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Quinta Instrução – Jorge Luiz Tomatis Petersen

Aug.’. Resp.’. Loj .’. Simb.’. Luiggi Rossetti n 242

Mais que uma criação humana, são os números a representação do Universo. Todo
o universo pode ser decifrado pela matemática. O equilíbrio perfeito dos planetas
em suas órbitas, o desafiador vôo de uma abelha, o formato das conchas e o próprio
homem. Tudo pode ser traduzido por padrões, por ordem, por sequências, ou seja,
pela matemática, a verdadeira linguagem do universo.

A matemática traduz aquilo que já existe no universo, regras, padrões e leis que
regem tudo e todos desde sempre. Os homens, por observações, cujo princípio, já
se perdeu na noite dos tempos, foram percebendo estas leis universais e criando
registros em um código que fosse capaz de traduzi-las.

Egito, Babilônia, Grêcia, China, Índia são algumas das antigas civilizações que viriam
a desvendar os mistérios da matemática, algumas com uma abordagem mais
concreta e outras por uma acepção totalmente abstrata.

E tais civilizações ao desvendarem estas Leis Naturais que emanam da própria


divindade, não tardaram a entender que cada número, mesmo sendo uma
representação material, acaba por conter uma simbologia, ligada ao mundo
imaterial.

Cada número tem significados que transcendem sua representação de medida. E é


justamente quanto a essa significação, proposta nesta quinta instrução de Aprendiz
Maçom, que buscaremos traçar estas breves linhas.

O número1 é o início de tudo, é a luz primordial, é o primeiro sopro. A unidade


absoluta, infinita. Uma grandeza universal, eterna e indestrutível. Mas exatamente
por ser o TODO, o número 1, alcança uma grandeza absoluta, divina e sob a ótica
humana de difícil compreensão. Pode a mente humana, que é parte do todo,
compreender o todo em toda sua dimensão, em toda sua grandeza? O 1 é o
princípio e o fim de todas as coisas.

Geometricamente o número 1 pode ser representado pelo ponto, que ainda não
seria exatamente uma figura geométrica bidimensional. E o ponto é o limiar da
abstração do volume, é o centro.

Como centro é também o centro místico de onde irradia-se o Espírito, tal qual um
SOL.

Para Clemente da Alexandria, abstraindo-se do corpo suas dimensões e


propriedade, restaria apenas um ponto com uma posição. Retirando-se a posição,
se alcançaria a unidade primordial.
É do número 1 que emana toda manifestação e é a ele que ela retorna quando se
esgota sua existência. É o local simbólico do SER, fonte e fim de todas as coisas.

O número 2 representa a dualidade e, de certa forma, o antagonismo ao número 1.


Na geometria, como o número 1 simbolizava o ponto, ao acrescentarmos outro
ponto, teremos um segmento de reta que, a exemplo do número 1, também não
formaria um figura geometricamente bidimensional. Muitas são as simbologias do
número 2. Essencialmente, carrega a coexistência de duas realidades, que podem
ser complementares ou se antagonizar uma à outra. É a multiplicação, mas também
pode ser a divisão. Traz em sua dualidade referência - como contrariedade - ao bem
e ao mal, ao yin e o yang, o céu e o inferno, o amor e o ódio, ao masculino e ao
feminino, a criação e a destruição. Mas em outros momentos significa a
complementação fecunda, o equilíbrio harmônico como o amor, a união ou a
amizade. E note-se como é tênue a linha que separa a complementação e o
equilíbrio; da contrariedade e desequilíbrio.

Todavia, não adentrarei na sua análise, senão no minimamente necessário por conta
da expressa advertência constante no manual do Ap.: M.:.

Chegamos ao número 3. Na escola Pitagórica este é o primeiro número, posto que


a unidade (UM) e a dualidade (DOIS), não seriam considerados efetivamente como
números.

Mas inicio esta análise por uma famosa citação de Nikola Tesla que sempre me
provocou pensamentos inquietantes. “Se você soubesse a magnificência dos
números 3, 6 e 9 teria a chave do universo”.

Mas que chave seria esta? Que segredos o genial Tesla teria desvendado? Bem,
talvez uma ínfima parte deste “mistério” esteja cotejado na Matemática do Vórtex,
onde os 9 algarismos estão dispostos ao redor de um círculo, sendo o número do
topo o 9 e os seguintes o nº 1, o nº, 2 o nº 3 e assim por diante até o nº 8.

