Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Texto narrativo:
– ideias principais;
– espaço; Itens de seleção:
Educação – personagens; – escolha múltipla.
6 27
Literária – comportamentos e Itens de construção:
sentimentos de – resposta curta.
personagem;
– recursos expressivos.
Texto B
Lê o texto seguinte e as notas.
O primeiro baile
Como uma rapariga descalça, a noite caminhava leve e lenta sobre a relva do jardim.
Era uma jovem noite de junho, a primeira noite de junho. E debruçada sobre o tanque
redondo, ela mirava extasiadamente 1 o reflexo do seu rosto. […]
Lúcia tinha dezoito anos e era este o seu primeiro baile. […]
5 A grande sala estava cheia de gente dançando, pares que se multiplicavam nos enor-
mes espelhos esverdeados. Ao fundo, u m grupo de músicos tocava. Pelas janelas abertas
entravam os perfumes do jardim. As cortinas inchavam-se de brisa.
A filha da dona da casa apresentou Lúcia às amigas. Estas falaram-lhe com u m ar
alheio2 e sorriram com ar indiferente. Depois continuaram as suas conversas, como se
10 ela não estivesse ali. Falavam muito depressa, em frases u m pouco incompreensíveis e
entrecortadas, batiam as pestanas e sacudiam os cabelos.
Lúcia olhava-as com u m misto de temor e fervor3. Pareciam-lhe todas bonitas, ani-
madas por uma vida rápida e segura, e tinham faces rosadas como u m fruto e u m agudo
brilho nas vozes metálicas.
15 A música parou, os pares desfizeram-se, outras raparigas acompanhadas por rapazes
vieram reunir-se ao grupo onde a filha da dona da casa estava.
Lúcia tentou seguir a conversa. Fez uma pergunta, mas ninguém lhe respondeu.
A música começou outra vez a tocar, os rapazes convidaram as raparigas para dançar,
e o grupo desfez-se.
20 Lúcia ficou sozinha. Ninguém a tinha convidado para dançar. […]
[Lúcia dirigiu-se a u m quarto de vestir, onde ouviu um a conversa entre três raparigas que comenta-
vam o vestido que ela trazia.]
“Para que vim eu a este baile?” pensou. “Aqui o meu vestido é uma espécie de anti-
passaporte, que me proíbe a passagem para o m u n d o deles.”
Desceu a escada. Na entrada, parou em frente de u m grande espelho de moldura doi-
rada, pendurado por cima de u m tremó 4 . Estava ainda mais pálida agora. Abriu a car-
25 teira e, rapidamente, pôs u m pouco mais de rouge5 nos dois lados da cara.
Então, no fundo do espelho, atrás da sua cara, viu, descendo a escada, a terceira rapa-
riga. Era loira, não alta, mas esguia, e tinha u m ar aéreo. O vestido, de chiffon6 cor-
de--rosa pálido, dançava em redor de seus passos.
Lúcia fingiu não a ver, mas a rapariga avançou, parou ao seu lado, em frente do espe-
30 lho, sorriu e disse:
– Não se veja nesse espelho. Faz muito má cara.
Lúcia, perplexa, murmurou:
– Pois é, talvez…
– A sua pele é linda e branca – atalhou a rapariga – e, ali, parece cinzenta. É melhor
35 não olhar para lá. […] Sabe… é preciso não dar importância a este género de espelhos.
São como as pessoas más, não dizem a verdade.
Sophia de Mello Breyner Andresen, “História da Gata Borralheira”, in Histórias da terra e do
mar, Porto Editora, 2018 (págs. 5-14, com supressões)
1. extasiadamente: com prazer. 2. alheio: desinteressado, distante. 3. fervor: grande interesse. 4. tremó: móvel estreito.
5. rouge: cosmético de tom avermelhado para avivar as cores do rosto. 6. chiffon: tecido fino de seda.
3. Indica a opção que completa cada afirmação, de acordo com o sentido do texto.
Grupo III
1.1. c.; 1.2. a. (“Aqui”); 1.3. a.; 1.4. c.
2. – Não se veja nesse espelho, pois ele faz muito má
cara.
3. 1. e.; 2. a.; 3. b.; 4. c.; 5. d.
Cotações Versão A2
Item
GRUPO
Cotação (em pontos)
1.1. 1.2. 1.3. 2.
I 12
3 3 3 3
1. 2.1. 2.2. 2.3.
13
4 3 3 3
II
1. 2. 2.1. 3.1. 4. 5.
27
4 5 4 3 6 5
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2. 3.
III 18
2,5 2,5 2,5 2,5 3 5
IV Item único 30
Total 100
Subtotal
Subtotal
Subtotal
Subtotal
Teste 3 Versão A2 Grupo
Total
1. 2. 1. 2. 1. 2. 2.1. 3.1. 4. 5. 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2. 3.
IV
Data 8.º
9 3 12 4 9 13 4 5 4 3 6 5 27 2,5 2,5 2,5 2,5 3 5 18 30 100
1
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30