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Núcleo de Procedimentos Integrados 2- Aula 8 1

Restauração de dentes tratados endodonticamente

↪Tivemos essa aula anteriormente, com mais enfoque em NMF, mas hoje iremos relembrar algumas coisas e ter
mais enfoque na parte de pinos pré-fabricados.

Quais os problemas de restaurar um dente tratado endodonticamente?

↪ Falta de estrutura. Um dente tratado endodonticamente perde polpa e parte da dentina, durante o acesso e
durante o preparo químico mecânico. Quando fazemos o acesso ao canal retiramos muita estrutura e o dente
naturalmente já costuma estar “destruído” por si só, pela carie, então é um dente mais fragilizado.

Quais as possibilidades restauradoras?

↪ De forma geral, podemos fazer uma restauração direta ou indireta.

↪ Na imagem ao lado temos dois exemplos de dentes: na primeira


imagem com a estrutura preservada e outro com a estrutura mais
destruída. No lado esquerdo seria possível fazer uma restauração
direta, mas, no lado direito não, pois, convencionalmente, passou de
50% de remoção de estrutura dental, pino, faz-se uma restauração
indireta, proteção das cúspides, já que o risco de fratura é maior.

↪ Quando indicamos um pino intra-radicular? Alunas responderam:


quando não tem como buscar retenção na coroa. Quando a porção
coronária não tem possibilidade de reter a restauração. Aí vai no canal
pra buscar a retenção que você não consegue na coroa. Professor
perguntou: se conseguir retenção na coroa e a raiz estiver fragilizada?
Alunas responderam: deve colocar o pino. Professor perguntou: se
tiver muito estrutura mas o dente sofrer cisalhamento (forças
obliquas), por exemplo, dente anterior? Exemplo: tratou o canal do
PM, ele não sofre forças obliquas, de desoclusão? Não, o certo são
forças verticais. Mas, existe a possibilidade de desoclusão em grupo.
E, quando há uma força lateral, o risco de fratura é maior mesmo com
grande estrutura e o pino ainda é indicado. Então, de PM para frente, principalmente superior, tratou o canal, deve-
se colocar o pino pois, a grande chance de fazer o mínimo de desoclusão é gigante.

↪ Em casos de pacientes que tem bruxismo, faz o que? Coloca a placa. Mas ele vai usar 24 horas???

↪ Dúvida: só por ser um dente anterior já é indicativo colocar pino? Sim, em 90% dos casos. Quando se faz o
tratamento de canal de um central, lateral, grande parte é removido.

↪ Num acesso convencional de dente hígido que entrou em necrose por trauma (no caso um trauma leve, porque
um trauma maior o dente está todo rachado), teria que avaliar. Pois, aí o paciente faz bruxismo, gosta de comer osso
de galinha. Professor conta o caso de uma paciente que era só mexer na borda incisal do central e lateral, foi feito o
planejamento, a paciente gostou e ao dar as recomendações, de ter que ter cuidado ao comer maça, a paciente já
não quis continuar o tratamento, pois ela adora comer maça direto na boca e não com a faca, o que traz um risco
gigante de quebrar a restauração, a opção foi dela.

↪ Diretamente, para indicar pino intrarradicular, deve-se avaliar:


o Destruição coronal: mais de 50% já indica pino
o Se o paciente faz bruxismo: já indica pino
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o Desoclusão: avaliar se o paciente faz função em grupo. Por exemplo, se tiver interferência em molar, deve-se
fazer o ajuste.
o Quanto de estrutura tem
o Posição do dente

↪ Dúvida: no caso do bruxismo, o pino vai aumentar a resistência? Ele vai dar maior retenção a parte coronária. “Ah,
pino reforça dente, ou seja, na parte radicular?” Não, na verdade ele até fragiliza, efeito cunha... Só que dependendo
do material que utilizamos, pode ser um material mais perto do modo de elasticidade da dentina e outros nem
tanto.
↪ Dúvida: No caso de paciente com bruxismo, já não tem uma certa fraqueza nos dentes por já forçar os dentes e
colocando o pino deixa ainda mais? Então, o pino, na verdade, ele vai dar retenção para sua parte coronária, vai ter
que restaurar esse dente de alguma forma, é melhor com pino ou sem pino? E aí, quais são as formas que temos
para minimizar o bruxismo? Placa, e qual a outra forma? A gente pode tentar (não ouve) mas aí é querer examinar
demais o paciente.

