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Capítulo 3

Viagens eidentidades:
Europa, América Latina eEstados Unidos

Viajar para o "centro" e sentir-se parte de um idealizado mundo


civilizado, culto, organizado e racional era a expectativa de homens e mulheres
da América Latina no século XIX. Era como se esta experiência precisasse
ser vivida para ratificar um sentimento já existente de pertencimento a
esse mundo. Como pretende-se mostrar, as coisas não foram tão simples
assim. A percepção de que os europeus não necessariamente entendiam os
latino-americanos integrados ao seu mundo provavelmente desempenhou
um papel importante nas avaliações dos viajantes, realizadas sobre os
lugares conhecidos. É preciso, então, ficar atento não apenas a um olhar
valorativo, mas também a possíveis críticas e questionamentos das formas
de funcionamento nas regiões frequentadas por esses atores.
Tratar de "pertencimento" significa, invariavelmente abordar o
conceito de identidade. Este não é compreendido, aqui, de maneira fixa,
naturalizada ou rígida, mas como um processo dinâmico, atravessado por
múltiplos mecanismos de identificações. Neste ponto, é possível afumar, na
esteira de Stuart Hall, que

a identidade torna-se uma "celebração móvel": formada e transformada


continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou
interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam. É definida historicamente,
e não biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes
momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um eu coerente. 1

1. HAU, Stuart. A identidade C11Í!Hral na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p. 13.
170
"Uit
t
171

Essa compreensão é fundatnenta1 para Perceber, nos t V1~GEkseREL1111\ os autores e as 1


fBll'l> de acordo fundamen.....,
com •·•• para a
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estáveis, buscando posstveis - para as Variações identifi.
8 nein setnPte• do tetllP~cas. Os r _;~essas concepçoes.
'º ioog<l espe . ào e seleça

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Maria Ligia Prado apontou para as transforlllações nas f Cadas. E"
colljilll ·o aproptlllÇ "ATRASO E BARBÁRI
X1X as identt'dades latlno-amencanas
representar · · entre as últimas ortnas
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mobilizadas. 2 , u rehçõ,, con, • orig<n, "P•ohoJ, ;,:
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próprios
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p:~o adores e V1a eia concenttata cenário mte ec
intelectual, eculutºku1 instlllara-se :o Novo Mundo, que
a. No se o • .ca em torno º, demonsttar a
Tais observações são ricas para se pensar, no âmbito deste ttabalho
a forma como os latino-americanos se posicionaram particularment;
frenk ,o, •~k-JUn<riano,, ~-do - h-ç, l,tin,. Aqoi, .__
•""""'-~do
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oq,lic,çâd ""':. ,ehçio 'º Vc\M ;,~ T"
i.ru.,, • [o_.-, Coroelw, de
questões são levadas em consideração. Essas evocações do latinismo sào _.. , douacon..,.eza: os animais,
na,= ·deiasasdpO conde de Buffon quee fundamentos
mobilizadas desde o início do século XIX, ainda que nem todos os autores diz sespeito a s . sobretudo nas lêmica, mostra em critérios que, a
a reivindicassem da mesma forma. Ao longo do século, ta.rnbém, tenderam po12mita se baseia rbi, que estudou a po ontam nessas tese~, evelavam um
a se alterar, na medida em que os Estados Unidos iam despontando como ""uw.AntonelloGe se pautai:. Desp o "cienó.ficos , r ·cano, tais
uma ameaça política aos países latino-americanos. n . bu,c,,nm fu M= com . nre """" . d
csas te0nas .tas vezes se a m relação ao contm: " l Entre finais o
Esse capítulo, portanto, explora, em um primeiro momento, as .l.-ito
-r-
de m~to d os eutopeus com 'dade" e "degeneraçao - . mas- mantendo
expectativas dos viajantes em relação à Europa e aos Estados Unidos, claro preconcei . .dad " "imatun , essa equaçao, dida como
abordando tanto os traços positivos quanto os negativos assinalados para como os de "debiliXIXe Humbo\dt inv~t~ta agora não enten das teses
. , · do , da Amenca, , algumas
definir os países visitados e a própria América Latina. Tem como intuito 1Vlll e uuc10 na natllteza via' ante criticaxa_ . os umoduzidos
identificar os pontos elecados pelos viajantes para atribuir valorações ou ..,_.:1. seus olhos superahundante._O d s larum
..,,..
. ais domesnc . e\vagens,
nim111s s
críticas a cada novo cenário que ia sendo conhecido por eles. Além disso, .l....nenda, mas da degeneraçao o ntinente, dos a • As imagens
-t!>-· mo a este co berante. ·
procura analisar aspectos da construção da identidade latino-americana no de 'Buffon, co da inferioridade, n ericana exu . na clivergiam,
século XIX, defendendo que este processo se apoiou numa oposição entre =
na • -ética e a · ser a natllteza ai.n à natuteza amenca
.l--'--·-do, ademais, b 'dt no tocante
od era o mundo
de todo m o, \is·ou Mary
uma idealizada particularidade que vigoraria entre os povos de origem latina, ua;w;-..u Hum o, sares; b ana
especialmente os hispano-americanos, e uma também imaginada visão sobre construídas por or seus predeces utot. Como em italista"' que
o caráter anglo-saxão, que seria marcante entre os estadunidenses. Esta asaim, das divulgadas p e interessava ao a da "vanguarda capdepcndências
oposição, muito estudada no contexto de finais do século XIX, ao que tudo ptlmal, basicamente, qu osteriores, da ch~aS20 - quando as~ os europeus
UJWc, já °'"""pn,.,nk nn, pcin,fud;o, d,.., -mo •icw,
kndn gmMd, Lou\.se Pntt, viaia~:e: tatina após os an~so comercial se abn;,:otc asp~ctos
apottaram laradas e um n ovo cenan
na AmeilC detectando ma\·ontana
h .
-.
aviam
sido. dec retaram a natllteza
também uuerp
2. PRADO, Maria Ligia C. Identidades latinoamericana, (1870-1930). ln: AYAJ.A llfOR.\,
Enriquc (dircctor), POSADA CARBó, Eduardo (Codircctor) . (Org.). Historia Gmra/ d,
Amirira latino • Volwncn Vil: Los proyectoa nacionales latinoamecicanoo: •ua Instrumentos po\crruC,\ ~ao
. • P•ulo: Companhu da•
y articulación, 1870-1930. led.Paris: Ediciones UNESCO / Editorial Tro~, 2009, v. VII, p.
583-615. O No.., MM ,wo; hi•tóna
GE.RBl, ,'\ntoncll:li,u de Buffon e
de unu.
De Pt.uw, V\dt caps \ e 3.
~- Par,.•• a
Lcuo.s, \996- 3\0-311,
4. \bidelll, p.
L
172
173

n=tivo~ Tnitn,,.-se de um• natureza hostil rcfmtírin no pr l<l'"" fflOCI' • ue operava na lógica
-o·· . , ogrcs 1 brar a célebre con~epçao qd urbano e mundo
portanto, tinha que ser domcstrcada. 80
e qu,, i,11~
. B••ta em barbárie mun o .
Esses retnttos estilo contemplados em um quadro de idcins . .;es ,urais, nha civiliz2ção e , . ,845) escrito por Dommgo
q
ue podemos chamar, na esteira de Edward Said, de cultura u· 1nais &crai, par: :cornia que:;a(llndo: dvilizaçiio e b,m,:n:~!vus'em à Europa. Ga11c'}6s
0
d, . talizada mesmo de rcaliz mundo rural, tem
. como a tentativa europeia1'Pcttal
autor, essa ideia pode ser tndUZ1da de d · p."' (1lJll, cttS 'ento antes ue encarnam o , . o
poms e terras distantes e de levar a civilização aos "bárbaros" :~, uslÍllº Sartnl . .~ mesmo tempo q . . a ão, à cultura, à histooa, a
estereótipos ou figuras retóricas sào associados a essas porções "lon.:i- •nos fa udilhOS, aqlll, crenças opostos civiliz çdidos como decorrentes das
e e, bíbitos e slllls gresso material, enten
do globo, e mesmo falhos em materialidade • • ou comprovação cn, ..
6"'9llas" seu> . coto e ao pro . d .
guardam wna força simbólica impressionante, legitimando a viof t'ca, dese11volvun
1uzes
da razão, .
lotino-amencano s qllllndo
. .aram à Europa nao eixaram
.d alizadas sobre a urop a estavam
VlllJ E
dsobre esses territórios e suas populações. O autor entende "cultura" 0 '':'
· ampla . N'ao sao • meramente marn,estaçoes
·, • artísticas, lllas'ª9UJ, Assilll, os as ectos. As imagens t e s ao . os que já trilhav2ID os
e manetra es . d focar esses P 'vilizacional, a povo og d desenvolvunento
associada a uma naçào ou um Estado e, ainda, é uma fonte de identiclad~ e .....-1.:idts ao ideal Cl~ h .,,;... muito tempo, tcn o o m com muita
e uma forma combativa, mobilizada para legitimar nacionalismos. Trata. ass~ -'-""·açao a,- persegue
.-:ohos da ov= lostro histórico. 0 que humana da arte e
se de uma instância na qual causas políticas e ideológicas se empenham CAJU""' ultado de um da presença '
tingido o res . ns são as marcas • . diversas que se
mutuamente, um discurso de autoridade eurocêntrico e etnocêntrico é • • Clll. em suas viage , e cbs construçocs mais
projetado, não havendo neutralidade em sua elaboração. 6 &equen em das rwnas .
da história, que em~e incrustradas na paisagem. a da ocupação humana
Se, no século XIX, essas projeçães sào principalmente enunciados e11conrravam co"'..o q s ruínas indicam a presenç , . Siio marcas do
europeus projetados sobre o mundo não europeu, não podemos negligenciar As construço~s e_ a a existência de uma lustona. ·antes, sobrerudo
as formas de circulaçào das ideias e interpenetração dos discursos. Daí que como consequencia, e que, para escntores e vtaJ de inspiração
essas elaborações afetaram os próprios latino-americanos, que dialogaram e, ·d na natureza .. mo fontes
passado insen as . • romântica, funcionarao co a se da década do
com o universo letrado europeu, bebendo da fonte da própria cultura . buídos da visao fu Françoise Choay, n a "fase
imperial, de modo a realizarem apropriações, reproduções e seleções dessas os un . • Como a ma assarao por su .

:,º
para a imagmaçao. numentos históricos, na El~op•.!,1umbradas em mem
ideias. Dessa forma, a imaginaçào sobre a América e a Europa pelos europeus
e americanos se dá pelo influxo da cultura imperial, num jogo transculturaJ , século XIX, ~s O forte fascínio que as _rwnª::tava nmdamcntahnente
7 de coosagraçao . 1 xerccram neste pcnodo simbolizO\'ll a ,ada,
pelo qual essas partes afumam suas identidades, que se opõem aos "outros",
a um cenário natur_a : :ntre de um lado, a natureza, :;:uavam a passagem
tanto internos quanto externos. Como lembra Maristella Svampa, se o atrelado às assoaaçoc ua•s construções, que ccpre Choai· dinnte dn
antipoda da civilização europeia podia ser projetado no outro externo, homem e s Como observa • . .
americano, "bárbaro" e pouco desenvolvido, ele era também visualizado e de outro, o última instância, a morte: . uc o homem possm.: m~s,
do tempo e, cm . , poder da criação arusnc~ q d inevitabilidade da açao
na "barbárie interna", corporificada no operariado urbano e nas "classes ruína, percebia-se : nconrnwa-sc com a certeza a
perigosas"'. Da mesma maneira, para as elites latino-americanas empenhadas ao mesmo tempo,
cm edificar os Estados nacionais, a "barbárie interna", ainda na primeira
corrosiva do tempo: . ·• ótica da ~ual rrnupcn"
metade do século XI.X, era projetada nas camadas populares, sobretudo nas
do reduzido a muraUtas, ll tgfC'I g xxle.r funJndor
O m tclo fu,ufic: mai, do que ,e cstivmcm mt~Clo'- o 1·rvu daninha,
5. PJV\'J1: Mar)' Lou1Jc. Op. ci1., p. 249. o c:s<1udc10 rcvc am, .. ma& os mrnlijOS corros1vo::1, a:t t .
que os mandou co1111.nnr,
6. S.'\ JD, &lw.1rd, C11//11m, imptriali t11t11. Sào Paulo: Cumpanh111 J:is U.•1J11.,, 1995.
7, PlV.1'J~M11ry L Op. cir ,
8. S\'AMP.~.
1994. p.Marin,L,, B/ dik,wu ""!f•6n,; c,v,lización o lmi»n,, llucno, Au., EJ C.do po,
A1u1l10, 31.
. ,,,.nço•, A ,iq,,w d, ~ , . . SAo 1-\&ulo·. E,,1açfo L1brrdadc: Editor~ ~l:t
9. CH().\: , Et,,.J~l llaulina, 2001 . P. "' ·
Uruvrn1J;,1,d
174 175

qu, dcsmantdarn os telhado, e ~~NI E ,..-l<l"·ento


"~"" tllllbêm busca os monumentos e o passado n• Europa,
crodido, do, apósiolo, DO ' attanan, _, l'Cdns ~JOs
cksuuiçio e • morte SIO poruco de urna . . da, "'Uralha s,il]ll ~decepciona na visita ao Havre, onde tudo lhe parecia moderno:
que; e! Havr• no es la Francia, sus belissimos edificios son modernos.

o n:nnino d Jgttja tom.à . S.. os
esses Dlanvi}h tuc:a. lch\b fOstoi ,il)I!'
0
AoacomM••·- sosinic; "'nfu .. .;m,idades, no hai monumentos". Não que a cidade não fosse
relatos, ê :u-wos os passos dos . . º' '" ,~. .. ,_ no século "''!
hist . . possn-tl obscrvn co ''12Jantes à Euro
''" . •,an..,-
a• !Ji. pois cJ,. foi· eng>"" '. . E' cunoso
. notar, portanto, as
ona dos países ' ™"' mo fucarun os S<:Us 0 pa, por m . tiva• do autor, de encontrar vesng,os de um passado bastante mais
obras de attc e idcnti dos, perambulando co ~ Princi de seu, "'º <4'.""do que aquele, situado no início do peóodo moderno." Viajando do
Abadia de Wcst:min ficar monwncotos. Florcotte rwnas, buscanXahnente na
; : • Rouen, descreveu as margens do Sena encontrando ,quilo que seus
ver e sentir a ane stcr, cm Londres, tcssallll o ao Varela, na visi o conhece,
bp<> de produç:io;;, sobrc"'.do, a "anliguidad ~teressante que eta que fez à
oibO' esperav-am "°"
"las aldeas i las cabanas; una ruína de este lado, uma
seu pais: e . Lamenta a ra, Para ele igl<'Í' dei outro, um recuerdo histórico a cada recodo dei óo, una leyenda
Hc carencia dess; csds cresta de la montJl.ila ...".14 Como sabemos, ele fez esse percurso
1P""""do-se num guia de viagem- Mas mesmo que ~esuma as ~formações
la Ac:mp~do dos horas ea visitar . wndo mão dessa obra, a 1delll que quer expressar e de que esta num lugar
badia de Wcsanins y cxanuoar r ..
uno~ m•-«
"-6'......cos los otro .
tct, sus much P oli1amcnrc el Ulterior
os monumcnt
.
d bistbric<>- E, a modo de viajante romântico, exclama: "Héme aqui, pucs,
po, otta parte, qu, d _int<=aotcs todos ai úl . o~ <uriosi,imos 1 ' cn plena edad media"." Da mesma maneira, proclamando como que uma
monumentos y•-·-· dcsptcna un intcrés clifi il dttmo Punto. [... j eoº' OlpÍÓ' de veneração à história e às artes, Paz Soldán elogia as igrejas, a
ahí dcs Ufi ..... Q e 200 300 e e dc6 · sa
afiando c1 poder dcl .' • 400, 500 arios de . rur e! cxamcn de llqUÍte!UI", as escultura• e pintura• nas várias cidades da Itália: "toda !talia
sus tutores y a los hijos de ncmpo dcspués que ha c~stcncia, que cstán no es sino un gran museo, antiguo y moderno, profano y sagrado"."
s productos dcl art sus hijos y mostránd n visto desaparecer Embota essa valorização do passado, dos monwnencos e das instituições
lo ·
ao e cn sus dn onos cu.ri a
tlguos de csos monumcn ·crsos estados de cu1 osas prucbas de cultuni• como os museus, por exemplo, fosse bastante pmente entre os
como lo hi • tos cs b silla rw-a. Uno d 1
t . CICron aotcs much cn qoc " coronó La . e más º' viajantes, há .Jgumas diferenças entre eles, advindo, esses traços peculiares,
dcrtido yo oca~ón deva, cn _os _d, su, p,edeeeso,es. Rcin, Victoria, dls origens de cada viajante, incluindo-se aí o repertório cultural que esse
e escultun que hc visto"': P"':
gnndes objetos de
cstnunster. 11
~-ÜJ
Nunca habia
e as artes, asi q
pcrtencimento agregava ao personagem. Pedro Paz Soldán y Uuanue, que
cm peruano, e que, portanto, teve um conta to com a história das civilizações
De galeria cm . º' pté-bispânicas, carrega consigo esta referência. Assim, aprecia objetos da
seu repenooo, • cultural
galem
É tnos1--
.....va.se com ai • Antiguidade em um museu, em Berlim, citando as coleções sobre os provas
cm Londres, coloca- . dessa maneira u o guem que ia am liand
gregos, romanos e egípcios, e fazendo comparações entre estes últimos e os
as escolas de pin,u,.'º~orno viajante apr!l numa exposição d~ pin:, o
espanhol Mw:ill . epoIS de aar ' que começav . a, pré-hispânicos. O autor alude a U!Dll possível exploração dos monumentos
satisfa . . o, conclui, sob rar ter se extasiad a a identificar dos povos ameríndios pelos peruanos, indicando que isso poderia conecatá-
los div::: ::,:er que empiez:: ::: :relandizados
mucbas estros, a fuerza d 0
er s escuelas
arti;ti:::
obras .do
. e senado
los às civiliz•ções clássicas." Também é possível perceber wn olhar bastante
peculiar do paraguaio Rómulo Yegros em relaçilo às instituições culrumis,
'acertando con sus ,;tore.:~:
cs . sus obras cn D~:do de pintar
• hc rcconocidode como o Museu de Anatomia de Londres. Enquanto, em geral, todos os

