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Tema 3 - Um Mundo Fragmentado

3.1 Espaços de fluxos e atores mundiais

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1. A nível internacional os fluxos de pessoas são cada vez mais intensos. Podemos apontar várias razões
justificativas: migrações relacionadas com o trabalho, fluxos relacionados com o lazer, fluxos
indesejados relacionados com guerras, terrorismos ou catástrofes naturais.

2. As TIC permitem fazer compras eletrónicas (produtos, viagens e prestação de serviços). A troca de
informação instantânea permitem um grande volume de fluxos financeiros e/ou de informações de
diversa natureza. As TIC aceleraram e reforçaram os fluxos a nível global.

3. Podem referir-se, entre outras, as seguintes razões:


‒ melhoria dos transportes e das telecomunicações;
‒ divulgação de diferentes destinos turísticos;
‒ promoção das atividades de lazer;
‒ melhoria das condições de vida das populações, particularmente nos países mais ricos.
4. Os transportes, em particular o transporte marítimo tornou-se mais rápido e com maior capacidade
de carga o que se traduziu na redução dos custos por unidade de distância. Neste contexto os portos
internacionais tornaram-se nos "nós" fundamentais de uma rede global de fluxos comerciais. O
transporte marítimo é cada vez mais utilizado nas importações/exportações de produtos de diversa
natureza.

5. A figura 5 aponta para constrangimentos na utilização das TIC: dificuldades em aceder à Internet,
bloqueios técnicos, anomalias técnicas, dificuldade em localizar ou ligar-se a uma rede, a intensidade
do sinal Wi-Fi inesperada ou a desligar, incapacidade de acesso à Internet, etc.

6. China e os EUA tornaram-se nos grandes dinamizadores da economia mundial: os ditos


"chimericanos" de oeste alimentam as exportações da China. Esta usou parte do dinheiro ganho para
financiar o défice dos EUA. Vive-se uma fase da globalização em que os fluxos de capitais do mundo
oriental se dirigem para o mundo ocidental.
Fluxos migratórios e populacionais no mundo contemporâneo
Migrações – Deslocação de pessoas de um lugar
para outro com a intenção de lá
permanecer ou de, apenas, ficar
temporariamente.

Migrantes – As pessoas que migram.

Migrantes
Atualmente o número de migrantes internacionais ronda os 281 milhões, o equivalente
a 3,6% da população mundial.

Em 2020
Ao longo das últimas décadas têm-se
verificado um aumento dos fluxos
migratórios em todas as regiões,
embora mais na Europa e na Ásia.
Migrantes internacionais, por região de residência, 2005-2020 (milhões)
Os fluxos migratórios internacionais
são mais significativos entre os
Países do Sul (PED) e os Países do
Norte (PD).
Principais países de origem e de destino dos migrantes internacionais
Migrantes internacionais por grupo etário

< 20 anos

Dos 20 aos 64 anos

Anos
Idade média 65 e + anos
Migrantes internacionais por género
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1.1 a) A maioria dos migrantes qualificados é oriunda da


China, dos países da Europa ocidental, da Coreia do sul
e da Austrália;

b) A grande maioria dos migrantes pouco qualificados


dirige-se para a Austrália, Japão, EUA, África do Sul,
para alguns países da Europa e para os Estados do
Golfo Pérsico.
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1.1
1.2
TIPOS DE MIGRAÇÕES

Quanto ao ESPAÇO
ü Internas - Êxodo rural;

- Êxodo urbano;

ü Externas ou - Intracontinentais;
internacionais
- Intercontinentais.

Cruzamento de fronteira
por um período mínimo
de 6 meses

Pessoas viajantes, China.


EMIGRAÇÃO IMIGRAÇÃO

Saída de população de um país Entrada de população num país,


para outro, a fim de trabalhar e para aí trabalhar e residir.
residir.

SALDO MIGRATÓRIO

Diferença entre o número de imigrantes (I) e o de emigrantes (E), num certo país ou
região, num dado período, geralmente um ano.

SM = I – E
I > E --- positivo
I = E --- nulo
I < E --- negativo
Quanto à DURAÇÃO

ü Permanentes

ü Temporárias - Movimentos pendulares.

- Migrações sazonais -
realizadas com uma
certa periodicidade no
ano, durante semanas
ou meses, para trabalhar
em colheitas ou no
turismo, por exemplo.

Trabalhadores migrantes na
Congestionamento noépoca
acessodas colheitas.
a Los Angeles,Califórnia,
EUA.
Imigrante temporário, vindimas. EUA.
Quanto à QUALIFICAÇÃO

- Altamente qualificadas
Aquelas que são realizadas maioritariamente por estudantes e “cérebros” oriundos dos países
asiáticos e africanos e têm como destino polos de poder científico e tecnológico – EUA, Canadá e
países da Europa.

