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Aulas Práticas de Técnica Operatória

FIOS CIRÚRGICOS

Agulhas
As agulhas apresentam ponta, fundo e corpo. A ponta da agulha pode ser cortante, romba ou plana. O corpo da
agulha pode ser cilíndrico, triangular ou plano. As cilíndricas são não cortantes ou atraumáticas, as triangulares são
cortantes ou traumáticas.

As agulhas podem apresentar no fundo um orifício, onde se introduz o fio, ou já virem montadas com o fio,
denominadas certix. Os certix são menos traumáticos, pois tem fácil penetração nos tecidos sem deixar lacerações.

Quanto a forma, elas podem ser curvas e retas. As curvas devem ser manobradas pelos porta-agulhas e as retas pelas
mãos. As agulhas retas devem ser manipuladas da borda proximal para a borda distal do cirurgião, são utilizadas para
reconstrução de vísceras ocas, tendões e nervos. As agulhas curvas devem ser manipuladas da borda distal para a
borda proximal do cirurgião, em um movimento de pronação e supinação, para lesar menos os tecidos.

Fios Cirúrgicos
Quanto ao material, os fios são classificados em absorvíveis e não absorvíveis. Os não absorvíveis permanecem
inalterados no corpo se não forem retirados, enquanto os absorvíveis são retirados pelo próprio organismo em tempo
variável, por meio de fenômenos biológicos e na dependência da estrutura química do fio.

O tamanho do fio é graduado em décimos de milímetros, em número


de zeros em ordem decrescente (quanto mais zeros mais fino). A
escolha do tamanho depende da tensão do local a ser suturado. Na
pele, geralmente são utilizados 3.0 a 5.0.

Os fios absorvíveis dividem-se em biológicos (Categute) e sintéticos (Ácido Poliglicólico, Ácido Poliglático e
Polidioxanona).
 Categute: Absorvível, biológico, multifilamentar. Obtido da submucosa do intestino delgado de ovelhas ou da
serosa de bovinos. Pode ser simples ou cromado, que tem uma absorção mais lenta resultante do tratamento
com bicromato de potássio. Simples (amarelo): absorção de 8 a 10 dias. Cromado (marrom): Absorção de 15
a 20 dias. Utilizados em suturas gastrintestinais, subcutâneo, cirurgias ginecológicas e urológicas.
 Ácido Poliglicólico (Dexon): Absorvível, sintético, multifilamentar. Reabsorção em 60 a 90 dias. Utilizado
em suturas de músculos, fáscias e subcutâneo. (Dourado)
 Ácido Poliglático (Vicryl): Absorvível, sintético, multifilamentar. Reabsorção em 60 dias. Utilizado em
suturas gastrintestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas. Na pele não é muito utilizado, pode
manchar de roxo. (Lilás)
 Polidioxanona (PDS): Absorvível, sintético, monofilamentar. Reabsorção em 90 a 180 dias. Usado em
tendões, cápsulas articulares e fechamento da parede abdominal. (Cinza)
Os fios não absorvíveis dividem-se em biológicos (seda, algodão, linho), sintéticos (Poliéster, Nylon, Polipropileno) e
metálicos.
 Seda: Inabsorvível, biológico, multifilamentar. Filamento proteico obtido do bicho da seda. (Azul)
 Algodão: Inabsorvível, biológico, multifilamentar. (Rosa)
 Linho: Inabsorvível, biológico, multifilamentar. (Rosa)
 Poliéster: Inabsorvível, sintético, multifilamentar. Utilizado para suturas de aponeurose, tendões e vasos.
(Alaranjado)
 Nylon: Inabsorvível, sintético, mono/multifilamentar. Útil em suturas de pele. (Verde)
 Polipropileno (Prolene): Inabsorvível, sintético, monofilamentar. Uso cardiovascular. (Azul)
 Metálico: Utilizado em suturas ósseas.
Bactérias podem se localizar entre os filamentos dos fios multifilamentares, logo em locais comuns de ocorrer
infecção deve-se utilizar fios monofilamentares.
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO

Bisturi Frio/Bisturi de Lâmina

 Instrumental de Diérese
 Utilizado para realizar diérese por incisão.
 Cabo 3: Lâminas de 10 a 20 (mias usadas 11 e 15).
 Cabo 4: Lâminas de 20 a 36 (mais usada 24).

