Cartas ao Editor, Acta Med Port 2016 Jul-Aug;29(7-8):493-493

Carta ao Editor relativa ao artigo: “Burnout em Congratulamos V. Exª. pelo interesse num tema que
Profissionais da Saúde Portugueses: Uma Análise a tanto estimula a comunidade científica. Com efeito, os re-

Nível Nacional” de João Marôco, Ana Lúcia Marôco,
Ema Leite, Cristina Bastos, Maria José Vazão, Juliana
Campos. Acta Med Port 2016;29:24-30.
Letter to the Editor regarding the article: “Burnout in
Portuguese Healthcare Professionals: An Analysis at
the National Level“ by João Marôco, Ana Lúcia Marôco,
Ema Leite, Cristina Bastos, Maria José Vazão, Juliana
Campos. Acta Med Port 2016;29:24-30.
Palavras-chave: Esgotamento Profissional; Pessoal de
Saúde; Portugal.
Keywords: Burnout, Professional; Health Personnel;
Portugal.
Prezado Excelentíssimo Senhor Editor da Revista Acta
Médica Portuguesa.
Tivemos o prazer de ler o artigo de João Marôco et al:
“Burnout em Profissionais da Saúde Portugueses: Uma
Análise a Nível Nacional”.1
CARTAS AO EDITOR
sultados obtidos nesse artigo aproximam-se dos que pu-
blicámos recentemente, com burnout de 41% nos internos
das especialidades de psiquiatra.2 As causas apontadas
parecem ser idênticas: longas horas de trabalho, menor ex-
periência profissional, más condições de trabalho, às quais
acrescentaríamos também falta de supervisão clínica.
O burnout é uma das epidemias do século XXI e os mé-
dicos estão particularmente vulneráveis, mas gostaríamos
de recordar que esse fenómeno varia consoante a espe-
cialidade,3 podendo surgir antes da autonomia clínica, con-
forme sinais de alarme detectados em médicos internos4 e
estudantes de medicina.5
Assim sendo, o combate ao burnout deve começar nas
Faculdades de Medicina e nos programas de Internato Mé-
dico, com adaptações específicas às várias especialidades.
Estamos confiantes que a Ordem dos Médicos articulará da
melhor forma com o Ministério da Saúde e as demais So-
ciedades Científicas no sentido de trabalhar em conjunto
para se chegar à melhor abordagem deste flagelo que tanto
prejudica os nossos médicos e os nossos doentes.

REFERÊNCIAS
1. Marôco J, Marôco AL, Leite E, Bastos C, Vazão MJ, Campos J. Burnout
em profissionais da saúde Portugueses: uma análise a nível nacional.
Acta Med Port. 2016;29:24-30.
2. Jovanović N, Podlesek A, Volpe U, Barrett E, Ferrari S, Rojnic Kuzman
M, et al. Burnout syndrome among psychiatric trainees in 22 countries:
Risk increased by long working hours, lack of supervision, and psychiatry
not being first career choice. Eur Psychiatry. 2016;32:34-41.
3. Medscape Physician Lifestyle Report 2015 [homepage na internet].
[consultado 2016 fev 1]. Disponível em: http://www.medscape.com/
features/slideshow/lifestyle/2015/public/overview#2.
4. Gama Marques J, Roberto A, Guerra C, Pinto Da Costa M, Podlesek A,
Beezhold J, et al. Comportamento suicidário nos internos de psiquiatria
em Portugal: Comparação com a realidade europeia. Acta Med Port.
2015;28:608-61.
5. Gama Marques J, Machado D, Ouakinin S, Figueira ML. Vulnerability
to stress and psychopathology among third year medical students. Int J
Clin Neurosci Ment Health. 2015;2:3.

João GAMA MARQUES1,2, Ana MOSCOSO3,4

1. Clínica de Psicoses Esquizofrénicas. Hospital Júlio de Matos. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Lisboa. Portugal.
2. Clínica de Psiquiatria e Psicologia Médica. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.
3. Service Universitaire de Psychiatrie de l’Enfant et de l’Adolescent. Pr Cohen. CHU Pitié-Salpêtrière. Paris. France.
4. Área de Pedopsiquiatria. Hospital de D. Estefânia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
Autor correspondente: João Gama Marques. joaogamamarques@gmail.com
Recebido: 04 de fevereiro de 2016 - Aceite: 09 de junho de 2016 | Copyright © Ordem dos Médicos 2016
http://dx.doi.org/10.20344/amp.7481

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