- Qualificadas, mas para o exercício de funções aquém das habilitações;


Realizadas principalmente por indivíduos vindos do Leste europeu para os países ocidentais.

- Para adquirir qualificações;


Este tipo de migração é típica dos países pouco desenvolvidos, nomeadamente africanos, que vêm
fazer as suas formações à Europa e depois regressam aos países de origem.

- Não qualificadas;
Feitas sobretudo por indivíduos pouco habilitados e que têm como destino os países industrializados.
Muitas são ilegais.
Sul/Norte Sul/Sul Norte/Norte

40%
33% 22%

Migrações não
qualificadas ou Migrações altamente
para adquirir Migrações não qualificadas e
qualificação qualificadas migrantes não
qualificados (em
menor número)

Dados de 2011 - IOM (2013)


Quanto à FORMA (Tomada de decisão / Relação com o Estado)

ü Legais

ü Ilegais ou
clandestinas

ü Livres ou
Voluntárias

ü Forçadas
Migrantes ilegais – clandestinos

Refugiados
Imigração ilegal
Migrações ilegais na
Europa do século XXI
https://pt.euronews.com/2
021/05/18/espanha-tenta-
travar-migracao-ilegal

https://pt.euronews.com/2
020/01/11/novo-naufragio-
no-mediterraneo-faz-pelo-
menos-12-mortos

https://pt.euronews.com/v
ideo/2015/06/08/crise-da-
imigracao-ilegal-no-
mediterraneo-seis-mil-
resgatados-durante-o-fim-
de
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1.1 A pessoa escolhida terá de ser jovem (32 anos ou menos), ser licenciado e ter domínio da língua
inglesa.

2. As áreas de origem das migrações situam-se, preferencialmente na América Central e do Sul


(especialmente no Brasil), África subsariana e "Corno" de África, China, Myanmar [Birmânia],
Bangladesh, Índia, Filipinas, Sri Lanka, Afeganistão, Paquistão e Irão. Por outro lado, os EUA e o
Canadá, a maior parte dos países da Europa ocidental, os Estados do Golfo, a África do Sul e a
Austrália são o principal destino das migrações ilegais.
De salientar que determinadas áreas se tornaram "corredores de passagem": o México para as
migrações da América central; o norte de África e o Mediterrâneo para as migrações da África
subsariana, a Turquia para a passagem de migrantes oriundos do Médio Oriente, Afeganistão,
Paquistão, Irão e Índia.

3.1 A América do Norte, as Caraíbas, os países da UE particularmente os mediterrânicos, a África do


Sul, o Médio Oriente, Golfo de Bengala (costa E da Índia e costa W de Myanmar e Tailândia) e a
Austrália.

3.2
Migrações Forçadas – 89,3 milhões

Refugiados – 27,1 milhões Requerentes de asilo – 4,6 milhões

Deslocados internos – 59,1 milhões

Campo de refugiados Deslocados ucranianos


De com o ACNUR, no final de 2021:
• o número de pessoas deslocadas por guerras, violência, perseguições e abusos de direitos humanos
chegou a 89,3 milhões;
• o número de refugiados Migrações forçadas
cresceu para 27,1
milhões;
• o número de requerentes
de asilo chegou a 4,6
milhões (um crescimento
de 11%).
• o número de pessoas
deslocadas internamente
atingiu os 53,2 milhões.
Número de refugiados por país de origem, 2021
Número de refugiados por país de acolhimento, 2021
Outros tipos de migração

- Migrações de retorno - Migrações de reformados

- Migração tipo “astronauta” - Migração póstuma

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1. Figura 12 – O número de refugiados, a partir de 2007 estabilizou, registando-se um ligeiro aumento
nos últimos anos; o número de pessoas deslocadas internamente aumentou de forma bastante
sensível, a partir de 2006;
Figura 13 – O Afeganistão, a Síria, a Somália e o Sudão são os países que originaram maior número de
refugiados;
Figura 14 – O Paquistão, o Irão, a Jordânia e o Líbano são os países que mais refugiados acolheram.
CAUSAS DAS MIGRAÇÕES

ü Económicas, realizadas na expectativa de ü Demográficas, realizadas a partir dos


conseguir melhores condições de vida e países jovens e superpovoados do Sul
por motivos de trabalho. para os países com uma população
estagnada e envelhecida do Norte.