~ D o i n i n g o R O p, cit.,p.86.
:~ lbid""-P•!J3. 14. 1biàc111, p. 88.
12. VARE.L~. Flo=cio, 15. lbidcm, P· 87.
Ibidem, v. 2,p. 253. Op. cit.,p.313-314. \6. SUlDÁN Y UNANUE, Pedro Pu. üp. dt., p. \10-171 .
t 7. lbiJcrn,ptlO.
liia!j
176 m
1
viajantes
.IIDpttSsàoclde .
ogwn cssas mstituiçÕcs
. ,,IJ'IÍ"y:praf~~
não co attís . VIAGE!stll{ . consiruçõcS os motivos a chamarem a atenção. Esrupefato
que "-'qlunha, nsegwr captar.,, __ . tlcas ou . l.11~ !or?eas Florenoo
.
en, vidro =to CJentifj •{Uirio da [llào de obra b umarui pelas maqUlllas,
, .
que fonm a ca s com formo! o sentido de <:as, ele ... asubslleo r sobre uma fabnca, , d e produçao • d e maqllllUS
, .
diferentes gru usa de enfermidades ou en, representa 1
tnuseu /assa a ..,,. a vapor e d e
pos, desde . que haviam Çoes Ctn •ntin, t~esa.ev '
. , «Generalin•nte, un solo bombrt traba.Jª a cada maqwna,
· · urucamente
· ·
crianças até neittns . 1evado à tn cera, ob1·•t o
ew e tndíg Otte Os (l)lo05lic2t y dirigit: el moviroiento, que pane de las máquinas de vapor;
A las 7 de i.
A . . noche me fui
enas: Pessoas d
e
~t dcinis se ejecuta por la mágica acción mecánica dei aparato"." E
lllltolllleo, donde coa, Don sobre ".I1ll'. de tecidos, menciona os aspectos posiir;:os do em~r~o
est2b1ccimicn h<lll<>s visto ~--- Antonio Or .
d to se compo "!Sw•s nua, tlz a ver 1 dai apaD-tOS tecrucos no lugat dos esforços bUOlllOOs: ... me cerure a
e niiios abott2dn, ne de três piczas d eradas hasta el d ' M11s,o ,kdl que el único ttabajo que el bombre tiene que hacer es colocar, una
Wccid -~ conservad onde e t, e 308 e
os de toda-'-- os cn va 51.. s an las <li{; . este
tola, todos los bilos, de los colores y dei modo que cada dibujo de
de viria . "'"'se de enE Jas de vidri •rentes fi
s naoones ermedad e o con am.. gu,,,
la cin1t iequiere, e ir después, renovando el bilo en la pieza que forma la
,-uaa
'""'"" di•-·'•-' d, datodos estos son retrat
mi aimpa;;m,
' squeleto~ indios, o-, ne de ióvcnes
r •na rtlación bi,n . o~ o figura, de gros, clanco,
10
u,Jd'.'11 Assim como não observa criticamente a exploração à qual os

para volvtr a la
<asa, lo q•,arcunstanciada
lud
cera. y habi
d, "'' tJlabk · · tnd,
opeiáiios, em jornadas desgastantes de trabalho, estiveram submetidos no
E preciso 1 b mos a /aJ 8 ½ is crm1tr/10 diie pioctsa da chamada Segunda Revolução lndustrial, também não percebe a
- =tar . •• ttll<;io de subordinação dos países fornecedores de matérias-primas com
cante desde o . que essas exposi •
unpulsionadas seculo XVIII d çoes se a1ustam u pott11cias centrais e os consumidores de industrializados das zonas mais
definir o seu está
pelas acadellllas. Estudar
' e tncent1vo as , tnvesttga
a um• contexto, Já dcscnolvidas, naturalizando, assim, as desigualdades económicas, sociais e
entender como dagio avilizaaonal e a anatonua de diºçoes Científicas politicas implicadas no que a critica marxista depois veio a chamar de Di,~ào
de nPlnLI, st:ana n b ierente '
produçào d mo soczal e as ases d s povos e Jnttlll3cional do Trabalho, O autor trata do fornecimento de matérias-
América La e conhe=ent~ 'l:_Ue V1tla a se estab: que costumamos pD!DAS empregadas por países siruados às margens, em uma fábrica em
conheCIDl tina, poucas década ' nao só na Eur lecer nos cenán Manchester, e o consumo dos artefatos fabris pelos habitantes do Rio da
d ento e exp . 1 s depois d opa como os
os diferentes p , o- o era urna forma a viagem de na própna bla. sem tecer quaisquer comentários que denotassem uma percepção das
de tnvesttga • aises encontravam que os expoent egros. Deter este diferenças de lugar e de poder entre o seu local de origem e o visitado:
povos que n~aoeds Científicas e •·-Pb"." afirmar sua atueslizda tntelectualidade "Roy he visitado diversas fábricas y tallercs, en que he visto aplicar al
·
seia o vujante0
ettnh =• em' sua supenondad
am esse saber
ª ação em termos llgodón todos los procederes fabriles, desde sacarlc dei fardo en que viene
formação cu!~ ;esse, dentre t~d egros, coma Já afir e dem relação a dcl eruanjero hasta covertitle en los listados y zarazas, ,1ue recibimos cn d
sem decodifi . ar esta razã o~ os selecionad ma o aqU1, talvez Rio de la Piata" .21 Mesmo escrevendo sobre os Estados Unidos na década
a unpressiio
. caro senn.do associad
o, actedito, ve-se
• absortos, o m enor grau de
d de \890 e reconhecendo os incrementas desta nação, Aure\ia Castillo de
por trás da e que tudo aqui! o ao ernprcendim o pela v1vênaa ma González rende tributos à lnglatetta como centro gerador de benesses
qucle ern o era b12 ento sai d • s
e o lugar da E preendiment , arro, sem com • o museu com do pmgresso e da promoção do romforl, valor que passava a ser bastante
utopa 0 , !Sta é preender
ào só Oo controle d • a assoaação o que estava denotativo do bem-cstat que os países civilizados podiam gozar." Ainda
eramNalvo deº passado mas taln~~e tipo de produçà:ntre aênaa e poder que, como vetemos no próximo capitulo, esta seja um• autora que percebe
a Inglaterra d atençào e admira _em os objetos d ,
e tnead os d o séculoçao • s. vm1antcs.ª Se
XI do contem
o porane1dade
- X, eram as fáb desnno fosse
\9. \ 1ARE.LA, F\orcncio. Op. cit., V. 2, p. 247-24S.
18 \'EGRos, R-:-- , ncas, as mâqU10
omulo. Op. ,u., p. _ as, a io. \bidom. P· 2so.
102 21.
22. \bidcm.'28l.
C..'1.S11LL0 DE GON'Z.ÁLE'l. .\mela. Up-cn., p. \4 .
179
178

ViAG(iS[~l.l!~ C/1 • brcdcl 86 1' ,on aéreos,·


~fflll 1859 hasta >CUCffl daarrol!a cn !Ili
as difcrcoças implicadas nas relações de poder entre as diversa ,11--" diciciJlbr• de paris, y cn cllo• se_ . . ]Ol libros
.. .., dcsd• ermanczco cn , b rocditaCWO, .
jogo (América Lttina, Estados Unidos e Europa), nào cabem spttes 'lll tJi, \OliJ do• anos p cndcr. El estudio y . laccr dcseonocido
,. .divi',de_ ~paço com uma postura que uvidas tales, Por . ardor p<>r apr .
= •
La bibliofilia, P . asitnismo
· cnnca
que essa pcrspectJ\'l é de d'
aderência bastante significallvll a logtca unperial o,<11 rdioallº . me 10tcresa. dd libra VICOC
tuf2)cz• ., lo úOJCO que
un .,.1110 . haccr
lcá. mas s10
Até aqui, foi possívd mostrar como algus elementos histó . yla oa hasta cntooccs, que encanto'-"
• da socie
materiais figuravam como rcprescntaçoes ncas,
.dade europeia, denotan por• col ,us absorbcntcs da do mundo
caráter civilizacional. Foram abordados, de um lado, a valorização do P•ssa! • of'recerroe - o de não saber rui nb cimento
com suas ruínas e monumentos, e de outro o que seria o corolário d ' easensaça aeoco e
• de"' ,. Barra descrev
__ , ndo as .~.aens
•-., à Europalçaram a um lugar a
próprio trajeto histórico supostamente linear e cumulativo, que resu]: t,úip1llª uinbào naw, se . edientes que a . osramente
numa sociedade desenvolvida, capaz de gerar prosperidade e movida pelas , de seu q .viiização os tngr u:os criténos, sup
IIÍ saJJ: sos de sua C1 • mundo com ou
últimas invenções do progresso. Além dessas representações, outras duas doS piogres odia valonzar o
bastante presentes quando o foco é a chamada "Europa civilizada" são de · do qual P .. pcnsaba
ordem comportamental A primeira é a presença de uma sociedade elegante. parD!elevados: de su civilizaoo0 ' . ,
Ao chegar na França, Sarrniento fica apavorado com a possibilidade de ser
soais ,_ Europa y los pcogrcsos __ ,_ bubitse m,jorq•t ,,,, pau,
An tes de conocer yo u'd d de las gentes.. crtía q11e nuuudclaotos (y eso quc solo
tornado por um homem simplório, sem "tratos e maneiras" pela sociedade la gencrali a
1 o que coooc1, aqucllos .d de lo mueho quc nos
2
mo piensa
europeia. Por isso trata de ser "cuidadoso de no dejar traslucir la gaN<hm, ~odo lo nfnia a //;pero uegde cllos) me he convcna_ :o coo rcl>cióo • las
de! provinciano, que tantas bromas alimenta en Paris"." Quanto às ideias, o J . una pequena parte . dústria, y lo muchis s, a la cstttica,
mesmo autor descreve vários aspectos culturais de Paris: a atitude de fo.ne11r, a hc
,_,visto
que apcender en pwito a ai1l1bello ideal co todas las cosa
uuta la bcllas letras.
importância dos gabinetes de naturalistas, as visitas a livrarias e museus. Mas bellas artes, a s . , de la vids..2'
são principalmente as ideias, desenvolvidas por historiadores e filósofos, que
cn fio, de la Creaaon y nhum momento P"':ece
o viajante quer captar, justamente para suprir uma carência que é sentida por
ele, como sujeito oriundo das margens. É notório o esforço do autor, em . - mencionadas, em nc_ 'vilizaçào e barbanc.
Dentre todas as s1tua_ço:tivizadora da opos1ç~o :.as dos leitores ~e
nenbum momento dissimulado, de introjetar certos conceitos e um ideário
erspectiva IIllUS r diam às expecta fu da civilizaçao,
que lhe era aheio. Para tanto, afirma ter sido necessário muito estudo até haver uma p -es também respon tit da imagen xa . . . , s ,ccém-
começar a sentir uma nova lógica despertando em seu espírito." Toda essa Essas asseveraço da Europa a par derinm ser u1e1s a ria
idealização está denotada na carta em que narra a sua chegada à "capital berem os reuatos hecimentos que po ubronca" que te .
iecc -
demonsu:açoes de .con s Sarmiento co ntcsta. . ad suas cartas.. por. 1,,r
cultura]" do mundo: "Avise usted a los mios, mi buen amigo, que he tocado
::adas nações amencana . um dos dcstinatar10s e ui tica,·am qucn.,m
tierra en Europa, que he abrazado, mas bien dijera, esta Francia de nuestros
sueiios"." Paz Soldán também revela ter sido tornado por um ímpeto de mdo de Antonio A~:::::~os, quando aq~clc~q~:~;icn, so prctes'.~
aprendizagem quando de sua permanência em Paris. A cidade opera como acrito textos por de, tiles prácticas, aplica~ks ª. ráctivo, repicar l anela
b S
que urna mística transformação nos viajantes, mudando seu s/a/11s de figuras aa er obre "cosasltre
u nosotto
' s debe ser teonco 1 p
ue un hombrc e1
rústicas e com ideias pouco sofisticadas, em sujeitos pensantes e articulados: q .. "
ptoces1on · "'

23. SARMJENTO, Domingo F. Op. ci,., p. 86.


24. Ibidem, p. 16. cdro Pu Up. ci, .• ,,. 82.
25. Ibidem, p. 75. ~ .-\NUl!,P · . 216
so~DAN Maipin,. Op. cll.,,,. .
26. • . t,c\ JlAlUlA, . F üp. cit., p. 9K.
27 . S)E~111,NTO. Domingo .
2s. ~:\
180 181

VIAGtisrRE~10,
Poucos dos _que ,,;.jaram à Espanha tcmarcaran, as vantagens E FriftCO asmeno½no México.32
2 _.,,,,.. semelhante, m modelo a ser
Espanha era ''lShl como lugar do atraso, mas ainda assin, c b n, &erai, ,Jl jet,IOdO adota< esse sistema como W::e lembrar 2qui
algumas apreciações positivas deshlcadas por Soledad Acos,: de "rn.,car ,.....o,
eli""• pro
to ou
tro entende -
çoes. a
N. o podemos deixar . "~-'duos na
le dos 1Jlwv J
diz respeito às estradas reais, que comparadas às da ,_ .' .Sarnpe,,
no quealgum ,,,.,--iJlll quat> devidas adapt2 . tema de contro Michel FoucalL
boas,_ e .
grau de desenvolvuncnto de La Coruna, que se po, Utn la'~
unenca e ~ 111 ~\as referentes ªº~ente realizadas poclr . ser urna forma
. cnn magis tor con w
descnta como adade com mwhls 1grc1as, por outra é representada co do e temporan~, a Filadélfia, o au à lei comum, mas
~
cidade com fábricas de cigarros, vidros e tecidos, além de estabelecZ:,º Urna i.n,ento da pmao
c"'1 n
- urna --'"'cação frenteoralida
requauu . de." Sobre o
rinculados à imprensa e à produção de litografias e fotografias· entos ......,o
~: isOdo --'-;noso nao .
ciência, u ma mudança de
lado e e tem o efeito de
m l
algum Progresso." ' ou •eia, de o de sUll cons ent2 que, se por um or outro, essa mesma
Ainda que seja dificil categorizar um ~a_drão, pode-se dizer que a EUrop, .... o autor ar~ disciplinar perfeita, . p ão é de se estranhar
como um todo, mas espeaalmente a Itália e a Alemanha, era destacada ..-DSJDº•
, . • COJllO =·
---a institu1çao
· no corp o social,,. Assun, n
. . al por parte
dos viajantes. A
da r
pela presem;:• dos objetos artísticos e cenários lústóricos, ao passo que a _,,, disCIP. . linar se .espraia
ções desse sistema pns1on . incorpora po
alguma manel!ll,
Inglaterra era bastante retratada pelo caráter fabril e pela presença ostensiva ttatmos valonza !adora est2va, de . o panóptico. E dos
das máquinas. Ao mesmo tempo, a França era representada como lugar da jijcOl1 . . linar e contra , - es e admiravam dirigia aos sta
elegância e sobretudo como centro do conhecimento, isto é, da produção do
pensamento e das ideias ilustradas,
J6sict disCIP ue visitavam as pns~odo viajante que ':e
eralmente tinham
lllllito• dos q d stino certo de .
O utro e d Niagara.
As descnçoes g_ d da narure1.a.
. gruru e
Os Estados Unidos tambérn térn um lugar de destaque nas projeções o as Catllr.ltas o va a potência e ma . se inscrever na
dos latino-americanos que para lá viajaram. Como será abordado mais à Uoid<>•, ~omântico, que•:•:,,. da cachoeira dev;-:a o sublime em
frente nesse capítulo, muitos foram bastante cóticos, ao passo que outros 11111 carater_ s despert2das p. - da narureza que va o 'fico e br.wio e o
/,J sensaçoe , . de apreciaçao cimeiro ao tem das pch,
valorizaram enormemente um modelo que era entendido como novo e sem convenção estetlca itoresco, associando o das sensações provoca
precedentes, utn exemplo de sucesso..3(,
CD11traposição ao menas." Zavala tra
Havia um roteiro de visitas relativamente comum aos que se dirigiam d às sensaçoes a za bravia: .
às "terras ianques", Chamo atenção para apenas dois desses pontos. Era segun o lação à nature dccmwbttsc
proximidade em re las doce dei dia. No pue rme altum,
quase que obrigatório visitar a prisão da Filadé16a, argumenro também
atara.ta de Niaga:ra ª, - e destncando a cno . icios;
usado por Tocqueville como razão de sua viagem na década de l 830. os a la grane ctáculo' . Segu . :\o; os pn:c1p
Uegom usa este espe . 0 rUldo sun hono r y
Tanto Lorenzo Zavala quanto José Pedro Varela fizeram elogios ao
IA sorptesadqu:;., com nuvens de v:::• ··adnúración, lplac)::l c1me l'iU
sistema prisional ali adotado. Varela lembrava que o local abrigava mais de o choque e ,. . os; a scnsa . •strccha a n>< . dd
quinhentos detemos que tinham praticado diferentes crimes e valoriza o . s de va.nos tlp
. brazos que e . i la pn.-scucia
u arvo: Es el gigante ~e e1c; 1 cfccto pcodu10 cn nl
uso do pan-óptico, desconfiando apenas do método de deixar os presos rocb,oco -~a fucra ircsisuble. a
CUCIO co n
isolados de outras pessoas." Zavala, décadas antes, tinha elevado este Niagara.J<>
estabelecimento, comentando, sem ressalvas, que os detemos ficavam
isolados uns dos outros, alimentavam-se bem, não podiam beber, nem
fumar e liam a füblia. Ele também comentou sobre o pan-óptico como um de Op. cit., P· 301-l0_2- hs· Vozes, 197K. P· 301. . uc:ts
Lorcozo · . . PN,,ir. Pcttopo · .J.1.des romlln _ .
32. Z:\\'AL:\u'i:r ~tich,L VII""' . ifüaç,ocSCO"b~I (otgs.). Altlft0/111
poUC.' 1 ' ,x,,R.,," ·
29.
30.
ACOSTA DE SA!.IPER, Solcdad. Op. cir,, p. 40; 130-131.
SARMTENTO, Domingo F. <Jp. cir., p. 7.
~!·•s'
J •
!bidom, P· :~,ultar:
.'\ rcspett°;_
uu;U'<-• do Brasil no
, · N 1uma«>V
NAXARA~:;
século
brc uma que,tio ,cn,ível. Camp
' Ull\ .
B~~CIANI, ~;;~i'.dito"' d, U,uc,mp, •

31 . \ ~1.RELA,José Pedro. Op. cir., p. 129. em rcpre~cnlf/'1. lndsgaçõc:1 IO . p.253-254 .


