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ideias em contexto
Editado por David Armitage, Richard Bourke, Jennifer Pitts e John Robertson
www.cambridge.org
Informações sobre este título: www.cambridge.org/9781108485432
doi: 10.1017/9781108757119
vez em 2020 Impresso no Reino Unido por TJ International Ltd, Padstow Cornwall Um
a Leopoldo Conforti
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Conteúdo
Reconhecimentos página ix
Introdução 1
poder constituinte
História 3 16
Projetos Políticos 28
Abusos de Soberania 76
Mudanças de regime 84
O sucesso do poder constituinte 95
Conclusão 100
Ditadura 129
Conclusão 135
vii
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viii Conteúdo
Conclusão 206
Novas perguntas, velhas respostas 208
História 222
Poder Constituinte como Política Institucional 226
Bibliografia 230
Índice 246
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Reconhecimentos
ix
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x Reconhecimentos
Amnon Lev, Christian List, Martin Loughlin, Bernard Manin, Christoph Möllers,
Peter Niesen, Giulia Oskian, Markus Patberg, Anne Phillips, Tom Poole, Kaveh
Pourvand, Ryan Rafaty, David Ragazzoni, Paola Romero, Mike Sonenscher,
Richard Tuck, Nadia Urbinati , Laura Valentini, Lars Vinx, Anahi Wiedenbrug e Lea
Ypi alimentaram generosamente minha mente e, em alguns momentos cruciais,
minha barriga também. Minha irmã quantificou modestamente a extensão do apoio
dela e de meus pais em termos de molhos de tomate que eles enviaram para o
exterior – embora eu tivesse gostado mais, devo admitir que foi bastante
impressionante. Por último, e entre muitas coisas mais importantes, Federico me
'convenceu' a praticar esportes duvidosos.
Isso certamente me expôs ao ridículo, mas efetivamente arejou meu cérebro.
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Introdução
1
Sobre a lógica e a história da representação proporcional, consulte G. Conti, Parliament the Mirror of
the Nation (Cambridge: Cambridge University Press, 2019).
1
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2 Introdução
Muitas vezes damos por nós a invocar o princípio do poder popular através de
diferentes conceitos ao mesmo tempo, tais como, as diferentes variações da
soberania – nacional, popular e parlamentar, para citar apenas algumas. Como
nos exemplos anteriores, o uso dessas ideias para dar conta do conteúdo e das
implicações do princípio do poder popular nem sempre é consistente. Ocorre que
a ideia de soberania popular é mobilizada para defender tanto o resultado de uma
decisão parlamentar quanto o de um referendo. Ao mesmo tempo, recorremos
frequentemente à ideia de soberania nacional para defender a supremacia do
parlamento, bem como para defender a independência da vontade popular na
arena internacional.
Ao lado dessas expressões de autoridade popular, a ideia de poder constituinte é
invocada para justificar tribunais constitucionais, bem como para apontar o poder
do povo de derrubar toda a estrutura constitucional em momentos revolucionários.
Como entender essa multiplicidade de conceituações do princípio do poder
popular? Como eles estruturam, explicam e justificam os sistemas institucionais
em que vivemos? Faz
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poder constituinte 3
sua coexistência nos diz algo sobre a maneira como negociamos a forma, o
papel e a extensão do poder popular no estado moderno?
Este livro é uma tentativa de contribuir com uma resposta para algumas
dessas questões. Pretende lançar luz sobre o papel que o poder constituinte
desempenha na articulação do significado e das implicações do princípio do
poder popular. Para tanto, o livro analisa alguns momentos-chave da história
da ideia. Esses momentos demonstram que nenhum significado único pode ser
atribuído à noção de poder constituinte, ao contrário, seu sentido mudou ao
longo do tempo em relação a determinadas circunstâncias históricas. Este
último, por sua vez, sugere que sempre que a linguagem do poder constituinte
foi teorizada, foi para oferecer uma conceitualização do poder popular alternativa
aos entendimentos contemporâneos da soberania. O resultado é uma história
que retrata o poder constituinte como uma entre outras formas de enquadrar o
princípio do poder popular ao longo do tempo. Como tal, foi – e ainda é – usado
para dar sentido à relação do povo com o seu poder político e com as
instituições destinadas a incorporá-lo.
poder constituinte
2
M. Loughlin e N. Walker (eds), O Paradoxo do Constitucionalismo: Poder Constituinte e Forma Constitucional
(Oxford: Oxford University Press, 2008).
3
Ibidem, pág. 1.
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4 Introdução
poder constituinte 5
6 Introdução
9 Arato discute repetidamente a história da ideia; ver, por exemplo, os capítulos 1 e 2 de A. Arato, The Adventures of Constituent Power, e
A. Arato, 'Forms of Constitution-making and theory of Democratic', Cardozo Law Review (17) (1995), pp. . Veja também a parte I de A.