↪ Vamos lá, de repente ele está disposto a fazer um tratamento ortodôntico para reabilitar os dentes e fazer uma
desoclusão melhor. Isso vai fazer ele deixar de fazer bruxismo? Não, o tratamento ortodôntico não elimina bruxismo,
é tudo questão de hábito. A pessoa faz uma sobrecarga nos dentes, para restaurar é indicado com ou sem pino?
Com pino porque vai ter maior retenção da porção coronária.

Quanto de tecido dentário coronário restou?

↪ Quando a gente pensa na possibilidade de com pino ou sem pino,


só com o núcleo de preenchimento, depois do preparo o que a gente
imaginou, vemos o quanto de remanescente vai sobrar. Como
vamos avaliar isso? Através de raio x, é uma das possibilidades que a
gente tem.

↪ Vamos fazer o preparo antes de mais nada para que sobre dente e
a gente tome a decisão.

↪ O que tá ali, avaliação complexa e difícil, bem difícil, até os


professores discordam o que a gente vai fazer para chegar a uma
conclusão.

↪ Uma outra possibilidade bem interessante, é que esse dente vai


ser retentor de uma prótese fixa, uma coroa, ou vai receber um
grampo de uma prótese removível? Tudo isso temos que levar em consideração

• Há uma recomendação tradicional de que quando houver perda de estrutura dental superior a 50%, deve ser
instalado um pino intra-radicular.

↪ Dúvida: Professor, um dente restaurado suporta um grampo? Suporta. Restaurado como assim? Nessa condição
que mostrou no slide, se não tivesse quase remanescente dentário, ele suportaria? Se tem que fazer uma coroa no
dente? É, uma restauração, coroa total no dente, se resiste a um grampo? Sim, faz até, na verdade, uma coroa já
fresada. Tem um grampo de oposição, de retenção da vestibular só para o dente não ficar basculhando. Esse grampo
de oposição entra passivo, deve entrar o mais passível possível. Porque é só justamente para evitar que o dente
basculhe. Então quando faz uma coroa total, o ideal já que vai planejar uma prótese removível, é que a coroa venha
já fresada, ou seja, tenha espaço já para um grampo de oposição. E vestibular? Tem que ter certa retenção no
grampo. Muitas vezes a gente pega canino inferior e é uma beleza para retenção de grampo, ele é todo expulsivo e
tem que fazer retenção adicional ou fazer uma canaleta. Mas a coroa não vai pular? Ai vai ser um dos princípios para
gente entender: altura do preparo, largura, comprimento… tudo isso para reter a coroa.
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Trata-se de um dente anterior ou posterior?

↪ Trata-se de dente anterior e posterior, qual a parte boa disso aí? Para ver se ele sofre forças oblíquas ou não.

Como é a condição da raiz e a morfologia do canal?

↪ Condição da raiz ou morfologia do canal, ou seja, qual tipo de pino que vamos colocar? Modelado ou pré
fabricado? Se for aquele canal retinho, se não é elíptico nem nada, pré fabricado é indicado. Se for elíptico, de
repente temos que dar uma personalizada nesse pino.

O dente já apresenta restaurações?

↪ O dente já apresenta restaurações? Ou seja, às vezes a gente faz o acesso todo bonitinho, mas o paciente tem
duas classes 3 mais uma classe 4 e uma classe 5 na vestibular, aí junta tudo e vira uma coroa total.

↪ Ou então, geralmente você tem que retratar um pré-molar, então o dente já está escurecido, aí o paciente sorri e
aparece, só que esteticamente está comprometido e o paciente é exigente. O que a gente tem que fazer? Conversar
com ele e falar assim “Vamos preservar o dentinho por mais escuro que esteja?” ou “Vamos preparar uma coroa
total?”. Aí, vai de você na hora que conversar com o paciente. Mas você tem várias possibilidades. Às vezes o
paciente quer um sorriso Hollywood. Então, temos que ver a condição ou a exigência estética do paciente.