(rtJ)sttlhllH L _. Lorcnro. Op. Clt.,
~ '- z.\VA ..,-,
183
182

1.\101
VIAGENSER[ ~lflllCII . independentes, segundo o autor, são
Sarmicnto visitou a Foz partindo de No,,a Iorque
_,,,,;,, 111ufueres41!llalS . aos Estados
Albany. A viagem se dava pelo Rio Hudson em lll},'Uosoe Passando Pot E,ssas · " al de sua viagem •o
as mulheres usavam roupas de festa. Chegando a Albany pes "ªPores, ººde i,11to. fe111eOIOº · ma centr Destaca a atuaça
c01111'º' de seJ{O ela tel11 como te te-americanas. f o,staS como
para Buffalo, passando por vanas . . a'dades. Em Niagara Falis
!lava-se o. Item btcS Var ulh es nor de su ra,,--
'boJJI)ase, pedrO cJade das Jll er·orwu -·' Tbt Rt1JObttlíln,
d a essas
publicações
sensações: a "febre do Niagara", que parecia levar todo san' as ,clássicas
O . • Jibet ferindo-se ao l thony, aludin o ;_,.ldad de los
o vento forte; as emoções terrificas. Vestido adequadamente n : ª cabe.;a;
e!ás tJoid'I'. . tas, re Susan B An va "completa '15= ulheres,
goma . - um terror para mwtos
nca . - e acompanhado de utn guiaroupa de Staton e ulher reclama 1dessas m
Cady ,, na qual a ID lado valonza o pape e essa atuação
até a base da cachoeira, onde alcançava-se a sensação do sub~ desceu
dificrente de outros, tambem
' a representa como utna e. Mas - "~.ena,, Mas, se, por um rniento, de afirmar qu . . o". AssJID
Samuento,
· (1J1JI' políncos . .dade, como Sar " . oas do sexo fe[Illlllll filhos".
geradora de recursos. Pensava, por exemplo, que toda aquela água Potente
Pod . ~05 te necess1 . .dades prop mãe de dez
outJº sen • el coID as at1Vl ra "esposa e • que parece
abastecer 37indústrias de tecidos. "El Niagara - escrevea Sarnuento ,'.; pO' . ompanv .odista que e aíirmaçao •
milloncs". Como bem apontou David Vi.õ.as, em Sarmiento "la tenta' •. e pãoelllllc do uma pen eriodistaS com uma •oàsuaapreoaçao
,
mística frente ai Niagara se va transformando en plegaria científica"." Mascton o fo i:etratan ta aoális'e sobre as . .Po uma dúV1da com relaça e· "cauaa. vez que leo

que também importa notar sobre as viagens ao Niagara é que a representação0 J!,oCert1' es lan a, no IDJllllll , bivalente, escrev . ue sonreirme
' ·cs, mas que ç .. De forma am puedo menos q ,,, " O
totnàntica da natureza na região era um tema já explorado pelos próprios ilólll es novos pape1s. ales redactores, no azes de pensar. .
norte-americanos, como acontecia com a produção dos chamados pintores iobtc esse de un de esos fe~ do las mu1eres soo. ~ap aoV1dades sozinhas -
da Escola do Rio Hudson, cujas obras "contribuíram para a construção de elllODlbr . Desde cuan fazwn vanas . a teatros - e
cOII desprec10. e_ da que as mulheres artes colenvos, llllil mulheres
um repertório de imagens nacionais, por meio das paisagens pintadas"." 11110 s:va alD transp . Lanna as bufa para
r obse ela ruas tomavam na /\menca
Assim, essas imagens "rotnànticas" presentes nos relatos certamente ós p s ' " Para e1e, e contn
.,r·
..seavam• s "perdiam a pureza . as aparênoas, o qu capaci'dade que
dialogavam com a criação de representações locais, em um contexto fértil
llelO por ISSO P m agradar com • -=-'-am a mesma S rruento:
de imaginação da nação norte-americana, pelos próprios estadunidenses."' &Ó se preocu
avam e m que elas nao uim . terpretaçao - que ar T' .''
Além das marcas valorativas associadas aos lugares, os Estados Unidos soas pensasse a a mesma lfi filosofa cono e
eram fonte de inspiração também no tocante ao comportamento de que as pes ara concluir, adot hombre; medita y e tendem ao
D homem. E, p .d la mu1er es um apreciações qu b rudo ,una
determinados grupos sociais. A liberdade das mulheres norte-americanas, . e seno o, de serem so re
"Aqw, en es e percebe, apesar .,-,mas amb10u1dades, .,,-- . e gm,aln1entc uma
sobretudo das solteiras, foi tema de uma quantidade significativa de relatos
Como s ntramos ---- úblico e orl crdcr
de viagem. Sarmiento conta que até o casamento, a mulher norte-americana - ..õter valoranvo, enco. de que o espaçolp ·e envolve não de,·e P
_. . d aíirmaçao ue ne e s
tinha total liberdade de andar pelas ruas da cidade, namorar e receber o.ecess1dadeculin e e que a mulher q ·ntos cruoats
visitas sem a intermediação da família. Apesar de valorativo, termina seu " . mas a, momc
retrato utilizando uma expressão que denota estranhamento a esse tipo de instanoa . ,e
· ocas e mininas.
•Estados Urudos emA arta de. Sarnucnto
suas caractens es esoveram nos amer1cano. e camcntc no
Essesdoisautorfr•oistafemininonorte-mbro de 1847, prau ,fo,gtsta de
P O . nto su -,,- d de nove ento "
37 S~UENTO, Dollllngo F Op. ctt, p 379-380 ara movune U111dos é data a . _ do movun •lação com
sobre os Estados ue se deu a co11sut111çao
. hay1am udo alguma rc
38 VINAS, David
Sudarnericana, 1998. p.D,16.Son,,11n10 a D10,. V1a1cros argenonos a USA. Buenos Aires Edttonal esmo período em q nto, anv1stas que lª
m
mulheres. Nesse moroe
39. PRADO, Maria Ligia C. Natureza e identidade nacional nas Américas. ln: _ _ _.
AAtmíaL,Ji,., no s/'11/oXfX: lmmas, 1,ia,, /,x/o, São Paulo; Bauru: Edusp; lldusc, 1999. p. 191.
40. Sobre as representações da natureza primitiva pelos norte-americanos e as relações com o _-: - __ 1,r- . o P. ·Op. cit.
ro. oommg 1\,7.p. 302.
ideal de nação, ver: JUN QUEIRA, Mary A. Ao SNi do Rio Gn,nd,. Imaginando a Arnórica Latina 41. S,\\l,
\ IIE ]osc. Pedro. Op. ""'·• P·
V\ RELA,
em S,k[i,r. oeste wildcrness e fronteira (1942-1838). Bragança: E D USF, 2000. 42 .\bidem., p. l 04.
43,
184 185

- · m=-•~ o
1
~ G!Hsl~LIJQ\ · anos. A
o abolicionismo, passaram a se engajar na luta pelos direitos ,. ..,,,,rpP que valonza dspta!mente se atrela a•
. •
mulheres. Em 1848, Elizabeth Cady Staton (que futurame Políbco, da, é outro viaJa dos Estados Uru o alcançados pelo ~ -
" . d .ódi TIM Rt ú, . ) 1an nte ÍUndati,_
~• cita_ o pene co _ d ,0Sctro11, Falls,çou a polêrnica questão do suf,-;_ .º ~ ~ e n t e posltl\'ll ao progresso material ortc e comurucaçao,
•emuuno1 na onvcnçao e neca sendo então apoiada -<g10 _i;....o eJtf
.,......,.-~ . ento
tecnolôgico
enhana e
os meios de uansp vios a vapor, que
l' grafo e na da aldea
DougE as. " EUem 1868, quand o Jose, Pedro Varela escreveu se Por,_Fredenck
. bras de eng tes ferrovias, te e da oudad I a ca •
os stados rudos,. . . frutos concretos desse debateu re,.to
os pruneiros co sobre IS.º vegiveis, pon" ,cada estado, a ai alcance de todas
a surgir, ainda que de forma bastante preliminar, Novos territón• llleçavain (lllAlS na cilitavalll a diánas fáciles, marca a
r,P' autor fa ráp1das,d • . " " O autor re d da
.
passariam a adotar, ao menos formalmente, o sufrágio fe"''"'-
W 1
' º'•Oes ...,do o . es barataS,
~Ulllcaoon . das a todas s
la merca enas . . os onun os
ecursos tecnologic cterisnca
. pela pruneua
ocorreu em yol1llng, . . vez nos Estados Unidos,-""=o,
em 1s con,
45 0 ]IS rtUll"5, aproplll aroencanos, dos r le a pnnopal cara
seguinte à viagem de Varela, Havia, assim, toda urna discussão sobr:ino
69 ]IS fo . - o elos norte- ci oando-os. Para e •
,ptOl'a,.ça 'ptando-os e aperf ç
sufragismo feminino colocada no plano político:'' Isso dava ensejo a e 0
esses autores tecessem suas cons1'deraçoes
- sobre o terna, De toda maneira, EtJ!Opl, adap pcrfecctonar
percebe-se que suas apreciações são sempre acompanhadas de ressalvas daquele Po
"º . .
cralizar, vu~n,ar,
conscrnri
\a mas ade\anllldil
piarse, 1en uxilios que .d s
em relação ao papel dessas reformadoras, no sentido de afumarem que as titud para apro rocedcrcs l a \ Estados U111 o
mesmas deviam preservar a feminilidade, cs su •P . strUffientos, p bre~ En esto os . los la
odos los usos, 111 os de los hom . e demore por sig .
Para além desses lugares e comportamentos, roais pontuais, o que t . . oh• pucsto en tll21l . tina invcnctble qu rcdisposioon
civilizaoo . No hai ru uario una P 1
chamou bastante a atenção dos viajantes aos Estados Unidos foi o vigor cn, , ·cos cn la nem.. 'da· hai por cl con odificacion Cll e
son um . ra canoa ' . . de una m .
relação ao desenvolvimento econôrnico e aos progressos tecnológicos. As ·oo de una meJO . echo pot un dia.no . , dicos de b U111on.
adopct todo. EI anunoo h_ •n un dia todos \os peno i \os herrcros i
expectativas ern relação aos inventos dos norte-americanos davam sempre
• adoptar ·cm \o,louanscnbenc as \as p\antaoones, ricmpa \a
lugar a comentários entusiasmados por parte dos autores. No início do uado, por e1 p hab\a de cllo en tod tos de la Union a un . . Un
século XIX, José Miguel Carrera elogia o inventor Eli Whitney, o tnesrno A1 dia siguientc se dO cn doscientos pw1 las nuc\"as máqwna!'-. .
han cnsaya en ,,cnta ·mr co:;n
que criou a máquina de descaraçar algodão. O ,~ajante visitara uma fábrica fabricantes d 0 i ticncn cspucstas , . Id a luicer o a c-spc
. , dc1 mod , . pcacuca. . ,..,
de fuzis do inventot Em seu diário, não só elogiou a qualidade dos fuzis, rcali2aaon, 1
oda la Union esta ct . . ncstra A1nênca.
ai\o despucs, en t . E, aiia, FranClll o cn . .
como admirou o fato de o produtor ter contribuído para wriformizar os
scmejantc en un siglo cn P . Estados Umdos
atroamentos das diferentes fábricas, o que facilitava a reposição de peças.•·
Em termos de "adiamos técnicos", o que mais impressiona Lorenzo . ssim como Para Zavala, , ·caos .
Launa. \ind,t mal$.
r .
Zavala é a navegação a vapor - terna já abordado no Capítulo 2. Pam o notar como aqw, a a Europa e a ,\mcrt , . ressalta ,1uc sc_u,
autor, as embarcações dos Estados Unidos superavam as da Europa ern Vale o país que supera norte-americanos, la adapt~1çao,
em com ressos . • . lmcnte l • .
conforto e dinamizavam a economia. 48 aparec relação aos prog . -o mas pnnctpa l . omk unham
enfático c_om tão apenas na apmprtaça ~ntros produtores 'e comparnçiio
méritos nao es d para os mesmos e las frrrovias, fa_ z \Una conclusii.o
· reveu a d d tema<., ·d e sua
melhooa e . icas " Tratan o o Estados UIli os . nubdns ,k
importado as tccn . te na França e nos . . . ·us riquezas acUI
44. DAVIS, Angc!..MN/h,r, "'I•, dasu. São Paulo, Boitcmpo, 2016. p. 60-61. desse meio de uansporcon su antigua ocncm l
45. NEVINS, Allan; COMAUGER, H,my Stecle.
fondo de Cuhun Económica, 1994. p. 312.
n,..,.
hülória d, t,,, E,1<.,_, U,;,;,,, Mixim
é de que "La Europa

46. Pana uma •oiliso do voto feminino, ver KEYSS.\R, Aloxanda. O ,.,..;,. d, "'" .,
contto,cna hlstóri, d, democ,.cia nos u,.,.dos Unido,. São P.,ulo, Ed. Une,p. 2014.
47. CARRER.A, José Miguel. Op. cir., p. 58. . o f,. Op. cit., P- 297.
. R.MlE..NTO, Dommg
Z.'\VALA, Lorcnzo. Op. cit., p. 226; 269. 49 . ~.\ 301.
,:!:'::~-no.
48.
1
so.
51.
186
187

l'IA(j(NIEfllLl!lil
siglos, no ha podido abrir la mitad de los caminhos de hie •.,.rpt,a , la para o seu Próprio
natureza e ttansforma-
flilllll
,,Jl,..
.
movunento de Norte-Amenca . ,,. Os tel'egta1os rroquefa,-;1,
e nos Estados U . ""lan eI
submeter a • ainda lembrados par
esl.llvam à frente dos da França na apreensão de Sarrniento_s, Ilidos tatnbétn
b()IJICIII de , . s e o progresso sao ecet o pais onde fora
A comparação entre os &tados Unidos e a Argentina é • . , acio, cnologico • por conh •, lembrado
1 bel1"'OS tos te ttll ans1os0 ál como Jª
demonstrahios agares em que Sarnuento • 1ocaliza
• os respectiv lilevt1ave1
, e . dez - que dizia. querer
_;.,1,a, que se moselia Castillo de Gonz
jg.VCll
, . que percorre, da base ao topo, o caminho05daPatses
sua escala erarqwca, b b,etn. '-'"""~·dade.SSEAut o os ventila ores, m edificios
iiPI""· eletIICI • entos com pessoas e
à civilização: os norte-americanos se apropriam dos elementos da ri,,;~ ~e ~ • - destacou lllV ue transportavam • era de nenhum
europeia . aperfeiçoan
. do-os :un. da tnats,
. enquanto a Argentina barbariz
-·"llaçao _..1tnlo 2 ' elevadores, q úl . o invento nao omo
1 00 Cll"'--Cuba, e os • o a este oro viagem teve c
e etnentos: "el . 1,. d b b .
norte-amencano, eios e ar arizar como nosotros a estes
los ,~•- 'dez an
..., nolll dares · A mença rinap. al parte de sua eiro ar ranba-céu -
elementos que nos entregó ai instalarnos colonos la civilización europea oito•gtatuita, uma
de_.i,. . •vez queoªnJe foi consttuídod~
•..,ente uma ecapnmdaantes da viagem de
trabaja por perfeccionarlos tnas aun i hacerles dar un nuevo paso".si ' (lücago, JUS""." em 1885, quase à
Este proeesso de apropriação e adaptação refere-se, na maioria das destJIIO
0 J,uurana Biàlding -, ultural e mtelectual e
vezes, ao progresso tecnológico e econômico. E é isso realmente o que tnais fl•, 56 , dução c · ento do
. ligados a pro desenvo1,-un
impressiona Sarmiento nos Estados Unidos. Temos aqui um novo uso que Ou..,.. aspectos, tna1S d notavam progresso ealguns como ,•eremos
Aurdia·
faz do vocábulo de civilização, entendido como sinônirno de progresso. ,.,.,,,
de crença, também ed do contestado por ala era ' um dsque
o
Chega, neste ponto, a discordar da visão segundo a qual civilização é: "aquel
grado de cultura que adquieren pueblos i personas, cuando de la rudeza ~-'"'
paia . ""' ,~'.' : :~ ·~· """""'.~~""'"' <k"""::.:
da neste cap1tul . destacavam p uniões publicas
tdiante,
natural pasan ai primor, elegancia i du!zura de voces i costumbres propios de _,_m que os Estados
11 1111
11,..., .. -
Utudos s~ 1 realização de re
do que era poss1ve a milita
. s escolas gra
tuitas voltadas
. , ;1
. nmana-
jente culta". Isto, diz Sarmiemo, é "civilidade", e não civilização. Civilização mento, contan
;;i;,;.. , o fato de haver ara a educaçao p \oranva
é a "perfección moral e fisica" e o conjunto "de las fuerzas que el hombre r - --- bém elogiava rioridade p mamente va à
civilizado desarolla para someter a su uso la naturaleza".>< ~ - Tam , is mas com p . ealizada e extre . das críncas
A acepção de civilização, aproximada à de civilidade ou de depuração
'faa os diferentes mve dessa leitura id esenha por m_e1~ ·s ms1stem na
O complemento
d Estados Unidos se ed 1ogo de opos1çoc ' Sarnucnco,
dos costumes, empregada para tratar por exemplo a "sociedade elegante" I bnzar
da Europa e os roduzirem ess bou por ce e o-amencano:·
francesa, não se adequava às imagens mobilizadas por Sarmiento para América Latina. ~o reiarbárie", ~u: _acados letrados \annem relação as
retratar os norte-americanos. Ao contrário. As grandes cidades do fórmula "civilizaçao e no imaginano de defasagcm_ .os viajantes
norte eram entendidas como locais nos quais as pessoas estavam mais estava presente designadores I que os propn dimensão
tnU que dos como . daque es Assim, na e
preocupadas com o dinheiro do que com os costumes, e as regiões a O~ e Os aspectos aponta muito próxunos tes do atraso. . ço. A Europa
st
eram descritas como habitadas por homens simples e rudes, que constrwam .• centrais eram o represen~an oha amplo espa. destacando-
"""""-"
·-..--- " elencavam com dicototnlll ga . da e1vi\izaçao, nológico. ·
o futuro com as próprias mãos. De modo geral, os norte-americanos eram "do centro . a famosa mo \oca1s avanço tec cliam
ll
vistos por Sarmiento como aqueles que se preocupavam com o progresso wninada até aqUI, -o apontados c~ . o-culrura1s e o tos que unpe
material. Assim, como faz questão de afumar, o cnteno os Esta.dos Unidos saus aspectos lústonc . ele!Jlen
edomuianaID
· , · que J·ulga como . cipalmente se América, pr
o mais apropriado para retratar a civilização quando descreve os Es~dos se pnn . em nuestra
E uanto 15so,
Unidos é o que liga o vocábulo à ideia de progresso, isto é, a capaadade nq
o avanço
desejado,

52. Ibidem, p. 317-18. . p· 127,. Op. ot.,


Ü!' ot, . p· 51; 56.
53, Ibidem, p. 305. ~ ~ ~ z A L E Z , A ~ i 7 3 ; 278; 301.
54. Ibidem, 55. CAl.\S'f!LLO DE de. Op. cit, P· 2
56. e. vu.A, 1o,cnzo
51. V..
188
189