Tesoura de Metzenbaum (Reta e Curva)

 Instrumental de Diérese.
 Curva: Tesoura do cirurgião, utilizada
para cortar, seccionar, dissecar.
 Reta: Utilizada para cortar fio.

Tesoura de Mayo (Reta e Curva)

 Intrumental de diérese.
 Utilizadas para cortar fios.

Pinça de Kely (Reta e Curva)

 Instrumental de Hemostasia.
 Pinça hemostática traumática.
 Utilizada em hemostasia
temporária.
 Arranhaduras não vão até o
final.

Pinça de Crile (Reta e Curva)

 Instrumental de Hemostasia.
 Pinça hemostática traumática.
 Utilizada em hemostasia
temporária.
 Arranhaduras vão até o final.
Pinça de Halstead (“Mosquitinho” - Reta e Curva)

 Instrumental de Hemostasia.
 Pinça hemostática traumática.
 Utilizada em hemostasia temporária.
Podem ser utilizadas também para dissecção.

Pinça de Kocher (Reta e Curva)

 Instrumental de Hemostasia.
 Pinça hemostática traumática.
 Utilizada em hemostasia temporária.

Pinça Clampe Intestinal (Kocher)

 Instrumental de Hemostasia.
 Além de parar o sangramento intestinal, evita sujeira no campo operatório
(fezes).

Porta Agulha de Hegar-Mayo

 Instrumental de Síntese.
 Necessário na condução da agulha curva.
 Posicioná-lo no meio do corpo da agulha ou no fundo da mesma.

Pinça de Backaus
 Instrumental de Preensão.
 Utilizada para prender os campos cirúrgicos, outros instrumentos, aponeurose e o que vai ser retirado na
cirurgia.

Pinça de Allis

 Instrumental de Preensão.
 Traumática, utilizada para realizar tração ou preensão de diversos
tecidos.

Pinça de Foester

 Instrumental de Preensão.
 Utilizada para segurar estruturas, como a vesícula na
colecistectomia.

Pinça de Pean

 Instrumental de Preensão.
 Utilizada para realização de antissepsia.

Pinça de Cheron

 Instrumental de Preensão.
 Utilizada para realização de antissepsia.

Pinça Dente de Rato

 Instrumental de Preensão.
 Utilizada para segurar a pele, para aproximação das bordas.

Pinça Anatômica

 Instrumental de Preensão.
 Utilizada para segurar tecidos delicados durante a dissecção.
 Utilizada para aproximação das bordas durante a síntese.

Afastador de Farabeuf

 Instrumental auxiliar.
 Utilizado para afastar estruturas manualmente.

Cuba Redonda e Cuba Rim

 Instrumental auxiliar.

ASSEPSIA/ANTISSEPSIA
 Materiais assepsia: Gorro, máscara, capote, luvas estéreis, propé e campo cirúrgico.
 Materiais antissepsia: Gaze, cuba, antisséptico (Povidine, PVPI, Clorexidina, Álcool 70%), pinça de preensão
(Cheron ou Pean).
ANESTESIA LOCAL

Tipos:

 Anestesia tópica ou de superfície: Aplicação do agente anestésico sobre as mucosas ou sobre a pele.
 Anestesia por infiltração local: A lesão é infiltrada com o líquido anestésico, que atua diretamente sobre as
terminações nervosas. Usada em ressecção de pequenas lesões.
OBS: Sempre aspirar antes de fazer a infiltração local, para não haver injeção do anestésico em vaso
sanguíneo. Caso aconteça a saída de sangue interromper, mudar a posição da ponta da agulha e aspirar
novamente para depois injetar.
 Bloqueio de campo: A infiltração do anestésico é feita ao redor do tecido a ser operado. Usada em
ressecções de tumores superficiais, nas feridas operatórias após operações, suturas de pele no pronto
socorro. Iniciar por uma infiltração local e sempre dar a próxima agulhada em cima da elevação causada pela
injeção anterior de anestésico.
 Anestesia de condução ou troncular: A infiltração do anestésico é feita junto aos troncos nervosos, longe do
campo operatório. A raquianestesia e a peridural pertencem a este grupo. Pode ser feito em MMSS, mãos,
dedos, crânio, face, pescoço, tronco (nervos IC), abdome, MMII, pés e dedos. Em dedos, o bloqueio trocular
deve ser realizado nas laterais.
OBS: A anestesia local por infiltração e bloqueio de campo são as modalidades mais usadas pelo cirurgião.

Áreas muito vascularizadas tem reabsorção rápida do anestésico, logo podemos misturar com vasoconstrictor
(adrenalina) para aumentar seu tempo de atuação. Entretanto, vasoconstritores não devem ser utilizados em
extremidades, pois há risco de isquemia.

A Lidocaína e a Bupivacaína são os dois anestésicos locais de maior utilização em nosso meio. A Lidocaína líquida 2%
com e sem vasoconstrictor é o anestésico local utilizado pelo cirurgião geral.

A dose deve ser proporcional a idade, peso e condições gerais do paciente. Devemos utilizar sempre a menor
quantidade possível da solução para obter o efeito desejado no procedimento. A dose maxima de Lidocaína é de 7 a
10mg/kg em pediatria, já no adulto é de até 500 mg. Deve ser utilizada em concentrações de 2%, 1% e 0,5%.

O vasoconstrictor utilizado é a epinefrina 1:200.000. Ela diminui a velocidade de absorção do anestésico local,
melhora a qualidade da anestesia local e pode aumentar o tempo de anestesia local em até 50%. Para preparar a
solução de lidocaína com epinefrina:

 Seringa comum = 1 ml de epinefrina + 9 ml água destilada ou soro fisiológico, 1ml dessa mistura é adicionado
em 20 ml de anestésico.
 Seringa de insulina = 0,1 ml de epinefrina é adicionado a 20 ml de anestésico.

Material para anestesia local:

 Seringa, tamanho selecionado conforme o número de lesões e o tamanho delas.


 Agulha rosa, para aspirar.
 Agulha cinza ou marrom, para aplicar o anestésico.
 Anestésico, Lidocaína 2%.
 Diluente, água destilada.
Diluição: Lidocaína a 2% adiciona a mesma quantidade, de água destilada, para ficar a 1%. Lidocaína a 2% adiciona o
dobro da quantidade, de água destilada, para ficar a 0,5%. Lidocaína a 1% adiciona a mesma quantidade, de água
destilada, para ficar a 0,5%.
SUTURAS

Sempre realizar da esquerda para a direita e da borda distal para a borda proximal. O primeiro nó é de contenção, o
segundo de fixação e o terceiro de segurança.

Pontos Separados

Ponto Simples. Entra de um lado e sai do outro, dá o nó e lateraliza o mesmo.

Muito utilizado em pele, subcutâneo e musculatura.

Ponto de Donatti (U vertical). Entra longe e sai longe, entra perto e sai perto, dá o nó.

Ponto de Wolff (U horizontal). Entra de um lado e sai do outro, entra no mesmo lado e sai do
outro (1º), dá o nó.

Ponto em X (cruzado). Entra de um lado e sai do outro, entra no primeiro lado e sai no
segundo, dá o nó.
Pontos Contínuos

Sutura Simples Contínua. Entra de um lado e sai do outro, entra no primeiro lado e
sai no segundo, sucessivamente, no fim dá o nó.