Arato, Post-sovereign Constitution Making (Oxford: Oxford University Press, 2016).
10
Ibidem, pág. 36.
11
Com base no trabalho de Arato, Melissa Williams também argumenta que o poder constituinte tem sido
associado à soberania por muito tempo. Este último, ela afirma, está inextricavelmente ligado a uma
concepção territorial do Estado que é, em si, problemática. É, portanto, tarefa do teórico da democracia
recuperar "o núcleo normativo da ideia de soberania popular" (p. 8).
E isso é poder constituinte. Para tanto, é preciso reconstruir a história da ideia que, segundo ela,
remonta a uma época anterior à Revolução Francesa. Como Arato, Williams sugere que o poder
constituinte precisa ser considerado diferente das ideias atuais de soberania. E como ele, ela fundamenta
sua reivindicação reconstruindo a história da ideia. A deÿnição resultante do conceito também é
semelhante à de Arato. No entanto, diferentemente dele, ela não é totalmente clara se o poder
constituinte é conceitualmente diferente da soberania tout court ou simplesmente diferente do paradigma
estatista da soberania. Se o segundo for o caso, então ela está mais próxima de teóricos como Loughlin
e Kalyvas, ambos discutidos nos próximos parágrafos. Ver MS Williams, 'Deterritorializing Democratic
Legitimacy', em Archon Fung, Sean WD Gray e Tomer Perry (eds.), Democratic Inclusion in a Globalized
World: The Principle of Affected Interests (Cambridge: Cambridge University Press, no prelo). Não
menos, Pettit distingue entre poder constituinte e soberania em sua reconstrução do poder popular na
tradição republicana, cf. P. Pettit, Nos termos do povo: uma teoria republicana e um modelo de
democracia (Cambridge: Cambridge University Press, 2012), pp. 285–8.
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poder constituinte 7
Isso, na visão de
Loughlin, revela que o poder constituinte equivale, de fato, à essência e ao verdadeiro
significado da soberania.
No entanto, nenhuma definição é oferecida sobre qual seja a essência e o
verdadeiro significado da soberania, senão por meio de uma referência circular à
. . édo
ideia de poder constituinte. Em suas palavras, 'soberania real ou política. sinônimo
que Sieyès chamou de “poder constituinte”', 14 que é 'o repositório da soberania'.
15 O resultado é que o poder constituinte é
definido em termos de soberania, e a soberania em termos de poder constituinte; as
duas idéias são aparentemente equivalentes. Para justificar por que o poder
constituinte consagra o real significado da soberania, Loughlin mobiliza a história da
'
ideia. Ignorando se o termo poder constituinte foi ou não usado, ele identifica suasvigarista
12
Essa ideia foi introduzida pela primeira vez por Hans Lindhal. Ver H. Lindhal, 'Constituent Power and Reÿexive
Identity: Towards an Ontology of Collective Selfhood', em M. Loughlin e N. Walker, The Paradox of
Constitutionalism, pp. 9–24.
13 M. Loughlin, Fundamentos do Direito Público (Oxford: Oxford University Press, 2010), p. 227.
14
Ibidem, pág. 85.
15 M. Loughlin, The Idea of Public Law (Oxford: Oxford University Press, 2004), p. 90.
16
M. Loughlin, 'The Concept of Constituent Power', European Journal of Political Theory 13(2) (2014), pp. 218–
37, p. 220.
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8 Introdução
17
Loughlin, A Ideia de Direito Público, cap. 6. Miguel Vatter também argumenta que a teorização mais
importante do poder constituinte pode ser encontrada em Maquiavel e especialmente em suas ideias de
repetição originária e de democracia como resistência ao governo soberano. Cfr. Miguel Vatter,
'Legalidade e resistência: Arendt e Negri sobre o poder constituinte', Kairos (20) (2002), pp. 191–230.
Isso vai ao encontro dos argumentos de Antonio Negri, sobre os quais falaremos mais nos parágrafos
seguintes.
18
Loughlin oferece diferentes versões da história do poder constituinte, mas todas seguem o mesmo
caminho geral. Ver M. Loughlin, The Idea of Public Law, cap. 6, e M. Loughlin e N. Walker, The Paradox
of Constitutionalism, cap. 2.
19 M. Loughlin, The Idea of Public Law, p. 83.
20
A. Kalyvas, 'Soberania Popular, Democracia e o Poder Constituinte', Constellations 12(2) (2005), pp.
223–44, p. 225.
