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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT


DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFÍCIOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

OS BENEFÍCIOS DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETO.


ESTUDO DE CASO: RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR NA CIDADE DE
JUAZEIRO DO NORTE - CE.

João Philipe Machado de Lima

JUAZEIRO DO NORTE, CE
2019
João Philipe Machado de Lima

Os Benefícios da compatibilização de Projeto.


Estudo de Caso: Residência Unifamiliar na cidade de Juazeiro do
Norte - CE.

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado a


Banca examinadora do Curso de Tecnologia da
Construção Civil da Universidade Regional do Cariri,
com habilitação em Edificações, como Requisito para
conclusão do curso.

Orientador (a): Prof. Msc. Bruno Barbosa de Oliveira

JUAZEIRO DO NORTE, CE
2019
João Philipe Machado de Lima

Os Benefícios da compatibilização de Projeto.


Estudo de Caso: Residência Unifamiliar na cidade de Juazeiro do
Norte - CE.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________________________
Prof. Msc. Bruno Barbosa de Oliveira
(Orientador)

_______________________________________________________________________________
Prof. Esp. Samuel Bezerra Cordeiro
(Examinador)

_______________________________________________________________________________
Prof. Esp. Vangivaldo de Carvalho Filho
Orientador

Monografia aprovada em ____/____/_____, com nota _____.

JUAZEIRO DO NORTE, CE
2019
Agradecimentos

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por todas as graças que tem


proporcionado.
Aos meu pais João e Olávia, pelo grande apoio e incentivo.
A todos os meus professores da Universidade Regional do Cariri, em destaque
ao meu professor orientador Bruno Barbosa de Oliveira, pela paciência, esforço e
excelente orientação para o desenvolvimento deste trabalho.
A meus colegas de sala de aula, que juntos deste o início, sempre ajudando
uns aos outros.
“Cada sonho que você deixa para trás, é
um pedaço do seu futuro que deixa de existir.”
Steve Jobs
“A persistência é o caminho do êxito”
Charles Chaplin
Resumo

A maioria dos problemas encontrados nas obras são decorrentes de falhas de


planejamento, pois não se é dado a devida importância a tal fase, e com o passar dos
anos, através da evolução do mercado da construção civil, foi se tendo a necessidade
de aprimoramento na qualidade dos projetos, visando a economia principalmente de
tempo e dinheiro, e uma das soluções encontradas, foi com a compatibilização de
projetos dando a possibilidade de corrigir as interferências antes de cada etapa
construída, em si, sendo assim, possível observar incompatibilidades que
aconteceriam durante cada etapa de execução. O presente trabalho de conclusão de
curso visa, a compatibilização do projeto arquitetônico e seus complementares de uma
residência Unifamiliar, através do software AutoCAD, analisando e propondo
possíveis soluções para os problemas encontrados.

Palavras Chaves: Compatibilização, CAD, Construção, Projetos.


Lista de Tabelas
Tabela 1 - Sequência de Detalhamento .................................................................... 21
Tabela 2 - Área dos Cômodos Térreo. ...................................................................... 23
Tabela 3 - Área dos Cômodos Superior .................................................................... 24
Tabela 4 - Verificação de Compatibilidade Arquitetônico x Estrutural Térreo. ........... 31
Tabela 5 - Verificação de Compatibilidade Arquitetônico x Estrutural Superior.
.................................................................................................................................. 31
Tabela 6 - Verificação de Compatibilidade Arquitetônico x Estrutural x Elétrico
Térreo. ....................................................................................................................... 34
Tabela 7 - Verificação de Compatibilidade Arquitetônico x Estrutural x Elétrico
Superior. .................................................................................................................... 35
Tabela 8 Verificação de Incompatibilidade entre Arquitetônico x Estrutural x
Hidro Sanitário........................................................................................................... 40
Lista de Figuras
Figura 1 - Influência do Custo da obra ...................................................................... 16
Figura 2 - Origens dos Problemas na Obra ............................................................... 17
Figura 3- Localização da obra ................................................................................... 22
Figura 4 - Planta Arquitetônica Térrio ........................................................................ 23
Figura 5 - Planta Arquitetônica Superior .................................................................... 24
Figura 6 - Projeto Estrutural Térrio ............................................................................ 25
Figura 7 - Projeto Estrutural Superior ........................................................................ 26
Figura 8 - Projeto Elétrico Térreo .............................................................................. 27
Figura 9 - Projeto Elétrico Superior ........................................................................... 27
Figura 10 - Projeto Hidráulico Térrio.......................................................................... 28
Figura 11 - Projeto Hidráulico Superior ..................................................................... 29
Figura 12 - Projeto Sanitário Térrio ........................................................................... 29
Figura 13 - Projeto Sanitário Superior ....................................................................... 30
Figura 14 - Representação dos Pilares térreo ........................................................... 32
Figura 15 - Representação dos Pilares Superior ....................................................... 32
Figura 16 - Interferência Entre tomada e Pilar na Sala de Estar ............................... 33
Figura 17 - Representação da Garagem ................................................................... 36
Figura 18 - Representação do Acesso Social............................................................ 37
Figura 19 - Interferência no Foyer ............................................................................. 38
Figura 20 - Interferência no Quarto de Hóspedes ..................................................... 38
Figura 21 - Interferência na Entrada da Suite 3. ........................................................ 39
Figura 22 - Conflito Entre tubulação e Pilar no WC do Casal. ................................... 40
Figura 23 - Conflito entre Tubulação x Pilar na jardineira. ......................................... 41
Figura 24 - Conflito na locação do pilar ..................................................................... 42
Figura 25 - Conflito entre TUG e pilar. ....................................................................... 43
Figura 26 - Conflito entre tubulação e pilar. ............................................................... 44
9

Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
1.1. Delimitações de Estudo ................................................................................ 12
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 13
2.1. Geral ............................................................................................................ 13
2.2. Específicos ................................................................................................... 13
3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 14
3.1. Importância da Fase de Projeto ................................................................... 14
3.2. Planejamento da Compatibilização .............................................................. 15
3.3. Compatibilização de projetos ....................................................................... 18
4. METODOLOGIA ................................................................................................. 19
4.1. Etapas do Trabalho ...................................................................................... 19
4.2. Ferramenta utilizada..................................................................................... 19
4.3. Caracterização da compatibilização ............................................................. 20
4.4. Obtenção Dos Resultados ........................................................................... 21
5. CARACTERIZAÇÃO DOS PROJETOS ............................................................. 21
5.1. Caracterização da Obra ............................................................................... 21
5.2. Caracterização do Projeto Arquitetônico ...................................................... 22
5.3. Caracterização do Projeto Estrutural............................................................ 24
5.4. Caracterização do Projeto Elétrico ............................................................... 26
5.5. Caracterização do Projeto Hidro – Sanitário. ............................................... 28
5.6. Caracterização entre os Projetos Arquitetônico e Estrutural ........................ 30
5.6.1. Verificação das Incompatibilidades........................................................ 30
5.6.2. Demonstração das Incompatibilidades .................................................. 31
5.7. Caracterização entre os Projetos Arquitetônico, Estrutural e Elétrico. ......... 33
5.7.1. Verificação de Incompatibilidades. ........................................................ 34
5.7.2. Demonstração das Incompatibilidades. ................................................. 36
5.8. Caracterização entre os Projetos Arquitetônico x Estrutural x Hidro – Sanitário.
39
5.8.1. Verificação de Incompatibilidades. ........................................................ 39
5.8.2. Demonstração das Incompatibilidades .................................................. 40
6. ANÁLISE DOS RESULTADOS. ......................................................................... 42
6.1. Projeto Arquitetônico x Projeto Estrutural ..................................................... 42
6.2. Projeto Arquitetônico x Estrutural x Elétrico. ................................................ 42
6.3. Projeto Arquitetônico Estrutural x Hidro-Sanitário ........................................ 44
10

7. CONCLUSÃO. .................................................................................................... 45
7.1. Recomendações para próximos trabalhos. .................................................. 45
8. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 46
11

1. INTRODUÇÃO

A evolução da tecnologia no Brasil e no mundo vem crescendo de forma


significativa gerando assim mudanças em todos os setores, e essas mudanças se não
acompanhadas gera impactos, em quem não evolui juntamente com a tecnologia, e
na Construção civil não é diferente, e com o passar dos anos encontrou-se uma forma
mais eficiente de associação da tecnologia com a construção, através da
compatibilização de projeto impulsionando a cadeia da construção civil por completa.
Com a compatibilização de projetos, se é possível observar incompatibilidades
que aconteceriam durante a execução do projeto, proporcionando assim economia de
tempo e dinheiro com qualidade e eficiência. A compatibilização de projetos ainda é
muito recente no Brasil, estando presente na vida acadêmica das áreas relacionadas
a construção civil a pouco anos.
Quando se tem baixa valorização na atividade de elaboração de projetos pode-
se observar várias falhas durante execução como retrabalhos sendo realizados prazos
de entrega sendo estendidos e para o cliente o aumento no custo da obra.
A tecnologia BIM (Building Information Modeling), associada

com a compatibilização de projeto, é uma peça importante para a construção civil no


futuro tendo em vista menos custo e mais agilidade no planejamento e na execução
de projeto.
A obra de estudo na qual será utilizada a compatibilização dos projetos para
obter-se os dados deste trabalho, está situada em Juazeiro do Norte - CE, e está
implementando esta filosofia de trabalho, com quatro residências sendo construídas
com esta metodologia.
Desta forma este trabalho pretende apresentar os benefícios da
compatibilização de projetos, trazendo o projeto de uma residência que foi construída
no condomínio Cidades Kariris, condomínio de luxo localizado, na Avenida José
Cardoso Alcântara, cidade Universitária em Juazeiro do Norte, próximo divisa da
cidade de Barbalha, em que não houve a compatibilização de projetos, e mostrar, que
poderia ter mais vantagens durante a construção, principalmente na redução de tempo
de execução.
12

1.1. Delimitações de Estudo

O estudo se delimitará na sobreposição de projetos no software, AutoCAD, com


o projeto arquitetônico, elétrico, hidráulico, e estrutural, apresentando os dados
obtidos, mostrando vantagens da compatibilização, mas se atentando mais
profundamente, apenas na vantagem de redução de tempo de execução.
Não será abordado sobre compatibilização em outros softwares ou outras
plataformas.
13

2. OBJETIVOS

2.1. Geral

O objetivo deste trabalho é demonstrar as vantagens que a compatibilização de


projetos pode trazer, através de uma pesquisa em uma obra na cidade de Juazeiro do
Norte - CE, que está implementando esta tecnologia, apresentando os benefícios
desta metodologia.

2.2. Específicos

• Avaliar a compatibilização do projeto de uma residência unifamiliar no


condomínio cidades kariris na cidade de Juazeiro do Norte;

• Identificar pontos, onde ainda pode ser melhorado.

• Apresentar relatório de compatibilização de projetos, afim de que o projeto seja


ajustado antes da execução da obra.
14

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Importância da Fase de Projeto

De acordo com a NBR 5674, Manutenção de Edificações - Procedimento


(ABNT,1999, p. 2). “Projeto é a descrição gráfica e escrita das características de um
serviço ou obra de engenharia ou de arquitetura, definindo seus atributos técnicos,
econômicos, financeiros e legais”.
Seguindo a linha de raciocínio da ABNT, Pellizarro e Vincenzi (2018), dizem
que, perante a atual competitividade do setor da construção civil, gerir projetos com
maior qualidade se torna imprescindível. O desafio dos profissionais da área é elevar
a qualidade dos projetos, tornando-os eficientes ao mesmo passo em que se otimiza
os custos.
Para Cruz (2017) A qualidade dos projetos na construção está totalmente
vinculada com a importância que se dá a esta etapa. A situação atual do mercado
exige competitividade, ou seja, projetos eficientes, que reduzam os custos da
construção e mantenham a capacidade de atender as necessidades requeridas.
Segundo Motteu e Cnudde (1989) citado por Vinícius (2011) quando a atividade
de projeto é pouco valorizada, os projetos são entregues à obra repletos de erros e
de lacunas, levando a grandes perdas de eficiência nas atividades de execução, bem
como ao prejuízo de determinadas características do produto que foram idealizadas
antes de sua execução. Isso é comprovado pelo grande número de problemas
patológicos dos edifícios atribuídos às falhas de projeto.
Apesar da devida importância, as construtoras colocam as fases, de
planejamento e de projeto em segundo plano, visando o início mais rápido da obra,
tentando mostrar eficiência. Assim as mesmas contratam profissionais separados
para cada tipo de projeto, é neste pequeno detalhe que aparecem as
incompatibilidades, os projetos acabam não sendo compatibilizados, e isto vai
ocasionar problemas durante a execução, problema estes que terão que ser
resolvidos durante a obra.
Segundo CAMPESTRINI (2015) os empreendimentos de construção civil
normalmente são marcados pelo envolvimento de grande quantidade de profissionais
e, em muitos casos, há diferentes especialistas envolvidos a cada projeto. Para
desenvolver construções mais ousadas, com metas mais rígidas de custo, por
exemplo, as informações que fluem durante as fases de projeto e de obras precisam
15