Qual a função do dente a ser restaurado?

Como é o overbite ou a altura dos dentes e/ou cúspides?


↪ Como que é o overbite, altura dos dentes ou cúspides, ou seja, se a pessoa tem dentes de boi, aquela coisa toda
chapada, Grazi Massafera na época do BBB, ela tinha um sorriso feio. Era todo reto. Ou então, aquela pessoa que
tem o dente todo trabalhado, todo bonito, com as cúspides parecendo aquela coisa gótica, tritura como? Lindo. Qual
a possibilidade de fazer função em grupo linda e maravilhosa.

↪ Outra coisa importante, achava-se que somente os homens tinham o masseter trabalho, mas hoje em dia, as
mulheres estão nesse mesmo patamar. Tem mulher que tem o masseter mais trabalhado.

Qual é a expectativa estética do paciente quanto ao tratamento restaurador?


↪ Se ele quer tudo sorriso Hollywood ou o molar inferior, 37, o cara nem vê, a estética vai ser o que? A mesa oclusal.

Aspectos desejáveis do material para preenchimento


• adequada resistência para resistir aos esforços mastigatórios,
• suficiente força flexural,
• biocompatibilidade,
• resistência à infiltração de fluidos orais para a interface dente-núcleo,
• facilidade de manipulação,
• adesão com o remanescente dental,
• coeficiente de expansão térmica e contração similar à estrutura dental,
• estabilidade dimensional,
• mínimo potencial para absorção de água e
• inibição da doença cárie.

↪ Existem todas essas características num material restaurador? Não.


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Materiais usados como preenchimento


• Amálgama
• Ionômero de vidro
• Ionômero de vidro modificado por resina e
• Resinas compostas
↪ Os materiais restauradores que a gente mais utiliza ou que podem ser utilizados é a Amalgama, ionômero de
vidro, ionômero de vidro modificado por resina e resina composta.

↪ “Caraca, amálgama?” O professor teve um professor que defendia, ele fazia. Tudo bem que precisa ter uma parte
coronal remanescente porque ele não tem adesão.

↪ Dúvida: E a questão da cor? Depende do material definitivo que vai utilizar. Vai utilizar uma metalocerâmica? Ou
até uma zircônia mesmo que o casquete é todo opaco? Mas entre ter um amálgama e um núcleo metálico fundido.
Nem tudo é estética. Tem gente que tem suas preferências, mas grande parte da maioria dos dentistas utiliza resina
composta. Facilidade de manutenção, facilidade de manuseio, tempo para você trabalhar, é adesivo, ou seja, você
consegue ter uma adesão tanto à estrutura dentária quanto ao pino. “Ah, e o ionômero de vidro modificado por
resina?” também. “Libera flúor” sim, mas já não é tão resistente quanto a resina composta. Tem gente que faz? Tem.
Mas hoje o professor vê o ionômero de vidro muito mais assim: saiu do endo, em vez de colocar o coltosol, coloca o
ionômero. Principalmente se ficar, em faculdade vai ficar um longo tempo sem tratar o canal. Por isso que o
professor Gustavo defende: “Núcleo II é tratar o canal e blindar o canal.” Para proteger o tratamento endodôntico e
o dente em si, porque, se não, quantas e quantas vezes pegamos pacientes que vai à clínica, colocou coltosol e o
canal está aberto a três, quatro, cinco, seis, sete, às vezes até um ano de canal aberto e, aí, contaminou? Com
certeza! Tem cárie? Não sei.

↪ Dúvida: Mas, como assim, blindar o canal? Em uma restauração direta ou um ionômero mais resistente? Blindar o
canal significa o que? Que a gente restaura de alguma forma, seja com ionômero de vidro para depois a gente partir
para uma restauração indireta, ou uma semana depois botar pino e o núcleo de preenchimento. Depende se eu usar
um cimento resinoso... Então, blindar é o que? É proteger, restaurar, pelo menos no núcleo de preenchimento
temos que fazer. Ah, o que pode acontecer com o núcleo de preenchimento se a gente terminar o semestre dessa
forma? Vai desgastar o núcleo de preenchimento. Vai quebrar? O professor nunca viu resina quebrar tipo clivar, ela
desgasta, quebra um pedacinho, mas só se faltou resina, alguma coisa tinha que ter sido vista ali no planejamento.

