes europeus na Colônia, as terras do
criteriosamente desenvolvido, para que as pessoas com interior não possuíam valor comercial. Outro aspecto
potencial de consumo se sintam especiais, usando artefatos de referente à propriedade de terras nesse período diz respeito à
massa, que mesmo assim, sejam diferenciadas da massa, não mão de obra disponível. Para produzir em grande escala, era
pelo estilo próprio ou ideias, mas pela marca. necessário o uso intenso de trabalhadores – os africanos
Os efeitos da padronização e da "necessidade" de consumo escravizados. Os maiores proprietários rurais eram aqueles
de bens, que definem o status quo, atingem todas as classes que possuíam maior número de escravos. Por isso, na condição
sociais. Eles são nocivos porque têm o poder de dividir e de de mais ricos da colônia, os maiores proprietários de terra
discriminar. E uma sociedade "apartada", com discriminação eram aqueles que podiam comprar mais escravos.
social, só poderá gerar todo tipo de violência. As pessoas que penetravam no interior do território e se
Logo, apesar de a violência não poder ser associada mostravam dispostas a enfrentar indígenas e a desbravar as
exclusivamente à pobreza ou à concentração de renda, o áreas virgens podiam ocupar um pedaço de terra, no qual
estímulo ao superconsumo nas sociedades atuais acaba por podiam produzir a fim de conseguir a sua posse. Mesmo assim,
estimulá-la, principalmente quando consideramos o aumento apesar de ter a posse não contestada da terra, esses colonos
global do desemprego. É preciso considerar que a violência não possuíam a propriedade legal, uma vez que ela só era
não se refere apenas à agressão física, mas a humilhações, obtida por meio de uma concessão oficial.
discriminação (racial, sexual), menosprezo do outro, A partir daí, surgiu no Brasil a figura do posseiro – pessoa
indiferença. Essas são consideradas formas "invisíveis" da que ocupa uma área territorial para obter a sua posse, mas sem
violência, por isso mesmo, as estatísticas sobre o tema ter a sua propriedade. Geralmente, os posseiros eram colonos
abordam sua manifestação material: assassinatos, roubos, que não possuíam capital para comprar escravos e, por isso,
estupros, sequestros. tinham uma produção de pequena escala voltada para a
A legislação atual tem procurado coibir ações violentas no subsistência ou para o abastecimento do mercado interno.
âmbito doméstico (violência familiar, geralmente envolta em Dessa forma, no período colonial, coexistiam grandes
um manto de silêncio) e mesmo no trabalho (assédio sexual latifúndios de famílias ricas ligadas ao poder local e pequenas
e/ou assédio moral). No entanto, essas formas de violência, propriedades pertencentes aos camponeses locais.
por serem "invisíveis" e constrangedoras, são, muitas vezes,
subdimensionadas. O surgimento do trabalho assalariado no Brasil e a Lei
de Terras
Referências Bibliográficas
No dia 4 de setembro de 1850 foi assinada a Lei Eusébio de
MARTINI, Alice de. Geografia. /Alice de Martini; Rogata Queirós, que proibia o tráfico de escravos no Brasil. Apesar de
Soares Del Gaudio. 3ª edição. São Paulo: IBEP, 2013. PNLD – não ter surtido efeito prático imediato, a Lei Eusébio de
2015 a 2017 – FNDE – Ministério da Educação. Queirós foi um marco no processo de abolição da escravidão
no país. Ao criar uma perspectiva de término desse tipo de
Questão agrária, pobreza e exclusão social relação de trabalho, ela estimulou o surgimento do trabalho
assalariado no território brasileiro.
A propriedade de terras é uma questão importante no Nesse contexto, a Lei de Terras foi assinada no mesmo mês.
Brasil desde o período colonial. Devido ao papel da agricultura Mesmo com a independência do Brasil e a formação do Estado
em nossa economia, é por meio da terra que historicamente se brasileiro, em 1822, não houve nenhuma política de
produziu e acumulou riquezas no país. Até hoje, é da regulamentação das propriedades rurais até a criação da Lei
agricultura e da pecuária que vem grande parte de nosso de Terras em 1850. Até então, deu-se continuidade ao
Produto Interno Bruto (PIB). processo de obtenção de terras por meio da posse, sem a sua
devida documentação.
As sesmarias no período colonial Além de propor a regularização das propriedades não
documentadas no país, a Lei de Terras buscou criar uma
O primeiro mecanismo oficial de distribuição de terras no política para regulamentar a apropriação das terras não
território brasileiro foi o sistema de doação de sesmarias, exploradas. Com ela, estabeleceu-se que as terras não
enormes parcelas de terra que eram concedidas pela Coroa exploradas passariam a pertencer ao Estado e só poderiam ser
Portuguesa ou pelo governador-geral, visando promover a adquiridas por meio da compra – e não mais pela ocupação e
colonização de terras e implantar o sistema de plantation na exploração do território.

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Segundo a Lei de Terras, para realizar esse processo, os A primeira capital brasileira foi Salvador, escolhida para
posseiros deveriam legalizar as suas terras em cartórios ser a sede da Colônia. A baía de seu litoral, Baía de Todos os
localizados nas cidades, os quais, na época, eram de difícil Santos, facilitava a exportação de cana-de-açúcar e pau-brasil,
acesso para a população rural, pois não havia facilidades de que eram os principais produtos de interesse português
deslocamentos como hoje em dia. Além disso, a maioria deles naquele momento. A baía servia também como ponto de apoio
não possuía recursos para pagar taxas de registro e oficializar para navegações rumo à África e à Ásia, pois era
sua propriedade. estrategicamente um porto seguro para as embarcações
Os proprietários não legalizados (os posseiros) deveriam portuguesas.
registra-las em cartórios para regularizar a sua documentação. O modelo agroexportador foi predominante em todo o
Caso contrário, a propriedade da terra não seria reconhecida. período colonial e influenciou a configuração territorial, a
Ao definir a compra como a única forma de obtenção de terras, urbanização e a mentalidade da sociedade daquela época. A
o Estado excluiu a possibilidade de a população pobre, como lógica da plantation era tão forte que a burguesia brasileira
posseiros e ex escravos, tornar-se proprietário rural. Em naquela época era rural e morava junto a suas plantações.
contrapartida, favorecia a minoria rica do país, que se via em Embora tivesse negócios e propriedades nas cidades, seu
condições de adquirir as maiores e melhores terras. Isso poder político e econômico era baseado nesse modelo.
resultou no monopólio das terras nas mãos de uma minoria a Os poderes políticos eram dominados pela oligarquia
abundância de trabalhadores livres necessária para substituir agrária, que morava em suas fazendas (as casas grandes, os
futuramente os escravos. engenhos e as senzalas conformavam esses espaços), e as
Além de alto número de terras ocupadas sem registro legal, cidades eram habitadas, majoritariamente, por servidores
suas demarcações eram feitas de modo impreciso. Os limites públicos, artesãos, mercadores, etc.
das propriedades, eram, muitas vezes, vagamente definidos As cidades coloniais, de maneira geral, não foram
por elementos naturais como rios, quedas d’agua ou morros. planejadas, seus traçados não obedeciam a lógica alguma e seu
Esse cenário foi agravado pelo início de um intenso processo crescimento deu-se de maneira desordenada, ao ritmo da
de apropriação ilegal de terras no país denominado grilagem própria pulsação populacional, subindo os morros e descendo
de terra. as vertentes.
Muitos apropriaram-se das facilidades políticas e dos Embora já existisse uma relativa ocupação no interior do
conhecimentos legais que possuíam para registrar terras que país, somente com a crise do modelo agroexportador – por
não lhes pertenciam – fossem elas ocupadas por posseiros, causa da concorrência com a produção de cana-de-açúcar nas
indígenas ou de propriedade do Estado. Em um contexto no Antilhas (na América Central) – que a exploração de metais
qual a grade maioria da população era analfabeta, os únicos preciosos ganhou força para suprir a demanda financeira
aptos a produzir tais documentos eram os integrantes da exigida pela metrópole. Dessa forma, a exploração de ouro e
minoria letrada do país. prata tornou-se a principal fonte econômica lusitana na
Em muitos casos, essas terras não foram incorporadas com Colônia a partir do final do século XVII, o que motivou também
fins produtivos. Ao se apropriarem delas, os grileiros tinham a ocupação do interior. A ocupação, que era mais efetiva na
como objetivo esperar a sua valorização para, posteriormente, Zona da Mata e no Agreste baiano, onde ocorria a maior parte
vendê-las a um preço alto. Devido ao seu caráter excludente da produção de cana-de-açúcar, foi reorientada em direção ao
com relação à distribuição de terras, a Lei de Terras resultou interior, onde havia as maiores jazidas de pedras preciosas:
em uma estrutura fundiária extremamente desigual e que se Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
perpetua até os dias de hoje no Brasil. As cidades criadas na época da mineração esbanjavam
riqueza em sua arquitetura. No século XVIII foram o epicentro
O espaço das cidades - A urbanização brasileira da vida social do país, motivando muitas migrações de gente
vinda de Portugal e de diversas localidades da atual região
De maneira geral, podemos afirmar que a cidade é um Nordeste. A predominância de morros em seu relevo
aglomerado de construções e pessoas, a sede do município e o dificultava a produção agrícola. O abastecimento de alimentos
lugar onde se localizam as casas do poder político. A era realizado por tropeiros que viajavam levando mercadorias
urbanização, por outro lado, refere-se ao surgimento de novas de uma cidade a outra. Esse comércio também foi motivador
cidades e à expansão física e em números demográficos das para a criação de cidades e vilas em torno dos corredores de
cidades existentes. passagem das tropas que vinham do Sul.
No Brasil, a migração, a industrialização e o crescimento O esgotamento das jazidas levou à decadência das cidades
populacional relacionam-se direta ou indiretamente com o que viviam dessa economia. De maneira geral, a ocupação
crescimento urbano, que, por sua vez, multiplica o fluxo de territorial na Colônia possuiu essa característica de
mercadorias, de pessoas e de informações. desenvolvimento econômico baseado na exploração até o
limite. Assim, quando os recursos naturais se esgotavam ou
As primeiras cidades brasileiras quando o mercado entrava em crise, tais regiões entravam em
decadência.
A origem das primeiras cidades está ligada às atividades As cidades que tiveram maior continuidade econômica,
relacionadas à exploração dos produtos das terras brasileiras portanto, foram aquelas cuja função estava ligada ao porto,
e ao envio destes para a metrópole europeia, Portugal. como Salvador e Rio de Janeiro. A última foi elevada à capital
Localizavam-se na faixa litorânea e tiveram, portanto, a função do Império em 1763, permanecendo até 1960, quando a
de posto comercial e de defesa militar. capital da República foi transferida para Brasília.
Além disso, as características naturais também foram um Com o esgotamento da economia mineradora, o café
ponto de extrema importância para escolher onde ficaria o despontou como a base da economia brasileira até o século XX,
sítio urbano a ser desenvolvido. O acesso à água, por exemplo, quando a indústria começou a deslanchar. Nesse período,
funcionou como um fator de decisão de onde se instalaria a concomitante ao ciclo do café, a exploração da borracha
cidade. destacou-se economicamente, incentivando a relativa
São Vicente (SP), foi a primeira vila a ser formada, na costa ocupação e urbanização das maiores cidades amazônicas:
do que hoje é o Estado de São Paulo. Foi criada por Martim Belém do Pará (PA) e Manaus (AM).
Afonso de Souza em 1532, que lá construiu um pelourinho, A predominância da população nas áreas rurais até
uma câmara e uma igreja, e em 22 de agosto do mesmo ano, durante o século XIX no Brasil pode ser explicada pela
realizou as primeiras eleições de toda América Latina. economia baseada nas produções agrícolas, que fixava os

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trabalhadores (escravos até 1888 e imigrantes livres) no significativa importância política e econômica nacional como
campo, junto à área produtiva. A economia cafeeira do início também global, pois garantem boa parte das relações
do século XX propiciou o suficiente acúmulo econômico para internacionais e alianças de cooperação.
gerar a industrialização em nosso país. Essa nova economia,
por concentrar-se na cidade, foi responsável por uma virada Problemas urbano-ambientais
populacional. Dessa forma, a urbanização brasileira é recente,
tendo sido mais incentivada e desenvolvida ao longo do século A indústria e os avanços tecnológicos representaram não
XX. apenas mudanças na produção de mercadorias, mas
influenciaram o modo como a sociedade brasileira passou a
O crescimento das cidades organizar sua vida. A modernização do campo brasileiro
resultou em um rápido movimento populacional das áreas
Foi somente no século XX que o crescimento urbano se rurais para as cidades, onde as indústrias se instalavam. Os
intensificou no Brasil. Motivada pela crescente indústria no trabalhadores dessas indústrias tinham a possibilidade de
começo do século, sobretudo no eixo Rio-São Paulo, a receber salários e garantir um nível de consumo necessário
população urbana superou a rural na década de 1970. A cidade para sua sobrevivência.
que mais representou esse processo no país é São Paulo, pois No entanto, o avanço do sistema capitalista não se deu
foi a que mais migrantes recebeu e a que mais cresceu, sendo apenas com a contratação de mão de obra, mas também graças
hoje a maior do país. ao consumo dessas pessoas. O acesso a produtos tornava-se
Esse aumento da população urbana deve-se muito às cada vez mais possível conforme a propaganda e marketing
migrações de pessoas que viviam no campo em direção à das empresas estimulavam a compra, garantindo assim a
cidade, em busca de oportunidades. Por conta do histórico venda e o aumento do próprio lucro.
agroexportador brasileiro, da concentração fundiária e da As novas tecnologias possibilitaram ao sistema capitalista
mecanização, a vida no campo se tornou difícil para os oferecer maior quantidade de mercadorias em circulação no
trabalhadores que não tiveram acesso à propriedade privada comércio. Com isso, a concorrência entre produtos aumentou,
da terra, que se generalizou sobretudo com a Lei de Terras de o que obrigou as empresas a regular seus preços para não
1850. perderem espaço no mercado. Assim, os produtos passaram a
O crescimento das cidades no século XX não foi ser mais acessíveis aos indivíduos que atingiram altíssimos
acompanhado por um planejamento eficiente por parte do níveis de consumo que até hoje estão presentes em nosso
Estado, o que resultou em diversos problemas de organização cotidiano.
urbana nas grandes cidades brasileiras. Você já parou para pensar sobre a quantidade de matéria-
prima necessária para a produção daquilo que compramos? O
As metrópoles brasileiras meio ambiente possui um ritmo próprio de renovação daquilo
que lhe é extraído, o que significa que a retirada de matéria-
O que caracteriza as metrópoles brasileiras é, antes de prima deve ser cautelosa. Caso contrário, rapidamente ela
mais nada, seu processo histórico de formação. Desde o estará em falta. Essa reflexão serve para nosso consumo de
período da colonização até hoje, as principais cidades água, de produtos derivados do petróleo, da madeira, etc.
cresceram em regiões próximas ao litoral, locais por onde as No entanto, não devemos preocupar-nos apenas com o que
mercadorias produzidas eram exportadas e as mercadorias retiramos do meio ambiente, mas também com o que
estrangeiras chegavam ao Brasil. Nestas cidades de devolvemos a ele. Será que todo o lixo que criamos retorna
concentravam as funções administrativas e políticas. para a natureza sem trazer danos a ela? Esse questionamento
O desenvolvimento econômico e político do país reforçou é válido para pensarmos em tudo o que consumimos e na
essa configuração territorial, ainda que a ocupação tenha se quantidade de lixo que produzimos.
expandido para o interior. A maioria das metrópoles Os lixões e os aterros sanitários têm sido tema de
brasileiras se localiza na faixa a menos de 200 quilômetros do importantes discussões sobre o descarte dos resíduos sólidos
litoral, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Porto no meio ambiente. Os lixões a céu aberto que recebem a maior
Alegre, etc. parte do lixo no país não possuem estrutura adequada, pois
O conceito que utilizaremos para definir o que é uma não protegem ou tratam os resíduos, deixando-os expostos ao
metrópole refere-se a cidades que são centros de decisão calor e à chuva. O líquido produzido pela decomposição do lixo,
política e econômica, em constante relação e interdependência o chorume, infiltra-se no solo e muitas vezes atinge os lençóis
com as regiões em seu entorno. As metrópoles garantem uma freáticos.
articulação desde a escala regional até a global e, de acordo A intoxicação de lençóis freáticos é muitas vezes
com sua área de influência e redes urbanas estabelecidas, desencadeada pela instalação de tais lixões. O aterro sanitário,
essas cidades podem apresentar diferentes funções no cenário por sua vez, também traz esse tipo de problema, porém segue
nacional. uma regulamentação específica criada pelo governo, que tenta
Vejamos a cidade de Goiânia. Ela é considerada uma minimizar os efeitos do acúmulo de lixo no meio ambiente.
metrópole regional que interfere na organização socioespacial Em áreas pobres das cidades, onde o governo não oferece
do Centro-Oeste brasileiro por ser polo de decisões a coleta de lixo regular, as populações lidam como podem com
administrativas e econômicas regionais e por atrair pessoas os resíduos. Com isso, muitas vezes jogam o lixo nos rios e na
em busca tanto de melhores salários e qualidade de vida beira de rodovias. Porém, a poluição das águas também é
quanto de serviços especializados. ocasionada pelo descarte de esgoto e de líquidos tóxicos por
Enquanto isso, Porto Alegre, além de abarcas as parte de grandes empresas, como costumava ocorrer
características de uma metrópole regional, oferece uma antigamente com muita frequência no Rio Tietê, em São Paulo.
estrutura mais complexa de equipamentos públicos, serviços e Logo, a poluição das águas e a do próprio solo oferecem
universidades, o que permite caracteriza-la como metrópole risco de enchentes quando os bueiros entopem ou quando os
nacional. rios não conseguem escoar a quantidade de água necessária,
Já São Paulo e Rio de Janeiro são metrópoles globais que transbordando.
possuem uma dinâmica socioespacial capaz de concentrar
grande número de sedes de empresas multinacionais e de
grandes bancos, além de universidades e os principais polos
tecnológicos industriais do país. Assim, não só possuem

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Sustentabilidade urbana magnitudes que aglutinam diferentes unidades espaciais.


Adaptado de: IBGE. Arranjos populacionais e concentrações
Os problemas urbano-ambientais não tem origem apenas urbanas no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. O Instituto
na emissão de gases poluentes ou no0 descarte de resíduos Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou 294
líquidos poluentes nos rios. A causa também está em nossa arranjos populacionais no País, formados por 938 municípios
relação com o espaço que nos rodeia. Ou seja, como nos e que representam 55,9% da população residente no Brasil em
relacionamos, por exemplo, com o lixo que produzimos, com 2010.
aquilo que comemos, com os produtos que consumimos, com Os critérios utilizados na identificação dos arranjos
o meio ambiente e com o mundo em que vivemos. Em suma, a populacionais empregam a noção de integração, medida:
origem desses problemas também está na organização de (A) pelos movimentos pendulares para trabalho e estudo
nosso cotidiano na cidade. e/ou pela contiguidade urbana;
A sustentabilidade não tem a ver apenas com questões (B) pelas funções urbanas e/ou pelo rendimento dos
ambientais, mas culturais, econômicas, políticas e sociais em responsáveis por domicílio;
equilíbrio. Repensar a organização do cotidiano é importante (C) pelos fluxos telefônicos e/ou pelas unidades locais das
para que o estilo de vida das pessoas seja reestruturado, empresas de serviços à produção;
tornando-se sustentável. As condições de moradia, transporte (D) pela densidade demográfica e/ou pela estrutura da
público, saneamento básico, saúde, educação e meio ambiente População Economicamente Ativa;
revelam se há sustentabilidade urbana ou não. (E) pelo tamanho populacional e/ou pelo fluxo de bens,
A própria população evidencia isso quando a comunidade mercadorias, informações e capitais.
luta por mais áreas verdes, parques públicos e hortas
comunitárias. A organização independente é uma ação Gabarito
importantíssima para que o governo perceba as necessidades
do povo. 01. Certo/02. Errado/03. A
O movimento organizado por ciclistas de cidades grandes
do Brasil demonstra uma iniciativa que se preocupa com o
meio ambiente, evitando a emissão de gases poluentes.
Está relacionada à saúde e ao bem-estar, e também se trata f) Políticas territoriais e
de uma luta em prol de outra relação com a cidade que não seja regionais: a Amazônia, o
apenas a do estresse e trabalho. Nordeste, o Mercosul e a
As feiras de troca caracterizam uma prática que demonstra
a tentativa de tornar a vida mais sustentável e solidária as América do Sul
cidades, sem a necessidade de maior produção de
mercadorias, reduzindo assim o consumo e o lixo.
O debate urgente acerca da sustentabilidade urbana vem à O Estado brasileiro e o planejamento regional
tona quando a população, mesmo inserida em um cenário
desigual da sociedade, percebe que, em pouco tempo, se No século XX, a concentração espacial das indústrias na
nenhuma atitude for tomada, o espaço que ocupamos logo irá região Sudeste impactou de maneira negativa as estruturas
se tornar inviável para viver. produtivas de outras regiões brasileiras.
Para promover a desconcentração da economia, foram
Referências Bibliográficas criadas políticas de integração e de desenvolvimento regional.
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: Editora
AJS, 2015. (Coleção geografia cidadã).
Território e Políticas Públicas

