Você está na página 1de 2

Vencido está de amor

Vencido está de amor meu pensamento


o mais que pode ser vencida a vida,
sujeita a vos servir e instituída,
oferecendo tudo a vosso intento.

Contente deste bem, louva o momento


ou hora em que se viu tão bem perdida;
mil vezes desejando a tal ferida
outra vez renovar seu perdimento.

Com essa pretensão está segura


a causa que me guia nesta empresa,
tão estranha, tão doce, honrosa e alta.

Jurando não seguir outra ventura,


votando só por vós rara firmeza,
ou ser no vosso amor achado em falta.

Luís Vaz de Camões

Análise
Neste poema de autoria de Luís de Camões, poeta português nos séculos
XV-XVI, é enaltecido os efeitos do amor, tais como: a dedicação total ao
compromisso e a dependência amorosa.
Efetivamente, no início deste poema, o autor demostra uma grande feição
pela a sua amada, dizendo que o seu amor por ela foi uma maior conquista do
que os seus feitos na vida (“Vencido está de amor meu pensamento/o mais
que pode ser vencida a vida,”). Além disso, nos dois os últimos versos da
primeira estrofe, este mostra uma entrega total a ela, dando-lhe tudo o que
ela precisa, mesmo que isso signifique que ele tenha que arcar com as
consequências (“sujeita a vos servir e instituída/oferecendo tudo a vosso
intento.”). Na estrofe seguinte, ele diz que prefere sentir dor a amá-la, do que
vivenciar a sua vida sem ela (“mil vezes desejando a tal ferida/outra vez
renovar seu perdimento”). Na penúltima estrofe, ele usa uma enumeração
para enumerar o que ele sente nesta jornada do amor (“a causa que me guia
nesta empresa, /tão estranha, tão doce, honrosa e alta.”). Por fim, Luís de
Camões, reforça a ideia de que não haverá outra mulher igual a ela e que irá
sempre esperar por ela (“Jurando não seguir outra ventura, /votando só por
vós rara firmeza,”).
Em suma, com este poema, o poeta evidencia o que amor pode trazer nas
nossas vidas e como este pode mudar a nossa forma de pensar e agir.

Intertextualidade
«O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o
amor. O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor.»
Anais Nin
Esta frase transmite a mesma ideia que o poeta, dizendo que o amor é a coisa
mais forte que pode haver e que quando a paixão é verdadeira, esquecemo-
nos do mundo ao nosso redor, tornando a pessoa em questão como a nossa
prioridade. De facto, tanto Luís Vaz de Camões, como a autora desta citação,
reforçam o pensamento de que se encontrarmos a pessoa certa e não
esperarmos apenas ser amados, mas também sabermos amar, este sentimento
pode tornar-se numa incrível felicidade sem fim.

Trabalho realizado por:


Aires, nº3; Inês Lopes, nº18
Inês Ferreira, nº19; Mariana, nº27

Você também pode gostar