ü Humanitárias, motivadas por ü Histórico-institucionais, incentivadas


perseguições (religiosas ou étnicas), pelos Estados e instituições, como, por
conflitos armados ou catástrofes naturais exemplo, o recrutamento maciço de mão
e/ou ambientais. de obra no pós 2ª Guerra Mundial.

ü Sociológicas, devido ao capital cultural e social. As características da sociedade, as


oportunidades que determinado país ou região oferece, o estilo de vida que proporciona, a
presença de familiares ou de compatriotas, etc.

Campo de refugiados, Albânia.


ü Causas socioeconómicas
e n te nas de m à
C e
- Desemprego e baixos salários. es s oas aflu s EUA
p o
b a ixada d
em
- Falta de serviços essenciais, como cuidados de e
para s tarem às
saúde e educação; a
candid agas de
v s.
- Surtos de fome; novas o nesse paí
h
trabal
- Sobrepovoamento, falta de habitação condigna;
- Quando os seus meios de subsistência são
colocados em causa.

ü Conflitos políticos, religiosos ou guerras

- Conflitos armados ou guerras.


- Intolerância religiosa ou étnica;
- Perseguições.
Refugiados ucranianos
ü Causas naturais

- Secas prolongadas e desertificação.


- Terramotos ou tsunamis/maremotos;
- Erupções vulcânicas.

Erupção vulcânica, Havai. Destruição provocada por um sismo, Itália.


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1. Podem apontar-se, entre muitas outras, as seguintes razões:
– questões económicas (baixos salários);
– procura de melhores condições de vida (saúde, habitação, educação, etc.);
– atração por países que oferecem mais e melhor emprego, melhores remunerações e regalias sociais;
– causas políticas e religiosas;
– melhoria dos transportes e das telecomunicações que vieram facilitar as migrações no mundo atual.

2. Os países que apresentam uma estrutura etária onde predominam as populações jovens são os que
mais alimentam as migrações internacionais.
Normalmente, estas estruturas etárias são características de países em desenvolvimento que não
garantem nem emprego nem qualificação dos seus jovens.
CONSEQUÊNCIAS DAS MIGRAÇÕES
Nas regiões/países de partida/saída

ü Diminuição da população.
ü Redução da taxa de natalidade.
ü Envelhecimento da população.

ü Redução da população ativa.


ü Diminuição da taxa de desemprego.
ü Chegada de remessas dos emigrantes.

ü Despovoamento; abandono de território.

Trabalhadores ilegais, capturados, Israel.


CONSEQUÊNCIAS DAS MIGRAÇÕES

Nas regiões/países de chegada

ü Aumento da população total.


ü Rejuvenescimento da população.
ü Aumento da taxa de natalidade.

ü Acréscimo do número de ativos.


ü Maior oferta de mão de obra.
ü Estimulo do crescimento económico.

ü Carências habitacionais.
ü Promoção da diversidade cultural e étnica
(Multiculturalismo).
ü Problemas de integração social e intolerância.
O bairro chinês, em Nova Iorque (EUA), onde
vivem mais de 100 000 indivíduos de etnia
chinesa.
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1. Muitas das migrações são concretizadas por influências culturais. O conhecimento dos lugares, das
possibilidades de emprego dos estilos de vida ou as oportunidades de trabalho são divulgadas pelas
tecnologias de informação e comunicação. Por outro lado, os familiares e/ou compatriotas
emigrados preparam a chegada dos migrantes simplificando a procura de casa e tratando dos
aspetos burocráticos.

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1.1 Incluem-se as mulheres, os migrantes em situação irregular e os povos indígenas.

2. Muitos dos trabalhadores são vítimas de empregadores ou agentes sem escrúpulos, podem ser
vítimas de tráfico sexual ou trabalho forçado na agricultura, na construção civil ou na indústria
transformadora.
3. As estratégias apontadas são as seguintes:
Documento 8 – A Grécia optou pela construção de uma barreira que impedisse a passagem de
imigrantes ilegais oriundos da Turquia.
Documento 9 – A Europa reforçou o sistema de vigilância de fronteiras, designado de EUROSUR.

