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152535

Português – 8.º ano


Ano letivo 2022/2023

EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Questionário

NOME: __________________________________________________ Nº: ______ TURMA: ______ DATA: ____ / ____/ ____
CLASSIFICAÇÃO: ______ % (____________________________________________________________________________)
PROFESSOR(A): _____________________________ ENCARREGADO DE EDUCAÇÃO: ________________________________

Lê o Texto A e a nota.

Texto A

Lúcia afogada
Dalila Carmo traz Gata Borralheira a Matosinhos
Na versão de Sophia de Mello Breyner Andresen, a “História da Gata Borralheira”
não é exatamente como os irmãos Grimm a conceberam. É u m conto sobre a
importância das escolhas que se fazem. No espetáculo Lúcia afogada, que no
sábado sobe ao palco do Teatro Municipal de Matosinhos – Constantino Nery, a
narrativa de Sophia cruza-se a i nd a com a poesia do livro Dia do mar para se
transformar n u m a reflexão sobre a corrupção do mundo.
Com os atores Dalila Carmo e Duarte Grilo nos papéis de Lúcia e do príncipe,
o espetáculo da Nova Companhia é dirigido por Martim Pedroso e conta com
música original de Carlos Morgado. Trata-se de uma viagem de vida que começa na terra e
acaba no fundo do mar. Um delírio dramático e poético em torno da frugalidade1 e
sobre como é fácil ser-se levado a escolher o caminho menos essencial.
“Este conto é uma luta entre dois mundos”, lê-se no texto de apresentação
de Lúcia afogada: “O m u n d o material (simbolizado pelos sapatos de diamantes) e
o m u n d o essencial (simbolizado pelo reencontro com o mar). O narrador, u m
estran h o príncipe aparentemente encantado, recria a história de Lúcia, um a
rapariga com u m horrível vestido lilás que sempre sonhou pertencer ao m u n d o das
coisas materiais e que, para seguir esse sonho, acaba por se desviar do amor e dos
valores familiares. Como vingança por não ter conseguido conquistar o amor de
Lúcia, o príncipe, ferido e atormentado, volta 20 anos mais tarde para a confrontar
com o passado e para lhe devolver a memória das coisas naturais”.
L ú ci a a f o g a d a
M12
Preço dos bilhetes: 7,50€. Para crianças até aos 14 anos, estudantes e maiores de 65
anos: 5€. Desconto de 20% para compras superiores a 10 bilhetes.

in www.cm-matosinhos.pt, 30-11-16 (consult. em 10-09-2021)

1. frugalidade: sobriedade, simplicidade de costumes.

2. Numera os tópicos de 1 a 5, respeitando a ordem pela qual são abordados no texto:


1
Alusão aos contrastes explorados na peça teatral.
Referência aos intervenientes no espetáculo teatral.
1 Relação do espetáculo com os textos que lhe deram origem.
Disponibilização de informações sobre público-alvo e preços de bilhetes.
Apresentação do assunto/enredo.

3. Assinala, nos itens 3.1. a 3.3., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.
3.1. Este texto é uma apresentação do

a. conto “História da Gata Borralheira”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.

b. conto “A Gata Borralheira”, dos irmãos Grimm.

c. texto dramático “Lúcia afogada”, de Dalila Carmo.

d. espetáculo teatral “Lúcia afogada”, levado ao palco pela Nova Companhia.

3.2. A obra referida ao longo do texto

a. resulta da articulação de dois textos de Sophia, um narrativo, outro dramático.

b. permite refletir sobre as escolhas individuais e sobre a sociedade atual.

c. tem como único cenário o fundo do mar.

d. beneficia de músicas originais de Martim Pedroso.

3.3. O advérbio “ainda” (linha 5) pode ser substituído por

a. essencialmente.

b. também.

c. apenas.

d. bem.

4. Completa a afirmação seguinte com uma das expressões abaixo apresentadas.


Escreve, no círculo, o número correspondente à opção selecionada.

A obra Lúcia afogada pode ser considerada um elogio .

1 à frugalidade da vida moderna


2 à sociedade materialista
3 aos comportamentos vingativos
4 aos valores essenciais
2
Lê o Texto B e as notas.

TEXTO B
O primeiro baile
Como uma rapariga descalça, a noite caminhava leve e lenta sobre a relva do jardim.
Era uma jovem noite de junho, a primeira noite de junho. E debruçada sobre o tanque
redondo, ela mirava extasiadamente 1 o reflexo do seu rosto. […]
Lúcia tinha dezoito anos e era este o seu primeiro baile. […]
A grande sala estava cheia de gente dançando, pares que se multiplicavam nos
5 enormes espelhos esverdeados. Ao fundo, u m grupo de músicos tocava. Pelas janelas
abertas entravam os perfumes do jardim. As cortinas inchavam-se de brisa.
A filha da dona da casa apresentou Lúcia às amigas. Estas falaram-lhe com
u m ar alheio2 e sorriram com ar indiferente. Depois continuaram as suas conversas,
como se ela não estivesse ali. Falavam muito depressa, em frases u m pouco
incompreensíveis e entrecortadas, batiam as pestanas e sacudiam os cabelos.
10 Lúcia olhava-as com u m misto de temor e fervor3. Pareciam-lhe todas
bonitas, animadas por uma vida rápida e segura, e tinham faces rosadas como u m
fruto e u m agudo brilho nas vozes metálicas.
A música parou, os pares desfizeram-se, outras raparigas acompanhadas por
rapazes vieram reunir-se ao grupo onde a filha da dona da casa estava.
Lúcia tentou seguir a conversa. Fez uma pergunta, mas ninguém lhe respondeu.
15
A música começou outra vez a tocar, os rapazes convidaram as raparigas para
dançar, e o grupo desfez-se.
Lúcia ficou sozinha. Ninguém a tinha convidado para dançar. […]
[Lúcia dirigiu-se a u m quarto de vestir, onde ouviu um a conversa entre três raparigas que
comentavam o vestido que ela trazia.]
“Para que vim eu a este baile?” pensou. “Aqui o meu vestido é uma espécie de
20
antipassaporte, que me proíbe a passagem para o m u n d o deles.”
Desceu a escada. Na entrada, parou em frente de u m grande espelho de
moldura doirada, pendurado por cima de u m tremó 4 . Estava ainda mais pálida
agora. Abriu a carteira e, rapidamente, pôs u m pouco mais de rouge5 nos dois lados da
25 cara.
Então, no fundo do espelho, atrás da sua cara, viu, descendo a escada, a terceira
rapariga. Era loira, não alta, mas esguia, e tinha u m ar aéreo. O vestido, de chiffon6
cor de-rosa pálido, dançava em redor de seus passos.
Lúcia fingiu não a ver, mas a rapariga avançou, parou ao seu lado, em frente do
30 espelho, sorriu e disse:
– Não se veja nesse espelho. Faz muito má cara. Lúcia, perplexa, murmurou:
– Pois é, talvez…
– A sua pele é linda e branca – atalhou a rapariga – e, ali, parece cinzenta. É
melhor não olhar para lá. […] Sabe… é preciso não dar importância a este género de
espelhos. São como as pessoas más, não dizem a verdade.
35
Sophia de Mello Breyner Andresen, “História da Gata Borralheira”, in Histórias da terra e do mar,
Porto Editora, 2018 (págs. 5-14, com supressões)

1. extasiadamente: com prazer. 2. alheio: desinteressado, distante. 3. fervor: grande interesse. 4. tremó: móvel estreito. 5.

3
rouge: cosmético de tom avermelhado para avivar as cores do rosto. 6. chiffon: tecido fino de seda.

5. Assinala as opções que se referem à mesma personagem.

a. “uma rapariga descalça” (linha 1)

b. “leve e lenta” (linha 1)

c. “debruçada sobre o tanque redondo” (linhas 2-3)

d. “dezoito anos” (linha 4)

e. “ar aéreo” (linha 29)

f. “pele […] linda e branca” (linha 35)

6. “A filha da dona da casa apresentou Lúcia às amigas.” (linha 8)


De que forma foi Lúcia recebida por elas?
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6.1. Transcreve das linhas 10 a 14 do texto:

a. uma enumeração que evidencie a vaidade das raparigas.


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b. uma comparação que acentue a juventude e beleza das jovens.


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7. Assinala a opção que completa a afirmação, de acordo com o texto.


7.1. Ao ser apresentada às amigas da filha da dona da casa, Lúcia

a. tentou integrar-se no grupo, sem sucesso.

b. ficou paralisada pelo medo, não conseguindo reagir.

c. conversou educadamente com elas, despedindo-se de seguida.

d. ignorou-as e, depois, refugiou-se no quarto de vestir.

8. À saída do quarto de vestir e na entrada da casa, junto ao espelho, Lúcia experienciou vários
sentimentos. Identifica-os, referindo os acontecimentos que lhes deram origem.
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9. Explica o sentido e a intenção da última fala da rapariga loira.


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4
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