OBS: Lembrar da sutura interrompida! Não termina de ajustar o ponto, formando


um “arco”, passa o fio dentro desse “arco” e ajusta, formando outro “arco”, passa a
agulha dentro desse segundo “arco” e ajusta, interrompendo.

Barra Grega. Entra de um lado e sai do outro, entra no mesmo lado e sai do outro (1º),
sucessivamente, no fim dá o nó.

Sutura Ancorada ou Fenestrada. Entra de um lado, sai do outro e dá um nó (ponto


simples). Do mesmo lado que deu o nó entra e sai do outro lado, passando a agulha por
dentro fio antes de puxar totalmente. Repete isso sucessivamente e dá o nó.

Sutura Intradérmica. Entrar antes da ferida e sair dentro dela, pinçar a ponta e não dar o nó
inicialmente. Ir passando de um lado para o outro intradérmico e durante a sutura ir
movimentando o fio de um lado para o outro para ver se está livre. Na outra borda sair fora da
ferida e dar o nó utilizando somente essa parte do fio. Em seguida, dar o nó na entrada da
ferida, também utilizando apenas essa parte do fio.

Sutura em Bolsa de Tabaco. Iniciar a sutura contínua deixando uma sobre generosa do fio,
circundar todo o orifício até sair perto do local que entrou e dar o nó.

Muito utilizado na fixação de cateteres, sondas e drenos. Após dar o nó, subir fazendo a bailarina
com o fio no cateter (trançando o fio no mesmo) e, no fim, dar o nó com a mão.

TOQUE RETAL
Material: Luva de procedimento, lubrificante e cuba (caso haja algum conteúdo a ser retirado).

Técnica:

1. Se apresentar para o paciente e explicar o procedimento.


2. Solicitar que o paciente se posicione em decúbito lateral esquerdo, fletindo a coxa sobre o abdome e a perna
sobre a coxa.

3. Lavar as mãos e colocar a luva de procedimento.


4. Se posicionar do lado direito do paciente.
5. Primeiramente inspecionar a região anal a procura de alterações, como secreções, cicatrizes e fissuras. Além
disso, podem ser observados hematomas anais, trombose hemorroidaria, abscesso anal, condiloma perianal,
presença do orifício externo de uma fístula ano-reto-perineal, hidroadenite supurativa e cisto pilonidal.
6. Em seguida, lubrificar a região perianal e o dedo indicador.
7. Inserir o dedo indicador no ânus e girar o dedo 360°, observando a mucosa está normal (lisa).
8. Procurar por massas, tumores, abscessos e fecaloma nas paredes do ânus.
9. Para avaliar a próstata devemos direcionar o dedo para cima e anteriormente. Avaliar a consistência, o
tamanho, se há tumorações.
10. Retirar o dedo do ânus e observar o material aderido a luva após o toque retal. Isso permite o
reconhecimento de secreções purulentas nas infecções retais e na reto colite ulcerativa, a presença de
sangue em processos inflamatórios ou tumorais, bem como a presença de fezes.
11. Anotar o procedimento no prontuário.
CATETERISMO VESICAL

É um procedimento asséptico.

Material Básico: Luva estéril, campo fenestrado, gaze, cuba, solução para antissepsia (Povidine), pinça de preensão
(Pean ou Cheron). Lidocaína gel, seringa, sonda (de demora ou de alívio).

Material específico de demora: Seringa, água destilada ou soro fisiológico, sistema coletor (aberto ou fechado).

Sonda de demora: Sonda de Foley de duas vias, composta por borracha. É graduada em French (FR) e seu calibre é
crescente. Feminina: 12 a 14; Masculina: 16 a 18.

Material específico de alívio: Cuba ou recipiente para abrigar a urina.

