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Universidade Estadual de Santa Cruz

Discente: Talles Ronieri Freire Tonelli


Docente:
Departamento de ciências econômicas

Resumo referente ao capítulo IV do livro Economia Monetária

A DEMANDA POR MOEDA, A ESCOLHA DE ATIVOS E A PREFERÊNCIA PELA


LIQUIDEZ EM KEYNES

A economia monetária é um ramo da economia que apresenta o


enquadramento para a análise da moeda nas suas funções como um meio de troca,
reserva de valor e unidade de conta. Trata da forma como a moeda, por exemplo a
moeda fiduciária, pode obter aceitação meramente por força da sua conveniência
como um bem público. Este capítulo tem como objetivo principal analisar a teoria da
preferência pela liquidez, que originalmente foi elaborada pelo inglês John Maynard
Keynes (1883-1946), economista fundador da macroeconomia moderna, ela retrata
uma visão alternativa à teoria monetária clássica, que era dominante na época em
que estava escrevendo suas obras.
Keynes formulou uma abordagem mais geral em que procurou enfatizar os
motivos (transação, precaução e especulação) pelos quais o público demanda
liquidez e identificou dois circuitos de circulação monetária – o industrial e o financeiro.
O capítulo aborda também a existência de uma diferença clara com a abordagem de
Keynes em relação à teoria quantitativa da moeda, ao reconhecer que reter moeda
era uma alternativa a acumular outros ativos, e que, portanto, não deveria ser vista
somente como uma forma temporária de riqueza.
Economia monetária de Keynes

A teoria apresentada por Keynes contempla uma “economia monetária” na qual o


dinheiro joga papel próprio e afeta motivos e decisões. Logo, “acumular dinheiro é o
objetivo 'real' das firmas que operam em uma economia monetária” (Carvalho,
1989:183). A economia monetária torna inerente ao cálculo capitalista a incerteza e
as expectativas. Keynes apreende a natureza do efeito do tempo nas decisões dos
agentes econômicos pelas influências do passado sobre o presente, do presente
sobre o futuro, e do futuro esperado sobre o presente. Esse tríplice conotação
temporal impõe considerar a incerteza e suas implicações junto às decisões que
envolvem o cálculo capitalista, dada a impossibilidade de se reduzir a incerteza
quanto ao futuro a um mero cálculo probabilístico. Não é possível definir posições de
equilíbrio, seja no curto ou nos longos períodos, sem se considerar o comportamento
da moeda e da política monetária. Isto porque a moeda, nesta concepção, não é
apenas um meio de troca, mas também uma reserva de valor, pelo seu atributo de
transportar a riqueza no tempo.

Demanda por moeda e preferência por liquidez


CIRCUITOS INDUSTRIAL E FINANCEIRO

Circulação industrial: Refere-se à quantidade de moeda necessária para dar suporte


ao giro de bens e serviços produzidos na economia. Esta quantidade, por sua vez,
depende do intervalo médio durante o qual a moeda é retida entre transações por
parte do público, isto é, da velocidade da moeda. A circulação industrial incorpora
uma visão de moeda e suas funções muito próximas às da TQM, ao destacar a
necessidade da existência de meios de circulação na economia para permitir que as
transações com bens e serviços ocorram.

Circulação financeira: Inclui operações com ativos financeiros, isto é, cobre as


necessidades de moeda para a realização de compras de ações, títulos de dívida etc.,
não relacionadas ao giro da renda corrente. Neste circuito, porém, ao contrário do
anterior, a moeda não é apenas um meio de circulação, podendo tornar-se ela própria
objeta de retenção, como um ativo.
Motivos para demandar moeda

A demanda por moeda ocorre em decorrência de três motivos básicos, a transação,


precaução e especulação de moeda, podendo ser considerada como um dos fatores
base que influenciam no procedimento econômico de um país, ou seja, a autoridade
monetária precisa ofertar uma quantidade de moeda que atenda às suas demandas
em um determinado período, de forma a buscar um adequado funcionamento da
economia.

Motivo precaução: Os agentes podem reter moeda por precaução para atender às
contingências inesperadas e às oportunidades imprevistas na realização de negócios
vantajosos, já que a moeda é um ativo seguro que serve para atravessar um futuro
incerto e nebuloso. Em livros-texto, os saldos para estes fins têm sido associados
exclusivamente a gastos inesperados, como contas de hospital, embora Keynes
tenha claramente também enfatizado que os agentes podem desejar reter moeda
para aproveitar barganhas futuras.

Motivo transação: segundo Keynes é um dos menos compreendido e de grande


importância entre os motivos para demandar moeda, porque é o canal por onde agirá
a política monetária – está relacionado à incerteza quanto ao comportamento futuro
da taxa de juros. Deste modo, a demanda por moeda para satisfazer o motivo
especulação varia de modo mais ou menos contínuo sob o efeito de alterações
graduais na taxa de juros de mercado.

Motivo investimento: refere-se à demanda por moeda antecipada a alguma despesa


discricionária planejada, sendo o gasto deste tipo mais vultoso e menos rotineiro – o
investimento em bens de capital. Neste caso, saldos monetários são mantidos em
antecipação à compra de bens de investimento. Esta demanda pode ser satisfeita
pela venda de bens e serviços ou de ativos líquidos por parte do empresário ou com
dinheiro tomado emprestado junto aos bancos. O pressuposto é que o investimento
planejado (ex-ante) pode precisar garantir sua provisão financeira antes que ocorra o
investimento, gerando uma demanda temporária e antecipada de moeda para uma
despesa excepcional. Consequentemente, a demanda por moeda pelo motivo
financeiro resulta – ao nível agregado – da taxa de investimento.

Preferência pela liquidez

A teoria da preferência pela liquidez pode ser vista como integrante da teoria de
precificação de ativos. Nesta abordagem, a preferência pela liquidez é refletida em
termos do trade-off entre retornos monetários (a + q – c) e o prêmio pela liquidez (l),
determinantes da estrutura de demanda por ativos, que se diferenciam de acordo com
combinações de retornos monetários e prêmio de liquidez que eles oferecem, sendo
a liquidez valorizada quando a incerteza aumenta (e vice-versa).

Preferência pela liquidez

A teoria da preferência pela liquidez pode ser vista como integrante da teoria de
precificação de ativos. Nesta abordagem, a preferência pela liquidez é refletida em
termos do trade-off entre retornos monetários (a + q – c) e o prêmio pela liquidez (l),
determinantes da estrutura de demanda por ativos, que se diferenciam de acordo com
combinações de retornos monetários e prêmio de liquidez que eles oferecem, sendo
a liquidez valorizada quando a incerteza aumenta (e vice-versa).

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