A Matemática do Vórtex propõem uma sequência de somas, que se se inicia pelo


número 1 somando ele a ele mesmo, na qual se obtém o nº 2, que somado a ele
mesmo nos trará o número 4, que somado a ele mesmo nos trará o número 8, que
somado a ele mesmo levará a 16 (como 16 não se encontra no círculo, reduz-se,
pela soma ao nº 7), o número 16 somado a ele mesmo será 32 ( que reduzido será
o nº 5), já a soma de 32 com ele próprio resultará em 64 (cuja primeira redução
encontrará o nº 10 e na segunda redução o nº 1, novamente). Esse padrão se repete
ao infinito, sempre chegaremos a mesma sequência de números 1,2,4,8,7,5, que se
repete eternamente.

Como se observa neste padrão não estão presentes os nº 3, 6 e 9. Isto ocorre porque
3, 6 e 9 não estariam no plano físico. O 3, 6 e 9, que não são físicos, mas governam
o mundo físico no nível quântico. E aí entra outra questão muito interessante
peguemos o nº 3 e façamos a soma com ele próprio e obteremos o nº 6, que
somado a ele próprio resultará no número 12 ( que reduzido pelo soma será
novamente o 3), o 12 somado a ele mesmo, resultará no nº 24 ( que reduzido, será
novamente o nº 6) e esse padrão também se repete infinitamente, indo de 3 a 6, e
de 6 a 3. Em que pese não seja o tema desta instrução, para que o estudo da
Matemática do Vórtex não fique incompleto, nada obsta referir que restou fora
destes padrões o nº 9. E está fora exatamente por sua imutabilidade e constância,
pois independente de quantas vezes for somado ou dividido o resultado sempre
retornará a 9.

E, chama a atenção que, ao traçarmos uma linha ligando os nº que compõem o


padrão 1,2,4,8,7 e 5 no interior do círculo, obteremos uma figura semelhante ao
símbolo do infinito.

O simbolismo do número 3 e sua referência em textos religiosos e místicos é


constante. Jesus foi tentado 3 vezes e sua idade sempre referida é 33 (que pode ser
visto como um duplo 3). 3 são os Reis magos, que simbolizam as 3 funções do Rei
do Mundo, que na pessoa de Cristo nasce como Rei, Sacerdote e Profeta. 3 são os
dias entre a morte e ressureição de Cristo. No Budismo existe a “Jóia tripla”,
consistente em Buda, Darma e Sanga e a manifestação divina hindu que se dá pela
tríade Brahma, Vishnu e Shiva. Já no antigo Irã existem os 3 Bukht, que são o Bom
Pensamento, a Boa Palavra e a Boa Ação. Na mitologia nórdica encontramos Zeus,
Poseidon e Hades, três irmãos que governam respectivamente os Céus e a terra, os
Oceanos e os Infernos. E muitas outras referências existem a alimentar essa
característica mítica do número 3.

O 3 equivale também a rivalidade superada (rivalidade simbolizada pelo número 2).


O 3 é na dialética consubstanciado pela tese, antítese e síntese. Na Cabala, os
primeiros Sefirot são classificados em 3 ternários, sendo o primeiro da ordem
intelectual (Pai-Princípio, Verbo-Pensamento Criador e Virgem-Mãe ), o segundo da
ordem moral (Graça Misericordiosa, Julgamento Rigoroso e Beleza Sensível) e o
terceiro da ordem dinâmica (Princípio que Dirige o Progresso, Ordem Correta da
Execução e Energias realizadoras do Plano).

Designa ainda os níveis da vida humana: material, racional e espiritual; mas também
designa a evolução de qualquer vida, humana ou não: aparecimento, evolução e
destruição ou nascimento, crescimento e morte.

Na obra Des Archtetura de Marcos Vitrúvio Polião, o arquiteto Romano apresenta


sua tríade, firmitas (solidez), utilitas (utilidade), e venustas (beleza) como os 3
elementos fundamentais da arquitetura. Para Vitrúvio, uma obra além de ser sólida
e ter uma utilidade, deveria seguir os padrões clássicos de beleza.
Na Maçonaria 3 são as luzes, 3 são os graus, 3 são os segredos do Grau de Aprendiz,
3 vezes se pronuncia Huzzé, 3 é a bateria, 3 é a idade do Apr.: M.:, 3 são os passos a
serem dados ao entrar no Templo, 3 são os golpes dados pelas luzes, assim como
as pancadas a porta do Templo, e tantas outras vezes se revela a importância do
número 3 nessa fraternidade: Sabedoria, Força e Beleza ou Esquadro, Nível e o
Prumo, ou liberdade, fraternidade e igualdade, ou ainda Respeito a Deus, Amor ao
Próximo e Dedicação a Família, e assim por diante.

Na Geometria o número 3 vem representado pelo primeiro elemento geométrico


bidimensional ou, para Boécio, a primeira superfície: o triângulo.