4. Nenhuma estratégia pode resultar quando aplicada de modo isolado. O facto de um país tomar
uma determinada medida não resolve o problema no seu todo. São necessárias estratégias
concertadas que visem a resolução efetiva do problema da imigração ilegal. A cooperação e a
solidariedade são componentes essenciais desta estratégia.
Fluxos de turismo
Turismo – atividade económica associada à viagem e permanência de pessoas em lugares
fora do seu meio de residência por período inferior a um ano e por motivos de descanso,
lazer ou outro que não seja atividade remunerada.
A atividade turística apresentou um enorme crescimento nas últimas décadas, quer
em número, quer em volume de receitas.
Receitas geradas pelo turismo (mil milhões de dólares, 2017-2025)
Para este crescimento exponencial da atividade turística das últimas décadas contribuíram
fatores como:
- A melhoria do nível de vida:
• sobretudo nas principais economias
emergentes, o que explica, em parte, os
muitos turistas asiáticos;

- O desenvolvimento dos transportes e das


telecomunicações:
• responsáveis pelo aumento das deslocações e
pela maior facilidade em marcar viagens,
escolher destinos e reservar alojamentos;
- A diversificação da oferta turística:
• com o surgimento de novos destinos,
diferentes atividades turísticas e objetivos de
viagem;

- O aparecimento e expansão do conceito de low


cost nas viagens e nos alojamentos:
• que tornaram o turismo mais acessível a um
maior número de pessoas.
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1.1 O turismo mundial apresenta uma trajetória de crescimento contínuo.

1.2 Poder-se-á classificar de crescimento acelerado.

1.3 Podem referir-se, entre outros os seguintes fatores:


– oferta de transportes a preços cada vez mais acessíveis (por exemplo, viagens low-cost);
– forte desenvolvimento de infraestruturas de apoio ao turismo (hotelaria...);
– progressos nos transportes e comunicações;
– divulgação e internacionalização de muitos destinos turísticos; etc.
No que respeita aos fluxos de turismo internacional, é possível verificar que há uma
relação entre o poder económico e a apetência para viajar:
- É dos PD e PE que saem
e chegam os principais
fluxos de turismo;
- A Europa, com muito
património histórico e
ótimas infraestruturas
turísticas e marketing, é
a região que mais
recebe;
- América Latina e África
têm pouca expressão
Maiores recetores e emissores de turismo internacional e seus principais nos fluxos mundiais.
fluxos (2020)
Principais destinos turísticos mundiais - 2018
Perfil do novo turista
Compra
bilhetes Sensível
Reserva Recorre Estadas Viaja por
em a
pela a voos mais conta leilões culturas
Internet low cost curtas própria de locais
viagens

Vídeo
Importância do turismo

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1. Podem referir-se, entre outras, as seguintes conclusões:
– os destinos mais procurados são a Europa e a Ásia Pacífico;
– a Europa e Ásia Pacífico representam 75% dos destinos turísticos;
– o terceiro destino mais procurado é a América.
Impactes do turismo
Enquanto atividade económica de massas, o turismo é responsável por numerosos
impactes, quer positivos, quer negativos.

Os principais impactes positivos são:


- A entrada de divisas:
• Pelas compras dos turistas estrangeiros, que
dinamizam a atividade económica;
- A criação de emprego:
• De forma direta: na hotelaria, animação
turística, etc.;
• De forma indireta: no artesanato, no comércio,
etc.;
§ A preservação do património humano,
cultural e natural:
• As receitas geradas pelos visitantes,
permitem fazer face às despesas de
manutenção e restauro e a procura dos
turistas permite manter vivas as tradições;

§ A contribuição para o bem-estar e


intercâmbio humano:
• O turismo permite que as pessoas se
divirtam, melhorem a sua qualidade de
vida, contactem com costumes e hábitos
diferentes, promove a interculturalidade,
etc.;
Os principais impactes negativos são:

§ Poluição:
• A atuação irresponsável de muitos turistas
é responsável pela poluição de praias,
matas, recursos hídricos, etc.;

§ Invasão de espaços naturais frágeis:


• Gerando impactos ambientais e alterações
culturais em locais como a Antártida, o
Evereste e a Amazónia;
§ Redução da biodiversidade:
• Através da ocupação de espaços naturais
com empreendimentos turísticos;

§ Crescimento desordenado do litoral:


• A construção junto à costa, pela pressão
turística, origina diversos problemas
como o congestionamento do trânsito, a
falta de espaços verdes, maiores níveis
de poluição, etc.
§ Dependência excessiva do turismo:
• Cria empregos sazonais e gera
vulnerabilidades no emprego face a
crises como o covid-19.
Turismo e ambiente
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1.1 As receitas foram negativas nos seguintes períodos:
– 2000/2001;
– 2001/2002
– 2002/2003;
– 2008/2009.