estar mais organizadas, sendo esta a base para que as soluções entregues por cada
um dos envolvidos sejam melhores.
Desta forma é necessário que haja a colaboração de todos os envolvidos para
que seja possível fluir tudo de forma mais clara, deixando de lado um pensamento
antigo, onde cada um entrega sua parte e pronto, para que as soluções das
incompatibilidades encontradas possam ser decididas em conjunto, contribuindo para
um objetivo compartilhado por todos, obtendo o melhor de cada profissional envolvido.
Porém para Adesse e Melhado (2003): As empresas constataram que se tornou
fundamental a utilização de critérios que assegurem a racionalização da obra e a
construtibilidade, o que exige projetos adequados e harmônicos entre si. A
coordenação dos diversos projetos que compõem a construção de um edifício passou
a ser necessária e imprescindível para um resultado final coerente com os padrões de
qualidade vendidos e almejados.
Onde as empresas deixaram de ver como um custo extra, e passaram a ver
como um investimento, visto que é nesta fase onde pode-se observar as dificuldades
a aparecerão posteriormente, eliminando os retrabalhos que por ventura viriam a
aparecer.

3.2. Planejamento da Compatibilização

Segundo Avilla (2011) a medida que as etapas de projeto avançam menor é o


poder de antecipação dos problemas no canteiro de obras, já que algumas falhas e
incompatibilidades serão detectadas apenas durante a construção. Com isso a
necessidade de retrabalho tanto construtivo quanto projetual tornarão o
empreendimento menos competitivo junto ao mercado, devido ao aumento do tempo
e do custo de produção. Análises mais aprofundadas nas etapas iniciais do projeto
tendem a gerar maior economia ao empreendimento.
De acordo com a NBR ISO9000(ABNT, 2000, p.11) projeto pode ser definido
como “Conjunto de processos que transformam requisitos em características
especificas ou na especificação de um produto, processo ou sistema”.
Segundo POMPERMAIER (2015) as decisões tomadas na etapa de projeto têm
significativas consequências na fase de construção, repercutindo de forma direta na
qualidade da edificação e na satisfação do cliente.
16

Desta forma as análises antecipam os problemas futuros diminuindo,


retrabalhos, incompatibilidades, falhas que seriam detectadas apenas durante a
execução, onde para reparo destes problemas aumentaria o custo do
empreendimento tornando-o mais caro frente a outros empreendimentos. A figura 01
mostra o quanto essas influencias aumentando ao longo da obra aumenta o custo de
acordo com a fase que se é identificado.
Figura 1 - Influência do Custo da obra

Fonte: Fabricio (2002) apud Ávila (2011, P. 20).

A figura acima mostra, a possibilidade de interferência no projeto na medida


que se avançam as etapas, correlacionando com custos que se terá, onde na primeira
etapa que é, estudo de viabilidade, que é onde se vai poder pensar, no que vai ser e
como vai ser feito, se tem baixíssimo custo, a partir do momento que se avança para
a fase de concepção de projeto, a possibilidades de alterações reduz em 50% mais
mesmo se mantém ainda um custo baixo, a partir do momento que se é feito o projeto
diminuem mais ainda as possiblidades de interferências e começa a aumentar os
custos, e por fim quando se dá início a construção, os custos pela interferência
praticamente dobram.
Na figura 2, se é possível observar a complementação do gráfico apresentado
na figura 1, onde demonstra a principal origem dos problemas na obra, sendo visível
que o principal problema está na concepção e projeto.
17

Figura 2 - Origens dos Problemas na Obra

MOTTEU; CONDE,1989, apud BELEM, 2015

Desta quanto mais tardia for a intervenção maior se é o gasto, por isso é
primordial o estudo na fase de projeto pois é através dele que pode-se definir os custos
da obra, fazendo com que se tenha mais economia. Por exemplo um problema
encontrado durante a execução, vai ter perda de material, e a mão de obra irá trabalhar
dobrado, onde este problema sendo detectado na projeção, economiza material por
que se é feito somente uma vez, e economiza tempo pois o funcionário irá fazer
apenas um serviço, ao invés de estar adiantando a obra, fazendo o mesmo serviço
duas vezes.
Segundo POMPERMAIER (2015, p.21) “Caso a falha ou erro passe
despercebida durante as duas etapas, é necessário realizar a manutenção”
Manutenção esta que muitas vezes sai muito mais caro, dependendo do tipo de
manutenção que será feito, que pode ser de dois tipos, preventiva e corretiva, onde
na maioria das vezes se é necessária a preventiva, e ela sai muito mais cara,
comparada a corretiva, por causa dos materiais que serão utilizados e a mão de obra
que tem que ser diferenciada.
Segundo Avilla (2011) em cada fase de projeto são trabalhadas diferentes
particularidades, com o envolvimento de agentes específicos em cada uma delas.
Cada um deles agrega soluções inerentes à concepção do edifício, propiciando um
desenvolvimento integrado entre as especialidades envolvidas num ambiente
colaborativo, a fim de se diminuir custos e retrabalhos quando dado o início da etapa
seguinte.
18

Ele ainda cita que deve-se dedicar especial atenção a etapa de projeto, frente
à grande influência que esta imprime sobre o edifício. Quanto maior o tempo dedicado
na elaboração de cada fase do projeto, menores serão as falhas ou retrabalhos,
diminuindo assim, o custo de produção do empreendimento.