Sonda de Alívio: Sonda uretral (de Nelaton), composta de polietileno e apresenta fenestrações. É graduada em French
(FR) e seu calibre é crescente.

Técnica:

1. Se apresentar para o paciente e explicar o procedimento.


2. Solicitar que o paciente se posicione
3. Lavar as mãos e calçar luva estéril.
4. Pinçar a gaze e realizar a antissepsia, sempre da área mais limpa para a mais contaminada. Repetir isso 3
vezes.
5. Colocar o campo fenestrado.
6. Se o paciente for do sexo masculino, segurar o pênis e com a seringa introduzir 5 a 10 ml de lubrificante na
uretra do mesmo. Se do sexo feminino basta lubrificar a sonda.
7. Lubrificar a sonda e introduzi-la. A sonda de demora deve ser introduzida totalmente, colocando-a sobre uma
cuba caso saia urina.
OBS: Se de alívio deve ser introduzida apenas até começar a sair urina, quando é posicionada cobre uma
cuba.
8. Encher o balonete com água destilada ou soro fisiológico, observar a quantidade descrita na sonda.
9. Puxar a sonda até ela parar de sair, pois o balonete a fixou.
10. Conectar o sistema coletor na sonda e mantê-lo abaixo do nível do corpo do paciente.
11. Fixar a sonda na perna do paciente, tomando cuidado para não tracionar, o que evita complicações.
12. Anotar o procedimento no prontuário.
Técnica para retirar a sonda de demora: Desinsulflar o balonete com a seringa, retirando a quantidade de líquido que
foi introduzido, e puxar a sonda.
CATETERISMO GASTRO-ENTÉRICO

Material: Luva de procedimento, lubrificante, gaze (para passar o lubrificante), sonda nasogástrica (18 ou 20 para
adulto), seringa (para verificar se está no local adequado), outra sonda (Levine, para fixação), esparadrapo,
estetoscópio.

Sonda: Nasogástrica= Levine; Nasoentérica= Dubbhoff. É graduada em French (FR) e seu calibre é crescente. Em
adultos 18 ou 20.

Técnica:

1. Se apresentar para o paciente e explicar o procedimento.


2. Solicitar que o paciente se posicione em decúbito dorsal, com a cabeceira elevada ou em decúbito horizontal,
com a cabeça virada para a esquerda.
3. Lavar as mãos e colocar a luva de procedimento.
4. Se posicionar do lado direito do paciente.
5. Limpar as narinas e remover próteses dentárias. Procurar a narina mais aberta, se não tiver preferir a direita.
6. Medir a quantidade de sonda que deve ser introduzida e marcar com esparadrapo.
Nasogástrica: Do lobo inferior da orelha a ponta do nariz, da ponta do nariz ao apêndice xifoide.
Nasoentérica: Do lobo inferior da orelha a ponta do nariz, da ponta do nariz ao apêndice xifoide,
acrescentado mais 20 a 30 cm.
Orogástrica: Do lobo inferior da orelha ao centro da boca, do centro da boca ao apêndice xifoide.
Oroentérica: Do lobo inferior da orelha ao centro da boca, do centro da boca ao apêndice xifoide,
acrescentando mais 20 a 30 cm.
7. Lubrificar a ponta da sonda com Lidocaína gel. Colocar um pouco de lubrificante no nariz e pedir para o
paciente aspirar até sentir o gosto na boca.
8. Passar a sonda pelo nariz ou pela boca, orientando o paciente a deglutir e introduzir a mesma até o local
demarcado.
9. Verificar se a sonda está no estômago:
Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com o estetoscópio no epigástrio.
Aspirar a sonda com a seringa para avaliar a presença de suco gástrico
10. Fixar a sonda. Utilizar outra sonda, fixando a mesma na testa do paciente, passando pelo nariz, e fixar a
nasogástrica nessa sonda. Se orogástrica pode ser fixada em direção a orelha.
11. Solicitar uma radiografia para avaliar se a sonda desta adequadamente posicionada.
12. Anotar o procedimento no prontuário.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

Materiais: Luva de procedimento, gaze, lubrificante, laringoscópio, tubo orotraqueal, fio guia, seringa, ambu,
esparadrapo.