VIAG[Nsr~l.\los
A _oposi~o entre civilização e barbárie se faz por llleio da .
_;;;.,...ffll"" de lngbtcrra, la Ftancia de .norte a sur,
tria, y cony
entre civilizaçao e natureza, sendo o Pntneiro elernen, c pO lari,,çà ,,.,,,,.-- pequena parte ui esmero, coa ui slllll! ar• cl
Europa, e o segundo, da Arneoca. . . E· o que está colocado0 dar '~co
a.racten - da0 lic atr,.vcsado
. si,lo campos cultivados
una con
ccen jardines for aw!os con soliotud p
be ,nstO , bicn par d
te..,to de SoJdán y Unanue, quando retrata Paris corno rep ª"'ente no
o<> • que mas nadie se cncuga e
urna "cn,iJ;zaçào perfeita" e a Arnérica corno espaço coo, p:::°:"'Jào de Ili elcgan~.'.,,n gt2D ,ciior. coa cl tráfico; . desiguales,
de ~--- . se fotm,.a... este monvo soo
«crc;
05
natureza. Cabe ressaltar que o tetrato da natureza, aqui, está n,~º da
perú los caJIWl os en buen estado; por -"~osos. 1Y se les llama
diálogo com aquele que era realizado pelos tornánticos -que, ªPesar dnos en, 6D .d [D21ltencd casi todos, .,.....,. P'
as qualidades humanas, elevavam as potencialidades naturais •me•. nega, abritl<>5 Dl e
c;ótnO<los, feos y
muchos absurdo
de ellos, . mo, """inos r,al, .
euferrus
_ e lllaJs. cm conexao
• com a VIsao . • da chamada "-·vanguarda capitalista" "tanas.. in -- •-ente, sin duda por • aa· < se na Europa
mencionada, que retratava a natureza como hostil e como un, bloqu - ' '
progresso: gcn....... e ausen da
1 tes entre pre:enças cas do passado e
, .ca de conttaS açao das mar fastamento
eio ao
Na mesma 'ºS'. . . .
o era a preserv . clicava o seu a . . ' da
. ais de civilizac;a d ses elementos m ama deprecian, o
Sicndo Paris una ciudad tan grande, tan distinta de las dernãs que yo hab~ 111D dos Slll • -en'.ca a falta es V ela ttar• um panor patrimônio
,. naruu. ' ·o ar .- av3lll
visto, tan Vllsta cn su civilización, neccsitaba por lo menos un par de tnescs bisfqtll, civilizado. Floreno aíses não preserv . . •0o a falha em
solo para oricntarme. Esta civilización es tan perfecta y anula tan por
completo todo lo que es natural, que acosturnbrado yo a la larga a 'ÍVir
e
·-,::""""'" w "'.':,
111tcpassados mdíg s colocava os pais
;;:,:;;:º';.."':':,.t.:::=: "".",.~!
elo autor ao VlSltar
en una atmósfera de arti/icio, creía despertar de un sueiio y me sorprcndía ,,..,. ervar suas marca .os são feitos p
nlo prcs
d ta esfera. E s tes comentan
agradablcmcntc cuando por excepción ofa eJ ladrido de un perro o e! canto
de un gallo; y sin embargo, e! lector ha visto más arriba que los pajaritos fota cs . . unas partes dei
venfan a cantar a mi venrana en lo más central de la vida urbana. En la virg,n de Wcstmmster. ero no pude pasar de las pucrtas de
Amin'ca no se goza de la naturaJeza sino corriendo el albur de los iadrone~ Wcstmmster, P bian curado de
Entté a \a Abadía de d a e1 serv100 ha nuas que vemos
los mosquitos y otras plagas en medio de los despobiados."
e cmpeza o y e."iactas - pm idea de \o
Pantcón, porqu chas - y a veccs muy no pueden dar ru ,uan1ct0
la Igleslll. Las mu .. - •nto de\ arte gonco, de sorprcndcr ai e. edar
Outro recurso reiterativo da cultura imperial europeia, aqui reproduzida, -·~"•co moD==· ede deJar \la pudoqu
ao menos parcialmente pelos viajantes foi a adoção do que podemos chamar este llJ.At;~u.u es y p1enso que no pu donde runguna hue -\ enca sali de
ue realmente • d \,ner1canos, ,do la • m
de "lógica das ausências". Em lugar de indicar o que existe, apela-se para a ~crtcncoente a l~s Esta :;ezaba a desaparecer cuai
listagem das "carências" do país, mobilizada para apontar a "defasagem" de una avilizaao: que • . . ara
civilizacional. Nessa formulação, quando as regiões centrais eram descritas, . el Qcéano. . ausencias P
remarcavam-se as presenças, ocorrendo o contrário quando a América atras d tórica das . Varela
Latina era o foco da descrição. 0
da re F\orcnc10
notar o empreg . a reciações ~e. umas aulas
Ainda podemos . o-americanos nas iondres, ass1suu a alg te por não
O autor peruano, citado acima, recorreu a esse modelo das privações P
ao tratar da falta de estradas no Peru. A lógica da natureza dominante e da descreverd os Çaíses
- A laun , em
visitar uma escola . formaçao, • cs. ·pec1almen
. . . "Despues, de
.
sobre a e uca ao. o hado da sua propna ciativa d a Amenca. . nes y me dio
ausência da mão humana raciona!izadora também está presente na descrição . se envergon , de visão depre das sus \ecoo
das paisagens em ambos os espaços, América e Europa: e senuu- o. O quadro e aulas, asistí a to
saber o greg. - s fueron a sus
comer los nmo

58. SOLO,{N Y UNANUE, Pu. Op. cir., p. 85. -


59 - 1bidcin,
- - :P·;F\orcnd.o.
; - \ ,ol l, o P· cit.,p.309.
60.. VA!lt:l .A,
191
190

ViAI{ ...... ~,na> ôES SELETIVAS


is1 1n,10\ -116.,,,..- APROXIMAÇ o
,·ergücnza Jc no saber gricgo, cuando cl profcsor me dio u, .
ºº dl
arendictR A L"' lcccton .. ... ,.
e os moos ltorop
1 ª'•
~u, ;i oNfL'NÇA! E . Estados Unidos no
a

José Pedro Varela llllnbétn reprodul uma ,~siio dcprcci ti ()11'1"• pl!SC . uJru:am pela Europa e. existente no lado
a' Amcnco.
.. La una,. espcoauncntc
._,_ do Uruguru. e da popuLiç•1o a Vac111rcJ
l aç,. -"'ericanos qdue cu:c: um ideal de civ~naçc: em sua região de
••O-"'" • íta os · das carc cs
de suas curtas, escnta . cm Paris . cm 1869, conta que visitou u
' ~~IIJIC'Ja. p··•~ u.,,,0 ""IA.,,, . . :un l!lSP 051.derar detcrmma • .idcnllta
v:,n.' v!ll)ir . , ria desses autor
,, a'
1 ,.,... , Jicava co m a formaçao . • do "externo e n
universal e que •• hR\'18 · um nunuscu
· · 1o espaço reservado ma •~Pos'l•o ·
se rclacio~a coom base na valonzaçao u crior significava

ra;;;;;
. Ü$ o b.1etos e.,i>ostos eram truJes
seu plllS. . d e hab1t1ntes
. do cP•ra tctrata, Js!O
R
produtos. Lamenta que a epuºblica O nenta( .
de sus gauchos. Son acaso cl poncho y cl chiripa los que pucdcn d · . vaies
•mposa]e s•us
mandasse "los atavios ;;:;.,, fo:,~;:;:.~.
A- !11 do que
AfirllV~::~;;:::;:;d: ~upe
tenta em tan o
1
~~
1
los elementos de ,,da . y de progresso que hay em nucstro país?" Preo •~de :~çio o os outros, numa afurnação, flagrant~ . matizá-la, para que
11'1". ier coDl validade desta lado é necessano . da da prÓptlll
.
com a trn2gem d e e.,ousmo
. que e. passa da por esta exposição, qucstiocupa.,, s negar a .dade por outro . lista e na ruraliza
o '••to
- d e terem man c!ado " roupas d e se i » a um evento cons nando
vagens nteinpotanCI ' a reciaçào sunp .
. d hºd . . . agrado
ao en'.,? o que a e truus Importante nos pruses .. Considera que css, ~ : não resulte num~~esses sujeitos. . o conceito de idenodat::
esrrnteg,,i faz com que os europeus olhem para os la1tno-americanos co
"curiosidade", como se fossem figuras bárbaras. E completa afirmando s: ~o de for_~ •!;;:~ não se : : : ~ /;:feríveldP~:n:.::~:ce as
Coroo Iª imóvel. Ao co • Assim coloca o, eio de um
afinidade com a Europa. Escreve que, apesar do Uruguai ser um país onde o sigo fixo e .s desta dimensao. e se constroem po~ .m
se veste ponclx, e chiripa, ele se vestia e falava como os europeus."
....entes e pl"!"'maro com o temp~ em a esfera do polioco. Jongo do
Pelo que foi apresentado até aqui, é possível observar uma certa _...., tranSIOr nsoru · ens ao
"··•"•des se conflitos que co . rado - as viag operadas
incorporação, por parte dos viajantes latino-americanos, dos sentidos ,....- 6 ·d des e aqUl tra danças
. o de a ru a eito ao tema ºbilidade de mu boraratn
predpuos da cultura imperial, nos quais a Europa figurava como voz
dominante, representando a civilização, pelas marcas do passado, da história e JoS No que ~ã:e:~ pode ignoraroa :e:s~omo as mesm:i:: 0: : : lembrar
também do desenvolvimento, e os Estados Unidos já eram evidenciados como século. XIX nte
- ao longo do temp
. , · s 'se aIterassem. A d resp
•iagem• da passagem
uma força pujante, sobretudo em relação ao desenvolvimento tecnológico. bistoncaroe firmações idenotarta sobre textos e , o autor, mostram
Seria, no entanto, por demais limitado reduzir a análise ao jogo
para que as a alho de Jorge_Myers, ente, que, segundo neste momento.
o recente crab ·a1 para o mdepend se processaram a clinânuca
de oposições entre civilização e barbárie. Isso indicaria uma postura d , d oloru • , · s que orquc
o peno o c . das idenotllna oclificaram, p 1·eitos se
interpretativa distante da que norteia este trabalho, que é de critica à d guma ,, se m dos su
as
A conturba as
relarões entre "eu" e o "outro • nas formas d" cias Mve.rs
tradicional ideia de que as elites latino-americanas integradas no processo de o
s T • rime também alteraçoes turbado das indcpcn en ' ,
formação dos Estados nacionais simplesmente reproduziam os modelos ou da história unp do O período con
"copiavam" as fórmulas evidenciadas nos países centrais. Paralelamente à idenoficarem. Focan
demonstração do impacto que o ideal civilizacional teve sobre esses grupos, afirma:
. ndcaso dL" \os ibero-
é preciso mostrar como os próprios personagens envolvidos selecionaram ban como ocurno e \cl rópno mtcno[
\os unpcnos se dmum • 'ue ames era par« < • ~10do co1npk10,
aspectos considerados mais pertinentes aos seus países, rechaçando outros Cuando 1807 y 1825, lo q d ronto, dnun . "otro
que julgavam inadequados. Revelar os rechaças e desconfianças, isto é, um amcocanos cnuc\ de\ v1a1cro se convtertc e pun •'afoera" r-,\llical, 1.:nc.,011 Jd
olhar seletivo da realidade visitada, é o objetivo do próximo item. l/ •giona · o. cn l narro
cu\rura rc, hasta a vcccs crugm2uc dei ténnmo. E\ -'ªI'• •,o\' prolundo
tortuoso) cn cl senudo mis cxue::n,o de ca111b10 ".P'"'",d,.,utana que
,crn'.º"uc se produccn en un m;ados por la amb1vak11cu>
61. VA.REL>\, Florencio. Vol. I, Op. cir., p.305. v1a1c, \stc, está.o cntonccs mnr
62. VAREL-\,José Pedro. Op.cir., p. 68-69. como
192 193

pasa a habitn tanto ai . .


transita ·ti.l V11Jcro como a 1os territ .
onos cultura P"ºr aún, Ia curiosidade mezc!ad• de dcsprecio que dcspicrra genctalmente
lcs Por los
qu, 1ab<tb.,;c."
Frédétic Martínez .
:s identidades foram atenta ao fato de l)eSSª mane.ira, a viagem à Europa corroborou o sentimento de
. sun, abordar os cM emente afetada que as co cirneOtO nacional. Esta é a conclusão a que também chega o
forma como a "r : : s contextos é impo:=r llnplicaçõe:1tªções ~dor Carlos Sanhueza Cerda, que estudou os chilenos na AJemanha.
tes, operou nas rela • eia europeia" te para dar tonca
Segll!ldo autor, ao deparar-se com a realidad: europeia, especialmente a
pós-mdependência çoes políttcas ao !~ apropriada ou re :Stoncidad: O
pirlC geraiânica, os chilenos vivenc1atam s1tuaç<><;s de altenclade, voltando-
tempo este cedeu o cosmopolittsmo erango do século. Par: açada Pelas
as mfluên paço para um . • remante mas o autor se • si próprios e afirmando sua 1dennclade, com enfase na Ianrudade:
cias externa A vtes nacionali ' com O • no
resistência ao estrang s.· construça·o d o nacm . alsta. que eh egou passar do
Iotercsante resulta visualizar como la cercania y cl ênfasis puesto sobre uma
europeia é segund eiro e na con--: d n e observad a rechaça,
' oele ~-,... o oc apor porción de Europa afectó la reprcsenración de lo próprio. De esta forma,
e acesso (ou d , urna constante • osrnopolit:Jsrn tneio da cl scntirsc parte dei mundo latino Ucvó a los viajcros chilenos a cnfttnw
d tmornn
um e rechaço) a ela . no seculo XIX o. A referên
ficav--,,-áno em relação à Ee a viagem. Os que vta e um dos rnecarusrncta la euestión de la inferioridade americana, encrando esttatcias de supcración
aro, por me.to da I uropa, e est Javam aJudav os
estudados - col s e.tturas." O mes e era compartilhad arn a ena, periférica."
medida e ombianos na Eur mo autor mostra o pelos que
on d m que a propna • . opa-' te nderam al como os VIaJant Uma das estratégias dos ,,iajantes para "superação da posição
tr un os da Aménca La vtagem causava um a v onz ar sua nação es pcriférica", segundo Sanhueza Cerda, era criticar a Europa pela falta de
atados pelos europeu tina, no sentido de unpacto nos persona na conhecimentos sobre o Chile. Na análise das fontes aqui compulsadas é
s corno "iow.:iu,''
o --.:i . mostrar qu e e les nao eram
gens
possível identicar esta característica figurando de maneira e.~emplar no
relato de Florcncio Varela. Primeiramente, ele surpreende-se com o fato de
E! processo de md
naaona~ pero L, epcndcncia había d 01 ingleses nã.o se importarem com a América do Sul: "l'or lo que he hnllado
europeo de su uruvcrs
pcrmanencia de una soc1edad
espertado
er,
csbozo de scnttrruento en Portsmouth y aqui, veo que en Inglaterra se ocupan poquisimo d" los
elites colomb o mtclcctual hab' J arqwca, sumada ai negocios dei Río de la Piara, y lo que cs pcor, no conocen aquellos países. tÚ
se . lanas L, eonVI . ' ia eontribwdo a ongcn
gwan s1cndo cul de que a mantcner entre las llaica ni moralmente"" . Em outra passagem, narra que, conversando com
dcsnucnte cruclru turalrnentc europcos unquc policamcme \llJlJI figura que conhecera na Inglaterra e que era parte dn "buena socit-<liid"
ente esta il a expcne d S..
no están en absoluto di USIÓn, pucsto que !e neta e Vlaie a Europa - leia-se, iosmúda -. tomou consciêncill do "abandono con que aqui se
iguales la unagcn d spuestos a rcconoccr Is enscna que los curopcos miran los países sudameticanos". As perguntas e observações feitas por seu
unas e vuclta
pucblos atr.asados
ª os latmoa
por cl cspcJo curo e mencanos como intetlocutor o levaram a csra conclusão. Primeiro, perguntou se Rosas era
reeonocuruemo )' fa1~ ai margcn de la avili, p .º cs east Stcmpre la de favorável ou contrário a Montevidéu, mostrando ignorâncill cm relaÇ"-o às
curopcoli cs un se ndad, lo úmco qu ac1on occ1d~mal En vez dr origens dos políticos e a suas fillilçõcs. Depois, deu a entender que o Rio
de po dcr as1mdaClicnt1mcn1o
d
de di fcrc11cu1 d1s1
e encucmrn
n por parte dr los Aro2zonas era um rio da Argentina, mostrando clcsconhecimcnto geográfico.
1scre1 aincntc , so' Io cncucm
' anc1a }' supcnondad I'~n ,·rz
E por fim, pctguntou se !~olivar já tinha morrido, indicando desatualizaçào
run e1rcchazo, el Jcsdcn o