Questões Por meio das políticas de desenvolvimento regional,


propunha-se a implantação de infraestruturas nas regiões
01. (SEDF – Estudantes Universitários – CESPE) Com menos desenvolvidas, com a finalidade de atrair investimentos e
relação à geografia urbana no Brasil, julgue o item que se aumentar a oferta de empregos.
seguem.
Os fatores que propiciam o crescimento populacional no O desenvolvimento industrial iniciado na década de 1930
interior do Brasil incluem a atração de indústrias para as transformou, ao mesmo tempo, a economia e a geografia do
cidades de médio porte. Brasil.
(....) Certo (....) Errado No plano da economia, o modelo agroexportador foi, aos
poucos, sendo substituído pelo modelo urbano e industrial que
02. (SEDF – Estudantes Universitários – CESPE) Com vigora no país até hoje. No plano da geografia, as diferentes
relação à geografia urbana no Brasil, julgue o item que se regiões brasileiras passaram a se articular de maneira cada vez
seguem. mais intensa, de forma a prover tanto a matéria-prima quanto
O processo de industrialização foi o fator responsável pelo a força de trabalho necessárias à produção industrial
desenvolvimento das cidades brasileiras, cujos territórios se fortemente concentrada na Região Sudeste.
transformaram devido ao aumento da atividade produtiva no Esse novo contexto de industrialização e de integração
campo. nacional tornou, evidente a desigualdade de desenvolvimento
(....) Certo (....) Errado entre as regiões brasileiras. O crescimento da economia da
Região Sudeste contrastava vivamente com a estagnação da
03. (IBGE – Tecnologista/Geografia – FGV/2016) Na economia nordestina. No Nordeste, diante do desemprego
organização do espaço urbano brasileiro na resultante do declínio das atividades nas lavouras de cana-de-
contemporaneidade, observa-se uma expansão impulsionada açúcar e nas indústrias têxteis, dos baixos salários e da
por duas lógicas, a da localização dos empregos nos núcleos concentração de terras nas mãos de poucos, muitos optaram
das aglomerações e a da localização das moradias nas áreas por tentar a vida em outras regiões do país.
periféricas. A incorporação de novas áreas residenciais, o A Região Nordeste transformou-se em grande fornecedora
aumento da mobilidade e a oferta de transporte eficiente de mão de obra para os principais centros urbanos e
favorecem a formação de arranjos populacionais de diferentes industriais do país. São Paulo tornou-se o principal destino dos

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migrantes nordestinos: na década de 1940, eles foram A indústria na Amazônia


responsáveis por cerca de 60 do incremento populacional
ocorrido na cidade. A implantação de complexos industriais figurava entre as
Para combater a desigualdade, o governo federal lançou prioridades do projeto de valorização econômica da Amazônia
políticas de desenvolvimento regional. Por meio delas, concebido pelos militares.
esperava-se promover a desconcentração da economia, Como vimos, a Sudam foi criada em 1966. No ano seguinte,
atraindo investimentos e ampliando a oferta de empregos nas seria a vez da Superintendência da Zona Franca de Manaus
regiões menos desenvolvidas. As regiões selecionadas (Suframa). Com ela, Manaus foi transformada em zona franca.
receberiam infraestrutura (energia, estradas, portos) e Essa nova condição significou para Manaus a isenção de taxas
incentivos fiscais, ou seja, o governo passaria a isentar ou de importação das máquinas e matérias-primas necessárias à
cobrar menos impostos dos empresários que lá implantassem produção industrial, bem como dos impostos de exportação
novos negócios. das mercadorias industrializadas. Com esses incentivos,
Em meados da década de 1950, começaram a ser indústrias transnacionais e nacionais foram atraídas para a
implementadas as agências de desenvolvimento regional, cidade, e Manaus transformou-se em um polo industrial
órgãos federais que tinham o objetivo de centralizar e importante, principalmente no setor de bens de consumo
implementar essas políticas. A Superintendência de duráveis (televisores, aparelhos portáteis e eletrodomésticos).
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a primeira delas, Atualmente, o polo industrial instalado em Manaus
entrou em funcionamento em 1959. A Superintendência de dinamiza boa parte da economia regional e emprega
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) foi criada em 1966. diretamente cerca de 85 mil pessoas. A indústria local, no
Sudene e Sudam foram as mais importantes agências entanto, depende da manutenção da zona franca. As
implantadas no Brasil. mercadorias produzidas em Manaus viajam milhares de
quilômetros até chegar aos principais centros de consumo do
O Estado e a valorização da Amazônia país e incorporam em seu custo o preço desse transporte.
Na década de 1970, teve início o processo de crescimento
Para a valorização da economia regional da Amazônia e sua industrial de Belém. Nesse caso, predominam as indústrias de
conexão aos centros mais dinâmicos do território brasileiro, o transformação mineral, em especial a siderurgia do ferro e do
governo federal priorizou a construção de estradas e a alumínio, atraídas pela presença de matérias-primas e da
implantação de projetos industriais (zona franca), minerais e de energia proveniente da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Uma
colonização. das siderúrgicas mais importantes do setor de produção de
alumínio está instalada no Porto de Barcarena, situado nos
• A integração nacional arredores de Belém.

O propósito de integrar a Amazônia ao conjunto da A Amazônia Legal


economia nacional já estava na agenda do governo federal na
década de 1940, mas foi apenas na década de 1950 que as Na visão dos militares, a Amazônia era um imenso vazio
políticas de planejamento começaram a atuar de fato na demográfico que precisava ser conquistado e explorado, de
região. forma a transformar seu enorme potencial natural em
Em 1953, nasceu a Superintendência do Plano de riquezas que iriam financiar o desenvolvimento do país. Para
Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), um órgão isso, eles propunham integrar a Amazônia implantando
federal encarregado de valorizar a economia regional e grandes projetos minerais, industriais e agropecuários.
conectá-la aos centros mais dinâmicos do território brasileiro. A população local, em grande parte concentrada nas
A área de atuação da SPVEA recebeu o nome de Amazônia margens dos rios e dos igarapés e vivendo do cultivo de
Brasileira, uma região de planejamento. pequenos lotes de terra, foi praticamente desconsiderada nos
Na época, o processo de industrialização demandava a novos planos do governo para a região.
criação de um mercado interno de dimensões nacionais, o que A Sudam foi criada para ser uma espécie de intermediária
exigia grandes transformações no território. A construção de entre o governo e os empresários no processo de valorização
estradas que possibilitassem o intercâmbio de mercadorias e econômica da Amazônia. Além disso, o órgão também deveria
pessoas entre as diversas regiões brasileiras era considerada formular projetos de atração de migrantes, para promover o
uma tarefa prioritária para o governo federal. Uma nova povoamento e consolidar um mercado de trabalho regional.
capital, Brasília, estava sendo construída em um planalto Muitos desses migrantes, a maior parte de origem nordestina,
situado no Brasil central, até então pouco integrado. acabaram por se fixar nas periferias das cidades amazônicas,
Por meio de Brasília, pretendia-se integrar não apenas o que conheceram um crescimento explosivo a partir da década
Centro-Oeste mas também a Amazônia, escassamente de 1870.
povoada e detentora de imensos potenciais. O planejamento e A Transamazônica, rodovia que corta a região no sentido
a execução da Rodovia Belém-Brasília, por meio da qual o latitudinal, foi planejada para ligar o Amazonas à Paraíba e
sistema viário brasileiro alcançou a Amazônia pela primeira viabilizar o assentamento dos migrantes recém-chegados e
vez, contou com a colaboração da SPVEA. representar uma rota para os novos investimentos - ou, nas
palavras do próprio governo, “a pista da mina de ouro”.
• Sudam: a devastação planejada A Transamazônica não cumpriu o papel almejado por seus
planejadores. Encravada no meio da floresta e desconectada
A política de planejamento regional voltada para a da rede viária nacional, a estrada não foi capaz de dinamizar
Amazônia ganhou novos contornos após o golpe de 1960, os fluxos regionais e acabou por se tornar um imenso atoleiro.
quando os destinos do país passaram a ser comandados pela Nessas condições, os dois mais importantes eixos de
ditadura militar. Em 1966, a SPVEA foi extinta e substituída penetração para a Amazônia passaram a ser as rodovias
por outro órgão, a Superintendência do Desenvolvimento Belém-Brasília e Brasília-Acre. Em suas margens, foi
da Amazônia (Sudam), cuja área de atuação recebeu o nome implantada a maior parte dos projetos minerais e
de Amazônia Legal. No ano seguinte, foi criada a agropecuários incentivados pela Sudam. Não por acaso, esses
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). eixos apresentam a maior taxa de desmatamento e de
degradação ambiental. Além disso, também são palcos de
violentos conflitos, já que posseiros, fazendeiros e madeireiros

História e Geografia do Brasil 58


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disputam a posse da terra valorizada pela presença das coronéis do sertão (nome pelo qual ficaram conhecidos os
estradas. proprietários das grandes fazendas sertanejas), passaram a
O eixo da Belém-Brasília se estende até a Serra dos Carajás, dominar a paisagem. Em meados do século XIX, o cultivo de
onde se encontra a maior reserva de minério de ferro do algodão tornou-se uma atividade econômica de importância
mundo. O ferro de Carajás, em exploração desde a década de significativa no Sertão, em grande parte devido à crise na
1970 pela Companhia Vale do Rio Doce (privatizada em produção algodoeira dos Estados Unidos decorrente da
1997), é escoado pela Estrada de Ferro Carajás, até o Complexo Guerra de Secessão. Durante muito tempo, o gado e o algodão
Portuário de São Luís, no Maranhão. Nas margens da rodovia iriam dividir o espaço sertanejo;
e da ferrovia, a floresta equatorial já foi quase toda derrubada.
Em seu lugar, surgiram núcleos urbanos e os mais diversos O Meio-Norte, situado na transição entre o Sertão
empreendimentos. semiárido e a Amazônia equatorial, foi durante a maior parte
No outro extremo da Amazônia, o principal eixo de de sua história uma sub-região praticamente marginal no
ocupação foi a Rodovia Brasília-Acre. O estado de Rondônia, contexto da economia nordestina. A pecuária extensiva,
atravessado por esse eixo, foi alvo de um grande projeto de prolongamento da criação de gado sertaneja, e o extrativismo,
colonização e recebeu milhares de migrantes, vindos em especial das palmeiras babaçu e carnaúba, eram as
especialmente das regiões Nordeste e Sul. Atualmente, atividades de maior destaque no Meio-Norte.
Rondônia figura entre os estados mais devastados da região. Em momentos históricos diferentes, duas sub-regiões
A herança da Sudam permanece na realidade amazônica: nordestinas - Sertão e Zona da Mata - já haviam sido objeto de
está presente tanto na destruição do modo de vida tradicional programas governamentais de ajuda e de incentivo econômico
das populações ribeirinhas e indígenas quanto na grande muito antes da existência da Sudene. Em ambos os casos,
mancha de devastação ambiental produzida pelos porém, as elites sub-regionais foram as principais
empreendimentos aprovados pelo órgão. Definitivamente, beneficiadas.
esse modo predatório de ocupação está em descompasso com Programas pioneiros: Sertão
os parâmetros atuais de valorização do patrimônio ambiental
amazônico, sobretudo no que se refere à enorme No caso do Sertão, desde o período imperial existiram
biodiversidade da formação florestal e à presença de imensos políticas de combate à seca e, principalmente, aos seus efeitos.
reservatórios de água doce. Em 1881, após um período de estiagem que causou a morte de
milhares de pessoas e de uma parcela considerável do gado, o
Planejamento estatal e a economia nordestina imperador mandou construir um grande açude em Quixadá, no
Ceará, visando reservar água e evitar futuras catástrofes.
As políticas públicas para o desenvolvimento do Nordeste, Nos primeiros decênios da República, essas políticas
implantadas pela Sudene, consideraram o seu conjunto e não cresceram e tornaram-se institucionais. Em 1909, foi criada
suas sub-regiões separadamente. uma Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (Ifocs),
Garantiram a disponibilidade de energia e realizaram com o objetivo de espalhar açudes em todo o Sertão, além de
investimentos industriais, em especial no setor petroquímico. construir estradas para facilitar o escoamento e a
comercialização dos produtos sertanejos.
• As sub-regiões nordestinas Em 1945, a Ifocs passou a se chamar Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), mas sua linha
O Nordeste pode ser dividido em quatro sub-regiões: a de atuação continuou a mesma. Entretanto, além dos açudes,
Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o Meio-Norte. Cada uma das barragens e das estradas, o Dnocs passou a organizar
delas apresenta características naturais e econômicas também frentes de trabalho. Quando ocorriam as secas, a
particulares. população carente era recrutada para trabalhar nas obras
A Zona da Mata, quente e úmida, foi transformada pela federais, e, assim, ganhava um meio de sobrevivência, mesmo
implantação de grandes propriedades produtoras de cana-de- que muito precário.
açúcar, ainda nos primeiros tempos de colonização. Os Na maior parte dos casos, os açudes e as estradas
senhores de engenho, também conhecidos como barões do construídos pelos sertanejos pobres acabavam por tornar
açúcar, continuaram a dominar a economia e a política após a ainda mais valiosas as terras dos coronéis, nas quais (ou nas
independência. Em meados do século XIX, a economia proximidades delas) as obras eram realizadas. Além disso, os
açucareira entrou em crise, devido à concorrência exercida coronéis não precisavam se preocupar com a sobrevivência de
pelo açúcar produzido nas Antilhas. Mais tarde, a produção de seus trabalhadores durante a estiagem, já que o Estado
açúcar com técnicas mais modernas na Região Sudeste, em cuidava disso. Quando as chuvas voltavam, era só aproveitar
especial no estado de São Paulo, deu continuidade ao longo as melhorias de suas terras e recrutar de volta os
período de crise econômica no Nordeste. Atualmente, a Zona trabalhadores. Desse modo, o governo ajudava a enriquecer os
da Mata é uma região de economia dinâmica, concentrando que já eram ricos e mantinha os pobres - a maioria da
grande parte da população e os maiores polos industriais do população - no limite da sobrevivência.
Nordeste;
Programas pioneiros: Zona da Mata
O Agreste, situado entre a Zona da Mata úmida e o Sertão
semiárido, é tradicionalmente ocupado por pequenas Os “barões do açúcar” da Zona da Mata também receberam
propriedades, dedicadas ao cultivo de subsistência e ao auxílio do governo, ainda que de forma indireta. Na década de
abastecimento alimentar dos engenhos e cidades da Zona da 1930, a agricultura canavieira paulista começou a se
Mata. Nessa sub-região, o padrão técnico rudimentar que modernizar, ampliando sua base técnica, e passou a ameaçar a
caracteriza a maior parte dos estabelecimentos agrícolas economia açucareira nordestina.
resulta em baixa produtividade e em expressiva pobreza rural; Nesse contexto, o governo criou o Instituto do Açúcar e
do Álcool (IAA), com o objetivo de estabelecer cotas de
O Sertão, dominado pelo clima semiárido, conheceu um produção de açúcar entre os estados brasileiros e garantir um
primeiro movimento de valorização ainda durante a preço mínimo para o produto. Assim, o IAA reservava uma
colonização, quando se transformou em espaço da pecuária parcela do mercado açucareiro aos produtores da Zona da
extensiva, produzindo carne para os mercados da Zona da Mata nordestina, além de garantir preços compatíveis com
Mata. Depois, grandes latifúndios, de propriedade dos seus custos de produção relativamente elevados.

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Durante longos decênios, o IAA ajudou a garantir a Geoeconomia e geopolítica da América do Sul
presença do açúcar nordestino no mercado brasileiro,
fornecendo-lhe condições de sobrevivência. Em longo prazo, A integração da América do Sul
porém, a estratégia revelou-se ineficiente: protegidos pelas Os países que compõem a América do Sul formam um
cotas e pelos preços governamentais, os produtores arquipélago caracterizado historicamente pelo
nordestinos investiram pouco em modernização, e desde distanciamento. Podemos observar, entre outras coisas, a
1990, quando o IAA foi extinto, vêm perdendo parcelas inexistência de interligação entre os sistemas de transporte,
crescentes do mercado para os produtores paulistas. energia e comunicação, isso sem contar com o
desconhecimento cultural e histórico que temos dos nossos
A Sudene e a industrialização do Nordeste vizinhos.
Isso ocorre por diversos motivos, desde um passado
A criação da Sudene modificou inteiramente a direção das colonial em que a integração não fazia parte dos objetivos das
políticas públicas de desenvolvimento do Nordeste. Em potências colonizadoras (Portugal e Espanha), até a presença
primeiro lugar, essas políticas ganharam uma nova dimensão: de fatores naturais que propiciam o isolamento,
não era uma ou outra sub-região, mas o conjunto do Nordeste principalmente a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos
que seria alvo do planejamento estatal. A lei que criou a Andes. Nem o processo de independência dos países da região
Sudene delimitou também a área de atuação do órgão, que não ou mesmo os ideais de Simon Bolívar, que pregava a união da
coincide exatamente com a Região Nordeste definida pelo América Latina, acabaram gerando resultados significativos.
IBGE, já que incluiu o norte de Minas Gerais. Em 1998, parte do A partir da segunda metade do século XX, porém, governos
Espírito Santo também entrou para essa “região de sul-americanos passaram a, gradualmente, colocar em prática
planejamento”. iniciativas que visavam unir os países da região. Entre
Em segundo lugar, por estarem baseados em uma nova sucessos e falhas, a integração da América do Sul começou a
visão acerca dos problemas regionais, os planos da Sudene ser levada mais a sério, tanto sob o ponto de vista econômico
foram orientados para outra direção. como também político, social e cultural.
Já estudamos que, até então, a intervenção governamental
nos assuntos nordestinos tinha se destinado, sobretudo, a Organizações intergovernamentais
solucionar os problemas do campo, beneficiando os grandes As organizações intergovernamentais são organizações
proprietários da terra e reforçando a concentração fundiária internacionais compostas por governos para diferentes fins,
tanto no Sertão quanto na Zona da Mata. A Sudene trouxe uma entre eles a integração regional. Um exemplo claro desse tipo
nova prioridade: de acordo com o diagnóstico de seus de organização são os blocos econômicos, que possibilitam a
fundadores, o maior problema do Nordeste não era a falta de realização de acordos comerciais visando à redução de tarifas
chuvas ou a baixa competitividade da produção açucareira, alfandegárias e ao fluxo livre de mercadorias, entre outros
mas a falta de indústrias modernas, capazes de dinamizar a objetivos.
economia como um todo. A solução, portanto, estava no A formação dos blocos econômicos e de outras
incentivo à industrialização. organizações intergovernamentais no subcontinente sul-
Para tanto, era preciso primeiro garantir a disponibilidade americano se deu a partir da segunda metade do século XX, em
de energia. Essa tarefa ficou a cargo das Centrais uma tentativa de impulsionar a industrialização e o
Hidrelétricas do Rio São Francisco (Chesf), que crescimento econômico dos países da região.
transformou a Bacia do São Francisco em uma importante Durante os anos de 1980 e 1990 houve a criação da maioria
produtora de energia de origem hídrica. dos blocos atualmente existentes na América do Sul, sendo
O governo federal também tomou para si a tarefa de que, no século XXI, o viés ideológico vem ganhando cada vez
realizar investimentos industriais, em especial no setor mais destaque nas relações entre os países membros desses
petroquímico. A criação do Polo Petroquímico de Camaçari, grupos, após vários governos de esquerda terem ascendido ao
o principal complexo industrial nordestino, nasceu das poder, incluindo a Venezuela.
políticas levadas a efeito pela Sudene. A Refinaria Landulfo
Alves, de propriedade da Petrobras, abastece as empresas Associação Latino-Americana de Integração (Aladi)
públicas e privadas que operam no polo. Na década de 1960 foi formada a Associação Latino-
Além disso, foram concedidos financiamentos públicos e Americana de Livre-Comércio (Alalc), que, no entanto, não
incentivos fiscais aos conglomerados industriais que durou nem sequer um ano, pois a Argentina e o Brasil
implantassem fábricas na região. O setor de bens ganhavam vantagens em relação a outros países. A Guerra Fria
intermediários (tais como produtos químicos e também colaborou para que os EUA intervissem no
metalúrgicos) foi o principal beneficiário, pois acreditava-se continente, manipulando governos da região de acordo com
que ele seria capaz de dinamizar a economia regional e gerar seus interesses, entre os quais não estava a integração sul-
mercado para o setor de bens de consumo (tais como americana.
alimentos e vestuário). Desse modo, esse setor também Em 1980 a Alalc transformou-se na Associação Latino-
acabaria por implantar-se no Nordeste. Devido aos incentivos, Americana de Integração (Aladi), cujo objetivo era
diversos grupos empresariais inauguraram unidades impulsionar economicamente a região e desenvolver um
produtivas no Nordeste. mercado comum latino-americano por meio de acordos
Com a Sudene, a economia industrial chegou às capitais comerciais. Atualmente compõem o bloco países de toda a
nordestinas, em especial a Recife e Salvador. Mas sabe-se hoje América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia,
que isso não bastou para eliminar as desigualdades entre o Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela,
Nordeste e o Sudeste e/ou para melhorar a qualidade de vida Cuba, Panamá e Nicarágua.
da população regional. O Nordeste brasileiro ainda espera por
políticas capazes de gerar crescimento econômico com Aliança do Pacífico
inclusão social. Com o objetivo de estabelecer relações mais diretas com
áreas estratégicas do comércio internacional, sobretudo a Ásia
(que é atualmente um gigante comercial), alguns países latino-
americanos com acesso ao Oceano Pacífico (Peru, México,
Colômbia e Chile) formaram a Aliança do Pacífico, que ainda

História e Geografia do Brasil 60


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pode ganhar como membros Costa Rica e Panamá nos Comunidade Andina de Nações (CAN)
próximos anos. Organização que tem origem no Pacto Andino, firmado em
Acordos já foram firmados entre os países-membros na 1969 por países que compartilham a Cordilheira dos Andes
área comercial e também relacionados à cooperação científica, (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile e Venezuela), a
por meio do intercâmbio entre pesquisadores de diferentes Comunidade Andina de Nações (CAN) ganhou seu nome
universidades. atual em 1996 e hoje inclui como membros apenas os quatro
Atualmente, os países que compõem esse bloco são primeiros países citados, pois o Chile e a Venezuela saíram do
caracterizados por governos neoliberais, alinhados aos EUA e bloco original.
que possuem economias de poder semelhante, ao contrário do Essa organização caracteriza-se também por possuir
Mercosul, por exemplo, no qual o Brasil representa uma tarifas alfandegárias comuns, assim como uma área de livre-
economia muito superior em relação a outros países- comércio entre os países-membros. Além disso, possui uma
membros. estreita relação comercial com o Mercosul, bloco comercial
que pode ser considerado um parceiro econômico.
Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) Atualmente a CAN tem tido suas relações marcadas por
Inicialmente proposta pelo ex-presidente venezuelano embates ideológicos entre os países-membros, em função
Hugo Chávez (1954-2013) durante a Cúpula da Associação de principalmente da oposição entre a Colômbia e os demais
Estados do Caribe, realizada em Cuba no ano de 2001 e criada integrantes do bloco.
oficialmente em 2004, a Alternativa Bolivariana para as Isso ocorre porque a Bolívia, o Equador e o Peru elegeram,
Américas (Alba) é a organização com maior viés ideológico nos últimos anos, governo considerados de esquerda e
entre as apresentadas, uma vez que se coloca claramente em representados respectivamente pelos presidentes Evo
oposição à política econômica dos EUA para a região e evoca Morales, Rafael Correa e Ollanta Humala, deixando o
os ideais de Simon Bolívar. presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (considerado de
Formada por Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua, a Alba direita) isolado.
difere de outras iniciativas que visam à relação com o comércio União de Nações Sul-Americanas (Unasul)
exterior, à exportação de commodities e às alianças com outros Organização que agrega todos os países sul-americanos,
blocos, focalizando seus esforços na diminuição das com exceção da Guiana Francesa (por se tratar de um
desigualdades sociais, na priorização dos pequenos e médios território ainda dependente da França), a União de Nações
empresários, além do desenvolvimento de uma economia Sul-Americanas (Unasul) surgiu para substituir a
solidária. Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) e foi criada em
2008 na cidade de Brasília.
Mercado Comum do Sul (Mercosul) Ao contrário dos outros blocos, a Unasul não visa a um
Formado inicialmente pelos países que compõem o Cone- mercado comum, pois entende as diferenças existentes entre
Sul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), o Mercado os países que conformam a região, e tem como objetivo
Comum do Sul (Mercosul) foi fundado em 1991 através do principal criar um espaço de interlocução. Ela busca, por
Tratado de Assunção, realizado na cidade de mesmo nome, exemplo, fazer uma ponte entre o Mercosul e a Aliança do
capital do Paraguai. Pacífico, que possuem políticas e estratégias econômicas
Em 2012 o grupo ganhou um novo integrante, a Venezuela, muitas vezes antagônicas.
e além dos países-membros ainda há a categoria de países Anualmente são organizadas conferências diplomáticas
associados (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru). O com todos os presidentes dos países membros. Chamada de
Paraguai chegou a ser suspenso do bloco nesse mesmo ano, em Cúpula Sul-Americana, tal conferência discute as estratégias
função da destituição do então presidente do país, Fernando de integração comercial do grupo.
Lugo (considerada antidemocrática pelos países-membros), Ocasionalmente também são realizados encontros
mas a decisão foi revogada em 2013. especiais, como um março de 2015, quando o grupo se reuniu
Já a Bolívia está em processo de se tornar um novo para discutir as sanções econômicas dos EUA sobre a
membro; o México e a Nova Zelândia, por sua vez, atuam como Venezuela e para denunciar uma tentativa de desestabilização
países observadores, tendo como função fiscalizar as relações do governo do presidente Nicolás Maduro.
internacionais entre os estados participantes e associados. A criação do Conselho de Defesa Sul-Americano, que se
Como uma organização intergovernamental de livre- configura como uma alternativa regional por tratar de
comércio, os países associados compartilham tarifas conflitos geopolíticos, surgiu como uma forma de preservar a
alfandegárias em comum e possuem acordos firmados em paz e a soberania dos países envolvidos e se destaca como uma
diversas áreas, permitindo a livre circulação de pessoas, bens das iniciativas mais importantes da Unasul, assim como a
e serviços. Esses acordos, além de facilitarem o comércio, iniciativa de integração da Infraestrutura Regional Sul-
ajudam a promover o turismo e a cooperação científica. Americana (lirsa), que tem como objetivo uma série projetos
Além de incrementar as relações entre os países-membros, de integração física entre os países sul-americanos.
também é objetivo da associação estreitar as relações
comerciais em conjunto com outros países e blocos, por meio Referências Bibliográficas
de acordos com a União Europeia, o Egito, Israel e Paquistão,
por exemplo. Em 2014, Dilma Rousseff assumiu a presidência FURQUIM JUNIOR, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: AJS,
2015.
da entidade, que realiza encontros de chefes de Estado com MARTINEZ, Rogério. Novo olhar: geografia.1ª edição. São Paulo: FTD, 2013.
frequência para tratar de questões políticas, econômicas e MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata Soares Del Gaudio. 3ª
sociais. edição. São Paulo: IBEP, 2013.
Embora a sede da organização se localize em Montevidéu, TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil – Lygia
Terra; Regina Araújo; Raul Borges Guimarães. 2ª edição. São Paulo: Moderna.
no Uruguai, o Brasil responde por cerca de 80% do PIB somado
dos países do bloco e também pela maior parte das
Questões
exportações do Mercosul para o mundo.
A disparidade de poder entre as economias do Brasil e dos
01. (SEDF – Professor de Geografia – CESPE/2017) No
outros países que integram o Mercosul intensificou-se ainda
atual período histórico, caracterizado pela forte
mais em função da crise econômica vivida pela Argentina nos
internacionalização do modo de produção capitalista,
últimos anos e configura um desafio às negociações comerciais
importantes transformações de ordem técnica, política e
entre os membros do bloco.
econômica têm promovido intensa reestruturação produtiva e

História e Geografia do Brasil 61


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regional do Brasil e do mundo. A intensificação do poder das


empresas transnacionais sobre o espaço mundial é uma dessas
manifestações. Iná Elias de Castro. Política pública e conflito no
espaço urbano. In: GEOgraphia, ano 18, n.º 36, 2016 (com
adaptações).
Considerando esse texto, julgue o item a seguir.
A divisão regional do Brasil em cinco macrorregiões de
planejamento é uma referência para o ensino de geografia
atualmente. Entretanto, para a compreensão das dinâmicas
atuais de uso e reorganização do território nacional, é
necessário abordar as novas regionalizações, como a divisão
por complexos regionais (Amazônia, Nordeste e Centro-Sul) e
a divisão em quatro regiões (Concentrada, Centro-Oeste,
Amazônia e Nordeste).
(....) Certo (....) Errado

02. (Prefeitura de Sobral/CE – Agente Administrativo –


UVA/2016) Entre as últimas alterações da divisão regional
oficial do Brasil, podem-se destacar:
(A) a extinção dos territórios federais e a criação do
Distrito Federal.
(B) a criação de Fernando de Noronha e a do território de
Roraima.
(C) a extinção do Distrito Federal e a criação do território
federal de Tocantins.
(D) a extinção dos territórios e a criação do Estado de
Tocantins.

03. (SEDF – Professor de Geografia – CESPE/2017) Com


relação aos processos de regionalização no Brasil e no mundo,
julgue o item subsequente.
Décadas depois da implementação do primeiro órgão
responsável pelos estudos de planejamento macrorregional
no Brasil, a SUDENE, os principais problemas e disparidades
regionais do país persistem.
(....) Certo (....) Errado

Gabarito

01. Certo/02. D/03. Certo

Anotações

História e Geografia do Brasil 62


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INGLÊS

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Dear Mr. Anderson,

As you probably know, I have done about


two years as a librarian at the Central
Records Office, just round the corner from
your bank, in fact, but I do not really think
it is the sort of job I can do much longer.

1) Competências e Anyway, I was at this party the other day


Habilidades a) Compreender a and I met a friend and he told me about a
utilização de mecanismos de great course you can do at the Oxford
coesão e coerência na Business School, and my brother thinks I
produção escrita; b) would get a good job if I did it.
Compreender de que forma
determinada expressão pode Do you think I could come and see you, and
ser interpretada em razão de talk about a bank loan? About $200 would
aspectos sociais e/ou be enough.
culturais; c) Analisar os
recursos expressivos da I'm looking forward to your letter. I hope
Algumas Incoerências
linguagem verbal, you'll say yes.
relacionando textos e Note que a carta apresenta problemas de coerência,
contextos mediante a sobretudo
Yoursemsincerely,
relação à inadequação da linguagem informal
para uma situação comunicativa em que a formalidade é
natureza, função, organização, exigida. Formas linguísticas como "as you probably know",
estrutura, de acordo com as "just round the corner from your bank", "I wasJeremy Brown
at this party the
condições de produção other day and I met", "you can do", "my brother thinks" e "I
hope you'll say yes" poderiam ser eliminadas do texto, porque
não adicionam nada de significativo ao que está sendo dito e,
ainda, não são adequadas para compor uma carta endereçada
COESÃO E COERÊNCIA a um gerente de banco, mas a um colega ou um amigo.
Outras formas como "I have done about two years as a
A revisão textual é extremamente importante para librarian", "a great course", "I'm looking forward to your
garantir que o texto concretize, da melhor maneira possível, letter" deveriam ser substituídas. E, assim, poderíamos ter "I
aquilo que pensamos em escrever, naquele momento e para have been working as a librarian", "an interesting course" e "I
aquela(s) pessoa(s). Nesse sentido é que vale a pena estudar look forward to your letter", respectivamente - todas elas mais
os elementos textuais que têm como finalidade construir as formais e menos coloquiais do que as anteriores.
significações. Para tanto, devemos pensar nos elementos que Um outro elemento a destacar é o fato de que a carta está
garantem a coesão e a coerência do texto. mal organizada. Veja que o primeiro parágrafo não aborda a
Quando pensamos em coesão textual, pensamos no intenção do texto, ou seja, não esclarece o motivo da
emprego de determinados elementos da língua que garantem elaboração da carta, o que só fica evidente no terceiro
a boa articulação do texto, tornando-o compreensível. O parágrafo. Além disso, o texto não explicita a relação existente
estudo da coerência diz respeito aos elementos da situação de entre o empréstimo solicitado e o curso pretendido. Cabe ao
comunicação (quem escreve, para quem e com que intenção) e leitor estabelecer essa relação, o que revela sua fragilidade em
àqueles que garantem que existam relações entre as ideias, termos de coerência.
que haja harmonia entre elas, criando tanto uma unidade de
sentido, quanto uma ausência de contradição. No momento da INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
revisão textual, trata-se, portanto, de aprimorar o texto tanto
no que se refere à articulação entre as partes (coesão), como Quando estamos aprendendo inglês1, é muito comum nos
em relação ao nexo, à harmonia entre as partes que o depararmos com textos que julgamos indecifráveis. Ao ler
compõem e a adequação do texto à situação comunicativa tantas palavras desconhecidas, nos assustamos e muitas vezes
(coerência). desistimos de ler, antes mesmo de começar, ou, então, logo
Como já abordamos alguns aspectos relativos à coesão, pegamos o bom e velho dicionário. Mas com estas 6 dicas de
vamos centrar nossa análise textual aqui na coerência. interpretação de textos em inglês, essa tarefa vai ficar mais
Propomos que você leia a carta abaixo. Ela foi escrita por um fácil.
correntista de um banco para o gerente da instituição com a Usar um dicionário, claro, é muito útil, mas recorrer a ele
intenção de conseguir um empréstimo para se matricular num toda vez que se depara com uma palavra desconhecida não é a
curso. melhor forma de fazer uma leitura. Isso trunca o processo e
atrapalha o desenvolvimento da fluência do estudante. Que tal,
então, antes de recorrer ao dicionário, tentar concluir a sua

1 http://canaldoensino.com.br/blog/6-dicas-de-interpretacao-de-textos-em-

ingles (Adaptado e ampliado)

Inglês 1
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leitura, com eficiência, apenas captando o contexto do O que é Inglês Instrumental?


conteúdo?
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos -
Veja algumas dicas para ajudá-lo na interpretação: ESP, o Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento
instrumental dessa língua. Tem como objetivo essencial
1. Encontre um texto para treinar proporcionar ao aluno, em curto prazo, a capacidade de ler e
Escolha um conteúdo em inglês para fazer essa atividade: compreender aquilo que for de extrema importância e
vale uma reportagem de revista, um artigo ou, até mesmo, um fundamental para que este possa desempenhar a atividade de
trecho de um livro. leitura em uma área específica.
O importante é que o texto seja relativamente curto e
aborde um assunto do seu interesse, para que o exercício não Estratégias de leitura
fique desinteressante. Algumas estratégias de leitura são consideradas básicas no
Inglês Instrumental, a saber:
2. Faça uma leitura rápida
Esqueça os detalhes! Passe os olhos, rapidamente, por todo - Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai
o texto para tentar captar sua ideia principal. Muitas pessoas buscar a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem
param a leitura do texto em inglês, logo no primeiro parágrafo, apegar-se a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o
ao encontrar uma palavra que não conhecem. Isso não é que o texto trata.
necessário.
Muitas vezes, nas próximas linhas, você encontrará mais - Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias
referências que podem ajudar a decifrar a palavra misteriosa. específicas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura
Não se preocupe com os detalhes, na primeira leitura. de um detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente
para encontrarmos um número na lista telefônica, selecionar
3. Releia prestando atenção nos detalhes um e-mail para ler, etc.
Depois de captar a essência do texto, você terá informações
suficientes para relê-lo e se ater aos detalhes. Leia, novamente, - Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas
cada parágrafo e se esforce para entender a ideia principal de línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra
todos eles. “vírus” é escrita igualmente em português e inglês, a única
diferença é que em português a palavra recebe acentuação.
Se, no meio do processo, encontrar palavras Porém, é preciso atentar para os chamados falsos cognatos, ou
desconhecidas, grife-as, mas não pare a leitura. Você ainda seja, palavras que são escritas igual ou parecidas, mas com o
pode tentar entendê-las pelo contexto. significado diferente, como “evaluation”, que pode ser
confundida com “evolução” onde na verdade, significa
4. Reveja as palavras grifadas “avaliação”.
Depois de ler parágrafo por parágrafo com atenção, retome
as palavras que grifou e tente adivinhar o que significam. - Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência,
Depois de familiarizado com o conteúdo do texto, fica muito ou seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo
mais fácil decifrá-las. Se mesmo assim encontrar dificuldades, texto, e durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas
tente substituí-las por outras palavras ou expressões que hipóteses.
conhece e que fariam sentido no texto – talvez você encontre
sinônimos. - Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de
textos que se caracterizam por organização, estrutura
5. Consulte o dicionário gramatical, vocabulário específico e contexto social em que
Só depois de analisar bem o texto é hora de pegar o ocorrem. Dependendo das marcas textuais, podemos
dicionário! Confira se você acertou o significado das palavras distinguir uma poesia de uma receita culinária, por exemplo.
desconhecidas que grifou.
- Informação não-verbal: é toda informação dada através
Se não, anote o significado correto em um caderno: isso de figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-
ajuda a fixar o novo vocabulário. verbal deve ser considerada como parte da informação ou
ideia que o texto deseja transmitir.
6. Releia o texto mais uma vez
Conhecer o significado de uma palavra é tão importante - Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão
quanto saber empregá-la corretamente em frases. Por isso, do texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao
depois de descobrir a definição de cada vocábulo, leia o texto assunto abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois,
uma última vez para saber como utilizá-los corretamente em geralmente, aparecem repetidamente no texto e é possível
conversas e textos que escrever no futuro obter sua ideia através do contexto.

Técnica de leitura de texto de língua inglesa - Grupos nominais: formados por um núcleo
(substantivo) e um ou mais modificadores (adjetivos ou
No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental é uma substantivos). Na língua inglesa o modificador aparece antes
das abordagens do ensino do Inglês que centraliza a língua do núcleo, diferente da língua portuguesa.
técnica e científica focalizando o emprego de estratégias
específicas, em geral, voltadas à leitura. Seu foco é desenvolver - Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz,
a capacidade de compreensão de textos de diversas áreas do que modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o
conhecimento. O estudo da gramática restringe-se a um significado de cada afixo pode-se compreender mais
mínimo necessário normalmente associado a um texto atual facilmente uma palavra composta por um prefixo ou sufixo.
ou similar que foi veiculado em periódicos. O conhecimento de
uma boa quantidade de palavras também faz parte das - Conhecimento prévio: para compreender um texto, o
técnicas que serão relacionadas abaixo. leitor depende do conhecimento que ele já tem e está
armazenado em sua memória. É a partir desse conhecimento

Inglês 2
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que o leitor terá o entendimento do assunto tratado no texto e comunicação internacional. Desse modo, atualmente a língua
assimilará novas informações. Trata-se de um recurso inglesa não se restringe a ser uma ferramenta para a
essencial para o leitor formular hipóteses e inferências a compreensão dos valores culturais americanos e britânicos,
respeito do significado do texto. pois é um meio de interagir com o mundo globalizado.
Além das contribuições da Sociolinguística para o estudo
Cultura e sociolinguística no ensino e na aprendizagem da Aquisição de LE, este trabalho demonstrou que o
de língua estrangeira conhecimento linguístico também é importante para a prática
pedagógica. Através deste conhecimento, o professor torna-se
Em seu estudo, Carina Silva Fragozo diz que o aprendizado capaz de considerar as diferenças linguísticas e culturais entre
de línguas estrangeiras caracteriza-se como um processo os membros de uma comunidade, assim como seus valores
bastante complexo, pois envolve muito mais do que a sociais, de modo a desenvolver o currículo e o método mais
habilidade de produzir e compreender sentenças na língua- adequados para determinados contextos de ensino. A
alvo. A língua é também um fenômeno social e, assim, aplicação do conhecimento sociolinguístico na prática
linguagem, comunicação e cultura estão diretamente pedagógica tem contribuído para o desenvolvimento de uma
relacionadas, já que todos nós possuímos uma linguagem, pedagogia culturalmente sensível aos conhecimentos e valores
estamos inseridos em uma sociedade e possuímos nossos culturais que o aluno já possui, de modo a combater o estigma
próprios valores culturais. As relações entre língua, sociedade linguístico. Além disso, por meio do conhecimento
e cultura têm sido cada vez mais abordadas no estudo da sociolinguístico, o professor torna-se capaz de perceber que
aquisição de língua estrangeira e, desse modo, cresce o nem sempre as dificuldades apresentadas pelos alunos
interesse pela interface entre Sociolinguística e Aquisição de durante a aquisição de uma língua estrangeira são originadas
Língua Estrangeira (LE), que estuda o modo em que o contexto pelo contexto linguístico, pois, muitas vezes, fatores
social influencia a aquisição e o uso de uma segunda língua. extralinguísticos como idade, período de aquisição da língua
Cultura e Sociolinguística na aula de LE Segundo Brown, estrangeira, motivação e background cultural podem ter
cultura é o contexto em que existimos, sentimos e nos grande influência sobre o aprendizado.
relacionamos com outras pessoas. De acordo com o autor, uma
língua é parte de uma cultura e uma cultura é parte de uma LINGUÍSTICA APLICADA A CONTEXTOS SOCIAIS:
língua, sendo estes dois aspectos conectados de tal forma que LINGUAGEM ESPECIALIZADA2
não é possível separá-los sem perder-se a importância da
cultura ou da língua. Com relação à prática pedagógica, há A linguística é uma ciência que possui a capacidade de
professores que não sabem como interligar o ensino de língua analisar os fenômenos presentes na linguagem em diferentes
estrangeira com o de cultura e acreditam que seu papel seria o contextos sociais. O conhecimento proveniente das teorias que
de ensinar língua “e” cultura. Entretanto, o ensino de cultura emergem da ciência linguística se aplica ao contexto
não deve ser visto como uma atividade “extra”, ou como uma empresarial, público ou privado, a partir do momento em que
quinta habilidade a ser aprendida (escrita, leitura, fala, escuta se suscita uma melhoria na capacidade de interação entre os
e cultura), e sim como um pano de fundo durante todo o membros dos grupos sociais pertencentes a esse contexto.
processo de ensino e de aprendizagem. É importante, por Esses grupos se valem de normas reguladoras do
exemplo, que o professor possibilite o conhecimento de comportamento linguístico de seus integrantes para se
diferentes culturas e, em vez de fazer com que os alunos se estabelecer a definição de um padrão na comunicação diária.
comportem como membros de determinado grupo cultural, Ressalte-se que ao analisar a linguagem em uso por grupos
levem estes a interpretar os significados de tal cultura. em diferentes contextos sociais, não há como deixar de
Segundo Sarmento (2004), é importante que os alunos sejam considerar as questões relativas ao léxico. O estudo acerca de
levados a tornarem-se responsáveis por suas próprias qualquer grupo social dentro de uma comunidade linguística,
palavras, de modo que aprendam a fazerem-se compreendidos pressupõe, logo de início, a existência de diversidade ou de
por membros de diferentes grupos culturais sem precisar variação, ou seja, toda comunidade de falantes se caracteriza
mudar de comportamento. Além disso, é tarefa do professor pelo emprego de diferentes modos de falar. Partindo dessa
demonstrar ao aluno os diferentes registros da língua-alvo concepção, pode-se dizer que a língua falada em toda
(formal ou informal), para que ele seja capaz de escolhê-los comunidade linguística apresenta sempre variações, o que
conforme a situação de comunicação. vale dizer que isso se deve ao fato de nenhuma língua se
Para isso, a autora sugere que, em vez de apresentar os manter como uma entidade homogênea, cabendo a sua
comportamentos e costumes estrangeiros para demonstrar representação por um conjunto de variedades.
como os falantes da língua-alvo se comportam, seria mais No presente artigo, temos a pretensão de apresentar a
proveitoso resgatar inadequações culturais da fala dos reflexão do caráter social do léxico e abordagens teóricas de
próprios alunos, o que os tornariam mais conscientes sobre diferentes autores sobre o tema norma e comportamento
seus estilos discursivos. Assim, o objetivo da aula de LE não linguístico. Dentre os assuntos em discussão, destacam-se a
seria o de fazer o aluno seguir as regras da cultura-alvo, e sim estrutura e as ciências do léxico, bem como as questões sociais
o de fazê-lo perceber os contrastes entre sua cultura e a cultura que emergem da implementação de normas reguladoras de
estrangeira. Portanto, o ensino de cultura é relevante por comportamentos, o uso de variante padrão e não padrão e a
evitar o estabelecimento de estereótipos e permitir que o concepção de certo e errado, em relação ao uso prático da
aluno tenha controle de seu próprio aprendizado, sendo capaz língua portuguesa.
de questionar o contexto em que o aprendizado da língua alvo
está inserido. Com relação ao ensino de inglês em países como Caráter Social do Léxico
o Brasil, em que os aprendizes não têm muitas oportunidades
para utilizar a língua fora da sala de aula, é comum alunos com Não há como contestar as fortes relações existentes entre
baixo background cultural se questionarem sobre a validade o léxico e cultura, léxico e sociedade. De acordo com Ferraz, a
de aprender outra língua e outra cultura. É dever do professor, capacidade do léxico de representar através de signos, os
em situações como essa, mostrar o papel da língua inglesa componentes do mundo referencial, físico, cultural, social e
como língua internacional, o que a torna a língua dos negócios, psicológico em que se situa o homem, o coloca como o
da pesquisa científica, do comércio, da tecnologia e da elemento da língua de maior efeito extralinguístico.

