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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO:
DESENVOLVIMENTO DO PROTOTIPO MOTOR STIRLING, “J.P.E.D.D”

JOÃO PESSOA – PB
DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO “J.P.E.D.D”

Pedro Arthur Pordeus Sarmento / RGM: 22994939


Edilson Pereira Soares Filho / RGM: 23359056
Dayan Christian de Souza Albino / RGM: 28182049
Jeferson Alexandre Ferreira Silva / RGM:
23402768 Diêgo Honório Nunes / RGM: 23125659

Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ - CEP 58053-000

RESUMO:
Para o desenvolvimento do protótipo “J.P.E.D.D” foi utilizando o Motor Stirling como base
para o seu desenvolvimento. Tal motor pode ser descrito simploriamente como um ciclo
regenerativo constante, onde uma determinada massa gasosa ou liquida, é aquecida e
resfriada infinitamente, enquanto a fonte de calor que alimenta o sistema perdurar. Este ciclo
termodinâmico possibilita a construção de um motor que pode funcionar com qualquer tipo
de fonte de calor, em um sistema fechado dividido em duas câmaras comunicantes, sendo
uma quente e outra fria, a massa térmica aquecida transita pela câmara quente deslocando o
pistão até o ponto onde perde calor durante o seu percurso, sendo extraída pelo segundo
pistão presente na câmara fria, onde em seguida, é direcionado novamente para a fonte de
calor e assim reiniciando o seu ciclo. O relatório a seguir tem como finalidade fornecer uma
narrativa sobre todo o processo para a produção do protótipo, mostrando a versatilidade e as
aplicações em áreas diversificadas e reportar todos os benefícios e malefícios que envolvem a
utilização de um motor com este ciclo térmico.

Palavras-Chave: Ciclo Termodinâmico, Sistema Fechado, Protótipo, Fonte de Calor, Motor


Stirling Alfa.

INTRODUÇÃO:
A busca por uma forma de aproveitar cada vez mais os recursos energéticos que nôs são
oferecidos no mundo sempre foi de grande importância. Foi quando em 1816, um
engenheiro Escocês chamado de Robert Stirling desenvolveu um motor de combustão
externa conhecido como Motor Stirling, sendo capaz de transformar energia calorifica de
fontes diversas como carvão, combustível fóssil, biomassa, e etc, em energia mecânica,
desta forma contribuindo consideravelmente na busca pelo aproveitamento máximo das
matrizes energéticas. O motor Stirling poderá ser projetado utilizando tanto hidrogênio,
hélio, ou nitrogênio, todos com a mesma eficiência e temperatura de operação (MICHELS,
1975).
O principal motivo que levou Robert Stirling ao desenvolvimento deste novo ciclo foi a
procura de um substituto para os motores a vapor da sua época, os quais apresentavam baixa
eficiência energética, assim como riscos à segurança daqueles que os operavam. Tais
motores não podiam explodir, e produziam mais potência do que as maquinas a vapor da
época (FERNANDES, 2010).

Os motores a combustão interna estão fadados a entrar em desuso graças aos altos níveis
de poluição que eles geram e a baixa eficiência que eles apresentam, com isto em mente, a
ideia de utilizar motores Stirling parece cada vez mais viável, dado que o seu funcionamento
depende de uma fonte de calor que não necessariamente seja abastecida por fontes orgânicas.
Conforme Ferndnades e Sousa, 2010, corroborado por Silva, muito em breve, motores que
trabalham com combustão interna de alguns derivados do petróleo na forma líquida entrarão
em desuso por causa da viabilização do ciclo Stirling e outros ciclos (FERNANDES, 2010)
(SILVA et. al, n/a).

O motor funciona a partir de quatro processos termodinâmicos sequenciais, onde cada


fase do ciclo corresponde a uma transformação termodinâmica, na figura a seguir podemos
visualizar cada mudança de fase durante o ciclo:

Figura 1– Diagrama PXV do Ciclo Stirling.