21 22
A. Kalyvas, 'Poder constituinte', Political Concepts Issue 3 (2012), p. 2. Ibidem, pág. 1.
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poder constituinte 9
25
Loughlin e Kalyvas são apenas dois exemplos de uma tendência muito mais ampla
que vai muito além da academia para também abraçar o mundo dos intelectuais e
ativistas públicos radicais. De fato, não é incomum encontrar pensadores associados
a movimentos sociais que afirmam que o poder constituinte é a única compreensão
verdadeiramente revolucionária da soberania do povo. No entanto, a recompensa
dessa reivindicação é substancialmente diferente daquela oferecida por Loughlin e
Kalyvas, ou mesmo por Arato, e, como consequência, é aqui apresentada como um
conjunto distinto de respostas ao paradoxo do constitucionalismo.
Dadas as diferenças relevantes, Arato, Loughlin e Kalyvas concebem o poder
constituinte como uma força ativa dentro e ao lado do estado. Em contraste, teóricos
radicais e intelectuais públicos tendem a ver no poder constituinte uma conceituação
do poder popular que não deve e não pode ser institucionalizada dentro das restrições
do estado constitucional. Essa posição se soma ao que chamei de terceira resposta
ao paradoxo da
23
Ibidem, pág. 2. 24 A. Kalyvas, 'Soberania popular, democracia e poder constituinte', p. 238.
25 Ibid.
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10 Introdução
Parece daí decorrer, para Negri, que o poder constituinte é a própria revolução, na
medida em que – tal como a democracia – resiste não só ao estado constitucional mas
também a todas as formas de política constituída. Fica assim claro porque, para Negri,
28
o conceito de poder constituinte não pode ser senão "o conceito de uma crise".
Isso porque, ao conceber o poder popular por meio da linguagem do poder constituinte,
conceitos-chave dos estados constitucionais liberais são necessariamente questionados.
São eles o constitucionalismo, a organização da ordem constituída, a representação
política e a soberania.29 Em oposição a todos esses conceitos, o poder constituinte
abre 'a porta pela qual a vontade democrática da multidão (e consequentemente a
questão social) entrou no sistema político – destruindo constitucionalismo ou, em todo
caso, enfraquecendo-o signiÿcativamente'. 30 Isso, afirma Negri, é evidente na história
tanto da teoria quanto da práxis do poder constituinte.
Maquiavel, Spinoza eAMarx;
primeira percorreé as
a segunda obras de
mais
evidente nas revoluções inglesa, americana, francesa e russa, passando pela
experiência fundamental da Comuna de Paris. O que tanto a teoria quanto a práxis do
poder constituinte revelam é, portanto, a chave para a realização da democracia na
modernidade: o estilhaçamento de todas as tentativas de constitucionalizar a vontade
da multidão por meio da soberania e de aniquilar a força transformando-a em poder.
Assim, a resposta de Negri ao paradoxo da
26
M. Vatter, 'Legalidade e resistência: Arendt e Negri sobre o poder constituinte', p. 209.
28
27 Cfr . Negri, Insurgências: Poder Constituinte e Estado Moderno, p. 2 e pág. 21. Ibidem, pág. 2.
29 Ibidem, pág. 22. 30 Ibidem, pág. 21.
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poder constituinte 11
33
a condição de possibilidade da ideia moderna de soberania popular”.
Isso, afirma-se, é significativamente diferente da interpretação hobbesiana do
poder popular. Na verdade, ele 'surgiu em oposição à soberania em [o]
sentido hobbesiano e continua a manter uma relação de jogo com ele”. 34
Esses relatos radicais e ativistas do poder constituinte pretendem, portanto,
oferecer uma conceituação imanente do princípio do poder popular.
Mais do que um poder instituinte, o poder constituinte revolucionário é a
capacidade espontânea de resistir e subverter as ordens políticas legais vigentes
tanto no plano nacional quanto no internacional. No entanto, tanto quanto nos
casos de Kalyvas e Loughlin, esse poder constituinte revolucionário é equiparado
a um dado relato histórico de soberania e dissociado de outras compreensões
da mesma ideia, deÿnida de forma variável, mas todas atribuídas à teoria hobbesiana.