2 Paulo César Ribeiro NUNES

Inglês 3
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APOSTILAS OPÇÃO

Os diversos grupos sociais formados a partir da família, Em seus estudos acerca da estruturação do léxico,
escola, profissões relacionadas aos contextos empresariais, Biderman pondera que a abordagem onomasiológica é
religião, etc., presentes na evolução humana utilizam a língua característica da Lexicologia, muito embora a Lexicografia
como instrumento de comunicação interna e externa desses funcione sobremaneira dentro do método semasiológico.
grupos. O instrumento língua, utilizado na interatividade entre Reforça, ainda, essa pesquisadora que o confronto de um
todos os diversos grupos das comunidades de fala distintas, campo onomasiológico com os campos semasiológicos afins
está provido de um conjunto de signos que reportam ao atesta o fato de que eles se interpenetram e configuram-se
universo de coisas pertencentes aos membros dos citados como complementares.
grupos. Importa mencionar que a estrutura dos campos
Dentro de uma comunidade coexistem duas forças que onomasiológico e semasiológico encontra-se em constante
agem em sentido contrário: a de manutenção e a de variação mutação, tendo em vista a criatividade humana e o
do código linguístico, o que propicia a coexistência de formas consequente processo evolutivo da sociedade.
conservadoras e de formas inovadoras. Conforme é postulado Para Guilbert, ao compararmos as questões inerentes à
por Ferraz, a interação contínua dessas forças permite que a gramática e ao léxico, devemos ressaltar que o léxico, ao
língua natural se renove sem perder a sua base de identidade. contrário da gramática, sofre uma transformação muito mais
Outra postulação do mesmo autor é a de que não se pode rápida em seus elementos constituintes. Esse autor define que
afirmar que os membros de uma comunidade de fala se a gramática é uma estrutura puramente linguística, ao passo
comportam de forma padronizada, pois, se assim o fizermos, que o léxico, tendo em vista a dualidade
não estaríamos considerando o processo variacional significante/significado, participa da estrutura linguística e,
propiciado pelas diferenças existentes em função de geração, também, da evolução do mundo. Se por um lado o léxico
de origem, de profissão, de religião ou de formação envelhece em alguns de seus elementos, por outro, é
sociocultural que se fazem presentes em todos componentes enriquecido por novos elementos em conexão com a
da língua. quantidade de referentes novos e suas transformações.
Diante da exposição acima, Ferraz considera que, Diante dessa concepção, o léxico tem como função
[...] a comunidade linguística não é inteiramente representar na língua o mundo, em suas diversidades material,
homogênea: fragmenta-se em outras comunidades linguísticas social, cultural. Resultando na evolução, transformação, e
menores. Essa situação oferece ao usuário da língua condições criação no plano referencial que se estende automaticamente
de transitar a um só tempo por vários grupos linguísticos, isto ao nível lexical, independente de qual seja a forma semântico-
é, experimentar as variações estabelecidas em seu código lexical adotada para expressá-la. Sendo assim, o léxico deve,
linguístico ou utilizar, em caso de comunidade plurilíngue, necessariamente, fazer frente às novas necessidades da
mais de um sistema de signos linguísticos. sociedade, uma vez que toda “coisa”, todo conceito deve ser
O léxico de uma língua reflete o repositório de experiências nomeado para ser objeto do conhecimento e ter acesso a uma
seculares das comunidades que a utilizaram e a utilizam, de existência social.
forma que o léxico se constitui de unidades criadas a partir da
necessidade de interação com o universo sociocultural. De As ciências do Léxico
acordo com Ferraz, a evolução de uma sociedade, bem como as
transformações culturais (tradição, costume, moda, crença) O léxico como objeto de estudo tem sido abordado ao longo
propiciam mudanças no léxico, uma vez que esse está dos anos por várias ciências; importa-nos saber, neste artigo,
diretamente associado ao universo de pessoas e coisas. que a Lexicologia, a Lexicografia e a Terminologia estão
diretamente ligadas à materialidade linguística do objeto
Estrutura do Léxico léxico e que cada uma, a sua maneira, descreve o léxico das
línguas existentes. Porém, o léxico como componente social da
Pesquisas de diferentes linhas teóricas têm sido língua é estudado pela sociolinguística, que correlaciona
desenvolvidas com objetivo de constituir uma metodologia aspectos linguísticos e sociais nos trabalhos de pesquisa.
que dê cobertura ao estudo da forma como se estrutura o Sendo assim, apresentaremos, de maneira superficial, as três
léxico de uma língua. Entre os vários modelos propostos para ciências que descrevem o léxico em sua materialidade
a análise da estruturação do significado, há que se destacar a linguística e daremos um enfoque maior à Terminologia, por
teoria do campo semasiológico e onomasiológico, proposta entendermos que esta possui uma maior relação com o
por Kurt Baldinger que tão bem define e caracteriza essas contexto empresarial.
noções. Para esse estudioso, na estruturação do léxico, um
campo onomasiológico reúne todos os significantes de um Lexicologia
dado significado, ao passo que um campo semasiológico
engloba todos os significados possíveis que possam A Lexicologia é uma ciência do ramo da Linguística que tem
representar um determinado significante. Nessa perspectiva, a por objetivo o estudo científico do acervo de palavras de um
Onomasiologia representa a exposição das designações, determinado idioma, a que chamamos de léxico, sob diversos
enquanto a Semasiologia traduz a exposição das significações. aspectos. Para isso, ela procura determinar a origem, a forma
Para esse semanticista, a Onomasiologia e a Semasiologia e o significado das palavras que constituem o acervo de itens
representam dois enfoques, opostos e complementares, do lexicais de um idioma, bem como o seu uso na comunidade dos
processo léxico-semântico. falantes. Assim, por meio da Lexicologia, torna-se possível
No estabelecimento dos domínios desses dois campos, observar e descrever cientificamente as unidades léxicas de
Baldinger, sob a ótica da comunicação, destaca o seguinte: uma comunidade linguística. Na Lexicologia, a parte que mais
“..a onomasiologia corresponde à situação do falante que, importa é a unidade léxica. Conforme, Andrade:
tendo a sua disposição o tesouro estruturado da língua, deve [...] lexicologia é o estudo científico do léxico, isto é,
expressar seu pensamento; a semasiologia, em troca, propõe-se a estudar o universo de todas as palavras de uma
corresponde à situação do ouvinte que percebe formas já língua, vistas em sua estruturação, funcionamento e mudança,
selecionadas quer dizer, palavras sujeitas à polissemia e que cabendo-lhe, entre outras tarefas: definir conjuntos e
deve determinar as significações em questão. Ao longo da subconjuntos lexicais; examinar as relações do léxico de uma
comunicação oscilamos continuamente entre a onomasiologia língua com o universo natural, social e cultural; conceituar e
(ao falar) e a semasiologia (ao ouvir)” delimitar a unidade lexical de base – a lexia [...] (ANDRADE).

Inglês 4
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APOSTILAS OPÇÃO

Lexicografia Pode-se dizer também que, conforme é postulado por


Krieger e Finato, a eficiência na comunicação diária requer
A Lexicografia busca, por meios técnicos, o registro das também o conhecimento acerca de termos técnicos utilizados
unidades léxicas de um determinado léxico em obras por profissionais das mais variadas áreas. Já o intercâmbio
lexicográficas. Essas obras, a que denominamos dicionários, comunicativo entre esses profissionais solicita uma precisão
glossários, vocabulários, etc. no passado, entre os séculos XVI conceitual, como recurso essencial para univocidade dos
e XVIII, não se preocupavam com a organização e não termos utilizados, ou seja, há uma necessidade de
dispunham de critérios para inserção de palavras nas obras. padronização do conceito, para assegurar a compreensão dos
Nesse mesmo período, conforme Birderman, a lexicografia era termos de forma inequívoca. Essa é, talvez, a característica que
mais evoluída na França e Espanha, porém, no século XVI, revela a importância do conhecimento de termos técnicos para
dedicava-se unicamente à produção de dicionários bilingues e os usuários da linguagem especializada.
só durante o século XVII é que surgiram na Europa os No emprego da linguagem especializada, o uso de um
dicionários monolingues. Já a partir do século XIX, as obras termo técnico terá o seu valor de acordo com o contexto de uso
lexicográficas francesas foram ampliadas significativamente. deste termo, ou seja, para um profissional de uma área técnica,
Biderman ressalta também que a Lexicografia Portuguesa não o conhecimento da terminologia empregada no seu meio de
evoluira com a mesma intensidade que a Lexicografia trabalho é indispensável para a realização de suas atividades e
Francesa. representa um tipo de valor. Um profissional de outra área, por
O marco da produção lexicográfica em língua portuguesa, exemplo, um jornalista que às vezes precisa, ainda que
segundo Biderman, foi, sem dúvida, a obra de Antônio de parcialmente, dominar o uso da linguagem especializada para
Moraes e Silva, natural do Rio de Janeiro. A primeira edição se referir a um objeto ou situação pertencentes a esta
dessa obra, publicada em 1789, foi baseada no dicionário linguagem, dará um valor maior ao conhecimento técnico
produzido pelo padre Rafael Bluteau. especializado. Conforme Cabré: “Para os especialistas, a
A partir do século XX, conforme é postulado por Biderman, terminologia é o reflexo da organização conceitual de uma
os dicionários apuraram a qualidade a ponto de trazerem especialidade, e um meio inevitável de expressão e
informações enciclopédicas das unidades léxicas de maneira comunicação profissional”.
ordenada e organizada por entradas e acepções. Atualmente, O termo técnico traz muito mais do que o correspondente
com as contribuições das novas teorias linguísticas, que semântico de um determinado objeto, pois, cognitivamente,
surgiram também a partir do século XX, e as novas teorias de ele é responsável também pela circunstância de uso daquele
ensino de línguas, a Lexicografia moderna se expandiu e, além objeto, ou seja, o termo tem a função de nomear, mas
da produção de dicionários, se preocupa também com a apresenta, simultaneamente, o significado do objeto nomeado,
análise das metodologias de produção lexicográfica, isto é, com a sua devida descrição e a aplicação de uso desse objeto.
como e para que os dicionários têm sido feitos. Para a As terminologias são de suma importância para fixação e
Lexicografia, o componente principal do léxico é o lema. Este circulação do saber científico e técnico. Por isso, em função da
representa a entrada canônica nos dicionários das línguas. aceleração da produção do conhecimento na sociedade atual,
O lema, conforme Haensch, Wolf e Stefan Y Werner, é conforme Krieger e Finato atestam, a atualização do
considerado o significante das definições enciclopédicas e conhecimento dos termos técnico-científicos ocorre
linguísticas, com as seguintes especificações: ininterruptamente: “de certo modo, vive-se um processo de
“...em uma definição enciclopédica, o lema é considerado alfabetização técnico-científica, o que determina a ampliação
como significante da língua objeto, que se refere dos contatos com as terminologias”.
indiretamente a uma fração da realidade extralinguística, tal No contato com um léxico especializado, cuja interação
como se delimita em uma coletividade humana, definida linguística se faz a partir do uso de terminologia própria do
cultural e socialmente, mediante um conceito. Neste caso a segmento profissional e também de unidades léxicas
definição daria informação sobre um significante linguístico, pertencentes ao léxico geral da língua, torna se necessário o
seus conteúdos, seu uso ou sua interpretação, com base nos conhecimento, por parte do profissional pertencente a esse
conhecimentos sociais da realidade extralinguística; “ grupo especial, das gírias3, jargões4 e tecnoletos5 utilizados
“...em uma definição linguística, o mesmo lema teria de na comunicação diária pelos demais membros desse segmento
conceber como significante metalinguístico que se refere ao profissional, bem como das unidades léxicas do léxico geral
significante da língua objeto, formalmente idêntico.” envolvidas no processo de comunicação. Krieger, em relação à
Ressalte-se que não há uma preocupação exacerbada por Terminologia como ciência, postula em Krieger e Isquerdo, que
parte dos autores de artigos de dicionários com a questão “A Terminologia assumiu, portanto, uma face linguística e
teórica da distinção entre essas definições, de maneira que ainda avança no sentido de tomar como quadro referencial de
uma só definição contém, às vezes, elementos semasiológicos exame dos termos e seus reais contextos de ocorrência”.
e enciclopédicos e/ou elementos que não há como defini-los. O novo enfoque dado à ciência Terminologia propiciou o
que Krieger denominou de linguístico-comunicacional, pois,
Terminologia de acordo com essa autora, o léxico especializado já não é mais
visto somente como representação ontológica da área do
Ao se direcionar para o estudo acerca da terminologia, é conhecimento, pois, passou a ser também um componente da
importante ressaltar que em um sentido amplo ela se refere ao linguagem em funcionamento.
uso e estudo de termos pertencentes a uma linguagem A concepção de termo como elemento linguístico e não
especializada em um contexto específico. Mas Terminologia apenas como nódulo conceitual, que integra as comunicações
também se refere a uma disciplina mais formal que estuda profissionais, tem sido, segundo Krieger, o novo cenário
sistematicamente a rotulação e a designação de conceitos construído por diversos pesquisadores da Terminologia.
particulares a um ou vários assuntos ou campos de atividade Outra postulação de Krieger é a de que “o termo comporta-se
humana, por meio de pesquisa e análise dos termos em de modo semelhante às unidades do chamado léxico geral, e
contexto, com a finalidade de documentar e promover seu uso que o léxico especializado não constitui uma língua à parte,
correto. De acordo com André Clas, em terminologia, o sentido como antes se julgava”.
vai opor, certamente, a palavra ao termo, especificando que a A Terminologia, como já dito, se refere a uma disciplina
palavra está, de forma ampla, ligada a seu ambiente textual, mais formal que estuda sistematicamente a rotulação e a
mas que o termo depende de seu ambiente pragmático. designação de conceitos particulares a um ou vários assuntos
ou campos de atividade humana. Isso vale dizer que há uma

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preocupação em manter a precisão conceitual na definição dos Mollica afirma que as variáveis linguísticas e não
termos. Sendo assim, podemos conceber que se há uma linguísticas não agem isoladamente, mas operam num
precisão conceitual, evidentemente, existem normas para o conjunto complexo de correlações que inibem ou favorecem o
uso da linguagem composta por termos, da mesma forma que emprego de formas variantes semanticamente equivalentes e
existem normas para o uso da linguagem composta pelas cita como exemplos: escolarização alta, contato com a escrita,
demais unidades léxicas do chamado léxico geral da língua, o com os meios de comunicação de massa, nível socioeconômico
que nos permite inferir, que em ambos os casos, há a alto e origem social alta. De acordo com essa autora, as
necessidade de se atingir um padrão na comunicação. variáveis citadas como exemplos concorrem para o aumento
A norma pode ser interpretada por diversas correntes na fala e na escrita das variedades prestigiadas, admitindo,
teóricas, como veremos na próxima seção. Porém, ao se valer dessa forma, que existam pelo menos o padrão popular e o
de uma norma para se chegar a um padrão, simultaneamente, culto.
buscamos manter o prestígio da norma mais valorizada para o Ainda em relação à norma, Mollica postula que a
contexto em que fazemos uso da linguagem. Se o contexto de escolarização tem sido testada amplamente para se verificar o
uso relaciona-se a segmentos empresariais, que suscitam de seu grau de influência sobre os falantes quanto à apropriação
uma maior formalidade nas comunicações, obviamente, da norma de prestígio. A autora destaca a existência de três
procuraremos nos pautar em um padrão de norma que se tendências para efeito da escolarização sobre as formas
assemelha ao padrão considerado culto. padrão provenientes de estilos e gêneros mais formais. Essas
tendências referem-se ao uso de variante padrão
Norma e Variação estigmatizada pela escola que chegam a ser corrigidas, uso de
variante padrão e não padrão simultaneamente e substituição
A norma é objeto de estudo de várias correntes teóricas, da variante não padrão pela variante padrão. Silva e Scherre
embora essa não tenha sido muito destacada na corrente demonstraram as três tendências em painel de forma
estruturalista, foi Eugênio Coseriu (1979), no âmbito dessa ampliada:
corrente, quem explicou com mais clareza o conceito de a) Podem ocorrer casos em que os falantes entram na
norma, vinculando-o ao de “langue” e de “parole” da teoria escola oscilando entre um grande e um pequeno uso da
saussureana. Ao inserir o conceito de norma no modelo de variante padrão; a escola “poda” a criança que não se amolda
Saussure, que contemplava a dicotomia língua/fala, Coseriu ao sistema de ensino. (...) Nesses casos, trata-se de variantes
amplia o modelo existente para tricotomia sistema, norma e estigmatizadas pela escola, que chegam a ser
fala. sistematicamente corrigidas.
De acordo com Coseriu, na norma, a referência é ao como b) Em outros casos, em que a maioria dos falantes entra na
se diz e não ao como se deve dizer, esse traço caracteriza a escola sem usar a variante padrão, esta é adquirida durante
norma prescritiva. Na visão desse autor, o sistema é sua escolarização sem que desapareça, porém, a variante não
compreendido como um conjunto de oposições funcionais, padrão. Enquanto no primeiro ano escolar só há indivíduos
enquanto a norma é a realização coletiva do sistema, incluindo que tendem a usar ambas as variantes. (...) Algumas variantes
o próprio sistema com seus elementos não pertinentes, mas não padrão não chegam a ser estigmatizadas pela escola, não
normais na fala de uma comunidade. Sendo assim, podemos sendo objeto de correção.
inferir que a norma é, portanto, o costume, a tradição c) Finalmente, uma terceira modalidade ocorre quando os
continuada, presente nos hábitos linguísticos de uma falantes entram na escola apenas com a variante que se
comunidade. Dessa forma, a norma é, segundo Coseriu, “um considera não padrão, mas, paulatinamente, substituem essa
sistema de realizações obrigatórias, consagradas social e variante pela considerada padrão.
culturalmente”. Conforme Bourdieu, as manifestações linguísticas recebem
Na teoria sociolinguística de orientação laboviana, a norma um valor do que ele denominou “mercado linguístico”, aliado
é vista como as realizações sociais e culturais avaliadas à renda, sexo, faixa etária e nível escolar do falante.
positivamente por uma determinada comunidade. O que a Conforme Naro e Scherre, o efeito da mídia sobre as
sociolinguística tem explicitado em suas pesquisas é que os variantes de prestígio tem despertado o interesse e tem sido
aspectos funcional e social da linguagem se interpenetram de objeto de estudo para verificar até que ponto há influência dos
maneira que não se pode conceber um sem o outro. meios de comunicação nos comportamentos linguísticos.
Labov assinala que, na pesquisa realizada por ele em Nova Mollica avalia que, embora haja evidências da correlação
Iorque, na investigação em torno da pronúncia do r, ficou constante e regular entre estruturas linguísticas standard
comprovado que o processo de socialização linguística em (padrão), há também o indicativo de que o uso de construções
favor do uso da norma de prestígio foi mais lento para os não padrão com certa frequência por pessoas de classe e renda
membros da classe média baixa, que não vão à faculdade, do alta, como é o caso do uso de dele em substituição a seu, com o
que para os falantes da classe média alta, que começam se objetivo de evitar ambiguidades, tem se consolidado como
ajustar à nova norma nos últimos anos da escola secundária. standard entre as pessoas pertencentes a essa classe.
Isso revela que a norma de prestígio mantém um padrão de
referência que tende a influenciar no comportamento COMO REDIGIR CORRETAMENTE EM INGLÊS
linguístico dos falantes daquela comunidade.
Preti, sobre as questões inerentes à norma, postula que ela De acordo com Ricardo Schütz3 enrolar, enfeitar a jogada,
representa o acesso ao processo de padronização e enfeitar a noite do meu bem, encher linguiça, são expressões
nivelamento da língua utilizada por um grupo social, cabendo populares usadas para referir-se ao hábito do uso da retórica
à própria comunidade preservar a norma por ela mesma na linguagem. Esta tendência, frequentemente observada em
estabelecida. Essa posição em relação à preservação da norma, português, é um vício remanescente de séculos passados,
por parte da comunidade, fica evidente na preocupação dos quando a linguagem escrita era uma arte dominada por poucos
falantes em manter a variante tida como padrão, quando e a sua função era predominantemente literária. Retórica era
procuram saber o que é certo ou errado em questões inerentes sinal de erudição, e por vezes a forma chegava a se impor sobre
à língua. o conteúdo.

3 Schütz, Ricardo. "Como Redigir Corretamente em Inglês." English Made in

Brazil <http://www.sk.com.br/sk-write.html>.