1.2 As razões que justificam as receitas negativas, no período de:


2000/2001 foi o ataque terrorista às Torres Gémeas, com reflexos no turismo mundial;
2002/2003 a queda de receitas ficou a dever-se à crise económica;
2008/2009 a queda de receitas ficou a dever-se à grande recessão económica internacional
(iniciada nos EUA e com consequências na economia mundial)
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1. a) Os cinco países com maior volume de chegadas foram: França, EUA, China, Espanha e Itália;

b) Os cinco países com maior variação percentual no número de chegadas foram: Reino
Unido, Turquia, China, França e Itália;

c) Os cinco países com maior volume de receitas foram: EUA, Espanha, França, China e Itália

d) Os cinco países que registaram maior variação percentual no total de receitas foram: A
Rússia (receita em queda mas com variação positiva); a Itália (receita em queda mas com
variação positiva); a França (receita em queda mas com variação positiva); os EUA (uma forte queda,
passando de valores positivos para valores negativos); a Alemanha (receita em queda com variação
negativa).
De salientar que, quer no volume de chegadas de turistas, quer no volume de receitas dominam os
países europeus.
Turismo sustentável
É necessário ter em conta as necessidades dos turistas atuais e das regiões anfitriãs, e,
simultaneamente, proteger o futuro.
Para tal, deve-se apostar no turismo sustentável:

- Manter as vantagens económicas e sociais


do desenvolvimento do turismo;
- Reduzir ou mitigar os impactes negativos no
ambiente natural, histórico, cultural ou
social;
- Equilibrar as necessidades dos turistas com
as do destino turístico.
O turismo sustentável deverá:
- contribuir para a manutenção da biodiversidade;
- manter o bem-estar das populações locais;
- incluir experiências de interpretação/aprendizagem;
- envolver ações responsáveis por parte dos turistas;
- dirigir-se a pequenos grupos;
- requerer o mais baixo consumo de recursos não
renováveis;
- promover o desenvolvimento sustentável dos locais, particularmente das regiões rurais;
- apoiar todas as medidas para a conservação do meio ambiente.
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1.1 O turismo sustentável terá que atender aos aspetos económicos, sociais e ambientais numa
perspetiva de equilíbrio e harmonia. O empreendimento de Penamacor (Linx Park) é um bom
exemplo desta situação: preserva património natural, salvaguarda o património edificado,
etnográfico e cultural, numa visão integrada e sustentável.
Fluxos de bens e serviços
Ao longo das últimas décadas (finais do séc. XX e princípios
do séc. XXI) verificou-se a globalização dos mercados e a
internacionalização das empresas, o que contribuiu para o
aumento do comércio mundial.

Principais fatores explicativos:


- O crescimento da população mundial, que fez
aumentar o consumo;
- A intensificação da produção industrial, que
aumentou a concorrência, baixando os preços,
e permitindo assim uma maior capacidade de
aquisição de produtos;

Valor do comércio total mundial nos últimos 70 anos


- O desenvolvimento dos transportes, que permitiu
a descentralização produtiva, aumentar o tráfego
de mercadorias com menos custos e em maiores
quantidades;
- O desenvolvimento das telecomunicações,
impulsionando os negócios à distância;

- O surgimento do e-commerce (ou comércio eletrónico), que ligou diretamente os


consumidores à oferta global;

- Os acordos internacionais sobre a liberdade de movimentos de mercadorias e serviços


(GATT/OMC);

- Os processos de integração económica (UE, MERCOSUL, etc.) e a expansão das empresas


transnacionais.
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1.1 A facilitação do comércio deve constituir uma meta fácil de alcançar, sem burocracia e reforçando
ligações comerciais de forma que os países mais pobres possam estabelecer relações comerciais
com os países mais ricos. É necessário garantir condições que permitam o desenvolvimento dos
países mais pobres.

1.2 Podem referir-se as seguintes medidas:


– reduzir os custos das transações;
– colocar os produtos dos pequenos comerciantes no mercado global;
– melhorar a transparência e a boa governação eliminando favoritismos ou jogos de elites.

1.3 Este acordo é muito importante para os países africanos dado que a maioria destes países não tem
acesso ao mar. São, portanto, países interiores onde o custo do transporte transfronteiriço aumenta
os custos, reduz a produtividade e criam obstáculos ao comércio regional.
Os principais fluxos do comércio mundial refletem as desigualdades na capacidade
económica e no nível de desenvolvimento entre países/regiões.
Assim:
- As maiores transações
ocorrem entre as regiões
mais ricas (Europa e América
do Norte) e destas com a
China e o Japão;

- África e América Latina têm


menores transações devido
à menor capacidade
financeira e à menor
capacidade produtiva.
Os PD e os PE exportam sobretudo produtos
industriais, que têm mais valor;
Os PED e os PMD exportam mais produtos
agrícolas e minerais, que valem menos que Exportações de
os industriais. alguns países
(2020)
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1.1 Podem referir-se, entre outras conclusões, as seguintes:
– a plena interação comercial da Ásia com os EUA e a Europa;
– um reforço da interação comercial da América do Sul com a América do Norte;
– um certo isolamento da África subsariana em termos de fluxos comerciais;
– uma importância comercial crescente da designada "Europa emergente";
– a crescente importância da China.
1.2 Verificou-se um superavit comercial entre o médio oriente e a China, entre a Europa emergente e a
UE e entre a China e a UE.