12 Introdução
35 Essa busca pelo significado de soberania por meio da referência à ideia de poder constituinte não
é apenas comum aos teóricos aqui analisados, mas também evidente na obra de outros teóricos
jurídicos e sociais como Jurgen Habermas, Ulrich Preuss e Jon Elster. Ver U. Preuss, 'Formação
de poder constitucional para a nova política: algumas deliberações sobre as relações entre o poder
constituinte e a constituição', Cardozo Law Review (14) (1992–3), pp. 639–60; J. Elster, Securities
against Misrule (Cambridge: Cambridge University Press, 2013), pp. 218–9; J. Elster, 'Forças e
mecanismos no processo de elaboração da constituição', Duke Law Journal 2(45) (1995), pp. 364–
96; J. Elster, 'Discutindo e negociando em duas assembléias constituintes', University of
Pennsylvania Journal of Constitutional Law 2(2) (2000), pp. 345–421. Em A crise da União Europeia:
uma resposta, Habermas discute como transnacionalizar a soberania popular e aponta para a
necessidade de criar um pouvoir constituant mixte, segundo o qual o povo compartilha seu poder
constituinte com o Estado. Isso, argumenta Habermas, resultaria na criação de uma soberania
mista. No entanto, o que são os elementos 'soberania' e 'poder constituinte' no modelo de 'soberania
mista' permanece obscuro porque a ideia de soberania é definida por referência ao poder
constituinte e vice-versa. Sabemos que ambos se misturam porque são compartilhados entre o
povo e o Estado, mas não sabemos exatamente o que pertence à soberania e o que pertence ao
poder constituinte. Ver J. Habermas, The Crisis of the European Union: A Response (Cambridge:
Polity Press, 2012). Essa ideia foi então retomada e elaborada por Markus Patberg e Peter Niesen,
ambos preocupados com o poder constituinte como forma de reenquadrar a soberania dentro da
União Européia. Ver M. Patberg, 'Desafiando os mestres dos tratados: narrativas emergentes do
poder constituinte na União Europeia', Constitucionalismo Global, 7(2) (2018), pp. 263–93; M.
Patberg, 'Uma justificativa sistemática para o pouvoir constituant mixte da UE: princípios da política
constitucional em políticas supranacionais', European Law Journal 23(6) (2017), pp. 441–53, M.
Patberg, 'Constituent power : uma solução discursiva teórica para o conflito entre abertura e
contenção', Constellations 24(1) (2017), pp. 51–62; P. Niesen, 'Resistência, desobediência ou
poder constituinte? Narrativas emergentes de protesto transnacional', Journal of International
Political Theory 15(1) (2019); P. Niesen, 'Reenquadrando a desobediência civil: o poder constituinte
como uma linguagem de protesto transnacional', Journal of Common Market Studies 55(2) (2017), pp. 183–92.
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poder constituinte 13
36 O grau em que isso acontece varia dependendo do estudioso. Alguns, mais evidentemente Arato, estão
dispostos a admitir que a ideia também foi interpretada de maneiras diferentes, mas tendem a descartar
essas interpretações alternativas como inválidas ou normativamente indesejáveis.
37 Essa é uma possibilidade que Kalyvas discute: ver A. Kalyvas, 'Soberania hegemônica: Carl Schmitt,
Antonio Gramsci e o príncipe constituinte', Journal of Political Ideologies 5(3) (2000), pp. 343-76.
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14 Introdução
poder constituinte 15
do poder constituinte, entre as diversas interpretações disponíveis. A razão pela qual esses
debates são enquadrados como buscas pelo sentido correto do poder constituinte é que ele é
percebido como, antes de tudo, uma realidade que existe no mundo, uma série de práticas políticas
a serem observadas e descritas. Certamente, se se refere a um fenômeno político discreto e
observável, a ideia de poder constituinte não pode ser deÿnida de forma alguma. Ao contrário,
qualquer significado associado ao poder constituinte precisa ser comprovado como correto, no
sentido de ser confrontado com a realidade a que se refere. E é exatamente aqui que entra o
terceiro problema, porque, para provar que sua explicação do poder constituinte está correta, os
teóricos se referem a dois tipos de realidade do poder constituinte: a história do pensamento
político e as práticas políticas reais. Por um lado, as reivindicações sobre a validade de
determinadas explicações do poder constituinte são apresentadas argumentando que são
consistentes com a forma como a ideia foi teorizada na história do pensamento político. Como visto
nos parágrafos anteriores, quase todos os teóricos contemporâneos apóiam essa afirmação com
referência a genealogias parciais e seletivas.38 A suposição subjacente é que a existência de uma
dada interpretação da ideia na história do pensamento político pode provar que a interpretação é
um descrição válida do fenômeno a que se refere. Essa suposição é derivada da confusão entre
dois níveis diferentes da 'realidade' do poder constituinte: um como uma ideia dentro do cânone
histórico; e o outro como uma prática que supostamente pode ser observada empiricamente.
Segue-se que, se a ideia existe dentro do cânone histórico, isso prova sua validade como uma
descrição da prática política. O significado histórico do poder constituinte torna-se assim a
teorização correta da realidade do poder popular. Isso é problemático porque, conforme discutido,
não há um significado único de poder constituinte a ser detectado na história. Além disso, é
duvidoso que a existência de uma ideia no cânone histórico possa nos dizer algo sobre a existência
das práticas sociopolíticas correspondentes.
Por outro lado, defende-se também a validade das concepções contemporâneas do poder
constituinte por referência a práticas políticas reais, que supostamente manifestam a realidade do
exercício popular do poder constituinte. No entanto, isso geralmente é feito de forma circular.