Inglês 6
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APOSTILAS OPÇÃO

Nos tempos modernos, entretanto, com a dedicava muito tempo burilando textos que valorizavam a
internacionalização do mundo e com o crescente estética e o subjetivismo, num mundo que ainda se
desenvolvimento da tecnologia de comunicação, a comunicava muito através da literatura.
funcionalidade dos idiomas como meios de comunicação clara
e objetiva se impõe a tudo mais, fato este reconhecido também Outros vão mais longe ainda. Afirmam que, há mais de 20
pelos mais respeitados representantes da língua portuguesa: séculos, diferenças sociais e culturais já marcavam contrastes.
Enquanto o Império Romano da língua latina mantinha seu
"A diferença entre o escritor e o escrevedor está sobretudo apogeu pela força militar, permitindo a existência de classes
na economia vocabular. Conseguir o máximo com o mínimo - eruditas que podiam se dedicar às artes e às letras, quando
eis um sábio programa." (Celso Pedro Luft) meio século antes de Cristo o orador Cícero já se dedicava à
crítica literária e ao estudo de retórica e o poeta Virgílio
Especialmente no caso do inglês, hoje adotado como língua destilava seu lirismo profetizando com eloquência o destino de
internacional, esta tendência é marcante. O inglês moderno na Roma no mundo; àquela época os povos bárbaros de línguas
sua forma escrita não tolera retórica. No comércio germânicas encontravam-se ou guerreando ou trabalhando
internacional, na imprensa escrita, e nos meios acadêmicos para sobreviver e pagar impostos ao Império, sem tempo para
exige-se cada vez mais clareza. Frases longas, adjetivação as artes, e usando uma linguagem de comunicação curta e
excessiva, tom vago, textos que exigem maior esforço para objetiva, sintonizada em fatos concretos e nos afazeres de seu
serem compreendidos, falta de concisão, todas estas dia-a-dia.
características facilmente são consideradas pobreza de estilo.
A beleza do inglês moderno está na substância, na Seja qual for a origem, o fato é que hoje, em pleno alvorecer
simplicidade, na clareza, na riqueza de detalhes e na da era da informação, num mundo que se transforma numa
integridade lógica. comunidade cada vez mais interdependente e que se comunica
cada vez mais, diferenças idiomáticas representam um
Em paralelo a isso, a redação e editoração de textos via empecilho para ambos os lados. Nunca o mundo se comunicou
computadores está criando uma tendência à padronização do tanto, nunca o tempo foi tão curto para tanta informação, e
inglês na sua forma escrita. Pelo fato de ter sido um país de portanto nunca a objetividade na linguagem foi tão necessária.
língua inglesa (EUA) o berço da informática, os softwares hoje
existentes para processamento ou edição de textos oferecem REGRAS PARA UMA BOA REDAÇÃO
recursos avançados para verificação gramatical de textos em
inglês. Estes "grammar checkers" seguem todos os mesmos 1. Organize suas ideias em itens, faça um outline.
preceitos básicos, influindo de forma semelhante sobre quem
redige, e conduzindo lenta e gradativamente a uma maior Itemizar os pontos importantes da ideia possibilita
padronização na forma de escrever. disciplinar seu pensamento, estabelecendo uma sequência
lógica entre os elementos da ideia. Possibilita também
Por tudo isso pode-se dizer que redigir bem em inglês é relacionar todos os pontos importantes e estabelecer uma
mais fácil do que se imagina. A primeira condição, que apesar hierarquia de importância entre eles. Um outline ou esboço
de elementar é muito pouco observada, é de que o texto seja normalmente contém uma introdução, desenvolvimento da
sempre criado a partir de uma ideia. Em qualquer língua, texto ideia com discussão de todos os elementos, e conclusão.
escrito deve ser sempre o reflexo de uma ideia, que por sua vez
origina-se em fatos do universo. A ideia é sempre anterior ao 2. Certifique-se de que cada oração tenha um sujeito e
texto. Se a ideia não for clara, o texto também não o será. que o sujeito esteja antes do verbo.

Outra condição é domínio sobre o idioma falado. A Em português frequentemente as frases não têm sujeito.
expressão comumente ouvida: "essa frase não me soa bem" Sujeito oculto, indeterminado, inexistente, são figuras
bem ilustra a importância da oralidade. Ou seja, não é o gramaticais que no português explicam a ausência do sujeito.
conhecimento gramatical, mas sim a familiaridade com a Isto no inglês entretanto não existe. A não ser pelo modo
língua falada que nos permite discernir o certo do errado, o imperativo, toda frase em inglês normalmente tem sujeito. Na
bom estilo do estilo pobre. É por isso que traduções ou versões falta de um sujeito específico, muitas vezes o pronome IT deve
a partir de um texto em português, feitas com a ajuda de ser usado. Além disso, em português muitas vezes o sujeito
dicionário, normalmente produzem resultados desastrosos. A aparece no meio ou no fim da frase. Em inglês ele deve estar
não ser quando se trata de documentos, e com ressalvas, não sempre antes do verbo (a não ser no caso de frases
deveria existir o que chamam de tradução literal. Todo texto interrogativas), e de preferência no início da frase. Observe os
precisa ser interpretado, isto é: a ideia precisa ser entendida e seguintes exemplos:
então recriada, e diferenças culturais explicadas sob a nova
ótica.
Está chovendo. (sujeito It's raining.
inexistente)
ORIGENS DAS DIFERENÇAS
An airplane crashed
Ontem caiu um avião. yesterday.
Há quem diga que esta tendência no português de se ser
vago, de se valorizar uma linguagem afastada dos fatos e
Esses dias apareceu lá na A salesman came to the
maquiada pelas formas, é um hábito originado nos anos de
companhia um vendedor. office the other day.
regime militar, quando jornalistas tinham que informar mas
Acaba de fracassar uma One of the most
tinham receio de se comprometer. A "liberdade vigiada"
daqueles anos de regime de exceção exigia um subterfúgio, estratégia publicitária das creative publicity
mais criativas. strategies has just failed.
uma linguagem não-explícita, cuja mensagem ficasse por conta
da capacidade de imaginação do leitor.
Há cerca de dois meses, The representative of our
justamente quando a creditor banks attended a
Já outros acreditam serem as raízes mais profundas.
empresa passava por directory meeting about
Evocam o período colonial do Brasil, quando o trabalho era
dificuldades de natureza two months ago to warn
responsabilidade da mão-de-obra escrava, e a classe letrada

Inglês 7
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APOSTILAS OPÇÃO

Este princípio de economia em relação ao uso de palavras


financeira, compareceu à that our credit lines would
aplica-se também ao uso de formas desnecessariamente
reunião da diretoria o have to be reduced, just
complexas. Exemplos:
representante dos nossos when the company was
bancos credores para avisar facing financial
que nossas linhas de crédito difficulties. Complexo:
teriam que ser reduzidas. The multiplicity of
functionality is really Correto:
advantageous to the overall The many functions of the
Ao formar uma frase, o aluno deve acostumar-se a pensar marketability of the product. product will help its sales.
sempre em primeiro lugar no sujeito, depois no verbo. O
pensamento em inglês estrutura-se, por assim dizer, a partir
After liquidating her After paying her debts, she
do sujeito. A ordem natural e até certo ponto rígida dos
indebtedness she was still in still had enough money to
elementos da oração em inglês é: Sujeito - Verbo -
possession of sufficient set up a small business.
Complemento. Comparando o ato de escrever com a
resources to establish a small
montagem de uma peça teatral, poderíamos dizer que no
commercial enterprise.
português há uma tendência a se montar o cenário para então
colocar-se o ator principal em cena. No inglês, a ordem normal
seria inversa: primeiro coloca-se o personagem principal 5. Seja objetivo; apresente fatos em vez de opinões.
(sujeito e verbo) para então completar com a montagem do
cenário (objetos, adjuntos adverbiais e adnominais e orações Em qualquer idioma fatos sempre informam mais do que
subordinadas). opiniões subjetivas. O texto deve se limitar o mais possível a
fatos, ficando a conclusão reservada para o leitor. Não
3. Use frases curtas. imponha ao leitor o seu julgamento; permita-lhe formar o seu
próprio. É sempre desejável ser o mais claro e específico
A ideia a ser comunicada deve ser dividida em partes na possível, substituindo palavras de mero efeito ou de
medida do possível. Uma frase excessivamente longa, além de significado vago, pela respectiva explicação. Exemplo:
aumentar as chances de erro, é sempre mais difícil de ser lida
e entendida do que uma série de frases curtas. A tendência de
Subjetivismo vago: Correto:
se usar frases longas é comum no português. No inglês este
fenômeno é chamado de run-on sentence. Textos em inglês
The speaker The speaker presented his topic well,
normalmente contêm mais pontos finais e menos vírgulas do
was fascinating to and the audience enjoyed his analogies
que em português. Exemplo:
the audience. from daily life.

Formas mais adequadas: There Several photographs, video tapes and


Frases inadequadas:
is evidence that testimonies show that UFOs may
This computer doesn't make UFOs may actually actually exist.
This computer doesn't make
sense to me. It came without exist.
sense to me, it came without
a manual. Our language teachers are native
a manual.
Our language speakers with college education.
Last July I went on vacation teachers are highly The effects of television can be very
During my vacation in July,
in the south of France and qualified. damaging. The soap operas portray
when I went to the south of
other parts of central I hate television. dishonesty, violence, ill emotions, all
France and other parts of
Europe. I bought many kinds of negative social behavior, and
central Europe, I bought
souvenirs and saw many the news is often biased.
many souvenirs and I saw
interesting places. Some of
many interesting places,
the places I visited were the
both the normal tourist sites 6. Cuidado com o uso de voz passiva.
normal tourist sites, and
and the lesser known
others were lesser known
locations. Voz passiva consiste em trocar o sujeito e o objeto direto
locations.
de posição. O objeto assume a posição do sujeito, mas
permanece inativo, isto é, passivo. Passa a ser um sujeito que
4. Seja breve e evite o uso de palavras desnecessárias. não é autor de ação nenhuma. O verdadeiro sujeito, por outro
Tanto no inglês como no português existem certas palavras lado, assume o papel de agente da passiva, sendo que neste
que devido à forma abusiva com que são usadas, deixaram de papel deixa de ser essencial à oração, ficando frequentemente
carregar qualquer significado. Tornaram-se modismos que omitido. Exemplos:
servem apenas para conferir um falso tom de intelectualidade
e confundir. Exemplo disso no português são as expressões
The cat ate the O gato comeu o
realmente, evidentemente, efetivamente, a rigor, em termos Voz ativa.
mouse. rato.
de, etc. No inglês temos expressões como: absolutely, as a
matter of fact, actually, really, it seems to me, you know, etc., The mouse was O rato foi comido
as quais pouco ou nada acrescentam à mensagem. Observe o Voz passiva.
eaten by the cat. pelo gato.
seguinte exemplo:
The mouse was Voz passiva sem
O rato foi comido.
eaten. agente.
Impróprio:
As a matter of fact, I'm Correto:
absolutely tired. Actually I don't want to go to the No português, o uso da voz passiva é extremamente
that's the reason why I don't movies tonight because I'm comum e apropriado ao idioma. O tom vago de uma voz
really want to go to the movies tired. passiva sem agente, assim como um sujeito indeterminado,
tonight. são características típicas do português. No inglês moderno,
por outro lado, a voz passiva chega a ser quase proibitiva

Inglês 8
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APOSTILAS OPÇÃO

porque destoa em relação à necessidade de clareza e de Questões


presença de fatos, limitando-se seu uso a casos em que o
agente da passiva é desconhecido, irrelevante ou 1. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV)
subentendido. Ocorre também com alguma frequência em TEXT I
trabalhos científicos. Exemplos: How music is the real language of political diplomacy
Forget guns and bombs, it is the power of melody that has
The store was robbed last night. (desconhecido) changed the world
Toyotas are made in Japan. (irrelevante)
Clinton was elected President. (subentendido) Marie Zawisza
The sodium hydroxide was dissolved in water. This solution Saturday 31 October 2015 10.00 GMT
was then titrated with hydrochloric acid. (texto científico) Last modified on Tuesday 10 November 201513.19 GMT

Exemplo de um
O mesmo texto
texto em
Como não deve redigido em
português
ser redigido em inglês, de forma
normal,
inglês: mais
abundante em
apropriada:
voz passiva:

Ficou decidido
It has been
que os débitos
decided that the
deverão ser The company
debts must be paid
saldados até o decided the
before the end of
final do mês de farmers must pay An old man plays his cello at the foot of a crumbling wall.
the month of
novembro, a their debts before The notes of the sarabande of Bach’s Suite No 2 rise in the cold
November, being
partir de quando the end of air, praising God for the “miracle” of the fall of the Berlin Wall,
after then
então serão November. After as Mstislav Rostropovich later put it. The photograph is seen
collected with
cobrados com that, interest and around the world. The date is 11 November 1989, and the
interest and
juros e correção monetary Russian virtuoso is marching to the beat of history.
monetary
monetária. Os correction will be Publicity stunt or political act? No doubt a bit of both – and
correction
plantadores em added. Our field proof, in any case, that music can have a political dimension.
(inflation). The
débito serão personnel will Yo-Yo Ma showed as much in September when the cellist
farmers in debt
visitados pelo visit and notify opened the new season of the Philharmonie de Paris with the
will be visited by
pessoal de campo the farmers of the Boston Symphony Orchestra. As a “messenger of peace” for the
the field personnel
e serão avisados a new United Nations, the Chinese American is the founder of Silk
and will be
respeito das determinations. Road Project, which trains young musicians from a variety of
notified of the new
novas cultures to listen to and improvise with each other and
determinations.
determinações. develop a common repertoire. “In this way, musicians create a
dialogue and arrive at common policies,” says analyst Frédéric
Ramel, a professor at the Institut d’Études Politiques in Paris.
7. Mantenha uma conexão lógica entre as frases
By having music take the place of speeches and peace talks, the
fazendo uso correto de Words of Transition.
hope is that it will succeed where diplomacy has failed.[…]
Curiously, the study of the role of music in international
Words of transition ou Words of connection são conjunções,
relations is still in its infancy. “Historians must have long seen
advérbios, preposições, etc., que servem para estabelecer uma
it as something fanciful, because history has long been
relação lógica entre frases e ideias. O uso correto destas
dominated by interpretations that stress economic, social and
palavras de conexão confere elegância ao texto e, mais
political factors,” says Anaïs Fléchet, a lecturer in
importante, solidez ao argumento. Exemplos:
contemporary history at the Université de Versailles-St-
Quentin and co-editor of a book about music and globalisation.
I went swimming in spite of the “As for musicologists,” she adds, “until quite recently they
It was cold. I went
cold weather. Although it was cold, were more interested in analysing musical scores than the
swimming.
I went swimming. actual context in which these were produced and how they
were received.” In the 1990s came a cultural shift. Scholars
Many people watch TV. were no longer interested solely in “hard power” – that is, in
Although many people watch TV, I
I don't like to waste my the balance of powers and in geopolitics – but also in “soft
don't like to waste my time
time watching power”, where political issues are resolved by mutual support
watching television because the
television. The quality rather than force. […]
quality of the programs is very
of the programs is very
poor. Therefore I'm going to read
poor. I'm going to read
books instead of watching soap
books. I'm not going to
operas.
watch soap operas.

Inglês 9
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APOSTILAS OPÇÃO

Gilberto Gil sings while then UN secretary general Kofi Leia o texto e responda as questões 3 e 4.
Annan plays percussion at a September 2003 concert at the UN Text 1
headquarters honouring those killed by a bomb at a UN office The good oil boys club
in Baghdad a month earlier. Photograph: Zuma/Alamy
Since then, every embassy has a cultural attaché. The US It should have been a day of high excitement. A public
engages in “audio diplomacy” by financing hip-hop festivals in auction on July 15th marked the end of a 77-year monopoly on
the Middle East. China promotes opera in neighbouring states oil exploration and production by Pemex, Mexico`s state-
to project an image of harmony. Brazil has invested in culture owned oil company, and ushered in a new era of foreign
to assert itself as a leader in Latin America, notably by investment in Mexican oil that until a few years ago was
establishing close collaboration between its ministries of considered unimaginable.
foreign affairs and culture; musician Gilberto Gil was culture The Mexican government had hoped that its firstever
minister during Luiz Inácio Lula da Silva᾽s presidency from auction of shallow-water exploration blocks in the Gulf of
2003 to 2008. He was involved in France’s Year of Brazil. As Mexico would successfully launch the modernisation of its
Fléchet recalls, “the free concert he gave on 13 July, 2005 at the energy industry. In the run-up to the bidding, Mexico had
Place de la Bastille was the pinnacle. That day, he sang La sought to be as accommodating as its historic dislike for
Marseillaise in the presence of presidents Lula and Jacques foreign oil companies allowed it to be. Juan Carlos Zepeda,
Chirac.” Two years earlier, in September 2003, Gil sang at the head of the National Hydrocarbons Commission, the regulator,
UN in honour of the victims of the 19 August bombing of the had put a premium on transparency, saying there was “zero
UN headquartes in Baghdad. He was delivering a message of room” for favouritism.
peace, criticising the war on Iraq by the US: “There is no point When prices of Mexican crude were above $100 a barrel
in preaching security without giving a thought to respecting last year (now they are around $50), the government had
others,” he told his audience. Closing the concert, he invited spoken optimistically of a bonanza. It had predicted that four
then UN secretary general Kofi Annan on stage for a surprise to six blocks would be sold, based on international norms.
appearance as a percussionist. “This highly symbolic image, It did not turn out that way. The results fell well short of
which highlighted the conviction that culture can play a role in the government’s hopes and underscore how residual
bringing people together, shows how music can become a resource nationalism continues to plague the Latin American
political language,” Fléchet says. oil industry. Only two of 14 exploration blocks were awarded,
(adapted from http://www.theguardian.com/music/2015/oct/31 /music- both going to the same Mexican-led trio of energy fi rms. Offi
language-human-rights-political-diplomacy)
cials blamed the disappointing outcome on the sagging
international oil market, but their own insecurity about
The word that is closer in meaning to “stunt” in the
appearing to sell the country’s oil too cheap may also have
question “Publicity stunt or political act?” is:
been to blame, according to industry experts. On the day of the
(A) tip;
auction, the fi nance ministry set minimum-bid requirements
(B) event;
that some considered onerously high; bids for four blocks
(C) brand;
were disqualifi ed because they failed to reach the offi cial fl
(D) story;
oor.
(E) poster.
(Source: http://www.economist.com/news/business/21657827-
2. (TRE-MT – Conhecimentos Gerais para o Cargo 3 – latinamericas-oil-fi rms-need-more-foreign-capital-historic-
auctionmexico-shows)
CESPE) In the short term, the justice system can gain
consistency by striving for standardization and by publishing
3. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento –
the result of that effort. Broadly speaking, the court system
ESAF) According to text 1 above, Juan Carlos Zepeda
resolves disputes by providing answers where the parties
(A) disliked all foreign oil companies.
themselves cannot find them. It generates public trust by
(B) was for favouritism.
honouring arguments with new solutions, and this
(C) gave reluctant support to the first auction.
fundamental task must be supported by proportional and
(D) was certain that no rigging was to happen.
adequate use of technology, never reduced. In this sense,
(E) was against the auction.
judicial organizations need to pay serious attention to their
information technology policies to guarantee that justice is
4. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento –
served.
ESAF) As stated in the passage, the public auction
Public guidelines for frequently occurring decisions can
(A) gave rise to new times concerning oil production.
fulfil the need for consistency. Automating the guidelines can
(B) started the monopoly on oil exploration.
be a next step. Public guidelines can reduce the number of
(C) cut off the hopes for a bonanza.
points in dispute, and perhaps even entire disputes, to be put
(D) was successful in achieving the modernization of
before the judge. Thus, increasing consistency also shortens
Mexican economy.
turnaround time. There is more to this than just implementing
(E) set out apprehension for the expansion of oil
technology, however. Developing routines and public
exploration and production.
guidelines require active work on the part of the judges and
their staff in the courts. Judiciaries need to be responsible for
5. (Receita Federal – Auditor Fiscal da Receita Federal
their own performance as administrators of justice.
– ESAF) The IRS Chief Counsel is appointed by the President
Internet: <http://home.hccnet.nl> (adapted). of the United States, with the advice and consent of the U.S.
Senate, and serves as the chief legal advisor to the IRS
According to the text, public guidelines. Commissioner on all matters pertaining to the interpretation,
(A) show that judges and their staff are responsible for the administration, and enforcement of the Internal Revenue
administration of justice. Code, as well as all other legal matters. Under the IRS
(B) will increase the amount of time needed for a court Restructuring and Reform Act of 1998, the Chief Counsel
decision. reports to both the IRS Commissioner and the Treasury
(C) can become automated for frequent decisions. General Counsel. Attorneys in the Chief Counsel’s Office serve
(D) solve the points in dispute. as lawyers for the IRS. They provide the IRS and taxpayers
(E) have the power to certainly reduce entire disputes. with guidance on interpreting Federal tax laws correctly,

Inglês 10
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represent the IRS in litigation, and provide all other legal CALL I need to call off our
support required to carry out the IRS mission. Chief Counsel cancelar
OFF meeting.
received 95,929 cases and closed 94,323 cases during fiscal He keeps putting off
year 2012. Of the new cases received, and cases closed, the PUT OFF adiar
going to the dentist.
majority related to tax law enforcement and litigation,
If you keep those results
including Tax Court litigation; collection, bankruptcy, and
KEEP UP manter up you will get into a
summons advice and litigation; Appellate Court litigation;
great college.
criminal tax; and enforcement advice and assistance. In Fiscal
Year 2012, Chief Counsel received 31,295 Tax Court cases SHOW
aparecer She finally showed up.
UP
involving taxpayers contesting an IRS determination that they
owed additional tax. The total amount of tax and penalty in CHEER Alegrar / animar They brought you some
dispute at the end of the fiscal year was almost $6.6 billion. UP alguém ou algo flowers to cheer you up.
(Source: Internal Revenue Service Data Book, 2012.) ASK convidar alguém He asked me out last
OUT para sair week.
During fiscal year 2012, the Chief Counsel's office GET dar-se bem com I get along well with my
succeeded in ALONG alguém sister
(A) turning down over 30,000 appeals by taxpayers.
(B) securing over $6 billion for the State.
Separable and Inseparable Phrasal Verbs
(C) winning the majority of litigation cases.
(D) processing most of the cases it received.
Diversos Phrasal Verbs podem ter o verbo e a preposição
(E) voiding 1,606 cases fled by taxpayers.
separados por meio de um objeto, esse tipo de Phrasal Verb é
denominado “Separable”.
Gabarito
No entanto, há outros em que o verbo e a preposição
devem estar juntos, esses são os “Inseparable”.
01. B / 02. C / 03. D / 04. A / 5. (D)
Run into (topar, bater, atropelar algo ou alguém) – I
2) Conteúdos linguístico- always run into Dr. Freman at the supermarket.
(Inseperable)
textuais: a) Denotação e
conotação Write down (anotar) – I write everything he says down.
(Separable)

Em língua portuguesa, Denotação é quando uma palavra é Segue abaixo uma lista com os principais Phrasal Verbs:
interpretada no sentido literal, como por exemplo:
GIVE UP - desistir
“Eu fiz uma tatuagem no meu braço direito”, ou GO ON - continuar
“Machuquei meu braço ontem” GET OVER - acabar
COME BACK - voltar
Ou seja, como expressado acima, as palavras (ou frases) CALL BACK- retornar a ligação
estão referenciando diretamente a parte do corpo chamada FIND OUT - descobrir
“braço” HANG ON - esperar
DROP OFF – deixar algo em algum lugar
E Conotação, é quando a não usamos essa interpretação LOOK OVER - revisar
literal das palavras. Usando a palavra braço do mesmo THROW AWAY – jogar fora
exemplo anterior temos: THINK OVER - considerar
“O Vice-Presidente é o braço direito do Presidente”, ou FILL IN – preencher
“Não seja aquela pessoa que nunca da o braço a torcer” FIX UP - consertar
HOLD ON - esperar
Como podemos ver, são expressões que caracterizam algo WORK OUT – malhar, exercitar-se
diferente do que a palavra em si queria dizer.
To Call – chamar
Na língua inglesa usamos o nome “Phrasal Verbs” para Call for – exigir, requerer.
representar tais expressões. Exemplo: This work calls for a lot of patience.