3.3. Compatibilização de projetos

Para (GONÇALVES, 2016) O objetivo da compatibilização de projetos é


verificar os diversos sistemas que fazem parte da edificação aproximando novamente
os agentes integradores do processo. Ela é uma forma de reduzir custos, desperdício
de materiais e atrasos na execução.
Já segundo Pellizarro e Vincenzi (2018) compatibilização de projetos é a
possibilidade de corrigir interferências antes que se tornem físicas e resultem em
transtornos no canteiro de obra.
Bortolotto (2014) afirma que quanto mais projetos passarem pelo processo,
menor é o grau de erros na etapa construtiva e maior o esclarecimento de informações
passadas de um profissional para outro.
Fazendo assim com que os padrões de nível de projeto se elevem, através da
compatibilização, porém ressaltando que compatibilização de projeto, não é BIM.
19

4. METODOLOGIA

O presente trabalho de caráter exploratório, analisou as desconformidades de


um projeto já concluído utilizando ferramenta de modelagem computacional expondo
os possíveis benefícios gerados caso houvesse a utilização da tecnologia da
compatibilização.

4.1. Etapas do Trabalho

1º Etapa: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de dissertações, livros,


artigos e outras fontes de confiança para que se pudesse obter uma boa base teórica
para a elaboração do projeto.

2º Etapa: Para a realização do estudo de caso foi selecionado um projeto na cidade


de Juazeiro do Norte, dentre o qual é um projeto residencial com uma área de 540m²,
cedido pelo técnico responsável pela obra Joaquim Victor que autorizou o uso do
mesmo para a desenvolvimento do trabalho.

3º Etapa: Dispondo do projeto estrutural, arquitetônico, hidrossanitário e elétrico em


arquivos CAD deu-se início a sobreposição dos projetos.

4º Etapa: Após a realização da sobreposição foi efetuada a verificação das


interferências entre os projetos, combinando primeiramente as disciplinas de
arquitetura e estrutura. Em seguida o procedimento foi repetido combinando também
a elétrica e a hidrossanitária.

5º Etapa: Foi realizada uma triagem dos resultados e propostas soluções para todas
as inconformidades verificadas.

6º Etapa: Elaborada uma análise dos dados obtido, evidenciando as vantagens


percebidas com o uso da tecnologia e extraídas conclusões acerca do trabalho.
4.2. Ferramenta utilizada.

Foi adotado para realização da compatibilização o software, desenvolvido pela


AutoDesk, um dos mais utilizados para a elaboração de projetos, nos dias de hoje, ao
lado do Revit, o Auto CAD, onde se é possível elaborar projetos nos formatos, 2D e
3D. Programa este, escolhido devido a facilidade de acesso a ele, ao conhecimento
20

do autor com o devido programa, e ao formato da extensão dos projetos, que estão
em DWG, compatível com o CAD.

4.3. Caracterização da compatibilização

Antes de ser realizada as compatibilizações entre os projetos será realizada a


caracterização de cada projeto, iniciando pelo projeto arquitetônico, apresentando
suas caraterísticas e detalhes, em seguida o projeto estrutural, apresentando seus
dados, em seguida o elétrico, o hidráulico e finalizando no sanitário.
A compatibilização entre o projeto arquitetônico e seus complementares se dá
através da sobreposição, dos projetos complementares dobre o projeto arquitetônico,
sendo feita anotações de todas as não conformidades detectadas. Atividade, esta,
realizada pelo autor.
Desta forma o primeiro passo foi analisar o projeto arquitetônico, observando
localidade dos cômodos, posicionamento de esquadrias e comodidade dos
ambientes, após realizar devidas observações, passa-se a observar o projeto
estrutural, se toda a parte estrutural está esquematizada de forma correta se tem todas
as dimensões de pilares, vigas e lajes, após realizar as devidas observações, se é
feita a sobreposição dos projetos no software AutoCAD, realizando as devidas
alterações nas camadas para melhor visualização, obtendo assim um desenho com
mais detalhes, a partir dessa fase os projetos arquitetônico e estrutural passam a
andar juntos, para realização da compatibilização dos demais projetos.
Após a verificação das não conformidades ou interferências, foram registradas
todas em uma tabela similar a encontrada a baixo,
É uma tabela simples onde vai ter apenas três colunas, uma indicando o local
ou ambiente da incompatibilidade, na segunda coluna a incompatibilidade, o devido
problema encontrado, e na terceira coluna a suposta solução para o problema, sendo
que esta tabela aumenta ou diminui de acordo com a quantidade de
incompatibilidades encontradas, por projeto, e posteriormente apresentadas as figuras
de demonstração e suas devidas explicações.
Na tabela 01 irá demonstrar a sequência seguida, para o desenvolvimento da
compatibilização dos projetos. Primeiramente apresentação dos dados do projeto
arquitetônico e seus complementares, e logo após a compatibilização entre os
projetos, e as devidas incompatibilidades encontradas.
21

Tabela 1 - Sequência de Detalhamento

Tipo de Projeto Apresentação.

Projeto Arquitetônico Dados do projeto

Projeto Estrutural Dados do Projeto

Projeto Elétrico Dados do Projeto

Projeto Hidro Sanitário Dados do Projeto

Projeto Arq. x Projeto Est. Incompatibilidades

Projeto Arq. X Projeto Est x Projeto Elet. Incompatibilidades.

Projeto Arq x Projeto Est x Projeto Hidro sanitário Incompatibilidades.

Fonte: Autor (2019)

4.4. Obtenção Dos Resultados

Realizada a sobreposição de cada projeto, e feita as devidas alterações para


melhor visualização, foi-se analisado, anotado as incompatibilidades e apresentado
as soluções. Resaltando que a compatibilização se deu apenas na realização dos
estudos das plantas baixas de cada projeto, visto que não foi disponibilizado, outro
projetos complementares como isométrico e cortes.