Qualquer explicação dada do poder constituinte é provada correta ao mostrar que se ajusta a uma
dada prática política observável, mas se o que as pessoas fazem no nível político é a expressão
38 Uma exceção parcial a isso é Arato, que cria genealogias para o que considera ser a definição correta
da ideia, mas que também está disposto a discutir interpretações alternativas, embora as descarte
como interpretações errôneas.
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16 Introdução
de seu poder constitutivo não é uma conclusão que se possa tirar evidentemente
da mera observação de seus atos. Os últimos, per se, são ambíguos e podem ser
interpretados de várias maneiras. A tomada da Bastilha, por exemplo, pode ser e
tem sido interpretada como instância de poder constituinte, mas também de
soberania popular e nacional, para citar apenas algumas opções. A variedade de
relatos do poder popular que se pode atribuir a um único fenômeno sugere que o
último não aponta de forma evidente para um ou outro. Ainda mais, não pode
apontar para uma definição específica de poder constituinte. Em contraste, se um
caso empírico de exercício popular de poder é descrito como uma instância de
poder constituinte ou não depende da definição de poder constituinte com a qual
se trabalha.
O poder constituinte está, em outras palavras, nos olhos de quem vê e não, como
alguns parecem acreditar, uma realidade positiva da qual se pode abstrair
diretamente um conceito. Esta é a razão pela qual provar uma explicação do
poder constituinte por referência à alegada realidade da prática do poder
constituinte é circular: o que conta como uma prática política real do poder
constituinte é selecionado de acordo com as intuições que temos sobre o
significado do poder constituinte. ideia de poder constituinte. Em outras palavras,
o fato de que, como afirma Kalyvas, o significado de poder constituinte é
democracia direta porque quando as pessoas se reúnem elas exercem o poder
constituinte não é uma prova da validade de sua definição de poder constituinte
como democracia direta.
Da discussão das três questões incorridas pela maioria das teorias
contemporâneas, segue-se que elas lutam para oferecer uma explicação conceitual
clara do que significa o poder constituinte – ou muitos insights sobre sua história.
E, mais importante, deixam em aberto a questão original da contribuição distintiva
do poder constituinte para nosso pensamento sobre o significado e as implicações
do princípio do poder popular.
História
Para começar, não é uma história da ideia, mas uma história dos usos da
linguagem do poder constituinte. Ele não postula uma deÿnição do termo e retraça
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História 17
suas ocorrências na história, mas começa com os primeiros usos das próprias
palavras 'poder constituinte' e segue suas trajetórias históricas. A recompensa
dessa abordagem é que somente olhando para a linguagem do poder constituinte,
em oposição à ideia, é possível retraçar a mudança de significado, papel e
implicações que diferentes pensadores, em diferentes momentos, atribuíram à
noção de poder constituinte do povo. É justamente por não pressupor um dado
sentido intrínseco à ideia que estarei em condições de analisar como o poder
constituinte tem sido utilizado, em diferentes momentos, para avançar em diversas
interpretações do princípio do poder popular. Isso, por sua vez, implica que a minha
não é uma interpretação consistente e teleológica do desenvolvimento da ideia. Em
vez disso, destaca momentos de ruptura, quando o significado do poder constituinte
foi contestado e redefinido.39
39 Como acabamos de mencionar, penso neste livro como retraçando a história da linguagem, em
oposição à ideia de poder constituinte. Assim, neste contexto, a diferença entre linguagem e ideia
reside no fato de que esta última carrega um significado predeterminado ligado às palavras 'poder
constituinte', algo que eu quero evitar. No entanto, como ficará claro mais adiante, utilizo a expressão
“ideia de poder constituinte” no livro. Quando o faço, é porque estou apresentando ou discutindo como
determinado teórico concebia o poder constituinte. Como os teóricos analisados no livro parecem ter
pensado no poder constituinte como tendo um único significado, eles o trataram como uma ideia, não como uma linguagem.
Ao contrário, quando uso a expressão 'linguagem do poder constituinte' no livro, é porque
estou usando minha voz autoral e enfatizando a contingência de significados ligados à
expressão 'poder constituinte'.