Phrasal Verbs Call in – convidar


Call off – cancelar
O termo “Phrasal Verb” determina a junção de um verbo a Exemplo: I'm going to call off my medical appointment
uma preposição ou a uma partícula adverbial. Em detrimento because I feel much better now.
de tal união o verbo assume uma nova significação.
Call out – gritar para
Segue abaixo alguns exemplos de Phrasal Verbs: Call up – telefonar
Exemplo: They called up the man.
LOOK I always looked up to
admirar
UP TO my parentes. To come – vir
LET Come across – encontrar por acaso
desapontar He won't let you down. Come down – descer
DOWN
BRING We brought three
educar Come in – entrar
UP children up.
Come off – sair, desprender-se
Come on – entrar em cena

Inglês 11
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Come out – sair Make up – fazer as pazes


Come up – subir, surgir To put – pôr, colocar
Put aside – guardar, economizar
To get – adquiri, obter Put away – guardar, pôr no lugar
Get along with – dar-se bem com alguém Put off – adiar
Get away – escapar Exemplo: I think I'll have to put off my dental appointment.
Get away with – safar-se
Get in – entrar Put on – vestir
Get into – entrar Put out – pôr para fora
Get off – descer, apesar de Exemplo: The firemen put out the fire.
Get on – subir, montar
Get on with – continuar Put up – hospedar
Get out – sair Put up with – tolerar, suportar
Exemplo: Get out of here!
To run – correr
Get over – superar, livra-se de Run after – correr atrás
Get over with – terminar, acabar Run away – fugir
Get up – levantar-se Run down – escorrer
Exemplo: I usually get up early. Run into – encontrar inesperadamente
Run out of – ficar sem
To give - dar Run over – atropelar
Give away – doar Exemplo: He ran over my bicycle with his car.
Exemplo: She gave away her old dress.
To take – tomar, levar
Give back – devolver Take after – puxar, assemelhar-se
Give in – ceder, entregar-se Take away – levar embora
Give off – exalar Exemplo: Take it away from here.
Give onto – dar para
Give up – desistir Take down – derrubar
Take in – enganar
To go – ir Take off – tirar
Go after – ir atrás, perseguir Exemplo: Take your coat off!
Go at – atacar lançar-se sobre
Go away – ir embora Take on – contratar
Go down – descer Take out – levar para fora
Go for – ir buscar Exemplo: I'm going to drink tonight and don't try to take
Go off – explodir me out of it.
Go on – continuar
Go out – sair Take over – assumir chefia, direção
Go over – rever, repassar
Go with – combinar com Questões
Go up – subir
1. I'd like to stop smoking but I just can't ______ it up.
To look – olhar a) give
Look after – cuidar de b) turn
Exemplo: Could you look after the children this evening? c) put
d) hurry
Look at – olhar para
Look down on – menosprezar 2. I'm getting really unfit. I think I should ______ up a
Look for – procurar sport.
Exemplo: What are you looking for? a) speak
b) take
Look forward – aguardar ansiosamente c) put
Look into – examinar, analisar d) hurry
Look out – tomar cuidado
Look up – consultar (livro, literatura) 3. I'm fed up hearing you talk all the time. Why don't
Look up to – admirar you just ______ up and listen for once?
Exemplo: You have to look up the dollar exchange rate a) cheer
every day. b) move
c) put
To make - fazer d) shut
Make into – transformar
Make off – fugir, escapar 4. He's a really irritating person. I don't see how you
Make out – preencher (cheque) ______ up with him.
Make out – entender, captar a) speak
Make up – inventar, criar b) move
Exemplo: You can attend classes on Saturdays to make up c) put
for the classes you missed. d) hurry

Inglês 12
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5. If you don't put any oil in the motor when the (C) Nasty
warning light comes on, it's likely to ______ up. (D) Ravenous
a) send (E) Thrilled
b) seize
c) put 03. Escolha a alternativa correta que apresenta um
d) set antônimo da palavra RIGHT.
(A) Rigid
Gabarito (B) Wrong
(C) Far
1. (A) / 2. (B) / 3. (D) / 4. (C) / 5. (B) (D) Ugly
(E) Dead

04. Escolha a alternativa correta que apresenta um


b) Sinonímia e antonímia sinônimo da palavra HORRIBLE.
(A) Cheerful
(B) Reputable
(C) Starving
SYNONYMS AND ANTHONYMS (D) Horrid
(E) Delighted
Sinônimos
São palavras de sentido igual ou aproximado. Na maioria 05. Escolha a alternativa correta que apresenta um
das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo outro. antônimo da palavra DARK.
Embora irmanados pelo sentido comum, os sinônimos (A) Starving
diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de (B) Ugly
significação e certas propriedades que o escritor não pode (C) Delighted
desconhecer. O fato linguístico de existirem sinônimos chama- (D) Light
se sinonímia, palavra que também designa o emprego de (E) Elated
sinônimos.
Gabarito
Antônimos
São palavras de significação oposta. A antonímia pode 01.C / 02.D / 03.B / 04.D / 05.D
originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo.

c) Correlação morfológica,
sintática e/ou semântica

Estrutura da oração

A distribuição correta das palavras na frase ou oração, na


língua inglesa, segue o mesmo padrão da língua portuguesa.
Embora seja mais usada de forma rigorosa na primeira.
A ordem correta é:

1. Sujeito

O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase,


contrário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido.
O sujeito pode ser representado por um ou vários substantivos
ou por pronomes pessoais.

Exemplos:
Questões
- The Microsoft is one of the richest corporations in the
world.
01. Escolha a alternativa correta que apresenta um
- Explorer and Navigator are two famous browsers.
antônimo da palavra BIG.
- The United States, Canada, England and Japan are some
(A) Soft
of the countries where people make the best use of internet.
(B) Strong
(C) Small
O sujeito também pode ser representado por locuções ou
(D) Short
por sintagmas nominais.
(E) Slow
Exemplos:
02. Escolha a alternativa correta que apresenta um
- My parents prefer the eletronic typewriter than the
sinônimo da palavra HUNGRY.
computer for typing their texts.
(A) Elated
- Some of the software we use in the lab must be replaced.
(B) Splendid

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APOSTILAS OPÇÃO

- The world Bank and The United Nations Organization As perguntas que fazemos ao verbo para saber os detalhes
invest money in projects that improve the information (Como? Quando? Com quem? Onde? Por quê? Etc) são
technology. respondidas através destes complementos. Então, teremos: “A
secretária chegou em casa chorando”. “O ônibus saiu vazio da
Encontraremos também orações inteiras que exercem a frente da escola às onze horas”.” O avião caiu por causa de uma
função de sujeito de uma oração. falha mecânica”.

Exemplos: Os principais complementos da oração são os elementos


- Retraining the staff over and over and much of repeated de transitividade dos verbos (objetos direto e indireto) e os
reworking is what most businesses expect to eradicate with advérbios (que determinam o modo, tempo, lugar, causa, etc).
investments in highly advanced technology.
- Better education, an increase in the living conditions and a) Objeto direto
a serious health care program would suffice to establish a É o complemento que responde a pergunta: “o quê” feita
desirable welfare status for the poor population in this ao verbo.
country.
- From now on, not only machines, such as computers, Exemplos:
watches and vehicles, but also books, trees and even shoes will - He bought a book.
be equipped with microchips. - My father is a computer programmer.
- I don´t know what to do.
2. Verbo
b) Objeto indireto
Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo
ou a locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na É o complemento que responde a pergunta : “de
estrutura frasal inglesa. quê?””com quê?””de quem?””para quem?” etc, feitas ao
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se verbo. O objeto indireto, na maioria dos casos, está ligado ao
encontrar exemplos em que esta regra não é observada. verbo indiretamente, ou seja, este complemento precisa de
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no uma preposição para se ligar ao verbo.
inglês computacional, o formato S+V+C é usado Outras vezes não, ele simplesmente responde pelo
rigorosamente. complemento relacionado a pessoas.
Os dois únicos casos estabelecidos pela gramática inglesa
em que um verbo pode iniciar uma oração são: Exemplos:
a. She´s helping him finish his work.
a) Modo imperativo (nunca é acompanhado de sujeito) b. She got home with her husband.
- The computer is off. Turn it on. c. I´m tired of speaking.
- Execute the instructions following the manual d. Diana told me what happened.
procedures.
- Please, wait. Quanto a ordem de colocação dos objetos em inglês, esta
se dá de forma contrária à da nossa língua. O objeto indireto
b) Frases Interrogativas (um verbo auxiliar sempre antecede o objeto direto. Veja em Give peace a chance! No
antecede o sujeito da frase). português nós temos que inverter essa ordem.
- Would you please show me how I can run this program? Lembre-se bem disso!
- Is this the correct way to write it in English ?
- Can you tell me what your e-mail is ? Fonte: http://files.tiunibratec2010-2012.webnode.com.br/200000019-
3b2783b6d4/estrutura_frasal_inglesa%5B1%5D.doc.

Em casos ainda mais raros, podemos encontrar orações


Questões
introduzidas pelo infinitivo (to stop, to love, to work, etc).
01. (EBC – Ansalista – CESPE) In the sentence:
Quem nunca ouviu ou falou a clássica shakespeareana: to be
or not to be?
“The new gas stove in the kitchen which I bought last
Embora coubesse um auxiliar nessa frase, o que a tornaria
month has a very efficient oven.”, the subject is “The new gas
mais específica, o uso do infinitivo desempenha exatamente a
stove in the kitchen”.
função de tornar o sentido do verbo infinitivo, genérico,
( ) Certo ( ) Errado
atemporal ou impessoal. Basta se reportar ao evento em que
esta frase foi citada.
02. (EBC – Ansalista – CESPE) In the sentence:
Um tradutor eletrônico, por razões óbvias, não aplica
regras de sintaxe, e traduz as palavras nas orações, na mesma
“Bernard is now the best student at that college.”, “the best
sequência em que elas lhe forem apresentadas. Portanto, tome
student” is a direct object.
cuidado!
( ) Certo ( ) Errado
3. Complementos
03. (EBC – Ansalista – CESPE) In the sentence:
Os complementos são palavras ou frases inteiras que
“Seeing the large crowd, John stopped his car.”, “Seeing the
detalham ou completam as informações estabelecidas pelo
large crowd” is an adverbial clause.
sujeito e o verbo, que são os únicos termos essenciais da
( ) Certo ( ) Errado
oração.
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus
04. (EBC – Ansalista – CESPE) In the sentence:
saiu”, “O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois
elementos indispensáveis: 0 sujeito que determina quem está
“They elected Prof. Palmer the head of that department for
envolvido na execução de uma determinada ação e o verbo
the second time.”, “the head of that department” is a direct
que responde pelo ato executado.
object.
( ) Certo ( ) Errado

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APOSTILAS OPÇÃO

05. (EBC – Ansalista – CESPE) Translation exists because Defining Relative Clauses - Orações Restritivas
men speak different languages. This truism is, in fact, founded Essas orações definem ou diferenciam o antecedente, ou
on a situation, which can be regarded as enigmatic and posing seja, elas servem para definir sobre quem ou sobre o que
problems of extreme difficulty. Why should human beings estamos falando. Observe suas características:
speak thousands of different, mutually incomprehensible
tongues? Why does homo sapiens, whose digestive tract has - Não são antecedidas de vírgula.
evolved and functions in precisely the same complicated ways Do you know the girl who is talking to Tom?
the world over, whose biochemical fabric and genetic potential (Você conhece a menina que está falando com o Tom?)
are, orthodox science assures us, essentially common, the
delicate runnels of whose cortex are wholly akin in all peoples I was invited to a party which was not very excited.
and at every stage of social evolution – why does this unified, (Fui convidado para uma festa que não estava muito animada.)
though individually unique mammalian species not use I met a woman who can speak six languages. (Conheci uma
common language? mulher que sabe falar seis idiomas.)
We do not speak one language, nor half a dozen, nor twenty
or thirty. Four to five thousand languages are thought to be in Uso dos pronomes.
current use. This figure is almost certainly on the low side. It
seems reasonable to assert that the human species developed FUNÇÃO PESSOA COISA
and made use of at least twice the number we can record
today. A genuine philosophy of language must grapple whit the Sujeito who / that which / that
phenomenon and rationale of the human ‘invention’ and Objeto who / whom / that / - which / that / -
retention of anywhere between five and ten thousand distinct
tongues. However difficult and generalizing the detour, a study Possessivo whose whose
of translation ought to put forward some view of the
evolutionary, psychic needs or opportunities, which have Observando o quadro acima, concluímos que as orações
made translation necessary. To speak seriously of translation restritivas que se referem a pessoas são introduzidas
one must first consider the possible meanings of Babel, their por who, whom ou that, já as orações restritivas que se
inherence in language and mind. referem a coisas são introduzidas por which ou that. O
pronome possessivo whose é usado tanto para pessoas como
George Steiner. After Babel: aspects of language and translation. 2ª ed.
Oxford University Press, 1992, p. 51-4 (adapt ed).
para coisas:
Is this the man who / that stole your bag? (É este o homem
The verbal form “functions” has as its subject “homo que roubou sua bolsa?)
sapiens”. I need a car which is big. (Preciso de um carro que seja
( ) Certo ( ) Errado grande.)
Do you know the boy whose mother is a nurse? (Você
Gabarito conhece o menino cuja mãe é enfermeira?)
The tree whose leaves have fallen. (A árvore cujas folhas
01. Errado / 02. Errado / 03. Certo / 04. Certo / 05. caíram.)
Errado It's the house whose door is painted red. (Trata-se da casa
cuja porta é pintada de vermelho.)
Relative clauses - orações subordinadas - O pronome relativo pode ser omitido quando
exercer função de objeto. Mas lembre-se: essa
As orações subordinadas (subordinate clauses), também omissão jamais pode ocorrer quando o pronome
chamadas de orações dependentes (dependent clauses), exercer função de sujeito. Quando o pronome relativo for
exercem uma função sintática em relação a uma outra oração, seguido por um verbo, ele exerce função de sujeito. Caso o
chamada de oração principal, que requer complemento para relativo seja seguido por um substantivo ou pronome, ele
que seu significado seja completo. Desse modo, as orações exerce função de objeto. Observe os exemplos abaixo:
subordinadas estão sempre ligadas a outra oração, visto que Christopher Columbus was the
sozinhas também não possuem um sentido completo em si. Em man who discovered America. (Cristóvão Colombo foi o
inglês, há dois tipos de orações subordinadas: Relative or homem que descobriu a América.)
Adjective Clauses e Adverbial Clauses. A seguir, veja mais Gustavo is the journalist who writes for the Times.
detalhadamente esses dois tipos de orações subordinadas da (Gustavo é o jornalista que escreve para o Times.)
língua inglesa.
The man who lives next door is my grandfather.
Orações Relativas – Relative / Adjective Clauses (O homem que mora na casa ao lado é meu avô.)

As orações relativas (relative/adjective clauses) This is the person (who) I saw at the bakery last night. –
realizam a mesma função de um adjetivo: complementam um O pronome who é opcional.
substantivo ou um pronome da oração principal, que é (Esta é a pessoa que eu vi na padaria ontem à noite.)
chamado de antecedente. Para adicionarmos informações ao
antecedente, usamos os pronomes Sorry, I have lost the CD (which) I borrowed from you. –
relativos (who, whom, whose, which e that). Há dois tipos de O pronome which é opcional.
orações relativas: as restritivas (defining relative clauses) e (Desculpa, perdi o CD que peguei emprestado de você.)
as explicativas(non-defining relative clauses). A escolha do
pronome relativo dependerá do tipo de oração (restritiva ou Richard is the lawyer (who) we met last week. –
explicativa) e da função que exercem (sujeito, objeto ou ideia O pronome who é opcional.
de posse). A partir de agora, estudaremos cada uma das (Ricardo é o advogado que conhecemos na semana
orações relativas separadamente: passada.)
Fonte: http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/Relativeclause1.php

Inglês 15
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões IT
US
1. The British Prime Minister, ____ was interviewed
yesterday, denied responsibility. YOU
a) who THEM
b) that (Usados como objeto da frase)
c) Either could be used here.
Exemplos:
2. The car ____ was stolen belonged to my partner. They gave me the book.
a) which She always see him at school.
b) that
c) Either could be used here. 2. Pronomes Possessivos:
Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos,
3. The house ____ they have rented is in the centre of os Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.
town.
a) which POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS
b) that
MY MINE
c) Either could be used here.
YOUR YOURS
4. The crowd, ____ were making a lot of noise, were told HIS HIS
to move on by the police.
HER HERS
a) who
b) that ITS ITS
c) Either could be used here. OUR OURS

5. The company, _____ CEO is under investigation, is YOUR YOURS


doing very badly. THEIR THEIRS
a) which
b) whose * Possessive Adjectives são usados antes de substantivos,
c) Either could be used here. precedidos ou não de adjetivos.
Exemplos:
Gabarito Her parents live in London.
1. (A) / 2. (C) / 3. (C) / 4. (A) / 5. (B) / I want your new dress.

* Possessive Pronouns são usados para substituir a


d) Pronomes e suas construção possessive adjective + substantivo, evitando,
referências portanto, a repetição.
Exemplo:
My car is red, but theirs is black.
PRONOUNS
Os Pronomes são palavras utilizadas para substituir os MYSELF
substantivos. YOURSELF
HIMSELF
1. Pronomes Pessoais: HERSELF
Em inglês existem dois tipos de pronomes pessoais, eles ITSELF
são: Subject Pronouns e Object Pronouns. OURSELVES
I EU YOURSELVES
THEMSELVES
YOU VOCÊ
3. Pronomes reflexivos:
HE ELE
SHE ELA Exemplos:
IT ELE / ELA (COISAS E ANIMAIS) He hurt himself. (Ele se cortou)
I cut myself. (Eu me cortei)
WE NÓS
YOU VOCÊS Observação:
THEY ELES / ELAS Os pronomes reflexivos também possuem função enfática.
Veja alguns exemplos:
They themselves built their houses. (Eles próprios
Subject Pronouns
construíram a casa)
(Usados como sujeito da frase)
We ourselves made this surprise to you. (Nós mesmos
Exemplos:
preparamos essa surpresa para você)
I study English and Japanese.
She works in a big city.
4. Pronomes Demonstrativos:
Object Pronous
ME SINGULAR Tradução Exemplo
YOU THIS esse / essa This is my favorite book.
HIM THAT aquele / aquela That is my cat.
HER

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APOSTILAS OPÇÃO

PLURAL Tradução Exemplo Questões


These are my friends from
THESE esses / essas Preencha as frases com o pronome correto:
school.
aqueles / Those are the English 01. .......... and ........... mother are from Japan.
THOSE (A) I - my
aquelas teachers.
(B) Me - my
5. Pronomes Indefinidos: (C) their - my
(D) I - mine
Derivações do “SOME” – SOMETIME (alguma vez) (E) She – hers
SOMEWHERE (algum lugar)
SOMEONE (alguém) 02. ............. do they study here? Because they like our
SOMETHING (alguma coisa / algo) school.
(A) Where
Derivações do “ANY” – ANYWHERE (em qualquer lugar, (B) When
em algum lugar, em nenhum lugar) (C) Why
ANYBODY (qualquer pessoa, alguém, ninguém) (D) Who
ANYTHING (qualquer coisa, nada, algo) (E) What

6. Pronomes Interrogativos: 03. She combs .....................


(A) himself
(B) yourself
Pronomes Tradução Exemplos: (C) myself
What do you study? (O que (D) herself
WHAT O que? (E) itself
você estuda?)
Where do you live? (Onde você
WHERE Onde? 04. Complete the sentences with the correct pronoun.
mora?)
A sister of ________ has just gotten a job.
When did he come to Brazil?
WHEN Quando? (A) your
(Quando ele veio para o Brasil?)
(B) their
Who is your friend? (Quem é (C) my
WHO Quem?
seu amigo?) (D) our
Whose wallet is this? (De quem (E) ours
WHOSE De quem?
é essa carteira?)
Why is she sad? (Por que ela 05. Circle the correct alternative.
WHY Por que?
está triste?) Peter’s wife said: “My husband wants me to sell my bicycle,
HOW Como? How do you prepare lemon pie? but he won’t sell __________”.
(A) hers
(B) his
7. Pronomes Relativos (C) yours
Os pronomes relativos podem exercer a função de sujeito (D) its
ou objeto do verbo principal. (E) theirs

I told you about the Gabarito


Sujeito ou Pronome
WHO woman who lives in
Objeto para pessoas
Brazil 01.A / 02.C / 03.D / 04.E / 05.B
Sujeito ou Pronome Do you see the cat
WHICH Objeto para animais e which is drinking
coisas milk? e) Artigos (definidos e
This is the boy
WHOSE
Posses para pessoas,
whose mother is a
indefinidos)
animais e coisas
nurse
The woman whom
Pronome Objeto para ARTIGOS: DEFINIDOS E INDEFINIDOS
WHOM you called is my
pessoas
cousin
He is the man that Artigo Definido
Sujeito ou Pronome
saved my life
THAT Objeto para pessoas, THE = o, a, os, as
That is the dog that
animais e coisas
bit my neighbor
- Usamos antes de substantivos tomados em sentido
8. One / Ones restrito.