Triângulo que assume também todo um simbolismo que lhe é próprio, mas que se
enlaça com o simbolismo do número 3. Pode significar fogo e masculinidade
quando aponta para cima, mas também água e feminilidade quando aponta para
baixo. Na tradição judaica o triângulo equilátero significa Deus, o próprio selo de
Salomão é constituído de 2 triângulos invertidos.

E claro como deixar de referir o Delta Luminoso e sua enorme significância na


Maçonaria. O Ternário Cósmico que tem sua base como Duração e seus lados como
Trevas e Luz.

O diálogo da quinta instrução encerra-se com uma breve referência ao numero


quatro, referindo o Tetagrama IEVE e as 4 provas dos elementos realizadas pelo
iniciando. Mas a brevidade da referência, não diminui a significância do número 4.

Como já visto no Tetagrama o nome de Deus tem 4 letras, 4 são os cavaleiros do


apocalipse (Peste, Guerra, Fome e Morte). Morte, que alias, em japonês tem o
mesmo significado que 4, ambos representados pela palavra Shi.

4 são as estações do ano, 4 são os pontos cardeais, a lua tem 4 fases, a cruz tem 4
braços ou pontas. 4 são os rios do Paraíso e 4 são as muralhas de Jerusalém. O Veda
é dividido em 4 partes (hinos, sortilégios, liturgia e especulações). Muitas são as
expressões que se utilizam do número 4 para referir algo vasto como os 4 cantos
do mundo, os 4 mares e os 4 sóis.

O número 4 caracteriza o universo em sua totalidade, significando solidez,


tangibilidade e sensibilidade, pelo que parece estar realmente mais ligado ao
mundo material, note-se que as referências acima são praticamente todas criações
da própria mente humana seguindo padrões de conveniência e organização
sistemática.

Logicamente apresenta também significados imateriais e intangíveis, mas


perceptivelmente em escala menor que o número 3.
Assim como o 3 se liga ao triângulo, o 4 se liga ao quadrado e a cruz. E assim, como
o triângulo serve de base a Pirâmide, o quadrado serve de base ao cubo. E é
exatamente aqui que não tenho como me afastar da sensação de que há uma íntima
relação entre a escassez de informações na quinta instrução sobre o número quatro
e o fato de que é ato de construção individual o polimento de nossa Pedra Bruta.

Mais ainda quando, sendo este o derradeiro trabalho do Grau de Ap.: M.:, no plano
ideal, devo apresentar-me com a pedra um pouco mais polida e, portanto, mais
perto da forma cúbica. Forma esta cuja base é o quadrado, que se origina, como já
visto, do número 4.

Por fim, já pedindo escusas pelo volume que este trabalho acabou tomando e sem
pretender tomar ainda mais tempo nesta apresentação, gostaria de rapidamente
voltar ao arquiteto romano Vitrúvio, pois foi com base em um desafio dele que
Leonardo Da Vinci elaborou o famoso desenho que contempla as proporções
humanas, denominado de “Homem Vitruviano. Vitrúvio em sua obra já referia que
“para que qualquer edifício seja belo, deve ter simetria e proporções perfeitas, como
as encontradas na natureza” e “Como o objeto mais perfeito da natureza é o
homem, um edifício perfeito deve ter as proporções do corpo humano”. Vitrúvio já
percebia que toda a natureza seguia um padrão matemático e geométrico que
proporciona equilíbrio e beleza em suas formas. E da Vinci, acabou por, baseado
nessa idéia produzir o famoso desenho, conferindo ao mesmo as proporções
perfeitas do Ser Humano, que são também a perfeita representação do número
áureo da matemática. E ainda, quando se pensa em Geometria, o homem vitruviano,
cujas pernas abertas formam um triângulo equilátero, está inserido tanto em um
círculo como em quadrado, sendo que ambos possuem a mesma área.

Muitas outras referências como a sequência de Fibonacci, o Pi e o Phi poderiam


agregar ainda mais circunstâncias intrigantes e instigadoras em nosso estudo, mas
encerro o mesmo, referindo que todos estes números 1,2,3 e 4, estudados nesse
breve trabalho, formam a Sagrada Tetraktys de Pitágoras, formação matemática que
apresenta o triângulo perfeito e representa a ordem da criação do universo, cujo
vértice apresenta o Deus Uno e Criador, seguido da Dualidade, vindo logo depois a
Tricotomia Humana e por fim, na base da pirâmide, apresenta os 4 elementos da
matéria.

Assim encerro minha apresentação da Quinta Instrução, esperando ter sido


merecedor da atenção de meus irmãos.

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