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18 Introdução
40 Esta história não discutirá diretamente a confiança dos Pais Fundadores na noção de poder constituinte
durante a Revolução Americana. Claude Klein sustentou que a contribuição americana para o
desenvolvimento do poder constituinte foi injustamente negligenciada e que, em contraste, ela deveria ser
considerada a primeira instanciação completa do poder constituinte Ver C. Klein, Théorie et pratique du
pouvoir constituant (Paris: Presses Universitaires de France, 1994). No entanto, a justificativa dessa
afirmação é que, pela primeira vez na história, os estados americanos se organizaram por meio de práticas
de poder constituinte. Parece ser mais a prática da elaboração da constituição e menos a teoria do poder
constituinte que é a chave para os argumentos em favor da primazia do caso americano. Embora a relação
entre a teoria e a prática da constituição não deva ser descartada levianamente, neste livro pretendo
reconstruir, em primeiro lugar, uma história da teoria do poder constituinte, em oposição a uma história da
prática do poder constituinte. constituição. Os dois estão obviamente relacionados, e é difícil separar o
desenvolvimento teórico da ideia das práticas políticas através das quais ela foi realizada. No entanto,
razões de espaço restringem a amplitude do livro e impõem limites à quantidade de argumentos, teorias e
casos históricos que ele pode discutir. Além disso, este livro narra principalmente uma história européia.
Não só todos os teóricos do poder constituinte são estudados no livro europeus, mas também, com
exceção parcial de Arendt, eles apenas se referem às teorias européias do poder constituinte. Assim, a
escassez de referências ao caso americano, bem como o seu caráter prático, fundamentam a opção de
excluí-lo do presente livro. Para uma visão geral do poder constituinte no caso americano, ver B.
Ackermann, We the People: Foundations (Cambridge, MA: Harvard University Press, 1993); B. Ackermann,
We the People: Transformations (Cambridge, MA: Harvard University Press: 2000); J. Frank, Constituent
Moments: Decretando o povo na América pós-revolucionária (Durham, NC: Duke University Press, 2010);
R. Tuck, The Sleeping Sovereign (Cambridge: Cambridge University Press, 2016), cap. 4.
41 Como mencionado, os estudiosos da teoria política tendem a localizar as primeiras teorias do poder
constituinte muito antes da Revolução Francesa. Embora eu ache essa abordagem anacrônica, certamente
há evidências de menções anteriores de uma distinção entre um poder de constituir e um poder constituído. Um
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História 19
Nesse contexto, Sieyès pretendia propor uma terceira compreensão do poder popular
capaz de superar as ameaças que ele acreditava derivarem de ambos os usos da ideia
de soberania.
Para dar sentido à teoria do poder constituinte de Sieyès, faço um desvio para
apresentar sua filosofia mais ampla e, especificamente, a ideia de liberdade que
sustentou suas teorias de representação, divisão social do trabalho e, em última
análise, o papel do povo na política. sistema. Isso mostra que, para Sieyès, a liberdade
individual era inconsistente com as teorias de soberania nacional e popular e explica
por que Sieyès introduziu a linguagem do poder constituinte. Diferentemente de ambas
as teorias da soberania, isso lhe permitiu afirmar que o poder político estava nas mãos
do povo
tal caso pode ser encontrado em um panfleto anônimo, provavelmente escrito por Allan Ramsay, intitulado
An Essay on the Constitution of England e publicado em Londres em 1765 (mas depois republicado em
francês em 1789), que pode ter influenciado Sieyès. Ver M. Sonenscher, Sans-culottes: An Eighteenth-century
Emblem in the French Revolution (Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008), pp.308-9. Da mesma
forma, Daniel Lee reconstrói as primeiras teorias modernas do poder constituinte e encontra suas origens em
Donellus e no pensamento político dos Monarcomachs. No entanto, neste livro, estou menos preocupado
com um significado ou interpretação específica do poder de criar ordens políticas do que com os usos
contrastantes da linguagem do poder constituinte para enquadrar o poder popular. Ver D. Lee, Popular
Sovereignty in Early Modern Constitutional Thought (Oxford: Oxford University Press: 2016).
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20 Introdução
História 21
22 Introdução
História 23
Após o colapso conceitual de Schmitt de soberania com poder constituinte, o período pós-
Segunda Guerra Mundial viu a relação entre as duas noções divergir novamente, mas em
termos opostos. Naquela época, interpretações restritivas de soberania tornaram-se formas
comuns de proteger o estado democrático da degeneração em regime arbitrário. Longe de
representar o poder absoluto e ilimitado do povo, a soberania passou a ser vista principalmente
como um conceito jurídico. O exemplo mais famoso é a teoria do direito de Hans Kelsen,
onde a soberania é substituída por uma hipotética norma básica que fundamenta toda a
estrutura do Estado, sem qualquer conexão com a real expressão da vontade política ou
exercício do poder do povo. Respondendo diretamente a essa interpretação da soberania, os
teóricos do direito Costantino Mortati, Georges Vedel e Ernst-Wolfgang Böckenförde
recorreram à ideia de constituinte
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24 Introdução
poder para reivindicar um papel mais amplo para o povo no estado moderno. Após a Segunda
Guerra Mundial, o poder constituinte é, portanto, usado como uma ferramenta para promover o
envolvimento direto do povo na política.