One (singular ) / Ones (plural) são usados para evitar Exemplos:


repetições desnecessárias.
The coffee produced in Brazil is of very high quality.
See those two girls? Helen is the tall one (girl) and Jane is
the short one (girl). I hate the music they’re playing.

Let’s look at the photographs. The ones (photographs) you The people you’ve just met are my neighbors.
took in Paris.

Inglês 17
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APOSTILAS OPÇÃO

- Emprega-se também antes de nomes de países no - Antes de nacionalidades.


plural ou que contenham as palavras Kingdom, Republic,
Union, Emirates. Exemplos:
The Dutch
Exemplos:
The Chinese
The United States
- Antes de nomes de instrumentos musicais.
The Netherlands
Exemplos:
The United Kingdom
She plays the piano very well.
The Dominican Republic
Can you play the guitar?
- Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo.
- Antes de substantivos seguidos de preposição.
Exemplos:
Exemplos:
John is the tallest boy in the family.
The Battle of Trafalgar
The best students will be awarded.
The Houses of Parliament
- Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos,
cadeias de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo Omissões
que o elemento geográfico tenha sido omitido.
- Antes de substantivos tomados em sentido genérico.
Exemplos:
Exemplos:
The Nile (River)
Roses are my favorite flowers.
The Sahara (Desert)
Salt is used to flavor food.
The Pacific (Ocean)
- Antes de nomes próprios no singular.
- Antes de nomes de famílias no plural.
Examples:
Exemplos:
John didn’t come to the party yesterday.
The Smiths have just moved here.
She lives in South America.
The Browns are our friends.
- Antes de possessivos.
- Antes de adjetivos substantivados.
Exemplo:
Exemplos:
My house is more comfortable than theirs.
You should respect the old.
- Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra
I feel sorry for the blind. language.

- Antes de numerais ordinais. Exemplo:

Exemplos: She speaks French and English. (Mas: She speaks the
French language.)
He is the eleventh on the list.
- Antes de nomes de estações do ano.
This is the third time I hear you say that.
Exemplo:
- Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros,
cinemas, museus. Summer is hot, but winter is cold.

Exemplos: Casos especiais

The Hilton (Hotel) - Não se usa o artigo THE antes das palavras church,
school, prison, market, bed, hospital, home, university,
The British Museum college, market, quando esses elementos forem usados
para seu primeiro propósito.

Inglês 18
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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos: Exemplo:

She went to church. (para rezar) A Mr. Smith phoned yesterday.

She went to the church. (talvez para falar com alguém) - No modelo:
- Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, WHAT + A / AN = adj. + subst.
cinema, movies e theater.
Exemplos:
Exemplos:
What a nice woman! (Que mulher bondosa!)
What a terrible situation! (Que situação terrível!)
Let’s go to the theater.
- Em algumas expressões de medida e frequência.
They went to the movies last night.
Exemplos:
Artigo Indefinido
A dozen (uma dúzia)
A / AN = um, uma
A hundred (uma centena, ou cem)
Emprego do artigo A:
Twice a year (duas vezes ao ano)
- Antes de palavras iniciadas por consoantes.

Exemplos: - Em certas expressões.

Exemplos:
A boy
A girl
It’s a pity (é um a pena)
A woman
It’s a shame (é uma vergonha)
It’s an honor (é uma honra)
- Antes de palavras iniciadas por vogais, com som
consonantal.
- Antes de profissão ou atividades.
Exemplos:
Exemplos:
A uniform
James is a lawyer.
A university
A European
Her sister is a physician.
Emprego do artigo AN:
Omissões
- Antes de palavras iniciadas por vogais.
- Antes de substantivos contáveis no plural.
Examples:
Exemplos:
AN egg
AN orange
Lions are wild animals.
AN umbrella
I’ve seen (some*) good films lately.
- Antes de palavras iniciadas por H mudo (não
pronunciado).
- Antes de substantivos incontáveis.
Examples:
Exemplos:
AN hour
Please, bring me (some*) bread.
AN honor
AN heir
Water is good for our health.
Usa-se os artigos indefinidos para:
* Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos
substantivos.
- Dar ideia de representação de um grupo, antes de
substantivos. Fonte: objetivo.br (com adaptações)

Exemplo: Questões
A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.) Marque a alternativa adequada para cada questão abaixo,
de acordo com as regras estudadas:
- Antes de nomes próprios no singular, significando
“um tal de”. 01. I love living in this __________ city.
A) no article
B) a
C) the
D) an

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APOSTILAS OPÇÃO

02. Generally speaking, __________ boys are physically a canary canaries


stronger than girls. a library libraries
A) no article a pony ponies
B) a a story stories
C) the
D) an Se o substantivo termina em -s, -ss, -z, -sh, -ch, -x (exceção:
ox => oxen), acrescentamos -es para formar o plural:

03. The boss gave me __________ hour to finish the report.


A) no article A beach two beaches
B) a A church two churches
C) the A dish two dishes
D) an A fox two foxes

04. Do you remember __________ girl that we saw last night? Existem algumas formas irregulares de plural. Alguns
A) no article exemplos comuns são:
B) a
C) the Woman women
D) an Man men
Child children
05. P1: Did you go to the Thai restaurant? Tooth teeth
P2: No, I went to __________ place where you and I Foot feet
normally go. Goose geese
A) the Mouse mice
B) a Person people
C) no article
D) an Para alguns terminados em -f ou -fe, trocamos estas letras
por -ves. Para outros, apenas usamos -s:
Respostas
Knife knives
01. A /02. A /03. D/04. C /05. A – Wife wives
Life lives

Substantivos contáveis e não contáveis


f) Singular e Plural

Prezado (a) Candidato (a), o edital não foi específico sobre


o conteúdo deste tópico, portanto foi elaborado um material
que aborda o tema e não havia sido trabalhado nesta apostila.

SUBSTANTIVOS - NOUNS

Substantivos, que no inglês são conhecidos como nouns,


são palavras que dão nome a pessoas, lugares, coisas,
conceitos, ações, sentimentos, etc. Também chamados de
nomes, eles funcionam de muitas maneiras nas sentenças. Na
maioria das vezes, posicionam-se como o sujeito de um verbo,
funcionando como o ator ou agente dele. Os nomes também
podem receber uma ação quando funcionam como objeto do
verbo. Quando atuam como sujeitos ou objetos, os
substantivos podem ser apenas uma palavra, frases, ou
cláusulas.

Exemplos:
The plane crashed. (substantivo como sujeito da frase)
He kicked the dog. (substantivo como objeto direto do Fonte: http://goo.gl/oiXKLN
verbo)
Na tabela acima nós temos os exemplos de alguns
alimentos divididos nas duas categorias que iremos explicar
A maioria dos substantivos forma o plural com o acréscimo
abaixo, contáveis e incontáveis. Aqui iremos também traduzir
de -s. Por exemplo:
todos os alimentos da lista, assim o estudante não precisa ficar
procurando em um dicionário um por um.
Singular Plural
dog dogs
Countables – Contáveis Uncountables – Incontáveis
cat cats
Bun – Bolinho Bread – Pão
Quando o substantivo termina em -y e é precedido por Sandwich – Sanduiche Fruit – Fruta
consoante, faz-se o plural com -ies. Apple – Maça Juice – Suco
Orange – Laranja Meat – Carne
Burguer – Hamburguer Rice – Arroz

Inglês 20
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APOSTILAS OPÇÃO

Fries – Batata frita Cereal – Cereal Judy e seu marido têm bastante dinheiro.
Eggs – Ovos Jam – Geléia
Salad – Salada Milk – Leite E há alguns específicos para uso com substantivos
Vegetables – Vegetais Coffee – Café contáveis: a few, few, fewer, many.
Cookies – Biscoitos Sugar – Açucar
Potatoes – Batatas Flour – Farinha Exemplos:
Tomato – Tomates Oil – Óleo
Carrot – Cenoura Salt – Sal There are a few coins in my wallet.
Hot Dog – Cachorro quente Soup – Sopa Há algumas moedas na minha carteira.
Candies – Doces Tea – Chá
Olives – Azeitonas Cottage Cheese – Coalhada Few people went to the show.
Peanuts – Amedoins Pasta – Massa Poucas pessoas foram ao show.
Pancakes – Panquecas Honey – Mel
Onion – Cebola Water – Água We can see fewer cars on the streets today.
Watermelon – Melancia Cheese – Quejo Nós podemos ver menos carros nas ruas hoje.
Pea – Ervilha Butter – Queijo He has many friends.
Grapes – Uvas Seafood – Frutos do mar Ele tem muitos amigos.
Cherries – Cerejas Mustard – Mostarda
Existe ainda o determinante a lot of que pode ser utilizado
Contáveis são aqueles substantivos que podemos tanto para substantivos contáveis como incontáveis. Ele é
enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanto forma apelidade de “coringa” porque serve para ambas as categorias.
singular quanto plural. Eles são chamados de countable nouns Mas lembre-se de focar os estudos nos demais principalmente
ou de count nouns, em inglês. no much e many. Os concursos sempre focm mais no much e
many na tentativa de confundir o candidato.
Por exemplo, podemos contar pencil. Podemos dizer one
pencil, two pencils, three pencils, etc. Exemplo:

Incontáveis são os substantivos que não possuem forma I have a lot of money.
no plural. Eles são chamados de Eu tenho um monte de dinheiro.
uncountable nouns, de non-countable nouns, ou até de
non-count nouns, em inglês. Podem ser precedidos por alguma I have much money.
unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam Eu tenho muito dinheiro.
substâncias, líquidos, pós, conceitos, etc., que não podemos
dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos There are a lot of cars in the street tonight.
contar “water” em por exemplo one water ou two waters. Tem um monte de carros na rua esta noite.
Podemos, sim, contar "bottles of water" ou "liters of water",
mas não podemos contar “water” em sua forma líquida. There are many cars in the street tonight.
Tem muitos carros na rua esta noite.
Outros exemplos de substantivos incontáveis são: music,
art, love, happiness, advice, information, news, furniture, Modificadores de substantivos
luggage, rice, sugar, butter, water, milk, coffee, electricity, gas,
power, money, etc. Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas que
qualificam o significado de outras palavras. O termo é bem
Em geral, estudantes de língua inglesa têm dificuldade de genérico: qualquer parte da fala que funciona como um
saber quando um substantivo é contável e quando é não- adjetivo ou advérbio é um modificador.
contável. As dicas são sempre conferir a informação num bom
dicionário e também tentar memorizar alguns dos mais Nos exemplos abaixo, o modifier está em negrito e a
comuns para agilizar o seu estudo. Nos dicionários, palavra que ele modifica está sublinhada; a função do
normalmente você encontra o símbolo [U] para identificar os modificador está descrita abaixo.
uncountable nouns e [C] para os countable nouns.
Adjetivos — descrevem ou modificam nomes. Uma
Em várias situações necessitamos de fazer o uso de locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
determinantes/quantificadores em conjunto com maneira que uma simples palavra funcionaria.
substantivos contáveis e incontáveis.
Exemplos:
Há determinantes específicos para os incontáveis: a little,
little, less, much. The yellow balloon flew away over the crying child.
O balão amarelo voou sobre a criança chorona.
Exemplos:
O adjetivo yellow modifica o substantivo
I have little time to study today. balloon; crying modifica child.
Eu tenho pouco tempo para estudar hoje.
Artigos — são palavras que acompanham os substantivos
She has little patience with her kids. e tem função de classifica-los.
Ela tem pouca paciência com seus filhos.
Exemplos:
He demonstrates less aptitude.
Ele demonstra menos aptidão. The killer selected a knife from an antique collection.
O assassino escolheu uma faca de uma antiga coleção.
Judy and her husband have much money.

Inglês 21
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APOSTILAS OPÇÃO

The, a, e an são artigos que especificam ou delimitam seus


respectivos substantivos. g) Verbos no tempo
Advérbios — descrevem verbos, adjetivos, ou outros
presente, para expressar
advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quando. hábitos e rotinas, em suas
Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona da formas afirmativa,
mesma forma que um único advérbio funcionaria.
interrogativa ou negativa; h)
Exemplos: Verbos no Presente Contínuo,
para expressar atividades
The woman carefully selected her best dress for the party.
A mulher cuidadosamente escolheu seu melhor vestido
momentâneas e futuro, em
para a festa. suas formas afirmativa,
Carefully é um advérbio que modifica o verbo selected. interrogativa ou negativa
Questões
VERBAL TENSES
1. I love reading. I've got hundreds of _____.
(A) book Na língua Inglesa, assim como em outras, existem
(B) bookes os tempos verbais que são as variações do verbo usadas para
(C) books indicar em qual momento a ação expressada está
(D) booken acontecendo. São ao todo, doze tempos verbais, que
estudaremos a seguir.
2. Today is a busy day at school. I have five _______.
(A) clases Presente Simples (Simple Present)
(B) class
(C) classes O Simple Present Tense expressa: Ações habituais e
(D) class's Verdades eternas. Usamos o verbos no infinitivo, sem a
partícula “to”.
3. I normally have two long ________ a year.
(A) holiday
(B) holidays
(C) holidaies
(D) holidayes

4. They have four ________, all girls.


(A) childs
(B) childes
(C) childen
(D) children

5. You must remember to brush your _____ after eating.


(A) tooths Formação:
(B) toothes
(C) teeth Em frases afirmativas, usamos o verbo sem nenhuma
(D) teeths modificação, exceto para as terceiras pessoas do singular (he,
she, it). Para esses, seguem as regras a seguir:
Gabarito

1.C / 2.C / 3.B / 4.D / 5.C

1) De modo geral, a maioria dos verbos recebe um -s


ao final:

read » reads
sing » sings
run » runs
write » writes
sit » sits
sleep » sleeps
open » opens

Inglês 22
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2) Mas, se o verbo terminar com as letras -o, -s, -sh, -ch, Presente Contínuo (Present Continuous)
-x ou -z você terá de acrescentar -es:

go » goes
do » does
miss » misses
wash » washes
watch » watches
fix » fixes
buzz » buzzes

3) Caso o verbo termina em uma sequência de Usos:


consoante e ‘y’ – exemplos são try, reply, hurry, cry e
outros – você deverá jogar o pobre do ‘y’ na lata do lixo e - Ações ou acontecimentos ocorrendo no momento da
colocar ‘-ies‘. Veja, fala com as expressões now, at present, at this moment,
right now e outras.
try » tries
reply » replies Exemplos:
hurry » hurries Why is Jennifer crying now?
cry » cries It is raining at present.

Preste atenção ao fato de isso se aplicar apenas a - Ações temporárias.


verbos terminados em uma sequência de consoante e ‘y’.
Verbos que terminam com vogal e ‘y’ prevalece a regra Exemplos:
geral, ou seja, acrescente apenas o ‘s‘. I’m sleeping on a sofa these days because my bed is
stay » stays broken.
play » plays Tom isn’t playing soccer this season. He wants to
pray » prays concentrate on his studies.

4) Como não poderia deixar de ser, há uma exceção a - Futuro próximo.


tudo isto. Tem um verbo que tem forma própria para as
terceiras pessoas do singular (he, she e it). Trata-se do Exemplos:
verbo have, que com estes pronomes vira ‘has‘: The bus is leaving at 10 pm.
Ann is coming tomorrow.
have » has
OBSERVAÇÕES:
Não se esqueça que essas regras são apenas para as frases
afirmativas! 1) Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos
contínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas
simples: see, hear, smell, notice, realize, want, wish,
recognize, refuse, understand, know, like, love, hate,
forget, belong, seem, suppose, appear, have (= ter,
possuir), think (= acreditar).

Exemplos:
He doesn’t understand what the teacher is saying.
Do you hear some steps coming from the kitchen?

2) Verbos monossilábicos terminados em uma só


consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante
final antes do acréscimo de –ing.
Short Answers
Exemplos:
São respostas curtas, que são dadas, sempre que a run → running
pergunta começa com DO ou DOES: swim → swimming

Do you play tennis? 3) Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante,


Yes, I Do. precedida de uma só vogal, dobram a consoante final somente
No, I don't. se o acento tônico incidir na segunda sílaba.

Does Jannie speak French? Exemplos:


Yes, she does. prefer → preferring
No, she doesn't. admit → admitting
listen → listening
enter → entering

Inglês 23
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APOSTILAS OPÇÃO

4) Verbos terminados em –e perdem o –e antes do


acréscimo de –ing, mas os terminados em –ee apenas i) Comparativo e
acrescentam –ing.
superlativo; j) Adjetivos e
Exemplos: advérbios e suas posições nas
make → making frases
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing
ADJECTIVES
5) Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –
Os adjetivos em inglês são invariáveis tanto em gênero,
y.
quanto em número. Assim, enquanto no Português fala-se “O
menino é rico / A menina é rica”, em inglês, fala-se “The boy
Exemplos:
is rich / The girl is rich”, sem mudança de gênero.
study → studying
O mesmo ocorre com a questão de singular e plural, veja os
say → saying
exemplos:
6) Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –
“Eles são felizes” / “They are happy”
ing, perdem o –ie e recebem –ying.
“Nós gostamos de ler bons jornais” / “We like to read
good newspapers”
Exemplos:
lie → lying
Alguns adjetivos comuns em inglês:
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
ACCEPTABLE ACEITÁVEL
dye → dyeing
AMAZING INCRÍVEL
ANGRY BRAVO
BORING CHATO / TEDIOSO
BUSY OCUPADO
DANGEROUS PERIGOSO
DIRTY SUJO
EMPTY VAZIO
FAST RÁPIDO
FULL CHEIO
HUGE ENORME
YOUNG JOVEM

Questões Ordem dos Adjetivos

1. This morning the weather is good. The sun __________ and Posição: os adjetivos em inglês são colocados nas frases
it is quite warm. antes dos substantivos. Exemplos: hard lesson / clean house
a) shines / black cat.
b) shone
c) is shining Observação: os adjetivos devem posicionar-se na frase
d) has shone após os verbos “To Be” (ser / estar):
They were happy.
2. At nine o'clock in every English lesson, our teacher _____ The baby is healthy.
us about an interesting part of English culture.
a) tell Os adjetivos em inglês seguem a seguinte ordem:
b) tells
c) has told
d) is telling

3. Would anybody like _____ to the pub with me tonight to


celebrate the end of May?
a) go
b) going
c) went
d) to go
Example: Lovely small old square black Chinese leather
school backpack.
Gabarito
Adjetivos: grau comparativo e superlativo
01.C / 02.B / 03.D
As formas comparativas e superlativas dos adjetivos ou
advérbios na língua inglesa, são usadas de acordo com a
quantidade de coisas (objetos, pessoas, animais, cidades, etc.)
que são comparadas.

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APOSTILAS OPÇÃO

Usamos o grau Comparativo para compararmos sempre Exemplos:


duas coisas.
happier than = mais feliz que
Usamos o grau Superlativo para destacarmos uma coisa cleverer than = mais esperto que
dentro de um grupo de três ou mais. the happiest = o mais feliz
the cleverest = o mais esperto
Formas Invariáveis
3. Usamos os prefixos MORE e MOST com adjetivos de mais
As formas invariáveis são aquelas que o Adjetivo ou de duas sílabas.
Advérbio não mudam a escrita, apenas acrescentamos as
formas de igualdade, superioridade ou inferioridade. Veja a Exemplos:
tabela abaixo: MORE comfortable than = mais confortável que
MORE careful than = mais cuidadoso que
THE MOST comfortable = o mais confortável
THE MOST careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos MORE e MOST com advérbios de


duas sílabas.

Exemplos:
MORE afraid than = mais amedrontado que
MORE asleep than = mais adormecido que
THE MOST afraid = o mais amedrontado
THE MOST asleep = o mais adormecido
Exemplos:
5. Usamos os prefixos MORE e MOST com qualquer
as cold as tão frio quanto adjetivo terminado em –ED, –ING, –FUL, –RE, –OUS.
NOT so (as) cold as não tão frio quanto
Less cold than menos frio que Exemplos:
the least cold o menos frio
as expensive as tão caro quanto tired – more tired than – the most tired
NOT so (as) expensive as não tão caro quanto (cansado)
Less expensive than menos caro que charming – more charming than – the most
The least expensive o menos caro charming (charmoso)
hopeful – more hopeful than – the most hopeful
Formas Variáveis (esperançoso)
sincere – more sincere than – the most sincere
As formas variáveis são aquelas onde o adjetivo ou (sincero)
advérbio mudam a escrita. São aplicadas apenas as palavras famous – more famous than – the most famous
curtas, ou seja, aquelas com uma ou duas sílabas. Modificamos (famoso)
as terminações seguindo algumas observações que serão
estudadas abaixo: Variações Ortográficas
1. Adjetivos monossilábicos terminados em uma só
consoante precedida de uma só vogal, dobram
a consoante final antes de receberem –ER ou –EST.

Exemplos:

fat – fatter than – the fattest (gordo)


thin – thinner than – the thinnest (magro)

2. Adjetivos terminados em Y precedido de vogal


trocam o Y para I antes do acréscimo de
-ER ou –EST.