5. CARACTERIZAÇÃO DOS PROJETOS

5.1. Caracterização da Obra

A residência analisada, localiza-se no condomínio cidades Kariris, localizado,


na Avenida José Cardoso Alcântara, cidade Universitária em Juazeiro do Norte,
próximo divisa da cidade de Barbalha, cidade integrante da região metropolitana do
cariri.
22

É uma residência unifamiliar de primeiro pavimento, de luxo, tendo sido iniciada


em agosto 2018, e finalizada em agosto de 2019.

Figura 3- Localização da obra

Fonte: GogleMaps (2019)

5.2. Caracterização do Projeto Arquitetônico

A unidade residencial está localizada em um terreno de 540m², buscando


garantir qualidade e bem-estar dos moradores, com espaços bem divididos, com
algumas jardineiras distribuídas na residência levando uma sensação de espaço
natural e ar mais fresco.
Sendo uma residência de primeiro pavimento, onde no térreo apresenta uma
garagem para dois carros, sala de estar conjugada com sala de jantar, cozinha, área
de serviço, quarto de hóspedes, um pequeno depósito, e um deck para duas piscinas
uma infantil e outra adulto. A figura 4 apresenta a planta baixa do térreo e na tabela 3
a área de cada cômodo. Sendo possível observar em escala maior nos Anexos.
23

Figura 4 - Planta Arquitetônica Térrio

Sem Escala Fonte – Adaptado de Martins 2017

Tabela 2 - Área dos Cômodos Térreo.


Cômodo Área (m²)
Acesso Social 8,35
Garagem 36,27
Depósito 1,89
Hall 1,05
Quarto de Hóspedes 12,08
WC Social 4,73
Foyer 13,67
Sala de Estar 19,43
Sala de Jantar 18,34
Cozinha 18,85
Serviço 6,17
Departamento de Serviço 4,59
WC Serviço 3,65
Lavatório 1,67
Reservado 1,70
Ducha 1,77
Deck 28,65
Jardineira 6,3
Fonte – Autor

No primeiro pavimento vai conter três suítes básicas com um banheiro em cada,
e todas com acesso a uma varanda, uma área de circulação que dá acesso a todos
24

os cômodos, onde vai conter também, um observatório, um home theater, e a suíte do


casal, contendo um closet, uma varanda e um banheiro. Abaixo na figura 5 tem a
planta do pavimento superior e na tabela 4 a área de respectiva de cada cômodo.

Figura 5 - Planta Arquitetônica Superior

Sem Escala - Fonte – Adaptado de Martins 2017

Tabela 3 - Área dos Cômodos Superior


Cômodo Área (m²)
Circulação 20,58
Suíte 1 15,33
WC Suíte 1 4,05
Suite2 14,05
WC Suíte 2 4,05
Suíte 3 15,65
WC Suíte 3 4,05
Observatório 7,51
Home Theater 14,40
Suíte Casal 26,73
WC Suíte Casal 4,75
Varanda Suíte 5,49
Varanda 35,92
Fonte – Autor

5.3. Caracterização do Projeto Estrutural

O projeto estrutural da residência é composto por vigas, pilares, e lajes, de


concreto armado, com dimensões calculadas previamente. Na residência analisada
25

foram executadas fundações rasas, com sapatas isoladas de concreto, armada, nas
profundidades determinadas no projeto. As lajes são pré-fabricadas, com vigotas
treliçadas, com altura de 12cm. O aço utilizado foi de CA 50, com concreto com
resistência de 25MPA. Nas vigas e pilares foi utilizado concreto usinado, com Fck de
30 mpa, para as vigas, e 25 mpa para os pilares, em ambos, aço CA 60. Na figura 6
e 7 estão as plantas do projeto estrutural do térreo e do primeiro pavimento. Podendo
observa-las em escala maior nos anexos.

Figura 6 - Projeto Estrutural Térrio

Sem Escala - Fonte – Adaptado de Martins 2017


26

Figura 7 - Projeto Estrutural Superior

Sem Escala Fonte – Adaptado de Martins 2017

5.4. Caracterização do Projeto Elétrico

A entrada da alimentação para a residência se deu através de cabeamento


subterrâneo, e conduzidas até os quadros de distribuição 1 e 2, localizados no
depósito no térreo, e na circulação no pavimento superior, respectivamente, a partir
daí foram utilizados eletrodutos corrugados flexíveis, seguindo o posicionamento de
interruptores, tomadas de uso geral, tomadas de uso específico, e pontos de
iluminação, determinados em projeto. Na figura 8 e 9 estão as plantas elétricas dos
respectivos pavimentos. Podendo observa-los em escala maior nos anexos
27

Figura 8 - Projeto Elétrico Térreo

Sem Escala Fonte – Adaptado de Martins 2017

Figura 9 - Projeto Elétrico Superior

Sem Escala Fonte – Adaptado de Martins 2017


28

5.5. Caracterização do Projeto Hidro – Sanitário.

A residência é abastecida com água de poço, obtida através de poço, e


armazenada em uma caixa d’água de polietileno com capacidade para 2000 litros
localizada no teto da residência. Para a distribuição na residência foram utilizados
tubos e conexões de PVC soldáveis. Tendo também o abastecimento de água quente,
onde a água será aquecida através de placas solares, e armazenada em um boiler
com capacidade de 500 litros, e posteriormente distribuída pela residência.
A água pluvial será coletada e conduzida até Caixas de Areia, onde terão um
total de 8 caixas, que conduzirão as águas para a rede de esgoto púlblico.
Os Tubos de esgoto e ventilação foram instalados em shafts, onde foram
ligadas as caixas de inspeção que levam os resíduos até a fossa que é conectada
com o sumidouro, sendo que são 8 caixas de inspeção que se conectam antes de
chegar a fossa, sendo que uma delas recebe a ligação da caixa de gordura, derivante
da pia da cozinha, tudo instalado de acordo com as orientações de projeto. Na figura
10, 11, 12 e 13 estão os projetos de água fria e água quente, e o sanitário, de ambos
os pavimentos da residência. Podendo observa-los em escala maior nos anexos.