Mortati, Vedel e Böckenförde foram eminentes juristas e figuras públicas,
respectivamente, na Itália, França e Alemanha e são relevantes para esta história
porque contribuíram para redefinir o significado do poder constituinte em suas
culturas jurídicas e políticas nacionais. Eles não apenas são considerados entre
os pais da disciplina jurídica pós-guerra de seus respectivos Estados, mas
também definem os termos da discussão sobre o poder constituinte do povo na
Europa continental. O ponto de partida de suas análises foi uma certa inquietação
com a forma como a soberania era concebida por seus contemporâneos. Quando
abordada como a ideia francesa tradicional de soberania nacional, atribuiu
erroneamente o poder à nação, que após a Segunda Guerra Mundial parecia uma
entidade perigosamente arbitrária. Quando abordada, como era comum na época,
em termos positivistas, explicava consistentemente o funcionamento do sistema
jurídico, mas não levava em conta suas origens políticas e, por consequência, o
papel que o povo tem em sua criação e funcionamento ordinário. A linguagem
contemporânea da soberania revelou-se, assim, bastante problemática para quem
estava comprometido com o princípio do poder popular, mas resistia à sua
atribuição à nação. Surgiu então a questão de como dar sentido ao princípio sem
cair nas armadilhas implícitas pelas ideias de soberania. Mais uma vez, a resposta
foi encontrada através da linguagem do poder constituinte.
História 25
Arendt e a Democracia de
O ódio de Arendt pela soberania tinha múltiplas fontes. Por um lado, desde
a Revolução Francesa até a ordem internacional do pós-guerra, passando
pela Segunda Guerra Mundial e a criação do Estado de Israel, ela
consistentemente identificou a soberania com o poder schmittiano de emitir
comandos absolutos. Por outro lado, ela refez as origens filosóficas dessa
compreensão do poder na ideia ocidental de liberdade como ausência de
restrições ao indivíduo, liberum arbitrium. A combinação dessa compreensão
da liberdade com a soberania como comando resultou, nos termos de Arendt,
na abolição da pluralidade humana. Todas as concepções do poder popular
em termos de soberania representam, assim, a
26 Introdução
pessoas como um corpo unitário, tendo uma vontade unitária. Isso, na visão de
Arendt, é uma compreensão completamente abstrata do poder do povo que
permanece perigosamente desconectado da prática real da política.
Como tal, a linguagem da soberania precisava ser expurgada de todas as
negociações do significado e prática do poder popular. Uma alternativa radical foi
introduzida através do poder constituinte. Na visão de Arendt, isso não era uma
conceituação do poder popular, mas sua instanciação prática. Não encontrou
suas origens no cânone da filosofia ocidental, mas na prática histórica de pessoas
prometendo e agindo juntas no espaço público. Especificamente, ela reconheceu
a presença e a ação do poder constituinte do povo na prática grega antiga da
isonomia, a afirmação romana da potestas in populo, as primeiras tentativas de
estabelecer conselhos populares durante a Revolução Francesa, a experiência
fundadora americana, a experiência do Kibbutz em Israel e as experiências
húngaras com a democracia de conselhos. O elemento subjacente comum a
todas essas experiências históricas é que elas foram baseadas em um momento
de fundação popular. Além disso, eles também testemunham que o poder popular
não deve desaparecer uma vez que a nova ordem política seja criada, mas deve
ser exercido continuamente por meio da própria estrutura institucional do Estado.
Isso, na visão de Arendt, tinha que ser republicano, pois somente as repúblicas
permitem o envolvimento direto do povo na política. Eles descentralizam o poder
e delegam seu exercício, via estruturas federais, às assembléias locais. Além
disso, o poder constituinte popular também é mantido vivo pela possibilidade
constante de aumentar a fundação do estado por meio de processos de revisão e
adequação constitucional coletiva.
A confiança de Arendt na linguagem do poder constituinte está curiosamente
em desacordo com a de Sieyès. Ela é a primeira teórica a rejeitar explicitamente
a interpretação de poder constituinte de Sieyès. Em sua opinião, Sieyès interpretou
mal a ideia, pois supostamente a equiparou ao entendimento francês da soberania
nacional, associando-a assim à representação política, centralização do poder e
unidade nacional. No entanto, Arendt não apenas interpretou mal Sieyès; ela
também acabou reproduzindo, sem saber, a mesma oposição entre soberania e
poder constituinte que ele introduzira durante a Revolução Francesa, ainda que
em termos inversos. Enquanto ambos concebiam o poder constituinte como o
oposto da soberania, Sieyès confiava nele para conter e restringir o domínio
popular, enquanto Arendt o usava para endossar o envolvimento popular frequente
e direto na política contra a representação unitária da nação implicada na ideia de
soberania.