Retentores intrarradiculares

Vantagens

• Promove retenção para o material restaurador definitivo ou para o material de preenchimento, no caso de
restaurações indiretas
• Reforça a porção coronal remanescente de um dente com grande destruição coronal, desta forma,
difundindo as tensões impostas a ela para a estrutura radicular, minimizando a probabilidade de fratura
o Ou seja, fratura coronal com a radicular
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Características ideias de um retentor intrarradicular

• Ser biocompatível
• Ser de fácil uso
• Preservar a dentina radicular
• Evitar tensões demasiadas à raiz
• Prover união química/mecânica com o material restaurador e/ou para preenchimento
• Ser resistente à corrosão
• Ser estético
• Possuir boa relação custo-benefício

Indicações

• Dentes anteriores que tenham sido tratados endodonticamente e a abertura de acesso o tenha
enfraquecido
• Quando há destruição coronal extensa e a necessidade de um pino para reter e/ou restaurar a estrutura
coronal
• Dentes que sofrem forças horizontais, de cisalhamento ou de compressão intensas e concentradas

↪ Dúvida: Se dente anterior não for colocado pino, em quanto tempo mais ou menos deve perdê-lo? Se for, por
exemplo, um cara esquecido, ele esqueceu que restaurou aquele dente lá, foi comemorar a chopada, no dia seguinte
vai acordar como se beber não case, cadê o dente? Já era. Agora uma pessoa tranquila, que não bebe, vai falar “cadê
a faca?” ao oferecerem uma maçã. Depende muito.

↪ Professor pergunta: Alguém sabe dizer quanto tempo dura uma restauração anterior classe IV? O professor diz
que o pessoal fala em 10 anos, 4, 5, mas tem paciente que não dura 1 semana porque o cara sai do consultório e vai
para o treino de jiu-jitsu, não coloca o protetor e toma, a do professor está há 22 anos. Ele come maçã com faca, tem
que trocar, está desgastada, tudo é questão de saber preservar e se autoconhecer. É muito relativo, então conversa
com o paciente “cara, você está com uma restauração, tenha cuidado, não é seu dente, não pode mastigar gelo nem
com dente mesmo”.

Fatores que influenciam a retenção do pino

• Diâmetro do pino
• Extensão do pino
• Desenho do pino
• Superfície do pino

↪ Diâmetro, quanto maior o tamanho do pino, maior a retenção dele, correto? Em compensação,
quanto maior o diâmetro do pino, o que acontece com a raiz? Fica mais frágil. Então, qual diâmetro
ideal? Aquele do tamanho da estrutura do canal radicular. Quando muito, tem que tirar uma
retençãozinha ou outra, mas… Ah, qual mínimo de dentina remanescente que a gente tem que ter na
estrutura dental? 1 mm, 1,5mm. Se tiver menos que isso, o que pode acontecer? Existe o risco de
fratura, mas entre querer manter o dente seja eterno enquanto dure como o casamento ou já extrair,
tem que levar essa consideração para o paciente.

↪ Extensão do pino, quanto mais comprido, melhor, quais são os limites que a gente tem? Quanto de remanescente
de guta a gente tem que ter? Vamos ler no livro de 3 à 5 mm, tem professor que gosta de 7 mm, gosta de proteger
bem a parte apical, o professor Claudio de 3 à 5mm.

↪ Dúvida: Colocar um aparelho ortodôntico em um dente anterior que tenha sido tratado endodonticamente e não
tenha pino, dá ruim? Depende da força que o ortodontista vai querer usar. Geralmente não. Colocar aparelho
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ortodôntico em paciente com doença periodontal, não ativa, mas tem lá seu problema de perda óssea, é viável? É,
depende da magnitude de força que você vai colocar.

