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Fichamento

Hobsbawm, Eric. História Operária e Ideologia. IN: Mundos do Trabalho Novos


estudos sobre a história operária. São Paulo: Paz e Terra. Pgs 24-30.

● A história operária ampliou seu campo de ação e seu método em parte através de
uma extensão para uma história social em sentido amplo, em parte a partir da
necessidade de explorar fontes novas e em parte através do contato com as
ciências sociais.
● Grande parte da história operária precisa utilizar novas técnicas, especialmente
as quantitativas. O uso de técnicas quantitativas oferece três tentações. 1) As
pesquisas quantitativas tornarem-se um fim em si mesmas. 2) O exagero do
valor dos dados aos quais as técnicas podem aplicar-se. 3) Ignorar as
ambigüidades e dificuldades conceituais dos dados.
● O autor afirma que a aplicação de conceitos provenientes das ciências sociais
também é perigosa. Os conceitos e ideias utilizados devem ser pertinentes às
questões. Para isso é necessário possuir clareza acerca das questões.
● O autor tece algumas considerações: 1) A história operária é parte da história da
sociedade. As classes não podem ser analisadas isoladamente ou em termos de
suas divisões internas. É necessário analisar o que é e como funciona a
sociedade em que as classes estão inseridas.
● 2) A história operária é um assunto multifacetado, embora seus níveis (político,
cultural, ideológico, etc.) formem um todo tanto no sentido de operarem num
contexto dado pelo passado, quanto no sentido de que mudam ao longo do
tempo de determinadas maneiras específicas. Não se deve abstrair um nível dos
demais.
● 3) Alguns aspectos do tema são quantificáveis e outros não. O problema da
história operária é como combinar diferentes tipos de quantificação e enunciados
qualitativos.
● Segundo o autor, a tendência é que grandes pesquisas sejam feitas por equipes
que tendem mais a subdividi-las do que sintetizá-las. No entanto, mesmo que
haja uma maior divisão entre os que pesquisam e os que produzem sínteses, a
dificuldade não desaparecerá. Talvez essa seja uma dificuldade essencial para
todos os historiadores.
● A história operária preocupa-se tanto em mudar quanto em interpretar o mundo.
A interpretação deve ser objetivamente válida, comunicável a qualquer um. O
importante não é o grau de envolvimento com o objeto de pesquisa mas a
qualidade da interpretação produzida.
● O autor esclarece o que ele quer dizer com transformar o mundo. Ele afirma que
há uma relação direta entre teorias acadêmicas e intenções políticas. Para ele é
mais difícil dar-se conta disso em relação às nossas próprias interpretações. Ele
questiona em que sentido desejamos transformar o mundo ou se nossas
pesquisas implicam em transformações.
● O autor diz que não podemos esquecer que o objeto de nossas pesquisas são
seres humanos e que para muitos de nós o objetivo de pesquisar é criar um
mundo em que os trabalhadores possam criar sua própria vida e sua própria
história.

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