Pág. 121
1. a) A China passou de 1% para 11%; o México de 1% para 2%; Taiwan de 1% para 2%; a Índia de 1%
para 2%; Singapura de 1% para 2%. A Coreia do Sul sem significado nas exportações em 1980
representava em 2011 cerca de 3% do comércio mundial.
b) Foi a China.
c) A UE passou de 37% para 30%
d) As economias emergentes reforçaram o seu contributo na exportação de mercadorias a nível
mundial, sendo de realçar países como o México, Índia, Taiwan, Singapura, Brasil, Tailândia,
Malásia, etc.

Pág. 122
1.1 a) Verificou-se uma ligeira diminuição na percentagem de exportações entre os países do "norte";
b) Registou-se um ligeiro aumento nas exportações entre os países do "sul".
1.2 Em termos globais verificou-se: uma menor contribuição dos produtos agrícolas no comércio global e
um aumento, quase contínuo, das exportações de produtos manufaturados.

Pág. 123
1. Podem referir-se, entre outras, as seguintes conclusões:
– a exportação de produtos manufaturados e os combustíveis e mineração traduzem o maior volume
comercial a nível mundial;
– a exportação de produtos agrícolas, embora tenha aumentado, ocupa a menor fatia do comércio
mundial;
– na América do Norte, na Europa e na Ásia as exportações são dominadas pelo comércio de produtos
manufaturados.
Setor dos serviços
O setor dos serviços teve, à semelhança do comércio, um crescimento muito
significativo ao longo do século XX, quer em número, quer em qualificação.

- Em 1991, os serviços representavam,


37,5% do emprego no setor terciário,
sendo que menos de 25% eram muito
qualificados;

- Atualmente, os serviços já representam


mais de metade dos empregos do setor
terciário e cerca de 30% já são muito
qualificados.
Emprego total e muito qualificado, no setor terciário,
a nível mundial (2020).
Tal como no caso do comércio, os motivos para esse crescimento são diversos:

- O aumento da procura dos serviços tradicionais em resultado da melhoria do nível de vida


da população nas últimas décadas, do aumento da população e do poder de compra;

- O aparecimento de novos serviços ligados à


telecomunicação, informática, lazer, cuidados
pessoais, etc.;

- O crescimento dos serviços associados ao


turismo, acompanhando o crescimento deste;

- O crescimento do setor terciário nos PED


devido à deslocalização industrial.
Os fluxos mundiais de serviços reforçam novamente o papel de destaque dos PD.
É de realçar que:
- As principais trocas de serviços
realizam-se entre Países
Desenvolvidos;
- A Europa destaca-se muito da
Ásia e da América do Norte,
com a União Europeia a
efetuar quase 40% das trocas
mundiais.

Exportações e importações de serviços (2020)


Para atenuar as desigualdades no comércio mundial, alguns setores tentam encontrar e
apostar em soluções alternativas, promovendo o Comércio Justo.
Pág. 124
1.1 Em 2011 dominavam os serviços de técnicas de vendas, os serviços comerciais, as viagens e outros
serviços comerciais. Em 2013 registou-se uma diminuição no comércio de serviços a nível global.
1.2 A crise económica mundial em que se encontram muitos países, particularmente da Europa, tem
conduzido a um estrangulamento económico e financeiro que se repercute numa diminuição de
prestação de serviços comerciais.

1.3 A maior variação positiva foi registada nos seguros, nos serviços relacionados com os computadores
e serviços de informação, os serviços de comunicação, os serviços de negócios, os serviços
comerciais, os serviços relacionados com a cultura e recreação.