Fonte - Autoral

1-2 Compressão isotérmica (na qual há também rejeição de


calor). 2-3 Calor é transferido ao fluido de trabalho a volume
constante.
3-4 Expansão isotérmica (há também transferência de calor ao fluido de trabalho). B-C –
Calor é rejeitado a volume constante.
4-1 Calor rejeitado a volume constante.

Nos últimos séculos as inovações nos proporcionaram um aumento de eficiência na


geração de médias potenciais com menores investimentos (SILVA et. al, n/a). Tendo em
vista que um dos fatores que inviabilizam a produção dos motores
Stirling foi o seu alto custo de produção, esse aumento de potência com menores investimentos
causa uma diminuição considerável no seu custo de produção.

O motor Stirling vem sendo cada vez mais estudado para sua viabilização em gerar
energia elétrica, isso se dá pela sua alta eficiência se comparado com outros métodos,
principalmente quando se deseja uma outra solução para o uso de combustíveis fosseis
(SILVA et. al, n/a). Em ambientes onde se tem escassez de combustíveis a base de Petróleo,
o motor Stirling se destaca, pelo fator da sua flexibilidade com o uso de combustíveis.

A eficiência e algo muito importante quando abordamos o ciclo Stirling, pois apresenta
variações de acordo com a temperatura e a pressão presentes dentro no motor, tais variações
podem ser controladas de acordo com a qualidade dos trocadores de calor e da vedação
utilizada na sua produção. A eficiência deste motor pode alcançar uma faixa de 30 a 40%
de eficiência, enquanto opera numa faixa de 923 – 1073K com uma velocidade de operação de
2000 a 4000 RPM (CRUZ, 2012). Tais dados também podem variar de acordo com o tipo de
fluido de trabalho utilizado. Quando operado com Nitrogênio ou Ar, sua taxa de rendimento
fica limitada de 20 a 25% da potência fornecida se comparada ao hidrogênio ou hélio em um
sistema com as mesmas dimensões (MICHELS, 1975).

Tendo em vista a grande variação da eficiência do motor, Matnini (1971) e Clarke (1982),
desenvolveram uma fórmula para a seleção do mesmo; Onde:

Fator de Capacidade = Condutividade Térmica / Calor Específico x Densidade

Mesmo com a eficiência do motor variando bastante de acordo com o fluido de trabalho
utilizado, ele se encontra entre um dos ciclos térmicos com maior eficiência. Este possui uma
eficiência igual ao ciclo de Carnot, sendo está a mais alta eficiência entre os motores térmicos
(Hirata, 1995). Mesmo com tamanha eficiência, sua utilização se encontra limitada quando
comparada com as demais, mas com os diversos estudos recentes na área, isso poderá deixar
de ser o caso em breve.

MATERIAIS E METODOS:

Para a fabricação do seguinte protótipo “J.P.E.D.D”, foram utilizados os seguintes Materiais e


Métodos.
1. Materiais necessários para fabricação do protótipo:
• Mangueira de alta pressão 16 cm de comprimento

Figura 2 – Mangueira de Alta Pressão


Fonte - Autoral

• 4 (Quatro) Mãos francesas de 3x5.

Figura 3 - Mão Francesa


Fonte - Autoral

• Pistões feitos de Durepox com 1 (uma) polegada de largura e 3cm de comprimento.

Figura 4 - Pistões de Durepox


Fonte - Autoral

• 1 (Uma) Roda de Inercia, para o protótipo, foi utilizado uma roda de carrinho
de supermercado.
Figura 5 –Roda de Inercia
Fonte – Autoral
• 1 (Uma) caldeira, utilizou-se uma lata de spray de tinta.

Figura 6 - Caldeira
Fonte - Autoral

• 3 arrames de alumínio de 22 cm, 20 cm e 11 cm de comprimento.