Figura 10 - Projeto Hidráulico Térrio

Sem Escala Fonte – Adaptado de Martins 2017


29

Figura 11 - Projeto Hidráulico Superior

Sem Escala Fonte – Adaptado de Martins 2017

Figura 12 - Projeto Sanitário Térrio

Sem Escala Fonte – Adaptado de Martins 2017


30

Figura 13 - Projeto Sanitário Superior

Sem Escala Fonte – Adaptado de Martins 2017

5.6. Caracterização entre os Projetos Arquitetônico e Estrutural

A Verificação de compatibilidade entre os projetos arquitetônico e estrutural foi


realizada através da sobreposição das plantas, de cada pavimento, com auxílio do
software CAD. Porém os devidos projetos não apresentaram interferências físicas de
grandes proporções, apenas interferências de fácil resolução em ambos os
pavimentos.

5.6.1. Verificação das Incompatibilidades

Nas Tabelas 4 e 5, são apresentadas as interferências encontradas entre os


projetos arquitetônico e estrutural tendo sido realizada a sobreposição onde se pode
analisar as correlações das vigas e pilares, tendo sido encontrada falhas simples,
relacionada a locação dos pilares que se chocam com as espessuras das alvenarias
ocasionando assim um aumento na espessura de revestimento, pois será necessário
realizar o cobrimento dos pilares também, então devido aos pilares estarem locado
nas extremidades das alvenarias já com revestimento, para ser possível realizar o
cobrimento do pilar de forma que a parede fique contínua, se é necessário locar os
31

pilares na mesma linha dos blocos cerâmicos deixando livre os dois centímetros do
revestimento.

Tabela 4 - Verificação de Compatibilidade Arquitetônico x Estrutural Térreo.

Local Incompatibilidade Solução Proposta


Pilares (P2, P3, P5, P6, Locação dos Pilares. Nos Pilares locados nas
P7, P8, P9, P10, P11, P12, alvenarias externas,
P13, P14, P15, P16, P18, ajustar a parede, para que
P19, P20, P21, P22, P23, a locação da alvenaria
P24, P25, P26, P28, P29, fique de forma linear com o
P30, P31, P34, P42. pilar.
Fonte: Autor (2019)

Tabela 5 - Verificação de Compatibilidade Arquitetônico x Estrutural Superior.

Local Incompatibilidade Solução Proposta


Pilares (P5, P6, P7, P8, Locação dos Pilares. Nos Pilares locados nas
P9, P10, P12, P18, P19, alvenarias externas,
P20, P23, P25, P30, P32, ajustar a parede, para que
P34, P35, P39, P41. a locação da alvenaria
fique de forma linear com
o pilar.
Fonte: Autor (2019)

5.6.2. Demonstração das Incompatibilidades

Na figura 14 e figura 15 está demonstra como se encontra no projeto, para se


evitar os problemas citados, que por sua vez, ocasionam outro problema que a
elevação do custo da obra devido ao aumento do uso de mais materiais
desnecessariamente, realizar alterações recomendadas.
32

Figura 14 - Representação dos Pilares térreo

Fonte – Adaptado de Martins 2017

Figura 15 - Representação dos Pilares Superior

Fonte – Adaptado de Martins 2017


33

5.7. Caracterização entre os Projetos Arquitetônico, Estrutural e


Elétrico.

A Verificação de compatibilidade entre os projetos arquitetônico, estrutural e


elétrico foi realizada através da sobreposição das plantas, de cada pavimento, com
auxílio do software CAD. Todas as interferências identificadas foram registradas em
tabelas, contendo a identificação do tipo de interferência e o procedimento de ajuste
proposto.
A falha mais encontrada durante a análise foi a locação de interruptores, sobre
pontos estruturais, como na sala de estar os interruptores que ligam as lâmpadas
externas, da rede 15/16/17, está locada sobre um pilar, sendo que não se é possível
colocar, instalações sobre pontos estruturais, de modo que eles não podem sofrer
danos para não comprometer a estrutura da residência. A figura 16 demonstra como
está no projeto.

Figura 16 - Interferência Entre tomada e Pilar na Sala de Estar

Fonte – Adaptado de Martins 2017


34

5.7.1. Verificação de Incompatibilidades.

Nas Tabelas 6 e 7 são apresentadas as interferências encontradas entre os


projetos arquitetônico, estrutural, e elétrico tendo sido realizada a sobreposição onde
se pode analisar as correlações dos pontos interruptores, pontos de iluminação, TUE
e TUG, tendo sido encontrada falhas, com paredes e esquadrias, além de observar
as correlações com vigas e pilares

Tabela 6 - Verificação de Compatibilidade Arquitetônico x Estrutural x Elétrico Térreo.

Local Incompatibilidade Solução Proposta


Garagem Inexistência de interruptor Adicionar interruptores
para as luminárias treway.
Garagem Mal divisão das luminárias Melhor dividir as
luminárias.
Acesso Social Inexistência de interruptor Adicionar interruptores
para as luminárias treway.
Acesso Social Posicionamento de ponto de Realoca-lo alguns
tomada sobre o pilar centímetros para o lado.
Hall Posicionamento do Realoca-lo próximo aos
interruptor sobre o pilar. interruptores do lado da
porta.
Quarto de Hóspedes Falta de um interruptor ao Colocar um interruptor
lado da cama ao lado da cama.
Quarto de Hóspedes Fiação passando por dentro Alterar trajetória da
de um pilar. fiação.
Foyer Falta de Interruptor em um Ligação de um
dos extremos. Interruptor treeway nas
extremidades do
comôdo.
Sala de Estar Posicionamento do Realoca-lo alguns
interruptor sobre o pilar centímetros para
esquerda ou direita.
35

Sala de Estar Posicionamento de tomada Realoca-lo alguns


sobre o pilar. centímetros para
esquerda ou direita.
Deck Posicionamento de Arandela Realoca-lo alguns
sobre o pilar centímetros para
esquerda.
Área de Serviço Posicionamento de tomada Realoca-lo alguns
sobre o pilar. centímetros para o lado.
Balizadores Posicionamento de Realoca-lo alguns
balizadores sobre os pilares centímetros para o lado
Jardineira Posicionamento de tomadas Realoca-lo alguns
sobre o pilar centímetros para o lado
Circuito Rede 9, só possui Distribuir pontos de
interruptores, não há pontos iluminação, para a rede
de iluminação destinados. 9.
Fonte: Autor (2019)

Tabela 7 - Verificação de Compatibilidade Arquitetônico x Estrutural x Elétrico Superior.