Pág. 126
1. a) Os maiores importadores de serviços foram a CEI, a América Central e do Sul e a Europa;
b) Os maiores exportadores de serviços foram a CEI, a Ásia, o médio oriente, a Europa e a América
do Norte;
c) O saldo da balança de serviços é francamente positivo na Europa e nos EUA, sendo negativo nas
restantes regiões do mundo e, em particular, o médio oriente e a África.
Fluxos de informação
O desenvolvimento científico e tecnológico
permitem atualmente a rápida difusão da
informação por todo o mundo. Para tal,
tornaram-se fundamentais:

§ Os satélites artificiais de telecomunicação,


que permitem o envio e a receção, em
qualquer lugar do planeta, de sons, imagens e
mensagens escritas;

§ Os cabos de fibra ótica, que transmitem


enormes quantidades de informação em
tempo real e com elevada qualidade.
Apesar de todos os progressos, a difusão da informação é muito desigual no mundo,
evidenciando os contrastes no desenvolvimento dos países:

§ Nas regiões mais


desenvolvidas (América do
Norte e Europa) a informação
chega a praticamente toda a
população;
§ Pelo contrário, nas áreas
menos desenvolvidas,
sobretudo em África, persiste
um grande número de
população sem acesso à
informação.
A população que desconhece e/ou não tem acesso às tecnologias da informação, como a
internet, é considerada infoexcluída.
Os países menos conectados (PMC) são os que apresentam menores valores do Índice de
Desenvolvimento das TIC (IDT).
Pág. 129
1.1 Os valores mais altos de penetração da internet registam-se na América do Norte e na Europa
ocidental. A Oceânia, a Europa central e oriental encontram-se no patamar seguinte. A Ásia do sul, a
África, o sudeste asiático e a América Central registaram os valores mais baixos.

1.2 De um modo geral pode afirmar-se que os países menos desenvolvidos registaram uma menor taxa
de penetração da Internet, em relação à população total. As taxas mais elevadas de penetração da
Internet nos países desenvolvidos devem-se à elevada utilização das tecnologias de informação na
educação, na saúde, na administração pública, etc. Cumulativamente, a elevação do nível de vida
contribui para maiores taxas de penetração da Internet.

2. Tendo por base a figura 35 podem referir-se algumas das seguintes conclusões:
– forte aumento do número total de assinaturas de telemóvel;
– o uso individual da Internet e o número de habitações com acesso à Internet tem vindo a
aumentar;
– será de assinalar, a partir de 2009, um aumento considerável de assinantes da rede de banda larga
móvel;
– saliente-se ainda, a partir de 2008, a redução significativa das assinaturas da rede fixa de telefone.
Impactes das telecomunicações
As telecomunicações contribuíram decisivamente para a globalização e passaram a ter
um papel fundamental a diversos níveis, nomeadamente:

§ Na vida quotidiana permitem:


• Contactar pessoas, aceder a serviços,
obter informação de todo o mundo;
• Fazer compras online;
• Quebrar o isolamento;
• Divulgar saberes, ideias e experiências;
• Integrar no mercado de trabalho
populações com necessidades
especiais;
• Facilitar o intercâmbio científico e
cultural e a cidadania global.
§ Na economia permitem:
• Criar riqueza e emprego qualificado;
• Facilitar o funcionamento de todas as
atividades económicas, culturais e
científicas;
• Trabalhar a partir de casa ou de outro
lugar qualquer;
• Realizar negócios à distância,
campanhas de marketing, comércio
online, etc.;

§ No ambiente permitem:
• Poupar recursos naturais,
reduzindo o uso de papel na impressão de documentos, trabalhos, etc.;
• Reduzir a emissão de gases poluentes, por evitarem deslocações;
• Promover a educação ambiental.
Pág. 132
1.1 Os países menos conectados do mundo localizam-se na África subsariana e no sul da Ásia.
1.2 O acesso às tecnologias de informação e comunicação assume-se, não só como uma garantia de
superação da desigualdade, como também numa "rampa" de lançamento dos países para o
desenvolvimento. As tecnologias de informação e comunicação permitem ativar negócios, aceder a
plataformas de ajuda, divulgar produtos, localidades e atividades culturais, a realização do
teletrabalho, etc.

2.1 Podem referir-se, entre outras, vantagens tais como:


– reduz ou anula mesmo o tempo de deslocação para o trabalho;
– aumenta o número de horas dedicadas ao trabalho;
– liberta mais tempo para estar com a família, etc.
Como inconvenientes podem apontar-se, entre outros, os seguintes:
– perder-se a noção de equipa de trabalho;
– promove um estilo de vida mais sedentário;
– perde-se a noção de relação com colegas de trabalho, etc.
2.2 O comércio eletrónico, em 2014, foi liderado pela região da Ásia-Pacífico. Esta liderança poderá
resultar dos grandes quantitativos populacionais que vivem nesta área do mundo (o que origina um
grande número de utilizadores) e de uma maior propensão para a inovação e/ou utilização de
tecnologias de informação e comunicação.