Observações: Exemplos:

1. Usamos os sufixos –ER ou –EST com adjetivos / angry – angrier than – the angriest (zangado)
advérbios de uma só sílaba. happy – happier than – the happiest (feliz)

Exemplos: EXCEÇÃO

taller than = mais alto que the tallest = o mais alto shy – shyer than – the shyest (tímido)
bigger than = maior que the biggest = o maior
3. Adjetivos terminados em E recebem apenas –R ou –ST.
2. Usamos os sufixos –ER ou –EST com adjetivos de duas Exemplos:
sílabas.
nice – nicer than – the nicest (bonito,
simpático)
brave – braver than – the bravest (corajoso)

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APOSTILAS OPÇÃO

Formas Irregulares outlooks of set ways and planned futures. In women the
former condition is common but women rarely suffer from the
1. Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no latter, being fired with the insatiable drive of ambition for
comparativo e superlativo de superioridade. either an independent and distinguished career in a still male-
dominated world, or a home and seven children by the time
they are thirty followed by an independent and distinguished
career as a Cheltenham councillor or a public relations agent
Good (bom / boa) for Jonathan Cape, in later life.
Better than - the best
Well (bem) No such luck for Charles Charlesworth, who was born on
Bad (ruim / mau) the 14th of March, 1829, in Stafford. At the age of four Charles
Worse than - the worst
Badly (mal) had a beard and was sexually active.
Little (pouco) Less than - the least In the final three years of his life his skin wrinkled, he
developed varicose veins, shortness of breath, grey hair, senile
3. Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma dementia and incontinence. Some time in his seventh year he
no comparativo e superlativo de superioridade. fainted and never gained consciousness
The coroner returned a verdict of natural causes due to old
age.
Farther than – the farthest (distância)
Far
further (than) – the furthest (distância / Hugh Cory. Advanced writing with english in use. Oxford University Press,
(longe)
adicional) p. 34.
older than – the oldest
Old 01. According to the text above, It is rather common for
elder – the eldest (só para elementos da
(velho) women to look older than they really are.
mesma família)
( ) CERTO ( ) ERRADO
Late the latest (o mais recente)
(tarde) the last (o último da série)
02. Lisa is staying home. Her cold is a lot ___________ today.
(A) bad
Parallel Increase (B) worst
(C) worse and worst
Usamos a estrutura the + comparativo... the + (D) worse
comparativo para dizer que uma coisa depende de (E) the worst
outra.
03. We complained about the service in our hotel, but
The warmer the weather, the better I feel. (Quanto mais instead of improving, it got ______________.
quente o tempo, melhor eu me sinto.) (A) best
(B) the best
The more expensive the hotel, the better the service. (C) worse
(Quanto mais caro o hotel, melhor o serviço.) (D) the worst
(E) better and better
The longer the phone call, the more you have to pay.
(Quanto mais longo o telefonema, mais você tem de pagar.) 04. If you need any __________________ information, please
contact our head office.
Gradual Increase (A) far
(B) farther
Usamos dois comparativos juntos para indicar que (C) more far
algo está mudando continuamente. (D) the furthest
(E) further
It’s becoming harder and harder to find a job. (Está
ficando cada vez mais difícil achar um emprego.) 05. The more you practice your English, the _____ you’ll
learn.
Traveling is becoming more and more expensive. (A) faster
(Viajar está ficando cada vez mais caro.) (B) farther
(C) fastest
The weather is becoming hotter and hotter. (A (D) furthest
temperatura está ficando cada vez mais quente.) (E) more fast
ATENÇÃO Gabarito
ELDER é usado antes de substantivos. 01. Errado / 02. D / 03. C / 04. E / 05. A
Exemplo: My elder brother lives in Chicago.
Advérbios
Fonte: objetivo.br (com adaptações)
Os advérbios adicionam informações sobre um verbo, um
Questões adjetivo, um outro advérbio, um particípio ou uma oração
completa.
01. (STF – Analista Judiciário – CESPE) The aging
process affects us all at different rates. Some people of fifty- Advérbios simples: são formados por uma só palavra.
three, like the esteemed author, look a mere thirty-five, with Exemplos: here, sometimes.
sparkling brown eyes, a handsome gait and the virility of a
steam train. Others, like the author’s friend Colin, look like Locuções adverbiais: são formados por duas ou mais
little middle-aged men at twenty-one with middle-aged palavras. Exemplos: in this apartment, once every week.

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APOSTILAS OPÇÃO

Formação dos Advérbios Adverb: John works hard. (John trabalha de maneira
esforçada.)
- Quando são derivados de adjetivos, os advérbios são, na
maioria dos casos, formados pelo acréscimo do sufixo -ly (- Adverb: It rained hard. (Choveu fortemente.)
mente, em português) a um adjetivo.
Late
careful (cuidadoso) / carefully (cuidadosamente, com Adjective: A late applicant suddenly came into the room.
cuidado) (Um candidato atrasado entrou de repente na sala.)
especial (especial) / especially (especialmente)
extreme (extremo) / extremely (extremamente) Adverb: I usually get up late in sunday mornings. (Eu
geralmente acordo tarde nas manhãs de domingo.)
Observações: Ordem dos Advérbios

1. Os adjetivos terminados em y trocam o y por i antes - Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY,


de receberem o sufixo -ly: SOMETIMES, NEVER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de
preferência, ANTES do verbo principal ou APÓS o verbo
easy (fácil) - easily (facilmente) auxiliar ou o verbo to be.
heavy (pesado) - heavily (pesadamente)
lazy (prequiçoso) - lazily (preguiçosamente) They usually watch TV in the evenings.
happy (feliz, alegre) - happily (felizmente, alegremente)

2. Os adjetivos terminados em le trocam o le por ly: She seldom eats sweets.

probable (provável) - probably (provavelmente)


She is always late.
simple (simples) - simply (simplesmente)

3. Os adjetivos terminados em e (sem l antes do e)


These curtains have never been cleaned.
mantêm este e, e acrescentam ly; com a exceção de true e
due:

brave (bravo) - bravely (bravamente) Expressões adverbiais de frequência são colocadas no


immediate (imediato) - immediately (imediatamente) final ou no início de uma oração.
Exceções: They watch TV every evening.
true (verdadeiro) - truly (verdadeiramente) Once a week they go swimming.
due (que se deve, devido, adequado, esperado) - duly (a
tempo, pontualmente, diretamente) - Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY,
CERTAINLY...) são colocados antes do verbo principal mas
4. Os adjetivos terminados em ic acrescentam ally após após be ou um verbo auxiliar.
o ic:
He probably knows her phone number.
tragic (trágico) - tragically (tragicamente)
romantic (romântico) - romantically (romanticamente)
automatic (automático) - automatically He is certainly at home now.
(automaticamente)

5. Caso o adjetivo já termine em -ly, nada se acrescenta - Perhaps e maybe (talvez) aparecem normalmente no
a ele para a formação do advérbio: começo de uma oração.

Justine is tired of her daily routine. - daily = adjetivo Perhaps I’ll see her later.
(Justine está cansada da sua rotina diária.) Maybe you’re right.
Bob's column is published daily. - daily = advérbio (A
coluna de Bob é publicada diariamente.) - Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW,
SOON, LATELY...) são colocados no final ou no início de uma
Adjetivos e Advérbios oração.

Muitos adjetivos e advérbios possuem a mesma forma, veja He bought a new camera yesterday.
alguns exemplos: On monday I’m going to London.

Close - Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY,


Adjective: Harry is a close friend of mine. (Harry é um SOFTLY, WELL...) aparecem normalmente no final da oração.
amigo próximo meu.) Alguns advérbios podem também aparecer no início de uma
oração se quisermos enfatizá-los.
Adverb: Come close, I need to tell you something. (Chegue
perto, preciso te contar uma coisa.) She entered the room slowly.
Slowly she entered the room.
Hard - Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo
Adjective: John is a hard worker. (John é um trabalhador acréscimo de LY (-mente) ao adjetivo.
esforçado.)

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APOSTILAS OPÇÃO

serious – seriously Outros Advérbios


careful – carefully
quiet – quietly - Advérbios de grau / intensidade
heavy – heavily Extremely: modifica um adjetivo
bad – badly The water was extremely cold.

- Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são Quite: modifica um adjetivo


advérbios. The movie is quite interesting.

lonely = solitário (adjetivo) Almost: modifica um verbo


lovely = encantador (adjetivo) She has almost finished.
silly = tolo (adjetivo)
Very: modifica um advérbio
elderly = idoso (adjetivo)
She is running very fast.
- Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...)
Too: modifica um advérbio
são usados no início ou no final de orações.
You are walking too slowly.
You’ll find what you want here.
Enough: modifica um advérbio
There comes the bus.
You are running fast enough.
MODO, LUGAR, TEMPO
- Advérbios de dúvida / certeza
- A posição normal dos advérbios em uma oração é:
Maybe (talvez)
He did his job CAREFULLY AT HOME YESTERDAY.
Perhaps (talvez - no início ou no final da frase)
Possily (possivelmente)
MODO LUGAR TEMPO Probably (provavelmente)
Definitely (definitivamente)
Certainly (certamente, seguramente, evidentemente)
LUGAR, MODO, TEMPO Clearly (claramente, sem dúvidas, evidentemente)
Assuredly (indubitavelmente, sem dúvidas)
- Com verbos de movimento, a posição normal é:
She traveled TO LONDON BY PLANE LAST WEEK. - Advérbios de ponto de vista
Happily, she started singing. (modifica a frase toda)
LUGAR MODO TEMPO
Questões
OBSERVAÇÕES
01. (SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal – FCC)
1) FAST, HARD e LATE funcionam como adjetivos ou
advérbios. Why Is Spain Really Taking Lionel Messi to Tax Court?

John is a fast runner. (adjetivo) By Jonathan Mahler Sep 27, 2013


John runs very fast. (advérbio)
So Spain has decided to haul Lionel Messi into court for tax
The train is very late. (adjetivo) evasion, which strikes me as completely insane on pretty much
Jill arrived very late. (advérbio) every level.
You may remember the story from a few months back: The
This is a hard question. (adjetivo) greatest soccer player in the world and his father were accused
If you want to succeed, study hard. (advérbio) of setting up a bunch of shell companies in Belize and Uruguay
to avoid paying taxes on royalties and other licensing income.
2) Atenção para as traduções de HARDLY e LATELY. Messi - who makes an estimated $41 million a year, about
half from sponsors - reached a settlement with Spain’s tax
I can hardly move my feet. (advérbio) authorities earlier this summer, agreeing to pay the amount he
apparently owed, plus interest. The matter was settled, or so it
seemed. Messi could go back to dazzling the world with his
athleticism and creativity.
= mal, com dificuldade Only it turns out that Spain wasn’t quite done with Messi.
His adopted country - Messi is Argentine but became a Spanish
I haven’t seen John, lately. (advérbio) citizen in 2005 - is now considering pressing criminal charges
against him.
Cracking down on tax-evading footballers has become
something of a trend in Europe, where players and clubs have
= ultimamente been known to launder money through “image-rights
companies” often set up in tax havens. When you need money
- and Europe needs money - go to the people who have it, or
3) GOOD = bom (adjetivo) BAD = mau (adjetivo)
something like that. Over the summer, dozens of Italian soccer
WELL = bem (advérbio) BADLY = mal (advérbio) clubs were raided as part of an investigation into a tax-fraud
conspiracy. A number of English Premier League clubs were
forced last year to pay millions of pounds in back taxes.
No one likes a tax cheat, and there’s little doubt that
widespread tax fraud has helped eat away at the social safety

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APOSTILAS OPÇÃO

net in Spain and elsewhere, depriving schools, hospitals and 03. (INB – Engenheiro eletrônico – CONSULPLAN)
other institutions of badly needed funds. But Europe is not
going to find the answers to its financial problems in the Wolves
pockets of some professional soccer players and clubs.
Messi’s defense, delivered by his father, seems credible Tsali, an old chief of the Cherokees (a tribe of Noth
enough to me. “He is a footballer and that’s it,” Messi’s father American Indians that live in the Southwest of the Unites
Jorge said of his soccer-prodigy son. “If there was an error, it States), often walks along the stream near the village with his
was by our financial adviser. He created the company. My grandson. They do that almost every day. The old man knows
mistake was to have trusted the adviser.” Even if Messi is a lot of stories full of adventure or wisdom and the boy loves
legally responsible for the intricate tax dodge he is accused of to listen to them.
having participated in, it’s pretty hard to believe that he knew This morning Tsali decides to tell the boy about a battle
much about it. that sometimes happens inside himself. The old man says,
More to the point, Lionel Messi is probably Spain’s most “This battle is between two wolves. One is evil: cruelty, hate,
valuable global asset. What could possibly motivate the anger, envy, despair, greed, arrogance, guilt, lies, resentment,
Spanish government to want to tarnish his reputation, inferiority, superiority, and ego.”
especially after he’s paid off his alleged debt? After four years The old Indian stops for a moment and then says, “the
of Great-Depression level unemployment, have anxiety and other is good: joy, peace, love, hope, empathy, friendship,
despair curdled into vindictiveness? serenity, humility, kindness, generosity, truth, compassion,
Here’s another explanation: Maybe this whole case has less and faith…”
to do with money than it does with history. Maybe it’s no The boy is filled with curiosity. He looks at his grandfather
coincidence that the target of the Spanish government’s weird and asks, “What happens then? Which wolf wins?”
wrath happens to play for FC Barcelona, which is, after all, Tsali just smiles and answers, “The one I feed.”
"mes que un club." It's a symbol of Catalan nationalism - and a
bitter, longtime rival of Spain’s establishment team, Real They _________________ walk along the stream. They
Madrid. frequently do that.
Too conspiratorial? Prove it, Spain. Release Cristiano (A) often
Ronaldo’s tax return. (B) sometimes
(C) every day
(Adapted form http://www.bloomberg.com/news/2013-09-27/why-is- (D) always
spain-really-taking-lionel-messi-to-tax-court-.html)
(E) never
A synonym for badly, as it is used in the text, is
(A) closely. Gabarito
(B) evenly.
(C) much. 01. C / 02 A / 03. A
(D) almost.
(E) not.

02. (CODEVASF - Técnico em Informática – k) Quantificadores (many,


CONSULPLAN) much, few, little, a lotof)
The uses for oil
Oil is the largest source of liquid fuel and, in spite of
attempts to develop synthetic fuels, world consumption of oil
products in increasing. Determiners / Quantifiers
The oil industry is not much more than a hundred years
old. It began when the first oil well was drilled in 1859. In the Determiners são palavras que iniciam as orações
early days, oil was used to light houses because there was no substantivas. Eles podem ser: específicos (specific) ou gerais
electricity and gas was very scarce. Later, people began to use (general).
oil for heating too. Os “Specific Determiners” são usados quando se tem
Most industries use machinery to make things. Every conhecimento exato de que o leitor ou ouvinte sabe a que eles
machine needs oil in order to run easily. Even a small clock or se referem.
watch needs a little oil from time to time. “General Determiners” são empregados para falar de
The engines of many machines use oil fuels petrol, coisas em geral, das quais o leitor ou ouvinte não sabe
kerosene or diesel. Cars, buses, trucks, tractors, and small exatamente a que se referem.
aircraft use petroleum chemicals: synthetic rubber, plastics,
synthetic fiber materials for clothes and for the home, paints, Specific Determiners: THE; MY; YOUR; HIS; HER; ITS;
materials which help to stop rust, photographic materials, OUR; THEIR; WHOSE; THIS; THAT; THESE; THOSE, WHICH.
soap and cleaning materials (detergents), drugs, fertilizers for
farms and gardens, food containers, and may others. Examples:
In 1900 the world’s oil production was less than 2 million Can you pass the glass, please? (o)
tons a year. Today the oil industry is one of the world’s largest Look at this beautiful flower. (essa)
and most important suppliers of raw materials. Thank you for your present. (seu)

In the sentence: “every machine needs oil in order to run General Determiners: A; AN; ANY; ANOTHER; OTHER;
easily”. Easily can be considered: WHAT.
(A) an adverb.
(B) an adjective. Examples:
(C) a noun. A man saw the accident. (um)
(D) a preposition. Any person can solve this exercise. (qualquer)
(E) a conjunction.

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Quantifiers são usados para informar a respeito do Plenty of significa “mais do que suficiente”.
número de algo.
There’s no need to hurry. We’ve got plenty of time.
Forma Tradução Exemplo
Much Muito(a) She doesn't much coffee. Much e very

Little Pouco(a) She drinks little coffee. a) Como já vimos, much (= muito/a) é usado antes de
substantivos incontáveis no singular.
Do you have much work to do? (subst. incontável)
Less Menos She drinks less coffee than John.
Pode ser usado também antes de comparativos.
Jane is much taller than John. (comparativo)
As formas much, little e less são usadas antes de
substantivos incontáveis, portanto singulares.
This book is much more interesting than that.
Forma Tradução Exemplo (comparativo)
Many Muitos(a) She doesn't have many friends.

Few Poucos(a) She has few friends. b) Very (= muito) é usado antes de adjetivos e advérbios
no grau normal.
Her daughter is very intelligent. (adjetivo)
Fewer Menos She has fewer friender than John.

They arrived very late yesterday. (advérbio)


As formas many, few e fewer são usadas antes de
substantivos contáveis no plural.
Little, a little, few, a few
- Much e many são usados, preferencialmente, em orações
interrogativas e negativas. a) A little e a few são ideias positivas e significam “uma
pequena quantidade de” ou “um pequeno número de” e
Do you have many cousins? equivalem a some, em inglês.
We didn’t spend much money.
I still have a little money in the bank. (= algum dinheiro)
- Many tem concordância verbal de plural. The exam was extremely difficult but a few students
passed it. (= alguns alunos)b) Little e few são idéias negativas.
Many students are waiting outside. I have little money in the bank. (= quase nenhum dinheiro)
The exam was extremely difficult and few students passed
Pode-se, porém, substituir a it. (= quase nenhum aluno)
forma many + plural por many a + singular.
Many a student is waiting outside. b) Little e few são ideias negativas.
I have little money in the bank (= quase nenhum dinheiro).
Sinônimos de much e many The exam was extremely difficult and few students passed
it (= quase nenhum aluno).
Em orações afirmativas, deve-se, preferencialmente, usar a
lot of, lots of, a great deal of, a good deal of, plenty of em So, too, very
substituição a much ou many.
So, too e very podem ser usados antes de much, many,
little e few para ampliar, enfatizar ou restringir o sentido dos
quantificadores.

I can’t hear so much noise.


There are so many jobs to do today.
Too much noise drives me crazy.
There are too many people in the restaurant.
I’ve got very little money.
Very few students passed the examination.

Some, Any, No e None e Compostos

A lot (sem of) não deve ser usado antes de substantivos. A. SOME (= algum, alguma, uns, umas)
SOMEONE / SOMEBODY (= alguém)
She works a lot. SOMETHING (= algo)
A lot was done by him.
Usos:
As formas a lot of e lots of têm concordância verbal ⎯→ orações afirmativas
dependente do elemento que as seguir. ⎯→ orações interrogativas (oferecimentos e pedidos)

There is a lot of dust here. Exemplos:


There are a lot of books here.
There is a lot of rice left. Jane has bought SOME new shoes.
There are lots of potatoes left. There’s SOMEONE / SOMEBODY knocking at the door.
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I have SOMETHING important to tell you. Questões


Would you like SOMETHING to drink? Complete com o quantificador apropriado:
Can you give me SOME information?
01. Would you like more wine? Yes, but only ………………...
B. ANY (A) a little
ANYONE / ANYBODY (B) fewer
ANYTHING (C) less
(D) much
Usos: (E) many
⎯→ orações interrogativas
⎯→ orações negativas (com verbos negativos ou palavras 02. How ………… food did they bring?
negativas na oração) (A) many
⎯→ orações afirmativas significando “qualquer” (B) few
(C) fewer
Exemplos: (D) much
(E) little
Have you seen ANY good movie recently?
They don’t know ANYONE / ANYBODY here. 03. There are too ……………… people chasing too ………………
He left home without ANY money. jobs.
(A) many - much
He’s lazy. He never does ANY work. (B) few - much
Come and visit me ANY day you want. (C) many - few
Observação: (D) much - many
Frequentemente usamos ANY, ANYONE/ANYBODY, (E) fewer – much
ANYTHING após IF (se).
04. Complete with SOME or ANY.
Exemplos: a) _________ child can be adopted. It depends mainly on you.
Buy some strawberries if you see ANY. b) Ann met ____________ of her friends in Paris last summer.
If ANYONE has ANY question, I’ll answer it. c) Could you please bring me _____________ water?
If you need ANYTHING, let me know. I’m very thirsty.
d) The room was crowded. There weren’t __________ places
C. NO (= nenhum, nenhuma) anymore.
NO ONE / NOBODY (= ninguém) e) Did you see ___________ good play last week?
NOTHING (= nada) f) I didn’t do ___________ homework yesterday.

Uso: 05. Fill in the blanks with SOME, ANY or NO.


⎯→ orações negativas (com verbos afirmativos) a) I’m sorry I can’t lend you ____________ money. I’m broke.
b) “Do you want ________ coffee?” “Yes, I want ________.”
Exemplos: c) I don’t have ______________ opinion about her.
He has NO friends. = He doesN’T have ANY friends. d) __________ students did their homework. They’re too lazy.
I have talked to NOBODY / NO ONE. = I haveN’T talked to e) Is there _____________ drugstore near here?
ANYBODY / ANYONE. f) I see ________ person here. I think you must be mistaken.
He has bought NOTHING for her. = He hasN’T bought g) “Would you like _____________ coffee?”
ANYTHING for her. “No, I would like _____________ coffee.”
h) Can you lend me _____________ “reais”?
I’ll give you back some next payment.
i) Can you give me ______________ further details about the
some trip?
j) If you have _______________ problem, I’ll give you a hand.

Gabarito
01. A / 02. D / 03. C

04. a) any
b) some
c) some
Observação: d) any
e) any
SO, TOO e VERY podem ser usados antes de much, f) any
many, little e few para ampliar, enfatizar ou restringir o
sentido dos “quantifiers”. 05. a) any
Exemplos: There are so many books to read. b) some / some
I ate too much food. c) any
Very few students passed in the exam. d) no
e) any
f) no
Fonte: objetivo.br(Adaptado)
g) some / no
h) no
i) some
j) any

Inglês 31
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Anotações

Inglês 32
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