Local Incompatibilidade Solução Proposta


Circulação Falta de Interruptores em Fazer instalação de mais
pontos estratégicos do dois interruptores, um
ambiente próximo a suíte do casal,
e outro próximo a suíte
dois e três
Suite 3 Posicionamento de tomada Move-la para uma das
sobre a porta alvenarias ao lado.
Suite 3 Falta de um interruptor ao Colocar um interruptor ao
lado da cama lado da cama.
Suite 3 Posicionamento de tomada Realoca-la alguns
sobre o pilar centímetros para o lado.
Varanda Posicionamento de Andarela Realoca-la alguns
Sobre o pilar centímetros para o lado.
36

Varanda Falta de um interruptor ao Colocar um interruptor ao


lado do acesso pela suíte 1 lado da porta de acesso
da varanda pela suíte 1
Suite Casal Falta de um interruptor ao Colocar um interruptor ao
lado da cama lado da cama.
Suite Casal Fiação passando por dentro Alterar percurso da fiação.
dos pilares
Observatório Tomadas Locadas na Porta Alterar localização das
tomadas, e verificar a
necessidade delas
Fonte: Autor (2019)

5.7.2. Demonstração das Incompatibilidades.

Através da verificação foram identificadas algumas falhas recorrentes como, a


inexistência de interruptores da iluminação da garagem, não permitindo assim que
seja possível que se ligue ou desligue as lâmpadas em possíveis saídas e chegadas
noturnas, diminuindo a praticidade do ambiente, e ainda a falta de equilíbrio na divisão
das lâmpadas, pois há muitas lâmpadas ligadas a um interruptor e poucas ligadas a
outro, como demonstra na figura 17.

Figura 17 - Representação da Garagem

Fonte – Adaptado de Martins 2017


37

Outro ambiente com a mesma falha apresentada na garagem, é o acesso


social, onde não se tem a interruptores do lado externo da residência, diminuindo
assim a comodidade do ambiente, visto que o acesso não havendo morador na
residência, fica prejudicado devido a baixa visibilidade. Na figura 18 demonstra o que
foi citado.

Figura 18 - Representação do Acesso Social

Fonte – Adaptado de Martins 2017

Na figura 19, é demonstrado uma das principais falhas encontradas que é o


posicionamento de um interruptor de iluminação sobre um pilar, neste caso citado,
está no foyer, visto que não se é possível fazer instalações em estruturas de concreto.
38

Figura 19 - Interferência no Foyer

Fonte – Adaptado de Martins 2017

No quarto de hóspedes, para que tenha uma melhor comodidade para o


morador se é aconselhável que se coloque um interruptor ao lado da cabeceira da
cama, possibilitando assim uma melhor comodidade e elevando a qualidade do
projeto. Ainda no mesmo ambiente se tem uma fiação passando por dentro de um
pilar, visto que não se é aconselhável danificar estruturas, realizar devidas alterações,
a figura 20 demonstra a falha citada.
Figura 20 - Interferência no Quarto de Hóspedes

Fonte – Adaptado de Martins 2017


39

Na parte superior da residência, na entrada da suíte 3, há uma tomada locada


no meio da porta de acesso do cômodo, visto que não se é possível realizar instalação
de ponto de tomada em esquadria, interferência demonstrada na figura 21.

Figura 21 - Interferência na Entrada da Suite 3.

Fonte – Adaptado de Martins 2017

5.8. Caracterização entre os Projetos Arquitetônico x Estrutural x


Hidro – Sanitário.

A Verificação de compatibilidade entre os projetos arquitetônico, estrutural e


Hidro - Sanitário foi realizada através da sobreposição das plantas, de cada
pavimento, com auxílio do software CAD. Todas as interferências identificadas foram
registradas em tabelas, contendo a identificação do tipo de interferência e o
procedimento de ajuste proposto.

5.8.1. Verificação de Incompatibilidades.

Na Tabela 9, são apresentadas as interferências encontradas entre os projetos


arquitetônico, estrutural, e Hidro - Sanitário tendo sido realizada a sobreposição onde
40

se pode analisar as correlações das prumadas de água fria, água quente, águas
pluviais, tubos de esgoto, com paredes, esquadrias, e pontos estruturais.

Tabela 8 Verificação de Incompatibilidade entre Arquitetônico x Estrutural x Hidro Sanitário.

Local Incompatibilidade Solução Proposta


WC do Casal Tubulação passando por Passar a Tubulação por
dentro do pilar cima do forro.
Jardineira Superior Tubulação passando por Mover o ponto de água
dentro do pilar para antes do Pilar.
Fonte: Autor (2019)

5.8.2. Demonstração das Incompatibilidades

Através da verificação foram identificadas algumas falhas recorrentes, como


Demonstra na Figura 22, a tubulação que abastece, as pias do WC do casal,
percorrem a parede e passam por dentro um pilar, o que provocaria problema durante
a instalação pois não seria, possível instalar tubulação passando por tal local, ainda
na mesma imagem é possível observar que a tubulação segue para abastecer outro
ponto, e conflita novamente com outro pilar, como demonstra na figura 23.

Figura 22 - Conflito Entre tubulação e Pilar no WC do Casal.

Fonte – Adaptado de Martins 2017


41

Figura 23 - Conflito entre Tubulação x Pilar na jardineira.

Fonte – Adaptado de Martins 2017


42

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS.

6.1. Projeto Arquitetônico x Projeto Estrutural

Através da compatibilização entre o projeto arquitetônico e o projeto estrutural


foi possível observar que ouve apenas falhas simples, de serem resolvidas, que é a
questão da locação dos pilares. Na figura abaixo demonstra que o pilar está locado
igualmente com a parede, nesse caso para que seja possível realizar o revestimento
do pilar se é necessário aumentar o revestimento da alvenaria, provocando assim um
aumento na utilização de materiais, como a quantidade de pilares da residência é
significativa vai causar, este aumento de consumo em todas as paredes, causando
um aumento considerável na utilização de materiais, elevando o custo da obra.