↪ Dúvida: Mas em um dente tratado endodonticamente que vai colocar aparelho, ela perguntou se teria problema,
e se tivesse problema, que problema seria esse? Se o dente for muito fragilizado. Assim, as vezes você coloca o
brequete em dente inferior, faz a movimentação e acaba em uma interferência ou o paciente fica com um contato
prematuro naquele dente, tendo risco de fratura. Durante a movimentação ortodôntica sua oclusão fica muito ruim,
então as vezes tem interferência. “mas tem como evitar?” as vezes não, você precisa fazer aquela interferência para
depois deixar mais ideal.

↪ Desenho do pino. Quanto mais cilíndrico melhor, diferente do cone. Só que no cilíndrico se desgasta mais
estrutura dental, nem todo mundo consegue.

↪ Superfície do pino. Você tem retenções adicionais, se ele é tipo parafuso é ótimo, se ele é lisinho corre o risco
dele não cimentar.

↪ Comprimento da raiz. Geralmente dois terços no mínimo. Isso vale sempre? Professor conta que acabou de pegar
um caso em uma radiografia ontem que não valeu, pois está só no iniciozinho da parte óssea.

↪ Altura da coroa. A altura da coroa tem que ser do mesmo tamanho do pino pra cima.

↪ Implantação óssea. No mínimo metade do comprimento ósseo.

↪ E qual é o problema do cisalhamento? São as forças obliquas, se você tem


um pino curto vai ter um braço de alavanca. Então quanto maior o pino melhor
por conta do braço de alavanca, isso é físico.

Tipos ou sistemas de pinos

↪ Quais são os tipos de pino que temos? Pode ser pino/núcleos personalizados (fundidos ou fresados) e podem ser
metálicos ou não metálicos. Os não metálicos vão ser os de cerâmica ou os de fibras de vidro.

↪ E os pinos ou núcleos pré-fabricados que podem ser metálicos, ativos ou passivos, ou os não metálicos que podem
ser os rígidos (cerâmicos) ou flexíveis (de fibra de carbono ou fibra de vidro).

• Pinos/núcleos personalizados (fundidos)


o Metálicos
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o Não metálicos
• Pinos/núcleos pré-fabricados
o Metálicos
▪ Ativos
▪ Passivos: cônicos e cilíndricos
o Não-metálicos
▪ Rígidos: cerâmicos
▪ Flexíveis: fibras de carbono e resinosos/fibras de vidro

Pinos/núcleos personalizados (fundidos)

• Os mais tradicionalmente utilizados no processo de restauração de dentes tratados endodonticamente com


ampla destruição coronal;
• Não há necessidade de preenchimento posterior;
• Indicações:
o Canais excessivamente cônicos ou elípticos;
o Casos de realinhamento coronal;
o Raízes sem porção coronal.
• Vantagens:
o Melhor adaptação;
o Rigidez aumentada (com ligas de alto módulo de elasticidade);
o Menor espessura de cimento.
• Desvantagens:
o Tratamento mais prolongado;
o Mais oneroso;
o Inestético (metálicos).

↪ Ou seja, você modela o núcleo, faz a parte coronária, reembasa, se ficou alto faz de novo, tudo isso...

↪ Aluno: “professor, reembasei e não está entrando mais”. Professor: “tem que tirar a retenção dentro do canal” ...
tudo isso para modelar um pino.

↪ É excelente, pensando em prótese parcial fixa de pelo menos 3 dentes, o núcleo deve ser fundido. “Ah, professor,
tem gente que faz núcleo de fibra.” Tem, mas se for perguntar para o pessoal da prótese fixa, eles vão falar que tem
que ser núcleo metálico fundido.

Confecção

• Preparo do Remanescente Coronário:


o Remoção do cimento provisório da câmara pulpar até a embocadura do conduto.
o Eliminar as retenções da câmara pulpar.
o Preparar uma caixa no interior da raiz com 2mm de profundidade.
• Preparo do Conduto:
o Comprimento.
o Inclinação das paredes.
o Diâmetro.
o Característica Superficial.
• Remoção do Material Obturador:
o Pontas aquecidas até o comprimento pré-estabelecido.
o Uso de brocas de Peeso, Gates ou Largo.
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Confecção do Núcleo

• Direta:
o O conduto é moldado e a parte coronária esculpida diretamente na boca.
• Indireta:
o Exige moldagem dos condutos e porção da porção coronária remanescente com elastômero,
obtendo-se um modelo sobre o qual os núcleos são esculpidos no laboratório.
o Indicado para a confecção de vários dentes ou para raízes divergentes.