63. MYEll~ J
Colonla y la l~d orgc (1clccción y pról _-::;-
64. ~L'\RI, ·j NHZ,
cpendcncia
' :.BUp.
ucno, ogo). &,.,bo, . La culrum Jd .. 65 . lb1J«n, P· 2-ló.
Jlrédcnc. cir.Aires: Fondo de/kÍlnoJ.
Cultura Eco1l ónuca,
. via1c corre fines Je h4
20 11.p,. 10.
. S:\ Nl·IUEl.t\ Cl1-~0:\ , Ca~L Op. , n., p. 149
66 _ \ ':\Rl!J..A, Florencn Op. cn., p. 288. v. t
61
194
195

em relação às infurlllJl •
:1ha falecido ha,-ia mJº;s relevantes do c
e modo a mostrar . s e uma décadn n·
.
on11nente
VIAGEws EAf
~101
~-,,,,,.~ cJeslt8 cdticas referentes à ignorância europeia sobre a América o
o orgulho in 1• -se Informado so . Jante diss • ve, illh1'..aJ,éln é possível encontrar outros apontamentos que indicam a
de n g cs, com a s~o,,;" brc a rea!id d o, Inver, . que o Ud ipll, ~ o de um olhar supostamente sempre benevolente sobre
osotros le pre -,,~te pregun • a e curo . e a for e,
Esse descont°lllse si aún vive Lo~~ 1Qué diria u~e,a e a ten1:ulaçào «,ouodo civilizadd'. A partir de algumas passage?s é_ possível
l2mbém os frances cunento não era p . . , cllington?""' tnglés aqui ar,,., • que os viajantes consideravam que este mundo rambem tinha seus
Lamarrioe, do es. O autor narra nvilegio dos . en uno AssÍIO, vários deles elencaram aspectos negativos evidenciados
com qual também p•• . . que teve um Ingleses ~ e nos Estados Unidos. O próprio Varela tece comentários em
. e anos Vi ..... ttCipou enco • ~11as fi
ilustre002escrito tinh
are1a ficou profund o filho do via ntro coo, o a eia,,
do Sul A1 ' r . a dúvidas em rela amente ;n,i;_ Jante, Hécto ~SCrito,
pabreza evidenciada em algumas cidades europeias. Na Inglaterra,
· em di • ~•-i;uad r a· arar-se com a miséria bem no centro da civilização. Deflagra,
viajar para a ~~º• decepcionou-se ~ao a que idioma e: ;o perceber epoc, ,iodil(que momentaneamente, o problema das desigualdades sociais e do
a desilusão - coca do Sul, "d . om o fato de a alado na A que o
do fa nao venha só d epo1s de conh o autor diz 111érica ,IJllldlto da miséria resultante da mecaruzação:
to ela América d a constatação d ecer o Egito" É er que queria
comparada a um p , o Sul ter sido r l o desconhecim . possível q En los di2rios hc bailado hoy dos casos que me han honoôzado de las
ais exótic . e egada a ento rna ue consecuencias de la rniscria en las dases balas de Londres. Una muicr
o e onentaJ: segundo pla s tan,bérn
H~ casada ba pctecido ayet de bambrr. y c1 Times refiere que en un casucho
a "'IllOS de dnc aJnda situado cn distrito que nombra de esta Capital existe boy una muicr con
C:i.Usó cJ diálogo crsas ~terias, y puedc ocbo hijos amontonados todos cn un pequeiúsimo cuarto. donde esci.
me acompaftab que copio tan fielm conccbirse la s
conompido ya cl cadáver de uno de los hijos - qut no ban qlltrido.r tnltmll"
L:unartinc, este a, y corno contestasc :ore corno puedo rcc:;•csa que me
que cn Monr . pregunró dónde ha , n francés algunas darlo. Héctor ba« dias. por falta de paga - y o tto moribundo de ficbrc púu:ida: la madre y
cJ idioma • cvideo. Entonccs él di. b1~ aprendido francé plrc~ntas dcl Sr. los hcrmanos habi.tan alli mismo! Y csto pasa aquí. en Londrt's.. en d más
, . ··•,}'como Jo. Ensu • se nino e asombroso centro de civilización y de riq\.lci.a; aq\.Ú, do nde se pagan \ S 000
S~ repuso él no concluycsc la fra pais de Vd. se h bl .. ontcsté
no scàor, re ' per~ el idioma de la so . se, dije yo - 'cl idioa a el idioma ... duro• por un caballo, donde opulcntos que mueren lcgan n:ntas ,-italicia,
'pues ~lique, y concluirn . c1edad es el franc, . ma espanol' - . pan mantener un perto da caza, o dos gatos; aqui. donde se gastan \-l()t)O
~o. creia que era d fi ~s este C.Xtraiio cliál cs,_(llO cs así?' - 10h' duros cn un banquete., en cl mismo distrito donde cl hambrc dcshacc- b
conoc.uruento . rances'. Esta ogo dicicndo L . ., cstrUctura de seres humanos\H Y sin. embargo. cs preciso reconOC.l'..f qm· d
dijo, ai despedir;;:: se !Jene fenJ E uropa p:ucba más me faltaba d~marune: pucblo inglés bacc in,nensos esfuer,os por rcscarnr vicúm:1' de la mis«ia.
descaba más vi . •que no sería extraii e nuestros países. La rungun A mas de la crccida contribuci6n pan, k,.r polm.r, hay muncroso:1 asilos par.i
SJtar, dcspués dei E o que le viese cn mi , mar~c me
Pode-se ·, , gypto que los de la prus, que ntnguno los indigentes y enfermos de,validos. reunion<S, subscripcu,o><''- dádiva, de
roda clasc. se vcn diariamente cn los periódicos. Pc.ro (..'\ número 1..k pobres
geral do dizer, dessas p . Amenca dei Sud."

1
1
afetad _s europeus sobre a A as~agens, que ao se d
. os, reagind
identidade n .
tneaca La .
o de maneira • h llna, sentiu-se com
acional e latino- . ostilizar os
amcncaoa.
eparar com
.b
os nos nacionais
europeus e fortalecer
.
.ª ignorância
cs inmcnso. Creccs cada día, en proporción, tal vez, con la ,hsnúnucii.,, ,k
empko y de salarios, producida por los pro~rcsos de la mednic"11 aphcoda •

las manufacturas. La miscria aumenta natunihnc-ntc \os de\ito:i.. '

68- Ibidem
69. Ibidem • v. li, p. 236.
, p. 360.
~ a o . \'ol. \,Op. cn .,p. .l52.
196
197
l1
Tendo ,-ajando "''{//llflt/J
~rojetadas pelo Batiana década de 1840 l11i.is Elil 1.5 visões sobte a devem sei entendidas no bojo das
mstalou de Hausstnann • antes, p01 l.\tO\
uma rede d Clll P · tant ~cid,.s ~tre hispano/4ffiCricanos e cspanh~is, tanto durante
problew.s de inftt e esgotos na cidade Vans, que entr o, das r,,
estrutura b • areia e ou 'ºt illdepCOdencia, q~to dcpo~, com a construçao e consolidação
pessoas fazendo . ur ana nesta . larnbétn lros as ¾s o,.ciooais, O diino de Jose
Miguel Cmera, pioduzido entre
neccsS1dadcs fisiol' . capital, onde se depa,: Petto, ,,,•'
ogi.cas na rua· encontr ou <o .. elD pleoo momento de guerra de independência, embora seja
Decidi ' ou . "'
damente l.on"-- su1,~a •~el
I" 816ll$tados
• Unidos, uaz uma lei'tura m111to. cnnca
. . cm relação à Espanha.
comodidad =s aventa· e l
má cs de la vida, asco J• mucho a Paris são ~equentemente tratados como_ os "inimigos". _Superada a
s ando en Paris, . Y hucna ad · . 'º tod da jsulepe!ldencia, no piocesso de afirmaçao naoonal, mllltOS liberns
Los Bo•k
de
mas me admira . lllllustracián .º lo u
aurdr, que son e! pasco , la llltnundicia de ltlUtucipaL e ,,
columnas, como de mas concurrido su, Ptinci Uanto
'-8i se co\ocaratn contra a Espanha, considerada respansável par legar
atraso econômico, resultante do monopólio exercido durante os
:tlta, con la pucrta ba . dos pies de diárnetr de Paós, CStán Palcs caU,,
cs c1 más rcpmm .. n oa la calle, destinado o, y de la forma dacordonadcs de0colo~ação, ~s- também por rransmiór preceitos conservadores,
~ t e es , s para 1 e una fanansmo religioso. Entre os via1antes analisados, não há dúvida
que ticncn ncccs . pcctaculo ver las ver d que os hornbr, &a.rita.
anamcnt e as U s orin
qu_e están a vista de t e que pasai: a dos vara ena, de SCi\oras , cn; y
a,qoe 00m.is áspero com relação a esses legados é o argentino Domingo
O
poncipa!ísuna
· odos en aquella o . . s de multitud d ) O!i\a, poàno s.rmiento.
s se halla cupac1on E eh
clasc, y he visto a d con frecuencia excreme . n las veredas d ºtnbrc Sarmicnto não fazia questão de omiór sua identificação cultural com a
europeia, branca e ocidental. Mas há que se perguntat, primeiramente,
~:S,
baciendo esas n os mucbachas de 8 a 9 a- ntos e Ínmundicia ' c,Uc,
qoe m • Europa para o autot Em sua concepção, rratava-se da face do
. ~.
Londres, b pob~Q'.1dadcs en e! boulcvai:d. tcstas cn cuc~,d: toda
Clon se sublevaria 71 a go de todo • e d1a, 0c;Ulâncnte ciue reunia a civilização, o progresso, as ciências e a arte. Desta
~- - . não partia de uma convenção meramente geográfica para designá-
pma nao vê bl
reclamando . . pro emas na Fran
pnncipalmeme dos ma Jª•
mas encontra d f .
us o ores nas estações Clto.s_~a Itália, t
11, IDIS de um critério cultural, P,ova disso é a interpretação que faz da
Eapanh> ciue, em sua visão, não atingiro a civilização, não fazendo parte
elo que concebia como Europa. Sarmiento remarca ciue o uso de rraics
Desde que pisamo e! errovianas;
Uldicionais utilizados pelo povo espanhol o coloca cu\t\lralmente "fuera
indolcncia· de parte5de lasuclo de ltalia (p rec.iso
• es decirl
)' ya no habia fucnt d s ~presas) en cada cstaClQ · , o, para que ccsc tan,
d. la familia europeá"', à exceção de Bru:celona, ciue, para ele, estava "na
d es e cn lin nse, . a ,l!uropa". Em relação a cst• cidade, afuma: "c\ci,ú bai ómnibus, g<IS. vapor,
e los viaJetos que ll sta as aguas, ni flores, . cnuan malos olorc~
satisfaccián nucstra egascn enfermos, como hab '.11 mu1ercs que cuidascn ieguros, tciidos, imprenta, humo i ,uídos, bai, pues, un Pueblo europeo"."
Clitacioncs de Fran '. para honra de las cmpr iamfos notado con gran Mts tr\\tava-se, para o auto,, de uma exceção nos \imites da Esp"nha.
fu aa, y hasta e la . csas rancesa A Espanha ocupavo, em sua esc:tla valorativa, um lugru: inferior. O
ertc olor nauseabund n nusma estación d G. s, en todas las aúoque de Sru:miento, ao retr\\tá-la, giro em tomo de dois ei,os: a d,~criçào
o e prcdisponc mal cl , . e cnova siémcse un
A campeã de ,. arumo contra aqud puerto " do país pela negaçõ.o ou ,usências, isto é, peb civilizoçào que_ ela não alcançou:
e sua aasociaçào à uadição e, ao mesmo tempo, seu distanoamcnto dn
relacionados às c~~cas, no entanto e , . civilizaçio. tendo em vista que esta pressupõe, para o autor, avanço, mudança
os . , dcscnçoes nc . ' ra a Espanha O
VlaJantes nem so' ganvas deste p•'s . s exemplos e movin,cnto n,mo ao fututo, Exploremos inicialmente o pruneiro aspccto.
" d enxerg "" servem
mun o civilizado" avam apenas progre para mostrar que
' como também não enten~so ~' desenvolvimento no
atn a Europa" de modo
7 1. VA
72. ..RELA, Florcncio. Vai . ~ o m i n g o F . O p. ci1.,p. \lB.
DE LA llARR.\, Mai . . 11, Op. cu., p. 325.
pma. Op. cit., p. 104. 1.\. \bi.Jern, p, \68.
198

. As cortantes p-'
199 l
. . o da cultur:, "'ª''l'Rs
wm-crs letrada do '~•Jante
.. sob ~IG!i11 111,,,,,."""'
'IJ . cb rcSÍ'º de Andaluzi2 descreve a paisagem com o intuito de
cscntorcs, ni sábios . . Para o au1 re o País o
0de odernização. Tem a unpres,iio de que ali o tempo parou:
lo ,11tga".'' O rca 'iu economistas, ni º~• .o país "n •tacatn u
de drun . Iro espanhol ' poliacos, ni h. o bcnc .tn "'1,r . , • ; de111estrada• de ferro são o meio de uansporte fundamental;
a
as CScntos e, Clll sua v · , Jstori_ ni au eito
encabeçada pela F em ,•crsos, quando "ªº•
pobre e •dores, ni 10,,,, Jti ,,.,i., ,iO preparada• _com azeite procmado de forma artesanal;
como melhor lin rança, elegia a a tendência arcaico, <o,, "u - ..lôdol • i,.ndoleito• rC1UÍ7.am saques nas estradas; ceguinhos cantam
ains • guagem P prosa to do t . cai!\ " !JII>"'" . . eo!ll0 há muito tempa-.. Diante deste quadto, Sarmiento afirma:
. trandose todavia . ara ei.i,ressar a .'"º forma tatro i!\ Posto

; : CtuaJ~•-~~~0 :!-
anisnca espanh la . 'Vtsnte o trcinta - s paixões: " 1 tnais a "<lc,no (11111º cn todo lo que de la Espana he visto, nada se ha cambiado

;t~:~·
cm o e, para e! anos atrá d e tcatr Ptopti, '
de ttCS ,iglos" .12 Assim, a _Espanha ~• de acordo c~m o autor, um
Ma~~ A resp:t~o:~-:•da ;el~ 1vi,~ que oio muda, que cult1Va mais a uadiçao e as permancnaas, que vive
noble, cs sie
dis
so, para Sarmi
-=
alcance dei ~--. o autor: "b lnclanistn "<luçào
mpre la vil/a d cs - asta co
e Madrid" 77 Es pano!. Madrid nocer un •n,,
o tein
0
t pO""o. Essas pcrmanênci2• estavam presentes em pequenos detalhes,
ato de as mulh'."es usarem xale e véu sobre o tosto, "como si
e imper . cnto, refra · . · ta Es , •unq Poc 110
k .,quisicion que se las unpuso, e.,usnese todavia"." Mas também estava
da . meavel ao . tarJa aos estr . panba pro . . Ue teaJ . '
s ideias e das que vinha de fora angeu:os. Vivia is v1nc1ana era I i!\uj pid'1'tc nos seus_ monume~tos arquitetônicos, como procura mostrar na
mucno" ." artes. Isso fa z o autor ' o que impedia . oolada
d etn s1. rnes
' ale"' d,SCriliº de sua visita ao Palácto do Escorial. De acordo com o autor, todas
Considera crer "que alli csenvoh . "'' cifllizações levantaram, ao morrer, um grande monumento como tumba
do progr que pouco tClll e el pcnsan,j 'ltnento ein que deviam ficar sepultadas. Assim ocorrera com o Panteão de Atenas,
essa Em a ,alar b enro 11
eram pr . . . sua avaliaç' so re o qu . está coa> o Coliseu de Roma, com a Catedral de São Pedro e com o Palácio
ccanos· . ao os . e diz r
boas di!ig'.. . . considerava ' meios de tt espcito ao de VCISalhes, que teriam enterrado, respectivamentc, a democracia grega,
v . enaas eram que havia ansporte e s frutos
Nesnmcntas dos vale as que tinham sidoucas estradas e comunicação o pauiciado romano, o poder temporal do papado e o poder absolutis1a
as palav d llC!aOos cr o encome d que as . . dos reis na França, Em todos esses exemplos citados, os instrumentos
arte/'."' ras e Sarmiento "s am artesanais, com n adas à França":!'"' Cj1lt ,erviram para sua construção estavam, de acordo com Sarmicnto.
' on como n o no cam . As
Defendendo . osotros, atrasado P_o argentino JIIOI!OS, e os monumentos eram visitados para que fossem apreciados no
resultaria d seu liberalis . s, "" d,nciu . .. CjUO guardavam de arústico. Na visão do autor, com o Escorial ocortlll algo
e urna poli . mo clássic , "" bem diverso. Aludindo à manutenção das práticas absolutistas na Espanha,
armicnro' e. a adua ttca prote crorusta do, Ea falta de progrc
S ..&,ma ser este palácio "un cadavcr fresco aun", pois fora construído cm
ausênaas - na e a ausên o stado O sso espanh 1
ela sao Slllais d c1a de lib d . mal da E o
nome do absolutismo e da inquisição, e ambos sobreviviam na monarquia e
r Clonam direta e que a Espanha - er ade comercia] " .spanha, diz
Abordo aqw mente às pcrman. nao alcançara a fodas essas na força do catolicismo que presidiam a vida dos espanhóis.~
a assoC.:ção ::ortant~ asegunda w:aa~ das práticas e :vilizaçào Elas se Tal discurso é construido para retratar uma Espanha ,1ue não tcn.,
tre ausencia de ctvilizaç~
. ensao de seu cliscurso osturncs
b anttgos acompanhado o curso dos tempos, que não teria se civilizado. Entretanto.
ao e pers1st ; o re a Espanh além disso, revela uma rcntaúva de mostrar 1,mbém um país submerso
75 cnaa das tradiço· cs. a
na barbárie, pois as cenas da tourada ,lm\cm à força das cmoçcxcs e dos
· Ibidem, p. 128
76, Ibidem, p. 150. instintos animais sobre a razão.
77 ·Ibidem, p. 151 ·
78 · Ibidem .
79. lb'd ,p. 154.
80, ll,~ cm,. P· 129.
idem, p. 163 G .
81. Ibidem, p. 131:1'3tfo• meus)
8l. lb1Jc111, P· \}B
&t \lutlclll, P· l Sú \ )7.
200 201

É possh•el estabelecer aqui uma comparação entre as cena, lhe cai sobre as
Sarmi ..,.'116!d"'Jfll!Cl) . ente as pregas na rruento
capa que"cora1e, acnrudes ,•
0
ento ao presenciar a tourada espanhola e aquelas p;" des,tita, ,... ,utisncam VJSào de Sar .d' do um evento
por , , ~,tadas forinat • am, na cons1 eran cul
conterrâneo, Esteban Echeverna, no conto E/ M.atadero." ¾b Por '"1 _,,al)Uldo uradas inspu: . " " Ainda que as diante do espetá o.
foram opositores de R~sas, polinc~ . cons1'dera d por eles cotno 05 Utnau to,.,º' to""", }.s to i sangte fria, . não se emooonar •culo bárbar~,

n,,meruador da mentalidade colonial na Argentina da Prinieir ltrano ,_,. deStteza