Figura 24 - Conflito na locação do pilar

Fonte – Adaptado de Martins 2017

6.2. Projeto Arquitetônico x Estrutural x Elétrico.

Após o ajuste do projeto arquitetônico com o estrutural, foi acrescentado o


projeto elétrico ao arquivo.
Nesta compatibilização foram encontradas algumas falhas recorrentes, onde a
maioria, são problemas simples de se resolver, onde fazem com que se eleve a
43

qualidade do projeto, o deixando de certa forma mais agradável, e cômodo os


ambientes da residência.
A principal falha encontrada, e de forma repetida foi a locação de Interruptores
e de TUE, sobre pontos estruturais, como pilares, é de suma importância, que não se
altere, as características estruturais da residência, para que não comprometa a
mesma e não se tenha problemas futuros. A figura abaixo demonstra o que foi citado.

Figura 25 - Conflito entre TUG e pilar.

Fonte – Adaptado de Martins 2017

Outros detalhes encontrados são relacionados a comodidade dos cômodos,


principalmente, nas suítes, nos dias atuais é de suma importância o máximo conforto
desejado por cada morador de sua devida residência. Nas suítes do local analisado
foi observado que só possui um interruptor na entrada do ambiente, para que se tenha
a devida comodidade se é importante ter, mais um interruptor, este locado, ao lado da
cama.
Foi possível observar o mesmo problema em outros ambientes, no foyer, só se
tem um interruptor no início do ambiente, viso que é um ambiente longo, deve-se
colocar um outro interruptor ao final do mesmo, na garagem e no acesso social, o
único interruptor fica localizado dentro da residência, na circulação, localizado no
primeiro pavimento, se tem acesso a todos cômodos, porém só possui um interruptor
na chegada da escada.
44

6.3. Projeto Arquitetônico Estrutural x Hidro-Sanitário

Após a análise do projeto arquitetônico, estrutural, e elétrico se é realizado o


mesmo exercício, incluindo o projeto hidro- sanitário.
As falhas encontradas na devida compatibilização foram apenas duas falhas
referente a tubulação que está passando por dentro de partes estruturais,
coincidentemente a é uma única tubulação, que abastece dois pontos, tornando assim
a fácil resolução do problema.
Figura 26 - Conflito entre tubulação e pilar.

Fonte – Adaptado de Martins 2017


45

7. CONCLUSÃO.

Neste trabalho foi possível realizar a análise do projeto de uma residência


unifamiliar, através da compatibilização de projeto como estudo de caso onde foi
possível observar através do desenvolvimento do projeto inúmeras lacunas que
existem na fase de projeto que podem interferir na execução da obra, e que a solução
muitas vezes é mais simples do que o que aparenta ser, visto que muitas vezes é só
simplesmente sentar e planejar.
O estudo de caso desenvolvido neste trabalho confirma a importância da
compatibilização entre os projetos de uma edificação, seja ela uma simples residência,
como a analisada neste trabalho, ou até mesmo um prédio comercial de grande porte,
onde as consequências podem ser muito maiores, devido ao porte da obra.
Por fim, a análise da compatibilização, demonstrou que os projetos
desenvolvidos de forma isolada podem gerar uma cadeia de consequências, caso os
projetos sejam encaminhados para a fase de execução sem a compatibilização, várias
interferências que foram encontradas, seriam resolvidas no decorrer da obra, gerando
atrasos, retrabalhos e até mesmo, solução imediatas com custo mais elevado.

7.1. Recomendações para próximos trabalhos.

O tema abordado, neste trabalho, é de vasta possibilidades, proporcionando assim a


possibilidade de estudos mais aprofundados, como:
• A compatibilização utilizando softwares 3D.
• As vantagens econômicas que a compatibilização pode proporcionar.
• As divergências entre a compatibilização no CAD e em um software 3D.
46

8. REFERÊNCIAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674 –


Manutenção de edificações - procedimento. Rio de Janeiro, 1999.

CRUZ, Geisebel S.; Compatibilização de projetos com o uso de ferramentas bim.


Universidade Federal de Santa Catarina, Trabalho de conclusão de curso -
Departamento de Engenharia Civil, Florianópolis – SC, 2017. Acesso em: 02 out. 2019

Evenine Nunes Costa, Avaliação da Metodologia BIM para compatibilização de


Projeto. 2013. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engenharia Civil, Universidade
Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2013.

CAMPESTRINI, Tiago Francisco; et al. EMTENDENDO BIM. 1. Ed. Curitiba:


Universidade Federal do Paraná, 2015. Disponível em: Acesso em 19 de Agosto de
2019.

KASSEM, Mohamad; AMORIM, Sergio R.Leusin de. Diálogos Setoriais. BIM - Building
Information Modeling no Brasil e na União Europeia. Brasília, 2015. Disponível em:
Acesso em 19 de agosto, 2019.

EASTMAN, Chuck; et al. Manual de BIM. 1. Ed. Porto Alegre: Bookman,2014.


Disponível em: acesso em 19 de agosto, 2019.

AZEVEDO, O. J. M. de. Metodologia BIM - Building Information Modeling na Direção


Técnica de Obras. 2009. 144 f. Tese de Mestrado em Engenharia Civil – Faculdade
de Engenharia Civil da Universidade do Minho, Portugal, 2009. Disponível em: acesso
em: 05 de abril de 2019

CAMELO, M. O.; et al. BIM 4D: Previsão de fases da obra. Rio Grande do Norte, 2015.
Disponível em: acesso em: 02 de abril de 2019
47

MELLO, Ricardo B. BIM e custos: maximize os dados do modelo com o Navisworks e


o Quantity Takeoff. São Paulo: Autodesk, 2012. 60 p. Disponível em: acesso em: 24
de março de 2019

ÁVILA, Vinícius M. Compatibilização de Projetos na Construção Civil – Estudo de Caso


em um Edifício Residencial Multifamiliar. 2011. 84f. Monografia (Especialização em
Construção Civil) – Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2011.

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Residência Unifamiliar. 2015. Monografia (Curso Superior de Engenharia Civil) –
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e Residencial. 2018. . Monografia (Curso Superior de Engenharia Civil) – Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2018.

ALMEIDA, DIAS E ALBINO (2015). A Importância da compatibilização de Projetos na


engenharia. Artigo, Disponível em <https://pmkb.com.br/artigos/importancia-da-
compatibilização-de-projetos-na-engenharia/>
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ANEXOS
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