↪ Pode ser de forma direta ou indireta. Fizemos da forma direta, que é a modelagem do canal, ou pode ser fazer
tipo churros – silicone dentro do canal, churros, põe o pininho e depois molda todo mundo e consegue um
modelinho de gesso para mandar para o laboratório e não fazer nada. Ai vem aquele pino sambando, “ficou
bonzão”, o que vai fazer? Cimento adesivo. Cimento resinoso. “Ficou bonzão”.

Pinos/Núcleos pré-fabricados

• + de 75 sistemas
• Diferentes materiais e distintos desenhos

↪ Existem mais de 75 sistemas, mas a gente não precisa


saber de todos, correto? Só de uma forma geral. Então
vamos lá. Nós temos: pinos metálicos, pinos de cerâmica, os
fibra de vidro e os de fibra de carbono.

↪ Tem vários formatos, pode ser cilíndrico, pode ser cônico, pode
ter dupla conicidade, pode ter retenção, pode não ter retenção,
pode ser rosqueado, pode não ser rosqueado. Cada um com sua
característica. De maneira geral, hoje qual é utilizado? Pino de fibra
com dupla conicidade.

↪ Tem pino acessório, não tem pino acessório, tem pino principal.

↪ Módulo de elasticidade da dentina: qual é o material que tem


módulo de elasticidade mais perto da dentina? Pino de fibra de
vidro. Se pegar um aço, lascou-se, tem aquele efeito cunha.

↪ Professor ficou falando do trabalho que ele apresentou, sobre


pino, era um pino metálico rosqueado, só que não trabalha
rosqueado, era cimentação passiva. Na hora de apresentar, foram
avalia-lo e perguntaram se deu ½ volta ou ¼ de volta para reter o
pino, o professor falou ¼. “Realmente, se tivesse dado ½ o dente
poderia ter fraturado”.

Vantagens de um pino pré-fabricado

• Fácil uso e rápido


• Baixo custo
• Dispensa moldagem e etapa laboratorial
• Preparos mais conservadores
• Disponíveis de várias formas, tamanhos e materiais
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Desvantagens de um pino pré-fabricado

• Maior linha de cimento – que pode ser diminuído com pinos acessórios, ou fazendo um pino anatômico e
tudo mais
• É essencial que exista, pelo menos, 1,5 a 2mm (2,5 escrito no slide) de estrutura dental coronária, o que é
conhecido como “efeito férula”

↪ Por que efeito férula? Justamente para


diminuir o braço de alavanca. A questão de
prova vai ser o que? Braço de alavanca.

↪ E ai, justamente por causa do efeito férula,


que é indicado o pino pré-fabricado. “Ah, tem
gente que utiliza pino pré-fabricado em dente
que não tem remanescente?” Tem, mas ai tem
que dosar, ver qual a indicação, um lateral superior, de repente... O cara tem um canino, um centralzão lá, vale a
pena.

Metálicos

• Aço inoxidável ou titânio

Pinos metálicos passivos cônicos

• Superfície lisa ou com macrorretenções


• Fixação ocorre as expensas do cimento e das retenções
• Menos retentivos
• Precisam de 7 ou 8 mm para uma boa fixação

Pinos Metálicos passivos cilíndricos

• Necessitam de ampliação do canal para sua acomodação


• Indicados para raízes curtas com a necessidade de muita retenção

Pinos metálicos ativos

• Geram grandes tensões no canal, possibilitando um risco de fratura grande


• Possuem fresas laterais, sendo rosqueados e/ou travados nas paredes dos canais
• São os mais retentivos de todos

