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Resumo
Estamos vivendo um período que dentre tantos nomes, também responde por Era da
Informação e Comunicação. Tempo em que a palavra de ordem é Conectividade. Neste
cenário estão inseridas todas as instâncias da vida social, incluindo a Educação. Dessa
forma, não são poucas as Instituições de Educação que já optaram por virtualizar, ao menos,
parte de seu material didático e, com isso, fazendo uso das novas Tecnologias da
Informação e Comunicação. Mas não basta produzir um material e disponibilizá-lo em
websites para que se facilite a construção do conhecimento pelo estudante. É preciso ter um
material que comunique verdadeiramente com o aprendiz. Desta forma, este artigo se
propõe a discutir a adequabilidade destes recursos pedagógicos digitalizados com vista a
dois fatores primordiais, os Estilos de Aprendizagem, e Gallego e na Teoria da
Comunicação.
Palavras-chave: TIC, Estilos de Aprenizagem, Teoria da Comunicação, Recursos Pedagógicos
1. Introdução
Abrindo o ítem relacionado aos Estilos de Aprendizagem, vale um pequeno painel histórico,
trazendo algumas das definições mais difundidas.
Segundo Keefe (LAGO, 2008), no ano de 1988 publica sua definição de Estilos de
Aprendizagem como sendo “traços cognitivos, afetivos e fisiológicos, que servem como
indicadores relativamente estáveis, de como os discentes percebem, interagem e respondem a
seus ambientes de aprendiagem”. Rita e Kennedy Dunn, em 1993, (ibdin) define com uma visão
um tanto quanto complementar à de Keefe, colocando-os como “a forma na qual os estudantes
se concentram, processam, internalizam e recordam informações acadêmicas novas”. Mas é
Curry que, em 1983, separa as distintas teorias dos Estilos de Aprendizagem em três grupos,
onde o primeiro aparece como o centro permeado pele segundo que, por sua vez, o é pelo
terceiro, assim, do centro para a periferia temos, o Estilo Cognitivo da Personalidade, na
sequência o Estilo de Processamento da Informação e por fora de todos, o Indicador de
Preferência da Modalidade Instrucional.
Figura 1 – Componentes Concêntricos dos Estilos de Aprendizagem segundo Curry
Como se pode observar, a camada mais externa diz respeito às Modalidades Instrucionais,
intimamente ligadas às preferências metodológicas da aprendizagem, sendo a mais variável das
três, e influenciável na medição dos Estilos de Aprendizagem. Na central encontra-se o Estilo
de Processamento da Informação, como a aproximação individual ao conhecimento, não afetada
pelo que a circunda, porém, passível de modificação pelas estratégias de aprendizagem. Por
fim, a mais profunda das camadas que formam os Estilos de Aprendizagem, a do Estilo
Cognitivo da Personalidade, referentes à aproximação do indivíduo aos processos de adaptação
e assimilação da informação, esta é a camada mais estável e permanente da personalidade.
(LAGO, 2008)
Barros (2009), coloca que Alonso e Gallego baseiam-se na definição keefeiniana para colocar
que Estilos de Aprendizagem “são traços cognitivos, afetivos, fisiológicos de preferência pelo
uso dos sentidos, ambiente, cultura, psicologia, comodidade, desenvolvimento e personalidade
que servem como indicadores relativamente estáveis de como as pessoas percebem, inter-
relacionam e respondem a seus ambientes de aprendizagem e seus próprios métodos ou
estratégias em sua forma de de aprender”. Nos deteremos nesta definição de Alonso e Gallego,
pois é o modelo que será utilizado como base teórica desta discussão com relação aos Estilos de
Aprendizagem.
Fazendo uma análise um tanto mais puntual desta definição é possível perceber que o processo
de construção do conhecimento se faz contextualizado, pois envolve elementos ambientais e
culturais, desta feita, o meio em que o indivíduo vive e interage faz parte de seu processo de
construção do conhecimento. Mesmo tendo o caráter construtivista extrínseco ao processo fica
intrínsceco seu caráter vygotskyano de relacionamento com o outro, que pode ser, tanto um par
aprendente, como um docente orientador, e com isso pode-se deduzir a geração de uma Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP), logo, a interação com terceiros é um dos componentes que
poderá influenciar no Estilo de Aprendizagem pessoal.
Alonso e Gallego, ainda segundo Barros (2009), detectam quatro Estilos de Aprendizagem
específicos: Ativo, Reflexivo, Teórico e Pragmático, cada qual com características particulares
bem definidas.