Os cinco momentos dessa história demonstram não apenas que o sentido
atribuído ao poder constituinte mudou ao longo do tempo, mas também que o contexto
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História 27
28 Introdução
história, o último foi teorizado em resposta ao que foi percebido como os aspectos
problemáticos de um ou mais entendimentos contemporâneos de soberania. Estes
poderiam ser organizados em, pelo menos, quatro categorias.
Para começar, a soberania foi contestada pelos teóricos do poder constituinte como
uma palavra, como um termo linguístico. Sieyès, por exemplo, recusou-se a descrever
o poder do povo com o termo 'soberania' porque este era usado para descrever a
autoridade real. Em segundo lugar, a oposição entre poder constituinte e soberania
correspondia à oposição entre diferentes agrupamentos políticos. Entre outros, Sieyès
opôs-se a líderes jacobinos que se identificavam como partidários da soberania
popular, e Berriat-Saint-Prix criticou os contrarrevolucionários franceses que, no século
XIX, se apresentavam como teóricos da soberania do parlamento. De modo mais
geral, a soberania foi contestada pelos projetos políticos que ela implicava. Por
exemplo, Schmitt optou por se basear na noção de poder constituinte para rejeitar o
estado parlamentar liberal sustentado pela ideia de soberania parlamentar e pelo
projeto democrático federal que ele, em algumas passagens, identificou com a noção
de soberania popular. Finalmente, a soberania tem sido claramente contestada, em
todos os casos analisados, pelas especíÿcas implicações institucionais que comporta.
Este é claramente o caso da oposição de Sieyès à deliberação do conselho e do
bicameralismo, da batalha de Lanjuinais contra as modificações parlamentares da
constituição, da antipatia de Schmitt pelas leis eleitorais majoritárias, da oposição de
Vedel ao governo centralizado e do ódio de Arendt à representação política. Em
diferentes graus e em diferentes medidas, todos esses aspectos da soberania foram
levados em conta, avaliados e criticados pelos teóricos do poder constituinte analisados
no livro. As deÿnições de poder constituinte que eles apresentaram foram todas
tentativas de combater uma ou mais dessas dimensões problemáticas da soberania.
Mas precisamente porque o poder constituinte ganhou significado por meio de sua
relação polêmica com diferentes versões de soberania, os relatos deste último
fornecidos neste livro não devem ser lidos como representações fiéis de como a
soberania foi teorizada em um determinado momento. Em vez disso, o livro reconstrói
como os teóricos do poder constituinte concebiam a soberania.
Analisa como eles avaliaram as conceituações de poder popular implícitas em qualquer
versão da ideia, como avaliaram suas implicações e o que gostaram e o que não
gostaram nelas.
Projetos Políticos
Como já delineado, este livro retraça a história do poder constituinte, reconstruindo
como sua linguagem foi usada em cinco momentos históricos chave.
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Projetos Políticos 29
30 Introdução
43 Arato é de longe o teórico mais claro nesse sentido, pois é explícito sobre suas intenções normativas, ou
seja, ele pretende oferecer uma teoria convincente da legitimidade constitucional que, por sua vez, implica
uma explicação limitada e processual do poder constituinte. No entanto, mesmo ao fazê-lo, ele às vezes
volta a apresentar sua teoria normativa do poder constituinte como uma descrição de sua realidade.
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Projetos Políticos 31
Quando vistas nesses termos, fica claro que as atuais teorias do poder constituinte
não devem ser lidas como investigações objetivas da história do poder constituinte. Ao
contrário, eles fazem parte da história contada neste livro e devem ser lidos como tal. Na
verdade, eles constituem um momento próprio e distinto no processo de negociação,
reavaliação e redefinição do significado e extensão do poder popular aqui discutido.
Tanto quanto Laboulaye, Schmitt, Vedel e diversos pensadores que participaram do
processo de deÿnição do poder popular nos últimos dois séculos, os teóricos
contemporâneos assumem hoje um papel ativo nesse mesmo processo. Compartilham
com seus antecessores o objetivo de definir e institucionalizar o princípio do poder
popular por meio da linguagem do pouvoir constituant. E, como para eles, esse processo
de redefinição responde diretamente à necessidade de reavaliar o papel e a extensão do
poder popular em determinadas circunstâncias políticas. O que para Sieyès foi a
Revolução Francesa, e para Schmitt a República de Weimar, poderia ser a globalização
para os teóricos contemporâneos: uma configuração social e política relativamente nova
que levanta questões sobre a adequação das formas existentes de conceber o poder
popular.
32 Introdução
capítulo 1
* Desejo agradecer aos editores do European Journal of Political Theory por me permitirem reproduzir
neste livro grandes partes do meu artigo 'Como pensar além da soberania: sobre Sieyes e o poder
constituinte', European Journal of Political Theory, 18(1) : 46–67.
33