Não metálicos

Pinos cerâmicos

• Objetivam aliar as propriedades positivas dos pinos metálicos com as vantagens de um material elástico e
inerte aos tecidos vivos
• Seu alto módulo de elasticidade permite menos falhas adesivas durante a função mastigatória
• Permite o uso de pino de menor diâmetro
• Limitações: dificuldade de cortar o pino e de remoção, por não sofrer deformação tem menor chance de
fragmentar a interface adesiva
• Silanização do pino permite excelente compatibilidade química entre estes e os materiais resinosos
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• Há duas formas de se construir a porção coronal: preenchimento com resina composta e preenchimento
cerâmico
• Preenchimento com resina composta:
o Procedimento simples, rápido e barato
o A união pino/resina é química e muito forte
o Contra-indicação a execução de retenções no pino, o mesmo deve permanecer com a superfície
inalterada
o Essa associação (pino cerâmico/resina composta) pode ser feita, tanto para a execução de uma
restauração adesiva direta como para servir a base à uma restauração unitária indireta
• Preenchimento cerâmico:
o Executado no laboratório
o É muito estável dimensionalmente
o Forma uma estrutura única pino/preenchimento
o Sistema Cosmo Post (Ivoclar)
o É vantajoso quando se utiliza para vários dentes simultaneamente
o Porém, apresenta maior custo e tempo devido os procedimentos laboratoriais

↪ Qual o problema no geral do pino de cerâmica? O módulo de elasticidade. O desgraçado é duro. “Mas puts, mas
eu quero botar” Beleza, colocamos, deu problema no canal e ai o que faz? Cri, cri, cri... Aí vai substituir o pino
cerâmico por um “pino metálico, de titânio”, extrai o dente e coloca um implante. Brincadeira. Porque é muito difícil
tirar o pino cerâmico, então a gente manda para o endo e fala assim “vai que é tua” e ai ele vai falar assim “nunca
mais me mande”.

↪ Qual a outra dificuldade? No pino de cerâmica tem que silanizar, ou seja, para ter retenção na parte coronária e
tudo o mais, ou seja, é um pino mais delicado.

↪ Dúvida: Como é a remoção? É por desgaste, não tem como fazer que nem um metal, vibrar e quebrar a linha de
cimento e sair, é por desgaste.

Pinos Fibras de carbono

• Introduzidos no início dos anos 90


• Principal característica é a flexibilidade similar à da estrutura dental
• Apresenta metade da resistência à fratura dos NMFs, porém só 5% de fratura da parede radicular
• Apresenta menor retenção que os metálicos, tanto ao material para preenchimento quanto ao canal
radicular
• Em contrapartida, são de fácil remoção do canal radicular
• Radiopacidade discreta
• Embora, esteticamente apresente tons acinzentados, foi desenvolvido um modelo com matriz semelhante
ao da estrutura dental (quartzo)

↪ Qual o grande problema da fibra de carbono? Ele é escuro, tem praticamente as mesmas propriedades do pino de
fibra de vidro, só que ele é mais escuro. Então ele caiu meio que em desuso.

↪ Radiopacidade: tanto o pino de fibra de vidro quanto o pino de fibra de carbono, os primeiros nós não víamos o
pino. Radiografava a restauração e de repente, era só o formato, aí quando tirava estava lá o topo preto. Ai
começaram a colocar um fio dentro do pino e agora, já existe uma certa radiopacidade neles.
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Pinos Fibras de vidro

• Não necessitam de uso de opacos ou modificadores para restauração em resina ou porcelana


• Aderem-se quimicamente ás resinas
• São facilmente removidos do canal
o Eles se desmancham, ele vai saindo.

↪ Então é diferente, um pino de cerâmica de um pino de fibra de vidro, o


pino de cerâmica vai gerar tensão, então tem um risco maior de fratura, ou
seja, quanto maior o módulo de elasticidade, ele não vai dissipar direito as
tensões dentro da raiz e aí ele faz o efeito cunha.

↪ E aí, no pino de fibra, existem várias formas de


orientar as fibras da fibra de vidro. Então
geralmente as mais resistentes são as que vão
estar no longo eixo. O mais indicado então, no
longo eixo.

↪ Como a gente pode


utilizar? Pinos
cilíndricos, quanto
maior o diâmetro,
mais a gente tem que
desgastar. Então, o
ideal é que a gente utilize um pino principal e pinos acessórios na hora de cimentar. Os pinos acessórios são mais
fininhos, são justamente para colocarmos do ladinho. É que nem cone acessório de Endo, só que na hora de
cimentar o principal, a gente não fica com aquele espaçador colocando cone. Mostra como da mais ou menos o
aspecto.