Laringoscópio: Lâmina curva entra na valécula, lâmina reta levanta a epiglote.

Tubo orotraqueal: Sem balonete até os 10 anos, após os 10 anos com balonete. É graduada em French (FR) e seu
calibre é crescente. Tubo numero 7 e 8 para mulher, 8 e 9 para homem.

OBS: Se paciente com estômago cheio realizar a intubação rápido, sem oxigenar o paciente antes. Além disso, pode
ser realizada a Manobra de Sellick, que consiste em comprimir a cartilagem cricoide para ocluir o esôfago proximal, o
que evita regurgitação e broncoaspiração.

Técnica:

1. SEMPRE antes do procedimento calçar as luvas de procedimento e testar o balonete e o laringoscópio.


Colocar o fio guia dentro do tubo.
2. Fazer uma pré-oxigenação por 3 minutos, se paciente com estômago vazio, após aplicar relaxantes
musculares.
3. Posicionar o paciente, colocando um coxim abaixo da cabeça e interescapular e hiperextendendo o pescoço.
Remover próteses dentárias.
4. Segurar o laringoscópio com a mão esquerda, entrar pelo lado direito da boca do paciente e jogar a língua
para o lado esquerdo. Posicionar o polegar e o indicador no laringoscópio e os três últimos dedos na
mandíbula do paciente. A força deve ser feita para frente e para cima, tomando cuidado para não fazer o
movimento de alavanca (forçar os dentes e pode quebrar).
5. Após visualizar as cordas vocais, segurar o tubo orotraqueal com a mão direita e introduzir, passando pelas
cordas vocais. Inserir até que os números de 19 a 23 fiquem posicionados na altura dos dentes (o local de
inserção do balonete no tubo deve ficar na altura dos lábios).
6. Após introduzir o tubo, encher o balonete com ar e observar o externo, se ele estiver cheio o interno também
está.
7. Ambuzar o paciente.
8. Verificar a posição do tubo orotraqueal:
 Visualização direta das cordas vocais.
 Vapor de água no tubo durante expiração.
 Expansão torácica simétrica.
 Presença de murmúrio vesicular bilateral.
 Ausência de sons aéreos no epigástrio.
 Detectar CO2 exalado.
9. Fixar o tubo. Fazer dois cortes horizontais no meio do esparadrapo, deixando uma porção interira entre eles
(H), fixar um lado no lábio superior, posicionar o tubo abaixo do lábio superior, com as duas pernas do
esparadrapo circundar o tubo, uma para cada lado.
10. Anotar o procedimento no prontuário.
Classificação de Mallampati:

1. Observamos toda a úvula, os pilares tonsilares, a parede posterior da orofaringe. Paciente de intubação fácil.
2. Observamos toda a úvula, mas não observamos os pilares tonsilares.
3. Observamos parte da úvula.
4. Observamos apenas o palato duro. Paciente muito difícil de intubar.
ACESSO VENOSO SUPERFICIAL

Material: Luva de procedimento, algodão, álcool 70%, garrote, agulha/scalp/jelco, curativo.

 Agulha: Cinza.
 Jelco: Numeração par, graduado em Gauge (G), em ordem decrescente de tamanho. Adulto: 16 ou 18.
Criança: 22 ou 24. Utilizado para infusões de média duração, permanência de até 72 horas.
 Scalp: Numeração ímpar, graduado em Gauge, em ordem decrescente de tamanho. Indicado para
administração de medicamentos a curto prazo. Adulto: 19; criança: 23.
Técnica:

1. Se apresentar para o paciente e explicar o procedimento.


2. Colocar a luva de procedimentos.
3. Garrotear o membro, pedir para o paciente abrir e fechar a mão.
4. Palpar a veia escolhida.
5. Fazer a antissepsia com álcool 70%.
6. Introduzir a agulha a 30°, com biseu para cima.
7. Após fluir sangue, retirar o garrote e coletar o sangue ou conectar a medicação (seringa ou equipo de soro).
8. Retirar a agulha, comprimir o local e realizar um curativo.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Material: Luva de procedimento, algodão, álcool 70%, agulhas, seringa, curativo.

 Agulha rosa: Para aspiração dos medicamentos.


 Intramuscular: Agulha cinza ou verde, introdução a 90°. Regiões deltoide, glúteo (quadrante superior
externo) e vasto lateral da coxa.
 Subcutâneo: Agulha marrom, introdução a 90° de toda a agulha. Região periumbilical.
 Intradérmico: Agulha marrom, introdução a 15 – 30° de apenas uma porção da agulha. Região de deltoide.
ACESSO VENOSO PROFUNDO

Materiais: Gorro, máscara, capote, luva estéril, óculos, campo fenestrado. Gaze, solução antisséptica (Povidine, PVPI,
Clorexidine), pinça de preensão (Pean ou Cheron). Seringa, agulha cinza, lidocaína. Kit de punção. Porta agulhas, fio
inabsorvível, tesoura, esparadrapo.

 Técnica de Seldinger: Catéter de duplo/triplo lúmen, fio guia, agulha, bisturi, dilatador.
 Método Convencional: Intracath: Catéter, agulha e dispositivo para armazenar a agulha, que fica no curativo
do paciente.
Locais:

 Subclávia: Introduzir a agulha na união do terço interno com o terço médio da clavícula, direcioná-la por
baixo da clavícula em direção a fúrcula esternal. Nesse local de inserção da agulha a artéria axilar se
transforma em subclávia. Polegar deve ficar no local da punção e o indicador na fúrcula esternal.
 Jugular interna: Inserir a agulha no vértice do trígono formado pelas fibras do ECOM, direcioná-la para baixo,
em direção ao mamilo ipsilateral.
Técnica:

1. Se apresentar para o paciente e explicar o procedimento.


2. Posicionar o paciente na posição de Trendelemburg (decúbito dorsal com cabeceira mais baixa que os pés),
com a cabeça voltada para o lado contralateral ao lado a ser puncionado.
3. Colocar coxim interescapular.
4. Cuidados de assepsia, paramentar-se.
5. Cuidados de antissepsia no local da punção, do pescoço para o ombro ou da clavícula para a fúrcula. Colocar
o campo fenestrado
6. Identificar o ponto de reparo. Medir a quantidade de cateter que será inserida, do local da punção a fúrcula
esternal, e marcar.
7. Fazer anestesia local.
8. Colocar a agulha em uma seringa, puncionar a 30° e aspirar até que flua sangue.
9. Retirar a seringa, tapar o orifício com o dedo para evitar a entrada de ar e colocar o cateter ou fio guia na
agulha. Inserir o cateter e conectá-lo ao equipo.
Técnica de Seldinger: Introduzir a agulha, após vir sangue introduz todo o fio guia, retira a agulha, corta a pele
com o bisturi, passa o dilatador. Introduz todo o cateter, depois que a ponta do fio guia aparecer, e retira o
fio guia. Aspirar e conectar o medicamento em uma das vias.
Técnica convencional: Introduzir a agulha, bisel para cima, introduzir o cateter dentro da agulha, retirar a
agulha e colocá-la dentro da caixa, retirar o mandril de dentro do cateter e conectá-lo ao equipo.
10. Fixar o cateter.
11. Fazer curativo e realizar RX de tórax para avaliar o posicionamento.
12. Anotar no prontuário.
OBS: NÃO há indicação de rodízio, o cateter deve ser mantido enquanto não há infecção ou complicação, quando
houver retirá-lo.

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