2
r-r , a llletad .t.oi<II, nf sa ser iropasstvel sublime atracovo. Especra . ui " " E
d esnm o .
século XIX." O conto de Echeverna pode ser entendido cotno Utn e do ~ ' co es i senndo todo su lleno de seducoon I e do a razão e a
'IP""' \os toros, . . embargo,
contr.1 federalismo rosista, e mostra, ao mesmo tempo, a cone ~do ')le,qjs!O ___ ,;oáao, 1 SIO desse às emoções' esquecen
civilização de seu autor: ela !mp
. licava a contençao
- dos Instintos
· e a p ep窺d• • ...i,._ - - - ento se ren bárbaro
da razão. Echeverria pretende mostrar q~e nem Rosas, nem seus Par
Ili"""" um mom nh I ermaneoa
diviliz reva.d1•nti,
.. (OIIIO se p0r tanto prezava. . to o povo espa o P N Espanha nada
fazem parte do mun o e. . ado. E!es sao, , . a porção bárbn anos
• ao contrano, ·o, que Sarm1en ' d snntos. a .
P dfilillça .to disso, para do a parnr os m dom10ava o espmto
aís. Da mesma manem, . na descnçao
. • da tourada de Sarnuento
· a ;" atado
. . espanhola. A semelhança entre este texto e ,a tourada,
é retr.1tar a barbane ~tençã
}. ôesf'..:.
cssen= e' portanto,
. . agm ,_ nas touradas e que
contra'"' e os es
panhóis havllllll
ali
0 clll s\ll dado. A barbane en vis1ra era a mesma _qu uma alusão de que
encontrada particularmente no momento em que Echeverría narra a corrida ~mu mento de sua co\oruzaçao, n
de uro bando de seguidores de Rosas atrás de um touro feroz que ha,- csptn1iol no mo ens do Prata com a nza os
fugido do Matadouro Municipal, ganhando as ruas de Buenos Aires. Tan: dQ para as marg ado." um resumo que suite ào e
em Echeverría, quanto na tourada descrita por Sarrniento, as cenas mesclan, \ell parecia ter par b a Espanha, faz falta de ovilizaç '.
otelllPo 6nal do capítulo so re • " que mdicam a ru é urna di\'lsao
seres humanos e aDimais, que são colocados no mesmo plano: touros No trados:as"ausenciasdi ·es Aformaadota a "tempos
homens, cachorros, cavalos ... Elas são colondas (sangue e lama se nusturan,) J..:, upcctosmos d assadoedastra ço . ele nomeia como. nais"
e auditivas (gritos, aplausos e assobios ressoam no ar)." ...- • cias" o p eras que mqmstto
"petlDAncn m diferentes ' . ' . bcs" "tempos . houve
li hiat6ria espanhola e " "tempos ara ' 1c\U1 que nao -
Se é verdade que todo este cenário é montado para tentar convencer
dl . . " "tempos romanos ' do essas eras, co1 1' do sem evoluçao,
o leitor de quão bárbaro Sarnuento constderava o espetáculo, encontramos pànutJVOS ' od mos". l'erpassan ter se desenvo" ' do sub,tane1al
alguma, ambiguidades em seu discurso." Na própna tourada, diz Sarnuento, "tempos m e não poderta . o tcna ha\l od zido
e - is a mesma tempo, na . d era pr u
"e! pueblo espaõol es grande 1 sublime; es pueblo soberano, pueblo civiliiaçao,
da po \ go de todo este d homem. 1u o . anais não
rei tarnbién"." Além disso, considera haver "tanto arte 1 tanta graaa" IClll mu nça.
Ao on .. a cm bcne fie1o o . Os process·os. artes. lâmpada
• o da narurcz e o azeite do anogo e a
nas antudes e movimentos do toureiro, na mane1ra de driblar o touro, 11111Sfonnaça . \à os cere111s . auida o ara . Mesmo nos
o antigamente. a , . ia ,\dotava-se bém a trad1çao
com dO lu ar à mdustr . evalce1a tam ".
bf.viam cedi g t mentos, pr . d "ausénms ·
ompora \ca as d
85. Oconto foi escrito Cntr< 1835 e 1840, tendo sido publicado pela primeira vez somente na de azeite, e nos
d c rca pnne1pa h hccho c1ud• .
nosama -ill,.sc• 1
décad, de 1870, llCHEVERJúA, ll,tcbán. E/ l>laladtr,, Buenos Aires: Editorial Huemul, 1961. tempos mo er ' lo nu,g'"" , n,ru,a nac1ona .
86. Para um trabalho que aborda personagem e obra de Esteban Echever- se ha. \c,·antat • los. .. No ha.i l . renta i
Ninguna ou , ha umoduo.do cn ucs
. dad .n.ueva No hai. co\onias.. La unp
,tg
ubu.
ría, ver: FREITAS NETO, José Alves. Pen~mndo o vazio: letras, discursos e N. gun.a indusuia se h . educación pop N \ui grabadoics...
costumes na Argentina da Geração de 1837. Tese de Livre Docência: De- Nm. hai caaúnos... No.doa1como las cmdadcs. 0
partamento de História/IFCH, 2017. elograbado han decai
87. SARMlllNTo, D. F. Op. cit. P.141.
0
88, P.r. uma análise du ambíguidtdc, que exisrem eambém no retrato 9ue Sarmiento sob,c
• tipo, Saciai, do campo argentino, cm seu Fa<Hnd., v«: PR.\DO, Maria Llgia C. Para ler ~ 2
90. Ibidem, P· \ .
Bauru:
Faa,nd,, &!use, 1999. ln: Anrlrira
de Sarmicnro. l;,J;"°,,. IÍ<H/o XIX: rr-,mas, telas e textos. São Paulo: Edusp;0 91. Ibidem. tn.
45
89. SAJ\,\flENTo, D. F. Op. cit. p. 140. 92. 1b~dcm, t 48-
93. lbi_dcm, p. t66
94. lbu.lcm, P·
202
203

.
Sornucnto • ,,01.o.uruco
nao . a tratar do "atr,, V1liiE!11
nsmo mwto cm
80 """ waeaodcspo ' - do
podemos cimr José Pedro Varela, que Clll llluitos csP•nh s . 0 i" · ,11..,, ~""" unia à monat<l Vil e da reafirmaçao :o
-, 'blica se op • o de Fernando . Laona, o modelo da
entender com~ s_cu "disc1p. ui " • El_e afir llla">I nà •ncontr
•ntido, P"<lc¾ d,1~ r<Pª Resi,.utnÇO • na Amenca á-lo, u
pessoas com hab1tos culturais IDtroJemdos, ou que less
0
" . na ~ 1>,"~ ~o, • to da . depcndcnelllS cncanos que mis l·
,,..iO "'
"' ,ootcS
Qu>odo das. lf\não ·-do
~., os hispano-am fraoces es (do pen'odo da
Ainda podemos lembrar de Solcdad Acosta de Sanipcr cm COtJdj """ •na.,,, li'.1.,nl1!1"' . . á e,Ollua, cncanos e os ctdo, portllltO,
ia
. .. , .. ,qucape
uma lct~ bem pos'.riv, desse pais, por VlaJ'."' en, fins do séCUio .'~ de
O.te,
r.,,, ~ - diS~-~ os norte-amamcncanas JÍ tenam nascs que qwseram
o.
o
as rei.~ com a Espanha tendiam a maior ª11lÍstosidad • o "" . hispano- dos autor •
tecer algumas criticas que diziam respeito ao atraso nos m;~~o
e à "preguiça" dos cspanhó~ que_ considerava danosa ao Pro e
;,
,,,
~ '\,ai,
11P' s icpúbli.caS escassos os casos
o)• sendo roais o clássico. A fonte p
nnc1pal da conccpçao
51do composta .

toda manctra, essas cxprcssocs nao chegam a se equipara, g · D,


rJIISP' Iib s do tcpubli~':onarqwa absolut!Sta st:'ilustraçào, como n
....,o,liftS10
'~ como opoSlçao • ento, como Maqwave~ ma ttc as 1deias do filósofo,
Sarmicnto, de longe o mais visceral sobre esta temática. ªº
relato d,
!<>
..,~
d i:cnascun • d mteresses en en\"Olv1dos
O elenco de traços negativos identificados na rcalidad do auto«• o comctdencta e ano-amencanos, wa
não é a única maneira de entender o Ímpeto das identidades .' 'Utop,~ tlOl"" por uma
~ e u , },.nugo Rcgtm<,
e as dos hisp . d re1 e da monarq
• Rcstaur.içao o
nacionais ou subconriocntais Qarino-americana). É important: n~sscn, das crloct'';a ºden
' cta que cnncavam monarq,ua
.
se dCtJveram sobre certos temas bastante específicos, para negar ca .
tar corno ,r- d en ' d ·oposto•
""" • •~ como SIStema adcqu,. o ".ntes aqw estudados,
politicos adotados na Europa e nos Estados Unidos, afirmando u~, ltun~~• ,i,,ol•"'"' . de república,
BsS2 'ffilO éculo e foi repto
duZlda pelos \'lllJ
ralecera na Amenc
• a buna, na
"correta ,'. emptegida cm '.~us l?"".'8
. de onge'.".
. .. , que
Isso implica admitir escouia.
não vançou os bli ano que pre,
estavam mteressados em copiar' , mas cm ' selecionar" o que melhor 1h .i,solu"'~ o cspínto repu e cento na Europa. trata do Chile e
aprouvesse da realidade visitada. "
que dcfci_> do despotlSmO reman;: a Pio IX, Samuc: sendo contrário a
Um primeiro e significativo tema refere-se à crítica severa à monarq~ '"'"'""ªº conversa com o Pndernva naquele P ' no a monarq,ua
absolurisra e ao despotismo, que às vezes ainda encontrovam como rcsqtúcio Em uma blicarusmo que prcpo alizava na Europa, co1monarqwa, cm
na Europa. Paralelamente àvisão radicalmente contrária à monarquia, e quase ...,.i< o ,cp~d de polinca que VlSU que repugnava a
como seu complemento, a defesa de um ideal republicano aparecia con, tipccto' du Aménca rcpublican;, t • como um
e-o de,ponsmo. o supenor à Europa é "fu,•ric, asccn1en ,:lle conduce
m::~~uas
bandctra, e a escolha deste regime politico como o mais adt'<juado aos Paiscs0
laano-amencanos. Como bem mostrou José Amoruo Aguilar Rivera, depo coloadl aq~b~=- escreverá Sarrr:'.::::-pro, pendad europt·in;,
das mdependêncas na Aménca HJSpâruca, deu-se não só a predonunância15 A R,pu cl aelo. " e gera blc" Nas mo \a pobrezu ..1
dessa forma de governo, como lllmbé,n um entendimento de que a uno oucvo en su rcmacm mdispl'.:,d, \a, rcvo\uc1ot'.~!;
Rcpúbhca se est1belcca como urna ananoffilll à .MonarqUlll. Essa tradição do ftlilmcnte
.. a una n r~umdo \a dccr~\ de\ mavor número . ,e l'cclro Varei•
ttet-.nto, "se ha . 1\a dcgradac101 pc~ Espanha, Jo hsoluusmo
tepublicarusmo, chamada pelo autor de "formal" ou "cp1dernuca", difere de \9. barbanc assagcm , com o a
outra, nomeada de "substantivo", que tcrtt insp1tado os prnonagens ligados igllomnClll: da de W,O, cm , ua pm ,ar.indo este P_"' \868, o P'" foi palco
à mdependênaa nos Esmdos Uwdo• Esta era calcada em pnncíp1os da Nt deu , o dcspoUlintO. co -v'c na Espanha, ctn
ainda cnt1c.a\a Varela este
antiguidade cláa,ica, como a virtude e o bemcomurn, que foram reatualizados
" No ano cm que RI IJA:-. '"""' ,
por autores da Renascença e incorporodos por figuras ligadas à politica cm russo. J, R<pobh" ln . ·• t<nu1~ ,t,
l)oj coocc pto1 ,. l·liJl"'IIIJQMfn,
finais do século X\111! na América do Norte. Na América Hispà1tica, ao ~ ~il;\ , Jost ;\:o~n\.).E/7/)Mbb;~:.::rrnca,2002.
96. AGli ll!l~~t!JL\, Ju~ -~~:::0 . Foodo ~,,~u ,un
AGUl_L:\R c(lual 1· pdiu,an , o \1. Up. c 11. , P·
H

;s:-
57; 60;VARU,\,
201. )o,é l'<dro. ü p. ci1., p. 109 ..\Cosn DE SAMPER, Suled.J. Up. 01., 56-
hatona:~~~\El'.rro. Donu K
91. S. J np-}3ú ,.!Jn llp. ctt,~ ·
,H

: ·. ~~~ ~~\ , JO>t \~


204 205

VIAGENIEAEulO\
,....- - . entre brancos e negros
de uma revolução que destronou a rainha Isabel II, processo que IC\· ,
diam quebm hicratqU12S entretanto, resulearam

1
promulgação de uma constituição no ano seguinte, e finalmente à instau,:•.' que pteten Os empreendimentos, . d F,anccs Wright,
da república, que teve vida curta, entre 1873 e 1874. En, outra ocas;, 1,ªº e mulhetes. uestiona os ptcceitos e rolado da razão,
. .. m
sua viagem pela França, narra ter VlSllado o Louvre e a sala de sessões do
Senado, deparando-se aí com uma memória preservada da monarquia: "u
tradición monárquica perfectamente conservada, la traclición democrática
no que concei:ne a
. · a uma s
':..i.de".
Lorenzo zavo],, qs ctÍÓClS à religiio e ao pos sas ress.lvas i
Ainda que faça cs Unidos. para
Estados
05
con~ fato de haver cspaç~. n figuras como ela se
oculta, perdida bajo el manto de púrpura dei lmperio". '00 O regime vigente elogia o ue possibilitava que
Segundo Império de Napoleão III, o que de certa maneira justifica
era oimagem.
11i!i,;d,.de de pensamento, o q
essa

Duas décadas antes, Florencio Varela também condenara a monarquia spresauscm: uadir a sus oycntes que
. . al de sus ptcdicacioncs, era pcrs c•crciàos de rcligiôn. y
absolutisea, que o autor rejeieava, Ao mesmo tempo, fazia opção de negat um El objeto pnnap . dia de b semana cn 1 cdialdon=!. co
outro lado, que seria a oposição mais extrema ao conservadorismo. Assim, leu e\ pomet: . 1 mantcncr pr . \'
cn vc,: de ~te milloncs de pesos al ~no c,dcb<rian ocupar su ocrnp<> ·,
coloca, do lado oposto à monarquia, uma corrente com a qual também de gastu ,..,_.. . uccet gente QC1osa, a... Las doctnna
não se identificava: o "radicalismo da Revolução Francesa". A república c;oo.str\lll iglestas y ci:q bnr los ucanos de b ~ • ~das cn d deísmo
despontava, assim, como essa opção nem tradicional nem conservadora, mas cmp\cu su dincro cn e : di,cho otr1l vez. cstan un cn uu pucblo libre,
que, por outro lado, também não era radical. Assim, no Jardim de Vmalhes, de Miss Wright, como onvcnir a w\a socicdad. l~ow ttõn.UJ, todos lo~
criticou o luxo e o despotismo, rnas não chegou a afiançar a memória dos filosófico, y no p~cn librc por prrx-lam~J i\lllS:~nioncs, sus slStcnUls }'
revolucionários entendidos cotno radicais: vcrdadctamcntc li~i:c, y \iOOtad \lar'"' cnunaat sus p, a cstt c1t'1Clc10 de: las
ICJCS pco.sado[cS ucncn .d d t'U la. canalla se: opong1U
SUi idcas, ,in que la ~~ton a.
El Ja.rdín de Vcnallcs cs una de las más magníficas produccioncs dd lu10,
dcl capricho}' dei despotismo. [... J Los dos palacillos llamados Tria11011t1, &cubadu menu.lc':). .sei ntlo dl· Fourier, na
que los franceses pondcnn mucho )' que se hallan cn cl Parq~ de Vcrsallcs, cu E.ugCne 'l'andonnet,t~ o f~laustctianismo ~m
nada ticncn cn ti mismo de curioso, 1ú de grandes, aunquc se: vé cn dlos Sarmiento, que wnhec . França, comcnt• 'º\ ·,,m. lnic•slincn'.<,
a:nbai:carão do Btasil rum.o a , , .7 o um tanto am ~ . toda." as fotmu~s
""'.ª
cl lujo y gusto dei d.ilapidador Luis 14 y de su hijo. Rccucrdos históricos, r
l' impressa ahl•nu1t1\ a a · Assim
fiibula1 inventadas por d odio rcvoluciooario, forman cl principal imcrés de Ili& carta, pusando ""."' . dicando set um• "blica e a mo,iatqlll>- ,
aqucllas habi.tacioncs. 101 do tema com admiraçao, '~ incluindo a rcpu Catlos Tc)cdot:
• das até eutao, . . de sua catta,
polltica, en•w, com o dc,tinatar10 Lo h,.mo,
O tema das reformas sociais, inspiradas no socialismo utópico., não eacreve, cm diá\ogo , :i \'a pasó. c,Ecltus1no? ubli ·a dei
foi bem aceito por parte dos autores. Os mais citados, nos relatos aos ) RomautiOSll\ll, . a1W ela Rq> e
P dóndc lba Ud. C inoder.&da? 1Qullc 'do, tc1wo un sccn·to.
Estados Unidos, são os escoceses Robert Dale Owen (filho do socialista t ot monarquia Ud al º' -o . uê
utópico Robert Owen) e Frances Wrigh~ que fundaram, respectivamente, as ,cchazado. 1~,nbleiA Nao,nw?... O~IL;mol 1Qul republica •: i u,
93, con b Ai d fwicnsmo. d - ncr mmpc con tod
comunidades de N,., Harmo,ry (Indiana) e Nashoba Comm••il)• (I'cnncsscc).
E.ses reformadores sociais geralmente são apontados como pensadores
EI
fal,u"'crian""~,onta,k cl caso. t...\_l·o;de0potismo, la ""'""quio, o
mo natquíal ' :~• u'irico,, ,úcv, d progrew , l e
com ideias igualitárias, tendo aplicado cm suas comunidades métodos
antce«knt<' us N"' Yodc l,ngu,m
The Story uf i\mcnalt\ UtopWl"'m.
~ , l'l,n.lJ,11•0•
100. lbw.em, p. TI. 10,, }!i.N Nl N(,~'20 \(.1. p '.!9!'1 (Cin fo, Jo •u1a:i1)
101.. V.-\REL,\, Fl.orencia, Vol.11, üp. cit.• p. 366-367. ~J._,"; l~~ ~\ ,u.ucAAOÓC-Op.cu., -
\ O). w
206
2rJI