• 1 cano PVC com 10 cm de comprimento e com 20mm de diâmetro.
• 1 cano PVC com 14 cm de comprimento e com 25mm de diâmetro.
• 1 conexão em T de 20 mm
• 1 tampão de 20 mm
• 1 abraçadeira
• 1 (Uma) caldeira, utilizou-se uma lata de spray de tinta.
• 3 arrames de alumínio de 22 cm, 20 cm e 11 cm de comprimento.
• 32 parafusos de madeira.
• 1 parafuso sextavado 105x8mm
• 5 porcas 8mm
• 400 mm de arame 2,7 mm diâmetro
• 7 cantoneira em L
• 2 chapas com 2 furos 65x18mm
• 1 chapa com 3 furos 90x20 mm
• 1 chapa em L 3 furos 70x70mm

2. Passo a passo da sua produção:


• Primeiro, realizasse a fixação das mãos francesas nos suportes de madeira.

Figura 7 – Dimensionamento das placas de madeira


Fonte - Autoral
• Em seguida, fixasse a roda de inercia entre os suportes feitos.

Figura 8 - Instalação da roda de inercia


Fonte - Autoral

• Agora, ligasse os arrames a roda de inercia, aos pistões e a mão francesa; e em seguida
nos posicionamos os pistões ligados aos arrames dentro dos canos; e por fim conectasse
uma das pontas da mangueira a nossa caldeira e a outra até a entrada do nosso sistema.

Figura 9 – Conclusão da montagem

Fonte - Autoral
Figura 10 – Dimensionamento do Sistema

Fonte - Autoral

3. Dificuldades encontradas e Apontamentos:


É importante ressaltar que todo o sistema precisa estar perfeitamente vedado, ou seja,
sem nenhum tipo de vazamento ao longo do movimento dos pistões ou na mangueira de
alimentação. Este foi o principal problema encontrado durante o desenvolvimento do
protótipo, os pistões não ficaram ajustados perfeitamente com as paredes internas dos canos,
causando vazamento e consequentemente perda de pressão dentro do sistema.
Junto a problemática de manter o sistema bem vedado, tem e bom salientar que se
possível, utilizar materiais da melhor qualidade disponível, os canos de PVC e os pistões de
Durepox são uma solução barata e viável em teoria, mas geram muito atrito, o que acaba por
dificultar uma movimentação mais límpida dos pistões, assim dificultando o motor a tingir o
seu pico de trabalho.
CONCLUSÃO:

Com este relatório concluísse que:


• O protótipo não funcionou como previsto devido às limitações dos materiais disponíveis.
• O Motor Stirling possui uma das melhores eficiências entre os motores térmicos, mas
necessário mais pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para uma melhor
implementação
dele, no mercado.
• Suas aplicações são diversas, podendo ser implementadas em vários meios, como
por exemplo: bombas hidráulicas, veículos e geradores.
• Mesmo possuindo uma excelente eficiência, sua produção ainda e muito cara, se
comparada com motores térmicos de outros ciclos, além de que sua produção necessita de
uma vedação perfeita, qualquer vazamento no sistema condena o mesmo.

REFERENCIAS BIBLIOGRAIFACAS:
1. da Silva, Jonas Cordeiro, and Ronaldo Hoffmann. "O uso do ciclo Stirling no
aproveitamento de fontes térmicas."
2. FERNANDES, B.L.; SOUSA, R.P. Motor Stirling. Centro Universitário Salesiano
Campinas. Campinas. 2010
3. CRUZ, Vinícius G. Desenvolvimento Experimental de um Motor Stirling Tipo
Gama. Dissertação de mestrado. Universidade Federal da Paraíba. 2012.
4. MICHELS, A.P.J. The Philips Stirling engine: a study of its efficiency as a function
of operating temperatures and working fluids. IFCEO record. p. 1506- 1510. 1976.
5. HIRATA, K. Schmidt theory for Stirling Engines. Stirling Engine home page. Disponível
em: Stirling Engine Home Page -English- (bekkoame.ne.jp)
6. CLARKE M.A.; READER G.T.; TAYLOR D.R. Experiences in the commissioning of a prototype
20 kW helium charged Stirling engine. In: Seventeenth intersociety energy conversion
engineering conference. London. v. 829298. p. 1796–1800. 1983.

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