Pág. 134
1.1 A leitura dos documentos permite constatar a dicotomia (positiva e/ou negativa) na utilização das
TIC. Assim, como aspetos positivos (novas oportunidades) podem apontar-se, entre outros os
seguintes:
‒ contactar com pessoas a longas distâncias sem deslocação física;
‒ melhora a competitividade;
– a híper-conectividade tem conduzido a uma redefinição das relações entre indivíduos,
consumidores e empresas, cidadãos e Estado;
– os aplicativos digitais oferecem um potencial inédito para o desenvolvimento económico, social,
educativo e político, etc.
Como aspetos negativos (novas ameaças) podem referir-se, entre outros, os seguintes:
– ataques informáticos (cibercrime) que podem causar danos avultados;
– os aspetos negativos poderão ser muito potenciados pelas TIC dado o elevado número de internautas
em todo o mundo (veja-se o caso do Estado islâmico, a Al-Qaeda e outros grupos terroristas que
recorrem à internet para exercerem a sua influência negativa.
A globalização financeira: fluxos e tendências
O processo de mundialização dos mercados financeiros, foi particularmente evidente a
partir dos anos 80 do séc. XX, graças ao desenvolvimento das TIC.

As TIC:
- Incrementaram a capacidade de transmissão
e processamento da informação;
- Permitiram a deslocação de capitais, de
forma instantânea, por todo o mundo
(anulando as distâncias física e tempo).
O lugar onde grande parte dessas negociações
ocorre é nas bolsas de valores espalhadas por
diferentes pontos do planeta, embora essas se
encontrem interligadas.
Atualmente, as principais
bolsas estão localizadas em
cidades como: Nova Iorque,
Londres, Paris e Tóquio, mas
também em São Paulo (Brasil),
Buenos Aires (Argentina),
Jacarta (Indonésia) e Seul
(Coreia do Sul).
Tais cidades abrigam também
sedes administrativas ou filiais
de multinacionais, principais
bancos e instituições
financeiras, entre outras.
Os grandes centros financeiros globais.

Isso quer dizer que essas cidades são centros financeiros, incluídas na rota global de capitais,
as quais possuem geralmente o “status” de cidades globais ou mundiais.
Pág. 135
1. Podem referir-se, entre outros, os seguintes: Londres, Zurique, Boston, Nova Iorque, Kuala Lumpur,
Hong-Kong, Xangai, Tóquio, etc.

2. As novas tecnologias de informação e comunicação permitem a deslocação de capitais de forma


instantânea por todo o mundo. Este facto permite a liberalização financeira e contribui para o triunfo
da economia virtual: os centros financeiros, geograficamente distantes, negoceiam entre si de forma
instantânea.

Os fluxos de capitais, embora difíceis de


quantificar, podem subdividir-se,
genericamente, em três tipos:

Os países com maior participação em


IDE são os PD.
Por vezes, os fluxos de capital destinados
aos PED são considerados investimentos
sem contrapartidas, ou seja, constituem
como que a Ajuda Pública ao
Desenvolvimento (APD).

Os países do CAD, comprometeram-se a


doar 0,7% do seu rendimento aos países
mais pobres e, embora a meta prevista
nunca tenha sido alcançada, a APD
constituiu o fluxo financeiro externo que
mais contribuiu para o desenvolvimento.
Pág. 137
1.1 Serão os países das economias mais desenvolvidas.
1.2 a) São os EUA; b) É a China.
1.3 As economias em desenvolvimento e de transição ocupam já um papel muito importante como
recetores de IDE.
A mundialização e a diversificação dos fluxos de capital são grandemente impulsionadas
pelas empresas transnacionais (ETN).
Independentemente
dos níveis de
desenvolvimento, há
países que são
procurados para
estabelecer sistemas
financeiros de exceção,
tal como acontece com
os offshore, enquanto
pontos recetores de
importantes fluxos de
capital.
Vantagens dos paraísos fiscais
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1.1 a) Os EUA;
b) São as indústrias relacionadas com as tecnologias, a área financeira e dos combustíveis.
1.2 As ETN fomentam a internacionalização da economia e assumem-se como "atores globais" dos
processos de produção e dos mercados, contribuindo dessa forma para o extraordinário aumento
dos fluxos financeiros à escala planetária.

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1.1 A legislação offshore permite a ocultação da proveniência dos fundos (que podem ter origem no
tráfico de droga, na contrafação, no tráfico de seres humanos, etc.). Neste contexto, os offshores
potenciam a face mais negativa da globalização.
1.2 O mercado global de ações liderado pelos países desenvolvidos (EUA, Japão, Reino Unido, França,
Alemanha, Suíça e Austrália). Contudo os designados países emergentes vão ocupando um papel
importante no mercado global de ações (China, Coreia do Sul, Taiwan, Brasil, Índia, Rússia, etc.).

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