↪ O que a gente vê aqui? No A, um pino que vai até o final e é cilíndrico.


Mas quanto de espaço ele tem para o lado? Muita linha de cimento, muito
grande. Então, quando aumenta o diâmetro do pino, se aumentar demais,
não chega até o final do canal. Então usamos o dupla conicidade que aí
conseguimos aumentar o diâmetro e diminuir a linha de cimentação.

↪ E para cada pino, existe uma broca específica. Isso já vem nos kits de
pino.

↪ Dúvida: Como não temos essa broca, teria como fazer com outra?
Gates, peeso, largo.
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↪ Esse é um sistema interessante, onde temos um pino principal e uma


luva. Sabe o que é luva de can? Aí coloca o principal e depois cimenta
com….

↪ Vídeo: Instrumento aquecido. E aí vamos medir o tamanho do canal pra fazer


o preparo do conduto, remover o mínimo possível, só as retenções com o
cimento remanescente que tem lá na estrutura do canal, vamos medir o pino pra
ver se bate igualzinho. E aí prova a luva pra diminuir a área de cimentação. E
ficaria assim.

↪ Temos esse pino aqui? Não, mas podemos usar acessórios.

↪ O ideal é cortar o pino antes ou depois da cimentação? O ideal é que se corte antes. Qual a dificuldade de se
cortar antes? Você vai ter uma área menor para segurar o pino. Depois de cimentado pode gerar tensão no cimento.

↪ Limpeza do pino com jato de água, limpeza, geralmente limpa com gaze e álcool e silaniza.

↪ Sistema adesivo ou sistema de cimentação, não vai se ater muito aqui, mas tem vários, esse no caso usaram um
autocondicionante, existem já um que não precisa preparar o canal, ele autocondiciona, é auto adesivo.

↪ E aí depois faz a parte coronária lá com o mesmo cimento.

↪ Teremos na clínica adesivo da quinta geração, ou seja, primer e adesivo juntos, como vamos fazer? Ácido, no
máximo 15 segundos, lava, seca com cone de papel, coloca adesivo, vai polimerizar? Não, porque se polimerizar e
ficar com uma poça de adesivo lá na ponta, o pino não desce. Então, vai colocar o cimento e colocar o pino e aí
polimeriza tudo junto.

↪ Cimento foto? Não, por que? Você vai ter certeza que vai polimerizar lá no ápice? Não. Então, de preferência do
auto que tem mais tempo de trabalho ou autopolimerizável.

↪ Aí tem essa sequência quando queremos individualizar,


fazer um pino mais anatômico com resina.
Núcleo de Procedimentos Integrados 2- Aula 8 13

↪ E esse aqui é o que temos hoje em cadcan, que é um bloquinho de fibra de


vidro. Faz uma modelagem do canal, faz o padrão de resina, e ele vai
escanear isso.

↪ Vai definir no computador onde é o pino.

↪ Adesiva a parte coronária.

↪ Delimita o término do preparo ou o término do núcleo na parte coronária.

↪ Põe o screw.

↪ Veja que teve a preocupação de colocar fibra na posição correta pra ter mais resistência do pino.

Cimentação

• Fixação do pino dentro do canal


o Tem o propósito de aumentar retenção da restauração, distribuir as tensões ao longo do dente e
proporcionar a criação de um selamento ao longo do canal

• Agente de fixação
o Alta resistência flexural
o Pequena espessura de película
o Adesão às estruturas de contato
o Baixa solubilidade
o Fácil manipulação
o Selamento marginal

• Agente de fixação
o Cimento de fosfato de zinco
o Cimento de ionômero de vidro
o Cimentos resinosos

• Cimentação adesiva
o Capacidade de formar união efetiva com a dentina
o Pinos cimentados adesivamente apresentam maior retenção
o Técnica mais sensível – erros frequentes
o Permitir que remanescente do cimento de obturação do canal permaneçam na superfície interna
radicular
o Utilizar agentes adesivos fotopolimerizáveis

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