lan:publita, todas so
tntroducido ai furi o palabras "ª"ª' sin
. :o
¼!i1e~Ui ,ido de "ÍlJlÍI"!' aqueles que eles mesmos consideravam superiores,
cnsmo por la . resultado .
Por outto lad . llllsma puena la c~no po,itn•o °'."" ,Jgull"' medida, isso os tornava menores, o que devia ser ..,;tado
ia
l-
relação • essas o, dCIX.a uma mar I he '"te.do Q.,.,, 1111que passível. E nisso esses autores pareciam ter alguma consciência. a
que
''Nem urna
ideias p
, OIS
getn de d.
estas p Uvtda s b
lo" ,16B11,•téfllCSlllº um ~do~dor dos Estados Unidos, como Zavala, escreveu
ptofund os ' csrud invenção inusitada
. arecem
A m uuo distan
o re sua aprecia - ,obl<°'Jjo]ÍtCS das UD1taçoes nos _segumtes termos: "Los arnstas originales
num "hos 1 os do filósofo . certa altura tes da rcaJi ,ao '"' copi,n oi itnitan a los ottos; inventan, crcan sobre los modelos de la
Soeialis p tal de !ocos" '"' ' Founer pare ' afirma u dade '"'
14...,.i.z. y estudian sus secretos y misterios divinos" .'"-
tas, pois eles . Sarnuent ce ter cornp q e, apesar d 00
mandado tnarufestav o também osto seu os
que "aqu:' exemplar de sua"';, certo apreço pelo tem restnções •~tem, ]DE)l!lDADllS EM coNFRON'TO: LATINOS VERSUS ANGLO-SAXÕES
Sarnuen _sombrio lltano o ta ao dr. Fran s caudilhos. Fo a esse,
M to nao fica sa cotnprendiers Cta, do Para uner tena
anuel de Rosas'"' p llsfetto cotn o fato d e su pensanue gu".'espcr:indo A formação política de figuras expressivas do pensamento hispano-
,.,..;c,.no do século XIX muito frequentemente incluía viagens à Europa.
ITlatcaria a rela • . rovalvemente e Tandonne nto '. Ade
aos ptoJetos çao dos caudilhos c ' um caráter su os t ser anugo de lnars, como 6m de conhecer o berço da civilização ocidental. Os Estados Unidos.
autor, que I e empreendiment ~mos setores m p tamente popuJa J11:1n
s e ogta essa linha os o soetaJi arginali.zado . r, que
embora recentes em sua constituição nacional, também dcspontanun como
s, e associado mgat de interesse pata os povos do continente até pouco tempa colonizados
ua aplicabilidade d de pensame
O discurso e e seus pressu o º'.º• stno utópico o
mas ao mes~ que desagrada o peic,s espanhóis e que, recém-independentes, buscavam então caminhos e
os Estados Urud do'. vtaJantes latm! stos. o tempo duvida de llfcrências pata suas consttuções nacionais. Especialmente em relação aos
curop os e claram amencan aaae-arneticanos, esses vizinhos "latinos" registtaram cm seus relatos de
estere::sp se dirigiram ;~'.etado pela .:i::;,~s;latos sobre a Europa 'fiogem algumas percepções que acabavam por demarcar uma afirmação
como a d . enca J..a...... P
sustentaram qu I eia de uma ata' =•• no séculopenal ""; ropalada pelos
e
ldaitiwla- Em regra, desde primórdios do século XIX, ela se deu a partir da
d eaE v1ca"b •UA R ·
cmipmção cntte os ttaços de uma cultura latina, que imperaria na porção
o dcsenvolvun utopa e os Estad arbáne amet1 "cproduzaam
a mt ento e da . os Urudos cana ' assun illloniz•da pelos espanhóis, e o caráter dos norte-americanos. Era comum
"cop~'::çào aqw não é :•;;:zaçào. No entan::: centros do prog:;: &detirem sobre o "modo de ser" dos americanos do Norte, povo concebido
aos "ct·..:1:_ modelos estrang que esses autore , amo pretendi mo ' como portador de um caráter peculiar, influ,•11ciado pdo protestantismo,
'=oados" 6 cucos" A d s pretendia strar,
perceberam ' zeram apro . espCJto de t d m sunplesmeme marcado pela sobriedade e pelo espírito pragmático. tudo isso herdado da
se numa ide:::~ afet~dos pelos ~::iões selettvas, s~b:c:ncraçào freme aàgem anglo-saxà e aclaptado às condições locais. Na co11uamào d,~,. visão.
~os loca._ VI.SI! d e propt1a. Assun oncertos europeu do quando se o comportamento dos povos hispano-amcricanos rcfletirÍll rnna t<:11dê11ci,
tnfracstrutur a os, que tam d d 'vtram também v, s, precisando apoiar- à alegria e à festividade, um interesse pela arte e pelas idei"' e uma cerU\
m d a urbana cs e aspc anos pont
o cios polittc ' su1eira e pob ctos mais concr os negam os
mesmo tem os. Neste últ1m reza, até os m etos, como falta de indo\êncill.
Esta análise pretende contribuir para algumas refü•xircs já cxistent,·s
po em o pom 6 ais absttad sobre o tema, mostrando que as afirmações identitárias a partir das
radical, de outt que cnttcavam do, a rmaram-se c os, como os
o Essa é wna d ' o cspot1sm.o, de um~mo republicanos, ao oposições enrre norte-americanos e hispano-americano• já vinhan, « ndo
cmonstraçào de que • ado, e o rcfornusmo conentemente divulgadas desde os primórdios do século XIX "º' relatos
104 nem sempre opc·ra1•am dos que viajaram da porção "latina" do continente aos Estad,,s Unidos.
Assim, a pruncira fonte aqui analisada, na qual já é possivd perceber CSll"
105> SARMIEN"l\J .
· Ibidem 'Donungo F .
106. lbid • p. 83. . Op. cu., p. 77·
cm,p. 83;85. ,81.
208
209

VIAl[Hl[~~l~
hll" . das a partir desses
aspecro, data de 1815, e_trata-se do~º- de José Migue[ Carrera . jilYi"' o
mais aropiamente divulga
em uso anteriortnente.
pane dos trabalhos que lidam com a temanca foca sobretud d . · A lllaio, uc as unagcns e 1890 - Já estavam da nesses momentos, a
bastante postenores
. a esse marco. Alguns procuram abo0 da,
01sc ••10,, pcfendo q , das de 1840 _ foi mtens16ca ll!Vençào
001
da identidade latin0-americana oposta à norte-americana r ª temática -as deca ue sua divulgaçao roprwnente a uma do-
"'1' ~,sscgurar q elas correspondam~ mwto anres, apresenran ões
século XIX, na conjuntura da guerra dos Estados Unidos contra
em mcados do 5eér·. asseverar q~: varo em Cllculaçao essas conrrapos1ç
(1846-1848), que resultou na perda de aproximadamente '
..,,,.pade_"~•depots)•es~ --'-""Comotempo, bando por se
. . . mexicano,
. . si.do d eCJsivo ºMixi
. . para a definição demetade ,... no, - ' · áno s = ozadas aca
fr .do0
terntono
.d titárias
1 en.
o que rena
- tr "e! " " · " F · ·
e a separa?."º ':11. e
•1ras
década
es ,,e . nos . 01 Justamente na001
i,11!11111 . das no unagu> rodUZ!das e e s ~ ,12 M.;.
do que ahme~rar
damente rep ,mio polinco. , ara a necessana
segwnre que o termo1 'Amenca La11na VIna a ser cunhado e uti!i,ad [olSID [Clttrl da dimensão de um ••\as ao exame cnnco pé fundamental
°'
autores dessa região. Outros trabalhos se concentram mais na pro; P~r _....;,miero . o submete
trUções, é prCCIS caráter unanente.
Para tanto,
, cos em que as fontes
letrada de finais do século XIX, momento em que a questão identi~:: ,s111 tonS ça·o de seu suposto ta os contextos polin linco-1deológtcos
encontrava acirrada em função de outra guerra, a Hispano-Americana. O .i,,coostrU I vando em con os ,~eses po dar
• questão e culaçào de 1de1as e . el conrnbwr para
ano da Guerra, 1898, tomou-se urn marco simbólico para espanhóis e latino.
_.r
(QIIIII p
roduzidas, a Cll
seus autores.
Com isso, é poss1v dades no conunente
-o das idenn
americanos, pelo signi6cado que a perda das últimas possessões coloniais
{essados por essa de elaboraça al as
da Espanha evocaw.: o 6m de uma dominação que durara três séculos e .cc>.de ao proc dadas aqUI gum
a emergência dos Estados Unidos como urn novo centro de influência na bil- ui XIX . - abor arw de
ID)tlicano no séc o ob\etivos. sera0 E dos Unidos, a p
América latina. Este cenário propiciou urna aproximação entre intclectuai, do cm vista esses canos sobre os sra .
da Espanha e da América latina, ao mesmo tempo ern que contribuía para Tcn ões de hispano-amen o inicio do seculo
aumentar os distanciamentos
11
entre americanos do Norte e os das nações de IOpl'SClltaÇ de em Aménca Espanhola, nena um• maneira
colonização ibérica. " Alguns intelectuais se tornaram paradigmáticos para ICU5 relatos ~dependênciasº.ª d nnticavam o que s I da década de
a compreensão da questão identitária neste contexto, tais corno o cubano No CUISO -amencanos 1ª 1 e anos. Em mea< os onarqmas
José Martí, o nicaraguense Rubén Dario e, principahnente, o uruguaio José XIX, alguns hispan: agu: dos nort~-ame:~ertas pela cnse das v:1aram aos
Enrique Rodó.' 10
peculiar de pens~s mcertezas polincas de personagens que uma natureza
1810, em mero : el enconttar te.<toS s que demarcanam eram ecos do
ibéricas, é poss v clicando os aspecto quclc pars. Estes
Estados Urudos, 111 ões que habitavam •
108. Não se tnra aqui de analisar o "conceito" de América l..arin,, tema amplamen1< cstud,do elpeC!'!ia. das populaç
pela historiognfia. Entre os "clúsicos", consultar .-\RD.-10, Anuro. Améric. Latina Y L.
latinidad. México: UNAM, 1993. Pan um resumo dos deba«s, vide: (,/UIJAD.-\, Mónica. Sob« (org ) O rJifti,wF!
cl origeo y difusión dei nombre \-\mérica l.atin,' (o una variación hercrodo,a en torno , ! ''.":' . Ide RoJt!. lo: ~ l o Honzontc.
de la 19
construcción soei,! de la \>Crdad). Rcvi,i, de Indias, Madrid, vol. L\7111, no. 214, p. , , . ,nodcmid,dc •:,~:;n,o bcino-, menca
d, . .. oun> ' " """
9 o ~ca. o_0dcspa~=ri, da hi.ióna e P' .. como panto, d< «r:::':er"' "'"l-.1~
im, •niriouoa>U• ,., ida,úd,d~_'", c«ni~• e"'"'"~,
~!PELATO, Maria Helena R. ,\ data aimbolo de 1898: o imp,cro da indcpcndincia
de Cuba n, Espanh., e Hispanoamérica. Hi11ória, Sio Paulo, v. 22, n. 2, p. 35-58, 2003. Pan UPMG, 200J, P~ ~:;,ko ,oncc~~:nvi!&, t:•~ociai, c~min:t
..,..,._l',nw • d,, J'\ .
I"':' i.&ICII, Edmuo<l
'.r.:i.
0

uma rcftcxão sobre o tema do hispanismo, vide: BEIR.ED, José 1.ati, B. AMmro-F.,p;,;,,.,i,.:~"
polltica, 1nrclccruai,
UNESP ,-\,tis, 2010. e historiognfia, Te.se de Livre Docência: Depacf>menro de lfatona/
li\. :, ;::iu,ido pa<
úmbo
.o;, d, p,péi;
co bclcc«dif,,ontl' a,czKO. '°.
Jmaginaçi':i;s;::d,, 198;. p. l:denamento
Naciooal, C,u mapanird~um se processar
de u, csra ,r,,non,o. . . \mprcn" . se consuoc ,epclU e • . •""em
110. Para , qucsolo identitãria n, vinda do século XIX p,r. o XX, ""' ZJ\NETTI, Sus,n,. códi os d, campa . mi1os poll11cos tendem a '.e ual º' "'"º.'
.,....Slo
Modecnidad )' celigación: una penpectiv, conrinenr,J (1880-1_916)_- ln, P!ZARRO, -~n, (
A..mro LAliM. p,laVTit, litenrura e culnm. vol . 2, Emant1paÇtto do discuno. .Sao !\mio.
,gl Alii g
\ \2. de .
os do slp.: ~:,~:; ~::
ue ele chama ~RARDE1', Raoul. A
co•~:•; ;,:ogfru po/lu,as
0

Memorial da América Latina, Campin,s, Ed. Unicarnp, 1994, p. 489-534, Paot uma tnr«mantc su d:
uina \6g1:!actcrizaçõeS, \ 7.
intc,pm,ção da obc, de Rodó, vid,c MITRE, .-lntonio. Fenómeno, de inusa na soa,d, dc :r:invc~h~adasLctraS, \987.p.
Paulo: comP
210
211

Vi!GE!l[1[L1111\
processo de reformulações i~entitárias vivido pelas figuras envolv· f11n<l> .d . dequea d emocracia
'li''il"' divulgação da i eia na moderna o
os movimentos que le,,anun a rup~ com a antiga metrópole. das <oni llDPorUllte na um novo para~ no-amencanos
1 la
Esboçava-se aí a diferenaaçao entre um "nós" p i -!llll IJlll lug~cspontava C0'1_'º não escapou aos P\e altendade e l-
hispano-amcncano:
. e um "!., . d o aos estadunidcnses
_e '_'5 associa rocssado Pe1Os ,cur_:.incnc>llª
<IP-- -- Ocidente-
," Esta noçao
tados reVelavam
seu senomento
línca em seus p
rópnos
b a
relaçao de afirmaçao e opos,çao que pode-se compreender • nu,,,.
tf°.tnº. ....Iidcl 110 ou cspan ' . namento da po pro1etada so re
,
).

de um jogo que contempla o binõmia identidade-alteridade. Parte, r ~dos . sobre o funoo ntemente a miagem_ aristocránco
a este processo o exercício da comparação, artificio forte~e lnttio.seco qae, • refie;esta maneu:a, freque ntrastada com o carate~ ão aparecia
nos rela tos de vtagem. De acordo com François Hartog •u nte Utili,ªd
co~p . oógClD·
· nos Estados Unidos era coamencanos. Esta dianaoposdp
o içº"º V1Sitado.

i--- híspano-
classificar, postulando semelhanças, ao mesmo tempo em • que
u, atar dltnpli.ca
0
,,lelllDC"'""' eraria entte os ráncasdav1dacon U rudos como lugar
são remarcados. Para este autor, ainda, a comparação se estabe 0 5 es~os que pr:epand de descrições de p ão dos Estados rações de um
frequentemente por meio da descrição dos costumes.'" 1ece 1lllUto _...11da• partlt xplorar esta proJeÇ ar abarcar represen muro nos
,_ pru:a e . opto p mwto co
As oposições _mais frequentes nos relatos dos hispano-americano, nos $elld<> assun, odelo democranco, amencanos, que era ortes colenvos
~stados :1rudos gtraram em torno de temas ligados à política, à religião, ,. um novo
"" m otdinária dos da
da vida norte-
imagem dos meios de transp Embora sep um
a formaçao mental de cada povo. Assun, temos urna série de pares de aspccto . adas. Trata-se tâfora desse sistema. este aspecto do
opostos que despontam de forma reiterada para designar, respectivarnenie idtlOS pcsqUlS r classes como me à narração sobre to polinco dos
os Estados Unidos e a América Latina: democracia vers11s aristocracia; sem àivlsÕCS Pº eira vtsta
baruu, sub1az
a forma e
d funcionamen
.
protestantismo vers11s catolicismo; materialismo e anti-intelectualismo versus ponto à pnm rativa de traduzu ocracta. . o XIX. Es ta
idealismo. As repetições dessas tópicas sugerem que os autores lerarn uns ••:•-oumaten
COU....,... . endo com o foco adem
d pnmo ·rdiosdosccul •
entre 1815
aos outros, ou ao menos comentaram sobre suas viagens, de forma que os grupos des~\º'• t e nos relatos des e ~~guel Carrera, escntO no qual se
conteúdos circulassem de maneira expressiva, constituindo convenções que O tema lª apai:dec eneral chileno Jose trecho de sua viagem, dcscnçào,
P diário o g d • uca uni do sua
passavam a ser quase que obrigatoriamente reproduzidas n os textos. Muito resenteE1no de fotma ane o ba.rcação. scgm1 sobre como
embora tenham ficado mais frequentes com as interferências políticas dos e 1816. e retratou na Nova Yotk . A cm Diante do unpasse optaram por
Estados Unidos na América Latina, sobretudo a partir da década de 1840, de New Have
.1~..;,n,t.., do que assentos. uc os pnssageuos tlhcres. que
......,... . ageuos - . contaq . as mt
as imagens opostas já eram veiculadas muito anteriormente, pretendendo 1ioha m11.1s pass das acomodaçoes, uc c.~ccruanc1o-'° cu:os dcnam st·
informar sobre as diferenças culturais entre as duas partes. Cada autor podia resolver o pmbl":""' . o sortcio. N arta q lo~ os demais pass~g os1çõcs socws.
agregar suas apreciações particulares, chegando p o r vezes a inverter a posição ums solução P';"nc: tet um assent::, '°_' importando suas P_iguales y nadie
tinham o pnvilegio e d •moc.ránco • nao todos son mu\:
de valora11va a depreciativa ou vice-versa, mas raramente descons1tU1J1do a
oposição. submetet ao "método o~cln\cs miluarcs. etc '
"11.arinei:os, cochetos,
A democracia norte-americana foi um dos ternas de maior interesse
para os viajantes hispano-arnericanos que se dirigiram aos Estados Unidos
no século XIX. Isso não era, e,identemente, exdusi,idade deste grupo. L' m
dos mais sib>nificativos trabalhos voltados a explorá-lo foi a obra do francês
Alexis de Tocqueville (1805-1859), resultante de urna viagem realizada aos
Estados Unidos no início da década de 1830. E mbora críticas, suas reflexões

113. HARTOG, l'mnçoi,. O Esp,/ho d, l-/,,dd,1o. Ensaio sob« a «pnc,cn,.ção do outro. Bdo
1 lorizllntc:: Editora da UPl\·fG, 1999. p. 241.
212 213

. ·m O tom de chiste
se queja" v1111111,,.
ao metodo adorado.'"!\. revela seu desco , . 1,ocenzo de Zavala está cntte os que valorizaram os nocte- :o
que b • 1rorua revela n,ort -,~,~
pttcc ta como am • a mdis . e assm 1 0 tlleJ<lC:r0 muitas qualidades, inclusive pela questão da democcacia, ia
separavam uma clit caçador a prevalên pos1çao Par a a s11a r
que colOC2va cm l~nvilegiada, da qual ( cia de tnarc: coni uni :ttilào ~(jO:c!roo pcomotora do nivelamento social. Em sua viagem, ao se 1-

No avesso d mfenor. azia Parte, da s distin111, OQeJo


cóxiinº a 1,ouisville, no Kenrucky, descceve uma embaccação '.a

de r..._. essa moeda Popu1a • os -~•ttatjulltavalll


..,.- p à mesa pessoas de dic,erentes camadas sQClalS,
. . vivenoan
. . do ).
,u.nna posinva Ad esravam aquel Çao co qu, o
d · eptos d es que onde se cbalI1ºu de "urna simplicidade vecdadeiramente cepublicana".
emocraaa none-am e um discurso d . percebian,
tnu,-
~·, qu~óstico era de que os ricos perdiam em civilidade,118mas que, cm
,-.- a ideia do encana, supos12rnente mai
abra,-.,=~ e rnanz modert112 o oovo stst 0
um ranço senh ria! P~esso e crin s abarcado ante, saud "na :usptttida, os mais_ humildes ganhavam com a situação. Considerava
muito O hispânico. caram O que ra no sen '-tarn a oc1elo nocte-amencano um dos grandes mventos da humamdade, tão
parcial da realidad ., Mas esse o . . para eles e bdo soq
ocultava as exclusões e,_ Ja que a concep • tlnusmo Írnplic ra considera: ~[tallte
111 quanto a iroptensa, a bússola e o vapor. Para ele, a democracia nos
resultantes do stst SOCla!s presentes em çao de igualitans ava urna lei o l!,s1,doS Unidos não se comparava a qualquer outro sistema político, sendo
dos meios d ema escravista. "' D
e transp e toda
solo norte-aro mo que difu ,i;~ª
encan º-n, illChJSive superior à democcacia ateniense e à república romana, que foram
one que a ideia da d mane1ta, era nov o, marcadanie
emocracia arnente na nte
seus "roeras e úteis ensaios".119 Zavala recorre à descrição pelas ausências,
se pro1etava. metáfora COl!IO era comum aos celatos de viagem paro a realização da critica aos pov·os
,isi11dos. No entanto, o autot utiliza-se desse artificio para tratar do tema
115 C.-\RJ\ERA .
116. A
Embora .:S'çao
. • ,Jose Miguel
crítica ao ..
.
Cu., p. 59.
p0Sitivmiente. Para ele, os norte-americanos ernm considerndos um povo
sero "privilégios hereditários, rendas vitalícias e personagens sagrados"."'
sustentando pane dos trabalhos democrática"
reccarc con que ele governou so rc o autor se apo,· pode ser atrelada . Alinnava que os norte-americanos eram simples e repudiavam o lu.,o,
tcstJ. esta • com am
as conexões liuni!iar lntcrprctação ai w,; e numa "l . a sua .
1o apoio das c Cltun populista" /°"Çào S<>cw
1COdo o pcesidente Andrew Jackson uma grande inspiração neste quesito.
discuno, que nl.o s e, e o ªP>nto tcili';.,
do a 0Utr.is for=das populares W::,P<nonag,rn:
ÜI mexicanos, ao contrário, ostentavam a riqueza de poucos, sobre11.1do os
~OlaS,J~o ~oE';'t~ ; ; ; ' : ; discutind:e ::'.°grui~,
6matd·s 'tradi~io~:~º!~ª que ocupavam o poder, hábito herdado do passado Vice-reino!.'"
1 naaon(18 =1E • •wnan - caode" ,-, ..o
17. Estudar
Cabe ressaltar a" Jnmcularidadcs ;10:
10-184()),san· ,VcrónicaValdi _O<;aoabstr,uad povo",mscu
LOM Edicioncs ; ~ Chiknos todo;? i;;smo. PINTO
Outro entusiasta do modelo democrático norte-ruuericano foi o
ugentino Domingo F. Sartuiento. Não fugiu à regra e também associou
a ~OCncia n:.~• wn _rr..ço que im cmocracia norte-..,',e . . constrncción
o nivelamento social aos meios de transporte coletivos, ressaltando que nos
noçao, pois panJ amcncan, pro i _pactou os viajantes ncana foge ao esco
J'..
disso, "PtaÍou- ciamente ao seu aava cerro nivelam estudados. Trara-s
sc uma ideia de ento social. É
lº deste anigo
a noção de ue
ttens não havia, como na Europa, diferença entre os vagões de acordo com
americana cnvolviment
politico, . Uma possibilidad ~rornoção iguali~ a escravidão Ímpe preaso relativizar !ta poder aquisitivo.122 Para Sartuiento, um dos aspectos fundamentais do país
era a democracia, sem classes privilegiadas, sem mandonismo e servidão.
na décadan~; IE7s8tados Unida: ne se cntcnd~ esta {du~ se~ propiciad:apvael ndo país, .'\. despc110
li '
o Uca, A arin
Ocra Ocontcx Claercl · aemocn ·
. possível ide .fi to pós-indepe d, .at1onâ-Ia à cxp • aa norte- Diante de uma leitura tão otimista, como entender a presença da escrnvidão,
P ao pode ocraaa rural s . nu car rcivindi • n encia. Segu d
•pta ansao de direitos que podia desmentir todo esse fascínio? Precavendo-se contra pos_sh·eis
do Procco r por não ter q ena contestada com caçoes de homens o Gordon S. Wood 1á
cugo, pú~~ politico para ho:I<! preocupar co; necessariamente ,;';,,muns para participar' da
ctlticas tece considerações sobre o tema, tratando-o como algo \ocahzado,
no clái~co ::~eccbcss_cm ,ai.: médio, ttazia à ;~:roblema,. da , 0 i;::i:aturalmentc mais
Enc proec.,o " . tcpublicano q • corno cm qualq a a ncccss,dade de nc,a . .-1 abcrtunt
um fe~ômeno restrito ao sul do país, e como uma saída econômica que ele
considerava equivocada, mas da qual os norte-americanos ainda não teriam
de 8';'"1tir a , : rcap~dado P :,;tn~bia os 80:::n:urr.. profissão, 0 q~~ee os ocupantes dr
ordiniri,,," ai rcvwencia. Em • uca • ociosidade ntcs como pessoa, " n => mudança
anociaçào e ~çasscm cs1c11 últuna instância . e pela valorizaçà0 d dcstntcrtssadas".
R, ntre dcm ligares , tsso ab · o tr,balh ~ p. d1 ,,p. 2'.\4-2l5 .
,.bdio,, ln- DU OCncia e niv • o que, podcmo na oportunidad o como meio
Oxford: Oxío,d UNN, John (Ed)~ t o IOcial. W~Óeruar, cm última i e 1."'"' que "prssoas \\9 . \b,dcnv. p-181.
lllvetsity p · COOocracy• Th D, Gordon s. D n,ntncia, fomentava a 120- \bid<'", p. JOB.
ress, 1992. p. 9t-ios e Unfinished Jo;rne '"'ºtmo'(lndlhtA1N11iru11 \2\ . \b1d.ctn,P· 337.
. y, 508 BC to AD 1993. \ll- S:\R~llt1~TO, Domingo P. üp. Clt ., p- 30'!.

o
214
215

12) De e,__ "¼~ v1,G!i1E de bw,1 ctCCI .J


conseguido
• se u,ur.
IC. umna c.~----,nente
--•-- ideaJii
,,- r<"'°' _ oca,ionc1, cuando se uatac,ión de 'pueblo' " :o
Es12dos Unidos como lug.u da "igualdade absoluta" •da, desc e,,; •" Cll c><ttal \a nación, \a c,:pt todo
;r u,sto que cl rimet pue•to cn cn los ttenc,, pata que ia
no modo de se ~sor,
. de se portar e de pensar: ' 0 que •llt P•rceps
1 .,. o,

La ÍgulldJd cs, pucs, absoluta cn bs costurnbres i cn 1,, for


..,, !'Ol !Ili' uc OCUP" p - roa vctdod con que
_,. i,opra
..,, _, 0 vaya
___ ,os de pnmera.
contento,soo los .,!WlllW
da c\ase co los Esudos
l""b\o q d,.. Coo la OII$ 00 hay coches de segun Los gnru1,. coches
l-
ia
el ,nuuu Jos pcotcs sv ).
de cmlización o de riqueza no cstio cspresados coino ma,_ '-<>sgr,d,, "os.pct" i.cuenta.
.
cones cspccia]cs .
de \'CStido. No hai. chaqucta, ni ponchentre. no '°"
, li<>
s
\Jlll"
cios no cnttan cn - '-" Trau-se
coches pawnos.
o

comun. . ,
I bast1 una rudeza comun de tnodalcs que ltlantic
o, sino
la Utt , t
0
''•tiq p,J, -o o autor otou os mencionado no
de igualdad cn b cducación. "' nc ' 'Paa,n,~,0 - bota! sua _afumaicido Pullman Siteptng Ca:do este exemplo
couv entao co d Justo ter us - o
p,i,. aência ao balho. O fato e - uanspotte retleoam
Outros ainda recoueram à mesma ideia dos meios de transp ,1ctllll's:ef 'tulo deste tta_ d que os meios de viagem, em 1894,
mctifon da dcmOClllaa, . defendendo que este SIStema,
. nos Estados lJ cotll
Otte .
a •~maça~ri:to. Um ano antes ~: :ce Car Company,
tinha potencia) para equalizar as diferenças sociais.121 Ilido,,0
que> socuil nao era fabricante, a p ~ eendendo bo,cotes
Como é possível perceber, as apreciações apresentadas são ~ to da empresa roporçoes, empt - o "'
Alguma, revelam uma postura m:us. anstocranca,. .. 0 Posta,·
sendo crítica, ~ : : urna greve de gr::~~o-Oeste norte-amen;i~o· socilllista.
nivelamento social; outras são mais adeptas do modela democrático n 'º a ca circulação dos trens . o é coerente com sua Po Jnidos, o que
americana. No entanto, até aqui, nenhuma chega a questionar queOtte. ele ~..ndo a • do argenon - - nos Estados 'd d do
H,...- entaçao '~••'dades sooais •ar a no,1 a e
propiciava um convívio maior entre pessoas de diferentes grupos 'ºCÍais. A argum ara as deS>i,= tent1ndo prm postamente
IJICi alertar p .s otimistas negaram, oct11cia, onde todos su
Uma leitura discrepante despontana no fim do século XIX, nas ponderações li . autores truU calcado na dem f lácia:
do socialista argentino Juan B. Justo, que esteve nos Estados Unidos ern !ll)IIIDS e-amencano, -tuIII era uma a
_.,t.lo non n Justo essa lei distin12s
1895. Seu relato não foi destacado como fonte principal deste trabalho, ,, li"""."' vam. cara - - de clase, Wl
vale a pena comentar suas impressões. 12' Ele compreende a questão111do ie.ll)IStura Unidos lll e,ustenCl1 York. no hay
nivelamento social como um discurso criado e explorado pelos próprio, 'dente cn los Es12dos -,_y el East sidt de Nuev• la ciudad de
H y es CV1 \ WeJt " "' _, d Londrc,
norte-americanos como forma de valorizarem sua nação e é crítico à visão o las viej>' Enue e f; 1 ,mi y el Easl "'" e léndidoshoteles.
como cn . que entte el I es ansioncs, los esp la ciudad
de que existia uma espécie de "harmonia social", refletida na metáfora dos menos diferenoa . las iruncnsas m d am:; ést2 es -
meios de transporte ocupados pelos diferentes grupos. Segundo Justo, esta lado cstan
los \ores. De un -da, los pa,ques y o l 5 museos e b .adora vive
lll población u,. •1 U ,ucia,
informação não correspondia à realidade, sendo a ideia dos "vagões multi- las grandes avcru de \os \acayo, Dei º":'.;.s separadas par ca esril o del
classistas" uma completa farsa:
de los seõ0tes b)'_ ciones csuechas y osc ue ;os rielcs dei fenow< hav de
hacinada en ha ,ta man su recreo cn almente todo \o qu .
l cnuchachos to . también natur
donde os . este bauio gravita
ttanví.a. Haoalo abyeto.':?''
roiscrable tn
123.!bidcm, p. 426-427.
124. Ibidem, p. 301. . Encuadcrnación
. cs· lmprcnta, Litog. y •.
123.VARELA,jo,.; Pedro. Op. Cit, p. 110. u,;,ia,. Buenos Air , . • N;ck (Ed~) - l_ h'.
1 - - : - ; ; ã E,/01 E,tad,s
- . lton; N\LVl( fOREChicago,Untvenl~
126. Juan B. )usro (1865-1928) foi fundado, do Partido Socialis,. na Argentina cm 1895, 27. JUSfü, )"'1898- P· 29. = oMQUl>'T, ' ~'. J p,5,;a_ Urb.na.
Pcuser, .chai:d· .:, 1,, • !Auvr fJII
m,,mo aoo cn, que viajou aos Eallldo, Unidos. Seu relato foi prirneimmcntc publicado nas de Jacobo t-{NElROV, Ri. if ,b, 1B90r. Bmgs o
128. SC ·1u and tbt Crisu o
forma dedolivro,
página, na edição aqui
La V"1gslardi,, de acu Pa,tido. Em 1898, esses texto, foram compilados ,m
utilizada
jornal
PMl/m~II ~~Prcss, 1999. O Cit. p. 28.
o[ 1\linOl Sfú, Juan B. P·
129- JU,
216
217

Vi!G1111~
As obscr11ações de Justo sobre os meios de trans ~1;1~ . . e\ Carreta reclam,.va da
-,J>'flll' . , citado Jose Migu . e ficava deserta e
como meta.foa da dCtnoctaaa . norte-americana, ou maisPorte,
dir que 0tain u,,d ., . sabático. O ia dizendo que a cidad -americanos o
00
próprio sistema político, reftetcrn tanto urn dado tan.,;.. d •tamente sob, 0' dia1 "'ova lorque ala para os norte .
.li"' . · -- em ,~
wlllt!S,_,nica, d Lorenz de Zav ., os a •-1.,.,.;,: "EI domingo,
di
.
amcncana . . pelo país, istoe••e
no momento cm que VtaJava é ,,_1 •teaJid•de norte.
eo 0 r,-
,i segun o . para os me,ucan • lugares se de ca a
. . e con 8itos SOCJais,
cconollllca • ~" tnoment. d. ee,;,,
. . como mostram sua ParticuJar ,.... ~
IP'""~ etl[O, e en estas
0 ;IP'!<·_ ..., entava o r lacet y de ftcsta, 1 uchos aspcctos
afetada por sua afinidade com o socialismo - Pata reptes sensibilidade _
,,011ru1 bastante wrcrente
~" .. ~::tt0s cs un día fescanso. Este es un~ de ~~::: Ainda no fim
dos VtaJantes que o•precederam.entat a teaJid•de de .,;miento angloamen .cano dei me,ucano ·
rfdJf1f,., ,i reco.,- Y odemos observar no
Mais que tratar pontuahnente da utilização dos meio d
'---do vana · que abordar a existências deedittansp
· dos setores, e lllals el pueblo . era reiterada, como P de tédio ao relatar
envo,ven ,- • ºltes erspectMI ennmento .- .
111 mesma P . Sem negar O s . ôoico à descnçao.
classes
b no sistema ferroviário, o debate que se estabelecia et '!Soes Por a .cano Justo Sierra. acrescenta um tom II
so re a ptopna. . dcrnocraaa. . As representações dotninantes a, em Vetdad'• --""'dolll~ sernNovalorque, . doru1da esta
. . . eram as d' ...,... do!lllllgo · esta abw
que aquele sistema aproXJtnava os diferentes grupos, possibilitand __._.Q! cdid ' 1Por que . ·Se
saída alternativa e inspiradora para as aristocráticas repúblicas da '.'tna ..-- Y q Qué ha sue o. taba en ton eleguco. '
ué ,ol.ed2dl l-. -11 . \os habitantes? pregun - ro· la cuana parte de
Latina. Mas, como notamos, nem todos estavam satisfeitos com •nca \ dónde estan . · compane • lo.
possibilidades. As restrições, ainda que tninoritárias, foram manifesta::" dudadl 1End la tieml No, respondia : cuai:ta parte está en e\ Es
\os b,. trag> o . el camPo, la ,cgun a . (que cstán cerra as.
expressadas de diferentes formas, desde antipáticos queixutncs até critica:
mais contundentes. la pobb.ción esta cn e\ resto cn las cantID1S
\1 tcrccca cn su casa y

As representações dos Estados Unidos também passavam pelas domingo>" . .cal é preciso destacar
comparações entre duas das principais religiões predotninantes em cada 111n
. . do resguardo do~ 'bre os fundamentos
dos espaços americanos. Os norte-americanos, formados historicamente Ainda sobre este top1c~ o or fornecer indícios •:é Pedro Varela, que
por grupos ligados a diferentes ramos do protestantismo, seriam portadores chama a atença p do uruguaio ]o eligià protestante,
de um caráter herdado dessas crenças religiosas. Este seria constituído pela tc!Ato qu~ ideia. Trata-se do :x:agos maçantes à r :ostrando as
sobriedade, pela concentração no trabalho, pela contenção. Na contratnào, jacentes a . uestào dos o tino-americanos e ,,iúntes
~ -1,1.m assoe1ou a q . anos aos la . dos outros l .
os hispano-arnericanos, influenciados pelo catolicismo, seriam um povo -- vos ang\o-amenc ào se diferene1ava do ue os \auno-
festivo, alegre, expansivo, pouco reservado, esbanjador. ~ ndo os po tradições. Ntsso n licaçào sustenran q dedicavam
•"crenças de suas p\ementa sua ex~ . , diversão e que se ~'•ar."'
Corno no caso da democracia, projetada nos meios de transporte "" tanto com · tenClll a or tetu=•
.;,.dos. No en • am toda a sua cxts a vida estava p gem soa
coletivos, no quesito relacionado à vida religiosa, as leituras também - agrav b" m que mensa
,mericanos cons te quando perce . taalismo desse autor'. ada enl!e os seus
se deram por meio da eleição de uma metáfora identificada nas práticas , fé cristi somen do anticlcnc . . "-'usa prauca . nos, os
cotidianas, para se estabelecer as diferenciações entre "eles" e "nós". Trata- 1 d marca . . costa re-,;- te-amer•ca
Consideran o o uma critica ~po ativo sobre os nor .vo mais direto,
se do costume dos norte-americanos, especiahnente os protestantes, de muito m,us como como um 11uzo negra além deste ob1en à questão dos
"guardar" o dotningo, evitando todo tipo de excesso, o que é contrastado conterrâneos do qu~damente. Mas, pa -o que se relaciona
com o hábito dos bispano-arnericanos, sobretudo os católicos, de aproveitar , admirava interessa
quais pro ntc nesta afirmaça '
a data para festejar. há um aspecto
Ern relação a este ponto, viajantes dos mais diversos matizes político-
ideológicos expressaram suas criticas, declarando abertamente preferirem a ~ t . Op. Cit., . P· 46. ào, o autor que stioiu, ai.nUll ~ue de
CARRERA, ). . Cit., p. lS4. . om Cita obs~mç
130. v:\Li\, L. Op C\t . P. )4. C .amcn~nos.
animação reinante entre os povos latinos. Nos relatos compulsados, a critica U \ . ~. }UL,\, Ju,~o. Op. contcnçio doi norte
132. SIE 108-
revelava uma irisatisfaçào com o fastio que recaía sobre as cidades e seus f,nugCOOda _
{ortna ~ -~:;;~,). P. Op. C1t., p-
13).

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