Para eles, o indivíduo que tem como Estilo de Aprendizagem predominante o Ativo é
socializavel, preferindo trabalhar em grupos, e nele tendo uma tendência à liderança, por sua
característica de protagonismo. Dado à novas experiências, é aventureiro, impetuoso e
inovador. Sua mente está sempre aberta e pronta para dar asas à sua criatividade, sua
inventividade. Quando tem uma nova tarefa a realizar, não quer longos prazos, para ele, a ação
é aqui e agora. Com todos esses requisitos, está sempre buscando novos desafios, afinal é um
aprendente em potencial e um exímio solucionador de problemas.
Já os Reflexivos são os observadores, o que os faz aparentar um ar de distanciamento ou de
condescendência, mas isto se dá porque consideram os vários viéses possíveis sobre a nova
informação que lhes é apresentada, tornando-os indivíduos prudentes e cunclusivos ao agir.
Estas características analíticas os leva a serem exaustivos em suas pesquisas, permitindo que
recompilem com cuidado todos os dados coletados. Questionadores, assimiladores e pacientes
facetas que os deixam um pouco mais lentos lento, se comparados ao Ativo, por exemplo.
Alonso e Gallego caracterizam o indivíduo com predominância do Estilo de Aprendizagem
Teórico como alguém que é estruturado, racional e objetivo. Para ele o que é lógico é bom.
Ordenador e sintético, age detalhadamente observando etapas lógicas, pois, sua disciplina o
leva a focar o problema na vertical, é um planejador. Sua característica de ter um sistema de
pensar profundo aliado ao seu metodismo, o leva a construir teorias, princípios e modelos. O
indivíduo com ênfase teórica em seus Estilos de Aprendizagem é disciplinado, estruturado e
sistemático. Mesmo com todas essas características, não deixa de ser pensador, relacionador,
explorador e crítico.
Por fim, há os que são classificados como Pragmáticos. Talvez a frase que mais os caracterize é
“se funciona, é bom”. Sempre que percebem que há algo positivo em uma nova idéia, buscam
rapidamente uma oportunidade para pô-la em prática. É experimentador, prático, direto e
eficaz. As teorizações o incomoda, visto que tem por características serem técnicos, úteis,
objetivos e concretos. Aplicadores, são eminentemente solucionadores de problemas.
Organizados e seguros de si, são realistas ao decidir suas ações. Para um pragmático, sempre se
pode fazer melhor.
É possível pensar nesses estilos como quem olha um Diagrama de Venn, usado pela Teoria dos
Conjuntos que estudamos na Matemática desde a mais tenra idade. Baseados nele vemos que há
quatro espaços para um EA único, outras quatro áreas de intersecção para dois, quatro, também,
para três Estilos e um centro que contém os quatro Estilos de Aprendizagem, como demonstra a
Figura 1.
3. Teoria da Comunicação
5. Discussão
Retornando à epígrafe do ítem 3, "Comunicação não é o que você diz; é o que os outros
entendem" do publicitário David Ogilvy, não basta ao docente dominar determinadas
ferramentas pedagógicas se o resultado de seu trabalho não facilitar ao discente construir seu
conhecimento. É exatamente por isso que esse artigo foi escrito sobre um tripé teórico de
fundamental importância: as Teorias dos Estilos de Aprendizagem e da Comunicação e um
entendimento do Ciberespaço com suas possibilidades de recursos pedagógicos, síncronos ou
assíncronos.
Desta forma, para iniciar a discussão, já há tempos aberta, não tendo neste simples artigo
aspiração de se chegar à sua conclusão final, mas sim a contínua busca nas infindas listas de
discussão abertas nos mais variados eventos, virtuais ou presenciais, sobre Tecnologias na
Educação, é apresentado um quadro (Figura 4), adaptado de Lago (2008). Ele trás, com base
nas características atribuídas a cada Estilo de Aprendizagem por Alonso e Gallego (BARROS,
2009) a distribuição, não exaustiva, de algumas sugestões de atividades e recursos pedagógicos
mais eficientes. Poderá ser observado que o referido quadro não se pauta apenas nas incidências
de um só estilo, mas busca abranger as predominâncias dupla, tripla e quando se desejar atingir
a todos os Estilos simultaneamente, atente a ele.
6. Referências
Barros, Daniela Melaré Vieira de. (2009). Estilos de uso do espaço virtual: como se aprende e
se ensina no virtual? In Inter-Ação. V.34. pp 51-74. Goiânia, GO: UFG.
Lévy, Pierre. (1999). Cibercultura. Tr. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: 34. (Coleção Trans).