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Aulas Práticas TO
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FIOS CIRÚRGICOS
Agulhas
As agulhas apresentam ponta, fundo e corpo. A ponta da agulha pode ser cortante, romba ou plana. O corpo da
agulha pode ser cilíndrico, triangular ou plano. As cilíndricas são não cortantes ou atraumáticas, as triangulares são
cortantes ou traumáticas.
As agulhas podem apresentar no fundo um orifício, onde se introduz o fio, ou já virem montadas com o fio,
denominadas certix. Os certix são menos traumáticos, pois tem fácil penetração nos tecidos sem deixar lacerações.
Quanto a forma, elas podem ser curvas e retas. As curvas devem ser manobradas pelos porta-agulhas e as retas pelas
mãos. As agulhas retas devem ser manipuladas da borda proximal para a borda distal do cirurgião, são utilizadas para
reconstrução de vísceras ocas, tendões e nervos. As agulhas curvas devem ser manipuladas da borda distal para a
borda proximal do cirurgião, em um movimento de pronação e supinação, para lesar menos os tecidos.
Fios Cirúrgicos
Quanto ao material, os fios são classificados em absorvíveis e não absorvíveis. Os não absorvíveis permanecem
inalterados no corpo se não forem retirados, enquanto os absorvíveis são retirados pelo próprio organismo em tempo
variável, por meio de fenômenos biológicos e na dependência da estrutura química do fio.
Os fios absorvíveis dividem-se em biológicos (Categute) e sintéticos (Ácido Poliglicólico, Ácido Poliglático e
Polidioxanona).
Categute: Absorvível, biológico, multifilamentar. Obtido da submucosa do intestino delgado de ovelhas ou da
serosa de bovinos. Pode ser simples ou cromado, que tem uma absorção mais lenta resultante do tratamento
com bicromato de potássio. Simples (amarelo): absorção de 8 a 10 dias. Cromado (marrom): Absorção de 15
a 20 dias. Utilizados em suturas gastrintestinais, subcutâneo, cirurgias ginecológicas e urológicas.
Ácido Poliglicólico (Dexon): Absorvível, sintético, multifilamentar. Reabsorção em 60 a 90 dias. Utilizado
em suturas de músculos, fáscias e subcutâneo. (Dourado)
Ácido Poliglático (Vicryl): Absorvível, sintético, multifilamentar. Reabsorção em 60 dias. Utilizado em
suturas gastrintestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas. Na pele não é muito utilizado, pode
manchar de roxo. (Lilás)
Polidioxanona (PDS): Absorvível, sintético, monofilamentar. Reabsorção em 90 a 180 dias. Usado em
tendões, cápsulas articulares e fechamento da parede abdominal. (Cinza)
Os fios não absorvíveis dividem-se em biológicos (seda, algodão, linho), sintéticos (Poliéster, Nylon, Polipropileno) e
metálicos.
Seda: Inabsorvível, biológico, multifilamentar. Filamento proteico obtido do bicho da seda. (Azul)
Algodão: Inabsorvível, biológico, multifilamentar. (Rosa)
Linho: Inabsorvível, biológico, multifilamentar. (Rosa)
Poliéster: Inabsorvível, sintético, multifilamentar. Utilizado para suturas de aponeurose, tendões e vasos.
(Alaranjado)
Nylon: Inabsorvível, sintético, mono/multifilamentar. Útil em suturas de pele. (Verde)
Polipropileno (Prolene): Inabsorvível, sintético, monofilamentar. Uso cardiovascular. (Azul)
Metálico: Utilizado em suturas ósseas.
Bactérias podem se localizar entre os filamentos dos fios multifilamentares, logo em locais comuns de ocorrer
infecção deve-se utilizar fios monofilamentares.
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
Instrumental de Diérese
Utilizado para realizar diérese por incisão.
Cabo 3: Lâminas de 10 a 20 (mias usadas 11 e 15).
Cabo 4: Lâminas de 20 a 36 (mais usada 24).
Instrumental de Diérese.
Curva: Tesoura do cirurgião, utilizada
para cortar, seccionar, dissecar.
Reta: Utilizada para cortar fio.
Intrumental de diérese.
Utilizadas para cortar fios.
Instrumental de Hemostasia.
Pinça hemostática traumática.
Utilizada em hemostasia
temporária.
Arranhaduras não vão até o
final.
Instrumental de Hemostasia.
Pinça hemostática traumática.
Utilizada em hemostasia
temporária.
Arranhaduras vão até o final.
Pinça de Halstead (“Mosquitinho” - Reta e Curva)
Instrumental de Hemostasia.
Pinça hemostática traumática.
Utilizada em hemostasia temporária.
Podem ser utilizadas também para dissecção.
Instrumental de Hemostasia.
Pinça hemostática traumática.
Utilizada em hemostasia temporária.
Instrumental de Hemostasia.
Além de parar o sangramento intestinal, evita sujeira no campo operatório
(fezes).
Instrumental de Síntese.
Necessário na condução da agulha curva.
Posicioná-lo no meio do corpo da agulha ou no fundo da mesma.
Pinça de Backaus
Instrumental de Preensão.
Utilizada para prender os campos cirúrgicos, outros instrumentos, aponeurose e o que vai ser retirado na
cirurgia.
Pinça de Allis
Instrumental de Preensão.
Traumática, utilizada para realizar tração ou preensão de diversos
tecidos.
Pinça de Foester
Instrumental de Preensão.
Utilizada para segurar estruturas, como a vesícula na
colecistectomia.
Pinça de Pean
Instrumental de Preensão.
Utilizada para realização de antissepsia.
Pinça de Cheron
Instrumental de Preensão.
Utilizada para realização de antissepsia.
Instrumental de Preensão.
Utilizada para segurar a pele, para aproximação das bordas.
Pinça Anatômica
Instrumental de Preensão.
Utilizada para segurar tecidos delicados durante a dissecção.
Utilizada para aproximação das bordas durante a síntese.
Afastador de Farabeuf
Instrumental auxiliar.
Utilizado para afastar estruturas manualmente.
Instrumental auxiliar.
ASSEPSIA/ANTISSEPSIA
Materiais assepsia: Gorro, máscara, capote, luvas estéreis, propé e campo cirúrgico.
Materiais antissepsia: Gaze, cuba, antisséptico (Povidine, PVPI, Clorexidina, Álcool 70%), pinça de preensão
(Cheron ou Pean).
ANESTESIA LOCAL
Tipos:
Anestesia tópica ou de superfície: Aplicação do agente anestésico sobre as mucosas ou sobre a pele.
Anestesia por infiltração local: A lesão é infiltrada com o líquido anestésico, que atua diretamente sobre as
terminações nervosas. Usada em ressecção de pequenas lesões.
OBS: Sempre aspirar antes de fazer a infiltração local, para não haver injeção do anestésico em vaso
sanguíneo. Caso aconteça a saída de sangue interromper, mudar a posição da ponta da agulha e aspirar
novamente para depois injetar.
Bloqueio de campo: A infiltração do anestésico é feita ao redor do tecido a ser operado. Usada em
ressecções de tumores superficiais, nas feridas operatórias após operações, suturas de pele no pronto
socorro. Iniciar por uma infiltração local e sempre dar a próxima agulhada em cima da elevação causada pela
injeção anterior de anestésico.
Anestesia de condução ou troncular: A infiltração do anestésico é feita junto aos troncos nervosos, longe do
campo operatório. A raquianestesia e a peridural pertencem a este grupo. Pode ser feito em MMSS, mãos,
dedos, crânio, face, pescoço, tronco (nervos IC), abdome, MMII, pés e dedos. Em dedos, o bloqueio trocular
deve ser realizado nas laterais.
OBS: A anestesia local por infiltração e bloqueio de campo são as modalidades mais usadas pelo cirurgião.
Áreas muito vascularizadas tem reabsorção rápida do anestésico, logo podemos misturar com vasoconstrictor
(adrenalina) para aumentar seu tempo de atuação. Entretanto, vasoconstritores não devem ser utilizados em
extremidades, pois há risco de isquemia.
A Lidocaína e a Bupivacaína são os dois anestésicos locais de maior utilização em nosso meio. A Lidocaína líquida 2%
com e sem vasoconstrictor é o anestésico local utilizado pelo cirurgião geral.
A dose deve ser proporcional a idade, peso e condições gerais do paciente. Devemos utilizar sempre a menor
quantidade possível da solução para obter o efeito desejado no procedimento. A dose maxima de Lidocaína é de 7 a
10mg/kg em pediatria, já no adulto é de até 500 mg. Deve ser utilizada em concentrações de 2%, 1% e 0,5%.
O vasoconstrictor utilizado é a epinefrina 1:200.000. Ela diminui a velocidade de absorção do anestésico local,
melhora a qualidade da anestesia local e pode aumentar o tempo de anestesia local em até 50%. Para preparar a
solução de lidocaína com epinefrina:
Seringa comum = 1 ml de epinefrina + 9 ml água destilada ou soro fisiológico, 1ml dessa mistura é adicionado
em 20 ml de anestésico.
Seringa de insulina = 0,1 ml de epinefrina é adicionado a 20 ml de anestésico.
Sempre realizar da esquerda para a direita e da borda distal para a borda proximal. O primeiro nó é de contenção, o
segundo de fixação e o terceiro de segurança.
Pontos Separados
Ponto de Donatti (U vertical). Entra longe e sai longe, entra perto e sai perto, dá o nó.
Ponto de Wolff (U horizontal). Entra de um lado e sai do outro, entra no mesmo lado e sai do
outro (1º), dá o nó.
Ponto em X (cruzado). Entra de um lado e sai do outro, entra no primeiro lado e sai no
segundo, dá o nó.
Pontos Contínuos
Sutura Simples Contínua. Entra de um lado e sai do outro, entra no primeiro lado e
sai no segundo, sucessivamente, no fim dá o nó.
Barra Grega. Entra de um lado e sai do outro, entra no mesmo lado e sai do outro (1º),
sucessivamente, no fim dá o nó.
Sutura Intradérmica. Entrar antes da ferida e sair dentro dela, pinçar a ponta e não dar o nó
inicialmente. Ir passando de um lado para o outro intradérmico e durante a sutura ir
movimentando o fio de um lado para o outro para ver se está livre. Na outra borda sair fora da
ferida e dar o nó utilizando somente essa parte do fio. Em seguida, dar o nó na entrada da
ferida, também utilizando apenas essa parte do fio.
Sutura em Bolsa de Tabaco. Iniciar a sutura contínua deixando uma sobre generosa do fio,
circundar todo o orifício até sair perto do local que entrou e dar o nó.
Muito utilizado na fixação de cateteres, sondas e drenos. Após dar o nó, subir fazendo a bailarina
com o fio no cateter (trançando o fio no mesmo) e, no fim, dar o nó com a mão.
TOQUE RETAL
Material: Luva de procedimento, lubrificante e cuba (caso haja algum conteúdo a ser retirado).
Técnica:
É um procedimento asséptico.
Material Básico: Luva estéril, campo fenestrado, gaze, cuba, solução para antissepsia (Povidine), pinça de preensão
(Pean ou Cheron). Lidocaína gel, seringa, sonda (de demora ou de alívio).
Material específico de demora: Seringa, água destilada ou soro fisiológico, sistema coletor (aberto ou fechado).
Sonda de demora: Sonda de Foley de duas vias, composta por borracha. É graduada em French (FR) e seu calibre é
crescente. Feminina: 12 a 14; Masculina: 16 a 18.
Sonda de Alívio: Sonda uretral (de Nelaton), composta de polietileno e apresenta fenestrações. É graduada em French
(FR) e seu calibre é crescente.
Técnica:
Material: Luva de procedimento, lubrificante, gaze (para passar o lubrificante), sonda nasogástrica (18 ou 20 para
adulto), seringa (para verificar se está no local adequado), outra sonda (Levine, para fixação), esparadrapo,
estetoscópio.
Sonda: Nasogástrica= Levine; Nasoentérica= Dubbhoff. É graduada em French (FR) e seu calibre é crescente. Em
adultos 18 ou 20.
Técnica:
Materiais: Luva de procedimento, gaze, lubrificante, laringoscópio, tubo orotraqueal, fio guia, seringa, ambu,
esparadrapo.
Tubo orotraqueal: Sem balonete até os 10 anos, após os 10 anos com balonete. É graduada em French (FR) e seu
calibre é crescente. Tubo numero 7 e 8 para mulher, 8 e 9 para homem.
OBS: Se paciente com estômago cheio realizar a intubação rápido, sem oxigenar o paciente antes. Além disso, pode
ser realizada a Manobra de Sellick, que consiste em comprimir a cartilagem cricoide para ocluir o esôfago proximal, o
que evita regurgitação e broncoaspiração.
Técnica:
1. Observamos toda a úvula, os pilares tonsilares, a parede posterior da orofaringe. Paciente de intubação fácil.
2. Observamos toda a úvula, mas não observamos os pilares tonsilares.
3. Observamos parte da úvula.
4. Observamos apenas o palato duro. Paciente muito difícil de intubar.
ACESSO VENOSO SUPERFICIAL
Agulha: Cinza.
Jelco: Numeração par, graduado em Gauge (G), em ordem decrescente de tamanho. Adulto: 16 ou 18.
Criança: 22 ou 24. Utilizado para infusões de média duração, permanência de até 72 horas.
Scalp: Numeração ímpar, graduado em Gauge, em ordem decrescente de tamanho. Indicado para
administração de medicamentos a curto prazo. Adulto: 19; criança: 23.
Técnica:
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Materiais: Gorro, máscara, capote, luva estéril, óculos, campo fenestrado. Gaze, solução antisséptica (Povidine, PVPI,
Clorexidine), pinça de preensão (Pean ou Cheron). Seringa, agulha cinza, lidocaína. Kit de punção. Porta agulhas, fio
inabsorvível, tesoura, esparadrapo.
Técnica de Seldinger: Catéter de duplo/triplo lúmen, fio guia, agulha, bisturi, dilatador.
Método Convencional: Intracath: Catéter, agulha e dispositivo para armazenar a agulha, que fica no curativo
do paciente.
Locais:
Subclávia: Introduzir a agulha na união do terço interno com o terço médio da clavícula, direcioná-la por
baixo da clavícula em direção a fúrcula esternal. Nesse local de inserção da agulha a artéria axilar se
transforma em subclávia. Polegar deve ficar no local da punção e o indicador na fúrcula esternal.
Jugular interna: Inserir a agulha no vértice do trígono formado pelas fibras do ECOM, direcioná-la para baixo,
em direção ao mamilo ipsilateral.
Técnica: